TCC arqurbuvv - Estudo comparativo entre sistemas construtivos: Alvenaria Estrutural e LSF.

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ANA FLORA ABREU BRUM

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: ALVENARIA ESTRUTURAL E LIGHT STEEL FRAMING

Trabalho

de

apresentado

conclusão ao

de

curso

Departamento

de

Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção

do

grau

de

Bacharel

em

Arquitetura e Urbanismo.

Professor orientador: Prof. Me. Augusto Cezar Gomes Braga.

VILA VELHA 2019

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ANA FLORA ABREU BRUM

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: ALVENARIA ESTRUTURAL E LIGHT STEEL FRAMING

Trabalho

de

Conclusão

de

Curso

apresentado à Universidade Vila Velha, com requisito parcial para obtenção do grau em Arquitetura e Urbanismo. COMISSÃO EXAMINADORA

Parecer da Comissão Examinadora em 04 de dezembro de 2019: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

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A Deus; Aos meus pais; Ao meu namorado. 3


AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, que me concedeu a oportunidade de cursar essa graduação, sendo fiel em suas promessas. Por sempre ter ficado ao meu lado enfrentando cada dificuldade que me foi levantada. Pela sabedoria que me foi proporcionada e principalmente pelo seu amor maravilhoso com a minha vida. A minha mãe Rosali Ferreira Abreu, que apesar das dificuldades, proporcionou a realização do meu sonho, sempre me motivando nos estudos e me dando o sustento necessário em cada obstáculo deste caminho. Ao meu pai Floro Reis Brum, agradeço pelo incentivo e por acreditar que eu conseguiria alcançar meus objetivos. A vocês, meus pais, agradeço pelo amor e auxílio em cada etapa. Vocês são responsáveis por esta conquista! Ao meu namorado Márcio Sant’Ana, agradeço imensamente pela compreensão, pelo estímulo nos momentos de fraqueza, por estar presente me amparando, mesmo que distante, com palavras bonitas que foram sentidas dentro do meu coração e que me fizeram acreditar que eu era capaz. Muito obrigada! Ao meu orientador, professor Augusto Cezar e a minha coorientadora, professora Laila Souza, pela dedicação, suporte e pelas orientações que enriqueceram meu conhecimento e me fizeram concluir este trabalho. A todos aqueles que de alguma forma colaboraram com meu crescimento durante esta graduação, meu muito obrigada!

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RESUMO

O setor habitacional brasileiro, com o advento da industrialização, passou por um processo de urbanização acelerada e desajustada, com ausência de alternativas construtivas e até mesmo inadequação dos sistemas construtivos impostos, gerando um índice elevado de déficit habitacional em todo o território nacional. Neste cenário, surgem programas habitacionais ofertados pelo governo federal que buscam alavancar a construção de moradias para indivíduos de baixa renda, como o programa minha casa minha vida. Para este tipo de concepção, utiliza-se principalmente o sistema em alvenaria estrutural, pelas vantagens oferecidas pelo mesmo, como maior rapidez de construção, preço reduzido e facilidade no treinamento de mão de obra. Porém, diante do cenário mundial, faz-se necessário conhecer alternativas construtivas mais tecnológicas, que acompanhem a evolução da construção civil e que já vendo utilizadas principalmente em países desenvolvidos, destacando o sistema light steel framing. Para isto, este trabalho tem como objetivo fazer um estudo comparativo entre o sistema utilizado atualmente na habitação social, alvenaria estrutural, e o sistema emergente, light steel framing, a fim de trazer de forma realista as vantagens e desvantagens da implantação deste sistema neste território frente ao utilizado no presente momento. Ainda, a proposta final, apresenta o desenvolvimento de um projeto arquitetônico unifamiliar utilizando o light steel framing que se enquadra em uma proposta direcionada à habitações sociais.

Palavras-chave: Habitação social, Alvenaria Estrutural, Light Steel Framing.

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ABSTRACT

The brazilian housing sector, with the advent of industrialization, underwent an accelerated and unadjusted urbanization process, with no constructive alternatives and even inadequate to the imposed construction systems, generating an index of housing deficit throughout the national territory. In this scenario, federal government offer habitational programs that seek to leverage the construction of housing for low income individuals, as the program “Minha Casa Minha Vida�. For this type of design, is mainly used the masonry structural, because of the advantages offered by the same, such as faster construction, reduced price and na easiest workforce training. However, against the world scenario, more constructive alternative technological decisions must be taken, which accompany the evolution of housing, especially in developed countries, which are an important part of the production of raw materials already existing throughout the country, such as steel production and that, mainly, bring improvements in the social housing field. So this, this work brings a comparative study between the currently used system in social housing, structural masonry, and the emerging system, light steel framework, with the proposer of clearly the advantages and disadvantages of this system implementation on this territory, compared to that used on present moment. Also, a final proposal, presents a single-family using light steel framing that fits in a proposal directed to social housing.

Key-words: Social housing, Structural Masonry, Light Steel Framing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Bloco estrutural. ................................................................................ 30 Figura 2: Malha modular em alvenaria estrutural. ............................................ 30 Figura 3: Blocos compensadores. .................................................................... 31 Figura 4: Uso do bloco J................................................................................... 31 Figura 5: Uso do bloco canaleta. ...................................................................... 32 Figura 6: Modulação vertical: piso a piso. ........................................................ 32 Figura 7: Camadas fundação radier. ................................................................ 33 Figura 8: Bloco de concreto sendo vibroprensado. .......................................... 33 Figura 9: Tipologias de bloco estruturais. ......................................................... 34 Figura 10: Amarração em blocos modulares. ................................................... 34 Figura 11: Assentamento de blocos estruturais. .............................................. 35 Figura 12: Grauteamento em alvenaria estrutural. ........................................... 35 Figura 13: Componentes da alvenaria estrutural que recebem graute. ............ 36 Figura 14: Uso do "grampo" no encontro das paredes. .................................... 36 Figura 15: Laje do tipo cômodo. ....................................................................... 37 Figura 16: Bloco elétrico. .................................................................................. 38 Figura 17: Shaft inspecionável (sem e com tampa). ........................................ 38 Figura 18: Tipos de perfis de aço galvanizado. ................................................ 40 Figura 19: Corte esquemático laje em radier. ................................................... 41 Figura 20: Efeitos da carga de vento na estrutura: a) translação e b) tombamento. ......................................................................................................................... 42 Figura 21: Tipos de ancoragem. a) química com barra roscada; b) com fita métrica; c) fixação com barra roscada tipo "J". ................................................ 43 Figura 22:Painéis estruturais - transmissão de carga vertical. ......................... 44 Figura 23: Modulação dos montantes. ............................................................. 44 Figura 24: Modulação de 200 mm devido à caixa d'água. ............................... 45 Figura 25: Estabilização da estrutura - Contraventamento em "X". .................. 45 Figura 26: Angulação do contraventamento em "X". ........................................ 46 Figura 27: a) Fixação das chapas de OSB. b) Colocação de barreira impermeável na face externa................................................................................................. 47 Figura 28: Aplicação de placa cimentícia em LSF. ........................................... 48

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Figura 29: a) Colocação da placa de gesso em LSF. b) Aparafusamento correto da placa de gesso. ........................................................................................... 48 Figura 30: a) Execução das tubulações hidráulicas com PEX. b) Aplicação dos conduítes no LSF. ............................................................................................ 49 Figura 31: Vigas de piso. .................................................................................. 50 Figura 32: a) Execução laje úmida. b) Execução laje seca. ............................. 50 Figura 33: Cobertura plana............................................................................... 51 Figura 34: Coberturas inclinadas. ..................................................................... 51 Figura 35: Tipos de telhas: cerâmica, shingle e metálica. ................................ 51 Figura 36: Habitação em alvenaria estrutural. .................................................. 53 Figura 37: a) Planta baixa da casa. b) Implantação da casa no terreno. ......... 53 Figura 38: Indicação das paredes estruturais da edificação. ............................ 54 Figura 39: Casa Vila Matilde antes da reforma. ............................................... 55 Figura 40: a) Planta baixa pavimento térreo. b) Planta baixa pavimento superior. ......................................................................................................................... 56 Figura 41: Jardim central da edificação. ........................................................... 56 Figura 42: a) Fachada da edificação. b) Vista interna evidenciando as paredes em alvenaria estrutural aparente, a laje pré-moldada e os conduítes expostos. ......................................................................................................................... 56 Figura 43: Vista superior do condomínio Jardim das Paineiras, São Paulo. .... 57 Figura 44: Padrão construtivo do condomínio residencial Jardim das Paineiras, São Paulo. ........................................................................................................ 58 Figura 45: a) Planta baixa padrão do subsolo, níveis 1 e 2. b) Planta baixa padrão dos níveis 3 e 4. ............................................................................................... 58 Figura 46: a) Colocação de impermeabilizante na fachada de OSB. b) Estrutura da edificação em perfis com uso de contraventamento e base em radier. c) Modulação diferenciada na parede de sustentação da caixa d’água para suporte do peso............................................................................................................. 59 Figura 47: Exemplo de tubulação em uma das casas do condomínio em PVC. ......................................................................................................................... 59 Figura 48: Canteiro de obra em Alvenaria Estrutural. ...................................... 62 Figura 49: Canteiro de obras em LSF. ............................................................. 63 Figura 50: a) Fundação radier em alvenaria estrutural. b) Fundação radier em LSF. .................................................................................................................. 64 8


Figura 51: Elevação de estrutura em LSF com fechamento em OSB. ............. 65 Figura 52: a) Acabamento de parede em AE. b) Tratamento de emendar em LSF com placa cimentícia. ....................................................................................... 66 Figura 53: a) Passagem dos conduítes nos furos dos blocos estruturais. b) Passagem dos conduítes nos furos dos perfis de aço. .................................... 68 Figura 54: Bloco elétrico com caixa elétrica instalada. ..................................... 68 Figura 55: Fixação da caixa elétrica em LSF. .................................................. 68 Figura 56: a) Shaft com tubulação hidráulica (AE). b) Instalações hidráulicas em LSF. .................................................................................................................. 69 Figura 57: a) Telhado em LSF. b) Telhado em AE. .......................................... 71 Figura 58: Tempo de execução para execução das paredes. .......................... 72 Figura 59: Aplicação de material isolante em paredes de LSF. ....................... 73 Figura 60: Regiões bioclimáticas do Brasil. ...................................................... 74 Figura 61: Planta baixa humanizada do projeto. .............................................. 84 Figura 62: Planta baixa de perfis. ..................................................................... 85 Figura 63: Planta de fundação. ........................................................................ 86 Figura 64: Detalhe esquemático da ligação da estrutura com a fundação em radier. ............................................................................................................... 87 Figura 65: União de dois painéis de canto. ...................................................... 88 Figura 66: Ligação de dois painéis formando um "T". ...................................... 88 Figura 67: Encaixe de perfis na presença de vãos........................................... 88 Figura 68: Planta baixa de indicação das placas de fechamento. .................... 89 Figura 69: Juntas de dilatação nas placas de fechamento. .............................. 90 Figura 70: Composição do fechamento vertical. .............................................. 90 Figura 71: Telha Metálica Térmica TermoRoof: Dânica. .................................. 91 Figura 72: Modelo projetual em LSF. ............................................................... 92

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LISTA DE TABELAS Tabela 1: Déficit Habitacional na Região Sudeste. .......................................... 25 Tabela 2: Déficit habitacional x população atual na região sudeste. ................ 25 Tabela 3: Tipos de laje. .................................................................................... 37 Tabela 4: Comparativo - Mão de Obra. ............................................................ 62 Tabela 5: Comparativo - Canteiro de obras...................................................... 64 Tabela 6: Comparativo - Fundação. ................................................................. 65 Tabela 7: Comparativo - Fechamento Vertical. ................................................ 67 Tabela 8: Comparativo - Instalações. ............................................................... 70 Tabela 9: Comparativo - Cobertura. ................................................................. 71 Tabela 10: Comparativo - Tempo de execução. ............................................... 72 Tabela 11: Comparativo - Desempenho Termoacústico. ................................. 75 Tabela 12: Comparativo - Custos. .................................................................... 80 Tabela 13: Comparativo - restrições na construção. ........................................ 81 Tabela 14: Quadro de áreas do projeto. ........................................................... 84

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Evolução da população do Brasil. .................................................... 22 Gráfico 2: Composição do déficit habitacional por componentes e segundo regiões geográficas do Brasil. .......................................................................... 24 Gráfico 3: Análise orçamentária dos sistemas estruturais. ............................... 76 Gráfico 4: Custo total - Alvenaria Estrutural x Light Steel Framing. .................. 78 Gráfico 5: Representatividade de cada item no total para a Alvenaria Estrutural. ......................................................................................................................... 78 Gráfico 6: Representatividade de cada item no total para o Light Steel Framing. ......................................................................................................................... 79

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LISTA DE ABREVIAÇÕES ABRAGESSO – Associação Brasileira de Fabricantes de Chapas de Gesso AE – Alvenaria Estrtural CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo FJP – Fundação João Pinheiro IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LSF – Light Steel Framing MCMV – Minha Casa Minha Vida NBR – Norma Brasileira OGU – Orçamento Geral da União OSB – Oriented Strand Board PEX – Polietileno Reticulado PVC – Policloreto de Vinila TCPO - Tabela De Composições E Preços Para Orçamentos

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SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15 1.1.

JUSTIFICATIVA .................................................................................. 16

1.2.

OBJETIVOS ........................................................................................ 16

1.2.1.

OBJETIVO GERAL ....................................................................... 16

1.2.2.

OBJETIVO ESPECÍFICO ............................................................. 17

1.3. 2.

METODOLOGIA.................................................................................. 17

HABITAÇÃO EM SUA DEFINIÇÃO ........................................................... 20 2.1. PROBLEMÁTICA FRENTE A HABITAÇÃO NO BRASIL ....................... 21 2.2.

DÉFICIT HABITACIONAL BRASILEIRO ............................................. 23

2.2.1. 2.3. 3.

PROGRAMA HABITACIONAL MINHA CASA MINHA VIDA ............... 26

ALVENARIA ESTRUTURAL ...................................................................... 30 3.1.

4.

DÉFICIT HABITACIONAL NO ESPÍRITO SANTO ....................... 25

COORDENAÇÃO MODULAR ............................................................. 30

3.1.1.

MODULAÇÃO HORIZONTAL ....................................................... 30

3.1.2.

MODULAÇÃO VERTICAL ............................................................ 31

3.2.

FUNDAÇÃO ........................................................................................ 32

3.3.

ESTRUTURA DAS PAREDES ............................................................ 33

3.3.1.

BLOCOS DE CONCRETO ........................................................... 33

3.3.2.

ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO .......................................... 34

3.3.3.

GRAUTE ....................................................................................... 35

3.3.4.

ARMADURA ................................................................................. 36

3.4.

LAJE .................................................................................................... 36

3.5.

INSTALAÇÕES ................................................................................... 38

SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING .......................................................... 40 4.1.

FUNDAÇÃO ........................................................................................ 40

4.2.

FIXAÇÃO DOS PAINEIS NA FUNDAÇÃO .......................................... 41

4.3.

PAINÉIS .............................................................................................. 43

4.3.1.

PAINÉIS ESTRUTURAIS OU AUTO-PORTANTES ..................... 43

4.3.2.

PAINÉIS NÃO ESTRUTURAIS ..................................................... 46

4.4.

FECHAMENTO VERTICAL ................................................................. 46

4.5.

INSTALAÇÕES ................................................................................... 49

4.6.

LAJES ................................................................................................. 49

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4.7. 5.

COBERTURA ...................................................................................... 50

ESTUDOS DE CASO ................................................................................ 53 5.1.

HABITAÇÃO UNIFAMILIAR, SERRA - ES .......................................... 53

5.2.

CASA VILA MATILDE, SÃO PAULO ................................................... 55

5.3.

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL JARDIM DAS PAINEIRAS, SÃO

PAULO .......................................................................................................... 57 6.

COMPARATIVO ENTRES OS SISTEMAS LSF E AE ............................... 61 6.1.MÃO DE OBRA ....................................................................................... 61 6.2.CANTEIRO DE OBRAS .......................................................................... 62 6.3. FUNDAÇÃO ........................................................................................... 64 6.4. FECHAMENTO VERTICAL .................................................................... 65 6.5. INSTALAÇÕES ...................................................................................... 67 6.6. COBERTURA ......................................................................................... 70 6.7. TEMPO DE EXECUÇÃO ........................................................................ 72 6.8. ANÁLISE DE DESEMPENHO TERMOACÚSTICO ................................ 73 6.9. ANÁLISE DE CUSTOS .......................................................................... 75 6.10. ANÁLISE DE RESTRIÇÃO NA CONTRUÇÃO ................................... 80

7.

PROCESSO PROJETUAL ........................................................................ 83 7.1.

O PROJETO MÓDULO MÍNIMO ......................................................... 83

7.2.

DIRETRIZES PROJETUAIS................................................................ 84

7.3.

FUNDAÇÃO ........................................................................................ 86

7.4.

PAINÉIS .............................................................................................. 87

7.5.

FECHAMENTO VERTICAL ................................................................. 89

7.6.

LAJE .................................................................................................... 91

7.7.

COBERTURA ...................................................................................... 91

7.8.

FACHADA ........................................................................................... 92

8.

CONCLUSÃO ............................................................................................ 94

9.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 97

10. APÊNDICE.................................................................................................107

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1.

