Intervenção em uma Área Urbana - Praça do Trabalhador

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Intervenção em uma Área Urbana Praça do Trabalhador Ana Elisa Vieira, Iago Siqueira, Isadora Gonçalves e Luana Chagas


Universidade Federal de Goiás Projetos Urbanos II Profa. Dr. Erika Kneib

Goiânia, novembro de 2021

Ana Elisa Vieira Iago Siqueira Isadora Gonçalves Luana Chagas


Sumário Introdução .................................................................................. 04 Metodologia ............................................................................... 05 Analise da área Legislação .......................................................................... 06 Ocupação, Usos e Apropriações ................................. 08 Mobilidade Urbana ......................................................... 11 Aspectos Ambientais ...................................................... 17 Conclusão do Diagnóstico .... ........................................ 18 Intervenção Diretrizes Projetuais ....................................................... 19 Referenciais Projetuais ................................................... 20 Propostas de Intervenção .............................................. 22 Considerações Finais .............................................................. 28 Referências Bibliográficas ................................................... 29


Introdução

A Praça do Trabalhador, importante espaço de mobilização popular, está localizada no Setor Central de Goiânia (GO), próxima aos setores Norte Ferroviário I e II. Comporta a Feira Hippie, a maior feira ao ar livre da América Latina e apresenta importantes pontos de interesse em seu entorno, como a Rodoviária de Goiânia, a região da 44 e a antiga Estação Ferroviária de Goiânia, um dos mais importantes edifícios Art Déco da cidade.

Foto: site A Nova Democracia, 2017

Intervenção em uma Área Urbana: Praça do Trabalhador

No geral, as regiões adjacentes à praça possuem uma extensa variedade de usos, porém, considerando o recorte analisado, observa-se a predominância de comércios e serviços. Tomando o projeto inicial de Goiânia, a Praça do Trabalhador, denominada a princípio de Praça Doutor Americano do Brasil, estava ligada à Praça Cívica por meio da Avenida Goiás. A partir da década de 1950, com a força do movimento dos trabalhadores, reivindicou-se a construção de um monumento que marcasse a conquista de direitos civis e trabalhistas e mostrasse a importância dos trabalhadores na construção da cidade. Dessa forma, o Monumento ao Trabalhador foi fundado, em 1959, na Praça Doutor Americano do Brasil, compondo a paisagem urbana da cidade. Reunindo shows, manifestações e encontros, o local conquistou o afeto da população goianiense. Assim, considerando a importância e o senso de pertencimento do público, a região passa a se chamar Praça do Trabalhador. Ao longo dos anos e com os diferentes cenários políticos, o Monumento ao Trabalhador, bem como a Praça do Trabalhador, foram diretamente impactados, sofrendo alterações, tentativas de restauração e, por fim, a remoção total do Monumento, acompanhada de diversas outras mudanças na praça.

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Metodologia e objetivos

Seguiu-se as seguintes etapas de desenvolvimento:

1

Estudo e análise de referenciais teóricos sobre urbanismo e intervenções urbanísticas, relacionando com a temática da proposta com o intuito de alcançar uma solução prática e de qualidade para o projeto;

2

Levantamentos, análises e diagnósticos a respeito da região de intervenção a partir de 3 escalas: macro (região em relação à cidade), meso (entorno e áreas de interesse próximas) e micro (a área estudada em si e seu entorno imediato);

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Desenvolvimento de mapas contendo os levantamentos, análises e diagnósticos, utilizando o Google Earth, Google Maps, Street View e Mapa Fácil de Goiânia;

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Estudos de similares, a fim de compreender a capacidade de desenvolvimento do local;

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Realização da proposta de partido utilizando os dados coletados e analisados, de modo a potencializar a utilização da área.

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Utilizando-se de dados estatísticos, imagens de satélite, mapas, pesquisas, formulários e considerando questões históricas, pretende-se analisar a Praça do Trabalhador, bem como seu entorno, a partir das informações coletadas. Em seguida, a partir do diagnóstico resultante dessa análise, propõe-se a elaboração de soluções e propostas urbanas compatíveis com as necessidades e demandas do local.

