Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014
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Saúde
e bem-estar
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Amamentar é o maior ato de amor Saúde e bem-estar F4
Medicina avança no tratamento da hérnia
Técnicas apresentadas por profissionais do exterior e Brasil fazem com que os pacientes se recuperem mais rapidamente
MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
A
hérnia é a segunda doença benigna mais operada no mundo, e a que mais retira as pessoas de seus compromissos pessoais e de trabalho. Por conta disso, é importante procurar orientação médica assim que notar algum sintoma, visto que, se permanecer sem tratamento, pode até causar a morte. Essas informações foram fornecidas pelo médico gastroenterologista Sidney Chalub, membro da equipe que promoveu o Simpósio Internacional de Hérnia, em Manaus, que ocorreu na última quintafeira (14), no auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) – avenida Carvalho Leal, Cachoeirinha. Jornada A hérnia é geralmente uma bolsa formada pela membrana que reveste a cavidade abdominal (peritônio). A hérnia sai por
um orifício ou área frágil na fáscia, a camada forte da parede abdominal que envolve o músculo. Existem cinco tipos: a hérnia femoral (saliência na virilha); de hiato (na parte superior do estômago); incisional (em uma cicatriz de cirurgia abdominal anterior); inguinal (protuberância na virilha); e a hérnia umbilical (no músculo ao redor do umbigo). Para solucionar o problema, uma equipe formada por cinco médicos estrangeiros e quatro brasileiros está percorrendo os municípios da região desde a última segunda-feira (10), fazendo cirurgias de hérnia envolvendo novas técnicas. A jornada de cirurgias iniciou por Manaucapuru, a 84 quilômetros de Manaus, por meio uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) do Reino Unido, Operation Hérnia, e Sociedade Brasileira de Hérnia. “O ONG é chamada Operation Hernia, e atua em todo o mundo, viajando para locais de difícil aces-
so. O Amazonas foi eleito para a rota do grupo, e todos são professores de medicina em seus respectivos países. Eles vieram fazer a atualização dos profissionais locais, demonstrando novas técnicas”, completou Chalub. Ontem e hoje, a equipe realizou 20 cirurgias na Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), também da Susam, e outras 20 no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), vinculado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ambos em Manaus. Nessas duas instituições, houve, ainda, cirurgias videolaparoscópicas – com a utilização de microcâmeras e pinças, o que torna os procedimentos minimamente invasivos. Inovações Chalub disse, também, que as técnicas apresentadas pelos profissionais vindos da Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Brasil fazem com que os pacientes se recuperem de maneira muito mais rápida. “Operamos todos os tipos de hérnia, com técnicas
menos agressivas. Algumas até podem ser operadas com anestesia local, e o paciente pode ir para a casa no mesmo dia. Outra inovação são os materiais utilizados para reforçar a parede abdominal, que causam pouca repercussão do ponto de vista da dificuldade de cicatrização. Com videolaparoscopia, o paciente se recupera até mais rápido e tem um pós-operatório mais confortável”, informou, acrescentando, ainda, que antigamente, os pacientes passavam entre 30 e 60 dias se recuperando da cirurgia. Amanhã a equipe segue para Manicoré, a 333 quilômetros da capital amazonense, onde permanecerá
até a terça-feira (19). Lá, serão realizadas outras 50 cirurgias, informou o médico cirurgião Sidney Chalub, doutor em terapêutica cirúrgica e único amazonense da equipe de médicos que fazem parte da jornada. Alerta Sidney Chalub alerta para a importância de procurar orientação médica o quanto antes. “As hérnias podem surgir em crianças e adultos, e muitas são recidivas (reaparecem após um tempo). E a hérnia não tem tratamento clínico, a solução é 100% cirúrgica. Se postergar a intervenção, é possível que ela aumente,
fazendo com que a parede abdominal fique mais fraca, e as chances de complicações são maiores”. Frequentemente, a hérnia não apresenta sintomas. Entretanto, em alguns casos pode ocorrer dor ou desconforto. Esse desconforto pode ser pior quando se está de pé, faz esforço ou levanta objetos pesados. Embora uma hérnia só cause desconforto leve, ela pode aumentar de tamanho e estrangular. Isso significa que o tecido fica preso no orifício e a circulação sanguínea pode ser interrompida. Se isso ocorrer, será necessária uma cirurgia urgente.
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João Bosco Botelho
DICAS DE SAÚDE
joaoboscobotelho@gmail.com / www.historiadamedicina.med.br
Academia Nacional de Cirurgia em Paris As tradições acadêmicas da medicina cirúrgica, na França, estão tão plenas de histórias de longa duração, ancorando novas técnicas, para obter melhores resultados, que em determinados momentos é possível identificar o quanto as cirurgias praticadas no mundo, estão ligadas às publicações francesas. A busca pela qualidade do procedimento cirúrgico se tornou muito mais persistente após a Revolução Francesa ao abolir, para sempre a perversidade autoritária que caracterizava a realeza daqueles tempos: “Je suis le Roi; je peux faire tout!” (Eu sou o rei, eu posso fazer tudo). Esse extraordinário avanço nas relações sociopolíticas chegou às universidades em plena ascensão. Professores e alunos reaprenderam que ninguém é dono da universidade! A história da Academia Nacional de Cirurgia começou, em 1731, com o projeto dos cirurgiões-doreino George Mareschal e François Peyronie apresentado ao rei Luís 15, foi criada por Édito Real, a Academia Real dos Cirurgiões. Após longas negociações com os padres franciscanos, o convento “Des Cordeliers”, na rue de l’École, se tornou a sede, onde se mantém ate os dias atuais.
