Jornal da ABO Ed. 135

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J A B O Jornal da Associação Brasileira de Odontologia

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Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Parceria Colgate-ABO Nacional

Aliança para um Futuro Livre de Cárie ganha Capítulo Brasil Foi assinado em São Paulo documento em que autoridades brasileiras e mundiais se comprometem com metas para erradicar a doença cárie entre a população, considerada como questão de saúde pública. Marcelo Bönecker (Fousp) é o presidente da Aliança no Brasil.

Lucila Pereira - ABO/PA

Pág. 12

ABO realiza Assembleia Geral Extraordinária em São Paulo Pág. 5

Bom para o CD, ótimo para a população

Calendário Oficial de Congressos ABO 2012 Calendário Oficial de Congressos 2012 MARÇO ABO Distrito Federal

MAIO ABO Ceará

JUNHO ABO Espírito Santo

AGOSTO ABO Rio Grande do Norte

SETEMBRO ABO Mato Grosso do Sul

NOVEMBRO ABO Santa Catarina

14° Congresso Internacional de Odontologia do Distrito Federal 21 a 24 de março Brasília (DF) Informações: abodf@abo-df.org.br www.abo-df.org.br

4° Congresso Internacional de Odontologia 23 a 26 de maio Fortaleza (CE) Informações: abo@abo-ce.org.br www.abo-ce.org.br

13° Congresso de Odontologia do Espirito Santo 28 a 30 de junho Vitória (ES) Informações: aboes@veloxmail.com.br www.aboes.org.br

12º Congresso de Odontologia do RN 23 a 26 de agosto Natal (RN) Informações: aborn@aborn.org.br www.aborn.org.br

3º Congresso Intenacional de Odontologia do Mato Grosso do Sul 18 a 21 de setembro Campo Grande (MS) Informações: aboms@terra.com.br www.aboms.org.br

5° Congresso Internacional de Odontologia de Santa Catarina 22 a 26 de novembro Florianópolis (SC) Informações: abosc@abosc.com.br www.abosc.com.br

Abril ABO Pernambuco

JUNHO ABO Amazonas

JULHO ABO Rio Grande do Sul

SETEMBRO ABO Alagoas

OUTUBRO ABO Bahia

21° Congresso Pernambucano de Odontologia 12 a 15 de abril Recife (PE) Informações: scdp@abo-pe.org www.abo-pe.org

Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia 27 a 30 de junho Manaus (AM) Informações: abo_am@vivax.com.br

19° Congresso Odontológico Riograndense 11 a 15 de julho Porto Alegre (RS) Informações: abo@abors.org.br www.abors.org.br

Congresso Alagoano de Odontologia 6 a 8 de setembro Maceió (AL) Informações: abo@aboal.org.br www.aboal.org.br

16° Congresso de Odontologia da Bahia 27 a 30 de outubro Salvador (BA) Informações: abo-ba@abo-ba.org.br

Págs. 6, 7 e 8

www.abo-ba.org.br

Clique ABO Informações: www.abo.org.br

Odontologia é alvo de medidas positivas Governo do Estado de SP anuncia Programa Sorria Mais São Paulo em 350 cidades, inserção de CDs em hospitais e isenção do ICMS a insumos de próteses dentárias e implantes.

Págs. 13 e 17



J A B O Jornal da Associação Brasileira de Odontologia

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Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Parceria Colgate-ABO Nacional

ESPECIAL SAÚDE BUCAL

Disciplina Telemedicina Fmusp

Em cinco reportagens especiais, o JABO enfoca as relações da saúde bucal com aspectos preventivos, com doenças que colocam em risco os pacientes, e uso de tecnologia. Veja nesta edição:

Aliança para um Futuro Livre de Cárie ganha Capítulo Brasil

Teleodontologia permite que ensino, pesquisa e profissão ganhem novas possibilidades

Foi assinado em São Paulo documento em que autoridades brasileiras e mundiais se comprometem com metas para erradicar a doença cárie entre a população, considerada como questão de saúde pública. Marcelo Bönecker (Fousp) é o presidente da Aliança no Brasil.

Pág. 9

Pág. 12 Lucila Pereira - ABO/PA

Brasil investe R$ 40,7 milhões no Programa Saúde Bucal Indígena Pág. 10

Adoçantes e saúde bucal, uma composição que vai além do risco de cárie Pág. 11 Consumo de bebidas alcoólicas em excesso traz prejuízos à saúde bucal, incluindo câncer Pág. 18

HIV e Odontologia: atitude do CD é preponderante para o tratamento Pág. 24

ABO realiza Assembleia Geral Extraordinária em São Paulo Pág. 5

Bom para o CD, ótimo para a população

Calendário Oficial de Congressos ABO 2012 Calendário Oficial de Congressos 2012

Prevenção ganha reforço de unidades móveis no País Págs. 21 e 23

MARÇO ABO Distrito Federal

MAIO ABO Ceará

JUNHO ABO Espírito Santo

AGOSTO ABO Rio Grande do Norte

SETEMBRO ABO Mato Grosso do Sul

NOVEMBRO ABO Santa Catarina

14° Congresso Internacional de Odontologia do Distrito Federal 21 a 24 de março Brasília (DF) Informações: abodf@abo-df.org.br www.abo-df.org.br

4° Congresso Internacional de Odontologia 23 a 26 de maio Fortaleza (CE) Informações: abo@abo-ce.org.br www.abo-ce.org.br

13° Congresso de Odontologia do Espirito Santo 28 a 30 de junho Vitória (ES) Informações: aboes@veloxmail.com.br www.aboes.org.br

12º Congresso de Odontologia do RN 23 a 26 de agosto Natal (RN) Informações: aborn@aborn.org.br www.aborn.org.br

3º Congresso Intenacional de Odontologia do Mato Grosso do Sul 18 a 21 de setembro Campo Grande (MS) Informações: aboms@terra.com.br www.aboms.org.br

5° Congresso Internacional de Odontologia de Santa Catarina 22 a 26 de novembro Florianópolis (SC) Informações: abosc@abosc.com.br www.abosc.com.br

Abril ABO Pernambuco

JUNHO ABO Amazonas

JULHO ABO Rio Grande do Sul

SETEMBRO ABO Alagoas

OUTUBRO ABO Bahia

21° Congresso Pernambucano de Odontologia 12 a 15 de abril Recife (PE) Informações: scdp@abo-pe.org www.abo-pe.org

Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia 27 a 30 de junho Manaus (AM) Informações: abo_am@vivax.com.br

19° Congresso Odontológico Riograndense 11 a 15 de julho Porto Alegre (RS) Informações: abo@abors.org.br www.abors.org.br

Congresso Alagoano de Odontologia 6 a 8 de setembro Maceió (AL) Informações: abo@aboal.org.br www.aboal.org.br

16° Congresso de Odontologia da Bahia 27 a 30 de outubro Salvador (BA) Informações: abo-ba@abo-ba.org.br

Págs. 6, 7 e 8

www.abo-ba.org.br

Clique ABO Informações: www.abo.org.br

Odontologia é alvo de medidas positivas Governo do Estado de SP anuncia Programa Sorria Mais São Paulo em 350 cidades, inserção de CDs em hospitais e isenção do ICMS a insumos de próteses dentárias e implantes.

Págs. 13 e 17




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JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Associação Brasileira de Odontologia

EDITORIAL

Revoluções em diversas frentes

Diretoria Nacional Conselho Executivo Nacional (CEN) Presidente: Newton Miranda de Carvalho (MG) Secretário-geral: Marco Aurélio Blaz Vasques (RO) Tesoureiro-geral: Carlos Augusto Jayme Machado (MG)

H

á pouco menos de 10 anos, com o surgimento do Brasil Sorridente, o Estado brasileiro começou a sanar uma dívida histórica com a saúde bucal de sua população. Desde então, milhões de brasileiros passaram a ter acesso a cuidados odontológicos que tiraram o País da condição de “nação de desdentados” e, recentemente, nos colocaram entre os países com baixa incidência de cárie. A ABO participa dessa revolução e comemora suas conquistas, resultado especialmente do trabalho do profissional que a entidade representa, o cirurgião-dentista brasileiro. Mas outras revoluções estão em curso - e, mais uma vez, a ABO se coloca à frente desses avanços, promovendo-os e trazendo a público suas histórias de sucesso. Somos um país de proporções continentais e de problemas igualmente grandes, e com a cárie não é diferente. Avançamos muito, mas precisamos trabalhar de forma ainda mais aguerrida para alcançar as famílias brasileiras que, a despeito dos progressos das políticas públicas de saúde bucal, continuam sofrendo com a doença. Para concentrar esforços na resolução definitiva desse problema ancestral, a ABO se uniu à Colgate-Palmolive no lançamento do Capítulo Brasil da Aliança para um Futuro Livre de Cárie. Através dessa iniciativa global, já em curso no México, na Colômbia, na Venezuela e em outros países da América Latina, vamos erradicar a cárie no Brasil até 2026. Mas a promoção da saúde bucal é uma batalha que precisa ser travada em diversas frentes, e é com alegria e gratificação que acompanhamos experiências de fortalecimento do cuidado odontológico se espalhando por todo o território nacional, capitaneadas pela iniciativa privada, pela sociedade civil organizada e pelo poder público. Em viagem oficial a São Paulo no último mês de janeiro, a Presidência da ABO acompanhou o governador do Estado, Geraldo Alckmin, anunciar em primeira mão a expansão do programa estadual de Odontologia hospitalar na rede pública, levando para 350 municípios o Programa Sorria Mais São Paulo e ampliando as equipes de saúde bucal. A atenção à saúde bucal em São Paulo também contemplou a ampliação da fluoretação das águas de abastecimento do Estado e incentivos fiscais para o setor odontológico, isentando-se insumos de próteses dentárias e implantes do pagamento de ICMS - medidas amplamente defendidas pela ABO em todo o Brasil. A aquisição massiva de próteses é parte dos novos desafios da Odontologia pública, e outro importante passo foi dado rumo a esse ideal: o governo federal liberou mais R$ 13,8 milhões para esse fim, beneficiando 144 municípios. Estas e outras conquistas são detalhadas nas páginas desta edição do JABO. Assim também como o pagamento de outra grande dívida histórica do País: o atraso da atenção à saúde da população indígena. Na última década, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas alcançaram importantes resultados no que tange à saúde bucal, com crescimento de mais de 300% na oferta de itens de higiene. Nesta edição, temos a alegria de anunciar a criação de um verdadeiro marco histórico na atenção odontológica a essa população que faz parte das fundações da cultura e da identidade brasileira: o Brasil Sorridente Indígena. Mas ao mesmo tempo em que grandes revoluções acontecem na promoção da saúde bucal da população brasileira, em toda a sua diversidade, pequenas e silenciosas mudanças se desenrolam numa frente de trabalho mais discreta, mas não menos importante: o consultório odontológico, no dia a dia do cirurgião-dentista e na maneira como o profissional percebe e trata seu paciente. Para esse guerreiro cotidiano da Odontologia o JABO traz uma série de informações tão interdisciplinares quanto deve ser sua atuação. Neste JABO, o clínico pode se informar sobre como orientar seu paciente em diversas situações, envolvendo hábitos tão prosaicos quanto o consumo indiscriminado de adoçante e álcool, questões delicadas como o tratamento de portadores de HIV ou avanços como a Teleodontologia. Boa leitura! Newton Miranda de Carvalho Presidente da ABO Nacional

J A B O

E X P E D I E N T E JABO é uma publicação bimestral da Associação Brasileira de Odontologia, de circulação nacional. Produção/edição: Edita Comunicação Integrada. Al. Santos, 1398 - 8º and. conj. 87. Telefax (+11) 3253.6485 e (+11) 3284.1348. CEP 01418-100 - São Paulo - SP - Brasil. E-mail: edita@editabr.com. br Diretores: Joaquim R. Lourenço e Zaíra Barros. Editora: Zaíra Barros (MTb: 8989); editor assistente: Diego Freire (MTb: 49.614); repórter: Antonio Júnior (MTb:56.580);diagramação/ artes: Edita/Rafael Aguiar; fotos: Edita/David de Barros/fotoabout. Publicidade: abo@abo.org.br; GSenne - Tel.: (+11)4368.5678, e-mail: gsenne@gsenne.com.br; MN Design - Tel.:(+11) 2975.3916, e-mail: mncomunicacao@uol.com.br ; Ponto 4 Propaganda Ltda. Tel. (+11) 3816.0328; e-mail ponto4@ponto4.com.br. Impressão: Darthy Gráfica.Tiragem: 100.000 exemplares. Distribuição gratuita. Circulação nos meses de em fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.

A ABO não se responsabiliza pelos serviços e produtos das empresas que anunciam no JABO, as quais estão sujeitas às normas de mercado e do Código de Defesa do Consumidor. Artigos assinados ou conceitos emitidos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitida a reprodução de textos do jornal desde que citada a fonte.

