Trabalho de Conclusão de Curso - Núcleo de Apoio Psicológico

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UNIVERSIDADE PAULISTA ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CURSO – 2022

NÚCLEO DE APOIO PSICOLÓGICO

ALUNA: Ana Carolina Boleli De Souza

ORIENTADORA: Arq. Me. Débora Riva São José do Rio Preto – SP

NÃO É SOBRE MUDAR AS PESSOAS, É SOBRE MUDAR OS ESPAÇOS E IMPACTAR NA MUDANÇA DAS PESSOAS

NÚCLEO DE APOIO PSICOLÓGICO

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista – UNIP .

ORIENTADORA: PROF. ME. ARQ. DÉBORA RIVA

ANA CAROLINA BOLELI DE SOUZA N2462C4
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2022

CIP - Catalogação na Publicação

Souza,Ana Carolina Boleli de Núcleo de apoio psicológico : a contribuição da arquitetura no tratamento de transtornos ansiosos e da depressão / Ana Carolina Boleli de Souza. - 2022. 120 f. : il. color

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de Ciência Exatas e Tecnologia da Universidade Paulista, São José do Rio Preto, 2022. Área de Concentração:Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª. Me. Débora Riva.

1. Arquitetura assistencial . 2. Neuroarquitetura. 3. Humanização. 4. Tratamento psicológico . 5. Saúde mental. I. Riva, Débora (orientadora). II.Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

NÚCLEO DE APOIO PSICOLÓGICO

Universidade paulista - UNIP

Universidade paulista - UNIP

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista – UNIP.

Universidade paulista - UNIP

ANA CAROLINA BOLELI DE SOUZA
A contribuição da arquitetura no tratamento de transtornos ansiosos e da depressão Aprovada em: ____/____/_______
BANCAEXAMINADORA:

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me concedeu saúde, força e determinação para a elaboração desse trabalho, e que em Sua graça, me acolheu nos mais difíceis momentos, permitindo que eu superasse as dificuldades e não desistisse do meu sonho . A Ele devo toda minha gratidão.

Sou grata a minha família por todo o apoio e incentivo durante minha trajetória e por compreenderem minha ausência enquanto me dedicava à realização deste trabalho. Sem vocês a conclusão desse projeto não seria possível .

Ao meu namorado, que nunca hesitou em me ajudar e encorajar, e que, mesmo presenciando inúmeros momentos de ansiedade e stress, sempre demonstrou amor, gentileza e compreensão.

Aos meus amigos pelos bons momentos, especialmente minhas amigas da faculdade, que tornaram todo o processo de graduação mais fácil e leve Levarei vocês e nossas memórias para sempre no coração!

Aos meus professores da Unip – Universidade Paulista durante cinco anos, através de orientações e vivências, proporcionaram uma boa experiência acadêmica.

Sou extremamente grata a minha orientadora, Débora Riva, que acreditou no meu trabalho e em meu potencial, apresentando sempre disponível com conselhos sábios palavras de incentivo.

A todos que cruzaram meu caminho, e que de alguma forma moldaram quem eu sou hoje

são transtornos psicológicos que acometem todo o mundo, tendo os números de casos significativamente durante a pandemia gerada pela Covid são muito negligenciadas pela sociedade, afetando a população que sofre com o descaso e a falta de espaços que ofereçam tratamentos e acolhimento a esse público. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é propor o projeto de um núcleo de apoio psicológico que ofereça tratamentos e atividades a esses indivíduos, voltado à humanização e a biofilia para transformar os espaços de cura, de maneira que esse faça parte do processo de melhora do paciente, se mostrando um local acolhedor que convida o usuário a desenvolver suas individualidades, assim como suas relações interpessoais, enquanto cuida, por meio de tratamentos convencionais e complementares, da sua saúde mental

PALAVRAS - CHAVE : ARQUITETURA ASSISTENCIAL ; HUMANIZAÇÃO ; NEUROARQUITETURA ; SAÚDE MENTAL ; T RATAMENTO PSICOLÓGICO ;

ABSTRACT

Depression and anxiety are psychological disorders that affect millions of people around the world, with the number of cases increased significantly during the pandemic generated by Covid Such diseases are still very neglected by society, affecting population that suffers from neglect and the lack of spaces that treatments and reception to the public. Thus, the goal of the present work is to propose the project of a psychological support center offers treatments and activities to these individuals, aimed humanization and biophilia to transform healing spaces, so that part of the improvement process of the patient, showing a welcoming place that invites the user to develop their individual ties, as well their interpersonal relationships, while taking care, through conventional and complementary treatments, of their mental health

: ASSISTANCE ARCHITECTURE ; HUMANIZATION NEUROARCHITECTURE ; MENTAL HEALTH ; PSYCHOLOGICAL TREATMENT ;

KEYWORDS

RESUMO

FIGURAS

• Figura 1 – Paciente bebendoáguado esgoto. - PAG. 17

• Figura 2 – Pátio destinadoao banho desoldos pacientes. - PAG. 17

• Figura 3 – Senhoratrancafiadaem selacom barras. - PAG. 17

• Figura 4 – Saladeencarceramentocom pequenaabertura. - PAG. 17

• Figura 5 – Pacientesem quartono Hosp.PsiquiátricoColônia. - PAG. 18

• Figura 6 – Camadepacientes. - PAG. 18

• Figura 7 – Corredordehospital psiquiátricoem Cuiabá. - PAG. 19

• Figura 8 – Pátio com muros altos, Maringá – PR. - PAG. 19

• Figura 9 – Sala de tv destinada aos pacientes, Cariacica – ES. Maringá –PR. - PAG. 20

• Figura 10 – Quarto com camas para pacientes, Piraquara - PR. - PAG. 20

• Figura 11 – Área de recreação infantil no Centro de saúde de Valenza com incidência de luz solar. - PAG. 24

• Figura 12 – Centro de saúde de Valenza privilegiando a iluminação natural através de grandes aberturas. - PAG. 25

• Figura 13 – Espectro com a temperatura das cores sendo as amarelas aconchegantes e as azuis estimulantes. - PAG. 25

• Figura 14 – Sala para atendimento psicológico com iluminação indireta e possibilidade de iluminação natural. - PAG. 25

• Figura 15 – Vegetação, madeira e iluminação natural em ambiente interno, caracterizando a biofilia - PAG. 27

• Figura 16 – Biofiliaaplicadaem saladerecuperação. - PAG. 28

• Figura 17 – Espaço que permite interação com a natureza. - PAG. 29

• Figura 18 – Jardim terapêutico em clínica. - PAG. 29

• Figura 19 – Humanização aplicada a espaço comum no Centro Maggie de Leeds o Reino Unido. - PAG. 34

• Figura 20 – Cozinha no Centro Maggie de Leeds. - PAG. 35

• Figura 21 – Fachada principal do edifício - PAG. 38

• Figura 22 – Inserção urbana do edifício. - PAG. 38

• Figura 23 – Localização do edifício com diferença de volumes em relação aos lotes vizinhos. - PAG. 39

• Figura 24 – Diagrama com setorizações a cada andar. - PAG. 39

• Figura 25 – Corte do edifício - PAG. 39

• Figura 26 – Plantas do edifício setorizadas - PAG. 40

• Figura 27 – Fachada com chapas metálicas. - PAG. 41

• Figura 28 – Pátio interno apresentando variedade de cores e placas. - PAG. 41

• Figura 29 – Sistemas construtivos. - PAG. 41

• Figura 30 – Perspectiva em corte do edifício, apresentando escalonamento do jardim central e terraços - PAG. 42

• Figura 31 – Placas perfuradas permitindo ventilação - PAG. 43

• Figura 32 – Terraço com área verde - PAG. 43

• Figura 33 – Fachada Oeste do edifício. - PAG. 44

• Figura 34 – Inserção urbana do edifício. - PAG. 44

• Figura 35 – Implantação do Centro. - PAG. 45

• Figura 36 – Localização do edifício e seu entorno - PAG. 45

• Figura 37 – Corredor envidraçado - PAG. 45

• Figura 38 – Plantas (parciais) e cortes do edifício setorizadas. - PAG. 46

• Figura 39 – Corte setorizado. - PAG. 47

LISTA DE

• Figura 40 – Corredor com abundância em iluminação natural através de claraboias e conexão com o exterior através de fechamento em vidro. - PAG. 47

• Figura 41 – Fachada noroeste da parte interna do edifício, apresentando desníveis e jardim central. - PAG. 47

• Figura 42 – Escada de acesso ao segundo pavimento com área de espera ao fundo. - PAG. 48

• Figura 43 – Ambiente interno destinado a terapia em grupo com acesso ao terraço - PAG. 49

• Figura 44 – Fachada interna apresentada composição harmônica entre concreto e madeira - PAG. 49

• Figura 45 – Cozinha com elementos coloridos - PAG. 49

• Figura 46 – Tabela com a classificação da edificação quanto a ocupação. - PAG. 54

• Figura 47 – Tabela com a distância máxima a ser percorrida. - PAG. 54

• Figura 48 – Tipos de escadas de emergência conforme grupo e altura da edificação. - PAG. 54

• Figura 49 – Fachada CAPS SUL - PAG. 56

• Figura 50 – Fachada CAPS CENTRO - PAG. 57

• Figura 51 – Sala de espera CAPS Centro. - PAG. 57

• Figura 52 – Recepção CAPS Centro. - PAG. 57

• Figura 53 – Mapa da localização das CAPS em S. J. Rio Preto. - PAG. 57

• Figura 54 – Mapa com localização do lote 1 - PAG. 58

• Figura 55 – Mapa com localização do lote 2 - PAG. 58

• Figura 56 – Mapa com informações gerais do terreno escolhido. - PAG. 60

• Figura 57 – Diagrama e cortes apresentando topografia do terreno e estudo climático. - PAG. 60

• Figura 58 – Esquina do terreno entre Av. Anísio Hadad (à direita) e R. Rio Juquiá (à esquerda). - PAG. 61

• Figura 59 – Diagramas com taxas da lei de zoneamento. - PAG. 61

• Figura 60 – Fachada Leste localizada na Av. Anísio Hadad - PAG. 61

• Figura 61 – Diagrama com relação entre conceito e soluções adotadas no partido. - PAG. 66

• Figura 62 – Diagrama com relação hierárquica da principal paleta de cores proposta ao projeto. - PAG. 67

• Figura 63 – Diagrama com evolução volumétrica do projeto e sua proposta inicial. - PAG. 67

• Figura 64 – Croqui inicial da implantação e térreo do projeto. - PAG. 68

• Figura 65 – Croqui inicial da do 1º pavimento. - PAG. 68

• Figuras 66 – Croqui jardim central | terapêutico com desníveis. - PAG. 68

• Figuras 67 – Croqui jardim central | terapêutico com desníveis. - PAG. 68

• Figura 68 – Croqui inicial da fachada p/ estudo de volumes e elementos. - PAG. 68

• Figura 69 – Perspectiva artística. - PAG. 73

• Figura 70 – Diagrama com setorização de ambientes. - PAG. 76

• Figura 71 - Perspectiva fachada principal com insolação as 17h – PAG. 77

• Figura 72 - Planta e volumetria com definições topográficas. - PAG. 82

• Figura 73 - Planta e volumetria com definições topográficas. - PAG. 82

• Figura 74 - Fachada principal com insolação 7h - PAG. 84

• Figura 75 – Perspectiva artística. - PAG. 91

• Figura 76 - Recepção térreo com insolação as 9h. - PAG. 96

• Figura 77 - Estar, área de TV e jogos no 1° pavimento com insolação as 9h. - PAG. 97

• Figura 78 – Perspectiva do jardim lateral externo com insolação as 15h. - PAG. 103

• Figura 79 – Pilar e laje em grelha. - PAG. 106

• Figura 80 – Diagrama dos componentes de uma telha termoacústica - PAG. 106

• Figura 81 – Elementos da estrutura metálica - PAG. 106

• Figura 82 – Esquema de parede drywall acústica. - PAG. 106

• Figura 83 – Diagrama da vedação externa escolhida. - PAG. 106

• Figura 84 – Detalhe piso elevado aplicado no projeto. - PAG. 107

• Figura 85 – Detalhe piso flutuante aplicado no projeto. - PAG. 107

• Figura 86 – Diagrama piso flutuante - PAG. 107

• Figura 87 – Diagrama dos componentes de um vidro insulado - PAG. 107

• Figura 88 – Fachada microclimática. - PAG. 108

• Figura 89 – Jardim Central com vista da fachada microclimática. - PAG. 108

• Figura 90 – Diagrama sala de música e seus materiais - PAG. 113

• Figura 91 – Estar/ refeitório térreo. - PAG. 115

• Figura 92 – Fachada Oeste insolação as 9h- PAG. 117

• LISTA DE TABELAS

• Tabela 1 – Índices de depressão e ansiedade nas Américas apresenta o Brasil como país com maior número de casos - PAG. 15

• Tabela 2 – Relação das cores e seus efeitos no organismo humano. - PAG. 26

• Tabela 3 – Análise dos terrenos com potenciais para implantação do projeto. - PAG. 59

• Tabela 4 – Programa de necessidades e pré-dimensionamento proposto para o projeto do Núcleo de Apoio Psicológico. - PAG. 73

• Tabela 5 – Número mínimo de instalações sanitárias. - PAG. 73

• Tabela 6 – Áreas do projeto. - PAG. 80

• Tabela 7 – Dimensionamento de rampas. - PAG. 83

• Tabela 8 – Rampas externas e suas características. - PAG. 83

• LISTA DE GRÁFICOS

• Gráfico 1 – Proporção de financiamento mundial e nacional, respectivamente, nos anos 2017-2018. - PAG. 20

• Gráfico 2 – Aumento na procura de atendimentos em CAPS de S. J.. Rio Preto no período de 2020 – 2021. - PAG. 56

• Gráfico 3 – Incidência do público alvo - indivíduos com 18 anos ou mais - nas regiões do município em 2020.- PAG. 58

CONTEXTUALIZAÇÃO

Definição das doenças Evolução da arquitetura psiquiátrica Atual cenário nacional

NEUROARQUITETURA

Definição Iluminação Influencia das cores Biofilia HUMANIZAÇÃO

Tipos de tratamento Humanização dos ambientes

ESTUDOS DE CASO

Centro Dia Para Problemas Psiquiátricos Centro Psiquiátrico Friedrichshafen

LEGISLAÇÃO

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Contextualização Escolha do terreno Caracterização do terreno Diagnósticos do entorno

INTRODUÇÃO AO PROJETO

Conceito e partido Croquis de evolução Programa de necessidades Organograma e fluxograma

O PROJETO

Implantação e Análise de Fluxos Topografia Paisagismo Pisos e Mobiliário Iluminação Plantas Baixas Cortes Elevações Sistema Estrutural Tecnologias E Materialidades Diretrizes Sustentáveis Conforto Ambiental Rotas De Fuga Escadas

REFERÊNCIAS

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
10 13 14 16 19 21 22 24 26 27 31 32 32 37 38 44 51 56 58 60 62 55
66 68 69 74 80 82 85 88 90 92 100 101 104 106 109 110 114 116 65 79

Os transtornos psicológicos e psiquiátricos existem desde os primórdios das civilizações e mesmo acometendo indivíduos de todas as classes sociais, idades e etnias, o tema nunca foi tão abordado como no presente De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 10% da população mundial possui algum tipo de doença mental - isso se refere a cerca de 720 milhões de pessoas Entre as doenças mais comuns estão a depressão - com 4,4% da população mundial afetada - e os transtornos ansiososque afeta cerca de 3,6% de pessoas em todo mundo(OMS, 2017), sendo o Brasil um dos líderes no ranking de países com maior número de casos das doenças, cerca de 18,6 milhões (OMS, 2017)

SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS), NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS O NÚMERO DE PESSOAS COM DEPRESSÃO AUMENTOU 18 , 4 % , ISSO CORRESPONDE A 322 MILHÕES DE INDIVÍDUOS, OU 4 , 4 % DA POPULAÇÃO DA TERRA. NO BRASIL, 5 , 8 % DOS HABITANTES – A MAIOR TAXA DO CONTINENTE LATINO - AMERICANO – SOFREM COM O PROBLEMA

EM RELAÇÃO À ANSIEDADE, O BRASIL TAMBÉM LIDERA, COM 9 , 3 % DA POPULAÇÃO . ESSE PROBLEMA ENGLOBA EFEITOS COMO FOBIA, TRANSTORNO OBSESSIVA- COMPULSIVO, ESTRESSE PÓS - TRAUMÁTICO E ATAQUES DE PÂNICO (JORNAL DA USP, 2018 )

Com o surgimento da Covid19, devido a nova rotina imposta pelo isolamento social que originou novos hábitos alimentares, falta de atividades físicas, medos e inseguranças em relação ao trabalho e privação de relação interpessoal, o número de indivíduos com algum desses transtornos aumentou ainda mais.

Segundo pesquisa feita pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2020), houve um aumento de 80% dos casos de ansiedade entre os entrevistados, enquanto isso, os casos de depressão dobraram seus números durante o período do estudo. Ademais, segundo profissionais de psicologia, pessoas que já sofriam com esses transtornos apresentaram uma piora no quadro de sintomas (Ministério da Saúde, 2021).

PARA DEPRESSÃO, OS NÚMEROS SALTARAM DE 4 , 2 % PARA 8 , 0 % . POR ÚLTIMO, NO CASO DE CRISE AGUDA DE ANSIEDADE, VIMOS SAIR DE 8 , 7 % NA PRIMEIRA COLETA PARA 14 , 9 % , NA SEGUNDA COLETA (FIGUEIRAS, PESQUISA UERJ, 2020 ).

Esse aumento de casos ocasionou uma alta na procura por atendimentos psicológicos o que acaba sobrecarregando os sistemas de saúde, que não conseguem atender a todos devido à falta de recursos, a falta de profissionais qualificados para cobrir essa demanda e principalmente a carência de espaços com boa infraestrutura que consigam oferecer os tratamentos adequados para essas doenças (OPAS, 2021). Além disso, ainda hoje existe um estigma social associado aos transtornos mentais, pessoas com esses tipos de doença são negligenciadas pela comunidade no geral que não dão a devida importância a esses problemas, mesmo que tais transtornos sejam responsáveis por cinco em cada dez afastamentos do trabalho no Brasil (Ministério da Saúde, 2021), o que evidencia a necessidade de lugares que ofereçam apoio e acompanhamento psicológico.

É EXTREMAMENTE PREOCUPANTE QUE, APESAR DA NECESSIDADE EVIDENTE E CRESCENTE DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL, QUE SE TORNOU AINDA MAIS CRÍTICA DURANTE A PANDEMIA DE COVID - 19 , AS BOAS INTENÇÕES NÃO ESTEJAM SENDO ATENDIDAS COM INVESTIMENTOS [ ] (GHEBREYESUS, DIRETORGERAL DA OMS, 2021 )

Conforme dados levantados pela Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto, a cidade também testemunhou um aumento na procura por tratamento psicológico, com uma elevação de 23,4% em relação ao mesmo período do ano anterior (Secretaria de Saúde de S. J. Rio Preto, 2021), porém conseguiu realizar apenas 57% das ações de intervenção solicitadas (Audiência Pública 3 ° Quadrimestre de 2021 da Prefeitura de São José do Rio Preto, 2021), evidenciando as implicações originadas pelo Covid19.

Ademais, dos sete Centros de Associação Psicossocial (CAPS) que existem no município – espaços

INTRODUÇÃO
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que oferecem tratamentos convencionais para transtornos mentais, além das Unidades Básicas de Saúde, apenas dois são voltados ao público adulto sem uso de álcool e drogas e mesmo assim esses são direcionados apenas para casos graves e moderados (Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto, 2022), evidenciando um déficit de lugares especializados na cidade que ofereçam tratamento adequado a todos, sem que ocorra a exclusão de pessoas com sintomas iniciais e leves, uma vez que esse momento é fundamental para início de tratamento objetivando impedir o avanço das doenças (OMS, 2019)

As UBSs, por sua vez, apesar de também oferecerem tratamentos convencionais com medicação e psicoterapia, não conseguem suprir toda a demanda de atendimentos individuais, muitas vezes impondo o atendimento coletivo, o que pode causar constrangimento e prejudicar o desenvolvimento do paciente, além de não oferecerem tratamentos complementares como acupuntura, yoga, meditação, hipnoterapia e arte terapia que ainda segundo a OMS (2019) ajudam na redução dos sintomas.

Logo, devido a necessidade de espaços adequados que ofereçam essas práticas e ao aumento de casos dessas doenças, justifica-se a proposta de intervenção do presente trabalho que tem como objetivo conceber, através do estudo e identificação das necessidades e características do público alvo, o projeto arquitetônico de um Núcleo de Apoio Psicológico, localizado no município de São José do Rio Preto, destinado ao tratamento de indivíduos com 18 anos ou mais, de qualquer classe social e gênero, que sofram com algum tipo de transtorno ansioso ou depressão, mostrando como a arquitetura e suas diversas disciplinas podem contribuir na melhora da saúde mental dos pacientes através de ambientes acolhedores, funcionais e humanizados que utilizam a abordagem da biofilia e da neuroarquitetura para proporcionar bem-estar físico e mental auxiliando na evolução do quadro clínico dos pacientes mediante a disponibilização de tratamentos convencionais e complementares

A metodologia utilizada no presente trabalho divide -se em duas etapas, pesquisa e desenvolvimento de projeto. A base teórica concebida na pesquisa consiste em estudo e análise de artigos, livros, leis, informações e dados obtidos através de meios físicos e eletrônicos, com o objetivo de observar e identificar as

variáveis acerca do problema e de características da arquitetura de edifícios hospitalares com tratamento humanizado, assimilando todas as informações pertinentes para que o projeto proposto seja funcional e eficiente . Também se faz uso dos estudos de caso de projetos executados, onde obtém -se o suporte para a definição de estratégias projetuais, setorização, solução volumétrica, técnicas construtivas e implantação do edifício, proporcionando melhor entendimento do tema.

A segunda etapa consiste em levantamento iconográfico, de mapas e escolha de terreno para a proposta projetual, prevendo visitas técnicas em locais onde ocorrem as atividades propostas A concepção projetual se utilizara de normas e leis e dos estudos feitos anteriormente para conceituação e elaboração de um projeto arquitetônico que garanta suporte as necessidades identificadas, apresentando técnicas construtivas, elaboração de programa de necessidades, conceito e partido arquitetônico e todos as informações acerca do projeto através de diagramas, plantas, cortes e detalhes

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DEFINIÇÃO DAS DOENÇAS EVOLUÇÃO DA ARQUITETURA PSIQUIÁTRICA

ATUAL CENÁRIO NACIONAL

PARA MELHOR COMPREENSÃO ACERCA DO TEMA, VISANDO ENTENDER COMO OS TRATAMENTOS DESTINADOS A PESSOAS COM DEPRESSÃO E TRANSTORNOS ANSIOSOS OCORREM ATUALMENTE, BUSCOU - SE FAZER UMA BREVE APRESENTAÇÃO DE COMO SURGIU, O QUE SÃO ESSAS DOENÇAS E COMO ELAS AFETAM AS PESSOAS, PROCURANDO INTERPRETAR MELHOR AS NECESSIDADES DESSES INDIVÍDUOS E EXPOR A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DESTINADOS A ASSISTI - LOS

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DAS DOENÇAS

Consideradas “o mau do século”, os transtornos ansiosos e a depressão são doenças psicológicas que tem preocupado a sociedade devido ao aumento no número de casos nos últimos anos como consequência do Covid19 e devido a sua capacidade de incapacitação, o que torna imprescindível elaboração de espaços com abordagem e tratamento corretos.

Segundo pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), no mundo, cerca de 322 milhões de pessoas sofrem de depressão, e 264 milhões possuem ansiedade. No Brasil uma crescente onda de casos vem surgindo nos últimos anos devido a pandemia, além de ser considerado o país, mas ansioso do mundo, segundo pesquisa realizada pela UERJ (2020), houve um aumento de 4,2% para 8% dos sintomas de depressão entre os entrevistados, enquanto o número de casos ansiosos foi de 8,7% para 14,9%, apresentando um agravamento preocupante na saúde mental dos brasileiros.

A depressão é um transtorno mental comportamental que pode variar entre episódios de graus leve, moderado e grave a depender da intensidade dos sintomas, podendo esses serem mentais ou físicos (OMS, 2019). O indivíduo acometido por esse transtorno apresenta comumente sentimentos de tristeza, angústia, solidão e desesperança, levando pessoa a perda de interesse em atividades que costumava gostar, gerando uma sensação de culpa inutilidade, podendo ainda apresentar falta de energia constante, insônia, problemas com a alimentação dores (OMS, 2019) além de em casos graves levar pessoa a cometer suicídio, responsável por 1,5% de todas as mortes do mundo segundo dados da OMS (2017).

Com maior abrangência em mulheres do que em homens, sua causa se deve a fatores genéticos, biológicos, fatores ambientais e psicológicos, portanto situações estressantes como perda de entes queridos ou o término de um relacionamento podem desencadear esse transtorno (OMS, 2019) Por isso é importante observar o contexto geral em que o indivíduo está inserido além de suas características fisiológicas pessoais que podem influenciar no aparecimento da doença, para que ocorra uma abordagem de tratamento específico e individualizado, seja ele convencional ou complementar.

MANIFESTAÇÕES DIFERENTES, MAS POSSUEM FUNDAMENTOS CORRIQUEIROS, QUE SÃO SÍNDROMES HETEROGÊNEAS, SUPOSTAMENTE RELACIONADAS DEVIDO A CARACTERÍSTICAS COTIDIANAS, SÃO FENÔMENOS SEPARADOS, OS QUAIS PODEM ALTERNAR - SE AO LONGO DO TEMPO, SÃO MANIFESTAÇÕES DISTINTAS, CONCEITUAL E EMPIRICAMENTE (LOPES KCSP, SANTOS WL, 2018 )

DEFINIÇÃO
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A ansiedade é um sentimento natural ao ser humano, serve como um impulsionador que prepara as pessoas para situações difíceis do cotidiano, emitindo um sinal de alerta mediante a situações consideradas importantes, estressantes ou de risco, procurando prevenir ou amenizar possíveis danos ao indivíduo. (Lenhardtk e Calvetti, 2017).

A patologia se inicia quando ocorre o excesso dessas sensações que passam a não condizerem com as situações que realmente estão acontecendo, deixando a pessoa agitada e em estado de aleta contínuo. Dessa forma surgem manifestações de medo e ansiedade excessivos e incondizentes com a realidade, preocupação persistente, esquiva de atividades que antes eram normais devido a possibilidade de algo acontecer, a pessoa se torna demasiada apreensiva, podendo apresentar sintomas como taquicardia, palpitações, falta de ar, dores no corpo, sudorese excessiva, tremores e em situações extremas até desmaios, afetando a rotina e a execução de tarefas do cotidiano (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais : DSM-5, 2014), sendo extremamente danoso aos portadores

OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE SE DIFERENCIAM DO MEDO OU DA ANSIEDADE ADAPTATIVOS POR SEREM EXCESSIVOS OU PERSISTIREM ALÉM DE PERÍODOS APROPRIADOS AO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO . ELES DIFEREM DO MEDO OU DA ANSIEDADE PROVISÓRIOS, COM FREQUÊNCIA INDUZIDOS POR ESTRESSE, POR SEREM PERSISTENTES [ ] COMO OS INDIVÍDUOS COM TRANSTORNOS DE ANSIEDADE EM GERAL SUPERESTIMAM O PERIGO NAS SITUAÇÕES QUE TEMEM OU EVITAM, A DETERMINAÇÃO PRIMÁRIA DO QUANTO O MEDO OU A ANSIEDADE SÃO EXCESSIVOS OU FORA DE PROPORÇÃO É FEITA PELO CLÍNICO, LEVANDO EM CONTA FATORES CONTEXTUAIS CULTURAIS . (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS : DSM - 5 , 2014 )

Os transtornos ansiosos afetam mais de 18 milhões de pessoas no Brasil que é considerado o país mais ansioso do mundo (OMS, 2017) Caracterizados pelos sentimentos de ansiedade exagerada e medo, incluem -se em transtornos ansiosos ansiedade generalizada, síndrome

do pânico, fobias, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtornos de stress pós-traumático (OMS, 2017).

TABELA 1 – Relação da população nas Américascom depressãoou transtornos ansiosos

REGIÃO DAS AMÉRICAS OMS

DEPRESSÃO TRANSTORNOSANSIOSOS

PAÍS Total de casos % da população Total de casos % da população

Total de casos Total de casos

ARGENTINA 1 914 354 4,7 % 2 542 091 6,3 %

BAHAMAS 19 138 5,2 % 22 721 6,2 % BARBADOS 14 586 5,4 % 16 640 6,1 % BELIZE 14 956 4,4 % 19 295 5,7 % BOLÍVIA 453 716 4,4 % 565 857 5,4 % BRASIL 11548577 5,8% 18657943 9,3% CANADÁ 1 566 903 4,7 % 1 652 746 4,9 % CHILE 844 253 5,0 % 1 100 584 6,5 % COLÔMBIA 2 177 280 4,7 % 2 691 716 5,8 %

BOLÍVIA 4,7 % 5,8 %

COSTA RICA 216 608 4,7 % 211 997 4,6 %

CUBA 605 879 5,5 % 675 037 6,1 %

Tabela 1. Índices de depressão e ansiedade nas Américas apresenta o Brasil como país com maior número de casos. Fonte: Estimativa Global de Saúde OMS, 2017. Adaptado pelo autor, 2022.

