R$ EXEMPLAR
2,00 DE ASSINANTE
VENDA PROIBIDA PREÇO DESTA EDIÇÃO
O JORNAL QUE VOCÊ LÊ
DIEGO JANATÃ
RICARDO OLIVEIRA
DIEGO JANATÃ
ANO XXVII – N.º 8.525 – DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO
DO VELHO VIVALDO LIMA PARA A MODERNIDADE DA ARENA, NADA MUDOU NO FUTEBOL AMAZONENSE
FALÊNCIA FUTEBOL CLUBE
QUEM MATOU
NOSSO FUTEBOL? INCÊNDIO DE CARROS PODE SER CRIMINOSO
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO/CMM
O EM TEMPO TENTA DESVENDAR AS CAUSAS QUE MATARAM O FUTEBOL AMAZONENSE, QUE JÁ VIVEU TEMPOS ÁUREOS, MAS FOI PARA O FUNDO DO POÇO, DE ONDE NUNCA MAIS SAIU. O QUE RESTA HOJE É UM FESTIVAL DE FRACASSOS, AMADORISMO E FALTA DE INVESTIMENTOS QUE SE ARRASTA POR MAIS DE 30 ANOS. PÓDIO E3 A E9
Para uns, é arte e estilo de vida, para outros, é esporte, mas o fato é que o bodybuilding está roubando a cena e ganhando vários adeptos.
Rozenha cumpre seu primeiro mandato como vereador
ROZENHA
‘A Câmara precisa de mais democratização’ RAIMUNDO VALENTIM
Vice-líder do prefeito Arthur Virgílio Neto na Câmara Municipal de Manaus, o tucano Ednaílson Rozenha está cotado para ser o próximo presidente da casa. Com a palavra A7 Consolidada no exterior, a construção a seco é uma tecnologia que dispensa consumo de água na hora de construir.
Maior nome da literatura portuguesa do século 19, Eça de Queiroz ganha uma biografia recém-lançada no Brasil.
Fux participou da homenagem ao ex-senador Bernardo Cabral
EM MANAUS
Luiz Fux defende reforma processual
Os quatro veículos estavam estacionados na rua Comandante Lasmar, no bairro da Paz
Em visita a Manaus, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, defendeu a importância de se fazer uma reforma no Código de Processo Civil. Última Hora A2
Mistério no incêndio de quatro veículos pertencentes à Prefeitura de Manaus. Na madrugada de ontem, o Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo dos carros do Distrito de Saúde da Zona Centro-Oeste. Última Hora A2
FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELEIÇÕES E ELENCO.
Alimentos leves e que ajudam a relaxar – como maçã, pepino, frutos do mar e ervas – auxiliam na qualidade do sono. TEMPO EM MANAUS
MÁX.: 31
MÍN.:
23
Última Hora
A2
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Familiares antecipam visitas aos cemitérios
LUIZ FUX
Ministro do STF prestigia homenagem a Cabral
Durante todo o dia de ontem, inúmeras pessoas foram prestar suas homenagens aos seus mortos, nos diversos cemitérios da cidade de Manaus DIEGO JANATÃ
Familiares prestando suas homenagens a parentes mortos, no cemitério Parque de Manaus, mais conhecido como Tarumã EMERSON QUARESMA Equipe EM TEMPO
A
véspera do Dia de Finados, ontem, deu o tom do que se espera para o dia de hoje nos grandes e nos pequenos cemitérios de Manaus. Milhares de homens e mulheres resolveram aproveitar o sábado para limpar os túmulos de parentes, depositar flores e acender velas e, desta forma, aproveitar o domingo para outras atividades. O aposentado Domingos Guedes, 70, foi ao cemitério Santa Helena, bairro São Raimundo, Zona Oeste, fazer o que virou tradição. Primeiro cuida do jazigo do pai Manoel Fernandes, para depois partir para o município de Itapiranga (a 227 quilômetros de Manaus), onde está o túmulo da sua mãe, Etelvina Guedes. “Lá
em Itapiranga, os meus irmãos cuidam do jazigo da nossa mãe e eu cuido do nosso pai em Manaus”, afirmou. Já o aposentado Raimundo Santos, 72, foi ontem ao cemitério Santa Helena, no São Raimundo, Zona Oeste, cuidar do túmulo do irmão, Pedro Siqueira, para que hoje possa ir ao cemitério Parque Tarumã, bairro Tarumã Zona Oeste, visitar o da esposa Francisca Moitinho dos Santos. Ele, que é natural de Óbidos, no Pará, contou que no próximo ano, nessa temporada, estará na sua cidade para cuidar do jazigo dos seus pais. “Eu sempre faço isso. Um ano fico aqui, no outro eu vou para Óbidos”, comentou. A dona de casa Ana Gonçalves da Trindade, 64, disse que foi ontem ao cemitério São João Batista para evitar o que
Piedade O mais tranquilo dos cemitérios, ontem, era o de Nossa Senhora da Piedade, na avenida Torquato Tapajós, bairro Tarumã. Dos menores de Manaus, ele não aparenta tradição por ficar escondido por detrás do antigo balneário da Telamazon. Mas é lugar de muitas histórias. Inaugurado em 1901, no governo de Eduardo Ribeiro, o Piedade serve a poucas famílias que atraves-
PISTOLAGEM
NO MAR
Chile emite alerta para tsunami, após terremoto Um terremoto de 6 graus na escala Richter, no meio do Oceano Pacífico, fez o Chile, na América do Sul, soltar um alerta de risco de tsunami para as cidades ao longo de sua costa. O terremoto, que é classificado como forte, aconteceu na manhã deste sábado, a 544 quilômetros da ilha de Páscoa e a 10 quilômetros de
ele classificou como “tumulto”. Primeiro, ela passou pelo cruzeiro para fazer uma oração pelos pais, que estão enterrados no município do Autazes (a 113 quilômetros de Manaus), como determina a doutrina católica. Depois, visitou o jazigo da família. “O tumulto é tão grande que não dá nem para chegar ao cruzeiro”, explicou.
profundidade. Famosa A ilha chilena é famosa pelas estátuas gigantes, criadas pelo povo Rapa Nui, e fica a 3.700 quilômetros da costa chilena. Cerca de 6.000 pessoas habitam a ilha, que é o local com maior risco de ser atingido por uma possível onda gigante.
Polícia apresenta suspeito O autônomo Josias de Oliveira Pereira, 26, foi apresentado, na manhã de ontem, na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), apontado pela polícia de ter matado a vigilante Valcine Fernandes da Silva, 38, na última segunda-feira, 27, na rua Aymoré, bairro Novo Israel, Zona Norte de Manaus. O suspeito foi preso na madrugada de ontem, por policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), na rua do Passeio, no mesmo bairro em que morava a vítima. Em depoimento à polícia, o suspeito confessou que tinha sido contratado para matar a vigilante por uma quantia de R$ 200, e que o mandante do crime seria o ex-companheiro de Valcine. Na apresentação, Josias disse estar arrependido e que pedia desculpas à família da vítima por ter ocasionado este “constrangimento”. Josias foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para a realização dos exames e em seguida encaminhado para a Cadeia Raimundo Vidal Pessoa, Centro.
sam gerações. O representante comercial Carlos Alberto Mota, 43, contou que no lugar a sua família tem para mais de 30 jazigos. O mais antigo que ele conhece é o da sua avó Madalena Mota, enterrada no lugar desde 1966. O mais recente é o do seu irmão Jacílio Mota, vítima de sequestro relâmpago, em 2008. A doméstica Graça Lima, 62, falou do carinho que tem pelo cemitério onde estão guardados todos os membros da família que já partiram. “Minha avó, que está enterrada aqui, me trazia para cá desde quando eu era criancinha. Nós tomávamos banho num igarapé que tinha nas proximidades. Hoje (ontem), estamos limpando os jazigos. Amanhã (hoje), eu voltarei para acender velas e deixar as flores”, comentou.
Em rápida passagem por Manaus, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, foi uma das autoridades a prestigiar a inauguração do auditório José Bernardo Cabral, localizado no Centro Preparatório de Ensino Aufiero, ocorrida na noite da última sexta-feira. O evento serviu para homenagear o ex-senador amazonense Bernardo Cabral. Durante seu discurso, Fux lembrou da importância da reforma do Código de Processo Civil. “Recebemos mais de 60 mil e-mails com sugestões e isso para nós é muito importante, pois mostra que as pessoas estão preocupadas com o rumo da Justiça no Brasil”, disse. Ele também contou com carinho sobre sua amizade com Bernardo Cabral. “Nós éramos vizinhos no Rio de Janeiro e já tivemos experiências inesquecíveis. Ele é, sem dúvida, um grande homem”. Ao longo do evento, Cabral fez questão de ressaltar a importância da homenagem. “Nunca imaginei ser reconhecido dessa forma na minha própria terra. Nunca imaginei ser reconhecido como um homem imprescindível,
como disse a Denize Aufiero. Estou bastante grato por essa homenagem”, disse. Honra Quebrando o protocolo, o ex-senador disse que deixaria o prefeito de Manaus, Arthur Neto, finalizar a solenidade. Entre as curiosidades da noite, uma das personalidades que compôs a mesa foi o mestre Osvaldo Alves, professor de jiu-jítsu do próprio ministro e convidado pelo próprio Fux ao evento. Além dos anfitriões Denize e Aniello Aufiero, o evento contou com a presença do vice-presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Aristóteles Thury; da presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desembargadora Socorro Guedes; do prefeito Arthur Virgílio Neto; do procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro;do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Josué Filho; e do vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Amazonas (OAB-AM), Marco Aurélio Choy. RAIMUNDO VALENTIM/TJAM
Luiz Fux (de gravata verde), durante evento em Manaus
CRIMINOSO
Veículos incendiados na madrugada Quatro veículos pertencentes ao Distrito de Saúde da Zona Oeste (Disa Oeste) da capital foram encontrados em chamas na madrugada deste sábado. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (BTAM), a ocorrência foi atendida às 5h13, na rua Comandante Paulo Lasmar, no Conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, Zona Centro-Oeste. Ainda conforme os bombeiros, os veículos de modelo
Ford Ranger, cor branca, placa OAI-4920; Ford Fiesta, cor vermelha, placa OAN-1868 e Mitsubischi L200, cor branca, placa OAL-9358, tiveram perda total. Um outro veículo L200, também de cor branca, placa OAL- 9648, que também estava no local, teve a lateral esquerda danificada. Segundo policiais militares da 17ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), quatro vândalos teriam invadido o estacionamento do Disa Oes-
te, que pertence à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), munidos com gasolina e usaram o combustível para incendiar os carros. Foram necessários 60 litros de Líquido Gerador de Espuma (LGE) e de 4 mil litros de água para apagar as chamas. O tempo de resposta dos bombeiros foi de 8 minutos. Os veículos foram entregues ao vigilante do local, identificado como Fábio da Silva Souza. DIVULGAÇÃO/CORPO DE BOMBEIROS
Veículos da Disa Oeste foram incendiados na madrugada deste sábado, tendo perdas totais
Opinião
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Contexto 3090-1017/8115-1149
A3
Editorial
marioadolfo@emtempo.com.br
opiniao@emtempo.com.br
‘Desobediência’ parlamentar
A estratégia de Carlos Souza Derrotado na tentativa de se reeleger na última eleição, o deputado federal Carlos Souza (PSD-AM) disse que renunciou porque compreendeu o “recado das urnas”. — Não me sentiria confortável em permanecer mais esses meses sem corresponder às expectativas em mim depositadas pelo povo amazonense, a quem agradeço de coração a confiança e o carinho –, diz Carlos Souza. Mas não é bem assim. Com a renúncia, Souza perde a prerrogativa do foro privilegiado e não pode ser julgado pelo Supremo. E aí o processo passa a tramitar na Justiça estadual. Pauta do Supremo Carlos Souza é acusado pelos crimes de tráfico ilícito, uso indevido de drogas e prescrição culposa de drogas. A decisão veio na semana em que o Supremo Tribunal Federal decidiu que o processo, aberto em 2012, seja incluído em pauta para julgamento. Desmotivado Em carta lida no plenário, Souza diz que decidiu renunciar após “profunda” reflexão por não ter sido reeleito no último dia 5 de outubro, quando tentava a reeleição para o seu quarto mandato. — Sinto-me desmotivado para continuar no exercício do cargo, preferindo deixar o mandato consciente da minha atuação amplamente reconhecida -, diz Souza. Rebecca prefeita? Derrotados na corrida pelo governo do Amazonas, o senador Eduardo Braga (PMDB) e a sua ex-candidata a vice, deputada Rebecca Garcia (PP), não desfizeram a parceria. A revelação foi feita pela revista “IstoÉ”. Braga disse a Rebecca que vai apoiá-la na campanha à Prefeitura de Manaus em 2016. Quem sabe, ministra Líder de Dilma Rousseff no Senado, Braga já trabalha para que a presidente nomeie Rebecca para um cargo no governo federal. Mamãe, eu quero
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) vive agora intensas articulações internas. O foco da disputa é a troca da presidência da casa e do novo nome que será líder do prefeito Arthur Neto (PSDB). Dizem que, nos bastidores, a briga tem sido de foice no escuro. Mais cotado Para substituir Bosco Saraiva (PSDB), o tucano Edinailson Rozenha é o que está mais à frente nas negociações. O vereador já conta com apoio de pelo menos 30 parlamentares, uma maioria esmagadora. Rejeição Nome teoricamente natural para disputa, Wilker Barreto (PHS) enfrenta intensa resistência interna na casa. A base de Arthur se queixa da falta de diálogo com Barreto e vê em Rozenha a chance de mais abertura com o governo. Vai sair do G-4 Para a liderança na casa, os nomes mais cotados não estão entre os quatro vereadores mais influentes no governo Arthur – Sildomar Abtibol, Mário Frota, Wilker e Rozenha. Nome novo Internamente, fala-se que o prefeito quer um nome novo e com voz ativa no plenário. A sinalização dada por Ar-
APLAUSOS
Regi elvis@emtempo.com.br
thur a interlocutores tornou os vereadores Hiram Nicolau (PSD), Marcelo Serafim (PSB) e Walfran Torres (PTC) os mais cogitados para o posto. Grito pela BR-319 O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) defendeu no plenário do Senado a continuidade dos estudos sociais, econômicos e ambientais que estavam sendo realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para o licenciamento da obra de reconstrução da BR-319, rodovia que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). Por que parou? O DNIT decidiu paralisar as obras na BR-319 porque o Ibama ainda não teria se manifestado sobre a necessidade de incluir ou não no processo de licenciamento o estudo antropológico, ambiental e social de 34 terras indígenas que se encontram ao longo da rodovia. Índios fora Ao chamar a atenção para a paralisação das obras de restauração da rodovia, Gurgacz afirmou que a a BR-319 é uma necessidade para a integração da Amazônia. O senador afirmou que as terras indígenas estão fora da área de abrangência da rodovia, conforme determina a lei. — Portanto, do ponto de vista legal, não haveria necessidade do referido estudo.
VAIAS
Senador Gurgacz
O Congresso Nacional está indócil e joga para uma plateia descrente (e exausta, mal saída de dois turnos de eleições em que não foram discutidos senão vícios e virtudes de candidatos) um espetáculo de péssima qualidade, com o foco insistente na “desobediência” ao Executivo, que se reelegeu para realizar mudanças que já deveriam ter sido feitas, ao menos desde que a ditadura civil-militar entregou o poder a civis, depois da missão cumprida. Os partidos da base aliada do Executivo, unidos para não serem vencidos, se estraçalharam em seus currais eleitorais onde houvesse uma possibilidade (e não uma certeza) de voto. “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. A presidente reeleita ensaiou um discurso de mudança muito pouco substantiva e muito menos compreensível até para os mais iniciados em ciências ocultas. Até mesmo a análise mais racional costuma referir um “projeto de poder” petista, que nem mesmo o PT consegue definir. Não é o senso de oportunidade que enseja a vitória, mas oportunismo que define o DNA de quem se construiu no ressentimento político. PT e PMDB fizeram parte desse jogo de que saiu dividido o país e que agora (mas somente agora?) se pretende “unir”. Unir o quê? Em torno de quê? Sim, é necessário um diálogo. Mas ele começou, certo ou errado, durante os dois turnos dessas eleições movida por esse ressentimento antigo e pelos rancores mais recentes. Essa “desobediência” parlamentar, que “derrota” em plenário propostas concebidas às pressas pelo Executivo, o eterno manda-chuva da República, soa ridícula, tanto quanto as propostas derrotadas. Não é um cabo de guerra, como pretende ser entendido pela plateia. É apenas uma acomodação de interesses. Discute-se, fora do palco, nos bastidores, quem herdará as capitanias hereditárias, que acabaram de perder os donos.
Para quem mancha a toga DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Para o senador Acir Gurgacz (PDTRO), que parece ser voz isolada na defesa da BR-319. Infelizmente, no Amazonas, nossos políticos no Congresso Nacional só debatem a importância da rodovia em época de campanha eleitoral.
Para uma minoria de magistrados de todo o país que envergonham a toga. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, o CNJ, em sete anos de atividades, já condenou 49 deles. A maioria (24) foi punida com a aposentadoria compulsória, 15 afastados em decisões liminares e 6 colocados à disposição sem poder julgar.
João Bosco Araújo opiniao@emtempo.com.br
Diferentes e semelhantes Todos nós, humanos, estamos integrados num mesmo grupo zoológico e assim constituímos uma só espécie, a “Espécie Humana”, inserida no Gênero Animal que a nós abriga juntamente com todos aqueles nossos parentes, próximos e distantes, os “bichos” deste planeta, quiçá também de outros, alhures, espalhados por este Universo de Deus. Mas, enfocando-nos com exclusividade, como tanto agrada à vaidade humana, traços e caracteres comuns a todos nos unem em apenas um grupo específico e o velho Aristóteles já dizia que esses atributos presentes em todos os indivíduos da espécie são precisamente os que constituem a sua essência e não podem faltar a nenhum deles, sob pena de mutilação. A situação remete a uma pessoa que esteja a olhar para um autêntico tapete persa. Se o seu interesse recai exclusivamente sobre o genérico, enfoca-o à distância e tem a visão do conjunto, do todo, com a inevitável perda ou, pelo menos, a negligência dos detalhes, inclusive das desigualdades e dos “defeitos” que não podem faltar na obra feita à mão. Acontece que essas irregularidades precisamente agregam valor à produção artística, enquanto a simetria e a igualdade absolutas somente se apresentam na tapeçaria produzida pela máquina, o que lhe reduz consideravelmente o valor. Há ainda o apreciador que se vê atraído pela beleza total e plena da obra, mas que depois se aproxima para também desfrutar dos detalhes da tecedura e dos tratamentos diferenciados que cada parte do tapete recebeu, muitas vezes em razão dos momentos diversos e das emoções variáveis do tecelão. Ai daquele que pretenda obrigar ao artista (e também ao bom expectador da arte) um modelo impositivo a ser seguido e adotado como um estereótipo. Estará tentando aprisionar a arte
e o artista numa gaiola que jamais poderá contê-los. A propósito, a Igreja Católica acabou de realizar um sínodo, ou seja, um concílio, com presença e participação de bispos e cardeais, a fim de definir posições referentes à fé e à moral cristãs. Já na abertura do evento, o papa Francisco apelou e recomendou a todos os participantes que se liberassem e externassem as suas mais autênticas convicções sobre todo e qualquer tema que viesse a ser tratado nas reuniões. Ou seja, antes mesmo do começo, o pontífice já deixava claro que ali não estava reunido um rebanho passivo, submisso e padronizado, mas sim um grupo de homens absolutamente individualizados, diferenciados e marcados como pessoas originais e dignas de respeito. O tapete, como um todo, desfrutava da unidade e da harmonia que a obra exige, mas suas nuances e particularidades também ganhavam relevância. À conclusão do conclave, aí sim, apareceu a marca que a Igreja Católica ora recebe sob o pontificado de Francisco e dos irmãos que pensam e sentem como ele e que o apoiam em sua caminhada pastoral. Não que inexistam os focos de resistência e as variáveis divergentes entre aqueles que portam os cetros católicos. Mas esses também são ouvidos e acolhidos com fraternidade, percebidos como aqueles detalhes e minudências conflitantes, mas que também agregam valor como os pontos desarmônicos do tapete. Valeu o sínodo e valeu, sobretudo, para deixar claro, até como jurisprudência eclesial, que o diferente tem acolhida na Igreja; que é preciso encontrar os lugares para receber, à maneira cristã, os homossexuais, os divorciados, os vistos como heréticos ou apóstatas e quantos mais a ela busquem.
João Bosco Araújo Diretor Executivo do Amazonas EM TEMPO
Valeu o sínodo e valeu, sobretudo, para deixar claro, até como jurisprudência eclesial, que o diferente tem acolhida na Igreja; que é preciso encontrar os lugares para receber, à maneira cristã, os homossexuais, os divorciados, os vistos como heréticos ou apóstatas e quantos mais a ela busquem”
A4
Opinião
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Frase
Painel VERA MAGALHÃES
Torturadores na mira O relatório final da Comissão da Verdade defenderá a responsabilização criminal de agentes da ditadura militar (1964-85) acusados de torturar e matar presos políticos. A decisão foi tomada em reunião fechada, por cinco votos a um. O advogado José Paulo Cavalcanti foi o único contrário à ideia. Agora a comissão definirá se pede abertamente a revogação da Lei da Anistia, que protege os acusados de violar direitos humanos, ou se deixa a tarefa para partidos e movimentos sociais. Saldo final A comissão deve fechar em 420 o número de mortos e desaparecidos. Todos serão reconhecidos como vítimas do regime autoritário e terão suas histórias contadas no relatório. Não deu Uma das principais metas do grupo não pôde ser alcançada: a localização de restos mortais dos cerca de 150 desaparecidos. Só houve sucesso em um caso: o de Epaminondas Gomes de Oliveira, morto em um hospital do Exército em 1971. Não ajudaram Integrantes da comissão reclamam que as Forças Armadas sonegaram documentos e criaram muita dificuldade para a busca das ossadas. A queixa deve entrar no relatório final.
assinará o relatório. Ele ainda é um dos sete integrantes da comissão, mas se afastou por motivo de saúde em abril de 2013 e não voltou.
Achava que o texto só entraria na pauta na próxima semana. Senadores viram novo sinal de que o Planalto perdeu o pulso do Congresso.
Caixa de Pandora Um ministro que conhece o Congresso como a palma da mão aposta que a disputa pela presidência da Câmara ficará em suspenso até que se conheçam todos os políticos investigados no caso da Petrobras.
Volta, Lula Nas primeiras reuniões depois da vitória de Dilma, parlamentares do PT desabafaram: as bancadas do partido passaram os últimos quatro anos afastadas do Planalto.
Vem bomba O auxiliar de Dilma Rousseff diz que a revelação dos parlamentares que receberam do doleiro Alberto Youssef forçará um rearranjo na Câmara e no Senado. “A eleição começa quando a lista vier à tona. Será avassaladora”, prevê.
Só faltava essa Entre as centenas de sugestões que o órgão recebeu de entidades civis, duas propunham a criação de conselhos para controlar a mídia. A ideia foi rechaçada pelos comissários. A censura à imprensa foi uma marca da ditadura.
Chegou atrasado Horas depois de uma comissão especial do Senado aprovar medida provisória que muda a carreira da Polícia Federal, na quinta, o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) telefonou para os senadores da base orientandoos a não votar o projeto.
Menos um Recém-aposentado do Superior Tribunal de Justiça, o ministro Gilson Dipp não
Volta às aulas Avisado de que a votação já havia acabado, Berzoini se surpreendeu.
Já que o governo já foi salvo pelo gongo das eleições, ele deveria ser razoável e lançar um programa de economia de energia. A situação atual é muito semelhante à vista em 2001. Tudo depende do início de novembro. Se não chover, será muito difícil manter a segurança do sistema elétrico sem a redução do consumo Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, afirma que este é o momento mais crítico do sistema no ano e que o governo deveria lançar um programa de economia do consumo de energia. Os níveis dos reservatórios de usinas hidrelétricas estão críticos.
Olho da Rua opiniao@emtempo.com.br ALBERTO CÉSAR ARAÚJO
Jardineira Enquanto corria a campanha, em outubro, a Presidência assinou contrato de “irrigação automatizada” do gramado do Palácio da Alvorada. Vai custar R$ 259 mil em cinco meses. Usucapião Petistas tentam sufocar a candidatura de Milton Leite (DEM) à presidência da Câmara Municipal de São Paulo. Ele é símbolo do chamado “centrão”, que se arrasta da esquerda à direita conforme o prefeito da vez. Cartas na mesa No PT, Arselino Tatto e Paulo Fiorilo disputam o apoio de Fernando Haddad. Os dois querem a cadeira do atual presidente, José Américo Dias, que se elegeu deputado estadual.
Tiroteio
Sabia-se que os manauenses são apreciadores, muitas vezes sem moderação, de bebidas à base de álcool. Mas a inexpressiva vazante do rio Negro, ali pelas bandas de São Raimundo, revela que os apreciadores de refrigerantes também são numerosos, tanto quanto inimigos do meio ambiente
Dom Sérgio Eduardo Castriani opiniao@emtempo.com.br
Não sustentamos que houve fraude. Só não vamos abrir mão de representar a parcela da população que quis tirar o PT do governo”
Fiéis defuntos
ALBERTO GOLDMAN, vice-presidente do PSDB, sobre o pedido de auditoria das urnas eletrônicas, que teve como base reclamações de eleitores na internet.
