Mestres da Fotografia

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Mestres da Fotografia



Sumário Apresentação Mestres da fotografia Dorothea Lange Henri Cartier-Bresson Man Ray Robert Capa Sebastião Salgado

Bibliografia

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Apresentação Este livro tem o objetivo de mostrar um pouco da biografia e as principais obras de cinco grandes fotógrafos do século passado. Dorothea Lange, Henri Cartier-Bresson, Man Ray, Robert Capa e Sebastião Salgado são alguns dos artistas que mais marcaram a nossa história, registrando conflitos e personagens ilustres. Através de suas lentes foi possível conhecer a realidade da Guerra Civil Espanhola, o cotidiano da União Soviética entre outros momentos. Nas páginas a seguir, uma viagem no tempo será feita com os Mestres da Fotografia.

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Mestres de fotografia



Dorothea Lange



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orothea Lange nasceu em Hoboken, em 26 de maio de 1895. Foi uma influente fotógrafa documental e fotojornalista norte-americana conhecida por seus retratos da Grande Depressão para a Farm Security Administration (FSA). Suas imagens ajudaram a humanizar as consequências da Crise de 1929 e influenciaram o desenvolvimento da fotografia documental.

Nascida na segunda geração de uma família de imigrantes alemães sob o sobrenome Margaretta Nutzhorn, Dorothea passou a usar o nome de solteira da mãe aos 12 anos, quando seu pai abandonou a família. Esse foi um dos dois incidentes traumáticos que marcaram sua infância. O outro foi a contração de Poliomielite aos sete anos, o que a deixou com a perna direita enfraquecida e a fez mancar pelo resto da vida. Lange aprendeu fotografia com Clarence H. White na Columbia University de Nova Iorque e logo começou a trabalhar como aprendiz em diversos estúdios da cidade, como o Arnold Genthe. Em 1918, mudou-se para São Francisco, onde abriu seu bem sucedido estúdio de retratos e morou pelo resto de sua vida. Na época, casou-se com seu primeiro marido, o pintor Maynard Dixon, com quem teve dois filhos, Daniel e John. Com a Crise de 1929, logo depois do nascimento de John, Lange tirou sua câmera do estúdio para clicar a situação das ruas. As imagens que fez dos desabrigados chamaram a atenção de outros fotógrafos, o que a levou a trabalhar na Ressettlement Administration (RA), depois chamada de Farm Security Administration (FSA), uma instituição criada com o objetivo de combater a pobreza rural, uma das principais consequências da Grande Depressão. Seu segundo marido, o professor de economia Paul Taylor, foi responsável por politizá-la ainda mais. A fotógrafa foi premiada em 1941 com uma bolsa da Fundação Guggenheim para excelência em fotografia, que abandonou para registrar a evacuação forçada de japoneses americanos a campos de realojamento após o ataque a Pearl Harbor. Para muitos, suas imagens das crianças nipo-americanas jurando lealdade à bandeira antes de serem enviadas a esses campos são uma assustadora lembrança de uma antiga política: deter pessoas que não cometeram crimes, e sem lhes oferecer qualquer apoio. As fotografias desse episódio, em especial do campo de Manzanar, foram tão obviamente críticas que o exército as confiscou. Hoje elas estão disponíveis na divisão de fotografias do site do arquivo nacional do país e na Biblioteca Bancroft da Universidade da Califórnia. Nas últimas décadas de sua vida, Lange sofreu de diversos problemas de saúde. Faleceu em 11 de outubro de 1965. Em 2006, uma escola foi batizada em sua honra em Nipomo, na Califórnia, perto do local onde foi clicada “Migrant Mother”.

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De 1935 a 1939, Lange mento dos pobres e esque mílias rurais deslocadas e d Suas imagens eram distrib de todo o país, tornando-s da época. A fotografia mais conhec Mother”, um dos mais icô fotografia, que retrata uma Owens Thompson com trê original contava com a mã dos alicerces da barraca, para que seu polegar fosse

Migrant Mother, Nipomo, California 1936

White Angel Bread Line, San

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e retratou para a FSA o sofriecidos, especialmente das fados trabalhadores imigrantes. buídas gratuitamente a jornais se fortemente representativas

cida deste período é “Migrant ônicos registros da história da a imigrante chamada Florence ês de seus sete filhos. A foto ão de Florence segurando um mas a imagem foi retocada e escondido.

Street Demonstration, San Francisco 1938

n Francisco 1933

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Henri Cartier-Bresson



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enri Cartier-Bresson foi um dos fotógrafos mais significativos do século XX, inclusive intitulado por muitos profissionais como o pai do fotojornalismo, nasceu na cidade de Chanteloup, no distrito de Seine-et-Marne, na França, no dia 22 de agosto de 1908. Ele integrava uma próspera família do ramo têxtil e, quando ainda era um menino, recebeu um presente que marcaria seu futuro profissional, uma máquina fotográfica Box Brownie.

