TFG - CENTRO DE APOIO A ANIMAIS DOMÉSTICOS ABANDONADOS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS - UNIFEOB CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ANA CLAUDIA RAMOS

CENTRO DE APOIO A ANIMAIS DOMÉSTICOS ABANDONADOS Amparo, cuidado e bem-estar animal em situação de rua

SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP 2019


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ANA CLAUDIA RAMOS

CENTRO DE APOIO A ANIMAIS DOMÉSTICOS ABANDONADOS Amparo, cuidado e bem-estar animal em situação de rua

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB como exigência parcial para Graduação do Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof.º Valdir Fogarolli Junior

SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP 2019



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DEDICATÓRIA Primeiramente dedico a Deus, que foi um verdadeiro guia nessa jornada, a fé que possuo me ajudou a enfrentar os obstáculos e não me deixou fraquejar em momentos difíceis. A minha mãe Maria e meu noivo Júlio, também dedico a vocês este trabalho com todo meu amor e carinho.


Agradeço a Deus pelo dom da vida, por abençoar minha

trajetória

permitindo

que

superasse

minhas

dificuldades ao longo destes cinco anos.

parte da minha formação e ainda vão continuar presentes em minha vida. A todos os professores que contribuíram para minha

A minha família e especialmente minha mãe que me

formação

acadêmica

e

meu

crescimento

profissional.

impulsionaram para alcançar meus objetivos e me deram

Agradecimento em particular ao meu orientador Valdir, que

suporte para conquistar.

sempre com muita leveza me auxiliou com grandes

Ao meu noivo que esteve comigo em todos os momentos,

que

compreendeu

minhas

angustias,

me

apoiando, me incentivando e me ajudou em vários momentos. Aos meus amigos Giovana, Joyce e Marco, entre outros

companheiros

de

trabalhos,

onde

orientações e me ajudou nesse trabalho. Aos animais seres puros, companheiros que amam sem julgamento, sem limites e não esperam nada em troca. Agradeço

a

todos

que

fizeram

diretamente

ou

dividimos

indiretamente parte na minha formação, sem ajuda, apoio e

ansiedades, alegrias e superamos as adversidades, fizeram

compreensão de todos, este sonho não teria se realizado. Muito obrigada por ter feito parte desta etapa da minha vida.

“Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los”.


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Com a evolução humana, as pessoas desenvolveram laços afetivos com algumas espécies de animais, principalmente cães e gatos. Atualmente, esses animais domésticos estão mais presentes no âmbito familiar. Contudo, o crescimento da população animal e a falta de conscientização da sociedade em relação ao cuidado animal, ocasiona o aumento do número de abandono de cães e gatos no meio urbano, como consequência gera problemas sociais e de saúde pública. O objetivo da pesquisa é compreender o panorama atual da gestão pública e da sociedade sobre animais errantes nas áreas urbanas no cenário de São João da Boa Vista e posteriormente, a expectativa da proposta é a criação de uma instalação apropriada, buscando reduzir o número de animais abandonados nas vias públicas, visando o acolhimento e bem-estar animal, para que possa ser reintegrado na sociedade através de adoções responsáveis. Para isso foi realizado estudos pertinentes ao tema, por meio de revisões bibliográficas, dados estatísticos, estudos de caso de modo conceitual e projetual, estudos diretos através de visitas in loco, pesquisas, questionário e levantamento fotográfico. Dentro deste contexto foi desenvolvimento um projeto arquitetônico de um Centro de Apoio a Animais Domésticos Abandonados, visando promover a criação de um serviço do qual a cidade carece, em prol do bem-estar animal e da população em geral.

Palavras-chaves: Bem-estar; Abrigo; Abandono animal; Problemas urbanos; Arquitetura.


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With human evolution, the people develop affective bonds with some animal species mainly dogs and cats. At present those pet are more present in the family environment. Withal, population growth animal and the lack of awareness of society relation looked after animal, causing the increase in the number of abandonment of dogs and cats in the urban middle, as a consequence generates social problems of the public health. The goals of the research is to understand the current panorama of public management and society about wandering animals in urban areas in the setting from São João da Boa Vista in later, the proposed expectation and creating an appropriate facility, seek to do cut down number of abandoned animals on public roads, pork barrel the warm welcome and welfare animals, so it can be reintegrated into society through responsible donation. For this it was discharged studies relevant theme, through bibliographic reviews, data static, case study conceptually and project, study direct via in visit local, research, question and survey photography. Within of this context was developed on the basis for proposal from an abandoned pet support center, promoting the creation of a service that the city needs.

Keyword: Welfare; Shelter; Animal Abandoned; Urban Problems; Architecture


ABINPET: Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação; CCZ: Centro de Controle de Zoonoses; IBGE: Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística; CFMV: Conselho Federal de Medicina Veterinária; WAP: Proteção Animal Mundial (World Animal Protection), antiga WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal); AMVEBBEA: Associação Médico-Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal; IBPAD: Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados; UNESCO: Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura; ONU: Organização das Nações Unidas; ONG: Organizações não Governamentais; FUNASA: Fundação Nacional de Saúde; OMS: Organização Mundial da Saúde WVA: World Veterinary Association MPSP: Ministério Público do Estado de São Paulo MPMG: Ministério Público de Minas Gerais LEED: Liderança em Energia e Design Ambiental IDH: Índice de Desenvolvimento Humano PIB: Produto Interno Bruto USPA: União Sanjoanense de Proteção aos Animais


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cão e gato juntos .......................................................................................................................................................1 Figura 2 - Dogs and Cats ...........................................................................................................................................................8 Figura 3 - Friso de animais (pintura mural) c.15.000-10.000 a.c. .............................................................................................32 Figura 4 - Comparação das cores vistas pelo homem e o cão ................................................................................................37 Figura 5 - Sistema visuais ........................................................................................................................................................38 Figura 6 - Frequência de som percebida por diferentes espécies ............................................................................................41 Figura 7 - Três abordagens para definir o bem-estar animal ...................................................................................................46 Figura 8 - Estimativa de animais de estimação no Brasil .........................................................................................................49 Figura 9 - Projeção estima o crescimento de número de cães em comparação ao número de crianças nos lares brasileiros 50 Figura 10 - Infográfico de padrões dos brasileiros na interação com seus animais de companhia ..........................................51 Figura 11 - Tarefas fundamentais para um abrigo animal ........................................................................................................56 Figura 12 -Propensão ao abandono animal no caso de mudança de residência .....................................................................65 Figura 13 - Estatística sobre a negligência com a castração animal ........................................................................................67


Figura 14 - Mapa da localização de São João da Boa Vista – SP ...........................................................................................75 Figura 15 - Mapa com área urbanizada do município ..............................................................................................................77 Figura 16 - Mapa de divisões territoriais urbanas ....................................................................................................................78 Figura 17 - Mapa de vazios urbanos ........................................................................................................................................79 Figura 18 - Mapa dos principais acessos .................................................................................................................................80 Figura 19 - Desenvolvimento econômico de São João da Boa Vista ......................................................................................82 Figura 20 - Infraestrutura básica ..............................................................................................................................................82 Figura 21 - Temperatura média horaria em São João da Boa Vista ........................................................................................83 Figura 22 - Direção do vento em São João da Boa vista .........................................................................................................84 Figura 23 - Zoneamento bioclimático brasileiro ........................................................................................................................85 Figura 24 - Feira de adoção realizada pela USPA ...................................................................................................................87 Figura 25 - Animais nas vias públicas de São João da Boa Vista ............................................................................................88 Figura 26 - Animais nas vias públicas ......................................................................................................................................89 Figura 27 – Vista frontal da Associação Pet Feliz ....................................................................................................................93 Figura 28 - Imagem externa da Associação Pet Feliz no ano de 2015 ....................................................................................95


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Figura 29 - Diagrama de setorização da ONG .........................................................................................................................96 Figura 30 - Associação Pet Feliz ..............................................................................................................................................97 Figura 31 – Imagens do Centro de Controle de Zoonoses..................................................................................................... 100 Figura 32 - Infográfico com os dados principais da pesquisa ................................................................................................. 101 Figura 33 - Fachada principal do Centro de Atendimento Animal de Los Angeles ................................................................ 104 Figura 34 - Principal arquiteta do escritório RA-DA ................................................................................................................ 106 Figura 35 - Mapa Los Angeles ............................................................................................................................................... 107 Figura 36 - Localização do Centro de Atendimento Animal de Los Angeles .......................................................................... 108 Figura 37 - Relação com o entorno do centro de atendimento animal ................................................................................... 109 Figura 38 - Setorização geral e fluxo dos canis ..................................................................................................................... 111 Figura 39 - Organização do canil ........................................................................................................................................... 112 Figura 40 - Planta com programa de necessidades ............................................................................................................... 114 Figura 41 - Acesso principal do Centro de Atendimento Animal e Centro Comunitário de Los Angeles. ............................... 116 Figura 42 - Galeria Central ..................................................................................................................................................... 117 Figura 43 - Interna do Centro de Atendimento Animal de Los Angeles.................................................................................. 118 Figura 44 - Áreas verdes ........................................................................................................................................................ 119


Figura 45 - Área de circulação e alojamentos ........................................................................................................................ 119 Figura 46 - Temperatura média horaria em Los Angeles ....................................................................................................... 121 Figura 47 - Direção do vento em Los Angeles ....................................................................................................................... 122 Figura 48 – Planta e suas condicionantes.............................................................................................................................. 124 Figura 49 - Estudo de insolação nas fachadas do Centro de Atendimento de Los Angeles .................................................. 124 Figura 50 - Elevação Oeste.................................................................................................................................................... 125 Figura 51 - Fachada principal da Instalação de Cuidados para Animais de Palm Springs .................................................... 127 Figura 52 - Equipe Swatt | Miers Architect ............................................................................................................................. 129 Figura 53 - Mapa de Palm Springs ......................................................................................................................................... 130 Figura 54 - Localização da Instalação de Cuidados para Animais de Palm Springs .............................................................. 131 Figura 55 - Relação com o entorno da Instalação de Cuidados ............................................................................................. 133 Figura 56 - Setorização da Instalação de Cuidados para Animais ......................................................................................... 134 Figura 57 – Acessos da Instalação de Cuidados para Animais ............................................................................................. 136 Figura 58 - Fachada Norte da Instalação de Cuidados para Animais .................................................................................... 137 Figura 59 - Fachada Oeste da Instalação de Cuidados para Animais ................................................................................... 138


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Figura 60 - Detalhes da fachada ............................................................................................................................................ 139 Figura 61 - Detalhamento do interior da Instalação de Cuidados para Animais ..................................................................... 140 Figura 62 - Detalhamento dos canis....................................................................................................................................... 141 Figura 63 - Área externa e integração .................................................................................................................................... 142 Figura 64 - Circulação e canis externos ................................................................................................................................. 142 Figura 65 - Temperatura média horaria em Palm Springs ..................................................................................................... 144 Figura 66 - Direção do vento em Palm Springs ...................................................................................................................... 145 Figura 67 - Planta com ventilação e insolação ....................................................................................................................... 146 Figura 68 - Estudo de insolação nas fachadas ...................................................................................................................... 147 Figura 69 - Elevações ............................................................................................................................................................ 149 Figura 70 - Fachada principal do Centro de Refúgio Animal .................................................................................................. 151 Figura 71 -Arquitetos responsáveis pelo escritório Arons en Gelauff ..................................................................................... 153 Figura 72 - Mapa de Amsterdã ............................................................................................................................................... 154 Figura 73 - Localização do Centro de Refúgio Animal ........................................................................................................... 155 Figura 74 - Relação com o entorno do Centro de Refúgio Animal ......................................................................................... 156 Figura 75 - Acessos ao Centro de Refúgio Animal ................................................................................................................ 157


Figura 76 - Acesso Secundário .............................................................................................................................................. 158 Figura 77 - Planta setorizada do pavimento térreo ................................................................................................................ 159 Figura 78 -Planta setorizada 1º pavimento ............................................................................................................................ 159 Figura 79 - Detalhes da edificação ......................................................................................................................................... 161 Figura 80 - Acesso principal ao Centro de refúgio Animal ..................................................................................................... 161 Figura 81 - Composição de cores .......................................................................................................................................... 162 Figura 82 - Área de recreação ............................................................................................................................................... 162 Figura 83 -Temperatura média horária em Amsterdã ............................................................................................................ 164 Figura 84 - Direção do vento em Amsterdã............................................................................................................................ 165 Figura 85 - Planta do Centro de Refúgio Animal e suas condicionantes................................................................................ 166 Figura 86 - Recepção do Centro de Refúgio Animal .............................................................................................................. 167 Figura 87 - Estudo de insolação nas fachadas do Centro de Refúgio Animal ........................................................................ 168 Figura 88 - Corte esquemático ............................................................................................................................................... 168 Figura 89 - Mapa com demarcações das áreas de intervenção ............................................................................................. 171 Figura 90 – Mapa de densidade demográfica de São João da Boa Vista .............................................................................. 172


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Figura 91 - Entorno imediato da 1º proposta terreno ............................................................................................................. 173 Figura 92 - Entorno imediato da 2º proposta terreno ............................................................................................................. 174 Figura 93 - Entorno imediato da 3º proposta terreno ............................................................................................................. 175 Figura 94 - Setorização da área de implantação .................................................................................................................... 177 Figura 95 - Índices urbanísticos ............................................................................................................................................. 178 Figura 96 - Gabarito do entorno da área de implantação ....................................................................................................... 179 Figura 97 - Hierarquia de vias ................................................................................................................................................ 181 Figura 98 - Mapa topográfico e condicionantes ..................................................................................................................... 182 Figura 99 – Fluxograma Inicial. .............................................................................................................................................. 189 Figura 100 - Esquema do ciclo para facilitar a adoção........................................................................................................... 191 Figura 101 - Construção do elemento conceitual ................................................................................................................... 192 Figura 102 - Zoneamento 01. ................................................................................................................................................. 194 Figura 103 - Zoneamento 02. ................................................................................................................................................. 195 Figura 104 - Zoneamento final. .............................................................................................................................................. 196 Figura 105 - Organograma/fluxograma. ................................................................................................................................. 198 Figura 106 - Imagem ilustrativa vista superior do projeto. ...................................................................................................... 200


Figura 107 - Perspectiva da fachada do projeto. .................................................................................................................... 201 Figura 108 - Planta de Implantação com layout. .................................................................................................................... 202 Figura 109 - Fachada do bloco de administração e atendimento clínico................................................................................ 203 Figura 110 - Planta Setor Administrativo e Atendimento Clínico. ........................................................................................... 204 Figura 111 - Planta Setor Apoio I – Funcionários ................................................................................................................... 205 Figura 112 - Fachada bloco de vendas – Petshop. ................................................................................................................ 206 Figura 113 - Planta Setor Vendas -Petshop. .......................................................................................................................... 207 Figura 114 - Planta Setor Adoção e Educacional. .................................................................................................................. 208 Figura 115 - Planta Setor Apoio II – Cuidador........................................................................................................................ 209 Figura 116 - Planta Apoio III – Animal. ................................................................................................................................... 210 Figura 117 - Vista da área externa do projeto. ....................................................................................................................... 212 Figura 118 - Perspectiva do estacionamento. ........................................................................................................................ 213 Figura 119 - Planta Canis individuais e coletivos. .................................................................................................................. 216 Figura 120 - Planta Gatis individuais e coletivos. ................................................................................................................... 218 Figura 121 - Diagrama radiação vidro low-e .......................................................................................................................... 220


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Figura 122 - Detalhe da porta de impacto vai e vem .............................................................................................................. 221 Figura 123 - Bloco cerâmico de vedação ............................................................................................................................... 222 Figura 124 - Detalhe do cobogó ............................................................................................................................................. 223 Figura 125 - Planta de Implantação – técnica. ....................................................................................................................... 228 Figura 126 - Cortes Expandidos............................................................................................................................................. 229 Figura 127 – Detalhamentos .................................................................................................................................................. 230 Figura 128 – Elevações.......................................................................................................................................................... 231 Figura 129 - Planta de Cobertura. .......................................................................................................................................... 232 Figura 130 - Planta Estrutural. ............................................................................................................................................... 233 Figura 131 - Vista frontal. ....................................................................................................................................................... 234 Figura 132 - Imagens ilustrativas dos canis. .......................................................................................................................... 235 Figura 133 - Imagens ilustrativa dos gatis. ............................................................................................................................. 236 Figura 134 - Circulação externa. ............................................................................................................................................ 237 Figura 135 - Espaços de vivência na área pública. ................................................................................................................ 238 Figura 136 - Edificação e áreas externas. .............................................................................................................................. 239


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -Percentual de domicílios urbanos com presença de cães e gatos no município de São Paulo. ..............................52 Tabela 2 - Estimativa da população de animais domésticos domiciliados ...............................................................................53 Tabela 3 - Exemplo de cálculo da capacidade total de animais em uma determinada área ....................................................58 Tabela 4 - Principais motivos que levam ao abandono ............................................................................................................66 Tabela 5 - Estimativa por setor em % da instalação .............................................................................................................. 135 Tabela 6 - Estimativa por setor em % do Centro de Refúgio Animal...................................................................................... 160 Tabela 7 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento ............................................................................................ 185 Tabela 8 - Tabela de espécies de vegetação......................................................................................................................... 225


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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Índice de abandono animal no Brasil ......................................................................................................................64 Gráfico 2 - Questionário pergunta número 2. ......................................................................................................................... 259 Gráfico 3 - Questionário pergunta número 3 .......................................................................................................................... 260 Gráfico 4 - Questionário pergunta número 4 .......................................................................................................................... 260 Gráfico 5 - Questionário pergunta número 6. ......................................................................................................................... 261 Gráfico 6 - Questionário pergunta número 5. ......................................................................................................................... 261 Gráfico 7 – Questionário pergunta número 7. ........................................................................................................................ 262 Gráfico 8 - Questionário pergunta número 8. ......................................................................................................................... 262 Gráfico 9 - Questionário pergunta número 9. ......................................................................................................................... 263 Gráfico 10 - Questionário pergunta número 10. ..................................................................................................................... 263


SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................... 26

1.1. ....................................................................................................................................................................................... 29 1.1.1. Objetivo Geral ....................................................................................................................................................... 29 1.1.2. Objetivos Específicos.............................................................................................................................................. 29 1.2. METODOLOGIA ........................................................................................................................................................... 30 2. PRINCÍPIOS DA CONVIVÊNCIA ENTRE OS HUMANOS E OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO E A DOMESTICAÇÃO ... 31 2.1. COMPORTAMENTO ANIMAL....................................................................................................................................... 35 2.1.1. Sentidos sensoriais ................................................................................................................................................. 36 2.1.1.1. Visão ...................................................................................................................................................................... 36 2.1.1.2. Olfato ..................................................................................................................................................................... 39 2.1.1.3. Audição .................................................................................................................................................................. 40 2.1.1.4. Tato......................................................................................................................................................................... 42 3. ABORDAGEM SOBRE BEM-ESTAR ANIMAL ............................................................................................................... 44 3.1. ANIMAIS DOMÉSTICOS .............................................................................................................................................. 48 3.2. DIREITOS DOS ANIMAIS ............................................................................................................................................. 54 3.3. REGULAMENTAÇÃO PARA INSTALAÇÃO DE ABRIGO ANIMAL ............................................................................... 56


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4. CONTEXTO DO ABANDONO ANIMAL .......................................................................................................................... 62 4.1. MÉTODOS DE PREVENÇÃO AO ABANDONO DOS ANIMAIS ................................................................................... 68 4.2. CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES ................................................................................................................. 70 4.3. ONG’S E ABRIGOS ...................................................................................................................................................... 72 5. ESTUDO URBANO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA ..................................................................................................... 74 5.1 LOCALIZAÇÃO E DADOS DA SÃO JOÃO DA BOA VISTA........................................................................................... 75 5.2 CARACTERIZAÇÃO ...................................................................................................................................................... 76 5.3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ................................................................................................................... 81 5.4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ........................................................................................................................................... 83 6. CONTEXTO DOS ANIMAIS ERRANTES EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA ................................................................... 86 7. ESTUDO DE CASO......................................................................................................................................................... 90 7.1 REFERÊNCIAS DIRETAS ............................................................................................................................................. 91 7.1.1 Associação Pet Feliz de São João da Boa Vista .................................................................................................... 92 7.1.2. Centro de Controle de Zoonoses de São João da Boa Vista ............................................................................... 98 7.2 REFERÊNCIAS INDIRETAS.........................................................................................................................................103 7.2.1 Centro de Atendimento Animal e Centro Comunitário do sul de Los Angeles - animal care center & comunity center ............................................................................................................................................................................................104 7.2.2 Instalação de Cuidados para Animais de Palm Springs – Palm springs animal care facility ...........................127 7.2.3 Centro de Refúgio Animal – Animal Refuge Centre ..............................................................................................151 8. PROPOSTAS E SUAS CONDICIONANTES ..................................................................................................................170


8.1 ÁREA SELECIONADA ..................................................................................................................................................176 9. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ............................................................................................................................183 9.1 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA ......................................................................................................................................184 9.2 FLUXOGRAMA INICIAL ...............................................................................................................................................188 10. O PROJETO .................................................................................................................................................................190 10.1 PROCESSO DE PROJETO ........................................................................................................................................193 10.2 PROPOSTA ARQUITETÔNICA ..................................................................................................................................199 10.3 IMPLANTAÇÃO ..........................................................................................................................................................202 10.4 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS ..............................................................................................................................219 10.5 MATERIALIDADE E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS ....................................................................................................220 10.5 PAISAGISMO..............................................................................................................................................................224 10.7 SISTEMA ESTRUTURAL ...........................................................................................................................................227 10.8 DESENHOS TÉCNICOS ............................................................................................................................................228 10.9 IMAGENS ILUSTRATIVAS .........................................................................................................................................234 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................................................244 12. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................246 ANEXOS I ...........................................................................................................................................................................258


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1. INTRODUÇÃO


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A interação entre o ser humano e os animais de estimação necessitam de responsabilidades conscientes, para que haja uma estabilidade na convivência. Os animais domésticos mais comuns são os cães e gatos que em muitos casos se tornam quase membros da família, representando uma parcela significativa nas relações humanas. Houve tempos em que o animal era segregado a área externa da residência, esse contexto com o passar dos anos vem sendo remodelado. Atualmente, é crescente a quantidade de donos de animais domésticos que os tratam com um cuidado mais humanizado, trazendo-os para dentro das casas, e incorporando tratamentos similares ao dos seres humanos no cotidiano do animal, como banhos regulares, vestimentas, adereços, presentes, entre outros. Essa aproximação demostra que muitas vezes são tratados como integrantes da família, circunstância que possibilitou que os animais também sofressem de doenças comuns entre nós humanos, devido ao novo estilo de vida, como por exemplo diabetes, obesidade entre outros (FURBINO, 2014). O grau de interação é relativo para cada indivíduo, possuindo variáveis que alteram essa relação, como disponibilidade de tempo, hábitos do cotidiano, afetividade, conhecimento da rotina do animal, são alguns dos aspectos que influenciam no convívio. Muitas vezes, os animais acabam desenvolvendo hábitos, atitudes que são particularidades do modo de criação e do ambiente em que vive. A princípio, os hábitos e cuidados para o convívio com um animal doméstico, pressupõe-se que seja uma tarefa comum e relativamente básica a se desenvolver, entretanto, não é somente uma questão de alimentação e controle de mobilidade, mas envolve também atenção à saúde animal, prudência nas condições do abrigo, responsabilidade jurídica, gastos veterinários, demanda de tempo e rotina, entre outros quesitos. No geral, é necessário que o proprietário cumpra as regras básicas sociais para uma boa convivência em comunidade e do bem-estar animal, obtendo sobretudo um vínculo satisfatório para ambos.