Todos os anos, reservamos um dia para expressar nossa saudade e registrar a dor que nos traz a ausência de nossos entes queridos que já não estão mais entre nós. Tendo recebido a visita da irmã morte, na linguagem poética inspirada na fé do grande Francisco, deixaram a nossa convivência para entrar no mundo das recordações e lembranças, tão real que faz doer o coração e aperta o peito quando imagens do passado, às vezes tristes, às vezes alegres vêm povoar a nossa mente. Libertamo-nos então do presente que pode ser opressor e vamos buscar no passado, tão atual, forças novas e motivações renovadas para construir o futuro e apoderar-nos da história. A morte, ensinava-me uma amiga versada nas ciências da mente, psicóloga da religião, é um dado natural, e assim como nascemos, morremos. Ouvi isto quando aquela que me gerou enfrentava num leito de dor a batalha final, o momento de deixar o tempo e entrar na eternidade. Foi um esclarecimento importante, e ajudou no entendimento do que estava acontecendo, mas não tirou nem um milímetro da dor, como se a dor pudesse ser medida. Velas e flores fazem parte deste dia. Os cemitérios se iluminam e se aquecem se enfeitando quais árvores da vida, frondosas a beira da água, resistindo ao tempo e à decomposição. Os rituais fúnebres permitem que nos apropriemos da morte e expressam a nossa recusa em aceitá-la superando os limites que ela impõe. Não enterrar os mortos é desumanizar-se. Não permitir que o façam é superar os limites de toda opressão e é característica de regimes ditato-
Contraponto
O biscoito do deputado Ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Felix Fischer passou boa parte de sua gestão tentando aprovar uma emenda constitucional para barrar os processos repetitivos. O deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), dono de uma fábrica de biscoitos, relatou o texto na Câmara. Um dia, o parlamentar foi a uma reunião no STJ carregado de guloseimas. Enquanto Fischer discursava, um deputado gaiato ergueu um biscoito e pediu aparte: – Nobre deputado Sandro Mabel, sinto informá-lo e aos presentes, mas sua rosquinha está queimada. A reunião teve que ser interrompida. Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”
CENTRAL DE RELACIONAMENTO Atendimento ao leitor e assinante ASSINATURA e CLASSIFICADOS
3211-3700 assinatura@emtempo.com.br classificados@emtempo.com.br
REDAÇÃO
3090-1010 redacao@emtempo.com.br
3090-1001 circulacao@emtempo.com.br
Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM
www.emtempo.com.br
@emtempo_online
Diretor de Redação Mário Adolfo marioadolfo@emtempo.com.br Editora-Executiva Tricia Cabral — MTB 063 tricia@emtempo.com.br Chefe de Reportagem Michele Gouvêa — MTB 626 michelegouvea@emtempo.com.br Diretor Administrativo Leandro Nunes administracao@emtempo.com.br
CIRCULAÇÃO
DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO
Presidente: Otávio Raman Neves Diretor-Executivo: João Bosco Araújo
Gerente Comercial Gibson Araújo comercial@emtempo.com.br EM Tempo Online Yndira Assayag — MTB 041 yndiraassayag@emtempo.com.br
/amazonasemtempo
/tvemtempo /
Os artigos assinados nesta página são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.
riais que suprimem a liberdade e pisoteiam a dignidade humana. Cuidar dos cemitérios é valorizar a vida. A liturgia católica, além de proclamar a fé na ressurreição de Jesus e, consequentemente, da nossa, traz no seu conteúdo e orações a ideia do sufrágio. Isso quer dizer que rezamos pelos falecidos e na intenção deles. Acreditando na comunhão dos santos, isto é, numa união tão profunda que nem a morte destrói, e na força da intercessão, que supõem a fé num Deus, que ouve e que fala, permanecendo em comunicação com suas criaturas, pedimos que este Deus, que é Mistério de amor, receba os falecidos, purificando-os, se necessário, de tudo o que impede a comunhão no amor. O mistério pascal celebrado e tornado presente na Eucaristia é a fonte primeira e inesgotável deste Amor redentor, por isto atualizá-lo na celebração da missa é a forma mais sublime de colocar diante de Deus a vida dos que morreram. Neste ano, Finados cai num domingo. O domingo, Dia do Senhor, é o primeiro da semana, é o dia da Igreja, da família, da Palavra, da Eucaristia, é o dia em que, fazendo uma pausa nas atividades, libertamo-nos da tirania do tempo. Feliz coincidência esta que junta à comemoração dos fiéis defuntos a memória do ressuscitado. Mesmo para quem não partilha esta fé o Dia dos Finados é importante, pois celebrá-lo nos faz mais humanos. E na humanidade comum nos encontramos todos, crentes e não crentes, crentes de diversos credos, nos igualando diante da realidade dura da morte. Enfrentá-la liberta e traz sabedoria.
Dom Sérgio Eduardo Castriani Arcebispo Metropolitano de Manaus
Neste ano, Finados cai num domingo. O domingo, Dia do Senhor, é o dia em que fazendo uma pausa nas atividades libertamo-nos da tirania do tempo. Feliz coincidência esta que junta à comemoração dos fiéis defuntos a memória do ressuscitado”
Política
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
A5
Fatos da campanha que viraram ‘hits’ na internet
Os três meses destas eleições 2014 serviram de fonte para muitas brincadeiras, montagens e ataques nas redes sociais
O
s três meses em que se sucederam a campanha eleitoral no Amazonas foram palco de centenas de episódios icônicos, que deverão entrar para história da política amazonense. Em uma violenta disputa entre os candidatos majoritários, as redes sociais foram plataformas de intensos ataques a adversários, causando polêmicas entre os internautas amazonenses. Acontecimentos e declarações inusitados, em questão de minutos, eram transformados pelos internautas em “memes” - ilustrações que viram piada na internet – e disseminadas em toda a rede. Uma semana após o pleito que inaugurou o segundo turno das eleições estaduais no Amazonas, o EM TEMPO listou dez episódios que foram marcantes durante o período, gerando muita conversa, discussão, piadas e risadas entre o eleitorado.
1. AGRESSÃO A FOTÓGRAFO O episódio aconteceu durante passagem do ex-candidato ao governo, senador Eduardo Braga (PMDB), pelo município de Maraã, quando o fotógrafo amador Joel Reis foi atacado pela comitiva de Braga, que tentou confiscar os equipamentos do portador de deficiência.
2. AJOELHADOS NO MILHO Durante debate no primeiro turno, o excandidato majoritário, deputado Marcelo Ramos (PSB), sugeriu que Braga só poderia criticar José Melo (Pros) se o fizesse “ajoelhado no milho”, tendo em vista que ambos fizeram parte do mesmo grupo político.
3. MESTRE DOS MAGOS O personagem icônico do desenho animado “A Caverna do Dragão”, dos anos 90, foi intensamente comparado a José Melo nas redes sociais, gerando uma série de “memes” com milhares de compartilhamentos.
4. LARANJAL Após ser isolado durante um dos debates e ver os candidatos Herbert Amazonas (PSTU) e Chico Preto (PMN) fazerem dobradinha com Braga, o deputado Marcelo Ramos disse “vamos acabar com esse laranjal”, frase que marcou o debate e repercutiu fortemente nas redes sociais.
5. ATAQUES NO WHATSAPP A ferramenta de mensagens instantâneas foi plataforma de disseminação de boatarias e ataques entre os adversários durante toda a campanha. Vídeos e imagens montadas por militantes foram repassados a centenas de eleitores no Estado. FOTOS: REPRODUÇÃO
RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO
6. PRACIANO DESAPARECE Derrotado nas urnas, o então candidato ao Senado, deputado federal Francisco Praciano (PT), desapareceu no dia da votação do primeiro turno, fazendo o senador Eduardo Braga – seu aliado neste pleito - ficar esperando algum sinal do petista por cerca de 30 minutos. Sem sucesso, Braga desistiu.
7.OLIGARQUIAS DERROTADAS O resultado do primeiro turno das eleições foi marcado pela derrota de tradicionais nomes da política amazonense na disputa proporcional. Foi o caso da família Castelo Branco, composta pelo vereador Reizo, da deputada estadual Vera e do deputado federal Sabino. Também foram derrotados os irmãos Souza, Fausto e Carlos, respectivamente deputado estadual e federal.
8. DEBATE SEM MELO O primeiro debate do segundo turno não teve a presença do candidato à reeleição, governador José Melo. Ele alegou “constrangimento” em participar do embate, já que a emissora (Band Manaus) é dirigida pelo empresário Francisco Garcia, pai de Rebecca Garcia (PP), então candidata a vice na chapa de Braga. O debate acabou virando uma entrevista exclusiva com o senador, que aproveitou para fazer duros ataques ao governo.
9.ESCÂNDALO DA ‘VEJA’ No final da campanha no segundo turno, a candidatura de José Melo foi ameaçada por denúncias veiculadas pela revista “Veja”. A publicação acusou Melo de ter negociado apoio político com o crime organizado, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
10. ‘ZÉ MERENDA’ No único debate do segundo turno, em que os dois candidatos ao governo se enfrentaram, Eduardo Braga se referiu a José Melo como “Zé Merenda”, após abordar sobre processos em que o governador estaria respondendo na Justiça, relacionado à compra de merenda escolar em meados da década de 90. O episódio teve muita repercussão nas redes sociais.
A6
Política
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
VALTER CAMPANATO/ABR
Cláudio Humberto COM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS
www.claudiohumberto.com.br
A minha cota de participação eleitoral está esgotada” TARSO GENRO (PT), que os gaúchos querem ver pelas costas, em afirmação peremptória
Aliados duvidam que Renan abra mão de poder Aliados desconfiam da sinceridade de Renan Calheirosna anunciada decisão de não disputar novo mandato de presidente do Senado, em 2015. Ele não é do tipo que abre mão de poder, por isso aliados acreditam que é tudo manobra para deixar que outros pretendentes briguem pelo cargo, e depois ressurgir como solução consensual. A menos que ele tema se ver tragado pelo escândalo do Petrolão. Me errem Senadores acreditam que Renan anunciou desistência de continuar presidindo o Senado para sair do foco da imprensa até 2015 chegar. Fortalecido Boa razão para se desconfiar da desistência de Renan é que ele saiu fortalecido da eleição: Renan Filho foi eleito governador no 1º turno. Alternativas Pretendem presidir o Senado Eunício Oliveira (CE), Eduardo Braga (AM), Vital do Rêgo (PB) e Garibaldi Alves (RN), todos do PMDB. Maior bancada É praxe a maior bancada indicar o presidente do Senado, por isso senadores do PMDB disputarão a sucessão de Renan Calheiros. Farra de diárias em 2014 soma R$ 619 milhões O gasto do governo com pagamento de diárias em 2014 ultrapassou os R$ 619 milhões em pagamentos feitos até agosto, de acordo com dados do Portal da Transparência. Caso o ritmo acelerado de R$ 100 milhões por mês (desde maio) seja mantido, o governo da presidente Dilma
caminha a passos largos para bater o recorde de R$ 1 bilhão estabelecido pelo ex-presidente Lula no último ano de mandato. Superando o mestre Dilma vai fazer parecer trocado os R$ 4,2 bilhões gastos por Lula em 7 anos com diárias. Em 3 anos e meio, já torrou R$ 3,1 bilhões. Por nossa conta O Palácio do Planalto ainda não é academia de ginástica, mas decidiu gastar R$ 100 mil em esteiras e até um multiexercitador de R$ 11,4 mil. Tempestade perfeita Diante do tsunami econômico que se aproxima no vácuo pré-posse, até Dilma já deve ter se arrependido de ganhar (por pouco) as eleições. Confiar desconfiando Parece chororô tardio a pretendida auditoria tucana nas urnas: a lei eleitoral permite que a comissão de votação paralela dos partidos cheque os dados em tempo real. No distante Acre, inclusive. Déjà vu Deputados do PMDB têm repetido que o vice Michel Temer não deverá cometer o mesmo erro duas vezes. Em 2012, ele apoiou Sandro Mabel a líder contra Eduardo Cunha, que foi eleito e deu o troco no governo. Não votaram nela Dilma ainda não assinou repasses aprovados em setembro para que o Itamaraty pague aluguéis de servidores no exterior, mas quando teve que elevar gastos de campanha, tudo ocorreu como passe de mágica.
Jornalista
Mais um Pedido de impeachment de Dilma, de autoria do senador Mário Couto (PSDBBA), em razão do superfaturamento na compra da refinaria americana, foi arquivado pelo presidente da Câmara, Henrique Alves. Referência Cotado para chanceler, o embaixador Maurício Bustani, 69, é um herói da diplomacia: após o 11 de setembro, sua independência à frente da Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq) irritou George W. Bush e o fez perder o cargo, ante a covardia do governo brasileiro. Entre gaúchos O deputado Beto Albuquerque (PSB), que ficou sem mandato após sair candidato a vice de Marina Silva, deverá ser acomodado em cargo no governo de Ivo Sartori (PMDB), no Rio Grande do Sul. Briga de suplente Segundo-suplente de Pedro Taques (MT), o empresário Paulo Fiúza trava briga judicial pela vaga do pedetista no Senado. Alega que a ata que registrou José Medeiros na 1ª suplência foi fraudada. Foco no Maranhão Com o retorno do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) ao Senado, o suplente Lobão Filho deverá isolar Roseana Sarney e tentar reestruturar o PMDB no Maranhão, onde perdeu a eleição ao governo. Caleidoscópio A situação econômica e política está preta, o Brasil está no vermelho e a presidente reeleita Dilma toma um bronze na Bahia.
PODER SEM PUDOR
Dedicatória O memorialista Humberto de Campos, que ganhou fama com os contos de humor sob o pseudônimo de Conselheiro 20, certa vez visitou Getúlio Vargas no Palácio do Catete, no Rio, a quem presenteou com um dos seus livros. Na dedicatória, escreveu: - A Getúlio Vargas, que me venceu duas vezes: uma pelas armas, outra pelo coração.
CPI PETROBRAS
Novos depoimentos serão definidos A CPI mista da Petrobras marcou para quarta-feira uma reunião administrativa para a votação de 476 requerimentos. Além disso, o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), deve apresentar um cronograma de novos depoimentos. A expectativa é de que, a partir de novembro, a CPI passe a se reunir duas vezes por semana. Entre os requerimentos, há vários que pedem a convocação de autoridades para prestar esclarecimentos. Na semana anterior ao segundo
turno das eleições, o deputado Afonso Florence (PT-BA) apresentou pedidos para que sejam convocados os senadores Alvaro Dias e Aécio Neves, ambos do PSDB. A justificativa seriam relatos na imprensa de que o PSDB também teria sido “beneficiário deste esquema de corrupção” investigado. Em resposta, o deputado Izalci (PSDB-DF) propôs que a CPI convide para prestar depoimento a presidente reeleita Dilma Rousseff e o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva. O parlamentar tucano
mencionou matéria da revista “Veja” sugerindo que o exdiretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, declarou ter sido procurado, em 2010, pelo coordenador do comitê eleitoral do PT para que fossem repassados R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. Outro tema da reunião deve ser a prorrogação dos trabalhos até 22 de dezembro. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que já estão sendo coletadas as assinaturas necessárias.
Aécio Neves durante coletiva de imprensa, após o TSE oficializar a vitória da presidente Dilma
Advogados não foram consultados pelo PSDB
Defesa da campanha eleitoral de Aécio Neves afirma não ter sido acionada sobre ação do partido junto ao TSE
O
s advogados da campanha de Aécio Neves (MG) à Presidência da República pelo PSDB não foram consultados ou sequer avisados de que o partido questionaria o resultado das eleições no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É que, como foram contratados para defender a campanha no TSE nas eleições, eles não têm mais contrato com o partido. Na última quinta-feira, o partido pediu ao Tribunal Superior Eleitoral que faça uma auditoria das urnas e que envie ao diretório nacional cópias de dados cadastrais das urnas eletrônicas, como arquivos de memória e boletins de resultados. A legenda também pede acesso a todas as ordens de serviço para manutenção e atualização do sistema para o segundo turno das eleições, que reelegeu Dilma Rousseff (PT) para presidente. A defesa de Aécio no TSE foi feita pelos advogados Marcelo Ribeiro, Carlos Eduardo Caputo Bastos e José Eduardo Alckmin. O três são ex-ministros do TSE e informaram não ter sido sequer perguntados sobre o pedido de auditoria. “Em tese, não há obrigação de me consultar. O contrato já acabou. Eu só gostaria de deixar claro que foi uma decisão interna do partido com a qual não tive nada a ver”, comentou Marcelo Ribeiro. O mesmo disse Caputo Bastos: “Foi uma decisão política e não fui consultado. Nem haveria obrigação, visto que o trabalho já se exauriu. Foi uma decisão do partido, não diz respeito a nós”. A decisão de se esclarecer foi tomada justamente porque os três advogados
são ex-ministros do TSE, e a petição do PSDB pegou mal tanto no tribunal quanto na comunidade jurídica de forma geral. A petição dá margem a interpretar que o partido acredita ter havido fraude no processo eleitoral, mas isso nunca foi alegado durante toda a campanha. “Então quer dizer que se o Aécio tivesse sido eleito não haveria problema com uma fraude?”, questionou um advogado. O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, afirmou que é a primeira vez que uma campanha presidencial vai ao tribunal com um pedido desse tipo. Ele evitou comen-
CONTESTAÇÃO
Os advogados da campanha de Aécio, Marcelo Ribeiro, Carlos Eduardo Caputo e José Eduardo Alckmin afirmaram que não foram consultados pelo PSDB sobre a ação que questiona resultado da eleição no TSE tar. Só disse que o pedido terá o trâmite normal e deve constar da pauta do TSE da próxima terça-feira. Mas o estranhamento ao pedido do PSDB foi generalizado. O corregedor-geralEleitoral, ministro João Otávio de Noronha, disse ao jornal “Estado de S. Paulo” que a atitude do PSDB pode ser considerada “prejudicial” à democracia. Segundo ele, tanto o partido quanto a coligação da qual o PSDB fez parte “tiveram toda a oportunidade, estiveram acompanhando a divulgação”, mas “nada foi impugnado em nenhum momento”. “Vão dizer que não confiam na urna eletrônica?
Confiam em quê? Na urna de papel?”, disse ao jornal. Pedido O pedido é assinado pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), coordenador jurídico da campanha de Aécio, e pelo delegado nacional do partido, João Almeida dos Santos. No Facebook, Carlos Sampaio deixou uma mensagem a seus seguidores: “Pensei muito e achei que era meu dever entrar com uma ação no TSE pedindo uma auditoria no sistema de votação, apuração e contagem dos votos desta última eleição”. Ele foi reeleito deputado nas eleições deste ano. Já na petição, o deputado diz confiar plenamente na Justiça Eleitoral. Entrou com o pedido, explica, para esclarecer a lisura do processo de apuração dos votos para o cidadão brasileiro. “Os dias que se sucederam ao encerramento da eleição em segundo turno revelaram, no que tange ao resultado final do pleito eleitoral, uma somatória de denúncias e desconfianças por parte da população brasileira”, diz o pedido. Sampaio afirma que “nas redes sociais os cidadãos brasileiros vêm expressando, de forma clara e objetiva, a descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infalibilidade da urna eletrônica”. Como argumento, ele cita que os resultados começaram a ser divulgados às 20h, porque o Acre, além de ter um fuso horário de duas horas a menos que Brasília, não tem horário de verão. E quando os números começaram a aparecer, escreveu, mais de 90% das urnas já haviam sido apuradas e o resultado estava praticamente certo.
Com a palavra
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
A7
Ednaílson ROZENHA
‘Competência SE MOSTRA DE forma rápida’ FOTOS: DIVULGAÇÃO/CMM
RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO
N
Não sou eu quem está me lançando presidente da casa. Existe um grupo que entendeu que meu nome é o mais adequado neste momento. Isso está alinhado com vereadores, mas é claro que passa, prioritariamente, pelo crivo do prefeito [Arthur Neto]”
o primeiro mandato como vereador e filiado ao PSDB há 3 anos, o vice-líder do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o tucano Ednaílson Rozenha, 38, pode se tornar o próximo presidente do Parlamento municipal, na eleição prevista para aconter na primeira quinzena de dezembro. Bem cotado para o cargo entre seus pares, ele deve suceder o atual presidente, vereador Bosco Saraiva, que também é do seu partido, cujo mandato termina no próximo mês. Saraiva também se despede da Câmara, já que foi eleito deputado estadual nestas eleições 2014. Empresário bem-sucedido do ramo comercial, Rozenha deve disputar o posto com outros três parlamentares que aspiram chegar à presidência do Parlamento municipal: Sildomar Abtibol (Pros), Mário Frota (PSDB) e o atual líder de Arthur na casa, Wilker Barreto (PHS). Em uma disputa centralizada entre o G4 dos vereadores mais influentes no governo Arthur Neto, Rozenha diz que sua vantagem será a “facilidade de amplo diálogo” com os parlamentares. Segundo o tucano, a empreitada já conta com o apoio de um bloco de 30 vereadores. EM TEMPO - Como começou essa movimentação em torno do seu nome à disputa pela presidência da CMM? Ednaílson Rozenha - Não sou eu quem está me lançando presidente da
casa. Existe um grupo que entendeu que meu nome é o mais adequado neste momento. Isso está alinhado com vereadores, mas é claro que passa, prioritariamente, pelo crivo do prefeito [Arthur Neto]. A decisão é dele. Mas ele já se posicionou que não quer falar sobre isso agora e nós respeitamos. Precisamos esperar. EM TEMPO - Qual é o tamanho desse bloco que já apoia o senhor? ER - Olha, vai dar um grupo legal. Já existe movimentação dentro da casa, desse grupo que deverá me lançar para presidência. Eu sou o candidato de quase a totalidade dos vereadores. Posso dizer que é ¾ da casa (30 parlamentares). Que fique claro que a decisão é do prefeito. Sou apenas um nome que tem apoios entre os vereadores. O cenário é esse. EM TEMPO - O que pode ter contribuído para a resistência ao nome de Wilker Barreto? Qual é o seu diferencial? ER - O vereador Wilker [Barreto] está no direito dele, é uma candidatura natural. Ele exerceu a liderança, sempre foi muito leal ao prefeito, assim como o Sildomar [Abtibol] e o Mário Frota. A presidência da casa é um posto que necessita que haja proximidade com o prefeito, habilidade política e bom relacionamento. É preciso saber unir a base o tempo inteiro, conduzir as crises com liderança. Quero destacar que em nenhum momento eu denegri a imagem de ninguém, faço campanha sem ataques. Essa é a minha postura, meu compromisso com esse processo.
EM TEMPO - E em quais momentos o senhor acredita que já mostrou essas capacitações? ER - Já tivemos várias votações e momentos polêmicos na Câmara, em que foi preciso muita articulação e concentração. Foi o caso da regulamentação das modalidades de transportes alternativos, que tivemos que ampliar os diálogos, assim como todo o processo de retirada dos camelôs e em empréstimos que o prefeito precisou viabilizar para situações futuras. São nessas situações que eles percebem quem tem espírito democrático e proximidade com todos. EM TEMPO - O prefeito Arthur Neto já abordou sobre essa questão? Como ele se posiciona? ER - O prefeito não quer tratar disso agora, é um direito dele. Não é o momento. Não há nenhum clima negativo na Câmara. Tudo está acontecendo de forma calma e natural. Não há briga e os trabalhos legislativos estão sendo levados dentro de absoluta normalidade e tranquilidade. EM TEMPO - E quanto ao posto de líder do prefeito na casa, vai sair de um dos membros desse G4? ER - Não necessariamente precisa sair desse grupo. Existem vereadores capacitados e cotados. Não podemos nos adiantar ao prefeito, mas provavelmente será um nome novo e com voz ativa no plenário da casa. EM TEMPO - E como tem sido a sua relação com o prefeito? ER - Minha história com
o Arthur é muito pessoal. Eu estava entrando para a política e precisava escolher um partido. Escolhi entrar para o partido do meu grande ídolo, que sempre foi o Arthur. Eu fiz isso quando o prefeito estava em uma situação muito difícil. O Arthur sempre foi a minha inspiração, foi nele que eu me inspirei na vida pública. A gente se aproximou muito nesse período. Minha relação com ele é de irmão, mesmo sabendo que ele é o chefe. Ele é o líder político que eu escolhi para ser o meu líder na carreira. EM TEMPO - O fato de o senhor ser um nome relativamente novo, no primeiro mandato, não gerou resistência a essa sua empreitada? ER - O fato de você só ter um mandato não significa nada. Nós temos agora uma presidente reeleita [referindo-se à presidente Dilma Rousseff] que nunca foi nem vereadora. Não tenha dúvida que não influencia em nada. Competência se mostra de forma rápida. EM TEMPO - O que o senhor acha que precisa ser prioridade da nova presidência da casa? ER - A Câmara precisa de mais democratização. Isso precisa ocorrer no dia a dia administrativo e não ocorre. Não há reuniões, não há participação. O acesso do povo aos vereadores precisa ser ampliado. A cidade não conhece os vereadores porque não há comunicação. Precisamos alavancar a TV Câmara e a rádio, porque não há comunicação. A casa está atrasada tecnologicamente. O estacionamento não tem cobertura. É preciso ouvir os vereadores.
Minha história com o Arthur é muito pessoal (...). Escolhi entrar para o partido do meu grande ídolo, que sempre foi o Arthur. Ele sempre foi a minha inspiração”
O vereador Wilker [Barreto] está no direito dele, é uma candidatura natural. Ele exerceu a liderança, sempre foi muito leal ao prefeito, assim como o Sildomar e o Mário Frota”
A8
Política
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
PMDB entra em atrito com o PT em 14 Estados A
s eleições para governador deixaram um saldo de conflitos entre PT e PMDB nos Estados. O rompimento de alianças e o acirramento da campanha levaram os pontos de atrito a 14 Estados. A disputa abalou a relação entre petistas e peemedebistas no Ceará, no Espírito Santo, no Piauí, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte. Há outros nove Estados (Acre, Amapá, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) em que a rivalidade já existia, mas, em alguns casos, só aumentou ao longo deste ano. O desgosto do PMDB com o PT é encabeçado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele atribui sua derrota na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte ao ex-presidente Lula, que na campanha apoiou Robinson Faria (PSD), eleito no domingo passado. Embora o deputado diga ter superado a questão, o primo dele, o ministro Garibaldi Alves Filho (Previdência), reconhece que o “ressentimento” pesou na derrubada pela Câmara, na última terça-feira, do decreto da presidente Dilma Rousseff
(PT) que criou os conselhos populares. “A relação ficou tensa, e isso não vai se acalmar tão cedo”, afirmou Garibaldi. Em Roraima, o senador Romero Jucá (PMDB) reclamou que ele e o partido foram atacados pela campanha de Ângela Portela (PT). Rodrigo Jucá, filho do senador, era vice na chapa do governador Chico Rodrigues
ALIANÇA
O mais curioso destas eleições é que, a exemplo de 2010, PT e PMDB mantiveram a dobradinha na disputa presidencial, em que foram reeleitos Dilma Rousseff e Michel Temer, presidente e vice (PSB), que acabou derrotado por Suely Campos (PP). O PT apoiou a candidata no segundo turno. Outro líder do PMDB insatisfeito é o senador Eunício Oliveira, derrotado por Camilo Santana (PT) na eleição para o governo do Ceará. Aliado de Dilma, ele reclamou por ter enfrentado um candidato do partido da presidente e anunciou que fará oposição
ao PT no Estado. Em 2010, Eunício elegeu-se senador em coligação com o PT. Como no Ceará, PT e PMDB haviam disputado juntos as eleições de 2010 no Rio, no Piauí e no Espírito Santo, mas se enfrentaram em 2014. No Rio, o rompimento partiu do PT, que lançou Lindbergh Farias contra o reeleito Luiz Fernando Pezão (PMDB). Resultado: parte do PMDB fez campanha para Aécio Neves. No Piauí, o governador José Filho (PMDB) aliou-se ao PSDB para disputar a reeleição contra o senador Wellington Dias (PT), colega de palanque em 2010. O petista venceu no primeiro turno. “O caminho natural é continuarmos adversários”, diz o deputado Marcelo Castro, presidente do PMDB-PI. No Espírito Santo, o PT reclama de abandono. Seguindo orientação de Lula, o partido se preparou para apoiar Paulo Hartung (PMDB) para que Dilma tivesse palanque forte. O peemedebista, porém, aliou-se ao PSDB. O PT lançou candidato de última hora e teve só 6% dos votos. “No segundo turno todos os partidos, exceto PDT e PCdoB, fizeram campanha aberta contra Dilma”, diz o presidente do PT capixaba, João Coser.
