Elenco - 30 de Setembro de 2018

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Museus Pรกginas 12 e 13



Guto Oliveira

Nossa história

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Um trágico incêndio ocorrido no início do mês destruiu o mais antigo e importante Museu do Brasil, no Rio de Janeiro, consumindo um patrimônio inestimável, no qual se incluíam peças de populações pré-colombianas, sarcófagos egípcios e outras tantas raridades em 56 mil exemplares e 18,9 mil registros. A tragédia colocou em xeque como estão os atuais museus em todo o Brasil, inclusive os da nossa capital. O repórter especial Gerson Severo Dantas foi em loco e desbravou a situação dos nossos espaços, lamentavelmente, em sua maioria, a população desconhece.

Saúde Cuidados com a coluna

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Bem-estar Medicina alternativa

Moda As cores da estação

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Turismo As belezas do Grand Canyon,

Nota Os artigos publicados nesta revista são de responsabilidade de seis autores e não expressam, necessariamente, a opinião do jornal.

Expediente Editor Guto Oliveira gutomosaico@hotmail.com Subeditora Ed Blair Foto da Capa Ricardo Oliveira Revisão Wanderson Feitoza Projeto gráfico Adyel Vieira Mário Henrique Silva Leonardo Cruz Diagramação Leonardo Cruz Tratamento de imagem Leon Sarmento

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VARIEDADES

A arte Reborn chega a Manaus pelas mãos da artesã Cricilene Serejo com o conceito inovador de bonecas realistas.

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Coluna: Merece cuidados na terceira idade Amanhã Dia do Idoso, conheça um dos problemas que afetam a terceira idade DA REDAÇÃO

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Saúde A expectativa de vida do brasileiro é, atualmente, de 76 anos. Isso significa que a população está envelhecendo e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contará com mais idosos que crianças, em 2060. A terceira idade já conta, inclusive, com uma data comemorativa no calendário: 1 de outubro é o Dia Mundial do Idoso.

Com o avanço da idade, os problemas da coluna também tendem a crescer, consequência natural de um processo degenerativo do corpo. A região vai se tornando mais frágil e suscetível a doenças, como hérnia de disco, escoliose, osteoporose, artrose, mielopatia cervical e espondilolistese. “Considerando que cerca de 90% das pessoas terão algum problema relacionado à lombalgia (dor de coluna) ao longo da vida, com comprometimento funcional agudo ou crônico, é de grande importância ter atenção com o tema, que gera consequências em níveis gerais para a saúde pública”, relata o neurocirurgião de coluna e especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) Alexandre Reis Elias. O médico relata a necessidade da aplicação de uma medicina integrada, multidisciplinar preventiva e curativa. “Não podemos reverter os processos degenerativos, mas podemos atuar para minimizar sua evolução e melhor conduzir seus efeitos, com hábitos e tratamentos que devolvam a funcionalidade e qualidade de vida aos pacientes”, explica o médico. Algumas práticas simples já podem fazer uma grande diferença e geram mais resultados, à medida que o paciente se discipline para o seu seguimento em longo prazo, para a vida toda. “São atitudes para uma melhora da saúde física e mental”, avisa o médico, que listou a seguir algumas medidas:

1. Alimentação: Mais do que comer alimentos saudáveis, comer de forma equilibrada é fundamental para a nutrição de fibras, ossos, músculos, colágeno, que são sustentação ao nosso corpo. Dentro desse tema, entra a importância também da manutenção do peso, para evitar sobrecarregar vértebras que, ao envelhecer, já tendem a estreitar e desgastar; 2. Atividade física: Ligado ao primeiro ponto, ter uma rotina de exercícios colabora para o aumento da força, flexibilidade, e boa sustentação da coluna, sendo a musculação especialmente indicada na terceira idade. RPG, Ioga e Pilates também são bastante indicados para o fortalecimento e reeducação postural. Entretanto, é importante praticar atividades físicas sob orientação profissional, para não haver riscos de realizar posturas erradas ou pegar peso em excesso; 3. Check-up médico: Consultar o especialista em coluna a partir dos 40 anos para a realização de checkup, incluindo análise de densitometria óssea para a aferição da densidade mineral dos ossos e identificação precoce de osteopenia e osteoporose é importante para a implementação de um tratamento de reposição de cálcio. Quando já há a presença de uma doença de coluna e não ocorre uma melhora com os tratamentos convencionais, alguns procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos podem ser indicados. “As técnicas vídeo endoscópicas oferecem menos dor pósoperatória e recuperação bem mais rápida, com o paciente podendo andar no mesmo dia.”, finaliza Alexandre. EM TEMPO | ANO XXX | N.º 9.886

