PĂĄtio do Pari proposta urbanĂstica e projeto ana beatriz palma urushima
orientador: marcos acayaba
PĂĄtio do Pari proposta urbanĂstica e projeto ana beatriz palma urushima orientador: marcos acayaba
Agradeço ao meu orientador Marcos Acayaba pelas conversas e conselhos preciosos e aos professores convidados Alexandre Delijaicov e Eduardo Ferroni por aceitarem fazer parte desta banca. Ă€ meus pais Lisie Palma e Pedro Urushima (in memoriam) pois sem eles nĂŁo teria chegado atĂŠ aqui. Ao meu querido LaĂŠrcio que me ajudou nos mo Ă€s minha amigas PatrĂcia, Dora e Tamires, pela
“O homem deve compreender que precisa agir na sociedade transformando a gruta numa casa, a soleira da casa em ponte para cruzar o rio, e o outro lado do rio em outra casa� Paulo Mendes da Rocha
Ă?NDICE
APRESENTAĂ‡ĂƒO
PROJETO
13
Caminhos do Projeto
61
Mapas
17
A Operação Urbana Lapa-Brås
72
Urbanismo
21
75
Enterramento da ferrovia e abertura do sistema viĂĄrio
25
Implantação da Linha FÊrrea e a Ocupação da Vårzea
85
Parque linear
29
ExpansĂŁo da Cidade ao Longo da VĂĄrzea e da Linha FĂŠrrea
91
95
99
DIAGNĂ“STICO
101 Projeto do parque
37
Politica Urbana
123 Projeto do urbanismo
43
PolĂtica Ambiental
127 Projeto do edifĂcio escolar e do edifĂcio cultural/esportivo
47
Mobilidade Urbana
137 ! "#
51
O PĂĄtio do Pari
55
Uso e Ocupação do Solo
148 BIBLIOGRAFIA
APRESENTAÇÃO
1 & ' ( )(*! + $
2010: pรกg. 14.
Na pรกgina ao lado: vista do Pรกtio do Pari.
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CAMINHOS DO PROJETO $ "# % "# & & # ' # ( ) * $ ! ! & $ ! ) ( + # # $ " # "# , "# " "* . , "# ) % % ( 0 "# "# & . ! 1 % &% ) %
13
distribuição das atividades na superfĂcie deste territĂłrio – uma problemĂĄtica central, e na qual o PĂĄtio do Pari estĂĄ inserido e do qual participa. As ĂĄreas centrais, por esta anĂĄlise, competem com os demais territĂłrios da cidade no que diz respeito Ă dinâmica de investimentos, tanto pĂşblicos quanto privados. A cidade contemporânea ĂŠ parte de um processo de transformação rĂĄpida e profunda, o que torna a necessidade de se atuar sobre o territĂłrio ur % % % ( ! . 5 6# territĂłrio, atravĂŠs da anĂĄlise de sua organização urbana, o que gera uma postura crĂtica em relação aos descaminhos 14
pelos quais passam o planejamento e o desenho urbano. A partir das rupturas, quebras e descontinuidades, descortinam-se as possibilidades de atuação do arquiteto neste espaço e, assim, de superação do quadro vigente. O projeto urbano não deve ser visto como um produto derivado do Acima: enchente na Maginal do Rie Tietê. Fonte: internet. Pågina oposta: vias locais interditadas, hå poucas transposiçþes na linha fÊrrea. Fonte: foto da autora.
do planejamento urbanĂstico. Meyer e Grostein apontam
planejamento onde os seus impactos supostamente obe-
para uma crĂtica pertinente relativa aos mĂŠtodos e, so-
decem a uma lĂłgica prĂŠ-estabelecida nos objetivos do pla-
bretudo, aos resultados alcançados pelo planejamento e
no. Cabe à arquitetura abandonar a posição passiva diante
pelos projetos urbanos mal formulados em SĂŁo Paulo: sĂŁo
do plano urbano podendo atĂŠ mesmo redirecionĂĄ-lo. Da
obras públicas realizadas sem vinculação com as anåli-
mesma forma, o plano nĂŁo ĂŠ apenas um referencial teĂłrico
ses e planos estabelecidos dentro das metas de desen-
a ser utilizado na ação projetual, mas deve ser interpretado,
volvimento urbano1.
convergindo para a prancheta as dinâmicas econômicas e
Trabalhos recentes, apontados por estas autoras,
produtivas e a organização dos elementos constitutivos da
tĂŞm considerado as ĂĄreas centrais a partir das transfor-
metrópole contemporânea, e assim, pensar nas possibili-
maçþes no setor produtivo da economia, que afetam a
dades de transformação futura deste espaço.
O projeto urbano contemporâneo deve ser entendido como um fator de transformação do quadro em curso. Ele deve se basear na organização de diversos elementos em diferentes escalas; na estrutura metropolitana; na interpretação das dinâmicas econômica, social, tÊcnica e 7 "* & 8 posição; e em aspectos da multidisciplinaridade da metrópole contemporânea. Tais aspectos foram observados nos eixos estruturais paulistanos organizados ao longo 6 % & 5 6 $ % & % % ( . $ 9 Påtio do Pari. Toda intervenção neste espaço deve consi % "# $ 1 % % $ qual a atividade industrial tem papel fundamental e quais os novos programas funcionais que se deseja adotar. 0 ) % 8 çþes fundamentais que amparam a vida urbana. Trata-se % "# $ ( < % & %& , " % $ , ) 8 8 . . diçþes para a universalização dos serviços públicos e a expansão das atividades urbanas.
15
2 SĂ&#x192;O PAULO (MunicĂpio) Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Termo de referĂŞncia para contratação de empresa ou consĂłrcio de empresas para a elaboração de estudos urbanĂsticos e estudos complementares de subsĂdio Ă formulação do projeto de lei da operação urbana consorciada Lapa â&#x20AC;&#x201C; BrĂĄs.
Pågina oposta: operação Urbana Lapa Brås, Croqui ilustrativo. Fonte: internet.
A OPERAĂ&#x2021;Ă&#x192;O URBANA LAPA-BRĂ S O marco inicial deste trabalho foi a leitura e apre-
Esta proposta Ê alicerçada por alguns pilares teó-
ensão do programa da Operação Urbana Lapa-Brås. A
ricos que nos pareceram vĂĄlidos: primeiro, o fato de as
ementa publicada pela Prefeitura de SĂŁo Paulo2 para lici-
infraestruturas pesadas de transporte de massa em su-
tação dos estudos referentes à Operação Urbana possui
perfĂcie caracterizarem barreiras fĂsicas Ă continuidade da
um conjunto de dados e de idÊias de intervenção que dis-
malha urbana, cindindo a cidade em duas metades, o que
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resultou, historicamente, na desvalorização das åreas lin-
proposta aqui apresentada.
deiras e a formação de uma faixa de fronteira.
Ao lado de algumas das propostas dessa ementa
Em segundo lugar, a possibilidade de incorporação
de licitação cuja discussĂŁo nĂŁo cabe a este trabalho â&#x20AC;&#x201C; a
das ĂĄreas intersticiais ao leito ferroviĂĄrio Ă cidade, ocu-
"# % < % 6 9 -
pando estes terrenos com usos urbanos, aproveitando o
"*
potencial construtivo em ĂĄreas bem servidas de infraes-
uso e ocupação do solo da cidade. A medida principal
trutura existente localizadas na ĂĄrea central do municĂpio.
deste projeto de operação urbana Ê o enterramento das
O PĂĄtio do Pari ĂŠ fundamental para esta proposta, uma
$ . 6 "* ? & @
vez que representa o maior estoque de terra urbana nĂŁo
com a implantação de uma avenida ao longo do atual
ocupada do Centro expandido do municĂpio, de tal for-
leito ferroviĂĄrio.
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17
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nhecida como Feira da Madrugada. Uma apropriação co-
que o poder público possui prioridade na aquisição des-
letiva, esta feira mostra a possibilidade e a necessidade
tas terras no momento em que seu proprietĂĄrio, no caso,
de um desenvolvimento participativo e produtivo destas
a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, desejar comer-
ĂĄreas intersticiais da cidade, que se desenrole mesmo na
cializar. Com isso, numa eventual incorporação, ele não
ausĂŞncia das condiçþes fĂsicas ideais e sem o suporte
! %
das instalaçþes necessårias para evento de tal porte. De-
construturas e agentes imobiliĂŁrios e incorporadoras, uma
vemos pensar em um urbanismo que se estrutura na pro-
% , ) J
cura de soluçþes formais para as necessidades locais, as
%. ! "#
dinâmicas e mutaçþes na cidade.
sua ocupação.
Seguindo esta lĂłgica, nossa proposta buscaria
AlĂŠm destas questĂľes, um terceiro elemento basilar
subverter a condição atual, tornando esse cruzamento
em nossa anålise corresponde à percepção de que o På-
uma localização diferenciada, a ligação entre dois eixos
tio do Pari o estabelece uma relação simbólica no interior
ordenadores da reestruturação da linha fÊrrea e da vårzea
do territĂłrio urbano de SĂŁo Paulo. O Patio do Pari se situa
do TamanduateĂ, vistos, agora, como vetores de transfor-
no cruzamento de dois eixos infraestruturais de importân-
"# ) "# " % , J
cia metropolitana, que sĂŁo a linha fĂŠrrea e o binĂ´mio Ave-
ciais, reordenação das lógicas territoriais discordantes e
nida do Estado-Canal do TamanduateĂ, mas que, cada um
de ligação entre tecidos desagregados.
5 6
# ) $ %
locais, cortando o territĂłrio em quatro ĂĄreas que nĂŁo se
incluir uma visĂŁo mais ampla dos processos urbanos exis-
comunicam. Estes elementos urbanos representam fratu-
tentes. Por um lado, estender essa proposta ao longo de
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todo o eixo, uma vez que a precariedade dos espaços e
" "#
a diferenciação entre localizaçþes vizinhas não são exclu-
que o habitam, assim como entre a população e estas
sividade da årea central ou do trecho da Operação Urba-
estruturas e os serviços urbanos que elas propiciam.
na Lapa-BrĂĄs, mas sim uma constante ao longo da linha
Curiosamente, este local ĂŠ vividamente ocupado,
fĂŠrrea e da planĂcie dos rios. A forma de se estruturar e
todos os dias, ainda que de maneira informal. No interior
de se pensar esse espaço deveria ser estendida para as
do PĂĄtio do Pari ocorre diariamente a feira popular co-
demais ĂĄreas ao longo deste vetores, uma proposta ao
Pågina oposta, ao lado e abaixo: Dissertação de Mestrado de Alexandre Delijaicov. Recortes. Projeto urbano: as soluçþes ; < #
= o território, o projeto responde à escala da organização das estruturas metropolitanas
19
menos teĂłrica, jĂĄ que, devido Ă escala do projeto, nĂŁo seria possĂvel contemplar neste trabalho. Ainda, demandou a observação de aspectos histĂłricos da ocupação do sĂtio urbano e da vĂĄrzea e uma compreensĂŁo mais ampla de ) "# social destas ĂĄreas pela cidade e a forma como historicamente foram construĂdos estes eixos infraestruturais. A partir dessas observaçþes, buscamos desenvolver as possibilidades abertas por um projeto destas diAo lado. Feira da Madrugada, ocupação popular permanente. Fonte: internet.
mensþes, ensejando novas conexþes e, assim, valorizar as relaçþes entre esses elementos ordenadores do espaço e sua escala local. Como objetivo, nossa solução de
20
! % % raçþes da paisagem, recuperar certas caracterĂsticas ambientais da vĂĄrzea e ocupar vividamente esses espaços, resgatando a dimensĂŁo cotidiana das relaçþes sociais.
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GEOGRAFIA E TERRITÃ&#x201C;RIO 0 # , %
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21
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> ! " # $ y w# faixa do territĂłrio entre a Linha FĂŠrrea e o > # ?$ w# # $
principais. Nota-se que a margem esquerda dos canais do TamanduateĂ e do Pinheiros sĂŁo preferenciais para a esca% "# acentuadas, enquanto a margem direita4 do mesmo se ca , "# aluviais mais amplas. A situação ĂŠ oposta no rio principal da Bacia, o TietĂŞ, que tem sua frente de escavação voltada para a margem direita e margem de deposição a esquerda. + [ 5 X X $ X J assim, como planĂcies aluviais formadas por um platĂ´ principal, sujeito a inundaçþes periĂłdicas, e um platĂ´ secundĂĄrio, inundado em situaçþes excepcionais. Esta ampla faixa de vĂĄrzea restou livre de ocupação urbana durante muitos anos, de modo que foi aproveitada para a implantação da ferrovia entre meados do sĂŠculo XIX e inĂcio do sĂŠculo XX.
