Andrea Melleu
AMILY Uma paixão proibida
degustação
Todos os direitos reservados ISBN 978-85-917840-0-4 1. Espiritualidade – Ficção. 2. Romance brasileiro. I. Título. II. Série. 0028/2014, CDD 869.93 CDU 811.134.3(81)-3
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Amily, uma paixão proibida, é um romance baseado em fatos reais. Será que o verdadeiro amor resiste à tudo?
Uma história de amor. Eles se reencontram após milênios, mas não se recordam de onde... Atração, impulso, sentimento dominante da razão! Se apaixonam novamente, sem saber o quanto lutaram, para que este amor, pudesse ser vivenciado plenamente!... Muitas vidas, muitos aprendizados... Transgressões das leis universais, traição, mentira, mágoa, fuga, abandono... a luta do bem e do mal... Até que ponto se pode controlar as emoções? Até que ponto elas nos controlam? Até quando somos prisioneiros do passado? Como se desvencilhar dos grilhões do desejo? A paixão é pecado? É certo ou errado? Porque acontece? Fascinação é ilusão? Como entender o que ocorre dentro de nós? Como detectar ataques de obsessões, subjugação ou possessão? Como controlar a mente apaixonada sem ter consciência dos fatos reais? Beijos não são promessas, abraços não são garantias, pernas entrelaçadas não significa propriedade, palavras ditas em sussurro não são passaportes para a felicidade. Para sempre não é eterno e o nunca, sempre acaba. E como esquecer uma paixão? Nem o tempo apaga, transcende a eternidade. Dias e noites atormentados pela vontade incontrolável de viver sensações que impulsionam a nos deixar levar pelos prazeres ofertados, sem pensar o quanto seremos cobrados, depois. Muitas experiências em busca do desconhecido, pela falta de conhecimento. Esta paixão proibida que transcende milênios deve ser renunciada, ou deve ser vivida? Este romance emocionante, fará com que o leitor, sinta cada emoção, plenamente. Surpreendentes revelações desta trama que começou há milênios, serão revividas aqui. Histórias de amor que jamais se findam, pois somos eternos.
AMILY, Uma paixão proibida
degustação - ISBN 978-85-917840-0-4
Amigo, o seu abraço não precisa de palavras. O seu amor, preencheu o vazio de uma procura, abriu uma porta para o conhecimento da verdade, nos fez agir de uma forma diferente. Somos mais fortes para compreender, ter esperança, para acreditar que o perdão e a humildade são atitudes grandiosas. Você nos fez ter certeza que, se realmente amamos alguém, o teremos para sempre, pela eternidade. Acredite, somos joias e anjos sem lembranças do passado, mas felizes de pertencer ao seu hoje... “O que nós somos é o presente de Deus. O que nós nos tornamos é nosso presente a Deus”. — Eleanor Powell. E adesso andate via voglio restare sola Con la malinconia volare nel suo cielo Non chiesi mai chi eri perche sceglesti me Me che fino a ieri credevo fossi un re Perdere l’amore, quando si fa sera Quando fra i capelli un po d’argento li colora Rischi d’impazzire, puo scoppiarti il cuore Perdere l’amore e avere voglia di morire Lascia mi gridare rinegare il cielo Prendere a sassate tutti i sogni ancora in volo Li faro cadere ad uno ad uno Spezzero le ali del destino e ti avro vicino... Não faça de seu peito um exílio de suas emoções. Será um homem derrotado por não ter vivido a vida como deveria. Perante o certo e o errado, trabalhamos com a consciência, mas nos dando a chance de sentir. O verdadeiro homem, se permite levar sem medo de receios de seus atos. O amanhã é incerto. A dor deste desengano me devora. O verdadeiro homem possui palavras sérias, sem duplicidade, sem errôneas interpretações, é claro, transparente, modesto e simples. Sabe superar suas derrotas, por todos os lados que se apresentem. Ah, como eu queria poder ser esta sua mulher por toda a vida!
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Ele chegou às 9 horas e como um felino deitou na minha cama... — Amily, olha o que tenho aqui para você! Delicadamente, maldosamente, passava o bombom no meu nariz. — Um, que cheiro é este delicioso de bombom?, eu quero! — Não e não, vem pegar. E corri atrás dele pela casa. Paramos na cozinha. — Só vou dar se você me der, AM. — Eu dou o que você quiser, se me der o que eu quero primeiro. Vai me dar? — O que você quer primeiro? — O bombom. — Há! O bombom, primeiro? — Sim, depois, sua boca, depois tudo, só bem depois, o café... A nossa solidão é absoluta, mas imparcial. Tudo é referente a nós dois, quando todos os músculos se contraem, o sensual recua, quando o olhar se firma, quando voltamos ao interior e perguntamos por quê? Onde está a verdade? Então é assim que a paixão se revela? E, naquela noite, olhei o céu, alguns de nós, como estrelas cadentes, tentando captar o movimento em que movem riscando a noite e brilham nos revelando a direção. Eu quis te dar, naquela madrugada, todos os sentimentos que omiti de mim mesma, usando a razão incoerente das sensações, diante da sinceridade existente no toque de nossos corpos que reluzia incandescente como raios de sol que, atravessando as folhas secas, seguem evoluindo ao fogo que se faz resplandecente. Parecia haver concluído o que senti naquele segundo em que vi você partir… imaturidade absoluta, em cima de sua real maturidade, apesar de ser mais velho, se transformando em menino, encantador... E ultrapassando o estágio infantil, tão dominador se chegou, sem medo das consequências que aquele beijo poderia acarretar. Início de explosões presas há um longo tempo de espera… Nunca olhei à frente, queria aproveitar cada segundo da viagem, não queria chegar a lugar algum, pra quê? Não consegui ver que as suas atitudes eram vertiginosamente, contrárias a qualquer amor, qualquer um deles. O sentimento forte e avassalador que me dominou, não permitiu que eu tivesse coragem de renunciar. Eu estava cega, muda e surda, literalmente apaixonada por um homem que jamais poderia estar. Não pelo amor, mas pelas consequências, que com certeza todos os envolvidos, haveriam de sofrer, sem medida.