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Medicina alternativa ganha força Auriculoterapia é uma terapia milenar que vem conquistando adeptos DA REDAÇÃO

A chamada medicina alternativa tem se consagrado no Ocidente. Técnicas como a auriculoterapia são cada vez mais aceitas como terapias complementares, inclusive, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, essas técnicas estão, inclusive, sendo aplicadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, quando foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Com esse método, é possível auxiliar no tratamento de uma série de problemas emocionais e psíquicos, como insônia, depressão e ansiedade; e físicos, como dores em geral, problemas nos sistemas digestório, respiratório, muscular e cardiovascular. A técnica também é usada em programas de emagrecimento e de abandono do tabagismo, entre outros. A auriculoterapia utiliza agulhas semipermanentes, sangrias, esferas magnéticas, cristais e sementes, sendo a mais comum a de mostarda, – quando baseada na escola chinesa – ou laser e eletricidade – quando inspirado na técnica francesa – para esti-

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mular pontos específicos da aurícula, que refletem em diversos locais do corpo. As técnicas chinesa e francesa diferem em relação a alguns pontos no mapa auricular, já que, para a francesa, eles não são fixos, mas trabalham com a mesma ideia de que os pontos refletem o funcionamento de órgãos e sistemas do organismo como um todo.

A resposta é imediata, como explica a terapeuta Adriane Lafemina, especialista da técnica chinesa: “Os resultados obtidos são rápidos e eficientes, pois, quando tratamos os pontos auriculares, estamos estimulando o próprio organismo a se curar, fazendo com que ele produza substâncias que venham restabelecer


Bem-estar

o equilíbrio do organismo”.

efeitos desagradáveis.

É importante lembrar que essa é uma terapia complementar e, portanto, não substitui os tratamentos convencionais. Mesmo assim, “é importante que o paciente se informe sobre a formação de seu terapeuta”, recomenda Adriane, pois um tratamento mal feito pode gerar

Justamente por isso, é feito um questionário durante a primeira sessão para identificar os problemas a serem trabalhados e de que forma isso será feito em cada paciente. No geral, a técnica é contraindicada para gestantes após o terceiro mês de gestação,

pessoas com hipersensibilidade, pessoas com transtornos psiquiátricos não diagnosticados, entre outros. Nessa entrevista também é possível estipular a duração do tratamento, baseada no objetivo e histórico de cada paciente. Além da formação, os preços costumam ser um fator a ser

considerado para quem pretende fazer a terapia. Os valores variam, dependendo da localização e da formação do profissional, mas é comum o oferecimento de pacotes, principalmente, quando se trata de acompanhamentos mais longos como no combate ao tabagismo e emagrecimento.

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As cores da primavera/verão 2019 Os tons rosados ganham força e vêm acompanhados do azul e amarelo DA REDAÇÃO

Vem chegando o final do ano e, com ele, as novas tendências da moda 2019. O Verão promete calor e muita luminosidade, e isso deve refletir no vestuário. A cartela de cores das coleções vem com tonalidades suaves, doces, mas não necessariamente românticas. O Inverno deixou a influência dos tons rosados que aparece agora em composições modernas e ousadas. Os tons de azul também seguem na moda, usados em tecidos diversos, desde sintéticos brilhosos, até sarjas; o que favorece a composição de looks monocromáticos que estarão em alta no Verão. Outra cor que segue poderosa é o amarelo. A cor do sol vem em tons extremamente claros, os pastéis, usados tanto para criar visuais monocromáticos de estética esportiva, quanto em composições que expressam maior feminilidade. Já o verde vem com uma proposta diferente, em tom suave, diferente do seu uso tradicional nas coleções de veraneio.

