CETRADON - CLÍNICA ESPECIALIZADA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS EM RIBEIRÃO PRETO

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CETRADON - CLÍNICA ESPECIALIZADA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS EM RIBEIRÃO PRETO ANA FLAVIA DE ALMEIDA ANTONIO

2020



CETRADON - CLÍNICA ESPECIALIZADA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS EM RIBEIRÃO PRETO Ana Flavia de Almeida Antonio Plano de trabalho apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Alexandra Marinelli Ribeirão Preto 2020



CETRADON - CLÍNICA ESPECIALIZADA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS EM RIBEIRÃO PRETO Ana Flavia de Almeida Antonio

Orientador: Alexandra Marinelli

Avaliador 1: Regina Angelini

Avaliador 2: Roni Ramos


RESUMO Este Trabalho tem seu tema voltado à Arquitetura

Hospitalar,

no qual será exposto um projeto

arquitetônico na cidade de Ribeirão Preto/SP. Trata-

se de uma Clínica Especializada no tratamento de doenças neurodegenerativas, cujo objetivo principal é

proporcionar a reabilitação físico-motora e cognitiva aos pacientes, além de trazer-lhes qualidade de vida e bemestar e também aos seus familiares.

Isso será possível através de um edifício acessível e

humanizado que conta com espaços internos integrados com atividades para os pacientes e cuidadores, e também pela integração com o exterior, proporcionando a

ABSTRACT This work is aimed at Hospital Architecture, based

natureza.

A humanização do espaço se completa com o uso de

This will be possible through an accessible and

humanized building that has internal rooms set aside for

activities for patients and caregivers, and also through integration with outer space, providing the opportunity for outdoor activities and contact with nature.

Neurodegenerativa - Clínica Especializada.

integração com a natureza trará benefícios não apenas aos pacientes da Clínica Especializada, mas também aos

da Clínica Civil localizada em frente e aos do Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto que poderão usufruir do espaço externo.

Com toda essa estrutura o projeto visa o atendimento

de todos da cidade de Ribeirão Preto e região.

The humanization of space is completed by the use

use of colors to stimulate sensations. Its integration into

also to their families.

Integração - Humanização - Reabilitação - Doenças

devido ao uso de cores para estimular as sensações. Sua

treating neurodegenerative diseases, which main aim is well as to bring quality of life and well-being to patients

Arquitetura Hospitalar -

de iluminação e ventilação natural ao edifício, e também

of large glass vents that will allow the entry of lighting

to provide physico-motor and cognitive rehabilitation as

Palavras Chaves:

grandes aberturas de vidro que possibilitarão a entrada

on which an architectural project will be exhibited in

the city of Ribeirão Preto/SP. It is a specialized Clinic for

6

oportunidade de atividades ao ar livre e o contato com a

and natural ventilation into the building, and also by the nature will bring benefits not only to the patients of the Specialized Clinic, but also to the patients of Clínica civil

and to the patients at Hospital das Clínicas of the Medical

School of Ribeirão Preto, who will be able to make use of the outside area.

With all this structure, the project aims to help

everyone from the city of Ribeirão Preto and its nearby neighborhoods.

Keywords: Hospital Architecture - Integration Humanization - Rehabilitation - Neurodegenerative Diseases - Specialized Clinic.


AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por chegar até aqui,

e por me iluminar, dar foco, sabedoria e tranquilidade em todos os momentos.

Com todo meu coração, agradeço aos meus pais por

acreditarem na minha capacidade, por todo incentivo,

apoio, amor, por me acalmarem nos momentos difíceis de

ansiedade e por serem minha inspiração para a realização

E por fim agradeço também a Instituição de

Ensino Centro Universitário Moura Lacerda e a todos os professores que passaram pela minha vida acadêmica

nos últimos cinco anos, por todos os ensinamentos e experiências passados.

Deixo a todos o meu muito obrigada!

deste trabalho e também uma inspiração de vida.

Agradeço também aos meus irmãos e familiares

por possibilitarem a minha formação, por acreditarem e

apostarem no meu potencial, por me apoiarem na escolha de minha profissão e por me ouvirem falar sobre minha trajetória tantas vezes.

Agradeço a todos os meus colegas de turma e

amigos da vida por estarem ao meu lado, por serem bons ouvintes e por fazerem parte dessa conquista tão especial.

Agradeço a empresa Pró-Saúde e todas as colegas

de trabalho por me apresentarem a área da Arquitetura

Hospitalar e por me ensinarem tantas coisas dessa parte incrível da arquitetura.

Agradeço a minha orientadora Alexandra Marinelli

por me acompanhar nessa trajetória, por todo o apoio, aprendizado, paciência e todo o carinho.

7


01

Introdução

03 As Doenças

PÁG. 10

PÁG. 24

Neurodegenetativas O que são? Exemplos de Doenças Reabilitação

05 A Humanização

SUMÁRIO

PÁG. 16

02 Arquitetura

Contemporânea e a Arquitetura da Saúde Arquitetura Contemporânea O Histórico da Arquitetura da Saúde

8

PÁG. 32

04

SUS - Sistema Único de Saúde

SUS Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e CER (Centro de Reabilitação Lucy Montoro)

PÁG. 42


07 Condicionantes

PÁG. 86

da Área

Localização Legislação Urbanística Caracterização da Área Aspectos Ambientais Infraestrutura Características do Terreno

PÁG. 50

06

Referências Projetuais

PÁG. 102

09 Projeto

PÁG. 108

11 Anexos

Estudo Preliminar Conceito e Partido Memorial Anteprojeto

08 Programa de

Necessidades

Hospital Sarah Kubstchek Rio de Janeiro Cleveland Clinic Lou Ruvo Center Centro de Cuidados para Pacientes com Alzheimer Centro Maggie Manchester

PÁG. 148

PÁG. 154

10 Referências

Bibliográficas

9



01 INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO A pesquisa em questão contempla um trabalho

final de graduação em Arquitetura e Urbanismo que em sua evolução desenvolve um projeto arquitetônico de um equipamento público direcionado a área hospitalar,

na cidade de Ribeirão Preto, o qual se concretiza em

uma Clínica Especializada no tratamento para pessoas portadoras de doenças crônicas neurodegenerativas, já que as mesmas ainda não possuem uma cura e precisam

de um cuidado contínuo para melhora da qualidade de vida e retardo da evolução da doença.

Este tema foi escolhido devido ao meu histórico

Figura 1– Pirâmide Etária 2000 do Brasil

Fonte: CENSO 2000 - IBGE

familiar, onde um membro é portador da Doença de Alzheimer e outro portador da Doença de Parkinson, e o

convívio com pessoas com doenças neurodegenativas me mostrou a grande importância no tratamento contínuo para impedir a evolução da doença, e também revelou como é difícil conseguir esse tratamento público na cidade de Ribeirão Preto, e o tratamento particular para

essas doenças é muito caro. E juntamente com essas

questões outro fator que me levou a esse tema foi um estágio na área de arquitetura da saúde, no qual trabalho

todos os dias com estabelecimentos assistenciais a saúde e suas particularidades projetuais. Então este tema ganha

importância particular, pois engloba duas experiências diárias pessoais. Figura 2 – Pirâmide Etária 2010 do Brasil

Fonte: CENSO 2010 - IBGE

12

Tendo em vista um panorama geral do Brasil é

revelado um crescente envelhecimento populacional,


facilmente perceptível na evolução das pirâmides etárias do país (IBGE), as quais apresentam o aumento significativo da população com mais de 60 anos.

O contexto de envelhecimento da população está

relacionado à extensão da longevidade, visto que está presente um grande desenvolvimento da tecnologia na

área de saúde, com curas e tratamentos de muitas doenças que anteriormente ocasionavam mortes precoces.

Segundo a OPAS (Organização Pan-Americana de

Saúde) (2018), os fatores apresentados são os grandes motivos do aumento de casos de pessoas com doenças neurodegenerativas, já que estas tem maior incidência em pessoas com mais de 60 anos, então se espera

que a quantidade de indivíduos portadores destas enfermidades triplique nos próximos anos.

Conforme a Sociedade Brasileira de Geriatria e

Gerontologia (2017) o Brasil enfrentará um grande

problema nas próximas décadas, já que estes transtornos neurocognitivos afetam quase 20% da população idosa

atualmente, tendendo a crescer cada vez mais, e os pacientes diagnosticados com essas patologias precisam

de ajuda para realizar suas atividades do cotidiano, tendo

uma grande dependência de seus cuidadores caso não

passem por tratamentos e reabilitação, que pode se tornar um grave problema com o fato da redução progressiva de números de filhos nas famílias.

Em Ribeirão Preto a situação não é diferente, há

um crescimento da população idosa, com a evolução

da taxa de envelhecimento de 6,99% para 8,67% entre

2000 e 2010 (Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013) e é o motivador para o aumento dos casos de doenças neurodegenerativas na população da região.

Por Ribeirão Preto ser referência em saúde, além

da procura de moradores da cidade, moradores da região vêm em busca de tratamento para essas doenças, o que está acarretando uma longa espera de vagas (de até 3

anos) para introdução em centros de reabilitação, o que pode acarretar em uma evolução mais avançada das doenças.

A Doutora Ana Luiza Nunes Cunha, Neurologista do

Hospital das Clínicas, citou como exemplo de reabilitação

motora da cidade, o CER (Centro de Reabilitação Lucy Montoro) instalado na cidade universitária, no Hospital das Clínicas. A doutora revelou que ele não oferece um

acompanhamento contínuo que seria necessário para o

tratamento das enfermidades em questão, e como maior problema apresentado por ela é a superlotação, com falta

de vagas e sem a possibilidade de acompanhar um mesmo paciente por mais de 3 anos (informação verbal). 1

Tendo em vista a contextualização acima o tema

ganha importância ao corresponder uma demanda

crescente por espaços adequados para o tratamento dos 1 Fala da Drª Ana Luiza Nunes Cunha, Neurologista do Hospital das Clínicas, em 28 set. 2019

13


transtornos neurocognitivos, justificando a criação de um

com execução de atividades do cotidiano. O objetivo

oferecer toda a infraestrutura necessária que acompanhe

com um espaço ambulatorial, com consultórios de

centro integrado, na cidade de Ribeirão Preto, que possa

na fase de tratamento e convívio com a doença necessário ao longo da vida.

A clínica terá o papel fundamental de ser um

suporte ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, proporcionando um complexo para o atendimento de pessoas com doenças neurodegenerativas, com uma

maior eficiência por ser um ambiente especializado

e específico para esse serviço e também dará o apoio necessário aos pacientes atendidos no CER (Centro de

Reabilitação Lucy Montoro). Desse modo, uma maior quantidade de pessoas conseguirá o atendimento

atendimento médico, centro de fisioterapia e reabilitação

físico-motora, salas de atividades e também um espaço

destinado aos familiares dos pacientes, que devido à rotina exaustiva também merecem relaxamento e

de certo modo um tratamento, além de espaços para

passar o dia caso venham de cidades vizinhas e precisem esperar o horário do ônibus para voltar para casa. Será

um local totalmente acessível, humanizado, seguindo as

normas de acessibilidade e com os princípios do conforto ambiental.

O desenvolvimento decorrerá inicialmente com uma

necessário através do SUS, proporcionando o suporte

aquisição de conhecimento através de leituras e pesquisa

de vida e um convívio mais fácil e leve com as doenças

Após o alcance do conhecimento será feito uma análise

adequado para os pacientes terem uma melhor qualidade que não possuem cura.

Como principais objetivos estão mostrar como a

arquitetura hospitalar é importante para proporcionar

espaços funcionais, bom atendimento, organização de

fluxos, e conforto necessário aos pacientes. Tendo como foco do trabalho a influência da mesma na criação de um

espaço que ajude na infraestrutura para o tratamento destas doenças, com a estimulação cognitiva e motora

de pacientes através de elementos arquitetônicos e

espaços que possibilitarão a reabilitação dos pacientes 14

principal é a criação de um edifício público que contará

bibliográfica sobre o panorama hospitalar no Brasil.

dos dados para a composição da revisão bibliográfica,

composta pelo desenvolvimento histórico e teórico do trabalho, apresentando dados sobre a evolução da

arquitetura hospitalar e da arquitetura contemporânea,

do que se tratam as doenças abordadas e o entendimento do espaço necessário para atendimento do público

portador de doenças neurológicas, o entendimento do SUS (Sistema Único de Saúde), a importância da

humanização e a acessibilidade dentro do âmbito clínico.

O complemento das informações necessárias virá com uma pesquisa de campo (entrevistas e visitas), através


de entrevistas com profissionais da área.

Após todo o entendimento do tema e o

desenvolvimento teórico serão realizadas leituras

projetuais de ambientes hospitalares que ajudarão na

compreensão do espaço necessário e consequentemente no desenvolvimento do projeto.

Em seguida será iniciado um estudo para

conhecimento da área de intervenção proposta para a

instalação do projeto. Este estudo acontecerá através de um levantamento morfológico da área de intervenção, buscando o conhecimento de todos os impactos da

área, seus pontos positivos e negativos e também o conhecimento do terreno.

A finalização deste trabalho será composta pela

apresentação do projeto de um edifício que atenderá

todas as necessidades encontradas que aparecerão em todo o desenrolar da pesquisa, seguindo o pré-

dimensionamento e o programa de necessidades do Manual Prático de Arquitetura Hospitalar de Ronald

Goés, do SomaSUS, e também da RDC 50 principal norma projetual de um ambiente hospitalar. O projeto será

composto pela fase de estudo preliminar, através de

estudo de volumetria, croquis e pré-dimensionamentos,

em seguida o anteprojeto do edifício com a apresentação

de todos os desenhos técnicos necessários, perspectivas e memorial descritivo. Confeccionando assim a proposta final do trabalho e cumprindo os seus objetivos.

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ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA E O HISTÓRICO DA ARQUITETURA DA SAÚDE

02


A ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA E O HISTÓRICO DA ARQUITETURA DA SAÚDE 2.1 A Arquitetura Contemporânea A arquitetura contemporânea surgiu em 1980,

e foi despertada por alguns fatores que começaram a

mudar na época, e segundo o arquiteto contemporâneo Siegbert Zanettini,

são

os seguintes:

a tomada de

consciência sobre questões ambientais, surgimento de novas ciências e tecnologias, o aumento da criação

de normas e certificações, e a utilização de tecnologias limpas as quais proporcionam menos poluição, menos ruído e menos agressão ao meio ambiente. Figura 3– Kuggen Building - Suécia

Fonte: laart.art.br

A Agência Papoca descreve a arquitetura

contemporânea como uma arquitetura que se preocupa

com a sustentabilidade e a estética funcional e sofisticada.

Este estilo potencializa o espaço aberto, dando a sensação de fluidez e liberdade, incorporando em suas obras elementos do ambiente natural.

A Agência também apresenta que na arquitetura

contemporânea se destacam quatro características

principais, a sustentabilidade que defende o uso de materiais recicláveis e naturais, iluminação natural e

uso de vidro misturando o limite do interno e externo; faz o uso de formas geométricas simples; elementos Figura 4– Walt Disney Concert Hall -Estados Unidos Fonte: laart.art.br

18

de alto padrão; e desconstrutivismo apresentação de formas fragmentadas e distorcidas.


E para finalizar a exposição do estilo segundo o

Em meados de 1700 inicia-se um novo olhar para

arquiteto Leandro Amaral a arquitetura contemporânea

os hospitais e para as doenças, e assim se desencadeou o

e reúne uma série de características de diferentes estilos.

terapêutico o qual trazia a ideia de uma transformação

carrega um caráter plural, sofrendo influências distintas

2.2 O Histórico da Arquitetura da Saúde Na antiguidade uma parte da medicina era tratada de

uma forma diferente, era conhecida como uma medicina popular, informal, que eram realizadas por sacerdotes

da época, os quais transformavam os processos de cura em espetáculos para as multidões, usados na época como

forma de distração da população (Foucault, 1999, p.102). Já a medicina oficial do período se dava dentro dos

templos e igrejas, eram esses os primeiros locais a atender

surgimento de um novo conceito, o conceito do hospital

na concepção hospitalar, no papel do hospital perante

a sociedade, que agora não seria mais uma forma de exclusão da população e sim um local de tratamento de todos, e também trazia uma modificação em sua

morfologia com inovadoras questões espaciais, melhora nos fluxos do edifício e trazia desenhos funcionalistas devido à preocupação com a funcionalidade do mesmo.

