Guia de Identidades da Cuiabá Contemporânea

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GUIA DE IDENTIDADES DA CUIABÁ

CONTEMPORÂNEA registro de um olhar sobre a cidade, em busca de vestígios de nossas identidades

ana vittori frigeri



GUIA DE IDENTIDADES DA CUIABÁ

CONTEMPORÂNEA registro de um olhar sobre a cidade, em busca de vestígios de nossas identidades Trabalho final de graduação para o curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura Engenharia e Tecnologia da Universidade Federal de Mato Grosso

orientadora: doriane

azevedo

ana vittori frigeri fevereiro de 2018


SUMÁRIO Introdução........................................................ 08 Identidade na Cidade Contemporânea............... 14 Identidade na Cuiabá Contemporânea............... 22


As Cuiabás............................................................... 32

a cuiabá antiga........................................... 35

a cuiabá moderna...................................... 43

a cuiabá nos muros................................... 53

a cuiabá nas ruas...................................... 65

a cuiabá do alto......................................... 75

As Partes de Cuiabá........................................... 84

a cuiabá central......................................... 87

a cuiabá e o rio.......................................... 97

a cuiabá universitária................................. 103

a cuiabá administrativa ............................. 109

Referências Bibliográficas................................... 114


INTRODUÇÃO Em tempos de intervenções desastrosas e irresponsáveis que contribuem para o desaparecimento de vestígios da memória e cultura cuiabanas e desrespeitam as suas mais diversas manifestações culturais. Em tempos de ações de uma suposta comemoração de 300 anos da capital, na sequência de uma série de obras (inacabadas) para a Copa do Mundo de Futebol; reconhecer e evidenciar o patrimônio cultural cuiabano que ainda resiste, motivam a pesquisa que constitui este Guia de Identidades da Cuiabá Contemporânea.

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O trabalho, em termos gerais, busca se aproximar de toda e qualquer manifestação que, aqui, é lida como patrimônio cultural material de Cuiabá, independente de ser registrado formalmente como tal, na tentativa de se conhecer e reconhecer, na cidade, identidades contemporâneas cuiabanas. Não é uma questão de patrimônio vinculado apenas a expressões formais ou “legítimas”, mas incluir na leitura outras formas


de expressões culturais ainda não apontadas oficialmente. É preciso ressaltar também que o guia é resultado de um trabalho final de graduação em arquitetura e urbanismo e, por isso, o olhar percorre as materialidades decorrentes do processo de produção do espaço, desde elementos arquitetônicos formais até as expressões de arte e apropriação dos espaços públicos, na tentativa de perceber a paisagem, identificar territórios e revelar lugares como formas de compreensão de identidades. Ou seja, o objetivo é reunir uma miscelânea de elementos que revelam pistas sobre as identidades locais, partindo da leitura do espaço urbano a fim de expandir a referência simbólica e identitária cuiabana. A partir desse olhar e entendendo a cidade como materialidade da manifestação de diferentes identidades, o propósito é se utilizar de um guia como ferramenta para apresentação de elementos que contribuem para uma leitura e (re)conhecimento de identidades cuiabanas. Sobretudo, é utilizar-se dos mapas produzidos para dar destaque tanto aos atrativos turísticos “oficiais” quanto outros um tanto desconhecidos ou despercebidos. Dessa forma, a intenção neste guia é extrapolar os limites de um guia turístico, visto que intenta-se trazer à tona elementos, lugares e vivências ocultadas pela “oficialização” dada pelos órgãos competentes. Não é uma negação ou descrédito dos atrativos turísticos melhor divulgados, 08


mas uma tentativa de adicionar novas referências e acrescentar novos olhares e detalhes. Para superar o conteúdo “oficial” sobre Cuiabá, na elaboração do guia foi necessário se aproximar de leituras que abordam conceitos de cultura e identidade na contemporaneidade (BAUMAN, 2004; CANCLINI 1997; HALL, 2006) e também sobre a arquitetura, história, cultura e curiosidades sobre Cuiabá (CASTOR, 2013; ROMANCINI, 2005; MENDONÇA, 1978; MENDONÇA, 1972; DRUMMOND, 1978; CAMPOS, 2014; RODRIGUES, 1969; PÓVOAS, 1980). E só dessa forma, foi possível expor o que a princípio era pessoal e intuitivo - a curiosidade e paixão por Cuiabá - num produto estruturado e fundamentado. Este é um esforço para enxergar “o que é Cuiabá” hoje, partindo do olhar sobre a cidade enquanto produto da cultura contemporânea. De forma a percebermos que, mesmo em época de intervenções questionáveis, muito ainda persiste em Cuiabá e cabe a nós e - em parte - a este guia ainda em processo, evidenciar que os indícios das nossas identidades podem estar por toda parte.

