4 sabrina jeffreys os demônios de hastead hall casando com um lorde selvagem

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Casando Com Um Lorde Selvagem Dem么nios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Sabrina Jeffries

Casando com um Lorde Selvagem Série Demônios de Halstead Hall 04 Tradução/Pesquisa: ARE/GRH Revisão: Virginia(ARE) Formatação: Virginia(ARE)

Argumento Para cumprir o ultimato de sua avó, lorde Gabriel Sharpe persegue uma mulher irascível que ele acredita precisar desesperadamente dele. Então, a situação se inverte... Como tudo que o intrépido Gabe Sharpe faz, cortejar Virginia Waverly é um jogo de alto risco. Desde que seu irmão, Roger, morreu correndo contra lorde Gabriel, Virginia desejava vingar-se do lorde imprudente vencendo-o em seu próprio esporte. Mas quando ela desafia lorde Gabriel para uma corrida, o demônio chamado de "Anjo da Morte" contra-ataca com uma proposta de casamento! Gabe sabe que Virgínia está em uma situação financeira calamitosa – então por que não casar com ela e resolver ambos os problemas? Ela afirma estar chocada com sua proposta, mas sua reação a seus beijos dizia o contrário. E quando os dois começam a desvendar a verdade por trás da morte de Roger, Gabe faz a maior aposta de todas, oferecendo a beldade corajosa algo mais precioso do que qualquer herança: o amor verdadeiro.

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Caros leitores, Eu estou enlouquecendo com o meu neto, Gabriel. Foi por causa dele que eu exigi que todos os meus netos se casassem dentro de um ano, ou seriam deserdados. Seu melhor amigo morreu numa corrida contra Gabe, mas quase sete anos depois, o rapaz imprudente quebrou o braço correndo contra um outro tolo no mesmo percurso traiçoeiro! Isso é o que me pôs em ação. E não é de admirar – as pessoas chamam Gabe de o Anjo da Morte, precisamente porque ele a corteja a todo instante. Agora, a irmã de seu melhor amigo, Virginia Waverly, tem alguma idéia sobre buscar vingança vencendo-o em uma corrida naquele mesmo percurso e, em vez de ignorar o desafio louco da menina, Gabe quer cortejá-la! Eu acredito que ele pode ter perdido o juízo. Com certeza, ela é uma coisinha bonita e corajosa, mas seu avô, o general Waverly, nunca vai aprovar o casamento. O homem é muito teimoso e obstinado nas palavras. Ora, o general de cavalaria teve a audácia de me chamar de “diaba”! Nenhum homem se safa disso, não importa o quão bonito e ágil ele pode ser para a sua idade. Mas estou divagando (General Waverly me distrai indevidamente). Eu não consigo decidir o que eu penso sobre o interesse de Gabe na atrevida senhorita Waverly. Eu quero que ele se case, mas ele ainda está às voltas com sua culpa sobre o que aconteceu com seu irmão – como posso ter certeza de que ela não vai piorar essa situação? Meu único consolo é que ela parece tão fascinada por meu neto, como ele é por ela. Hoje mesmo o general e eu nos deparamos com eles após o que pode muito bem ter sido um encontro íntimo! Seus lábios estavam decididamente vermelhos, e Gabe parecia como se alguém tivesse acabado de tirar seu cavalo debaixo dele. O homem claramente não está habituado a lidar com as mulheres respeitáveis. Entretanto, eu estou ficando velha demais para isso. Se esse cortejo não terminar bem, eu vou ter que amarrar Gabe no celeiro até que ele crie juízo. Desejem-me sorte, queridos amigos! Atenciosamente, Hetty Plumtree

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Prólogo Ealing, abril 1806 As pessoas estavam gritando novamente. Aos sete anos de idade, Gabriel Sharpe, terceiro filho do Marquês de Stoneville, tentou tapar os ouvidos para apagar o som. Ele odiava gritos – aquilo lhe dava nós no estômago, especialmente quando a mãe gritava com o pai. Só que desta vez a mãe estava gritando com seu irmão mais velho. Gabe podia ouvi-la claro como o dia, pois o quarto de Oliver estava logo abaixo da sala de estudos. Gabe não conseguia distinguir as palavras; elas só pareciam irritadas. Era estranho ela estar gritando com Oliver – ele era o bichinho de estimação da mãe. Bem, a maior parte do tempo. Ela chamava Gabe de “seu menino querido”, e ela nunca chamava seus irmãos assim. Era porque eles estavam quase crescidos? Gabe fez uma careta. Ele devia dizer a mãe que não gostava de ser chamado de “seu menino querido”... exceto que ele gostava. Ela sempre dizia isso logo antes de lhe dar tortas de limão, suas favoritas. Uma porta bateu. A gritaria parou. Ele soltou um suspiro, e algo se soltou dentro dele. Talvez tudo ficaria bem agora. Ele olhou para seu livro. Deveria estar lendo uma história, mas era estúpida, sobre um robin que foi morto: Aqui jaz Cock Robin1, Morto e frio. Seu fim este livro Vai em breve desdobrar. Ele falava sobre todas essas criaturas que fizeram coisas para o Cock Robin morto – da coruja que o sepultou, e do touro que tocou o sino. Mas, embora ele dissesse como Cock Robin morreu – o pardal o acertou com uma flecha – ele nunca disse o motivo. Por que um pardal flecharia um robin? Não fazia sentido. E não havia cavalos, também. Ele folheou as páginas vendo as figuras, por isso ele sabia disso, com certeza. Montes de aves, um peixe, uma mosca e um Parceria ARE & GRH - 4


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries besouro. Sem cavalos. Ele preferia ler uma história sobre um cavalo em uma corrida, mas nunca havia quaisquer histórias infantis sobre isso. Entediado, ele olhou pela janela e viu a mãe se dirigindo para os estábulos com passadas longas e fortes. Ela estava indo para o piquenique para falar com o pai sobre Oliver? Gabe adoraria ver isso. Oliver nunca se metia em problemas. Enquanto isso, Gabe sempre o fazia. É por isso que ele estava sentado nesta sala de aula estúpida com este livro estúpido, em vez de se divertir no piquenique, porque ele tinha feito algo de ruim e o pai ordenou-lhe ficar em casa. Mas o pai poderia perdoá-lo se ficasse bravo com Oliver. Se a mãe estava indo para o piquenique, Gabe podia até convencê-la a levá-lo também. Ele olhou para o outro lado da sala; seu tutor, o Sr. Virgil, estava cochilando na cadeira. Gabe poderia facilmente fugir e pedir a mãe. Mas só se ele se apressasse. Mantendo um olho em seu tutor, ele escorregou da cadeira e se esgueirou em direção à porta. Assim que chegou ao salão, começou a correr. Ele desceu as escadas, então meio deslizou e meio correu ao longo do salão azulejado para os fundos, antes de saltar para o pátio Carmesim. Uma corrida rápida e ele estava em seu lugar favorito em todo o mundo – o estábulo. Ele adorava o cheiro de suor dos cavalos, o ruído do feno sob os pés no celeiro, a forma como os cavalariços falavam. O estábulo era um lugar mágico, onde as pessoas eram silenciosas, falavam em voz baixa. Sem gritar, porque isso incomodava os cavalos. Ele olhou ao redor, então suspirou. A baia da égua favorita de sua mãe estava vazia. Ela tinha ido embora. Mas ele não queria voltar para a sala de aula e para o livro estúpido sobre Cock Robin. - Bom dia, jovem mestre. - disse o cavalariço chefe, Benny May, que estava pondo ferradura em um cavalo. Ele costumava ser um jóquei para o avô de Gabe, quando os Sharpes colocavam cavalos em corridas - Procurando por alguém? Gabe não estava disposto a admitir que procurava a mãe. Em vez disso, ele estufou o peito e enfiou os polegares no cós das calças, como os cavalariços faziam. - Só queria saber se você precisa de ajuda. Parece que os cavalariços estão fora. - Sim, no piquenique. Eu imagino que um monte de gente vai estar vagando dentro e fora esta tarde. As finas senhoras e cavalheiros logo estarão cansados Parceria ARE & GRH - 5


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries do ar livre. - Benny manteve seu olhar sobre a pata do cavalo - Por que você não está no piquenique? - Meu pai não me deixou ir porque coloquei uma aranha no cabelo de Minerva e me recusei a pedir desculpas. Benny fez um som estrangulado que se transformou em uma tosse. - Então, ele disse que você poderia vir para os estábulos em vez disso? Gabe olhou para seus sapatos. - Ah. Escapou do Sr. Virgil, não é? - Mais ou menos. - ele murmurou. - Você devia ser mais gentil com sua irmã, sabe. Ela é uma garota doce. Gabe bufou. - Ela é uma mexeriqueira. Enfim, eu vim para ver como está o Jacky Boy. esse era o pônei de Gabe. O pai havia lhe dado em seu aniversário no último verão - Ele fica mal-humorado às vezes. O duro olhar de Benny suavizou em um sorriso. - Sim, ele o faz, rapaz. E ele sempre se acalma totalmente com você, não é? Tentando não mostrar seu orgulho com o elogio, Gabe deu de ombros. - Eu sei como escová-lo do jeito que ele gosta. Será que ele... hum... precisa de cuidados? - Bem, agora, é engraçado você perguntar, porque eu acredito que ele poderia gostar de um pouco de atenção. - ele sacudiu a cabeça em direção ao anexo - Você sabe onde guardamos as escovas. Gabe caminhou para o anexo. Rapidamente encontrou o que precisava, então entrou na baia. Jacky Boy cheirou-o, na esperança de um torrão de açúcar. - Desculpe, velho companheiro. - Gabe murmurou – Eu saí com pressa. Não trouxe nada. - ele começou escovar o pônei, e Jacky Boy relaxou. Não havia nada melhor no mundo do que escovar Jacky Boy – o movimento suave da escova, a respiração do pônei aquietando a um ritmo suave, a sensação do pelo sedoso de Jacky Boy sob seus dedos... Gabe nunca se cansava disso. No estábulo, as pessoas iam e vinham, mas na baia eram apenas Gabe e Jacky Boy. Ocasionalmente, alguma coisa perturbava seu devaneio – um cavalheiro arrogante exigindo uma mudança de montaria, um cavalariço pedindo desculpas a alguma rude senhora por não ter sua montaria tão rápido quanto ela gostaria – mas na maior parte do tempo, ele ficou em silêncio, exceto pelo som do martelo de Benny colocando outra ferradura no lugar. Parceria ARE & GRH - 6


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Mesmo esse som acabou quando Benny foi chamado para ajudar com uma carruagem que se aproximava. Por alguns minutos, Gabe estava em um estado de puro êxtase, sozinho com seu pônei. Então ele ouviu o som de botas descendo o corredor. - Alguém aqui? - uma voz de homem chamou - Eu preciso de uma montaria. Gabe se encolheu no chão, no canto da frente da baia, na esperança de não ser notado. O homem deve tê-lo ouvido, pois gritou: - Você aí, garoto. Eu preciso de uma montaria. Ele tinha sido descoberto. Quando o homem se aproximou, ele gritou: - Desculpe, sir, eu não sou um cavalariço. Estou apenas cuidando do meu cavalo. O homem parou do lado de fora da baia. Como Gabe estava sentado no chão, de costas para a porta da baia, ele não podia ver o homem. Esperava que o homem não pudesse vê-lo, também. - Ah. - disse o homem - Uma das crianças Sharpe, não é? - seu estômago ficou enjoado. - C-como você sabe? - As únicas crianças que possuem cavalos nos estábulos aqui são as crianças Sharpe. - Oh. - ele não tinha pensado nisso. - Você é Gabriel, não é? Gabe congelou, com medo do homem inteligente. Ele estaria em apuros, se seu pai soubesse disso. - E-eu... - Lorde Jarret está fora no piquenique, e lorde Oliver optou por não ir. Isso deixa apenas lorde Gabriel. Você. A voz do homem era suave, amável até. Ele não dizia as coisas nesse tom superior que os adultos geralmente usavam com as crianças. E ele não soava como se quisesse colocar Gabe em apuros. - Você sabe onde os cavalariços estão? - o homem perguntou, a voz dele se afastando. Gabe relaxou agora que não era mais o foco do assunto. - Eles foram atender a uma carruagem. - Então, eles provavelmente não vão se importar se eu selar minha própria montaria. - Eu acho que não. Oliver selava sua própria montaria o tempo todo. Assim também Jarret. Gabe não podia esperar até que fosse grande o suficiente para selar uma Parceria ARE & GRH - 7


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries montaria. Então, ele não teria que pedir a permissão do pai para montar Jacky Boy. À medida que o homem escolhia o cavalo da próxima baia, tudo o que Gabe podia ver era o chapéu de pele de castor acima dela. Depois que ele partiu, Gabe começou a se perguntar se devia ter descoberto o nome do homem, ou pelo menos tentado obter uma visão melhor dele. Um súbito pânico apoderou-se dele. E se o homem fosse um ladrão de cavalos, e Gabe tinha acabado de deixálo partir cavalgando? Não, o homem sabia o nome de Gabe e tudo sobre o resto deles. Ele tinha que ser um convidado. Certo? Benny voltou ao estábulo e, antes que Gabe pudesse dizer alguma coisa, gritou: - Os convidados estão retornando do piquenique, rapaz. É melhor correr até a casa, se não quer que seu pai pegue você aqui. O pânico de Gabe voltou. Se o pai soubesse que ele tinha escapado para fora da sala de aula novamente, ele o esfolaria. O pai era rigoroso sobre os seus estudos. Ele correu para a casa. Quando chegou à sala de aula, o professor ainda estava roncando. Com um suspiro de alívio, Gabe sentou-se na cadeira e pegou o livro chato novamente. Mas ele não podia pensar sobre o Cock Robin morto. Ele continuava se perguntando sobre o homem desconhecido. Deveria ter dito algo para Benny? E se houvesse um clamor sobre um cavalo roubado? E se ele estivesse em problemas? Ele ainda estava se preocupando com isso depois do jantar no berçário com Minerva. Célia, que tinha estado doente com uma tosse, já estava dormindo quando um lacaio, a Babá, e o Sr. Virgil vieram buscá-los. A avó Plumtree queria falar com ele e Minerva no andar de baixo, o lacaio disse solenemente. O pulso de Gabe saltou para um galope. O homem no estábulo devia ter roubado um cavalo, e de alguma forma Gran havia descoberto que Gabe o tinha deixado fazer isso. Mas então, por que envolver Minerva nisso? O criado os levou para a biblioteca, deixando Célia com a babá e o Sr. Virgil. Quando Gabe viu Oliver ali com o cabelo molhado e seus olhos vermelhos, vestindo roupas diferentes das que estava usando antes, ele não sabia o que pensar. Em seguida, apareceu Jarret, convocado por outro servo. - Onde estão mamãe e papai? O rosto de Oliver endureceu como granito, e seus olhos se tornaram assustadores. Parceria ARE & GRH - 8


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu tenho algo para lhes dizer, crianças. - Gran falou mais suavemente do que o habitual. - Houve um acidente. - algo engasgou em sua voz, e ela limpou sua garganta. Ela estava chorando? Gran nunca chorava. O pai dizia que ela tinha um coração de aço. - Seus pais... Ela parou e Oliver se encolheu, como se tivesse sido atingido. - Mamãe e papai estão mortos. - ele terminou por ela com uma voz que nem sequer parecia dele. As palavras não registraram de início. Mortos? Como Cock Robin? Gabe olhou para eles, esperando que alguém negasse aquilo. Ninguém o negou. Gran enxugou os olhos, em seguida, endireitou os ombros. - Sua mãe confundiu seu pai com um intruso no pavilhão de caça, e atirou nele. Quando percebeu seu erro, ela... ela atirou em si mesma, também. Ao lado dele, Minerva começou a chorar. Jarret continuava balançando a cabeça e dizendo: - Não, não, não pode ser. Como pode ser isso? Oliver foi para perto da janela, com os ombros tremendo. Gabe não conseguia parar de pensar naquele poema estúpido: Então, todos os pássaros caíram Suspirando e chorando, Quando ouviram o sino tocar Para o pobre Cock Robin. Era assim como o poema, só que sem o sino. Gabe não sabia o que fazer. Gran estava dizendo que eles não deviam falar disso a ninguém, porque já haveria escândalo suficiente sem isso, mas suas palavras não faziam sentido. Por que ele iria querer falar sobre isso? Ele não conseguia acreditar que isso tinha acontecido. Talvez fosse um pesadelo. Ele acordaria, e o pai estaria aqui. - Você tem certeza que eram eles? - ele perguntou com uma voz vacilante Talvez tenha sido alguém que levou um tiro. Gran parecia pesarosa. - Eu tenho certeza. Oliver e eu vimos os... - com uma careta, Gran se levantou para colocar os braços em volta dele e Minerva - Sinto muito, meus queridos. Tentem ser fortes. Eu sei que é difícil. Parceria ARE & GRH - 9


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Minerva não parava de chorar. Gran a abraçou. Gabe pensou na última vez que ele viu o pai, montando para o piquenique, e a mãe, correndo para o estábulo. Como isso poderia ter sido a última vez? Agora, ele nunca poderia dizer ao pai que estava arrependido por colocar a aranha no cabelo de Minerva. Seu pai tinha morrido pensando que ele era um menino mau que não iria pedir desculpas. Foi quando as lágrimas brotaram em seus olhos. Ele não podia deixar Jarret e Oliver verem – pensariam que era uma garota estúpida. Então ele saiu em disparada da sala, ignorando o grito assustado de Gran, e correu em direção ao estábulo. O lugar estava calmo, os cavalariços estavam jantando. Assim que chegou a baia de Jacky Boy, ele caiu no chão e começou a chorar. Isso não estava certo! Como eles poderiam estar mortos? Ele não tinha certeza de quanto tempo ficou lá chorando, mas quando se deu conta, Jarret tinha entrado no estábulo e se curvado para colocar a mão no ombro de Gabe. - Vamos, rapaz. Anime-se. Gabe empurrou a mão de Jarret longe. - Eu não posso! E-eles se foram, e eles n-nunca mais vão voltar! - Eu sei. - disse Jarret, com a voz trêmula. - N-não é justo. - Gabe olhou para Jarret. - Os p-pais de outras crianças não morrem. P-por que os nossos? Jarret mordeu o lábio. - Às vezes coisas acontecem. - É c-como aquele livro e-estúpido sobre Cock Robin. N-não faz sentido nenhum. - A vida não faz sentido. - disse Jarret suavemente - Você não deve esperar por isso. O destino tem uma mão em tudo, e ninguém pode explicar por que o destino age como faz. Jarret ainda não tinha chorado, embora seus olhos estivessem vazios e seu rosto tivesse uma expressão estranha, como se alguém tivesse pisado duro em seu pé. Gabe sempre tinha gostado de Jarret mais que todos, mas agora ele odiava a calma dele. Por que seu irmão não estava com raiva? - Temos que ser fortes. - Jarret disse. - Por quê? - Gabe atirou de volta - O que isso importa? Eles ainda estarão m-mortos. E ainda estaremos todos sozinhos. Parceria ARE & GRH - 10


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Sim, mas se você deixar que o destino tenha uma mão superior, ele irá arrastá-lo para baixo. Você deve recusar-se a ser intimidado. Rir, dizer-lhe para ir para o inferno. É a única maneira de vencê-lo. Não era a vida que não fazia sentido. Era a morte. Ela levava as pessoas para longe sem motivo. Mamãe não devia ter atirado em papai, e pardais não deviam atirar flechas em cock robins. No entanto, eles estavam todos mortos. A morte poderia levá-lo embora, também, a qualquer momento que quisesse. O medo apoderou-se dele pela garganta. Ele podia morrer a qualquer minuto. Por nenhuma razão. Como ele impediria isso? A morte parecia ser um bastardo sorrateiro, chegando por trás para dar golpes baixos. Se ela viesse atrás dele... Talvez Jarret tivesse razão. Não havia nada a fazer senão enfrentar a morte. Ou mesmo tentar ignorá-la. Gabe tinha jogado com muitos bastardos sorrateiros, e a única maneira de lidar com eles, era não se esconder, para não mostrar que eles te machucaram. Então, eles partiriam para atormentar outros sujeitos e deixariam você em paz. Pensou em mamãe e papai deitados em algum lugar mortos, e lágrimas brotaram de seus olhos novamente. Afastando-as impiedosamente, ele esticou o lábio inferior. Talvez a morte pudesse pegá-lo do jeito que tinha agarrado mamãe e papai, mas não sem uma luta. Se ela o quisesse, teria que arrastá-lo chutando e gritando. Porque ele não iria fácil.

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Capítulo Um Eastcote, agosto 1825 Virginia Waverly mal podia conter sua excitação enquanto a carruagem avançava em direção a Marsbury House. Um baile! Estava indo a um baile afinal. Ela finalmente começaria a usar aqueles passos de valsa que seu primo em segundo grau, Pierce Waverly, o Conde de Devonmont, lhe havia ensinado. Por um momento, ela deixou sua mente vagar por uma bela fantasia de estar dançando pelo salão com um belo oficial de cavalaria. Ou talvez com seu próprio anfitrião, o Duque de Lyons! Isso não seria maravilhoso? Ela sabia o que as pessoas diziam sobre seu pai, a quem chamavam "o Duque louco", mas nunca deu atenção a tal fofoca. Ela queria estar usando um vestido mais elegante - como o rosa de seda italiana que ela tinha visto na The Magazine Ladies. Mas os vestidos da moda eram caros, e era por isso que ela tinha que se contentar com seu antigo tartan de seda, comprado quando vestimenta escocesa era a moda. Como ela desejava ter escolhido algo menos... característico para vestir. Todo mundo lhe lançaria um olhar e saberia como ela era pobre. - Eu posso ver que você está preocupada. - disse Pierce. Virginia olhou para ele, surpresa com sua percepção. - Só um pouco. Eu tentei tornar este vestido mais elegante, adicionando uma camada fluída, mas as mangas ainda são curtas, então agora ele só se parece com um vestido fora de moda com mangas estranhas. - Não, eu quis dizer... - Certamente, as pessoas não vão me criticar demais por isso. - ela ergueu o queixo - Ainda que eu não me importe se eles o façam. Sou a única mulher de vinte anos que conheço que nunca foi a um baile. Até a filha do vizinho fazendeiro foi a um em Bath, e ela tem apenas dezoito anos! - Eu estava falando sobre... - Então eu não vou deixar meu vestido ou a minha inexperiência na pista de dança me impedir de me divertir. - disse ela resolutamente - Vou comer caviar e beber champanhe, e por uma noite fingir que sou rica. E finalmente vou dançar com um homem. Pierce pareceu ofendido. Parceria ARE & GRH - 12


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Agora veja aqui, eu sou um homem. - Bem, é claro, mas você é meu primo. Não é a mesma coisa. - Além disso, - ele disse - eu não estava falando sobre seu vestido. Quis dizer, você não está preocupada em encontrar com lorde Gabriel Sharpe? Ela piscou. - Por que ele estaria lá? Ele não estava na corrida de hoje. Há alguns anos, o duque de Lyons começou uma corrida anual – o Prêmio Marsbury – disputada em um percurso em sua propriedade. Este ano, seu avô, tio-avô de Pierce, General Isaac Waverly, tinha inscrito um garanhão purosangue de seu haras. Lamentavelmente, Ghost Rider tinha perdido a corrida e a Copa Marsbury. Era por isso que Pierce a estava acompanhando ao baile esta noite, em vez de seu avô – a pobre performance de Ghost Rider tinha desapontado Poppy profundamente. Isso a tinha decepcionado, também, mas não o suficiente para impedi-la de participar do baile. - Sharpe é amigo íntimo de Lyons - disse Pierce – De fato, ele estava na corrida em Turnham Green com Roger. Seu estômago afundou. - Não pode ser! As únicas pessoas ali eram lorde Gabriel e algum sujeito chamado Kinloch... - O Marquês de Kinloch, sim. Esse era o título de Lyons antes de seu pai morrer e ele ascender ao ducado. Ela fez uma careta. - Não é de admirar que Poppy tenha se recusado a participar esta noite. Por que ele não me contou? Eu não teria vindo. - Foi por isso. Tio Isaac queria que você se divertisse pela primeira vez. E ele acha que Sharpe não estará lá, já que não estava na corrida. - Ainda assim, eu vou ter que encarar o duque, que deixou Roger realizar esse percurso terrível em Turnham Green, apesar de conhecer os riscos. Por que ele nos convidou? Será que ele não se dá conta de quem somos? - Talvez ele esteja estendendo o ramo de oliveira para você e tio Isaac por sua participação na morte de Roger, por menor que tenha sido. Ela bufou. - Um pouco atrasado, se você me perguntar. - Vamos lá, você não pode culpar Lyons pelo que aconteceu. Nem Sharpe também, aliás.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela olhou para Pierce. Eles tiveram essa discussão muitas vezes nos sete anos desde que seu irmão havia morrido em uma corrida perigosa contra lorde Gabriel. - Sua senhoria e Kinloch – Lyons – se aproveitaram de que Roger estivesse bêbado... - Você não sabe disso. - Bem, ninguém sabe ao certo, já que lorde Gabriel se recusa a falar sobre isso. Mas Poppy diz que foi isso que aconteceu, e eu acredito nele. Roger nunca teria concordado em enfiar a linha na agulha com lorde Gabriel quando sóbrio. O percurso era chamado de “enfiar a agulha”, pois corria entre dois rochedos, com espaço suficiente para apenas uma carruagem passar. O condutor que vinha atrás tinha que frear para permitir que o outro continuasse. Roger não tinha freado a tempo e tinha sido jogado contra um rochedo. Ele havia morrido instantaneamente. Ela odiava lorde Gabriel desde então. - Os homens fazem coisas estúpidas quando estão bêbados. - disse Pierce Especialmente quando estão com outros homens. - Por que você sempre defende lorde Gabriel? Pierce lançou-lhe um olhar estreitado com olhos do tom exato de marrom de Ghost Rider. - Porque, embora ele seja um louco imprudente que arrisca o pescoço a cada chance que recebe, ele não é o diabo que tio Isaac faz com que pareça ser. - Nós nunca vamos concordar sobre isso. - disse ela, puxando as luvas penduradas - Só porque você é teimoso e intratável. Uma característica de família, eu acredito. Ele riu. - Na verdade, é. Virginia olhou para fora da janela e tentou recuperar seu humor animado, mas foi inútil. O baile estava condenado a ser arruinado se lorde Gabriel aparecesse. - Ainda assim, - Pierce continuou - se Sharpe aparecer, espero que você deixe de mencionar o desafio que fez a ele um mês e meio atrás. - E por que eu deveria? - Porque é loucura! - seus olhos se estreitaram sobre ela - Não é de você fazer algo tão irresponsável. Eu sei que você não pretendia lançar aquele desafio – você só estava com raiva – mas continuar com isso seria insensato, e você não é assim. Parceria ARE & GRH - 14


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela desviou o olhar. Às vezes, Pierce não tinha idéia do que se passava dentro dela. Ele e Poppy insistiam em vê-la como um pilar de virtude doméstica que mantinha a casa funcionando e queria as mesmas coisas que todas as mulheres da idade dela queriam – um lar estável e uma família, mesmo que fosse apenas com Poppy. Não era que ela não queria essas coisas. Ela só... não queria isso com o sacrifício de sua alma. Da parte dela que se sentia por vezes encurralada, pelo trabalho constante e responsabilidade. A parte dela que queria dançar em um baile. E correr contra lorde Gabriel Sharpe. Pierce continuava seu sermão. - Além disso, se o tio Isaac sequer ouvir que você desafiou Sharpe para uma corrida no mesmo percurso que matou Roger, ele vai pôr um fim nisso de uma vez. Verdade. Poppy era um pouco superprotetor. Ela tinha apenas três anos de idade quando ele tinha deixado a cavalaria para cuidar dela e de Roger depois que seus pais, seu filho e nora, tinham morrido em um acidente de barco. - Como ele ouviria isso? - Virginia bateu os cílios para Pierce - Certamente você não seria tão cruel a ponto de dizer a ele. - Oho, não tente seus truques em mim, querida. Eles podem funcionar com tio Isaac, mas eu sou imune a essas coisas. Ela enrijeceu. - Eu não sou mais uma garota, caso você não tenha notado. - Na verdade, eu notei. É por isso que você deve parar de atormentar lorde Gabriel. Este baile é sua chance de encontrar um marido. E os sujeitos não gostam quando as mulheres desafiam homens para corridas loucas. - Eu não tenho pressa para casar. - disse ela, contando-lhe a mesma mentira que ela sempre contava a seu avô - Eu prefiro ficar com Poppy o maior tempo possível. - Virgínia, - disse Pierce suavemente - não seja ingênua. Ele tem sessenta e nove. A probabilidade de ele viver muito mais tempo... - Não diga isso. - o mero pensamento de Poppy morrer provocou-lhe um turbilhão no estômago - Ele está em boas condições de saúde. Ele poderia viver até os cem anos. Certamente um dos nossos cavalos vai ganhar um bom prêmio, nos próximos anos, o suficiente para aumentar o meu dote patético. - Você sempre pode se casar comigo. - Pierce balançou as sobrancelhas castanho escuras - Você não vai nem mesmo ter de sair de casa. Parceria ARE & GRH - 15


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela ficou boquiaberta. Por causa da morte de Roger, Pierce herdaria Waverly Farm, mas ele nunca sugeriu casamento antes. - E quem estaria dormindo no quarto ao lado do seu - eu ou sua amante? Ele fez uma careta para ela. - Agora veja aqui, eu deixaria minha amante. - Por mim? O diabo que você faria. - ela sorriu para ele - Eu te conheço melhor do que isso. - Bem, - ele disse com tristeza - eu não iria ficar com ela na mesma casa, pelo menos. Ela riu. - Agora esse é o Pierce Waverly que eu conheço. E é precisamente por isso que eu nunca poderia me casar com você. Um inconfundível alívio atravessou seu rosto. - Graças a Deus. Eu sou muito jovem para ser acorrentado. - Trinta não é jovem. Se você fosse um cavalo, Poppy iria colocá-lo no pasto. - Ainda bem que eu não sou um cavalo. - brincou, luzindo seu sorriso torto que deixava toda menina tola no mercado casamenteiro desmaiando em cima dele. Ela se endireitou. - Olha, estamos quase lá! Acho que vejo a casa! - ela alisou as saias enquanto o encarava - Eu pareço muito um rato do campo? - Nem um pouco. Um rato da cidade, talvez... - Pierce! Ele riu. - Eu estou brincando, sua patinha. Você parece perfeita – olhos brilhantes e as faces coradas. É por isso que me ofereci para me casar com você. - ele brincou. - Você não ofereceu casamento. Você ofereceu um arranjo conveniente onde você come o bolo e o tem2. Ele sorriu. - Não é sempre esse o meu plano? Ela balançou a cabeça para ele. Ele era impossível. - Espero que eu ainda não esteja tão desesperada que precise me casar por conveniência. - O problema com você é que tem a cabeça nas nuvens. Você quer uma condenada união de almas, com as pombas arrulhando sobrevoando a abençoar o leito conjugal. Parceria ARE & GRH - 16


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Surpreendida de que ele percebesse aquilo sobre ela, disse: - Eu só acho que duas pessoas devem estar apaixonadas quando se casam, isso é tudo. - Que idéia repulsiva. - ele murmurou. Era por isso que eles nunca poderiam casar. Pierce tinha uma nítida aversão ao casamento. Além disso, ele preferia as mulheres com seios grandes e cabelos loiros, nada do que ela tinha. E ele gostava delas selvagens também. A reputação de Pierce era menos do que brilhante – embora ela suspeitasse que a metade dela fosse resultado de um palavrório de escândalo, indignação e intriga pela fofoca de mamães preocupadas cujas filhas estavam enamoradas de sua sombria boa aparência e maneiras libertinas. Além disso, havia o fato de que ele era praticamente seu irmão. Ele passava tanto tempo em Waverly Farm como o fazia em sua propriedade em Hertfordshire. Ela não podia imaginá-lo como seu marido mais do que o seu cocheiro. A carruagem parou e Pierce saiu, então a ajudou a descer. Ela olhou de boca aberta para a famosa Marsbury House – três longas extensões de alvenaria revestidas com pedra e ancoradas por quatro torres de pedra com cúpulas de cobre. O interior era ainda maior – colunas de mármore e estátuas em todos os lugares. Enquanto servos os escoltavam até o salão de baile, ela vislumbrou ricas tapeçarias, pinturas enormes em molduras douradas, e cortinas de seda. Oh, Senhor. Ela não pertencia aquele lugar. Poderia Pierce estar certo? Poderia o duque tê-la convidado porque se sentia mal sobre a morte de Roger? Não, isso não fazia sentido. Ele não tinha sequer comparecido ao funeral. Ainda assim, que outra razão poderia haver para o convite? O baile da corrida em Marsbury era um evento exclusivo, e apesar de Poppy ser o terceiro filho de um conde, tinha passado mais tempo da sua vida cavalgando sobre os campos de batalha do que em festas finas como esta. Sem nunca ter tido uma apresentação formal, ela não era exatamente a alta sociedade, tampouco. Quando eles entraram no salão de baile, Pierce a guiou para um canto isolado para que pudessem observar o ambiente. Todo em ouro e creme e com lustres a gás, o salão de baile tinha um brilho quente que fez seu coração disparar com antecipação. E se ela encontrasse alguém aqui esta noite? Isso não seria maravilhoso? Afinal, ela não se importaria de encontrar um marido, mas temia que suas exigências não fossem razoáveis. O homem teria que estar disposto a viver em Parceria ARE & GRH - 17


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Waverly Farm até Poppy morrer, precisaria de sua própria fortuna, e teria que ignorar o fato de que ela pretendia correr com lorde Gabriel. Tudo isto era uma tarefa difícil. De repente, o rosto de Pierce enrijeceu, e ele se inclinou para murmurar: - Não olhe agora, mas Sharpe está recostado naquela coluna ali. Ela olhou imediatamente, é claro, em seguida, desejou que não o tivesse feito. Porque a aparência de lorde Gabriel Sharpe tinha mudado significativamente desde a última vez que ela o viu. Quando o desafiou em Turnham Green, ela estava cega pela raiva, e ele estava coberto de poeira da corrida que tinha acabado de ganhar contra o tenente Chetwin. Naquela noite, porém, ele parecia cada centímetro o Anjo da Morte. Ah, como ela odiava esse apelido! As pessoas tinham lhe dado após a morte de Roger, e ele fez de tudo para reforçá-lo. Vestia-se todo de preto, até a sua camisa e gravata, que se dizia ser especialmente tingidas para ele. Ele até pintou seu faeton de preto e o equipou com parelha de cavalos negros como carvão. Anjo da Morte, de fato. Ele estava usando a corrida trágica contra Roger para melhorar a sua reputação como um condutor destemido. Ele deveria se esconder de vergonha em um canto remoto da propriedade de sua família – e não enfrentar cada tolo que o desafiava a uma corrida. Como se atrevia ele a se pavonear pela sociedade sem uma preocupação no mundo? Como se atrevia a parecer tanto com um Anjo da Morte? Não apenas a parte da morte, também. De má vontade, ela admitiu que, apesar de suas roupas, ele era a própria imagem de um anjo. Seu cabelo castanho raiado de ouro aparentava como se o sol tivesse corrido os seus dedos através de suas ondas. E o seu rosto era como algo esculpido por Michelangelo – um nariz clássico, uma boca cheia italiana, e um queixo teimoso. Embora não pudesse ver seus olhos agora mesmo, ela observou a sua cor antes, um verde musgo com manchas marrons que lembravam clareiras florestais secretas. Ela bufou. Devia estar louca. Seus olhos eram os do homem que tinha matado seu irmão. Ela só o notou porque o odiava tão completamente que parecia um ultraje ele ser tão pecaminosamente atraente. Essa era a única razão. - Você o está encarando. - Pierce murmurou. Oh, Senhor, ela estava. Como ousava lorde Gabriel levá-la a encará-lo? - Venha, vamos dançar. - Pierce lhe ofereceu o braço. Ela o segurou, grata por ser salva de si mesma. Então, enquanto eles se juntavam a uma longa fila de dançarinos, ela viu lorde Gabriel a avistando. Seu olhar alargou-se, em seguida, deslizou por sua figura com grosseiro interesse. Parceria ARE & GRH - 18


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries E a última coisa que ela viu, enquanto Pierce a girava para a dança, foi o amaldiçoado Anjo da Morte olhar diretamente em seus olhos e sorrir. Lorde Gabriel Sharpe observava enquanto a Srta. Virginia Waverly dançava por toda a extensão do salão com o Conde de Devonmont. Graças a Deus ela havia chegado. Se tivesse que suportar todo um maldito baile sem realizar seu propósito, ele teria explodido os miolos. Felizmente, ele estava bem preparado para sua aparição aqui. Jackson Pinter, o detetive da Bow Street que ajudava seus irmãos a investigar a morte de seus pais, tinha descoberto um grande número de informações preocupantes sobre a senhorita Waverly. E Gabe pretendia usá-las a seu favor. - Lá vai o teu inimigo. - disse Maximilian Cale, o Duque de Lyons. Lyons era um colega do Jockey Clube e melhor amigo de Gabe. Ele tinha um estábulo de puros-sangues que Gabe invejava, um dos quais tinha ganhado o Derby duas vezes e outro que tinha ganhado o Royal Ascot. Gabe tinha comprado um descendente do último cavalo no mês passado, depois que conseguiu juntar dinheiro suficiente com seus ganhos de apostas para pagar. - A senhorita Waverly dificilmente se qualifica como um inimigo. - disse Gabe secamente. Lyons bufou. - Ela já renovou seu desafio para você? - Ela não teve a chance. - disse Gabe, fingindo indiferença. Aquele maldito desafio tinha alcançado a sociedade desde Turnham Green, e esta noite ele pretendia colocar um fim nisso. - Certamente ela não vai. - Lyons tomou um gole de vinho - Ela não pode ser tão impetuosa como seu irmão. Gabe enrijeceu. Sete anos, e ele ainda não conseguia esquecer a visão de Roger deitado torcido na grama, com o pescoço quebrado. Se apenas... Mas “se” era para os sacerdotes e filósofos. Gabe não estava buscando absolvição nem entendimento, não podia mudar o que tinha acontecido. Mas talvez ele pudesse amenizar os resultados terríveis, agora que sabia sobre eles. - Suspeito que a Srta. Waverly não é só cabeça quente, mas teimosa. - Gabe a seguiu com os olhos enquanto Devonmont a levava para baixo da fila estreita. - Ela veio aqui hoje à noite, não foi? Ela tinha que pensar que eu poderia estar aqui. - Se ela mencionar o desafio de novo, você vai aceitá-lo? - Não. Parceria ARE & GRH - 19


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele estava farto daquele percurso em Turnham Green. Lyons sorriu para ele. - Com medo de que a moça vá vencer você? Gabe sabia muito para morder a isca. - Mais medo de que ela jogue seu cabriolé em cima da minha melhor parelha de cavalos. - Dizem que ela bateu Letty Lade. Isso não é pouca coisa. Ele bufou. - Letty Lade estava com quase setenta na época, é um milagre que a mulher não caísse da sua boléia. Deixe a senhorita Waverly comigo. Depois desta noite, não haverá mais conversa sobre uma corrida. - O que você pretende fazer? - Eu pretendo casar com ela. - disse Gabe. O que mais ele poderia fazer? Claramente seu avô a mimava demais, e aquele canalha Devonmont provavelmente a encorajava para sua própria diversão. A senhorita Waverly precisava de um homem para mantê-la na linha. E desde que ele era parcialmente responsável por sua situação atual, ele seria o único a fazê-lo. No processo, poderia resolver o seu próprio problema. Lyons ficou boquiaberto. - Casar com ela? Por que diabos você faria isso? Gabe deu de ombros. - Gran está exigindo que eu e meus irmãos nos casemos, e a Srta. Waverly precisa de um marido. Por que não deveria ser eu? - Porque ela o culpa pela morte de Roger? Gabe forçou um sorriso. - Uma vez que ela perceba que o que aconteceu com Roger foi realmente apenas um acidente... Ele parou de falar, fragmentos de memória o assolando. Roger o tirando da cama para a corrida. Lyons empalidecendo ao olhar para os rochedos quando eles chegaram ao percurso. O sangue de Gabe disparado enquanto ele se aproximava dos rochedos... Uma raiva atípica ferveu nele, e ele sufocou-a com esforço. Em geral ele não ficava com raiva. Há muito tempo atrás, ele tinha enterrado suas emoções em uma cova tão profunda que elas nunca poderiam ser desenterradas. Ou assim ele pensava. Desde o desafio da Srta. Waverly, ele tinha estado volátil, propenso a ataques irracionais de fúria. Não fazia sentido. Como poderia um desafio estúpido revolver o chão frio dentro dele? E ainda o fazia. Tudo parecia de sobrecarregar seu temperamento. Parceria ARE & GRH - 20


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Mas esta noite ele devia manter sua raiva sob controle, ou nunca teria sucesso em seus planos. Assim, ele empurrou suas emoções de volta para a sepultura que sentia mais rasa a cada dia. - Por que não encontrar alguém mais compatível para se casar? - perguntou Lyons. Porque a sua falta de complacência estranhamente atraía Gabe. Uma vez que ele tinha que se casar, não queria nenhuma plácida, bajuladora moça da sociedade. Ele queria uma mulher com espírito. Quem tinha mais espírito do que uma mulher corajosa o suficiente para desafiar publicamente um homem para uma corrida? Além disso, depois de tudo o que tinha ouvido sobre a senhorita Waverly e a vida triste que ela estava levando, ele não poderia deixar que essa situação continuasse. Não que ele pudesse dizer aquilo a Lyons, o duque não iria entender que ele só estava fazendo o que era certo. Ele exibiu seu sorriso habitual. - Você me conhece. Eu sempre gostei de um desafio. Parecendo convencido, Lyons tomou um gole de vinho. - Então não foi idéia de sua avó você se casar com a irmã de Roger? - Gran não especificou com quem devemos casar, só que nós todos devemos fazê-lo – ou nenhum de nós vai herdar. A propósito, isso não é de conhecimento geral, então eu agradeceria se você mantivesse para si mesmo. - Suponho que a senhorita Waverly não gostaria de ouvir que ela é a chave para você ganhar sua herança. Mas você precisa do dinheiro tanto assim? Oliver parece estar gerenciando bem a propriedade, Jarret convenceu sua avó para lhe dar a cervejaria de qualquer maneira, e Minerva agora tem um marido que pode se dar ao luxo de dar a ela o que ela quiser. Certamente você pode contar com eles para emprestar-lhe dinheiro se você estiver precisando. - Não é isso. – em um pouco mais de tempo, ele esperava se sustentar por conta própria de qualquer maneira - Estou preocupado com Célia. - Ah, sim. Esqueci-me dela. Gabe olhou para onde sua irmã estava dançando com algum estranho com o dobro da idade dela e parecendo decididamente irritada. Ela disse a Gabe na semana passada que ela não tinha intenção de se casar, enquanto Gabe ficava solteiro. “Nós dois devemos nos manter firmes,” ela disse “e Gran terá que capitular. Ela tem três de nós emparelhados – isso deve satisfazê-la” Gabe cerrou os dentes. Gran não ficaria satisfeita até que tivesse toda a família dançando sob sua música. E enquanto ele se recusasse a se casar, Célia podia culpá-lo pelo fato de que todos eles foram deserdados. Parceria ARE & GRH - 21


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Mas então ela seria a única a sofrer. Enquanto ele estava colocando seus planos para sua independência financeira no lugar, ela seria arrastada de parente para parente. Ela dizia que não precisava ou queria um homem, mas sem dote para compensar o peso do escândalo da família em suas perspectivas matrimoniais, ela não teria escolha além de se tornar uma solteirona. Ele se recusava a ser responsável por isso. Se Célia ainda não se casasse depois que Gabe se amarrasse, pelo menos ela não poderia culpá-lo. - Eu suponho que você não está procurando uma esposa. - disse Gabe, esperançoso. Lyons olhou-o de soslaio. - Sua linda irmã? Eu não tenho certeza se quero uma esposa que pode me matar com um tiro a vinte passos. Gabe sorriu com tristeza. - Essa parece ser a objeção da maioria dos homens em relação à Célia. E, dados os antecedentes familiares de Lyons, ele teria mais objeção que a maioria. Lyons voltou sua atenção para a Srta Waverly, que estava dançando uma quadrilha. - Acho que ela é bonita o suficiente. Um pouco desprovida de atributos, no entanto. Desprovida de atributos? Dificilmente. Entretanto, Gabe nunca tinha sido atraído por mulheres com seios como cadeiras almofadas estofadas. Fazia-as parecer desajustadas. Ele gostava de seios que pudesse tomar em sua boca sem se sentir sufocado. Ele apostaria que a senhorita Waverly tinha pequenos belos seios sob esse vestido marcial... e um pequeno derrière bem torneado para corresponder. Na verdade, ela estava condenadamente perto da perfeição. Mais alta do que a média do sexo feminino, com uma figura saudável esculpida por horas de caminhadas e cavalgadas. Então havia o seu belo cabelo, de um negro lustroso, preso em algum arranjo de penas e fitas xadrez e com cachos pendurados que faziam um homem desejar soltá-lo. E seu rosto, também – tão vivaz e bonito, do seu queixo atrevido até a testa aristocrática. Para não falar de seus olhos. Um homem podia passear por dias nas profundezas do lago daqueles olhos frios. Lyons esvaziou a taça de vinho e colocou-a sobre a bandeja de um lacaio que passava. - Seu ódio por você será um sério obstáculo para conquistá-la. Especialmente desde que você não é bom com as mulheres. Parceria ARE & GRH - 22


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - O quê? É claro que eu sou bom com as mulheres. - Eu não quero dizer as fulanas e viúvas alegres que perseguem você, porque você é o Anjo da Morte. Você não precisa fazer nada para conseguir que gostem de você, elas só querem ver se você é tão perigoso na cama quanto você é na pista de corrida. - Lyons olhou para a senhorita Waverly - Mas ela é uma mulher respeitável, e elas exigem finesse. Você tem que ser capaz de fazer mais do que se deitar com elas. Você tem que ser capaz de falar com elas. Gabe bufou. - Posso falar com as mulheres perfeitamente bem. - Sobre qualquer coisa que não os cavalos? Ou como encantadoras elas parecem nuas? - Eu sei como adoçar uma mulher. - a dança terminou, e Gabe viu Devonmont conduzindo a senhorita Waverly do salão. Quando a orquestra começou a tocar uma valsa, Gabe arqueou uma sobrancelha para Lyons. - Dez libras que eu posso tirá-la para dançar a valsa comigo. - Vinte e eu aceito. Com um sorriso, Gabe caminhou em direção a senhorita Waverly. Devonmont estava indo para a mesa de ponche. Boa. Isso devia facilitar as coisas. Quando ele se aproximava dela um outro homem também o fez, mas Gabe cuidou disso, com um olhar de advertência. O homem empalideceu, e em seguida, partiu na direção contrária. Havia vantagens concretas de ser o Anjo da Morte. Ela parecia alheia ao que tinha acontecido. Batendo o pé ao som da música, ela olhava com os olhos brilhantes os casais que se posicionavam na pista. Claramente ela estava ansiosa para dançar novamente. Isso não devia ser muito difícil. Gabe fez um caminho ao largo para que pudesse vir por trás dela. - Boa noite, senhorita Waverly. Ela enrijeceu, recusando-se a olhá-lo. - Estou surpresa em vê-lo em um passatempo tão sem graça, lorde Gabriel. Meu falecido irmão sempre dizia que não gostava de bailes. Não há perigo o suficiente, eu suponho, e poucas oportunidades para criar o caos. Ele ignorou ênfase. - Todo homem precisa de uma pausa ocasional no caos. E apesar de eu não gostar de ponche insípido, sorrisos falsos, e inevitáveis fofocas, eu gosto da dança. Ficaria feliz se você me desse a honra da próxima. Parceria ARE & GRH - 23


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Um fôlego escapou dela, e ela finalmente virou-se para fixá-lo com um olhar frio. - Eu prefiro mergulhar em um tanque de sanguessugas. A imagem vívida o fez engolir um sorriso. - Graças a Deus. - quando ela piscou para ele, ele acrescentou - Eu estava preocupado que você pudesse aceitar, e então teríamos que discutir esse absurdo de corrida. Ele virou-se como se para ir embora, e ela disse: - Espere! Ah, ele tinha o peixe na linha. Encarou-a novamente. - Sim? - Por que não podemos discutir isso aqui? Ele lançou um olhar significativo para as pessoas se esforçando para ouvir a conversa entre o notório Anjo da Morte e a notória fêmea sobre a qual se rumorejava que o desafiou para uma corrida. - Eu teria pensado que você preferiria a privacidade de uma valsa para isso, para evitar qualquer chance de seu avô descobrir o que você está planejando, mas se você não se importa... - Oh. - ela olhou em volta nervosamente - Você tem um ponto. - A decisão é sua. - ele disse casualmente - Você provavelmente só quer esquecer logo a coisa toda, nesse caso... - Não, na verdade. - ela ergueu o queixo e disse em uma voz alta - Eu ficaria feliz em dançar com você, lorde Gabriel. - Muito bem. - com um sorriso cordial, ele a levou para a pista, lançando um olhar triunfante para Lyon. Quando o duque ergueu os olhos para o céu, Gabe sorriu. Não era bom com as mulheres, hah! O que Lyons sabia sobre isso? Na verdade, ele raramente tinha relações com mulheres respeitáveis, mas ele poderia convencer uma mulher a se casar com ele. Ele era elegível o suficiente, apesar do escândalo que cercava sua família, e ele era geralmente considerado bonito. E deveria em breve herdar uma bela fortuna. Concedido, a senhorita Waverly tinha um certo preconceito contra ele, mas a sua situação atual era muito precária. Tudo o que ele precisa fazer era mostrar a ela o seu lado bom, suavizá-la um pouco, e em seguida, apontar as vantagens práticas de um casamento entre eles. Quão difícil poderia ser?

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Capítulo Dois Enquanto lorde Gabriel a levava para a pista de dança, a mente de Virginia vagava por uma fantasia do dia da corrida. Ao contrário de seu irmão, ela não estaria bêbada demais para vencer. Ela chegaria à linha de chegada à frente de lorde Gabriel, tendo o ultrapassado antes que ele alcançasse os rochedos. Multidões de pessoas se animariam, dizendo: “Esses Waverlys certamente tem coragem”. Seus amigos iriam zombar dele por perder para uma mulher. Ela mostrar-lhe-ia que não se deixava intimidar por suas roupas e faeton pretos, e por sua reputação. Ela iria acabar com sua pose de Anjo da Morte, então Roger poderia finalmente descansar em paz. E ela poderia parar de se sentir como se lorde Gabriel estivesse pisoteando sobre o túmulo de seu irmão cada vez que ele disputava outra corrida imprudente. - Você está muito bonita hoje à noite. - disse lorde Gabriel. Sua observação pegou-a desprevenida. - O que isso tem a ver com alguma coisa? - eles deveriam estar falando sobre a corrida. Ele piscou. - Eu estava apenas dizendo que você está bonita nesse vestido. Ela olhou para ele. - Você acha que eu não sei que meu vestido está três anos fora de moda? Eu sei que as mangas parecem ridículas, mas fiz o meu melhor reformando-o e... - Senhorita Waverly! Estou tentando fazer-lhe um elogio. Suas faces enrubesceram. - Oh. - seus olhos se estreitaram - Por quê? - Porque é isso que um cavalheiro faz ao dançar com uma dama. - disse ele, irritado. - Não quando ele só tem o espaço de uma valsa para discutir um assunto de grande importância. - ela respondeu - Nós deveríamos estar falando sobre quando teremos nossa corrida. E não temos muito tempo. - Oh, pelo amor de Deus. - ele murmurou baixinho. - Você pensou que, me lisonjeando, eu ia esquecer a coisa toda? Seus olhos pareciam um verde brilhante sob as velas, menos como uma floresta e mais como um oceano. - Não. Eu estava esperando lembrá-la de seu lugar no mundo. Parceria ARE & GRH - 25


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - E qual é esse lugar? - Como um membro respeitável da sociedade. Alguém que freqüenta bailes e é solicitada para danças. - sua voz se aprofundou - Não alguém que é condenada ao ostracismo por se engajar em uma corrida escandalosa. Maldito homem, ele era tão mau como Pierce. - Competir com você não é escandaloso. - ela disse com sarcasmo - As pessoas fazem isso o tempo todo. - As regras são diferentes para homens e para as mulheres, especialmente as solteiras, como você bem sabe. Correr contra mim vai reduzir instantaneamente suas perspectivas de casamento. Por que ele se importava? - Você assume que se eu não correr com você, lordes e comerciantes ricos vão cair aos meus pés como mendigos em uma festa. Seus olhos tornaram-se cuidadosamente inexpressivos. - É isso que você quer? Que um lorde implore para se casar com você? - Não, na verdade. - ela disse enquanto ele a conduzia habilmente nas voltas. Sem grande surpresa, ele era um bom dançarino. Ele era, provavelmente, bom em qualquer coisa que envolvesse lidar com mulheres. - Eu quero ficar em casa e cuidar do meu avô até que ele morra. Nenhum lorde permitiria isso. Mesmo se eu pudesse encontrar algum que me pedisse. - Entendo. E o que seu avô acha desse plano? O rubor cobriu suas bochechas. - Isso não é da sua conta. - Ah, mas é. - ele respirou fundo - Por causa da morte de Roger, você vai perder a sua casa quando o general morrer. Waverly Farm está vinculada e ficará para seu primo. Um arrepio percorreu-lhe a espinha. - Como você sabe disso? - Eu contratei um detetive de Bow Street para investigar sua situação depois que você me desafiou para a corrida. Ela ficou boquiaberta. - Você... você... o quê? - Ele me disse que as coisas têm sido difíceis. Seu avô tinha planejado que Roger herdasse o haras e o ajudasse a gerenciá-lo. Então Roger morreu. E quando você completou dezesseis anos, o general foi jogado de um cavalo e teve ferimentos graves, e isso lhe tomou algum tempo para...

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Como você se atreve! - ela sussurrou. Ele tinha vasculhado assuntos particulares de sua família? Que humilhante! - Poppy está bem. Estamos bem, seu... seu miserável presunçoso. Ela tentou se libertar dele ali mesmo, mas ele agarrou-lhe a mão e a cintura com tanta força que ela teria que fazer uma cena para levá-lo a soltá-la. E ela não estava disposta a humilhar-se diante dele e de seus amigos nobres, que provavelmente estavam rindo sobre isso neste exato momento. Ele se inclinou para perto, sua expressão estranhamente resoluta. - O haras está resistindo duramente, e ele não pode se dar ao luxo de oferecer-lhe uma temporada ou um dote suficiente. Então não finja que sua recusa a se casar é uma escolha. A verdade é que a sua situação faz com que seja difícil para você encontrar um marido. Você só está fazendo o melhor da mão ruim que lhe coube. Ela queria afundar no chão. Não, ela queria dar-lhe um tapa por sua recitação sem emoção de seus problemas. - Este baile é o primeiro que você já assistiu. - ele continuou - E você está aqui porque eu convenci o duque a convidar você e sua família. Ela fantasiou uma estaca em seu coração. - Eu deveria saber. Você quer me humilhar diante de seus amigos, como vingança por eu tê-lo transformado em uma piada com o meu desafio. - Oh, pelo amor de Deus... - ele soltou um suspiro frustrado - Mesmo se você tivesse me transformado em uma piada, o que você não fez, eu não tenho nenhum desejo de humilhá-la. - ele a encarou - Eu a fiz ser convidada para que pudesse lhe fazer uma proposta. Já que eu duvidava que seu avô me permitiria visitar você, tive que arranjar as coisas por mim mesmo. Seu olhar sobre ela era determinado, sério... perturbador. Isso a encheu de um estranho sentimento de cautela. - Essa proposta tem a ver com nossa corrida? - ela perguntou, seu coração pulsando violentamente em seus ouvidos. - Diabos, não! Eu não estou interessado em correr com você. - Ah! Agora, a verdade vem à tona. Eu não tinha pensado que você era um covarde. Algo brilhou em seus olhos. - E eu não tinha pensado que você era estúpida. - A rispidez em sua voz a fez tremer, e não inteiramente de medo. Ela não conhecia lorde Gabriel quando ele era amigo de Roger. Roger a tinha considerado muito jovem, aos treze anos, para ficar com ele quando ele estava com seus amigos nobres. Além disso, os homens estavam geralmente na Parceria ARE & GRH - 27


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries escola, e quando não, se encontravam em Londres, ou em algum botequim ou na casa da cidade de propriedade da avó de lorde Gabriel, Sra. Plumtree. Então, ela o tinha visto apenas uma vez, no funeral de Roger. Mesmo que tivesse sido um mero vislumbre, já que Poppy tinha ordenado que ele saísse de suas terras no momento em que chegou. Ainda assim, esse vislumbre tinha sido o suficiente para fazê-la odiá-lo por sobreviver à corrida e seu irmão não. Embora talvez ele não fosse bem o que ela pensava. - Muito bem, então, não é um covarde. - ela admitiu - Então, eu não entendo a sua relutância em correr comigo. Você parece correr com quem quer que o desafie. - Não com mulheres. - seu olhar queimou dentro dela - Não com a irmã de Roger. - Como se isso importasse. - ela zombou - Você nunca demonstrou qualquer interesse na minha família antes. - Isso é porque eu não sabia sobre você – não importa o que você pensa de mim, Roger foi o meu mais próximo amigo. Eu me importava o suficiente com ele para não querer ver sua irmã envolvida em um escândalo. Eu gostaria de propor outra coisa em seu lugar. Ela não podia imaginar o que poderia ser. - Eu quero te cortejar. - completou. Por um momento, ela pensou que o tinha entendido mal. Então notou o olhar de expectativa em seu rosto e percebeu que ele falava sério. - Você? Cortejar-me? - ela imbuiu as palavras com tanto desprezo quanto conseguiu reunir - Essa é a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Ele não parecia nem um pouco ofendido. - Ouça-me. - disse ele enquanto a girava sobre o chão de madeira polido Graças a mim, você não tem ninguém para sustentá-la. Se Roger tivesse sobrevivido, teria herdado Waverly Farm e você sempre teria uma casa, mas já que ele não o fez, você vai perdê-la quando seu avô morrer. - E a solução para isso é eu me casar com você. - ela disse, ainda mal conseguindo acreditar no que ele oferecia. - É o mínimo que posso fazer. Eu não esperava que você aceitasse isso, sem mais nem menos, mas com certeza você poderia considerar um cortejo. seus olhos brilhavam para ela sob o brilho das lâmpadas a gás - Você pode descobrir que eu não sou tão horrível assim quando você começar a conhecerme. Parceria ARE & GRH - 28


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu o conheço o bastante para dizer que você é arrogante, intrometido, propenso a fazer suposições... - Eu disse a verdade sobre a sua situação. Admita. - Você ultrapassou os limites. - disse ela resolutamente – Você não tinha o direito. Ele murmurou uma maldição baixa. - Eu estou tentando ajudá-la. A humilhação caiu sobre ela. A única coisa pior do que ser pedida em casamento por seu pior inimigo, era ser alvo da pena dele. - Eu não preciso da sua ajuda, sir. E eu certamente não preciso - ou desejo – você como marido. O canalha nem sequer pestanejou. - Só porque você já ouviu alguma fofoca tola sobre mim. Dê-me uma chance. Eu poderia surpreendê-la. - ele lhe deu um sorriso arrogante - Seu irmão gostava muito de mim. - Sim, e ele acabou morto graças a isso. - ela atirou de volta. Um olhar ferido atravessou seu rosto, e ela quase desejou que pudesse retirar as palavras. Até que aquele vestígio de dor desapareceu, substituído por uma determinação de aço que a assustava. - É exatamente por isso que eu estou me oferecendo para fazer as pazes me casando com você. - disse ele com uma fria falta de emoção. - Porque você tem um futuro sombrio à sua frente, se você não encontrar um marido. Que coisa monstruosa para se dizer, mesmo que fosse verdade. Ela ergueu seu queixo. - Estou muito contente de estar com meu avô. - Ele não vai viver para sempre. E quando ele morrer... - Eu vou encontrar uma posição como dama de companhia. Lorde Gabriel fez uma careta. - E estar sujeita a todos os caprichos de seu patrono? - Como sua esposa, eu estaria sujeita a seus caprichos. Por que isso é melhor? - Porque eu teria seus melhores interesses no coração. Seu patrono não. - Então eu vou me tornar uma governanta. - Você se colocaria à mercê de alguma matrona mandona e seus sete filhos? Como isso poderia ser satisfatório para uma mulher instruída e refinada? - seu olhar escrutinou seu rosto. - E se a sua beleza a deixa à mercê de um marido mulherengo ou filho lascivo? Parceria ARE & GRH - 29


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ignorando seu segundo elogio surpreendente sobre sua aparência, ela olhou para ele. - Você assume que todo mundo tem a sua moral, senhor. - Alguns não têm a minha moral. - ele retrucou - Mas muitos homens têm, e eu odiaria ver a irmã de Roger vítima de tal ruína. Lá estava de novo, sua referência a ela como a irmã de Roger. Será que ele realmente sentia culpa sobre o que tinha acontecido? O dia em que ela o confrontou em Turnham Green, ele tinha mostrado uma grande dose de remorso, mas ela tinha assumido que era apenas encenação na frente de sua família, quem ele não queria que pensasse mal dele. No entanto, aqui estava ele de novo. Ela bufou. Não era remorso o que ele estava mostrando, mas arrogância. Tão típico. A maneira como ele desfilava pela cidade rindo da morte, como se o acidente de Roger não o houvesse tocado nem um pouquinho, a deixava danada da vida. Além disso, sua proposta de casamento não se encaixava em seu caráter. Embora ela não se movesse muito na sociedade, tinha ouvido falar sobre as façanhas dos irmãos Sharpe com as mulheres. Por que de repente ele queria se casar? E por que ela? Ela não acreditava nem por um minuto que ele realmente queria fazer as pazes. Ele não tinha tentado fazê-lo desde as cartas que ele tinha escrito para Poppy logo após a morte de Roger. E isso seria uma forma extrema de fazer as pazes – se amarrar para toda a vida. Não, ele devia ter algum motivo. Ela só não sabia o que era. Não que isso importasse. Ela não iria se casar com ele por nenhuma razão. - Tão lisonjeada como estou por sua vontade de melhorar minhas circunstâncias, sir, - disse ela em um tom cortante – temo que devo declinar a sua oferta. A única coisa que eu quero de você é uma chance de disputar uma corrida. Se você não estiver interessado nisso, não vejo nenhuma razão para continuar esta conversa. Lorde Gabriel parecia frustrado, o que lhe dava uma satisfação perversa. A dança estava terminando, graças a Deus. Ela iria encontrar Pierce e ir embora, agora que sabia que seu convite tinha sido apenas um ardil. - E se eu concordar com uma corrida diferente? - disse ele, enquanto as últimas notas da valsa soavam. - Não no percurso que matou seu irmão, mas em outro. Ela olhou para ele, surpresa. - A corrida de carruagem. - disse ela, para confirmar o que ele quis dizer. Ele a levou da pista de dança, cobrindo a mão dela com a sua. Parceria ARE & GRH - 30


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Entre você e eu. Se você ganhar, eu vou apostar corrida em Turnham Green como você me assola a fazer. - ele atirou-lhe um olhar desafiador - Mas se eu ganhar, você me deixa cortejá-la. Ela respirou fundo. Podia ter a corrida em Turnham Green depois de tudo. Se ganhasse esta nova corrida que ele estava propondo. - Você pode até escolher o percurso. - disse ele. O sangue dela começou a martelar. Se ela escolhesse o percurso, teria ainda melhor chance de vencer. E isso não seria delicioso – vencê-lo duas vezes, especialmente depois de todo o seu discurso presunçoso sobre se casar com ela? Ele nunca seria capaz de manter a cabeça erguida perto de seus amigos de novo! - Qualquer percurso que me agrade? - ela perguntou. Ele acenou com a cabeça. - Você pode até usar o mesmo em que você correu contra Letty Lade. Sem chance. Ela correu com Lady Lade em Waverly Farm, quando os Lades tinham levado uma égua para ser coberta por um dos garanhões de Poppy. Ela e Lady Lade tinham corrido por uma pista de terra de apenas um quilômetro de comprimento. Esperar que o notório Anjo da Morte corresse contra ela nesse maçante percurso seria embaraçoso. Mas outro lhe saltou imediatamente à mente. - E quanto àquele perto de Ealing em que você e Roger corriam o tempo todo? - e que ela tinha percorrido com sua carruagem uma centena de vezes. Roger a levava lá quando ele queria praticar, e ela era a única com quem ele podia praticar. Ele levantou uma sobrancelha para ela. - Você sabe sobre isso? Ela fingiu indiferença. - Roger sempre falava sobre suas corridas contra você. Incomodava-lhe que não podia vencê-lo com mais freqüência. - Ele me vencia com bastante freqüência. - disse lorde Gabriel laconicamente. Só não quando isso contava. Eles estavam do outro lado do salão, em frente ao canto onde Pierce estava de pé, segurando duas taças de ponche e observando-a com os olhos apertados. Ela ignorou seu primo. - Então, estamos de acordo? Corremos o percurso perto de Ealing? O olhar de lorde Gabriel se fixou nela com intensidade inquietante. - Você concorda com meus termos? Parceria ARE & GRH - 31


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela hesitou. Mas realmente, como não poderia? Não importa que seus termos envolvessem um cortejo, ela ganharia. Seus cavalos conheciam o percurso também. Ele podia ter uma carruagem rápida, mas ela também, e ainda tinha a vantagem de ser menor e mais leve do que ele. - Eu concordo com seus termos. Um sorriso apareceu em seu rosto que quase a deixou sem fôlego. Era verdadeiramente irritante quão bonito ele poderia parecer quando queria. - Muito bem, então, - ele disse - o percurso perto de Ealing. Nesta sextafeira é cedo demais para você? Isso lhe dava pouco mais de três dias para se preparar, mas seria suficiente. - Certamente, desde que seja depois de uma da tarde, assim meu avô pensará que eu estou fora em meu passeio à tarde. - retardando seus passos enquanto se aproximavam de Pierce, ela baixou a voz - E não conte a meu primo. Ele iria direito a Poppy com isso. Um olhar astuto atravessou o rosto de lorde Gabriel. - Isso significa que teremos uma corrida secreta? Só nós dois? Algo no sorriso preguiçoso de lorde Gabriel a colocou em guarda. E fez seu coração bater um pouco mais rápido. Ela fez uma careta. - Não seja ridículo. Pierce tem que estar lá. Alguém deve ter certeza que você não vai me enganar. - Pelo amor de Deus... - Mas eu não vou dizer-lhe até o último minuto. Isso funcionou bem quando ele me trouxe a Turnham Green. - ela ergueu o queixo - Eu posso conseguir que Pierce faça o que eu quiser. - Exceto não fofocar sobre você para o seu avô. - disse lorde Gabriel secamente - Eu suspeito que haja limites para a indulgência com seus caprichos, mesmo para Devonmont. - Não que eu tenha alcançado. - Ainda. Lorde Gabriel não entendia sua amizade com seu primo. Ela era praticamente uma irmã para ele. Mas, quando Pierce chegou até eles, muito impaciente para esperar por sua abordagem, ela se perguntou se havia limites para sua indulgência. - Boa noite, Sharpe. - disse Pierce com uma voz fria. Ele empurrou uma taça para ela - Você disse que estava com sede. - Na verdade estou. Obrigada. Pierce olhou para lorde Gabriel. Parceria ARE & GRH - 32