Foto: Luana Chagas, 2021

Foto: Luana Chagas, 2021

5


Análise da Área Legislação A partir da leitura do Plano Diretor do município de Goiânia (Lei Complementar no. 171, de 29 de maio de 2007), identificou-se que a maior parte dá área analisada, correspondente a trechos do Setor Central, Norte Ferroviário I e II, são classificadas como Áreas de Adensamento Básico, definidas como "áreas de baixa densidade, para as quais será admitida a duplicação dos atuais padrões de densidade, visando a correlação das funções urbanas em menores distâncias e a otimização dos benefícios sociais instalados, estando sujeita ao controle de densidades resultante da relação do número de economias por fração ideal de terreno". À exceção disso, foram identificados alguns trechos de Áreas Adensáveis, "para as quais serão incentivadas as maiores densidades habitacionais e de atividades econômicas, sustentadas pela rede viária e de transporte". Entre outras determinantes, podem ser classificadas como áreas adensáveis as "faixas bilaterais contíguas aos Eixos de Desenvolvimento Exclusivos, numa extensão aproximada de 350m de cada lado da via estruturadora do eixo". Isso se dá porque o Corredor Goiás, que integra a macro rede viária básica de Goiânia, é um dos Eixos de Desenvolvimento Exclusivos (art. 82 do Plano Diretor),

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Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2002, o edifício da Estação Ferroviária compõe o acervo Arquitetônico e Urbanístico Art Déco da capital, com dois dos principais afrescos pintados por Frei Nazareno Confaloni: Bandeirantes: Antigos e Modernos. O edifício juntamente com a Praça do Trabalhador são bens tombados em instância federal, estadual e municipal.** Recentemente o conjunto recebeu intervenções que abrangeram a revitalização completa da edificação, incluindo a restauração da Maria Fumaça, a reprodução de parte da linha férrea, a restauração do relógio e dos painéis pintados por Frei Nazareno Confaloni, e a restauração e reconstituição dos azulejos da fachada.

A obra permitiu ainda a requalificação urbana da Praça do Trabalhador, cujo espaço e história se confundem com a edificação da antiga estação, que recebeu nova pavimentação, paisagismo, iluminação e mobiliário, criando mais um espaço de convivência para população." (Fonte: Instituto Biapó) Por fim, as zonas demarcadas como Áreas de Preservação Permanentes correspondem às áreas diretamente lindeiras ao Córrego Capim Puba (à esquerda do mapa) e ao Córrego Botafo-

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MAPA 1 - LEGISLAÇÃO

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Bens tombados

Setor Central - Área de Adensamento Básico*

Área Adensável*

Setor Norte Ferroviário I - Área de Adensamento Básico*

Corredor Goiás

Setor Norte Ferroviário II - Área de Adensamento Básico*

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Área de Preservação Permanente (APP)

go (à direita do mapa), ambos afluentes do Ribeirão Anicuns, um dos 4 ribeirões que permeiam Goiânia.

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** fonte: DECRETO Nº 4.943, DE 31 DE AGOSTO DE 1998. GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS

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Ocupação, Usos e Apropriações A região do entorno da Praça do Trabalhador compreende uma extensa variedade de usos, com grandes concentrações de hoteis, edifícios institucionais e residências uni e multifamiliares em diversos pontos - estas últimas principalmente abaixo da Av. Independência e acima da Av.Oeste. Porém, o recorte analisado destaca-se por ser uma área predominantemente comercial, abrigando importantes polos de atração e geradores de fluxos. Esse comércio se apresenta das mais diversas formas: desde grandes equipamentos urbanos como o Araguaia Shopping e o Shopping Estação da Moda, até estabelecimentos de pequeno porte que atraem centenas de pessoas diariamente até a rua 44. Além dessas formas de comécio formal, a região ainda contempla diversas feiras, como: a Feira Hippie, maior feira ao ar livre da América Latina, com aproximadamente 8 mil pontos de venda, localiza-se na Praça do Trabalhador, funcionando de sexta à domingo, durante o dia; a Feira da Madrugada, que também acontece na Praça do Trabalhador, conta com aproximadamente 600 pontos de venda e funciona nas madrugadas de quarta e quinta-feira; e a Feira da Marreta, que funciona no estacionamento da Pecuária, com início na madrugada, a partir das 3 horas de domingo. A Praça do Trabalhador também é frequentada por manifestantes, que, geralmente, utilizam o espaço como ponto de concentração final. Além disso, na região da praça e seu entorno, obser-

