Especial Manaus 345 anos - 24 de Outubro de 2014

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2014

redacao@emtempo.com.br

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A cidade do otimismo RICARDO OLIVEIRA

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história de Manaus é o enlace perfeito do sentimento verdadeiro de seu povo, que desde sua instalação, no meio da floresta, fundamentou sua existência no otimismo e nos desafios. Estes ingredientes, passados mais de 300 anos, persistem em nosso DNA. São doações em favor desta terra, que cresceu se superando, nos mais diversos campos do debate do homem. O conflito necessário para manter em pé, ao mesmo tempo, a floresta e o concreto; a luta desigual contra forças ansiosas por desmontar nosso modelo econômico, são o nosso cotidiano. A beleza dessa cidade está neste espírito renovado, que olha as incertezas do futuro, como quem vê o temporal apontando no horizonte, se enche de otimismo, sonhos e navega sem pensar no tamanho da canoa, pois sabe que o importante é chegar.

e dos desafios


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A excelência do laboratoriais

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O uso da tecnologia especializou o trabalho e diminuiu os riscos de erros nos exames

m menos de 30 anos, o ramo de análises clínicas e laboratoriais desenvolvido em Manaus alcançou investimentos de mais de R$1,5 milhão, aplicados na aquisição de equipamentos e de tecnologia de ponta. Aliados aos avanços nos processos de qualificação técnicocientíficos, obtidos pelos profissionais da área, o mercado local já apresenta empresas e instituições que conquistaram padrão de excelência nas avaliações de controle de qualidade aplicadas pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Resultados positivos que só vem a beneficiar a população da cidade. Com o alto grau de confiabilidade dos laudos clínicos e laboratoriais, os pacientes têm mais segurança na busca imediata para tratamentos de doenças como câncer e outras doenças auto - imune. Os exames e as análises realizadas pelo Centro de Pesquisa e Diagnósticos Especializado (CPDE) são apontados como exemplos desse avanço no processo de análise laboratorial em Manaus. No mercado há 26 anos, o CPDE vem recebendo, continuamente, avaliações positivas nas análises de padrão de qualidade da SBAC. “O CPDE surgiu em 1990 com uma expectativa de realizar exames para ajudar no diagnóstico médico, adotando

tecnologia que ainda não existia em Manaus. Nós fizemos uma análise do mercado e concluímos havia a necessidade de implantar tecnologia voltada para os segmentos de genética e hormônios e, assim fizemos, alcançando ótimos resultados ao longo de 26 anos”, disse a gerente geral do CPDE, Dra. Lucy Tavares. O CPDE vem mantendo resultados de excelência nas avaliações de controle de qualidade da SBAC há 20 anos. “Todos os meses a SBAC envia testes para assegurar a qualidade dos serviços prestados e avaliar o padrão da empresa. Nós não primamos apenas pela quantidade, mas sim, pela qualidade dos laudos”, destacou Dra. Lucy Tavares. Para obter os melhores resultados na avaliação, Dra. Lucy aponta como fator primordial o investimos na qualificação do quadro funcional. “Hoje, 90% dos nossos bioquímicos são funcionários que começaram conosco. Temos pessoas que começaram como office-boy, e hoje se tornaram bioquímicos formados”, salientou. Atualmente com 70 funcionários no total, a empresa dispõe de 10 bioquímicos e 40 técnicos. “Na área técnica é importante salientar que, a maioria dos funcionários já está em fase de finalização de curso dentro das áreas de bioquímica, farmácia e generalistas”, disse.


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Alta tecnologia aplicada

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

os serviços de Manaus

O farmacêutico bioquímico Dr. João Gustavo Costa Avelino, filho de um dos fundadores da empresa (Dr. Joao Avelino Neto), destaca que é necessário se manter atento aos avanços na tecnologia laboratorial. “A tecnologia laboratorial está sempre avançando. Antigamente, a análise era feita manualmente. O técnico utilizava muito a pipeta e a vidraria. Hoje,

Investimentos na qualidade

Dra. Lucy e Dr. João Gustavo em uma das unidades de alta tecnologia em exames

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Dra. Lucy afirma que não há como mensurar, em sua totalidade, o grau de investimentos necessários aplicados na área. “Podemos estimar que, em 1990, os investimentos totais estavam na ordem de R$150 mil. Mas, nos dias de hoje, só para estruturar o laboratório de toxicologia precisamos de, pelo menos, R$ 1,5 milhão. E, se formos pegar o valor de cada máquina que temos aqui, esse valor seria muito mais. Para se ter uma ideia, nós somos o terceiro laboratório no Brasil a adquirir essa máquina para análise do PSA, utilizada no Hospital Albert Einstein”, disse Dra. Lucy

os aparelhos fazem quase tudo, justamente, para tirar aquele erro humano que, antes dificultava muito o resultado nas análises manuais e, poderia até diminuir a fidedignidade dos laudos”, lembra Dr. João. O bioquímico aponta os esforços em acompanhar a tecnologia como o caminho para obter resultados positivos no mercado. “Estamos

sempre em busca de novas tecnologias. Tanto que, nesse ano, participamos de um congresso mundial, em Chicago (EUA), para trazermos novas tecnologias em análises laboratoriais. Procuramos sempre estar acompanhando porque a tecnologia, na nossa área, anda a passos galopantes e quem não acompanha, fica para trás”, conclui.

Retorno e projetos sociais Para os diretores da empresa, o retorno financeiro do CPDE não se compara ao retorno pessoal. “ Muito mais do que retorno financeiro, nós temos o retorno pessoal muito satisfatórios, pelo fato de entendermos que são pessoas que precisam de nosso trabalho, do nosso empenho, do nosso comprometimento”, Lucy. Já João destaca que o trabalho realizado pode ser encarado como o ponta pé inicial para que os pacientes conquistem a melhoria das condições de saúde. “Ficamos felizes ao vermos que o resultado do nosso trabalho faz parte do processo de melhora dos pacientes. Um dia desses entreguei um laudo a uma paciente que fez o teste de gravidez

e que tentava engravidar há anos. E, quando ela abriu o laudo e viu que deu positivo, ela se emocionou e agradeceu muito a todos nós. Isso vale a pena”, disse. Projetos Sociais A empresa tem uma participação ativa no voluntariado social. “Participamos de trabalhos sociais, através de parcerias com várias empresas, órgãos e entidades, como Centro de Recuperação para dependentes químicos - Gileade. Participamos há 10 anos da Ação Global, com a realização de exames gratuitos”, palestras de conscientização sobre as transmissões de DST nas empresas conveniadas lembra Lucy.


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anaus, a cidade que completa 345 anos, neste 24 de outubro, tem muita história pra contar. E tem muito mais ainda a realizar. A cidade, com vocação industrial, precisa avançar para um novo conceito, que fortaleça o turismo, a biodiversidade, os serviços, a cultura e a arte. E se lança ao desafio de pensar a longo prazo, com a implementação de políticas públicas e ações que resultem em uma cidade ordenada, superando as construções sem planejamento, sem atenção às normas do Plano Diretor e dando soluções aos problemas de mobilidade; sustentável, vencendo os desafios do saneamento básico e da gestão ambiental; inclusiva, resgatando os seus cidadãos; e global, colocando-se no papel de cidade que, por estar no coração da Amazônia deve ser um lugar de prosperidade e, para isso, deve ser articulada e fazer negócios com o mundo todo. A Prefeitura de Manaus vem

A licitação do projeto de requalificação da Manaus Moderna deve ser lançado nos próximos meses

A inauguração da galeria Espirito Santo reuniu milhares de pessoas no centro da cidade


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anaus dos proximos anos TURISMO

Prefeitura esta organizando uma extensa agenda cultural em comemoração aos 345 anos, uns dos destaques é a tradicional festa “Boi Manaus” que acontece no sábado (25)

A primeira etapa da galeria dos remedios será entregue neste sábado, 25, como parte dos projetos de reorganização do centro

atuando em todos esses eixos, pensando na cidade para os próximos 40 anos. Exemplos disso são o Plano Diretor, o Plano de Resíduos Sólidos, o Plano de Saneamento, todos debatidos e aprovados ou em fase de aprovação, que dão o norte nessa empreitada. Obras e ações foram desenvolvidas nos últimos dois anos para sanar problemas, como os existentes no sistema viário e trânsito, com recuperação, construção e adequação de eixos viários e espaços urbanos, para o trânsito e para o transporte público.