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Fiquei surpreso ao ver vocês dois dançando, Sharpe, dado que Virgínia não gosta de você. - Isso são águas passadas. - disse lorde Gabriel com um sorriso de desdém. Virginia olhou-o de soslaio. O homem tinha uma irritante tendência a acreditar em tudo o que lhe convinha. Um cavalheiro que parecia familiar perambulou para se juntar a eles, e ambos, Pierce e lorde Gabriel, enrijeceram à sua abordagem. - Bem, bem, - disse o homem, observando o pequeno grupo com interesse – que surpresa vê-lo aqui, Sharpe. Você perdeu a corrida de hoje. Lorde Gabriel encolheu os ombros. - Não havia razão para vir. Eu sabia que a potranca de Jessup ganharia. - O que você diz sobre isso, Srta. Waverly? - disse o estranho com condescendência bajuladora - Pena que você não consultou Sharpe. Seu avô poderia ter se poupado o trabalho e deixado Ghost Rider em casa. Virginia sentiu uma antipatia imediata pelo homem. - Sinto muito, sir, mas não creio que o conheço. Pierce entrou em cena para apresentar o homem como o tenente Chetwin. - Chetwin foi quem correu contra Sharpe em Turnham Green. acrescentou. - Ah, sim, eu me lembro. - outro canalha imprudente disposto a fazer qualquer coisa pela emoção, não importa quem ele podia machucar. Ela ficou surpresa que Pierce o conhecesse, entretanto. Ele nunca tinha mencionado o homem. - Diga-me, senhorita Waverly, - disse o tenente com um sorriso - Sharpe ainda se recusa a correr com você? - Eu não vejo como isso possa ser da sua conta. - disse ela friamente. Isso baniu seu sorriso. - Eu apenas me perguntava se ele é tão reticente em correr com você quanto é em corre comigo. Eu continuo tentando convencê-lo a correr novamente em Turnham Green, mas ele não vai. Da última vez, eu tive que insultar a sua mãe para provocá-lo a enfiar a agulha. - E ainda assim eu o venci. - lorde Gabriel arrastou as palavras, embora seus olhos brilhassem - Se não fosse por bater nas pedras e destruir minha carruagem na primeira vez que corremos lá, eu o teria vencido duas vezes. - Sim, mas não bater nas pedras é o ponto, meu velho. - Tenente Chetwin zombou - Você não concorda, Srta. Waverly? Aquele homem terrível estava se referindo à morte de seu irmão? - Parece- me que a vitória é o ponto, sir. E você perdeu. Parceria ARE & GRH - 33


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries O olhar do Tenente Chetwin se tornou frio. - Só porque uma pedra entrou em um dos cascos dos meus cavalos, como Sharpe bem sabe. E porque eu tive o bom senso de recuar antes que pudesse ser esmagado nas rochas. Ela ficou chocada ante a referência. Que tipo de cafajeste pisoteava o pesar de alguém? - Isso passou dos limites, Chetwin. Entretanto, você nunca aprendeu a falar corretamente com uma dama. - lorde Gabriel rosnou. Chetwin lançou um olhar de desprezo para ela. - Uma dama não desafia cavalheiros para corridas que não tem a intenção de realizar. - Eu tenho a intenção de realizá-la! - disse ela com veemência - Assim que eu vencer lorde Gabriel em Ealing na sexta-feira! - no momento em que as palavras saíram de sua boca, ela poderia ter chutado a si mesma. - Se você nos der licença, a Srta Waverly me concedeu a próxima dança. – disse lorde Gabriel, e a levou de volta para a pista. Desta vez, era uma dança escocesa. Apropriada, uma vez que sua mente estava cambaleando. Lorde Gabriel a tinha defendido do desagradável Chetwin. E até que ela tinha se denunciado, ele manteve segredo sobre a corrida, também, quando poderia facilmente ter rebatido as insinuações do tenente se gabando ao homem sobre isso. Dado seu talento evidente para o drama, aquilo era um pouco estranho. Ele pegou-a pela cintura para dançar em linha e disse: - Desculpe por isso, Srta. Waverly. Chetwin é um idiota. - Eu concordo. Por que ele o odeia tanto? Um músculo palpitou na mandíbula de lorde Gabriel. - Eu ganhei uma corrida contra ele na frente de todo o seu regimento de cavalaria e o humilhei diante dos homens sob seu comando. Ele está ressentido desde então. É por isso que ele continua me atormentando para correr contra ele em Turnham Green novamente. - Isso não é desculpa para o seu comportamento comigo. - disse ela antes de serem separados novamente. Quando eles estavam juntos na dança de novo, ele falou: - Você lembrou-lhe que eu o venci. Isso é motivo suficiente para que ele não goste de você. Por que você fez isso, quando você diz me odiar também? seus olhos brilhavam para ela como se tivesse tirado alguma falsa conclusão disso. Parceria ARE & GRH - 34


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela fungou. - Se alguém vai criticá-lo, lorde Gabriel, serei eu, não um tolo vil, cuja missão na vida parece ser causar problemas. Ele riu, e a dança os separou novamente. Depois disso não falaram mais, mas ela estava muito consciente de que algo havia mudado entre eles. As palavras do tenente flutuavam em sua mente: “Da última vez, eu tive que insultar a sua mãe para provocá-lo a enfiar a agulha”. Tinha sido realmente por isso que lorde Gabriel tinha corrido com aquele sujeito vil – por causa de um insulto à sua mãe? Não mudava nada, é claro. Mas isso... bem... atenuava um pouco, já que seus pais haviam morrido escandalosamente. Ela tinha ouvido todos os rumores anos atrás sobre os falecidos lorde e lady Stoneville. A história oficial era que lady Stoneville tinha matado o marido por acidente, em seguida, se matou de desgosto, mas todos os tipos de outros contos abundavam. Que o seu filho mais velho, o atual lorde Stoneville os havia assassinado por sua fortuna. Que lady Stoneville tinha matado o marido por ciúmes de mais uma de suas muitas indiscrições. Não é de admirar que lorde Gabriel se sentisse compelido a aceitar o desafio do homem. Ela franziu o cenho. Como ela poderia arranjar desculpas para ele? Ele era um idiota irresponsável sem senso de decência, um patife arrogante que achava que ela deveria ser grata porque ele queria se casar com ela... E um homem que tinha perdido seus pais de uma forma horrível, aos sete anos, e de alguma forma ainda conseguia encontrar um pouco de alegria na vida. Ela olhou para ele quando voltaram com seus parceiros alternativos na dança. A mulher que ele estava girando sorriu para ele, e ele sorriu de volta. Tudo bem, para que ela pudesse ver como algumas mulheres podiam achálo encantador. Ele tinha uma maneira de fazer uma mulher sentir como se tivesse toda a sua atenção quando estava com ele. Toda vez que a dança os colocava juntos de novo, ele sorria, e cada vez que ele o fazia, seu pulso dava um pequeno alvoroço. Claramente ela não saía em sociedade o suficiente. Seu pulso não tinha experiência com homens, absolutamente. Eles terminaram a dança, e ele levou-a da pista. - Uma vez que o gato está fora do saco, - disse ele - o que você vai fazer sobre o seu primo? - Deixe Pierce comigo. Eu vou encontrá-lo sexta-feira à uma e meia. Apenas certifique-se de estar lá. Parceria ARE & GRH - 35


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Pierce poderia chiar tudo o que ele quisesse. Ela iria correr com lorde Gabriel, e ela iria ganhar, primeiro em Ealing, em seguida, em Turnham Green. Então ela iria tirá-lo – e sua bela aparência e reputação selvagem da sua mente para sempre.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Três Hetty Plumtree estava sentada na biblioteca de Halstead Hall por pelo menos uma hora. Seu neto mais jovem deveria estar em casa agora. O resto da família havia retornado do baile em Marsbury House há algum tempo. E dado o que lhe contaram, ela não sabia o que pensar de ausência continuada de Gabe. Por outro lado, ele nunca se comportava como o esperado. O patife tinha uma veia rebelde que corria todo o caminho até os dedos dos pés. Lembrava-se de uma ocasião em que ele... - Você não precisava esperar. - disse uma voz praticamente ao seu lado. Ela pulou, em seguida, golpeou-o com a bengala. - Você está tentando me dar um ataque cardíaco, esgueirando-se assim? De onde você saiu, seu diabinho? Seu neto de 1,90m riu e apontou para a janela aberta atrás dela. Ele se curvou para beijar sua bochecha, e ela sentiu o cheiro almiscarado de cavalos dele. Ele devia ter demorado nos estábulos para cuidar pessoalmente de sua montaria, o que a alarmou. Ele só fazia isso quando alguma coisa o havia perturbado. - Onde você estava? - ela retrucou - Todo mundo chegou em casa há horas. - Da última vez que verifiquei, - ele falou enquanto se jogava na cadeira em frente a ela - eu não era obrigado a informar sobre minhas idas e vindas. - Não seja impertinente. - ela resmungou. Ele apenas riu novamente. Era a maneira de Gabe torcer o nariz para o mundo. Ele fingia que seu coração não tinha sido partido duas vezes já em sua jovem vida, primeiro com a morte de seus pais e, novamente, no dia em que Roger Waverly morreu. Gabe engessava as feridas com algumas piadas e um sorriso imprudente, mas ao longo das últimas seis semanas, o gesso parecia estar rachando. Ele não podia ver, mas ela conseguia. E quando essas feridas começassem a sangrar de novo, todas as piadas do mundo não conseguiriam estancar o sangue. - Então, como foi o baile? - ela perguntou, querendo saber como abordar o assunto que ela realmente queria discutir. Seu sorriso desapareceu. - Você sabe muito bem como foi. Tenho certeza que os outros lhe contaram tudo sobre isso. Parceria ARE & GRH - 37


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Se ele podia colocar suas cartas na mesa... - Eles disseram que você dançou com a Srta Waverly. Duas vezes. - Dancei. - Você não está pensando em aceitar seu desafio, não é? - Na verdade, eu estou pensando em me casar com ela. Hetty ficou boquiaberta. - Mesmo que ela odeie você? - ele estava falando sério? Ele fez uma careta. - Por que todo mundo fica dizendo isso? - Porque é verdade. - Ela não pode me odiar – ela não me conhece. Ela odeia que seu irmão tenha morrido correndo comigo, mas isso não significa que ela me odeia. - ele cruzou os braços sobre o peito - Eu a persuadi a dançar comigo, não foi? - O que você fez – insinuou que concordaria com a corrida se ela dançasse com você? - quando ele deu de ombros, ela bufou - O que vocês rapazes não sabem sobre as mulheres poderia encher um oceano. Manipular uma mulher não leva a lugar algum com ela, a longo prazo. - No entanto, você continua a tentar manipular-nos. - disse ele secamente. - Isso é diferente. Para o que servem as avós, senão atormentar seus netos? Encarando seu maxilar rígido e olhos assombrados, ela sentiu um aperto súbito no peito. Sempre teve um fraco por Gabe, com a sua natureza calma, a falta de medo e o sorriso que desafiava a morte. Mas sempre se sentiu impotente para alcançá-lo. - Isto não é o que eu queria para você. - ela disse suavemente - Eu queria amor, vida e felicidade. Não uma mulher que vai fazer a sua vida um inferno. As palavras contundentes pareceram perturbá-lo, pois ele enrijeceu imediatamente. - Então você não deveria ter planejado seu ultimato. - Você não tem que escolher uma mulher que tem todos os motivos para odiá-lo. - Graças a mim, ela vai ser destituída quando seu avô morrer. Imaginei que casar com ela era o mínimo que eu podia fazer. Ela lançou-lhe um olhar cético. - E ela concorda? - Ela concordará. Eventualmente. - Gabriel... - Chega. - disse ele, levantando-se – Contanto que eu consiga uma esposa, você não tem razão para reclamar. Parceria ARE & GRH - 38


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você tem que sobreviver até o casamento para que isso conte, você sabe. - ela explodiu quando ele se afastava. Ele se virou para olhar para ela. - O que você quer dizer? - Se você está planejando correr com ela... - Ah. Você acha que eu vou me matar enfiando a agulha em Turnham Green. - Você teve sorte três vezes. A sorte de ninguém dura para sempre. Ele franziu a testa. - E se eu jurasse nunca mais enfiar a agulha de novo, contra a senhorita Waverly ou qualquer outra pessoa? O que você me daria? Ela hesitou. Tal voto eliminaria sua maior preocupação, que ele corresse esse maldito percurso e se matasse ou alguém morresse. Qualquer desses cenários poderia tirá-lo do alcance de sua família para sempre. Ainda assim, a negociação com os netos era arriscada. Isso havia funcionado para seu benefício com Jarret, mas Gabe era outra questão inteiramente diferente. - O que você quer? - Eu quero que você rescinda o seu ultimato para... - Isso nunca vai acontecer. - ela interrompeu - Além disso, você disse que queria casar com a senhorita Waverly para ajudá-la. - E quero. Mas não é para mim que quero que o rescinda. É para Célia. Ela ficou boquiaberta. - Por quê? - Você já vai ter quatro de nós emparelhados. Sei que o restante de nós demorou muito, mas ela tem apenas vinte e quatro anos. Deixe-a encontrar um marido em seu próprio tempo. Ou não encontrar um, afinal, se for isso que ela preferir. Eu não quero vê-la se casar com um caçador de fortunas, e nem você. Você teve sorte com Minerva, mas Célia é... diferente. - Você quer dizer, porque ela atira por entretenimento. - Porque ela vai manter-se firme para resistir a seu ultimato. Ela vai deixála entre a cruz e a espada. Você realmente não quer deserdar todos nós. E você certamente não quer fazê-lo se todos cumprirem suas exigências, menos ela. Ele estava certo, mas ela não diria isso a ele. - Eu vou fazer o que tenho que fazer. Seus lábios se apertaram em uma linha. - Então eu vou correr com quem eu quiser, em qualquer percurso que eu quiser. Parceria ARE & GRH - 39


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela fez uma careta para ele. - Lembre-se que eu disse. Se você morrer antes de se casar, então ninguém herda qualquer coisa. - Sério? Você puniria os meus irmãos em luto só porque eu tive a audácia de morrer e frustrá-la em ver seus planos ser concretizados? Eu não creio. então esse brilho descarado apareceu em seus olhos, aquele que ela conhecia tão bem desde que ele era um menino e fugia para o estábulo, não importava qual a punição que ela inventasse para fazê-lo ficar parado - Além disso, você não ouviu? Eu sou o Anjo da Morte, eu não posso morrer. Um arrepio percorreu-lhe a espinha. Maldito tolo. Dizer uma coisa dessas era tentar o Destino. Ele deu um passo mais perto, sua voz baixa. - E eu vou viver só para assistir Célia fazer você se contorcer, Gran. Eu suspeito que, quando for a vez dela de encontrar um cônjuge, você vai se arrepender de ter vindo com esse seu plano. Nunca diga que eu não avisei. Quando ele se virou novamente para sair, ela disse: - Eu vou pensar sobre isso. Ele fez uma pausa para olhar para ela. - Eu não estou dizendo que vou aceitar sua oferta. Mas vou considerá-la. - É melhor você considerá-la em breve. - ele falou - Eu estou competindo com a senhorita Waverly em três dias. - ele se afastou. Maldito menino! Parecia que ele tinha herdado a sua habilidade na manipulação. Se ela não tivesse cuidado, ele poderia levar vantagem nesta batalha. Ela usou a bengala para se levantar. Mas ela tinha chegado muito longe sem ceder às reclamações de seus netos. Ela não estava disposta a ceder por causa das ameaças de Gabe. Ainda assim, enquanto ela mancava até seu quarto, suas palavras soaram em sua cabeça: “Eu sou o Anjo da Morte – eu não posso morrer”. Ela sabia melhor do que ninguém que a morte poderia agarrar você quando você menos esperava. E ela não podia suportar a idéia de perder alguém mais que amava para suas mãos gananciosas. O general Isaac Waverly estava debruçado sobre seu café da manhã com ovos fritos e bacon quando seu sobrinho-neto entrou na sala. Ainda sofrendo com a perda da Copa Marsbury ontem, Isaac nem sequer olhou para cima.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ghost Rider deveria ter ganhado – o potro tinha perdido por um simples nariz. Como Waverly Farm poderia saldar as dívidas, se seus cavalos não conseguiam ganhar prêmios? Um haras vivia e morria da reputação de seus cavalos de corrida, e ele não tinha um vencedor espetacular há algum tempo. Ele estava conseguindo cada vez menos dinheiro das taxas de cobertura dos seus garanhões, e seus poucos arrendatários estavam lutando por causa da seca recente. Tinha sido um ano difícil para muitos latifundiários, mas ele precisava conseguir fundos para Virginia. Ele muito temia que ela não encontrasse um marido com seu pequeno dote. Entre a falta de uma temporada e sua incapacidade de segurar a língua quando devia, ela precisava de toda a ajuda que pudesse conseguir. E ele devia isso a ela. A menina tinha desistido de seu futuro para cuidar dele após a sua lesão, ela merecia algo mais do que uma vida cuidando de um mal-humorado irritadiço como ele. Ele olhou para Pierce. - Como foi o baile? Será que a nossa menina dançou com alguém? Pierce serviu-se de uma xícara de chá. - Pode-se dizer isso. - Alguém que eu conheço? Seu sobrinho hesitou, então olhou para a porta que dava para a cozinha, de onde vinham os sons de conversas alegres de Virgínia com os servos. Não era nenhuma surpresa para Isaac que ela estivesse tão confortável na cozinha, quanto estava em uma sala de estar. Nesses longos meses depois de ter sido jogado de um cavalo e incapaz de sair da cama, a única companhia de Virgínia, além da visita ocasional de Pierce, eram os servos. Eles a adoravam. Seu cozinheiro lhe dava furtivamente seu bolo de gengibre quando ela estava triste, a governanta a consultava sobre as contas e os menus, e seus cavalariços a deixavam escolher o cavalo que quisesse, mesmo os que ele havia instruído que eram estritamente proibidos para ela. A menina tinha a energia de sua mãe e o temperamento do pai. Eles discutiam sobre tudo quando ela se alvoroçava para pôr ordem em sua casa de viúvo. Às vezes, ele achava mais fácil apenas deixá-la fazer o que queria. - Então, com quem ela dançou? - ele espetou Pierce. - Gabriel Sharpe. Uma sensação de mau agouro o pegou pelas bolas. - Por que diabos ela iria dançar com aquele bastardo arrogante? Seu sobrinho fez uma careta. Parceria ARE & GRH - 41


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Há algo que eu deveria ter contado há um mês, quando aconteceu. Mas achei que você já tinha o bastante na cabeça, e eu realmente não acreditava que ela continuaria com isso. Agora eu não tenho tanta certeza. - Que continuaria com o quê?- ele perguntou, seu sangue esfriando. Em poucas palavras concisas, Pierce contou exatamente o que sua neta cabeça quente tinha feito. Isaac saltou da mesa de café da manhã como um cavalo ao ouvir um tiro. - Virginia Anne Waverly! - gritou - Venha aqui neste minuto! A pequena impertinente entrou na sala com um prato de torradas em uma mão e uma bandeja de manteiga na outra, exibindo uma expressão de pura inocência que não o enganou por um minuto. - Sim, Poppy? Ele fez uma careta. - Pierce me disse que você planeja realizar uma corrida estúpida contra lorde Gabriel Sharpe. Ela lançou um olhar traído ao primo enquanto colocava o prato e bandeja em cima da mesa. - Você vai ver se eu vou bordar um par de chinelos para você novamente. Pierce olhou-a friamente sobre sua xícara de chá. - Se você me bordasse mais algum chinelo, teria que me crescer pés extras. - Você sabe perfeitamente bem que precisa de um número excessivo de chinelos. -disse Virginia - Você os gasta mais rápido do que... - Eu não me importo com os malditos chinelos de Pierce! - Isaac gritou Eu quero saber o que a possuiu para desafiar Sharpe para uma corrida! Não é típico de você fazer algo tão estúpido. A raiva brilhou em seu rosto. - Não é nada para se preocupar, apenas uma pequena corrida de carruagem ao longo desse percurso em Ealing. Você deve se lembrar dele – não é nem um pouco perigoso. - Qualquer tipo de corrida é perigosa, mocinha! - Poppy, sente-se. - disse ela com firmeza enquanto ia para o seu lado e tomava-lhe o braço - Você sabe que o médico diz que você deve evitar aborrecimentos. - Então pare de me aborrecer! - ele afastou sua mão - Pierce me disse que você realmente desafiou o homem a enfiar a agulha – o que você estava pensando? Uma onda de calor cobriu suas bochechas. Parceria ARE & GRH - 42


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu estava pensando em vencê-lo e que ele finalmente teria que parar de se pavonear pela cidade, mostrando seu talento em levar as pessoas à morte. Isso freou o temperamento de Isaac bem rápido. A morte de Roger tinha sido um duro golpe para eles, mas tinha sido mais difícil para ela. Ela idolatrava o irmão, e sua morte tinha deixado uma mancha no monumento gigante que vinha construindo em sua honra desde que era uma menina. Ela não conseguia ver direito quando se tratava de Roger. - Oh, gatinha. - disse ele - Você tem que parar de se preocupar com Sharpe. Eu odeio o sujeito, tanto quanto você, mas... - Se você o tivesse visto no mês passado na corrida, comentando sobre como ele tinha vencido o tenente Chetwin. - ela fechou as mãos em punhos - Ele não dava a mínima para o fato de que Roger morreu fazendo aquilo, é claro! Alguém precisa colocar lorde Gabriel em seu lugar, para lhe ensinar um pouco de humildade, um pouco... algum senso de decência! - E você acha que deveria ser você? - Por que não? - sua voz se tornou suplicante - Você sabe que eu posso fazer isso. Você mesmo disse que eu posso conduzir uma carruagem melhor do que qualquer homem que você já viu. - Eu não vou assistir você arriscar sua vida – e seu futuro, eu poderia acrescentar – tentando vencer esse homem, de todos os homens. Não adianta insistir. Vamos fazer uma visita a lorde Gabriel Sharpe. Você, minha querida, vai dizer-lhe que viu que estava agindo errado e se recusa a correr com ele. - Eu não vou fazer nada disso. - ela cuspiu - Eu me recuso a deixá-lo pensar que sou uma covarde. - E eu me recuso a perder mais um neto para essa besta! Ela empalideceu. - Você não vai me perder, eu juro. - Você está condenadamente certa, eu não vou. - disse ele, sentindo um aperto de medo em seu coração - Eu não poderia suportar isso. Depois que sua esposa morreu de pleurisia, enquanto o acompanha e a cavalaria na Península, ele passou por um período difícil. Em seguida, seu filho e nora tinham morrido, e ele voltou para casa para gerenciar o haras, amargo com suas perdas, querendo nada mais do que cavar um buraco e sofrer sozinho. Havia planejado encontrar um parente para cuidar de Virgínia e Roger, até que ele tinha visto a menina de três de idade inconsolável. Ela olhou para ele com os lábios trêmulos e disse: - Papai foi embora? Um nó ficou preso em sua garganta quando ele respondeu: Parceria ARE & GRH - 43


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Papai se foi, bonequinha. Mas Poppy está aqui. Olhando para ele com os olhos enormes, cheios de lágrimas, ela tinha jogado os braços gordinhos em torno de sua perna e disse: - Poppy ficar. Naquele momento, ela tinha agarrado seu coração em seus pequenos punhos. Ele havia se tornado seu “Poppy”, e ela se tornou sua “gatinha”. E ele nunca ia perdê-la. - Você vai desistir desta corrida com Sharpe, ou eu juro por Deus, vou trancá-la em seu quarto e nunca deixá-la sair de novo. A menina discutiu com ele a cada passo do caminho. Ela protestou enquanto esperavam a carruagem para levá-los. Implorou que partissem para Ealing. Mas à medida que seus esforços não resultaram em nada durante a hora de viagem para Halstead Hall, ela caiu em um silêncio pensativo. Ele não sabia o que era pior. No momento em que se aproximavam de Halstead Hall ele se esforçou para controlar seu temperamento, alimentado pela visão da grande, impressionante mansão. Ele sempre soube que Sharpe era irmão de um marquês, de uma família tão antiga quanto a própria Inglaterra. Na verdade, essa era uma das razões pelas quais ele odiava o sujeito. Se Sharpe não tivesse atraído Roger para uma vida selvagem e irresponsável, o rapaz certamente estaria vivo hoje. Roger tinha adorado o jovem lorde, disposto a fazer qualquer maldita coisa para impressionar seu amigo. Enquanto eles estavam na escola, Isaac não tinha se preocupado com sua amizade. Expor Roger a uma classe superior poderia ajudar o rapaz a longo prazo. Ele próprio não tinha chegado ao posto de general sem fazer amizades vantajosas, então ele sabia o valor daquilo. Mesmo as corridas não o tinham incomodado. Os jovens eram jovens, depois de tudo. Mas, em seguida, Roger começou a gastar todo o seu tempo nas farras em Londres, bebendo e jogando além de seus meios, e Isaac tinha começado a se preocupar. Ver Halstead Hall trouxe tudo de volta. Não admira que Roger tivesse se deslumbrado com Sharpe e o filho do duque – como o menino poderia evitar ter sido seduzido por tais vantagens, quando suas próprias posses eram tão modestas? Isaac deveria ter posto pé firme enquanto teve chance. Ele não deveria ter esperado até o funeral de Roger para expulsar Sharpe de sua propriedade. Bem, ele não permitiria que outra tragédia acontecesse. Parceria ARE & GRH - 44


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Logo, eles chegaram até as enormes portas da frente. Halstead Hall era uma daquelas gigantescas mansões Tudor, adequadas para abrigar um rei, quem, aparentemente, a tinha possuído antes que fosse dada à família Sharpe mais de duzentos anos atrás. - Agora veja aqui. - ele disse a Virgínia enquanto lacaios e cavalariços vinham correndo em direção a sua carruagem - Você vai me deixar falar até que nos encontremos com Sharpe. Então você vai informá-lo de que mudou de idéia sobre a corrida com ele, e esse será o fim de tudo. Entendido? - Mas Poppy... - Estou falando sério, Virginia. - quando ela cruzou os braços sobre o peito, num gesto de desafio, ele suspirou - Se você fizer o que eu digo, prometo a você comprar alguns vestidos novos. Poderíamos até mesmo ir a Londres para um baile ou dois. Tenho certeza de que Pierce poderia nos conseguir um convite para algum. Apesar de como ele iria pagar hospedagem para tal coisa agora, ele não sabia. Eles não podiam ficar no alojamento de solteiro de Pierce. Um olhar magoado atravessou seu rosto. - Mesmo se houvesse dinheiro para vestidos e bailes, eu não sou uma tola menina da sociedade para ser influenciado por isso. Há um princípio envolvido. Com um suspiro profundo, ela olhou pela janela da carruagem. Droga, droga, droga. Sua gatinha certamente sabia como acertar no coração. Oferecer-lhe vestidos havia ferido sua dignidade, e se a moça tinha uma coisa, eram oceanos de dignidade. A porta se abriu e eles saíram. Quando deu ao servo seus nomes e anunciou que tinham vindo visitar lorde Gabriel, foram levados por um longo arco e através de um pátio para um grande salão que teria intimidado um sujeito comum. Mas esse era o mundo em que Isaac tinha crescido. Uma onde “boa educação” era definida como a capacidade de colocar um novo-rico em seu lugar, onde os homens eram julgados pela qualidade de seus casacos, e não a qualidade de seu caráter. Ele odiava este mundo de vaidade e promessas vazias. Ele tinha estado feliz em deixá-lo quando jovem para se tornar um oficial comissionado e fazer algo importante com a sua vida. Tinha sobrevivido às batalhas de Vimeiro e Roliça, e olhado para o rosto do mal vezes demais para contar. Uma família aristocrata com um bando de crianças endiabradas não ia intimidá-lo, por Deus.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Já a Virginia, ele não tinha tanta certeza. Ela olhava para a antiga tela de carvalho esculpido que ocupava uma das extremidades do salão e a enorme lareira de mármore que marcava a parede divisória, com a boca aberta. - É realmente aqui onde lorde Gabriel vive? - ela sussurrou enquanto o servo saía, provavelmente para buscar o homem. - Pelo que ouvi. - Isaac franziu o cenho para ela - Certamente você conhecia sua ascendência. - Bem, sim, mas eu nunca percebi... Eu prestava atenção, principalmente, a suas façanhas. - Halstead Hall é famosa por estas bandas pelo seu tamanho, 365 quartos. Seus jardins são enormes, e tem um dos maiores labirintos da Inglaterra. A última vez que ouvi, a propriedade tinha setenta arrendatários. - Doce Jesus. - disse ela - Sua família deve ser imensamente rica. - Rica o suficiente para comprar o que e quem eles escolherem. Tenha isso em mente quando pensar novamente em fazer uma coisa idiota como correr com eles. - ele não se incomodou de baixar sua voz. Ele não ia deixar esses Sharpes intimidá-lo com toda a sua riqueza - Apesar de que eu ouvi que seu dinheiro vem do lado da família da sua mãe, não do marquês. - Você ouviu corretamente, sir. Meus netos obtêm seu dinheiro de mim. Assustado, ele ergueu os olhos para ver uma mulher aproximadamente da sua idade descendo uma escadaria pintada. Seus passos eram lentos, o que lhe dava um ar régio que momentaneamente deixou-o em reverência. Só quando viu a bengala na mão que ele percebeu que sua marcha lenta era devido a alguma fraqueza nas pernas. Ele distraidamente esfregou o braço que não funcionava direito desde a sua queda desse cavalo. Ele sabia o que era ser traído por seu próprio corpo, ser incapaz de fazer tudo o que pretendia. Deu-lhe simpatia instantânea pela senhora. Ele silenciou aquilo impiedosamente. - Você deve ser o general Waverly. - ela disse enquanto se dirigia para eles – Eu sou Hester Plumtree, avó de... - Eu sei quem você é. - disse ele bruscamente. Quem não conhecia Hetty Plumtree, famosa por administrar um império de cervejaria com um punho de ferro e obrigar todos os fabricantes de cerveja do sexo masculino a recuarem? Mas ele esperava alguma matrona com cara de dragão e a voz de uma harpia, e uma atitude masculinizada. Não essa criatura de aparência frágil com Parceria ARE & GRH - 46


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries uma tez rosada e creme e um sorriso que fazia o sangue de um homem velho aquecer novamente. Maldição, ele estava deixando a mulher o atingir. - Nós viemos ver lorde Gabriel. - ele latiu - Este assunto não lhe diz respeito, minha senhora. Ela não vacilou ou franziu a testa ao ouvir suas palavras grosseiras. - Eu temo que não saiba exatamente onde ele está no momento. Mas, enquanto os servos estão procurando por ele, talvez vocês gostariam de um pouco de chá? Devem estar sedentos após sua longa viagem. - Eu não quero chá. - ele cuspiu, sabendo que estava se comportando como um burro velho ranzinza, mas incapaz de se conter. - Eu adoraria um pouco de chá. - disse Virginia com um sorriso brilhante Obrigada. Agora a menina resolvia se comportar como uma jovem bem-educada? Ela iria levá-lo a uma morte prematura. A Sra. Plumtree ordenou ao servo que lhes servissem o chá na biblioteca. - Por aqui. - ela disse enquanto fazia um gesto em direção a um corredor Podemos muito bem ficar confortáveis enquanto conversamos. E esta sala é tão cavernosa, você não acha? Faz-me sentir como se eu estivesse ministrando uma palestra. Isaac não sabia como responder. Ela estava tentando desarmá-lo sendo cordial, tranqüilizando-os para que baixassem a guarda? Não funcionaria. Nenhuma mulher o enrolaria, não importa quão boa figura ela possuísse. Uma vez que eles estavam acomodados na biblioteca, ela disse: - Percebi que isto é sobre a corrida que meu neto e sua neta combinaram? - Eu lhe disse, isso não é da sua conta. - Claro que é. Eu não quero ver qualquer um deles ferido mais do que você. E esse percurso em Turnham Green... - Turnham Green! - ele franziu o cenho para Virginia - Você me disse que planejava correr o percurso em Ealing! - Nós planejamos, Poppy, eu juro! - Então do que a mulher está falando? - Perdoe-me, senhor. - a Sra. Plumtree se intrometeu - Devo ter entendido mal o meu neto. Agora que penso nisso, ele nunca realmente disse claramente onde eles correriam. Eu apenas assumi... - seus olhos se estreitaram - Posso ver que ele e eu precisamos ter uma outra conversa. - Não importa o percurso. Eles não devem disputar uma corrida. Virginia se inclinou para frente. Parceria ARE & GRH - 47


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu continuo explicando ao meu avô que é perfeitamente seguro. - Seguro! - Isaac rugiu - Correr em um cabriolé por uma trilha esburacada contra um homem que é conhecido por sua imprudência, um homem que fará qualquer coisa para ganhar? - Meu neto não iria deixá-la se machucar, se é isso que você está insinuando, sir. - disse a Sra. Plumtree friamente. Ah. A senhora dragão surgia finalmente. - Perdoe-me, minha senhora, mas eu vi o estrago que seu neto provoca quando ele corre. - Certamente um percurso tão inócuo não poderia causar qualquer dano. ela respondeu. - Isso é exatamente o que eu continuo a dizer-lhe, Sra. Plumtree. - Virginia saltou - Honestamente, Poppy, isso seria quase... - Chega, garota. - ele franziu o cenho para ela - Vá esperar no corredor, enquanto eu falo com a Sra. Plumtree sozinho. - Mas... - Agora, Virginia! Com um suspiro, ela levantou-se e saiu. Assim que ela saiu, ele olhou para a Sra. Plumtree. - Como você se atreve a incentivá-la nessa idéia louca! Ela olhou para ele, com olhos de aço. - Então você teve sucesso esmagando suas idéias loucas no passado? As palavras o pegaram de surpresa. - Ela não teve nenhuma idéia louca no passado. Até que seu neto apareceu, ela era responsável e equilibrada e... - Meu neto não mudou seu caráter, senhor. Talvez ele apenas tenha exposto o que já estava lá. - Você não conhece minha neta. - Eu conheço as mulheres jovens. Eu tenho duas netas próprias, e uma filha antes delas. Estou bem ciente de como fêmeas jovens podem ser teimosas, especialmente as de natureza passional, como sua neta. Se você segurar firme, é provável que ela vá agir pelas suas costas. Quando você descobriu que ela tinha desafiado o meu neto para uma corrida? Ele olhou-a malignamente, em seguida, levantou-se, irritado por ter sua incompetência como guardião jogada em seu rosto. - Hoje. - Ela desafiou-o mais de um mês atrás. Isso devia lhe dizer algo. Parceria ARE & GRH - 48


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Bem, se você pudesse impedir seu maldito neto de fazer coisas tolas como correr naquele maldito percurso em Turnham Green... - Eu faço o meu melhor. - disse ela com firmeza - Mas considere que você tem apenas um neto para controlar. Eu tenho cinco. Ele não podia contestar isso. Inferno e condenação, o que ele teria feito se tivesse encontrado a si mesmo em idade avançada como o guardião de cinco crianças? Ele não suportava pensar naquilo. - Além disso, - continuou ela - aos 27 anos de idade, ele é bastante crescido. Ele não vai ouvir o que sua avó lhe diz. Ele caminhou até estar sobre ela. - Você poderia cortá-lo, reduzir o seu subsídio... - Eu já ameacei algo desse tipo. Até agora, isso não surtiu muito efeito em restringir o seu comportamento. - Claramente, ou ele não estaria aceitando correr com Virginia. Ignorando a posição que ele tinha tomado deliberadamente para intimidála, ela se levantou e enfrentou-o. - E o que me diz de sua neta? Suas táticas não parecem ter muito peso com ela. Eles estavam tão perto que ele podia ver em seus olhos azuis insondáveis e cheirar a água de rosas sobre ela. A mulher era enlouquecedora. A mulher era excitante. Fazia anos desde que ele tinha achado uma mulher excitante, e nenhuma desde que a sua Lily tinha morrido. Mas esta mulher... Ele enrijeceu. - Então o que você propõe que devemos fazer? Deixá-los se matar um ao outro? - Oh, por favor. - disse ela com sarcasmo - Vocês, homens, sempre exageram. Eles não vão matar um ao outro. Se você permitir esta corrida, então você tem controle de quando, onde e como isso acontecerá. Nós dois podemos estar lá para acompanhar a situação. Sua neta vai ficar tão contente que ela vai parar de lutar contra você, e correr contra o meu neto irá limpar o seu desejo de vingança. Então você não precisará se preocupar com mais encontros entre eles. - E se eu não permitir isso? - Eles só vão encontrar uma maneira de organizar isso em segredo. Você não pode mantê-la trancada o tempo todo, você sabe. Por mais que odiasse admitir, suas palavras faziam sentido. Ele poderia reconhecer um mestre estrategista, quando conhecia um. - Parece-me, minha senhora, que você tem alguma experiência em manipular seus netos. Estou surpreso que eles não sejam mais cooperativos. Parceria ARE & GRH - 49


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu também. - disse ela alegremente. Uma risada escapou dele apesar de si mesmo. Ao som dela, seus olhos se suavizaram. - Na verdade, eu consegui três deles casados e bem resolvidos nos últimos meses. Então, na verdade, eles estão muito mais cooperativos do que costumavam ser. - Você vai ter que me dar lições sobre como conseguir tal feito. - disse ele com um sorriso. - Eu ficaria honrada. - um sorriso tímido curvou seus lábios. Ela tinha os lábios bonitos, ele não pôde deixar de notar. Então ele se conteve. O que estava fazendo? Esta era a avó de Sharpe, pelo amor de Deus! O canalha tinha claramente herdado sua imprudência honestamente; Isaac podia imaginar Hester Plumtree conduzindo uma carruagem de corrida pista abaixo. E ai do tolo que estivesse em seu caminho. - Eu tenho que ver a minha neta. - ele murmurou, virando-se. Precisava escapar da mulher e suas maquinações, antes que ele naufragasse nas rochas. Tinha sido um erro vir aqui. Ele só iria trancar a menina na sexta-feira; que Sharpe viesse atrás dela se quisesse sua corrida. Ele saiu para o corredor. - Virginia, vamos para casa. Não havia ninguém lá. - Virginia! - ele gritou. Ninguém apareceu, e não havia nenhum sinal de onde ela poderia ter ido. - Maldição! Onde diabos está a minha neta?

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Capítulo Quatro Virginia seguiu as instruções detalhadas que o lacaio lhe dera para chegar aos estábulos. Esta mansão era inacreditável. Quem vivia em tal lugar? Não era de se admirar lorde Gabriel fosse tão seguro de si. Ele tinha recebido tudo em uma bandeja de prata a partir do momento em que nasceu, então assumia que tinha direito a tudo. Bem, ela o faria baixar a crista. Era uma pena que Poppy estivesse sendo tão teimoso sobre a corrida de carruagem. Ele não queria ver lorde Gabriel humilhado publicamente? Bem, ela tinha um plano. Se pudesse dar uma olhada nos cavalos que lorde Gabriel usava para puxar seu faeton, ela teria alguma munição para seus argumentos com Poppy. Detalharia os seus pontos fortes e fracos, em seguida, apontaria exatamente como ela poderia vencê-los com seus próprios cavalos. Ela tinha um haras inteiro para escolher, depois de tudo. Duvidava que lorde Gabriel tivesse isso. Não faria mal examinar seu faeton, tampouco. Podia haver alguma forma dela melhorar sua carruagem. Se ela pudesse convencer Poppy de que ela não podia perder essa corrida, ele talvez cedesse. Ela se aproximou de um grande edifício que, obviamente, abrigava vários cavalos, a uma curta distância a partir de um edifício menor que também parecia ser um estábulo. Oh, Deus, onde ficavam seus cavalos e carruagem? E como ela conseguiria a ajuda dos cavalariços para vê-los sem revelar sua intenção? De repente, um cavalariço saiu do edifício maior carregando um balde. Ela se abaixou atrás da porta de entrada para observar enquanto ele chamava um cavalariço mais jovem. Assim que o jovem veio voando, o mais velho ele entregou o balde e disse: - Esta é a mistura especial que lorde Gabriel queria para seu novo cavalo. Certifique-se que o bicho coma tudo. Vai aliviar a digestão. O jovem cavalariço se apressou para o edifício menor e entrou com o balde, em seguida, saiu pouco depois sem ele. Virginia deixou escapar um suspiro. O cavalo novo de lorde Gabriel devia ser para o seu faeton. Já que o pequeno estábulo não era tão movimentado como o grande, talvez ela pudesse entrar para vê-lo sem ser notada.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela se esgueirou para a entrada, atenta para qualquer cavalariço que pudesse surgir a partir do edifício maior. Quando ouviu vozes vindas em sua direção, ela correu para o pequeno estábulo. Então ela parou. Porque, em pé no corredor estreito, estava o próprio lorde Gabriel. Ele segurava o balde de mistura em suas mãos e estava alimentando o cavalo cujo nariz ela podia ver de fora de uma baia. Sua senhoria não usava casaco ou gravata, apenas um colete e uma camisa com as mangas arregaçadas expondo seus belos antebraços musculosos. Ela prendeu a respiração. Em mangas de camisa, calças de montaria e botas altas, ele era uma figura bastante extraordinária de um homem: esbelto, em forma e bonito. Muito bonito para a sanidade de qualquer mulher. -Agora, minha potranquinha, - ele sussurrou para o cavalo - isso deve fazer você se sentir melhor. Sua voz suave fez algo oscilar em suas entranhas. Era difícil não se encantar por um homem que poderia tratar um animal tão ternamente. Isso a fez se perguntar como ele lidaria com uma mulher. Ela amaldiçoou interiormente. Ela não queria saber tal coisa. Ela não queria! - E pare de lutar contra os cavalariços, está bem? - lorde Gabriel disse à égua - Você deve guardar essa energia muito bem para o Prêmio St. Leger. Você vai surpreendê-los, minha menina bonita. Vai correr como o vento e deixar todos os potros bobos muito atrás. Ele planejava inscrever um puro-sangue no Prêmio St. Leger? Doce Jesus, assim como Poppy. E se lorde Gabriel a pegasse aqui... Com o coração na garganta, ela começou a se afastar. Em seguida, um cavalo relinchou perto dela, e a cabeça de lorde Gabriel virou. Ele a fixou com um olhar cerrado, deixou o balde no chão, e veio em sua direção. Ela se virou para partir, mas ele estava ao lado dela em duas passadas e agarrou-a pelos braços. - Whoa, não. - ele rosnou enquanto a virava para encará-lo - O que diabos você está fazendo aqui? - Eu... hum... bem... meu avô queria fazer uma visita a você, mas ele está falando com a sua avó, e... - ela pensou rapidamente - E eu ouvi dizer que vocês tinham um labirinto espetacular, então eu fui procurá-lo. Então, me perdi e acabei aqui. Parceria ARE & GRH - 52


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Porque você estava procurando por nosso labirinto. - disse ele com ceticismo. - Eu amo labirintos. - Então não tem nada a ver com a tentativa de observar a concorrência. seus olhos perfuraram os dela. - Não, de verdade! Eu não tinha idéia que você tem um puro-sangue que você pretende, quero dizer... - Você me ouviu falando com Jane Voadora. - acusou - Por que, sua pequena megera sorrateira? Oh, Deus, agora ela estava realmente em apuros. O mundo das corridas era repleto de subterfúgios. Desde que as chances eram estabelecidas com base no conhecimento de um cavalo, muitas vezes se esgueiravam em estábulos ou espionavam julgamentos secretos para obter informações. Assim, qualquer proprietário de puro-sangue começaria a suspeitar se um concorrente chegasse perto de seus cavalos, especialmente antes de uma grande corrida como o Prêmio St. Leger. - Foi puramente acidental, eu juro! - E agora você vai correr para dizer ao seu avô sobre seu concorrente. - Não! - ante sua sobrancelha arqueada, ela acrescentou: - Eu não vou contar a ninguém. Eu nunca faria isso. - Realmente. - seu aperto deslizou de seus ombros até seus braços - Você se perdeu e decidiu entrar em um estábulo em paz, sabendo que vários cavalariços estariam por perto. - Eu vivo em um haras. Eu entro em estábulos sozinha o tempo todo. - Mas seus próprios cavalariços sabem muito bem que não devem colocar a mão sobre a neta do proprietário. Estes cavalariços não te conhecem. Seu poder sobre ela a inquietava. Ele a mantinha muito perto, e isso a deixava nervosa. Especialmente com ele vestido tão casualmente. Sua camisa preta estava aberta no pescoço, expondo um pouco de cabelo no peito. - Eles teriam me tratado melhor do que você, eu ouso dizer. - ela respondeu com uma inclinação de seu queixo - Por favor, deixe -me ir. - Então você poderia me espionar um pouco mais? - ele arrastou as palavras. - Eu não estava espionando. - Então, você teve algum outro motivo para vir aqui. - disse ele, sua voz profunda - Talvez algum motivo mais... pessoal. - Pessoal? - ela guinchou. Seu olhar a percorreu, cada vez mais aquecido. Parceria ARE & GRH - 53


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Talvez você estivesse procurando por mim. Oh, mas ele era um arrogante. - Certamente que não. Por que eu iria procurá-lo aqui, de todos os lugares? - Porque os criados, sem dúvida, lhe disseram que muitas vezes eu passo minhas manhãs aqui. - sua voz era rouca agora, e suas mãos se moviam para cima e para baixo por seus braços, aquecendo-os, fazendo seu coração disparar inexplicavelmente. - Eu não perguntei aos lacaios... Quer dizer, eu perguntei-lhes sobre o está... O labirinto, mas eu... - ela estava balbuciando como uma colegial apaixonada, pelo amor de Deus - Eu não sabia que você estava aqui. - ela terminou sem jeito - Você está sendo ridículo. - A julgar pelo seu rubor, eu não estou sendo ridículo de todo. - ele murmurou. Sua mão foi para sua bochecha. Será que ela estava corando? Meu Deus, ela estava. - Eu não sou uma daquelas tontas que desmaia a cada palavra sua, você sabe. - Não são as palavras que a fazem desmaiar. - ele envolveu sua cintura e puxou-a ainda mais perto - E mesmo que você não seja nem um pouco uma tonta, isso não significa que você não está curiosa sobre mim. A respiração dela se recusava a obedecer seus comandos, acelerando febrilmente. Ela devia estar esbofeteando-o, empurrando-o para longe. - Isso é um absurdo. Como eu poderia estar curiosa sobre um... um patife com sua reputação? - Porque você quer saber como eu tenho essa reputação. Se eu a mereço. Se eu realmente faço as mulheres “desmaiarem” na minha cama. O queixo dela caiu. Ele não devia estar dizendo essas coisas para ela. E ela definitivamente não devia permitir que isso acelerasse seu pulso e deixasse suas mãos úmidas. O que havia de errado com ela? - Digo-vos isso. - ele murmurou, inclinando a cabeça na direção dela - Por que eu não satisfaço um pouco de sua curiosidade? - ele cobriu sua boca com a dele. Ela congelou ao assalto íntimo. Que terrível. Que inaceitável. Que inebriante. Seus lábios se moviam sobre os dela com a confiança de um homem que tinha beijado muitas mulheres. Uma emoção instantânea varreulhe a espinha, que fez as coisas mais deliciosas em suas entranhas.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela podia sentir sua boca amolecer sob a dele, sentir sua respiração ofegar contra seus lábios, sentir seu sangue correndo desenfreadamente em suas veias. Isso estava errado, muito errado. E parecia completa e totalmente certo. - Ah, megera. - ele sussurrou contra seus lábios - Que boca adorável você tem. Ela tinha? Nenhum homem nunca a tinha beijado antes. - Lorde Gabriel, eu realmente não acho que... - Gabe. - ele murmurou - Meus amigos me chamam de Gabe. - Eu não sou sua amiga. - Você está certo. Você é algo mais... íntimo. Então me chame de Gabriel. Quase ninguém o faz. Ou, melhor ainda, me chame de “querido”. Ninguém nunca me chama assim, querida. - antes que ela pudesse se recusar a que descaramento, ele tomou seus lábios novamente. Mas desta vez os lábios dele estavam mais firme, mais quentes. Ele puxoua rente a ele e abriu a boca sobre a dela, a persuadindo a abrir a sua para que ele pudesse mergulhar a língua dentro. O Senhor tenha misericórdia de sua alma. O que era isso? Ela nunca tinha imaginado... Foi glorioso. Ele persuadiu sua língua a enroscar com a dele, então ele brincou com ela. Oh, como ele brincou. Sua boca consumia a dela, e sua língua avançava dentro dela com golpes lentos e sedosos que a faziam querer coisas, precisar de coisas que ela não entendia. Antes que ela percebesse, ele apertou-a contra a parede entre duas baias, os lábios sedutores sobre os dela. Ela não conseguia respirar, não podia pensar. Ela colocou as mãos sobre o peito, ou seja, para empurrá-lo de volta, mas seus dedos se enroscaram em seu colete como pequenos traidores. Dentro de instantes, o mundo inteiro se estreitou a este homem com sua boca na dela e suas mãos vagando para cima e para baixo em suas costelas e sua cintura, os polegares roçando a parte inferior dos seus seios quando eles chegaram... Uma súbita dor aguda no braço a fez gritar contra sua boca e empurrá-lo para longe. - Que diabo? - Jacky Boy! - ele rosnou para o pônei que tinha acabado de mordê-la Nada disso!

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela virou a cabeça para olhar para o pônei cujos lábios estavam puxados para trás para mostrar os dentes. Se alguma vez poderia ser dito que um animal encarava fixamente, era esta. Gabriel examinou seu braço com grande preocupação. Vendo que a mordida não tinha sequer cortado o pano, ele se virou para o pônei. - Você sabe muito bem, rapaz. - ele repreendeu - Não pode sair por aí mordendo senhoras. O pônei cutucou Gabriel com a cabeça, empurrando entre eles como se os separando. Sufocando uma risada, Virginia se moveu para fora do seu alcance. Gabriel podia chamá-lo de “rapaz”, mas o velho pônei estava claramente muito além da sua juventude. O pobrezinho provavelmente tinha apenas mais alguns anos pela frente. E uma forte ligação com seu proprietário. Graças a Deus. Ela estava prestes a fazer sabe Deus o quê. - Sinto muito. - disse Gabriel - Jacky Boy foi a primeira montaria que eu tive, por isso ele tende a ser possessivo. Ele tem ciúmes de alguém por quem eu mostre atenção. Já está irritado com a chegada de Jane Voadora no estábulo, por isso ele descontou em você. - Ele não tem motivos para ter ciúmes de mim. - disse ela. Os olhos de Gabriel escureceram, enquanto vinha em sua direção. - Ele certamente o faz. - seu olhar varreu seu corpo com tal calor que sua respiração se acelerou novamente - Mas ele vai ter que se acostumar com isso. A insinuação de que eles teriam algum tipo de futuro juntos a alarmou como nada mais tinha. Ela recuou, horrorizada que tivesse ido tão longe com ele. - Não, não. - disse ela, balançando a cabeça - Eu não estou me envolvendo com o assassino do meu irmão. Seu rosto se transformou em pedra, mas seus olhos brilhavam com um calor que a chamuscava. - Você nunca vai se cansar desse argumento, Virgínia? – ele rosnou, como se custasse cada onça de sua vontade não estrangulá-la - Eu não matei o seu irmão. Assassinato implica intenção. O que aconteceu foi um trágico acidente. - Que você provocou por se aproveitar dele enquanto ele estava bêbado. ela respondeu - Roger estava bêbado demais para saber o que fazia. - Quando corremos, ele estava perfeitamente sóbrio. - Isso não é o que diz Poppy. - Seu avô não estava lá. Ele precisa de alguém para culpar, então ele me culpa. Mas isso não significa que ele tem uma razão para isso. - Ele... ele não tem nenhum motivo para mentir sobre isso, também. Parceria ARE & GRH - 56


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - As pessoas enganam a si mesmas, às vezes. - ele foi em direção a ela novamente - É melhor do que enfrentar a verdade, que seu irmão... - Que diabos está acontecendo aqui? - veio a voz de seu avô a partir da entrada. Gabriel se interrompeu. - Bom dia, general. - disse ele, embora mantivesse os olhos fixos nos dela Sua neta e eu estávamos discutindo uma corrida. Quando seu avô se aprumou, ela acrescentou rapidamente: - Eu vim para os estábulos para ver se poderia obter um vislumbre de Gabriel... E-eu quero dizer, da carruagem e dos cavalos de lorde Gabriel, Poppy, e encontrei sua senhoria em seu lugar. Poderia muito bem admitir a verdade. Pelo menos, então, Gabriel não persistiria em pensar que ela tinha vindo à procura dele. Ou pior, espionar seu puro-sangue para ajudar Poppy a ganhar uma vantagem para o Prêmio St. Leger. - Você não tem nada que vagar pelas cavalariças sozinha. - Poppy explodiu. - Sua senhoria estava me dizendo a mesma coisa. Ele estava prestes a me escoltar de volta para dentro. - com uma expressão cética, seu avô olhou dela para Gabriel. Ela rezou para que ele não pudesse dizer que ela estava mentindo. Que ele não pudesse dizer que ela tinha acabado de ser beijada até quase perder os sentidos. Nesse momento, a Sra. Plumtree entrou no estábulo, em seguida, parou. Seu olhar parecia ver mais do que Poppy, pois ela fixou-o na boca, provavelmente avermelhada, de Virgínia por tanto tempo que Virginia teve que afastar seus olhos. - Bem, isso não é bom. - disse ela - Os encontros secretos já começaram. Poppy enrijeceu e lançou a Sra. Plumtree um olhar sinistro. Então ele encarou Gabriel. - Tudo bem. É assim que vai ser. Vocês dois vão ter sua corrida na sextafeira. A Sra. Plumtree e eu vamos estar lá para nos certificarmos de que é feito de forma justa e com segurança. Depois... - Todos nós voltaremos para Halstead Hall para o jantar. - a Sra. Plumtree se intrometeu - O que você diz, General? Isso não seria uma maneira agradável para terminar o dia? - Sim. - ele rosnou - E uma forma agradável de terminar a associação de nossas famílias, também.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Virginia ofegou. Não se atrevia a revelar que depois desta corrida, ela estaria correndo contra Gabriel em Turnham Verde ou ele a estaria cortejando. Se Poppy ouvisse isso, ele iria trancá-la em seu quarto e jogar a chave fora. - Soa como um excelente plano para mim. - Gabriel arrastou as palavras. - Sim. - ela concordou. Uma vez que a corrida acabasse, ela e Gabriel prosseguiriam com o resto do seu negócio de forma mais discreta. - Muito bem. - Poppy estendeu o braço - Vamos lá, minha menina, vamos para casa. Ela tomou-lhe o braço, sem se atrever a olhar para Gabriel, por medo do que ela poderia ver em seus olhos. E o que poderia fazê-la sentir. - Senhorita Waverly! - Gabriel gritou para ela. Ela parou para olhar para trás. - Sim? Seu olhar se fixou no dela. - Eu quis dizer o que disse sobre Jacky Boy. Ele tem todas as razões para estar chateado. Porque ele sabe que eu não vou desistir. Ela engoliu em seco. Ela não estava tão horrorizada como devia estar com seu lembrete. A praga o levasse. - Persistência nem sempre é suficiente, senhor. - disse ela, em seguida, saiu com seu avô. Enquanto eles se dirigiam para o outro estábulo, onde a carruagem agora esperava, Poppy disse: - O que foi aquilo? - Discutimos os métodos de treinamento de sua senhoria para seus cavalos. - ela mentiu - Eu estava dando-lhe algumas dicas. Poppy bufou. - Não creio que Sharpe precise de alguma dica. Não, ele sabia exatamente o que estava fazendo – com cavalos e mulheres. Mais seria uma pena. - Há algo mais acontecendo entre você e Sharpe que você não está me dizendo? – Poppy perguntou. Ela prendeu a respiração. - Por que você diz isso? - Foi-me indicado que as mulheres jovens às vezes podem ser diferentes do que parecem. - Senhor, por mais que ela quisesse que Poppy a visse pelo que ela era, não queria que ele visse a parte dela que tinha desfrutado de forma imprudente beijando Gabriel. Parceria ARE & GRH - 58


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu sou sempre a sua gatinha, Poppy. Você não precisa se preocupar com isso. Foi uma resposta evasiva, mas ela não podia suportar mentir para ele. Felizmente, isso pareceu satisfazê-lo. - Isso é o que eu pensava. A culpa a manteve em silêncio. Enquanto eles estavam indo para casa, algo lhe ocorreu. - Poppy, Roger estava bêbado quando ele correu com lorde Gabriel? Seu avô se enrijeceu. - Por que você pergunta? - Por causa de algo que lorde Gabriel disse. - Roger estava definitivamente bêbado quando aceitou o desafio. Sua respiração prendeu em sua garganta. - Então, lorde Gabriel foi definitivamente o único a lançar o desafio? Ele olhou tristemente à frente. - Ele deve ter sido. Caso contrário, ele teria culpado Roger há muito tempo. Ela rememorou o que Gabriel havia dito. Ele não havia mencionado que tinha feito o desafio. Mas, obviamente, ele tinha mentido para ela sobre a embriaguez de Roger. - Então Roger estava bêbado quando participou da corrida. Uma longa pausa se seguiu. Em seguida, Poppy soltou um xingamento baixo. - Eu não sei. - O que você quer dizer? - Foi horas depois. Eles correram ao meio-dia. Uma bola de chumbo se estabeleceu em sua barriga. - Mas eu pensei lorde Gabriel desafiou-o depois de terem bebido durante toda a noite e metade da manhã. Em seguida, eles foram direto para fora e realizaram a corrida. - Não foi bem assim. Seu mundo mudou. Todo esse tempo, ela acreditou... - Então o que aconteceu? - Por que isso importa? - ele explodiu - Não é o suficiente que ele tenha convencido Roger a correr com ele quando o rapaz estava bêbado, então, arrastou-o para esse maldito percurso depois para morrer? - Eu suponho. - disse ela em voz baixa. Apesar de que não era inteiramente verdade. Ela sempre assumiu que Gabriel tinha propositadamente persuadido Roger em ficar bêbado para que ele Parceria ARE & GRH - 59


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries pudesse vencê-lo. Mas, se tinham se passado horas entre o momento em que Roger concordou com o desafio e os dois homens tinham corrido... Ela enrijeceu. Não, Poppy estava certo. Gabriel ainda tinha se aproveitado de Roger. Seu irmão nunca teria realizado aquela corrida se ele estivesse sóbrio. Ela continuou dizendo isso a si mesma durante todo o caminho de volta para Waverly Farm.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Cinco Gabe não sabia que o incomodava mais – que Gran estivesse prestes a descobrir o novo puro-sangue que ele estava mantendo em segredo... ou que ela quase o pegou beijando Virginia. Provavelmente, o último. Ter uma reputação de ser bom na cama era uma coisa, ter uma avó quase testemunhando esse talento era outra completamente diferente. Especialmente quando isso o tinha feito perder o equilíbrio. Virginia Waverly tinha uma boca condenadamente doce. Ele desejava ter podido explorála mais tempo. Ele desejava poder ter se deitado na palha e descoberto que segredos estavam escondidos debaixo daquele vestido antiquado – uma coisa de musselina amarela e branca que a fazia parecer uma gota de limão. O que era muito apropriado, uma vez que ele queria a desembrulhar, sugar e saborear, para satisfazer seu desejo de devorá-la inteira. - Você mentiu para mim. - disse Gran sem preâmbulos. Isso interrompeu sua agradável fantasia. Tentando adivinhar o que Gran queria dizer, Gabe foi buscar o balde de mistura que tinha deixado fora da baia de Flying Jane. Ele tinha que tirar Gran dali antes que ela notasse o cavalo; ela era decididamente contra suas corridas. - Sobre o quê? - Você disse que você e a Srta. Waverly iam enfiar a agulha em Turnham Green, quando você está realmente planejando uma raça simples em Ealing. Ah, isso. Uma pena que ela tivesse descoberto tão cedo. Ele esperava que sua preocupação por ele pudesse fazê-la concordar em deixar Célia fora do ultimato de casamento. Embora, talvez, ele ainda conseguisse isso. - Eu não menti. - ele agarrou seu casaco e dirigiu-se para ela na porta do estábulo. – A senhorita Waverly e eu estamos correndo para determinar se vamos passar a linha pela agulha. Se eu ganhar, então ela me deixa cortejá-la. Se ela ganhar, então vamos enfiar a agulha. Gran bufou. - Sabe muito bem que você vai ganhar. Com um encolher de ombros, ele deixou o estábulo, entregando o balde de mistura ao primeiro cavalariço que apareceu correndo - Corridas são Parceria ARE & GRH - 61


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries imprevisíveis. - ele lançou-lhe um olhar malicioso - E não há nenhuma garantia de que eu não saia ferido dessa corrida contra ela. Ela revirou os olhos para ele. - Se você se machucar nesse percurso inofensivo, você merece perder. Então, vou esperar para ver quem ganha antes de decidir se eu quero liberar Célia do meu pedido. - Como quiser. - ele virou-se na direção da casa, combinando seu passo a seu andar hesitante. - A senhorita Waverly se transformou em uma garota muito bonita. Eu não estou surpresa, sua mãe era impressionante. - Você conhecia sua mãe? - Elas tiveram seu debut na mesma temporada. A garota estava de olho em seu pai, mas Prudence não toleraria isso. Lewis tinha deslumbrado totalmente sua mãe, coitada. Uma vez que ela o conheceu, não havia mais ninguém para ela, e não deixaria que qualquer outra mulher o tivesse, também. - Uma pena que ele não sentisse o mesmo. - Gabe rebateu. Ao contrário de Oliver, Gabe não culpava seu pai por tudo o que tinha dado errado no casamento de seus pais. Mas as infidelidades do pai tinham tornado muito difícil para a mãe ignorar seus outros problemas. Gran lançou-lhe um longo olhar. - Essa é uma afirmação dura, vindo de você, que nunca está sem uma mulher em sua cama. Ele cerrou os dentes. Ele entretinha uma viúva ou garçonete de vez em quando, mas a maioria de seus dias eram gastos com os seus cavalos. Não era o devasso que ela parecia pensar. Ele certamente nunca tinha rivalizado com seu pai em devassidão. Ou até mesmo com seus irmãos mais velhos. - Pelo menos eu acredito em fidelidade, que é mais do que eu posso dizer sobre meu pai. – disse a ela - Eu tenho a intenção de fazer melhor em meu próprio casamento. - Assumindo que a senhorita Waverly concorde em casar com você. Ele lhe deu um sorriso arrogante. - Você já me viu não conseguir uma mulher que eu queria? - As mulheres do tipo que você está acostumado a conseguir não contam – elas podem ser compradas. Duvido que a senhorita Waverly possa. - Graças a Deus, - disse ele friamente - já que eu só receberia dinheiro de você se Célia se casasse também, e isso não é nenhuma certeza. Eles entraram na casa e foram em direção a sala de estar. Parceria ARE & GRH - 62


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - O que você vai fazer se casar com a senhorita Waverly e então eu acabar cortando seu subsídio? - ela perguntou, seu tom cuidadosamente distante. - Eu tenho perspectivas. - disse ele, evasivo. - Que tipo de perspectivas? Será que elas têm alguma coisa a ver com essa nova égua puro-sangue que você está escondendo? Ele enrijeceu. Maldita Gran e seu olho observador. - O que faz você pensar que eu a estou escondendo? Seus olhos se estreitaram nele. - Ela está nas antigas cavalariças, que só têm mantido Jacky Boy durante anos. Eu espero que você não tenha alguma idéia tola sobre a entrada dela em uma corrida de cavalos. Seu pai teve que se casar justamente porque o pai dele... - Eu sei, Gran. Eu já ouvi essa palestra. Várias vezes. Seu avô paterno tinha sido fanático por cavalos. Infelizmente, ele também tinha sido amaldiçoado com maus treinadores e cavalos ainda piores. Ele afundou centenas de milhares de libras em seus estábulos para que pudesse colocar puros-sangues em corridas, nenhum dos quais nunca tinha ganhado para ele qualquer dinheiro. Que era o motivo por que Gabe não queria que Gran soubesse que ele esperava construir seu próprio estábulo de puros-sangues. Ela nunca acreditaria que ele poderia ter sucesso. Ele tinha um olhar mais aguçado para os cavalos do que o seu avô já teve, e poderia treiná-los ele mesmo, desde que pudesse encontrar o jóquei certo para montá-los. Mas Gran pensava que turfe era um esporte de jogadores, e o jogo era um desperdício de tempo para ela. Não que ele se importasse. Ela tinha arruinado sua vida o suficiente com esse negócio de casamento. Ela não ia estragar o seu futuro nas corridas também. Esta era sua apólice de seguro no caso de Célia optar por não se casar. - Então o que você pretende fazer com o puro-sangue? - ela espetou. - Isso não é da sua conta. - disse ele à medida que se aproximavam da sala de estar. - É meu cavalo. Comprei-o com os lucros que acumulei de apostas que ganhei nas corridas de carruagem. O que quer que eu faça com ele é assunto meu. Ela entrou na sala de estar. - Não se você usar estábulos de Oliver para... - Para que Gabe está usando meus estábulos desta vez? - Oliver perguntou de seu assento no sofá. Gabe se espantou quando viu Oliver, junto com o resto de sua família, acomodados em torno da sala. Os únicos ausentes eram o enteado de Jarret, Parceria ARE & GRH - 63


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries George, que estava visitando sua família em Burton, e o marido de Minerva, Giles, que estava, provavelmente, muito ocupado com um julgamento próximo. Mas Jackson Pinter, o detetive da Bow Street, estava aqui. Droga, ele tinha esquecido que tinha pedido a Pinter e seus irmãos para se reunirem na sala de Halstead Hall ao meio-dia de hoje. Agora havia uma audiência para esta discussão. - Eu comprei um cavalo que estou mantendo nas antigas cavalariças - disse Gabe, preparando-se para uma luta - Eu cuido de Flying Jane sozinho a maior parte do tempo. Mas se isso é um problema... - Eu não disse que era um problema. - Oliver respondeu. - Não é apenas um cavalo. - Gran explodiu - Gabriel comprou um purosangue. Para corridas, sem dúvida. - Bom para ele. - disse Jarret. Quando a mandíbula de Gabe caiu, Jarret piscou para ele - Já era hora dos estábulos de Halstead Hall serem usados para outra coisa que não nossas carruagens e alguns cavalos. Há muito espaço para puros-sangues. Gran parecia como se pudesse explodir. - É fácil para você dizer. Os estábulos não são seus para manter. - Não. - disse Oliver acentuadamente - Eles são meus. Você continua esquecendo disso, Gran. A propriedade está bem em seu caminho para manterse. Então você não tem uma palavra a dizer sobre o que eu permito em meus estábulos. Oliver estava concordando com ele, também? Gabe não podia acreditar. Gran parecia totalmente desconcertado. Ela olhou para Oliver, então para ele. Como era gratificante vê-la sem palavras. Gabe agarrou a oportunidade para se explicar. - Eu estou pagando pela manutenção da minha potranca e dando aos cavalariços um extra para cuidar dela quando necessário. Não estou contando com Oliver para qualquer coisa, além do espaço nos estábulos, o que, como Jarret apontou, há muito. - Você está realmente planejando usar o cavalo em corridas? - perguntou a mulher de Jarret, Annabel. Ele hesitou. Mas já que eles todos estavam sendo tão razoáveis... - Estou treinando-a para o Prêmio St. Leger. - admitiu. - Você perdeu o juízo. - Gran resmungou. - E ele faz isso de forma tão brilhante, também. - disse Minerva, os olhos verdes brilhando - Eu mal posso esperar para ver como a nova aventura de Gabe acaba. Parceria ARE & GRH - 64