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A proposta aqui não é elaborar um guia turístico da cidade, é um registro de um olhar sobre a cidade, reconhecendo seus detalhes. É uma busca por experiências e “interessâncias”. Ele não é apenas um produto técnico, é uma expressão gráfica, poética e artística de sinais de identidades cuiabanas. O guia é


um exercício de espacialização, de busca pelas pérolas que a cidade guarda, um exercício para a compreensão das identidades da Cuiabá contemporânea. Nele, se destaca o desejo em se reconhecer a cultura cuiabana nas mais diferentes manifestações cotidianas reveladas no espaço público e a necessidade de negar a ideia que a cidade contemporânea não tem identidade. Portanto, o guia registra uma investigação das materialidades (arte, arquitetura e marcas de uso das apropriações do espaço público) como forma de compreensão da dimensão cultural da sociedade cuiabana no espaço. Dessa forma, procurando elementos que revelam vestígios do que seriam essas identidades que se manifestam nas nossas relações com o espaço e suas diferentes territorialidades. Superar as limitações de um guia turístico, apontar um olhar sobre a cidade a partir da leitura desses vestígios no espaço urbano e buscar por uma compreensão da cidade como resultado da justaposição de identidades são, portanto, as premissas do guia. Guia que se aproxima da ideia que as manifestações de cultura extrapolam tempos, origens e classes socioeconômicas distintas na defesa de que não há uma identidade absoluta e sim “várias Cuiabás” que se revelam simultaneamente. Ideia esta que orienta e justifica, mesmo que rapidamente, a escolha dos elementos apontados neste guia. Percebemos que não enxergamos nossas qualidades, pois ninguém as mostra; não conhecemos nossa

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história, pois ninguém a conta; não entendemos a nossa realidade, pois ninguém a explica e não reconhecemos nossos bens, pois ninguém cuida deles. Sendo assim, este guia abraça a responsabilidade de mostrar, contar e evidenciar elementos que despertem a vontade de descobrir o que é cuiabano em todo os seus espectros de “cuiabanidades” - o local, o de fora, o antigo, o moderno, o contemporâneo. Para tal, o trabalho se desenvolve em quatro partes: a primeira é uma breve aproximação do que se compreende identidade no contexto da contemporaneidade; a segunda é uma apresentação de alguns dos aspectos culturais cuiabanos; a terceira é o desenvolvimento de mapeamentos a partir de cinco temáticas de como lemos a realidade cuiabana, partindo do olhar sobre as materialidades da cidade, (a Cuiabá antiga, a Cuiabá moderna, a Cuiabá nos muros, a Cuiabá nas ruas e a Cuiabá do alto); em seguida, o guia se desenvolve em mapas de quatro setores da cidade (a Cuiabá central, a Cuiabá e o rio, a Cuiabá universitária e a Cuiabá administrativa), sendo feita a caracterização e descrição dos elementos apontados nos mapas.

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O objetivo deste material é estimular o conhecimento e reconhecimento das diversas expressões materiais da cultura cuiabana e, por isso, se volta para os cuiabanos e aqueles que queiram conhecer Cuiabá por um outro olhar. Cuiabanos e visitantes, nascidos ou não em Cuiabá, que buscam alimentar a curiosidade


de explorar a cidade. Esse público, portanto, não é exclusivamente de turistas e nem acadêmicos, por isso, as experiências se apresentam ao público de maneira simples e direta, fornecendo informações básicas que servem de orientação e esclarecimento, provocando a curiosidade nos leitores. Apesar da pretensão em se explorar ao máximo as realidades cuiabanas, não há de forma alguma a intenção de se esgotar o assunto. É preciso admitir também que o trabalho não é representativo de Cuiabá na sua totalidade, principalmente por não superar os limites da cidade “formal”, nem mesmo alcançar toda intensidade de informações e manifestações nessas áreas mais consolidadas da cidade. Apesar das limitações, entretanto, este é um princípio de uma releitura e também uma (re)descoberta de identidades, em um guia ainda em processo que poderá, em outra oportunidade, se estender a outros territórios. Além das limitações do conteúdo, é preciso considerar as limitações do formato adotado, sabendo que este material foi produzido considerando a praticidade e executabilidade de um produto em si. Dessa forma, há um extremo cuidado com a relevância das informações e uma atenção na edição do conteúdo para que “coubesse” em um material a ser levado às ruas de Cuiabá, evitando-se que seja superficial.

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IDENTIDADE NA CIDADE

CONTEMPORÂNEA A partir da intenção de explorar e mapear particularidades de Cuiabá, a fim de apontar elementos que contribuem na percepção e reconhecimento de identidades cuiabanas, é preciso entender a cidade no contexto da contemporaneidade. Contexto em que globalização e mundialização da cultura dificultam a compreensão de identidade(s); onde o sujeito contemporâneo convive com a ameaça da homogeneização, constantes mudanças e choques culturais (BAUMAN, 2004; CANCLINI 1997; HALL, 2006). Dessa forma, é preciso se aproximar de estudos que discutem sobre a cidade contemporânea, de forma que, tomando essas leituras como base, seja possível esclarecer algum entendimento com relação a “o que é Cuiabá” e que elementos poderiam revelar seu conjunto de identidades.