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Contudo, sem a devida informação e consciência dos deveres muitos indivíduos acabam adquirindo um animal de estimação por impulso ou modismo, e nesses casos sem a devida conscientização das responsabilidades que muitas vezes acarretam dificuldades e problemas para a sociedade, como o abandono e maus-tratos, por exemplo. É notável a evolução da convivência e a facilidade de adquirir um animal de estimação, que são aspectos positivos, em contrapartida, juntamente vem crescendo os índices de animais que vivem em condições precárias nas ruas, uma triste realidade presente em grandes e pequenas cidades de todo o mundo. A frieza e impiedade de alguns seres humanos leva a práticas cruéis o que deixa nítido a falta de proteção e a ineficiência do cumprimento dos direitos dos animais. Um conjunto de aspectos demostra o sofrimento e os riscos dos animais em situação de ruas, podendo acarretar acidentes de trânsito, agressão entre os animais e ao ser humano, o aumento da taxa de reprodução, além do fato de que, esses animais nessa situação também podem trazer problemas para a saúde pública, devido a exposição a doenças sendo possível transmiti-las também aos humanos. Essa problemática só não é mais grave devida ao auxílio de cuidadores independentes e defensores dos animais, que conforme seus recursos buscam oferecer atenção aos animais e dedicação a causa, ou seja, a falta de conscientização, o devido apoio da gestão pública e o despreparo da sociedade, contribuem para intensificar o transtorno ao longo do tempo, e fica claro a necessidade de alternativas para solucionar ou amenizar a questão. Neste contexto, a proposta do presente trabalho final de graduação, é buscar atenuar o número de animais que vivem nas ruas da área urbana de São João da Boa Vista – SP, que possui um grande número de abandono animal e as ONGs existentes possuem limitações. Assim, o objetivo é frisar a importância do bem-estar dos animais carentes para inclusão ao convívio humano, através da implantação de um abrigo animal, beneficiando indiretamente a sociedade em geral.


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1.1. OBJETIVOS 1.1.1. Objetivo Geral Este trabalho tem por objetivo principal a elaboração de análises sobre o abandono animal, como causas e demanda de animais domésticos em situação de risco, relacionando com uma interpretação geral da cidade do estudo, assim com base no contexto urbano e através de uma solução arquitetônico a proposta é um projeto de um centro de apoio a animais domésticos abandonados, na cidade de São João da Boa vista. Onde através do real entendimento das necessidades do acolhimento animal e visando mitigar os efeitos da problemática a edificação proposta modificará o espaço de modo funcional em prol do bem-estar animal.

1.1.2. Objetivos Específicos ▪

Identificar carências de espaços apropriados para acolhimento e tratamento dos animais de rua.

Compreender a realidade da aplicação das leis dos direitos dos animais.

Conhecer o papel e as limitações do Centro de Controle de Zoonoses na cidade de São João da Boa Vista, em relação ao abandono animal.

Entendimento das necessidades rotineiras dos animais domésticos.

Projetar um abrigo animal que acolha e permita a permanência de animais domésticos abandonados com a devida assistência até a adoção do mesmo.


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1.2. METODOLOGIA

O plano de construção deste trabalho, visa inicialmente formular um referencial teórico, embasados em pesquisas bibliográfica e coleta de dados, através de livros, artigos, teses, dissertações de mestrados e notícias pertinentes, com intuito de adquirir conhecimento sobre o assunto abordado. O próximo passo envolve pesquisa complementares com profissionais que desenvolvem trabalhos para os animais, como voluntários de ONG’s, funcionários da CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), veterinários e cuidadores de abrigos. Assim, obtendo um estudo sobre as características da cidade onde será o proposto projeto. Como último passo os estudos de casos, como referencial projetual e precedentes funcionais, onde a análise é indispensável para a aprendizagem e desenvolvimento deste estudo como base teórica e projetual. Ao abordar vários aspectos para sintetizar o embasamento teórico, as etapas deste método têm como finalidade coletar e expor as informações de forma clara e consistente a fim de obter uma proposta adequada para o município.


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2. PRINCÍPIOS DA CONVIVÊNCIA ENTRE OS HUMANOS E OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO E A DOMESTICAÇÃO


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Estudos apontam que características presentes em algumas espécies de animais facilita a interação deles com seres os humanos, essa relação entre o homem e o animal não é recente, vem sendo consolidada a tempos. As ilustrações em cavernas históricas demostram a proximidade do homem com o animal desde 2,6 milhões de anos atrás (SHIPMAN, 2010). As pinturas nas superfícies rochosas demostram que a relação na época paleolítica era caracterizada pela presa e o caçador (JANSON & JANSON, 2009). Neste período, a necessidade era marcada pela sobrevivência, onde o animal era o alimento, suprindo as necessidades do ser humano. Figura 3 - Friso de animais (pintura mural) c.15.000-10.000 a.c. Caverna de Lascaux, (Dordogne, França).


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Fonte: História da arte, 2013.

Com o passar dos anos esse vínculo passa a ser de interesse para ambos, o homem pela proteção e caça, em troca os animais recebiam alimentação e abrigo, essa relação não visava o bem-estar animal, pelo contrário era uma relação exploratório e insensível. No início da era moderna, acreditava-se que o mundo havia sido criado em benefício do homem e que as outras espécies deveriam servir a este propósito. A teoria cartesiana presumia que os animais não eram capazes de ter sensações e de raciocinar, e devido à falta desses elementos, eram inferiores ao homem, onde eram considerados seres brutos e negavam que os animais teriam alma, o que possibilitava serem tratados como máquinas, sendo o homem um ser superior devido ao seu intelecto (THOMAS, 1988). THOMAS (1988) argumenta, que entre os séculos XVI e XVII essa ideologia começou a ser alterada, as pessoas da classe média começaram a ter condições de sustentar um animal, sem que o mesmo desse retorno produtivo, ou seja, cães e gatos passaram a ser adquiridos para viverem nas residências com os seres humanos apenas pela convivência. Porém, de acordo com (DAVIS & VALLA, 1978) a domesticação dos primeiros animais deve ter ocorrido há cerca de 12.000 anos, ou seja, antes dos animais de produção, como: gado, ovelhas, cabras e outros. A ideologia foi embasada na descoberta de um esqueleto humano ao lado de um esqueleto de filhote de cão, em um sitio arqueológico que pressupõe a interação entre o homem e o animal. Em ambas interpretações, demostram que os animais coabitaram com os humanos e com a evolução humana; houve uma aproximação entre o animal e seu dono. Nessa relação, ainda que o animal fosse tratado como uma propriedade, ou adquirido para benefício próprio, contribuiu para o processo de domesticação animal, tornando o animal mais dependente dos seres


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humanos. Essa convivência fez com que alguns animais se adaptassem ao homem e consequentemente proporcionaram benefícios aos seres humanos através da caça e proteção (SHIPMAN, 2010). Em uma escala temporal o processo de domesticação acompanha a evolução do homem no mundo todo. Segundo MAGNABOSCO (2006, p.6). (...) acredita-se que a domesticação dos cães foi um evento simultâneo em várias partes de mundo, gerando diversos grupos de raças distintas. O cão sempre teve diversas funções práticas no dia a dia da Humanidade, servindo de vigias, puxando trenós e arados e ajudando no pastoreio de animais.

O processo de domesticação foi evoluindo e o homem também foi domesticado de certo modo, já que foram mudados pelos animais com quem viviam, o que lhes proporcionou conhecimento do comportamento animal. A arte da domesticação proporcionou que atualmente muitas pessoas veem a presença de animais de estimação na família com grande importância, aflorando bons sentimentos em grande parte dos humanos. SHIPMAN (2010), relata que os animais não eram agregados à evolução do Homo Sapiens, mas sim eram essenciais para isso, eles nos tornaram humanos. Aos poucos a sociedade passa a reconhecer a sua capacidade de possuir sentimentos afetivos pelos animais, e consequentemente há um avanço no desenvolvimento da domesticação, onde a convivência passa a ser reconhecido pela sociedade. Essa evolução beneficia o bem-estar do animal doméstico e esse laço garante seu espaço dentro da família, em grande parte dos casos simplesmente pelo companheirismo.


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2.1. COMPORTAMENTO ANIMAL

Juntamente com o fato das pessoas adquirem um animal de estimação vêm as responsabilidades e cuidados necessários, levando em consideração o tempo de vida médio de cada espécie, para que assim o dono esteja programado para vivenciar todas as etapas desta interação. É essencial o conhecimento de que os animais possuem personalidades que variam de animal para animal e ainda são influenciados pelas suas experiências (sua interação pode ser tranquila ou agitada, por exemplo). O papel de quem possui um animal de estimação é incluir regras para melhorar o convívio, através de comportamentos impostos ao animal, buscando por meio de limites em relação aos mesmos, assim sendo uma convivência saudável e pacífica. O comportamento é uma das propriedades mais importantes na vida animal, envolve uma ligação entre o organismo e o ambiente, e entre o sistema nervoso e o ecossistema que habita, (SNOWDON, 1999). Assim além do entendimento e conscientização da personalidade do animal é importante entender como funciona as suas percepções, que influenciam diretamente no seu modo de agir, buscando entender qual a relação do comportamento do animal em relação ao ambiente físico que está inserido. Deste modo, é possível criar um ambiente adequado para que possa atender as necessidades do animal.


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2.1.1. Sentidos sensoriais

Foram abordados os principais sentidos dos animais relevantes para o tema, com base nas características de cães e gatos que são os animais de estimação mais comuns, analisando os aspectos que atuam no comportamento do animal através das suas percepções. O modo em que os animais percebem o mundo são muito variadas, alguns possuem sentidos aguçados outros possuem limitações das percepções. Para melhor compreensão dos sentidos, conforme entendimento de Alice Dantas Brites, doutora em ciência ambiental: O sistema sensorial é um conjunto de órgãos dotados de células especiais chamadas de receptores. Através dos receptores, o indivíduo capta estímulos e informações do ambiente que o cerca e do seu próprio corpo. Os estímulos são transmitidos na forma de impulsos elétricos até o sistema nervoso central. Por sua vez, o sistema nervoso central processa as informações, traduzindo-as em sensações e gerando respostas. BRITES (2009, n.p.).

2.1.1.1. Visão Inicialmente os cães como os gatos nascem cegos, e aos poucos começam adquirir a capacidade de enxergar. Após o amadurecimento do sentido, ainda assim o animal não consegue ver todas as cores como os humanos (figura 4), mas também não veem em preto e branco como muitos acreditam, (CARDOSO, 2016).


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Figura 4 - Comparação das cores vistas pelo homem e o cão

Fonte: Dog Vision, 2013, adaptado pelo autor.

Nós humanos temos três receptores de cor nos olhos um para cada cor primária (vermelho, amarelo e azul), já os cães por exemplo, possuem somente dois receptores, o que deixa a distinção de cores limitada, distinguindo apenas o azul e o amarelo (WOLCHEVER, 2012). Segundo DESLANDES (2011, n.p.), médico veterinário especializado em comportamento canino: Por mais incrível que possa parecer, a visão no cão não é necessariamente tão importante quanto ela é para nós, pois nos cães elas suprem necessidades relativas à predação. No entanto, a visão noturna dos cães é muito melhor que a nossa. Isto acontece, pois, suas células da retina têm a capacidade de concentrar mais informações luminosas que as nossas. A ótima visão crepuscular dos cães, representa uma adaptação do animal à caçada noturna, um dos hábitos herdados por seus ancestrais.


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De acordo com NEITZ (2009, n.p.), um cientista de visão a cores da Universidade de Washington que conduziu experimentos sobre percepção de cor: Podemos ter uma ideia do que os cães veem, se assumirmos que seus cérebros interpretam sinais de suas células cônicas muito parecidos com os cérebros das pessoas daltônicas. Os felinos por sua vez seus receptores de escuridão são altamente sensíveis, que garantem uma visão privilegiada a noite.

Figura 5 - Sistema visuais

Fonte: Dogga, 2017, adaptado pelo autor

Na imagem podemos notar a diferenciação das cores e tons que os seres humanos com uma visão normal, através de um sistema visual tricromático e a visão dos cães em um sistema visual dicromático, (WOLCHOVER, 2012).


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Os cães e gatos possuem em geral uma maior amplitude no campo de visão em relação aos humanos, principalmente se o objeto estiver em movimento, os cães têm a habilidade de perceber movimentos a distância, mas tem dificuldade em focalizar com precisão (DESLANDES, 2011). A visão para cães e gatos é um sentido utilizado principalmente para a caça e proteção, mas devido as limitações que possuem na visão ambos não têm sua orientação baseada neste sentido sensorial, ou seja, o canal sensorial dominante não é a visão, já que possuem outros sentidos mais aguçados que se sobressaem. Através da visão, os cães e gatos reparam, associam e memorizam sinais, ou seja, possuem a capacidade de aprender com os sinais que captam ao seu redor, sendo assim o ambiente em que o animal habita influência diretamente na capacidade de aprender comandos e em seu comportamento.

2.1.1.2. Olfato Entre as espécies de animais domésticos, os cães são os que possuem o olfato mais apurado, ou seja, o olfato é seu sentido primordial, sua capacidade olfativa é relativamente superior à do ser humano, sendo até 100 mil vezes mais apurada dependendo da raça, (MACHADO, 2016). Segundo DESLANDES (2011, n.p.) o cão consegue identificar uma pessoa pelo cheiro e tem uma precisão de aproximadamente 75% de acerto, ainda acrescenta:


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Esta “eficácia farejadora” dos cães se explica facilmente se compararmos com a nossa quantidade de células olfativas, cerca de 5 milhões, com a de um cão da raça basset hound, por exemplo, em que encontramos cerca de 125 milhões de células olfativas ou num pastor alemão que possui cerca de 200 milhões, ou seja, 40 vezes mais que no ser humano. Além disso, a superfície do receptor olfativo (ou células olfativas) que nos cães mede, em geral, 150cm², no homem está superfície cai para 3cm².

Para os animais, os odores exercem a função de comunicação, auxiliando na caça, no reconhecimento, na troca de informações e o próprio cheiro os diferenciam dos demais, um dos motivos por marcarem território. O olfato ainda auxilia no direcionamento, neste caso, principalmente para os gatos no retorno ao seu lar. (CASTRO, 2012).

2.1.1.3. Audição Os caninos ouvem sons quatro vezes mais que os humanos, os felinos ainda possuem maior capacidade de escutar do que os cães (DESLANDES, 2011). A figura 06 permite visualizar a diferenciação da capacidade auditiva. Um som que passe dos 20 mil hertz (o extremo do agudo) fica inaudível para nós. Já os gatos ouvem até 60 mil hertz. Os cachorros chegam aos 45 mil hertz. Isso porque os dois evoluíram caçando roedores, então conseguem captar os sinais hiperagudos que os ratinhos emitem para se comunicar. Nem o som das vibrações corporais dos cupins passa batido pelos gatos. Até o som de lâmpadas fluorescentes (sim, elas fazem barulho) eles conseguem captar, CASTRO, (2012, n.p.).


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Figura 6 - Frequência de som percebida por diferentes espécies

Fonte: Cochlea (2018), figura de Grafe S. Blatrix

Em contraponto das limitações da visão dos animais de estimação, a capacidade auditiva é bem desenvolvida e de alta sensibilidade, são capazes de perceber vibrações sonoras que o ouvido humano não tem capacidade de captar, eles ouvem sons onde para os humanos é apenas silencio. (CASTRO, 2012). Devido ao sistema auditivo sensível, altos ruídos podem causar irritabilidade ao animal, o que requer um cuidado para que o mesmo não fique exposto a sons excessivos (SOUZA, 2015).


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2.1.1.4. Tato A percepção tátil é responsável pela sensibilidade do animal, os gatos se sobressaem com uma percepção mais apurada que o cão. O sistema tátil de ambos é direcionado a sua pelagem (DESLANDES, 2011). Conforme o entendimento de MACHADO (2016, n.p.): As partes do cachorro mais sensíveis ao toque e movimento são as vibrissas, os pelos longos localizados no focinho, nos supercílios, nas orelhas e no queixo. O resto do pelo possui, em sua base, terminações nervosas que formam uma rede, responsável por entender estímulos táteis e térmicos.

Em cães ou gatos as vibrissas vulgarmente conhecidas como bigodes funcionam como radares, elas detectam estímulos externos e auxiliam como orientadores espaciais, principalmente em locais confinados e com pouca iluminação (DESLANDES, 2011). Devido à alta sensibilidade do animal em sua pelagem torna inadequado a colocação de vestimentas que pode incomodar o animal e restringir seus sentidos. Outra atuação do tato é seu papel nas relações afetivas com outros animais ou seu tutor, é através das percepções táteis que ocorre a interação de carinho (FERNANDES, 2016). A compreensão da linguagem corporal do animal, auxilia ao entendimento da ciência do bem-estar animal. A linguagem corporal é o meio de expressão do animal, e a compreensão dos sentidos pode aprimorar a relação entre os seres humanos e os animais, já que as expressões explicam algumas atitudes e ajuda na percepção de desvios comportamentais.


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Assim como o contexto ambiental pode influenciar em determinadas respostas, os estímulos vivenciados pelo animal podem induzir o comportamento, favorecendo condutas agressivas ou cooperativas, por exemplo. As ações e reações adequadas podem, mais facilmente serem alcançadas em um ambiente apropriado, dificultando que estímulos negativos estejam presentes no cotidiano do animal.


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3. ABORDAGEM SOBRE BEM-ESTAR ANIMAL


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O bem-estar animal é uma ciência ainda em crescimento que busca garantir o respeito e o cumprimento dos direitos dos animais e terem sua qualidade de vida assegurada, ainda acrescenta VIEIRA (2013, n.p.): Quando se trata de animais, ciência e ética devem sempre andar lado a lado. Portanto a ciência do Bem-estar Animal pode ser uma grande aliada no aprimoramento de nossa relação com animais. Os benefícios no final das contas se voltarão para o próprio animal homem.

É essencial o entendimento básico do bem-estar animal para o profissional cujo trabalho envolve interação entre eles, porém, é um conceito complexo. Segundo a definição do pesquisador BROOM (2006), envolve a união de vários conceitos, tais como: necessidades, liberdades, felicidade, adaptação, controle, capacidade de previsão, sentimentos, sofrimento, dor, ansiedade, medo, tédio, estresse e saúde, ou seja, refere-se à qualidade de vida do animal e suas condições físicas, psicológicas e comportamentais. Conforme a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar animal do CFMV (2013): Um animal que possui um a alto grau de bem-estar, é considerado aquele que tem boa saúde e que pode expressar seu comportamento natural. O comportamento natural de um cão, por exemplo, inclui cavar; o de um porco, fuçar; o de um pássaro voar, e assim por diante.

A ciência do bem-estar animal requer um olhar apurado, percebendo que é necessário além dos cuidados básicos como abrigo, alimento e água, é fundamental que o animal experimente emoções positivais, visto que é um ser senciente. A senciência do animal é amplamente reconhecida nos vertebrados, portadores de sistema nervoso central, ou seja, são capazes de sentir emoções, (SANTOS, 2014).


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Um ser senciente possui algumas habilidades: de avaliar as ações dos outros em relação a si mesmo ou a terceiros, de lembrar-se de suas próprias ações e suas consequências, de avaliar riscos, de ter alguns sentimentos e algum grau de consciência.” (BROOM, 2006, n.p.).