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Pare de encorajá-lo. - Gran explodiu - É um esforço infrutífero. - Pelo menos não temos que nos preocupar com ele se matando, já que ele não vai correr nestas corridas. - Célia apontou. - Claro que não. - disse Gabe, satisfeito que seus irmãos estavam levando isso tão bem - Ainda que eu tenha de encontrar um jóquei. - Eu sei de um jóquei decente à procura de uma posição. - Jarret ofereceu. - Eu também. - Pinter disse, para surpresa de Gabe. - Vocês são todos loucos. - disse Gran com uma fungada - Cada um de vocês. Com pena dela, Gabe colocou o braço sobre seus ombros. - Relaxe, Gran. Eu estou fazendo o meu melhor para casar, também. Não é o suficiente? Os olhos de Minerva se iluminaram. - Você escolheu alguém? - Escolhi. Célia teve um sobressalto que o atravessou com culpa. Embora houvesse três anos entre ele e sua irmã mais nova, e apenas dois entre ele e sua irmã mais velha, ele e Célia tinham sido sempre mais próximos em espírito. Minerva tinha sido como uma mãe para ambos, enquanto Jarret e Oliver estavam na escola, pelo que ele e Célia tornaram-se cúmplices. Tinha sido ele quem a ensinou a atirar, e ela tinha mentido por ele sempre que ele escapava para corridas. Agora, o olhar de traição nos olhos de Célia lhe partia o coração. Mas seu plano para que os dois enfrentassem Gran nunca teria funcionado, então ele tinha que tentar as coisas à sua própria maneira. Se ele jogasse suas cartas direito, ainda poderia ganhar a liberdade dela. - Com quem você está planejando se casar? - perguntou Annabel, toda sorrisos e expectativa. - É alguém que conhecemos? - Minerva espetou. - Vamos lá, homem. - disse Jarret - Diga-nos quem é. - É a senhorita Waverly. - disse Gran. Um silêncio incrédulo caiu sobre a sala. Ele foi interrompido pelo grito de Minerva: - Mas ela odeia você! - Ela não me odeia. - ela lhe deu ampla prova disso no estábulo. Sua família começou a falar todos ao mesmo tempo. - Falando de esforços infrutíferos... - Oliver murmurou. - Ela sabe que você pretende se casar com ela? - perguntou Jarret. Parceria ARE & GRH - 65


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - E quanto a seu avô? - perguntou Minerva - Ele nunca vai permitir isso. Célia ficou lá sorrindo, obviamente, menos preocupada agora que sabia quem era sua pretensa futura esposa. Gran o surpreendeu, respondendo por ele. - A senhorita Waverly está bem ciente das intenções de Gabe, e eu acredito que ela não é tão oposta à idéia como alega. Ela esteve aqui para marcar uma corrida com seu irmão. E eu espero que todos vocês compareçam. Poderia muito bem mostrar-lhe que não somos os monstros que ela criou em sua mente desde a morte de Roger. Isso provocou uma nova rodada de perguntas que Gabe respondeu, embora se abstivesse de mencionar a aposta ligada à corrida. Quando ele começou a explicar sobre a situação financeira difícil da família Waverly, Célia virou para o detetive da Bow Street. - Eu devia ter visto sua mão intrometida nisto. - ela declarou. Pinter piscou, claramente pego de surpresa por seu ataque. - Eu imploro seu perdão? - ele perguntou com sua voz grossa e rouca. - Deveria mesmo. - Célia se levantou e caminhou para olhar para ele, com as mãos apoiadas nos quadris. - Você provavelmente sugeriu a mulher para Gabe. Você não ficará satisfeito até que nos ver a todos casados e miseráveis. Os olhos de Pinter se estreitaram, e ele parecia à beira de uma réplica ardente quando Oliver disse: - Vamos, agora, Célia, eu não sou miserável. E, tanto quanto eu posso dizer, Jarret também não. - Eu também não sou. - Minerva se intrometeu. - Isso não diz respeito a vocês! - gritou Célia - Trata-se do meu futuro! E se Gabe se casar, isso significa que eu... - ela parou com um bufo de frustração Oh, vocês não entenderiam. Pensei Gabe o fazia, mas é evidente que ele está no bolso de Gran, também. Ela virou-se para Pinter, novamente, seus olhos acesos. - E o senhor, devia ter vergonha de si mesmo por deixar Gran comprá-lo, de corpo e alma. Pinter estava de pé, a testa baixa em uma carranca sombria. - Enquanto você, minha senhora, devia ter vergonha de lutar com ela assim. Tenha cuidado para, ao morder a mão que te alimenta, você não quebrar os dentes nela. Com as faces enrubescidas, Célia ergueu o rosto para o dele. - Não é da sua competência me dar sermões, senhor. Ele elevou-se sobre ela. Parceria ARE & GRH - 66


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu estou apenas apontando que sua avó tem seus melhores interesses no coração, algo que parece incapaz de reconhecer. - Porque ao contrário de você, que é pago para apoiar o que ela diz e faz, eu posso ver que ela está errada. Então, se você acha que eu vou ficar aqui e ouvir um sermão do lacaio da minha avó... - Célia! - Gabe explodiu, observando o olhar de Pinter se aguçar. O homem tinha um lado negro que ele se escondia muito bem, mas um dia desses ele ia deixá-lo vir a tona se Célia continuasse o provocando - Pinter veio todo o caminho até aqui hoje, a meu pedido, então eu agradeceria se você o tratasse com civilidade. Ela franziu o cenho para Gabe, então para Pinter. - Se eu preciso. - disse ela com firmeza, então se virou para voltar para sua cadeira. Os olhos de Pinter seguiram sua retirada com um interesse que fez Gabe hesitar. Poderia Pinter desejar Célia? Não, a idéia era absurda. Eles brigavam constantemente. E Gabe sabia que ela desprezava o homem. Do modo como Virginia despreza você? Ele empurrou a idéia inquietante da sua mente enquanto se sentava. - Pinter, eu o chamei aqui para que eu pudesse dizer o que eu sei sobre os acontecimentos do dia em que meus pais foram mortos. Isso chamou a atenção de todos. - O que você quer dizer? - Oliver exigiu. Gabe respirou de forma instável. Isso não era tão fácil como ele esperava. Mas depois que seu primo desprezível, Desmond Plumtree, revelou que tinha visto um homem cavalgando em direção ao pavilhão de caça depois de ter ouvido seus pais sendo mortos, Gabe se perguntou novamente sobre o homem que encontrou naquele dia. - Eu estava nos estábulos logo após a mãe partir para o pavilhão. - disselhes tudo o que ele podia se lembrar sobre seu encontro com o homem, em seguida, acrescentou: - Você se lembra de como Desmond disse que o cavalo que ele viu era preto com uma mancha e uma meia branca na perna esquerda? Bem, eu estou bastante certo de que o estranho no estábulo naquele dia escolheu tal cavalo. Oliver se inclinou para frente, seus olhos negros tempestuosos. - Esse negócio com Desmond foi há quase dois meses. Por que você não disse nada, então? Por falar nisso, por que você não nos disse sobre o homem anos atrás? - Até o início deste ano, quando você finalmente se dignou a falar sobre a sua discussão com a mãe naquele dia, - disse Gabe - nenhum de nós sabia que a Parceria ARE & GRH - 67


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries história de Gran sobre o que aconteceu não era totalmente precisa. Eu não tinha nenhuma razão para acreditar que o homem que eu vi tinha algo a ver com as mortes de nossos pais. Com uma maldição murmurada, Oliver se acomodou em sua cadeira. Sua esposa, Maria, pegou sua mão. Sua gravidez estava começando a aparecer, e ela tinha um brilho doce que parecia acalmar o humor negro de Oliver. Por alguma razão, Gabe sentiu uma pontada de ressentimento. Ninguém nunca tinha saltado para acalmar seus humores sombrios. - Depois, você e Jarret decidiram que Desmond podia tê-los matado, então eu ainda não tinha nenhuma razão para pensar que o estranho estava envolvido. Mesmo depois de Desmond admitir ter visto um homem cavalgando em direção à cena, eu não podia ver como era relevante. O homem foi gentil comigo. Ele não parecia aborrecido, ou interessado em encontrar alguém. Achei que era pura coincidência que ele tivesse cavalgado perto da cena. - Só que ele nunca disse a ninguém o que viu. - Jarret apontou, os olhos faiscando à luz das velas. - Sim, eu considerei isso. Mas você diria a alguém se você tivesse tropeçado em dois corpos? Será que você não se preocuparia que pudesse ser implicado em suas mortes, mesmo se você não tivesse feito nada? E isso assumindo que ele entrou na casa e encontrou-os. O silêncio caiu sobre a sala, só quebrado quando Minerva perguntou: - Se você considera sua presença ali irrelevante, por que você está nos contando isso agora? Gabe enfiou os dedos pelos cabelos. - Porque nós não tivemos qualquer avanço em nossos esforços para descobrir a verdade. Já se passaram dois meses e Pinter parece ter perdido inteiramente a pista de Benny May, nosso antigo cavalariço chefe. - Eu não perdi a pista dele. - rebateu Pinter - Eu simplesmente não consigo encontrá-lo. - Você o encontrou com bastante facilidade, há alguns meses, quando Jarret o enviou em busca dele. - disse Gabe - Você não acha estranho que ele tenha desaparecido apenas um par de meses depois de revelar como mamãe advertiulhe para não falar a papai para onde estava indo naquele dia? - Ele não desapareceu. - disse Pinter friamente - Ele viajou para visitar um amigo perto de Manchester. Isso é o que disse sua família. - No entanto, eles não ouviram mais falar dele. - Benny não podia exatamente escrever uma carta para eles. - disse Gran Ele não é letrado. Parceria ARE & GRH - 68


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Verdade. - disse Gabe - Mas Pinter viajou para Manchester na semana passada, e não o encontrou. - Só porque ele tomou uma direção diferente lá. - disse Pinter - Quando peguei seu rastro em Manchester, eu estava apenas alguns dias atrás. Mas ele deve ter parado em algum lugar perto de Woburn, já que é onde eu o perdi. Nem ele voltou à sua família. - O que eu acho preocupante. - disse Gabe - Eu suponho que é possível que ele pode apenas não querer ser encontrado. Talvez ele saiba alguma coisa. Talvez ele também tenha visto o homem, mas o reconheceu. - Você não consegue reconhecer o homem? - perguntou Annabel. - Eu não vi o rosto dele. Eu estava escondido no estábulo, com medo de me meter em encrencas. Tudo o que eu ouvia era a voz dele. E isso não ajudou a descobrir quem ele era. Eu tinha a idade de berçário, por isso não conhecia a maioria das pessoas. - Nós não temos sequer a certeza de que ele era um convidado. - Jarret apontou. - Ele tinha que ser. - disse Oliver - Ninguém mais seria tão ousado a ponto de andar pela propriedade e roubar um cavalo. Além disso, Gabe disse que sabia os nossos nomes e adivinhou a identidade de Gabe. Não era um ladrão de cavalos. - Se pudéssemos encontrar Benny, poderíamos saber se o cavalo foi devolvido ao estábulo, e por quem. - disse Minerva. - É por isso que eu não tinha abordado este assunto até agora. - Gabe disse a eles - Eu sabia que não podíamos avançar sem falar com ele. Estava esperando que ele aparecesse e identificasse o homem. Ele se levantou e passou a caminhar pela sala. - Mas está demorando muito. Comecei a me preocupar com Benny. Se ele viu ou sabia alguma coisa, e se aproximou do homem... - ele balançou a cabeça Tenho uma sensação desagradável sobre seu desaparecimento. Desta vez, o silêncio que caiu sobre a sala espelhava sua inquietação. Parecia que quanto mais eles mergulhavam na morte de seus pais, mais assuntos desagradáveis descobriam. Às vezes, Gabe se perguntava se eles estavam cometendo um erro insistindo em tentar chegar ao fundo disso. Fazia 19 anos, afinal. Nada poderia trazer seus pais de volta. E, no entanto... Se tivesse sido assassinato, então, seus pais mereciam justiça. E o assassino merecia sofrer a ira daqueles que ele tinha deixado órfãos. Porque de que adiantava torcer o nariz para a Morte, quando a Morte ainda escapava com o pior crime de todos? Parceria ARE & GRH - 69


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Já ocorreu a alguém que o homem pode ter sido o major Rawdon? - disse Jarret - Ele e sua esposa partiram com pressa à noite das mortes de nossos pais. Partimos do pressuposto de que era por causa do incidente com Oliver, mas poderia ter sido por algo mais sombrio. Se sua esposa o estava traindo com o pai... - Ela não estava. - Pinter se intrometeu. Todos eles se viraram para ele. Oliver, em particular, fez uma careta. - Ela tinha que estar. A mãe disse: “Você já o tem”. O que mais isso poderia significar? - Eu não tenho dúvida de que sua mãe pensava que seu pai a estava traindo com a Sra. Rawdon, dadas as suas ações passadas. - Pinter comentou - Mas isso não significa que ele estava. Eu rastreei o cocheiro do seu pai há alguns dias. Ele disse que conhecia todos os segredos de seu pai, e que este não era um deles. Isso chocou a todos. - Ele pode estar mentindo. - Jarret apontou. - Ele poderia, mas não acho que esteja. Ele não está mais em serviço e herdou algum dinheiro de sua mãe, então ele não tem nada a perder por dizer a verdade. - Oh Deus. - disse Oliver com voz rouca - Se isso for verdade, então por que a mulher me seduziu? Pinter deu de ombros. - Porque ela podia. Ou talvez ela tentou seduzir o seu pai e não conseguiu, então ela tentou com você. Ou talvez ela só não gostasse de sua mãe. Oliver estremeceu. - Eu não posso acreditar nisso. - ele olhou para Pinter - Então, se a mãe matou o pai de raiva pela Sra. Rawdon, isso pode ter sido em vão? Porque ela estava com ciúmes? - Temo que sim. Eu ainda gostaria de falar com os Rawdons, mas o capitão assumiu um posto na Índia há alguns anos. Assim que você mencionou a amizade com seus pais, eu mandei uma carta para ele e seus superiores, com inúmeras perguntas, mas vai levar meses antes de eu receber uma resposta. E eles podem estar relutantes em falar da propensão a violência de sua mãe em uma carta. - Mamãe não matou o papai. - disse Minerva resolutamente - Giles tem quase certeza disso. Ou pelo menos não da forma como pensamos inicialmente. - Nós ainda não descartamos essa possibilidade por completo, entretanto. disse Pinter com um olhar pesaroso - Além disso, mesmo que fosse o Capitão Parceria ARE & GRH - 70


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Rawdon quem seu primo viu, ele não poderia ter sido quem os matou. Desmond deixou claro que o homem misterioso chegou ao pavilhão de caça depois dos assassinatos. - Então, nós estamos de volta à necessidade de saber o que aquele homem viu, e por que ele foi lá em primeiro lugar. - disse Gabe com força. - Tudo bem, então. - disse Oliver - Aqui está o que devemos fazer. Pinter, volte e encontre os outros cavalariços, os de suas entrevistas iniciais que disseram que não viram nada, e descubra se eles se lembram daquele cavalo e quem poderia tê-lo devolvido. Pergunte sobre sua associação com Benny, também. Alguns deles ainda podem vê-lo de vez em quando. - Muito bem. - disse Pinter - E se você quiser, eu vou falar com a família de Benny de novo, ver se eles sabem de alguém com informações sobre o seu paradeiro exato. Se tudo isso falhar, eu vou fazer outra viagem para Manchester. - Qualquer coisa que você possa fazer vai ajudar. - disse Oliver - Se você for a Manchester, - disse Gabe - deixe-me saber. Eu quero ir com você. A sensação persistente de que Benny podia ser a chave para o que tinha acontecido naquele dia simplesmente não iria deixá-lo. Até que ele falasse com o homem e se convencesse que Benny não sabia de nada, ele não podia ficar tranqüilo.

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Capítulo Seis - É um dia desagradável para uma corrida. - o avô de Virginia disse enquanto se dirigiam para Ealing. Ela fez uma careta pela janela da carruagem para o céu escuro que ameaçava chuva. Seus cavalos, que tinham sido enviados ao local da corrida horas atrás, corriam como demônios em bom tempo. O mau tempo podia estragar tudo, especialmente se o vento aumentasse. Cavalos não gostavam de vento. - É por causa do clima que você está mal-humorada? - perguntou Pierce. Ele teria voltado para casa ontem, se não fosse pela corrida. Aparentemente, ele era necessário em sua propriedade. - Claro. - ela mentiu. Seu mau humor tinha começado no dia em que ela havia deixado o estábulo de Halstead Hall. Aquele diabo Gabriel não saía da sua cabeça. Ela continuava a sentir a pressão de seu corpo firme contra o dela. Ele tinha o tipo de músculos que fazia uma mulher querer fincar as mãos e segurar. Tal físico extraordinário tinha que ser um crime. E a maneira como ele beijava? Puro paraíso. Ela não conseguia parar de pensar em sua boca quente e sua língua malvada explorando a dela. Um rubor cobriu suas bochechas. Doce Jesus, ela era tão perversa quanto ele. Ela não queria que o homem a beijasse novamente. Ele era horrível. Detestável. Desprezível. Infelizmente, esse argumento ficava mais fraco a cada dia. Desde que Poppy tinha colocado dúvidas em sua cabeça sobre o que tinha acontecido em Turnham Green, ela tinha estado fora de seu equilíbrio. Mas mesmo que Gabriel não fosse totalmente culpado pela morte de Roger, ele ainda era um trapaceiro arrogante que achava que ela deveria agarrar a chance de se casar com ele. Ela odiava quando os homens pensavam que sabiam o que era melhor para ela, e como isso devia ser feito. No momento em que chegaram ao percurso, ela tinha controlado seu temperamento. Deixe que Gabriel tentasse beijá-la hoje! Ela lhe daria um sermão. Diria-lhe em termos inequívocos que ela não era o tipo de idiota que cairia por seus músculos extraordinários, olhos verdes lindos e sorriso arrogante. Não, de fato. Parceria ARE & GRH - 72


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Então ela o viu no percurso, com suas roupas negras características e suas botas brilhantes, e seu estômago deu um pequeno solavanco. Maldito homem. Por que ele tinha que afetá-la assim? - Lembre-se do que eu disse sobre ser cuidadosa com as bocas dos cavalos - Poppy disse enquanto paravam próximo a sua carruagem. - Você não quer machucar suas bocas. - Sim, Poppy, eu sei. Já fiz isso antes. - E mantenha o veículo com as rodas do lado de fora dentro dos limites ao fazer as curvas, ou vai virar a carruagem. - Ou talvez eu deva dar rédeas soltas aos cavalos e ver se eles podem participar da corrida por conta própria. - ela disse levemente. Ele se sobressaltou, então franziu o cenho. - Este é um assunto sério, menina. Ela acariciou sua mão. - Eu sei disso. Mas é hora de você deixar que eu conduza, e ver o que posso fazer. - Eu não gosto disso. - ele resmungou - Nem um pouco. - Você não acha que eu posso ganhar? Ele lançou-lhe um longo olhar. - Se alguém pode vencer Sharpe, é você. - Mas... - Mas você não tem o seu espírito imprudente. Isso pode impedi-la de ganhar. Você é sensata. Ele não é. - ela sufocou uma réplica fervorosa. Como Poppy nunca via a verdade sobre ela? Ela nem sempre era sensata, e às vezes ela era imprudente. Ou pelo menos ela desejava ser, embora tivesse poucas chances disso. Mas ela tinha uma agora, e ia fazer bom uso dela. - Ele não é imbatível, e eu pretendo provar isso. Poppy olhou em volta. - Há uma multidão. Você acha que pode lidar com isso? Ela seguiu seu olhar para fora da janela. Meu Deus, ele estava certo. Pessoas se alinhavam de cada lado do percurso, inclinando-se para vê-la descer da carruagem. - Eu entendo porque a família de lorde Gabriel está aqui, mas quem são os outros? - Você está brincando? - disse Pierce - Bastou Chetwin espalhar o boato para metade da sociedade vir até aqui. Não há nada que a ton ame mais do que uma suculenta corrida escandalosa. Parceria ARE & GRH - 73


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Por um momento, seu coração parou. Ela queria Gabriel humilhado diante de seus amigos, mas ela também queria uma corrida simples. Com tantas pessoas aglomeradas e sem cordas para contê-las, a corrida não seria simples. De repente, ela sentiu a mão de Poppy apertar seu ombro. - Acabe com ele, gatinha. Isso reforçou a sua coragem. - Eu vou. Não se preocupe. Pierce saltou para ajudá-la a descer, então se inclinou para beijar sua testa. - Hora de dar uma surra em Sharpe, prima. Apostei vinte libras em você. Ela riu com voz trêmula, mas notou que Gabriel estava olhando para Pierce. Será que ele ouviu a conversa? Certamente ele não esperava que seu primo a apostasse nele. Enquanto seu avô e Pierce partiam em direção à linha de chegada, onde esperariam por ela, ela caminhou até sua carruagem, posicionada à direita do faeton de Gabriel. Quando ela subiu e tomou as rédeas do cavalariço, Gabriel olhou e tirou o chapéu. - Não é tarde demais para desistir. - disse ele com um sorriso de satisfação que a fez ranger os dentes. - Oh, você quer desistir - disse ela docemente - Estou mais do que feliz em aceitar. Isso tirou-lhe o sorriso do rosto. Ele pegou as rédeas, com os olhos brilhando para ela em desafio. - Que o melhor condutor vença. - Ela vai. - ela respondeu. - Bravo! - gritou uma voz feminina, e Virgínia se virou para ver uma mulher que estava nas proximidades, com sua família. Era a recém casada lady Minerva, que tinha estado na corrida com Gabriel no dia em que Virginia o havia desafiado. Qual era o nome dela agora? Ah, sim, Sra. Giles Masters. - Boa sorte para você, senhorita Waverly. – a Sra. Masters gritou - Se você vencer meu irmão, vou dar-lhe uma coleção de minhas novelas. - Obrigada por oferecer-lhe um incentivo para perder, Minerva. - disse Gabriel, bem-humorado, aparentemente nem um pouco preocupado que sua irmã estivesse incentivando a sua adversária. - Cuidado, irmãozinho, - sua irmã respondeu - ou eu vou colocá-lo em um dos meus livros. Basta perguntar a Oliver como ele gosta disso. - Ah, mas então você vai finalmente ter um herói que se preze. - disse Gabriel corajosamente. Parceria ARE & GRH - 74


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - O que o faz pensar que você seria um herói? - disse a Sra. Masters com um sorriso maroto. Virginia os observava, com inveja de suas zombarias. Tinha esquecido como era confortável ter um irmão. Pierce era um bom amigo, é claro, mas não era a mesma coisa. Havia algo de especial sobre ter um irmão por perto, que compartilhava um laço de sangue com você e a entendia quando ninguém mais podia. Gabriel tinha tomado isso dela, lembrou a si mesma, e ela o faria pagar. O Duque de Lyons veio para ficar diante de suas carruagens. Gabriel explicou que Lyons não era apenas um membro do Jockey Clube, mas também do antigo Four-in-Hand Clube. Assim, ele era perfeitamente adequado para expor as regras da corrida. Seus colegas membros do Jockey Clube iriam atuar como juízes, se ela estivesse de acordo. É claro que ela estava de acordo. Esses homens podiam ser amigos de Gabriel, mas eles também eram cavalheiros com um conhecido e rígido código de honra. Eles não julgariam uma corrida injusta. - Primeira regra. - disse o duque - Não haverá nenhuma tentativa de forçar o outro carro da estrada, em risco de perder a corrida. Como se ela fosse fazer algo assim. Ela não era um desses lordes tolos que arriscariam a vida de outra pessoa a fim de vencer. - Segunda regra. Os condutores devem estar com a cabeça descoberta. Nós não queremos arriscar assustar os cavalos com um chapéu ou gorro voador. Enquanto Gabriel jogava o chapéu para um de seus irmãos, ela tirou o gorro. Adorava sentir o vento no cabelo, de qualquer maneira. - Terceira regra. Sem chicotadas nos cavalos do outro, em risco de perder a corrida. Será que as pessoas realmente faziam tais coisas? Meu Deus, aquilo estava além de injusto. - Quarta regra. Se você cair da carruagem, você perde a corrida. Se o seu carro perder uma roda, você perde a corrida. Se os seus cavalos colidirem... - Você perde a corrida. - Gabriel terminou irritado - Vamos logo com isso, Lyons. O duque lançou-lhe um sorriso tranqüilo. - Muito bem. O iniciador do Jockey Clube irá sinalizar o início da corrida com uma bandeira. - ele olhou para Virgínia - Você está pronta, senhora? - Claro.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela notou que ele não perguntou o mesmo a Gabriel – cuja postura tinha se tornado mais preocupante. Ele parecia concentrado, atento e frio. A personificação do Anjo da Morte. Com um arrepio, ela voltou sua atenção para o percurso. O duque fez um sinal para o iniciador, que estava parado à beira do campo e levantou a bandeira. - Preparem-se! – o homem gritou. Virginia ficou tensa e aumentou seu aperto nas rédeas. O iniciador deixou cair a bandeira, e eles partiram. O percurso era de dois quilômetros de comprimento, um bom teste para uma parelha, mas depois de alguns metros de terreno plano, ele corria em torno da metade de um morro antes de terminar em duzentos metros, que levavam à linha de chegada. Assim, a parte que contornava o morro seria complicada. Como desafiante, ela tinha recebido a posição menos vantajosa no início. Se eles permanecessem pescoço a pescoço, Gabriel teria a trilha interna. Ela teria que ultrapassá-lo antes de chegar à colina para que ela pudesse tomar a trilha interna. Mas o vento estava tão forte, ele arrancava seu cabelo dos grampos e perturbava os seus cavalos. Eles puxavam contra as rédeas, puxando suas mãos até seus ombros doerem por causa do esforço para controlá-los. Um olhar para Gabriel mostrou-lhe perfeitamente à vontade. Sua atenção parecia limitada ao percurso e seus cavalos. Ele não parecia notar as pessoas tão aglomeradas em ambos os lados da pista que esta ficava tão estreita que mal tinha espaço suficiente para as duas carruagens. Embora se apressasse, ela sabia que estava se segurando um pouco atrás. E se ferissem alguém no meio da multidão? Ela não podia tirar esse medo de sua cabeça. Isto era totalmente diferente das muitas vezes que ela correu com os cavalariços ou com Roger. E os cavalos pareciam sentir sua relutância, pois eles não estavam correndo como podiam. Aparentemente, os cavalos dele eram mais acostumados a multidões – ela podia vê-los forçando seus freios, seus pelos espumando, seus olhos ferozes. Ele estava quase o comprimento de um cavalo inteiro a frente, e ela cerrou os dentes. Ela não podia deixá-lo ganhar! Instando sua parelha com um movimento do chicote e um “Hi yah!”, ela obrigou-se a ignorar a multidão. E seus cavalos começaram a ganhar terreno sobre os dele. Sim! Ela podia fazer isso. Ela podia vencê-lo. Parceria ARE & GRH - 76


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Exultante, inclinou-se a meio caminho de seu assento, a emoção da corrida disparando seu sangue. Ela tinha que ganhar. Ela precisava! As duas parelhas trovejavam na pista, cascos voando, cabeças balançando. Ela estava chegando à frente agora, até mesmo a poeira ardendo os olhos não poderia impedi-la de seu propósito. Infelizmente, eles estavam se aproximando do morro, e ela não podia ultrapassá-lo para tomar a trilha interna. Ela estava à frente apenas pelo comprimento de metade de um cavalo. Ela instigou seus cavalos, mas o aumento da velocidade não foi suficiente. Assim, enquanto se dirigiam para a curva ao redor da colina, ela ainda estava na pista exterior. À direita dela, pessoas se aglomeravam o mais próximo que se atreviam. À esquerda de Gabriel estava o morro. Ela estava na metade do caminho em torno dele, conseguindo manter sua ligeira vantagem, quando um espectador caiu em seu caminho. Ela teve apenas um segundo para escolher entre desviar para o meio da multidão e desviar em direção a Gabriel. Na esperança de que ele tivesse visto o que aconteceu e se controlasse para deixá-la continuar seu caminho, ela escolheu a segunda opção. Mas em vez disso, ele levou sua carruagem para cima da colina íngreme. Ao passar o homem caído que estava sendo puxado para fora de seu caminho por outros espectadores, a carruagem de Gabriel se inclinou ao lado dela. Se sua carruagem virasse, ele poderia matá-los! Com uma maldição, ela diminuiu, rezando para que pudesse controlar sua parelha quando a carruagem dele caísse, levando-o e a seus cavalos com ele. Mas a carruagem não virou. Milagrosamente, ele manteve sua velocidade e ainda conseguiu trazer seu carro de volta para a pista... e bem à frente dela. A admiração por sua condução hábil rapidamente se transformou em raiva. O que ele estava pensando, para arriscar tal proeza? O homem era louco! E perigoso e descuidado e milhares de coisas, nenhuma delas boa! Ela instigou seus cavalos a uma corrida que teria deixado qualquer um na poeira, mas Gabriel parecia ter o céu ao seu lado, para seus cavalos correrem mais que o vento. No momento em que chegaram à linha de chegada, ele estava uma jarda ou mais à frente dela. Ele ganhou, o patife! E quase se matou também! Fervendo com fúria justificada, ela freou, desceu e entregou as rédeas para os cavalariços que vieram correndo. Em seguida, ela marchou até onde Gabriel estava pulando de sua carruagem. Ignorando seu avô e Pierce, que estavam indo em sua direção, ela caminhou até Gabriel. Parceria ARE & GRH - 77


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você está louco? Só você pode transformar um percurso tranqüilo em uma armadilha da morte! Ele piscou, então deu de ombros. - Eu sou o Anjo da Morte. O que você espera? Oh, isso foi demais! Ela deu-lhe um tapa no rosto, forte. - Eu espero que você tenha um pouco de respeito pela vida humana! - o sangue dela ainda trovejava em seus ouvidos - Você poderia ter ferido nós dois, e os cavalos também! Olhos brilhando, ele esfregou o queixo onde ela o atingiu. - Ah, mas eu não fiz isso. - Só porque você tem uma sorte do diabo! Seu olhar se estreitou sobre ela. - E porque eu sei como lidar com uma carruagem. Você está meramente com raiva que eu ganhei. Ooh, aquilo realmente ganhava o prêmio. - Eu estou com raiva por você assumir um risco enorme! Se o seu faeton tivesse virado a essa velocidade, você teria quebrado o pescoço! Ele arqueou uma insidiosa sobrancelha. - Então, você estava preocupada comigo? O detestável diabo iria olhar para aquilo dessa forma. - Eu estava preocupada comigo e com meus cavalos. Não dou a mínima se você quiser se matar numa corrida, mas eu agradeço-lhe se não me matar no processo! Isso finalmente quebrou sua estranha reserva, para a raiva explodir em suas feições. - Eu não teria arriscado se eu pensasse que você seria ferida. Na verdade, eu não pensei absolutamente – mal tive tempo para reagir. Você virou, e eu desviei. Ao ver que eu estava subindo a colina, percebi que a melhor coisa a fazer era continuar. Isso acalmou seu temperamento só um pouco. - Você deveria ter se refreado. Mas você nunca faria isso, não é? - ela retrucou, pensando em Roger - Você não podia suportar não ganhar. - Não, eu não podia. - ele estava cara a cara com ela agora, com os olhos em chamas - Já que vencer era a única maneira de ganhar uma chance de cortejar você, eu não tinha escolha. Enquanto a multidão se esforçava para ouvir cada palavra deliciosa, ela só podia olhar para ele boquiaberta. Ele queria cortejá-la tanto assim? É mesmo? - Cortejar você? - perguntou Poppy. Parceria ARE & GRH - 78


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Cortejar você! - Pierce ecoou. Doce Jesus, tinha esquecido completamente. Sequer manteve a verdadeira aposta escondida de sua família. E de metade dos fofoqueiros de Londres. Por esse ponto, todo o clã Sharpe tinha aparecido e estavam cercando-os como espectadores em uma luta de boxe. - Eles fizeram uma aposta. - a Sra. Plumtree explicou a Poppy - Se ela ganhasse, ele iria correr contra ela em Turnham Green. Se vencesse, ela o deixaria cortejá-la. - E você escondeu essa informação de mim? - Poppy virou-se para a Sra. Plumtree. - Eu não tive conhecimento dela até depois que você partiu. - a mulher respondeu. - Eu não me importo com o que eles apostaram. - Poppy revidou - O seu neto não vai cortejar minha neta! Gabriel encarou Virginia. - Você pretende renegar nossa aposta? Ela endireitou os ombros. - Certamente que não. - disse ela, ignorando o rugido de indignação de Poppy - Mas me cortejar não vai adiantar nada se você pretende continuar com tais exibições. Eu nunca vou me casar com um homem tão irresponsável. Um sorriso amargo tocou os lábios de Gabriel. - Nunca diga nunca, minha querida. Franzindo a testa ao ouvir sua neta ser chamada de “querida”, Poppy se meteu entre eles. - Eu não me importo com que aposta a minha neta fez com você, senhor. Eu não vou deixar você cortejá-la. - Deixe-os, General Waverly. - disse a Sra. Plumtree resolutamente - Você deveria deixá-los resolver o problema. Ele se virou para ela com um olhar turvado. - Isso foi o que você disse antes. Você me convenceu a deixá-los fazer isso, me dizendo que poria fim à sua associação. Mas você sabia que não o faria. Você é uma desonesta, uma diaba manipuladora com um... - Cuidado, senhor. - Gabriel cortou - Essa é a minha avó que está difamando. - E essa é a minha neta que está tentando seduzir! - Poppy! - Virgínia gritou, com as faces enrubescidas. - Basta! - o Marquês de Stoneville entrou na briga e todo mundo ficou em silêncio. Parceria ARE & GRH - 79


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Lorde Stoneville caminhou até ficar entre Poppy e Gabriel. - Os ânimos estão compreensivelmente exaltados no momento. Portanto, antes de todo mundo começar a atirar acusações públicas, seria melhor se todas as partes tivessem os fatos da situação. - ele olhou em volta para a multidão ansiosa além - E é melhor realizar essas discussões em privado. Ele lançou ao avô dela um sorriso escasso. - General, se você, por favor, acompanhar a senhorita Waverly a Halstead Hall, minha avó tem um belo repasto preparado para você e sua família. No caminho até lá, você pode pedir que a própria jovem conte sobre o acordo que ela fez com o meu irmão. O marquês, em seguida, virou-se para Gabriel, e seu olhar se tornou mais frio. - Enquanto isso, irmão, você vai voltar comigo e explicar por que você fez uma aposta com uma senhora respeitável, sem contar a família dela. - ele olhou para a Sra. Plumtree - E Gran pode explicar por que ela manteve o segredo de ambas as famílias. A Sra. Plumtree apenas fungou. Poppy olhou para o marquês. - Eu vou fazer o que você diz, sir, mas só porque eu não gosto de fornecer entretenimento para seus amigos. Venha, Virginia. - ele agarrou-a pelo braço e levou-a em direção à carruagem. Assim que eles estavam fora do alcance da voz, ele disse: - Você está em uma grande enrascada, mocinha. Por quê? Porque por uma vez eu fiz algo para satisfazer minhas próprias necessidades? Mas isso só iria ferir seus sentimentos, e ele ainda não entenderia. No minuto em que ela, seu primo, e seu avô partiram para Halstead Hall, Poppy começou o seu sermão. - O que você pensa que está fazendo, fazendo apostas com cavalheiros escandalosos e desafiando-os para corridas? Você perdeu o juízo. - ele franziu o cenho para ela - Você realmente concordou em deixar aquele asno cortejá-la se ele ganhasse? - Concordei. - respondeu ela enquanto arrumava seu penteado - Mas... - E você, - seu avô continuou, voltando a sua ira para Pierce - sabia sobre isso? - Poppy, isso não... - ela começou. - Claro que não. - Pierce retrucou - Ela deve ter feito a aposta enquanto estava dançando com Sharpe naquele baile. Parceria ARE & GRH - 80


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Enviei-a com você, pensando que você cuidaria dela. Quando vejo, ela está envolvida em uma aposta que é certa de acabar em escândalo e arruinar as suas chances de casamento de uma vez por... - Poppy! - ela gritou. Isso finalmente chamou sua atenção. - O quê? O que você pode possivelmente dizer para fazer isso melhor? - Eu duvido seriamente que lorde Gabriel realmente quer se casar comigo. quando teve toda a atenção dos dois homens, ela acrescentou - Ele provavelmente só tem a intenção de cortejar a mulher cuja família ele injustiçou, assim todo mundo vai gostar mais dele. - Todo mundo já gosta dele muito bem. - disse Poppy entre dentes - Você e eu somos as únicas pessoas que o culpam. Ele tinha um ponto. - Bem, então talvez ele tenha algum outro motivo oculto que não me venha à mente. Ou talvez ele realmente queira fazer as pazes pelo que ele fez com o Roger. Isso é o que ele alega ser a razão. E eu começo a acreditar que ele pretende isso. Pierce estava franzindo a testa, o olhar voando dela para seu avô com intensidade perturbadora. Estranho como ele não estava se apressando em expressar sua opinião, como sempre. - Eu vou dizer-lhe o que ele quer. - disse Poppy - Ele quer arruiná-la. Eu posso ver isso na maneira como ele olha para você, como se pudesse ver através de suas roupas. Ela bufou. - Oh, pelo amor de Deus, ele não faz isso. - pelo menos, não quando alguém estava por perto. Aquele dia no estábulo, ele certamente olhou para ela com uma grande quantidade de ardor. E seus beijos... Não, ela não pensaria naquilo mais uma vez, não com Poppy sentado ali, a vendo toda corada. Ela devia ter deixado escapar alguma coisa, pois seu avô lançou-lhe um olhar subitamente sombrio. - Não me diga que você gosta dele. - Certamente que não. - essa era a verdade. Na maioria das vezes Algumas mulheres podem achar sua conduta imprudente atraente, mas não eu. O que ela achava atraente era a sua aparente preocupação por ela e sua família. Sem mencionar aquele sorriso arrogante infernal dele, e a maneira como seus beijos pareciam aquecer o ar que entrava em seus pulmões e... Doce Jesus, ela tinha que parar com essa loucura! Parceria ARE & GRH - 81


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu não sou tão superficial. - disse ela, em parte como uma advertência para si mesma - Eu não sou influenciada por deslumbrantes boa aparência e músculos extraordinários, e uma espantosa capacidade de conduzir uma carruagem com... - ela parou ao ver a expressão apoplética no rosto de Poppy Eu realmente não sou. - E você não ficou impressionada por ele assumir tais riscos no percurso pela mera possibilidade de cortejar você? - Poppy espetou. - Não! Bem... não exatamente. Acho que algumas mulheres poderiam... achar que é terrivelmente romântico ter um homem quase se matando para concorrer a cortejá-las, mas... - Ele tem um motivo oculto. - Pierce interrompeu. Virginia teve um sobressalto. Ele tinha estado tão quieto até agora. - O que você quer dizer? - Exatamente o que eu disse. - Pierce tinha uma expressão sombria - Eu só tenho a informação de segunda mão, então eu não ia falar nada. Mas já que você está perdendo claramente a sua cabeça pelo bastardo... - Que motivo oculto? - ela exigiu. - Ele precisa de dinheiro. - disse Pierce laconicamente. Ela olhou para ele, confusa. - Ele não vai conseguir nenhum de mim. Você sabe disso. - Não é de você. - Pierce firmou um olhar sombrio sobre ela - De sua avó. Ele não pode receber sua herança sem se casar. - O que você está falando? - Poppy se intrometeu. Seu primo encontrou o olhar de Poppy friamente. - Sua avó deu a ele e a seus irmãos um ultimato – ou todos eles se casam antes do final de janeiro próximo, ou ela deserda todos. Ela olhou para Pierce, tentando assimilar o que ele estava dizendo. A coisa toda, a corrida e o namoro, era apenas para que Gabriel pudesse receber a sua herança? Seu coração se afundou. Então não foi uma tentativa legítima de reparar o que ele custou a sua família. Ou mesmo alguma grande atração... Não, ela nunca tinha pensado isso. Tinha? Mas é claro que uma pequena – e tola – parte dela tinha. Os beijos e as danças e sua determinação para ganhar a aposta... Lágrimas ardiam em seus olhos e ela se esforçou para mantê-las sob controle. - Tem certeza? - ela devia ter visto aquilo antes. Ela sabia que ele estava fazendo alguma coisa, e sua proposta inicial tinha sido friamente sem emoção, Parceria ARE & GRH - 82


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries mais calculista do que apaixonada. Por que ela deveria estar surpresa por esta notícia? Isso se encaixava em tudo o que sabia dele. E ainda assim, doía. - Quem lhe contou sobre a herança? - Chetwin. Um alívio estranho a percorreu. - Tenente Chetwin? Ele despreza Gab... lorde Gabriel. Ele está apenas tentando criar problemas para ele, como sempre. - Talvez. - disse Pierce - Mas eu não penso assim. Chetwin disse que obteve a informação de uma fonte boa, alguém que ouviu dois dos irmãos Sharpe falando sobre isso durante um jogo de cartas há algum tempo. E, você não percebeu que três de seus irmãos se casaram em apenas alguns meses? Depois de passar anos sem mostrar qualquer interesse em casamento? - Talvez tenha acontecido de todos encontrarem a pessoa certa, ao mesmo tempo. - isso soava vazio, mesmo para ela. - Você mesma disse que pensava que ele tinha um motivo. - disse o avô. Ela assentiu com a cabeça, um nó entupindo sua garganta. Isso não devia perturbá-la. Todo mundo sabia que lorde Gabriel era um completo patife, e patifes não decidem se casar sem nenhum motivo. Mas ela tinha realmente começado a pensar que talvez tivesse sido injusta com ele. Seu julgamento era tão ruim assim? E seus beijos... Pare de pensar sobre seus beijos! Ele beijou uma centena de mulheres, isso provavelmente não significava nada para ele. O que tornava ainda mais patético que isso significasse alguma coisa para ela. Tola. Idiota. Ela pôs as mãos no colo. Como ela podia ter sido enganada tão facilmente? Isso era o que acontecia quando dava rédea a seus impulsos selvagens. Aquilo não levava a nada de bom. Poppy olhou para fora da janela. - Estamos quase lá. O que você quer fazer? Nós podemos ir para Waverly Farm agora, se quiser. Ah, como ela queria agarrar aquela sugestão, fugir e simplesmente esquecer que conheceu Gabriel Sharpe. Mas ela não podia. - Não, isso seria rude. Além disso, eu gostaria de determinar por mim mesma qual é a verdade. Sem ofensa, Pierce. - Sem problema. - disse Pierce - Eu sei que você não vai acreditar até ter provas sólidas. Parceria ARE & GRH - 83


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Oh, eu acredito nisso. - disse ela, lutando para manter seu tom de voz uniforme - Mas eu quero que ele saiba que eu sei. Assim, ele vai entender porque eu nunca aceitarei seu pedido. - Esqueça o pedido. - Poppy rosnou - Você não precisa nem falar com esse canalha novamente. Nós podemos ir para casa. - Eu fiz uma aposta. - disse ela com firmeza - Se eu fosse um homem e a renegasse, você iria me censurar. Por que deveria ser diferente por eu ser mulher? Ela podia ver a luta no rosto de Poppy. - Então você pretende deixá-lo cortejá-la? - ele explodiu. - Não se preocupe, não vai durar muito. Vou colocar um fim a isso, sem renegar a nossa aposta. Ela o faria se contorcer. Faria com que ele se arrependesse de sua pretensão de se preocupar com ela e sua família. Ela iria expor o desgraçado, então o deixaria de joelhos. - Até o final do nosso jantar de hoje, lorde Gabriel terá decididamente mudado de opinião sobre me cortejar. Eu me certificarei disso. - ela endureceu sua voz - Porque o inferno vai congelar antes de eu deixar ele se casar comigo para ganhar a sua herança.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Sete Gabe não sabia por que se sentia tão irritado enquanto a carruagem de Oliver seguia em direção a Halstead Hall. Ganhar uma corrida normalmente o fazia se sentir como um rei. Mas a reação de Virgínia a sua vitória o havia perturbado. - Ela estava certa, você sabe. - disse Oliver de onde estava sentado ao lado de Gabe, em frente à Maria e Gran. - Sobre o quê? - Gabe rosnou. Ele não tinha que perguntar quem. - O enorme risco que você assumiu nesse percurso. Você poderia ter matado os dois. Maldição, uma coisa era ela se queixar daquilo. Era bem diferente de ter seu irmão o repreendendo por isso. - Não foi como se eu planejasse subir a colina, pelo amor de Deus. Não fui eu quem deu uma guinada. - Mas você não pode culpá-la. Era isso ou correr para a multidão. Ela lidou com uma situação difícil muito bem e sem entrar em pânico, o que é mais do que muitos homens fariam. Gabe não precisava que lhe dissessem isso. Desde o início da corrida, ela mostrou-se uma excelente condutora – especialista no controle de sua parelha, hábil em tirar o melhor deles, e corajosa além de qualquer coisa que ele teria esperado de uma jovem protegida. - Uma vez que ela tomou sua decisão, eu fiz o que era necessário para vencer. - como ele sempre fez. - Você deveria ter freado. - disse Oliver. Ele olhou para o irmão. - Por quê? Eu estava no controle completo a cada momento. - Sério? Sua carruagem chegou muito perto de tombar sobre a dela. Ele não disse nada. Oliver estava certo. Quando ele sentiu sua carruagem desequilibrar, teve um momento de puro terror. A simples idéia de sua causar qualquer acidente que a ferisse... Ele estremeceu, em seguida, amaldiçoou-se por isso. Ele sempre passou por essas coisas encarando a morte de frente, não deixando que a idéia de morrer o aterrorizasse. O fato de que esta corrida tivesse feito isso – que ela tivesse feito isso – o alarmava. Parceria ARE & GRH - 85


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Não querer viver com medo era justamente o motivo pelo qual ele tinha evitado se aproximar de alguém de fora de sua família. Ter uma amante ou uma esposa ou filhos deixava um homem com medo – de perdê-los, de tê-los arrancados dele, de morrer e deixá-los sofrer. No minuto em que um homem mostrava fraqueza, a Morte mergulhava para vencer. Veja como a Morte tinha vindo atrás de sua família. Sua mãe entrou em pânico ao pensar que seu filho estava sendo corrompido pela amante do marido, então ela teve um ataque – assassinando seu marido. E, em seguida, ela entrou em pânico com a idéia de ficar sem ele, então ela se matou. Isso é o que ele sempre tinha pensado, pelo menos. Agora não tinha tanta certeza. Ele não tinha certeza de nada nos últimos meses. E aquilo o assustava. Ele fez uma careta. Não, porra! Ele não ia deixar aquilo assustá-lo. E ele certamente não ia deixar Virginia plantar o medo em sua mente com seus delírios sobre suas ações imprudentes. - A vida não vale a pena sem riscos. - disse ele, embora, pela primeira vez, as palavras soassem um pouco vazias – Até a senhorita Waverly reconhece isso, ou ela não teria me desafiado, em primeiro lugar. - Pode ser, mas se você não tiver cuidado, vai perder qualquer chance de conquistá-la. - disse Oliver - Ela perdeu o irmão em uma corrida. Não vai querer correr o risco de se casar com um homem que poderia perder em uma, com ou sem aposta. Gabe cruzou os braços sobre o peito. - Esta é a parte onde você me censurar sobre fazer uma aposta escandalosa com ela? E repreender Gran sobre manter isso em segredo da família dela? Oliver deu uma risada triste. - Repreender Gran é inútil. Ela nunca me ouviu antes, e imagino que nunca vai mudar. - Eu o ouço quando o que você diz faz sentido. - disse Gran com uma fungada. - Ouve-me quando eu concordo com você. - Oliver respondeu com bom humor - Gabe nem mesmo faz isso. - ele encontrou o olhar de Gabe - Mas, neste caso, considerando-se os subterfúgios ultrajantes que eu usei para conquistar a minha própria esposa, censurar você sobre fazer uma aposta seria um pouco como o sujo falando do mal lavado. - Acho que sim. - Maria se intrometeu. Com uma sobrancelha levantada para a esposa, Oliver disse:

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Além disso, Gabe , parece que você vai precisar de toda a ajuda que puder obter com a Srta. Waverly. Ela afirmou que nunca se casaria com um homem tão imprudente quanto você. - Ela pode dizer que tudo o que quiser, mas ela não pensa assim. - Gabe respondeu - Eu vi o olhar em seu rosto quando eu disse que tinha que vencer para poder cortejá-la. Ela estava feliz da vida, mesmo que não admita. As mulheres adoram ter um homem arriscando sua vida por elas. Maria bufou. - As mulheres gostam de homens que fazem escolhas inteligentes. Não homens que correm loucamente para qualquer situação temerária. Uma mulher pode ser momentaneamente influenciada pelo romance disso, mas no final ela quer um homem racional. - As mulheres não sabem o que querem. - ele respondeu, irritado porque ela provavelmente estava certa - Não até que o obtêm. Oliver cutucou a esposa. - Ele está condenado. - Ele está, de fato. - Maria olhou para Gabe - Ela sabe que você está se casando para ganhar a sua herança? Gabe ficou tenso. - Não. E eu prefiro manter isso assim até que eu possa convencê-la a deixar de lado o acidente com seu irmão e conhecer-me. - Se ela descobrir sobre isso antes que você possa lhe contar, - Maria apontou - você vai perder a sua chance com ela. - Bobagem. - Gran se intrometeu - A mulher precisa de um marido. Certamente ela vai pensar de forma sensata, quando confrontada com a possibilidade de ter um rico. - Eu prefiro que ela não saiba sobre o dinheiro por enquanto. - disse Gabe Eu preciso de mais oportunidades para provar o que eu já sei – que ela gosta de mim o suficiente para se casar comigo. Se ao menos eu pudesse fazê-la parar de pensar com a cabeça e começar a pensar com sua... sua... - Sim? - perguntou Maria, seus olhos azuis brilhantes com humor - Com o quê? Gabe olhou para Maria. - O ponto é, eu sei que posso persuadi-la, se tiver uma chance. Se ele tivesse uma chance. O general Waverly era o azarão nessa situação. Se o general não permitisse que Virginia honrasse a aposta, Gabe teria uma luta em suas mãos. Ele só podia esperar que Virginia fosse boa em convencer seu avô. Parceria ARE & GRH - 87


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Assim que ele e sua família chegaram em casa, foram informados de que os Waverlys e Devonmont os aguardavam no grande salão. Gabe puxou seus irmãos de lado e reiterou o que tinha dito a Gran, Oliver e Maria, que ele não queria mencionar o ultimato de Gran. Eles concordaram com isso, apesar de Célia fazer isso a contragosto. Agora, tudo com o que ele tinha que se preocupar era o general. Felizmente, quando as duas famílias se encontraram, o general parecia um pouco mais calmo do que antes. Ele não continuaria assim, é claro – um olhar para Gabe o tinha feito fechar a cara, mas ele não parecia como se tivesse acabado de ordenar a sua neta que renegasse a aposta. E Virginia parecia... Gabe prendeu a respiração. Virginia parecia uma deusa dos sonhos mais eróticos de um homem. Seu cabelo ainda estava em desordem da corrida, suas bochechas estavam coradas, e seus olhos tinham um brilho de astúcia que o teria feito vacilar, se não o tivesse hipnotizado também. Em seu vestido azul real, ela era tudo o que um homem poderia desejar em sua cama. Uma coisa era certa – ele não teria nenhum problema em consumar o casamento. A idéia de colocar as mãos sobre ela e ensinar-lhe como satisfazer seus desejos e os dele fez sua garganta se fechar. Eles fariam um excelente par. Ela veria aquilo em breve. Eles entraram na sala de estar para tomar um copo de vinho e esperar o jantar ser servido. Pela primeira vez, ele estava contente com as armadilhas da riqueza que Gran insistia que Oliver usasse com os hóspedes. As taças de cristal podiam ter um arranhão ou dois e os estofados dos sofás podiam ser velhos e desgastados, mas era bom cristal e tecido caro, e o vinho era de excelente qualidade. Se alguma vez ele quis impressionar alguém, era agora. Assim que eles estavam sentados com suas taças, Gran apresentou formalmente a família. Todos estavam lá, exceto o marido de Minerva, já que ele tinha que estar no tribunal. Em seguida, os irmãos começaram a comportar-se com a sua bisbilhotice de costume, salpicando Virginia com perguntas. - Então, senhorita Waverly, - perguntou Jarret - você e meu irmão fizeram uma aposta. Eu suponho que você pretende cumpri-la? - É claro. - ela tomou um gole de vinho, com uma expressão enigmática As mulheres não são menos honradas do que os homens. - ela olhou para Annabel - Você não concorda, lady Jarret? Eu entendo que você e seu marido se conheceram durante uma aposta. Annabel sorriu. Parceria ARE & GRH - 88


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - De fato. Embora na verdade eu tenha ganhado, por isso renegá-la não foi um problema. - Você perdeu uma aposta comigo. - o sorriso de Jarret insinuou que tinha sido mais escandalosa do que a que Gabe tinha testemunhado. A suspeita de Gabe foi confirmada quando Annabel olhou para o marido. - E eu paguei – então eu concordo com você, Senhorita Waverly. - Estou realmente ansiosa para honrar minha aposta. - disse Virginia Depois de assistir a meu primeiro baile na outra noite, eu estava morrendo por participar de outros. Isso colocou Gabe em guarda. - O que você quer dizer? - Isso é parte do cortejo, não é? Eu não seria convidada a tais eventos normalmente, mas assim que se espalhar a notícia que você é meu pretendente, tenho certeza de que receberei muitos convites. E você vai querer me apresentar a todos os seus amigos. Que lugar melhor do que em um baile? As pessoas amáveis, a excelente conversa... Ora, até o ponche é delicioso. A megera estava deliberadamente ecoando sua ladainha sobre tudo o que ele odiava em bailes. Enquanto seus irmãos e irmãs riam bastante, ele conteve um gemido. Deixe que eles se divirtam. Seu avô parecia fazê-lo também, assim como seu primo. Ambos pareciam um pouco presunçosos. - A temporada acabou em Londres. - Gabe apontou - Eu duvido que haja qualquer baile nos próximos meses. - Não em Londres, talvez. - os olhos de Minerva brilharam com malícia Mas bailes abundam pelo país agora que a temporada de caça já começou. Fomos convidados para um em Ealing e dois em Acton apenas este mês. - E a senhorita Langston nos convidou para seu baile de aniversário em Richmond. - Célia acrescentou amavelmente. - Não se esqueça o evento de Lady Kirkwood na escola para inaugurar o segundo semestre para suas meninas. - Oliver ofereceu - Eu prometi a Kirkwood que estaríamos todos lá. Gabe bebeu seu vinho em um só gole. Droga! Parecia que ele tinha semanas de seu pior pesadelo à sua frente. - Bem, então eu estarei feliz em acompanhá-la, senhorita Waverly. - ele mentiu através de seus dentes - Assumindo que seu avô esteja disposto a nos acompanhar. - se Gabe tinha que sofrer, ele faria o general sofrer também. - Bobagem. - disse Gran - Qualquer um de nós estará perfeitamente feliz em servir de acompanhante. Parceria ARE & GRH - 89


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries É claro que eles estavam. - Você não se importa com a hora de carruagem até Waverly Farm e de volta? - Gabe apontou - Nas primeiras horas da manhã? - Certamente que não. - disse Célia com um sorriso brilhante - Eu amo uma boa movimentação. Todos nós fazemos. Grande. Agora ele tinha que ir a bailes com Virgínia e sua família. Isso não era o que ele tinha em mente. Ele tinha imaginado piqueniques no bosque, na companhia de uma criada que pudesse convencer a deixá-lo ter um tempo a sós com sua noiva em potencial. Ou longos passeios estimulantes ao longo das trilhas desertas do campo perto de Waverly Farm. - Eu não gostaria de incomodar suas irmãs. - disse Virginia suavemente Tenho certeza que Poppy ficaria feliz em comparecer a quaisquer eventos que viermos a participar. Não tanto durante o inverno, quando o tempo assola seus ferimentos, mas na primavera... - Na primavera? - Gabe cortou - Espero que na primavera nosso cortejo já tenha terminado. - percebendo como isso soava, acrescentou apressadamente Quero dizer, uma vez que cheguemos a um entendimento. - Oh, com certeza você não acha que isso vai acontecer tão rápido assim. seu sorriso inocente não o enganou por um minuto - Você disse que eu precisava começar a conhecê-lo, e eu concordo. É por isso que cortejos longos são os melhores. - Cortejos longos. - ele repetiu, seu coração afundando em seu estômago. - Meu falecido filho cortejou sua esposa por dois anos antes de se casarem. - disse o general Waverly, com um brilho suspeito nos olhos - Eu odiaria ver minha neta ser precipitada. O que você acha, Pierce? Enquanto o alarme crescia no peito de Gabe, Devonmont lançou-lhe um sorriso de satisfação. - Oh, sim. - disse ele, erguendo a taça para beber - Dois anos é o tempo ideal. - Agora, Pierce, - Virginia repreendeu - você e Poppy estão sendo ridículos. Dois anos é muito tempo. Gabe soltou um suspiro. - Eu diria isso. - Um ano é tempo suficiente. - ela lançou um olhar astuto para Gabe sobre a borda de sua taça de vinho - Embora eu suponha que poderia ser reduzido para seis meses. Ao gemido de Gabe, Célia caiu na gargalhada. Parceria ARE & GRH - 90


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - O que acha disso, Gabe? A senhorita Waverly quer um cortejo que vai durar pelo menos até fevereiro. Ele reprimiu um palavrão. A atrevida da sua irmã certamente estava se divertindo com isso. - Não há pressa, não é? - Virginia lançou-lhe outro daqueles sorrisos doces que o deixavam desconfiado - Como eu posso tomar uma decisão criteriosa sobre toda a minha vida em tão pouco tempo? Oh, Deus, ela poderia ter descoberto sobre o ultimato de Gran? Não, como poderia? - Não há pressa, absolutamente. - ele murmurou e levantou-se para se servir de mais vinho. - Além disso, - continuou ela com uma voz de repente afiada - você vai precisar desse tempo para se preparar para a mudança. Gabe quase deixou cair o copo. - A mudança? - Eu suponho que, se nos casarmos, você vai viver em Waverly Farm comigo e Poppy. Você não pode pretender que eu viva aqui. - Na verdade, eu pretendo ter nossa casa própria. - ele grunhiu enquanto perambulava na frente da lareira. - Então, quem vai cuidar de Poppy? Ele precisa de mim para administrar a sua casa. - Não é possível fazer isso sem ela. - disse o avô alegremente. Ela lançou a Gabe um olhar falsamente pesaroso. - Perdoe-me por ser indelicada, mas dado que não tem profissão e eu tenho um pequeno dote, também... Eu não vejo como poderíamos pagar uma casa. Todos os olhos se voltaram para ele. Maldição, maldição, maldição. Ele poderia dizer que eles estavam gostando dessa conversa incrivelmente vulgar. E que mulher bem educada levantava o tema dos rendimentos de seu futuro noivo como conversa de um jantar refinado, afinal? Gran não parecia nem um pouco incomodada com isso. - Eu lhe asseguro, senhorita Waverly, que meu neto será capaz de sustentála. - Oh, eu nunca pensei de outra maneira. - os olhos de Virginia brilharam suspeitamente - Mas uma dama tem que ser prática. Eu sei que os homens como lorde Gabriel exigem esposas que podem trazer algo para um casamento. Já que eu não posso, tenho que fazer o meu melhor para ajudar a nossa situação. Sua conduta aprofundou seu alarme. Ela não parecia apologética ou arrependida. Além disso, ela estava falando sobre seu casamento em Parceria ARE & GRH - 91


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries perspectiva, como se ela realmente tivesse a intenção de ir até o fim, uma grande reviravolta desde o início do dia. Ele apostaria que essa discussão vulgar não era algo típico dela. E se ela realmente tinha ouvido falar sobre o ultimato de Gran? Mas quando? Certamente não antes do baile, ou ela teria jogado isso na cara dele. Além disso, não era muito conhecido além de seu círculo familiar, com exceção de alguns amigos. - Eu odeio que se casar comigo irá alterar significativamente a vida de sua senhoria. - ela continuou, despertando suas suspeitas ainda mais - Ele vai ter que desistir de seus aposentos na cidade, para não mencionar a sua participação em todos os clubes. E eu ouso dizer que haverá poucas corridas depois de se casar. Mas espero que a nossa união vá compensar esses inconvenientes. - Você tem que confiar em mim nisso, senhorita Waverly. - Gran persistiu O rapaz tem perspectivas. - Oh? E o que poderia ser? - o olhar de Virginia conheceu o dele, repleto de desafio - Nunca se deve contar com um ovo antes que a galinha o ponha, você sabe. Tenho que ser prática. Ele enrijeceu. Ela sabia. Ele não sabia como, mas ela devia ter descoberto sobre o ultimato de Gran. E ela estava claramente ansiosa atirar aquilo na sua cara. Ela esteve apenas brincando com ele até agora. Ele caminhou até ela. - Senhorita Waverly, parece que o jantar pode demorar um pouco mais. Talvez você apreciasse conhecer o nosso labirinto? Você parecia muito interessada nele a última vez que esteve aqui, e eu gostaria de mostrá-lo a você. - Eu ficaria encantada. - disse ela, parecendo como se estivesse pronta para uma luta - Podemos discutir suas “perspectivas” um pouco mais. Oh, sim. Ela definitivamente sabia. - Talvez eu devesse ir... - seu avô começou. - Não há necessidade. - Gran interrompeu - O labirinto é perto, não vai doer deixar que os jovens tenham uma curta caminhada antes do jantar. Isso ajuda a digestão. - ela lançou a Gabe um longo olhar severo - E o meu neto sabe que se ele não se comportar, terá que responder a mim. - Eu vou ficar bem, Poppy. - Virginia adicionou enquanto deslizava a mão na dobra do cotovelo de Gabe - Isto não vai demorar muito. Não, não demoraria. Gabe pretendia lembrá-la de todas as razões pelas quais ela precisava se casar, e de todas as razões que faziam dele o candidato perfeito. Seu orgulho podia estar picado no momento, mas ela não parava de dizer que era uma mulher prática, e não podia negar que sua oferta era tão Parceria ARE & GRH - 92


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries vantajosa para ela como para ele. E ele não iria deixá-la sair disso, por Deus. Ele ganhou a aposta de forma justa, e ela devia-lhe uma corte. Ele tinha que pensar em Célia, afinal. Ele tinha que se casar. Ambos mantiveram o silêncio enquanto caminhavam pelos corredores em direção à porta lateral. Havia criados em todos os lugares, e Gabe não queria que ninguém ouvisse esta discussão particular. No minuto em que saíram para os jardins e se dirigiram para o labirinto, ele disse em voz baixa: - Eu entendo que você já ouviu falar sobre o ultimato da minha avó. - Ultimato? - ela disse com aquela falsa aparência de inocência. Isso mexeu com o seu temperamento ainda mais. - Não se faça de idiota, Virginia. Isso não a lisonjeia. Levando-a para o labirinto, ele apressou-a até a pequena passagem entre as sebes bem aparadas para encontrar um pouco de privacidade de quaisquer ouvintes curiosos. - Como você sabe o que me lisonjeia? - ela retrucou - Você mal me conhece. Que é provavelmente o motivo pelo qual você me escolheu para o seu plano mercenário. Maldição, maldição, maldição. - Como você descobriu sobre a demanda da vovó? Há quanto tempo você sabe? Ela ergueu o queixo. - Pierce disse-me agora na carruagem. Aparentemente, ele soube de um conhecido que tinha ouvido algo sobre isso em um jogo de cartas de que você participou em uma taverna. Ele tinha esquecido tudo sobre essa discussão, que teve lugar em uma arena pública. - Você está agindo sob uma suposição falsa. Eu escolhi você como minha esposa porque prejudiquei sua família. - ele declarou, irritado por ter sido pintado sob uma luz tão pobre - Confie em mim, há uma abundância de mulheres ansiosas para se casar com o filho de um marquês. Eu poderia ter encontrado uma em qualquer um de seus preciosos bailes sem ter que passar pelo risco de correr contra você. Arrependeu-se assim que disse aquelas palavras, pois a menção de outras mulheres parecia inflamá-la ainda mais. Afastando a mão de seu braço, ela cuspiu: - Então vá fazer isso. Eu não quero nada com seu esquema. Parceria ARE & GRH - 93


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela se virou para voltar, mas ele bloqueou seu caminho. Ele iria fazê-la ouvir, por Deus, nem que fosse a última coisa que ele fizesse! - Não é um esquema – é uma situação desesperadora. E sim, eu estava esperando que você me ajudasse com isso. Não por minha causa, mas por minha irmã. Ele podia ver a curiosidade em guerra com a raiva em seu rosto. - Sua irmã? - Eu não sei o quanto você já ouviu falar sobre a demanda de Gran, mas ela diz que todos nós temos que casar até o final do ano, ou nenhum de nós herda. Então, se um não se casar, os outros perdem suas fortunas também. Os três mais velhos de nós estão em boas situações, por isso não estou preocupado com eles. E eu tenho dinheiro suficiente para me sustentar de corridas. Mas Célia... Ele passou os dedos pelo cabelo. - Ela merece mais do que ser deserdada, sem um tostão, só porque ela é muito teimosa para dar o braço a torcer. Se eu não me casar, ela vai usar a minha recusa como desculpa para recusar também. Mas se eu me casar, ela não vai querer ser a única a prejudicar todos. Ela vai fazer o que ela tem que fazer. Ela olhou para ele. - Deus, você é ainda pior do que eu pensava. Você quer me forçar a casar para que possa forçar sua irmã a se casar, também. - Não, droga! - ele inspirou, expirou, em seguida repetiu, lutando para manter a calma - Eu não quero forçar ninguém a nada. Se eu tivesse escolha, continuaria como eu sempre planejei – correndo contra quem eu quiser, vivendo dos meus lucros, e tentando montar um estábulo decente de puros-sangues. Ele a encarou. - Mas eu não tenho escolha. E nem Célia. Falando nisso, nem você. Você quer viver para sempre com seu avô em sua fazenda aconchegante, mas nós dois sabemos que isso não pode acontecer. Esta corte é a única maneira que eu encontrei para fazer todos nós felizes. Ela o olhou com ceticismo. - Então, você não se importa com o dinheiro. - É claro que eu me importo com o dinheiro, eu não sou um idiota. Eu sei que a minha herança poderia permitir-me alcançar o meu sonho muito mais rapidamente do que se eu lutar sozinho. Mas se Célia já estivesse casada e estabelecida, eu diria a Gran para ir para o inferno. - Deus sabe que ele desejava poder fazer aquilo.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Em vez disso, - ela retrucou - você decidiu que eu deveria desistir da minha liberdade para que você e sua irmã possam desfrutar dos frutos do trabalho da sua avó. Ele teve o suficiente, droga! - Você parece esquecer que também iria desfrutar dos frutos. Se eu receber minha herança, você vai ter o dinheiro que precisa para ajudar seu avô na sua velhice, para restaurar Waverly Farm à sua antiga glória, e viver como uma rainha, se é isso que você quer. Ela ficou boquiaberta. Estava claro que não tinha lhe ocorrido que se ela se casasse com ele, seu lucro seria o lucro dela. Então sua expressão endureceu. - Isso apenas se a sua irmã também se casa. E se ela não se comportar como você espera? E se ela finca seus calcanhares e se recusa? Então eu vou estar presa com um marido que perdeu suas “perspectivas”. Com um olhar cerrado, ele avançou sobre ela, obrigando-a a recuar em um beco sem saída. - Para uma mulher que estava indignada por que eu me casaria com ela a fim de ganhar a minha herança, você parece muito interessada em minhas “perspectivas”. Você fez um grande alarde sobre elas há alguns momentos. - Isso foi só porque eu estava tentando provocá-lo! Você sabe que foi. Ele sabia. Porque ele tinha percebido que Virginia não era prática. Mulheres práticas não desafiavam homens para corridas em um acesso de raiva. Mulheres práticas não torciam o nariz e viravam seus rostos, ofendidas, quando uma proposta de casamento perfeitamente boa se apresentava, e as mulheres práticas não dispensavam rios de dinheiro. Românticas faziam isso. Ela era uma romântica. Deus, ele deveria ter percebido isso antes. Ele nunca iria chegar a algum lugar, argumentando a praticidade da coisa. Suas emoções falavam muito alto. Ele precisava tomar um rumo diferente. - E você sabe por que você estava tentando me provocar? - Porque eu estava com raiva de você por ser um arrogante, enganador... - Porque você não gosta da idéia de eu me casar com você por dinheiro. Porque queria que eu me casasse com você por outras razões. Quando seu rosto enrubesceu, ele soube que tinha acertado. Ela endireitou os ombros. - Não seja ridículo. Eu não quero que você se case comigo por qualquer... Ele levantou a mão para segurar seu queixo. - Você me deseja. E quer que eu deseje você. Parceria ARE & GRH - 95


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Um olhar de pânico tomou conta de seu rosto. - Essa é a coisa mais absurda que já ouvi. - É? O tempo de falar tinha acabado. Em vez disso, ele a beijou. Por um segundo, ela esteve rígida e imóvel, como uma potranca prestes a disparar. Em seguida, seus lábios suavizaram e seu corpo se inclinou para ele, e ele soube que tinha escolhido bem. Porque Virginia era mais parecida com ele do que gostaria de admitir. Ela era passional, suscetível ao toque e ao gosto, não a palavras e argumentos. E isso estava muito bom para ele. Com seu sangue ainda correndo forte pela corrida e sua discussão, ele queimava por tocá-la e saboreá-la novamente. Ele enfiou a língua entre seus lábios macios para provocar e explorar. Deus, sua boca suave o fazia querer perder-se nela para sempre. Ela se entregava deliciosamente, também, enredando sua língua com a dele, envolvendo os dedos em seu casaco para segurá-lo mais perto, incendiando-o. Esta era a mulher que ele queria, com seu corpo esguio e sua pele lisa e sua risada gutural que certamente era a inveja das mulheres em todos os lugares. Ela era uma selvagem feiticeira do labirinto, obtendo sucesso em sua missão implacável de deixá-lo louco. De repente, ela arrancou sua boca da dele. - Você não pode simplesmente ganhar a discussão por me beijar até perder os sentidos. - Eu posso tentar. - ele murmurou contra seu pequeno queixo atrevido Você sabe muito bem que não se trata apenas de dinheiro. Toda vez que a vejo o meu sangue acelera, e eu posso pensar apenas no quanto eu quero levar você para a cama. No minuto em que ela enrijeceu, ele soube que tinha falado muito diretamente, mas ele não podia se ajudar – palavras não eram sua especialidade. Ações eram. - Você vai sofrer uma grande desilusão se acha que eu... - ela começou. Ele a beijou novamente. Só que desta vez, ele arrastou-a para seus braços e invadiu sua boca. Levou alguns momentos para ela relaxar, mas uma vez que ele a teve suave e ansiosa, trilhou um caminho de beijos por seu queixo para que pudesse enterrar um na curva de seu pescoço... seu pescoço de pele sedosa, com seu cheiro de flores de laranjeira e amêndoas que o faziam querer devorá-la inteira. Quando ele lambeu sua garganta, ela engasgou. - Eu queria... que você... deixasse de ser tão... impertinente. Parceria ARE & GRH - 96


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Não, você não queria. - ele murmurou e beijou-a novamente. Por Deus, ela era doce, seu corpo pressionando-se contra o dele, agarrandose a ele, levando-o a uma excitação louca. Ele passou as mãos sobre suas formas esguias, desceu por sua cintura delgada até os quadris surpreendentemente bem torneados, em seguida, subiu até as costelas e os seios que ele ansiava por tocar. O aviso do Lyons sobre como tratar uma mulher respeitável entrou em sua mente, mas suas mãos pareciam ter vontade própria, pois deslizaram até seus seios pequenos e perfeitos, com os mamilos perfeitamente despertados cutucando através de seu vestido. Ansiava por arrancar as roupas dela e chupar esses bicos até que ela gemesse e se derretesse em seus braços. Mas isso era loucura. Qualquer um poderia encontrá-los. Bom, sua mente sussurrou. Então, ela estaria comprometida, e ele poderia se casar com ela sem ter que passar pelos obstáculos de uma corte. Se quem os encontrasse não o matasse primeiro. Mas ele não se importou. Enquanto ela o deixasse tocá-la, por Deus, ele o faria. Porque existiam algumas coisas pelas quais valia à pena morrer.

