PRÓLOGO -Aonde você vai, Daphne? - Clarissy perguntou se aproximando de mim. -Eu preciso ir... - Eu suspirei. -Vai se encontrar com ele, não é? - Ela cruzou os braços. -Eu não tenho culpa... - Suspirei profundamente - Eu me apaixonei por ele. -Sei disso minha amiga, mas não quero vê-la machucada... – Ela disse me abraçando. - Tome cuidado! -Vou tomar - Dei um beijo em seu rosto. - Obrigada. Eu saí rapidamente do apartamento e fui diretamente para o local marcado. -Oi. – Ele disse se virando para mim. -Oi... – Eu disse meio sem graça. -Vem cá. - Ele abriu os braços e eu me afundei neles, dando-lhe um abraço bem apertado. -Isso é loucura! - Eu sorri ao me afastar dele. -Eu sei - Ele disse animado - Mas quero levá-la a um lugar... Nós estávamos nessa enrolação há um ano. Eu trabalhava de garçonete em uma lanchonete que ele frequentava muito; até que um dia ele chegou ali acabado. Ele estava muito mal mesmo; eu o escutei e o compreendi. Desde então, ele só aparecia lá para conversar comigo e viramos amigos, porém, certo dia ele me tomou em seus braços e me beijou. Foi um beijo lindo. No começo eu tentei afastá-lo, mas depois fiquei tão envolvida que me deixei levar e coloquei meus braços ao redor de seu pescoço... -Que bom que veio, Daphne! - Ele disse se aproximando. -Oi Levy! - eu sorri. - É bom revê-lo, mas porque me chamou
aqui? -Eu precisava experimentar uma coisa... - Ele me puxou para perto de si. -O que pensa que está fazendo? - eu franzi o cenho confusa. -Relaxe! - Ele acariciou meu rosto de leve. Eu fiquei estática por alguns minutos observando aquelas íris em chamas, emanando desejo. Foi aí que ele me tomou em seus braços e em seguida me beijou. Eu tentei empurrá-lo, mas, quando senti o gosto da sua boca sobre a minha, envolvi seu pescoço com os meus braços. Deixei que a sua língua explorasse cada canto da minha boca em uma invasão, até que se conectassem e se tornassem uma só. -Tem alguém em casa? - Levy disse me despertando dos meus pensamentos. -Sim. - eu sorri com as lembranças que vieram em mente. Disse alguma coisa? -Quero que fique tranquila, está bem? - ele deu um largo sorriso. Eu achei estranho, não porque eu e ele não tínhamos dormido juntos uma vez há alguns meses, mas porque a cada dia ele me surpreendia mais, porém, nossa primeira vez foi atropelada. Como estávamos sozinhos, simplesmente aconteceu, mas mesmo assim quando o nosso beijo ficava muito quente eu ficava tensa e com medo. Por isso inventava qualquer desculpa para não dormir com ele de novo... -Você está bem? - Ele perguntou me olhando. -Sim, por quê? - Eu tentei disfarçar o incômodo. -Você ficou pálida de repente... - Ele riu. - Tenha calma Daphne! -Eu estou calma. - Eu dei um sorriso amarelo. -Que bom, porque vai precisar. - Ele sorriu malicioso. Eu fiquei desesperada.
Chegamos à uma enorme casa de praia, onde ele estacionou o carro. Meus olhos brilharam com tamanha beleza. -Vamos entrar? - Ele disse animado. -Tudo bem. - Eu disse tentando me manter tranquila e logo o segui.Assim que entrei me surpreendi mais ainda. Era uma mansão perfeita; como aquelas de contos de fadas. -Uau! - Eu disse por fim. - É linda! -Sabia que ia gostar. - Ele deu aquele sorriso torto que tanto amo. -Mas por que me trouxe aqui? - Eu me fingi de desentendida. -Bem... - Ele suspirou - Eu sei que a nossa primeira vez foi atropelada, nos deixamos levar pelos hormônios e agora quero me redimir. Meu pai viajou e só volta daqui um mês e me deixou tomando conta de tudo isso. -Bem, eu... - Tentei dizer. -Confie em mim Daphie. - Ele suspirou. - Não quero seu mal e não farei nada que você não queira. Eu prometo. Não precisa ter medo. -Eu confio em você. - Eu disse sorrindo. As horas passaram voando e eu só ficava cada vez mais nervosa. Eu estava sentada no sofá inquieta quando ele se aproximou. -Venha... Quero lhe mostrar algo... - Ele disse me estendendo a mão e eu a peguei de imediato. Ele, então, colocou as mãos em meus olhos para que eu não pudesse ver nada. Assim que chegamos à frente de uma imensa porta ele tirou as mãos dos meus olhos apenas para girar a maçaneta, mas assim que abriu voltou a cobri-los até que entrássemos. Logo ele as tirou por completo dos mesmos e trancou a porta atrás de nós. Havia pétalas de rosas por toda parte e as únicas coisas que iluminavam o quarto eram as velas. Quando eu vi aquilo tudo uma lágrima involuntária desceu por meu rosto. -Ei! - Ele se aproximou e acariciou meu rosto. - Por que está
chorando? Não precisa ter medo. -Não é por isso. - Eu suspirei. - Por incrível que pareça eu não sinto mais medo, estou chorando apenas por estar tudo tão lindo que nem parece real. -É real! - Ele sorriu e logo depositou um longo beijo em meus lábios.- Pronta para a melhor noite da sua vida? Eu comecei a suar frio. Não de medo, mas de nervosismo. -Não sei bem... - Eu comecei a tremer descontroladamente. -Calma meu amor... - Ele riu da minha situação. - É só você lembrar que eu te amo como nunca amei e nem vou amar ninguém. -Repete! - Eu disse com os olhos brilhando de entusiasmo. -Eu te amo! - Ele me pegou no colo. - E você me ama o bastante para confiar em mim? -Amo! - Eu disse sorrindo. – Eu te amo mais do que imaginei que amaria alguém! -Então eu sou um privilegiado. - Ele disse comigo ainda no colo. Logo ele me colocou em cima da cama. -Pronta? - Ele disse animado. -Prontíssima! - Eu me animei. E ele pareceu satisfeito com a minha resposta, então não demorou muito para nos entregarmos por completo e logo ele estava ofegante em cima de mim fazendo leves movimentos que, ao contrário da primeira vez, que foi incômoda e dolorosa, me davam prazer, fazendo com que eu me sentisse completa e realizada. Eu não queria sair de seus braços nunca mais. -Você acha que um dia se casaria com alguém como eu? - Ele disse deitando-se do meu lado. -Como assim alguém como você? - Eu perguntei o olhando. -Com todos esses defeitos... - Ele sorriu. -Ninguém é perfeito. - Eu tomei a sua mão em minhas mãos e entrelacei nossos dedos. - E eu te amo com cada um desses
defeitos. -Obrigado por fazer com que eu me sinta o homem mais completo desse mundo! - Ele sorriu. - E por me amar. -Disponha! - eu sorri. - Foi à melhor noite da minha vida. -Mas a noite não acabou ainda... - ele sorriu maliciosamente. -Safado! - eu dei um leve tapa em seu braço que sorriu. Lembro que fizemos mais duas vezes... *** Depois do ocorrido quase não nos víamos por causa do trabalho dele, mas sempre que era possível nos encontrávamos e íamos às nuvens juntos. Entretanto, fazia dois meses que eu estava sentindo muitas tonturas e constantes enjôos, não podia sentir cheiro forte que me dava ânsia de vômito e também quando comia alguma coisa eu freqüentemente colocava para fora. Algumas vezes Clarissy chegou a comentar que a minha vontade de comer coisas estranhas havia aumentado, como a vez em que eu comi goiabada com extrato de tomate ou a vez que eu tomei sorvete com sal, sem contar a vez em que eu senti uma grande vontade de comer tijolo molhado e assim o fiz. Então Clarissy disse que eu estava ficando maluca comendo essas porcarias... -Daphne, eu andei pensando e acho que você deveria ir ao médico. - Clarissy se aproximou. - Eu estou suspeitando de algo e acho que deveria verificar para ficarmos mais tranqüilas. -Do que você está falando Clarinha? - Eu a encarei confusa. -Pense bem, Daphne... - ela suspirou - Você está sentindo esses enjôos e essas tonturas desde que você e o Levy começaram a ficar pra valer e ainda tem esses desejos super estranhos... Esses sintomas são de uma mulher grávida. -Não pode ser! - Eu me levantei e senti lágrimas brotarem de meus olhos. -Pra tirar a dúvida é melhor você ir ao médico. - Ela veio até mim. - Mas quero que saiba que se estiver mesmo pode contar
comigo, tenho certeza que o Levy também ficará super feliz; o sonho dele é ser pai e você sabe disso. -Verdade... - Eu suspirei. - Vou ao médico agora à tarde pra tirar essa dúvida. -É assim que se fala! - Ela me abraçou apertado. E assim eu fiz: marquei hora e fui. Assim que o médico me deu o diagnóstico fiquei desnorteada, sem saber o que fazer. -Parabéns, mais nova mamãe! - Ele disse vindo em minha direção. -O quê? - Eu quase gritei. -Isso mesmo! - Ele sorriu. - A sua doença nada mais é do que uma criança que cresce a cada dia dentro de você e com muita saúde! Saí do consultório sem saber o que fazer. Então decidi que a primeira coisa a fazer era ir à empresa do Levy, e quando cheguei fui falar com a secretária. -Onde fica a sala do Levy Thompson? - Eu perguntei amigavelmente. -É aquela ali. - Ela apontou para uma das portas. -Obrigada. - Eu disse indo em direção à porta, mas suas palavras me fizeram parar de imediato. -Eu não entraria se fosse você... Ele está em um papo muito tenso com a noiva. - Ela disse tentando dar um sorriso. Com essas palavras eu saí correndo sem olhar para trás. Como assim ele tinha noiva e não havia me dito? Como eu fui burra... Por que alguém como ele se interessaria por mim? Corri de volta para o apartamento e, assim que me viu, Clarissy ficou preocupada. Então eu relatei tudo a ela do fato de eu estar grávida até o fato de ter descoberto sobre a noiva do Levy. -Eu não posso mais ficar aqui Clarinha... - Eu disse entre soluços - Ele vai me procurar e eu não quero mais vê-lo, e quando descobrir sobre a gravidez ele vai querer os direitos
como pai e eu não quero nenhum contato com ele porque vai doer muito vê-lo todos os dias sabendo que o amor dele será depositado em outra. -Calma Daphne, você não pode se alterar assim...Faz mal para o meu sobrinho. - Ela disse sorrindo. Eu e Clarissy não éramos irmãs mesmo, mas amigas de infância. Tanto que dividíamos o mesmo apartamento. Eu consegui sorrir entre as lágrimas. -É verdade! - Eu suspirei. - Agora tenho que pensar nessa outra vida que tem dentro de mim. -Mas para onde você vai? - Ela mudou de assunto. -Para a casa da mamãe. - Eu suspirei. - Só até as coisas se acalmarem, não quero viver o resto da vida lá. -Você vem me ver, né? - Ela fez beicinho e eu ri. -Acho melhor você ir nos ver. - Eu limpei o rosto. - Eu sei que vai ser difícil para ele viver sem a dinda dele por perto. -O quê?! - Ela quase gritou - Está me convidando para ser madrinha? -Não conheço alguém melhor! - Eu forcei um sorriso. Ela correu e me abraçou. Depois fomos para o quarto e ela me ajudou a arrumar minhas coisas que eu fiz questão de colocar no porta-malas do carro não iria ficar mais um dia ali Clarissy iria me dar uma carona até o aeroporto, pois eu não estava em condições de dirigir e além do mais eu não iria dos Estados Unidos até o Brasil de carro. *** Após ela passar a noite dirigindo até o aeroporto, Comprei as passagens a fim de ir embora daquele lugar de uma vez por todas me despedi de Clarissy quase que imediatamente e entrei no avião sem olhar para trás. Cheguei a minha antiga casa. Já estava muito tarde, e mamãe achou estranho me ver ali, então eu relatei tudo a ela, que no
começo me deu uma baita bronca, mas disse que sempre estaria do meu lado para o que eu precisasse. Assim que contei para os meus irmãos, que moravam perto da mamãe, eles queriam matar o Levy por ter tirado a pureza da irmãzinha deles e ainda ter uma noiva. Só não o fizeram porque eu implorei. Eles me apoiaram em tudo como eu achei que fariam, então decidi fazer a ultrassom só no sétimo mês da gestação para saber realmente o sexo da criança. Não demorou muito o tempo passar e quando fui ao médico, Otávio, Luiz e mamãe fizeram questão de estarem presentes, mas quem entrou na sala comigo foi apenas a mamãe. -Parabéns mamãe! - O médico disse me olhando animado. - Eles estão ótimos! -Eles? - Eu e mamãe perguntamos ao mesmo tempo. -Ah, desculpem o inconveniente - Ele disse com a mão na testa Você está grávida de gêmeos. -O QUÊ?! - Eu e mamãe dissemos ao mesmo tempo. -Sim. Mais precisamente uma menina e um menino. - Ele sorriu. - Agora, se me derem licença, tenho que fazer outros exames. Assentimos. -Mamãe, e agora? O que faremos? - perguntei quando ele já não estava na sala. -Nada muda, minha querida! - Ela sorriu - Você será uma mãe maravilhosa! -Obrigada... - Eu a abracei forte. Quando meus irmãos souberam ficaram super animados; disseram que ensinariam o garoto a jogar futebol e que bateriam em quem ficasse se engraçando para a sobrinha deles e eu ria demais deles e quando contei para Clarissy ela quase morre de felicidade e disse que agora seria madrinha dos dois e tia também. Mesmo com tudo isso eu não desistia de enviar cartas para o
Levy explicando tudo, mas elas nunca eram respondidas e eu me perguntava se ele havia recebido, porém não procurei saber. *** Carta um Levy, eu sei que você deve está super confuso pelo fato de eu ter simplesmente sumido do mapa sem dar nenhuma explicação desde que começamos a ficar de verdade... Eu estava sentindo enjôos e tonturas freqüentes e ainda tinha desejo de comidas estranhas e sei que pode me odiar pelo resto da vida por ter fugido com algo que de certo modo pertence a nós dois. Eu estou grávida e vai nascer não só um fruto do nosso amor e sim dois - isso mesmo - estou grávida de gêmeos! Vamos ter uma princesinha para termos ciúmes e certo cuidado e também vamos ter um galãzinho que vai deixar as garotas babarem. Eu fiquei desnorteada quando soube da gravidez e fui direto para sua empresa contar para você, mas descobri sobre a sua noiva (...). Sinto muito, mas isso era demais pra mim e vim embora, não porque queria afastar as crianças de você, mas porque ficar perto de você seria muito doloroso, ainda mais que o seu amor seria todo depositado em outra pessoa. Por incrível que pareça, eu te amo demais e um amor não se esquece assim. Não se preocupe; mesmo que você não me encontre cuidarei da pequena Lucy e do pequeno Scott – sim, dei esses nomes a eles, espero que não se importe -. Sei que sua mãe é uma mulher que você admira muito, por isso o nome Lucy, e Scott eu coloquei em homenagem ao meu pai, que era um grande homem. Espero do fundo do meu coração que você seja feliz. -Daphne Yale●●● Carta dois
Estou começando a ficar preocupada... Enviei-te aquela carta há alguns anos e não obtive resposta, então deve ter acontecido alguma coisa. Eu te conheço Levy, e se a tivesse recebido ao menos ia querer conhecer os filhos. Bom, eu quero que saiba que hoje Scott deu os primeiros passinhos; já a pequena Lucy está andando faz uma semana... Ela é bem mais adiantada que o irmão, nisso tenho certeza que puxou a você. Já o Scott puxou a você em tudo. Ele se parece muito com você; é uma copia fiel do pai. Todos ficam assustados com a semelhança e espero que um dia você o veja para comprovar com seus próprios olhos... Scott é a sua cara, só que mais novo. Obrigada pelos dois presentes, e apesar de tudo não imagino minha vida sem eles... Foram os melhores que você poderia ter me dado. Meus eternos agradecimentos... -Daphne Yale*** Carta três Sei que faz um tempo que não escrevo, e tenho a impressão de que as cartas não estão chegando, mas não custa tentar. Eu vou continuar enviando, quem sabe algum dia você receba. Já ouviu aquele ditado que quando o amor não cabe mais no peito ele nasce em outra vida? Pois bem, no nosso caso o amor era tão grande que nasceu em duas vidas. Bem, hoje estou escrevendo para dizer que Lucy falou a primeira palavra e adivinha qual foi? Papai! Essa foi sua primeira palavra, e achei que gostaria de saber. Já a primeira palavra de Scott foi mamãe, e estou super animada. Eles estão crescendo muito rápido e eu queria que você estivesse perto para ver nossa princesinha, que é muito responsável mesmo sendo tão nova. Vocês três se dariam muito bem, pois têm quase tudo em
comum. Scott, a cada dia que passa, fica mais parecido com você; já Lucy, todos dizem que é a minha cópia fiel e estou começando a achar que ela fica mais parecida comigo, porém ela é turrona igual a você. Quando ela enfia algo na cabeça melhor sair de baixo... -Daphne YaleCarta quatro Oi. Olhe eu aqui de novo tentando mais uma vez...Só vim avisar que Lucy entrou para o balé e Scott está na escolinha de futebol; você sempre quis isso não é?Dizia que quando tivéssemos filhos ela teria que fazer balé e ele jogar futebol para você se divertir com ele, mas de algum modo encontrei um jeito de fazer você ficar perto deles mesmo estando longe. Não se preocupe, Otávio e Luiz são dois tios babões que os mimam demais... Eles ensinam muito bem o Scott a jogar futebol e ajudam a Lucy no balé. Vivem dizendo que ela só vai namorar com 30 anos e acho que nisso você concordaria, já que eu sei que seria um pai super ciumento. Como eu o conheço muito bem acho que brigariam muito... Três turrões e orgulhosos juntos não dariam certo. Espero que sua noiva possa te dar a alegria de uma família feliz, porque mesmo longe estou super feliz com esse presente que é ser mãe e de certo modo pai também. Pelo menos nosso romance me deu essa alegria e sinceramente eu espero que os conheça e conviva com eles, que não têm nada em comum... -Daphne Yale*** Carta dezesseis
Mesmo você não respondendo minhas cartas eu não desisto, porque eu sei que algum dia você pode recebê-las e ficar animado com a notícia de ser pai, já que você sempre quis isso. Bom, a Lucy e o Scott estão a caminho da 7° série e eu queria que você os acompanhasse nessa jornada. Eles estão super animados e acho que você gostaria de estar com eles; essa carta vai ser curta por não ter muito para falar, porém a Lucy vive perguntando pelo pai e sempre invento uma história qualquer. Não quero que ela fique magoada nem comigo e nem com você. -Daphne Yale*** Carta dezoito Bem... Você vai querer matá-lo, mas eu não faria isso se fosse você. Eu sei que você é um pai ciumento, protetor e essas coisas, mas agora estão entrando na adolescência e isso é normal não é? Chega de enrolação, vou direto ao assunto: hoje nossa princesinha deu o primeiro beijo! Ela ficou super envergonhada, mas me contou. Eu fiquei feliz por ela, porque eu estou aqui do seu lado para apoiá-la, mas quando Luiz e Otávio souberam também queriam matar o garoto e eu compreendi perfeitamente... As amiguinhas dela estavam todas beijando, então ela foi também e não deixei o Luiz e nem o Otávio intervirem. Ela disse que foi horrível e que nunca mais queria beijar ninguém, para sua felicidade e para a felicidade dos meus irmãos ciumentos. Bom, essa era a novidade, espero que você compreenda os hormônios... PS: Ela ainda pergunta sobre você o tempo todo e eu a continuo enrolando. -Daphne YaleEnviei mais de 30 cartas para ele, sem nenhum retorno...
Cartas do Levy: 1° dia sem você Daphne, eu não entendo, juro que não entendo. Em um dia estávamos jurando amor eterno e no outro você sumiu sem deixar sinal (...). Passei na casa onde você vivia com sua amiga e ela me deu um sermão (...). Agora estou aqui sem saber o porquê disso e eu só quero que saiba que se voltar agora eu te aceito, porque eu te amo. Papai me arranjou uma noiva e eu pretendia te contar, mas você se foi... . Mesmo estando com essa noiva eu te amo e irei lutar por esse amor, e mesmo que ele queira que eu me case com ela, é com você que quero viver o resto dos meus dias e é com você que quero ter meus filhos – dois, para ser mais preciso -. Por favor, volte para mim... Eu não sinto por ninguém o que sinto por você... Está doendo aqui no peito ficar sem você. -Levy Thompson*** 2° dia sem você Preciso de você mais do que achei que precisaria e algo me diz que você também precisa de mim. Alguma coisa me diz que você está sofrendo. Ontem sonhei que você ficava grávida de gêmeos - vê se pode - era uma princesinha e um principezinho. Se bem que eu adoraria realizar esse desejo se você voltasse e me aceitasse do jeitinho que eu sou: mandão e ciumento. Por favor, não me deixe com essa dor no peito; com esse vazio que me consome (...). Eu te amo muito e não tê-la por perto é sufocante. -Levy Thompson3° dia sem você Aqui estou de novo... Mesmo que eu não envie as cartas, é um modo de mantê-la por perto. Eu não queria, mas estou
noivo. Agora é pra valer e espero conseguir preencher esse vazio que você deixou, mas estou enrolando ao máximo esse casamento, até porque foi coisa do papai. Mamãe, óbvio, não concordou em nada. Ela está sempre do meu lado você sabe como admiro e amo essa mulher (...). Na verdade só há duas mulheres que preenchem meu coração, que são vocês duas, e haverá uma terceira, quando tivermos nossa princesinha. E algo me diz que não vai demorar, pelo menos assim espero. -Levy Thompson*** 4° dia sem você Eu sei que já está ficando chato conversar com você em meu subconsciente, mas não consigo parar... Você entrou na minha vida desde que eu entrei naquela lanchonete e te conheci, desde o nosso primeiro beijo, desde a nossa primeira vez, desde o primeiro “eu te amo” e eu vou continuar repetindo e repetindo “eu te amo”, “eu te amo”, “eu te amo”, “eu te amo”... Acho que sempre vou te amar pelo resto da minha vida, mesmo que um dia eu tenha um casamento infeliz direi que vivi o amor de verdade. Por favor, não me diga que isso é um adeus... -Levy Thompson*** 30° dia sem você Já se passaram 17 anos e olha eu aqui, ainda tentando te esquecer. Lembra que eu disse que adiaria o casamento ao máximo? Pois bem, eu ainda não me casei. A Cármen fica me pressionando para marcar o casamento logo,porém não posso me casar com alguém que não amo. Mesmo tendo se passado todos esses anos eu ainda te amo e tento entender o que aconteceu,mas tudo bem. Quem sabe um dia nos
encontremos e você diga que sentiu falta não só da namorada e amante mas também da amiga que me ouvia e compreendia. Mesmo depois de todos esses anos eu quero me casar com você e construir uma família. Eu não consigo te esquecer, e se você foi embora esperando que isso acontecesse estava errada, mas espero que volte para me dar o remédio do esquecimento, para esquecer tudo o que vivemos e quem sabe sarar essa dor que dói a cada vez que escuto seu nome, ou as vezes que me lembro de sua voz ou até mesmo quando sinto seus lábios nos meus. PS: Não consigo te esquecer... -Levy Thompson-
UM
-Que bom que chegou minha filha! - Mamãe disse a me ver. -Oi mãe! - Eu dei um beijo em seu rosto. -Lucy, precisamos conversar. - Ela estava séria. -O que aconteceu? - Eu me sentei ao seu lado. -Vamos nos mudar... - Ela suspirou. -Mas pra onde? - Eu estava completamente confusa. -Vamos morar com a sua tia Clarissy. Você não gosta dela? - Ela me olhava com esperança. -Eu gosto mãe e muito - Eu suspirei - Mas minha vida está aqui. Minha avó, meus tios, meus amigos... Eu posso escolher não ir? - eu disse impaciente. -NÃO! - Ela gritou - Você não tem essa escolha. -Eu não quero ir... – Suspirei. -Sua avó já está velha minha filha... Pelo menos na sua velhice precisamos deixá-la descansar. Vocês já têm 17 anos. Precisam entender e me compreender. - ela falou tristemente. -Se você me contasse quem é meu pai não seria necessário morarmos com a tia Clarissy, mas com ele... Talvez ele nem saiba da nossa existência. - Eu disse séria. -De novo esse assunto Lucy? Troca o disco... - Ela parecia triste. - Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mesmo que você soubesse quem é ele vocês ainda morariam comigo. Não sei viver sem vocês dois. -Desculpe mãe, não foi isso que quis dizer. - Eu suspirei profundamente. - Mas como o Scott reagiu? -No começo não muito bem, mas depois achou a idéia ótima, pois iria reconstruir a vida e conhecer umas gatinhas, segundo ele. - Ela sorriu. -Tudo bem mãe. Eu vou. - Eu forcei um sorriso e ela deu um largo sorriso. - Mas com uma condição. -Qual? - Ela me olhava desconfiada. -Que eu arrume um estágio ou qualquer coisa assim. O que não
dá é pra ficar parada. - Eu sorri. Ela me deu um longo abraço. -Eu te amo tanto minha menina! - Ela sussurrou. -Também te amo mãe! – Eu não consegui me conter. Ela me disse que partiríamos na manhã seguinte às 7h. Eu achei cedo, porque queria me despedir de todo mundo, mas acabei aceitando a idéia sem reclamar, já que sabia que mamãe só estava ali porque havia engravidado de gêmeos. Para mim essa mudança até que seria boa. Alguma coisa me dizia que a tal mudança podia mudar minha vida e eu esperava que fosse assim. A tarde passou rapidamente e, assim como eu, Scott já havia se despedido de seus amigos porque pela manhã não seria possível. Os familiares se despediriam de nós apenas na hora de partirmos. Logo anoiteceu e fomos dormir. Sonhei com o papai que dizia que tudo ia ficar bem e que jamais soubera da nossa existência, porque se soubesse teria ido atrás da gente, porém no sonho eu não via o rosto dele. Acordei com um renovo na minha vida e um novo objetivo: eu iria encontrar o papai; mamãe querendo ou não. -Bom dia! - Vovó disse assim que entrei na cozinha. -A sua bênção vó! - Eu disse a abraçando. -Deus que te abençoe querida! - Ela me apertou mais nos seus braços. -Vou sentir falta disso... - Eu disse suspirando. -Vai ficar tudo bem minha Lucy... - Ela acariciava meus cabelos. -Você vai me visitar? - Eu perguntei a encarando. -Claro que vou! - Ela sorriu - Não vai viver livre dessa velha tão cedo! -Obrigada por tudo vó! - Eu disse me segurando para não chorar. -De nada minha bonequinha. - Ela estava com um sorriso muito largo no rosto. Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa Scott e mamãe
entraram pela porta eufóricos. -Chegamos! - Ele disse vindo em nossa direção. -Onde estavam? - Eu perguntei os olhando. -Bem... Fomos comprar algumas coisas, já que a viagem será longa. - Mamãe disse sorrindo. - Eu sei que vai ser uma mudança e tanto Lucy, mas você vai gostar. – Ela continuou falando. - Vai te fazer bem respirar novos ares e a Clarissy está muito animada por estarmos perto. -Eu sei... – suspirei. - É que vou sentir falta daqui. Onde eu cresci e tive meus melhores momentos. -Isso não é um adeus... - ela disse se aproximando - Voltaremos logo e a sua avó vai nos visitar. -Tudo bem... - eu me dei por vencida. Não demorou muito para mamãe colocar as coisas no carro e óbvio que o tio Luiz chegou primeiro. -Minha princesinha vai embora... - ele disse me abraçando - Vou sentir saudades. -Também vou tio... - eu o apertei forte - Principalmente dos seus ciúmes. -Já disse que são cuidados e não ciúmes... - Ele sorriu. -E de mim? Não vai sentir falta não? - Scott entrou na conversa. -Claro que vou! - ele abraçou meu irmão - Quem vai jogar bola comigo? -Vão ter que arrumar outra pessoa. - Meu irmão disse sorrindo. -Não vai ser fácil... - Ele riu. -Vai sim! - Eu disse brincando e Scott me mostrou a língua. -Venham cá... - Ele abriu os braços e eu e meu irmão nos aconchegamos neles - Vou sentir falta de vocês crianças, quer dizer, meus adolescentes... -Também vamos sentir sua falta. - Dissemos praticamente ao mesmo tempo. -Agora chega de choro... - Ele deu um leve sorriso - Quero que
me prometam que vão se divertir. -E eles vão se divertir! - Tio Otávio disse se aproximando de nós - Se eles não fizerem isso eu vou lá puxar as orelhas deles. -Oi tio! - eu disse correndo para abraçá-lo. -Oi minha menina! - Ele me apertou em seu abraço. - Não vá namorar ninguém, se não eu vou até lá quebrar a cara dele! -Pode deixar! - Eu sorri. Logo Scott se juntou ao abraço e mamãe também. -Obrigada por tudo. - Ela disse para os meus tios. -Não precisa agradecer! - Tio Luiz disse - Não podíamos agir diferente. -Podiam sim, mas eu sabia que podia contar com vocês. - Ela sorriu em meio às lágrimas. -Vem cá. - Tio Otávio disse abrindo os braços e ela se aconchegou neles. Logo tio Luiz se juntou a eles e ficaram os três abraçados. Vovó logo apareceu e eu e Scott corremos para abraçá-la. -Me prometa que isso não é um adeus!- eu disse por fim. -Não é um adeus, meus meninos... - ela sorriu e notei que se esforçava para não chorar. -Obrigada mãe... - mamãe se aproximou dela - por tudo. -Hora de encarar a realidade não é, meu bem? - vovó disse a observando atentamente. -Hora de parar de fugir do passado... - mamãe sorriu para ela. Logo mamãe a abraçou forte e entramos no carro junto com um amigo do tio Luiz que nos deixaria no aeroporto. Até a casa sumir de nossas vistas eu e Scott demos tchau para a família que deixamos para trás...
DOIS Chegamos à noite e tia Clarissy nos esperava em frente ao prédio; quando descemos do carro ela nos abraçou e começou a nos apalpar se certificando que não faltava nenhum pedaço. Nós rimos um pouco da situação; ela nos ajudou com as coisas e entramos no apartamento,que era bem bonito por sinal, porém não tanto quanto a casa da vovó;e eu já estava com saudades dela e dos meus brigões favoritos. Ainda lembro-me do dia em que dei meu primeiro beijo, que por sinal foi horrível; eles ficaram com tanta raiva do garoto que eu acabei confessando que ele havia me roubado um beijo sem o meu consentimento, porém mamãe tomou as rédeas da situação e os impediram de fazer qualquer outra coisa. Eu disse que jamais queria beijar de novo, mas minha promessa não durou muito. Um ano depois eu aceitei tentar outro beijo e por incrível que pareça com o mesmo garoto e foi melhor que o primeiro; na verdade eu devo ter beijado quatro garotos até agora... Fazer o que né? Quando há tios ciumentos te vigiando sempre... Acabei me acostumando, e já estava sentindo falta da proteção excessiva deles. -Já matriculei vocês na escola. - tia Clarissy disse me despertando dos meus pensamentos - É uma escola aqui perto e vocês acabaram caindo na mesma sala. Por incrível que pareça eu e Scott estamos no último ano do ensino médio; estamos um ano atrasados por causa do nosso aniversário, que foi quase no final do ano,no dia dezoito de outubro. Estamos no mês de maio, então está um pouco longe de completarmos a tão esperada maioridade... -Tudo bem pra vocês? - tia Clarissy perguntou nos olhando.
-Por mim tudo OK. - Scott sorriu. -E você Lucy, o que acha? - ela me olhava com expectativa. -Tudo bem... - eu sorri - Quando teremos aula? -Depois de amanhã às 7h. - ela disse animada. -Isso é ótimo! - eu disse por fim. - Amanhã mesmo irei procurar um estágio. Ela me olhou confusa e minha mãe explicou a ela do nosso trato e no final ela somente sorriu pra mim. -Boa sorte! - ela sussurrou. -Obrigada! - eu disse agradecida. Ela nos mostrou nossos quartos e fomos dormir. Estávamos exaustos por causa da viagem e eu, óbvio, tinha colocado meu despertador para as 6h. Assim que ele despertou eu saltei da cama já me arrumando. Alguns fatos que muitas pessoas desconhecem a meu respeito é que eu tenho a altura de uma modelo, por isso não aparento ter 17 anos - mamãe sempre disse que puxei a papai no quesito altura; apesar de sermos muito parecidas, quando ela tinha a minha idade era baixinha. Não tanto, mas Scott também é alto, e até maior que eu, e muito forte por sinal. Mamãe disse que ele se parece com papai, só que mais jovem, até no formato do corpo -; também sou completamente apaixonada por moda e não vivo sem salto alto, quer dizer, depende da situação. Como eu queria causar boa impressão, coloquei uma blusa branca, uma saia longa um pouco abaixo do joelho, um tênis também branco, um relógio, uma das minhas bolsas favoritas e meus óculos escuros. -Bom dia! - tia Clarissy disse assim que me viu. – Você está muito bonita! -Bom dia! - Eu respondi amigavelmente. - Obrigada tia... Acho que já vou indo. -Tome cuidado. Você não conhece muito bem essa cidade... - ela disse por fim.
-Tudo bem tia. - eu sorri. -Qualquer coisa me liga. - ela parecia feliz. -Pode deixar. - eu disse já abrindo a porta. -Espere um pouco... - ela disse me fazendo parar e virar para ela. -O que foi? - eu disse verificando minha roupa. -Você ia sair sem comer nada? - ela me encarava séria. -Não estou com fome. - eu disse por fim. -Ao menos leve esse sanduíche e vá comendo no caminho. - ela me entregou um sanduíche, que estava com uma cara muito boa por sinal. -Tudo bem. - eu peguei o sanduíche, já que minha barriga havia começado a roncar. Saí do apartamento correndo, chamei o elevador e entrei. Enquanto ele descia eu coloquei meus fones de ouvido e me perdi na música que tocava...Era uma bastante conhecida do Ed Sheeran. Logo as portas do elevador se abriram e eu fui correndo antes que mamãe mudasse de idéia; saí pelas ruas e por incrível que pareça eu sabia exatamente onde procurar; havia pesquisado ontem após chegar e também havia imprimido alguns currículos. Eu já havia passado em umas cinco empresas e deixado meus currículos; eu já estava exausta e por isso estava caminhado pela calçada de cabeça baixa, até que eu esbarrei em alguém que carregava vários papéis fazendo assim todos voarem e se misturarem com os meus que haviam caído também; eu tirei os fones de ouvido, guardei-os junto com o celular na bolsa e comecei a recolher os papéis. -Desculpe... - eu disse me ajoelhando sem graça - Não tinha te visto. -Tudo bem. - ele disse amigavelmente - Essas coisas acontecem. Mesmo assim eu o ajudei e até então ele não havia olhado pra mim, porém, quando me viu, ficou pálido; depois não sabia o que fazer ou dizer, e quando eu o olhei bateu um
reconhecimento na hora, pois tive a impressão de que o conhecia de algum lugar, mas devia ser só impressão mesmo. Porém, quando olhei direito, era a cara do Scott; como se dissessem que quando ficasse mais velho ele ficaria igual. -Ai meu Deus... É você mesma? - ele disse me olhando. -Acho que está me confundindo com outra pessoa. - eu disse lhe entregando os papeis que havia o ajudado a juntar. -Desculpe... - ele suspirou - É que você me lembra uma pessoa muito importante para mim e que não vejo há anos; na verdade, você é a cópia fiel dela. Isso me fez lembrar de uma coisa: todo mundo dizia que eu era a cópia fiel da mamãe. -Tudo bem... - eu sorri. - Isso acontece. Depois ele se despediu e partiu. Eu só tinha mais uma entrevista, que por sinal era muito longe; depois dela iria para a casa da tia Clarissy, quer dizer, minha casa; quer dizer, nem sei mais... -Oi... - Eu disse assim que me aproximei da secretária - Estou aqui para a entrevista de estágio. -Muito bem... - ela sorriu. - Qual o seu nome? -Lucy Yale. - eu disse por fim. -É só aguardar. - ela disse amigavelmente. E eu sentei em uma cadeira. Demorou um tempo a me chamarem, já que tinham umas cinco na minha frente. -Lucy Yale, o senhor Davis está esperando. - a secretária disse pra mim. Então eu entrei na sala, e por sinal acabei me encantando com tamanha beleza do lugar. -Senhorita Yale? - ele disse fazendo-me assustar, e acho que ele percebeu. -Desculpe... Não queria assustá-la! - ele deu um sorriso travesso. -Tudo bem. - eu forcei um sorriso.
-Sente-se, por favor. - ele apontou para a cadeira e assim eu fiz. Ele era muito bonito, nisso eu tinha que concordar. Alto, postura reta, braços largos de quem malhava com freqüência, olhos verdes de um cristalino tão suave e sereno que te fazem lembrar safiras, das mais brilhantes que já foram vistas, que te prendem no primeiro olhar, cabelos negros num penteado levemente jogados para trás, lábios bem alinhados e carnudos na medida certa... Bastante convidativos. O que você pensa que está fazendo? Ele nem é tão bonito assim... E os lábios dele nem são tão convidativos; pare de pensar besteiras!-Por que gostaria do estágio? - ele perguntou me despertando dos meus pensamentos. -Bem... - eu suspirei - Minha mãe, meu irmão e eu acabamos de nos mudar para esta cidade e eu não quero ficar parada... Eu quero ajudar de alguma forma dentro de casa. -Bem, pelo que eu vi no seu currículo você fala três línguas diferentes... - ele observou. -Mamãe achou necessário que eu aprendesse... - eu confessei. -Que horas você poderia vir para o estágio? - ele perguntou me olhando. -No turno da tarde, já que irei estudar pela manhã. - eu dei um leve sorriso. -Seja bem vinda! - ele disse sorrindo. -O que isso quer dizer? - eu perguntei. -Que por mim o emprego é seu. - ele sorriu. -Sério? - eu saltei da cadeira. - Mas porque assim tão rápido? -Bem... As garotas que estiveram aqui não mostraram o mesmo empenho que você... Todas tinham assuntos fúteis e desnecessários. - ele sorriu - Mas antes de eu aprová-la por completo você tem que falar com o senhor Thompson... Se ele aprovar, o emprego é seu. -Obrigada! - eu disse em agradecimento. -Isaac Davis. - ele estendeu a mão para que eu a apertasse e
assim eu o fiz. - Seja bem vinda à Thompson's! -Obrigada! - eu disse sorrindo animada. -Bom, o senhor Thompson vai estar aqui no sábado às 9h... Posso agendar? - ele disse sorridente até demais. -Pode! - eu disse amigavelmente. Eu agradeci mais uma vez e saí da sala. Fui correndo para casa; mamãe ia ficar super feliz ao saber que no primeiro dia eu havia arrumado um emprego.
TRÊS
Cheguei em casa rapidamente e contei à mamãe sobre a novidade.Ela ficou super animada por eu estar começando a gostar da nova casa. -Mas qual o nome dessa empresa, querida? - ela se sentou no sofá ao meu lado. -Acho que é Thompson's... - eu disse sorrindo. Primeiro ela ficou pálida; depois começou a se abanar como se estivesse suando frio. -Mãe! Você está bem? - perguntei preocupada. Ela retornou do transe. -Sim... - ela suspirou - E porque não estaria? -Talvez pelo fato de ter ficado pálida de repente... - eu disse séria. -Não aconteceu nada... Eu estou bem. - ela disse meio incomodada. -Tem certeza que quer mesmo trabalhar nessa empresa? -Claro! - eu disse por fim. -Mas você mesma disse que ainda não é certeza, não é? - ela disse me olhando. -Por enquanto. - eu sorri. - Sábado eu irei falar com o senhor Thompson... E se ele me achar adequada para trabalhar na sua empresa eu estou dentro. Com essas palavras ela começou a respirar com dificuldade e foi desfalecendo de repente. -Porque tinha que ser logo com ele? - ela sussurrou com dificuldade enquanto seus olhos se fechavam... Ela desmaiou em meus braços do nada, me fazendo ficar desesperada. -Mãe! - eu gritei inconformada - Fala comigo pelo amor de Deus! -O que aconteceu? - tia Clarissy se aproximou de onde estávamos.
-Ela desmaiou! - eu disse sacudindo a mamãe. -Calma! - ela se sentou ao nosso lado - O que aconteceu? Eu contei tudo a ela, e no final quem estava pálida era a própria. -Tudo bem... - ela disse tomando fôlego. – Eu já volto! Logo ela retornou com um vidro de álcool e colocou mamãe para sentir o cheiro; e aos poucos ela foi abrindo os olhos e eu suspirei aliviada. -O que aconteceu? – ela perguntou se levantando. -Graças a Deus! - eu a abracei. - Você quase me matou de susto! -Você desmaiou. - tia Clarissy finalmente disse. -Desculpe... - ela forçou um sorriso. -Porque desmaiou? - eu perguntei a observando atentamente. -Minha pressão deve ter caído... - ela disse por fim. - Não ando me alimentando bem. Eu lhe dei várias broncas pelo susto e ela foi descansar. Fiquei quase a tarde toda a paparicando; mamãe e Scott sempre foram e sempre serão minha única família e eu tenho muito medo de que algo aconteça a eles... *** ISAAC DAVIS: Acordei cedo como de costume para ir trabalhar, mas sem muita expectativa, pois fazia a mesma coisa sempre; e hoje só mudaria uma coisa: eu iria entrevistar as candidatas à vaga de estagiária, porém, fiquei sem expectativas. Normalmente as candidatas só falam de beleza, silicones que pretendem colocar - ou já colocaram -, ou esses tipos de assuntos fúteis. Cheguei ao escritório e fui recebido pela minha secretária e amiga Mharessa. -Bom dia senhor Davis! - ela disse num tom brincalhão. -Bom dia Mah! - eu sorri. - E já conversamos sobre isso... É só Isaac, por favor. -Tudo bem. - ela sorriu. - Eu gostaria de lhe informar, Isaac, que o senhor está atrasado para a reunião com a senhorita Agnes...
-Ai meu Deus! - eu quase gritei. - Eu me esqueci completamente! Mande-a vir até minha sala para acabarmos logo com isso. -Muito bem... O senhor é que decide. - ela sorriu amigavelmente. -Mharessa, já conversamos sobre isso... Nada de senhor; isso me faz parecer um velho e daqui um mês faço vinte e quatro anos, estou apenas desabrochando... - eu disse sorrindo. -Sim senhor! - ela disse sorrindo. - Quer dizer... Pode deixar Isaac. Eu fui até ela e a abracei, e ela retribuiu o abraço de bom grado. Eu e Mharessa somos amigos desde antes da faculdade, e a verdade é que só rola amizade entre nós e eu gosto de ter uma amiga por perto quando as coisas estão tensas. Eu estava sentado na minha mesa quando ouvi o telefone tocar... “Alô” – Eu disse com a minha melhor voz de profissional “Isaac, a Agnes acabou de chegar!” – Ela respondeu do outro lado da linha “Pode mandá-la entrar; muito obrigado Mharessa.” – Eu respondi desligando o telefone em seguida Agnes entrou na sala toda sorridente. -Oi meu amor! - ela me deu um selinho sem pedir licença. -Oi Agnes... - eu disse entediado. -Nossa... Quanta frieza! Eu vim aqui pra lhe dar um beijo e é assim que você retribui... - ela disse chateada. -Agnes, nós ficamos duas vezes e você saiu espalhando que estávamos namorando! - eu disse com uma pose fria e impassível. -Mas eu pensei que estávamos... - ela fez beicinho para tentar me convencer, porém não rolou. -Pensou errado! - eu disse sério. – Agnes, entenda uma coisa: a nossa história acabou faz tempo... Arrume outro pra esquentar a
sua cama, porque eu não sou esse cara. -Mas Isaac... - ela tentou dizer. -Agnes... Eu achei que pudéssemos ser amigos, mas me enganei. - eu disse com tom de frieza, fazendo-a estremecer de leve. -Eu não quero a sua amizade Isaac... - ela suspirou com raiva Tem outra, não é? Conte-me... Quem é a vagabunda? -Não tem ninguém! - eu suspirei impaciente– E, mesmo que tivesse, eu e você nunca tivemos nada! -Nós temos uma história! Não faça isso Isaac... - ela tentou acariciar meu rosto, porém eu me esquivei. -Nunca tivemos história alguma... E o pior é que você forja essas reuniões para se aproximar de mim. Não adianta, Agnes... Acabou!!! - eu disse seco. - Isaac, por favor... - ela tentou de novo. -Não misturo profissional com sentimental. Por favor, me esqueça... Vai ser melhor assim. - eu a cortei antes que falasse mais ladainhas. -Você vai se arrepender disso, Isaac Davis! Se você não ficar comigo, não irá ficar com mais ninguém! - ela disse se direcionando para a porta. – Guarde minhas palavras...Você ainda será meu! Ela finalmente bateu a porta com força, o que me deu certo alívio... Já estava na hora de me livrar dela; e agora, definitivamente, eu estava livre. Um tocar de telefone me desperta novamente... -Oi Mah. -As candidatas chegaram. – ela disse. -Pode mandar entrar a primeira. E assim ela fez. Ela se chamava Sophie; cabelos longos e loiros, olhos castanhos claros, mas só sabia falar da sua beleza e em seu sonho de ficar perto das modelos, para algum dia também ser uma. A segunda se chamava Luzia; cabelos negros acima dos
ombros, olhos castanhos escuros e só dizia que não sabia fazer nada, porém dizia que era uma excelente pessoa e que aprendia fácil (...). E assim foram minhas candidatas; e eu já estava perdendo as esperanças, até que mandei entrar a sexta: uma menina de cabelos loiros no meio das costas repicados de leve, olhos azuis - um azul bem acinzentado que parecia ser possível descobrir seus maiores segredos apenas com um olhar, que te prendem e te fazem não querer olhar pra mais nada como o céu nevoado em meio a tempestade - lábios bem alinhados, boca completamente na medida certa e era linda para seu próprio bem; uma beleza natural apenas dela. Fiquei um tempo perdido com tamanha beleza... Uma perfeita boneca de porcelana que te faz ter medo de tocar e quebrar em suas mãos. Ela parecia confusa e perdida; observava a sala com certa adoração, como se nunca tivesse visto algo tão lindo. -Senhorita Yale? - eu perguntei fazendo-a saltar. -Desculpe... Não queria assustá-la! - eu disse dando um sorriso travesso. -Tudo bem. - ela sorriu sem graça. -Sente-se, por favor! - eu apontei para a cadeira na minha frente e assim ela o fez. -Por que gostaria do estágio? - eu perguntei olhando-a atentamente. -Bem... - ela suspirou – eu, minha mãe e meu irmão acabamos de nos mudar e eu não quero ficar parada; quero ajudar de alguma forma dentro de casa. -Bom, pelo que eu vi no seu currículo você fala três línguas diferentes! - eu disse um tanto impressionado. -Mamãe achou necessário que eu aprendesse... - ela confessou. -Que horas você poderia vir para o estágio? - eu perguntei encarando.
-No turno da tarde, já que irei estudar pela manhã. - ela sorriu levemente. Eu fiquei um tempo pensando, e cheguei a uma conclusão: das entrevistadas até agora, ela era a única que havia adquirido mais pontos comigo; não pela sua beleza única e que encantava a todos, e sim, por não ser uma beleza exagerada, mas perfeita. Ela tinha um charme só dela. O que pensa que está fazendo Isaac Davis?Ela é só uma menina; não devia elogiar tanto... Ela também havia adquirido mais pontos comigo pelo seu desejo de ajudar; a sua humildade de só querer ajudar em casa me encantou. Encantou? Jura? Não podia ser mais patético Isaac Davis? Ela tinha um jeito sério de falar as coisas, mesmo eu percebendo certa timidez de falar com um completo estranho; colocava seus pontos de vista acima e não se importava com o que pensavam a seu respeito; e eu percebi no seu simples tom de falar. -Seja bem vinda! - eu finalmente disse sorridente. -O que isso quer dizer? - ela disse um tanto animada. -Que, por mim, o emprego é seu! - eu sorri. Ela saltou da cadeira. -Sério? - perguntou não acreditando - Mas porque assim tão rápido? -Bem... Todas as garotas que estiveram aqui não tiveram o mesmo empenho que você. Todas só pensavam em ficar perto das modelos ou coisa do tipo. - eu sorri -“Principalmente gostei do seu jeito de pensar e ver as coisas... Resumindo, gostei de você.”- acrescentei em pensamento. Você parece um cachorro, mas não qualquer cachorro... Aqueles cachorros babões, porque você está praticamente babando em cima da garota...
-Mas, antes de aprová-la por completo, você vai ter que falar com o senhor Thompson... Se ele aprovar, o emprego é seu. - eu disse animado, já que teria a chance de vê-la outra vez... O que estava acontecendo comigo afinal? Eu só podia estar louco... Ou havia bebido algo que me fez mal. - Obrigada! - ela disse agradecida e muito feliz. -Isaac Davis. - eu estendi a mão para que ela apertasse e assim ela o fez. - Seja bem vinda a Thompson's! - Obrigada! - ela deu um largo sorriso, no qual me perdi por alguns segundos. - O senhor Thompson vai estar aqui no sábado às 9h... Posso agendar? - eu disse sorridente até demais... Não conseguia evitar. -Pode! - ela disse amigavelmente. Ela agradeceu mais algumas vezes e saiu da sala; e eu fiquei ali, completamente perdido em seu olhar e nos sorrisos... Que diabos estava acontecendo comigo? Ela é só uma criança... Quer dizer, tecnicamente. Ela tinha 17 anos, mas mesmo assim nunca fui disso; sempre foram encontros de apenas uma noite e depois eu não queria mais vê-las, e mesmo sendo um tipo de galã eu nunca fiquei com ninguém no trabalho (tirando a Agnes). Eu nunca misturei o sentimental com profissional; afinal o que estava havendo comigo? Terra chamando Isaac acorda pra vida enquanto é tempo...
QUATRO Quando Scott chegou em casa eu relatei do ocorrido a ele, que fez questão de se certificar se mamãe havia se alimentado bem.Nós ficamos deitados na cama junto com ela a paparicando, como ela sempre fez com agente quando estávamos doentes e ela estava achando graça da nossa preocupação, mas eu vi que ela estava achando bem divertido passar mais tempo conosco, já que não tínhamos passado quase nenhum tempo juntos desde que eu e Scott completamos 15 anos.Fomos dormir tarde, assistindo a filmes e fazendo esse tipo de programa... ***
Fui acordada pelo despertador que não parava de apitar; levantei rapidamente e optei por colocar um vestido branco com minha botina marrom e uma bolsa preta. Assim que saí do quarto meu irmão ficou um tempo me olhando. - Que foi? Eu não posso me arrumar um pouco não? -Se arrumar é uma coisa, mas isso já é exagero! - ele sorriu. Isso tudo é para alguém olhar pra você? Pois fique sabendo que quem se engraçar com você vai se ver comigo e com nossos tios, que não se importariam de vir aqui só para acabarem com a existência desse vilão... -Pare de brincadeiras Scott... Não é nada disso! Acredito que o homem pra mim ainda não existe... - eu mostrei a língua pra ele, que sorriu. -Acho bom! - ele colocou a mochila nas costas. - Agora vamos... Tia Clarissy me emprestou o carro. Eu concordei; saímos pela porta, entramos no carro, ele deu partida e fomos para a escola. *** DAPHNE YALE: -Está melhor? - Clarissy disse assim que me sentei no sofá. - Lucy e Scott já foram? - perguntei sussurrando. -Sim, há algum tempo. - ela sorriu. -Porque ela tinha que estagiar logo na Thompson's? - eu confessei. - Tem tantas empresas que precisam de estagiários...Mas não...Ela tinha que ir logo pra essa! -Calma Daphie... - ela tentou me acalmar. Eu não consegui evitar um sorriso. -Era assim que ele me chamava... - eu sorri ao lembrar. -Você ainda o ama... Depois de todos esses anos, não consegue esquecê-lo. – ela disse por fim. Eu suspirei.