O principal fator de alerta, o gatilho para o

surgimento deste novo conceito foi a percepção do

insucesso de trazer a cura que muitos dos ambientes hospitalares vinham tendo.

enfermos, mas eram visto por uma função de separação,

isolamento e exclusão das enfermidades e dos pobres,

para evitar epidemias, este também era conhecido como o local onde as pessoas iam para morrer, “o hospital era

um morredouro, um lugar onde morrer” (Foucault, 1999, p.102).

Nas

suas

origens

hospitais

eram locais onde as pessoas com doenças graves iam morrer com um mínimo de dignidade. Eram instituições filantrópicas e agências de auxílio aos pobres. (GÓES, 2004, p.07)

Figura 5 – Exemplo de enfermaria Nightingale

Fonte: arquitecturasdasaude.pt

19


Poder-se-ia dizer: isto não é novidade, pois a milênios há hospitais feitos para curar; pode-se unicamente afirmar que talvez se tenha descoberto, no século XVIII, que os hospitais não curavam tão bem quanto deviam. Nada mais que um refinamento nas exigências formuladas a respeito do instrumento hospitalar. (FOUCAULT, 1999, p. 101)

Figura 6– Exemplo de hospital pavilhonar – Hospital Laribeisiere Fonte: pt.wikipedia.org

Segundo Foucault (1999, p.100) o edifício da saúde

era um objeto muito complexo, o qual não se conhecia os efeitos que ele gera nas doenças, podendo assim aumentá-

las ou amenizá-las, e a percepção sobre essa interferência

seria capaz de dar um início a uma nova concepção no

programa de construção dos hospitais, assim deixa de ser uma simples figura arquitetônica para se tornar um fato médico-hospitalar que se deve ser estudado.

2.2.1 O Edifício Pavilhonar Por volta dos anos 1800 inicia-se a discussão

sobre um novo modelo de hospitais, o modelo de hospital pavilhonar. Este modelo foi muito influenciado pelas teorias de Florence Nightingale, que em seus Figura 7 – Primeiro hospital pavilhonar do Brasil – Santa casa da misericórdia de Santos Fonte: biblioteca.ibge.gov.br

20

estudos apresentou que os defeitos dos hospitais, que ocasionavam o grande contágio dentro deles, era a falta

de iluminação e de ventilação. Devido a isso ela apresenta


um modelo de enfermaria que ficou conhecido como

propondo-se, como alternativa, um

salão longo com leitos dispostos perpendicularmente as

pavilhonar, considerado como a solução

leitos.

que os trabalhos de Pasteur, sobre o

“enfermaria Nightingale”, a qual se caracterizava por um

novo modelo hospitalar: o hospital

paredes e com o mais importante janelas altas entre os

arquitetônica ideal, numa época em

Escrevendo na Inglaterra em 1859 nas suas “Notas sobre hospitais” a

enfermeira

Florence

Nightingale

questionava a teoria dos “miasmas”. Baseada nas suas experiências na guerra da Criméia ela sugeria que os defeitos dos hospitais existentes residiam principalmente na falta de estandares adequados de iluminação e ventilação naturais, áreas mínimas por leitos e na própria superlotação. (MIQUELIN, 1992, p.46)

Juntando então as ideias de Florence com a

tecnologia do engenheiro Casimir Tollet (1892), uma nova

solução de renovação de ar com a construção de paredes

em arcos nasce o modelo de hospital pavilhonar. Este

que se dá pela repetição de blocos horizontais formados pelas enfermarias Nightingale, e cada bloco possuía sua infraestrutura e ambientes de apoio.

papel das bactérias como agente de enfermidades, e os de Koch, sobre os perigos do contagio, recomendavam o

afastamento

ou

isolamento

de

pacientes que sofriam de enfermidades potencialmente contagiosas. (TOLEDO, 2006, p.20)

O modelo pavilhonar foi uma grande evolução para

a arquitetura hospitalar, e solucionou grande parte do insucesso e da insatisfação de não conseguir trazer a

cura a muitas doenças, já que o mesmo modelo a partir

de então proporcionou a drástica redução das taxas

de mortalidade nos hospitais. E essa melhora pode ser justificada pela teoria de Focault (1999, p.108), de que a cura de doenças pode ser ocasionada por uma ação

sobre o meio, e então para que isso acontecesse deveria ser criado ao entorno de cada indivíduo hospitalizado um meio espacial individualizado, específico e modificável de acordo com o doente, a doença e sua evolução.

Os hospitais com partido em

bloco (inspirados nos antigos templos romanos) e em cruz são condenados,

21


2.2.2 O Edifício Monobloco Vertical Segundo Toledo (2006,p.23) ao mesmo tempo que o

modelo pavilhonar se consolidava na Europa, na América

do Norte ele era fortemente criticado, devido a grande ocupação de terras, o que tornava o modelo caro, as longas

distâncias que eram percorridas pelos funcionários e pacientes para ir de uma enfermaria a outra e também a repetição dos sistemas de infra estrutura em todos os blocos do modelo pavilhonar.

Em resposta a estas críticas e juntamente com

o avanço da tecnologia do uso do concreto armado e a

criação de elevadores mais rápidos fora criado o modelo hospitalar de monobloco vertical, que segundo Miquelin

(1992, p.54), “nada mais que um empilhamento de

enfermarias Nightingale, com um elevador ligando todos os andares”.

Toledo (2006, p.24) apresenta que o modelo

de monobloco vertical ajudou ainda mais no controle

de infecções, esse fato foi alcançado pela melhor

disposição dos fluxos, a racionalização dos sistemas de infraestrutura e distribuições dentro do edifício gerando grande economia e solução de um grande problema de

extensão da ocupação das terras já que era verticalizado Figura 8 – Exemplo de hospital monobloco vertical – Hospital Beaujon

Fonte: en.wikipedia.org

22

e não precisava de muito terreno.


Segundo Miquelin (1992, p.54), a anatomia do

monobloco se dividia em quatro partes: no subsolo

se encontrava os ambientes de apoio, no térreo os

consultórios médicos e área de exames, no primeiro andar o laboratório e a parte administrativa, nos

pavimentos intermediários as internações e no ultimo o bloco operatório.

2.2.3 A Clínica Especializada Segundo o DATASUS (Ministério da Saúde, 1987,

p.13) a clínica especializada é uma unidade destinada à

assistência ambulatorial em apenas uma especialidade/

área de assistência, e se dedicam principalmente ao tratamento e recuperação de pacientes com doenças crônicas e específicas.

Segundo Sturgess e Proudfoot (2009 apud Canonici,

2014, p.8) a assistência ambulatorial consiste no cuidado

clínico dos pacientes, o qual pode incluir: diagnóstico, observação, tratamento e reabilitação.

Canonici (2014, p.10) afirma em seus estudos

que a clínica especializada requer uma estrutura

organizacional capaz de proporcionar a execução de um conjunto de ações de saúde com muita tecnologia, uma

vez que a mesma consiste em uma junção de ações e

serviços de saúde que são realizados em um ambiente ambulatorial juntamente com uma série de equipamentos

e profissionais especializados que possibilitam os

cuidados e tratamento dos pacientes.

Antigamente não existia esta classificação de clínica

especializada, havia apenas os hospitais especializados. O

primeiro exemplo surgiu em 1800 na cidade de Londres, um hospital especializado em oftalmologia. Anteriormente

o

estabelecimento

que

proporcionava o cuidado ambulatorial especializado, que hoje é ofertado em clínicas especializadas, eram os

asilos. Segundo Foucault (1999, p.120), já naquela época,

o asilo além de proporcionar um tratamento adequado deveria contar com os cuidados médicos e um espaço

para contato com a natureza. Este lugar ficou conhecido

como um espaço terapêutico até então, e as prescrições dadas pelos médicos eram sempre algo que mantivesse o contato com a natureza: como passeios, viagens, retiros, repousos entre outros.

Levando em consideração os conceitos acima o

trabalho consiste na criação de um projeto de uma clínica

especializada que terá seu foco no tratamento de doenças neurodegenerativas. Esta proporcionará a seus pacientes

toda a assistência ambulatorial especializada que os pacientes precisarem para seu tratamento e reabilitação,

levando em consideração em seu projeto arquitetônico os conceitos da arquitetura contemporânea com novas

tecnologias, contato dos ambientes e pacientes com a natureza, o uso de formas geométricas e toda a evolução da arquitetura hospitalar.

23



03 AS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS


AS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS 3.1 O que são? Segundo o Dossier Ciência em Cena (p. 04) as

doenças neurodegenerativas são patologias muito debilitantes, que ainda não possuem cura. Estas se dão

qual parte do cérebro os neurônios se degeneram. Dentre

as enfermidades algumas que serão tratadas no projeto em questão são:

que degeneram encontram-se no

devido à degeneração ou morte dos neurônios, células

córtex cerebral;

fundamentais para o funcionamento do cérebro e todo o sistema nervoso, e o corpo humano durante a vida é capaz

 Doença de Parkinson: os neurônios

de produzir apenas uma parte muito reduzida de novos

morrem numa zona do cérebro

neurônios em comparação com a quantidade de células

chamada de substância negra;

com que nascemos. A atenuação dos neurônios pode

 E.L.A (Esclerose Lateral Amiotrófica):

acarretar as ataxias1, afetando o movimento do corpo, ou

morte dos neurônios motores da

a demência, atacando o funcionamento do cérebro. As

doenças

neurodegenerativas

 Doença de Alzheimer: os neurônios

espinal medula

acarretam

 Esclerose Múltipla: os neurônios

características e sintomas diferentes dependendo de

morrem tanto no cérebro como na

1 Ataxia; é descrita como a perda do controle muscular durante movimentos voluntários, como andar ou pegar objetos.

espinal medula. (CIENCIA EM CENA, p. 5)

O Dossier Ciência em Cena (p. 05) alerta que um

dos grandes problemas destas doenças é o diagnóstico tardio, descoberto muitas vezes depois de uma perda muito grande dos neurônios, assim os tratamentos já não

são tão eficazes do que os iniciados com a doença sem muito avanço. Figura 9 – Doenças Neurodegenerativas Fonte: oglobo.globo.com

26

Outro fator importante que o Dossier Ciência em

Cena (p. 05) destaca é que a demência não deve ser


associada a um fator comum do envelhecimento, não é uma ação comum, mas sim realmente uma doença que

precisa de tratamento. A demência pode ser vista no caimento da função cognitiva, perda de memória, e ainda

afeta o pensamento, o comportamento, a linguagem, emoções e o aprendizado.

Conclui-se então que essas doenças necessitam

de uma devida atenção já que o número de casos das mesmas vem aumentando significativamente com o

passar do tempo devido ao aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, um novo caso

acontece a cada 4 segundos no mundo. (Dossier em cena o cérebro e as doenças neurodegenerativas, p. 6).

3.2.1 Doença de Alzheimer A Doença de Alzheimer (DA) é responsável pela

maioria dos casos de demência e tem como principal característica a degeneração das funções cognitivas como

a memória, concentração, linguagem entre outras. Isso

tudo acaba influenciando na personalidade e capacidade

funcional das pessoas, prejudicando até suas atividades quotidianas.

No início da doença os primeiros sintomas a se

manifestar com lapsos de memória e o esforço para

encontrar palavras do quotidiano, estes vão se agravando conforme as células vão morrendo.

3.2 Exemplos de Doenças A seguir serão apresentadas de forma um pouco

mais aprofundada as doenças que serão tratadas no

projeto, mostrando o que são elas, os sintomas, quem as desenvolve e como progridem, todas as informações das

doenças apresentadas a seguir são baseadas no Dossier Ciência em Cena (p.6 à p.15). Em todas estas doenças um problema muito difícil de enfrentar e que é muito comum além dos sintomas causados realmente pela

degeneração dos neurônios é a depressão e dificuldade

dos pacientes de aceitação da doença, e a preocupação com a dependência de outras pessoas para viver.

Figura 10 – Cérebro com a Doença de Alzheimer Fonte:nacientifico.com.br

27


Com a evolução da doença outros sintomas vão se

apresentando como o esquecimento de acontecimentos recentes, discursos

vagos,

fazer atividades que antes

perda da

euforia de

eram prazerosas, demora

em fazer atividades de rotina, esquecimento de lugares e pessoas conhecidas e imprevisibilidade social.

Qualquer pessoa pode desenvolver a DA, mas

é mais comum o surgimento após os 65 anos. Em taxa

mundial a doença afeta 1 a cada 80 mulheres e 1 a cada

60 homens. E a evolução da doença varia de pessoa para

pessoa, mas acaba levando a dependência de outros e no final a morte, as pessoas podem conviver com esta doença de 3 a 20 anos.

Figura 11 – Sintomas da Doença de Parkinson

Fonte: infoescola.com

28

3.2.2 Doença de Parkinson A doença de Parkinson (DP) afeta principalmente

o sistema motor que envolve os movimentos acarretando rigidez, tremores, movimentos lentos entre outras.

Inicialmente os tremores surgem levemente nas

mãos, depois vão se agravando pelo corpo. Com a evolução da doença a rigidez vai aumentando e os movimentos vão ficando mais lentos, os músculos faciais começam a ser influenciados dificultando o piscar de olhos e as expressões do rosto.

Já no estado mais

avançado a

doença pode acarretar que o paciente cuide de si mesmo,

com dificuldade em tarefas como lavar a louça entre

Figura 12 – Sintomas da Esclerose Múltipla

Fonte: pt.wikipedia.org


outras tarefas domésticas, e também traz o problema de

A ELA tem como principais manifestações a

equilíbrio no simples fato de se levantar e passos mais

atrofia muscular, fadiga, cãibras e saltos involuntários nos

depressão, ansiedade, perda de memória, dificuldade na

pernas acarretando na dificuldade de andar e fraqueza

arrastados. Outros sintomas comuns na doença são deglutição, dores e formigamentos musculares.

Mundialmente essa doença afeta 1 a 2 em cada

1000 pessoas, e tem seu inicio mais comum por volta dos 60 anos, e mais frequente em homens do que mulheres.

3.2.3 Esclerose Múltipla

A Esclerose Multipla (EM) é uma doença

degenerativa que afeta o sistema nervoso central,

a ocorrência maior é dentre as mulheres e tem seu

surgimento em média entre 20 e 40 anos e é uma doença

músculos. Inicialmente ela afeta os músculos de braços e nas mãos, com sua evolução ela afeta os músculos da boca,

trazendo a dificuldade de falar ou mastigar; os músculos

do pulmão acarretando em dificuldades respiratórias; e os músculos do pescoço causando a dificuldade de sustentação da cabeça, pendendo ela para o lado.

Qualquer pessoa, em qualquer idade pode

desenvolver a ELA, porém ela geralmente afeta idosos a partir dos 60 anos.

mais rara que as primeiras apresentadas.

Os principais sintomas variam bastante entre as

pessoas, mas os mais frequentes são as alterações visuais, alterações motoras, de equilíbrio, coordenação motora, fala e cognitivas, além da fadiga.

3.2.4 Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma

doença degenerativa rara, a qual afeta os neurônios

responsáveis por levar a informação do cérebro aos músculos de sustentação esquelética, assim deixa-os mais fracos.