Logo depois do final da Segunda Guerra Mundial, em 1947, Bresson criou a famosa agência fotográfica Magnum, em parceria com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour. Suas produções, neste momento, se tornam mais requintadas. Ele publica fotos célebres nas revistas Life, Vogue e Harper’s Bazaar, percorrendo, a trabalho destes veículos, boa parte do Planeta. Passando pelo continente europeu, pela América do Norte, Índia, China, Indonésia, e tantos outros pontos do globo, ele registra imagens únicas da morte de Gandhi, da estruturação da República Popular da China, dos conflitos em nome da autonomia na Indonésia, entre outras tantas. Bresson é o fotógrafo europeu pioneiro na revelação do cotidiano na União Soviética, em pleno regime comunista, com autorização oficial para tanto, em 1954, depois da morte de Stalin. Cinco anos após este feito ele registra o décimo aniversário da Revolução Popular Chinesa, transitando pelas vias de Pequim. A partir de 1974 o mestre da fotografia se dedicou ao desenho e ao intuito de mostrar suas obras. Sua produção fotográfica transpira verdade, uma vez que ele acredita que a câmera pode traduzir o mundo real em imagens, flagrando-as em suas manifestações mais espontâneas. Consigo, ele traz somente uma antiga Leica, com uma objetiva de 50mm, e filmes preto& branco, pois não tem afinidade alguma com implementos fotográficos mais intrincados. Bresson cria, em 2000, uma fundação à qual empresta seu nome. Ele morre em 2 de agosto de 2004, aos 95 anos, na Provença, em seu país natal.

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Hyères, France 1932

Apaixonado pelo mundo d praticava a pintura, chegando tĂşdio parisiense. Ele foi um pro no jornalismo, mas se tornou f tos do dia-a-dia no intervalo q 1960. Tecnicamente seus traba dos perfeitos, mas sĂŁo inegave

Behind the Gare St. Lazare 1932

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das imagens, ele também a cursar artes em um esofissional de alto gabarito famoso retratando evenque se estende de 1930 a alhos não são consideraelmente belos e genuínos.

Alicante, Spain 1932

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Man Ray



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an Ray, nasceu como Emanuel Rudzitsky, na Filadélfia, em 27 de Agosto de 1890. Foi um fotógrafo, pintor e anarquista e um dos nomes mais importantes do movimento da década de 1920, responsável por inovações artísticas na fotografia. Muda-se na infância para Nova Iorque. Estudante de arquitetura, engenharia e artes plásticas, inicia na pintura ainda jovem.

Como cineasta, produz filmes surrealistas, como L’Étoile de Mer (1928), com o auxílio de uma técnica chamada solarização, pela qual inverte parcialmente os tons da fotografia. Muda-se para a Califórnia em 1940, para explorar as possibilidades expressivas da fotografia. Aí dá aulas sobre o tema. Seis anos depois, retorna a França. Em 1963 publica a autobiografia Auto-Retrato. Trabalhava muito bem com a desconstrução da fotografia, transformando fotos tradicionais em construções de laboratórios, através de suas técnicas. Usava muitas vezes, a distorção de formas e corpos criando imagens surrealmente.incríveis. Ele fotografou as maiores celebridades da época. Posaram diante da sua lente: Ernest Hemingway, Coco Chanel, Salvador Dalí, Jean Cocteau, James Joyce e inúmeros outros. Man Ray encarna na fotografia de moda seu lado mais criativo e desenvolve uma linguagem singular transmitindo a essência da alma feminina. A moda como sempre é um reflexo de cada época e, depois da Primeira Guerra Mundial, esta mudou progressivamente adaptando-¬se aos novos hábitos. Ray usava os editoriais de moda para suportar sua arte experimental. A fotografia de moda dele era livre de qualquer conceito pré estabelecido, era, na verdade, uma visão do artista. Morre em Thai-Binh, no dia 25 de maio de1954.

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Em 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. Em 1921 contata com o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma, criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara), mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.

Glass Tears, 1932

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Salvador Dali 1929

Noire et blanche, 1926

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Robert Capa



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ndre Erno Friedmann, mais conhecido como Robert Capa, nasceu em Budapeste, em 22 de Outubro de 1913 foi um dos mais célebres fotógrafos de guerra. Capa cobriu os mais importantes conflitos da primeira metade do século XX: a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial na Europa (em Londres, na Itália, a Batalha da Normandia em Omaha Beach, e a liberação de Paris), no Norte da África, a Guerra árabe-israelense de 1948 e a Primeira Guerra da Indochina.