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Esta investigação é uma caça por “várias Cuiabás” que, a partir da percepção da cidade como palimpsesto,


revelam constantes mudanças em sua paisagem cultural. Além disso, nesse contexto contemporâneo, aponta-se, sobretudo, para uma realidade em que as transformações do espaço acontecem de forma rápida e, aliás, permanentes (HALL, 2006). Permanentes pois não se pode devolver a condição anterior; rápidas pois estão submetidas a uma intensa velocidade de informação, consequência de uma economia e tecnologia globalizadas. Portanto, o que a princípio parece ser uma busca pela identidade cuiabana é, contudo, um reconhecimento de várias identidades que coexistem em manifestações sociais e históricas cuiabanas. As “várias Cuiabás” que nos esbarramos são, portanto, evidências de quase 300 anos de história, de um passado colonial, de uma cidade isolada no Centro-Oeste brasileiro, mas que se orgulhava de sua cultura, em que a disputa por status era motivo para promoção de cultura e que festas, músicas, arte literatura movimentavam a cidade . Somando-se às Cuiabás de várias regiões brasileiras, vindas de ondas migratórias, majoritariamente do Sul do país, nas décadas de 1970 e 1980, de pessoas que aceitaram o papel de ocupar as terras do Centro-Oeste e Norte do Brasil (ROMANCINI, 2005). Cuiabás que tiveram uma intensa e rápida expansão dos territórios, onde agora se revela uma sobreposição de classes muito distintas em um cenário de segregação e contrastes de uma capital regional. Ou seja, é como um caleidoscópio

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de diferentes classes, origens e épocas, em que várias culturas se transformam e se inter-relacionam (CANCLINI, 1997). E é essa justaposição de realidades e costumes distintos e, consequentemente, essa mescla de manifestações culturais que compõem as identidades de grupos em uma realidade urbana e contemporânea.

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Nesse intenso processo de expansão territorial em que a cidade é inundada de gente de diferentes lugares, diferentes costumes e referências, o sentido e percepção de uma identidade “legítima” ou “autêntica” se esmaece. Assim, o indivíduo contemporâneo se perde sob um enfraquecimento da imagem cultural, identitária e patrimonial local. Indivíduo esse que anseia por se reconhecer em uma identidade ou identidades locais, mas que diante a tantos estímulos e referências sobrepostas, tem seu sentimento de pertencimento fragmentado e desconexo das realidades (HALL, 2006). Ou seja, não nos reconhecemos no espaço em que vivemos. É fácil falar que Cuiabá é uma cidade sem identidade, diante de uma postura de negação - de vergonha e preconceito com o falar, com a história e costumes cuiabanos (CAMPOS, 2014) - que contribuiu para a produção de uma cidade despreocupada com suas características existentes, dificultando a nossa leitura da cidade. Isso, somado a fortes referências externas (skylines, cartões postais, marcos turísticos, entre outros, de outras capitais), acabam por ofuscar o (re)


conhecimento do cuiabano. No entanto, essa “crise de identidade” faz parte de um processo de reivindicação do regional na construção (e reconstrução) das identidades locais. É a tentativa do sujeito em entender o que é seu e o que lhe pertence na busca do diferente e do autêntico perante a cultura globalizada, contribuindo na percepção de identidades regionais que se manifestam em sua cidade. A apreensão dessas identidades não é, porém, advinda da memorização de uma coleção de símbolos ou costumes “legítimos” da cultura cuiabana, visto que a mescla de manifestações culturais minimiza a ideia de hierarquia da cultura - o popular versus o erudito, o da maioria versus da minoria (HALL, 2006). Portanto, o papel deste guia não é ser uma enciclopédia ou coleção de edifícios, marcos ou pontos turístico. É uma busca por características cuiabanas a partir de sua materialidade no espaço urbano para evidenciar aspectos existentes da cidade e que compõem nossos traços de identidade. Dessa forma, nessa ânsia por construir “novas” identidades locais, o apelo histórico se soma às contribuições culturais de vários outros lugares, de forma a entender que identidade não é algo único, não é algo fixo, ela está condicionada à dinâmica urbana e às contribuições externas, justapondo memória e constantes mudanças . Assim, nesse panorama contemporâneo, questionar o que é (im)posto como identidade é um processo de nos reconhecermos, percebendo a multicul-

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turalidade no dia-a-dia da cidade e descobrindo resquícios das nossas memórias históricas nesse espaço que construímos. Dessa forma, entendemos identidade em uma cidade contemporânea como o resultado de diversas contribuições culturais: a soma das experiências do passado, dos diversos costumes e dos muitos olhares. Essa é a nossa Cuiabá contemporânea: um diálogo com o tempo e com as mais diversas contribuições culturais que compuseram a ocupação de seu território.