Vocações natural para o turismo “A eternização da Zona Franca de Manaus e a biodiversidade pedem investimentos pesados em hidrovias, na abertura da BR-319, em infraestrutura aeroportuária e no capital intelectual. E o turismo, sem dúvida, é a nossa terceira vocação. Manaus é a terceira capital com tendência de cidade mundial, depois de Rio de Janeiro e São Paulo e precisamos apostar muito alto nessa tendência”, afirma o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. O teste para essa vocação foi a Copa do Mundo de Futebol, com três jogos realizados em Manaus e 120 mil turistas estrangeiros e brasileiros circulando por aqui, dos quais mais de 80% deram avaliação positiva à cidade. “Passamos no teste e fomos o elemento surpresa da Copa”, afirma o prefeito. O fluxo de turistas para a

cidade, segundo o prefeito, não vai parar. Uma linha direta com a Europa já está consolidada, com o voo internacional da TAP ligando Manaus a Lisboa e com a promessa de implantação de um novo voo da Ibéria Linhas Aéreas, ligando Manaus a Madri (Espanha) e a Lima (Peru), e rotas de voos fretados dos Estados Unidos para Manaus. “O que colhemos foi apenas o começo de uma das nossas três vocações econômicas”, diz Arthur, confirmando que a estratégia para garantir o avanço do turismo é investir mais em infraestrutura e em qualificação de pessoas, porque além de um povo acolhedor é necessário que a cidade se torne mais atrativa. Manaus fez e está fazendo o seu dever de casa e, nos últimos dois anos, viu o resgate da autoestima de sua gente, com a valorização da educa-

ção, a ampliação do atendimento na saúde, construção de creches, recuperação de malha viária, intervenções e implantação de novas infraestruturas urbanas, habitação e saneamento. A Prefeitura de Manaus se apresentou como a melhor parceira para a sociedade avançar em direção ao futuro. Exemplo disso são os mototaxistas, que agora trabalham de forma legal e organizada; os camelôs, que deixam as ruas para se tornar empreendedores; as mães, que encontram local seguro para seus filhos nas novas creches; os universitários, que têm seu acesso ao ensino superior garantido com o Bolsa Universidade; os milhares de servidores públicos, que estão se aprimorando com centenas de cursos, treinamentos, cursos superiores e de pósgraduação oferecidos.

Todos os camelôs passam por um processo de requalificação antes de receber os novos boxes


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Mais vida

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A revitalização da Avenida Eduardo ribeiro é um dos projetos da prefeitura para Manaus

a via de mão única de que leva ao futuro, sem volta, uma das principais metas da Prefeitura de Manaus é a requalificação do Centro Histórico, por meio do Projeto Viva Centro, que ao seu final, vai retirar mais de 2 mil camelôs das ruas e colocá-los em local seguro e organizado, para o exercício de uma nova atividade, como microempreendedores comerciais. Foi um longo processo, que teve início com a realização de um senso, inúmeras reuniões com os então camelôs, definição de espaços provisórios, retirada e realocação nos espaços provisórios e, finalmente, a instalação definitiva em uma das três galerias populares. Uma delas, a Espírito Santo, inaugurada em agosto deste ano, já está em pleno funcionamento. A outra, a dos Remédios, terá sua primeira etapa entregue à população amanhã, 25, e imediatamente após isso co-

meçam as obras da segunda etapa. A terceira, o shopping popular T4, na zona Leste, já está em andamento. Nesse meio tempo, os agora novos empreendedores, receberam a ajuda necessária seja com bolsa auxílio

FINANCIAMENTO Todos os espaços historicos do centro da cidade de Manaus, escolhidos para receber ações de requalificação, aguardam a liberação de recursos na Caixa Economica Federal mensal, seja com os cursos e treinamentos voltados às suas atividades e, até mesmo, com orientações sobre como entrar na economia formal e ter acesso às linhas de financiamento disponíveis. Todas essas medidas prepararam o Centro para receber as obras necessárias de


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Manaus requalificação dos espaços. A Prefeitura já tem prontos e aprovados, só aguardando a liberação de recursos por parte da Caixa Econômica Federal, os projetos urbanísticos e arquitetônicos do PAC Cidades Históricas, que inclui 10 espaços do patrimônio da cidade, com destaque para a reforma da Praça da Matriz e do Cabaré Chinelo. Na manhã desta sextafeira, 25, o prefeito Arthur Virgílio Neto anuncia outro projeto, a Nova Eduardo Ribeiro, que vai recuperar parte de sua memória, com resgate do que era a Manaus dos tempos áureos. Ainda na área do Centro, o projeto de requalificação da Manaus Moderna também já está em andamento, com abertura de licitação nos próximos dias. O projeto vai se integrar à obra do Mercado Adolpho Lisboa, entregue no ano passado, e futuramente às obras do Projeto Cidades Históricas (PAC).

Prédios Historicos, como o cabaré chinelo, receberão obras de requalificação


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Manaus para todos os gostos

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O restaurante Belle Époque homenageia a cidade de Manaus com uma decoração que lembra o periodo de ouro da cidade

A Cidade de Manaus oferece espaços com varios tipos de drinques que não deixam a desejar a nenhuma outra capital

e há uma coisa que o amazonense não pode reclamar é da variedade culinária à disposição em Manaus. Todos os dias, novos restaurantes e bares surgem no mercado local, apresentando propostas inovadoras e apelos criativos, oferecendo ao consumidor o que há de melhor da gastronomia mundial. Segundo a Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) Seccional Amazonas, Janete Fernandes, o setor de serviços, incluindo o segmento de bares e restaurantes foi o que mais cresceu no Brasil,

neste ano. “Tivemos um crescimento do setor na ordem de 20%, neste ano. O setor está aberto, não temos nenhuma área saturada em Manaus”, disse Janete. A presidente afirmar que,hoje, os empresários estão buscando a excelência nos produtos e serviços que oferecem aos clientes. “Os bares e restaurantes estão mais sofisticados, climatizados, receberam investimentos e infraestrutura e na profissionalização de quem trabalha. Hoje, as casas estão mais confortáveis e requintadas. No segmento de bares, o empresário está oferecendo produtos diferen-

ciados que agradam ao cliente”, disse Janete. Mas, ao contrário da expansão do mercado, o que se esperava em crescimento de vendas, com o apelo da Copa do Mundo, não aconteceu. “Não tivemos crescimento do faturamento com a Copa do Mundo. Vamos fechar o ano com um crescimento mínimo nas vendas, em relação ao ano passado. A copa do mundo não vendeu o que esperávamos e não correspondeu aos altos os investimentos em infraestrutura e qualificação profissional que os empresários realizaram para esse fim”, disse a presidente.

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Criati

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Peixe do Jour com purê de banana pacovan unindo requinte e regionalidade

as, apesar da decepção com as vendas durante a copa do mundo, o mercado em Manaus continua comemorando ganhos com aquisições de novas franquias e a busca pelo diferencial na culinária. Há um ano, o empresário Ítalo Jacó abriu as portas do restaurante Belle Epoque, localizado no Shopping Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus. Uma aposta na proposta atual dos restaurantes de Manaus, que estão buscando modelos diferenciados, para atrair o público. “Hoje o público amazonense sabe o que quer e está buscando o melhor. Manaus, de alguns anos para cá, teve esse crescimento na área gastronômica, muito em função dos voos que estamos tendo para Miami. Ficou mais barato ir para Miami, São Paulo, Rio de Janeiro e os amazonenses estão conhecendo mais coisas boas no segmento”, disse Ítalo.


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ividade regional

sente no menu Entre os segmentos que tiveram crescimento ao longo dos anos, Ítalo destaca os restaurantes de gastronomia japonesa. “Começou com uma coisa muito pequena e cresceu. É um segmento diferenciado, especializado e buscou oferecer produtos mais refinados. Alia-se a isso a glamourização dos chefes, que não é tão recente, mas, é uma coisa que vem acontecendo e que teve reflexos positivos para a nossa cultura”, disse Ítalo. O projeto Belle Epoque surgiu a partir do conceito de um coquetel-bar. “Criamos um conceito muito próximo da nossa realidade e da nossa história. Tentamos harmonizar um pouco dessa parte francesa, com a questão de bistrô aliando a questão regional. Tanto na infraestrutura quanto na concepção dos nossos pratos, que foi muito cuidadosa e buscou colocar a nossa identidade”, relatou.

Pizza de Tacacá une os sabores regionais do tucupí e do jambú com a tradicional massa italiana

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Muitas opções de Pizzas Outro segmento que mantém um crescimento constante em Manaus é o ramo das pizzarias. O empresário Rogério Cunha, proprietário da pizzaria Lopianno comemora um crescimento nas vendas de cerca de 20%, nesse período pós-copa. “Durante a Copa do Mundo tivemos um aumento de demanda de cerca de 10% em relação ao ano anterior. E, depois, nos meses de julho, agosto e setembro tivemos um crescimento em torno de 15% a 20%, muito em função dos investimentos que realizamos aqui, com a ampliação, reformar e climatização do restaurante. Foi uma ampliação que mudou a cara do restaurante e público aprovou. Fizemos um investimento de quase R$ 450 mil”, disse Rogério. Mas, os investimentos não se restringiram a infraestrutura do restaurante. “ A Lopianno vem, há dois anos, mantendo uma parceria com a Devisa, Sebrae e Senac. Existe a implantação do PAS (Programa Alimentos Seguros), um tipo de certificação do nosso setor. Nós realizamos uma adequação de todas as estruturas para atender aos critérios de segurança alimentar. Um exemplo foi criação de uma área exclusiva para lavagem de louças. A nossa cozinha está totalmente

adequada aos padrões do PAS. E, isso causou uma revolução porque toda nossa equipe de pizzaiolos, cozinheiros e funcionários se envolveu”, disse. O lançamento de novos sabores, incluindo alimentos regionais, com a utilização de peixes, plantas e frutas também serviram como atrativo junto ao consumidor. “Nós realizamos o lançamento de um novo sabor de pizza durante o Brasil Sabor., baseado no Tambaqui. E, para nós é sempre muito importante apostar nos produtos da nossa região”, disse Rogério. Para Rogério a venda de massas vale a pena, apesar de considerar que a rentabilidade do setor de alimentação ainda é baixa, se for comparada com os ganhos obtidos há 20 anos. “Hoje com a concorrência do mercado, com as margens da inflação em matéria prima, o empresário não consegue repassar isso pro preço ao consumidor. Temos uma rentabilidade bem menor que há 20 e 10 anos atrás. Tínhamos uma rentabilidade de 25% de margem de lucro. Hoje, o empresário que consegue chegar a 7% já pode considerar uma operação redonda. Mas, Manaus ainda é a capital brasileira que mais absorve novos negócios no país”, disse Rogério.