INTRODUÇÃO

A construção civil no Brasil com o advento da industrialização e consequente urbanização tardia, passou por um processo de transição rural-urbano marcante em um curto período. Essa mudança descentralizadora favoreceu os problemas habitacionais até hoje encontrados no país, como reconhece MARICATO (2014, p.26) “A crise urbana está no centro do conflito social no Brasil, só não enxerga quem não quer ver.” A este fato seguiu-se o problema de déficit habitacional identificado em toda a extensão do território nacional, que tem se mostrado como uma barreira para a qualidade de vida da população e que como tal, necessita de ações voltadas a suprir essa carência de habitações. O país tem evoluído ao longo dos anos ao reconhecer a importância da moradia, à destacando como direito fundamental ao indivíduo pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como solução a problemática encontrada no país, tem surgido programas governamentais como o MCMV (Minha casa minha vida), com a finalidade de facilitar o acesso à moradia e assegurar o direito a habitação, utilizando principalmente como sistema construtivo à alvenaria estrutural. Entretanto, segundo Freitas e Crasto (2006), com o intenso crescimento populacional e o surgimento de novas tecnologias, as indústrias globais têm procurado por sistemas alternativos de construção que reduzam o tempo de obra, minimiza desperdícios e que consigam atender à crescente demanda. Neste contexto, o sistema light steel framing surge como uma inovação tecnológica, que já vem sendo empregado em países desenvolvidos como Estados Unidos e Inglaterra há mais de 40 anos (FREITAS; CRASTO, 2006). Porém, deve-se primeiramente atentar-se as particularidades habitacionais encontradas no Brasil, evidenciando além das vantagens observadas na implementação do sistema, as negatividades apresentadas pelo mesmo, para assim verificar sua aplicabilidade em habitações populares neste território, como substituição ao sistema já utilizado. Fazendo um comparativo técnico e orçamentário este trabalho evidenciará a relação entre o sistema light steel framing e o sistema de alvenaria estrutural, 15


destacando as semelhanças e diferenças de suas tipologias construtivas e apresentando a necessidade de métodos construtivos que atendam de forma prática e eficiente ao MCMV. Ainda, que estas atendam as evoluções arquitetônicas de modelos construtivos que se viabilizem para inserção em habitações populares, verificando a viabilidade do sistema tecnológico light steel framing como promissor substituto da alvenaria estrutural em habitações sociais futuras. 1.1.

JUSTIFICATIVA

O modelo de construção brasileiro é pautado pelo conservadorismo de técnicas de concepção e baseados em um modelo de construção tradicional que se caracteriza pela baixa produtividade e pelo grande desperdício. Uma forma de construção que tem se colocado como ultrapassada em termos de produtividade e qualidade de execução (CASTRO, 2005). Dessa forma, buscando soluções para o problema habitacional emergente, priorizando habitações adaptadas às necessidades dos usuários, que reduzam o tempo de obra com eficiência construtiva e que ainda tirem partido da indústria de aço nacional que tem se colocado entre as 10 maiores do mundo (TAVARES, 2016), vê-se o light steel framing como uma maneira de contribuir para o enfraquecimento do déficit habitacional. Posto isto, o presente trabalho se justifica como forma de verificação da viabilidade da implementação do LSF em habitações sociais. 1.2.

OBJETIVOS

Os objetivos da pesquisa serão classificados em geral e específico, sendo estes descritos a seguir.

1.2.1. OBJETIVO GERAL A partir da argumentação sobre habitação social no Brasil, destacando o programa habitacional implantado pelo governo federal voltado a habitações populares (MCMV), este trabalho tem como objetivo produzir um estudo comparativo entre o sistema predominantemente usado em habitações populares, alvenaria estrutural, com o sistema emergente e potencial light steel framing. Assim como a elaboração de uma habitação unifamiliar com a aplicação deste sistema.

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1.2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO ▪

Definir habitação evidenciando seu surgimento;

Compreender o atual problema habitacional no país;

Apresentar os números referentes ao déficit Brasileiro, destacando o

Espírito Santo; ▪

Salientar o programa Minha Casa Minha Vida implantado pelo governo

federal; ▪

Avaliar o método construtivo utilizado comumente para construção das

habitações, alvenaria de blocos estruturais; ▪

Verificar as razões do mercado ainda utilizar estes sistemas;

Apresentar o sistema light steel framing como promissor substituto do

sistema de alvenaria estrutural, suas principais características bem como sua contribuição para impulsionar a construção civil no mercado; ▪

Trazer estudos de caso que evidenciem a forma de utilização da alvenaria

estrutural em construções populares e da aplicação do LSF nestas tipologias construtivas; ▪

Propor um modelo de habitação unifamiliar utilizando o sistema light steel

framing que atenda as populações carentes.

1.3.

METODOLOGIA

A metodologia adotada neste trabalho teve seu embasamento em pesquisas bibliográficas, artigos, dissertações, livros e sites de buscas com relevância ao tema abordado no estudo. No primeiro momento é definida a habitação segundo seu conceito, surgimento, evolução e indispensabilidade. Apresentar dados de sua carência no território nacional, destacando o estado do Espírito Santo. E, ainda, destacar o programa de habitação popular criado pelo governo federal com suas características, aplicações e particulares. Posteriormente, serão trazidas questões técnicas referentes ao modelo de construção popular aplicado no Brasil, caracterizado em alvenaria estrutural. Em seguida, apresenta-se o sistema light steel framing, utilizado principalmente em países desenvolvidos, e possível substituto da alvenaria estrutural quando este se tornar viável no cenário nacional.

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Adiante, exibe-se estudos de caso a fim de verificar o método construtivo utilizado no momento em habitações populares, alvenaria estrutural, e também de habitações já construídas no Brasil que tiram partido do LSF. Logo após, faz-se um estudo comparativo entre os sistemas apresentados, evidenciando a aplicabilidade dos sistemas em habitações sociais em território nacional. E, por fim, traz-se o desenvolvimento do ensaio projetual e o resultado da proposta de habitação unifamiliar seguindo este novo modelo de concepção, tirando partido do light steel framing.

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2.

HABITAÇÃO EM SUA DEFINIÇÃO

Segundo Abiko (1995), habitação popular num sentido mais amplo pode ser definida como sinônimo de abrigo, onde desde o princípio da civilização, notouse a necessidade deste como ponto fundamental de proteção e segurança humana. Ainda segundo o autor, primitivamente, a habitação como abrigo tirava partido de elementos pré-existentes como cavernas e árvores de copas largas, protegendo os indivíduos principalmente das intempéries. Posteriormente, o ser humano desenvolveu habilidades que possibilitaram a evolução das habitações, empregando materiais diversificados para construção de suas moradias, aqui referidas como abrigo. “Este abrigo se tornou cada vez mais elaborado, e, no entanto, continuava primordialmente com a sua função básica, isto é, constituíase em um espaço que protege o homem dos intrusos e das intempéries.” (ABIKO, 1995, p. 03)

O autor coloca ainda que, com a construção de casas e a evolução da cidade, as habitações continuaram a ter uma função de abrigo, porém contemplando uma outra função econômica que é a de propiciar a reprodução da força de trabalho. “Para que a habitação cumpra as suas funções, é necessário que, além de conter um espaço confortável, seguro e salubre, esteja integrado de forma adequada ao entorno, ao ambiente que a cerca.” (ABIKO, 1995, p.03)

Em complemento aos ideais expostos por Abiko (1995), Otero e Silva (2014) apontam também, que a moradia não pode se resumir ao abrigo aqui referenciado, pois ela vai além desse caráter, ampliando-se a uma escala mais inclusiva, compreendendo o espaço de vivência de uso comum pertencentes a cidade, que possibilitam de fato o sentido de habitar. Verifica-se, portanto, que a moradia desde sua concepção inicial simboliza a necessidade do homem de resguardar sua família, de se estabelecer em um determinado local e também de sua socialização.

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2.1. PROBLEMÁTICA FRENTE A HABITAÇÃO NO BRASIL O problema habitacional no Brasil é um inconveniente que ocorre desde as raízes do processo de sua urbanização e se agravou com o advento da revolução industrial. O país no início de sua colonização possuía uma população majoritariamente assentada na zona rural, onde em 1950 contava com um total de aproximadamente 33 milhões de indivíduos residindo nesta zona, frente aos 19 milhões que moravam na zona urbana (IBGE, 2010). Ribeiro (2007) afirma que no decorrer do século XX, grande parte da população rural foi atraída para os centros urbanos por dois motivos principais: o primeiro ligado a desestimulação de residir no meio rural por conta das condições adversas de distribuição da posse da terra e o segundo, pela relação de atração dos centros urbanos relacionadas a oferta de emprego e melhoria da qualidade de vida. Além disso, houve nessa mesma época a libertação dos escravos que imigraram para a cidade e também a chegada de imigrantes europeus em busca de trabalho nos grandes centros urbanos. Estes fatores alinhados e ocorridos em um curto período de tempo, acarretaram na explosão urbana sem infraestrutura adequada (MARICATO 1997, apud MOTTA, 2011). A partir desta afirmação, constata-se que houve neste processo um deslocamento do campo para as cidades, resultando na ampliação da taxa populacional urbana com relação ao total de habitantes no país. A fim de evidenciar estes dados, será apresentado no Gráfico 1, a população residente deste, tanto no meio rural como no urbano, onde será possível compreender a distribuição desta população e a sua relação com o período de transição rural-urbano, destacado entre 1960 e 1970.

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Gráfico 1: Evolução da população do Brasil.

POPULAÇÃO NOS CENSOS DEMOGRÁFICOS DO BRASIL - 1950/2010 180.000.000 160.000.000 140.000.000 120.000.000 100.000.000 80.000.000 60.000.000 40.000.000

20.000.000 0 1950

1960

1970

População Rural

1980

1991

2000

2010

População Urbana

Fonte: IBGE, 2019.

O período evidenciado, corresponde a mudança do cenário brasileiro que até então se caracterizava como rural e passa a se consolidar como urbano. Este movimento migratório, corresponde ao aumento dos problemas sociais que atingiram tanto aqueles que se mudaram para as cidades, como também para os que já residiam na mesma. O que se observa em consenso, é que as cidades têm sofrido cada vez mais com o crescimento populacional, com indivíduos que buscam se estabelecer nos grandes centros atrás de empregos e qualidade de vida. E, ao mesmo tempo, tem crescido conjuntamente a dificuldade em conseguir uma moradia adequada frente a situação imobiliária do país. Abiko (1995) destaca que o problema habitacional no país afeta principalmente as comunidades mais carentes, compostas por indivíduos de baixa renda. E, que o problema é complexo se considerado as suas principais causas: renda insuficiente da população para adquirir uma moradia digna e o processo de urbanização que culminaram na privatização do solo urbano e seu elevado custo. O alto custo da terra tem sido um fator pertinente para agravar a situação de habitabilidade em todo o território nacional. A especulação imobiliária tem crescido fortemente devido à carência de infraestrutura adequada à habitação e ausência de políticas de acesso à terra urbanizada. Estes fatores impedem que

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a população mais carente tenha condições de adquirir um imóvel adequado e tenha que recorrer a autoconstrução em áreas que não deveriam ser ocupadas. 2.2.

DÉFICIT HABITACIONAL BRASILEIRO

A fundação João Pinheiro (FJP) vem elaborando desde 1995 estudos sobre o déficit habitacional e a inadequação das moradias no Brasil, através de uma metodologia própria e satisfatória. Dessa forma, tomando como base a fundação, apresenta-se que os aspectos conceituais básicos relacionados ao déficit habitacional

estão ligados

diretamente às deficiências do estoque de moradias. Sendo, portanto, compreendido a partir de quatro vertentes que serão apresentadas a seguir. A primeira se relaciona às habitações precárias, que consideram o material empregado na construção da moradia, denominados pelo IBGE como domicílios rústicos pela ausência de paredes de alvenaria e a presença de taipa, madeira não aproveitadas, palha, entre outros, que podem acarretar em proliferação de doenças pela presença de insalubridade; e os domicílios improvisados, que abrangem lugares que não se caracterizam para fins residenciais, servindo como moradia alternativa, como imóveis comerciais, espaços ociosos em baixo de pontes, carcaça de carros, cavernas, entre outros. O segundo componente é a coabitação familiar, que acontece quando duas ou mais famílias residem em um mesmo domicílio, limitando sua privacidade e liberdade. A terceira parte deste conceito é o ônus excessivo com aluguel urbano. Este se constitui por famílias que possuem renda familiar de até três salários mínimos e que desembolsam, no mínimo, 30% de sua renda para bancar o aluguel mensal. Observa-se que nas pesquisas iniciais essa questão foi considerada inadequação habitacional e não déficit habitacional. Essa postura, entretanto, foi reavaliada a partir dos cálculos para 2000. Questionouse o fato de que, para determinada parcela pobre da sociedade, o aluguel não é uma opção, diferentemente do que ocorre com alguns setores da classe média. Para eles, pagar aluguel em bairros melhores e de mais status é preferível a comprar um imóvel em áreas suburbanas de pior localização (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2015).

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O quarto elemento é o adensamento excessivo de moradores em domicílios alugados. São classificados neste as moradias alugadas que possuem mais de três moradores por dormitório. São apenas consideradas as habitações alugadas pela impossibilidade do inquilino em ampliar a residência ou vendê-la para adquirir outra maior, o que pode ocorrer em habitações próprias, sendo estas, portanto, excluídas deste cenário e consideradas um tipo de inadequação de domicílio. O gráfico 2, a seguir, possibilita a compreensão do panorama geral sobre o tema em questão nas regiões administrativas do Brasil. Vê-se através do mesmo que as regiões Norte e Nordeste possuem as habitações mais precárias, assim como possuem os maiores índices de coabitação familiar; que o ônus excessivo com aluguel tem o maior percentual e se mostra mais presente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; que o adensamento excessivo tem o menor percentual de modo geral, porém em números absolutos mais forte na região Sudeste. Pode-se concluir a partir desta análise anterior que a problemática da habitação no país, de um modo geral, é liderada pelo ônus excessivo em aluguel. Gráfico 2: Composição do déficit habitacional por componentes e segundo regiões geográficas do Brasil.

Composição do Déficit Habitacional 100% 80% 60% 40% 20%

0% Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Habitação Precária

Cobitação Familiar

Ônus Excessivo com Aluguel

Andesamento Excessivo

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), diretoria de estatística e informações, 2015.

De forma geral, tendo como referência o déficit global no Brasil, este apresenta um valor estimado correspondente a 6,355 milhões de domicílios, dos quais 5,572 milhões, ou 87,7%, estão localizados nas áreas urbanas e 783 mil unidades encontram-se na área rural (IBGE, 2010).

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2.2.1. DÉFICIT HABITACIONAL NO ESPÍRITO SANTO Trazendo em evidência o estado do Espírito Santo, têm-se os dados em números absolutos para análise na tabela 1, comparando o estado em questão com os demais que compõem a região sudeste do país. Tabela 1: Déficit Habitacional na Região Sudeste. ESTADO

HABITAÇÃO PRECÁRIA

COABITAÇÃO FAMILIAR

ÔNUS EXCESSIVO ALUGUEL

ADENSAMENTO EXCESSIVO

TOTAL

Minas Gerais

18.936

209.544

330.090

16.928

575.498

Espírito Santo

7.794

21.978

73.165

6.598

109.535

Rio de Janeiro

12.820

93.898

320.288

33.779

460.785

São Paulo 77.325 326.522 801.317 131.873 1.997.037 Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Diretoria de Estatística e Informações, 2015.

Percebe-se a partir dos números apresentados, o estado em questão possui a menor carência de habitações sociais. Porém, ao analisar a tabela 2, onde se apresenta a população residente atual, têm-se novos parâmetros. Tabela 2: Déficit habitacional x população atual na região sudeste.

ESTADO

DÉFICIT TOTAL

POPULAÇÃO ATUAL

PERCENTUAL DE DÉFICIT HABITACIONAL

Minas Gerais

575.498

21.134.949

2,67 %

Espírito Santo

109.535

4.006.045

2,73 %

Rio de Janeiro

460.785

17.234.657

2,72 %

1.997.037 45.813.841 Fonte: IBGE, 2019.

4,35 %

São Paulo

O estado se mostra como o menos populoso entre os demais da região sudeste. A partir destes dados, pode-se calcular a porcentagem de déficit habitacional presente em cada um destes. Em ordem de prioridade, apresentado a maior taxa de necessidade habitacional, se releva o estado de São Paulo com 4,35% de sua população necessitando de moradias adequadas, em seguida revela-se o estado do Espírito Santo com 2,73% e posteriormente os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro com 2,72% e 2,67% respectivamente. O exposto demonstra que apesar dos números absolutos apontarem o estado em foco como sendo o que menos carece de atenção quanto as políticas habitacionais, a porcentagem relacionada as suas populações, referentes aos

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estados da região sudeste, revelam que este possui a segunda maior porcentagem regional, reforçando, portanto, sua necessidade habitacional. 2.3.

PROGRAMA HABITACIONAL MINHA CASA MINHA VIDA

O Programa Minha Casa Minha Vida, foi implementado no ano de 2009 pelo governo federal em parceria com a Caixa Econômica Federal, com o objetivo de minimizar o déficit habitacional brasileiro, facilitando a aquisição da casa própria pelas famílias mais carentes. Para atender à esta demanda habitacional de maneira mais adequada, o programa se divide em 4 faixas de financiamento que são definidas pela renda bruta familiar. Cada uma destas oferece benefícios específicos, que podem incluir desde subsídios para a compra do imóvel, como também taxas de juros mais atraentes se comparadas com as aplicadas em outras instituições que concedem crédito imobiliário. Estabelecendo um patamar de subsídio direto, proporcional à renda das famílias, este Programa busca claramente impactar a economia através dos efeitos multiplicadores gerados pela indústria da construção. Além dos subsídios, o MCMV aumentou o volume de crédito para aquisição e produção de habitações, ao mesmo tempo em que reduziu os juros (CARDOSO, 2013, p.35).