Figura 13 – Stephen Hawking (1942-2018) portador da doença ELA Fonte: revistagalileu.globo.com

29


3.2.5 Doença de Huntington

3.2.6 Reabilitação

A Doença de Huntington (DH) é uma doença

“Re-habilitação” tem um significado amplo, que

degenerativa também rara e hereditária. Homens e

consiste, em parte na recuperação de uma função e na

presente em todos os grupos étnicos, mas é mais comum

(CAMPOS, 2002, p. 24). Segundo Aloysio Campos (2002,

mulheres podem herdar o gene da doença, ela esta em europeus.

Os primeiros sintomas surgem entre 35 e 55 anos, é

uma doença muito delicada, pois afeta as partes motoras,

emocionais e cognitivas. Dentre sintomas motores

execução de uma atividade mesmo que de forma diferente”

p.23) a reabilitação é algo muito importante para ensinar as pessoas a conviver com os obstáculos, facilitando sua vivência, mas não trazendo a cura da doença.

O principal objetivo da reabilitação para as

surgem os movimentos involuntários dos membros,

doenças neurodegenerativas é possibilitar os doentes

na fala, também afeta a postura, a marcha e o equilíbrio.

básicas do quotidiano como se barbear.

lentidão nos movimentos, dificuldade de deglutição e Os sintomas emocionais são a depressão, ansiedade, irritabilidade, explosões de raiva e isolamento social. Os sintomas cognitivos envolvem a perda de memória e raciocínio, dificuldade de concentração, organização, e aprendizagem.

certa independência doméstica, permitindo atividades O espaço arquitetônico da reabilitação deve

ser totalmente acessível,

amplo e integrado para

proporcionar todas as atividades necessárias e também a reabilitação física e neurológica.

Segundo conversa com a Dra Ana Luíza e a

Terapeuta Ocupacional Natália as principais atividades, funções e espaços a serem executados em um complexo

para o tratamento de doenças neurogenerativas são: (informação verbal) 2

Figura 14 – Pessoa portadora da Doença de Huntington Fonte: piaui.folha.uol.com.br

30

2 Fala da Drª Ana Luiza Nunes Cunha, Neurologista do Hospital das Clínicas, em 28 set. 2019 e de Drª Natália Benedetti, Terapeuta Ocupacional do CIR (Centro Integrado de Reabilitação), em 20 de abril de 2020.


• Atividades da vida diária • Fisioterapia

• Terapia ocupacional

• Recuperação psicológica

• Tratamentos especiais (linguagem, audição e escrita)

• Alimentação balanceada

• Prática de atividades físicas • Espaços de descanso

Figura 15 – Fisioterapia

• Acupuntura

Fonte: fisiomedslg.com.br

• Espaço ambulatorial com consultórios de: Neurologia,

Fisiatria,

Psiquiatria,

Geriatra, Fonologia e Psicologia.

Clínico

• Habilitação Realística usando tecnologia.

A junção de todos os conceitos, espaços e atividades

possibilitarão a reabilitação de enfermos com doenças neurodegenerativas,

proporcionando

a

eles

uma

melhor qualidade de vida e um modo de conviver com a enfermidade.

Figura 16 – Fisioterapia

Fonte: tuiuti.edu.br

31



SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

04


SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE O SUS teve seu surgimento em 1988 e desde então

Foram

estabelecidos

três

princípios

básicos

oferece a todo cidadão brasileiro o acesso integral e

ao sistema: universalidade, para atender a todos

melhores sistemas de saúde do mundo beneficiando

desigualdade e por último integralidade atendendo todas

gratuito ao serviço de saúde. É considerado um dos cerca de 180 milhões de brasileiros por ano, realizando desde serviços primários e ambulatoriais à atendimento de alta complexidade.

sem nenhuma discriminação; equidade tratar sem as necessidades da população como um todo.

1. Todo cidadão tem direito ao

acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.

“A saúde é direito de todos e

2. Todo cidadão tem direito a

dever do Estado, garantido mediante

tratamento adequado e efetivo para seu

políticas sociais e econômicas que

problema.

visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação. 4. Todo cidadão tem direito a

(Art. 196, Constituição Federal 1988).

atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos. 5. tem

Todo

cidadão

responsabilidades

também para

que

seu tratamento aconteça da forma adequada. 6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento

dos

gestores

da

saúde para que os princípios anteriores

34

Figura 17 – SUS

Fonte: conass.org.br

sejam cumpridos. (Ministério da Saúde, 2011, p. 3)


Segundo Góes (2004, p.2) a organização do sistema

O nível terciário são os estabelecimentos que tratam

se dá também por alguns princípios organizativos.

os casos mais complexos do sistema, atenções do nível

onde os serviços são organizados em níveis crescentes

os ambulatórios, hospitais regionais e os especializados.

Os primeiros são a regionalização e a hierarquização de complexidade, localizados em uma determinada

área geográfica e o conhecimento da população a ser atendida na região. Em segundo vem à descentralização, distribuindo o poder sobre a saúde entre os três níveis de governo. E em terceiro a participação popular, onde a população deve participar e aproveita o dia-a-dia do sistema.

Os níveis de atendimento à saúde são divididos em

três: nível primário, nível secundário e nível terciário.

O nível primário por ações de proteção, promoção

e recuperação no nível ambulatorial. As estruturas físicas conhecidas são os postos e centro de saúde e prestam

serviços como imunização, curativos, atendimento de enfermagem, injeções, mobilização comunitária para ações de saúde e saneamento entre outros.

O nível secundário oferece as atividades do nível

primário, mas também desenvolve atividades das clínicas

básicas: médica, cirúrgica, ginecológica, obstétrica e pediátrica. É um equipamento de nível ambulatorial,

onde são feitos atendimentos de internações de curta duração, urgência e reabilitação. A estrutura física são as unidades mistas, ambulatórios gerais e hospitais locais.

ambulatorial, urgência e internação. A estrutura física são No Brasil mais de 14 milhões de idosos dependem

do SUS (Sistema Único de Saúde), e a Sociedade Brasileira

de Geriatria e Gerontologia revela que o suporte para o

tratamento e reabilitação destes pacientes é insuficiente para atender todos no sistema público sem longa espera.

A cidade de Ribeirão Preto é um polo de saúde da

região, seu sistema é composto por: 23 UBS (Unidade Básica de Saúde), 2 Unidades Básica e Especializada, 1 UPA (Unidade de Pronto Atendimento), 2 Unidades

Básica, Distrital, Especializada e PA, 2 Unidade Distrital, Especializada e PA, 12 Unidade Especializada e 21 Unidade de Saúde da Família (USF).

4.1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e CER (Centro de Reabilitação Lucy Montoro) Apontando como um destaque da cidade o HC

(Hospital das Clínicas) é classificado como nível terciário, e é uma das mais importantes instituições de saúde do país, reconhecido pela qualidade dos serviços prestados e inovações tecnológicas na área da saúde.

35


Segundo os dados publicados pelo Hospital

Humana, Centro Especializado de Otorrinolaringologia

Preto o HC (Hospital das Clínicas) tem como missão o

Intoxicações, Transplante de Medula Óssea, Unidade

das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão

desenvolvimento e a prática na assistência, ensino e pesquisa de saúde, contribuindo assim para a melhora da

qualidade de vida da população sempre com excelência e com valores éticos e humanísticos (site.hcrp.usp.br).

Fora publicado também pelo HC que este no ano

de 2019 realizou 732.121 consultas, 26.313 cirurgias,

33.932 internações, 3.340.050 mil exames laboratoriais, 508.267 mil exames especializados, 1.645 partos e

214 transplantes. Dentre seus serviços prestados estão Clínica médica, Pediátrica, Cirurgia de cabeça e

pescoço, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Ortopedia, Oftalmologia, Neurologia, Ginecologia e obstetrícia,

Genética, Clínica cirúrgica e Neurologia e neste serviço dentre uma das responsabilidades é o diagnóstico

das doenças em questão como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla (site.hcrp.usp.br).

E para completar a complexidade do hospital são

proporcionados uma série de unidades especializadas: Serviço de Atenção à Violência Doméstica e Agressão Sexual (SEAVIDAS), Centro de Reabilitação (CER), Banco

de Olhos, Acidente ocupacional, Banco de Leite, Centro de Cirurgia de Epilepsia (CIREP), Serviços de Oncologia

Clínica, Centro de Transplante de Órgãos Sólidos (CTOS), Banco de Tecidos Humanos, Centro de Reprodução 36

e Fonoaudiologia (CEOF), Centro de Controle de Especial de Tratamento em Doenças Infecciosas (UETDI) e Unidade de Queimados (site.hcrp.usp.br). Dentre

essas

unidades

especializada

será

destacado como influência para o trabalho o Centro de Reabilitação Lucy Montoro (CER). O CER presta

assistência em reabilitação física, reabilitação visual,

reabilitação auditiva, órteses, próteses e meios auxiliares e diagnóstico, tratamento e suporte laboratorial. Entre

as funções da reabilitação física estão as doenças

neurológicas – adultos, esta presta assistência a pacientes com AVC, Doença de Parkinson, Traumatismo Craniano,

Esclerose Múltipla, entre outras. Os principais objetivos da reabilitação é a recuperação das funções neurológicas,

prevenção do agravamento e treino das atividades de vida diária.

No dia 08 de setembro de 2020 foi realizado junto

com outra aluna da instituição a Laura Mayumi Tomio uma visita para conhecer o espaço e como é realizado o tratamento no CER.

A visita foi acompanhada pelo psicólogo Samuel

Lopes, e inicialmente foram realizadas algumas perguntas sobre o local, e foi possível observar que há uma grande

demanda na procura pelo tratamento, e devido esta

grande procura, não só por moradores de Ribeirão Preto


como também das cidades da região, o tratamento é

A profissional da área relatou a necessidade de um

oferecido preferencialmente para pacientes agudos,

espaço maior, pois enfrentam uma dificuldade de atender

apenas 3 meses em reabilitação.

possuem a mobilidade reduzida, em um espaço não

e estes, para ter uma rotatividade de pacientes, ficam

Samuel caracterizou o tratamento lá fornecido,

dizendo que ele pode acontecer de forma individual

ou em grupo com multiprofissionais. E este também é diferenciado pelo tipo de doença neurodegenerativa

como, por exemplo, nos casos de Parkinson e Alzheimer

a grande quantidade de pacientes, que em sua maioria muito grande.

As atividades realizadas nessa sala variam entre

treinamentos, ganho de força, jogos e também atividades artesanais como pintura em tela e mosaico.

é trabalhado o estímulo físico-motoro, o equilíbrio, o fortalecimento dos músculos e também o estímulo neurológico com atividades cognitivas, já em casos como a

ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) são feitas atividades para a preservação do movimento e conservação de

energia, mas em ambos os casos os pacientes tem o

acompanhamento psicológico para aprenderem a lidar com as doenças.

Após o panorama geral sobre o CER que o psicólogo

ofereceu, ele nos guiou para conhecer os ambientes do

local, e em alguns ambientes os profissionais responsáveis contaram um pouco de como são realizadas as atividades e o que eles sentem falta.

Sala de Terapia Ocupacional Na sala de terapia ocupacional é realizado o

atendimento a pacientes de reumatologia, ortopedia, neurologia e baixa visão.

Figura 18 – Sala de Terapia Ocupacional

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 19 – Sala de Terapia Ocupacional

Fonte: Arquivo Pessoal

37


Casa Adaptada

Sala de Reabilitação Neurológica

A casa adaptada é o local onde são realizadas

Segundo a profissional responsável a sala de

atividades mais práticas do dia a dia do paciente.

A responsável da área contou que na sala de

fisioterapia o paciente ganha o equilíbrio, e após esse ganho ele é levado para casa adaptada para colocar esse Figura 19 – Banheiro - Casa Adaptada

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 20 – Lavanderia - Casa Adaptada

Fonte: Arquivo Pessoal

equilíbrio em prática em suas atividades do dia a dia

como lavar a louça e assim percebe que pode usar o que

transferência de cadeira de rodas pra cama, e também para

38

movimentação das macas e cadeiras de rodas.

O uso dos tablados é muito importante para o

quando precisa de privacidade é utilizado o biombo.

Nesta sala também é realizado treinamento de

Fonte: Arquivo Pessoal

mais graves é necessário um grande espaço central para

exemplo, mexer na massa e colocara no forno.

em movimento das mãos ele vai fazer pão de queijo, por

método é muito usado para pacientes com Parkinson.

Fonte: Arquivo Pessoal

falta de espaço, já que como lá as vezes chegam pacientes

tratamento dos pacientes, já o box de fisioterapia não é

paciente jogar tênis ou boliche no vídeo game Wii, este

falta uma esteira e uma bicicleta, e essas não existem pela

ganhou no CER em sua casa. Se o paciente tem dificuldade

Para completar o ganho de equilíbrio é proposto ao

Figura 21 – Cozinha - Casa Adaptada Figura 22 – Video Game - Casa Adaptada

reabilitação neurológica atende bem as necessidade, mas

interessante, pois dificulta a entrada da cadeira de rodas, Há muitos espelhos móveis na sala pra que os

pacientes consigam ver seus movimentos. E a sala é sempre modificada, então é preciso ser um ambiente flexível e com bastante espaço.

A responsável também acrescentou que durante as

completar o estímulo o paciente deve arrumar a cama,

sessões sempre ficam todos os espaços ocupados, e é feita

banheiro adaptado para o treinamento de transferência

a falta de banheiro e um local para troca e guarda de

colocar lençol, estender e lavar roupa. Há também um da cadeira de rodas para o vaso sanitário, e o banho.

uma rotação dos aparelhos, além disso foi diagnosticado roupa perto.


Figura 23 –Macas de Exercícios - Sala de Reabilitação Neurológica

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 24 – Macas de Exercícios - Sala de Reabilitação Neurológica

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 25 –Macas de Exercícios - Sala de Reabilitação Neurológica

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 26 –Barras Paralelas - Sala de Reabilitação Neurológica

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 27 –Espaldar - Sala de Reabilitação Neurológica

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 28 –Bolas - Sala de Reabilitação Neurológica

Fonte: Arquivo Pessoal

39


Salas de Grupos As salas de grupos são utilizadas com a finalidade

de aula para pacientes, e para o tratamento em grupo,

o qual é dividido em grupos de Parkinson, grupos de ataxias, grupos de neurologia entre outros. Cada grupo é

formado por 8 vagas, mas geralmente entra o paciente e

o acompanhante/cuidador, então são 16 pessoas por vez.

Consultórios e Banheiros Ao

todo

no

CER

existem

6

consultórios

multidisciplinares e os banheiros são acessíveis e adaptados.

Outro problema diagnosticado no CER é a falta de

espaço para o tratamento externo, contando apenas com um pequeno espaço onde fora desenhado uma pista no chão para o teste de caminhada, não foi possível fotografar porque havia paciente no local.

Assim então a visita foi finalizada e cumpriu seu

papel principal de dar embasamento e conhecimento dos ambientes para a execução do projeto de uma clínica especializada. O

clínica

projeto

em

questão

por

ser

uma

especializada no tratamento de doenças

neurodegenerativas se enquadra no nível secundário da

classificação do SUS, tendo serviços ambulatoriais e de 40

fisioterapia. O projeto será inserido ao sistema SUS para

poder atender o maior número pessoas que precisem

do serviço de forma gratuita, universal e integral. A implantação do edifício próximo ao HC tem como objetivo facilitar o atendimento de toda a população da região, não só da cidade de Ribeirão Preto. O projeto

também tem a finalidade de dar suporte aos pacientes que passam pelo CER, já que os pacientes com doenças

neurodegenerativas que sucedem o tratamento agudo do CER seriam encaminhados para a clínica especializada para dar sequência em sua reabilitação e realizar um tratamento contínuo.