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Wellington Longo, comanda a operação comercial da empresa e garante a qualidade da internet oferecida as empresas

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arantia de fornecimento de internet com segurança a qualidade de sinal. A empresa Eyes NWhere desenvolve sistemas e tecnologias de suporte à vigilância e monitoramento remotos, prestação de serviços e soluções “turn-key”, utilizando rede própria de Fibras Ópticas para oferecer qualidade no sinal de internet prestado à população. Com qualidade de sinal com 99% de resultados, a empresa fornece o sistema de sinal de internet inteligente, disponível no mercado para atender os usuários locais e garantir a continuidade do serviço. “Conhecendo a base de telecomunicações do Brasil, nos sistemas de Tv por assinatura e internet, detectamos que para que tivéssemos, em Manaus, segurança de comunicação, precisaríamos da última tecnologia, que é tecnologia de fibra óptica. Tendo uma rede 100% fibra óptica podemos garantir a disponibilidade, a continuidade do sinal e a isenção das ações das intemperes do tempo”, explicou o diretor comercial da empresa, Wellington Longo. Wellington explica que a empresa tem capacidade de fornecer para os seus clientes comunicação de dados ponto a ponto, em função da rede de fibra óptica, com alta qualidade de serviços. “Com

Smart Internet Corporativa O produto crido pela empresa visa atender, em toda a necessidade, as demandas dos clientes que contratam a empresa. “ O smart Internet Corporativa atende a necessidade do cliente, então, está dentro do que ele pode dispor de internet em determinado momento. Vamos dizer que você tem um escritório e precisa de internet para cumprir algumas funções em determinados horários. Então, você não precisa usar a internet a todo instante, durante todo o dia, 100% do tempo. Então, criamos esse produto em consiste em você comprar 5 Megas e nós garantimos que até 30% e, no tempo você pode variar essa banda de internet, garantindo que esse mínimo é p suficiente para você dar vazão as suas transações do dia, que não são críticas. E o valor dessa smart IC é muito inferior que a banda garantida. Estamos preparados para entregar para o cliente o que ele realmente precisa”, disse.


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aus já tem Internet de idade para empresas os links de dados e conexão distribuímos a internet com garantida de segurança dos dados, dentro da realidade da internet brasileira. Nossa empresa, então, utiliza o melhor sinal de dados fornecido. Nossa ideia é concentrar os provedores para fornecer para a cidade o melhor que a internet pode está disponibilizando, naquele momento. Nós somos provedores da nossa casa até todos os nossos clientes, porém recebemos o sinal das operadoras. Selecionamos os melhores sinais e geramos aquele melhor sinal disponível, naquele momento”, disse. O diretor explica que o custo-benefício com a contratação dos serviços da empresa é mais vantajoso para o cliente. “Nosso foco, hoje, é o mercado empresarial. Porém, nossa rede de fibra óptica tem aproximadamente 2165 quilômetros de extensão cobrindo praticamente toda a cidade de Manaus. Uma rede em anel que me permite que seu eu tiver uma abertura de um lado, automaticamente, o sinal vai pelo outro lado. Com mais de 2 mil km, registrados no CREA, prestamos

serviços para muitas instituições públicas, estamos presentes em todas as zonas da cidade, fornecemos para escolas, delegacias. Então, você pode ter certeza de que atendemos em 100% nossos clientes”, disse Wellington diz se o cliente contrata dois megas de internet, ele receberá em casa, 2 megas de internet. “Há uma confusão grande no mercado que é, exatamente, dizer que uma banda exclusiva de conexão é a mesma coisa que uma banda garantida. Na nossa empresa se você contrata 2 M de internet você vai, realmente, receber esses mesmos 2 M de internet 24h por dia. Garantimos que transmitimos ao cliente o que está em contrato”, disse o diretor. O diretor diz que o diferencial da empresa é, justamente, essa garantia de banda. “Isso fez com que nós ampliássemos o nosso line-up e criássemos um produto especifico para o tipo de internet que a empresa precisa. São situações de utilizações de internet que precisam ter o sinal garantido”, disse Wellington.

hoje a ENW conta com a maior estrutura de fibra ótica de Manaus com a capacidade de atender diversos segmentos de Tecnologia da Informação

em uma central montada com o que há de mais atual em equipamentos de monitoramneto, uma equipe de profissionais trabalha para 24h para manter a rede em pleno funcionamento

Agregar valor aos negócios O diretor explica que a empresa obedece o conceito de integradora de tecnologia. “ Preço é uma questão de sensibilidade. O preço que me atende 100% pode ser mais barato do que aquele que custa a metade do valor, mas não me atende naquilo que eu quero. Nossa empresa agrega valor e é uma integradora de tecnologia, responsável por grandes projetos de vídeomonitoramento no Brasil. E, o mercado costuma enxergar empresas de alta tecnologia como empresas caras. O nosso valor, além de ser inferior ao resultado que ele teria se ele fizesse todos os investimentos,

tem a mesma qualidade de serviço, seja qual for a quantidade de internet, nosso serviço vai atender da mesma forma todos os nossos clientes”, disse. Monitoramento 24h Wellington diz, atualmente, a empresa funciona 24 horas com monitoramento da rede e presta suporte para todos os clientes. “Além disso o nosso cliente tem acesso a um soſtware que, em tempo real, fica sabendo o que ele está usando daquela banda que ele contratou. Ele fica sabendo o quanto ele usou de internet, acompanha todo o consumo, administra links.

Quer dizer, tudo isso está disponível em tecnologia para atender os nossos clientes”, disse. Empresa A rede da EyesnWhere cobre toda a região metropolitana de Manaus e conta hoje com aproximadamente 1500 Km de extensão. Utilização técnicas avançadas de construção como: Estrutura em anéis, equipamentos redundantes, gerenciamento de rede, podemos oferecer um serviço de alta qualidade e confiabilidade aos nossos clientes. A EyesnWhere é licenciada na ANATEL para serviços de comunicação multimídia.

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Equipe de profissionais do Jornal Amazonas Em Tempo trabalhando no fechamento da edição do dia

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Comunicação com gestão,

equilíbrio e estratégia C

om as profundas transformações tecnológicas das últimas décadas, em todo o planeta, o mercado da comunicação, sem dúvida, é o que mais vem sendo impactado. Isto por que, as pessoas não consomem mais informação como antes e a pluralidade de canais e interações moldou uma nova forma de se relacionar. Segmentos importantes da economia, como o de serviços e o industrial, precisaram se atualizar, reestruturar e reinventar muitos modelos de negócio que fizeram sucesso por décadas, numa tentativa de se manterem no mercado. Os grandes grupos de comunicação, hoje, têm no presente e no futuro este desafio, que consiste primeiramente, conseguir realinhar suas estruturas em direção ao novo. O Grupo Raman Neves de Comunicação conseguiu enxergar neste horizonte a oportunidade de dar uma reviravolta na companhia, que amargava décadas de resultados negativos. Hoje, os veículos de comunicação que compõem a rede comemoram,

junto com Manaus, um novo caminho de eficiência operacional e resultado para os clientes. Visão de futuro O Superintendente do Grupo, Sandro Breval, explicou que o realinhamento da operação passou, principalmente, pela implantação de um modelo de gestão e de uma visão ajustada de geração de novos negócios. “É isto que propicia você manter a operação existente e conseguir olhar para frente, com olhar moderno, levando os veículos a um grau de interatividade maior, proximidade com a comunidade e a ter também um olhar regional nunca antes experimentado” explicou. Para o superintendente, todas as iniciativas implementadas com o objetivo de reposicionar o grupo se sustentaram em um tripé: integração, geração de caixa e rentabilidade. “Hoje temos quase um milhão de usuários no nosso portal de notícias, somos segundo lugar absoluto do IBOPE, com picos de primeiro lugar em alguns horários e o nosso jornal Agora, tem uma circulação, auditada pelo IVC, de quase cinquenta mil

exemplares por dia”. Mesmo colhendo resultados claros que solidificam um novo rumo nas operações do grupo, existem ainda grandes desafios que o mercado precisa enfrentar para diminuir o impacto dos aumentos naturais dos custos de produção. É o caso de tinta, papel e mão de obra direta. “É preciso trabalhar pesado para maximizar a rentabilidade”, destacou Sandro. Outro aspecto importante do segmento que o superintendente vem trabalhando para fortalecer o desempenho do grupo é a gestão dos resultados. “É importante para o cliente que compra a mídia e precisa avaliar, de forma clara, os resultados do investimento feito.Hoje nós estamos entregando números, indicadores, IVC e IBOPE, referências no seguimento e que utilizam tecnologias de ponta em suas pesquisas. A adoção desta estratégia se faz necessária no momento que o mercado vive, justamente, para dar credibilidade e segurança para o investimento do cliente”, relatou.