Existem três áreas a serem consideradas ao se definir o bem-estar animal, esse conceito permeiam todos os estudos de convívio com os animais, se resume ao resultado da integração dos campos apresentados na figura 07, onde o comprometimento em uma determinada área tende a afetar as demais áreas, segundo FRASER et al. (1997). Figura 7 - Três abordagens para definir o bem-estar animal

Fonte: Fraser et al. (1997), adaptado pelo autor


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Além do entendimento da definição e critérios do bem-estar animal, conforme o CFMV (2013), há o conceito das cinco liberdades criado em 1960, analisando diferentes situações da relação entre o homem e o animal, instrumento reconhecido mundialmente para diagnosticar o bem-estar animal. Assim todos os animais devem: ▪

Ser livres de medo e estresse - assegurando condições e tratamento que evitem sofrimento mental;

Ser livres de fome e sede - pelo fornecimento de água fresca e uma dieta balanceada que mantenha os animais saudáveis e vigorosos;

Ser livres de desconforto - providenciando ambiente apropriado, incluindo abrigo e área para descanso confortáveis;

Ser livres de dor e doenças - pela prevenção ou rápido diagnóstico e tratamento;

Ter liberdade para expressar seu comportamento ambiental - providenciando espaço suficiente, proporcionando atividades e companhia apropriada de animais de sua própria espécie.

O resultado integrado dos processos multissensoriais, são utilizados para analisar as experiências, emoções e cognição, procurando incorporar e relacionar padrões mínimos para determinam o estado de bem-estar animal, através do ponto de vista do mesmo e não do homem (VIEIRA, 2013). O bem-estar animal caminha simultaneamente com a promoção do bem-estar humano em uma situação de sustentabilidade ambiental, conhecida como bem-estar único, tornando reconhecido a importância da das condições satisfatórias do animal sob o cuidado do homem, (CFMV, 2013). Segundo WPA (2016, n.p.), (...) “quando condições adequadas de bem-estar são oferecidas a esses animais, eles são capazes de expressar seus comportamentos naturais. E como consequência, podem desfrutar de vidas melhores” (...). Sendo


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assim, é essencial o respeito a todas necessidades do animal que precisam ser atendidas, para isso o animal deve estar em harmonia com o meio que está inserido. O bem-estar é um conceito multidimensional, isto é, não deve ser avaliado através de um único indicador, o que torna o conceito mais complexo, assim sendo para mensurar a qualidade da avaliação do bem-estar animal ainda envolve o trabalho do avaliador, onde além do método aplicado o bom senso tem relevância para aferir o resultado.

3.1. ANIMAIS DOMÉSTICOS

Anteriormente, o animal era domesticado pelas funções que poderiam executar, com a evolução do processo de domesticação na sociedade, a relação de apego cresce exponencialmente, o animal doméstico assume um papel importante no âmbito familiar, passa a ser uma companhia, onde ambos compartilham de conforto sentimental, o que intitula a família multiespécie que é uma tendência no mundo atual, de acordo com FARACO (2010), a presidente da AMVEBBEA, ainda acrescenta que: (...) No mundo atual, onde são incentivados o individualismo, a perda de laços familiares e a solidão, a presença dos animais serve como apoio social, fortalece o sentimento de que somos pertencentes, amados, e absolutamente necessários para alguém. (...) Se, antes o principal critério eram os laços de sangue, formando o modelo tradicional de pai, mãe e filhos, hoje, são os laços afetivos que unem pais, filhos e pets.


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De acordo com a ABINPET (2018), as espécies mais comuns de animais de estimação nas residências são os cães e gatos, mas também há um número elevado de aves canoras e ornamentais, peixes ornamentais, pequenos mamíferos e répteis (figura 08). Um traço desta relação é a responsabilidade do tutor na criação desses animais e o contato entre ambos. Os animais de estimação estão envolvidos em diferentes atividades, como companhia, lazer, ornamentação, auxílio aos portadores de necessidades especiais, terapia, participação em torneiros e exposições e trabalhos especiais. O Brasil, possui a quarta colocação em maior população de animais de estimação do mundo. Figura 8 - Estimativa de animais de estimação no Brasil

Fonte: IBGE em conjunto com ABINPET (2013), adaptado pelo autor


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Segundo IBGE (2015) no Brasil, 44,3% dos domicílios das áreas urbanas e 65% das áreas rurais, possuem ao menos um cão de companhia nas residências, em contraponto o número de crianças de até 14 anos residentes nas áreas urbanas, não ultrapassa de 38,1% dos lares, essa comparação demostra que de modo geral o contexto familiar vem se alterando, os cães estão cada vez mais presentes nos lares brasileiros e a natalidade humana vem decaindo com o passar os anos, conforme a constatação do crescimento da população canina realizada pela ABINPET, e sob projeção de pesquisa do IBGE, (figura 09). Figura 9 - Projeção estima o crescimento de número de cães em comparação ao número de crianças nos lares brasileiros

Fonte: Revista Veja, adaptado pelo autor

O IBGE (2016) juntamente com uma pesquisa realizada pela IBOPE (2016), resultando em um infográfico (figura 10), onde apontam que as famílias brasileiras cuidam de 52,2 milhões de cães, 22,1 milhões de gatos, comparado com 44,9 milhões de crianças, com uma tendência de que terá cada vez mais espaço para os animais, pois a população de animais de companhia tende a crescer 5% ao ano, enquanto que a natalidade de humanos menos de 1%.


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Segundo IBPAD (2017), foi observado e constatado que 100% dos entrevistados na pesquisa que não possuem animal desejam ao longo de sua vida adquirir e ainda acreditam que o animal de companhia faz parte da ideologia de família feliz. (IBPAD, 2017). Figura 10 - Infográfico de padrões dos brasileiros na interação com seus animais de companhia

Fonte: IBPAD, 2017, adaptado pelo autor.

No município de São Paulo, foi realizada uma pesquisa pelo ISA-Capital (2015) e parceiros, que contribuiu para uma estimativa sobre a população canina e felina domiciliadas na cidade, (tabela 1) onde os domicílios urbanos constavam com a presença de cães em 28,6%, 7,7% possuíam gatos e 6,7% tinham cães e gatos.


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Tabela 1 -Percentual de domicílios urbanos com presença de cães e gatos no município de São Paulo.

Fonte: ISA Capital, 2015, adaptado pelo autor.

O instituto Pasteur (2015), realizou uma estimativa do estado de São Paulo conforme tabela 02, que apresenta as informações da região do município do estudo, demostrando que São João da Boa Vista é a cidade com maior índices de animais domésticos domiciliados da região, sendo também um polo regional e influente em relação as demais cidades, com a implantação de soluções encontradas para a problemática na cidade consequentemente contribui para que as cidades vizinhas também repliquem as medidas descobertas.


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Tabela 2 - Estimativa da população de animais domésticos domiciliados

Fonte: Instituto Pasteur, 2015, adaptado pelo autor

A relação entre o homem e o animal de companhia cresce devida a diversas razões como saída dos filhos de casa, lares com poucas pessoas - o que preenche um vazio emocional, elevação da renda familiar, em geral o animal vem somar nessa relação afetiva familiar. (RITTO & ALVARENGA, 2015). Segundo ISA Capital, (2015 p.28), “a estimativa de população canina e felina é fundamental para dimensionar e planejar adequadamente as ações direcionadas à população animal.” A contabilização auxilia no entendimento da crescente evolução da relação entre o homem e o animal, tornando também notório que a presença de cães e gatos se tornou natural no âmbito familiar, o que acarreta que seja necessário maior atenção e compreensão do assunto, para que seja uma evolução benéfica a todos.


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3.2. DIREITOS DOS ANIMAIS

A legislação, através de um conjunto de normas jurídicas, auxilia no modo de atuar e responder diante determinadas situações, seja a nível municipal, estadual, federal ou mundial. No contexto que se refere a proteção animal, a legislação estabelece limites das relações dos seres humanos com os animais. A nível internacional em declaração a UNESCO, em 27 de janeiro de 1978, na assembleia em Bruxelas na Bélgica, proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, que considera todos os animais não humanos são detentores de direitos a uma existência digna. O Brasil sendo um membro da ONU é signatário da declaração. A educação fornecida ao homem deve ensinar a compreender, respeitar e amar os animais. Conforme declaração da UNESCO (1978): “considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza.” O decreto de Getúlio Vargas de 1934 (Decreto 24645/34), determina as atitudes que podem ser consideradas como maustratos. Em conjunto a principal lei de proteção aos animais é a (Lei Federal 9.605/98) de 12 de fevereiro de 1998, popularme nte conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, consolida o ato de abandonar animais como crime federal.


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Lei Federal 9.605/98 – dos Crimes Ambientais: Art. 32º Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terão, se ocorre morte do animal.

Conforme a Constituição Federal Brasileira, de 05 de outubro de 1988, visando garantir e proteger o interesse público: Art. 225, Parágrafo: 1º VI – Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies e submetam os animais a crueldade.

Pode haver diferença nas legislações municipais. Caso não haja respaldo do tema maus-tratos incluso na lei, o indivíduo pode recorrer a Lei Estadual ou ainda a Lei Federal. Atualmente existem legislações a nível internacional que protege os direitos dos animais, embora o que falta é o cumprimento da lei, sendo assim, a efetivação depende da população, e da denúncia caso


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haja o descumprimento da lei, maus-tratos é um ato de crueldade caracterizado como crime e os animais como seres vivos são dignos de respeito e cuidado.

3.3. REGULAMENTAÇÃO PARA INSTALAÇÃO DE ABRIGO ANIMAL

Os abrigos de animais são estabelecimentos sem finalidade comercial ou lucrativa, tendo como propósito ser um refúgio para animais em situação de rua. O abrigo quando pertencente ao município é considerado pessoa jurídica de direito público e quando pertence a uma ONG, trata-se de pessoa jurídica de direito privado. Um abrigo animal é caracterizado por um ambiente que reúne, cuida e supre as necessidades de um número considerável de animais domésticos, normalmente resgatados nas ruas. A WAP antiga WSPA, federação de ONGs de proteção animal mundial, elaborou em 2012 um documento para orientação de projeto de abrigo animal, onde determina três tarefas principais (figura 11) relevantes para promover melhor qualidade de vida e bem-estar canino e felino. Figura 11 - Tarefas fundamentais para um abrigo animal

Fonte: Políticas para Abrigos de Cães e Gatos, WAP (2012) – adaptado pelo autor


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Em recomendação segundo documento há cinco categoriais para adequação dos espaços físicos, buscando suprir as necessidades básicas dos animais abrigados, conforme rotina a seguir: 1- Fisiológicas e sensoriais: alimentação balanceada, diagnósticos e tratamento de doenças, exercícios e estímulos sensoriais como visual (pessoas e outros animais), auditivo (controle de latidos e barulhos) e tátil (interações com animais e pessoas e carícias). 2- Físicas e ambientais: espaço suficiente e apropriado para atividades, por exemplo: dormir, descansar, abrigar-se, isolar, entre outros. Garantir condições de sol/sombra, temperatura, boa higienização e desinfecção. 3- Comportamentais: ambiente apropriado e companhia de animais de sua própria espécie para expressar seu comportamento natural, por exemplo: marcar território, fuçar na terra, brincar, socializar, entre outros. Garantir um nível adequado de atividades. 4- Sociais: interação com animais e pessoas identificando a organização social dentro dos canis e gatis evitando conflitos. 5- Psicológicas e cognitivas: promovendo estimulação sensoriais, psicológica e social, por exemplo: atividades recreativas prevenindo tédio, frustração, medo, tristeza, estresse, entre outros. Garantir condições e tratamento que evitem sofrimento mental. As premissas citadas possibilitam que o animal no abrigo tenha suas necessidades atendidas, sendo de total dependência do ser humano providenciar as condições pertinentes, com planejamento e comprometimento, ou seja, é necessário que o estabelecimento tenha condições físicas, financeiras para construção e manutenção, assim através de uma estrutura física propícia e pessoal qualificado é possível criar uma rotina satisfatória aos animais nos alojamentos.


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Canis e gatis devem ser planejados de modo a proporcionar conforto, segurança e proteção das intempéries. Ao planejar o desenho de um abrigo, deve-se considerar: - as necessidades dos animais, por exemplo, espaço, conforto, segurança, insolação; as necessidades da equipe de trabalho; - as necessidades das pessoas que visitam o abrigo, (WAP, 2012, p.8).

Além dos pontos citados é necessário estabelecer a quantidade limite de animais abrigados, considerando os espaços disponíveis, orçamento e quadro de pessoal. Conforme exemplo da WAP (tabela 03) é possível calcular a quantidade máxima de animais permitida de acordo com a área física disponível. Tabela 3 - Exemplo de cálculo da capacidade total de animais em uma determinada área

Fonte: WAP (2012), adaptado pelo autor


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Segundo diretrizes de Projetos Físicos de Unidades de Controle de Zoonoses e Fatores Biológicos de Risco, criado pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) em 2003, determina regras projetuais para implantação de centro de zoonose, que leva em consideração as seguintes condicionantes sobre a escolha do terreno para inserção do projeto. a) Abastecido de energia elétrica, água e instalações telefônicas, de forma a atender à demanda; b) Dispor de rede de esgoto apropriada, ou outra forma de destino tecnicamente viável, evitando-se a contaminação ambiental; c) Distante de mananciais e áreas com risco de inundação; d) Áreas que possuam lençol freático profundo; e) Considerar acréscimo mínimo de 100% à área de construção, para efeito de cálculo da área do terreno; f) A área do terreno deve ser suficiente para garantir o acesso e manobra de caminhão de médio porte; g) De fácil acesso à comunidade para a qual a instituição prestará seus serviços, por vias públicas em condições permanentes de uso; h) Distante de áreas densamente povoadas, de forma a evitar incômodos à vizinhança; i) Distante de fontes de poluição sonora.

O programa da FUNASA (2003), contém especificações dos setores relevantes, onde deve conter área destinada ao setor técnico administrativo, serviços gerais, controle de animais e operação de campo, já relativo aos controles de animais segue dimensionamento pertinentes para alojamento de cães e gatos.


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Recomendações gerais - prever boa iluminação e ventilação natural; prever bebedouros e comedouros; Canis coletivos - espaços destinados á permanência de cães. Especificação: Dimensionar cada módulo considerando área mínima de 0,50m² por cão, alojando no máximo, 30 cães em cada canil coletivo. A área de cada módulo não deverá ser inferior a 4,00m²; Canis individuais - área normalmente utilizada para animais em processo de adoção ou observação. Especificação: Dimensionar cada módulo considerando área mínima de 1,20m² e altura mínima de 1,20m. Os módulos não devem ser superpostos e a observação deve ser feita pela parte frontal e pela parte superior;Os canis individuais de observação devem ser isolados; Os canis individuais de adoção devem ser de fácil acesso ao público. Gatil coletivo - ambiente destinado á permanência dos gatos. Especificação: Dimensionar considerando o número de gaiolas individuais a serem abrigadas em prateleira.

Segundo o Decreto nº 40.400, gestão de Mário Covas, de 24 de outubro de 1995, dispõe de normativas sobre instalações de estabelecimento veterinário, determinando as exigências mínimas para este fim, uso de radiação, de drogas, medidas necessárias ao trânsito de animais e do controle de zoonoses. Recomenda que canis devem possuir canil solário, sendo uma área externa anexa as baias, espaço sem cobertura ou parcialmente coberto deve ter no mínimo 2,0 m², sendo totalmente cercado. Além de ser indispensável a soltura de cães e gatos em áreas livres para socialização, recreação e realização dos comportamento naturais do animal, em prol da qualidade de vida, ainda acrescenta TAUZ, (2006, n.p.) “ o sol como o mais importante medicamento profilático para a saúde e prevenção de doenças a posição para melhor incidência de sol a utilização da radiação solar como esterilizador ambiental.”


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No Brasil, não há legislação que regulamente projetos para abrigo de animais, assim na elaboração deste trabalho será considerado as normativas presente nas diretrizes de projetos de zoonoses da FUNASA, consulta ao Decreto nº 40.400 e recomendações da WAP.


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4. CONTEXTO DO ABANDONO ANIMAL


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Com o fortalecimento do vínculo entre os animais domésticos e os seres humanos, é crescente o número de pessoas que buscam essa conexão afetiva, no entanto é uma relação duradoura, os cães e gatos vivem cerca de 10 a 20 anos segundo WAP (2015), e neste período requer uma responsabilidade do tutor. Muitas pessoas por decisão equivocada adquirem um animal de estimação, sem levar em consideração a expectativa de vida do animal, os custos gerados e os cuidados que serão necessários. Outro ponto crítico é a falta de informação sobre o comportamento do animal, arriscando que o mesmo se torne agressivo, transtornado ou demostre medo excessivo. Esses estímulos negativos são provenientes da falta de conhecimento do bem-estar animal, desencadeando distúrbios comportamentais, que com o tempo deteriora à relação do homem e seu animal de estimação. Foi constatado que o índice de animais abandonados na sociedade cresce abundantemente, segundo pesquisa realizada pela OMS (2014), estima que no Brasil possui cerca de 30 milhões de animais abandonados.


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Gráfico 1 - Índice de abandono animal no Brasil

Fonte: Organização Mundial de Saúde, (2014), adaptado pelo autor

Conforme entendimento de Schultz (2009), dentre os animais domésticos errantes cerca de 80% são resultado de abando, os demais são consequência de proliferação desordenada desses animais que foram abandonados pelos seus tutores. Estima-se que, de 10 animais abandonados, 8 já tiveram um lar. São animais que, por um motivo ou outro, foram rejeitados, não superando as expectativas de seus “donos” e por isso, foram descartados. Cresceram demais, adoeceram, não foram educados o suficiente, geraram gastos e aborrecimentos. (SCHULTZ, 2009, n.p.).

Em pesquisa realizada pelo IBOPE e pelo Instituto WALTHAM em 2015, demostrou-se o comportamento dos Brasileiros ao lidar com animais domésticos. A pesquisa constata o número de pessoas propensas ao ato de abandonar seus animais e suas principais causas (figura 12).


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Figura 12 -Propensão ao abandono animal no caso de mudança de residência

Fonte: Revista Época, 2016, realizado por IBOPE em conjunto com WALTHAM, adaptado pelo autor

Dentre os Brasileiros que já possuíram animais de estimação e não os têm mais, 14% justificam a separação alegando mudança de moradia, sendo que o problema poderia ser evitado com planejamento e informação. Pesquisas apontam que essa realidade recorrente de animais em situação de rua, muitas vezes é causada por motivos banais. Em estatística da Revista Veterinária Journal of Applied Animal Welfare Science, no EUA em 2007, que afirma os principais motivos alegados pela sociedade para o abandono.


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Tabela 4 - Principais motivos que levam ao abandono

Fonte: ANDA, 2014, adaptado pelo autor

Cerca de 42% dos donos de cães e gatos no Brasil não castram seus animais, o que permite a proliferação indesejada, gerando vulnerabilidade e possível sofrimento do animal, ainda aumenta o risco de propagação de doenças nos casos em que os mesmos vivem em situação de rua (CORONATO, 2016).


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Figura 13 - Estatística sobre a negligência com a castração animal

Fonte: Revista Época, 2016, realizado por IBOPE em conjunto com WALTHAM, adaptado pelo autor

Conforme os índices apresentam o ato da castração não é aplicado por grande parte dos tutores, sendo assim, a falta da castração animal é um dos fatores principais pela quantidade de animais em situação de risco nas ruas, uma cria malquista pode levar um tutor irresponsável ao ato do abandono dos filhotes, ocasionando diversos males como: risco acidentes de trânsito; reprodução descontrolada; animais mortos em locais públicos; risco de zoonoses; problemas com lixo, além do sofrimento animal e humano. (NUNES, 2017). O ato de abandonar um animal doméstico, está diretamente associado a fatores negativos contra saúde pública e contra a própria fauna silvestre, vez que muitos riscos derivam do mesmo. Não que necessariamente o animal abandonado, vá ser transmissor de doenças ou “predador” de outros animais, mas estes estão mais propícios, pela falta de cuidado e controle populacional. (VELOSO, 2016, p. 58)


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É uma questão que envolve a vulnerabilidade animal e a empatia dos humanos, onde se tornou natural o ato de abandonar. “Os animais abandonados fazem parte, de alguma maneira, da parcela excluída da sociedade. Em um universo que se acostumou com a presença de crianças nas ruas, como avançar na questão dos bichos?” De acordo com questionamentos de GARCIA (2016), pesquisadora do assunto e veterinária docente da Universidade Federal do Paraná, é uma questão a refletir. A problemática afeta os grandes centros urbanos como também pequenas cidades, sendo que, a falta de políticas públicas eficazes são um agravante na questão. A situação envolve o poder público e a sociedade como um todo. E, para melhorar o cenário atual em busca de um convívio saudável, é importante ter atenção à causa, para que não haja consequências pela falta de controle.

4.1. MÉTODOS DE PREVENÇÃO AO ABANDONO DOS ANIMAIS

Em busca do controle de população de animais que vivem nas ruas, existem algumas estratégias preventivas contra os perigos em que a situação envolve. A OIE em 2009, indicou recomendações para o controle de cães e gatos: ▪

Educação e legislação para a detenção responsável;

Registo e identificação dos animais;

Controle reprodutivo;

Recolhimento e manejo de cães de rua capturados;

Controle das fontes de alimento e abrigo;

Restrição do movimento;


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Educação para a redução dos ataques, mordeduras e, consequentemente, da eutanásia dos animais.

É indispensável que os programas de controle estejam de acordo com as legislações, assegurando o controle populacional de cães e gatos segundo padrões humanitários. Prevenir é fundamental na proteção do animal e do ser humano, que mantém contato com esses seres. A educação é ainda o melhor caminho para a conscientização da população. A guarda responsável de cães e gatos é uma política pública que além de uma obrigação, passa a ser uma necessidade para a população. (SERCONI, 2016, p.63).

Segue ciclo de ações mais comuns que são eficazes para o cuidado e controle da população de animais errantes. Programa de vacinação – as campanhas auxiliam na divulgação do ato de responsabilidade de vacinar os animais, onde a vacinação serve para prevenção de doenças e risco de agravos que evita o sofrimento do animal. Além de proteger o animal e o ser humano, auxilia a diminuir os índices de proliferação entre os animais consequentemente restringe a eutanásia realizada em animais infectados. (MP, 2014). Posse responsável – A partir do momento em que uma pessoa escolhe adotar um animal de estimação, está se comprometendo a ser o guardião do animal, devendo assumir responsabilidades de manter a qualidade de vida, proporcionando elementos necessários para que o animal tenha uma existência digna e saudável. (MP, 2014). Registro e Microchip – A identificação e o registro do animal no centro de controle de zoonoses ou similar, de acordo com a legislação local é essencial para o controle contendo informações dos tutores, o método atual recomendado é a implantação de microchip sendo mais eficaz, em algumas cidades a implantação já é obrigatória (ARCA, 2017).