- Queria não amar - eu confessei -, mas ele me deu o maior presente que alguém poderia querer: meus filhos, meus dois tesouros... Não imagino minha vida sem eles. -Foi por isso que voltou, não foi? - ela perguntou me olhando. - Na verdade, - eu comecei dizendo - eu tenho que saber se ele sabe da existência dos nossos filhos e eu também quero contar para Scott e Lucy... Devo isso a eles, mas não sei como contar. - Mas agora ele deve estar casado... - ela apertou uma das minhas mãos. - Eu sei - eu suspirei -, mas tenho quase certeza que minhas cartas não chegaram... Tem que ter uma explicação, e mesmo que ele tenha visto e desistido de nós, tenho certeza que a avó deles vai adorar a notícia; ela sempre foi uma grande mulher... Apoiou-o em tudo e sempre quis ter netos... -Estou com você em qualquer decisão que tomar, mas acho bom preparar o coração para o reencontro... - ela deu um leve sorriso. Ela tinha razão, eu estava desesperada.Só de imaginar como ele devia estar...Será que havia mudado muito?Ao menos se lembraria de mim? Será que continuava um doce de pessoa?... *** LEVY THOMPSON: Cheguei ao meu escritório cedo como de costume; entrei e fui cumprimentado primeiramente pela secretária do meu amigo Isaac. -Bom dia senhor Thompson! - ela disse sorridente. -Bom dia Mharessa! - eu sorri de volta. E logo fui caminhando até a minha sala e também fui cumprimentado pela minha secretária. -Bom dia senhor! - ela disse amigavelmente. - Bom dia Rosângela! - eu sorri. Eu logo adentrei minha sala e sentei na cadeira. Fiquei um tempo perdido em pensamentos; nada me tirava da cabeça que
eu conhecia aquela garota que havia se atrapalhado e derrubado meus papéis...Ela era a cópia de Daphne e por um momento pensei que fosse ela, mas ela não devia estar tão jovem...Porque eu não conseguia esquecer aquela mulher? Onde deveria estar minha Daphie? -Oi meu amor! - Cármen disse entrando na sala, me despertando do transe que era o furacão Daphne. -Oi Cármen. - eu disse sorrindo amarelo. -O que você acha de marcarmos logo a data do nosso casamento? - ela disse animada. -Não acho uma boa idéia... - eu sorri. - Sabe o que é meu bem? Estamos muito corridos aqui na empresa; que tal conversarmos sobre isso no ano que vem? -Mas você diz isso há 17 anos... - Ela fez beicinho tentando me convencer do contrário, porém minha cabeça estava muito cheia para pensar em tais feitos. -Calma Cármen... Ainda há tempo. - eu fui até ela e a abracei. Você não quer um casamento dos sonhos? -Tudo bem... - ela disse derrotada. A verdade é que eu só havia aceitado ficar noivo da Cármen porque Daphne foi embora; e como meu pai queria muito aquele noivado acabei concordando, mas eu a enrolava sempre que falava sobre o assunto. Logo, ela saiu da minha sala me deixando sozinho de novo com meus pensamentos. Todavia, não tive tempo de pensar muito, porque logo o telefone tocou. “Pode falar Rosângela.” – Eu mantive minha melhor pose profissional “-Sua mãe chegou.” – Ela disse rapidamente “-Pode mandá-la entrar...” – Eu falei obviamente “-Sim senhor!” – Ela respondeu como se estivesse no quartel e eu fosse seu comandante
Assim que coloquei o telefone no gancho mamãe adentrou a sala. -Meu filho! - ela correu para me abraçar. -Oi mãe. - eu retribuí o abraço. -Não queria te ver tão infeliz assim meu menino... - ela disse tristonha. -Eu estou bem mamãe. - eu forcei um sorriso. -Não precisa fingir pra mim. - ela me apertava ainda mais eu seu abraço. - Sou sua mãe e te conheço muito bem... Ainda é a Daphne, não é? -Não vou mentir para a senhora... - eu suspirei. - Ela faz falta; não consegui amar mais ninguém desde que ela se foi, mas ela devia ter me enviado apenas uma carta me informando o porquê de sua partida... -Eu sei que devia, mas me conta...Por que insiste no noivado com a Cármen? - ela perguntou me olhando. -Por causa do papai...E além do mais eu não tenho mais a Daphne, que uma hora dessas deve estar casada... - eu abaixei a cabeça de tristeza. -Olha, faça o que seu coração mandar e, por favor, não seja infeliz! - ela me abraçou de novo. - E, por favor, não demore a nos dar netos; seu pai já está enlouquecendo... Queremos vê-los crescer e os paparicar um pouco, porque já estamos velhos meu querido. -Pra mim, você é a mulher mais jovem que conheço! - eu sorri e ela riu. - Obrigada! - ela disse já se retirando, mas parou quando chegou à porta - E acredito que Daphne tenha tido seus motivos... Não a julgue sem ao menos os conhecer antes. -Pode deixar. - eu dei um largo sorriso a ela, que retribuiu. A mulher que eu sempre admirei tinha razão... Eu devia seguir meu coração e ele estava dizendo para esperar e procurar
Daphne para saber sua versão e era isso que eu faria; correria riscos pelo amor jamais esquecido...
CINCO Assim que chegamos, entramos de braços dados. -Pronta? - Scott sussurrou. -Eu já nasci pronta. - eu sorri. Enquanto entrávamos pelos corredores todos nos olhavam e comentavam; e finalmente chegamos à nossa sala. - Aí estão os alunos novos! - o professor disse ao nos ver entrando na sala.
- Oi. - eu disse um pouco tímida. -Eae! - Scott sorriu. -Pessoal, esses são Lucy e Scott. - o professor disse sorrindo pra turma. - Eles são alunos novos, então façam com que se sintam em casa. -Pode deixar! - Ouvi algumas meninas sussurrando; possivelmente da beleza do Scott, que não era só por ser meu irmão, mas pensa numa pessoa que foi agraciada com tamanha beleza... -Bom... Podem se sentar em seus lugares. - ele disse apontando para a turma, que nos encarava boquiabertos. - Oi... Sou Júlio! - um garoto disse amigavelmente pra mim. -Prazer... Lucy. - eu sorri. -Se quiser, pode andar com a gente no intervalo. - ele sorriu. -Quem sabe... - eu disse prestando atenção na aula; e notei que Scott estava fazendo o maior sucesso com a mulherada. Algumas cochichavam entre si e eu ouvi que não podiam chegar nele, porque a namorada - no caso eu - não gostaria muito... Comecei a rir; elas achavam mesmo que eu e Scott éramos namorados? Que horror... - Não fique com ciúmes... Seu namorado parece fazer sucesso entre a mulherada! - Júlio sussurrou pra mim. Eu sorri pra ele. -Não somos namorados... - eu disse amigavelmente. Ele pareceu espantado. -Então, por que entraram daquele jeito? - ele me olhava com curiosidade. -Somos irmãos. - eu disse sorrindo. - E gêmeos. -Uau! - agora realmente ele estava surpreso. - Vocês não se parecem em nada! -Sei disso. - eu dei um sorriso, dessa vez de lado. -As meninas vão gostar disso! - ele sussurrou sorrindo.
-Não é querendo estragar a felicidade delas, mas meu irmão não gosta de se apegar e nenhuma faz o tipo dele... Eu conheço bem o tipo que ele gosta. - eu disse o olhando. - Mas e você? - ele disse com um brilho no olhar, que não consegui decifrar. - O que tem eu? - eu perguntei confusa. - Bem... - ele suspirou - Os garotos te acharam linda; e você é. Bem... Você tem namorado? -Bem direto você, hem? - eu disse rindo. - Mas não... Eu não tenho; acredito que o homem pra mim ainda não exista. -Talvez ele esteja mais perto do que você imagina... - ele disse num tom galanteador, o que me fez rir. Era sério que ele ia dar em cima de mim na cara dura? -Fala isso pro meu irmão ciumento... - eu dei um largo sorriso. -Qual é?Assim você me quebra! - ele disse sorrindo. -Vai sobreviver. - eu disse por fim. Então eu voltei a prestar atenção na aula, mas duas safiras não saíam da minha cabeça - como o Isaac havia parado nos meus pensamentos?Foco, Lucy... Ele é bonito, mas não é pra tanto; e porque, na minha imaginação, estávamos nos beijando? - Isso só podia ser coisa da minha mente fértil; eu fiz questão de expulsá-lo dos meus pensamentos impróprios... Só porque o havia achado bonito e atraente não significava que eu tinha que pensar nele. Logo o sinal do intervalo tocou e Júlio fez questão de que eu o acompanhasse; certifiquei-me de que Scott ficaria bem e fui, até que chegamos a uma imensa mesa. -Eae parceiro! - ele cumprimentou um dos meninos que estavam sentados e foi cumprimentando um por um, mas mesmo assim, eles não paravam de me olhar. -Gente, essa é a Lucy. - ele disse assim que cumprimentou a todos.
- Oi! - disseram todos juntos. -Bem... Esse é o Luciano, aquele é o Emanuel, o outro ali é o Viktor e aquele é o Rayan; essa daqui é a Fabiana, aquela é a Julliany, essa é a Clara e a aquela ali é a Karla. - ele me apresentou todos e eu os cumprimentei. -Você é muito bonita! - Luciano observou. - Obrigada! - eu disse sem jeito. -Ele tem razão! - Fabiana disse sorridente. - Como faz pra ficar assim? - Assim como? - eu perguntei a olhando. -Olha esse cabelo... Que perfeição! - ela sorriu. - E esse corpo então... Combinou perfeitamente com seu look! -Eu faço o que posso... - eu confessei. - Sou apaixonada por moda. -E o seu namorado? - Clara perguntou me olhando - Ele também gosta de moda? Eu comecei a rir. -Eu e Scott não somos namorados... - eu disse sorrindo. -Não?! - todos me olhavam confusos. -Somos irmãos. - eu suspirei. - E gêmeos. -Jamais desconfiaria; vocês não se parecem em nada! - Karla disse sorrindo. - Então quer dizer que o bonitão ali está solteiro? -Mais ou menos isso... - eu finalmente disse. - Mas não fiquem felizes demais, viu? -Pode deixar! - disseram todas juntas. Os meninos ficaram olhando-as com cara de quem comeu e não gostou. Logo, Scott veio até onde eu estava. -Oi! - ele me deu um beijo na testa como de costume. -Oi, metade! -Eu sussurrei. -Sua outra metade da laranja... - ele sussurrou de volta. -Idiota! - eu dei um soco de brincadeira nele, que riu.
- Bom... - eu comecei dizendo. - Meninas, esse é o meu irmão Scott. Todas ficaram animadas e muito felizes; já os meninos se apresentaram e ficaram quietos. Não deu tempo de elas falarem muito com ele, pois logo o sinal tocou. - Bem... - eu comecei dizendo - Acho que eu e Scott já vamos indo... Foi bom conhecer vocês. Eles também se despediram e eu e Scott partimos praticamente correndo para a sala. -Pelo visto você está fazendo sucesso com a mulherada daqui... eu puxei assunto. -Sabe como é, né? - ele sorriu. - Mas você me conhece... Eu gosto de um bom desafio, porque tudo que vem fácil vai fácil. Eu comecei a rir. -Pois é! - eu dei um largo sorriso. - Mas você tem muitas interessadas a posto de senhorita Yale... -Você e mamãe já são minhas Yales! - ele tinha um sorriso idiota na cara. - Mas pelo que eu vi você também fez sucesso... Os garotos ficaram babando, mas não quero você se engraçando pra nenhum! - Ok, papai ciumento! - eu brinquei. -Sou mesmo, e muito! - ele me abraçou - Só cuido da minha irmã caçula. -Se você não se lembra, nascemos no mesmo dia. - eu fiz questão de dizer. -Sim, mas eu nasci sete segundos antes... - ele deu um sorriso sapeca. - Idiota! - eu comecei a rir. Logo entramos na sala, sentamos e assistimos à aula, mas não demorou muito a acabar e fomos pra casa; eu estava exausta, e
pelo que notei, ele tambĂŠm. Deitei na minha cama e dormi a tarde toda.
SEIS
A semana não demorou a passar na escola; estava indo tudo bem. Eu estava cada vez mais próxima de Júlio e os demais; ele vivia dando em cima de mim na cara dura, o que me fazia dar grandes risadas. Eu estava super ansiosa, pois amanhã eu conversaria com o senhor Thompson... Será que ele me daria o emprego? Eu estava torcendo por isso... *** Acordei super animada, pois eu iria conversar com ele e tinha certeza que esse emprego já seria meu... Não sei de onde veio essa certeza, mas eu a tinha e, como queria dar boa impressão, nada melhor que a aparência. Então, coloquei minha blusa que parecia mais um moletom, minha saia preta com detalhes brancos, um óculos escuro, minha bota preta e peguei uma bolsa que combinava com o visual e que eu também gostava bastante. Logo que eu apareci na sala mamãe, Scott e tia Clarissy ficaram me olhando boquiabertos. -Aonde você vai desse jeito? - Mamãe perguntou me olhando. -Vou falar com o senhor Thompson... - respondi animada. - Eu sinto que esse emprego já é meu. Mamãe ficou um pouco calada e de cabeça baixa, o que eu estranhei. -O que foi, mãe? Tá ruim? - eu disse me observando. -Claro que não minha filha. Você está tão linda... - ela disse me abraçando. - E a paixão pela moda você herdou da família do seu pai. -Como assim, mãe? - eu a observava atentamente. - Bem... - ela começou dizendo - Seu avô e sua avó sempre gostaram desse ramo; já seu pai sempre adorou desenhar e seus desenhos eram perfeitos... -Bem, tá aí outra coisa que eu tenho em comum com ele... - eu sorri. - Esqueceu que eu também desenho? -Claro que não! - ela sorriu e dos seus olhos brotaram uma
lágrima. - Você tem mais coisas com ele do que eu podia imaginar... - Ei, mãe... - eu a apertei mais em seu abraço. - Não chore; eu sempre vou ser a sua menininha! -Minha menininha crescida. - ela disse em meio às lágrimas. Logo Scott se juntou ao abraço. -Tá pensando o quê? - Scott disse nos apertando mais em seu abraço - Que vai se livrar de nós assim tão fácil? Percebi que mamãe sorriu e logo notei que tia Clarissy estava emocionada com a cena; logo a chamamos e ficamos os quatro abraçados. -Chega de choro! - eu disse secando minhas lágrimas - Se não vou borrar minha maquiagem... Mais precisamente, o rímel. Eu sou muito chorona; esqueci de mencionar. Logo eu voltei para o quarto, retoquei o rímel e me despedi da tia Clarissy e de mamãe, já que Scott havia se oferecido para me levar. Não que eu não saiba dirigir; o problema é que eu não tenho carteira e nunca fomos uma família muito rica... Eu sabia que mamãe queria fazer com que nós dois dirigíssemos, mas quando viu que não dava ficou sem saber o que fazer, e como somos dois eu abri mão de dirigir pelo Scott, já que sabia que era tudo que ele mais queria.Irmãos são assim...Fazem tudo um pelo outro e abrem mão de certas coisas para fazer o outro ficar feliz; ele já abriu mão de tanta coisa por mim, então era a minha vez de retribuir. Não demorou muito a chegarmos ao imenso prédio, já que estávamos de carro, e ele logo estacionou em frente ao local. -Boa sorte, metade! - ele disse com um imenso sorriso nos lábios. -Sua outra metade da laranja! - eu disse brincando; ele sorriu mais ainda. - Se algum desses playboys vier com gracinhas para cima de
você é só me ligar, que eu não hesitaria em quebrar a cara dele! ele disse sério, o que me fez rir. -Não se preocupe maninho! - sorri largamente. - Eu sei me cuidar. - Por via das dúvidas, trouxe aquele spray de pimenta. - ele disse. Eu comecei a rir, mas ao perceber que ele estava sério fiquei séria também. -Você não está falando sério, não é mesmo? - perguntei o olhando. E ele continuava me encarando sério. -Quantos anos acha que eu tenho? - perguntei séria. - Eu sei me cuidar, não se preocupe. E pare com esse ciuminho besta... Você não vai estar lá quando eu estiver casada e viajando em lua de mel. -Por mim você não casava nunca! - ele murmurou de cabeça baixa. - O quê?! - eu quase gritei. - E ficar pra titia? Nem pensar! Pare com isso Scott...Você vai ser sempre meu irmãozinho do coração, o qual viveu a infância inteira me atormentando e que eu não vivo sem, mas saiba que eu vou construir uma família, assim como você também vai... Esse seu ciúme não leva a lugar algum; não sou mais criança. -É que eu me preocupo... - ele disse baixinho. -Tudo bem... - eu suspirei. - Mas manera nos ciúmes, tá? Eu não sou mais criança. -Vou tentar. - ele disse me olhando. -Ok. - eu disse o abraçando. - Obrigada por tudo, meu ciumento favorito! Ele deu um largo sorriso. Saí do carro, fui correndo para o prédio, chamei o elevador - o qual não demorou a chegar -, apertei o número do andar e esperei até a porta se abrir. Assim
que entrei na empresa fui recebida pela mesma secretária da vez anterior, que por sinal era muito simpática. -Oi! - ela disse sorridente. - Você deve ser a nova estagiária... Prazer, eu sou a secretária do senhor Davis. -Oi! - eu estendi a mão para ela, que apertou de bom grado. - Eu sou Lucy. -Mharessa. - ela se apresentou sorridente. -Nossa... Que nome diferente! - eu comentei. -Pois é... - ela sorriu. - Onde fica a sala do senhor Thompson? - eu perguntei a olhando. - É que o Isaac disse que eu teria que falar com ele primeiro, antes de começar a trabalhar. -É aquela ali. - ela apontou para uma imensa porta - Mas não se preocupe... Ele é uma boa pessoa; tenho certeza que vai gostar de você. -Tomara! - eu sussurrei para ela e parti a caminho da sala; bati algumas vezes na porta. -Pode entrar! - uma voz grossa disse e eu tinha a impressão de já tê-la ouvido antes... E assim eu fiz; entrei devagar na sala. -Licença... - eu disse educadamente já entrando; porém ele não me viu, pois estava em pé olhando para fora da imensa janela de vidro. Depois de alguns segundos ainda olhando para fora ele se virou para mim e não só o meu queixo caiu, mas o dele também. -Você?! - dissemos ao mesmo tempo e depois começamos a rir. -Achei que nunca mais a veria novamente. - ele confessou. - E eu, idem. - eu sorri. - Não sabia que você era o senhor Thompson. -Só Levy, por favor... - ele disse rindo. -Tudo bem Levy. - eu sorri. - Vim para a entrevista de estágio.
-Uau! - ele disse sorrindo. - Bem direta... Gostei disso! E por que você gostaria de trabalhar na minha empresa? -Bem, tirando a parte que adoro moda, eu quero muito ajudar minha mãe e meu irmão... É que nos mudamos pra cá faz quatro dias. - eu confessei. -Percebi que gosta de moda. - ele ainda sorria. - Você se veste muito bem e tem a altura e o porte de modelo... Nunca pensou em ser uma? -Não. - eu disse por fim. -Pense sobre o assunto! - ele piscou um dos olhos pra mim. Mas já que gostaria do emprego, muito bem... Ele é seu. Começa na segunda às 14h. O trabalho está muito pesado para Mharessa e você vai ajudá-la a fazer as coisas para o meu amigo Isaac. -Feito! - eu disse tremendo, porque veria aquelas duas safiras de novo. Logo, ele estendeu a mão para mim e eu a apertei de bom grado. Saí da sala rapidamente, porém esbarrei em alguém e caí imediatamente de cara no chão. -Desculpe! - ele disse me ajudando a ficar de pé. Eu até então não tinha olhado para ele, mas quando levantei os olhos vi aquelas duas safiras que não saíam da minha cabeça desde que as vi pela primeira vez...
SETE -Você se machucou? - perguntou ainda me olhando. -Eu vou sobreviver... - sorri. - Me desculpe... Eu não te vi. - ele realmente parecia preocupado. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa uma mulher morena veio caminhando a passos largos até onde estávamos. -Então você me trocou por essa aí? - ela perguntou me analisando de cima a baixo. -Já te falei que não te troquei por ninguém... - ele suspirou. Eu confesso que me deu uma vontade de dar uns tapas na cara dessa aí... Como pode ela falar assim comigo e ficar me analisando? -Claro que me trocou! Que homem não se renderia aos meus pés? Só se estivesse saindo com outra! - ela disse furiosa. -Não acredito que me trocou por qualquer puta! - ela continuou dizendo com ódio no olhar. Eu com certeza eu iria partir pra cima dela, mas o Isaac me segurou. -Escuta aqui seu projeto de Barbie... Quem você pensa que é pra falar assim comigo? - eu tentei bater nela, mas Isaac ainda me segurava com força - e que braços, meu Deus... Foco Lucy! - e acho que Isaac percebeu que eu não ia parar tão cedo. - Pare... Não vale a pena! - ele sussurrou em meu ouvido e não
sei por que tive um calafrio. -Vai valer muito a pena quando eu enfiar a minha mão na cara dela! - eu disse com ódio. Acho que me esqueci de mencionar que sou muito esquentada e nunca levo desaforo pra casa. -Vai embora Agnes! - ele gritou pra ela, mas ela ficou ali parada. - Pode deixar ela vir! - ela rugia. - Vamos ver quem apanha mais! - Não a provoque, Agnes! Já está difícil de segurá-la! - ele ainda me apertava forte. Vendo que aquilo não ia dar certo, ele me encostou-se à parede e me apertou forte em seus braços. Eu me derreti como manteiga naqueles braços quentes. Pêra, o quê? -Me solta! Eu vou most... – Não consegui completar a frase fui calada por seus lábios nos meus, fiquei horrorizada com a facilidade que sua língua escorregou para dentro da minha boca e ao invés de afastá-lo eu coloquei minhas mãos ao redor do seu pescoço o puxando para mais perto se é que aquilo era possível seus lábios eram muito macios... O beijo começou calmo e lento; foi ficando mais quente, urgente, desesperado e necessitado de repente eu comecei a sentir um calafrio subir pela minha coluna e se instalando no meu ventre. Eu sabia que ele fazia aquilo para tentar me acalmar (E cá entre nós estava funcionando e muito bem por sinal) e eu achei que o beijo logo acabaria, mas não foi bem isso que aconteceu. Em primeiro instante eu fiquei surpresa com aquela invasão mais a minha surpresa durou apenas um instante quando sua língua quente e macia se encontrou com a minha foi como se o mundo a nossa volta não existisse mais e eu tivesse vivido até aquele momento apenas para beijá-lo com urgência; Nossas línguas dançavam juntas em uma dança extremamente sensual. Ficamos assim por
quase duas horas, até ele me soltar, porém apenas para beijar meu pescoço de leve, me provocando calafrios; ele deu uma mordida no lóbulo sensível da minha orelha (Nem eu sabia que ele era tão sensível assim) e se afastou. Quando olhei, Agnes não estava mais ali; apenas Mharessa, que nos observava boquiaberta e com os olhos iluminados, como se fôssemos o último musical da Broadway. - Está mais calma? - sussurrou me olhando e percebi que se esforçava para não sorrir. -Não devia ter feito isso! - eu disse com raiva, porém não só com raiva dele, mas de mim também, por ter retribuído e gostado do beijo. -Eu sei. - ele suspirou. - Mas não encontrei outro jeito... Desculpa! -Acho bom eu ir embora... - eu disse caminhando a passos largos até a saída, mas ele me alcançou e me segurou. - Não vá embora assim! - ele me pediu. - Me desculpe... Eu não devia, mas se eu não fizesse isso, não conseguiria te segurar por muito tempo e você mataria a Agnes... - Que deixasse eu matá-la! - eu disse tonta. -Nossa! Beijar-me foi tão ruim assim? - perguntou triste. -Pior que não foi... - eu confessei. Percebi que ele sorria um sorriso cafajeste, como se estivesse satisfeito e ao mesmo tempo surpreso com a resposta. -Então você aceita ir até minha sala? - perguntou me olhando. - O quê?! - eu quase gritei. -Calma... Eu só quero te ajudar com esse ferimento aqui... - ele colocou o dedo na minha testa e eu gemi de dor; logo depois eu mesma coloquei a mão e minha testa estava sangrando. Devia ser por causa da queda. -É só um corte... - eu forcei um sorriso. - Mas eu quero ajudá-la para me redimir. - ele disse sorrindo.
-Se não estivesse doendo tanto eu diria não. - eu sorri. - Mas hoje é o seu dia de sorte, porque eu estou de bom humor. Ele começou a gargalhar alto. Logo fomos para a sala dele, que estava como eu me lembrava. - Da próxima vez que for fazer isso me avise... - eu disse me sentando em uma poltrona. Eu achei que ele fosse resmungar ou dizer que aquilo não ia mais se repetir, mas não foi exatamente o que ele disse. -Pode deixar... - ele sorriu. - Avisarei com antecedência. Eu comecei a rir. -Eu queria ter visto a cara da sua ex. - eu disse sorrindo. -Ela não é minha ex... - ele deu um sorriso fraco. - Na verdade, eu e ela nunca fomos nada, mas ela ainda insiste nisso. - Tadinho de você - eu ri -, que tem que aturá-la todo dia; agora me diz... Você só fez aquela ceninha toda para afastá-la, não foi? -Não exatamente... - ele suspirou. -Qual é?! - eu abaixei a cabeça - Não precisa fingir que não gostou do beijo! -Não é fingimento... - ele deu um largo sorriso que iluminou seu rosto. - Eu realmente gostei; jamais beijei alguém que beijasse tão bem... Eu comecei a gargalhar, de nervosa. Então ele começou a passar álcool com algodão no meu ferimento e eu gemi um pouco de dor. -Eu estou falando sério. - ele disse seriamente, ainda passando álcool no meu ferimento. Não deu tempo de eu responder, porque logo bateram na porta. -Pode entrar! - ele gritou. Um homem dos cabelos loiros jogados levemente de lado, barbudo - com a barba também loira -e olhos quase da cor dos meus entrou na sala. -Oi! - ele disse se aproximando.
-Oi, Gerody! - Isaac disse animado. - Bem Lucy... Esse é Gerody, nosso fotógrafo. Ele me olhou de cima a baixo e eu confesso que não gostei do jeito que ele me olhou. -Bem... Gerody, essa é Lucy... Pelo que estou vendo, a nova estagiária. - ele sorriu para Gerody. -É muito bonita! - ele observou. - Muito obrigada... - eu disse sem jeito. Percebi que Isaac não gostou muito do elogio que ele havia me feito. -Bem, só vim avisar que o chefe quer falar com você. - Gerody disse sorridente. - Se quiser, eu fico aqui com ela até você voltar. -Nem pensar! - Isaac disse sério. - Está melhor para ir embora Lucy? -Estou sim. - eu sorri. - Posso levá-la em casa se quiser... - Gerody disse me olhando com um olhar voraz que não gostei nadinha. Não deu tempo de eu responder, pois Isaac respondeu por mim. -Nada disso! - ele ainda estava sério - Se quiser, Lucy, eu a levo... Só vai levar alguns segundos; você me espera? -Pode ser. - eu sorri. -Pode deixar, brother... Eu cuido dela! - Gerody sorriu de lado. -Para o seu governo, engraçadinho, ela vai ficar com a Mharessa; e se tentar algo contra ela eu arranco as suas partes baixas! - Isaac agora estava com raiva. E cá entre nós... Ele ficava super sexy com raiva - Ai meu Deus...Eu pensei isso mesmo? -Qual é,mano...Assim você me quebra! Não confia em mim? perguntou com a mão no peito. - Não! - respondeu de imediato. Depois, saiu me puxando, me deixou sentada junto com Mharessa e disse a ela para jamais me deixar sozinha com o Gerody; eu comecei a rir da preocupação
dele. -Só vai levar alguns minutos... - ele sussurrou em meu ouvido e saiu.
OITO ISAAC DAVIS: Que Beijo foi aquele? Tudo bem que eu só a beijei pra acalmar os ânimos e a impedir de atacar Agnes bem ali na empresa, mas se não estivéssemos ali, e sim em outro lugar, não hesitaria em arrancar sua roupa com os dentes... Espera, eu pensei isso mesmo? Calma, Isaac... Foco! Ela é apenas uma criança... Peraí...Uma criança que beija muito bem; pare já com isso, Isaac! Assim que beijei seu pescoço e mordi sua orelha me afastei, tomando controle da situação e dos meus hormônios, que estavam à flor da pele - as coisas estavam saindo completamente do controle -. Percebi que ela ficou sem graça; seus lábios estavam totalmente vermelhos por causa da intensidade do beijo. Ela parecia se recompor e me olhava com uma expressão raivosa,mas a culpa não era só minha; ela também tinha culpa por corresponder aos meus beijos, por isso não consegui parar e se tornou viciante, igual droga. Jamais conseguiria ficar sem a beijar novamente... Masque beijo doce, com gosto de morango e uma pitadinha de paixão... Espera... Eu disse isso mesmo?Eu queria muito mais, mas eu tinha que parar por ali; apesar de ela ficar super sexy com raiva, não poderia mais fazer aquilo. O quê, afinal,estava acontecendo comigo? Chegamos em frente à casa dela e despedi-me. -Até segunda! - eu disse sorrindo.
-Até! - ela disse saindo do carro, mas não sei o que aconteceu e eu a segurei pelo braço antes que ela saísse. - O que foi? - ela perguntou. - Bem, é que... - eu suspirei. - Desculpe pelo beijo. -Tudo bem. - ela sorriu sem graça, possivelmente lembrando-se do mesmo que eu. -Nunca mais farei sem o seu consentimento... - eu sorri largamente. -Tá. - ela tentou não sorrir, porém falhou miseravelmente. Fiquei perdido por alguns instantes, mas logo voltei a mim e ia me despedir gentilmente com um beijo em seu rosto, porém, ela não viu e virou o rosto no mesmo instante e nossos lábios se encontraram; pretendia ser só um selinho, mas ela envolveu o meu pescoço com os seus braços e eu aprofundei o beijo, que ficava cada vez mais quente. Meus lábios passearam pelo seu pescoço e minha barba roçou por ele, o que a fez soltar uma risada, e que risada gostosa de ouvir...Então eu mordi de leve sua orelha, como da primeira vez, mas depois que eu percebi que meu amiguinho estava ganhando vida eu me afastei dela não acredito que um simples beijo com ela me fez ficar desse jeito -. -Você me provoca! - eu disse sorrindo. -Você que me beija de surpresa! - ela deu um largo sorriso e começou a ajeitar a roupa, que estava amarrotada. -Desculpe... - eu abaixei a cabeça. - Pelo quê? - ela perguntou me olhando. -Por Tudo. - eu confessei, mas não era só pelo beijo que eu me desculpara, e sim,por desejá-la como mulher e desejar que aquele carro não fosse um carro e sim o meu quarto... -Tudo bem... - ela deu um sorriso fraco. - Acho que nos deixamos levar; eu te conheço há três dias Isaac. Acredite em mim: uma pessoa só me beija quando eu quero - e muito -, mas
um completo desconhecido... Eu dei um largo sorriso pela confissão dela e ia me aproximando de novo, mas ela colocou as mãos nos meus peitos para me impedir. -Não vamos fazer nada que possamos nos arrepender depois! ela disse baixinho. - Até logo senhor Davis! E com isso ela saiu do carro; confesso que fiquei um pouco triste, mas concordei. Assim que ela saiu, um homem moreno dos olhos azuis - um azul bem vivo - aproximou-se do carro. - O que está acontecendo aqui? - perguntou furioso. Eu imaginava tudo, menos que ela tinha namorado. Ainda mais quando me beijava daquele jeito. -Não está acontecendo nada! - ela se colocou na frente dele. -Então, porque você chegou no carro desse cara? - ele apontou para mim, como se eu não estivesse ali; eu, óbvio, saí do carro para encará-lo e ele era quase tão forte quanto eu. -Já conversamos sobre isso... - ela suspirava - Manera nos ciúmes Scott, por favor... -Nada disso! Esse cara vai ter o que merece! - ele disse com mais raiva, e antes que ela dissesse qualquer coisa ele partiu pra cima de mim me dando um soco no olho; como não tenho sangue de barata, eu revidei. Ficamos um tempo trocando socos, até Lucy entrar no meio. -Chega de briga! - ela disse com ódio. - Se quiserem brigar, vão ter que passar por cima de mim, porque daqui eu não saio! Logo nos entre olhamos e paramos com a briga. -Vai pra casa Scott! - ela disse o olhando. - Mais tarde agente conversa! Então quer dizer que eles já moravam juntos? - Mas Lucy... - ele tentou argumentar. - Nada de “mas”! - ela disse o olhando com fúria - Eu disse para maneirar nos ciúmes, mas você não me ouviu... E acabou de
bater no meu novo chefe! Muito obrigada, porque eu mal comecei e já posso ser demitida... Parabéns pra você! Percebi que ele olhou tenso pra ela. -Desculpe... - ele disse se sentindo culpado. - Eu não sabia... - É claro que você não sabia! - ela suspirou. - Você não perguntou nada e já saiu tirando conclusões; e mesmo que não fosse, você não é meu pai... Eu faço o que eu quiser!Você não anda por aí agarrando Deus e o mundo? Porque eu não posso fazer o mesmo? Só porque eu sou mulher? Se pensa que eu vou ficar pra titia, se ferrou.Agora vá embora, antes que eu perca o resto da paciência que me resta! E assim ele o fez; saiu de perto de nós cabisbaixo. -Me tira daqui! - ela sussurrou pra mim, perdendo o equilíbrio das pernas e quase caindo, mas eu a segurei e a ajudei a entrar no carro. - Para onde quer ir? - eu perguntei a olhando. -Qualquer lugar; só me tira daqui. - ela confessou e assim eu fiz; estacionei o carro em frente à minha casa. Óbvio que ela ficou surpresa com a mansão. -Onde estamos? – ela perguntou com os olhos iluminados. -Bem vinda à minha casa! - eu disse sorrindo e seu queixo caiu. - Bem, você me disse para levá-la a qualquer lugar, então eu resolvi lhe trazer para o lugar mais tranqüilo do mundo. Ela deu um largo sorriso. - Obrigada. - sussurrou. - Mas você não tem que trabalhar? -Na verdade não... - eu sorri - Hoje não sou muito necessário na empresa. -Que bom. - ela abaixou a cabeça. - Assim eu não me sinto culpada por atrapalhar seu emprego. Eu sorri e a levei pra dentro. Logo minha irmã pulou em meus braços, porém, quando viu que eu estava machucado começou a me olhar preocupada.
-Não foi nada - eu disse por fim -, estou bem. - Trouxe uma enfermeira pra cuidar de mim. - eu disse olhando para Lucy, que sorriu. -Lucy, essa é Iara, minha irmã caçula. - eu disse animado. - Iara, essa é a Lucy, minha mais nova estagiária; e a pessoa que tem o melhor beijo do mundo. -acrescentei. -É um prazer conhecê-la! Você é a mais simpática até agora; acho que Isaac tomou jeito. - Iara disse me olhando. - O prazer é meu! - Lucy respondeu. -Chega de conversa. - eu intervir - Vamos subir para o quarto. Iara deu um largo sorriso; até parece que eu agarraria a guria também não sou um pervertido... Logo eu abri a porta do meu quarto, o qual tinha uma enorme janela de vidro, que dava perfeitamente para ver a piscina; nós entramos calados até ela quebrar o silêncio. -Então quer dizer que é pra cá que você traz as suas vítimas? – ela disse observando cada canto do quarto. -Deve ser, porque você está aqui. - eu sorri. - Tem álcool e algodão? – ela disse sorrindo incomodada e mudando completamente de assunto. -Não precisa fazer isso. - eu disse me sentando na cama. -Não, mas eu quero fazer. - ela disse por fim. - É por minha culpa que você está assim. -A culpa é minha. Se soubesse que você tem namorado... - eu tentei dizer, mas fui cortado logo em seguida. -Ele não é meu namorado! - ela disse rapidamente. - E aquela ceninha toda? - eu disse muito alegre por eles não serem namorados. - Bem... - ela sorriu - Somos irmãos... Gêmeos. Eu me espantei. -Vocês não se parecem em nada... - eu confessei. -Eu sei. - ela sorriu. Foi até uma mesinha, pegou o algodão,
colocou um pouco de álcool e veio até onde eu estava para cuidar dos ferimentos; óbvio que, para passar o algodão, ela ficou entre as minhas pernas, fazendo meu amiguinho acordar; e dessa vez eu estava com ela onde queria meu corpo se aqueceu com apenas o contato inocente quer dizer da parte dela porque da minha não tinha nada de inocente... Enquanto ela passava o algodão, mordeu seu lábio e o umedeceu com a língua para tirar a secura do mesmo. E isso me deixou louco... -Você não devia me provocar assim! - eu disse a olhando sério e ela sorriu. - O que eu fiz? - perguntou mordendo o lábio novamente. -Isso! - eu disse apontando para sua boca. Ela começou a gargalhar e depois fez de novo. -Você só se esqueceu de que estamos sozinhos nesse quarto e você não vai poder fugir... - eu ameacei com meu melhor olhar predador. Ela gargalhou mais alto e fez de novo, dessa vez me olhando nos olhos com intensidade o que me fez segurar as suas mãos completamente sério. -Você não sabe o quanto fica sexy fazendo isso... - eu disse roucamente olhando no fundo dos seus olhos - Pare, por favor, ou não vou conseguir me controlar! E seu rosto se iluminou; logo ela fez de novo e eu a puxei para a cama, ficando por cima dela. Ela começou a gargalhar. -Você provocou; agora agüenta! - eu disse sussurrando em seu ouvido. - E sem interrupções dessa vez! Ela ainda estampava um largo sorriso pelo rosto; e logo eu comecei a beijá-la minha língua penetrou sua boca com facilidade, depois minha boca desceu para seu pescoço, o mordi e dei-lhe um chupão de leve... Eu tinha certeza que ficaria a marca, mas quem ligava? Logo, comecei a beijar seus seios por
cima da blusa, mas, antes que fizéssemos algo a mais, ouvimos batidas incessantes na porta e eu saí de cima dela rapidamente, arrumando minha roupa; ela também ajeitou as suas. Foi até o espelho e notou que seu pescoço estava roxo, então ela pegou um cachecol meu e colocou por volta do pescoço.
NOVE
Sabe o que eu aprendi sobre o amor? Que ele é único e você sente quando menos espera. Sabe o que ouvi falar sobre gente como o Isaac? Que eles pegam e jogam fora... Bem, não que eu fosse dormir com ele; além de eu ser super virgem, não fico com caras que se acham donos do mundo. Eu definitivamente nunca vou dormir com o Isaac, mas é engraçado o provocar e isso eu posso fazer... Ele acha que eu não percebi que o amiguinho dele havia ganhado vida quando eu fiquei entre as suas pernas cuidando dos ferimentos, quando eu mordi o lábio ou até mesmo quando ele me jogou na cama... Digamos que parecia que o amiguinho dele implorava pra me ter e eu só sabia gargalhar; era engraçado ser desejada como mulher, já que sabia que pessoas com o porte dele achavam pessoas como eu crianças apenas pela idade, porém, já acabou. Eu definitivamente não vou ficar com o Isaac. Apesar de ele ser muito gostoso e sempre que me beija eu não consiga interromper o beijo, vou fazer a mesma coisa que ele faz com nós, mulheres. Foi apenas um beijo e não vai passar disso - tirando a parte do chupão, que deve ficar por uma semana - Era engraçado o modo que ele usava as mãos para alisar todo o meu corpo; sua boca me devorava, me beijando intensamente, no pescoço, mordiscando minha orelha de leve e me fazendo soltar uma risada, que logo era calada por seus lábios. Percebia que entre um beijo e outro ele sorria, e eu o imitava; ele começou a beijar meus seios por cima da blusa e percebi que não iríamos parar, até que alguém bateu na porta. Salva pelo gongo fui até o espelho, olhei o meu pescoço e apesar de ter dado um sorriso bobo peguei um cachecol que estava no chão e o coloquei para tampar o estrago. Logo, ele foi até a porta e notei que não queria muito. Assim que ele abriu-a, eu não vi quem estava do lado de fora, porém, pude ouvir a voz irritante... -Meu Deus! O que fizeram com você? - ela dizia do lado de
fora. -Eu estou bem! - ele disse com raiva. - Mas quem deixou você entrar aqui, Agnes? -Seu bobinho... Eu tenho meus truques. - ela disse. Notei que ela havia o agarrado; óbvio que senti nojo, mas ele a empurrou. - Já te falei que acabou entre nós!Aceita que dói menos! - ele gritou. – Além disso, você chegou em uma má hora... Acabou de me atrapalhar! - Quem está aí? - ela disse com raiva. -Não te interessa! E, se você não estivesse interrompido, estaríamos num sexo selvagem! - ele disse gargalhando. – Agora, me deixa voltar; ela deve estar me esperando. - Volte aqui! – ela rugiu e eu percebi que ela tentou entrar, mas ele fechou a porta na cara dela e trancando-a em seguida. -Vai embora, Agnes! - ele gritou. Ouvimos passos e presumimos que ela havia ido embora. Peguei o algodão novamente e comecei a passar o álcool ao redor de seus olhos. -Quer falar sobre isso? - eu sussurrei. - Bem... - ele começou dizendo - Eu e ela dormimos duas vezes juntos, porque ela me seduziu... Eu não ia dormir nem na primeira vez, mas aconteceu; na segunda ela me seduziu mais ainda e depois saiu espalhando que estávamos namorando... Então, cortei o mal pela raiz, antes que ficasse maior... Desculpe por ter feito você aturar isso. -Tudo bem. - eu dei um leve sorriso. Eu passei o álcool onde estava bastante machucado e ele gemeu de dor, segurando minhas mãos. -Ai, caramba! Isso dói! – ele disse com a mão no lugar onde sentira a dor. -Desculpe. - eu disse amigavelmente. -Tudo bem. - ele forçou um sorriso. - Vem aqui... Ele batia em seu colo; fiquei em dúvida se ia ou não, até que
aceitei e sentei no seu colo. -Você é tão bonita... - ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha - E você é boa! Eu continuei observando-o atentamente, porém, completamente confusa. -Bem, são necessários muitos encontros para me deixar animadinho daquele jeito... E você conseguiu isso apenas mordendo o lábio e quando você me beija eu fico louco... Fazme desejar que estivéssemos numa praia deserta, só nós dois... ele explicou me olhando. Eu comecei a gargalhar. -E que risada gostosa de ouvir! - ele disse com um largo sorriso, me analisando. Logo, ele se aproximou de mim e estávamos sentindo a respiração um do outro; ele me olhava nos olhos até que, ao invés de analisar meus olhos, agora analisava minha boca. Ele mordeu seu lábio inferior, como eu havia feito para provocá-lo, e céus... Como ele ficava gostoso desse jeito! -Acho que eu vou te beijar! - ele disse se aproximando mais e eu sorri, até que nossos lábios se encontraram num beijo voraz e quente, até que ele tirou o cachecol que cobria a marca que ele havia feito e começou a depositar beijos em meu pescoço; notei que seu amiguinho havia se animado de novo e eu sorri... Era muito engraçado. -Eu tenho que ir... - me afastei com muito custo, já que eu queria ficar trancada com ele ali o resto da vida. - Agora? - perguntou me olhando confuso. Suas duas safiras emanavam desejo e eu sabia que eu era o motivo daquilo. -Você não conhece meu irmão... - eu disse cínica – Ele vai mandar o batalhão do exército atrás de mim se eu não voltar logo. -Então é isso... – ele disse por fim. - Você vem aqui, me provoca,
me deixa com um desejo louco de tê-la na minha cama e vai embora... -Exatamente isso. - eu sorri cinicamente. -Isso é um jogo, não é? - perguntou me olhando. -Não sei do que você está falando. - eu fingi não entender. Ele veio até mim e ficou na minha frente bem próximo. -Pois eu sei.–ele sorriu. Logo, ele beijou meu pescoço e assim ficava difícil me controlar; seus lábios eram quentes e pegava fogo por onde beijavam... -Fica aqui comigo, por favor! - ele implorava ainda beijando meu pescoço. Ele deu outro chupão, me fazendo gemer um pouco e dessa vez foi ele quem sorriu. - Eu nunca desejei alguém tanto assim... - dessa vez ele beijou meu queixo e eu sorri em satisfação com a confissão dele. Depois, seus lábios encontraram os meus em um beijo sem retorno; eu tentei me afastar, mas ele encostou-me na parede, derrubando uns quadros que estavam ali e eu comecei a rir. -Pequena Lucy... - ele disse em meu ouvido com um tom de voz aparentemente rouco - O que você fez comigo?Eu quero você; eu desejo você. Eu tentei sair mais uma vez, porém, ele começou a beijar meus seios de novo. Eu tentei me conter, mas um gemido rouco escapou da minha boca; depois, seus lábios encontraram os meus numa súplica - ele queria me ter ali agora -, mas eu não podia me deixar levar assim, então eu o empurrei. Óbvio que meu corpo não reagiu bem, porque o que eu mais queria era ele. -Desculpe... - ele disse se afastando. -Tudo bem. - eu sorri. - Mas não posso ficar. - Eu te levo pra casa. - ele sorriu de lado. -Ok. - eu disse por fim. - Mas agora você vai ter que me emprestar seu cachecol, porque ao invés de uma você deixou
duas marcas. Ele começou a sorrir. -Pode levar... Assim você se lembra do que vivemos aqui. – ele disse com um sorriso safado, que me fez perder o chão por alguns minutos. -Vamos? - perguntei colocando o cachecol e pegando minha bolsa. Ele com muito custo concordou e não demorou muito a chegarmos em frente ao meu prédio. -Desculpe pelo meu irmão... - eu disse de cabeça baixa. - Como não tivemos um pai presente, ele assumiu o papel de irmão protetor. -Tudo bem. - ele me analisou de cima abaixo e deu um sorriso safado.Eu, óbvio, estremeci. - Jamais demitiria você por causa disso. - Obrigada! - eu dei um largo sorriso. -Obrigado você, por cuidar de mim! - ele disse ainda me analisando e mordendo o lábio. - Mas eu entendo o seu irmão. Você é muito linda pra ficar à solta por aí... Qualquer um pode querer se aproveitar. -Inclusive você. - eu disse gargalhando. -É que você me provocou! - ele disse sorrindo sem graça. - Mas enfim... Tenha mais paciência com ele; eu também já tive ciúmes da Iara por muito tempo, mas isso já passou e tenho certeza que em breve ele vai aprender que você não é mais criança. Eu imediatamente grudei nossos lábios em um selinho, entretanto, ele segurou minha cintura com as mãos e não deixou que eu me afastasse e tomou meus lábios rudemente sua língua vasculhava cada canto da minha boca e eu deixava - meu Deus que pegada, que beijo e que Deus grego! -... Logo, sua barba roçou por minha pele e ele depositou um longo beijo onde tinha
dado um dos chup천es e eu logo me despedi, porque aquilo n찾o ia prestar... Eu acabaria voltando para a casa dele e n찾o sairia de seu quarto t찾o cedo; ele ficou me olhando subir e logo partiu.
DEZ Meu domingo não passou muito rápido e eu me esforçava para esquecer duas belas safiras - eu não seria mais uma conquista dele -, e para tentar esquecê-las comecei a desenhar, e pra minha surpresa adivinhe o que eu acabei desenhando? Eu o desenhei e botei bastante destaque nos seus olhos, que me hipnotizavam. Bem, quando voltei e entrei rapidamente no apartamento, Scott estava sentado no sofá me esperando. -Oi. - eu disse me sentando do lado dele. -Oi... - ele disse de cabeça baixa - Desculpe por hoje; eu tentei me controlar, mas não consegui... Tive medo que alguém se aproveitasse de você. É eu sei Scott e pode ter certeza que eu gostei de ser aproveitada pêra o que? A sorte é que eu estava com o cachecol do Isaac, senão eu estaria ferrada. - Não se preocupe... - eu suspirei. - Não fui demitida; mas, por favor, pense antes de agir. O Isaac só estava sendo gentil comigo me trazendo em casa; não teve segundas intenções. -Prometo pensar mais no que eu faço. – Scott disse cabisbaixo. Quem disse que consigo ficar com raiva do meu ciumento, ainda mais quando tudo que ele quer é me proteger? -Tudo bem, meu ciumento... - eu disse sorrindo - Eu te perdôo. Assim, ele se esticou e me abraçou fortemente. -Desculpa... - ele estava se sentindo culpado. -Tudo bem, já passou. - eu disse sorridente. - Mas nunca mais faça isso. -Palavra de escoteiro! - disse me soltando e batendo continência. Eu comecei a rir e depois passamos a tarde toda assistindo filmes. Bom... Voltando ao meu domingo, eu percebi que desenhar não estava adiantando, então eu rasguei o desenho que havia feito e
o joguei fora; resolvi ler um livro, mas o que eu peguei não me fazia esquecê-lo nem por um segundo... Que droga! Eu ainda podia sentir seus lábios quentes no meu pescoço e céus, como eu o queria... Percebi que o livro não deu certo, então coloquei meu fone de ouvido, com a música no volume máximo pra ninguém me interromper e percebi que, apesar da letra me fazer ficar confusa, estava funcionando. Nem percebi quando adormeci ali mesmo no sofá e confesso que tive um sonho muito quente... Meu Deus, dessa vez Isaac e eu não éramos interrompidos e íamos até o final (...). Horas depois acordei, porque alguém me cutucou. -Acorda Lucy! - Tia Clarissy me chamava em quanto me sacudia. - O que foi? - eu perguntei meio sonolenta - Aconteceu alguma coisa? -Sim. - ela disse animada. - Hoje vou te levar para dançar! Eu olhei para ela completamente confusa. - Sério isso? - eu perguntei, observando-a. -Sim, e não aceito um não como resposta. - ela disse sorrindo. Eu, óbvio, acabei concordando, já que estava sem fazer nada em casa. Olhei no relógio e já eram 20h - eu havia dormido demais -.Fui para o banheiro, tomei um banho, coloquei um macaquinho amarelo, peguei minha bolsa de lado também amarela e coloquei um scarpin preto. Quando tia Clarissy me viu deu um largo sorriso, porém, quem não gostou muito da idéia foi Scott, mas ele acabou deixando pra se redimir por ter batido no Isaac. Mamãe me achou super linda e disse que todos iam cair aos meus pés quando me vissem daquele jeito e eu comecei a rir, mas não sei porque meus pensamentos foram para certo alguém de duas belas safiras que, só por me olhar, eu já me estremecia toda... Pare com isso Lucy, você não será mais uma conquista dele! Eu suspirei fundo,
óbvio que eu coloquei um cachecol por cima querendo ou não, pois meu pescoço ainda estava marcado por culpa do Isaac; porque tudo me leva a pensar naquele imbecil que quase me fez ceder e ir para a cama com ele? Ai meu Deus Lucy... Esquece ele! Ou você quer que ele te descarte igual fez com as outras? Bem, fui até o espelho e, antes de colocar o cachecol, toquei as duas marcas que estavam no meu pescoço; um sorriso involuntário apareceu no meu rosto e eu me repreendi por estar pensando no dia anterior... Eu não posso estar gostando de ser desejada - logo por ele -, mas nenhum homem jamais conseguiu que eu o desejasse - e como eu o desejei... Que diabos estava acontecendo comigo afinal?-; hoje fazia cinco dias que eu o conhecia... -Pronta? - Tia Clarissy me despertou dos meus pensamentos e eu imediatamente coloquei o cachecol de volta para que ninguém pudesse ver - principalmente Scott, porque ele teria um treco -.Logo me despedi da mamãe e do meu irmão ciumento; e nós partimos rumo a uma boate que ficava no mesmo bairro que o nosso apartamento. Entramos e as pessoas se divertiam como loucas, então tomei uma decisão: eu ia me divertir custe o que custasse... Não ia pensar no Isaac, ia apenas beber, beijar muito e dançar, sem me importar com nada. Eu ia tirar aquelas duas safiras da minha cabeça, nem que fosse preciso eu beijar várias bocas naquela noite... Tia Clarissy e eu fomos para o bar e pedimos umas bebidas e o barman nos deu, mas nem por um segundo tirava os olhos de mim, e eu ri da situação, até que vi uma mulher e um homem se beijando perto de onde estávamos e não sei por que tive a impressão de que ele me era familiar. Mas não podia ser - eu devia estar paranóica -... Logo, ele a empurrou, e quando olhei com atenção eu tive certeza. Era o Isaac - e estava beijando a Agnes... Como isso era possível? -. Não, não e não!Assim que ele me viu, suas imensas safiras se
arregalaram e ele veio até mim, mas eu fui mais rápida saindo dali, não dando tempo para ele chegar perto; óbvio que tia Clarissy não entendeu nada. Então eu fiz uma coisa sem pensar duas vezes: eu estava com tanto ódio que tasquei um beijão no primeiro que encontrei, sem nem ver quem era. O beijo nem de longe me fez sentir aqueles calafrios que ele conseguiu me fazer ter, mas o que importava era esquecê-lo, e eu ia fazer isso por bem ou por mal. Assim que soltei o garoto, Isaac nos encarava com fúria; e quando olhei para o tal garoto meu queixo caiu não, não e não! -. O que foi que eu fiz?! -Eu sabia que você estava na minha! - o garoto disse sorrindo. E obrigado pelo presente! -Júlio, desculpa! Eu não sabia que era você! - eu disse apavorada. -Não precisa me pedir desculpas... Foi maravilhoso! - sussurrou pra mim. Ele ia me beijar de novo, mas antes que tivesse a chance, Isaac partiu pra cima dele e eles começaram uma briga feia. Trocavam socos para tudo que era lado; eu aproveitei e resolvi sair de fininho, levando a tia Clarissy junto, que me olhava boquiaberta, sem entender nada. Ela me levou para uma lanchonete, já que não havíamos comido nada; e ela ficou esperando que eu contasse o que havia rolado lá dentro, então eu lhe contei tudo do começo e, inclusive, mostrei as marcas que o Isaac havia feito no meu pescoço. E no final da história ela estava com um enorme sorriso no rosto.