23
PĂĄgina oposta: lavadeiras Ă s margens do Rio TamanduateĂ na regiĂŁo da VĂĄrzea do Carmo. 1910. Fonte secundĂĄria: MEYER, GROSTEIN, 2010.
IMPLANTAĂ&#x2021;Ă&#x192;O DA LINHA FĂ&#x2030;RREA E A OCUPAĂ&#x2021;Ă&#x192;O DA VĂ RZEA Os substanciais investimentos operados na ĂĄrea central de SĂŁo Paulo, ao longo de sua histĂłria, nĂŁo pro-
das a partir de uma abordagem global, garantidas pelo planejamento integral do territĂłrio.
piciaram as transformaçþes almejadas pelo conjunto
O posicionamento dos eixos ferroviĂĄrios foi determi-
da sociedade. Este processo pode ser analisado sobre
nado pela inserção da rota cafeeira, a conexão do Porto
duas visĂľes complementares: a primeira, a partir da anĂĄ-
de Santos com o Planalto Paulista. As linhas de trem foram
! * #
, "# 1
sĂŁo guiadas pelo desenvolvimento da cidade, mas pela
todo o estado de SĂŁo Paulo. O desenho das estradas de
lĂłgica do investimento imobiliĂĄrio; a segunda, de cunho
ferro ĂŠ concĂŞntrico â&#x20AC;&#x201C; radial, tem SĂŁo Paulo como nĂł dos
urbanĂstico, mostra que a ausĂŞncia de um plano regio-
tramos axiais, de onde eram direcionados para o litoral.
9 9 , )
+ 6 "#
sua consistĂŞncia.
planĂcies do TietĂŞ e do TamanduateĂ foi aproveitado para
A deterioração do tecido urbano nas åreas centrais adjacentes à ferrovia e aos fundos de vale decorre das
a implantação dos trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) na årea da cidade de São Paulo.
caracterĂsticas localistas das intervençþes â&#x20AC;&#x201C; pĂşblicas e
A implantação da rede ferroviåria paulista aproveitou
privadas â&#x20AC;&#x201C; neste territĂłrio. A multiplicidade de pequenas
a existĂŞncia de terrenos disponĂveis, baratos, contĂnuos e
intervençþes neste local não foram pensadas e projeta-
relativamente amplos nas planĂcies aluviais do sistema hĂ-
25
Ao lado: Carta das Estradas de Ferro da Provincia de S. Paulo. Ao longo da via fĂŠrrea foram se formando cidades, vilas e nĂşcleos urbanos nas paradas do trem. Fonte internet.
26
drico, partindo da regiĂŁo de SĂŁo Paulo para o interior, para Ao lado: Estradas de Ferro. A malha ferroviĂĄria paulista no inĂcio do sĂŠculo XX. As
[ #; Z $ ! " # ( Â&#x20AC; > destauqe, em vermelho. Fonte internet.
implantar a malha de trilhos em paralelo aos principais rios, â&#x20AC;&#x153;inaugurando o irreversĂvel processo de construção das vĂĄrzeas como espaço habitĂĄvelâ&#x20AC;?(FRANCO, 12). O primeiro trecho da ferrovia Santos-JundiaĂ foi implantado em 1864 â&#x20AC;&#x201C; a travessia da Serra do Mar â&#x20AC;&#x201C; e, em 1867, jĂĄ estava totalmente concluĂda (LEITE, 64). A economia colonial e a monocultura do cafĂŠ foram fundamentais para o crescimento econĂ´mico e populacional registrado por SĂŁo Paulo a partir das Ăşltimas dĂŠcadas do sĂŠculo XIX. O respaldo da elite paulista foi fundamental, neste perĂ-
odo, ao instalar o monopĂłlio da passagem do cafĂŠ por
bre esse local, como se nĂŁo o reconhecesse como territĂłrio
SĂŁo Paulo, atravĂŠs do controle ferroviĂĄrio, de forma que
urbanizado, mas como local de passagem, onde prevale-
apenas a SĂŁo Paulo Railway podia operar o trecho de SĂŁo
ciam interesses econĂ´micos relacionados com as indĂşstrias
Paulo atĂŠ o Porto de Santos, freando todas as tentativas
e as ferrovias, determinando o processo de segregação
de construção de novas rotas ferroviårias que alcanças-
dos espaços entre rio e ferrovia. A infraestruturação des-
sem a Serra do Mar (LEITE:30).
" $
0 "# % 5 %
as relaçþes subjetivas e afetivas que se dão sobre ele: as
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"*
enorme transformação deste território, o alijando de sua
humanas que nele incidem.
condição natural. Historicamente, a Vårzea do Carmo era uma região com incidência regular de inundaçþes e, por isso, sua ocupação se då de forma tardia, em relação às 27
outras åreas de irradiação do centro da cidade. Todavia, no processo de crescimento da cidade, os arrabaldes do
6 $ . % tante inundação. A ocupação deste vale se caracteriza por ser meramente tÊcnica e funcional, ou seja, não se orientou as formas de organização espacial, estando descolada de qualquer propósito de estruturação intra-urbana e de ordenação dos assentamentos e de sua relação com a urbani, "# 6 8 %& , ( planos e desocupados, foram os que melhor acomodavam esta função urbana, com menor custo e investimento. As primeiras obras de canalização, em sua porção central, se encerram em 1914, com a inauguração do Parque Dom Pedro II. A forma de atuação do poder público so-
Ao lado: As primeiras locotivas a vapor e a construção da estação atual da Luz, inaugurada em 1901. A estação original data de 1867. Fonte: internet. Abaixo: Trabalhadores da SPR posam junto à måquina no påtio do Pai em 1910. Fonte: O Malho, 18/11/1910.
Ao lado: A passagem do Tamanduateí pela cidade de São Paulo, desde meados do século XIX ao início do século XX. Mais à direita: Obras de canalização do Tamanduateí nas primeiras décadas do século XX. Fontes: internet.
28
5
Meyer, Grostein e Biderman (2004), pĂĄg 74.
EXPANSĂ&#x192;O DA CIDADE AO LONGO DA VĂ RZEA E DA LINHA FĂ&#x2030;RREA
A expansão da aglomeração urbana ocorreu atra-
mais distantes, as paradas se tornaram o ponto central
vÊs do espraiamento da ocupação ao longo das colinas,
a partir dos quais se formaram aglomerados urbanos.
da implantação de indústrias e de bairros operårios ao
% [ .
longo da orla ferroviåria, bem como a superposição de
anos 40 pelo menos, na localização das estaçþes de
reticulados de glebas localizadas entre os espigĂľes e
% )
% ( 0 "# "*
nos bairros.
X , "# J
Como apontam Meyer, Grostein e Biderman5, a
por Juergen Langenbuch. A partir da localização des-
organização radio-concêntrica da atual estrutura viåria
tas estaçþes foram implantados bairros operårios asso-
metropolitana ĂŠ fruto de trĂŞs determinantes diferentes:
ciados Ă s plantas industriais, especialmente nos locais
& -
mais prĂłximos ao centro, como Barra Funda, Pari e BrĂĄs.
paciais e funcionais existentes no territĂłrio paulista; em
PorĂŠm, este processo se repetiu, ainda que com menos
" 6 # 6 -
ĂŞnfase, no restante da ĂĄrea urbana. As proximidades das
camente a relação entre avenidas diametrais e sistemas
"* % *
radiais centrais e o impacto do sistema viĂĄrio municipal
Pirituba, Osasco, Lapa, Ipiranga, Vila Prudente, SacomĂŁ,
6 7 .
Utinga, SĂŁo Caetano, Santo AndrĂŠ e MauĂĄ. Nessas ĂĄreas
condicionado pelos eixos de expansĂŁo econĂ´mica a par-
29
meio de um anel formado por avenidas largas circundando o centro histĂłrico, articulando as artĂŠrias radiais que acessariam as diferentes regiĂľes da cidade. Assim, a partir dos anos 50 do sĂŠculo passado, ocorre a consolidação do sistema rodoviĂĄrio como novo elemento orientador da expansĂŁo metropolitana, processo em que sĂŁo formados novos complexos industriais levando Ă mudança no padrĂŁo de distribuição da população. Estas transformaçþes sĂŁo abordadas jĂĄ nos anos 70 no estudo clĂĄssico de Langebuch6, que aponta os novos vetores de expansĂŁo urbana existentes ao longo dos eixos rodoviĂĄrios. Conforme o estudo, foram formados novos subcentros urbanos, caracterĂstica decorrente do deslocamento dos investimentos para zonas oeste e sudoeste, resultando numa urbanização precĂĄria nas demais ĂĄreas. Assim, aparece um novo fator de indução da urbanização: deixava de ser o emprego industrial, organizado ao longo da ferrovia, e passava a ser o assentamenAcima: Localização das indĂşstrias em 1914, ! " # $ Y Â&#x192;
ZÂ&#x201E; industrial ao longo da Via FĂŠrrea, especialmente nos bairros do BrĂĄs e do Pari. Fonte internet. PĂĄgina ao lado: Parque dom Pedro II, apĂłs
> w# Z ; Z $ Y Â&#x2020; Â&#x2021; { $ QVWÂ&#x2C6;$ % # %( * _``W$
tir dos anos 40 ao longo das rodovias, o traçado axial da
to residencial das classes de alta renda. Indicativo de um
infraestrutura regional.
novo ciclo de deslocamentos e de desconcentração de
A estruturação da malha viåria da região central da
funçþes, com realocação dos investimentos públicos, no-
cidade foi o objetivo dos projetos de UlhĂ´a Cintra e de
tadamente na ĂĄrea que Meyer e Grostein chamam de qua-
Prestes Maia, a partir dos anos 40, em que eram aprovei-
drante sudoeste. Para estas autoras, a dissociação entre
tados os terrenos vazios nos vales entre as colinas cen-
o processo de expansĂŁo urbana e a oferta de transporte
trais para implantação de uma malha rodoviåria de maior
pĂşblico ĂŠ a principal caracterĂstica do espaço metropolita-
capacidade estruturando eixos de crescimento da aglo-
no, determinado por este processo acima analisado.
meração. Propunham a organização deste sistema por
O espraiamento da ĂĄrea urbanizada em SĂŁo Paulo
32
Acima: Avenidas perimetrais, Plano de Avenidas, 1930. Ao lado: PerĂmetro de irradiação, Ulhoa Cintra, 1924. Fonte: internet.
6
Â&#x2030;# # $
# # Z ) ! " # $ %# Z +{) QVXQ$ 7
Meyer, Grostein e Biderman, op cit, 86.
se deu por meio de um conjunto de loteamentos e abertura
såria a execução de avenidas de maior porte, ligando os
de avenidas sem maior planejamento. Observando esse
bairros e as regiĂľes da cidade, entĂŁo o poder pĂşblico se
X
voltou para os fundos de vale, onde havia maior facilida-
massa sobre pneus em detrimento dos transportes sobre
de para implantação das vias. A alteração da vårzea estå
$ ) % 5
8 "# ( -
intraurbanos, os quais vão desde a (des)organização do
so se inicia com a canalização do TamanduateĂ, como jĂĄ
traçado viårio atÊ a questão da especulação imobiliåria e
citamos anteriormente, e continuaria ainda na primeira
PĂĄgina oposta, acima: Espaço da ĂĄrea de =# Â&#x2020;
$ > de Trens, na regĂŁo BrĂĄs.
"# (
metade do sĂŠculo XX, por exemplo, com a abertura das
O sistema viĂĄrio principal obedece claramente Ă s
Avenidas Nove de Junho e 23 de Maio, seguindo o Plano
" ; [ # de vale, ano 2001.
& ( 0
Prestes Maia. Conforme Meyer, Grostein e Biderman7 este
altas das colinas e planĂcies foram repartidas e loteadas,
. Â Â&#x201A; %
formando um tecido fragmentado . Quando se fez neces-
a três fatos conjunturais: a necessidade de realização de
açþes de saneamento ambiental, a viabilidade de grandes desapropriaçþes nestas ĂĄreas â&#x20AC;&#x201C; tanto em relação ao
& ) 9 disponibilidade de recursos federais pela polĂtica de saneamento bĂĄsico em grandes cidades. Sucessivamente, os trechos seguintes do rio TamanduateĂ foram canalizados nos anos 40 (do Ipiranga ao SacomĂŁ) e anos 70 e 80 (de SĂŁo Caetano a Santo AndrĂŠ). Esta "# ! ) ocupados por indĂşstrias, comĂŠrcio e serviços grande porte (estacionamentos das empresas de Ă´nibus municipais, "# % ! Â&#x201E;( porção do territĂłrio foi ocupada pelos espaços da ferrovia, pelos espaços dos automĂłveis e por espaços destinados a grandes equipamentos urbanos e indĂşstrias. As vĂĄrzeas tornaram-se espaços de passagem, nĂŁo de permanĂŞncia. Trataremos agora das potencialidades e possibilida ! & polĂticas pĂşblicas para o Centro e regiĂŁo, voltadas para a questĂŁo da vulnerabilidade social de sua população, a questĂŁo da mobilidade urbana e a questĂŁo ambiental, entre outras, a partir das quais sĂŁo alinhados o programa de ! (
33
DIAGNÓSTICO
PĂĄgina ao lado: Foto do centro de SĂŁo Paulo, w# [ > ;
Z ordenado pelas Ăşltimas gestĂľes. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/1/18/Centro_Antigo_de_SĂŁo_ Paulo,_Brasil_-_by_Lucas.jpg
POLĂ?TICA URBANA A escassez de investimentos pĂşblicos na estrutura-
cado pela årea de inundação original dos rios Tietê e Ta-
ção e consolidação urbana do território Ê o principal fator
manduateĂ ĂŠ uma barreira entre os territĂłrios adjacentes
que gera a segregação urbana. Mesmo considerando as
8 ( 0 , "# .