RODOLFO STUCKERT/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Esse é o saldo das eleições 2014 em que os partidos aliados, em nível nacional, tiveram suas bases estremecidas
Derrotado, o deputado Henrique Alves (PMDB-RN) é um que está chateado com o PT
Economia
MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014
A9
Homens praticam mais exercícios, revela estudo
ELZA FIUZA/AGÊNCIA BRASIL
Levantamento realizado pelo Ministério da Saúde aponta que apenas 27,4% das mulheres praticam atividades físicas
Com exceção da terceira idade, segundo os dados obtidos pela Vigitel, o crescimento da prática de exercícios físicos se deu em todas as faixas etárias, correspondendo a um aumento de 12,6%
E
studo do Ministério da Saúde mostra que os homens fazem mais exercícios físicos que as mulheres. Enquanto 41,2% deles praticam algum exercício no tempo livre, apenas 27,4% delas fazem o mesmo. No total, nos últimos cinco anos, houve aumento de 12,6% no número de pessoas que se exercitam. O crescimento ocorreu em todas as faixas etárias, com exceção da terceira idade, que manteve o percentual. Os dados estão no levanta-
mento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgado na sexta-feira (24). Para o professor e psicólogo Luciano Santana Lopes, que cursa doutorado na Universidade de Brasília e é especializado em atividade física e educação, hábitos estabelecidos na infância refletem na idade adulta. “É uma questão cultural mesmo. Os meninos são incentivados desde muito cedo pelos professores a participar de atividades físicas,
principalmente as coletivas, ao passo que as meninas são constantemente direcionadas para um lado mais social, com bem menos exercício físico”. “Fazer exercício significa uma qualidade de vida melhor e uma quantidade de vida maior”, defende Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico assegura que praticar esportes traz diversos benefícios. “A saúde vai melhorar. Praticando atividade física, as pessoas vão ter menos
pressão alta, colesterol mais controlado, menor risco de diabetes, mais disposição para o lazer e para o trabalho. As pessoas dormem melhor e acordam dispostas, com menos depressão, menos alterações psicossomáticas. Também controlam o peso melhor, esse controle faz com que a sobrecarga do envelhecimento seja menor para as articulações, principalmente nos membros inferiores, o que diminui as dores articulares”. Além de todos esses benefícios, o médico explica
que estudos mostram que a atividade física reduz a chance de alguns tipos de câncer, além de melhorar a tonicidade da pele. Segundo o Ministério da Saúde, há redução de 20% a 30% de mortalidade por doenças crônicas entre quem pratica atividade física regular. Ele conta que é muito bom ter o acompanhamento de um profissional de educação física para prescrever os exercícios e de um médico do esporte para avaliar a série, de acordo com o metabolismo e
as metas do paciente. Porém, a ausência desses profissionais “não é desculpa para não praticar atividade física”, destaca o especialista em medicina do esporte. Para a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Déborah Malta, o aumento de pessoas praticando exercício também se deve à disseminação da informação sobre todos os benefícios. Além disso, ela explica que hoje há mais academias em pontos mais convenientes para as pessoas.
PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO
HOMOAFETIVIDADE
Uniões podem ter amparo legal Enquanto o Código Civil de 1916 vinculava a constituição da família ao casamento e delegava ao homem a chefia da sociedade conjugal, o atual, de 2002, estabeleceu a igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges. Uma nova reviravolta no tratamento legal dos papéis sociais poderá acontecer, caso o Congresso Nacional aprove o Estatuto das Famílias, objeto de Projeto de Lei (PL) apresentado pela senadora Lídice da Mata (PSBBA), inspirado em estudo do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), A proposta nº 470/2013 tem parecer favorável do senador João Capiberibe (PSBAP), relator na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, e ainda será analisada, em decisão final, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O Estatuto revoga a parte do Código Civil que trata do Direito de Família e estabelece novas regras para essas relações. Ao contrário
do código, que introduz as questões familiares a partir do casamento, o estatuto tem como ponto de partida a regulação de direitos e deveres no âmbito das relações familiares. Assim, toma para si a missão de proteger a família e seus membros em qualquer de suas modalida-
DIGNIDADE
Para Capiberibe, o PL acerta ao não discriminar as famílias com base em gênero e sexualidade, e salienta que, no Estado democrático de direito, a lei não pode abrigar o preconceito des, reconhecendo inclusive laços de parentesco gerados pela socioafetividade. “Não é mais possível tratar questões da vida familiar, que perpassam por idealizações, sentimentos e perdas, valendo-se das mesmas normas que regu-
lam questões meramente patrimoniais”, argumenta Lídice, ao justificar a proposta. Reconhecimento Os novos arranjos incorporados pelo estatuto passam pelas famílias parentais – em que os membros têm relação de parentesco por consanguinidade – e recompostas – fundadas em parentesco por afinidade, como entre enteados e padrasto ou madrasta. O reconhecimento da relação homoafetiva como entidade familiar acontece quando, ao rever o instituto da união estável, o estatuto amplia sua conceituação, sem restringi-la à ligação formal entre um homem e uma mulher. “Ao não limitar aos heterossexuais o direito de casar e de constituir união estável, a proposição acolhe os avanços recentes observados em sede judicial e administrativa no sentido de não discriminar a homoafetividade”, ressalta o relator na análise da proposta.
O estatuto estabelece novas regras para as relações de família, trazendo inovações para o tema
A10
País
MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014
Estudo com a floresta mostra como evitar cheia umidade”, disse Barbosa. Modelo A descoberta possibilitou o desenvolvimento de uma “receita” que vai auxiliar o trabalho dos institutos de meteorologia dos países afetados. “Quando o vento estiver com certa configuração, o campo de pressão, com outra, e começar a chover muito forte no Norte da Argentina, pode ter certeza de que a chuva vai se deslocar pela encosta dos Andes (especialmente, Argentina, Bolívia e Paraguai)”, ex-
APLICAÇÃO
A ferramenta de redes complexas também pode ser usada para analisar a propagação de outros eventos extremos como, por exemplo, a movimentação de ações nas bolsas de valores Chuvas que ocorrem nos Andes se propagam em direção à Amazônia, o que fez com que fosse elaborado o método de previsão
plicou Barbosa. Essa assertiva foi construída após análise de 50 mil séries temporais de dados meteorológicos, referentes aos últimos 15 anos. Ao aplicar essa fórmula, é possível antever as precipitações na região com até dois dias de antecedência. O método permite prever corretamente 90% dos eventos extremos de precipitações em anos de El Niño, pois as enchentes são mais frequentes nesse período. Nos outros anos, o índice de acerto chega a 60%.
FAMÍLIA
De acordo com os pesquisadores, as fortes chuvas que atingem essa região andina provocaram prejuízos acima de US$ 400 milhões. Barbosa destaca que, em períodos de mudanças climáticas, a eficácia da ferramenta desenvolvida ganha ainda mais importância. Ele diz que estudos indicam au-
mento do volume de chuvas e da temperatura na região dos Andes. Segundo o cientista, com isso, esses eventos extremos devem ficar mais frequentes e violentos, e prever as fortes chuvas com mais antecedência torna-se fundamental. Os dados da pesquisa já estão disponíveis e meteoro-
logistas dos países afetados podem recorrer a eles para fazer previsões. Um artigo com um resumo do trabalho foi publicado neste mês na revista científica “Nature Communications”. A ferramenta de redes complexas, desenvolvida pelos cientistas, também pode ser usada para anali-
sar a propagação de outros eventos extremos como, por exemplo, a movimentação de ações nas bolsas de valores e a comunicação de neurônios no cérebro, entre outros. O autor principal do artigo é o pesquisador Niklas Boers, do Instituto de Pesquisas em Impactos Climáticos de Potsdam (PIK), na Alemanha.
RIBEIRINHOS
Guarda compartilhada aguarda por revisão Já está na ordem do dia da primeira sessão deliberativa após as eleições, marcada para a próxima terça-feira (28), o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 117/2013 - de autoria do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). A proposta regula a guarda compartilhada de filhos de casais separados. Antes de chegar ao Plenário do Senado, o projeto passou pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), onde recebeu substitutivo da senadora Ângela Portela (PT-RR). Depois, seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aprovou na última reunião, realizada em setembro, parecer do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), derrubando o substitutivo da CDH e restabelecendo o texto original. O projeto determina que, caso pais separados não cheguem a acordo sobre a guarda do filho, a opção de compartilhamento dessa responsabilidade será obrigatória. A regra só não será adotada quando o pai ou a mãe, mesmo apto a exercer o poder familiar, declarar ao juiz que não deseja a guarda compartilhada do filho. A proposta altera artigos do Código Civil e especifica a necessidade de divisão equi-
Dados das pesquisas estão disponíveis
librada do tempo de convivência dos filhos com a mãe e o pai, o que possibilita a supervisão compartilhada dos interesses da criança ou adolescente. Fixa ainda multa para o estabelecimento - entre eles a escola - que se negar a dar informações a qualquer um dos genitores sobre o filho. Se a regra não for cumprida, o estabelecimento poderá levar uma multa de R$ 200 a R$ 500 por dia até o atendimento do pedido. Se for aprovado sem mudanças pelo Plenário, o PLC nº 117/2013 poderá ser enviado direto à sanção presidencial. Especialista Para Nelson Sussumu Shikicima, presidente da comissão de direito de família da OAB-SP, tornar obrigatória a guarda quando não há acordo entre os pais não é a melhor opção. “É complicado. Às vezes, os pais não têm condições ou não querem compartilhar a guarda, ou há casos em que há alienação parental. O ideal é que sempre tivesse um acordo”, afirma. “A legislação atual é a ideia, se baseia no acordo, mas ainda é muito raro os juízes decidirem por essa modalidade”, observa.
Programa amplia acesso à saúde Para contemplar expressamente as populações ribeirinhas na Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta, instituída em 2011, o Ministério da Saúde ampliou o programa e instituiu a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. A portaria foi publicada na última sexta-feira (24), no Diário Oficial da União (DOU). Lançada em 2011, o ob-
jetivo da política nacional é garantir o direito e o acesso à saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando as peculiaridades, especificidades e necessidades dos povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e reprodução social relacionados predominantemente com o campo, a floresta, os ambientes aquáticos, a agropecuária e o extrativismo. Entre os objetivos específi-
cos está o desenvolvimento de ações integrais voltadas para a saúde do idoso, da mulher, da pessoa com deficiência, da criança e do adolescente, do homem e do trabalhador, considerando a saúde sexual e reprodutiva, bem como a violência sexual e doméstica. Tóxicos A política também visa à redução de riscos e agravos à saúde decorrente dos processos de trabalho e das
tecnologias agrícolas, particularmente o adoecimento decorrente do uso de agrotóxicos e mercúrio, e as doenças resultantes do risco ergonômico do trabalho e da exposição contínua aos raios ultravioleta. Entre outras funções, a política pretende, ainda, reconhecer e valorizar os saberes e as práticas tradicionais de saúde das populações do campo, da floresta e das águas, respeitando suas especificidades. ALEXANDRE FONSECA/ARQIUVO EM TEMPO
U
m método desenvolvido por pesquisadores brasileiros e alemães, que aperfeiçoa a previsão meteorológica na região dos Andes, permitirá que o risco de enchentes seja comunicado à população dessas áreas com mais precisão e antecedência, evitando grandes desastres naturais. O estudo teve a participação de cientistas do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Para criar o método, os pesquisadores aplicaram as ferramentas da técnica de redes complexas – feita com base em comparações matemáticas – aos dados climáticos obtidos por satélite. Com isso, foi construído um sistema que atesta com até 90% de certeza se a região montanhosa enfrentará chuvas torrenciais. O professor Henrique Barbosa, coautor do estudo pelo Instituto de Física, explica que, inicialmente, o trabalho buscava identificar o papel da Floresta Amazônica na reciclagem do vapor de água, que se forma no oceano e se desloca pelo continente. “Esperávamos ver que, quando viesse mais água da Amazônia, chovesse mais aqui no subtrópico, mas não foi o que ocorreu”. Os cientistas foram surpreendidos pelo fato de que a chuva seguia o sentido contrário. “Os grandes eventos de precipitação começavam na Argentina e iam se propagando ao longo da encosta dos Andes em direção à Amazônia. Eles vinham ao contrário do fluxo do vento e desse transporte de
DIVULGAÇÃO
Ferramenta desenvolvida por pesquisadores brasileiros e alemães aperfeiçoa a previsão do clima, impedindo catástrofes
Programa leva em conta as peculiaridades dos povos e comunidades que vivem nos campos, nas florestas e nas águas
Mundo A11
MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014
Monumento a desertores é inaugurado na Áustria A Áustria inaugurou um monumento, neste final de semana, em homenagem a milhares dos seus cidadãos que desertaram do Exército de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, marcando um novo passo nos esforços de reconhecer o passado de guerra da nação. A Alemanha anexou a Áustria em 1938, tornando o país parte do Terceiro Reich de Hitler. O sistema de Justiça Militar nazista executou milhares de desertores e oponentes ao esforço de guerra. O Parlamento austríaco votou em 2009 - com objeção dos partidos de extrema direita -, para
limpar a reputação daqueles que foram desprezados ou atacados por se recusar a seguir a linha dos nazistas. “Se eles eram os bons no Exército de Hitler, então, nós, os desertores, éramos evidentemente os maus, os maus que deveriam ser atacados”, diz o ativista Richard Wadani, 92, um dos desertores. Para o presidente austríaco, Heinz Fischer, é ultrajante que pessoas tenham sido tratadas desta maneira em uma Áustria democrática do pós-guerra. “Isso é algo pelo que qualquer pessoa precisa pedir desculpas e ter vergonha”, avalia.
Monumento retrata uma forma de três níveis em X
UCRÂNIA
Eleições serão neste domingo Em meio a um período extremamente difícil para a ex-República soviética - às portas da União Europeia -, a Ucrânia realiza votação neste domingo. Em março, o país perdeu a península da Crimeia, anexada pela Rússia, além de enfrentar uma insurreição armada pró-russa na região mineradora de Donbass, um conflito que já fez mais de 3.700 mortos desde meados de abril. “Não haverá conflito velado, porque o Donbass não pode sobreviver sem a Ucrânia”, assegura o presidente Petro Poroshenko, cujo partido é o favorito para as eleições parlamentares. Poroshenko, em sua conta no Twitter, pediu aos ucranianos que votem em massa para “concluir a formação do novo poder iniciado em junho”, assumindo as funções do pró-russo Viktor Yanukovytch, refugiado na Rússia desde fevereiro. O movimento do presidente lidera as pesquisas com mais de 30% das intenções de votos, seguido por outras formações pró-ocidentais. Ele espera alcançar com essas eleições “uma maioria constitucional” para permitir a realização de reformas vitais para este país muito corrupto e em profunda recessão, agravada pelo conflito armado.
Ebola pode matar 90 mil na Libéria, revela estudo Infraestrutura precária e falta de outros recursos comprometem a luta contra a doença no país MORGANA WINGARD/USAID
SEGUNDA GUERRA
Missão norte-americana constrói laboratórios e base de pesquisa contra o vírus, na Libéria
O
s esforços para controlar o vírus do ebola na Libéria precisam ser ampliados rápida e dramaticamente, ou dezenas de milhares de pessoas morrerão nos próximos meses, revela um estudo publicado neste final de semana. Quase 4.900 mortes foram registradas em todo o oeste da África desde que a doença foi detectada na Guiné em março, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Libéria foi o país mais afetado pelo vírus, com 2.705 mortes e 4.665 casos confirmados. Sem uma intensificação nos esforços para deter a doença, o ebola irá matar 90 mil pessoas
na Libéria e infectar 171 mil até meados de dezembro, postulou um estudo no periódico “The Lancet Infectious Diseases”. “Nossas previsões sublinham a janela de oportunidade, que se fecha rapidamente, para controlar o surto e evitar um saldo catastrófico de novos casos de ebola e mortes nos próximos meses”, declara Alison Galvani, uma das autoras da pesquisa, em um comunicado. Instalações médicas adicionais para o tratamento da febre hemorrágica e um aumento de cinco vezes na detecção de novos casos, juntamente com a alocação de conjuntos de proteção para residências, poderiam evitar até 98 mil
casos até o meio de dezembro, afirma o estudo. Os pesquisadores basearam sua análise em um estudo do Condado de Montserrado, na Libéria, que abarca a capital Monróvia, onde a grande maioria dos casos foram registrados. Sem uma expansão nas ações para frear a epidemia, o saldo nacional será ainda maior, disseram. “A escala das intervenções sendo implementadas atualmente ainda é pífia em comparação com o que prevemos ser necessário”, afirma Joseph Lewnard, outro autor da pesquisa, à Fundação Thomson Reuters em entrevista por telefone.
A12
Mundo
MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014
Caderno B
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
economia@emtempo.com.br
(92) 3090-1045
DIVULGAÇÃO
Economia
iPhone 6 chega no próximo dia 11 no Brasil Economia B4
Dia dos Finados mantém ‘acesa’ produção de velas FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM
Graças à data, empresas amazonenses alcançam um crescimento de até 200% em relação aos outros períodos do ano
Capital amazonense abriga importantes fábricas de vela, como a Rubi, que domina aproximadamente 70% do mercado da Região Norte e é considerada a segunda maior do segmento no país SILANE SOUZA Equipe EM TEMPO
E
mpresários do ramo de velas estão otimistas com as vendas deste Dia de Finados. Apesar de triste para alguns, a data que homenageia os mortos é a melhor do ano para as vendas nesse setor, que começa a registrar crescimento na demanda a partir do mês de agosto e segue até o início de novembro. De acordo com o proprietário da Rubi da Amazônia, Eraldo Guedes, apenas nesse último trimestre, a fábrica, que fica situada na rua Violeta Areosa, bairro Alvorada, Zona Centro-Sul, venderá em torno de 150 mil caixas de velas. Cada uma com 192 unidades, o que dá por volta de 28,8 milhões de velas. O volume representa crescimento de 200% em relação ao período normal. “Nos meses anteriores, nós fabricamos de 18 a 22 mil caixas por mês. Nesse trimestre, produzimos entre 40 e 60 mil a cada mês”, revela. Estoque Guedes conta que antes, para suprir a demanda, a fábrica trabalhava 24 horas por dia nesse período. Mas agora, com uma boa capacidade financeira, todos os meses são produzidos até 10 mil caixas a mais do que o normal para serem armazenadas, garantindo um bom estoque. “Estocamos gradativamente desde o início do ano. Custa caro, mas guardamos para quando chegarmos nesse período não estarmos sufocados”, afirma.
O crescimento da procura por velas nesse período também é marcado pela demanda de verão, segundo afirma o proprietário da Rubi. Ele explica que nessa estação ocorrem constantes blecautes, queima de transformador e há diversas interrupções no fornecimento de energia elétrica. “Esses fatores, sendo
DISTRIBUIÇÃO
De acordo com os empresários do segmento, a demanda por velas é estimulada no início de agosto, quando começa a distribuição do produto para os Estados do Acre, Pará, Roraima, entre outros
Contratações a todo vapor A empresa AGM Indústria e Comércio contratou reforços para esta época do ano. De acordo com o supervisor de vendas, Edson Batista, dez pessoas foram admitidas, sendo que três serão aproveitadas e passarão a fazer parte do quadro de funcionários fixos da empresa - localizada na rua Gabriel Gonçalves, bairro Aleixo, na Zona CentroSul da cidade -, após o Dia de Finados. Ele revela que por conta da retração da economia no país, a previsão era que não haveria crescimento
nas vendas do Dia de Finados deste ano. Contudo, a estimativa não se confirmou e a fábrica, conforme a avaliação de Batista, terá incremento em torno de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, ele relata que normalmente o aumento gira por volta de 25%. “Mesmo com o período eleitoral e as dificuldades que o mercado aparenta, as vendas de Finados se sustentaram e manteve pequeno crescimento em comparação a 2013”, ressaltou.
o Dia de Finados o mais forte deles, influenciam para o aumento da venda de velas nessa temporada. Nesse trimestre, vendemos o equivalente a oito meses do ano”, revela. Mercado Com 22 anos, a Rubi tem aproximadamente 70% do mercado de vela no Amazonas e nos Estados vizinhos, é a segunda maior fabricante de vela do Brasil, e a primeira empresa do ramo a receber o certificado pela ISO 9000. Segundo Guedes, só neste ano será consumido 1,15 milhão de toneladas de parafina. O empresário destaca ainda a contratação de oito funcionários em regime temporário e mais um caminhão para atender a demanda do Dia de Finados deste ano.
Venda de velas está aquecida com o Dia dos Finados
Eraldo Guedes é um dos principais empresários do ramo
Crise atrapalha as fabricantes A retração econômica atingiu também as fabricantes de velas instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM). Segundo Eraldo Guedes, todos os anos, há crescimento entre 2,5% e 3%, mas, em 2014, até o momento, não houve nenhum registro de aumento. “O mercado está instável, praticamente no mesmo nível do ano passado. Este será um ano em que o nosso crescimento será zero”, apontou. Guedes explica que está sempre conferindo os balancetes de 2013 e 2014 para comparar os resultados. Conforme ele, as planilhas confirmam a instabilidade do mercado. “No mesmo período do ano passado, vendemos
150 mil caixas de velas. Este ano, em agosto, vendemos 42 mil, setembro 40 mil, e até o dia 2 vamos atingir o mesmo volume registrado em 2013”, frisa. Expectativa Para o empresário, a expectativa para o próximo ano é que o mercado permaneça, pelo menos, instável. Segundo ele, para o setor reaquecer é preciso baixar a inflação e os juros estabelecidos. “Várias fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) demitiram funcionários por conta da crise. Trabalhamos com recursos próprios, mas vou tentar segurar meus funcionários. Se as vendas permanecerem como estão já será bom”, avaliou Guedes.
B2
Economia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Vendas aquecidas nas floriculturas de Manaus SILANE SOUZA Equipe EM TEMPO
A
venda de flores para o Dia de Finados eleva o faturamento das floriculturas da cidade. Empresários do ramo comemoram a boa demanda deste ano e destacam crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. Na floricultura Girassol, localizada na avenida Joaquim Nabuco, no Centro, a expectativa foi superada e as vendas aumentaram aproximadamente 30%, em relação ao mês anterior, afirma o gerente João Carvalho. “Aumentamos os pedidos de flores justamente para atender esta demanda. Geralmente, as pessoas compram mais no próprio Dia de Finados, visto que as flores têm uma pequena vida útil”, aponta.
Demanda Na Flora Orquídea, da praça Chile, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul, as vendas na sexta-feira, sábado e no próprio domingo, Dia de Finados, representam crescimento em torno de 90% comparado aos dias normais. De acordo com a colaboradora da floricultura, Pâmela Coutinho, a demanda é
IONE MORENO
Alguns estabelecimentos já registram crescimento de até 90% na comparação com Dia dos Finados do ano passado maior que a do Dia dos Namorados. “Pelo fato da floricultura ficar ao lado de um cemitério, o movimento é intenso durante todos os dias”, observa. Feriado O proprietário da floricultura Boas Novas, Raimundo Silveira, afirma que o movimento está
MOVIMENTO
De acordo com donos das floriculturas de Manaus, as vendas no Dia dos Finados tende a ser maiores do que o Dia dos Namorados, devido ao pouco costume de dar flores por parte dos homens fraco comparado com igual período de 2013. Segundo ele, ao contrário do ano passado quando fez pedido de 250 pacotes de flores, neste ano solicitou apenas 180 pacotes por conta do feriado, adiado, do Dia do Servidor Público. “Geralmente, nesta época, faço em torno de R$ 10 a R$ 12 mil, mas este ano acredito que venderemos entre R$ 7 e R$ 8 mil, pois com o feriado as pessoas viajarão”, enfatiza.
Hábito de levar flores aos entes queridos que já morreram movimenta o lucro das floriculturas da capital amazonense
Economia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
B3
Acordo de ‘tarifa zero’ do Mercosul beneficiará PIM
Brasil propôs que países vizinhos antecipem para final de 2014 os efeitos da proposta inicialmente agendada para 2019 ARQUIVO EM TEMPO/MICHELL MELLO
Proposta criará área de livre comércio entre Brasil, Colômbia, Peru e Chile, manterá vantagens competitivas da ZFM e fortalecerá o continente sul-americano frente aos concorrentes asiáticos SILANE SOUZA Equipe EM TEMPO
O
s efeitos que a proposta do Brasil, de antecipar o prazo da eliminação total das tarifas do Mercosul, para até o final deste ano, com Colômbia, Peru e Chile, causará ao Amazonas são muitos. Mas, o principal seria o fortalecimento da exportação do Estado, segundo as entidades representativas da indústria e do comércio amazonense. A proposta foi apresentada pelo país na 46ª Cúpula do bloco, no mês de julho, em Caracas, na Venezuela, contudo, os países ainda não confirmaram se a aceitarão. Segundo o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Thomaz Nogueira,
a medida tem como previsão de funcionar a partir de 2019. “A ‘tarifa zero’ beneficiaria o continente como um todo. Permitiria a instalação de uma área de livre comércio e a integração da América do Sul, capaz de fazer frente aos concorrentes de fora, como os produtos asiáticos”, avalia. Nogueira afirma que não há desvantagem para o Estado. “A medida permite que produtos feitos no Brasil, incluindo os da ZFM alcancem outros mercados com vantagens competitivas, incrementando o comércio intrarregional”, observa. Para ele, é um cenário em que os manufaturados do Polo Industrial de Manaus (PIM) se inserem com competitividade. “A medida, inclusive, vem ao encontro da diretriz da próIONE MORENO
pria Suframa de reforçar as parcerias com os vizinhos da América do Sul”, frisa.
A ‘tarifa zero’ pode ajudar a incrementar o comércio de produtos manufaturados e não apenas commodities, como é o foco hoje Thomaz Nogueira, superintendente da Suframa
Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, o acordo com
o Mercosul, onde o Brasil mantém uma frota de exportação intensa com países que participam do bloco não causará prejuízos ao Estado. Conforme ele, o regime de Aliança Bolivariana para as Américas, com a Aliança do Pacífico, é bom para o país, uma vez que ele busca se instalar na América do Sul como um todo. “Essa tarifa vai implementar o protecionismo regional dos nosso produtos”, acrescenta. Para o presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio/AM), José Roberto Tadros, a proposta é extremamente importante para o Amazonas. “Será vantajoso para o PIM, que terá com esta medida facilidades para exportar seus produtos a esses países”, observa.
Crescimento dos países vizinhos fará bem ao AM Roberto Tadros destaca que Colômbia, Peru e Chile estão se desenvolvendo rapidamente, o que beneficiária o Brasil. Segundo ele, a Colômbia está em uma rota de crescimento invejável e cresce 4,5% ao ano. O Peru, que faz fronteira com o Amazonas, também apresenta crescimento vertiginoso e o Chile, conforme Tadros, caminha para ser o primeiro país da América do Sul considerado desenvolvido.
O presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bichara, avalia que o Brasil é muito industrializado, logo seria necessário uma análise profunda sobre a medida para verificar se não haverá nenhum prejuízo para o país. “Acredito que para o Amazonas não haverá desvantagens, porque estamos falando de impostos federais. Quanto ao país, não sei se ele se beneficiaria com a proposta”, revela.