Serão abordadas abaixo a abrangência das faixas citadas segundo dados obtidos pela Caixa Econômica Federal, onde são classificadas como: Faixa 1, Faixa 1,5, Faixa 2 e Faixa 3. Faixa 1 - Famílias com rendimento de até R$1.800,00: Compreende as famílias de mais baixa renda, com esta podendo atingir o limite bruto máximo de R$1.800,00 mensais. Para esta faixa de abrangência, a caixa econômica federal oferece subsídio de até 90% do valor do imóvel, bancado com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), onde apenas os 10% restantes do valor global da moradia são pagos pelo indivíduo contemplado. Neste caso é necessária uma inscrição em prefeituras municipais ou em uma entidade organizadora para iniciar o processo de seleção. A partir do cadastramento,

ocorrem

sorteios

para

que

sejam

determinados

os

contemplados, devido ao grande número de registros.

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A parcela para aquisição do imóvel varia entre R$ 80,00 a R$ 270,00 pagos mensalmente (conforme a renda bruta familiar) e o prazo máximo é de 10 anos ou 120 parcelas. Faixa 1,5 - Famílias com rendimento de até R$ 2.600,00: Compreende as famílias que tenham renda mensal bruta máxima de R$2.600,00. Neste caso, não há necessidade de se inscrever no cadastro único realizado pela prefeitura. Basta que seja feito um cadastro na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil e, em seguida, aguardar o sorteio para a concessão do empréstimo que deverá ser utilizado na compra do imóvel de preferência do contemplado. Nesta faixa de abrangência, há cobrança de juros de 5% ao ano, ao contrário da faixa anterior que oferece um financiamento sem juros, e têm-se 30 anos para quitar o imóvel. Ainda, pode-se obter um subsídio de até R$47.500,00, que serão descontados do valor total do imóvel comprado. Faixa 2 - Famílias com renda de até R$ 4.000,00: Famílias com renda bruta de até R$ 4.000,00, encaixam-se nesta faixa do Programa Minha Casa Minha Vida e pode ter subsídios de até R$ 29.000,00. Esta faixa possui uma taxa de juros ainda abaixo da conferida pelo mercado, chegando no máximo a 8% ano. Além disso, o parcelamento pode ocorrer em até 360 vezes (30 anos). Faixa 3 - Famílias com renda de até R$ 7.000,00: Para famílias com renda bruta de até R$ 7.000,00, o Programa Minha Casa Minha Vida oferece taxas de juros diferenciadas em relação ao mercado para que se conquiste a casa própria. A taxa de juros nessa faixa é de 9,16%, um pouco maior que a anterior por comtemplar empreendimentos de maior valor e pela sua relação com a renda bruta familiar. Quanto ao prazo de financiamento, o estipulado na faixa 2 se mantêm, com 360 meses para saldar o imóvel. O sistema utilizado para a construção das unidades habitacionais apresentadas em todas as faixas do programa é constituído pela alvenaria estrutural. Este tipo de construção, formado por paredes autoportantes, vem sendo aplicado no

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MCMV principalmente pelas vantagens encontradas no sistema no que se refere ao custo e tempo de obra (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2016). Porém, alguns autores tem criticado veementemente a forma de construção dessas novas habitações, ressaltando que o programa contempla uma privatização habitacional, onde as decisões de construção partem do setor privado, apenas sendo financiadas por fundos públicos. Nesse sistema, o poder público não decide onde construir, não projeta, não licita – são as empresas privadas, em nome da sua eficiência e rapidez, que dizem onde e como querem construir, obedecendo a um parâmetro mínimo dado pelo governo (ARANTES, 2010).

Arantes (2010) ressalta ainda, que apesar da redução do déficit habitacional e do inegável nível de subsídio aplicado pelo governo, a preocupação deve-se relacionar com trazer habitação digna a quem realmente carece e colaborar para cidades mais justas e dignas ou, irá piorar a situação já encontrada nos centros urbanos. Em afirmação a Arantes (2010), Martins (2016) faz uma ressalva quanto a durabilidade das habitações entregues, ressaltando principalmente a qualidade do material empregado, visto as patologias já encontradas mesmo em habitações recém construídas. Esses fatores, segundo o autor, são possibilitados possivelmente pela necessidade de redução de custos e a necessidade de produção em curto tempo.

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29


3.

ALVENARIA ESTRUTURAL

O sistema AE possui uma tipologia arquitetônica onde as paredes possuem além da função de vedação, a função estrutural. Dessa forma, se faz dispensável o emprego de vigas e pilares para sustentação da edificação (PEREIRA, 2019). Tauil (2018) destaca que essa construção surgiu da necessidade de redução de custos e agilidade de execução de edificações, sendo amplamente difundido com a aplicação em habitações populares, como o Minha Casa Minha Vida. 3.1.

COORDENAÇÃO MODULAR

Conforme Manzione (2007, p.29) “A coordenação modular é uma técnica que permite, a partir de um módulo básico, estabelecer as dimensões dos ambientes no sentido horizontal (modulação horizontal) e vertical (modulação vertical)”. O bloco estrutural, componente básico do sistema, apresenta três dimensões principais, evidenciados na figura 1: largura, comprimento e altura, sendo que a modulação horizontal é definida pela largura e comprimento, enquanto a modulação vertical é definida pela altura. Figura 1: Bloco estrutural.

Fonte: CONSTRUNORMAS, 2019.

3.1.1. MODULAÇÃO HORIZONTAL Manzione (2004) afirma que, o setor da construção civil utiliza dois tipos de blocos modulares: o módulo de 15 e o módulo de 20. Dessa forma, os ambientes devem ser projetados a partir dessas unidades básicas e seus múltiplos, de modo que se forme uma malha modular, como a apresentada na figura 2. Figura 2: Malha modular em alvenaria estrutural.

Fonte: SLIDESHARE, 2019.

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Com a utilização dessa malha modular, evita-se o uso de blocos compensadores, ilustrados na figura 3, que são peças especiais utilizadas para complementar uma medida, de forma a tornar a dimensão da parede modular, e que acabam encarecendo a obra. Figura 3: Blocos compensadores.

Fonte: MANZIONE, 2004.

3.1.2. MODULAÇÃO VERTICAL A modulação vertical é considera mais simples de ser resolvida se comparada com a modulação horizontal. Esta distância pode ser considerada de duas formas: do piso ao teto ou do piso ao piso, sendo que a mais utilizada é do piso ao teto. Independente da forma considerada no projeto, deve ser observado o encontro entre a parede e a laje tanto nas alvenarias internas como externas. (MANZIONE, 2004) No caso das paredes externas há duas saídas possíveis quanto a modulação piso a teto: utilização do bloco J (“Jotão”) ou do bloco canaleta. Enquanto nas paredes internas, utiliza-se unicamente o bloco canaleta. O bloco J, destacado na figura 4, é assentado na última fiada da alvenaria vertical, onde é a laje é encaixada dentro dele, de forma a fixar a estrutura. Esta solução é a menos usual, pelos problemas que podem ser acarretados por essa fixação. Dentre eles pode-se citar a altura do bloco J, que faz o mesmo quebrar com frequência ou atrapalhar o assentamento da laje. Figura 4: Uso do bloco J.

Fonte: MANZIONE, 2004.

31


Assim como o bloco J, o bloco canaleta, apresentado na figura 5, tem por função a união da laje com a parede. Dessa forma, seu assentamento também é executado na última fiada da alvenaria. Porém neste caso, a laje fica apoiada sobre o mesmo, evitando os problemas ocasionados pelo bloco J. Figura 5: Uso do bloco canaleta.

Fonte: MANZIONE, 2004.

Quando for aplicada a modulação piso a piso, esta se difere da anterior, pela obrigatoriedade da utilização do Bloco “Jotinha” na última fiada da alvenaria externa e utilização de compensadores em paredes internas. Esta solução se faz mais complexa que a anterior e consequentemente menos utilizada, pela carência de fornecimento do bloco “Jotinha”, apontado na figura 6, tendo este que ser adaptado em obra, trazendo maiores custos e patologias. Figura 6: Modulação vertical: piso a piso.

Fonte: MANZIONE, 2004.

3.2.

FUNDAÇÃO

Responsável por transmitir as cargas da edificação para o solo, a fundação é parte crucial para o bom desempenho da estrutura da edificação. No sistema de alvenaria estrutural, a fundação direta mais utilizada, sendo adotada sempre que o solo permite, é o radier (MANZIONE, 2004). Este tipo de alicerce se caracteriza por ser uma fundação superficial, onde a carga estrutural é transmitida ao solo uniformemente por uma laje maciça de concreto armado. A execução deste tipo de fundação, retratada na figura 7, é realizada mediante análise topográfica do terreno, para averiguação de seu nivelamento. Em

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seguida faz-se uma limpeza do terreno, a compactação do mesmo e possíveis correções de nível. Arma-se um fechamento com formas de madeira ou metálicas no entorno do limite da área destina a fundação, coloca-se uma camada de brita, para posterior colocação da armadura e por fim sua concretagem e cura do concreto. Figura 7: Camadas fundação radier.

Fonte: Adaptado de MAIS CONTROLE, 2019.

3.3.

ESTRUTURA DAS PAREDES

A alvenaria estrutural possui três classificações segundo a NBR 10837 de 1989. Sendo elas: alvenaria armada (tradicional), alvenaria não-armada e alvenaria parcialmente armada. Fazem parte de sua estruturação os blocos de concreto, a argamassa de assentamento, o graute e a armadura. 3.3.1. BLOCOS DE CONCRETO Os blocos de concreto segundo Manzione (2004), são os mais utilizados quando se trata de alvenaria estrutural, por serem devidamente normatizados pela NBR 6136 (ABNT, 1994). Se caracterizam como elementos vibroprensados (prensagem conciliada com vibração sincronizada, trazida na figura 8) constituídos basicamente por uma mistura de cimento Portland, agregados e água. Figura 8: Bloco de concreto sendo vibroprensado.

Fonte: CIMENTO ITAMBE, 2019.

33


Possuem resistências mínimas para serem aplicadas neste sistema, sendo que em paredes internas esta deve ser superior à 4,5 MPa e em paredes externas, superior à 6 MPa. E, ainda, podem-se ser modulares (desejável, onde seu comprimento é igual a duas vezes sua largura) e os não modulares (menos utilizados, pela necessidade de utilização de blocos especiais que encarecem a obra), evidenciados na figura 9 (MANZIONE, 2004). Figura 9: Tipologias de bloco estruturais.

Fonte: GIRIBOLA, 2014.

Outro elemento importante citado por Manzione (2004), diz respeito aos cantos e amarrações, destacados na figura 10. Estes configuram-se como pontos de transferências de cargas entre paredes e concentrações de tensão, requisitando atenção e solução. Quando se tratando dos blocos modulares, os cantos podem ser resolvidos através das amarrações em “L” ou em “T”. Figura 10: Amarração em blocos modulares.

Fonte: GIRIBOLA, 2014.

3.3.2. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO A argamassa é um componente indispensável que tem por função principal a união dos blocos que compõem o sistema, além de vedar o conjunto, transmitir cargas e as distribuir, acomodar possíveis deformações da estrutura e compensar imperfeições (MANZIONE, 2004). A figura 11 abaixo, apresenta a utilização da argamassa no assentamento dos blocos de concreto. 34


Figura 11: Assentamento de blocos estruturais.

Fonte: MAPA DA OBRA, 2019.

3.3.3. GRAUTE Manzione (2004, p.21) define o graute como “um microconcreto de alta plasticidade cuja função principal é aumentar a resistência da parede à compressão, através do aumento da seção transversal do bloco”. Dessa forma, este material é usado para preenchimento dos vazios presentes no bloco estrutural, exposto na figura 12. E ainda, pode ser combinado com armaduras no seu interior para melhor resistência à tração. Figura 12: Grauteamento em alvenaria estrutural.

Fonte: AEC WEB, 2019.

De acordo com a NBR 10837, o graute deve possuir uma resistência duas vezes maior que a resistência do bloco. Assim sendo, esse elemento deve ter resistência superior a 9,0 MPa em paredes internas (pois estas devem ter resistência superior a 4,5 MPa) e 12 MPa em paredes externas (pois estas devem ter resistência superior a 6 MPa). A figura 13, exibida abaixo, destaca os locais de utilização do grauteamento em blocos estruturais, como para a criação de vigas, reforços de cantos, vergas e contravergas.

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Figura 13: Componentes da alvenaria estrutural que recebem graute.

Fonte: MARIANE, 2014.

Maricato (2004) expõe ainda aspectos do grauteamento na produtividade, afirmando que este processo desacelera a produção e eleva o custo da construção. Assim sendo, é interessante que o calculista estrutural utilize o mínimo possível este recurso. 3.3.4. ARMADURA A armadura, neste caso, diz respeito as barras de aço utilizadas nos vazios dos blocos estruturais, juntamente com o graute, para reter os esforços de tração, como já mostrados na figura 13. Corresponde também ao elemento de amarração entre paredes, conhecida como “grampo”, trazidos em destaque na figura 14. Figura 14: Uso do "grampo" no encontro das paredes.

Fonte: MARICATO, 2004.

Neste último caso, pouco utilizado pelo não impedimento da movimentação da parede com sua utilização, além de gerar uma atividade a mais na obra. Com esta aplicabilidade, ainda podem ocorrer patologias pela má redistribuição das tensões. Por conseguinte, o uso do grampo é desaconselhável (MARICATO, 2004). 3.4.

LAJE

A laje tem por função receber as cargas atuantes na edificação, sejam estas permanentes ou variáveis, redistribuindo as tensões. Podem ser classificadas

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em dois tipos sendo estes: armada em uma direção ou armada em duas direções. E, se apoiam obrigatoriamente em paredes estruturais. Maricato (2004) também divide esta estrutura de acordo com seu processo construtivo em: pré-moldadas e moldadas in loco. Destas, derivam-se outros tipos de laje conforme a tabela 3. Tabela 3: Tipos de laje.

PROCESSO CONSTRUTIVO

TIPO DE LAJE

Pré-lajes (com capeamento de concreto) Pré-moldadas Maciças (sem capeamento de concreto)

Com as dimensões do cômodo. Painel treliçado.

10cm 10 cm

Vigotas mais material inerte (EPS ou tijolo cerâmico).

12 cm para uso em pisos e 10 cm para uso em coberturas.

Protendidas.

10 cm

Com as dimensões do cômodo (armada, com 10 cm espessura final acabada). Painéis protendidos (tipo "Pi" ou alveolares)

Moldadas in loco

ESPESSURA MÍNIMA FINAL

Feitas pelo processo convencional, com fôrmas, escoramento e lançamento manual de concreto.

16 cm

10 cm

Fonte: MARICATO, 2004.

Destas, o autor afirma que em obras habitacionais a mais utilizada é a de prélaje do tipo cômodo, apresentada na figura 15. Este é um tipo de laje prémoldada com 50mm de espessura, com armadura de concreto e finalizadas com capa de concreto na obra. São executadas de acordo com a dimensão de cada ambiente e colocadas apoiadas nas paredes estruturais. Figura 15: Laje do tipo cômodo.

Fonte: MARICATO, 2004.

Dessa forma, pela menor dimensão das lajes, visto que são utilizadas por ambiente, possibilita maior economia de execução. 37


3.5.

INSTALAÇÕES

A alvenaria estrutural deve ser executada de forma a integrar os seguintes subsistemas: instalações elétricas e instalações hidráulicas. As instalações elétricas são realizadas pelo caminhamento vertical, tirando partido dos vazios dos blocos de concreto para a passagem das mangueiras de fiações, não sendo permitido cortes horizontais para união de pontos. Dessa forma, necessita-se que todo o projeto elétrico esteja vinculado ao projeto estrutural, havendo total compatibilização (MARICATO, 2004). As caixas elétricas podem ser instaladas de duas formas, sendo elas: durante a elevação e após a elevação. Destas, recomenda-se que seja executada a primeira (durante a elevação) pois esta prevê a colocação de “blocos elétricos” (Figura 16), que são previamente cortados para receber tal instalação, enquanto que na segunda (após a elevação) é feito um corte no bloco para chumbamento das caixas elétricas após a execução da parede, podendo acarretar diversos problemas, como por exemplo a necessidade de verificações, dificuldade de corte, chance de corte em local indevido e etapa a mais no cronograma de obra. Figura 16: Bloco elétrico.

Fonte: MARICATO, 2004.

Já no caso das instalações hidráulicas, a passagem da tubulação deve ser prevista com a criação de shafts ou forros falsos, retratados na figura 17, visto que não se pode embutir tubulações com fluidos em paredes estruturais. Dessa forma, deve-se concentrar as áreas molhadas para a criação de um shaft único, que otimize a passagem das tubulações. Figura 17: Shaft inspecionável (sem e com tampa).

Fonte: MARICATO, 2004.

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39


4.

SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING

O light steel framing (LSF) é um sistema construtivo industrializado, composto por uma estrutura de perfis de aço galvanizado formados a frio que tornam o método construtivo autoportante. Sua nomenclatura tem origem no inglês, onde “steel” se traduz em “aço” e “frame” tem por significado “estrutura, esqueleto, disposição, construção” (Dicionário Michaelis, 1987). Dessa forma, Crasto (2005) define o sistema como “um esqueleto estrutural em aço formado por diversos elementos individuais ligados entre si, passando estes a funcionar em conjunto para resistir às cargas que solicitam a edificação e dar forma a mesma”. Porém, a autora ainda afirma que este método construtivo vai além da sua estrutura, funcionando como um conjunto de componentes que formam a construção: fundação, paredes, pisos e cobertura. Os perfis utilizados no sistema são obtidos por perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco pelo processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, conhecido como aço galvanizado. A galvanização é o processo realizado que confere ao material proteção contra a corrosão atmosférica. As seções mais comuns na construção civil são as com formato em “C” ou “U” enrijecido (Ue) para montantes e vigas e o “U” que é usado como guia na base e no topo dos painéis, o cartola (Cr) empregado em ripas e as cantoneiras (L), demonstrados na figura 18. Figura 18: Tipos de perfis de aço galvanizado.