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... risadas debochadas... — Medindo forças comigo, uma mulher de fibra, rica, poderosa? Acha que este seu romance hipócrita vai durar? Idiota mesmo, entre todas as amantes que ele já teve, você foi a pior. Quero te ver pedindo esmola em sinais, varrendo ruas. Quero que entre em desespero, que fique no vale dos suicidas, como eu fiquei. Eu falei que um dia iria me odiar. Tenho feito isto incessantemente há milênios. Mas você não cede, tem muita proteção, esta é a sua única sorte... ... que lugar lindo estamos, o vento fazia a dança de meu vestido avermelhado, eu caminhava em direção ao sol quando fui surpreendida por cavalos dos mais diversos tons de marrom, pretos e brancos, à beira-mar, soltos, sem destino, sem limites, unidos pelo mesmo ideal, chegar até onde fosse possível. Não disse adeus, disto eu me lembrava. Mas ouvi “ jamais vou te abandonar, me espere vou voltar!” A partida sempre é temporária, remediada e aceita no momento do retorno, do reencontro. E aqui agora eu me perguntava quem era você? Será que podíamos continuar? Não acreditava, se fosse um sonho, ele estaria pautado em meus desejos mais profundos de realização. E os vazios das carências seriam abastecidas de plenitude e paz que enobrecem o abraço. Mútua e contínua evolução do amor, dentro das mais lindas e perigosas aventuras que moldavam cada vida, seus encantos e desencantos e se findavam na renúncia de qualquer razão. ... Serão mostradas a você as causas de toda a sua dor e sofrimento. Só tendo ciência do que você provocou, vai entender a Lei de Causa e Efeito, que não é punitiva, é educativa, justa, não beneficia nem castiga. Conquistamos pelas boas ou más ações. Em tudo na vida, conforme as leis de Deus, há consequências. Sei que é difícil, mas não sofra. Somos responsáveis e não culpados... A estrada só abandona, quem quiser se abandonar Naquela rua de pedras, que o trouxe para mim O silêncio se inspirou, quando ouvi a sua voz E neste sonho sem fim, sem começo vou te amar Sem me importar quem fomos nós, quem somos nós Vou seguir meu coração, ele jamais se engana Não julga ou condena, ama, sem explicação
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Ele tentou me segurar, estávamos molhados, encharcados... — AM, para e me escuta. — Quer uma escrava para atender aos seus caprichos masculinos de sedução, aquela que aceita ser algemada, submissa, com a face disponível para você bater quantas vezes quiser e esta mulher, que levou todas estas porradas por toda a vida, com certeza é Aimê. Deve ter afetado seu cérebro, vê a sua traição e ainda bate no peito para dizer que é uma mulher de fibra, coitada! Nem deu ouvidos, tentou me pegar, corri na chuva, desviei os braços, estávamos brigando — me lar-ga, me lar-ga, vai embora como sempre faz! Ele chegou mais perto e, determinado, me prendeu com veemência e disse: —Ah… Amily… minha mulher — me beijou ardentemente. E sem fôlego para resistir, mais uma vez sua absurda tática de sedução e atração nos levou a caminhos cada vez mais perigosos e absurdamente viciantes... ... Não sei se voltaremos a estar juntos como agora. Ah, queria ficar em seu corpo até o sol se pôr. Nossa solução é obscura, diante de todos os fatos que impedem vivenciarmos todos os desejos. Seria possível voltarmos ao passado? Como nos encontrar se a vida nos afastou? Uma pergunta sem resposta. Voltamos esquecidos de quem fomos. Poderosas forças, inexplicáveis e absolutamente maravilhosas. Ah, o amor, não tem explicação. Os receios, a predominância da dúvida permanente… — será que estou sendo mais uma vez traída, não aguento mais ser traída… — infecta sua mente. Involuntariamente, agredir com palavras e gestos passa a ser sua defesa, agravada pela certeza de que o seu marido está nos braços da outra que ela quer matar, literalmente, faz a angústia e o desespero se ampliar, desencadeando a violenta e irracional explosão gerada pela alta carga de fúria. Dependendo da escala progressiva psíquica da neurose, pode chegar a cometer crime passional. Fala interruptamente, evolui à histeria, xingamento, levando à destruição de tudo o que vê pela frente... Ah, Philip, nunca vou te esquecer... Me lembrei de tuas mãos, teus carinhos, do teu beijo com gosto de vinho tinto, do teu jeito de menino que me encanta. Nas tuas mãos, escondido o teu destino, em teu corpo, tão transparente, me encontro. Ah, saudade do teu ser, destes olhos sofridos, da nossa mútua solidão. Teus braços tão meigos, violentos e precisos, não esqueço jamais...