ONZE ISAAC DAVIS: Eu estava em casa em pleno domingo, sem fazer nada e com uma vontade imensa de seqüestrar Lucy e prendê-la no meu quarto... Mas o que eu estava pensando?Acho que eu estava ficando louco... Ela tem 17 anos e eu estou prestes a fazer 24. Eu não deveria desejá-la tanto; e foi pensando nisso que eu resolvi ligar para a Mharessa... “Alô?” – Sua voz estava sonolenta do outro lado da linha “Oi Mah.” – Eu disse com um enorme sorriso nos lábios “Acho bom ser importante... Você acaba de me acordar em pleno domingo!” – Ela estava aparentemente brava e com sono “Bom...” – Eu comecei dizendo cautelosamente - “Acho que vamos sair.” “E quem disse que eu quero sair?” – Perguntou bocejando do outro lado da linha “Bem, eu acho que quer sim... Vou chamar o Gerody também.” – Eu usei o truque mais baixo que conseguiria pois sabia que a mesma aceitaria “Golpe baixo. Já vou me arrumar.” - Não falei – Disse suspirando pesadamente “Sabia que podia contar com você!” – Eu disse entre risadas “Idiota!” – Ela resmungou do outro lado da linha “Eu sei disso.” – Sorri mais ainda “Mas vou logo avisando que vou levar minha irmã Mallaika.” – Ela disse como se fosse muito importante – “Não vou ficar sozinha com dois marmanjos” “Tá. Você quem sabe” – Eu encerrei a ligação
Eu sabia que Mharessa já havia ficado com o Gerody e por isso nutria uma paixão platônica por ele; e eu usaria isso a meu favor. Óbvio que mandei uma mensagem no WhatsApp para o Gerody. Estou indo para uma boate com duas gatas. Encontre-me lá. Óbvio que falei o endereço, pois eu sabia que ele iria e eu não podia deixar a Mharessa com raiva de mim. Logo chegamos à casa de festas, e Gerody nos esperava do lado de fora. Ele analisou a Mharessa de cima a baixo e, cá entre nós, ela estava muito gata. Ele seria um idiota se não aproveitasse a oportunidade; e a irmã também estava muito bonita. A genética entre elas era incrível; apesar de serem parecidas em algumas coisas, eram diferentes em outras e isso era engraçado, mas o que mais me fez rir foi quando descobri o nome das suas irmãs Mallaika, Miquelina e Mackaila -, nomes muito diferentes do que estamos acostumados, mas eu e ela sempre nos demos bem; e ela tentava me arrancar alguma informação da Lucy no caminho, o que me deu vontade de voltar para casa e ligar pra ela, para que ficasse lá comigo - mas céus... O que estava havendo comigo? -. Bem... O meu desejo por ela só aumentava; seus gemidos me davam um prazer que jamais sentira antes e por mais que doesse admitir eu a queria ofegante em baixo de mim, mas sabia que ela não se renderia tão fácil. Quando estávamos a sós eu notei que ela lutava de todas as formas para não ceder ao desejo e se entregar... Entramos na boate e eu comecei a dançar. Várias garotas se aproximaram de mim, mas eu só conseguia pensar na minha carinha de anjo, até que uma delas, que eu não havia visto o rosto, me agarrou, em um beijo super intenso, mas não conseguia pensar em mais nada, a não ser nela; até que eu empurrei a garota. E não podia ser - era a Agnes -...Eu fiquei com muito ódio, até que me virei e vi meus olhos favoritos acinzentados, mas não estavam felizes dessa vez, e sim, tristes e decepcionados. Eu tentei falar como ela, porém
ela correu e, antes que eu chegasse, agarrou o primeiro que viu pela frente; ele colocou as mãos na cintura dela e a puxou para mais perto. Um ódio me consumiu... Só eu a tocava daquele jeito, então eu fiquei os observando com fúria, até ela largar o garoto e olhar pra ele espantada;e algo me dizia que eles se conheciam, e eu não gostei nada daquilo. Depois, ele falou algumas coisas pra ela e quando ele ia a beijar novamente eu não agüentei e parti para cima dele. Após isso, não a vi mais... Eu só conseguia pensar nele tocando nas partes dela e beijando seu pescoço... Eu não me segurei, e não sei o que deu em mim; eu sempre fui um cara tão controlado... E, antes que eu conseguisse quebrar a cara dele, Gerody me segurou. -O que é isso irmão? - disse ainda me segurando. -Acho que a noite já deu pra mim! - eu disse me soltando de seus braços e saindo dali pra não estragar a noite de ninguém; eu disse que as meninas podiam voltar com o Gerody e elas ficaram. Porque ela tinha que beijar um cara na minha frente?A culpa é do burro aqui, que deixou ser pego de surpresa pela Agnes, e até onde eu sei, ela pensa que eu estava a beijando por vontade própria... Saí correndo dali e fui para casa; minha irmã me olhou alarmada, porém não falei nada; simplesmente corri para o meu quarto, tranquei a porta e fiquei me perguntando: o que ela fez pra me deixar tão confuso e sedento de desejo por ela? Deitei na minha cama e coloquei os braços em volta da nuca... O que está havendo? Eu não posso estar com ciúmes de alguém que mal conheço... Não e não; isso não é ciúme, então o que é afinal? O que foi que aconteceu? Logo eu, que fui um cara tão controlado... Era apenas uma noite e pronto, mas ela não cedeu ao meu desejo louco; deve ser isso que me faz a querer tanto, mas tudo que vem fácil vai fácil - dizia minha mãe pra mim e de certo modo ela tinha razão -, mas eu queria abraçá-la, beijá-la, dormir de conchinha... Ai, céus! Será que mamãe estava
certa? Ela sempre me disse que eu acharia alguém que me faria mudar e me apaixonar de um modo que jamais imaginei...Não! Eu não posso gostar de alguém que conheço hácinco dias, posso? Isso é loucura, mas não definitivamente; é apenas desejo carnal e,quando eu conseguir o que eu quero - que é tê-la só pra mim -, eu volte ao normal, mas é ai que está... Eu não quero me aproveitar dela. Eu não quero que seja apenas uma noite, por que será? De repente, uma batida na porta me despertou dos meus pensamentos. -Isaac! - Iara gritava do outro lado da porta. - Que foi?! - eu gritei de volta. -Uma, tal de Agnes quer falar com você. - minha irmã foi direto ao assunto. -Mande essa puta ir embora! - eu disse com raiva; se não fosse por ela, eu não estaria tão confuso... -Isso não é jeito de tratar uma visita! - percebi que Agnes falava do outro lado da porta. - Vai embora! - eu gritei de novo. - Quero ficar sozinho! Eu escutei minha irmã falar algo com ela e ambas se retiraram, e logo eu me aconcheguei num travesseiro e adormeci.
DOZE SCOTT YALE: Eu estava ficando preocupado... Minha irmã e tia Clarissy não haviam voltado, porém, estou tentando controlar meus ciúmes; então, resolvi dar uma volta pelo bairro mesmo e acabei esbarrando em alguém, que tinha um cabelo bem loiro - quase branco -, pude ver que seus olhos eram um verde bem clarinho e o sorriso então... Hipnotizava qualquer um... -Desculpe... - eu disse desconcertado. -Tudo bem... - ela disse ajeitando a roupa, que por sinal era muito bonita; mostrava as curvas do seu corpo. -Desculpe a intromissão, mas qual é o seu nome? - eu perguntei a olhando. Ela deu um largo sorriso. -Mallaika. - ela sorriu. -Uau... Que nome diferente! - eu dei um largo sorriso. – Prazer, sou Scott. -Foi um prazer conhecê-lo, mas acho melhor eu ir... - ela disse baixinho. -Espera... - eu segurei em seu braço a impedindo de sair dali. Acredito que o destino me fez esbarrar em você; então, deixeme pelo menos pagar uma bebida para compensar... Ela deu um largo sorriso. -Rápido você,hem? - ela deu uma gargalhada. - Mas eu só aceito porque estou sem fazer nada.
Eu sorri e a levei até uma lanchonete que ficava no mesmo bairro.Assim que entramos me espantei ao ver tia Clarissy e Lucy comendo, conversando e rindo muito... Eu, óbvio, saí guiando Mallaika até a mesa onde elas estavam. -Scott! - ela me abraçou. -Oi maninha! Achei que estivessem se divertindo... - eu disse curioso. - E estamos! - Tia Clarissy entrou na conversa. -Tudo bem... - eu suspirei. - Bem, essa é Mallaika, minha mais nova amiga; Mallaika, essa é minha irmã Lucy e essa é minha tia Clarissy. Elas se cumprimentaram e Lucy ficou observando Mallaika mais que o necessário. -Você parece com alguém que eu conheço... - Lucy disse por fim. -Talvez com a minha irmã... - Mallaika disse sorridente. Conhece a Mharessa? -Não acredito! - minha irmã disse animada - Você é irmã da Mharessa? -Sou! - Mallaika disse sentando-se do lado da minha irmã. -Que bom conhecê-la! - Lucy sorriu. - Mas cadê ela? - Deve estar beijando o Gerody uma hora dessas... Eles continuaram na festa, e como eu não queria segurar vela resolvi ir embora. - ela disse amigavelmente. -E foi a melhor escolha que ela já fez! - eu entrei na conversa. Ela soltou uma risada gostosa de ouvir. -O que foi? - Tia Clarissy perguntou. - É que... - eu comecei dizendo sem graça - Eu acabei de esbarrar na Mallaika e lhe ofereci uma bebida. -Você não perde tempo,hem sobrinho? - Tia Clarissy me cutucou rindo. -Uma mina linda desse jeito andando sozinha por aí...Que
perigo! - eu disse sorrindo e novamente ela gargalhou. -Você me diverte Scott. - ela disse entre risadas. – Eu sou só uma cópia da minha irmã. -Uma cópia muito linda! - eu sussurrei em seu ouvido, fazendo-a ficar séria e eu notei que ela havia se arrepiado. Eu sorri da situação. Antes que ela começasse a corar eu chamei o garçom e fiz o pedido. Ela concordou com tudo que pedi para nós; comemos, conversamos mais um pouco e logo ela se despediu da minha irmã e da minha tia. Eu disse que a deixaria em casa com o carro da minha tia e depois voltaria para buscá-las; elas concordaram. -Não precisa se incomodar... - ela disse quando estávamos em frente ao carro. -Pelo contrário... - eu disse sorrindo - Eu quero me incomodar. Ela sorriu com o meu gesto. Eu abri a porta do carro e ela entrou; ela foi me guiando o caminho todo. - Obrigada pela carona. - ela disse assim que chegamos. -Não precisa agradecer! - eu sorri. Ela ia sair, mas eu a segurei. - Que dia vou te ver de novo? - perguntei a olhando. -Depende do que me espera... -ela disse olhando no fundo dos meus olhos. Eu coloquei uma das minhas mãos em sua nuca e ela ficou surpresa com o gesto. - O que está fazendo? - perguntou estremecendo. -Te mostrando o que te espera... - eu disse já a beijando logo em seguida, antes que ela pudesse me empurrar ou impedir. Foi um beijo calmo e lento, mas aos poucos foi esquentando, e eu passei a beijar seu pescoço. -Isso é loucura! - ela disse segurando minha cabeça, enquanto eu beijava seu pescoço.
-Eu sei... - sussurrei para ela. - Tenho que ir... - ela interrompeu o beijo. - Vou vê-la novamente? - eu perguntei com os olhos fixos nos seus. -Digamos que sim. - ela sorriu. Ela me deu um selinho e saiu do carro. Eu fiquei a olhando completamente abobado; eu não estava acostumado a conhecer uma pessoa num dia e já sair a beijando assim, mas fiquei com medo de não vê-la de novo. Eu sou de todas, mas Mallaika despertou algo bom em mim - algo que jamais sentira antes, algo totalmente maravilhoso... *** MALLAIKA EVANGELINA: Quando a Mharessa me convidou para ir a uma festa eu fiquei com receio... Eu tinha acabado de sair de um relacionamento conturbado e que mexeu muito comigo; encontrei-o na cama com minha “melhor amiga” - melhor amiga não faz o que ela fez comigo - Fui para a festa e não demorou muito para que a Mharessa estivesse agarrada ao Gerody; o Isaac havia arrumado confusão e depois que Isaac foi embora eu disse a Mharessa que ia também. Depois de eu muito insistir ela acabou cedendo e me deixou ir embora sozinha, mas - cá entre nós - foi a melhor escolha que eu fiz... Conheci certo par de olhos azuis que me olhava de um modo que eu não estava acostumada; o único que havia me olhado do mesmo jeito era o meu ex. Achei engraçado, porque ele ficou me cantando, até que topei que pagasse uma bebida para mim e fomos até a lanchonete, onde eu conheci sua irmã e sua tia, duas pessoas muito simpáticas por sinal; e quando ele foi me deixar em casa e me beijou daquele jeito eu senti calafrios - que eu não sentia faz tempo -,e tudo o que eu queria era vê-lo novamente, não para me iludir ou coisa do tipo, eu queria me sentir desejada de novo, sem sofrimentos. Pela
primeira vez, eu agradeço a Mharessa por ter conseguido me tirar de casa; eu notei que não era só porque não havia dado certo com aquele idiota que todos iam agir como cafajestes. E o Scott tinha uma pegada tão forte que eu senti seus músculos; e Deus, que corpo... Quando ele me beijou, alguma coisa me dizia que aquele segundo encontro iria mudar a minha vida...
TREZE -Então você gosta dele? - tia Clarissy me despertou dos meus pensamentos. -Claro que não, tia!Demos apenas uns pegas... - eu disse dando risada logo em seguida. -Vocês jovens e suas gírias... - ela disse sorrindo. Logo, nós duas começamos a gargalhar juntas, até que Scott chegou com uma menina. Parecia a versão mais nova da Mharessa, até que descobri que ela é a irmã caçula dela. Nossa, fiquei impressionada com tamanha semelhança; ela parecia ser irmã gêmea da Mah, a não ser pelo cabelo. Logo, a Mallaika e o Scott se despediram de nós; eu e titia rimos ao notarmos o jeito que ele olhava pra ela. A verdade é que meu irmão nunca teve nenhum relacionamento sério e nunca gostou de se apegar, mas ele olhava para Mallaika com desejo estampado no rosto. Quando eles se foram, eu e tia Clarissy continuamos conversando animadas.
-Acho que ele gosta de você... - minha tia disse sorrindo, me fazendo engasgar com o refrigerante. Tossi tanto que foi preciso ela me ajudar, até que a tosse cessou. -Como uma pessoa pode gostar da outra em apenas cinco dias? perguntei a olhando. -Com sua mãe e seu pai foi assim... - ela deu um largo sorriso. Eles se conheceram aqui, nessa lanchonete. Ele estava arrasado, porque o pai queria obrigá-lo a fazer algo que ele não queria. Sua mãe se apaixonou por ele à primeira vista e eles começaram a conversar, até que certo dia ele tomou a iniciativa e lhe roubou um beijo, ao qual ela nunca esqueceu. Depois disso, eles ficavam se pegando direto, como vocês jovens dizem, mas atropelaram a primeira vez e ela não gostou muito; depois, ele lhe fez uma surpresa daquelas e eles tiveram a segunda vez - a melhor da vida da sua mãe -, e depois de tempos ficando direto, ela engravidou de vocês. Só um conselho: não atropele a sua primeira vez... Faça porque está pronta, não por causa do desejo ou de hormônios aflorados. Meu queixo caiu. Eu jamais tinha ouvido falar do romance deles, pois a mamãe não tocava no assunto. -Nossa... Eu não sabia. - comentei. -É óbvio! Só eu sei dessa história. - ela sorriu. - Sua mãe trabalhava e fazia faculdade, mas teve que parar quando teve vocês. Ela retomou quando vocês tinham dois anos. -Nossa! A história deles é bem interessante! - eu disse sorrindo. Queria tê-lo conhecido... -E você vai, minha querida. - ela segurou em minha mão. - O que eu quero dizer é que, no momento certo, você vai saber mais sobre ele e o que realmente aconteceu para dar essa confusão toda. -Espero que não demore muito... - eu confessei. -Eu também não. - ela estampava um belo sorriso no rosto. -
Mas acho bom você nunca tirar o cachecol, pelo menos até essas marcas sumirem, ou seu irmão vai ter um treco. Daphne nem tanto, já que é liberal demais... Eu toquei o meu pescoço e um sorriso involuntário apareceu no meu rosto... Que diabos eu estava fazendo? Para de pensar nele, Lucy! Que coisa! Eu ainda sentia seus lábios quentes na minha pele... Que droga! -Pelo visto, você gostou das marcas... - ela soltou uma gargalhada. - Pára, tia! - eu dei um leve tapa em seu braço, fazendo-a rir. -Mas é verdade... Basta olhar para o seu rosto quando toco no assunto. - ela sorriu. - Você bem que gostou de ser desejada. -E se eu tiver gostado? Qual é o problema? - perguntei a olhando. -Nada, minha querida... Absolutamente nada - ela não parava de sorrir -, mas isso serviu para você confessar. -Não sei não, tia. - eu suspirei. - Estou tão confusa... -Eu sei o porquê... - ela piscou um dos olhos para mim. - Você queria estar no quarto com ele e não aqui comigo. - TIA! - eu quase gritei. -Tudo bem, parei! - ela riu da cara que eu fiz. - Pode esconder isso de mim, da sua mãe e do seu irmão, mas não pode esconder de si própria. -Já entendi! - eu cruzei os braços. - Mas não estou escondendo nada de ninguém. - Está sim! - ela riu. - Não se preocupe... Tenho certeza que ele também queria estar trancado com você em um quarto... -Lógico que não! - eu disse me lembrando do beijo que ele e a Agnes trocaram na festa. -Claro que sim! - ela me cortou. - Você não viu aquela cena de ciúmes não? -Aquilo não foi ciúme... - eu abaixei a cabeça.
-Então, foi o quê? Proteção de irmão é que não foi... - ela sorriu. -Ele seria um idiota se não pensasse, nem por uma vez, em te levar pra cama. -Isso é jeito de falar, tia Clarissy? - eu perguntei a olhando. -Você é jovem, querida... Tem mesmo é que se divertir, mas só não quero que precipite as coisas e faça porque quer fazer, e sim, porque se sente pronta. - ela confessou baixinho. -É bom ter uma tia com mente de adolescente! - eu disse sorrindo. -É bom ser adolescente; ser adulto é muito chato... - ela gargalhou e eu a imitei. -Acho que colocaram alguma coisa no seu refrigerante... - eu disse ainda gargalhando. -Vai saber... - ela sorriu. -Você está muito animadinha... Tem algum motivo em especial? - eu perguntei a olhando atentamente. - O motivo é que... - ela ficou com o olhar sereno - Eu percebi que não preciso de homem para ser feliz...Está pra nascer o homem que mecha comigo. -Acho que já nasceu... - eu sorri e ela ficou me olhando, confusa. Então, eu apontei para a mesa atrás da nossa, onde um moreno alto dos olhos negros nos encarava - e que homem lindo meu Deus... - Com certeza ele está olhando para você. - ela disse me encarando. -Claro que não... Sem contar que ele deve ter mais que o dobro da minha idade! - eu sorri e ela gargalhou. Logo, o homem se aproximou de nós. -Com licença...Posso me sentar aqui? - ele perguntou olhando para tia Clarissy. -Claro! - eu respondi imediatamente. -O que leva vocês duas a estarem sozinhas aqui, uma hora
dessas? - ele disse, ainda olhando para a tia Clarissy. -Bem... - eu comecei dizendo - Estamos esperando o meu irmão, para nos levar de volta para casa. A tia Clarissy só ficava calada o tempo todo, observando-o. - Qual é o seu nome? - perguntou para tia Clarissy. -Clarissy. - ela respondeu de imediato. -Olha só! Você fala! - ele disse sorrindo. Ela deu uma leve gargalhada, e ele ficou a olhando encantado; eu só não saí dali porque ainda conhecia pouco a cidade e não tinha para onde ir. -E você?Como se chama? - ele me olhou. -Lucy. - eu sorri. -Bem, Lucy... Você podia me dar uma ajudinha com sua amiga aí... - ele me disse apontando para tia Clarissy. -Não somos apenas amigas... - eu sorri. - Ela é minha tia e madrinha; moramos na mesma casa. Seu sorriso se alargou. -Então, o que eu faço para voltar a vê-la? - perguntou me olhando. -Ei! Eu tô aqui! - Tia Clarissy entrou na conversa.- Porque não pergunta diretamente para mim? -Vai que você não me responde... - ele sorriu para ela. -Tente. - ela disse baixinho. -Tudo bem. - ele se aproximou mais dela. - Eu sou Matt... Se eu te chamasse pra sair, seria muito precipitado da minha parte? O queixo da tia Clarissy caiu. -Vou pensar no seu caso... - ela disse sorrindo. - Pense com carinho, ok? - ele disse animado. -Pode deixar. - ela abaixou a cabeça. -Mas como faço para vê-la novamente? - perguntou curioso. -Ver eu já não sei... - ela sorriu sem mostrar os dentes - Mas eu posso te dar meu número.
-Já é um começo! - ele sorriu e tirou o celular do bolso, e à medida que ela falava ele ia anotando. -Foi um prazer conhecê-las, mas agora tenho que ir... - ele me deu dois beijinhos na bochecha e um na testa da tia Clarissy. -Me ajuda! - ele disse no meu ouvido antes de sair. Eu comecei a gargalhar, e a tia Clarissy ficou com a cara séria, só me olhando morrer de tanto rir da cara dela. -E ainda diz que o amor morreu... - eu disse entre as risadas. Quem diria... Clarissy Damon arrasando corações... - Pára! Não tem graça! - ela disse séria, o que me fez rir mais. Antes que eu mijasse na roupa de tanto rir, Scott chegou com um belo sorriso estampado no rosto, e eu presumi que ele havia beijado Mallaika. -Vamos? - ele disse animado. Concordamos, entramos no carro e fomos embora; não demorou muito para chegarmos em casa, já que era no mesmo bairro. Assim que cheguei dei boa noite para os demais, subi para o meu quarto, tirei minha roupa e o salto alto, coloquei meu pijama e me joguei na cama, caindo em um sono profundo.
QUATORZE Acordei porque o barulho do despertador estava muito alto; eu queria arremessá-lo na parede, mas eu tinha que ir à escola. Levantei contra a minha vontade e fui até o banheiro tomar um banho gelado. Quando olhei no espelho, as marcas não haviam saído - que droga -, e parecia que não iam sair tão cedo. Saí do banheiro e comecei a me arrumar; como estava frio, coloquei minha blusa de frio com botões, minha calça jeans levemente rasgada, minha sandália preta, um óculos escuro qualquer, uma bolsa que eu quase não usava e não podia esquecer o cachecol. Assim que saí do quarto Scott estranhou eu estar com tanta roupa; eu inventei a desculpa de estar com muito frio e, por sorte, ele caiu. Óbvio que estava frio, mas o cachecol não era bem por isso. Logo eu lanchei, escovei meus dentes e partimos a caminho da escola; Scott foi na frente, porque logo na porta havia alguém me esperando. -Oi Júlio. - Scott o cumprimentou. -Oi Scott. - disse meio sem graça. - Será que eu poderia roubar
sua irmã por alguns segundos? Scott ficou um tempo o encarando, e eu achei que não fosse deixar. -Tudo bem... - ele suspirou. - Mas acho bom ser legal com ela. Eu me espantei com a cena e logo ele saiu, nos deixando sozinhos. Scott não havia reparado, mas eu sim... Dava pra notar que Júlio estava maquiado. Ele devia estar escondendo os ferimentos da briga de ontem. -Desculpe pelo que rolou... - eu finalmente disse. - Pela briga e tudo mais. -Tudo bem. - ele disse sorridente - Pelo menos ganhei algo que eu sempre quis. Eu sabia que ele se referia ao beijo.Que iludido... Ele achava mesmo que eu o havia beijado porque quis? -Desculpe... - eu abaixei a cabeça. - Pelo quê? - ele perguntou confuso. -Eu te usei... - confessei. - Eu estava com raiva de uma pessoa, então agarrei o primeiro que vi na frente, que por sinal era você. -Ainda bem que eu estava lá então! - ele sorriu e eu lhe dei um beliscão de brincadeira. - Quando precisar de alguém para usar, estou à sua disposição! Eu comecei a gargalhar. -Adoro o som da sua risada... - ele disse se aproximando, mas eu o impedi. - Não! - eu disse o afastando. -Por que não? - perguntou me olhando. - Até onde eu sei, você é solteira e eu também... Vai me dizer que não gostou do meu beijo? A verdade é que eu não havia gostado. Ele beijava bem e tudo, mas não me deu frio na barriga e nem me despertou desejo;
mesmo assim, não queria magoá-lo. -Não é isso...Não quero magoar você. - eu confessei. -Estou disposto a correr o risco... - ele disse se aproximando de novo e mais uma vez eu o impedi. -Vamos com calma... - eu disse por fim. - O que isso quer dizer? - me olhou com os olhos iluminados. -Que eu aceito te conhecer melhor, porém, não estou te dando esperanças... - eu disse o olhando. - Ganhei o dia hoje! - ele disse sorridente. - Eu vou te conquistar de qualquer jeito! Iludido... Eu nem sabia porque estava fazendo aquilo, mas vi nele um modo de tentar esquecer os beijos do Isaac, o que eu duvidava que acontecesse, e pelo menos podia amenizar o desejo que eu sentia por ele... Eu sei que isso é usá-lo, mas fazer o quê?Ele ia ter o que tanto queria: uma chance de me mostrar que era diferente... Logo fui para a sala e o tempo todo ele era carinhoso comigo, mas eu não sentia nada, apenas sorria amigavelmente; então, a última aula acabou e eu corri para casa junto com Scott, pois eu não queria me atrasar para o primeiro dia no trabalho. O ruim disso tudo era ter que ver o Isaac, ainda mais porque eu ajudaria sua secretária, mas pelo menos a Mharessa era legal. Cheguei em casa correndo e, como eu sempre me atraso para me arrumar, tirei toda a roupa rapidamente e entrei no banho. Não demorei muito para sair e, como ainda estava frio, coloquei uma das minhas blusas de frio favoritas, uma calça preta totalmente colada ao corpo, um par de botas também preto, peguei minha bolsa de oncinha, coloquei um cachecol - óbvio - e peguei um óculos escuro qualquer. Scott disse que me levaria ao serviço e acabei concordando. Quando era 13h30 saímos de casa e chegamos ao serviço às 13h50, então me despedi dele e corri para a empresa. Assim que
saí do elevador fui recepcionada por Mharessa. -Oi! - ela disse assim que eu me aproximei. -Oi Mharessa! - eu disse animada. -Pára de cerimônias! - ela sorriu. - Vamos trabalhar juntas, então, me chame de Mah. - Está bem, Mah. - eu disse sorridente. - O que eu vou fazer primeiro? -O Isaac te aguarda na sala dele, ele quer falar com você. sussurrou. -Não tenho nada para conversar com o senhor Davis. - eu disse séria. - E eu vim para trabalhar, não para ficar de papinho com o chefe. Ela me olhou espantada. - Posso te fazer uma pergunta? - ela disse me olhando. - Acabou de fazer - eu sorri -, mas pode fazer outra. - O que rola entre vocês? - ela perguntou me olhando. - Bem... - eu comecei dizendo - Absolutamente nada. -Não adianta mentir pra mim... - ela sorriu sem mostrar os dentes. - Sou a melhor amiga dele; eu jamais o vi olhar para alguém como olha pra você e também nunca o vi beijar alguém daquele jeito, muito menos na empresa; ele nunca mistura sentimental com profissional. -Aconteceu... - eu suspirei. - Foi um acidente. -Algo me diz que foi destino... - ela comentou. - E além do mais, ele jamais sentiu ciúmes de alguém, a não ser da irmã. -Aquilo não foi ciúme... - eu suspirei pesadamente. - Foi mais briga por posse. - Eu conheço o Isaac, ele não é assim. - ela sorriu. Logo eu me juntei a ela na sua mesa e não demorou para aquele diabo dos olhos verdes aparecer. - Lucy! - ele disse vindo até mim.
-Senhor Davis! - eu disse friamente, sem encará-lo nos olhos. -Precisamos conversar... - ele tentou de novo. -Agora não dá... - eu disse seca. - Estou trabalhando. -Não faz assim, Lucy... - ele suplicava. -Tudo bem senhor Davis... - eu o encarei nos olhos - Não vou ser apenas mais uma conquista sua, e não se preocupe... Já estou seguindo minha vida e acho que você deve fazer o mesmo. Seu queixo caiu e eu continuei concentrada no que estava fazendo com Mharessa. Percebi que ela sussurrou algo pra ele, mas nem me dei ao trabalho de olhar; logo ele desistiu e foi para sua sala, e eu continuei trabalhando.
QUINZE UM MÊS DEPOIS: Sim... Já se passou um mês nessa cidade que até pouco tempo eu detestava, mas aprendi a gostar; óbvio que as marcas haviam saído do meu pescoço e por isso eu havia parado de usar tanto cachecol, mas mesmo assim ficava difícil não pensar...Fazia um mês que eu também evitava o Isaac, e se nós tivéssemos trocado duas palavras era muito, mas sempre era relacionado ao trabalho ou coisa do tipo; ele havia desistido de puxar assunto comigo há
muito tempo. Nesse um mês aconteceram muitas coisas... Tia Clarissy finalmente topou sair com o Matt - eles já saíram duas vezes -, já Scott e Mallaika estavam se conhecendo melhore sempre que era possível arrumavam um jeito de se encontrar, e eu estava gostando da companhia dela; eu e Mharessa também nos aproximamos bastante e eu podia dizer que nós já éramos amigas, mesmo ela insistindo nessa ideia maluca de que eu tinha que conversar com o Isaac... E nem contei, né? Estou quase namorando o Júlio. Depois de três dias que eu disse que o conheceria melhor nós nos beijamos e estamos ficando pra valer desde então.Óbvio que não dormi com ele e nem sei se vou;não me sinto à vontade pensando em dormir com ele...Claro que ele já me beijava no pescoço e depositava chupões no mesmo, tentando me seduzir, mas nada adiantava; só uma pessoa havia conseguido fazer aquilo... Acordei cedo como de costume e fui para escola, com um look que arrasei; como sempre, dei uns pegas no Júlio e voltei para me arrumar para o trabalho. Coloquei um vestido de mangas longas - que mais parecia uma blusona de frio -, peguei minhas botas de cano longo até acima do joelho e minha bolsa preta. Assim que cheguei, Mharessa me elogiou bastante e, quando Isaac me viu,seu queixo caiu por completo, mas não disse nada e voltou para sua sala.Eu fiquei um tempo trabalhando com a Mah, até que meu celular tocou e olhei no visor - era o Júlio -; eu juro que não ia atender, por estar trabalhando, mas assim que vi o Isaac passando, peguei o celular e atendi. -Oi meu amor! Assim que ouviu essas palavras, Isaac parou na minha frente. -Também estou com saudades... Ir à sua casa? Acho que Scott não vai gostar da ideia... Mas tudo bem, depois agente vê isso. Eu também, mas agora tenho que ir... Estou no meio do meu trabalho.
Eu logo me despedi e desliguei. -Quem era? - Isaac disse assim que guardei o celular. -Desculpe, senhor Davis... - eu disse cínica - Eu sei que não deveria atender, mas era o meu namorado... Achei que fosse importante. - Namorado? - me olhou furioso. -Sim! - eu disse sorrindo. - Estamos juntos há quase um mês. Ele me olhou com mais raiva ainda. -Mas não se preocupe... Não irei mais atendê-lo em horário de serviço. - eu sorri cinicamente. Ele nada disse; só entrou em sua sala, batendo a porta fortemente atrás de si e quase derrubando tudo. Pra falar a verdade, quase fiquei surda com a batida. -Ele ficou bravo! - Mharessa sussurrou em meu ouvido. -Não me diga... - eu respondi sorrindo. - Não devia provocá-lo desse jeito. - ela sorriu sem mostrar os dentes. - Não foi provocação. - eu me fiz de desentendida. - Lucy, eu te conheço pouco, mas conheço o bastante... - ela piscou pra mim. Eu sorri para ela. -Só uma coisa: ele não merece isso que você está fazendo com ele... - ela suspirou. - Eu estava lá e já te falei mil vezes que foi a Agnes que o agarrou; porém, com esse seu joguinho, você não magoa só a ele ou a si mesma, mas também o Júlio. Eu sabia que ela tinha razão, mas não tinha o que se fazer... Eu não podia me deixar usar pelo Isaac e a única forma de esquecêlo era ficando com outro - o que não funcionava muito bem -.O que eu faria agora? Não podia acabar com o Júlio sem mais nem menos, podia? Que enrascada eu me meti... -Prometo pensar, tá legal? - eu disse a olhando. - Pense com carinho... - ela sorriu. - Vocês precisam conversar.
-Pode deixar... - eu disse voltando aos meus afazeres com a Mharessa. *** ISAAC DAVIS: Não, não e não! Como assim namorando? Ela só pode estar blefando! Eu passei esse mês todo dando espaço para ela, para que quando ela estivesse pronta nós conversássemos, e agora descubro que ela está namorando... Porque isso me incomoda tanto? Eu devia estar aliviado, mas só a desejo mais a cada dia... O que essa mulher fez comigo, meu Deus? Melhor dizendo: o que essa criança fez comigo? Isso não vai ficar assim! A cada dia que passa fica mais difícil me controlar, e qualquer dia irei seqüestrá-la, até que seu namoradinho desista de procurá-la...Espera aí...O que eu estou dizendo, meu Deus? Ela é livre pra namorar quem quiser, porém, quando eu o imagino beijando seu pescoço, sinto muita raiva desse cara; e hoje ela estava tão linda...Tão perfeita com aquele corpo que eu amo...Espera, eu disse isso mesmo? Se estivéssemos a sós, ela ia ter que correr o mais rápido e longe possível, porque eu iria arrancar aquele vestido de qualquer jeito, e eu veria o formato do seu corpo... Sorri só de imaginar a cena. Ah, como eu quero essa mulher, como eu a desejo... Nem sei se isso é amor ou apenas desejo, mas sei que a quero pra mim; quero a proteger, cuidar dela, dormir abraçadinho com ela, beijá-la quando eu bem entender e sem ninguém pra regular... Eu estava até me dando bem com o irmão dela por causa da aproximação dele com a Mallaika; ele me pediu desculpas pelo engano e eu desculpei, mas não sem antes eu pedir desculpas também, e ele também me desculpou. Ele disse para eu não magoar a irmã dele, senão, eu ia me ver com ele...Eu fiquei confuso e sem entender, e ele disse que notou o jeito que eu a olhei e o jeito que ela me olhou. Eu sorri ao me lembrar de tudo;
céus, eu preciso dessa mulher... E não vai ser um intruso que vai me impedir de tê-la. Ai, droga! Não pode ser! Acho que estou me apaixonando pela primeira vez... E pela minha pirralha... Minha pequena Lucy, o que você fez comigo?...
DEZESSEIS Eu continuei trabalhando com a Mharessa normalmente, até que o Isaac me chamou em sua sala, porque tinha algo importante para falar comigo. Eu, óbvio, fui; apesar de tudo, ele é meu
chefe. - Temos que conversar. - ele disse assim que eu me sentei na cadeira de frente para ele. -Não temos não. - eu tentei sair, mas a porta estava trancada. -Eu tenho meus contatos... - ele disse sorrindo - E você não vai sair até me ouvir. Isso não vai prestar... -Fala logo! - eu disse ríspida. -Primeiro, eu estou uma fera com você! - ele confessou com ódio. - O que eu fiz? - perguntei sem entender nada. -Quem mandou você estar namorando? - ele perguntou e eu vi mágoa em sua voz. -Eu já sou bem grandinha para me dizerem o que fazer. respondi rápido. -Eu sei que você não gosta dele... - ele disse baixinho. - Como pode ter tanta certeza? - eu o encarei. -Porque eu tenho... - ele suspirou. - Toda vez que nos beijamos, você não consegue me empurrar ou coisa do tipo; e eu vejo agora nos seus olhos o quanto está confusa, assim como eu... - Nada aver. - eu disse fria - Eu gosto dele sim, tá legal? -Não gosta. - ele se aproximou mais de mim e minhas pernas ficaram bambas. -Não se aproxime de mim! - eu disse me afastando. - Por quê? - ele sorriu. - Tem medo de não resistir? - Pára, por favor... - eu disse baixinho. - Eu posso ser tudo, menos traíra. -Então termina com aquele idiota! - quase gritou de raiva - E fica comigo! -Não posso... - eu suspirei. - Não confio em você... Ele se aproximou mais de mim. Eu tentei fugir, mas acabei na parede e ele de frente pra mim, próximo até demais...
-Pequena Lucy... - ele colou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. -Por favor, pára! - eu supliquei. -Por quê, se os dois querem? - ele me analisou sorrindo. Eu ia dizer algo, porém, eu só me concentrava em sua respiração - que se misturava com a minha - e, antes que eu pudesse raciocinar, sua boca devorou a minha e eu tentei empurrá-lo, mas, involuntariamente, minhas mãos foram para sua nuca e eu aprofundei mais o beijo - Céus, como eu senti falta daqueles calafrios, que só ele despertava em mim-. Depois, sua boca passou a beijar meu pescoço e sua barba fez cócegas; então, eu soltei uma gargalhada e ele pareceu satisfeito. -Isso é errado! - eu disse enquanto ele ainda beijava o meu pescoço. -Pois o errado nunca pareceu tão certo... - ele sussurrou entre um beijo e outro; depois, mordiscou de leve minha orelha e voltou a beijar meu pescoço, depositando outro chupão. -Vai ficar a marca! - eu disse dando um tapa de leve nele, que riu. -Eu quero te marcar todinha, pra ninguém chegar perto! - ele disse voltando a devorar minha boca logo em seguida. Logo ele parou de me beijar, mas só pra me ajudar a tirar o vestido, e não sei por que não consegui dizer não; eu apenas levantei os braços e assim ele o fez, puxou o vestido com tudo. A minha sorte é que hoje eu havia colocado um lingerie, e nem sei por quê, mas acho que adivinhei. Assim que eu não estava mais com o vestido ele analisou meu corpo de cima a baixo. - Isso tudo é pra mim? - perguntou olhando meu corpo. Eu comecei a gargalhar, mas minha gargalhada logo se transformou em um gemido quando ele mordiscou um dos meus seios e apertou o outro. -Acho que devemos parar por aqui... - eu finalmente disse.
-Mas você não quer parar! - ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo estremecer. -Mas é preciso... - eu disse tentando conter o meu desejo. Ele não me escutou e logo tirou seu terno inteiro, ficando apenas de cueca Box, e meu Deus... Que vista do paraíso! Antes que eu pudesse contestar, ele me pressionou na parede e eu coloquei minhas pernas ao redor da sua cintura; senti uma certa coisa dura que queria me ter ali e eu sorri ao perceber que eu era o motivo daquilo tudo; o beijo foi se tornando mais voraz e desejoso e de vez em quando eu soltava uns gemidos indesejados... Ele, então, me carregou ainda com as pernas ao redor da sua cintura para a sua mesa cheia de papéis e me deitou sobre ela, derrubando-os todos no chão. -Porque eu não consigo dizer não pra você? - eu disse mordendo seu lábio inferior. -Pelo mesmo motivo que eu não consigo parar quando você diz não... - ele disse sorrindo. Antes que as coisas piorassem alguém bateu na porta e eu me toquei que estávamos na empresa - ai, droga! - Me levantei rapidamente o tirando de cima de mim, peguei meu vestido e o coloquei de volta. Comecei a me arrumar, peguei o cachecol dele e enrolei no pescoço; óbvio que ele também começou a se vestir e se arrumar rapidamente e eu o ajudei a juntar os papéis do chão e os organizar na mesa novamente. Percebi que logo alguém destrancou a porta e adentrou o local. -Oi Gerody. - Isaac disse sem empolgação. -Vim trazer as fotos da nova coleção para você ver... - ele disse lhe estendendo uma pasta. Isaac a pegou fingindo empolgação. -Obrigado Gerody. - disse com um sorriso falso. Logo Gerody se despediu e saiu da sala. -Não devíamos ter feito aquilo... - confessei arrependida.
-Devíamos sim. - ele sorriu. - E, se não tivessem nos atrapalhado, teríamos ido até o final. - Não! - eu quase gritei. - Isso não pode voltar a se repetir! Quanto mais longe eu ficar de você, melhor. -Não faz assim, pequena Lucy... - ele disse fazendo biquinho. Era engraçado ele me chamar de pequena, já que eu tinha a altura e o porte de uma modelo; óbvio que ele era bem mais alto do que eu. -Já está feito! - eu disse gélida. - Não quero ser mais uma que você usa e joga fora... Sem contar o meu namoro. -Você não o ama... - disse suspirando - Se você o amasse, não se derretia em meus braços toda vez que nos beijamos. -Foi um erro. - eu disse me virando. -Não foi um erro... - ele se aproximou de mim. - Foi amor... E vai ser quando eu conseguir te ter só pra mim. -Não pode ser... - eu disse de cabeça baixa. -Me escolha, pequena Lucy... - sussurrou em meu ouvido. - Me escolha pra te amar; você não vai se arrepender... -Acabou por aqui Isaac. - eu disse séria. - Por favor, não faça mais isso... Você me confunde; e eu estou namorando agora. -Não!Por favor, não faz assim! - ele suplicava. Mesmo eu querendo muito ser dele, eu não ia ser mais uma de suas conquistas ou um troféu bobo que os homens exibem; eu não ia dormir pela primeira vez com alguém que eu não confiasse. Eu não disse mais nada; saí da sala imediatamente e voltei a trabalhar com a Mharessa. Ela me perguntou o que havia acontecido lá dentro e eu lhe contei tudo;mostrei até o chupão para ela, que gargalhou. Também disse a ela a parte de eu ser super virgem... DEZESSETE ISAAC DAVIS:
Assim que ela saiu da minha sala daquele jeito, algo dentro de mim se rompeu... Será que isso é se apaixonar por alguém? Eu ia atrás dela, até que a escutei conversando com Mharessa sobre o ocorrido. Eu, então - que não sou nada curioso -,fiquei atrás da porta as ouvindo... -Mas porque você fica se fazendo de difícil para o Isaac, se você o quer tanto quanto ele te quer? - Mharessa disse para ela. - Acontece Mah... - ela suspirou e em seguida começou a gaguejar - Que... Eu sou... Bem... É que... Eu sou super virgem! O quê?!Ela é virgem! Ai meu Deus, o que eu ia fazer... Ia tirar a pureza dela... Mas eu não sabia! Eu sei que devia desejá-la menos por causa daquilo, mas eu a queria mesmo assim... O fato de ela ser virgem não diminuiu o meu desejo; eu sei que parecia errado, mas eu a desejava de qualquer maneira e eu não queria que o primeiro fosse o namoradinho dela... Mas porque isso agora? Eu não ligava para isso antes, mas e se ele fosse um bruto e a machucasse? Não, não e não! Eu com certeza ficaria arrasado e ela mais ainda... E se a primeira vez dela não fosse como ela desejava?Ai, que confusão minha cabeça estava... Eu a queria, e ao mesmo tempo não queria machucá-la carnalmente, eu jamais me perdoaria por isso... Eu sei como as jovens gostam de sua primeira vez; elas querem algo especial e eu quase a possuí na mesa do meu escritório...Que idiota que eu fui... Mas eu quero essa mulher e não é só por uma noite; eu a quero por várias noites, eu a quero só para mim. Eu não sei se é apenas desejo carnal, sei que só de imaginar outros caras fazendo com ela o que acabei de fazer me dá raiva e uma imensa vontade de arrebentar a cara deles... Ela é só minha e espero que seja sempre assim minha pequena Lucy (...). ***
MHARESSA FERNANDA: Quando a Lucy me confessou eu fiquei boquiaberta.
- Mas você e ele quase... - nem precisou eu terminar para ela compreender. -Eu sei... - suspirou profundamente - Não consigo me controlar quando ele me beija... Eu soltei uma gargalhada. -Eu te entendo minha jovem... - eu disse ainda sorrindo. - Só um conselho: não se entrega de primeira não. Eles gostam de desafios. - Eu sei - ela disse de cabeça baixa -, mas não sei como dar o fora nele... Ninguém desperta em mim o que ele desperta, e eu estou tão confusa... - Calma Lucy... - eu tentei acalmá-la. -Me ajuda Mah... - ela me abraçou. - Não se preocupe... - eu a apertei no abraço; era bom finalmente ter uma amiga ali. - Se você ver que não vai resistir é só fugir. - Sair correndo? - ela me olhou assustada. -Se for preciso sim. - eu disse sorrindo. - Mas como isso irá ajudar no desejo que eu tenho aqui dentro? ela apontou para onde fica o coração. -Bem, isso eu já não sei... - eu suspirei. - Mas, se eu conheço meu amigo, ele não vai descansar até você esquentar a cama dele. Ela sorriu. -Eu tenho namorado. - ficou séria de repente. -E pelo visto não está dando conta do recado... - eu dei uma leve gargalhada, o que a fez ficar mais séria ainda. -Posso ser tudo, mas não sou traíra. - confessou. -Então fica com o Isaac e pronto! - eu dei um largo sorriso. -Não quero ser mais uma apenas por uma noite... - ela disse baixinho. - Olha, eu conheço o Isaac... - comecei dizendo - E tudo bem que ele sempre pegou as meninas e descartou, mas eu nunca o vi
perder o controle assim com ninguém; acho que o destino está pregando uma peça nele. -Ele só me quer ter na lista de suas conquistas... - fez aspas com as mãos. -Larga de ser boba! - eu lhe mostrei a língua de brincadeira, o que a fez sorrir. - O Isaac jamais misturou o profissional com o sentimental, e exatamente quando você entra na vida dele ele resolve fazer isso. - O que você quer dizer? - perguntou me olhando confusa. -Que o que está acontecendo entre vocês é muito mais que desejo... Eu jamais vi o Isaac assim. - eu sorri. - Ele está mais sereno e pensativo, sem contar que eu nunca o vi sentir ciúmes de ninguém até aquele dia na festa... Acredito que você não vai ser só mais uma.De algum modo, você é especial pra ele e ele a quer de qualquer jeito... Se prepare, porque ele não é de desistir assim tão fácil. Ela ficou me olhando apavorada. -Ele não pode insistir nisso! - ela disse com a voz trêmula, e pela primeira vez percebi que estava com medo. -Por que está com medo? - pergunteia olhando. Ela pareceu sem graça em responder. - Bem, é que... - começou dizendo. - Se ele me olhar com aquelas duas safiras penetrantes de novo, eu não vou resistir! Eu gargalhei alto dessa vez. -Você gosta dele! - eu disse entre risadas. -NÃO! - ela quase gritou. - Quer dizer, não sei... Só faz um mês que nos conhecemos...Como é possível? -Tudo é possível, minha cara! E eu acho que ele também gosta de você... - eu suspirei fundo para parar de rir. - Agora, se eu fosse você, não olhava para os olhos dele, se não quiser se deixar seduzir. -Vou tentar... - ela me abraçou novamente - Obrigada por tudo
Mah! -Quando precisar estou aqui... - eu a apertei mais no abraço. - E, se eu fosse você, terminava com aquele seu namorado. Não vale a pena ficar o iludindo de que tem chance, quando na verdade seu coração e desejo pertencem a outra pessoa. - Tem razão... - ela disse com tristeza. - Tenho que resolver as coisas com o Júlio, porque, por mais que eu tentei, um certo ser dos lábios quentes e macios nunca saiu da minha cabeça... Eu sorri ao escutar aquilo. -Tudo vai ficar bem. - eu acariciei seus cabelos. -Como é bom ter uma amiga aqui... - confessou. -Também acho. - confessei de volta. -Se eu soubesse que era tão legal, teria arrumado uma amiga antes... -Fico feliz que somos amigas! - ela se soltou do abraço e sorriu. Logo voltamos à realidade e começamos a trabalhar. *** JÚLIO KINGMAN: É hoje! Nem acredito que tomei coragem... Eu finalmente descobri o amor e eu a pedirei em namoro... Lucy... Quem diria que um simples nome se tornaria tudo na minha vida e que eu ficaria tão apaixonado em um mês... Tudo bem que ela não me deixava aprofundar o beijo por ela ser virgem, mas eu gostava disso nela. Nem acredito... É hoje que a Lucy vai ser minha e de mais ninguém! Algo me diz que ela vai dizer sim e eu torço por isso... Além do mais, preparei uma surpresa para ela no meu apê. Vamos ter a nossa primeira vez, óbvio que com o consentimento dela. Assim que ela ver o que armei tenho certeza que vai topar... Que garota não toparia uma primeira vez romântica dessas? Hoje eu direi que ela é minha e sempre será...
DEZOITO Lá vou eu ter que usar cachecol de novo... Que mania que ele tem de ficar me marcando! Mas até que eu acho engraçado, porque é como se ele estivesse desesperado para me ter, mas não vai ser mais tão engraçado quando eu terminar o que eu nem comecei com o Júlio... Eu sei que não deveria tê-lo traído, mas foi inevitável. Tudo bem que ainda não assumimos um namoro de verdade, mas eu estava ficando com ele pra valer e isso que pretendo fazer é errado... Só espero que não me odeie pra sempre. Quando tomei coragem peguei meu celular e enviei uma mensagem. WhatsApp: De: Lucy Yale Para: Júlio Kingman -Precisamos conversar. Não demorou muito e logo a resposta chegou. -Também acho... Estou sozinho em casa hoje. Vem pra cá, tenho uma coisa importante pra te falar. Eu fiquei sem saber o que fazer e com medo... Ai meu Deus, ele está sozinho! Não pense besteira Lucy... Ele não pode tentar nada com você, ou pode?Deixei esses pensamentos de lado e decidi ir. Expliquei tudo para a Mharessa, que achou que eu não deveria ir, mas não dei muita importância; encerrei meu turno mais cedo e parti. Eu sabia que a casa dele era longe - quase fora da cidade -, mas eu só ia dar uma passadinha lá, resolver tudo e ir embora. *** ISAAC DAVIS:
- Mah, cadê a Lucy? - eu disse me aproximando. Ela ficou um tempo pensando, em dúvida, se deveria dizer ou não. - Bem... - ela suspirou. - Se eu fosse vocêcorria...Ela foi pra casa do namorado e ele está sozinho lá. -O QUÊ?! - eu dei um soco na mesa. - O que ela foi fazer lá? -Ela é inocente, Isaac... - confessou. - Ela vai terminar com ele, mas acho que não é isso que ele quer... Eu tenho medo de que algo ruim aconteça a ela... -Me arrume o endereço agora! - eu disse a ela e fui até a minha sala pegar a chave do carro. Quando voltei, ela já estava com o endereço em mãos. -Boa sorte... - ela sussurrou. E eu saí dali rapidamente. Nem morta que esse cara vai se aproveitar dela! Entrei no carro e saí arrancando com tudo. Eu precisava chegar a tempo... Eu precisava impedir esse cara! Eu já fui assim, sei o que ele pretende, mas como Lucy não vê? O trânsito estava horrível, para o meu desespero, e se eu não chegasse a tempo? Expulsei esses pensamentos e saí cortando caminho entre os carros, até que cheguei a um imenso prédio e estacionei o carro. Logo, o porteiro me olhou alarmado, mas eu tratei logo de ameaçá-lo para que me deixasse entrar. Ele me olhou por um tempo e logo me deu passagem. Não demorou para eu encontrar a porta, então bati e ninguém respondeu.Fiquei tão assustado que resolvi arrombá-la e assim eu o fiz, porém, me deparei com uma cena que não gostei muito... -Júlio, não faça isso... - ela tentava tirá-lo de cima dela. Óbvio que eles não estavam fazendo - para o meu alívio -, mas ele estava tentando e forçando a barra. No impulso, o peguei pelo colarinho da camisa e o tirei de cima dela, com uma certa brutalidade.