Como dito anteriormente essas doenças aumentaram absurdamente durante a pandemia, a imposição do isolamento social trouxe sentimentos de solidão e desesperança as pessoas, o que se relaciona intimamente com o grande aumento dessas patologias, justificando a necessidade de espaços humanizados para o tratamento dessas síndromes.

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CUBA

Atualmente , devido a enorme quantidade de informações disponíveis acerca da depressão e transtornos ansiosos sabe-se as necessidades geradas a partir dos sintomas que acometem esse público, sendo conhecido que os espaços destinados ao tratamento da saúde mental devem ser humanizados e acolhedores para que possam influenciar positivamente o bem-estar e a melhora dos pacientes (Cassia, 2020 ), porém nem sempre as pessoas tiveram essa preocupação com as acomodações destinadas a essa finalidade

Por não serem tão conhecidos, esses transtornos mentais muitas vezes eram descritos como melancolia, histeria, mania, e paranoia no período da antiguidade sendo tratados como algo místico e incurável (Correa, Coutinho, 2012), o que prejudicava o tratamento eficaz e a inclusão desses indivíduos na sociedade que apresentava um preconceito perante essas pessoas, assim esses indivíduos acabavam sendo segregados do restante da cidade por apresentarem possíveis perturbações. Segundo Foucault, durante a renascença, muitos desses indivíduos eram encaminhados a barcos, os chamados “Nau dos loucos”, com o objetivo de serem lançados ao ar ou serem levados a terras estrangeira (Silva, 2010).

ESSES DOENTES MENTAIS TIVERAM COMO DESTINO ÀS TERRAS ESTRANGEIRAS E, ÀS VEZES, O PRÓPRIO MAR, ONDE ERAM DESOVADOS ANTES QUE AS EMBARCAÇÕES

APORTASSEM EM TERRA FIRME. (NOGUEIRA, 2001 )

Ainda segundo Foucault, os primeiros abrigos reservados a esse público, nomeados asilos, se deram partir da reutilização de outros lugares designados anteriormente a tratamentos de doenças contagiosas, sendo destinados não apenas a pessoas com algum tipo de transtorno mental, mas a qualquer excluído da sociedade, sendo originados a partir de construções secundárias a edificações religiosas, que tinham a função de segregar e excluir e não terapêutica (Silva, 2010)

A palavra hospício surgiu somente no século XVII, assim como os asilos possuíam corredores longos e ambientes frios e totalmente desumanizados sem o

mínimo de infraestrutura nas acomodações das pessoas, empregando tratamentos que visavam punir e segregar os doentes do restante da sociedade.

A única evolução entre o hospício e o asilo é que o primeiro propôs a separação dos pacientes com saúde mental afetada do restante dos doentes, o que se tornou o primeiro passo na organização de uma possível instituição hospitalar destinada somente ao tratamento de doenças mentais, pois inicialmente o acompanhamento era feito por “médicos gerais”, que não ofereciam tratamentos psiquiátrico adequado (Nogueira, 2001).

ERA COMUM ENCONTRAR EDIFICAÇÕES COM POUCA CIRCULAÇÃO DE AR, AUSÊNCIA DE LUZ E EXCESSIVA UMIDADE . O LEITO ERA UM TABLADO PRESO À PAREDE OU FEITO DE PALHA ESPALHADA NO PRÓPRIO PISO . ESTE SE TORNAVA UM DEPOSITÁRIO DE URINA E FEZES, PRODUZINDO UM ODOR INSUPORTÁVEL NORMALMENTE SE UTILIZAVA UMA PEDRA, COMO PARTE DO MOBILIÁRIO, A QUAL O LOUCO PODERIA FICAR ACORRENTADO . EM UMA ESPÉCIE DE CONCHA CAVADA NA PRÓPRIA TERRA ERA DEPOSITADA A ÁGUA NA CELA HAVIA UMA PEQUENA ABERTURA DE COMUNICAÇÃO POR ONDE PASSAVAM OS ALIMENTOS . TAMBÉM ERA COMUM A UTILIZAÇÃO DE GRADES VISANDO TRANCAFIAR OS LOUCOS NESSES HOSPITAIS DE EXCLUSÃO . (NOGUEIRA, 2001 )

Com essa separação também ocorreram pequenas melhorias das condições físicas espaciais e o aprimoramento de condições sanitárias, que aliados ao nascimento da psiquiatria como clínica especializada, transformaram essas instalações em um edifício com conceito de “instrumento de cura”, passando a se chamar Manicômio no final do século XVIII, porém as pessoas ainda eram vítimas de tratamentos inadequados.

O CONJUNTO DAS CONDIÇÕES FÍSICAS ADEQUADAS PERMITIRÁ QUE O HOSPITAL GANHE, NO FINAL DO SÉCULO XVIII, A CARACTERÍSTICA DE UM INSTRUMENTO TERAPÊUTICO . (NOGUEIRA, 2001 )

EVOLUÇÃO DA ARQUITETURA PSIQUIATRICA 16

Os manicômios absorveram características de hospitalares populares a época, uma vez concebidos por médicos e não arquitetos frequentemente separados por alas destinadas característica especifica dos doentes, como por ala dos agressivos, devendo possuir unidades térreas prevenção de acidentes, se tornando um lugar para tratamentos psicológicos exercidos agora por mais especializados, (Nogueira, 2001) porém ainda distante das instalações que conhecemos hoje Essas instituições ainda aplicavam técnicas de punição e a medicação era exagerada, possuindo ainda instalações precárias .

COM O PASSAR DO TEMPO, NOVAS TÉCNICAS COMEÇARAM A SER EMPREGADAS, TAMBÉM COMO MODO DE PUNIÇÃO, COMO, POR EXEMPLO, A CAMISA DE FORÇA, A LOBOTOMIA E O ELETROCHOQUE (KNOPP, 2012 )

ALÉM DISSO, COMIAM RATOS, BEBIAM ESGOTO OU URINA, ERAM ESPANCADOS, MORRIAM DE FRIO, DE FOME, DE DOENÇA (ARBEX, 2013 ).

Devido ao retorno da denotação do espaço para segregamento social, superlotação, falta de recursos para investimento, críticas aos métodos e tratamentos usados além de precariedade no atendimento, uma crise se instalou no das instituições psiquiátricas Ao redor do mundo tentavam -se pensar em novos métodos para melhora do modelo manicomial, porém todos falharam por não atacarem a raiz do problema, a exclusão Somente depois, nos anos sessenta, após várias tentativas falhas de discussão, os italianos, através do “saber” da psiquiatria, do avanço de estudos acerca do assunto e com a descoberta de novas terapias, surgiram com a proposta de focar nas instituições psiquiátricas e não somente nas atividades exercidas ali, esse foi o primeiro passo do movimento antimanicomial (Silva, 2010).

Figura 1. Pacientebebendoáguado esgoto. Fonte: Arbex, 2013.

Figura 2. Pátio destinadoao banho desoldos pacientes. Fonte: Arbex, 2013.

FOI O PRIMEIRO PASSO PARA O TRABALHO DE SUBSTITUIÇÃO DOS MANICÔMIOS POR SERVIÇOS ALTERNATIVOS DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL ; A DESINSTITUCIONALIZAÇÃO . (SILVA, 2010 )

Figura 3. Senhoratrancafiadaem selacom barras. Fonte: Arbex, 2013.

Figura 4. Saladeencarceramentocom pequenaabertura. Fonte: Arbex, 2013.

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No Brasil, em meados do século XIX, as Santa Casas de Misericórdia foram os primeiros espaços que ofereceram abrigo aos doentes mentais, porém devido a problemas causados por esses indivíduos e a pressão da sociedade para resolução desse problema, em 1852, a decreto de Dom Pedro II, construía-se no Rio de Janeiro o primeiro hospital psiquiátrico da América Latina, o Hospício Pedro II, também conhecido como “Palácio dos Loucos” (Nardi, 2013).

O país, assim como o restante do mundo, oferecia tratamentos invasivos e desumanos causando sofrimento nos pacientes, com ocupações sem infraestrutura e impessoalidade, sendo o oposto do que um espaço com, essa finalidade deveria propor. De acordo com Arbex (2013) hospitais brasileiros, como o Colônia, considerado o maior hospício do Brasil, os pacientes eram extremamente maltratados, sendo vistos bebendo água do esgoto por exemplo, que era a céu aberto, além de muitos outros:

A reforma psiquiátrica no Brasil, iniciou-se no final da década de setenta devido a denúncia de maus tratos e condições precárias das instalações. A partir de Conferências Públicas realizadas na década de oitenta, novas discussões foram promovidas, incentivando a interdisciplinaridade no tratamento dos pacientes e a valorização de todos os profissionais envolvidos no tratamento terapêutico (Figueiredo, 2014)

Apesar disso, mudanças só começaram a ocorrer realmente após o ano 2000, quando a reforma psiquiátrica realmente ocorreu no país, que passou por grandes modificações e melhorias em seu método de tratamento, visando modificar o atendimento clínico e eliminar os manicômios e hospícios, oferecendo melhores condições de acompanhamento médico e integração dos pacientes através de residências terapêuticas (Hospitais Dia) e centros de atenção psicossocial (CAPS) por exemplo, que são utilizados como espaços de tratamento até os dias de hoje (Sombra, 2018).

OS PACIENTES DO COLÔNIA MORRIAM DE FRIO, DE FOME, DE DOENÇA. MORRIAM TAMBÉM DE CHOQUE . EM ALGUNS DIAS, OS ELETROCHOQUES ERAM TANTOS E TÃO FORTES, QUE A SOBRECARGA DERRUBAVA A REDE DO MUNICÍPIO . NOS PERÍODOS DE MAIOR LOTAÇÃO, DEZESSEIS PESSOAS MORRIAM A CADA DIA. (ARBEX, 2013 )

Devido a essas mudanças e ao avanço na pesquisa acerca desses transtornos, diversos tratamentos complementares além do acompanhamento médico foram implantados buscando a melhora na qualidade de vida desses pacientes através de atividades variadas, sendo o ambiente utilizado um grande fator de influência no bem-estar dos mesmos

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Figura 5. Pacientes em quarto no Hosp. Psiquiátrico Colônia. Fonte: Arbex, 2013. Figura 6. Cama de pacientes. Fonte: Arbex, 2013.

NACIONAL

Após a reforma psiquiátrica, com implementação da Lei Federal 10.216 sancionada 2001 , os direitos dos pacientes em condições tratamento psicológico foram assegurados de alterações nos serviços de saúde oferecidos a implementação de novos sistemas de atendimento, Fontes (2003) pontua:

[ ] INCORPORANDO ENTÃO OS SERVIÇOS DOS CAPS E NAPS (RESPECTIVAMENTE, CENTROS E NÚCLEOS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL), OFICINAS TERAPÊUTICAS E ATENDIMENTO GRUPAL ; A REGULAMENTAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DE TODOS OS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA;

seus espaços, evidenciando que mesmo após 21 anos da reforma psiquiátrica, o país ainda não se adequou totalmente as medidas impostas pela lei.

As CAPS e NAPS são estabelecimentos públicos que propõe o tratamento de atenção diária a pessoas com transtornos psicológicos, devendo oferecer instalações básicas que atendam as necessidades apresentadas.

QUANTO AO PROGRAMA ARQUITETÔNICO, EM GERAL OS CAPS CONTAM COM CONSULTÓRIOS INDIVIDUAIS E PARA TRABALHOS EM GRUPO, OFICINAS DIVERSAS PARA ATIVIDADES DE TERAPIA OCUPACIONAL, ESPAÇOS QUE PROPICIEM A CONVIVÊNCIA E O ESTABELECIMENTO DE UMA PEQUENA COMUNIDADE, ÁREAS PARA ATIVIDADES AO AR LIVRE, SANITÁRIOS, VESTIÁRIOS E REFEITÓRIO (FONTES, 2003 )

Para esses e os diversos tipos de espaços voltados ao publico apresentado, outras recomendações como ambientes agradáveis e acolhedores, uso de salas amplas que permitam convivência e a oferta mínima de conforto são indicadas, além de conceitos de humanização aconselhados por especialistas, porém não é isso que ocorre.

Durante a pesquisa bibliográfica, notou-se que atualmente não existe nenhum tipo de hospital com conceitos de humanização que ofereçam acompanhamento convencional e complementar voltados para o tratamento de depressão e transtornos ansiosos De fato, observou-se que nem

A Figura 7 mostra o corredor de um hospital psiquiátrico localizado em Cuiabá - MT, o espaço é possui iluminação precária e não oferece nenhum conforto visual, o que consequentemente afeta tanto seus usuários quanto funcionários .

Já a Figura 8 apresenta, através das grades de uma unidade em Maringá - PR, um pátio fechado com muros altos destinado a socialização dos pacientes. Observa-se que o ambiente não possui nenhum elemento que influencie a interação entre os indivíduos, além de não apresentar nenhuma área de descanso ou vegetação.

Figura 7. Corredordehospital psiquiátricoem Cuiabá. Fonte: Inspeção Nacional de Hospitais Psiquiátricos, 2018.

CENÁRIO
ATUAL
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Figura 8. Pátio com muros altos, Maringá – PR. Fonte: Inspeção Nacional de Hospitais Psiquiátricos, 2018.

A Figura 9 apresenta pacientes dispostos em uma sala de TV sem acomodações confortáveis e infraestrutura, um dos indivíduos inclusive, está deitado no chão em concreto.

Figura 9. Sala de tv destinada aos pacientes, Cariacica –ES. Maringá –PR Fonte: Inspeção Nacional de Hospitais Psiquiátricos, 2018.

Apesar de a maioria dos hospitais objetos de inspeção apresentarem ambientes precários, observou-se instalações com higienização adequada e o mínimo de conforto como podemos analisar na Figura 10, hospital localizados em Piraquara – PR, porém sem nenhum atrativo ou estimulantes que favoreçam a estadia e o bem-estar dos pacientes

Tamanho descuidado na área de tratamentos psiquiátricos pode ser justificado pelo ainda existente preconceito que esses pacientes sofrem e pela falta de financiamento público

destinados a esses estabelecimentos . Segundo dados do Ministério da Saúde (2018), o financiamento nacional se mostra 21% menor que ao global como pode-se observar no gráfico a seguir.

5%

26% 2017 2018

2017 2018

Gráfico 1. Proporção de financiamento mundial e nacional, respectivamente, nos anos 2017-2018. Fonte: Ministério da Saúde, 2018. Adaptado pelo autor, 2022.

Perante o explicitado, nota-se que o país apresenta deficiência em espaços destinados ao tratamento da saúde mental, com construções muitas vezes precárias que influenciam na piora dos quadros diagnosticados .

Figura 10. Quarto com camas para pacientes, PiraquaraPR. Fonte: Inspeção Nacional de Hospitais Psiquiátricos, 2018.
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DEFINIÇÃO

ILUMINAÇÃO

INFLUÊNCIA DAS CORES BIOFILIA

ESTE CAPÍTULO APRESENTARÁ AS CONTRIBUIÇÕES QUE A ARQUITETURA PODE OFERECER DURANTE O TRATAMENTO DAS DOENÇAS CITADAS, APONTANDO COMO ESTUDOS RELACIONADOS A NEUROARQUITETURA PODEM CONTRIBUIR ATRAVÉS DE ELEMENTOS QUE INDUZAM SENSAÇÕES E ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO HUMANA

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A preocupação dos arquitetos em impactos que as construções exercem sobre ocorre desde a época de Vitruvius, porém evolução da neurociência e das técnicas o cérebro ficou mais fácil entender quais impactos e como eles ocorrem no sistema indivíduos. Sabe-se por exemplo, que diversos ativam os mais diversos sistemas neurais instintos de reação de nosso inconsciente impulsivos e rápidos (Paiva, 2018), o que exploração desse sistema de reflexos para impulsos no inconsciente dos indivíduos arquitetura Paiva afirma:

EDIFÍCIOS SERÃO PROJETADOS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A FUNCIONALIDADE, MAS FOCANDO GERADOS EM NÍVEIS MAIS PROFUNDOS ORGANISMO, QUE ESCAPAM DA CONSCIENTE . (PAIVA, 2018 )

Segundo Paiva (2018), a neuroarquitetura consiste na aplicação de conhecimentos da neurociência, da ciência cognitiva e da psicologia nos espaços construídos, visando compreender como a arquitetura impacta o cérebro e os comportamentos, percepções e emoções humanas, interpretando não somente as reações imediatas de quando se está inserido nos espaços, mas também como ambientes de longa ocupação afetam os usuários a longo prazo. Baseandose nos conhecimentos obtidos por essa esfera, o ato de projetar não objetiva privilegiar apenas a estética e funcionalidade dos ambientes, mas também os impactos que serão causados de forma mais profunda, muitos desses fugindo da concepção consciente.

A NEUROARQUITETURA POSSUI UM CARÁTER

INTERDISCIPLINAR E, AO INCORPORAR ELEMENTOS DA NEUROCIÊNCIA APLICADA, ESTABELECE INTERFACES RICAS COM OUTROS CAMPOS DO CONHECIMENTO QUE, ORIGINALMENTE, NÃO MANTINHAM AMPLO DIÁLOGO COM A ARQUITETURA E O URBANISMO TRADICIONAIS SENDO ASSIM, A NEUROARQUITETURA AMPLIA O CAMPO DE PESQUISAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O AMBIENTE CONSTRUÍDO E SEUS USUÁRIOS, POTENCIALIZANDO A COMPREENSÃO DE DIVERSAS MENSAGENS QUE ESSE AMBIENTE TRANSMITE, INCLUSIVE NO QUE SE REFERE A NÍVEIS MENOS CONSCIENTES DE PERCEPÇÃO . (PAIVA, 2018 )

Diagrama1 – Relaçãoentreser humano eambienteatravésdas percepções.

A aplicação correta da neuroarquitetura possibilita efeitos fisiológicos diretamente ligados ao bem-estar humano devido a liberação de substâncias químicas no organismo, estimulando ou inibindo os comportamentos mais primitivos. Portanto, saber o público-alvo do ambiente a ser projetado é fundamental para sua eficiência, visto que determinadas características podem influenciar diferentes campos comportamentais, como o da criatividade, concentração, relaxamento, envolvimento entre muitos outros. Além disso, por serem estímulos subjetivos, cada indivíduo pode interpretá -los de uma maneira, influenciados por sua condição mental, sociocultural e genética, evidenciando que um único ambiente pode influir diferentes comportamentos no ser humano.

Logo, segundo Paiva (2018):

A NEUROARQUITETURA NÃO CONSISTE NA CRIAÇÃO DE REGRAS ESPECÍFICAS QUE DEVAM SER SEGUIDAS POR ARQUITETOS AO PROJETAREM ELA CONSISTE EM UM CONJUNTO DE CONCEITOS ENVOLVENDO DIFERENTES PROPRIEDADES DO CÉREBRO QUE PODEM SER IMPACTADAS POR DETERMINADAS CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE CABE AOS ARQUITETOS E URBANISTAS ESCOLHER O QUE APLICAR E QUANDO/ONDE APLICAR .

DEFINIÇÃO
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Porém para que a ciência da neuroarquitetura seja aplicada de modo eficiente é essencial considerar a percepção e a sensorialidade, uma vez que essas são responsáveis por receber os estímulos que são captados a partir dos cinco sentidos : tato, paladar, olfato, audição e visão, sendo a partir deles que se consegue identificar cores, luzes e cheiros (Diagrama 1). Portanto, não se pode conceber um espaço pensando em um único sentido, a riqueza de estímulos permite um ambiente completo e que captura a atenção de seu usuário em todos os sentidos, permitindo que pessoas diferentes obtenham estímulos adequados, portanto é papel do arquiteto adequar determinados elementos para estimular os sentidos (Paiva, 2018).

Assim, elementos como iluminação, uso de cores e

Diagrama 1. Como as percepções ocorrem de acordo com Paiva, 2018. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

inserção de elementos naturais nos espaços (biofilia), podem, portanto, contribuir no bem-estar das pessoas afetando diretamente seu subconsciente, e nos casos de tratamento de depressão e transtornos ansiosos, diminuir sintomas e favorecer a recuperação da saúde mental dos pacientes.

FATORES COMO A ILUMINAÇÃO, A PRESENÇA DE JANELAS, A VENTILAÇÃO, OS SONS, OS CHEIROS, AS FORMAS E TEXTURAS, AS CORES, A PRESENÇA DE NATUREZA, O LAYOUT E ATÉ MESMO A ALTURA DO PÉDIREITO SÃO EXEMPLOS DE CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE FÍSICO QUE PODEM ALTERAR NOSSA CONDIÇÃO . (PAIVA, 2021 )

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A iluminação natural é essencial para a organizar o funcionamento do organismo humano, é através do ciclo circadiano, também conhecido por relógio biológico, que o corpo se situa em relação ao tempo Através da percepção ambiental o corpo regula ritmos físicos e psicológicos, determinando a secreção e absorção de hormônios relacionados ao bem-estar mental e ao estado de vigília (alerta) e o de sono. Ou seja, grande parte da sincronização que ocorre entre o cérebro e o espaço acontece através da iluminação (Paiva, 2018). Ainda, Paiva aponta que em países de latitudes mais altas, onde a exposição solar é prolongada, os índices de suicídios são maiores devido ao grande impacto gerado no organismo (2018)

As iluminações artificiais também têm a capacidade influenciar o ciclo circadiano, o que desregula todos os processos que ocorrem no organismo uma vez que o cérebro humano não evoluiu suficientemente para entender a diferença entre uma e outra, segundo Paiva (2018):

INDEPENDENTE DA NOSSA CAPACIDADE VISUAL, NA RETINA ESTÃO FOTORRECEPTORES QUE FUNCIONAM MESMO QUANDO ESTAMOS DE OLHOS FECHADOS (POR ISSO É MAIS DIFÍCIL DORMIR NUM QUARTO CLARO) . E AS LUZES FRIAS SÃO AS QUE MAIS IMPACTAM O RITMO CIRCADIANO POR EMITIREM MAIS LUZ AZUL (SEMELHANTE À LUZ DO SOL DE MEIO DIA) DO QUE AS LUZES QUENTES . ENTRE OS IMPACTOS DECORRENTES DA DESREGULAÇÃO DO CICLO CIRCADIANO, O MAIS CONHECIDO É A INSÔNIA A EXPOSIÇÃO À LUZ DE NOITE, MESMO QUE EM BAIXA INTENSIDADE, INIBE A SECREÇÃO DE MELATONINA, HORMÔNIO QUE AJUDA NA REGULAÇÃO DO SONO E DA VIGÍLIA

Além disso também afirma:

O SISTEMA CIRCADIANO TAMBÉM REGULA A SECREÇÃO DE GLICOCORTICÓIDES (ENTRE ELES O CORTISOL) ESTAS SUBSTÂNCIAS SÃO IMPORTANTES PARA O CONTROLE DO STRESS E DO SISTEMA IMUNOLÓGICO . (PAIVA, 2018 )

Porém a exposição a iluminação quando adequada não é negativa, de fato ela se torna grande aliada dos arquitetos para influir sensações em seus usuários A iluminação natural permite a síntese de vitamina D,

importante substância para manutenção do organismo humano, além de aumentar a produção de serotonina –hormônio relacionado ao bem-estar, que ocorre através da captação da luz solar pela retina . O contato com a luz externa durante o dia também previne a insônia, sintoma comum em indivíduos com transtornos ansiosos e depressão (Vida Natural, 2019).

A SEROTONINA É UM DOS PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES RELACIONADOS AO NOSSO BOM - HUMOR . ELA CONTRIBUI PARA NOS MANTERMOS CALMOS, SATISFEITOS E FOCADOS O CONTRÁRIO TAMBÉM ACONTECE : QUANDO NÃO HÁ PRODUÇÃO SUFICIENTE DESSA SUBSTÂNCIA, NOS SENTIMOS TRISTES, IRRITADOS, MAIS SUSCEPTÍVEIS AO ESTRESSE E À DEPRESSÃO . (VIDA NATURAL, 2019 ).

Portanto cabe ao arquiteto saber dosar os tipos de iluminação, procurando explorar seus benefícios Em espaços voltados para o tratamento de depressão e

ILUMINAÇÃO
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Figura 11. Área de recreação infantil no Centro de saúde de Valenza com incidência de luz solar. . Fonte: Aitor Ortiz, Archdaily , 2017.

transtornos ansiosos, tema desse trabalho, fica evidente que o contato equilibrado com a iluminação natural beneficia o paciente, sendo o uso de janelas e aberturas (Figuras 11 e 12) essencial nesses espaços pois é através delas que o contato com o ambiente exterior se torna possível

O uso da iluminação artificial também pode ser benéfica uma vez que as colorações emitidas por lâmpadas permitem sensações diferentes. As

lâmpadas de tons amarelados propiciam sensação de aconchego, bem -estar e tranquilidade, enquanto tons mais frios ajudam a manter o foco e a atenção, deixando as pessoas alertas (Figura 13) Tipos de iluminação também estimulam sensações, luzes diretas tendem a ser mais cansativas e invasivas enquanto difusas e indiretas são mais confortáveis ao olhar (Pocztaruk, 2020).

Voltados para os espaços de tratamento, tons quentes devem ser usados em dormitórios, espaços de convivência e de tratamentos (Figura 14) para que o paciente se sinta acolhido e tenha mais benefícios durante sua estadia e procedimentos. Já os tons frios não são muito indicados, mesmo em espaços como escritórios e cozinhas, pois podem gerar desconforto e cansaço visual quando ocorre exposição prolongada, como solução indica-se o uso de iluminação neutra, que permite o foco mas não se apresenta tão invasiva.

Figura

Figura 12. Centro de saúde de Valenza privilegiando a iluminação natural através de grandes aberturas. . Fonte: Aitor Ortiz, Archdaily , 2017. Figura 14. Sala para atendimento psicológico com iluminação indireta e possibilidade de iluminação natural Fonte: Onça Arquitetura, 2020.
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13. Espectro com a temperatura das cores sendo as amarelas aconchegantes e as azuis estimulantes Fonte: Renata Pocztaruk,2020 ACOLHE ALERTA

DAS CORES

Primeiramente precisa-se entender cores vai muito além da pessoal, por isso os estudos neuroarquitetura são tão consegue-se entender seus humano. A cor é um sentido as coisas desde primitivas, essa herança ancestral que gera reações padronizadas baseadas em experiencias de nossos antepassados quando observada determinada tonalidade, permitindo a identificação de perigo ou acolhimento por exemplo (Paiva, 2019).

[...] OU O VERMELHO DO SANGUE EM MEIO A VEGETAÇÃO

PODIA INDICAR A PRESENÇA DE UMA VÍTIMA E, CONSEQUENTEMENTE, DE UM PREDADOR . OU SEJA, A IDENTIFICAÇÃO DAS CORES ESTÁ DIRETAMENTE LIGADA À SOBREVIVÊNCIA DA NOSSA ESPÉCIE .

POR ISSO, NOSSO ORGANISMO EVOLUIU DE FORMA A GERAR RESPOSTAS PADRONIZADAS PARA ALGUMAS CORES, HERDADAS DA EXPERIÊNCIA DOS NOSSOS ANTEPASSADOS (PAIVA, 2019 )

CORES EFEITOS OBSERVAÇÕES INDICAÇÕES DE USO

ROXO

Remete a magia e meditação e espiritualidade. Pode ser analgésica quando observada por longos períodos

Ajuda na depressão, elevando a pessoa mental e emocionalmente, porém deve-se tomar cuidado com o exagero

Alguns dormitórios e áreas de meditação

AZUL

Acalma e cura a mente, aliviando o estresse e a tensão, influenciando reflexão nos pacientes

Deve ser usada com cautela e sempre associada a uma tonalidade quente, como o laranja, para trazer equilíbrio ao ambiente Em excesso pode causar tristeza e apatia, agravando quadros depressivos

Espaços destinados a terapias complementares como acupuntura e massagem terapia, porém no ambiente por completo

AZUL TURQUESA Acalma o sistema nervoso e as emoções

VERDE

Tem efeito calmante e relaxante, proporcionando a paz e harmonia

Ajuda as pessoas a enfrentar a vida, não devendo ser usada em excesso Espaços de saúde no geral

Permite o acesso a emoções profundas, auxiliando na superação de traumas ao tornar as pessoas mais receptivas ao tratamento Deve ser utilizado junto a uma cor quente

AMARELO

Afeta a mente transmitindo alegria e agitação, induzindo otimismo

LARANJA

Podendo ser classificadas em tons frios e quentes, as cores possuem influência direta nas emoções humanas, sendo que cada uma proporciona uma sensação diferente . Para o tratamento da depressão e transtornos ansiosos, tema principal de estudo, foram analisadas cores que criem espaços agradáveis e alegres, que induzam criatividade, socialização e vitalidade, além de cores com ações calmantes, que transmitam sensação de acolhimento, relaxamento, e segurança ao ambiente, porém que devem ser usadas com cautela para que não ocorra um agravamento no quadro depressivo dos pacientes.