Um modelo de Gestão Integrada O executivo explicou ainda que outras ferramentas de otimização de produtividade e resultados, estão sendo implantadas nas empresas do grupo. É o caso do Balaced Scorecar, uma metodologia de medição e gestão de desempenho desenvolvida pelos professores da Harvard Business School. Com ela, é possível enxergar as diferentes perspectivas que cercam o negócio, tais como, o cliente, as finanças, o conhecimento e os processos internos. “É através desta ferramenta que vamos saber quais processos internos precisam ser mudados para poder oferecer algo melhor para o cliente, fazendo isso, eu melhoro as finanças, Mas para que isso aconteça as pessoas precisam ter conhecimento e tecnologia” explicou, ressaltando que o importante deste trabalho é

ter decisões pautadas por indicadores claros, além de possibilitar uma visão mais apurada da realidade que cada empresa está vivendo, inclusive na relação com os clientes. Desafios do Grupo Ao olhar para o futuro do mercado de comunicação é necessário compreender o que está por vir.Sandro entende que os grupos precisam estabelecer um modelo claro de gestão. “Esta é uma condição básica para a sobrevivência de qualquer modelo de negócio neste seguimento, considerando todas as mudanças trazidas pelas inovações tecnológicas e suas interações”. Apesar de entender que a empresa está crescendo no mercado, Breval vê como um desafio o trabalho de melhoria no resultado do Cliente anunciante. Em outras pala-

vras, significa fazer com que esse cliente perceba os resultados práticos com os investimentos feitos em canais do grupo. “Isto é fundamental e é um grande desafio, mas acreditamos que conseguindo isto, o cliente sairá ainda mais satisfeito”. Outros aspectos do negócio, considerados desafios a serem vencidos, têm relação com as questões de políticas públicas e infraestrutura da Cidade de Manaus. “Vejo com muita preocupação os gargalos de infraestrutura, pois eles aumentam o custo da operação de várias formas, portanto, é um fator crítico, que precisa ser visto com uma certa urgência” Salientou. Para ele, com este ajustamento neste “gargalo” vai ser possível avançar no uso e desenvolvimento de novos produtos tecnológicos, é o caso do mercado de smartphones, por exemplo.


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A necessidade de Manaus em atender bem

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om a Copa do Mundo, o amazonense investiu pesado na preparação e qualificação de profissionais para melhor atender aos visitantes que vieram para a cidade assistir aos jogos do mundial de futebol. Hotéis, restaurantes, comércios, profissionais liberais e motoristas de táxis receberam, ao longo de quatro anos, uma série qualificações para melhorar o atendimento prestado aos visitantes e tirar a imagem obscura de que a capital amazonense não sabe “receber e atender” aqueles chegam para usufruir do potencial turístico da cidade. Uma das principais reclamações dos turistas que visitavam Manaus e outras cidades do interior do Amazonas, como Parintins e Itacoatiara – receptoras do turismo internacional devido aos Festivais de Parintins e Fecani -- era a baixa qualidade no atendimento prestado em restaurantes, hotéis e comércios de variados setores. O baixo investimento na qualificação da mão-de-obra deixava um gargalo entre vocação turística regional e a

excelência nos serviços prestados aos visitantes. “Uma vez fui a Parintins e pedi um refrigerante. Quando a bebida chegou, estava quente. Pedi ao garçom que me trouxesse gelo e ele disse ‘refrigerante já está gelado’. E,pegou na garrafa de bebidas que eu iria consumir para

SERVIÇOS

Apesar das críticas ao setor de serviços, a participação de Manaus como cidade-sede da Copa do Mundo recebeu críticas positivas e menções de reconhecimento internacionais. dar a certeza de a temperatura do refrigerante estava ok. Nem me aborreci em tentar reclamar do atendimento. Achei engraçada a situação e não me importei, porque já sabia que era assim em Parintins”, relatou o fotojornalista Sérgio Fonseca Jr. Só o Governo do Amazonas investiu mais de R$223,1 mi

na área de turismo, gerando mais de 15 mil empregos, com qualificação profissional. E, parece que deu certo. Os visitantes voltaram para suas casas satisfeitos com o atendimento e os serviços prestados durante da Copa do Mundo. Escola de Atendimento Para muitas pessoas, o setor de serviços ainda precisa melhorar e, com isso, se adequar se adequar à vocação turística local. Mesmo com o fim da Copa do Mundo, algumas empresas continuam a investir em iniciativas focadas para para melhorar os processos de qualificação dos profissionais que lidam com o público no Estado. “A Escola de Atendimento é uma iniciativa inédita no Brasil e é resultado de um processo que a gente criou chamado de ‘As cinco leis do encantamento’. Essa proposta surgiu porque acreditamos que o dinheiro, o lado financeiro deve ser uma consequência de algo em que você acredita”, disse o especialista em atendimento, o Carlos Oshiro, Criador da Escola de Atendimento.

Stand da Escola de Atendimento na HSM ExpoManagement 2014 que vai acontecer em SP dias 3, 4 e 5 de novembro

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Lançamento da Escola de Atendimento na rede Otica Avenida


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Nota 10 em serviços

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ideia de Oshiro é transformar o perfil do atendimento em Manaus. “Eu acredito que, um dia, as pessoas lá fora irão comentar que além da floresta e do aspecto turístico, Manaus também possui excelência no quesito é hospitalidade. Eu sonho que elas vão dizer que em Manaus o atendimento é excelente nos restaurantes, nas lojas, nos taxis, nos estabelecimentos públicos. Elas vão dizer que no trânsito, as pessoas dão a vez para você passar; que todos te cumprimentam, na rua, mesmo sem te conhecer. Então, a gente imagina que, um dia, Manaus será reconhecida como uma cidade que, realmente, tem um povo hospitaleiro e que pratica isso no dia-a-dia”, disse Oshiro. Mas, para chegar a esse patamar excelência no atendimento, Oshiro diz que é necessário implementar mudanças. Afinal, o turismo se configura como a principal alternativa

As 5 leis do encantamento pretendem incentivar a qualificação da mão-deobra em Manaus

à Zona Franca de Manaus. “Sempre tive essa preocupação sobre o destino da Zona Franca e acho que é um desafio, não só para os políticos, mas também para empresários e

QUALIFICAÇÃO

O Sebrae, o Senac e o SESC também oferecem capacitação especializada para atender os segmentos de serviços e atendimento, principalmente, na área de hotelaria.

de todos que vivem aqui. E, se a Zona Franca deixar de existir? Eu ainda pergunto porque o nosso modelo da Zona Franca tem que existir para toda a eternidade? É preciso que encontremos alternativas”, questiona. Oshiro lembra que muitas

cidades industriais como Detroit e Manchester amargaram períodos de depressão, com o fim da industrialização local.“ Quando a industrialização acabou, muitas cidades ficaram desertas. Muitas perderam metade da população e só depois a cidade começou a se reerguer. Algumas levaram 20 anos para se recuperar”, destacou Oshiro. Turismo x Serviços O especialista em atendimento aponta o Turismo como o modelo mais viável para garantir o desenvolvimento do estado, caso a Zona Franca de Manaus deixe de existir. “Se o turismo é um dos nossos motes e talvez a nossa válvula de escape para o futuro, o setor de serviços e atendimento deve ser qualificado, deve buscar a excelência. Vemos isso na imagem que, por exemplo, temos da Disney, reconhecida porque possui um excelente atendimento”, disse.


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5 Leis de encantamento Oshiro explica que Manaus tem nas mãos um produto que pode gerar desenvolvimento e fortalecer a economia. Mas, é preciso investir na qualificação dos processos de atendimento. Por isso criou a proposta das cinco leis do encantamento, processo que vai ajudar a melhorar a qualidade dos serviços prestados em Manaus e vai manter a qualidade no atendimento ao longo do tempo. “ É uma quebra de paradigmas. No passado tínhamos um desafio que quando entregávamos um treinamento, não tínhamos como mensurar depois. Quem garante que a pessoa que passou pelo treinamento

vai continuar praticando esse modelo que aprendeu ?”, questiona. Oshiro explica que para implementar as 5 leis do encantamento, as empresas devem fazer uma autoanálise e descobrir o propósito que as levam a buscar a excelência nos processos de bem servir. “ A primeira lei cria um propósito claro. A empresa deve se questionar sobre por que existe; deve questionar sobre o por que o colaborador deve trabalhar com você; porque o cliente deve comprar com você e não de outras empresas e qual a contribuição que a sua empresa dá para o mundo”, relata. E, é este o presente que Oshiro oferece para a ci-

dade de Manaus “ Eu acho que a frase que se encaixa muito bem dentro do nosso propósito é ‘Encante o seu próximo’. Quanto mais você encantar as pessoas que estão ao seu redor, mais você vai gerar uma cultura de ajuda mútua. Encantar pode ser atravessar uma senhora de um lado pro outro da rua; encantar pode ser servir a outras pessoas, atender bem no comércio; pode ser dedicar um tempo a uma instituição de caridade ou a um orfanato. Então, quanto mais você puder encantar as pessoas, mais você estará colaborando para gerar um clima de bem-estar na cidade”, ensina Oshiro.