Figura 28 –Sala de Grupos 1

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 29 – Sala de Grupos 1

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 30 –Consultório

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 31 – Sanitário P.C.R

Fonte: Arquivo Pessoal

41



05 A HUMANIZAÇÃO


A HUMANIZAÇÃO consideram o conjunto dos aspectos físicos,

Humanizar é proporcionar condições humanas a

em uma perspectiva antropocêntrica, com o homem no Humanizar

é

resgatar

Humanizar possibilidade

de

Humanizar comportamento

Humanizar é adotar uma prática e

refere-se, assumir

à uma

limites.

intervenção em saúde.

profissionais

que

acolhimento e de reconhecimento dos

indissociáveis dos aspectos físicos na

que

sociais

postura ética de respeito ao outro, de

a

importância dos aspectos emocionais,

em

e

compõem o atendimento à saúde.

um ambiente ou espaço, deixando aquele local agradável centro da atenção.

subjetivos

é ético

fortalecer de

este

articular

o cuidado técnico-científico, com o

usuários

inconsolável, o diferente e singular. Humanizar

é

repensar

as

práticas das instituições de saúde, buscando opções de diferentes formas de atendimento e de trabalho, que preservem este posicionamento ético no contato pessoal. (Mezzomo, 2002, p. 14-15 apud Vasconcelos, 2004, p. 23)

Um ambiente humanizado possibilita o conforto

físico e psicológico, e conhecer a pessoa que vai usufruir

desse espaço é a chave de como deve ser o local, é necessário conhecer as necessidades para poder suprilas.

44

Figura 32 – Hospital Humanizado-Hospital Sarah Lago Norte Fonte: archdaily.com.br


Segundo Mezzono, (2001, p.64 apud Vasconcelos,

êxito o arquiteto tem que ter contato com a equipe de

transformação na arquitetura, o qual vem respondendo

de associa-las a seus conhecimentos técnicos e com a

2004, p.25) de 20 anos para cá há um trabalho de

as necessidades do homem atual, hoje um ambiente hospitalar deve cumprir a sua funcionalidade, mas também deve se atentar a psicologia do paciente para proporcionar uma recuperação mais rápida.

Ao oferecer aos seus usuários ambientes

trabalho e com os pacientes, filtrar as suas necessidades capacidade criativa de utilizar elementos no projeto que vão humanizar o espaço funcional e sistemático com

eficiência para o mesmo ser um lugar para a cura e não apenas um lugar bonito.

projetados para ajudar no tratamento e na recuperação,

com benefícios físicos e psicológicos pensados nas

necessidades dos pacientes os hospitais, consultórios e clínicas conseguem atrair e agradar mais pacientes.

Está sendo constante a busca pela troca daquele

ambiente frio com cheiro de medicamento, cadeiras de rodas alinhadas e salas de esperas cheias por um ambiente agradável e confortável.

Como um exemplo apresentado por Vasconcelos

(2004, p.30) em sua tese, é o caso de um portador

Figura 33 – Consultório Humanizado 1

Fonte: inbec.com.br

Alzheimer, um ambiente terapeuticamente planejado

pode tornar esse paciente mais independente. Mas um

ambiente que apresenta muitos estímulos podem deixa-

los distraídos e agitados, então é preferível um lugar com cores amenizadas para acalmá-los e mais intimista para tratamento de 2 ou 3 pacientes por vez.

O arquiteto tem papel fundamental para a

humanização do espaço, mas para que o trabalho tenha

Figura 34 – Consultório Humanizado 2 Fonte: inbec.com.br

45


Segundo Vasconcelos (2004, p.25) a distração

positiva é outro fator que pode ser agregada a humanização

do espaço, com o uso de elementos, como quedas d’águas,

aquários, obras de artes interativas, iluminação diferente

entre outros, que irão proporcionar sentimentos positivos, prendendo a atenção dos pacientes em outras coisas além da doença, sem uma cobrança individual.

Vasconcelos (2004, p.26 e 27) apresenta também

a psiconeuroimunologia que é uma ciência que estuda

como os ambientes podem ser transformados em locais que evitam doenças e estimulam a cura, e mostra que o bem estar físico é influenciado por: luz, cor, som, aroma,

textura e forma. Estes foram descritos por Vasconcelos da seguinte forma a seguir:

A luz que mais consegue influenciar o ser humano

é a luz natural, a luz do sol. Esta entra ao edifício através das aberturas como janelas, átrios, claraboias e ela

proporciona conforto visual, térmico e psicológico e relaxamento.

As cores são afetadas pela luz, e antes de escolher

uma cor deve-se estudar o ambiente para não se passar uma sensação indesejada. Cores quentes permite uma

sensação de proximidade, calor, densidade e são cores estimulantes. As cores frias acarreta a sensação de distância, frieza, leveza e são calmantes. Figura 35 – Distração Criativa nos Ambientes – Hospital Sarah Fortaleza Fonte: sarah.br

46

O som quando se transforma em ruído (um som

indesejado) estressa, irrita e pode ser perigoso para


a saúde. Para que o som seja agradável é preciso de uma acústica boa, que pode ser proporcionada por revestimentos, tecidos, móveis e madeira que absorvam

o som. O uso de sons naturais como das águas acalmam e

reduzem a intensidade e os efeitos dos sons indesejáveis.

A textura pode promover uma qualidade tátil, com

o tratamento variado para as superfícies com diferentes tecidos e acabamentos que junto com a escolha ideal dos móveis proporciona o conforto do corpo.

A forma pode inibir ou desenvolver o processo

de tratamento pode ser usada, por exemplo, como estimulação sensorial e distração positiva. Outro exemplo

Figura 36 – Entrada de Luz Natural

é uso da forma no tratamento progressivo, que pode se

Fonte: hospitalhumanizado.blogspot.com

dar com a transformação do espaço em algo semelhante a um hotel ou casa dando um conforto aos pacientes.

Passados esses conceitos e suas influências na

humanização é importante frisar outro ponto, a relação interior e exterior, já que o contato com a paisagem

natural promove um descanso e um recarregamento nas energias de um organismo e também reduz o estresse e a ansiedade.

Vasconcelos (2004, p.28) expõe que estudos

apontam que a visualização de cenas naturais é mais eficaz

na recuperação de componentes psicológicos do estresse do que cenas urbanas. As cenas naturais estimulam

sentimentos positivos, reduz emoções negativas, como

Figura 37 – Cores Quentes e Cores Frias Fonte: coelholima.com.br

47


o medo e a tristeza, e prendem a atenção bloqueando pensamentos ruins. Segundo

Gruffydd

(1967

apud

Vasconcelos,

pelas árvores e flores e a fragrância também presente nas árvores, flores e plantas

Alguns elementos arquitetônicos apresentam as

2004, p.84) algumas diretrizes projetuais devem estar

características de combinação interior e exterior como

pacientes do ambiente hospitalar como: a amplitude,

central.

presentes nos espaços exteriores em contato com os os elementos paisagísticos devem atrair a atenção do observador mas também devem permitir a visão geral

do espaço; complexidade para evitar a monotonia e

despertar curiosidade; variedade de cores, tipos e formas mas sempre com equilíbrio; movimento como água,

iluminação que muda de cor, elementos que atraiam

animais tudo para estimulação do paciente; ritmo circadiano possibilitando o paciente ver a mudança do

amanhecer, entardecer e anoitecer; cor proporcionada

exemplos têm: jardim externo, acesso principal e pátio

O jardim externo como nome já diz se encontra

na área externa, ao ar livre entre o complexo hospitalar,

utilizado por pacientes, acompanhantes e pela equipe médica. Apresenta passeios para caminhada, uma

paisagem para contemplação e bancos para sentar e esperar.

O acesso principal proporciona privacidade para

os ambientes do hospital que são voltados pra rua, tem acesso facilitado, é bem visível, permite uma imagem

agradável para o ambiente, se encontra na entrada do complexo.

O pátio central é o espaço de destaque, visto já da

entrada para que todo mundo saiba que ele existe, possui árvores para sombrear, flores colorindo a paisagem e

água para tranquilizar e promover um prazer visual e auditivo.

Para completar a humanização é necessário que

o ambiente seja acessível e usado por qualquer pessoa, Figura 38 – Cenas Naturais no Cotidiano Hospitalar

Fonte: studioplanoverde.com.br

48

independente de suas limitações e deficiências, e para

que isso aconteça com êxito são usados os conceitos do desenho universal


A Mara Gabrilli (p.10) define o objetivo de desenho

universal como a criação de um projeto de produtos e

ambientes a serem usados por todos, sem necessidade de adaptação para portadores de deficiências. Estes produtos e ambientes devem ser usados por todas as

pessoas, independente da idade, habilidade, mobilidade e características físicas.

Em 1987, o arquiteto cadeirante Ron Mace criou a

terminologia Universal Design e junto a ela definiu os sete princípios do desenho universal: igualitário, adaptável, óbvio, conhecido, seguro, sem esforço e abrangente.

Ser igualitário significa que os espaços e produtos

podem ser utilizados por todos, independente de sua

capacidade. O adaptável quer dizer que o espaço tem

universal é indispensável ao projeto.

Em suma para uma humanização de um ambiente

hospitalar ser feita com excelência é preciso total

interação e conhecimento dos seus usuários e suas

necessidades, esses assim combinados com todos os elementos acima apresentados como as cores, formas, textura, aroma, iluminação natural, contato com a

natureza e relação interior exterior e o uso dos conceitos

do desenho universal viabilizam a criação de ambientes humanizados que vão agregar valor aos ambientes de

tratamento, transformando-os em terapêuticos e

ajudando na qualidade do espaço oferecido aos usuários, tornando o tratamento mais leve e agradável a todos.

que ser flexível atendendo as diversas habilidades e

preferências dos usuários, sendo adaptáveis a qualquer uso. O óbvio simboliza um uso simples e intuitivo, de fácil

entendimento para todos. O conhecido é a informação de fácil percepção, quando essa informação é transmitida a atender as necessidades do receptor. Ser seguro é importante para minimizar os riscos e acidentes e é

preciso ser sem esforço para ser eficiente com o mínimo de exaustão. E pra finalizar o abrangente estabelece

padrões de dimensões e espaços adequados para acesso e uso independente do tamanho do corpo.

Por seguir esses princípios e o seu objetivo de

proporcionar o uso a todos sem transtorno o desenho

Figura 39 – Jardim Externo – Hospital Sarah Lago Norte

Fonte: nelsonkon.com.br

49



REFERÊNCIAS PROJETUAIS

06


6.1 HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK - RIO DE JANEIRO As

referências

projetuais

são

de

extrema

importância para repertório e conhecimentos das

Local Rio de Janeiro, RJ

diferentes que podem influenciar no trabalho em

Conclusão da obra 2008

Sarah Kubitschek – Rio de Janeiro, Cleveland Clinic Lou

Área construída 52.000 m2

diferentes

formas,

materialidades

e

programas

Início do projeto 2001

questão. Os projetos que serão analisados são: Hospital

Área do terreno 80.000 m2

Ruvo Center, Centro de Cuidados para Pacientes com

Arquitetura João Filgueiras Lima (autor); Ana Amélia

Alzheimer e Centro Maggie Manchester – Reino Unido.

52

FICHA TÉCNICA

Monteiro e André Borém (equipe)

Figura 40 – Hospital Sarah Rio de Janeiro Fonte: casavogue.globo.com


Em maio de 2009 foi inaugurado o Hospital da

Rede Sarah do Rio de Janeiro, localizado entre a Estrada

Arroio Pavuna e Avenida Canal, Jacarepaguá. Esta

unidade é um centro internacional de neurociência

e neurorreabilitação, admite crianças e adultos que

possuem lesões no sistema nervoso central ou periférico. A unidade oferece apenas tratamentos ambulatoriais, não tendo a disposição serviços de emergência.

O tratamento realizado no hospital é feito

de forma individual ou em grupo, com atenção a

humanização do processo e qualidade de vida dos pacientes, isso tudo é unido à arquitetura que oferece espaços amplos e integrados contribuindo para um

trabalho interdisciplinar e com o convívio dos pacientes.

Figura 41 – Localização Hospital Sarah Rio de Janeiro Fonte: Google Maps

O partido principal do projeto é manter a

horizontalidade, espaços integrados, espaços verdes e criar sistemas de ventilação e iluminação natural

para todo o hospital facilitando o tratamento dos

pacientes com o uso da arquitetura, possibilitando o

convívio dos mesmos e uma acessibilidade a todos.

Figura 42 – Espaços Amplos e Integração de Atividades Fonte: www.sarah.br

53


6.1.1 Implantação Tendo como grande influência a implantação em

um local com avenidas movimentadas e cercado de águas

Lelé escolhe potencializar a interiorização, e dessa forma

a passagem do exterior para o interior é feita de forma

gradual, com coberturas nos acessos que preservam o conforto sem criar barreiras com o meio.

Os edifícios tem predominância de uma volumetria

mais linear em forma de grandes galpões que ocupam grande parte do terreno, os mesmos são ligados por passarelas, grandes jardins e passeios. Para completar a

implantação Lelé traz um grande espelho d’água linear

o qual proporciona uma separação do espaço, proteção

da proximidade com as grandes avenidas e um conforto ambiental as edificações.

Figura 43 – Implantação

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.215

54


Figura 44 – Cobertura dos Acessos

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.215

Figura 45 – Distribuição dos Edifícios no Espaço Fonte: www.arcoweb.com.br

55


6.1.2 Organização Espacial A organização espacial do programa do edifício

ganha seu destaque pelo fato de conseguir setorizar o

espaço e ao mesmo tempo integra-lo com as áreas verdes e ambientes amplos de convivência.

Tendo em vista a análise da distribuição do

programa é possível perceber a divisão do espaço

em três partes, uma composta pela parte de serviço e administrativa do hospital, outra ala ambulatorial e

cuidados médicos como laboratório e o centro cirúrgico, e uma terceira zona direcionada ao tratamento e

repouso como as salas de fisioterapias e os quartos de internação permitindo uma setorização importante para

a funcionalidade e os fluxos do hospital. Todas essas áreas são integradas e ligadas por grandes espaços verdes que

podem proporcionar o acontecimento das atividades mais flexíveis sempre que preciso. A horizontalidade

da volumetria é muito importante para essa integração ocorrer.

56


Planta pavimento térreo

17

24

11

22

20

12

6

10

12 7

3

20

4

20

9

8

24 13

20

24

23

2 1

19

18

5

19 14

16

1 - ENTRADA PRINCIPAL 2 - HALL 3 - ESPERA 4 - AMBULATÓRIO 5 - FISIOTERAPIA 6 - OFICINAS ORTOPÉDICAS 7 - RADIOLOGIA 8 - INTERNAÇÃO E ALTA 9 - PRIMEIROESTÁGIO 10 - CENTRO CIRÚRGICO 11 - VESTIÁRIO 12 - LABORATÓRIOS ACESSO PRINCIPAL ACESSO DE SERVIÇO

13 - ESPAÇO MULTIUSO: CENTRO DE CRIATIVIDADE/REFEITÓRIO 14 - BIBLIOTECA 15 - AUDITÓRIO 16 - ESTACIONAMENTO 17 - PÁTIO DE SERVIÇOS TÉCNICOS 18 - HIDROTERAPIA 19 - ESPELHO D'ÁGUA 20 - JARDIM - ÁREA VERDE 21 - SOLÁRIO 22 - REFEITÓRIO 23 - INTERNAÇÃO 24- ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS

Figura 46 – Planta Baixa Pavimento Térreo com Intervenções

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na

Figura 33 - Planta Baixa pavimento térreo com intervenções Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.216 Fortaleza e Rio de Janeiro. p.216 47

57


Planta auditório e apartamentos

4

6

2

2

5 6 6 7 1

2

1 - ENTRADA AUDITÓRIO 2 - AUDITÓRIO 3 - FOYER AUDITÓRIO 4 - RESIDÊNCIA MÉDICA 5 - BIBLIOTECA 6 - SALAS DE AULA 7 - SANITÁRIOS 8 - APARTAMENTOS

8

Figura 47 – Planta Baixa Apartamentos e Auditório com Intervenções Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na

Figura 35 - Planta Baixa apartamentos e auditório com intervenções Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.218 Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.218

48

58


Corte DD

Corte EE PÁTIO DE SERVIÇO ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS JARDIM - ÁREA VERDE FISIOTERAPIA INTERNAÇÃO AMBULATÓRIO LABORATÓRIO RADIOLOGIA

Figura 48 – Cortes com Intervenção

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.219

Figura 36 - Cortes com intervenção Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.219

49

59


6.1.3 Sistema Construtivo O sistema construtivo é composto por vigamento

metálico apoiado sobre pilares também metálicos, e lajes

pré-fabricadas viabilizando assim a total flexibilidade dos espaços internos. Todas as instalações são passadas pelo

pavimento técnico, não interferindo assim nos ambientes. As divisórias dos ambientes são duplas confeccionadas

de argamassa armada, e as peças são isoladas entre si Figura 49 – Desenho do Lelé Exemplificando o Sistema construtivo

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.212

com calços de borracha facilitando o isolamento acústico.