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va-se uma quantidade significativa de vendedores ambulantes, que montam suas bancas na calçada e/ou trafegam pelas ruas com seus produtos em compartimentos improvisados. MAPA 2 - PONTOS DE INTERESSE n

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1. Mercado Central 2. Hospital Jacob Facuri 3. Centro de Convenções 4. PSI - Pronto Socorro Infantil de Goiânia 5. Mutirama 6. Estádio Olímpico 7. Hospital de Acidentados 8. Hospital Santa Maria 9. IFG - Campus Goiânia 10. Planetário UFG 11. Assaí Atacadista 12. Câmara Municipal de Goiânia 13. Maxxi Atacado

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128m

14. Condomínio Residencial Serra Dourada 15. Praça da Estação/ Praça do Trabalhador 16. Praça do Trabalhador 17. Shopping Gallo 18. Mega Moda Park 19. Feira da Marreta 20. Leroy Merlin 21. Shopping Estação da Moda 22. Rodoviária/Araguaia Shopping 23. Região da 44 24. Cemitério Parque Jardim

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MAPA 3 - USOS

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comércio/serviço educacional religioso institucional área verde abandonado

Foto: : Ana Beatriz Stringhini, 2019

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Foto: : Ana Beatriz Stringhini, 2019

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MAPA 4 - APROPRIAÇÕES

área verde curso d’água Feira Hippie/ Feira da Marreta concentração de vendedores ambulantes 160

Foto: : Luana Chagas, 2021

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Foto: : Ana Beatriz Stringhini, 2019

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Mobilidade Urbana

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A região analisada compreende importantes vias para a morfologia da cidade, recebendo um grande fluxo de veículos e pessoas diariamente. Segundo o questionário aplicado pela turma, grande parte desses deslocamentos é feito por transporte por aplicativo ou particular. Isso se reflete em um trânsito pesado, com diversos trechos de congestionamento, e na grande quantidade de carros estacionados responsáveis por ocupar boa parte das ruas, principalmente na região comercial da rua 44.

MAPA 5 - PRINCIPAIS VIAS DA REGIÃO, SEUS SENTIDOS E FLUXOS

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Praça do Trabalhador

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acessos e saídas da Marginal Botafogo maior fluxo de veículos da Região avenidas com grande fluxo de veículos avenidas com grande fluxo de veículos

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avenidas com menor fluxo de veículos

em construção

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Fonte: Google Earth, junho de 2021

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MAPA 6 - INFRAESTRUTURA DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO E FAIXAS DE PEDESTRE

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pontos de ônibus em faixa exclusiva ponto de ônibus faixa de pedestre área verde

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MAPA 7 - FLUXOS E ZONAS DE CONGESTIONAMENTO

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Praça do Trabalhador

maior fluxo de veículos da Região

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avenidas com grande fluxo de veículos

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avenidas com grande fluxo de veículos

acessos e saídas da Marginal Botafogo

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zonas de congestionamento

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MAPA 8 - TIPOS DE CAMINHADA

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área verde

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curso d’água Praça do Trablhador caminhada | comércio caminhada | trânsito

1. Câmara Municipal

caminhada | bairro

2. Estação da Moda/ Leroy Merlin

acessos de pedestres nos equipamentos

3. Rodoviária Interestadual e Araguaia Shopping

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MAPA 9 - BARREIRAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS PARA PEDESTRES E CICLISTAS

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barreiras para caminhada calçadas em mau estado, falta de faixas de pedestre, cruzamentos perigosos, escadarias vias que funcionam como fronteiras vias com fluxo intenso de carros/ ônibus/ caminhões em velocidade alta, sem passagens de pedestres ou com faixas mal poscionadas.