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Sobre o mapa: O mapa a seguir é inspirado no trabalho do artista Jazzberry Blue que transforma os mapas de grandes cidades em mosaicos, esse efeito é alcançado ao colorir as quadras de cores diferentes. Aqui, a proposta é trabalhar graficamente a ideia da cidade como um mosaico de diferentes culturas que compõem conjuntamente a paisagem cultural em Cuiabá.




IDENTIDADE NA CUIABÁ

CONTEMPORÂNEA Cuiabá, a cidade do calor, do caju, da manga, da onça, do jacaré e do peixe; cidade do pantanal; cidade dos rios; da Chapada dos Guimarães; cidade tricentenária com seu centro antigo tombado e suas igrejas; a viola de cocho, o siriri, o cururu; o bolo de queijo e de arroz. Cuiabá é vista e divulgada sob o estereótipo do turismo natural mato-grossense, sob o clichê da comida típica e do artesanato. A cidade de uma cultura e turismo resumidos ao consumo, limitada a uma identidade institucionalizada que reproduz os mesmo elementos figurativos.

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Assim é Cuiabá. Rica de colorido, cheia de fortes contrastes. Cuiabá é terra do Senhor Bom Jesus e de Todos os Santos. De suave murmúrio do vento agitando as palmeiras imperiais. Cuiabá do pacu assado, do licor de piqui, da carne com banana, do guaraná ralado. Da poesia das águas do rio que leva o seu nome. Dos becos estreitos, dos casarões coloniais, do mercado do Porto, do peixe bom. Dos pescadores, das lavadeiras, das praias de alvas areias. [...] Cuiabá das tradições, da época de


ouro de nossa história. Terra amada por todos, Cuiabá das igrejas de ouro, belas como a do Bom Despacho. Cuiabá - simplesmente - Cuiabá. (CUIABÁ…, 1969 apud ROMANCINI, 2005, p. 64)

A Cuiabá de hoje é sim a cidade do caju e da manga, é a cidade do siriri e cururu, é a cidade antiga que se voltava aos seus rios, ao ouro, ao peixe; mas é também a cidade que passou por períodos de modernização, uma cidade de contrastes em que hoje milhares de pessoas se movimentam diariamente. É uma Cuiabá que está na sua curiosa arquitetura moderna, na arte de suas ruas e nas formas de apropriação da cidade. É uma cidade num contexto contemporâneo e parte deste trabalho buscar reconhecer essas expressões para além dos símbolos mais tradicionais. Reconhecer então outras formas de expressões na cidade é reconhecer as mudanças pela qual a cidade passa e passou. De forma que, para que possamos reconhecer identidades cuiabanas, devemos reconhecer as mais diversas contribuições culturais que se somam. A paisagem revela traços de uma identidade, revela a sua história, cultura e memória; ela é manifestação dos processos de transformações e modernizações pela qual a cidade passou. E a Cuiabá de hoje é o resultado de uma cidade antes “isolada” que passou por diversos processos modernizadores e que se somam às constantes modificações na cidade. A princípio entende-se que uma cultura “genuinamente” cuiabana é aquela de uma cidade que se compreendia

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“isolada” e que se manteve nesta condição por muito tempo, mantendo características e modos de viver muito próprios. Uma Cuiabá da cultura de grandes quintais, onde havia o cultivo de ervas medicinais e árvores frutíferas; o hábito de tomar guaraná, herdado de costumes indígenas do Pará e Amazônia; o costume de ficar nas calçadas conversando no final da tarde; o hábito e a habilidade de colocar apelidos (CAMPOS, 2014 e ROMANCINI, 2005). Cuiabá que preservou um modo de falar diferente, um linguajar típico, herança dos colonizadores e nativos. Cuiabá que mantinha uma vida social sempre marcada por festejos: festas de santo e outros eventos festivos (ROMANCINI, 2005) - touradas, quermesses, feiras, etc - onde “povo cuiabano está imbuído de um espírito festeiro” (RODRIGUES, 1969) e uma festa sempre rendia outra.

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Foi só nas décadas de 1930 e 1940 que a cidade passou por um período de grandes intervenções para a modernização da capital. Resultado da política de “Marcha para o Oeste” do governo Vargas, realizouse um período de interventoria pelo governador Julio Müller. Neste período, algumas obras estruturais (como a construção da ponte Julio Müller) e a construção de diversos edifícios acrescentaram novas linguagens à paisagem cuiabana (ROMANCINI, 2005). A partir daí, nas décadas seguintes (1950 1960), outro conjunto de obras - principalmente no entorno da Praça Alencastro - deu continuidade às transformações na cidade, agora acrescentando-lhe