Na realidade, a escolha dos cirurgiões para que a sede “Des Cordeliers”, situada na rua de l’École, ficasse sob a guarda dos cirurgiões não foi por mero acaso: ao longo dessa rua, entre os séculos 14 e 15, existiram vários pequenos anfiteatros, onde os médicos romperam, corajosamente, enfrentado as autoridades eclesiástica e a guarda do Rei, as proibições de estudar a anatomia humana, durante dez séculos proibida pela Igreja. Inserido no contexto histórico das liberdades que regem os destinos das universidades, desde as primeiras, fundadas no século 12, como a Universidade de Paris, a Academia Real de Cirurgiões valorizou a produção científica em detrimento das indicações políticas, alicerçando os pilares da França com baluarte das liberdades. Por essa, no primeiro estatuto da Academia, valendo até hoje, reza no artigo 12: “Será recebidos com honras os cirurgiões dos países estrangeiros que mais se distinguirem na arte da cirurgia”. Nos meses que antecederam a Revolução Francesa, tanto na sede da academia quanto nas ruas estreitas do “quartier latin”, no lado esquerdo do rio Sena, na proximidade da catedral Notre
Dame, onde moravam as pessoas pobres, os cirurgiões recusaram os presentes oferecidos pelos administradores do rei, que pensavam poder fazer tudo na universidade, os cirurgiões se reuniam para conspirar contra o rei. O “quartier latin” recebeu essa denominação porque os espiões do rei, que falavam o antigo dialeto franciano, não compreendiam o latim, a língua erudita corrente entre os poucos escolarizados. Mesmo com esses cuidados, muitos cirurgiões que recusavam os presentes foram assassinados. Os sobreviventes se sentaram ao lado dos revolucionários, em especial, Danton e Robespierre, na sede “Des Cordeliers”. Esses homens especiais, que resistiram, viram a vitória da Revolução Francesa, a morte na guilhotina do rei Luis XVI e a dos que ofereceram presentes, a aprovação da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” e a edição dos princípios máximos da cultura ocidental: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Imediatamente após a Revolução Francesa, as universidades iniciaram o processo de abominar qualquer pessoa que possa pensar como “Eu sou o rei! Eu posso fazer tudo! Eu ofereço presentes!”
João Bosco Botelho Membro Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
A busca pela qualidade do procedimento cirúrgico se tornou muito mais persistente após a Revolução Francesa”
A erva milagrosa que traz alegria e bem-estar Também chamada de “erva da alegria”, o alecrim tem sido alvo de muitos estudos. Seus óleos essenciais favorecem a produção de neurotransmissores responsáveis pelo bemestar. O alecrim é muito utilizado como aromatizante de ambientes, por ter odor agradável, e realça os sabores de alimentos como assados, carnes, legumes, molhos e pães. Além disso, também traz muitos benefícios para pele e cabelos. O alecrim atua como anti-inflamatório, relaxante muscular, fortificante, cicatrizante, antisséptico e bactericida. Outra boa notícia é que a erva possui grandes quantidades de substâncias antioxidantes, capazes de retardar o envelhecimento das células e eliminar toxinas de nosso organismo. Para completar, podemos dizer que ele é muito rico em vitaminas e minerais, como vitamina B6, vitamina B2, vitamina A, vitamina C, ferro, magnésio, fósforo, zinco, cálcio e outros antioxidantes.
Humberto Figliuolo hfigliuolo@hotmail.com
A coluna por dentro Cerca de 90% dos adultos terão a experiência de uma dor lombar em suas vidas, é a segunda causa de ausência ao trabalho em pacientes abaixo de 45 anos. A correta utilização da coluna vertebral é a melhor prevenção da dor na coluna. Dores nas costas, em diferentes graus, do desconforto à incapacitação, afetam milhões de pessoas em todo o mundo. É a falta de informações corretas agravam o sofrimento. Em torno da coluna vertebral, o sustentáculo ósseo que nos coloca e nos mantém de pé, circulam uma série de mitos e impropriedades, geralmente fruto de conceitos populares imprecisos. A dor nas costas é mais comum em pessoas que estão fora de forma. O excesso de gordura comprime a coluna e aperta os discos intervebrais, tornando-os propensos à hierniação e degeneração. Pessoas com a barriga muito saliente forçam a curvatura natural que temos na coluna lombar, levando a uma alteração postural. Mas, paradoxalmente, pessoas muito magras como as que sofrem de anorexia também podem apresentar dores nas costas, devido a deficiência de nutrien-
tes e perda de massa óssea, que alias pode resultar em fratura. Uma maneira de manter a coluna em condições de equilíbrio è realizar exercícios rotineiros, visando à formação de uma musculatura adequada. Nas pequenas coisas em nossas vidas diárias devem passar por alguns ajustes para poupar a coluna de um stress. Se você passa o dia sentado, o ideal e, levantar-se, fazendo pausas e evitando ficar muito tempo sentado. O corpo é desenvolvido para o movimento, precisamos nos movimentar. Exercícios regulares previnem as dores nas costas. Quem sofreu uma lesão aguda deve fazer exercícios físicos de forma controlada e orientada, adaptados para a atual capacidade física do paciente. Recomenda-se a instituição de novos hábitos de vida, como rotina de exercícios para evitar a recorrência das dores nas costas. A recomendação para o tratamento de dores nas costas é que profissionais de saúde e pacientes considerem outras opções de terapia que sejam comprovadamente benéficas, como manipulação vertebral, massagens e acupuntura, feitas por profissionais habilitados e credenciados.