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Programa de esterilização – A castração devidamente realizada é a única medida definitiva no controle da procriação e não tem contraindicações. (ARCA, 2017). É um método cirúrgico que evita algumas enfermidades no animal, além de minimiza a quantidade de animais em vias públicas (MP, 2014). Adoção - animais abandonados ou fruto do descontrole reprodutivo são colocados para adoção, a opção de adotar ao invés da compra de um animal é fortalecida pela conscientização. O ato de adotar de abrigos públicos e/ou privados já vacinados e castrados, em vez de comprar corrobora com o trabalho humanitário. (ARCA, 2014). Conscientização – a educação da população é essencial como também os demais métodos humanitários para controle populacional, campanhas de esclarecimento para proprietários de animais, leis específicas, cartilhas educativas em escolas, são algumas das alternativas que auxiliam no entendimento e contribuem para a solução. Entre diversas ações que possam ser tomadas para a redução de animais desamparados encontrados nas vias públicas, a combinação dos esforços citados acima, são os mais palpáveis e juntamente com a sensibilização da sociedade podem mitigar o problema.

4.2. CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES

Os Centros de Controles de Zoonoses (CCZ), são unidades de saúde pública vinculada a Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS). O objetivo principal deles é impedir a propagação de zoonoses. O termo ‘zoonose’ significa doença bacteriana, viral ou


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parasítica transmissíveis entre humanos e outros animais vertebrados, e vice-versa, naturalmente transmitidas. O CCZ conta com os seguintes serviços: ▪

Serviço de Controle da Raiva e de Outras Zoonoses;

Serviço de Controle de Roedores e Animais Peçonhentos;

Serviço de Laboratório de Controle de Zoonoses;

Serviço de Entomologia;

Serviço de Controle de Vetores;

Serviço de Apoio Operacional;

Grande parte das zoonoses estão associadas as áreas rurais, mas a disseminação nos animais domésticos urbanos também tem relevância, principalmente cães e gatos pela convivência com os humanos, (SCHNEIDER, 2018). Ainda conforme MP (2014), “(...) os animais não expõem as pessoas ao risco de pegar doenças, e sim os hábitos de higiene e a forma com que os animais são mantidos pelas pessoas”. No quesito de animais abandonados o CCZ de São Paulo não recolhe nem sacrifica mais animais, o que era realizado até o ano de 2008, por força de uma lei adotada também por outros estados brasileiros - Lei 12.916/08, (anda 2014). Os abrigos dos CCZs que seguem a legislação (Lei 12.916/08), não recebem qualquer animal, somente aqueles sem tutor que represente risco à população, em casos de situação terminal ou de maus-tratos, sendo assim caso uma pessoa não queria ou não possa mais ficar com seu animal, depende de alguém que possa adotá-lo ou de uma ONG de abrigos que possam recebê-lo (GIOVANELLI, 2016).


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Dentre as atividades exercidas pelas CCZ são responsáveis pela vacinação, educação populacional, orientação e notificação do infrator no caso de maus-tratos, não sendo uma de suas funções obrigatórias perante lei abrigar ou realizar adoções de animais.

4.3. ONG’S E ABRIGOS

Após o entendimento do problema advindo do abandono de animais de estimação e da sua abrangência, além do poder público, da sociedade em geral que podem através de medidas prevenir maior incidência da problemática, ainda há o auxílio de entidades como as ONGs e protetores de animais que concedem apoio e suporte a causa, ajudando a combater o abandono. O foco de atividade de uma ONG está direcionado para a sociedade, conforme ABONG (2015), “As ONGs são entidades comprometidas com determinadas causas. É um projeto político, uma interferência direta na sociedade.” As ONGs defensoras da causa animal estão em crescimento no Brasil, sendo que a maioria das cidades brasileiras não possuem abrigos, assim, as ONGs existentes nos municípios, além do trabalho realizado para conscientizar a população sobre o abandono, ficam responsáveis pelo acolhimento desses animais que muitas das vezes estão desnutridos, doentes e maltratados. As ONGs desempenham atribuições como retirar os animais da situação de ruas, cuidar, castrar e encaminhar para uma adoção responsável, tendo como base principal o bem-estar e saúde de cães e gatos que moram nas ruas (BRITTO, 2013). O trabalho prestado pelas ONGs é de extrema relevância, se dedicam ao cumprimento das leis de defesa animal e na grande maioria dos casos com recursos próprios ou mediante doações, não medindo esforços em prol dos animais. Por outro lado,


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as entidades estão cada vez mais superlotadas de animais abrigados e com recursos escassos para desempenharem as funções rotineiras (BALIZARDO, 2015). Conforme cartilha sobre guarda responsável do Ministério Público (2013, p.10), ainda acrescenta: “Os abrigos para animais, mantidos pela iniciativa pública ou privada, são insuficientes diante do tamanho do problema, que cresce a cada dia”. Mesmo com essas medidas tomadas pelas entidades envolvidas, ainda não soluciona o problema de controle populacional e de saúde. Parte das ONGs que resgatam e acolhem animais não possuem espaço suficiente, falta estrutura adequadamente projetada para o bem-estar animal, possuem complicações de infraestrutura em geral e mesmo com boa vontade grande parte das entidades carecem de espaço e de mais abrigos para suprir a causa.


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5. ESTUDO URBANO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA


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5.1 LOCALIZAÇÃO E DADOS DA SÃO JOÃO DA BOA VISTA Figura 14 - Mapa da localização de São João da Boa Vista – SP

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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5.2 CARACTERIZAÇÃO

São João da Boa vista está localizado no interior do estado de São Paulo, fundada em 24 de junho de 1821, situando-se na latitude 21º58'09"S e na longitude 46º47'53"O. O município limita-se com Vargem Grande do Sul, Espirito Santo do Pinhal, Aguaí, Santo Antônio do Jardim, Andradas e Águas da Prata. (IBGE; SEADE, 2017). Em relação aos grandes centros situa-se a uma distância de: 139 km de Campinas; 180 km de Ribeirão Preto; 218 km de São Paulo; 495 km de Belo Horizonte; 598 km de Curitiba e 611 km de Rio de Janeiro. Grande parte da população concentra-se dentro da malha urbana da cidade com 96 % e somente 4% reside na área rural (IBGE, 2016), sendo assim seu maior campo de desenvolvimento econômico está voltada para área urbana. Na figura 15 e 16, é possível notar que dentro do perímetro da malha urbana encontra a mancha urbana, onde está o aglomerado da população e ao redor os vazios urbanos áreas ainda não utilizadas, assim é possível entender a espacialidade do município.


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Figura 15 - Mapa com área urbanizada do município

renda, a região conta com alguns equipamentos públicos; ▪

Região Central: a região caracteriza se pela concentração

de

comércios

e

serviços

e

domicílios de média e alta renda, além de ser o principal ponto de lazer e cultura da cidade; ▪

Região Oeste: região destinada em sua maioria habitacional, com pontuais vias comerciais e de serviços;

Região Leste: possui um grande número de comércios e serviços existentes sendo uma

Fonte: Urban Systems, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor

subcentralidade habitacional

Com o desenvolvimento da cidade e os fenômenos

Região Norte: em grande parte habitacional, ocupadas por famílias de diferentes níveis de

possui

cidade, um

na

questão

agrupamento

de

condomínios fechados;

urbanos a cidade foi setorizada em 5 regiões principais: Norte, Centro, Oeste, Leste e Sul.

da

Região Sul: região com maior crescimento, havendo uma concentração de habitações de interesse social e uma nova subcentralidade está em desenvolvimento.


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Figura 16 - Mapa de divisões territoriais urbanas

Fonte: Urban Systems, 2014. FGMF, 2014. Google Earth, adaptado pelo autor

Conforme o Plano Diretor de São João os dados indicam que dentro do perímetro urbano como consequência do crescimento da cidade nos últimos anos, impulsionou a expansão urbana, dispersando a população e mantendo vazios urbanos, ou seja, ao longo do território urbano à várias áreas ainda não utilizadas ou desocupadas. Na figura 17 é possível visualizar a quantidade de áreas ociosas dentro do perímetro urbano, sendo que esses espaços poderiam ser utilizados para diversos fins.


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Figura 17 - Mapa de vazios urbanos

Com o espraiamento da ocupação territorial da cidade novos acessos foram implementados no sistema viário, como novas vias principais, sendo elas eixos comerciais em sua maioria. Na produção do espaço urbano essas novas vias principais contribuíram para facilitar a mobilidade urbana e o acesso a infraestrutura necessária a população. A figura 18 apresenta as vias principais além dos acessos pelas rodovias SP-342 e SP-344 que permeia o município, sendo elas utilizadas também para o tráfego entre as regiões dentro da cidade.

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


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Figura 18 - Mapa dos principais acessos

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


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5.3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

Quando fundado o município teve seu desenvolvimento ligado a produção agrícola, no século XIX com a construção da ferrovia novas oportunidades foram agregadas ao desenvolvimento econômico da cidade, com o novo meio de locomoção contribuiu para o grande êxito na produção cafeeira. De acordo com o PLANO SÃO JOÃO 2050 (2015), atualmente pelo decorrer da evolução da cidade tornou-se um polo econômico regional, influenciando cerca de 13 municípios em sua microrregião, através de equipamentos educacionais, de saúde, lazer, comércio e serviços. Os números do PIB (2011) indicam um crescimento do setor de comércios e serviços. A agricultura e a indústria tiveram períodos de queda na última década, atualmente todos os setores estão em crescimento em comparação com a evolução nos últimos anos. O setor de comércios e serviços com 61,8% e em conjunto com o crescimento da indústria de 35,3%, totalizam cerca de 97,1% do PIB municipal, enquanto a agricultura representa uma pequena parcela deste índice, com cerca de 2,9%.


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Figura 19 - Desenvolvimento econômico de São João da Boa Vista

Figura 20 - Infraestrutura básica

Fonte: IGBE, 2010, adaptado pelo autor

Na última década o município de São Joao da Boa Vista passou por um bom crescimento econômico no qual se tornou um atrativos para pessoas de outras cidades, que vieram em busca de trabalho, o aumento populacional é um Fonte: Urban Systems, 2014, adaptado pelo autor

dos fatores que refletiu na espacialização urbana com a

São João possui um IDH (2010) relativamente alto, de

segregação de uma população de baixa renda para as

0,797, ocupando a 28º colocação no estado de São Paulo,

margens da área urbana, como já dito caracterizando a

com boa infraestrutura pelo porte da cidade, (PNUB, 2013). A

cidade por um espaço urbano fragmentado.

infraestrutura básica, como coleta de lixo e abastecimento de água atinge grande parte dos domicílios.


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5.4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Na cidade de São João da Boa Vista, o clima é quente e temperado, ao longo do ano a temperatura varia de 10ºC a 29ºC. A cidade tem variação sazonal extrema na sensação de umidade, no qual cerca de 20% do tempo durante o ano o nível de conforto é abafado. (WEATHER SPARK, 2017). Na figura 21 é apresenta a caracterização das temperaturas médias ao longo do ano. Figura 21 - Temperatura média horaria em São João da Boa Vista

Fonte: WEATHER SPARK, 2017

O período mais chuvoso ocorre entre dezembro e janeiro com acúmulo total média de 236 milímetros, sendo que no município chove ao longo do ano todo. Em relação aos ventos, a época de mais ventos é entre junho e novembro com velocidade


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acima de 10,7 quilômetros por hora. A direção frequente do vento vem do Leste durante cerca de 10 meses ao longo do ano. (WEATHER SPARK, 2017). Figura 22 - Direção do vento em São João da Boa vista

Fonte: WEATHER SPARK, 2017

O conhecimento da zona bioclimática auxilia com melhores estratégicas para elaboração de projeto, unindo dados de conforto humano e dados de condições climáticas da região em benefício do conforto dos usuários. A classificação bioclimática segue a ABNT NBR15220-3, a figura 23 representa o mapa demarcado e as estratégias para região de São João da Boa Vista.


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Figura 23 - Zoneamento bioclimático brasileiro

Fonte: Software ZBBZ, 2004, adaptado pelo autor

Com o conhecimento das características bioclimáticas é possível desenvolver projetos eficientes e através dos métodos construtivos aplicados e materiais utilizados na edificação é possível alcançar maior controle sobre o desempenho térmico e como resultado ambientes com maior qualidade final.


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6. CONTEXTO DOS ANIMAIS ERRANTES EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA


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É notável a falta de medidas educativas para

querem doar e quem deseja adotar, conseguindo realizar uma

conscientização sobre o abandono animal, sendo um

média de 40 a 50% de adoções. O que demostra um nicho de

agravante ao problema já existente. O fato de o município

pessoas com intenções de adotar um companheiro para o lar.

encontrar-se

sua

A USPA também realiza, quando possível, campanha de

população residente, são fatores que contribuem para o

castração e vigilância sobre maus-tratos, uma luta que vem

aumento de animais errantes na cidade, intensificando as

ocorrendo há cerca de 20 anos (USPA, 2012).

em

desenvolvimento

e

aumentando

limitações já existentes.

Figura 24 - Feira de adoção realizada pela USPA

O poder público já realizou campanhas de esterilização animal que não foram sequenciadas e demostra interesse em voltar a realizar, conforme responsável pelo setor de Controle de Zoonoses, mas no momento não estão sendo praticadas. Atualmente a cidade conta com iniciativas de cuidadores que auxiliam no resgate e abrigo a esses animais, como a Associação Cão Paixão que não realiza mais o resgate já que possui cerca de 35 animais e está em seu limite de capacidade. A União Sanjoanense de Proteção aos Animais não possui sede, já que não realiza o amparo de animais, seu trabalho se resume a feiras mensais de adoção de filhotes no centro da cidade, onde são intermediários entre tutores que

Fonte: Acervo próprio, 2019


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Em um levantamento realizado nas ruas de São João da Boa Vista, foi constatado a facilidade de encontrar animais abandonados ou que seus tutores por irresponsabilidade, deixam soltos nas ruas, as imagens abaixo confirmam a triste realidade no município. Em diversas áreas é possível presenciar animais errantes, assim tornando-se necessária uma medida corretiva, a fim de mitigar a problemática. Figura 25 - Animais nas vias públicas de São João da Boa Vista

Local: Vila Brasil

Local: São Lazaro

Local: Bairro Alegre

Fonte: Acervo Próprio, 2019 Local: Bairro do Rosário


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Figura 26 - Animais nas vias públicas

Local: Jardim São Jorge

Local: Santo Antônio Fonte: Acervo Próprio, 2019

Local: Parque dos Resedás

Local: Bairro Alegre


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7. ESTUDO DE CASO


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Referências arquitetônicas são uma estratégia de pesquisa que possibilita uma compreensão de abordagens utilizadas em projetos conceituados, o que auxilia no embasamento e esclarecendo determinadas decisões projetuais a serem tomadas. A fim de complementar este trabalho fora realizados estudos diretos e indiretos com a função de ampliar o conhecimento no que corresponde ao tema.

7.1 REFERÊNCIAS DIRETAS

Esse estudo é fundamental para o embasamento deste trabalho, ampliando o grau de conhecimento sobre a situação atual de São João da Boa Vista e demostrando de modo conciso a problemática de animais em situação de rua e a falta de infraestrutura para solucionar o problema. Trata-se de referências diretas entre visitas in loco e questionário online para compreender a logística dos estabelecimentos que promovem cuidados aos animais abandonados e interesse da população sobre o mesmo. A pesquisa foi realizada através de roteiros de entrevistas e documentação fotográfica. O conhecimento do contexto do município auxilia no diagnóstico coerente, sendo assim possível encontrar as soluções para mitigar a problemática, tornando as viáveis para a realidade atual.


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7.1.1 Associação Pet Feliz de São João da Boa Vista A visita in loco foi realizada na Associação Pet Feliz mais conhecida como ONG Pet Feliz, a escolha se deu pelo fato de ser o maior abrigo de animais da cidade de São João da Boa Vista, foi realizada em 03 de abril de 2019. A ONG foi fundada há cerca de 16 anos, inicialmente a cuidadora abrigava cães em sua própria residência com o aumento do número de animais em situação de rua fez-se necessário um espaço maior, onde com auxílio de outros protetores, veterinários e pessoas engajadas com a causa, foi possível com muitas dificuldades conseguiram um novo local (figura 28), com maior capacidade, buscando amenizar o número de animais que vivem em situação de rua. Atualmente a sede da ONG está localizada no Sítio Conceição acessado pela avenida Astolpho P. Assis, em uma estrada não pavimentada em São João da Boa Vista, o local atualmente abriga somente cães. A cuidadora responsável do abrigo, Maria Pereira Alves, conta que atualmente não realiza resgates de animais em situação de maus-tratos, o que fazia anteriormente e gerava muitos transtornos acarretando em problemas de saúde e atualmente a CCZ da cidade realiza esse trabalho. Para auxiliar é feito um trabalho de conscientização através de postagens em redes sociais em busca a conscientização da população pela causa e ao mesmo tempo incentivar a adoção responsável. Em prol de adoções, quando possível, através de ajuda de voluntários, é realizada feiras de adoção no centro da cidade, buscando um novo lar e um contato afetivo para esses animais.


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Figura 27 – Vista frontal da Associação Pet Feliz

Fonte: Acervo próprio, 2019

A cuidadora Maria, luta pelos direitos dos animais e passou grandes dificuldades financeiras para manter o abrigo ao longo de toda sua jornada, até hoje conta com ajuda de voluntários, os serviços veterinários, em grande parte, são comunitários, já a prefeitura fornece alguns medicamentos e ração, uma parte da ração é cedida por um empresa da cidade e esporadicamente membros da população também doam. Ainda assim, esses auxílios não suprem a demanda de alimentação e medicamentos, ou seja, há uma carência financeira.


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Para tentar melhorar a situação foi aberto um bazar beneficente na rua Ademar de Barros, número 665, no Centro de São João da Boa Vista, onde a renda é convertida para ração e medicamentos. Com essas dificuldades rotineiras, ficam impossibilitados de melhorar a estrutura física do local. No período de um ano entre animais acolhidos, pedidos de ajuda pela população, cuidados cedidos, são atendidos em média 500 cães, já gatos são poucos, mas não se tem uma estimativa. Graças as adoções realizadas, torna-se possíveis ajudar novos animais que precisam de cuidados. Por meio de uma luta constante pela causa animal no ano de 2019, com auxílio de vereadores, a ONG, para receber ajuda efetiva do poder público, encaminhou um projeto para se tornar uma utilidade pública (situação que ainda encontra-se em processamento) e com a aprovação, será possível incluir novas soluções e melhorar instalações. ESTRUTURA O abrigo fica em um pequeno sitio com adaptações para receber os animais, foram construídos alguns canis individuais, sendo que a maioria deles ficam juntos em uma área improvisada para o canil coletivo, apenas separados por sexo para controlar a procriação até serem castrados. Na instalação não possuem áreas de cuidados veterinários, quando se faz necessários são transportados a clínicas parceiras. As instalações comportam cerca de 80 animais para que seja possível terem os cuidados necessários e seu bem-estar assegurado, mas devido à alta demanda de animais abrigados e o fato de que as pessoas abandonam seus animais na porta do abrigo, ocasionou que atualmente encontra-se com 120 cães recolhidos em suas dependências. O estado de superlotação se dá devido à falta de suporte pelo poder público e também a falta de promoção para a conscientização da população, sem contar a falta de recursos para expandir o abrigo.


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Comparando as figuras abaixo podemos observar que foi realizada uma pintura da edificação nos últimos anos, tratando-se de uma sucinta melhora no local. Figura 28 - Imagem externa da Associação Pet Feliz no ano de 2015

Fonte: Google Earth, 2015; Fonte: Acervo próprio, 2019

Para melhor interpretação das áreas contidas no abrigo a figura 30 demostra a setorização do terreno, onde possui uma grande área de um antigo campo de futebol que foi convertido em solário para os animais, os respectivos canis como alojamento e possui também uma residência no local.


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Figura 29 - Diagrama de setorização da ONG

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Ao final da visita, pode-se concluir que é uma instalação improvisada, onde não houve um planejamento prévio para a construção de uma estrutura que visa ser um abrigo de animais e sim foram realizadas adaptações ao longo do seu funcionamento, sendo assim, carece de melhorias em suas instalações físicas para que os ambientes sejam adequados.