% * "
% % 6 -
o TamanduateĂ e a Linha FĂŠrrea, estes nĂŁo foram capazes
tentes. Entre os bairros tradicionais nas colinas e patama-
de, por si só, garantirem a qualidade desse espaço. Este
res intermediĂĄrios do territĂłrio â&#x20AC;&#x201C; Alto da Lapa, PompĂŠia,
% "# 5 6
Mooca, Ipiranga, Vila Prudente â&#x20AC;&#x201C; e a ocupação industrial
de mercadorias atravÊs deste espaço, por trem, caminhão
& 9 Â&#x2020; 0 & ? 6 @
% # ) "# -
Barra Funda, Pari, BrĂĄs, Henry Ford â&#x20AC;&#x201C; se aglutinaram duas
na em seu interior. Estes grandes sistemas de circulação e
estruturas desconectadas. O espraiamento radial a partir
6 , "*
das colinas ĂŠ interrompido, abruptamente, dando lugar a
-
uma ocupação organizada em uma retĂcula formada por
tanos, mas sem organizar o espaço pelo qual passa, frag-
quadras de tamanho muito maior que o tĂpico da cidade.
mentando a cidade e sem ao menos articular este espaço com o acesso à infraestrutura nele instalada. A via fÊrrea implantada no tabuleiro plano demar-
Hoje, ferrovias, canalizaçþes e avenidas marginais # ) ( + & % 6 [
37
afasta a possibilidade de existir habitação e vida urbana
9 # "* ) -
beira rio.
% [
Os processos de transformação urbana se desdo-
38
Ao lado: Fluxo de veĂculos comerciais com 4 ou mais rodas no eixo traseiro. HMD (1968), Fonte secundĂĄria: FRANCO:2005. > > ; ; =# caminĂľes e veĂculos de carga pela cidadae, jĂĄ nos anos 60, decorrente da lĂłgica de expansĂŁo urbana e da localização das atividades produtivas, ao longo dos eixos rodoviĂĄrios principais.
urbana do entorno.
bram a partir das condiçþes de acessibilidade proporcio-
0 "# [ % -
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0 % % # -
8 , "# " ( -
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$ $ , "# -
6 )
& " . & ) !
39 Ao lado: Mapa funcional de São Paulo, Dep. de Urbanismo de São Paulo, 1955. Fonte secundåria: FRANCO:2005. Esta imagem imostra como, em meados do sÊculo XX, as regiþes ao longo da São Paulo Raiway jå haviam se tornado monofuncionais, com hegemonia de ocupaçà o industrial.
a lĂłgica monofuncional destes bairros. Hoje, com a ob-
& ) " -
solescĂŞncia do patrimĂ´nio fabril e ferroviĂĄrio atrelado Ă
caçþes subutilizadas em locais dotados de infraestrutura
vĂĄrzea, restou disponĂvel um grande estoque imobiliĂĄrio.
(ZEIS-3).
A apropriação urbana deste território Ê um dos objetivos
As polĂticas urbanas devem levar em consideração
do planejamento territorial do municĂpio. A existĂŞncia de
as macrodimensĂľes que envolvem as desigualdades so-
infraestrutura nestes espaços â&#x20AC;&#x201C; condição preexistente â&#x20AC;&#x201C;
ciais, as quais incluem a distribuição de renda, o nĂvel de
permite uma råpida viabilização de sua ocupação com
emprego e de riqueza, os serviços públicos oferecidos
"# ( Â&#x2021;
(como saúde e educação), as redes sociais de coopera-
# ,
ção, o serviço de assistência social, segurança pública,
Ao lado: Concentração industrial em 1997. MEYER, GROSTEIN, 2004.
40
) ) *
ĂĄreas centrais tem por principal objetivo, concretamente,
relativas à urbanização, tanto qualitativos quanto quanti-
ganhos econĂ´micos decorrentes das atividades imobili-
tativos, dos espaços, dos edifĂcios, das ruas e dos equi-
årias e das incorporaçþes e construçþes vislumbradas.
pamentos pĂşblicos.
Desta forma, as polĂticas urbanas propostas pela
O centro de SĂŁo Paulo ĂŠ uma ĂĄrea que espelha
atual gestĂŁo na prefeitura claramente exarcebam as
5 -
questþes sociais existentes. Exemplos são a demolição
pação dos espaços públicos, com a justaposição de di-
nos edifĂcios MercĂşrio e SĂŁo Vito, para os quais jĂĄ haviam
ferentes interesses econĂ´micos privados, os quais tĂŞm
projeto de reforma, e o qual resultou no remanejamento de
fĂłrum privilegiado no âmbito das representaçþes polĂticas
sua população e no pagamento de indenizaçþes, assim
do municĂpio. Ă&#x2030; fato que os interesses na valorização das
como o Projeto Nova Luz, que nĂŁo possui um programa
claro sobre o futuro dos atuais comerciantes e habitantes,
DomicĂlios com renda domiciliar de 20 ou mais salĂĄrios mĂnimos
mas que conta com parceiros econĂ´micos (multinacionais), ao mesmo tempo em que passa a tratar a questĂŁo de moradores de rua e de usuĂĄrios de droga como um â&#x20AC;&#x153;caso de polĂciaâ&#x20AC;?. Uma das consequĂŞncias destes projetos ĂŠ o afastamento da população de baixa renda existen ) "# 9 indireta da população de baixa renda devido Ă atuação do Estado, seja atravĂŠs da violĂŞncia policial ou de reformas 9 ! % ( Na ĂĄrea do PĂĄtio do Pari, deve-se estabelecer es-
Distritos
Em %
tratĂŠgias que garantam a inclusĂŁo econĂ´mica, polĂtica, cultural e social de sua população, ao mesmo tempo em
41
AtĂŠ 10,00 De 10,01 a 20,00
que se desenvolva qualitativamente as caracterĂsticas ur-
De 20,01 a 30,00 De 30,01 a 45,00
banĂsticas de seu entorno. A aplicação do direito de pre-
45,01 e mais
empção e a implantação de habitação de interesse social tornam-se elementos-chave deste processo. Deve-se sanar o problema estrutural de mobilidade deste local, divi %
0
6
12
18
QuilĂ´metros
Ao lado: imagens das condiçþes precårias no entorno do Påtio do Pari. Fotos da Autora
pelo binĂ´mio avenida expressa-canal de drenagem. As polĂticas de descentralização da prestação de serviços, desconcentração participativa e as polĂticas de % , "# 5 % atendimento focalizado das demandas sociais gerando impulsos para expulsĂŁo da população de baixa renda do centro. O baixo investimento, tanto em polĂticas na ĂĄrea da saĂşde, educação e assistĂŞncia social, quanto em ur-
A cima: Concentração de renda em SĂŁo Paulo. Fonte: SP2040. Nota-se que o Ăndice de renda na porção leste da regiĂŁo central
{ " ! ) Â&#x2020; Â&#x192; Â&#x2020;
H > ; ^ > Â?{ Â&#x2020;>
# ;Â&#x2020;Â?$
Abaixo: Mapa da Relação de Emprego e Renda. Distritos em verde sĂŁo os que possuem relação de emprego por habitante superior a 1,60. Essa ĂŠ uma caracterĂstica das ĂĄreas ao longo da Via FĂŠrrea e do BinĂ´mio TamanduateĂ-Avenida do Estado. Fonte: PITU 2025.
Abaixo à direita: Mapa de Crescimento Populacional. Fica claro que os mecanismos do mercado, que geram valorização imobiliåria, empurram cada vez mais a população para as åreas perifÊricas. Todos os distritos centrais da Região Metropolitana possuem crescimento vegetativo negativo.
42
banização, como a falta de manutenção do calçamento,
locais. Ă&#x20AC;s indĂşstrias existentes, somam-se as atividades
asfalto e praças, a carência de equipamentos culturais e
de distribuição, logĂstica e armazenamento; ao comĂŠr-
a ausĂŞncia de projetos habitacionais no centro sĂŁo parte
cio tradicional, ĂĄreas para estacionamento e alimenta-
deste mesmo processo. No entanto, estĂĄ claro que ĂŠ fun-
ção (bares, cafÊs e restaurantes). Ainda, para aproveitar
damental garantir a manutenção da população atualmen-
a posição central e a existência de infraestrutura, hå a
te residente, tanto quanto aproveitar a presença de oferta
possibilidade de implantação de atividades paralelas e
de empregos e de acesso ao sistema de transporte para
complementares de educação, lazer e cultura, especial-
"* # -
mente, centros universitĂĄrios e de pesquisa.
ção de baixa renda e seu desenvolvimento. AlÊm disso, às atividades urbanas jå consagradas % "* & ) dão suporte as primeiras, reativando a dinâmica destes
8
SĂ&#x192;O PAULO (MunicĂpio), 2000: pag.111.
Ao lado: Ă?ndice de cobertura vegetal nos distritos do municĂpio. Fonte; Atlas Ambiental, 2000.
POLĂ?TICA AMBIENTAL O padrĂŁo de ocupação industrial resultou numa maciça impermeabilização do solo e praticamente nenhuma arborização. Isso fez com que essas regiĂľes apresentassem a maior temperatura ambiente aparente no ) Â&#x2021; < & Â&#x2021; a seguir. A homogeneidade da ocupação, com pequena & % 5 ( < 0 0 Q Â&#x2030; territĂłrio entre rios, cuja identidade jĂĄ desapareceu, a metrĂłpole determina novas leis, onde a produção e reprodução do espaço das pessoas e do clima ĂŠ determinado pelo econĂ´mico, pelo valor de mercado e nĂŁo de uso do territĂłrio. Por isto, praticamente inexistem hoje parques, jardins, ĂĄreas verdes, campos de futebolâ&#x20AC;?8. AlĂŠm disso, como aponta o Atlas Ambiental do
43
9 NEDER, Carlos. Cidade e cidadãos: 100 anos destruindo os rios paulistanos. Estudos Avançados 17 (47) 2003, 147-152.
Ao lado: Temperatura de superfĂcie. Fonte: Atlas Ambiental do MunicĂpio, 2000. As caracterĂsticas histĂłricas da ocupação determinaram altas temperaturas nos bairros indĂşstriais ao longo da ferrovia.
municĂpio, as vĂĄrzeas dos principais rios paulistanos se
centraçþes de poluentes de origem industrial e de veĂcu-
$
los da metrĂłpole. AlĂŠm disso, elas nĂŁo apenas produzem,
produtoras de poluentes. Os volumes de trĂĄfego pesado
mas tambÊm recebem diariamente, devido à orientação
5 6 % -
dos ventos, grande quantidade de poluentes de outras , 5 6 "# % das da regiĂŁo do ABC. % 8 "# & 6 $ . %& , TamanduateĂ ĂŠ especialmente suscetĂvel a inundaçþes. Conforme anĂĄlise de Neder9 $& "# 6 5 ( Â&#x160; poluem com suas ĂĄguas servidas e esgotos. Durante cem
44
anos, todos os aspectos que nĂŁo diziam respeito Ă utilização abundante da ĂĄgua para gerar eletricidade eram $ ! ) podiam ser atendidos com relativa facilidade: abastecimento de ĂĄgua potĂĄvel, controle e preservação da qualidade dos mananciais, tratamento das ĂĄguas residuais e das inundaçþes, alĂŠm das polĂticas de saneamento ambiental e sanitĂĄrio por indĂşstrias e prefeituras passaram por soluçþes tĂŠcnicas que tornaram essas dimensĂľes 8 % "# "# 6 $ J . ( A necessidade de integração entre o sistema de $ ! $ ) localidades aplicada Ă bacia urbanizadas leva Ă irracio-
Q`
nalidade no investimento e na gestĂŁo dos sistemas territoriais-setoriais. A gestĂŁo dos sistemas setoriais a partir de uma lĂłgica predominantemente local dĂĄ a ilusĂŁo de que, por tratar de diferentes setores convergindo para uma uni & % "# res. No entanto, isso nĂŁo ĂŠ verdade se analisado Ă luz da funcionalidade dos sistemas setoriais em seu todo, nĂŁo em segmentos10.