Suplentes: Dilto Crouzeiles Nunes (RS)/ Paulo Murilo Oliveira da Fontoura Jr.(RJ)/ Lucila Janeth Esteves Pereira (PA)/ Júlio Medeiros Barros Fortes (PI) Conselho Fiscal Nacional Efetivos: José Silvestre (SP)/ José Barbosa Porto (CE)/ Alberto Tadeu do Nascimento Borges (AM)

Registrada no Conselho Nacional do Serviço Social (nº 110.006/54), em 12 de janeiro de 1955. Filiada à FDI e à Fola/Oral. Sede Administrativa: Rua Vergueiro, 3153 conjs.82 e 83 - CEP 04101-300 - São Paulo - SP Telefax: (+11) 5083.4000. E-mail: abo@abo.org.br - Site: www.abo.org.br Suplentes: Patrícia Meira Bento (PB)/ Luiz Gonçalves Melo (PE) Vice-presidentes Regionais Norte: Luiz Fernando Varrone (TO) Nordeste: Tiago Gusmão Muritiba (AL) Sudeste: Osmir Luiz Oliveira (MG) Sul: Nádia Maria Fava (SC) Centro-oeste: Jander Ruela Pereira (MT) UniABO Coordenador: Sérgio de Freitas Pedrosa (DF) Vice-coordenador: Egas Moniz de Aragão (PR) Secretária: Nádia Maria Faca (SC)

Diretor do Departamento de Avaliação de Produtos Odontológicos (Dapo) Oscar Barreiros de Carvalho Jr. (SP) Diretor científico da Revista ABO Nacional Fernando Luiz Tavares Vieira (PE) Conselho Nacional de Saúde (CNS) Efetivo: Geraldo Vasconcelos (PE) Assmbleia Geral: Presidente: Luiz Fernando Varrone (TO)

ABO nos Estados ABO/Acre Pres. Stanley Sandro da Silva Mendes R. Marechal Deodoro, 837, s.4 69900-210 - Rio Branco - AC Telefax(+68) 3224.0822 abo.acre@hotmail.com ABO/Alagoas Pres. Tiago Gusmão Muritiba Av.Roberto M. de Brito, s/n.-Jatiuca 57037-240 Maceió - AL Telefax(+82) 3235.1008 abo@aboal.org.br www.aboal.org.br ABO/Amapá Pres. Daiz da Silva Nunes Rua Dr.Marcelo Cândia, 635 CP 635 68906-510 - Macapá - AP Tel. (+96) 3244.0202/Fax 3242.9300 abo-ap@oi.com.br www.abo-ap.org.br ABO/Amazonas Pres. Alberto Tadeu do N. Borges Rua Maceió, 863 69057-010 - Manaus - AM Tel.(+92) 3584.5535/3584.6066 abo_am@vivax.com.br ABO/Bahia Pres. Antístenes Albernaz Alves Neto R.Altino Serbeto Barros, 138 41825-010 - Salvador - BA Tel.(+71) 2203.4066/ Fax 2203.4069 abo-ba@abo-ba.org.br www.abo-ba.org.br ABO/Ceará Pres. José Barbosa Porto R. Gonçalves Lêdo, 1630 60110-261 - Fortaleza - CE Tel.(+85) 3311.6666/Fax 3311.6650 abo@abo-ce.org.br www.abo-ce.org.br ABO/Distrito Federal Pres. Hamilton de Souza Melo SGAS 616 - lote 115-L/2 Sul 70200-760 - Brasília - DF Tel.(+61) 3445.4800/Fax 3445.4848 abodf@abo-df.org.br www.abo-df.org.br ABO/Espírito Santo Pres. Armelindo Roldi R. Henrique Rato, 40 - Fátima 29160-812 - Vitória - ES Telefax(+27) 3337.8010 aboes@veloxmail.com.br www.aboes.org.br ABO/Goiás Pres. Rafael de Almeida Decúrcio Av.Itália, 1184 74325-110 - Goiânia - GO Tel.(+62) 3236.3100/Fax 3236.3126 abo@abo-go.org.br www.abo-go.com.br

ABO/Maranhão Pres.Marvio Martins Dias Av. Ana Jansen,73 65051-900 - São Luiz - MA Tel. (+98) 3227.1719/Fax 3227.0834 aboma4@hotmail.com www.abo-ma.com.br

ABO/Rio de Janeiro Pres. Paulo Murilo O. da Fontoura Rua Barão de Sertório,75 20261-050 - Rio de Janeiro - RJ Tel.(+21)2504.0002 /Fax 2504.3859 aborj@aborj.org.br www.aborj.org.br

ABO/Mato Grosso Pres. Luciano Castelo Moraes Rua Padre Remeter, 170 78008-150 - Cuiabá - MT Telefax(+65) 3623.9897 assbo_mt@terra.com.br www.abomt.com.br

ABO/Rio Grande do Norte Pres. Pedro Alzair Pereira da Costa Rua Felipe Camarão, 514 59025-200 - Natal - RN Tel.:(+84) 3222.3812/Fax: 3201.9441 aborn@aborn.org.br/www.aborn.org.br

ABO/Mato Grosso do Sul Pres. Paulo Cezar R. Ogeda Rua da Liberdade, 836 79004-150 Campo Grande - MS Telefax (+67)3383.3842 aboms@terra.com.br www.aboms.org.br ABO/Minas Gerais Pres. Lívio de Barros Silveira Rua Tenente Renato César, 106 30380-110 - B.Horizonte - MG Tel. (+31) 3298.1800/Fax 3298.1838 abomg@abomg.org.br www.abomg.org.br ABO/Pará Pres. Lucila Janeth Esteves Pereira Rua Marquês de Herval, 2298 66080-350 - Belém - PA Tel. (+91) 3277.3212/Fax 3276.0500 abo@abopa.org.br www.abopa.org.br ABO/Paraíba Pres. Patrícia Meira Bueno Av. Rui Barbosa,38 58040-490 - João Pessoa - PB Telefax(+83) 3224.7100 abopb@hotmail.com www.abopb.org.br ABO/Paraná Pres. Celso Russo Rua Dias da Rocha Filho, 625 80040-050 - Curitiba - PR Tel.(+41)3028.5800/Fax 3028.5824 abo@abopr.org.br www.abopr.org.br ABO/Pernambuco Pres. Luiz Gonçalves de Melo Rua Dois Irmãos, 165 52071-440 - Recife - PE Tel.(+81) 3442.8141 scdp@abo-pe.org www.abo-pe.org ABO/Piauí Pres. Júlio Medeiros Barros Fortes Rua Dr. Arêa Leão, 545 - SUL 64001-310 - Teresina - PI Tel.(+86) 3221.9374 abopi@uol.com.br www.abopi.org.br

ABO/Rio Grande do Sul Pres. Flávio Augusto Marsiaj Oliveira Rua Furriel L. A. Vargas, 134 90470-130 - Porto Alegre - RS Tel.:(+51) 3330.8866/Fax: 3330.6 932 abo@abors.org.br www.abors.org.br ABO/Rondônia Pres. Antonio Carlos Politano Rua D.Pedro II, 1407 78901-150 - Porto Velho - RO Tel.: (+69) 3221.5655/Fax: 3221.6197 abo-ro@enter-net.com.br www.abo-ro.com ABO/Roraima Pres. Galbânia Policarpo de Sá Rua D.Pedro II, 1407 69301-130 - Boa Vista - RR Tel. (+95) 3224.0897/ Fax 3224.3795 abo-rr@click21.com.br ABO/Santa Catarina Pres. Murilo Ferreira Lima Rua Dom Pedro I, 224 - Capoeira 88090-830 - Florianópolis- SC Telefax (+48) 3248.7101 abosc@abosc.com.br www.abosc.com.br ABO/São Paulo Pres. José Silvestre Rua Dr. Olavo Egídio, 154 - Santana 02037-000 - São Paulo - SP Tel.: (+11) 2950.3332/Fax: 2950.1932 abo@abosp.org.br www.abosp.org.br ABO/Sergipe Pres. Luciano Pacheco de Almeida Av. Gonçalo Prado Rollemberg, 404 49015-230 - Aracajú - SE Tel: (+79) 3211.2177 Fax: 3214.4640 abo-se@infonet.com.br www.abo-se.org.br ABO/Tocantins Pres. Luiz Fernando Varrone Av.LO15 602 Sul-Conj. 02 Lote 02 70105-020 - Palmas - TO Tel.: (+63) 3214.2 246/Fax: 3214.1659 abotocantins@gmail.com www.abo-to.org.br

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ABO

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Lucila Pereira - ABO/PA

ABO realiza Assembleia Geral Extraordinária em São Paulo

A AGE teve presença expressiva de delegados de ABOs de todo o País. A feira de exposições do Ciosp contou com estande da ABO

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tendendo convocação de seu Conselho Executivo Nacional, a ABO realizou Assembleia Geral Extraordinária, dia 28 de janeiro, na cidade de São Paulo. Na ocasião, presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho, apresentou relatório anual das atividades da entidade e as metas administrativas para este ano. Entre as medidas adotadas e considerando a crise econômica mundial e a necessidade de agilizar as ações administrativas nestes períodos, visando centralizar as respostas às indústrias e empresas do setor, diminuir o custeio administrativo, agilizar o fluxo das certificações de produtos e melhorar o acompanhamento das ações administrativas como um todo, foi comunicado à Assembleia Geral a centralização de todas as ações administrativas na sede da ABO em São Paulo. Foi decidido ainda a proposição de criação de uma comissão para fazer uma análise do Estatuto da ABO, a ser implementada a partir de abril deste ano. O presidente da ABO informou também à AGE que a entidade continua parceira da FDI e pretende trazer outros congressos internacionais ao Brasil. Ele considerou a reunião bastante produtiva e afirmou estar confiante que 2012 será um ano de muito sucesso para a Odontologia brasileira, pois é visível a recuperação do setor e concluiu que “quando o cirurgião-dentista brasileiro está bem, a ABO está bem.”

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CONGRESSOS

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JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

CIODF abre Calendário Oficial de Congressos da ABO em 2012 Com o tema Política de Saúde Bucal como Instrumento de Valorização Profissional e Qualidade de Vida, evento reunirá profissionais do Brasil e do exterior

O

1 4º Congresso Internacional de Odontologia do Distrito Federal abrirá o Calendário Oficial de Congressos da ABO Nacional no mês de março. O evento acontece nos dias 21, 22, 23 e 24, na capital federal, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O tema principal será Política de Saúde Bucal como Instrumento de Valorização Profissional e Qualidade de Vida e contará ainda com outros assuntos atuais relacionados à Odontologia. A abertura terá palestra do escritor Roberto Shinyashiki e uma palestra-show com o maestro João Carlos Martins. Haverá ainda o sorteio de um carro 0 km. Todas as especialidades da Odontologia serão abordadas durante os quatro dias do congresso. Para isso, profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente de cada área apresentarão novos materiais, novas tecnologias e pesquisas atuais. Entre os nomes internacionais que já confirmaram presença estão Ramon Del Castillo Salmeron, da Espanha, que falará sobre Disfunção Craniomandibular e Dor Orofacial; Álvaro Heller, do Uruguai, que abordará o tema Procurando os Segredos da Alquimia em Odontologia; Edwina Kidd, da Inglaterra, que tratará de As implicações de Novos Paradigmas de Cárie Dental, Quando é Necessário Obturar?, e Quantos Tecidos Cariosos Devemos Remover para uma Obturação?; Andy Wolf, de Israel, discutirá Saliva: uma Abordagem de suas Implicações para a Saúde Bucal

e Sistêmica e os Avanços Biotecnológicos nesse Campo de Pesquisa; Flavio Uribe, dos Estados Unidos, falará sobre Estética e Biomecânica na Dimensão Vertical; e Rita Villena, do Peru, discutirá sobre Odontopediatria. Do Brasil estarão presentes Gilberto Pucca Jr., coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, falando sobre Políticas de Saúde Bucal no Brasil - Papel

do CD Brasileiro no Contexto Social; Everton Nocchi (Clareamento e Resinas Diretas/Indiretas: novos Protocolos para o Dia a Dia); Ivete Sartori (Previsibilidade Estética na Implantodontia); Julio César Bassi (Ionômero de Vidro Encapsulado (RIVA): Protocolo de Uso Passo a Passo); Mario Zuolo (Endodontia como Tecnologia: como Manter Dentes na Cavidade Oral); Aline Ursula

Fernandes (Reabilitação Protética de Defeitos Maxilofaciais); Paulo Capel Narvai (Papel do Dentista Brasileiro no Contexto Social); José Luiz Peixoto (DTM); Marcio Almeida (Ortodontia Clínica e Biomecânica: Como Otimizar os Resultados Clínicos) e Cristina Cavalari, Gustavo Fernandes e Rivadavio Amorim (Oncologia no Contexto Médico Odontológico). Também já confirmaram presença Henrique Bassi (Quais as Características de um Bom Preparo Cavitário?); Raphael Monte Alto (Reabilitação Estética Anterior: do Clareamento às Coroas em Cerâmica Pura); Evaldo Arruda (Prevenção contra Demandas Judiciais na Odontologia); Silvio Issao (Procedimentos Restauradores na Clínica Odontopediátrica); Adriana Jesus Soares (Simpósio sobre Revascularização Pulpar); André Mallmann (Buscando a Excelência Estética com Simplicidade); André Mallmann (Buscando a Excelência Estética com Simplicidade); Gustavo Petrilli (Reabilitação das Maxilas Atróficas com Implantes Zigomáticos), Hermes Pretel (Laser: Conhecendo a Odontologia do Século XXI); Carlos Bergamasco (Implantes Cone Morse: Como Planejar o Espaço Biológico e o Componente Protético Adequado para a Manutenção da Crista Óssea e Estabilidade dos Tecidos Moles a Longo Prazo?), entre outros. Serão quatro dias com cursos, conferências, workshops e uma grande feira comercial, aberta ao público, que contará com as principais marcas do mercado odontológico.

Inscrições As inscrições podem ser feitas no site

www.ciodf.com.br.

Trabalhos científicos Um dos destaques do 14° Congresso Internacional de Odontologia será o espaço destinado à apresentação de estudos e pesquisas de profissionais, pesquisadores e acadêmicos da Odontologia, onde poderão apresentar e discutir estudos das diversas especialidades da área. Serão apresentados trabalhos de pesquisa, extensão, monografias, palestras, mesas redondas e mini-cursos. A intenção é colocar em discussão o que está sendo produzido no meio acadêmico. Paralelo ao CIODF acontecerá ainda o 4° Congresso Nacional de Odontologia Militar.


JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

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CONGRESSOS

Corig define temas para evento

C

Especialistas de todo o Brasil, entre eles Carlos Eduardo Francischone, já confirmaram presença como palestrantes no evento que acontece em julho, em Porto Alegre

om o tema Odontologia para Todos, o 19° Congresso Odontológico Rio-Grandense (Corig), que acontece de 11 a 14 de julho, no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Porto Alegre, já está com parte da sua programação fechada. No site do congresso já é possível conferir entrevistas com alguns especialistas que garantiram presença no evento e que irão ministrar cursos. Para mais informações, acesse www.corig.com.br. Entre os temas já definidos no Corig estão: Odontologia Cosmética: Laminados. Lentes de Contato

ABO/PA discute saúde bucal da região Norte Com o tema Um Olhar Diferenciado para a Saúde Bucal do Norte, a ABO/PA realizou, no final do ano passado, a X Jornada de Saúde Bucal da Amazônia, que reuniu cirurgiões-dentistas da região para atualização profissional e troca de experiências. A intenção do evento era produzir uma interação de práticas odontológicas de diversas especialidades como ferramenta de gestão e instrumento de avaliação. Para a presidente da ABO/PA, Lucila Pereira, o tema do evento retratou uma realidade brasileira. “Os problemas de saúde bucal entre os brasileiros podem ter características biológicas muito semelhantes, mas quando se avalia os outros determinantes, verifica-se o quão distante é a sua percepção do todo, da pluralidade desses determinantes e da complexidade de se dar respostas adequadas ao conjunto dos problemas”. Conforme a pesquisa do Ministério da Saúde, a região amazônica teve seu índice de CPO de 3,1 dentes atacados pela cárie aos 12 anos de idade elevado para 3,2. “Obteve-se nos últimos anos uma importante melhoria da condição de saúde bucal no País, mas, lamentavelmente, ainda não podemos comemorar muito, principalmente na região Norte, que foi a única região brasileira que não melhorou as condições relativas em relação à cárie dentária de sua população”, explicou. Assim, com o tema Um Olhar Diferenciado para a Saúde Bucal do Norte, a ABO/PA alerta para a necessidade de um foco que faça um planejamento com criatividade, trace uma estratégia com procedimentos adequados e de fácil execução que visem à motivação para a promoção da Educação em Saúde Bucal. “Queremos métodos eficazes de prevenção e controle das doenças prevalentes na cavidade bucal em todos os níveis de atenção no serviço público e privado para gerar qualidade de vida e inclusão social”, disse a presidente do evento, Alda Costa. Para ela, considerando suas características especiais, a região Norte precisa de uma educação permanente em saúde que possibilite construir espaços coletivos para a reflexão e avaliação de sentido dos atos produzidos no cotidiano.

e Fragmentos (Fábio Fuji e Murilo Calgari); Odontologia Hospitalar: uma Abordagem Diferenciada da Prática Odontológica Junto das Equipes Multidisciplinares dos Hospitais (Paulo Santos); Terapêutica em Odontologia (José Carlos Bertotto e Maria Beatriz Ferreira); Interpretação em Imagiologia: o Que Você Precisa Saber (Márcia Bruker, Maria Ivete, Helena Wilhelm de Oliveira e Aline Morosolli); Simplificando o Tratamento Endodôntico com novas Tecnologias (Mario Luiz Zuolo); Aplicações dos Exames com Fov Grande (Cláudia Coscarelli); Aplicações dos Exames com

Fov Pequeno (Ricardo Urzua); Critérios de Indicação (Vânia Fontanella); e Estratégias de Diagnóstico e Tratamento da Halitose (Cassiano Rössing). Também serão discutidos O Contexto Atual da Ancoragem Esquelética (Eduardo Martinelli de Lima); Diagnóstico e Plano de Tratamento em Casos com Necessidade de Ancoragem Esquelética ( Carlos Alberto Tavares); Demonstração Clínica do Posicionamento de Mini-implantes e Miniplacas (Guilherme Fritscher); Pinos de Fibra de Vidro (Edson Mesquita); Tratamento com o Uso de Aparelhos Extraorais e

Elásticos Intermaxilares e Oclusão Normal e Finalização do Tratamento Ortodôntico (Antonio Carlos de Oliveira Ruellas); Tratamento Ortodôntico e Ortopédico em Casos Assimétricos (Guilherme Janson); Tratamento das Más Oclusões em Idade Infantil (Tatiana Gonçalves); Disfunções Temporomandibulares Esclarecendo a Confusão (Reynaldo Leite Martins Júnior); Terapias Esté-

ticas em Osseointegração: Técnicas e Fatores para Otimização (Carlos Eduardo Francischone); Áreas de Trabalho em Odontogeriatria (Luiz Fernando Brunetti Montenegro); e Ionômero de Vidro: Mitos, Verdades e suas Aplicações Clínicas (Júlio César Bassi). Mais informações: www.corig.com.br


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CONGRESSOS

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Congresso marca 90 anos da ABO/PE Odontologia e Qualidade de Vida será o tema do evento. Cursos, conferências, simpósios e apresentação de trabalhos científicos estão na programação

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21° Congresso Pernambucano de Odontologia (Copeo), que acontece de 12 a 15 de abril, será em clima de comemoração: este ano, a ABO/ PE completa 90 anos de existência. Para isso, profissionais e acadêmicos estarão reunidos em Pernambuco para discutir o que há de mais atual na Odontologia e festejar as nove décadas de contribuições para a boa saúde bucal da população pernambucana e brasileira. O congresso acontece no Centro de Convenções de Pernambuco, em Recife. As inscrições podem ser feitas no site www.copeo.com.br. O tema escolhido para o congresso é Odontologia e Qualidade de Vida, cuja intenção é refletir sobre as relações de vida e como o profissional da área pode fazer para melhorar o mundo através do exercício da profissão. A programação inclui cursos, conferências, sim-

pósios e apresentação de trabalhos científicos revelando o que está acontecendo no cenário científico da Odontologia de todo o Brasil. Paralelo ao evento haverá ainda o 16° Congresso Norte-Nordeste de Odontologia; o 9° Congresso de Odontologia Militar; o 6° Encontro de Técnicos em Prótese Dentária de Pernambuco; a 4ª Mostra de Saúde Bucal Coletiva; o 3° Encontro de Ex-alunos de Odontopediatria e a 2ª Mostra de Anatomia Aplicada. Temas A programação do Copeo incluirá cursos sobre vários temas da Odontologia e, para isso, grandes profissionais de todo o Brasil estarão presentes compartilhando seus conhecimentos. Entre os temas que serão abordados estão Ortodontia, com Ary dos Santos Pinto, de São Paulo; Odontologia Estética: Desafios Clínicos, com

Informações e inscrições: www.copeo.com.br

Guilherme Carpena Lopes, do Paraná; Recontorno Cosmético do Sorriso: do Clareamento à Reconstrução Dental, com Ronaldo Hirata, do Paraná; Clínica Ampliada, com Carlos Botazzo, de São Paulo; e Sistema Prodesign S – Uma Nova Proposta, com Henrique Bassi, de Minas Gerais. Também serão abordados Do Tratamento ao Retratamento: Novos Conceitos em Endodontia, com Carlos Eduardo da Silveira Bueno, de São Paulo; DTM para Clínico e para Mim: Tratar ou Indicar, com Ricardo Tanus, de São Paulo; Fundamentos da Epidemiologia, da Informática e da Gestão em Odontologia do Trabalho: Questões Práticas do Dia a Dia Profissional, com Luiz Eugênio Nigro Mazzilli, de São Paulo; Oclusão em Prótese sobre Implantes, com Eduardo Myiashita, de São Paulo; Planejamento Estético, Restaurações Diretas e Laminados Cerâmicos – Indicações, Estratégias e Técnicas Simplificadas, com Paula Mathias, da Bahia; Diagnóstico e Tratamento Odontológico de Pacientes Porta-

dores de Insuficiência Hepática e Transplantado Hepático, com Fabrício Bitu, do Ceará. Outros temas que também estão em pauta durante os quatro dias do Copeo são Reabilitação Estética Anterior: das Resinas às Restaurações Metal-free – Indicações, Planejamentos e Execuções, com José Carlos Garófalo, de São Paulo; Implante, com André Zétola, do Paraná; Paradigmas Atuais da Abordagem Clínica Periodontal, com Cassiano Rösing, do Rio Grande do Sul; Atualização em Biossegurança e Controle de Infecção Odontológica, com Lusiane Borges, de São Paulo; Odontopediatria na Primeira Infância: Abordagem Essencial para a Qualidade de Vida do Ser Humano, com Maria Salete Nahás, de São

Paulo; Reabilitações Estéticas com Implantes: do Unitário à Reabilitação Total, com Alfredo Mikail Melo Mesquita, de São Paulo; e Planejamento Clínico e Laboratorial nas Reabilitações Orais, com Dario Adolfi, de São Paulo. Feira Uma ampla feira comercial está sendo planejada apresentando novas tecnologias para a prática clínica e profissional dos profissionais da Odontologia. Para isso, grandes empresas já garantiram seus espaços, como Colgate, Ultradent, Maximu’s, Conexão, 3M, Dabi Atlante, Olsen, Dental Sorriso, SIN Implantes, Dental Padrão, Dental Sorriso, Dentsclear, Dental Press, Angelus, Bitufo, Ortodental, entre outras.

Calendário Oficial de Congressos 2012 MARÇO ABO Distrito Federal

MAIO ABO Ceará

JUNHO ABO Espírito Santo

AGOSTO ABO Rio Grande do Norte

SETEMBRO ABO Mato Grosso do Sul

NOVEMBRO ABO Santa Catarina

14° Congresso Internacional de Odontologia do Distrito Federal 21 a 24 de março Brasília (DF) Informações: abodf@abo-df.org.br www.abo-df.org.br

4° Congresso Internacional de Odontologia 23 a 26 de maio Fortaleza (CE) Informações: abo@abo-ce.org.br www.abo-ce.org.br

13° Congresso de Odontologia do Espirito Santo 28 a 30 de junho Vitória (ES) Informações: aboes@veloxmail.com.br www.aboes.org.br

12º Congresso de Odontologia do RN 23 a 26 de agosto Natal (RN) Informações: aborn@aborn.org.br www.aborn.org.br

3º Congresso Intenacional de Odontologia do Mato Grosso do Sul 18 a 21 de setembro Campo Grande (MS) Informações: aboms@terra.com.br www.aboms.org.br

5° Congresso Internacional de Odontologia de Santa Catarina 22 a 26 de novembro Florianópolis (SC) Informações: abosc@abosc.com.br www.abosc.com.br

Abril ABO Pernambuco

JUNHO ABO Amazonas

JULHO ABO Rio Grande do Sul

SETEMBRO ABO Alagoas

OUTUBRO ABO Bahia

21° Congresso Pernambucano de Odontologia 12 a 15 de abril Recife (PE) Informações: scdp@abo-pe.org www.abo-pe.org

Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia 27 a 30 de junho Manaus (AM) Informações: abo_am@vivax.com.br

19° Congresso Odontológico Riograndense 11 a 15 de julho Porto Alegre (RS) Informações: abo@abors.org.br www.abors.org.br

Congresso Alagoano de Odontologia 6 a 8 de setembro Maceió (AL) Informações: abo@aboal.org.br www.aboal.org.br

16° Congresso de Odontologia da Bahia 27 a 30 de outubro Salvador (BA) Informações: abo-ba@abo-ba.org.br www.abo-ba.org.br

Clique ABO Informações: www.abo.org.br


JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

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TECNOLOGIA

Teleodontologia: ensino, pesquisa e profissão renovados Acompanhando as mudanças inerentes às modernas tecnologias de informação e comunicação, a Odontologia ganha muitas novas possibilidades Antonela Tescarollo

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prefixo “tele” está associado à ideia de “distância”, “afastamento”. Ele se juntou à Odontologia à medida que foi crescendo o uso da internet e das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs), atendendo à uma demanda natural e cada vez mais urgente. Assim, surgiu a Teleodontologia, trazendo grandes mudanças e alinhando esta área da saúde a um novo contexto. Com ela, o elemento “distância”, tanto de espaço quanto de tempo, foi acrescentado ao ensino, pesquisa, atualização profissional e até mesmo ao atendimento e assistência em Odontologia, ampliando, diversificando e aperfeiçoando as formas de realizá-los. Na prática, a Teleodontologia acontece numa aula ou procedimento em vídeo disponível on-line; um caso clínico debatido com especialistas via videoconferência; uma palestra transmitida ao vivo via satélite, uma rede social em que alunos, pesquisadores ou profissionais tiram dúvidas ou discutem certo tema; um curso a distância a partir de uma plataforma de ensino on-line, uma animação digital para mostrar o funcionamento de certa estrutura, entre muitas outras possibilidades de produção e compartilhamento de informações e conteúdos. Na universidade, o conceito e também o termo Teleodontologia já vem sendo bem incorporado às atividades curriculares e de extensão de muitas instituições. Na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FO-USP), por exemplo, foi criado em 2007 o Núcleo de Teleodontologia. A ideia veio de um convite da docente Ana Estela Haddad, que, na época, coordenava a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério

Disciplina Telemedicina Fmusp

Ana Estela

Imagens tridimensionais do Projeto Homem Virtual

Mary Caroline

Rosângela Chao

da Saúde, órgão responsável pela implantação do projeto piloto do Programa Telessaúde Brasil, com o qual a faculdade passou a colaborar. Em dezembro de 2011, Ana Estela tornou-se a primeira livre docente em Teleodontologia do País (veja mais sobre o programa em “Mais saúde bucal na atenção primária”). “A FO-USP foi convidada pelo projeto por já ter uma experiência em teleducação, com suporte remoto a disciplinas presenciais, com bons resultados”, conta a primeira professora doutora do Núcleo de Teleodontologia, Mary Caroline Skelton Macedo, pós-doutorado em Teleodontologia pela Faculdade de Medicina da USP.

A incorporação na prática Ela conta que, para os alunos da graduação, o núcleo oferece o conhecimentos das novas tecnologias de informação e comunicação sempre aplicadas com o objetivo de qualificar a ação assistencial do cirurgião-dentista inserido nos mais diversos contextos, mas com foco na atenção primária. Também é oferecida a disciplina de Teleodontologia como optativa na pós-graduação e, segundo Mary Caroline, neste último semestre, todas as vagas foram preenchidas. “Os alunos foram estimulados a apresentar projetos inovadores nas disciplinas de origem que envolvessem esses novos recursos. O resultado foi projetos de altíssimo nível didático-pedagógicos, envolvendo preocupações reais com a aprendizagem e a possibilidade de se formar profissionais cada vez melhores.” Assim como outras instituições vêm fazendo, a faculdade, através do Núcleo de Teleodontologia, também tem ampliado sua atuação na modalidade de ensino a distância (EaD). O primeiro curso nesta área foi um de extensão voltado justamente à capacitação de professores para atuar no EaD. Estes cursos têm sido estrutu-

Mais saúde bucal na atenção primária A maior integração multiprofissional e multidisciplinar que a Telessaúde possibilita também pode ser empregada, com muitos benefícios, na atenção primária em saúde – acabando com a ideia de associar esta área apenas à tecnologia de ponta e alto custo. E o melhor exemplo disso é o Programa Telessaúde Brasil, do Ministério da Saúde, que também disponibiliza conteúdos e coloca em contato profissionais da Odontologia. O objetivo do programa é desenvolver ações de apoio à assistência à saúde e, principalmente, de educação permanente dos profissionais que atuam dentro da estratégia Saúde da Família, visando a melhoria do atendimento da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). A estratégia é integrar as Unidades Básicas de Saúde das diversas regiões do País com centros universitários de referência, para que possam se atualizar e se qualificar profissionalmente. Para acontecer, o programa requer as seguintes ações: l Implantação de infraestrutura de informática de telecomunicação para o desenvolvimento contínuo a distância dos profissionais; l Estruturação de um sistema de consultoria e segunda opinião educacional entre especialistas em Saúde da Família, profissionais da Atenção Primária e instituições de ensino superior. A prioridade é a segunda opinião realizada pelos profissionais mais experientes na área; l Disponibilização de capacitação para o uso das tecnologias de informação e comunicação.