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“Me desculpe a fraqueza de ligar, é que hoje estou sentindo demais a sua falta, que nem sei mensurar. Sabe, olhei várias e várias vezes para a porta da sala, sempre guardei uma doce esperança de que precisávamos de uma outra chance, e que o veria entrar, lentamente, com aquele sorriso acanhado, sorriso de quem quer carinho… Queria ouvir sua voz a cantar bem baixinho em meu ouvido… You are Always on My Mind e que finalmente, após um longo e prolongado tempo, dançássemos lentamente as melodias que ouvíamos quando nossos beijos não tinham fim. Queria te dizer tantas coisas, que ter você foi o momento mais sutil de expressar ternura, mesmo para que depois de perdê-lo eu pudesse reviver do resto dela. Queria te dizer que sinto a falta. Eu sentia o outro mundo, aquele que jamais pensava existir, sem me importar se você já havia amado muitas e tantas outras vezes. Queria te dizer que pensei que o destino fosse diferente. Eu via a nossa solidão conjunta e pensava o que tem de errado em nos pertencermos? Sabe, queria poder estar agora enrolada em suas pernas, vendo seu sorriso de menino, muitas vezes indefeso, muitas vezes protetor. Ah, não precisa dizer que a ama, e que nunca me quis realmente, eu sempre soube. Me perdoe, por ter te amado sem jamais poder ter me dado este direito. Como eu queria que tivesse ouvido cada palavra linda que tinha para te dizer, mas você desligou. E as suas últimas palavras, infelizmente guardarei como uma despedida, como o fim de um amor que tinha o essencial para sobreviver... o próprio amor... Depois do seu e-mail de adeus, percebi que era uma despedida. Tive uma discussão violenta, não aguento mais. Procurava uma forma de solucionar este nosso estar juntos. Me senti bastante perdido e fui para a fazenda Calhandra ficar só e pensar. Mas só me lembrava de nós dois a todo o tempo. Na viagem, se recorda?, ficamos trocando carícias e eu passei a mão no banco em que sentou, almejando tocar a sua pele. Nos amamos muito no salão de jogos, dividimos angústias e falamos coisas lindas. Se lembra, AM? Dormimos abraçados. Quero ter você por perto, conversar, rir, me sentir como um adolescente em seus braços. Ah, minha Amily, não encontro saída. Eu te amo demais, aonde está, não quero te perder, por que me disse adeus? Por quê? Mudam as suas vontades, entretanto sou a mesma, tentando unir dois seres que se reencontraram, e amando você loucamente me torno uma mulher completa, outrora quando não o tenho, relembro o que tive há pouco, e não aguento a ausência...
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Sabe, somos como Frankstein, cheios de retalhos. Se as coisas já estão confusas, por que não sair à luta e procurar algo melhor do que o que já existe? Eu acredito e sei que também acredita que nada é por acaso. Se as coisas estão e aconteceram dessa maneira era porque deveriam ser dessa forma. No meu ponto de vista, o que os outros estão pensando, e/ou estão contra, não importa. Pode parecer egoísmo, mas não é. Apenas reputação. Nada mais. Às vezes devemos escutar o que vem de dentro. O que queremos? O que vamos escolher? Eu não quero ir embora e jamais pensei que pudesse perder você. Julgar, todo mundo julga. Mas por que manter uma imagem de perfeição, se ninguém é perfeito? “Eu ouvia, enquanto pedia para que ele a amasse, para que ficasse junto dela, com todo o seu amor... E entre as minhas frases, ele dava um leve sorriso acanhado! Parecia dizer “nunca poderei largar isto tudo pelo amor que sinto pela sua mãe”, faltava-lhe coragem. Então se levantou com os olhos repletos de água e me abraçou. Mas não foi um abraço qualquer, um abraço comum. Ele descarregou todo o seu peso sobre mim, peso físico, emocional e mental, e eu ali, com os pés firmes no chão, aguentava aquele homem que não podia se render ao amor, a uma verdadeira paixão. Ele se entregou, parecia pedir perdão, parecia precisar de carinho, de alguma saída para aquele amor que ele não sabia onde colocar e não conseguia mais disfarçar! Eu o via rodeado por pessoas que diziam o amar, mas não o amavam, ele não tinha ninguém. Ele a amava! E disso, ninguém poderia ter dúvidas, estava ali, bem no seu olhar! E eu, o amava tanto, tanto”. Não consigo esconder a angústia que me domina Não quero negar o quanto te amo Nem apagar todas as lembranças marcadas Tenho que aceitar esta distância, a cada dia, maior E querendo ficar no meu corpo feito tatuagem Ganhar tempo, neste tempo que voa sem rumo ao inesperado Não querendo acordar deste sonho Queria a surpresa do encontro Permitir que a arte do amor comande o espetáculo O sofrimento espalha pó todos os lados… inevitável a verdade Mas porque se envergonhar, distorcer os fatos… Amar não é pecado! Não se lembra das nossas roupas espalhadas? Bagunça tão gostosa e tão real, como esta dor em meu peito...