Somente uma pequena porcentagem de pessoas que sofrem de dor nas costas requer intervenções cirúrgicas. As pesquisas demonstram que aproximadamente 90% das dores nas costas desaparecem com o tratamento conservador. A melhor posição para deitar é a de lado com o travesseiro que não empurre a cabeça muito para cima. Usar um travesseiro entre as pernas ajuda a relaxar a musculatura da região lombar, que é muito sobrecarregada duramente as atividades do dia-a-dia. Ao levantar da cama, vire-se de lado, apoie os cotovelos e levante vagarosamente. O colchão bom é aquele em que a pessoa dorme e acorda descansada, recuperada, pronto para um novo dia. Nunca sente curvado, é ruim para a coluna. Mas sentar muito reto por longos períodos também pode ser prejudicial. Se você passa muito tempo sentado, o ideal é, durante o dia, levantar-se, fazendo passos e evitando ficar muito tempo sentado. O corpo é desenvolvido para o movimento. Precisamos nos movimentar para exercitar o corpo físico e o virtual, isto é, a imagem que temos do nosso corpo físico no cérebro.
O cabelo também se beneficia com alecrim Humberto Figliuolo Farmacêutico
Em torno da coluna vertebral, o sustentáculo ósseo que nos coloca e nos mantém de pé, circulam uma série de mitos e impropriedades”
O alecrim é indicado como fortificante do couro cabeludo e como anticaspa. Para isso, faça um chá bem forte com alecrim e sálvia e junte ao xampu, na proporção de um quarto de chá para um frasco de xampu. A queda de cabelo pode ser provocada por diversos fatores, mas um dos que mais contribui está relacionado à exposição do corpo aos radicais livres, que provocam envelhecimento acelerado das células e, por consequência, a degeneração do folículo capilar. O alecrim é extremamente rico em antioxidantes, que combatem os radicais livres, sendo portanto uma boa opção para combater este tipo de problema. Além de ajudar na caspa e queda de cabelo, o alecrim também ajuda fortalecer os fios. Faça o chá do alecrim bem forte. Uma quantidade boa para usar uma única vez é 50 ml. Misture e passe em todo couro cabeludo, massageando.
Expediente Editora Vera Lima weralima@yahoo.com.br
Diagramação Kleuton Silva
Repórter Mellanie Hasimoto
Revisão Gracycleide Drumond João Alves
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Arritmia cardíaca mata um brasileiro a cada 5 minutos E
Uma maneira sensata de prevenir a arritmia é manter um estilo de vida saudável com exercícios
mbora a arritmia cardíaca seja, em muitos casos, uma doença congênita, hábitos saudáveis e exames preventivos podem evitar surpresas dessa patologia e possíveis procedentes, como o acidente vascular cerebral (AVC ou derrame), e até o infarto. Estima-se que 5% da população brasileira possua algum tipo de arritmia e ocorra uma morte súbita no Brasil a cada 4 ou 5 minutos. Para detectar irregularidades cardíacas precocemente e possibilitar ao médico a escolha do melhor tratamento, recomenda-se um mapeamento completo da saúde. Outra maneira de não ser pego de surpresa pela arritmia cardíaca é manter um estilo de vida saudável. “Alimentação balanceada, prática de atividades físicas, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são métodos que, certamente, irão contribuir
de maneira positiva para a saúde do paciente”, esclarece o cardiologista doutor Enrique Pachón. As arritmias cardíacas podem ser classificadas como: taquicardia, quando o coração mantém um ritmo acelerado; bradicardia, quando as batidas são lentas, e, ainda, há casos em que o coração pulsa de forma irregular como na fibrilação atrial e nas extrassístoles. Muitos casos de arritmia cardíaca são assintomáticos e, como toda doença silenciosa, episódios mais graves podem acontecer. “A parada cardíaca é um exemplo, podendo ser fatal. Em contrapartida, os sintomas mais comuns nesse tipo de anomalia cardíaca são as palpitações, desmaios e tonturas”, explica o cardiologista. O tratamento da arritmia cardíaca pode ser clínico ou cirúrgico, sendo que este último pode ser realizado por cateter, sem a necessidade de cortes ou suturas, utili-
zando modernas técnicas de abordagem. Consulta periódica Um levantamento do Hcor mostrou que 61,4% dos pacientes atendidos com arritmias cardíacas foram submetidos a algum tratamento intervencionista para sua correção, enquanto 38,6% receberam apenas tratamentos clínicos, utilizando medicamentos antiarrítmicos. Foram analisados 3.213 pacientes entre os anos 2010 e 2013. O doutor Pachón recomenda que um cardiologista seja consultado anualmente para realização de exames preventivos. “Colocando em prática essas condutas, haverá uma melhora na qualidade de vida e as chances de detectar doenças cardíacas em estágios iniciais será maior, o que beneficia o tratamento e evita complicações ao paciente”, finaliza o cardiologista.
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Estilo de vida saudável e realização de exames preventivos são atitudes que podem afastar eventuais surpresas da patologia
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Um sublime a
Ninguém engorda da noite para o dia, geralmente esse é um processo que pode durar meses ou anos. Mas na hora de perder peso pouca gente tem a paciência e obstinação de esperar os resultados. Quem perseverou sabe que vale
O Ministério da Saúde recomenda a alimentação exclusiva do bebê no leite materno, no primeiro semestre de vida
MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
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m gesto tão simples como amamentar um bebê pode garantir a sobrevivência de cerca de 20% das crianças menores de 5 anos do mundo. O alerta é feito pela ONU na divulgação da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que aconteceu entre os dias 1º a 7 de agosto, em todo o mundo. A Campanha Nacional de Amamentação deste ano teve como tema “Amamentação. Um ganho para a vida toda” e integra a 22ª Semana Mundial de Amamentação, que é comemorada em mais de 170 países no mundo. Hoje e amanhã O Comitê Científico sobre a Nutrição da ONU destaca que o aleitamento contribui para alcançar todos os 8 Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio. E tem mais: segundo a professora Cristiane Gomes, consultora em lactação, amamentar garante não só a sobrevivência mas proteção prolongada, para a vida toda, contra doenças como osteoporose, câncer, obesidade, diabetes e hipertensão. “Pesquisas mostram que pessoas que foram amamentadas com leite materno apresentam melhor desenvolvimento emocional e intelectual, além de menor incidência de várias doenças”. Além disso, explica o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças
menores de 5 anos. “Conseguimos reduções fantásticas na mortalidade infantil. Cerca de 41% das crianças em 2008 já eram amamentadas até os 6 meses de vida e esse número só vem crescendo devido às campanhas”, disse. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos 6 anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses.