EXPORTAÇÃO
Incentivo abrirá novos mercados
Tarifa zero desafogaria alto estoque de duas rodas da ZFM
O economista Ailson Rezende avalia que a medida discutida no Mercosul facilitará a entrada de produtos do PIM como eletroeletrônicos e duas rodas nos países que fazem parte da proposta. E o Amazonas terá um mercado consumidor aberto. “A exportação do nosso Estado e também do país será alavancada com esta medida em funcionamento”, comenta. Da mesma forma pensa o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo. Segundo ele, Colômbia, Chile e Peru estão fora do Mercosul, mas o comércio brasileiro com esses países aumentou consideravelmente nos últimos
anos. E a tarifa zero facilitará mais a exportação do país. “Se com a cobrança de taxas, as nossas exportações para esses países já teve crescimento, imagina sem essas taxas”, assinala. A transação será vantajosa não apenas para a exportação, mas também para a importação do país como um todo. Conforme Azevedo, o comércio brasileiro é importador e esta medida pode contribuir para que a indústria e o comércio importem menos produtos chineses. “A criação dessa área de livre comércio na América do Sul é uma forma de o Brasil se incluir na rota
do Pacífico”, defende. Relação Os cinco principais produtos que a Colômbia importa do Brasil, segundo o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior (Mdic), são automóveis, chassis, propeno (propileno) não saturado (matéria-prima da indústria petroquímica), pneus para veículos pesados e preparações para elaboração de bebidas. Os cinco produtos exportados pela Colômbia ao Brasil são hulha betuminosa, não aglomerada (carvão mineral), policloreto de vinila (tipo de plástico), coques de hulha de linhita ou de turfa (carvão
de retorta), e óleos brutos de petróleo, desperdícios e resíduos de cobre. Do Peru, conforme o Mdic, os cinco principais produtos que o Brasil importa são catodos de cobre refinado e seus elementos em forma bruta, naſtas para petroquímica, sulfetos de minérios de cobre, fosfatos de cálcio naturais e não moídos e sulfetos de minérios de zinco. O país exporta para o Peru, chassis com motor diesel e cabina para transporte de carga, óleos brutos de petróleo, chassis com motor para veículos de transporte de pessoa, outros “bulldozers” e “angledozers” de lagartas e tratores rodoviários para semirreboques.
Economia
B4
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Black Friday salvará ano do e-commerce brasileiro
Dia mundial do desconto está marcado no país para o dia 28 de novembro, com expectativa de grandes promoções
N
os últimos anos, o Black Friday se consolidou como a mais importante data do varejo on-line brasileiro. Para 2014, se depender da vontade dos consumidores, a data tem tudo para ser ainda maior. De acordo com uma pesquisa feita pelo Busca Descontos - maior portal de cupons de desconto grátis do Brasil e que promove o www.BlackFriday. com.br -, na qual foram ouvidos 20.841 e-consumidores, 96% afirmaram que vão fazer compras na data, que acontece em 28 de novembro. O número representa um grande salto, pois apenas 42% dos pesquisados fizeram compras na data em 2013. A procura este ano é reflexo da experiência que a maioria dos compradores teve na edição anterior. Ao todo, 75% dos pesquisados que participaram da edição passada informaram que tiveram uma boa ou ótima experiência comprando no dia mundial do desconto. Já 90% indicam a data para amigos e parentes. “As vendas crescem exponencialmente durante a data, enquanto as reclamações sobem naturalmente, mas em um ritmo bem menor”, pondera Pedro Eugênio, funda-
REPRODUÇÃO
dor do Busca Descontos. “Em 2013, foram vendidas 12 vezes mais que um dia normal e quase o dobro da ação no ano anterior. Enquanto isso, relação de reclamações e pedidos no dia subiram apenas 6,25% entre uma edição e outra”, aponta Eugênio. Estoques Para o executivo, o Black Friday de 2014 é uma grande oportunidade para lojistas e consumidores. “As vendas gerais do ano acabaram sendo mais fracas do que o esperado. Ecommerces estão com grandes estoques, algo que deve motivar boas promoções. Por outro lado, os consumidores estão ávidos por descontos”, avalia. Na pesquisa, os produtos mais desejados são os eletrônicos, com 17%, seguido pelos de informática (13%), telefonia (12%) e eletrodomésticos (11%). No ano passado, os produtos mais procurados foram os smartphones, TVs e tablets, movimento que deve se repetir neste 28 de novembro. “Os consumidores já estão se planejando, pesquisando preços e programando aquilo que vão comprar. Agora é a vez dos lojistas se prepararem”, conclui o executivo.
Fora da internet, nas lojas que aderem ao Black Friday, a disputa por produtos com grandes descontos chega à “selvageria”
GAMES
SMARTPHONE
Lançamento de iPhones no Brasil
DIVULGAÇÃO
As operadoras de telefonia móvel Claro, Tim e Vivo anunciaram nesta sextafeira (31) que começarão a vender os novos iPhones 6 e 6 Plus no Brasil, a partir do próximo dia 11 de novembro. Os preços não foram divulgados. Para hoje, a operadora Claro prometeu abrir em seu site um cadastro para os interessados em receber as novidades sobre o lançamento do aparelho. Lançados em setembro nos Estados Unidos da América (EUA) pela Apple, os novos smartphones têm como principal novidade o tamanho da tela, substancialmente maior que os modelos anteriores. Nos EUA, o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus saem por valor a partir de US$ 649 e US$ 749, respectivamente, sem contratos de operadoras. Desde que começaram a ser vendidos aos norte-americanos e em alguns outros países, os iPhones 6 e 6 Plus bateram os recordes de venda da Apple, alcançando a marca de quase 40 milhões de aparelhos em 3 meses. O bom desempenho nas vendas ajudou a puxar para cima os lucros da empresa no trimestre. Procurada para comentar sobre o lançamento dos aparelhos no Brasil, a Apple não respondeu ao contato da reportagem. Os amazonenses que possuem os novos iPhones 6 e 6 Plus compraram os produtos em Miami, no Estado da Flórida, que é o principal destino internacional dos turistas locais.
PS4 diminui prejuízos financeiros da Sony Há anos, a Sony vai mal das pernas financeiramente, mas o PS4 é a luz no fim do túnel. O console continua sendo um sucesso absoluto de vendas, segundo o relatório trimestral mais recente da japonesa, ajudando-a a ter um pouco menos de prejuízo. No total, a Sony perdeu US$ 762 milhões nos últimos três meses. A divisão de games da empresa gerou receitas de cerca de US$ 2,8 bilhões, um salto de 83% em relação ao que foi observado no ano passado. O cálculo inclui as vendas de PS3 e jogos para ambas as plataformas, mas o salto significativo se deve ao sucesso das vendas do PS4. Graças a este desempenho positivo, a área de games da Sony conseguiu fechar no azul, com lucro de cerca de US$ 200 milhões. Segundo a Sony, foram vendidas 3,3 milhões de unidades do PS4 nos
SUBSTITUIÇÃO
Como consequência dos resultados ruins da Sony, o chefe da divisão de mobilidade da multinacional, Kunimasa Suzuki, foi demitido e substituído pelo vice-presidente Hiroki Totoki últimos três meses, enquanto a principal concorrente, a Microsoſt, vendeu apenas 2,4 milhões de consoles, contabilizando o Xbox 360 e o Xbox One juntos. As boas notícias param por aí. A divisão de smartphones é um problema, que gera US$ 1,5 bilhão em prejuízo, embora as vendas tenham aumentado pouco em relação ao mesmo período de 2013. DIVULGAÇÃO
Lançado nos EUA, em setembro, japonês foi um dos primeiros compradores do iPhone 6
Uma capa que faz ligações A WirelessMe, start-up californiana, criou uma capa para iPhone que também faz ligações. A empresa busca financiamento do produto no site Kickstarter. O Talkase é composto por um telefone de dimensões diminutas que pode ser embutido a uma capa de iPhone. Quando destacado da capa, o aparelho tem 5,5 milímetros de espessura e largura e altura de um cartão de crédito. O celular apenas faz e
recebe ligações e SMS. A bateria dura 100 horas em stand-by ou 2,5 horas em funcionamento. Os criadores afirmam que o Talkase funciona como telefone reserva, caso o smartphone principal fique sem bateria (desde, é claro, que o aparelho não esteja conectado à capa). É possível também atender ligações e visualizar as mensagens do Talkase no iPhone, via conexão Bluetooth. O telefone funciona em qualquer
rede GSM, popular também no Brasil. Precisa apenas de um cartão micro SIM. As capas são compatíveis com iPhone 5s, 6 e 6 Plus. Qualquer um, porém, pode ter o Talkase como telefone reserva, porque o componente das ligações não precisa estar conectado à capa para funcionar. A 25 dias para o fim da campanha, a start-up já ultrapassou a meta de US$ 60 mil. As entregas estão prometidas para dezembro. Apesar do alto valor, relatório aponta sucesso nas vendas
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Economia
B5
País
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
DIVULGAÇÃO
B6
TURBULÊNCIA
POLÍTICA À FRENTE O radar político mostra claras zonas de turbulência à frente e o placar apertado da eleição presidencial no 2º turno é só um dos motivos para esta previsão
o quadro, decidiu apoiar o adversário de Dilma, Aécio Neves (PSDB), no segundo turno, sacramentando um caminho sem volta. Ao menos por ora. PMDB rachado Além disso, o maior partido da coalizão governista, o PMDB, está rachado como há tempos não se via. A primeira mostra disso se deu antes de a campanha eleitoral começar, quando cerca de 40% dos convencionais votaram contra a
ESPAÇO
Para especialistras, outro ponto é o fato de ser muito mais complexa a distribuição de cargos de primeiro, segundo e outros escalões por não se tratar de um governo novo repetição da coligação com o PT, mesmo sendo novamente candidato a vice o presidente do partido, Michel Temer. E ainda falando de PMDB, o nome mais cotado do partido para ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados é o do líder da bancada na casa, Eduardo Cunha (RJ), que já se mostrou, para dizer o mínimo, bastante independente do Palácio do Planalto. Outro ponto é o fato de ser muito mais complexa a distribuição de cargos de
primeiro, segundo e outros escalões por não se tratar de um governo novo. Ninguém quer perder o espaço que já tem e todos tentam ocupar mais espaço ainda, o que torna mais difícil agradar a base parlamentar. Congresso atuante Ao mesmo tempo, pela primeira vez em muito tempo, a oposição promete ser realmente atuante no Congresso, e o derrotado na eleição presidencial tem um mandato que pode usar para cobrar o que foi prometido na campanha. Presidente do PSDB, se quiser se manter em evidência para uma segunda tentativa para chegar ao Palácio do Planalto em 2018, Aécio precisará ser muito mais combativo na tribuna do Senado do que foi na primeira metade de seu mandato de senador. E terá companhias de peso de seu partido para isso. Além do seu companheiro de chapa, Aluysio Nunes (SP), voltam à casa José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE). E Dilma ainda tem um outro grande problema. Seu governo e sua base parlamentar estão sob bombardeio de pesadas denúncias de corrupção, especialmente na Petrobras. Segundo depoimentos de um ex-diretor da estatal, haveria um suposto esquema de sobrepreços nos contratos da empresa, que serviriam para abastecer partidos e políticos governistas.
Impeachment ronda o Planalto Para coroar todo esse quadro, a última edição da revista “Veja” trouxe reportagem com o que seria declaração do doleiro Alberto Youssef, em depoimento à Polícia Federal, dizendo que tanto Lula como Dilma saberiam do suposto esquema. Especialmente por conta disso, a palavra impeachment já começa a circular. Dilma rebateu com veemência a acusação, publicada a dois dias da eleição, e garantiu que quer
a investigação completa do escândalo “doa a quem doer”. Mas o assunto impeachment emergirá de tempos em tempos, dependendo da temperatura política, do desempenho da economia e, claro, das próprias investigações. Diante desse cenário é importante a presidente realmente colocar em prática o que tem prometido desde que foi confirmada sua reeleição: diálogo. Também será fundamental escolher um coordena-
dor político muito hábil, com bom trânsito no Congresso, com os partidos e, principalmente, com a própria presidente. Se a definição do novo ministro da Fazenda será importante para sinalizar em qual direção vai caminhar a economia nos próximos anos, a escolha do coordenador político é essencial para mostrar quais as chances de Dilma atravessar as zonas de turbulência sem tantos solavancos. EBC
U
m presidente que vence no primeiro turno, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 e 1998, ou que vence com larga vantagem no segundo turno, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002 e 2006, inicia seu governo com um amplo mandato popular que se impõe fortemente sobre o parlamento. Com exceção dos deputados e senadores claramente de oposição, todos os outros querem se aproveitar, de algum modo, da popularidade do novo governante. Há 4 anos, a presidente Dilma Rousseff (PT) não teve uma vitória esmagadora no segundo turno, mas ainda assim foi expressiva, 56,05% a 43,95% dos votos válidos, uma diferença de 12 milhões de votos. Além disso, ela foi eleita surfando na altíssima popularidade do presidente que saía, Lula, e num país com forte crescimento econômico. Agora, a diferença próDilma não chegou a 3,5 milhões de votos. Mais, ela não foi eleita pela popularidade do presidente atual, embora a melhora durante a campanha da aprovação a seu governo certamente tenha ajudado, e a situação econômica é de estagnação. Os problemas se seguem. Um dos partidos historicamente aliados, o PSB, deixou o governo no ano passado, lançou candidato a presidente nesta eleição e, para piorar ainda mais
Diante do cenário de impeachment é importante que Dilma faça o que prometeu
Mundo
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
B7
Ataques contra EI custam US$ 8,3 mi ao dia aos EUA O
s Estados Unidos gastam US$ 8,3 milhões por dia com seus ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, revelaram fontes do Pentágono. Desde o início das operações, no dia 8 de agosto, Washington já gastou US$ 580 milhões com a campanha aérea, informou o capitão de fragata Bill Urban, porta-voz do departamento de Defesa. Até o momento, o Pentágono calculava em US$ 7 milhões ao dia o custo de suas operações, mas um alto funcionário, que pediu para não ser identificado, destacou que o ritmo das missões se intensificou nas últimas semanas. Analistas independentes consideram que os números oficiais estão subavaliados e Todd Harrison, do Centro para a Avaliação Estratégica e Orçamentária (CSBA) de Washington, estima que a campanha aérea pode custar entre US$ 2,4 bilhões e US$ 3,8 bilhões por ano. Caso os ataques aéreos contra alvos jihadistas se intensifiquem ainda mais, este valor pode chegar a entre US$ 4,2 e 6,8 milhões ao dia, revela um estudo publicado no final de setembro. Os voos de reconhecimento são o fator mais oneroso no orçamento da operação Deter-
minação Absoluta. Cada hora de operação dos drones Predator e Reaper custa em torno de US$ 1 mil, e uma hora do Global Hawk, um drone de vigilância capaz de voar a muita altitude, sai por mais de US$ 7 mil. A verba da campanha aérea na Síria e no Iraque procede do orçamento de guerra do Pentágono, que está separado do
OPERAÇÕES
Desde o início das operações, no dia 8 de agosto, Washington já gastou US$ 580 milhões com a campanha aérea, informou o capitão de fragata Bill Urban, porta-voz do departamento de Defesa orçamento básico do departamento de Defesa. Nada mudou Apesar dos esforços americanos para enfraquecer as forças do EI, combatentes estrangeiros continuavam entrando na Síria em um ritmo de mil por mês, uma quantidade que não diminuiu, apesar da campanha liderada pelos Estados Unidos
contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), informou o jornal “The Washington Post”. Os números sugerem que, apesar dos ataques aéreos não dissuadirem os estrangeiros, também não fizeram com que aumentasse a quantidade de combatentes para contra-atacar a campanha dos Estados Unidos, informou o jornal, citando funcionários da inteligência e antiterrorismo. “O fluxo de combatentes que se dirigem para a Síria se mantém constante, por isso o número total continua aumentando”, afirmou o funcionário da inteligência americana. Tendências Mas em apenas algumas semanas foi possível verificar uma mudança nesse ritmo devido a um atraso nos trabalhos de inteligência que a CIA está examinando, acrescentou o Post, citando os funcionários. A tendência no último ano sugere que há mais de 16 mil combatentes estrangeiros na Síria. Esse fluxo permanente se explica nas sofisticadas campanhas de recrutamento por parte de grupos radicais na Síria, como os jihadistas do EI e a relativa facilidade com que se pode viaja para esse país a partir do norte da África, Oriente Médio e Europa.
DIVULGAÇÃO
APÓS HONG KONG
Estudantes rejeitam as restrições impostas pelo governo chinês para a escolha de líder em 2017
Ativistas miram protestos em Pequim Depois de um mês ocupando uma área central de Hong Kong, ativistas pró-democracia avaliam dar um passo além: viajar a Pequim para confrontar o governo chinês, que detém a palavra final sobre o que ocorre no território. Os estudantes rejeitam as restrições impostas pelo governo chinês à escolha dos candidatos para a eleição do próximo chefe do Executivo local, marcada para 2017. Acusam Pequim de não cumprir a promessa de permitir o sufrágio universal. Em um discurso, Alex Chow, líder da Federação de Estudantes de Hong Kong, disse que é hora de “mostrar ao mundo e ao governo” que as regras devem ser revogadas. Uma das ideias seria levar o protesto à capital chinesa durante a cúpula do fórum de Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico (Apec na sigla em inglês). Cercado de um enorme esquema de segurança, o encontro será realizado em Pequim nos dias 10 e 11 de novembro, quando o líder chinês, Xi Jinping, receberá os chefes de Estado dos EUA, Rússia e Japão, entre outros. Após um século e meio como colônia britânica, Hong Kong retornou ao domínio da China em 1997, sob a fórmula “um país, dois sistemas”, que prevê uma relativa autonomia em relação a Pequim. Seus residentes precisam de uma autorização de Pequim para visitar a China continental, o que torna improvável o plano dos estudantes. “Se não pudermos passar pela alfândega, será uma mensagem de que Pequim não se importa com a opinião dos cidadãos de Hong
AFP
Analistas dizem que os números estão subavaliados e estimam que a campanha aérea pode custar entre US$ 2,4 bilhões e US$ 3,8 bilhões
Kong”, disse Chow. Mesmo que dificilmente se realize, a pretensão dos estudantes de confrontar Pequim mostra que o impasse está longe de acabar. Punição Um membro da entidade que aconselha o Banco Central chinês alertou, nesta quarta-feira, que Pequim vai punir Hong Kong caso os protestos que paralisam há um mês partes do centro financeiro asiático, controlado pela China, tenham permissão de continuar. Joseph Yam, vice-presidente-executivo da Sociedade Chinesa para Financiamento e Serviço Bancário e ex-presidente do Banco Central de Hong Kong, disse que a integridade financeira e a estabilidade da cidade também estão em risco.
Apesar dos investimentos americanos para “sufocar” os extremistas, número de adeptos cresce
B8
Mundo
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Caderno C
Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
diadia@emtempo.com.br
(92) 3090-1041
FCECON/DIVULGAÇÃO
Novembro Azul contra o preconceito Página C7
Burnout se torna o mais novo inimigo silencioso
Gravidade da síndrome resultou em proposta para criação da Semana de Conscientização sobre a Síndrome de Burnout REPRODUÇÃO
Esgotamento físico e emocional, ansiedade e pessimismo são alguns dos sintomas do transtorno, que afeta 30% dos profissionais brasileiros, segundo levantamento feito pela Isma-BR DANIEL AMORIM Especial EM TEMPO
N
a última terça-feira, 28, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou o projeto de lei nº 465/2014, que institui a Semana de Combate e Conscientização sobre a síndrome de Burnout. A proposta é do ouvidor da Câmara, vereador Hiram Nicolau (PSD), e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, ainda desconhecida por muitas pessoas. Para Hiram, é preciso levar qualidade de vida aos profissionais que têm mais probabilidade de adquirir a síndrome de Burnout. “A conscientização é uma forma de ajudar os servidores a se preocuparem mais com a saúde”. Esgotamento físico e emocional, ansiedade e pessimismo são alguns sintomas do transtorno que afeta 30% dos profissionais brasileiros, segundo estudo da Associação Internacional de Controle do Estresse (Isma-BR). Professores, motoristas de ônibus e policiais têm maior chance de desenvolver a síndrome, causada
por condições de trabalho desgastantes que exijam contato com o público. A atitude no ambiente de trabalho também influencia no quadro clínico. Metas exageradas, dedicação excessiva e discussões são fatores decisivos. “Ao invés de se tornar melhor profissional com a evolução da experiência, o indivíduo parece piorar seu desempenho”, explica Rosângela Du-
SINTOMA
A principal caracterítica da Síndrome de Burnout é a despersonalização - o esgotamento causa uma ausência de empatia diante da necessidade alheia, como na área de saúde tra, professora pesquisadora da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A principal característica é a despersonalização – o esgotamento causa uma ausência de empatia diante da necessidade alheia. “Se uma pessoa chega a um serviço de emergência gravemente
ferido, os profissionais acometidos pela síndrome parecem não se sensibilizar com o sofrimento do paciente”, exemplifica Rosângela. Diferença Mas qual a diferença entre uma situação comum de estresse e a síndrome de Burnout (“queimar para fora”, em tradução livre)? Segundo a psicóloga, há um método simples para obter uma avaliação correta. “No quadro de estresse, a pessoa que retorna das férias está tranquila e relaxada. No quadro de Burnout, ao retornar das férias para lidar com pessoas em situação de cuidado, os sintomas se manifestam. O trabalhador fala: voltei ontem de férias mas não aguento mais trabalhar aqui”, relata Rosângela. “Você pode até gostar do que faz, o problema é o ambiente em que você atua”, diz o professor de inglês José Bomfim Neto, cujo diagnóstico foi realizado em 2008. Em sua primeira semana de trabalho, três anos antes, ele se deparou com a bagunça dos alunos da rede estadual de ensino. As demandas frequentes e divergências entre colegas complicaram a situação.
Sinais podem mascarar doença Este mês, José Bomfim Neto deve voltar ao consultório do psiquiatra, desta vez para tratar de outros sintomas. “Acho que desenvolvi síndrome do pânico, e talvez isso seja resultado do quadro anterior”, opina Neto.
“Muitos pacientes apresentam sinais de depressão, o que acaba mascarando a doença”, diz a professora de psicologia da Ufam, doutora Nazaré Hayasida. “O problema vem acompanhado de sintomas físicos, como fadiga, embora o indivíduo
não tenha feito esforço físico”, complementa. Além do tratamento com remédios e terapia, o paciente deve mudar o estilo de vida. Exercícios físicos, alimentação adequada e momentos de lazer ajudam a recuperar o bem-estar. JOEL ROSA/ARQUIVO EM TEMPO
Motoristas de ônibus fazem parte dos grupos mais afetados pela Síndrome de Burnout
C2
Dia a dia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Playgrounds e parques precisam de manutenção
REPRODUÇÃO
Locais provisórios e permanentes exigem trabalho de fiscalização para garantir a segurança dos frequentadores
A capital amazonense tem sete parques de diversões autorizados e fixos. Cidade ainda tem os que surgem em arraiais e que precisam de permanente fiscalização para a segurança das pessoas
N
a maioria dos arraiais que acontecem durante o ano em muitos bairros de Manaus, a única opção de lazer disponível para a população está nos parques de diversões. A família às vezes aguarda meses para poder divertir na roda gigante, chapéu mexicano e barca, entre outros brinquedos. Além das fiscalizações dos órgãos competentes, todo e qualquer cuidado é importante para que a diversão não se transforme em tragédia. Na capital amazonense há sete parques de diversões autorizados pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), localizados no bairro Armando Mendes, Zona Leste; na avenida Autaz-Mirim, bairro São José, Zona Leste; na praça de alimentação da Cidade Nova, Zona Norte; na área de eventos do condomínio Amazonas Shopping; na avenida Mário Ypiranga Monteiro, Zona Centro-Sul; no Centro Social Urbano (CSU) do Parque 10, Zona Centro-Sul; e na rua 4, no campo de futebol do Lidam, também no Parque 10. Há outros lugares na cidade com brinquedos para crianças, mas são considerados pelos pais como esquecidos pelos órgãos de fiscalização. A comunicóloga Adriana Costa, 32, resolveu levar seu filho de 1 anos e 8 meses para brincar no fim da tarde no parquinho das crianças dentro do Parque dos Bilhares, reformado há poucos meses, e foi surpreendida com a maioria dos brinquedos completamente quebrados. “Infelizmente há pais e mãe que não tem condições de levarem seus filhos para brincarem em outros parques que estejam apropriados, e acabam tendo que deixar seus filhos ficarem em péssimas condições e colocam a vida dos seus filhos em risco, pois pode realmente acontecer um
acidente com as péssimas condições que a maioria dos parques oferece”, informou. Adriana disse que depois da experiência com os Bilhares, resolveu procurar outro parque para levar seu filho a brincar e conhecer outras crianças. Quase na mesma semana a comunicóloga procurou o parque do CSU do Parque 10, mas encontrou os brinquedos também em péssimas condições. “Percebo que temos poucas opções de entretenimento para nossos filhos, talvez quando esses locais foram entregues não estavam em péssimas condições, sei que isso foi com o tempo, mas é
RISCOS
Playgrounds dos principais parques públicos de Manaus enfrentam a falta de manutenção que pode colocar em risco a segurança de crianças que são levadas pelos pais à procura de diversão importante que haja manutenção, para evitar que algo pior ocorra. Procurei outros lugares para poder deixar meu filho brincar, mas infelizmente achei até piores”, relatou. Depois de passar por alguns parques, Adriana levou seu filho para brincar no parquinho de diversões do parque Jefferson Péres, Centro. De acordo com a comunicóloga, foi o único local que agradou os olhares da mãe. “Creio que por ter sido entregue recentemente, foi o único local que encontrei em ótimo estado, tanto de preservação como de manutenção. Espero que seja um modelo e exemplo de reparo para os demais parques, pois precisamos de lugares assim para que nossos filhos possam ter um momento de diversão e lazer”, disse.
Inmetro analisa situação no país A morte de 45 crianças no últimos 15 anos em playgrounds em todo o Brasil, e 6.218 internações hospitalares provocadas principalmente por quedas, fizeram com que o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) realizasse uma consulta pública para análise de impacto e viabilidade para equipamentos infantis. Pesquisa realizada entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014 em 23.861 unidades de ensino infantil (7.127 creches e 16.734 pré-escolas), identificadas por meio do cadastro da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), indica que 62% das ocorrências
estão relacionadas ao mau uso do equipamento. Entre os acidentes mais graves (12,5%), 48,08% foram ocasionados por queda do brinquedo; 25% por lesões causadas pelo movimento do brinquedo; e 11,54% causadas por aprisionamento de partes do corpo, só para citar os principais. A consulta pública de brinquedos de playground encerrou em 20 de setembro. Durante 60 dias deste ano, foi realizada a análise de impacto regulatório pelo Inmetro. O instituto recebeu 52 comentários, enviados por cidadãos, professores, organização não governa-
Implurb explica condições
mentais (ONGs), fabricantes e prefeituras e governos estaduais de todo o país. O próximo passo é a análise e consolidação dos comentários, após o que o Inmetro deve marcar uma reunião com todos os participantes para discutir a conclusão da consulta pública e apresentar uma proposta para os órgãos responsáveis pela fiscalização. A previsão é que o trabalho encerre antes do primeiro semestre de 2015, considerando que o futuro regulamento a ser escrito assim como a implementação precisará ser discutido com as partes impactadas.