6.1.4 Aberturas x Conforto Ambiental A cobertura do edifício é formada por uma

sequência de sheds, estes compostos por telhas e forros de alumínio. A cobertura é completamente solta e independente dos espaços internos, possibilitando que o

espaço interno seja flexível, e a mesma vence vãos de até

15 metros e pé direito variáveis maiores que 8 metros. As aberturas dos sheds são em lados opostos, barlavento e

sotavento, proporcionando sempre a renovação do ar e

evitando o acumulo de ar quente, e também permitindo sempre a entrada da iluminação natural.

A cobertura do passeio central é em formato de

Figura 50 -– Sheds e Sistema de Ventilação

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.212

60

arco, mas possui um mecanismo retrátil de abertura

controlado por interruptores, proporcionando a entrada de ventilação natural sempre que desejado.


As aberturas da parte de internação também se

dão pelo teto, confeccionados com esquadrias metálicas

e aletas móveis de policarbonato que quando se abrem

permitem a passagem da ventilação natural. Esse sistema

flexível foi escolhido devido ao clima quente da cidade, onde nos dias muito quentes precisam ser fechados e ventilados por ventilação artificial, mas mesmo quando fechados esse sistema permite a entrada da luz solar.

Como complementar ao sistema de conforto

Figura 51 - Detalhamento de Aberturas

térmico o ar que vem da rua antes de entrar nas aberturas

Fonte: MONTEIRO, Jorge I.P. Ventilação e Iluminação Naturais na Obra de João Figueiras Lima, Lelé: Estudo do Hospitais da Rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. p.212

passa por dispositivos presentes no espelho d’água que

aumentam a sua umidade e assim a água presente no ar tira o calor latente do ambiente.

Figura 52 - Passeio Central com Abertura no Teto Fonte: www.arcoweb.com.br

Figura 53 - Sistema de Umidificarão do Ar Fonte: www.arcoweb.com.br

61


6.1.5 Humanização A humanização hospitalar é a questão que Lelé

mais se preocupava em seu projeto. A humanização

deste hospital é proporcionada por todos os elementos de conforto ambiental apresentado acima, utilizando a

ventilação e iluminação, as quais tem grande destaque

em seus projetos, como influência no processo de cura dos pacientes.

Além disso Lelé traz elementos de formas

diferenciadas causando uma distração positiva, cores Figura 54 - Pátio Central para Atividades Externas Fonte: www.sarah.br

provocando diferentes sensações, e atividades no exterior permitindo a integração com a natureza e contato com ar livre.

A junção de todos esses elementos significa que

o arquiteto atingiu com êxito um ambiente totalmente

humanizado, e que este irá deixar os pacientes muito mais confortáveis, e felizes e com uma recuperação mais rápida.

Figura 55 - Humanização com Formas e Cores

Fonte: rodriguezarq.wordpress.com

62


6.1.6 Destaques Como grande destaque desse projeto é possível

levantar o conforto ambiental, a maior preocupação de Lelé em seus projetos, com sistemas de ventilação

e iluminação natural que além do conforto possibilita

e redução de custos de energia do hospital, trazendo também uma humanização do local contribuindo com o processo de cura. Além disso, destaque também para

os jardins, espaços de convivência e espaços integrados para as atividades que contribuem ainda mais para o desenvolvimento e reabilitação dos pacientes.

63


6.2 CLEVELAND CLINIC LOU RUVO CENTER FICHA TÉCNICA Lou Ruvo Center for Brain Health (Centro Lou Ruvo de Saúde Cerebral) Local: Las Vegas, Nevada, Estados Unidos Início do projeto 2007

Conclusão da obra 2010 Área construída 5.574 m2 Arquiteto: Frank Gehry

64

Figura 56 – Lou Rovu Center Fonte: en.wikiarquitectura.com


O Lou Ruvo se localiza no bairro Bonneville

na Avenida Promenade Place no centro de Las Vegas. Cercado por muitas grandes avenidas seu entorno não

muito adensado é composto por um shopping e algumas outras edificações não muito verticalizadas.

O centro de saúde cerebral como o nome já diz é

uma clínica especializada no tratamento e em pesquisa da saúde mental, focado em doenças neurodegenerativas principalmente o Alzheimer, Parkinson e Huntington.

6.2.1 Conceito

O projeto foi realizado pelo arquiteto Frank Gehry

que trouxe como conceito do projeto realmente o cérebro humano, dividindo o edifício em dois prédios como os

Figura 57 - Implantação Lou Ruvo

Figura 58 - Separação das Duas Alas do Edifício

Figura 59 - Lado Racional

Figura 60 - Centro de Eventos

Fonte: buildipedia.com

Fonte: buildipedia.com

dois lados do órgão, um lado mais racional e um lado mais criativo.

O lado racional, segundo o arquiteto é o lado para

“preservar memórias”, tendo uma volumetria mais

racional com o empilhamento de blocos retangulares e deste lado está localizada a parte de tratamento.

Como contraste o arquiteto traz o lado criativo “criar

memórias”, este possui uma volumetria completamente orgânica de chapas metálicas, quase como uma escultura

artística, e esse espaço é onde se encontra um centro

de eventos responsável por gerar o lucro da instituição. Ambos os lados são unidos por um grande pátio central de convívio.

Fonte: buildipedia.com

Fonte: buildipedia.com

65


6.2.2 Organização Espacial A ala racional é formada por quatro pavimentos,

dentre eles estão distribuídos escritórios de pesquisa, consultórios, salas de atividade em grupo, instalações

para os pacientes com as doenças, suítes de neuroimagem entre outras operações clínicas.

A ala criativa é formada pelo centro de eventos,

o qual recebe eventos de todos os tipos e ocasiões, é um Figura 61 - Ambientes da Ala Racional

Fonte: cosentini.com

grande espaço livre que pode ser montado de diversas formas de acordo com a necessidade, para completar tem toda uma ala de apoio com cozinha e restaurante.

Ligando essas duas áreas se encontra um centro

de convivência, principalmente médica, possui mesas e área sombreada.

Figura 62 - Sala de Grupos - Ala Racional

Fonte: cosentini.com

66


Figura 63 - Exemplo de Como o Espaço do Centro de Eventos Pode Ser Usado Fonte: littlevegaswedding.com

Figura 64 - Centro de ConvivĂŞncia

Fonte: saoromaomoveis.wordpress.com

67


1° PAVIMENTO

TÉRREO

Tomografia Computadorizada

Quarto de Pacientes

Sala de Espera

Biblioteca

Lobby

Ingestão de paciente

Lobby Restaurante

Pátio

Galeria Galeria

Cozinha Centro de Eventos

Figura 64 - Planta Baixa Térreo Fonte: en.wikiarquitectura.com

SERVIÇO EVENTOS ÁREA EXTERNA DE CIRCULAÇÃO E CONVIVÊNCIA DIAGNÓSTICO ÁREA PÚBLICA COMUM INTERNAÇÃO

68

Figura 65 - Planta Baixa 1° Pavimento Fonte: en.wikiarquitectura.com


2° PAVIMENTO

3° PAVIMENTO Escritório da Associação de Alzheimer

Salas de atividades em grupo

Escritórios de Pesquisa Escritório da Associação de Doença de Parkinson

Lobby

Figura 55 - Planta Baixa 2° Pavimento

Sede da Associação "Keep Memory Alive

Figura 56 - Planta Baixa 3° Pavimento

Fonte: https://en.wikiarquitectura.com/building/lou-ruvo-center-for-brain-health/#

EVENTOS

Fonte: https://en.wikiarquitectura.com/building/lou-ruvo-center-for-brain-health/#

ÁREA PÚBLICA COMUM

Figura 65 - Planta Baixa 2° Pavimento Fonte: en.wikiarquitectura.com

ÁREA DE TRATAMENTO ÁREA DE PESQUISA ADMINISTRAÇÃO

Figura 66 - Planta Baixa 3° Pavimento Fonte: en.wikiarquitectura.com

69


Corte Painéis de Aço

Estrutura aparente

Cobertura

Estrutura metálica Passarela Sede de Fundações

Paredes de Gesso Pintada Salas de Pesquisa Quartos de Internação

Espaço de Eventos

Corredor Galeria

Pilares de Sustentação

Pátio

EVENTOS DIAGNÓSTICO INTERNAÇÃO ÁREA DE PESQUISA ADMINISTRAÇÃO Figura 57 - Corte Fonte: https://en.wikiarquitectura.com/building/lou-ruvo-center-for-brain-health/#

70

Figura 67 - Corte

Fonte: en.wikiarquitectura.com


6.2.3 Sistema Construtivo A parte racional tem um sistema construtivo de

aço estrutural com pisos de concreto, com fechamentos de alvenaria. O Lado emocional é sustentado por treliças metálicas que juntamente com painéis de aço dobrados, possibilitando que as curvas aconteçam.

6.2.4 Destaques

O destaque dessa leitura está presente no impacto

visual que o edifício trás para o entorno, com um conceito forte já representando na arquitetura o objeto de estudo/

tratamento que é o cérebro. Outro destaque é a divisão espacial, separando o espaço criativo, do racional, e alguns

espaços separados específicos para o tratamento de cada

doença, mas também contendo espaços de convivência e integração dos pacientes para compartilharem suas vivências.

Figura 68 - Estrutura da Metálica

Fonte: www.dezeen.com

71


6.3 CENTRO DE CUIDADOS PARA PACIENTES COM ALZHEIMER FICHA TÉCNICA Centro de Cuidados para Pacientes com Alzheimer Local Pontevedra, Espanha Conclusão da obra 2006

Área construída 497 m2

Arquitetura Jorge Santos Ogando, Angel Cid Carballo

72

Figura 69 – Centro de Cuidados de Pacientes com Alzheimer Fonte: archdaily.com.br


O centro é localizado na Rua de Pedro Sarmiento

de Gamboa no centro de Pontevedra, implantado no pavimento térreo de um edifício residencial que possui uma volumetria vertical como as de seu entorno.

O principal objetivo do centro é o cuidado para

pacientes com Alzheimer, proporcionando a eles um ambiente aconchegante, alegre, agradável e com uma forte relação com o exterior do edifício.

6.3.1 Exterior No espaço que existe e faz a transição do exterior

para o interior foi alterado apenas um banco, este que foi

Figura 70 - Localização do Centro de Tratamento Fonte: Google Maps

Figura 72 - Espaço Externo de Transição Fonte: Google Maps

substituído por um novo. Esse ambiente foi preservado de como era antes do centro se instalar lá, porque embora

seja uma parte pública ele possibilita uma proteção da influência da rua ao edifício, e também uma segurança

aos pedestres para não chegarem perto do acesso de veículos ao estacionamento pela rampa lateral. O intuito

desse espaço é proporcionar uma relação de integração entre os doentes e as pessoas da rua, já que ao fundo é possível ver o interior do edifício.

Figura 71 - Localização do Centro, e seu Entorno Vertical Fonte: Google Maps

Figura 73 - Espaço Externo de Transição Visto de Dentro Fonte: Google Maps

73


6.3.2 Organização Espacial O espaço interno do centro é bem plano, com uma

circulação horizontal que dá acesso a todos os ambientes,

ligando os ambientes do núcleo do edifício aos ambientes

da periferia. A circulação vertical existente tem seu acesso voltado para rua e é exclusiva para os moradores

do edifício residencial com o acesso as residências.

No centro do pavimento se encontra um espaço

ambulatorial, pequeno, porém oferece um suporte aos pacientes, caso algum venha passar mal, ou também

para consultas que auxiliam no tratamento como fonoaudióloga, psicóloga entre outras.

Compondo também o programa de cuidados há

duas salas, uma maior e uma menor, de tratamento, onde

ocorre o estimulo da memória dos pacientes através de atividades.

A divisão do programa se encerra com o espaço

de apoio, composto com salas administrativas e uma área para funcionários, com copa, estar e banheiros. A parte de funcionários é separada por um pequeno desnível,

com uma rampa mostrando aos pacientes uma barreira Figura 74 - Circulação Horizontal Ligando Ambientes Centrais aos Periféricos Fonte: Google Maps

de acesso apenas a funcionários.

Um aspecto interessante do projeto é o uso

de divisórias de vidro coloridas para a setorização

da organização, sendo cada setor uma cor diferente

possibilitando aos pacientes um melhor modo de localização, e também é um estimulo para a memória, fazendo-os associar as cores aos respectivos ambientes.

74

Figura 75 - Cores para Setorização Fonte: archdaily.com.br


Área de Serviço Circulação Vertical Circulação Horizontal Sala de Tratamento Área Ambulatorial Sanitários Área Administrativa

Figura 76 - Organização Espacial archdaily.com.br

Área de Funcionários Fonte: Área Externa de Transição Rampas de Acesso Acesso Principal Acesso de Veículos Acesso de Serviço Acesso Restrito a Funcionários

Figra 64 - Organização Espacial Fonte: htps://www.archdaily.com.br/br/01-83857/centro-de-cuidados-para-pacientes-com-alzheimer-slash-cid-plussantos/50aa8c9ab3fc4b0b54000027-urban-day-care-center-for-alzheimer-patients-cid-santos-image?next_project=no

75


6.3.2 Aberturas As fachadas possuem duas peles, uma de vidro

e uma de madeira, ambas compondo as aberturas

do edifício. A pele de madeira é a mais externa, e é responsável pelo controle da quantidade de luz que entra no edifício.

Na fachada frontal os vidros são coloridos, e

filtram a luz com um tom de verde que adentra o ambiente Figura 77 - Fachada Frontal com Vidro Colorido Fonte: archdaily.com.br

interno.

A combinação desses elementos possibilita uma

humanização ao lugar, proporcionando aos pacientes um local mais agradável ao seu tratamento.

6.3.4 Sistema construtivo O sistema construtivo do prédio é composto

por lajes, vigas e robustos pilares de concreto armado, capazes de suportar todos os andares residenciais a cima do centro.

Figura 78 - Pele de Vidro e Madeira Fonte: archdaily.com.br

76

Figura 79 - Pilares em Concreto Armado Fonte: archdaily.com.br


6.3.5 Destaques Os pontos principais que chamaram a atenção

neste projeto foram a distribuição dos ambientes,

mostrando uma hierarquia nos setores, e o foco principal

no paciente, com ambientes humanizados e menos

cansativos aos usuários, transformando as atividades

em algo que eles gostem de fazer e não uma obrigação. Outro destaque também do projeto é o uso das cores

para estímulo da memória e localização dos pacientes,

mostrando a importância dos elementos arquitetônicos no tratamento.