!+ Y ( "*( * &Â&#x201C; $ ) # # > Z $ # [ Z QX Â?Â&#x2C6;XÂ? _``Â&#x201D; Q_VÂ&#x192;QÂ&#x2C6;k$ " QÂ&#x201D;XÂ&#x192;Â&#x2019;$
y +Â&#x2030; + *Y $ * # ; ; ; < ; =#[ ; # $ y
Z &
$ ! " # % @ @!" QVVÂ&#x2019;$ Z ; $ X_$
Ao lado: desenho urbano incorporando #Z] > #; ; [ ? $ % y < [ QVVÂ&#x2019;$ (
$
A gestĂŁo dos recursos hĂdricos, incluindo o con % "# % " % # $ "# 1 & % ) ( 0 "* # Q " ) 1 5 ) 8 " & " % " livres, restaurar ecossistemas, utilizar equipamentos pri% 1 ( < 0 6 H ! % "# Q Â&#x2030; & porque estĂĄ poluĂdo, o rio continua poluĂdo porque, isolado, estĂĄ esquecidoâ&#x20AC;?11( + " ! do TamanduateĂ deve ser pensado para suportar a pre " 6 % & 9 %& , "# "# & % (
Â&#x2C6;W
12
MEYER, Regina; Grostein, Marta. SĂŁo Paulo MetrĂłpole, 2010. PĂĄg 39.
13
SĂŁo previstas no Plano Diretor EstratĂŠgico do MunicĂpio mĂşltiplos perĂmetros de ZEIS, tanto nas adjacĂŞncias do PĂĄtio do Pari, quanto, de modo geral, ao longo do espaço
[ Â&#x2020;
locais que apresentam essas problemåticas. Pågina ao lado: metrô de Tokyo. Citado como um dos mais lotados do mundo tem 195 km de linhas para uma população de 8 milhþes e 300 mil, e comparativamente, em São Paulo, temos 62 km para uma população de 10 milhþes e 800 mil habitantes.
MOBILIDADE URBANA HĂĄ um vĂnculo entre as condiçþes de mobilidade, a
ocupaçþes irregulares, uma vez que essa årea tambÊm
renda e a existĂŞncia de zonas segregadas nas ĂĄreas lin-
nĂŁo desperta interesse dos investimentos privados e do
deiras das grandes infraestruturas urbanas de transporte.
mercado imobiliĂĄrio. Ao mesmo tempo que o histĂłrico de
Se a evolução dos padrþes de produção e de consumo
investimentos públicos e o processo de evolução urba-
"* "#
na do municĂpio levou ao deslocamento da população de
residente em uma dada ĂĄrea da regiĂŁo metropolitana, o
baixa renda para a periferia, ele tambĂŠm contribuiu para
que, em geral, corresponde ao movimento das classes de
o empobrecimento da população residente no centro da
menor renda em direção à periferia, Ê o mesmo proces-
cidade12.
so que explica a ocupação das åreas desvalorizadas nas
Obviamente, a polĂtica relativa Ă habitação no cen-
proximidades da via fĂŠrrea, nas antigas zonas industriais
tro e ao desenvolvimento regional deve considerar a ma-
desocupadas e na baixada inundĂĄvel do Canal do Taman-
nutenção dessa população, atravÊs de implantação de
duateà pela população de menor renda. A relativa proximi-
Zonas Especiais de Interesse Social nesta regiĂŁo13. Se a
dade a serviços pĂşblicos â&#x20AC;&#x201C; principalmente transporte de
relação entre baixo custo da terra e a presença de ser-
massa coletivoâ&#x20AC;&#x201C; e a zonas de emprego determina uma
% " 1 "# -
condição ótima para ocupação dos arredores do Påtio do
ta årea. Nosso projeto, que busca expandir a condição
Pari por moradores de rua, existência de cortiços e outras
dos deslocamentos, tanto os locais, a partir das novas
47
Ao lado: Mapa da Área de Abrangência da Operação Urbana Lapa Brás, sem escala
48
Ao lado: Mapa dos Setores da Operação Urbana Móoca-Vila Carioca, sem escala
conexões propostas para a malha urbana, quanto aos de caráter metropolitano, a partir da implantação da rede ampliada de transporte público, considera a implantação de ZEIS inclusive como uma estratégia para permitir, sucessivamente, o remanejamento temporário da população residente enquanto que os edifícios que hoje habitam são paulatinamente reformados ou reconstruídos com a tipologia habitacional adequada. Dessa forma, contempla-se uma contrapartida pública para as possibilidades de desenvolvimento do capital privado possibilidatados pela dinamização desta área. Focadas na mobilidade urbana, as políticas de uso e ocupação do solo deveriam induzir à formação de uma cidade mais compacta e sem vazios urbanos, onde a dependência dos deslocamentos motorizados fosse minimizada.
As propostas para ampliar a mobilidade incluem a
do que a de Buenos Aires, mas transporta quatro vezes
melhoria das calçadas existentes, o aumento de traves-
mais passageiros por quilĂ´metro. O metrĂ´ de SĂŁo Pau-
sias e estruturação contĂnua e linear de espaços de convĂ-
lo chega a transportar quase dez passageiros por metro
% 6 $ & % &
quadrado, quando o aceitĂĄvel ĂŠ de quatro passageiros
sua arborização, implantação de mobiliårio e de equipa-
e o tolerĂĄvel seis. O MetrĂ´ de TĂłquio, por exemplo, que
1 % #
ĂŠ citado frequentemente como um dos mais lotados do
uso público de espaços privados nos lotes e a criação de
mundo, tem atualmente 195,1 quilômetros e 179 estaçþes
uma rede cicloviåria, com faixas separadas da de trânsito
para uma população menor do que a da capital paulista:
de veĂculos motorizados.
8 milhĂľes 366 mil em TĂłquio contra 10 milhĂľes 866 mil em
Ă&#x2030; necessĂĄrio ampliar os investimentos em metrĂ´ na
SĂŁo Paulo14.
RegiĂŁo Metropolitana de sĂŁo Paulo: nos 15 anos foram
A polĂtica de transportes para a regiĂŁo deve ser
construĂdos, em mĂŠdia, 1,26 quilĂ´metros ao ano, sendo
pensada na forma de organização de terminais e corre-
que atualmente a rede tem hoje 62,3 quilĂ´metros de ex-
dores de ônibus, na ampliação das estaçþes e linhas de
tensão entre suas 55 estaçþes. Dentre as grandes capi-
metrô, na reorganização do sistema de trens regionais e
tais do mundo, a rede de metrĂ´s de SĂŁo Paulo sĂł ĂŠ maior
de transporte de carga que passam por ali, no PĂĄtio do
Acima: diferentes tipologias para ciclovias, nas cidades de Amsterdam, Hanghzou e Ultecht. Fonte: internet. 14
TCUrbes. Diretrizes e Propostas para o desenvolvimento do Plano de Mobilidade SustentĂĄvel de SĂŁo Paulo. 2010. Citado na pĂĄg. 46.
49
15 FRANCO, Fernando. A construção do caminho: a estruturação da metrĂłpole a partir da construção tĂŠcnica das vĂĄrzeas e planĂcies =#[ { ! " # $ ! " # % @ @!" y # _``W$ " QQ` e ss.
16
+ $ % # # possibilidade de construção de novas territorialidades urbanas: a orla ferroviåria ; # $ ! " # % @ @!" y # _``_ ; Q`W$
Abaixo: Mapa da rede futura metropolitana de transportes. Fonte internet.
Pari. A polĂtica de transportes deve levar Ă consolidação
Municipal, Pari, Rua Silva Teles, Catumbi, atravessa o Rio
da proposta de mobilidade urbana, em que o Pari se tor-
Tietê e segue em direção noroeste atÊ Guarulhos; e, uma
na um dos nĂłs desta rede enquanto que os projetos de
segunda, que parte da Estação Pari, segue ao longo do
implantação dos sistemas de metrô, ônibus e novas vias
eixo das avenidas Celso Garcia e Amador Bueno atĂŠ a
& , "# ) -
Avenida Nordestina, no bairro de SĂŁo Miguel Paulista.
nexþes e a continuidade do espaço.
As estaçþes devem ser vistas como estruturas ur-
Dentre as novas linhas de metrĂ´ propostas, duas
banas com papel articulador entre diferentes escalas: tan-
passariam pela regiĂŁo do PĂĄtio do Pari, primeiro, uma linha
"* % , $ " )
que vai do Campo belo Ă Tancredo Neves (Guarulhos),
da aglomeração urbana15. As intervençþes na faixa entre
passando pela SÊ, depois, uma estação junto ao Mercado
infraestruturas devem articular a escala dos espaços su , ) de transporte (estaçþes, paradas de ônibus, corredores)
W`
a serem implantados. Claramente, os equipamentos de transporte urbano sĂŁo os principais elementos preexistentes a partir dos quais se pode pensar na evolução das condiçþes urbanĂsticas desejadas. Hoje, eles determinam 6 % , % enclaves territoriais16. A partir da percepção deste espaço, descontĂnuo, mas ao mesmo tempo, imerso na questĂŁo urbano-regional, e dos fragmentos territoriais dispersos e desconexos surgem possibilidades de construção
( H % J % % " %. % , "# 6 urbano â&#x20AC;&#x201C; as infraestruturas.
Abaixo: Recorte Mapa Sara Brasil. Fonte Internet.
O PÁTIO DO PARI O Pátio do Pari compreende um terreno de 140 mil metros quadrados, onde funcionou, a partir de 1891, uma área para manobras e estocagem, com espaços necessários para os serviços de exportação de café, que incluíam armazéns, escritórios para despachantes, etc. Apenas mais tarde (data não determinada) foi construída a estação para embarque de pessoas. Este terreno possui um enorme potencial para se transformar num polo agregador para a região central do município. Em primeiro lugar, pela dimensão do terreno – numa zona central carente de terrenos vagos, o Pátio do Pari é uma grande área pública relativamente vazia. Em segundo pela localização estratégica: uma zona de transição entre áreas dinâmicas de comércio, de produção industrial, pólo cultural e com grande oferta de infraestruturas (linhas de trem passando pelo interior do terreno,
51
avenida de alta capacidade, terminal de Ă´nibus urbano Parque Dom Pedro II, proximidade da marginal TietĂŞ e Terminal RodoviĂĄrio), mas que ao mesmo tempo tem proximidade com ĂĄrea de população de baixa renda (Zonas Especiais de Interesse Social no BrĂĄs, Pari e Luz). Em terceiro, para se contrapĂ´r ao processo predatĂłrio das intervençþes mais recentes do Estado na regiĂŁo central, desde a demolição dos EdifĂcios SĂŁo Vito e MercĂşrio atĂŠ o projeto Nova Luz. + "# J & muito interessante: se encontra adjacente Ă Zona Cerealista e ao pĂłlo de indĂşstrias de confecçþes do BrĂĄs. Ao 52
mesmo tempo, estĂĄ de frente para o Rio TamanduateĂ. Perpendicularmente ao TamanduateĂ, o PĂĄtio do Pari se articula diretamente com a Estação da Luz, distante 800 metros em linha reta Ă oeste. E paralelamente ao mesmo rio, sentido sul, com o PalĂĄcio das IndĂşstrias (a cerca de Acima: comĂŠrcio na Feira da Madrugada. Foto da autora. Ă&#x20AC; direita: estacionamento de Ă´nibus na Feira da Madrugada. Foto da autora.
500 metros), o Parque Dom Pedro e a Casa das Retortas. Esta situação nĂŁo ĂŠ perceptĂvel em sua condição atual, murado, sem relação com o entorno. Seu interior ĂŠ dividido aproximadamente na metade pela faixa de trânsito de trens de aproximadamente Â&#x2039;Â&#x201A; "# ( Ao norte, funciona de maneira praticamente ininterrupta a Feira da Madrugada, concentração de mais de seis mil camelĂ´s, que vendem principalmente vestuĂĄrio. AlĂŠm do espaço da feira, hĂĄ um enorme estacionamento de Ă´nibus
53
de viagem (aproximadamente para 400 veĂculos), forma
ras, legumes e frutas, misturados ao trânsito constante
com que chegam comerciantes de todo o paĂs que vĂŞm
dos veĂculos de carga que sĂŁo abastecidos pelo comĂŠr-
à feira da madrugada comprar confecçþes para revendê
cio tĂpico da zona cerealista.
-las no paĂs todo17. Ao sul, os edifĂcios remanescentes da ĂŠpoca em que o PĂĄtio funcionava como ĂĄrea de armazenamento de
17
SILVA, Silvana. A Feira da Madrugada = ; #
^ cidade de SĂŁo Paulo. Fonte internet: http:// xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/ f6b23fe8dd46ce10133589436e5cae24.pdf. Acessado em 18/11/2012.
