400 anos da obra "Peregrinação"

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400 ANOS DA OBRA PEREGRINAÇÃO, DE FERNÃO MENDES PINTO

Trabalhos realizados pelos alunos das turmas 7ºb, c, d e E Ano letivo 2014/2015


No âmbito da disciplina de Português, e da comemoração dos 400 anos da publicação da obra Peregrinação, os alunos foram convidados a realizarem pesquisas que pudessem dar a conhecer a vida e obra do autor. Esta coletânea é o resultado do trabalho da Matilde, do David, do Tiago, da Inês, da Flávia e da Mariana. Embora nem sempre se tenham conseguido libertar das fontes informativas

consultadas,

nomeadamente

do

sítio

da

Wikipédia,

conhecimento de dados relativos à vida e obra deste escritor. Na capa apresenta-se um desenho do Fábio.

A professora Ana Cristina Fontes

tomaram


QUEM FOI FERNÃO MENDES PINTO? Fernão Mendes Pinto nasceu em Montemor-o-Velho, a 1510, e morreu em Almada, em 1583. Pertenceu a uma família simples. Quando era pequeno o seu tio levou-o para Lisboa onde o pôs ao serviço na casa do duque D. Jorge, filho de D. João II. Manteve-se lá durante cerca de cinco anos, a trabalhar diretamente com o próprio D. Jorge. A vivência neste meio social ajudou-o à sua habilidade e inspiração para a escrita e para as funções diplomáticas que desempenhou algumas vezes. Em 1537, partiu para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra Peregrinação, em 1538, fez um cruzeiro ao mar Vermelho e, logo a seguir, participou num combate naval. Foi prisioneiro dos muçulmanos, vendido a um grego e por este a um judeu que o levou para Ormuz. Em 1554, depois de libertar os seus escravos, foi para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do rei do Bungo. Esta viagem foi uma desilusão para ele, pelo comportamento do seu companheiro e do próprio grupo. Desgostoso, abandonou o noviciado e regressou a Portugal. Já no seu país, com a ajuda do governador Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios que realizou pela pátria, que lhe deram direito a uma tença (pensão com que o estado premiava serviços considerados relevantes), nunca recebida. Desiludido, foi para Vale de Rosal, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e 1578,a sua grande obra Peregrinação, que só foi publicada vinte anos depois da sua morte, receando-se que o original tenha sofrido algumas alterações.


VINTE E UM ANOS DE AVENTURAS Entrevista exclusiva a Fernão Mendes Pinto Hoje, estou reunido com Fernão Mendes Pinto, um grande português, para celebrar os 400 anos da publicação da obra “Peregrinação”. - Boa tarde, senhor Fernão. - Boa tarde. - Posso fazer-lhe umas perguntinhas? - Claro, faça as que quiser. - Fernão Mendes Pinto, nasceu em 1509, em Montemor-o-Velho. Quando era pequeno, o seu tio levou-o para Lisboa. Alguma razão em particular? - Sim, o meu tio levou-me para trabalhar em casa de D. Jorge de Lencastre, filho do rei D. João II. - Em 1537, partiu para a Índia. Porquê? - Parti para a Índia ao encontro dos meus irmãos. Durante 21 anos percorri as costas de vários países asiáticos, Birmânia, Sião, entre outros. - Já chega de falar sobre as suas aventuras. Vim cá para falar sobre a sua obra “Peregrinação”. O senhor publicou-a em 1614. - Sim, foi publicada em 1614, mas durante muito tempo não acreditaram na sua veracidade. - É verdade que brincavam com o seu nome? - Sim, chamavam-me Fernão Mendes Minto. - Então, achavam que o que relatava era demasiado fantasioso? - Sim. - Que informação dava o texto? - O texto dava a conhecer o que sucedia aos navegadores e aos aventureiros portugueses que iam a caminho do Extremo - Oriente nas caravelas portuguesas. - Muito obrigado por esta entrevista, senhor Fernão Mendes Pinto.


A PEREGRINAÇÃO A Peregrinação é uma obra de imaginação, baseada na experiência de um Oriente vivido e sentido, que traz ao leitor europeu, do seu e do nosso tempo, o fascinante elemento do exotismo. Encontram-se nela caraterísticas evidentes da narrativa picaresca, mas há no livro uma preocupação moral e satírica, uma irónica denúncia de falsos valores pelo exemplo, que fazem da obra uma sátira de costumes e ideias, na linha do que será um dia o conto filosófico de Voltaire. A Peregrinação não tardou a ser traduzida nas principais línguas europeias. Há ainda, de Fernão Mendes Pinto, coligidas por Rebecca Catz, Cartas de Fernão Mendes Pinto e Outros Documentos, Lisboa, 1983. O que mais chama a atenção é o seu conteúdo exótico. O autor é perito na descrição da geografia da Índia, China e Japão e da etnografia (leis, costumes, moral, festas, comércio, guerras, funerais…). Notável é também a previsão da derrocada do Império Português, corroído por muitos vícios e abusos. Fernão declara que são três os objetivos que o levaram a escrever o livro. São eles: dar a conhecer os seus trabalhos aos filhos, encorajar os desesperados e os que se veem em dificuldades e dar graças a Deus. Esta obra pertence à chamada literatura de viagem, próxima do que se poderia chamar crónica de viagem ou diário. É o livro de viagens da literatura portuguesa mais traduzido e famoso. Foi publicado em 1614, trinta anos após a morte do autor.



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