De acordo com informações fornecidas por Lacy (1996) acerca da influência das cores em ambientes hospitalares e de tratamentos psíquicos, elaborou-se a seguinte tabela:

VERMELHO

BRANCO (TONS NEUTROS, CINZA CLARO)

Proporciona aconchego e estimula os indivíduos a se expressarem, influindo criatividade e comunicação

É um estimulante para o sistema nervoso, portanto se usado em excesso pode causar sobrecarga nesse sistema

Complementa o azul, devendo ser usado com cautela, podendo em excesso causar mal-estar

Consultórios que necessitam de conversa

Não se deve utilizar em halls e salas de espera pois podem causar agitação intensa

Espaços artísticos e de atividades físicas

Energizante, motivador, super estimulante Aumenta pressão arterial Precisa ser usado com cautela. Fachadas dos estabelecimentos de saúde

Influi sensação de paz, pureza, leveza e limpeza

Quando utilizado com outras cores são mais eficazes, as realçando no ambiente Apresenta sensação de ampliação do espaço em que é aplicada

Qualquer tipo de ambiente

Tabela 2. Relação das cores e seus efeitos no organismo humano. Fonte: Baseado em Lacy, 1996 e elaborado pelo autor, 2022.

Ademais, Lacy (1996) aponta que deve ocorrer um equilíbrio nas escolhas de cores, para isso nunca se deve usar apenas tons frios ou quentes nos ambientes, pois separados e em excesso podem causar respectivamente tristeza profunda e agitação intensa, sendo ideal o uso de uma tonalidade de cada para influir equilíbrio ao espaço construído. Também, para que os espaços não se tornem cansativos ao olhar e desagradáveis, é indicado o uso de apenas uma tonalidade vibrante, devendo a outra exercer papel de neutralidade através de tons mais claros ou pastéis.

INFLUÊNCIA
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Assim como a iluminação e as cores, anteriormente, outros elementos podem influenciar bem-estar humano quando implantados nos construídos Existem vários estudos que apontam uso de vegetação na composição arquitetônica promover a saúde dos indivíduos, isso ocorre cérebro humano foi projetado para viver em naturais ricos em estímulos, sendo inúmeros que o contato com a natureza proporciona (Paiva,

SUA NOÇÃO DE BEM - ESTAR, INCORPORA UMA SÉRIE DE CONCEITOS COMO : A NOSSA DEPENDÊNCIA INSTINTIVA DA NATUREZA; A SATISFAÇÃO PRODUZIDA PELA INTERAÇÃO DIRETA COM A NATUREZA; O APELO FÍSICO DO AMBIENTE NATURAL EM NOSSA SENSAÇÃO DE BEM - ESTAR, PRINCIPALMENTE POR INSPIRAR PAZ E TRANQUILIDADE ; E O APEGO EMOCIONAL AO MEIO AMBIENTE ATRAVÉS DE SUAS PAISAGENS E ESPAÇOS CONECTADOS ÀS NOSSAS MEMÓRIAS AFETIVAS . (WILSON, APUD BALDWIN, TRADUZIDO POR LIBARDONI, 2020 )

Portanto, como instrumento para projetar mais saudáveis e agradáveis se faz o uso da defende a conexão entre ser humano intencionando melhora no bem-estar e na vida das pessoas (Stouhi, 2020, traduzido Por

O TERMO 'BIOFILIA' É TRADUZIDO 'AMOR ÀS COISAS VIVAS' NO GREGO ( PHILIA = AMOR A / INCLINAÇÃO 2020 , TRADUZIDO POR SBEGHEN)

Estudos apontam que pessoas privadas com a natureza apresentam taxas reduzidas metabolismo, aumento do risco de doenças depressão e ansiedade (Stouhi, 2020, traduzido Sbeghen), dessa forma a implantação de espaços na área interna dos edifícios previnem de surgimento dessas implicações no organismo

Na esfera da arquitetura voltada acompanhamento da saúde mental, o uso de biofílicas se apresentam incrivelmente benéficas tratamento de pacientes e na melhora do profissionais da área, mostrando resultados em relação a sintomas ansiosos e depressivos feitos na Austrália apontam que:

OFERECE ÀS PESSOAS LIBERDADE E RELAXAMENTO, POSITIVAMENTE O ESTADO MENTAL REDUZINDO SINTOMAS DE DEPRESSÃO NA HOLANDA, CENTRO MÉDICO AMSTERDÃ CONSTATARAM QUE PRÓXIMAS DA NATUREZA AS CHANCES DE DEPRESSÃO . (CICLO VIVO, selecionar os melhores incorporem a natureza a (2020), em matéria

ESTRATÉGIA É INCORPORAR AS MUNDO NATURAL AOS CONSTRUÍDOS, COMO ÁGUA, NATURAL E ELEMENTOS COMO PRINCIPALMENTE EXPOSTOS . SILHUETAS BOTÂNICAS EM UMA CARACTERÍSTICA PROJETOS BIOFÍLICOS, ALÉM RELAÇÕES VISUAIS, POR SOMBRA. (STOUHI, 2020 , SBEGHEN)

Figura 15. V egetação, madeira e iluminação natural em ambiente interno, caracterizando a biofilia Fonte:
BIOFILIA 27

Com base no exposto é possível relacionar algumas características capazes de introduzir aspectos da natureza nos ambientes voltados ao tratamento mental como o uso de iluminação natural e contato com exterior, aproveitamento da ventilação natural, utilização de materiais naturais como a madeira, aproximação com a água e uso de vegetação, trazendo ao ambiente construído as diversas texturas e nuances da natureza.

CONEXÃO COM O EXTERIOR

MADEIRA

ILUMINAÇÃO NATURAL

A iluminação é extremamente benéfica ao ser humano, a exposição a luz do sol regula o ciclo circadiano e aumenta os níveis de serotonina no corpo humano. Um estudo feito em um hospital nórdico (Keep, 1977, apud Vasconcelos, 2004) mostrou uma evolução no estado mental de pacientes que foram transferidos de um espaço sem contato com iluminação natural para um com incidência solar. Ainda uma pesquisa feita por Ulrich (1991, apud Vasconcelos, 2004) revelou que pacientes que tinham contato com o ambiente exterior através de janelas ou aberturas apresentaram melhor resposta ao tratamento, evidenciando um processo de cura mais rápido.

[ ] OS ELEMENTOS NATURAIS ENCORAJAM A RECUPERAÇÃO DO ESTRESSE PORQUE PROVOCAM SENTIMENTOS POSITIVOS, REDUZINDO AS EMOÇÕES E A INTERESSES E OS ESTRESSANTES

O uso de materiais ricos em texturas no design biofílico se apresenta como uma das possibilidades de aproximar a natureza ao cotidiano humano, sendo a madeira um recurso muito utilizado com essa finalidade. Por ser um material multifuncional pode ser tanto aplicada em revestimentos - onde a complexidade de cores e texturas relacionadas aos desenhos das fibras naturais proporcionam, de certa forma, conexões visuais com a natureza, quanto em elementos estruturais que também apresenta a mesma conexão emocional e ainda por cima, exerce papel funcional (Stouhi, 2020, traduzido Por Sbeghen)

ESTUDOS DEMONSTRARAM QUE A MADEIRA RELAXA O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO, DIMINUINDO AS RESPOSTAS RELACIONADAS AO ESTRESSE (STOUHI, 2020 , TRADUZIDO POR SBEGHEN)

natureza ambiente, também

A água é um elemento agradável ao ser humano, poder ouvir e sentir seu movimento influi relaxamento e

O BALANÇAR DAS FOLHAS, AS DIFERENTES NUANCES DE COR DO PÔR - DO - SOL, AS CORRENTES DE VENTO, O BARULHO DAS ONDAS, O MOVIMENTO DAS NUVENS E AS ÁGUAS CORRENTES DOS RIOS, ENTRE OUTROS, INJETAM UMA DIVERSIDADE MUITO GRANDE DE ESTÍMULOS BENÉFICOS AO SER HUMANO, DISTRAINDO - O, RELAXANDO - O E DESPERTANDO NELE SENSAÇÕES E PENSAMENTOS POSITIVOS . (VASCONCELOS, 2004 )
Figura 16. Biofilia aplicada em sala de recuperação. Fonte: Vertical Garden, 2020.
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calmaria nas pessoas. O bem-estar relacionado água pode estar relacionado com vestígios herança ancestral onde a proximidade com esse elemento possibilitava a existência de vida e consequentemente, permanência das pessoas nos espaços (Salingaros, Esse elemento pode ser implantado em ambientes como em jardins com o uso de espelhos d’água artificiais e internamente através de fontes ou d’água

SONS NATURAIS, PRINCIPALMENTE CAUSADOS PELA ÁGUA, ALÉM DE TER EFEITO CALMANTE E RELAXANTE, AJUDAM A DIMINUIR A INTENSIDADE DE OUTROS SONS INDESEJÁVEIS . O USO DE FONTES DE ÁGUA E DE JARDINS INTERNOS TEM AUMENTADO CONSIDERAVELMENTE NOS PROJETOS HOSPITALARES POR CAUSA DOS EFEITOS VISUAIS E SONOROS QUE CAUSAM . (VASCONCELOS, 2004 )

EQUINÁCEA E ERVA- CIDREIRA, E OS CACTOS ORNAMENTAIS ESTÃO ENTRE AS PLANTAS MAIS USADAS . COMBINADOS COM O CANTO DOS PÁSSAROS E O BARULHO DA ÁGUA CORRENTE, DESPERTAM A VISÃO, A AUDIÇÃO E O OLFATO, PROVOCANDO O QUE OS ESPECIALISTAS CHAMAM DE DISTRAÇÃO POSITIVA (RODRIGUES, 2021 )

VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO NATURAL

Quando se pensa em natureza a primeira coisa que se vem à mente é a vegetação, essa pode ser incluída nos espaços internos e externos através de vasos com plantas, átrios e jardins que promovem contato direto com a natureza, oferecendo benefícios a todos os usuários do estabelecimento

OUTRA OPÇÃO É PROPORCIONAR O CONTATO DO PACIENTE COM O AMBIENTE EXTERIOR OU COM PLANTAS SITUADAS DENTRO DO AMBIENTE HOSPITALAR, POIS A NATUREZA É RICA EM TEXTURAS E POR ISSO PODE ESTIMULAR POSITIVAMENTE O CORPO HUMANO . (VASCONCELOS, 2004 )

Dentro da diversidade de elementos que possibilitam a interação do ser humano com a vegetação, uma que vem adquirindo popularidade na criação de espaços para tratamento de doenças é o jardim terapêutico (Imagem 19), um ambiente capaz de despertar os sentidos e induzir o bem-estar contribuindo na recuperação dos pacientes (Phitoss, 2019). Para que sejam classificados como terapêuticos, esses ambientes devem possuir algumas características especiais: as vias devem ser largas e com piso antiderrapante oferecendo segurança e acessibilidade a todos, deve conter pontos de descanso com cadeiras e bancos (móveis ou fixos) a disposição dos utilizadores, a escolha de plantas deve comtemplar espécies que gerem diferentes sensações nos indivíduos, portanto plantas medicinais, ornamentais e aromáticas são indicadas nesse caso, ademais se for possível o uso da

MÓVEL QUE PERMITE RELAÇÃO INTERPESSOAL

DIFERENTES VEGETAÇÕES

MADEIRA

Figura 17. Espaço que permite interação com a natureza

Fonte: Phitoss, 2019.

Portanto conclui-se que a biofilia é um fator extremamente relevante nos ambientes de tratamento psicológicos, ficando explicita sua contribuição para o tratamento dos pacientes - que tem seu processo de cura acelerado, na manutenção da saúde dos profissionaisque possuem um respiro em meio a jornada de trabalho, e do estabelecimento em si - que acaba economizando devido a redução do tempo de estadia dos indivíduos no local (Vasconcelos, 2004).

Figura 18. Jardim terapêutico em clinica Fonte: Casarotto, 2020.

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USO DE ÁGUA PASSEIOS LARGOS DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES SOMBRA E LUZ BANCOS PARA DESCANSO
29
Integração COM INTERIOR ATRAVÉS DE JANELAS

TIPOS DE TRATAMENTO

HUMANIZAÇÃO DOS AMBIENTES

O CAPITULO SEGUINTE APRESENTARÁ OS TIPOS DE TRATAMENTOS RELACIONADOS A DEPRESSÃO E TRANSTORNOS ANSIOSOS E COMO PODE SER EXERCIDA

A HUMANIZAÇÃO DOS AMBIENTES – QUE SE UTILIZA DA NEUROARQUITETURA - PARA CONTRIBUIR NO PROCESSO DE CURA

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Os tratamentos para depressão e transtornos ansiosos devem levar em consideração a individualidade de cada paciente, pois como visto anteriormente as causas desses transtornos podem ser diversas, portanto fatores psicológicos, biológicos e sociais devem ser considerados .

Segundo a OMS (2019), esses transtornos podem ser tratados, sendo o tratamento dividido em práticas convencionais aliadas as complementares Por serem doenças que provocam desequilíbrios bioquímicos no cérebro (Tenório, 2017, ONLINE), há semelhança nos tratamentos .

O tratamento convencional se apresenta com o uso de medicamentos - que vão regular a química cerebral e melhorar os sintomas, aliado a psicoterapia, também denominada como terapia da conversa (podendo ser em grupo ou individual), que buscará as causas do problema, procurando entender e desconstruir os medos e aflições do paciente . Em casos mais graves é recomendada a internação para tratamento mais intenso. (Tenório, 2017, ONLINE).

Em conjunto, é recomendado o uso de atividades e terapias complementares que ajudam no processo de tratamento ao reduzir o stress e promover o bem -estar, entre essas práticas estão a acupuntura, yoga e meditação, arte terapia, hipnoterapia, massoterapia, dança e prática de exercícios físicos (OMS, 2019).

AMBIENTES

Comumente os espaços destinados ao tratamento de doenças psicológicas tinham como foco sua funcionalidade deixando em segundo plano o conforto e humanização dos ambientes, o que gerou espaços impessoais, frios que não ofereciam nenhum tipo de amparo ou alívio psicológico. Após as reformas psiquiátricas, com o aumento de discussões e informações, notou -se que o ser humano é elemento fundamental na concepção dos ambientes Deve-se conhecer as necessidades e expectativas dos usuários para que o ambiente ajude a supri-las e superá-las (Vasconcelos, 2004).

[ ... ] A HUMANIZAÇÃO DE AMBIENTES CONSISTE NA QUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO CONSTRUÍDO A FIM DE PROMOVER AO SEU USUÁRIO - HOMEM, FOCO PRINCIPAL DO PROJETO - CONFORTO FÍSICO E PSICOLÓGICO, PARA A REALIZAÇÃO DE SUAS ATIVIDADES, ATRAVÉS DE ATRIBUTOS AMBIENTAIS QUE PROVOCAM A SENSAÇÃO DE BEM - ESTAR (VASCONCELOS, 2004 )

Como visto anteriormente, sabe-se que os ambientes influenciam o bem-estar dos indivíduos através de elementos que promovem estímulos sensoriais de acordo com a percepção de cada um, por isso o planejamento do espaço é importante não apenas para sua funcionalidade, mas também para que as interpretações psicológicas proveniente desses ambientes sejam positivas, criando valor pessoal ao espaço físico (Vasconcelos, 2004)

Florence Nightingale foi a primeira a notar a influência dos ambientes nos tratamentos de seus pacientes no final do século XIX, sendo precursora na preocupação com o espaço hospitalar, seus livros “Notes on Nursing” e “Notes on Hospitals” proveram instruções para a elaboração de estabelecimentos de saúde preocupados com o tratamento e não a HUMANIZAÇÃO

“A HUMANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS ENVOLVE MUITOS ASPECTOS, E APROXIMA- SE MUITO DA ÁREA DO DESIGN DE INTERIORES . RESSALTA- SE O USO DA COR, DE REVESTIMENTOS E TEXTURAS, OBJETOS DE DECORAÇÃO E MOBILIÁRIO, ILUMINAÇÃO, CONTATO COM O EXTERIOR E, AINDA, O USO DE VEGETAÇÃO ONDE POSSÍVEL” (BOING, 2003 ) MAS NÃO PARA POR AÍ, ENVOLVE PRINCIPALMENTE A PSICOLOGIA AMBIENTAL, OU SEJA, A FORMA COMO O USUÁRIO DO ESPAÇO PERCEBE CADA UM DOS ELEMENTOS CITADOS ACIMA E A FORMA COMO CADA UM DESSES ELEMENTOS VAI INFLUENCIÁ- LO (VASCONCELOS, 2004 )

DE TRATAMENTO
TIPOS
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segregação como era comum Após isso muitas mudanças ocorreram nos ambientes hospitalares que agora são projetados considerando a funcionalidade e seus usuários (VASCONCELOS, 2004).

OS EDIFÍCIOS HOSPITALARES PODEM SER LUGARES MUITO ESTRESSANTES [ ] SABEMOS QUE O ORGANISMO SE RECUPERA MELHOR QUANDO NÃO ESTÁ EM UM ESTADO DE GRANDE ANSIEDADE E MUITA PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS DO ESTRESSE, QUE AUMENTAM A FREQUÊNCIA CARDÍACA E AFETAM O SISTEMA IMUNOLÓGICO . SE PODEMOS PROJETAR INSTALAÇÕES QUE DIMINUAM A ANSIEDADE DO PACIENTE, PODEMOS AJUDÁ- LO A SE RECUPERAR MAIS RAPIDAMENTE (PEREZ ; TABACH, APUD GONTIJO, 2015 , ONLINE)

Contudo, deve-se tomar cuidado com a generalização no processo de humanização, uma vez que as pessoas possuem deficiências distintas Em razão disso, é essencial conhecer o publico alvo e suas necessidades para que ocorra uma concepção de projeto abrangente, porém específica . Segundo Vasconcelos, existe uma linha tênue entre “a beleza da humanização hospitalar” e a “eficiência da humanização hospitalar” :

PROJETAR UM AMBIENTE QUE PROMOVA A CURA NÃO SIGNIFICA APENAS CRIAR UM AMBIENTE AGRADÁVEL [ ... ] . É PRECISO TER CONHECIMENTO DAS RAZÕES CIENTÍFICAS PELAS QUAIS CERTOS ELEMENTOS FAZEM BEM OU MAL AOS PACIENTES, É PRECISO ENTENDER POR QUE ALGUMAS SENSAÇÕES SÃO PROVOCADAS PELO ESPAÇO FÍSICO E COMO OS PACIENTES PODEM PERCEBÊLAS, É PRECISO SABER A RESPEITO DA DOENÇA QUE ATINGE O USUÁRIO DAQUELE ESPAÇO PARA PODER PROPORCIONAR A ELE UM AMBIENTE QUE INFLUENCIE POSITIVAMENTE NA SUA RECUPERAÇÃO . (VASCONCELOS, 2004 )

Apesar de pesquisadores terem acumulado inúmeras informações acerca do assunto, ainda é difícil definir exatamente um ambiente de cura, porém existe grande concordâncias acerca de algumas características que devem ser consideradas para a promoção do bem-estar do paciente, são elas o controle do ambiente, suporte social e distrações positivas (Vasconcelos, 2004).

A necessidade de ter controle sobre o ambiente em que se está inserido é relacionada com o stress e medo sofridos pelos pacientes em tratamentos, especialmente nos de transtornos ansiosos e depressão. Portanto a sensação de controle influi segurança e consequentemente bem-estar

TEM SIDO DEMONSTRADO QUE [ ] O CONTROLE DO AMBIENTE REDUZ O ESTRESSE QUANDO VOCÊ SABE QUE TEM UMA OPÇÃO, POR MENOR QUE SEJA, VOCÊ SE SENTE MELHOR [ ... ], AS CONSEQUÊNCIAS PARA OS AMBIENTES DE SAÚDE SÃO ENORMES : PACIENTES QUE PODEM CONTROLAR A TEMPERATURA E A ILUMINAÇÃO DO SEU PRÓPRIO QUARTO, A PRIVACIDADE NECESSÁRIA, A HORA E A QUANTIDADE DE REFEIÇÕES QUE TÊM DURANTE O DIA, DEMONSTRAM MENOR ESTRESSE E APRESENTAM RECUPERAÇÃO MAIS RÁPIDA . (MALKIN, APUD VASCONCELOS, 2004 )

Segundo Vasconcelos, soluções arquitetônicas simples podem atribuir essa relação de controle do ambiente, tais como oferecer privacidade visual ao paciente quando precisam se vestir, permitir controle de aparelhos eletrônicos nos quartos e salas de visita além do controle da temperatura e iluminação, incluir espaços que permitam contato com a natureza como jardins ou pátios e contato com outros pacientes – por escolha própria - através desses ambientes além de áreas para realização de atividades complementares, como algum hobby por exemplo (Vasconcelos, 2004).

Estudos mostram que o contato físico frequente ou prolongado com familiares e amigos são benéficos na promoção do estado físico e mental dos pacientes.

O

AMBIENTE INTERIOR DE UM HOSPITAL PODE OU NÃO FAVORECER O ACONTECIMENTO DESTE TIPO DE SUPORTE . SENDO CONFORTÁVEL, ACONCHEGANTE, COM A MOBÍLIA ORGANIZADA DE FORMA A PROMOVER A INTERAÇÃO SOCIAL E FLEXÍVEL DE FORMA A POSSIBILITAR O REARRANJO PARA GRUPOS MENORES, O AMBIENTE PODE AUMENTAR A INTERAÇÃO [ ] (VASCONCELOS, 2004 )

Portanto o layout desses ambientes devem possibilitar a flexibilidade, favorecendo a relação interpessoal, ambientes com poltronas fixas e alinhadas por exemplo não favorecem essa interação. O desenvolvimento do suporte social ocorre

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através de espaços que são destinados ao uso comum como salas de jogos, salas de estar, jardins além de acomodações para familiares, portanto a inserção desses espaços no projeto a ser proposto se torna essencial . Contudo, alguns pontos necessitam de atenção, esses espaços devem possibilitar a interação e não impô-la, pois a falta de escolha pode provocar desconforto nos pacientes(Vasconcelos, 2004).

A distração positiva ocorre quando um ambiente apresenta elementos que despertam o interesse e prendem a atenção do paciente, que até mesmo esquecem de seus problemas, sendo comprovado por pesquisas que esse tipo de estratégia reduz o nível de estresse

POR ISSO QUE A INCLUSÃO DE QUEDAS D’ÁGUA, VISUAIS PARA JARDINS, TRABALHOS DE ARTE INTERATIVOS E AQUÁRIOS, É CADA VEZ MAIS, PARTE INTEGRANTE DOS PROJETOS PARA AMBIENTES DE SAÚDE . ESTES ELEMENTOS NÃO SÃO APENAS SUAVIZAÇÕES ESTÉTICAS, SÃO PARTES DO AMBIENTE QUE PROMOVE A CURA. (MALKIN, APUD VASCONCELOS, 2004 )

Todavia, os elementos utilizados nessa estratégia devem ser dosados, uma vez que o excesso pode gerar uma sobrecarga de estímulos que resulta em agitação e outros sintomas desagradáveis, enquanto isso, sua falta pode proporcionar sentimentos de tristeza devido a impessoalidade do ambiente A distração positiva pode ser proporcionada aos usuários com a presença de jardins internos e acomodações voltadas para o exterior, janelas baixas que permitam a observação externa de pacientes acamados, uso de elementos naturais e integração com a natureza, atraindo a atenção dos indivíduos e proporcionando calma e tranquilidade. (Vasconcelos, 2004).

Ainda no âmbito da humanização de ambientes, segundo estudos realizados por Fontes (2007), alguns outros critérios podem ser adotados no momento da concepção projetual para melhor suprir as necessidades físicas e psicológicas dos pacientes, são elas:

Figura 19. Humanização aplicada a espaço comum no Centro Maggie de Leeds o Reino Unido Fonte: Hufton+Crow, Archdaily , 2021.
APARENCIA RESIDENCIAL USO DE PLANTAS CONEXÃO COM O EXTERIOR ATRAVÉS DE GRANDES ABERTURAS ESCALA HUMANA RESPEITADA 34
Móveis QUE Permitem RELAÇÃO INTERPESSOAL e flexibilidade de layout

Essa é uma tendencia que se relaciona construção de espaços de saúde de menor objetivando uma aproximação a escala de usuários. Além disso características arquitetônicas como a fragmentação de blocos maiores em blocos menores permite maior aproximação a escala humana, amenizando o aspecto institucional do edifício favorecendo o domínio do ambiente, o que promover sensação de segurança e consequentemente, a diminuição do estresse (Fontes, 2007).

[ ... ] RELACIONADA À HUMANIZAÇÃO, A FRAGMENTAÇÃO E SETORIZAÇÃO EM BLOCOS TRAZ VANTAGENS EM TERMOS DE FLEXIBILIDADE NÃO SOMENTE PARA AMPLIAÇÕES POSTERIORES, MAS, TAMBÉM PARA MODIFICAÇÕES E PARA A MANUTENÇÃO PREDIAL [ ] (FONTES, 2007 )

ESCALA HUMANA RESPEITADA

Como visto anteriormente, é comprovado cientificamente que a interação com elementos naturais traz influências benéficas aos pacientes, tanto psicológicas quanto biológicas Ambientes que tenham a disposição espaços verdes, uma boa ventilação e iluminação natural, contribuem para a melhora mais rápida dos usuários, por isso, mais uma vez, o uso de jardins e átrios que promovam a interação entre homem e natureza é altamente recomendado (Fontes, 2007).

CONEXÃO COM O EXTERIOR

APARENCIA RESIDENCIAL

Ainda segundo Fontes (2007), características de espaços residenciais (Figura 20) podem e devem fazer parte da concepção de projetos destinados aos tratamentos de saúde através de um programa com ambientes variados, ricos em características que proporcionam privacidade, convívio, lazer, contemplação entre outros que ajudam a amenizar a frieza do ambiente constitucional, que continuam conectados de certa forma a suas rotinas, o que previne crises durante a estadia do paciente, que pode se sentir triste e sozinho por não ter contato com o “mundo exterior” (Fontes, 2007) A visita de familiares e amigos também é amplamente recomendada como dito anteriormente por Vasconcelos, pois o suporte social propicia uma sensação de conforto e ambiente familiar.

OS MATERIAIS, AS CORES, OS EFEITOS E O CONTROLE DA ILUMINAÇÃO NOS AMBIENTES, O TRATAMENTO ACÚSTICO, A QUALIDADE DO AR, SÃO ELEMENTOS QUE DEVEM SER EXPLORADOS NESTE SENTIDO ALÉM DISSO, A AMPLA OFERTA DE ACESSO A MEIOS DE COMUNICAÇÃO É TAMBÉM UMA IMPORTANTE MEDIDA CAPAZ DE AJUDAR A MANTER A CONEXÃO COM A VIDA FORA DO HOSPITAL . (FONTES, 2007 )

Deste modo, nota-se que a arquitetura pode influenciar em diversos aspectos gerais na humanização dos ambientes hospitalares, intercedendo diretamente nos impactos que os ambientes exercem sobre a mente humana.

Figura 20. Cozinha no Centro Maggie de Leeds . Fonte: Hufton+Crow,
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RESIDÊNCIA E CENTRO DIA PARA PROBLEMAS PSIQUIÁTRICOS CENTRO PSIQUIÁTRICO FRIEDRICHSHAFEN

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ESTE CAPITULO ABORDA E ANALISA PROJETOS COM ATIVIDADES SEMELHANTES AO TEMA PROPOSTO, OBJETIVANDO ENTENDER MELHOR O FUNCIONAMENTO DESSES AMBIENTES, ALÉM DE ABSORVER E INCORPOR AO PROJETO FINAL ELEMENTOS PERTINENTES DOS PROGRAMAS DE NECESSIDADES, DAS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS, SOLUÇÕES PLASTICAS, SETORIZAÇÕES E DOS FLUXOS OS PROJETOS ANALISADOS SÃO TODOS INTERNACIONAIS UMA VEZ QUE NENHUM EM AMBITO NACIONAL COM AS MESMAS PROPOSTAS FOI ENCONTRADO .