77


6.4 CENTRO MAGGIE MANCHESTER – REINO UNIDO FICHA TÉCNICA Centro Maggie Manchester Local Manchester, Reino Unido Conclusão da obra 2016 Área construída 1.922 m² Arquitetura Foster + Partners

78

Figura 80– Centro Maggie de Manchester Fonte: archdaily.com.br


O partido arquitetônico do centro é proporcionar

uma “casa longe de casa”, uma atmosfera doméstica em meio de jardins, um local de refúgio emocional e prático

para as pessoas que estão passando por algum tratamento de câncer depositando um grande valor na arquitetura para levantar o ânimo e ajudar em todo o processo de terapia.

O projeto é implantado no centro de Manchester

na Rua Cotton Ln, um local ensolarado e no final de uma rua arborizada.

Sua volumetria é de gabarito baixo, ocupando um

único nível e isso é um reflexo da escala residencial do seu entorno, se destacando por sua arquitetura e não por sua altura.

Figura 81 - Localização Fonte: Google Maps

79


6.4.1 Organização Espacial O centro traz uma série de espaços para a

convivência e troca de experiências, dentre eles nichos íntimos, biblioteca e salas de ginástica.

No centro do edifício há uma grande cozinha como

destaque do projeto, com uma grande mesa comunal,

este é o ambiente que mais proporciona a interação dos Figura 82 - Áreas de Convivência Fonte: archdaily.com.br

Figura 83 - Cozinha e Mesa Comunal Fonte: archdaily.com.br

pacientes.

Todos os escritórios de apoio e as áreas

administrativas são colocados em acima de uma coluna

com um mezanino central, e abaixo dele estão os banheiros e espaços de armazenamento, possibilitando

assim que todos os ambientes laterais possam ter aberturas mantendo sua ligação visual com o exterior.

Há uma estufa na extremidade sul do edifício, que

oferece um jardim retirado, um local para as pessoas se Figura 84 - Escritório de Apoio Fonte: archdaily.com.br

80

reunirem e fazer atividades manuais como o cultivo de flores.


As salas de tratamento e aconselhamento têm

seus próprios jardins privados.

Finalizando a distribuição do programa se

encontram na parte externa grandes pátios paisagísticos com jardins e hortas para o uso dos pacientes.

Todos os materiais internos combinam com a

calmaria da madeira natural, as paredes são pintadas de branco com quadros, os pisos se entendem para

as varandas possibilitando a relação com o exterior e os mobiliários do edifício, que são projetados

pelos arquitetos, tem o uso da madeira nos mesmos potencializando ainda mais a ideia doméstica do edifício.

Figura 85 - Estufa Fonte: archdaily.com.br

Figura 87 - Paredes Branca com Quadros Fonte: archdaily.com.br

Figura 86 - Horta Fonte: archdaily.com.br

81


Planta Baixa Térreo

82

Estufa Varanda Sanitários Circulação Vertical Nichos Íntimos Área de Serviço

Sala de Tratamento Circulação Horizontal Área de Convivência Cozinha Pátios Paisagísticos Acesso Principal

Figura 76 - Planta Baixa Térreo

Figura 88 - Planta Baixa Térreo Fonte: archdaily.com.br

74


Planta Baixa Mezanino

Planta Baixa Mezanino

Figura 89 - Planta Baixa Mezanino Fonte: archdaily.com.br

Escritórios de Apoio

Escritórios de Apoio Corte Longitudinal

Planta Baixa Mezanino Corte Longitudinal

Escritórios de Apoio

Estufa Varanda Sanitários Circulação Vertical Nichos Íntimos Área de Serviço Escritórios de Apoio

Figura 90 - Corte Fonte: archdaily.com.br

Figura 77 - Planta Baixa Mezanino

Estufa Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/786620/centro-de-tratamento-de-cancer-manchester-foster-plus-partners

Varanda Sanitários Circulação Vertical Nichos Íntimos

75

83


6.4.2 Aberturas

As aberturas tem grande impacto no projeto, já que

as mesmas permitem grande relação com a iluminação natural e a vegetação do exterior.

As mesmas são compostas por grandes paredes

Figura 91 - Aberturas Fonte: archdaily.com.br

de vidro, grandes portas de vidro deslizantes, e também com destaque a claraboias triangulares que permite toda a iluminação natural aos escritórios, proporcionando assim um local mais humanizado.

6.4.3 Sistema Construtivo Para seguir com o enfoque na natureza, e na

ideia de “casa” o sistema construtivo escolhido foram as

treliças de madeira aparente, que além de estruturarem

todo o edifício trazem um belíssimo design arquitetônico.

6.4.4 Destaques

Como grande destaque desse projeto é possível

levantar a humanização do local, fazendo os pacientes Figura 92 - Treliça de Madeira Fonte: archdaily.com.br

se sentirem em casa, e com grande interação com a

natureza e luz natural. Outro aspecto importante que

pode ser levado ao projeto deste trabalho são os espaços

domésticos, que podem ser usados no tratamento das doenças em questão, possibilitando os pacientes a

reaprenderem a fazer atividades simples do dia a dia como cozinhar, varrer, lavar a louça, e com o avanço

das doenças essas tarefas simples podem ser grandes 84

obstáculos.


85



07 CONDICIONANTES DA ÁREA


CONDICIONANTES DA ÁREA 7.1 Localização A área escolhida para o objeto de estudo se encontra

na cidade de Ribeirão Preto, esta localizada no interior do estado de São Paulo, a cerca de 300 km da capital do estado. Possui uma área urbana de 127,30 km² e uma população estimada de 703.293 (IBGE 2019).

Sua região metropolitana tem um alcance de 34

municípios, e por ter um grande leque de rodovias em

seu entorno facilita muito o acesso a cidade, este é um Figura 93 - Mapa de Localização da Cidade de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo Fonte: pt.wikipedia.org

fator importante que transformou a cidade em um grande

polo comercial e de saúde, atraindo pessoas da região e do estado.

Ribeirão Preto se desenvolveu muito devido a

produção de café no inicio de sua história, a qual foi favorecida por suas terras e clima propícios da cidade.

A história da cidade se inicia em 1874 quando

o fazendeiro e plantador de café João Franco formou a fazenda Monte Alegre.

Em 1880 ele vendeu a fazenda para o alemão

Francisco Schimidt o qual se tornou o maior produtor do mundo de café, e para facilitar sua exportação tinha uma ferrovia particular.

Em 1924 Francisco Schimidt morreu e deixou a seu

Figura 94 - Região Metropolitana de Ribeirão Preto Fonte: www.acidadeon.com

88

filho Jacob, mas com a quebra da Bolsa de Nova York ele

teve que vender a fazenda, e o comprador foi o fazendeiro João Marquese.


Em 1940 o governo desapropria a fazenda para

a criação da Escola Prática de Agricultura, a qual foi desativada no final da mesma década e cedeu espaço a faculdade de medicina.

A fazenda Monte Alegre se encontrava onde hoje

são o Campus da USP, Hospital das Clínicas, os bairros Monte Alegre, Jardim Antártica e Vila Tibério.

Figura 95 - Localização da Área de Estudo Fonte: Google Maps com Intervenção

Figura 96 - Localização da Área de Intervenção Fonte: Google Maps com Intervenção

89


7.2 Legislação Urbanística Seguindo

a

Lei

Complementar

2157/07

Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, e pelo seu

macrozoneamento a área de intervenção é uma Zona de Urbanização Preferencial (ZUP), ou seja, áreas que

recebem a urbanização com mais facilidade, e por isso são permitidas densidades demográficas mais altas. É

permitida para área um taxa de ocupação de até 80% da

área do terreno, com um coeficiente de aproveitamento

cinco vezes a área do terreno e taxa de solo natural de no mínimo 10% da área do terreno.

O gabarito básico da cidade de Ribeirão Preto é de

Figura 97 - Macrozoneamento Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto

10 metros, podendo ultrapassar, porém se deve seguir o resultado obtido a partir de R=H/6 (onde R é o recuo e H altura do edificio em metros lineares), mas sempre

com recuos mínimos de fundo de 2 metros, frontal de 5 metros e lateral com 2 metros.

90


7.3 Uso do solo

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bairros Parque Residencial Cidade Universitária e a Vila

mesmo pode conseguir, e ainda uma valorização muito

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que trará um grande reconhecimento ao projeto. Os

ao projeto grande atrativo e grande alcance que o

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CLÍNICA CIVIL

de pessoas no entorno, e muitas dessas de outras cidades,

Essas condições do entorno proporcionam

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intervenção um grande atrativo, pois há um fluxo intenso

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e o Hospital das Clínicas, isso proporciona a área de

atrativos.

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ao campus da USP onde se encontra diversas faculdades

vizinhança a região, mas que não proporcionam grandes

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terreno em uma grande área institucional, a qual se refere

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O mapa de uso do solo apresenta a inserção do

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Área Verde AV.

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Área de Intervenção

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE

desenvolvimento do bairro.

Mapa 1 - Uso do Solo Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

91


7.4 Gabarito F.

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A

RU

CA

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A

RU

e possibilita também melhores pontos visuais.

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PA

7.5 Hierarquia Viária

XO

Térreo

IT

I

1º Pavimento

IE

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2º Pavimento

500

mapa

de

hierarquia

física

mostra

a

predominância vias locais, que irrigam os bairros do

RO

N

Área de Intervenção DO

menos poluída, sem muitas intervenções na luminosidade

O

A

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O gabarito baixo proporciona uma paisagem

O

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RO

300

Clínicas que possui uma volumetria vertical.

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VL. MONTE ALEGRE

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2 pavimentos, dentre eles o mais alto é o Hospital das

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campus da USP que se encontram edifícios com mais de

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devido ao uso residencial dos bairros, apenas dentro do

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O gabarito do entorno é predominantemente baixo

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AV.

A

VI

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CAF

É

entorno e proporcionam a circulação dentro do campus da USP. Possuem apenas 5 vias coletoras as quais são

responsáveis por coletar todo o fluxo vindo do bairro e

do Campus e leva-lo para as 4 vias arteriais, as quais são grandes avenidas que levam a outros pontos da cidade,

com destaque a Avenida do Café principal via de acesso a USP.

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INTERVENÇÃO\Mapas 10/11/2 Em comparação a hierarquia Levantamento.dwg, funcional, as vias funcionam em sua maioria como deveriam devido a suas

dimensões, com um fluxo alto nas vias arteriais, fluxo médio nas vias coletoras, e fluxo baixo nas vias locais. Há Mapa 2 - Gabarito Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

92

apenas uma exceção a Rua Tenente Catão Roxo, que tem dimensões as quais se enquadram em via coletora, mas

possui um fluxo alto de pessoas que saem do Hospital das


Clínicas e vão em direção a Avenida do Café, e isso gera um trafego não esperado a rua.

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO

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300

Fluxo Baixo

500

Área de Intervenção AV.

DO

CAF

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Mapa 4 - Hierarquia Funcional Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INTERVENÇÃO\Mapas Levantamento.dwg, 10/11/2020 21:18:09, DWG To PDF.p C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INT

Mapa 3 - Hierarquia Física Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

93


7.6 Transporte Público F.

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da região já que passam ali também ônibus interurbanos escolares e as linhas apresentadas tem ligação direta ao terminal de ônibus ao lado da rodoviária.

CA

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A

A

RU

LA

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de qualquer lugar da cidade, e também de outras cidades

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VL. MONTE ALEGRE

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servida pelo transporte, facilitando a chegada de pessoas

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO USP

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É possível concluir então que a região é bem

AGUET.

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e um total de 9 linhas do transporte público.

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A área possui grande número de paradas de ônibus,

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PONTO DE ÔNIBUS N 207 - HOSPITAL DAS CLÍNICAS N 307 - USP/HC U 199 - CIRCULAR 1 U 299 - CIRCULAR 2 U 399 - CIRCULAR 3 U 499 - CIRCULAR 4 V 178- D. MIELLE - HC V 187 - HEITOR RIGON - HC V 217 - QUINTINO - HC ÁREA DE INTERVENÇÃO

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INTERVENÇÃO\Mapas Levantamento.dwg, 10/11/2020 22

Mapa 5 - Transporte Público Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

94


7.7 Equipamentos No entorno imediato do terreno escolhido para

a localização do projeto se encontram dois grandes

JD. PAIVA

equipamentos de escala regional, o Hospital das Clínicas

ALTO DO IPIRANGA

e a USP, uma escola de ensino superior. Ambos trazem

um grande fluxo de pessoas a área, sendo responsáveis

CIDADE UNIVERSITÁRIA

pela facilitação dos acessos e transportes que se ligam a região. Os bairros em volta a área de intervenção são bem

CPFL

VL. AMÉLIA

supridos de escolas de diferentes graus que atendem

VL. MONTE ALEGRE

toda a população dos mesmos. Há também dois outros equipamentos de saúde na escala de bairro, estes também

WEST SHOPPING

CAMPUS UNIVERSITÁRIO

são suficientes para os moradores da área.

JD.

ANTÁRTICA JD. SANTA LUZIA

Clínica Civil ANTIGA

JARDIM RECREIO

PEDREIRA

JARDIM ITAÚ MIRIM

N

UBDS Hospital das Clínicas Escolas USP - Universidade de São Paulo Agência Bancária

Área de Intervenção 0

100

300

500

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE IN

Mapa 6 - Equipamentos Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

95


VEGETAÇÃO

7.8 Aspectos Físicos Ambientais F.

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Vegetação Rasteira

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Vegetação Médio e Grande Porte

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0

100

300

500

Área de Intervenção AV.

DO

contribuir com a beleza da paisagem.

A topografia está representada no mapa pelas

curvas de nível de 1 em 1 metro, então é possível perceber que a área como um todo é bem acidentada, com grandes subidas, o que dificulta o acesso de pedestres ao local, ou carro. No topo do morro, há uma área mais plana,

TE

I

maior conforto térmico e diminuição a poluição, além de

influenciando a escolha para acesso ao transporte público

O

RU

IT

vegetação de médio e grande porte, o que traz a área um

PA

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CPFL

permeável com vegetação rasteira, e grandes focos de

VI

RISTORI

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CLÍNICA CIVIL

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Campus da USP é possível perceber uma extensa área

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alguns focos em determinadas praças. Porém dentro do

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E ILC A .N EIR R.P L IV M.O

PA

Dentre os bairros não há muita vegetação, apenas

CAF

É

onde está localizado o terreno para a intervenção, e esta

foi uma das características que influenciou na escolha da área.

7.9 Infraestrutura A área por ter equipamentos de grande

importância possui toda a infraestrutura necessária.

A rede de água e esgoto é adequada, e tem

seu gerenciamento pelo DAERP, e há uma caixa d’água

próxima ao local, a energia elétrica é fornecida pela CPFL Mapa 7 - Vegetação Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

96

que possui uma subestação dentro de um raio de 500m

metros do terreno e a coleta de resíduos sólidos é feita pela empresa Leão Leão.


F.

M

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300

500

AV.

DO

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Mapa 8 - Topografia Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INT

97


C'

7.10 Características do Terreno + 111,0 + 112,0

em frente ao edifício da Clínica Civil, em um dos lados se

123

+ 113.0

encontra o Instituto Departamento de Neurociências do

B'

+ 114,0 + 115,0 + 116,0 + 117,0 + 118,0

Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão

+ 119,0

Preto da Universidade de São Paulo, e do outro um grande estacionamento.

A área foi escolhida devido ao grande fluxo de

110

78

RUA SEM NOME

B

O terreno se localiza na Rua Tenente Catão Roxo,

ÁREA 12.655m²

A 26

pessoas em busca de serviços de alta complexidade de

A'

toda a região. Como o intuito do edifício é ser um suporte

ao Hospital das Clínicas é importante que ele se encontre

+ 118,00

nas proximidades do mesmo.

+ 117,0

57

Outro grande ponto de influência da escolha da

47

área é ser ao lado do Departamento de Neurociências do

C

R. TENENTE CATÃO ROXO

N

SENTIDO DAS ÁGUAS VENTOS SOL NASCENTE

0

10

30

50

Comportamento, o qual após a instalação do instituto do

cérebro poderá evoluir suas pesquisas em pacientes do local.