ALBERTO CÉSAR ARAÚJO
ISABELLE VALOIS Equipe EM TEMPO
Playground do Parque dos Bilhares, na Zona Centro-Sul: abandono e depredação após reforma
O Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) informou que para se ter um parque é necessário o solicitante entrar com pedido de solicitação de viabilidade e regularização por meio de carta ou ofício junto ao Implurb, apresentando os documentos necessários para a regularização. Os documentos são o requerimento padrão (fornecido pelo Implurb) preenchido, descrição do local e da atividade pretendida, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e contrato social, Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF) do proprietário ou do mandatário. Além da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), firmada por profissional habilitado e registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea), assumindo responsabilidade técnica pela montagem e boas condições de funcionamento das instalações do circo ou parque, o proprietário deverá apresentar ART de responsabilidade de engenheiro eletricista (modalidade Eletrotécnica), auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, contrato de locação ou autorização para instalação do empreendimento no local e croqui da localização dos brinquedos instalados.
Dia a dia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
C3
Procuradoria Geral faz seleção de estagiários LUANA DÁVILA EM TEMPO ONLINE
A
Procuradoria Geral do Estado (PGE) está com inscrições abertas para um processo seletivo remunerado de estágio do órgão, no qual serão oferecidas 30 vagas, somente para estudantes de direito, em Manaus. De acordo com o coordenador do Centro de Estudos Jurídicos da PGE e presidente da comissão do concurso, Kleyson Nascimento Barroso, as inscrições vão até o dia 7 de novembro e podem ser realizadas no Centro de Estudos Jurídicos, localizado na rua Emílio Moreira, 1.308, Centro, de 9h às 13h. Barroso ainda destacou que apenas poderão participar do concurso os estudantes que estiverem matriculados a partir do 5º período ou correspondente, se a graduação for anual. Tanto estudantes das universidades públicas quanto particulares podem participar. Os aprovados poderão ter duas opções de carga horária. Uma de 20 horas semanais, com remuneração de R$ 729 e outra de 30 horas semanais, com remuneração de R$ 879. Ambos os estágios terão acréscimo de R$ 121, correspondente ao vale transporte. Entre as funções dos aprovados está a prestação de assessoria direta aos procuradores, coordenadores ou chefe de setores em que estiverem estagiando, além de retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga, mediante
IONE MORENO/ARQUIVO EM TEMPO
Universitários cursando a partir do 5º período do curso de direito podem se inscrever para o processo seletivo do órgão autorização de procurador do Estado; obter, junto ao escrivão e chefe de secretaria, certidões de peças de autos de processo em curso ou findos, mediante autorização de procurador do Estado; exercer outras atividades, dentro de suas atribuições legais, que lhe sejam determinadas; minutar despachos, ofícios e memorandos; movimentar processos nos sistemas
APROVADOS
Os 30 aprovados terão duas opções de carga horária - de 20 horas semanais, com remuneração de R$ 729, e outra de 30 horas, com remuneração de R$ 879, mais R$ 121 de vale-transporte eletrônicos, mediante atos como arquivamento, recebimento, dentre outros. Provas A realização das provas está prevista para o dia 17 de novembro. O edital do concurso está disponível no site da Associação dos Procuradores do Estado do Amazonas (Apeam) www. apeam.org.br. O edital está disponível para consulta na página da PGE-AM no Facebook e no site da Associação dos Procuradores do Estado do Amazonas (Apeam) no endereço www. apeam.org.br. Mais informações também podem ser fornecidas por meio do telefone (92) 3234-8904.
UNIVERSIDADES
A realização das provas para concorrência às 30 vagas de estágio na PGE está prevista para o próximo dia 17 de novembro
UNIVERSIA.NET
Os Prêmios Santander Universidades abrangem projetos de universitários e pós-graduandos
Amazonas concorre em premiação Um projeto de casa ecológica, de autoria de Newton Silva de Lima, do Centro Universitário Luterano de Manaus (Ceulm/Ulbra), irá concorrer ao Prêmio Santander Ciência e Inovação - uma das categorias dos Prêmios Santander Universidades - como representante do Amazonas. Outros três trabalhos da Região Norte, todos do Pará, irão concorrer em outras categorias: “Metodologia gamificada para ensino de algoritmos e programação de computadores”, de Ricardo Melo Casseb do Carmo, do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa, na categoria Guia do Estudante),
“Projeto lótus”, de Gisele Seabra Abrahim, também do Cesupa; “Ovinocaprinocultura como ferramenta na otimização da qualidade de vida de geração de renda para a juventude rural no nordeste paraense”, de Luiz Fernando de Souza Rodrigues, da Universidade Federal Rural do Pará (Ufra); e “Mapinguari”, de Raimunda Nonata Monteiro, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa, todos na categoria Universidade Solidária). Dos mais de 20 mil projetos inscritos, 56 chegam à final, representando Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Os grandes vencedores de cada premiação serão conhecidos dia 5 de novembro, em cerimônia nacional, em São Paulo, e receberão R$ 100 mil, além de bolsas de estudos. A edição de 2014 bateu todos os recordes em número de projetos de universitários de graduação e pós-graduação, pesquisadores e acadêmicos em geral foram inscritos. É um crescimento de 19% em relação a 2013. Neste ano, a quantidade de instituições de ensino superior participantes também cresceu, passando de 618 para 1.067 – 73% a mais.
C4
Dia a dia
Água segura, p Mananciais e características geográficas impedem que nossa região sofra desabastecimento como visto atualmente na Região Sudeste, mas há um inimigo que continua a nos ameaçar: o desperdício IVE RYLO Equipe EM TEMPO
N
o último mês, os paulistas foram surpreendidos com as proporções de um desequilíbrio já anunciado. A escassez de chuva fez com que as reservas das usinas hidrelétricas atingissem a menor cota nos últimos 13 anos, com 20,93% de sua capacidade. O drama da carência de água trazida com a estiagem em uma das capitais mais ricas do país vem preocupando as autoridades e chamando atenção da população de outras regiões. Mas afinal de contas, há possibilidade de este desequilíbrio se repetir no Amazonas? A resposta é não, para o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marco Antonio de Oliveira. “Aqui é muito diferente de São Paulo. Não existe escassez, temos abundância tantos nos rios quanto nos lençóis subterrâneos. Mesmo com um cenário hipotético de floresta desmatada, haveria rios normalmente porque as águas subterrâneas fariam com que os rios continuassem perenes”, afirmou. Ele explicou que as características da Amazônia em muito se diferem do CentroOeste ou do Nordeste, onde a chuva é responsável por alimentar as bacias. “Aqui os rios são o afloramento das águas subterrâneas. Existe esta conexão. Aqui também temos a contribuição do degelo, mas é pequeno. O volume de água que sai do degelo não chega a 2% do volume total do rio”, afirmou. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), fonte do abastecimento hí-
drico, a cota alcançada no reservatório paulista em 21 de outubro deste ano ficou abaixo da mínima atingida, de 21,39%, em outubro de 2001. “É muito difícil vivermos a mesma situação de São Paulo. Primeiro porque lá chove menos que aqui. Lá não existe bacia sedimentar grande que armazena água subterrânea suficiente. Como São Paulo está em um planalto, não existem grandes rios. O Tietê e o Piracicaba, por exemplo, não menores que o Tarumã”, disse. Contudo, ele atentou para a importância de se evitar o desperdício. “Se houver desperdício a pessoa vai pagar por um tratamento de mais água nas torneiras. Aqui não se falta por escassez, e sim por gestão”, ressaltou. Reservas futuras Em nossa região existem dois grandes lençóis subterrâneos responsáveis por armazenar água. O primeiro é o Alter do Chão, em Manaus, e o Trombetas, na região do município de Presidente Figueiredo. “A maior bacia hidrográfica do planeta, certamente terá o maior aquífero do planeta, que são reservas futuras, em caso de desastre”, disse Marco Antonio. Contudo, o uso indiscriminado pode contribuir com o rebaixamento das águas dos lençóis. “No caso da situação da população muito grande nas zonas Leste e Oeste, não existia adutora que levasse água para região. A população era abastecida por poços de 120 metros. Eram muitos poços próximos e produzindo 24 horas, que contribuíram com o rebaixamento águas subterrâneas. Alguns poços de 100 metros secaram”, afirmou.
Furto de água descoberto em operação da Manaus Ambiental na semana que passou: desperdício frequente na cidade
ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/ARQUIVO EM TEMPO
Desperdício de 40% na capital O diretor de Regulação e Meio Ambiente da empresa Manaus Ambiental, Arlindo Sales, descartou um colapso no sistema. “A possibilidade de ocorrer uma situação semelhante a de São Paulo na Amazônia, só se houver um cataclisma muito grande que possa alterar bastante as situações geográficas”, disse. Segundo ele, nossa grande vantagem está no regime de abastecimento dos rios. “Aqui temos duas fontes: um é o índice pluviométrico, outro é degelo da cordilheira dos Andes. Os rios Negro e Solimões são alimentados basicamente por degelos periódicos das geleiras, reforçado com o índice pluviométrico forte nas cabeceiras. Em São Paulo eles têm uma situação de dependência da pluviometria muito grande”, defendeu. Contudo, isso não nos dá o
Uma nova postura é necessária
direito de desperdiçar água. A Manaus Ambiental produz 630 milhões de litros de água por dia, suficiente para suprir a necessidade do dobro da população da capital. Porém, aproximadamente 40% do total produzido é desperdiçado. “No sistema de abastecimento de água em todo o mundo existe desperdício, tanto pelas pessoas utilizarem mal como por fraudes. O menor índice de desperdício é no Japão - 3 a 4 %”, informou. O aumento de mil por cento de desperdício em relação ao Japão justificase, além do mau uso, pela fragilidade das instalações e falta de manutenção nas tubulações das residências. “Com a crise em São Paulo espero que possamos aproveitar as experiências, inovações e novas metodologias para combater o desperdício”, afirmou.
Arlindo Sales defende que somente uma mudança de postura em toda a sociedade vai conter o uso indevido da água. “Aqui trabalhamos continuamente para incentivar o armazenamento de água da chuva para usar em serviços grosseiros como lavar pátios, por exemplo. As academias de engenharia têm que começar a pensar diferente, não posso construir uma casa como construía há 20 anos, tenho que inovar, implantar reservatório com água de chuva. A nova engenharia tem que promover a reutilização da água”, analisou. Imagem da grande vazante que aconteceu no Estado há alguns anos: risco não está na natureza
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
C5
por enquanto... ALBERTO CÉSAR ARAÚJO
Manaus tem consumo recorde De acordo com estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) uma pessoa necessita de 120 litros de água por dia para suprir suas necessidades. No Brasil, o consumo é de 250 a 300 litros. Em Manaus o uso salta para 400 litros diários por habitante. Conforme representantes da concessionária, o desperdício é causado pelo uso incorreto e pelo furto de água. A Zona Leste é a campeã de denúncias de fraudes, mas engana-se quem acredita que somente nos bairros mais afastados e menos assistidos pelo poder público isso acontece. Na semana passada, duas ligações clandestinas de água foram descobertas durante operação da empresa em parceira com a delegacia Especializada em Combate a Furtos de Energia, Água, Gás e Serviços de Telecomunicações (DECFS). Os “gatos” foram en-
contrados em um canteiros de obra de um frigorífico no bairro Parque 10 e em uma residência em Flores, ambos na Zona Centro-Sul. No frigorífico uma mangueira ligada a um ponto vulnerável da rede subterrânea de abastecimento jorrava forte jato de água na calçada da empresa e escorria pela rua. A empresa tem um investimento na ordem de mais de R$ 10 milhões para conter os desperdícios provenientes de furtos de água e consumo indevido. “Se houvesse diminuição da fraude na cidade e participação de grandes clientes que perfuram poços, possivelmente a tarifa seria menor, porque toda a sociedade participaria do processo. Qualquer garrafa de 250 ml custa R$ 2 no mercado. Hoje entregamos mil litros de água em domicílio a R$ 2,60”, finalizou Arlindo Sales. MARCELL MOTA/ARQUIVO EM TEMPO
Coleta de água do rio Negro: 40% de desperdício do líquido MARCELO CADILHE/ARQUIVO EM TEMPO
Monitoramento sempre contínuo Estudos desenvolvidos pelo CPRM apontam que a quantidade de chuvas em nossa região tem revertido a situação do rebaixamento das águas subterrânaeas na capital. “Chegou o Proama (Programa Águas de Manaus) e os quase cem poços serão desativados. Não há mais necessidade de serem usados. Por isso estamos realizando um projeto de monitoramento contínuo para elucidar quanto tempo é necessário para a recuperação das águas subterrâneas no verão e no inverno. E provavelmente a recuperação ocorra em menos de 30 anos, talvez a metade. Chove muito aqui”, afirmou o superintendente do CPRM, Marco Antonio de Oliveira. Fenômeno O meteorologista do 1° Distrito de Meteorologia Crianças brincam em aguaceiro provocado por cano rompido: imagem do mau aproveitamento do abastecimento em Manaus
(AM/AC/RR) do Instituto Nacional de Metereologia (INMET), Gustavo Ribeiro, aponta que a falta de chuva no Sudeste tem origem num fenômeno – caracterizado pela formação de áreas de alta pressão - que impede a livre circulação das massas de ar pelo país. “São os ‘bloqueios atmosféricos’ que impedem a chegadas das frentes frias vindas do sul do continente”, explicou. Ele lembrou que assim como tem ocorrido no Sudeste, existem alguns fenômenos climáticos que causam a diminuição das chuvas na Amazônia. “Os mais famosos são o El Niño e o Dipolo do Atlântico, que são os aquecimentos anômalos das águas dos oceanos Pacífico e Atlântico, respectivamente, já que esses dificultam a formação de nuvens na região”, especificou.
Dia a dia
C6
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Em Tabatinga, UPA busca diminuição de acidentes DIVULGAÇÃO
Funcionários da Unidade de Pronto Atendimento iniciaram campanha para diminuir número de acidentes com motoqueiros
Motoqueiros na principal avenida de Tabatinga, na fronteira do Estado com a Colômbia: iniciativa visa conscientizar condutores a utilizarem o capacete para se salvarem em acidentes de trânsito
P
or conta do aumento significativo de acidentes de trânsito com vítimas fatais e lesionadas envolvendo motociclistas, funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tabatinga, no município de mesmo nome (a 1.105 quilômetros de Manaus), iniciaram uma campanha de conscientização sobre o uso adequado do capacete como forma de salvar vidas. A campanha tomou conta da cidade e todos os pacientes que procuram
atendimento na unidade de saúde participam de palestras sobre o uso correto do capacete e sua utilidade no momento de um possível acidente de trânsito. Os funcionários estenderam a campanha, por meio de palestras, às escolas públicas do município. Dentre as unidades de ensino contempladas está a escola estadual Marechal Rondon e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam). Para a diretora da UPA Ta-
batinga, Pauline Campos, a iniciativa visa conscientizar motociclistas do município a usarem o capacete para preservação de sua própria vida, caso se envolvam em acidentes de trânsito. “Temos compromisso de fazer nosso papel com a sociedade, que é conscientizar. Muitos casos fatais de acidente envolvendo motociclistas poderiam ser evitados caso eles tivessem usando o equipamento de segurança. Portanto, nos sentimos obrigados em realizar esse trabalho de
conscientização”, ressaltou a gestora. Conforme levantamento da UPA Tabatinga, o número de acidentes com traumatismo crânioencefálico tem levado a óbito muitas pessoas no município. Na maioria dos casos as vítimas não estavam usando o capacete. “O uso do capacete não diminuirá o número de acidentes e lesões, mas o número de mortes por trauma encefálico sim, e consideravelmente”, finalizou a diretora. A UPA Tabatinga tem ge-
ração compartilhada entre o Grupo Gös – Instituto Novos Caminhos Organização Social - e a Secretaria de Estado de Saúde (Susam). Novo código Desde 22 de janeiro de 1998 entrou em vigor o novo Código Nacional de Trânsito (CNT). A principal cobrança foi aos condutores de motocicletas, que foram obrigados a utilizar o capacete. O resultado foi expressivo quanto ao índice de mortes de motociclistas no país depois
da implantação do código de trânsito, segundo estudos da Universidade de Federal de Londrina (UFL). No entanto, com o passar do tempo motoristas caíram no comodismo e deixaram de usar o capacete, e o índice voltou a aumentar em todo o Brasil, segundo a pesquisa. “Em Tabatinga muitos motociclistas transitam diuturnamente nas ruas do município sem capacete, e, pior, transportando crianças”, afirma a coordenadora da campanha, psicóloga Bárbara Rodrigues.
DIVULGAÇÃO
RESGATE
Residentes viram cabeleireiros Há quem diga que a técnica e os procedimentos para o corte e penteados em cabelos sejam exclusivos de mulheres. Para os residentes do Centro de Reabilitação em Dependência Química, esse preconceito não existe. Prova disso é que pelo menos 40 deles estudam com afinco no curso de corte de cabelo masculino e feminino. Participam, também, do curso oito residentes mulheres. A iniciativa é uma parceria entre a unidade de tratamento e a Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). O curso é dividido em módulos teóricos e práticos, com vídeo-aulas e apostilas, além de contar com um profissional da área que acompanha o desenvolvimento dos alunos. Em 20 dias, cada residente receberá do Cetam um certificado do curso e estará habilitado a exercer a atividade de cabeleireiro. São oferecidos ainda na unidade de tratamento cursos mais avançados de corte de cabelos, escova e colorimetria. O professor do curso e cabeleireiro profissional Orlando da Silva ressaltou que os pri-
meiros homens a se inscrever no curso despertaram em seus colegas o interesse em querer participar das aulas. “Eles são dedicados e a cada dia demonstram que querem mesmo aprender mais esta profissão. Temos também algumas mulheres participando do curso”, disse. Dedicados a cada etapa de aprendizado, os residentes já pensam em aperfeiçoar seus conhecimentos para futuramente seguir na profissão. “Sou chefe de cozinha, trabalho pela manhã em minha peixaria, mas tenho tempo para dedicar a outra profissão, por isso estou me dedicando a aprender mais sobre essa atividade”, disse o residente João Bosco França Retto, 30, que assim que completar o tratamento no Centro de Reabilitação pretende montar um salão de beleza em sua residência. Alguns alunos são mais tímidos e vão ao curso para exercer essa atividade apenas para cortar os cabelos de seus familiares. “Gosto de cortes ousados e vou fazer isso em
meus familiares, que não tem condições de ir ao salão com freqüência”, ressaltou um residente que pediu para manter seu nome em sigilo. Oportunidades Além do curso de cabeleireiro, o Centro de Reabilitação oferece aos seus residentes cursos de artesanato, biojoias, corte e costura, informática, panificação e confeitaria, entre outros. “Temos o compromisso de reintegrar os residentes ao meio social e oferecer uma profissão a eles, no período que ele estiver em tratamento no Centro de Reabilitação. Com isso garantimos um futuro prospero a ele e seus familiares”, afirma a diretora do Centro de Reabilitação, Anna Lopes. O Centro de Reabilitação Ismael Abdel Aziz está localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara), em Rio Preto da Eva. A unidade de tratamento é gerenciada pelo Grupo Gös Instituto Novos Caminhos – Organização Social em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Susam).
No Centro de Reabilitação, residentes homens descobrem a profissão de cabeleireiro
Dia a dia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
C7
Novembro Azul faz alerta sobre exames preventivos E
ncerrado o Outubro Rosa, o Amazonas entra no mês de alerta à saúde do homem: o Novembro Azul. A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), considerada referência no diagnóstico e tratamento do câncer em toda a Amazônia Ocicental, lança um alerta, neste período, sobre a importância da prevenção ao câncer de próstata, atualmente o mais incidente entre os amazonenses, com previsão de 510 novos diagnósticos em 2014, no Estado. O dado é do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde (MS). Se considerada a taxa bruta de incidência, devem ser registrados 27,94 casos para cada 100 mil habitantes no Amazonas, até dezembro deste ano. A estimativa, lançada a cada dois anos pelo Inca, foi divulgada em 2014. Segundo o urologista da FCecon, Giuseppe Figliuolo, além do exame de sangue PSA, que pode apontar eventuais alterações hormonais,
e que deve ser uma rotina em homens com idade a partir de 40 anos, também é indicada a realização anual do toque retal, considerado o exame mais eficaz na detecção de tumores e que pode ajudar a salvar vidas. Isso porque, quanto a doença é diagnosticada cedo, as chances de cura podem chegar a 90%
ÍNDICE
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde (MS), a previsão para a ocorrência do câncer de próstata no Amazonas é de 510 novos diagnósticos este ano e as chances de sequelas, como a impotência sexual, ficam reduzidas. Contudo, explica o urologista, grande parte dos homens ainda apresenta resistência ao exame. “Quando diagnosticamos um tumor maior e mais invasivo, reduzse, também, as chances de o indivíduo preservar a potência sexual, já que a cirur-
gia se torna mais complexa. Quando menor, a cirurgia é menos agressiva, e o nervo responsável pela função erétil acaba sendo preservado, sem prejuízos ao paciente”, relatou Figliuolo. Ele lembra que, reduzir o consumo de carne vermelha, manter uma alimentação rica em licopeno (presente, por exemplo, no extrato de tomate), e praticar exercícios físicos são bons métodos preventivos: “Um estudo, onde dois grupos, um de pessoas sedentárias e outro de praticantes de exercícios, foram acompanhadas, apontou que a obesidade favorece o aparecimento do câncer de próstata, caracterizando um fator de risco. Por isso a importância da manutenção de hábitos saudáveis”, explicou o urologista. “Há um teste nos Estados Unidos que pode detectar o câncer de próstata pela urina, mas ainda estão sendo realizados estudos clínicos para comprovar sua eficácia. Por isso, atualmente, podemos considerar o exame do toque retal o mais eficaz na detecção da doença”, completou.
FCECON/DIVULGAÇÃO
O exame para detecção do câncer de próstata, que deve registrar 510 novos casos este ano, ainda sofre resistência
O urologista Giuseppe Figliuolo alerta que detecção precoce evita cirurgias mais agressivas
C8
Dia a dia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
opiniao@emtempo.com.br
(92) 3090-1010
3
1
A feira dos colecionadores neófitos
2
Doze anos de poder
E outras 8 indicações culturais. Pág. 2
Balanço e perspectivas do PT no governo federal. Pág. 3
O despertar do gato mefistofélico
J. P. Coutinho e a atualidade de Eça de Queiroz. Págs. 4 e 5
4
O arauto da direita descomplexada
5
Do arquivo de Anna Maria Maiolino
Diário de Paris. Pág. 6
Rio de Janeiro, 1991. Pág. 7
Capa
‘Que Homenagem É Eça?’, tinta acrílica sobre papel, de Fernando Lemos
G2
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Ilustríssima Semana
O MELHOR DA CULTURA EM 9 INDICAÇÕES
BRASILEIRO
ANDREW KEMP/DIVULGAÇÃO
EXPOSIÇÃO | FEIRA PARTE A feira de arte contemporânea que busca estimular novas coleções reúne 36 galerias brasileiras e oito estrangeiras, da Argentina, da Colômbia, da Bolívia e dos EUA. São pinturas, esculturas, fotografias, desenhos, gravuras e múltiplos; 60% das peças têm preços até R$ 5.000. Paço das Artes | tel. (11) 38144832 | qui. (6) e sex. (7), das 14h às 22h; sáb. (8) e dom. (9), das 12h às 20h | grátis
EXPOSIÇÃO | GUIGNARD “Sonhos e Sussurros”, com curadoria de Denise Mattar, reúne 48 obras do pintor fluminense Alberto da Veiga Guignard (1896-1962). Grande paisagista, o artista também criou retratos e pinturas de gênero, alguns dos quais estão na mostra. galeria Almeida e Dale | tel. (11) 3882-7120 | seg. a sex., das 10h às 18h; sáb., das 10h às 14h | grátis | até 29/11 CINEMA | ENTRETODOS 7 O Festival de Curtas de Direitos Humanos exibe, em seu sétimo ano, 29 curtas-metragens de países como Irã, Sérvia, Chile, China, Índia e Alemanha, divididos em cinco sessões temáticas. Além do Cine Olido e do Centro Cultural São Paulo, a mostra ocupa mais de 50 escolas, CEUs e bibliotecas municipais. programação em entretodos.com.br de seg. (3) a sex. (7) | grátis
EXPOSIÇÃO | NEW CREATORS O novo espaço de São Paulo abre com a mostra “Movimento”, que une fotografias, móveis de design, pinturas, esculturas, roupas e acessórios. Entre os artistas estão Diana Motta, Manu Reyes, Antônio Emygdio e o coletivo Baillistas, que mistura dança, foto e vídeo. New Creators | tel. (11) 38049923 | seg. a sex., das 10h às 20h; sáb., das 10h às 16h | grátis | última semana
LANÇAMENTO | O PARAÍSO SÃO OS OUTROS O livro infanto juvenil reúne obras do artista plástico paulistano Nino Cais e texto do escritor nascido em Angola Valter Hugo Mãe baseado em fotos antigas de casamentos. Na noite de autógrafos, os trabalhos de Cais estarão expostos, e a atriz Iara Jamra fará uma leitura dramática. Central galeria | tel. (11) 2645-4480 | qui. (6), às 20h Cosac Naify | R$ 36,90 (32 págs.)
LAIS ARANHA/DIVULGAÇÃO
2
LGAÇÃO
Folha - Dá para definir o que é dança contemporânea? Adriana Banana - É uma aposta, uma hipótese sobre o mundo, que propõe ao espectador uma percepção diferente das coisas, sem ter o lado certo ou o errado.