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área verde curso d’água Praça do Trablhador

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MAPA 10 - MOBILIÁRIO URBANO

N

mobiliário esportivo público/ playground postos de bicicleta compartilhadas

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bancos públicos telefones públicos postes de iluminação pública lixeiras públicas pontos de ônibus

Analisando os mobiliários urbanos da região investigada, nota-se a escassez de certos tipos de equipamentos, como playgrounds, postos de bicicletas compartilhadas e bancos públicos, que se concentram apenas dentro ou no entorno da Praça da Estação.

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Foto: Luana Chagas, 2021

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Aspectos Ambientais

MAPA 11 - ASPECTOS AMBIENTAIS N

Numa escala menor, observa-se a existência de grandes áreas verdes no entorno do recorte de intevenção. Entretanto, no que diz respeito às praças em si, é evidente a escassez de árvores e áreas permeáveis, provocando uma sensação térmica elevada em qualquer hora do dia. Além disso, as grandes áreas pavimentadas são responsáveis por prejudicar o escoamento adequado das águas pluviais, acarretando alagamentos frequentes na região.

240

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960M

áreas de alagamento áreas verdes Praça do Trabalhador cursos d’água árvores de porte significativo

Foto: Luana Chagas, 2021

Intervenção em uma Área Urbana: Praça do Trabalhador

Foto: Luana Chagas, 2021

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Conclusão do Diagnóstico

PROBLEMAS

_

- subutilização da Praça do Trabalhador quando não ocupada pelas feiras; - falta de planejamento das feiras, o que acaba causando aglomeração excessiva de pessoas, lixo exacerbado e índices altos de roubos; - conflitos de interesses entre feirantes, lojistas e ambulantes;

POTENCIALIDADES

+

- proximidade à estação do BRT; - praças com espaços amplos que permitem o distanciamento social adequado; - variedade de usos; - proximidade com importantes equipamentos urbanos.

- trechos com barreiras físicas para pedestres e ciclistas; - escassez de mobiliários urbanos de qualidade que incentivem a permanência; - calçadas estreitas que não conseguem abrigar o fluxo alto de pessoas e camelôs; - sobrecarga de automóveis, o que corrobora para congestionamentos e acidentes constantes; - poucas áreas verdes e permeáveis, contribuindo para alagamentos frequentes em períodos chuvosos; - falta de arborização, o que gera grande desconforto térmico.

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Intervenção Diretrizes Projetuais Tendo em vista as análises feitas e os problemas e potenciais levantados, percebe-se a necessidade de organização dos fluxos de veículos e pessoas; o apoio aos feirantes, lojistas e visitantes;

e a resolução dos problemas ambientais causados pela escassez de sombras e áreas permeáveis. A partir disso, foram traçados os seguintes princípios norteadores de projeto:

forncecer apoio aos comerciantes formais e informais conceber espaços flexíveis que abriguem e organizem a Feira Hippie

otimizar o fluxo de veículos e pessoas

incentivar as formas alternativas de deslocamento

criar espaços de permanência e lazer que possam também ser usufruídos para além dos horários comerciais melhorar o conforto ambiental da região

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Referenciais Projetuais

1) Mercado Popular da Rocinha Local: Rocinha, Rio de Janeiro Arquiteto: Rodrigo Azevedo Área: 1500 m2 Ano: 2004 A proposta requalificou um espaço urbano popular, respeitando as atividades e particularidades existentes. As condições de trabalho e permanência, especialmente para os comerciantes, melhoraram consideravelmente. - surgiu devido à necessidade de reestruturar o comércio informal existente na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Asim, sua implantação foi feita no mesmo espaço já ocupado pelos comerciantes; - a calçada possui 150 metros de extensão, com largura variável, e comporta as atividades comerciais sob uma cobertura de lona tensionada; - serviços, administração, casa de máquinas e sanitários se concentram em um volume de alvenaria; - os mastros de sustentação das lonas captam a água das chuvas e a levam à rede de captação pública através da drenagem pelo subsolo; - 165 compartimentos em módulos de estrutura metálica.

Fonte: Fala Roça, 2020.

Fonte: Fala Roça, 2020

Fonte: Fala Roça, 2020.