- O que... - ele me olhou sem entender nada. E eu não acreditei... Aquele era o garoto da festa. -Nunca mais se aproxime dela! - eu rugi - Ou eu acabo com você em menos de 2 minutos! Logo, ela se posicionou ao meu lado. - Mas eu achei que... - ele disse a olhando. -Eu vim aqui terminar com você! - ela respondeu o olhando -Não por causa disso! -Você tem outro, não tem? - ele perguntou furioso. Eu esperei ela negar, porém, não chegou nem perto do que ela disse... -Tenho sim... - ela disse suspirando. - Tentei negar pra mim mesma, mas não consegui...Nem sei se gosto mesmo dele, mas ele desperta algo bom em mim,algo que jamais havia visto antes; e eu não vou ficar com ele por não confiar, mas, se me provasse que é diferente, eu me jogaria em seus braços... Eu me virei para ela e um sorriso involuntário brotou por todo o meu rosto; ela também sorriu em resposta. Não podia ser... Ela estava falando de mim! Acho que vou ter um ataque cardíaco... -Vamos embora, Lucy. - eu a puxei antes que ele pudesse dizer qualquer coisa e ela não reclamou. Logo chegamos ao meu carro e, quando estávamos de frente pra ele, ela me fez parar e olhar para ela. Ela me abraçou apertado e eu fiquei confuso, mas retribuí o abraço. - Obrigada! - sussurrou limpando as lágrimas que ameaçavam cair. -Ei! - eu a fiz olhar nos meus olhos. - Nunca mais faça isso comigo! Eu quase tive um infarto ao imaginar ele tocando em você... Ela deu um largo sorriso e voltou e me abraçar. Depois de longos segundos ela me soltou e ficamos nos encarando, até que ela colocou as mãos em minha nuca - assim
eu não resisto... -.Depois,eu me aproximei lentamente e uni nossos lábios.Logo o beijo foi ficando mais quente e eu me afastei; ela só me olhava confusa. -Acho bom pararmos... - eu disse por fim. Ela me olhava ainda confusa. -Não que eu não queira te beijar... Eu quero e muito, mas você sabe o que acontece quando nos beijamos... - eu sorri. - E não quero perder o controle dessa vez, porque não quero te forçar a nada. Ela deu um largo sorriso e como eu amo esse sorriso... *** JÚLIO KINGMAN: Não pode ser!... Eu preparo essa noite maravilhosa, peço ela em namoro, tento seduzi-la com todo o carinho do mundo - como jamais fiz com mulher alguma -, ela não se deixa seduzir e, pra piorar, aparece o cara da briga na festa... Que droga! Como ela pôde se envolver, logo com ele? Isso não vai ficar assim! Lucy, você que me aguarde... Não sou um homem de levar um “não”! Um dia você será minha e não vai ser esse amolfadinha que vai me impedir! Lucy Yale e Júlio Kingman estão destinados a ficarem juntos, nem que pra isso eu tenha que mudar o destino...
DEZENOVE Eu desci na parada perto de seu apartamento e ele foi me buscar. Eu estranhei, pois Júlio estava mais feliz do que o normal... Eu fui até o apartamento, me sentei no sofá e ele começou a me beijar; eu tentava falar e fazê-lo parar, mas nada adiantava - ele estava sedento por desejo -. Eu estava apavorada, até que vi duas safiras que deixam minhas pernas bambas e agradeci muito por ele ter chegado a tempo... Já fazia um tempo que eu e Isaac estávamos na estrada e uma chuva forte havia se iniciado. Não estava dando pra ver nada,além de estar muito escuro. -Acho que vamos ter que parar para dormir... - ele disse me despertando dos meus pensamentos. - O QUÊ?! - eu quase gritei. -Calma! Eu não vou te atacar! - ele sorriu. - A menos que você queira.
-Não é isso... - eu abaixei a cabeça - Meu irmão vai me matar... -Você não precisa dizer por que vai passar a noite fora, só diz que precisou passar a noite com uma amiga. - ele disse me observando. -Tudo bem. Se não tem outro jeito... - eu disse baixinho. Paramos em frente a um imenso prédio e ele foi pedir os quartos, enquanto eu ficava sentada ligando para minha mãe. “Alô?” – Eu quis saber “Lucy!Onde você está?” – Ela perguntou toda preocupada “É complicado, mas eu vou ter que dormir na casa de uma amiga... Andou acontecendo umas coisas, depois te conto.” – Menti descaradamente mas não tinha outro jeito “Tudo bem, mas da próxima vez ligue mais cedo... Eu quase morri de preocupação!” – Ela pediu “Tudo bem, mãe. Tchau.” – Eu me despedi “Tchau, querida!” – Ela se despediu em seguida e assim eu encerrei a ligação - Péssimas notícias! - Isaac se aproximou de mim e eu o olhei confusa. - Eles só têm um quarto...E de casal ainda... - ele sussurrou pra mim. Eu comecei a gargalhar e ele ficava me olhando sem entender nada. -Isso não vai prestar... - eu disse pra ele e o mesmo me acompanhou nas risadas. Logo pegamos nossas coisas e fomos para o quarto, que por sinal era bem bonito e muito espaçoso; fiquei um tempo admirando o lugar. -Se eu fosse você tirava essa roupa... - ele disse me analisando e eu fiquei o olhando séria. -Calma, é só pra não pegar um resfriado... Sua roupa está toda molhada. - disse sorrindo.
Eu nem tinha percebido, mas tudo estava molhado. -Não precisa ficar com vergonha... - ele sorriu. - Eu já vi o que você tem aí de baixo. Eu fiquei sem graça ao lembrar e ele veio até mim e me abraçou. -Não precisa ficar sem graça. - disse acariciando meus cabelos. Por mim, eu te possuía agora, mas não quero te forçar a nada... Eu quero que seja minha porque escolheu isso. -Obrigada. - eu sorri e assim que ele se virou tirei minha roupa e meus sapatos. Logo ele me olhou e me analisou de cima abaixo. -Vem cá. - ele bateu na cama e eu fiquei com medo de ir. - Não precisa ter medo... Eu só quero cuidar de você e prometo não te atacar. Eu sorri e logo me juntei a ele, que me tomou em seus braços. Eu estava de costas para o seu peitoral e ele brincava com as minhas mãos; até então não havia percebido, mas ele estava sem camisa... - Ele te fez algum mal? - ele perguntou ainda brincando com as minhas mãos. -Não.- suspirei. - Você chegou a tempo. -Ainda bem! - ele disse, agora acariciando meus cabelos. -Não sei por que isso está acontecendo... - eu confessei. -Nem eu - ele sorriu -, mas vamos só curtir esse momento de paz.Eu não sei que desejo é esse que sentimos um pelo outro, mas é muito bom... Eu me levantei com muito custo e queria beijá-lo, mas ele me cortou. -Acho bom não nos beijarmos. - ele suspirou e meu sorriso sumiu. -Entenda bem, Lucy... Estamos só nós dois aqui e sem ninguém para atrapalhar... Se você me beijar, não vou me controlar...
Eu comecei a gargalhar, mas como não me dou por vencida mordi seu lábio inferior - era engraçado provocá-lo. -Não faz isso pequena Lucy! - ele disse impaciente. - Ou o quê? - eu disse agora mordendo meu lábio, porque sabia que ele ficava doido. -Não faz isso! - Agora eu via o desejo refletir em seus olhos. -Não estou fazendo nada... - eu mordisquei de novo seu lábio. -Você quem pediu... - ele se deitou sobre mim e começou a espalhar beijos entre o meu pescoço. De vez em quando ele me dava uns chupões e eu gemia de prazer; depois ele começou a espalhar beijos e chupões pelos meus seios e eu segurava na cama para não cair, pois as coisas estavam esquentando... Eu achei que ele fosse tirar o que sobrou da minha roupa, mas do nada ele se afastou e eu fiquei o olhando confusa; ele me queria, mas por que estava lutando? -Pára de me provocar! - ele disse por fim. - O que está havendo? - eu perguntei o encarando. -Escutei sua conversa com a Mah... - confessou. -Então quer dizer que você sabe que eu... - tentei dizer. -Sim. - ele suspirou. - E por isso quero ir mais devagar... Não quero que se arrependa, ok? -Ok. - eu sorri, porque ele estava se preocupando com o meu bem estar. Logo me deitei de novo em seus braços acolhedores e ele me deu um beijo no topo da cabeça. -Você é tão linda, pequena Lucy... - essas foram as últimas palavras que ouvi dele, porque adormeci em seus braços quentes... *** Acordei e não vi ninguém do meu lado; procurei por todos os lados e nada do Isaac, então resolvi tomar um banho, porém sem tirar o resto das roupas. Peguei uma toalha e corri para o
banheiro... Estava perdida em pensamentos e com os olhos fechados, quando escutei alguém entrar e fechar a porta atrás de si.Óbvio que abri os olhos e lá estava ele - mais lindo do que nunca -, vestindo apenas uma cueca Box, e fiquei olhando para ele mais do que deveria. -Eu vim ver se você estava aqui... - ele disse meio sem graça e notei que se ele quisesse me atacaria ali; e agora ele me analisava meu corpo. -Sem segundas intenções, mas será que eu posso banhar com você? É que estou atrasado... - confessou sem graça. - Tudo bem. - eu disse por fim. Logo ele se juntou a mim e, como não consigo ter ele por perto por muito tempo, quem o atacou foi eu, encostando-o na parede do banheiro e dando-lhe um beijo quente. Ele retribuiu de imediato e a água do chuveiro ainda caía sobre nós, mas antes que aprofundássemos mais aquilo seu telefone tocou e ele saiu pra atender, me deixando com ainda mais desejo...
VINTE Logo ele me deixou em casa e partiu para o trabalho. Ele disse que se eu quisesse não precisava trabalhar por causa do que passei, e acabei concordando em ficar em casa, não por causa de tudo o que passei, e sim porque estava morrendo de vergonha eu me entreguei a ele de bandeja -...A sorte é que ele pensa antes de agir, diferente de mim. Então, resolvi ignorá-lo a todo custo, mas foi bom sentir de novo seus beijos e seus desejos, que eu sei que só eu desperto nele... -Terra chamando Lucy! - mamãe sacudia as mãos na minha frente. - Onde passou a noite? - disse me olhando.
-Já te falei por telefone... - eu suspirei. -Você está com um brilho diferente... Eu conheço a minha filha o bastante! - ela sorriu.- Seu irmão não está em casa. Pode me contar. -Tudo bem... - eu suspirei. Então eu relatei todos os ocorridos, do primeiro beijo às quase primeiras vezes; também mostrei as marcas no meu pescoço, que não eram mais uma ou duas, mas eram mais de cinco chupões e agora estava mais difícil de esconder, e no final dos meus relatos ela sorria como ninguém. -Eu e seu pai éramos exatamente assim... - ela confessou. Éramos sedentos pelo desejo, mas se você gosta desse seu Isaac você tem que correr atrás. Não faça como eu, que fugi sem esperar uma explicação... Eu me arrependo até hoje; ele teria gostado de fazer parte da vida de vocês... -Ainda dá tempo de voltar atrás... - eu a abracei. -Eu sei e espero resolver isso logo, minha menina. - ela me apertou em seu abraço e eu não podia estar mais feliz. -Não fuja do que você sente, mas também não se entregue de primeira... - ela disse sorrindo. - Obrigada, mãe. - coloquei a cabeça em seu ombro e ela começou a fazer cafuné em mim. - Vou seguir seu conselho. Logo eu saí e fui tomar um banho; eu ia resolver essa história com o Isaac por bem ou por mal... Banhei, coloquei um vestido soltinho com botões na frente, um tênis All-Stars dourado com branco e parti. Logo cheguei ao imenso prédio e não hesitei em entrar. Assim que Mharessa me viu ela parecia tensa e nervosa, mas passei sem nem falar com ela.Fui direto para a sala do Isaac e ela disse alguma coisa, mas nem ouvi. Assim que abri a porta eu vi Agnes agarrada ao Isaac em um beijo voraz, ela estava sentada em seu colo e com as pernas abertas; e eu me arrependi amargamente de
não ter ficado em casa... Se eu fosse uma garota normal, teria saído correndo e chorando, mas eu não sou... Então, bati a porta forte atrás de mim, o que a fez saltar do colo dele e Isaac me olhar assustado. - Atrapalho alguma coisa? - eu disse ironicamente. -Sim! - Agnes respondeu de imediato. -Não! - Isaac interveio. -Era por isso que você não queria ceder e dormir comigo Isaac? Pra ficar de sem-vergonhice com qualquer uma no seu escritório? - eu disse séria. -Pera lá! Eu não sou qualquer uma não!... - ela tentou dizer. -Ah, não é não? E quem é que faz de tudo para dormir com ele? - apontei para o Isaac - Quem é a puta que fica o atiçando até ele ceder? -Olha lá como você fala comigo, senão eu vou... - ela tentou dizer, mas eu a interrompi. - Vai o quê? - me aproximei dela. -Não é isso o que você está pensando Lucy... - Isaac interveio. -Nunca é, mas para o seu governo eu não estou pensando nada... Eu estou vendo! Muito obrigada por me mostrar quem você é de verdade, antes de eu cometer a burrada de conversar sobre meus sentimentos com você... - eu disse baixinho. -E quanto a você, vagabunda, faça bom proveito! - eu disse por fim. Ela ia partir pra cima de mim, mas eu fui mais rápida e lhe dei um tapa na cara, fazendo-a cambalear pra trás. - Lucy, por favor... - ele implorou. -Eu vou embora! E não tente vir atrás de mim! - eu disse saindo da sala e batendo a porta forte atrás de mim. - O que houve? - Mharessa perguntou olhando meu estado. -Só encontrei uma vagabunda no meu caminho... - eu disse suspirando.
-Desculpe... - ela disse baixinho - Eu tentei te avisar... -Tudo bem, Mah... A culpa não é sua; eu é que fui uma trouxa por confiar nele... - eu confessei. - E o pior é que se não tivessem nos atrapalhado das outras vezes, eu já seria dele há muito tempo... Ela me abraçou forte e eu agradeci por sermos amigas. -Acho que deve ter alguma explicação lógica para isso... - disse alisando meus cabelos. -Tem, sim... A minha burrice! - eu disse me afundando no seu abraço. -É sério...O Isaac não é assim. - ela confessou tentando me animar. -Acho que eu vou indo... - me soltei de seu abraço. Antes de eu sair, a porta da sala do Isaac abriu e ele veio até mim. -Por favor,me deixa explicar... - ele disse segurando meu braço, mas eu me soltei com brutalidade. -Você não tem nada para me explicar!Você é um homem completamente livre; tem o direito de pegar qualquer vagabunda! - eu disse séria. - Você está com ciúmes? - vi um sorriso esperançoso brotar em seu rosto. - Eu com ciúmes? Jamais teria ciúmes de um cara que... Um cara que... - eu procurava a palavra certa para descrevê-lo. -Um cara que está completamente louco por você! - ele me segurou pela cintura e se aproximou até que o último centímetro que tínhamos um do outro sumisse. Eu tentei sair, mas ele era mais forte e o beijo dessa vez não foi voraz como das outras vezes; foi calmo e com ternura. -Me deixa explicar... - ele encostou a testa na minha. E antes que ele dissesse mais mentiras eu me soltei de seus braços fortes e me pus a correr, antes que ele viesse atrás de
mim. Peguei um táxi e voltei pra casa feliz e arrasada... Ele estava louco por mim, mas nada me tirava da cabeça que eu seria mais uma na sua lista, e eu não queria ser... Minha vontade era de bater - e muito - na cara da Agnes, porque assim que ela me viu me olhou com satisfação. Meu coração dizia para eu ouvi-lo, mas eu preferi ficar com a razão, antes que eu cometesse alguma besteira... Tranquei meu quarto, deitei na cama e de tanto ser tomada por pensamentos acabei adormecendo...
VINTE E UM AGNES HOLT:
Bem, acordei cedo como de costume e fui para uma lanchonete tomar café; foi quando vi a idiota da nova namoradinha dele entrando em um táxi apressada, e ela só podia estar indo à empresa, então me veio uma idéia na cabeça... Paguei a conta, saí imediatamente e montei na minha moto. Como era de se esperar, cheguei primeiro do que ela e entrei na sala, sem falar com a secretária ou com ele; subi um pouco a minha roupa e subi em cima dele, que tentava me empurrar, mas eu colei nossos lábios; foi quando a porta se fechou brutalmente e eu não tirava meu sorriso de satisfação do rosto. Logo que ela armou o barraco e saiu, o Isaac faltou me bater... -Ela não merecia isso, Agnes! - ele disse frio. -Ela não é mulher pra você... - eu disse ainda com a mão no rosto, onde havia levado um tapa. - Ela é a mulher que você jamais será! - respondeu grosso. Você sabia que ela viria, por isso armou tudo... Você é completamente louca! -Não acredito que esteja arreado pela virgenzinha! - eu rugi. -Ela não é uma simples virgem! - ele gritou. - Eu sou louco por ela, e vê se você se toca e pensa um pouco... Entre eu e você não rola, nem hoje, nem nunca mais! Vá procurar outra vida para infernizar, porque a minha você não inferniza mais! E espero que, quando eu voltar, você não esteja mais aqui! E, dizendo isso, ele fechou a porta atrás de si a batendo com força e isso me fez pensar um pouco... Será que eu estava agindo certo? ISAAC DAVIS: O que eu faria agora? Já estava difícil, e ela não querendo olhar pra minha cara então... Eu não queria admitir, mas realmente eu estava me apaixonando pela Lucy aquele jeitinho dela havia me conquistado de uma forma inacreditável - minha pequena tão fragilizada -, e eu não queria ser o motivo do seu sofrimento;
queria ser o motivo da sua alegria... Por que a Agnes tinha que estar no meu caminho? Logo, o telefone tocou. “Pode falar, Mah.” – Disse com mal humor evidente “O senhor Thompson te espera na sala dele.” – Ela disse simplesmente “Tudo bem, obrigado.” – Suspirei pesadamente “De nada!” – Disse amigavelmente “Mah, você sabe se a Lucy vem trabalhar amanhã?” – Eu quis saber precisava ter alguma noticia da minha pequena Lucy “Bom, ela disse que vem, mas não quer que você lhe dirija a palavra... Só se for para tratar de alguma coisa relacionada ao trabalho.” – Minha amiga suspirou pesadamente do outro lado da linha “Muito bem. Obrigado.” – Encerrei a ligação Suspirei pesadamente me aconchegando mais em minha cadeira de couro envolto por meus pensamentos, mas não deu tempo de pensar muito e fui direto para a sala do Levy. -Me chamou, senhor? - eu disse entrando em sua sala. -Senhor está no céu... - ele disse sorrindo. Eu fui até ele e lhe dei um grande abraço, batendo em suas costas. -Bom... Como você sabe, - ele suspirou - eu vou ter que fazer uma viagem, mas não quero que a Cármen fique na minha sala...Por isso, quero que fique aqui tomando conta de tudo. - Se não a ama, não devia estar noivo dela. - eu disse por fim. - É complicado... - ele abaixou a cabeça. - Mas você aceita ficar na minha sala até eu voltar? -Quanto tempo vai durar a viagem? - eu perguntei o olhando. -Uma semana. - ele não parecia animado com a viagem. -Tudo bem... Eu posso aceitar os chiliques da Cármen até você voltar. - eu dei uma leve gargalhada.
-Espera até eu contar pra ela que você vai ficar no meu lugar, e não ela... - ele deu um sorriso fraco. - Ela não sabe? - eu bati em seu ombro o dando apoio. - Boa sorte quando for contar. E assim eu saí do seu escritório. LEVY THOMPSON: Papai exigiu a minha presença na reunião para resolvermos as coisas do próximo desfile, e eu estava sem ânimo algum... Já não basta ter praticamente me arrumado a Cármen, só porque ela trabalha aqui há anos...Se não fosse por isso, talvez eu e Daphne estaríamos juntos... Nunca vou entender o real motivo de ela ter me abandonado e ter me deixado um homem completamente vazio por dentro... Logo a porta do meu escritório se abriu, revelando meu pai. -Vamos, anime-se! - ele disse vindo até mim - Parece até que vai a um enterro! -Quem me dera se fosse o meu enterro... - eu disse me jogando na cadeira, completamente desanimado. - Não diga besteiras... - ele se aproximou de mim. - E trate logo de marcar a data do seu casamento com Cármen. Eu quero ser avô! -Já não basta me transformar em seu bonequinho; agora quer
controlar a minha vida também? - eu disse sério. -Porque está tão grosso hoje? Devia me agradecer... Cármen é uma boa moça, e pelo que notei,ela ama você. - ele se sentou de frente pra mim. -Mas de que adianta, se eu não sinto nem um pouco de afeto por ela? Se eu me casar, vou ser completamente infeliz... - confessei. - Eu era feliz, pai... Eu sorria mais e era alegre, até minha alegria ir embora com Daphne... Você nunca me compreendeu e nem procurou me compreender, já a mamãe... -Não fale besteiras! - ele disse num tom autoritário - Você jamais poderia ser feliz vivendo com aquela garçonete! -Dinheiro não é tudo, como você pensa que é... - eu suspirei. Ou se esqueceu de como conheceu a mamãe? -Sua mãe foi exceção... - foi a vez dele suspirar. -Muita exceção. Tanto é que eu, Allycia e Ryan nascemos dessa exceção... - eu disse baixinho. - Você é feliz, então, porque eu não posso ser feliz também? -Não seja ridículo! Sabe que seu casamento com Cármen vai fazer bem aos negócios... - ele disse grosso - E não discuta comigo! -Sempre os negócios em primeiro lugar;já a felicidade do seu filho... - eu disse o olhando. - Eu só não fui atrás de Daphne
porque você me impediu; e me deixou infeliz. -Chega desse assunto... Você vai comigo amanhã à noite sim! E esse casamento irá acontecer, você querendo ou não. Agora, esquece aquela garçonete e pense no seu futuro brilhante... - ele disse com uma expressão sonhadora. -Muito bem, já disse o que tinha de dizer. Agora, por favor, se retire da minha sala, eu tenho que trabalhar! - eu disse grosseiramente. - Pra que isso tudo? - perguntou se levantando da cadeira. -Eu preciso trabalhar, senhor Marcelo Giuseppe Thompson... eu disse olhando para o computador. -Muito bem... - ele forçou um sorriso - Nos vemos amanhã. E ele logo saiu da sala, me deixando sozinho com meus pensamentos. E eu nem sabia por onde começar a dizer para a Cármen que ela não ficaria com o meu escritório... Dessa vez eu não conseguia confiar naquela mulher...
VINTE E DOIS Acordei antes do despertador tocar, tomei um banho e fui me arrumar para ir à escola... Sem muito ânimo, óbvio. Cheguei e nem sinal do Júlio... Ainda bem, pois eu não queria me encontrar com ele. Assisti às aulas sem prestar muito atenção e,assim que acabaram, corri para casa sem falar com ninguém, tomei um banho e me arrumei para o serviço. Optei por um vestido com estampa azul e detalhes rosa, peguei minha bolsa também rosa e coloquei meus saltos beges. Uma hora ou outra ia ter que encarar a realidade... *** SCOTT YALE: Eu convidei a Mallaika para uma festa na piscina e óbvio que ela topou de primeira... Eu e ela estamos cada vez mais próximos, e
eu realmente gosto da companhia dela. Só não a pedi em namoro ainda porque não quero precipitar as coisas; ela já sofreu demais com aquele ex-namorado dela, e se eu pego aquele cara que a fez chorar não vai sobrar um dente... Eu a prefiro sorrindo; ela fica tão linda...Ainda mais quando eu sei que sou o real motivo... - Eu gosto de sair com você... - ela comentou. - Eu me esqueço dos problemas. -Essa é a intenção. - eu sorri estacionando o carro em frente a casa. - Obrigada por tudo... - ela depositou um beijo em meu rosto. Queria ter te conhecido há três anos... -Que tal recuperarmos o tempo perdido? - eu disse e logo em seguida lhe dei um selinho demorado. -Vamos com calma... - ela deu aquele sorriso que eu tanto amo. Logo saímos do carro e estávamos caminhando em direção à casa, até que eu vi um carro completamente desgovernado ir na direção dela e eu vi desespero em seus olhos; então eu a empurrei e ela caiu na calçada, porém, eu senti o baque da pancada e de repente tudo escureceu... *** LEVY THOMPSON: Não sei o que me deu...Comecei a sentir um aperto no peito, que chega a ser sufocante, como se algo tivesse acontecido com alguém importante pra mim, mas quem? A dor foi tanta que tive que me sentar na poltrona, e logo liguei para a Rosângela. “Rosângela!Me traz um copo com água... Rápido!” – Pedi impaciente “Sim, senhor. Eu já estou indo!” – Disse apressadamente Logo encerrei a ligação, e ela chegou e se sentou do meu lado. - O que aconteceu? - ela se sentou ao meu lado e me entregou o copo com água.
-Estou com uma dor muito forte aqui... - apontei para o coração. -Vou buscar um remédio... Já volto. - ela disse se retirando. Eu resolvi levantar, mas a dor veio mais forte e eu caí no chão. O que estava acontecendo afinal?Porque essa dor tão forte?... *** MALLAIKA EVANGELINA: Quando eu vi o Scott do outro lado da pista, completamente desacordado, eu me desesperei; ele tinha acabado de salvar minha vida... Corri até ele e notei que estava saindo muito sangue da sua cabeça, então me desesperei mais ainda. -Scott! Fala comigo por favor! - eu supliquei, mas ele continuava desacordado. Peguei o celular e liguei para a emergência, e de repente fui tomada por lágrimas desesperadas... Logo, a ambulância e a polícia chegaram e o cara foi preso em flagrante; e estava completamente bêbado... -Eu vou com ele... - eu disse assim que o colocaram em uma maca. - O que você é dele? - um dos médicos perguntou me olhando. -Sou a namorada, e eu não vou ficar aqui...Eu vou com ele! - eu disse em meio às lágrimas. Com muito custo ele acabou concordando, e assim que estava na ambulância resolvi ligar para a Clarissy. “Alô?” – Clarissy atendeu ao segundo toque -C-c-Clarissy? – Não consegui controlar minha voz em barganhada por causa do choro “Mallaika?” – Ela quis saber “S-sim, s-sou eu...” – Eu meio gaguejei meio solucei “Calma...O que está acontecendo?” – Ela quis saber já preocupada “O Scott salvou minha vida...” – Foi tudo o que eu consegui dizer
“O que exatamente aconteceu?” – Ela pediu aparentemente nervosa que eu explicasse “Ele foi atropelado...” – As lágrimas molhavam meu rosto sem pedir licença “O quê?!” – Ela gritou “Eu não sei o que fazer, estou desesperada... Estamos indo para o hospital.” – Disse ainda envolta pelas lágrimas Passei o endereço do hospital para ela e ela disse que iria para lá imediatamente. Agora eu tinha certeza: eu o amava ainda mais do que antes, e se algo pior lhe acontecesse eu jamais me perdoaria... Eu não podia perdê-lo, não agora... DAPHNE YALE: Do nada, eu comecei a sentir um aperto forte no peito e comecei a me preocupar... Será que havia acontecido alguma coisa com Scott ou até mesmo com Lucy? Não pense o pior, Daphne...Deve ser só um pressentimento. Se algo acontecer aos meus filhos, nem sei o que eu vou fazer...De repente meu celular começou a tocar, me despertando do transe. Olhei no visor e estava escrito “Clarissy”, então, atendi de imediato. -Oi Clarinha! -Daph, não sei nem por onde começar... Percebi que ela chorava do outro lado da linha. -Pelo amor de Deus, Clarissy...O que está acontecendo? -Eu estou no hospital... De repente, eu fiquei alarmada. Hospital não era coisa boa... -Aconteceu alguma coisa com a Lucy, é isso? -Não, dessa vez foi o Scott... -O que tem ele, Clarissy? Me diz pelo amor de Deus...O que aconteceu com o meu filho? -Daph, não conheço outro método de lhe contar isso, mas ele foi atropelado por um carro desgovernado e seu estado é
delicado... -O quê?! Não, não pode ser! Meu filho não... -Calma Daph... Parece que ele salvou a vida da Mallaika... Ele a empurrou e foi atingido no seu lugar... Eu já estava chorando - e muito -...Mesmo sabendo que poderia sofrer as consequências,não hesitou e salvou a vida de outra pessoa... Esse era o meu menino, mas ele não podia fazer isso comigo... -Estou indo para aí! Eu desliguei e o choro ficou maior; meu menininho não... Saí de casa correndo, peguei um táxi e fui direto para o hospital. Cheguei lá e Clarissy estava sentada tentando, em vão, acalmar Mallaika, que chorava descontroladamente. - Como ele está? - eu me juntei a elas. -Os médicos entraram lá com ele e não disseram mais nada... ela veio até mim. - Vai ficar tudo bem, não se preocupe. Ele é super forte... -Assim espero... - eu disse a abraçando. - Já avisaram a Lucy? -Não... - Clarissy disse de imediato. - Ela é muito apegada ao irmão e vai pirar... Eu não sei como contar... -Desculpa... - Mallaika disse vindo em minha direção - A culpa é toda minha! Era para eu estar naquele estado, e não ele... -Acalme-se, querida... - eu a abracei. - Se meu menino a salvou sem medir as conseqüências é porque ele realmente gosta de você e, apesar desse estado, eu estou orgulhosa dele, mas o que me deixou arrasada foi saber que o cara estava completamente bêbado... Eu tentei a acalmar por algumas vezes e ela fazia o mesmo por mim. Ficamos sentadas esperando e eu não tive coragem de ligar para Lucy ainda; meu choro não cessava à medida que eu não tinha notícias do meu menininho...
VINTE E TRÊS Isaac tentou falar comigo várias vezes, mas eu o ignorei. -Sabe que vai ter que falar com ele mais cedo ou mais tarde, não sabe? - Mharessa disse me despertando dos meus pensamentos.
-Prefiro mais tarde... - eu sorri e ela tentou disfarçar, mas acabou sorrindo também. Eu comecei a me sentir angustiada, como se uma parte de mim estivesse em perigo, e de repente meu celular começou a tocar descontroladamente; eu não ia atender, mas quando vi que era a mamãe resolvi atender. “Oi mãe!” – Disse toda animada “Oi filha...” – Ela meio soluçou do outro lado da linha “Aconteceu alguma coisa? Você está com a voz de choro...” – Perguntei completamente preocupada “Bem... Aconteceu e nem sei por onde começar a te contar... Só não quero que fique em pânico, ok?” – Ela disse se controlando para não demonstrar que estava chorando me deixando ainda mais angustiada “Já estou apavorada, mãe! O que aconteceu?” – Perguntei totalmente preocupada e com medo do que estava prestes a vim “Bem... Não encontro jeito melhor para falar isso... Mas bem... Seu irmão foi atropelado por um bêbado e está no hospital com o estado delicado; eu, sua tia e Mallaika já estamos aqui...” – Ela disse com pausas a fim de amenizar a noticia o que não adiantou muito meu coração se apertou no peito Eu nada respondi, só fiquei calada, sem reação. “Filha! Ainda está aí?” – Mamãe perguntou preocupada O telefone caiu da minha mão e Mharessa me olhava sem entender nada, até que tudo começou a ficar escuro e a última imagem que me lembrava era de alguém se aproximando; depois, não me lembrava de mais nada... Tudo havia apagado... *** ISAAC DAVIS:
Bem, eu já estava colocando algumas coisas minhas no escritório do Levy, foi quando escutei gritos da Mharessa; então fui correndo até onde ela estava. Porém, o que eu presenciei não foi nada legal - Lucy estava caída no chão, completamente desacordada. Me aproximei desesperado e comecei a sacudi-la. -Lucy! Pelo amor de Deus, acorda! - eu suplicava. - Mas o que aconteceu afinal, Mharessa? -Não sei... - ela disse em meio às lágrimas - Ela atendeu uma ligação e desmaiou! Antes que eu pudesse falar mais alguma coisaela começou a acordar. - O que aconteceu? - ela disse se levantando. -Você desmaiou! - eu disse por fim. - Ai meu Deus... - ela começou a chorar - O Scott... - O que aconteceu? - perguntei a olhando. -Ele foi atropelado... - ela disse em meio às lágrimas. Desculpe, mas eu preciso vê-lo... -Eu vou com você. - eu disse de imediato. Achei que ela fosse contestar, mas nem se deu ao trabalho e eu fui com ela. Chegamos lá e Mallaika e outras duas mulheres choravam descontroladamente. - Mãe! - ela abraçou uma mulher que era a cópia dela, só que mais velha - Como ele está? -Não sabemos ainda... - ela disse tristonha. -Tia Clarissy! - ela foi em direção à outra mulher e a abraçando. -Calma, menina... - ela a apertou mais em seus braços. - Eu não sei o que vou fazer... - Lucy confessou - Ele é minha outra metade... A mãe dela e a tia, depois que saíram de perto dela, ficaram me analisando de cima abaixo, enquanto Lucy tentava consolar Mallaika.
-E quem é esse homem bonito? - A mãe disse para Lucy. -Quase me esqueci... - ela forçou um sorriso e veio até onde estávamos. - Mãe, tia... Esse é Isaac Davis, meu chefe... - ela limpou as lágrimas e forçou um sorriso. - Isaac, essa é Daphne Yale, minha mãe, e essa é a tia Clarissy. Eu as cumprimentei e logo estavam sorridentes; será que Lucy falou sobre mim pra elas? Só de pensar na possibilidade, meu coração bateu mais rápido do que de costume... -Desculpe perguntar, mas eu sou mãe... Quais as suas intenções com a minha filha? - A mãe dela perguntou me olhando. - MÃE! - Lucy a repreendeu - Não é hora pra isso! -Tudo bem, Lucy... - eu intervi - Eu a respondo. -Viu?Ele não liga em me responder! - ela sorriu. -Bom, senhorita Daphne... - eu dei um sorriso de lado - Se a sua filha aceitar, eu quero namorá-la... O queixo de Lucy, da tia dela, da mãe e até o de Mallaika caíram. A mãe dela ficou me olhando com os olhos brilhando e eu senti um arrepio involuntário. -E porque você deixou um homem desses escapar, Lucy? - ela disse virando-se para a Lucy. -Não começa, mãe. - ela disse tristonha - Não é hora... Depois agente resolve isso. Foi quando ela me olhou. - Lucy... - tentei dizer assim que sua mãe saiu. -Agora não, Isaac... - ela disse rápido - Não é hora para isso.Eu agradeço muito por tudo que você está fazendo, mas nada justifica o que você fez... Eu fiquei arrasado e desnorteado com suas palavras. Logo ela se sentou e foi consolar Mallaika. -Os pais do Scott Yale... - o médico apareceu.
-Sou eu... - Daphne levantou. - Sou a mãe dele, doutor! -Bem, senhora Yale... Ele sofreu algumas fraturas, mas está bem, por enquanto. - ele disse sorrindo. Lucy suspirou aliviada e os demais também. -Podemos vê-lo? - Daphne perguntou o olhando. -Bom, ainda não... - ele suspirou. - Ele está fora de perigo, mas ainda não acordou... Precisamos que ele acorde para termos a certeza de que está bem; se tivermos mais notícias, voltamos aqui. Logo ele saiu, nos deixando sozinhos. -Eu sabia que vaso bom não quebra! - A tia dela disse animada. -Concordo! - Lucy a abraçou. Depois, Daphne se juntou ao abraço e Mallaika só sabia ficar quietinha. - Tá faltando você nesse abraço... - Daphne disse a olhando. -Por culpa minha vocês quase o perderam... - ela confessou chorosa. -Larga de ser boba! - Daphne disse. -Ele fez isso porque ama você. - Lucy sorriu. - Era pra você estar no lugar dele, mas ele preferiu que fosse ele a ter que suportar essa dor do que você... Pare de se culpar; você acabou de perceber o quanto ele gosta de você... Agora larga de bobeira e se junte ao abraço! E assim ela o fez, e logo estavam todas abraçadas, até Clarissy olhar pra mim. - Você não vem? - ela disse sorrindo. - Não fique com vergonha! Algo me diz que você fará parte da família... E sem hesitar me juntei ao abraço delas e me senti realmente fazendo parte daquela família... -Mãe, eu vou pra casa com a tia Clarissy. Qualquer coisa nos ligue; precisamos tomar um banho... - Lucy disse secando as lágrimas que ameaçavam cair.
-Vai mesmo! - Daphne sorriu vitoriosa. - Vou tentar convencer Mallaika a fazer o mesmo. -Amanhã voltamos. - Clarissy disse. - Lucy... - eu disse, fazendo-a parar. -Vou esperar no carro. - Clarissy disse saindo dali. -Eu sei que precisamos conversar - Lucy disse suspirando -, mas hoje não... Minha cabeça está cheia... -Tudo bem... Eu te entendo. - suspirei derrotado. - Mesmo assim, obrigada... - ela disse por fim. - Você não tinha a obrigação de vir aqui, e mesmo assim veio. Logo ela me deu um abraço de urso e fiquei surpreso com o gesto, mas retribuí de imediato. Óbvio que senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo; foi quando nos soltamos e ficamos nos encarando. Vi um imenso sorriso brotar no seu rosto mas, antes que eu pudesse pensar em algo ou me aproximar, ela quebrou o clima. -Até mais, Isaac... - ela disse saindo. Assim que ela se foi fiquei um pouco mais, conversando com Mallaika e Daphne.Depois, me despedi delas e ia saindo, até que... -Não desiste dela não... - Daphne disse, me fazendo virar para ela. - O quê? - eu perguntei a olhando. - Ela é mesmo uma garota difícil, mas não desista dela... Apesar de ter um temperamento forte, ela é frágil; e quando vocês se olharam pude notar que se amam loucamente... Não faça como eu, que tive de esperar 17 anos para ter a coragem de voltar e encarar o passado... Eu fui até ela e lhe dei um abraço de urso. -Pode deixar.Não vou desistir dela, sogrinha... - eu gargalhei. Lucy é a coisa mais certa que já aconteceu na minha vida até hoje.
Ela ficou satisfeita com a resposta; e logo me despedi de vez, entrei no carro e parti. VINTE E QUATRO Acordei com o meu celular tocando às 5h; quando olhei e vi que era a mamãe, atendi imediatamente. “Mãe?” – Eu quis saber “Oi minha filha... Desculpe te acordar, mas seu irmão acordou e o doutor disse que podemos vê-lo daqui a pouco.” – Disse toda animada me fazendo soltar um grande suspiro de alivio “Ok!” – Eu disse eufórica Encerrei a ligação toda sorridente, mas assim que me arrumei e saí do quarto me lembrei que a tia Clarissy tinha ido trabalhar, então resolvi pegar um táxi mesmo. Não demorou muito e eu já estava no hospital. -Oi! - eu disse sorrindo. -Vocês chegaram juntos... - Mallaika comentou. - Quem? - perguntei confusa. Então Mallaika apontou, me fazendo olhar para trás, e lá estava Isaac - mais lindo do que nunca -minha vontade era de correr para os seus braços, mas me contive. Ele abriu um largo sorriso, fazendo minhas pernas tremerem, e suas duas safiras brilhavam como nunca... Antes que pudéssemos falar algo, a enfermeira apareceu. -Bom, vamos de dois em dois.Quem vai primeiro? - ela perguntou nos olhando. -Eu! - gritei imediatamente; eu precisava vê-lo e me certificar de que estava bem. -Eu vou com ela. - Isaac também disse. Todos acabaram concordando,então eu e Isaac fomos para a sala onde meu irmão estava. Assim que chegamos ele estava deitado, quase todo enfaixado.
-Scott! - eu o abracei. -Ai! Vai com calma aí! - ele disse por fim. -Nunca mais faça isso! - eu me afastei. - Quase me matou do coração! -Prometo nunca mais me jogar na frente de um carro... Isso dói muito! - ele disse sorrindo. - Mas você não devia estar na escola? - Eu precisava ver você antes... - eu forcei um sorriso. -Oi, Isaac... - ele o cumprimentou. - Não pense que só porque estou assim eu não posso te dar uns socos... -Concordo, irmão... - Isaac se sentou próximo de nós. - Posso fazer uma pergunta? - ele perguntou nos olhando. -Claro! - respondemos juntos. -Por que não estão juntos? - ele soltou a bomba - Eu sei que sou um irmão ciumento, mas eu vejo no olhar de vocês o quanto se gostam... Nessa hora, eu e Isaac estávamos olhando um para o outro. -Olha, maninha... Eu nunca fui de dizer tais coisas, mas esse idiota te ama tanto que seria capaz de fazer por você o que eu fiz pela Mallaika... Não esperem um carro atravessar o caminho de vocês para viverem esse amor; e acho bom se apressarem, antes que eu me arrependa... - ele sorriu. - E não negue, eu também vejo o quanto gosta dele... Agora parem de ser dois orgulhosos e vivam isso logo... E só um aviso: se magoar ela, já sabe! Eu fiquei boquiaberta com suas palavras, ele jamais falou assim antes; e parecia algo ensaiado... -Me diz quais as suas intenções com a Lucy - ele olhou para Isaac. -Eu quero namorar essa mulher... - Isaac sorriu - Eu quero casar com essa mulher e quero ter filhos com essa mulher, mas ela foge de mim... Eu o olhei, completamente sem saber o que dizer.
-Não vamos falar sobre isso... - eu suspirei. - Prometo pensar. -Acho bom! - os dois resmungaram juntos e eu ri... Desde quando eles eram amigos? -Mas e o homem que te atropelou? - eu mudei de assunto. - Você quis dizer garoto... - ele disse sério. - O quê?! - eu e Isaac praticamente gritamos ao mesmo tempo. -Sim, um garoto de 17 anos. - ele forçou um sorriso. - Não sabiam? -Não! - dizemos juntos. -Bem, parece que o nome dele é Júlio... - ele ainda continuava sério. Eu o encarei espantada e ele me deu aquele olha significativo, que só nos dois entendíamos É sem duvidas era o mesmo Júlio que eu estava pensando - Como ele era? - me ouvi perguntando. -Bem... Os policiais que estiveram aqui deixaram uma foto... ele me entregou um envelope. Quando eu abri fiquei completamente surpresa, sem saber o que fazer ou pensar. -Mas é o... - Isaac tentou dizer, mas eu o interrompi. -Sim... É ele mesmo. - eu disse fria. -É o Júlio da pra acreditar? - Scott disse aparentemente espantado. -Não, não dá. – Eu suspirei pesadamente antes de narrar toda a história para o meu irmão omitindo as partes que eu e Isaac estávamos nos agarrando... Ele podia estar de boa, mas ainda assim era meu irmão ciumento. -Eu vou matar ele quando eu sair daqui! - ele rugiu. -Calma, Scott... Depois vemos isso; já acabou... - eu disse suspirando. - Isaac me salvou. -Obrigado, mano... - ele disse ao Isaac. - Mas ainda assim ele vai ver!
Conversamos por mais algum tempo, até que saímos da sala, e logo mamãe e Mallaika entraram. -Desculpe, mas tenho que ir... - Isaac disse por fim. -Eu também... - eu disse de cabeça baixa. - Quer uma carona? - perguntou me olhando com esperança. Eu ia dizer não, mas eu iria me atrasar para o serviço. -Ok... - concordei e ele ficou surpreso. Não demorou muito para chegarmos ao meu prédio, já que ele corria muito... Devia estar com pressa por causa do emprego. Eu e ele não conversamos quase nada dentro do carro. - Bem, Lucy... Quando quiser conversar comigo estarei te esperando... Só quero lhe dizer que nada daquilo foi o que pareceu. - ele disse angustiado. -Eu sei... - suspirei. - A Agnes faz de tudo para que briguemos, mais isso serviu para eu lembrar de uma coisa que eu estava esquecendo... - O quê? - perguntou me olhando. -Meu pai... - eu confessei com dor no coração - Meu interesse em vir para onde mamãe morou quando era adolescente sempre foi achar meu pai. Isaac eu realmente gosto de você... Não sei se deveria dizer algo assim ou se serei mais uma conquista sua...Eu realmente gosto de você, mas eu tenho que revelar esse quebracabeça da minha vida primeiro; não posso me arriscar de primeira em uma coisa que não tenho certeza... -Eu te entendo... - ele disse tristonho. -Depois conversamos com mais calma sobre isso. - eu disse o olhando. - Só mais uma coisa... Obrigada por não ter deixado eu me entregar a você de primeira. -Disponha! - ele deu um belo sorriso malicioso. - Se bem que eu adoraria tê-la pra mim... Eu comecei a rir; dei um beijo em sua testa e saí do carro, ele acenou pra mim e partiu.
Logo, meu celular começou a tocar descontroladamente no meu bolso. “Alô?” – Eu atendi avoada. “Seu irmão está melhor?” – Mharessa perguntou do outro lado da linha. “Sim, Mah. Por quê?” – Franzi o cenho como se ela pudesse vê. “Bem... Como deve saber, o Levy viajou e volta em algumas semanas, mas ele quer que você e o Isaac busquem um documento na casa de praia dele; ele quer que esteja em sua mesa o quanto antes.” – A voz dela estava estranha “Já falou para o Isaac?” – Eu quis saber “Tô só esperando ele chegar; e não me diga que não pode ir, por favor...” – Ela insistiu “Tudo bem, eu vou.” – Suspirei pesadamente “Obrigada!” – Ela agradeceu gentilmente “O que eu não faço por uma amiga?” - Confessei “Ele acabou de chegar; vou falar com ele. Mais uma vez, obrigada por tudo... Tchau!” – Ela se despediu animada até demais pro meu gosto. “Tchau, Mah!” – Eu me despedi Entrei em casa logo que encerrei a ligação. Até que essa viagem não ia ser ruim, tirando a parte do ser que estaria do meu lado... Mesmo assim, eu estava precisando relaxar um pouco. Aconteceram muitas coisas de uma só vez e minha cabeça não estava bem...
VINTE E CINCO Quando entrei em casa fui direto para o meu quarto e nem vi quando adormeci no meio dos meus desenhos... Estava muito cansada. Só acordei porque meu celular vibrou em sinal de mensagem no WhatsApp. De: Isaac Para: Lucy Já fiquei sabendo... Bem, eu passo aí na madrugada; quanto antes resolvermos isso, melhor. Se eu fosse você começava a preparar suas malas, pois a viagem será longa e cansativa... Mas não se preocupe, voltaremos depois de três dias. Eu li rapidamente e adormeci de novo; e dessa vez só acordei porque tia Clarissy me cutucou. -Que horas são? - levantei meio sonolenta. - São 20h. - ela respondeu e eu saltei da cama. -Ai meu Deus! - eu disse tirando algumas roupas do meu guarda-roupas. - O que houve? - ela perguntou confusa. -Bom... Vou fazer uma viagem para buscar uns papéis para o senhor Thompson... - eu disse colocando algumas roupas dentro da mala.
- Com quem? - perguntou me olhando desconfiada. - Com o Isaac, ué! Com quem mais seria? - eu disse fechando a mala. -Tô vendo que dessa vez vai rolar... - ela gargalhou alto. - Só não esquece de se prevenir... Não quero ser tia-avó tão cedo! - TIA! - eu a repreendi - Estamos indo a trabalho... Pare já com isso! Eu volto logo... Qualquer coisa que acontecer com o Scott você me liga. -Pode deixar! - ela piscou um dos olhos pra mim. Ela logo saiu do meu quarto e eu entrei no banho; comecei a me arrumar e optei por uma legging preta, um tênis All-Stars também preto, minha jaqueta de couro preta e minha bolsa. Não demorei muito a me arrumar; peguei a mala, desci e fiquei esperando que ele chegasse. Tia Clarissy me obrigou a levar alguns sanduíches, já que eu não quis lanchar. Aceitei com muito custo, pois eu realmente não estava com fome. Eu acabei cochilando no sofá, e foi quando a campainha tocou, me fazendo saltar do sofá. Quando olhei no relógio eram 02h, e só podia ser o Isaac; abri a porta e lá estava ele - todo lindo -, mas todo sem graça. -Desculpe - ele disse se aproximando -, mas o Levy é assim mesmo... Imprevisível. -Tudo bem. - eu lhe entreguei minha mala. Descemos, entramos no carro e partimos. Não avisei a mamãe; deixei isso por conta da tia Clarissy. *** Demoramos a chegar e eu nem vi quando chegamos; dormi a viagem inteira. - Bem-vinda à casa de praia! - Ele disse saindo do carro e eu o acompanhei. Pegamos nossas coisas e entramos; eu fiquei impressionada com o tamanho da casa.
-Eu levo as malas para o quarto. - Isaac disse por fim. - Procura algo para comer que eu já volto. E assim eu fiz; comecei a procurar algo para comer. Achei uma barra de chocolate e comecei a comer, mas quando fui para a salão chocolate caiu da minha mão. - Isaac! - eu gritei - Corre aqui! E ele saiu correndo para onde eu estava. - O que houve? - perguntou preocupado. Eu apontei para a imensa mesa de vidro e seu queixo foi ao chão e voltou. Tinha de tudo: morangos com chocolate, barras de chocolate, uvas torradas, nutella, goiabada, pão... Tudo que você imaginar. -Quem trouxe isso tudo pra cá? - Perguntou sem entender. - Não foi você? - Eu o olhei desconfiada. - Não! - Respondeu ainda sem entender. - Espera, tem um envelope aqui... - eu o peguei na mesa. Assim que abri me espantei: tinha duas camisinhas, e quando mostrei para o Isaac ele começou a gargalhar sem parar. -Isso não tem graça, Isaac! Quem colocou isso aqui quer que nos acertemos! - eu disse séria. - Pera... Tem mais alguma coisa dentro do envelope... Eu retirei uma folha e, pelo que notei, era uma carta. Vocês vão me matar, mas faço isso porque amo vocês e noto o brilho no olhar de cada um quando estão juntos... Bem, aproveitei que o Levy ia precisar desses documentos para que ficassem juntos e sozinhos, sem ninguém para atrapalhar.Eu shippo muito os dois juntos, apesar de serem dois cabeças-duras... Bem, aproveitem a noite e surpresa; isso tudo é para saciarem a fome do dia seguinte... Não me matem; só fiquem juntos e aproveitem bastante. Amo vocês! -Mharessa-
O Isaac sorriu e eu não pude evitar sorrir também. -Ela é louca! - eu disse sorrindo. - Mas que tal seguirmos o conselho e aproveitarmos a noite? ele se pôs atrás de mim e depositou um beijo em meu pescoço. Eu imediatamente me arrepiei, mas me esquivei. - Eu vou assistir uma série... - me esquivei dos seus braços e fui me sentar no sofá. Continuei comendo a barra de chocolate e vidrada na série sobrenatural. Eu nem vi o tempo passar; quando olhei no relógio já era muito tarde. -Uau! - eu disse por fim. - Acho que já vou dormir. -Ok... - respondeu desanimado. Entrei no meu quarto e comecei a tirar a roupa para entrar no chuveiro, e foi quando a porta do quarto se abriu bruscamente. Ainda bem que eu estava de calcinha e sutiã; não havia tirado, por enquanto. - Mas o que... - Tentei dizer, mas fui calada por seus lábios quentes que tem o poder de me aquecer por inteira. Ele me pressionou na parede e me beijava com desejo e paixão, depois seus lábios desceram para o meu pescoço e eu comecei a perder o raciocínio; foi quando ele se afastou atordoado. -O que pensa que está fazendo? - perguntei o olhando. -Desculpe... Eu só... - Tentou encontrar palavras. -Porque se afastou? - eu o cortei e ele me olhou com suas duas safiras, que ainda emanavam desejo. Se ele me desejava tanto porque ficava relutante em me ter? - O que quer dizer? - Ele me olhou com o cenho franzido. -Que eu quero você! - Respondi como se fosse obvio. - Você tem certeza? - Ele me olhava desconfiado. -Como eu nunca tive antes! - Eu sorri. – Eu posso estar ficando louca por me entregar assim talvez você me use hoje e amanhã me descarte como fez com muitas outras -Lucy... – Ele me interrompeu
-Não... Deixe-me continuar – Eu suspirei pesadamente e ele assentiu com a cabeça – Quem disse que eu não quero ser usada? Eu parei de mentir pra mim mesma no momento em que você ultrapassou aquela porta e me envolveu com essa sua boca tão linda que me deixa sem fôlego, eu quero você agora mais que tudo o que eu já quis na vida. -Eu jamais usaria você minha pequena Lucy – Ele suspirou pesadamente como se estivesse prestes a fazer uma confissão – Eu só... Tenho medo de dar errado e machucá-la... -Se der errado a gente conserta... Juntos. - Eu sorri. - Só que, dessa vez, sem interrupções! -Sem interrupções! - Ele deu aquele sorriso malicioso que tanto amo. Pera o quê? - Minha pequena Lucy... Depois, ele voltou a me beijar como se só existíssemos nós no mundo; seus beijos eram quentes e eu adorava isso, ele tirou sutiã lentamente como se estivesse apenas desfrutando o momento e que momento... Meu corpo entrava em combustão a onde ele tocava, seus beijos foram pela extensão de um de meus seios me fazendo arfar, só não cai de joelhos no chão porque ele me segurava firmemente, ele passou a língua suavemente pelo bico em quanto brincava com o outro gemi em aprovação e um urro saiu do fundo de sua garganta. -Estou tentando ser paciente mais se você continuar a me enlouquecer desse jeito vai ser meio difícil – Murmurou com suas Iris negras esbanjando desejo Eu acabei sorrindo -Tanto faz só não pare de me tocar agora – Implorei -Nunca! – Ele sorriu voltando a me beijar Ele abaixou as mãos até a extensão do meu traseiro apenas para dar uma apertada firme me fazendo arfar em seus lábios, sem paciência ele rasgou o tecido fino de minha calcinha já que ela quase não passava pelas minhas pernas de tão finas nem tive
nem tempo de pensar em protestar ele me analisava com devoção me deixando corada e sem graça. -É linda até assim! - ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar. Eu o ajudei a tirar toda a sua roupa e céus... Como aquilo era grande! Não tivemos muito papo; logo ele me pegou no colo e me levou até a cama, me deitando nela lentamente e ficando por cima de mim. -Isso vai doer um pouco, ok? - perguntou me encarando com preocupação evidente. Eu assenti com a cabeça e antes que eu falasse qualquer coisa ele nos uniu, me fazendo gemer alto e fazer uma careta de dor; ele percebeu e se afastou. - Você está bem? - perguntou preocupado. Eu assenti para que continuasse, e com o tempo eu não senti mais dor, e a dor foi substituída por um prazer incontrolável e tudo que se ouvia eram meus gemidos de prazer não demorei a chegar ao ápice do prazer e fui explodida em milhares de pedacinhos de pura felicidade e desejo foi a melhor sensação que tive na vida... Logo ele também ficou bambo e desabou por cima de mim ficamos alguns minutos sentindo a respiração um do outro, e eu ficava brincando com seus cabelos. -Acho que acabo de chegar perto do paraíso! – Ele brincou com um imenso sorriso nos lábios, me fazendo sorrir também. - Mas você está bem? -Nunca estive melhor! – Confessei não conseguindo tirar o sorriso idiota da face. -Minha pequena Lucy... - ele sorriu - Você me deixa louco! Eu comecei a gargalhar nervosamente e ele foi para o lado da cama, me abraçou e começou a beijar minha testa.