Reclamação que já virou tradição

Carlos Oshiro na premiação da pesquisa “Melhor Atendimento de Manaus”

Oshiro analisa que Manaus não é a única cidade do mundo a ter dificuldades em atender. “O atendimento é ruim em 90% das cidades do mundo. Os EUA atendem bem em função do capitalismo, mas se você for para a Europa, como a França e Itália, não existe atendimento. Há uma demanda de turista muito grande e eles lá não tem muita paciência com você, não”, relatou Oshiro.

Para Oshiro essa imagem negativa foi causada por uma série de fatores culturais. “Se o país tivesse valores, se tivesse cultura, provavelmente estaríamos noutro patamar. Você pega o povo japonês, por exemplo, que se pauta na integridade, na cultura, na honestidade. No Japão, se um político for pego com corrupção e, muitas vezes ele se suicida, porque a cultura daquele povo respeita o patrimônio

alheio”, lembra. Diferencial Por isso, o empresário acredita no diferencial que Manaus pode apresentar ao focar na qualidade no atendimento. “A notícia boa é que esse processo que estamos criando é pode transformar Manaus. E, agente já percebe algumas ilhas de empresas que elevam o serviço ao cliente e que já são reconhecidas por isso”, disse.


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Duelo entre Brasil e China aquece mercado de etiquetas e promove a busca pela qualidade

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China é principa do mercado de eti

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pesar de o mercado de etiquetas na Zona Franca de Manaus ter crescido nos últimos anos, os chineses também interferem nesse segmento, representando hoje o principal concorrente das empresas do setor, seguido, nacionalmente, por São Paulo. “Os empreendimentos amazonenses sofrem com as importações da China. Muitas fábricas do Pólo Industrial de Manaus trazem as etiquetas prontas da Ásia, em kits, apesar de termos o mesmo produto na capital, e de altíssima qualidade”, declarou o diretor comercial da DS Etiquetas, Everardo Rocha. A empresa, genuinamente amazonense, com 32 funcionários, vem atuando desde 2010 com etiquetas adesivas, impressoras e leitores de códigos de barras, fornecendo os produtos para as indústrias do Distrito, o principal consumidor. Apesar da interferência chinesa, a empresa vem conseguindo resultados importantes. Hoje, a TS Etiquetas é considerada a maior revenda da marca de impressoras Zebra no Amazonas e a terceira nas regiões Norte e Nordeste. Atualmente, a Zebra é líder global em tecnologia de impressão de código de barras e RTLS, incluindo impressoras, RFID, soſtware e suprimentos.

Quase a totalidade das empresas do Pólo Industrial de Manaus utiliza essa marca. Em relação às etiquetas, o diretor industrial, Mário Pereira, explica que a empresa fabrica etiqueta branca, com adesivo, impressa com e sem adesivo, em diversas matérias-primas, como poliéster e poliamida, que são fibras sintéticas versáteis; poliés-

QUALIDADE

Uma das vantagens da concorrência entre os mercados brasileiro e chinês de etiquetas é o incentivo para conquistar o padrão de qualidade no material produzido. Quem ganha é o consumidor ter holográfico; couché, um tipo de papel especial próprio para a indústria gráfica; papel transtérmico, também muito usado na produção de etiquetas; e vinil eletrostático, uma película transparente, sem adesivo, que possui aderência eletrostática, podendo ser utilizada em impressão digital e serigrafia e é extremamente prática para uso em vitrines, estandes

e material promocional. Segundo Mário, todas essas aplicações são usadas em televisão, DVD, codificadores, em aparelhos de telefone celular, caixas de papelão e outro produtos. Nas caixas, as etiquetas identificam o estoque, informam código, tipo de produto, entrada, quantidade na caixa e outros dados. “Proporcionam informações ao consumidor e aos fabricantes”, acrescentou. A grande vantagem é que, além da impressão, existe todo um trabalho tecnológico de controle e rastreabilidade do produto. “Tudo sai pronto na própria etiqueta, ou seja, a impressão do código de barra, sequência do número de série e outros itens. Quando consumidor compra um aparelho, vem um número de série para identificá-lo e conseguimos imprimir esses códigos aqui, em Manaus, por exemplo”, disse o diretor. “Também trabalhamos com Rimos de excelente qualidade para a impressão, que são fitas pretas, de poliéster, com uma camada de cera, mista ou resina; e o que diferencia as camadas é a resistência delas quando impressas na etiqueta, ou seja, uma resiste menos ou mais e por isso é preciso entender o objetivo do cliente para sugerir o que for mais coerente e melhor para o tipo do seu produto”, completou.


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Bobina térmicae e processos de automação ajudam ajuda a melhorar a qualalidade do produto FOTOS: IONE MORENO

al concorrente iquetas no AM

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Bobina térmica e automação Uma das novidades que a empresa está trazendo para o seu portfólio é a bobina térmica, já bastante utilizada em Manaus, principalmente pelo comércio. São soluções eficazes para o processo de automação, pois tem várias aplicações.

Os produtos têm excelente acabamento e são amplamente usados no registro de dados. “Alguns laboratórios de Manaus, por exemplo, trabalham com esse tipo de tecnologia. Quando o paciente vai fazer um exame, as infor-

mações relacionadas aquele procedimento saem em uma impressão feita em bobina térmica; tem ainda os códigos para que o indivíduo possa obter os resultados dos exames pela internet”, exemplificou Mário Pereira.

Qualificação dos funcionários para atender as demandas do mercado.

Manaus aposta na capacitação A empresa também atua no mercado de impressoras e oferece não apenas os equipamentos, mas também o treinamento de profissionais, manutenção das máquinas e venda de peças. Segundo Everardo Rocha, diretor comercial da TS Etiquetas, se a produção industrial estiver elevada, as empresas vão precisar de pessoal capacitado para atender essa demanda, de

peças de reposição e serviços de manutenção com mão-de-obra especializada. “E isso tudo temos aqui; conseguimos treinar o operador da fábrica para manusear a máquina, oferecemos atendimento 24 horas e temos peças de reposição”, comentou. Outra grande vantagem oferecida pela empresa é a assistência preventiva. O cliente que adquire produ-

tos na TS Etiquetas recebe a visita, periódica, de um técnico que realiza a manutenção preventiva nos equipamentos, evitando a eventual quebra de peça e, consequentemente, a interrupção e prejuízos nas linhas de produção. “Trata-se de um importante valor agregado que o cliente precisa e deve analisar ao fazer a compra desse tipo de produto”, enfatizou Rocha.


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problema da internet em Manaus e em outros municípios do Amazonas pode estar com os dias contatos. Um novo plano de comercialização baseado na tecnologia Plug & Play POPs, em que toda a estrutura será instalada em contêineres de 20,10 e 8 pés poderá funcionar como um meio para minimizar o hiato existente entre a grande demanda das cidades amazônicas, no que diz respeito às necessidades da internet e a baixa qualidade do serviços prestados pelas empresas locais na transmissão de dados e informações . A iniciativa também promete driblar os problemas com a falta de estrutura energética para atender ao serviço de internet e as distâncias dos grandes centros. Os novos investimentos com a instalação de Micro Data Centers de Internet, que funcionarão em contêineres de aço, foram anunciados durante a última Futurecom, em São Paulo, no período de 13 a 16 de outubro. A empresa MDC Indústria de Contêineres Inteligentes Ltda está preparando um plano de comercialização dos produtos da família P³ - Plug & Play POPs, micro data Centers de Internet de baixo custo e economia de energia para atender as cidades de médio e pequeno porte, além de comunidades do

interior do Amazonas. Com a nova tecnologia, a meta é agilizar, simplificar e reduzir os custos de implantação e manutenção dos chamados pontos de presença (POPs), em cidades pequeno e médio porte e comunidades remotas. Os primeiros protótipos do Plug & Play POPs foram apresentados em dezembro de 2012 e passaram por 20 meses de testes, em condições diversas,

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RelatoriaUtem nostravo, nintiamquam etidiu macia vis hilici condium in senatum oporsul vit L. Marteris. Es res vid consu imponlo ctant, Cat nonfica volica nos re in nenterum pulos bon viverfVales obedecendo as variações climáticas da região amazônica. “Na verdade o que fazermos aqui será o processo de produção. Todas as decisões de conceito serão tomadas aqui. O coração da empresa está aqui. A empresa é genuinamente amazonense”, disse o CEO da MDC Indústria de Contêineres Inteligentes Ltda, Yoram Yaeli. A ideia de integrar cidades de médio e pequeno porte e locais remotos surgiu da concepção

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Manaus, centro da “netfloresta” global do backbone nacional. A intenção é trazê-las para a era digital. “ É um produto criado para cidades remotas e países em desenvolvimento, com dificuldades de infraestrutura e energia. Nosso produto atende bem melhor as necessidades do mercado que qualquer outro produto importado ou desenvolvido sem levar em consideração as características de infraestrutura e energia das pequenas cidades. Portanto, os Plug & Play Pops se configuram como a solução perfeita porque podem ser implantados rapidamente e resolvem os problemas de segurança, eletricidade e climatização através dos Micro Data Centers remotamente controlados”, destacou Yoram. Preços Os preços de comercialização dos Micro Data Centers sairão ao consumir, em média, por R$ 350.000,00, nas estruturas de PDC (Pico Data Center), com até 8 pés. As estruturas com NDC (Nano Data Center), com até 10 pés, custarão, a partir de R$ 550.000,00. As de MDC (Micro Data Center), com 20 pés, serão comercializados a partir de R$ 1.050.000,00. Os Plug & Play POPs serão vendidos e implantados através de redes locais de integradores de sistemas e revendedores de valor agregado.

