.L:IS / BOA -I/SBOAf PORTO ê.pRËÇüAÇE$SãVEL? UMAVnAGffimfr GoNFoRTo! PüREultilrQ É pampÕuçç EIE$*Ë{mtffi* PORTO/L|SBOA, AGORA,NOVOSERVIÇOLTSBOA/ COM 2.oCLASSEMUITO CONFORTÁVEL, DE GRANDECAPACIDADE.
l:i-
:. at"
1
t, -g_
'
; traduzapena",u-r",t,
,ïfrJr*iffi:: a
o sìs'iema ;',"gt*,***** onrtO
't.
Lisboa"-à'^f,-25
-F
*' ,ú '.:).. :ir
13,?"'-';'J-?3
i .. t1p
1 7 -0 0
: . 1- , - 8 :r: g
'iir{
ï
i ..,
Comboio, a opção decisiva.
re
HISTÓRIAS DE CIDADES
SILVES
ses não trabalhavam nem pelejavam, e tão-somente troçavam dos nossos por estarem a trabalhar em vão, porque a cidade era Ìnexpugnável. O cerco durou de Julho a Setembro, e os defensores de Silves acabaram vencidos pela sede. O rei de Portugal tentou evitar o saque e ofereceu primeiro dez mil, depois vinte mil cruzados de ouro para salvar os vencidos. EIes recusaram tudo e o mais que consentiram foi que os sobreviventes saíssem com a roupa que tinham no corpo. O relato do cruzado é dramático: Então vimos a miseráveL situação a que estavam reduzidos. Muito
stamos na foz do rio Arade. Na nossa frente o que se avista é Portimão. O nome antÍgo era outro: Vila Nova. E era de facto uma nova vila que ia crescendo e subindo à medida que Silves declinava. A relação entre as duas cidades é muito íntima. Se nas cidades, como nas pessoas, houvesse juniores e seniores, podiamos chamar a Portimão, aSiIves JúnÍorr e a Silves, rtPortimão Sénior>. Foi o declínio de uma das cidades que provocou a ascensão da outra. Portimão é hoje uma cidade progressiva e trabalhadora e a fase decisiva do seu crescimento deu-se nas primeiras duas décadas do nos;o século. Foi durante a Grande (7974-78) que a sardinha aÌ-Guerra garvia se internacionaÌizou. O peixe incluído nas rações dos soldados aliados ia em latas de sardinha e do atum de Portugal. A produção conserveira declinou, mas eRtretanto surgia o turismo. A Portimão de hoje é uma cidade turística de grande porte, um dos paraÍsos que o Algarve oferece.
I
os cnuzADos, HÁ OITOCENTOS ANOS
Este mesmo rio foi navegado, vai fazer oitocentos anos (precisamente nos últimos dÍas de Julho de 1989), por uma esquadra de mais de 50 navios de longo porte, que levava um exército de cruzados até Silves. O Arade era em relação a .. jilves o mesmo que o Tejo em relação a Lisboa. Se o rio continuasse vivo, Silves seria hoje uma das grandes cidades do ocidente da Península: uma Sevilha, uma Huelva, uma Lisboa. Mas o assoreamento trouxe a asfixia. Os cruzados iam subindo o rio e avistavam as margens completamente desertas. Pouco tempo antes passara aqui outra armada de cruzados que atacara Alvor: passaram à espada 5600 moradores, e não perdoaram nem às mulheres nem às crianças. Da florescente vila não ficou vivalma. A atitude dos portugueses em relação à população moura era diferente. O mouro era um homem, um factor de trabalho. Conquistar terras e matar a gente era destruir riqueza. A ajuda dos exércitos de cruzados era importante quando se tratava de fortalezas poderosas, como Lisboa e Silves. mas os reis
de Portugal faziam quanto podiam para salvar as vidas dos moradores. Suponho que foi por isso que em 1189 Sancho I veio a Silves: para estar presente e evitar um massacre semelhante ao de Alvor. I
RENDIDOS
PELA
macilentos, mal se podiam ter de pé. Muitos andavam de gatinhas, ou encostados aos nossos, que os sustinham. Outros estavam estiÍa' dos pelas ruas, mortos ou moribundos e por isso era insuportáveÌ o tedor que havia na cidade.