“Dentre as profissões que integram o Programa Saúde da Família, a Odontologia foi a mais recentemente integrada, porém a que mais cresceu na incorporação dos conceitos e número de profissionais. Nesta área, a Teleodontologia tem contribuído muito com a disponibilização de conteúdos e auxílio na tomada de decisão clínica por meio da teleassistência”, diz a professora do Núcleo de Teleodontologia da Faculdade de Odontologia da USP Mary Caroline Skelton Macedo.

rados e realizados on-line na plataforma de ensino Moodle, que é de uso livre e permite a organização dos diferentes conteúdos – vídeos, áudios, textos, imagens -, de acordo com cada programação, a interação entre alunos e professores, a realização de exercícios e avaliações e, ainda, o acesso a qualquer hora e de qualquer lugar. Permitindo isso e mais, a Teleodontologia, na avaliação da professora do Núcleo, veio para renovar e acrescentar ao ensino e à prática da

profissão. “Temos a incumbência de aproximar os conhecimentos de aplicação de tecnologias na educação e abrir espaço para que a ação docente seja valorizada e ampliada, potencializando o contexto da sala de aula e ultrapassando as paredes da escola. Isso envolve a produção de material educacional dinâmico, interativo e multiplataforma, podendo ser acessado de computadores, tablets e celulares, além da oferta facilitada e um corpo docente envolvido e conectado.”

Áreas da saúde integradas A Teleodontologia também possibilita maior integração entre esta área da saúde e as demais, pois pode lançar mão de diversos meios e ferramentas para se fazer relações e entrelaçar conhecimentos. E é isso que a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) faz, por meio da Disciplina de Telemedicina. Chefiada pelo professor Chao Lung Wen, também presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms) e coordenador do Núcleo São Paulo do Programa Telessaúde Brasil, a disciplina desenvolve, em parceria com outras faculdades da USP e outras instituições, projetos que visam à promoção da saúde geral e envolvem a Fonoaudiologia, Nutrição, Enfermagem, Farmácia e também a Odontologia, entre outros. Um exemplo desta integração foi o curso de especialização em Saúde Materno-infantil oferecido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) dentro do programa Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), do Ministério da Saúde. A Telemedicina da FMUSP foi parceira deste curso colaborando com a produção de conteúdos educacionais em vídeo, inclusive em saúde bucal. A cirurgiã-dentista Rosângela Suetugo Chao, membro do Centro de Inovação e Pesquisa em Saúde (Cips), da Disciplina de Telemedicina, conta que os vídeos seguem o formato Como Lidar com Diferentes Olhares, em que profissionais de áreas diferentes debatem certo tema. Alguns dos assuntos abor-

dados foram amamentação, saúde bucal da gestante, uso ou não de anestesia e raio X odontológicos neste período, saúde bucal do bebê, entre outros. “Todo esse conteúdo ficou on-line, na plataforma do curso, que foi híbrido, ou seja, ocorreu a distância, mas também teve encontros e provas presenciais”, conta a CD. A Faculdade de Odontologia da USP e a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da mesma instituição, são também grandes parceiras. Juntas, realizaram trabalhos em amamentação, deglutição, tratamento restaurador atraumático, anestesia e exodontia em Odontopediatria, entre outros. O conteúdo foi traduzido em sequências em vídeo do Homem Virtual, projeto da Disciplina de Telemedicina que desenvolve animações tridimensionais do corpo humano, com o uso de recursos de computação gráfica. “As imagens do Homem Virtual são muito fiéis e mostram em detalhes as estruturas do corpo, suas funções, procedimentos e patologias. Elas facilitam muito o entendimento, sendo um poderoso objeto de aprendizagem”, explica Rosângela. Estas animações podem ser usadas tanto no ensino, na educação continuada, quanto para público leigo, conforme a descrição ou explicação que as acompanha. Mais informações: www.teleodonto.fo.usp.br www.telessaudebrasil.org.br www.cbtms.org.br www.projetohomemvirtual.org.br


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SAÚDE BUCAL

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Brasil investe em saúde bucal indígena O Programa Brasil Sorridente Indígena foi criado com a finalidade de zerar as necessidades odontológicas nas aldeias. Estão sendo investidos R$ 40,7 milhões para a estruturação do programa que beneficiará os índios do Brasil Antonio Jr.

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os últimos anos, o Brasil tem dado passos largos para a melhoria da saúde bucal indígena. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), através do Departamento de Saúde Indígena (Desai), entre 2000 e 2009, importantes progressos foram registrados na organização dos serviços odontológicos e nos atendimentos realizados pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis), com um crescimento médio de 386% na oferta de itens de higiene bucal a essa população. A cobertura de primeira consulta odontológica programática alcançada foi de 18,33% em 2010. Para melhorar ainda mais esses números, o governo federal criou o Brasil Sorridente Indígena, que pretende zerar as necessidades odontológicas nas aldeias. A Funasa investiu bastante na aquisição de materiais de higiene oral com a intenção de fortalecer as atividades de promoção e prevenção da saúde bucal dos índios. A ação coletiva supervisionada alcançou uma cobertura de 58,33% em 2009. Em 2010, dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena indicaram uma cobertura de 70,81%. Houve um crescimento de 63,38% na cobertura da primeira consulta odontológica em 2010. O número de pacientes indígenas com tratamento odontológico básico concluído em relação ao número de pacientes atendidos aumentou 79,9% no período de 2004 a 2010. Esse indicador representa o percentual de pacientes que foram atendidos e estão livres de cárie dental e doença periodontal. Brasil Sorridente Indígena Para dar mais atenção à saúde bucal da população indígena

do Brasil, que hoje é de 817 mil pessoas, segundo dados do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o governo federal criou o Brasil Sorridente Indígena, coordenado pelo Ministério da Saúde e executado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dseis), e que pretende zerar as necessidades odontológicas nas aldeias. Essa é a primeira política nacional elaborada especificamente para tratar da saúde bucal desses povos. O distrito sanitário é a unidade central do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Ele é o responsável pelas atividades técnicas e qualificadas de atenção básica à saúde. No Brasil, são 34 unidades, que não são divididas por Estados, mas estrategicamente com base na ocupação geográfica das comunidades indígenas. Além dos Dseis, a estrutura de atendimento conta com postos de saúde, com os polos-base e as Casas de Saúde do Índio (Casais). Serão investidos R$ 40,7 milhões, em duas fases, para implantação e estruturação do programa. Esse investimento engloba a contratação de profissionais, aquisição de consultórios portáteis, equipamentos de apoio e material de consumo. Em 2012, o valor do custeio passa a ser de R$ 36,5 milhões por ano. O programa está sendo executado em duas etapas. Na primeira, o Ministério da Saúde adquiriu 37 consultórios portáteis e 37 kits de instrumental clínico odontológico para equipar as equipes de saúde. Com duração de seis meses, nesta fase será zerada a necessidade das comunidades indígenas em três Dseis: Xavante (MT), Alto Rio Purus (AC/ AM/ RO) e Alto Rio

Solimões que, juntos, têm uma população de 70 mil índios. São os três maiores distritos do Brasil. Nas aldeias, os profissionais trabalham para resolver os principais problemas bucais, graves e urgentes, incluindo o processo de reabilitação protética para quem já perdeu os dentes. A equipe para esses três Dseis é formada por 26 cirurgiões-dentistas, 11 auxiliares de saúde bucal (ASB) e 10 técnicos de saúde bucal que recebem treinamento específico para atendimento a essa população, observando um protocolo diferenciado para as especificidades e características das etnias. A capacitação foi feita no início de maio do ano passado, antes

Lançamento do programa do MS/Funasa

do início do atendimento em área indígena. Esse treinamento será estendido posteriormente para os mais de mil profissionais que trabalharão com saúde bucal indígena em todo o Brasil. Além disso, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) enviou aos três distritos 74 mil kits de higiene bucal, composto por escova dental adulto/infantil e creme dental fluoretado. O material será doado à população indígena durante as atividades de promoção e prevenção. O programa também pretende implantar nove Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs)

e nove Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), nos três Dseis. Segunda etapa Desde novembro do ano passado, o Programa Brasil Sorridente Indígena está reorganizando o atendimento integral em saúde bucal em todos os 34 Dseis do País. Para isso, o Ministério da Saúde iniciou o processo de compra de consultórios portáteis e kits instrumentais para equipar as 514 equipes de saúde bucal que atuarão quando o programa for estendido para todo o Brasil. As localidades para intervenção nas aldeias são de difícil acesso geográfico, podendo ser feito por barco e outros meios de transporte até as aldeias, e permitirão atendimentos básicos e especializados. Cada Unidade Odontológica Móvel é composta por cadeira odontológica, kit de pontas, cadeira, refletor, amalgamador, fotopolimerizador, aparelho de raios X odontológico e autoclave. As unidades também possuem ar condicionado, pia para lavagem de mãos, reservatórios de água, armários e, acoplado ao veículo ou ao barco, um gerador de energia.


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SAÚDE BUCAL

Adoçantes e saúde bucal, para além do risco de cárie Embora os adoçantes não representem os mesmos riscos que o açúcar, é preciso ir bem além desta relação na hora do cirurgião-dentista recomendá-los, com foco na saúde integral dos pacientes Antonela Tescarollo

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açúcar é tido como o grande vilão da saúde bucal, assim como também é temido por quem luta contra a balança. Para estes últimos, a grande arma é a substituição dele pelos adoçantes e também por alimentos que os contêm, os light e diet. Resta saber se para a saúde da boca eles são uma opção segura. De forma prática e mais objetiva, os adoçantes, independente do tipo, não estão associados ao risco de cárie como o açúcar ou mesmo o mel, pois não são fermentados pelas bactérias Streptococcus Mutans. E um tipo deles, o xilitol, até traz benefícios à saúde bucal (Veja mais em “Entre o benefício e a precaução”). No entanto, o periodontista Rodrigo Bueno de Moraes, mestre em Diagnóstico Bucal pela Universidade Paulista, chama atenção para o fato de que o cirurgião-dentista não deve se preocupar apenas com este fator no momento de recomendar ou não o uso de adoçantes para seus pacientes. Pensando na saúde bucal como parte integrante da saúde geral do indivíduo, pela qual o CD também deve zelar, ele aponta: “Não favorecer o surgimento da cárie não significa que possamos prescrever esses ‘substitutos do açúcar’ de forma geral e indiscriminada. Todos os adoçantes têm dosagens máximas diárias que, se superadas, podem trazer transtornos ao bem-estar das pessoas”. Assim, é importante que o profissional conheça melhor o produto em questão e suas possíveis influências, indo além nas relações estabelecidas entre o comportamento e hábitos da pessoa, em especial os alimentares, e sua saúde. Ele destaca, por exemplo, que, quando o uso abusivo de adoçantes, seja adicionados ou já inclusos em bebidas ou alimentos, prejudica a saúde, pode provocar ainda alguns sinais bucais, como xerostomia, descamações e feridas. “Isso é mais relevante naqueles que comem

muito e em horários inapropriados, sob a justificativa de estarem consumindo produtos diet, zero ou light.” Além disso, hábitos alimentares como este e problemas digestivos podem ter ainda outros efeitos negativos para a saúde bucal, em especial o refluxo gastroesofágico, que, ao tornar o meio bucal mais ácido, aumenta o risco de perdas minerais dos dentes e de prejuízos às mucosas. Doce ácido Quando se trata de adoçantes e saúde bucal, um dos aspectos que mais despontam é o consumo de refrigerantes em suas versões light ou zero. Estes produtos têm características prejudiciais à boca. No entanto, o fato de terem a quantidade de calorias reduzida faz com que muitas pessoas consuma-os em demasia. Segundo o periodontista Rodrigo Bueno de Moraes, a questão desta bebida prejudicar ou não a saúde da boca é polêmica nos debates entre a indústria e os pesquisadores. “Todo refrigerante, inclusive os com adoçante, contém uma pequena quantidade de ácidos de grau alimentar que, se consumidos em excesso, provocam erosão ácida no esmalte dos dentes. Os mais usados são o ácido cítrico e o ácido fosfórico.” A desmineralização do esmalte dentário pelo ácido pode levar a problemas bucais ainda mais sérios, quando associada, por exemplo, à higiene inadequada ou ao bruxismo. “Uma recomendação que ganha valia é a de aguardar de 15 a 30 minutos após ingestão de refeições e bebidas, com ou sem adoçantes, para escovar os dentes. Isso permite que a saliva tenha o tempo necessário para exercer suas funções neutralizadora da acidez e remineralizadora, minimizando o impacto traumático da escovação”, recomenda o especialista. Outra recomendação que o CD pode dar ao seu paciente, conforme sugestão do periodontista, é tentar eliminar qualquer “disfarce” doce para o paladar. “Deve-se tentar não adicionar açúcar nem adoçante no que for possível, especialmente nas bebidas ou sobre as frutas.”

Muito doce e nada de caloria Sem dúvida, os adoçantes são uma importante criação da indústria alimentícia. Principalmente porque pode ser usado sem riscos por quem tem restrições em relação ao açúcar, em especial os diabéticos. Além disso, é importante na perda e manutenção de peso. Mas, para isso, seu uso deve ser aliado, obviamente, a uma alimentação com pouco açúcar de forma geral, além de poucas gorduras, frisa a nutricionista Leila Ali Hassan Kassab. A profissional, que atua no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, explica que todos os tipos de edulcorantes apresentam zero de caloria. “O aspartame e o stevia possuem caloria, mas é pouco, e, como basta uma quantidade muito pequena, pois têm um grande poder adoçante, eles acabam fornecendo praticamente nada de caloria.” Leila ainda diz que há dois tipos principais de adoçantes: o naturais, extraídos de plantas, vegetais e frutas, como o stevia, sucralose, xilitol, sorbitol, e os artificiais, sintetizados em laboratórios, como a sacarina, aspartame e ciclamato. Mas todos eles possuem características semelhantes e são compostos por edulcorantes, as substâncias químicas responsáveis pelo sabor adocicado. A nutricionista também lembra que uma importante questão sobre os adoçantes é em relação ao sabor residual acentuado, o que incomoda muitas pessoas.