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DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Figura 30 - Associação Pet Feliz

Canil Individual

Área de Recreação Fonte: Acervo próprio, 2019

Canil Coletivo


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7.1.2. Centro de Controle de Zoonoses de São João da Boa Vista

Para compreender a participação do poder público e quais medidas são tomadas, no que diz respeito aos animais em situação de rua no município, foi realizada uma visita ao CCZ no dia 01 de abril de 2019. A CCZ de São João da Boa Vista está localizada na rua Antônio José Milan, número 400, Jardim Vila Rica, o Centro de Controle de Zoonoses, foi fundada em junho de 1992, atualmente possui 23 funcionários utilizando-se da mesma edificação desde sua criação. Conforme entrevista realizada com Marcelo Donizetti Dearo Menato, responsável pelo setor de Controle de Zoonoses da cidade, esclareceu que quando se trata do tema “abandono de animais”, para o departamento de zoonoses, é apenas uma das áreas que se responsabiliza pelo animal, sendo o foco de atuação, o controle de doenças infectocontagiosas da cidade. Atuam quando recebem denúncias da população e trabalham em conjunto com o serviço de controle animal no caso de animais silvestres, e no caso de maus-tratos de animais domésticos recebem o auxílio da polícia militar ambiental, quando necessário. Conforme a legislação vigente, atualmente o CCZ está isento da responsabilidade de resgatar animais errantes ou realizar adoções, sendo de total responsabilidade de seu tutor, já no caso de proliferação nas ruas há uma brecha onde a lei não determina de forma conclusiva a quem se dá a responsabilidade. Em gestões públicas anteriores a legislação era diferente, assim a construção da edificação do CCZ baseou-se nas medidas utilizadas na época, possuindo 5 canis individuas de cada lado de um corredor linear, e quando recebiam animais de rua eram colocados no primeiro canis, a cada dia o animal era transportado para o próximo canil e ao final dos cinco canis existentes no corredor (figura 32), se o animal não fosse adotado era encaminhado para eutanásia. Como a estrutura utilizada ainda é a mesma,


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as instalações não estão propícias a vivência do animal, já que possuem limitações para manter o bem-estar, sendo um ambiente frio construído para poucos dias de estadia, além de que necessitam de reparos na estrutura. Atualmente as funções obrigatórias do CCZ aos animais domésticos são: liberar a vacinação aos animais de toda a população; divulgação e orientação a população sobre respeito aos animais e notificação no caso de infração das leis de maustratos. O recolhimento de animais pela CCZ só é realizado no caso de maus-tratos ou quando apresentam risco de doenças, exclusivamente nesses casos os animais ficam alojados no CCZ, o tempo é determinado conforme o caso, e nessa situação promovem a adoção responsável realizada diretamente na instalação. O CCZ também é responsável por campanhas para que a população faça o registro de seus animais. Atualmente estuda a viabilidade de implantação obrigatória de microchip em animais de estimação como forma de controle dos animais do município. O Centro não possui um controle sobre o número de animais em situação de rua, já que o abandono se caracteriza como crime e também atentado a saúde pública, sendo assim é realizado de forma clandestina. Como informado pelo CCZ os dados que são contabilizados são de vacinados e registrados, o número de animais vacinados na cidade é de 14.383 cães e 3.377 gatos. Segundo Agência de Notícias de Direitos dos Animais (2013), há um cachorro para cada cinco habitantes que, por sua vez, possuem um percentual de abandono próximo a 10%. Nesse raciocínio, como já obtivemos uma totalidade de 17.760 animais, entre cães e gatos vacinados em São João da Boa Vista, estima-se que a população de animais abandonados seja na ordem de 1.776. Informação que nos auxilia a ponderar sobre quão delicado é o abandono e que mesmo em cidade do interior a crueldade contra animais acontecem em números consideráveis.


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DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Figura 31 – Imagens do Centro de Controle de Zoonoses

Canis

Canis solários

Antiga sala de eutanásia, atual sala de

Animal abrigado

cuidados veterinários Antiga sala de eutanásia, atual sala de

no solário Animal abrigado

cuidados veterinários

Fonte: Acervo próprio, 2019

no solário

Fonte: Acervo próprio, 2019

Animais abrigados Animais abrigados


101

7.1.3 Pesquisa de opinião

Foi realizado um questionário online, aplicado no

Figura 32 - Infográfico com os dados principais da pesquisa

período de 16 de março à 25 de março de 2019, desenvolvido pela plataforma do Google Formulários e divulgados através das redes sociais. Foram 144 pessoas que responderam à pesquisa, sendo a maioria residente no município de São João da Boa Vista - SP, onde o objetivo principal era colher informações sobre a relação das pessoas com os animais domésticos, seus interesses e opiniões entorno do tema, esta pesquisa tem caráter complementar para o desenvolvimento deste trabalho.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


102

Inicialmente

podemos

perceber

que

93,8%

dos

participantes em algum momento já tiveram cão ou gato,

responsáveis,

que não pretender conviver com um animal, assim é possível notar que o vínculo afetivo está em grande parcela da população.

talvez

um

estimulo

com

uma

instalação apropriada.

4,2% já tiveram outros animais e dentre os que não tiveram 0,7% gostariam de ter, restando uma parcela mínima de 1,4%

faltando

Questionados sobre encontrar animais abandonados nas

ruas

da

cidade

84,1%

confirmaram

encontrar

frequentemente, o que confirma a problemática. Por meio da pesquisa é notável que grande parte da população considera o tema importante chegando próximo a sua totalidade, o que

Dos participantes mais da metade já visitou um abrigo

falta é a conscientização da população como medida

de animais, sendo que 91,7% já adotou ou tem vontade de

preventiva e para amenizar a situação atual uma instalação

adotar um animal, o que reforça o fato de que um abrigo

que proporcione bem-estar aos animais errantes.

estruturado na cidade tem potencial para realizar adoções


103

7.2 REFERÊNCIAS INDIRETAS

A problemática com o abandono de animais é recorrente no mundo todo, uma grande diferença do nosso país é o modo como é tratado o assunto, no Brasil é uma área pouco explorada o que agrava o problema, já no exterior há um tratamento diferenciado positivamente. No Brasil como o abandono é crime, o tutor que vê o animal como algo indesejado, não tem nem abrigos, nem o CCZ que receba esses animais, acabam assim abandonando de forma cruel, consequentemente o município não tem precisão do perfil do tutor e nem a caracterização do animal, já em outros locais do mundo tem abrigos onde os tutores podem entregar esses animais e preenchem um questionário e através deste banco de dados buscam prevenir e minimizar renúncias e através de dados coerentes aplicam princípios para que a sociedade não queria abandonar. O fato de ser crime o abandono no Brasil, o método mais utilizado não é a prevenção sim a punição, assim quem abandona certamente não assume, e ainda aumenta o número de maus-tratos e sofrimento do animal nas vias públicas. (D’ANDRETTA, 2012). Deste modo, os estudos nacionais com informações fidedignas são escassos e podem conter vieses. Portanto as pesquisas indiretas são obras arquitetônicas com soluções projetuais do mundo afora.


104

7.2.1 Centro de Atendimento Animal e Centro Comunitário do sul de Los Angeles - animal care center & comunity center

FICHA TÉCNICA: Local: Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos Ano do projeto: 2013 Tamanho instalação interna: 2.229,67m² Área do canil exterior: 3.994,83 m² Tipo de obra: Centro Comunitário Arquitetura: RA-DA Arquitetos: Rania Alomar, Adrie Laan, Rianne Kreijne, Joost van Bergen, Miren Aramburu, Mariska Koster, Claudia Temperilli, Oliver Rasche Colaboradores: Sofia Ames, Carolyn Telgard, Jesse Madrid, John Labib & Associates, Grupo Figura 33 - Fachada principal do Centro de Atendimento Animal de Los Angeles Fonte: RA-DA, 2013

de Engenharia Criativa, RBF Consulting, EW Moon Contratante: Mackone Development Inc Fotógrafo: Ralf Strathmann


105

HISTÓRIA

As primeiras recomendações para a construção era criar um lar temporário pensando em seu bem-estar e em virtude da concepção formal façam as pessoas quererem adotar um animal. (ALAMOR, 2012). Assim o objetivo do projeto era criar um ambiente acolhedor envolvendo os moradores e atraindo os pedestres que passam pelo local e com o envolvimento da comunidade era possível para aumento o número de adoções de animais e consequentemente diminuição o número de eutanásia. No projeto a característica principal da instalação fica por conta do seu layout, com uma variedade de atendimento e integrando as áreas internas e externas da edificação.


106

ARQUITETURA

RA-DA é um escritório de design e arquitetura fundado em 2006, por Rania Alomar sua sede está localizada em West Hollywood, Califórnia. O escritório é conhecido por seu fascínio em programas complexos e clientes exigentes, um escritório jovem comprometido com as novas tecnologias, além do interesse em estudos tridimensionais, sistemas sustentáveis e busca utilizar os métodos mais recente do mercado para o campo de atuação (RA-DA, 2012).

Figura 34 - Principal arquiteta do escritório RA-DA

Fonte: RA-DA, 2012


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LOCALIZAÇÃO

O projeto do centro de atendimento animal e centro

vias locais. Como situa-se ao lado de uma avenida

comunitário está localizado em Los Angeles, Califórnia

movimentada, acentua o fato que é locado estrategicamente,

(Figura 35), costa oeste dos estados unidos. Los Angeles é

devida a boa visibilidade e ser acessível.

uma das cidades mais populosas dos Estados Unidos, com

Figura 35 - Mapa Los Angeles

população estimada em 4 milhões, conforme censo dos Estados Unidos, 2017. O terreno em que está locado o abrigo encontra-se distante em relação ao centro principal da cidade (Figura 36), devido principalmente pela extensão da cidade, mas no sul de Los Angeles a cerca de vinte e oito minutos a caminhando e quatro minutos de carro está localizado a centralidade mais próxima ao projeto. Nas imediações do centro de atendimento animal possui uma rodovia que facilita o acesso, a rodovia está ligada diretamente com a avenida West 60th Street que passa em frente ao projeto, sendo seu principal acesso além das

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


108

Figura 36 - Localização do Centro de Atendimento Animal de Los Angeles

Fonte: Google Maps, 2019, adaptado pelo autor

ESTUDO DO ENTORNO

O centro de atendimento animal está instalado em uma área de zona industrial e comercial, cercado por avenidas com grande fluxo de veículos, além de estar locado em um lote de esquina auxiliando assim na visibilidade atraindo maior número de


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visitantes ao abrigo. Nos arredores do abrigo (figura 37), encontra-se alguns comércios, clínica médica, fábricas inativas e outras ativas, estacionamento de ônibus escolares, estacionamento de veículos comuns e um pouco mais afastados as áreas residenciais, de modo proposital. Em relação as vias do entorno são de tamanho mediano, mas suprem o fluxo de veículos e pedestres, a rodovia S. Western Ave auxilia na distribuição dos caminhos. Figura 37 - Relação com o entorno do centro de atendimento animal

Fonte: Google Earth, 2019, adaptado pelo autor


110

O PROJETO

Na concepção do projeto o intuito era buscar quebrar o paradigma dos preceitos sobre abrigo de animal, se diferenciando com a arquitetura que não se resume a alojar animais, mas buscando conforto e respeito desses animais e atraindo a comunidade a usufruir destes espaços e acabem adotando um animal de estimação. Para isso foi adotado pelo escritório um modelo de varejo, ou seja baseado em uma loja de departamentos onde as pessoas vão realizar comprar e no caso do abrigo leva a adoção, o propósito é desviar a atenção durante o caminho levando então até os abrigos, através de monitores buscando incentivar o ato de adotar. O centro de atendimento animal propõe uma organização diferenciada buscando utilizar todo o terreno, a volumetria conforme figura 38, é composta por um bloco principal onde é realizado o atendimento animal, sendo assim o acesso ao público fica restrito em algumas áreas, o segundo bloco está o centro comunitário destinado a recepcionar, interagir e educar a população em assunto do contexto animal, entre os blocos existe uma galeria ao ar livre e na sua extensão um boulevard que conecta os blocos aos canis e áreas abertas. Na galeria como no boulevard possui áreas paisagísticas contribuindo na questão estética e bem-estar dos visitantes. Já o abrigo conta com 270 canis, próximos a áreas de recreação e espaços paisagísticos tornando o ambiente receptivo e agradável.


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Figura 38 - Setorização geral e fluxo dos canis

Fonte: ARCHDAILY, 2013, adaptado pelo autor

O acesso principal se dá pela circulação primária, um boulevard onde ao longo do caminho possui espaços de convivência e descanso, entre os dois blocos.


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Como suporte possui estacionamentos distintos, sendo dois deles voltado ao público separado do estacionamento de funcionários, contribuindo para um fluxo adequado de veículos. A circulação dos pedestres nos canis se dá por três tipos de vias, sendo elas de dimensões diferentes, buscando orientar adequadamente a circulação das pessoas. Os canis como demonstrado na figura 39, estão dispostos de modo que não fiquem frente a frente, inibindo excesso de ruídos e stress do animal e algumas áreas verdes ao longo do canil auxilia neste ponto de forma estratégica, além de funcionar como barreira visual a outros animais ao mesmo tempo propicia uma proximidade com a natureza trabalhando o bem-estar animal. Figura 39 - Organização do canil

Fonte: RA-DA, 2013, adaptado pelo autor


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No interior os blocos estão organizados de acordo com as funções, dispondo de área médica em prol da saúde do animal, clínica para castração e cuidados estéticos, áreas de quarentena e isolamento em casos necessários, dentre outras funções exercidas como apresentado na figura 40. As salas de suporte ficam as áreas administrativas, estoque e as salas com janela voltadas para galeria, funcionando como atrativos aos visitantes já que nessas salas possuem répteis, coelhos, cães com idade avançada, berçário de gatos, um arranjo que encoraja os visitantes a conhecer os demais espaços. A instalação conta com acessos por quatro entradas principais, sendo duas no bloco de cuidados animais, uma no centro comunitário e a entrada pela galeria, o que permite uma boa distribuição, principalmente em casos de visitação com grande público.


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Figura 40 - Planta com programa de necessidades

Fonte: ARCHDAILY, 2013, adaptado pelo autor


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A solução espacial utilizada busca que o visitante queira conhecer todos os espaços permitidos. Através do modo em que os ambientes estão locados possui uma boa circulação entre as áreas, sendo possível entender as divisões internas na figura 40. O projeto tem uma grande preocupação com as áreas de recreação dos cães, além de ter várias áreas paisagísticas visíveis de dentro dos canis, tem espaços propícios ao treinamento e lazer do animal trazendo um contato direto com a natureza e interação com outros cães de modo supervisionado.

FORMA, MATERIALIDADE E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A inspiração da volumetria se dá pelas formas geométricas prevalecendo as trapezoidais, utilizadas em vários pontos da fachada como nas demais dependências do abrigo (figura 41). A edificação dispõe de estacionamento próprio e bicicletário logo na fachada principal, os acessos se dão por três entradas a partir deste estacionamento. Na composição de cores a fachada apresenta concreto aparente e painéis com uma gradação de tons de verde, como elemento chamativo e alegre, sendo agradável também ao óculo animal.


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Figura 41 - Acesso principal do Centro de Atendimento Animal e Centro Comunitário de Los Angeles.

Fonte: RA-DA, 2013, adaptado pelo autor

A fachada principal dá acesso a galeria central, na galeria (figura 42) as aberturas nas portas e janelas permitem a visibilidade das salas dos animais, as aberturas também permitem a entrada de iluminação natural no local. O acesso ao bloco é através de uma porta de correr de duas folhas e nas laterais em vidro low-e que permite entrada de iluminação natural no ambiente, sem comprometer o conforto dos ambientes internos, controlando a transmissão térmica.


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Figura 42 - Galeria Central

Fonte: ARCHDAILY, 2013, adaptado pelo autor

As cores vibrantes também estão presentes no interior da instalação contrastando com a cor branca presente nas paredes e mobiliários, cor clara que ressalta luminosidade, limpeza e tranquilidade. Ao invés da instalação de forro em todo o teto no interior do bloco, a edificação conta com cobertura em estrutura metálica aparente em grande parte do projeto, para que haja maior amplitude de forma proposital, sendo ela e as tubulações também na cor verde intenso.


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Figura 43 - Interna do Centro de Atendimento Animal de Los Angeles

Fonte: RA-DA, 2013, adaptado pelo autor

Nas figuras 44 e 45 é possível observar as áreas externas e circulação entre os canis, onde os espaços são bem ajardinados propiciando um contato dos animais com a natureza. Há também vários pontos de descanso, sendo esses espaços com boas dimensões.


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O local está preparado para receber grande grupos de pessoas como visitas de escolas devido ao caráter educativo em relação ao respeito aos animais. Figura 44 - Áreas verdes

Figura 45 - Área de circulação e alojamentos

Fonte: ARCHDAILY, 2013

A arborização e vegetação ao longo dos canis contribuem para qualidade do ar, sombreamento, conforto térmico, bem-estar animal e ainda torna o ambiente acolhedor aos visitantes.


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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

Paredes internas: painéis pré-fabricados, possibilita a expansão dos ambientes com maior economia e facilidade;

Paredes externas: de concreto pintado em alguns pontos aparente;

Pilares: concreto aparente;

Piso externo: concreto;

Piso interno: cimento queimado.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

O clima em Los Angeles é mediterrânico, ao longo do ano a temperatura varia de 9ºC a 29ºC. A sensação da umidade do ar interfere no nível de conforto de umidade, em grande parte do ano a sensação é agradável (em torno dos 16ºC). (WEATHER SPARK,2017).


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TEMPERATURA

A estação morna dura de julho a setembro com temperatura máxima média diária acima de 27ºC. Já a estação fresca permanece de novembro a março com média de temperatura de 21ºC. O verão em Los Angeles é morno árido e sem nuvens, já o inverno é longo e ameno. Figura 46 - Temperatura média horaria em Los Angeles

Fonte: WEATHER SPARK, 2017


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VENTOS

A velocidade média do vento em Los Angeles fica acima de 11,2 quilômetros por hora, sendo a época de mais ventos durante de novembro a abril. A direção mais frequente dos ventos vem do Oeste durante fevereiro e julho.

Figura 47 - Direção do vento em Los Angeles

Fonte: WEATHER SPARK, 2017


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ESTUDO DE VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

Através dos dados das condicionantes climáticas da região sabe-se que o local tem altas temperaturas, em prol de minimizar as ilhas de calor as paredes brancas reduzem a sensação térmica, os vidros de baixa emissividade também auxiliam na temperatura interna. A edificação possui claraboias na cobertura que permite entrada de luz natural nas salas onde estão os animais. Os canis estão locados ao sul onde recebe grande incidência solar por isso a utilização de arborização para sombreamento onde não há cobertura. Através da separação dos blocos a galeria central permite a passagem do ar para os canis, contribuindo para melhorar no conforto térmico. Como o boulevard se trata de um espaço exterior bem utilizado para circulação, favoreceu também a compactação da metragem da edificação, já que os atrativos ficam na parte externa, auxiliando na diminuição da necessidade de ar condicionado já que a edificação recebe boa insolação em todas as fachadas.


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Figura 48 – Planta e suas condicionantes

Figura 49 - Estudo de insolação nas fachadas do Centro de Atendimento de Los Angeles

Fonte: RA-DA, 2013, adaptado pelo autor Fonte: Software SOL-AR 6.2, adaptado pelo autor


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SUSTENTABILIDADE

Para alcançar a certificação LEED a edificação passou por medições e padronizações para garantir o selo de edificação sustentável. Os meios utilizados para essa conquista foram aproveitamento de iluminação e ventilação natural e utilização de águas pluviais. Além de utilizar matérias de conteúdo reciclado na construção. Em conjunto com os aspectos sustentáveis o abrigo utilizasse da natureza para criar uma experiencia agradável ao visitante, a equipe de funcionários e aos animais.

DESENHO TÉCNICO

A figura 50 apresenta a fachada principal voltada para Oeste, onde se localiza o estacionamento público calçadas bem arborizadas que melhoram o caminhar dos pedestres, já que se localiza em área com entorno industrial com pouca arborização. Figura 50 - Elevação Oeste

Fonte: ARCHDAILY, 2013


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ANALISE CRÍTICA

O projeto possui detalhes na fachada e arborização na calçada compondo um diferencial, já que se encontra em área com poucos elementos chamativos, assim de forma estratégica a edificação fica em destaque. Em geral o projeto possui boa circulação entre os ambientes, em relação a separação entre os blocos tornou interessante as disposições, ressaltando apenas um incômodo com a proximidade da cozinha com a sala de eutanásia, sendo as demais salas distribuídas de modo funcional. À arborização na área externa passam uma sensação de estar ao ar livre para os animais e contribui para um ambiente convidativo e acolhedor. A orientação dos canis de forma estratégica cria barreiras visuais aos demais animais evitando possíveis transtornos. A instalação possui abordagens sociais e ambientais que enaltecem a obra, além da interação que permitem entre os visitantes e aos animais. Os ambientes são bem elaborado e trazem consigo várias características importantes que contribui para o desenvolvimento de uma construção voltada para animais abandonados.


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7.2.2 Instalação de Cuidados para Animais de Palm Springs – Palm springs animal care facility

FICHA TÉCNICA Local: Palm Springs, Califórnia, EUA Ano do projeto: 2011 Área construída: 1.951,00m² Tipo de obra: Abrigo de animais Arquitetura: Swatt | Miers Architects Colaboradores: George Miers, AIA, Designer de Projetos Tim Hotz, AIA, Job Captain; Aaron

Harte,

AIA,

LEED

AP; Maureen Cornwell, Randy

HISTÓRIA Figura 51 - Fachada principal da Instalação de Cuidados para Animais de Palm Springs Fonte: ARCHDAILY, 2012.


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O abrigo animal foi inaugurado em 22 de outubro de 2011, representa uma parceria entre poder pública e privada entre a cidade de Palm Springs e a organização sem fins lucrativos Friends of the Shelte, o abrigo era necessário na região a décadas, e através de inciativas propostas pelos amigos do abrigo auxiliaram e promoveram uma arrecadação de fundos, posteriormente com apoio do poder público ganhou destaque e veio a se tornar prioridade na comunidade. Atualmente o abrigo tornou-se referência na região (ARCHDAILY, 2012). Os animais abrigados são resgatados, abandonados ou entregues na instalação, tendo capacidade para abrigar 100 cães e 152 gatos.

.


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ARQUITETURA

A empresa responsável pela obra, foi o escritório americano Swatt | Miers Architect, foi fundada através de uma fusão de duas empresas, a junção propiciou uma gama de prêmios, publicações de artigos, jornais e revistas. A equipe é formada por sete integrantes principais, (SWATTMIERS, 2010).