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Capítulo Oito Virginia não podia acreditar que Gabriel estava com as mãos em seus seios. Era chocante! Ultrajante! Delicioso. Como algo tão escandaloso poderia provocar sensações tão boas? Já era ruim o suficiente que ele a beijasse, agora ele estava causando estragos em seus sentidos com suas carícias impertinentes. Simplesmente não era justo. Ele estava trapaceando. E ela estava permitindo. Ela era uma idiota. Deveria fazê-lo parar. E o faria, em poucos minutos. Depois que descobrisse por que não queria. Ele a empurrou contra a sebe, seu corpo colado ao dela enquanto ele devastava sua boca mais e mais. As bordas cortadas de buxo espetavam através de seu vestido, e seu cheiro forte soprava através de seus sentidos, mas ela estava consciente apenas de como ele a fazia se sentir, quente, ansiosa e agitada. Prazerosamente assim. Especialmente com ele amassando seus seios e manuseando seus mamilos através de seu vestido. Era difícil dizer onde sua respiração rápida terminava e a dela começava. Senhor, ele a estava deixando selvagem! E ela devia estar fazendo o mesmo com ele, podia sentir a dureza se erguendo em sua calça, onde ele se pressionava contra ela. Criada em um haras, ela sabia exatamente o que aquilo significava. Devia ser um aviso para parar com essa loucura, mas apenas a fez exultar. Ele tinha dito a verdade sobre desejá-la. Quando a estava beijando não havia nenhum sinal do lorde frio e distante, e sua vaidade feminina se excitava com isso. Mas quando ele abriu o primeiro botão na parte da frente do seu corpete, ela recusou-se e pegou sua mão. - Você não deve. - ela sussurrou, olhando para a outra mão bronzeada, ainda acariciando seu seio - É impróprio. Seus olhos brilhavam para ela. - Exatamente a palavra que eu estava pensando. Impróprio. Homem horrível, estava rindo dela. - E imprudente. - ela repreendeu, para manter fora da sua mente o fato de que ele tinha desabotoado mais dois botões - Você está sendo muito imprudente.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - e ela estava morrendo de vontade de sentir seus dedos sobre a pele nua. Ele podia muito bem levantar suas saias e chamá-la de prostituta. - O que você espera de um homem como eu? - ele deu um beijo em sua têmpora - Imprudência é a minha vocação. Além disso, você gosta que eu seja imprudente. - Eu não! - disse ela, mas era uma mentira. A sensação de sua mão nua deslizando dentro de seu corpete era deliciosa. Isso a fazia se sentir como uma mulher de verdade. Sua mulher. Oh, ela era louca. Ele beijou sua orelha. - Você gosta disso porque tem alguma imprudência secreta em você, também. - seu coração disparou. Por que ele tinha que ser o único a notar que ela sentia uma urgência em ser insanamente irresponsável? - Não me diga que você não foi tomada pela excitação na corrida esta tarde. - ele continuou como um diabinho sentado em seu ombro, sussurrando verdades terríveis - Eu podia ver em seu rosto. - Antes ou depois de que você quase se matou? - ela engasgou. Oh, Senhor, ele tinha alcançado o interior do seu espartilho estava acariciando seu mamilo através de sua camisa. Ela desejava rasgar sua roupa para que ele pudesse fazêlo melhor. Sua mão parou em seu seio. - Você realmente estava preocupada comigo. O que ela dissera? Oh, sim. Ela não deveria ter dito isso. - Eu quis dizer, antes que você quase nos matou. - Não negue, você estava preocupada comigo. - ele rolou o mamilo entre os dedos, deixando-a com as pernas bambas. Por que ela não o fazia parar? Porque ela esperava que ele nunca mais parasse. Sua respiração engrossou, caindo pesadamente sobre sua bochecha. - Ninguém, além da minha família, nunca se preocupa comigo. Todo mundo pensa que eu sou invencível. Algo em sua voz a fez querer estreitá-lo nos braços e acalmá-lo. Em vez disso, ela se afastou para olhar para ele. - Isso é porque você acha que é invencível, seu grande idiota. Seus olhos tinham uma frieza que a fez sofrer por ele. - Na verdade, eu só não me importo se sou ou não. As palavras a gelaram. Graças a Deus ele parou de acariciá-la, porque ela realmente precisava pensar direito agora. - Então por que casar, se você vai apenas fazer uma mulher viúva? Parceria ARE & GRH - 99


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Uma expressão de crua vulnerabilidade surgiu em seu rosto antes que ele a mascarasse. - Eu disse-lhe porquê. Porque Célia... - Ah, sim. Sua irmã precisa de você. - ela não sabia se admirava sua lealdade para com a sua família, ou se desprezava sua suposição arrogante de que seu plano era o melhor para todos. - E você não se importa com a mulher que você vai machucar no processo. Com um suspiro, ele inclinou a cabeça para acariciar sua bochecha. - Eu não estou tentando te machucar. Eu preciso de uma esposa, e você precisa de um marido. Por que não tornar isso fácil e nos casar um com o outro? As palavras a rasgaram. - Eu não quero um marido que se case por se apiedar da minha situação. Ou porque ele quer que sua irmã ganhe sua herança. Sua mão se moveu sobre seu seio de novo, suavemente, delicadamente. - Será que isso parece como pena para você? Será que isso parece como uma intenção mercenária? - quando ela respirou fundo, ele acrescentou - Eu tive sete meses para encontrar uma esposa, querida, e você é a primeira mulher que eu sequer considerei. Quer saber por quê? Senhor, sim. - Você desperta meu sangue. Eu não tenho outra maneira de descrevê-lo. Não sou um poeta, não sou bom com elogios bonitos, e Deus sabe que tenho pouco a oferecer exceto uma possível herança. Mas prometo que, pelo menos no quarto, eu posso te fazer feliz. Talvez isso não conte muito, mas as pessoas se casaram por menos. - Eu prefiro me casar por mais. - Então você tem uma outra perspectiva melhor? - ele perguntou, ainda acariciando-a, levando-a a distração. Ele sabia a resposta para isso. - Dê-me uma chance de mostrar o quão bom nós podemos ser juntos. - ele sussurrou – Só... uma... chance... Ele a estava beijando de novo, tão docemente que fez sua garganta doer com a beleza daquilo. E se ele estivesse certo? E se isso fosse suficiente? Deus sabe que ele despertava o seu sangue, também. Se não fosse por sua necessidade louca de estar em perigo a todo o momento, e sua sensação de que ela estava de alguma forma traindo Roger por estar com ele, ela quase podia imaginar uma vida com ele. Por um momento, ela se entregou ao prazer que ele provocava nela. Ele cheirava a cavalos e couro, e tinha gosto de vinho, intoxicando-a com seus beijos. Sua boca quente desceu pelo queixo para o pescoço para chupar no pulso Parceria ARE & GRH - 100


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries que batia lá, então deslizou até seu seio, fazendo-a gemer e se arquear contra ele, agarrando seus ombros. Seus musculosos, magníficos ombros. Não era de se estranhar que as mulheres se atirassem sobre ele. Ele era um puro-sangue entre os cavalos de carga, elegante e imponente. Suas carícias magistrais a faziam sentir-se como uma égua no cio, que iria saltar sobre qualquer coisa para acasalar com o garanhão no paddock ao lado. Nenhum homem jamais havia provocado tais sentimentos selvagens nela. Ela estava afundando neles, se afogando nas sensações... - Virginia! - veio uma voz aguda, atravessando a névoa em seu cérebro deteriorado. Foi tomada pelo pânico. - Pare. - ela sussurrou - Você tem que parar. Gabriel abriu seu vestido. - Fique quieta e ele vai embora. - Virginia! - a voz repetiu, mais perto agora. - É Pierce. - disse ela, empurrando Gabriel. Enquanto ele estava ali piscando, ela abotoou novamente seu vestido. Deus, ele estava pendurado meio aberto! - Ele não irá embora até que nos encontre. Quando um Gabriel meio atordoado estendeu a mão para ela, ela o afastou com um tapa. - Você está tentando me arruinar? Ele passou os dedos pelo cabelo, então olhou para a entrada do beco sem saída. - Não será arruinada se eu estou disposto a me casar com você. Ela ficou boquiaberta. Então aquele era o seu plano – comprometê-la e garantir o seu casamento dessa forma. E ela quase o deixou fazer isso! Contornando-o, ela marchou em direção à entrada. - Você não vai me ganhar assim, sir. Ele a seguiu. - Há folhas e galhos na parte de trás de seu vestido. - ele começou a escoválos fora dela. - Não faça isso! - ela rosnou, batendo em suas mãos. - Droga, Sharpe, onde você e minha prima foram? - berrou Pierce de muito perto. Então veio um terrível silêncio, seguido de: - O que diabos você está fazendo? Gabriel levou o seu tempo para tirar as mãos do seu vestido, o diabo. - Estamos tentando fazer uma turnê pelo labirinto, Devonmont. Parceria ARE & GRH - 101


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela olhou para ver Pierce em pé na entrada do beco sem saída, observando Gabriel e ela com evidente suspeita. Enquanto o calor cobria seu rosto, lhe ocorreu que seu cabelo estava despenteado provavelmente, de ter as mãos de Gabriel enterradas nele. Oh, Senhor. Como ela podia ter sido tão tola? - Pierce, esse não é o labirinto mais lindo? Estive admirando o desenho das sebes. - ela mentiu corajosamente. - Com as mãos de Sharpe em seu traseiro? - disse Pierce. Suas bochechas ficaram quentes. Maldito Gabriel! - Não seja rude, Pierce. Lorde Gabriel estava apenas me ajudando a tirar folhas do meu vestido. - Eu aposto que ele estava. - disse Pierce secamente, seu olhar indo para Gabriel. Quem encontrou o olhar de Pierce com um que era muito presunçoso. - Você nos pegou, Devonmont - eu admito. Acho que não há nenhum impedimento para o casamento agora. Seu primo disse: - Não há necessidade de tais dramas. Um homem deve ser capaz de roubar um beijo, sem se encontrar com um grilhão, você não concorda? - Concordo plenamente. Não que estivéssemos fazendo algo tão escandaloso. - disse ela apressadamente, então fez uma careta para Gabriel Porque nós não estávamos. Gabriel olhou de Pierce para ela. - Está tudo bem, querida. Estou mais do que feliz em fazer isso direito. - Claro que você está. - Pierce falou arrastado - Você tem aquela pequena herança esperando por você. O fogo brilhou no rosto de Gabriel. - Não que isso seja da sua conta, mas eu estava explicando para sua prima que eu não vou casar com ela por minha herança. - É claro que é da minha conta. - disse Pierce – Ela é minha família. E ela merece coisa melhor que você, e é precisamente por isso que eu pretendo casar com ela. Por um momento, ela e Gabriel apenas olharam boquiabertos. Então Virginia encontrou sua voz. - O que diabos você está falando? Pierce deu de ombros. - Você pode ter mais de um pretendente. Estou entrando no páreo. - O diabo que você está! - Gabriel rosnou e avançou. Parceria ARE & GRH - 102


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Pare com isso! - ela agarrou-o pelo braço - Você não pode ver que ele está apenas tentando provocá-lo? - Nem um pouco. - disse Pierce - Estou sendo perfeitamente sério. Sou um marido muito mais adequado para você do que este patife. - ele lançou um olhar de desprezo para Gabriel - Desde que eu sou quem vai herdar a sua casa, se você quer se casar por herança, você deve se casar pela minha. - Eu não vou casar pela herança de ninguém. - disse ela, irritada. - Então case-se por amor. – o tom frio de Pierce desmentia suas palavras sentimentais - Eu te amo loucamente, prima. Então eu deveria ter uma boa chance com você, como ele. Ou melhor, a menos que Sharpe esteja alegando amá-la loucamente, também. Ela quase caiu na gargalhada. Pierce tão claramente não a amava. Se ela tinha a cabeça nas nuvens, como Pierce alegou, ele, ao contrário, tinha a sua firmemente enraizada na terra. Sua declaração teve o efeito mais estranho em Gabriel, que parecia irritado. Que curioso. Ele estava chateado, porque odiava perder sua herança futura? Ou porque odiava perde-la? Ela realmente precisava saber. Talvez devesse deixar Pierce continuar esta pequena farsa. - Você realmente me ama, primo? Quando o olhar de Pierce lhe lançou um aviso silencioso, ela ficou feliz por ter seguido seus instintos. - Claro. Eu aprecio sua inteligência, espírito e bom coração. Sharpe só quer se meter em sua cama. - E você não? - Gabriel atirou de volta. - E daí se eu faço? - Pierce arrastou as palavras - Isso não é normal para um homem apaixonado? Ele praticamente fez uma careta, e ela teve que abafar um bufo. Certamente, mesmo Gabriel poderia dizer Pierce que estava mentindo; ele praticamente se engasgou com a palavra amor. Mas, aparentemente, Gabriel levou a alegação de seu primo a sério. - Você não sabe o significado do amor, Devonmont. Estou bem ciente de sua reputação, mesmo que o sua prima não esteja. Você deixou uma lista de amantes atrás de você maior do que o meu braço. Se ela se casar com você, sempre vai estar em segundo plano com sua amante atual. - No entanto, você pretende ser fiel a ela? - Pierce lançou a Gabriel um olhar fulminante - Uma vez que tenha em suas mãos o dinheiro de sua avó, você passará todas as noites na farra. Parceria ARE & GRH - 103


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você não sabe nada sobre o que eu pretendia fazer com o dinheiro da minha avó. -Gabriel rosnou - E não sabe nada sobre mim. Pierce se aproximou. - Eu sei que sou o melhor homem para ela. - Você é seu primo, pelo amor de Deus! - Primo em segundo grau. E não há nenhum impedimento legal para primos se casarem, de qualquer maneira. - ele lançou um olhar perscrutador para Gabriel - Estou vendo que você não fez nenhuma alegação de que a ama você mesmo. Um músculo tremeu na mandíbula de Gabriel, que foi toda a resposta que ela ou Pierce precisaram. Não que ela esperasse que Gabriel fosse dizer que a amava, ele mal a conhecia. E ela não queria que ele alegasse uma mentira. Isso provaria que ele era tão mercenário como Pierce parecia pensar. Mas alguma pequena parte dela estava desapontada. O que era ridículo. Ela não o amava. Por que ela deveria querer que ele a amasse? Pierce estendeu o braço. - Venha, minha querida. Tio Isaac enviou-me para buscá-la para jantar. Enquanto ela se adiantava, Gabriel resmungou: - Não se atreva a ir embora com ele! Ela parou para encará-lo com uma careta. - Eu imploro seu perdão? - disse ela em sua voz gélida - Eu não sabia que você tinha o direito de me dar ordens. Pierce abanou a cabeça. - Nem um pingo de civilidade cavalheiresca nele. Gabriel olhou para Pierce. - Fique fora disso! - então ele travou um olhar irritado em Virginia - Você e eu tínhamos um acordo. Eu ganhei a nossa corrida e, com ela, o direito de cortejá-la. - Sim, mas não havia nada em nossa aposta para impedir qualquer outra pessoa me cortejando. Muito obrigada por me levar ao redor do labirinto, mas agora que o meu primo declarou suas intenções, eu acredito que devo deixá-lo me levar para jantar. Parece justo eu dedicar-lhe tanto tempo quanto a você. Ao seu olhar de indignação, ela reprimiu um sorriso e pegou o braço de Pierce. Antes de sair, Pierce disse: - Você pode querer esperar alguns minutos, meu velho, para... tornar-se apresentável. - o olhar de Pierce mergulhou até a virilha de Gabriel, provocando uma maldição de Gabriel. Parceria ARE & GRH - 104


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Virginia corou violentamente enquanto Pierce acrescentava: - Se você for para o jantar assim, e o general notar, não só não haverá nenhum casamento, mas vai ter pistolas ao amanhecer. Isso não vai fazer nenhum bem. Saíram juntos, deixando Gabriel para trás. - Você é muito mau, às vezes. - disse ela, logo que eles estavam fora do alcance da voz. A voz de Pierce foi dura. - Ele não fez nada mais do que beijá-la? Ela engoliu em seco. Havia algumas coisas que uma mulher definitivamente guardava para si mesma. - Nada. - ela lançou um olhar para ele - Você tem que me dizer o que você está fazendo. Porque nós dois sabemos que você não quer se casar comigo, e você certamente não “me ama loucamente”. - Não loucamente, talvez, mas eu te amo. Ela arqueou uma sobrancelha para ele. - Eu amo toda a minha família. - esclareceu ele, com um sorriso diabólico curvando seus lábios. - Então você me ama como ama a sua mãe, em outras palavras. Ele deu de ombros. - É melhor do que amar você como amo o meu cão. - Jogue com as palavras, se for preciso, mas pelo menos me diga o que significa o seu jogo. Ele baixou a voz. - Olhe para trás. Ela assim o fez, e viu Gabriel sair do labirinto, suas mãos e seus olhos cerrados enviando punhais na parte de trás da cabeça de Pierce. - Ele está nos observando? - perguntou Pierce. - Como um cão observa um osso que está sendo roubado dele. Pierce lançou-lhe um longo olhar. - Ou como um homem que não quer perder a chance com uma mulher que ele deseja? - É a mesma coisa. - Não, não é. - Pierce olhou para a frente para Halstead Hall - Qualquer mulher será suficiente para ajudar Sharpe a ganhar sua herança. Ele está irritado agora por ter o que ele vê como uma conquista fácil tirada dele. E se tudo com o que ele se preocupa é o dinheiro, ele vai atrás de outra mulher em que não há competição. Ele não tem tempo para disputar um cortejo. Parceria ARE & GRH - 105


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - E se ele não for para outra mulher? - Então ele deseja você. - Como isso é melhor? Em nenhum dos casos ele me ama. - Ora, vamos, isso é porque o amor é uma farsa para um homem como Sharpe. O melhor que você vai ter com ele é o desejo. “Eu prometo que, pelo menos no quarto, eu posso te fazer feliz... As pessoas têm se casado por menos.” - Isso não é bom o suficiente para mim. Pierce lhe lançou um olhar de pena. - Então você vai ter que procurar um marido em outro lugar, querida. Ou se contentar com o tipo de amor que eu ofereço e aceitar meu pedido. - Seu pedido de mentira, você quer dizer. Ele encontrou seu olhar solene. - Não é mentira. Se a única maneira de ajudá-la é me casar com você, eu estou disposto a me sacrificar no altar do matrimônio. - Obrigada, mas acredito que eu possa me virar sem um cordeiro sacrificial. Eles entraram na casa em silêncio, Gabriel espreitando atrás deles. Quando viraram a esquina, Pierce olhou para um Gabriel ainda carrancudo. - Há uma possibilidade remota de que Sharpe possa ser um bom marido para você, minha querida menina. Mas até eu saber suas verdadeiras intenções, devemos dar-lhe alguma competição. Então, se ele persistir com suas pretensões em sua direção, podemos reexaminar sua sinceridade. Ela lançou -lhe um olhar confuso. - Por que você quer ajudá-lo? - Ele não. Eu quero ajudar você. O casamento é a única maneira de garantir o seu futuro. - ele procurou seu rosto - E você gosta dele, admita. O rubor aumentou em seu rosto, ela olhou para o corredor. - Eu o acho arrogante e muito seguro de si. - No entanto, você gosta dele. Ela cerrou os dentes. Pierce podia nem sempre conhecer sua mente, mas às vezes ele acertava no alvo. - No momento, - ela murmurou - eu gosto da ideia de ser uma governanta. Se eu tiver que lidar com a possessividade e demandas detestáveis, prefiro que seja a partir de criaturas pequenas o suficiente para enviá-las para seus quartos. Pierce deu uma risadinha. - Eu gostaria de ver você tentar enviar Sharpe para o seu quarto. “Eu só faria isso se eu fosse lá com ele”. Parceria ARE & GRH - 106


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Meu Deus, de onde esse pensamento tinha saído? Isso era o que dava deixar um demônio como Gabriel beijá-la e colocar as mãos sobre ela. Alimentava a inquietação em sua alma e provocava os pensamentos e fantasias mais imprudentes. Mas talvez Pierce estivesse certo. Se ela queria considerar Gabriel para marido – o que ela não tinha certeza de querer – não faria mal dar-lhe alguma competição. E mesmo que ela não quisesse se casar com ele, dar-lhe concorrência seria uma maneira deliciosa de atormentá-lo. No momento, ela achava aquilo muito atraente. - O que devemos dizer a Poppy? - ela perguntou. - A verdade. Que eu estou cortejando você, também. - Ele não vai acreditar. - Eu não apostaria nisso. - a expressão dele ficou solene - Ele vai engolir qualquer coisa, em vez de enfrentar a possibilidade de Sharpe levá-la para longe dele depois de fazer o mesmo com Roger. Ele tinha um ponto. Poppy nunca perdoaria Gabriel pela morte de Roger. Ela ainda não estava totalmente certa de que ela podia. - Pierce, você sabe o que realmente aconteceu? - O que você quer dizer? - Roger estava bêbado no dia da corrida? E foi ele quem fez o desafio, ou foi Sharpe? Um olhar fechado atravessou o rosto de Pierce. - Você terá que perguntar a Sharpe. - Você acha que ele ia me dizer? - Só há uma maneira de descobrir. Verdade. Mas parte dela tinha medo de saber a verdade. Porque se Poppy estava certo sobre Gabriel, mesmo quando ela estava deixando o patife beijá-la e acariciá-la... Deus, ela nunca poderia suportar isso.

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Capítulo Nove Eles entraram na sala de jantar para encontrar todo mundo sentado. Pierce afastou sua cadeira, que estava ao lado da dele. - Onde está meu irmão? – lorde Jarret perguntou enquanto eles se sentavam. - Eles se separaram, e Virginia estava vagando pelo labirinto sozinha. Pierce mentiu - Então eu aproveitei a oportunidade de professar o meu desejo de cortejá-la também. Suspiros audíveis encheram a sala. Virginia lançou um olhar para seu avô, que parecia atordoado. Então ele abriu um sorriso largo. Oh, Senhor. Ela não queria que ele tivesse esperanças. - Isto é bastante brusco, não é? - perguntou a irmã de Gabriel, Sra. Masters. - Muito repentino. - disse Gabriel da porta. Ele entrou na sala, seu olhar se estreitando quando a viu sentada ao lado de Pierce - Aparentemente Devonmont não está satisfeito em ganhar Waverly Farm. Ele quer a senhora de Waverly Farm, também. - Pelo menos ele quer a senhora. - Virginia disparou de volta - Você só quer ganhar a sua herança. - enquanto ele fazia uma careta, seus irmãos soltaram um gemido coletivo. - Você sabe sobre isso? - perguntou a Sra. Plumtree. - Sim, não graças a nenhum de vocês. - ela colocou a mão sobre Pierce, apreciando como isso deixava Gabriel tenso - Felizmente, o meu primo tinha ouvido as fofocas e teve a gentileza de me informar sobre isso no caminho até aqui. - Teve a gentileza? - Gabriel sentou em frente a ela, com os olhos em chamas - Parece-me que ele aproveitou a oportunidade para roubar você de mim. Lady Stoneville sinal para o criado servir a sopa, e ele começou a se mover ao redor da mesa. - Sentimos muito pelo mal-entendido sobre o ultimato de Gran. - disse a Sra. Masters com um olhar duro para o irmão - Nós queríamos dizer, mas Gabriel era contra. Acho que ele está envergonhado. Ele está muito apaixonado por você, e sabia que você iria interpretar mal a situação, se ouvisse falar disso. Apaixonado por ela, hah! Gabriel só a queria em sua cama. Parceria ARE & GRH - 108


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Então vocês mentiram por ele. - Não é bem assim. - disse lorde Jarret – Foi mais como... deixar de lado algumas partes da verdade. - As partes importantes da verdade, não acha? - Virginia lançou-lhes um olhar fulminante enquanto pegava sua colher. Quando eles tiveram a decência de parecer envergonhados, ela acrescentou: - Eu acho a honestidade essencial em um marido. - Gabe é geralmente bastante verdadeiro. - a Sra. Masters insistiu – É quase um defeito. - Principalmente porque ele não se importa com o que os outros pensam dele. - lady Célia acrescentou. Isso trouxe a Virginia uma lembrança repentina. O que ele disse quando ela o acusou de pensar que ele era invencível? “Na verdade, eu não me importo se eu sou ou não”. As palavras vulneráveis trouxeram uma dor no peito antes que ela a bloqueasse. Como podia deixar-se afetar por ele ainda? Ele a perseguiu para fins completamente diferentes do que o que ele dizia, e ela não podia – não devia – perdoá-lo por isso. - Ele pode ser muito teimoso sobre isso, também. Você se lembra daquele incidente no Natal com o tutor? - a Sra. Masters comeu uma colher de sopa enquanto olhava para lorde Jarret - O pudim de ameixa roubado? - Oh, pelo amor de Deus. - Gabriel murmurou enquanto tirava o guardanapo de sua caprichosa arrumação e deixava-o cair em seu colo. Lady Célia empalideceu de repente, o que despertou o interesse de Virginia. - Gabe tinha, o que? Oito? - a Sra. Masters continuou. - Tinha que ser. - disse lorde Jarret - Foi o nosso primeiro Natal depois que mamãe e papai... - ele parou - De qualquer forma, o cozinheiro de Gran tinha deixado o nosso pudim de Natal no parapeito da janela para esfriar, e desapareceu. - Gabe tinha um carinho especial por pudim de ameixa, - continuou a Sra. Masters - e todos sabiam disso. Então, quando ele desapareceu, seu tutor, o Sr. Virgil, subiu para o sótão, que Gabe havia transformado em uma espécie de esconderijo secreto. Ele encontrou Gabe cercado por migalhas. - Mas o teimoso rapaz recusou-se a admitir que ele tinha roubado e comido o pudim. - disse lorde Jarret - Ele não iria negar - pois estaria mentindo, mas ele não iria admitir isso, tampouco. O Sr. Virgil exigiu que ele confessasse o que tinha feito, mas Gabe continuou a recusar-se a responder-lhe. Parceria ARE & GRH - 109


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Espero que tutor tenha tido o bom senso de dar uma surra no menino. - o avô disse enquanto mergulhava a colher em sua sopa - Tem que ser firme com um rapaz como esse. Virginia escondeu um sorriso. Apesar de toda sua fanfarronice, Poppy nunca tinha surrado Roger ou ela, apesar de suas ameaças de fazê-lo. - Papai provavelmente teria tirado a verdade de Gabe com uma surra. - a Sra. Masters respondeu - Mas o Sr. Virgil era um estudioso bem-educado que apenas deu um sermão em Gabe sobre o pecado de roubar. Citou versículos da Bíblia. Ele trouxe até mesmo o espectro de nossos pais mortos, dizendo que eles estavam olhando para baixo do céu, decepcionados com suas ações. - Isso só fez Gabe fincar em seus calcanhares. - disse lorde Jarret - Ele se recusou a dizer uma palavra. Virginia poderia muito bem entender. Sua babá tinha tentado aquilo com ela quando era uma menina, e sempre a tinha enfurecido. Ela sentia que, se os pais dela queriam que ela se comportasse, não deveriam ter ido embora. A morte não tinha sido algo que ela realmente entendesse. Tinha acabado se sentindo abandonada. Sem dúvida, ele também. Uma simpatia indesejada tomou conta dela. Cuidadosamente, ela comeu a sopa. Às vezes, ela se esquecia de que eles tinham a morte de seus pais em comum. Ele era um pouco mais velho quando das suas mortes, mas isso só tornava mais terrível para ele. Pelo menos ela não se lembrava dos dela. - Assim, seu tutor disse que não poderia ir jantar até que ele admitisse o que tinha feito. - a Sra. Masters continuou. A avó de Gabriel assumiu a narrativa. - Ele ficou assim toda véspera de Natal, e o dia seguinte. O tolo teimoso recusou-se a admitir qualquer coisa, ou mentir sobre isso, também. Só quando ele não apareceu no jantar de Natal eu soube o que estava acontecendo. O Sr. Virgil escondeu tudo de mim, com medo de ser demitido por não ser capaz de lidar com Gabriel. - Uma vez que Gran soube, - lorde Jarret acrescentou - ela disse a Gabriel que o que ele tinha feito era errado, que ela iria usar o dinheiro de Natal dele para pagar outro pudim de ameixa na padaria em Ealing, e então ela bateu nele por roubo. Não houve mais conversa sobre admitir nada. Ela percebeu nesse ponto que ela nunca tiraria nada dele. - Isso é porque ele não fez isso. - disse uma vozinha do fim da mesa. Todos os olhos se voltaram para lady Célia. - Célia, - disse Gabriel, em voz baixa - não importa. Parceria ARE & GRH - 110


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Sim, importa. - disse ela com veemência, com os olhos fixos em seu irmão - Eles estiveram errados todos estes anos, e eu não aguento mais. - ela encontrou o olhar de sua avó - Gabe nunca pegou o pudim. É por isso que ele não quis dizer que o fez. Eu o peguei. Todos na mesa pareciam tão surpresos quanto Virginia. - Mas as migalhas... - a Sra. Plumtree começou. - Ele as colocou lá para disfarçar. - disse lady Célia - No momento em que ele me encontrou na cozinha, eu tinha comido muito do pudim. Eu estava com fome, e lá estava um pudim de ameixa. Eu nem percebi que era para o jantar de Natal. - Você mal tinha cinco anos. - a Sra. Masters apontou gentilmente. - Quando ele me encontrou a devorá-lo, me repreendeu por isso, e comecei a chorar. - lady Célia lançou a Virginia um olhar triste - Gabe nunca podia ver uma garota chorar. Seu coração cheio de emoção, Virginia olhou para Gabriel. Ele estava olhando para a sua sopa, um rubor avermelhando seus ouvidos. E ocorreu- lhe que ele podia gostar de ser o centro das atenções em uma corrida, mas não parecia gostar disso em casa. Seu embaraço claro atingiu seu coração. - De qualquer forma, - lady Célia continuou - ele ouviu Cook vindo, então pegou minha mão e o que restava do pudim e nós corremos. A Sra. Plumtree olhou para o neto. - Por que não deixá-la lá? Cook teria ficado com raiva, mas ela sempre teve um fraquinho por Célia... - Célia não sabia disso. - ele disse calmamente - Quando eu estava brigando com ela, ela perguntou: “Será que Gran vai embora, porque eu fui uma menina má?". Eu disse que não, que Gran nunca iria descobrir. Então eu... apenas reagi. Levei-a para fora, e esmigalhei o resto do pudim no sótão. Mas ele se recusou a mentir e dizer que ele tinha comido. Ou a dizer qualquer coisa que pudesse levantar a questão de quem realmente havia roubado o pudim. Lágrimas entupiram a garganta de Virginia. - Oh, Senhor. - disse a Sra. Plumtree, seu coração em seu rosto - Célia, menina, eu nem sabia que você temia que eu fosse embora. - Eu pensei que a mamãe e o papai haviam morrido porque éramos crianças ruins. -lady Célia admitiu. A pobrezinha!

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu entendo isso. - disse Virginia - Quando éramos crianças, Roger costumava dizer que mamãe e papai nos deixou porque tínhamos sido impertinentes. - Eu disse ao rapaz que não era verdade. - Poppy disse rispidamente. - Mas as crianças sentem as coisas em seus corações, mesmo quando você lhes diz que não é lógico. - disse a Sra. Plumtree - É difícil para uma criança perder um pai tão jovem. Poppy lançou a Sra. Plumtree um olhar longo e pensativo. - Realmente, é. - disse ele, com a voz mais suave do que antes. Para a surpresa de Virgínia, a Sra. Plumtree baixou o olhar, ocupando-se com a sopa. Um silêncio desconfortável caiu sobre todos. Então a Sra. Masters deu uma olhada ao redor da mesa e disse: - Bem, essa história não saiu como o planejado. Ela deixou todos tristes, na verdade, e desanimou bastante nosso jantar. Portanto, agora terei de contar uma história mais feliz com Gabe. Oliver, você se lembra daquela vez... Ela contou uma história de quando Gabriel fez um buraco em um barco com um tiro acidental quando ele e seus irmãos foram caçar, afundando no rio com armas e tudo, mas Virginia não podia deixar de pensar em Gabriel correndo para ajudar a sua irmã mais nova. Toda vez que ela pensava que o tinha decifrado, descobria que não tinha idéia de quem ele era. Poderia um homem que se importava tanto com sua família ser de todo ruim? E se lady Célia percebesse o sacrifício que ele estava fazendo apenas para que ela tivesse um futuro? Era terrivelmente arrogante da parte dele assumir que sua irmã estaria melhor casada, mas ele estava tentando fazer o que ele achava que era certo. Alguns irmãos não se casariam por isso, se não fosse o que eles quisessem. Ela estudou-o enquanto ele embelezava o conto de sua irmã com grande alegria, claramente ansioso para deixar a história triste para trás. Ela não sabia o que pensar dele. Em um momento ele deixava de dizer a verdade sobre os seus verdadeiros motivos para querer se casar com ela, e no próximo ele se recusava a mentir sobre não amá-la. Porque ele poderia ter mentido. Ele poderia ter negado os boatos sobre a sua herança inteiramente. Sua família teria manifestamente confirmado a sua história. Ele poderia até ter derramado alguma bobagem sobre ter se apaixonado por ela durante seus dois curtos encontros. Não que ela tivesse acreditado nele, mas ele poderia ter tentado.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele podia ter mentido para Pierce quando teve a chance, mesmo que apenas para salvar as aparências. Mas quando Pierce lhe perguntou se ele a amava, Gabriel havia se recusado a responder. Sua irmã parecia estar certa. A honestidade era um defeito de Gabriel. Mas isso parecia ser sua única virtude. Ele ainda era imprudente e selvagem, disposto a fazer qualquer coisa ultrajante para ganhar uma corrida. E ele ainda tinha causado a morte de Roger, embora seu entendimento sobre o que tinha acontecido ficou enlameado com cada novo pedacinho de informação. No entanto, ela gostava dele. Ela franziu o cenho para sua sopa. Isso poderia ser o suficiente para um bom casamento? Será que ela gostava dele o suficiente para se arriscar a vê-lo se matar numa corrida? Será que ela gostava dele o suficiente para perdoá-lo por sua participação na morte de Roger? Ela simplesmente não sabia. Hetty declinou a sobremesa quando esta foi servida. Doces a deixavam indisposta ultimamente, e a última coisa que ela queria estar agora era indisposta. Especialmente com visitantes ao redor. Os outros pareciam satisfeitos com o pavê de laranja que ela e Maria haviam escolhido, e o jantar tinha corrido bem. A senhorita Waverly certamente parecia menos irritada com Gabe. Enquanto isso, Gabriel tinha se transformado no Gabe jovial, brincalhão e imprudente, que não se preocupava com nada. Era a sua maneira de se esconder, e se esconder era tão destrutivo para ele como tinha sido para seus irmãos. Desde o momento em que seus pais tinham morrido, Oliver tinha impiedosamente engarrafado como se sentia, sufocando suas emoções de forma tão vigorosa que, quando elas finalmente entraram em erupção, depois de conhecer Maria, ele teve uma crise emocional. Jarret tinha descartado seus sentimentos como inúteis para seus objetivos, e tinha se transformado em uma criatura com frieza analítica que realmente não se importava com nada nem ninguém. Graças a Deus, ele finalmente encontrou uma mulher que o fez se sentir seguro o suficiente para redescobrir a parte dele que conseguia se importar. A abordagem de Gabe era combater seus sentimentos. Nada de ignorá-los ou descartá-los. Seus pais estavam mortos? Tudo bem, ele iria provocar a morte para levá-lo, também. Ele zombava do sofrimento e ria do perigo, e nunca levava em conta o custo de qualquer ação. Ele lutaria com a Morte até submetêla. Parceria ARE & GRH - 113


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Era apenas uma outra maneira de não enfrentar a dor. Outra maneira de não expurgar a ferida para que ela pudesse curar. E a morte de Roger tinha piorado isso, aumentando o nó de agonia que se inflamava logo abaixo da superfície. O rapaz tolo pensava que poderia consertar isso ao se casar com a senhorita Waverly. De sua costumeira forma imprudente, ele havia se jogado em ação, indo atrás dela com o zelo que ele tinha por cada desafio ou conquista. Ele conseguiu chegar longe com ela, também, até que o maldito primo dela apareceu. Mas Hetty não estava preocupada com Lorde Devonmont. A senhorita Waverly claramente preferia Gabe, graças a Deus. O que preocupava Hetty era não ser capaz de dizer como Gabe se sentia sobre a senhorita Waverly. E se ela não podia dizer como ele se sentia, então como poderia a senhorita Waverly? Jovens damas gostavam de saber onde estavam com um homem. Especialmente se elas tinham outro pretendente à espera nos bastidores. Maria levantou-se da mesa. - Senhoras, vamos para a sala e deixar os cavalheiros com seu Porto e charutos? - É claro. - disse Hetty, satisfeita que Maria estava se adaptando tão bem com os hábitos da boa sociedade inglesa. A menina podia ser americana, mas ela estava disposta a aprender, e Hetty tinha sido feliz em ensiná-la. As senhoras se levantaram, ansiosas para estar longe dos cavalheiros para que pudessem conversar sobre bebês, berçários e moda, e todas aquelas coisas que entediavam os homens. Com duas das esposas de seus netos grávidas, Hetty estava muito ansiosa para discutir tais assuntos. Ela estava esperando por bisnetos há muito tempo. Ela foi a última a sair da porta, como sempre, dada a sua marcha lenta, e o general a seguiu. - Posso ter uma conversa em particular com você, Sra. Plumtree? As outras pararam para olhar para trás e ela acenou-lhes para seguirem em frente. Uma vez que a sala estava vazia, ela olhou para ele com expectativa. Com um olhar para a porta da sala de jantar aberta, ele a pegou pelo braço e levou-a pelo corredor até a biblioteca. - O que significa isso? - ela perguntou depois que eles entraram. - Quero parabenizá-la, minha senhora. - disse o general acaloradamente Isso foi muito inteligentemente planejado. Ela não tinha certeza exatamente do que ele queria dizer. - Obrigada, eu acho que saiu muito bem. A sopa poderia ter estado um pouco mais quente, mas... Parceria ARE & GRH - 114


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu não estou falando sobre o jantar, droga! Eu estou falando sobre esse conto de lorde Gabriel em sua juventude. Eu sei que você projetou isso para amolecer o coração de Virginia em sua direção. Você tem um talento especial para essas coisas. Seus olhos se estreitaram nele. - Embora eu, de fato, tenha um “jeitinho” de manipular as pessoas, não tive nada a ver com o que ocorreu no jantar. - Sério? - disse ele com ceticismo - Assim que a minha menina está sendo lembrada de que tipo de criatura seu neto realmente é, eis que sua neta relata um conto comovente que a deixa completamente enfeitiçada novamente. E espera que eu acredite que você não teve nada a ver com isso? Ela encolheu os ombros. - Mesmo que eu tivesse incitado a minha neta para contar uma história sobre Gabe, ela não me teria ouvido. Ela sempre faz exatamente o que ela quer. Neste caso, ela queria pintar seu irmão em uma luz mais atraente. E uma vez que nenhum de nós, inclusive eu, tinha alguma idéia do envolvimento de Célia no incidente, eu não poderia ter planejado sua confissão. Honestamente, ele era um velho tolo muito desconfiado. Se não fosse também um velho tolo muito bonito, ela poderia mandar Oliver jogá-lo na rua. Mas ela gostava de olhar para um bom homem, mesmo aquele que era quase de sua idade. Seus netos agiam como se ela estivesse às portas da morte, mas nada estava mais longe da verdade. Especialmente quando ela estava perto do general. Ele a fazia se sentir como uma menina novamente. E isso valia a pena lidar com suas suspeitas tolas. Ele olhou-a, hesitante. - Você jura que não planejou nada disso? - Eu desejaria ter feito isso, - disse ela - uma vez que o impressionou tanto. Ela não tinha certeza de como ele iria tomar essa observação; sua expressão era bastante enigmática. Mas, então, seu rosto se iluminou e ele deu um sorriso relutante. O homem tinha um sorriso encantador. Fazia os cantos dos olhos enrugarem de uma maneira muito atraente, mesmo que o fizesse manter um traço de autoconfiança presunçosa. - Você está ansiosa para me impressionar, então? - ele perguntou na voz baixa e rouca de um homem que tem bebido muito uísque, fumado charutos amplamente, e seduzido muitos mulheres em sua juventude.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Seu falecido marido, Josias, tinha sido um grande homem, e ela ainda sentia falta dele dolorosamente. Mas Josias estava morto há vinte e um anos. Ele não se importaria se ela tivesse um pequeno flerte. Não que ela quisesse que o general soubesse o que ela tinha em mente, pois nunca fazia mal manter um homem balançado. - Estou sempre ansiosa para impressionar os meus convidados. - disse ela alegremente - Nunca se sabe quando eles podem ser de utilidade. A presunção deixou seu sorriso, mas a autoconfiança, não. - E como eu posso ser útil para você, Hetty? Ela arqueou uma sobrancelha. - Eu não lhe dei permissão para me tratar por meu nome de batismo, sir. - No entanto, você vai permitir isso, não vai? - ele deu um passo mais perto, elevando-se sobre ela. Tinha passado um longo tempo desde que qualquer homem que se preze tentou intimidá-la, e ela achava a sua descarada falta de decoro... revigorante. - Suponho que eu poderia... Isaac. - ela disse em uma voz sedosa. Decidiu testar as águas - Especialmente porque estamos prestes nos associar através do casamento de nossos netos. Isso o fez franzir a testa numa carranca. - Eu não teria tanta certeza disso, minha senhora. - Você disse que sua neta estava enfeitiçada por meu neto. - Talvez um pouco. Mas ela não é boba. Ela vai reconhecer suas verdadeiras cores no tempo certo. Foi sua vez de franzir a testa. - Meu neto não é o diabo que você pinta. Ele sofreu com a morte do jovem Roger mais do que você pode saber. - Assim como ele deveria. - ele retrucou. - Eu concordo que foi imprudência de Gabe correr com Roger nesse curso, mas nós dois sabemos que os jovens fazem o que lhe agradam. E seu neto teve alguma culpa no acidente, também. Seus olhos azuis brilhavam para ela. - Parece que você e eu teremos que concordar em discordar sobre o assunto. Ela queria discutir mais sobre o ponto, mas o homem tinha formado sua opinião e nada tão trivial como a verdade iria alterá-la. - Eu só peço que você não deixe suas opiniões tolas impedirem sua neta de um bom casamento. - É isso o que seria? Parceria ARE & GRH - 116


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries -Você acha que casá-la com seu primo seria melhor? Ele olhou fixamente para ela. - Na verdade, eu acho. - Então você é cego, sir. Qualquer um pode ver que eles não se amam. Não romanticamente, ao menos. - Você não sabe nada sobre eles. - Eu sei que não importa quão conveniente é para eles se casar, não é sábio se eles não se amam. - Eu me casei com minha própria esposa em um acordo, - disse ele com veemência - e cheguei a amá-la profundamente. Eu não vejo por que isso não pode funcionar para eles. Eles já gostam muito um do outro, e é uma solução prática para o problema da herdade. - Então, por que nenhum deles sugeriu isso antes? Ele enrubesceu. - Lorde Gabriel forçou a mão de Pierce, isso é tudo. - E você não está preocupado com a reputação do seu sobrinho-neto como um ladino dissoluto. - Não tanto quanto estou sobre a reputação de seu neto. Pierce não iria machucá-la, estou certo disso. Não posso dizer o mesmo sobre lorde Gabriel. Ela suspirou. Ele era tão teimoso. E tão intolerante. - Você acha que eu não entendo como você se sente, mas eu entendo. Você está preocupado com ela. Ambos envelhecem a cada ano, e você tem medo de que, se ela esperar muito mais tempo para se casar, não vai encontrar ninguém e ficar completamente sozinha. - Não é bom para uma mulher estar sozinha neste mundo. - ele concordou Não é bom para um homem, tampouco. Seu olhar se fixou no dela. Eles não estavam mais falando de seus netos agora, e ambos sabiam disso. Ela engoliu em seco. Tinha passado um longo tempo desde que um homem pôde ler seus pensamentos. Ela tinha esquecido quão inquietante que poderia ser. Limpando a garganta, ela olhou para a sala de estar. - Por que você acha que fiz meu ultimato? Meus netos nunca teriam se casado se não fosse por isso. - Tenho certeza de que você está certa. Eu teria feito a mesma coisa. Mas não entendo por que você está tão determinada a ter todos eles casados, e dentro de um ano, ainda por cima. Com três casados e dois prestes a ser pais, por que forçar os outros dois a se apressarem? Parceria ARE & GRH - 117


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela se perguntou a mesma coisa. Estava sendo tão teimosa e obstinada como seus netos? Pensou em Gabe, atirando-se ao perigo para evitar sentir a dor do que ele havia perdido. E Célia, que mal se lembrava de seus pais, mas ainda lutava para ser tão diferente deles quanto possível. Não era nenhum mistério para Gran porque a menina gostava de atirar. Célia passou a vida acreditando que sua mãe tinha sido tola o suficiente para disparar em seu pai acidentalmente, por isso ela decidiu aprender a usar uma arma de forma adequada, para provar ao mundo que um Sharpe, pelo menos, tinha bom senso com armas. O que Célia não admitia era que gostava de como a maneira como ela atirava afastava os homens. Ela não precisava se arriscar a se apaixonar por um patife, como sua mãe. Ela não precisava correr o risco de ser abandonada por alguém que ela amava. Hetty respirou fundo. - Todo o resto que eu tentei falhou. Eles precisam de amor, todos eles, mas temem isso desesperadamente. Dar-lhes mais tempo não vai mudar isso. Espero que, se pressioná-los, eles vão fazer uma tentativa de encontrar o amor, em vez de se esconder dele. Ele bufou. - Vocês, mulheres, com suas noções românticas. Isso não tem nada a ver com amor. Se o tivesse, você se sentaria e deixaria que a mãe natureza seguisse seu curso. - A Mãe Natureza é uma cadela inconstante e esquecida. - ela retrucou - Ela precisa de uma mão amiga, e estou tentando apressá-la pelo bem deles. Ele nem piscou por sua linguagem grosseira. - Conversa fiada. Você está fazendo isso para o seu próprio bem, para que você possa se certificar de que seja feito antes de você não ser mais capaz de controlar as coisas. E você me critica por incentivar o namoro de minha neta com Pierce. Você não é melhor do que eu. Ela olhou para ele. - Você não pode entender. Ao contrário dos meus netos, sua neta quer se casar. Somente as circunstâncias impediram que isso acontecesse até agora. Nem você tem uma vasta fortuna para passar, que deve ser alimentada e gerida por herdeiros responsáveis. Quando ele se ergueu com dificuldade, ela se arrependeu de suas palavras afiadas. A única coisa que uma mulher nunca devia fazer é atacar o orgulho de Parceria ARE & GRH - 118


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries um homem. O orgulho masculino era tão sensível quanto a vaidade de uma mulher. - Isso é verdade. - disse ele friamente - Se eu tivesse, Virginia já estaria casada e bem fora do alcance de seu neto. Mas desde que eu não tenho e ela não está, eu lhe faço essa promessa. Ele se aproximou, seus olhos brilhando. - Terei prazer em entregá-la para Pierce antes de deixar ela ser forçada a se casar apenas para atender às suas necessidades. Posso não ter a sua vasta fortuna, mas tenho influência sobre ela. E pretendo usá-la para incentivá-la a se casar com seu primo. De um jeito ou de outro, me certificarei de que ela nunca se case com o canalha do seu neto. Ele virou-se e saiu. Ela fez uma careta atrás dele, em seguida, dirigiu-se para a sala de estar. - Vamos só ver sobre isso, sir. - ela murmurou ao vê-lo voltar para a sala de jantar - Porque eu pretendo me certificar de que ela o faça. E se pensa que você e seu preconceito irracional irão impedir isso, é melhor pensar de novo.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Dez Quente - tão quente. A transpiração descia pelas costas. Meio-dia em pleno verão não era hora para uma maldita corrida, mas Gabe podia lidar com isso. Apesar dos efeitos da noite de bebedeira, que agora revirava sua barriga, ele exortou seus cavalos a correr. Obrigação. Vencer. Roger. O refrão clamava em seus ouvidos. Obrigação. Vencer. Ou Roger e Lyons nunca deixariam de perturbá-lo. Mesmo com sua ressaca, a adrenalina da corrida penetrou em seu sangue, instigando-o a aumentar a sua velocidade. Ele não olhou para trás para ver o quão perto Roger estava, mas podia senti-lo bem atrás dele. O desfiladeiro estava se aproximando, os raios do sol cintilando sobre as rochas, fazendo-as parecer ilusórias. Mas elas eram reais, e Gabe estava para alcançá-las primeiro. Hah! Ele estava à frente, bem à frente, enquanto dirigia através... Um grito soou atrás dele, seguido pelo som horrível de madeira contra pedra e os relinchos de cavalos. Olhando para trás, viu Roger golpear o chão. A adrenalina aumentou em uma guinada angustiante. Freneticamente ele puxou as rédeas, com todas as suas forças. Ele tinha que chegar até Roger! Mas os cavalos continuavam em marcha. Ele não podia voltar atrás. E agora um novo rochedo estranho apareceu à frente, e ele estava indo direto para ele, e não podia parar, não podia parar, não podia... Gabe acordou suando frio, como sempre fazia. Estava deitado olhando para o teto com seu coração disparado e as mãos agarrando os lençóis. Ele lutou contra a sua respiração frenética, e forçou as mãos a soltar os lençóis. Em seguida, empurrando-se para cima, jogou as pernas para o lado da cama e olhou para fora da janela, para a aurora iminente. Seu coração ainda retumbava em seu peito, ele lutava para se acalmar. Não tinha o sonho há quase dois anos. Por que diabos ele estava de volta? À medida que sua mente clareava, ele soube o porquê. Por causa da corrida de ontem. Por causa dela. Virginia Sanguinária Waverly trouxe tudo de volta, maldita fosse. Ele devia estar louco para considerá-la como esposa em potencial. Ajudá-la estava apenas agitando o passado. Ele se levantou e foi até a janela, abrindo-a para deixar entrar o ar fresco da noite, envolvendo-o de modo que o frio o fizesse esquecer o sonho. Parceria ARE & GRH - 120


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Gran estava certa. Só porque ele tinha que se casar, não significava que ele tinha que escolher a irmã de Roger. Ele poderia ir a qualquer maldito baile e encontrar muitas mulheres que considerariam uma sorte ser cortejadas pelo filho de um marquês. Além disso, Virginia nem queria a ajuda dele. Não, ela queria aquele idiota do Devonmont. Ele fez uma careta. O conde pensava que podia chegar e deixar tudo bem apenas se casando com ela. E, aparentemente, ela pensava o mesmo. “Você realmente me ama, primo?” Devonmont não reconheceria o amor se ele se aproximasse e lambesse seu rosto. Como ela podia cair naquelas besteiras que aquele tolo derramou? Como ela podia considerar se casar com aquele devasso, aquela besta sem consciência? Uma besta com um título e uma propriedade, que iria herdar a casa em que ela tinha crescido. Ele gemeu. Tudo bem, então fazia sentido se você olhasse para isso a partir dessa perspectiva. Na superfície, Devonmont certamente tinha mais a oferecer a Virginia do que Gabe. Eles tinham uma ligação familiar, a fortuna de Devonmont não dependia do sucesso do ultimato de Gran, e Devonmont não tinha um escândalo familiar que pairasse sobre ele. Nem tinha participado do acidente que matou o irmão de Virgínia. Mas uma mulher com a paixão de Virginia nunca poderia ser feliz com Devonmont, droga! O bastardo era incapaz de fidelidade -ele provavelmente estaria saindo para a farra na noite de núpcias. Além disso, era ele quem ela desejava – não Devonmont. Gabe agarrou o parapeito da janela, lembrando como ela olhou suavemente para ele, depois Célia confessou ter roubado o pudim de ameixa. Como ela se derreteu docemente ontem no labirinto quando ele a beijou e acariciou e... Maldição, maldição e maldição. Ele não podia deixá-la se casar com Devonmont. Ele tinha a obrigação de salvá-la e a sua família - que é o que este cortejo significava, e isso não havia mudado. Poderia facilmente ter sido ele o caído e morto naquele campo, e se tivesse sido, Roger teria feito o seu melhor para fazer as pazes, também. Então ele devia isso ao homem, para garantir que Virgínia fosse cuidada. Espontaneamente, as palavras de Devonmont saltaram em sua cabeça: “Eu, pelo menos, aprecio sua inteligência, espírito e bom coração. Sharpe só quer se meter em sua cama.” Não era por esse motivo que ele estava fazendo isso! Não tinha nada a ver com a forma como ela aquecia seu sangue ou o fazia rir, nada a ver com a forma Parceria ARE & GRH - 121


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries como seu discurso azedo e preocupação por sua segurança mexiam com ele, e faziam com que ele quisesse... Com uma maldição, ele se afastou da janela. Ele não queria nada dela. Ele estava cumprindo uma obrigação, isso era tudo. Não importa que ela não apreciasse isso - tinha que ser feito. De alguma forma, ele tinha que convencê-la de que ele era uma escolha melhor do que Devonmont. O que tinha Lyons disse? Ela é uma mulher respeitável, e elas exigem finesse. Você tem que ser capaz de fazer algo mais do que se deitar com elas. Você tem que ser capaz de falar com eles. Ele tentou falar com ela, droga! Em seguida, ele tentou beijá-la. Nenhum dos dois tinha funcionado. Ela ainda tinha ido alegremente para casa ontem à noite sem lançar-lhe um olhar para trás. Assim, ele precisava de um outro plano. Ele olhou pela janela novamente para o sol nascente. Era muito cedo para visitá-la. Porém, a mulher vivia em um haras. Cavalos tinham que ser alimentados e exercitados, e as baias limpas. Sem dúvida, ela tinha deveres também. No momento em que ele estivesse vestido e cavalgando para Waverly Farm, não seria tão cedo. Ele poderia pegá-los no café da manhã. Não tinha certeza do que iria fazer depois disso, mas pensaria em algo bom o bastante no caminho. Não podia ficar ali esperando que algo acontecesse. Devonmont já tinha a vantagem de ficar lá. Gabe correu para o lavatório. A única coisa que ele não devia fazer era estragar tudo, como tinha feito no labirinto. Não devia haver beijos e carícias. Definitivamente, sem carícias. Lyons podia estar certo sobre damas respeitáveis – que pareciam gostar de outros métodos de cortejo além de beijos. Ele só tinha que rezar para que ela não estivesse usando um daqueles vestidos de babados com os corpetes abotoados na parte da frente, aqueles que o faziam se imaginar soltando cada pequeno botão e desembrulhando-a como um presente de Natal... Ele gemeu quando suas ceroulas ficaram desconfortavelmente apertadas. Que diabos estava errado com ele? Ela era uma mulher respeitável. Supostamente não devia incitá-lo a luxúria. Mas ele poderia lidar com esta fêmea. Talvez pegasse algumas flores do jardim. As mulheres gostavam de flores. Ele pegaria algumas violetas – havia muitas delas. E mais era sempre melhor do que menos. Gabe vestiu suas roupas e saiu antes de sua família se levantar. Então partiu para Waverly Farm com as flores na mão. E agora? Duvidava que um punhado de flores iria compensar seus pecados percebidos. Parceria ARE & GRH - 122


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele devia mostrar a ela que não era o homem que ela via como o assassino de seu irmão. Que ele não era um idiota irresponsável determinado a se matar, ou um sujeito mercenário determinado a ganhar sua herança. Ele devia mostrarlhe que poderia ser um cavalheiro. Que poderia ser um marido responsável. Mas como fazer isso? Quando ele se aproximou Waverly Farm, as memórias o assaltaram – de vir aqui para o funeral, com o estômago embrulhado com o pensamento de ver Roger colocado em um túmulo no cemitério da propriedade. De andar até a casa de onde o general saiu com olhos assassinos. Gabe mal tinha pronunciado uma palavra antes de ser escoltado para fora da propriedade por dois cavalariços malencarados. Ele estremeceu. Aquilo poderia acontecer novamente hoje. Waverly claramente não tinha perdoado. Gabe não tinha certeza de que Virginia tinha. No entanto, ele tinha que tentar consertar as coisas entre as famílias. Parecia o correto. E Virginia era a chave para isso. Enquanto andava até a mansão, ele percebeu que não precisava se preocupar com o horário. Já havia um tumulto vindo do paddock além dos estábulos. Ele contornou os estábulos para encontrar um grupo heterogêneo amontoado ao lado da cerca paddock. Eles estavam observando atentamente o general, que estava se aproximando de um cavalo que lutava violentamente contra um cavalariço. O homem era louco? Ele seria pisoteado! Por que os outros estavam apenas assistindo, pelo amor de Deus? Waverly tinha quase setenta anos! Cavalgando até a cerca, Gabe saltou de sua montaria e pulou para a frente, ou seja, para arrastar o general do paddock. Mas alguém segurou seu braço. Quando ele atirou a pessoa um olhar sombrio, descobriu para seu espanto que era Virginia, vestida com um vestido de dia de algodão marrom com um avental branco liso. - O que você está fazendo aqui? - ela perguntou. - Tentando salvar o seu avô! - ele respondeu enquanto se soltava da sua mão. Ela riu e agarrou-o novamente. - Ele não precisa de ajuda. Basta assistir. Ele seguiu seu olhar para onde o general tinha segurado as rédeas do cavalo. Ordenando que o cavalariço se afastasse, ele se aproximou do garanhão, falando com ele em voz baixa. O garanhão parou imediatamente, embora ainda Parceria ARE & GRH - 123


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries dançasse, agitado. O velho aproximou-se para acariciar o pescoço do cavalo, murmurando para ele o tempo todo. - O que diabos ele está fazendo? - perguntou Gabe. - Você já ouviu falar de um homem chamado Daniel Sullivan? - ela perguntou. - Nosso cavalariço chefe falou dele algumas vezes. Ele não era aquele sujeito “encantador de cavalos”? Ela fez uma careta. - É um nome sem sentido que as pessoas lhe deram quando o viram sussurrando para os cavalos. Não era o sussurro que fazia isso, eram seus métodos de treinamento. Sullivan tinha sido uma lenda nos círculos de cavalos há vinte anos por ser capaz de acalmar e treinar cavalos que todos pensavam ser intratáveis. Alguns diziam que ele tinha aprendido suas técnicas dos ciganos, mas ninguém sabia ao certo. - Eu pensei que ele não compartilhava seus métodos com ninguém. - Ele e Poppy eram amigos. Antes de morrer, ele ensinou ao meu avô um pouco do que ele sabia. O resto, Poppy desenvolveu por conta própria. Gabe observou com espanto enquanto um cavalo do qual ele teria desistido como impossível se acalmava o suficiente para permitir que uma sela fosse colocada em suas costas. - Às vezes, quando as pessoas têm cavalos com os quais perderam a esperança, - ela continuou - eles os trazem para Poppy. Ele faz o que pode para torná-los úteis. Ele está trabalhando com o capão por semanas. Esse cavalariço tolo não ouviu quando o meu avô disse-lhe como lidar com o cavalo, então Poppy teve que entrar em cena - ela suspirou - Infelizmente, isso provavelmente significa que Poppy vai demitir o cavalariço. E nós não podemos nos dar ao luxo de perder outro. Nesse momento, Gabe percebeu como se aproximar de Virginia para que ela pudesse ver o seu lado bom. Waverly entregou as rédeas do garanhão a um trabalhador para que o cavalo pudesse ser levado embora, então virou-se para dar um sermão no cavalariço que tinha cometido o erro. O jovem discutiu com o general antes de partir para os estábulos. Quando ele saiu poucos minutos depois com suas coisas, Gabe reprimiu um sorriso. Agora era sua chance. O general Waverly observou o homem até que ele tinha deixado a propriedade, em seguida, veio em direção a sua neta. Ele parou quando viu Gabe, e sua carranca já sombria aprofundou enquanto caminhava em direção a eles. Parceria ARE & GRH - 124


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Muito cedo para uma visita matinal, não é, Sharpe? - Vocês dois parecem estar acordados e de pé. - Este é um haras em funcionamento. - com uma rigidez óbvia em seu braço, Waverly abriu o portão para o paddock - Nós não temos tempo para rolar na cama metade da manhã, como vocês de Londres. Temos mais trabalho do que podemos suportar. - Eu entendo. E se você me permitir, estarei feliz em ajudar. - o general o olhou com cautela. - O que você quer dizer? - Uma vez que parece que você acabou de perder um cavalariço, estou me oferecendo para dar uma mão por aqui. Waverly olhou para ele, então olhou para a neta. - Isso foi idéia sua? - Não. - ela olhou para Gabe, a sua expressão difícil de ler - Mas é uma boa idéia. O general bufou, então analisou Gabe. - Você vai estragar suas roupas extravagantes. - Eu não me importo. - Suponho que não. Você vai herdar dinheiro suficiente para comprar uma camisa de seda preta todos os dias da semana. Gabe ignorou a provocação. - Eu sei que você não gosta de mim, mas a minha oferta é sincera. Por que não aceitá-la? Você pode me fazer trabalhar até a morte, então me chutar para fora da propriedade quando terminar comigo. É uma forma de me punir pelo que fiz com Roger. Waverly hesitou, depois desviou o olhar. - Eu não quero te punir. Eu não quero ter nada a ver com você. - Então eu vou apenas cortejar sua neta. Virei todos os dias e me sentarei em sua sala de estar, como qualquer outro pretendente, e a levarei para passeios no campo e... - O diabo que você vai! Ela não vai passear com você. - Poppy, - Virginia começou - Eu concordei em... - Essa maldita aposta. - ele resmungou – Jovens senhoritas não devem fazer apostas com cavalheiros. - Mas se fizerem isso, elas devem honrá-las, você não acha? - Gabe pressionou - Eu vou considerar como parte do cortejo, se você me deixar ajudálo. Parceria ARE & GRH - 125


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Nós poderíamos usar a ajuda. - Virgínia apontou - Perdemos dois cavalariços em um mês, e se lorde Danville trouxer sua égua para ser coberta... - Tudo bem, maldição. - o general fixou Gabe com um olhar frio - Mas não pense que você vai passar seu tempo montando e se mostrando para ela. Há cavalos para ser alimentados e cuidados... - Eu sei como alimentar e tratar um cavalo. Já fiz isso muitas vezes. - E você já limpou o esterco de um estábulo? Eu preciso de alguém para isso. - o general arqueou uma sobrancelha em desafio claro. - Eu posso fazer isso também. O general lançou-lhe um olhar cético. - Eu gostaria de ver um lorde elegante como você limpar o esterco de um estábulo. Você não vai durar um dia. - Teste-me. - ele nunca havia limpado um estábulo, os cavalariços nunca tinha permitido. Mas ele sabia como era feito, e ele não era inexperiente em outros tipos de trabalhos nos estábulos. Waverly cruzou os braços sobre o peito. - Digo-vos isso, Sharpe. Você vem aqui todos os dias a esta mesma hora, fica até o anoitecer, e faz o que eu pedir, e ao final de uma semana eu vou deixar você levar minha neta para um passeio. Comigo. Depois disso, vamos ver. Gabe assentiu. Era mais do que ele esperava. Enquanto o general se afastava, Virginia perguntou: - Você tem certeza que quer fazer isso? - Eu não teria me oferecido se não tivesse. - lembrou-se de repente das flores, e virou-se para pegá-las de onde as tinha enfiado em seu alforje aberto. Fez uma careta. Elas pareciam murchas e espancadas depois da hora de viagem. - São para mim? - ela perguntou. Ele tentou arrumá-las. - Bem... hum... elas deveriam ser, mas... - Eu amo violetas. - disse ela com um sorriso hesitante enquanto se aproximava dele para tirá-las do alforje - Como você soube? Ela escondeu o rosto nas flores minúsculas, e a garganta dele ficou seca. Ela parecia tão atraente, até mesmo em seu vestido simples e avental. - Onde está seu primo esta manhã? - ele perguntou, para não se imaginar tirando esse vestido dela e deitando-a sobre as violetas perfumadas. Seu sorriso fez algo apertar no peito. - Você está louco? Pierce nunca se levanta até bem depois do meio-dia. ela lançou-lhe um olhar astuto sobre as flores - Estou surpresa que você esteja aqui tão cedo. Parceria ARE & GRH - 126


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu sempre levanto cedo. Não posso dormir até tarde. - Sério? Por quê? Um berro soou da cerca. - Você vem, Sharpe, ou não? Ele lhe fez uma reverência e se dirigiu para seu avô. Isso não ia ser fácil, mas ele iria suportar durante o tempo que fosse preciso. Ele era um Sharpe e não seria um rabugento oficial de cavalaria que iria impedi-lo de conseguir o que queria.