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Pode ser usado em uma única cor com cores doces e delicadas. Os tons dourados continuam em alta e assumem um visual casual, sem associação com o luxo e a extravagância. Tanto na moda infantil como

na feminina, o dourado estará presente nos mais variados produtos, do vestuário aos calçados, passando pelos acessórios. Tendência para a


Moda

nessa coleção o dourado vai estar em looks inteiros e materiais variados, inclusive nos paetês que podem aparecer nos detalhes do vestuário ou compondo peças inteiras; mas sempre combinando com modelagens casuais. Depois de compor diversos visuais nas passarelas, as listras ganham agora versões verticais e mais simplificadas. Outra estampa que é tendência é a clássica de floral. As estampas florais continuam em alta; a dica são os vestidos que trazem flores em escala média sobre bases claras, criando um visual romântico. O xadrez dos tabuleiros volta com tudo. Os padrões xadrez de grade e xadrez vichy, famosos pelas toalhas de piquenique nos filmes, estampam peças de veraneio. Vale o xadrez de todos os tamanhos. Lenços estampados estão de volta; feitos primeiramente por marcas de luxo, eles usam padronagens clássicas como arabescos e pasley, em estampas corridas de diversas colorações.

Os looks monocromáticos devem invadir as ruas

estação, a estética esportiva, que há tempos vem ganhando as ruas, pode se apoderar do dourado para dar um toque extra de brilho às rou-

Aproveite estas dicas para criar o seu próprio visual! Já pensou em se arriscar na arte de costurar a sua própria roupa? Pode ser uma “aventura” interessante. Pense nisso.

pas. E até a moda praia aderiu ao dourado! Ao contrário de temporadas passadas, que trouxeram a cor em detalhes de biquínis e maiôs,

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ilner Uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos dermatológicos é: a queda dos fios, afinamento dos mesmos ou até mesmo diminuição do volume capilar. É um problema que atinge a população mundial em grande proporção, tanto homens quanto mulheres. Há estudos demonstrando que 25% das brasileiras entre 35 e 40 anos e 50% daquelas com mais de 40 anos sofrem com o problema. Normalmente, a queda dos fios não é um sinal de alarme, pois pode acontecer de forma natural. Em média, perdemos de 100 a 200 fios diariamente. Mas quando devemos nos preocupar? Quando começamos a ter uma queda de mais de 200 fios por dias. Normalmente, temos um padrão de perda capilar. Eventualmente, se você acorda e tem no travesseiro ou no lençol da cama 10 fios de cabelo e, de uma hora para outra, você passa a ver que aquele volume está aumentado, é uma coisa que você tem que se preocupar. Ou então, quando você toma banho e no ralo tem alguns fios e, de uma hora para outra, aquilo começa a aumentar de quantidade. Dentre as causas, existem as quedas genéticas (popularmente conhecida com calvície), as sem causa definida (eflúvio telógeno) e

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Artigo

Ilner Souza

Dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

Queda de cabelo: quando devo me preocupar? as endócrinas ou metabólicas (tireoide, doenças crônicas). E o médico mais indicado que poderá fazer o correto diagnóstico sobre qual a causa da queda de cabelo e qual o tratamento mais indicado para cada caso, é o médico dermatologista. Para todas as causas, há cuidados específicos. Portanto, diagnosticar é o passo prioritário antes de começar a cuidar. O diagnóstico envolverá observações clínicas e também exames de sangue para avaliar os níveis hormonais. Nós, da Clínica Dr Ilner Souza, contamos com os mais modernos equipamentos para realizar o diagnóstico, como a Tricoscopia Digital (aparelho que faz o aumento do couro cabeludo em até 70x, permitindo a visualização e quantificação dos fios) e para realizar o tratamento adequado para cada causa específica, como Laser Fotona, Intradermoterapia Capilar, Terapia Celular, Peptídeos (importados da Turquia)

e medicamentos de uso tópico e oral. Se você desconfia que seu cabelo está caindo por alguma doença ou outra causa, é indicado que procure avaliação médica o mais possível, lembre-se que quanto antes o tratamento de qual-

quer uma delas, mais rápido será a normalização do crescimento dos fios. Ao se perguntar “porque meu cabelo está caindo muito”, leve em consideração que o diagnóstico e o tratamento são essenciais quando você quer evitar isso.