uma linguagem moderna, quebrando com a tradição da arquitetura colonial que a cidade preservava. O perímetro da cidade, no entanto, ainda se mantinha limitado próximo ao que hoje se configura o bairro Porto e centro da cidade, e assim se manteve até meados da década de 1970, período que marca o grande aumento populacional em Cuiabá e a expansão de seu perímetro urbano (ROMANCINI, 2005). Dessa forma, entre as décadas de 1970 e 1980, período em que Cuiabá foi colocada como ponto estratégico de uma política nacional de “integrar a amazônia”, a capital passou por um intenso aumento populacional e grandes obras estruturais que representaram um marco na transformação da cidade, tanto em sua paisagem quanto em seus aspectos culturais. Foi um período de intensa migração e modernização que pregava a substituição do antigo pelo novo, pelo moderno, uma “nova colonização” (CAMPOS, 2014 e ROMANCINI, 2005). Nesse período se destaca a construção do Centro Político e Administrativo e da Universidade Federal de Mato Grosso e, consequentemente, a ocupação da Avenida Hist. Rubens de Mendonça e da Avenida Fernando Corrêa como eixos de crescimento da cidade; período que a verticalização e aumento populacional se intensificam, período de expansão do perímetro urbano, criação de novos bairros residenciais e intensas transformações no modo vida. O hábito de ficar nas calçadas paulatinamente substituído pelo modo de viver em

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apartamentos, os jardins passaram a ser ocupados com novas edificações, os migrantes trouxeram outros hábitos e costumes, o falar cuiabano e as tradições “cuiabanas” se dissiparam pelo território agora expandido (ROMANCINI, 2005). A década de 1990 deu continuidade aos processos anteriores, principalmente aos processos de verticalização e segregação, acrescentando novos contrastes à realidade urbana cuiabana - a rotina da vida na periferia e os problemas de uma capital regional com transporte público, drenagem, esgoto, lixo, entre outras falhas no acesso democrático à cidade.

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Os anos seguintes revelam uma busca pela inserção da cidade num cenário mundial e a corrida pela produção de uma nova imagem da capital que se evidencia nas grandes obras que seguiram a princípio em decorrência da realização da copa do mundo de futebol em 2014. A realização de grandes obras urbanas - obras estruturais e de grandes equipamentos - na busca por novos cartões postais e arquitetura de “última geração” num processo de mercantilização da cidade e inserção de um modo de vida globalizado. A inserção de lugares (ou não-lugares) que acompanham o modo de vida contemporâneo capitalista, o costume de frequentar shoppings e outros estabelecimentos “seguros” e climatizados - que obedeçam uma lógica estética e uma conduta específica, do modo de agir, de se vestir, etc - compõem os processos mais recentes na cidade.


É preciso esclarecer que neste guia, no entanto, não se procura descrever as referências imateriais da cultura cuiabana mas é sensível que essas expressões estão relacionadas com a materialidade cotidiana de nossa cidade - e são essas expressões materiais que serão mapeadas aqui. Estes são processos que se somam aos anteriores na construção de uma narrativa das transformações culturais em Cuiabá, que influenciam na construção de uma imagem da cidade. Dessa forma, compreender a cidade como sobreposições de expressões de cultura é enxergar na constantes transformações do espaço um caminho para o reconhecimento de nossas identidades. Assim, para reconhecer a cidade num contexto contemporâneo é preciso desconstruir a ideia de uma cultura cuiabana “oficial” ou “legítima” e compreender na cidade evidências de suas transformações, que juntas compõem a imagem da cidade atual. E dessa forma - se aproximando de relatos da história e de um entendimento de cultura e identidade - podemos procurar e evidenciar os vestígios e indícios para (re) conhecer identidades na Cuiabá contemporânea. Assim é Cuiabá… A Cuiabá tradicional e a moderna, a limpa e a suja, a linda e a feia, a preservada e a esquecida, a tchapa e cruz e a pau rodado, a Cuiabá de norte a sul do País, a dos espanhóis, portugueses e indígenas, a Cuiabá metrópole, Cuiabá das lindas igrejas e casarões de adobe e dos edifícios em concreto aparente, Cuiabá da periferia, do centro, de shopping

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centers e baguncinhas, da arte de rua, dos buracos na rua, das feiras de bairro, do rio Cuiabรก, dos cรณrregos canalizados, Cuiabรก das pontes e dos viadutos, Cuiabรก de quase 300 anos de histรณrias, de gente, de calor e de muitas identidades.

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Sobre o mapa: O mapa a seguir ilustra o crescimento

do perímetro urbano em Cuiabá e o grande aumento da cidade principalmente a partir da década de 1970. O mapa foi desenvolvido com base no mapa de evolução do perímetro urbano da Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura Municipal de Cuiabá [201-].


Ato n° 176 de 25/07/1938. Lei n° 534 de 04/07/1960. Lei n° 1.346 de 12/03/1974. Lei n° 1.537 de 25/04/1978. Lei n° 2.023 de 09/11/1982. Lei n° 3.412 de 30/12/1994 até a Lei n° 4.719 de 30/12/2004.