Ă&#x20AC; esquerda: bancas de verduras e frutas ocupando as ĂĄreas externas dos edifĂcios remanescentes da Estação de Cargas do Pari. Foto da autora.
carga e escritĂłrios sĂŁo ocupados por uma feira diĂĄria de produtos hortifrutigranjeiros. A saĂda desta feira, junto ao Largo do Pari, concentra caminhĂľes de carga de verdu-
Ao lado: idĂŞntico Ă anterior, mas na ĂĄrea interna dos edifĂcios. Foto da autora.
Pågina oposta: Mapa das Operaçþes Urbanas Previstas no Plano Diretor, Fonte: PDE 2002.
USO E OCUPAĂ&#x2021;Ă&#x192;O DO SOLO A ĂĄrea da Operação Urbana Lapa-BrĂĄs corresponde a partes dos perĂmetros das antigas operaçþes urbanas Diagonal Norte, Diagonal Sul e Centro, incorporando ainda a totalidade da Operação Urbana Ă gua Branca. Corresponde a uma nova etapa do planejamento urbano no municĂpio, em que as açþes que haviam sido abandonadas pelos governos anteriores sĂŁo retomadas. Assim, nessa etapa que se inicia nos Ăşltimos dois anos, os estudos passaram a ser feitos em torno de trĂŞs eixos principais: o Lapa-BrĂĄs, o Mooca-Vila Carioca e o Jacu-PĂŞssego, cujos projetos foram licitados ao longo deste ano. Como podemos ver pela planta abaixo, o Plano Di Â&#x160; ' & & do Pari como uma Zona Mista de Alta Densidade (ZM 3a), &6 % . Â&#x152; Â? 6 "# &6 . Â&#x201A; Â? 6 -
55
56
bilidade mĂnima ĂŠ 0,15 e sem gabarito mĂĄximo de altura,
segurança urbana e o fomento Ă culturaâ&#x20AC;? (PRE MoĂłca,
conforme o Quadro 4 do Livro XXV do Plano regional da
Art. 3º.), alÊm da ênfase, na manutençà o das åreas de
MĂłoca. AlĂŠm disso, parte deste terreno faz parte de uma
comĂŠrcio especializado, que se concentram nos Distritos
ZEIS-3 (ao norte), alĂŠm de outras ZEIS localizadas muito
do BrĂĄs e Pari, para que â&#x20AC;&#x153;adquiram qualidade ambiental
prĂłximas. O PĂĄtio do Pari compreende, provavelmente, o
e paisagĂstica, tenham boa acessibilidade e nĂŁo sejam in-
maior vazio urbano da ĂĄrea central do municĂpio, situado
compatĂveis com os imĂłveis residenciais prĂłximosâ&#x20AC;? (PRE
em local dotado de infraestrutura subutilizada, com poten-
MoĂłca, Art. 4Âş.). Todas estas condicionantes foram passa-
cial para abrigar tanto his como promover a recuperação
das ao trabalho, na hora de se determinar o uso ao qual
dos edifĂcios existentes. Melhoria das infraestruturas, cria-
se destinaria o espaço urbano ganho na intervenção.
ção de espaços públicos, adensamento construtivo atÊ o
Todos esses instrumentos urbanĂsticos â&#x20AC;&#x201C; Opera-
Ăndice 4,0 e obtenção de receita obtida com outorga one-
çþes Urbanas, Ă reas de Intervenção Urbana, perĂmetros
% "# $ "#
de aplicação do Direito de Preempção â&#x20AC;&#x201C; visam inovar o
de interesse social e equipamentos pĂşblicos urbanos.
caråter de uma porção do território urbano, permitindo a
Diversos instrumentos urbanĂsticos eram previstos na regiĂŁo: as operaçþes urbanas Centro, Diagonal Sul e
aplicação de medidas de construção compulsória, tributação progressiva e urbanização consorciada.
Celso Garcia, alĂŠm de diferentes perĂmetros de Ă reas de
O projeto deve dar preferĂŞncia aos programas pĂş-
Intervenção Urbana do Parque Dom Pedro-GlicÊrio e do
blicos â&#x20AC;&#x201C; comĂŠrcio, serviços e equipamentos no chĂŁo da
Pari-Brås. O Plano Diretor previa ainda a implementação
cidade, enquanto que as atividades privadas â&#x20AC;&#x201C; escritĂł-
do Programa de Reabilitação da Ă rea Central â&#x20AC;&#x201C; Ação Cen-
$ "# ( + -
tro â&#x20AC;&#x201C; PMSP/BID nas Subprefeituras Mooca e SĂŠ, compre-
resse em se compreender e se desenhar as dinâmicas
endendo na Subprefeitura Mooca os distritos: Pari, BrĂĄs,
" ( Â?# ) "# -
BelĂŠm e Mooca, visando a â&#x20AC;&#x153;recuperação do ambiente
vitalização, como colocam as recentes iniciativas imposi-
urbano em especial das ĂĄreas degradadas, por meio de
tivas e excludentes, mas uma proposição, dentre milhares
zeladoria especial; melhoria da circulação e dos transpor-
de outras possĂveis, que busca atender Ă s demandas so-
tes; recuperação da função residencial; transformação do
"#
"* ) ,
espaço urbano na årea central da metrópole.
8 #
Os serviços públicos constituem o suporte neces-
sĂĄrio, em cada porção delimitada do espaço, para expansĂŁo das atividades econĂ´micas e reprodução bĂĄsica da % , "# , "# ( + % , "# " & "# elementos fĂsicos constitutivos. SĂŁo estes elementos que garantem a elevação das relaçþes de uso e os critĂŠrios de valor, exigidos para a reprodução social neste espaço ) % % ( Â&#x160; do projeto. 57
PROJETO
LOCALIZAÇÃO DO PROJETO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM
CPTM
CPTM
61
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
2,5
N
5
12,5
25(km)
PERÍMETRO DA OPERAÇÃO URBANA LAPA BRÁS
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM CPTM CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
62
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
2,5
5
12,5
25 N
CPT M
REDE DE TRANSPORTES METROPOLITANOS PROJETADA
CPTM
CPTM CPTM
M
CPT CPTM CPTM
CPTM
M
CPT
M
CPT
CPTM
CPTM
CPTM
CPT
M
CPTM
CPT M
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
63
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
1
N
2
5
10(km)
OPERAÇÕES URBANAS PREVISTAS PELO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO 2002
64
Operação Urbana existente em 2002
Operação Urbana prevista em 2002
0,5
1
2,5
5(km)
N
PERÍMETRO PROPOSTO PARA A OPERAÇÃO URBANA LAPA-BRÁS
65
0,5 N
1
2,5
5(km)
ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL
66
ZEIS 1 - favelas e loteamentos precรกrios
ZEIS 2 - glebas e terrenos nรฃo # # # H
ย +! ย ย
# # H >
# #
0,5
1
2,5
5(km) N
CORREDORES VERDES METROPOLITANO
67
0,5 N
1
2,5
5(km)
NOVA ORLA FLUVIAL DO TAMANDUATEÍ
68
12,5
25
62,5
125 N
CANAIS EXISTENTES
SISTEMA DE PARQUES LINEARES E ESPAÇOS LIVRES
69
12,5
25
62,5
N
ÁREAS VERDES ATUAIS
125
ORGANIZAÇÃO VIÁRIA ATUAL
ligações viárias existentes
ruas atualmente interrompidas pela linha férrea
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12,5
25
62,5
125 N
SISTEMA VIÁRIO ESTRUTURAL
PATRIMĂ&#x201D;NIO HISTĂ&#x201C;RICO A PRESERVAR
71
EdifĂcios tombados
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[ - edifĂcios a serem reformados e [ # $
12,5 N
25
62,5
125
URBANISMO 72
Hå uma organização metropolitana proposta ao
seria formado um enorme eixo viĂĄrio, de carĂĄter urbano,
longo da avenida sobre a ferrovia. HĂĄ uma estrutura in-
com usos metropolitanos, com predomĂnio de comĂŠrcio
traurbana formada pela malha de ruas transversais aos
e serviços nos tÊrreos e adensamento populacional nas
espaços desta faixa da antiga vårzea delimitada pela Via
vias transversais.
FÊrrea. Hå uma modulação deste conjunto, momentos
Apropriação das diretrizes de arborização pre-
singulares em que o eixo viĂĄrio e o canal do TamanduateĂ
sentes no plano da Operação Urbano Lapa-Brås: eixos
X %
transversais marcados por vegetação de grande porte,
paisagĂstico e ambiental, formando praças d`ĂĄgua e um
integração das massas arbóreas dos lotes e das vias,
parque urbano com equipamentos pĂşblicos. O rio e a fer-
% X J
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das, eixo longitudinal (sobre sistema rebaixado) com ocu-
Manutenção de usos de interesse metropolitano,
pação mais verticalizada e espaçamento generoso entre
numa relação mais equilibrada entre as infraestruturas e o
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tecido urbano adjacente. O enterramento da linha fĂŠrrea,
AlĂŠm disso, o carĂĄter proposto para a nova avenida proje-
jĂĄ proposto na parcela norte (a partir do BrĂĄs) na Ope-
tada, assim como para a recuperação do viårio existente
ração Lapa Brås, pode ser estendida ao longo da Ope-
e novos cruzamentos Ê a arborização massiva tanto nos
ração Urbana Mooca-Vila Carioca, e atÊ o ABC. Assim,
canteiros centrais de avenidas quanto dos passeios pĂş-
blicos, das ĂĄreas livres e das ĂĄreas institucionais como escolas, creches, entre outros.
Pågina oposta: imagens do padrão de conexão de åreas verdes e de espaços livres, propostos na apresentação da Operação urbana Lapa Brås. Fonte: internet.
Desenhar a cidade, com um olhar para a natureza, considerando a paisagem. Corredores urbanos metropolitanos, praça de convĂvio organizada linearmente. Calçadas cobertas, largo calçadĂŁo, densamente arborizado â&#x20AC;&#x201C;
Ao lado: EdifĂcios do patrimĂ´nio ferroviĂĄrio remanescentes no interior do PĂĄtio do Pari.
uso público dos espaços privados. Ciclovia e transporte
Ao lado: EdifĂcios do patrimĂ´nio industrial abandonados em ĂĄrea da AES Eletropaulo - Estação ElĂŠtrica Paula Souza - localizada na Avenida do Estado, de frente para o PĂĄtio do Pari.
não motorizado, usado tanto como lazer, mas como transporte diårio urbano. Canteiro central, para organização da estrutura de ônibus, pista exclusiva. Paralelamente, propomos a recuperação dos edi % $ % & quais poderiam sediar museus, espaços culturais e sedes de instituiçþes e companhias públicas. Aproveitamento da presença do transporte público de alta capacidade, "# ) 5 X de público, contribuindo para a recuperação da diversidade de usos e de usuårios ao longo deste eixo.
73
18
SĂ&#x192;O PAULO (municĂpio), Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Operação Urbana Lapa-BrĂĄs. Termo de referĂŞncia para contratação de empresa ou consĂłrcio de empresas para elaboração de estudos urbanĂsticos e estudos complementares de subsĂdio Ă formulação do projeto de lei da operação urbana consorciada. pĂĄg 23.
Ao lado. Mapa de linhas enterradas: Ferrovia, MetrĂ´ e Av. do Estado. Croqui da autora.
ENTERRAMENTO DA FERROVIA E ABERTURA DO SISTEMA VIà RIO Conforme o termo de referência da Operação Lapa
temos 25,20 m gastos apenas com a implantação das fai-
-BrĂĄs, a nova avenida a ser implantada no atual leito ferro-
xas para veĂculos motorizados. Considerando que o leito
viĂĄrio deve se caracterizar por:
ferroviĂĄrio existente tem por volta de 40 m (variando de trecho a trecho), sobrariam cerca de quinze metros para
â&#x20AC;&#x153;Implantação de sistema viĂĄrio de porte estrutural
implantação do passeio público.
nas ĂĄreas liberadas pelo rebaixamento do sistema
Entendemos que, em primeiro lugar, as quatro fai-
sobre trilhos com caracterĂsticas de Via Parque.
xas de rolamento por sentido, num eixo viĂĄrio da dimen-
Essa via deverå ter função estrutural, não expressa,
sĂŁo do proposto, se tornaria um sistema do tipo Estrutural
com cruzamentos em nĂvel e, no mĂĄximo, 04 faixas
N3, ou seja, no mesmo padrĂŁo das avenidas Paulista ou
de rolamento por sentido. Os passeios deverĂŁo ser
Faria Lima, por exemplo (conforme documento Resolução
arborizados e ter largura superior a 8,0m. DeverĂĄ
SEMPLA/CTLU 23/2005). Se tornaria uma das ligaçþes
ser previsto uso lindeiro intenso e cicloviasâ&#x20AC;?18.
fundamentais entre as diferentes regiĂľes da cidade. Conforme o PDE,
Considerando uma largura mĂŠdia de trĂŞs metros por faixa de rolamento, mais um canteiro central de 1,20
â&#x20AC;&#x153;Art. 111 - Nas vias da Rede ViĂĄria Estrutural a se-
m para acomodação dos pedestres atravessando a rua,
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19
+ QÂ&#x201D; Â&#x2C6;Â&#x201D;`Â&#x2014;_``_ !# Z ++ Â&#x2DC; viĂĄria estrutural.
prioritårias da disciplina do uso e ocupação do solo
Embora concordemos com o carĂĄter proposto para
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das propriedades lindeiras.