OS MÚSCULOS
que o bebê usa para mamar no peito são os mesmos que ele vai usar mais tarde para a mastigação, portanto, mamar no peito desenvolve o tônus muscular e ajuda no crescimento correto da mandíbula Emocional Outro benefício do aleitamento é no desenvolvimento emocional da criança: “Esse contato íntimo com a mãe desenvolve um relacionamento melhor entre ela e o bebê, oferece segurança. O fato das mães conversarem com os filhos enquanto eles mamam também ajuda essa criança a desenvolver a linguagem e a comunicação”, adianta a professora. Mais aspectos reforçam a importância desse gesto de amor: “Os laços afetivos são consolidados com a amamen-
tação, além de possibilitar uma recuperação mais rápida da mãe no pós-parto, pois a amamentação acelera o retorno do útero ao tamanho original, auxilia na redução de peso da lactante e na prevenção dos cânceres de mama e colo do útero. Dificuldades No entanto, nem sempre amamentar é fácil. Há mulheres que se queixam de dores nos seios, falta de leite, rachaduras e até que o bebê não aceita o peito ou não consegue sugar. “Infelizmente todas essas situações são bastante comuns. Amamentar não é instintivo, a gente aprende a fazer isso da forma correta. Tem muitas questões emocionais, sociais e culturais envolvidas e às vezes é preciso a ajuda de um profissional”. O Ministério da Saúde preconiza a amamentação exclusiva dos bebês durante pelo menos os primeiros seis meses de vida; no entanto, a licença maternidade no Brasil é de apenas quatro meses. Isso leva muitas mães a fazer o desmame precoce do bebê quando voltam a trabalhar. O fato de começarem a mamar na mamadeira faz com que muitas crianças deixem o peito da mãe. A professora Cristiane ensina que é possível oferecer o leite materno aos bebês em copos, evitando o uso de bicos artificiais e mantendo o aleitamento materno nos períodos em que mãe esteja trabalhando. “Existe uma técnica para isso, é um procedimento bem simples”, finaliza.
Polêmica: amamentar em público Apesar de ser um ato de amor, recomendado até mesmo pela Organização Mundial da Saúde, e um direito da criança, muita gente ainda vê a amamentação em público como um tabu social. Diversos espaços público já reprimiram o ato, o que gerou revolta entre as mães. As tentativas de proibir a amamentação em público, aliás, estão ligadas a uma visão deturpada do corpo da mulher, em que mostrar
o seio para alimentar um filho é um ato sexual. Por conta disso, durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, a Aleitamento Materno Solidário (AMS Brasil) organizou a “Hora do Mamaço” em 37 cidades brasileiras, incluindo Manaus. “A ‘Hora do Mamaço’ é uma reunião pacífica de mães que amamentam e que desejam que este direito sublime e fundamental para os seus bebês seja cada vez
mais respeitado e apoiado por toda sociedade”, informou Simone de Carvalho, fundadora da AMS Brasil. Além dessa ação, o grupo incentiva o público a assinar manifesto “Lei de Proteção à Mãe que Amamenta: em Qualquer Hora em Qualquer Lugar, visando que a petição online alcance a marca das 100 mil assinaturas para que seja enviada ao Congresso Nacional e se transforme em lei.
Amamentação da criança garante mais saúde, além de proporcionar o contato com a mãe
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Cuidados para evitar lesões
Amamentar é um ato de amor. Um ato que garante a saúde dos bebês e ajuda a imunizá-los contra doenças respiratórias, diarreias, doenças crônicas, problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão e osteoporose. Os bebês devem ser amamentados por, pelo menos, seis meses após o parto. Porém, durante esse período tão importante, as mamães podem sofrer com dores e rachaduras na mama, problemas comuns para diversas mulheres na fase da amamentação. Segundo o ginecologista especialista em reprodução humana, Renato de Oliveira, as lesões na mama costumam surgir logo no começo do período da amamentação, principalmente devido ao excesso de leite, que pode causar distensão e inchaço da região mamilo-areolar. Além disso, a posição incorreta do bebê ao mamar também pode machucar. “As lesões mamilares podem dificultar a apreensão adequada do alimento pelo recém-nascido, o que interfere em seu desenvolvimento. Portanto, as mamães devem ficar atentas a qualquer alteração nos seios nesta fase”, diz. Outros fatores como clima, resíduos de detergente nas roupas, loções aplicadas na região da mama, sabonetes, talco, produtos para cabelo, desodorante ou perfume, podem influen-
ciar no ressecamento dos seios. O uso incorreto de bombinhas para extrair o leite também pode causar o aparecimento de rachaduras. “Certos equipamentos, utilizados de forma mais brusca, podem ferir o tecido mamário e romper os capilares”, complementa. Para prevenir as lesões ou mesmo tratar e aliviar as rachaduras e dores, alguns cuidados são essenciais. “A mãe deve estar sempre atenta à posição do bebê. O fundamental é que ambos estejam confortáveis e relaxados. Atentar-se para o alinhamento entre o corpo e a cabeça da criança, abdômen do bebê encostado ao abdômen materno e queixo tocando a mama. A criança deve estar apoiada pelo braço da mãe, que envolve a cabeça, o pescoço e a parte superior do seu tronco. A boca precisa estar bem aberta com o lábio inferior invertido recobrindo quase toda a aréola enquanto a porção superior da aréola pode ser visualizada”, orienta o médico. Se a mulher já estiver com rachaduras, recomenda-se passar o próprio leite materno ao redor dos mamilos para hidratar e lubrificar a pele. Mudar a posição do bebê durante a mamada também é muito útil. Devese evitar lavar os mamilos várias vezes por dia, assim como, evitar cremes e pomadas ditas cicatrizantes.