Especial

A trágica destruição do Museu Nacional, consumido por um incêndio no início do mês, colocou em pauta a necessidade desse tipo de instituição cultural mal compreendida pela sociedade e cuja missão é preservar o passado, para ajudar na construção do futuro de um povo, uma nação. No Amazonas não é diferente, há museus para todos os tipos de gostos, mas falta de público, de apoio e valorização são os principais problemas enfrentados.

Histórias que resistem ao tempo Museus do Amazonas preservam a cultura de um povo do maior estado do Brasil GERSON SEVERO DANTAS

Um trabalho do geólogo Fred Cruz, morto em um acidente de avião há dois anos, revelou a existência de 37 museus somente na capital amazonense, entre públicos e privados, sendo que a maioria preserva uma memória específica de um órgão ou instituição. São exemplos disso o Museu de Geologia, mantido pelo Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), com amostras de petróleo e rochas, o outro é o do Luso Sporting Club e do Hospital Beneficência Portuguesa, cujos acervos mantêm viva a presença e a contribuição portuguesa na vida social de Manaus, desde o período da borracha. A manutenção desses espaços é feita pelas instituições e dependem de recursos privados para tal. Há também o “Museu do Crime”, organizado pelo juiz Adalberto Carin Antonio, no prédio do Palácio da Justiça, no Centro, que guarda objetos relacionados a crimes que chocaram a sociedade amazonense; e o Museu do Teatro Amazonas, com a história das artes clássicas em nosso Estado. Em todos, a visitação é aberta, mas não é muito fácil e a frequência é baixa.

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Museu do Homem do Norte Destino quase igual teve o Museu do Homem do Norte, fruto de uma iniciativa do antropólogo pernambucano Gilberto Freyre e operado pela Fundação Joaquim Nabuco. Com um acervo voltado para a vida social amazônica, ele funcionou em um prédio na avenida Sete de Setembro, mas também, na virada do século, sofreu com a falta de estrutura e apoio e foi fechado.

RICARDO OLIVEIRA

O acervo foi repassado ao governo do Estado e hoje está em exposição no Centro Cultural Povos da Amazônia. Atualmente a instituição em pior situação é o Museu Amazônico, mantido pela Universidade Federal do Amazonas, que tem problemas de estrutura elétrica e hidráulica, mas que, segundo a instituição, não corre risco de ser fechado, pois os problemas estão sendo resolvidos.

MARCIO MELO

MARCELY GOMES

Museu do Índio Um dos museus mais famosos de Manaus é mantido pelas irmãs do colégio Santa Terezinha, trata-se do museu do Índio, que funciona na avenida Duque de Caxias, e vive dos recursos acumulados com os ingressos vendidos para grupos de turistas e pelas contribuições da ordem religiosa. A falta de público e de apoio para a manutenção dos acervos, contudo, colocam em risco a história preservada nos museus. Em Manaus, em meados da década passada, dois deles passa-

MARCELY GOMES

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ram dificuldades por conta desse problema.