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Art. 112 - Para implantar novas vias estruturais ou
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da via estrutural proposta neste Plano, medidos a
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partir do respectivo eixo da via.
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Art. 113 - As prioridades para melhoria e implan-
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tação de vias serão determinadas pelas necessi-
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dades do transporte coletivo, pela complemen-
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tação de ligaçþes entre bairros e pela integração
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entre os municĂpios da RegiĂŁo Metropolitana, e
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consolidadas no Plano de Circulação Viåria e de
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Transportes.â&#x20AC;? Ao lado: Croqui de estudo. Relação entre as infraestruturas de transporte de massa enterrados sob o leito do TamanduateĂ e o remaneajmento do trĂĄfego pesado da Avenida do Estado por um tĂşnel
" ; # kÂ&#x2C6; <# w# de estudo do enterramento da via fĂŠrrea, partirndo da Estação da Luz atĂŠ o PĂĄtio do Pari.
19
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do PĂĄtio do Pari, nĂŁo exista problemas desse tipo, levaria a uma diferenciação entre as caracterĂsticas da avenida neste trecho e nos demais. Assim, nossa proposta ĂŠ: duas faixas de rolamento por sentido, separadas por canteiro central â&#x20AC;&#x201C; para permitir plantação de ĂĄrvores e garantir conforto ambiental â&#x20AC;&#x201C; e sem faixas de estacionamento, garantindo uma ciclovia protegida e ampliando as calçadas. Entendemos tambĂŠm, que nesta avenida nĂŁo faria sentido uma faixa exclusiva de Ă´nibus, jĂĄ que hĂĄ um conjunto de linhas de trem e metrĂ´ passando ao longo da mesma. O que imaginamos, ĂŠ que, ao longo da avenida, alguns terminais urbanos podem ser implantados, especialmente nas conexĂľes com estaçþes de trem e metrĂ´. Â? ! "# xa de rolamento em cada sentido, para facilitar a entrada e saĂda dos Ă´nibus nos terminais. AlĂŠm da nova avenida a ser implantada, outro elemento referenciador espacial em nosso projeto ĂŠ o Rio Ta ( J % ! ) car seu entorno. O projeto de referĂŞncia Plano UrbanĂstico do Parque Dom Pedro II20 jĂĄ trabalhava como uma de suas condicionantes de projeto, o enterramento da Avenida do Estado no trecho em que esta passa ao longo do Parque Dom Pedro II. Naturalmente, propomos, como solução, dar continuidade a esta via enterrada de trĂĄfego pesado atĂŠ ultrapassar a ĂĄrea do PĂĄtio do Pari. Assim, a via enterrada se iniciaria, ao sul, logo apĂłs a interligação com o
77
78
Ao lado: Croquis de estudo. Desenvolvimento do parcelamento da gleba e estruturação da nova malha viåria.
elevado Leste-Oeste e terminaria, ao norte, no cruzamen-
se aproveitar a Rua da Cantareira â&#x20AC;&#x201C; que se interligarĂĄ em
to com a Rua JoĂŁo Teodoro.
nĂvel com a nova avenida implantada. JĂĄ na porção leste,
No projeto da Fupam, os viadutos Vinte e Cinco de
o mais lógico seria uma interligação entre os eixos das
Março, Antonio Nakashima e Diårio Popular são suprimi-
ruas CanindĂŠ-JoĂŁo Jacinto (ao norte do PĂĄtio do Pari) e
dos, substituĂdos por elementos menos impactantes na
Rua Santa Rosa-Avenida MercĂşrio (ao sul) atravĂŠs de uma
paisagem. Os cruzamentos do viĂĄrio sobre o Tamandu-
nova ligação a ser implantada paralelamente ao Taman-
ateĂ, junto ao PĂĄtio do Pari, sĂŁo menos impactantes, nĂŁo
duateĂ, no interior de nossa ĂĄrea de intervenção.
necessitando demoliçþes. PorÊm, enterrando-se o viårio
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6 J
metros para implantaçà o do Parque Linear do TamanduateĂ.
lação local, paralelos ao rio. No caso do Parque D. Pedro,
Esta via se inicia onde hoje termina a Rua Santa Rosa, junto
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ao Largo do Pari e a Rua Paula Souza, ponto em que o par-
sentidos de circulação das vias no eixo Rua das Filguei-
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ras-Avenida MercĂşrio (a Leste do TamanduateĂ) e da Rua
bado da Estação Pari e vai alargando atÊ se encontrar com
Pedro II (a Oeste). Jå para se garantir esta circulação atÊ
a Rua JoĂŁo Jacinto, no cruzamento da Rua SĂŁo Caetano.
a Rua João Teodoro, na porção Oeste, a solução seria
H J 6 ) % Â&#x201D;Â&#x201A;Â&#x201A; Â?Â&#x201A; (
Ao lado: Croqui de estudo. Corte da avenida principal, implantada sobre a via fÊrrea. Dimensionamento das calçadas, ciclovias, faixa de tråfego, åreas sombreadas e passeios arborizados.
AlĂŠm disso, entendemos ser necessĂĄria a interliga-
pĂşblicos, mobiliĂĄrio urbano, local para mesas ao ar livre
ção entre outras vias no sentido norte-sul, cruzando com a
(restaurantes, bares e cafĂŠs) e tambĂŠm arborizaçà o contĂ-
nova avenida a ser implantada, por isso propomos outras
nua, inclusive de grande porte (a partir de 10m de altura)
ligaçþes, aproximadamente correspondendo ao prolonga-
conforme a Portaria Intersetorial 05 SVMA-SIS/2002.
mento da Rua da Alfândega, na Zona Cerealista e da Rua
DeverĂĄ ser garantida a interconexĂŁo entre os polos
Camot, na ZEIS existente ao norte no Pari, alĂŠm de buscar
de atração e de circulação de pedestres e os equipamen-
o prolongamento das ruas Oriente, Julio Ribeiro e Henri-
tos coletivos â&#x20AC;&#x201C; no caso, a estação de metrĂ´ e trem do Pari,
que Dias, a leste, na ĂĄrea de comĂŠrcio popular no BrĂĄs .
com travessias em nĂvel semaforizadas, e acessibilidade
Como proposto no termo de referĂŞncia da OUC,
universal (guias rebaixadas, sinalização tåtil). O dimensio-
todas essas vias transversais Ă avenida principal terĂŁo
namento dos passeios deve permitir um trĂĄfego confor-
passeio com no mĂnimo 4m de largura. Como padrĂŁo de
tĂĄvel, considerando tanto o grande volume de pessoas
urbanização, propomos ir alÊm dos dispostos no Decreto
que circulam diariamente, tanto na ĂĄrea de comĂŠrcio tĂŞxtil
Lei 45.094/2005, ou seja, garantir uma faixa de serviço
popular (BrĂĄs), quanto na Feira da Madrugada e na Zona
permeĂĄvel junto Ă guia, como no mĂnimo 1,00 m, para
Cerealista, e que deverĂŁo ser acentuados com a implan-
instalação da rede elÊtrica, bueiros e rebaixamento para
tação das HIS, edifĂcios de serviço e comĂŠrcio e o polo
acesso de veĂculos, uma faixa de passeio livre com no mĂ-
cultural do Pari.
Â&#x152; Â&#x2039;Â&#x201A; & 8 "*
A ciclovia deverĂĄ ter 2,40 m, ser bidirecional e se-
serĂŁo implantadas bancas de jornal e revistas, telefones
gregada, tanto em relação à faixa de circulação de pe-
79
destres quanto da via de automĂłveis, atravĂŠs de faixas gramadas e arborizadas, mas em nĂvel com o passeio pĂşblico, de forma que o sistema de drenagem da rua nĂŁo afete a circulação do ciclista. Seu piso deverĂĄ ser em cor contrastante com o asfalto, especialmente nos cruzamentos viĂĄrios. O projeto coordenado pelas professoras Meyer e Grostein para o Parque Dom Pedro II compreendia uma lagoa de retenção (ver imagem abaixo) que alĂŠm dos propĂłsitos de drenagem, poderia contribuir para a qualidade da ĂĄgua, funcionando como uma ĂĄrea de tratamento difu 5 ( "# 81
rio UNA Arquitetura, que participou do projeto:
â&#x20AC;&#x153;A lagoa de drenagem tem neste plano um papel reparador e procura abrir caminho para uma nova postura na elaboração de projetos urbanos em SĂŁo Paulo. AtravĂŠs da lagoa o plano interpreta o parque em chave urbanĂstica contemporânea onde as questĂľes
Em nosso projeto, vemos a necessidade de se
de meio ambiente oferecem uma oportunidade de
ampliar esta faixa de inundação, aproveitando a faixa do
reverter danos causados por projetos pouco aten-
TamanduateĂ contĂgua ao PĂĄtio do Pari. No trecho da in-
tos às relaçþes entre o processo de urbanização e
tervenção, o Tamanduateà recebe contribuição do Canal
natureza. AtravÊs da criação de uma infraestrutura
Moringuinho que transporta parte dos volumes das cheias
coerente que Ê a lagoa de retenção, o plano retoma,
canalizados sob o Vale do AnhangabaĂş e desĂĄgua no Ca-
guardando os traços contemporâneos do parque, a
nal do TamanduateĂ na altura do Largo do Pari.
função da vĂĄrzea, criando um lugar de fruição e lazer Ăşnico no Centro da cidade de SĂŁo Pauloâ&#x20AC;?.
Este parque ajudaria a formar um anel verde no centro da cidade, conectado com outros parques e ĂĄreas
PĂĄgina oposta: fotomontagem da intervenção proposta no Parque Dom Pedro II, estudo sob coordenação do LUME(FAU-USP). Fonte: internet. Ao lado: lagoas de retenção para drenagem na ĂĄrea hoje ocupada pelo Terminal de Ă&#x201D;nibus Pedro II, estudo sob coordenação do LUME(FAU-USP). Fonte: internet.
verdes centrais, como o Parque D.Pedro II, a Colina HistĂłrica, Praça D. JosĂŠ Gaspar, Praça da RepĂşblica, Largo do Arouche, Praça Princesa Isabel e o Parque da Luz garantindo a expansĂŁo das ĂĄreas verdes. AlĂŠm disso, contribuiria para o melhoramento das condiçþes ambientais de vĂĄrias formas, desde a minimização das ilhas de calor atĂŠ na qualidade urbanĂstica, com a amenização dos efeitos Ao lado: Rio Cheonggyecheon em Seul, CorĂŠia do Sul: o viaduto que cobria o rio foi demolido e em seu lugar implantado um parque linear. ReferĂŞncia de projeto para a intervenção no Canal do TamanduateĂ.
abilizado. Esta revegetação das margens permitiria, alĂŠm da proteção da rede hĂdrica estrutural, o estabelecimento de interligaçþes entre ĂĄreas de importância ambiental e criação de um corredor perimetral de conexĂŁo entre ĂĄreas
82
verdes centrais. O projeto considera a despoluição, pelo menos parcial, do TamanduateĂ como uma prerrogativa da intervenção. Neste sentido, contempla-se que a total ligação dos municĂpios do ABC ao sistema metropolitano e coleta e tratamento de esgotos na Estação de Tratamento de esgotos do ABC alĂŠm do controle sobre os demais despejos no trecho municipal do rio, ou entĂŁo, atravĂŠs da instalação de estaçþes compactas de tratamento quĂmico das ĂĄguas, alĂŠm do aproveitamento da lagoa de retenção proposta para o Parqure D. Pedro e das ĂĄreas inundĂĄveis nas "# difusa, de forma a garantir, se nĂŁo o contato primĂĄrio das pessoas com esta ĂĄgua, ao menos, sua condição estĂŠtica, a existĂŞncia de peixes, a nĂŁo exalação de odores e
a possibilidade de tratamento convencional dessa água para ser destinada à limpeza pública, rega de vegetação e outros usos compatíveis. Esta nova frente urbana garantiria ainda uma ampliação das áreas permeáveis, recuperando o papel natural da várzea, que é o componente de drenagem do território.
Ao lado e abaixo: Portland Harbour Drive (Portland-EUA) demolição da avenida e implantação de parque linear. Referência de projeto para a intervenção no Canal do Tamanduateí.