Mães que alimentam os filhos apenas com o seio devem ter alguns cuidados de higiene para evitar rachaduras e incômodos
Amamentar ajuda a prevenir câncer de mama Além de todos os benefícios para o bebê, a amamentação também colabora com a saúde das mamães. Isso porque, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a amamentação completa diminui de 3 a 4% o risco da mulher desenvolver o
câncer de mama. Além disso, mulheres que amamentam por mais de seis meses têm menos chances de desenvolver a doença devido a substituição de tecido glandular por gordura nas mamas. “Isso mostra que, não apenas os bebês se beneficiam
da amamentação, mas as mamães também. Por isso, é fundamental sempre orientar as gestantes que o aleitamento materno, além de fonte de saúde, ajuda na prevenção desta terrível doença”, destaca o ginecologista Renato de Oliveira. De acordo com o INCA
(Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres, com uma estimativa de mais 1,15 milhão de novos casos a cada ano. A doença também é responsável por mais de 400 mil mortes a cada ano.
Na hora de voltar ao trabalho O recomendado por diversos órgão de saúde ao redor do mundo é que o aleitamento materno exclusivo seja feito durante os primeiros seis meses de vida. Mas, sem o suporte apropriado, as novas mães, muitas vezes, desanimam e desistem da empreitada no meio do caminho. Dados americanos indicam que 75% das novas mães tentam amamentar, mas apenas 33% continuam a amamentar passados três meses. No sexto mês, esse número cai para 13%. “Quando nos deparamos com esses números, há muitas coisas a se considerar. Por que essas mulheres desistem do aleitamento? Há
falta de informação, falta de suporte familiar, falta de apoio do empregador, falta de espaço apropriado para retirar e armazenar o leite no trabalho, excessiva carga de trabalho no pós-parto. Mas com preparação e apoio, a amamentação pode tornarse natural na vida de uma mãe que trabalha”, afirma o pediatra Moises Chencinski. E, para evitar, ou pelo menos amenizar, esses dilemas, o médico dá dicas valiosas. “Estocar o leite até 15 dias antes de voltar ao trabalho, negociar o horário com a empresa, e planejar os primeiros dias da volta ao batente são importantes passos para a mãe”, explica.
Por fim, o médico destaca que o aleitamento materno é uma viagem de curto prazo que traz benefícios de longo prazo. “Se a mãe tiver qualquer contratempo ao longo do caminho, é importante que ela saiba que a retirada e o armazenamento de leite não vão durar a vida toda. Esta é uma situação transitória. Estar preparada para isso permitirá a ela maximizar os benefícios da amamentação. Dá para trocar experiências com mulheres que passam pela mesma situação em grupos online. Participe! Não se sentir sozinha, sem respaldo, é fundamental”, diz o pediatra.
O momento da amamentação deve ser de absoluta tranquilidade para a mãe e para o bebê
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Secreções vaginais, um risco durante a gestação to, a secreção torna-se mais volumosa e pode adquirir uma coloração avermelhada ou amarronzada. “Esse é um sinal de que o corpo da mulher está se preparando para o nascimento do bebê, o que não significa que o parto será logo, pois isso varia conforme cada mulher”, ressalta. Secreção x corrimento Durante a gestação, as futuras mamães devem ficar atentas, pois algumas secreções funcionam como sinais de alerta e devem ser observadas. Devido às alterações hormonais, a vagina está mais suscetível a apresentar infecções, o que pode gerar a dúvida: é um corrimento ou uma secreção normal? Embora, às vezes parecidos, eles apontam problemas diferentes, podendo ter várias causas. Secreção vaginal normal não apresenta cheiro, coceira e tem coloração clara, semelhante à secreção do período fértil, podendo ser esbranquiçada ou transparente. “Esse tipo de corrimento é uma secreção fisiológica que tem como principal função umedecer e lubrificar a vagina. Durante a gravidez, tende a se intensificar devido à estimulação hormonal, sendo considerado extremamente normal”, esclarece doutor Renato.
A saúde ginecológica deve ser uma preocupação de toda gestante, se ocorrer qualquer anormalidade, é hora de procurar o médico FOTOS: DIVULGAÇÃO
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gravidez é um período de grandes transformações físicas e psicológicas na vida de uma mulher, afinal, serão nove meses de grandes descobertas. Todas essas novidades e mudanças acabam preocupando as futuras mamães e podem gerar diversas dúvidas. Durante os meses de desenvolvimento do futuro bebê, mudanças como alteração de peso, manchas na pele, varizes, variações de humor e no padrão de sono, dentre outras, são naturais. Entretanto, há de se ressaltar outra alteração que também ocorre neste período: o aumento ou aparecimento das secreções vaginais. De acordo com o ginecologista especialista em reprodução humana, Dr. Renato de Oliveira, as secreções na gravidez é algo que pode estar presente. “O aumento das secreções vaginais é comum durante a gestação e, na maioria das vezes, trata-se de algo benigno e fisiológico, decorrente do maior fluxo de sangue na região vaginal. Essa secreção não apresenta riscos à mãe ou ao bebê. Seu aspecto é transparente ou levemente esbranquiçado, não possui cheiro e não causa coceira ou irritação”, explica o médico. Ainda, de acordo com o especialista, próximo ao par-
Como forma de prevenção, a grávida deve evitar o uso de roupas apertadas e preferir o uso de calcinhas de algodão
Corrimentos infecciosos Já o corrimento pode apresentar desconforto, coceira, cheiro desagradável, ou seja, fatores relacionados a um desequilíbrio da flora vaginal que podem ser decorrentes da infecção por fungos, bactérias ou protozoários. “Os corrimentos de caráter infecciosos, se não forem devidamente tratados durante a gravidez, podem prejudicar tanto a mãe quanto a criança, considerando um aumento na chance de trabalho de parto prematuro. Além disso, podem ser sinais de doenças como candidíase, vaginose
PERIGO
Os corrimentos de caráter infecciosos, se não forem devidamente tratados durante a gravidez, podem prejudicar tanto a mãe quanto a criança, considerando um risco de parto prematuro bacteriana, tricomoníase e gonorréia, por exemplo”, alerta o médico. Como forma de prevenção, a grávida deve evitar o uso de roupas apertadas,
preferir o uso de calcinhas de algodão, dormir sem as mesmas e laválas com sabão de coco ou sabão neutro, não utilizar absorventes diários e não realizar duchas vaginais. Alimentação saudável e atividade física também são importantes para manter o equilíbrio da flora vaginal. “O acompanhamento durante o pré-natal também é essencial. No surgimento de qualquer secreção ou sintoma inesperado, procure seu obstetra a fim de evitar consequências indesejáveis para a gestante e para o bebê”, finaliza.