Figura 52 - Equipe Swatt | Miers Architect

Ganhou vários prêmios destacando os seguintes: ▪

Prêmio de honra pela excelência em design – Instituto Americano de Arquitetos: San Mateo County Desgn Awards, 2016, Ara House;

Prêmio Gold Nugget, “melhor uso público/privado” da Pacific Coast Builders Conference, 2012, Instalação de cuidados para animais de Palm Springs.

Fonte: SWATTMIERS, 2010


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LOCALIZAÇÃO A instalação está localizada em Palm Springs, no estado da Califórnia, extremo oeste dos Estados Unidos, em uma região desértica com população de cerca de 48.142 mil habitantes segundo censo dos Estados Unidos de 2017, o lote de esquina fica na área urbana mas possui uma distância razoável ao centro da cidade, seguindo a legislação de abrigo animal recomenda um afastamento de áreas com alta densidade. Figura 53 - Mapa de Palm Springs

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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O abrigo situa-se em frente ao Parque Demuth da cidade de Palm Springs um complexo de lazer e esporte, que auxilia na integração do abrigo com a cidade. O fato de estar próximo ao parque evidência as instalações e facilita o acesso do pedestre ao local. O acesso principal por outros modais se dá por duas vias, a partir da rodoviária estadual e pela avenida lateral a edificação. Figura 54 - Localização da Instalação de Cuidados para Animais de Palm Springs

Fonte: Google Maps, 2019, adaptado pelo autor


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ESTUDO DO ENTORNO

Está implantado em uma área de uso misto, na figura 55 é possível observar uma variedade de usos no entorno, o que proporciona um fluxo diversificado de pessoas transitando próximo ao local, auxiliando na visita e possíveis adoções de animais. No entorno possui áreas residenciais um pouco mais afastada o que contribui para que os ruídos internos não prejudiquem a vizinhança e vice-versa, contribuindo para a tranquilidade dos usuários do abrigo. O gabarito das edificações do entorno é relativamente baixo cerca de até 6 metros o que permite uma vista para paisagem desértica e ao mesmo tempo apreciar as áreas verdes do parque. A instalação fica em um terreno de esquina com boa visibilidade, possui três acres, aproximadamente 12.140,00 m², a topografia do local é plana e o lote fica na divisa entre as áreas verde onde está o complexo de lazer e áreas áridas onde se encontra áreas comerciais e industriais, a implantação está no centro do lote com vegetação no entorno com características desérticas devida aos fatores ambientais da região.


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Figura 55 - Relação com o entorno da Instalação de Cuidados

Fonte: Google Earth, 2019, adaptado pelo autor


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O PROJETO

O projeto conta com ambientes de diversas funções, tais como salas treinamento educacional, clínica veterinária para cuidados médicos, áreas de socialização, áreas de controle de animais, circulação funcional através dos corredores os usuários tem acesso a áreas distintas de acordo com a espécie, interligando os espaços canino e felino, entre outras áreas de atendimento para o cuidado eficiente dos animais e atendimento ao público de modo satisfatório. (SWATTMIERS, 2010). Figura 56 - Setorização da Instalação de Cuidados para Animais

Fonte: ARCHDAILY, 2012, adaptado pelo autor


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O programa em relação a estadia animal possui canis e gatis como também área de isolamento para casos necessários, incluindo também nas dependências áreas de suporte para recreação animal como sala de comunidade dos gatos, e para os cães que estão aptos, são encaminhado para canis da área de adoção que está localizada no pátio interno ajardinado, espaço convidativo que proporciona melhor circulação aos usuário e bem-estar animal. Tabela 5 - Estimativa por setor em % da instalação

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Na área externa conta com estacionamento público que facilita a visitação nas instalações e o estacionamento de funcionários com entrada de serviço são separados facilitando o fluxo, há dois acessos para os pedestres localizados na fachada principal da edificação que dá acesso ao lobby, usado por todos os visitantes, para possíveis adoções e convidados para participarem de seminários e workshops.


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Figura 57 – Acessos da Instalação de Cuidados para Animais

Fonte: SWATTMIERS, 2010, adaptado pelo autor

FORMA, MATERIALIDADE E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Na contextualização da forma houve uma união da estética moderna em contraponto com o ambiente árido do local, criando um destaque visual na paisagem. A edificação possui uma volumetria geométrica unindo formas triangulares e retangulares, possui texturas e cores distintas nos ambientes internos e externos. Como demostra a figura 58 a fachada norte da estrutura está direcionada para via principal (Av. Mesquite Avenue), a fachada possui janelas verticais estreitas, que permitem a entrada de luz natural sem perder a privacidade. Possui uma vegetação


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rasteira desértica e palmeiras aptas as altas temperaturas e nas paredes possui coloração vermelho terroso intercalado com tons neutros. Figura 58 - Fachada Norte da Instalação de Cuidados para Animais

Fonte: Swattmiers, 2010, adaptado pelo autor

A fachada principal está orientada a sudoeste, o que permite apreciar a vista para o parque Demuth ponto turístico da cidade, possui um formato triangular na cobertura como também no pilar, contribuindo para uma estética diferenciada, além dos brises fixos e letreiro em metal contrastando com o restante da edificação. Conta com balizadores no decorrer do caminho iluminado e separando o jardim de modo ameno.


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Figura 59 - Fachada Oeste da Instalação de Cuidados para Animais

Fonte: Archdaily, 2012, adaptado pelo autor

Conforme figura 59, é possível observar que no jardim foram locadas esculturas artísticas de cão e gato como elementos decorativos, sendo eles iluminados por spots direcionados, contribuindo para visibilidade noturna. A estrutura da cobertura tem uma abertura respeitando a vegetação existente no terreno. A figura 60, demostra melhor a utilização das texturas e cores chamativas que tornam o local receptivo e alegre. Logo na entrada do abrigo já possui janelas com dimensões diferenciadas que permitem visualizar a comunidade dos gatos auxiliando na integração com os visitantes.


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Figura 60 - Detalhes da fachada

Fonte: Archdaily, 2012, adaptado pelo autor

No interior da edificação no hall de entrada, está a recepção para registro e informações com ampla área de circulação, com boa claridade natural e bem iluminado artificialmente, na borda externa está localizado o Cool Cats, comunidade dos gatos, ambiente que permite a interação dos visitantes com os gatos, trazendo conforto aos animais, facilitando possíveis adoções e sendo uma distração tornando a espera no lobby interessante.


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Figura 61 - Detalhamento do interior da Instalação de Cuidados para Animais

Fonte: Swattmiers, 2010, adaptado pelo autor


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Logo na entrada já possui um espaço atraente e chamativo, dispõe de uma organização estratégia dos ambientes, possui acesso por duas entradas nas laterais que auxilia no direcionamento, contribuindo para uma visitação satisfatória. A recepção, os gatis e canis internos possuem coloração com tons em amarelo, cor do óculo animal que auxilia nas percepções sendo agradável aos humanos e animais. Nos canis internos como na figura 61, possui exposições de quadros iluminados, sendo recebidos por meio de doações contribuindo para decoração da circulação. Os visitantes podem ver os cães através das divisórias em vidro que permite visão do animal diminuindo a sensação de fechamento e aumentando a amplitude visual para os animais e ao mesmo tempo evita odores nas áreas de circulação interna. Figura 62 - Detalhamento dos canis

Fonte: Swattmiers, 2010, adaptado pelo autor


142

Nas áreas externas são destinadas principalmente a adoção de cães, os canis estão dispostos em paralelos no meio um jardim central que contribui de modo visual e olfativo gerando conforto ao animal e ao visitante. O pátio central permite acesso ao público conta com uma área gramada convidativa que permite a interação ao ar livre com o cão, além de conter na instalação uma sala de treinamento de cães, um amplo espaço ajardinado que também pode ser utilizada pelo visitante que deseja interagir com o animal sob supervisão de um especialista comportamental. As estadias caninas na área externa recebem iluminação e ventilação natural, onde há um sistema de sombreamento que é possível cobrir toda a área do pátio através de uma proteção removível. Figura 63 - Área externa e integração

Figura 64 - Circulação e canis externos

Fonte: Swattmiers, 2010, adaptado pelo autor

Fonte: Swattmiers, 2010, adaptado pelo autor


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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

Pisos: áreas internas cimento queimado tonalizado e nas áreas externas de concreto aparente;

Paredes: nas áreas externas e internas públicas as paredes são de bloco de concreto, as demais internas são de Drywall pintadas;

Alojamentos: nos canis e gatis foram utilizadas cerâmicas nas paredes, que facilita a limpeza, já que pode receber água e esses ambientes demandam um maior número de limpeza, além do custo benefício relacionado a durabilidade.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Na cidade de Palm Springs, ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 7ºC a 41ºC. A cidade possui variações sazonal moderada na sensação de umidade, em geral entre junho e setembro o nível de conforto é abafado em pelo menos 3% do tempo. (WEATHER SPARK,2017).


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TEMPERATURA

Na estação quente no decorrer de 3 a 4 meses, de junho a setembro a temperatura máxima média diária fica acima de 37ºC. Já na estação fria que permanece por 2 ou 3 meses, com temperatura máxima diária em média abaixo de 24ºC. Na figura 65 é possível observar a caracterização de modo compacto das temperaturas médias ao longo do ano. O eixo na horizontal indica o mês do ano e o eixo vertical indica a hora do dia, a cor representa a temperatura média. (WEATHER SPARK, 2017). Através das faixas coloridas é possível observar os períodos de altas temperaturas, o verão é escaldante e árido, o inverno é ameno. Figura 65 - Temperatura média horaria em Palm Springs

Fonte: WEATHER SPARK, 2017


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VENTOS

A velocidade média do vento passa por variações sazonais pequenas ao longo do ano, durante fevereiro a julho é a época de mais ventos com velocidade média acima de 10,8 quilômetros por hora. A direção média mais frequente vem do Oeste durante cerca de 9 meses, entre fevereiro e novembro. Figura 66 - Direção do vento em Palm Springs

Fonte: WEATHER SPARK,2017


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ESTUDO DE VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

Ao analisar velocidade, direção e frequência dos ventos é possível observar na edificação que devida as várias aberturas permitem a entrada de ventilação natural cruzada, renovando constantemente o ar e auxiliando para amenizar a temperatura, contribuindo assim para o conforto ambiental e auxilia na redução de gastos energéticos com ventilação artificial. Figura 67 - Planta com ventilação e insolação

Fonte: Archdaily, 2012, adaptado pelo autor


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A instalação de Cuidados Animais recebe incidência solar ao longo do dia todo devida sua localização ser em um lote de esquina e não ter grandes construções no seu entorno imediato, assim permite receber melhor aproveitamento da iluminação natural. De modo a controlar a incidência algumas medidas protetoras foram utilizadas como brises de metal na fachada oeste que recebe o sol da tarde, na fachada sul possui um sistema sombreamento e na fachada norte e leste beiral na cobertura auxiliando no controle de fluxo luminoso que entra na edificação. Figura 68 - Estudo de insolação nas fachadas

Fonte: Software SOL-AR 6.2, adaptado pelo autor


148

Através das cartas solares posicionadas nas fachadas da edificação é possível observar que recebe maior incidência na fachada sul, onde estão localizados as estadias caninas e o pátio ajardinado, para minimizar existe uma estrutura de cobertura removível utilizada para sombreamento e garantindo conforto térmico nas estadias e no pátio em geral.

SUSTENTABILIDADE

O projeto incorpora recursos ecológicos e através desses métodos conquistou a certificação LEED, que através de um sistema de reciclagem de água, onde capta a água utilizada no abrigo encaminhada a central de limpeza são bombeadas e reutilizadas na limpeza dos canis e na irrigação, contribuindo para o meio ambiente e gerando economia a instalação.


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DESENHOS TÉCNICOS Figura 69 - Elevações

Fonte: AECCAFE, 2012


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ANALISE CRÍTICA

A instalação possui vários artifícios estéticos e concilia ao mesmo tempo funcionalidade, possui um design esteticamente agradável e amplas áreas verdes com espaços de convívio tornando a instalação convidativa. Dentre o papel executado pela instalação conta com seminários que auxilia no entendimento do bem-estar animal e contra crueldade e ainda incorpora a rotina do animal socialização com mais animais e visitantes, demostrando que é possível conciliar mais de uma funcionalidade ao abrigo. A organização em torno do jardim trouxe benefícios a instalação sendo também um ponto considerável.


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7.2.3 Centro de Refúgio Animal – Animal Refuge Centre

FICHA TÉCNICA: Local: Amsterdã, Holanda - Ano do projeto: 2007 Área construída: 5.800 m² Custo: US $ 6,33 milhões Tipo de obra: Abrigo animal Número de Pavimentos: 2 Arquitetura: Arons em Gelauff Architecten Arquiteto: Adrie Laan, Rianne Kreijne, Joost van Bergen, Miren Aramburu, Mariska Koster, Claudia Temperilli, Oliver Rasche Fotógrafo: Luuk Kramer

Figura 70 - Fachada principal do Centro de Refúgio Animal Fonte: ARCHDAILY, 2008


152

HISTÓRIA Em 2004 a prefeitura da cidade de Amsterdã se deparou com a necessidade de unir dois abrigos existentes, em 2007 o projeto foi concretizado, criando assim o maior abrigo da Holanda ocupando terreno triangular de difícil utilização com uma solução funcional. O projeto possui capacidade para 180 cães e 480 gatos, cuidado por 30 funcionários. Oferece vário serviços como espaço para atendimento veterinário, espaço de quarentena, canil, gatil, espaços de interação, entre outros. O objetivo do empreendimento é abrigar e reabilitar os animais abandonados e proporcionar uma guarda responsável.


153

ARQUITETURA

Um dos projetos escolhidos foi o centro de refúgio animal concebido pelo escritório Arons en Gelauff arquitetos, criado em 1996 por Floor Arons (1968) e Arnoud Gelauff (1963), empregando dezesseis profissionais. (ARONS & GELAUFF, 2013). A empresa é especialista em tecnologia BIM, concentra-se seus esforços na maioria para projetos de habitação de grande escala, com especialização em habitação e cuidados para idosos. Figura 71 -Arquitetos responsáveis pelo escritório Arons en Gelauff

Fonte: Arons & Gelauff, 2012


154

LOCALIZAÇÃO

O Centro de Refúgio Animal está localizado em

O projeto foi instalado nas margens da cidade região

Amsterdã na Holanda (Países Baixos) na Europa Ocidental.

periférica, ao lado de um rio. Em relação ao centro de

Amsterdã é a capital da Holanda sendo a cidade mais

Amsterdã possui uma grande distância cerca de 9,2 km, mais

populosa,

fica próximo ao centro oeste da cidade na área periférica.

com

aproximadamente

821.752

segundo senso da EUROSTAT (2014). Figura 72 - Mapa de Amsterdã

habitantes,

O acesso principal é pela rodovia Ookmeerweg, número 271, 1067 SP Amsterdam, uma via de acesso rápido que percorre a cidade. A rodovia de principal acesso possui boas dimensões com 4 pistas e o alto fluxo favorecendo a visibilidade do abrigo. A avenida Baden Powellweg via arterial paralela e a rua Osdorperweg acesso secundário estão ligadas a rodovia e também auxiliam no acesso ao Centro.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


155

Figura 73 - Localização do Centro de Refúgio Animal

Fonte: Google Maps, 2019, adaptado pelo autor

ESTUDO DO ENTORNO

O Abrigo está inserido na área urbana em uma zona de uso misto, tendo em seu entorno comércios, industrias, residências e uma predominância de áreas verdes. Essa diversidade de usos permite um fluxo de diversas pessoas nas proximidades do


156

empreendimento. As vias públicas como as áreas verdes no entorno são bem arborizadas, essa arborização urbana propicia caminhadas mais agradáveis. O gabarito do entorno imediato é mediano, o que não prejudica a instalação, e devido ao distanciamento entre as amplas vias, canteiros centrais e as áreas verdes ao redor do abrigo, permitindo insolação e ventilação. Figura 74 - Relação com o entorno do Centro de Refúgio Animal

Fonte: Google Earth, 2019, adaptado pelo autor


157

O PROJETO

O abrigo acolhe cerca de 2.000 cães e gatos ao longo de um ano. Além dos serviços de abrigo de animais fornece serviço de banho e tosa, colocação de microchip e fisioterapia. Possui um acesso para veículos público e dois acessos de pedestres, sendo uma aberta ao público e uma direcionada aos funcionários (figura 75). Figura 75 - Acessos ao Centro de Refúgio Animal

Fonte: ARCH2O, 2013, adaptado pelo autor


158

Na fachada sul localiza-se o principal acesso dos visitantes ao abrigo, o acesso secundário utilizados por funcionários do acesso a área de quarentena, neste caso a entrada se dá por meio de uma ponte que transpõe o córrego (figura 76). Figura 76 - Acesso Secundário

Fonte: ARONS EN GELAUFF, 2013

O edifício está voltado para dentro através de um longo corredor de serviços e alojamentos, que criam um edifício em fita longo e estreito, as áreas administrativas, recepção, área clínica e apoio ficam no centro do terreno. Na distribuição do programa, no térreo possui uma repetição de canis organizados em duas alas voltadas para o interior, formando dois grandes espaços de recreação, que proporciona a entrada de ventilação e iluminação natural na edificação. Buscando reduzir os ruídos excessivos, os canis estão locados no térreo de modo estratégico e as acomodações dos gatos estão localizadas acima dos canis no 1º pavimento funcionando como abafador de som do canil, essas soluções diminuem os


159

ruídos para o mundo externo como também impede que os ruídos produzidos pela cidade causem incômodos aos animais. A edificação é margeada por um córrego que também auxilia na inibição dos ruídos. Os espaços de recreação coletivos dos cães também têm a função de solário. Já no 1º pavimento conta com alojamentos dos felinos, onde as aberturas principais estão voltadas para as áreas internas da edificação assim como os canis.

Figura 77 - Planta setorizada do pavimento térreo

Figura 78 -Planta setorizada 1º pavimento

Fonte: ARCH2O, 2013, adaptado pelo autor Fonte: ARCH2O, 2013, adaptado pelo autor


160

Na tabela abaixo apresenta uma estimativa por setor do Centro de Refúgio Animal, para melhor compreensão da espacialidade da edificação. Tabela 6 - Estimativa por setor em % do Centro de Refúgio Animal

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

FORMA, MATERIALIDADE E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A composição formal da edificação surgiu da necessidade de adequar o projeto ao terreno que possui um formato irregular, inicialmente segundo arquitetos responsáveis aparentava não caberia os ambientes de um abrigo para animais. Deste modo foi produzido uma solução através de uma forma orgânica encaixada em um bloco retangular e vai se afunilando formando um modelo de cunha, acompanhando o formato do terreno (ARONS & GELAUFF, 2013). Entre essas áreas como método funcional foram locadas as áreas de lazer animal e circulação separadas por grades que permitem total visibilidade.


161

Figura 79 - Detalhes da edificação

O centro possui uma estrutura em concreto revestido de painéis de aço, destacando-se pela paleta de cores atrativas, sendo doze tons de verde dispostos em todas as fachadas. Figura 80 - Acesso principal ao Centro de refúgio Animal

Fonte: ARONS EN GELAUFF, 2013

A composição dos elementos da fachada foi guiada a partir de fotografias da vegetação do entorno. A inspiração surgiu para que o edifício se enquadrasse na paisagem Fonte: ARCHDAILY, 2008, adaptado pelo autor

representando uma continuidade das áreas verdes.


162

Figura 81 - Composição de cores

Fonte: ARONS EN GELAUFF, 2013

A área de recreação possui alguns elementos para diversão canina, o local é subdividido em cinco pequenos pátios que permitem maior controle sobre os cães, no entorno desses pátios ficam distribuídas a circulação dos visitantes. Figura 82 - Área de recreação

Fonte: ARCH2O, 2013


163

ELEMENTOS CONSTRUTIVOS ▪

Predominância do uso de concreto pré-fabricado, moldados com diferentes dimensões e tipos de acordo com sua utilização;

Paredes externas: painéis de aço zincado;

Piso: concreto aparente.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Em Amsterdã ao longo do ano a temperatura varia entre 1ºC e 22ºC sendo raramente menor de -6ºC ou maior que 27ºC. A sensação de umidade em grande parte do ano é seca, o céu permanece encoberto por nuvens grande parte do ano, o período com mais nuvens é durante outubro a março. O verão é agradável e de céu parcialmente encoberto e o inverno é longo e muito frio e de céu quase encoberto (WEATHER SPARK, 2017).

TEMPERATURA Em Amsterdã a estação morna permanece entre os meses de junho a setembro, com temperatura máxima média diária acima de 19ºC. Já na estação fresca no decorrer de novembro a março a temperatura máxima diária em média abaixo de 9ºC. (WEATHER SPARK, 2017).


164

Figura 83 -Temperatura média horária em Amsterdã

Fonte: WEATHER SPARK, 2017

VENTOS

Amsterdã tem longos períodos de inverno com ventos fortes, a velocidade média do vento acima de 20,7 quilômetros por hora, a época de mais vento é de outubro a março. A direção predominante do vento varia bastante durante o ano, conforme figura 82, a direção predominante vem do Oeste entre janeiro e abril.


165

Figura 84 - Direção do vento em Amsterdã

Fonte: WEATHER SPARK,2017

ESTUDO DE VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

Em análise das condicionantes do projeto a forma da edificação voltada para seu interior garante espaços arejados e as áreas abertas no centro permite entrada de iluminação e ventilação natural e ao mesmo tempo serve como barreira de ventos fortes comuns na região.


166

Figura 85 - Planta do Centro de Refúgio Animal e suas condicionantes

Fonte: ARCH2O, 2013, adaptado pelo autor

No interior da edificação possui aberturas zenitais favorecendo o uso da luz natural e ajudando na economia de energia e redução de custos. A vantagem neste caso da iluminação zenital também é por não ser necessárias muitas janelas para entrada de luz e ventilação, sem prejuízos devido ao fato de que a cidade tem clima frio e ventos fortes.