A novidade em Plug & Play Pops promete minimizar problemas com a internet do Amazonas

Estruturas autônomas e potentes As três estruturas são unidades autônomas, criadas para serem operadas e controladas de forma remota por uma equipe de TI, com um computador de controle on-board HAD2D2, baseado em tecnologia proprietária

da empresa e é parte integrante de cada unidade. O HAL2D2 comunicase com a plataforma de controle central – iMAMS - Integrated Monitoring & Maintenance System (Sistema Integrado de Moni-

toramento e Manutenção). O soſtware iMAMS é uma solução completa e escalonável para NOC - Network Operation Center (Centro de Operação de Rede), capaz de operar dezenas, centenas e até milhares de MDC’s.

Projeto inovador vai priorizar a área de educação e atender as populações das cidades de médio e pequeno porte, além de comunidades do interior.

Investimentos na Web Amazônia A MDC Indústria de Contêineres Inteligentes Ltda está localizada no Distrito Industrial. Com investimentos e suporte operacional da integradora de sistemas IIN Tecnologias Ltda., a empresa desenvolveu a linha de produtos P³ - Plug & Play POP, Micro Data Centers de conectividade instalados em contêineres de aço. “ Esse sistema foi desenvolvido para receber qualquer tipo de energia. O maior modelo, o Micro Data Center, pode ter uma autonomia de até 48 horas, mas isso vai depender da quantidade de que tem de consumo de ativos. E como ele é todo controlado remotamente, você poderá priorizar o que você quer que seja ativado. Até o soſtware foi desenvolvido aqui. O computador foi desenvolvido aqui. E, esse computador

tem capacidade de controlar mais de 150 dispositivos. Outra vantagem é que o sistema tem até sensor de alagação, como vai para áreas ribeirinhas, ele está preparado para isso”, disse o Gerente Geral da empresa, André Luiz Santos. André destaca que a criação do sistema vai atender, prioritariamente, a área de educação. “Quando criamos o produto imaginamos quem seria o cliente desse produto. Serão as prefeituras de áreas remotas e os governos. São mais de 5 mil cidades que se encontram em situação carentes de infraestrutura. São prefeituras que precisam de conectividade em áreas remotas. Também há empresas mineradoras, empresas de óleo e gás e empresas de telecomunicações. Essas seriam empre-

sas principais que iriam, em tese, utilizar esse produto”, disse o gerente geral. s três estruturas são unidades autônomas, criadas para serem operadas e controladas de forma remota por uma equipe de TI, com um computador de controle onboard HAD2D2, baseado em tecnologia proprietária da empresa e é parte integrante de cada unidade. O HAL2D2 comunicase com a plataforma de controle central – iMAMS - Integrated Monitoring & Maintenance System (Sistema Integrado de Monitoramento e Manutenção). O soſtware iMAMS é uma solução completa e escalonável para NOC - Network Operation Center (Centro de Operação de Rede), capaz de operar dezenas, centenas e até milhares de MDC’s.


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O Desafio de abastecer Manaus

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ara enfrentar o problema, considerado crônico, do desabastecimento nas feiras da capital, o Governo do Estado desenvolve uma série de políticas públicas voltadas ao setor primário na capital e no interior, já que cada município tem suas potencialidades e todos fazem parte de uma cadeia primária, que vem sendo incentivada nos últimos anos. E o abastecimento e a organização das feiras são algumas dessas ações, encabeçadas pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS). Desde 2008, a ADS realiza as feiras onde os próprios produtores comercializam hortifrutigranjeiro, laticínios, artesanato, peixes, carnes e outros produtos regionais diretamente ao consumidor. Com isso, os produtores tem apoio para vender produtos - logo tem ganhos maiores-, e ao mesmo tempo, os consumidores são beneficiados com uma produção de qualidade e a preços mais baixos. A primeira feira da Agência

foi a do Cigs (no bairro de São Jorge, zona oeste de Manaus) com o apoio do Exército, que cede o local. De lá pra cá, a feira movimentou R$ 17 milhões de reais, uma média de 103 mil por edição e neste ano, a previsão é de R$ 2.730.00 até o fim de 2014, com a comercialização de 615 mil produtos. Isso em uma só feira, a mais antiga. De forma quinzenal e intercalada (confira abaixo o calendário das Feiras da ADS), a Agência realiza outras quatro feiras na capital, além da do CIGS. São elas: Feira da Aeronáutica, funciona no Cassam, no bairro São Lázaro; Feira da Cidade Nova, funciona na Escola Estadual Júlio César, na Avenida Max Teixeira; Feira da PM, no Comando Geral da Polícia Militar, no Petrópolis e a mais recente (inaugurada em Junho deste ano), a Feira da Marinha, no Distrito Industrial. Todas elas acontecem a cada 15 dias, a partir das 5h da manhã até meio-dia, ou enquanto tiver produtos. Para o presidente da ADS,

Miberwal Jucá, as feiras são fundamentais para o produtor das comunidades rurais da Região Metropolitana de Manaus e proximidades, e também para os consumidores da capital. “Com toda essa estrutura e apoio, eliminamos a figura do atravessador. De um lado ajudamos os produtores com a venda direta e, ao mesmo tempo, os consumidores são beneficiados com produtos frescos e mais baratos,” afirmou ele. O projeto beneficia mais de 12,5 mil produtores e tem se expandido, atingindo um grande público, com a ajuda de parceiros, como explica o gerente de Feiras, Orisvaldo Neves. “Nós temos apoio de instituições importantes, como o Sebrae, as Forças Armadas, a Polícia Militar. Por conta disso, temos expectativas muito boas de crescimento,” afirmou ele. A estimativa de movimentação financeira para 2014 de todas as cinco feiras da ADS em Manaus é de cerca de R$ 8 milhões de reais. No Acumulado, de 2008 até hoje, já houve movimentação de mais de R$ 36 mi.

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Feiras ajudam a escoar produção do setor primário da capital e interior.

Feiras padronizadas em Manaus E as projeções para o futuro são bastante positivas. A ADS pretende melhorar a qualidade e a padronização das feiras, além de expandir o número de áreas de Manaus a serem atendidas.

A feira do CIGS, a partir do próximo dia 22, vai passar para a Associação dos Sargentos da Amazônia (ASA), na Avenida Coronel Teixeira, Ponta Negra. “No próximo ano vamos dar uma repagi-

nada nas feiras da ADS, com equipamentos e fardamento novos, trabalhando o visual e a higiene. Vamos começar já pela Feira da ASA, que vai ser a nossa feira modelo”, assegurou Miberwal.

Potencialidades regionais são o destaque nas feiras de Manaus, que vão passar por um processo de padronização e qualificação.


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História de superação e de exemplo para mais jovens

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empre me perguntavam: sabe fazer isso? Eu respondia: não sei, mas eu aprendo!”. Foi a partir desta filosofia de vida, que o empresário Luiz Américo Nunes de Melo Júnior conseguiu transformar uma pequena fábrica exportadora de carvão vegetal, construída há 30 anos, na cidade de Manaus, em um dos maiores e mais respeitados empreendimentos da região Norte, com atuação em diversos segmentos produtivos: a Carboquímica da Amazônia. A empresa cria soluções inteligentes em construções metálicas para os ramos Industrial, da Construção Civil e Logístico, com destaque para as estruturas metálicas, mezaninos, reservatórios metálicos, sistemas de armazenagem, telhas, obras de calderaria, pontes rolantes, pontes rodoviárias, tubos, conexões e outros produtos. A Carboquímica, instalada no Distrito Industrial 2, Zona Norte, também atende o segmento de Petróleo e Gás e setor público. “A Carbomínica possui boas instalações, trabalhamos com as melhores máquinas e temos o que há de mais importante em qualquer empresa - as pessoas; somos, aqui, uma grande família, com 270 pessoas, que são profissionais altamente capacitados para realizar o atendimento necessário aos nossos clientes”, declarou o di-

retor-presidente da companhia, Luiz Américo. A empresa possui uma bela história de superação que pode servir como exemplo para muitos empreendedores ou profissionais que almejam montar o seu próprio negócio. Fundada em 05 de janeiro de 1984, o objetivo inicial era exportar carvão vegetal para outros Estados brasileiros e Europa. A atividade durou quase dois anos, pois as