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2) Parque Linear Klyde Warren

3) Skate Park Nou Barris

Local: centro de Dallas, Estados Unidos Arquitetos: The Office of James Burnett Área: 5,2 hectares Ano: 2012

Local: Barcelona, Espanha Arquitetos: SCOB Área: 2239 metros quadrados Ano: 2015

Conectividade é o conceito principal do parque. O espaço contribui para um centro da cidade mais tranquilo ao priorizar o pedestre e promover o uso de patins e bicicletas. Inclui: palco para espetáculos, restaurante, parque para cães, parque infantil, grande gramado, instalações de água, jardins texanos nativos, caminhos sombreados para pedestres e área para jogos. Pretende-se que seja um centro de atividades com 4 a 5 eventos por dia, com programação livre que varia entre yoga, aulas de dança, torneios de xadrez, noites de cinema e concertos ao ar livre.

“O novo parque para skates de Nou Barris está implantado na Ronda de Dalt, uma das maiores infraestruturas viárias de Barcelona. O projeto faz parte da remodelação de um antigo parque para skates, que foi usado parcialmente no passado. Este parque é o resultado de um intenso trabalho com os usuários locais, feito através de processos de participação cidadã, com o objetivo de criar um parque onde todas as necessidades fossem atendidas. Esse parque inclui três bowls sucessivos. Um deles fazia parte do antigo parque e foi mantido; A área dedicada ao street com diversos elementos e uma área de snake run foi também incorporada. ”

Fonte: Archdaily. Fonte: Archdaily.

Fonte: Archdaily.

Intervenção em uma Área Urbana: Praça do Trabalhador

Fonte: Archdaily.

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Propostas de Intervenção

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concepção de áreas verdes de convivência e lazer

ciclofaixa; requalificação de calçadas; retirada de barreiras estacionamento destinado a comerciantes, fornecedores e clientes desvio criado com a construção do BRT (atualmente em andamento)

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postos de bicicleta compartilhada estação do BRT espaços verdes e sombreados de convivência área destinada às feiras

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organização do espaço da feira e fornecimento de apoio aos comerciantes

modificação das vias e fluxos da região da rua 44

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alargamento de calçadas adjacentes às lojas vias unicamente para pedestres e cilclistas vias de tráfego de veículos, proibido parar e estacionar de um lado da via e do outro, área azul; alargamento de calçadas

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1. Concepção de Áreas Verdes de Convivência e Lazer

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Afim de inserir áreas sombreadas e permeáveis, contribuindo para a redução de alagamentos e do desconforto térmico, propõe-se a criação de um grande espaço verde de convivência na área hoje denominada Praça da Estação, e dois parques lineares adjacentes a ela. Esses espaços contariam com jardins e grandes árvores nativas do cerrado, mobiliários urbanos de qualidade, um skate park,

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academias ao ar livre e playgrounds. O objetivo de propor um skate park é gerar um ponto de interesse e revitalizar uma área subutilizada e insegura da região. Existe uma crescente comunidade de skatistas em Goiânia e as pistas de skate disponíveis são distantes da região central, desconexas do transporte público, e/ou não possuem infraestrutura adequada.

25


2. Organização do Espaço da Feira e Fornecimento de Apoio aos Comerciantes n

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Pretende-se a criação de um eixo de circulação que atravessa e estrutura a praça, dotado de equipamentos como sanitários, áreas de descanso, mobiliários urbanos (bancos, mesas, bebedouros), espaços verdes sombreados e quiosques de alimentação. Assim, seria possível fornecer apoio aos lojistas, ambulantes e clientes, além de promover a ocupação da região em tempo integral, extrapolando o horário comercial. Os espaços residuais que ladeiam essa praça linar seriam destinados às feiras livres e estruturados por pavimentos permeáveis ecológicos, além de serem dotados de canteiros pontuais com árvores de médio porte e postes de iluminação púbica.