LANÇAMENTO | LENÇOL PARA DOIS A fotógrafa Maria Helena Sponchiado lança o livro-objeto com acabamento manual e tiragem de 80 exemplares. A artista une ali fotos familiares e textos de cartões-postais encontrados em antiquários, que estarão expostos no local. editora Quelônio | R$ 120 | lançamento na qui. (6), às 18h galeria Veredas | tel. (11) 30813505 | de ter. a sex., das 14h30 às 18h; sáb., das 10h às 14h | até 20/11 | grátis
MARIO GRISO LLI/DIVU
DANÇA | FÓRUM INTERNACIONAL DE DANÇA A bailarina Adriana Banana, idealizadora do FID, responde a três perguntas sobre o evento, que segue até domingo, 9/11, em Belo Horizonte. R$ 6 | programação em fid. com.br/2014/
EXPOSIÇÃO | MAURÍCIO DIAS & WALTER RIEDWEG A dupla de vídeo artistas formada por um brasileiro e um suíço mostra no Rio “Histórias Frias e Chapa Quente”, que reúne obras recentes e inéditas sob curadoria de Andreas Brogger, do Nikolaj Kunsthal, de Copenhague. Na instalação “Cold Stories” são projetados vídeos feitos durante a Guerra Fria e vídeos nos quais marionetes de Che Guevara, Mao, Kennedy e Khruschov reproduzem trechos de discursos desses personagens. Casa França-Brasil | tel. (21) 2332-5120 | ter. a dom., das 10h às 20h | grátis | até 30/11
Como o FID reflete isso? Apostando também, seja em grupos fora do “mainstream”, seja em propostas radicais. Quais são os destaques desta edição? O espetáculo “Disabled Theater” [hoje, às 20h, no Teatro Oi Futuro] do francês Jérôme Bel, com artistas profissionais com deficiência intelectual; “Afro Margin”, de Eliana de Santana [hoje, às 18h, e amanhã, às 20h no CCBB], que transcende as referências da dança africana; e “Proyecto Tango”, uma reinterpretação do estilo pela Compañia Periférico, do Uruguai [qui. (6) e sex. (7), às 21h, no Teatro Oi Futuro]. (IARA BIDERMAN)
POP
ERUDITO
‘Parque Municipal’ (1947), óleo sobre madeira
Detalhe da instalação ‘Cold Stories’ (2014)
Foto do grupo Baillistas
MÚSICA | QUATERNAGLIA O quarteto de violões apresenta composições de brasileiros como Ronaldo Miranda e Paulo Bellinati. O grupo é formado por Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla e Sidney Molina, crítico musical da Folha. Caixa Cultural | tel. (11) 33214400 | de qua. (5) a dom. (9), às 19h15 | grátis (ingressos a partir das 12h)
ESTRANGEIRO Folha.com
Ilustríssimos desta edição RICARDO HANTZSCHEL/ACERVO PESSOAL
ANNA MARIA MAIOLINO, 72, é artista plástica e exibe “Ponto a Ponto” na galeria Luisa Strina até 14/11. DEMÉTRIO MAGNOLI, 56, sociólogo e doutor em geografia humana, é colunista da Folha. JOÃO PEREIRA COUTINHO, 38, escritor português e colunista da Folha, é autor de, entre outros, “As Ideias Conservadoras” (Três Estrelas).
FERNANDO LEMOS, 88, artista plástico, designer e fotógrafo português radicado no Brasil desde 1953, fez para a capa desta edição “uma taça, um monumento ao humor de Eça de Queiroz”. Sua mostra “Tamanhos”, com Renina Katz, está em cartaz na galeria Garage até 29/11. LINCOLN SECCO, 45, é historiador, professor na USP e autor de “História do PT” (Ateliê). LUCAS NEVES, 30, é jornalista.
HEIDEGGER Publicação do diário do filósofo reacende discussão sobre antissemitismo FOLHA.COM/ ILUSTRISSIMA Atualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha TESTAMENTO Projeto reúne últimos pedidos de 278 mil soldados da Primeira Guerra >>folha.com/ilustrissima
G3
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
História
3
O PT, o poder e o Planalto A herança de12 anos de governo e hipóteses sobre o futuro próximo
A hegemonia incompleta
A era da restauração
É na melhoria contínua da educação, da saúde e do transporte que já está a base da disputa pela nova classe trabalhadora que, nestas eleições, se dividiu
Dilma 2 está fadado a ser um governo de crise: a tensa dissolução do pouco que resta das expectativas exageradas que se depositaram no lulopetismo
LINCOLN SECCO
Ao completar 12 anos no governo, o PT se torna a mais importante força política da história do Brasil. Nenhuma outra terá permanecido tanto tempo no poder pela via eleitoral. E o seu quarto mandato presidencial consolidará ainda mais essa imagem. O partido forjou uma cultura política enraizada num amplo setor da população brasileira, mas sem obter uma verdadeira hegemonia. Ao contrário, foram seus adversários que pautaram boa parte do debate político ao longo de três mandatos. A experiência dos governos Lula e Dilma forjou o seu contrário com a mesma força que consolidou o PT no poder. É que, por mais que dois partidos (PT e PSDB) protagonizassem as eleições desde 1994, as disputas antes e depois disso foram a favor ou contra o petismo. A força identitária do PT foi tal que o sentimento oposicionista no Brasil não foi organizado por nenhuma prática de militância num partido, e sim por um antipetismo com significativa capilaridade social. Evidentemente, o partido não é mais o mesmo das greves do ABC paulista, da luta dos sem-terra e do discurso radical. Como partido de governo, a partir de 2003, o petismo se consolidou junto a estratos sociais que pareciam inconquistáveis, mas também moderou o seu discurso e fez alianças antes inimagináveis. Embora seus dirigentes tenham atribuído seus defeitos ao sistema político, o antipetismo ganhou, depois dos escândalos de 2005, um fundamento ideológico novo: ele conseguiu redefinir o PT como “o partido mais corrupto da história”. A reeleição de Lula foi, então, mais radicalizada do que sua primeira vitória. Como agora, a polarização social obrigou o PT a fazer uma inflexão à esquerda no
discurso eleitoral. Depois disso, esperava-se que ele rompesse o pacto social rentista que o sustentava e, finalmente, desengavetasse suas propostas de controle social da mídia e de punição dos crimes da ditadura, por exemplo. Não foi isso o que ele fez, embora alguns vissem no segundo mandato de Lula e no próprio governo Dilma uma inclinação “neodesenvolvimentista”. Desde junho de 2013, todavia, o antipetismo se tornou uma força social militante, embora este não fosse o sentido original das manifestações. A implementação das políticas sociais aproximou espacialmente a classe média tradicional dos mais pobres, e isso conferiu a base material que faltava a uma ideologia. O desconforto saltou da leitura dos jornais para o indivíduo ao lado no banco apertado do avião. Parece inevitável que o PT tente agora restabelecer pontes com setores que lhe são hostis. Mas isso dependerá do quanto o seu atual modelo ainda pode garantir a continuidade da inclusão social e, ao mesmo tempo, o atendimento das demandas de junho. É na melhoria contínua da educação, da saúde e do transporte que já está a base da disputa pela nova classe trabalhadora que, nestas eleições, se dividiu. Se o PT não fizer isso, vai deixar esse estrato social convencido de que sua ascensão econômica depende muito mais do esforço individual do que de políticas públicas. Mas, se o partido confrontar o capital financeiro para atender realmente a agenda de junho, pode solapar as bases de seu modelo de governo. Até aqui o PT evitou isso e ficou no canto do ringue, já que lhe roubaram a bandeira da ética sem que lhe sobrasse a do socialismo. Agora sai das urnas ungido por uma campanha militante, com pequena vantagem de votos e a promessa de “mais mudanças”.
RESUMO O historiador Lincoln Secco e o sociólogo Demétrio Magnoli avaliam o papel histórico e político do partido que há mais tempo está no poder no país pela via eleitoral. Mesmo diante de um cenário de crise do lulopetismo, a sigla chega a seu quarto mandato consecutivo na Presidência como importante força política.
DEMÉTRIO MAGNOLI
Quase 38 milhões de brasileiros, 19% da população total, nasceram depois que Lula subiu a rampa do Planalto, em 2003. O mais extenso período de poder de um partido na história da democracia no país não é, contudo, um fenômeno desviante. O ciclo da “globalização chinesa”, marcado pela inflação de preços das commodities e por uma explosão dos fluxos de investimentos estrangeiros, impulsionou as economias dos países emergentes, propiciando a estabilização de sistemas de poder como os de Vladimir Putin (Rússia), de Recep Erdogan (Turquia), do kirchnerismo (Argentina) e do chavismo (Venezuela). A “era do lulopetismo” inscreve-se nessa moldura internacional. Atribui-se a Golbery do Couto e Silva, o “mago” esclarecido da ditadura militar, a profecia de que Lula seria o coveiro da esquerda brasileira. O PT difundiu sua influência como “partido da mudança”, mas converteu-se em “partido da ordem” às vésperas da conquista do Palácio do Planalto, por meio da “Carta aos Brasileiros”. Nos seus 12 anos de governo, desceu mais um degrau, congraçando-se com as máfias políticas tradicionais e tornando-se o “partido da velha ordem”. O mapa eleitoral sinaliza a transformação regressiva – e o encerramento de uma era. Dilma 2 está fadado a ser um governo de crise: a tensa dissolução do pouco que resta das expectativas exageradas que se depositaram no lulopetismo. Lulismo não é igual a petismo. Na planície, Lula usava o registro do PT: os trabalhadores. No Planalto, substituiu o registro de classe pelo do populismo: o povo pobre. A troca do substantivo
anunciava uma renúncia. No lugar de reformas sociais, políticas de redução da pobreza inspiradas na cartilha do Banco Mundial. A expansão dos programas de transferência direta de renda criados por Fernando Henrique Cardoso produziu efeitos sociais positivos e enraizou o sistema de poder do lulopetismo na base da pirâmide eleitoral. Em contrapartida, esvaziou o discurso de esquerda. Golbery tinha razão. O PT nasceu no rastro da crítica de esquerda à herança varguista. O lulismo triunfante reapropriou-se da imagem de Vargas, engajando-se na modernização do varguismo. Uma atualização da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) incluiu as centrais sindicais no edifício do sindicalismo oficial. Atrelados ao PT, os movimentos sociais passaram a receber financiamento estatal. Sob o rótulo da “democracia participativa”, por meio de uma estrutura de “conselhos populares” esculpida no Planalto, projeta-se no horizonte a sombra de um neocorporativismo. O lulopetismo patrocina a conciliação entre as velhas oligarquias políticas e uma nova elite dirigente. Lula 1 persistiu no modelo macroeconômico implantado por FHC. Lula 2 investiu na ruptura, articulada pelo vácuo aberto com a crise financeira global: a “nova matriz econômica”. Durante alguns anos, a ala “desenvolvimentista” do PT experimentou as delícias do capitalismo de Estado. Por meio da Petrobras, sedimentou-se a aliança profana da coalizão governista com as grandes empreiteiras. O BNDES ganhou de Eike Batista a alcunha de “melhor banco de investimentos do mundo”. No apogeu do lulopetismo, a bolha de crédito e consumo assegurou a eleição de uma sucessora cinzenta. A “nova matriz” esgotou-se no lago infectado da recessão e do desequilíbrio macroeconômico. Dilma 2 navegará em águas turvas. Agora, o Brasil testará os compromissos do PT com os princípios e as instituições da democracia.
G4
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
4 Eça agora! Fatos atuais sobre um escritor eterno RESUMO Maior nome da literatura portuguesa do século 19, José Maria Eça de Queiroz mantém-se um clássico. Sua obra-prima “Os Maias”, além de ganhar nova edição no Brasil, foi transposta às telas do cinema sob direção do português João Botelho, e a trajetória do escritor é tema de biografia recém-lançada no país.
JOÃO PEREIRA COUTINHO ILUSTRAÇÃO FERNANDO LEMOS
Existem dois tipos de escritores neste mundo. Os primeiros são como as chuvas – vêm e vão, ao sabor do tempo. Os segundos nunca nos deixam. Resistem a tudo – à estupidez dos literatos, à inveja dos pares, à passagem dos anos. Eça de Queiroz (18451900) pertence ao segundo grupo: no século 19, só Camilo Castelo Branco (1825-90) rivaliza com ele. Mas a influência de Eça é incomparavelmente mais profunda: ele forjou uma linguagem nova para as gerações vindouras e praticamente fixou na memória dos portugueses o século 19 como referência perpétua para os séculos 20 e 21. Ler ou reler Eça de Queiroz é exclamar – página sim, página não – que as coisas não mudaram e que Portugal, com a sua corja de políticos corruptos e artistas relapsos, continua como em 1875. Sobre a linguagem, digamos só isto: não há cultor da palavra que, em Portugal, não tenha que enfrentar e enxotar o demônio do Eça. Mesmo estas linhas parecem contaminadas por ele. Em tempos, a sombra estilística assustava-me e deprimia-me, como plumitivo que sou. Hoje, é uma companhia suave. Como um gato mefistofélico que dormita aos meus pés. O gato Pois bem: o gato, que sempre teve relações próximas com o Brasil, despertou em força neste 2014. Há uma biografia nas livrarias. Há uma nova e luxuosa reedição de “Os Maias”. E há um filme inspirado no livro, da autoria de João Botelho, a caminho das salas brasileiras – a chegar em março que vem, após passagens, em outubro, pelo Festival do Rio e pela Mostra de São Paulo. (Eça deve ser tema ainda, em 2015, de uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista.)
O livro é da autoria de Alfredo Campos Matos, um queirosiano que, entre especialistas e meros curiosos, dispensa apresentações. A Campos Matos deve Portugal estudos vários sobre Eça, a começar pela coordenação do incontornável e monumental “Dicionário de Eça de Queiroz” (Caminho, 1988, esgotado). E deve-lhe também a biografia que os brasileiros têm disponível agora, em edição ampliada. Intitula-se “Eça de Queiroz - Uma Biografia” [Editora da Unicamp/Ateliê Editorial, R$ 110, 600 págs.]. Pena o preço ser tão pornográfico. Campos Matos é rigoroso no encadeamento dos fatos: o respeito pelo biografado não lhe autoriza um único passo que as fontes não suportem, o que por vezes pode tornar a narrativa um pouco árida. Alguns desses fatos são do conhecimento geral: José Maria Eça de Queiroz nasceu a 25 de novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, uma povoação piscatória próxima do Porto. Seus pais eram José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz, nascido no Brasil, e Carolina Augusta Pereira de Eça. Isso sabemos nós, hoje, depois de os pais terem legitimado o filho nas vésperas do casamento deste – 40 anos depois do nascimento. Em 1845, Eça era dado como filho de “mãe incógnita” e abandonado por Carolina nos braços de uma ama de Pernambuco, Ana Leal. Começavam aqui as especulações: das mais basilares às mais elaboradas. Como explicar o abandono? E que danos – psicológicos, existenciais – ele teria causado no infeliz José Maria? O crítico João Gaspar Simões (1903-87), autor de uma clássica biografia sobre Eça (“Vida e Obra de Eça de Queirós”, Bertrand, 1980, esgotado), considerava o fato decisivo no psiquismo do autor. Campos Matos, sem ir tão longe, concorda com o impacto. E acrescenta: “Curiosamente, as personagens principais, como se sabe, por via de regra são órfãs, e foram educadas por parentes próximos. Assim acontece com o padre Amaro, Teodorico Raposo, Carlos da Maia, João da Ega, Jacinto, Fradique”. Certíssimo. Mas, se o impacto do abandono representa algo na formação de Eça (e na construção de seus personagens), convém não dramatizar em excesso a atitude da mãe, que casaria quatro anos depois com José Maria “sênior”. A historiadora Maria Filomena Mónica, que estranhamente se tornou persona non grata entre os queirosianos depois da biografia que dedicou ao escritor em 2001 – “Eça - Vida e Obras de José Maria Eça de Queirós” [Record, R$ 60, 504 págs.] –,
Literatura retira ao nascimento a carga de dramatismo que Gaspar Simões, nas suas leituras pseudofreudianas, lhe colou. “Ao falar-se em ilegitimidade, casamentos tardios, filhos educados por amas”, escreve ela, “temos que ter presente que o século 19 olhava estes fenômenos de uma forma diversa da contemporânea”. E, normalizando a situação, conclui: “O número de nascimentos ilegítimos era então muito elevado, não só entre as classes populares como entre a aristocracia”. Uma das vantagens da biografia de Filomena Mónica sobre a de Campos Matos está precisamente na capacidade de integrar o escritor na sua época – ou não fosse ela uma especialista no século 19. Se o nascimento foi situação normal ou não, traumática ou não, Eça cresceu sem os pais até sair de Coimbra, em 1866, com o diploma de direito. Passou a infância com os avós (em Aveiro), fez estudos secundários no Colégio da Lapa (no Porto), e Coimbra foi para ele uma “escola de revolução”, onde encontrou o poeta Antero de Quental (1842-91), o revolucionário Antero que, no seu ateísmo extravagante, desafiava o cosmos para que a divindade o fulminasse com um raio. A divindade nunca lhe fez a vontade – e foi o próprio Antero a fulminar-se com dois tiros de pistola. Mas a importância de Coimbra não está na jurisprudência que Eça lá aprendeu. Esteve, antes, no “cursushonorum” informal que ele palmilhou, lendo o melhor da filosofia francesa e alemã; a literatura de Balzac; a poesia de Goethe; e o insurrecionismo de Proudhon. Caminho Depois dessas leituras, cabe perguntar como é possível seguir tranquilamente o caminho das leis, advogando em Lisboa para orgulho do pai. A resposta óbvia é que não era: como o seu personagem Carlos da Maia, Eça tentou levar a sério as exigências da profissão. Mas, como normalmente ocorre com as pessoas inteligentes, direito não era para ele. E, se dúvidas houvesse, as chamadas Conferências Democráticas do Casino Lisbonense (1871) dissiparamnas. À primeira vista, as ditas conferências pretendiam discutir ideias, agitar consciências – e trazer para Portugal, enfim, um raio solar de crítica e inteligência. As hostilidades começaram com o incontornável Antero e as “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares” (que ele atribuía, um pouco delirantemente, ao catolicismo pós-tridentino, às conquistas ultramarinas e ao absolutismo régio). Eça de Queiroz seguia por outros mares e declarava a sua adesão à “escola realista”, que o mesmo é dizer: uma aversão visceral pelo romantismo, pela pieguice, pelo sentimento. “A negação da arte pela arte”, em suma. As conferências agitaram Lisboa, mas tiveram vida curta, mandadas encerrar pelo governo do marquês de Ávila. Campos Matos encara o fato à luz dos acontecimentos revolucionários na Europa, a começar pela Comuna de Paris. Filomena Mónica concorda: durante o resto da sua
vida, Eça escreveu o que quis, como quis, mesmo contra o Estado que, paradoxalmente, o escritor representava como diplomata no estrangeiro. Mas, em 1871, com a Comuna a inflamar os espíritos revolucionários, “era natural que um governante estivesse nervoso”, conclui Filomena Mónica. As conferências, em resumo, não seriam apenas discussão; eram também sementes de revolução. Concordo com a interpretação de ambos os biógrafos. Mas é preciso regressar à observação de Filomena Mónica de que Eça escreveu o que quis, como quis. A prova está no seu jornalismo sarcástico, muitas vezes demolidor, vertido em jornais regionais e, claro, em “As Farpas”, crônicas partilhadas com o amigo Ramalho Ortigão em 1871 e 1872 – e que pretendiam, a um ritmo mensal, vergastar as desgraças políticas, econômicas e culturais da nação. Lê-las, hoje, sobretudo se nos restringirmos à prosa queirosiana (mais sutil e mais afiada que a de Ramalho), é um dos grandes prazeres intelectuais para qualquer falante da lusa língua. Mas “As Farpas” têm um interesse suplementar: nos alvos e no tom, elas fixaram o programa ético e estético de Eça. Escolhendo a carreira diplomática, o escritor viveria fora de Portugal – em Havana, Inglaterra, finalmente em Paris. O Portugal que ocupou a sua pena foi, porém, até ao fim, o Portugal grotesco da sua juventude. E que ressurge, desde logo, nos romances iniciais, como “O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio”, publicados quando Eça já estava na Inglaterra e que foram devidamente vergastados no Brasil. Foi Machado de Assis quem fez o gosto ao dedo em “O Cruzeiro”, em 1878, chamando a si a tarefa de reprovar a “escola realista” que Eça elegera como sua e, pior ainda, acusando o escritor português de plágio: “O Crime do Padre Amaro” copiava “La Faute de l’AbbéMouret” (o erro do abade Mouret), de Émile Zola. As acusações de Machado merecem ser rebatidas. Para começar, o plágio não tem sentido quando se sabe que a composição do “Padre Amaro”, iniciada anos antes ainda em Portugal, é por isso cronologicamente anterior à obra de Zola. Mas o que impressiona Campos Matos, e com razão, é o deslocado moralismo de Machado, que ainda via na arte a “escola de virtudes” a qual, felizmente para a literatura brasileira, ele abandonaria em “Dom Casmurro” ou nas “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Será possível levar a sério a crítica de alguém que desaprova obras de ficção pela imoralidade dos seus personagens? Como escreve Campos Matos, servindo-se certeiramente das palavras do próprio Eça, “criticar o livro não pelo que ele é, mas pelo que deveria ter sido – é ridículo”. “Touché.” E, se as críticas de Machado podem ter moderado os eflúvios realistas de Eça, nem por isso moderaram a complexidade moral, e imoral, dos seus personagens. “Os Maias” (1888) serão o supremo e derradeiro exemplo. Eça de Queiroz não publicaria outro romance em vida.
Morreria em Paris, rodeado pela família depois de uma peregrinação pungente em busca de cura para os seus desarranjos intestinais, a 16 de agosto de 1900. Tinha 54 anos e deixava uma obra-prima. Os maias Não existe português com estudos (bem) feitos que não conheça “Os Maias”. É leitura obrigatória nas escolas, e os seus personagens, a começar pelo superlativo João da Ega (projeção de Eça? caricatura de Antero? uma mistura de ambos?), já fazem parte do imaginário nacional. De tal forma que Eça, tal como Flaubert no leito derradeiro, poderia afirmar que a sorte de um escritor é madrasta quando morremos nós – e todos aqueles dândis viverão para sempre. Relendo o livro na sua excelente nova edição brasileira, comentada e ilustrada com requinte [notas de Aluizio Leite e Monica Figueiredo; ilustrações de Wladimir Alves de Souza, Zahar, 576 págs., R$ 64,90, e-book R$ 24,90], é difícil não concordar com Monica Figueiredo, que assina o posfácio: “Os Maias” são um romance imensamente triste, apesar dos risos que nos acompanham da primeira à última página. Valerá a pena relembrar a história? Seja: Afonso, Pedro e Carlos são os nomes masculinos de uma família fidalga da região portuguesa da Beira. O primeiro, “mais idoso que o século”, será o educador de Carlos, após o suicídio de seu pai, Pedro, que não aguenta a infidelidade da mulher e a fuga desta com a filha e o amante. Afonso cumpre o seu destino com marmóreo sentido de dever: Carlos é educado na província, forma-se em medicina (em Coimbra, claro) e vem a abrir consultório em Lisboa. Com enganador esmero, pretende dedicar-se seriamente à profissão. Mas o dandismo é mais forte que a medicina – ou, como lhe dirá João da Ega, o coração é sempre mais forte do que a razão. Depois das aventuras amorosas da praxe com senhoras (mal) casadas, Carlos conhece e apaixona-se por Maria Eduarda. A relação começa e aprofunda-se em encontros apaixonados. Não pretendo estragar a surpresa de ninguém, até porque desconfio que o desenlace não constitui surpresa para uma única alma que saiba o abecedário: Maria Eduarda é a irmã de Carlos. A incestuosa tragédia está consumada. Voltei a viajar por “Os Maias” nos últimos dias e, confissão pessoal, o que me abalara na juventude (o incesto) parece-me a parte menos importante do romance. Mais ainda: o próprio Eça, nas dissertações sobre o medonho ato, parece gargalhar em cada linha. Não é por acaso que, quando Carlos e o amigo Ega discutem o que fazer ante a evidência da ignomínia, eles são constantemente interrompidos por Vilaça, em busca do seu chapéu perdido. O expediente não serve apenas como “comicrelief”; é também uma sabotagem consciente do narrador, que não concede ao ato nenhuma consequência de proporções homéricas: Afonso morre, sim, mas não sabemos se de ve-
G5
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
lhice ou de desgosto. Carlos, este, opta sensatamente pela viagem (Estados Unidos, Japão); e Maria Eduarda, depois do choque, parte para Paris, onde acabará por constituir família. Longe vão os heróis românticos de um Goethe ou de um Schiller, para quem a mancha de tal imoralidade justificaria o suicídio. Carlos não é o seu pai, Pedro. E, como escreve o narrador, “gente nasceu, gente morreu, searas amadurece-
ram, arvoredos murcharam”. Tudo passa com os anos. Esgotamento Tudo, exceto o que me parece fundamental na obra: o esgotamento de um país – espiritual, material, moral. Ou, para voltarmos ao incesto como metáfora, a sua irrecuperável infecundidade. Pela boca do inconfundível João da Ega, eis a sentença fatal: “Aqui importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos,
estéticas, ciências, estilo, indústrias, modas, maneiras, tudo nos vem em caixotes pelo paquete”. E importamse tudo porque os nativos pouco ou nada fazem. Exemplo acabado dessa esterilidade nacional é João da Ega, autor de um livro longamente prometido, longamente esperado – “Memórias de um Átomo”, epopeia em prosa sobre os grandes ditos da humanidade – que, na verdade, nunca sai. O próprio
Ega, aliás, nos momentos de maior lucidez (“in vinoveritas”, diziam os clássicos), ainda suspira: “Este diletantismo é absurdo”. E, no entanto, é no absurdo do diletantismo que se vive e sobrevive. E, quando se importam as leis, as teorias, as estéticas, Portugal confronta-se com uma civilização que lhe fica “curta nas mangas” – uma civilização que lhe chega em “segunda mão”, maioritariamente francesa (mas também inglesa), e que os selvagens recebem e copiam com serôdio provincianismo. O episódio das corridas de cavalos – um prodígio narrativo de Eça de Queiroz – é a explanação prática dessa grotesca propensão mimética. Tudo é repelente no improvisado hipódromo, a começar pelos “dois criados, estonteados e sujos”, que lá vão “achatando” (atenção ao verbo) “as fatias de sanduíches com as mãos úmidas de espuma de cerveja” (atenção ao pormenor). E o desastre continua na pobreza dos jóqueis, dos cavalos, da assistência. Como diz um dos personagens, o país só suporta “hortas e arraiais”. O resto é pilhéria – e pancadaria. Esse desencanto de Eça, incomparavelmente mais perturbante do que o incesto propriamente dito levanta, porém duas questões importantes que Maria Filomena Mónica, uma vez mais, enfrenta na sua biografia. E, se volto a Filomena Mónica, é porque Campos Matos não dedica a “Os Maias” a atenção que o livro merecia, como “opus magnum” de Eça. A primeira questão é saber se o Portugal de 1875 seria esse caso perdido de improdutividade e imitação, uma pergunta relevante quando sabemos que Eça escreveu o essencial da sua obra longe do país que tão vastamente chicoteava. Filomena Mónica discorda: Eça podia ainda revoltar-se contra o fracasso do liberalismo radical e contra o atraso intelectual e econômico de um país na periferia da Europa. Mas o Portugal de 1875, ou seja, o Portugal fruto da chamada Regeneração (período da história portuguesa marcado por uma profunda modernização do país), era já diferente da Lisboa tacanha que Eça conhecera duas décadas antes. Existe um segundo problema – para mim, um problema mais interessante – e que consiste em saber se a acrimônia de Eça contra o “francesismo” dos portugueses não era uma “apologia pro vita sua”. Como o próprio escreve, Portugal podia ser “a reles tradução que fazemos da França”, uma literatura “macaqueada a sério” na sua afetação e extravagância. Mas Eça era também o mesmo escritor que acreditava “no messianismo da França” e que, apesar da sua vivência anglófila, tudo devia a Proudhon, a Zola, a Flaubert. É impossível que, atendendo à inteligência do autor, Eça não sentisse na carne esse conflito entre originalidade e imitação. O conflito central que “Os Maias” eleva a prodigiosas alturas. Filme Conflito: eis o que falta ao filme de João Botelho. Mas, antes do filme, uma divagação pessoal. Anos atrás, quando escrevi para esta Folha sobre
o “Filme do Desassossego” (obra de Botelho inspirada no “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa), fui severamente criticado na terrinha por desvalorizar “lá fora”, no Brasil, o que se faz “cá dentro”, em Portugal. Segundo a ortodoxia dos débeis, não interessava discutir os méritos ou deméritos do filme. Nem sequer os argumentos aduzidos para considerar o “Filme do Desassossego” um fracasso. O problema estava no fato de haver “uma descompostura na pátria para um jornal brasileiro”, para usar as palavras de Pinheiro Chagas que criticou Eça de Queiroz por motivos semelhantes: em 1880, Eça escreveu um artigo na “Gazeta de Notícias”, do Rio, em que criticava o imperialismo português e a sua relação mendicante com o Brasil. Pinheiro Chagas, que pelos vistos deixou herdeiros tão provincianos quanto ele, não tolerava que as misérias caseiras fossem plasmadas no “estrangeiro”. Em minha defesa – partindo do pressuposto, obviamente ridículo, de que preciso de uma – só poderei dizer três coisas. A primeira é que estimo João Botelho, em especial o diretor de “Um Adeus Português” (1985), mesmo que essa estima não seja recíproca. A segunda, é que “Os Maias” merece ser visto por duas razões: para começar, pela inteligência do diretor em elevar o artifício, sobretudo o artifício cenográfico, a personagem principal da narrativa. Se é impossível reconstruir o Chiado do século 19, Botelho segue a lição cara a Derek Jarman de que não existe nada mais realista do que artifícios plenamente assumidos como tal – e assim integrados na textura da obra. Além disso, o filme de Botelho, com dois pavorosos Carlos da Maia (Graciano Dias) e Maria Eduarda (a brasileira Maria Flor), compensa tudo com um João da Ega (Pedro Inês) que ficará na história do cinema português como uma das suas criações mais geniais. Infelizmente, e em terceiro lugar, “Os Maias” padece do mesmo problema do “Filme do Desassossego”: uma incompreensão basilar de que um romance – na sua estrutura, na sua atmosfera, no seu estilo, até na cadência dos seus diálogos – tem uma linguagem própria que não se presta a uma mera colagem cinematográfica. O filme transpõe o romance em tom escolar e didático – e nenhuma das personagens, com a exceção do já citado Ega, transporta um mínimo de complexidade ou credibilidade. De tal forma que os diálogos – e Eça era um prodígio nos diálogos – nos parecem baços, meramente ilustrativos, como se estivéssemos na presença de um museu de cera articulado. Será que isso faz de mim um antipatriota, incapaz de assimilar a grande ambição da ditadura salazarista de que a pátria e a nação não se discutem? Faço minhas as palavras do próprio Eça em resposta a Pinheiro Chagas: não há nada mais lamentável do que fazer do patriotismo “ressequido e pulverulento” um assunto e uma carreira.