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Capítulo Onze Cinco dias mais tarde, Virginia estava na janela da sala de desjejum observando o caminho. Ela se apressou em comer seu café da manhã, então já estava pronta. Eram quase oito horas. Todos os dias ela esperava não ver Gabriel outra vez, e todos os dias ele aparecia com a regularidade de um trabalhador contratado. E sempre que aparecia, ele erodia suas defesas. Por quê? Eles passavam pouquíssimo tempo a sós – seu avô e seu primo se certificavam disso. Ela o via principalmente quando levava sanduíches ao meiodia, como sempre tinha feito. E se eles não tinham um momento a sós, ele não podia tentar beijá-la. Não que ela quisesse isso. Só porque passou a pensar em seus beijos, ocasionalmente, e se perguntava se eles teriam realmente sido tão incríveis como ela se lembrava, não queria dizer nada. Ela achava interessante ouvir enquanto ele e Poppy comiam e falavam do treinamento de cavalos, mas isso não era porque estava caindo sob seu feitiço. Não, de fato. Ela simplesmente se cansava de trabalhar em casa, às vezes. Era por isso que ela saía para ver como eles lidavam com uma égua no cio ou exercitavam um puro-sangue. Não estava irritada porque Gabriel parecia mais interessado nos cavalos do que nela. Embora ele deveria a estar cortejando. Não que ela quisesse isso. Mas quando as pessoas diziam que estavam em um lugar para fazer uma determinada coisa, deviam fazê-lo, isso era tudo. Ela avistou Gabriel no final do caminho, e sua respiração ficou presa na garganta. Doce Jesus, ele fazia uma boa figura. Montava um cavalo melhor do que qualquer homem que ela conhecia: equitação parecia tão natural para ele quanto respirar. Ele e o cavalo se moviam como uma criatura fluida, tendões e músculos se flexionando em conjunto, deixando-a com a boca seca. - Ele está aqui de novo, não é? - disse uma voz suave atrás dela. Ela pulou, em seguida, levou a mão ao coração. - Pierce! Não se aproxime de mim assim. O que você está fazendo de pé tão cedo, afinal? Poppy nem mesmo desceu ainda. Pierce caminhou até ela no aparador. - Eu te disse ontem que estava indo para casa esta manhã e planejava partir cedo. - Eu não acreditei em você. Você não levanta cedo por nada. Parceria ARE & GRH - 128


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu geralmente faço questão de desfrutar de minhas noites de alguma outra forma do que dormir. - disse ele com uma piscadela - Mas, infelizmente, o meu administrador não faz o mesmo, então se eu não chegar lá antes de se recolher para a noite, não vou descobrir o que era tão importante que ele não podia esperar mais uma semana para eu voltar. O mordomo de Pierce tinha estado enviando mensagens cada vez mais urgentes. Ela sabia que ele estava ignorando-as por causa dela, por causa da presença de Gabriel, mas não podia fazê-lo por mais tempo. Ele encheu um prato com torradas e queijo e se sentou. - Então, eu entendo que Sharpe apresentou-se novamente esta manhã. Ela não conseguia esconder seu rubor. - Eu não tenho idéia. - disse ela displicentemente. Ele olhou-a de soslaio. - Não, você estava lá precisamente às oito para assistir os homens levarem o feno. Com um suspiro, ela deixou a janela. - Eu apenas gosto de olhar para os girassóis em flor. - Eu suponho que é também por isso que você mesma parece florescer ultimamente. - disse ele com um sorriso de satisfação. - Ela está usando seus melhores vestidos para você, isso é o que é. - Poppy disse alegremente enquanto entrava na sala. - Sim. - Pierce falou lentamente, um olhar diabólico em seus olhos - Tudo por mim. Não é lindo? Encarando-o, ela arrumou conscientemente a renda fichu-pelerine como ela normalmente usava, depois foi para o aparador para embrulhar uma fatia de pão sobre duas salsichas para Poppy. Caso contrário, ele não iria comer nada no desjejum. - Acontece que eu gosto deste vestido, isso é tudo. Ela gostava de seu vestido de peliça, principalmente porque o corte lisonjeava sua figura, e tinha pequenos arcos espanhóis desenhados que a faziam sentir-se bonita. Usá-lo ou o vestido listrado de ontem com as belas mangas não tinha nada a ver com ninguém. Certamente não era por causa dos ardentes olhares de admiração que Gabriel lhe lançava sempre que Poppy virava as costas. Não, de fato. - Bem, você pode dizer que ela está feliz em tê-lo aqui. - disse Poppy, completamente inconsciente das insinuações dissimuladas de Pierce - Ela está espalhando lavanda por toda a casa para que fique com o cheiro agradável por você. Parceria ARE & GRH - 129


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries A risada de Pierce se transformou em uma tosse quando ela fez uma careta para ele. Virginia foi até Pierce servir o chá. - Eu gosto de lavanda. Não tem nada a ver com Pierce ou qualquer outra pessoa. Poppy piscou para seu sobrinho-neto. - Se você diz. Enquanto isso, estamos prestes a sufocar até a morte com o cheiro. Seu primo lhe lançou um olhar de maldade pura. - Na verdade, tio Isaac, eu acredito que ela está recebendo a lavanda do... - Do jardim. - disse ela rapidamente. Segurou a xícara de chá diretamente sobre seu colo e começou a derramar chá quente nela - Não é isso, primo? Seus olhos se arregalaram. Um deslize de sua mão e as noites seriam decididamente menos agradáveis. - Absolutamente. - Bem, tente não limpar o jardim inteiro. - Poppy devorou o restante de seu café da manhã - Eu sei que você a usa para possets3 e tal. Você vai ficar sem isso antes do inverno, a este ritmo. - Sim, é bom ter cuidado. - disse Pierce, com os olhos brilhando. Ela olhou para ele enquanto pousava o bule de chá e servia um copo de leite. - Tenho que ir. - disse Poppy. Parando apenas o tempo suficiente para pegar o copo que ela lhe entregou e engolir o seu conteúdo, Poppy se dirigiu para a porta. - Hoje eu estarei treinando Ghost Rider, para ver se eu posso levá-lo para o St. Leger Stakes. Tenho que fazê-lo enquanto Sharpe está fora do caminho. - Fora do caminho? - perguntou Pierce. Seu avô sorriu. - Eu estou colocando-o para limpar os estábulos de novo. - Poppy! - ela protestou - Não foi o suficiente você obrigá-lo a fazer isso em seu primeiro dia? Tenho certeza que ele arruinou suas roupas. Isso a lembrava... Ela correu para buscar a jaqueta de Poppy, uma vez que seu lacaio não estava a vista. - Não é minha culpa que ele não estava vestido adequadamente. E se ele tira suas malditas roupas para trabalhar nos estábulos agora, não é minha culpa se ele pega um resfriado. Ela ajudou Poppy com sua jaqueta. - Um resfriado? É verão, pelo amor de Deus! Então você não pode culpá-lo por tirar sua jaqueta. Parceria ARE & GRH - 130


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Isso não é motivo para ele andar de peito nu. Ele vai conseguir morrer, se ele continuar assim. Não é saudável, eu lhe digo. - Poppy se dirigiu para a porta. Gabriel ficava seminu nos estábulos? Certamente Poppy não queria dizer que ele não usava sequer uma camisa. - Pode querer fechar a boca, prima, - disse Pierce secamente - antes de engolir moscas. Ela virou-se para ele. - Eu gostaria que você parasse de deixar Poppy acreditar que você realmente pretende se casar comigo. - Eu pretendo me casar com você. - Pierce sorriu - Supondo que você não fuja primeiro com um Sharpe sem camisa, adornado por toda a lavanda ele continua trazendo para você. - Como é que você sabe sobre a lavanda? - Não insulte minha inteligência. Eu o vi dá-las a Molly para entregar para você uma manhã. Ele vem fazendo isso todos os dias, não é? Ela não pôde evitar um pequeno sorriso. - Sim. - o sorriso dela desapareceu - Mas Poppy não sabe, e não diga a ele. - Estou chocado que ele não percebeu isso ele mesmo. As flores são exatamente o tipo de presente aborrecido que um homem como Sharpe consideraria romântico. - Elas não são aborrecidas! Ela amaldiçoou sua língua rápida. Mas não podia evitar, ninguém nunca trouxe-lhe flores antes. Ela achou terrivelmente doce. Pierce olhou-a atentamente enquanto se servia de mais chá. - Claro, o voluntariado para ajudar por aqui foi bastante original. Para ser honesto, eu não esperava que ele fosse durar tanto tempo. - Nem eu. - ela admitiu - Não que eu me importe. - Se você não se importa, então o que isso está fazendo aqui? - ele assinalou um prato de tortas de limão sobre o aparador - Ouvi Sharpe dizer a Cook no primeiro dia que ele amava tortas de limão. E desde então, elas foram aparecendo no aparador para quando ele e tio Isaac entram para o chá. Ela ergueu o queixo. - Tenho certeza de que Cook está apenas tentando fazer ele se sentir em casa. - Cook não faz tantas tortas de limão para mim, minha querida, e eu sou seu favorito. Além disso, é você quem diz a ela o que cozinhar. - ele esvaziou sua xícara de chá, em seguida a deixou na mesa - Tenha cuidado, prima. - ele disse suavemente - Sharpe não é um cão de rua que você pode atrair para te amar com Parceria ARE & GRH - 131


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries tortas de limão. Certifique-se de que ele é o que você quer, assim como ele é, antes de mostrar suas cartas. - Não estou tentando atraí-lo para nada. Eu não pedi a ele para trabalhar no haras – ele escolheu fazer isso sozinho. Por mim. Para me cortejar. Oh, como ela desejava não se emocionar toda vez que pensava nisso. Alguém bateu na porta da sala de refeições. - Milorde, sua carruagem está pronta. - Obrigado, James. - Pierce terminou sua torrada, então rodeou a mesa Você vai me ver partir? - Claro. Ela tomou-lhe o braço enquanto se dirigiam para o hall de entrada. - Vou sentir sua falta, você sabe. - Espero que sim. Sou praticamente seu noivo. - Oh, que vergonha. Quer parar com esse absurdo? Ele riu. - Vou parar quando isso parar de irritá-la. Eles saíram para o caminho para encontrar Gabriel voltando do pasto onde ele, aparentemente, levou um par de cavalos, provavelmente esvaziando os estábulos em preparação para limpá-los. Gabriel estancou. - Então você está indo embora, hein, Devonmont? - ele parecia bastante satisfeito. - O dever chama. - Pierce se voltou para ela - Isso me lembra, eu esqueci de mencionar ao tio Isaac que olhei todos os livros e eles parecem estar em ordem. Mas tem alguns conhecimentos de embarque que foram lançados incorretamente, e ele deve pressionar esse fazendeiro ao lado pelo pagamento. Vizinho ou não, o homem precisa pagar a taxa de cobertura. - Eu vou dizer a ele, mas ele não vai fazer nada sobre isso. Você conhece Poppy – sente pena de o sujeito. Pierce balançou a cabeça. - Não há nenhum ponto em ajudá-lo com as suas contas, se ele ignora meus conselhos. - Eu sei, mas ele aprecia sua ajuda. De verdade. - ela inclinou-se para beijar sua bochecha - Assim como eu. Pierce lançou um olhar de soslaio para onde Gabriel estava ouvindo, e falou lentamente: - Certamente você pode dar ao seu futuro noivo agradecimento melhor do que esse. Parceria ARE & GRH - 132


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries E, sem aviso, ele agarrou sua cabeça entre as mãos e beijou-a com força nos lábios. Não foi contido ou breve. Ele prolongou-se, pelo amor de Deus. - Agora veja aqui, - Gabriel resmungou - você não pode fazer isso com ela. Recuando, Pierce piscou para ela. - Eu não vejo por que não. Primos podem se beijar. Gabriel se aproximou. - Isso não foi um beijo fraternal. - ele rosnou. - Virginia não se importou. - os olhos de Pierce brilharam maliciosos para ela - Não é, minha querida? Ela dificilmente saberia o que responder. Pierce nunca a tinha beijado nos lábios antes. Ela teria esperado algo mais impactante. Afinal, Pierce era famoso por seu talento com as mulheres. Mas tinha acabado por ser estranho e desconfortável, como beijar um irmão nos lábios. - E então? - Gabriel perguntou rispidamente -Você se importa? - Eu-eu... não. Claro que não. - ela não queria que Gabriel surrasse seu primo por algum insulto à sua honra. - Eu vejo. - Gabriel se afastou em direção aos estábulos. Assim que ele estava fora do alcance da voz, ela deu um empurrão em Pierce. - O que foi isso? Pierce sorriu. - Apenas um pouco de diversão. Ela soltou um bufo frustrado. - Agora, ele vai pensar que você e eu temos estado... fazendo coisas que nós não fizemos. E depois há os criados... - Que sabem perfeitamente bem que não há nada acontecendo entre nós, sua patinha. Não custa nada fazer um homem sofrer um pouco. Não pode deixálo pensar que você é presa fácil, quando você está jogando tortas de limão para ele e vestindo seus melhores vestidos e observando-o da janela. - Baixe a voz. - ela sussurrou - Ele não sabe que eu estou fazendo essas coisas. - Então ele é cego. - ele beliscou seu queixo - Ele já quer casar com você. Você não tem que trabalhar tão duro para convencê-lo de que é uma boa idéia. - Eu não estou! E ele só quer se casar comigo para que possa ganhar a sua herança. - Talvez. - ele olhou em direção ao celeiro - Talvez não. - Pierce, de repente, ficou muito sério - Olhe, prima, se alguma coisa acontecer enquanto eu estiver fora, envie uma nota para Hertfordshire e eu voltarei na mesma hora. Parceria ARE & GRH - 133


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu sei. Você é adorável, - ela cruzou os braços sobre o peito - Um adorável muito perverso, mas suponho que é de se esperar com a maneira como você vive quando está em Londres. Fixou um olhar perturbadoramente atento nela. - Aquele beijo não afetou você em nada, não é? Ela piscou. - Foi... perfeitamente agradável. Uma risada triste escapou dele. - Agradável, hein? Você realmente sabe como humilhar um homem. Tome cuidado, está bem? - Eu vou ficar bem. Mas, quando ele foi embora, seu sorriso vacilou. Ela não conseguia parar de pensar no olhar no rosto de Gabriel quando ele disse: "Eu vejo", como se de alguma forma ela o tivesse traído. Ela não tinha, não havia compromisso entre eles. No entanto... Olhando em volta, ela percebeu que todos os servos tinham desaparecido. Poppy estava fora com Ghost Rider no pasto para trás, e seus dois cavalariços provavelmente estavam com ele. O que deixava Gabriel sozinho no estábulo. Talvez devesse falar com Gabriel sobre Pierce. Ela só podia imaginar o que Gabriel devia pensar após a travessura de Pierce, e queria esclarecer as coisa com ele. Você só quer ver se Gabriel realmente trabalha lá com o peito nu, disse sua consciência. Consciência estúpida. E estava errada, também. Ainda assim, ela engoliu em seco enquanto se dirigia para a horta, que ficava ao lado da entrada dos fundos do estábulo. E teve o cuidado de não fazer barulho quando entrou. Parou ao lado da escada que levava ao sótão de feno. Talvez antes de falar com ele, ela devia vê-lo trabalhando. Afinal, Poppy não sabia com certeza se ele estava fazendo um trabalho decente – pelo que todos sabiam, ele estava pagando um dos trabalhadores para fazer o trabalho. Você realmente não acredita nisso, disse sua consciência. Você só quer espioná-lo. Com uma carranca para a sua consciência, ela correu até a escada, então rastejou através do feno até que ela pudesse vê-lo abaixo. Ela respirou fundo. Doce Senhor no céu, ele estava sem camisa. Ele não usava nada da cintura para cima. E estava atacando a palha com uma forquilha, como se fosse um soldado inimigo que tinha encontrado na batalha. Parceria ARE & GRH - 134


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Um Gabriel seminu em calças pretas e botas de camurça era um espetáculo de visão. Os músculos bem definidos em seus braços se flexionavam com cada recolher da forquilha, e as costas mostravam cada punhalada feroz, os tendões se apertando em uma dança maravilhosa. Ela nunca tinha visto as costas nuas de um homem antes, mas duvidava que todos parecessem tão espetaculares como Gabriel. Então ele se abaixou para pegar algo que tinha caído na palha. Suas calças soltas apertaram sobre seu traseiro, e ela engasgou. Quando ele congelou, ela bateu a mão sobre sua boca. Se ele a pegasse olhando para ele... Mas, então, ele se endireitou, e ela soltou um suspiro interior de alívio. Ele não tinha a ouvido, afinal. Ele inclinou-se de novo, e desta vez ela aproveitou a oportunidade para olhar para sua bunda incrível. Aquilo se deveria parecer... tão... firme? Quando ele finalmente retornou ao trabalho com a forquilha, ela não conseguia decidir se gostava mais de observá-lo curvar-se ou vê-lo com a forquilha. Não ficou surpresa ao descobrir que ele tinha um físico tão atraente, mas não sabia que ver tanto dele revelado teria este efeito surpreendente sobre ela. Com o brilho de suor fazendo suas costas cintilarem, ela não conseguia pensar em nada além de como ela gostaria de tocar seus músculos. O que era absolutamente ridículo. Depois de alguns instantes deitada arrebatada na palha, ela começou a desejar mais. Vire-se, vire-se, vire-se, ela entoava em sua cabeça, quase desesperada para vê-lo de frente. E quando o fez, pegando as alças do carrinho de mão e levando-o para a porta dos fundos, ela mordeu o punho para não suspirar em voz alta. O Senhor tenha misericórdia de sua alma. Como ele tinha chegado a ser tão primorosamente formado? Ele tinha um pouco de cabelo no meio do peito e circulando seu umbigo, mas por outro lado toda a sua parte superior do corpo parecia esculpido em carvalho. Sua carne parecia tensa e inflexível, com ondas de músculos correndo por sua barriga abaixo. Ela mal podia respirar com a visão de tão masculina... investidura. Ela estava quase contente quando ele desapareceu na parte de trás do estábulo. Finalmente poderia recuperar o fôlego. Ela devia descer a escada e esperar por ele na parte inferior para que ele não soubesse que ela o esteve observando, mas e se ele a pegasse?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Não, ela tinha que esperar até que ele estivesse ocupado com a forquilha novamente. Em seguida, ela iria rastejar para baixo e o abordaria como se estivesse vindo de fora. Isso iria funcionar. E se por acaso ele... - Está se divertindo, não é? Com um grito, ela ficou de pé e virou-se. Para sua mortificação absoluta, lá estava Gabriel, a poucos metros de distância. E a julgar pela carranca sombria e o brilho feroz nos olhos dele, ele estava furioso.

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Capítulo Doze Gabe não podia acreditar. Depois de tudo o que ele tinha sofrido esta semana, ela tinha a audácia de espioná-lo! Não foi o bastante que ela alegremente beijasse seu primo enquanto ele estava lá assistindo e fervendo? E agora ela provavelmente estava ali certificando-se de que ele fazia exatamente o que seu maldito avô queria. Pelo menos ela tinha a decência de parecer constrangida; o rubor se espalhava desde o pescoço para o rosto dela. - Eu... Eu... - Você estava me espionando. Mais uma vez. - ele cruzou os braços sobre o peito - Está preocupada que seu avô não vá me fazer trabalhar o bastante? Ou ele te pediu para informá-lo sobre o meu progresso? Acho que não é o suficiente para ele me fazer trabalhar como um condenado cavalariço... - Eu queria falar com você, isso é tudo. - ela deixou escapar. Seus olhos se estreitaram. - Sobre o quê? Ela mordeu o lábio inferior. - Sobre Pierce. Isso foi a gota d’água em sua raiva. Agora ela ia explicar como ela e seu maldito primo eram perfeitos um para o outro, e que Gabe podia ir para o inferno. - O que tem ele? Ela alisou as saias, recusando-se a olhá-lo nos olhos, o que confirmou suas suspeitas. - Meu primo e eu não... isto é... nós... nós dois... nunca... - respirando fundo, ela começou novamente - Essa foi a primeira e única vez que ele me beijou... assim. Eu não quero que você tenha a impressão de que nós temos sido... - Íntimos? - disse ele causticamente. Embora seu rubor se aprofundasse, seu olhar saltou para o dele. - Sim. Íntimos. Achei que você deveria saber que não importa o que ele deu a entender, não temos esse tipo de... amizade. Ele olhou para ela por um longo momento, tentando assimilar o que ela dizia. Então, ela não estava terminando seu namoro? Ela tinha vergonha de ser acusada de ser "íntima" com o seu primo? Parceria ARE & GRH - 137


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você tem certeza que ele sabe disso? - perguntou ele, confuso. - É claro! - ela soltou um suspiro frustrado - Ele fez isso só para irritá-lo. E me pegou tão de surpresa que eu não sabia o que dizer quando você perguntou se eu realmente não me importava. Como ficou claro para ele o que isso significava, sua raiva diminuiu. - Esse é o maior defeito de Pierce, você vê. - ela continuou - Ele não sabe quando deixar as coisas como estão. Ele parece deliciar-se... - Ele seria um péssimo marido para você. - Gabe a interrompeu. Ela não saltou para negá-lo. - O que te faz dizer isso? Ele pressionou a vantagem. - Devonmont toma você como garantida. Ela piscou. - Isso é um absurdo. - Vamos, querida. Eu vejo como você cuida das coisas por aqui. Você mantém essa casa unida. Você é quem garante que todos eles estão bem alimentados. Sem você, aquele cozinheiro preguiçoso de seu avô iria dar-lhes pão e carne de carneiro velho, e eles aceitariam, porque ele não pode pagar um cozinheiro decente. Os olhos dela se arregalaram. - Eu não posso acreditar que você notou. - Eu não sou cego. - ele retrucou - Vejo como as coisas são. Quando você vai para a cidade fazer compras, as duas criadas passam seu tempo flertando com o seu lacaio distraído e seus cavalariços, e sua governanta entorna uísque até o seu retorno. - quando ela olhou para ele em choque aparente, ele acrescentou - Mas quando você está aqui, eles fazem o seu trabalho, e muito satisfatoriamente, também. - Porque eles têm medo de que eu vá demiti-los. Ele bufou. - Eles sabem que você não pode se permitir isso. Não é por isso. - ele procurou palavras para explicar a ela. De repente, parecia muito importante que ela entendesse seu próprio valor. - É porque você é tão entusiasmada. Isso veio como uma completa surpresa para ele. Tinha-a visto apenas como a mulher que achava a própria existência dele um ultraje. Mas isso foi antes que a visse em seu elemento. Aqui em Waverly Farm ela era um borrão da fêmea feliz e animada dentro e fora, para cima e para baixo, acalmando os nervos desgastados e alimentando o entusiasmo onde quer que fosse. Parceria ARE & GRH - 138


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Quem não gostaria de te fazer feliz? - ele disse com voz estrangulada – Você... bem, você faz todos de alguma forma... encontrarem a força para ser melhor do que são. - ela fazia isso com ele também, mas ele engoliria pólvora antes de admitir isso - Você faz tudo funcionar com a equipe que você tem, e você faz isso de forma brilhante. Devonmont não vê isso ou não se importa. Ele está acostumado a ter tudo funcionando como deveria, por isso ele não percebe que o que se passa nesta casa é obra sua. Agora ela o observava com uma expressão abertamente vulnerável que o deixou com raiva. Como ela podia não saber essas coisas sobre si mesma? Como nenhum deles poderia fazer com que ela soubesse? - Devonmont não percebe que quando você não está por perto, seu avô cai em um ânimo mais sombrio. O conde é uma besta condescendente e egoísta, e ele não merece você. - ante seu choque óbvio, ele murmurou - Perdoe minha linguagem, mas é verdade. Seu olhar atento o deixou desconfortável. Ele descruzou os braços, em seguida, enfiou os polegares por baixo da cintura de suas calças em um gesto de desafio feito para mostrar a ela que ele não era o idiota tagarela que parecia. Então, seu olhar deslizou lentamente pelo seu peito para o abdômen... parou em seus calções... antes subir de volta para seu rosto. O novo rubor que impregnava suas lindas bochechas o pegou de surpresa. E de repente ele viu seu ato de espionar sob uma luz totalmente nova. Bem, que me condenem. Ela poderia ter estado a observá-lo por outra razão completamente diferente? O simples pensamento da curiosa e virginal Virginia observá-lo em seu estado seminu fez seu sangue acelerar. Ela levantou seu queixo. - Você só diz essas coisas sobre Pierce, porque me quer para si mesmo. Com certeza ele queria. Ainda mais, ele agora suspeitava que ela sentia o mesmo. - Eu digo isso porque é verdade. Você merece o melhor. - Eu mereço você, suponho. - Você merece um homem que a vê como você é. Ela o olhou com cautela. - E o que é isso? - Uma mulher que precisa muito de alguém que cuide dela, para variar. Que considere seus sonhos, desejos e necessidades. - ele arrastou seu olhar lentamente por seu corpo, seu sangue acelerando ao ver como isso a agitava Alguém que pode lhe dar o que você mais deseja. Parceria ARE & GRH - 139


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Sua respiração acelerou. - Você não sabe o que eu mais desejo. - Ah, eu acho que sei. - ele deu um passo mais perto, exultante quando suas bochechas enrubesceram ainda mais sob o seu olhar - Admita: você não veio aqui para conversar. O alarme se espalhou por seu rosto. - É claro que eu vim! Q-quero dizer, por que mais eu poderia... - Não se faça de inocente ultrajada comigo, querida. - ele lançou-lhe um sorriso - Mocinhas inocentes não se escondem no feno para espiar homens seminus trabalhando. Sua boca abriu. Quando se fechou e o temperamento ardeu em seus olhos, ele percebeu que tinha ido muito longe. Ainda assim, ela o pegou de surpresa quando o empurrou com força suficiente para fazê-lo cair no feno. - E cavalheiros inocentes não trabalham seminus em uma propriedade onde jovens inocentes podem passear. Ela virou-se para se afastar raivosamente, mas ele meio que se ergueu para puxá-la para dentro do feno ao lado dele. Quando ela ofegou e abriu a boca em indignação, ele inclinou-se e beijou-a. Por um momento, ele temeu que a tivesse interpretado completamente errado. Mas, quando ele moldou seus lábios com os dele, ela se abrandou sob ele e jogou os braços em volta do seu pescoço. Depois disso, ele se perdeu. Sua cabeça lhe dizia que ele devia se manter gentil, dar-lhe um beijo que não a alarmasse. Mas ele passou dias observando-a de longe, escondendo a dor por tocá-la de novo, para mostrar a ela que o que havia entre eles era mais poderoso do que qualquer aposta estúpida. E agora que ele tinha sua chance, ele não podia ser gentil, suave ou comedido. Enquanto abria seus lábios com os dele, moveu-se até que estava meio em cima dela. Então ele mergulhou sua língua dentro da boca dela do jeito que queria mergulhar seu pênis dolorido dentro dela. E ela o beijou de volta, graças a Deus. Ela emaranhou sua língua com a dele e retribuiu com entusiasmo suficiente para incendiá-los. O desejo explodiu dentro dele. Ele ardia por tomá-la ali mesmo, por levantar as saias e pôr fim aos dias de desejo irracional. Mas ele teve presença de espírito suficiente para saber que não era sábio. Em vez disso, ele colocou a mão em seu seio. E ela permitiu. Até se arqueou em sua mão enquanto ele a acariciava através de seu vestido. Era o suficiente para fazer um homem perder sua mente. Febril por tocar sua pele nua, Parceria ARE & GRH - 140


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries arrancou o pedaço de renda que ela usava em seu pescoço, então atrapalhou-se com os laços que atavam a frente de seu vestido. Demorou alguns segundos para perceber que eles disfarçavam os ganchos e colchetes que eram os verdadeiros fixadores, mas logo os soltou, espalhando o vestido aberto para deslizar a mão por dentro e arrastar para baixo o bojo do espartilho. - Doce Senhor! - ela sussurrou contra sua boca enquanto acariciava seus seios através de sua camisa, rolando o mamilo com o polegar e o dedo indicador. - Doce Virginia. - não contente com apenas tocar, ele desamarrou sua camisa e revelou seus seios para o seu olhar. Sua carne ardia, mas ela não fez nenhum movimento para impedi-lo, então ele a observou. Seus seios eram tão lindos como tinha imaginado, atrevidos e delicados, e perfeitamente moldados, com mamilos rosados que imploravam para ser sugados. E ele estava mais do que ansioso para atender a chamada. Quando sua boca se fechou sobre seu seio, ela enterrou as mãos em seu cabelo. - Gabriel... você não deve... não devemos... Ele encheu a mão com o outro seio enquanto levantava a cabeça para olhar para o rosto corado. - É por isso que você veio aqui, briguenta. Admita. - Não! Eu... Eu só vim aqui para falar com você. Rodando a língua sobre a ponta do seu seio, ele exultou quando ela ofegou. - E você estava se escondendo aqui na palha porque... - Eu... estava à procura de algo, isso é tudo. Algo que eu perdi quando vim aqui... para esperar você... terminar o trabalho. Ele sufocou uma risada. Ela era tão transparente. Ele esfregou seu seio descaradamente, deliciando-se com o pequeno suspiro de prazer que ela soltou. - E o que exatamente você estava procurando? - Hum... uma... uma peça de joalheria. - quando ele chupou forte seu seio, ela gemeu - Sim. Um... um medalhão. Deve ter caído na palha. Suas mãos deslizaram para o pescoço dele e massagearam seus ombros convulsivamente, enquanto ele chupava e brincava com os belos seios. - Você encontrou o que estava procurando? - ele murmurou contra seu mamilo. Seus olhos estavam se fechando. - Eu... Eu... não... - Isso é uma vergonha. Eu vou ter que ajudá-la a procurar. Seus olhos se abriram. Parceria ARE & GRH - 141


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Não! E-eu quero dizer... - Quem sabe para onde foi? - ele soltou mais ganchos e colchetes, até que tinha seu vestido inteiramente aberto - Talvez ele tenha caído dentro de sua roupa. Ela piscou. - Eu duvido disso. - Aqui, talvez. - ele murmurou, deslizando a mão pelo seu espartilho para a junção entre as pernas - Ou aqui. - ele esfregou-a lá por cima de sua camisa e anáguas. Como reagir a tão flagrante invasão – deveria estar chocada? Dada a sua desculpa esfarrapada de por que ela o estivera espiando, ele estava esperando por curiosidade. Virginia estava dividida entre o choque e fascínio. Ela estava morrendo de vontade de tê-lo tocando-a desde o momento em que o tinha visto seminu, mas essa não era a parte que ela queria que ele tocasse. Então ele esfregou-a novamente, e ela percebeu que era exatamente a parte que ela queria que ele tocasse. - Oh, nossa! Valha-me Deus! É... oh! Ohhh. - Encontrei o que você está procurando? - um sorriso de satisfação cruzou seu rosto. Ele estava tão malditamente seguro de si, e ela sequer conseguia se obrigar a protestar. Porque o que ele estava fazendo lá embaixo a estava deixando louca. Nada deveria ser tão prazeroso. Não é de admirar que todos exortavam as mulheres respeitáveis a ficar longe de libertinos. Porque qualquer mulher jogaria sua respeitabilidade pela janela, se soubesse como era ter um homem colocando as mãos sobre ela assim. E agora ele estava erguendo as anáguas, e deslizando a mão sob seu camisa... - Ou que tal isso? - disse, com uma voz rouca que fez sua pulsação fazer uma dancinha engraçada - Isso é mais o que você estava procurando? Oh. Doce. Senhor. Quando sua mão deslizou para dentro da fenda em suas calcinhas para cobrir seus cachos, um gemido escapou dela. - Vou entender isso como um sim. - ele disse languidamente. Definitivamente um sim. Ela enterrou os dedos em seus ombros largos e nus, maravilhada com a sensação de seda cobrindo aço da pele sobre os músculos. Então seu dedo escorregou na fenda entre as pernas, e ela quase saiu de sua pele. Ele mergulhou um dedo dentro dela, fazendo-a querer se contorcer Parceria ARE & GRH - 142


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries debaixo de sua mão. Fazendo com que ela quisesse que ele fizesse mais... e muito mais... Suas mãos deslizaram sobre seu peito nu, que era tão firme como ela pensava. Ela não conseguia parar de tocá-lo. Ele era tão gloriosamente musculoso, e apenas sentir a carne ardente se tensionar sob seus dedos a fez ansiar por ele lá em baixo ainda mais. Sua respiração ficou tensa. - Vou ter que dar uma olhada. - ele murmurou. Ela mal conseguia pensar. - Em quê? - Em você. Sob suas roupas. - seus olhos tinham uma fome crua que a fez estremecer deliciosamente - Como mais posso encontrar o que estava procurando? Ele já estava deslizando para baixo de seu corpo. Ela realmente deveria pôr fim à farsa do medalhão perdido. - Eu não acho que você precisa... - ele cobriu-a lá com a boca. Sua boca. - Gabriel! Sua língua deslizou dentro dela. - Gabriel... - ela suspirou - O que... como... Oh... minha... nossa. Você é perverso. Tão perverso. - uma risada abafada escapou dele quando ele começou a fazer coisas com a língua que deram um novo significado à palavra perverso. Valha-me Deus! Quem poderia ter adivinhado... Como ela poderia ter imaginado... Seu corpo estava em chamas. Ela arqueou-se contra sua boca, querendo sentir cada delicioso golpe de sua língua. Ele estava usando os lábios, dentes e língua para excitá-la de uma forma incrível. Foi a coisa mais gloriosa que jamais havia sentido! Era como galopar morro acima em um corcel enorme, arremessando em direção ao topo, correndo, lutando... E pulando de um penhasco no final. Ela gritou. E gritou novamente enquanto era arremessada para baixo em um oceano, onde as ondas de prazer caíam sobre ela. Elas a atravessaram durante o que pareceu uma eternidade, até que finalmente diminuíram e ele tirou a boca dela. Enquanto ela estava lá ofegante, ele deu um beijo em sua coxa. - Acho que encontramos. - ele disse com uma voz gutural. Um longo suspiro escapou dela. - Eu acho que sim, também. Parceria ARE & GRH - 143


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela não tinha certeza exatamente do que ela tinha encontrado, mas ela queria encontrar novamente, sempre que pudesse. E é claro que ele queria ajudála encontrar, olhando-a com uma necessidade gritante que transformou suas entranhas em geléia. Ele deslizou por seu corpo para deitar ao seu lado, com a cabeça apoiada na mão. - Isso não teve nada a ver com qualquer medalhão. - disse ele, correndo o polegar sobre seu lábio inferior. Ela beijou-o. - Não. Ele arqueou uma sobrancelha. - Você só queria me ver seminu. - Você realmente é irritantemente cheio de si mesmo. - disse ela com petulância. - Mas estou muito feliz que você tenha feito isso. - sua voz caiu para um sussurro áspero - Eu diria que nós não estaríamos aqui de outra forma. Além disso, o pensamento de você me observando seminu me desperta algo feroz. - É mesmo? - Veja por si mesma. - ele pegou a mão dela e puxou-a para seus calções Quando combinado com o que estávamos fazendo... Ele respirou fundo, enquanto sua mão varria a protuberância proeminente em seus calções. E quando ela esfregou-o, ele murmurou um xingamento que a agradou muito. Pela primeira vez, ele não parecia tão arrogante. - Você estava dizendo? - ela perguntou. Era a vez dela de ser presunçosa. Seus olhos se fecharam. - Você é uma pequena megera provocante que... Oh Deus... - com um gemido, ele apertou-se em sua mão - Sim, querida. Toque-me assim. Bem aí... Deus me ajude... - Sharpe! - chamou uma voz do lado de fora do estábulo. Poderia muito bem ter sido a voz do próprio Deus, só que ele não estava vindo para salvar ninguém. Ela tirou a mão das calças de Gabriel em pânico. - É Poppy! Ele não pode encontrar-nos assim. - Gabriel olhou para ela sem entender por um segundo. Ela o sacudiu - Se ele encontrar você aqui comigo, não haverá nenhum casamento, nenhum duelo, nem nada, exceto o seu corpo bonito espetado naquele forcado lá. Um sorriso preguiçoso cruzou seu rosto. - Você acha que eu sou bonito? - Gabriel! - Oh, tudo bem. - ele se levantou e limpou a palha de sua pele e calças. Parceria ARE & GRH - 144


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Sharpe! - veio a voz de Poppy, mais perto agora - Onde diabos você está? Freneticamente, ela tentava abotoar o vestido. - Nós realmente devemos parar de nos encontrar onde as pessoas podem nos interromper, querida. - Gabriel falou lentamente, enquanto jogava a fichupelerine para ela - Isso estraga o ânimo todas as vezes. Ela olhou para ele. Quando a porta se sacudiu no andar de baixo, ele murmurou: - Abaixe-se. Então caminhou para o forcado que sempre era mantido no sótão. Bem na hora, porque Poppy entrou no estábulo naquele momento. Ela afundou-se na palha, rezando para que ele não pudesse vê-la. Ajudou que Gabriel conseguiu jogar uma camada de feno sobre ela enquanto ele olhava pela beira do sótão. - Sim, general? - ele gritou - Você quer alguma coisa? Um breve silêncio caiu, durante o qual ela morreu de uma centena de mortes, certa de que Poppy tinha adivinhado que ela estava ali. - Que diabo você está fazendo? Gabriel jogou algum feno para o lado. - O que você me pediu. - Você não me ouviu chamando? - Desculpe, não. É difícil ouvir aqui em cima. - Bem, eu preciso de sua ajuda com esta maldita égua que lorde Danville acaba de trazer. Ele disse que não chegaria até amanhã, e agora ele aparece com o maldito cavalo, esperando que eu largue tudo e cuide dela. Os cavalariços estão com Ghost Rider, e não há mais ninguém. Então venha para baixo. E coloque suas malditas roupas, também. Eu não quero que minha neta o veja nu. - Tarde demais para isso. - Gabriel murmurou enquanto passava por ela para colocar o forcado contra a parede e, em seguida, descer a escada. Ela prendeu a respiração, esperando que eles saíssem. - O que você sabe sobre árabes? – Poppy perguntou. Ela podia ouvir Gabriel movendo-se, provavelmente, vestindo suas roupas. - Ouvi dizer que eles podem ser temperamentais. - Só se tratados mal. Por natureza, eles são calmos. Roger costumava dizer que um árabe era tão temperamental como seu dono, mas você provavelmente poderia dizer isso da maioria dos cavalos. A conversa continuou enquanto os homens deixavam o estábulo, mas ela ficou um longo tempo ali, congelada pela menção sobre seu irmão de Poppy. Parceria ARE & GRH - 145


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela tinha esquecido tudo sobre ele. Apanhada em seus loucos desejos e nas palavras doces de Gabriel, ela deixou seu irmão escapar de sua mente completamente. - Roger, me desculpe. - ela sussurrou enquanto se sentava, mas isso não fez nada para aliviar sua consciência culpada. Enquanto ela se levantava e terminava de arrumar sua roupa, ela vacilava entre defender Gabriel em sua mente e se odiar por trair a memória do irmão. Depois de alguns momentos daquilo, ela percebeu uma coisa. Era hora dela descobrir exatamente o que tinha acontecido durante a noite antes de sua corrida fatídica, e pela manhã, quando ela tinha acontecido. Ela nunca ficaria em paz com Gabriel até que fizesse isso. E só havia uma maneira de fazer isso. Ela tinha que perguntar a Gabriel. Não importava o quão desconfortável ele ficasse – e ela também – ela tinha que saber a verdade. Até que o fizesse, ela nunca poderia avançar.

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Capítulo Treze No final da tarde do dia seguinte, Virginia foi para o estábulo com um jarro de cerveja, esperando ver Gabriel antes que partisse para Halstead Hall. Ela não teve chance de ficar sozinha com ele desde seu encontro no feno; Poppy ou um dos cavalariços estava sempre por perto. Quando ela entrou no estábulo agora, Poppy e os outros se sentavam em um banco para limpar suas botas enquanto Gabriel estava guardando as ferramentas. Ele olhou para cima quando ela entrou, e o sorriso que lhe lançou fez formigar seus dedos dos pés. Depois de ter passado a noite anterior revivendo cada momento de seu interlúdio no estábulo, era tudo o que podia fazer para não corar quando seu olhar se arrastou sobre ela. Como se pudesse ver através de suas roupas. Agora ela sabia o que Poppy tinha querido dizer. E agora ela poderia facilmente se imaginar casada com Gabriel, podendo fazer as coisas que tinham feito ontem quando quisessem. Era precisamente por isso que ela tinha que falar com ele. Sua guarda baixava mais e mais a cada dia que passava perto dele. Ela se aproximou para entregar-lhe uma caneca de cerveja, e sua mão roçou-lhe os dedos quando ele a pegou. O olhar conhecedor em seus olhos disse que tinha feito isso de propósito. Desta vez, ela não pôde conter o calor que subiu para suas bochechas. Quando ele respondeu piscando para ela, ela prendeu a respiração. Seu pulso estava acelerado, e seu estômago estava dando pequenas cambalhotas, o que tornava difícil para ela pensar direito. Se ela não tivesse cuidado, Poppy notaria. - Esta cerveja está deliciosa. - Gabriel bebeu com uma sensualidade lenta que fez seu corpo vibrar – Vocês a fazem aqui em Waverly Farm? - Temo que não. - ela olhou para Poppy, mas felizmente ele não estava prestando atenção à forma como Gabriel estava olhando para ela - Eu tentei fazer a cerveja em casa, mas não fui muito bem sucedida. - Tem gosto de lavagem, isso sim. - disse Hob, um dos cavalariços. Ela fez uma careta para ele, mas ele estava certo. - Talvez a minha cunhada poderia ajudá-la com isso. - disse Gabriel - Ela é uma cervejeira, você sabe.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Se ela tiver instruções fáceis que eu pudesse seguir, - Virginia disse - eu ficaria muito grata. - E nós também. - disse Hob. Gabriel lançou um olhar aborrecido ao cavalariço. - Sim, porque não é o suficiente que a senhorita Waverly se certifique que você está bem alimentado e cuidado. Ela deve preparar uma boa cervejinha, também, certo? Quando Hob deu de ombros taciturno, Virginia sorriu calorosamente para Gabriel. Sua defesa inesperada a tocou profundamente. Mas também ganhou a atenção de Poppy. Ele olhou para ela e Gabriel, estreitando os olhos. - Então, Sharpe, você acha que poderia passar por aqui mais cedo do que o habitual amanhã? Gabriel ficou tenso. - Por quê? - Amanhã é a feira de Langsford. Eu estou levando alguns animais de um ano para o mercado, por isso os cavalariços e eu vamos ter as mãos cheias. Nós não vamos sair antes das nove, mas eu poderia usar alguma ajuda mais cedo para aprontar tudo. - Sinto muito, eu não posso. Poppy sentou-se no banco, parecendo presunçoso. - Eu devia saber. Todos vocês patifes desfrutam de suas noites de sexta na cidade, com jogatina e bebidas. Torna mais difícil levantar cedo em um sábado. Lançando um olhar zangado a seu avô, Virginia foi servir cerveja para os dois cavalariços. - Essa não é a razão. - a voz de Gabriel tinha um traço de irritação - Na verdade, eu não estava planejando vir amanhã. - Então, você finalmente cansou de trabalhar tão duro, não é? Quer terminar a sua pequena aventura? - Nada disso. - Gabriel engoliu sua cerveja com uma carranca - Eu tenho um compromisso prévio. - Então venha aqui dar uma mão antes. - Poppy, - Virginia repreendeu - sua senhoria não é um dos seus servos para receber ordens. - Eu viria se pudesse, - disse Gabriel - mas meu compromisso é muito cedo. Seu avô olhou para ele com desconfiança. - No início da manhã há apenas um tipo de compromisso que um homem pode ter, e é com uma mulher. Parceria ARE & GRH - 148


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries A fúria ardia no rosto de Gabriel. - Neste caso, eu vou me encontrar com um cavalheiro. Fizemos uma aposta. Como ficou claro para ela que tipo de aposta devia ser, Virginia virou-se para enfrentar Gabriel. - Você vai correr. - ela acusou-o. Seu rosto cuidadosamente inexpressivo, Gabriel estendeu a caneca vazia. - E se eu for? Seus olhares se encontraram quando ela pegou a caneca. Ele não mostrou nenhum sinal de que seus sentimentos sobre o assunto tinham qualquer importância para ele. Ele podia ser cheio de palavras doces sobre seu trabalho na fazenda, mas isso não mudava o seu caráter. Ele ainda era o Anjo da Morte, ainda tão imprudente como sempre. Bem, ela já teve o suficiente disso. Era hora de descobrir de uma vez por todas que tipo de homem que ele realmente era. Ela não podia continuar sem saber exatamente o que tinha acontecido entre ele e Roger. Ela se virou para o avô. - Você disse que se lorde Gabriel trabalhasse aqui por uma semana, o que ele fez, você permitiria que passeássemos pelo campo. Eu quero levá-lo agora. Poppy inchou como um cavalo com cólica. - Eu também disse que eu teria que ir junto. E eu não posso deixar a fazenda agora com lorde Danville vindo para verificar sua égua. - Vou levar Hob. Ele deve bastar como acompanhante. - Agora, gatinha... - Você nos deve isso, Poppy. - ela olhou para baixo - Eu tenho sido muito paciente, mas eu mereço passar um tempo com meu pretendente. O mínimo que você pode fazer depois de todo o trabalho que ele fez esta semana é permitir isso. Seu avô olhou com raiva para ela, depois para Gabriel. Mas ele sabia que tinha feito Gabriel trabalhar como um cão, e que Gabriel tinha encarado aquilo com uma serenidade surpreendente. - Oh, muito bem, vá em frente, então. - ele finalmente resmungou - Mas não demore muito. Não falta mais do que uma hora para pôr do sol, e você não deve sair depois de escurecer com ele. - ele olhou para Hob - E você não deixe qualquer um deles fora de sua vista por um minuto, está ouvindo? - Sim, senhor. - respondeu Hob. Pouco tempo depois, Gabriel a ajudava a subir no cabriolé enquanto Hob subia para o assento do cavalariço na parte de trás. Virginia tomou as rédeas por Parceria ARE & GRH - 149


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries uma questão de hábito, uma vez que era a sua carruagem, e Gabriel não disse nada. Embora houvesse uma capota entre eles e o cavalariço, ela precisava muito mais privacidade do que a carruagem poderia proporcionar. - Nós estamos indo para um lugar onde podemos conversar. Quando seus olhos se obscureceram e deslizaram para baixo de seu corpo com dolorosa lentidão, ela lamentou o modo de se expressar. Não queria que ele ficasse com a idéia errada. Por mais que ela quisesse perder-se em seus braços, ela não podia. Não até que esclarecessem algumas coisas. Ela dirigiu um quilômetro, em seguida, conduziu a carruagem por um caminho de terra fora da estrada, que logo terminava em uma pequena clareira. Antes mesmo que ela tivesse parado totalmente, ele saltou para o chão. Quando ele a ajudou a descer, suas mãos permaneceram em sua cintura, o que causou uma pequena onda de excitação em sua barriga, que ela silenciou impiedosamente. Lançando-lhe um olhar de reprovação, ela foi para a parte de trás da carruagem. - Hob, se você puder, por favor, levar os cavalos para um pouco de exercício na estrada, eu seria muito grata. Hob se esticou, sua mandíbula contraída enquanto ele olhava para ela e para Gabriel. - O mestre disse que não era para eu deixá-los fora da minha vista. O mestre disse... - Talvez eu devesse dizer a nossa governanta que você e Molly têm se reunido secretamente no estábulo durante a noite. - havia uma razão para que ela tivesse sugerido Hob como acompanhante, e não era só porque ele era o mais desmiolado dos dois cavalariços. Toda a bravata de Hob sumiu. - Por favor, senhorita, a governanta iria demitir Molly, ela faria isso, e... - Então você vai exercitar os cavalos por, digamos, a próxima meia hora? Hob hesitou por um longo momento. Então, com um suspiro, ele deu um breve aceno de cabeça e pulou para o banco do condutor. Depois que ele foi embora, Gabriel falou arrastado, - Isso foi um pequeno bocado de pura chantagem. Como é que você sabe sobre ele e Molly? Ela bufou. - A menina vem para acender minha lareira à noite com feno em seu cabelo. E uma vez que o nosso outro cavalariço tem uma namorada na cidade, isso deixa Hob. Eu não sou a idiota pela qual meu pessoal me toma, você sabe. Parceria ARE & GRH - 150


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu sei muito bem. - disse ele com uma voz rouca. Ele estendeu a mão para ela, mas ela se afastou. - Oh, não. Eu não tive todo esse trabalho apenas para que você possa nublar minha mente com beijos. Eu quero saber sobre esta corrida que você vai disputar amanhã. Uma maldição murmurada escapou dele, e por um momento ela temeu que ele não iria contar a ela. Então ele enfiou as mãos nos bolsos de seu casaco daquele indiferente que ela tanto admirava e odiava, e disse: - Se você quer saber, um sujeito chamado Wheaton me desafiou. A aposta é de cem libras, então eu aceitei. - Claro que você fez. - disse ela amargamente - O dinheiro é sempre a coisa mais importante para você. A raiva explodiu em seu rosto. - Devia ser importante para você, também. Se Celia for teimosa e se recusar a casar-se, o dinheiro que eu ganhar das corridas é o que vai nos sustentar. Se eu ganhar amanhã, as cem libras serão o suficiente para cobrir o custo de contratação de um jóquei e pagar a taxa de inscrição para que Flying Jane possa correr no St. Leger Stakes. E se eu ganhar esse prêmio... - Se, se, se! Isso soa como um grande número de ses. - Então, o que você sugere? Que eu assuma uma vaga como cavalariço no estábulo do seu avô? - Não, claro que não. Sua avó não quer ajudá-lo com Flying Jane? Com uma risada fria, ele começou a andar na clareira. - Ela não aprova corridas de puros-sangues. Ela teme que eu siga os passos de meu avô idiota, o velho marquês, que perdeu milhares e milhares de libras tentando competir. Eu sei que posso conseguir isso, mas ela não acredita em mim. Ela podia ver o quanto aquilo o machucava. Não lhe ocorrera que ele pudesse ter um plano para a sua vida, além da obtenção de sua herança. Ele mencionou que queria construir um haras, mas ela não o tinha levado a sério. Agora que sabia que ele realmente pretendia fazer isso – agora que o conhecia melhor – aquilo fazia sentido. - Sua avó está sendo tola. Ele parou para olhar para ela. Ela enrubesceu. - Eu vi como você é. Você tem um dom para reconhecer os pontos fortes de um cavalo. Até Poppy comentou sobre isso, embora ele nunca diria nada para você. Parceria ARE & GRH - 151


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Seu olhar se fixou no dela, escuro e cauteloso. - Gran diria que o sucesso nas corridas de puros-sangues exige mais do que a capacidade de escolher um cavalo. - E ela estaria certa. A criação é importante, também. Mas você é igualmente bom nisso. Se você começar a participar de corridas de purossangues a sério, ouso dizer que vai dar a maioria dos proprietários importantes um rumo para o seu dinheiro. - ela sorriu levemente - Sem trocadilhos. - Obrigado. - uma expressão determinada se fixou em seu rosto - Então você entende por que eu tenho que correr esta corrida amanhã. As apostas que eu ganho em corridas privadas vão pagar pelas corridas de puros-sangues, e as corridas de puros-sangues é onde o dinheiro está. Quando ela não disse nada disso, ele acrescentou: - Eu sei que estou começando em pequena escala com Flying Jane, mas se as coisas correrem como planejado, eu poderia um dia ter todo um estábulo cheio de puros-sangues de corrida. Eu poderia até ter um haras próprio. - ele desviou o olhar - Essa é a minha esperança, de qualquer maneira. Ela podia ver o quanto seu plano significava para ele. Mas tinha desvantagens distintas, também, que ele certamente devia perceber. - Então, você precisa de muita corridas privadas, e um monte de apostas. Altas apostas. O que significa corridas perigosas. Seu olhar disparou de volta para ela, instantaneamente cauteloso. - Quanto mais perigosa a corrida, maior a aposta. Você sabe disso. Seu coração se afundou. - Então, que perigoso percurso você e o sr. Wheaton vão correr amanhã? - Lorde Wheaton. E não é tão perigoso, eu juro. Não é nem mesmo uma corrida de carruagem. Apenas uma simples e velha corrida normal, cavalo contra cavalo. - Você sabe muito bem que essas podem ser tão perigosas quanto, senão mais. Que percurso vocês vão correr? - Você provavelmente nunca ouviu falar dele. - Que percurso? - ela insistiu. Um músculo pulsou em sua mandíbula. - Aquele que corre ao lado do córrego na propriedade de Lyons em Eastcote. O alarme a tomou. - Aquele com todos os saltos? Ele piscou, claramente surpreso que ela soubesse disso. - São apenas dois saltos, e eles não são tão difíceis. Parceria ARE & GRH - 152


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Não são tão difíceis! Lembro-me de Poppy falando sobre isso. Lyons não quebrou a perna em um deles? Gabriel enrijeceu. - Só porque ele não pode levou a corrida a sério. - Oh, minha nossa. - ela murmurou, o medo por ele deixando-a tonta - Você está completamente louco. Isso o indignou. - Não há mais louco do que você, que correu contra Letty Lade e me desafiou para uma corrida. Desde quando você desaprova corridas? - Desde que eu vi como você corre. - ela disparou de volta - Desde que eu vi em primeira mão como você assume riscos que ninguém com bom senso assumiria. - Você vai me dar um sermão sobre o bom senso? - ele avançou sobre ela Era você quem queria correr em Turnham Green, apesar do risco para o seu futuro. - Sim, porque eu cansei de ver você construir uma reputação de imprudência no rastro da morte do meu irmão! O choque cobriu seu rosto, rapidamente substituído pela dor. Ainda assim, ela não podia retirar as palavras. Agora que o assunto tinha vindo à tona, ela não podia deixá-lo de lado. Sua respiração vinha em suspiros fortes enquanto lutava para conter as lágrimas. - Você pinta seu faeton de preto, e você se pavoneia pela cidade em sua roupa preta e... - Eu não me pavoneio em lugar nenhum, meu amor. - disse ele displicentemente. - Não se atreva a fazer uma piada com isso! Você fala sobre ganhar dinheiro com essas corridas perigosas, quando ambos sabemos que ninguém estaria apostando contra você se não fosse por meu irmão! - sua voz caiu para um sussurro - Se não fosse por Roger, não haveria Anjo da Morte. - Eu não escolhi ser o Anjo da Morte, maldição! - ele praticamente cuspiu as palavras. Quando ela piscou, surpresa com sua veemência, ele acrescentou: - Isso foi a idéia de piada de algum tolo. Ela ficou olhando para ele, sem palavras. Uma piada? A morte de seu irmão era uma piada para alguém? Vendo a reação dela, ele continuou em voz baixa, tortuosa. Parceria ARE & GRH - 153


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Depois do acidente de Roger, eu usava preto para pranteá-lo. Como Roger não era meu parente, Chetwin comentou sobre isso, dizendo que eu me vestia de preto porque a morte era a minha companheira constante. Ele ressaltou que todos que eu tocava morriam – os meus pais, o meu melhor amigo... todos. Ele começou a andar pela clareira, a dor gravada em suas feições. - Chetwin estava certo, é claro. A morte era minha companheira constante. Portanto, não foi surpresa quando outras pessoas começaram a me chamar de o Anjo da Morte. - sua voz ficou embargada - Eu me ajustava ao papel, depois de tudo. E nesse momento ela percebeu que tinha entendido tudo errado. O Anjo da Morte não era sua maneira de se gabar. Era sua maldição, colocada sobre ele por pessoas que não se preocupavam com o seu tormento. - Oh, Gabriel. - ela sussurrou. Mas ele parecia não ouvi-la, perdido no passado. - Eu tinha duas escolhas. Eu poderia deixar esses jumentos me intimidar com seus insultos, ou eu poderia mostrar-lhes que não tinha medo deles ou da Morte. - ele virou-se para encará-la, seu olhar tão profundamente assombrado que partiu seu coração - Então, sim, eu pintei minha carruagem de preto e usava tudo preto, e os desafiei a chamar-me de tudo o que quisessem, desde que me deixassem em paz. Um riso louco escapou dele. - Mas é claro que não funcionou. Cada tolo estúpido que tinha uma carruagem queria me desafiar para uma corrida. No início eu recusei. Por quase um ano, eu disse não a cada desafio, até que as apostas ficaram tão altas que eu não pude ignorá-las por mais tempo. - enfiando os dedos pelo cabelo, voltou a andar de lá pra cá - Finalmente me dei conta de que esse dinheiro poderia ser a minha salvação. Se eu pudesse juntar o suficiente para fazer o que eu realmente queria, o que Gran nunca me deixaria fazer por minha conta, eu poderia me livrar da sociedade por fim. Então era isso o que ele queria? Ganhar o suficiente para que pudesse se esconder? - Eu nunca quis ser o anjo da morte, - disse ele ferozmente - mas uma vez que eu já era, eu podia muito bem tirar algum dinheiro disso. Seu olhar saltou para ela, vulnerável em sua agonia, e sua voz caiu para um sussurro áspero. - Eu disse a mim mesmo que estava honrando a memória de Roger. Que cada vez que eu ganhava, eu fazia isso para ele, para compensar o fato de que ele nunca poderia correr novamente como ele tanto gostava de fazer. Mas eu Parceria ARE & GRH - 154


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries acho que você pode ver isso apenas como minha desculpa para conseguir fazer o que eu gostava de fazer. - Roger amava as corridas. - disse ela em voz baixa - Não foi uma má maneira de honrar a sua memória. Culpa se misturava com raiva no olhar dele. - Você realmente não acredita nisso. - Eu acredito que a sua morte tenha torturado você mais do que eu imaginava. - era evidente que ela e Poppy não foram os únicos que sofreram – Já se foram sete anos, Gabriel. É hora de você deixar isso para trás. Mas antes que você possa fazer isso – antes que qualquer um de nós possa – você tem que me dizer a verdade. Ele ficou tenso. Virginia reuniu coragem. - Eu ouvi a versão de segunda mão de Poppy, e eu ouvi os rumores, mas eu nunca ouvi falar a verdade de seus lábios. Então, por que você não me conta o que realmente aconteceu na noite da aposta e no dia da morte de Roger? Seus olhos se tornaram sombrios e sem esperança. Ela queria atraí-lo de volta de qual fosse o lugar em que ele estava se retirando, mas ela não podia. Este Gabriel, que estava frio e imóvel, era o Anjo da Morte. E ela se recusava a deixá-lo intimidá-la. - Diga- me a verdade. Quem fez o desafio: você ou Roger? - Você não quer a verdade. - disse ele em uma voz remota - Está apenas à procura de uma razão para recusar o meu pedido. - Eu não preciso de uma razão para isso. O que eu preciso é de uma razão para aceitá-lo. - Não há uma resposta para a sua pergunta que vai fazer você feliz. - ele retrucou - Se eu disser que eu fiz o desafio, você vai ficar com raiva de mim. Se eu disser que foi ele, você vai ficar zangada com ele, e então vai se ressentir de mim por destruir a sua imagem perfeita de seu irmão. - Isso não é verdade. - disse ela com firmeza. - Você sabe em seu coração que é. Eu não posso vencer. - ele deu um passo mais perto e baixou a voz - Se vamos fazer este cortejo funcionar, a nossa única opção é deixar o passado para trás. Temos de parar de discutir o que aconteceu naquela noite – quem teve a culpa, o que poderia ter sido feito de forma diferente. Ela balançou a cabeça. - Essa não é a nossa única opção. Parceria ARE & GRH - 155


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - É a única que eu vou aceitar. - Gabriel... - Eu não vou falar sobre aquela noite. - ele grunhiu - Nem agora, nem nunca. E se você não pode aceitar isso, então você não me deixa escolha a não ser retirar o meu pedido. Há uma semana, ela teria dito a ele para pegar o seu pedido e trotar de volta para Ealing com ele. Mas uma semana atrás, ela não tinha chegado a conhecê-lo. Sim, ele podia ser imprudente e selvagem, mas ele também podia ser responsável. Ele trabalhava duro, ele se encaixava perfeitamente na vida na fazenda quando Poppy deixava, e ele a fazia querer ter um futuro. Um futuro de verdade, não um dependente da generosidade de Pierce ou das perspectivas de Poppy ter uma vida longa. Acima de tudo, ele a entendia como ninguém mais fazia. Ele falava com a inquietação dentro dela. E, embora sua mente lhe dissesse que essa deveria ser a menor das suas razões para aceitar seu pedido, seu coração e seu corpo lhe diziam algo diferente. Se ao menos ele provasse ser tão ofensivo e insensível como tinha assumido. Mas na fazenda que ele tinha trabalhado incansavelmente, sem chamar a atenção para seus feitos. Ele brincava com os cavalariços e ria da cara de desagrado de Poppy, mas ela via agora que era apenas uma máscara, apenas uma maneira de esconder a profunda infelicidade em sua alma. Infelizmente, essa infelicidade profunda poderia facilmente envenenar os dois se continuasse. - Eu não sei se eu posso aceitar a sua recusa em falar sobre essa corrida. disse ela - Eu nem sei se deveria. - Tudo bem. - ele endireitou os ombros, como se contra um golpe - Declaro que você já cumpriu os termos da nossa aposta. Não precisa ir em frente com isso. Quando ele se virou como se quisesse deixar a clareira, ela gritou: - Pelo menos me dê tempo para pensar sobre isso. Ele parou. - Eu não vou mudar minha mente. Talvez não agora. Mas se ele pudesse vir a confiar nela, a deixá-la em seu coração... Seu coração? Era isso o que ela queria? O coração de Gabriel?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Se fosse, ela estava louca. Ele tinha o coração preso no passado. Trazê-lo para o futuro poderia demandar um esforço hercúleo. Isso poderia quebrar seu próprio coração. Mas a chance de tê-lo para si mesma podia valer a pena o risco. Se ela pudesse suportar olhar seus segredos. E sem saber quais eram, ela não sabia se podia. Ela aproximou-se por trás dele para colocar a mão em seu braço. - Volte na segunda-feira. Isso vai me dar uma chance para considerar o que eu quero fazer. Tudo bem? Ele olhou para a mão dela, depois para cima em seu rosto. A esperança guerreava com a cautela em seus olhos. - Você é uma mulher muito teimosa. - ele se arriscou a dizer. - Palavras estranhas, vindas de um homem que aperfeiçoou sua própria teimosia tão bem. - brincou ela. Sua expressão se suavizou. - É verdade. Ela olhou para o céu. - E falando do perenemente teimoso, é melhor retornarmos, ou Poppy vai bani-lo da fazenda para sempre. Quando ela começou a partir, Gabriel agarrou-a pela cintura e puxou-a para um beijo inebriante que rivalizava com o brilho do pôr do sol. Por um momento, apenas o deixou continuar. Era tão doce estar em seus braços mais uma vez, tão fácil de esquecer que o seu desejo de intimidade não se estendia além do físico. Só quando a tinha cambaleando, ele a deixou ir. - Aí está. - ele disse, seu olhar quente sobre ela - Isso deve lhe dar algo a considerar quando você estiver pensando sobre a possibilidade de aceitar o meu pedido. Então ele caminhou em direção a estrada como se não tivesse acabado de beijá-la quase até a perda dos sentidos. O Senhor a ajudasse, ela estava em um mundo de problemas. O homem já a tinha tão cativada que ela não sabia que caminho seguir. A única maneira que ela pudesse sair dessa com o coração intacto era reforçar suas defesas. E ela temia que pudesse já ser tarde demais para isso.