-Acho que estou apaixonado... - ele sorriu ainda me abraçando. - Acha? - Eu fingi braveza. -Agora eu tenho certeza! - ele me deu um selinho. -Foi à melhor noite da minha vida! - eu disse animada. -Se você concordar, a noite não precisa acabar agora... - Ele sorriu malicioso. Eu dei um beliscão de brincadeira nele, que sorriu. -Desde quando você é tão tarado assim? - eu perguntei o olhando. -Desde que eu te toquei e quero mais muito mais pra falar a verdade... – Ele sorriu timidamente – Desde que você entrou naquele escritório procurando um estagio que eu fiquei assim Eu voltei a beijá-lo e já sabem no que deu, né? Bem... Ficamos a noite e a madrugada quase toda assim, até que depois do que pareceram horas ele beijou minha testa suavemente e pediu que eu dormisse para descansar que a noite havia sido longa ele nem havia completado o resto e eu já havia adormecido em seus braços quentes e fortes...
VINTE E SEIS Óbvio que acordei com um pouco de dor, mas eu estava realizada;então olhei para o lado e não havia ninguém... Fiquei preocupada, mas logo um certo ser com duas safiras que refletiam sempre que ele olhava pra mim entrou pela porta só de cueca Box e com uma bandeja de café da manhã nas mãos, e assim que eu o vime tranqüilizei. -Por que não me acordou? - perguntei o olhando. -Estava dormindo tão serena... - ele colocou a bandeja na cama Você fica linda dormindo. Eu ri. - O que é isso tudo? - eu perguntei olhando pra bandeja. -Achei que quando acordasse ia estar faminta... - ele sorriu. Deve estar cansada. -Pois é... - foi a minha vez de sorrir - Mas desde quando você leva café na cama para suas vítimas? -Na verdade, essa é a primeira vez. - ele me entregou a torrada com Nutella e eu imediatamente dei uma mordida. -Eu tô parecendo uma fominha, não é? - perguntei o olhando. -Só um pouquinho. - ele fez sinal com os dedos. -Engraçadinho! - eu fingi que estava brava - A culpa dessa minha fome toda é sua! -Eu sei... - ele sorriu em satisfação. Depois, ele pegou a bandeja e colocou no criado mudo, e quase que eu bato nele, porque eu estava com muita fome; logo, ele subiu em cima de mim e começou a brincar com minha barriga, me fazendo rir. Depois ele se deitou ao meu lado, pegou um morango com chocolate que estava na bandeja e levou até a minha boca; eu imediatamente comi e ele sorriu. - Casa comigo? - ele perguntou, me fazendo engasgar.
-Agente nem namora... - eu disse ainda tossindo. -Não seja por isso! - ele segurou em uma das minhas mãos e olhou em meus olhos. - Lucy Yale... Aceita ser minha e somente minha namorada? Eu comecei a gargalhar. -Eu até poderia aceitar - eu cutuquei a barriga dele -, mas antes de entrarmos de cabeça nisso que estamos vivendo eu tenho que saber quem é meu pai e tenho que focar nisso... Você espera? -Por toda a vida! - ele disse num tom galanteador, o que me fez rir. - Eu não queria ir embora nunca mais... -Nem eu... - confessei. - Mas temos que ir... -Pelo menos ainda vamos ficar mais uma noite aqui... - ele sorriu malicioso - Só vamos embora amanhã. Eu gargalhei alto. -Safado! - eu dei um tapa de brincadeira nele, que sorriu. - A culpa de eu estar assim é sua! Eu experimentei e agora viciei... - ele gargalhou - Seu corpo é viciante! Eu sorri e engasguei um pouco enquanto comia. - É estranho estar na cama com o meu chefe... - confessei. -Mais estranho ainda é você ter me laçado... - ele riu. - Eu estou completamente apaixonado por você... Desde que te conheci eu não consigo nem olhar pra outra garota e eu nunca mais fiquei com ninguém depois que experimentei do seu beijo... Eu sorri. -Acho que estamos quites. - eu ri. - Mas você ainda ficou com outro garoto... - ele falou sério. - Só de imaginar que ele podia ter feito isso com você eu tenho vontade de matá-lo! -Calma, Isaac... - eu suspirei. - Só fiz isso para tentar esquecer você, mas foi em vão, já que você sempre soube como beijar bem. Foi a vez dele rir.
-E você não fica de fora não... Como eu disse, jamais beijei alguém que tem um beijo tão bom... - ele sorriu. - Mas agora acho bom você se vestir, antes que eu faça uma loucura logo de manhã... Foi aí que notei que ainda estava nua. -Tudo bem. - me levantei e comecei a vestir uma roupa que por sinal era diferente das que ele estava acostumado a me ver: um short jeans e uma blusa vermelha, a qual mostrava levemente minha barriga. Ele ficou um tempo analisando meu corpo de cima abaixo. -Não sabia que gostava de shorts - ele me olhava com desejo. -Só uso em casa - eu confessei. -Que bom... Não quero ninguém olhando para a minha mulher do mesmo jeito que eu olho! - ele disse sério, o que me fez rir ainda mais. - Sua mulher? - perguntei o olhando. -Sim! - ele me imprensou na parede e começou a beijar meu pescoço - Só minha!Pequena Lucy, será que tem algum problema se ficarmos aqui mais um pouco? Eu ri alto, mas me calei quando sua boca tomou a minha em um beijo voraz, que emanava desejo, e óbvio que correspondi do mesmo modo. Eu o mordia e ele me mordia também, e derepente eu comecei a arranhar suas costas com minhas enormes unhas, e à medida que eu arranhava ele gemia, e isso me deixou super satisfeita.Ele logo encerrou o beijo, me deixando chateada. - Quer tomar um banho? - sussurrou em meu ouvido em um tom malicioso. Eu assenti e em minutos ele já havia me despido inteira, e óbvio que ele também já havia tirado sua cueca Box. Entramos no chuveiro e com a água ainda caindo sobre nós continuamos nos beijando, e ele fazia movimentos rápidos e lentos ao mesmo
tempo; o prazer estava me dominando mais e mais e eu soltava uns gemidos altos, que eram calados por sua boca na minha; logo ele passou a beijar minha barriga, me fazendo estremecer de prazer; depois sua língua passou a fazer carícias no meu seio e aquilo me deixava louca... E eu comecei a acariciar seu abdômen com as minhas unhas, porque eu sabia que aquilo o deixava excitado. Logo paramos ofegantes e começamos a banhar de verdade. Saímos e ele me entregou a toalha, e eu comecei a me secar. -Você é muito sedento por sexo! - eu disse rindo. -É que você me enlouquece... - ele veio até mim e me deu um beijo na testa. - Eu te amo, pequena Lucy... Mais do que devia, mas amo. -Eu também te amo... - confessei. - Não achei que fosse possível, mas amo. Eu me sequei e vesti a mesma roupa; logo ele saiu do quarto e eu saí minutos depois. Fui até a mesa onde tinha de tudo e comecei a devorar as uvas, até que ele me abraçou por trás e começou a beijar meu pescoço.Então eu me virei, ficando de frente pra ele, e coloquei as uvas na sua boca; ele aceitou de imediato e começou a me dar vários selinhos, e eu ria. - É tão bom estar assim com você... - ele me abraçou - Sem brigas ou intrigas... -Verdade - eu concordei. Então virei as costas para ele, mas só para enfiar o dedo na Nutella; depois me virei para ele, melei seu rosto e comecei a rir, mas assim que ele ia limpar eu não deixei. -Deixa que eu limpo! - eu disse; e logo em seguida lambi seu rosto, o deixando sem reação. - Tem gosto de rosto de Isaac... - eu disse sorrindo. Ele começou a gargalhar. -Engraçadinha! - ele riu.
Depois eu o tomei em meus braços e comecei a beijá-lo. -Aprendi com o melhor - eu dei um beijo em seu rosto. Ele beijou a ponta do meu nariz e depois beijou minha testa. -Eu queria te levar para uma ilha deserta, só nós dois... - ele disse sorrindo. - Para fazermos nossos herdeiros. Eu comecei a rir.Mal tínhamos nos acertado e ele já estava pensando em filhos... - E quantos seriam? - perguntei só por perguntar. -No máximo uns seis... - ele sorriu. -Deus me livre! Tá achando que eu vou ficar em casa só parindo filhos, é? - eu disse o olhando. -Não, mas com você eu quero ter uma família grande! - ele sorriu. -Depois falamos sobre isso. - eu disse por fim. Ele foi até uma gaveta, pegou os papéis que o Levy iria precisar e os guardou, mas acho que eu meio que não sabia e guardei minha pasta de desenhos no mesmo lugar. - O que é isso? - ele disse a pegando. Eu tentei tomar dele, mas ele era muito mais alto que eu. Não que eu fosse baixa, mas ele parecia o incrível Hulk... Ele levantou a pasta e não deixou que eu a alcançasse, e depois do que pareceram anos tentando tirar a pasta da mão dele ele começou a folhear. -Uau! - ele disse a olhando - Você tem talento não só para desenhar roupas, mas pessoas também! Foi quando ele viu o desenho que eu havia feito dele e deu um largo sorriso nesse desenho. Eu destaquei bastante suas safiras e dentro de seus olhos eu me desenhei, porque eu queria mostrar que suas duas safiras brilhavam mais quando me olhavam. -Você me desenhou olhando pra você? - ele perguntou encantado. -Sim... - eu sorri. - Eu gostava quando você olhava pra mim e
decidi interpretar. Depois que ele folheou muito meus desenhos e conversamos bastante resolvemos assistir alguma sĂŠrie, e a nossa tarde foi assim...
VINTE E SETE -Vamos dormir... - ele roçou a barba no meu pescoço e eu entendi o recado. Logo eu desliguei a TV, fui até a cozinha e ele veio atrás de mim sem entender nada. Fui até a fruteira, peguei uma maçã e a mordi. - Está fugindo de mim? - ele perguntou se aproximando. -Eu não! - eu disse sarcástica, como se não soubesse do que ele falava. - O que está acontecendo? - ele disse pegando a maçã da minha mão e a mordendo. -É que... Isso tudo não parece real... - eu disse por fim. -Quer que agente suba para eu te mostrar que é real? - disse num tom galanteador mordiscando minha orelha, e eu ri alto. -Você tá que tá,hem? - eu dei um sorriso. Ele logo me soltou, foi até a adega e pegou uma garrafa de champagne. Depois foi até a pia, onde eu estava encostada, e pegou duas taças. -Esqueci que você é de menor... Não pode tomar! - ele colocou apenas para ele e virou a taça rapidamente. -Ah, tá bom... Se pensa que eu não vou tomar nem um pouquinho, está muito enganado! - eu peguei a garrafa de sua mão e a virei um pouco. Ele soltou as taças, tomou o champanhe da minha mão e fez o mesmo que eu. -Vamos subir meu amor... - ele me deu um selinho. - Amor? - eu perguntei sorrindo feito boba. -Sim, meu amor... Somente meu e de mais ninguém! - ele me deu um beijo na testa. -Desde que você não dê trela para nenhuma daquelas vagabundas da agência... - eu disse séria. - Ciúmes amor? - perguntou rindo.
-Eu só cuido do que é meu... - eu disse por fim. - E se elas ao menos olharem pra você eu arranco os olhos delas! Ele gargalhou alto e que risada gostosa de ouvir... -Não se preocupe, só existe uma na minha vida... Ela enlaçou meu coração de um jeito que eu só tenho desejo por ela; eu a amo tanto que pretendo cuidar dela para o resto da minha vida! ele disse me olhando com aqueles olhos penetrantes e só agora me dei conta de que eu estava chorando... -O que foi? Falei alguma besteira? - ele disse secando minhas lágrimas. -Pelo contrário... - eu o abracei - Você sempre diz o certo, por isso acho que é bom demais para ser verdade... - Então me toque! - sussurrou em meu ouvido. Eu me afastei sorrindo e notei que ele não estava brincando, então eu comecei a tocar em seu rosto e ele fechou os olhos para desfrutar do meu toque. -Eu sou real! - ele sorriu. - E sou somente seu... Não vê em meus olhos como eu só desejo você? Eu só quero você, minha pequena Lucy... Por impulso eu o beijei e ele me levantou no colo; eu enlacei minhas pernas na sua cintura e ele subiu as escadas comigo, então já podem imaginar, né? *** ISAAC DAVIS: Não podia acreditar... Finalmente Lucy era só minha e de mais ninguém! Finalmente - quer dizer, mais ou menos -, quando ela aceitasse ser minha para o resto da vida, eu ia esfregar na cara de todo mundo que eu tenho a mulher mais linda... Bem, depois de passarmos praticamente horas fazendo amor ela se levantou e foi ao banheiro, e eu fui atrás; também precisava de um banho. Ela ficou se olhando no espelho um tempo, enquanto eu me banhava.
-Você adora me marcar, né? - ela disse analisando o pescoço, que por pouco não estava todo roxo. -É pra mostrar que você tem dono... - eu disse sorrindo. Seu sorriso se alargou. -Tenho, é? - ela se aproximou de mim. -Tem! - eu sorri ainda mais. - E um dono muito ciumento! Ela gargalhou alto, e que som gostoso de ouvir... Quer dizer, não mais gostoso do que ela chamando meu nome quando estamos entrelaçados na cama... -O Scott vai me matar! - ela disse com a mão no pescoço. -Eu não deixo! - eu a puxei pela cintura, a abraçando por trás. -Ele vai matar você antes, por ter desvirginado a irmãzinha dele... - ela disse sorrindo. -Vou morrer um homem feliz! - eu disse colocando meu queixo em seu ombro. Ficamos um tempo abraçados e a água do chuveiro ainda caía sobre nós... Nem parecia que já era madrugada; e eu tinha que lembrar de agradecer a Mah por ter me dado a felicidade de estar vivendo aquele momento com ela... Sempre que eu dormia com alguém eu logo saía da cama e me despedia, mas, ali e agora, tudo que eu queria era que só existissem nós dois no mundo... Agora eu tinha certeza: eu amava aquela mulher com todas as minhas forças; eu só sentia vontade dela e agora que a havia obtido eu a queria mais; eu já estava viciado em seu corpo... Logo saímos do banho, nos secamos e fomos para a cama. Eu a tomei em meus braços e ela depositou a cabeça em meu peito, e assim dormimos de conchinha... *** Acordei e nem sinal da Lucy ao meu lado. Vesti minha cueca Box e saí do quarto;fui direto para a cozinha e lá estava ela, preparando alguma coisa, e estava só de calcinha
e sutiã - e como ela ficava sexy assim... -Quem mandou você sair do nosso ninho de amor? - eu disse a fazendo olhar pra mim. Ela gargalhou alto. -Você está muito doce, senhor Davis... - ela disse rindo. -Você preferia que eu fosse mais grosso? - perguntei me aproximando. -Não, eu gosto de você cheio de açúcar! - ela deu um largo sorriso. Eu a peguei no colo, a coloquei na mesa, me pus no meio das suas pernas e comecei a beijá-la. Um beijo bem quente; eu pedi passagem para minha língua, que ela concedeu de imediato. -Sabe que eu tenho vontade de te levar lá pra cima de novo, não sabe? - eu disse mordiscando de leve sua orelha. -Nem pensar! - ela me empurrou e ficou de pé - Temos que arrumar essa bagunça que fizemos; e temos que ir embora. -Eu não quero ir... - eu fiz beicinho. -Eu sei, meu amor... - ela me deu um selinho - Por mim, eu ficaria contigo aqui pelo resto da vida, mas temos que voltar... -Repete! - eu disse com o sorriso iluminado - Só a parte que me chamou de amor. -Meu Deus, que homem meloso... - ela me beijou, um beijo calmo e lento. - Meu amor! Não deu tempo de fazermos mais nada; logo ela banhou, arrumou as malas e a casa. Eu, óbvio, a ajudei, mas eu sempre a fazia parar para lhe beijar e ela nem reclamava, mas retribuía. Eu logo tranquei a porta da mansão, dando adeus às minhas melhores noites aqui,entramos no carro, dei partida e fomos embora.
VINTE E OITO Eu e Isaac decidimos passar na empresa primeiro, para falarmos com a Mharessa. Depois de algumas horas chegamos; ele estacionou o carro e rapidamente entramos no elevador.Apertei o andar da empresa e não demorou muito para a porta se abrir, e aí veio minha surpresa: Levy e mamãe estavam frente a frente, se olhando e sem dizerem absolutamente nada... *** DAPHNE YALE: Bom... Scott e Mallaika haviam assumido um namoro de verdade, já que depois que ele a pediu em namoro ela disse “sim” umas mil vezes; então achei que eles mereciam um tempo sozinhos e resolvi ir à empresa para saber mais sobre a viagem da Lucy, mas só decidi fazer isso porque Clarissy me garantiu que Levy estava viajando. Cheguei e fui falar com uma secretária muito simpática, que devia ser a irmã da Mallaika, que Lucy havia me falado. -Oi! - eu me aproximei dela. -Oi! - ela disse sorrindo - Você deve ser a mãe da Lucy... - Como sabe? - perguntei a encarando. - A semelhança entre vocês é muito grande - ela sorriu. -Você sabe quando ela vai voltar? - perguntei a observando atentamente.
Antes que ela respondesse a porta do elevador se abriu, mas nem me dei ao trabalho de me virar e fiquei esperando a resposta dela, porém, ela encarava o elevador. -Mharessa...Conseguiu os documentos que eu lhe pedi? - ele disse muito próximo. Aquela voz... Não era possível ser ele, era? Ia ser azar demais... Por impulso me virei rapidamente e lá estava ele, com aqueles olhos feito diamantes que eu sempre amei... Assim que me viu ele ficou parado me encarando sem expressão; e ele estava do mesmo jeito que eu me lembrava, só que mais velho. -Não acredito! - ele se aproximou de mim e tocou o meu rosto de leve. - Daphne... É você? Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a porta do elevador se abriu, revelando Lucy e Isaac. -O que está acontecendo aqui? - ela perguntou se aproximando. Nós continuamos calados nos olhando e sem dizermos nada. -Mãe?O que faz aqui? - ela me olhou. Nessa hora ele parou de me olhar e olhou para Lucy, e seu rosto misturou surpresa, angústia e mágoa... Antes daquilo ficar pior saí correndo para o elevador sem dizer nada e apertei o botão para ele descer; eu precisava ir embora com os espíritos do meu passado... *** LEVY THOMPSON: Não acreditei quando a vi ali tão perto de mim, e não acreditei mais ainda nisso: Lucy é sua filha... Eu fiquei com isso na cabeça por um longo tempo; ou ela havia saído daqui grávida, ou me esqueceu meses depois e se casou... Preferi ficar com a segunda opção; não era bom ficar sonhando que tiveram filhos... Ela fugiu por estar com medo; com certeza ela se foi porque não me amava o bastante... Foi pensando nisso que liguei para Cármen.
-Alô? -Você conseguiu o que queria... Vamos marcar a data do casamento. -Ai meu amor! Eu te amo tanto... Pode deixar, vou resolver tudo direitinho! -Espero que marque para o mais rápido possível... De preferência para algumas semanas. -Com certeza! Pra quê enrolar? Vou tentar marcar para daqui a quatro semanas, para dar tempo de eu arrumar as coisas, está bem? -Faça como quiser; até logo. Encerrei a ligação; se ela havia me esquecido tão rápido com outro, eu também ia fazer o mesmo com outra... Eu ia sumir com o fantasma do meu passado querendo ou não... *** ISAAC DAVIS: Logo entrei no escritório do Levy para entregar os papéis e o vi pensativo e com a aparência tristonha. - O que aconteceu? - sentei de frente pra ele e lhe entreguei os papéis em mãos. -O fantasma do meu passado insiste em me assombrar... - ele disse desanimado. - O que aconteceu? - eu perguntei o encarando. -Vou marcar a data do casamento com Cármen... Tava mais do que na hora. - disse baixinho. -Não parece feliz com a notícia - eu observei. -A Cármen é uma grande mulher e espero fazê-la feliz... - disse de cabeça baixa. -Mas você não a ama, não é mesmo? - perguntei o olhando. -Meu pai sempre disse que o amor é uma coisa que inventamos na nossa cabeça... - ele suspirou. - Estou começando a achar que ele tem razão.
- Pare com isso, Levy. Olha pra mim... Quem diria que logo eu estaria tão apaixonado por alguém... - eu disse por fim. - O mesmo serve pra você... Se não a ama, pra quê se amarrar assim? -Todos esperam esse casamento... - ele disse sério. -Mas e você?O que espera? - eu disse o observando. - Nem sei mais... - suspirou mais uma vez. - Eu era apaixonado por uma coisa que eu criei na minha cabeça... -Como tem certeza que foi criação? - eu me aproximei mais. Talvez não seja coisa da sua cabeça... E você nunca vai descobrir se não procurar saber. -Já está decidido. Eu me caso daqui a quatro semanas. - disse por fim. - O quê? - eu praticamente gritei. -Isso mesmo! - ele disse sem expressão. Logo eu me levantei, caminhei até a porta, me virei para ele e disse as últimas palavras. -Você quem sabe... Só não tente esconder o fantasma do seu passado, porque não vai funcionar. Você a ama e isso não vai mudar nunca... - eu saí da sala. *** MHARESSA FERNANDA: -Pelo visto a noite foi boa! - eu disse me referindo ao seu pescoço, que estava todo marcado. -Eu tenho que te agradecer porque, se não fosse por você, eu e Isaac não estaríamos tão bem... - ela disse com o rosto iluminado. -Eu sabia que ia dar certo! - eu sorri. - Mas me conta... Como foi? - Foi maravilhoso...Sem explicações! Ele foi super carinhoso e protetor, se preocupou com o meu bem-estar e ficou me mimando igual criança... - ela disse com a expressão sonhadora.
-Então vocês estão namorando? - perguntei a olhando. -Ainda não... - ela suspirou. - Eu não posso namorar com ele até achar meu pai; e eu também tenho que me preparar psicologicamente para namorar um galinha... Eu gargalhei alto. -Ele não é mais galinha há tempos... - confessei. - Desde que você entrou na vida dele eu nunca o vi tão apaixonado... Meus parabéns! Você fez um dos solteiros mais cobiçados se apaixonar por você! Ela riu. -E ele é só meu! -disse ainda entre risadas. Logo Isaac apareceu e disse que precisava falar com Lucy urgente, e logo ele a levou para sua sala.
VINTE E NOVE -O que foi, Isaac? - eu disse assim que entramos na sua sala. -Preciso da sua ajuda... - disse num tom baixo. -Pode falar! - eu disse por fim. -O Levy está prestes a cometer a maior burrada de sua vida... confessou baixinho. - O que aconteceu? - eu toquei seu rosto. -Ele vai se casar com a Cármen - confessou tristonho. - Eu sei que eu não tenho nada a ver com isso, mas ele é meu amigo e quase irmão... Na verdade, se não fosse por ele, eu não estaria onde estou. -Calma, Isaac... - eu tentei acalmá-lo - Me conta direito... O que está acontecendo?
- Bem... O Levy era apaixonado por uma garota quando era jovem, mas seu pai lhe arrumou uma noiva e ele disse que lutaria pra ficar com o seu amor, mas ela do nada sumiu e foi embora sem dizer nada... - ele disse baixinho. Meu queixo caiu, e eu fiquei com a pose petrificada. - Aconteceu alguma coisa Lucy? - ele começou a me abanar. -Não... Eu estou bem. - eu disse por fim. Porém, uma coisa não me saía da cabeça: mamãe e Levy se olhavam como se não existisse ninguém no mundo... Ela olhava pra ele do mesmo jeito que olho para o Isaac e ele olhava pra ela como o Isaac me olha, mas por quê? -Você vai me ajudar? - ele perguntou me encarando. -Pode contar comigo! - eu disse sorridente. - Mas o que tem em mente? -Eu acho que ela esconde algo do Levy... Um dia eu a peguei vasculhado a sala dele - ele me explicou. - Ok - eu sorri. - Vamos verificar isso. -É por isso que eu te amo... - ele sorriu. -Repete! - eu disse manhosa. -Eu te amo! - ele se aproximou mais de mim e começou a acariciar meu rosto. - Escolhi você para me ajudar, pequena Lucy, porque você nunca deixa passar nada; é a garota mais esperta que eu conheço. Eu sorri. - Obrigada... - eu acariciei seu rosto - Por ter me contado e tudo mais. -Disponha, senhora Davis! - disse num tom galanteador e eu sorri. - Senhora Davis? - eu perguntei sorrido. -Sim, se você aceitar ser minha para sempre - ele riu. -Vamos com calma, Isaac... - eu disse por fim. -Amor! - ele disse sério.
- O quê? - perguntei sem entender. -Eu quero que me chame de amor - ele disse sorridente, o que me fez rir também. - Mas que homem meloso eu fui arrumar... - eu disse entre risadas. - A culpa é sua... - ele disse fazendo bico - Agora agüente as conseqüências do seu ato! - O que foi que eu fiz? - perguntei sem entender. -Simplesmente veio para uma entrevista de estágio e entrou na minha vida sem mais nem menos - ele disse mordiscando de leve minha orelha e eu sorri um pouco. -Acho bom eu ir, antes que você cometa uma loucura no seu lugar de trabalho - eu disse me soltando, mas ele me segurou de novo. -Não sem antes me dar o meu beijo... - disse sorrindo malicioso. E assim eu fiz; o beijei com toda a ternura e amor que havia guardado no meu coração, mas o beijo foi começando a ficar voraz e quente...Então eu me soltei, pois sabia onde aquilo ia parar. -Vou só resolver umas coisas aqui e depois eu te deixo em casa ele disse tomando fôlego por causa do beijo. -Tranqüilo. Eu vou ficar conversando com a Mah - eu lhe dei um selinho demorado e logo saí da sala, deixando-o com um sorriso bobo estampado no rosto. -Ai, que bom que você chegou! - Mharessa disse ao me ver me aproximar. -O que foi? - eu disse confusa. - É que eu preciso entregar uns documentos na outra agência e não tem ninguém pra ficar no meu lugar... Quebra essa pra mim, vai... - disse com esperança. -Tudo bem, Mah... - eu sorri. - Eu fico. -É por isso que eu te amo! - ela me deu um beijinho no rosto,
pegou suas coisas e saiu. E eu me sentei na cadeira que ela sempre fica; e como eu estava entediada e sem fazer nada comecei a rodar na cadeira, mas como sou desastrada derrubei todos os papéis no chão, tendo que abaixar para pegá-los.Foi quando eu escutei uma voz se aproximando e decidi continuar abaixada; ela parecia estar falando ao telefone com alguém... -Claro que eu não sou tão burra assim, né pai... O Levy me mandou marcar a data do casamento; eu consegui o que eu tanto queria... Claro que ele não sabe que ela teve filhos dele... E nem vai saber, se depender de mim; você acha que eu sou burra? Eu vou dar os herdeiros verdadeiros para ele... Você acha que eu não queria trocar com ela? Sabe quantas vezes eu quis ficar grávida para prendê-lo?(...) Se isso tivesse acontecido eu era casada com ele há muito tempo, mas não... Ele nunca nem quis deitar-se comigo... Enfim. Eu consegui o que eu tanto queria e lhe convido para o nosso casamento, daqui a quatro semanas... Eu sei que eu sou o máximo! Também... Sendo Cármen Lions, eu tinha que ser, né? Tchau, papai... Foi bom falar com você! Logo a voz foi se distanciando e eu percebi que a tal de Cármen havia ido embora. Meu queixo caiu; ela realmente escondia algo do Levy - e algo muito grave... Ele era pai... Mas era coincidência demais... -Tudo bem por aqui? - Mharessa perguntou se aproximando. -Tudo sim, Mah... - eu menti. - Vou ali na sala do Isaac e já volto. - Ok - ela sorriu e retomou seu posto. Então eu entrei na sala correndo. - O que aconteceu, Lucy? - perguntou preocupado. - Você está pálida...
-Eu descobri uma coisa, mas você tem que me prometer que não vai sair daqui correndo e contar para o Levy... Precisamos ter certeza e precisamos de provas - eu disse por fim. - Você está me assustando... - disse me analisando. -Só prometa! - eu me aproximei. -Tudo bem... Eu prometo - disse esperando que eu continuasse. Então eu lhe contei tudo o que havia acontecido; da parte da Mah ter precisado sair até a parte que eu estava abaixada e a escutei falando sobre os filhos do Levy. No final de tudo Isaac estava sem palavras. -Não acredito que ela escondeu isso dele! - disse, inconsolável. -Precisamos achar provas, antes que seja tarde demais e ele se case com aquela mulher! - eu disse determinada. -Tudo bem... - ele suspirou. - Vamos acabar com ela! Eu sorri e percebi que ele tinha razão... Se minhas suspeitas estivessem certas eu não deixaria ela destruir vidas... Aquela mulher ia me pagar por ter feito que fôssemos criados sem uma figura paterna por perto... Isso mesmo - sempre fui conhecida por ser a mais esperta e por nunca deixar nada passar; eu tinha quase certeza que o Levy era meu pai, porém eu precisava de provas e se ele não sabia da nossa existência, significava que ele não nos abandonou... TRINTA Acordei cedo como de costume e me arrumei para ir à escola como sempre -, mas com uma esperança nova na minha vida... E se o Levy fosse meu pai mesmo? Eu ia ficar super feliz em tê-lo como pai, mas óbvio que não contei a ninguém das minhas suspeitas, nem para o Isaac. Bem... Me arrumei e fui pra escola;e quando a aula acabou voltei pra casa para me arrumar e ir trabalhar. Coloquei uma saia marrom abaixo dos joelhos, uma blusa social branca, meu salto preto e minha bolsa também preta.
Peguei um táxi e fui direto para o serviço, pois não deu tempo de ir falar com o Scott. Porém mais tarde eu passaria no hospital para ver como ele está. Cheguei correndo, falei com a Mharessa e entrei na sala do Isaac, mas assim que entrei não gostei nada do que vi: ele e a Agnes estavam abraçados; óbvio que eu forjei uma tosse, que fez eles se soltarem rapidamente. -Não é nada disso... - Isaac tentou dizer, mas eu o cortei. -Tudo bem, Isaac - eu disse calma até demais. -Desculpe de verdade, eu não queria causar transtorno na vida de vocês... Me desculpe por tudo, Lucy...Não é nada disso que você acha - eu simplesmente vim pedir desculpas ao Isaac; eu só queria alguém que olhasse pra mim como ele olha pra você, mas eu percebi que não preciso estragar com a felicidade de alguém para conseguir o que quero... - ela disse por fim. Meu queixo caiu. - Você me perdoa? - ela se aproximou de mim. -Olha Agnes... Eu ainda tenho receio, mas se tem algo que eu aprendi é que uma pessoa pode mudar... Não digo que eu te perdoo, mas vou lhe dar um voto de confiança - eu disse por fim. - Obrigada! - ela saiu da sala. - Mas o que... - eu procurava palavras para dizer. -Não me pergunte - Isaac sorriu. - Mas enfim... Descobriu mais alguma coisa? - Infelizmente não... - eu suspirei. - Ela deve ter deixado algum rastro; nenhum crime é perfeito... - Nós vamos encontrar - ele me deu um beijo na testa. Acabou meu expediente e o Isaac foi me acompanhar até o hospital. Logo entramos para visitar meu irmão, porém eu esqueci de um pequeno detalhe... -O que é isso roxo no seu pescoço? - disse assim que eu me
aproximei. Eu tentei dizer, mas me faltavam palavras; olhei para o Isaac e ele também estava sem saber o que falar. -Por acaso você dormiu com a minha irmã? - perguntou sério. - Pára com isso... Eu já sou grandinha para responder por mim! eu disse rápido. - E foi você mesmo que disse para nos acertarmos. -Mas não pra ficar de safadeza! - disse me olhando. -Chega Scott! - eu quase gritei. -Tudo bem... - suspirou. - Mas se ele te magoar, eu acabo com ele! E por favor, na próxima faça o favor de cobrir isso. -Pode deixar... - eu disse o abraçando. -Tenho novidade! - ele deu um largo sorriso. - Qual? - eu perguntei sorrindo. -Eu pedi a Mallaika em namoro e ela aceitou! - ele ainda sorria largamente. -Que sorte a sua - Isaac confessou entrando na conversa -, porque eu estou sempre pedindo sua irmã em namoro e ela sempre foge do assunto... Nessa hora Scott me olhou sério. -Eu tenho uns problemas mal resolvidos... - confessei - Mas depois vamos conversar sobre isso. -Acho bom! - ele disse ainda sério. Conversamos por mais algumas horas e depois o Isaac foi me deixar em casa. *** DUAS SEMANAS DEPOIS: Já se passaram duas semanas e aqui estou eu tentando achar uma explicação lógica para o que aconteceu e nada... Eu continuo na mesma. Estou começando a achar que Levy não tem nenhum vínculo com meu pai e que eu estou ficando louca, mas eu preciso achar uma prova e rápido; ele já vai se casar daqui a
duas semanas e amanhã haverá até uma festa de comemoração... Eu e Isaac não queríamos ir, mas temos que marcar presença... Bem,aconteceram muitas coisas nessas duas semanas...Eu, Mharessa e Agnes viramos amigas inseparáveis, dá pra acreditar? Mas vamos com calma; ela ainda está adquirindo minha confiança... Isaac me pede em namoro toda vez que nos encontramos, mas eu sempre digo para irmos com calma e por isso ele vive dando mais bola para as modelos... Agnes diz que é pra me fazer ciúmes e aceitar seu pedido... Eu sei disso, mas se ele sabe jogar eu também sei... Toda vez que o Levy passa por mim meu coração bate mais forte... E se ele for o meu pai? Ai meu Deus... Eu vou ser a garota mais feliz do mundo; mas será que ele vai gostar da notícia? Isso me preocupa, mas mamãe sempre me disse que ele sempre foi um bom homem; espero que ela esteja certa e ele não tenha mudado tanto assim... Scott ainda não saiu do hospital,já que foi uma pancada muito forte, mas Mallaika está sempre do seu lado. Eu gostei de saber que vamos ser cunhadas... Ela é um amor; tinha que ser irmã da Mharessa mesmo... De certo modo eu e Mharessa vamos ser da mesma família, e ela também vai ser parente da Agnes, já que Gerody é meio irmão dela...Ele finalmente tomou jeito e pediu Mharessa em namoro. Bem, de tanto Matt insistir e persistir, tia Clarissy aceitou seu pedido de namoro... Já estava na hora. -Vamos lanchar, meninas? - Agnes disse se aproximando. -Claro! - Mharessa disse animada. -Tudo bem! - eu disse por fim. Peguei minha bolsa e fomos para uma lanchonete perto do trabalho. -Como vai o namoro, cunhas? - Agnes perguntou para Mharessa assim que sentamos em uma mesa. -Vai bem... - ela sorriu animada. - Acho que estamos
progredindo. -Fico feliz, mas cuide bem dele... Ele é a única pessoa que sobrou da minha família... Quer dizer...Ele e a tia Cármen, mas ela não conta... Nunca está presente... - ela confessou triste. - O quê? - eu praticamente gritei. - Você é sobrinha da Cármen? -Sim... - ela sorriu. - Mas porque o espanto? -Nada... - eu suspirei. - É que você podia me ajudar... - Com o quê? - perguntou me analisando. -Olha... Eu sei que a Cármen é sua tia e essas coisas, mas eu acho que ela esconde algo e eu quero descobrir, antes que seja tarde demais... - eu confessei. -Tudo bem, eu ajudo você - ela sorriu amigavelmente. - Bem, ela nunca foi nada em nossas vidas... Quando meus pais morreram,se não fosse pelo Gerody - filho do primeiro casamento da mamãe -, eu teria perdido o chão, mas ele foi o meu chão...Eu tinha apenas 17 anos, mas mesmo assim me levou pra morar com o pai dele e sua madrasta, porém a tia Cármen nunca se importou em saber nada sobre agente, por isso não devemos nada a ela. - Obrigada! - eu sorri. -Só mais uma coisa... Se ela esconde algo, com certeza está no seu cofre, o qual ela não abre na frente de ninguém - ela disse por fim. E eu fiquei mais animada, pois eu tinha a chance de desvendar esse mistério e graças a minha “aminimiga” (amiga e inimiga)...
TRINTA E UM Bem... Como hoje é sábado e mamãe foi com a tia Clarissy para o hospital, fiquei sozinha e não fiz nada demais, apenas fiquei
dormindo a tarde toda. Acordei com batidas fortes na porta e me vi obrigada a sair da cama para ver quem era, e assim que abri me surpreendi. -O que fazem aqui em pleno sábado? - eu perguntei ainda sonolenta. -A festa, esqueceu? - Agnes disse por fim. - Nós viemos garantir que não vai se atrasar - Mharessa disse sorrindo. -Vocês sabem o que eu penso dessa festa idiota... - eu disse desanimada. -É por isso que você tem que ir... - Agnes sorriu. - Ou vai deixar aquelas modelos ganharem o seu homem assim de bandeira? -Tudo bem... - eu disse as deixando entrar no apartamento. Elas me convenceram porque Isaac é muito bonito para ficar em uma festa sozinho, mas tinha um porém: eu não sabia com que roupa ir. Então, quando contei isso a elas, as danadas viraram meu guarda-roupas de cabeça para baixo, até que encontraram minha enorme caixa, que eu guardo com muito carinho. -O que é isso? - Agnes perguntou olhando pra caixa. -Vovó me deu no meu aniversário, mas não tive tempo de usar... - confessei sorrindo. - Nem lembrava que ele estava aí. Então elas abriram a caixa e tiraram o belo vestido vermelho. Elas ficaram encarando o vestido, encantadas com tamanha beleza... A verdade é que eu fiquei do mesmo jeito quando o vi pela primeira vez - é um vestido super vermelho, que combina com a minha pele branca. -É esse! - disseram juntas. -Mas por quê? - eu disse as olhando. -Porque hoje o Isaac vai ficar super encantado por você! - Agnes respondeu animada. -Estamos brigados, esqueceram? - eu perguntei as olhando. -Por isso mesmo! - Mharessa sorriu. - Você vai entrar no
joguinho aparecendo maravilhosa pra ele se roer! -Gostei da idéia! - eu sorri. Não demorou muito e já estávamos prontas...Eu com o meu vestido super vermelho que combina com a minha pele branca e meus saltos também vermelhos,a Agnes com um vestido todo brilhoso levemente colado ao corpo e seu imenso salto preto e a Mah com um vestido branco soltinho e um salto também. Cá entre nós - estávamos maravilhosas... A Mah nos levou em seu carro. - Onde vai ser a tal festa? - me ouvi perguntando. -No salão de festas da empresa - Mharessa disse amigavelmente. - E onde fica esse salão? - perguntei olhando para Mah. - No subsolo da empresa - ela sorriu. Não demorou muito e chegamos; tinha carro pra tudo que é lado... Entramos e tentamos não ser notadas, quer dizer, eu e a Mah, porque a Agnes já chega causando... Começamos a descer as escadas e as meninas foram rapidamente, já eu desci bem suave e suspirando fundo; foi quando meus olhos se cruzaram com duas safiras que fazem minhas pernas bambearem...Ele sorriu um sorriso perfeito ao me ver e seus olhos brilhavam mais do que de costume. Ele tentou vir até mim, mas um certo moreno foi mais rápido. - Aceita dançar? - ele perguntou sorrindo e eu ia dizer não, por não estar muito a fim de dançar essa noite, mas ao olhar pra cara do Isaac... -Ela não aceita! - ele disse se aproximando. -Ele perguntou pra mim e não pra você! - eu fui grossa. - Claro que eu aceito! -Não faz isso... - ele segurou em meu braço, antes que eu fosse conduzida para a pista de dança. - Quer dizer que só você pode? - eu me soltei do seu braço. - Eu também sei jogar, Isaac!
Eu logo fui com o moreno dançar; ele colocou as mãos em minha cintura e eu coloquei as mãos em volta do seu pescoço, deixando que ele me conduzisse. -Seu namorado não devia ter ciúmes... - sussurrou em meu ouvido - Da fruta que você gosta eu como até os dois caroços! Eu comecei a gargalhar. - Eu sei disso... - eu sorri - Mas ele não precisa saber. -Danadinha! - ele disse sorridente. Bem... Lucas era meu vizinho quando eu morava com a vovó, mas quando eu vim pra cá ele havia se mudado há alguns meses; nós éramos amigos inseparáveis. -Mas qual é a do gato do seu namorado? - ele disse me analisando. - Bem... - eu comecei dizendo - Ele está tentando me provocar, porque eu não aceito seu pedido de namoro... Então, eu entrei no joguinho. -Não acredito que você recusou um Deus grego daqueles! - ele sorriu e eu gargalhei. - Mas por que isso? -Eu não sei... - suspirei. -Quer um conselho de um amigo de longa data? - disse me olhado. - Mesmo que não queira eu vou dar assim mesmo... Eu sorri. -Não fique com medo de se arriscar, pois você pode se arrepender do que não viveu...Se arrisque para o futuro e não tenha medo do que pode acontecer. Viva intensamente como se não existisse nada e dê uma chance para o amor - ele disse sorridente e eu sorri. -Pode deixar! - eu disse por fim. -Eu te chamei pra dançar por uma razão... - confessou. - Meu chefe se interessou por você e ele quer saber se você gostaria de fazer um teste para modelo. - Sério isso? - perguntei iluminada.
- Sim! - ele sorriu. - Tudo bem - eu suspirei. - Mas eu só topo fazer um teste. Logo eu vi uma das piranhetes se esfregando no Isaac com um vestido super decotado, então eu parei de dançar com o Lucas e saí em direção aos dois. -Aonde vai? - Lucas gritou. -Vou seguir seu conselho e cuidar do que é meu! - eu gritei de volta. Logo eu os alcancei e escutei o final da conversa... - Eu vou estar sozinha em casa... Que tal dar uma passadinha por lá? Você não vai se arrepender... - A modelo puta dizia acariciando seu rosto. Ele ia responder, porém eu respondi por ele. -Ele não vai a lugar nenhum com você! - eu gritei, fazendo-a virar para mim. Percebi que o Isaac sorriu pra mim. - E quem é você? - perguntou com desdém. - Quem sou eu? - eu dei uma gargalhada falsa - Eu sou a mulher que vai arrebentar a sua cara se você tocar no meu homem mais uma vez! Seu queixo caiu; ela olhou primeiro para mim e depois para o Isaac, que estava com um imenso sorriso estampado no rosto. -Isso não é verdade! - ela disse desacreditando. -Só você que é cega, querida! - eu disse me posicionado ao lado do Isaac. - Não vê como ele me olha? Os olhos do Isaac estavam brilhando. - Agora acho bom você sumir daqui, antes que eu faça uma loucura nesse seu rostinho de puta! - eu rosnei. - Do que me chamou? - ela ia partir para cima de mim, mas Isaac a segurou. - Acho bom você sair daqui... - ele disse ainda a segurando Minha namorada é brava e você não teria nenhuma chance!
Logo ela saiu pisando o pé. -Ainda bem que ela se foi - eu disse aliviada e ele começou a gargalhar. - Do que você está rindo? - eu disse brava. - Você é o próximo! Ele ainda ria muito. -Eu amo você, minha bruta mandona! - ele me abraçou forte. -Não pense que fizemos as pazes... - eu cruzei os braços. - Você me provocou muito com essas modelos de quinta! -E você acaba de revidar! - ele disse rápido. - Você está falando do Lucas? - eu comecei a gargalhar. - Já sabe até o nome dele - disse sério. - Como estão íntimos! Eu gargalhei mais ainda. -Não acredito que caiu nessa! - eu sorri. - O Lucas é Gay... Eu e ele éramos melhores amigos quando eu morava com a vovó. Ele começou a gargalhar e como eu senti falta daquele sorriso... -Estava com saudades, pequena Lucy... - ele me abraçou fortemente. -Eu também... - eu o apertei mais em meus braços. -Que tal sairmos daqui? - ele disse num tom galanteador e eu entendi o recado. Saímos antes que o Levy e a Cármen chegassem à festa.
TRINTA E DOIS Subimos as escadas e fomos direto para a sala dele, que a abriu rapidamente, e quando entramos ele trancou a porta. -Como eu estava com saudades de você... - Ele disse me tomando em um beijo voraz, que ia ficando cada vez mais quente... -Eu ainda estou com raiva de você! - Eu o empurrei. -Não era o que parecia agora a pouco! - Ele disse num tom
malicioso. -Porque você tinha que ser tão lindo? - eu disse o olhando. Ele começou a gargalhar. -O que você quer dizer com isso? - perguntou me olhando. -Que se você fosse velho e barrigudo ninguém ia te olhar - eu cruzei os braços e ele começou a gargalhar. -Eu tenho dona... - ele sorriu malicioso - E uma dona muito ciumenta! -Então porque estava dando bola para aquelas piranhas? - eu disse brava. - Porque eu amo te ver brava - ele sorriu. -Funcionou, parabéns! - eu bati palmas. - Pára com isso... - ele segurou meus braços. - Desculpe; eu só não conseguia aceitar que você poderia não gostar de mim tanto quanto eu gosto de você... Ele abaixou a cabeça. - Ei - eu acariciei seu rosto. - Eu amo você como nunca amei ninguém! Olha pra mim... Meus olhos brilham quando estou com você; eu escolhi você para ser o meu primeiro... Como pode pensar que eu não te amo? Sem você eu não sou a mesma... Quando você se vai, leva a minha alegria com você. Seu rosto se iluminou em um imenso sorriso e ele me abraçou. - Que saudade - ele me apertou mais em seu abraço. -Seu imbecil! - eu lhe dei um tapa de brincadeira e ele sorriu. Ele começou a beijar meu pescoço e depois tomou os meus lábios; eu senti seu amiguinho se animar e eu ri ao saber que eu era o motivo daquilo... Ele me colocou em cima da mesa e ficou entre as minhas pernas, ainda me beijando vorazmente. -Você me aceita do jeito que eu sou?Todo errado? - perguntou roçando a barba por meu pescoço, me fazendo rir. - Vamos misturar nossos erros - eu disse sorrindo. Ele deu uma leve gargalhada.
-Acho bom voltarmos para festa... Aqui éo seu lugar de trabalho - eu disse tentando me levantar, mas ele me impediu me pressionando mais na mesa. - Não vai fugir de mim - sussurrou em meu ouvido. - Você sempre me provoca e depois foge! - Mas Isaac... Estamos na sua sala! - eu disse por fim. - Shiii... - ele colocou um dos dedos na minha boca - Eu preciso de você, pequena Lucy... Não me negue isso! Eu comecei a gargalhar, mas logo a gargalhada foi calada por seus lábios nos meus...Ele passou a beijar meus seios por cima do vestido e depois ele mordiscou minha orelha; logo eu me livrei de suas roupas e ele foi tirando meu vestido bem lentamente, o que me deixava desesperada. -O que você fez com aquele Isaac que eu conheci, o qual não misturava profissional e sentimental? - eu sussurrei entre um beijo e outro. -Ele conheceu uma bela garota, que o deixa louco e sedento de desejo... - ele disse puxando de leve meu sutiã. Logo ele começou a brincar com meus seios e eu soltava leves gemidos; depois já não me restavam mais roupas e ele também estava despido por completo.Eu queria muito aquela união, que sempre me deixava completa e nos transformava em um só... Ele me deitou sobre amesa e deitou por cima de mim, nos unindo e fazendo leves movimentos; eu gemia de prazer e só esperava que ninguém lá embaixo ouvisse meus gemidos, que eram muito altos, mas a maioria das vezes eram calados por sua boca na minha e depois do que pareceram horas ele desabou por cima de mim e estávamos com a respiração pesada... - Eu amo você - ele sussurrou. - Eu também amo você - eu acariciei de leve seu cabelo. - E por favor, não faça mais isso! Tenha paciência comigo, eu tenho que resolver a minha vida...
- Agora eu entendo... - suspirou. Ele se levantou e me ajudou a fazer o mesmo. Vestimos as roupas e resolvemos voltar para a festa. -Sabe de uma coisa? - ele sussurrou em meu ouvido - Esse seu vestido é bonito, mas eu prefiro seu corpo nu embaixo do meu... Eu comecei a gargalhar sem parar. -Idiota! - eu o cutuquei de brincadeira e o mesmo sorriu. - Mas você ama esse idiota - ele disse gargalhando. -Meu coração não escolheu coisa melhor... Fazer o que, né? - eu disse me fazendo de desentendida. -Coração, é? - ele me deu um selinho demorado. - Não achou que seu coração devia escolher coisa melhor quando estava embaixo de mim agorinha clamando meu nome... Eu dei um tapa nele. - Pára de falar esse tipo de coisa... Alguém pode escutar! - eu disse olhando o lugar. - O que vão pensar de mim? -Que você acaba de fazer amor com o homem da sua vida - disse num tom galanteador. -Larga de ser meloso! - eu lhe mostrei a língua e ele riu. Antes que continuássemos a conversa a Cármen e o Levy entraram no salão. -Vou cumprimentá-los...Você vem? - Isaac disse me despertando dos meus pensamentos. - Não...Vou ficar aqui mesmo - eu disse por fim. - Mas você deve ir... Ele é seu amigo. Logo ele beijou minha testa e foi de encontro aos dois. Eu fiquei só observando, até que uma senhora apareceu perto de mim. -Também está achando isso ridículo, não é? - ela disse me despertando dos meus pensamentos. Eu olhei para ela confusa. -Desculpe... - sussurrou. - Sou Lucy Closs Thompson, mãe do noivo.
Eu comecei a gargalhar e ela ficou me encarando sem entender nada. - Lucy Yale - eu disse sorrindo. A verdade é que eu comecei gargalhar de nervosa, porque se minhas suspeitas estivessem certas ela seria nossa avó... E eu via a semelhança do meu irmão nelaassim como no Levy. -Que coincidência! - ela disse sorrindo. - Mas você dizia? - eu pedi que ela continuasse. -Que eu queria que meu filho tivesse uma vida feliz... - ela suspirou. - Óbvio que o pai dele está muito feliz, mas eu queria que ele conhecesse a felicidade... - Eu te entendo... - comentei - O Levy é um homem muito bom. -Desculpe querida, mas de onde você conhece meu filho? perguntou me encarando. -Eu sou estagiária na empresa dele - eu sorri. - Que interessante!Mas eu tenho a impressão de lhe conhecer a muito tempo... - ela disse me analisando. - O mesmo digo eu - eu sorri. -Deixe-me ir, querida... Vou cumprimentar o meu menino - ela disse se despedindo. - Foi um prazer conhecê-la, xará! Gostei dela... Se ela realmente fosse minha avó eu ficaria feliz, tirando a parte do avô que, pelo que eu entendi, era uma peste na vida do filho... Acho que ele não gostaria de saber da nossa existência e tudo ficava cada vez mais confuso... Será que eu estava ficando louca em achar que o Levy era meu pai?