Fonte: SANTIAGO, 2008, p.14.

4.1.

FUNDAÇÃO

Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), por se tratar de um sistema composto por estruturas leves, as fundações deste sistema recebem menor

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carga estrutural, podendo, portanto, ser simplificada. Assim, a solução comumente empregada para as fundações deste tipo de construção são em radier. Destaca-se, porém, que existem outras soluções aplicadas, como sapatas corridas e vigas baldrames. Crasto (2005) afirma que a escolha para a base da edificação depende além do peso da estrutura, de aspectos como topografia, tipo de solo, nível do lençol freático e da profundidade de solo estável. Contudo, para que seja possível a comparação técnica deste estudo, a fundação exposta neste será a executada em radier. O radier é uma fundação simplificada rasa, onde é feita uma base de concreto armado em toda a área de ocupação da edificação, que será responsável por receber toda a carga da estrutura e distribuí-la para o solo. Essa laje, possui também vigas de concreto em seu perímetro e sob paredes estruturais, para garantir a efetiva destruição das cargas, como ilustrado na Figura 19. Figura 19: Corte esquemático laje em radier.

Fonte: CRASTO, 2005.

Deve também ser considerada para sua execução, um nível de contrapiso a no mínimo 15 cm de altura do solo, para que não ocorra inflitração na construção pela umidade do solo, além da utilização de uma camada impermeabilizante. Ainda, as calçadas do entorno da edificação devem possuir caimento com inclinação de 5% para facilitar o escoamento da água (CRASTO, 2005). 4.2.

FIXAÇÃO DOS PAINEIS NA FUNDAÇÃO

Também conhecido por ancoragem, é o método utilizado para garantir a estabilidade da estrutura e evitar seu movimento devido à pressão do vento. Este movimento pode ocorrer de duas formas, evidenciado na figura 20: translação ou tombamento.

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Figura 20: Efeitos da carga de vento na estrutura: a) translação e b) tombamento.

Fonte: CRASTO, 2005.

A translação ocorre pela ação do vento, onde a estrutura da construção sofre um deslocamento

lateral por falta de contraventamento. Já no tombamento, a

estrutura se desprende do solo, simulando um efeito rotacional, provocado pela assimetria na direção dos ventos, ocorrido por fixação mau executada (Scharff, 1996). A definição da ancoragem, para que ocorra de forma eficiente, deve ser consumada a partir do tipo de fundação, das cargas da estrutura, das condições climáticas e ocorrências de abalos sísmicos (CONSUL STEEL apud CRASTO, 2005). Crasto (2005) inclui que o tipo de fixação dos paineis na fundação, assim como suas dimensões e espaçamentos são baseados em cálculos estrurais. Os tipos mais utilizados estão sendo evidenciao na figura 21. São eles: a química com barra roscada, realizada após a concretagem da fundação, composta por uma barra de aço roscada com arruela e porca, que se prende ao concreto da base através da efetuação com resina química; a com fita metálica, chapa retangular de aço posta engastada na fundação previamente à concretagem e presa nos montantes por parafuso; e a fixação com barra roscada tipo “J”, semelhante a primeira, consiste em uma barra roscada porém curvada, que deve ser engastada na fundação antes da concretagem, sendo a parte curva posicionada no interior da base e a parte reta fixada nos montates da estrutura.

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Figura 21: Tipos de ancoragem. a) química com barra roscada; b) com fita métrica; c) fixação com barra roscada tipo "J".

Fonte: CRASTO, 2005.

4.3.

PAINÉIS

Crasto (2005) define a finalidade dos painéis no sistema LSF como sendo parte integrante do sistema estrutural da construção. Estes podem, no entanto, serem divididos em: painéis estruturais ou auto-portantes, quando tem por função receber as cargas da estrutura, tanto no meio interno como externo; e não estruturais, funcionando apenas como fechamento de vedação ou divisória de ambientes. 4.3.1. PAINÉIS ESTRUTURAIS OU AUTO-PORTANTES Tem por função o recebimento tanto das cargas horizontais, provenientes de ventos ou abálos sísmicos, como também das cargas verticais, advindas da estrutura, peso próprio dos componentes construtivos da edificação e da sobrecarga de utilização, sejam mobiliários ou pessoas e transmitir estes esforços a fundação, como demonstrados na figura 22 (CRASTO, 2005).

43


Figura 22:Painéis estruturais - transmissão de carga vertical.

Fonte: CRASTO, 2005.

Assim como na alvenaria estrutural, onde têm-se a aplicação da modulação para concepção de ambientes, no light steel framing aplica-se a modulação entre os montantes, comumente de 400 ou 600mm, evidenciado na figura 23, determinada pela carga que será transmitida para o perfil e a partir do dimensionamento das placas encontradas no mercado (CAMPOS, 2013). Figura 23: Modulação dos montantes.

Fonte: Adaptado de CRASTO (2005).

Essa modulação pode ser diferenciada quando estes painéis recebem maior carga, como o exemplo da figura 24, em paredes que suportam a caixa d’água da edifiação, onde geralmente utiliza-se 200 mm de modulação. A partir disso, observa-se que “quanto maior a separação entre os montantes, menor a quantidade dos mesmos e como consequência, maior será a carga que cada um deles deverá absorver” (CRASTO, 2005, p.41).

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Figura 24: Modulação de 200 mm devido à caixa d'água.

Fonte: CRASTO, 2005.

Para que essa estrutura resista as cargas horizontais, provenientes do direcionamento do vento, deve ser feita uma estabilização do sistema de forma a garantir sua estabilidade, evitando assim possíveis deslocamentos e até mesmo o colapso da mesma. Os mais utilizados são: contraventamentos e os diafragmas rígidos, sendo o contraventamento o mais usual. Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), o tipo de contraventamento mais utilizado é o contraventamento em “X”, demonstrado na figura 25. Este método utiliza de fitas de aço galvanizado que são fixadas na face do painel, formando um X, a fim de garantir a estabilidade da estrutura. Suas dimensões, como largura e espessura, assim como a sua localização são previstas a partir do projeto estrutural. Figura 25: Estabilização da estrutura - Contraventamento em "X".

Fonte: CRASTO, 2005.

Ainda, deve se atentar a angulação em que a fita de contraventamento é instalada, pois este fator influencia em sua capacidade de resistir ao esforços horizontais. Scharff (1996) afirma que “quanto menor for o ângulo formado entre a base do painel e a diagonal, menor será a tensão na fita metálica”. E, preferencialmente, segundo Consul Steel (2002), para melhor desempenho da

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estrutura, essa inclinação deverá estar contida entre 30° e 60°, como exemplificado na figura 26. Figura 26: Angulação do contraventamento em "X".

Fonte: Adaptado de CRASTO, 2005.

4.3.2. PAINÉIS NÃO ESTRUTURAIS São aqueles que possuem apenas a função de vedação, tanto em paredes internas como externas, suportando apenas seu peso próprio. Em divisórias internas, utiliza-se principalemente o gesso acartonado ou “drywall”. Neste caso, os perfis de montantes e as guias apresentam menores dimensões, por suportar apenas seu peso próprio. Já nas divisórias externas, recomenda utilizar-se dos mesmos perfis usados em painéis estruturais, por conta do peso dos componentes de fechamento da estrutura (CRASTO, 2005). 4.4.

FECHAMENTO VERTICAL

O fechamento vertical no LSF é formado pelas paredes internas e externas da edificação. Crasto (2005) afirma ainda que “os componentes de fechamento devem ser constituídos por elementos leves, compatíveis com o conceito da estrutura dimensionada para suportar vedações de baixo peso próprio”. Dessa forma, associado aos perfis de aço galvanizado, o sistema se materializa como a “casca” da edificação. O sistema LSF, como abordado anteriormente, se apresenta como um sistema industrializado e modulado, de forma a otimizar a obra. Por consequência, as placas de fechamento vertical são dimensionadas, na maioria dos casos, com largura de 1,20m, para que seja compatível com a modulação apresentada no sistema de 400mm ou 600mm.

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Para este fechamento na construção, o mercado nacional apresenta o produto em placas ou chapas, com diferentes espessuras. Destacam-se como os mais utilizados sendo Crasto (2005), o OSB (oriented strand board), a placa cimentícia e o gesso acartonado. ▪

PAINÉIS DE OSB

O OSB, painel de tiras de madeira orientadas, é um material constituído de lascas de madeira de reflorestamento sobrepostas em camadas cruzadas, que garantem sua resistência e rigidez. Por fim, o produto é resinado e prensado em altas temperaturas para união das camadas (Masisa, 2003). Crasto (2005) orienta sua utilização tanto como fechamento de faces internas como externas, de forros, pisos e base de cobertura. No entanto, salienta que este não deve ser exposto as intempéries, devido as suas características e composição, sem acabamento que lhe garanta impermeabilidade. Sua colocação ocorre por meio de fixação nos perfis de aço galvanizado, por parafusos auto-brocantes e auto-atarraxantes específicos ao sistema, como mostrado na figura 27. Figura 27: a) Fixação das chapas de OSB. b) Colocação de barreira impermeável na face externa.

Fonte: SILVA, 2013.

PLACA CIMENTÍCIA

Loturco (2003) expõe que as placas cimentícias empregadas neste sistema, são placas produzidas a partir de uma mistura de cimento Portland, fibras plásticas, de vidro ou celulósicas e agregados, como mostra a figura 28. As dimensões destas placas variam segundo o fabricante, com largura fixa de 1,20m e comprimentos que variam de 2,00m, 2,40 e 3,00m (Brasilit, 2004). A montagem deste tipo de placa é semelhante ao do gesso acartonado, que será apresentado em seguida, se diferenciando pela utilização de parafusos galvanizados tipo auto-atarraxantes próprios para placas cimentícias. 47


Este tipo de fechamento, poderá ser utilizado tanto em fechamentos externos como interno. Porém, em paredes externas deve-se aplicar selador de base acrílica e em locais úmidos, aplicação se um sistema de impermeabilização entre parede e piso, para garantir a estanqueidade do sistema (Crasto, 2005). Figura 28: Aplicação de placa cimentícia em LSF.

Fonte: SANTOS, 2012.

GESSO ACARTONADO

O fechamento vertical em gesso acartonado, figura 29, é composto de uma mistura de gesso, água e aditivos, revestida nas faces por lâminas de cartão. Diferentemente dos anteriormente apresentados, é um tipo de fechamento unicamente interno pelas características do gesso. São aplicadas em paredes que possuem apenas função de vedação, não exercendo função estrutural (Crasto, 2005). A padronagem encontrada no mercado referente às dimensões das placas de gesso, possuem largura de 1,20m e comprimentos que variam de 1,80m a 3,60m de acordo com o fabricante. Sua fixação é feita através do aparafusamento das placas aos montantes, com espaçamento de 25 a 30 cm entre os parafusos e, no mínimo a 1 cm da borda. Deve-se atentar para a correta colocação do parafuso, garantindo que o mesmo não fique saliente à face e nem perfure totalmente a chapa (Abragesso, 2004). Figura 29: a) Colocação da placa de gesso em LSF. b) Aparafusamento correto da placa de gesso.

Fonte: ABRAGESSO, 2004.

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4.5.

INSTALAÇÕES

Correspondem neste item as instalações para fiações elétricas de modo geral, incluindo telefonia e internet; hidráulicas abrangendo água quente e fria e esgoto. Com relação as instalações de água fria e quente, utilizam-se no LSF, os mesmos materiais empregados nas construções tradicionais, como tubulações de PVC (Policloreto de vinila), PEX (Polietileno Reticulado), cobre, entre outros. Destacando-se neste caso a instalação da tubulação do tipo PEX, figura 30 (a), pelos benefícios de sua utilização, como redução de conexões necessárias, flexibilidade pela composição da tubulação e baixa condutividade térmica que reduz a necessidade de isolamento térmico (TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008). No que tange as instalações elétricas, figura 30 (b), assim como na alvenaria de blocos cerâmicos, utilizam-se os conduítes. São caracterizados por serem tubos plásticos flexíveis por onde passam os diversos tipos de fiação do sistema (SILVA, 2013). Figura 30: a) Execução das tubulações hidráulicas com PEX. b) Aplicação dos conduítes no LSF.

a) b) Fonte: a) SILVA, 2013. b) TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008.

Terni, Santigo e Pianheri (2008) relatam que no sistema LSF, todas as paredes podem funcionar como shafts visitáveis, o que facilita a manutenção e execução das instalações. Os autores ainda expõem que a passagem das tubulações tanto elétrica como hidráulicas, devem tirar partido nos furos já existentes dos montantes, evitando assim o corte da estrutura. 4.6.

LAJES

A estrutura de laje em LSF, assim como os painéis, possui uma modulação de seus elementos. Essa equidistância é determinada pelas cargas que serão recebidas pelo componente, sendo na maioria das vezes, a mesma em toda a estrutura: painéis, lajes e telhados (CRASTO, 2005).

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As lajes neste sistema, são conhecidas como “vigas de piso”, evidenciada na figura 31. As dimensões dessas vigas são determinadas pela modulação empregada na estrutura, distâncias horizontais, e pelo intervalo entre apoios, altura. Figura 31: Vigas de piso.

Fonte: CRASTO, 2005.

Estas lajes, segundo Crasto (2005), podem ser divididas em dois tipos: laje úmida e laje seca, demonstradas na figura 32. A laje úmida, utiliza-se de uma chapa metálica ondulada que é parafusa nas vigas de piso e serve de forma para o concreto que será colocado em uma camada de 4 a 6cm. Já a laje seca, consiste na colocação de placas rígidas de OSB, cimentícias ou outras que serão parafusadas as vigas de piso. Figura 32: a) Execução laje úmida. b) Execução laje seca.

Fonte: CRASTO, 2005.

4.7.

COBERTURA

A cobertura de uma edificação é o elemento que tem por finalidade proteger o edifício das intempéries, podendo apresentar função estética (CASTRO, 2005). Em construções que empregam o LSF, há uma gama de soluções para se executar a cobertura da construção, podendo ser diferenciadas entre coberturas planas e coberturas inclinadas. As coberturas planas, figura 33, menos utilizadas nesse sistema, são compostas por uma laje úmida, onde o contrapiso de concreto varia sua espessura para dar a inclinação de caimento da água (Consul Steel, 2002).

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Figura 33: Cobertura plana.

Fonte: CRASTO, 2005.

Já as coberturas inclinadas, figura 34, se assemelham ao telhado em construções de alvenaria convencional, porém neste, a armação será em perfis de aço galvanizado. Estes, devem ser alinhados com a modulação dos mondantes para garantir eficiência da transmissão da carga da estrutura. Figura 34: Coberturas inclinadas.

Fonte: CRASTO, 2005.

Este tipo de telhado pode receber vários tipos de telhas, sendo as principais utilizadas: cerâmicas, shingles e telhas metálicas, demonstradas na figura 35. Figura 35: Tipos de telhas: cerâmica, shingle e metálica.

Fonte: CONSTRUMAX, 2019.

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5.

ESTUDOS DE CASO

Serão apresentados neste capítulo três estudos de caso referentes a habitações de baixo custo no Brasil que se enquadram no que foi apresentado neste trabalho. O primeiro estudo irá se referir a uma habitação em alvenaria estrutural, o segundo a uma reforma que tira partido da alvenaria estrutural pela limitação da renda do cliente e o terceiro a uma habitação em light steel framing. 5.1.

HABITAÇÃO UNIFAMILIAR, SERRA - ES

Localizada no município da Serra, na Grande Vitória, o primeiro estudo de caso se refere a uma habitação de interesse social que está em fase de construção e sua concepção em alvenaria estrutural, demonstrada na figura 36. Figura 36: Habitação em alvenaria estrutural.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

A construção está implantada em um lote com 12,5 metros de largura por 24m de profundidade. O programa dispõe de duas casas térreas idênticas, com sala e cozinha integradas, dois quartos, banheiro social e lavanderia, totalizando uma área de 62,09m², trazidas em destaque na figura 37. Figura 37: a) Planta baixa da casa. b) Implantação da casa no terreno.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

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Seguindo as premissas básicas de uma edificação em alvenaria estrutural destinada a habitação social, a edificação possui um módulo mínimo de construção. Sua fundação foi concebida em radier, as paredes estruturais foram definidas em cálculos de estrutura (demarcadas em vermelho na figura 38), a laje escolhida foi a pré-moldada e a cobertura em telhado colonial. Figura 38: Indicação das paredes estruturais da edificação.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

Apesar de se tratar de uma edificação em alvenaria estrutural, a casa foi projetada de modo que apenas as paredes demarcadas em vermelho na figura anterior, sejam inaptas à possíveis modificações. Como visto no capítulo 3, as obras com esse tipo de estrutura têm um prazo de obra reduzido pela dispensabilidade dos pilares e vigas, utilizados em construções de alvenaria convencional de blocos cerâmicos. Por consequência, a obra possbilita agilidade de execução, neste caso exposto uma duração de 5 meses. Ainda, outro fator positivo da alvenaria estrutural é a facilidade de se encontrar mão de obra, pelo método simplificado de composição arquitetônica. Estes dois fatores alinhados, prazo e mão de obra, fazem com que haja uma redução no valor do produto. Neste caso, espera-se que cada casa seja vendida por R$160.000,00.