RICARDO OLIVEIRA

DIVULGAÇÃO

A SEC cuida de nove museus públicos, sendo cinco deles no Palacete Provincial


Especial Diversidade nos museus públicos A Secretaria de Estado da Cultura cuida de nove museus públicos, sendo cinco deles concentrados no Palacete Provincial: Pinacoteca (artes plásticas), Laboratório de Arqueologia e os museus da Imagem e do Som (MIS), de Numismática (moeda) e Tiradentes (da Polícia Militar). Todos abrem de domingo a domingo de 9h as 14h. Os demais estão espalhados por espaços independentes, como a Casa de Eduardo Ribeiro, que guarda a memória do grande governador que ficou conhecido como “O Pensador” e fica aberto de 9h às 14h, o Museu do Teatro Amazonas, no próprio teatro, que funciona de 9h às 17h, de terça a sábado, e 9h às 14h, aos domingos e segunda-feira; o Museu do Homem do Norte, cujo acervo foi amealhado pela Fundação Joaquim Nabuco, organizada por Gilberto Freyre, e hoje está disponível para visitação no Centro Cultural Palácio Rio Negro de 8h às 17h ao longo da semana; 13h às 20h no sábado e 9h às 13h no domingo. O último é o museu Seringal Vila Paraíso, que reproduz a vida num seringal exatamente como na época da exploração da borracha na Amazônia e que funciona de domingo a domingo de 8h as 16h, com acesso por via fluvial até o igarapé do Tarumã-Mirim. Tanto o Palacete Provincial quanto os espaços independentes estão relativamente bem conservados, pois foram inaugurados ou instalados nos atuais locais ao longo dos últimos 10 anos. O público médio que visita essas estruturas oscila entre 12 e 15 mil a cada mês, segundo a Secretaria de Estado da Cultura.

Ping-Pong com

Turenko Beça Como está a estrutura de segurança dos museus do Estado?

JANAILTON FALCÃO

Curiosamente pouco antes dessa tragédia horrível que aconteceu com o Museu Nacional, nós promovemos um treinamento com os brigadistas dos nossos museus e toda a estrutura de extintores de incêndio foi reforçada. Qual o acervo dos museus atualmente?

RICARDO OLIVEIRA

São mais de 300 mil peças, entre objetos, mídias, fotos e outros. Só no Museu da Imagem e do Som (Misam) são mais de 200 mil peças.

em média. A nossa ideia é fazer um museu vivo para trazer a população e isso dá certo. Tivemos agora uma exposição geek que teve cinco mil visitantes. São públicos variados, de escolas, faculdades, igrejas e turistas. Nestes espaços mostramos que um museu proporciona lazer, ludicidade e educação de um povo, e funciona de domingo a domingo aproximando a cidade e sua história cultural.

Qual a importância dos museus para uma sociedade e como o senhor avalia a frequência de visitantes neles atualmente? MARCIO MELO

Só no Palacete Provincial são 12 mil

IONE MORENO

RICARDO OLIVEIRA

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Baby Reborn conquistam as crianças A artesã amazonense Cricilene Serejo produz bonecas realistas JOÃO GOIMES

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Variedades Quem nunca pensou em parar o tempo para que a beleza e a fofura dos bebês pudessem ser eternizadas ainda nessa fase? Agora isso já é possível! Mas calma, nós não estamos falando de ficção científica. Eternizar a beleza dos nenéns com a riqueza de detalhes físicos é a missão que a artesã amazonense Cricilene Serejo vem cumprindo com perfeição por meio da produção das bonecas conhecidas mundialmente como ‘Baby Reborn’.

A prática já existe há algumas poucas décadas, a arte Reborn nasceu na Segunda Guerra Mundial, quando mães sem condições de comprarem bonecas novas para suas filhas, desmontavam as que já possuíam e as reformavam como presentes para as crianças que psicologicamente ficavam abaladas por conta da violência. Com o final da guerra, as técnicas foram aperfeiçoadas e começaram a desenvolver bonecas muito parecidas com bebês de verdade. Hoje os materiais utilizados são importados dos EUA e países da Europa, eles são exclusivos para esse tipo de criação e fazem com que a riqueza de detalhes seja minuciosa. A prática dessa arte foi disseminada pelo mundo todo, cada país com suas intervenções culturais e peculiaridades. Atualmente existem ateliês dedicados exclusivamente à confecção de Bebês Reborn por todo o mundo. Em Manaus, a empresária Cricilene Serejo vem ganhando destaque com a produção dos brinquedos. A ex-cozinheira industrial, que antes ganhava 1 salário mínimo por mês, agora tem de se programar para dar conta das encomendas que já seguem planejadas até o final do ano. Com um preço que varia entre