L. R. de Souza Prof. Dr. Lourivaldo Rodrigues de Souza CRM-AM: 960 TEGO: 090/85
Vitamina D - 25OH vitamina D Algumas publicações têm demonstrado que quando a vitamina D estiver abaixo dos níveis normais, existe influência negativa na capacidade reprodutiva das mulheres. A dosagem é feita no sangue. Níveis de 25-0H vitamina D inferiores a 30 devem ser tratados por medicamentos via oral. Tanto o exame como o tratamento são simples e baratos. A importância da vitamina D é conhecida principalmente no metabolismo ósseo e em outras reações metabólicas, mas, ultimamente, tem sido envolvida em outros processos biológicos do organismo inclusive no crescimento e desenvolvimento celular, auto-imunidade, resistênciaà insulina (recentemente foi publicado que a sua influência na síndrome dos ovários policísticos), doenças cardiovasculares e mais recentemente na fertilidade. Publicações científicas analisaram grandes populações e observaram que 67% da população geral apresenta taxas inferiores à necessidade de Vitamina D e necessitam de tratamento, independente de desejarem ou não a gestação. O tratamento deve iniciar com uma dose de ataque por 4 semanas e depois continuar com uma dose menor para a manutenção. DHEA (Dehidroepiandrosterona) O DHEA (Dihidroepiandrosterona) é um hormônio normal no organismo fabricado no ovário e nas glândulas supra-renais. Diminui progressivamente com a idade. É essencial para a fabricação do hormônio estrógeno da mulher e é vendido como suplemento alimentar com o objetivo de combater o envelhecimento e melhorar a sensação de bem-estar. A falta reduz o desejo sexual, a massa muscular e as ações do sistema imunológico. Durante o período reprodutivo da mulher, sua concentração no organismo é mais alta. Quando está abaixo do normal, reflete em outros hormônios femininos que também estarão em concentração menor, prejudicando a reprodução. Diversos trabalhos científicos têm demonstrado sua ação positiva em mulheres mais velhas com dificuldade em engravidar ou com falência ovariana precoce. Nestes casos o hormônio FSH está acima do limite ideal (maior do que 10) o que significa que o ovário não produz mais óvulos de boa qualidade. A ingestão do hormônio DHEA por via oral em um período não inferior a dois meses tem demonstrado aumentar as chances de gravidez. Temos utilizado também
em pacientes em nossa clínica. O DHEA foi amplamente vendido em todo o mundo durante a década de 90, como uma medicação milagrosa no combate ao envelhecimento, prevenção de doenças cardíacas, obesidade e até na prevenção à doença de Alzheimer. Entretanto, os seus efeitos benéficos não foram comprovados e por isso, em alguns países, como o Brasil, a venda foi proibida, embora a sua aquisição possa ser feita sem dificuldades pela Internet. Devido à resolução - RDC número 47, de 2 de junho de 2000, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu a comercialização desta substância no nosso país por não ter sua eficácia comprovada para o que se propunha na época. Nos EUA, porém, foi aprovada como suplemento alimentar e até hoje é comercializada sem restrição. A compra pode ser feita pela Internet com receita médica. Etinil Estradiol O etinil estradiol é um hormônio natural que pode ajudar mulheres com mais idade, próximas a menopausa ou com falência ovariana precoce ficarem grávidas. Estas mulheres que tem o hormônio FSH em níveis elevados (maior que 10) e não respondem à indução da ovulação, podem ser beneficiadas com este hormônio. A dosagem do FSH no 3º dia do ciclo menstrual no sangue da mulher é a avaliação mais objetiva e simples para se conhecer a capacidade do ovário em produzir óvulos de boa qualidade. O ideal é que o seu nível esteja abaixo de 10. Quando estiver acima deste nível, as chances de gravidez serão muito pequenas. Nestes casos o ovário responde muito pouco ou nem responde aos estímulos hormonais. Recentes publicações demonstraram que, pacientes nas condições descritas acima, que receberam o medicamento etnilestradiol (diferente de estradiol) tiveram o FSH diminuído para níveis inferiores a 10 e que por isso aumentaram a sua chance de gravidez. O etinilestradiol ajuda a restaurar os receptores de FSH, que antes não tinham, apesar de estarem em um nível bastante alto. Com este tratamento, os autores conseguiram taxas de gravidez de 25% com os próprios óvulos, em mulheres que já tinham indicações de tratamento com óvulos doados. Esta medicação não está disponível em farmácias comuns, mas pode ser adquirida com orientação médica em farmácias de manipulação.