TRINTA E TRÊS A festa acabou e Gerody convidou Mharessa para ir à sua casa, e ela me avisou que dormiria lá. Já a Agnes conheceu alguém na festa e foi embora com ele, o que foi bem engraçado... Isaac me convidou para dormir em sua casa, mas eu acabei recusando, pois eu estava muito cansada. Logo ele estacionou em frente ao meu prédio. - Não quer entrar? - eu perguntei o olhando. -Sua mãe e sua tia não vão se incomodar? - perguntou me encarando. - Não - sorri. - elas nem mesmo estão em casa.
Ele ainda me olhava confuso. - Bem... - eu comecei explicando - Tia Clarissy foi dormir na casa do namorado e mamãe foi ficar com o Scott no hospital, para que Mallaika possa descansar. Ele sorriu malicioso. -Nem pensar! - eu disse o olhando. - Se for pra ficar é apenas pra dormir! -Tudo bem... - suspirou derrotado. Ele arrumou uma vaga perto do prédio e estacionou. Descemos do carro e subimos para o apê. -Uau!Seu apartamento é muito bonito! - ele disse analisando o apartamento. - Obrigada, mas não sou eu que devo levar todo o crédito - eu sorri. Eu abri a porta do meu quarto e ele veio atrás de mim. -Seu quarto é do jeitinho que eu imaginava... - ele disse analisando cada cantinho. -Quer dizer que você imaginava o meu quarto, é? - eu disse o olhando. -Óbvio que eu imaginava o quarto da minha namorada - ele disse sorrindo. - Sua o quê? - eu disse me aproximando. -Minha namorada! - ele abriu um imenso sorriso. -Não sou namorada de ninguém - eu disse cínica. -Ainda não... - ele me deu um beijo na testa - Mas vai ser. - Como tem tanta certeza? - eu disse o encarando. - Porque você me ama - ele gargalhou. -Convencido! - eu o cutuquei fazendo-o rir, porém ele riu tanto que acabou caindo em cima da minha cama. Eu me deitei ao seu lado e o mesmo me abraçou; eu fiquei de costas para ele e acabei adormecendo do jeito que estava e não vi mais nada... ***
Acordei e me deparei com um lindo rostinho ao meu lado... Com muito cuidado - para não acordá-lo - fiz carinho em seu rosto, apreciando cada detalhe daquele rosto que tanto amo e senti uma lágrima escorrer pela minha face ao perceber que ele era só meu e que me amava assim como eu o amo... Troquei-me, saí do quarto e fui direto para a cozinha, mas não pense que eu estava sozinha... - Pulou da cama, foi? - tia Clarissy disse me dando um susto daqueles. - Não, tia - eu sussurrei. - Vim fazer algo para comer e eu não estou sozinha... Ela sorriu maliciosa. -Pode tirar esse sorrisinho da cara... Dessa vez eu e ele não fizemos nada; estávamos cansados e só dormimos - eu disse a olhando. -Tudo bem, calma... - ela sorriu. - Eu não disse nada. - Mas pensou! - eu cruzei os braços. -Não precisa esconder de mim... Sua mãe me contou o que vocês fizeram na tal viagem - ela sorriu ainda mais. -Não estou escondendo nada, tia - eu dei um leve sorriso. Dessa vez não fizemos nada... Eu estava muito cansada ontem a noite e só dormi. -Tudo bem, querida. Você não me deve explicação de nada - ela me deu um beijo no rosto. - Agora deixa eu ir, pois o Matt disse que tem um surpresa pra mim. Eu sorri; então ela se foi e eu continuei a preparar alguma coisa para comermos. *** ISAAC DAVIS: Acordei e não encontrei Lucy ao meu lado; então me levantei rapidamente e fiquei procurando-a, até que a encontrei de costas para a mesa fazendo alguma coisa e sorri ao lembrar-me da
nossa viagem, pela qual eu a tornei minha - e como eu amava aquele corpo que era só meu... Eu fui de fininho e a abracei por trás, depositando um longo beijo em seu pescoço. No começo ela tomou um susto, mas depois sorriu. -Eu queria lhe fazer uma surpresa - ela fez biquinho -, mas você já acordou... -Desculpe, meu amor... Eu queria ver seu rostinho logo pela manhã, mas parece que você pulou da cama - eu sorri. - Eu queria ter a sensação de que somos casados... Ela gargalhou. -Estamos mesmo parecendo casados - ela disse sorrindo. - Mas ainda sou muito jovem pra casar... -Nunca se é jovem ou velho demais para o amor, porque para amar não tem idade certa - eu beijei o topo da sua cabeça. - Vamos fazer o seguinte... - ela começou dizendo - Quando eu aceitar seu pedido de namoro oficialmente a gente pensa em casamento e até mesmo nos filhos, combinado? -Combinadíssimo! - eu disse animado. - Fiz um sanduíche pra você - ela me entregou o sanduba e eu comecei a comê-lo. Logo ela pegou o outro e também começou a comê-lo e me acompanhar. -Deve ser tão bom ser casado com você... - eu disse ainda abocanhando o sanduíche. - Por quê? - perguntou me encarando. -Porque tudo que você faz é bom - eu disse num tom malicioso e ela gargalhou. -Espero que esteja se referindo à comida - ela disse me encarando. - Também - eu me aproximei mais dela. - Mas tem uma coisa que você faz bem melhor... Ela gargalhou ainda mais alto.
-Não sabia que você era um pervertido assim - ela disse ainda entre risadas. -Vamos até o quarto e eu te mostro o quão pervertido eu posso ser... - eu sorri malicioso. Percebi que ela se arrepiou só em me ouvir falar. -Ou você vai querer que eu lhe mostre aqui mesmo? - eu disse animadinho. - Pára com isso, Isaac... - ela suspirou e depois sorriu - Vamos ter todo o tempo do mundo para isso. -Tudo bem... - eu suspirei derrotado. - E o que vamos fazer a tarde de domingo inteira? -Que tal fazermos alguma coisa de casal, como as pessoas normais? - ela deu um largo sorriso. -Eu ia fazer uma coisa super legal que casais normais fazem... eu disse cruzando os braços- Fazer meus herdeiros. Ela deu uma leve gargalhada. -Larga de ser chato, Isaac - ela me deu uma cutucada. - Parece que só pensa nisso! - Não é verdade - eu disse baixinho. -Ah, não? - disse me encarando. -Eu também penso em como você fica linda embaixo de mim chamando meu nome... - eu gargalhei. -Perdeu uma boa oportunidade de ficar calado... - ela disse séria. - Eu tô só brincando! - eu disse ainda entre risadas. - Vamos fazer o que você quiser, desde que eu passe a tarde toda grudado em você. Ela sorriu, se aproximou e me deu um selinho demorado. -É por isso que eu te amo... - ela sorriu. - Eu sei disso - eu sorri. -Idiota! - ela disse descontraída. -Linda! - eu beijei uma de suas mãos. -Imbecil! - ela disse fingindo estar brava.
-Rainha! - eu sorri. - Rainha? - perguntou sem entender. -Sim, ué! - eu sorri. -Mas eu sou muito jovem para ser rainha - ela disse me encarando. - Mas vai ter que aceitar... - eu disse sério. - A princesa já vai ser a nossa filha. Ela gargalhou e como eu amo essa risada de felicidade dela, ainda mais quando eu sei que o motivo sou eu...
TRINTA E QUATRO
Fui para o quarto e vesti um biquíni, pois, segundo o Isaac, íamos à praia; ele disse que tinha uma surpresa para mim. -Uau! - ele disse analisando meu corpo assim que me aproximei. - Não quero que você saia assim... Só eu posso desejar esse corpo! Eu comecei a gargalhar e voltei para o quarto, e ao invés do biquíni preto que eu estava coloquei um biquíni branco de renda. - Não melhorou muito, mas fazer o quê... - ele deu de ombros e eu sorri para ele. Logo saímos do apê, entramos em seu carro e partimos, mas não sem antes passar na casa dele para ele trocar de roupa. Depois, partimos finalmente para a praia. -Eu tenho uma surpresa para você! - ele disse sorridente. - Que surpresa? - eu perguntei saindo do carro assim que chegamos. -Se eu contar, deixa de ser surpresa - ele me mostrou a língua e eu sorri. Logo ele me disse para sentar na areia, que ele já voltava; e assim eu fiz.Não demorou muito e ele voltou com uma roupa totalmente diferente: bem coladinha no corpo e segurava uma enorme prancha. Ele abriu um imenso sorriso ao me ver tão surpresa. -Não sabia que você gostava desse tipo de coisa - eu disse o encarando. -Na verdade, ninguém sabia até agora... - ele sorriu animado. -Quer dizer que nenhuma daquelas putas sabiam disso? - eu apontei para ele todo. Ele gargalhou. - Não precisa ter ciúmes - ele sorriu convencido. - Não estou com ciúmes... - eu disse séria - Só queria saber mesmo. -Se não está com ciúmes, então que carinha é essa? - disse
colocando a prancha de lado e se sentando ao meu lado. - Fique tranquila... Você é a única que sabe sobre isso. Eu suspirei de cabeça baixa. -Ei! - ele levantou minha cabeça - O que está acontecendo? - Sei lá... - suspirei. - Você é bonito demais! Ele começou a rir. -Você acha que eu também não fico inseguro? - ele segurou uma das minhas mãos. - Você é linda demais... Se eu der mole, todos ficam em cima de você! Eu dei um leve sorriso. -Mas estou disposto a fazer isso dar certo - ele sorria animado. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele subiu por cima de mim e começamos a rolar na areia.Eu ria como criança, até que ele parou por cima de mim e me deu um longo beijo sem respirar, até que tivemos que parar para pegar fôlego. -Eu ficaria aqui nessa posição a tarde toda - ele sorriu malicioso. - Mas estamos em um lugar público e não seria nada legal sermos presos por atentado ao pudor... Eu comecei a gargalhar; então ele saiu de cima de mim, pegou a prancha e foi correndo para a água. E não é que ele levava jeito para a coisa? Só teve uma vez que ele caiu e eu fiquei preocupada, porém ele saiu nadando com a prancha em mãos, e como ele ficava sexy sacudindo o cabelo molhado... - Quer tentar? - ele disse se aproximando. - E se eu cair? - perguntei o encarando. -Eu estarei lá para te segurar - respondeu sorrindo. - Vamos, por favor! -Tudo bem, mas acho bom você me segurar - eu disse me levantando. Fui junto com ele para o mar e ele me ajudou a subir na prancha; então ele subiu também e ficou atrás de mim, me segurando para que eu não caísse, até que na primeira onda que pegamos eu me
desequilibrei e por minha culpa acabamos caindo na água... Ele me segurava o tempo todo e óbvio que eu comecei a rir sem parar. -Eu não disse que eu te segurava? - ele sorriu. - Há quanto tempo você sabe fazer isso? - perguntei colocando os braços em volta de seu pescoço. -Bem... Desde os 11 anos - ele sorriu -, mas achava que tinha perdido o jeito. - Como aprendeu? - eu o encarei. - Meu pai me ensinou - suspirou fundo -, mas ele já não faz mais isso e eu não fazia desde os meus 16 anos... - O que houve? - eu disse curiosa. - Bem... - suspirou de novo - Ele sofreu um acidente e ficou em coma por alguns meses, então eu fiquei com raiva da prancha e do mar,e por causa disso não havia mais feito isso, mas você me deu vontade de voltar a fazer. -Desculpa, eu não... - eu tentei dizer, mas ele me cortou. -Tudo bem, minha linda... Já passou.Foi há muito tempo - disse me dando um beijo no rosto. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele me puxou para debaixo d’água e ficamos mergulhando por alguns minutos e nos beijando bastante, mas óbvio que não somos peixes e tivemos que sair para respirar. - Vamos sair da água - eu disse assim que estávamos na superfície. -Ah, não! Aqui está tão bom... - ele me abraçou. -Também acho... - eu sorri. Então ele me agarrou em um beijo voraz e quente... Nossas línguas faziam conexão e entre um beijo e outro eu sorria e ele me imitava. -Eu te amo e nunca duvide disso, porque eu nunca disse isso pra ninguém... Apenas pra você, porque você é única em minha vida
e sempre vai ser assim - ele sorriu. - Minha pequena Lucy... -Eu também te amo, seu bobão! - eu beijei o canto da sua boca e o mesmo sorriu. -Case-se comigo então! - ele disse sorridente. - Veremos - eu disse voltando a beijá-lo. Mas logo eu o obriguei a sair dali e fiquei sentada esperando ele ir devolver a prancha e trocar de roupa, e não demorou a vir ao meu encontro. -Eu tenho um ótimo exercício físico para fazermos em minha casa... - ele disse num tom malicioso, me fazendo rir. Eu dei um beliscão nele, que ao invés de sentir dor começou a gargalhar. - Obrigada por ter me feito ter o melhor dia... - eu disse quando o carro já estava virando a esquina de casa. - Não foi sacrifício... - ele sorriu - Eu amo ficar perto de você! - Mesmo assim obrigada! - eu disse animada. - Por isso, senhor Davis, você merece um prêmio... Ele estacionou o carro em frente ao meu prédio e me encarou com desejo. -E esse prêmio inclui roupas rasgadas com os dentes? - ele disse com desejo eminente e eu comecei a rir feito bocó. -Se você quiser... - eu disse num tom sexy, fazendo-o rir sem parar. -Eu quero e muito! - ele me deu um beijo no pescoço de leve, me fazendo arrepiar - Eu quero te ter pra sempre e nada me faz tão completo quando estamos unidos em um só... Eu dei um leve sorriso. -Vou só enviar uma mensagem para mamãe - eu disse por fim. WhatsApp: De:Lucy Para:Mãe Mãe, não me espere hoje... Pretendo me sentir completa... Te
amo! Até amanhã! Então partimos rumo à felicidade... TRINTA E CINCO Acordei e Isaac estava me observando com suas duas safiras brilhantes... - Que foi? - eu disse me espreguiçando. -Você é tão linda... - ele acariciou meu rosto e eu sorri. - Que horas são? - eu perguntei me acolhendo em seus braços e ele me abraçou com vontade. - Ainda é cedo - ele sorriu. -Desde quando você está me observando? - eu perguntei suspirando. - Há algumas horas... - disse por fim. -E por que não me acordou? - eu disse bocejando. -Porque você fica linda dormindo- ele sorriu. - E eu gosto de te observar assim... -Então não é a primeira vez que me observa? - eu perguntei o olhando. -Não - Ele sorriu e eu sorri pra ele. -Tenho que ir pra casa me arrumar... - eu disse me levantando, porém ele me puxou, me fazendo cair por cima dele. -Está tão bom assim... - ele disse me abraçando. -Mas você tem que ir trabalhar e eu tenho que ir pra escola... Já matei aulas demais - eu disse tentando sair de seus braços, mas em vão. - Me solta, Isaac! -Só se me prometer voltar mais tarde! - ele sorriu. -Não posso... - suspirei. - Tenho que dar uma passadinha no hospital, ou o Scott vai dizer que sou uma mãe desnaturada... Ele sorriu. -Com o seu irmão eu aceito dividi-la... - ele disse cruzando os braços e eu ri. Me levantei, vesti uma blusa social dele e fui comer alguma
coisa. A noite passada me deixou com uma fome daquelas... Pra falar a verdade, ele me deixava com fome. A sorte é que a irmã dele não estava em casa desde ontem, então não a incomodávamos com certos barulhos... Assim que eu enfiei a torrada na boca, Isaac apareceu já arrumado. -Super flash! - eu disse o olhando e ele riu. -Eu faço o que posso... - ele me deu um beijo na ponta do nariz e eu sorri. -Não seria legal se acordássemos todos os dias assim? perguntou me analisando. - Assim como? - eu disse o olhando. - Só nós dois juntinhos, como marido e mulher... - disse mordiscando de leve minha orelha e eu ri. -Acho que ainda é cedo para pensar nisso... - eu disse por fim. - Eu não acho - ele me abraçou. - Você ficaria linda vestida de noiva... -E você já fica perfeito de terno... - eu sorri. Ele me puxou para um longo beijo, que eu logo interrompi para não chegarmos atrasados. Fomos para minha casa para que eu pudesse trocar de roupa e disse que ele podia ir trabalhar, mas ele fez questão de me deixar na escola, então parei de recusar. *** UMA SEMANA DEPOIS: Já se passaram três semanas... Na semana que vem é o casamento do Levy e eu ainda não consegui nada que incriminasse aquela mulher; e sem contar que hoje eu estou mais nervosa que o necessário... O Isaac insistiu para que eu fosse jantar com a família dele, pois ele queria me apresentar aos seus pais, mas e se eles não gostarem de mim?... Porém, ele me tranqüilizou dizendo que sua família não é como a que eu estou acostumada e, mesmo que eles não gostem de mim, ele que tem que gostar; e ele já me ama demais pra me deixar dando sopa...
Eu ri um pouco da situação, mas ainda assim estava preocupada... -Eu te trouxe uma coisa que vai fazer você cair de felicidade... Agnes disse me despertando dos meus pensamentos. - O quê? - eu perguntei sem entender. Ela me entregou um papel que continha números. Parecia uma...uma senha! -É a senha do cofre da tia Cármen! - ela sorriu animada. - Obrigada! - eu a abracei. -Você tem que entrar quando ela não estiver na sala, ok? - disse me encarando. -Pode deixar! - eu sorri. Mas nem precisou, pois logo a Cármen apareceu e disse para eu dar uma geral em sua sala, já que eu estava sem fazer nada. Mharessa tentou intervir, mas eu não deixei. Cármen estava se achando só porque ela também seria dona dali quando se casasse... Que iludida! Por mim, esse casamento não ia acontecer... Assim que ela saiu eu entrei em sua sala com os objetos de limpeza. Mharessa achou aquilo ridículo, mas eu lhe expliquei tudo e ela até riu da ingenuidade da Cármen, porém eu disse para ela me avisar quando a Cármen chegasse e ela concordou. Comecei a procurar o tal cofre em todos os lugares, até que achei um quadro... Tirei-o do lugar e lá estava o cofre. Então peguei a senha no meu bolso e comecei a colocar nele, que de imediato abriu o cofre, e era bem diferente do que eu imaginava... Lá não tinha apenas dinheiro e jóias, mas tinha vários envelopes de cartas e eu estranhei. Peguei um e me surpreendi ao ler o que estava escrito na frente... De: Daphne Para: Levy
Meu queixo caiu de imediato, então tomei uma decisão: peguei esse envelope, enfiei na minha bolsa, arrumei tudo como estava - para não desconfiarem - e limpei a sala para disfarçar. Meu expediente logo acabou e Isaac me deixou em casa, me avisando que mais tarde me buscaria para o jantar e eu concordei. Cheguei em casa e entrei no meu quarto rapidamente, trancandoo em seguida. Então peguei uma das cartas, que tinha o número 30 estampado nela... Levy, eu sei que deve estar bravo comigo, mas o seu silêncio me machuca... Por favor, me dê algum sinal! Já se passaram 17 anos e nossos filhos só me dão orgulho... Você também sentiria se estivesse por perto. Eu lhe peço perdão de todos os modos possíveis, mas eu não podia viver sabendo que estaria se casando e depositando seu amor em outra... Eu só não queria estragar a sua vida. Sinto muito por tudo, mas Lucy e Scott não tem culpa do meu erro... Tenho certeza que teriam orgulho de ter um pai como você... Levy, eu te amo muito e acho que nunca vou deixar de te amar... Se passaram 17 anos e meu amor só aumentou... -Daphne YaleNo final da carta eu já estava chorando feito uma criança... Eu finalmente o havia encontrado... Eu finalmente havia achado a minha figura paterna! Minha visão já estava sendo embaçada por causa das lágrimas. Peguei outra carta e comecei a ler... Hoje é dia dos pais e adivinha... A nossa menininha insiste em saber quem é o pai dela, para lhe entregar o presente que fez na escola... Eu disse que ela podia me entregar, mas ela disse que não, porque não queria ser diferente das amiguinhas que tem pai, e eu a entendo mais do que devia. Quando meu pai se foi, eu senti como se uma parte tivesse sido arrancada de mim,
mas você não morreu e eu estou privando-os de te ter por perto... Sinto muito, mas é melhor assim, pois eu não quero que eles sofram ou fiquem com raiva de mim; eu os amo e não posso viver com a rejeição deles... Eles se tornaram uma parte de mim e eu daria a vida por eles... PS: Eu ainda te amo! -Daphne YaleAgora, além de chorar, eu soluçava bastante... Eu queria abraçála e dizer que estava tudo bem, pois eu havia descoberto a verdade, mas não podia...eu precisava me controlar. Olhei no relógio e já era tarde, então guardei tudo em um lugar seguro e entrei no banho, sendo ainda mais tomada em lágrimas e deixando que a água do chuveiro levasse tudo pelo ralo... Saí do banho e resolvi me arrumar para o jantar, e eu não podia deixar o Isaac notar...Optei por colocar um vestido rosa escuro da parte de cima até a cintura; já a parte da saia era rosa claro, que eu havia comprado para tal ocasião e coloquei meus saltos beges; eu queria impressionar os pais dele... Logo ele chegou e buzinou. Quando eu saí, seu queixo caiu. -Se continuar assim, vou te levar lá pra cima - ele sussurrou em meu ouvido. - E não vamos sair de lá essa semana! Eu comecei a gargalhar e até então eu estava fingindo bem... Havia disfarçado com a maquiagem a cara vermelha por causa do choro. -Pervertido! - eu lhe dei um tapa de brincadeira e o mesmo sorriu. E então partimos para sua casa...
TRINTA E SEIS Ele estacionou o carro em frente a sua casa e do nada eu comecei a tremer sem parar... -Calma, meu amor... - ele beijou minha mão - Eles vão adorar você! Eu acabei entrando e fui recepcionada por Iara, que correu para me abraçar. - Você mudou mesmo esse cabeça-dura! - ela me disse animada. - Oi Iara! - eu a cumprimentei. Ela me levou para a sala, onde um senhor lia um jornal e a mulher conversava animadamente com um homem. - Lucy... Essa é minha mãe Iolanda - ele disse me apresentando à senhora, que se levantou para me cumprimentar com dois beijinhos e eu retribuí. - Esse é Iury, meu irmão do meio. O garoto me cumprimentou com um beijo na mão e levou um beliscão do Isaac, e eu ri um pouco. -Esse é o meu pai Marcius - ele disse se referindo ao homem que lia o jornal; ele o guardou e me cumprimentou amigavelmente. Sentamos à mesa e de vez em quando Iury fazia umas perguntas indiscretas... Isaac lhe dava um chute e eu ria da situação. - Mas e seu pai, Lucy? - a senhora Davis perguntou.
- Bem... - eu suspirei lembrando das cartas, mas não ia soltar isso ali assim. - Eu não o conheci. -Sinto muito, querida... - a senhora Davis segurou na minha mão. -Tudo bem - eu forcei um sorriso. - Mas iaê... Você deve ser boa mesmo na cama pra segurar esse cara... - Iury disse rindo descaradamente. -Iury! - Iolanda gritou - Isso são modos? Isaac lhe deu um tapa na nuca e eu ri. -Se você quer saber, não é só na cama que ela é boa - Isaac disse por fim. Eu corei levemente e ele beijou meu rosto. -Eu só não caso com ela porque ela não quer - ele disse sorrindo. Iolanda engasgou e o marido começou a ajudá-la a se recuperar. - Casar? - ela disse por fim. - Você odeia essa palavra, meu filho! -Odiava, mãe... - ele sorriu. - Até conhecer o amor da minha vida! -Uau! - o pai dele disse. -Eu falei para vocês que ela havia o mudado! - Iara se manifestou. Eles ficaram admirados com a forma que ele me tratava; e que estava apaixonado por mim... Não demorou muito a acabar e ele disse que me deixaria em casa. E assim foi; ele me deixou em casa, me deu um beijo e eu me despedi com um longo beijo. Meu coração estava voltando para a casa dele com ele, e sempre seria assim... *** Acordei, me arrumei e fui pra escola, como sempre. Cheguei e me arrumei para o trabalho, com um look divo como sempre, composto por uma minissaia marrom com alguns traços pretos, uma blusa preta levemente solta por cima da saia, uma jaqueta
de couro também preta, botas de cano curto com salto também prestasse uma bolsa de lado. E adivinhe que cor? Isso mesmo: preta, porque preto é vida! Cheguei e fui recepcionada por Mharessa, que estava animada. -E aí... Como foi o jantar? - perguntou me abraçando. -Foi maravilhoso! - eu disse sorrindo. - Meu cunhado é uma comédia, minha cunhada é um doce e meus sogros me adoraram por dar um jeito no filhinho mulherengo deles... Ela sorriu. -A Cármen disse que assim que chegasse era para você ir para a sala dela - ela disse por fim. E eu já sabia até do que se tratava, mas eu ia esfregar na cara dessa víbora... Bati na sua porta e a mesma disse que eu podia entrar; e assim eu o fiz. - Queria falar comigo? - perguntei entrando. - Sim - ela sorriu. - Sente-se, por favor. E assim eu fiz, contra a minha vontade. - O que você quer? - eu disse um pouco grossa. - Bem... - ela deu um largo sorriso - Você está com uma coisa que me pertence e eu a quero de volta. -E o que a faz pensar que eu devolverei? - eu disse curta e grossa. - Bem... - ela me estendeu uma pasta ainda sorrindo - Aqui estão umas coisas que a farão mudar de idéia... - O que são esse monte de coisas? - eu disse folheando a pasta. -São provas que incriminam sua mãe como culpada de um assassinato e que provam que seu irmão é cúmplice do mesmo ela disse sorridente. -Mas isso não é verdade! - eu disse me levantando da cadeira. - Mas até que se prove o contrário eu já estarei casada com o seu futuro papai - já que presumo que saiba -, e sua mãezinha vai
apodrecer na prisão ao lado do seu irmão! - ela disse entre risadas. -Você não presta! - eu rugi. - Obrigada pelo elogio... - ela sorriu animada. - Agora me entregue às cartas, ou sua família sofrerá as conseqüências! -Essas cartas são a prova de que papai não nos abandonou... Foi você que escondeu isso dele a vida toda! - eu disse por fim. -Nossa! Como ela é inteligente! - ela bateu palmas. Eu vou bater nessa vagabunda... -Bem, Levy não merecia ter filhos com uma qualquer... Eu lhe darei os herdeiros verdadeiros! - ela disse gargalhando. -Olha lá como fala da minha mãe! - eu disse alterando a voz - A única qualquer é você, que entrou sem pedir licença em nossas vidas... E graças a você eu cresci a vida inteira achando que papai nos abandonou e mamãe achando que ele não nos amava! -Acostume-se... Sua mãe perdeu. Todos vocês perderam! Eu vou ser a dona disso tudo! - ela sorriu. - E caso não me ajude eu tenho algo a mais que possa lhe fazer mudar de idéia... Ela estendeu outra pasta e eu peguei de imediato. -Mas são os desenhos do Isaac! - eu disse alarmada. -Isso mesmo, garota inteligente... - ela disse num tom de deboche. - Se caso não colaborar, eu enviarei os desenhos para a nossa concorrente e ele será culpado de ter nos traído; e assim perderá tudo o que ele mais ama por sua culpa... Agora vá para casa e me traga as cartas! - Agora essa foi a gota d’água! - eu parti pra cima dela, que se desequilibrou e caiu no chão; eu caí em cima dela e comecei a bater nela. -Nunca mais fale da minha família desse jeito, ou eu juro que não vai viver da próxima vez! - eu disse me levantando. - E fique longe do Isaac! - Tem mais uma condição... - ela disse com a mão no rosto. -
Quero que suma das nossas vidas e não quero que esteja presente no dia mais importante da minha vida! -Você é um monstro! - eu disse por fim. - Mas só lhe digo uma coisa: se você quer jogar, eu também sei jogar... E me aguarde, porque isso ainda não acabou! Eu logo saí da sala, peguei minha bolsa e voltei para casa correndo. Senti lágrimas rolarem pelo meu rosto; eu chorava como ninguém... Eu não ia deixar ela estragar nossas vidas pela segunda vez... Se ela estava pensando que eu entregaria tudo de bandeja, estava enganada! Peguei cada uma das cartas e tirei Xerox; depois, tirei fotos com o meu celular. Ela queria jogar? Pois bem... Eu entraria no jogo e era pra ganhar...
TRINTA E SETE Voltei para a empresa e pedi que Mharessa entregasse as cartas para a Cármen; e depois fui embora sem dizer nada. No caminho, resolvi ligar para a mamãe. “Oi querida!” – Respondeu animada do outro lado da linha “Mãe, eu vou pra casa da vovó, ok?” – Respondi tentando controlar a minha voz em barganhada pelo choro que queria cair “O que aconteceu, Lucy? Você está com uma voz de choro...” – Ela disse conseguindo perceber meu estado. Mãe é mãe né elas percebem até quando não queremos falar sobre o assunto “Não aconteceu nada... Eu só preciso sair daqui um pouco e clarear as idéias.” – Eu menti descaradamente “Eu sei que aconteceu, Lucy... Eu te conheço, mas se não quer me contar, tudo bem. Quando você estiver preparada, estarei pronta para te ouvir.” – Ela suspirou pesadamente do outro lado da linha
“Obrigada, mãe!” – Eu disse sem querer tocar muito no assunto “E quando pretende partir?” – Ela perguntou aparentemente impaciente “Amanhã mesmo.” – Respondi como se fosse óbvio “Ok. E quando volta?” – Ela soltou outro grande suspiro “É sem previsão de retorno.” - Confessei “Ok...” – Disse aparentemente chateada, por eu não dividir meus problemas com ela “Tchau mãe... Eu amo você!” – Eu não controlava mais as lágrimas que saiam dos meus olhos “Também amo você, querida... Vocês foram o melhor presente que a vida poderia me dar!” – Ela disse emocionada “Você é a melhor mãe do mundo!” – Confessei limpando as lágrimas que caiam por sobre meu rosto Logo eu encerrei a ligação e com lágrimas nos olhos. Eu não queria deixá-los, mas era preciso... Eu tinha um plano e, para que ele funcionasse, era necessário que Cármen pensasse que estava no controle. Cheguei em casa e comecei a arrumar as coisas, mas logo a campainha tocou e eu fui atender. -Porque saiu correndo daquele jeito? - Mharessa disse adentrando o apartamento. -Mharessa me contou que você ficou estranha depois de ter entrado na sala da tia Cármen... O que aconteceu? - Agnes disse saindo detrás da Mharessa. -Acho que com vocês eu posso contar... - eu disse por fim. Ainda mais você Agnes, que me provou que as pessoas podem mudar e melhorar... - Obrigada! - ela sorriu timidamente. - Agora nos conte...O que está acontecendo? - Mah entrou na conversa. Então eu comecei a explicar pra elas tudo o que havia
acontecido, até a parte de ter descoberto que meu pai é o Levy. Elas escutaram tudo com atenção e, no final, Agnes xingou a tia de mil palavrões. Mharessa ficou boquiaberta, sem saber o que dizer. - E você vai desistir assim? - Mah perguntou me encarando. -Acha mesmo que sou de desistir? - eu sorri - Óbvio que não! Eu tenho que sair por uns tempos, para que ela pense que está no controle... - Mas e o Isaac? - ela perguntou e meu coração apertou só de pensar naquelas duas safiras, que eu podia não vê-las nunca mais... -Eu escrevi um carta e eu quero que você entregue para ele, Mah... - eu sorri tristonha. -Tudo bem... - ela suspirou. - Mas qual é o plano? Eu comecei a explicar passo a passo do meu plano a elas, que ouviam atentamente e sorriam quando gostavam de alguma parte. - Vocês estão comigo? - eu disse colocando a mão no centro. -Eu estou! - Mah colocou a mão por cima da minha. - E eu idem! - Agnes a imitou. Logo jogamos as mãos pra cima. -Então, que comecem os jogos! - gritamos juntas. Ficamos algum tempo assistindo filmes e comendo brigadeiro de panela, até que elas foram embora. Isaac me ligou várias vezes, mas eu não atendi. Não ia conseguir ouvir o som da sua voz sem cair em lágrimas... Talvez, só o som da sua voz me faria desistir e correr para seus braços... Meu coração dói só de saber que vou deixá-lo pra trás... Eu nunca achei que fosse possível, mas eu me apaixonei por aquele idiota que só fala besteiras... Porém, é o meu idiota...Foi pensando nisso que acabei adormecendo... ***
Acordei e peguei minhas coisas.Mamãe e tia Clarissy me esperavam para se despedirem,sem contar que eu passaria no hospital para me despedir do meu chato... Mamãe disse que amanhã ele receberia alta e eu nem estaria aqui para presenciar isso... Antes de sair do apartamento, dei uma olhada em tudo que estava deixando para trás e me despedi silenciosamente dos meus melhores dias aqui... Tia Clarissy fez questão de me levar com o Matt e eu acabei concordando. Logo cheguei ao hospital e corri para abraçá-lo. -Vou sentir tantas saudades... - eu o apertei forte. -Então não vá - ele disse por fim. - Vou deixar os dois conversarem à vontade - Mallaika disse se retirando. Assim que vi que ela não se encontrava mais ali, continuei o analisando pra não perder nada. -Eu preciso ir... - confessei. - Aconteceu uma coisa boa e uma ruim, e por isso eu tenho que ir. -Sabe que pode confiar em mim, não sabe? - ele disse me encarando. - Eu sei - suspirei derrotada. - É por isso que não consigo esconder nada de você. -Então me conta...O que a atormenta? - perguntou preocupado e eu lhe dei mais um abraço apertado. -Eu descobri quem é o nosso pai - sussurrei em seu ouvido e ele purificou. - Mas o que... - ele praticamente gritou, mas eu coloquei a mão em sua boca. - Shiii! - eu disse desesperada - Quer que todos escutem? - Mas como? - ele procurava uma explicação. -Bem... Foi sem querer, mas descobri que ele não sabe que existimos... A noiva dele que recebia as cartas, porém ela soube que eu descobri o que ela fez e me ameaçou, mas eu tenho um
plano... Conto com você para não dizer nada - eu disse por fim. -Pode contar comigo... - ele disse com um pouco de raiva. - E se ela lhe fizer alguma coisa eu a castigo com minhas próprias mãos! Eu comecei a rir. - Mas e o Isaac? - ele disse me tirando dos meus pensamentos. -Espero que ele me entenda... Não quero que mais alguém se meta nessa confusão - eu suspirei. - Espero que ele não me odeie... -Ele pode sentir qualquer coisa por você, mas ódio não é uma delas - ele disse sorrindo. -Não tenho tanta certeza depois disso... - eu abaixei a cabeça. - Ei... - ele levantou meu queixo - Eu sempre disse que por mim você não casaria nunca, mas se for pra ser, espero que seja com ele,que faz de tudo para te ver bem... Por favor, não deixe ele passar... Vai ser um sacrifício me acostumar com outro namorado seu... Eu ri. - Desde quando são tão amigos? - eu perguntei o olhando. -Digamos que ele tem seus dotes - ele riu. - A cara dele é mais suportável. Eu o abracei e me despedi dele com lágrimas nos olhos. - Obrigada por tudo, meu ciumento! - eu disse saindo da sala. Ele sorriu e eu fui para o carro do Matt junto com a tia Clarissy. Eu não disse nada o caminho todo; apenas peguei o fone de ouvido e comecei a ouvir umas músicas no meu celular, mas todas elas me lembravam o Isaac e meus pensamentos foram para o dia em que ficamos juntos pela primeira a vez... Eu comecei a chorar descontroladamente e depois não vi mais nada, pois eu havia adormecido; só acordei porque tia Clarissy me chamou. Havíamos chegado e vovó me recebeu com um abraço apertado - e como eu senti falta disso. Tia Clarissy e Matt a
cumprimentaram, se despediram de mim e partiram. Eu entrei na casa abraçada com ela e de algum modo a casa que há alguns meses eu julgava ser meu lar já não era mais; meu lar era ao lado de Isaac, o dono do meu coração para toda a vida...
TRINTA E OITO “Ei, meu amor... Deve estar confuso com tudo, inclusive com o fato de eu ter partido sem me despedir... Não me odeie, pelo menos, ainda não... Eu te amo demais e não poderia viver com o seu ódio; não o deixei porque eu quis, e sim por ter sido obrigada por uma força maior, mas não se preocupe, eu vou ficar bem. Por favor, não venha atrás de mim... Eu lhe imploro. Você não sabe o tanto que está doendo ter que escrever essa carta de despedida... Por mim, eu ficava e me casava com você, que é o homem da minha vida,o qual escolhi passar o resto dos meus dias e ter uma família... Cada palavra que eu escrevo aqui são mil lágrimas derramadas... Não pense que não te amo; foi exatamente por causa desse amor que parti. Eu quero lhe proteger, pois eu jamais me perdoaria se algo acontecesse contigo... Você é a minha razão desde o primeiro olhar,o primeiro beijo e principalmente quando nos unimos... Desde então eu não vejo mais nada, apenas você me
completando... Obrigada por tudo, coisa mais linda da minha vida! Desculpe por ter escolhido me afastar, mas é para o seu bem... Mil desculpas, mas não farei como minha mãe, que sumiu sem dar explicações para o meu pai... Aqui estou eu dizendo que você é o amor da minha vida e eu jamais senti isso por ninguém, mas você descongelou meu coração com apenas essas duas safiras que você tem no lugar dos olhos; elas me hipnotizaram... Sua e somente sua pequena Lucy... PS: Isso não é um adeus... PS2: Eu te amo mais que tudo, nunca se esqueça disso!” *** ISAAC DAVIS: Eu li e reli a carta que Mharessa havia me entregado e não acreditei... Senti lágrimas brotarem dos meus olhos; ela se foi... Ela me deixou... Não! Ela não podia ter feito isso... Eu estava desnorteado, acabado e perdido. Eu a queria ali ao meu lado; eu a queria para o resto da minha vida... Não, não e não! Ela não podia ter me deixado assim de repente... Eu não só chorava, mas também soluçava bastante. Foi preciso que Mharessa me trouxesse um copo com água, já que eu fiquei sem ar, pois meu ar se foi com ela... A história da mãe dela não podia estar se repetindo com agente... Não! Eu não ia aceitar isso! O nosso amor não podia simplesmente acabar assim... Eu preciso encontrá-la, abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem... -Mah, para onde ela foi? - eu perguntei me acalmando. - Eu não sei... - suspirou derrotada. - Ela não me disse. Sinto muito; só a família dela que deve saber. - Tudo bem - eu limpei uma lágrima que ameaçava cair. Sinceramente, eu nunca havia chorado por mulher alguma... Era a primeira vez. Isso significava que ela era o meu mundo... -Calma, Isaac... - ela me abraçou amigavelmente - Não será um adeus... Ela vai voltar.
- Como você sabe? - perguntei incrédulo. -Eu simplesmente sei. Confie na mulher incrível que você tem ela sorriu. - Assim espero - eu disse me sentindo vulnerável por não poder fazê-la mudar de idéia e por não poder fazer mais nada... *** MHARESSA FERNANDA: Cheguei ao trabalho e fiz como havia combinado com Lucy: fui direto para a sala de Isaac, que me atendeu sorridente e me deu até dó de entregar a tal carta. -Chame a Lucy aqui, Mah. Estou preocupado... Ela não atendeu minhas ligações ontem... - ele disse por fim. -Se eu fosse você, lia isso aqui antes... - eu lhe entreguei a carta. - Mas o que é isso? - perguntou confuso. - Ela partiu - respondi sem olhar para ele e sua alegria foi embora, sendo substituída por uma pose séria. Ele leu a carta e, no final,ele estava chorando como eu jamais havia visto antes... Eu fiquei muito triste, mas não podia fazer nada. Eu só lhe trazia água e ficava o esperando se acalmar... *** AGNES HOLT: -Perdeu a noção do perigo, garota? - tia Cármen me abordou no corredor. -Eu já te falei na nossa última conversa que eu tô fora - eu me soltei de seu braço. -Não pode simplesmente sair assim! - ela disse grossa. -Eu não só posso, como vou! - eu disse num tom mais alto. Porque não me contou que o Levy é pai dela? - Não achei importante - ela mentiu. -Mentira! - eu gritei. - Você só sabe mentir... Você não contou por medo que eu me virasse contra você! Parabéns... Acabou de ganhar mais uma inimiga!
-Não pode ficar contra mim por causa dela! - ela suplicou. -Você não é nem metade da mulher que ela é! Eu entrei nessa porque você me ameaçou, mas eu acabei gostando de ter amigas e não vou trair a confiança delas. A partir de hoje você está sozinha nessa... Parabéns! Fez até sua família se virar contra você! - eu disse em um tom mais alto. -Escuta aqui, garota... - ela segurou forte no meu braço - Ou você me ajuda, ou vai acabar como seus pais! - Então foi você? - eu disse me soltando mais uma vez. -Garota ingênua! - ela gargalhou - Eu só tive que cortar os freios do carro... -Você é uma psicopata! - eu disse sentindo o ódio crescer dentro de mim. - Bem... - ela deu um sorriso - Ninguém mandou a minha irmãzinha se casar com o cara que eu estava afim... Meu sangue ferveu tanto que eu lhe dei um tapa na cara. -Nunca mais repita isso! - eu disse grossa - Ou não respondo por mim!Minha mãe era uma grande mulher; ao contrário de você, que é um monstro!Só fica feliz com a infelicidade dos outros... Só lhe digo uma coisa: muito cuidado, porque o feitiço pode virar contra o feiticeiro e a justiça será feita! Ela começou a gargalhar. -Como você é ingênua... Acha mesmo que vão conseguir me incriminar? Eu sou mais esperta do que pensam... Jamais vão me pegar! - ela gargalhou alto. -A vontade que eu tenho é de te dar uma surra daquelas... Meus pais não mereciam isso! Você é louca! - eu disse por fim. -Então me bata, querida! - ela disse sorrindo - Eu e você não somos tão diferentes assim! - A diferença entre eu e você é que eu tenho uma família e amigos que me amam e eu não vivo para estragar a vida das pessoas! - eu disse ríspida.
- Que seja... Vai me ajudar ou não? - perguntou séria. - Não! - eu gritei - Sinta-se sozinha! - Você quem sabe... - saiu pisando o pé. Assim que ela estava longe o bastante peguei meu celular na bolsa e comecei a ouvir a gravação, que estava bem nítida... Ninguém ia pegá-la? Ela que pensava! Ela acabou de ser pega no próprio veneno e acabei descobrindo mais do que queria...
TRINTA E NOVE Eu estou sofrendo... Meu coração dói demais! O que foi que o Isaac fez comigo afinal? Não consigo ficar longe dele... Está sendo muito difícil pra mim; e olha que hoje é só o terceiro dia... Tomara que ele confie em mim e me espere; e que não fique se engraçando para as modelos... Espero que ele me cumpra a promessa de ser só meu e de mais ninguém. Tomara que não seja um adeus... Eu não queria que fosse assim; eu só o queria perto de mim, me abraçando e dizendo que tudo ficaria bem, mas isso não aconteceria, porque eu escolhi assim... *** DAPHNE YALE: Eu estou perdendo-o de novo... Quando Mallaika me contou sobre o casamento eu fiquei desnorteada... Como pode, depois de todos esses anos, a chama ainda estar acessa aqui dentro do meu coração? Vai ver, são nossos filhos que nos unem... Eu não entendo... Como ele pode se casar, depois de ter me visto em sua empresa? Talvez porque não me amasse tanto como eu o
amava... Mesmo com tudo isso me atormentando, eu não parava de pensar em Lucy. Eu não queria que o final da minha filha fosse igual ao meu... Eu queria que ela fosse feliz acima de tudo. Eu não queria que ela chorasse cada vez que se lembrasse do que poderia ter sido e não do que realmente foi... Eu queria que ela amasse intensamente, sem ter o medo que eu tive. Eu devia ter enfrentado todos pelos meus filhos, mas eu não o fiz... Como eu queria voltar atrás e fazer tudo diferente... Dessa forma, eu que estaria no lugar daquela mulher, mas quem vive de passado é museu e a vida anda pra frente... *** LEVY THOMPSON: Está chegando o dia de felicidades pra uns e infelicidades pra outros... Bom, eu aceitei me casar com Cármen, para a alegria do meu pai; já minha mãe acha uma péssima idéia... Ela diz que não me vê feliz e nem apaixonado, e que as pessoas devem se casar porque se amam... E isso só aconteceu comigo e Daphne, há dezessete anos. E o pior de tudo é que eu não tiro aquela mulher da minha cabeça... Eu a quero; não essa fresca da Cármen, que tem medo de tudo. Eu quero alguém forte para amar e que não esteja interessada no meu dinheiro; e Daphne é exatamente assim... Ela nunca ligou pra luxo e sempre foi até muito humilde; isso sempre me encantou nela... Outra coisa que me deixou encantado foi que ela não precisa de maquiagem para ficar bonita; ela já nasceu perfeita... Mas o que eu estava pensando é que dezessete anos se passariam e Daphne ia ficar solteira me esperando para explicar o que a levou a partir sem mais nem menos. Bem... Agora não tem como voltar atrás. Esse casamento irá acontecer, eu querendo ou não, mas eu só queria que a noiva fosse a Daphne no lugar de Cármen... *** ISAAC DAVIS:
Eu estou péssimo! Mal presto atenção nas reuniões com os negociadores dos desfiles... Minhas noites de insônia são culpa de Lucy; quem mandou ela me hipnotizar e partir?O que será que aconteceu? Não me importo! Eu só sei que eu a quero aqui do meu lado e não quero soltá-la nunca mais... Eu quero beijá-la, abraçá-la e chamá-la de minha, como eu tenho feito. Quero lhe mostrar que não existe ninguém a ocupar o seu lugar... Mas e agora? O que eu faço? A saudade dela está sufocando... É uma dor sem sentido, a qual eu não havia sentido antes; o que isso significava afinal? Que eu estava apaixonado por Lucy eu já sabia, pois aquela mulher me enlouquecia... Eu quero ouvir aquela gargalhada e saber que eu sou o motivo; eu quero ver aquelas duas bolas cinzentas brilhando só por estar comigo; eu quero vê-la brincando descontraída; eu quero seus beijos e abraços; eu quero fazer amor com ela noite após noite e me apaixonar mais e mais pela pessoa em si; eu quero ela e necessito dela... Porque ela tinha que me deixar assim, sem saber como agir? Estou agindo como um verdadeiro bobão apaixonado e isso é muito gay. A culpa é toda dela... -Vamos sair? - Gerody disse adentrando a sala - Ouvi dizer que tem uma balada nova por aqui! -E a sua namorada? - perguntei por fim. - Ela deixou - ele sorriu. - Ela confia em mim. - Não estou a fim de sair - eu disse me levantando. -E vai ficar aqui choramingando? - ele disse rápido - Cadê aquele meu amigo animado e feliz? - Você esqueceu que a minha alegria foi embora? - eu disse sem muito interesse. -A coisa é séria mesmo... - disse colocando uma das mãos no meu ombro - Nunca te vi tão mal assim... - Pra você ver - eu disse baixinho.
-Mesmo assim, não aceitarei um não como resposta! - disse sorrindo. - Eu passo na sua casa mais tarde. Eu ia protestar, mas sabia que era em vão, porque quando ele enfia algo na cabeça, é difícil de tirar... Eu encerrei meu expediente mais cedo e parti para casa. Fui direto para o meu quarto e não quis comer nada, pois estava sem fome e acabei deixando Iara preocupada, já que eu sempre sou a alegria da casa. Deitei na minha cama e só acordei porque meu celular estava tocando.Peguei-o rapidamente, tendo um pouco de esperança, mas minha esperança se foi assim que olhei no visor escrito “Gerody”... A minha vontade era de não atender, mas sabia que ele me ligaria até que eu não conseguisse mais usar meu celular de tantas chamadas perdidas. “Alô...” – Atendi sem ânimo algum “Nossa... Quanto entusiasmo!” – Ele respondeu sarcasticamente. “Fala logo... O que você quer?” – Eu disse grosseiramente. “Bem, daqui a pouco passo aí e se não estiver pronto eu lhe arrasto do jeito que estiver!” – Ele disse todo mandão. “Tudo bem, mas eu só vou porque eu quero me distrair um pouco.” – Eu bufei impaciente. “É assim que se fala! Esse é o Isaac que eu conheço!” – Respondeu do outro lado da linha. “Não te garanto nada; eu só preciso beber um pouco...” – Eu comecei dizendo, sentindo meu coração bater dolorido no peito. – “E esquecer que um dia eu me apaixonei.” “Sabe que eu sou um ótimo amigo pra beber, não sabe?” – Perguntou obviamente. “Deixa a Mharessa ficar sabendo disso...” – Eu zombei. “Isso fica só entre a gente, ok?” – Ele soltou uma leve gargalhada do outro lado da linha. “Pode deixar... Vocês que se resolvam sozinhos!” – Eu
suspirei pesadamente Eu logo encerrei a ligação e decidi me arrumar. Gerody não demorou a chegar e Iara agradeceu por eu ter saído um pouco do quarto. Logo partimos para a tal festa e todas as mulheres e garotas estavam o tempo todo em cima de mim, mas só tinha um porém: nenhuma delas tinha o brilho no olhar que me encantava; ninguém jamais teria a beleza de Lucy, que era única e perfeita... Foi pensando nisso que arrastei Gerody de volta para minha casa e o forcei a assistir uma série, enquanto comíamos um pote de sorvete enorme. Se eu ficaria na mal, ele também ficaria...
QUARENTA Estou com saudades do Isaac, mas não posso voltar atrás... O meu único medo é que as meninas não cheguem a tempo amanhã... Isso mesmo! É amanhã e eu estou muito nervosa. Nem parece que o tempo passou tão rápido... Eu mal conseguia dormir direito, porque ainda sentia o calor dos braços de Isaac me envolvendo... -Querida, eu vou ao supermercado e já volto! - vovó gritou. -Tudo bem, vó! - eu gritei de volta, deitando na minha "cama". Não demorou muito e escutei o barulho de algo se quebrando; então saí correndo para a cozinha e tomei o maior susto... -É assim que o nosso “para sempre” vai acabar? - perguntou me encarando.