As bonecas Baby Reborn variam entre R$2mil e R$3 mil reais

R$2mil e R$3 mil reais por boneca, a artista conta que produz até 20 unidades por mês. Todos os pedidos são feitos sob encomendas. “Minha história com as Reborns começou quando minha filha pediu uma de presente e, apesar do preço, que assusta no início, eu fiquei encantada com a perfeição do trabalho. Logo depois juntei dinheiro para fazer um curso de especialização no Rio de Janeiro e depois daí nunca mais parei. Já faz cerca de dois anos que dei início às minhas bonecas, mas, mais do que nunca, é perceptível como o mercado vem expandindo”, explica Cricilene, que ainda conta com a ajuda de Esther, uma amiga que se juntou ao time para fomentar o processo artístico na cidade. É preciso olhar uma, duas ou até três vezes para acreditar que o boneco produzido pela artista não é um bebê de verdade. Detalhes como os pelos, os cabelos e as veias chamam a atenção pela delicadeza com que são construídos. Com o Dia das Crianças se aproximando, Cricilene começa a atender,

também, encomendas para fora do Estado e já tem enviado bonecas para lugares como Paraná, Curitiba, Fortaleza. A produção dos bebês é feita passo a passo, cada membro do corpo é montado separadamente com tintas especiais, e, em um forno específico, os brinquedos começam a tomar forma. Os cabelos são colocados fio a fio, as expressões do rosto são feitas a mão e a dinâmica de produção do Baby Reborn traz à tona uma revolução no mercado entre os colecionadores e simpatizantes do mundo dos bonecos. “As pessoas pensam que apenas

as crianças brincam de boneca mas eu também tenho um público bem adulto. Os meus clientes são pessoas que querem cópias dos seus filhos ainda crianças para preservar o valor afetivo que essa idade traz. Outros clientes passaram por perdas na vida e adquirem os bonecos como um conforto sentimental. Já houveram casos inclusive de pacientes com alzheimer que evoluem no quadro de saúde após ter um bebê desse como companhia”, conta a artesã. O número para entrar em contato com a artista Cricilene Serejo é o (92) 9 9333-8900.

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Encantador e um destino turístico fenomenal é o Grand Canyon, nos Estados Unidos. Uma depressão que o Rio Colorado moldou durante milhares de anos à medida que suas águas percorriam o leito, aprofundando-o ao longo de 446 quilômetros. Este espetáculo da natureza chega a medir entre 6 e 29 quilômetros de largura e atinge profundidades de 1600 metros. Cerca de 2 milhões de anos da história geológica da Terra foram expostos pelo rio, quando este e os seus afluentes cavaram camada após camada de sedimentos. O Grand Canyon foi visto pela primeira vez por um europeu em 1540, o espanhol Garcia Lopez de Cardenas. A primeira expedição científica ao desfiladeiro foi dirigida pelo Major John Wesley Powell por volta de 1870. O explorador referiu-se ao lugar como “páginas de um belo livro de histórias”. No entanto, a área era já ocupada por nativos americanos que estabeleciam povoados ao longo do desfiladeiro. Hoje o Grand Canyon é considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo e visitado por milhares de turistas dos quatro cantos do planeta, gerando receita para as cidades e populações ribeirinhas ao desfiladeiro.

Uma paisagem de encher os olhos O Grand Canyon é Patrimônio Mundial da Unesco, fica no norte do estado americano do Arizona DA REDAÇÃO

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O enorme desfiladeiro tem várias áreas diferentes, todas com infraestrutura para receber visitantes; a parte mais famosa é o Parque Nacional do Grand Canyon, que está dividido em duas grandes áreas, o lado norte (North Rim), que é mais acessível, e o lado sul (South Rim). No extremo oeste do desfiladeiro ficam a Reserva Indígena de Havasupai e a Reserva Indígena de Hualapai. E falando em reserva indígena, em Hualapai foi construído um maravilhoso mirante, o Grand


Turismo

um destino turístico fenomenal é o Grand Canyon, nos Estados Unidos

Grand Canyon. O local está fora do circuito de visitas; segundo os hopis, o ser humano e os animais emergiram de um mundo mais antigo, dentro da terra, para este mundo no qual vivemos.