ARQUITETO(S)

ALDAYJOVER ARQUITECTURA Y PAISAJE

MARTI > BAIRROPOBLENOU

ÁREA 2098 m²

LOCALIZAÇÃO

GRAN VÍA970, BARCELONA, ESPANHA

DATAS

A Residência E Centro Dia Para Problemas Psiquiátricos é um edifício destinado ao acolhimento e tratamento de pessoas com a saúde mental debilitada Localizado em Poblenou, um dos bairros mais cobiçados de Barcelona devido a sua tranquilidade e proximidade ao mar, a construção em sua parte frontal, dispõe de uma ampla via destinada a pedestres e uma grande massa arbórea que facilita o acesso de pessoas e ajuda no conforto térmico e acústico do empreendimento, respectivamente . Além disso, o bairro oferece ampla gama de atividades apesar predominantemente residencial, exibindo diversas áreas verdes e comércios, se apresenta um ótimo local para a implantação projeto

ESPANHA > BARCELONA > PROVÍNCIADE SANTI N 38

ÁREA DO EDIFICIO ACESSO PRINCIPAL
RESIDENCIA E CENTRO DIA PARA PROBLEMAS PSIQUIATRICOS
PROJETO: 2005 EXECUÇÃO: 2007-2009 Figura 21. Fachada principal do edifício . Fonte: Jorge Bernadó, Archdaily , 2012. Figura 22. Inserção urbana do edifício. Fonte: Elaborado pelo autor,2022.

Figura 23. Localização do edifício com diferença de volumes em relação aos lotes vizinhos. Fonte: Google Earth,Elaboradopelaautora,2022.

[ ... ] A CHAVE DO PROJETO RESIDE EM UMA RESPOSTA ADEQUADA À INCOMUM SITUAÇÃO URBANA E VOLUMÉTRICA EM QUE SE INSERE (ALDAYJOVER ARQUITECTURA, ARCHDAILY, 2012 )

Ainda sobre o entorno, os arquitetos tiveram alguns desafios na implantação do edifício, uma vez que o lote escolhido só permitia uma construção de 3 andares, sem recuos laterais devido a construções existentes (Figura 23), essas com dez andares cada, inferindo uma sensação de beco ao projeto Devido as condições associadas ao projeto, que não poderia competir ou manter a continuidade com os volumes laterais, adotou-se como solução um edifício que circunda um grande pátio interno ajardinado disposto em diferentes níveis. Com isso a fachada do edifício (Figura 21) se apresenta com um tom enigmático, manifestando uma quebra de volumes e materiais com os edifícios do entorno, se tornando um prédio singular e interessante pois chama atenção devido a suas diferenças. Possuindo 5 pavimentos (Figuras 24 e 25), incluindo subsolo e mezanino, a setorização do edifício ocorre através dos andares, com um setor a cada pavimento, sendo esses consultas médicas, áreas de interação interpessoal, acomodações para internação e apoio técnico, todos voltados a um grande jardim implantado no centro do projeto, este sendo o grande diferencial do projeto pois proporciona conexão com a natureza, esse separando o edifício em dois volumes.

OPTOU - SE POR ESTRUTURAR OS USOS FUNDAMENTAIS (CENTRO DE DIA E RESIDÊNCIA) POR NÍVEIS E NÃO POR VOLUMES, DIMINUINDO ASSIM OS DESLOCAMENTOS VERTICAIS ALÉM DISSO, QUASE TODOS OS ESPAÇOS DO CENTRO DE DIA ESTÃO SITUADOS NO TÉRREO, PERMITINDO QUE AS RESIDÊNCIAS TENHAM PRIVACIDADE E UMA MAIOR RELAÇÃO COM OS JARDINS E ESPAÇOS EXTERIORES (ALDAYJOVER ARQUITECTURA, 2012 )

JARDINS E PÁTIOS SERVIÇO SERVIÇO

REFEITÓRIO

Figura 24. Diagrama com setorizações a cada andar. Fonte: Aldayjover Arquitectura, Archdaily, 2012. Adaptado pelo autor, 2022.

Figura 25. Corte do edifício. Fonte: Aldayjover Arquitectura, Archdaily, 2012. Adaptado pelo autor, 2022.

SALAS
SALAS
SALAS
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RESIDENCIAS RESIDENCIAS RESIDENCIAS
MEDICAS
MEDICAS
DIA GINÁSIO escola GRAN VIA Residências TRATAMENTOS GINÁSIO TERRAÇOS RAMPA REFEITÓRIO SERVIÇO MEZANINO MEZANINO SUBSOLO SUBSOLO TÉRREO ° PAVIMENTO 2 ° PAVIMENTO

TÉRREO

MEZANINO 1 ° PAVIMENTO

SETORIZAÇÃO RECEPÇÃO

ACESSOS E FLUXOS

GINÁSIO SERVIÇOS

REFEITÓRIO JARDIM CENTRAL

CIRCULAÇÃO VERTICAL GERAL CIRCULAÇÃO VERTICAL RESTRITA/CARGA E DESCARGA

ACESSO PRINCIPAL ACESSO SERVIÇO CARGA/DESCARGA

BANHEIROS

TERRAÇOS

ADMINISTRAÇÃO SALAS DE ATENDIMENTO DORMITÓRIOS E ÁREAS DE ESTAR

ACESSO JARDIM CENTRAL ACESSO TERRAÇOS

FLUXO PUBLICO FLUXO SERVIÇOS

Figura 26. Plantas do edifício setorizadas. Fonte: Aldayjover Arquitectura, Archdaily, 2012. Adaptado pelo autor, 2022.

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Segundo setorização

•Subsolo: cozinha e

•Térreo: ginásio refeitório voltados para Ginásio e escritórios a fachada, ganhando

•Mezanino: para o pátio, no volume da Gran Vía e as dependências de tamanho menor e uso ocasional do centro de dia (médico, psicólogo e salas de visita) no volume posterior.

•Primeiro Andar: duas residências nas laterais do pátio, com um terraço comum que abraça a sala de estar e de jantar de ambos

•Segundo Andar: A terceira residência está em um volume posterior e o jardim sobre a cobertura do volume da Gran Vía.

A estrutura do projeto se dá por uma malha de pilares em concreto armado assim como sua laje, não possuindo nenhuma característica marcante por si só, o destaque na materialidade se apresenta através das chapas metálicas onduladas e perfuradas que revestem praticamente todo o edifício.

A fachada (Figura 27), que possui apenas duas aberturas, é inteiramente composta por um tipo de chapa metálica ondulada, trazendo sobriedade e rigidez ao edifício. Por outro lado, no interior, essas chapas metálicas são substituídas por placas translucidas e em tons verdes (Figura 28), trazendo vida e uma composição harmônica aliada ao jardim interno. Além disso, se fez o uso de grandes esquadrias com vidro, favorecendo a entrada de iluminação natural e também de ventilação através de chapas perfuradas fixadas em estruturas metálicas em frente a essas aberturas.

Nota-se portanto, que as técnica construtivas adotadas (Figura 29) são extremamente eficientes em suas funções, porém não apresenta diversidade de elementos, cedendo destaque as placas metálicas.

Lajeem concreto armadopré-fabricada 6. Lajereforçadaem concretoarmado 7. Muro dearrimo 8. Membrana impermeável para retençãodeáguado jardim 9. Camadadeterra 10. Placade polietilenopara contençãodaterra 11. Forraçãovegetal 12. Árvores 13. Forrorebaixado 14. Parede antitérmica. 15. Câmaradear ventilada 16. Persianaveneziana integradaaestrutura dacâmaradear 17. Pavimentaçãoem tom verdeclaro 18. Sistemade aquecimentodo chão porirradiação 19. Placaisolante térmicaedeumidade com pinturabranca

Figura 27. Fachada com chapas metálicas Fonte: Jorge Bernadó, Archdaily , 2012. Adaptado pelo autor, 2022. Figura 28. Pátio interno apresentando variedade de cores e placas Fonte: Jorge Bernadó, Archdaily , 2012. Adaptado pelo autor, 2022. Jardim interno Chapas metálicas coloridas e translucidas ACESSO
41
Figura 29. Sistemas construtivos Fonte Aldayjover Arquitectura, Archdaily , 2012. Adaptado pelo autor, 2022.

Chapas metálicas COLORIDAS

Perspectiva em corte do edifício, apresentando escalonamento do jardim central e terraços. Fonte Aldayjover Arquitectura, Archdaily, 2012. Adaptado pelo autor, 2022.
JARDIM CENTRAL TERRAÇO TERRAÇO ESCALONAMENTO 42
Terraço

Apesar da limitação apresentada pelas dimensões do terreno, nota-se que o conforto ambiental não foi deixado de lado na concepção do projeto

Tal preocupação fica clara através das técnicas utilizadas . O uso de lajes e pilares em concreto armado pré-moldado e das placas metálicas permite uma construção mais limpa e eficiente, uma vez que os resíduos de obras diminuem com a utilização desses elementos.

O jardim central por sua vez, vai escalonando conforme a elevação dos níveis do edifício (Figura 30), permitindo uma grande circulação de ar e aproveitamento da iluminação natural . Juntamente a isso, utilizou-se terraços e coberturas verdes que influenciam positivamente no conforto térmico do projeto ao impedir seu superaquecimento além de servirem como uma área de respiro em meio a rotina de tratamentos

Outra estratégia utilizada foi o uso de chapas metálicas perfuradas, que permitem a permeabilidade da ventilação por toda a composição arquitetônica (Figura 31).

Quanto a plasticidade da obra, como dito anteriormente sua fachada é sóbria e se apresenta por um grande retângulo metálico de altura menor aos edifícios vizinhos (Figura 21), proporcionando privacidade as atividades realizadas

Porém quando visto de seu interior, o projeto apresenta variedade de volumes através de terraços (Figura 32) que se unem através do grande pátio central, proporcionando variedade visual em seus volumes.

Chapas metálicas PERFURADAS

A escolha desse referencial se deu portanto pela preocupação com o conforto ambiental, integração da natureza aos espaços de tratamento, ponto importante para o processo de cura e, principalmente por sua funcionalidade e programa de necessidades, que se mostrou extremamente bem setorizado e eficiente, sendo pertinente ao projeto proposto

31. Placas
Archdaily
2012.
Figura 32. Terraço com área verde Fonte
2012. Adaptado pelo autor, 2022.
Figura
perfuradas permitindo ventilação
,
Adaptado pelo autor, 2022.
Jorge Bernadó, Archdaily ,
gran via
Terraço
ACESSO
43
EDIFICIO VIZINHO

ARQUITETO(S) HUBERSTAUDT ARCHITEKTEN

ÁREA 3274 m²

LOCALIZAÇÃO

Röntgenstr.8, 88048 Friedrichshafen, Alemanha

DATAS EXECUÇÃO: 20082012

O Centro Psiquiátrico Friedrichshafen é uma nova construção implantada no campus do existente Hospital de Friedrichshafen . Oferecendo tratamentos e espaços de estadia, o projeto se distribui em torno de um grande jardim central, beneficiando de grandes aberturas visando integração entre ambientes externos e internos.

Localizado a Oeste da cidade de Friedrichshafen, o edifício está localizado em uma área mais afastada porem predominantemente residencial, sem muitos comércios ou serviços além do hospital Ademais, o prédio está inserido próximo ao Lago Obersee e uma grande massa arbórea, que proporcionam conforto técnico ao projeto

ÁREA PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL N 44

PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL CAMPUS HOSPITAL

CENTRO PSIQUIÁTRICOFRIEDRICHSHAFEN
Figura 33. Fachada Oeste do edifício Fonte: Werner Huthmacher , Archdaily , 2014.
ALEMANHA
ÁREA
Figura 34. Inserção urbana do edifício. Fonte: Elaborado pelo autor,2022 ÁREA DO EDIFICIO VIA DE ACESSO AO CAMPUS

A edificação explora o desnível apresentado pelo terreno, possuindo 3 pavimentos, com entrada em dois níveis (Figura 41) As salas de terapia se desenvolvem ao redor do pátio central, apresentando conexão direta com o ambiente externo, além disso a edificação possui um grande corredor envidraçado (Figura 37) que possibilita uma visão privilegiada do exterior, uma concepção biofílica.

O subsolo, acomoda atividades de serviço e apoio, já o térreo além das salas de terapia, acomoda cozinhas e áreas de estar, além de alguns dormitórios para pacientes internados

Já o segundo andar acomoda majoritariamente dormitórios, apresentando áreas de estar destinadas a pacientes e também a funcionários, além de salas administrativas e um terraço descoberto.

Figura 35. Implantação do Centro. Fonte: Huber Staudt Architekten, 2014 , Adaptado pelo autor, 2022 Figura 36. Localização do edifício e seu entorno Fonte: Google Earth , Elaborado pela autora, 2022
FRIEDRICHSHAFEN HELIPONTO BASE SOCORRO AÉREO ÁREA DO EDIFICIO ACESSO PRINCIPAL ACESSO SECUNDÁRIO ACESSO HELIPONTO ÁREA RESIDENCIAL LAGO OBERSEE CENTRO MATERNO HOSPITAL Figura 37. Corredor envidraçado Fonte: Werner Huthmacher , Archdaily , 2014, Editada pelo autor, 2022. INTERAÇÃO ESPAÇO INTERNO X ESPAÇO EXTERNO \ 45
HOSPITALGERAL

SETORIZAÇÃO

Dormitórios

ESTAR SALA DE ESPERA

COZINHA/REFEITÓRIO recepção 46

CALARABÓIAS

SALAS DE TERAPIA JARDIM CENTRAL (PATAMAR) SACADA TERRAÇO ADMINISTRATIVO SALA FUNCIONÁRIOS TERAPIA EM GRUPO COBERTURA Serviços Estacionamento

ACESSOS E FLUXOS CIRCULAÇÃO VERTICAL GERAL CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

ACESSO JARDIM CENTRAL ACESSO TERRAÇO ACESSO SACADA FLUXO PUBLICO FLUXO RESTRITO

Figura 38. Plantas (parciais) e cortes do edifício setorizadas Fonte: Aldayjover Arquitectura, Archdaily, 2012. Adaptado pelo autor, 2022.
PÉ DIREITO DUPLO TÉRREO SEM ESCALA 1 ° PAVIMENTO SEM ESCALA
JARDIM CENTRAL (PERFIL NATURAL)

CLARABOIA

CLARABOIA

Nota-se que o conforto ambiental não foi esquecido no projeto uma vez que foi implantado no centro do projeto um grande jardim que aliado a grandes esquadrias envidraçadas nos ambientes possibilita uma grande circulação de ar e também a entrada da luz solar, incorporando o ambiente externo ao edifício melhorando o conforto térmico Ainda, devido a diferença entre volumes (Imagem 40), o ar consegue permear por todo o edifício que conta também com aberturas zenitais (claraboias) nos corredores (Imagem 41) para melhor aproveitamento da iluminação natural .

As diferenças entre volumes garantem também uma plasticidade interessante ao projeto que apesar de apresentar formas retas e sóbrias se torna cativante devido as diferenças entre níveis e de pés direitos (Figura 41) Tal solução volumétrica só foi possível devido ao aproveitamento do declive do terreno como dito anteriormente, caracterizando o jardim central e o edifício que “abraça” a área verde.

INCIDENCIA SOLAR

Jardim central em nível
Fachada noroeste da parte interna do edifício, apresentando desníveis e jardim
Jardim
PRIMEIRO Pavimento PAVIMENTO TÉRREO SUBSOLO Pé Direito Duplo
Figura 41.
central
.
Fonte: Divisare, 2012. Adaptado pelo autor, 2022.
central alinhado a topografia
ACESSO a cozinha Figura 40. Corredor com abundancia em iluminação natural através de claraboias e conexão com o exterior através de fechamento em vidro Fonte: Rute Soares, 2018. Adaptado pelo autor, 2022. Figura 39. Corte setorizado Fonte: Archdaily, 2012. Editado pelo autor, 2022.
47

PÉ DIREITO DUPLO

AMPLO USO DE MADEIRA ILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO INDIRETA ESQUADRIAS COM VIDRO CONCRETO “CRU” PILAR EM CONCRETO 48
Figura 42. Escada de acesso ao segundo pavimento com área de espera ao fundo. Fonte: WernerHuthmacher, Archdaily, 2014. Adaptado pelo autor, 2022.

A modulação do projeto é composta elementos estruturais pré-fabricados em concreto armado (pilares e laje), que por serem do mesmo material garantem rigidez e estabilidade edifício, sendo um material comum porém muito eficiente que também foi explorado em sua forma “crua”, juntamente a madeira, nos revestimentos espaço (Figura 42)

A composição entre esses dois materiais garante um ar de sofisticação e harmonia aos ambientes, onde o concreto proporciona sensação de força devido a sua solidez e a madeira suaviza o projeto através de seu caráter natural que remete a sensação de acolhimento e aconchego . O uso de luzes indiretas e iluminação natural – como visto anteriormente - também foram empregues com esse propósito (Figura 42).

Tal equilíbrio entre materiais fica muito evidente nas fachadas que apesar de prevalentemente serem compostas pelo concreto não se apresentam “pesadas” (Figura 44)., uma vez que os painéis lineares em madeira conferem sensação de leveza a volumetria.

As grandes aberturas são compostas por esquadrias metálicas envidraçadas que ampliam e conectam os ambientes externos aos internos, proporcionando sensação de liberdade aos pacientes e não de aprisionamento Ademais, para trazer um ar de alegria e espontaneidade aos ambientes os arquitetos optaram por inserir objetos coloridos no projeto como almofadas e cadeiras (Figuras 43 e 45) que permitem, caso necessário, uma fácil substituição por outros elementos de cores diferentes. Além disso o piso do corredor central foi pintado em um tom alaranjado, contrastando com o verde do jardim central que juntamente a cores neutras nas paredes compõem ambientes agradáveis

O projeto portanto, foi escolhido para analise principalmente por sua técnica construtiva, plasticidade e uso de materiais que proporcionam uma estruturação eficaz ao edifício e ao mesmo tempo elegante, desassociando o tom institucional do espaço que se torna terapêutico devido a sua integração com natureza – aplicando diversos conceitos biofílicos – e soluções tecnológicas, sendo uma ótima referência para o processo de concepção projetual a ser desenvolvido nos capítulos seguintes.

Figura 44.

Figura 45. Cozinha com elementos coloridos

Fonte: Werner Huthmacher , Archdaily , 2014. Adaptado pelo autor, 2022.

ESQUADRIAS COM VIDRO

Figura 43. Ambiente interno destinado a terapia em grupo com acesso ao terraço Huthmacher autor, 2022. Fachada interna apresentado composição harmônica entre concreto e madeira Fonte: Werner Huthmacher , Archdaily , 2014. Adaptado pelo autor, 2022.
Elementos
Iluminação indireta Elementos
Iluminação indireta MADEIRA
coloridos
coloridos
PAINÉIS
JARDIM CENTRAL 49
CONCRETO DE MADEIRA

MUNICIPAL

ESTADUAL FEDERAL OUTRAS

PARA ESTRUTURAÇÃO DESSE CAPÍTULO FORAM ANALISADAS DE MANEIRA GERAL AS LEGISLAÇÕES EM AMBITO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL, BEM COMO NORMAS E INSTRUÇÕES TÉCNICAS COM O INTUITO DE COLETAR AS DIRETRIZES PERTINENTES AO TIPO DA EDIFICAÇÃO PROPOSTA, VISANDO FUNDAMENTAR O PROCESSO DE CONCEPÇÃO PROJETUAL

51

PLANO DIRETOR DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (LEI COMPLEMENTAR 651/2021)

O plano diretor de S. J . Rio Preto discorre sobre politicas sustentáveis de expansão e desenvolvimento urbano através de diretrizes que incluem normas para o zoneamento, áreas de interesse social e ambiental e uso e ocupação do solo, procurando conduzir de forma ordenada o crescimento da cidade. Contribui na escolha da área de intervenção pelo zoneamento além de fornecer índices urbanísticos

REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO DAS EDIFICAÇÕES (DECRETO

Nº 46.076/2001)

O regulamento prescreve medidas de segurança contra incêndio para edifícios e áreas perigosas com o objetivos de proteger a vida de usuários diante de incêndios; dificultar a propagação do fogo diminuindo os efeitos no meio ambiente e ao patrimônio; proporcionar métodos de combate ao incêndio e facilitar o acesso do Corpo de Bombeiros aos espaços para as operações.

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE RIO PRETO (LEI COMPLEMENTAR 649/2021)

Dispõe regras gerais para a construção, reforma, manutenção de obras e edifícios no município de S. J. Rio Preto, sendo o instrumento responsável por procedimentos fiscalizatórios e administrativos para que a edificação esteja de acordo com o projeto proposto . Contribui para a concepção e detalhamento projetual ao fornecer dados relacionados a muros, insolação e ventilação, circulações, entre outros.

Contribui para a concepção e detalhamento projetual ao fornecer dados relacionados a muros, insolação e ventilação, circulações, vagas para carros e a porcentagem a ser destinada a p c d , entre outros

Porém, por ser uma lei muito recente, o COE de S J Rio Preto ainda não abrange todas as questões abordadas em projetos . Dessa forma, se faz necessário o uso complementar do COE do estado de São Paulo, que intervém indicando por exemplo o calculo para numero de vagas e sanitários em relação a população do edifício. Assim, utilizando-se das duas leis, se faz possível a elaboração de um projeto preciso e congruente.

– SP (DECRETO Nº 12.342/1978)

CÓDIGO SANITÁRIO DE EDIFICAÇÕES

Discorre sobre regras relacionadas ao saneamento básico, as áreas e dimensões mínimas de ambientes, ventilação e iluminação natural dos espaços visando condições sanitárias adequadas para um edifício saudável .

Pode-se observar sua aplicabilidade no projeto através de definições de medidas mínimas para circulações, aberturas privilegiando a ventilação e iluminação naturais, os materiais utilizados, entre outros.

O código de obras é importantíssimo no projeto de uma ambiente de cura, pois interfere positivamente na concepção dos ambientes para que o usuário mantenha sua saúde e consequentemente, o bem estar.

LEI 8.080/1990

Discorre sobre as condições para promoção, melhora e recuperação da saúde, regulamentando ações e serviços com principio do acesso universal a tratamentos uma vez que segundo Art. 2º “A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”, além de outras providências

LEGISLAÇÃO
52

LEI 10.216/2001

Garante a proteção e os direitos de pessoas com algum tipo de transtorno mental, visando acesso ao tratamento e propondo uma mudança nos espaços de atenção a saúde mental, através de métodos para reinserir os pacientes na comunidade e não segrega-los.

RDC N° 36

– 2013

Tem como objetivo a instituição de ações para melhora no atendimento e serviços de saúde, intencionando promoção na segurança do paciente.

RDC N° 50 – 2002

Segundo os usos e atividades pré-estabelecidas par o projeto, o Núcleo de Apoio Psicológico se enquadra em edifícios assistências a saúde. Tais edificações possuem leis e normas especificas para esse uso, sendo a mais abrangente a RDC 50 que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de edifícios assistenciais a saúde (EAS), devendo obrigatoriamente, todos os projetos desse tipo, serem elaborados em conformidade com a norma que apresenta diretrizes variadas visando o conforto e segurança do usuário, assim como o funcionamento adequado do edifício.

O uso dessa norma se faz presente desde o início da elaboração do projeto através de tabelas, que apresentam ambientes e dimensões mínimas para determinadas atividades, estipulando de maneira direta o programa de necessidade e o pré-dimensionamento do edifício

Ademais, a RDC 50 dispõe sobre parâmetros de fluxos e dimensionamento de circulações, garantindo um projeto com amplos corredores – que caso haja necessidade, comportam uma maca –, além de estabelecer os fluxos entre ambientes. Dessa forma e entre diversos fatores , a RDC 50 foi determinante para elaboração do projeto do Núcleo de Apoio Psicológico.

espaços e equipamentos urbanos para que todos tenham acesso e autonomia no ambiente construído

No que diz respeito a aplicação da norma no tema proposto, essa abrange diversas diretrizes intrínsecas ao projeto que é relacionado ao cuidado da saúde mental do ser humano, se mostrando na proposta através do dimensionamento de sanitários acessíveis, aplicação de sinalizações especificas, dimensionamento, adequação da largura de circulações, rampas e escadas, de modo que as mesmas permitam a individualidade no deslocamento de qualquer ser humano, concedendo segurança e respeito, entre outras questões que se resumem a tornar os espaços mais acessíveis e inclusivos , eliminando barreiras para que todos os tipos de pessoas consigam fazer uso das atividades dos ambientes.

Ademais, em 2020 houve uma atualização na norma que agora estabelece o desenho universal como parâmetro de acessibilidade nos projetos . O objetivo é que qualquer pessoa tenha acesso a qualquer lugar que ela queira de maneira independente e segura Na proposta do Núcleo, tal característica se faz presente através de amplos ambientes e circulações, do uso de portas com dimensões avantajadas, suítes voltadas a p.c.d .s, áreas de estar espaçosas e sem muitos obstáculos, oferta de rampas e elevadores como forma de locomoção vertical, entre outros, tudo para que o projeto seja utilizado por todos.

ABNT NBR 9077

Estabelece padrões e medidas em relação a quantidade, tipos e disposição de saídas de emergência de um edifício com o intuito de assegurar á toda população usuária do estabelecimento uma rápida evasão do ambiente interno para o externo em caso de incêndio, assegurando total proteção da integridade física dos usuários

ABNT NBR 5626

ABNT NBR 9050

Refere-se a normatização de medidas e parâmetros que visam acessibilidade a edificações, mobiliário,

Norma que define requisitos projetuais, de manutenção e execução para instalações prediais de água fria e quente, apresentando informações para dimensionamento de reservatórios de água entre outros providências .

53

INSTRUÇÃO TÉCNICA N ° 11/2018

Complementar a NBR 9077, a instrução técnica de saídas de emergência dispõe os requisitos mínimos necessários para implantação de escadas, rotas e saídas de emergência em um edifício, especificando medidas, materiais e tipos de elementos para que a população consiga abandonar a edificação no caso de situação de risco, sem que sua integridade física das pessoas seja comprometida

A instrução técnica prevê diversas diretrizes de projeto de acordo com o uso e a ocupação da edificação, portanto, ao analisar as atividades exercidas no projeto e a tabela contida no Anexo A da norma, constatou-se que o grupo em que o Núcleo de Apoio Psicológico se insere é o grupo H2Local onde pessoas requerem cuidados especiais por limitações físicas ou mentais.

Analisando a Figura 47, observa-se que a distância máxima que a população do projeto poderá percorrer é de no máximo 50m nos pavimentos de descarga, e de 40m nos pavimentos tipo. Dessa forma, deve-se locar as saídas de emergência de maneira dispersa no projeto, para que tal características sejam atendidas

Figura 46. Tabela com a classificação da edificação quanto a ocupação Fonte: IT 11, 2018. Adaptado peloautor,2022.

Essa classificação permite a definição de escadas, saídas e acessos de emergência de acordo com os parâmetros para esse tipo de uso, além de determinar também a distância máxima a ser percorrida pelo grupo de ocupação até a saída mais próxima

Figura 48. Tipos de escadas de emergência conforme grupo e altura da edificação Fonte: IT 11, 2018. Adaptado peloautor,2022.

Ademais, observa-se a influência da norma no projeto através da definição da escada que servirá para rota de fuga dos usuários. No caso do projeto, observou-se a partir da Figura 48, que em edifícios do grupo H2 que possuam até 6m de altura de piso a piso, não se faz necessário o uso de escada específica para emergências, essa podendo ser Não enclausurada (NE), ou seja, uma escada comum pode integrar as rotas de fuga do edifício.

Além disso, a norma apresenta parâmetros de dimensionamento de portas, saídas e acessos, tudo visando a segurança do indivíduo Dessa forma, conclui-se que a IT 11 é de suma importância na elaboração dos projetos de arquitetura, pois garante o bem estar do usuário e acessibilidade dos bombeiros.

MANUAL CONFORTO AMBIENTAL EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE ANVISA

Subsidia a RDC/ANVISA n.50 expondo técnicas e parâmetros para atingir o conforto ambiental em ambientes assistenciais a saúde, através de elementos como a sustentabilidade, conforto térmico, acústico, visual, entre outros

Figura 47. Tabela com a distância máxima a ser percorrida. Fonte: IT 11, 2018. Adaptado pelo autor,2022.

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CONTEXTUALIZAÇÃO

ESCOLHA DO TERRENO CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO DIAGNÓSTICOS DO ENTORNO

ESTE CAPITULO BUSCA APRESENTAR O PROBLEMA NA CIDADE DE INTERVENÇÃO E MEDIANTE A ISSO ANALISAR E PROPOR UM TERRENO PARA IMPLANTAÇÃO DO EDIFICIO, OBSERVANDO AS CARACTERISTICAS DO ENTORNO PARA CORROBORAÇÃO DA ESCOLHA E INICIO DA IDEALIZAÇÃO DO PROJETO

55

Localizada á Noroeste do estado de São Paulo encontra-se São José do Rio Preto, município com aproximadamente 469 mil habitantes (Estimativa IBGE, 2021) e mais de 431m² de extensão que abriga diversas atividades e serviços, se apresentando como o maior polo socioeconômico da região Possuindo densidade demográfica próxima a 945 hab/km² (Censo IBGE, 2010), os habitantes da mais nova metrópole do estado vem cada vez mais sofrendo com transtornos relacionados a saúde mental . De acordo com dados levantados pela Secretaria De Saúde De São José Do Rio Preto, o município apresentou um aumento de 28% na procura de atendimentos nas CAPS(Centro de Atendimento Psicossocial), estando inclusos nessa porcentagem mais de 5 900 adultos que procuraram por apoio psicológico público (Gráfico 2)

Esse grande aumento na procura por atendimentos pode ser explicada pela imposição do isolamento social causado pelo Covid-19, que comprovadamente afetou o psicológico de milhares de brasileiros, elevando os casos de depressão e ansiedade.