L. R. DE SOUZA(*) Professor Associado 3 de Tocoginecologia da Universidade Federal do Amazonas. Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Unicamp. Felow em Reprodução Humana pelo Instituto Valenciano de Infertilidade – Espanha. Diretor do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Diretor do LaVitta – Centro de Medicina Reprodutiva e Infertilidade da Amazônia Ltda
Publicações científicas analisaram grandes populações e observaram que 67% da população geral apresenta taxas inferiores à necessidade de Vitamina D e necessitam de tratamento”
Saúde
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Perfil do paciente operado que tende a ganhar peso Preocupação constante com a volta ao quadro inicial da doença faz parte do modo de viver do operado bariátrico ciente, por algum motivo, abrir mão do acompanhamento multidisciplinar especializado de nutricionista, psicóloga e atividade física supervisionada”, alerta o doutor Almino Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Algumas pessoas não conseguem manter a rotina alimentar e acabam recuperando o peso antigo
Estudos e conclusão As pessoas agitadas que dificilmente conseguem ficar paradas tendem a não dar importância à comida quando estão concentradas no trabalho, mas é só irem para casa que começam a comer e continuam até que se sintam plenas ou chegue a hora de dormir. Alguns preferem alimentos pastosos para não perder tempo com a masti-
PROBLEMA
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AÇÃO
Algum aumento de peso entre 2 a 4 anos, após a cirurgia, pode acontecer em cerca de 10% a 15% dos casos e ser considerado normal. O problema é quando esse aumento exceder o aceitável que seria de 4 a 5 quilos
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onsolidada em todo o mundo como procedimento seguro e eficaz que promove considerável perda de peso de pacientes com obesidade mórbida e auxilia também no combate e controle de comorbidades como hipertensão, diabetes, colesterol, apnéia do sono, problemas ortopédicos, entre outros, a cirurgia bariátrica tem no acompanhamento pós-operatório, por meio de hábitos saudáveis, o equilíbrio ideal para garantir o sucesso e prolongar os benefícios provenientes do procedimento. Algum aumento de peso entre 2 a 4 anos após a cirurgia, pode acontecer em cerca de 10% a 15% dos casos e ser considerado normal. O problema é quando esse aumento exceder o aceitável que seria de 4 a 5 quilos. A dilatação da passagem da comida, pela parte estreitada que liga o estômago novo com o intestino pode ser uma das causas, mas não livra a pessoa operada da responsabilidade comportamental. O fato acontece principalmente quando o paciente não assume hábitos saudáveis recomendados, que foram orientados desde antes da operação, como a adoção de dieta menos calórica e mais nutritiva, além da prática regular de exercícios físicos. “Nem todo paciente que reganha peso tem recidiva da doença obesidade, que significa voltar aos patamares da obesidade mórbida. Mas o medo intenso de voltar ao quadro inicial da doença faz parte do modo de viver do operado bariátrico” comenta Simone Marchesini, coordenadora de psicologia da Comissão de Especialidades Associadas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. “Além da perda de peso o objetivo principal da cirurgia é a melhora da saúde como um todo com o controle de doenças associadas. Tudo isso pode ser prejudicado se o pa-
gação. Ambos os comportamentos tendem a facilitar o reganho de peso. Estudos apontam para o chocolate e a cerveja como tendência a serem as gratificações alimentares mais frequentes após a cirurgia ou o retorno a hábitos como refrigerantes, massas e outros doces. Pessoas deprimidas têm no alimento a única recompensa e a mais básica delas. A comida tende a ser uma fonte de prazer barata e acessível ao homem e a indústria alimentícia investe nesse sentido. A gordura hidrogenada, o xarope de glicose de milho e o açúcar invertido foram os achados altamente calóricos, baratos e certeiros para atingir regiões cerebrais de reforço.
Ansiedade pode ser um agravante sério As que são excessivamente perfeccionistas, metódicas e que se cobram demais, tendem a ter a ansiedade em alta quando as coisas não ocorrem como querem e, mais uma vez, encontram no alimento a compensação às frustrações. “A doutora Melodie Moorehead, uma das criadoras do teste de qualidade de vida para pacientes bariátricos, sempre afirmou que
essa cirurgia para perda de peso é uma cirurgia comportamental. Ela, de fato, só mantém seus resultados, se o comportamento do paciente em relação à comida for alterado”, ressalta Simone. A reeducação alimentar fornecida pela nutricionista, aliada ao autoconhecimento da psicoterapia e às vezes um reequilíbrio químico pelo exercício físico tende a dar conta daquilo que não depen-
de do estômago diminuído. Medicamentos psiquiátricos são vistos como aliados. “O fato é que nenhuma disciplina ou profissão isolada pode dar conta da obesidade, pois ela é em si, multifatorial” finaliza Simone. Cirurgia bariátrica Popularmente conhecida como redução do estômago, a cirurgia bariátrica vem crescendo expressivamente
no Brasil, que já é o segundo país com mais cirurgias realizadas, com cerca de 80 mil procedimentos por ano, atrás apenas dos Estados Unidos que realizam cerca de 140 mil cirurgias anualmente. Do número total de cirurgias feitas no Brasil estima-se que 10% são feitas pelo SUS. O número de procedimentos cresceu 90% nos últimos 5 anos e 300% em 10 anos.