Canyon Skywalk, cujo piso de vidro avança sobre o desfiladeiro e oferece ao visitante inusitada vista do cânion. Situado a 1450 metros acima do Rio Colorado, é proibido fotografar e para ter acesso a esta região do parque é preciso comprar ingresso separado.

O Grand Canyon é Patrimônio Mundial da Unesco; descer o cânion equivale a uma viagem no tempo. Os índios hopis viveram naquela área por mais de mil anos e consideram o lugar sagrado, especialmente Sipapu, uma abertura na rocha localizada na confluência dos rios Colorado e Little, a leste do

É bom saber como é o clima na região. É a unanime a opinião de que é uma terra de extremos, ou seja, pode ser muito quente durante o dia e gelado, à noite porque prevalece o clima desértico. Ao mesmo tempo pode ocorrer neve no topo do desfiladeiro enquanto que se toma banho de sol de verão às margens do rio. Especialmente para quem pretende caminhar pelo desfiladeiro precisa ter cuidados extras, precavendo-se contra o calor e contra o frio. As cidades mais próximas são Las Vegas e Phoenix; partindo do aeroporto destas cidades, o mais usado é Aeroporto do Parque Nacional do Grand Canyon situado na entrada do lado sul do parque, local onde se dirige a maioria dos visitantes, inclusive

aqueles que chegam de carro. Dotado de completa infraestrutura, nem só de granito cinza e branco, arenito vermelho e branco, calcário vermelho-escuro e argila verde é feito o Parque do Grand Canyon. O visitante conta com um moderno centro que inclui cinema, livrarias, exposições, posto de gasolina, banheiros com chuveiros individuais, restaurantes e área de camping. Um dos pontos mais visitados é a Torre de Vigia de Desert View; decorada interiormente com arte indígena, foi construída em 1932 e imita uma torre pré-histórica e oferece vista espetacular do desfiladeiro. Se a intenção é levar presentes para quem ficou em casa, um dos melhores lugares é a Casa Hopi, no Grand Canyon Village. Trata-se de uma casa centenária que abriga uma loja especializada em arte indígena, com maravilhosos tapetes e cerâmica, entre outros objetos.

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contato@arquitetandomanaus.com.br www.arquitandomanaus.com.br arquitetandomanaus @pricardosachs

PAULO RICARDO SACHS

Atualmente no mercado nacional e internacional de mobiliário e na alta decoração.

Baniwa Studio e o designer Sérgio J Mattos Mais que função o Design tem o poder de abrigar história, memória e laços afetivos. É dessa percepção – forrada com a essência da brasilidade – que o designer mato-grossense Sérgio Matos se abastece e nutre o desenvolvimento de produtos de mobiliário e decoração. Tudo referendado no caldeirão cultural com tempero mestiço. A base sólida da criação finca os pés na regionalidade, na identidade

que resiste ao tempo e preserva técnicas e saberes ancestrais. O feito à mão, com calor humano, estampa o selo da originalidade. Sérgio J Matos, 41 anos, nascido em Paranatinga, pequena cidade do Estado do Mato Grosso, que é considerada o portal da Amazônia, por ser o Município mato-grossense que mais p próximo do Parque Xingu, veio para a re-

gião Nordeste no ano de 2001 para cursar Design na Universidade Federal de Campina Grande, onde se formou no ano de 2005. O fato de ter nascido em uma região próxima a reserva indígena do Xingu, cercado pela diversidade natural da floresta, aprendeu desde cedo a ter curiosidade em conhecer, admirar e observar essa cultura, que o despertou e estimulou a buscar formas de trabalhar com esses

materiais. Sérgio esteve neste sábado 29, na Baniwa Studio loja de complementos que distribui seus produtos em Manaus para workshop com profissionais especificadores e formadores de opinião. O evento contou com o apoio do Sebrae. Conheça ç a Baniwa, na Fortaleza 544. IG @baniwastudio

Cadeira Chita

O designer Sérgio J Matos. Banco Ipê verde.

Poltrona Caçuá.

Poltrona Cariri.

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Luminária.




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