O terreno possui uma topografia composta por um

desnível de 9 metros ao longo do terreno, com algumas

SOL POENTE

Figura 98 - Planta de Situação do Terreno partes mais planas e outras com um declive maior, mas C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INTERVENÇÃO\Mapas Levantamento.dwg, 11/11/202 Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

ainda é uma das áreas mais planas de seu entorno, a topografia será trabalhada no projeto para trazer total acessibilidade a todas as partes do edifício.

98


Um último aspecto com grande peso dentre as

características do terreno é a sua localização no ponto mais elevado de seu entorno, possibilitando uma bela vista do entorno, melhores pontos visuais e uma ventilação privilegiada.

+ 117,0

+ 118,0

CORTE AA'

0

+ 112,0

+ 113,0

10

50

30

50

+ 118,0

+ 117,0

+ 115,0

30

CORTE BB' 0

+ 117,0 CORTE CC'

0

10

+ 118,0

+ 117,0 + 116,0

10

30

50

Figura 99 - Cortes da Topografia Fonte: Mapa da Prefeitura de Ribeirão Preto com Intervenções da Autora

C:\Users\Lenovo\Documents\FACULDADE\Faculdade 9° semestre\TCC I\ÁREA DE INTER

99


7.11 Pontos Visuais do Terreno Em análise aos pontos visuais 1 a 8 nota-se

que o entorno do terreno é bem cuidado com calçadas

e vias adequadas, sem interferências, buracos, elevações e degradações, também há a presença de faixas de pedestres devidamente pintadas mostrando o local correto de travessia.

Analisando os pontos visuais de A a F é possível

perceber as vistas que são proporcionadas ao terreno, sendo o ponto mais alto do entorno pode-se ter uma visão ampla do mesmo, e a vegetação alto nas suas Figura 100 - Localização dos Pontos Visuais Externos ao Terreno Fonte: Google Maps com Intervenção

Figura 101 - Pontos Visuais Externos ao Terreno Fonte: Arquivo Pessoal

100

proximidades traz um conforto visual a quem estiver olhando.


Figura 102 -Localização dos Pontos Visuais Internos do Terreno Fonte: Google Maps com Intervenção

Figura 103 - Pontos Visuais Internos do Terreno Fonte: Google Maps com Intervenção

101



PROGRAMA DE NECESSIDADES

08


PROGRAMA DE NECESSIDADES TABELA 01 – Programa de Necessidades

O

programa

de

necessidades

e

o

pré-

dimensionamento das áreas foram elaborados baseados

na RDC nº50 de 21 de fevereiro de 2002 a qual tem como finalidade ser o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação, Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.

Além da RDC n°50 fora utilizado o SOMASUS: Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos

em Saúde, as entrevistas com profissionais da área e as leituras projetuais ajudaram na elaboração programa

de necessidade que foi separado em 7 setores para uma melhor organização.

104


105


Fonte: Elaborado pela Autora do Trabalho

106


107



09 PROJETO


PROJETO 9.1 Estudo Preliminar O estudo preliminar apresenta os passos iniciais

do projeto, que teve seu inicio com o programa de necessidades transformado em áreas e distribuído no

terreno conforme a necessidade de proximidade de Área Comum

Área Ambulatorial

Área de Tratamento

Figura 104 - Estudo Preliminar Inicial Fonte: Autoria Própria

Área da Família

cada setor com outro. Para essa distribuição acontecer o

espaço para o edifício foi limitado pela topografia e pelos acessos de serviços e de veículos.

Levando em consideração o tamanho dos setores

Área Administrativa

Área Serviço

chegou-se a uma volumetria e distribuição inicial onde

o edifício se dava perimetralmente a um jardim interno.

Porém esta volumetria fora revisada com a intenção de dar mais permeabilidade e integração do edifício com a

parte externa do terreno, modificando a localização dos blocos.

Área Comum

Área Ambulatorial

Área de Tratamento Área da Família

Área Administrativa

Área Serviço

110

Figura 105 - Evolução Estudo Preliminar Fonte: Autoria Própria


9.2 Conceito e Partido Arquitetônico O conceito do projeto se da inicialmente com a ideia

de acolhimento dos usuários, com a forte concepção de integração entre os usuários, dos ambientes e interior e exterior, trazendo a natureza e iluminação natural para dentro do edifício.

O partido arquitetônico então surge a partir de

e também nos caminhos do jardim, este que traz a

externo o qual possibilita o contado com a natureza e a

de sempre relembrar aos pacientes como a conexão entre

um grande jardim central no edifício e um grande jardim humanização do espaço. O uso de vidros em todo o edifício oferece a entrada de luz e ventilação natural ao prédio, e

estes ainda são coloridos com a intenção de desenvolver

emoções e sensações. Outro elemento forte é o desenho presente nos revestimentos metálicos, elementos vazados

representação da conexão dos neurônios com a intenção eles e o tratamento são importantes para manter a ligação

de seus neurônios viva e amenizar os efeitos das doenças neurodegenerativas. Estes elementos juntamente com os

conceitos da arquitetura contemporânea formam o partido

arquitetônico do projeto, os quais possibilitaram a criação de um ambiente totalmente humanizado.

Figura 106 - Cetradon Fonte: Autoria Própria


9.3 Fluxograma O fluxograma tem a função de direcionar a

distribuição do programa, trazendo um estudo de como os setores devem ser ligados entre si, e consequentemente a

definição de quais tem que estar próximos um dos outros. O fluxograma feito para o projeto parte dos acessos.

O acesso principal tem que ser para a área comum onde estará a recepção, esta área comum fará a ligação para as alas de tratamento e ambulatorial. A área da família

deve se conectar a área de tratamento, pois é onde os

acompanhantes irão esperar os pacientes. Todos os setores de alguma forma devem estar conectados a área

de serviço, a qual tem um acesso exclusivo de serviço e é a ligação para o administrativo do edifício.

Sendo assim a distribuição do programa seguirá as

conexões ao lado. Figura 107 - Fluxograma Fonte: Autoria Própria

112


9.4 Topografia A topografia do terreno escolhido é composta de

nove curvas de nível de 1 em 1 metro, e é perceptível que

quase metade do terreno tem uma característica mais plana, então essa parte foi escolhida para a implantação

do edifício, mas há uma dificuldade a ser solucionada, um grande talude de 2 metros no acesso da rua ao terreno.

Figura 108 - Topografia Original 1 Fonte: Autoria Própria

Figura 109 - Topografia Original 2 Fonte: Autoria Própria

As soluções para a topografia se daria pela criação

de um grande platô no topo do terreno no qual será

implantado o edifício. E para facilitar e possibilitar o acesso ao edifício será feita suavização do talude,

espalhando a terra concentrada pelo terreno até chegar ao platô.

Quanto à parte do terreno com um maior declive

será trabalhada através dos caminhos que formam platôs e rampas até chegar ao edifício.

Figura 110 - Topografia Modificada 1 Fonte: Autoria Própria

Figura 111 - Topografia Modificada 2 Fonte: Autoria Própria

113


9.5 Volumetria A volumetria foi pensada para ter um gabarito mais

baixo sem muito impacto na paisagem do entorno. Ela

é formada por blocos perimetrais que proporcionam a criação de um jardim interno no meio deles.

O bloco de trás foi escolhido para ter dois pavimentos

porque é voltado para a melhor vista do terreno e estar Figura 112 - Blocos Volumetria Fonte: Autoria Própria

do lado onde bate o sol da manhã, então é o ideal para ter mais ambientes e aproveitar essas características.

Para trazer um movimento à volumetria, os blocos

não ficaram alinhados, foram posicionados de forma que volumes avançassem ou recuassem do todo e também

alguns sobrepostos a outros para criar vazios e integração do jardim interno com o exterior.

Figura 113 - Volumetria Fonte: Autoria Própria

114


9.6 Implantação A implantação do edifício foi pensada para que o

acesso ao terreno fosse realizado pela R. Tenente Catão

Roxo a rua coletora que faz ligação direta com a Av. do Café. A orientação solar também foi fator fundamental para a implantação, de modo que a entrada principal

do edifício estivesse voltada para sudoeste não pegando diretamente o sol da tarde. Para facilitar o acesso e a

circulação no terreno foram criadas duas ruas: uma de serviço, que possibilita a carga e descarga e o acesso

das ambulâncias, e a outra de acesso de veículos para o embarque e desembarque dos pacientes.

O exterior do edifício conta com um grande jardim

com caminhos formados por rampas e platôs que serão

usados como pista de caminhada e espaço para atividades e relaxamento dos pacientes, além disso serão cercados por árvores frutíferas que também servirão para trazer sombra tanto a eles quanto a fachada que precisa de uma

proteção solar. No meio do edifício há também um jardim onde podem acontecer atividades com pacientes, este conta com um espelho d’água, uma horta e uma estufa.

Figura 114 - Implantação Fonte: Autoria Própria

115


9.7 Estudo Solar O estudo solar foi realizado usando a carta solar,

inicialmente em planta analisando em cada fachada

isoladamente os horários de incidência solar em 3 épocas do ano, no inverno, equinócio e no verão.

E para completar, o estudo foi feito nas elevações,

selecionando 3 horários da incidência solar de cada fachada e colocando a sua altura solar usando seu ângulo de incidência. Figura 115 - Localização Fachadas Fonte: Autoria Própria

Ao final do estudo solar chega-se a conclusão que a

Figura 116 - Horários de Incidência Solar Fonte: Autoria Própria

fachada que mais precisa de tratamento para minimizar a

incidência solar é a fachada 2, a qual em todos os períodos do ano pega todos os horários do sol da tarde. A fachada 1 também precisará de um certo tratamento mas não tão rigoroso quando o da fachada 2.

Como soluções para diminuição da incidência

solar nessas fachadas foram escolhidos dois tipos de Figura 117 - Sol Fachada 2 e 4 Fonte: Autoria Própria

revestimentos metálicos, a placa metálica para bloquear totalmente o sol em alguns pontos e a placa metálica

perfurada com o desenho de neurônios para permitir

parcialmente a entrada do sol. E as árvores do entorno do edifício também terão papel fundamental na proteção solar.

Figura 118 - Sol Fachada 1 e 3 Fonte: Autoria Própria

116


9.8 O Programa A distribuição do programa foi pensada de acordo

com o que o entorno e o terreno proporcionariam ao edifício.

O pavimento térreo conta com a parte dos serviços;

composta pelos ambientes de apoio dos funcionários, abrigo de resíduos, almoxarifado roupa suja e roupa limpa; esta foi posicionada ao lado direito devido à

criação da via de acesso de serviço, e ali pode acontecer a carga e descarga que os serviços necessitam.

A área comum se encontra logo na entrada do

acesso principal do edifício, no primeiro bloco, esta conta com a recepção, espera dos pacientes e um café.

O ambulatorial foi inserido perto ao acesso

principal pela facilidade de acesso, e também por estar do lado onde a incidência solar é mais baixa. Além dos

consultórios a parte ambulatorial conta com uma área de convivência e espera com espaços verdes.

E para finalizar o pavimento térreo a área de

tratamento interna é direcionada ao tratamento físicomotor com a fisioterapia e hidroterapia, esta tem seu

lugar no bloco de fundo devido à bela vista da cidade e

da natureza fornecida aos pacientes e também por pegar

Área Comum

Área Ambulatorial

Área de Tratamento

Figura 119 - Planta Setorização Pavimento Térreo Fonte: Autoria Própria

Jardim

o sol da manhã, esses são elementos importantes, pois

é a área que mais terá uso na clínica e também esses elementos proporcionam a humanização ao espaço.

117


O primeiro pavimento foi escolhido para estar a

cima do bloco fundo para proporcionar mais espaços voltados para a vista da cidade. Este pavimento conta

com mais uma parte de tratamento, esta voltada para o estímulo neurocognitivo com a simulação de casa, sala

de vídeo games e sala de grupos. A parte da família com salas de atividades para entretenimento e relaxamento

dos cuidadores, a área administrativa, e o conforto de funcionários também compõem o primeiro pavimento.

Para completar o programa há os jardins e espaços

verdes que foram pensados com uma proposta sensorial para mexer com todos os sentidos dos pacientes. O jardim externo ao edifício, que conta com pista de caminhada, praças secas para atividades e um grande pomar para

instigar o paladar dos pacientes; o jardim central do edifício que proporcionará espaço de convivência, um

espaço para a fisioterapia e outras atividades ao ar livre, o barulho das águas do espelho d’água para estimular a Área de Tratamento Área da Família

Área Administrativa

Jardim

Figura 120 - Setorização 1° Pavimento Fonte: Autoria Própria

audição, uma horta e uma estufa para ser usada como uma

atividade manual para os pacientes; e por último o jardim

na laje do primeiro pavimento, que conta com espaços de convivência, relaxamento, árvores com cheiros fortes para o olfato, sinos para a audição, painéis com diferentes texturas para o tato, e belas flores para a visão.

118


9.9 Acessos e Circulações O edifício tem quatro acessos, dois acessos ao público

que levam a recepção principal, um de funcionários

e um acesso de serviço para a retirada de resíduos e

ACESSO FUNCIONÁRIOS

roupa suja. A circulação horizontal se dá pelo centro do

edifício, contornando o jardim central e levando a todos os ambientes, quanto a circulação vertical há duas torres,

uma pública e uma de serviço estas com uma escada

ACESSO SERVIÇO

aberta e elevadores.

ACESSO PACIENTE

ACESSO PACIENTE

Circulação Horizontal Circulação Vertical

ACESSO PRINCIPAL

Figura 121 - Acessos e Circulações Térreo Fonte: Autoria Própria

119


9.10 Estrutura e Materialidade A estrutura da edificação será composta por viga

e pilares metálicos, esses possibilitarão vãos maiores, o que facilitará nos espaços grandes como a hidroterapia e

as salas de fisioterapia, que serão mais bem aproveitados sem muitos pilares no seu interior, a modulação dos

pilares tem seus maiores vãos com a modulação de 11x5

metros e os menores com a modulação de 6x8 metros. E para fazer o uso das novas tecnologias a laje será de steel deck. Figura 122 - Estrutura 3 Fonte: Autoria Própria

Quanto a materialidade além do metal presente na

estrutura e nos revestimentos metálicos será usado o

vidro colorido, para proporcionar a entrada de iluminação natural.

Pilar Metálico

Viga Metálica

Caixa de Concreto

120

Figura 123 - Estrutura 2 Fonte: Autoria Própria


9.11 Aberturas e Fechamentos Os fechamentos internos serão feitos de paredes de

drywall para dar uma leveza para a estrutura, e alguns

ambientes contarão com divisórias de vidro colorido para proporcionar visibilidade entre os ambientes e as cores promovem um estímulo nas sensações. O fechamento

externo será feito com o structural glazing com vidros coloridos e nas fachadas com mais incidência solar serão

agregados aos vidros os revestimentos metálicos com

desenhos que lembram a representação de conexão de neurônios.

As aberturas se darão por alguns vidros do

structural glazing que abrirão de forma maxi-ar, alguns

serão portas que possibilitarão os acessos aos edifícios, e no entorno do jardim interno será uma cortina de vidro para possibilitar uma grande abertura.