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— Garota, garota, vê se escuta o que eu vou te dizer, AMO VOCÊ! Segurou meus cabelos, me imprensou na parede, colou seu corpo ao meu, me beijou violentamente, e suas mãos por dentro da minha blusa... falou ao meu ouvido: “ninguém vai te desejar assim, ninguém vai te beijar assim, ninguém vai te dar prazer como eu te dou, não vai encontrar outro como eu, tenho certeza, amor da minha vida!” E perdidos, mais uma vez os impulsos totalmente previsíveis, fluíram. Com as pernas bambas e ardendo pela ânsia de ceder ao seu domínio, no desejo que parecia não ter fim, entre mesas e cadeiras, o chão da coxia foi o palco de mais um delicioso ato de paixão... ... Lágrima é quando o coração pede aos olhos que falem por ele. Lealdade é quando a gente prefere morrer do que trair a quem ama. Maldade é quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser. Saudade é estando longe, sentir vontade de voar e, estando perto, querer parar o tempo. Amigo é alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta. Solidão é quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto. Ternura é quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas. Vaidade é quando a gente abdica da nossa essência. Adeus é quando o coração que parte deixa a metade com quem fica... Algumas coisas fáceis de lembrar, pode ter-nos unido para sempre, independentemente do que a vida exija. Mesmo que tenha tido repetidas fugas que cada vez mais o aprisionava, mentiras de prazer efêmero, pressão ou jogos de dominação que lhe deram apenas vantagem de momento, mas não te preenchiam e não te libertavam da sua condição. Só adiantaram para a sua desilusão e a cada dia, doer em escala positiva, confirmando que ninguém muda ninguém. A raiva e o ressentimento são o resultado frequente, quando destruímos a única fonte de vida. E esse ressentimento pode durar uma vida inteira, não é verdade? Quanto tempo mais lhe resta para tentar mais uma vez ser feliz? Quando não nos concentramos nos nossos interesses e sim nas posições, não nos permitimos criar uma possibilidade, para uma livre escolha de decidir o que fazer. Pensamos apenas nas impossibilidades, óbvias inimigas da verdade. Dois amantes da paz, da satisfação de pertencer sem cobranças, inseparáveis companheiros. Um homem e mulher que planejam estar juntos. É possível, sim!..
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— O que faz aqui, deitado de bruços na minha cama, com o cabelo todo bagunçado, suado, lindamente cansado? — Não sei, o que a mulher da minha vida vai fazer agora? — Hum, posso morder esta sua linda bunda branca? — O quê? — E com uma cara de sacana, insaciável sacana: — Pode, se fizer aquilo depois. E mordi, bem devagar. Ele se virou, num golpe mortal, invertemos as posições. — AM, sou seu. Quero agora o que faz com maestria! Acreditava que todos os nossos esforços seriam recompensados e que um dia entenderíamos o que aconteceu. Mas não me diz o que sente, não consigo adivinhar, não estou conseguindo aceitar, me perdoa? Jamais vou conseguir, amo você e se, realmente, me ama, também não vai conseguir me esquecer. Nossa paixão foi o vendaval que inflou as velas dando condições para que navegássemos contra as gigantescas ondas na tempestade e neste trajeto incontrolável das marés, naufragamos bem perto das areias seguras que nos levariam de volta pra casa, estaríamos salvos dentro deste abraço, como estamos agora. — Dormi feito um anjo. Quero te dizer que Amily, soa como um sopro de esperança, renovadora esperança que no milésimo de segundo em que sua voz me chama eu me permito acreditar que não é um sonho. Obrigada pelo seu amor, por me permitir amar, apesar de saber que eu nunca poderia ter amado, apesar de estar convencida que tenho que deixar de amar. — Não fala assim, não há acasos no amor, eu te amo, Amily! Um perigoso jogo começou e ninguém se falou. Brilhou toda a luz desta emoção, quando no sítio nos despimos por completo, tão perfeitos. Senti todo o seu bem-querer naquele olhar inesquecível. Sabíamos que não tínhamos destino, mas mesmo assim voamos nas asas da imaginação, descobrimos o encanto do viver, dividimos aquele mundo por inteiro. Você veio me mostrar o que não conseguia mais esconder, me fazendo acreditar que não foi um sonho. Se pode ou não pode, veremos depois. Se eu pudesse esquecer você, iria embora. Se eu tivesse forças para fugir, iria agora...
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“Lamento por tudo! Sei que você não está bem; também não estou, mas supero!” — O quê?, bateu o telefone na minha cara, desligou quando eu falava, saí da aula nervoso e você me deixou mais nervoso, dei uma bronca sem tamanho em alguns médicos, coisa que não costumo fazer e o que está acontecendo com você? Quer me enlouquecer? — Este rude, violento e sem piedade é outro que não conhecia, tem nome? Vai, vai lá pedir para o dragão que cospe fogo te beijar como te beijo, te desejar como te desejo... E caiu sobre mim a mais pesada realidade, quando não tive mais escolha… A vida prossegue e você se libertou do que não precisava mais. Sua profecia está finalizada. Apenas uma delas será responsável pela sua felicidade! E eu tive que partir, mesmo fenecendo, ciente de que nunca poderia ser capaz de esquecer… Me perdoe por te amar. Tive que partir. ... Escutei a sua voz a recitar um pequeno poema de amor bem antigo, devia ter até naftalina, mas escutei ela dar um riso acanhado. O barulho do casaco dele ficou bem alto, na minha mente ele foi até ela, o barulho ficou mais intenso, e me pareceu que ele a abraçava por trás, tirou o casaco, talvez para tirar toda a roupa, e pegou o celular. Quando viu meu nome estampado na tela, e ligação de 1h15, disse: — Nãaaaaaaaoooooooooo! — E desligou o celular... Sabe-se lá, quanto tempo, quantos anos, séculos ou milênios para um novo reencontro? Quem seremos nós, que aparência teremos? Infinitas possibilidades, infinitas impossibilidades. Nosso amor foi caracterizado por um profundo clima romântico, com suas dúvidas, medos e sacrifícios, sem no entanto abstrair a possibilidade de esperança. Quando estamos juntos, somos a combinação das palavras com as emoções, como se elas fossem um pouco roubadas de cada um de nós. Ali, presente nas linhas e entrelinhas, é mais do que desgaste físico começar cedo e terminar tarde. É rápido o tempo, e o envelhecer acompanha os ponteiros. Noites sem dormir, viradas, projetos a concluir. Queria ter tido tempo para finalizar o que começamos juntos, vendo a nossa capacidade de realização, sem sermos escravizados. Sem rumo definido pela nossa descabida distância, voltarei para casa, sozinha de você, vazia.