AS CUIABÁS Partindo da ideia de que “várias Cuiabás”, de várias épocas e diversas origens, se justapõem num mosaico de expressões culturais, a proposta aqui é investigar vestígios de nossas identidades a partir de cinco mapas temáticos. Para os temas destes mapas, considera-se que a partir da história, do reconhecimento dos processos de transformação da cidade e a partir da vivência e o percorrer pela cidade, pode-se juntar alguns elementos que compõem o cotidiano cuiabano contemporâneo. Dessa forma, é a partir da leitura sobre a arquitetura, paisagem, arte e sobre as marcas de uso das apropriações do espaço público como elementos que dão indícios de nossas identidades, que se desenvolve os seguintes mapeamentos. Os temas aqui, a princípio, são apontados de forma separada, no entanto, estes elementos serão apresentados lado a lado, em quatro áreas da cidade. 31


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a cuiabá antiga Cuiabá é uma cidade de quase três séculos de existência e que preserva algumas edificações quase tão antigas quanto a fundação da cidade e que marcam a sua paisagem urbana até hoje. As igrejas, os sobrados, os casarões que preservam suas fachadas, esquadrias, ladrilhos, ornamentos e memórias de uma Cuiabá do passado, uma antiga surpresa isolada no centro-oeste brasileiro. O mapa a seguir é como uma redescoberta da cidade antiga, onde os detalhes, as pinturas descascadas, os telhados desmoronantes, as mudanças de nome das edificações, revelam marcas de quase trezentos anos de história. Trezentos anos de história que nos relembram de um passado de uma cidade pequena e isolada, mas que ainda persiste no centro de uma grande capital, que se modernizou, que cresceu e se transformou. 34


Mapa da CuiabĂĄ Antiga, apontando os edifiĂ­cios mais antigos da cidade, que se configuram no eixo Centro - Porto.



Capelinha da Paz, casarĂŁo na Rua Comandante Costa

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Janela da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte

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Casrão que preserva sua data de construção de 1916, na Rua Pedro Celestino

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Casa na Rua Coronel Benedito Leite, no Porto

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a cuiabá moderna Cuiabá passou por diversos períodos modernizadores, desde a década de 1930 até hoje, passando por um intenso processo de expansão do perímetro urbano principalmente na década de 1970, intensa verticalização nas décadas de 1980 e 1990 até as últimas intervenções decorrentes da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Muito se questiona sobre a política impositiva de modernização da cidade, que tornou recorrente a substituição do antigo pelo moderno, no entanto o novo e o velho ainda convivem e, juntos, compõem a paisagem cuiabana. O mapa então evidencia alguns dos edifícios que apontam para os processos de modernização da cidade, edifícios esses que tentaram incorporar uma linguagem nova, moderna, em contraste com a imagem antiga da cidade. 42


Mapa da Cuiabá Moderna, evidenciando os edificíos que apontam para as ondas de modernização da capital com destaque para as áreas do centro e , à direita, a UFMT



Á esquerda, a arquitetura moderna no centro de Cuiabá e à direita, na Universidade Federal de Mato Grosso



No centro da cidade: na imagem acima, o edifício em destaque é o Palácio do Comércio, construído na década de 1970 na esquina da Av. Getúlio Vargas com a Av. Tenente Coronel Duarte. A imagem abaixo é do Edifício da Caixa Econômica Federal, de 1970 no centro, com acesso pela Rua Comandante Costa

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A imagem acima é um detalhe da estrutura em concreto aparente no edifício do Instituto de Linguagem e na imagem abaixo, a Biblioteca Central, ambos no campus Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso, construídos na década de 1980

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Na imagem acima está o antigo Banco CCB China, construído no final da década de 1970, hoje desocupado. Já a imagem abaixo é a Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe

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A imagem acima é da é parte interna do Terminal Rodoviário de Cuiabá. Já a imagem abaixo éo Haddad Park Hotel, edifício na Avenida Historiador Rubens de Mendonça que não foi finalizado

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a cuiabá nos muros Os graffiti são vestígios, mesmo que efêmeros, de grupos, de ideais, de histórias associadas à vivência dos artistas na cidade e que deixam a sua marca e sua opinião nos muros. É uma forma de livre produção artística associada a um posicionamento político e que muitas vezes denuncia as condições de precariedade, abandono, esquecimento de partes da cidade. E para além disso, deixa uma marca que conta uma história, revela uma ideia e ressignifica esses espaços abandonados ou esquecidos com arte. O mapa a seguir aponta para algumas das intervenções com graffiti na cidade e dá destaque apenas para alguns pontos que possuem murais com a contribuição de mais de um artista, no entanto há ainda muitas outras artes espalhadas pela cidade.

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Verdinho

Ginásio do Quilombo

R. 13 de junho Orla do Porto

Mapa de graffiti nos muros de Cuiabá. Foram destacados apenas os murais compostos com a contribuição de mais de um artista - que as vezes se identificam, as vezes não.