FÓRMULA

Para o empresário Luiz Américo, a fórmula para conquistar o sucesso passa pela dedicação e coragem de estar aberto a novos aprendizados e saber lidar com as dificuldades com otimismo. dificuldades de exportação, na época, impediram a continuidade da proposta da fábrica. Desse sonho, sobraram fornos metálicos e outros equipamentos. “Foi quando começamos a ser procurados por pessoas que queriam consertar ou fazer grades, portão. A partir daí, surgiram outras oportunidades e o que eu não sabia fazer, procurava aprender”, contou. “Começamos no Distrito Industrial (1, na Zona Leste),

de forma bem humilde, mas chegamos lá”, acrescentou Luiz Américo. A empresa realizou diversos serviços em Manaus: as tubulações das estações de água da Cosama, em várias partes da cidade; a construção de uma etapa do projeto arquitetônico do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Amazonas (ICHL/Ufam), no Campus Universitário de Manaus, idealizado pelo arquiteto Severiano Mário Porto; e a cobertura do Clube do Trabalhador do Sesi, na Zona Leste. “Os desafios foram aparecendo, com oportunidades também no Distrito Industrial, quando começamos a produzir os componentes descartáveis, como, por exemplo, os garfos que seguravam a moto nas embalagens de madeira; depois surgiram as embalagens metálicas de moto para exportação, porque, naquela época, ingleses e franceses não aceitavam embalagens de madeira”, lembrou o diretor. A empresa foi fornecedora da Honda durante muitos anos e também da Springer-Carrier – 11 anos -, e da Elgin, quando as multinacionais passaram a produzir, em Manaus, componentes de aparelhos de ar condicionado. “A parceria acabou por conta do efeito China. É impossível disputar com os preços dos chineses diante do custo Brasil”.

O desafio de investir na Zona Norte Em 2004, a empresa investiu e deu mais um grande passo em sua história com a instalação no Distrito Industrial 2, Zona Norte, de um novo e maior espaço para suas atividades, passando a contar com 39.222 metros quadrados, crescendo em quatro vezes a capacidade de produção. A Carboquímica da Amazônia atua em Manaus, interior do Amazonas e no Estado de Roraima. Algumas empresas como a Platinum, Bemol, Fogás, RD Engenharia , F. Lopes, Db Supermercados, Etam, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, são grandes parceiros da Carboquímia, tendo trabalhado juntos há mais de dez anos.


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Investimento para vencer a China Na visão do diretor-presidente da Carboquímica da Amazônia, Luiz Américo Nunes de Melo Júnior, é preciso dedicar maior atenção aos reflexos na economia brasileira do “efeito China”. “Não temos preço da mãode-obra, da matéria-prima e impostos. Estamos perdendo em tudo para os chineses e até para a Europa”, alertou o empresário. Segundo Luiz Américo, como viaja muito e procura conhecer as fábri-

cas dos países que visita, bem como seu processo fabril, constatou que, em relação ao segmento de metalurgia, o Brasil tem pouco maquinário quando comparado às nações europeias, principalmente, e esses equipamentos são caríssimos. “A estrutura metálica, na Europa, é metade do preço que é cobrado no Brasil. O nosso país tem que olhar para isso, é preciso decisão para se trabalhar visando a redu-

ção de custos e impostos, a fim de aumentar a produtividade e competitividade”, ponderou. Ele analisou ainda que o mercado interno garante o consumo desse tipo de produto. “Mas não temos chance quando há concorrência externa”, completou, ressaltando que o último grande ano de vendas e produção foi o de 2010. Os últimos têm tido um desempenho fraco, abaixo do esperado.

Alívio com a prorrogação da ZFM

empresários apostam no talento e na experiência para construir empresas de sucesso e realizar o sonho da independência financeira.

Nesse aniversário de 345 anos de Manaus, o empresário destacou a prorrogação da vigência da Zona Franca de Manaus em mais 50 anos - até 2073 -, como um dos grandes presentes à cidade e ao Estado do Amazonas. Pelas regras anteriores, a ZFM tinha a sua manutenção garantida até 2023. “Ninguém faz um grande investimento com retorno em menos de dez anos. Com a prorrogação, se ganhou um novo fôlego e o interesse de outras empresas”, disse. Ele enfatizou ainda a presença de indústrias na Zona Franca de Manaus, pouco conhecidas da população, mas que estão entre as mais respeitadas, interna-

cionalmente, em seus respectivos segmentos, como, por exemplo, a Novamed. “Estamos falando de uma gigante do setor de remédio genérico, que daria orgulho a qualquer cidade de sediar sua fábrica”, comentou. A Novamed faz parte do Grupo NC, líder do setor farmacêutico brasileiro e o segundo maior da América Latina, e o investimento para sua instalação em Manaus foi de R$ 385 milhões, com criação de 500 empregos diretos e 2 mil indiretos. A capacidade de produção é de 1,5 bilhão de comprimidos por mês, ou 18 bilhões por ano. Durante a sua inauguração, em agosto

deste ano, a diretoria da empresa destacou que a Novamed vai aumentar a capacidade de produção de medicamentos no país, de todos os gêneros, e reduzir a dependência brasileira de importações. A empresa também vai produzir em Manaus os remédios genéricos, que representam 30% do mercado nacional de medicamentos. “Um outro Polo que esta chegando aqui é o segmento de ar condicionado, não apenas o residencial, mas também o industrial, e a tendência é que se fabrique aqui um volume expressivo desse produto e, provavelmente, ficará pertinho do Polo de Duas Rodas, em termos de produção”, avaliou.


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A instalação da Ronda Maria da Penha ajudou a identificar casos de abusos contra mulheres e a prender agressores.


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A Mulher Manauara na luta pelos seus direitos

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esquisa realizada pela Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres (SEPM) revela que, hoje, as amazonenses estão mais conscientes de seus direitos e conhecem a Lei Maria da Penha, instituída em 2006 pelo Governo Federal, como um dispositivo legal para garantir proteção contra a violência doméstica e aumentar o rigor das punições aos homens que cometem agressões físicas ou psicológicas contra as mulheres. Um feito a se comemorar durante o aniversário de 345 anos de Manaus, já que há pelo menos 10 anos, eram quase inexistentes as denúncias de casos de violência contra a mulher. Esposas, filhas, mães eram oprimidas dentro de casa e não tinham coragem de relatar as agressões sofridas, em sua maioria, nas mãos de seus próprios maridos. “Hoje, a mulher amazonense está denunciando mais, está confiando mais na lei Maria da Penha. Não está mais deixando para lá as agressões sofridas dentro de casa. E, está mais confiante e segura em dar continuidade aos processos de punição aos agressores”, disse a Secretária Executiva da SEPM, Ana Beatriz Moutinho Breval. Além do fortalecimento do processo de confiabilidade das mulheres na aplicação da lei, a implementação de dispositivos que ajudam a aplicar as ações punitivas contra os agressores também avançou. “Tivemos avanços como a implementação de mais OPM‘s, estreitamos mais as nossas parcerias com a Defensoria Pública, Ministério Público, Tribunal de Justiça e melhoramos a aplicação do dispositivo legal obtendo mais celeridade nos processos”, disse. Ana Beatriz destacou que ações simples, como a Ronda Maria da Penha, instituída para identificar e acompanhar casos de violência contra a

mulher e a padronização das ações entre a Delegacia Especializada de Crimes contra a Mulher e as demais Delegacias Integradas de Polícia (DIP’s) ajudaram a dar mais celeridade aos processos instaurados contra os agressores. “A rede de atendimento à mulher com assistentes sociais, psicólogos tem avançado bastante e vem diminuindo o gargalo existente nos processos, desde a detecção da violência até a punição dos agressores”, disse. Outra ação que pode determinar um fortalecimento do processo de conscientização das mulheres amazonenses foi a instalação de cursos de Promotoras Legais Populares. “Nós realizamos esse curso te-

Com as ações da SEPM, 80% das mulheres de Manaus já tomaram conhecimento sobre o teor da Lei Maria da Penha e estão mais confiantes em denunciar abusos.

CONFIANÇA

Lei Maria da Penha, nº 11.340, foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo expresidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006. levisionado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e foi direcionado a todas as mulheres com interesse em se aprofundar mais no assunto, desde donas de casas, empresárias até vereadoras. Formamos 345 mulheres em 17 municípios como Eirunepé, Tefé, Coari “, destacou Ana Beatriz. Para a secretária, no entanto, o aumento no número de denúncias não reflete que houve aumento de casos de violência contra a mulher. “ Demonstra que as mulheres estão denunciando mais, confiando mais, acreditando mais. Estão saindo daquela situação de agressão em que antes viviam”, disse.