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5.2.

CASA VILA MATILDE, SÃO PAULO

Localizada na zona leste de São Paulo, na Vila Matilde, o segundo estudo de caso refere-se a um projeto de reforma de uma casa que apresentava sinais de ruína, retratado na figura 39. Apesar de não ser um projeto de habitação social, este se torna benéfico neste estudo, devido ao prazo de execução e o baixo custo da obra. Figura 39: Casa Vila Matilde antes da reforma.

Fonte: ARCHDAILY, 2015.

A casa pertence a uma diarista, Dona Dalva, que durante toda sua carreira profissional fez economias que seriam investidas neste projeto. Para que isso fosse possível, foi contrato o escritório de arquitetura Terra e Tuma Arquitetos Associados. Pelo estado que a casa se encontrava, a empresa responsável pelo projeto decidiu pela demolição da estrutura existente e a construção de uma nova habitação, tendo como base as economias da residente que totalizavam R$150.000,00. Além dos recursos financeiros restritos, outro ponto categórico ao projeto era o tempo de execução da obra, pois a moradora teria que viver de aluguel e gastar os fundos que já eram limitados. Por estes fatores, optou-se pela utilização da alvenaria estrutural, que viabilizaria a obra com baixo custo e com maior agilidade. A casa está implantada em um terreno com 4,8m de largura por 25m de profundidade, com uma área total de 120m², o que também restringiu a concepção arquitetônica. O programa final foi idealizado em dois pavimentos, detalhados na figura 40. O pavimento térreo dispõe de sala, lavabo, cozinha, área de serviço e jardim central

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que possibilitou a ventilação em todos os cômodos, enquanto o pavimento superior possuí uma suíte, totalizando 95 m² de área ocupada. Figura 40: a) Planta baixa pavimento térreo. b) Planta baixa pavimento superior.

Fonte: ARCHDAILY, 2015.

O acabamento é feito com blocos aparentes, típico da arquitetura moderna paulista, e usado na arquitetura contemporânea, mostrados nas figuras 41 e 42. A solução foi então optar por fazer fechamentos em blocos de concreto, lajes pré-fabricadas de concreto armado e conduítes aparentes. Figura 41: Jardim central da edificação.

Fonte: ARCHDAILY, 2015. Figura 42: a) Fachada da edificação. b) Vista interna evidenciando as paredes em alvenaria estrutural aparente, a laje pré-moldada e os conduítes expostos.

Fonte: ARCHDAILY, 2015.

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A obra teve duração de 10 meses, sendo que destes, 4 meses foram para o processo de demolição da casa existente, que demandou certo cuidado com as edificações vizinhas que estavam colocadas na divisa da edificação e 6 meses para se levantar a nova arquitetura. A casa recebeu premiação internacional pelo ArchDaily Building of the Year 2016 na categoria casa, que elegeu as 14 melhores construções do mundo. Em novembro de 2015, o projeto também foi escolhido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR) como um exemplo satisfatório do que a arquitetura pode fazer para melhorar os ambientes urbanos. 5.3.

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL JARDIM DAS PAINEIRAS, SÃO PAULO

Localizado em Cotia, na Grande São Paulo, o terceiro estudo de caso abrange um condomínio residencial de casas unifamiliares executas em light steel framing (figura 43). Figura 43: Vista superior do condomínio Jardim das Paineiras, São Paulo.

Fonte: CONSTRUTORA SEQUÊNCIA, 2016.

O sistema LSF foi importado de países desenvolvidos como Estados Unidos e aplicado em territorio nacional pelas construtoras que já haviam se estabelecido no Brasil. Dentre as pioneiras, apresenta-se a construtora Sequência, responsável pelo projeto em análise, que vem adotando o sistema em suas construções desde 2001. O condomínio Jardim das Paineiras, foi o primeiro projeto executado pela construturora no Brasil e foi baseado no modelo estabelecido no exterior. Por este fator, foi incorporado no primeiro momento habitações com aspectos de condomínios americanos, com acabamento exterior em siding vinílico ou tijolinhos aparentes e coberturas em estilo shingle, como mostrados na figura 44 (CAMPOS, 2010).

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Figura 44: Padrão construtivo do condomínio residencial Jardim das Paineiras, São Paulo.

Fonte: STEEL FRAME, 2019.

O condomínio Jardim das Paineiras, é composto por 47 casas, com plantas iguais a desmonstrada na figura 45, sendo estas divididas em quatro níveis, os dois primeiros compõem as áreas sociais e de serviço e nos dois seguintes as áreas íntimas, com uma área total de 225m² que foram vendidas por um valor médio de R$300.000,00, saindo por R$1.333,33 o metro quadrado construído. (CAMPOS, .2010; SAYEGH, 2000). Figura 45: a) Planta baixa padrão do subsolo, níveis 1 e 2. b) Planta baixa padrão dos níveis 3 e 4.

Fonte: CAMPOS, 2010.

O projeto foi proposto seguindo os princípios da modulação industrializada, que garantiu a facilidade de execução e redução de mão de obra. Neste conceito, todo o proposto segue uma linha de produção que facilita a sua concepção e garante redução de tempo de construção. De acordo com o arquiteto Alexandre Mariutti, da construtora Sequência, o prazo de entrega de cada casa não ultrapassou 3 meses. A metodologia empregada pela construtora, apoia a base de cada edificação em uma fundação do tipo radier, considerada de mais simples execução, onde são 58


feitas a marcações para colocação dos perfis de aço galvanizado que irão compor sua estrutura. As paredes internas possuem fechamento com placas de gesso acartonado com lã de vidro ou rocha, enquanto as paredes externas recebem placas cimentícias ou OSB, sendo que as externas devem receber impermeabilização quando realizadas em OSB, evidenciadas na figura 46 a. Ainda, para eficiência da estrutura, usa-se de contraventamento em algumas paredes, como mostrado na figura 46 b. (SAYEGH, 2000). Figura 46: a) Colocação de impermeabilizante na fachada de OSB. b) Estrutura da edificação em perfis com uso de contraventamento e base em radier. c) Modulação diferenciada na parede de sustentação da caixa d’água para suporte do peso.

Fonte: MORIKAWA, 2006.

A figura 46 c, traz ainda em evidencia que a modulação presente em toda a estrutura da edificação, recebe modulação diferenciada nas paredes de sustentação da caixa d’água por conta do peso da mesma, como explicado no capítulo 4. No que se refere as instalações elétricas e hidráulicas, estas foram executadas em PVC ou PEX, como mostrada na figura 47 (MORIKAWA, 2006). Figura 47: Exemplo de tubulação em uma das casas do condomínio em PVC.

Fonte: MORIKAWA, 2006.

Ainda, segundo o autor, as portas utilizadas foram importadas e compõem um elemento único com batente, dobradiça e fechadura, recebendo guarnições reguláveis que possibilitam ajustes em caso de irregularidade nas paredes.

59


60


6.

COMPARATIVO ENTRES OS SISTEMAS LSF E AE

Este capítulo tem por finalidade trazer um estudo comparativo entre os principais elementos constituintes dos sistemas apresentados de forma a ressaltar as vantagens e desvantagens da utilização destes. Ao final de cada item da comparação, serão resumidos os benefícios e malefícios da utilização dos sistemas. Estes pontos, para compreensão de forma didática, serão destacados em cores de acordo com as características que representam. Em verde, serão apontadas as características que o trazem como vantagem frente ao outro, em vermelho aqueles pontos onde se mostram desvantajosos comparativamente e em branco quando ambos os sistemas se equipararem. 6.1.

MÃO DE OBRA

O light steel framing, por se tratar de um sistema construtivo industrializado, necessita de precisão na montagem de seus elementos. Toda a metodologia construtiva deste composto baseia-se na qualidade da mão de obra para garantir a boa execução da estrutura. Por este motivo, a contratação da mão de obra especializada é questão de segurança estrutural e de garantia da qualidade de acabamento da edificação. Ainda, é necessário que a equipe de obra reconheça que a importância de seguir às diretrizes dos projetos e das normas técnicas, é tão importante quanto material e projetos de qualidade (CAMPOS, 2014). Em uma obra de alvenaria estrutural, pelo fato de ser um sistema altamente racionalizado, o projeto deve ser seguido rigorosamente. Assim como no LSF, a obra tem que ser executada com critério e cuidados especiais, por se tratarem de sistemas construtivos estruturais com modulação aplicada. Porém, apesar de ambos os sistemas necessitarem de mão de obra qualificada, na alvenaria estrutural, pelo mecanismo de concepção se assemelhar ao levantamento de uma estrutura convencional de blocos cerâmicos e deste método construtivo ser fortemente difundido no Brasil, há uma facilidade em encontrar profissionais qualificados, ou ainda, na ausência destes, há uma boa aceitação ao treinamento do serviço, sendo rápido o aprendizado (HOFFMANN et al., 2012). A tabela 4 abaixo apresenta um resumo dos aspectos apresentados no comparativo entre os sistemas. 61


Tabela 4: Comparativo - Mão de Obra.

MÃO DE OBRA ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING

Sistema altamente racionalizado onde o Metodologia construtiva industrializada, onde projeto deve ser seguido rigorosamente por se é necessária precisão na montagem de seus tratar de uma construção formada por paredes elementos, necessitando, portanto, de mão de estruturais. Dessa forma necessita de mão de obra especializada. obra capacitada. Facilidade

de

encontrar

profissionais Dificuldade

qualificados. Simplicidade

em

encontrar

profissionais

qualificados. de

treinamentos

quando Resistência e complexidade de entendimento

necessário, facilitando o aprendizado.

do sistema por novos profissionais.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.2.

CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obras, segundo a NR 18/2013, é “a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem as operações de apoio e execução de uma obra”, ou seja, é uma área anexa a obra onde se encontram estocados todos os componentes necessários em cada etapa daquele trabalho, que de acordo com sua fase de execução sofrem alterações de maneira a compreender os serviços que serão executados. Na alvenaria estrutural, o canteiro de obras deve ser estruturado para receber tanto o estoque de componentes consumados como os blocos estruturais, bem como prever espaços para a finalização de outros itens da estrutura que necessitam de preparo no local, como a argamassa de assentamento, o corte e dobra das barras de aço, entre outros evidenciados na figura 48. Neste sistema, todas as fases de construção desde a fundação até a estrutura da cobertura, necessitam que seus constituintes sejam fabricados ou finalizados no próprio canteiro gerando atividades de fluxo. Figura 48: Canteiro de obra em Alvenaria Estrutural.

Fonte: FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2018.

62


Já no caso do LSF, por se tratar de um sistema construtivo que emprega elementos pré-fabricados em praticamente todos os estágios da obra, com exceção da produção da fundação e eventualmente algum tipo de adequação dos componentes, possibilita uma atenuação significativa das atividades de fluxo, sendo neste caso simplificado o projeto de canteiro de obras, como mostra a figura 49. Figura 49: Canteiro de obras em LSF.

Fonte: RAYOL, 2012.

Comparando neste item os sistemas construtivos, nota-se que para o levantamento de uma estrutura em alvenaria estrutural são necessários preparos no próprio canteiro de obras de elementos essenciais em sua concepção. Já no LSF, ocorre uma atividade de montagem que se difere da anterior que pode ser entendida como o ato de unir elementos. Toda a estruturação deste sistema é feita por meio de dispositivos de conexão e fixação como os parafusos, que irão conectar as diferentes partes da estrutura. Dessa forma, a industrialização presente no LSF permite que o método construtivo utilize principalmente de elementos pré-fabricados prontos para o seu uso final. Assim, em comparação com a alvenaria estrutural, a atividade de montagem da estrutura do LSF como um todo reduziu o número de atividades de conversão dos componentes deste elemento, gerando um canteiro de obra mais limpo, organizado e com redução de desperdícios pela fabricação de produtos no local (VIVAN, PALIARI, NOVAES, 2010). A tabela 5 abaixo apresenta de forma simplificada os principais pontos expostos neste item da comparação.

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Tabela 5: Comparativo - Canteiro de obras.

CANTEIRO DE OBRAS ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING

- Utiliza elementos que necessitam de finalização no canteiro de obras, o que gera serviços extras, como preparo de argamassa de assentamento.

- Emprega elementos de fixação e união dos componentes pré-fabricados como pregos, dispensando área no canteiro para fabricação destes.

- Grande quantidade de atividades de fluxo para - Redução das atividades de fluxo pela conversão de materiais. utilização de elementos pré-fabricados prontos para seu uso final. - Canteiro de obras com a presença de - Canteiro mais organizado e limpo, estocagem e de local para preparação dos necessitando apenas de local de estocagem elementos no local. de insumos. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.3.

FUNDAÇÃO

Como evidenciado no item 3.2 do capítulo referente a execução de uma estrutura em alvenaria estrutural, a fundação predominantemente utilizada no sistema, assim como a empregada no sistema light steel framing, retratada no item 4.1 e se tratando de residências de pequeno porte, é o radier. Segundo Campos (2014) a escolha do tipo de fundação está diretamente atrelada ao método construtivo utilizado na construção e não somente a tipologia característica do solo onde será concebida a edificação. Este fato ocorre pela finalidade desta organização, que é a de receber os esforços da estrutura e transmiti-los ao solo. A escolha da função tipo radier em ambos os sistemas, evidenciados na figura 50, é praticada tendo em vista os benefícios econômicos e a facilidade de execução da mesma. Porém, a carga estrutural destes dois sistemas se faz de forma diferenciada. Figura 50: a) Fundação radier em alvenaria estrutural. b) Fundação radier em LSF.

a) b) Fonte: INSTITUTO DA CONSTRUÇÃO, 2019.

De um lado têm-se uma estrutura formada por blocos de concretos que conferem uma carga estrutural elevada quando comparada aquela transmitida pelo LSF. 64


Da outra parte, o fechamento vertical é formado por placas, sejam elas de gesso, OSB ou cimentícias, juntamente com perfis metálicos de aço galvanizado. Este conjunto, possui menor peso estrutural quando comparado à alvenaria estrutural, o que beneficia diretamente na redução da espessura da fundação e consequentemente no custo desta (TAKUSHI, 2016). Como forma de evidenciar os aspectos apresentados, a tabela 6 apresenta os principais pontos apresentados destacando as vantagens e desvantagens dos sistemas. Tabela 6: Comparativo - Fundação.

FUNDAÇÃO ALVENARIA ESTRUTURAL LIGHT STEEL FRAMING Utiliza principalmente o radier, porém possui Também utiliza o radier, porém possui baixa carga estrutural elevada pelo peso dos carga componentes

da

fundações

mais

estrutura.

Isso

espessas

consequentemente mais caras.

estrutural

gera empregados

no

devido sistema,

aos

materiais

beneficiando

e diretamente na espessura de sua fundação e no barateamento desta etapa de construção.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.4.

FECHAMENTO VERTICAL

Conforme Tauil e Nese (2010, p.19) a alvenaria estrutural consiste em um “conjunto de peças justapostas coladas em sua interface, por uma argamassa apropriada, formando um elemento vertical coeso”, ou seja, baseia-se em uma estrutura formada por blocos estruturais de concreto unidos por meio de um material colante, a argamassa. No caso do LSF, Burstrand (1998) afirma se tratar de um sistema construtivo que utiliza, quase que exclusivamente materiais “secos”, como os perfis de aço que formam a estrutura juntamente com o fechamento vertical realizado por meio de placas de diferentes materiais, como o OSB, evidenciado na figura 51. Figura 51: Elevação de estrutura em LSF com fechamento em OSB.

Fonte: TECNOFRAME, 2019.

65


Em comum, têm-se nos sistemas a presença da modulação, evidenciada nos itens 3.1 (AE) e 4.3 (LSF), que devem ser previstas no projeto da residência e garantem a funcionalidade do sistema. Porém ao analisar a especificidade de cada sistema, vê-se que no LSF a modulação possui dimensões maiores (400 ou 600mm) enquanto na AE estas são reduzidas pela menor dimensão da estrutura feita por blocos (módulos de 15 ou 20cm), que garante a AE maior flexibilidade no dimensionamento dos ambientes que seguem esses múltiplos. Além disso, em residências que utilizam o sistema LSF deve-se atentar a modificação da modulação em paredes que receberão maior carga estrutural, como aquelas que recebem cargas da caixa d’água por exemplo, que devem possuir modulação menor e que podem chegar a 200mm. Este fato não ocorre em estruturas de alvenaria estrutural, toda a elevação possui a mesma modulação que facilita sua execução. Particular a alvenaria estrutural, toda a estrutura de blocos assentados deve ser acabada no canteiro de obra, ou seja, o fechamento vertical deve, minimamente, ser chapiscado, emboçado, rebocado e pintado para que a estrutura seja finalizada, gerando mais processos a serem executados no local, como mostra a figura 52 (a). Enquanto no LSF, o conjunto de perfis com o fechamento por placas, deverá apenas ser “fitado” nas emendas, evidenciado na figura 52 (b) e impermeabilizado para garantir a estanqueidade do sistema. Figura 52: a) Acabamento de parede em AE. b) Tratamento de emendar em LSF com placa cimentícia.

a)

b)

Fonte: a) MAPA DA OBRA, 2018. b) CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL A SECO, 2009.