Ademais, apesar do município ser referência no estado de São Paulo com o Hospital de Base (HB) que oferece inúmeros tipos de serviços e um corpo clinico altamente qualificado, quando analisados dados referentes ao número de atendimentos feitos em CAPS –estabelecimentos especializados no tratamento de transtornos psicológicos –, nota-se que a cidade não segue o mesmo nível de excelência

Segundo informações de ações de matriciamento sistemático realizadas por CAPS fornecidas pela Secretaria de Saúde do município, no ano de 2020 apenas 57% das solicitações de atendimento foram efetivadas nesses espaços, reflexo da alta demanda acerca do serviço e da falta de infraestrutura, insumos e profissionais qualificados para atender toda a demanda populacional .

Ainda, das sete CAPS localizadas na cidade (Figura 53) apenas duas são destinadas ao público adulto (que não apresenta agravamento pelo uso de álcool ou drogas) que constitui mais de 76 % da população total do município segundo dados da Secretaria de Saúde (2020). As unidades estão locadas na região Central e Sul da cidade.

Esses ambientes especializados no tratamento de transtornos mentais apresentam infraestrutura mínima para seu funcionamento, porém são espaços extremamente institucionalizados e impessoais (Figuras 49,50,51, e 52), não evidenciando elementos da humanização . Ademais, os acompanhamentos concedidos por essas unidades estão limitados a tratamentos convencionais (terapia em grupo, individual e consultas médicas) em sua maioria e a apenas acupuntura como tratamento complementar (Secretaria da Saúde, 2022).

Outros estabelecimentos públicos como as UBSs também oferecem acolhimento a esse publico, porém os casos que necessitam de maior atenção são encaminhados as CAPS

Figura 49. Fachada CAPS SUL Fonte: Araguacy,2021

CONTEXTUALIZAÇÃO
28% 2020 PROCURA PROCURA 16.462 21.178 2021 ADULTOS 5.904
2020 –2021.
BRASIL > SÃO PAULO > SÃO JOSÉDO RIOPRETO
Gráfico 2. Aumento na procura de atendimentos em CAPS de S. J.. Rio Preto no período de
Fonte: Ministério da Saúde, 2021. Elaborado pelo autor, 2022.
56
CAPS
CENTRO CAPS
CAPS INFANTIL CAPS
Figura 53. Mapa da localização das CAPS em S. J. Rio Preto Fonte: Elaboradopelo autor, 2022. CENTRO HB SCHMITT CIDADE DA CRIANÇA REPRESA PINHEIRINHO VILA TONINHO TALHADO BOSQUE CEU
ADULTO
ADULTO SUL
ALCOOL E DROGAS
Figura 50. Fachada CAPS CENTRO Fonte: GoogleStreetView,2022
N 57
Recepção
Figura 51. Sala de espera CAPS Centro. Fonte: CAPS Centro,2021.
Figura 52.
CAPS Centro Fonte: CAPS Centro,2021

Visando eleger o melhor local para implantação do projeto foram selecionados dois terrenos para análise comparativa de fatores importantes para consolidação da proposta projetual, sendo elas : localização em relação a cidade e publico alvo, acessos (vias e ruas), diretrizes de zoneamento, dimensões, topografia e entorno.

Ainda, para auxiliar na escolha do lote foram levantados dados sobre a localização do publico alvo nas regiões da cidade (Gráfico 3), apontando que a maior incidência da população de 18 anos ou mais ocorre nas regiões do HB, Cidade da Criança e Central, influenciando no local de implantação que deve preferencialmente, estar localizado em uma área próxima a essas regiões porém que apresente vias que permitam fácil acesso de toda a cidade e região

Sem escala

ESCOLHA
DO TERRENO
Gráfico 3. Incidência do público alvo - indivíduos com 18 anos ou mais - nas regiões do município em 2020. Fonte: Prefeitura de S. J. Rio Preto, 2020. Elaborado pelo autor, 2022. 24308 27166 86653 41203 56210 38510 36903 11186 16748 20053 0 20000 40000 60000 80000 100000 BOSQUE CEU CENTRAL CIDADE DA CRIANÇA HB PINHEIRINHO REPRESA SCHMITT TALHADO VILA TONINHO REGIÃO S. J. RIO PRETO BOSQUE CEU CENTRAL CIDADE DA CRIANÇA HB PINHEIRIN HO REPRESA SCHMITT TALHADO VILA TONINHO POPULAÇÃO 18 OU + 24308 27166 86653 41203 56210 38510 36903 11186 16748 20053 POPULAÇÃO 18 ANOS OU + N
Sem escala N
58
Figura 54. Mapa com localização do lote 1 Fonte: Google StreetView, 2022. Editadopeloautor, 2022.
Figura 55. Mapa com localização do lote 2 Fonte: Google StreetView, 2022. Editadopeloautor, 2022.

ANÁLISES DOS TERRENOS EM POTENCIAL

FATORES TERRENO 1 TERRENO 2

Analisando os fatores apresentados por cada terreno, nota -se que apesar de ambos apresentarem características promissoras e estarem localizados na região HB (próxima a maior parcela do publico alvo no município, além de acesso fácil de outras regiões) o terreno 1 se destaca por alguns motivos:

LOCALIZAÇÃO

Região HB, com distancia de 4 min (1,5 km) do Hospital de Base e cerca de 9 min (4,8 km)do centro da cidade;

Região HB, com distancia de 4 min (1,2 km) do Hospital de Base e cerca de 6 min (3 km) do centro da cidade;

• sua grande extensão permite diversidade e amplo programa de necessidades, possibilitando uma implantação mais horizontalizada com respeito a escala humana;

ACESSOS

Acesso pela R. Rio Juquiá ou pela Av. Anísio Haddad que conecta o lote ao centro da cidade através de sua extensão, a Av. Brg. Faria Lima;

Acesso pela R Dos Radialistas Rio-Pretenses ou pela Av José Munia, uma das mais importantes da cidade;

• a proximidade ao Hospital de Base permite atendimento rápido em caso de algum ferimento grave que pode ocorrer no estabelecimento por tentativa de suicídio ou acidentes;

ZONEAMENTO

ZONAS ESPECIAIS (10) Permite residências, atividades econômicas ou não com índice de aproveitamento de até 4 e taxa de ocupação a partir de 50%;

ZONAS PARA RECREAÇÃO (14) Permite edificação destinada a lazer e edificações de comércio com índices a serem definidos pelo GRAPROURB e CPDDS;

DIMENSÕES

120m x 200m, totalizando 24.000m² disponíveis para implantação do edifício;

TOPOGRAFIA

ENTORNO

Em declive, com inclinação de 3,5% (7 metros de diferença);

122m x 125m, totalizando 15.250m²;

Em declive, com inclinação de 11,2% (14 metros de diferença);

Localizado em bairro predominantemente residencial; possui diversos equipamentos públicos em suas proximidades como pontos de ônibus, clinicas e hospitais.

Localizado em bairro residencial porém com muitos serviços possui diversos equipamentos em seu entorno.

Tabela 3. Análise dos terrenos com potenciais para implantação do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

• o acesso ao centro ocorre com facilidade, assim como à outras áreas do município e cidades da região através das avenidas e rodovias de fácil acesso existentes no entorno;

• o terreno em esquina permite setorização de fluxos e acessos ao projeto;

• os índices urbanísticos permitem amplo aproveitamento do terreno que pode conter diversas áreas verdes como proposta biofílica e como solução para comtemplar a taxa de ocupação;

• não possui uma topografia que vá exigir grandes movimentações de terra devido a sua extensão, sendo uma opção mais sustentável e acessível;

• Possui acesso a diversos equipamentos públicos, iluminação, entre outros, uma vez que esta localizado próximo a um centro comercial – Rio Preto Shopping – que por sua influência e grande fluxo de pessoas e serviços já apresenta toda a infraestrutura necessária, podendo também ser usufruída pelos usuários do projeto.

Por esses motivos o terreno selecionado para a implantação do Núcleo de Apoio Psicológico voltado ao tratamento da depressão e transtornos ansiosos foi o número 1.

59

CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO

O terreno selecionado para implantação do Núcleo de Apoio Psicológico está localizado na macrorregião do HB no município de São José do Rio Preto. Situado na Av. Anísio Hadad esquina com R. Rio Juquiá - bairro Jardim Aclimação -,o lote proposto apresenta cerca de 24.000 m² com testadas de 120m x 200m (Imagem 56), porém sofrerá um e corte para melhor comportar o projeto Sua localização é extremamente estratégica, além de situar-se a menos 5min do principal hospital da região – o Hospital de Base (essencial para socorro imediato de pacientes em casos de atentado contra própria vida) – o local é próximo a avenidas que conectam todas as regiões da cidade, oferecendo também fácil acesso a rodovias, o que possibilita fluxos mais rápidos entre a cidade e municípios vizinhos

Figura 56. Mapa com informações gerais do terreno escolhido. Fonte: Elaborado peloautor, 2022.

Figura 57. Diagrama e cortes apresentando topografia do terreno e estudo climático. Fonte: Elaborado peloautor, 2022.

N
N N
S. J. RIOPRETO > MACROREGIÃOHB > JARDIMACLIMAÇÃO > TERRENO
60

Quanto a topografia o terreno apresenta pouca inclinação – apenas 3,5% - apesar de se situar em 7 curvas de nível (Figura 9), o que se explica pela grande distância apresentada entre as mesmas, resultando em uma suave declividade que será explorada na implantação do projeto, resultando menor movimentação de terra em função de aterros e cortes.

O local também possui grande massa arbórea dentro de seu perímetro que deve, se possível, ser incorporada ao projeto que possui como um dos principais conceitos a biofilia

Ademais, foi realizado um estudo bioclimático procurando explorar e amenizar características relacionadas a incidência solar e a ventilação do local . Concluiu-se portanto, analisando a Figura 57, que as fachadas que recebem maior insolação são a Norte (devido a inclinação do sol nessa região) e a Oeste que recebem o sol do meio-dia e o da tarde –respectivamente, portando alternativas projetuais que garantam conforto térmico ao edifício devem ser elaboradas Por outro lado, a predominância dos ventos ocorre no sentido sudeste, podendo variar ao longo do ano.

De acordo com a Lei 13.709 que dispõe sobre o Zoneamento de S. J. Rio Preto , o terreno se enquadra na Zona 10 , as denominadas Zonas Especiais, sendo essas caracterizadas pelo uso residencial, econômico e em casos especiais de interesse público (situação da proposta projetual), condição que recebe atenção específica a critério do GRAPROURB (Grupo de Análise de Projetos Urbanísticos) e do CPDDS (Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável) para que o projeto cumpra sua função com excelência, oferecendo poucos impactos negativos a vizinhança e, que para tal, apresenta parâmetros específicas.

DIMENSÕES MÍNIMAS

• Testada: 12 m

• Área: 360 m²

• Recuo Frontal: 5m (com no mínimo 50% sendo permeável)

• Altura: 7,5m ou conforme cálculo da CINDACTA e COMAER

• Recuo Lateral: 2m (divisa com via e com lotes)

• Recuo de Fundo: 2 m (divisa com lote )

ÍNDICE DE APROVEITAMENTO: 4

É um número que multiplicado pela área do terreno , indica a área máxima permitida a ser construída .

I.A.= 4 (OU SEJA, 4 X ÁREA TERRENO)

TAXA DE OCUPAÇÃO: 50%

Indica a área de projeção máxima da construção em relação a área do terreno .

T.O.= 50 % (OU SEJA, ÁREA TERRENO x 0,50)

Figura 59. Diagramas com taxas da lei de zoneamento. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

Figura 58. Esquina do terreno entre Av. Anísio Hadad (á direita) e R. Rio Juquiá (á esquerda). Fonte: Street View, Google Earth, 2022 Figura 60. Fachada Leste localizada na Av. Anísio Hadad. Fonte: Street View, Google Earth, 2022.
61

Legenda

TERRENO RESIDENCIAL SERVIÇO

INSTITUCIONAL COMÉRCIO

LOTES VAZIOS EDIFÍCIOS SEM USO ÁREA VERDE

Legenda

Térreo

Ao analisar os mapas de Uso do Solo e Gabarito de altura – ambos com raio de 500m – conclui-se que a área de inserção do projeto apresenta uma grande quantidade de edificações, sendo essas predominantemente residenciais e com um a dois pavimentos. Apesar disso, nota-se uma diversidade nos tipos de edifícios como escolas e uma faculdade, um dos maiores shoppings da cidade – o Rio Preto Shopping –, um grande eixo comercial na Av. Anísio Hadad – que apresenta grande fluxo de pessoas - e grandes áreas verdes que influenciarão no conforto ambiental do projeto. Ademais, constata-se que o bairro possui pouquíssimos edifícios altos, favorecendo a privacidade de construções menores e a proximidade do usuário com a escala humana, sendo essa uma das propostas projetuais.

ENTORNO
DIAGNÓSTICOS DO
N
2 pavimentos 3 pavimentos 5 ou mais pavimentos 4 pavimentos TERRENO
N 62 0 60 240m 0 60 240m

Legenda TERRENO

PARADAS DE ÔNIBUS N

LINHA 301 – Débora Cristina

LINHA 703 - INTERBAIRROS ZONA NORTE > ZONA SUL LINHA 309 – SHOPPING RIO PRETO

PERÍMETRO DE S. J. RIO PRETO

S. J. RIO PRETO

0 3 12Km

MIRASSOL GUAPIAÇU BADY BASSIT CEDRAL Ipiguá Legenda

PERCURSO ATÉ BADY BASSIT (10 MIN)

PERCURSO ATÉ CEDRAL (21 MIN)

PERCURSO ATÉ MIRASSOL (18 MIN)

PERCURSO ATÉ GUAPIAÇU (25 MIN)

PERCURSO ATÉ IPIGUÁ (38 MIN)

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N
0 60 240m
Existem quatro paradas de ônibus nas imediações, sendo uma delas localizada em frente ao terreno, possibilitando acesso fácil a população que conta com três linhas que conectam a região ao terminal urbano. Além do mais, por estar próxima a três vias arteriais que se conectam a rodovias, o acesso a outras regiões do município e a cidades vizinhas (caso essas necessitem de apoio) se apresenta fácil e consideravelmente rápido, indicando que o local poderá ser acessado facilmente por todos
TERRENO E RAIO 500M RODOVIAS
VIAS ARTERIAIS (PRÓXIMAS AO LOCAL)

Para o mapa de Equipamentos

Urbanos considerou-se um raio de 1000m para análise a fim abranger uma área maior Nota-se, ao observalo, que a região conta com diversos tipos de equipamentos urbanos como: diversos prédios institucionais como escolas e faculdades, dois grandes centros comerciais – um sendo o Complexo Georgina e o outro o Rio Preto Shopping, duas grandes praças, áreas de lazer como um estádio de futebol e um parque aquático (SESC Rio Preto) , algumas instituições que cuidam de pessoas em situações de fragilidade – idosos, portadores de câncer, cegos –, além espaços de saúde (como clínicas privadas), alguns templos religiosos, supermercado e bancos. Tamanha quantidade e diversidade de equipamentos mostra como a região é bem equipada, facilitando o acesso das pessoas da vizinhança, diminuindo grandes deslocamentos portanto, apresentando certa comodidade.

Legenda

Parques

Centros comerciais e de serviço

Instituições de Ensino

Bancos

SUPERMERCADO

ESPAÇOS DE LAZER

Instituições Templos religiosos

DE
64 0 71 284m
ESPAÇOS
SAÚDE

CONCEITO E PARTIDO

CROQUIS DE EVOLUÇÃO PROGRAMA DE NECESSIDADES

ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

ESTE CAPÍTULO APRESENTARÁ AS CONCEPÇÕES INICIAIS ACERCA DO PROJETO, TAIS COMO PROPOSTA CONCEITUAL, DEFINIÇÃO DE FLUXOS E AMBIENTES E TÉCNICAS QUE PROPORCIONEM CONFORTO AMBIENTAL A CONSTRUÇÃO, TUDO EMBASADO NOS ESTUDOS ACERCA DA NEUROARQUITETURA, HUMANIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO

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CONCEITO PARTIDO

A proposta do Núcleo de Apoio Psicológico para tratamento de depressão e transtornos ansiosos é baseada principalmente na humanização dos espaços e em conceitos biofílicos, objetivando locais de cura que se assemelhem aos ambientes domiciliares, transmitindo sensações de acolhimento, calma e segurança aos pacientes, propiciando redução no tempo de tratamento que se torna tranquilo, não demandando grandes quantidades de medicação.

Ainda, o Núcleo preconiza a coletividade e interação entre usuários e funcionários porém sem abdicar da autonomia e individualidade do ser humano, promovendo o interesse por atividades físicas e complementares que estimulam curiosidade e disposição, diferindo-se dos antigos hospitais psiquiátricos que segregavam e puniam seus pacientes . Também privilegia -se a implantação de infraestrutura especializada, visando espaços funcionais que cumpram com suas atribuições perante o projeto

O projeto portanto, busca incorporar quatro conceitos básicos:

• Contato com a natureza;

• Humanização;

• Sensação de acolhimento e pertencimento;

• Estímulo de relações interpessoais e atividades.

CONTATO COM A NATUREZA

USO DE JARDINS, ABERTURAS PARA ÁREA EXTERNA, PERMEABILIDADE VISUAL, amplo uso da iluminação natural;

O projeto contará com dois tipos de uso: de pacientes que permanecerão no local apenas por meio período e os que necessitam de hospedagem para usufruir de maneira integral dos espaços de cura. Atentando -se a isso, o projeto será setorizado em dois volumes visando privacidade dos ambientes de tratamento e dormitórios além da integração entre áreas comuns. O pavimento térreo comportará o setor de serviços gerais e atividades complementares visando controlar o acesso as áreas mais privativas que se apresentarão no primeiro pavimento do edifico, acomodando os consultórios de tratamento e dormitórios . Essa divisão também permite maior isolamento de ruídos devido a diferença entre pavimentos, portanto tal característica aliada as tecnologias e materiais adequados fornecerá ao

HUMANIZAÇÃO

Respeito a escala humana, referencias a elementos residenciais;

ACOLHIMENTO

Relações interpessoais

Ambientes dinâmicos e flexíveis

Figura 61. Diagrama com relação entre conceito e soluções adotadas no partido Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

projeto o conforto acústico pertinente a cada ambiente.

Procurando possibilitar o maior contato com elementos naturais, o programa será desenvolvido em torno de um grande pátio central que contará com um jardim terapêutico, proporcionando contato direto com

66
PROPOSTA CONCEITUAL

a natureza. Ademais, para ocorrer interação entre ambiente externo e interno serão utilizadas grandes aberturas aliadas a materiais que permitam a permeabilidade visual de determinados ambientes em relação ao pátio central, como uso do vidro e de elementos vazados que além de tudo garantirão de forma passiva o conforto ambiental dos espaços através de tecnologias que permitam a incidência de iluminação e ventilação natural .

Intencionando gerar ambientes agradáveis e estimulantes, técnicas de humanização serão aplicadas aos espaços tais como o respeito a escala humana e a inserção de mobiliários e elementos que remetam aos ambientes residenciais. Ademais, o uso de materiais naturais (madeira, pedra) e cores serão amplamente explorados como revestimentos e em mobiliários, respectivamente . Para o tratamento dos transtornos mencionados optou-se por uma paleta de cores predominantemente neutra em tons de verde e laranja aliados a outras cores como azul turquesa e o amarelo, remetendo a elementos naturais como o verde das plantas e o azul do céu, porém, além disso, outras cores vivas como roxo e o rosa serão inseridos em pequenos detalhes do projeto, agregando sensações variadas aos espaços. Ainda, as escolhas de implantação das cores não será randômica e sim de acordo com as atividades exercidas nos ambientes.

HARMONIA, RELAXANTE ACONCHEGO, ESTIMULANTE Espiritualidade

Por fim, aliadas ao uso das cores corretas propõese o uso de mobiliários flexíveis em ambientes de uso comum que permitam a autonomia e interação interpessoal, promovendo ambientes dinâmicos e integrados

A topografia do terreno escolhido será assimilada á implantação do projeto visando um edifício integrado ao seu entorno, aproveitando -se do desnível identificado no local.

Figura 63. Diagrama com evolução volumétrica do projeto e sua proposta inicial Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

67
ACALMA
PAZ, PUREZA
ALEGRIA,OTIMISMO
ACONCHEGO, ESTIMULANTE
HARMONIA, RELAXANTE
Figura 62. Diagrama com relação hierárquica da principal paleta de cores proposta ao projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

CROQUIS DE EVOLUÇÃO

AV. ANÍSIO HADDAD

Figura 64. Croqui inicial da implantação e térreo do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

Figuras 66 e 67. Croqui jardim central | terapêutico com desníveis. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

Figura 65. Croqui inicial da 1º pavimento Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

Figura 68. Croqui inicial da fachada p/ estudo de volumes e elementos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

68

NECESSIDADES

Para elaboração dos setores e fluxos foram levadas em consideração as disposições anteriormente acerca da neuroarquitetura humanização dos espaços de cura, as análises estudos de caso e as especificações contidas Resolução Nº 50 (RDC 50) que discorre necessidades, dimensões e tipos de estabelecimentos assistenciais a saúde (EAS). Ademais, a fim de desenvolver ambientes profundamente confortáveis e acolhedores setorização funcional, algumas recomendações complementares apresentadas por profissionais foram consideradas.

Segundo a RDC 50, inicialmente deve-se definir os tipos de atividades exercidas nos ambientes para somente então identificar as especificações vinculadas aos espaços propostos . O projeto proposto contará com espaços que atendem múltiplas demandas: espaços de atendimento e tratamentos, áreas comuns que promovam interação entre os indivíduos, salas complementares

SUB-

oferecendo exercícios e atividades que influam bem-estar aos usuários, além de ambientes de apoio e serviço. Ainda, para a criação do programa de necessidades, foram considerados dois públicos: pacientes submetidos apenas aos tratamentos, com uso das áreas comuns e dos espaços complementares, portanto permanecendo apenas meio período no local e outros com necessidade de maiores cuidados, precisando de hospedagem por um curto período de tempo para usufruir dos espaços de maneira mais constante.

O programa prevê uma estimativa de aproximadamente 320 usuários fixos (público alvo e funcionários) por dia, uma vez que como visto anteriormente, apenas 57% de 5.904 solicitações de atendimento em CAPS Adulto foram beneficiadas, apresentando carência no amparo de 2 535 pessoas no ano de 2021 (Secretaria De Saúde De São José Do Rio Preto, 2021 Tal estimativa prevê também possíveis usuários que viriam de outros municípios para uso no complexo.

SETOR AMBIENTE ATIVIDADES EQUIPAMENTOS

OBS. N° DE PESSOAS ÁREA MÍN. (m²) QUANT. TOTAL (m²)

Consultório psiquiátrico Avaliação e atendimento; Mesa, poltronas, computador, impressora, estante; - 2 12,00 2 24,00

Consultório psicoterapêutico (Individual) Avaliação e atendimento; Mesa, poltronas, computador, impressora, estante;

Com banheiro particular; distância entre poltronas : 1,20 a 1,30m 2 12,00 (+ 4m² banheiro) 3 48,00

Consultório psicoterapêutico (grupo) Avaliação e atendimento em grupo; Mesa de apoio, poltronas; Com banheiro particular; mobiliário dinâmico; 13 25,00 (0,8m² / pessoa + circulação) 1 25,00

Consultório nutricional Avaliação e atendimento; Mesa, poltronas, computador, impressora, estante; - 2 11,00 1 11,00

Sala Acupuntura Avaliação e atendimento; Poltrona, maca, pia, armário, mesa apoio; - 2 9,00 2 18,00

Sala Hipnoterapia Avaliação e atendimento; Mesa, poltronas, sofá, mesa apoio, armário; - 2 9,00 2 18,00

Sala Massoterapia Avaliação e atendimento; Poltrona, armário, maca, biombo, mesa apoio, pia; - 2 11,00 2 22,00

Arte Terapia Orientações, pintura, escrita; Mesas, cadeiras, bancada, telas, tintas, armários, pia; - 10 26,00 1 26,00

Sala Yoga| Meditação Relaxamento, meditação, exercícios; Tapetes de yoga, mesa apoio, sapateira, espelhos; (2,00m / pessoa e 50cm entre pessoas) 8 32,00 1 32,00

Armazenagem Armazenar medicamentos; Prateleiras; - - 22,00 1 22,00

Distribuição Entregar remédios aos usuários; Mesas, cadeiras, computadores, impressora; - 2 10,00 1 10,00

Dispensação Organizar medicamentos para entregar aos demais ambientes; Carrinhos, mesa, cadeira; - - 7,00 1 7,00

Recepção e inspeção Receber medicamentos e limpa-los; Bancada, pia, armários; - - 7,00 1 7,00 TOTAL + 30% (CIRCULAÇÃO

ATENDIMENTOS
TRATAMENTOS | TERAPIAS
FÁRMACIA
E ALVENARIA) 351,00 PROGRAMA DE
69

SETOR AMBIENTE

Suíte Individual

Suíte Dupla

Suíte Acessível

Dormitório Plantonistas

EQUIPAMENTOS OBS. N° DE PESSOAS ÁREA MÍN. (m²) QUANT. TOTAL (m²)

Dormir, descansar, trocar de roupa, tomar banho; Cama, armário, mesas de apoio, poltrona, lavatório, chuveiro, bacia Incluem sacada individual; 1 24,00 3 72,00

Dormir, descansar, trocar de roupa, tomar banho; Camas, armário, mesas de apoio, poltronas, lavatório, chuveiro, bacia

Divididos em masc. e fem.; Incluem sacada individual; 2 28,50 7 199,50

Dormir, descansar, trocar de roupa, tomar banho; Camas, armário, mesas de apoio, poltronas, lavatório, chuveiro, bacia Incluem sacada individual; 2 29,00 2 58,00

Dormir, descansar, trocar de roupa, tomar banho; Camas, armário, mesas de apoio, poltronas; - 3 26,00 1 26,00

Sanitário Plantonistas -

Lavatório, chuveiro, bacia; Exclusivo do dormitório; - 4,50 1 4,50 Enfermagem Cuidados, curativos, prescrições médicas; Maca, mesa, poltronas, computador, armários, carrinhos, pia; - 2 20,00 1 20,00

Armazenamento de Medicamentos Armazenar medicamentos, bandagens, curativos, etc..; Estantes, prateleiras; - - 3,25 1 3,25

Copa Refeições, lanches; Pia, geladeira, micro-ondas, fogão, mesa, cadeiras; - 3 9,00 1 9,00

DML Armazenar materiais de limpeza Estantes, pia; - - 3,50 1 3,50 Depósito Geral Armazenar materiais; Estantes, prateleiras; - - 3,50 1 3,50

TOTAL + 30% (CIRCULAÇÃO E ALVENARIA) 519,03

SUBSETOR AMBIENTE ATIVIDADES EQUIPAMENTOS OBS. N° DE PESSOAS ÁREA MÍN. (m²) QUANT. TOTAL (m²)

Sala de Dança Prática de danças junto a professor;

Sala de Música Manipulação de instrumentos; tocar instrumentos; ouvir músicas;

Sala para exercícios / Academia

Praticar atividades físicas como exercícios aeróbicos, funcionais, musculação;

Barras de dança, espelho, caixas de som, mesas de apoio, armário, computador, cadeira, bebedouro;

Deve possuir piso flutuante com amortecedores de impacto; 10 40,00 1 40,00

Mesas, cadeiras, caixas de som, microfones, instrumentos musicais, televisão, computador, bebedouro; - 14 35,00 1 35,00

Aparelhos de academia, colchonetes, pesos, bancos, mesa, cadeira, bebedouro;

Deve possuir piso antiderrapante; 20 60,00 1 60,00

Sala de Leitura Espaço para leitura de livros e estudo; Estantes, livros, computadores, mesas, poltronas, pufes, cadeiras; - 14 50,00 1 50,00

água, diversidade de plantas, bancos, pufes, balanço;

Deve apresentar vias largas com piso drenante antiderrapante; - 350,00 1 350,00

Bancos, postes de iluminação, - - 350,00 1 350,00

Poltronas, sofá, mesas de apoio; - - 155,00 1 155,00 Mesas, cadeiras, pufes, armário, computador,; - 18 120,00 1 120,00

Sofá, pufes, tapete, caixas de som, projetor de vídeo, estante de apoio, - 20 65,00 1 65,00

TOTAL + 30% (CIRCULAÇÃO E ALVENARIA) 682,50

TOTAL DESCOBERTO 700,00

ÁREAS COMUNS
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
PRIVADO
SUB- ATIVIDADES
HOSPEDAGEM
APOIO
70

SUBSETOR AMBIENTE ATIVIDADES EQUIPAMENTOS

Hall Recepcionar, aguardar, acesso; Poltronas, balcão, mesa de

Sala da Direção Administração, gerenciamento; Mesas, cadeiras, impressora,

Sala de Reuniões Reuniões; (2m² /pessoa + circulação)