Detalhe Esquemático Esquadria

Detalhe Esquemático Esquadria

Figura 124 - Detalhe Esquemático Esquadria Fonte: Autoria Própria

Figura 125 - Revestimentos Metálicos e Structural Glazing Fonte: Autoria Própria

121


9.12 Humanização

9.13 Sustentabilidade

A humanização foi uma grande preocupação no

E pra finalizar a sustentabilidade foi um grande

desenvolver do projeto, sempre foi pensado elementos

ponto levado em consideração durante o projeto.

aconchego aos pacientes.

pela escolha da predominância de materiais que são

que trouxessem, conforto, relaxamento, estímulos e Dentre esses elementos estão presentes:

O uso do vidro, para possibilitar a entrada de

iluminação e ventilação natural, conforto psicológico e relaxamento;

Elementos sensoriais que estimulam os cinco

sentidos do ser humano;

Uso de cores, para o estímulo das sensações e

emoções, dentre as escolhidas estão o azul que representa calma, tranquilidade, clareza e harmonia; o amarelo gera otimismo alegria e felicidade; o rosa trazendo também a calma e sabedoria, e o verde presente na vegetação

proporcionando tranquilidade, descanso, serenidade e inteligência.

Integração interior e exterior e com a natureza,

oferecendo a redução do stress e da ansiedade muito presente na vida dos pacientes.

122

Para fazer o edifício sustentável inicialmente se deu recicláveis como o vidro e o metal, que compõem toda

a estrutura e fechamento externo do prédio; depois se dá pela opção por ventilação e iluminação natural, em

seguida foi adicionado ao projeto a utilização de energia

solar e a reutilização da água pluvial, e por fim a maior parte do terreno ser permeável e com muita vegetação.


Figura 126 - Materiais Recicláveis: Vidro e Metal; Cores; Integração Interior Exterior Fonte: Autoria Própria

Figura 127 - Integração Interior Exterior Fonte: Autoria Própria

123


B' RUA SEM NOME

3

C

C'

4

4

ACESSO SERVIÇO

A

A'

ACESSO AMBULÂNCIA ACESSO PEDESTRE

DESEMBARQUE PACIENTE

IDOSO

ACESSO PRINCIPAL

1

ACESSO PEDESTRE

ACESSO VEÍCULOS

R. TENENTE CATÃO ROXO

B

IDOSO

01

Implantação

PROJETO: CETRADON LOCAL:

RIBEIRÃO PRETO

DSESENHO: IMPLANTAÇÃO

AUTOR:

Ana Flavia de Almeida Antonio

CÓDIGO:

4015552

ESCALA:

1:500

DATA:

NOVEMBRO 2020

N


B'

3

C

C'

4

ACESSO FUNCIONÁRIOS

2

ACESSO SERVIÇO

ACESSO PACIENTE

A

A'

ACESSO PACIENTE

IDOSO

ACESSO PRINCIPAL

1 B

IDOSO

01

N

P lanta Baixa

PROJETO: CETRADON LOCAL:

RIBEIRÃO PRETO

DSESENHO: PLANTA

AUTOR:

BAIXA TÉRREO

Ana Flavia de Almeida Antonio

CÓDIGO:

4015552

ESCALA:

1:200

DATA:

NOVEMBRO 2020


B'

3

C

2

4

C'

A

B

A'

01

1

P lanta Baixa

N

PROJETO: CETRADON LOCAL:

RIBEIRÃO PRETO

DSESENHO: PLANTA

AUTOR:

1° PAVIMENTO

Ana Flavia de Almeida Antonio

CÓDIGO:

4015552

ESCALA:

1:200

DATA:

NOVEMBRO 2020


B'

3

C

2

4

C'

A

B

A'

01

1

P lanta Baixa

N

PROJETO: CETRADON LOCAL:

RIBEIRÃO PRETO

DSESENHO: PLANTA

AUTOR:

BAIXA PAVIMENTO TÉCNICO

Ana Flavia de Almeida Antonio

CÓDIGO:

4015552

ESCALA:

1:200

DATA:

NOVEMBRO 2020


PN

01

Corte AA'

PN

02

Corte AA'

PN 03

Corte BB'

PROJETO: CETRADON LOCAL:

RIBEIRÃO PRETO

DSESENHO: CORTES

AUTOR:

Ana Flavia de Almeida Antonio

CÓDIGO:

4015552

ESCALA:

1:200

DATA:

NOVEMBRO 2020


01

E levação 01

02

E levação 02

03

E levação 03

04

E levação 04

PROJETO: CETRADON LOCAL:

RIBEIRÃO PRETO

DSESENHO: ELEVAÇÕES

AUTOR:

Ana Flavia de Almeida Antonio

CÓDIGO:

4015552

ESCALA:

1:200

DATA:

NOVEMBRO 2020


9.14 Maquete EletrĂ´nica



Fachada 1 - Acesso Principal


Fachada 4 - Acesso Serviรงo


Fachada 3


Fachada 2


Fachada 2


Fachada 2


Jardim Interno


Jardim Interno


Jardim 1° Pavimento


Jardim 1° Pavimento


Recepção


Recepção


Consultรณrios


Consultรณrios


Sala Grande de Fisioterapia


Sala Grande de Fisioterapia



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

10


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA.

RDC n° 50. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, elaboração, análise e aprovação de projetos de serviços de saúde. 2002. Agência

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153



11 ANEXOS


ANEXOS Neste anexo estarão as entrevistas na íntegra

realizadas com profissionais da área da saúde pela autora deste trabalho.

ENTREVISTA 1 Entrevistado: Natália Benedetti

Profissão: Terapeuta Ocupacional Data: 20/04/2020

1 - Quais lugares você conhece que fornece o

tratamento dessas doenças em Ribeirão Preto?

Existe o CIR (Centro Integrado de Reabilitação de

Ribeirão Preto), CER, Instituições de longa permanência,

clínicas particulares de reabilitação. A cidade tem poucos lugares, mas já se está buscando uma expansão.

2 - A terapia ocupacional ajuda em todas as doenças

em questão ou apenas para o Alzheimer? Se sim como se diferencia o tratamento?

Sim a terapia ocupacional ajuda em toda a área de

extensão indivíduo que tem a doença, principalmente o

Alzheimer, desde o diagnostico até o fim da vida. A gente

tem instrumento pra que isso aconteça e cada fase tem demandas diferentes e especificas mesmo que seja uma

doença com características semelhantes e variadas o 156

tratamento pode variar muito de acordo com cada um, é preciso uma avaliação específica do indivíduo, não é uma questão generalizada.

3 - Quais atividades são feitas em uma sessão de

Terapia Ocupacional?

São diversas que dependem de uma avaliação

padrão, e assim faz um plano de tratamento de acordo com as demandas dos pacientes e familiares.

4 - Como seria o espaço ideal para a execução das

atividades e tratamento?

Não existe um espaço ideal, qualquer espaço é

espaço vai depender do contexto, da demanda, a gente chama de Setting Terapêutico, pode ser um consultório, uma praça e pode ser a casa da pessoa.

5 – Qual a importância da terapia ocupacional para

o tratamento do Alzheimer?

A terapia Ocupacional tem uma importância

extrema pra quem tem Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas,

ajudando

na

orientação

dos

familiares, na estimulação cognitiva e cerebral, nas

adaptações que serão necessárias durante o percurso da doença tanto na parte física, que com o tempo vai

ocorrendo uma degradação do corpo principalmente cerebral por isso que é importante a atuação com outros


profissionais.

6 - Quais outras especialidades você acha importante

para o tratamento?

A gente nunca trabalha sozinho, precisamos de uma

rede de profissionais complementando o tratamento

como psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, assistente social e nutrição.

7 - Como funciona o CIR? Quais tratamentos são

oferecidos?

O CIR é um centro de reabilitação do hospital

estadual, trabalha com todas as áreas do desenvolvimento, “infanto”, adulto e “geronto”, atendemos demandas físicas

comportamentais e cognitivas. Atendemos doenças neurodegenerativas,

neurológicas,

comportamentais

menos as psiquiátricas, de saúde mental.

9 - O que tem de bom em outros locais voltados

para o tratamento, que você considera fundamental para ser implantado no projeto?

Principalmente a gente vê em outros locais que são

padrão ouro, que a gente chama, de tratamento, e levando

em consideração que é uma área muito extensa que não está totalmente contemplada com todos os perfis que precisam ser do tratamento, é o foco e a demanda de uma rede de suporte aos familiares.

10 - Os tratamentos podem ser desenvolvidos em

áreas externas?

Sim podem e devem ser realizados em áreas

externas.

11 - O tratamento necessita de atenção particular

8 - Conhece algum lugar que é referência ao

para o paciente ou pode ser desenvolvido em grupo? O

Em Ribeirão as referências são o CIR e o CER,

O tratamento necessita tanto de atenção particular

tratamento das doenças?

mas existem sim lugares referencias principalmente em São Paulo no tratamento dessas doenças que vem acompanhando principalmente em relação a orientação

dos familiares. Tem também órgãos muito importantes para a orientação como a ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer)

que é melhor?

quanto em grupo, os dois beneficiam o paciente e o familiar de forma diferente.

12 - O que seria algo inovador para o local com

relação tanto ao tratamento quanto a espaços?

Não sei se a gente pode chamar de inovador mas 157


pensando em uma forma mais holística e completa,

que todos os profissionais envolvidos que vão ajudar o paciente e/ou o familiar pudessem garantir uma rede de

apoio e cuidado integral que todos esses profissionais pudessem atender os pacientes.

13 - Atualmente existe fila de espera para o

tratamento?

Sim existe fila de espera. 14 - Qual o perfil do paciente que realiza o

tratamento no CIR?

O CIR é um serviço de complexidade média, então

ele é secundário, a gente recebe o paciente desde a

hora que ele recebe o diagnóstico até um nível médio de complexidade, quando ele fica muito acometido cognitivamente ele não pode mais ser atendido no CIR e ai a gente busca outros tipos de tratamento.

15 - Quando não conseguem o tratamento aqui,

onde os pacientes realizam os tratamentos?

Tratando-se do serviço público se ele não consegue,

se está demorando muito a fila é necessário fazer o tratamento em uma rede particular, já que não tem outros

lugares na região, e o pessoal da região também buscar

158

tratamento em Ribeirão.

16 – Tem alguma outra sugestão ou conselho para o

desenvolvimento do trabalho?

A sugestão é pensar na forma mais integral possível

da demanda que a doença acarreta mas também no

individuo. E ter um olhar para o familiar é imprescindível no tratamento dessas doenças e é o que falha muito, o

idoso ele não vem sozinho ele vem acompanhado do familiar que também precisa de tratamento.


ENTREVISTA 2 Entrevistado: Hilly Torati Profissão: Fisioterapeuta Data: 07/05/2020

1 - Quais das Doenças Neurodegenerativas a seguir

você tem pacientes: Alzheimer, Parkinson, ELA, Esclerose Múltipla, Huntington?

Alzheimer e Parkinson 2 - O que você pode dizer sobre o tratamento

das doenças neurodegenerativas? Quantas sessões de fisioterapia são necessárias por semana? E qual o tempo médio de cada sessão?

O tempo médio de cada sessão é de 50 a 60

minutos. São necessárias nestes casos no mínimo de duas vezes por semana, avaliamos as outras atividades que o paciente faz para acrescentar ou não mais dias.

3 – É mais indicado para o tratamento um trabalho

individual ou em grupo com os pacientes?

Nessas patologias é necessário o atendimento

individual para traçar o tratamento de acordo com as

necessidades de cada paciente, porém se conseguir

acrescentar uma vez por semana em grupo seria importante para a socialização do idoso.

4 - Quais atividades são feitas em uma sessão de

fisioterapia para essas doenças? Nessas

doenças

são

feitos

exercícios

de

fortalecimento muscular, treinos de equilíbrio, marcha, coordenação motora, exercícios cognitivos para trabalho

de memória, alongamentos para evitar a rigidez, exercícios para melhorar o condicionamento.

5 - Como seria o espaço arquitetônico ideal para a

execução das atividades?

O espaço ideal seria com pisos antiderrapantes,

espaço plano, com barras de apoio, sem escadas, ambiente claro.

6

-

Quais

equipamentos

são

fundamentais

para equipar a clínica? Algum desses equipamentos necessários emite ondas radioativas?

Os equipamentos seriam uma bicicleta ergométrica,

esteira, espaldar para idoso apoiar, caneleiras, halters, bola suíça, theraband, cones, uma maca baixa para o idoso poder deitar, cadeira com apoio nas costas.

159


7 - Tem conhecimento de hidroterapia? Se sim

quantos pacientes participam de cada sessão de hidroterapia por vez?

Sim tenho conhecimento. Na hidro depende da

patologia dos pacientes, no caso de Alzheimer e Parkinson

seria difícil trabalho em grupo seria no máximo dois por vez. Idosos ativos e saudáveis poderia ser de ate 5 alunos em média.

8 - Conhece algum lugar que é referência no tratamento

dessas doenças?

Vie Instituto que trabalha com neuro. E clínica

qualidade trabalha com idosos.

9 - O que tem de equipamentos nesses locais voltados

para o tratamento, que você considera fundamental para ser implantado no projeto?

Fundamental seria barras de apoio e os objetos que

comentei no item 6.

10 - O que seria algo inovador para o local com

relação tanto ao tratamento quanto a espaços?

Seria inovador ter uma área de video game wii que

trabalha bastante o equilíbrio e cognição desses pacientes. Ou uma área de treinos de atividades diárias, como um painel com atividades do dia a dia por exemplo colocar 160

uma chave na porta, apagar luz, fechaduras, cadeados, que trabalhe as dificuldades dos pacientes do dia a dia.

11 - As sessões de fisioterapia podem ser

desenvolvidos em áreas externas? Quais atividades?

Podem ser em área externa e é interessante devido

o contato com o meio ambiente. Exercícios do dia a dia

podem ser acrescentados como subir calçadas sentar e levar do banco e etc.


ENTREVISTA 3

mais de adaptações mantendo a movimentação, porém

passivamente. E todos os pacientes tem um tratamento e

Entrevistado: Samuel Lopes

acompanhamento psicológico para aprender a lidar com

Profissão: Pisicólogo no CER

suas limitações.

Data: 08/09/2020

1- Como é separado o tratamento aqui no CER? Qual

é o perfil dos pacientes?

Aqui atendemos crianças, adultos e idosos. A

separação é feita entre os ambulatórios, existe então

um ambulatório infantil, um ambulatório ortopédico, um ambulatório de gerontologia para o atendimento de idosos e o ambulatório de reabilitação neurológica para AVC, Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.

2 - Atendem muitos pacientes com doenças

neurodegenerativas? E como é o tratamento?

Atendemos sim bastante pacientes agudos com

doenças

neurodegenerativas.

Nos

pacientes

com

Parkinson e Alzheimer é muito trabalhado o estímulo físico-motoro, fortalecimento do músculo, equilíbrio, e também o estímulo neurológico com atividades cognitivas.

Já em pacientes com ELA por exemplo é um tratamento diferenciado, o tratamento é feito para a conservação de energia, porque a degeneração dela é rápida e o movimento perdido não é mais recuperado, é trabalho

3- Existe uma fila de espera para os pacientes?

Sim, há uma grande demanda, o que gera uma

grande fila de espera.

4 - Quanto tempo os pacientes ficam em tratamento?

Ficam em tratamento por apenas 3 meses. Aqui é

feito um atendimento multiprofissional com objetivos

terapêuticos definidos para trabalhar demandas mais

agudas, como aqui é um hospital, para atendimento de longo prazo os pacientes são encaminhado para lugares de nível secundário, não são mantidos aqui no hospital que é nível terciário.

5- As suas sessões de terapia são individuais ou

multidisciplinar?

Os dois, faço sessões individuais, acompanhamento

em grupo, faço parte de sessão de triagem, para analisar qual linha de tratamento cada paciente vai seguir, e também

participo dos grupos que são de multiprofissionais: psicólogo, terapia ocupacional e fonoaudióloga.

161


6 - HĂĄ muitos pacientes que vem de fora da cidade

de RibeirĂŁo Preto?

Sim, muita gente de fora, das cidades do entorno de

RibeirĂŁo Preto.

162


163


ANA FLAVIA DE ALMEIDA ANTONIO

2020

CETRADON - CLÍNICA ESPECIALIZADA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS EM RIBEIRÃO PRETO


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