IFMT Escadaria do Beco Alto

Travessa da Justiรงa

UFMT


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Muro da pista de skate ao lado do ginásio do Verdinho, contribuição de Gora, Presto, Babu78 e Siq

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Graffiti em casario antigo por Babu78 e outros artistas na Rua 7 de Setembro

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Graffiti na travessa 21 de Abril. Vรกrios Artistas

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Graffiti que compõe o muro do IFMT na Avenida Marechal Deodoro. Intervenção de Deborah Chaves

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a cuiabá nas ruas Em Cuiabá, por muito tempo, cadeiras ocupam as calçadas da cidade, onde, no final de tarde, conversas e olhares preenchem as ruas cuiabanas. Tradição antiga que subiu para os prédios e saiu das ruas. No entanto, não é silêncio e vazio que ocupam a cidade hoje e no mapa a seguir aponta-se alguns dos comércios de rua e comércios nas ruas. Comércios fixos ou não, que trazem animação para o espaço público no cotidiano de Cuiabá. Animação essa não só aos fins de tarde, mas nos diferentes horários do dia, nos diferentes dias da semana. Os pontos destacados revelam esses comércios pelo tipo de produto que é vendido (ervas medicinais, frutas, bugigangas, etc) e os pontos de feiras livres oficiais que ocorrem em dias específicos da semana e que se vende os mais variados tipos de podutos. 64


Feiras Frutas Ervas Medicinais Baguncinhas Bugigangas Bares

Mercado Municipal

Mapa de barraquinhas, ambulantes, feiras e outros pontos de comércio que tazem animação às ruas de Cuiabá



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Bares da “Praça da Mandioca” ao longo da Rua Engenheiro Ricardo Franco no carnaval

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“Baguncinha” na Avenida do CPA (Avenida Historiador Rubens de Mendonça) durante a madrugada

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Barraquinha de brinquedos na feira do Bairro Imperial que acontece todas as sextas-feiras na Avenida das Palmeiras

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a cuiabá do alto A paisagem evidencia traços de identidades já que é a manifestação dos processos de transformação e modernização pela qual a cidade passou. Assim, visualizar a cidade do alto é entender, a partir de um olhar mais afastado, sua configuração, seus processos de verticalização e adensamento. Dessa forma, este mapa busca propor uma leitura da paisagem cuiabana a partir de um olhar mais amplo em pontos mais altos, uma vez que a visão superior permite a percepção da cidade num contexto maior. No mapa da Cuiabá vista do alto, foram representados os cones de visualização de alguns dos pontos mais altos da cidade, e as visuais de alguns um dos pontos correspondem as fotografias seguintes.

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No mapa da CuiabĂĄ vista do alto, locou-se pontos em que a visual ĂŠ privilegiada, lugares onde se pode observar a paisagem cuiabana num contexto diferente.


centro de eventos do pantanal

igreja do rosรกrio palรกcio alencastro morro da luz

igreja bom despacho


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Vista a partir do Centro de Eventos do Pantanal durante o dia e durante a noite.

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Vista a partir do morro da Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho, durante a ĂŠpoca de chuvas (acima) e durante a seca (abaixo)

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Vista da Avenida do CPA a partir do Mirante Municipal (no topo do Palรกcio Alencastro).

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AS PARTES DE CUIABÁ Não basta entender as cuiabás de forma separada para compreender como alguns dos aspectos culturais cuiabanos se manifestam simultaneamente, como eles se sobrepõem e convivem no mesmo espaço. Assim, destacou-se quatro partes de Cuiabá que mais concentram os elementos levantados neste guia. A ideia aqui é reforçar o conteúdo já apresentado, mas de forma que se apresente, individualmente, cada um dos seguintes setores: a cuiabá central a cuiabá e o rio a cuiabá universitária a cuiabá administrativa

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a cuiabรก central

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es Praça Popular

Isa

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1. Igreja N.S. do Rosário e Capela São Benedito (1730, aproximadamente) Segundo Dom Aquino, a igreja é a terceira construída em Cuiabá. 2. Igreja N.S. do Bom Despacho (1918) 3. Igreja Senhor dos Passos (1792 - 1816) 4. Igreja N. S. da Boa Morte (1864) 5. Igreja Presbiteriana (1921) 6. Museu de Arte Sacra Seminário da Conceição 7. Palácio Episcopal (1942) Mitra Arquidiocesana 8. IPHAN 9. SEDTUR-MT 10. Santa Casa 11. Museu Histórico de Mato Grosso Thesouro do Estado 12. Museu de Imagem e Som (MISC) Sobrado do Alferes J. de Moura 13. Casa Barão de Melgaço 14. Ikuyapá (Funai) 15. Palácio da Instrução 16. Gráfica Pepe 17. Casa Irmã Dulce 18. Casa Orlando 19. Casa Mansur (Kotinha) 20. Chafariz do mundéo 21. Casarão (R. Pedro Celestino) 22. Capelinha da Luz (R. Comandante Costa) 23. Casarão Rosa 24. Casarão (R. Comandante Costa)