Durante os seus estudos secundários sente-se atraído pelos meios culturais marxistas. Foi fichado pela polícia e teve que se exilar em 1930. Vai para Berlim onde se inscreveu na Faculdade de Ciências Políticas e aproximou-se do meio jornalístico. Encontrou trabalho na “Dephot” (Deutscher Photodienst), a maior agência de jornalismo da Alemanha naquela época. A sua carreira de fotógrafo começa no fim do ano de 1931, uma vez que aparece a fotografar Leon Trótski, no meio de múltiplas dificuldades, durante um congresso em Copenhague. O aparecimento do nazismo e a religião judaica de Robert fazem com que em 1932 ele tenha que deixar Berlim, dirigindo-se para Viena e depois, Paris. Em 1934 encontra Gerda Taro, e no ano seguinte ambos criam o personagem Robert Capa, repórter mítico de nacionalidade estadunidense, pelo que Endre Friedmann se declara associado a Gerda Taro, sua primeira namorada, também fotógrafa-produtora. O nome do repórter Robert Capa rapidamente fica célebre, mas logo se descobre que ele se serve de um pseudônimo. Em 1936, Capa e Gerda Taro partem em reportagem para o meio da Guerra Civil Espanhola, onde Gerda encontra a morte no ano seguinte. Em 1938, Capa vai à China para fotografar o conflito sino-japonês, retornando à Espanha em 1940, logo que a França cai sob o jugo nazi. Retira-se em seguida para os Estados Unidos, onde começa a trabalhar para a revista Life. Posteriormente vai para Inglaterra e depois para a Argélia. Em Junho de 1944 participa no desembarque da Normandia, o Dia D. Depois da guerra, com David Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger, funda a Agência Magnum (constituída oficialmente em 1947). Nos primeiros tempos, ocupa-se na organização da estrutura, partindo em seguida para o “terreno”. Capa morreu na Guerra da Indochina, em 25 de maio de 1954, ao pisar sobre uma mina terrestre. Seu corpo foi encontrado com as pernas dilaceradas. A câmera permanecia entre suas mãos.

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The Spanish Civil War ended on this day in, Spain 1939

Robert Capa fotog Espanhola, onde tiro foto (“Morte de um Civil Chinesa e a II G lentes normais, o que tornasse um dos ma grafos europeus do s

A member of the American Medical Corps treats a German prisoner of war, Sic

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grafou a Guerra Civil ou a sua mais famosa Miliciano”), a Guerra Guerra Mundial com e fez com que ele se ais importantes fotóséculo XX.

Immigrants arriving at Sha’ar Ha’aliyah at the camp of Rosh Hay’n, Israel 1948

cily, Italy 1943

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Sebasti達o Salgado



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ebastião Salgado nasceu no dia 8 de fevereiro de 1944 em Aimorés, Minas Gerais, Brasil. Vive em Paris atualmente. Economista de formação, começa sua carreira de fotógrafo em Paris em 1973. Trabalha sucessivamente com as agências Sygma, Gamma e Magnum Photos até 1994 quando, junto com Lélia Wanick Salgado fundam a agência de imprensa fotográfica, Amazonas images, exclusivamente devotada à seu trabalho.

ram e continuam a serem apresentadas internacionalmente.

Viaja em mais de 100 países para projetos fotográficos que, além de inúmeras publicações na imprensa, foram apresentados em forma de livros, tais como : Outras Américas (1986), Sahel, l’Homme en détresse (1986),Trabalhadores (1993), Terra (1997), Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo (2000) e Africa (2007). Exposições itinerantes destes trabalhos fo-

Sebastião Salgado recebeu inúmeros prêmios, é Embaixador de Boa-Vontade para UNICEF e é membro honorário da Academy of Arts and Science dos Estados Unidos. Em 2004, Sebastião começa um novo projeto, Gênesis, série de fotografias de paisagens, da fauna, da flora e de comunidades humanas vivendo exclusivamente dentro de suas tradições e culturas ancestrais. Este trabalho é concebido como uma pesquisa sobre a natureza ainda em seu estado original. Juntos, Sebastião e Lélia trabalham desde os anos 90 na recuperação do meio-ambiente de uma pequena parte da Mata Atlântica.

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Artista do festival singsing de Mount Hagen, no Planalto Ocidental 2008

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Os Himba. Perseguidos por ca


Baleia, Argentina 2004

açadores furtivos, os elefantes têm medo dos homens e dos veículos. Zâmbia 2010

“Você não fotografa com sua máquina. Você fotografa com toda sua cultura”.

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Bibliografia http://www.amazonasimages.com/sebastiao-salgado http://www.desarte.org http://www.infoescola.com http://www.moma.org http://www.vale.com

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