167

Figura 86 - Recepção do Centro de Refúgio Animal

Fonte: ARCH2O, 2013, adaptado pelo autor

A fachada principal está orientada a sudeste, sendo ela a fachada que recebe maior insolação ao longo do dia. No corredor de acesso envolta dos alojamentos caninos e felinos possui beirais para proteção contra chuva e insolação direta.


168

Figura 87 - Estudo de insolação nas fachadas do Centro de Refúgio Animal

Figura 88 - Corte esquemático

Fonte: ARCH2O, 2013, adaptado pelo autor

Fonte: Software SOL-AR 6.2, adaptado pelo autor


169

ANÁLISE CRÍTICA

Além de ser uma grande obra com ambientes adequados para o bem-estar animal, tem elementos para solucionar a necessidade de diminuir os níveis de ruídos sem restringir o conforto do animal. O projeto possui boa fluidez com a circulação bem resolvida que separam as áreas adequadamente e na visão externa está em harmonia com a paisagem. Outro fator interessante é o sistema de lazer, através de dois grandes espaços com elementos de recreação para os animais tornando essa área um espaço funcional.


170

8. PROPOSTAS E SUAS CONDICIONANTES


171

Para a escolha do terreno a ser utilizado para

Figura 89 - Mapa com demarcações das áreas de intervenção

implantação do projeto, foram levadas em consideração algumas particularidades necessárias, conforme orientação da FUNASA, juntamente com outros aspectos físicos que contribui para elaboração da proposta, tais como: facilidade de

acesso,

boa

acessibilidade,

adequadas a atender

tráfego

a demanda.

e

dimensões

Seguindo

essas

considerações foram selecionadas três opções de terreno, todas em áreas ociosas dentro do perímetro urbano.

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


172

Para a escolha das três opções foram analisadas

Figura 90 – Mapa de densidade demográfica de São João da Boa Vista

infraestrutura básica onde todas dispõe de rede de esgoto apropriada, abastecimento de energia elétrica e água, e sinalização viária, viabilizando assim sua implantação. Outro fator de grande relevância é estar locado distante de área densamente povoada, para evitar possíveis incômodos, na figura 90 em uma análise territorial com separação por densidade demográfica é possível observar que todas as propostas atendem o requisito estando em áreas com baixa densidade.

Fonte : IBGE-Urban Systems,2014.Cadastro Municipal de SJBV,2014.FGMF,2014, adaptado pelo autor


173

1º PROPOSTA DE ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

Figura 91 - Entorno imediato da 1º proposta terreno

Localizada na rua Santo Antônio, Jardim Cledirna ao lado do Skate Plaza, situa-se no setor centro do município, o terreno tem uma metragem de 8.302,00 m² com possibilidade de expansão. No seu entorno imediato encontra-se alguns comércios, o Skate Plaza (pista de skate), instalação da feira livre, áreas verdes e um pouco mais distantes áreas residenciais. A feira e a pista de skate propiciam um fluxo de pedestres na região que facilita a visibilidade. Em relação ao centro principal da cidade está bem localizado a uma distância de 1,4 km a aproximadamente 4 minutos de carro e 19 minutos caminhando, o que facilita o acesso aos principais serviços da cidade.

Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor


174

2º PROPOSTA DE ÁREA DE IMPLANTAÇÃO O terreno está localizado na avenida Professora Isette Correa Fontão, Jardim das Flores, com uma metragem

Figura 92 - Entorno imediato da 2º proposta terreno

13.560,47m² com possibilidade de expansão. Em seu entorno imediato em geral são áreas verdes, com uma proximidade da UNESP e chácaras, estando um pouco distante das áreas residenciais conforme orientação FUNASA sugere. A área esta situada no setor sul com uma distância relativa do centro principal da cidade cerca de 5,0 km, sendo em torno de 12 minutos de carro e 1 hora e 3 minutos de caminhada, em contraponto na mesma avenida há uma subcentralidade com diversas tipos de comércios que facilita compras rotineiras, área ainda em desenvolvimento que terá mais comércios e serviços futuramente. A área fica próximo a rodovia SP-342 que liga São João a Espirito Santo do Pinhal, no qual facilita o acesso além de estar em frente a uma avenida com boa movimentação e conta com um largo canteiro central dotado de pista de caminhada, favorecendo a desejada visibilidade do projeto.

Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor


175

3º PROPOSTA DE ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

Figura 93 - Entorno imediato da 3º proposta terreno

O terreno possui uma metragem de 12.465 m², que também como as demais propostas tem possiblidade de expansão, está localizada na avenida Senador Marcos Freire, Vila Brasil, locado na marginal da rodovia SP- 342 que conecta são João a Águas da Prata, a proximidade com a pista facilita o fluxo de veículos e contribui para visibilidade do projeto. No entorno imediato estão algumas áreas de chácaras e no decorrer da via alguns comércios. O Lote está a uma distância média do centro da cidade num percurso de aproximadamente 4,0 km, sendo 36 minutos de caminhada ou 12 minutos de carro, mas em relação a subcentralidade presenta na popularmente conhecida como avenida do Mantiqueira, fica a uma distância a pé de 24 minutos e de carro apenas cerca de 7 minutos.

Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor


176

8.1 ÁREA SELECIONADA

Após análise territorial das propostas, todas possuem condições aptas a receber a instalação, mas alguns pontos se sobressaem quando se trava de uma instalação para animais domésticos. Um dos fatores principais é o distanciamento de área residencial, mas ao mesmo tempo com boa visibilidade e fácil acesso para que tenha um grande número de visitações ao projeto em prol principalmente de adoções. Pelo trabalho realizado com animais é necessária uma ampla área verde para que tenham seu bem-estar assegurado com convívio com outros animais da mesma espécie e como lazer, ao mesmo tempo reservado para que não gere transtornos a vizinhança adjacentes como ruídos e odores. De acordo com as condicionantes das três propostas a gleba selecionada foi a de número 2, melhor se enquadrando nos requisitos para a implantação de um abrigo para animais. A proposta encontra-se a uma distância maior em relação às áreas residenciais em comparação com as demais propostas, seu entorno possui áreas verdes e poucas construções fato que favorece a instalação pela ventilação e iluminação natural, que auxilia no conforto ambiental com melhor microclima em benefício dos visitantes, equipe de trabalho e para os animais. Outro fator potencializador é o fato de a região sul ser o setor de maior crescimento da cidade, o que colabora para um maior número de visitações a instalação e como o terreno está locado na avenida de eixo comercial e de serviço facilita o acesso aos equipamentos sendo um ponto favorável.


177

SETORIZAÇÃO Na figura 94, destacado em vermelho está o local para

Figura 94 - Setorização da área de implantação

proposta de implantação, a partir do terreno através de recorte territorial nas proximidades em um raio de 750 metros podemos observar no seu entorno imediato que possui poucas edificações o que torna tranquilo em relação a ruídos externos. Na figura fica visível a predominância residencial ao sul e norte em relação ao terreno, no lado oeste possui alguns comércios como também ao longo da avenida. Uma característica marcante é o grande número de terrenos vazios ociosos dentro do perímetro, mas o lado leste da rodovia se encontra em desenvolvimento e na avenida está se formando uma subcentralidade com uma gama de equipamentos entre comércios e serviços.

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


178

Conforme a divisão do território do município pelos seus usos, não contém especificado o zoneamento da área escolhida, mas se trata de uma gleba pertencente ao bairro Jardim das Flores, que segundo lei complementar nº 1.926, de 16 de outubro de 2006, o bairro pertence ao zoneamento ZR3.

Sendo ele voltados para loteamentos estritamente residenciais caracterizada

também pela baixa densidade, onde será permitido atividade comercial e de prestação de serviços em ruas estratégicas citadas na lei, juntamente se enquadra a avenida Professora Isette Corrêa Fontão, ou seja, a avenida possui características distintas onde não se enquadra no loteamento estritamente residencial. Devido ao fato de a gleba estar situada de frente para avenida, o projeto respeita o zoneamento do bairro seguindo as diretrizes atualmente em vigor dispostas para a avenida professora Isette Corrêa Fontão.

GARABITO DO ENTORNO A tabela abaixo apresenta os parâmetros adequados de uso e ocupação do solo, como já citado devida a falta de zoneamento coerente na área escolhida segue diretrizes do zoneamento da área imediatamente vizinha, sendo ambas pertencentes ao mesmo bairro com as características da ZR3. Figura 95 - Índices urbanísticos

Fonte: Lei complementar nº1, revisão da lei de parcelamento, uso e ocupação do solo art. 151, adaptado pelo autor.


179

O gabarito das edificações próximas ao terreno é

Figura 96 - Gabarito do entorno da área de implantação

composto por edificações de 1 e 2 pavimentos, ou seja, um gabarito baixo o que permite apreciar a paisagem local e torna o caminhar dos pedestres mais agradável ao longo da avenida, espaço utilizado também para atividades físicas e passeio com animais, que contribui para movimentação de pessoas próxima a instalação do projeto.

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


180

Em relação ao gabarito do Residencial Fazenda das Areias, não foi possível confirmar a altura das edificações por ser tratar de um condomínio fechado, mas de acordo com o parágrafo 25 da Lei Municipal 1.366 de 07 de Julho de 2.004, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano no Município de São João da Boa Vista e seguindo as regras e postura do residencial a altura máxima de edificação não pode ultrapassar 9,50 metros.

SISTEMA VIÁRIO A região possui grande fluxo de automóveis principalmente em horários de pico já que a rodovia SP- 342 dá acesso do distrito industrial e dos demais setores da cidade aos bairros pertencentes ao setor sul. A avenida Professora Isette Fontão trata-se de uma avenida extensa que está ligada a rodovia, sendo ela de mão dupla com percurso de caminhada entre as vias, o que propicia fluxo de veículos e pedestres até o projeto e garante maior visibilidade pelo fato do acesso se dar por uma via arterial. A pavimentação da via em frente ao projeto possui boas condições, boa fluidez do tráfego, iluminação pública, mas não tem calçadas já que se trata de uma área ainda não lotada. Para enquadramento de acessibilidade será um ponto a desenvolver, adequando as condições de uso para todos de modo satisfatório.


181

Figura 97 - Hierarquia de vias

As ruas do entorno possuem pavimentação adequada, a avenida em frente ao projeto possui boas dimensões tendo largura ideal ao fluxo existente. Conforme projeto do Plano Diretor do município prevê serviços de infraestrutura para melhorar a circulação viária, uma das modificações será o prolongamento Av. João Batista de Almeida Barbosa até Av. Professora Isette Corrêa Fontão, ou seja, a ampliação da via seguirá paralela a rodovia SP-342 sentido centro de São João, fazendo mais um acesso aos demais setores da cidade facilitando a mobilidade urbana da região.

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


182

Figura 98 - Mapa topográfico e condicionantes

CARACTERIZAÇÃO DO LOTE Foi realizada uma análise sobre a topografia do terreno que possibilita concluir que possui poucas imperfeições. Em relação ao levantamento altimétrico o terreno dispõe de um desnível brando já que se trata de uma grande área. A figura 98 demostra as curvas de nível presentes no entorno da área de interesse com intervalos de 1 metro de altura, em geral possui boas condições topográficas. A inclinação é de aproximadamente 7% considerando a calçada como nível 0, numa extensão de 100 metros conforme calculo a seguir: D=V/H*100 D=7/100*100= ≈7% de inclinação A imagem também apresenta as condições climáticas do

local, através do

estudo

de

insolação

e

ventos

predominantes.

Fonte: Cadastro Municipal de SJBV, 2014. FGMF, 2014, adaptado pelo autor


183

9. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


184

PÚBLICO ALVO A capacidade é de 122 cães e 48 gatos totalizando 170 animais abrigados. O centro receberá animais que vivem nas ruas entre cães e gatos, abrigando e posteriormente realizando adoções inserindo-os novamente no convívio familiar.

9.1 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA

Diante de todo o conhecimento adquirido com analises projetuais, estudos das condicionantes e diretrizes do decreto 40.400/1995 da WAP e FUNASA, foi elaborado um programa de necessidades que atenda as atividades propostas em um centro de apoio a animais domésticos abandonados. O programa foi dividido em 6 setores para facilitar a organização dos espaços, sendo eles: ▪

Administração: que monitora e coordena as atividades do centro;

Atendimento clínico: local de cuidados veterinários aos animais do centro e também aos animais da comunidade;

Abrigo: estadias dos animais resgatados, sendo um local de permanência até que sejam adotados;

Apoio: áreas de suporte as atividades realizadas no centro;

Área pública: espaços destinados a receber a sociedade, possibilitando a integração com os animais;

Petshop: local destinado a vendas de artigos para animais e serviços de banho e tosa, sendo um espaço voltado para geração de renda ao mesmo tempo criando vínculos com a sociedade.

.


185

Tabela 7 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento SETOR

AMBIENTES

Hall entrada Diretoria Sanitários feminino e masculino

1 1

50 10

50 10

2

10

20

1 5 Sala administrativa 1 10 Almoxarifado 1 12 Sala de reuniões 1 20 Área total do setor: 127 m²

5 10 12 20

Depósito de materiais de limpeza (DML)

ATENDIMENTO CLÍNICO

ADMINISTRAÇÃO

SETOR

ÁREA ÁREA QUANTIDADE POR TOTAL DO PREVISTA AMBIENTE AMBIENTE (m²) (m²)

ÁREA ÁREA POR QUANTIDADE TOTAL DO AMBIENTE PREVISTA AMBIENTE (m²) (m²)

AMBIENTES

Hall/ recepção

1

30

30

Arquivo médico

1

8

8

Sala de espera Consultório Sala de triagem (ambulatório)

1 2

20 15

20 30

1

12

12

Sala de vacinação Radiologia Sala cirúrgica

1 1 1

12 20 20

12 20 20

Sala de recuperação canina Sala de recuperação felina Preparação de alimentos

1 1 1

12 12 8

12 12 8

Sala de isolamento Esterilização Preparação e lavagem

2 1 1

12 12 12

24 12 12

Farmácia

1

12

12

Laboratório Depósito de instrumentos

1 1

20 6

20 6

DML

1

5

5

Sanitários feminino e masculino (funcionários)

2

4

8

Área total do setor: 283 m²


186

AMBIENTES

ÁREA TOTAL DO AMBIENTE (m²)

SETOR

AMBIENTES

QUANTIDADE PREVISTA

ÁREA POR AMBIENTE (m²)

ÁREA TOTAL DO AMBIENTE (m²)

Canil individual com solário

76

5

380

1

*

500

Canil coletivo com solário para 7 cães Gatil individual

Estacionamento (descoberto)

6 20

30 4

180 80

Depósito de Lixo/ resíduos hospitalares

1

4

4

4

25

100

Depósito de resíduos sólidos

1

4

4

1

8

8

Refeitório

1

30

30

1 1 1

30 10 15

30 10 15

1

30

30

1

8

8

1

12

12

Sala de Descanso Depósito de materiais Arquivo de adoção animal

1

10

10

15 1000

Vestiário feminino e masculino

2

20

40

Gatil coletivo com solário para 6 gatos Depósito de materiais em geral Solário e adestramento Copa Depósito de ração Dormitório do cuidador Preparo de alimentos dos animais

1 15 Parque canino * * Área total do setor: 1,830 m²

APOIO

ABRIGO

SETOR

ÁREA POR QUANTIDADE AMBIENTE PREVISTA (m²)

Área total do setor: 626 m²


187

AMBIENTES

ÁREA TOTAL DO AMBIENTE (m²)

SETOR

QUANTIDADE PREVISTA

ÁREA POR AMBIENTE (m²)

ÁREA TOTAL DO AMBIENTE (m²)

Loja/ Recepção

1

50

50

Estoque Petshop

1

20

20

Sala de banho e tosa

1

40

40

Farmácia

1

20

20

1

10

10

2

4

8

AMBIENTES

Recepção Sala de adoção

1 1

30 10

30 100

Cadastro de adoção

1

20

20

2

30

60

*

*

*

1

500

500

1

50

50

Boxes dos animais

2

20

40

Sanitário funcionário

Área de interação com animais e adestramento Paisagismo Espaço de convivência Espaço multiuso educacional Sanitários feminino e masculino

PETSHOP

ÁREA PÚBLICA

SETOR

ÁREA POR QUANTIDADE AMBIENTE PREVISTA (m²)

Área total do setor: 148 m²

Área total do setor: 800 m²

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Totais de áreas previstas Circulação

20% = 726,80 m²

Área prevista dos ambientes

3.814 m²

*Os dados presentes no programa são de caráter preliminar havendo

alterações

no

dimensionamento

no

projeto

final.


188

9.2 FLUXOGRAMA INICIAL

A setorização foi estruturada a partir das atividades desenvolvidas no abrigo, conforme figura 99, para facilitar a identificação dos setores as cores correspondem a mesma aplicada no programa de necessidades. No estudo inicial o espaço de convivência também apresenta a função de distribuição do fluxo à vários ambientes, também conta com acesso secundários que facilita a circulação.


189

Figura 99 – Fluxograma Inicial. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


190

10. O PROJETO


191

CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO

Figura 100 - Esquema do ciclo para facilitar a adoção

O conceito engloba três vertentes, sendo elas o acolhimento, conexão e manifestação sensorial, que unidas representam a proposta deste projeto. O tema trabalha diretamente com o acolhimento de animais em estado de desamparo, dentro deste contexto uma das premissas do projeto é que esses animais recolhidos se sintam abrigados e protegidos.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

A adoção é uma das finalidades do abrigo, além de viabilizar lazer aos visitantes e solidariedade aos animais, buscamos através de manifestações sensoriais proporcionar

O centro de acolhimento é dotado de uma gama de

uma percepção espacial de modo agradável, criando uma

funções todas voltadas ao bem-estar animal, formando um

atmosfera que estimule a sensibilidade do indivíduo e

complexo com vários setores interligados, para que o público

tornando o ambiente cada vez mais vivido pela população.

usufrua dos espaços e vivenciem experiências no local, criando assim uma conexão emocional possibilitando o ato da adoção, na figura 100 apresenta uma trajetória almejada para que o processo de adoção seja concluído.


192

Figura 101 - Construção do elemento conceitual

A partir dos conceitos definidos a intenção que o partido arquitetônico evidência são os volumes horizontais derivados de hexágonos articulados ao redor de um pátio central abraçando a área aberta ao público.

DIRETRIZES DE PROJETO

Na concepção do projeto algumas diretrizes compõe o desenvolvimento formal: ▪

Setorização das atividades;

Uso de cores do óculo animal;

Integração entre os espaços internos e externos com áreas de caráter público e privado.

Percursos atrativos aos visitantes com espaços de lazer e permanência que incentive o uso do local.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Combinação de materiais, texturas e elementos construtivos criando um espaço multissensorial.


193

10.1 PROCESSO DE PROJETO

Com as definições das atividades de cada setor resolvidas e com base no fluxograma inicial foi possível dar andamento aos estudos de volumetria e espacialidade dentro do lote, buscando uma setorização funcional para atender funcionários, visitantes e animais. No estudo inicial de zoneamento utilizando-se da primeira ideia foi locado a área de lazer ao centro, para que distribuísse o fluxo e todos os blocos tivessem acesso ao espaço de convivência. A fachada e acesso principal estão voltados a oeste, onde foi inserido os setores de pet shop e atendimento clínico próximo a via de acesso, para facilitar o atendimento rápido um pequeno estacionamento está instalado entre os blocos para paradas rápidas. Os canis e gatis foram locados na área posterior do lote, espaço com certa privacidade, conciliando bem-estar do animal, distância do tráfego de veículos, poluição sonora e ao mesmo tempo minimizando possíveis transtornos causados à vizinhança futura. A fachada posterior está voltada para o leste o que permite maior ventilação natural nos abrigos. Um dos objetivos iniciais era ter áreas abertas sem fechamento frontal, permitindo boa fluidez da população que caminha pela avenida levando a conhecer a instalação. Em relação aos acessos foram inseridos acesso principal na fachada oeste, dois acessos pelo estacionamento sendo eles acesso de serviço e acesso secundário. A figura 102 apresenta a primeira setorização do lote.


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Figura 102 - Zoneamento 01. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Com a evolução dos estudos foram inseridos entre os canis e gatis áreas verdes que contribui para o conforto do animal e ao mesmo tempo impede a visibilidade de outros animais, reduzindo o stress do animal e latidos contagiosos. Houve também uma redução da área destinada ao estacionamento, já que as áreas construídas em grande parte são utilizadas por animais. Os acessos provenientes do estacionamento foram unidos para que tivesse uma dimensão maior e mais confortável ao usuário. O parque canino foi realocado para mais próximo da área de lazer tornando a área recreativa maior.


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Figura 103 - Zoneamento 02. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

A proposta final foi pensada de forma a valorizar ainda os espaços de caráter recreativo, levando em consideração a importância de utilização do local para a criação de vínculo afetivo com os animais abrigados, assim o zoneamento obteve algumas melhorias, visando apropriação do lote de forma coesa e harmônica. Foi proposta a união das áreas públicas de lazer integradas ao parque canino, trazendo esses ambientes a frente do lote proporcionando maior visibilidade, funcionando como atrativo a população. Também houve alteração na disposição da edificação


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foi invertido o bloco de atendimento clínico e a pet shop visando a maior necessidade de aproximação do estacionamento com as áreas médicas. O estacionamento locado em frente o projeto foi retirado já que deste modo permite maior evidência da instalação. Segue a figura 104 do último modelo desenvolvido levando em consideração as condicionantes.

Figura 104 - Zoneamento final. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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FLUXO E ACESSOS

O projeto foi separado conforme as diferentes atividades, os acessos foram locados de modo que direcione facilmente o usuário para o ambiente desejado, na fachada principal possui mais de um acesso, já que a área pública possui uma ampla extensão aberta, o fluxo de carga e descarga, acesso de veículos possuem outras entradas evitando conflito de fluxo. Os blocos são conectados por áreas sociais e de serviços oferecidos, já nas áreas onde estão locados os canis e gatis, os volumes estão dispostos de modo a ter uma continuidade regular para facilitar a circulação dos visitantes e ao longo destes caminhos áreas com paisagismo contribuem para uma caminhabilidade agradável. O organograma a seguir ilustra de modo mais claro a organização do projeto pensado na setorização e circulação dentro do lote, identificados por cores que seguem o padrão do programa de necessidades.