Ainda, na etapa de elevação da alvenaria estrutural, é importante que sejam realizadas verificações regularmente no que tange o prumo, nível, alinhamento e planicidade da mesma. Além disso, é indispensável que os profissionais que estão executando o serviço, tenham em mãos os projetos de primeira e segunda

66


fiada e das elevações, a fim de garantir a estabilidade da estrutura (LOURENÇO et al., 2015). Dessa forma, a estrutura do LSF, por se tratar de um sistema industrializado, onde suas placas são unidas por meio de elementos ligantes como os parafusos, necessita de menor quantidade de atividades desenvolvidas para a construção do painel e as inspeções de serviços, proporcionais a elas, consequentemente, também são originadas em menor quantidade, sendo portanto mais vantajoso (VIVAN; PALIARI, 2011). A tabela 7 abaixo traz um resumido desde item do comparativo de forma didática e expositiva. Tabela 7: Comparativo - Fechamento Vertical.

FECHAMENTO VERTICAL ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING Modulação

de

400

ou

600 devido

as

Modulação de 15 ou 20cm. Por possuir dimensões das placas de fechamento. Por dimensões

reduzidas,

flexibilidade

no

possuem

maior serem

dimensionamento

dimensões

maiores

quando

dos necessidade de aumentar um ambiente, este

ambientes.

deverá seguir essa padronização o que acaba limitando o dimensionamento.

Necessita de acabamento dos elementos no Utiliza materiais secos que necessitam apenas canteiro, mais processos,

gerando mais de elementos de conexão para formação de

resíduos

o

e

aumentando

risco

de sua estrutura, o que garante maior precisão na

imprecisões, carecendo de inspeções de execução serviços regulares.

e

gera

menos

resíduos

e

desperdícios de materiais. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.5.

INSTALAÇÕES

As instalações elétricas e hidráulicas para edificações com sistema construtivo LSF são as mesmas utilizadas em edificações em alvenaria estrutural, sendo utilizadas tubulações de PVC ou PEX para as instalações hidráulicas e os conduítes para as instalações elétricas. Além do uso dos mesmos materiais para as instalações, os princípios de projeto também se assemelham. Na alvenaria estrutural, tira-se partido dos furos dos blocos para a passagem das instalações elétricas, como mostrado na figura 53 (a), o que também ocorre no LSF, onde os furos dos perfis são utilizados para o

67


caminhamento deste componente, evidenciados na figura 53 (b). (TÉCHNE, Ed.141, 2008). Figura 53: a) Passagem dos conduítes nos furos dos blocos estruturais. b) Passagem dos conduítes nos furos dos perfis de aço.

a)

b)

Fonte: a) COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2019. b) CASA DO GESSO, 2018.

Na alvenaria estrutural, para a instalação de tomadas e interruptores, existem blocos próprios e que já apresentam o recorte adequado e necessário, conhecido como “bloco elétrico”, destacado no item 3.5 deste trabalho, que possibilitam a fixação das caixas elétricas (figura 54). Figura 54: Bloco elétrico com caixa elétrica instalada.

Fonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2019.

No caso do light steel framing, as caixas elétricas (figura 55) devem ser especiais e próprias ao sistema, sendo instaladas nos vazios das paredes por fixação nos painéis de vedação. A utilização de caixas elétricas usuais em outros sistemas, se utilizadas neste, podem acarretar patologias como a desfixação da peça, que conduzirá problemas estéticos e funcionais. Figura 55: Fixação da caixa elétrica em LSF.

Fonte: EQUIPE DE OBRA, 2019.

68


A diferenciação dos sistemas segundo Maso (2017), ocorre principalmente quanto as instalações hidráulicas. Na alvenaria estrutural, esta instalação deve ser realizada preferivelmente em shafts, evidenciado na figura 56 (a), mas podendo também ser em paredes não estruturais. Não é permitida a passagem deste tipo de tubulação em paredes estruturais, pois este tipo de instalação necessita de manutenção, o que é inviabilizado pela sua localização interna ao bloco, que necessitaria de cortes na estrutura para o acesso, comprometendo por consequência a estrutura da edificação. Figura 56: a) Shaft com tubulação hidráulica (AE). b) Instalações hidráulicas em LSF.

a)

b)

Fonte: a) COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2019. b) CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL A SECO, 2019.

Já no LSF, a passagem das tubulações é executada pelos vazios das paredes, destacado na figura 56 (b), fazendo com que o conjunto de fechamento vertical funcione como shafts visíveis, facilitando a execução e manutenção destas. Dessa forma, quando há necessidade de manutenção deste elemento ou acréscimo de instalações, o sistema dispensa a necessidade de rasgos nas paredes para localização de eventual dano presente e de abrir caminhamentos para novas tubulações (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). A tabela 8 apresenta um resumo dos itens apresentados, onde pode-se verificar que ambos os sistemas possuem vantagens e desvantagens neste tópico. Vêse nesta tabela que a concepção de uma estrutural em Alvenaria Estrutural possui vantagem referente as instalações elétricas e aquelas que utilizam o sistema light steel framing possuem vantagens referentes as instalações hidráulicas mesmos que os componentes utilizados para essas instalações sejam os mesmos em ambos os sistemas.

69


Tabela 8: Comparativo - Instalações.

INSTALAÇÕES ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING

Utilização de tubulações PVC ou PEX para instalações hidráulicas e conduítes para a elétrica. Elétrica: Tira-se partido dos furos dos blocos Elétrica: Utiliza-se os furos presentes nos para o caminhamento dos conduítes. Utiliza-se perfis de aço para a passagem dos conduítes. os blocos elétricos que são específicos para a Necessita, colação das caixas elétricas.

porém,

de

caixas

elétricas

especiais para que não ocorra a desfixação do componente da estrutura, o que comumente acarreta patologias neste tipo de construção.

Hidráulica: Necessidade de previsão de shafts. Hidráulica: Todas as paredes funcionam como Sua instalação não é permitida em paredes shafts visíveis, facilitando a manutenção estruturais pela necessidade de manutenção, quando há necessidade e evitando danos a que necessitará de recortes no fechamento e edificação. poderá comprometer a estrutura da edificação. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.6.

COBERTURA

A cobertura com telha colonial, um dos modelos mais tradicionais no mercado, é o tipo de fechamento mais utilizados em edificações em alvenaria estrutural, principalmente aquelas enquadradas no programa MCMV. Essa escolha parte principalmente das vantagens apresentadas pelo elemento como alta durabilidade, fácil execução, baixa manutenção, alto índice de impermeabilidade, desempenho termoacústico, encaixe que garante a estanqueidade do sistema, entre outros (DALDEGAN, 2017). A execução deste tipo de cobertura é realizada mediante o enquadramento das madeiras que formam a estrutura de apoio que suportará as telhas, como mostradas na figura 57 b. Para esta utilização usa-se a inclinação mínima de 30%. Em obras que utilizam o sistema light steel framing, a cobertura é realizada de forma semelhante, apenas se diferenciando pela estrutura de suporte, que neste caso é feita com perfis de aço galvanizado (figura 57).

70


Figura 57: a) Telhado em LSF. b) Telhado em AE.

a)

b) Fonte: LAFAETE, 2016.

Segundo Lafaete (2016), comparativamente nesta etapa de execução, o sistema LSF apresenta vantagens em relação ao sistema em alvenaria estrutural, podendo citar a praticidade na montagem de sua cobertura. Por ser um sistema industrializado e leve, ao contrário da AE onde o suporte da cobertura é feito por madeiras que possuem um peso próprio maior e que devem ser cortadas na obra demandando um tempo maior de execução, no LSF os perfis podem vir montados ou serem apenas conectados na obra. Além disso, devido ao material utilizado na produção destas estruturas ser em aço galvanizado, há pouca possibilidade de proliferação de insetos como cupins e fungos que são naturalmente encontrados em estruturas de madeira. No entanto, por outro lado, o custo do sistema no território brasileiro ainda se encontra elevado pela dificuldade de implementação do sistema, o que torna essa etapa da obra mais custosa quando comparada com a mesma etapa de uma construção em alvenaria estrutural. Para melhor entendido desta comparação, a tabela 9 traz em evidência os principais pontos neste item abordados. Tabela 9: Comparativo - Cobertura.

COBERTURA ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING

Cobertura em telhado colonial. Utiliza como suporte para as telhas elementos Utiliza estrutura em aço galvanizado, que de madeira que possuem desvantagens como apresenta possiblidade

de

proliferação

vantagens

como

leveza

e

de insetos. durabilidade. No entanto, pela pouca utilização

Porém, encontra-se com mais facilidade os do sistema no Brasil, estes elementos ainda elementos

do

mercado

que

garantem apresentam custo elevado.

economia na obra. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

71


6.7.

TEMPO DE EXECUÇÃO

Para a análise comparativa entre tempos de execução das estruturas, que muitas vezes podem determinar a escolha do cliente, Takushi (2016) elabora um comparativo entre os sistemas aqui apresentados, tendo como base o tempo de execução das composições apenas das paredes de ambos os sistemas por ser, segundo a autora, a fase que mais interfere no tempo final. A figura 58 apresenta o tempo total da construção destas paredes, destacando a porcentagem de acréscimo de tempo em relação ao método considerado mais rápido – considerando 8 horas de trabalho diário e apenas 1 operário. Figura 58: Tempo de execução para execução das paredes.

Fonte: ADAPTADO DE TAKUSHI, 2016.

Segundo os resultados apontados pela autora, pode-se observar que o levantamento do fechamento vertical da estrutura em LSF é 33% mais rápido que a elaboração de uma parede em alvenaria estrutural. Ainda, a autora destaca que neste estudo de tempos não foram adicionados os tempos de cura do concreto, cura da argamassa, retirada de forma da estrutura de concreto armado e nem acabamento da superfície, visto que geralmente em obras de grande porte e de repetição ocorrem atividades simultâneas. A partir destes dados, sintetizados na tabela 10, vê-se que o LSF se torna mais interessante, pois sua estrutura industrializada necessita apenas da montagem dos componentes pré-fabricados, dispensando serviços como chapisco, emboço e reboco, que se aqui considerados, aumentariam ainda mais o tempo de execução da estrutura em alvenaria estrutural. Tabela 10: Comparativo - Tempo de execução.

TEMPO DE EXECUÇÃO ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING

Estrutura que necessita de acabamento no local Estrutura industrializada que facilita a execução, e

demanda

processos

artesanais

mais necessitando

apenas

da

montagem

dos

demorados, gerando maior tempo de execução. elementos pré-fabricados que agilizam a obra. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

72


6.8.

ANÁLISE DE DESEMPENHO TERMOACÚSTICO

Santiago (2012) assinala que o desempenho acústico no sistema light steel framing apoia-se em conceitos atuais de isolamento multicamada. Esse princípio consiste em combinar elementos que garantam essa funcionalidade, neste caso, a união entre placas de fechamento vertical afastadas com preenchimento formado por material isolante - lã de vidro ou rocha, evidenciados na figura 59. Figura 59: Aplicação de material isolante em paredes de LSF.

Fonte: EQUIPE DE OBRA, 2019.

Com este fundamento, podem ser realizadas diferentes combinações que asseguram a eficiência acústica do sistema, seja esta pela colocação de maior quantidade de camadas de placas de vedação ou aumentando a densidade do material isolante. Dessa forma, o desempenho do LSF está diretamente ligado à qualidade de isolamento do seu sistema de vedação. Como material mais utilizado para esta função de isolante, tem-se a lã de vidro, que é formada por um material fibroso com apropriada absorção acústica. Além disso, o material garante boa resistência térmica devido ao confinamento de ar em suas tramas dificultando a transferência de calor entre os elementos e por consequência entre ambientes, o desempenho do isolamento dependerá da quantidade de camadas e espessura adotada deste material (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). Segundo Lins (2012), no sistema em alvenaria estrutural a densidade dos blocos de concreto é fator determinante para o seu desempenho. A fim de verificar o desempenho do bloco de concreto para vedações, a autora analisou estudos com base em simulações computacionais utilizando o software EnergyPlus, desenvolvido pelo departamento de energia dos Estados Unidos e que permite simulações com relação ao conforto de um edifício.

73


A autora baseou seu estudo na NBR 15575/2013 que se refere ao desempenho de edificações e que dita que estas habitações devem reunir características que atendam às exigências de conforto térmico aos ocupantes de acordo com a região de implementação do projeto. Estas simulações computacionais tomam como base cada região bioclimática, tendo como referência dez diferentes cidades que representam estas zonas que estão demonstradas na figura 60. Figura 60: Regiões bioclimáticas do Brasil.

Fonte: NBR 11575, 2013.

Segundo a norma citada, para análises realizadas por meio de métodos computacionais, são calculados o comportamento da estrutura para dias típicos de verão e também de inverno. Na primeira estação citada, o valor máximo diário da temperatura de ar interno deve ser menor ou igual ao valor máximo da temperatura de ar externo e na segunda, o valor mínimo diário da temperatura do ar interno de cada recinto deve ser sempre 3°C superior ao valor mínimo diário da temperatura do ar externo. Dessa forma pode-se analisar o comportamento de uma estrutural em alvenaria estrutural e como resultado, a autora conclui que este tipo de alvenaria apresenta desempenho térmico mínimo para a maioria das localidades analisadas nas diferentes regiões do país, incluindo a zona 8 que engloba o estado do Espírito Santo. Porém em termos de isolamento acústico, a alvenaria estrutural possui capacidade de absorção satisfatória. Isso acontece devido aos furos verticais, localizados na parte interna das peças, que auxiliam na distribuição do som. Ainda, segundo Rodrigues (2019) para efeitos comparativos, os blocos de concreto possuem densidade 30% maior que os blocos cerâmicos e podem 74


ainda receber aditivos como a vermiculita expandida, mineral formado essencialmente por silicatos hidratados de alumínio e magnésio, para preencher os espaços dos furos e aumentar sua capacidade de isolamento sonoro pela densidade da parede sem aumentar sua espessura, melhorando ainda mais seu desempenho acústico. Ao comparar os dois sistemas, AE e LSF, ambos os métodos construtivos possuem a possibilidade de alinhar seu sistema com elementos retentores de ruídos, como a lã de rocha no caso do LSF e a vermiculita no caso da AE. Neste caso deve-se atentar ao custo final da obra ao adicionar mais um elemento a composição da edificação e também ao material de revestimento dos fechamentos verticais e suas espessuras que influenciam diretamente no resultado final. Abaixo, apresenta-se uma tabela resumo, tabela 11, referente aos pontos abordados de maior relevância neste item. Tabela 11: Comparativo - Desempenho Termoacústico.

DESEMPENHO TERMOACÚSTICO ALVENARIA ESTRUTURAL

LIGHT STEEL FRAMING

Desempenho acústico: Os furos verticais dos Desempenho acústico: Possibilita de utilização blocos auxiliam na distribuição do som. Pode-se de material isolante entre as placas do também utilizar a vermiculita para aumentar sua fechamento, como a lã de vidro que possui uma capacidade de absorção sonora. Desempenho

massa fibrosa com alta absorção acústica.

térmico:

simulações Desempenho térmico: A utilização de materiais

computacionais indicam desempenho térmico isolantes, como a lã de vidro, garante boa mínimo,

segundo

a

NBR

15.575/2013, resistência térmica devido ao confinamento de

analisando as diferentes regiões do Brasil.

ar em suas tramas que dificulta a transferência de calor entre os elementos

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.9.

ANÁLISE DE CUSTOS

Para a análise comparativa dos sistemas apresentados será utilizado como base, o estudo orçamentário comparativo realizado por Maso (2017), tendo como objeto de estudo uma residência unifamiliar com área útil de 38,74m² e área total de 44,71m². Através da análise deste modulo mínimo habitacional, pode-se verificar o custo direito da construção residencial no sistema construtivo LSF em comparação com o sistema de alvenaria estrutural.

75


Os coeficientes e o custo de mão de obra foram obtidos pela composição da tabela TCPO (tabela de composições e preços para orçamentos), que é a atual referência orçamentária para construções no Brasil. Ainda, o coeficiente dos materiais que compõe a estrutura foi montado a partir do quantitativo e área correspondente no projeto. A partir do levantamento de quantitativo de materiais e seus respectivos custos é possível realizar a comparação dos custos totais de cada item e verificar as principais diferenças encontradas que serão descritas no gráfico 3 a seguir. Gráfico 3: Análise orçamentária dos sistemas estruturais.

ANÁLISE ORÇAMETÁRIA DOS DADOS R$18.000,00 R$16.000,00 R$14.000,00 R$12.000,00 R$10.000,00 R$8.000,00 R$6.000,00 R$4.000,00 R$2.000,00 R$SUPERESTRUTURA

COBERTURA

Alvenaria Estrutural

REVESTIMENTOS

FORROS

PINTURA

Light Steel Framing

Fonte: ADAPTADO DE MASO, 2017.