-Acho que o nosso “para sempre” nunca vai acabar - As palavras saíram da minha boca. Ele correu para me abraçar e eu retribuí – e como eu havia sentido falta do seu cheiro e de todo o resto... As suas safiras brilhavam mais do que da última vez que eu o havia visto e eu sabia que aquele brilho era especial, porque ele só aparecia quando estávamos juntos... *** ISAAC DAVIS: Desde que ela se fora eu não consigo parar de pensar nela... Em como devia estar ou se estava com outra pessoa... Doía-me só de imaginar essa possibilidade, mas era uma possibilidade que eu não deixaria passar e, portanto, eu sofreria menos... -Nossa... Você está péssimo! - Mharessa disse me analisando. -Desculpe, Mah... Não tenho dormido bem à noite... - eu disse por fim. -Eu sei que ela vai me matar e que eu vou me arrepender disso, mas não agüento te ver nesse estado... Vou lhe contar o que exatamente a levou a tomar tal atitude – ela disse se sentando de frente pra mim. Ela me contou tudo e no final eu estava com muito ódio daquela mulher... Lucy havia ido embora por não querer que algum mal acontecesse comigo ou com sua família... Eu fiquei tão furioso que dei um soco na mesa, fazendo Mharessa se assustar. - Mas afinal... Onde ela está? - eu perguntei a analisando. - Não sei bem... - ela suspirou. - Mas tudo indica que ela está na casa da avó... Saí correndo do escritório sem dizer nada e passei na casa da família dela. E tive que implorar muito para que me dessem o endereço da avó... A mãe dela disse que me daria porque não agüentava mais me ver sofrendo. Fui para casa, peguei só algumas roupas por precaução e me despedi de Iara, que me
desejou sorte e eu parti rumo ao aeroporto. Cheguei quase uma eternidade depois, e quando cheguei bati na porta da casa, uma senhora muito amigável atendeu e eu expliquei tudo a ela, e a mesma disse que, desde o dia que chegou, Lucy não havia saído do quarto e isso me alegrou um pouco, porque significava que ela não tinha ninguém além de mim... -Vou ao supermercado, para que fiquem mais à vontade - ela piscou pra mim e gritou isso a Lucy. Eu fiquei um tempo na cozinha esperando que ela aparecesse; e meio que sem querer eu derrubei um copo deve ser o nervosismo com certeza é o nervosismo e a mesma saiu do quarto assustada. Ela usava um moletom e estava toda descabelada, porém linda... Pelos seus olhos dava pra ver que não estava dormindo bem à noite e isso provava que eu não era o único... Depois que conversamos e eu corri para abraçá-la, Ela se esquivou. - Como me achou? - Ela perguntou tentando esconder a emoção aparente. -Eu tenho meus contatos... - Eu sorri. -Você não devia estar aqui... – Suspirou derrotada. - É melhor você ir embora. -Tem certeza que é isso que você quer? - Perguntei a encarando. -Claro que não! - Ela disse como se minha pergunta fosse o maior absurdo que ela já ouviu na vida. -Então vamos resolver isso juntos - Eu a abracei e mais uma vez ela se esquivou. -Você não entende... - Ela não conseguiu mais segurar o choro. -Que a Cármen te ameaçou ou que Levy é o seu pai? - Eu sorri. Devia ter me contado isso antes... Ela pareceu surpresa e confusa com a minha revelação. - Como você... - ela tentou dizer. - Devia ter me contado - eu a abracei mais forte e dessa vez ela retribuiu. - Você não tem noção do que eu passei... Mal dormia
de noite e ficava sempre pensando se você poderia estar com outro e não me amar tanto quanto eu te amo... Ela sorriu. -Eu também fiquei sem dormir... Fiquei com medo de te deixar e você arrumar outra rapidinho, mas era necessário... Jamais me perdoaria se você perdesse seu emprego - uma coisa que você ama - por minha causa... - ela suspirou tristemente. -Eu não amo esse emprego mais do que amo você... E daí que ela pode tirar o emprego dos sonhos?Eu não ligo! Só não quero ficar longe de você, que é o meu mundo... Eu não consigo ficar sem você! Não faz mais isso, por favor! - eu a abracei e ela não conseguiu esconder a emoção. -Você é incrível! - ela disse forçando um sorriso em meio às lágrimas. -Tão incrível que se casaria comigo? - perguntei me lembrando da carta dela. -Incrível até esse ponto! - ela deu um largo sorriso e meu sorriso se alargou. -E agora o que faremos? - perguntou me olhando. - O que fazemos de melhor... - eu dei um sorriso malicioso. -E o que seria? - perguntou cinicamente. - Vem cá... - Eu a puxei pela cintura e ela deu uma gargalhada E como eu estava com saudades disso... -Estamos na casa da minha avó! Mais respeito, por favor! - ela disse tentando se soltar de mim, mas eu não deixei. Muito pelo contrário... Eu a abracei e depositei a boca perto de seu ouvido. -Ela saiu e acho que não volta tão cedo... - sussurrei em seu ouvido e ela sorriu. -Eu adoro esse seu lado pervertido! - ela disse gargalhando. - Então me beija - eu disse desesperado para tê-la em meus braços novamente. -Nem precisa pedir! - ela disse se jogando em meus braços e o
beijo foi ficando cada vez mais quente, até que a ajudei a sentarse na pia e o beijo foi ficando mais voraz quente e necessitado cheio de saudade... A minha língua brincava com a dela e ela tentava nos aproximar mais. -Eu adoraria ficar assim com você - eu disse sem fôlego - mas não ia dar certo... Sua avó pode entrar e não vai ser nada legal. Ela gargalhou alto e eu a ajudei a sair de cima da pia. Saí a arrastando para o quarto e o resto já podem imaginar, né? Só esperava que a avó dela não se incomodasse com o barulho quando chegasse... De uma coisa eu tinha certeza: eu ia desmascarar Cármen junto com ela; e a minha vontade era de bater nela, por tê-la feito sofrer, mas não podia; então era só dar o troco, mas de outra forma. Ela que me aguardasse, pois mexeu com a pequena Lucy errada...
QUARENTA E UM -Eu te amo tanto... - Eu sussurrei o abraçando. Tínhamos acabado de fazer o que fazemos de melhor juntos e ainda estávamos com a respiração pesada e ofegante... -Eu também te amo, minha pequena Lucy... - Ele me apertou mais em seus braços. - Mas a Cármen vai pagar por tê-la feito sofrer tanto... - Esquece isso - eu suspirei. - Só me abraça! E assim ele o fez; me deu um longo abraço. Eu lhe dei um selinho longo e ele sorriu.
- Gostei da sua carta - ele disse por fim. -Gostou, é? – Eu o encarei. -Sim... Nela você aceita se casar comigo! - Ele sorriu. Eu comecei a gargalhar alto. - Eu não disse isso - Eu me fingi desentendimento. -Disse sim! Com todas as letras! - Ele deu um largo sorriso. - Sou muito nova para casar... - Eu disse sorrindo. -E namorar? - ele perguntou me olhando. - Vou pensar no seu caso... - Eu disse sorrindo. - Vou fazer você aceitar - Ele disse se levantando e vestindo a roupa. - O que você está fazendo? - Eu perguntei sem entender nada. -Espere e verás... - Ele disse sorrindo. Eu não disse mais nada, mas assim que ele se ajoelhou aos pés da cama meus olhos se encheram de lágrimas. -Lucy Yale Thompson... Você aceita namorar comigo? - Ele perguntou me olhando profundamente. - Thompson? - eu disse o encarando. -Sim. Quando o Levy te registrar, esse será seu nome - Ele sorriu. - Agora pare de estragar o clima e diz logo se aceita ou não... - Qual é a pergunta? - Eu disse entre gargalhadas. - Se você quer namorar comigo - Ele disse tenso. -É claro que eu quero! - Eu me joguei em seus braços e ele soltou um suspiro aliviado. -Achei que não ia aceitar nunca! - Ele confessou voltando a se deitar na cama. -Você parecia tenso... - Eu ri - Só quis brincar um pouquinho. - Eu não parecia tenso... Eu estava! - Confessou suspirando. Nunca fiz isso antes; você devia ter me dado um desconto... -Desculpe, meu amor, mas você fica lindo tenso... - Eu lhe dei um beijo no rosto.
- Engraçadinha! - Ele disse brincando com o meu nariz e eu sorri. - Está ótimo ficar agarrado a você, mas temos que ir... - Para onde? - perguntei confusa. -Para o casamento do seu pai, ué! - ele disse animado. - Vamos desmascará-la ali! -Eu não posso ir... A Cármen... - tentei dizer. -Que se dane o que ela pode fazer! - ele me cortou. - O Levy precisa saber com que víbora ele está prestes a se casar... - Eu não sei não... - eu suspirei derrotada - Não quero ver nenhum de vocês em perigo... -Não precisa ter medo, meu amor... Você nunca vai saber o que realmente pode acontecer se não tentar. E mesmo que dê errado, estarei do outro lado segurando a sua mão para te dar forças Ele disse sorrindo. -É por isso que te amo!- Eu disse com o rosto iluminado. - Só por isso? - perguntou se fingindo de bravo. - Por isso e várias outras coisas... - Eu sorri - Obrigada por você ser você! -Obrigado você, por ter entrado na minha vida e de uma hora pra outra ter se tornado o meu tudo... - Ele me deu um beijo na testa - Obrigado por ter me mudado para melhor! -De nada! - Eu disse por fim. *** ISAAC DAVIS: Lucy está dormindo em meus braços agora e eu não me canso de observá-la dormir... Ela é tão linda... Eu quero a proteger de tudo e de todos!Eu não quero que façam mal a ela, ou não respondo por mim... É tão bom tê-la em meus braços outra vez; é tão bom poder abraçá-la e dizer que tudo vai ficar bem... Espero que, quando ela acordar, eu a convença a voltar comigo. Levy precisa saber a verdade e ninguém melhor do que ela para contar; e tenho certeza que ele apoiará nosso relacionamento... Nos
conhecemos há décadas e espero que ele apoie mesmo, porque, apesar dele ir super bem com a minha cara, ele sabe de todas as garotas que eu peguei... Mas quem tem que gostar de mim é ela, que tem um sorriso tão lindo; é ela que tem os olhos brilhantes que dá cada gargalhada gostosa quando está comigo e que me proporciona prazer como ninguém... - Há quanto tempo está me observando? - ela perguntou se espreguiçando. -Há bastante tempo - eu sorri. - Fica linda dormindo com a pose tão serena e doce... - Fico nada... - ela fez biquinho - Fico é toda descabelada... -Você fica linda até se colocar uma melancia na cabeça - eu gargalhei e ela me acompanhou. -Idiota! - ela me cutucou. - Que você ama - eu dei um leve beijo em seus lábios. -Amo mesmo! - ela se aconchegou em meus braços. - Temos que voltar - eu mudei de assunto. -Não sei não... - ela disse tristonha - Ainda estou com receio... -Deixa de ser besta... Se ela atravessar seu caminho, você dá logo uma rasteira nela! - eu disse em meio às risadas. -Tá violento, hem?Tá aprendendo com quem? - ela disse cruzando os braços. -Com minha namorada super ciumenta! - eu sorri. - Eu não sou assim - ela cruzou os braços de novo. -Nem um pouco... - eu sorri -Imagina! -Eu não sou ciumenta! - disse brava. -Claro que não... Foi por isso que você queria arrancar os olhos de qualquer uma que chegasse perto de mim... - eu disse a observando atentamente. -Elas também não têm que ficar olhando para os homens das outras! - ela disse grossa. -Calma, meu amor... Eu só tenho olhos pra você! - eu disse
levantando os braços, me fazendo de rendido. -Bom mesmo, porque se não tiver olhos só pra mim, não vai ter olhos mais pra ninguém! - ela disse séria. -Ah, é? E vai fazer o quê? - perguntei só por perguntar. -Eu arranco seus olhos e a única imagem de que vai se lembrar vai serdaminha! - ela disse mais séria ainda. -Eu daria tudo para ficar apenas com a sua imagem na cabeça... eu disse beijando suas mãos. -Bom mesmo! - ela disse sorrindo. - Temos que voltar... - eu disse a abraçando mais forte. -Eu sei... - suspirou. - E é por isso que eu vou com você! -É assim que se fala! - eu sorri por ela ter resolvido enfrentar seus medos. Não demorou muito e ela se trocou; e eu também.Nos despedimos de sua avó e partimos rumo à verdade...
QUARENTA E DOIS Chegamos em casa pela madrugada, mas não pense que fomos direto para minha casa... Fomos direto para a casa dele. Chegamos às 4h da madrugada e fomos direto para o seu quarto; estávamos exaustos da viagem. Isaac se deitou ao meu lado, me abraçou e acabamos adormecendo... ***
Acordei e olhei para o lado; porém Isaac não estava mais lá... Olhei no relógio e já marcavam 13h. Me levantei rapidamente e comecei a me trocar. Depois, desci rapidamente e Iara me recepcionou animada. -Minha querida! - disse me abraçando - Você não sabe o quanto fez falta... Eu lutei para tirar aquele cabeça-dura do quarto... -Oi, Iara! - eu retribuí o abraço. - Mas, falando em cabeça dura, cadê ele? - Deve estar chegando - ela disse já me soltando. - Bem, estou indo trabalhar... Se precisar de algo, Giselda ficará feliz em te servir! - Obrigada! - eu sorri e ela saiu animada. Eu fiquei um tempo sentada comendo e Giselda se ofereceu para me trazer várias coisas, mas eu a agradeci e disse que estava bem assim. Ela, então, me deixou sozinha. -Oi, meu amor! - Isaac apareceu com um monte de sacolas. - O que é tudo isso? - eu perguntei observando aquele monte de coisas. -São apenas algumas coisas que comprei. Presumi que acordaria faminta... - ele disse sorrindo. -Presumiu certo! - eu fui até ele e arranquei as sacolas de suas mãos. Lá tinha tudo, mas o que eu mais fiquei surpresa ao obter em minhas mãos foi uma caixinha de morangos com chocolate, e eu sorri ao lembrar-se das nossas noites na casa da praia... - Morangos com chocolate? - eu disse o encarando. -Desde que passamos aquelas noites juntos, passou a fazer parte dos meus dias... Eu sempre compro e como me lembrando de você - ele disse animado. -Uau! - eu disse impressionada - Você me surpreende a cada dia! - E isso é ruim? - disse me analisando. -Pior que não... - eu sorri. - Mas você devia ter me acordado... - Você precisava descansar - ele beijou minha testa suavemente.
- Você devia ter me acordado - eu suspirei. - Mas, mesmo assim, obrigada por se preocupar. -Eu me preocupo com a minha mulher... - disse sorridente. -Repete! - eu me aproximei dele. -Minha mulher! - sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar de imediato; só ele tinha esse efeito sobre mim... -E você é o meu homem! - eu disse sorrindo. - Somente seu! - ele me deu um longo selinho. - Adoraria ficar aqui com você a tarde toda, mas temos que resolver alguns problemas... - Quais? - eu perguntei o encarando. -Primeiro, o fato de você ser filha do Levy... - confessou. -A Mah deve ter te contado... - eu disse desanimada. -Em partes - disse me analisando -, mas eu quero ouvir a sua versão... Eu preciso ouvi-la. - Bem... - eu comecei dizendo - Eu comecei a desconfiar quando encontrei mamãe e Levy se olhando, sem dizerem uma só palavra; aí depois eu ouvi Cármen falando ao telefone, dizendo que Levy nunca ia saber que seu antigo amor teve filhos dele e que ela se casaria para dar herdeiros verdadeiros a ele... Eu precisava de uma prova e pedi a Agnes que me desse à senha do cofre da Cármen, e assim ela o fez... O resto já deve saber, né? Bem... Eu encontrei as cartas que mamãe enviou para o Levy quer dizer – meu futuro pai, mas elas nunca chegaram às suas mãos e mamãe sempre achou que ele estava nos renegando, quando na verdade nunca soube da nossa existência... - Não se preocupe... - ele disse sério – Ela vai pagar por tudo, principalmente pelo mal que nos fez... Eu lhe prometo! -Eu não sei o que seria de mim sem você... - eu o abracei. - Senti tanto a sua falta... -Eu também, pequena Lucy... - ele depositou um beijo no topo da minha cabeça.
-Chega de notícias tristes... - eu limpei as lágrimas que ameaçavam cair - Vamos falar de notícias alegres, como o simples fato do papai não ter nos renegado... Seu sorriso se alargou. -Eu não poderia escolher pai melhor! - eu confessei sorridente. -Tenho certeza que ele irá aprovar nossa relação - Isaac disse sorrindo. - Assim espero, já que somos amigos. Se bem que... - Se bem que? - eu disse esperando que ele terminasse. -Se bem que eu sempre lhe contei... As garotas que eu ficava... confessou de cabeça baixa. - Isaac! - eu gritei, lhe dando um beliscão. -Eu ficava! - disse sério - Do verbo “não fico mais”. -Acho bom mesmo... - eu disse cruzando os braços. - Mesmo assim, acho bom você convencê-lo... - O que eu não faço por você? - ele beijou uma de minhas mãos. -Acho que vou me trocar pra voltar para casa - eu me levantei da mesa. - Mas já? - perguntou tristonho. -Minha mãe nem sabe que cheguei... - eu disse por fim. -Não vejo a hora de morarmos na mesma casa e eu poder te paparicar à vontade... - ele cruzou os braços, como criança que faz birra, e eu comecei a rir. - Tudo vai dar certo - eu o abracei fortemente -, mas eu preciso ir para casa esclarecer as coisas com a minha mãe e mudar os planos com a Mah e a Agnes... -Eu entendo, meu amor.Só tome cuidado... Pelo que me contou, essa mulher é perigosa! - disse muito preocupado. -Eu vou tomar - eu sorri. - E se ela me prender numa torre, conto com você para me resgatar! Ele gargalhou alto, o que serviu para confirmar que eu estava mais apaixonada por ele,já que meu coração batia descompassado no peito só de ouvir sua risada gostosa, que eu
amo tanto... Subi para o quarto, tomei um banho gelado, vesti uma roupa qualquer, peguei minhas coisas e desci. - Vamos? - ele disse por fim. -Com certeza! - eu sorri. -Não esquece que o casamento é às 16h - ele disse segurando em minha cintura, à medida que andávamos para a garagem. -Pode deixar! Eu nunca faltaria ao casamento do meu pai... - eu disse sarcasticamente e ele sorriu. -É assim que se fala! - disse por fim. Entramos no carro, ele deu partida e fomos para minha casa; dessa vez, o meu lar de verdade... Cheguei e tia Clarissy estava saindo do prédio. Eu saltei do carro e corri para abraçá-la, e ela ficou surpresa a me ver ali. -Como eu senti sua falta, tia! - eu a apertei mais em meus braços. - Você não deveria estar na casa da sua avó? - perguntou me encarando. -Ela devia - Isaac se aproximou de nós -, mas eu não sei viver sem ela... - Então foi você? - ela disse o encarando - Parabéns por tê-la convencido a voltar! -Não precisa agradecer... - Isaac sorriu animado. -Tia, cadê minha mãe? - perguntei desesperada. -Está lá em cima com o Scott e a Mallaika - ela sorriu. - Ele está se recuperando bem! -Fico feliz! - eu lhe dei um último abraço. - Agora eu preciso ir. -Vai lá, querida - ela sorriu e eu subi acompanhada pelo Isaac. Assim que cheguei à porta, respirei fundo antes de abri-la; foi quando escutei risadas e minha coragem veio com força total, então eu abri a porta e vi Scott sentado com mamãe e Mallaika, observando o nosso álbum de fotos.
-Olha essa daqui... - mamãe disse animada - Lucy estava com raiva porque Scott bateu no dono do seu primeiro beijo... Mallaika deu uma gargalhada. -Não acredito que fez isso, Scott! - Mallaika disse ainda entre risadas. - Fiz!O garoto não deixou barato e me bateu também, mas ele saiu pior, já que eu era bem maior que ele... - meu irmão confessou. - Eu sempre quis a proteger... Lucy é minha família e também a minha metade, mas eu aprendi que nem sempre vou estar lá quando algum idiota aparecer e roubar seu coração, e infelizmente isso já aconteceu... Pena que ela não assuma para si própria que está apaixonada por aquele Imbecil. Eu sou um irmão ciumento, mas eu sempre quis a felicidade dela, independente de tudo... Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Logo eu entrei por completo no local e o queixo dos três foi ao chão ao me verem ali. Eu corri e abracei meu irmão, como se eu não o visse há anos. - O que faz aqui? - perguntou me analisando. Foi quando Isaac apareceu atrás de mim. - Já entendi... - disse olhando para mim e depois para o Isaac Você foi buscá-la, não é? -Eu não posso mais viver sem essa mulher - disse por fim. -Quais são as suas intenções com a minha irmã? - pude ouvir meu irmão perguntando, enquanto eu abraçava mamãe e Mallaika. -Eu quero que você deixe-a ser minha namorada... - Isaac disse sorrindo. -Ok - meu irmão sorriu. - Bem direto... Gostei disso, mas se a machucar, eu acabo com você! -Pode confiar! - ele disse levantando os braços pra cima em rendição.
-Mãe, eu preciso falar com você - eu sussurrei para ela. Logo eu deixei os três conversando e fui para o quarto com ela. -O que foi, querida? – disse preocupada. -Eu sei de tudo... – eu disse séria - Porque não contou que Levy é o nosso pai?
QUARENTA E TRÊS - Mas como... - ela tentou dizer sentando-se na cama. - Não importa como eu descobri... - eu disse por fim - Porque não me contou que meu pai é o meu chefe? - Eu... - ela tentou dizer já chorando – Desculpe... -Calma, mãe... – eu sentei do seu lado. -Eu não queria que vocês me odiassem... – suspirou. -Não odiamos você - eu intervi – mas eu quero saber a sua versão... Por favor! -Éramos jovens... - ela começou dizendo - Estávamos apaixonados, mas atropelamos a nossa primeira vez e eu fiquei com medo de me entregar, porém a nossa segunda vez não podia ter sido melhor... Ele foi super carinhoso e tomou os devidos cuidados para nada sair errado. Foi na casa de praia dele...
Meu queixo caiu e acho que mamãe percebeu. -O que houve, querida? - perguntou me analisando. - Eu e o Isaac... - eu disse meio sem graça - Nós tivemos nossa primeira vez lá também... Mamãe deu um largo sorriso. -Agora esqueça essa parte e continue - eu disse por fim. -Bem... Depois passamos a ficar pra valer, apesar de seu trabalho lhe exigir muito, mas acho que não tomamos os devidos cuidados e eu engravidei dos meus dois tesouros... Quando eu soube, fiquei desnorteada. Eu era uma adolescente e não sabia mais o que fazer...Resolvi ir falar com ele, mas assim que cheguei, sua secretária disse que ele estava conversando com a noiva... Você tem noção de como eu me senti? Eu fiquei arrasada! Eu o amava; e saber que ele amaria outra, e não a mim, foi arrasador... Por isso eu fugi, mas eu o deixei a par de tudo o que estava acontecendo com vocês, através de cartas, mas acho que eu fui só mais uma... Ele nunca respondeu minhas cartas e nunca quis saber de vocês... Talvez o Levy que eu conheci nunca existiu... - ela disse com mágoa evidente no olhar. -Não fala isso, mãe! - eu segurei em suas mãos. - Papai... - eu sorri - Ele nunca soube da nossa existência; e pra ele você foi embora porque não o amava o bastante... -Como você sabe disso? - perguntou me analisando. -Eu não posso te dizer isso agora, mas, se você ainda sente o mesmo do que quando era mais jovem, significa que o amor de vocês não acabou... E eu vou precisar muito da sua ajuda... Ele não pode se casar com aquela mulher - eu disse por fim. - Foi escolha dele... - ela tentou ser firme, mas eu via tristeza em seu olhar. -Mãe, você não está entendendo... Aquela mulher é um monstro! Ela vai matar meu pai assim que se casar e tiver os herdeiros... Precisamos impedir uma tragédia! - eu disse a olhando.
- O QUÊ? - ela disse se levantando alarmada. -Aquela mulher é perigosa! - eu disse baixinho. - Eu preciso da sua ajuda para desmascará-la! -Pode contar comigo! - ela disse séria. -Acho melhor o Scott não saber por enquanto... - eu disse por fim - Ele tem a cabeça muito quente. -Verdade... - ela me abraçou - E obrigada por não me odiar... -Eu jamais te odiaria!- eu a apertei mais no abraço. - Isso só faz com que eu te ame mais, pela mulher forte que se tornou para cuidar da gente... Obrigada de verdade! Não poderíamos escolher mãe melhor! Percebi que ela chorava com tais palavras. -Eu também não podia escolher filhos melhores... - ela disse fungando. Logo saímos do quarto, como se nada tivesse acontecido. Eu, óbvio, mandei uma mensagem para as meninas, avisando que eu havia voltado. WhatsApp: De: Lucy Para: Agnes Agnes, estou de volta! E dessa vez é para acabar com a alegria de uma certa cascavel... Conto com sua ajuda.Estou te esperando em minha casa... Os planos mudaram. WhatsApp: De: Lucy Para: Mharessa Mah, eu voltei pra acabar com um certo alguém que entrou no meu caminho... Ela não sabe com quem está lidando! Os planos mudaram um pouco... Estou te esperando em minha casa e traga tudo para cá. Conto com a sua ajuda!
Depois, eu fiquei sorrindo sozinha. Cármen ia me pagar pelas lágrimas derramadas e ela não ia desgraçar a vida de meu pai ou de minha mãe. Era agora que o jogo ia começar... *** Já era 15h e eu estava no quarto com as meninas, tentando achar uma forma de desmascará-la... -Eu me esqueci de lhe avisar, mas eu lhe trouxe algo que pode mudar tudo - Mah disse sorridente. -O que você aprontou, senhorita Mharessa? - eu disse por fim. -Bem... - ela começou dizendo - Eu peguei uns fios de cabelo do Levy, o que foi bem complicadinho; também peguei uns fios de cabelo do seu irmão, que foi super fácil, já que minha irmã o namora; e peguei também uns fios do seu cabelo, o que foi difícil de achar, já que você tinha ido embora, mas eu achei. - O que quer dizer com isso? - eu a analisei. -Que eu mandei tudo pro laboratório... - ela sorriu - E aqui está o resultado. Eu peguei o envelope de sua mão e o abri bem devagar, com medo da resposta... Eu não sei o porquê do medo, se eu já sabia que ele era meu pai. Assim que eu li o conteúdo soltei um suspiro de alívio. -O Levy é o pai de vocês! - ela disse animada. -Você é um gênio! - eu a abracei. -Foi só para o caso de você precisar provar - ela sorriu animada. -Eu também trouxe uma coisa... – Agnes colocou seu celular sobre a mesa. - O que... - eu tentei dizer, mas logo ela apertou play no celular e eu percebi que era a voz da Cármen confessando um crime, e notei que Agnes estava triste com isso. -Eu sinto muito, Agnes... - eu a abracei. -Tá tudo bem... - ela tentou ser forte, mas eu notei que ela estava bastante triste com a descoberta, e logo Mah também se juntou
ao abraço. -Vamos acabar com ela! - Mah disse nos soltando - Ela vai pagar pelo que ela fez a vocês! Nós concordamos e começamos a arquitetar o plano, que por sinal deveria dar certo... *** Isaac veio me buscar às 15h45 para irmos juntos ao casamento. E óbvio que eu não ia desmascarar alguém vestida a trapos, não é mesmo? Então eu fui com um belo vestido azul esvoaçante e levemente rodado com uns bordados, que faziam suas mangas curtas;e seu corpete era todo cheio de brilhos, para destacar meu tom de pele. Assim que saí do quarto, Isaac me olhava admirado. -Quem ver nem pensa que você está prestes a destruir a felicidade de alguém... - Isaac disse se aproximando e eu ri. -Ela que se meteu com a Yale errada! - eu sorri. -Então vamos? - perguntou sorrindo. -Com certeza! - eu sorri em concordância. Demoramos a chegar, porque as meninas demoraram a se arrumar. E sem contar que o lugar era bem longe. Assim que chegamos eu pude ouvir... -Levy Thompson... Aceita Cármen Lions como sua legítima esposa, para amar e respeitar até que a morte vos separe? - o padre perguntou. Foi aí que percebi que eu precisava correr e foi o que eu fiz. Corri até chegar lá e, quando ele ia responder, eu não deixei. -Parem esse casamento! - eu gritei fazendo todos olharem pra mim, inclusive Cármen, com certo ódio no olhar. -O que você faz aqui? - Cármen perguntou me olhando. -Surpresa em me ver, Cármenzinha? - eu disse sarcástica. - Quem é você? - o pai dele me perguntou com raiva evidente. Logo Isaac, Mharessa e Agnes se juntaram a mim.
-Eu sou apenas a herdeira verdadeira da Thompson's... - eu disse sorrindo - Não é, Cármen? - O que ela está dizendo? - o meu avô disse analisando Cármen. -Ela está blefando... - Cármen disse apavorada. - Não estou não, e ela sabe disso! - eu sorri animada. -Quem é você afinal de contas? - meu avô perguntou pra mim. - Sou apenas... - eu comecei dizendo - Sua neta e filha do Levy!...
QUARENTA E QUATRO -Não pode ser! - meu avô rugiu. -Não só pode, como é! - meu irmão apareceu atrás de mim. -O que você faz aqui? - eu sussurrei pra ele, que sorriu. Minha mãe estava ao seu lado, o ajudando a ficar em pé, já que um de seus pés ainda estava engessado. A minha avó, à qual eu faço jus ao meu nome, ia dizer alguma coisa, mas, assim que ela olhou para Scott, caiu completamente desmaiada... Bem que mamãe sempre disse que Scott era uma cópia fiel do nosso pai, porém mais jovem. Todo mundo correu para socorrê-la, inclusive Levy, deixando Cármen sozinha. Óbvio que, como era de se esperar,ela veio correndo em minha direção e apertou meu braço fortemente. - O que pensa que está fazendo? - perguntou puxando meu braço com força. -Tire as patas da minha filha! - mamãe rugiu se aproximando. -E quem é você? - Cármen disse com desdém.
-Sou a pessoa que vai lhe ensinar a não mexer com meus filhos... - mamãe jogou sua bolsa no chão. Eu sabia que eu tinha puxado meu temperamento forte de alguém... Antes que Cármen pudesse dizer qualquer coisa, mamãe partiu para cima dela e as duas começaram uma briga sem fim, com puxões de cabelo e tudo, mas mamãe rasgava seu vestido de noiva com todas as forças. -Alguém as separe... Elas vão se matar! - Levy gritou. -Ninguém toca nela! - eu gritei de volta - Minha mãe tem o direito de descontar toda a raiva que sente dessa mulher! A minha avó logo acordou e, assim que viu Scott, correu até ele e o abraçou; e ele ficou sem reação. -Parece que eu voltei no tempo... - disse em meio às lágrimas. Logo ela o soltou e começou a apalpá-lo, o que me fez rir. -Deixa eu apresentar... - eu disse por fim - Scott, essa é sua avó, Lucy Thompson! Ela me olhou confusa por alguns instantes. -Scott é meu irmão gêmeo - eu comentei e ela deu um largo sorriso. -Você é a cara do meu menininho... - ela disse olhado para Levy e depois para Scott. E eles se pareciam mesmo... Nos traços, manias e todo o resto. -Não pode ser! - meu avô ainda insistia nisso. Eu fui até ele e lhe entreguei o envelope que Mah havia me entregado, e seu queixo caiu ao ler o conteúdo. -Sou filha de Daphne Yale e soube a poucos dias que também sou filha de Levy Thompson... Quer dizer, nós somos - eu apontei para o Scott. Vi uma lágrima escorrer pelo rosto de meu avô e ele correu para me abraçar. Eu fiquei surpresa, porque jamais imaginaria essa reação dele. -Eu sempre quis ter netos... - confessou me apertando mais em seu abraço.
-Mas como? - Levy se aproximou de nós. Eu lhe entreguei todas as cópias das cartas que mamãe havia enviado, as quais ele nunca havia recebido, e lhe expliquei toda a história. Todos ouviram atentamente e ficaram alarmados com Cármen, e com muito custo Isaac conseguiu tirar mamãe de cima de Cármen. -Isso não vai ficar assim! - Cármen disse com a mão no rosto. -Acabou, Cármenzinha! - eu disse sarcasticamente. -Vocês que pensam! - Cármen gritou. -Confessa logo, tia Cármen... - Agnes se aproximou - Não tem mais saída! -Eu confesso que eu fiz tudo isso e mais um pouco... E agora?O que vocês vão fazer? Absolutamente nada! - ela gargalhou sem graça; uma risada que me deu medo. - Eu vou sair daqui e ninguém vai me seguir! -E por que faríamos isso? - meu irmão perguntou. -Porque vou levar um de vocês como refém! - ela tirou uma pistola de dentro de sua bolsa, que estava na mesa, o que nos deixou mais alarmados do que estávamos e com bastante medo. - Deixa eu pensar... Que tal eu levar a mãe? - Não! – Scott, Levy e eu gritamos juntos e ela gargalhou alto. -Cármen... Isso não vai te levar a nada! - meu avô disse. -Muito pelo contrário... - ela gargalhou alto - Eles tiraram a minha felicidade; então eu vou tirar a deles também! -Você está desequilibrada! - minha avó comentou. - Vocês não viram nada... - ela gargalhou de novo, o que já estava me deixando com medo... -Eu poderia levar a mãe de vocês - ela sorriu e apontou para mim e Scott – já que sei que Levy nunca deixou de amá-la... Nessa hora mamãe olhou para ele, que só confirmou com a cabeça. -Mas, como eu sei que perder um filho dói mais - ela deu um
sorriso diabólico – eu vou levar um de vocês! Eu e Scott nos entreolhamos assustados; e até o corpo de Isaac ficou tenso... Mamãe começou a chorar descontroladamente e meu pai tentava a acalmar. -Une dune tê salameminguê... O escolhido foi você! - ela, animada, apontou pra mim. - Não! - todos gritaram. - Chega de drama! - ela sorriu - Eu e Lucy vamos apenas dar um passeio, não é mesmo? -Você não vai a lugar nenhum com ela! - Isaac se manifestou. -Ou ela vai comigo, ou eu atiro na mamãezinha dela... – ela disse animada. - E eu não hesitaria em atirar! - Eu vou! - gritei de imediato. Eu jamais a deixaria machucar minha mãe. -Não, Lucy! - Scott suplicou. -Calma, maninho... - eu tentei tranqüilizá-lo, mas eu já me tremia toda. - Por favor... Não, Lucy! - minha mãe me abraçou. -Vamos apenas dar um passeio sem retorno... - Cármen se divertia com a situação. - Não! - todos gritaram ao mesmo tempo. -Fiquem tranqüilos... Eu e Lucy vamos apenas conversar... Cármen sorriu. - E se algum de vocês nos seguir, eu não hesitarei em atirar! Agora venha pra cá, Lucy! Eu dei uma última olhada em todos e fiz o que ela mandara. -Eu amo todos vocês... – Eu sussurrei. - Família nova, família antiga, minhas amigas e você, meu amor! Isaac começou a chorar sem conseguir se conter e os demais o acompanharam. -Volta logo... - Scott sussurrou de volta – Eu não serei mais eu sem a minha metade... Eu sorri.
- Vou tentar - confessei tristonha. Eu sabia que aquela poderia ser a última vez que via todo mundo... -Pare de choramingar e vamos logo! – Cármen disse já me puxando para fora com força. -Adeus, pessoal... - eu gritei antes dela me forçar a entrar no carro. -Agora, fique quietinha aí! - ela disse começando a dirigir. Não demorou muito e um carro da polícia começou a nos seguir. -Droga! Eu disse pra eles... – ela bateu no volante e eu fiquei com medo. Ela não demorou a despistar a polícia e entrou num terreno vazio. Depois, mandou que eu descesse e assim eu o fiz. Em seguida, mandou que eu fosse para frente do carro e eu fui. Ela, então, apontou a arma em minha direção. -Chegou a sua hora, princesinha! - disse sarcástica. Eu fechei os olhos, esperando pelo pior, e ouvi a arma disparando. Mas, assim que abri os olhos, não era eu que tinha caído, e sim, outra pessoa... Ai meu Deus!Como ele havia chegado ali a tempo? O ISAAC NÃOOOO!...
QUARENTA E CINCO Eu não tive tempo de raciocinar e o socorrer... Cármen apontou a arma pra mim e dessa vez não pretendia errar, mas meu pai foi rápido, a imobilizando e a desarmando. Eu aproveitei a distração e corri até o Isaac, que gemia de dor. Assim que olhei onde o tiro havia pegado, soltei um suspiro de alívio... Por ele ser bem mais alto que eu, o tiro pegou em seu ombro.
Logo a polícia chegou e levou Cármen, graças a meu pai... A ambulância chegou e eu corri para abraçar meu pai, que me deu um beijo no topo da cabeça. -Tudo vai ficar bem! - ele acariciava meus cabelos e nunca me senti tão protegida... -Eu tenho que ir com o Isaac na ambulância... - eu disse em meio às lágrimas. -Pode ir, querida... - ele me soltou - Eu aviso a todos. - Obrigada por tudo, senhor Thomp... - Eu estava dizendo, mas fui cortada antes de continuar a frase. -Pai! - ele sorriu. - O quê? - eu disse o observando atentamente. -Eu sou seu pai... - ele observou - E nada mais justo do que você me chamar de pai! Eu sorri. - Tudo bem... - eu sorri animada - Eu tenho que ir, pai... Seu rosto se iluminou ao ouvir tais palavras. - Cuida deles pra mim? - eu disse o olhando. -Pode contar com isso! - ele piscou pra mim e eu entrei na ambulância. Fui o caminho todo para o hospital chorando desesperada e pensando que, se ele não tivesse aparecido a tempo, eu jamais ia ver suas duas safiras que eu tanto amo... Logo chegamos ao hospital e não deixaram que eu entrasse na sala com eles. Eu, então, fiquei na sala de espera. Logo Scott, mamãe, tia Clarissy, vovó, papai, vovô, Mharessa, Agnes, os pais de Isaac e seus irmãos entraram pela porta desesperados; e assim que mamãe me viu, correu e me abraçou desesperada, como se eu fosse quebrar bem diante dos seus olhos. - Ela machucou você? – ela disse me apalpando. -Não, mãe... – Eu suspirei tristemente. - Ela ia, mas Isaac me salvou... Se não fosse por ele, eu não estaria mais aqui...
-Esse menino é um garoto de ouro! - ela deu um sorriso fraco em meio às lágrimas, e eu desabei em lágrimas. -Senhor e Senhora Davis, me desculpem... - eu disse aos dois. -Não precisa pedir desculpas! - ela sorriu. - O importante é que ele fez o que achou certo... Ele não poderia viver sem você, Lucy! Você realmente mudou o nosso garoto e eu lhe agradeço muito por isso! Eu a abracei apertado. -Vem cá... - Iara me ofereceu um abraço e eu aceitei de bom grado. - Fico feliz que esteja bem! -Eu também! - Iury se enfiou no abraço e eu ri. - Você está bem? - tia Clarissy perguntou se aproximando. -Se Isaac estiver bem, eu estarei bem - eu forcei um sorriso. -Você quase me matou do coração! - Scott sorriu e, pelos olhos vermelhos, percebi que havia chorado bastante. -O que seria de nossas vidas se não tivesse um pouco de aventura? - eu brinquei. -Nunca mais faça isso! – Ele deu um leve sorriso – O que seria Scott Yale sem Lucy Yale? -E o que seria de mim sem o meu ciumento favorito? - Eu o abracei. - Mas ainda bem que esse pesadelo acabou e a verdade veio à tona... -Verdade! - Ele sorriu - Graças à minha curiosa favorita! Antes que mais alguém falasse comigo, o doutor apareceu na sala de espera. -Os parentes de Isaac Davis? - ele perguntou. - Somos nós - eu disse por fim. - Bem... - o médico sorriu - O tiro pegou de raspão e agora ele passa bem. Eu suspirei aliviada e mamãe me deu um longo abraço apertado. Logo, todos começamos a sorrir. -Ainda bem! - confessei - Eu não saberia viver sem ele...
- Bem... - o médico continuou dizendo - Quem é Lucy Yale? Eu levantei a mão, em confirmação de que era eu. -Ele gostaria de vê-la! - O médico deu um largo sorriso. Eu me despedi de todos e fui seguindo o médico até a sala onde ele estava. Eu entrei rapidamente e o vi com o braço e o ombro todo engessado, deitado na cama. - Bem... Vou deixá-los sozinhos - ele sorriu já se retirando da sala. -Oi... - eu disse me aproximando. -Não vai me dizer que pensou que uma bala ia me derrubar... ele sorriu e eu comecei a chorar de novo. -Ei! Vem cá... - ele fez sinal para que eu me aproximasse e assim eu o fiz. Dei-lhe um grande abraço e eu ainda soluçava muito. -Fiquei com tanto medo... - eu disse em meio ao choro. -Não mais do que eu... - ele disse com a voz fraca. - Quando eu te vi na mira daquela arma, não consegui raciocinar... Eu não imagino uma vida sem você, se é que me entende... Atiraria-me mil vezes na frente de uma arma, se fosse pra salvar a sua vida... -Deus que me livre! Jamais faça isso novamente! Quase me matou de susto! - Eu dei um leve sorriso. – Eu entendo, pois também não saberia viver sem você... Mas por favor, não me dê outro susto desses... Você poderia ter morrido! Seu sorriso se alargou. - Poderia... - ele sorriu - Mas para salvar minha princesa valeria a pena! -Eu estou feliz por ver essas duas safiras de novo... - eu sorri. Mas, por favor... Da próxima vez, pense bem... Você pode não ter a mesma sorte. -Palavra de escoteiro! - ele brincou - Mas se eu tiver que salvar sua vida de todas as Cármens do mundo eu não hesitarei! Eu ri. - Obrigada... - eu lhe dei um longo beijo demorado, que no
começo foi difícil, porque ele não se mexia muito por causa do ombro machucado, mas ele logo retribuiu e eu lhe dei passagem para sua língua vasculhar a minha boca... Entre um beijo e outro ele sorria e eu também. -Eu te amo! - ele disse me olhando profundamente. -Eu te amo mais, seu imbecil! - eu lhe dei um tapa de brincadeira. Primeiro ele gemeu de dor por causa do ombro e depois sorriu. -É uma pena que você não possa ir pra casa ainda... - eu sussurrei em seu ouvido - Eu ia lhe dar um grande prêmio por ter salvo a minha vida... Ele sorriu malicioso. -Você está muito safada! - ele tinha um sorriso travesso nos lábios. - Está aprendendo isso com quem? - Adivinha? - eu disse num tom galanteador e ele riu. -Chega de papo! Agora venha aqui - ele fez sinal para que eu me aproximasse e assim eu o fiz. Me aproximei e lhe dei mais um longo beijo, mas fomos interrompidos por uma tosse falsa. Quando olhei para trás, lá estavam todos sorrindo. Eles logo vieram até onde estávamos e mamãe, papai, Scott e os demais agradeceram Isaac umas mil vezes por ter salvo a minha vida; e ele sempre repetia que não saberia viver sem mim, porque era a mesma coisa de ficar sem respirar, pois eu era o seu ar, e eu sempre ria admirada com ele. Logo o médico apareceu pedindo que saíssemos, para que ele descansasse. Eu lhe dei mais um longo beijo e deixei que sua mãe passasse a noite com ele no hospital. -Eu te amo! - ele sorriu na despedida - Minha pequena Lucy... -Eu te amo mais! - eu sorri de volta - Dono das duas safiras mais charmosas do mundo e somente minhas! E com essas palavras eu voltei para casa, com a minha família completa dessa vez...
QUARENTA E SEIS Bem, já se passaram um mês desde a confusão. Eu, Scott e nossos avós estamos cada vez mais próximos... Papai e mamãe estão tentando retomar de onde pararam no passado e tia Clarissy aceitou o pedido de casamento de Matt. Mharessa e Gerody já estão morando juntos e eu jamais imaginaria isso deles... Agnes se envolveu com um milionário super gato - o Alex -, e eu fiz o teste de modelo e adivinha... Passei! Tenho um
novo emprego agora e óbvio que eu paparico o Isaac bastante, mesmo que ele tenha ciúmes do meu novo serviço... Ele ainda está se recuperando de tudo, e mesmo que ele insista muito para eu passar a noite com ele eu não concordo,já que eu não quero que ele force o ombro. Ele fica desapontado, mas é para o bem dele... Vocês lembram que mamãe disse que os ciúmes de Scott haviam sido puxados do papai? Pois bem... Agora eu sei disso. Papai mal me deixa ficar muito tempo sozinha com Isaac e eu fico rindo... É tão bom ter um pai pra cuidar de mim como uma boneca de porcelana... Eu gosto disso, apesar de ser bem chato. Mamãe acha engraçado, e ela diz que algumas coisas nunca mudam... -Lucy. Está sozinha? - papai se aproximou me despertando dos meus pensamentos. -Estou sim, pai - eu disse sorrindo. - Mamãe e tia Clarissy foram ao mercado. -Que bom! - ele suspirou e se sentou no sofá. -Mas o que aconteceu afinal de contas? - eu perguntei o analisando. - Bem... - ele tirou uma caixinha vermelha de dentro do bolso do paletó e eu já entendi tudo. Meu sorriso se alargou e ele a abriu. Eu fiquei encantada com o conteúdo: era um anel de brilhante, em que a pedra parecia mais uma rosa, porém bem brilhosa e branca- a coisa mais linda que eu já vira na vida... - Você vai... - eu não consegui terminar, pois estava sendo tomada pela emoção. -Acho que já estamos atrasados... - ele disse sorrindo e eu sorri ainda mais. -Você acha que ela vai gostar? - perguntou sorrindo. -Ela vai amar! - eu o abracei. - Sejam muito felizes; e cuide bem da minha mãe, viu? -Essa é a minha intenção... Cuidar dela para o resto da minha
vida! - ele sorriu. - Eu sou louco por essa mulher desde que a conheci... Meu sorriso se alargou. - Mas quando vai ser o pedido? - me ouvi perguntando. - Hoje mesmo - ele sorriu. - E pretendo me casar o mais rápido possível, para não dar tempo de alguém atrapalhar... Eu dei uma leve gargalhada. - Isso foi uma indireta? - eu perguntei ainda entre risadas. -Claro que não! - ele brincou com meu nariz - Se não fosse você, eu jamais tinha descoberto a verdade e eu jamais teria filhos tão lindos... Obrigado, minha filha! Eu o abracei forte. -Não precisa agradecer, pai... Só não achava certo você ser enganado - confessei sorrindo. - Ainda bem que eu cheguei a tempo! -E eu concordo com isso! - ele sorriu. - Tem o mesmo gênero que eu... Essa é minha menininha! -Não sou menininha há muito tempo... - eu dei um leve sorriso. -Nem pense em dizer isso! - ele me repreendeu - Comecei com essa história de pai agora... Então, você é a minha menininha sim, e sempre vai ser assim... *** Logo anoiteceu e papai disse que levaria todos para jantarmos fora; e eu já sabia até o motivo, mas fiquei calada, aguardando ansiosa. Óbvio que mamãe achou super estranho o restaurante que ele escolheu,já que era bastante espaçoso e tinha até karaokê. Logo ele fez os pedidos e ficamos aguardando ansiosos pela comida. - Bem... - ele disse batendo na taça de vidro, fazendo todos os olhares das pessoas do restaurante se voltarem para ele - Eu quero um minutinho da atenção de vocês! Mamãe lhe disse para se sentar. Tadinha! Não estava entendendo
nada... -Eu quero contar uma história a vocês... Quando eu era jovem, conheci uma mulher que virou meu mundo de ponta a cabeça. Ela me fez perceber que nem tudo estava perdido; então eu me apaixonei perdidamente por ela e eu ia às nuvens quando estávamos juntos, até que um dia ela sumiu do nada e meu mundo desabou... Eu fiquei desnorteado, sem saber o que fazer; e 17 anos se passaram, mas ao invés do meu amor por ela esfriar, eu só me apaixonei mais e mais... Eu jamais consegui a esquecer, até que ela voltou com dois grandes presentes, que são nossos filhos... Eu e Scott sorrimos para ele. - Bem... - ele continuou dizendo - Acho que estamos atrasados, né? Já era para esse pedido ter acontecido há muito tempo, mas já que não foi possível... Daphne Yale, aceita ser Daphne Yale Thompson? - O que quer dizer? - mamãe disse pegando fôlego. -Que eu quero que se case comigo! - ele se ajoelhou aos pés da mesa, pegou a caixinha e a abriu, mostrando um belo conteúdo que tem dentro... Mamãe começou a chorar descontrolada e todos aplaudiam de pé, até que Scott, Isaac, Mallaika, tia Clarissy, Matt e eu começamos a gritar em couro. -Aceita! Aceita! - gritamos todos juntos. -É claro que eu aceito! - ela se jogou nos braços dele e todos aplaudiram. Nós começamos a gritar bastante, até que começou a tocar uma música lenta e todos foram dançar, inclusive eu e Isaac. -Quando você vai aceitar se casar comigo? - Isaac disse encostando a testa na minha, com os olhos fechados. - Quando você me surpreender - eu disse por fim. -Então quer dizer que você gosta de surpresas? - ele mordiscou de leve meu lábio inferior, fazendo papai nos observar com
fúria. -Acho que papai não gostou da sua mordidinha... - eu sussurrei em seu ouvido, fazendo o mesmo rir e depois olhar para papai. -Eu nunca o vi com tanto ciúmes... - ele confessou. -Agora eu tenho um pai ciumento e acho bom você se acostumar... - eu sorri largamente. - Se não estiver satisfeito, cai fora! Eu tentei me afastar, mas ele não deixou, me abraçando forte. -Eu jamais cairia fora! - ele me deu um leve beijo no pescoço, fazendo papai ficar com os olhos vidrados em cima da gente de novo. - Eu já não sei mais viver sem você! -Bom mesmo! - eu lhe dei um tapa de brincadeira, o fazendo cair na risada. -Nenhuma modelo no mundo se compara à minha modelo favorita! - ele me deu um selinho demorado e notei que papai queria vir até onde estávamos, mas mamãe não deixou. Então eu aproveitei para beijar meu namorado bastante... Nossas línguas faziam conexões e eu nunca me senti tão completa... -Eu te amo! - sussurrei com a testa grudada na sua. -Eu te amo mais! - ele sorriu - Até um tiro eu levei por causa desse amor! Eu finalmente sentia que eu estava em casa... Aquele era o meu lar, com minha família e o meu homem dos sonhos. Eu não queria sair dali nunca mais... QUARENTA E SETE Já se passaram três meses desde o pedido de casamento e adivinha onde eu estou? Formatura do 3° ano lembra algo? Isso mesmo! Eu estou no meu baile de formatura, mas estou preocupada... Não vejo Isaac desde ontem e ele não atende minhas ligações... Nem nesse dia, que é um dos mais importantes da minha vida, ele apareceu. Enfim... Eu estava com um vestido perfeito para esse dia e nada podia dar errado. Optei
por mandar fazer um longo vestido preto levemente esvoaçante; curto na frente e longo atrás. -Minha filha! Você está tão linda... - mamãe me abraçou. -Sua mãe tem razão, querida! - papai beijou o topo da minha cabeça. - Obrigada... - eu sorri para os dois. - Mas eu não vejo Isaac desde ontem... Vocês viram ele por aí? -Eu não vi - mamãe disse por fim. - Eu também não - papai disse por fim. Eu fiquei mais preocupada, mas, como quem adivinha, eu ouvi a voz dele bem atrás de mim. Quando me virei, ele estava no telão todo e eu sorri ao reconhecê-lo. -Oi, meu amor... - Ele dizia no vídeo - Deve estar super confusa com tudo isso, não é mesmo? Bem, eu vou começar contando a nossa história. Eu era um grande cafajeste... Eu comecei a gargalhar e todos os olhares do salão estavam em cima de mim. -Eu era um galinha mesmo, até conhecer o amor da minha vida... - ele disse sorrindo. - Bem, continuando a história, eu jamais imaginei me apaixonar, muito menos por uma adolescente que eu julgava ser criança, mas ela me deixou louco logo de cara... Não sei o que você fez, pequena Lucy, mas fez um ótimo trabalho! Eu só tenho olhos pra você; eu só quero você; eu só desejo você... E é por isso que eu estou aqui hoje, nesse dia tão importante, pra dizer que eu te amo mais do que deveria... Lembra de uma vez que disse que gostava de ser surpreendida? Pois bem... Nessa hora o vídeo congelou e ele saiu de trás do telão, com um sorriso enorme nos lábios veio até mim, se ajoelhou e abriu uma caixinha em formato de rosas; e eu já chorava descontroladamente. -Lucy Yale Thompson... - ele sorriu ainda de joelhos - Aceita se
casar comigo e me fazer ser o homem mais feliz do mundo? Minha visão já ficou turva por causa das lágrimas. -Acho bom responder logo... Meu joelho já está doendo! comentou e eu ri. Eu me ajoelhei pra ficar mais ou menos da sua altura. -Eu aceito! - disse já o abraçando e ele soltou um suspiro de alívio. Depois nos levantamos do chão; ele colocou a aliança em meu dedo e eu fiz o mesmo com ele. Todos começaram a aplaudir, assoviar e gritar bastante... Minha família toda veio até onde estávamos para nos parabenizar, e papai disse que se ele não cuidasse de mim ele ia se ver com ele... Scott fez o mesmo e eu ria dos meus dois ciumentos... A festa acabou pela madrugada e eu fingi que ia pra casa com mamãe. Isaac ficou super desapontado, mas a verdade é que não havíamos tido tempo de recuperarmos o tempo perdido. Mamãe disse que eu podia ir, que ela ia distrair o meu pai. Eu concordei. Entrei escondida na casa de Isaac com a ajuda de Iara, que me deixou sozinha e foi para a casa do namorado. Bem... Eu coloquei um lingerie preto e uma blusa de seda por cima. Isaac logo chegou e óbvio que eu não correria o risco dele me ver antes da hora... Então as luzes estavam todas apagadas; mas assim que ele acendeu, me viu sentada no sofá, vestindo apenas o lingerie e a blusa de seda. - Lucy? - ele disse com alegria estampada no rosto. - E quem você esperava? - eu disse me aproximando. - Ninguém - ele sorriu largamente. - Achei que tinha ido embora com sua mãe... -E deixar o meu noivo sozinho? - eu mordi o lábio, porque sabia que ele ficava louco com tal gesto. - Resolvi te dar um presentinho de noivado... Seu sorriso estava mais largo; então eu puxei a blusa de seda, a
fazendo cair no chão. Ele ficou analisando meu corpo, como se fosse saltar em mim, e foi o que ele fez. Me encostou na parede e começou a beijar nos lugares certos e errados; e esses pareciam certos também... -Eu já te disse que eu adoro surpresas... - ele sussurrou em meu ouvido. -Então vamos lá pro quarto e eu lhe mostro a surpresa! - eu sorri maliciosa e ele saiu me carregando no colo. Ele me colocou na cama e começou a me beijar ferozmente... Eu inverti a situação, ficando por cima dele e dando leves reboladas. Ele estava louco de desejo, mas eu ia provocá-lo mais um pouco. Eu adorava quando ele implorava por mim... - Pára de me provocar! - ele mordeu meu lábio inferior de leve. - O que você quer? - eu rebolei um pouco mais rápido, o fazendo gemer. -Eu quero você! - ele gritou com desejo evidente. -Não ouvi direito - eu comecei a tirar sua cueca bem devagar e isso o deixava desesperado. -Eu quero você, caramba! - ele gritou. -Você já me tem... - eu sussurrei em um tom sexy em seu ouvido, o fazendo assim perder o controle e inverter a situação, ficando por cima de mim. Ele começou a beijar minha barriga e foi subindo até os meus seios. Ele tirou o lingerie daquela parte e depois começou a brincar com os dois... Um ele apertava e no outro fazia carícias com a língua; e isso me dava muito prazer... Logo, ele já havia se desfeito do lingerie e de todas as suas roupas. - Pronta? - sussurrou em meu ouvido antes de nos unir. -Eu sempre estou pronta! - sussurrei de volta e ele finalmente nos uniu, me fazendo gemer e dar leves mordidas em seu pescoço... Uma lágrima escorreu por meus olhos, por estar em seus braços quentes... Ele fazia movimentos rápidos e lentos; e
ficava satisfeito com meus gemidos, que eram calados por sua boca na minha. Sua barba por fazer roçava o meu pescoço, me fazendo rir entre um gemido e outro... Eu segurei forte no edredom, para que eu não caísse, porque era assim que eu me sentia; mas minha mão não ficou sozinha... Logo a sua foi de encontro a ela, entrelaçando nossos dedos. Depois do que pareceram horas, ele desabou sobre mim e estávamos com a respiração acelerada... Ainda ficamos com os dedos entrelaçados e, com a mão livre, eu lhe fazia cafuné. -Você ainda vai me enlouquecer! - ele disse com a respiração acelerada. - E isso é ruim? - perguntei sorrindo. -Não podia ser melhor... - ele sorriu de volta. -Então vamos recuperar o tempo perdido... - eu disse animada. -Adorei a idéia! - ele sussurrou em meu ouvido. E logo estávamos envolvidos de novo, como um só...