83
PARQUE LINEAR + ! ) % "# cota da lâmina dâ&#x20AC;&#x2122;ĂĄgua do TamanduateĂ junto ao PĂĄtio do
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Acima. Trecho do parque linear, corte da nova avenida sobre a linha fĂŠrrea. Croqui da autora.
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Pari, em 717,00, marcando um desnĂvel de sete metros em
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ĂĄrea o canal do TamanduateĂ ĂŠ alargado de 16 para 37 me-
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tros, ao longo do qual se desenvolve um passeio na cota
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O passeio em torno do canal aproveita as ĂĄreas
aproveitadas como estacionamento privado de veĂculos,
ganhas onde hoje se situa a Avenida do Estado para de-
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margem esquerda do TamanduateĂ ĂŠ mais estreita que a
um conjunto poliesportivo com quadras ao ar livre e uma
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meio de escadarias de degraus perpendiculares ao rio,
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dez metros ao longo do canal paralelo ao canal, arbori-
em que essa largura ĂŠ mais ampla, um jogo de escadas
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PĂĄgina oposta. Linhas gerais do projeto de parque. Croqui da autora.
85
Ao lado: exemplo de passarela para pedestres e veĂculos nĂŁo motorizados, referĂŞncia para a transposição do Parque Linear. Fonte: internet.
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Acima: Croquis de estudo para a organização vertical dos platôs, escadarias e circulações ao longo do Canal do Tamanduateí. Croqui da autora. Ao lado: foto de projeto de refência: Projeto Paselake Industrial Site, em Berlim, 2006. Fonte: topotek.de
extraordinárias, esse platô poderia também ser inundado, mas sem extrapolar o nível 724,00. Após uma primeira faixa mais larga de parque, a norte da Avenida Senador Queiroz, a faixa inundável é estreitada ao se aproximar do edifício da antiga estação de cargas do Pari. Imagina-se que ele deve ser reformado e ser aproveitado como espaço cultural, assim como o edifício da antiga usina de energia (já citado) e o programa deveria ser relacionado à memória industrial e ferroviária dessa região, com espaços museológicos, auditório, atividades educacionais e áreas de exposições temporárias. A partir do edifício, o parque se alarga novamente, incorporando uma pista de skate no platô intermediário e com um passeio que se organiza ao longo de um desenho de piso de formas geométricas, intercalando materiais permeáveis e drenantes e faixas gramadas e arborizadas,
87
condizentes com a necessidade de retenção de ĂĄguas pluviais. AliĂĄs, o jogo de formas geomĂŠtricas intercalando pisos drenantes e faixas ajardinadas ĂŠ uma constante ao ) ( 0 $ $ 1 ) diferentes platĂ´s do parque e com o calçadĂŁo da rua perimetral e da Rua SĂŁo Caetano e que, assim como a ĂĄrea de Â&#x2122; % "# $ % ( Na ĂĄrea mais larga central ao parque sĂŁo propostos dois edifĂcios institucionais, um primeiro destinado a uma escola de grande dimensĂŁo, que deve servir aos residen $ resultante da urbanização do PĂĄtio do Pari e a implantação das ZEIS no entorno. O segundo edifĂcio prevĂŞ um programa de atividades culturais e esportivas, sendo os principais uma piscina na cobertura, uma grande biblio " 1 ( 0 ĂŠ seguir o padrĂŁo dos programas desenvolvidos nos edifĂcios do SESC, mas distinto desses por ser um equipa 1 Â&#x2019; vavelmente no âmbito da Secretaria de Cultura), e nĂŁo por Â&#x2019; & Â&#x201E;( Enquanto a escola foi pensada paralela Ă nova rua implantada no perĂmetro do parque, de forma a facilitar seu acesso diĂĄrio pela população, o edifĂcio cultura foi pensado imerso no parque, paralelo ao canal alargado ( -
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[ H Z ( > ! # !# $ % $ " w# > # ? w# # $
" ; $ ; Z ] $ Croqui da autora.
TIPOLOGIA DOS EDIFĂ?CIOS
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O projeto de ocupação das quadras buscou va , " 1 &J ) ) % $ , . ! $ 8 " $ " & 1 J 1 " % % ( + # , " ) ) % ( � ! % % ( + "# % 8 "# % % . 6 % ( ) % . " -
91
cientemente larga para permitir uma relação harmoniosa
Tentamos desenvolver uma diversidade tipolĂłgica
com esses edifĂcios altos. JĂĄ nas ruas transversais sĂŁo
para as torres, de forma que as plantas de cada edifĂcio
propostos edifĂcios mais baixos em que a altura vai dimi-
sĂŁo diferentes, adaptando-as Ă singularidade de cada
nuindo conforme se aproximam da malha consolidada no
quadra de geometria irregular. Assim, ĂŠ gerada uma volu-
"* X
. % ! ( Â? %.
quatro andares.
agudos das esquinas das quadras irregulares propomos
Os edifĂcios voltados para o parque linear tambĂŠm possuem gabarito alto, para permitir a visĂŁo de cima de
Abaixo: corte esquemĂĄtico de estudodas visuais. Croqui da autora.
que os edifĂcios possuam um corte, chanfrando a volumetria e ampliando a ĂĄrea pĂşblica das esquinas.
todo a intervenção. Nas esquinas são propostas torres de
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Ă Rua Monsenhor de Andrade, em que atualmente exis-
das sobre o Canal do TamanduateĂ.
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de galerias comerciais, onde serão remanejadas as lojas hoje existentes. A quadra de esquina com a Rua São Caetano um pavilhão retangular abrigará os estandes que hoje formam a Feira da Madrugada. Já no extremo sul do terreno, a frente para a Zona Cerealista, propomos a ocupação do subsolo de duas quadras pelo terminal urbano.
Ao lado: estudo de organização dos edifícios formando pátio centrais às quadras. Croqui da autora.
TERMINAL INTERMODAL DE TREM, METRร E ร NIBUS + ! "# "#
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Pรกgina ao lado: Corte da Ferrovia enterrada, corte da Avenida do Estado enterrada. Croquis da autora.
95
96
anteriormente, e no ângulo interno deste cruzamento a ĂĄrea que comtempla as instalaçþes necessĂĄrias, considerando os acessos Ă estação nos nĂveis tĂŠrreos dos edifĂcios. No nĂvel do primeiro subsolo desta quadra ĂŠ implantado um terminal urbano para as linhas de Ă´nibus que servem, a partir do Terminal Pari, a regiĂŁo Leste mais prĂłxima. Do terminal, os Ă´nibus podem seguir atravĂŠs da RĂłtula Central modernizada, atingindo outros corredores de Ă´nibus sem ter que penetrar a ĂĄrea central da cidade. O acesso ao terminal se faz atravĂŠs de uma grande escadaria entre as rampas de acesso aos Ă´nibus (que tĂŞm inclinação de 12%), que se dĂŁo em uma praça rebaixada, 97
onde podem ser instalados comĂŠrcio de alimentos e outros, tĂpicos de terminais urbanos. Por esse nĂvel tambĂŠm $& 8 "# (
> w# ; cotas de chegada dos túneis da CPTM � ; ; > estaçþes históricas do Brås e da Luz) e do &
Â&#x201C; Â? w# [ ; > #> #H > #
os tĂşneis.Croqui da autora.
Figuras ao lado: croquis de estudo para a Estação Intermodal do Pari. Da esquerda para a direita: corte longitudinal; implantação, nĂvel da rua; primeiro subsolo, garagens; Ăşltimo subsolo, garagens, interligação entre os acessos dos dois lados da avenida;
# Z =# ; ; > > w# " &\ > Z ; > &
Â&#x201C;$ w# # $
> ; Z mĂĄximos de aproveitamento em zeis.
PĂĄgina oposta. Zeis localizadas junto ĂŁ linha fĂŠrrea e a vĂĄrzea do Rio TamanduateĂ. Croqui da autora.
TIPOLOGIA DAS ZEIS Nas demais ĂĄreas habitacionais propostas (ZEIS), 99
propomos uma tipologia bĂĄsica, de forma a aproveitar ao &6 % rantindo assim o maior nĂşmero de unidades habitacionais possĂvel. A lĂłgica funcional extrapolou aqui a lĂłgica formal; % barras horizontais de atĂŠ quatro andares â&#x20AC;&#x201C; de forma a nĂŁo necessitarem de elevadores, diminuindo o custo da obra â&#x20AC;&#x201C; e torres verticais, com elevadores e caixa de escadas centrais, para evitar gastos com circulação horizontal. "* % . % comĂŠrcio, serviços locais e ĂĄreas de estacionamentos, evitando a escavação de subsolos. Em cada quadra se prevĂŞ ao menos um equipamento de uso coletivo, como creches e ambulatĂłrios, alĂŠm de continuar o padrĂŁo de arborização e das calçadas previstas para o restante do projeto.
Ao lado: exemplo de modelos volumÊtricos de para aplicação de zeis no centro.
PROJETO DO PARQUE
B
C
10
9
17
18
15
17
17
18
102
9
4
B
12
D
C
A
PARQUE IMPLANTAĂ&#x2021;Ă&#x192;O
14
9
10
19
18 LEGENDA
1
6
6
10
14 D
7 11
2 8 3
5
1 EdifĂcio cultural/ esportivo 2 EdifĂcio escolar 3 EdifĂcio proposto Senac 4 EdifĂcio histĂłrico proposto Sesc 5 Nova avenida projetada 6 Faixa de pedestres em nĂvel 7 Deque elevado nĂvel rua 8 Mezanino edif escolar nĂvel rua 9 Bloco de quadras 10 Parquinho QQ
12 Skate 13 RelĂłgio sol 14 Bloco de sanitĂĄrios + bicicletĂĄrio 15 Tenda 16 EdifĂcio Eletropaulo a serem mantidos 17 EdifĂcio histĂłrico proposta reutilização museus 18 Passarelas de pedestres 19 Esplanada 12,5
25
N
A
103
62,5
125
B
C
104
B
3
D
C
A
PARQUE IMPLANTAร ร O Nร VEL 117,50
LEGENDA 1 Projeรงรฃo de deque elevado _
ย !ย ย ( >; ย
W ย
5
4
1 5
5
D 2
12,5
25
N
A
4
105
62,5
125
B
C
106
B
2
D
C
A
PARQUE IMPLANTAĂ&#x2021;Ă&#x192;O NĂ?VEL 720,5
LEGENDA
107
1 Projeção edifĂcio escolar 2 Projeção edifĂcio proposto Senac Â&#x201D;
4 Escadas acesso tĂŠrreo 5 Rampas acesso tĂŠrreo D
3
5
4
1 4
12,5
25
N
A
62,5
125
108
Imagens de modelo fĂsico com estudo de volumetria dos edifĂcios para o parque.