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3. Modificação das Vias e Fuxos da Região da Rua 44 A proposta apresenta a elaboração de uma ciclofaixa, requalificação das calçadas e retirada de barreiras físicas para pedestres. A ciclofaixa foi disposta a fim de permitir o intercâmbio de modais, possibilitando a integração com o BRT, que contaria com pontos de bicicletas compartilhadas em suas proximidades. No recorte, propõe-se o alargamento das calçadas adjacentes às lojas, ampliando o espaço do pedestre e retirando a prioridade do automóvel. Sugere-se, também, vias exclusivas de pedestres e ciclistas intercaladas com vias de tráfego de veículos, estas com proibição de parada e estacionamento e áreas específicas para carga e descarga de mercadorias. Para abrigar os veículos retirados destes locais, pretende-se a criação de estacionamentos lineares destinados a comerciantes, fornecedores e clientes.

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Rua 44 60

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PROPOSTA Perfil da rua 44

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Considerações Finais Considerando o contexto, legislação, dados e diagnósticos apresentados sobre a Praça do Trabalhador e seu entorno, conclui-se que, apesar dos problemas levantados, a região possui grande potencialidade de melhora, especialmente em relação à: organização dos fluxos de veículos e pessoas; concepção de espaços adequados e com apoio aos feirantes, lojistas e visitantes e resolução de problemas ambientais. A proximidade com o BRT, os espaços amplos proporcionados pelas praças, a variedade de usos e os importantes equipamentos urbanos garantem diversas possibilidades ideais para a região. Na etapa de levantamento, compreendeu-se as situações que afligem a região e foi possível correlacionar os dados coletados com as principais queixas e problemas. Posteriormente, a partir dos referenciais projetuais, foi possível identificar aspectos, elementos e estratégias que promoviam os princípios estabelecidos que melhor se adaptam à área analisada. O trabalho desdobrou-se em soluções que concebessem espaços flexíveis para abrigar e organizar a Feira Hippie, além de fornecer apoio aos comerciantes formais e informais. Para isso, pretende-se organizar o espaço da feira através de um eixo de circulação que a atravessa e a estrutura e, além disso, fornecer espaços que comportam sanitários, áreas de descanso, mobiliários urbanos, espaços verdes sombreados e quiosques de alimentação.

Intervenção em uma Área Urbana: Praça do Trabalhador

Ademais, considerando a organização dos fluxos de veículos e pessoas, pretende-se incentivar formas alternativas de deslocamento, construindo uma ciclofaixa (disposta a fim de permitir o intercâmbio de modais), requalificando as calçadas e retirando barreiras físicas para pedestres. Propõe-se o alargamento das calçadas das lojas, priorizando o espaço do pedestre. Planeja-se, também, vias exclusivas para pedestres e ciclistas, intercaladas com vias de tráfego de veículos. Acredita-se que, dessa maneira, a Praça do Trabalhador, bem como seu entorno, apresentaria grande evolução, superando seus principais problemas e, finalmente, aproveitando seu potencial.

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Referências Bibliográficas Parque Klyde Warren / The Office of James Burnett [Klyde Warren Park / The Office of James Burnett] 22 Dez 2012. ArchDaily Brasil. Acessado 20 Set 2021. <https://www.archdaily.com.br/br/01-85701/parque-klyde-warren--slash-the-office-of-james-burnett> ISSN 0719-8906 SILVA, Michel. Há 16 anos era inaugurado o Mercado Popular da Rocinha. Fala Roça, 2020. Disponível em: <https://falaro-ca.com/ha-16-anos-era-inaugurado-o-mercado-popular-da-rocinha/>. Acesso em: 20 Set 2021. LEI COMPLEMENTAR Nº 171, DE 29 DE MAIO DE 2007. Plano Diretor de Goiânia. Diário Oficial n° 4.147 de 26 de Junho de 2007. Parque Skate Nou Barris / SCOB [Skate Park Nou Barris / SCOB] 13 Abr 2019. ArchDaily Brasil. Acessado 20 Set 2021. <ht-tps://www.archdaily.com.br/br/913606/parque-para-skate-nou-barris-scob> ISSN 0719-8906 NACTO Urban Street Design Guide. National Association of City Transportation Officials. Manual, 2nd Edition, 2013.

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Universidade Federal de Goiás Projetos Urbanos II Profa. Dr. Erika Kneib

Goiânia, novembro de 2021

Ana Elisa Vieira Iago Siqueira Isadora Gonçalves Luana Chagas


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