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Amily, às vezes, deixamos de fazer o que gostaríamos de estar fazendo em prol de algo pleno de paz, onde o amor, como maestro, orquestre nossas vidas à eterna felicidade. Você me faz sentir um poeta do amor! Que acontecimento é este que ao toque das mãos dele, invadiu o meu corpo num arrepio delicado, exsudou suor por toda a pele e me fez emudecer a voz, sendo capaz, até, de lhe dizer mil palavras no silêncio de seu doce abraço, permanecendo ali, sugada, mas, ao mesmo tempo, protegida por toda a noite de prazer, controlando seus impulsos e não permitindo que acabe? Invasão de corpos? União plena de entrega? Encontro de almas que se completam além da matéria? Deixamos de ser o que somos, para agradar o outro. Nos anulamos, aniquilamos os sonhos, matamos as esperanças. Pra quê? Por quê? Lutamos para sobreviver, mesmo sem muitas respostas. E lá no fundo de nossa alma, com o coração que rodopia como pião, não sabemos quando parar. Dizemos coisas absurdas, magoamos, traímos, escondemos, apesar de sermos verdadeiros e não querer qualquer sofrimento matando o que de bom, ainda vive. Assolando nosso corpo, rasgamos o peito, num grito de socorro. Queremos dar, o que não temos para oferecer. Assim, fugimos de nós mesmos, e a plenitude, se desfaz como nuvens ao vento, e a paz, almejada e sonhada, se distancia, cada vez mais... ... ao alto, acima de mim a queda d’água forte, implacável se chocava em seu leito, se dissipando em pequenas partículas, formando a branca espuma que logo se dissolvia e voltava a ser calma. O barulho das águas estremecia o silêncio. Fui pega de surpresa, senti aquele beijo molhado a me invadir e me tirar a consciência. Philip? — Helena, te amo tanto, desde quando te vi naquela chuva e, mesmo com os olhos turvos, de alguma forma você brilhava. Sempre te amei, você é o amor da minha vida! Tentei ir embora, mas não consegui, Philip me segurou pela cintura, olhos nos olhos, e a respiração ofegante simultânea exalava o cheiro da ânsia de querer mais e mais, e de uma só vez ele me puxou para seus braços fortes, me encostou na parede úmida da pequena caverna, onde um filete de água gelada vertia sobre nós dois, nos afogando em beijos mais intensos, que nos levava a despir o corpo e confortá-lo no calor que nos unia...
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— Ah, por onde andava, por que não tenho a sua idade, por que te quero e te amo tanto, sem poder? Não sei se preferia tê-la como antes, sem nunca poder ter lhe tocado, sentido o gosto de seu beijo, da sua ternura, assim eu a teria para sempre sem nunca ter tido. Mas agora, depois de ter tido a mulher que tanto desejava, seu corpo macio, podendo sentir todo o prazer quando juntos estamos, logo agora, te amando mais e mais, estou te perdendo. Segur ou com força em meus cabelos me querendo intensamente, controlando todos os impulsos não permitindo que tudo se acabe em seu grito e tremor de êxtase, fim da ânsia temporária para um novo recomeço. — Amily, fica aqui, deitada em meu peito. Quero dormir assim... ...Amor da minha vida, bombons para degustar na longa viagem de volta e algumas palavras que eu não conseguiria dizer ao vê-la partir. Quando a distância separa alguma coisa que nos é grata, faz com que sintamos a sensação de perda de um pedaço. Este espaço já não fará parte de meu corpo e sim de um universo que será para sempre o nosso mundo. Quem sente a perda deste algo que não podemos decifrar, sabe que não foi em vão pois quem sente a perda é porque ama... Me sinto culpado por tudo, jamais deveria ter beijado você naquele dia! Desculpe-me! Escuta, estou aqui fora, andando em volta da piscina. Vou te falar mais uma vez, quantas vezes for necessário. Amo você, AM. Estar ao lado de alguém, dormir na mesma cama não significa nada. Não temos mais nenhum relacionamento. Mas o nosso casamento não acabou, envolve muitas outras coisas, eu já te falei, mas você não consegue entender isso! AM, contei e esperei que viesse hoje. Estou triste, profundamente triste. Mas tenho certeza de que um dia vai perdoar, não sete, mas setenta vezes sete... e, por fim, voltará a sua casa para aprendizados, onde tem grandes responsabilidades assumidas no mundo espiritual e que deverão ser materializadas. Com um beijo e um abraço em seu coração. Estarei sempre aqui. Fique com Deus! Te amo!