SEDE
Silves era então cidade poderosa, de gente requintada, e dizia-se que em opulência de edifícios era dez vezes superior a Lisboa. As peripécias do cerco são conhecidas por uma descrição escrita logo a seguir à conquista, e lêem-se aí várias coisas curiosas: por exemplo, que os Portugueses não queriam combater os mouros. Enquanto os ingleses e alemães se esforçavam, eles faziam troça: Deve saber-se quebm todo o tempo do cerco os PortugqÚe-
I
DEPOIS DA CITAGINA, O ASSOREAMENTO
O rio que há 800 sewiu de caminho à esquadra dos cruzados_hoje nem deixa passar esta pequena lancha em que eu p${rsava s"ubii até à cidade. Este as$oreameÌitg que aliás e geral nos rios do Algarve, expÌica a inexorável decadênêiÉ do . qrr" tittha sido a esptêndiaa câ,i:ìtat \ do AIgArve. D,epois do traumatismo \ brutal da conguista cristã o Porto 43
HISTÓRIASDE CIDADES foi-se fechando e isso fez gorar todas as tentativas de revitaÌização. A primeira conquista foi sol de pouca dura. Três anos após a conquista dos cruzados, a cidade foi reconquistada pelos mouros que aqui ficaram ainda cerca de meio século. Mas já então era uma sombra do que tinha sido. Com a conquista definitiva do Algawe relaciona-se a construção da catedral, que veio ocupar o lugar da antiga mesquita. É um edifício de grandes proporções, em estilo gótico, completado entre os séculos XIII e XIV. Esta grandeza revela que ainda então se acreditava que a capital do Algarve continuaria a ser Silves, mas a decadência continuava a agravar-se com a dificuldade da navegação no rio de Arade.
T
MONT'MENTOS MANI'ELINOS
O rei D. Manuel apóstou no futuro de SiÌves. Concedeu-lhe novo foral, para encorajar os moradores de uma terra que se sentra morrer. Mandou construir a lgreja da Misericórdia, acto que tem valor simbóÌico: numa terra em que tudo se estava a arruinar, ele ordenava a erecção de um novo templo. E suponho que oferta sua será a magnífica imagrem da padroeira, Senhora da Conceição, que é dos mais opulentos exemplares da escultura manuelina chegados aos nossos dias. Nenhum outro monumento é porém tão revelador e tão enigmático como a Cruz de Portugal, um presente de D. Manuel à cidade-mártir, padrão cuja verdadeira intenção continua por decifrar Repare-se antes de mais no nome: Cruz de Portugal Porque no tempo de D. Manuel aqui não era Portugal, e o monumento representava uma oferta do rei de Portugal ao reino do Algarve, que também lhe obedecia. É possível que a oferta se relacione com a política tranquila mas firme do rei a que chamamos Venturoso. Cognome leviano, penso eu, porque os políticos não têem senão a ventura que merecem. E D. Manuel foi realmente venturoso, mas fez por isso. A ele se deve a reconciliação da farnília portug:uesa, dividida.".$psde o tëmpo de trevas das conÈpiÌações.contra D. João II. Depõis entrou pelas reformas pertinaP'z . luradouras e siÌenciosas: refor: ma Jos Íorais, reforma das Ordenações, reforma dos pesos e medidas, ' i"
4A
.'!!rr
-
reforma da burocracia. A tudo isso preside uma ideia: unificar, aproximar sem violência, reunir serenamente. E pode ser esse o sentido da cruz: na histórica capital do Algarve, um padrão que, em vez das armas reais, mostra Cristo agonizando na Cruz. Mas precisamente o carácter reIigioso do monumento faz nascer uma suspeita: não terá relação com esse outro drama a que o Algarve assistira, que fora a morte do Príncipe Perfeito? T
MEMóRIAS AGONIA
DE TIMA
Veio morrer ao Algarve, na aldeia de Alvor. Desde as conspirações dos nobres que passava a vida a fugir da morte. Em tudo via a sombra da traição e da vingança. Estava doente, com um fluxo de sangue que os médicos diziam que era da hidropesia, palavra que designava moléstias gástricas. Receitaram-lhe banhos em termas, cousa então muito em relevo porque, poucos anos antes, a rainha descobrira as virtudes das águas a que a partir de então se chamaram das Caldas da Rainha. Fora isso em 1485. Porque razão, em 1495, D. João II não quis curar-se nas Caldas da Rainha, e preferiu a longrínqua serra de Monchique, sem aldeia nem tecto
HISTÓRIASDE CIDADES
iff'tr"
em CoÌos, não longe de Odemira, meio caminho entre Alcácer e A1' vor, D. Manuel recebeu da rainha uma ordem imperiosa para que voÌtasse atrás e deixasse morrer sozinho o rei de Portugal D. João II ouvia tudo. sabia tudo. tinha uma preocupação: morrer de olhos abertos. Por vezes apoderavase dele uma modorra invencívei e as pálpebras quase mortas desciam sobre os olhos bem vivos. Deu ordem aos criados para que, quandc isso acontecesse, o despertassem fosse como fosse. De certa vez um servidor aflito puxou-lhe a barba para o fazer sair daquele torpor. Mandei que me acordasses, mas como a um rei. Eu não tenho um pé por onde possas puxar?, gritoulhe o Príncipe Perfeito ao recobrar a consciência. Mas sentia, uma a uma, as passadas da morte. Ouando já estava muito próxima deu ordem para armar a câmara-ardente na alcova em que dormia, para poder verificar se tudo ficava bem.