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1. Correios e Telégrafos (1937) 2. Residência dos Governadores (1939) 3. Grande Hotel (1939) 4. Clube Feminino (1941) 5. Cineteatro (1943) 6. Liceu Cuiabano (1946) 7. IFMT (1959) 8. Cine Bandeirantes 9. Palácio Alencastro (1965) 10. Escola Estadual Lino Póvoas (1967) 11. Edifício Maria Joaquina (1969) 12. Arquivo Público 13. Secretaria da Fazenda 14. Juizado Especial Criminal 15. Edifício da Caixa (1970) 16. Matriz (1973) 17. Palácio do Comércio (1975) 18. Energisa (1976) 19. Mesquita (1978) 20. CCB China (1979) 21. Agencia Bradesco 22. Edifício Condomínio Gênesis 23. Edifício Milão

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2

Cuiabá nos muros 1

R. Pedro Celestino

“Ilha da Banana”

3

Beco ao lado do IPHAN

R. Batista das Neves

1. Escadaria do Beco Alto 2. Muro do IFMT 93

Rua dos Bandeirantes

3. Travessa da Justiça


1

Cuiabá nas ruas 9

1. Calçadão da R. Galdino Pimentel 12

2. Calçadão da R. Eng. Ricardo Franco 3. Calçadão da R. Antônio João 4. Feirinha de artesanato do lado da matriz 5. Feira da Boa Morte 6.Praça da Mandioca 7. Feira Santos Dumont

6

8. Baguncinhas 9. Vendas de frutas 10. Venda de Pequi 11. Churros 12. Ervas medicinais 13. Camelôs 14. Praça Popular

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25. Paróquia São Gonçalo 26. Casa do Artesão 27. SESC Arsenal 28. Museu do Rio 29. 1° Batalhão da Polícia Militar 30. Casarão 31. Casario Antigo


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24. Ponte Julio Muller (1942) 25. Estádio Eurico Gaspar Dutra (1949) 26. Escola Estadual José de Mesquita 27. Cais do Porto 28. Ponte Sérgio Motta (2000) 3. Travessa da Justiça 29. Ginásio Aecim Tocantins 4. R. 13 de Junho 30. Arena Pantanal 5. Orla do Porto

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31. Museu Rondon (1969) 32. Parque Aquático 33. FAET (1973) Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia 34. Teatro 35. Biblioteca Central 36. Ginásio 37. Instituto de Linguagens 38. ADUFMAT (1990) 39. Faculdade de Engenharia Florestal 40. Tecnoíndia 41. COT Centro Oficial de Treinamento 42. Centro de Apoio ao Estudante


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8. Baguncinhas 19. Feira de Orgânicos da UFMT

(sexta-feira no final da tarde)

20. Feira do Boa Esperança (segunda, quarta e sexta de noite)

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43.Palácio Paiaguás (1974) 44. Receita Federal 45. Terminal Rodoviário (1976) 46. Haddad Park Hotel (1986) 47. Polícia Federal (1991) 48. PROCON 49. Centro Empresarial Cuiabá 50. Hotel Taiamã 51. Cuyaba Golden Hotel (1993) 52. Grande Templo 53. TCU (1998) 54. Centro SEBRAE de Sustentabilidade 55. Fórum de Cuiabá (2004)


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8. Baguncinhas 21. Feira Terra Nova

(sĂĄbado de manhĂŁ)

7. Verdinho

22. Feira Morada do Ouro (quinta-feira de noite)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGHINONI, Lucas Gustavo. Rever, Ver, Transver: um exercício de análise e intervenção sobre a identidade cultural cuiabana. 2017. 74 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. BRASIL. Secretaria de Fomento e Incentivo À Cultura. Moção nº 10. Brasília, DF, 28 de janeiro de 2016. Diário Oficial da União. Brasília, . Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/ index.jsp?jornal=1&pagina=44&data=12/05/2016>. Acesso em: 06 ago. 2017. BRESCIANI, M. Stella. Cidades: espaço e memória. In: PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CIDADANIA, 1., 1991, São Paulo. O Direito à Memória. São Paulo: Dph/ Smc Sp, 1992. p. 161 - 166.

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BRISSAC-PEIXOTO, Nelson. Arte & Cidade. In: SEMINÁRIO DE ARTE PÚBLICA, 1., 1998, São Paulo.


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PAOLI, Maria Célia. Memória, História e Cidadania: o direito ao passado. In: PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CIDADANIA, 1., 1991, São Paulo. O Direito à Memória. São Paulo: Dph/ Smc Sp, 1992. p. 25 - 28.


PINA, Max Lânio Martins. Resenha: A Identidade Cultural na Pós Modernidade. Élisée: Revista de Geografia da UEG, Anápolis, v. 4, n. 1, p.213-218, 2015. Disponível em: <http://www.revista.ueg.br/ index.php/elisee>. Acesso em: 27 nov. 2017. ROMANCINI, Sônia Regina. Cuiabá: Paisagens e Espaços de Memória. Cuiabá: Cathedral Publicações, 2005. 176 p.

116





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