O primeiro item apontado no gráfico 3 e que apresentou maior disparidade entre os sistemas construtivos diz respeito a superestrutura. O custo total para a superestrutura em AE totalizou R$6.982,44 frente aos R$15.546,93 no LSF. Essa diferença de 122,66% maior no LSF se justifica pela quantidade de materiais empregados nesse sistema industrializado, juntamente com o maior preço deste no território nacional, por se tratar de um sistema ainda pouco utilizado, elementos como perfis e placas cimentícias possuem preço ainda quanto elevado. O segundo elemento analisado, cobertura, também destaca a alvenaria estrutural como mais vantajosa. Enquanto a cobertura em LSF para esta edificação gerou um custo de R$8.576,70, a cobertura para a mesma construção em AE mostrou-se 18% mais econômica, com um total de R$7.254,15. 76


Novamente a diferença se dá pelo material empregado na cobertura em LSF, onde adotou-se uma cobertura com perfis metálicos, enquanto na AE, o projeto previu uma estrutura com treliça e madeira, que reduziu diretamente no seu custo, visto que foram adotados o mesmo cobrimento por telhas em ambos os sistemas. O terceiro tópico analisado diz respeito aos revestimentos empregados e neste caso, destaca pela primeira vez o LSF como o mais benéfico. Segundo estes custos, o LSF apresentou um gasto de R$1.641,70 frente aos R$6.692,51 revelados na AE, ou seja, uma despesa de 75,5% menor para estrutura em LSF. A razão deste valor pode ser justificada na necessidade de serviços e materiais aplicados nesta etapa em uma edificação em alvenaria estrutural. Enquanto no LSF o fechamento vertical por placas já apresenta acabamento, necessitando apenas de tratamento nas juntas e pintura, na AE as paredes devem receber acabamento com chapisco, emboço, reboco, emassamento, para então receber pintura. O quarto ponto verificado foi o forro das edificações, onde novamente o LSF se mostrou mais oneroso com um custo de R$2.499,84, isto é, 40,09% maior que os R$1.784,46 indicados na alvenaria estrutural. Essa diferença orçamentária é explicada pela necessidade de forração das paredes externas com lã de vidro, para garantir conforto acústico. Também, apesar de ter sido considerado o forro em PVC para ambos casos, a área interna dos cômodos da edificação em LSF é um pouco maior devido a menor espessura das paredes, o que acaba aumentando parcialmente o custo final. O último componente comparado foi a pintura. Neste caso, a alvenaria estrutural teve uma despesa de R$3.502,84 diante dos R$2.068,23 no LSF, quer dizer, um desembolso de 41% maior na AE. Essa desigualdade se dá justamente pelo serviço de amassamento necessário neste tipo de construção antes da pintura em si, o que não ocorre no LSF, visto que a pintura pode ser aplicada diretamente sobre as placas de fechamento. A partir da coleta destes dados, pode-se concluir que cada sistema apresentado apresenta etapas de maior e menor gasto se comparado. A alvenaria estrutural apresenta-se mais vantajosa economicamente na estrutura, cobertura e forro, 77


enquanto o LSF é mais viável nas fases de revestimento e pintura dos fechamentos verticais. De forma geral, tem-se apresentado no gráfico 4 abaixo, a relação de custos totais em ambos os sistemas, onde vê-se que o sistema construtivo em Alvenaria Estrutural apresenta um custo total de R$26.216,40 frente aos R$30.333,40 expostos pelo light steel framing, o que resulta em um desembolso de 15,70% maior para se construir utilizando este sistema. Gráfico 4: Custo total - Alvenaria Estrutural x Light Steel Framing.

CUSTO TOTAL R$31.000,00 R$30.000,00 R$29.000,00 R$28.000,00

R$27.000,00 R$26.000,00 R$25.000,00 R$24.000,00 ALVENARIA ESTRUTURAL LIGHT STEEL FRAMING

Fonte: MASO, 2017.

Outro resultado importante destacado por Mason (2017) é a representatividade de cada elemento apresentado anteriormente, que serão demonstrados nos gráficos 5 e 6 abaixo, a fim de destacar a participação de cada item em seu respectivo sistema construtivo. Gráfico 5: Representatividade de cada item no total para a Alvenaria Estrutural.

ALVENARIA ESTRUTURAL 13% 27% 28%

7% 25% SUPERESTRUTURA

COBERTURA

FORRO

PINTURA

REVESTIMENTO

Fonte: ADAPTADO DE MASO, 2017.

78


Gráfico 6: Representatividade de cada item no total para o Light Steel Framing.

LIGHT STEEL FRAMING 7%

8% 6% 51% 28%

SUPERESTRUTURA

COBERTURA

FORRO

PINTURA

REVESTIMENTO

Fonte: ADAPTADO DE MASO, 2017.

Com base na análise destes gráficos, nota-se que na alvenaria estrutural os gastos são distribuídos de forma equilibrada, enquanto no light steel framing, os gastos que se destacam frente aos demais são os de superestrutura e cobertura. Estes gastos elevados no LSF são despendidos pelo custo dos materiais essenciais para o levantamento de edificações utilizando este sistema, como os perfis metálicos e as placas de fechamento vertical, que ainda são caros no mercado brasileiro pela sua reduzida utilização. Por outro lado, nota-se que as demais etapas se mostram financeiramente mais atrativas no sistema LSF devido a qualidade do acabamento proporcionado pela metodologia de sua construção, que dispensa a execução de serviços mais dispendiosos principalmente no que tange as etapas de revestimento e pintura. Ainda, percebe-se que nessa etapa de acabamento da estrutura, a alvenaria estrutural exige maiores quantidades de serviço, necessitando de aplicação de chapisco, emboço e reboco além do emassamento das paredes para receber a pintura, despendendo maior custo indireto, que nesta comparação não foi computada, e maior tempo de execução. Apresenta-se abaixo a tabela 12, referente a conclusão permitida pela análise detalhada nos componentes de ambos os sistemas e que destacaram a AE como mais vantajosa.

79


Tabela 12: Comparativo - Custos.

CUSTOS ALVENARIA ESTRUTURAL Possui cobertura

custo e

menor forro,

em e

LIGHT STEEL FRAMING

superestrutura, Possui custo menor em revestimentos e pintura,

custo

maior

em e custo maior em superestrurtura, cobertura e

revestimentos e pintura. Ainda, possui um custo forros. Porém o custo final ficou maior em final 15,70% menor.

relação a AE. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

6.10. ANÁLISE DE RESTRIÇÃO NA CONTRUÇÃO Um fator importante a ressaltar é referente as restrições encontradas nos sistemas apresentados, como o limite de pavimentos. Na alvenaria estrutural, as normas que se referem a essa metodologia construtiva deixam em vacância este agente, porém alguns autores mencionam condicionantes para determinação dessa altura máxima. De acordo com Parsekian (2016), recomenda-se que que a construção deste tipo de edificação se limite há 25 pavimentos. Acima deste gabarito, o sistema não se mostra vantajoso economicamente frente a alvenaria convencional de blocos cerâmicos. Contudo, o edifício mais alto construído utilizando este sistema é um hotel, Hotel Excalibur, localizado em Las Vegas com 30 andares. Em concordância com Parsekian (2016), a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2013), afirma que a maior economia neste sistema é obtida com edificações com até 15 pavimentos. “Quando a altura da edificação ultrapassa esse patamar de andares, as tensões de compressão chegam a triplicar na base do prédio devido às ações do vento na estrutura, fazendo com que haja a necessidade de grautear grande parte dos blocos na base do edifício. Nesses casos, o empreendimento pode ser inviável economicamente e um estudo de viabilidade é sempre recomendado.” (ABCP, 2013, p.01).

Já em edificações que utilizem o sistema light steel framing, Caiado (2005), através de ensaios projetuais em edificações comerciais, conclui que acima de 5 pavimentos há necessidade de uma estrutura auxiliar que complemente a estrutura e viabilize sua verticalização. Mais recentemente, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI, 2015), indica o limite de até 8 pavimentos como viável estruturalmente.

80


Dessa forma, vê-se que ambos os sistemas se limitam no quesito verticalização, mesmo que a alvenaria estrutural se mostre mais vantajosa neste aspecto, como evidenciado na tabela 13, estas tipologias construtivas devem ser utilizadas preferivelmente em edificações de pequeno e médio porte. Tabela 13: Comparativo - restrições na construção.

RESTRIÇÃO NA CONSTRUÇÃO ALVENARIA ESTRUTURAL Possibilidade

de

edificações

de

LIGHT STEEL FRAMING até

25 Utiliza-se como base de gabarito um total de 8

pavimentos, com exemplares que estão ainda pavimentos, sendo este menor que na AE acima deste limite. Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

81


82


7.

PROCESSO PROJETUAL

A partir dos dados apresentados neste trabalho, vê-se que o sistema light steel framing tira partido especialmente da industrialização e a aplica na construção civil. Para garantir a eficácia na utilização deste recurso é necessário conhecer suas características técnicas bem como suas limitações, de modo que o processo projetual deste sistema explore seus benefícios e garanta economia e racionalidade. Lancellotti (2015, p.15) afirma que “o uso inadequado do sistema pode ocasionar gastos excessivos, retrabalhos e manifestações patológicas, comprometendo a credibilidade do método injustificadamente”. Essa metodologia construtiva se mostra ainda altamente flexível ao adaptar-se a diferentes tipos de projetos, porém ao mesmo tempo, por se tratar de um sistema industrializado, requer rigor em sua execução. Ao contrário dos sistemas convencionais, onde há possibilidade de modificações projetuais no canteiro de obras, mesmo que estas não sejam bem vistas e adequadas em qualquer projeto, no light steel framing estas interferências não podem ocorrer pelo rigor executivo que um sistema com essa tecnologia necessita. Ainda, vê-se que o LSF requer um maior rigor em seu planejamento e execução. Toda a montagem dos elementos pré-fabricados exige rigor dimensional onde qualquer alteração dimensional trará prejuízos financeiros e poderá até mesmo comprometer a montagem do sistema (LANCELLOTTI, 2015). Dessa forma, além de conhecer e entender as vantagens relacionadas ao sistema para que sua utilização se propague no território nacional, há também uma necessidade em conhecer os processos envolvidos na sua execução que irão garantir as premissas anteriormente citadas: economia e racionalidade. 7.1.

O PROJETO MÓDULO MÍNIMO

Para evidenciar a aplicação deste sistema em um contexto existente, foi proposta uma edificação unifamiliar em módulo mínimo, destacada na figura 61 e ampliada na prancha 01 do Apêndice 1, voltada principalmente para a população carente, a fim de minimizar o quadro de déficit habitacional destacado neste estudo.

83


Figura 61: Planta baixa humanizada do projeto.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Este módulo apresenta uma área total de 48,09m² contemplando uma casa térrea com dois quartos, banheiro, sala integrada com cozinha e área de serviço, que possuem suas áreas destacadas na tabela 14 abaixo. Tabela 14: Quadro de áreas do projeto.

QUADRO DE ÁREAS AMBIENTE

ÁREA (m²)

Sala de Estar

6,56m²

Cozinha / Jantar

10,15m²

Área de Serviço

4,84m²

Circulação

1,80m²

Banheiro Social

3,37m²

Quarto 01

9,68m²

Quarto 02

ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA

48,09m²

11,69m² Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

7.2.

DIRETRIZES PROJETUAIS

O ensaio projetual, detalhado no Apêndice 1 deste trabalho, traz as etapas necessárias para a concepção de um projeto arquitetônico que tira partido da construção enxuta, onde toda a concepção arquitetônica foi idealizada de forma que os valores sejam maximizados e os desperdícios minimizados.

84


Dessa forma, um aspecto muito importante a ser considerado na concepção de um projeto em light steel framing é a aplicação de uma malha modular. Essa malha garante a racionalização construtiva, agiliza a obra e minimiza desperdícios. O módulo básico disponibilizado no mercado usualmente é de 400mm ou 600mm como exposto anteriormente neste trabalho. Essa definição do espaçamento entre perfis é posta de acordo com as medidas dos complementos utilizados no sistema, como os fechamentos verticais por placas. A escolha entre os mencionados tipos de modulação é realizada mediante projeto estrutural pela necessidade de transmissão de carga da estrutura para o solo. No caso deste projeto, por se tratar de uma carga térrea, foi utilizada uma modulação de 600mm, ilustrada na figura 62 abaixo e de forma ampliada na prancha 4 do Apêndice 1, por oferecer um maior espaçamento entre perfis e diminuindo assim sua quantidade e consequentemente o custo final da obra. Figura 62: Planta baixa de perfis.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Ainda, nesta etapa as esquadrias foram posicionadas de forma que sua aplicação não coincidisse com o início ou término de uma placa de fechamento, como ilustradas nas pranchas 8 e 9 do Apêndice 1, pois desta forma evita-se fissuras e possíveis patologias por infiltração. 85


7.3.

FUNDAÇÃO

A escolha da fundação de uma construção que utiliza este sistema assim como de qualquer tipo de construção é determinada por alguns fatores principais como: topografia, tipo de solo, profundidade de solo estável, nível do lençol freático, entre outros. Porém para este estudo, utilizou-se a fundação do tipo radier, demonstrada na figura 63 e ampliada na prancha 02 do Apêndice 1, muito usual neste sistema por se tratar de uma construção que tira partido de elementos leves. Figura 63: Planta de fundação.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

A fundação executada para este estudo foi posta em toda a base da edificação com 15 cm de altura, para evitar umidade provinda do solo ou que haja infiltração de água na construção (CRASTO, 2005). A fundação radier é caracterizada pela distribuição uniforme dos esforços solicitantes ao solo através de uma laje de concreto armado que abrange toda a base da edificação. Esta se descreve ainda como uma fundação mais simplificada frente as demais utilizadas no setor da construção civil e que exige menos recursos financeiros e garante mais agilidade. Essa seleção do tipo de fundação é particular de cada projeto, mas de um modo geral se aplica de forma atraente em edificações em LSF pelas características 86


de leveza do sistema. No entanto deve-se atentar tanto para uma correta execução desta camada, visto que os painéis de fechamento vertical entram em contato direto com esta, como também a adequada fixação deste fechamento com o radier. Dessa forma é necessário a colocação de um isolamento nessa base para evitar infiltração e executar a ancoragem dos painéis, como ilustrado na figura 64. Figura 64: Detalhe esquemático da ligação da estrutura com a fundação em radier.

Fonte: Adaptado de Consul Steel (2002)

7.4.

PAINÉIS

Como apresentado anteriormente, o projeto foi executado sobre uma malha modular de 600mm. Sobre essa malha são aplicados os perfis UE, neste caso usado o perfil de seção 100x50cm, que juntamente com os painéis formarão a estrutura de paredes da casa. Para garantir a estabilidade do sistema, a disposição destes montantes deve ser detalhada em fase projetual, visto que as paredes deste sistema possuem a função estrutural do mesmo. Assim, essa estrutura deve ser executada de forma a transmitir corretamente as cargas verticais e horizontais do sistema. Nesta fase deve-se atentar principalmente para o encontro dos painéis estruturais para garantir rigidez no sistema. Essas ligações se diferenciam pelo número de painéis que se unem e da angulação entre eles e são realizadas pela união dos montantes por meio de parafusos estruturais. Neste projeto foram adotadas duas formas distintas de ligação: ligação de dois painéis de canto e ligação de dois painéis formando um “T”, que podem ser observados na modulação dos perfis na prancha 04 do Apêndice 1.

87


O primeiro, ligação de dois painéis de canto ilustrado na figura 65, foi adotado no encontro de duas paredes que exigem um cuidado com a união das mesmas. Figura 65: União de dois painéis de canto.

Fonte: CRASTO, 2005.

O segundo, ligações de dois painéis formando um “T, demonstrando na figura 66, é executado quando um painel é executado perpendicularmente a outro painel gerando uma união em “T”. Figura 66: Ligação de dois painéis formando um "T".

Fonte: CRASTO, 2005.

Ainda, há uma particularidade no que diz respeito ao encaixe na presença de vãos, que conforme demonstrado na figura 67, deve ser previsto um montante auxiliar. Figura 67: Encaixe de perfis na presença de vãos.

Fonte: CRASTO, 2005.

88


7.5.

FECHAMENTO VERTICAL

O fechamento vertical deste sistema é composto por placas de fechamento. Essas placas funcionam também como um contraventamento da estrutura e deve-se atentar principalmente a sua correta instalação, modulação e escolha do tipo de chapa. Neste projeto foram adotados os seguintes tipos de placas, demonstradas na figura 68 abaixo e ampliada na prancha 5 do Apêndice 1: placas OSB e placas cimentícias para fechamento externo e placas de gesso acartonado para fechamento interno. Figura 68: Planta baixa de indicação das placas de fechamento.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

As placas de OSB constituem a primeira camada de fechamento externo da construção, por se tratarem de painéis estruturais compostos de tiras de madeira que conferem resistência mecânica e rigidez ao sistema. Após aplicação desse fechamento foi instalada uma camada de manta hidrofugante, ilustrada na figura 70, que garantirá a estanqueidade na edificação. Como segunda camada foram inseridas as placas cimentícias, fabricadas com cimento reforçado com fios sintéticos que garantem resistência ao ataque de microrganismo como cupins, resistência a impactos e resistência a umidade. São utilizadas como um reforço estrutural ao sistema pelas características que possui. 89


Ainda na fase de projeto foram previstas juntas de dilatação na paginação dos fechamentos devido as variações dimensionais geradas pela temperatura e umidade, que podem ser observados no detalhe da figura 69. Estas juntas devem ser tratadas posteriormente com argamassa de rejunte e tela de fibra de vidro. Figura 69: Juntas de dilatação nas placas de fechamento.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Já no fechamento interno, foram utilizadas placas de gesso acartonado de dois tipos: placa standard (ST) para ambiente secos e placa resistente a umidade (RU) para áreas molhadas. Este fechamento vertical foi alinhado com o uso de lã de vidro em todo o seu interior para se obter eficiência termoacústica no interior da edificação. A figura 70 ilustra de forma didática as camadas do fechamento vertical dessa estrutura. Figura 70: Composição do fechamento vertical.

Fonte: MOURA, 2019.

As placas utilizadas nos fechamentos possuem dimensões de 120x60cm que deram origem a modulação do sistema apresentado no item 7.2 e devem ser paginadas de forma racional, evitando sobras para recorte. Dessa forma, as pranchas 8 e 9 do Apêndice 1 ilustram essa paginação, que é a mesma tanto para a camada de placa OSB, como para a camada de placa cimentícia.

90


7.6.