onde se abrigasse? A ribeira que se ouve marulhar perto de nós é a Ribeira do Banho e dizem que foi Iá que o rei se albanhou. Ouatro tratamentos, guns alívios, e ele chegou a acreditar que estava salvo e a subir a serra para ir à caça. Mas sobreveio um grande fluxo de sangue, e ele sentiu que tudo estava perdido. Nem pensou em voltar ao reino de Portugal. Um dos raros fidalgos que considerava fiéis, Alvaro de Ataíde, tinha casas aqui, na pobre aldeia de Alvor. Foi meter-se Iá, e ali passaram os últimos dias do seu çtrandioso e doloroso reinado. Foi uma agonia consciente e ansiosa. Mandava súplicas à rainha, que residia então nos paços de Alcácer do Sal (o sítio onde estão hoje as ruínas do Convento de Araceli, no morro do castelo), pedindolhe que viesse acompanhá-lo naquela hora de angústia suprema. Nada a moveu. Era a dor da esposa traída, dizem os louvadores. Era o remorso da cúmplice na grande conspíração que acabava na morte do rei, sugierem os detractores. Só uma coisa é certa: na hora da morte, ela não quis ir. O rei pediu, então, a presença do irmão dela e herdeiro do trono, D. Manuel, duque de Beja. E esse sim, comovido pela aflição do recado, meteu-se a caminho, cumprindo o mandado do rei agonizante. Mas
I
#áó ,
EI.E SABIA TAMANHO
DE OUE ERA O MUNDO
A morte chegou a vinte e cinc<: de Outubro de 1495. Era um domingo, perto do pôr-do-Sol. Morria D. João II, o homem que disse não a Colombo. Disse-o porque era o único príncipe do seu tempo que sabia de que tamanho era o mundo: quem navegasse parâ ocidente morreria no mar de Íome e de sede antes de poder atingir o país da especiaria. Talvez nenhum outro rei tenha marcado tão profundamente o destino português. Na hora da morte estava junto dele Garcia de Resende, que descreve esses momentos de estertor e angústia: Faleceu el-rei sem pai nem mãe, sem filho nem filha, sem irmão nem irmã; e ainda com muitc poucos, Íora de Portugal, no reìno do Algarve, em Alvor, muito pequeno lugar. Viveu quarenta anos e seis meses e reinou durante catorze. E nunca ninguém foi mais amado dos pequenos e tão abominado pelos grandes. Tinha a sepultura pronta na Capela do Fundador, na Batalha, mas trouxeram-no . primeiro para para aqui, para a Catedral de
dar tempo a que'o lempo lfu$ a ossada. Em 1499 já tinhdfi sado quatro anos e veio l). Mr com toda a cprte, para fâ.2êr u so-' lene transladaÇão do antecessor. AA
HISTÓRIASDE CIDADES
SILVES
Mas então começam os prodígios fúnebres e a lenda da santidade do Príncipe Perfeito.