Direitos das mulheres garantidos na SEPM A Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres (SEPM) foi instituída pela Lei 3873, de março de 2013 e está integrada à Secretaria de Governo (Segov). Desde dezembro de 2013 passou a fazer parte da estrutura da Casa Civil do Governo do Amazonas, com a absorção da SEGOV por esta Casa Civil. Entre as principais ações já implementadas no Amazonas está a instalação do programa “Mulher, Viver sem Violência”, do Governo Federa, que inclui Unidades Móveis de Atendimento à

Mulher do Campo e da Floresta. Em um ano, as ações aplicadas em dois ônibus equipados já beneficiaram mais de mil mulheres de oito comunidades das zonas rurais da Capital e nos municípios de Iranduba, Itacoatiara e Manaquiri. Também estão entre os feitos da SEPM o atendimento psicossocial a mulheres, em parceria com a Justiça Itinerante e Defensoria Itinerante, realizadas em eventos como Expoagro, Ação Global 2014 e em ações do dia Internacional da Mulher e aniversário da Maternidade

Ana Braga. O próximo passo será a criação da “Casa da Mulher Brasileira”, abrigo integrado à delegacia especializada de atendimento à mulher (DEAM), juizado e vara especializada no atendimento da Lei Maria da Penha, defensoria pública, promotoria de justiça. A construção da Casa da Mulher Brasileira está prevista para ocorrer no ano que vem e ficará situada na avenida Torquato Tapajós. Acordo de Cooperação

Como articuladora de políticas públicas, a SEPM atua também na coordenação da Campanha “Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – A Lei é Mais Forte” e garante o cumprimento do Acordo de Cooperação Técnica, entre a Secretaria Executiva de Políticas para as Mulheres, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública, Assembleia Legislativa, Ordem dos Advogados do Brasil, Secretaria de Segurança Pública e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.


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Alternativa macroeconômica à ZFM deve ser discutida para garantir que o estado continue se desenvolvendo

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Preocupação com a inflação e economia

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Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) manifestou preocupação com os índices atuais da inflação e que podem provocar uma estagnação na economia, o que seria muito prejudicial para os amazonenses. No ano, o indicador acumula alta de 5,23% e, em 12 meses, de 6,62%, acima do teto da meta de inflação do Banco Central, que foi de 6,5% ao ano. O presidente da Afeam, Evandro Geber Filho, explicou que o Amazonas é um grande exportador de produtos, em função do Polo Industrial de Manaus, e se a economia estagnar, seus reflexos atingirão diretamente a agência de fomento e os pequenos empreendedores do Estado. “É uma grande preocupação para nós

porque, se houver a estagnação da economia, vai prejudicar muito a arrecadação e uma das fontes de recurso primordiais da Afeam para fazer a concessão do microcrédito é o FMPS, que são incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus”, explicou. Entretanto, Geber Filho enfatizou que não se pode deixar contaminar pelo pessimismo e, mesmo prevendo uma queda na arrecadação, a Afeam está se preparando para “investir pesado” no microcrédito, já a partir de 2015. A ideia é direcionar o crédito ao interior, principalmente ao setor primário, envolvendo as 13 cadeias produtivas existentes no Amazonas, como borracha, castanha, fibras, fruticultura e outras, o que vai agregar valor ao interior. O projeto também

vai beneficiar as indústrias de Manaus, que poderão realizar o beneficiamento desses produtos. “Estamos tentando captar R$ 500 milhões, junto ao BID, para financiar toda a cadeia produtiva, inclusive fruticultura, gerando renda no interior do Estado. Esse trabalho vem sendo executado há três anos, tivemos várias reuniões em Brasília com o Comitê Monetário Nacional, os técnicos do BID estiveram em Manaus, já houve a aprovação e tudo será feito em uma ação minuciosa, com o apoio de outros órgãos do Governo para a utilização dos recursos”, informou o presidente. Para agregar valor às cadeias produtivas, a Afeam vai buscar parceria com a iniciativa privada para tornar os processos mais eficientes.

Alternativas ao modelo da ZFM Para o presidente da Afeam, Evandro Geber Filho, o Amazonas precisa consolidar uma alternativa macroeconômica à Zona Franca de Manaus (ZFM) para dar sustentabilidade ao Estado, pois será inevitável o país discutir a reforma tributária e ainda há a invasão dos chineses. “Queremos buscar uma alternativa macroeconômica, mas queremos também agregar valor”, disse.

Ele lembrou do financiamento para 500 produtores rurais associados que, agora trabalham de forma mais eficiente, com qualidade de vida para suas famílias.“O nosso ideal é financiar todo o setor primário, porém, agregando valor, não só vender ascommodies simplesmente para outros Estados e países”, explicou, citando como exemplo, o trabalho em parceria

com a Secretaria Estadual de Produção Rural (Sepror) e o Idam com uma indústria de laticínios instalada na Região Metropolitana de Manaus. “A Afeam financiou produtores de gado para fornecimento de leite. Hoje a indústria está quase em total capacidade. O produto pode ser encontrado em supermercados, padarias e mercadinhos de Manaus”, acrescentou.


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as últimas décadas, Manaus registrou um importante salto tecnológico na área de saúde, especialmente no setor de Anatomia Patológica, onde são realizadas as análises mais especializadas para identificação de determinadas doenças, como o câncer, por exemplo. Antigamente, a maioria dos exames dos pacientes amazonenses era encaminhada para outros Estados para análise. Hoje, o percentual caiu significativamente e menos de 5% seguem para centros especializados devido ao tipo de verificação que é exigida para chegar a um diagnóstico. Uma das empresas que vem se destacando nessa área é o Centro de Procedimento Diagnóstico da Amazônia (CPDA), que funciona no Centro de Manaus, Zona Sul. O laboratório, em dez anos de atividades, já realizou mais de 70 mil exames, sendo que a maior parte corresponde ao exame histopatológico, um procedimento de análise em materiais de biópsias (pequenos fragmentos de órgãos) ou peças cirúrgicas. É a partir dessa análise que o médico pode estabelecer um diagnóstico e determinar o tipo do tratamento. Um dos diretores do CPDA, o médico patologista Ricardo Alexandre Gonçalves Guimarães, explicou que o laboratório procura oferecer os resultados dos exames dentro do menor prazo possível, para agilizar o início dos tratamentos, po-

rém, garantindo a segurança dessas análises. “Em alguns casos, existe uma demora natural devido ao tipo de exame solicitado, principalmente porque, às vezes, é preciso rever a análise e, quando necessário, pedir informações a outros patologistas, até de fora do país”, explicou, ressaltando que, em caso de urgência, até 24 horas o laboratório tem condições de analisar a amostra, dependendo do tipo de exame. Para a médica da Universidade Federal Fluminense

FORMAÇÃO

A Associação Médica Brasileira(AMB) determina que a anatomia patológica seja exercida através de uma pós-gradução do curso de Medicina, a Residência médica com duração de três anos. (UFF), Ivanir Martins de Oliveira, a Anatomia Patológica é fundamental para a Medicina, principalmente a Oncológica (tratamento de câncer), porque qualquer paciente que tenha uma neoplasia necessita de confirmação diagnóstica pelo patologista. Diferenças Outro diretor do CPDA, médico Manoel Nilzomar de Melo, também lembrou que muita gente confunde as atividades de um laboratório de Anatomia Patológica com o

de Patologia Clínica, que são atividades diferentes. Neste último, é onde são realizadas análises de exames como fezes, urina, sangue e outros. Já a Anatomia Patológica é uma área que lida com o diagnóstico das doenças baseado no exame macroscópico de peças cirúrgicas e microscópico, de células e fragmentos de tecidos. “É responsável pela análise de fragmentos de tumores, por exemplo, para processar e saber que tipo de tumor, com isso o médico pode definir o tratamento adequado ao paciente”, explicou. Com a evolução tecnológica nesse ramo, em Manaus, muitos exames que tinham de ser encaminhados para outros Estados, hoje já são analisados na capital amazonense. “O que vai para fora, hoje, é quando há necessidade de se fazer a imuno-histoquímica (análise para identificar características moleculares das doenças), de marcador tumoral (substância encontrada no sangue, urina ou tecidos de pessoas com certos tipos de câncer; a maioria dos marcadores tumorais é produzida pelo próprio tumor ou pelo organismo como resposta à presença do câncer), e ainda existem lesões que, morfologicamente, não se têm condições de uma identificação direta para afunilar o diagnóstico”, disse Melo. A quantidade que é encaminhada para outros Estados corresponde a menos de 5% dos exames solicitados. “A maioria consegue fazer o diagnóstico aqui”, acrescentou.

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Tecnologia e humanização na Patologia

Em 10 anos o CPDA realizou mais de 70 mil exames.

Atendimento Humanizado Os diretores do CPDA se conheceram há mais de dez anos, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e decidiram criar um laboratório que visasse, sobretudo, o paciente. “O ser humano é divino; mesmo em sua dor e até quando morre tem algo para ensinar; é preciso haver respeito”, comentou o médico Ricardo Guimarães, que do

Rio de Janeiro e mora no Amazonas há 26 anos. O CPDA foi o sétimo laboratório de Anatomia Patológica criado em Manaus, e funciona com quatro patologistas, uma bióloga, técnicos e funcionários administrativos. “O atendimento humanizado é o nosso objetivo sempre. Aqui, o paciente, quando precisa, conversa com os médicos, chora, esclarece dúvidas, e

estamos aqui para ajudar”, disse. Todo processamento das análises segue padrões rigorosos de manipulação e verificação, usando técnicas adotadas no mundo inteiro. O material analisado é arquivado, conforme a legislação. Além disso, o CPDA está criando um auditório para a troca de experiências entre os médicos e outros profissionais de saúde.


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