Sala Administrativa Apoio a direção, atividades burocráticas; Mesas, cadeiras, impressoras, armários; - 5 58,00 1 58,00

Arquivo Administrativo Armazenar documentos do estabelecimento e funcionários; Armários/Arquivos; - - 7,50 1 7,50

Arquivo geral de pacientes Armazenar informações dos usuários/pacientes; Armários/Arquivos; - - 7,00 1 7,00

Tesouraria Administração orçamentária, financeira, contábil e faturamento Mesa, cadeira, impressora, armário; - 1 5,50 1 5,50

Sala de Funcionários / Copa Descanso, refeições; Mesa, cadeiras, sofá, geladeira, pia, micro-ondas, fogão, bebedouro; - 8 45,00 1 45,00

Vestiários/SanitáriosBacias sanitária, pias, chuveiros, armários, bancos; Incluso equipamentos p/ deficientes; 3 bacias, 3 pias, 1 chuveiro; 20,00 2 40,00

Almoxarifado Armazenar materiais Estantes; - - 6,00 1 6,00 DML Armazenar materiais de limpeza Estantes, pia; - - 5,50 1 5,50

Posto de Informações/ Guarda Pertences Tirar dúvidas, encaminhar aos setores, guardar pertences; Balcão, cadeira, computador, impressora, armários; - 2 23,00 1 23,00

Segurança Monitoramento; Bancada, cadeiras, televisores, computadores; - 2 7,50 1 7,50

Recepção Recepcionar, direcionar aos ambientes, agendamento; Balcão, cadeira, computador, impressora; - 3 12,00 1 12,00

Recepção e Espera Consultórios Recepcionar, direcionar ao atendimento; Balcão, cadeira, computador, impressora; - 8 25,00 1 25,00

Espera Aguardar os atendimentos; Poltronas, mesas de apoio, bebedouro; - 25 70,00 1 70,00

TOTAL + 30% (CIRCULAÇÃO E ALVENARIA) 470,60

SUBSETOR

REFEIÇÕES

AMBIENTE ATIVIDADES

EQUIPAMENTOS

OBS. N° DE PESSOAS ÁREA MÍN. (m²) QUANT. TOTAL (m²)

Refeitório Pacientes Comer, interagir; Mesas, cadeiras, bebedouros; - 50 145,00 1 145,00

Refeitório Visitantes Comer, interagir; Mesas, cadeiras, bebedouros, tv, maquina de snacks, lixos seletivos; - 20 65,00 1 65,00

Lanchonete Vender alimentos, estocar alimentos; Balcão, mesa, cadeira, freezers, caixa registradora, estufa, estantes; -30,00 (1,50m² /pessoa) 1 30,00

Depósito Armazenamento geral; Estantes; - - 3,50 1 3,50

DML Armazenamento de materiais de limpeza; Estantes, pia; - - 3,50 1 3,50

ADMINISTRATIVO
ADMINISTRAÇÃO
RECEPÇÃO | HALL
ALIMENTAÇÃO
71

Area de Cocção Cozinhar alimentos; Fogões, fornos, chapas, mesa de apoio, bancadas, pia; - 4 22,50 (0,45m² por refeição) 1 22,50

Área de Preparo Preparo de alimentos; Pia, bancadas, liquidificador, batedeira, etc..; - 4 22,50 (0,45m² por refeição) 1 22,50

Área de Empratamento Montar refeições; Bancadas, pratos, copos, bandejas, talheres, guardanapos; - 3 14,00 1 14,00 Recebimento/ Limpeza de Alimentos

Recepção de alimentos, higienização, encaminhamento a despensa; Bancadas, pias, estantes; -22,50 (0,45m² por refeição) 1 22,50

Despensa

Limpeza de pratos e utensílios

Armazenamento de alimentos, utensílios, bandejas;

Prateleiras; -22,50 (0,45m² por refeição) 1 22,50 Câmara Fria

Armazenamento de alimentos que necessitam de refrigeração; Prateleiras; - - 16,00 1 16,00

Higienização de pratos, talheres, copos, panelas, etc..; Pias, secadoras, bancadas, estantes com prateleiras; - - 12,00 1 12,00

DML Armazenar materiais de limpeza Estantes, pia; - - 4,50 1 4,50 Lixo Depósito dos resíduos sólidos; Cestos de lixo; - - 4,50 1 4,50 TOTAL + 30% (CIRCULAÇÃO E ALVENARIA) 504,40

Admissão roupa suja Separação de roupas sujas; Bancadas, cestos para roupa; - 2 18,00 1 18,00

Lavagem de roupas Lavar, centrifugar, secar, passar, separar e dobrar roupas; Maquinas de lavar, secadoras, ferro de passar, bancadas, cadeiras, estantes, cabides, pia; - 4 18,00 1 18,00

Costura Reparo de roupas; Mesa, cadeira, máquina de costura; - 1 5,40 1 5,40

Depósito de roupa limpa (Rouparia) Armazenar e distribuir roupas lavadas; Carrinhos de roupa limpa, armários; - - 4,50 1 4,50

Depósito de roupa suja Armazenar roupas a serem lavadas; Carrinhos de roupa suja; - - 4,50 1 4,50

DML Armazenar materiais de limpeza e lavagem das roupas; Estantes, pia; - - 3,50 1 3,50

Depósito Geral Armazenar materiais; Estantes; - - 5,00 2 10,00 Depósito Salas Complementares Armazenar materiais das salas complementares; Estantes; - - 5,00 1 5,00

Banheiro geral - Sanitários, pias; - 5 bacias, 5 pias, 26,00 4 104,00 Banheiro/Vestiário Salas de ExercícioSanitários, pias, chuveiros, armários, bancos;8 bacias, 8 pias, 4 duchas; 20,00 2 40,00

DML Geral Armazenar materiais de limpeza; Estantes, pia; - - 3,50 2 7,00

Guarita Controle entrada/saída de automóveis no estacionamento; Mesa, cadeira, computador, impressora, bebedouro, pia, sanitário; - 1 9,25 2 18,50

Vagas para automóveis; 2% p.c.d. e 5% idosos; 50 vagas 12,50 /vaga + vias de circulação 1 812,50

Vagas para automóveis; 5% p.c.d; 29 vagas 12,50 /vaga + vias de circulação 1 471,25

ALIMENTAÇÃO COZINHA
SERVIÇOS | APOIO
OBS. N°
ÁREA
(m²) QUANT. TOTAL
LAVANDERIA
SUBSETOR AMBIENTE ATIVIDADES EQUIPAMENTOS
DE PESSOAS
MÍN.
(m²)
APOIO
72

SERVIÇOS | APOIO ÁREATÉCNICA

Gerador Abrigar gerador de energia; Geradores de energia; - - 16,00 1 16,00 Resíduos Abrigar resíduos em geral; Cestos; - - 6,00 1 6,00

Abrigo de lixo Descarte de lixo; Cestos seletivos; - - 6,00 1 6,00

Carga e Descarga Receber e despachar materiais; Espaço p/ manobra de caminhão. - - 100,00 1 100,00

TOTAL + 30% (CIRCULAÇÃO E ALVENARIA) 338,52

TOTAL DESCOBERTO 1389,75

POPULAÇÃO FIXA ESTIMADA 318 ÁREA COBERTA ESTIMADA (m²) 2866,05

ÁREA DESCOBERTA ESTIMADA (m²) 2089,75

ESTIMATIVA DA ÁREA GERAL (m²) 4955,80

Tabela 4. Programa de necessidades e pré-dimensionamento proposto para o projeto do Núcleo de Apoio Psicológico. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

-se o Código de Obras de São parâmetros para essa estimativa Ilustrado (Tabela 5) o número de usuários do edifício, assim a partir resultados:

USOS DESCRIÇÃO PROPORÇÃO

4. Serviço pessoal ou profissional Escritórios, serviços públicos administrativos e consultórios e clínicas; 1:20

8. Serviço de saúde

Unidade de internação; 1 com chuveiro, para cada 2 unidades Demais áreas descontadas deste cálculo, as áreas das unidades de internação. 1:20

Tabela 5. Número mínimo de instalações sanitárias. Fonte: COE SP, 2017.Adaptado pelo autor, 2022.

Funcionários (excluídos os que possuem banheiros particulares em suas salas/ consultórios e população de espaços de uso rotativo)

1 san. 1 cuba p/ 20 pessoas População (P.N.): 52

MEMÓRIA DE CALCULO

VAGAS P/ VEÍCULOS

Segundo o Art 82 da Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo de São José do Rio Preto, todo estabelecimento com atividades econômicas, seja ele público ou privado, deve apresentar áreas de estacionamento para veículos seguindo as seguintes proporções:

– Prédios de escritórios, clínicas, comércio em geral: 1 (uma) vaga para cada 60,00m² (sessenta metros quadrados) de área construída, respeitando o mínimo de 1 (uma) vaga por sala ou unidade, podendo ser de utilização rotativa;

VI – Estabelecimentos hospitalares: ½ (meia) vaga por alojamento, acrescido a esse cálculo 1 (uma) vaga para cada 25 00m² (vinte e cinco metros quadrados) de área de recepção;

XI – Teatros, cinemas e similares: 1 (uma) vaga cada 25 00m² (vinte e cinco metros quadrados) de área construída, podendo ser de utilização rotativa;

Assim, chegou-se aos seguintes resultados:

Vagas p/ funcionários Mínimo de vagas totais = 24 vagas, sendo 5% para deficientes ADOTADO = 29 vagas sendo 27 comuns e 3 p.c.d.

5M

Vagas p/ usuários Mínimo de vagas totais = 49 vagas sendo 10% p.c.d (uma a cada 11 comuns, totalizando 5 vagas) e 5% idosos (3 vagas).

VAGA

Figura 69. Perspectiva artística Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

73
2,5M
MÓDULO DIMENSIONAL

ACESSO PÚBLICO

ACESSO CONTROLADO

Jardim Terapêutico Jardim Central

Recepção Espera

Banheiro | Vestiário Salas De Exercício Refeitório Visitantes

Sala de Dança Sala de Música Academia Sala de Leitura

Area de Estar Sala de Jogos Sala de TV

Consultórios Sala de Acupuntura Sala Hipnoterapia Sala Massoterapia Arte Terapia Meditação | Yoga

Suíte Individual Suíte Dupla Suíte Acessível

Enfermagem Estacionamento Refeitório Pacientes

Armazenagem Distribuição Dispensação Recepção e inspeção

Direção Sala de Reuniões Sala Administrativa Arquivo Adm. Arquivo Geral Pacientes Tesouraria Sala Funcionários | Copa Vestiário Funcionários Almoxarifado DML

Posto de Informações | Guarda Pertences Segurança

Dormitório Plantonistas Sanitários Plantonistas Depósito Medicamentos Copa DML Depósito Geral Lanchonete Depósito DML

ACESSO RESTRITO

Área de Cocção Área de Preparo Área de Empratamento Recebimento | Limpeza de Alimentos Despensa Câmara Fria Limpeza Pratos e Utensílios DML Lixo

Admissão Roupa Suja Lavagem de Roupas Costura Depósito Roupa Limpa

Legenda

SETOR

ATENDIMENTOS ADMINISTRATIVO ALIMENTAÇÃO SERVIÇOS | APOIO

uso 74

Visitantes e USUÁRIOS

USUÁRIOS E FUNCIONÁRIOS

APENAS FUNCIONÁRIOS

ORGANOGRAMA
PRIVADO ÁREAS COMUNS

Depósito

Sala de Música Academia

Posto de Informações (Hall)

Sala de Dança

Arte Terapia

Consultórios Salas Acupuntura Salas Hipnoterapia CIRCULAÇÃO

Depósito Sanitários | Vestiário Yoga | Meditação

Segurança DML Geral Depósito Geral

Jardim Terapêutico CIRCULAÇÃO Área de Estar CIRCULAÇÃO VERTICAL

USUÁRIOS

Estacionamento USUÁRIOS

Jardim Central

DML SERVIÇO

Guarita

Recebimento e Higienização

Farmácia

Recepção Espera Átrio

Abrigo de Lixo Banheiro geral

MEZANINO

SERVIÇOS

Refeitório Pacientes CIRCULAÇÃO Enfermagem Depósito Geral DML Geral

Sala de Leitura Armazenamento Medicamentos ACESSO DE PEDESTRES USO RESTRITO A FUNCIONÁRIOS | PRESTADORES DE SERVIÇO

SETOR

PRIVADO ÁREAS COMUNS

Despensa Câmara Fria Área de Estar

Lixo Cozinha Limpeza Pratos

Resíduos

DML

Gerador

Vagas funcionários

Carga e Descarga Guarita

Admissão Roupa Suja | Depósito Roupa Suja

Lavanderia | Costura Rouparia CIRCULAÇÃO CIRCULAÇÃO

Refeitório Visitantes DML Banheiro geral

SERVIÇO

Sala Funcionários | Copa

ATENDIMENTOS ADMINISTRATIVO ALIMENTAÇÃO SERVIÇOS | APOIO

ACESSOS e Usos CONTROLE DE ACESSO

ACESSO DE VEÍCULOS

Sala Administrativa

Tesouraria

Sala de Jogos Sala de TV Hall Direção Arq. Administrativo Arq. Pacientes

Vestiários | Sanitários Almoxarifado DML

Sala de Reuniões

Lanchonete
75

ZONEAMENTO DE FUNÇÕES

Figura setorização de ambientes Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

ADMINISTRATIVO

Recepção Espera Sanitários Administração Sala Funcionários | Copa Vestiário Funcionários Posto de Informações | Guarda Pertences Segurança

ATENDIMENTOS

Consultórios Sala de Acupuntura Sala Hipnoterapia Sala Massoterapia Arte Terapia Meditação | Yoga

ALIMENTAÇÃO

Refeitórios Lanchonete Depósito e DML Cozinha Despensa Câmara Fria Limpeza Pratos e Utensílios Lixo

APOIO | SERVIÇO

Depósitos DML Geral Guarita Gerador Resíduos Abrigo de Lixo Carga e Descarga

PRIVADO

Suíte Individual Suíte Dupla Suíte Acessível Enfermagem

ÁREAS COMUNS

Jardim Terapêutico Jardim Central Sala de Dança Sala de Música Academia Sala de Leitura Area de Estar Sala de Jogos Sala de TV

SETORES
76
Legenda ACESSO AO JARDIM acessos ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO USUÁRIOS ESCADA ACESSO SERVIÇO | CARGA E DESCARGA
77
Figura 71. Perspectiva fachada principal com insolação as 17h . Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

IMPLANTAÇÃO E

TOPOGRAFIA PAISAGISMO

PISOS E MOBILIÁRIO ILUMINAÇÃO

PLANTAS BAIXAS CORTES ELEVAÇÕES SISTEMA ESTRUTURAL TECNOLOGIAS E MATERIALIDADES

DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS

ESSE CAPÍTULO APRESENTA A PROPOSTA PROJETUAL

FINAL DO NÚCLEO DE APOIO PSICOLÓGICO, TRAZENDO

TODOS OS DESENHOS NECESSÁRIOS PARA A COMPREENSÃO DO PROJETO

79
80 IMPLANTAÇÃOEsc.: 1:550 1 1 2 2 2 2 2 3 4 5 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 CARGAEDESCARGA-MANOBRA 12 ESTACIONAMENTODEFUNCIONÁRIOS 13 PROJEÇÃOCAIXADERETENÇÃO 14 ESTACIONAMENTODEUSUÁRIOS 15 TABELADEÁREAS (Zona1especiais-10) Area do Lote 15.485 m² Área Total Construída 3.005 m² (sem beirais) C.A. (4 = até 61940m²) Atingido = 0,194 T.O. (Até 50%) Atingido = 2.281,32m² (14,75%) Área Permeável 12.664 m² (81,80%) Área Permeável Recuo Frontal 446,14 m² (73,80%) Em
0 1 5 10 25m Tabela 6. Áreas do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.
atendimento a NBR referente a acessibilidade, foram implantadas rampas de acesso aos platôs que respeitam o percentual máximo de 8,33% impostos pela norma, e essas, quando excedem a inclinação de 5%, apresentam corrimão com duas alturas (90cm e 72cm) suas laterais NOTA

Devido a pouca inclinação do terreno em que foi implantado, um dos maiores desafios na proposta do Núcleo de Apoio Psicológico foi a elaboração de uma implantação interessante que complementasse o volume do prédio de maneira harmoniosa e acima de tudo funcional, uma vez que apesar de ser extremamente positiva a pouca inclinação no que se refere a acessos e definição de patamares, tal característica também se apresenta negativa na esfera volumétrica, pois não propicia grandes diferenças de volumes nos patamares

Conseguinte, visando aproveitar essa característica, foi escolhido o nível 551,25 para implantação do platô da edificação, visando acesso fácil por ambas as ruas com que o terreno faz divisa. A entrada principal ocorre pela Av. Anísio Haddad através de um bolsão de paradas rápidas, onde os pedestres, através de rampa e escada, acessam o edifício Ademais, na mesma avenida se situa a guarita com entrada para o estacionamento de funcionários, que se conecta as entradas administrativas e de carga e descarga diretamente.

O estacionamento de usuários, assim como o de funcionários, tem entrada controlada e está situado em um nível abaixo ao da edificação, tal escolha se deu para que as áreas ficassem ocultas quando observadas da fachada principal e, ainda assim, oferecessem passagens acessíveis ao platô da edificação.

Ainda, objetivando complementar a composição arquitetônica do edifício de maneira harmoniosa, foram definidos caminhos sinuosos que contrastam com as linhas retas da edificação, que conta com um paisagismo voltado para a cura dos pacientes. Para isso, foi implantado um jardim terapêutico no centro dos volumes edificados, se beneficiando de desníveis e diferenças de altura para implantação de áreas de convívio e bem estar, gerando uma implantação interessante.

DE FLUXOS

Legenda

ACESSOS

ACESSODEVEÍCULOSUSUÁRIOS

ACESSODEVEÍCULOSSERVIÇO

ACESSOUSUÁRIOSAOJARDIMCENTRAL SAÍDADERESÍDUOS ACESSOSERVIÇO|APOIO

ACESSOPEDESTRES-USUÁRIOS

ACESSOCARGAEDESCARGA

ACESSOADM SAÍDASDEEMERGÊNCIA

FLUXOS CAMINHOS

VEÍCULOSUSUÁRIOS

VEÍCULOSFUNCIONÁRIOS PEDESTRESUSUÁRIOS PEDESTRESADM PEDESTRESSERVIÇO

81 ANÁLISE
0 1 5 10 25m

SEM ESCALA

SITUAÇÃO

desnível, foram propostos muros de arrimo nessa área do jardim para criar volumes diferentes que possibilitam quedas no espelho d’água e bancos escalonados de acordo com o perfil natural .

O restante da implantação – exceto pequenos platôs implantados pelo lote para a criação de ambientes de estar, – aproveitará a pouca inclinação oferecendo caminhos e espaços que incorporam o perfil natural do terreno, implantando rampas quando necessária adequação que garanta acessibilidade ao local .

Analisando a topografia oferecida pelo terreno nota-se que o mesmo possui pouca declividade por apresentar apenas algumas curvas de nível dentro de seu longo perímetro . Portanto, optouse pelo aproveitamento de tal condição que permite a implantação da edificação em um único platô, patamarizado no nível 551,25 que permite fácil acesso da rua através de rampas com pouca inclinação além de apresentar taludes pequenos que não necessitam de grandes movimentações de terra.

A locação dos estacionamentos e área de carga e descarga se fez nos níveis mais baixos do lote procurando distinguir fluxos de veículos dos de pedestres. Para isso, o estacionamento voltado a usuários será implantado no nível 550,25 , apresentando pequenos cortes e aterros além de fácil acesso ao platô principal através de rampas O mesmo acontece no estacionamento de funcionários que também possui área para carga e descarga, este porém será locado no nível 550,05 o que permitirá um desnível favorável de 1,20m na doca para recebimento de mercadorias (com esse objetivo, tal trecho contará com muro de arrimo),além de apresentar pouca movimentação de terra e acesso fácil como os outros platôs

O jardim terapêutico se encontra no mesmo patamar do edifício para maior integração interior x exterior, ademais, para aproveitar o pouco ...

Imagens 72 e 73. Planta e volumetria com definições topográficas

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

82 TOPOGRAFIA
7 5 4 6 3 2 8 1 9 1 2 3 4 5 6 7 8
9

Segundo NBR 9050, a edificação deve ser acessível a todos os usuários, portanto para acesso aos diferentes níveis foram propostos rampas e escadas, as primeiras seguindo os seguintes parâmetros indicados pela norma:

• Largura mínima: 1,50m;

• Inclinação: segundo tabela;

• Guias de balizamento com mín 5cm de altura em ambos os lados;

• Corrimãos em ambos os lados, a 0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos do patamar, acompanhando a inclinação da rampa devendo prolongar-se por, no mínimo, 0,30 m nas extremidades;

• Patamares no início e término das rampas e, intermediários quando necessários ou quando ocorrer mudança de direção com largura mínimade 1,20m;

• Apresentar indicação de piso tátil de alerta e direcional.

Também foram instaladas rampas de acesso nas calçadas construídas na direção do fluxo da travessia de pedestres e com inclinação menor que 5 %, com no mínimo 1,20m de largura.

Ademais, segundo o Código de Obras de S. J. Rio Peto, rampas destinadas a veículos leves devem possuir inclinação máxima de 20% e as destinadas a caminhões de 12%, parâmetros que foram respeitados em todas as rampas propostas a esses usos, onde as voltadas a circulação de veículos comuns apresentaram inclinação máxima de 5,11% e as voltadas a caminhões (carga e descarga), exibiram inclinação de 4%.

Portanto, analisando os dados expostos e a Tabela 8, conclui-se que os acessos e circulações externos obedecem as normas pertinentes, se apresentando acessíveis.

Pedestre 551,25 552,23 0,98 3,6 19,15 5,12 2 Pedestre 550,78 551,25 0,47 2,55 14,97 3,13 3 Pedestre 550,38 550,65 0,27 2,5 8,3 3,25 4¹ Pedestre 550,45 551,25 0,8 1,9 12,28 6,51 4² Pedestre 550,05 550,45 0,4 1,9 7,15 5,6 5 Pedestre 550,95 551,25 0,3 1,45 4,3 6,98

Pedestre 550,7 551,25 0,55 2,35 26,96 2,04

Pedestre 549,7 550,25 0,55 1,9 8,4 6,55

Pedestre 550,25 550,82 0,57 1,65 9 6,33

Pedestre 550,32 551,25 0,93 2 12,85 7,24

Veículos 550,25 550,48 0,23 5 4,5 5,11

Veículos 550,05 552 1,95 7 48,75 4

83
1
6
7
12
Rampas N° Tipo Nível mais baixo Nível mais alto Desnível Comprimento
(%) Largura
DE CADA
INCLINAÇÃO ADMISSÍVEL EM CADA SEGMENTO (%) N° MÁXIMO DE SEGMENTOS DE RAMPA 1,50 5,00 (1:20) Sem limite 1,00 5,00 (1:20)< i ≤ 6,25 (1:16) Sem limite 0,80
(1:16)< i ≤
(1:12) 15
PLANTA
DE ACESSO PASSEIO SEM ESCALA
8
9
10
11
Veículos 552 552,1 0,1 4 5 2
(m) Inclinação
Livre (m) DESNÍVEL MÁX.
SEGMENTO h (m)
6,25
8,33
Tabela 7. Dimensionamento de rampas. Fonte: NBR 9050, 2020.Adaptado pelo autor, 2022. Tabela 8. Rampas externas e suas características. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.
RAMPA
DET. 1 – PISO TÁTIL DIRECIONAL SEM ESCALA DET. 2 – PISO TÁTIL DE ALERTA SEM ESCALA
84
Figura 74 Fachada principal com insolação 7h Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

PAUFERRO IPÊAMARELO

ARBÓREAS ARBUSTOS

RESEDÁ NOIVINHA

ÁRVORESAMAMBAIA ÁRAÇAAMARELO CARPENTARIA

CLUSIA

ALISOBRANCO (PERFUMADO)

CRAVO(PERFUMADO) COQUEIRO-DE-VENUS

GARDÊNIA(PERFUMADO)

FORRAÇÕES

DIANELA

GRAMAAMENDOIM

GRAMAESMERALDA

GRAMAPRETA

85 PAISAGISMO Esc.: 1:550 Legenda
0 1 5 10 25m

ARBÓREASARBÓREAS

PAU FERRO

Caesalpinialeiostachya

Porte: Grande

Luminosidade: Sol Pleno

Floração: Amarela

Altura: 20 a 25 metros Ø 6 a 12 metros

FORRAÇÕES ~FORRAÇÕES

CLUSIA

Clusia fluminensis

Porte: Grande

Luminosidade: Sol Pleno

Floração: Branca | Primavera - Verão Altura: Até 3,5 metros Ø 3 metros

COQUEIRO DE VÊNUS

Cordylinefruticosa

Porte: Grande

Luminosidade: Sol Pleno Floração: Rosa | PrimaveraInverno

Altura: 1 a 2,5 metros Ø 1 metro

DIANELA

Dianellatasmanica

Luminosidade: Sol Pleno

Floração:Altura: 30 a 40 cm

CRAVO

Dianthuscaryophyllus

Porte: Médio

Luminosidade: Sol Pleno

Floração: Vermelho | Ano todo

Altura: 0,90 metros Ø 0,40 metros

GARDENIA

Gardeniajasminoides

Porte: Pequeno

Luminosidade: Sol Pleno

Floração: Amarelada | Primavera - Verão Altura: 0,60 metros Ø 0,90 metros

HORTELÃ

Menthapiperita

Porte: Pequeno

Luminosidade: Sol Pleno

Floração: Amarela | Primavera Altura: 0,30 a 0,60 metros Ø -

ALISSO BRANCO

Lobulariamarítima

Porte: Pequeno

Luminosidade: Sol Pleno

Floração: Branca| Primavera - Verão

Altura: Até 0,20 metros Ø 0,40 metros

GRAMA ESMERALDA

Zoysiajaponica

Luminosidade: Sol Pleno

Floração:Altura: Menos de 15 cm

GRAMA AMENDOIM

Arachisrepens

Luminosidade: Sol Pleno | Meia Sombra

Floração: Amarela | Jun. –Dez.

Altura: Até 20 cm

GRAMA PRETA

OphiopogonJaponicus

Luminosidade: Sol Pleno | Meia Sombra

Floração:Altura: Até 30cm

Arbustivas 86
ARBUSTIVOS

O paisagismo apresenta grande importância no projeto que tem como um de seus conceitos principais a exploração da biofilia visando humanizar o espaço de cura, conectando e proporcionando a interação do ser humano com a natureza.

Para melhor atender o projeto foram levadas em consideração diversas questões físicas e ambientais buscando compatibilizar as características do município as das espécies selecionadas, para que essas sejam capazes de estimular percepções (através de cheiros e cores) e favorecer o conforto ambiental da edificação. A partir disso, por situar-se em uma cidade de clima quente, optou -se principalmente pelo uso de espécie de sol pleno.

Para a arborização, priorizou-se a escolha de árvores de médio e grande porte nas áreas de passeio, convivência e estacionamento devido a demanda por sombra que esses espaços exigem . Além disso, para aumentar as sensações nos usuários e agregar beleza estética ao projeto, foram escolhidas algumas espécies que possuem floração em certas épocas do ano como o Ipê Amarelo e o Resedá

Nos passeios e jardim central priorizou-se o uso dos portes pequenos, afim de que suas dimensões não barrassem a visão geral dos usuários mas ainda assim proporcionassem sombra nos espaços com maior necessidade.

Já para a fachada principal foram escolhidas apenas espécies de palmeiras e arbustos de maneira que essas não bloqueassem a visão dos visitantes, permitindo uma fachada livre de obstáculos visuais Contudo, no restante das divisas do terreno que se voltam para as vias, usou-se a Clusia aliada a um gradil para promover a privacidade dos usuários sem que fosse necessário o uso de muros . Ademais, foram escolhidas forrações com diferentes cores e florações para agregar esteticamente a composição do projeto.