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Capítulo Quatorze Ainda era bem cedo pela manhã, quando Gabe partiu de Marsbury House no dia seguinte. Lyons havia convidado a ele e a Wheaton para ficar para o café da manhã, mas, apesar de Gabe saber que isso o fazia parecer grosseiro, ele recusou. Não podia suportar mais uma das piadas do duque. Porque o impensável tinha acontecido. Tinha perdido. Ele não conseguia se lembrar da última vez que tinha perdido uma corrida. E se feriu no processo, embora não muito. Ele havia seguido Wheaton por sob uma árvore, e um ramo que Wheaton tinha empurrado ao passar tinha oscilado de volta para ele com tal força que tinha feito um corte em sua cabeça. O ferimento era superficial, mas sua aparência assustava – sangue seco e cabelo emaranhado. Gran e as garotas ficariam alvoroçadas se o vissem. Ainda assim, a ferida não lhe importava tanto quanto o fato de que ele tinha perdido uma centena de libras. Maldito inferno. Se tivesse vencido, aquele dinheiro teria facilmente pago a inscrição de Flying Jane em St. Leger Stakes. A voz de Virginia soou em sua cabeça: Se, se, se! Isso soa como um grande número de ses. Maldita mulher. Ela era a razão de que ele tivesse perdido. Normalmente, antes de uma corrida, uma calma fria o tomava, o que lhe permitia concentrar-se em ganhar, em ignorar os perigos. Mas hoje aquela calma havia lhe abandonado, graças aos pensamentos que tinha agitando em sua mente desde o encontro de ontem com a moça. Ele tinha dormido mal, passando metade da noite anterior desejando que nunca tivesse embarcado nesta idéia de cortejá-la, e a outra metade pensando em como ela o acusou de construir sua reputação às custas de Roger. Ele nunca tinha sonhado que ela pudesse ver as coisas assim. Melhorar a sua reputação nunca tinha sido sua intenção. Mas, uma vez que ela tinha dito essas palavras, ele se sentiu obrigado a refutar sua acusação, e logo ela estava cavando as coisas para fora da sepultura onde ele as mantinha enterradas há anos. Uma maldição lhe escapou. Por que ela não podia deixar a morte de Roger ficar no passado? E como diabos ele a faria parar de fazer-lhe aquelas maldita perguntas?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele não podia dizer a ela o que ela queria saber. Se ele sequer insinuasse a verdade, ela se recusaria a ter qualquer coisa a ver com ele novamente. Ele tinha alguma chance de vencer se ela não soubesse, mas nenhuma chance se o fizesse. E por que ele deveria se expor desse jeito com ela ou seu avô ou alguém? Deixe que o passado permaneça no passado. Isso era o melhor para todos eles. Mas, e se ele não pudesse fazer Virginia ver isso? E se ela se recusasse a casar com ele? Então ele teria que encontrar outra mulher. Ele gemeu enquanto estabelecia o trote do cavalo. Ele não queria outra mulher. Ele não queria uma mimada dama recatada, que ria por trás do leque e dizia uma coisa, enquanto queria dizer outra. Ele queria aquela megera de natureza iluminada, que atendia às necessidades de todos com um brilho que adoçava até as almas mais azedas em seu pessoal. Ele queria a mulher cujas palavras alegres acalmavam os servos, que animava seu avô, e fazia Gabe ansiar – por prová-la e tocá-la, por tê-la em seus braços suspirando seu prazer. Ele podia muito bem admitir isso, ele não conseguia pensar direito por desejá-la. Agora ele sabia exatamente como os garanhões se sentiam quando cheiravam uma égua no cio. Tudo o que ela tinha a fazer na semana passada era lançar um de seus sorrisos para ele, e seu sangue se acelerava. O pensamento dela desistindo dele agora... Não, ele não permitiria isso. Ele tinha que fazê-la ver que o passado não importava. Que eles poderiam começar de novo. Mas ele não faria isso, correndo contra cada idiota que o desafiasse. Ele fez uma careta quando as palavras de Oliver flutuaram em sua mente: Ela perdeu o irmão em uma corrida. Ela não vai querer correr o risco de se casar com um homem que pudesse perder em uma, com ou sem aposta. Maldição! Preocupava-se com ele, por incrível que pareça. Mas ele não podia parar de correr até que Célia se casasse. E se ele e seus irmãos perdessem a sua herança? Ele precisava de dinheiro e não conhecia outra forma de obtê-lo, que não por corridas. A menos que ele juntasse forças com seu avô. Ele poderia ser o homem que Roger havia sido preparado para ser antes de sua morte – o braço direito do general. Se ele ia se casar com neta do general de qualquer maneira... Ele suspirou. No momento, isso era um grande se. Além disso, ele se recusava a gastar seu tempo e energia construindo um haras que Devonmont herdaria. Ele precisava de sua própria renda. E isso significava corridas. Virginia apenas teria que aprender a aceitar isso, era tudo. Ele alcançou a bifurcação que levava para Ealing e freou. Deveria ir para casa. Mas, então, ele teria que contar a sua condenada família que tinha perdido Parceria ARE & GRH - 159


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries a corrida. Teria que suportar as piadas de seus irmãos idiotas sobre o assunto. Então, havia o corte na cabeça. Ele poderia tentar esgueirar-se e manter o chapéu até que pudesse limpar a ferida, mas sua família sempre aparecia nos lugares mais improváveis, e achariam a sua recusa de tirar o chapéu suspeita. A última coisa que ele precisava era de um bando de fêmeas repreendendo-o por um corte insignificante na cabeça. Além disso, o general queria sua ajuda com os animais que estava levando ao mercado. Talvez não fosse tarde demais para isso. Ele preferia ajudar o general do que lidar com as perguntas de sua família sobre a corrida. O homem, provavelmente, nem sequer lembraria – ele estaria muito ocupado com outras preocupações. Virginia não teria a chance de perguntar a ele sobre isso, tampouco, uma vez que ele estaria com o general negociando os animais. Lá fora, ele não teria nenhuma razão para remover o chapéu, pelo que ela não saberia que ele havia se ferido. E ele iria vê-la. Não que vê-la tivesse alguma coisa a ver com o seu desejo de se dirigir para Waverly Farm. Isso era apenas incidental. Ele bufou enquanto virava o cavalo em direção Waverly Farm. Incidental, certo. Era melhor ele se cuidar. Estava ficando enfeitiçado, e não devia. Se ela percebesse, iria tentar enrolá-lo em seu dedo, e quando ele percebesse, ela estaria ordenando-lhe que parasse de correr. Ainda assim, não podia impedir que seu coração batesse forte enquanto ele se aproximava da fazenda meia hora mais tarde. O lugar parecia deserto. Ninguém estava no estábulo, nem mesmo os cavalariços, e não havia sinal do general. Maldição, ele os tinha perdido. Mas talvez pudesse alcançá-los na estrada. Um dos criados da casa poderia saber qual caminho tinham tomado. Desmontando, ele amarrou o cavalo fora e caminhou até a porta. Bateu na porta. Nenhuma resposta. Bateu de novo, e estava prestes a se virar quando ouviu uma resposta abafada de dentro. Quando a porta se abriu, no entanto, não era uma das empregadas ou o lacaio. Era Virgínia. Ele respirou fundo. Seu cabelo estava solto sobre os ombros, e ela não usava nada além de uma camisola com um robe de algodão fino sobre ela. É evidente que ele a tinha despertado. Ela esfregou os olhos sonolentos. - Pensei que você tivesse uma corrida. - Eu tinha. Terminou. - Tão cedo? Parceria ARE & GRH - 160


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Tão cedo? Passa das nove, querida, e a corrida foi ao amanhecer. - Oh. Eu só me deitei algumas horas atrás. Molly está doente. É por isso que eu não fui a feira – alguém tinha que ficar e cuidar dela. - ela piscou Espere, passa das nove? Eu tenho que dar-lhe mais água de cevada. Com a febre, ela precisa muito. Ela se dirigiu pelo corredor até a cozinha. Ele entrou e fechou a porta atrás dele, em seguida, a seguiu para a cozinha. - Não há ninguém aqui para ajudá-la com ela? - Poppy teve que levar todos para a feira. Ela e eu deveríamos ir, mas como ficamos aqui, ele precisava de todo aquele que pudesse ajudá-lo. - ela empurrou um copo em sua mão - Segure isso. Ele observou enquanto ela enchia uma tigela com vinagre, mas quando ela foi pegar o copo dele, ele murmurou. - Eu vou levá-lo para você. Com um aceno de cabeça, ela correu escadas dos criados. Ele a seguiu. O quarto de Molly era no andar de cima. Era pequeno, mas limpo, com um tapete aconchegante no chão e uma cômoda decente. As janelas estavam abertas, o que fazia o calor do verão suportável. Molly dormia na cama, roncando alto. Virginia colocou o copo sobre a mesinha ao lado da cama, em seguida, colocou a palma da mão contra a testa de Molly. - Graças a Deus, a febre parece ter cedido. Eu não vou acordá-la. Só vou deixar a água de cevada aqui. Tomando a tigela dele, ela começou a borrifar vinagre em volta da sala. - O que você está fazendo? - questionou. - Dr. Buchanan diz que isso refresca o paciente. - Você trouxe um médico para Molly? - Não, isso parecia prematuro. Eu suspeito que ela só tem um resfriado. Mas eu recorro a Medicina Doméstica do Dr. Buchanan sempre que um de nós está doente. Ele dá conselhos muito sensatos. Gabe tentou imaginar alguma das damas afetadas que ele conheceu na sociedade debruçada sobre um livro médico, mas não conseguiu. A única coisa que a maioria consultava era The Lady’s Magazine. Deixando a tigela meio vazia na penteadeira, ela o conduziu para fora da porta. Enquanto a seguia escadas abaixo, ela disse: - Você não deveria estar aqui. - Mas estou. - disse ele - Poderia muito bem ficar por algum tempo.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele estava finalmente percebendo que a tinha sozinha. Molly claramente não estaria muito bem pelas próximas horas, e se todo mundo tinha saído, esta podia ser sua chance de conquistá-la. Giles havia conseguido Minerva ao comprometê-la. Por que isso não funcionaria para ele? - Eu poderia ajudá-la com Molly. - disse ele, enquanto Virginia descia as escadas para o salão da frente. - Eu não preciso de ajuda com Molly. Ela se dirigiu para a porta da frente tão rápido, que ele teve que segurá-la pelo braço para detê-la. - Então eu poderia ajudá-la com qualquer outra coisa que você precise. - ele insistiu. - A única coisa que eu preciso agora é cair na cama. - no momento em que as palavras deixaram seus lábios, ela corou - Quero dizer, eu... Eu preciso dormir. Ele a pegou pelo queixo. - Eu poderia ajudá-la a dormir. - ele falou. Seus olhos escureceram ao azul conturbado de um lago tempestuoso quando ela levantou as mãos para empurrar contra seu peito. - Gabriel... Ele beijou-a. Como ele podia resistir? Recém saída de sua cama, ela parecia tão selvagem e licenciosa como uma dançarina de ópera francesa, mas de alguma forma inocente, também, em todo aquele linho branco e rendas. Ele queria arrebatá-la e amá-la, tudo ao mesmo tempo. Por um momento, ela permaneceu rígida em seus braços. Em seguida, os braços deslizaram sobre sua cintura, e ela se derreteu como a megera doce que ela era. Sua boca se abriu debaixo dele, e ele introduziu sua língua, desejando seu calor suave, doendo para fazê-la sua. Ele não conseguia manter suas mãos quietas, não com tanta feminilidade gloriosa ao seu alcance, mas quando ele as deslizou até seus seios, ela o repeliu. Seus olhos estavam arregalados, mas não com medo. - Você deve ir. - Você não quer que eu vá. Sua respiração acelerada mostrou que ele estava certo. - Não é sensato que você fique. - Desde quando você faz sempre o que é sensato? Ela balançou a cabeça para ele. - Eu não me decidi sobre você. Parceria ARE & GRH - 162


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Então deixe-me ajudá-la com isso. - ele sussurrou e puxou-a para seus braços novamente. Desta vez, os beijos foram mais longos, ficaram mais quentes, até que ambos estavam ofegantes, e seu corpo estava colado ao dele. Ele conseguiu ficar longe dos lugares que ansiava por tocar, mas, em seguida, ela jogou os braços em volta do seu pescoço, tirando o chapéu, e enterrou as mãos em seu cabelo. E afastou-se com um grito de alarme. - O que é isso? - seus dedos sondaram o corte na cabeça - Você está ferido! Droga, ele tinha esquecido completamente disso. - Está tudo bem, é apenas um pequeno corte. - Você está sangrando! - agarrando-o pelo braço, ela puxou -o pelo corredor e entrou na cozinha. - Honestamente, Virginia, não é nada. - Sente-se. - ordenou. Quando ele hesitou, ela acrescentou, com mais firmeza - Sente-se, antes que eu o faça sentar-se. Ele soltou uma risada e ela o olhou com raiva. Ele se deixou cair em uma cadeira. - Eu não tinha idéia de que você era tão mandona. - Que escolha tenho, quando confrontada com tolos como você e Poppy? ela derramou um pouco de água de um jarro sobre um pano - Nenhuma, na verdade. Vocês, homens, sempre dizem isso quando estão perdendo sangue e com possíveis ossos quebrados. - ainda resmungando, ela levou a esponja a sua ferida - Parece que você tem um pedaço de madeira aí. Temos que tirar isso. Ela deixou seu lado para buscar o que precisava. - O que você fez, correr para uma árvore? - Você poderia dizer isso. - ele estava gostando de ter seu alarido sobre ele. Até que ela voltou e sondou a cabeça com a ponta de uma faca. - Meu Deus todo-poderoso. - ele murmurou baixinho - Você não pode fazer isso de forma menos vigorosa? - Eu só estou tentando ajudar. - disse ela formalmente. - Você parece estar gostando um pouco demais. - Não mais do que você gosta de arriscar a sua vida por algumas libras. ela retrucou. Um tilintar soou quando ela deixou cair algo em uma tigela de lata. Ele olhou para ela, para ver uma lasca de madeira de tamanho considerável. - E você afirmou que não seria uma corrida perigosa. - ela murmurou enquanto limpava o ferimento - Cada corrida que você corre é perigosa, é o único tipo que você conhece. Ouso dizer que você deu ataques em sua mãe Parceria ARE & GRH - 163


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries quando era uma criança, correndo para as coisas e brincando com paus afiados. ela recuou para avaliar o corte - Deus, você percebe o quão perto isto está do seu olho? - Não tão perto. - ele protestou. - Você poderia ter arrancado o olho fora! A ferida não vai parar de sangrar, então eu vou ter que tratá-la com alguma coisa. Tire tudo, até sua cintura. - Perdão? Ela já estava se encaminhando para um baú no canto. - Eu não quero estragar suas roupas. - ficou claro a partir de seu comportamento direto que ela pretendia isso e apenas isso. Com um suspiro, ele desatou a gravata, em seguida, levantou para tirar seu casaco, colete e camisa. Enquanto isso, ela vasculhava o baú. - É um milagre você não ter arrancado uma orelha, apesar de que poderia ter sido uma coisa boa. Poderia fazer você pensar duas vezes da próxima vez que você se propuser a se matar por uma aposta insensata. - ela parou para olhar para ele - Cem libras valeram a pena por quase se matar? Ele fez uma careta enquanto jogava suas roupas em cima da mesa. - Na verdade, eu não ganhei. Seus olhos se arregalaram. - Mas você nunca perde. - Não me lembre. - resmungou, desabando na cadeira. - O que aconteceu? - O que quer dizer, o que aconteceu? Ele me venceu. - ele seria condenado se dissesse a ela que foi porque ele tinha estado pensando nela. Mas se pensava que com sua perda ganharia sua simpatia, ele estava muito enganado. - Isso faz com que seja ainda pior. - agarrou uma garrafa com rolha contra o peito, pegou um pano e trouxe tudo até ele - Você perdeu cem libras arriscando sua vida, e agora você tem um corte em sua cabeça que ainda pode matá-lo. - Não seja ridículo. Eu não vou morrer por um pequeno arranhão. - Um pequeno arranhão, uma ova. - ela derramou um pouco de líquido sobre a ferida. - Ai! - ele protestou enquanto aquilo pingava sobre seu ombro e ela o limpava com o pano - Que diabos é isso?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Espíritos de vinho, para parar o sangramento. Agora segure isso aí. apertando o pano em sua cabeça, ela colocou a mão sobre ele - Eu vou buscar alguma atadura. Ele agarrou-a pelo braço. - Absolutamente não. Eu seria a piada de Londres. Faça um curativo, se for preciso, mas... - Eu suponho que você acha que um curativo ficaria mais arrojado. - o fogo brilhou em seus olhos - Então, agora eu tenho que caçar um pouco de linho preto para enrolar em torno de sua cabeça idiota para combinar com o resto de você. Ela parou. - Espere um minuto. - seus olhos o percorreram, em seguida, correu para a pilha de roupas em cima da mesa. Quando ela levantou o olhar para encontrar o dele, sua raiva tinha sido substituída por choque - Você não está usando preto.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Quinze Virginia não podia acreditar que não tinha notado antes. Mas ela certamente estava notando agora. Ele usava calça de camurça castanho-claro, e em cima da mesa havia um casaco marrom-chocolate, um colete de couro, uma camisa de linho branco, e uma gravata cor de neve. - O que aconteceu com sua camisa preta? - ela perguntou. Ele parecia subitamente desconfortável. - Eu cansei disso. Um nó ficou preso na garganta. - E o resto de suas roupas pretas? Você se cansou delas, também? Ele deu de ombros. - Achei que era hora de dar um tempo, só isso. Havia mais do que isso, e ambos sabiam disso. Ele tinha parado de usar preto por causa do que ela tinha dito ontem. Ela não podia acreditar. Ele tinha feito uma mudança tão enorme por ela. Se ele podia fazer isso depois de tantos anos, então ele poderia eventualmente fazer mais? Talvez até a deixasse entrar em seu coração desconfiado um dia? Tentando recuperar o controle de seus sentimentos, ela murmurou: - Você fica bem de marrom. Seu olhar escurecido enviou um raio de necessidade direto por seu ventre abaixo. Mesmo com a mão na cabeça lembrando-a de sua ferida, ela não podia deixar de reagir à sua proximidade. Fazia dois dias desde que ele a surpreendeu no estábulo, dois dias desde que ele tinha tecido seu feitiço sobre ela. Parecia uma eternidade. Parecia um segundo. - Você fica bem de branco. - ele murmurou. Deus, tinha esquecido completamente como ela estava vestida de forma inadequada. Ele estendeu a mão livre para desatar seu robe, em seguida o abriu e o deslizou para baixo por seus ombros. Ele farfalhou enquanto caía a seus pés, deixando-a apenas com sua camisola. Sua frágil, semitransparente camisola. Ela não podia deixá-lo fazer isso. Tinha jurado não ceder a ele até que ele estivesse disposto a compartilhar seus segredos, no entanto, aqui estava ela, já seminua com ele, seu sangue aquecido e seu pulso irregular, e seu desejo de ter o corpo dele... Parceria ARE & GRH - 166


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Não! Ela tinha que ficar longe dele, para ganhar um pouco de ar. - Eu vou pegar um curativo para a sua cabeça. E-eu acho que tenho algum pano que posso usar. - pegando seu robe, ela apressou-se para a porta. Se ela tivesse apenas um momento para pensar, para colocar roupas adequadas, para que ela não se sentisse tão exposta... - Virginia, espere! - ele gritou, mas ela o ignorou enquanto saía e subia correndo as escadas. Em seu quarto ela ficou olhando fixamente para o espaço, lutando por equilíbrio, ainda segurando seu robe na mão. Se tivesse cuidado, ela poderia... - Você está fugindo de mim, querida? - Gabriel perguntou atrás dela. Ela virou-se para encontrá-lo em pé na porta aberta. Não esperava que ele a seguisse. - O que você está fazendo aqui? Quando ele entrou e fechou a porta, uma emoção a atravessou como um tiro, partes iguais de alarme e emoção. Nu da cintura para cima, ele parecia pecaminoso e perigoso. Deliciosamente perigoso. - Você não deveria estar no meu quarto. - disse ela, tentando soar firme. Ele examinou o quarto. - Isto não é o que eu esperava. Ela seguiu seu olhar para as colchas de damasco vermelho que ela tinha feito de tecido pertencente a sua falecida mãe, e para o intrincado papel de parede dourado que ela mesma colocou. Ela estava bastante orgulhosa de seu quarto. - Por que não? - ela perguntou defensivamente. - Depois de uma semana de ver você aqui na fazenda, pensei que o quarto seria mais simples e prático. - ele deu uma risada triste - Eu deveria ter sabido melhor. Você tem uma veia romântica a atravessando tão grande como esse belo tapete sobre o qual você está. Ela fungou. - Se você não gosta do meu quarto... - Ah, mas eu gosto. Combina com você. O santuário da Srta. Virginia Waverly. Do lado de fora é a senhora eficiente da mansão administrando a casa. Do lado de dentro, é a feiticeira arrojada que desafia os homens para corridas e os espia em estábulos. - sua voz se aprofundou - E os tenta até a loucura. - com fome gritante em seus olhos, ele afastou-se da porta - Quem diria que por baixo do linho e avental engomado havia tanto veludo e renda? Ela engoliu em seco. Por que ele tinha que ser o único homem a ver aquilo? Que verdadeiramente a entendia? Parceria ARE & GRH - 167


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - E você diz que não é um poeta. - Eu acho que você faz isso aflorar em mim. - seus olhos fizeram uma inspeção lenta e íntima de seu corpo escassamente vestido, fazendo seu sangue clamar de necessidade - Da mesma forma que eu faço a imprudência aflorar em você. - Isso é muito imprudente, mesmo para mim. - disse ela, em uma vã tentativa de protesto. - Eu duvido disso. Enfim, eu só vim aqui para dizer que não preciso de um curativo. – se largando na cadeira mais próxima, ele bateu na cabeça - Veja por si mesma. Cautelosamente, ela se aproximou dele, mantendo-se bem para o lado enquanto olhava para sua cabeça. Moveu uma mecha de seu cabelo para dar uma olhada melhor. Ele estava certo. A ferida tinha parado de sangrar e estava começando a formar uma crosta. Ele pegou a mão dela e levou-a aos lábios. Com o seu olhar fixando o dela, beijou as costas da mão, tão suavemente que sua respiração ficou presa na garganta. Então ele virou a mão para beijar a palma. E em seguida, seu pulso. Seu pulso pulou em um frenesi sob seus lábios. - Não. - ela sussurrou, puxando a mão e virando-se para ir embora. Pegando-a pela cintura, ele a puxou para baixo em seu colo. - O que você pensa que está fazendo? - disse ela com voz rouca enquanto lutava contra seu agarre - Você não devia... - Você quer saber o motivo real pelo qual eu perdi a corrida de hoje? - ele rosnou contra sua orelha. Ela se acalmou, com o coração na garganta. De costas para ele, ela não podia ver seu rosto, mas podia sentir sua ereção sob seu traseiro. E isto estava alimentando o seu próprio desejo. Ele estendeu a mão para desabotoar a camisola, e ela deixou, mesmo quando ele separou as bordas para expor seus seios. - Eu perdi porque a minha concentração foi quebrada. Minha mente estava em outro lugar. - ele cobriu um seio nu com a mão - Em você. Em quanto eu queria você. Quanto eu queria estar aqui com você. Uma profunda necessidade que não podia ser negada se apoderou dela. Ela o queria ali com ela, tanto quanto ele. Ele acariciou seu seio, e um suspiro de prazer saiu de seus lábios. - Então, - ela suspirou - você está culpando... a mim por sua... derrota. - Algo assim. Embora, se tivesse estado parada no final do percurso vestida assim, eu juro que teria vencido. Parceria ARE & GRH - 168


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Um deleite puramente feminino rodou através dela. Ela tentou dizer a si mesma que eram as palavras ensaiadas de um sedutor experiente, mas não acreditou. Não depois de ver sua agonia ontem. Gabriel era muitas coisas, mas um adulador fútil não era uma delas. Ele encheu as duas mãos com seus seios, provocando os mamilos até ela ficar completamente tonta e agitada por dentro. Nada tão maravilhoso nunca tinha acontecido com ela, e embora ela não devesse ceder a ele, ou a si mesma, ela queria muito. Muito, muito mesmo. Ele lentamente subiu sua camisola até as coxas para que pudesse deslizar a mão por baixo. Sua respiração era quente contra seu ouvido. - Você não está usando suas calcinhas. Ela corou. - Eu nunca uso quando vou dormir. - Eu vou ter que te pegar de camisola mais vezes. Sua mão encontrou o lugar entre as pernas onde se sentia úmida, quente e ansiosa, e esfregou-o deliciosamente. Quando ele deslizou o dedo dentro dela, ela soltou um suspiro. Era tão delicioso como quando ele usou a sua língua nela no estábulo. - Você está tentando me seduzir, senhor? - ela sussurrou. - Absolutamente. Está funcionando? Claro que estava funcionando. Ele era diabolicamente bom nesse tipo de coisa. - Certamente que não. Sua risada rouca fez seu coração dar cambalhota em seu peito. - Então eu vou ter que me esforçar mais. Oh, Deus, aquilo podia ser a sua ruína. Mas era tão tentador tê-lo tocando-a em todos os lugares, uma mão acariciando seu seio, enquanto a outra a acariciava embaixo. O homem tinha um talento para a sedução que era absolutamente diabólico. - Você não deveria... Nós não podemos... - Nós podemos, e nós o faremos. - ele pressionou um ardente beijo de boca aberta no pescoço dela - Você vai se casar comigo, afinal de contas. Quem se importa se consumamos o casamento mais cedo? Ela enrijeceu. - Eu não concordei em casar com você. - Sim, você está sendo teimosa sobre isso. - ele acariciou-a profundamente, fazendo-a contorcer-se, fazendo-a querer mais - É por isso que eu tenho que recorrer a tais táticas. Parceria ARE & GRH - 169


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você só quer ganhar a sua herança. - ela acusou, embora realmente não acreditasse mais nisso. Ele fez uma pausa. - Se esse receio é tudo o que a impede de se casar comigo, posso resolver esse problema agora. Vou abrir mão da minha herança. Contanto que eu me case, Gran ficará satisfeita e não cortará os outros. Eu vou dizer a ela para dividir a minha porção entre os meus irmãos. Chocada, ela virou-se em seu colo para que pudesse olhar para o rosto dele. Ele iria realmente desistir de sua herança por ela? - Você está brincando. Sua expressão de sinceridade solene a abalou até os pés. - O dinheiro não significa nada para mim. - Mesmo que lhe permitisse alcançar seu sonho? - Eu posso alcançar o meu sonho sem isso. Seu coração apertou. - Ao correr por apostas, você quer dizer. Algo brilhou em seus olhos. - Sem a herança, eu vou precisar das corridas para nos sustentar. - Então eu prefiro que você conserve a herança. - Cuidado, meu amor. - ele murmurou - Ou eu vou pensar que você está se casando comigo por dinheiro. Irritada, ela empurrou -lhe o peito. - E o por que mais eu poderia me casar com você, seu palhaço encrenqueiro? Um sorriso perigoso curvou seus lábios. - Por isso. Então, ele a estava beijando, quente, profunda e lentamente. E tudo isso enquanto a acariciava, estimulando-a quase ao clímax. Ela se contorceu, então afastou sua boca da dele para que pudesse recuperar o fôlego. Só que não pôde. Inclinando-a de costas no braço, ele direcionou a boca para sugar seu seio, enquanto sua mão habilmente acariciava, parecendo saber o que ela precisava antes que ela percebesse. - Eu quero você, querida. - ele rosnou contra seu seio - Quero fazer amor com você. Você vai me deixar? Uma mulher sensata diria que não. Uma vez que ela se entregasse a ele, não haveria como voltar atrás. Eles teriam que se casar. E ele ainda mantinha muito de si mesmo trancado atrás de uma porta sem maçaneta. Parceria ARE & GRH - 170


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Mas ele deixou de usar preto por ela. Ele estava disposto a desistir de sua herança. Era mais do que ela esperava. E a única outra escolha – mandá-lo embora agora e prolongar esse cortejo até que ela tivesse mais certeza dele – não a atraía, também. Ela não podia suportar mais dias da vigilância de Poppy, com Gabriel tão perto, mas tão inacessível. Ela estava cansada de dar a todo mundo o que eles queriam e nunca tomar algo para si mesma. Ela estava cansada de infinitamente ansiar por sua própria casa e família, por um marido. O que Gabriel propunha não era perfeito, mas o que era? E parte dela tinha certeza de que um dia ele se abriria para ela. Ele já a tinha deixado chegar mais longe do que ela esperava. Ela olhou em seus olhos insondáveis. - Tudo bem. Com um grunhido feroz de satisfação, ele a colocou no chão para que pudesse puxar as botas e atirá-las de lado. Depois levantou-se para puxar a camisola de seus ombros. Ela deslizou para baixo de seu corpo, deixando-a nua como um vidoeiro no inverno. Seus olhos a sorveram, escuros, ardentes, e com adoração. - Você é a mulher mais linda que eu já vi. - Eu sei que há um grande número de belas mulheres em seu círculo. - ela sussurrou, dividida entre o desejo de acreditar nele e seu medo de que ela não tivesse os atributos físicos para manter um libertino como ele. Ele riu. - Contrariamente à opinião popular, o meu “círculo” é formado principalmente de cavalos e dos homens que correm com eles. Eu fico fora da sociedade respeitável, tanto quanto possível, e as poucas mulheres que conheci ali são muito maçantes, estúpidas, ou ambos. Você não é nada disso. - E as mulheres que não estão na sociedade? Você deve ter se deitado com mulheres que têm... - ela olhou para seus seios e engoliu em seco - Maiores... er ... curvas. Com uma carranca, ele puxou-a para perto. - Não se atreva a difamar suas curvas. Elas são perfeitos. Você é perfeita. ele inclinou a cabeça para beijar cada um de seus seios - Eu fico acordado à noite pensando nessas belezas. E ouso dizer que uma vez que nos casemos e você seja apresentada na sociedade, eu não vou ser o único a fazê-lo. Metade dos homens da alta sociedade vão me invejar a esposa, e a outra metade vai tentar seduzi-la. - Não seja bobo. - ele estava sendo exagerado, e ela adorou. Parceria ARE & GRH - 171


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Estou falando sério. - ele ergueu as mãos para alisar seus cabelos sobre os ombros - Graças a Deus, você nunca teve uma temporada, ou algum outro sujeito a teria agarrado antes que eu pudesse fazer isso. Ela não podia resistir a provocá-lo. - Talvez um deles ainda vai. A luz possessiva que brilhou em seu rosto fez sua garganta arder. - Oh, não, você perdeu sua chance, atrevida. Você vai me pertencer agora. Só a mim. A acusação de Pierce naquele dia no labirinto lhe veio à mente: Uma vez que tenha em suas mãos o dinheiro de sua avó, você passará todas as noites na farra. Gabriel não tinha exatamente negado. - E você? - ela perguntou em voz baixa - Será que você vai me pertencer, e só a mim? A dor brilhou em suas feições. -A infidelidade do meu pai destruiu a minha mãe e isso, possivelmente, causou suas mortes. Eu prometo a você que a única coisa que eu nunca vou ser é infiel. Eu não a faria passar por isso. As palavras tinham a aparência de um voto. Eram o mais próximo de palavras de amor que ela já o tinha ouvido dizer. Não que ela tivesse certeza de seus próprios sentimentos. Ainda assim, era bom que ele se importasse tanto. Ela soltou um suspiro. - Então, quando eu vou ver você nu? Ele piscou, em seguida a soltou para tirar rapidamente o resto de suas roupas. Então ele se voltou com aquele sorriso arrogante dele. - Feliz agora? Olhando para sua carne que se erguia, grossa e longa, e peluda na base, ela prendeu a respiração. Feliz? Fascinada, melhor dizendo. Quem teria imaginado que a sua coisa seria tão longa? Ela passou algum tempo pensando sobre o assunto, tendo visto o apêndice de um cavalo muitas vezes, mas os cavalos e os homens não eram tão iguais como ela pensava. Aquilo pareceu sacudir sob o seu olhar, como se gostando da atenção. - Dói quando ele se destaca assim? - ela perguntou. - Não. - sua voz soava tensa - Não quando eu estou nu, pelo menos. É um pouco desconfortável quando estou vestido. - Posso tocar? - ela perguntou. - Deus, sim. - ele grunhiu. Tomando a mão dela, ele a fechou sobre sua carne. Parceria ARE & GRH - 172


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Aquilo era interessante. Ele se contorceu quando ela o segurou, como se a mão o agitasse. Suave e duro, era parecido com segurar um chicote de couro. Só que maior. Muito maior. E ficava ainda maior, quanto mais ela o acariciava. - Não lhe dá problemas quando você monta? - Não normalmente. - ele disse entredentes. - Quão grande ele começa? - Grande o suficiente. - ele rosnou - Isso não é o tipo de respos.... Quando ela se deu conta, estava deitada de costas na cama, e ele estava em cima dela, olhando avidamente para seu rosto. - Um homem só pode aguentar um certo limite de provocações, Virginia. - Eu estava apenas curiosa sobre... - Eu sei. - disse ele e, em seguida, forçou um sorriso - Mas muito mais da sua curiosidade, e isso teria terminado antes de começar. - O que você quer dizer? Ele deslizou o joelho entre suas pernas, separando-as para que pudesse se ajoelhar entre elas. - Apenas confie em mim quando eu digo que eu preciso estar dentro de você. Agora. Aparentemente, os homens tinham uma coisa em comum com os cavalos. Impaciência. Ela mesma estava se sentindo um pouco impaciente. Quando ele começou a acariciá-la novamente entre as pernas, a inquietação que ela sentiu no estábulo voltou. Então, ele a estava beijando, rudemente, selvagemente, e era tão delicioso que ela quase se esqueceu que ele estava nu e que ela estava nua, e que ele estava prestes a tirar sua inocência. Até que algo maior do que seu dedo pressionou dentro dela. Ela realmente ia fazer isso. Ela realmente ia deixá-lo fazê-la sua. Ela deveria sentir pânico. Deveria estar apreensiva. Em vez disso, uma emoção gloriosa se avolumava em seu interior. Mesmo a intensa pressão dele avançando dentro dela não poderia acabar com aquilo. Isso era pelo que ela estava ansiando, este ato imprudente, essa união inebriante com um homem que a fazia se sentir viva pela primeira vez. Que a fazia se sentir como uma mulher, e não apenas aquela que cuidava das necessidades de todos. Ele afastou a boca da dela para sussurrar: Parceria ARE & GRH - 173


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu não creio que tenho que falar sobre a dor. - Não. - ela enterrou os dedos em seus cabelos, cuidado para não tocar a ferida - Mas não é tão mau. - Bom. - ele murmurou - Porque é uma sensação incrível para mim. Ainda melhor do que eu imaginava. Ela olhou timidamente para o rosto dele. - Você realmente fica na cama pensando em meus... hum... seios? Ele avançou um pouco mais, o suor orvalhando sua testa. - Querida, se você soubesse o quão frequentemente, arrancaria o meu couro. A admissão a agradou. Ela achou que lhe devia uma admissão de sua parte. - Eu... pensei em você, também. O ardor impregnou seu rosto. - Assim? - Não, seu bobo. - ela se mexeu um pouco com ele, buscando uma posição mais confortável, e ele deslizou para dentro dela mais profundamente. Ela prendeu a respiração - Mas depois que eu o vi seminu naquele dia no estábulo... Ele deu uma risada forçada. - Eu estava certo. Em sua alma, você é uma sedutora. Ela deveria se sentir insultada, mas não estava. - Eu acredito... Que eu poderia ser. - Então espere. Porque você está prestes a ser uma sedutora em verdade. - e com isso, ele investiu dentro dela. Um suspiro escapou dela, mas foi mais de surpresa do que dor. Ela sentiu um aperto, nada mais. - Você está bem? - Acho que sim. - disse ela, com vergonha de admitir que se sentia bem. Havia uma pressão, e um certo constrangimento em tê-lo empurrando dentro dela, mas nada parecido com o que ela esperava. - Pronta para mais, minha futura esposa? - ele perguntou, com voz rouca. Uma mão acariciou seu seio enquanto ele apoiava seu peso com a outra. Senhor, mas ele era forte. - Oh, sim. - Graças a Deus. - ele rosnou. Ele começou a deslizar para fora dela e de volta, em movimentos lentos e calmos. No início, isso lhe provocou uma sensação bastante peculiar. Mas quando ele se inclinou para beijá-la, empurrando sua língua dentro da boca dela, ela riu. Ele afastou os lábios dos dela. Parceria ARE & GRH - 174


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - E o que você acha tão divertido? - Eu só percebi porque você beija assim. Isso imita o que estamos fazendo. Seus olhos brilhavam para ela. - Não inteiramente. - Não. - ela disse - Não inteiramente. Embora seus beijos sempre fossem maravilhosos, dificilmente se comparavam com o estranho ardor que crescia entre suas pernas enquanto ele investia e se retirava, de novo e de novo e de novo. Algum instinto a fez puxar os joelhos para cima justo quando ele empurrava profundamente, e um prazer intenso a perfurou. - Oh! - ela gemeu - Ohhhh, Gabriel. Ele deu uma risada rouca. - Assim, não é? - deliberadamente, ele mergulhou profundamente dentro dela, provocando a mesma sensação de antes. Ela gritou, então corou. - Senhor me ajude... Acho que eu sou... algum tipo de devassa. - Não. - ele acariciou sua bochecha - Só uma mulher em meio ao desejo. Graças a Deus. Porque eu anseio por você todas as noites e todos os dias. - Eu também. - ela admitiu. Sentindo-se mais livre para explorar, agora que eles tinham caído em um ritmo constante, ela passou as mãos sobre os músculos tensos de seus ombros - Você é tão firme... Ele sufocou uma risada. - Espero que sim. E você parece como a seda. Doce, quente seda... Ela passou as mãos sobre seu peito, apreciando o conjunto de músculos sob seus dedos. Ele tinha uma figura masculina tão atraente. Era errado da parte dela amar isso nele? Ele beliscou seu mamilo e enviou um tremor através ela para se juntar com os outros tremores de baixo acima. Os tremores estavam todos juntos num redemoinho agora, fazendo-a doer, ansiar e sacudir sob suas gloriosas estocadas. Doce Jesus, isto estava além do desejo. Isto eram ele e ela, entrelaçados juntos, dirigindo-se para seu futuro. Ela olhou para o seu olhar quente e sentiu os muros do seu coração desabarem para deixá-lo entrar. Como se visse seus sentimentos em seus olhos, ele murmurou: - Lembre-se de que você pertence a mim... Só a mim... - E você a mim – somente a mim. - ela repetiu - Para sempre. Seus olhos se arregalaram, mas as palavras pareceram empurrá-lo sobre a borda, pelo que ele mergulhou fundo uma última vez, e eles explodiram juntos. Seu corpo encheu o dela com a sua essência, enquanto o dela se despedaçava tão Parceria ARE & GRH - 175


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries poderosamente que ela só podia se agarrar a ele enquanto o terremoto devastava seu corpo. E ele a acompanhou, seu aroma, paladar e tato enchendo-a enquanto ele desabava em cima dela com um gemido. Foi quando ela percebeu que tinha se apaixonado por ele. Seu selvagem, tempestuoso lorde era o único homem que já tinha olhado em sua alma. Ele também era o único homem que ela tinha deixado se aproximar o suficiente para feri-la. Agora, ela só podia rezar a Deus para que ele nunca o fizesse.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Dezesseis Gabe estava ao lado de Virgínia no rescaldo da sua vida amorosa, o pânico agarrando seu coração. Para sempre. Como ele não tinha pensado nisso dessa forma até que ela disse isso? Ele estava tão focado se certificar de que conseguiria o que queria – se certificar de que ele a tivesse – que não tinha parado para pensar no que ele estava ganhando. Uma esposa, para sempre. Alguém dependendo dele, para sempre. Alguém que ele precisava dele mais do que qualquer um já precisou. Ficando de lado para que pudesse olhar para ela, ele viu o sangue manchando suas coxas. Isso só aumentou o pânico. Ele tinha tomado sua futura noiva, e agora ele era o responsável por ela. Para sempre. Ele nunca considerou ter um para sempre, porque a Morte poderia acabar com o para sempre em uma batida do coração. Ele havia se esquivado perto da Morte tantas vezes que futuro e para sempre não tinham significado nada para ele. Agora eles tinham que significar algo. Então por que casar, se você vai apenas fazer uma mulher viúva? Ele ignorou as palavras quando ela as disse, mas não poderia ignorá-las agora. Ter uma esposa mudava tudo. Ele não poderia vencer corridas se tivesse que se preocupar em morrer e deixar uma viúva para trás. Bastava olhar para o que aconteceu esta manhã. Um calafrio o sacudiu. Como ele poderia sustentar uma esposa, se ele não conseguisse sua herança e ele não pudesse vencer corridas? Virginia olhou para ele com um sorriso trêmulo, e algo agarrou seu peito. Deus o ajudasse, e se ele não pudesse cuidar dela? Era tarde demais para considerar isso agora. Ele a arruinou. Eles tinham que se casar. - Você está bem? - questionou. - Maravilhosa. A confiança em seus olhos fez sua garganta ficar seca. Sua ansiedade devia ser aparente, pois sua alegria de repente desapareceu. - Mas você não parece bem. Ele forçou um sorriso. Parceria ARE & GRH - 177


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu estava preocupado de que tivesse te machucado muito. Ela relaxou. - Você não o fez. Ele enterrou o medo debaixo de uma piada. - Porque nós sempre poderíamos fazer mais, e eu poderia tentar melhorar. Uma gargalhada explodiu dela. - Se você melhorar mais, eu vou perecer de prazer. - Morte por prazer? – disse - Eu poderia arranjar isso. Eu sou o Anjo da Morte, você sabe. No momento em que seus olhos se tornaram tristes, ele quis chutar a si mesmo. Que coisa idiota para dizer. - O que isso faz de mim? - ela perguntou, perfeitamente séria - Sra. Anjo da Morte? - Claro que não. - ele deitou-se de costas, olhando para o damasco vermelho exuberante do dossel da sua cama - É apenas um apelido estúpido, do qual eu espero me livrar em breve. - Como, se você pretende continuar correndo? É evidente que ele não era o único a considerar tais assuntos. - Eu vou pensar em alguma coisa. E ele faria isso. Não ia deixar que suas preocupações sobre ele, ou todos os medos tolos que certamente sentia agora com a possibilidade de deixá-la viúva, alterassem seus planos para o futuro. Ele mudou de assunto. - Quando podemos estar casados? Devo pedir sua mão ao general quando ele retornar da feira? - Senhor, não! - era a sua vez de parecer alarmada. Sentou-se e arrastou o lençol sobre si mesma - Se ele te encontrar aqui e tiver qualquer idéia de que estivemos sozinhos em casa juntos, ele ia espetá-lo com sua espada de cavalaria. - Você não está preocupada que Molly vá contar a ele? - Ela teria que acordar e te encontrar aqui, e isso é improvável. A febre pode ter cedido, mas ela estava dormindo profundamente. Ela não vai acordar por algumas horas ainda. Mesmo se isso acontecer, ela não vai deixar sua cama, se não precisa. Ela vai aproveitar a oportunidade para descansar um pouco. Deus sabe que nós não temos muito disso por aqui esses dias. - Sim, eu vi o quão duro você trabalha. Mais um motivo pelo qual deveria se casar rapidamente. Então eu poderia me mudar e começar a ajudar...

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você já está ajudando. - ela lançou-lhe um olhar melancólico - E por que tanta pressa para se casar? Você tem alguns meses ainda antes do prazo da sua avó. - Se você acha que eu vou esperar meses, me esgueirando para vê-la, sem nunca ser capaz de fazer mais do que tocar sua mão em público, você está fora de seu juízo. - ele sentou-se para jogar o braço sobre os ombros dela - Eu quero reclamar você como minha esposa. Eu não quero esperar. Ela soltou um suspiro frustrado. - Nem eu. Mas você tem que me dar a chance de preparar Poppy suavemente. Ele vai dizer que você só está me desposando para ganhar a sua herança. - E você vai dizer a ele que eu estou desistindo dela. Por você. - Não seja ridículo. Foi lindo da sua parte oferecer isso, mas eu não quero que você faça tal tolice. O dinheiro vai nos permitir viver mais livremente. - ela lançou-lhe um olhar rápido - E isso vai ajudar a se livrar das corridas. Ele não disse nada. Ela estava certa, mas só se Célia se casasse, também, o que não era de forma alguma certeza. - Então eu tenho que convencer Poppy que você é digno de mim, mesmo com a questão da herança. Além disso, ele ainda tem a noção tola de que Pierce e eu vamos nos casar. O dardo de ciúme que atingiu seu coração o pegou de surpresa. - Eu suponho que Devonmont tem a mesma noção tola. Ela riu. - Meu primo não tem ilusões a esse respeito, acredite em mim. - virando o rosto para o dele, ela beijou sua bochecha - Mas é doce da sua parte ter ciúmes. - Doce? - ele resmungou - Se ele te beijar de novo como fez quando partiu, o estrangulamento que eu vou lhe dar não será nada doce. - Pierce poderia usar um estrangulamento. Ele se sai com as suas com muita frequência. - seus olhos brilharam para ele - Como você. Ele deslocou-se para encará-la. - É por isso que você deve se casar comigo imediatamente. Antes de eu entrar em mais problemas. - Por mais tentador que possa parecer, - ela disse secamente - eu preciso de algum tempo para preparar Poppy. Gabe fez uma careta para ela. - Quanto? - Alguns dias, pelo menos. - Um dia. Parceria ARE & GRH - 179


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Gabriel! - Estou falando sério. Quando eu vier aqui segunda-feira, vai ser com uma proposta de casamento. E se você não disser que sim, eu vou jogá-la por cima do meu ombro e levá-la embora no meu corcel de confiança. Uma risada cuspiu fora dela. - Eu gostaria de ver isso. Então Poppy realmente viria atrás de você com sua espada de cavalaria. - Ele teria que me pegar primeiro. E eu sou muito rápido a cavalo. Seu olhar se tornou sensual. - Exceto quando você está pensando em mim. Como hoje. Ele sorriu com tristeza. - Você não esquece nada que eu digo, não é? - Não quando é algo tão doce como isso. Ela inclinou-se para beijá-lo e ele segurou a cabeça entre as mãos para alongar o beijo. Em poucos segundos o beijo se tornou mais ardente, e para sua surpresa, viu-se endurecendo novamente. Deus, ela já o tinha babando atrás dela como um garanhão enlouquecido. Era melhor tomar cuidado, ou ele estaria tão obcecado com ela como seus irmãos estavam com suas esposas. E isso seria um erro. Ao contrário de seus irmãos, se ele não ganhasse a sua herança, ele não tinha nenhuma maneira de viver a não ser por corridas. Assim, ele não poderia se deixar tornar-se tão atraído que suas preocupações alterassem seus planos. Mas era difícil ficar indiferente quando a única mulher que já tinha aquecido seu sangue e sua mente estava o excitando a loucura. - Sobre essa oferta de fazê-lo de novo... - ela sussurrou com seu sorriso de feiticeira. - Você não está muito dolorida? - ele perguntou enquanto enchia a mão com seu seio. - Por que não vamos descobrir? Isso foi o suficiente para tê-lo pressionando-a para baixo. Tudo bem, então ele não tinha autocontrole quando ia para cama com ela. Isso não significava que ele estava apaixonado. Simplesmente queria dizer que ele era o mesmo sujeito despudorado de sempre. Ele só passou a preferir satisfazer seus impulsos com ela. E desta vez ele iria tirar da mente dela a lembrança de seu defloramento desconfortável. Ele podia não ser capaz de mantê-la feliz em qualquer outro lugar, mas certamente poderia fazê-lo aqui, no quarto de dormir. Parceria ARE & GRH - 180


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Assim, ele dedicou toda a sua vasta experiência com as mulheres para enlouquecê-la de desejo. No momento em que mergulhou nela novamente, ele tinha a certeza que ela estava implorando por ele, devolvendo seus impulsos com impulsos, ondulando seu corpo perfeito debaixo dele exatamente como uma mulher com gosto pela paixão deveria. E ele se obrigou a esperar até que ela atingisse seu auge, antes que se permitisse a mesma versão. Foi tão maravilhoso como a primeira vez. E ainda melhor, já que ele não precisou se preocupar por machucá-la. Depois disso, os dois caíram em um cochilo, já que nenhum dos dois tinha dormido muito na noite anterior. Parecia que apenas alguns momentos se passaram antes que alguém o sacudisse. - Gabriel, você tem que sair daqui! O pânico na voz de Virginia despertou-o completamente. - O que foi? - Dormimos demais. Está quase anoitecendo. Poppy vai estar chegando a qualquer momento, e se ele vir sua montaria na frente... - Certo. - ele forçou seus membros lentamente a se mover, forçou-se para fora da cama. Ela jogou as ceroulas para ele. - Você tem que se vestir! - E aqui estava eu planejando ir para casa nu. - brincou enquanto vestia suas ceroulas. - Não é hora de brincar! - disse ela, a urgência em sua voz - Gabriel, por favor... - Tudo bem, tudo bem! - ele se apressou em suas roupas - Mas uma vez que estivermos casados, querida, eu nunca vou ser tirado às pressas dos seus braços – ou da sua cama – de novo. Isso, pelo menos, a fez sorrir. - Espero que não. Ele puxou-a para ele para um beijo duro e rápido, ainda mais rápido quando ela o empurrou. Ela fez uma careta para ele. - Se você for assassinado por Poppy porque você estava fazendo coisas tolas como me beijar, eu nunca vou te perdoar! Ela parecia tão adoravelmente preocupada que ele a beijou novamente. - Gabriel! - ela protestou. Ele piscou, nem um pouco perturbado. - Não se preocupe comigo, megera. Eu engano a Morte. É o que eu faço, o que eu tenho feito mais vezes do que posso contar. Sua expressão preocupada se aprofundou. Parceria ARE & GRH - 181


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Isso só significa que a sua sorte pode acabar a qualquer momento. As palavras enviaram um arrepio na espinha do qual ele tentou se livrar. Gran tinha dito aquilo, durante anos, e até agora não tinha acontecido. Ainda assim, enquanto ele se vestia e se apressava a descer as escadas, não podia ignorar um profundo sentimento de mau presságio. Mas isso não o impediu de fazer uma pausa no hall de entrada para puxar Virginia para um beijo ardente. - Eu falei sério anteriormente. - ele murmurou enquanto dava um último olhar para a boca avermelhada e as formas mal cobertas - Eu vou estar aqui segunda-feira, faça chuva ou sol. Então é melhor você ter certeza de que o general sabe disso. - Eu vou, eu prometo. - ela tocou sua cabeça, onde o ferimento estava Tome cuidado com isso, sim? E tente não ficar se machucando em quaisquer corridas mais. Animado pelo fato de que ela não pediu para ele não correr de todo, ele assentiu. Dentro de instantes, ele estava na estrada e voltava para Halstead Hall. Ele teve um susto a cerca de três quilômetros da fazenda. Um carro estava subindo a estrada à sua frente. Felizmente, ele viu a tempo de se enfiar entre algumas árvores. Graças a Deus por isso, pois, enquanto passava retumbando, ele viu que era a carruagem do general. Isso foi um pouco perto demais para seu conforto. Se o general o tivesse visto nesta estrada, ele teria imaginado que Gabe tinha estado na casa da fazenda. Por mais que Gabe quisesse se casar com Virginia imediatamente, ele entendia seu desejo de ter a bênção de seu avô. Além disso, não havia nenhum ponto em antagonizar o velho. Eles possivelmente estariam vivendo juntos uns dos outros por um tempo, pelo menos até que a herança de Gabe fosse liberada. Se ela fosse liberada. Esse pensamento deu lugar a pensamentos de seu futuro e como ele devia ser gerenciado, o que o preocupou todo o caminho de volta para Halstead Hall. Estava tão absorto que não percebeu o clamor que subiu quando ele se aproximava dos estábulos. Mas quando Jarret veio caminhando para fora, o rosto tomado de preocupação, aquilo atraiu a atenção de Gabe rapidamente. - Onde diabos você estava? - Jarret rosnou enquanto Gabe desmontava. Isso colocou Gabe instantaneamente em alerta. - Por quê?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - A última coisa que ouvi de um dos cavalariços, foi que você tinha saído para correr contra Wheaton na propriedade de Lyons. - a voz de Jarret ficou abalada - Então, quando Pinter veio com a notícia... - Quais são as notícias? - perguntou Gabe bruscamente. Jarret o ignorou. - Eu montei até Lyons para buscá-lo, mas ele disse que tinha partido horas antes, e com um ferimento na cabeça, também. Fomos vasculhando o campo por você, supondo que você tinha caído em uma vala em algum lugar pela perda de sangue. - Oh, pelo amor de Deus! - Gabe rebateu - Foi um arranhão, nada mais. Oliver surgiu naquele momento. - Isso não é o que Lyons disse. Tive homens percorrendo as estradas, procurando por você. - Nós ainda verificamos todas as tabernas em Ealing. - acrescentou Jarret. - Bem, eu estou aqui agora. - Gabe rebateu. Ele não estava a ponto de dizer-lhes onde tinha estado - Então se alguém por favor puder, me diga que maldita notícia Pinter trouxe? - Benny May foi encontrado. Gabe olhou boquiaberto para Jarret. - Bom. Pinter vai falar com ele? - Eu temo que isso é impossível. - disse Oliver - Benny foi encontrado morto. Respirando profundamente, Gabe se virou para olhar cegamente para os estábulos, um milhão de pensamentos se amontoando juntos. Mais uma vez, alguém ligado a ele havia morrido. E embora soubesse que não tinha nada a ver com ele, ainda sentia como se tivesse. - Como? - ele perguntou com voz rouca. Jarret e Oliver trocaram olhares. Então Jarret suavizou o tom. - Nós não temos certeza. Mas há alguma indicação de que poderia ter sido um crime. - O policial em Woburn lembrou de Pinter ter perguntado sobre Benny um par de semanas atrás. - explicou Oliver - Assim, quando o corpo de um homem do tamanho certo e com a cor de cabelo certa apareceu no bosque perto de lá, ele enviou uma mensagem a Pinter. Ele está retendo o corpo até Pinter pode estar lá para o inquérito. Gabe balançou seu olhar de volta para eles. - Eu quero estar lá, também. Parceria ARE & GRH - 183


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Nós achamos que você poderia querer. - disse Jarret - Oliver não pode deixar a propriedade no momento, mas você e eu podemos acompanhar Pinter. Ele está em seu escritório dando instruções ao seu secretário sobre seus outros casos. Vamos encontrá-lo lá, logo que você esteja pronto para ir. - Eu posso estar pronto em minutos. - Gabe caminhou em direção à casa. Foi só depois que ele chegou a seu quarto que ficou claro para ele. Não havia nenhuma maneira no inferno que ele pudesse chegar ao Woburn, testemunhar um inquérito, uma vez que não iria fazê-lo em um domingo, e voltar para casa na segunda-feira para estar em Waverly Farm. Seria terça-feira, no mínimo. Droga de inferno! Bem, não havia jeito. Ele não estava disposto a perder o inquérito de Benny May. Se foi assassinato, isso podia significar que as mortes de seus pais realmente tinha sido mais do que pareciam. E que ele tinha perdido a oportunidade de descobrir quem era o homem misterioso nos estábulos. Mas ele tinha que mandar uma mensagem para Virginia. Annabel entrou pelo corredor naquele momento, e uma idéia lhe ocorreu. - Annabel, você me faria um favor? - Claro. - Aqui está o que eu preciso...

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Dezessete - Como foi a igreja? - Poppy perguntou a Virgínia quando ela entrou na sala de jantar. Ele claramente estava lendo o jornal enquanto esperava seu retorno, mas agora que ela estava em casa, ele fez um sinal para o criado para servir o almoço. Ela sentou-se e tirou as luvas. - Foi bem. Poppy nunca ia aos serviços. Ele não tinha ido desde a morte de Roger, depois de ter, aparentemente, culpado a Deus por isso. Ela entendia seus sentimentos, mas não tinha coragem de ficar em casa. As pessoas já falavam bastante sobre eles e seus problemas com a fazenda, não fazia sentido ter a cidade inteira os considerando pagãos também. Especialmente quando ela se sentia como uma ímpia pagã, sentada na igreja e temendo que pudesse ser atingida por um raio a qualquer minuto. Depois do que ela tinha feito com Gabriel ontem, ela devia estar louca para mostrar-se em uma casa de Deus. Ainda assim, ela não podia se arrepender seu estado decaído. Já que ela e Gabriel estavam para se casar de qualquer maneira, o que eles fizeram não era tão terrível, não é? E ela precisava dizer a Poppy que ela queria se casar com Gabriel. Como diabos ela ia fazer isso? O criado trouxe seu rosbife semanal e nabos, e ela e Poppy conversaram um pouco enquanto comiam. Tinha que haver alguma maneira de falar sobre Gabriel sem fazer Poppy ter um acesso de raiva. - A propósito, - Poppy disse enquanto ele devorava uma grande parcela de creme de groselha - um dos novilhos conseguiu um bom preço na feira ontem. Então, se você quiser alguns vestidos novos, devemos ser capazes de arrumar isso. Não posso ter você parecendo deselegante quando se casar com Pierce. Seu coração se afundou. - Eu não vou casar com Pierce. Ele se levantou e atravessou a sala para se servir de uma dose de conhaque. - Claro que você vai. É o arranjo perfeito. Você se casa com Pierce, ele herda a fazenda, vocês dois podem viver aqui e administrá-la juntos...