QUARENTA E OITO Lembram que papai disse que se casaria o mais rápido possível para que não desse tempo de alguém atrapalhar? Pois bem... Aqui estou eu em casa, ajudando mamãe a se arrumar para o grande dia. Ela não poderia estar mais linda e radiante... Tio Luiz e tio Otávio estão a paparicando faz tempo e vovó está super feliz por sua filha caçula estar finalmente indo em busca do seu final feliz... O vestido que mamãe escolheu para tal dia é
perfeito, mas não foi só ela não... Estávamos todas perfeitas! Optei por um vestido longo com um decote agradável na frente, levemente esvoaçante na cintura e bem dourado. Ela escolheu casar-se na praia, o que eu achei super criativo. Nada podia estar mais perfeito... Depois de muito a ajudar, eu decidi ir com o Scott rumo ao local do casamento, mas não sem antes conversar com mamãe e chorar, bastante emocionada. -Você está linda, mãe! - eu a abracei. - Obrigada, querida! - ela disse com a voz trêmula. -Você parece nervosa... - eu comentei. -Eu não pareço... Eu estou nervosa! - ela disse se tremendo toda. -Calma, mãe - eu sorri. - Vai dar tudo certo! Vocês nasceram para ficarem juntos... Eu e Scott somos a prova fiel disso! Ela sorriu, eu me despedi e parti com Isaac. *** LEVY THOMPSON: Aqui estou eu andando de um lado para o outro... Sim!É o dia mais importante da minha vida, mas ela está demorando muito... -Será que ela desistiu, pai? - eu disse para ele. -Calma, meu filho... É normal que as noivas se atrasem. - Mas não desse jeito! - eu disse já andando de um lado para o outro e Lucy, Isaac, Scott e Mallaika vieram até onde eu estava. -Calma, pai... - Lucy sorriu - Ela já está a caminho e está maravilhosa! Eu soltei um suspiro de alívio, o que fez os quatro rirem. -Só digo uma coisa para vocês dois... - eu apontei para o Isaac e depois para o Scott - Vocês não vão rir quando for a vez de vocês passarem por tudo isso! Todos riram e eu já estava roendo minhas unhas, de tão nervoso; até que começaram a tocar a marcha nupcial e eu sabia que ela já ia entrar; até quea vi, tão linda e perfeita... Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e foi acompanhada de várias outras, que
não consegui segurar.Eu não poderia ter escolhido pessoa melhor para me fazer feliz... Eu ia a amar para o resto da minha vida... *** DAPHNE YALE: Finalmente chegou! Eu nem estou acreditando que tudo acabou bem... Eu vou alcançar a felicidade ao lado do homem que amo e eu sei que ele também me ama... Eu estou aqui morrendo de nervosa. Eu sei que noivas costumam se atrasar, mas tudo o que eu mais queria era ir logo e me jogar em seus braços... Eu jamais fui tão feliz! Estou ao lado de quem amo e ao lado dos nossos filhos, que não são mais crianças... Essa felicidade é incomparável. - Pronta? - Luiz chamou minha atenção assim que chegamos perto do local onde vai acontecer a minha maior felicidade. -Eu nasci pra viver esse dia... - eu disse com lágrimas nos olhos. Sim, eu escolhi Luiz para me levar ao altar. Como papai se foi quando eu ainda tinha 13 anos -, ele não podia mais me levar; e seu último pedido foi que eu não sofresse na data mais especial, que seria meu casamento; e que eu aproveitasse e lembrasse que não importava o que acontecesse, pois ele ia estar sempre comigo. Otávio e Luiz tiraram na sorte paraver quem me acompanharia rumo à minha felicidade e Luiz ganhou. Logo ele me ajudou a descer dos carro e fomos caminhando até meu futuro marido, que estava com um largo sorriso nos lábios. Assim que eu o vi ali - todo lindo -, meus olhos se enchem de lágrimas e vi que ele estava chorando também. Eu jamais podia explicar tamanha felicidade... - Cuide bem dela - meu irmão disse, me entregando a ele. - Pode deixar - ele disse sorridente. - Bem... - o juiz começou dizendo - Estamos aqui para celebrar o amor dessas duas pessoas, porque, quando o amor é verdadeiro,
as pessoas querem viver juntas para o resto de suas vidas e nada mais justo do que o casamento... Espero que fiquem juntos por longos anos e, quando estiverem velhos, o amor continue aquecido e estejam mais apaixonados, porque o amor é isso; o amor é uma coisa inexplicável... Daphne Yale, aceita Levy Thompson para amar e respeitar até que a morte vos separe? -Aceito! - eu gritei sorridente. -Levy Thompson, aceita Daphne Yale para amar e respeitar até que a morte vos separe? - Aceito! - ele gritou, me olhando com o olhar penetrante. -Podem colocar as alianças, enquanto fazem os votos. E assim fizemos; ele foi primeiro. -Minha Daphne... - ele começou dizendo - O que seria de mim sem você? É tão bom tê-la em meus braços de novo... Eu amo você e meu amor se multiplicou no meio de você e de nossos filhos; você não poderia me dar maior presente... Eu nunca vou deixar de te amar e prometo cuidar de você enquanto vivermos... Chegou a minha vez. -Meu Levy... - eu disse sorrindo - Eu não poderia estar mais feliz! Você me completa... Ou, como dizem, você é a metade que faltava em mim... Obrigada por tudo; e principalmente por ter me dado os meus dois tesouros... Eu te amo e isso não vai mudar nunca... - E agora eu vos declaro marido e mulher... Antes que ele terminasse a frase, Levy me tomou em seus braços e me beijou um beijo calmo, com ternura e paixão... Então, partimos para a festa e dançamos bastante; e de vez em quando eu o pegava olhando para Isaac e Lucy, que estavam se beijando e eu notei que ele queria ir lá, mas eu, óbvio, o impedi, dizendo que nossa menininha havia crescido; com muito custo ele parou de tentar atrapalhar os dois e se concentrou em mim. -Que tal irmos pra lua de mel mais cedo? - ele sussurrou em meu
ouvido, me fazendo arrepiar de imediato. -Eu concordo com você! - eu sorri. Logo nos despedimos de todos e fomos rumo à felicidade nas nuvens...
QUARENTA E NOVE DOIS ANOS DEPOIS: -Ainda dá tempo de desistir - papai disse me olhando. Esperei ele dizer que era brincadeira, mas nada aconteceu. Olhei para o Scott e ele também estava esperando uma resposta minha. -Não vou desistir só porque dois ciumentos querem que eu fique
pra titia! - eu disse sorrindo. Você pode me achar maluca, mas, de certa forma, eu sou mesmo... Como assim eu entrei com Scott e papai na igreja? Bem, me deixa explicar... Scott sempre foi como um segundo pai: teve ciúmes, me protegeu, me deu carinho e etc. E agora eu descobri que eu tenho um pai que não me abandonou; então resolvi honrar os dois no dia mais importante da minha vida. -Você quem sabe... - Scott disse suspirando - Mas, se ele te magoar, eu arrebento a cara dele! -E eu ajudo! - meu pai disse sorridente. -E eu deixo vocês quebrarem a cara dele... - eu disse suspirando. - Agora vamos, antes que ele desista do casamento. -Isso não seria de todo mal - Scott disse com um imenso sorriso nos lábios. Meu pai começou a gargalhar sem parar. - Você ainda é pior que eu... - disse ainda entre risadas. -Engraçadinhos! - eu disse por fim. -Ou me levam agora para o altar, ou vou entrar sozinha! Com muito custo eles concordaram. Assim que as portas se abriram e a marcha nupcial começou, eu sorri, ao saber que estava próxima de encontrar a felicidade... Foi quando meus olhos se cruzaram com duas belas safiras, que
deixam minhas pernas trêmulas desde sempre... Ele deu um sorriso iluminado, à medida que eu ia andando até ele. E hoje ele tinha um brilho diferente em seus olhos... Um brilho que eu não vira antes e ele estava mais radiante do que nunca, todo elegante e parecia nervoso. Então, eu finalmente cheguei até ele. -Se magoar ela, já sabe! - Scott disse saindo dali. -Eu confio em você... Não me decepcione! - Papai disse saindo dali e se juntando ao Scott. Ele me deu um selinho e me carregou até o altar; então o padre começou a cerimônia. -Lucy Yale Thompson, aceita Isaac Davis Louis para amar e respeitar até que a morte os separe? -Aceito! -Isaac Davis Louis, aceita Lucy Yale Thompson para amar e respeitar até que a morte os separe? -Aceito! -Muito bem! Agora façam os votos, enquanto colocam as alianças. Você começa, Senhorita Yale! Eu peguei a aliança e coloquei no dedo dele. -Eu prometo te amar pelo resto de minha vida... Você me provou que uma pessoa pode mudar e você me fez ver que não é certo agente ficar correndo do que sentimos... Eu te amo muito; e
obrigada por ter me escolhido para ser a futura senhora Davis... Eu não sabia que, quando eu entrasse naquela empresa, eu conheceria você e você viraria minha vida de cabeça pra baixo... Pude ver que ele estava chorando muito. -Sua vez, senhor Davis! Ele colocou a aliança no meu dedo. -Nunca foi tão difícil conquistar alguém, mas esse alguém valeu a pena! Eu aprendi a amar e esse é o melhor sentimento que alguém pode ter no mundo... Obrigado por me mostrar esse meu outro lado, minha pequena Lucy... E agora é pra valer! Você é só minha! Eu dei um imenso sorriso para ele. O padre nem precisou terminar de falar e Isaac já me tomou em seus braços. Tentamos fazer um beijo calmo, mas éramos nós... Até parece que seria possível... Logo fomos para a festa e todos nos cumprimentavam animados, até que começou a tocar uma música a qual eu conhecia muito bem era “So Close” do Jon Mclaughlin. Logo Isaac se separou de mim e foi para centro do palco para pegar o microfone surpreendendo-me; fui empurrada para o meio do salão e o lugar foi preenchido pela voz do meu futuro marido surpreendendo a todos inclusive a mim...
DESDE QUANDO ELE CANTA? QUE VOZ É ESSA? MEU DEUS!!! ESSE HOMEM NÃO SE CANSA DE ME SURPREENDER!!! -You’re in my arms And all the world is gone The music playing on for only two So close together And when I’m with you So close to feeling alive (Você está em meus braços e todo o mundo se foi a música tocando em apenas dois tão perto juntos e quando eu estou com você tão perto de se sentir vivo) – Ele começou a cantar vindo em minha direção me fazendo ficar com as pernas bambas e o coração acelerado COMO EU AMO VOCÊ MEU HOMEM E MEU MARIDO ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE -A life goes by Romantic dreams must die So I bid mine goodbye and never knew So close was waiting, waiting here with you And now forever I know All that I want is to hold you So close (A vida passa sonhos românticos devem morrer portanto, eu ofereço o meu adeus e nunca soube tão perto estava esperando, esperando aqui com você e agora para sempre eu sei tudo que eu quero é te abraçar tão perto) - Pegou em minha
cintura me puxando para perto de si em quanto ainda cantava ao microfone em meu ouvido e então fomos embalados por uma valsa desajeitada até porque ele segurava o microfone -So close to reaching that famous happy end Almost believing this one's not pretend Now you’re beside me and look how far we’ve come so far we are so close (Tão perto de alcançar aquele famoso final feliz quase acreditando que isso não é fingir agora você está ao meu lado e veja como distante nós viemos até agora, estamos tão perto) – Ele continuou cantando em quanto dançávamos e algumas vezes eu o acompanhei, cantando baixinho quase como um sussurro -How could I face the faceless days If I should lose you now? We’re so close To reaching that famous happy end And almost believing this one's not pretend Let’s go on dreaming though we know we are So close So close And still so far (Como eu poderia enfrentar os dias difíceis se eu te perder agora? Nós estamos tão perto para alcançar aquele famoso final feliz e quase acreditando que isto não é fingir vamos continuar sonhando embora nós sabemos que estamos tão perto tão perto
E ainda tão longe) – Ele cantou olhando em meus olhos só que dessa vez foi acompanhado por um coro ao fundo todos os nossos convidados e amigos estavam cantando Quando acabou todos começaram a bater palmas e a gritar foi com toda certeza um dos melhores dias da minha vida... *** QUATRO MESES DEPOIS: ISAAC DAVIS: Cheguei em casa cansado... Tive um longo dia de trabalho. Meu celular logo vibrou e eu o peguei, já sabendo que se tratava de Lucy... WhatsApp: De: Lucy Para: Isaac Meu amor, eu te convido para almoçar comigo hoje, no restaurante de sempre. Eu tenho surpresa... Eu fiquei super curioso, pois a minha pequena Lucy sempre me surpreendia... Eu cheguei no restaurante super ansioso, para ver tal surpresa. Ela ainda não tinha chegado, mas, assim que eu a vi, meu sorriso se alargou ainda mais. Ela estava mais linda do que eu estava acostumado a ver e estava radiante... - Oi, meu amor! - ela me deu um selinho demorado. -Oi, minha linda! - eu sorri - Mas qual é a surpresa? Ela, então, tirou uma caixa grande da bolsa e colocou na mesa. -Abra! - ela sorriu animada e assim eu fiz. Quando eu abri,tinha um par de sapatinhos de neném, todo branquinho. No começo não entendi nada, mas peguei o envelope que estava com o conteúdo, e dentro desse envelope tinha duas folhas. Peguei a primeira e comecei a ler... “Descobri ontem que, agora em mim, batem dois corações
apaixonados por você...” Eu sorri ao ler aquilo e não estava acreditando... Peguei a outra folha e nela estava escrito... “Lucy Yale Thompson Davis: Positivo!” -Você está... - tentei dizer, mas ela me cortou. -Parece que vamos ter o nosso herdeiro! - ela sorriu. Eu senti lágrimas inundarem meu rosto... Fui até ela e a beijei, emocionado com a notícia. Depois eu abaixei e comecei a fazer carinhos em sua barriga; e ela riu bastante. -Eu já te amo, filhote... - eu sorri conversando com sua barriga Ou filhota! Eu não me importo, desde que você venha com saúde!...
CINQUENTA VÁRIOS ANOS DEPOIS... -AIII! - soltei um grito desesperada. -Vai ficar tudo bem, meu amor... - Isaac tentava me acalmar. -Já posso ver a cabeça! - um dos médicos gritou pra mim - Só mais um pouco de força! -Aaaah... - eu soltei outro grito, fazendo o máximo de força que consegui... De repente, a força cessou e eu desabei. Segundos depois, escutei um choro de criança...
-Nasceu! - Isaac disse com lágrimas nos olhos. Depois desses anos todos, ele ainda se emociona... -Me dá ela aqui - eu disse fazendo sinal para o doutor, que entendeu o recado e me entregou. -Você deu trabalho, hem florzinha... - eu disse acariciando seu rosto. - Tá vendo esse babão aí do lado? É seu pai super ciumento! - Já escolheram o nome? - o médico perguntou nos olhando. - Alinye Laurien Davis Yale - respondemos juntos e depois sorrimos. -Nome diferente! - ele observou - Mas agora vou tirá-la de seus braços por alguns segundos, para o banho. Com muito custo eu entreguei a Alyn - apelido ao qual dei para o mais novo amor da minha vida. -Obrigado... - Isaac disse assim que o médico saiu. - Pelo quê? - eu perguntei ainda sem forças. -Por mais essa felicidade! - ele sorriu. -Você quis dizer... Por mais essa 6° felicidade- eu gargalhei e ele me acompanhou. Logo, mamãe e papai chegaram com os amores da minha vida. - Vieram conhecer a irmãzinha? - eu perguntei sorrindo. -Claro! - Irvin respondeu animado. Meu garotinho cresceu tanto... Mas quem pudera, né? É o mais velho.O único que fica sem falar nada ou pular em cima de mim é Damien, por não ter aprendido a falar ainda e, talvez, porque vai perder o posto de caçula... Não se confundam; é isso mesmo! Com a Alinye são seis... Sim! Eu realizei o desejo do Isaac, que era ter uma enorme família, mas a felicidade está em dobro, porque finalmente pude dar a ele uma princesinha... Eu fico é com dó da Alyn ter cinco irmãos mais velhos e com o gênero ciumento do pai. Isso não vai dar certo...
Logo a enfermeira apareceu com Alinye nos braços, para eu a amamentar. Assim que a viram, meus pais ficaram emocionados. -Quem ousa fazer uma festa e não me chamar? - Scott entrou na sala junto com Mallaika e suas filhas: Samara, de um ano; e Mikaelly, com alguns meses de vida. Sim... Tivemos nossas filhas quase juntas, mas Mikaelly é quatro meses mais velha que Alinye. -Oi pra você também, Scott - eu disse ainda com Alinye nos braços. - Que cara de joelho! - disse se aproximando de onde eu e Alinye estávamos e eu comecei a gargalhar. - E aí... Como estão meus sobrinhos? - disse cumprimentando os meninos. - Que nome escolheu dessa vez? - disse me observando atentamente. - Alinye Laurien - eu disse sorrindo. -É bem a sua cara mesmo... - ele gargalhou - Usar nomes que ninguém usa! Eu gargalhei um pouco também; e ele tinha razão... Bem, quando eu tive o Irvin, decidi colocar um nome que ninguém usava, mas não parou por aí. Depois de Irvin Leon, eu coloquei Kayron Lucky no segundo e Isaac também gostava dos nomes, porque sempre entrávamos em um acordo e escolhíamos juntos. Bem, em seguida vieram Marcus Gregory e Logan George meus gêmeozinhos... Depois veio o meu adorável Damien Alonso e, por último, a minha princesinha Alinye Laurien. -Olha quem fala! - eu disse sorrindo. -Eu até agora só escolhi nomes usáveis! - ele me mostrou a língua. -Idiota! - eu disse sorrindo. -Mamãe, posso vê-la? - Irvin me despertou dos meus
pensamentos. -Claro, meu bem! - eu sorri. Logo Isaac o colocou sentado na cama onde eu estava. -Nossa! Ela é tão bonita... - disse a olhando. -Igual a vocês! - eu disse sorrindo - Meus meninos! -Ouvi dizer que alguém teve um bebê... - Mharessa adentrou a sala com Gerody e com o Noah, seu filho mais velho, com quatro anos. Ela tem outro filho - o Giovanny -, de um ano. - Cadê o Gi? - eu perguntei confusa. - Deixei com minha mãe - ela sorriu. - Ele faz muita bagunça... Eu sorri um pouco também. -Posso pegá-la? - apontou para Alyn. -Claro né, Mah! - eu sorri. Logo ela tomou Alyn nos braços. -Não acharam que eu ia perder o nascimento, né? - Agnes adentrou a sala com seus gêmeos de dois anos - Alvin e Austin nos braços e Alex veio logo atrás. - Que linda! Posso pegá-la? -Claro, né Agnes... Acho que já está na hora dela conhecer a madrinha, não é mesmo? - eu sorri. - O quê?! - ela praticamente gritou - Você está me convidando para ser madrinha? -Não conheço alguém melhor! - eu disse animada. - Pelo visto, você já topou. Agora só falta o Alex. -Eu topo com certeza! - ele sorriu. Logo, Agnes pegou Alyn dos braços de Mharessa. -Desculpem o atraso... - tia Clarissy entrou de mãos dadas com o Matt. Com o outro braço ela segurava a pequena Luana no colo e ele segurava o pequeno Luke, os dois com seis anos. Sim... Ela teve gêmeos, igual a mamãe. -Oi, tia! - eu tentei me sentar, mas Isaac não deixou. Logo, ela colocou Luana no chão e pegou Alinye nos braços. -Mãe, cadê meus irmãos? - eu perguntei a olhando.
-Já devem estar a caminho - ela sorriu. A verdade é que, meses depois de seu casamento, ela engravidou de novo; e adivinha... Gêmeos de novo! Uma menina e um menino, mas dessa vez iam fazer o certo e criá-los juntos. Eu já estava com saudades dos meus pestinhas... A Maria e o Allan davam trabalho, mas eu amava aquelas pestes... Logo a sala estava lotada e eu nunca me senti mais feliz. Eu realmente estava onde queria estar, com pessoas que queria estar e tinha os amores da minha vida, todos perto de mim... Eu jamais quero sair de seus braços... -Eu te amo! - Isaac disse no meu ouvido, me arrepiando... E não sei porque eu ainda fico assim... -Eu também te amo! - sussurrei de volta. Ele me deu um selinho, porque a sala ainda estava cheia. - M-mamãe! - Damien disse e eu olhei pra ele assustada. -Damien! Você falou! - eu disse animada. - M-mamãe! - ele disse novamente e eu o peguei no colo, óbvio que com a ajuda do Isaac. -Eu te amo tanto, meu menino... - eu o abracei. Logo, todos se juntaram ao abraço e tia Clarissy me entregou a Alyn. -Que tal tirarmos uma foto da família reunida? - mamãe propôs. Antes que eu respondesse, minhas duas pestes favoritas apareceram. -Não vão tirar foto sem agente! - Allan disse. -Com certeza! - Maria completou. Logo eles se juntaram à multidão e papai pediu que a enfermeira tirasse a foto.Todos ficaram juntos e eu com os meus sete amores ao meu lado.Agora eu tinha certeza: o nosso "para sempre" nunca iria acabar..
EPÍLOGO PARTE 1 IRVIN LEON: Não sei por que mamãe insistiu que eu saísse do meu quarto. Estava tão bom ficar deitado mexendo no celular... Eu poderia ler um livro, mas isso é com o Kayron. Só porque hoje é o aniversário de seis anos da Alinye, não significa que eu tenha que ficar na festa, tudo bem que é a minha irmã caçula, mas e daí? Eu não quero ficar na festa com esse monte de crianças, tá certo que eu não era adulto e nem nada mais; eu era mais velho
que a maioria. Eu tinha quatorze anos. Vesti uma roupa qualquer e saí do quarto ainda com o celular em mãos, mas, assim que desci os primeiros degraus da escada para ir de encontro à minha família, me deparei com Luana subindo as mesmas, e por pouco, não nos esbarramos. Ela sorriu timidamente quando me viu, era absolutamente estranho... -Oi Lua! - eu disse com um longo sorriso. - Oi Leo! - ela disse tímida. - Cadê meus pais? - perguntei a encarando. - Estão arrumando sua irmã - ela respondeu dando de ombros. Ficamos um tempo nos encarando sem dizer nada e eu não pude evitar sorrir ao ver que ela estava muito bonita apesar da pouca idade - Apenas doze anos - Sua beleza era incomparável. -Está muito bonita, Lua. - Eu disse animado. - Obrigada, Leo. Você também não está nada mal... - ela deu um sorriso e corou de leve, completamente sem graça. E como ela fica bonita com vergonha... -Vocês vão ficar flertando ou vão nos ajudar? - Luke disse entrando na conversa, atrapalhando completamente o clima. Percebi que Luana ficou totalmente vermelha. -Tudo bem, pivete... - eu dei um soco de leve em seu braço e ele sorriu. -E aí, mano! - Noah me deu um abraço. Ele só tinha dez anos e estava quase da minha altura... Isso era engraçado... -Até que enfim, bela adormecida! - Kayron disse assim que eu me aproximei. -Muito engraçadinho, cinderela! - eu zombei dele. Logo, Alinye correu para os meus braços, com um vestido rosa. Ela estava tão linda... Parecia uma verdadeira princesa. -Leo! Leo! - ela levantou os braços para que eu a pegasse no
colo e eu assim o fiz, a levantando no ar e ela dava várias risadas. Noah ficava nos encarando, com um enorme sorriso nos lábios. Assim que coloquei Alinye no chão, Sammy e Mika pularam em meus braços, já que eram pequenas, iguais a caçulinha... -Achei que não viria querido. - mamãe disse se aproximando. -E perder a festa da caçulinha? - eu dei um leve sorriso. -Fico feliz que tenha saído um pouco do seu quarto. - papai disse sorrindo animado. -Fui obrigado.- eu cruzei os braços fingindo braveza e o mesmo sorriu. Não demorou muito para meus "tios" e meus "primos" chegarem. Quer dizer... Mais ou menos; alguns são só pelo costume de os chamarem assim. Assim que abriram as portas, Antônio correu para os meus braços. Ele só tinha quatro anos, então, foi fácil pegá-lo no ar. - Tonny! - eu disse animado, o colocando no chão novamente. Tio Scott e tia Mallaika o tiveram depois que Mikaelly tinha dois anos e Samara tinha três, mas o engraçado é que ele sempre foi grudado comigo... Eu o levei até onde as outras crianças brincavam e sempre acompanhado dos olhares atentos de Luana... Isso me deixava incomodado e me dava calafrios, mas não sei o porquê disso... Todos ficaram conversando animados e eu fiquei apenas sentado mexendo no meu celular, até que eu vi um garoto se aproximando de Luana. Eu nunca o vira antes, mas devia ser o sobrinho do tio Alex. Mamãe disse que ele viria, logo, ela jogou a cabeça pra trás e riu de alguma coisa que ele falou. Aquilo me incomodou bastante e, não sei por quê, saí de onde estava feito um furacão e corri para o meu quarto, pisando o pé forte, fazendo Luana me olhar assustada. Abri o quarto, entrei e me joguei na cama, ainda com o celular
nas mãos. Escutei batidas na porta, mas eu não queria falar com ninguém... -Vá embora! - eu gritei para quem quer que fosse. -Sou eu... - pude ouvir a voz doce de Luana do outro lado Aconteceu alguma coisa com você, Leo? -Eu só quero ficar sozinho. - tentei soar firme, mas saiu como uma súplica. Porque, sempre que ela me visitava, eu não conseguia gritar? Simplesmente, eu não conseguia ficar bravo... -Se é assim que você quer... - pude ouvi-la suspirando do outro lado da porta. Não sei o que me deu, ao saber que ela estava indo, abri a porta imediatamente e a puxei pelo braço para dentro do quarto, trancando a porta logo em seguida, tudo em apenas um pulo. -O que aconteceu, Leo? - perguntou sentando-se na minha cama. -Não é nada. - eu suspirei. - Eu te conheço o bastante. - ela disse me encarando. Eu me sentei ao seu lado e comecei a encará-la. -Por que está me olhando assim? - ela perguntou sem graça. -Nada... - eu entrelacei nossos dedos e ela ficou surpresa com o gesto - Só estava pensando em como é bonita... Seu sorriso se alargou e ela ficou mais sem graça do que já estava. -Não precisa ficar com vergonha .- eu tirei uma mecha do seu cabelo, que estava no rosto, e o coloquei atrás de sua orelha Você é bonita demais para o seu próprio bem... Ela gargalhou e eu me perdi na sua risada tão linda, tão charmosa e tão divertida... Logo eu fui me aproximando e percebi que seu corpo foi ficando tenso e rígido; ela ficou séria e eu também, mas só porque queria fazer algo mais interessante...
-Leo, eu nunca... - ela tentou dizer, mas eu fiz sinal para que ela se calasse. - Eu sei - eu sorri -, mas esse beijo é meu e não adianta você me dizer o contrário. Ela gargalhou mais ainda e eu levei isso como incentivo. Aproximei-me dela e quebrei o último centímetro que tinha entre nós.O beijo começou tímido, por ela não saber ao certo o que fazer, mas logo foi ficando mais necessitado.Ela fazia o que eu fazia; ela só me acompanhava numa mesma melodia. Eu já havia beijado outras garotas, mas não havia sido daquele jeito. Sem dúvida, aquele foi o melhor beijo da minha vida. Aquela garota havia sido presenteada com o dom do beijo.Depois que nos separamos, por falta de ar, eu depositei um beijo em sua testa e ela sorriu. -Você é louco, Irvin Leon! - ela sorriu. -Eu sei! - eu lhe dei um selinho e nós saímos do quarto,como se nada tivesse acontecido. Mamãe disse que era hora dos parabéns e todos nós começamos a cantar. Eu e Luana ficávamos trocando olhares, até que, quando percebi que o sobrinho do Alex ia se aproximar dela, eu corri e me pus ao seu lado, e ele logo desistiu. - Você beija muito bem! - sussurrei para ela, que gargalhou. -Você também não beija mal - sussurrou de volta. As lembranças me atingiam como um baque, por mais que eu tentasse não lembrar os momentos, ainda estavam guardados ali em minha memória, pensando nisso eu coloquei o porta-retratos no lugar que ele estava e suspirei pesadamente, na foto, eu e Lua estávamos abraçados no aniversário de Alyn a qual nos beijamos pela primeira vez e o mesmo estava ao lado de outro a onde ela estava em seu primeiro show e eu estava ao seu lado a abraçando feliz, naquela noite eu a fiz minha, por que as coisas não poderiam ser tão mais fáceis?
-Amor! – Lexis abriu a porta sem pedir licença me tirando por completo dos meus pensamentos, me fazendo revirar os olhos quase que imediatamente.
PARTE 2 LUANA WATERS Eu estava completamente nervosa ,não queria entrar no palco, e se, esse bando de pessoas não gostassem de mim? Se bem que ainda tinha minha família que me apoiava e confiava nos meus sonhos se bem que fazia tempo que eu estava sentindo falta de uma pessoa em especial, que fazia um tempo que estava afastada da minha vida, mas como que adivinhando meus pensamentos, assim que subi no palco, corri meus olhos em direção a platéia e encontrei aquele olhar que tinha o poder de me gelar por dentro e isso era uma coisa boa...
Eu dei um largo sorriso pra ele e o mesmo retribuiu e sussurrou um "Acaba com eles" Me fazendo rir Começaram a tocar e eu comecei a cantar uma musica a qual eu sempre amei Flashlight da Jessie J que era a nossa música, e de repente, o universo parou, éramos apenas nos dois nos encarando com paixão evidente... -When tomorrow comes I'll be on my own Feeling frightened of the things that I don't know When tomorrow comes, tomorrow comes Tomorrow comes (Quando chegar o amanhã, estarei por conta própria Me sentindo assustada com as coisas que não conheço Quando o amanhã chegar, amanhã chegar Amanhã chegar) – Cantei o encarando nos olhos em quanto ele assentia com a cabeça todo orgulhoso - And though the road is long, I'll look up to the sky And in the dark I found, lost hope that I won't fly And I sing along, I sing along And I sing along (E mesmo que a estrada seja longa, olharei para o céu No escuro, descobri a esperança perdida de que não voarei Eu canto junto, canto junto E eu canto junto) – Comecei a fazer uma performance maluquinha remexendo os quadris em quanto cantava olhando para o publico maravilhoso - I got all I need when I got you and I I look around me, I see a sweet life
I'm stuck in the dark but you're my flashlight You're getting me, getting me through the night (Eu tenho tudo o que preciso quando você está comigo Eu olho à minha volta, e vejo uma vida boa Estou presa no escuro, mas você é minha lanterna Você me guia, me guia pela noite) – Eu me virei para a platéia que me ovacionou de aplausos e gritos - Kick start my heart when you shine it in my eyes Can't lie, it's a sweet life Stuck in the dark but you're my flashlight You're getting me, getting me through the night (Meu coração dispara quando você ilumina meus olhos Não dá pra mentir, é uma vida boa Presa no escuro, mas você é minha lanterna Você me guia, me guia pela noite) – Cantei calmamente respirando profundamente ainda encarando aqueles olhos azuis tão belos me olhando com adoração um sorriso enorme me estendeu a face - 'Cause you're my flashlight My flashlight You're my flashlight (Pois você é minha lanterna Minha lanterna Você é minha lanterna) – Cantei mais alto acompanhada de meus amigos da banda que agora cantavam comigo - I see the shadows low beneath the mountain top
I'm not afraid when the rain won't stop 'Cause you light the way, you light the way You light the way (Eu vejo sombras lá embaixo das montanhas Não tenho medo quando a chuva não para Pois você ilumina meu caminho, ilumina meu caminho Você ilumina meu caminho) – Deixei um de meus amigos que estava na bateria cantar em quanto eu apenas batia palmas ainda com o microfone em mãos, apontei em direção ao Leo e lhe mandei um beijo a qual ele pegou e colocou no local aonde fica o coração - I got all I need when I got you and I I look around me, I see a sweet life I'm stuck in the dark but you're my flashlight You're getting me, getting me through the night (Eu tenho tudo o que preciso quando você está comigo Eu olho à minha volta, e vejo uma vida boa Estou presa no escuro, mas você é minha lanterna Você me guia, me guia pela noite) – Uma da meninas me ajudou a cantar em quanto eu ainda sorria besta pelo sucesso que aquele show estava fazendo - Kick start my heart when you shine it in my eyes Can't lie, it's a sweet life Stuck in the dark but you're my flashlight You're getting me, getting me through the night (Meu coração dispara quando você ilumina meus olhos
Não dá pra mentir, é uma vida boa Presa no escuro, mas você é minha lanterna você me guia, me guia pela noite) – Cantei meio que dançando meio que rindo com os olhares que Leo estava me lançando a alguns anos eu teria vergonha mais ele despertava o melhor em mim - Light, light, light, you're my flashlight (Luz, luz, luz, você é minha lanterna) – Cantamos todos juntos em quanto um de meus amigos fazia o famoso solo de guitarra - I got all I need when I got you and I I look around me and see a sweet life I'm stuck in the dark but you're my flashlight You're getting me, getting me through the night (Eu tenho tudo o que preciso quando você está comigo Eu olho à minha volta, e vejo uma vida boa Estou presa no escuro, mas você é minha lanterna Você me guia, me guia pela noite) – Cantamos todos juntos - Kick start my heart when you shine it in my eyes Can't lie, it's a sweet life Stuck in the dark but you're my flashlight You're getting me, getting me through the night (Meu coração dispara quando você ilumina meus olhos Não dá pra mentir, é uma vida boa Presa no escuro, mas você é minha lanterna Você me guia, me guia pela noite) – Olhei para o céu em quanto cantava com todo o amor que era possível
- 'Cause you're my flashlight My flashlight You're my flashlight (Pois você é minha lanterna Minha lanterna Você é minha lanterna) – Continuei cantando em quanto uma lagrima solitária descia pela extensão do meu rosto - You're my flashlight, light, light You're my flashlight, light, light You're my flashlight (Você é minha lanterna Você é minha lanterna Você é minha lanterna) – Cantei baixinho em quanto me sentava ao chão apenas para dar ênfase aquele momento Ao final da musica, todos começaram a aplaudir e a gritar. O show estava incrível! Cantamos mais algumas músicas aos delírios do público, eles estavam bastante animados. -Estão gostando do show? - Eu perguntei ao microfone. -Estamos - Ouvi-os dizer abafados. -Eu não ouvi direito. - Eu disse ainda com o microfone em mãos. - Estão gostando do show. -ESTAMOS! - Eles gritaram. -Fico feliz - Eu disse por fim - Mas tudo que é bom dura pouco ne pessoal o show chegou ao fim Ouvi os contestar e falar varias coisas que não decifrei -Não fiquem tristes meus amores! -Eu disse sorridente - Não é um adeus eu sou toda de vocês público maravilhoso
O público foi a loucura -Até logo - Eu disse me retirando do palco entrei correndo no meu camarim completamente sem fôlego eu precisava ficar sozinha mas logo que me olhei no espelho notei que no sofá atrás de mim tinha um buquê de rosas vermelhas eu imediatamente corri ate onde elas estavam e eram maravilhosamente perfeitas notei que tinha um cartão o peguei imediatamente já sabendo de quem se tratava "Esteve espetacular essa noite minha estrela, mas que história é essa de ser toda do público? Nada disso você é toda minha nem pensar eu te divido ainda mais com estranhos adorei o modo como cantou a nossa música, mas confesso que me segurei para não subir no palco e a seqüestrar desculpe por ter me afastado, mas estava com muitos problemas na empresa para me redimir preparei uma surpresa enfim te amo mais que tudo •••Leo••• Assim que acabei de ler o cartão completamente encantada , a porta foi aberta abruptamente me fazendo pular com o susto -E aí gostou? – Aquela voz que tem o dom de me acalmar falou E eu não pude evitar sorrir ao vê-lo ali tão lindo -Uma foto do casal, por favor – O fotografo que estava do outro lado disse animado Eu sorri ao me posicionar ao lado de Leo eu estava feliz e pelo visto ele compartilhava da mesma felicidade
-Muito obrigado – O homem agradeceu gentilmente E eu sorri -Não vou poder ficar muito - Leo confessou e eu suspirei tristemente -Mas por causa do seu maravilhoso show eu quero lhe dar um presente – Ele sorriu largamente ao ver meu desapontamento quando ele disse que não poderia ficar -Mas você já me deu meu presente às flores – Eu franzi o cenho confusa -Estou falando de outra coisa – Ele sorriu largamente – E esse presente quero que leve pra vida toda Eu acabei sorrindo com o nervosismo Antes que eu e ele pudéssemos falar mais alguma coisa mamãe abriu a porta do camarim quase que em um baque Leo vendo que não conseguiríamos conversar mais sozinhos se colocou por cima de mim apenas para sussurrar em meu ouvido -Tem um presente dentro das flores me encontra no meu apartamento quando tudo acabar Eu sorri e assenti com a cabeça -O que vocês tanto cochicham ai? – Mamãe quis saber -Nada tia – Leo respondeu por mim – Estava apenas parabenizando Lua pelo esplêndido show -E não foi? – Mamãe disse toda orgulhosa – Minha menina é uma estrela
-Nisso eu tenho que concordar – Ele piscou um dos olhos em minha direção me deixando totalmente constrangida – Se me derem licença eu tenho que me retirar tenho coisas a resolver -Claro, vai lá !– Mamãe o incentivou -Nos vemos depois! – Gritei antes dele sair do camarim -Mas cedo do que pensa – Ele sorriu em minha direção à sorte foi que mamãe não percebeu meu corpo já estava entrando em combustão apenas em olhar para ele -Minha menininha.– Papai correu em minha direção assim que abriu a porta do camarim – Você estava tão maravilhosamente perfeita! -Obrigado papai. – Eu lhe dei um beijo casto no rosto – Não sei o que seria de mim sem vocês -Quem diria que eu teria uma irmã famosa – Foi à vez de Luke me envolver com seus braços - Imagine quantas garotas eu vou pegar depois desse show já que agora as garotas vão saber que tenho uma irmã famosa. Papai deu um soco no braço dele de leve me fazendo gargalhar -Não ligue para o seu irmão – papai me alertou - Você foi tão maravilhosa que precisamos sair para comemorar! -NÃO! - Eu praticamente gritei os fazendo olhar confusos para em minha direção - Não que eu não queira comemorar com vocês, mas o dia foi muito cheio hoje sem contar que já havia combinado com o pessoal da banda -Você vai trocar a sua família? - Luke fez drama
-Para de drama Luke sua irmã merece se diverti - Mamãe advertiu - Além do mais comemoramos amanhã -É mesmo? - Perguntei por fim - Não vão ficar chateados? -De maneira alguma - papai sorriu - Agora é melhor irmos Papai saiu empurrando Luke para fora ficamos apenas eu e mamãe -Eu gostaria de lhe entregar algo - Disse por fim -O quê? - Perguntei sem entender -Abre a mão e fecha os olhos - Ela disse sorridente E assim eu o fiz senti algo repousar na minha mão -Pode abrir - Ela disse por fim mais assim que abri meu queixo foi ao chão ela não podia está me dando aquilo podia? Eram camisinhas ou eu estava vendo miragens? Pra ser exato, quatro pacotes de camisinha. -É pra você se prevenir - Ela sorriu - E arrasar o Leo -Como você...? - Tentei dize, mas ela me cortou e seguida -Eu conheço muito bem a filha que tenho - Ela sorriu - Boa sorte meu bem Eu a abracei forte -Obrigado mãe – Eu me aconcheguei em seus braços -Se divirta sem medo – Me aconselhou e eu sorri Ela logo se retirou e eu fiquei nervosa observando as camisinhas em minhas mãos, eu podia não parecer mais ainda era virgem, era um erro querer que ele tentasse mais que tudo? Depois de um tempo abraçando e conversando com algumas
pessoas eu peguei as rosas a chave do carro a chave do apartamento dele que ele havia escondido dentro do buquê e parti rumo ao seu apartamento *** Cheguei em frente a porta do apê do Leo soando frio, acho que nunca estive tão nervosa em toda minha vida Coloquei a chave e rodei a maçaneta eu empurrei a porta de leve e quando fiz menção de dar um passo para dentro, pisei em algo que fez um barulho olhei para baixo e tinha um envelope, o peguei sem pensar duas vezes e assim que reconheci a caligrafia meio torta de Leo, não pude evitar o sorriso que saiu de meus lábios Entre e feche a porta atrás de si, tenho surpresa para o meu amor, hoje será uma noite inesquecível, meu coração dispara quando você ilumina meus olhos, porque você é minha lanterna te amo, Leo Ainda sorrindo com aquele pequeno papel que dizia tudo em mãos adentrei o local que estava envolto pela escuridão, fechei a porta atrás de mim como ele pedira. De repente notei certa iluminação olhei mais de perto e era um caminho de velas aromáticas deixando tudo mais cheiroso e romântico até que do nada senti duas mãos nos meus olhos eu sabia que era ele pelo seu cheiro bom, doce e completamente viciante -Eu já estava com saudades - Ele sussurrou mordiscando minha
orelha de leve me fazendo perder por completo o raciocínio Logo, ele tirou as mãos dos meus olhos e pude notar um pouco mais o lugar como ele estava perfeito algumas pétalas de rosas descansavam pelo chão o clima não podia estar mais perfeito -Eu queria comemorar essa noite só eu e você – Ele acabou confessando enquanto colocou um colar em meu pescoço que não tive tempo de ver do que se tratava óbvio que assim que colocou fui direto para frente do espelho meu queixo quase foi ao chão ao ver o conteúdo o colar nada mais era do que uma mini guitarra com as nossas inicias gravadas nela Ele pegou um pouco de Martini de morango a qual ele sabia preparar perfeitamente e me serviu eu virei rapidamente estava muito nervosa para uma pessoa sã -Eu sei - Ele disse suspirando pesadamente -Sabe o que? - Me ouvi perguntando -Que nenhum homem te tocou como eu quero tocá-la - Ele deu um sorriso sapeca e senti um frio na barriga em quanto corava levemente -E... Que... Bem... - Eu tentei dizer sem graça por ele ter abordado o assunto, mas fui cortada logo em seguida -Ei - Ele sorriu - Não precisa ficar tensa nem nervosa eu estou feliz por poder ser o primeiro quer dizer isso se você quiser que eu seja o primeiro mesmo assim eu prometo ser muito paciente muito gentil Eu sorri levemente
-Eu aceito que seja você - Dei um cutucão nele o fazendo cair na gargalhada – Na verdade não consigo imaginar outra pessoa me tocando não consigo imaginar outros beijos que não os seus minha pele fica dormente aonde você beija então sim é pra ser você hoje é pra se você amanhã e é pra ser você sempre Ele ficou sério de repente e antes que eu raciocinasse o que estava por vim ele me puxou de encontro a sua boca e a sua língua entrou na mesma sem pedir licença, elas se embolaram em uma perfeita sincronia em um perfeito compasso em uma perfeita melodia. Ele se afastou por uns instantes apenas para ficar me olhando por alguns minutos -O que foi? - Perguntei sem me conter -Se você soubesse o que estou a fim de fazer com você Suspirou controlado -E por que não faz? - Dei o meu melhor sorriso malicioso -Eu bem que queria - Ele me olhou profundamente - Mas nem sempre a primeira vez é um mar de rosas talvez não seja especial pra você -Ei! -Eu disse o forçando a me encarar – Vai ser com você e isso basta para ser especial porque eu confio em você, mas que tudo nessa vida. -Você tem certeza? - Ele quis saber me encarando serio -Toda a certeza do mundo eu quero que seja você - Eu sorri sem me conter - Agora para de enrolação e me beija logo
-Você que pediu - Ele cobriu minha boca com a sua em um beijo calmo lento e terno e foi ficando mais voraz e quente como se nossas vidas estivessem prestes a acabar Seus beijos foram descendo para a extensão do meu pescoço me fazendo soltar um gemido de satisfação Ele me pegou nos seus braços e me conduziu até o quarto me deitando sobre a cama com a maior calma e paciência do mundo, mas naquela hora quem estava impaciente era eu ele tirou meus saltos levemente beijando cada nó nos meus dedos do pé me fazendo ter calafrios não demorou muito e ele começou a tirar minhas roupas bem lentamente apenas para apreciar cada pedacinho do meu corpo ardente por estar sendo tocado por ele, eu me levantei apenas para o ajudar a tirar suas roupas mas assim que olhei o volume perceptível por cima de sua cueca prendi a respiração se aquilo tudo fosse conteúdo não tinha certeza se caberia em mim, ele percebeu meu olhar e sorriu maliciosamente ele não demorou a se livrar da cueca e definitivamente se doesse tanto como minhas amigas relatavam eu estava ferrada porque aquilo daria trabalho para caber dentro de mim ele rasgou a embalagem da camisinha e a colocou desajeitadamente -Isso pode doer um pouco ok? - Perguntou preocupado - Se sentir dor é só falar que eu paro -Tudo bem - Eu disse por fim
E como num movimento rápido ele nos uniu bem lento e profundo no começo senti um incomodo e gemi com a dor que se seguiu o fazendo se afastar assustado para me encarar, mas logo fiz sinal para que ele continuasse e a dor foi substituída por um prazer incontrolável -Leo... – Eu gemi em seu ouvido sem conseguir me controlar -Lua... – Ele gemeu enlouquecido pelo prazer que estava sentindo - Você me deixa louco mulher -Depois que eu já havia me acostumado ele começou a se mover mais rapidamente me fazendo revirar os olhos com o prazer que estava sentindo e que homão era aquele depois de mais duas entocadas eu explodi em milhares de fagulhas de felicidade de algo novo e pleno foi a melhor sensação que já tive na vida Depois do que pareceram horas, ele ficou bambo e desabou por cima de mim completamente atordoado pelo que havíamos feito, naquela hora eu havia descoberto o sentido da palavra fazer amor -Você está bem? - Perguntou me abraçando -Nunca estive melhor - Eu não pude evitar o sorriso idiota que me esticou a face - Foi à melhor noite da minha vida -E sabe bem o porquê não sabe? - Ele sorriu -Não, por quê? - Me ouvi perguntando -Porque acabamos de fazer amor - Ele deu um beijo demorado em meu pescoço Sorri convencida.
-Eu amo você e sei que me ama então isso com certeza foi uma consumação desse amor todo - Ele sorriu. -Sei disso - Eu sorri - Amo você e obrigado pelo presente Não demorou muito e eu cai no sono ele havia acabado comigo e foi assim que dormimos de conchinha. Tudo não podia está mais perfeito pelo menos era o que eu achava mais o destino amava brincar comigo. -Vocês dois são tão bonitos juntos – Disse mamãe se aproximando para encarar o porta retratos que eu estava em mão em quanto as lembranças daquele dia me consumiam -Não existe mais nos dois – Eu acabei confessando com um imenso buraco se formando a onde deveria ficar o coração -Eu sinto muito querida – Ela me acolheu em seus braços Eu ainda encarava o porta-retratos em quanto a abraçava -Tudo bem acabamos há muito tempo não é de hoje – Sorri forçadamente Ela se afastou apenas para me encarar -Essa dor que você está sentindo vai passar – Ela me aconselhou -É eu sei – Suspirei pesadamente – Só queria poder apagar tudo que vivemos -Não fala assim – Ela segurou em meus ombros firmemente -Mas é verdade mãe – Eu disse tristemente – Nada disso estaria acontecendo se não tivéssemos nos envolvido
-Mas daí você estaria se martirizando por nunca ter tentando – Ela sorriu para me encorajar – E é errando que se aprende jamais se esqueça disso. Ela beijou o topo da minha cabeça e saiu do quarto. Eu havia terminado com Irvin Leon há exatos seis meses e só naquele momento que eu havia conseguido falar em voz alta para alguém o que era um progresso -Porque você fez isso comigo? – Murmurei acariciando uma foto a onde ele estava sem blusa ao meu lado em quando eu acariciava seu tórax estávamos brincando naquele dia eu me lembrava como se fosse hoje – Eu te dei meu amor e como você retribuiu? Dormindo com outra quer saber dane-se agora eu vou viver só pra mim e esquecer que um dia eu amei você porque a partir de hoje Irvin Leon morreu para mim e todo o amor que cheguei a sentir um dia foi pelo ralo.
AGRADECIMENTOS E eu não poderia dar fim a essa história maravilhosa sem agradecer a algumas pessoas que me inspiraram e acreditaram que eu era capaz primeiramente agradeço a Deus por ter me dado paixão pela escrita, segundamente ao meu pai e melhor amigo que quando eu era criança me pagava pra ler livros, hoje em dia eu entendo por que ele fazia aquilo e eu agradeço imensamente não vivo sem um bom livro, agradeço a Inês Stanisiere que me inspirou a escrever, o primeiro livro que eu li foi à agenda de Carol e por pura coincidência é dessa escritora, eu tinha onze anos quando comecei a escrever minha primeira estória tinha fadas gnomos trigêmeas um mundo encantado que
abria no cascalho de uma árvore e ex namorados robôs, mas um dia eu fui numa casa de uma prima e ela me perguntou se eu havia lido fazendo meu filme da Paula Pimenta, e eu disse que não mais imediatamente pedi que meu pai comprasse pra mim e é aí que vem meu outro agradecimento a outra musa inspiradora Paula Pimenta, quando eu li o livro em três dias ansiei por mais e todos os livros dela me encantaram de tal forma que eu me prendi em cada história e meu modo de escrever foi mudando de acordo com os livros que eu escrevia graças a ela, então eu ganhei de presente de aniversário o livro Perdida, e de acordo com que lia eu fui percebendo que eu não precisava escrever do mesmo jeito delas, óbvio que em tudo que eu escrevo tem um toque de tudo que apreendi com elas, quando eu conheci o Wattpad eu pensei meu Deus isso foi a melhor coisa que me aconteceu, então eu comecei a escrever e à medida que eu escrevia percebia que as pessoas estavam gostando e gostando mesmo me surpreendendo completamente, já que Meu pai é o meu chefe? Começou de uma brincadeira eu estava andando no meio da rua e a estória simplesmente apareceu na minha cabeça e então eu botei em prática o que foi bem engraçado terminei esse livro aos dezoito anos e me surpreendi por ter conseguido eu nunca havia escrito algo como ele, e tinha dificuldades em
concluir a história então a todos que fizeram meu sonho possível meus sinceros obrigados, também quero agradecer a escritora Fml Pepper que com seu jeitinho simples e com sua imaginação fértil me fez amar ainda mais aventuras, agradeço também a minha irmã que a maior fonte de toda a minha inspiração e ela só têm cinco anos, também agradeço minha mãe que sempre lutou pras filhas terem uma vida a qual ela nunca pode ter, agradeço imensamente a minha prima Lorrane por conversar comigo quando eu estive sem inspiração me dando novas idéias ela se inspirou em mim para escrever e hoje escreve até melhor do que eu obrigado Lola sempre tem um toque meu nos livros dela e um toque dela nos meus livros então fiquem atentos, mas não acaba por aqui não quando menos esperarem eu estarei lá...