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Figura 105 - Organograma/fluxograma. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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10.2 PROPOSTA ARQUITETÔNICA

Para inserção da edificação foi necessário realizar alterações topográficas para beneficiar a inserção do abrigo, o projeto foi disposto em 4 platôs em níveis diferentes acompanhando o sentido do desnível natural do terreno, proporcionando ao mesmo tempo soluções interessantes, explorando a orientação solar com estratégias de conforto térmico com um melhor aproveitamento de iluminação e ventilação natural, além de possibilitar uma movimentação da fachada e espaços mais fluidos. O abrigo preza pela funcionalidade e bem-estar animal com uma base sensorial com vínculo com a natureza e a inserção de elementos simples nas formas e materiais. Na concepção formal as questões de acessibilidade, fluxo, conforto e acessos foram significativas para elaboração do projeto. O projeto respeita as normas NBR9050 que trata de acessibilidade idealizando que todos possam usufruir dos espaços com um maior bem-estar, assim o projeto conta com: ▪

Escadas e rampas em diferentes pontos para facilitar a locomoção aos diferentes níveis por todos os visitantes.

Sanitários feminino e masculino adaptados a portadores de necessidades especiais.

Rebaixamento da calçada onde estão localizadas as faixas de pedestres.


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Figura 106 - Imagem ilustrativa vista superior do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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A fachada principal possui as faces voltadas para oeste sendo o único acesso externo ao lote, sua volumetria concilia beirais e cobogós que contribuem para um melhor conforto térmico e traz personalidade a fachada. A seleção de cores utilizadas para compor o projeto, foi escolhida para que fosse atrativa e também confortável aos humanos e animais, já que eles influenciam diretamente no conforto visual. Devida a diferenciação da visão animal, os tons de amarelo, cinza e azul predominou no projeto, sendo cores do óculo animal estimula-os positivamente e proporciona um toque moderno na fachada por meio do amarelo vibrante.

Figura 107 - Perspectiva da fachada do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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10.3 IMPLANTAÇÃO

Figura 108 - Planta de Implantação com layout. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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BLOCO 01 - SETOR DE ADMINISTRAÇÃO E ATENDIMENTO CLÍNICO

O atendimento clínico e a administração possuem o mesmo hall de acesso e duas portas laterais permitindo facilmente a circulação pelo estacionamento e também pela área de lazer. A recepção distribui o fluxo para seus respectivos fins, o animal que precisa de atendimento é encaminhado para o consultório e o seu tutor pode aguardar em uma sala de espera mais reservada, o atendimento é voltado para os animais que são acolhidos no abrigo ressaltando que em caso de vacinação e esterilização e consultas rotineiras, o atendimento é aberto a população animal custeado pelo respectivo tutor. Os animais acolhidos após os primeiros atendimentos ficam em observação em sala isolada e depois encaminhados para os canis e gatis, recebendo cuidados do abrigo até que sejam adotados.

Figura 109 - Fachada do bloco de administração e atendimento clínico. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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A área administrativa conta com banheiros exclusivos dentro das salas, possui uma ampla sala de reuniões, apoio e também conta com um segundo acesso utilizado por funcionários. O bloco 01 onde está inserido os setores de administração e atendimento clínico possui uma metragem construída de 815,86m², sendo as respectivas áreas separadas em duas alas opostas unidas pelo hall de entrada que possui área de espera, sanitários e recepção.

Figura 110 - Planta Setor Administrativo e Atendimento Clínico. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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BLOCO 02 - SETOR DE APOIO I – FUNCIONÁRIOS

Espaço destinado a uso exclusivo dos funcionários, possibilitando que possam exercer suas funções com produtividade e favorecendo a qualidade de vida do mesmo. O bloco conta com área construída de 403,50m², divididas em área de descanso, vestiários, refeitório, lavanderia e cozinha, proporcionando conforto físico e possibilitando a socialização com os colegas de trabalho.

Figura 111 - Planta Setor Apoio I – Funcionários Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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BLOCO 03 - SETOR DE SERVIÇO – PETSHOP

Local destinado a vendas de artigos animais e oferece serviços de banho e tosa em animais do abrigo e também animais domésticos, sendo uma área comercial que favorece o abrigo na captação de renda. O Bloco possui 304,45m² de área construída e conta com loja, farmácia veterinária, banheiros acessíveis, estoque e sala de banho e tosa, os animais encaminhados para banho e tosa, ficam abrigados temporariamente em baias apropriadas, espaço este que funciona como uma vitrine animal, já que está voltada para avenida de acesso e possui uma fachada envidraçada protegida por um beiral.

Figura 112 - Fachada bloco de vendas – Petshop. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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Figura 113 - Planta Setor Vendas -Petshop. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

BLOCO 04 - SETOR DE ADOÇÃO E ESPAÇO EDUCACIONAL

O bloco é composto por áreas dirigidas a adoção de animais e proporcionar conhecimento da causa animal, ao todo o setor possui uma área construída de 426,43m². Possui amplas áreas de circulação aptas a receber maior fluxo de visitantes, às áreas de adoção realizam desde cadastro do possível tutor até a entrega do animal.


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Dispõe também de uma sala multiuso destinada a cursos, oficinas e palestras com intuito produzir eventos educacionais do tema animal, este espaço é acessado pela circulação interna do bloco e também através de duas portas laterais de vidro em possíveis eventos e permitindo a visibilidade da área ajardinada ao lado. Próximo possui uma área de apoio ligada por uma marquise onde dá acesso a copa/ café que também pode ser utilizada em eventos.

Figura 114 - Planta Setor Adoção e Educacional. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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BLOCO 05 – SETOR DE APOIO II – CUIDADOR

Está presente neste bloco copa de uso comum e dormitório com banheiro do cuidador dos animais do abrigo, possui uma entrada exclusiva, para que não haja fluxo de visitantes no local. O Bloco conta com área construída de 43,06m² onde possui fácil acesso a área dos animal e ao mesmo tempo com certa privacidade para descanso.

Figura 115 - Planta Setor Apoio II – Cuidador. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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BLOCO 06 – SETOR DE APOIO III – ANIMAL

Unido com o bloco 05 através de uma marquise o setor de apoio animal é destinado a estocagem de rações, armazenamento e preparação de alimentos para os animais e depósito de materiais em geral. O local também pode ser acessado pela entrada de serviço facilitando a carga e descarga.

Figura 116 - Planta Apoio III – Animal. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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ÁREA PÚBLICA EXTERNA

Nas áreas externas do projeto possui espaços de vivência para população e animais, uma área privilegiada onde o ponto chave é o parque canino que também tem a função estratégica de atrair o público ao abrigo, usufruindo dos serviços oferecidos e conhecendo os animais aptos à adoção. Logo próximo entrada dois espelhos d’água direcionam o fluxo para o interior do projeto, as áreas abertas ao público possuem boa visibilidade da avenida o que também contribui como atrativo. Além do parque canino também possui três áreas de adestramento e interação, sendo uma área recreativa onde os visitantes podem interagir com os animais abrigados de forma supervisionada, um momento de descontração para o animal auxiliando no alívio do stress e produzindo divertimento para ambos. Às áreas de circulação são espaços vividos moldados através da vegetação e também possui alguns espelhos d'água, ao longo dos percursos contém nichos de encontro e permanência, espaço que conta com mobiliário, pequeno espelho d'água e árvores para sombreamento.


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Figura 117 - Vista da área externa do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

PARQUE CANINO

Criado como forma de lazer e prática esportiva que trabalha as habilidades dos animais, um espaço multissensorial, com grama, areia, água e pedras, proporcionando sensações através de características sensoriais. O parque por segurança é cercado minimizando a chance de fuga dos animais, possui três entradas e uma variedade de equipamentos de recreação.


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ESTACIONAMENTO

Conta com estacionamento público contendo dezoito vagas para veículos leves, sendo duas destinados ao uso de idosos e duas vagas para portadores de necessidades especiais. Em outro ponto possui duas vagas de porte médio destinada a carga e descarga, totalizando 20 vagas de veículos.

Figura 118 - Perspectiva do estacionamento. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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CONTROLE ANIMAL

Nos abrigos buscou-se estruturar um espaço de permanência animal que obtivesse a devida assistência proporcionando qualidade de vida, formulados de acordo com as exigências da normativa do CFMV. Entre os canis e gatis possuem áreas de livre circulação, com percurso ininterrupto, onde os visitantes podem ter uma boa visibilidade e maior aproximação com os animais de forma segura, essas áreas também são compostas por paisagismo com função de barreira visual, atenuar odores, elemento estético e proporcionar ao animal maior sensação de liberdade. O local de instalação dos abrigos dispostos na fachada leste permite receber insolação do sol nascente, agindo nas baias como “desinfetante natural”, aproveitando a luz para secagem das baias evitando umidade e proliferação de micro-organismos. Os ventos predominantes provenientes do leste proporcionam ao animal um ambiente arejado com a renovação constante do ar e auxilia na dispersão de odores. Ao todo entre abrigos individuais e coletivos possui uma área construída de 894,69m² e todos as baias tiveram suas dimensões e posicionamento projetadas para espécie e porte do animal, dispondo de conforto térmico e acústico.


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CANIL COLETIVO E INDIVIDUAL

Todos os canis possuem área coberta (quarto) e solário, para acesso de funcionários possui um porta com guilhotina, já nas áreas cobertas possui tablado higiênico de fácil limpeza e com pequenas fendas evitando incômodo ao animal e ao mesmo tempo deixando distante do piso frio, ainda em prol da higienização os cantos inferiores da alvenaria possuem abaulamento de três cm. Todos canis possuem comedouro e bebedouro individual. O piso possui inclinação de 4% para um escoamento adequado e conta com uma grelha linear. Seu fechamento é cercado por uma mureta um metro de altura e acima com grades, permitindo passagem de iluminação e ventilação possibilitando boa visibilidade dos visitantes. Houve o cuidado de separar os canis em tipos distintos, buscando atender as necessidades dos animais, sendo eles com a mesma layout alterando somente as dimensões: ▪

Individual porte I: apto a receber animais de porte pequeno e filhotes, com área de 5,76m².

Individual porte II: apto a receber animais de porte médio e grande, com área de 6,72m².

Canil coletivos: aptos a receber 7 animais, com área de 38,62m².


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Figura 119 - Planta Canis individuais e coletivos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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GATIL COLETIVOS E INDIVIDUAIS

Grande parte da estrutura é parecida com a dos canis, tendo algumas diferenciações devida a espécie. O local onde foi projetado os gatis impede contato visual com os canis, além do distanciamento entre abrigos possui uma barreira visual de cobogós sem restringir a ventilação. As baias possuem mobiliário diferenciado para recreação dos felinos. Na área de solário uma parte é gramada e outra possui caixa de areia. Assim como os canis possuem fechamento lateral e superior com os mesmos materiais. Os gatis coletivos tem capacidade para 6 gatos com área construída de 31,80m² e os gatis individuais com área de 4,80m².


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Figura 120 - Planta Gatis individuais e coletivos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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10.4 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS Algumas técnicas empregadas na elaboração da edificação contribuem para uma associação de conforto térmico e ambiental. A disposição do projeto permite um aproveitamento de recursos naturais.

ILUMINAÇÃO NATURAL As amplas aberturas com janelas de vidro valorizam a iluminação natural no ambiente, contribuindo também para diminuição dos gastos energéticos. Os vidros low-e controlam a transmissão térmica e onde houve necessidade de restringir a entrada de iluminância e insolação foram utilizados cobogós, marquises e beirais. Também possui aberturas zenitais por claraboia para iluminação de alguns ambientes onde foram necessários.

VENTILAÇÃO NATURAL Os ventos com predominância leste favorecem o projeto renovando o ar constantemente, as janelas maxim-ar utilizadas em alguns pontos favorecem a entrada de ventilação.

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO Os espelhos d’água locados em diferentes pontos do projeto contribuem para melhora do microclima através da umidade relativa do ar.


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VEGETAÇÃO Um jogo harmônico de paisagismo auxilia no equilíbrio, melhorando a qualidade do ar, minimizando ilhas de calor e contribui para identidade visual do projeto.

10.5 MATERIALIDADE E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A escolha dos materiais empregados tem como objetivo conciliar funcionalidade e estética, as esquadrias externas são de alumínio com vidro low-e que permite a entrada de iluminação no ambiente sem comprometer o conforto térmico, além de ser um aliado na estética da fachada. Figura 121 - Diagrama radiação vidro low-e

Fonte: AECweb, 2018


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Todas as portas internas serão de madeira laminada, no centro cirúrgico as portas serão do modelo impacto vai e vem com sistema automático de fechamento por gravidade. Figura 122 - Detalhe da porta de impacto vai e vem

Fonte: Dracma Comercial, 2019

Os pisos das áreas secas internas serão de porcelanato, um revestimento moderno e com bom acabamento, nas áreas molhadas o piso e paredes será de revestimento cerâmico, que possui boa durabilidade e resistência. Na sala de radiologia necessita de uma blindagem da exposição radiológica, no qual é feita no piso, paredes e teto.


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Os pisos externos utilizados serão adoquim de concreto, intertravado em duas colorações (natural e terroso) e pedra são tomé irregular. Os bancos presentes nas áreas externas são de dois modelos ambos em madeira com e sem floreira lateral. Nos ambientes internos as paredes possuem pintura em tinta acrílica lavável que facilita a limpeza, nas externas acabamento em cimento queimado proporcionando uma aparência diferenciada. Nos canis e gatis na área coberta o piso é em cimento queimado, as paredes em revestimento cerâmico e demais alvenarias receberam pintura em tinta acrílica lavável. Nesse ambiente conta com grelha linear tipo escamoteável. O concreto armado será utilizado na sustentação da edificação, na vedação serão utilizados blocos cerâmicos que possui bom isolamento térmico e acústico e baixa absorção de umidade, as dimensões e acabamentos estão representados na figura a seguir. Figura 123 - Bloco cerâmico de vedação

Fonte: ProjetEEE, adaptado pelo autor 2019


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Na cobertura foi utilizada telha termoacústica tipo sanduíche, sua composição de telha e material isolante (poliuretano) permite baixa condutividade térmica auxiliando na redução de calor, além de reduzir significativamente ruídos externos, o material é leve, resistente e foi empregado em todas as coberturas dos blocos. Para amenizar as condições climáticas dos ambientes foi instalado elemento vazado em vários pontos do projeto. O cobogó hexagonal foi utilizado devida sua abordagem contemporânea em conformidade com formas empregadas no projeto, além de permitir ventilação e filtrar a luminosidade no ambiente, proporciona um efeito estético diferenciado e tridimensional.

Figura 124 - Detalhe do cobogó Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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10.5 PAISAGISMO

As áreas livres e taludes dentro da área do projeto foi trabalhado com paisagismo, proporcionando vários benefícios ao local tais como influenciar de modo positivo no conforto térmico, possibilita interação com a natureza e modifica os aspectos visíveis do ambiente auxiliando na valorização do projeto como um todo. As espécies escolhidas são aptas as temperaturas locais e ao cultivo sob sol pleno. Os caminhos ao longo das áreas externas permitem apreciação da paisagem, onde há uma variedade de árvores, palmeiras, arbustos, plantas e flores que compõem o projeto paisagístico, buscando através de texturas variadas, plantas aromáticas, tamanhos, cores e folhagens diferentes, proporcionar sensação de bem-estar os visitantes e aos animais. Abaixo a tabela 08 apresenta as vegetações que compõe o paisagismo do abrigo, possuindo funções diferentes como, sombreamento, demarcação de caminhos, barreira visual e sonora, contribuição olfativa e decoração criando uma atmosfera mais vivida. Como um todo o projeto paisagístico também auxilia em uma melhora no conforto ambiental das áreas internas e externas.


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Tabela 8 - Tabela de espécies de vegetação.

Nome popular: Grama esmeralda

Nome Popular: Grama amendoin

Nome Popular: Capim-limão

Nome científico: Zoysia Japônica

Nome científico: Arachis Repens

Nome científico: Cymbopogon citratus

Altura: 10 a 15 centímetros

Altura: 20 centímetros

Altura: 0.6 a 1.2 metros

Nome Popular: Fórmios

Nome Popular: Palmeira leque

Nome Popular: Palmeira Jerivá

Nome científico: Phormium Tenax Altura: 2 metros

Nome científico: Licuala Grandis

Nome científico:Syagrus romanzoffiana

Altura: 2 a 3 metros

Altura: 6 a 15 metros


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Nome Popular: Manacá-de-cheiro

Nome Popular: Buxinho

Nome Popular: Lavanda

Nome científico: Brunfelsia uniflora

Nome científico: Buxus Sempervirens

Nome científico: Lavandula sp

Altura: 1.8 a 2.4 metros

Altura: até 2 metros

Altura: 30 a 40 centímetros

Nome Popular: Jasmim-dos-açores

Nome Popular: Melaleuca

Nome popular: Aroeira

Nome científico: Jasminum azoricum

Nome científico: leucandendron

Nome científico: Anacardiaceae

Altura: 1.8 a 2.4 metros

Altura: 10 metros

Altura: 6 a 12 metros

Fonte: Google, adaptado pelo autor, 2019


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10.7 SISTEMA ESTRUTURAL

Em relação ao sistema estrutural foi elaborado um pré-dimensionamento com o intuito de garantir a compatibilidade, o sistema estrutural empregado foi em concreto armado em pilares e vigas, escolhido pelas vantagens do material como alta resistência, facilidade de execução, além de ser comumente utilizado em edificações de médio porte. •

A seção adotada para pilares foi 15cm x 25 cm.

A largura das vigas foi adotada a espessura da alvenaria já as alturas foram dimensionadas conforme necessidade. Em relação a laje foi adotado laje treliçada, nervurada e maciça, padronizando as alturas conforme tipo de laje utilizado no

ambiente. •

Laje treliçada: padronizada altura de 15 cm.

Laje nervurada: padronizada altura de 30cm.

Laje maciça: padronizada altura de 10cm.


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10.8 DESENHOS TÉCNICOS

IMPLANTAÇÃO TÉCNICA

Figura 125 - Planta de Implantação – técnica. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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CORTES

Figura 126 - Cortes Expandidos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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DETALHAMENTOS

Figura 127 – Detalhamentos Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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ELEVAÇÕES

Figura 128 – Elevações Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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COBERTURA

Figura 129 - Planta de Cobertura. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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PRÉ-DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Figura 130 - Planta Estrutural. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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10.9 IMAGENS ILUSTRATIVAS

Figura 131 - Vista frontal. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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Figura 132 - Imagens ilustrativas dos canis. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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Figura 133 - Imagens ilustrativa dos gatis. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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Figura 134 - Circulação externa. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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Figura 135 - Espaços de vivência na área pública. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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Figura 136 - Edificação e áreas externas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


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O trabalho apresentado está envolto ao tema do abandono animal, assunto pouco explorado e necessita de uma maior atenção, principalmente na questão de infraestrutura já que grande parte dos abrigos existentes são inadequados ao bem-estar animal. A partir de as análises e levantamento de dados da problemática, fica claro que no município de São João da Boa Vista precisa de uma alternativa funcional, que receba os animais errantes e ao mesmo tempo contribui para adoções, inserindo-os novamente no meio familiar. Partindo da necessidade de acolhimento e cuidados que esses animais vulneráveis precisam e tendo conhecimento que a arquitetura tem o poder de mitigar o problema, onde o proposto trabalho visa a concepção de um abrigo animal que colabore para a qualidade de vida animal e da sociedade. Um Centro de apoio a animais domésticos abandonados, apto a atender as necessidades características dos animais, com ênfase no amparo, cuidado e bem-estar animal, através de uma edificação funcional que atraia a população a conhecer e vivenciar o espaço e contribua para que utilize os recursos oferecidos pelo estabelecimento, deste modo, aproximando os visitantes dos animais abrigados.


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12. REFERÊNCIAS


247

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248

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249

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sencientes,

você

sabe

o

que

isso

significa?

Fonte:

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sencientes,

você sabe o que isso significa? SHIPMAN, P. (2010). The Animal Connection and Human Evolution. Current Anthropology. 51. 519-538. 10.1086/653816. SHULTZ,

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Para

nós,

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importam

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de

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2019,

disponível

em


258

ANEXOS I QUESTIONÁRIO ONLINE Pesquisa de opinião sobre animais de estimação


259

1 - Nome Completo? 144 respostas

2 - Qual a cidade onde reside? 144 Respostas

São João da Boa Vista Poços de Caldas

15% Aguaí

5% Espirito Santo do Pinhal

4% 2% 1%

2%

Andradas

4%

67%

Vargem Grande do Sul

Águas da Prata

Gráfico 2 - Questionário pergunta número 2.

Outros

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


260

Gráfico 3 - Questionário pergunta número 3 Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Gráfico 4 - Questionário pergunta número 4 Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


261

5- Você costuma levar seu animal doméstico para passear? Se sim, onde? 144 Respostas Nas ruas e pela cidade

4% 18% 34%

Em praça e parque

Gráfico 6 - Questionário pergunta número 5.

Avenidas de caminhada

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

10% Chácara , campo futebol, cachoeira, lago e areas rurais Não levo ou não possuo animal doméstico

7% 27%

Todo Lugar

Gráfico 5 - Questionário pergunta número 6. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


262

Gráfico 7 – Questionário pergunta número 7. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Gráfico 8 - Questionário pergunta número 8. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


263

Gráfico 10 - Questionário pergunta número 09. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Gráfico 9 - Questionário pergunta número 10. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019


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