PARQUE NÍVEIS DE INUNDAÇÃO
109
25
50
125
250
N
110
rio tamanduateí e passarela de pedestres
platô inferior beira rio
platô inferior beira rio
rio tamanduateí
platô intermediário
deque elevado
platô inferior e intemediário
edifício cultural/ esportivo
deque elevado e escada acesso parque
PARQUE CORTE AA + 2,5
5
12,5
25
APROXIMAÇOES 1
2
5
10
111
escada acesso parque
passarela pedestres
edifício escolar e mezanino
calçadão
rua projetada e enterramento da avenida do estado
gabarito de edifícios propostos
PRODUCED BY AN AUTODESK PRODUCED EDUCATION BY AN A
deque inferior- beira rio
deque intermediário
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
rio tamanduateí e passarela pedestres em vista
ciclovia
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT edifício hitórico eletropaulo
platô inferior e intemediário
quadras e edifício cultural/ esportivo em vista
TIONAL AN AUTODESK PRODUCT EDUCATIONAL PRODUCT
tenda - conjunto esportivo
RODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
TIONAL PRODUCT
quadras e edifício escolar em vista
rampas de acesso ao parque
passarela de pedestres
PARQUE CORTE BB + 2,5
5
12,5
APROXIMAÇOES 1
2
5
25
10
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT rampas acesso parque
skate
edifício escolar em vista
calçadão
rua projetada e enterramento da avenida do estado
gabarito de edifício proposto
PRODUCED BY AN
deflexão do corte
rua projetada e enterramento da avenida do estado
praça seca
espelho d`água
edifício histórico proposto Sesc
vista passarela pedestres térreo e platô intermediário
vista bloco de quadras
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATION
Y AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PARQUE PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT CORTE CC + 2,5
5
12,5
APROXIMAÇOES 1
rua projetada
escada acesso parque
2
5
25
10
edifício cultural/ esportivo
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT passarela de pedestres
passarela de pedestres
rampas acesso parque
rua projetada + CPTM + METRO
escada acesso parque
edifício cultural/ esportivo
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
rampas acesso parque
rua projetada + CPTM + METRO
escada acesso parque
edifĂcio cultural/ esportivo
deque elevado
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRO
PARQUE
CORTE CC (CONTINUAÇÃO)+ 2,5
5
12,5
25
APROXIMAÇOES 1
2
5
10
passarela de pedestres nível térreo e platô intermediário
anfiteatro
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT escada acesso parque
rua projetada
anfiteatro
calçadão
PRODUCED BY AN AUTODES
rio tamanduateí
praça platô inferior beira rio
platô intermediário
conjunto sanitários e bicicletário
EDUCATIONAL PRODUCT
platô inferior beira rio
ODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PARQUE CORTE DD 2,5
edifício histórico proposto Sesc
calçadão
5
12,5
rua projetada e enterramento da avenida do estado
25
calçadão
gabarito de edifícios propostos
PRODUCED BY AN AUTODESK ED
PARQUE APROXIMAÇÕES DA IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO 25
50
125
250
120
LEGENDA Bloco sanitários públicos 1 Bicicletário 2 Ciclovia 3 Platô intermediário 4 Praça platô inferior 5
5 2
4 2,5
5
12,5
25
1
N
3
PARQUE APROXIMAÇÕES DA IMPLANTAÇÃO 1
2
3
4
LEGENDA 1 Rio Tamanduateí 2 Passarela de pedestres 3 Platô inferior beira rio 4 Platô intermediário 5 Ciclovia 6 Portaria
5
6
2
1
121
LEGENDA 1 Quadra poliesportiva 2 Bloco sanitários público 3 Bicicletário 4 Parquinho
3 4
2,5
5
12,5
25
N
PARQUE
4
APROXIMAÇÕES DA IMPLANTAÇÃO 2,5
5
12,5
25 2
3
N 1 LEGENDA
122
Nível térreo 1 Acesso ao parque via rua projetada 2 Nível intermediário 3 Nivel inferior 4
LEGENDA Rua projetada 1 Rampa de acesso ao parque via rua projetada 2 Deque elevado3 Escada de acesso ao parque 4 Passarela de pedestres 5
2 4
3
5 1
123
PROJETO DO URBANISMO
4
URBANISMO
1
IMPLANTAÇÃO 1 LEGENDA Parque 1 Acesso terminal urbano 2 Rua projetada sobre Avenida do Estado (enterrada) 3 Edifício escolar 4
2
124
12,5
25
62,5
125
N
URBANISMO ELEVAĂ&#x2021;Ă&#x192;O E MODELOS VOLUMĂ&#x2030;TRICOS
Imagem acima: elevação edifĂcios vistos a partir do parque. Imagem ao lado: fotos modelo volumĂŠtrico com proposta para Z] $
12,5
25
62,5
(escala vĂĄlida para o corte no topo da pĂĄgina)
125
125
126
PROJETO DO EDIFÍCIO ESCOLAR E DO EDIFÍCIO CULTURAL/ ESPORTIVO
IMPLANTAÇÃO E PLANTA 5
12,5
25 3
A
2
A
4 1
IMPLANTAÇÃO/ MEZANINO LEGENDA
B
B
3
Mezanino 1 Projeção edifício escolar 2 Escadas acesso edificio escolar 3 Rampas acesso parque 4
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
C
Sala leitura 1 Sala informática 2 Administração 3 Bloco sanitários administração 4 Salas de aula 5 Bloco sanitários alunos 6 Uso multiplo 7 Auditório 8
A
1 2
B
3
A
7 6
4
5
C
ESK EDUCATIONAL PRODUCT
PAVIMENTO 1 LEGENDA
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
2,5
N
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EDIFÍCIO ESCOLAR
8
B
1
A
7 2
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
4
5
8
B
1 Sala leitura 2 Sala informática 3 Administração 4 Bloco sanitários administração 5 Salas de aula 6 Bloco sanitários alunos 7 Uso multiplo 8 Auditório
A 2
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT 1
3
1
4
PAVIMENTO 3 LEGENDA B
1 Espaço multiesportivo 2 Quadra poliesportiva 3 Bloco sanitários alunos 4 Pátio coberto
COBERTURA LEGENDA A
A
1 Caixa d`água
1
B
B
2,5
5
12,5
N
C
PRODUCEDPRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCT BY AN AUTODESK EDUCATIONAL
A
B
EDIFÍCIO ESCOLAR PLANTAS PAVIMENTO 2 LEGENDA
6
3
B
A
ESK EDUCATIONAL PRODUCT
C
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
25
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EDIFÍCIO ESCOLAR
5
CORTE AA
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
CORTE BB
12,5
25 N
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
2,5
ODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
CORTES LONGITUDINAIS
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
ED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EDIFÍCIO ESCOLAR
ELEVAÇÕES E CORTE TRANSVERSAL
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT ELEVAÇÃO 2
CORTE CC
2,5
5
12,5
N
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PROD
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
ELEVAÇÃO 1
25
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
2,5
B 5
12,5
25
1 4 A 2
IMPLANTAÇÃO LEGENDA Portaria1 Cafés/ restaurantes 2 Circulação vertical3 Bloco sanitários públicos 4
5
12,5
3 A
4
B
2,5
IMPLANTAÇÃO
25
N
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EDIFÍCIO CULTURAL/ ESPORTIVO
B
1
A
2
EDIFÍCIO CULTURAL/ ESPORTIVO
4
3
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
A
5
PLANTAS
PAVIMENTO 1 LEGENDA
5
10
20
1 Auditório 2 Foyer 3 Exposição 4 Áreas técnicas 5 Oficinas
30
5
1
A
4
2
A
3
3
PAVIMENTO 2 LEGENDA 1 Auditório 2 Foyer 3 Varanda 4 Biblioteca 5 Oficina dança
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PAVIMENTO 3 LEGENDA
A
5
2 3
6
1 Solário 2 Vestiários 3 Piscina infantil 4 Piscina adulto 5 Oficina artes 6. Varanda 2,5
5
N
B
A
4
1
AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
12,5
25
PRODUCED AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUC PRODUCED BY AN BY AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
3
PLANTA E CORTE LONGITUDINAL
A
1
A 2
IMPLANTAÇÃO LEGENDA Caixa d`água 1 Recepção 2 Administração 3
A
A
UCATIONAL PRODUCT
25
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
12,5
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
5
B
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT COBERTURA
CORTE AA
2,5
B
EDIFÍCIO CULTURAL/ ESPORTIVO
N
EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT VISTA ESTUDO ESTRUTURA AUDITÓRIO
CORTE BB
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EDIFÍCIO CULTURAL/ ESPORTIVO ELEVAÇÃO E CORTE TRANSVERSAL
ELEVAÇÃO 1
2,5
5
N
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
12,5
25
ED ESP
ELE TRA
ELEVA
VISTA ESTUDO ESTRUTURA AUDITÓRIO
CORTE BB
2,
PROJETO DA ESTAÇÃO INTERMODAL DE TREM, METRÔ E ÔNIBUS
B
C
TERMINAL INTERMODAL IMPLANTAÇÃO
A
A
138
30
62,5
B
N
C
10
C
B
TERMINAL INTERMODAL
2 2 3
3
SUBSOLO NÍVEL DO TERMINAL URBANO 4
3
2 LEGENDA
2 A
A
1 3
1 Praça reabaixada e terminal de ônibus 2 Garagens edifícios 3 Acessos ao terminal intermodal 4 Metrô
139
3
3
2 10
B
C
N
30
62,5
B
C
TERMINAL INTERMODAL SUBSOLO NĂ?VEL ACESSO PLATAFORMAS
1
2
3
4 LEGENDA
30
62,5
N
B
10
A
A
C
140
1 Acesso plataforma linha Coral CPTM. _ ; > ! " &$ 3 Acesso plataforma nova linha de metrĂ´. 4 SaĂda/ acesso ao terminal urbano/ acesso baldiação metrĂ´.
B
C
TERMINAL INTERMODAL 5
SUBSOLO NĂ?VEL DAS PLATAFORMAS
1
2
3
4 LEGENDA A
A
1 Plataforma acesso Ă linha Coral CPTM. _ " > ! " &$ 3 Plataforma acesso ĂŁ nova linha de metrĂ´. 4 SaĂda/ acesso ao terminal urbano/ acesso baldiação metrĂ´. 5 Via tranporte de carga.
10
B
C
N
30
62,5
141
B
C
TERMINAL INTERMODAL SUBSOLO NÍVEL ACESSO PLATAFORMA NOVO METRO
LEGENDA A
A
1
2
30
62,5
N
B
10
C
142
Saída / acesso terminal urbano/ baldiação Metrô, CPTM 1 Acesso plataforma metrô 2
B
C
TERMINAL INTERMODAL SUBSOLO NÍVEL DAS PLATAFORMAS
LEGENDA A
A 1 2
1 Plataforma acesso metrô. 2 Via metrô
10
B
N
C
143
1
30
62,5
144
TERMINAL INTERMODAL CORTE
145
CORTE AA
10
N
30
62,5
TERMINAL INTERMODAL CORTE
146
CORTE BB
10
30
62,5
N
TERMINAL INTERMODAL CORTE
147
CORTE CC
10
N
30
62,5
BIBLIOGRAFIA ABâ&#x20AC;&#x2122;SABER, Aziz. Geomorfologia do sĂtio urbano de SĂŁo 148
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Acayaba. SĂŁo Paulo: Cosac Naify, 2007.
"# ( 0% " Â&#x201D;Â&#x2014; Â&#x2019;Â&#x2039;Â&#x2014;Â&#x201E; Â&#x152;Â&#x201A;Â&#x201A;Â&#x201C; Â&#x201D;Â&#x152;Â&#x17E;JÂ&#x201D;Â&#x2039;Â (
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do centro: territĂłrios do urbanismo. SĂŁo Paulo: Im-
Â&#x; Â )Â $ Â Â Â&#x152;Â&#x201C; ÂĄ Â&#x2039;Â Â&#x201D;Â&#x201A;Â&#x201D;Â&#x201C;Â&#x201C;Â?ÂĄÂ&#x17E;Â&#x2039;Â&#x201C;Â -
+ # Â&#x152;Â&#x201A;Â&#x201D;Â&#x201A;
Â? Â&#x152;Â&#x2039;( (
MEYER, Regina Prosperi; GROSTEIN, Marta Dora; BIDER-
TCUrbes, Movimento Nossa SĂŁo Paulo. Diretrizes e Pro-
MAN, Ciro. SĂŁo Paulo MetrĂłpole. SĂŁo Paulo: Edusp,
postas para o desenvolvimento do Plano de Mobi-
+ # Â&#x152;Â&#x201A;Â&#x201A;Â&#x2039;(
lidade SustentĂĄvel de SĂŁo Paulo. 2010 DisponĂvel
NEDER, Carlos. Cidade e cidadĂŁos: 100 anos destruin ( 0% " Â&#x201D;Â&#x2014; Â&#x2019;Â&#x2039;Â&#x2014;Â&#x201E; Â&#x152;Â&#x201A;Â&#x201A;Â&#x201C; Â&#x201D;Â&#x2039;Â&#x2014;JÂ&#x201D;Â?Â&#x152;(
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Q  ( (      Â&#x160; ¢Â? ¢ ¢ (
TESES E DISSERTAĂ&#x2021;Ă&#x2022;ES
LEIS E DOCUMENTOS INSTITUCIONAIS
BRAGA, Milton Liebentritt de Almeida Braga. Infraestrutu-
¤+ 0Â&#x2021;@+ Â&#x2019;' Â&#x201E; H % %
ra e projeto urbano. SĂŁo Paulo, FAU USP, Tese de
Urbano, Termo de referência para contratação de
Doutorado, 2006.
empresa ou consĂłrcio de empresas para a elabo-
DELIJAICOV, Alexandre. Os rios e o desenho urbano da
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Q ! 5 %
8 "# !
# (ÂŁ # Q >0Â&#x2021; Â&#x2021; H -
"# @ 9 ? & ( #
ção de Mestrado, 1998.
Q Â Â&#x2019;Â&#x152;Â&#x201A;Â&#x201D;Â&#x152;Â&#x201E;
FRANCO, Fernando. A construção do caminho: a estruturação da metrĂłpole a partir da construção tĂŠcnica %& , 5 % ? # Paulo. SĂŁo Paulo, FAU USP, Tese Doutorado, 2005 @ < ( ÂŁ > "# % Q % & ( # >0Â&#x2021; Â&#x2021; Tese Doutorado, 2002.
Plano Regional EstratĂŠgico da Subprefeitura da Mooca. 0Â? }+ }}Â&#x2020; J @ % }}Â&#x2020;( Plano Regional EstratĂŠgico da Subprefeitura da SĂŠ. ANE}+ }J @ % }( Lei 13.430/2002 â&#x20AC;&#x201C; Plano Diretor EstratĂŠgico
149