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Se nós estamos aqui, agora, juntos, podemos, sim, nos permitir dar e receber. Se tudo que Deus faz é bom e está correto, onde está o erro? Nas circunstâncias talvez, na diferença de idade, no que você representa para o mundo? Eu só tenho o meu agora para te dar, um lado da minha cama para você voltar e um armário de duas portas se você quiser ficar. Ele fechou os olhos, as lágrimas desceram. Dei-lhe um beijo carinhoso. — Vem. Peguei em suas mãos e fomos para o quarto. Ali me deitei em seus braços, que enlaçaram meu corpo. Ele fez uma breve prece e numa plenitude de paz, há muito tempo esperada, dormimos. Te dei tudo, acabei sem nada Achei que dava meu amor Reconheço que em você eram só carências Quando te vejo sinto o gosto do passado Momentos há muito vividos Que tenho que esquecer Sensações antigas Que ainda não esqueci o sabor Dos beijos deste impossível amor E a serenidade para agir não encontro Me deparo com a sua ausência Deixamos pra depois o que não poderíamos E mais uma vez solitários perdidos em multidões À procura do que já havíamos encontrado — Não, me escuta, por favor. Este é um dos meus maiores problemas em meu casamento, minha esposa não me escuta, nunca consigo falar, tenho sempre que ouvir e só. Não há diálogo, só imposições. — Se você não quer tomar ou não pode tomar atitudes, eu sinto muito. Eu só queria te amar e pensei que quisesse receber, mas não, vai complicar, desmoronar os seus muros e sua real vida será exposta. Toda a confiança e admiração, que eu sentia pelo homem que plantou em meu coração uma semente tão pura com todas as chances de nascer, vem se desfazendo pouco a pouco, pois estou vendo você agir de forma contrária a tudo o que sempre acreditei ser certo...
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— AM, quero te dar um presente. — Xiiiiiiiiiiiiiiiiii, por que isto agora? Está tão bom aqui. — Sabe, sei comprar o que gosto, mas para mim. Não sei comprar para ninguém, não saberia o que escolher. Você compra, me diz e vou ficar feliz. — Só tem um presente que quero de você. Não tem preço, só valor, sente. E lenta, vagarosamente, meu lábio superior beijava o seu lábio inferior, seu queixo e, permitindo que sentisse todas as emoções que vibravam dentro de mim, me projetei em seu corpo. — É assim que te quero, você é o meu presente, me ama, quero sentir o quanto me ama... Ah, não sei mais nada O primeiro perdão você me deu Quando dentro do primeiro beijo, eu pedi O segundo perdão você me exigiu Quando entrou e saiu da minha vida como quis Chega de sofrer por coisas que não nos pertencem Nunca irão pertencer Chega de lutar para que você Seja capaz de se permitir viver... Amily, quem serve, sempre será reconhecido e servido por Deus. Você é uma servidora. Não precisa me agradecer, tudo o que faço, é por amor. Obrigado pela sua amizade, fidelidade e muitos bons dias! Estou ao seu lado, nos amamos há milênios, este amor transcende a eternidade, sempre vou te amar e jamais vou te abandonar, mesmo que não a tenha mais como mulher... AM, as fenomenologias da cura têm muitas vertentes, tudo é captado pela consciência e pelos sentidos. Suas essências são das mais variadas e extensivas percepções. Os médiuns de cura apenas aplicam um passe usando o magnetismo e emanando energias sutis, limpando e ativando o chakra necessário ao equilíbrio do campo áurico. Os que têm mediunidade de cura, geralmente, são convictos do amor universal. Têm a capacidade de captar ectoplasmas, energias da natureza, produzindo reações em órgãos e tecidos do corpo humano, reparando-os. Podem ou não, ter qualquer assimilação com a medicina material...
AMILY, Uma paixão proibida
degustação - ISBN 978-85-917840-0-4
Beijaram-se ardentemente pela primeira vez. Instantes de tumulto de sensações e entrega absoluta. E quase desfalecendo, de tanto desejo, ele me envolveu em seus braços, levantou meus cabelos dourados e mordeu meu pescoço, minhas costas e, senti a sua respiração ofegante com a fúria masculina de domínio, me virou. Segurava as minhas mãos e aqueles olhos fixos nos meus, a todo instante diziam mais do que mil palavras. A lua tomava conta do infinito, iluminando o céu e o mar. Ficamos ali juntos, completos, seguros, e a sensação era de que estivéssemos flutuando sobre as estrelas... Quando nos encontramos, me pareceu que a vida havia parado, apesar dos brancos cabelos e seus movimentos mais lentos. Quando seus olhos se fixaram nos meus, voltaram a brilhar e dizer mil palavras, nada havia mudado. De mãos dadas, sentados e envoltos pela afinidade mútua, lanchamos, conversamos, estávamos surpresos. A noite chegou e não queríamos ir embora. O tempo de amantes havia passado, mas o amor, jamais, era infinito... — Mas é debochada mesmo, vem para cá agora. — Ah, até parece. Não sou sua! — Amily, está linda, hoje, mais do que em todos os dias. Este vestido preto transparente, me enlouquece só em pensar. Onde você está AM? E com quem? Me disseram que você foi se encontrar com seu namorado, estou bastante “babo”, muito! Vem para cá agora, estou te pedindo. — Onde estou e com quem, realmente, não te interessa, não é mesmo? Tentei ser sua, só eu sei o quanto tentei ser sua. Você escolheu, fim, basta! Quero de você todas as palavras que ainda não disse Seu sorriso menino, sua alegria... Quero que suas mãos afaguem meus cabelos Percorram meu corpo, me prendam em seu abraço Quero sua renúncia absoluta, seus beijos tão perfeitos Quero seus conselhos, sua voz, sua sabedoria Sua amizade, sua calma, seu agora Não quero te perder, mais uma vez...