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Na academia, procure a orientação de um profissional
Escolha o esporte que mais combina com você Cuidar bem das costas para evitar dores tem sido uma grande preocupação para pessoas de todas as idades. Para reduzir ou evitar incômodos nessa região é essencial fortalecer o core (que engloba os músculos do abdômen, da parte de baixo das costas e dos quadris), responsável pela sustentação da coluna. Quando essa musculatura é reforçada, equilibra a forças entre a parte da frente e a de trás do corpo, diminuindo o risco de dor nas costas. A orientação de um personal é essencial para evitar erros na execução e exagero nas repetições ou na escolha das cargas - o que pode piorar a situação, em vez de melhorar. Para quem está começando na musculação, pegar leve é a regra número um. Aposte em exercícios que usam somente o peso do corpo, em vez de partir imediatamente para as máquinas. Se a opção for pela natação,
saiba de antemão que foi uma excelente escolha. A fama de aula completa não é à toa: ela alonga o corpo, tonifica os músculos, trabalha a respiração e desestressa - todos benefícios que se refletem em costas sem dor. O esporte leva vantagem também porque a flutuação quase anula a ação da gravidade e, com isso, a pressão na coluna. A água, quando numa temeperatura agradável, relaxa, funciona como um analgésico natural e aumenta o bem-estar de quem sente dor. Mas dependendo da causa da dor, nados borboleta, peito e crawl devem ser evitados, pois podem forçar as costas e o pescoço. Pilates Mesmo quem procura o método por outras razões - barriga durinha, músculos desenhados, mais alongamento - acaba prevenindo (ou aliviando, caso já tenha)
a dor na lombar. Isso porque os movimentos focam a estabilização da coluna e trabalham flexibilidade, força e equilíbrio. Tudo isso faz do pilates uma atividade ótima tanto para fortalecer o corpo quanto para tratar a dor, seja qual for a origem. Antes de começar, converse com o seu instrutor para saber se é preciso restringir algum tipo de posição. Se não houver limitação, até as grávidas podem aproveitar a prática para ajudar no controle do peso, na hora do parto (o abdômen mais forte facilita a saída do bebê) e na volta ao corpo de antes. Treinamento funcional O queridinho de quem adora malhar em espaço aberto com mais contato com a natureza, o treinamento funcional tem ganhado mais adeptos pela infinidade de movimentos possíveis e do uso de acessórios como elásticos e bolas para
desafiar o corpo de forma dinâmica e de acordo com a condição física e o objetivo de cada um. Para quem sente dor ou tem algum problema de coluna, a atividade pode ser usada como reabilitação - foi essa a aplicação original do funcional, quando foi idealizado, há pelo menos duas décadas: recuperar atletas lesionados e prepará-los para continuar tendo um bom desempenho em suas modalidades.
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MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014
Paula Eliege Viana E-mail: paulaeliege@hotmail.com
Atendimento odontológico de diabéticos Muitas pessoas não sabem que têm diabetes. Na consulta odontológica, quando o paciente responde “não sei”, “meus pais sim”, deve ficar claro o quanto é importante apurar com cuidado para que o tratamento seja o mais adequado possível. Principalmente se houver necessidade de intervenções cirúrgicas. A diabetes se caracteriza pela hiperglicemia no sangue. É dividida em dois tipos principais: a tipo 1 (Insulino dependente) que é mais rara e atinge pacientes mais jovens, e a tipo 2 (não insulino dependente) na maioria das vezes, está associada a obesidade e hipertensão. Sinais e sintomas característicos da diabetes: Muita sede, vontade de urinar muitas vezes, fadiga, dores nas pernas por má circulação, fome exagerada, visão embaçada. Mas apesar da possibilidade de diagnóstico por meio de alguns sintomas relatados pelos pacientes, a confirmação da diabetes é feita somente após a realização de exames laboratoriais. A diabetes facilita o aparecimento e a progressão de problemas bucais como a xerostomia, hiposalivação, ulcerações na mucosa, perda precoce dos dentes, infecções, cicatrização deficiente, gengivite e periodontite. A gengivite faz com que as gengivas fiquem avermelhadas
e inchadas, sensíveis. Ocorre sangramento na escovação, no uso do fio dental e até mesmo na mastigação. A periodontite é consequência de uma gengivite não tratada, ocorre quando os tecidos ao redor do dente já estão comprometidos, com destruição de osso e ligamentos, formando bolsas purulentas ao redor do dente. São causadas por bactérias oriundas da placa bacteriana, que podem levar à perda do dente. A inter-relação entre essas doenças representa um exemplo de como uma doença sistêmica pode predispor uma infecção oral e de como uma infecão oral pode exacerbar uma condição sistêmica. Quando o dentista suspeitar de casos não diagnosticados ou ter um diagnóstico prévio, para os pacientes em que forem sugeridos Diabetes tanto tipo 1 ou tipo 2, exames laboratoriais deverão ser solicitados e, caso seja confirmado, devem ser encaminhados para um endocrinologista. Estes são os chamados pacientes descompensados e apresentam múltiplas complicações. O diabético descompensado não deve ser submetido a tratamentos odontológicos até que seja realizado o controle glicêmico. O portador de diabetes deve seguir
as orientações do médico para o controle da glicemia (uso de insulina, medicações orais, dieta). Pacientes bem controlados, sem complicações crônicas, com boa higiene bucal e acompanhamento médico regular podem ser tratados sem necessidade de cuidados especiais, uma vez que eles
respondem de forma favorável e da mesma forma que não-diabéticos. O cirurgião-dentista desempenha um importante papel na manutenção do bem-estar e qualidade de vida do paciente diabético. Este deverá sempre checar todas as possíveis informações, se o paciente faz dieta,
qual o horário da sua última refeição, se há infecções sistêmicas (febre, mal-estar, uso de antibióticos etc.) e sobre o uso adequado de medicamentos para tratar complicações associadas ao diabetes. Além de uma ótima comunicação com o médicoassistente do paciente, no controle da doença.
Paula Eliege Viana Cirurgiã-Dentista
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O diabético descompensado não deve ser submetido a tratamentos odontológicos até que seja realizado o controle glicêmico”