G6
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Diário de Paris O MAPA DA CULTURA
6
Os ideais suicidados ‘Enfants terribles’ dominam a cidade
LUCAS NEVES
A “rentréelittéraire”, bimestre em que as editoras francesas lançam suas maiores apostas anuais, tem um protagonista inesperado. Não se trata de Patrick Modiano, recémlaureado com o Nobel, nem de Emmanuel Carrère, cujo “Le Royaume” (O reino), aclamado pela crítica, foi ignorado pelo júri do Goncourt, principal distinção das letras no país. O nome da hora é ÉricZemmour, escritor, jornalista e ensaísta de 56 anos que, em “Le Suicide Français” (O suicídio francês), sustenta que a França entrou num processo de decadência moral e identitária quando os ideais do Maio de 68 se tornaram moeda corrente. Para ele, o discurso libertário, igualitário e multiculturalista da esquerda arruinou instituições como a nação, o Estado e a família. Apesar das resenhas majoritariamente negativas, o livro (ed. Albin Michel) ocupa o topo do ranking da Amazon francesa e viu sua
primeira tiragem, de 120 mil exemplares, se esgotar em uma semana. Arauto da “direita descomplexada”, Zemmour já foi condenado por incitação ao ódio racial. Antes da final da Copa, disse que a Alemanha perderia para o Brasil graças a seu escrete farto em filhos de imigrantes e naturalizados. Em ensaios e entrevistas, ele também acusou uma “feminilização” galopante da sociedade, a saber, uma “castração” do homem que visaria mascarar sua natureza de predador sexual. Mais recentemente, afirmou que, na Segunda Guerra, o regime colaboracionista de Vichy “salvou” 95% dos judeus franceses ao entregar os estrangeiros aos nazistas. A declaração foi rechaçada por historiadores. Álbum de guerra Os mesmos historiadores receberão com mais entusiasmo a exposição que o Museu de Arte e de História do Judaísmo dedica ao fotógrafo judeu russo Roman Vishniac (1897-1990), até 25/1.
Radicado em Berlim desde os anos 1920, ele capta a capital alemã em seu esplendor artístico, intelectual e científico. Ainda em fase amadora, arrisca experimentações com o quadro (com uma queda por janelas e pórticos) e a composição que o filiam ao modernismo. Com a instauração do Terceiro Reich, sua Rolleiflex e sua Leica flagram a infiltração do ideário nazista na paisagem. Também testemunham dispositivos de associações judaicas para remediar sanções impostas a esse segmento da população, como escolas, centros médicos e de capacitação técnica para os que desejassem emigrar. Ele segue na mesma chave após se mudar para os EUA, em 1941: assina séries encomendadas por instituições judaicas para propagandear atividades e angariar fundos. A força das imagens está em transcender o ranço institucional. Vishniac dá a ver a resiliência de quem foi tirado de sua casa, de seu continente. O filtro é
o do humanismo, não o da vitimização afetada nem o da assepsia publicitária. Sol nas trevas O Théâtredu Soleil de Ariane Mnouchkine completa meio século de atividade com uma montagem de “Macbeth”. A encenação marca o reencontro da companhia com Shakespeare, visitado 30 anos atrás com resultados que a crítica coloca no panteão dos grandes momentos dos palcos franceses. Aqui, a tragédia é ornada com acenos a guerras do século 20 e à sociedade da imagem (os nobres são seguidos por jornalistas e fotógrafos). Em outra atualização, o protagonista se inteira da segunda profecia das bruxas pela internet. Pena que a repaginada beire a ingenuidade; apesar dos belos achados (como a cena em que o fantasma de Banquo surge para Hamlet num jantar em que as mesas giram), o Soleil não alcança as alturas (ou profundezas?) de “Os Náufragos da Louca Esperança”, que aportou
no Brasil em 2011. Som e fúria “Saint Laurent”, cinebiografia do estilista (19362008) que a França escolheu para tentar uma vaga na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro, estreia no Brasil em 13/11. O filme de Bertrand Bonello se centra no período entre meados dos anos 1960 e fim dos 70, apogeu do mastodonte da moda e ápice hedonista do sujeito comum, regado a drogas, álcool e orgias. Pierre Bergé, parceiro de negócios e companheiro de Saint Laurent, não deu seu beneplácito ao roteiro, o que é sempre bom sinal – outra cinebiografia do estilista, lançada meses atrás, teve a aprovação dele e foi vista pela crítica como chapabranca e pudica. Um certo voluntarismo de Bonello (falta ossatura para sustentar 2h30 de filme) e a composição maneirista do ator GaspardUlliel quase comprometem uma evocação pulsante do maior “enfant terrible” das passarelas francesas.
G7 G
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Arquivo Aberto MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS
7 Duas Catherines e o calor Rio de Janeiro, 1991 ACERVO PESSOAL
Vista do apartamento de Anna Maria Maiolino, no bairro carioca Laranjeiras, em 1991
ANNA MARIA MAIOLINO
Numa tarde quentíssima de verão de 1991, os termômetros medindo 43°C à sombra, aparecem em meu ateliê do Rio de Janeiro as críticas de arte Esther Emílio Carlos, Catherine de Zegher, belga, e Catherine David, francesa, que estavam visitando artistas cariocas. Depois eu soube por Esther que ela praticamente as obrigara a me visitar. As duas mulheres, fatigadas com as visitas e pelo calor, ansiavam voltar ao hotel, mas Esther teimosamente seguiu com seu carro para o meu endereço. “Imagina se elas não iam conhecer seu trabalho”, disseme triunfante, entrando com as duas mulheres na escaldante cobertura do velho prédio na esquina da rua Presidente Carlos de Campos com a rua Paissandu, em Laranjeiras. Às três da tarde, o calor no meu apartamento estava insuportável. Sentia-me constrangida por receber as visitantes naquele calor absurdo. Eu não conseguira terminar a reforma, faltava colocar um imprescindível forro protetor de calor debaixo do telhado. Os ventiladores pendurados no teto pouco adiantavam, só agitavam o ar abrasador. Lá fora, a vista fulgurante das colinas do Rio de Janeiro com a verde mata refrescava o meu olhar e fazia-me sentir feliz naquele espaço, em que vivia e trabalhava. O Cristo sobre o Corcovado servia de fundo cenográfico ao terraço. Mal as mulheres haviam entrado e eu as invitara a ver a bela vista, como se me desculpasse e as distraísse do extremo ca-
lor, acrescentei: “Não acham que o Cristo com seus braços abertos parece que está prestes a levantar voo e planar sobre a baía da Guanabara como uma grande pipa sem fio?”. Catherine David, que acho que não ouviu, ou não achou graça, continuou impassível, sentada com o copo de refresco na mão visivelmente contrariada. Ainda assim, continuei a falar do privilégio daquela paisagem e das altas e imponentes palmeiras centenárias da rua Paissandu que, durante as tempestades, davam um belo e fantasmagórico espetáculo com as longas copas agitando-se ao compasso do vento, dançando como filhas de santo num terreiro. Ofereci a elas toalhas e sugeri que, se quisessem, poderiam tomar uma ducha para se refrescar. Enquanto Catherine de Zegher encaminhava-se ao banheiro, Catherine David continuava sentada sem proferir qualquer palavra. Esther Emílio Carlos, em voz baixa na cozinha, cochichava-me informações sobre as atividades das duas críticas, enquanto eu preparava a bandeja com o gelo. Catherine, a francesa, era curadora do Jeu de Paume, em Paris, e Catherine de Zegher dirigia a Fundação de Arte Kanaal, em Kortrijk, na Bélgica, onde alguns dos melhores artistas contemporâneos brasileiros haviam exposto. As duas estavam voltando de uma maratona de trabalho em Buenos Aires. Catherine de Zegher havia visitado o artista Victor Grippo, que fora meu companheiro, e por intermédio dele soube de mim e quis me conhecer. A visita durou pouco tempo, e Catherine de Zegher, enquanto atravessava a soleira da porta, com simpatia disse-me: “Em breve terás notícias minhas”. Ela manteve a promessa e inauguramos uma fértil co-
laboração com seu convite, pouco depois, para que eu participasse da mostra “America, Bride oſthe Sun - 500 YearsLatinAmericaandtheLow Countries” (América, noiva do sol - 500 anos América Latina e os Países Baixos), no Museu Real de Belas Artes, na Antuérpia, em 1992. Seu interesse pela minha obra foi se consolidando e, em 1995, me incluiu na mostra antológica e itinerante sobre a produção das mulheres na arte desde o século 20, “Insi-
detheVisible: AnEllipticalTraverseof 20th CenturyArt in, of, andfromtheFeminine” (Dentro do visível: um atravessar elíptico da arte do século 20 no, do e a partir do feminino), curada por ela. Em janeiro de 2001, com sua curadoria, expusemos uma retrospectiva dos meus desenhos no The Drawing Center, em Nova York, e editamos o primeiro e belo catálogo sobre minha obra até aquele momento: “Vida Afora/A Life Line” (The Drawing Center).
DIVULGAÇÃO
G8
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Caderno D
Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
plateia@emtempo.com.br
DIVULGAÇÃO
Breno Marx abre a ‘Balada Sertaneja’ (92) 3090-1042
Plateia D2 REPRODUÇÃO
Qual
?
o futuro do rock local
A competitividade das bandas amazonenses de rock no mercado artístico nacional é proposta de reflexão entre músicos BRUNO MAZIERI Equipe EM TEMPO
H
á muito tempo, os roqueiros amazonenses lutam por um espaço de reconhecimento nacional. Apesar do apoio das casas noturnas locais, que abrem suas portas para músicas autorais, e todo o avanço da internet no que diz respeito à divulgação dos trabalhos produzidos na região, ainda não é o suficiente para que algum grupo possa pleitear tal projeção. Segundo Sandro Correia, integrante da Nicotines, “o talento existe, mas existe algum bloqueio que impede esse reconhecimento”. “Sou convidado para cobrir festivais em várias partes do Brasil e sei que existem músicos e, consequentemente, bandas muito talentosas no Amazonas, mas nenhuma delas consegue uma grande projeção no cenário nacional. Grupos de Fortaleza e Belém, por exemplo, frequentam muito facilmente o circuito nacional. Sem falar que, quando você chega em Manaus, nem os próprios moradores conhecem suas bandas locais. Não sei o que está acontecendo”, desabafa. Entre os pontos observados por Correia, está a questão do comprometimento aliado ao profissionalismo. “Não que na cidade não exista profissionalismo. Não é isso. Mas quase ninguém trabalha em
função de buscar seu espaço, e isso complica todo o resto. Se fôssemos do Sul do país, já estaríamos rodando todo o Brasil. Aqui dentro de casa dá tudo certo, mas fora nós apanhamos”, comenta. Quando questionado sobre bandas com outros ritmos diferentes do rock e que conseguem chegar a outros países, por exemplo, o músico é enfático. “Claro que arrastar a sandália e bater um berimbau chama muito mais atenção, todo mundo vai gostar”, retruca. Ele também atribui essa “falta de projeção” ao separatismo das bandas amazonenses. “Isso não ocorre no Pará. Lá, todos se ajudam de alguma forma. Eles têm uma convergência muito forte sobre o assunto. Sem falar nos quesitos cover e empolgação”, declara, lembrando, ainda, que muitos músicos acabam tocando de graça ou em troca de cerveja. “Isso acaba desvalorizando a categoria, perde o respeito. Os promotores de eventos não pagam os grupos. Todo mundo é meio melindrado e falta o olhar periférico sobre o atual momento do rock amazonense”. O músico diz que a única solução é a mesma de Kurt Cobain, que se matou em 1994. “O Bosco Leão (músico da banda Chá de Flores) fez um documentário que é ‘O Rock Que o Brasil Não Viu’. Na minha opinião, vai continuar sem ver”.
‘Não viver de música dificulta’ Mais otimista que Sandro Correira, Albenízio Júnior, integrante da Playmobils, acredita que o cenário está bem melhor. “As coisas melhoraram muito de 5 anos para cá, principalmente sobre o profissionalismo. As coisas estão sendo mais trabalhadas. As bandas tem estudado mais. Existem alguns produtores de eventos que ainda não têm um comprometimento com os artistas. Não conseguimos colocar um cachê fixo, mas temos público fiel. Antigamente, tocávamos por cerveja e isso não é bom. Mas é algo inevitável quando se é novo”, diz. Albenízio afirma que essa falta de projeção é um pouco de acomodação por parte dos músicos locais. “É uma questão cultural. A cena independente de outros Estados nem conta com o apoio do governo. Existe uma turma que consegue fazer tudo. Um dos motivos que influenciam essa falta de reconhecimento é o fato de quase todos não viverem de música. Isso atrapalha muito. Se houvesse dedicação, seria possível chegar em um outro patamar”. Albenízio não acredita que haja desunião. “Acho
que estão todos bem unidos. Toco em uma banda que existe há 13 anos. Tem público para todos, existe espaço para apresentar músicas autorais e pagamento ao final dos shows. Ninguém começa tocando suas próprias músicas, mas a partir do momento
OPINIÕES
Comprometimento e profissionalismo são alguns dos elementos em evidência para as observações sobre o cenário local de bandas de rock que produzem as próprias músicas que as coisas evoluem, é possível mostrar seu trabalho. E a nova geração está vindo com esse pensamento”, comenta. Entre os planos da Playmobils, está a criação de uma gravadora. “Além disso, em janeiro faremos uma nova turnê pela Venezuela. Temos que ir em frente, fazer essa ponte com o Nordeste, com Belém, e sermos conhecidos na nossa própria cidade”.
Plateia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
‘Balada Sertaneja’ terá pré-show de Breno Marx O cantor paulista, mas amazonense de coração, vai “esquentar” o público antes do show de Cristiano Araújo, no próximo dia 8, no Diamond Convention Center
Dançante O novo CD, “100% Arrocha”, possui algumas composições de Breno, entre elas, a música
de trabalho “Passatempo”. O ritmo, considerado pelo cantor como popular, é predominante no novo CD. “O arrocha assume um papel de música romântica, que fala de amor assim como outras vertentes do sertanejo, porém, é mais dançante e sempre contagia a todos”, afirma. Os sucessos do novo trabalho, além de muitos que fazem parte da carreira do cantor, prometem ser o “start” do público, no dia 8 de novembro. “Já estamos trabalhando o repertório que vai ser apresentado no pré-show do Cristiano Araújo. Penso em algo bem para cima, um sertanejo universitário ao estilo do show principal. Já conheço o trabalho que o Cristiano desenvolve e vai ser um prazer estar presente nessa grande festa”, finaliza.
SERVIÇO DIVULGAÇÃO
O
cantor sertanejo Breno Marx será a atração local da festa “Balada Sertaneja”, que traz pela primeira vez à capital amazonense o “causador de efeitos” Cristiano Araújo. A festa promovida pela Fábrica de Eventos acontece no próximo sábado (8), no Diamond Convention Center. Nascido em São Paulo, Breno Marx começou a cantar aos cinco anos de idade com seu avô. Ao todo, são 20 anos de carreira, metade cantando profissionalmente. Ele mora em Manaus há cinco anos e já gravou dois CDs e três DVDs, todos produzidos na cidade e com o envolvimento de profissionais locais. “Os trabalhos que já gravei nunca foram feitos com equipes de fora. Toda a mão de obra é local, além disso, nenhum CD ou DVD é vendido, mas, sim, distribuído nos shows e por meio dos fãs nas ações sociais”, diz o cantor. Ele acrescenta que, ao lado dos fã-clubes, promove ações em parceria com instituições que acolhem idosos, ONGs que cuidam de animais, entre outras.
FESTA “BALADA SERTANEJA” Quando: dia 8 de novembro Onde: Diamond Convention Center, avenida do Turismo, Tarumã Quanto: PISTA - R$ 70 Óticas Veja, Minds, Sinhazinha. com, Bar Chopp Brahma, Rommanel - Shopping Ponta Negra; CAMAROTE VIP R$ 180; Stand da Fábrica de Evento no Amazonas Shopping e Loja da Fábrica no Shopping Cidade Leste ou www. fabricaingressos. com.br Informações: 3303-0100 ou www.fabricadeeventos.biz
Breno Marx vai divulgar as músicas do seu novo CD, “100% Arrocha”
GOSPEL
Cantora Jane de Jesus lança o segundo CD “Graças a Ti” é o título do segundo CD da cantora gospel Jane de Jesus e, em comparação ao seu primeiro disco – “Soldado de Jesus”, lançado há 10 anos –, ela considera este “mais moderno”. “O primeiro é mais calmo e as músicas do meu novo CD têm ritmos pop para todos os gostos”, diz Jane, que é missionária da Pentecostal Moriá e também trabalha como policial militar. Louvores de corinhos de fogo, adoração, para amigos, entre outros, fazem parte do lançamento. O CD foi gravado na El Shadai Gospel Record’s, em São Paulo, e traz seis composições próprias
(entre elas, a faixa-título e “Deus que te chama!”) e três assinadas por Edmar Santana (“Se Jesus vai comigo”, “O menor da casa” e “Lágrima de um fiel”), autor de músicas para artistas do gênero como Damares, Gerson Rufino, Suelen Lima e outros. “Graças a Ti” está à venda na Livraria Cristã (rua Rui Barbosa, 139, Centro) e Disco Laser Gospel (rua Barroso, 46, Centro). Contatos para apresentações podem ser feitos pelos telefones 9359-9363, 8271-3364, 8807-6951 e 8410-8271 ou pelo e-mail janedejesus. pinho@hotmail.com. O site oficial da cantora é www. janedejesus.com.br. DIVULGAÇÃO
D2
O CD é formado principalmente por músicas próprias
Plateia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
ALDISIO FILGUEIRAS
Os mortos celebram agora – sob os campos de extermínio da cidade – a hora que apavora o sossego sem cautela dos vivos com a risada de sino dos seus ossos. Esses destroços risonhos e rotos lembram muito pouco o descarnado cinismo dos que beberam o morto – que piada –, vivos e descarados.
Edital para festival de rock aberto até o dia 7 Terceira edição do evento acontece entre os dias 14 e 16 de novembro, no Centro Cultural Povos da Amazônia, e contará com 14 bandas selecionadas DIEGO JANATA
Feliz Dia dos Mortos
D3
Os mortos vêem – através do crivo antigo das raízes que lhes furam os olhos – a marcha insana e sobrevivente dos que apressam o passo e, mais ligeiros ainda, quase não tocam os pés nas calçadas, gritam contra o tempo que não finda de voar como aves sem repouso em voo raso sobre cova rasa. Esses ossos que armaram corpos de pobres e ricos, sob medida, não guardam mais ou menos, assim mortos, qualquer prestígio que tiveram em vida os pobres, ricos ou remediados: tudo que eles têm em comum é que estão muito bem arrumados uns sobre os outros. Gozo? Nenhum. Com apartamento de endereço tardio em quadras e alamedas, tudo muito estreito, sem apreço, sem água, luz, o que mais arremeda e acomoda uma toca de rato, o morto com agasalho de osso tem que pagar por esse buraco e aí, sim, se vê no fundo do poço. Que tragédia! Além do peso ingrato, da terra sobre a cara, sem piedade, suportar sem ai nem ui esse ato de comédia a que chamam saudade! Vamos tirar o disfarce dos mantras e dos salmos, pois o mais podre dos ricos e o mais rico dos pobres – ó mundo de patetas e pilantras! – ainda crêem por todo o sempre manter a pele nobre sobre os ossos. Este, sim, é o consolo dos tolos.
Cada banda selecionada para o festival terá 40 minutos para se apresentar
A
s inscrições para mais uma edição do Festival Amazonas de Rock iniciaram na última sextafeira (31), em edital lançado pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC). A terceira edição do evento vai contar com 14 bandas, grupos ou artistas individuais de rock locais e mais duas bandas convidadas de fora do Estado. O prazo para as inscrições vai até o dia 7 de novembro. Para se inscrever, os músicos
precisam apresentar trabalhos autorais produzidos em um prazo de até 2 anos. As bandas selecionadas na mostra não competitiva realizarão shows na arena do Centro Cultural dos Povos da Amazônia nos dias 15 (oito shows) e 16 de novembro (seis shows). Cada banda terá direito a 40 minutos de show. Já as bandas convidadas terão uma hora de apresentação. Os critérios para o convite também exigem material
autoral produzido dentro de 2 anos. As apresentações também acontecerão na arena do Centro Cultural Povos da Amazônia, nos dias 9 de novembro e 15 de novembro. Nos dias 10 e 11 de novembro será realizada a avaliação e o anúncio dos selecionados, de acordo com a comissão da decisão organizadora, composta por Sandro Nine, Marcelo Augusto Correia, Sarah Marinheiro e Carlos Douglas Lima,
eleitos pelo Fórum Permanente da Música no Amazonas. O festival também terá uma programação acadêmica, com a oficina “Música – Formação e Produção” (14 e 15 de novembro), no auditório do centro cultural, com um total de 80 vagas. Todos os shows, inscrições no edital e matrículas do festival são gratuitos. O edital está no site www.editaisculturamazonas.com.
D4
Plateia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
RESENHA
As flores perfumam o rock local novamente PERFIL
Emir Fadul Radialista da Rádio EM TEMPO (www.radioemtempo.com.br)
A
capital do Amazonas tem uma riqueza musical muito grande e, nos anos 1990, isso explodiu. Várias bandas de rock surgiram criando um cenário norteado pela rebeldia e inconsequência, bem típico deste estilo, porém, nasceram grupos que ainda tentam seu lugar ao sol e que marcaram época, e inclusive renderam conteúdo para um filme, “O rock que o Brasil não viu”. O pesar é que poucas bandas da época ainda permanecem e poucas conseguem se manter ativas. A Chá de Flores viveu essa época na plenitude. Formada no final da década de 90, mantém por 16 anos sua luta para cravar um espaço na história do rock manauense. Formada por Bosquinho, Ciro Jamil, Junior e Junior Sexta, a banda continua ensaiando e se apresentando pela cidade sempre levantando a bandeira da música autoral. Esse debut coroa a banda como a mais antiga ainda na ativa e registra também o lançamento do seu 3º CD, intitulado “Com a língua envenenada entre seus dentes”.
Toda riqueza de acordes misturados com a voz inconfundível do Bosquinho, rendeu um produto final de qualidade e bem a cara dos anos 90. Com o carro-chefe a música “Um tiro de misericórdia”, percebe-se os rifes de guitarra agressivos e bem marcantes, caracterizando o barulho produzido naquela época. Um diferencial nesta canção, que garantiu uma sonoridade fantástica, foi a voz em dueto que se estendeu em toda a música. Esta técnica serve para segurar a voz e marcar uma parte importante da música! O peso da bateria ficou por conta do veterano Ciro Jamil, que já participou de outras bandas, mas na Chá, foi o “x” da questão. Bater forte do início ao fim é sua marca registrada, aliada a uma técnica de rudimentos de cai-
xa aprimorada. Os novos integrantes Junior e Junior Sexta, respectivamente guitarra e baixo, não ficaram atrás, sustentaram as músicas com peso e qualidade que a Chá pede, dando assim, liberdade para as peripércias do Bosquinho no palco. A banda fez seu lançamento oficial no Porão do Alemão, que é um bar pouco adepto à música autoral, mas, em se tratando de Chá de Flores, foi uma honra sediar o evento, recebendo um público fiel e alguns remanescentes da década de 90. Enfim as músicas ainda seguem os padrões antigos sem sofrer nenhuma “atua-
lização” em seus arranjos. Percebese a opção de não uso do teclado e samplers, deixando a música bem original, mas com limitação sonora. A atualização sonora é um caminho a ser seguido pelas bandas antigas e novas, pois o público percebe sua falta. Preocupou-se pouco com o conteúdo das melodias e sua diversidade, deixando os arranjos básicos, porém a presença de letras bem escritas e coesas, sempre trazendo uma história interessante, torna a música um produto bem aceito para os dias atuais. Mais chá e mais flores! Boa sorte galera!!!