COLAR DE PÉROLAS

SenecioRowleyanus

Luminosidade: Sol Pleno | Meia Sombra

Floração:Comprimento: Até 1 m

AMPLIAÇÃO JARDIM TERAPÊUTICO SEM ESCALA

Como dito anteriormente, uma das propostas do Núcleo de apoio é o uso da biofilia como meio para a cura dos pacientes, dessa forma, um jardim terapêutico foi implantado juntamente ao central tendendo proporcionar diferentes sensações em seus usuários. Para isso, foram utilizadas espécies arbustivas com diferentes cores, florações, cheiros e texturas, além da implantação de um caminho de seixos e arreia que instigam a percepção tátil. Ademais, o jardim conta com um belo espelho d'água com diferenças de nível, essas resultam em pequenas quedas d’água que geram sons com efeitos calmantes

ASPARGO

PENDENTE

Asparagusdensiflorus

Luminosidade: Sol Pleno | Meia Sombra

Floração:Altura: 40 a 60 cm

CLOROFITO

Chlorophytumcomosum

Luminosidade: Sol Pleno | Meia Sombra

Floração:Altura: 30 a 60 cm

Além de seu uso para sombras e canalização da ventilação, a vegetação também foi usada em outra estratégia bioclimática . Na fachada Oeste, em uma das paredes, foi sugerido um jardim vertical visando a diminuição da irradiação solar para o espaço interno da edificação. Para que o jardim sobreviva ao clima quente do município, foram escolhidas apenas vegetações que suportam a incidência de luz solar

87
EDIFÍCIO
JARDIM VERTICAL

Visando manter grande parte da permeabilidade do lote, foram propostos pisos permeáveis na maior parte da implantação, em diferentes tons e formatos para criar uma paginação interessante . Além disso, em alguns espaços de estar foi proposto um deck em madeira para trazer aconchego e “calor” aos espaços externos

88 PISOS Esc.: 1: 550
Legenda PISOINTERTRAVADO DRENANTEHexagonal 60CMx60CM TAPETEDEMICROSEIXOS PERMEÁVEL PISOINTERTRAVADO DRENANTE 30CMX30CM DECKMADEIRA CUMARU INTERTRAVADODRENANTE P/FLUXODECARROS 1 2 3 4 5 1 4 3 5 3 4 5 1 3 2 0 1 5 10 25m
89 MOBILIÁRIO
7.BANCOSCOM
8.MESASCOMOMBRELONES 1 2 3 4 7 6 8 5 0 1 5 10 25m
1.Lixeirapública 2.Lixeirasseletivas Legenda 3.ESPREGUIÇADEIRAS 4.POLTRONAEXTERNA 5.BANCOSEMPEDRA 6.BANCOSEMMADEIRA
FLOREIRA

0,50m Semeio Raioluminoso 1 5

10 25m

90 ILUMINAÇÃOEsc.: 1:550 Legenda
10m Semeio Raioluminoso POSTE 8M 3,50m 3,50m Raioluminoso POSTE 3,50M
BALIZADOR 0

Para manter o índice de visibilidade durante o período noturno e assim transmitir segurança aos pacientes hospedados, além de agregar características estéticas ao ambiente externo, foram propostas três tipos de iluminação: postes com 8m de altura e 10m de raio luminoso foram implantados nas vias para carros, estacionamentos e jardim geral devido ao alto teor de luminância ; postes de 3,50m de altura 3,50m de raio luminoso encarregados iluminar o jardim central/ terapêutico ficarem abaixo das copas da arborização proposta para esse ambiente, que apresenta espécies de menor porte, além de alguns pontos estratégicos que não são comtemplados pelos postes mais altos; balizadores (raio luminoso 0,50m) como iluminação auxiliar/decorativa para trazer charme e sofisticação ao projeto, além de complementar a iluminação geral Todos as luminárias escolhidas apresentam lâmpadas de LED devido ao seu ótimo custo benefício, durando 25 vezes mais que lâmpadas incandescentes Não foram propostos postes iluminação nas vias públicas que fazem divisa com o lote por essas já apresentarem iluminação.

Figura 75. Perspectiva Artística. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

Em atendimento a NBR 9050 referente a acessibilidade, foram implantadas banheiros acessíveis com acesso individual de acordo com a proporção estabelecida pelo COE da cidade Ademais, foram dispostos em locais com obstáculos, sinalizações táteis e verticais de forma a orientar os usuários

FECHAMENTO EM VIDRO INSULADO LOW E COM JANELAS PIVOTANTES PARA VENTILAÇÃO

FECHAMENTO EM VIDRO INSULADO LOW-E COM JANELAS PIVOTANTES PARA VENTILAÇÃO

PLANTATÉRREO Esc.: 1:225 1 2 3 4 5 6 8 9 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 25 26 27 28 29 30 32 33 35 34 36 37 38 41 42 40 44 43 50 49 45 48 46 23 24 31 39 47 53 51 52
DRYWALL P/ ÁREAS MOLHADAS SALA COM PISO EMBORRACHADO PASSA PRATOS BRISE VERTICAL BRISE HORIZONTAL DRYWALL
SALA MÚSICA COM ACABAMENTO ACÚSTICO
ACÚSTICO 30CM PROJEÇÃO ABERTURA
NOTA 0 1 10m 5

RECEPÇÃO E HIGIENE

ROUPA

(FEM. E MASC.)

ESCADA EMERGENCIA (NE)

DML GERAL

ESCADA EMERGENCIA (NE)

O pavimento térreo, situado no platô 551,25, com acesso pela avenida Anísio Haddad e pelo estacionamento localizado ao fundo do projeto, é destinado aos usos públicos e de apoio do projeto, possuindo 1792,50m² de área construída.

Dividido em três volumes, esse pavimento abriga a recepção, farmácia e salas de atividades complementares por possuírem acessos menos restritos . Esses ambientes são separados das áreas destinadas apenas a pacientes através de catracas de controle que dão acesso a um grande estar, destinado a interação entre pacientes e também com a natureza, uma vez que o espaço é voltado diretamente para o jardim central | terapêutico. Tal espaço é integrado a área do refeitório, que se conecta através de circulações restritas, ao setor de serviços, situado ao lado direito do edifício devido a questões de bioclimáticas e de permanência nos ambientes. Esse setor abriga a cozinha, a lavanderia, espaço para funcionários e área administrativa, bem como salas de apoio como depósitos e dmls Além disso, a área de estar conecta-se ao primeiro pavimento através de escada e elevadores

SALAS COMPLEMENTARES SANITÁRIOS ALIMENTAÇÃO VISITANTES

PLANTA DE SETORIZAÇÃO, ACESSOS E FLUXOS SEM ESCALA

FÁRMACIA ESTAR ALIMENTAÇÃO USUÁRIOS SERVIÇO

ÁTRIO | ESTAR ADMINISTRAÇÃO

CIRC. VERTICAL

CIRC. HORIZONTAL RECEPÇÃO

ACESSOS

NOTA

Em atendimento a RDC 50, estabeleceu-se corredores amplos que respeitam a largura mínima de 1,20m p/ circulações normais e de 2m par as que possivelmente apresentarão uso de macas em caso de acidentes Ainda, todas as portas apresentam largura mínima de 80cm (vão livre) x 210cm, sendo adotadas as de 1,10m x 2 10m para ambientes que necessitam de acesso de macas como consultórios, enfermagem, dormitórios e etc

NOTA

Em atendimento a NBR 9050 referente a acessibilidade, foram implantadas banheiros acessíveis com acesso individual de acordo com a proporção estabelecida pelo COE da cidade Ademais, foram dispostos em locais com obstáculos, sinalizações táteis e verticais de forma a orientar os usuários

93
PÚBLICO
FLUXOS
CONTROLADO RESTRITO
VEDAÇÕESEESTRUTURA PILAR EM CONCRETO ARMADO 25 X 30 CM ALVENARIA CONVENCIONAL 25CM ALVENARIA
DRYWALL
DRYWALL
VIDRO
AMBIENTES 1. ACADEMIA 2. SALA DE
3. SALA
4. SANITÁRIOS | VESTIÁRIOS 5. YOGA 6. DEPÓSITO SALAS 7. DML 8. ARTE TERAPIA 9. DESPENSA 10. LANCHONETE 11. REFEITÓRIO VISITANTES 12. CATRACAS DE CONTROLE 13. RECEPÇÃO | ESPERA 14. POSTO DE INFORMAÇÕES 15. SEGURANÇA 16. GUARDA VOLUMES 17. ARMAZ. DE MEDICAMENTOS 18. DISTRIBUIÇÃO
19. DISPENSAÇÃO
MED 20. ELEVADOR 8
21. ELEVADOR APOIO 22. SANITÁRIOS
PCD) 23. DML 24. DEPÓSITO 25. ESTAR 26. REFEITÓRIO
27. COZINHA
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
41.
42.
ACESSO USUÁRIOS ACESSO CARGA E DESCARGA ACESSO ADM ACESSO USUÁRIOS AO JARDIM CENTRAL SAÍDA DE RESÍDUOS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA
CONVENCIONAL 15CM
COM MANTA ACÚSTICA
ÁREAS MOLHADAS
INSULADO LOW-E
MÚSICA
DE DANÇA
MED. (FÁRMACIA)
| RECEPÇÃO
PESSOAS
(FEM. E MASC. E
PACIENTES
(COCÇÃO)
CAMARA FRIA
DESPENSA
DML COZINHA
RESÍDUOS SÓLIDOS
RESÍDUOS GERAIS
DEPÓSTIO ROUPA SUJA
ADMISSÃO ROUPAS SUJAS 36. LAVANDERIA 37. COSTUREIRA 38. DEPÓSITO
LIMPA 39. DML LAVANDERIA 40. GERADORES
COPA
ÁTRIO | ESTAR FUNCIONÁRIOS 43. ARQUIVO PACIENTES 44. ARQUIVO ADM. 45. SALA ADMINISTRATIVA 46. RECEPÇÃO ADM. 47. DIRETORIA 48. SALA DE REUNIÕES 49. ALMOXARIFADO 50. VESTIÁRIOS
51.
52.
53.
PLANTA –1 ° PAVIMENTO Esc.: 1:225
VEGETAÇÃO PAR CONFORTO TÉRMICO SACADAS
BRISES VERTICAIS BRISES HORIZONTAIS
1 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 4 4 5 5 5 5 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 23 24 25 25 26 26 27 28 28 27 29 30 32 311 0 1 10m 5
BRISES HORIZONTAIS MÓVEIS (CORREM EM TRILHOS)
FAZEM PAPEL DE BEIRAL PARA ANDAR INFERIOR
JARDIM VERTICAL COMO SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA DIMINUIÇÃO DO CALOR NOS AMBIENTES INTERNOS

ESCADA EMERGENCIA (NE ATÉ

DE ALTURA DE PISO A PISO)

ESCADA EMERGENCIA (NE ATÉ

DE ALTURA DE PISO A PISO)

COBERTURA ADMINISTRAÇÃO

Por apresentar maior privacidade e controle de entrada, o 1 pavimento, que tem seu acesso através de uma escada e elevador pela área de estar do térreo, é caracterizado por abrigar os consultórios de atendimento, a enfermaria com dormitórios para plantonistas e as suítes dos pacientes que possuem três tipologias : p.c.d., individual e dupla, somando ao todo 1592,50 m2 de área de pavimento

A área dos dormitórios e estar foi locada na fachada sul do edifício por apresentarem maior necessidade de conforto por serem ambientes de longa estadia. Já na fachada norte, ficaram os consultórios que possuem período de uso curto e que por estarem situados nesse setor que recebe muita insolação, receberam fechamentos de brise para melhor controle climático em suas janelas, assim como os dormitórios da fachada norte/ oeste que foram comtemplados com beirais grandes e brises móveis para controle de insolação

Além disso, assim como no pavimento térreo, foram propostos mobiliários que permitem a interação entre usuários e que sejam fáceis de serem realocados, tais como poltronas e pufes, além de sofás que possuem assentos em ambos os lados para que ocorra integração entre ambientes . Já a interação com a natureza se dá através de grandes aberturas com fechamento em vidro insulado lowe, permitindo a percepção do ambiente externo e também através de vasos com vegetações espalhados pelo pavimento.

PLANTA DE SETORIZAÇÃO, ACESSOS E FLUXOS SEM ESCALA

SALA LEITURA

SANITÁRIOS GERAIS

ENFERMARIA | PLANTONISTAS CONSULTÓRIOS ESTAR|JOGOS| SALA TV SERVIÇO SACADAS

CIRC. VERTICAL CIRC. HORIZONTAL SUÍTES P.C.D. SUÍTES INDIVIDUAIS SUÍTES DUPLAS

NOTA

Em atendimento a RDC 50, estabeleceu-se corredores amplos que respeitam a largura mínima de 1,20m p/ circulações normais e de 2m par as que possivelmente apresentarão uso de macas em caso de acidentes. Ainda, todas as portas apresentam largura mínima de 80cm (vão livre) x 210cm, sendo adotadas as de 1,10m x 2 10m para ambientes que necessitam de acesso de macas como consultórios, enfermagem, dormitórios e etc

NOTA

Em atendimento a NBR 9050 referente a acessibilidade, foram implantadas banheiros acessíveis com acesso individual de acordo com a proporção estabelecida pelo COE da cidade Ademais, foram dispostos em locais com obstáculos, sinalizações táteis e verticais de forma a orientar os usuários

95
FLUXOS CONTROLADO RESTRITO ACESSOS ACESSO AO ELEVADOR ACESSO AS ROTAS DE ESCADAS DE EMERGÊNCIA ACESSO A ESCADA DE MARINHEIRO DO ÁTICO VEDAÇÕESEESTRUTURA PILAR EM CONCRETO ARMADO 25 X 30 CM ALVENARIA CONVENCIONAL 25CM ALVENARIA
15CM DRYWALL COM MANTA ACÚSTICA DRYWALL ÁREAS MOLHADAS VIDRO INSULADO LOW-E
1. SALA DE LEITURA 2. SUÍTE DUPLA 3. SUÍTE INDIVIDUAL 4. SUÍTE P.C.D. 5. SACADA 6. SALA TV 7. SALA JOGOS | ESTAR 8. MEZANINO 9. SUÍTE PLANTONISTAS 10. DML 11. DEPÓSITO 12. COPA 13. ENFERMARIA 14. DEPÓSITO DE MEDICAMENTOS 15. DEPÓSITO GERAL 16. ELEVADOR 8 PESSOAS 17. ELEVADOR APOIO
ENFERMARIA
TRANSPORTAR
INSUMOS) 18. DML GERAL 19. SANITÁRIOS (FEM.
MASC.) 20. RECEPÇÃO
PACIENTES
21. ESPERA 22. NUTRICIONISTA 23. TERAPIA
24. TERAPIA
25. PSIQUIATRA 26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
CONVENCIONAL
AMBIENTES
(ACESSO DIRETO
CASO PRECISE
MACAS OU
E
CONSULTÓRIOS (ARQUIVO
DO DIA)
INDIVIDUAL
EM GRUPO
MASSOTERAPIA
ACUNPUNTURA
HIPNOTERAPIA
6M
6M
CONTROLE SUÍTES
96
Figura 76. Recepção térreo com insolação as 9h. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.
97
Figura 77. Estar, área de TV e jogos no 1° pavimento com insolação as 9h. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

Segundo Roberto de Carvalho Junior em Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura, a disposição de condutores depende diretamente da área da cobertura, sua inclinação e a dimensão dos condutores Levando tais informações em consideração, adotou-se condutores de 125mm de diâmetro por apresentarem vazão de 167L de água por minuto, permitindo a implantação de dois condutores nas caídas de águas menores e três condutores na caída de maior dimensão longitudinal

98 PLANTA –COBERTURAEsc.: 1:225
CONDUTORES 125MM PLACAS SOLARES
125MM B C C B VER DET. 1 ACESSO A ÁREA EXTERNA DA COBERTURA CONDUTOR 125mm SENTIDO ÁGUA NA CALHA CALHA LEGENDA PILAR EM CONCRETO ARMADO 25 X 30 CM ALVENARIA CONVENCIONAL 15CM
OBSERVAR AMPLIAÇÃO CONDUTORES 125MM
CONDUTORES
DEFINIÇÃO
DE CONDUTORES
0 1 10m 5
DETALHE TELHA TOPSTEEL E SEU ENCAIXE SEM ESCALA

DETALHE 1

MEMÓRIA DE CÁLCULO: CAIXA D’ÁGUA

• Casas de Saúde (q= 250L por leito)

Cd = 21 leitos x 250L = 5250L

• Asilos, orfanatos, semelhantes (q= 125L per capita)

Por já estarem comtemplados os 21 leitos na população do segundo resultado, subtrai-se os 5250L de 45250L, resultando em um Cd de 40000L/dia Então,:

Cd x 2 = Capacidade caixa d’água = 40000l x 2 = 80000L, sendo 60% inferior = 48000 e 40% superior 32000L + 12000L de RTI (Segundo I T 11) = 44000L

Ambos reservatórios são divididos em dois compartimentos para permitir manutenção sem que falte água no edifício

De acordo com tabela fornecida pela prefeitura de S J Rio Preto, em projetos com área impermeabilizada de 18,21% em relação a área do terreno (caso do projeto), fica estabelecida a implantação de uma caixa de retenção com 240m³ (capacidade de 240000L), localizada de preferência, na cota mais baixa do terreno Logo, a caixa foi locada na lateral onde o menor nível da gleba se situa, apresentando, segundo cálculos, as seguintes dimensões:

0 1 9m 3 5 0 1 4m 2

Volume: 240m³ Altura definida: 2,50m Área: 240m³/2,50m = 96m² Base: 12m x 8m

2,50m VOLUME: 240m³

8m

PLANTA

DE COBERTURA E

LOCALIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO DE RETENÇÃO SEM ESCALA

O ultimo nível do projeto apresenta, além da cobertura, o piso técnico da edificação (Ático), sendo esse acessado através de uma escada de marinheiro disposta no interior do d m l geral do 1 pavimento

Esse andar abriga espaços de depósito e ferramentaria além de oferecer acesso direto ao sistema de caixa d’água potável, composto por um reservatório moldado in loco com capacidade total para 32.000L de água destinada ao consumo humano e 12.000L a mais destinados a reserva técnica de incêndios (ver memória de cálculo).

A partir de uma abertura voltada para área externa, também é possível acessar os painéis solares localizados na lateral direita da cobertura, área com grande índice de insolação por absorver principalmente os raios solares provenientes do Norte e Oeste Já a cobertura geral da edificação foi elaborada de forma que o sistema se apresentasse leve e influente na questão térmica e acústica do projeto, para isso, optou-se pelo uso da telha termoacústica TopSteel 36 – Brasilit (Ver Det.) com inclinação de 5%. Esse tipo de cobertura é composta pelas telhas em si, sistema de treliças metálicas para sustentação e calhas metálicas para direcionamento das águas pluviais até os condutores de 125mm que proporcionam escoamento adequado para o porte da edificação. Outra característica importante da cobertura é o uso de amplos beirais que produzem sombras nos ambientes inferiores, influenciando no conforto térmico dos mesmos

LOCALIZAÇÃO CAIXA DE RETENÇÃO 240000 L
99
CAPTAÇÃO DE ÁGUA DOS CONDUTORES
ESC.: 1:75
DE
ESC.: 1:150 CONDUTORES 125MM CALHA PLATIBANDA
IN LOCO
MEMÓRIA DE CÁLCULO: CAIXA DE RETENÇÃO DEPÓSITO FERRAMENTAS
ESTRUTURA DA COBERTURA
AMPLIAÇÃO PLANTA
ÁTICO
CAIXA D’ÁGUA MOLDADA
ESCOTILHA DE ACESSO
ACESSO ÁREA EXTERNA
Segundo Roberto de Carvalho Junior em Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura (2017), a capacidade do reservatório de água potável se dá pelo consumo diário (Cd) da população x 2 (reserva para dois dias), sendo Cd obtido através da seguinte fórmula: Cd = P(População) x q (consumo per capita), dessa forma consegue-se calcular o volume total que deve ser dividido entre reservatório inferior (60% volume total) e superior (40% volume total acrescido da R.T.I).
Cd = 362 pessoas x 125L = 45250L
MURO DE DIVISA AV. ANÍSIO HADAD PASSEIO ABERTURAS ZENITAIS COM VIDRO INSULADO LOW-E TELHA TERMOACÚSTICA JARDIM VERTICAL GUARITA PISO ELEVADO LAJE NERVURADA JANELA PIVOTANTE P/ VENTILAÇÃO CLUSIA COMO BARREIRA VISUAL PISO FLUTUANTE PISO ANTIDERRAPANTE JANELAS PARA VENTILAÇÃO VOLUME CAIXA D’ÁGUA PAINÉIS SOLARES CAIXA DE RETENÇÃO 240000L TALUDE DE ATERRO MURO DE DIVISA AV. ANÍSIO HADAD ESPELHO D’ÁGUA CLUSIA COMO BARREIRA VISUAL PARADA DE ÔNIBUS JANELA VIDRO INSULADO LOW-E ABERTURA COM VIDRO INSULADO LOW-E TELHA TERMOACÚSTICA VEGETAÇÃO COMO BARREIRA PARA O SOL GRADIL R. RIO JUQUIÁ FACHADA DE VIDRO INSULADO LOW – E COM ELEMENTO PARA BARRAGEM DE SOL JANELAS PIVOTANTES PARA VENTILAÇÃO ABRIGO DE GÁS RAMPA ACESSO AO ESTACIONAMENTO DE FUNCIONÁRIOS MURO DE DIVISA BRISES VERTICAIS BRISES HORIZONTAIS CLUSIA COMO BARREIRA VISUAL TELHA TERMOACÚSTICA CORTES Esc.: 1:400 100 CORTE AA CORTE BB CORTE CC 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 10 11 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 7. SALA DE LEITURA 8. CIRCULAÇÃO 11. ESTACIONAMENTO USUÁRIOS 1. RECEPÇÃO | ESPERA 2. LANCHONETE 3. ARTE TERAPIA 4. YOGA 5. SALA DE DANÇA 6. ACADEMIA 9. SALA TV | JOGOS 10. RAMPA 1. TERAPIA INDIVIDUAL 2. ACUPUNTURA 3. HIPNOTERAPIA 4. COZINHA 5. REFEITÓRIO 6. COPA 9. DIRETORIA 10. ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS 7. ALMOXARIFADO 8. SANITÁRIOS 1. ESTAR EXTERNO 2. DML 3. DESPENSA LANCHONETE 4. ESTAR 5. REFEITÓRIO 6. ADMISSÃO ROUPA SUJA 7. DE´PÓSITO ROUPA SUJA 8. MASSOTERAPIA 9. ACUPUNTURA 10. HIPNOTERAPIA 11. SUÍTE PCD 0 1 20m 5 10 0 1 20m 5 10 0 1 20m 5 10
ELEVAÇÕES 101 FACHADA
FACHADA PRINCIPAL (LESTE)
VOLUME CAIXA D’ÁGUA ENTRADA
VERÃO (9:00) INVERNO (15:00) PAINÉIS DESLIZANTES EM BRISES HORIZONTAIS AMPLAS ABERTURAS 0 1 10m 5 2 0 1 10m 5 2
DIREITA (NORTE) BRISES VERTICAIS ONDULARES EM MADEIRA BRISES HOTIZONTAIS ONDULARESEMMADEIRA ENVELOPAMENTO EM ACM PRETO FILODENDRO GLORIOSO COMO ELEMENTO ESTÉTICO E DE CONFORTO TÉRMICO
CONCRETO APARENTE CHAPA DE MADEIRA COM FECHAMENTO EM CLICK VIDRO INSULADO LOW-E PEDRAS NATURAIS CONCRETO APARENTE CHAPA DE MADEIRA COM FECHAMENTO EM CLICK ENVELOPAMENTO EM ACM PRETO VIDRO INSULADO LOW-E COM PROTEÇÃO DE BRISE EM GRELHA
PRINCIPAL

JARDIM VERTICAL COMO ESTRATÉGIA BIOCLIMÁTICA

FACHADA FUNDO (OESTE)

FACHADA ESQUERDA (SUL)

102
FACHADA MICROCLIMATICA COM FECHAMENTO VAZADO EM ELEMENTO TÊXTIL PARA CONTROLE SOLAR
VIDRO INSULADO LOW-E BRISES VERTICAIS ONDULARES EM ACM CINZA ENVELOPAMENTO EM ACM PRETO
CHAPA DE MADEIRA COM FECHAMENTO EM CLICK BRISES HORIZONTAIS MÓVEIS
VIDRO INSULADO LOW-E BRISES VERTICAIS ONDULARESEM MADEIRA VIDRO INSULADO LOW-E
0 1 10m 5 2 0 1
5 2
CHAPA DE MADEIRA COM FECHAMENTO EM CLICK PEDRAS NATURAIS ENVELOPAMENTO EM ACM PRETO INSERÇÃO DE VEGETAÇÃO NAS FACHADAS PILAR EM CONCRETO REVESTIDO EM ACM PRETO BRISES VERTICAS ONDULARES EM MADEIRA VERÃO (16:30) VERÃO (15:00)
10m
103
Figura 78. Perspectiva do jardim lateral externo com insolação as 15h Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

estribos) para que não ocorra tal deformação.

A LAJE NERVURADA EM GRELHA moldada in loco, foi a opção escolhida para o fechamento horizontal do edifício por admitir grandes vãos (devido ao seu peso reduzido), proporcionando facilidade na definição de layouts e maior distanciamento entre pilares, o que influenciou diretamente a modulação proposta, que apresenta grandes dimensões. Ainda, visando otimizar ainda mais a estrutura, foram propostas áreas de enrijecimento (capitéis) para que o apoio da laje se dê diretamente sobre os pilares, possibilitando maior contato entre os elementos, assegurando maior estabilidade e sustentabilidade, e, dessa forma, não carecendo de vigas em sua sustentação

Como fechamento vertical, foram propostas vedações externas de 25cm em ALVENARIA CONVENCIONAL COM ADIÇÃO DE POLIESTIRENO EXPANDIDO E PLACA DE ALUMÍNIO COMPOSTO por colaborar no desempenho térmico da edificação e vedações internas em DRYWALL, respeitando as necessidades de cada ambiente, onde em áreas molhadas se fez o uso das chapas verdes e no restantes dos ambientes, do DRYWALL ACÚSTICO, em função da necessidade de privacidade que o uso do edifício propõe, como os dormitórios, salas de terapia, salas complementares, entre outras.

Para pré-dimensionamento de lajes e as informações 2007).

SISTEMA ESTRUTURAL
TÉRREO –EIXOS ESTRUTURAIS 1:450 1 ° PAVIMENTO –EIXOS ESTRUTURAIS 1:450
Ai Ai 0 1 20m 5 2 0 1 20m 5 2
11,00 8,44 11,00 8,44

MEMÓRIA DE CÁLCULO: PILARES EM CONCRETO ARMADO

Segundo Rebello (2007), a área de um pilar pode ser calculada através da multiplicação das área de influencia (Ai) pela carga do edifício, obtendo-se a área mínima da seção do pilar, o que permite a definição de suas dimensões Para cálculo, utilizou-se a Ai mais crítica do projeto, chegando ao seguinte resultado::

• Área de Influência mais crítica = 11,00m x 8,55m Ai= 94,05m²

• Área de compressão atuante sobre o pilar

No= 1tf/m² x Ai No= 1tf/m² x 94,05m² No= 94,05 tf/m²

• Compressão total no pilar

N= No x n° pavimentos

N= 94,05 x [1 (1º pavimento) + 0,70 (cobertura)]

N= 159,885

• Cálculo área de seção

Ac= 6 x N

Ac= 6 x 159,885

Ac= 959,31cm²

• Determinação área de seção do pilar

Inicial: 25cm 959,31cm² / 25cm = 38,3724

PILAR DE 25 X 40CM

MEMÓRIA DE CÁLCULO: LAJE EM GRELHA

Para pré-dimensionamento da laje, foi considerada a área com maiores dimensões de largura e comprimento (área mais crítica), sendo essas informações utilizadas na fórmula dada por Yopanan Rebello no livro Bases para Projeto Estrutural na Arquitetura (2007), que nos apresenta as seguintes proporções:

• A altura (h) da laje é obtida pela seguinte relação: H= 4% (l + L)/2

• A largura da nervura (bo) deve ficar entre ¼ e ⅓ da altura encontrada

• O eixo (e) entre nervuras deve ficar entre 1,5h e 2h.

Sabendo dessas proporções e usando as medidas do projeto obtém-se:

L (largura maior entre pilares)= 13,00 m l (largura menor entre pilares)= 7,50 m h= 4% de L+ l/ 2 = h= 4% de 1300cm + 750cm/2 = 4% de 2050/2 = h= 4% de 1025cm = 41cm = Adotado 45cm

• Largura da nervura (bo) entre h/4 e h/3 = 11,25cm e 15cm = Adotado15cm

• Eixo das nervuras (e) entre 1,5h e 2h = 0,675 e 0,90 = Adotado - 90cm

(h) (bo)

(e) (e) (e)

105
EM CORTE LAJE EM GRELHA ESC.: 1:50
TOPSTEEL
5%) ESTRUTURA EM TRELIÇASE TERÇAS METÁLICASPARA SUSTENTAÇÃO DAS TELHAS LAJE MACIÇAPARA COBERTURA DO ÁTICO PILARESEM CONCRETO ARMADOCOM SEÇÃO DE 25CM X 40CM
DE ÁREA DE
LAJE NERVURADA EM GRELHA (PISO DO 1° PAVIMENTO – NÍVEL 556) LAJE NERVURADA EM GRELHA (PISO DA COBERTURA – NÍVEL 560,75) RECORTENA LAJE
PROPOSTA DE
LAJE NERVURADA EM GRELHA (COBERTURA ADM) AMPLIAÇÃO DA JUNÇÃO ENTRE LAJE E PILAR SEM ESCALA PILAR 25X40CM
DET.
TELHA TERMOACUSTICA
36 (i=
CAPITELPARA AUMENTO
CONTATO ENTRE PILARE LAJE
COMO
ABERTURA ZENITAL

O concreto foi escolhido como componente principal dos elementos estruturais do projeto devido a sua alta durabilidade, resistência e rigidez . A laje nervurada em grelha aliada aos pilares em concreto armado, possibilitaram um sistema estável e unificado que viabilizou a disposição de uma modulação com grandes vãos e pés direitos duplos

Para a cobertura da edificação, foi selecionada a telha “sanduíche” por essa oferecer conforto termoacústico devido à camada isolante colocada entre as duas chapas metálicas em aço galvalume que compõem sua estrutura

Imagem 79. Pilar e laje em grelha Fonte: Elaborado pelo autor,2022.