Entre o benefício e a precaução Nenhum tipo de adoçante representa risco à saúde bucal no que diz respeito à cárie, mas um em especial, o xilitol, também traz benefícios ao ajudar na prevenção da doença. Isso é possível porque este adoçante natural, proveniente de folhas, frutas e legumes, tem o poder de inibir o crescimento da Streptococcus Mutans. “As bactérias precisam gastar uma grande quantidade de energia para absorver o xilitol, e, mesmo assim, não conseguem metabolizá-lo”, explica o periodontista. Por causa dessa ação específica, além de seu sabor bastante semelhante ao açúcar, este adoçante é amplamente usado, muitas vezes com destaque para ele na embalagem, em chicletes e balas “sugar free” e em outros alimentos industrializados. E até cremes dentais são “enriquecidos” com xilitol,

Essa é uma preocupação constante da indústria alimentícia e tem-se conseguido os melhores resultados com a sucralose. “Mas cada pessoa deve experimentar os adoçantes disponíveis e escolher aquele com que ela se adapta melhor. Desta mesma forma deve ser feita a escolha pelo adoçante líquido ou em pó.” Mais cuidados Um tipo de adoçante que requer mais atenção é o aspartame, contraindicado a portadores de fenilcetonúria, doença que impede o portador de metabolizar a fenilalanina, um dos principais componentes deste produto. Mas esse distúrbio é raro na população. O periodontista Bueno de Moraes ainda destaca que, além de fenilalanina, o aspartame é formado por ácido aspártico e “há pesquisas que indicam que essas duas substâncias podem gerar, respectivamente, lesões cerebrais e depreciar a produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pelas sensações de bem-estar”. Além disso, ele contém metanol, que se transforma em formaldeído e ácido fórmico, substâncias tóxicas. Assim, embora os riscos em relação ao uso constante do aspartame não sejam total consenso, este adoçante não é recomendado para gestantes, pois seus efeitos ruins podem passar diretamente para o feto.

o que, juntamente com o flúor gera benefícios cumulativos. Mas o especialista faz uma ressalva: “É muito importante a concentração no produto. Para observar algum efeito no caso do chiclete, por exemplo, é preciso que ele tenha no mínimo 25% de xilitol, já que concentrações mais baixas não são muito eficazes”. Além disso, é importante lembrar que a prevenção da cárie requer atenção a vários

fatores, e não apenas o uso de uma substância. Por outro lado, o uso do xilitol também requer cuidados. Ele, assim como outros adoçantes constituídos de álcool poliídrico (sorbitol e maltitol), não deve ultrapassar a dose de 50 gramas por dia, sob risco de provocar diarreia. Respeitado este limite, não existe nenhuma outra restrição de idade ou de saúde para o uso deste produto.


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SAÚDE BUCAL

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Um novo olhar sobre a cárie Aliança para um Futuro Livre de Cárie, iniciativa da Colgate em parceria com a ABO, é lançada no Brasil. A intenção é acabar com a cárie no País até 2026 São Paulo (Antonio Jr.,texto e fotos)

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Aliança Global A Aliança Global reúne especialistas em saúde pública e bucal de todo o mundo que buscam elevar o patamar de entendimento da cárie como problema de saúde pública - diretamente relacionada com doenças crônicas, como diabetes, e doenças cardiovasculares -, definir uma nova abordagem evolutiva da doença e promover ações integradas com outras especialidades para o seu combate efetivo. A carta de intenções da Aliança Global segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a carta da Aliança no Brasil assinada durante o lançamento tem os seguintes objetivos de longo prazo:

Lideranças presentes no evento reforçam unidade

l Em 2015, 90% das faculdades e associações odontológicas no País deverão ter incluído e promovido a “nova” abordagem da cárie para melhorar seu manejo e prevenção. l Em 2020, os membros regionais da Aliança para um Futuro Livre de Cárie deverão estar integrados, atuando localmente na implantação da prevenção, manejo e monitoramento adequados da cárie. l Toda criança nascida a partir de 2026 deverá ser livre de cárie durante toda a sua vida.

Durante o lançamento do Capítulo Brasil da Aliança, o especialista Nigel Pitts explicou que o site da Aliança é um importante instrumento para que os profissionais Edita/Diego Freire

e acordo com dados do Ministério da Saúde, 88% da população brasileira têm cárie, colocando o Brasil entre os países com mais problemas bucais. Mesmo com ações cada vez mais atuantes do Programa Brasil Sorridente, a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada em 2010, apontou grande índice da doença no País. Para diminuir esse percentual, a Colgate, em parceria com a ABO Nacional, lançou o Capítulo Brasil da Aliança para um Futuro Livre de Cárie, uma iniciativa global que já está presente em vários países da América Latina, como Colômbia, Venezuela e México. O evento aconteceu durante o 30° Ciosp e contou com a presença de um de seus idealizadores, Nigel Pitts, um dos maiores especialistas em cárie no mundo; Gilberto Pucca Jr., coordenador nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde e presidente honorário da Aliança Global no Brasil; Newton Miranda de Carvalho, presidente da ABO Nacional; Marcelo Bönecker, presidente da Aliança Global no Brasil; Adriano Albano Forghieri, presidente da APCD; Patricia Bella Costa, gerente de Relações Profissionais-Marketing da Colgate, entre outras autoridades da área odontológica. Durante o lançamento da iniciativa, os líderes nacionais assinaram uma declaração nacional se comprometendo a atingir as metas da Aliança Global no Brasil. “Essa união e comprometimento é fundamental para melhorar a saúde bucal da população brasileira. O Brasil Sorridente tem garantido acesso a atendimentos odontológicos como não se via no Brasil. Iniciativa como a Aliança irá ajudar a melhorar ainda mais esses números e erradicar a cárie até 2026”, disse Newton Miranda de

Carvalho. Para Gilberto Pucca Jr, “devemos nos comprometer com o desenvolvimento de sistemas em nível nacional que estimulem a saúde pública e comunidades clínicas para trabalhar em conjunto com o objetivo de enfrentar a doença. Juntos, podemos educar o povo e estimular líderes em Odontologia e saúde pública para agir em prol da erradicação da cárie”, explicou.

Edita/Diego Freire

Marcelo Bönecker e Newton Miranda de Carvalho assinam compromisso

e a população em geral conheçam o trabalho e o que pode ser feito para erradicar a cárie no mundo. “O site serve para que os cirurgiões-dentistas entendam as ferramentas de prevenção e gestão da cárie. Ele poderá ser usado como suporte para o desenvolvimento de um programa de prevenção de saúde oral. A intenção é ainda oferecer materiais que facilitarão o sucesso do programa e que ajudarão o público-alvo a alcançar uma saúde oral ideal. No portal há todas as informações, além de materiais de divulgação e esclarecimento”, explicou. “O apoio do governo é fundamental para que cheguemos a um Brasil sem cárie. Algumas ações, como fluoretação da água e do sal, entre muitas outras, são fundamentais à participação de todas as esferas do governo”, completou. Entre os profissionais engajados com a causa estão representantes de diversos setores de saúde bucal e pública, incluindo conselhos de Odontologia, organizações nacionais de Odontologia, instituições de ensino e especialistas da área de saúde bucal. Segundo dados do SB Brasil 2010, há desigualdade no índice de cárie, sendo que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam maior prevalência do que regiões Sul e Sudeste. Além disso, notou-se que regiões de pobreza dentro de uma mesma cidade apresentam maior prevalência de cárie. Contraste que demonstra um importante fator social envolvido com a doença e relacionado ao acesso à educação bucal e estratégias para controle, caracterizando a cárie como doença biossocial. “Essas pessoas enfrentam um problema que pode ser evitado. A cárie merece mais atenção e precisa ser encarada como um problema sério de saúde”, declarou o presidente da Aliança Global no Brasil e titular de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fousp), Marcelo Bönecker. E o especialista completou afirmando que o nível de recursos e de intervenção, tanto na saúde pública quanto sob a perspectiva clínica, é ainda pouco abrangente no Brasil.

Livre da cárie A Aliança Global é formada por um grupo mundial de especialistas em Odontologia e saúde pública que defende a importância da cárie ser entendida como uma doença contínua que requer prevenção e manejo abrangentes, para que sua progressão seja interrompida no mundo e se possa caminhar em direção a um Futuro Sem Cárie. O grupo acredita que a criação de uma ação global colaborativa é essencial para estimular que líderes mundiais e demais interessados reconheçam a cárie como uma doença evolutiva, que pode ser controlada com a implementação de ações preventivas e diagnóstico precoce. A Aliança Global também trabalha para organizar e participar de ações voltadas ao tratamento adequado da cárie, com o objetivo de influenciar positivamente a solução do problema. A Aliança Global para um Futuro Livre de Cárie foi criada em co-

laboração com um painel mundial de especialistas em Odontologia e saúde pública. A iniciativa é patrocinada pela Colgate-Palmolive que visa a melhoria da saúde bucal, por meio de suas parcerias com profissionais de Odontologia, governos e agências de Saúde Pública e da gestão do projeto global Sorriso Saudável Futuro Brilhante, voltado para educação infantil em saúde bucal. A Aliança Global também busca parcerias com líderes globais e outros influenciadores em nível regional e local - incluindo líderes de países e comunidades, profissionais de saúde e Odontologia, comunidades de política pública e educação e a população. Para mais informações sobre a Aliança Global, visite: www.AliancaParaUmFuturoLivreDeCarie.org (Brasil) www.AllianceForACavityFreeFuture.org (internacional)


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30º CIOSP

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Alkcmin anuncia Sorria São Paulo para 350 cidades

Governador anuncia a medida que beneficia CD e paciente

ABO e empresas parceiras no evento Fotos: Edita/Zaíra Barros

ABO Nacional e iniciativa privada

ABO com equipe da FGM

Diretores da ABO visitam a Gnatus

No estande da Colgate

Conexão recebe diretores da entidade

Na Oral B (acima) e estande ABO (abaixo)

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abertura do 30º Ciosp, promovido pela APCD, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou a expansão do programa estadual de Odontologia Hospitalar na rede pública. “Nós já vamos levar para 350 municípios o nosso

programa Sorria São Paulo, ampliando as equipes de saúde bucal e o custeio para as prefeituras, e também trabalhamos para levar a toda a rede hospitalar pública do Estado a Odontologia Hospitalar. Começamos com o Hospital de Santo André, mas a proposta é expandir para os 87 hospitais do Estado.” Alckmin também garantiu que o governo estadual está trabalhando na ampliação da fluoretação das águas de abastecimento de São Paulo - “faltam só poucas dezenas de municípios”, declarou (veja mais na pág. 17). Ao falar da dos incentivos fiscais para o setor odontológico - o Governo de São Paulo isentou os insumos de próteses dentárias e implantes do pagamento de ICMS -, o governador contou que acabara de ter uma prótese dentária implantada. “Faz algumas semanas e foi tudo uma maravilha”, comemorou.

Compuseram a mesa de trabalhos da abertura do evento o presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho; o coordenador nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr.; Giovanni Cerri, secretário estadual da Saúde e presidente de honra do 30º Ciosp; Orlando Monteiro da Silva, presidente da Federação Dentária Internacional (FDI); Adriano Forghieri, presidente da APCD; Carlos Alberto Battaglini, presidente do evento; Francisco Eugênio Loducca, patrono; Ailton Diogo Rodrigues, presidente do Conselho Federal de Odontologia (CFO) e Emil Razuk, presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO/SP). A solenidade foi encerrada com a apresentação da Filarmônica Bachiana, sob regência do maestro João Carlos Martins. Nos dias seguintes, o 30º Ciosp reuniu cerca de 80 mil visitantes, 220 expositores nacionais e 77 internacionais.


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BRASIL

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Governo federal libera mais R$ 13,8 milhões para próteses dentárias Recursos são destinados a 144 municípios beneficiados pelo programa federal Brasil Sem Miséria. Ministério da Saúde também coordenará capacitação da rede de atendimento para reabilitação protética da população mais carente

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ais 144 municípios beneficiados pelo programa do governo federal Brasil Sem Miséria foram contemplados com R$ 13,8 milhões para a implantação de Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPDs), inseridos no programa Brasil Sorridente, coordenado pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 21 Estados irão receber recursos para confecção de próteses aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Os recursos federais contemplam os estados de Rondônia, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerias, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. O investimento é definido de acordo com o porte e a capacidade de produção dos LRPDs. Além de enviar os recursos para a confecção das próteses, o

Ministério da Saúde financiará e coordenará a capacitação da rede de atendimento em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para que o atendimento em reabilitação protética possa ser focado na população mais carente. Isto porque os 144 municípios beneficiados – que também fazem parte dos programas do governo federal Mulheres Mil e Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) – oferecerão atendimento prioritário para a reabilitação protética. O programa Mulheres Mil tem como objetivo promover a formação profissional e tecnológica de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Já o Pronatec visa expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica para a população brasileira. Brasil Sorridente – Atualmente, o país conta com 991 LRPDs

credenciados, com estimativa de produção de 470 mil próteses/ano. São produzidas próteses dentárias totais (quando todos os dentes são substituídos), parciais (quando há dentes remanescentes) ou unitárias. Os recursos federais para o financiamento dos laboratórios são repassados diretamente às secretarias municipais ou estaduais de saúde e liberados de acordo com a estrutura e a capacidade de produção dos laboratórios, que podem confeccionar mensalmente entre 50 e 150 próteses totais, parciais ou de um único dente. Os valores de financiamento mensal podem variar entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. O Ministério da Saúde também faz a doação de todos os equipamentos necessários para que os municípios implementem os laboratórios. As secretarias municipais de saúde são responsáveis pela definição dos critérios de planejamento e de seleção dos

pacientes que serão beneficiados com as próteses.O credenciamento das novas unidades vai permitir também a contratação de mais cirurgiões-dentistas e protéticos no serviço público. Somente em 2011, os investimentos do Ministério da Saúde para confecção de próteses dentárias somaram

R$ 57 milhões. O Ministério da Saúde também pretende iniciar processo de treinamento de profissionais para trabalhar na reabilitação de falhas na arcada dentária da população brasileira. Esta iniciativa será desenvolvida em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social.