LAJE

Foi adotada neste projeto a laje do tipo seca, mais usual no sistema. Executada a partir de perfis de aço galvanizado que seguiram a mesma modulação imposta no fechamento vertical, 600mm, para facilitar a transmissão das cargas. Seu detalhamento pode ser observado na prancha 02 do Apêndice 1, onde foi evidenciado a disposição dos perfis. Exclusivamente na área que receberá a caixa d’água esta modulação se aplicou de forma diferenciada, reduzindo o espaçamento entre os perfis para reforçar a estrutura que receberá maior carga. Ainda, para finalização desta estrutura, utilizou-se as placas de OSB sobre o vigamento como acabamento de superfície. 7.7.

COBERTURA

O sistema light steel framing permite a utilização de diferentes tipos de cobertura, desde telhados inclinados que se assemelham a um telhado convencional de madeira, até coberturas planas ou laje impermeabilizada. Neste estudo optou-se pela cobertura sobre laje seca com telha metálica térmica TermoRoof da marca Dânica, com inclinação de 5%, demonstrada na prancha 06 do Apêndice 1. Esta telha, ilustrada na figura 71, possui inúmeros vantagens como: revestimento em aço resistente à corrosão, boa estanqueidade, alto conforto térmico, durabilidade e resistência, baixa inclinação, montagem fácil, rápida e limpa e núcleo retardante à chama. Figura 71: Telha Metálica Térmica TermoRoof: Dânica.

Fonte: CATALÓGO DÂNICA, 2015.

91


7.8.

FACHADA

Para a composição estética da fachada foram utilizadas janelas com estrutura em alumínio e vidro temperado incolor com 4mm de espessura e portas em madeira maciça com verniz. Estas receberam molduras de 5cm para acabamento. Foram utilizados também elementos em madeira nesta composição pela facilidade de ligação entre os perfis de aço com os mesmos. Estes estão dispostos em estrutura de pergolado na entrada da edificação e na frente do quarto 02. Além disso, optou-se por trazer um revestimento 3D cimentício como elemento de destaque frontal da edificação, alinhado a pintura que engloba toda a construção. Estes elementos combinados conferiram a edificação personalidade e possibilitaram uma nova identidade para casas em padrão módulo mínimo como demonstrada nas pranchas 10 e 11 do Apêndice 1 e na figura 72 abaixo. Figura 72: Modelo projetual em LSF.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

92


93


8.

CONCLUSÃO

Os sistemas construtivos abordados neste trabalho apresentam diferentes aspectos tanto quanto a metodologia construtiva como quanto aos materiais utilizados. Através de comparações pautadas em referências bibliográficas foi permitido apresentar as principais diferenças entre os processos construtivos, com foco nas vantagens e desvantagens da aplicabilidade do sistema no território brasileiro. Como sistema construtivo industrializado, o light steel framing se destaca frente à alvenaria estrutural principalmente quanto aos aspectos ligados à préfabricação de seus elementos, que garantem alta eficiência construtiva e agilidade de execução. Ao analisar cada item do processo de construção de uma residência, o sistema se mostrou altamente vantajoso desde o canteiro de obras, com redução de atividades de fluxo, organização facilitada e limpeza. Também se mostrou superior na concepção das fundações pela leveza de sua estrutura, no fechamento vertical pela formação da estrutura apenas por conexão de elementos, em instalações hidráulicas pela estrutura como um todo funcionar como um shaft visível, em tempo de execução pela facilidade de montagem e em desempenho termoacústico pela possibilidade de utilização de elementos isolantes. Todavia, pelo amplo conhecimento e aplicação principalmente da alvenaria estrutural no território nacional, o sistema LSF ainda enfrenta barreiras que o colocam como inferior ou inapropriado para aplicação nesta localidade. É importante destacar que os aspectos que colocam o light steel framing como desvantajoso frente a alvenaria estrutural dizem respeito principalmente a disponibilidade dos elementos que compõem o sistema e a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, que acabam tornando a utilização deste mais cara. É compreensível o receio em optar por novas tecnologias, principalmente quando estas se diferenciam em quase todos os processos construtivos, dispensando a produção de paredes maciças e dando lugar a elementos préfabricados. Mas espera-se que este paradigma possa ser quebrado de forma a 94


não impedir o desenvolvimento das habitações, principalmente as sociais, no Brasil. É necessário entender que há um avanço tecnológico vigente no mundo que deve ser seguido neste território, a fim de que os sistemas aqui utilizados não fiquem ultrapassados e que a população possa usufruir de habitações eficientes tanto economicamente como em sua forma operativa. Além disso, a capacitação dos profissionais envolvidos neste processo é de extrema importância desde a fase de projeto. Conhecer o material e entender suas aplicações e particulares possibilitam uma obra eficiente. Hoje, o light steel framing é referência em habitações nos países desenvolvidos pelas vantagens demonstras sobre os demais sistemas construtivos, como pode ser comprovado nesta relação com a alvenaria estrutural. Dessa forma, é esperado que a transmissão de informações a respeito deste processo construtivo desperte o interesse da utilização deste sistema e que por fim, a desvantagem encontrada que tange principalmente o custo final da construção pela baixa demanda do mercado para esta tecnologia, possa ser sanada e o sistema seja a solução para o déficit habitacional brasileiro.

95


96


9.

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<https://tecnoframe.com.br/sustentabilidade-do-steel-frame/>. Acesso em: 16 de setembro de 2019. TEMP, Aldo Leonel et al. Construções em Alvenaria Estrutural – Materiais, projeto e desempenho. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2015. TERNI, Antônio Wanderley; SANTIAGO, Alexandre Kokke; PIANHERI, José. Steel frame – fundações (parte 1). São Paulo, n. 135, Jun. 2008. Disponível em:

<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/135/artigo285722-1.aspx>.

Acesso em: 06 de maio de 2019. TERNI, Antônio Wanderley; SANTIAGO, Alexandre Kokke; PIANHERI, José. Casa de steel frame - instalações (parte 4). São Paulo, n. 141. Dez. 2008. Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/141/casa-de-steelframe-instalacoes-parte-4-286557-1.aspx>. Acesso em: 19 de maio de 2019.

105


TREBILCOCK, P. J. Building design using cold formed steel sections: an architect’s guide. Berkshire: Steel Construction Institute (SCI). Publicação, 1994. 97p. VIVAN, André Luiz; PALIARI, José Carlos. Comparação entre aspectos produtivos de edições em light steel framing e alvenaria estrutural. In: VIII Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura. Porto Alegre: ENTECA, 2011. VIVAN, André Luiz; PALIARI, José Carlos; NOVAES, Celso Carlos. Vantagem Produtiva do Sistema Light Steel Framing: da construção enxuta à racionalização construtiva. In: XIII Encontro Nacional De Tecnologia Do Ambiente Construído, 13., Canela, 2010. Porto Alegre: ENTAC, 2010.

106


107


VI ST A0 4

ÁREA DE SERVIÇO 4,84m²

COZINHA/JANTAR 10,15m²

B.SOCIAL 3,37m²

VISTA 01

VISTA 02

VISTA 03

VISTA 04

QUARTO 02 11,69m²

SALA DE ESTAR 06,56m²

QUARTO 01 09,68m²

VI ST A

01

3 A0 ST I V

VISTA 02

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

PLANTA BAIXA HUMANIZADA ESCALA: 1/50

PRANCHA N°: ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA: NOVEMBRO/2019

PLANTA BAIXA HUMANIZADA PERSPECTIVAS

ESCALA: 1/50 UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

01/11


312

312

240

240

VIGAS DE PISO COM ESPAÇAMENTO MENOR PARA REFORÇO DA ÁREA TÉCNICA

APLICAÇÃO DE PLACA OSB 120X240cm

360

360

780

528

780

528

300

180

300

180

120

300

120

300

VIGAS DE APOIO 360

360

PERFIL LEVE

PLANTA DE LAJE ESCALA: 1/50

ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA:

PLANTA DE FUNDAÇÃO PLANTA DE LAJE

ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

02/11


03/03 B

FACHADA 03 528 73

75

12

88

60 8 12

312 288

12

QUADRO DE ESQUADRIAS

12

200

48 12

12

60

138

BÁSCULAS

240

J1

TIPO

ÁREA DE SERVIÇO

60 48 12

110

B1

50X50X160

01

B2

250X40X90

01

B3

250X40X160

01

JANELAS

B1

250

J2

B3

COZINHA/JANTAR

TIPO

10,15m²

780

3,37m² +0,13

70 108

1,80m²

168

P1

70

8 12 368

12 8

78

12

PROJ. PERG.

03/03 A FACHADA 02

FACHADA 04

CIRCULAÇÃO

MATERIAL

(UN)

J1

50X180X30

JANELA GUILHOTINA 2 FOLHAS

02

J2

180X100X110

JANELA DE CORRER 2 FOLHAS

01

PORTAS TIPO

QUANT.

DIMENSÃO

ESPECIFICAÇÃO

MATERIAL

(Larg.Alt.) P1

70X210

P2 P3

(UN)

PORTA DE GIRO

03

70X80

PORTA DE GIRO VENEZIANA

01

90X210

PORTA DE CORRER 1 FOLHA

01

P1 PROJ. COBERTURA

SALA DE ESTAR 6,56m²

168 180

PROJ. PERG.

ESPECIFICAÇÃO

P1 30 12

360 336

QUARTO 02 11,69m²

QUANT.

DIMENSÃO (Larg.Alt.Peit.)

276 288

B. SOCIAL 03/03 A

MATERIAL

(UN)

12

B2

ESPECIFICAÇÃO

(Larg.Alt.Peit.)

4,84m²

179

QUANT.

DIMENSÃO

QUARTO 01

QUADRO DE ÁREAS

+0,15

9,68m²

300 288

AMBIENTE P3

ÁREA (m²)

ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA

12

SALA DE ESTAR COZINHA/JANTAR PROJ. PERGOLADO

108 120

0,00 PROJ. PERGOLADO

12

J1

12

J1

PROJ. PERGOLADO

12

168 180

12 38

50

50

50

148

12

99

90 300

360

99

B. SOCIAL

12

QUARTO 01

PLANTA BAIXA ESCALA: 1/50

FACHADA 01

03/03 B

PROJ. COBERTURA

QUARTO 01

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO: CONTEÚDO:

NOTAS: * * * *

PLANTA BAIXA PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

ANA FLORA ABREU BRUM

DATA: ESCALA:

NOVEMBRO/2019 1/50

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

03/11


A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

1 2 ÁREA DE SERVIÇO

3

4,84m²

12

50

4

60

12

5

60

100

76

60

COZINHA/JANTAR

6

10,15m²

PERFIL UE ESCALA: 1/5

ESCALA: 1/20

B. SOCIAL

7

3,37m² +0,13

QUARTO 02

8

11,69m²

9 CIRCULAÇÃO 1,80m²

10 11 SALA DE ESTAR

12

6,56m²

QUARTO 01

AMBIENTE

+0,15

9,68m²

13 P3

14 15

0,00

J1

J1

16

SALA DE ESTAR

06,56m²

COZINHA/JANTAR

10,15m²

ÁREA DE SERVIÇO

04,84m²

CIRCULAÇÃO

01,80m²

B. SOCIAL

03,37m²

QUARTO 01

09,68m²

QUARTO 01

11,69m²

48,09m²

PLANTA BAIXA DE PERFIS ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO: CONTEÚDO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

PLANTA BAIXA DE PERFIS

ANA FLORA ABREU BRUM

DATA: ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

04/11


LEGENDA PLACAS DE FECHAMENTO GESSO ACARTONADO TIPO R.U GESSO ACARTONADO TIPO STANDART

ÁREA DE SERVIÇO 4,84m²

PLACA OSB + PLACA CIMENTÍCIA

01 01 01

PREENCHIMENTO - LÃ DE VIDRO

COZINHA/JANTAR 01 01

B. SOCIAL

10,15m²

LEGENDA DE REVESTIMENTOS

01 01 02

3,37m²

PISO

+0,13

QUARTO 02

01

CERÂMICA ACETINADA BRANCA 60x60cm

48,09m²

01

CERÂMICA ACETINADA BRANCA H=10cm

50,36m

11,69m² 01 01 02

PINTURA

CIRCULAÇÃO

PROJ. PERG.

PROJ. PERG.

1,80m²

01

PAREDE EM CERÂMICA ACETINADA BRANCA 50x50cm

02

PINTURA NA COR 'PÉTALA' ACABAMENTO ACETINADO,

16,10m² 108,50m²

SUVINIL PROJ. COBERTURA

SALA DE ESTAR 6,56m² +0,15

QUARTO 01

01 01 02

9,68m² 01 01 02 PROJ. PERGOLADO

0,00 PROJ. PERGOLADO

PROJ. PERGOLADO

PROJ. COBERTURA

PLANTA BAIXA DE PERFIS ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA:

PLANTA BAIXA DE REVESTIMENTOS

ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

05/11


07/11 B

312 288

12

12

12

12

12

12

07/11 B

312 288

12

RUFO

Á. TÉCNICA

CALHA VISITÁVEL

12

CALHA VISITÁVEL 35 12

35 12

PLATIBANDA H=70cm

228 252

P2

10 70

528 516

TELHA METÁLICA TÉRMICA I = 5%

RUFO

228 252

CAIXA D'ÁGUA 1000L

12

RUFO

148

6,57m²

ESCALA: 1/50

07/11 A 900

TELHA METÁLICA TÉRMICA I = 5%

481 528

RUFO

PLATIBANDA H=70cm

360 301

RUFO

07/11 A

12

RUFO 12

168 180

12

PLATIBANDA H=70cm

336 360

288 300

12

12 PERGOLADO

PERGOLADO

PERGOLADO

108 120

20 20 20 20 20 20

RUFO

12

300 288

RUFO

PLATIBANDA H=70cm

PERGOLADO

PERGOLADO

12

RUFO

12

PLANTA DE COBERTURA ESCALA: 1/50

07/11 B

840

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO: CONTEÚDO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

PLANTA DE COBERTURA

ANA FLORA ABREU BRUM

DATA: ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

06/11


TELHA METÁLICA TÉRMICA I=5%

RUFO

PERGOLADO

25 20

CHAPIM

240

210

90

210

50

20

50

30

10

70

RUFO

CHAPIM

+0,15 0,00

SALA

B.SOCIAL

+0,13

+0,15

QUARTO 02

CORTE AA ESCALA: 1/50

RUFO

120

265

10 45

CHAPIM

TELHA METÁLICA TÉRMICA I=5% CHAPIM

TELHA METÁLICA TÉRMICA I=5%

RUFO CHAPIM PERGOLADO

255

210

90

240

50

20

50

30 10

20

70

80

10

CALHA METÁLICA

COZINHA

+0,15

SALA DE ESTAR

0,00

15

Á. SERVIÇO

CORTE BB ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA:

CORTE AA CORTE BB

ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

07/11


TELHADO 02 +4,70

TELHADO 01 +2,50

PLACA CIMENTÍCIA

FACHADA 01: TÉRREO +0,15

ESCALA: 1/50

TELHADO 02 +4,70

TELHADO 01 +2,50

PLACA CIMENTÍCIA

FACHADA 02: TÉRREO +0,15

ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA:

FACHADA 01 FACHADA 02

ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

08/11


TELHADO 02 +4,70

TELHADO 01 +2,50

CORRE

CORRE

PLACA CIMENTÍCIA

FACHADA 03: TÉRREO +0,15

ESCALA: 1/50

TELHADO 02 +4,70

TELHADO 01 +2,50

PLACA CIMENTÍCIA

FACHADA 04: TÉRREO +0,15

ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

NOTAS: * * * *

DIMENSÕES E COTAS EM CENTÍMETROS; PAREDES COM TÉCNICA LSF, PAINÉIS COM 12cm DE ESPESSURA; PERFIS UTILIZADOS UE 90x40cm; MALHA MODULAR 60x60cm.

ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA:

FACHADA 03 FACHADA 04

ESCALA:

NOVEMBRO/2019 INDICADA

UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

PRANCHA Nº:

09/11


FRISOS COM 3cm DE ESPESSURA

REVESTIMENTO 3D EM PLACA CIMENTÍCIA COM PINTURA BRANCA

PINTURA NA COR 'NÉVOA', ACABAMENTO ACETINADO SUVINIL

PERGOLADO EM MADEIRA ENVERNIZADA

PORTA EM MADEIRA MACIÇA ENVERNIZADA

FACHADA HUMANIZADA 01 ESCALA: 1/50

FRISOS COM 3cm DE ESPESSURA PERGOLADO EM MADEIRA ENVERNIZADA

PINTURA NA COR 'NÉVOA', ACABAMENTO ACETINADO SUVINIL

FACHADA HUMANIZADA 02 ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

PRANCHA N°: ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA: NOVEMBRO/2019

FACHADA HUMANIZADA 01 FACHADA HUMANIZADA 02

ESCALA: 1/50 UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

10/11


FRISOS COM 3cm DE ESPESSURA

PERGOLADO EM MADEIRA EVERNIZADA

PINTURA NA COR 'NÉVOA', ACABAMENTO ACETINADO SUVINIL

FACHADA HUMANIZADA 03 ESCALA: 1/50

FRISOS COM 3cm DE ESPESSURA

PINTURA NA COR 'NÉVOA', ACABAMENTO ACETINADO SUVINIL

PERGOLADO EM MADEIRA ENVERNIZADA

FACHADA HUMANIZADA 04 ESCALA: 1/50

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: AE E LSF AUTOR DO PROJETO:

PRANCHA N°: ANA FLORA ABREU BRUM

CONTEÚDO:

DATA: NOVEMBRO/2019

FACHADA HUMANIZADA 03 FACHADA HUMANIZADA 04

ESCALA: 1/50 UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV

11/11


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