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Pierce? Administrando a fazenda? - ela bufou - Ele não pode distinguir entre uma ferradura de grama e uma ferradura de geada, e o único lombo com que ele se importa é o do porco que ele come no jantar de domingo. Um olhar inquieto atravessou o rosto de Poppy. - Ainda assim, você teria uma casa com ele, mesmo que você vivesse na propriedade em Hertfordshire. - Você fala daquela em que ele mesmo não pode viver? - ela muitas vezes se perguntou por que isso. Tinha algo a ver com sua tia, a mãe de Pierce, mas ela não tinha certeza do que era. Ele claramente evitava casa de sua infância. Ele cumpria seu dever para com ela, mas nada além. - Então vocês vão viver aqui e alguém vai administrar o lugar. - Poppy disse, claramente exasperado - Não importa onde vocês vivam, desde que estejam juntos. - ele lançou-lhe um longo olhar - Desde que você seja cuidada. - Eu não posso me casar com ele. - disse ela em voz baixa - Ele é como um irmão para mim. Isso nunca iria funcionar. - Vai funcionar se você der uma chance. - havia uma nota de desespero em sua voz agora - Vamos, lambkin, ele está ansioso para casar com você. Maldito Pierce e suas tolices. Ela nunca deveria tê-lo deixado ir tão longe. - Pierce está tão ansioso para se casar comigo como eu estou para me casar com ele, Poppy. Ele encarou-a com uma carranca. - Então por que ele a pediu? - Para irritar lorde Gabriel, isso é tudo. Você conhece Pierce – ele gosta de provocar. - Você está errada, eu lhe digo. Pierce nunca faria... - Senhor? - disse o lacaio da entrada - Há um visitante para a senhorita Waverly. Ela olhou para o criado com surpresa. Poppy fez uma careta. - Quem é? - Lady Jarret Sharpe. - Malditos Sharpes. Estão todos nos invadindo agora. - ele esvaziou o copo de conhaque - Suponho que ela trouxe o resto deles com ela, também? - Não, senhor. Apenas um lacaio. - Mande-a entrar. - disse Virginia, ao mesmo tempo que Poppy retrucava: - Diga-lhe que a senhorita Waverly está indisposta. - Poppy! - Virginia se levantou de um salto - Não se atreva a dizer isso a ela! Honestamente, o que está errado com você? Quer me afastar de cada companhia feminina? Parceria ARE & GRH - 186


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele pareceu culpado. - Claro que não. Mas é domingo, e cedo, também. Ora, nós mal terminamos de comer. Não é apropriado. Ela bufou. - Como se você já tivesse preocupado com o que é apropriado antes. Ela provavelmente está aqui para me dar instruções para a fabricação de cerveja caseira. Lorde Gabriel prometeu que sua cunhada me ajudaria com isso, e, obviamente, ele cumpriu sua promessa. - E tem um outro aliado para ajudar a defender seu caso. - ele resmungou Essa é a verdadeira razão pela qual ela está aqui, para fazê-lo parecer bem. Não há nenhuma razão para isso, se você vai se casar com Pierce. Na verdade, Virginia suspeitava que a mulher estava aqui para algo completamente diferente. Gabriel só enviaria uma mensagem através de alguém de seu relacionamento. Teria que ser em segredo, no entanto, uma vez que as damas solteiras não tinham autorização para receber cartas de cavalheiros a menos que suas famílias aprovassem. - Seja qual for a razão, eu tenho o direito de entreter quem eu quiser, sempre que eu quiser. - ela olhou para baixo - A menos que você tenha decidido começar a manter -me prisioneira aqui. - Não seja tola. - ele resmungou - Eu só acho que nada de bom pode vir de sua associação com esses Sharpes. O lacaio ficou parado ali, esperando para ver o resultado da discussão. Virginia se virou para ele e disse: - Por favor, leve Lady Jarret para a sala de estar. E diga Cook para nos trazer algumas tortas de limão e chá. Assim que o lacaio se foi, ela se dirigiu para a porta. - Você não precisa se juntar a nós. Nossa conversa certamente vai aborrecêlo. Seus olhos se estreitaram sobre ela. - Se você acha que vou te deixar sozinha com qualquer Sharpe, você está fora de seu juízo. Ela forçou um encolher de ombros. - Como quiser. Mas não diga que eu não avisei quando começarmos a falar de receitas de cerveja. Poppy serviu-se de outro conhaque, e ela escondeu um sorriso. Talvez ela não tivesse que se preocupar com a interferência dele, afinal. Com dois brandies em sua barriga, ele seria incapaz de manter os olhos abertos. Elas poderiam falar enquanto ele dormia em sua poltrona favorita. Parceria ARE & GRH - 187


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Momentos depois, ela entrava tranquilamente na sala de estar com um sorriso. - Como é bom ver você de novo, milady. - disse ela, estendendo as mãos. Mas antes que Lady Jarret pudesse segurá-las, Poppy disse: - Lady Jarret. - e esboçou uma reverência - O que a traz até a Waverly Farm tão cedo em um domingo? Se lady Jarret notou o comentário afiado de seu avô sobre seu horário escolhido para a visita, ela não deu nenhuma indicação. - Primeiro, eu vim para passar uma mensagem para vocês dois. Meu marido e Gabriel foram chamados para uma questão de negócios da família ontem à noite, por isso o meu cunhado não poderá estar aqui amanhã para ajudálo com a fazenda. Enquanto Virginia procurava esconder seu desapontamento, Poppy murmurou: - Eu não estou surpreso. O homem ia se cansar desse tipo de trabalho, eventualmente. A fúria brilhou brevemente nos olhos de lady Jarret antes que ela a banisse com um sorriso. - Na verdade, ele queria que eu dissesse que ele espera estar aqui terça-feira de manhã, a primeira hora. Até então, eles devem ter concluído os seus negócios. - Bem, então. - Poppy disse - Você entregou a mensagem. Tenho certeza de que está ansiosa para voltar para casa, então... - Oh, não, eu tinha outro propósito para vir também. Gabriel me disse que sua neta queria conselhos sobre fabricar cerveja em casa. Então eu vim para conversar com ela sobre isso. - Você vê, Poppy? - Virgínia apontou para um sofá próximo - Sente-se, milady. - Por favor, eu era apenas uma senhorita até me casar com Jarret, e ainda me sinto estranha ao ser chamada de “milady”. Prefiro que você me chame de Annabel. - E por favor, me chame de Virgínia. - com um olhar furtivo em Poppy, ela acrescentou - Nós em breve poderemos ser parentes, depois de tudo. - Sobre o meu cadáver. - Poppy rosnou. Annabel piscou. - Eu imploro seu perdão? Poppy sentou-se no sofá, o que tornou impossível para Virgínia e Annabel se sentarem ao lado uma da outra como Virginia tinha planejado. Se Annabel Parceria ARE & GRH - 188


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries tinha uma mensagem privada de Gabriel para ela, Virginia ia ter dificuldades para recebê-la sem que Poppy percebesse. - Por favor, desculpe a grosseria do meu avô. - Virginia um lançou um olhar duro para Poppy - Ele não aprova lorde Gabriel como um marido para mim, então ele está fazendo o seu melhor para irritá-la. E a mim. Com uma risada, Annabel se empoleirou em uma cadeira perto do sofá. - Ele vai ter que fazer melhor do que isso. Eu vivo com a Sra. Plumtree, que aperfeiçoou a fina arte de irritar pretendentes e suas famílias. Ela fez o Sr. Masters passar por uma boa provação quando ele estava cortejando lady Minerva. Poppy pareceu sentar-se um pouco mais reto. - Isso é porque ela tem o bom senso de saber que um homem deve ter mais do que um rosto bonito e uma língua maliciosa para cortejar uma dama. - Sim, ele deve ter uma propriedade em Hertfordshire. - Virginia respondeu enquanto se sentava em frente a Annabel. Quando a mulher a olhou sem entender, Virginia acrescentou - Poppy quer me casar com meu primo. - Não é por causa do dinheiro. - Poppy protestou. - Não? - disse Virginia maliciosamente - Você não me deu quaisquer outras boas razões. - Lorde Gabriel é um libertino! - Assim como Pierce. E ele, também, tem um rosto bonito e uma língua maliciosa. - Mas ele se importa com você! - Poppy explodiu. - Assim como meu cunhado. - Annabel se intrometeu - Você deveria ouvir como ele fala de Virginia em casa. Ele a chama de a animada marechal de sua fazenda. Ele diz que seu pessoal inadequado pode marchar sob sua batuta como qualquer regimento desmantelado, mas eles fazem isso com um sorriso nos lábios e uma mola nos pés. Aquilo fez com que Virginia ficasse toda suave e trêmula por dentro. - Ele realmente disse isso? Poppy deu um pulo do sofá. - Eu não vou deixá-lo usar você para suas lisonjas falsas, lady Jarret! Annabel piscou. - Não são falsas lisonjas, asseguro-lhe, senhor. Era assim na visão dele, Virginia pensou com pontada de dor. - Por favor, Poppy, você está me envergonhando. - ela usou a voz suave que normalmente acalmava seu temperamento explosivo - Eu não quero que minha amiga pense que é rude com as visitas. Parceria ARE & GRH - 189


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele retrucou de mau humor. - Ela não é amiga para você, se está aqui em nome dele. Annabel sorriu docemente para Poppy. - Sinceramente, senhor, eu gostaria de ajudar sua neta com sua cerveja. Se você permitir, é claro. Eu sempre achei que é importante para uma casa ter cerveja decente disponível para as refeições. - Poppy gosta de uma boa cerveja amarga. - Virginia entrou na conversa - e é difícil encontrar uma assim nesta área. Todas que eles têm são suaves. Nós costumávamos ir a Londres para isso, mas estamos tão ocupados por esses dias, que pensei que poderia ser bom se eu mesma pudesse fazer alguma. Você não concorda, Poppy? Ele olhou de Virgínia para Annabel, em seguida soltou um suspiro. - Creio que sim. - recostando-se no sofá, ele cruzou os braços sobre o peito - Bem, vá em frente, então. - Se é amarga que quer, - disse Annabel a Virginia - então você tem que ter o lúpulo certo. As tortas de limão e o chá foram trazidos justo então, para que as duas mulheres se servissem enquanto conversavam. Pela próxima meia hora elas discutiram fabricação de cerveja, um assunto que interessava Virginia de qualquer maneira. Mas como hoje ela estava mais preocupada tentando fazer Poppy adormecer, para que ela e Annabel pudessem ter alguns momentos a sós, ela fez algumas perguntas ridiculamente aborrecidas. Aparentemente Annabel percebeu o que ela estava fazendo, porque a mulher descreveu o processo de fabricação da cerveja em termos longos e elaborados que colocariam qualquer um para dormir, especialmente um idoso que acabara de beber dois brandies. De fato, depois de um tempo a cabeça de Poppy começou a inclinar-se sobre seu peito. Assim que Virginia percebeu aquilo, ela lançou a Annabel um olhar significativo. Annabel olhou para Poppy, em seguida, acenou para mostrar que tinha entendido. Falaram de lúpulo e torrefação e as vantagens da utilização de malte de cevada sobre por mais alguns momentos. Quando Poppy começou a roncar, Annabel disse: - Eu escrevi algumas instruções que espero que você vai achar útil. Elas contêm receitas e essas coisas. - ela lançou um olhar significativo Virginia - Mas você deve ler todas as instruções. Elas esclarecem tudo. Virginia assentiu. Gabriel tinha enviado uma mensagem privada. Parceria ARE & GRH - 190


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Mantendo um olho em Poppy, Annabel tirou um pedaço de papel dobrado. Ela inclinou-se para entregá-lo a Virgínia, que se levantou um pouco de seu lugar para alcançá-lo. Isso foi o suficiente para assustar Poppy de seu cochilo. Quando ele avistou o papel dobrado, ele arrancou de Annabel. - E o que é isso? - ele rosnou. - São instruções de fermentação, senhor. - respondeu Virgínia enquanto se levantava, com o coração na garganta. Ele abriu o papel e o leu. Em seguida, um olhar tímido atravessou seu rosto. - Oh. São instruções de fermentação. Virginia disparou um olhar interrogativo Annabel, mas o olhar da dama estava fixo sobre ele, com os olhos cheios de preocupação. Poppy começou a entregar a folha de Virginia, em seguida, pensou em virar o papel. A carranca escureceu suas feições. Ele se virou para Annabel. - Está na hora de você ir embora, lady Jarret. Enquanto Annabel se levantava, Virginia estendeu a mão para o pedaço de papel para o qual ele estava olhando. - Poppy, acredito que isso é para mim. - É, de fato. E nós vamos discuti-lo assim que lady Jarret se for. - com isso, ele o guardou no bolso, depois foi para a porta e chamou o lacaio. Annabel veio para pressionar a mão de Virginia. - Tenho certeza que vamos nos encontrar novamente em breve. - Eu também. - disse Virgínia, com uma dose extra de ênfase para o avô. Ela estava morrendo de vontade de saber o que havia naquele pedaço de papel. Se ele pensava que podia guardar isso dela, estava louco. Assim que o criado entrou, Poppy instruiu-o a garantir que lady Jarret fosse escoltada seguramente para fora da propriedade. Mas ele deteve a mulher enquanto ela se dirigia para a porta com o lacaio. - Eu tenho uma mensagem para o seu cunhado. - disse Poppy - Diga a ele que se ele aparecer na minha propriedade na terça-feira de manhã, eu vou matálo. Está claro? Os olhos de Annabel se arregalaram. - Muito claro, senhor. No minuto em que ela se foi, Virginia virou-se para o avô. - Você ficou louco? Por que você iria ameaça-lo dessa maneira? Ele não fez nada que justifique tal coisa! Pegando a carta, Poppy começou a ler em voz alta: Parceria ARE & GRH - 191


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - “Minha querida Virginia” - ele olhou para ela - O maldito sujeito acha que pode usar o seu nome de batismo agora? Quando isso começou? Ela recusava-se a responder-lhe, quando ele estava em tal temperamento. Ela simplesmente cruzou os braços sobre a cintura e olhou para ele. Com uma carranca, ele continuou a ler. - “Perdoe-me por não manter a minha promessa”. E quando ele estava fazendo promessas para você, mocinha? Ela lutou contra a vontade de corar. - Fomos passear na sexta-feira, lembra? Poppy lançou -lhe um olhar sinistro, em seguida, voltou para a carta. - “Mas já que você disse que precisava de mais tempo para convencer seu avô a aceitar meu pedido, você tem agora”. Era demais para Poppy reagir suavemente. Poppy olhou com raiva para ela. - Você aceitou se casar com o maldito patife? Ela endireitou os ombros. - Aceitei. - Você não vai se casar com aquela besta! Obrigando-se a manter a calma, ela tentou raciocinar. - Você já viu o quanto ele trabalhou durante toda a semana. Admita – ele provou perfeitamente bem que não é o nobre fraco e indolente por quem você o tomava. - Tudo o que ele provou é que pode desempenhar um papel quando há algo que ele quer. Ele fará qualquer coisa para receber sua herança. Seu temperamento se inflamou. - Ele se ofereceu para desistir dessa fortuna se eu casar com ele. Poppy bufou. - Como eu disse, ele fará qualquer coisa para conseguir o que quer, mentir, enganar... - É tão difícil de acreditar que um homem só me quer por mim mesma? ela sufocou as lágrimas enquanto anos de se sentir desvalorizada transbordavam dentro dela - Será que é realmente impossível de compreender? Seu avô parecia como se tivesse sido chutado no estômago. - Não! - ele se aproximou - Não é isso o que eu... - Isso é o que parece. - lágrimas correram pelo seu rosto - Você não pode imaginar que um lorde de sua posição e patrimônio familiar possa realmente me querer. É por isso que você estava tão ansioso para apoiar a proposta de Pierce. Parceria ARE & GRH - 192


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Porque que homem iria me querer de outra forma, sem muito dinheiro para tentá-lo? - Oh, lambkin, não. - agarrando-a em seus braços, ele abraçou-a - Não é nada disso. É porque você é tão preciosa que eu me preocupo. Eu quero que você encontre um homem que você merece. Um homem de bom caráter. - Ele é um homem de bom caráter. - ela sussurrou - Você sequer lhe dá uma chance. - Como você pode dizer isso, quando ele matou Roger? Ela ergueu o rosto marcado de lágrimas para ele. - Foi um acidente, Poppy, e você sabe disso. Ele sofre profundamente com o que aconteceu com Roger. Poppy continuou obstinado. - Que tipo de homem intimida seu suposto amigo a um risco de morte? - Você não sabe se ele o intimidou. - Eu certamente sei. A certeza de gelo em sua voz congelou seu sangue. - Como você pode? - ela se soltou dos braços dele - Você não estava lá. Ele desviou o olhar. - Mas eu sei o que aconteceu, é tudo a mesma coisa. - Como? O que você sabe sobre aquela noite? Ele enrijeceu. - Chega. Você vai ter que confiar em mim. - Eu entendo. - sua raiva se inflamou - Você não vai falar sobre isso, ele não vai falar sobre isso, e vocês esperam que eu apenas aceite humildemente suas tolices e escolha entre vocês, é isso? Ele ficou ali estoicamente, sem dizer nada. - Certo. Bem, parece-me que, se você não vai dizer o que você sabe, é porque você está protegendo a memória de Roger. Você certamente não iria esconder a verdade se isso significasse que lorde Gabriel estava em falta. - ela estendeu-lhe o queixo - E pelo o que eu conheço do seu caráter, ele provavelmente está escondendo a verdade pela mesma razão: para proteger a memória de Roger. Isso fala bem dele, e não mal. - Droga, garota, isso não é o que... Quando ele parou, ela levantou uma sobrancelha. - Sinta-se livre para corrigir a minha impressão equivocada a qualquer momento. Ele murmurou um juramento. Parceria ARE & GRH - 193


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Por que você não acredita em mim quando eu digo que a verdade é mais complicada do que você pensa? Ele não é o homem que parece ser. - No entanto, você não me dá nenhuma prova disso. - ela estendeu a mão Eu gostaria da minha carta agora, por favor. Ele hesitou, em seguida, entregou-lhe o papel. Ela examinou-o rapidamente. A parte que Poppy não tinha lido em voz alta dizia: “Eu estou contando as horas até te ver de novo, querida”. Estava assinado apenas “Seu Gabriel”. Com o coração transbordando, ela enfiou-a no bolso do avental para ler novamente quando estivesse sozinha. Gabriel não tinha falado nenhuma palavra de amor, mas ela não esperava isso. E isso não importava. Ele estava oferecendo a ela o que Poppy queria negar-lhe – um futuro com um homem que ela amava. Mesmo que o amor não fosse retribuído, era melhor do que o tipo de vida que ela teria com Pierce. Se Pierce estivesse sendo mesmo sincero, o que ela duvidava. E ela realmente acreditava que, com o tempo, Gabriel viria a amá-la, iria se sentir seguro o suficiente do seu amor para contar a ela seus segredos. Ela tinha que acreditar. Porque ela tinha se entregado para ele agora, e o pensamento de um futuro sem ele era muito sombrio para contemplar. Quando ela se virou para a porta, Poppy disse: - Eu falo sério, lambkin. Se ele vier aqui na terça de manhã, eu vou matálo. Ela não respondeu, porque não importava. Gabriel nunca deixaria uma ameaça assim impedi-lo. De alguma forma, ele iria encontrar uma maneira de eles ficarem juntos. Se ela não encontrasse primeiro. Gabe, Jarret e Pinter foram autorizados a assistir à totalidade do inquérito, realizado em uma pequena sala no andar de cima no escritório do legista em George Street. Gabe se perguntou se não teria sido melhor ele terem sido poupados disso. O cheiro de morte embaçava o ar, ainda pior pelo calor do verão e a visão do corpo de Benny... Gabe estremeceu. Ele esteve presente no inquérito do Roger, também, mas por pouco tempo, como testemunha, e ele não tinha olhado para Roger. Aqui, ele tinha de olhar para Benny, que estava inchado e praticamente irreconhecível em uma mesa. Não havia outra maneira que ele pudesse entender o que o legista estava apontando sobre os ferimentos de Benny.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Gabe nunca tinha sido forçado a ver um corpo tão deteriorado, e ele esperava que nunca tivesse que ver outro novamente. Aquilo dava um novo significado à idéia de olhar a morte de frente. Ele começava a entender por que Virginia tinha estado tão zangada com ele por seu papel de Anjo da Morte. Ao torcer o nariz para a morte, ele de alguma forma a glorificava também. E não havia nada de glorioso sobre o corpo de um homem lentamente se desintegrando no calor sufocante do escritório de um médico legista enquanto sua família se preocupava sobre onde ele estava. Assim como não havia nada de admirável em arriscar a vida em algum tipo de batalha fútil com a Morte. Se a morte vinha por você, não havia nada que pudesse fazer para detê-la. Benny tinha provado isso. O inquérito foi abençoadamente curto. O legista facilmente determinou que Benny tinha morrido de uma ferida de bala no peito, a bala estava alojada entre duas costelas de Benny. As autoridades locais tinham adiado o inquérito na esperança de que Pinter pudesse ser capaz de identificar o corpo ao certo como Benny. Felizmente, apesar da quantidade de decadência, Pinter foi capaz de reconhece-lo. Quando interrogou Benny meses antes, ele havia notado o anel incomum que o homem usava para comemorar uma das poucas corridas que ele ganhou como um exjockey. O corpo usava esse mesmo anel. O fato de que ele ainda estava no dedo de Benny fez Gabe se perguntar por que o assassino não o tinha roubado. Isto não tinha sido um roubo. Além da informação de que Benny tinha sido definitivamente morto a tiros, o inquérito disse-lhes pouco mais. Ninguém podia determinar com certeza se o tiro foi acidental, talvez executado involuntariamente por um caçador. Um casal de testemunhas apareceu para testemunhar que eles tinham visto Benny na cidade duas semanas e meia antes de seu corpo ser encontrado, mas nenhum deles o tinha visto com ninguém. E ninguém sabia por que ele tinha estado na cidade. Ele tinha ficado em uma pousada por uma única noite, dizendo apenas que estava indo para casa. Depois do inquérito, Pinter convenceu o policial a levá-los até onde o corpo tinha sido encontrado por um menino à procura de lenha. Pinter disse que ele queria ter certeza de que nenhuma evidência crucial foi esquecida na pressa da polícia para levar o corpo para a cidade para o inquérito. Depois de alguns momentos vagando pelo bosque denso, o policial parou em uma pequena clareira que tinha marcado mais cedo, com uma estaca. Se eles não soubessem que um corpo tinha estado lá, não teriam imaginado isso agora. Pinter olhou para eles. Parceria ARE & GRH - 195


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Certamente, Benny não veio tão longe na mata por si mesmo. - disse ao policial - A luz solar mal penetra as árvores aqui. Que motivo ele poderia ter para se aprofundar tanto na floresta? - Caça, talvez? - o policial comentou. - Benny nunca foi muito de caçar. - disse Gabe - Ele era estritamente um cavaleiro. Ele deixava as armas para os outros. E por que ele pararia para caçar durante uma viagem para visitar um amigo? Jarret fez uma grande circuito da área em que eles estavam. Ele se ajoelhou para pegar alguma coisa, então se levantou para mostrar-lhes um pedaço de tecido. - Isto estava preso em algum matagal. Está manchado de sangue, e coincide com a roupa que Benny estava usando no inquérito. Parece que ele pode ter sido arrastado até aqui depois que foi morto. - Se assim for, parece improvável que o tiro tenha sido acidental. - disse Pinter - No mínimo, alguém tentou esconder o corpo. Na pior das hipóteses, ele foi assassinado. A inquietação de Gabe se aprofundou em um medo arrepiante. - Pinter, você acha que isso pode ter alguma coisa a ver com as mortes de nossos pais? E se Benny viu algo na época, e seu assassino sabia disso? - Então, o assassino o teria assassinado. - disse Pinter - Passaram-se 19 anos. - A menos que o assassino tenha ficado nervoso por estarmos fazendo perguntas. Pinter deixou escapar um longo suspiro. - Honestamente, eu não sei o que pensar. É estranho que Benny tenha escolhido deixar sua casa depois que eu falei com ele, e estranho que ele tenha morrido em um tiroteio. Mas pode ser apenas uma série de coincidências. Precisamos de mais informações. - Alguém tem que saber mais sobre por que ele viajou para Manchester. disse Jarret - Se não um dos habitantes da cidade aqui ou ali, então a família de Benny. Um de nós deve ficar na cidade por mais algum tempo para fazer perguntas. Eu não posso fazê-lo, tenho que estar de volta na cervejaria amanhã para uma reunião, mas o que me diz de você, Pinter? - Eu tenho uma semana antes que precise voltar para Londres. - afirmou Pinter. - Temos que enviar uma carta aos Mays, de qualquer maneira, - disse Jarret - para que eles possam vir reclamar seu corpo. Enquanto aguarda sua chegada, você pode fazer perguntas aqui, então interrogá-los quando eles chegarem. Parceria ARE & GRH - 196


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Se eu tiver algum tempo de sobra depois disso, vou viajar até Manchester. - afirmou Pinter - Agora que una morte está envolvida, algumas das pessoas que interroguei antes poderia estar mais comunicativa com informações. Vale a pena uma tentativa, de qualquer modo. - Excelente idéia. - Jarret olhou para Gabe - E quanto a você? Vai ficar? - Eu não posso. Fiz uma promessa para Virginia. - Que tipo de promessa? - Que eu pediria sua mão ao seu avô formalmente amanhã de manhã. Se sairmos agora, ainda posso chegar em casa a tempo suficiente para estar lá ao alvorecer. - Então, por todos os meios, devemos ir. - disse Jarret com um largo sorriso - Você pode lidar com isso sozinho, não pode, Pinter? - Certamente. - Faça-nos saber o que você descobrir. - Gabe odiava ir embora, mas ele pretendia manter sua promessa a Virginia, não importava como. Ainda assim, ele temia a viagem de volta com Jarret. Seu irmão tinha passado metade do inquérito observando Gabe com preocupação, e Gabe não estava disposto a suportar esse mesmo escrutínio pelas próximas horas. Assim que partiram, Jarret disse: - Alguma vez você já foi a um inquérito antes? - Só o de Roger. - disse Gabe laconicamente. - Isto deve ter sido muito difícil, dada a sua amizade de infância com Benny. Aquilo era um eufemismo. - Se você não se importa, eu prefiro não falar sobre isso. Preciso dormir. Não tive muito descanso na última noite naquela pousada barulhenta, e tenho que levantar cedo amanhã. Jarret assentiu. - Provavelmente é uma boa idéia para nós dois. Graças a Deus. Gabe se inclinou contra o encosto e fechou os olhos, mas o sono era impossível. Ele não conseguia tirar a imagem do corpo inchado de Benny da sua mente. O cheiro dele parecia agarrar-se a ele, e se perguntou se seria assim por dias, se as pessoas iriam sentir o cheiro dele e ver o horror à espreita em sua alma. Pela primeira vez em sua vida, ele realmente se sentia como o Anjo da Morte. E ele não gostava desse sentimento.

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Capítulo Dezoito Virginia e seu avô não tinham se falado desde ontem, mantinham-se fora do caminho um do outro como se de comum acordo. Ela tinha ainda tomado suas refeições no quarto dela, o que ele não tinha questionado. Felizmente, ele não havia questionado sua mensagem para Pierce, também. Após a conversa com Poppy ontem, ela enviou um telegrama para seu primo dizendo apenas “eu preciso de você”. Ele tinha que convencer Poppy de uma vez por todas de que eles não se casariam. O patife tinha aumentado as esperanças de Poppy, e agora ele tinha que ajudá-la a acabar com elas. Mas já que Pierce não receberia o telegrama até hoje, ele não podia chegar até amanhã de manhã. E com a noite caindo agora, sua ansiedade aumentava. Ela precisava de um plano para quando Gabriel aparecesse. Será que Poppy realmente o esperaria com um rifle? Mesmo que o fizesse, ele realmente o usaria? Ela não podia imaginar isso, mas não podia imaginá-lo recuando também. Nem poderia imaginar Gabriel fazendo-o, mesmo olhando para o cano de uma arma. O homem era tão teimoso como Poppy, e mais imprudente. Não havia como dizer o que qualquer um deles faria se forçado a confrontar o outro. Como poderia Poppy ser tão cego? Ele não tinha visto o quanto Gabriel tinha se interessado pela fazenda? Concedido, Gabriel não a herdaria, o que significava que, eventualmente, eles teriam que partir, mas esse momento podia estar muito distante, e, enquanto isso, Gabriel poderia ser uma grande ajuda para ele. Contanto que ele não estivesse fora se matando em uma corrida. Ela empurrou o pensamento de sua mente. Pensar sobre isso só iria aumentar as suas dúvidas, e ela estava determinada a lidar com aquilo. Casar-se com Gabriel era o que ela queria, com corridas ou não. Então ela precisava avisá-lo antes que Poppy fizesse algo idiota. Annabel lhe contaria a ameaça de Poppy, mas isso não iria impedir Gabriel de vir aqui. Talvez ela pudesse escapar às 7:30 amanhã de manhã e emboscá-lo na estrada... Alguém bateu na porta e ela ficou tensa. - Quem é? - É Molly, senhorita. O general está querendo falar com você em seu escritório. Ela suspirou. Deveria saber que não podia evitá-lo para sempre. Parceria ARE & GRH - 198


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Diga-lhe que estarei lá. Quando Virginia chegou ao escritório de Poppy, ficou surpresa ao encontrá-lo sentado em sua mesa, com a cabeça em suas mãos. Ele parecia muito cansado, e quando levantou a cabeça para olhar para ela, seus olhos tinham uma desolação incomum. - Feche a porta e sente-se, lambkin. A suavidade de sua voz a deixou instantaneamente cautelosa. Ela fez o que ele pediu, mas ele não falou imediatamente. Só olhava para ela como se contemplasse um fantasma. - Poppy? Seu olhar finalmente foi para ela, e ele enrijeceu sua espinha. - Eu pensei e pensei sobre isso, mas eu não posso ver nenhuma outra maneira. Você estava certa ontem. Por mais que eu odeie isso, não consigo guardar segredos de você quando você está deixando aquele canalha do Sharpe penetrar em seu coração. Ela engoliu em seco. - Que tipo de segredos? - Você perguntou como eu sei o que aconteceu naquela noite. Bem, eu vou te dizer. - com um olhar assombrado em seu rosto, ele deu um longo suspiro Seu irmão chegou em casa e me contou sobre isso antes de sair para enfrentar Sharpe. As palavras a atordoaram. - Você sabia que Roger ia correr, e nem sequer tentou impedi-lo? - Não! - ele pegou um abridor de cartas, girando-o em círculos com as mãos - Ele não me contou detalhes. Ele entrou e disse: "Se um homem se compromete a uma aposta, enquanto está bêbado, existe alguma maneira cavalheiresca de sair dela? Ou ele tem que fazer frente a ela?”. Eu pensei que ele estava falando sobre as apostas de cartas, e que ele tinha jogado mais do que ele podia pagar. E eu não queria que o rapaz achasse que podia concordar com uma aposta, e então escapar dela só porque ele tinha bebido. Era desonesto e desonroso. A dor esculpiu linhas pesadas em suas desgastadas feições. - Então, eu disse a ele que apenas um canalha renegava uma aposta. Se ele não aguentava com sua bebida, ele não devia estar apostando. A coisa certa a fazer era levantar e pagar suas dívidas. Oh, Poppy. Sua mente cambaleou. Ela podia facilmente imaginar o que Roger teria pensado sobre essas palavras do grande general de cavalaria. Seu irmão sempre quis impressionar o avô mais que a vida, e estava furioso que seu Parceria ARE & GRH - 199


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries pavoneio pela cidade com o filho de um marquês e o filho de um duque não conseguiam isso. Ele teria tomado o conselho de Poppy ao coração, enquanto recusava partilhar toda a história. Por que arriscar outra briga? E houve muitas brigas entre Roger e Poppy, sobre as jogatinas e bebedeiras de Roger e suas horas de atraso. Como ela poderia ter esquecido isso? Ela sentia falta desesperadamente do irmão que perdeu, a quem tinha transformado em um santo. Mas ele nunca tinha sido um santo. Ele tinha sido um órfão lutando para encontrar seu lugar no mundo, com um avô a quem ele pensava que tinha desapontado. O olhar de Poppy desviou-se para ela. - Eu juro, eu não tinha idéia de que ele estava falando de alguma corrida idiota onde ele poderia se matar, ou eu nunca teria... - Está tudo bem, Poppy. - disse ela em voz baixa - Você não poderia ter imaginado. Todos esses anos, ele guardou essa culpa dentro dele. Gabriel havia dito, “ele precisa de alguém para culpar, então ele me culpa. Mas não significa que ele tem uma razão para isso”. Ele estava certo. - Mas eu deveria tê-lo pressionado sobre isso. - disse Poppy - Eu deveria têlo feito me dizer o que aconteceu. - ele fechou a mão ao redor do abridor de cartas - Em vez disso, eu perguntei-lhe quanto devia e para quem. - sua voz endureceu - Isso é tudo o que me preocupava – o dinheiro. Quando ele disse que não era nada demais e para eu não me preocupar com isso, eu o deixei ir. Fiquei aliviado, para dizer a verdade. Pensei que era um sinal de que ele estava finalmente assumindo a responsabilidade por suas imprudências. Ele soltou um suspiro pesado. - Por que eu não o pressionei? Se ele tivesse dito que era uma corrida em Turnham Green entre ele e Sharpe... - Você não deve se torturar por isso. - ela se inclinou sobre a mesa para tomar o abridor de cartas dele, em seguida, segurou sua mão tensa na dela Você estava tentando ensiná-lo a fazer a coisa certa. - Eu estava? - seus olhos estavam cheios de remorso antigo - Ou eu estava apenas envergonhado com a idéia de meu neto parecer diminuído na frente de seus amigos nobres? Ele se levantou e começou a andar. - Minhas últimas palavras para ele foram sobre como ele tinha que ser um homem. Que tipo de monstro envia seu próprio neto para a morte porque não quer ser humilhado na frente de um monte de idiotas? Parceria ARE & GRH - 200


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela levantou-se para ir para o seu lado. - Você não o mandou para a morte. Você deu o único conselho que poderia dar sem ter todos os fatos. Isso não foi culpa sua – foi dele. Poppy virou para ela, agarrando seus ombros em suas mãos. - Mas agora você entende? Eu sei que Sharpe se aproveitou do estado de embriaguez do seu irmão para levá-lo a concordar com aquela aposta idiota. - Poderia facilmente ter sido Roger quem fez isso. - Então por que seu irmão diria: “Se um homem se compromete a uma aposta”? Isso implica aceitar um desafio. Sharpe fez o desafio, e Roger concordou. Caso contrário, por que se arrepender mais tarde? Os homens se arrependem das coisas que aceitam quando são coagidos, e não de coisas que eles se propõem a fazer. - Isso não é verdade, Poppy. Os homens se arrependem de todos os tipos de coisas que fazem quando estão bêbados. Você sabe disso, assim como eu. Mas “se um homem se compromete a uma aposta” definitivamente soava como se Roger tivesse aceitado um desafio. - O ponto é, - Poppy disse - um homem de bom caráter não intimida seu amigo bêbado para fazer algo que pode matá-lo. - Você não sabe se ele o intimidou. - Sim, eu sei. Eu sei disso em meu coração. Ela olhou para ele com tristeza. Seu coração. Sua coração atingido pela culpa, carregado de tristeza, que não podia esquecer aquela noite. Gabriel estava certo, era hora de deixar o passado descansar. Ele já tinha causado bastante dor. O problema era que nenhum dos homens podiam fazer isso. Eles se mantinham remoendo aquilo como um osso velho, se inquietando até a morte. E, enquanto a verdade do que tinha acontecido continuasse envolta em segredo, eles continuariam se culpando, aquilo nunca acabaria. Alguém tinha que acabar com aquilo. Alguém tinha que esclarecer as coisas. E parecia que esse alguém teria que ser ela. E se você descobrir coisas terríveis sobre Gabriel? E se a verdade só tornar tudo pior? Não, ela não podia acreditar nisso. O Gabriel que tinha vindo a conhecer não iria intimidar um homem a nada. Não estava em sua natureza. Ele era um bom homem, ela sabia disso, tão certo como ela sabia que o amava. Então, ela só tinha uma escolha. Ela não podia esperar até a manhã, quando algo trágico podia acontecer uma vez que Gabriel chegasse. Se ela saísse hoje à noite, poderia cavalgar até Halstead Hall e encontrar Gabriel. Com a lua cheia, não deveria ter nenhum problema na estrada. Parceria ARE & GRH - 201


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ela tinha que inculcar-lhe a importância de ser honesto com Poppy. Era a única maneira de consertar a brecha entre os dois homens, a única maneira de ganhar a permissão de Poppy para se casarem. Por mais que ela fosse maior de idade e não precisasse de sua permissão, ela realmente a queria. Uma vez que ela falasse com Gabriel, ele podia ser capaz de persuadir a Sra. Plumtree a vir aqui com ele pela manhã. Poppy não ousaria matá-lo na frente da Sra. Plumtree. Ele parecia gostar da mulher. Sim, esse plano podia funcionar. Gabe olhava fixamente pela janela enquanto a carruagem de Jarret se encaminhava para Halstead Hall. Seu irmão tinha conseguido dormir, mas Gabe não. Infelizmente, eles ainda tinham uma longa noite pela frente. Apesar da hora tardia, a família estaria esperando um relatório sobre Benny. E antes que Jarret fosse para a cama com sua esposa, Gabe devia descobrir com Annabel se sua visita a Virginia tinha sido bem sucedida. Pena que ele não podia simplesmente cavalgar até Waverly Farm e esgueirar-se para vê-la. Mas seria quase impossível entrar na casa sem ser detectado, e a última coisa que ele precisava era de um confronto a meia-noite com o general. O simples fato de que ele estava disposto a arriscar mostrava o quanto ele estava caído. Quando aquilo tinha acontecido? Ele havia dormido com muitas mulheres ao longo dos anos, mas nenhuma delas tinha invadido seus pensamentos a todo momento. Nenhuma delas jamais o fez ansiar e sofrer por elas, de corpo e alma. Na cama dela, ele despertou uma ânsia que se intensificou o tempo em que ele esteve longe dela. Especialmente depois de seu dia na cova da Morte. Ela o fazia querer a vida, em toda a sua cor e beleza. A carruagem parou na frente de Halstead Hall, despertando Jarret. Quando saíram, um dos cavalariços veio até Gabe: - Meu senhor, é melhor dar uma olhada em Flying Jane. Seu coração caiu em seu estômago. - Por quê? Com um olhar furtivo para Jarret, o cavalariço murmurou: - Você realmente tem que ver por si mesmo. Jarret perguntou: - Você quer que eu vá com você? Parceria ARE & GRH - 202


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Não, Annabel provavelmente estará esperando por você, e Gran, também. - eles enviaram um cavaleiro na frente para alertar a família sobre sua chegada Estarei lá em breve. Enquanto seguia o cavalariço de volta, ele perguntou: - O cavalo está doente? - Não, meu senhor. Você tem um visitante, e ela não quer que ninguém saiba que ela está aqui, exceto você. Esse foi todo o preparo que Gabe teve antes que entrassem no antigo estábulo e ele visse Virginia. Choque e deleite congelaram seus passos. Como ela estava aqui? Por que ela estava aqui? Como diabos sabia que ele estava louco para vê-la? Então ela virou-se para ele, e ele não se importou mais com os porquês. Ele mal notou o cavalariço saindo e fechando a porta. Tudo o que ele podia ver era ela, e seu sorriso acolhedor de boas-vindas. Ele caminhou até pegar seu rosto entre as mãos, segurando-a para um beijo duro e urgente, que ela retribuiu com grande fervor. Ele achava que precisava dela, que a ansiava? Ele estava faminto por ela, do jeito que um homem em um calabouço estava carente de luz. Porque ela era sua luz. Era calor, beleza e socorro doce, tudo o que precisava para banir o que tinha visto em Woburn. Ela afastou a boca. - Gabriel, temos que conversar. - Agora não. - ele arrastou sua boca pelo pescoço, perfumado com lavanda, e lambeu sua garganta - Se você tivesse alguma idéia do que eu passei hoje... A imagem de Benny surgiu em sua mente, e ele a enterrou sob o desejo de que ele sentia. Enquanto ele se atrapalhava com os laços de seu vestido, sua respiração se tornou pesada e quente contra sua bochecha. - Pensei que você estava viajando em uma questão de negócios de família. - Sim, uma terrível questão de negócios de família. Vou falar sobre isso mais tarde, agora eu preciso demais de você. Senti sua falta. Você não tem idéia do quanto. - Eu senti sua falta também. Mas o cavalariço... - Se foi. Ele não vai voltar. - ele puxou o vestido de seus ombros Ninguém mais sabe que você está aqui. - Bom. - disse com um sorriso tímido. Ela puxou seu casaco e ele o tirou, então ela passou a trabalhar nos botões de seu colete. Parceria ARE & GRH - 203


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele conseguiu abrir seu vestido o suficiente para descobrir um seio encantador. - Você recebeu a minha mensagem? - ele murmurou antes de fechar a boca sobre o seu doce e sensível mamilo. Ela engasgou, e o prazer ecoou em cada uma de suas veias, tendões e ossos. Ela ainda lhe pertencia. Ela seria sua para sempre. E de repente para sempre não parecia tão assustador como antes. - Eu recebi... - ela puxou a cabeça para seu peito - É por isso que vim aqui... Poppy disse que ia atirar em você, se você aparecer amanhã. - Então, nós vamos fugir. - ele apoiou-a na parede mais próxima - Hoje à noite. Mas primeiro... Ele abriu as calças e ceroulas. Quando a ergueu para envolver sua cintura, seus olhos se arregalaram. Ele sabia que não deveria tomá-la como uma prostituta em um beco. Mas a necessidade de expulsar o frio em sua alma, de ser envolvido em seu calor, era tão poderosa que ele não se conteve. - Desculpe, querida, mas eu não posso ser lento e calmo esta noite. - ele introduziu a mão entre eles e na fenda em suas calcinhas. Ela estava escorregadia e quente, tão ansiosa quanto ele estava, e seu pênis endureceu ainda mais - Eu tenho que ter você agora, aqui. Você vai me permitir? O desejo ardia em seu rosto, e ele viu o sorriso atrevido que ele tanto adorava. - Eu já estou permitindo. - Graças a Deus. - ele engasgou, e entrou nela com um impulso profundo. - Gabriel... - ela suspirou contra sua boca - Oh... doce... Senhor. É incrível. Incrível era definitivamente a palavra. Com as coxas de seda envolvendo seus quadris e os braços delicados apertando-lhe o pescoço, ela o encasulava em um trópico exuberante de calor feminino. A vida em sua forma mais básica, um opositor ao gelo da morte. Ele se movia dentro dela em impulsos que temia ser muito ásperos, mas quando ela se ondulou contra ele, ele soube que ia dar tudo certo. Ela era uma maravilha, sua futura esposa. - Minha doce Virgínia. - ele sussurrou - Você me tem completamente enfeitiçado. - Sério? - Você não pode ver como você confunde meu cérebro? Por que mais eu a tomaria aqui, como um animal selvagem?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu gosto quando você é selvagem. - ela sussurrou - Pelo menos quando estamos... você sabe. - ela esfregou seus seios contra seu colete, e ele desejou tirá-lo. E sua camisa. E seu vestido. Mais tarde. Se eles fugissem esta noite, poderiam fazer amor na carruagem todo o caminho até Gretna Green. Por enquanto, seu instinto lhe dizia para fazer amor com ela até fazê-la perder os sentidos. Ou talvez ele só quisesse perder os sentidos ele mesmo, ser retirado de si mesmo por ela. Por isso. Ele tentou atrasar sua liberação, mas era impossível. Sentia-se muito bem, e ele precisava muito disso. Ele não podia acaricia-la nessa posição, mas seus gemidos lhe diziam que ela estava sentindo alguma coisa. E quando ele mudou seu ângulo para esfregar seu pequeno botão de carne mais e mais com cada impulso, ela cravou as unhas em seus ombros. - Oh, sim. - ela apertou as pernas sobre seus quadris - Oh, Gabriel... Por favor... oh, por favor... Eu quero... Eu quero... - O que você quiser... é seu. - ele empurrou nela em golpes acelerados que o fizeram perder o controle. Ela o seguiu com um grito que ele abafou com a boca. E enquanto ela estremecia e tremia, e ele bombeava sua semente dentro dela, ele continuava ouvindo “Eu quero... Eu quero...” Assim como ele. Ah, como ele queria. Ele queria muito mais do que ele tinha imaginado. Queria que ela conhecesse cada segredo obscuro em seu coração, cada pedaço do passado que ele tinha enterrado. Ele queria que ela soubesse a verdade sobre ele. Aquele pensamento inesperado o aterrorizou. Se ele cedesse a esse desejo, poderia perdê-la. E de repente, a coisa que ele mais queria era não perdê-la.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Dezenove Virginia se sentia desolada enquanto Gabriel retirava-se dela e suas pernas baixavam. As palavras “eu te amo” estavam na ponta da língua, mas algo a deteve. Ela não podia suportar que ele não retribuísse seus sentimentos. Talvez ficasse mais fácil uma vez que ele fosse seu marido. Quando Gabriel deixou seus braços, parecia envergonhado. - Não tive a intenção de ser tão bruto. - disse ele enquanto fechava suas ceroulas, e em seguida suas calças - Você deve me achar mais canalha do que nunca. - Se é assim que você age quando é um canalha, - disse ela levemente então agradeço a Deus pelos canalhas. Ele pareceu assustado. Então exibiu o sorriso que sempre a fazia tremer. - Gostou disso, não é? Ela alisou para trás um cacho solto do seu cabelo. - Muito. Embora me pegou de surpresa. - Eu sei. Eu só... - ele virou-a para que pudesse fechar seu vestido - Eu só precisava esquecer por um tempo o que eu vi hoje. - E o que foi isso? - Morte. Ela girou para olhar para ele, a palavra dura estremecendo sua pele. - O que você quer dizer? - Jarret e eu viajamos para o norte para ver um inquérito. Desde o de Roger eu não tinha... - Você estava no inquérito de Roger? Ele enrijeceu. - Claro. Morreu correndo comigo. Existem regras oficiais para essas coisas. Todos nós, que tínhamos estado presentes tivemos que responder perguntas e testemunhar. Seu avô apareceu, assim como outras testemunhas. Isso significava que Gabriel tinha sido questionado publicamente sobre como a corrida tinha acontecido? E Poppy teria ouvido esse testemunho? Porque, nesse caso, ele saberia que quem tinha feito o desafio, embora agisse como se não soubesse. Mas ninguém jamais afirmou ter ouvido a verdade, no entanto. Gabriel continuou, claramente ansioso para deixar o assunto para trás.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Este inquérito foi um assunto completamente diferente. Benny foi encontrado depois de estar ao ar livre por um tempo. Ela estremeceu. Podia imaginar o quão terrível aquilo devia ter sido. - Ele era um amigo? - Pode-se dizer isso. Ele era o cavalariço chefe aqui em Halstead Hall até pouco depois que meus pais morreram. Em poucas palavras concisas, explicou que ao longo dos últimos meses, ele e seus irmãos tinham estado investigando a morte de seus pais. Eles não tinha contado a ninguém porque queriam ter certeza da verdade primeiro. Foi por isso que ele não permitiu que Annabel revelasse a seu avô o motivo de sua súbita viagem. Ele contou a Virginia das tentativas de sua família de interrogar o ex-chefe dos cavalariços de como isso levou a serem informados sobre o possível assassinato do homem. - Eu nunca tinha testemunhado uma morte dessas. Depois de ser deixado na floresta por um par de semanas, o corpo de Benny estava... estava... - Indescritível? - ela terminou em voz baixa. Ele acenou com a cabeça. - Eu não o via há19 anos. Depois que nossos pais morreram, Gran nos levou para viver na cidade e Oliver manteve a propriedade fechada, de modo que a maioria do pessoal partiu. Mas eu não o teria reconhecido, mesmo que o tivesse visto todos os dias. Seu rosto... - a respiração dele escapou irregular Não foi fácil de se olhar. Nós só fomos capazes de identificá-lo por um anel que usava quando Pinter o havia interrogado. - Eu sinto muito que você teve que passar por isso. - Eu não sinto. Isso finalmente me forçou a ver que eu não quero morrer. ele fixou um olhar sombrio sobre ela - Eu não quero acabar quebrado e sangrando num campo qualquer. Eu não quero ser deixado no chão para apodrecer antes do meu tempo. Mas eu não sei como impedir que isso aconteça. Se Célia não se casar, então correr é tudo o que tenho. E se eu deixar que o medo da morte me torne cauteloso, não poderei ganhar. O fato de que ele compartilhasse seus medos a tocou. - Certamente, você pode ganhar dinheiro de alguma outra maneira do que competindo. Você poderia levar Flying Jane para Waverly Farm. Se Poppy ou um de seus irmãos pudessem ser convencidos a emprestar-lhe a taxa de inscrição para essa primeira corrida... Ele bufou. Parceria ARE & GRH - 207


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Seu avô não vai me dar dinheiro, e você sabe disso. E os meus irmãos não têm o bastante sobrando para um investimento de risco. Eu não me sentiria bem, pedindo-lhes isso. - Mas seria só desta vez. E se você ganhar uma corrida com ela, vai conseguir devolver esse dinheiro com juros. Com um sorriso triste, ele estendeu a mão para colocar uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. - Como você disse na semana passada, isso é um monte de ses. - Mas é alguma coisa. Enquanto isso, você pode ajudar Poppy com seus cavalos de corrida, e a administrar o haras. - Para que então Pierce possa herdar tudo quando seu avô morrer? Onde isso nos deixa? Ela engoliu em seco. - Pelo menos isso não vai deixá-lo morto. Além disso, por que você está tão certo de que Célia não vai se casar? - Você conheceu a minha irmã, não é? - disse ele secamente. - Ela é muito bonita. - Não é sua aparência que me preocupa. É sua forte aversão a se casar. - Ela parecia muito ansiosa para defender você. - ela segurou o rosto dele Tenho certeza que ela vai fazer a coisa certa quando chegar a hora. Não se preocupe antes da hora, Gabriel. Isso vai dar certo. - Sempre a otimista radiante, não é? - ele apertou a mão dela aos lábios Você está assumindo que seu avô vai deixar que eu me aproxime a uma milha de sua casa. Ele já disse que quer me matar. Você está disposta a fugir? - ele perguntou, uma nota de esperança na voz - Nós poderíamos sair hoje à noite. - Eu prefiro que você resolva suas diferenças com ele de antemão. Ele se afastou dela, depois foi buscar o casaco do chão. - Como diabos eu vou fazer isso? - Ele precisa saber a verdade sobre a noite em que você e Roger fizeram a aposta. E ele precisa ouvir isso de você. Sua mandíbula ficou tensa. - Você quer dizer que você precisa ouvir isso de mim. - ele estalou - Você não vai superar isso. - Isso não é verdade. - disse ela com firmeza - Eu sei em meu coração que você é um bom homem. Mas Poppy precisa ter certeza de que você é um homem de bom caráter. Ele tem que sentir que você é digno de mim, e isso significa conhecer a verdade. Caso contrário, ele nunca vai... A porta do estábulo se abriu. Parceria ARE & GRH - 208


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Bom Deus, Gabe. Você não vem nunca... - lorde Jarret parou, olhando de Virginia para Gabriel - Desculpe, meu velho. Eu achava que você ainda estava mimando seu puro-sangue. - seu olhar saltou para o casaco na mão de Gabriel Eu... hum... Não queria interromper. Annabel disse que precisava falar com você, e acho que isso provavelmente é discutível agora. Eu vou sair para vocês dois continuarem... o que quer que estavam fazendo. - Não há necessidade. - Gabriel vestiu o casaco - Virginia e eu estávamos apenas discutindo a nossa fuga. Parece que seu avô se opõe ao casamento e está atrás do meu sangue, por isso vamos eliminar esse problema, fugindo para Gretna Green. - Gabriel. - ele estava fugindo de tudo, da verdade, do passado. Ele tinha que parar - Você sabe muito bem que eu não concordei... - Se você está planejando uma fuga, - lorde Jarret disse - é melhor você entrar. Gran precisa ouvir isso. - Envolvendo um braço sobre a cintura de Virginia, Gabriel levou -a para a porta. - Ouça- me... - ela começou. - Quanto tempo você acha que vai nos levar? - Gabriel perguntou a seu irmão, incisivamente ignorando-a. Eles seguiram discutindo a logística da fuga enquanto os três atravessavam o pátio. Maldito homem. Por que ele não queria ouvir? Eles entraram na casa e estavam indo para a sala de visitas, quando foram abordados no hall por sua avó. - Que diabo vocês conversam tanto... Oh. - a Sra. Plumtree viu Virginia e sorriu - Boa noite, senhorita Waverly. Annabel disse que seu avô ameaçou atirar em meu neto se ele fosse a Waverly Farm para lhe propor casamento amanhã. Você está aqui para avisar Gabe? - Na verdade... - Nós vamos fugir, Gran. - Gabriel interrompeu - Eu sei que você disse sem fugas, mas... - Não, não, meu filho, você vão em frente e fujam. - disse a Sra. Plumtree alegremente - Apenas certifique-se que é legal. Certifique-se que lhe deem algo por escrito – nada desse absurdo costume escocês sobre sua palavra ser boa o suficiente. - É claro. - disse Gabriel. - Mas eu não quero... - Virginia começou. - O que posso fazer para ajudar? - a Sra. Plumtree continuou - Se o general tiver qualquer semelhança comigo, vai estar aqui em poucas horas, e você vai Parceria ARE & GRH - 209


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries querer estar bem adiantado, antes que ele descubra que a senhorita Waverly se foi. Ele provavelmente virá aqui em primeiro lugar, e vamos retardá-lo, o que vai lhe dar algum tempo. A irritação de Virginia estava aumentando. - Eu realmente não acho... Lorde Jarret disse: - O faeton não é muito confortável para viajar, mas vai ser mais rápido. Você pode levar meu cocheiro, mas o homem não teve a chance de descansar de nossa jornada. Entretanto, você também não. - Parem com isso, todos vocês. - gritou Virginia - Eu não quero fugir! Murmurando um xingamento baixo, Gabriel apertou o braço ao redor da sua cintura como uma algema. - Você não quer se casar com o meu neto? - perguntou a Sra. Plumtree, lançando um olhar penetrante a maneira íntima como Gabriel a agarrava. Virginia enrubesceu. - Claro que eu quero casar com ele. Mas quero fazer isso direito. Eu quero a permissão de Poppy. A Sra. Plumtree estalou a língua. - Dado o que seu avô me disse na noite do nosso jantar, é improvável que ele lhe dê isso. Suas palavras exatas foram: “De um jeito ou de outro, me certificarei de que ela nunca se case com o canalha do seu neto”. E se ele está falando sobre atirar em Gabe, não parece que tenha mudado de idéia. - Você está condenadamente certa. Eu não mudei de idéia. - gritou mais uma voz da porta. Doce Senhor. Poppy, com um lacaio o seguindo. - Me desculpe, minha senhora, - disse o criado - mas o general Waverly se recusou a esperar no... - Está tudo bem, John. - disse a Sra. Plumtree. Virginia olhou para seu avô com preocupação. Ele parecia atormentado e cansado, seu cabelo espetado em todos os lados. - O que você está fazendo aqui, Poppy? Ele caminhou até ela com uma carranca. - Depois de nossa discussão, eu não conseguia dormir. Fui ao seu quarto, pensando em falar com você de novo sobre isso, mas você tinha partido. - ele lançou um olhar assassino para Gabriel. - Como você convencer a minha neta a fazer algo tão idiota como cavalgar até aqui no meio da noite? Qualquer coisa poderia ter acontecido com ela. Ela poderia ter sido abordada na estrada ou se perder no escuro... Parceria ARE & GRH - 210


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Ele não teve nada a ver com isso, - Virginia o interrompeu - Eu vim aqui porque você estava falando sobre atirar nela pela manhã. - Ela veio para avisá-lo. - a Sra. Plumtree apontou, com um brilho nos olhos - Você não pode culpá-la por isso. Essa atitude fala bem da menina. Poppy virou o olhar furioso para a Sra. Plumtree. - A única coisa de que isso fala, mulher, é de suas maquinações. E eu não culpo Virginia. Culpo você e sua maldita família, e sua interferência em assuntos que não são da sua conta. - ele virou sua carranca para lorde Jarret - Da próxima vez que você enviar sua esposa a minha casa para passar mensagens as minhas costas, senhor, é melhor estar preparado para problemas. - Não mandei minha mulher a sua casa, - Jarret protestou. - Isso foi obra minha. - Gabriel puxou Virginia mais perto - Eu queria que Virginia soubesse que eu estaria de volta para me casar com ela o mais rápido possível. - Ela é a senhorita Waverly para você, rapaz. E você vai se casar com ela por cima do meu cadáver. - Poppy estendeu o braço - Vamos, Virginia, vamos para casa. Virginia olhou para Gabriel e disse baixinho: - Diga a ele. Diga a ele agora. Ele enrijeceu, em seguida, fez uma careta para ela. - Este não é o momento. - Não há melhor hora. Você disse que naquela noite nós valsamos que queria fazer as pazes com a minha família. Bem, esta é sua chance. Ele precisa ouvi-lo. Podia vê-lo retirar-se, vê-lo se recolhendo em si mesmo como uma tartaruga em sua concha protetora, mas insistiu mesmo assim. - Faça-o entender. - Eu não vou discutir isso aqui, maldição! - Discutir o quê? - perguntou a Sra. Plumtree. - Então eu estou indo para casa com ele. – libertando-se do seu braço, se afastou poucos metros de distância. Ela tinha que pressionar Gabriel - Você tem que escolher. Dizer-lhe a verdade ou ver-me partir. Ela não sabia se ela poderia conseguir, mas tinha que tentar. Sua recusa em enfrentar o passado só envenenaria seu amor, e uma fuga não resolveria nada. Algo brilhou no fundo de seus olhos. Fúria. E remorso. - Não me peça para fazer isso. Por que ele tinha que ser tão teimoso? Sem dizer uma palavra, ela virou-se e caminhou em direção a seu avô. Parceria ARE & GRH - 211


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Droga, Virginia, peça-me para fazer qualquer coisa, menos isso! A dor em suas palavras fez seu coração se contorcer no peito, mas ela continuou andando. - Eu não posso dizer a verdade. - ele grunhiu. - Você quer dizer que não vai. - Eu não posso. Porque eu não sei qual é. Isso a deteve. Incerta de tê-lo ouvido direito, ela o encarou. - O que você quer dizer? Embora os outros não soubessem do que ela estava falando, eles pareciam suspender a respiração, assim como ela, à espera de sua resposta. Ele disparou a mão pelo cabelo, então soltou um palavrão. - Eu realmente não sei o que aconteceu naquela noite. Eu estava tão bêbado que não tenho memórias disso. - sua respiração soava áspera no silêncio repentino - As pessoas sempre assumiram que eu não falava disso para esconder minha culpa ou para proteger a memória de Roger. Mas a verdade é que eu não sei qual de nós fez o desafio. Eu nunca soube. Sua mente girava. - Como pode ser isso? Ele soltou uma risada áspera. - Você não tem idéia de como Roger e eu éramos na época? Passávamos nossas noites com nossas cabeças enfiadas em canecas de cerveja. - Muitos jovens fazem isso, Gabe. - lorde Jarret argumentou. Gabriel fez uma careta para o seu irmão. - Tanto que se esquecem completamente se causaram a morte de seu melhor amigo? - ele lançou-lhe um olhar duro - Você disse que seu avô precisava saber se eu era um homem de bom caráter. Eu não posso lhe dizer. Sua voz ficou sufocada. -Tudo o que me lembro é de Roger discutindo com Lyons. O duque saiu, e Roger e eu bebemos até a inconsciência. Eu não me lembro de sair da taverna, não me lembro de voltar para casa, e eu com certeza não me lembro de fazer essa maldita aposta! Ele andou em agitação. - Não há nada em minha memória entre o momento em que começamos a beber muito e quando eu acordei no meio da manhã para encontrar Roger ao pé da minha cama dizendo: “Bem, meu velho, vamos fazer isso ou não?”. - Você nem mesmo perguntou do que ele estava falando? - ela sussurrou. - Claro, eu perguntei a ele! - ele virou-se para ela, sua voz tão cheia de raiva que ela se afastou por reflexo. Parceria ARE & GRH - 212


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Ele percebeu e ficou pálido. Quando continuou, foi com uma voz cuidadosamente controlada que era mais assustadora do que a sua raiva. - Ele disse: “Você sabe, a corrida”. Então ele mostrou aquele olhar presunçoso em seu rosto que sempre usava quando me superava e disse: “Você não se lembra de nossa aposta”. - E eu admitiria isso? Oh, não, eu nunca iria admitir a Roger que eu não podia aguentar a minha bebida. Que eu não sabia do que diabos ele estava falando. Isso me faria parecer um tolo. Seu coração se partiu ao ver sua dor. Ele olhou para longe dela. - Foi o suficiente para mim saber que tínhamos concordado com uma aposta. Porque todo cavalheiro sabe que, se você faz uma aposta, bêbado ou não, você deve cumpri-la. Lembrando do que Poppy tinha dito, ela lançou-lhe um olhar furtivo, mas ele estava absorto na história de Gabriel. - Então você apenas o seguiu como um jovem tolo? - perguntou o avô. - Exatamente como um jovem tolo. Ele disse: “Bem, vamos começar com isso. Eu vou ganhar desta vez, Sharpe”, e eu me arrastei para fora da cama e saí para selar o meu cavalo. Eu não me importava onde era a corrida ou o que isso envolvia. Eu só me preocupava em vencê-lo. - sua voz era amarga. - Porque ele sempre tinha que vencê-lo. - disse lorde Jarret suavemente. Era verdade, ela se lembrou. Sua rivalidade não tinha sido unilateral. Roger voltava para casa alegando que Gabriel tinha de alguma forma enfeitiçado seus cavalos, ou que Gabriel havia vencido um jogo de cartas, porque ele tinha a sorte do próprio diabo. E ela disse essas mesmas palavras para Gabriel na corrida que tinham disputado. Ela fez uma careta. O olhar de Gabriel era distante, como se visse tudo de novo. - Quando se tornou evidente para onde estávamos nos dirigindo, eu tive um momento de sanidade. Eu sabia que o percurso em Turnham Green era muito perigoso, eu tinha visto outros homens se ferindo ao realizá-lo. Ele engoliu em seco. - Mas nós já tínhamos arrastado Lyons de sua cama para julgar o resultado da corrida, e eu não iria voltar atrás na frente de ambos. Melhor me matar do que fazer isso, certo? - sua voz se tornou gelada, remota - Melhor matar o meu melhor amigo. - Você não o matou, Gabriel. - disse ela em voz baixa, incapaz de aguentar mais. Parceria ARE & GRH - 213


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Tem certeza? - seus olhos brilharam para ela - Porque eu não tenho. Seu avô diz que eu o embebedei e intimidei para aceitar a corrida, e isso é muito possível. Eu poderia tê-lo instigado a isso. Eu poderia tê-lo chamado de covarde. Eu poderia até tê-lo ameaçado. Nós nunca saberemos. Ele aproximou-se dela, com o rosto como morto e frio como o seu tom. - Mas sabemos que uma coisa é certa. Eu era muito orgulhoso para admitir que não me lembrava. Eu era muito arrogante para voltar atrás, ou mesmo apenas deixar o meu melhor amigo ganhar. Porque quando eu corria, então por Deus, eu tinha que vencer, mesmo que isso significasse... Sua respiração ficou presa na garganta. - Então este é o meu caráter. O general tem razão, Virginia. Eu não mereço você. - Eu não acredito nisso. - ela sussurrou. Ele a encarou. - Não? Então por que você me pressionou tanto para me fazer desnudar minha alma? E não diga que foi por seu avô. Nós dois sabemos que foi por você, para que você pudesse saber se eu era um homem de “bom caráter”. Porque você nunca teve muita certeza. Era verdade? Teria sido a sua necessidade o tempo todo o que os havia trazido para este lugar terrível? Sua respiração era áspera. - Não importa quem fez a aposta, seu irmão morreu porque eu estava muito cheio de mim mesmo para impedir a corrida, muito ansioso pela glória para deixá-lo ganhar. Você realmente acha que vai ser capaz de esquecer isso? Ou, me perdoar por isso? Por um momento, uma imagem brilhou em sua mente – de Roger se apresentando em seu quarto, estranhamente quieto. Gabriel poderia ter impedido a corrida, mas não o fez. Então, novamente, Roger poderia ter impedido isso, também. Mas se ele não se deu conta de que Gabriel não se lembrava... - Isso é o que eu pensava. - disse ele com frieza quando ela não respondeu Pelo menos agora que você tem os fatos, você pode me odiar por uma boa razão. Ele passou por ela, indo para a porta. - Espere! - sua mente girava com tudo o que ele tinha revelado - Onde você está indo? Embora parasse na porta, ele se recusou a olhar para ela. Parceria ARE & GRH - 214


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Onde eu sempre vou esquecer o que eu me lembro. - ele olhou para seu avô - Diga a Devonmont para cuidar bem dela. Em seguida, ele caminhou para fora da porta. - Gabriel! -ela foi atrás dele, mas Poppy pegou-a pelo braço - Deixe-me ir! - ela protestou, lutando. Lorde Jarret disse: - Eu vou trazê-lo de volta. - e saiu correndo. - Deixe-o ir, lambkin. - disse Poppy - Eu lhe contei o que Roger disse naquela noite: “Se um homem se compromete a uma aposta, enquanto está bêbado, existe alguma maneira cavalheiresca de sair dela?”. Claramente o seu irmão não queria fazer essa aposta, e lorde Gabriel o empurrou para isso. - Ele não é assim. - a Sra. Plumtree protestou. Virginia concordou. O Gabriel que conhecia nunca iria intimidar qualquer um a nada. Ela podia não ter certeza do que tinha acontecido naquela noite, mas uma coisa ela tinha certeza – de que Gabriel não era mais culpado do que Roger. A Sra. Plumtree encarou Poppy. - Você já fez de Gabe um monstro em sua mente, com base exclusivamente em algumas palavras ditas por seu neto. Por tudo o que sei, ele estava mentindo. Você está tão cego por sua raiva que não pode ver além da sua parcialidade. - E a sua parcialidade? - Poppy rosnou. - Foi um acidente. - disse a Sra. Plumtree - Um estúpido acidente trágico. Gabriel não saiu para matar o seu neto. Ele se comportou como jovens tolos costumam fazer, sim. Mas foi Roger quem o tirou da cama, Roger que os levou à pista de corrida. Pense nisso quando começar a acusar o meu neto. As palavras da Sra. Plumtree pareceram atordoar Poppy. Ela tinha um ponto. Se Gabriel dizia a verdade, e Virginia sabia em seu coração que ele não mentiria, então Roger tinha sido o único a forçar o assunto. Mais importante, aquilo tinha acontecido há sete anos. E não importava o que Gabriel pensava, isso não mudava o fato de que ela o amava. Eu não mereço você. Ela tinha sido uma tola em deixá-lo acreditar sequer por um momento que ele não era digno dela. Acreditar que ele não era digno de amor. - Eu tenho que falar com Gabriel. Só então, lorde Jarret voltou para dentro. - Ele se foi, eu receio. Ele estava selando um cavalo quando eu entrei no estábulo, e me disse para deixá-lo em paz. Tentei falar com ele, mas ele simplesmente pulou para a sela e partiu. - Para onde? - ela perguntou. Parceria ARE & GRH - 215


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eu não sei. - disse lorde Jarret, com os olhos cheios de simpatia. - Ele vai voltar, eventualmente. - disse a Sra. Plumtree - Ele sempre volta. - Ele já fez isso antes? - perguntou Virginia. - Algumas vezes, quando fica atormentado com a morte de Roger. Ele sai Deus sabe para onde, e a próxima coisa que sabemos é que ele concordou com outra corrida idiota. Ela o tinha perdido. Ela o deixara sair daqui odiando-se, e agora o perdeu. Ainda nem tinha dito que o amava! - Por que ele é tão obcecado com as corridas? Ele diz que é pelo dinheiro, mas eu juro que é mais do que isso. A tristeza encheu as feições da Sra. Plumtree. - É a sua maneira de proteger-se de seu medo de que ele poderia acabar como Roger e seus pais, mortos antes de seu tempo. Eu não quero ser deixado no chão para apodrecer antes do meu tempo. Mas eu não sei como impedir que isso aconteça. No entanto, havia algo mais lá, também. Algo que ela estava perdendo. Algo mais. - Vamos para casa. - disse Poppy suavemente - Não há nenhum sentido em permanecer aqui. Se você deve falar com o homem, eu vou trazê-la de volta amanhã. Mas você precisa dormir. - Eu não vou partir. - disse ela com firmeza - Não até que Gabriel retorne. - Seu avô está certo, você precisa dormir. - a Sra. Plumtree a surpreendeu dizendo - Mas você pode fazer isso aqui. Temos muito espaço. Poppy olhou para a Sra. Plumtree. - Se ela ficar, eu fico. - Isso pode ser arranjado. - o olhar firme da Sra. Plumtree fez Poppy corar Sua neta não é a única que precisa dormir, eu diria. Ele a chocou quando disso: - Tudo bem. Nós vamos passar a noite. Mas se ele não voltar, pela manhã... - Nós vamos lidar com isso quando acontecer. - disse a Sra. Plumtree firmeza. Ela olhou para lorde Jarret. Ele acenou com a cabeça. - Eu vou encontrá-lo, senhorita Waverly, não se preocupe. - Obrigada. - ela murmurou através do nó na garganta. Eles estavam sendo tão gentis. Lorde Jarret tinha acabado de voltar de uma longa viagem, a última coisa que ele provavelmente queria fazer era ir à caça de seu irmão. Enquanto lorde Jarret partia, a Sra. Plumtree os guiou pelo corredor.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Halstead Hall tem todo um apartamento privado que vocês podem usar. disse ela - Ele foi construído para acomodar um príncipe estrangeiro e sua esposa, no século XVII. Virginia mal ouviu, lembrando as palavras de despedida de Gabriel. Diga Devonmont para cuidar bem dela. Ele queria virar as costas para ela, depois de tudo o que haviam dito e feito um para o outro. Como podia? Em transe de dor, ela entrou na enorme suíte com dois quartos e uma sala de estar tão grande quanto a sala de jantar de Waverly Farm. A Sra. Plumtree comandava os criados, que acenderam o fogo e removeram os panos cobertos de pó em um tempo tão curto que logo Virginia e Poppy foram deixados sozinhos. Quando ela não fez nenhum movimento em direção a seu quarto, Poppy veio até ela com um olhar preocupado. - Vá para a cama, lambkin. Tenho certeza que o patife vai voltar em breve. Ela balançou a cabeça. - Eu não consigo dormir. Não até que eu saiba que ele está seguro. - Ele vai ficar bem. - disse Poppy, com uma nota afiada na voz - Além do mais, isso pode ser muito bom. Agora você pode reconsiderar a possibilidade de você e Pierce... - Eu não vou me casar com Pierce! - ela gritou, incapaz de aguentar mais Eu estou apaixonada por Gabriel! Poppy piscou. - Apaixonada? Você mal conhece o homem. Certamente você não é tola o bastante para acreditar que um casamento pode ser construído com beijos e elogios e palavras suaves. - É tolice querer ser tratada como uma mulher desejável, por uma vez, e não como um dente na engrenagem da fazenda? - ela engasgou. Quando Poppy pareceu aflito, ela soltou uma respiração irregular - Você não consegue entender? Gabriel vê tudo de mim, e não apenas as partes eficientes. Ele vê a mulher que quer ser considerada bonita e receber flores, que quer dançar, que quer sentir algo mais do que apenas alívio porque o potro que se soltou não pisoteou os nabos. A voz dela caiu. - Pelo menos ele fez isso até que eu o pressionei para falar sobre o passado. Agora tudo o que ele pode enxergar é sua culpa. E pensa que isso é tudo que eu posso ver, também. Ele estava lá fora, agora mesmo, em busca de um novo desafio para apagar a mágoa de sua mente, uma nova corrida em sua batalha em curso com a morte? Parceria ARE & GRH - 217


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Eu engano a Morte. É o que eu faço. E de repente ela entendeu. Ele disse aquilo como uma brincadeira, mas não era uma piada. Isso explicava tudo – as corridas, a imprudência, os momentos em que ele tinha se retraído e se tornado tão assustadoramente frio que ela pensava nele como o verdadeiro Anjo da Morte. Rezou para que tivesse a chance de fazê-lo entender. Porque até que ele o fizesse, eles nunca poderiam se casar. E ela não podia suportar essa idéia.