Cobertura de saúde bucal cresce 5 vezes em 10 anos Há 10 anos eram seis milhões de atendimentos odontológicos por ano, hoje esse número chega a 25 milhões. Os investimentos somam R$ 4,6 bilhões em nove anos

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esde 2002, a cobertura da população brasileira por equipes de saúde bucal é cinco vezes maior, passando de 7% para os atuais 37%. A capacidade de oferecer procedimentos especializados aumentou quatro vezes no mesmo período: de seis milhões de atendimentos por ano há 10 anos para 25 milhões hoje. Os resultados são atribuídos ao programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, que ampliou os recursos anuais para a área em 13 vezes: dos R$ 58 milhões em 2002 para R$ 782,3 milhões em 2011. Somente de 2007 a 2010 foram investidos R$ 2,7 bilhões na melhoria da saúde bucal do brasileiro. No acumulado, a saúde bucal recebeu R$ 4,6 bilhões em nove anos (2002 – 2011). O programa Brasil Sorridente faz parte do Brasil Sem Miséria, e permitiu que diversos brasileiros tivessem pela primeira vez uma consulta odon-

tológica. Ajudou ainda a diminuir a incidência de doenças bucais entre os brasileiros e tivessem pela primeira vez uma consulta odontológica. E os resultados têm sido positivos: de acordo com pesquisa realizada em 2010, o número de crianças livres de cárie aos 12 anos cresceu de 31% para 44%. Além disso, 1,6 milhão de dentes deixou de ser afetado pela cárie em crianças de 12 anos e 1,4

milhão de crianças não possuem nenhum dente cariado – um aumento de 30% em relação a 2003. O número de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) que oferecem serviços especializados como tratamentos endodônticos, atendimento a pacientes especiais, cirurgia oral menor, periodontia, diagnóstico bucal, implantodontia, ortodontia, entre outros, ajudou a fazer com que

165,5 milhões de brasileiros tivessem acesso a atendimento odontológico. Atualmente são 878 CEOS em 785 municípios, contra nenhum em 2002. Os resultados positivos tornaram-se realidade também graças à expansão de programas como as Equipes de Saúde Bucal (ESB), que fazem o acompanhamento da população desde a prevenção até o tratamento clínico, responsáveis por fazer o encaminhamento para serviços especializados, quando necessário. Também descentralizaram as ações dos grandes centros e expandiram o crescimento do tratamento odontológico no interior do País. Hoje existem 21.394 ESBs no Brasil, que acompanham a população desde a prevenção até o tratamento clínico em 4.879 municípios (88% do total do País). Essa quantidade de ESB é 389s vezes maior do que em 2002, quando havia 2.302 municípios cobertos.

Famílias de baixa renda poderão receber kit de saúde bucal

As

famílias com renda mensal inferior a dois salários mínimos poderão ter acesso gratuitamente a kit de saúde bucal, contendo escova de dente, creme dental fluoretado e fio dental. A medida está prevista no Projeto de Lei 2263/11, da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que aguarda votação na Câmara. Segundo o projeto, os produtos serão oferecidos periodicamente em unidades da rede própria ou conveniada do Programa Farmácia Popular. A proposta exige ainda a inclusão do kit nas cestas

básicas, tanto as distribuídas pelos empregadores aos seus funcionários quanto as comercializadas. Segundo a autora, o objetivo é assegurar de forma mais eficaz que os avanços obtidos pelo País na esfera da saúde bucal sejam estendidos a todos os segmentos sociais, sobretudo os menos privilegiados social e economicamente. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Ações O investimento não foi apenas na prevenção e tratamento. Em ação inédita, o ministério proporcionou a milhares de cidadãos a oportunidade de voltar a ter um sorriso digno e saudável. Os 708 Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD) espalhados pelo Brasil permitem a produção de 500 mil próteses/ano. Em maio de 2011, o valor pago por prótese passou de R$ 60 para R$ 100. Os laboratórios recebem custeio mensal para a produção de próteses dentárias totais ou parciais removíveis, com estrutura metálica. O Ministério também faz a doação de todos os equipamentos necessários para os municípios que implantam os laboratórios. Com eles, o governo federal pretende zerar a necessidade de próteses totais da população em quatro anos.


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SAÚDE

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BRASIL

Força Nacional do SUS abre cadastro para voluntários MS incentiva profissionais de saúde a trabalho voluntário em situações de emergência

População gasta R$ 180 bi com saúde e higiene pessoal O brasileiro parece estar mais preocupado com sua saúde. Mesmo com enfoques diferentes, duas pesquisas apontam para isso. Segundo uma delas, em 2011 os gastos com higiene pessoal e saúde representaram 8% do consumo dos brasileiros, o que equivale a R$ 187 bilhões. Em outra frente, um estudo também mostrou que a saúde é o maior problema enfrentado por 59% da nova classe C (veja mais abaixo). O levantamento sobre os gastos do brasileiro, feito pelo Projeto Farma/Cosméticos, revelou ainda que, desses R$ 187 bilhões, cerca de R$ 70 bilhões – em torno de 37% do total - são destinados à compra de medicamentos. Com as demais despesas em saúde, como planos de saúde, consultas médicas e de cirurgiões-dentistas, tratamentos ambulatoriais, hospitalização, exames, cirurgias, entre outras, foram gastos aproximadamente R$ 68 bilhões. Já os produtos e serviços de cuidados pessoais, que incluem produtos de higiene e cosméticos, somaram R$ 48,8 bilhões. O Sudeste lidera os gastos com saúde e higiene pessoal, com 54,54% do total. A região Nordeste fica na segunda posição, com fatia de 18,2% do total. Mais gastos em saúde bucal - Segundo pesquisa da Gift do Brasil, empresa da área de Oral Care, o brasileiro está se preocupando mais com sua saúde bucal. Isso indica uma mudança de hábito e pode ser comprovado pelo maior investimento em acessórios de higiene bucal. A própria Gift do Brasil é exemplo disso. A empresa, especializada em estojos higiênicos para armazenar os itens necessários para a higiene bucal, aumentou em 300% a sua produção nos últimos quatro anos.

Saúde é o maior problema para 59% da nova classe C

A saúde é o maior problema enfrentado pela nova classe C brasileira, segundo pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O levantamento revelou as principais características e anseios deste grupo de pessoas que ascendem à faixa média da sociedade. Depois da saúde, indicada como área com maiores problemas no Brasil por 59% dos entrevistados, vem segurança/violência/drogas (38%), educação (35%), desemprego (20%), corrupção (13%) e pobreza/miséria (13%). A pesquisa ganha destaque, pois mostra algo até então desconhecido em relação à recente mudança social que levou milhões de brasileiros das classes D e E para a classe C: quais são as aspirações e preocupações deste novo grupo. Enquanto no campo social essas pessoas querem mais saúde, segurança e educação, na área econômica, as respostas apontaram para a manutenção da estabilidade, a geração de mais empregos e a redução de impostos. Realizada entre os dias 16 e 24 de outubro pelo Instituto Ipespe, a pesquisa ouviu 2 mil entrevistados da nova classe C, considerados segundo os critérios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) como pessoas com renda familiar de R$ 1,2 mil a R$ 5,2 mil.

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Ministério da Saúde abriu cadastro para voluntários que queiram se inscrever na Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), que poderá acionar os profissionais conforme cada situação de emergência. Podem se cadastrar profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), por exemplo, médicos intervencionistas, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e condutores de veículos de urgência, além de profissionais de saúde dos hospi-

tais universitários, dos institutos nacionais e das redes assistenciais hospitalares federal, estaduais e municipais. “Essa oportunidade é única no sentido de fazer um trabalho, de maneira organizada e estruturada, que vai ajudar as pessoas e comunidades envolvidas em situações adversas de grande porte”, salienta o coordenador de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Paulo de Tarso. A Força Nacional do SUS foi criada em 2011 para agir no

atendimento a vítimas de desastres naturais, calamidades públicas ou situações de risco epidemiológico, como surtos de leptospirose após enchentes, que exijam uma resposta rápida e coordenada, com apoio logístico e equipamentos adequados de saúde. Os candidatos que integrarem as equipes passarão por atividades de capacitação e processo de educação permanente. Os interessados devem se cadastrar neste site: http://formsus. datasus.gov.br/site/formulario. php?id_aplicacao=6928

As 4 propostas da Odontologia aprovadas pelo CNS

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as cerca de 346 propostas apresentadas durante a 14ª Conferência Nacional de Saúde, promovida pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2001, em Brasília, mais de 200 foram aprovadas pelos grupos de trabalho, com repercussão positiva para a Odontologia. Todas as propostas da área odontológica apresentadas, que haviam sido colhidas nas etapas municipais e estaduais prévias à conferência nacional, foram aprovadas. Veja quais são: l Diretriz 02/proposta 39: Reiterar o fortalecimento do Controle Social do SUS e a necessidade de convocação da 4ª Conferência Nacional de Saúde Bucal; l Diretriz 03/proposta 08: Assegurar o financiamento tripartite para desenvolvimento das ações e serviços em saúde bucal em todos os níveis de atenção: em atividades de promoção, prevenção e cura, inclusive fazendo uso das novas tecnologias e das diversas especialidades da Odontologia Moderna (Ortodontia, Implantodontia e Prótese); l Diretriz 07/proposta 11: Ampliar a cobertura das ações de saúde bucal em todos os níveis de atenção, considerando as linhas de cuidado, visando a sua promoção, proteção e recuperação de forma integral, com acesso universal e igualitário à população, inclusive em serviços de urgência e emergência; l Diretriz 08/proposta 23: Garantir o cumprimento da Política Nacional de Saúde Bucal e ampliação da cobertura do cuidado em todas as faixas etárias, nos três níveis de complexidade assegurando:

l A implantação de Estratégia de Saúde Bucal (ESB), preferencialmente, na modernidade tipo II, segundo a demanda, obedecendo a relação de no mínimo uma equipe de saúde bucal para cada Estratégia de Saúde da Família; l O atendimento às pessoas em situação especial (população carcerária, acamados, portadores de doença infecto-contagiosas, entre outros) em local adequado; l A implantação de Centro de Especialidade Odontológica (CEO), unidades de pronto atendimento e urgência odontológica e atendimento ambulatorial; l A assistência odontológica nos serviços hospitalares de média e alta complexidade; l A realização de levantamentos epidemiológicos em saúde bucal periódicos e a viabilização de consultórios odontológicos portáteis somente em regiões de difícil acesso;

l Diretriz 11/proposta 30: Inclusão da avaliação semestral da saúde bucal em crianças e adolescentes, sendo obrigatório como pré-requisito para recebimento de benefício socioassistencial. As propostas aprovadas compõem as diretrizes de atuação do Ministério da Saúde durante os próximos quatro anos.

ABO atuante Nesta conferência, a ABO participou ativamente e representou a Odontologia brasileira nas discussões. Geraldo Vasconcelos, conselheiro nacional de Saúde, e Márcia Vasconcelos, ambos da ABO/PE, participaram do evento como delegados. Geraldo ainda coordenou um dos grupos de trabalho. Mais informações e a íntegra da Carta da 14ª Conferência Nacional de Saúde podem ser encontradas no site do Conselho Nacional de Saúde: www.conselho.saude.gov.br


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BRASIL

JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

Brasil torna-se maior país livre de fumo do mundo

Lei que proíbe fumódromos no País todo e aumenta preço do cigarro é sancionada. OMS destaca Brasil em seu portal

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sanção da lei que proíbe o fumo em ambientes fechados em todo o País, públicos ou privados, em 15 de dezembro de 2011, pela presidente Dilma Rousseff, foi noticiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que destacou que, com isso, o Brasil, com seus mais de 190 milhões de habitantes, passa a ser considerado o maior país livre de fumaça do mundo. A norma já é aplicada atualmente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Além de proibir os fumódromos, a lei prevê aumento na

carga tributária dos cigarros e fixa preço mínimo de venda do produto no varejo. Assim, ficou estabelecida em 300% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o cigarro. Com o reajuste do imposto e o estabelecimento de um preço mínimo, o produto subirá cerca de 20% em 2012, chegando a 55% em 2015. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a combinação do aumento do tributo com a regra de um valor mínimo ataca duas frentes para a redução

do consumo: preço de um lado e combate à pirataria do outro. Também fica proibida a propaganda de produtos de tabaco nos pontos de venda, mas ainda é permitida a exposição dos produtos nestes locais, desde que acompanhada de advertências sanitárias e da tabela de preços. A nova lei ainda determina que, a partir de 1º de janeiro de 2016, os fabricantes devem incluir mensagens sobre os malefícios do fumo em 30% da área frontal dos maços de cigarros. Hoje elas estão apenas na parte de trás das embalagens.

Essas medidas colocam o Brasil entre as lideranças mundiais no combate ao fumo e às doenças decorrentes dele na América Latina. Além disso, com a lei, o país atende às determinações previstas na Convenção-

-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado internacional do qual o Brasil é signatário. Segundo a OMS, mais de 17% dos adultos brasileiros fumam e cerca de 200 mil pessoas morrem por ano no País em decorrência do uso do tabaco.

Emenda que define gastos na saúde é regulamentada

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uase 12 anos após a aprovação da Emenda Constitucional 29, sua regulamentação, pela Lei Complementar nº 141, foi aprovada pelo Congresso Federal em dezembro último e sancionada pela presidente Dilma Roussef em janeiro de 2012. Pelo texto aprovado, ficam fixados os percentuais mínimos de investimento em saúde pela União, Estados

e municípios, além de definido mais claramente o que deve ser considerado gasto em saúde. Aprovada pelo Congresso, a regra que obriga a União a aplicar na saúde o valor empenhado no ano anterior, mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida no final. Já os Estados e o Distrito Federal deverão investir 12% de sua receita, enquanto os municípios devem

investir 15% na saúde. Além disso, a nova lei define que os recursos aplicados no setor sejam destinados às “ações e serviços públicos de acesso universal, igualitário e gratuito”, para que sejam evitados desvios de verba. Assim, são considerados gastos em saúde a compra e distribuição de medicamentos, gestão do sistema público de saúde, desenvolvimento cien-

tífico e tecnológico e controle de qualidade promovido por instituições do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros. Gastos em ações de saneamento básico, compra de merenda escolar, ações de assistência social, pagamento de aposentadorias e pensões, por exemplo, não podem mais ser considerados investimentos em saúde. “A nova regra contribuirá para combater

desperdícios, melhorar controle dos gastos e aumentar fiscalização de recursos aplicados no setor”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A medida também estabelece receitas permanentes e estáveis para gastos e investimentos no SUS e permite maior transparência nos investimentos do poder público para ampliar o controle sobre os recursos da saúde.

Planos de saúde estão cobrindo 69 novos procedimentos Entre as principais novidades está a inclusão de 41 tipos de cirurgias por videolaparoscopia; exames para pacientes com câncer passam a ser cobertos

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s planos de saúde estenderam a sua cobertura em 69 novos procedimentos que foram determinados em resolução pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A medida entrou em vigência desde o dia 1° de janeiro de 2012. O novo rol é a base mínima de procedimentos que as operadoras terão de oferecer a todos os usuários de plano. Entre as principais novidades está a cobertura de 41 tipos de cirurgias por videolaparoscopia, substituindo de vez as cirurgias tradicionais feitas por via aberta. A mais demandada foi a cirurgia de redução de estômago: a ANS recebeu um documento com duas mil assinaturas pedindo a inclusão desse procedimento na lista das coberturas obrigatórias. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontam que em 2009 foram feitas 45 mil cirurgias - 25% delas por meio do vídeo. Em 2010, das 60 mil operações, 35% foram por vídeo.

rol também contempla sessões de oxigenoterapia para tratar pé diabético. E incluiu o implante bicoclear para pessoas com deficiências auditivas. Outra novidade é a obrigatoriedade dos planos de pagar terapias imunológicas para pacientes com doenças reumatológicas. São terapias mais modernas, seguras, que causam menos efeitos colaterais e estancam o avanço da doença. Trata-se de um tratamento de alto custo que não é coberto pelo SUS.