A banda Chá de Flores, formada no final da década de 90, mantém por 16 anos sua luta para cravar um espaço na história do rock manauense”
Plateia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
D5
Canal 1 plateia@emtempo.com.br
Bate-rebate
TV Tudo É preciso dizer... Ainda sobre o assunto, se a lei do conteúdo nacional foi criada com o objetivo de assegurar mercado de trabalho para o profissional brasileiro, isto não está acontecendo e, do jeito que vai, dificilmente vai acontecer um dia. Exceção aos canais de jornalismo e esportivos, as demais só disfarçam que fazem ou enganam muito bem. Um dos disfarces... Mais utilizados é cobrir o material de fora com “off ” e “cabeças” de apresentadores ou apresentadoras brasileiros. É o me engana que eu gosto. Como a fiscalização é inexistente, vai que vai. Chamada de embarque Uma equipe da novela “Os Dez Mandamentos” viaja neste domingo para Egito, onde serão gravadas cenas de stock-shot. Ninguém do elenco irá, agora ou lá na frente, por se tratar de uma zona de risco. Buraco duplo O calendário esportivo da Band, apesar dos regionais, Série A e Copa do Brasil, ainda tem furos importantes. A “Libertadores” e “SulAmericana” continuarão
REGI
DIVULGAÇÃO
Não vai parar O SBT vai levar a reprise de “Esmeralda”, no mínimo, até o dia 3 de fevereiro. É o que está estabelecido na sua programação. No entanto, em função dos bons índices conquistados – vice-liderança no horário, já se cogita uma discreta espichada em sua duração. ficando de fora, o mesmo acontecendo com a Copa América e as eliminatórias da Copa do Mundo que terão início. Problema mais grave... Passa a Espn, prestes a perder o campeonato alemão, e agora sem a Liga dos Campeões. Alguma coisa precisa ser feita e o mais depressa possível. Vai ser difícil sobreviver apenas às custas da programação. Guardadas as proporções... O drama que hoje a Espn
começa a enfrentar é o que o BandSports vive há muito tempo. Passam a ser muito raros os atrativos para o telespectador. O alemão e a Liga são competições que irão fazer muita falta. Selo diferente O SBT resolveu intensificar o uso do selo “SBT do Bem”. Ele vai aparecer no canto da tela, acompanhando qualquer ação de responsabilidade social. Assim será... Por exemplo, durante toda a realização do Teleton no outro fim de semana, como de 24 a 28 de novembro no Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. Aliás, durante este período, o Jornalismo do SBT irá montar uma base no Hospital das Clínicas de São Paulo. Falta de cuidado Desde a última segunda-feira, passadas as eleições, o “Bola Dividida” da Rede TV! voltou ao horário original das 11h30. E com a mesma meia hora de duração, não considerando as indispensáveis ações de merchandising. De programa mesmo, passa um pouco mais de 10 minutos e olhe lá.
• João Daniel Tikhomiroff é o diretor do especial “Didi e o Segredo dos Anjos”, telefilme com Renato Aragão, Lima Duarte e Mel Maia... • ... A Globo exibe na sua programação de fim de ano. • Luana Xavier, neta da atriz Chica Xavier, fará participação no próximo episódio do seriado “Sexo e as Negas” na Globo, terça agora, dia 4... • ... Ela interpreta Julia, colega de trabalho de Tilde (Corina Sabbas). • Está prevista para o outro domingo, 9, no “Fantástico”, a estreia de “Eu que amo tanto”, do Euclydes Marinho, baseada em obra homônima da Marília Gabriela... • ... No elenco, nomes como Carolina Dieckmann, Mariana Ximenes, Marjorie Estiano e Suzana Vieira, as protagonistas... • ... E ainda, Márcio Garcia, Antonio Calloni, Paula Burlamaqui e Mel Maia em importantes participações.
TV paga disfarça, mas não produz Cerca de 740 mil pessoas já assistiram a “Escrava Isaura” no Fox Life. Isso é uma coisai importante e que deve ser destacada. Outra que também merece a apreciação de todos é a acomodação da TV paga em relação à lei que obriga emitir mínimo de conteúdo nacional. Quase ninguém está realizando coisa nenhuma. Compram pronto e dessa forma atendem o que foi criado para incentivar a produção audiovisual nacional. É quase um engana trouxa.
Flávio Ricco Colaboração: José Carlos Nery
C’est fini Na próxima quinta-feira, 6, vai acontecer a estreia nacional do filme “Apneia”, direção do Maurício Eça. O elenco é dos melhores, com Marisol Ribeiro como protagonista e mais Maria Fernanda Cândido, Júlio Souto, Marjorie Estiano, Supla, Thaila Ayala, Paulo Ricardo e Fernando Alves Pinto. Ficamos assim. Mas amanhã tem mais. Tchau!
Márcio Braz E-mail: plateia@emtempo.com.br
A renovação da cultura
ELVIS
MÁRIO ADOLFO
GILMAO
Após o período eleitoral, com a vitória no Amazonas de José Melo e no plano federal de Dilma Roussef, começam os burburinhos sobre o troca-troca de secretários e ministros - neste caso e como tema deste artigo, os da pasta cultural. Não nos estendamos muito ao plano federal, afinal, o troca-troca aí não seria nenhuma novidade: contabilizamos mais de cinco ministros ao longo dos doze anos de governo petista, ou seja, a ideia de “continuidade” da política cultural torna-se quase impossível se não há uma continuidade de gestão onde, em apenas um caso, o fato se deu por pura incompetência e em outros por capricho, vaidades, politicagem barata etc. Além disso tem a frustrante tentativa de se implantar um Sistema Nacional de Cultura, cuja estrutura é bem feita e seria quase um gozo sua realização. Mas os doze anos tem nos mostrado que o que foi decidido no ringue das conferências sequer fora levado à prática, deixando a ministra com as decisões finais sobre o direcionamento das verbas. Mas no caso regional, talvez o nome mais discutido seja o do atual secretário de cultura, Robério Braga, que se mantém há dezoito anos à frente da pasta. Entre fofocas de permanência ou saída, fascínio de uns e repulsa de outros – aí devemos identificar com clareza e polarizar: que “uns”; que “outros” – o que sabemos ao certo é que Braga de fato é o grande criador da política cultural do Amazonas, além do principal renovador das ideias políticas para a área. Antes parecíamos atrelados ou pior, condenados, à condição pejorativa e reduzidos ao folclore e ao clientelismo, com Robério Braga a sofisticação se fez presente com investimentos na área do patrimônio cultural, do turismo cultural, das
artes visuais, do teatro, dança e outras categorias. É certo que muitos aspectos de sua política merecem (e devem!) ser revisados, mas jamais negligenciados ou esquecidos. A construção de uma política cultural eficiente perpassa pelo entendimento, em primeiro lugar, do processo histórico de construção social regional e, em segundo lugar, pela forma de estruturação política. Não se pode falar em política cultural se não temos a compreensão do que é política, das formas e relações de poder e do histórico de suas ações e agentes. Após a observação desses aspectos é que se pode imaginar e criar a matriz estratégica, metodológica e embrionária de uma política cultural. Deve-se ter em mente que a política cultural nunca se inicia, não existe o início de uma política cultural. A política cultural é sempre o fim e surge exatamente das demandas sociais de um povo num exercício constante reinvenção e adaptação. Mas Robério Braga tem ímpeto e sapiência para compreender isto. Compreender inclusive que agora podemos criar o tão falado Sistema Nacional de Inovação onde, através deste, o conceito de cultura atingiria outras dimensões, onde se entenderia a cultura como o conjunto de modos de vidas, costumes e símbolos de um povo, onde as secretarias de cultura, educação, ciência e tecnologia etc. devem estar sempre abertas à parcerias de curto, pequeno e longo prazo. Logo, a forma em que tratamos a educação, as artes, o turismo e a saúde serviriam de bases para a concretização deste plano, com estabelecimento de metas e ações com o objetivo de apresentar ao mundo a nossa identidade.
CMárcio Braz ator, diretor, cientista social e membro do Conselho Municipal de Política Cultural.
Não se pode falar em política cultural se não temos a compreensão do que é política, das formas e relações de poder e do histórico de suas ações e agentes”
D6
Plateia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Programação de TV
VW DIVULGAÇÃO
20h15 A Fazenda
SBT
5h Brasil Caminhoneiro 5h30 Planeta Turismo 6h30 Vrum 7h Mundo Pet 7h45 Chaves 8h Sorteio Amazonas dá Sorte 9h Domingo Legal 13h Eliana 17h Roda a Roda Jequiti 17h45 Sorteio da Telesena 18h Programa Silvio Santos 22h Especial Eleições 2014 22h30 De Frente com Gabi 23h30 Nikita 0h15 Rizzola & Isles 1h Pessoa de Interesse 2h Big Bang 2h30 Agora É Festa 3h15 Jogo da Gente 4h Igreja Universal
RECORD
Sylvester Stallone está na comédia “Pare, Senão Mamãe Atira”, destaque da “Tela Máxima”
Horóscopo
4h Santo Culto em Seu Lar 4h30 Desenhos Bíblicos 6h Desenhos Bíblicos 7h30 Record Kids - Pica Pau 8h Amazonas dá Sorte 9h Domingo Show 13h15 Hora do Faro 16h55 Domingo Espetacular
Cinema
BAND
21h45 Tela Máxima - Pare, Senão Mamãe Atira
4h Tartarugas Ninja
23h15 Programação IURD
5h30 Santa Missa no Seu Lar 6h30 Sabadão do Baiano
GLOBO
7h Power Rangers + Popeye 8h35 Minúsculos
4h30 Santa Missa
8h45 Informercial – Polishop
5h30 Amazônia Rural
9h45 Verdade e Vida
6h Pequenas Empresas, Grandes
10h Irmão Caminhoneiro – Boletim
Negócios
10h05 Pé na Estrada
6h35 Globo Rural
10h35 Band Esporte Clube
7h30 Auto Esporte
11h Fórmula Truck – GP de Lon-
8h Esporte Espetacular
drina/PR
10h Esquenta 12h30 Temperatura Máxima - As Crônicas de Nárnia - O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa 15h Campeonato Brasileiro - Cruzeiro x Botafogo
12h30 Band Esporte Clube 13h55 Gol - O Grande Momento do Futebol 14h25 Futebol 2014 – Cruzeiro X Botafogo 16h50 3º Tempo
17h Domingão do Faustão 19h Fantástico
19h Só Risos
21h20 Fórmula 1 - Grande Prêmio
20h Policia 24h
dos EUA (gravado)
21h Pânico na Band
22h10 Domingo Maior - Força de
0h Canal Livre
Ataque
1h Alex Deneriaz
23h45 Sessão de Gala - Valetin
1h35 Show Business – Reapresen-
1h10 Corujão - A Mulher do Meu
tação
Irmão
2h25 Ei Arnold!
2h38 Série
3h Igreja Universal
Cruzadinhas
GREGÓRIO QUEIROZ ÁRIES - 21/3 a 19/4 Você poderá se sentir bem procurando ambientes que lhe sejam sossegados. Mas sempre haverá alguém a lhe chamar a atenção e exigir que você saia de seu mundo.
ESTREIAS
FOTOS: DIVULGAÇÃO
TOURO - 20/4 a 20/5 Hoje é daqueles dias em que não terá algo do que imaginou gostaria de ter - aliás, há muitos dias assim. Você fará melhor em tentar adequar sua rotina às possibilidades. GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Tem coisas que você gosta e parece que hoje você não pode se afastar delas nem um pouco - o que, obviamente, não é verdade. Não se desperdice em gozos imediatos. CÂNCER - 22/6 a 22/7 Seu humor muda conforme seus pequenos desejos e caprichos sejam atendidos ou não. Como alguns tendem a não ser atendidos, você poderá ficar bastante amuado. LEÃO - 23/7 a 22/8 O contato com as pessoas afeta sua sensibilidade, mas de maneira descabida. Nem tudo merece um tratamento tão dramático. Não faça de suas emoções o centro do mundo. VIRGEM - 23/8 a 22/9 Você poderá ser privado de alguns pequenos confortos ou de iguarias e prazeres que tanto imaginava usufruir. São pequenas coisas, e você passa bastante bem sem elas. LIBRA - 23/9 a 22/10 A situação no trabalho pode não estar de acordo com seus gostos e pontos de vista. Será exigido de você fazer coisas que não são assim tão de seu agrado. ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Sua subjetividade está agitada e embaralhada. Anseios e impulsos inconscientes misturam-se com o que parecem ser ideais nobres. Respire fundo, antes de tudo. SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Você quer se divertir com as pessoas, mas obrigações práticas podem lhe arrastar para outro lado - que, no entanto, pode não ser tão desagradável assim. CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Difícil é se acertar com as pessoas no trabalho. Seja em negociações ou onde a cooperação é requerida, cada parte parece desejar ir para um lado diferente. AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Você trabalha de um jeito, mas planeja as ações de outro jeito. Assim, pouco consegue. Veja se é possível orientar convergentemente a idealização e a prática em suas tarefas. PEIXES - 19/2 a 20/3 Os sentimentos para com as pessoas próximas lhe são conflitantes As peças parecem não se encaixar, não importa em que posição tente encaixá-las. Olhe melhor a situação.
Tim Maia – Bra. 16 Anos. Cinebiografia do cantor Tim Maia, baseada no livro “Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia”. O filme percorre cinquenta anos na vida do artista, desde a sua infância no Rio de Janeiro até a sua morte, aos 55 anos de idade, incluindo a passagem pelos Estados Unidos, onde o cantor descobre novos estilos musicais e é preso por roubo e posse de drogas. Cinemark 3 – 12h (dub/somente sábado e domingo), 15h15, 18h20, 21h30 (dub/diariamente); Cinemark 5 – 11h10 (dub/somente sábado), 14h10, 17h10, 20h30 (não será exibida na terça-feira), 23h40 (dub/somente sábado); Playarte Manauara 6 – 12h40; 15h25, 18h10, 20h55 (dub/diariamente); 18h11, 20h56 (dub/diariamente); Cinépolis Millenium 1 – 15h, 16h, 18h, 19h, 21h10, 22h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 14h30, 15h30, 17h30, 18h30, 20h30, 21h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 14h05, 15h, 17h10, 18h, 20h30, 21h15 (dub/diariamente); O Melhor de Mim – EUA. 16 Anos. Adolescentes, Amanda (Liana Liberato) e Dawson (Luke Bracey) se apaixonam. O pai da garota não aprova o relacionamento e, com o passar do tempo, os jovens acabam se afastando e tomando rumos diferentes. Duas décadas mais tarde um funeral faz com que os dois (Michelle Monaghan e James Marsden) voltem à cidade natal e se reencontrem. É o momento de ver se os sentimentos persistem e avaliar as decisões que tomaram na vida. Cinépolis Ponta Negra 3 – 16h05, 19h15, 22h10 (dub/diariamente);
CONTINUAÇÕES O Apocalipse: EUA. 12 anos. Cinemark 3 – 14h30 (dub/não será exibida no domingo), 17h05, 19h30 (dub/não será exibida no domingo) 21h55 (dub/diariamente); Playarte Manauara 3 – 13h20, 15h40, 18h, 20h20 (dub/diariamente); 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis Millenium 3 – 21h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 19h45, 22h15 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 6 – 14h, 19h45 (dub/diairamente); 16h30, 22h15 (leg/diariamente). Drácula – A História Nunca Contada: EUA. 14 anos. Cinemark 7 – 11h30 (dub/ somente sábado e domingo), 13h50, 16h20, 18h40, 21h (dub/diariamente), 23h30 (dub/ somente sábado); Playarte Manauara 1 – 13h, 15h, 19h15 (dub/somente sábado e domingo); 13h, 15h15, 17h15, 19h15 (dub/somente de segunda-feira a sextafeira); 21h (leg/diariamente); 14h15, 16h15, 18h15, 20h15 (dub/diariamente); 22h15 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis Millenium 4 – 15h40, 17h50, 20h, 22h20 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 14h40, 16h45, 19h, 21h15 (dub/diaria-
mente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 18h10, 19h25 (leg/diariamente); 18h40, 19h25, 20h50 (dub/diariamente). Annabelle: EUA. 14 anos. Cinemark 1 – 11h50 (dub/somente sábado e domingo); 14h20, 16h40, 19h10, 21h45(dub/diariamente); Cinépolis Millenium 6 – 19h20, 21h40 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 14h15, 16h30, 18h45, 21h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 7 – 14h15, 19h35 (dub/diariamente); 17h15, 22h (leg/ diariamente). Fúria: EUA-FRA. 16 anos. Cinemark 2 – 22h50 (dub/diariamente). Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso: EUA. Livre. Cinemark 2 – 13h55, 16h, 18h05, 20h10 (dub/diariamente); Cinépolis Millenium 7 – 14h40, 16h40 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 15h45, 17h45 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 10 – 13h40, 16h (dub/somente sábado). O Candidato Honesto: BRA. 14 anos.
Cinemark 3 – 18h30, 20h45, (dub/diariamente), 23h20 (dub/somente aos sábados); Playarte Manauara 4 – 12h50, 14h55, 17h05, 19h10, 21h20 (dub/diariamente); 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 2 – 15h15, 17h35, 19h50, 22h10 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 20h10, 22h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 9 – 15h15,17h45, 20h15 (dub/diariamente).
Trash – A Esperança Vem do Lixo: BRA-ING. 14 anos. Playarte Manauara 7 – 13h20, 15h40 (dub/diariamente); Cinépolis Millenium 5 – 14h20, 16h50, (dub/diariamente).
Festa No Céu: EUA. 10 anos. Cinemark 3 – 14h, 16h10 (dub/diariamente); Cinépolis 3 – 14h, 16h20, 18h30 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 15h, 17h15 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 14h45, 15h05, 17h (3D/dub/diariamente).
A Bela e a Fera: FRA. 12 anos. Playarte 3 – 13h15, 15h35, 17h55, 20h10 (dub/diariamente), 22h25 (dub/somente sexta-feira e sábado).
O Que Será de Nozes?: EUA. Livre. Playarte 2 – 13h, 14h55 (dub/diariamente). Um Amor de Vizinha: EUA. 12 anos. Playarte 2 – 16h50, 18h50, 20h50 (leg/ diariamente), 22h50 (leg/somente sextafeira e sábado).
O Doador de Memórias: EUA. 12 anos. Playarte 10 – 13h25, 15h25, 17h25, 19h25, 21h25 (dub/diariamente), 23h25 (dub/somente sexta-feira e sábado).
Livrai-nos do Mal: EUA. 14 anos. Playarte 7 – 13h, 18h (dub/diariamente). O Protetor: EUA. 14 anos. Playarte 9 – 15h25, 20h30 (dub/diariamente), 23h05 (dub/somente sexta-feira e sábado). O Juiz: EUA. 12 anos. Cinépolis Millennium 6 – 18h50, 21h55 (leg/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 21h (dub/diariamente).
Plateia
MANAUS,, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Novíssimo
Engenhoca
Um carregador para dispositivos móveis ou telefones celulares movido a energia solar foi criado em Manaus por um grupo de alunos da Escola Fucapi. O projeto intitulado ‘Carregador de celular portátil solar’ – exposto durante a 11ª Feira Tecnológica Fucapi – foi orientado pelo professor Alex Sander, para a turma do 3º módulo do curso de Eletrotécnica, é uma alternativa para contribuir com a redução de energia gerada a partir de combustíveis fósseis. O objetivo da inovação é contribuir para economia de energia e ao mesmo tempo oferecer comodidade para os usuários de aparelhos móveis.
Jander Vieira jandervieira@hotmail.com - www.jandervieira.com.br
Vamos colaborar!
Amanhã, a inteligente Hannah Neves está aniversariando. A herdeira do presidente do Grupo Raman Neves de Comunicação, o visionário Otávio com a bela Iara, é só orgulho
Banco Central em Manaus
A Aleam realiza, amanhã, às 10h, no Plenário Ruy Araújo, audiência pública para debater a instalação da Superintendência Regional do Banco Central (BC), em Manaus. A prosposta da audiência é do deputado estadual Wilson Lisboa, em parceria com a senadora Vanessa Grazziotin, ambos do PCdoB, e reunirá representantes de entidades de classe, bancos regionais, setor produtivo e do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, o Sinal.
Sessão homenagem No próximo sábado, a coluna vai ser uma das homenageadas na noite apoteótica do Império da Kamélia, no badalado parque aquático do Olímpico Clube. O presidente Almerinho Botelho vai pilotar justas honrarias aos comunicadores do samba e a escolha da musa da Nêga. Bacana, não? A banda Anonimatus e a bateria show da escola de samba comandarão o menu de atrações. Merci!
Agendada para o próximo dia 8, acontecerá no horário das 8h às 18h, o “Dia Nacional da Coleta de Alimentos”, em sete supermercados da cidade. A doação de alimentos é um gesto supernobre, viu? Portanto, vamos colaborar com essa ação indispensável para ajudar os menos afortunados. A arrecadação de alimentos não perecíveis é entregue ao Banco de Alimentos do Sesc, responsável pela entrega às instituições cadastradas no Mesa Brasil. Este ano a coleta dos alimentos acontece nas lojas: DB Paraíba, DB Ponta Negra, DB Pedro Teixeira, DB Distrito, Carrefour Flores. Carrefour Adrianópolis e Atack Coroado.
Dom Luiz Soares Vieira, bispo emérito de Manaus, com os amigos Carmen e Ricardo Silva. Dom Luiz é quem assina o prefácio do livro da acadêmica Carmen Novoa Silva, “1980 João de Deus em Manaus” e também fará a apresentação do esperado livro no lançamento do dia 11de dezembro na Academia Amazonense de Letras. Será uma noite de gala na AAL FOTOS: TRÊS COMUNICAÇÃO
O prefeito Arthur Virgílio Neto não para. A Compensa ganhará da prefeitura mais uma Unidade Básica de Saúde da Estratégia Saúde da Família. A UBS O22 será entregue amanhã, às 10h, sendo a 21ª unidade inaugurada nesta gestão. A nova UBS foi construída em um padrão de 130 metros quadrados, é equipada com um consultório médico e outro de enfermagem, dois gabinetes odontológicos, farmácia, salas de nebulização, curativo e imunização.
D7
Sala de Espera Clycia Garcia e Tony Medeiros estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna. O Belle Époque agendou para a segunda edição do projeto “Grandes Chefes”, presença do renomado chef italiano Salvatore Loi. O intercâmbio gastronômico acontecerá nos próximos dias 19 e 20, a partir das 20h30 e terá a apresentação de um menu degustação criado especialmente para o evento. Dia 15, o empresário Anilton Silva reúne a press local para o lançamento da happy hour do Barbacoa, com cardápio exclusivo. O som gostoso do jazz não falta no chique restaurante do Manauara Shopping. A bela Silvana Gomes e sua amiga Gy Paz estiveram em solo suíço para conferir o niver do querido Martin Rivier.
A Murano Veículos comemorou 20 anos e apresentou oficialmente uma Nova Murano, no mesmo endereço da Cosme Ferreira, com um coquetel para convidados e clientes. A Murano reformou o espaço em uma nova loja, mais moderna e ampliada. Muitas outras modificações foram feitas para proporcionar aos clientes Fiat um melhor atendimento e serviços com mais conforto e comodidade. A family Grupo Simões era só felicidade: Antonio e Norma Silva, Zenilde Pacífico, Vanessa e Mano Cavalcanti, Milena Simões, Sanzio Drumond, Joaquim Higino, Marcus Vinícius, Dodó e Ieda Carvalho, Diego e Elizangela Silva, Marcela Simões
Hoje, feriado do Dia dos Finados, a PMM realizará mais uma edição do Projeto Faixa Liberada nas avenidas Coronel Teixeira e Visconde de Porto Seguro, ambas, respectivamente, situadas no Complexo Turístico Ponta Negra e conjunto Parque das Laranjeiras.
D8
Plateia
MANAUS, DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
Turma da Mônica apresenta ‘plano para salvar o planeta’ O espetáculo educativo, que estará em cartaz no Studio 5, exibe lições sobre sustentabilidade DIVULGAÇÃO
Em cena, 11 artistas dão vida aos personagens de Mauricio de Sousa
N
o dia 16 de novembro, os personagens do desenhista Mauricio de Sousa levarão o musical “Um Plano para Salvar o Planeta” ao Studio 5 Centro de Convenções (avenida Rodrigo Otávio, 355), em duas sessões: às 15h e às 18h. Os portões estarão abertos uma hora antes de cada sessão, com atividades de recreação para as crianças. O espetáculo educativo é destinado a toda família e trata de sustentabilidade. Os valores do ingresso vão de R$ 40 a R$ 160. Na plateia
lateral, o bilhete custa R$ 80 e R$ 40 (meia-entrada); na plateia central, R$ 120 e R$ 60 ( meia-entrada); na arquibancada, R$ 140 e R$ 70 (meiaentrada); na frisa R$ 140 e R$ 70 a meia-entrada (lugar na mesa); no camarote lateral, R$ 140 e R$ 70 a meia-entrada (individual); e no camarote central, R$ 160 e R$ 80 a meia-entrada (individual). Dirigido por Mauro Sousa, filho do desenhista Mauricio de Sousa, o espetáculo alerta o público sobre os riscos da poluição e ensina o papel de
cada cidadão para a preservação da natureza. Criada e produzida pela Mauricio de Sousa Ao Vivo, empresa de espetáculos e eventos da Mauricio de Sousa Produções, a exibição já foi prestigiada por mais de 50 mil pessoas. No espetáculo, que tem duração de 60 minutos, além dos 10 minutos de intervalo, Franjinha inventa uma poção para deixar o que está sujo limpo e perfumado. Mas, Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali aparecem no seu laboratório e criam uma enorme confusão.
Enquanto tenta arrumar a bagunça, a Turminha descobre que a tal poção superlimpante do Franjinha pode cair como uma luva nos planos de Dorinha, que quer salvar o planeta, cada vez mais poluído. Até o Chico Bento aparece para participar e pedir ajuda para salvar o ribeirão que passa pertinho de sua casa, mas que está muito poluído. Será que a fórmula do Franjinha vai mesmo resolver todos esses problemas do planeta ou a Turminha precisará encontrar outra maneira de
salvar a natureza? “Um Plano para Salvar o Planeta” entrou em turnê no segundo semestre de 2010 e realizou temporada escolar na cidade de São Paulo, onde recebeu mais de 20 mil alunos. Depois, saiu pelo Brasil. A produção conta com uma equipe de mais de 50 profissionais envolvidos nas mais diversas áreas: roteiro, cenografia, figurino, adereço, arte-final, música original, dublagem, camareiros, contrarregras, produção, direção e 11 artistas em cena.
SERVIÇO “UM PLANO PARA SALVAR O PLANETA” Quando 16 de novembro, às 15h e às 18h Onde Studio 5 Centro de Convenções Quanto: Plateia Lateral - R$ 40; plateia Central - R$ 60; arquibancada, frisa e camarote lateral – R$ 70; camarote central - R$ 80 (todos são valores de meia-entrada individual) Pontos de Ingresse.com, Venda: Bilheteria do Studio 5 e Locomotiva Brinquedos Informações (92) 8417-1108 / 9489-0854 * Crianças de até 2 anos completos não pagam ingresso, desde que acomodadas no colo do respectivo responsável ** Comprovação deverá ser feita mediante a apresentação da Certidão de Nascimento da criança *** Os portões estarão abertos uma hora antes de cada sessão, com atividades de recreação para as crianças