AMILY, Uma paixão proibida
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... Sabe, um dia ouvi uma frase do melhor amigo que pude ter e que o perdi por amá-lo demais. Nunca me esqueci dela: “AM, obediência é o consentimento da razão, resignação é o consentimento do coração”. Estou bem perto de conseguir ser obediente, o que certamente me conduzirá ao sofrimento e meu coração se apagará. Então, somente dessa forma, estarei resignada... E perto, bem perto, os nossos corações Bem distante de nós, todas as impossibilidades E transbordando de tanta ternura que preciso te dar Me deparo com esta simples verdade Te quero na plena doação de teu corpo Te quero sem nome, digital Te quero no florescer de um desejo Te quero quando, saciado, este desejo se torna paz — Vou levá-lo e depois, quero passar aí para te dar um beijo bem demorado de boa noite, você quer? — Se eu quero? Só vai saber quando seus lábios tocarem os meus. Por volta de meia-noite e meia, ele abriu a porta e entrou. Será que eu estava sonhando? Nos agarramos ali mesmo, de pé, na sala. — Me beija, Amily. E aquele beijo durou muitos minutos. — Você está me fazendo enlouquecer. E sussurrando em seu ouvido: — Dorme aqui comigo, dorme. — Não fala assim que não vou aguentar. — Está me desafiando, é? — Fêmea, vai fazer o quê?, quero ver! Para seres meu homem completo, deverás ter a dignidade que se sobrepõe às sensações, ter mãos firmes para me conduzir e me segurar nas fraquezas femininas, ter a personalidade que me faça esquecer de todo o passado e recomeçar sem laços que me aprisionavam. Tenho você aqui, mas não posso tê-lo. A cada dia quanto mais nos vemos, nos amamos, nos entregamos, mais sinto que estamos nos perdendo, para sempre!
AMILY, Uma paixão proibida
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— Me espere então na garagem superior, estou subindo para a sauna. Nem quatro minutos se passaram e vejo seu carro entrar apenas com a lanterna acesa e subir a garagem completamente vazia e escura. As luzes foram se acendendo e fui caminhando, desta vez na direção do motorista, ele saltou do carro. — Te amo tanto, tanto! Pegou a minha mão e levou ao seu peito, onde o coração parecia explodir, pulsava descompassado. — Olha só o que faz comigo. Por que foi embora, AM? — Para não prejudicar mais a sua aula, seu trabalho, sua vida. Eu não posso mais, não posso te desviar desta missão, não posso. — AM, piorou tudo. Eu pensei que tinha saído só para fazer pipi. Fiquei quase uma hora olhando para a porta da sala e não voltou. E quando acabou, saí desesperado perguntando a todos “cadê a Amanda, alguém sabe da Amanda?”, até que me disseram: “Ela já foi embora, Dr. Henrique, o que houve?”. Nem respondi, só queria um celular. — Por que saltou do carro? — Você veio em minha direção e pensei “não entrou correndo para se jogar em cima de mim, ela vai mesmo me deixar.” Estou nervoso. — Preciso que entenda que estou sofrendo, muito. Nenhuma opção nos fará feliz, não temos saída a não ser esquecer e seguirmos nossas vidas. O tempo era meu inimigo. Queria vivenciar cada segundo de que não disponho. O seu passado, repleto de recordações e todas as suas consequências e o futuro, eterno mistério. Tinha apenas o momento presente, nele, tudo que pude lhe ofertar, era tudo o que existia. Seu cheiro no ar que respiro, essas mãos quentes e macias por toda a parte. nossos braços firmes, entrelaçados… Ah, pernas perdidas entre o meu e o seu, eu e você. Não tínhamos idade, nem éramos apenas corpos desnudos nesta união, ali se estabelecia o encontro de almas. Vendo-o adormecido abraçado a minha paz, extremamente vulnerável, meus pensamentos se preocupavam com a incerteza dos seus. Sua vida nos engolia e não consegui distinguir que quanto mais o tinha, mais o desejava, mais o perdia. E voltávamos a nos procurar, na incerteza do amanhã. E mesmo sem poder, eu acreditei que poderia.
AMILY, Uma paixão proibida
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— Me desculpe. Você foi embora e me senti perdido. Faltava uma parte de mim ali. Sabe, pedi que todos fossem na frente para o restaurante e, antes de ir, cheguei a entrar na sua garagem, no nosso cantinho, seu carro não estava lá. Fiquei um tempo olhando o elevador, na esperança de ver você descer e vir correndo como fazia, se jogando no meu colo como uma criança, me abraçando com toda força e mesmo em silêncio eu ouvia seu coração, como uma súplica… fica comigo, não me abandone, preciso de você… amo você, como te desejo, mas você não chegou... A angústia é o lugar em que permaneço, querendo enxergar o inacreditável fim e o incerto começo. Queria o sentido desejado, vivido, porém no fim, renunciado. Eu tentei te dar uma proposta de vida, mesmo sabendo que o teu tempo e o seu passado não permitem. Eu quis te dar o melhor dos dias, e qual o melhor dos dias em que nos amamos? Qual deles leva guardado? Qual o melhor instante que passamos nos procurando entre pessoas e olhares desconhecidos, até que a busca tenha fim e me deixavas aproximar de seu corpo, que nada recusava a vivenciar? Hoje sei que podemos ser o que quisermos ser. E cheia, transbordando por querer tê-lo em mim, quis te dar o poder de decisão, que ficou entre o certo e o errado, entre a razão e a emoção… — Amily, eu tenho sentido dificuldade de enfrentar esta situação e a solidão que me invade quando não está por perto, apesar da presença constante de pessoas ao meu lado. Confesso que um vazio incômodo está sempre presente. Entretanto aqui, agora, a tua companhia preenche as minhas carências fazendo, num instante, a solidão desaparecer, preciso de você, nem eu sabia o quanto. Este nosso encontro é tão importante. Consegue sentir o que emana? Eu preciso que saiba e sinta que tudo o que estou dizendo é verdadeiro. Jamais faria você sofrer. Eu estava com as mãos dentro de sua camisa, acariciando seu corpo, ele afagando meus cabelos... Meus olhos vidrados em seus lábios que mordiam meus dedos me fez perder o resto de razão. Beijei sua boca que se abriu e me recebeu, precisando de fôlego para seguir adiante. — Pertenço a você e não sei como me permito total submissão. ... Pai, obrigado, principalmente pelo seu árduo trabalho que me proporcionou caminhar, mesmo que descalço, a estrada da instrução. A adversidade me fez mais forte, e foi o que me impulsionou a não desistir...