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Capítulo Vinte Obrigação. Vencer. Roger. A ladainha do sonho de Gabe o atormentava. Assim como a imagem de Roger com o pescoço quebrado enquanto Lyons corria em direção a eles e Gabe lutava para controlar os cavalos. Com uma carranca, Gabe engoliu um pouco de cerveja. Ele tinha que tirar essa imagem de sua mente. Tinha que encontrar aquele perfeito estado de dormência abençoada, de calma fria, que ele sentia quando estava correndo. Não costumava procurá-lo na bebida, mas hoje, se fosse preciso, ele tomaria metade de toda bebida de Londres para arrancar as lembranças daquela corrida de sua mente. Ele deu uma risada amarga enquanto olhava para sua jarra. A ironia não lhe escapou. - Você é diabolicamente difícil de encontrar. - disse Jarret atrás dele - Eu estive vasculhando os bares por horas. Maldição. - Bem, você me encontrou. Agora vá embora. Ele engoliu mais cerveja. Tinha que estar mais bêbado do que estava para lidar com seu irmão. Jarret afastou a jarra dele. - Era de se pensar que você teria aprendido que isso não vai ajudar. Era verdade, mas hoje à noite ele estava desesperado. Ele arrastou a jarra de volta. - Arrume sua própria maldita cerveja. Ou melhor ainda, vá embora. - Você deveria ter ficado para ver tudo. Ela queria que você ficasse. - Sim, eu poderia dizer pelo jeito que ela me pediu para não partir. - por que ele estava falando com Jarret? Não mudaria nada. - Você não lhe deu uma chance. Ele praguejou em voz baixa. Tinha visto a confusão em seu rosto, o choque quando ele tinha contado a verdade. Talvez ela o teria perdoado, talvez não. Ele não podia ficar por perto para descobrir. Partir significava que ele não tinha que assistir a luz morrer em seus olhos quando ela percebesse o que ele realmente era. - Não teria importado. - É claro que teria importado. Ela está apaixonada por você. As palavras queimaram um caminho através do entorpecimento que o invadia, o que provocou uma pequena esperança na geleira do coração de Gabe. Parceria ARE & GRH - 219


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Ela lhe disse isso? Jarret hesitou. - Não foi preciso. Eu vi em seu rosto. A esperança se apagou. - Você viu o que você queria ver. Eu vi uma mulher que tinha finalmente a verdade pela qual tinha clamado, e que não gostou disso. Ele levantou a jarra para beber, mas ela estava vazia. Ele apontou a jarra para uma garçonete próxima. - Outra! - ela se apressou para repor a bebida. - Você mal deu a senhorita Waverly a chance de assimilar tudo isso. - Jarret explodiu - O que você esperava? - Eu esperava... O quê? Que uma vez que ele abrisse sua alma para ela, a dor cessaria? Isso era ingenuidade. Aquilo nunca cessaria, nem mesmo se ela pudesse perdoá-lo pelo que tinha acontecido. Seu irmão ainda estaria morto. E ele ainda seria o desgraçado imprudente que o tinha colocado no túmulo. - Eu tive exatamente o que eu esperava. - ele mentiu. - Então você está punindo-a por seu lapso momentâneo a abandonando? perguntou Jarret. - Punindo-a? - Gabe fez uma careta para ele - Eu estou fazendo um favor a ela. Fui um idiota ao pensar que poderíamos nos casar. Há muita coisa do passado entre nós. - Ela parece disposta a superar isso. - Então, ela é uma idiota. Ela merece um homem que seja digno dela. E eu não sou esse homem. - a jarra foi colocada na frente dele, e ele agarrou -a. Precisava não sentir. Isso costumava ser tão fácil – ele só precisava encontrar alguma corrida para disputar e se tornar o Anjo da Morte. Por que ele não podia mais fazer isso? Tudo o que ele queria era se afundar no entorpecimento, deixar que o envolvesse como uma sepultura... - Mas a senhorita Waverly não é susceptível de obter um homem mais digno na sua presente situação, é? - Jarret disse friamente. - Ela tem seu primo. - ele resmungou, embora o simples pensamento fizesse seus dedos coçarem para estrangular o homem - Ele vai se casar com ela. - Ela não quer Devonmont. Só Deus sabe o porquê, mas ela quer você. A julgar pela forma como seu pulso saltou ante essas palavras, ele ainda não havia consumido bebida alcoólica suficiente. - Ela não sabe o que quer. E de qualquer maneira, ela vai ficar melhor com ele do que comigo. Parceria ARE & GRH - 220


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Jarret bufou. - Você é um maldito covarde. Aquilo provocou seu temperamento, e ele praguejou. Onde estava o torpor? - Cuidado, irmão mais velho. O último homem que me chamou assim engoliu seus dentes quebrados goela abaixo. - Sim, você é corajoso quando é preciso o mínimo. Você está perfeitamente contente em correr contra qualquer idiota que o desafie, mas Deus me livre que você admita que precisa de Virginia. Que você pode até amá-la. É mais fácil virar as costas e correr. Gabe ficou tenso. - Não é fácil. É o melhor para ela. Eu não posso dar o que ela quer. - O quê? Algum tipo de penitência por correr contra seu irmão? Ela não quer isso. Ela quer que você abra seu coração para ela, confie nela com ele. E isso o assusta pra diabo. Gabe tomou um longo gole, lutando para ignorar a verdade nas palavras de Jarret. - Acredite em mim, eu entendo. - continuou Jarret - Eu estive no seu lugar. Assim como Oliver e Minerva. Todos nós passamos os últimos 19 anos protegendo nossos corações, porque sabemos o quão terrível é a sensação de ser abandonado por aqueles que mais amamos. Isso nos tornou lentos para confiar. Mas até que você possa confiar em alguém com o seu coração, você só vai estar meio vivo. Amar alguém e ser amado vale qualquer risco. As palavras bateram em seu cérebro, guerreando com os efeitos da cerveja. - Terminou? - ele rosnou - Porque nada disto lhe diz respeito. O general e Devonmont traçaram um belo plano para o seu futuro, e eu não vou ficar no caminho disso. - Está bem. - disse Jarret friamente - Mas devo mencionar uma coisa. A sua vontade de entregá-la a Devonmont significa que eu não entendi o que estava acontecendo quando eu surpreendi vocês dois no estábulo? Tinha assumido que você tinha acabado de se deitar com ela. Gabe congelou. - Mas isso não pode ser possível. Porque tomar sua inocência e depois partir, deixando-a para lidar com as consequências sozinha, seria dez vezes pior do que qualquer coisa que você já fez para Roger Waverly. E com esse tiro de despedida, Jarret partiu. Gabe empurrou a jarra de cerveja de lado com uma série de maldições. Ele não podia acreditar que tinha esquecido. Tinha arruinado Virginia, e Jarret estava certo, ele não poderia deixá-la a lidar com isso. Devonmont podia ser tão Parceria ARE & GRH - 221


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries indulgente quanto Virginia tinha alegado, mas ele não seria complacente com isso. Nenhum homem seria. Ele a seduziu duas vezes. Isso significava que tinha que se casar com ela. Se ela quisesse casar com ele. Olhou cegamente para a jarra. Apesar dos comentários otimistas de Jarret, ele não tinha certeza disso. Uma vez que ela tivesse tempo para pensar sobre suas revelações, ela podia não querer nada com ele. E quem poderia culpá-la? Ele não poderia sequer dizer-lhe o que ela queria saber – o que tinha acontecido entre ele e Roger naquela noite. Ela merecia saber, e ele não podia dizer a ela. Ou... podia? Sua mente começou a correr, cortando através das possibilidades. Nos últimos sete anos, ele tinha evitado tentar descobrir a verdade, com medo do que pudesse descobrir. Mas, talvez, ele pudesse descobrir agora. Alguém devia ter ouvido ele e Roger falando sobre aquela aposta. Talvez alguém presente naquela noite tinha testemunhado tudo, mas sua história houvesse se misturado com o resto das fofocas, e ninguém a reconheceu como a verdade. Se ele pudesse descobrir o que realmente aconteceu, então Virginia e seu avô teriam toda a verdade, afinal. Gabe jogou algum dinheiro em cima da mesa e cambaleou para fora da taverna, então tropeçou na rua. Ele precisava clarear a cabeça, precisava pensar. Quem tinha estado na taverna quando ele, Roger e Lyons tinham chegado? Tinha que ter alguém ali que tinha ouvido falar deles. Deus sabe que ele e seus companheiros nunca tinham sido bebedores tranquilos. Talvez, se ele voltasse para o lugar, pudesse reavivar sua memória. Gabe passou o próximo par de horas vagando pelas tavernas. Ele entrou na taverna onde tinham estado naquela noite. Só estar lá não ressuscitou nada do cemitério de suas memórias, então ele começou a fazer perguntas. Deixou seu orgulho de lado. Ele queria apenas a verdade, mesmo que metade do mundo começasse a fofocar sobre sua nova estranha obsessão com os acontecimentos que levaram à morte de Roger. Infelizmente, a taverna tinha mudado de mãos algumas vezes, de modo que o proprietário só poderia guiá-lo para os proprietários anteriores. Ele questionou os frequentadores e as garçonetes, mas nenhum deles tinha qualquer idéia do que ele estava falando. Ele saiu para fazer perguntas em uma taverna após a outra. Em pouco tempo, ele estava perseguindo sombras, procurando por pessoas que podiam conhecer alguém que conhecia alguém que tinha estado lá naquela noite. Parceria ARE & GRH - 222


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Quanto menos bêbado ele ficava, mais começava a perceber o quão inútil sua busca era. Ninguém lembrava de um par de idiotas bêbados fazendo uma aposta em uma taverna, há sete anos. A única vez que ele se deparou com alguém que esteve lá, o homem tinha pouco a lhe dizer. Claramente as pessoas que passavam longas horas da noite em tavernas não eram as melhores fontes de informação. A bebida tinha chumbado seus cérebros. Depois de finalmente caçar o proprietário original da taverna, só para ouvir o sujeito dizer que não tinha idéia sobre nenhuma aposta, Gabe sentou-se no novo estabelecimento do homem para contemplar suas escolhas. Nenhuma delas era boa, e todas envolviam casar com Virginia com as questões do passado penduradas entre eles. Teriam que fugir, uma vez que seu avô nunca aprovaria esse casamento. Ele estava prestes a pedir algo para comer, não tendo comido durante horas, quando um homem se largou no assento em frente a ele. Chetwin, maldito fosse. A última pessoa que ele queria ver hoje à noite. - Ouvi dizer que você estava fazendo perguntas pela cidade sobre a noite em que você e Roger fizeram sua aposta. - disse Chetwin. Embora odiasse ter sua busca exposta a um asno como Chetwin, ele não deixava transparecer. - E acho isso muito interessante, especialmente à luz do seu cortejo com a senhorita Waverly. Gabe fez uma careta, mas não mordeu a isca. - Todo mundo está falando sobre isso, você sabe. Você ganhou o direito de cortejá-la, por isso estamos todos esperando para ver se ela vai casar com você. Chetwin pediu uma jarra - Suponho que suas perguntas sobre o que aconteceu naquela noite tenham algo a ver com a senhorita Waverly. - Eu não tenho tempo para isso. - Gabe explodiu enquanto se levantava. - Você não se lembra, não é? Isso imobilizou Gabe. - Não seja absurdo. Por que eu não me lembraria? - Porque você estava bastante bêbado, pelo que ouvi. E se você se lembrasse, - Chetwin continuou - por que estaria procurando alguém que possa ter testemunhado tudo? A única razão pela qual você precisaria de um testemunho é se você quisesse refrescar sua memória. Enrijecendo, Gabe olhou para Chetwin. - Qual é o seu ponto? - Meu ponto é que você obviamente tem uma súbita necessidade de esclarecer a história para a senhorita Waverly. Eu sempre assumi que ela soube Parceria ARE & GRH - 223


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries o que aconteceu por seu avô ou até mesmo pelo próprio Waverly, mas talvez ela não saiba. Então ela quer saber a verdade antes de casar com você. - Chetwin lançou um sorriso presunçoso para Gabe - E acontece que eu conheço alguém que sabe. Embora o pulso de Gabe triplicasse de ritmo, ele conseguiu um dar de ombros. - Conhece? Quem poderia ser? - Eu vou te dizer, mas apenas sob uma condição. Que você corra contra mim em Turnham Green novamente. Gabe riu embora a decepção o atravessasse. - Eu não vou cair em sua tentativa de conseguir uma revanche. Você não sabe coisa alguma, e eu não vou correr com você. Quando ele se virou para partir, Chetwin disse: - Eu sei que Lyons discutiu com Waverly e saiu da taverna antes que a aposta fosse feita. Gabe congelou. Isso era algo que somente alguém que tivesse estado lá, ou que tinha falado com alguém que tinha estado lá, saberia. Lentamente, ele enfrentou Chetwin. - Se você sabia a verdade todos esses anos, por que não disse nada a ninguém? - Eu não disse que sei a verdade. Disse que conheço alguém que sabe. - o rosto de Chetwin se fechou - Uma noite, quando eu estava especulando com alguns amigos sobre o que tinha provocado a aposta, um sujeito me disse que eu deveria manter minha boca fechada quando não tinha todos os fatos. Ele deixou escapar algo sobre Lyon e a briga. Quando percebi que ele devia saber a verdade, tentei convencê-lo a dizer mais, mas ele recusou. Disse que as famílias mereciam não servir de fofoca para tipos como eu. Gabe quebrou a cabeça para tentar adivinhar quem poderia tê-lo defendido, mas por sua vida, ele não conseguia pensar quem poderia ser. Lembrava da discussão com Lyons, mas não lembrava de nenhum amigo dele estar lá quando isso aconteceu. Tinha que ser um estranho – mas quem conhecesse Chetwin não conheceria Gabe também? Gabe se apoiou na mesa até ficar cara a cara com Chetwin. - Diga- me quem é, ou vou estrangular você até que o faça. Chetwin apenas zombou dele. - Então, você nunca vai saber, não é? Gabe se endireitou, lutando para manter seu temperamento sob controle. - Eu poderia perguntar a cada um de seus amigos. Parceria ARE & GRH - 224


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - O homem não é um amigo meu. Pensei ter deixado isso bem claro. Apenas um sujeito com quem falei uma vez em uma taverna. - Chetwin recostou-se na cadeira, presunçoso e insolente como sempre - Então, aqui está o que eu proponho. Corremos em Turnham Green amanhã ao meio-dia por uma aposta de 300 libras. Quem ganhar a corrida ganha o dinheiro, mas não importa quem vença, eu lhe dou o nome. Certamente é um prêmio doce o suficiente para seduzir você. Trezentas libras era muito dinheiro. Se vencesse, ele poderia se casar com Virginia em uma posição muito mais segura financeiramente do que estava agora. Mas se perdesse, ele estaria em apuros. De qualquer forma, porém, ele poderia dar a ela e a seu avô a verdade finalmente. Claro, Chetwin podia estar mentindo. Mas não fazia diferença, ele não tinha outra escolha. Além disso, ele tinha vencido Chetwin uma vez, poderia vencê-lo novamente. Mas essa seria a última vez que Gabe corria em Turnham Green. Virginia teria a sua cabeça em uma bandeja se soubesse o que ele estava planejando fazer. Ela podia até se recusar a casar-se com ele, e isso não resolveria nada. - Eu tenho uma condição própria. - disse Gabe - A corrida tem que ser mantida entre nós dois, por enquanto. Leve um de seus amigos como testemunha, e eu vou levar Lyons. Ninguém mais. Uma vez que eu esteja casado com a senhorita Waverly, você pode contar o resultado a quem quiser, mas não até então. Você concorda? Chetwin não parecia feliz com isso, mas ele balançou a cabeça. - Tudo bem. - disse Gabe a Chetwin - Então você vai ter a sua corrida.

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Capítulo Vinte e Um No meio da manhã de terça-feira, Célia se esgueirava pelo outro lado do pátio, dirigindo-se para o campo distante no canto noroeste da propriedade. À distância, ela podia ouvir os caçadores – a estação de caça tinha começado sábado. Agora ela podia praticar tiro ao alvo sem que ninguém soubesse. E com os Waverlys ali, todo mundo tinha esquecido dela, graças a Deus. Com a proximidade de uma festa em casa que certamente incluiria jogos de tiro, ela queria estar pronta. Ela suspirou. Pobre Senhorita Waverly. Por mais que Célia não quisesse que Gabe se cassasse e a pressionasse, também não queria ver a senhorita Waverly sofrer. Ela parecia uma boa moça, e todo esse assunto sobre a morte de seu irmão era muito triste. Célia contornou o estábulo e quase colidiu com Gabe, que estava conduzindo sua carruagem e cavalos para fora através das portas, juntamente com o jovem Willy, um dos cavalariços. - Gabe! O que você está fazendo? - ela gritou enquanto escondia a arma nas costas - Todo mundo está fora de si de preocupação. Gran deu uma grande bronca em Jarret, quando ele voltou de Londres sozinho. - ela deveria dizer-lhe que os Waverlys estavam ali? Talvez não. Isso podia assustá-lo. Ele já parecia horrível - Você precisa ir e falar com Gran... - Mais tarde. Se não se importar, eu prefiro que você mantenha silêncio sobre ter me visto. Só por algumas horas, isso é tudo. Ela olhou para o faeton, então para ele, e se deu conta. - Você está indo correr contra alguém, não é? Ele murmurou um juramento em voz baixa. Então seu olhar se desviou um pouco para a esquerda dela, e seus olhos se estreitaram. - E você está indo atirar, não é? - Por que você diz isso? - ela guinchou. - Eu posso ver a pistola que está em vão tentando esconder atrás de suas costas. - ele arrastou as palavras - Eu pensei que Gran proibiu-lhe a prática de tiro. - O que ela não sabe que não vai machucá-la. - ela lançou-lhe um olhar preocupado. - Você não vai contar, vai?

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Você guarda o meu segredo, eu guardo o seu. - ele fez uma pausa, como se estivesse considerando alguma coisa, então disse: - De fato... - e voltando-se para Willy, ele fez um gesto para bolso do casaco do rapaz. O cavalariço tirou um envelope e entregou-o a Gabe, que olhou para ele. Em seguida, ergueu o olhar para Célia. - Se alguma coisa acontecer comigo, quero que você dê isto a senhorita Waverly. Você vai fazer isso? Um arrepio percorreu sua espinha. - Onde você vai correr, Gabe? - ela perguntou. Ele levantou uma sobrancelha. - Onde você vai atirar? Ela mordeu o lábio. Manter segredos uns dos outros, de repente, parecia muito imprudente. Ele estendeu o envelope, mas quando ela o segurou, ele não o soltou. - Prometa-me que você não vai olhar. Ou entregá-lo a menos que algo aconteça comigo. Ela hesitou. Mas se ela queria saber o que estava acontecendo, era melhor fazer o que ele pedia. Cruzou os dedos atrás das costas, só para o caso. - Eu prometo. Ele soltou o envelope e ela enfiou-o no bolso do avental. Então ela observou enquanto ele subia em sua carruagem e instigava os cavalos a trotar. Assim que ele desapareceu, ela se virou para Willy. - Você sabe onde ele está indo? - Não, senhorita, ele não disse. Ela retirou o envelope e olhou para ele. Não era comum Gabe deixar notas para qualquer um antes de uma corrida. Ele sempre assumia que ganharia com folga, sem qualquer lesão. Era isso que o colocava em problemas. Mas ultimamente ele vinha sendo diferente, mais mal-humorado, mais mordaz. Ele nem estava mais vestindo preto. Pelo que ela ouviu falar sobre as revelações de ontem à noite, tudo parecia indicar que seu irmão estava em sérios apuros. Jarret parecia pensar que Gabe estava em uma espécie de encruzilhada, algo a ver com a senhorita Waverly. Ele até especulou que Gabe estava apaixonado, uma opinião que a esposa de Jarret parecia compartilhar. Ao contrário do que o resto da família pensava de Célia, ela acreditava no amor. Era precisamente por isso que ela não queria se casar por um capricho de Gran.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Do nada surgiram em sua mente as palavras do Sr. Pinter de mais de uma semana atrás: Estou apenas apontando que sua avó tem seus melhores interesses no coração, algo que parece incapaz de reconhecer. O que ele sabia sobre isso? Aquele maldito detetive de Bow Street não tinha um pingo de paixão dentro dele. Tudo era apenas negócios para ele. Ele não conseguia entender o que era querer coisas rotineiramente negadas às mulheres – a segurança de saber que ninguém poderia machucá-la, a menos que você permitisse, a deliciosa emoção de colocar uma bala em cheio em um alvo, o prazer intenso de derrotar um bando de idiotas, homens pomposos que se achavam melhor que você. Ela poderia ser capaz de tolerar o Sr. Pinter se o homem tivesse alguma capacidade de sentir... Uma maldição lhe escapou. Não importava se ele era capaz ou não. Ele trabalhava para Gran, isso era tudo. Nada a ver com ela. Voltou sua atenção para o envelope. Ela tinha ficado magoada quando Gabe cedera às exigências de Gran cortejando a senhorita Waverly. Mas isso não importava se ele realmente estava apaixonado pela mulher, o que a carta parecia implicar. O envelope e todas as suas implicações queimavam sua mão, deixando-a inquieta. Se algo acontecer comigo... Ela suspirou. Tanta coisa para passar a tarde atirando. Ela virou-se e voltou para a casa. Isaac perambulava pela sala de estar, perguntando-se se devia acordar Virginia. Ele finalmente convenceu-a a ir para a cama por volta das quatro horas da manhã e ela ainda estava dormindo, graças a Deus. Mas ele queria estar de volta a Waverly Farm. Esta mansão lembrava-lhe muito de sua infância na propriedade em Hertfordshire que Pierce agora tinha herdado com o título. Uma batida suave veio da porta da sala de estar. Supondo que fosse um criado, ele foi para abri-la, apenas para encontrar Hetty ali com um vaso de flores frescas. Ela parecia atormentada e exausta, mas ainda conseguia ficar bonita, também. - Posso entrar? - Claro. - Como ela está? - Hetty perguntou enquanto ele se afastava para deixá-la passar. - Dormindo. Eu estava tentando decidir quando acordá-la. Preciso estar em casa. Você já teve qualquer notícia de lorde Gabriel? Parceria ARE & GRH - 228


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Temo que não. - Hetty se aproximou para colocar o vaso sobre uma mesa - Eu trouxe algumas lavandas do nosso jardim para ela. Gabe disse que eram suas favoritas, e eu pensei que poderia animá-la. Levei algum tempo para encontrar o bastante, uma vez que alguém esteve cortando-as como louco. Ele vê a mulher que quer ser considerada bonita e receber flores... Um gemido escapou dele. - Eu sou um velho tão tolo. Ela piscou. - Por quê? - Pensei que ela estava enchendo nossos vasos com nossa lavanda. - ele balançou a cabeça - Eu tinha alguma noção idiota que se eu mantivesse seu neto ocupado trabalhando no estábulo, ele não teria a chance de cortejá-la. Enquanto isso, ele estava indo muito bem debaixo do meu nariz o tempo todo. Eu só vi o que eu queria ver. Hetty ocupou-se a organizar as flores. - Nós muitas vezes fazemos isso. Ele lançou-lhe um olhar triste. - Você não. Você me disse que ela tinha uma natureza apaixonada, mas eu não vi isso. Ela é sempre tão responsável, que esqueci que ela tinha outras necessidades, necessidades de uma mulher. - sua voz vacilou - Algo que seu neto percebeu melhor do que eu. Tarde demais, ele se lembrou de Sharpe defendendo-a de Hob, prestando atenção ao que ela usava, agradecendo-lhe pelos sanduíches... comportando-se como um cavalheiro. Se ele examinasse as ações do homem honestamente na semana passada, ele tinha que admitir que Sharpe sempre tinha se comportado como um cavalheiro. Na verdade, ele se comportou melhor. Nunca reclamou de limpar os estábulos, e não tinha feito um trabalho desleixado, também. Ele tinha mostrado interesse genuíno em como Isaac treinava seus cavalos. E ofereceu algumas dicas de sua autoria sobre a alimentação dos puros-sangues. O homem ou era um ator consumado ou um cavalheiro. Isaac tinha estado convencido do primeiro por tanto tempo que era difícil pensar nele como o último. Mas na noite passada tinha abalado as suas percepções. - Eu sei que você não quer ouvir isso, Isaac, - ela disse suavemente - mas eu acho que eles se adequam um ao outro. Virgínia tem fogo apenas o suficiente para mantê-lo interessado, e ele tem bom senso apenas o suficiente para ouvi-la quando ela está colocando-o na linha. Eles fariam um bom casamento, se você Parceria ARE & GRH - 229


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries pudesse ser capaz de permitir isso. Um casamento melhor do que ela poderia fazer com lorde Devonmont, atrevo-me a dizer. Eu não posso me casar com Pierce quando eu estou apaixonada por Gabriel! Inferno e condenação. - Ela deixou bem claro ontem à noite que nunca vai se casar com Pierce. Isso era outra coisa sobre a qual estive cego. Se ele realmente acreditava que os dois poderiam se casar? Ele esperava que pudessem, mas em algum lugar lá no fundo, sabia que eles se comportavam mais como irmãos do que amantes. Ele só tinha estado tão ansioso pelo casamento que ignorou o que seus instintos lhe diziam. Ele parecia fazer isso muito com sua lambkin. - Estou acostumado a dar ordens, mesmo com a minha neta, e ela aguenta isso bem. Mas você tinha razão – o amor não é algo que mesmo um general possa ordenar. - Ela ama Gabriel? - Hetty perguntou, a voz trêmula. - Ela diz que sim. Mas acredita que a culpa vai impedi-lo de amá-la em troca. - É possível. - Hetty suspirou - Eu sinto muito pelo que disse a você ontem à noite sobre Roger mentir. Eu não quis dizer... - Não, você estava certa em dizer isso. - ele arrastou uma respiração pesada - Eu tive muito tempo para pensar desde então. Virginia sempre colocou Roger em um pedestal, e eu mesmo tinha convenientemente santificado sua memória. Roger gostava de jogar e beber, e ele mentiu para mim sobre ambos na ocasião. Ele estava inquieto, e eu sabia disso. Mas não podia fazer nada sobre isso, então depois de sua morte, apenas era mais fácil... Ele engoliu em seco. Isso era difícil de dizer, especialmente para ela. - Culpar Gabe. - ela murmurou. Ele acenou com a cabeça. Resumidamente, ele relatou o que havia dito a Virginia sobre sua conversa com Roger naquela noite. - Roger não disse nada sobre ter sido intimidado ou forçado. Essa foi a minha própria conclusão. Mas você estava certa, droga. O fato de que Roger tirou seu neto da cama para a corrida diz muito sobre de quem foi a culpa. Tentei dizer a mim mesmo que Sharpe mentiu sobre isso, mas se ele estava mentindo, porque não afirmar simplesmente que Roger fez o desafio? Por que admitir que estava tão bêbado? - Por que dizer a Virginia que ele não a merecia? - Hetty apontou. Parceria ARE & GRH - 230


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Ele não merece. - Isaac retrucou. Quando a viu franzir o cenho, acrescentou: - Mas ninguém o faz, na minha opinião. Um sorriso tocou os lábios de Hetty. - Talvez você tenha razão. Mas eu continuo a dizer que Gabe seria um bom marido para ela. Sharpe casado com sua neta. Ele se incomodava apenas em pensar nisso, mas se ela o queria tanto... Ele suspirou. - Todo general reconhece quando está desarmado e encurralado. Entre você e Virginia... - ele lançou-lhe um olhar sério - Eu só quero a sua felicidade, você sabe. - Eu sei. Eu quero isso também. Para os dois. - ela caminhou até perto dele - Obrigado, Isaac, por manter a mente aberta sobre isso. Ela esticou-se na ponta dos pés para beijar sua bochecha, mas antes que pudesse se afastar, ele segurou seu queixo e beijou-a diretamente sobre os lábios. Quando ele levantou a cabeça, ela estava olhando para ele, os olhos arregalados, com um rubor tornando suas faces rosadas como as de uma jovenzinha. Havia surpresa em seu olhar, e consciência feminina, também. Ele passou o braço em volta da sua cintura para puxá-la contra ele, em seguida, deu-lhe um beijo mais profundo. Ela derreteu, como ele sabia que ela faria, pois Hetty tinha idade suficiente para saber como a batalha era travada – e não era com palavras. A rendição nunca teve um gosto tão doce. Uma batida na porta o fez soltá-la pesarosamente. Especialmente quando ela deslizou um meio sorriso suave para ele antes de ir abrir a porta. Lady Célia correu para dentro. - Gran, estive procurando por você em todos os lugares! Acabei de ver Gabe... - Ele voltou? - disse Virgínia enquanto saía de seu quarto, parecendo atordoada. Ela ainda estava vestindo suas roupas de ontem, apesar de estarem amassadas como se tivesse dormido com elas - Ele está aqui? - Não mais. Eu não pude fazê-lo ficar. Ele estava indo correr em algum lugar, mas me entregou isso para dar a você. - ela levantou uma carta selada, mas quando Virginia correu para pegá-la, ela acrescentou: - Eu deveria avisá-la que ele me fez prometer que não a daria para você, a menos que algo acontecesse com ele. Enquanto Hetty praguejava, o sangue sumiu do rosto de Virginia. Parceria ARE & GRH - 231


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Ele nunca deixou uma carta para ninguém antes, - disse Célia - então, sabendo o que isso pode significar, achei que seria melhor dar uma olhada nisso. Talvez nos diga onde ele vai correr. Enquanto Virginia rasgava o envelope e lia, Isaac amaldiçoou em voz baixa. Sharpe estava tornando muito difícil perdoar-lhe qualquer coisa agora. Virgínia ergueu o olhar para eles, parecendo como se fosse desmaiar. Hetty tomou a carta dela, e a leu em voz alta para seu benefício e de lady Célia. “Querida Virginia, Se você está lendo isso, então o impensável aconteceu. Perdi a corrida e minha vida. Eu não podia suportar deixar você sem saber como isso aconteceu, da mesma forma como você estava se perguntando sobre a minha corrida contra o Roger, então isso é para explicar. Chetwin afirma conhecer alguém que pode me dizer o que aconteceu naquela noite, há sete anos. Ele não vai revelar o nome a menos que eu corra com ele em Turnham Green, então eu concordei. Não se culpe por isso. Eu fiz isso para que você soubesse exatamente o tipo de homem com quem estava se casando. Apenas certifique-se de que Chetwin cumpra os termos da nossa aposta, que é que ele me dê (ou ao meu representante se eu morrer) o nome da pessoa, independentemente de quem ganhar. Se você finalmente souber a verdade, a minha vida não terá sido em vão. Eu só queria poder estar aí para dar-lhe a verdade eu mesmo. Eu faria qualquer coisa para fazer isso certo por você.” - Qualquer coisa, exceto não correr em Turnham Green. - disse Virginia amargamente. Ela lançou um olhar urgente para Poppy - Nós temos que detê-lo. Se algo acontecer a ele... - sua voz se quebrou. - É claro. - ele virou-se para lady Célia - Há quanto tempo ele partiu? - Quinze minutos, mais ou menos. Ele olhou para Hetty. - Devemos usar meu cabriolé. Eu já mandei prepará-lo. Mas apenas três de nós poderemos nos apertar nele. - Eu ficarei aqui. - disse lady Célia. Isaac assentiu. - Se sairmos agora, devemos chegar Turnham Green antes de a corrida começar. Eles não vão disparar imediatamente após a sua chegada, eu imagino. virando-se para Virginia, ele acrescentou: - E se não fizermos isso, minha querida, o rapaz realizou essa corrida três vezes agora, certamente ele pode escapar dela incólume novamente. Parceria ARE & GRH - 232


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries O olhar dela se estreitou. - Ah, não, ele não pode. Porque ele vai ter que me enfrentar depois. E ele não vai me escapar ileso, garanto-vos. Com seu sangue bombeando e o suor orvalhando sua testa, Gabe ficou esperando por Chetwin. Lyons franziu o cenho enquanto estudava seu relógio de bolso. - Está dez minutos atrasado. - Ele está jogando comigo. - Gabe resmungou - Tenta me abalar, isso é tudo. Pior ainda, estava funcionando. Nunca uma corrida significou tanto para ele. E isso o preocupava. Isso significava que ele não poderia chegar a esse ponto de controle frio que ele precisava para ganhar. Olhou para o percurso para onde os rochedos se avultavam. As duas últimas vezes que ele esteve aqui, havia tantas pessoas que a memória de sua corrida com Roger tinha diminuído ante o rugido do espetáculo. E a hora do dia tinha sido diferente, a estação diferente. Nem Lyons estava presente. Ele tinha estado no exterior durante as outras duas corridas com Chetwin. Mas hoje era como naquele dia, há sete anos. Verão. Meio-dia. Ninguém ao redor, além dele e Lyons. Gabe até mesmo sofria os efeitos de uma noite de bebedeira. Tudo era estranhamente o mesmo. Um tremor o assolou. Isso não devia incomodá-lo, mas incomodava. - Você tem certeza que quer fazer isso? - perguntou Lyons. Isso era diferente – Lyons não tinha lhe perguntado uma maldita coisa antes de sua corrida contra o Roger. Naquela época, todos eles eram muito mais tolos. - Eu não tenho escolha. É a única maneira de saber o que aconteceu. - Eu sempre achei que você sabia, que estava se mantendo em silêncio porque não queria manchar a sua memória. - Eu sei. - ele não sabia se ria ou chorava. Todas essas pessoas atribuindo tais motivos nobres para ele, quando ao mesmo tempo... - Sinto muito nunca tê-lo questionado. - disse Lyons - Eu estava meio dormindo quando chegamos aqui. Era apenas mais uma corrida, eu não me importava com quem tinha feito o desafio. - sua voz tinha uma ponta áspera Por anos eu pensei que se eu tivesse questionado isso, se eu tivesse dito alguma coisa... Mas é claro que eu não fiz, e você não fez, e aí está.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Um arrepio percorreu Gabe. Nunca lhe ocorrera que Lyons podia sentir culpa sobre isso, também. Tendo isso em conta, era surpreendente que ele viesse hoje. - Desta vez eu vou satisfazer minha consciência, perguntando de novo. Lyons continuou - Você tem certeza que quer fazer isso? Antes que Gabe pudesse responder, o som de cascos aproximou-se deles. Ele se virou para ver Chetwin dirigindo sua carruagem na direção deles com um soldado sentado ao lado dele. Brevemente, Gabe se perguntou se esse poderia ser o homem que Chetwin tinha mencionado. Mas seu misterioso informante não era um amigo – ou assim Chetwin tinha alegado. Chetwin freou ao lado de seu cabriolé. - Você está atrasado. - disse Gabe enquanto o amigo de Chetwin descia e ia ficar ao lado de Lyon. O sorriso de satisfação que Chetwin lançou confirmou suas suspeitas. - Preocupado de que eu não fosse aparecer? - E perder a chance ser um asno? - Gabe recolheu as rédeas - Não é muito provável. Isso banido o sorriso de Chetwin. - Vamos ver quem é o asno quando isso acabar, e eu ganhar. - Basta lembrar o que nós concordamos. - Gabe arrastou as palavras - Esta é a última vez que você me atormenta para correr aqui, independentemente se seu cavalo pega uma pedra, ou seu eixo quebra ou qualquer tipo de estranhas ocorrências que o impeçam de ganhar. Isso realmente enfureceu Chetwin. - Cuidado, Sharpe, ou eu vou mudar de idéia sobre a corrida, e você nunca vai saber o nome. Gabe cerrou os dentes. Provocar Chetwin não era divertido quando o homem tinha algo que ele queria. - Devo recitar as regras para que possamos continuar com isso? - perguntou Lyons. - Nós conhecemos as regras. - disse Gabe. Com um aceno de cabeça, Lyons pegou a bandeira e foi colocar-se entre eles. Então Gabe ouviu mais cascos provenientes detrás dele. Com uma carranca, ele olhou para Chetwin. - Maldição, você disse que não contaria a ninguém! - Eles não são meus amigos, eu juro. - Chetwin replicou. Parceria ARE & GRH - 234


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Gabe se mexeu na cadeira para olhar para trás, então praguejou. Gran. Célia devia ter quebrado a promessa, maldita fosse. Então, seu coração pulou uma batida. Não apenas Gran. Virginia. Ao vê-la, seu coração começou a bater forte. Ela vinha para detê-lo. Ela se importava o suficiente para tentar impedi-lo, mesmo depois do que ele disse a ela. Isso tornou imperativo que ele disputasse esta corrida. Porque não importava o quanto ela se preocupava com ele, ela merecia a verdade. E agora ele tinha certeza de que poderia fazer isso. Por ela. Só por ela. - Solte a maldita bandeira, Lyons!

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

Capítulo Vinte e dois Enquanto o cabriolé parava, Virginia ouviu o comando de Gabriel. Saltando para o chão e irrompendo em uma corrida, ela gritou para o duque: - Se você deixar cair esta bandeira, Vossa Graça, vou enfiá-la goela abaixo! Lyons piscou, sem dúvida, não acostumado a ser ameaçado com violência por uma mulher. Então ele abriu um sorriso presunçoso e levantou a bandeira no alto. Ela alcançou Gabriel em instantes. - Não se atreva a realizar esta corrida, Gabriel Sharpe, ou eu juro que não vou me casar com você! - Lyons, seu maldito asno, - Chetwin explodiu - se você não deixar cair essa bandeira, eu vou correr sem ele e declarar que ele perdeu! - Poppy! - ela chamou. Ela sustentou o olhar de Gabriel enquanto Poppy se apressava em se colocar à frente da carruagem de Chetwin, agarrando os arreios dos cavalos. - Maldição, saia do caminho. - gritou Chetwin. - Não até a minha neta resolver isso. - Poppy disse, mantendo facilmente o controle da carruagem de Chetwin. Gabriel fez uma careta para Chetwin. - Dê-me alguns minutos, sim? Nós vamos ter a nossa corrida. Apenas deixe-me falar com ela. - ele saltou de seu poleiro, pegou-a pelo braço e levou-a para longe do resto deles. - Virgínia, querida... - ele começou. - Não me venha com “querida”! - ela gritou - Você não pode fazer esta corrida. Vou me jogar na frente da carruagem antes de permitir isso. Aquilo pareceu assustá-lo. - Você não entende... - Eu entendo. Eu li a carta que você deixou para mim. Além deles, sua avó desceu da carruagem, mas felizmente manteve distância. - Se você fez isso, - disse ele no tom paciente que se usa com crianças ou tolos - então sabe que esta é a única maneira de descobrir a verdade. - Eu não me importo com a verdade! Eu não me importo com o que aconteceu naquela noite, ou no dia seguinte ou nos anos entre aquela época e

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries agora. Eu sei que você é um bom homem, Gabriel – um ótimo homem. - sua voz se quebrou - Eu me apaixonei por esse homem. O salto de alegria em seu rosto a fez pensar que tudo o que ele precisava era ouvir essas palavras. Até que um sorriso triste tocou seus lábios. - Então você deve compreender ainda mais por que eu tenho que correr com Chetwin. Ela engoliu seu desapontamento. - Por quê? - Porque eu não posso me casar com você, sem saber se eu tenho algum direito a esse amor. Eu sei que você não acha que os assuntos do passado não importam agora, mas no futuro isso vai envenenar o que você sente por mim no momento. Estou fazendo isso por nós. - Não. - ela disse, agarrando seus braços - Está fazendo isso por você. Ele olhou para ela, e ela podia vê-lo retirando-se para si mesmo, naquela fria e cautelosa criatura – não desta vez, maldição. - Ouça-me. - disse ela com urgência - Você me disse que você continuou a bancar o Anjo da Morte porque achava que poderia muito bem fazê-la pagar. E sua avó disse que continuou com isso, porque era sua maneira de lutar contra seus medos. Mas nós dois sabemos que é algo mais. Ele ficou tenso, afundando ainda mais no distanciamento gelado que a assustava mais do que qualquer corrida que ele pudesse disputar. Mas pelo menos ele não se afastou. - Eu não sei do que você está falando. - Você mesmo disse: “Eu engano a Morte. É o que eu faço”. - ela enterrou os dedos em seus braços, determinada a fazê-lo ver - Você acha que de alguma forma você enganou a morte naquele dia com Roger. Você acha que a morte deveria ter levado você em vez dele. Quando um músculo tremeu em sua mandíbula, ela soube que o tinha atingido. Ela pressionou a vantagem impiedosamente. - Desde então, você foi desafiar a morte mais e mais, na certeza de que um dia ela virá por você. Você imagina que isso poderia muito bem ser em um momento de sua escolha, certo? Mas o que você não pode aceitar é que, às vezes, as pessoas simplesmente morrem. Eles são arrematados em um momento passional, como seus pais, ou estão no lugar errado, na hora errada, como o seu amigo Benny. Ou disputam corridas loucas, como Roger. A raiva brilhava em seu olhar agora, o que era melhor do que o desapego. - Você não entende. Se eu tivesse apenas... Parceria ARE & GRH - 237


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Isso não teve nada a ver com você! - ela gritou - Não importa que você não cancelou a corrida. Ele não teria feito isso, também. Ou Lyons. E nem você nem Lyons o obrigaram a correr. Nenhum de vocês o fez assumir um risco e não frear quando deveria ter feito. Ela engoliu em seco, percebendo que teria de expor suas próprias vulnerabilidades, se fosse ganhar isto. - Eu nunca deveria tê-lo responsabilizado por isso, eu não tinha o direito. Eu estava com raiva e magoada, e perdi o meu irmão. Mas agora percebo que ele correu a corrida do jeito que ele escolheu. Ele sempre fez suas próprias escolhas. Ela segurou seu rosto entre as mãos. - Você quer acreditar que tem algum tipo de poder sobre a morte, que toda vez que você corre e não morre, você a enganou privando-a de seu devido prêmio. Mas a verdade é que a morte tem você em suas garras há sete anos. Gabe queria ignorar a verdade em suas palavras, mas ressonavam muito profundamente nele para isso. Sentia-se preso ao chão, incapaz de afastar seu olhar desesperado dela. Se ao menos pudesse se refugiar no torpor abençoado que o manteve são durante os últimos sete anos... Mas isso tinha ficado cada vez menos possível a partir do momento em que ele a conheceu. Toda vez que estava com ela, ela o inundava com ternura e sensações, não importa o quanto ele lutasse contra isso. E ela ainda estava fazendo isso, sua feiticeira feroz, ainda lutando. - As roupas e o faeton, e as corridas intermináveis, são todos parte da sua dança com a Morte. Se você os mantiver, você vai morrer. Mas não vai ganhar nada, a não ser o que você tolamente acha que merecia ter ganhado, há sete anos, o seu lugar na sepultura, em vez de Roger. As palavras bateram em seus ouvidos. Oh, Deus, isso era verdade. Quantas vezes tinha desejado que ele não tivesse sobrevivido naquele dia? A dor que ele sempre evitou surgiu através dele, cambaleando, até que ele finalmente admitiu a verdade que tinha marcado a sua alma todos esses anos. - Deveria ter sido eu. - lágrimas não derramadas obstruíram sua garganta Então você não teria ficado sem ninguém para cuidar de você. Não é certo que ele tenha morrido. Ele não merecia... - Nenhum de vocês merecia. - suas mãos agarraram-no com força, com muita força – Quisera Deus que vocês dois tivessem voltado para casa sãos e salvos, mas já que não foi assim, não há nada de errado em ser feliz por você ainda estar aqui comigo, vivo. O Senhor sabe, eu estou feliz que você esteja. Parceria ARE & GRH - 238


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Como você pode dizer isso? - disse ele com voz rouca - Roger está no túmulo, enquanto eu começo a ter uma vida. - Ele não se ressente disso. E eu também não. As palavras de cura mergulharam direto ao seu coração, plantando uma semente de esperança. Ela alisou para trás uma mecha de seu cabelo. - Nada que você faça pode mudar o que aconteceu, Gabriel. Conseguir a verdade de Chetwin ou correr este percurso mais e mais, certamente, não, nem sequer se casar comigo como uma espécie de penitência. Não há nenhuma desonra em abandonar uma batalha com a Morte. Não é uma batalha que você pode ganhar. E é hora de você aceitar isso. A semente de esperança criou raízes e floresceu. Ele estava batendo a cabeça contra o passado desde a morte de Roger, e para quê? Nada além de uma dor de cabeça. Talvez fosse hora dele agarrar o amor que ela oferecia – sem questionar, sem remorso. - Tudo bem. Ela congelou. - Tudo bem, o quê? - Tudo bem, eu não vou correr com Chetwin. - quando ela caiu contra ele em alívio, ele levou as mãos aos lábios e beijou-as - Afinal de contas, eu não posso ter a mulher que eu amo recusando-se a casar comigo por causa de uma corrida idiota. Seus olhos começaram a brilhar com lágrimas. - Você... Você me ama? Seu coração parecia preso permanentemente em sua garganta. - Mais do que a vida. Só Deus sabe por que você me ama, porque eu com certeza não sei, mas eu sei por que eu te amo. Você é o meu farol na escuridão, e minha bússola em um mar à noite. Quando estou com você, eu não quero dançar com a morte. Eu quero dançar com a Vida. Eu quero dançar com você. E não importa o que seja preciso, eu pretendo passar o resto da minha vida tentando te merecer. Ela começou a chorar, soluçando e agarrando-se a ele. Ele não sabia o que fazer, então ele seguiu o instinto e levantou o rosto banhado de lágrimas para um longo e terno beijo com o qual esperava mostrar a ela o quanto a amava. Quando ele se afastou, ele lançou-lhe um sorriso, na esperança de conter suas lágrimas. - Então, se você não quer que eu corra com Chetwin, eu não vou correr com Chetwin. - ele beliscou seu queixo enquanto ela tentava poderosamente Parceria ARE & GRH - 239


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries recuperar o controle sobre suas emoções - Afinal, a última coisa que eu preciso é você se jogando na frente dos meus cavalos. - Eu faria isso, também. - ela resmungou. - Não tenho nenhuma dúvida disso. Posso ver você, de pé no espaço entre os rochedos e nos desafiando a seguir em frente. - Eu não tinha pensado nisso, - disse ela corajosamente - mas é uma boa idéia. Com uma risada, ele a beijou novamente. Em seguida, tomando-lhe a mão, ele a levou de volta para onde Lyons perambulava e Chetwin estava carrancudo. Ao se aproximarem das carruagens, Chetwin retrucou: - Então? Você está pronto? - Desculpe, meu velho. A corrida está cancelada. Lyons disse: - Graças a Deus. - e caminhou em direção a família de Gabe. - Você não pode fazer isso. - disse Chetwin. - Claro que posso. - Gabe arrastou as palavras - Eu mudei de idéia. Chetwin fez uma careta. - Então, eu juro que você nunca vai ouvir a verdade. Gabe olhou para Virginia, que estava olhando para ele com os olhos cheios de amor. - Isso não importa. Eu já tenho tudo o que eu quero. - E as trezentas libras? - Chetwin zombou dele - Isso não importa, também? Gabe levantou uma sobrancelha para Virginia. - Querida? Devo correr com Chetwin por 300 libras? - Absolutamente não. - disse ela resolutamente - Nós vamos passar muito bem sem isso. Gabe disse a Chetwin: - Sem corrida hoje, ou nunca mais. O Anjo da Morte está se aposentando. Isso lhe valeu um beijo na bochecha de Virginia. - Conversa fiada. - Chetwin cuspiu - Você vai estar de volta uma vez que seus bolsos estejam vazios e você precise de alguma verba para seu novo purosangue. - Eu não vejo por que. - disse Gran, entrando na briga - Eu tenho toda a intenção de investir no puro-sangue do meu neto. Não posso esperar para vê-lo dobrar meu dinheiro. Gabe a olhou boquiaberto, e ela corou um pouco. - O general e eu tivemos uma conversa no caminho para cá. Ele diz que você tem um talento especial para treinar cavalos, e com sua ajuda, ele acha que Parceria ARE & GRH - 240


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries você pode fazer um vencedor. Estou disposta a investir um pouco para ver se isso é verdade. - ela levantou seu queixo - Um pouquinho, você entende, mas deve ser o suficiente para financiar a entrada de um cavalo na corrida. - Obrigado, Gran. - disse Gabe, reprimindo um sorriso. Ocasionalmente, ela podia ser bastante suave. Especialmente quando se tratava de seus netos. O som de mais cavalos se aproximando chamou sua atenção. Todos olharam para ver Devonmont e lady Célia rodando em direção a eles na carruagem de Devonmont com seu tigre nas costas. - Pierce! - Virginia gritou enquanto corria para cumprimentá-lo - O que você está fazendo aqui? Após descer da carruagem e deixar Célia no chão, ele deu um rápida beijinho na bochecha de Virginia. - Cheguei em Waverly Farm na noite passada. Achei que estavam todos dormindo, então não me preocupei até esta manhã quando acordei para não encontrar ninguém lá, além dos servos. Eles me disseram que vocês estavam todos em Halstead Hall, por isso eu fui para lá. Então lady Célia me mostrou uma carta que Sharpe havia escrito, e eu vim aqui imediatamente. - Por quê? - Gabe envolveu um braço possessivo sobre a cintura de Virginia - Você estava esperando que eu quebrasse o meu pescoço, e pudesse tomar o meu lugar com ela? - Eu estava esperando impedi-lo. - ele virou um olhar duro para Chetwin Acredito que o tenente sabe porquê, também. Chetwin parecia beligerante. - Eu não sei o que você quer dizer. - Não? - Devonmont explodiu - Então você não se lembra de uma conversa que tivemos anos atrás, quando você estava matutando um monte de besteiras sobre Sharpe e Roger e o que tinha acontecido na noite anterior a sua corrida? Gabe se esqueceu de respirar. - Você é a misteriosa fonte de Chetwin? - Virginia congelou - Você presenciou a aposta, Pierce? - Não. - ele disse - Eu estava em Waverly Farm. Mas, depois de Roger chegar tropeçando de bêbado naquela noite, ele veio falar comigo antes de falar com o tio Isaac. Ele disse-me tudo. - E você nunca disse uma palavra sobre isso! - ela gritou - Como você pôde? - Até que li a carta de Sharpe há pouco tempo e lady Célia explicou sua importância, eu assumi que Sharpe sabia exatamente o que tinha acontecido naquela noite. Parceria ARE & GRH - 241


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Mas eu não sabia o que tinha acontecido naquela noite. - ela disse, a traição em sua voz - Poppy não sabia. Por que você não nos contou? Você sabia que era importante para nós! - Que é por que, se você se lembrar, eu disse-lhe para perguntar a Sharpe sobre isso. - Devonmont replicou - Como eu ia saber que ele não se lembrava? Presumi que ele estava guardando para si mesmo, pela mesma razão que eu nunca disse nada, porque eu queria proteger você e tio Isaac de saber o pior sobre Roger. Como ficou claro para Gabe o que isso significava, um alívio percorreu-lhe tão profunda que ele começou a tremer. - Então eu não fiz... Eu não fui quem... - Não. - disse Devonmont - Roger me disse que ele estabeleceu a aposta. Aparentemente, ele estava sofrendo por algo que Lyons tinha dito em sua discussão, e quando você concordou com Lyons, ele desafiou para aquela corrida idiota. Com um suspiro, Lyons se moveu atrás de Gabe. - Eu me lembro disso. Ele reclamou porque o general não iria deixá-lo ser jockey em alguma corrida de cavalos. Roger disse que seu avô tinha ficado brando em sua velhice. Eu disse-lhe que um homem que tinha enfrentado Boney tinha mais coragem do que nós três juntos. Ele tomou isso como uma ofensa, especialmente quando Sharpe concordou comigo. Quando ele começou a se queixar de mim por isso, eu decidi que tinha tido o suficiente, e fui para casa. - Em seguida, ele se sentiu obrigado a demonstrar a sua bravura, desafiando Sharpe para o percurso mais perigoso de Londres. - disse Devonmont. - Maldito tolo. - o general murmurou. Devonmont olhou para Gabe. - Ele disse que você recusou-se a primeira vez. Ele estava muito orgulhoso disso, parecia pensar que o tornava de alguma forma superior. Eu disse que ele era um idiota, que ele poderia facilmente se matar naquele percurso e que pelo menos você teve o bom senso de reconhecer isso. Eu disse que ele deveria sair daquilo enquanto podia, a honra que se danasse. - Então ele veio até mim. - disse o general, com voz rouca - E eu rebati seu conselho, Pierce. Virginia lançou a seu avô um olhar preocupado. - Você não sabia sobre o que você estava aconselhando-o, Poppy. Não foi culpa sua. - ela lançou a todos um olhar feroz - Não foi culpa de ninguém. Nem de Gabe, nem de Pierce ou do duque. Roger sempre tomou suas próprias decisões. E aquela provou ser a pior. Parceria ARE & GRH - 242


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Apesar de tudo isso ser muito interessante, Chetwin se intrometeu - isso não muda o fato de que Sharpe concordou em correr comigo e agora está tentando voltar atrás. - ele caminhou até Gabe - Esta é sua última chance, Sharpe. Se você não correr como acordado, eu vou me certificar de que todos os homens em Londres saibam que você é um covarde. Eu vou denegrir o seu nome de um canto a outro de Londres por recuar diante de um desafio. - Você fez um desafio? - o General Waverly se intrometeu - Soou mais como chantagem para mim. Se Sharpe não concordasse com uma corrida, você se recusaria a dizer o que qualquer sujeito decente teria dito a ele quando perguntado. - seu tom endureceu - Não há nenhuma desonra na recusa de um cavalheiro em ceder a uma chantagem. Ele caminhou até Chetwin. - Acontece que eu conheço seu oficial superior, e ficaria feliz em dar-lhe um relato fiel de suas ações aqui hoje. Ele é um cavalheiro. Não verá com bons olhos sua tentativa de se aproveitar do pesar outro cavalheiro. Você está disposto a arriscar o seu futuro no exército por uma última corrida na agulha? Chetwin ficou completamente pálido, mas o general não tinha acabado. - Então é melhor eu não ouvir uma palavra sobre este incidente nunca mais. Minha neta está prestes a se casar com este homem, e eu não vou ter a reputação do meu futuro neto manchada por um asno como você. Isso está compreendido, soldado? Gabe teve que cravar seus dedos na palma da mão para não rir. Chetwin parecia como se estivesse prestes a mijar nas calças. - Sim, general. - Chetwin finalmente respondeu com voz sufocada. Então ele pegou seu amigo e voltou para sua carruagem. - Aparentemente Chetwin tem algum bom senso, afinal de contas. - Gabe falou lentamente enquanto o homem rapidamente ia embora. - Obviamente, mais do que você. - Gran explodiu - Não posso acreditar que você estava prestes a enfiar a agulha novamente com aquele maldito... - Hetty. - disse o general, interrompendo seu discurso - Está feito. Ele voltou a si no final, por isso deixe o homem. Isso chocou Gabe mais do que qualquer coisa que o general tinha dito Chetwin. Especialmente quando, em vez de dar ao general uma réplica inflamada, sua avó olhou suavemente para ele e disse: - Eu acho que ele já sofreu o suficiente. Gabe olhou para baixo para encontrar Virginia olhando boquiaberta para seu avô, e se inclinou para sussurrar em seu ouvido: - Parece que eu não sou o único que se apaixonou por um Waverly. Parceria ARE & GRH - 243


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Colocando a mão em seu braço, ele caminhou até o general. - Obrigado por interferir, senhor. Eu não ligo muito para o que Chetwin me chama, mas aprecio vê-lo cortar o mal pela raiz. O olhar do general endureceu. - Só não me faça me arrepender. - seu olhar foi para Virgínia - Faça-a feliz. Ou eu vou cumprir minha promessa de atirar em você. - ele ofereceu o braço para Gran - Agora, nós podemos ir para algum lugar um pouco mais confortável? - Soa como uma excelente idéia para mim. - Devonmont arrastou a fala enquanto ajudava Célia a subir em sua carruagem. - Nós vamos estar junto em um momento. - Gabe chamou Virginia de lado - Há uma coisa que eu preciso deixar claro, meu amor. Ela olhou para ele com um olhar suave que fez o seu sangue acelerar. - Sim? - Você disse anteriormente que eu ia casar com você como uma espécie de penitência. Eu não vou. Não pense isso nem por um momento. A vulnerabilidade súbita em seu rosto fez seu coração se apertar. - Você disse que queria casar-se comigo para fazer as pazes, para me impedir de ter um futuro sombrio. - Eu disse um monte de coisas estúpidas, - admitiu ele - e talvez tenha começado dessa maneira. - ele tomou-lhe as mãos - Mas essa razão para cortejar você desapareceu a primeira vez que eu a beijei. A primeira vez que percebi que você era a luz da minha escuridão, e a única mulher com quem eu poderia imaginar me casar. Quando seus olhos começaram a brilhar, ele acrescentou: - Você é a minha recompensa. Só Deus sabe o que fiz para merecê-la, mas eu não vou questionar isso. Só vou levar o prêmio e agradecer a Deus por me deixar vencer. Ele a puxou para perto e pressionou um beijo suave em seus lábios. - Por que, de todos os prêmios que eu já ganhei, você é definitivamente o melhor. Epílogo

Ealing, Late setembro 1825 -Todos saúdam o herói conquistador! Parceria ARE & GRH - 244


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries O grito cumprimentou Virginia e seu marido de uma semana, enquanto eles desciam da carruagem em Halstead Hall, e os Sharpes rapidamente os cercavam para felicitar Gabriel pela vitória de Flying Jane em Doncaster. Virginia sorriu enquanto Gabriel erguia a taça de ouro para o benefício de seus irmãos, que aplaudiram e bateram nas costas uns dos outros como se eles mesmos tivessem montado a cavalo pela glória. Célia era a única dos irmãos que tinha frequentado a corrida. Seus irmãos não queriam deixar suas esposas, que tinham entrado no período de seus confinamentos, e a Sra. Masters tinha optado por permanecer em Londres com o marido, que não poderia deixar o seu escritório de advocacia no momento. Mas agora eles estavam todos juntos novamente, e claramente animados com a notícia. - The Times disse que foi uma corrida brilhante. - Stoneville disse a Gabriel - Passo a citar: “Flying Jane voou para a linha de chegada”. - Eu disse a você que esse jockey faria você se sentir orgulhoso. - disse Jarret. - E você estava certo. - disse Gabriel - Graças a ele, eu tenho dois cavalheiros clamando para comprar Flying Jane. - Você não está vendendo, não é? - perguntou Annabel. - Não nesta vida. Virginia sorriu. - Poppy quer cruzá-la com Ghost Rider. - uma carruagem chegou atrás deles naquele momento. - E por falar em Ghost Rider, - Gabriel disse - aqui está o outro herói conquistador. Outra onda de alegria se ergueu quando Poppy desceu de sua carruagem e ajudou a Sra. Plumtree a descer. Pierce os seguiu, ajudando lady Célia a desembarcar. Gabriel e Poppy decidiram inscrever o melhor dos dois cavalos no St. Leger Stakes, o que nos treinos tinha provado ser Ghost Rider. Em seguida, ambos os cavalos tinham disputado a segunda corrida pela taça de ouro, pois, como vencedor do St. Leger Stakes, Ghost Rider tinha que carregar um peso adicional. Gabriel tinha pensado que o peso podia pender a balança para Flying Jane, e tinha de fato. Flying Jane tinha ganhado a taça de ouro, por isso foi um triunfo por toda parte. Poppy e Gabriel vieram celebrando todo o caminho desde Doncaster. - Então, o que você acha do turfe agora, Gran? - Jarret perguntou enquanto ela segurava o braço do general. Parceria ARE & GRH - 245


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Eles tiveram sorte, é tudo. - disse ela formalmente. - Não dê ouvidos a ela. - Poppy afagou-lhe a mão - Ela ganhou uma centena de libras em apostas nas duas corridas. - Gran apostou em uma corrida de cavalos? - exclamou Minerva - As maravilhas nunca cessam! - Oh, cale-se! - a Sra. Plumtree replicou - Isaac me disse que se eu não apostasse eu iria me arrepender, mas estive malditamente perto de ter uma insuficiência cardíaca ao assistir essas corridas. Essa segunda foi uma coisa muito próxima. - Foi o que eles disseram nos jornais. - Oliver sorriu - Acho que você ficou feliz por ouvir “Isaac”. As duas manchas rosadas que apareceram em suas bochechas pálidas mostraram que ela não tinha a intenção de cometer um deslize e usar o nome de batismo de Poppy. Virginia sufocou uma risada. Ele e a Sra. Plumtree tinham ficado bastante íntimos, e ela e Gabriel tinham começado a especular sobre se haveria um casamento em um futuro próximo. A Sra. Plumtree continuava dizendo que era velha demais para tal absurdo, mas seus protestos tinham enfraquecido um pouco recentemente. - E o que você achou das corridas, Devonmont? - Jarret perguntou enquanto todos eles se dirigiam para a entrada em arco. Pierce deu de ombros. - Uma corrida de cavalos é como qualquer outra, para mim. - com um olhar astuto para Gabriel, ele colocou a mão de Célia na dobra do cotovelo - Graças a Deus, lady Célia estava lá para me manter entretido. Ante a carranca de Gabriel, Virginia sussurrou: - Você sabe que ele está apenas tentando provocá-lo. Ele não pode deixá-lo com ciúmes de mim agora, por isso está tentando aborrecê-lo sobre sua irmã. É a sua idéia de diversão. Mas lady Célia é muito inteligente para cair na rede de Pierce. Você deveria saber disso. - Eu espero que você esteja certa. - Gabriel resmungou. Eles estavam atravessando o pátio quando ouviram o som de um outro cavalo se aproximando, e o Sr. Pinter veio através da arcada. Ele parou com a visão de toda a família. - Estou interrompendo alguma coisa? - seu olhar caiu em Pierce e lady Célia, e endureceu. Oliver se adiantou. Parceria ARE & GRH - 246


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Nem um pouco. Os entusiastas de corridas voltaram para casa e nós estávamos indo para comemorar. Você está convidado a se juntar a nós. - Obrigado, mas primeiro devo relatar meus avanços. Virginia sentiu a tensão instantânea vibrando através de seu marido. Ele havia lhe contado da investigação sobre a morte de seus pais, mas nada demais tinha acontecido no mês passado. O senhor Pinter tinha estado ocupado tentando encontrar vários funcionários antigos, bem como refazer os passos de Benny May em Manchester. - É sobre a morte de Benny? - perguntou Gabriel. - Não, eu ainda estou trabalhando nisso. - disse Pinter - Estou voltando para Manchester agora. - Então quais são suas novidades? - perguntou Jarret. - Quando começamos tudo isso, eu pedi ao policial uma chance de examinar a arma usada para matar os seus pais. Ele disse que tinha sido enviada para um depósito em algum lugar da cidade, e levaria algum tempo para encontrá-la. Ele a encontrou ontem, e eu a examinei. - o senhor Pinter fez uma pausa, como se quisesse ter certeza de que tinha sua total atenção - Eu sei com certeza que sua mãe não matou o seu pai. - Como? - perguntou Gabriel ansiosamente. - Porque essa arma não os matou. Ela nunca foi disparada. Claramente, foi retirada da parede onde estava pendurada e colocada perto de seus corpos, para aparentar que era a arma do crime. O assassino não deve ter percebido que era apenas ornamental. Por fim, o Sharpes tinham a confirmação de que os seus pais tinham sido assassinados. Todos esses anos, eles tinham vivido com o que pensavam ser uma tragédia doméstica. Eles tinham suportado aquele vergonha juntos, moldado suas vidas em torno daquilo, vivendo diariamente com o conhecimento doloroso que sua mãe havia matado seu pai. Ouvir que isso não era verdade era extraordinário. - Tem certeza? - Oliver perguntou com um tremor em sua voz. - Sim. - Mas por que isso não constava do relatório da polícia? - perguntou Gabriel. Pinter olhou-o de soslaio. - Policiais não são treinados em tais assuntos – são cidadãos comuns que as vezes servem como oficiais de paz por um ano. Sem dúvida naquele ano em particular o policial não tinha experiência com armas. Ou talvez ele nem sequer examinou a arma de perto, uma vez que a sua avó lhe pagou para manter Parceria ARE & GRH - 247


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries silêncio sobre os acontecimentos da noite. Quando ela lhe disse o que tinha acontecido, ele pode apenas ter aceitado sua palavra. A Sra. Plumtree corou. - Eu nunca deveria ter interferido. Mas, na época, parecia óbvio quem matou quem, e eu só queria proteger a minha família. - Parecia óbvio para mim, também. - disse Oliver - Esta é a primeira evidência concreta que temos de que não foi mamãe que atirou nele! Todos começaram a falar ao mesmo tempo, questionando Pinter, revendo antigas teorias, dizendo uns aos outros tinham certeza disso o tempo todo. Oliver os arrebanhou para dentro para que eles pudessem estar mais confortável para a discussão. Mas depois de conversar por algum tempo sem chegar a qualquer conclusão, exceto que o senhor Pinter devia investigar mais, a conversa acabou retornando para as corridas e as vitórias. - Então, o que você vai fazer com essa taça de ouro? - Oliver perguntou a Gabriel – Derretê-la para que você possa comprar outro puro-sangue? - Morda sua língua. - disse Gabriel - Vai ficar exposta em Waverly Farm, até Virginia e eu podermos comprar o nosso próprio haras. Seu próprio haras. As palavras soavam tão bonitas, ela pensou. E quem teria imaginado que ela estaria sentada aqui no meio das pessoas que uma vez ela odiara, ao lado do homem que ela outrora considerava seu inimigo? Agora ela não podia imaginar a vida sem ele. E gostava de pensar que Roger aprovaria. - Minha oferta ainda está de pé. - disse Pierce - Se você quiser alugar e administrar o lugar uma vez que ele passe para mim, eu alegremente lhe daria um enfiteuse4. - Obrigado, - disse Gabriel, apertando a mão de Virginia - mas prefiro ter um lugar nosso. Se pudermos nos permitir isso. - Por que não poderiam, uma vez que você receba a sua herança da Sra. Plumtree? - perguntou o Sr. Masters. O advogado tinha vindo de Londres para o dia a pedido de sua esposa. Gabriel bufou. - A menos que alguém que sobre quem eu não saiba esteja planejando pedir Célia em casamento, duvido que qualquer um de nós vai herdar. Todos os olhos se voltaram para Célia. Ela piscou. - Agora veja aqui, vocês estão dizendo que eu não posso conseguir um marido? - Ninguém está dizendo isso, tenho certeza. - disse Virginia.

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries - Ah, sim, eles estão. Gabe está, de qualquer maneira. - Célia olhou para ele - Você acha que eu não posso conseguir um marido. Você acha que ninguém vai se casar comigo! Gabriel encolheu os ombros. - Restam quatro meses no ano, e não vejo ninguém além de Devonmont à nossa porta, e Virgínia diz que você é inteligente demais para se apaixonar por ele. Pierce ergueu uma sobrancelha para ela. Gabriel continuou: - Por favor, diga-me se você tem alguém à espera nos bastidores. Mas eu não vou ficar na esperança de que uma enorme quantidade de pretendentes vai aparecer. Estou fazendo os meus próprios planos para o futuro, uma vez que Gran parece determinada a manter seu ultimato. Célia se ergueu para plantar as mãos nos quadris e examinar o resto da família. - É isso o que todos vocês acham? Que eu sou incapaz de encontrar um marido? Que ninguém jamais iria me pedir em casamento? As mulheres murmuraram seu apoio, e os homens piscaram como cervos assustados – com exceção de Gabriel, que ficou olhando para Célia com seu sorriso sarcástico, e o senhor Pinter, que estava observando Pierce com uma expressão fechada. Célia enrubesceu profundamente. - Para o inferno com todos vocês. Eu vou ter um marido antes do Natal, você vão ver! Apressou-se a partir do aposento. Virginia pulou e correu atrás dela, mas ela mal tinha atingido as escadas antes de Gabriel a segurar. - Deixe-a, querida. - Você não entende. Agora ela acha que todos nós acreditamos que ela seja incapaz de conseguir um marido. - Bom. - Gabriel! Isso é cruel! - Não, Célia tem um lado do contra. Quando Gran disse que tinha que se casar para herdar, isso a fez fincar seus calcanhares e dizer que jamais se casaria. Alguém tinha que empurrá-la na direção oposta. Agora que ela tem um desafio à altura, ela vai se matar tentando conseguir isso. Se ela diz que vai se casar até o Natal, eu prometo a você, ela vai se casar até o Natal. Parceria ARE & GRH - 249


Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries Virginia olhou para ele. Sua avó era famosa por tais manipulações, mas ela nunca tinha visto isso nele. - O dinheiro é tão importante para você? - Não, mas minha irmã é. - ele a puxou para seus braços, baixando a voz para um sussurro rouco - Gran estava certa sobre uma coisa o tempo todo, nenhum de nós teria perseguido o amor se ela não tivesse nos empurrado. E agora que eu sei o que é amor, eu não quero nada menos do que isso para Célia. Essas palavras fizeram seu coração disparar, mas havia mais uma coisa que ela queria saber. - Você sente falta das corridas, meu amor? Ele olhou solenemente para ela. - Sinceramente? Não. Corridas são para jovens e tolos, para aqueles que não têm nada a perder. - ele deu um beijo em seus lábios - Hoje em dia eu tenho muito para arriscar por algo tão estúpido como uma corrida de cavalos. Observar meu puro-sangue correr em uma pista de corrida com você ao meu lado é emoção suficiente para mim agora. A Morte finalmente perdeu seu poder sobre ele. - Para um homem que uma vez me disse que não era adepto de fazer elogios bonitos, você certamente sabe como adular uma mulher. Ele lhe deu aquele sorriso arrogante que ela tanto adorava. - Sério? Na mesma noite em que nos conhecemos, Lyons informou-me que eu não era bom com as mulheres respeitáveis. - Você não é. - ela brincou - Mas com mulheres que desafiam os homens para corridas e têm um desejo secreto de ser arrebatadas por patifes? - ela enrolou os braços em volta do pescoço e esticou-se para que pudesse sussurrar em seu ouvido - Com essas mulheres, meu amor, você é muito, muito bom. Então ele a beijou, quente, doce e lentamente, e ela retribuiu com toda a imprudência e anseio da sua alma. Porque, como qualquer mulher inteligente sabe, às vezes o único caminho para a verdadeira felicidade é se casar com um lorde selvagem.

Fim

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Casando Com Um Lorde Selvagem Demônios de Halstead Hall #4 - Sabrina Jeffries

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Cock Robin é uma canção de ninar que fala sobre a morte de um tordo (Cock Robin). Ditado popular que significa ter o melhor de dois mundos. 3 Posset (também escrito poschote, poschotte) era uma bebida quente britânica de leite coalhado com vinho ou cerveja, muitas vezes temperada, que era popular no século 19. 4 Enfiteuse: (Direito) (na Inglaterra e País de Gales) é um contrato de arrendamento, originalmente por um período de mais de 21 anos, de uma casa inteira de baixa renda e de valor proporcional, que é única ou a principal residência dos ocupantes. O arrendatário tem o direito de compra pelo valor simbólico, após um período de 50 anos. 2

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