Outras técnicas E não é apenas a cirurgia bariátrica que será beneficiada no novo rol de coberturas por vídeo. Cirurgias de intestino e do aparelho digestivo também foram incluídas. Além disso, a ANS aumentou a cobertura de exames como o PET-Scan, um dos mais modernos

de diagnóstico por imagem. Os planos terão de cobrir o PET-Scan para câncer de intestino, além de linfoma e câncer de pulmão. A ANS também alterou o número de consultas com nutricionistas, tornando ilimitado, por exemplo, o número de consultas para diabéticos que usam insulina. O novo

Avaliações A inclusão dos novos procedimentos ocorreu depois de uma série de reuniões com especialistas das áreas, operadoras de planos, prestadores de serviço e órgãos de defesa do consumidor. A agência lançou uma consulta pública no site e recebeu cerca de oito mil demandas e sugestões que foram analisadas pelo grupo técnico. Antes de incluir novas coberturas obrigatórias, a ANS fez uma aná-

lise de disponibilidade de rede, como hospitais, clínicas e laboratórios, para avaliar se os planos teriam condições de arcar com os novos atendimentos e qual o impacto disso nas mensalidades. Para entidades de pacientes com câncer, um dos pontos negativos foi a não inclusão das quimioterapias orais, que possibilitam o tratamento contra o câncer em casa e com menos efeitos colaterais. Para as entidades, essa quimioterapia é mais eficaz e reduz a ocupação de leitos. Os transplantes também ficaram de fora da nova cobertura e devem ser analisados para a próxima atualização, que deve ser publicada dentro de dois anos. Em caso de negativa de cobertura, o beneficiário do plano de saúde deve entrar em contato com a ANS pelo telefone 08007019656 e registrar a queixa. Também pode procurar um núcleo da agência para fazer a reclamação pessoalmente.


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Professora da FOB/USP na OMS Marília Rabelo Buzalaf faz parte de equipe que está revisando manual sobre exposição ao flúor da Organização Mundial da Saúde

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professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, titular de Bioquímica e Cariologia do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB/USP) foi convidada como consultora para participar de um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela se juntou ao grupo de pesquisa em dezembro último, para revisar o manual Monitoramento da Excreção Renal de Fluoreto em Programas Preventivos Comunitários em Saúde Bucal. O manual, que será publicado no primeiro semestre de 2012, vai avaliar e orientar sobre a exposição constante de crianças ao flúor e se isso pode trazer danos. A publicação também terá informações sobre os efeitos do fluoreto nos adultos. A reunião para um rápido reajuste preliminar no antigo manual de 1999 aconteceu nos dias 1 e 2 de dezembro, na sede da OMS, em Genebra, na Suíça. “Ficamos durante

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dois dias refazendo este manual que estava muito antigo. Agora iremos padronizar os estudos para que em 2012 seja lançado o novo manual”, disse Marília. O manual da OMS poderá ser usado em todos os países do mundo que têm fluoretação sistêmica, para implementação e monitoramento destes programas. “Alguns países como Chile e Tailândia adicionam fluoreto no leite. Já a Jamaica, Suíça, Colômbia por exemplo, acrescentam no sal. Tem que ter o controle de ingestão porque não é só na água que tem flúor”. Flúor na urina Grande parte dos estudos feitos do consumo de fluoreto são medidos pela análise da água de cada cidade. Entretanto, explica Marília, em Estados como a Paraíba, que possuem o fluoreto naturalmente na água em grande quantidade, o estudo deve ser feito com a coleta de urina durante 24h.

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ções nessa região podem dificultar o tratamento e agravar o quadro clínico em várias doenças. Entre os pacientes mais beneficiados estão os oncológicos, que costumam desenvolver inflamações nas partes moles da boca, como língua, bochecha e gengivas - uma reação ao tratamento quimioterápico. Pioneiro no País, o projeto visa integrar o trabalho realizado por cirurgiões-dentistas ao das equipes multidisciplinares, formadas por

médicos, profissionais de enfermagem, nutrição e assistência social, entre outros. Estes são os hospitais que contarão com o serviço: Hospital Geral do Grajaú, na capital paulista; Hospital Geral de Carapicuíba, na Grande São Paulo; e, no interior, os hospitais estaduais do Vale do Paraíba, em Taubaté, Bauru, Américo Brasiliense e Sumaré, além do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Odontologia Integral Antroposófica: dentes e desenvolvimento humano

B

aseada em uma visão ampla do ser humano, surge a Odontologia Integral Antroposófica, que, segundo seus adeptos, valoriza aspectos que geralmente a Odontologia convencional não leva em consideração, como as características individuais e a vida emocional do indivíduo, com uso de procedimentos menos invasivos. De acordo com esta linha, há uma estreita relação entre as transformações nas arcadas dentárias desde a infância e o desenvolvimento integral humano. “A Odontologia Integral Antroposófica parte das pesquisas de Rudolf Steiner abordando o desenvolvimento da dentição e entendendo o

O SEU PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CHANCELADO PELA

Além disso, a análise da urina também é feita, pois alguns alimentos já contém o componente. “Cerca de 40% a 60% do fluoreto ingerido diariamente é excretado na urina, por isso é possível fazer esse estudo”, diz a professora. O consumo ideal de fluoreto diariamente deve ser entre 0,05 e 0,07 miligramas por quilo de peso corporal.

SP terá CD em hospitais

ito hospitais da rede estadual passarão a fazer atendimento com cirurgiões-dentistas já neste ano. Serviço faz parte do Programa Sorria Mais São Paulo, antecipado na abertura do Ciosp dia 27 de janeiro e anunciado oficialmente dia 1º de fevereiro pelo governador Geraldo Alckmin. A iniciativa beneficia diretamente o mercado profissional de cirurgiões-dentistas e dá melhor condição de saúde bucal a pacientes hospitalizados. A previsão é que em dois anos as equipes médicas contem com cirurgiões–dentistas em todos os hospitais estaduais de São Paulo. O projeto-piloto foi implantado em agosto de 2011 no Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André, no ABC. Ali, de agosto passado até este mês, foram identificadas infecções na cavidade bucal de 75% dos pacientes internados na UTI. O cuidado bucal desses pacientes é importante porque infec-

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dente como parte integrante de um organismo inteiro, relacionado a um sistema maior”, explica Célia Regina Lulo Galitesi, cirurgiã-dentista com formação nesta área. Célia ainda completa que o foco terapêutico é o indivíduo e não a doença. “Partimos do princípio que nutrição, meio ambiente, educação,

medicamentos e até a qualidade de pensamentos que cultivamos, interferem na dentição.” A teoria ainda destaca a importância do tipo de estímulos que a criança recebe, desde a gravidez, na formação e qualidade de sua arcada dentária, como a amamentação e até a fala e o andar.


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PROFISSÃO

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Álcool: vilão da saúde bucal 68,7% da população brasileira faz algum tipo de uso de álcool, e 11% são dependentes. O consumo de bebida alcoólica em excesso pode trazer sérios prejuízos à saúde bucal, incluindo câncer. O cirurgião-dentista deve orientar seus pacientes contra os riscos Antonio Jr.

N

ão há dúvidas dos males que o álcool pode causar à saúde: ele é responsável por aproximadamente 350 doenças físicas e psíquicas. De acordo com dados da Política Nacional de Atenção aos Usuários de Álcool e Outras Drogas, 90% das internações em hospitais psiquiátricos por dependência de drogas ocorrem devido ao abuso de álcool, e, como consequência, os usuários apresentam alta prevalência de lesões bucais que podem evoluir para câncer. Por isso, o cirurgião-dentista tem papel fundamental no diagnóstico e na orientação do paciente. De acordo com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas, 68,7% da população brasileira faz algum tipo de uso de álcool e, em média, 11% são considerados dependentes. Segundo estudos da Odontologia, 1/3 dos portadores de neoplasias bucais apresentam cirrose hepática também. O álcool, assim como o cigarro, são os principais fatores de risco para a doença. O Instituto Nacional de Câncer registrou, em 2011, 14 mil novos casos de câncer de boca e, desse total, 11 mil estão relacionados ao tabagismo e ao etilismo. A definição de alcoólatra não está relacionada à quantidade de bebida consumida e suas consequências, como ficar bêbado, e sim ao hábito de beber. Se uma pessoa não consegue passar um dia sem consumi-lo, mesmo em pequena quantidade, é considerada dependente. Uma pesquisa realizada em Londres com 388 alcoólatras revelou que o usuário de álcool geralmente ingere mais de um tipo de bebida diariamente. Após exames, foram encontradas 227 lesões na mucosa bucal em 50% desses pacientes. Essas lesões podem trazer desde danos mais leves, como mau hálito, perda de elementos dentários e problemas periodontais, até os mais graves, como modificações celulares, infecções fúngicas, virais, câncer de boca e esôfago, faringe, fígado e, possivelmente, mama, entre outros, além de aumentar a dificuldade de cicatrização do paciente, podendo gerar,

em casos graves, hemorragias em procedimentos odontológicos. A importância do diagnóstico precoce Está comprovado que em 80% das vezes, a bebida ajuda a potencializar o aparecimento dos tumores. Estudo realizado na Espanha demonstrou que pacientes que desenvolveram câncer bucal consumiam bebidas destiladas frequentemente. Mesmo não sendo um carcinogênico de ação direta, um de seus metabólitos, um produto do metabolismo do etanol, acetaldeído, pode atuar como formador de tumores. Apesar de não haver maiores esclarecimentos, também é relatado que o uso crônico do álcool provoca deficiência de vitamina A, que pode estar associada a uma incidência aumentada de câncer. Outra hipótese aponta que o álcool reduz o efeito protetor dos vegetais e das frutas por meio da diminuição da ingestão e absorção dos nutrientes. Como a bebida é um reconhecido fator de risco para o câncer bucal, o cirurgião-dentista deve estar atento durante o atendimento a esses pacientes. As bebidas destiladas são mais perigosas que as fermentadas para o câncer bucal, já que o álcool aumenta a permeabilidade das células das mucosas a agentes carcinogênicos, os aldeídos do etanol são agressivos às células e o consumo crônico também causa deficiência nutricional no paciente. Os primeiros sinais de câncer de boca são: Aparecimento de úlceras que não cicatrizam l Manchas pretas na boca l Aumento tecidual de rápida evolução l Dentes abalados sem razão aparente l Dificuldade de fala ou mobilidade da língua l Aparecimento de fios de sangue na saliva sem motivo aparente l

Alertar e aconselhar os pacientes sobre os problemas que o consumo excessivo de álcool traz

Jovens: consumo cada vez mais cedo

para a saúde bucal é imperativo e parte integrante do exercício pleno de um profissional de saúde, como o cirurgião-dentista. Com os resultados da anamnese, são levantadas as suspeitas de algum problema hepático relacionado ao álcool. Além disso, o CD deve solicitar exames complementares, como hemograma, coagulograma e avaliação das enzimas hepáticas, antes de iniciar qualquer procedimento cirúrgico para prevenir a ocorrência de acidentes hemorrágicos, infecciosos ou mesmo a dificuldade de cicatrização após o procedimento. O diálogo entre os profissionais da Odontologia e da Medicina deve ser constante, buscando benefícios para o indivíduo. É importante também orientar o paciente para uma boa saúde bucal, e que ele siga todas as orientações dadas pelo CD. É comum que o usuário de álcool falte às consultas e só procure o consultório quando há uma queixa dolorosa relevante. O ideal é que o paciente fique atento às alterações que podem ocorrer na boca e as comunique ao profissional. O mesmo vale para o tabagismo. Um ex-fumante leva 10 anos para reduzir as chances do aparecimento do câncer de boca. Em uma década, ele terá o mesmo risco de câncer de uma pessoa que não fuma. Graves consequências físicas e psicológicas O câncer bucal traz ao paciente não só sofrimento físico, mas também - e em alguns casos, principalmente - psicológico. A autoestima desses pacientes pode ficar ainda mais abalada com o comprometimento estético causado pela perda precoce de dentes, que dificulta o bom convívio em sociedade. Como o câncer de boca costuma ser diagnosticado tardiamente - em 70% dos casos - as cirurgias agressivas e mutilantes são frequentes. Elas devolvem o

CD tem papel importante na prevenção

paciente à sociedade livre da doença, mas incapaz de se relacionar normalmente. Para isso, o CD precisa acompanhar o paciente, explicar a ele a necessidade de fazer o tratamento de forma correta, seguir todas as recomendações em relação à manutenção da saúde e higiene da boca e também explicar as consequências da doença. O apoio psicológico por parte do profissional da Odontologia é fundamental nesse momento. É importante lembrar que o diagnóstico precoce do câncer de boca possibilita, em 90% dos casos, uma sobrevida superior a cinco anos. Mas quando a doença é descoberta tardiamente, esse tempo diminui e, em 75% dos casos, o paciente morre em até cinco anos. Mais jovens Pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pelo Governo do Estado de São Paulo, aponta o consumo de álcool por adolescentes por volta dos 13, 14 anos, tornando-se mais frequente a partir dos 16 anos, quando os jovens passam a ir a casas noturnas, festas e até mesmo quando entram na faculdade. Além disso, a pesquisa indica que eles preferem consumir bebidas alcoólicas de efeito mais rápido e com preços mais aces-

síveis. No que se refere ao uso e dependência de álcool, a pesquisa mostra que a faixa etária que apresenta maior dependência é entre os 18 e 24 anos, seguida da dos 25 aos 34. E isso vale tanto para o sexo masculino, quanto para o feminino, o que leva a concluir-se que o consumo precoce do álcool por adolescente e crianças leva a tal situação. Os dados apresentados pela pesquisa são preocupantes, já que o risco de desenvolver alguma doença bucal mais cedo é maior. O perfil de quem tinha câncer bucal era homem, em sua maioria, acima dos 45 anos. Com o abuso do álcool cada vez mais precoce, a probabilidade é maior. Cabe ao CD conscientizar cada vez mais o paciente jovem dos riscos que o alcoolismo apresenta. Alertar para os cuidados com a higiene bucal e visitar regulamente o consultório ajudam muito no diagnóstico precoce de qualquer alteração na boca, já que a cavidade bucal permite a realização do exame clínico na sua totalidade, o que facilita a visualização. Mesmo assim, vidas continuam sendo perdidas por falta da conscientização dos indivíduos, a qual deveria ser reforçada por campanhas institucionais e do governo.