AMILY, Uma paixão proibida
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“Acabou o tempo que lhes foi dado para o livre-arbítrio, a decisão final. Quando não resistem, o desprendimento se torna muito mais difícil. A ferida se aprofunda e a cicatrização será cada vez mais lenta e dolorosa…” ...Hoje, em Acácia, estamos com a presença de uma alma sábia, responsável por detectar qual médium tem esta “ frequência mediúnica” compatível com a sua. O escolhido reencarnará para ser o intermediador do mundo físico e da espiritualidade através do véu obscuro da verdade, que Deus permite ser divulgada no momento exato... Reencarnou às margens do Rio Arno, pertenceu ao processo de criação do alfabeto etrusco, composto por vinte letras, pois já havia tido experiência com o alfabeto grego primitivo. Na Grécia, havia sido servo na casa do poeta Lírico, onde teve a oportunidade de afinar seu ouvido com os belos acordes de flauta que faziam parte do seu dia a dia. Com as elegias de poesia e música, aprendeu a direcionar as palavras, gerando em seu ser uma ação humana que age a partir de dentro do ser moralizado, destinado a ajudar as pessoas a suportar momentos difíceis, como a perda de entes queridos pela morte. Levaria consigo este aprendizado: o amor pela palavra e seu significado mais íntimo. Ali começava a refletir sobre a efemeridade da condição humana e sentir que existia algo muito maior do que somos além da matéria. Enfrentaria, em vida, as provas necessárias, já adquiridas em espírito. ... a fundadora e presidente Lara, foi designada para esta missão de extrema importância e responsabilidade, pela mentora espiritual, “Maryáh”, abnegada praticante da caridade, socorrista de almas aflitas e em sofrimento. Médica e humanista que tinha a missão de lecionar, levando a verdade através do conhecimento, que liberta. Desencarnou em 1876, ao atravessar o Oceano Atlântico a bordo do navio Espadarte que partiu de Genova, com destino a Salvador... Nos centros mais avançados de treinamento, temos guias específicos que atuam no processo hipermagnético, sensibilizando o perispírito, para que a comunicação flua mais intensa. Muitas sessões de desobsessão, incorporação e testes de frequência mediúnica são feitas e devidamente catalogadas em suas fichas cármicas.
AMILY, Uma paixão proibida
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Jesus dizia: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Ao mesmo tempo, a compensação que espera aqueles que sofrem, e a resignação que faz abençoar o sofrimento como o prelúdio da cura”. Qual o sentido dos sentimentos, se temos que extirpá-los de nós, se corroídos pelas dores da perda temos que aceitar esta ausência? Como enxugar as lágrimas, afagar seu corpo num abraço silencioso, tentando por um milagre fazer com que sinta que não está sozinha. Eu pensei que pudesse esquecer aquelas coisas que ficaram guardadas em segredo, quando queremos esconder de nós mesmos a dor e o prazer que nos proporciona o coração acelerar, a alma se desnudar por completo, e toda a vida represada dentro do peito parece transbordar. Sou uma fonte de energia, como as águas dos rios, à espera de se entregar ao mar. Constantemente, produzo mais e mais emoções a ponto de me sufocar em meu próprio ser. Sinto o prazer sutil de afetividade sincera, pura, sublime, fortemente registrada no meu psiquismo, derivada de impressões físicas vividas, quando nossos olhares se encontravam e intercambiavam raios como flechas que vitalizavam, estimulavam e nos davam coragem, ânimo e alegria de viver. Algumas técnicas reparadoras no seu perispírito foram aplicadas durante esse seu tratamento. Acredito que você já se sinta melhor. No momento certo, você verá sua família espiritual e amigos, que há algum tempo estão à sua espera e com muita vontade de revê-la. Não estão em Acácia, mas serão trazidos no dia em que confraternizarmos este encontro para todos os habitantes desta casa. É um dia de grandiosos concertos musicais ao ar livre, banhados com o perfume exalado das flores. Os campos ficam repletos, a energia que emana resulta na egrégora de amor que de tão grandiosa, se reflete aos quatro cantos, mas para você participar deve estar preparada. Fique em paz. ... a sabedoria e o conhecimento são infindáveis. Quando estiverem mais conscientes, iniciarão o trabalho do mediunato, que nada mais é do que a prática das faculdades mediúnicas inerentes àquela encarnação, com o dever de servir à caridade com consciência, responsabilidade, compromisso, coerência, humildade e amor fraternal...
AMILY, Uma paixão proibida
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