O sistema de drywall é composto por materiais préfabricados, sendo eles perfis de aço galvanizado que sustentam a estrutura e o gesso acartonado que faz o fechamento da estrutura .

TELHA METÁLICA

ISOLANTE

TELHA METÁLICA

Imagem 80. Diagrama dos componentes de uma telha termoacústica Fonte: Elaborado pelo autor,2022.

Por ser um elemento pré - fabricado, apresenta rápida instalação, o que também influenciou na escolha do componente

Esse sistema foi escolhido para as vedações internas por apresentar instalação rápida, limpa e eficiente, possibilidade de instalação em qualquer ambiente (respeitando as necessidades de cada ambiente) e economia em materiais . No projeto, em áreas molhadas se fez o uso das chapas verdes e no restantes dos ambientes, do drywall acústico com lã de vidro, em função da necessidade de privacidade que o uso do edifício propõe .

Imagem 82. Esquema de parede drywall acústica. Fonte: Gypsum, 2022.

Para o projeto, foi escolhido bloco cerâmico de 6 furos com acabamento em argamassa e adição de poliestireno expandido e placa de alumínio composto (espessura : 25 cm) como vedação externa por proporcionar maior conforto térmico além de proteger os espaços internos de condições climáticas Dessa forma, a construção apresentará baixo custo na execução, versatilidade e bom desempenho térmico

Como elemento para a sustentação da cobertura, foram implantadas estruturas metálicas compostas por treliças e terças em aço . A escolha se deu pela leveza do material que exige menos da estrutura e sua rápida montagem por ser pré- fabricado, o que também influência na diminuição do desperdício de materiais, reduzindo o valor final da obra .

Imagem 81. Elementos da estrutura metálica Fonte: Elaborado pelo autor,2022.

Composto por duas chapas de alumínio intercaladas, com um núcleo de polietileno de baixa densidade, o ACM preto foi o material escolhido para dar acabamento aos beirais e platibandas devido a sua maleabilidade e alto desempenho térmico, de forma que a cor não influenciará tanto na irradiação de calor para o ambiente interno da mesma forma que uma pintura comum

PAREDE COM 1 - ARGAMASSA INTERNA 2.5CM | 2 - BLOCO CERÂMICO 9x14x24CM | 3ARGAMASSA EXTERNA 2 5CM | 4 - POLIESTIRENO EXPANDIDO 8CM | 5 - PLACA ALUMÍNIO COMPOSTO

ESPESSURA FINAL: 25CM

Imagem 83. Diagrama da vedação externa escolhida Fonte: Projetee,2022. Editadopelo autor,2022.

Em algumas paredes das fachadas, aplicou - se pedras Moledo para conferir maior variedade de texturas a edificação e devido a sua alta durabilidade e resistência . Ainda, sua combinação com os outros materiais propostos, atribuem naturalidade e sofisticação a composição final do projeto .

TECNOLOGIAS
EMATERIALIDADES
1 2 3 4 5

O uso da madeira acrescenta calor, aconchego e sofisticação à edificação, além de contribuir com o conforto termoacústico devido a sua alta porosidade e baixo índice de absorção . No projeto, foram propostas placas em madeira cumaru como revestimento de grande parte das fachadas justamente por ser um material sóbrio e ao mesmo tempo aconchegante, contrastando com o cimento queimado e a vegetação do entorno .

Piso drenante, ou permeável, é um piso poroso composto pela combinação de concreto com pedras granuladas que permitem facilmente o escoamento da água, assegurando que essa dirija - se até o solo . Trata - se de uma solução sustentável que reduz os problemas causados pela impermeabilização do solo como enchentes e alagamentos, grande problema que acomete o município em que o projeto está inserido e motiv o pelo o qual foi escolhido para a área externa

O piso elevado é um sistema que permite a elevação do piso nos ambientes, criando um vão livre entre solo/laje e as placas de acabamento, o que permite fácil passagem da infraestrutura da edificação No projeto, esse piso foi implantado no 1 º pavimento pois facilita a manutenção das infraestruturas, permite alteração de layouts caso precise e auxilia a reduzir o nível de ruídos transmitidos entre pavimentos, especialmente ruídos de contato, melhorando o conforto acústico do projeto .

Implantado na sala de dança do projeto, esse tipo de piso contem borrachas elastoméricas em sua estrutura, amortecendo o impacto dos saltos e, assegurando a saúde muscular de seu usuário, principal motivo para tal escolha . É composto por amortecedores em suas bases, vigas em madeira que mantém o piso sem contato direto com o contrapiso, fechamento em chapas de madeira e por cima, piso próprio para dança, no caso o linóleo, por ser impermeável e levemente emborrachado, evitando possíveis acidentes

LÍNOLEO

VIGASEMMADEIRA

CONTRAPISO AMORTECEDOR

Imagem 85. Detalhe piso flutuante aplicado no projeto Fonte: Elaborado pelo autor,2022.

Para fechamento das aberturas, a solução encontrada para melhorar o conforto térmico foi o uso do vidro insulado duplo com acabamento low - e, que permite grandes aberturas sem que ocorram grandes trocas de calor entre ambiente interno e externo . Esse vidro é uma junção de dois tipos :

• VIDRO INSULADO: Garante permeabilidade da luz natural porém sem que ocorra grandes transferência de calor ao ambiente interno Corresponde a duas folhas de vidro específicos separadas por uma câmara de ar que sustenta um vácuo, dificultando a propagação de calor para os espaços Tal técnica também fornece bom isolamento acústico, apresentando reduções de até decibéis entre ambientes

• VIDRO LOW-E (BAIXA EMISSIVIDADE): Apresen tam em uma de suas faces uma camada extrafina de metais e óxidos metálicos

PERFIL DE ALUMÍNIO SELAGEM PRIMÁRIA

que filtra e absorve os raios solares, controlando a transferência de temperatura entre ambientas sem impedir a passagem de luz natural . são comumente aliados aos insulados – como no caso do projeto – o que aumenta em até 5 vezes o isolamento térmico dos ambientes (U= 1.8 ou 2 W/m². k.), pois além da câmara de ar como barreira para transmitância de calor, os raios solares são filtrados, diminuindo a quantidade de ondas que chegam até o ambiente interno

107
INTERTRAVADO P/ FLUXO DE VEÍCULOS INTERTRAVADO HEXAGONAL TAPETE DE MICROSEIXOS Imagem 84. Detalhe piso elevado aplicado no projeto Fonte: Elaborado pelo autor,2022. LAJENERVURADAEMGRELHA PLACASDEACABAMENTO
DRYWALL PEDESTAISDEAPOIO 30CM
ARMAÇÃOMETÁLICA 60CM 60CM
Imagem 86. Diagrama piso flutuante Fonte: Escola Arte e Dança,2022.
Imagem 87. Diagrama dos componentes de um vidro insulado. Fonte: ArchGlass,2022.

A fachada microclimática é um elemento arquitetônico instalado na área externa da edificação capaz de influenciar no conforto térmico de uma fachada Composta basicamente por uma membrana têxtil perfurada e um sistema de tensionamento, esse elemento reduz a incidência solar porém permitindo a permeabilidade dos ventos, que circulam por um bolsão de ar formado entre a fachada e a edificação, reduzindo a transmitância assim como em uma fachada ventilada Sua principal vantagem é o conforto térmico proporcionado ao edifício, característica pela qual o sistema foi selecionado para o projeto, já que o sistema promove o sombreamento da fachada . Consequentemente, a fachada microclimática gera economia no consumo de energia da edificação, reduzindo a necessidade de uso de ar - condicionado . Outra vantagem do sistema é a baixa geração de resíduos, já que a maioria dos componentes é incorporada ao edifício

Assim, esse sistema dispõe de diferentes tipos de membrana para fachadas microclimáticas, variando de acordo com a tonalidade do material e da sua abertura de luz (porosidade) . Esses dois fatores são determinantes para o desempenho térmico da solução, influenciando o índice de bloqueio de raios UV e o controle da passagem de raios solares, uma vez que tramas mais fechadas permitem menor passagem da insolação .

A membrana também recebe tratamento retardante a chamas e proteção contra a ação de raios UV, fungos, entre outros agentes agressivos . A instalação tensionada do material proporciona estabilidade mecânica dimensional e impede a ocorrência de deformações .

Após a instalação, a fachada microclimática exige baixa manutenção, uma vez que a membrana recebe um verniz protetor que garante durabilidade estética a longo prazo . Diante do apresentado, essa solução foi adotada em uma das fachadas Oeste do projeto, essa necessitando de proteção solar e térmica devido ao amplo uso de vidro desse ambiente Dessa forma, a membrana permite a ventilação frontal e vertical, criando um microclima que melhora o conforto térmico, além de agregar valor estético ao projeto sem que este perca a permeabilidade visual com o ambiente exterior .

Imagem 88. Fachada microclimática. Fonte: Hunter Douglas, 2022.

Imagem 89. Jardim Central com vista da fachada microclimática. Fonte: Elaborado pelo autor,2022. ESTRUTURA DE FIXAÇÃO

A implantação de práticas sustentáveis se faz extremamente importante na concepção de edificações, especialmente nas de grande porte, pois através de técnicas e tecnologias, é possível conceber ambientes saudáveis e acolhedores, que influenciam na melhora e bem-estar das pessoas sem que ocorram grandes impactos ambientais, assim, preservando a natureza e gerando economia/eficiência energética

Logo, para o projeto do Núcleo de Apoio Psicológico, foram propostas algumas diretrizes sustentáveis :

Consiste principalmente no uso de tecnologias que permitam a exploração das potencialidades do clima local e da volumetria da construção, sendo algumas delas o posicionamento da edificação conforme com a orientação solar e dos ventos predominantes, além do uso de iluminação e ventilação natural . Tais escolhas influenciam no conforto térmico e acústico, diminuindo a necessidade de técnicas mecânicas para garantir conforto aos espaços e consequentemente, gerando economia de energia

Com o intuito de favorecer o uso de técnicas passivas, foram selecionados tecnologias e materiais construtivos que contribuem na eficiência energética do projeto através de elementos que diminuem a insolação direta no

Importante fator no gerenciamento do uso de águas, consiste no encaminhamento de efluentes – provenientes de pias, chuveiros, lavatórios e tanques – a reservatórios individuais para que ocorram tratamentos específicos e essas possam ser reutilizadas para irrigação de jardins e lavagem de pisos, gerando uma enorme economia de água, contribuindo para a redução de gastos e preservação do meio ambiente .

Elemento importante que assegura maior permeabilidade do terreno devido a sua composição porosa – de concreto e pedra granulada –, permitindo que a água escoe facilmente até o solo . Esse modelo é instalado de maneira que as pedras se encaixem até cobrirem todo o local proposto Se apresenta como uma alternativa sustentável por prevenir problemas com alagamentos e enchentes além de reduzirem a temperatura do solo em até 7 ° C, reduzindo o impacto de ilhas de calor, sendo também uma maneira de atingir a taxa de permeabilidade imposta pelo munícipio

Além de agregar na questão estética do projeto, a implantação de vegetações contribuí na diminuição da temperatura local, no sombreamento de passeios e aberturas, além de absorver ruídos e purificar o ar, aumentando o conforto dos ambientes . Ademais, serão inseridas espécies nativas, de forma que essas se adequem com mais facilidade ao clima, tornando - as funcionais e eficientes .

Também utilizou - se espelhos d’água para auxiliar na redução da temperatura local através de resfriamento evaporativo .

DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS
109

PROTEÇÃO COM AMPLOS BEIRAIS

De forma a propor estratégias que mantenham o conforto térmico dos ambientes, colaborando com a qualidade dos espaços internos, foram estudadas as fachadas que compõe o projeto e como a insolação e os ventos predominantes as afetam .

Com amparo da carta solar de São José do Rio Preto, foi constatado que as fachadas com insolação mais críticas, são as Norte, que recebem incidência solar durante todo o dia no Inverno e as Oeste, que recebem insolação no período da tarde, horário mais preocupante, em todas as estações.

A partir disso foram propostas algumas soluções:

• Nas FACHADAS OESTE, foram propostos amplos beirais poucas aberturas – que quando existentes são protegidas verticais orgânicos-, com exceção da grande fachada é protegida por uma fachada microclimática com membrana que diminui drasticamente a insolação que chega edificação, além de permitir a entrada e saída de interno, amenizando sensação térmica. Ademais, paredes voltada a essa orientação, nenhuma abertura cedendo espaço para um jardim vertical que diminuirá transmitância térmica entre ambiente interno e externo

• Nas FACHADAS SUL, foram propostos ambientes de como dormitórios, espera e estar, de forma a aproveitar ameno que incide sobre essas fachadas Em todo aumentar ainda mais o coeficiente de conforto, foram beirais de 1,50 e 2,50m e, no caso dos dormitórios, oferecem um recuo em relação a entrada de luz interno, além de brises verticais que barram o sol nos críticos do dia.

• Por receber insolação apenas no período da manhã, quando o sol é mais ameno, ´ foi sugerido para a FACHADA LESTE, o uso de beirais de 1,65m com o auxilio da vegetação para resfriamento do ar que entrará no edifício e, o uso de brises verticais, que toda a extensão das aberturas, uma vez que nessa fachada localizados espaços de estar e alguns consultórios, que de certa permeabilidade visual, porém resguardando consulta.

• As FACHADAS NORTE abrigam ambientes de curta e longa No caso de ambientes de curta permanência, os beirais janelas com peitoris altos, conseguem impedir que os adentrem os espaços internos em horários críticos (parte Já no caso dos ambientes de longa permanência, foram além dos amplos beirais, o uso de brises em grelha no de administração, arborização mais densa próxima as salas complementares e, painéis com brises horizontais em alguns dormitórios, permitindo a barragem da incidência conforme a demanda Além disso, alguns consultórios aberturas voltadas para essa posição, nesse caso foram brises horizontais fixos em formato orgânico que barram nos horários necessários.

PROTEÇÃO COM AMPLOS BEIRAIS

PROTEÇÃO COM FACHADA TÊXTIL MICROCLIMÁTICA (DET.1)

PROTEÇÃO COM BRISES VERTICAIS (DET.2)

PLANTA TÉRREO –INSOLAÇÃO FACHADAS SEM ESCALA

PROTEÇÃO COM PAINÉIS DE BRISES DESLIZANTES

PROTEÇÃO COM FACHADA TÊXTIL MICROCLIMÁTICA (DET.1)

PROTEÇÃO COM BEIRAIS

PROTEÇÃO COM BRISES HORIZONTAIS (DET.3)

PLANTA 1º PAVIMENTO –INSOLAÇÃO FACHADAS SEM ESCALA

técnicas mencionadas anteriormente, todas da fechamento com vidro insulado Low-e que contribui ainda mais termoacústico dos ambientes Vale ressaltar que os ambientes de foram propostos, em sua maioria, nos extremos da edificação, de de longa duração estejam mais centralizados, e assim protegidos direta vedações externas espessas com adição de poliestireno expendido conforto térmico, sendo essa a proposta de todas as paredes

CONFORTO AMBIENTAL

12:00h

OESTE

MEMBRANA TÊXTIL (COM PROTEÇÃO 85% DA INCIDÊNCIA SOLAR)

Foi proposta uma fachada microclimática com membrana têxtil Hunter Douglas que apesar de dissipar 85% dos raios solares, mantém a permeabilidade visual do ambiente interno para o externo

Além disso, no det 2, é possível ver ao fundo os painéis deslizantes de brises horizontais que protegem as sacadas de alguns dos dormitórios. Ademais, conseguese observar a implantação de brises verticais para bloquear a insolação direta na sala da diretoria

DET. 1 – CORTE FACHADA MICROCLIMÁTICA ESC.: 1:90

ESTAÇÃO

ALTURA SOLAR 10:00 ALTURA SOLAR 12:00 ALTURA SOLAR 15:00

INVERNO - 47° 29° EQUINÓCIO - 70° 42° VERÃO - - 49°

ESTAÇÃO

ALTURA SOLAR 10:00 ALTURA SOLAR 12:00 ALTURA SOLAR 15:00

ESTAÇÃO

ALTURA SOLAR 10:00 ALTURA SOLAR 12:00 ALTURA SOLAR 15:00

ESTAÇÃO

DET. 2 – CORTE E INSOLAÇÃO DE FACHADA COM BRISES VERTICAIS ESC.: 1:150

111
INVERNO - -EQUINÓCIO - -VERÃO 62° 86° 49°
INVERNO 38° 46° 29° EQUINÓCIO 54° 70° 42° VERÃO 62° - -
OESTE
LESTE
ALTURA SOLAR 10:00 ALTURA SOLAR 12:00 ALTURA SOLAR 15:00 INVERNO 38° -EQUINÓCIO 54° -VERÃO 62° 86° -
SUL NORTE
OESTE
ESTRUTURA PARA TENSIONAMENTO DA MEMBRANA TÊXTIL TELHA TERMOACÚSTICA EFEITO CHAMINÉ BEIRAL TELHA TERMOACÚSTICA TELHA TERMOACÚSTICA BEIRAL BEIRAL BRISE ONDULAR VERTICAL VIDRO INSULADO LOW-E PAINÉIS DESLIZANTES DE BRISES HORIZONTAIS SEM ESCALA PAINÉIS DESLIZANTES PAINÉIS DESLIZANTES 0 1 5m 2 0 1 9m 3 5
FACHADAS OESTE

DET. 3 – CORTE E INSOLAÇÃO DE FACHADA COM BRISES HORIZONTAIS ESC.: 1:100

FACHADAS NORTE

Como dito anteriormente, a fachada recebe incidência solar durante o período mais crítico do dia, a tarde. Como visto nas ampliações e detalhes ao lado, foram propostos brises horizontais, brise em grelha, aberturas com vidro insulado low-e e o uso de beirais

BEIRAL PROPORCIONA PROTEÇÃO

PARA A MAIORIA DOS HORÁRIOS EM

QUE O SOL ADENTRA O AMBIENTE, ÚNICO PERÍODO EM QUE OCORRE MAIOR INSOLAÇÃO É O DAS 10H NO INVERNO, ESSE SENDO INTERESSANTE PARA ESQUENTAR O AMBIENTE INTERNO QUE PODE SE APRESENTAR FRIO NESSA ÉPOCA E HORÁRIO.

BRISE VERTICAL ALIADO AO BEIRAL PROTEGE O AMBIENTE INTERNO EM TODOS OS PERÍODOS DA MANHÃ

Os brises propostos apresentam formato ondular com locação em diferentes posições intencionando causar sensação de movimento a fachada, incorporando um extremamente funcional a estética projeto.

PLANTA –CÁLCULO DISTÂNCIA ENTRE PALETAS DO BRISE EM GRELHA ESC.: 1:100

LATERAL PARA BLOQUEAR INSOLAÇÃO AS 15H

DISTÂNCIA DE 16CM BLOQUEIA MAIORIA DOS RAIOS SOLARES COM EXCEÇÃO DO HORÁRIO DAS 10H

DISTÂNCIA DE 19CM BLOQUEIA OS RAIOS SOLARES DAS 10H QUE NÃO FORAM BARRADOS PELO BRISE VERTICAL

TELHA TERMOACÚSTICA

1 4M 1 9m 3 5

VEGETAÇÃO PARA DIMINUIR TRANSMITÂNCIA ENTRE AMBIENTES

ABERTURA ZENITAL COM EFEITO CHAMINÉ
ILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO NATURAL
PALETA
BEIRAL AMPLO CORTE AA – INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO CRUZADA NA EDIFICAÇÃO ESC.: 1:150 LESTE OESTE
NORTE PERSP. BRISE HORIZONTAL DISTÂNCIA DE 11CM ENTRE PAINÉIS NO
0 1 4M
RT E
CORTE – CÁLCULO DISTÂNCIA ENTRE PALETAS DO BRISE EM GRELHA ESC.: 1:100 0

Com o intuito de manter os níveis de ruído dentro dos padrões pré estabelecidos pela NBR 10152 (Níveis de ruído para conforto acústico) para cada tipo de ambiente, foram propostas algumas tecnologias

No geral, foram implantadas em todos os espaços do projeto, paredes de drywall acústico Gypsum com 16cm de espessura que oferecem isolamento acústico de 53dB (rw = índice de Redução Sonora) Esse elemento aliado ao uso de vidro insulado low-e nas aberturas (aprox . rw=36dB) e do piso elevado no 1º pavimento, proporcionam conforto acústico a grande parte dos espaços propostos, uma vez que esses produzem ruídos através de conversas em sua maioria, gerando ruídos de aproximadamente 60dB.

Todavia, o projeto dispõe de salas complementares, com usos como academia, sala de dança e de música, sendo os últimos dois os mais críticos em relação a produção de ruídos. Para minimizar os sons gerados nesses ambientes foram estabelecidas, além das técnicas citadas anteriormente, algumas especificações :

• No ambiente da ACADEMIA, foram instalados pisos emborrachados para diminuir o ruído de impacto e, forro de gesso revestido com Espuma Acústica Illtec Perfilada (Sonex) – espessura de 75mm –, que apresenta coeficiente de absorção de 0,92, diminuindo a propagação do som para o ambiente superior

• Na SALA DE DANÇA, foi proposto o piso flutuante como inibidor de sons de impacto e também, a aplicação da Espuma Acústica Illtec Perfilada (Sonex) –espessura de 75mm – na área do forro de gesso.

• Já na SALA DE MÚSICA, a instalação de um drywall acústico mais espesso se fez necessário para reduzir

. Fonte: Elaborado pelo autor,2022.

113
Imagem 90. Diagrama sala de música e seus materiais

ESCADA 1 ESCADA 2 ESCADA 1 ESCADA 2 0

1 20m 5 2

DE FUGA

LEGENDA

ROTA 1: 31,4m

ROTA 2: 24,8m

ROTA 3: 11,5m

ROTA 4: 3,5m ROTA 5: 20,6m ROTA 6: 14,8m

PLANTA TÉRREO - SAÍDAS | ESCADAS DE EMERGÊNCIA E ROTAS DE FUGA 1:450

ROTA 7: 15,9m

ROTA 8: 22,2m ROTA 9: 20,2m

ROTA 10: 3,5m

ROTA 11: 24,3m ROTA 12: 22,5m

ROTA 13: 10,4m

PORTA 2,2M (4UN)

PORTA 1,65M (3UN) PORTA 1,20M (2UN)

LEGENDA

ROTA 1: 32,6m

ROTA 2: 21,6m ROTA 3: 20,9m

PLANTA 1° PAVIMENTO - ESCADAS DE EMERGÊNCIA E ROTAS DE FUGA 1:450

ROTA 4: 12,3m ROTA 5: 30m ROTA 6: 20m

ROTA 7: 17,8m

Pensando na segurança e bem estar dos usuários em caso de incêndios, foram utilizados os parâmetros exigidos pela Instrução Técnica 11 dos Bombeiros na definição das escadas e saídas de emergência, bem como nos percursos de rotas de fuga.

Como visto anteriormente no capítulo de Legislações, o projeto se classifica em geral, no Grupo H-2 (Local onde pessoas requerem cuidados especiais por limitações físicas ou mentais). Para essa classificação, a I .T. 11 determina que em edifícios de até 6m de altura – de piso a piso –, como é o caso do projeto, não é necessário escadas especiais, podendo ser implantadas escadas NE (Não enclausuradas), ou seja, escadas normais. Portanto, foram propostas duas escadas NE de modo que o percurso máximo para as rotas de fuga não seja excedido. Ademais, para comportar a população prevista pela I T 11 de forma correta, utilizou-se o cálculo de unidades de passagem para dimensionamento de ambas escadas, onde dividiu-se dois fluxos de pessoas para um cálculo mais preciso: a ESCADA 1 comportara a população dos dormitórios, enfermagem e áreas de estar; a ESCADA 2 acolhera a população dos consultórios e salas de terapia, ambas descarregando a população no pavimento térreo que apresenta diversas saídas de emergência para evacuar os dois pavimentos (para cálculo das unidades de passagem das saídas de emergência, foram considerados os diversos usos do edifício visando atender da melhor forma toda a população).

Considerando que o edifício apresenta mais de uma saída de emergência, a I .T. 11 permite que as distâncias máximas a serem percorridas nas rotas de fuga sejam de 50m para o piso de descarga (no caso do projeto, o pavimento térreo) e de 40m nos demais pisos . Como observado nas plantas ao lado, ambas exigências foram atendidas, uma vez que o percurso de maior distância não chega a 33 metros

114 ROTAS

MEMÓRIA DE CALCULO

ESCADAS DE EMERGÊNCIA

Para cálculo da dimensão das escadas, utilizou-se a fórmula N= P/C e a Tabela 1 contidas na I.T. 11, que leva em consideração a população e área do projeto. A partir disso, obteve-se os seguintes resultados:

ESCADA 1 – H2 (P= 111; C=22)

N= 111/22 = 5,04 = 6 unidades de passagem

6 U.P. por escada + 10cm corrimão = 3,40M (largura mínima total escada 1)

ESCADA 2 – H6 (P= 67; C=45)

N= 67/45 = 1,48 = 2 unidades de passagem

2 U.P. por escada + 10cm corrimão = 1,20M (largura mínima total escada 2). Largura adotada em projeto : 2,10m

SAÍDASDEEMERGÊNCIA

Para dimensionamento das saídas de emergência, foram utilizadas as mesmas fórmulas, parâmetros e tabela da I.T. 11 mencionadas anteriormente. Analisando cada tipo de uso do edifício e utilizando a capacidade de unidades de passagem (C) para cada atividade segundo Tabela 1 da I.T.11 , chegou-se ao seguinte resultado:

• Duas portas de 1,20m (Total: 4un.) para evacuar o Hall e salas complementares;

• Três portas de 2,20m e uma de 1,20m de vão livre (Total: 14un.) para evacuar áreas de estar, área de alojamento e enfermagem;

• Uma porta de 1,65m (Total: 3un.) para evacuar cozinha e lavanderia;

• Duas portas de 1,20m de vão livre (Total: 4un.) para evacuar o setor administrativo e de apoio;

• Uma porta de 1,20m de vão livre (Total: 2un.) para evacuar os consultórios.

TOTAL DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA: 11

NOTA

Em atendimento a RDC 50, estabeleceu-se circulações verticais em escadas que segundo a norma, não vencerão lances de mais de 2m de altura sem patamar intermediário e em elevadores, sendo um, para 8 passageiros, destinado ao público geral, atendendo ao quesito de transportar 12% da população em 5min, e um para uso de funcionários possível uso de macas (com dimensões apresentando acesso direto a enfermaria extrair os usuários de forma rápida e

115
Imagem 91. Estar/ refeitório térreo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

Como dito anteriormente, as escadas da edificação são do tipo NE (Normais) devido a altura do edifício, essas são divididas em duas unidades e suas dimensões se dão pelos cálculos já apresentados. Seguindo os parâmetros da NBR 9050, os degraus das escadas respeitam a fórmula de blondel e corrimãos foram implantados em duas alturas em ambas escadas, porém na escada 1 implantou-se um fechamento em madeira, onde elaborou-se um nicho para a implantação dos corrimãos (VER CORTE AA).

As escadas também respeitam as diretrizes dispostas na RDC 50, como o fato de que nenhum lance de escada pode vencer mais de 2,00m sem patamar intermediário, esse devendo possuir largura mínima de 1,20m e em caso de mudança de direção, igual a largura da escada.

Ademais, foram inseridos pisos táteis em todos os patamares intermediários .

CORTE AA - ESCADA 1 (PRINCIPAL) ESCALA: 1:75

116 ESCADAS
PLANTA ESCADA 1 (PRINCIPAL) ESCALA: 1:75 PLANTA ESCADA 2 (CONSULTÓRIOS) ESCALA: 1:75
DET. 1 –
DEGRAIS 1:25 DET. 2 –CORRIMÃO 1:10 CORRIMÃO EMBUTIDO NO NICHO (AMBOS OS LADOS) CORRIMÃOS EMBUTIDO NO NICHO PATAMAR PATAMAR SAÍDA DE EMERGÊNCIA SAÍDA DE EMERGÊNCIA JANELAS BASCULANTES LAJE NERVURADA EM GRELHA 0 1 4m 2 0 1 4m 2 0 1 4m 2
DIMENSÕES
117
Figura 92. Fachada Oeste insolação as 9h Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

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