I
AINDA
NO
D. João II nrorrsu dno relno do Algawe, em pÌeqrreno Alvor, muito hrgarl
TRONO,
,
DEPOIS DA MORTE Levantaram esta grande pedra. Retiraram o ataúde de madeira já corroído pela podridão da morte. Mas dentro, alvo e branco, intacto como na hora em que morreu, estava o corpo do rei. O povo clamou que era milagre, apoderou-se das tábuas do esquife e fê-Ìas em esquíroÌas, que trazia ao peito como se fossem santos lenhos. O corpo foi levado para a Batalha e Iá esteve em paz durante cerca de setenta anos até que D. Sebastião foi visitar o templo e mandou que abrissem o túmuio para poder ver com os seus oÌhos os despojos do egrégio antecessor. O prodigio continuava: o Príncipe Perfeito parecia vencer a força do tempo. D. Sebastião, emocionado, mândou retirá-Ìo do sepulcro, sentá-Io rìo trono, colocar-lhe a espada entre as mãos e ordenou ao Duque de Aveiro, que era bisneto do rei pela hnha bastarda de D. Jorge, que beijasse as mãos do cadáver. Foi no tempo de D. Sebastião que Silves desceu mais um degrau no seu camÍnho de ruínal deixou de t,
," l
ser a sede da diocese do Algarve. Os cónegos da catedral queixavamse: à medida que o assoreamento progredia a água parava em pântanos e o ar carregava-se de emanações insalúbres. E começou a discutir-se para onde se devia mudar a Sé. Para uns, o melhor era Lagos, que tinha um belo templo. Mas outros achavam que em Lagos havia aquela ameaça permanente dos ãtaques dos corsários, e preferiam Tavira, cidade antiga com urna posição segura. Mas aí não havia igreja capaz de servir de Sé. E assim surgiu a ideia de Faro, que tinha uma igreja que, como solução pro!,:
visória, podia serviÍ de catedral. Uma solução provisória que ainda hoje continua em vigor. A diocese mudou e, desse modo, perdeu Silves o seu último vestigio de grande cidade, capital do emiratÕ algarvio.
I
A RESSURRETçÃO POSSÍVEL
Depois do terramoto de 1755 só dez casas de Silves ficaram de pé. Os representantes nas Cortes diziam que de cidade só tinham o título, porque a realidade era a de uma pobre e vil aldeia. Depois disso houve recuperação: a estrada substituiu em parte o rio, Silves voltou a ser uma cidade pequena mas activa, que tem hoje sete mil habitantes e continua a crescer. A grande ressurreição está ao nosso alcance. Já existe um plano para a navegabilidade do curso do Arade. Seria um grande canal que viria restituü em parte a Silves a sua antiga função portuária. A cidade voltaria assim a ser praia. Uma zona de comércio livre, a articulação cultural e turística com os paÍses árabes, os centros de artesanato de tradição islâmica, a Iigação com o lémen, donde eram origÍrrários os habitantes da Silves muçulmana, são factores que poderiam voltar a fazer de Silves um grande centro cosmopolita. Vem já próximo o oitavo centenário da conquista cristã. É em 1898. Se nesse ano o curso do rio voltasse a ser navegável ficaria paga uma parte da nossa dívida. Porque há uma dÍvida para saldar. E somos todos nós que devemos alguma coisa a esta velha cidade-mártir. I
Omelhorsistema paracomprar o seuautomóvel. Nósprovamos-lheporquê. Hoje, pos s u i r c a rro , m a i s d o q u e u m s onho, é um a ne c e s s i d a d e . Há c inc o a n o s q u e o s Au to g ru posda LUBRITEXtransÍormam velhossonhosem carrosnovos. Cinc o ano s e m q u e g a n h á m o s ex per iên c i a . Cinc o an o s e m q u e g a n h á m os a c o n Íi a n ç a d e to d o s sos nossos os par t ic i p a n te n A ut ogr up o s . Cinc o ano s e m q u e o n o s s o c r es c im e n to d e te rm i n o u a nec es s id a d ed e ma i s a mp l a s e m oder n a si n s ta l a ç Õ e s .
InÍormati zámosos nossos servi ços para resoonder cada vez melhor às necessi dadesdos parti ci pantes. E Íi zemos de cada parti ci panteum ami go,que outrosamigos,os ConsultoresLubritex, aj udarama adqui ri rcarro novo. Tal como o podem aj udar a si a tomar a mel hor deci são.C onsul te-os em qual quer ponto do país. P ossui r carro é uma necessi dade. C omprar carro, uma oportuni dade. A LU B R ITE X garante-l he o mel hor si stemapara comprar o seu automóvel e os nossos C onsul tores provam-l he porquè.
CampoGrande.28 5"andaÍ D l70O LISBOA Loja: Campo Grande,30-D Ìel 733773 Rua 15de Novembro 113 41OOPORÌO Tel.664413 . 668444 Rua DÍ.Fernãode Oínelas.47 Sala 2 3" gOOO FUNCHAL ÌeI.33830
r.(D^ MembrodaAnncíç*
AUTOGRUPOS
';hd; ï =--\ \ r**á*íÍ;:çí""Í""1-'l-*Í*Í:u'*í*:ff "i# B r. -ì-í00ísa_9n
\ltãilr;;"1*" ",.-"'0"*""'
\tÍÍi*tr'"iÏ'
--