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PESQUISA

Fibromialgia pode desencadear DTM, aponta estudo da FOP

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studo realizado pela cirurgiã-dentista Marcele Pimentel sugere que a fibromialgia pode também desencadear um quadro de Disfunção Temporomandibular (DTM). Neste sentido, a pesquisadora defende a importância de um cirurgião-dentista também ser consultado durante o tratamento da síndrome, que possui alta prevalência, principalmente na população feminina. Estatísticas mundiais apontam uma porcentagem entre 2% e 11% de prevalência entre mulheres. No estudo apresentado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) e realizado com 40 mulheres diagnosticadas com fibromialgia em tratamento no Hospital das Clínicas de São Paulo, a prevalência da DTM também foi alta: em torno de 78%, sendo que 85% do grupo teve queixas de dores na face. Foram aplicados três questionários, além da realização de exame clínico nas mulheres, escolhidas por pertencerem ao grupo mais afetado pela fibromialgia. Além disso, por se tratar de uma síndrome prevalente, dolorosa e crônica, na qual o tratamento é apenas paliativo, pois a doença não tem cura, quanto maior o número de informações que caracterizem esta condição, melhor o direcionamento da terapêutica. A pesquisadora também ouviu outras 40 mulheres que constituíam o grupo controle.

chances de desenvolver a DTM. Em geral, explica a pesquisadora, para o diagnóstico da síndrome não são considerados os sintomas de dor facial, o que na pesquisa ficou evidente que estão associadas. Outra característica também apontada no estudo foi a limitação de abertura bucal de dez vezes maior que do grupo de mulheres sem a doença, item que reafirma a importância do profissional de odontologia no processo.

Durante a pesquisa outro item estudado foi a qualidade do sono dessas mulheres portadoras da síndrome. Mais de 92% relatou má qualidade do sono, sendo 37,5% das voluntárias também diagnosticadas com sonolência diurna excessiva. A pesquisa contou com a colaboração do Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina do Sono do Hospital das Clínicas de São Paulo.

JÁ REPAROU COMO CIGARROS ESTÃO CADA VEZ MAIS PARECIDOS COM BALAS? NÃO É À TOA QUE ATRAEM CADA VEZ MAIS CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

Portadores têm 31 vezes mais chances Segundo a cirurgiã-dentista, os resultados apontados na pesquisa abrem o leque para o tratamento da fibromialgia, visto que os portadores têm 31 vezes mais

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Por que a indústria do tabaco precisa de limite? Porque seu produto vicia e mata pessoas. Mas quais limites? Por exemplo: 1- Ela ainda tem liberdade de fazer propaganda em todos os pontos de venda. Esta é a sua principal estratégia para atrair novos fumantes. 2- Ela tem a liberdade de posicionar seus produtos ao lado de balas e doces, justamente para atrair a atenção de crianças e adolescentes, seu alvo prioritário. (90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos.)

3- Esta mesma indústria tem toda a liberdade de adicionar sabores como canela, cravo, hortelã e baunilha para tornar o cigarro mais agradável. 4 - Porque ela tem a cara de pau de manipular a boa-fé de seus consumidores afirmando que a liberdade deles é um “valor inegociável”, que eles são livres para fazer o que quiserem (apesar de serem escravos da nicotina).

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INTERNACIONAL

“Nature”: açúcar é tão vilão quanto o álcool e o cigarro Consumo de alimentos doces cresceu três vezes nos últimos 50 anos, sendo risco para doenças como diabetes, câncer e doenças cardíacas, segundo artigo publicado na Revista Nature de fevereiro. A ONU declarou em setembro passado que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNs) representam um risco maior para a humanidade que as doenças infecciosas e já são responsáveis pela morte de 35 milhões de pessoas por ano, 80% delas em países pobres ou em desenvolvimento. Em muitas dessas regiões, muitas vezes, refrigerantes são mais baratos que água potável ou leite. Esses males já são responsáveis pela morte de 35 milhões de pessoas por ano, segundo as Nações Unidas – 80% em países pobres ou em desenvolvimento. Segundo os autores do artigo, Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis, a regulação das autoridades deveria incluir, além dos impostos sobre álcool e tabaco, o aumento de taxação também para produtos industrializados acrescidos de açúcar (como refrigerantes, sucos, achocolatados e cereais), além da limitação de vendas no horário escolar e em ambientes de trabalho e a imposição de limites de idade para a compra. Mas essas regras são mais complicadas, de acordo com os pesquisadores, pois os alimentos são considerados bens essenciais, ao contrário do álcool e do tabaco. As autoridades de saúde costumam considerar o açúcar como “calorias vazias”, mas, além disso, evidências científicas mostram que sacarose e frutose demais podem desengatilhar processos tóxicos no fígado ou reações capazes de causar uma série de doenças crônicas. Segundo os autores do artigo na “Nature”, EUA e Europa ainda veem a gordura e o sal como os grandes vilões da alimentação, mas a atenção deve começar a se voltar para os produtos com adição de açúcar (moléculas de frutose acrescidas em comidas processadas).

Saliva pode detectar potencial perda auditiva em recém-nascidos

Um

estudo feito nos Estados Unidos mostra que colher a saliva da boca do recém-nascido com um chumaço de algodão pode ser um meio de pesquisa eficaz para detectar infecção por citomegalovírus (CMV), uma causa importante de perda auditiva em crianças. A pesquisa foi publicada no New England Journal of Medicine. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a infecção congênita por CMV é a mais comum transmitida de mãe para filho. A cada ano, uma em 150 crianças nasce com infecção congênita por CMV, e uma em cinco desenvolve problemas permanentes como perda auditiva ou problemas de desenvolvimento. Bebês e crianças infectados após o nascimento nem sempre têm problemas. Tentando encontrar um teste de detecção mais eficaz para a doença, pesquisadores da Universidade do Alabama, em Birmingham, inscreveram uma média de 35 mil

recém-nascidos de sete hospitais no estudo, entre junho de 2008 e novembro de 2009. Aqueles que apresentaram resultado positivo para a infecção por citomegalovírus foram inscritos num programa de acompanhamento para monitorar sua audição a cada seis meses até os quatro anos. Amostras de saliva retiradas dos bebês que tinham aproximadamente um dia de vida foram comparadas com amostras de sangue seco - método padrão utilizado para detectar infecção por CMV em recém-nascidos. Os pesquisadores encontraram que tanto a saliva líquida quanto as amostras de saliva seca foram precisas na identificação dos bebês nascidos com a infecção (100% e 97,4%, respectivamente), levando-os a concluir que os testes de saliva “devem ser considerados ferramentas potenciais de detecção de CMV em recém-nascidos”, diz o estudo. A pesquisa foi patrocinada pelo Instituto Nacional de Surdez e outros Transtornos da Comunicação dos EUA.

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Próxima década tem roteiro para o futuro da Odontologia

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entro do lema Conduzir o Mundo à Ótima Saúde Oral, foi lançado o projeto Visão 2020 – Roteiro para o Futuro da Odontologia, envolvendo tanto a profissão como a saúde bucal, além de pesquisa, educação, tecnologia e aspectos econômicos e regulatórios. O projeto, da FDI, será conduzido inicialmente por um grupo que inclui membros da entidade, indústria, pesquisa, governos e cirurgiões-dentistas para elaborar o documento baseado em experiências e experts. O coordenador nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr., é o representante do governo brasileiro na equipe. A primeira pesquisa para identificar as prioridades já foi enviada às 35 associações nacionais de Odontologia e deverá ser concluída até o FDI’2012, que se realiza em agosto/setembro deste ano, em Hong Kong (China). As prioridades sugeridas são:

• Prestação de cuidados de saúde bucal; • Insuficiência de modelos educativos existentes; • Impacto das forças de mercado econômico; • Avanços tecnológicos; • Avanços biomédicos; • Pesquisa; • Papel não-tradicional dos profissionais de saúde orais; • Migração de população global. Mais informações: vision2020@fdiworldental.org


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Sites não podem oferecer serviço odontológico em SC

OdontoComunidade e Colgate dão orientação bucal a mais de 660 crianças no Ciosp Ação em que a Colgate é parceira, por meio do Programa Sorriso Saudável, Futuro Brilhante, tem atividades de escovação e orientação de saúde bucal, agora também com unidade móvel Edita/Antonio Junior

Segundo juiz da Justiça Federal de Florianópolis, os anúncios contrariam a lei que regulamenta o exercício da Odontologia e o Código de Ética da profissão

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MERCADO

Os

sites de compras coletivas Clickon, Groupon e Cuppon não podem veicular anúncios de tratamentos odontológicos ou publicidade de Odontologia, com informações de preço, formas de pagamento ou serviço gratuito. A determinação é do juiz Hildo Nicolau Peron, da 2ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis, e confirma o mérito da liminar concedida em março de 2011 ao Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CRO-SC). Para o juiz, os anúncios contrariam a lei que regulamenta o exercício da Odontologia e o Código de Ética da profissão. A sentença, proferida no dia 5 de janeiro, também obriga as empresas a divulgarem a síntese da decisão em seus sites e em edição dominical de jornal impresso. Cabe recurso. O Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina alegou, em juízo, que recebeu várias denúncias de irregularidades praticadas por sites de compra coletiva, tanto por parte de cirurgiões-dentistas associados como da população em geral. Disse que profissionais têm utilizado os sites de compras coletivas para veicular publicidade de procedimentos odontológicos, em desacordo com a Lei 5.081/66, o Código

de Ética profissional e o Código de Defesa do Consumidor. Conforme a inicial, os descontos anunciados chegavam a 90%, o que seria irreal, pois ‘‘ou significa que não será feito um tratamento adequado a uma situação bucal específica, por meio de procedimento padrão, com custo padrão e resultados aleatórios; ou significa que o preço anunciado não pode ser cumprido toda vez que a variedade humana se mostrar presente’’. De acordo com o Conselho, a oferta destes serviços, feita de forma descontrolada e sem nenhum tipo de indicação, pode ocasionar sérios riscos à saúde, visto que o tratamento odontológico não é um produto/serviço padronizado. Afinal, cada tratamento possui indicações e limitações clínicas para determinado paciente, não podendo ser vendido ou adquirido de forma conjunta e aleatória. Na análise de mérito, o juiz da 2ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis considerou ilegais os anúncios feitos por profissionais e empresas de serviços odontológicos nos sites de compra coletiva. “Por esta razão, justifica-se compelir que esses espaços não sejam utilizados para o desenvolvimento dessas ilicitudes, sem prejuízo dos competentes processos administrativos.”

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Registros na ANVISA - 80435140013 / 80435140004 / 80435140016 80117610001 / 80163570002 / 10304850050 / 10385180030 / 80275310021

abo_265x85mm_suportebasico.pdf 1 31/01/2012 14:13:07

D

urante o 30° Ciosp, o Programa Sorriso Saudável, Futuro Brilhante da Colgate, em parceria com a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), inaugurou uma unidade móvel de atendimento odontológico de crianças e adolescentes. Durante o evento, mais de 660 crianças de diversas ins-

tituições passaram pelo OdontoComunidade, espaço que a APCD disponibiliza no evento todos os anos, em parceria com a Colgate, e onde são realizadas ações de escovação e orientação de saúde bucal, além de recreação. Desde 2001, o OdontoComunidade atendeu mais de 16 mil crianças nas edições do Ciosp. A unidade móvel irá percorrer quase todas as

cidades do Estado de São Paulo ao longo de 2012. O Programa Sorriso Saudável, Futuro Brilhante tem o objetivo de promover saúde bucal entre diferentes comunidades brasileiras e mundiais, por meio de diversas ações gratuitas. O programa foi implantado pela empresa no Brasil em 1996 e já atendeu milhões de crianças.

Odontologia exportou US$ 87 milhões em 2011 De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), o único segmento da saúde que apresenta superávit na balança comercial há mais de 10 anos é o setor odontológico. A indústria brasileira da saúde exportou, em 2011, US$ 87 milhões e importou US$ 80 milhões. No ranking dos países que mais adquirem produtos brasileiros estão Alemanha, Estados Unidos e Venezuela. Já os itens mais exportados são instrumentos e aparelhos de odontologia, cadeiras odontológicas, dentes artificiais de acrílico,

aparelho de raio-X, brocas e outros produtos para obturação dentária. De acordo com o Federação Dentária Internacional (FDI) , o Brasil é o país com o maior número de CDs do mundo (19%). Ainda segundo a instituição, o Brasil

possui 101 empresas fabricando artigos e equipamentos odontológicos, sendo mais de 70% dessas unidades sediadas na região do Estado de São Paulo. Atualmente, a indústria brasileira de saúde exporta para 180 países nos cinco continentes.

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MERCADO

MUNDO

Kate Middleton, lindo sorriso com ajuda da Odontologia

Cresce venda de cremes dentais no Brasil Imprensa procura opinião da ABO e presidente da entidade comenta o assunto no Jornal Valor Econômico/SP

D O belo e radiante sorriso de Kate Middleton, que tem encantado milhares pelo mundo todo, também é obra da Odontologia, e não só da natureza. A Duquesa de Cambridge, que usou aparelho ortodôntico tradicional até os 12 anos, consultou-se com um famoso ortodontista em Londres, Didier Fallion, para deixar seu sorriso ainda mais perfeito para o casamento. O tratamento realizado foi clareamento dental e a correção de um pequeno diastema entre os dentes da frente. Segundo tem se divulgado, o cirurgião-dentista usou uma técnica que aprendeu na Coreia do Sul e que consiste num aparelho transparente, parecido com a técnica conhecida como Invisalign, mas colocado na face lingual dos dentes. Também é divulgado que o tratamento ainda usa tecnologia digital 3D para identificar problemas localizados e desenhar braquetes personalizados. Mesmo que ainda haja um certo mistério em relação ao tratamento odontológico específico feito em Kate Middleton, é garantido que deu certo: em 2011 ela foi eleita o sorriso do ano pelas mulheres do Reino Unido.

No Japão, dentes tortos é moda

Sorrisos esteticamente imperfeitos, com alguns dentes tortos e desalinhados, é moda agora no Japão. E essas pequenas imperfeições são consideradas bons atributos na hora de arrumar namorado ou namorada. A teoria é que a beleza clássica tende a afastar pretendentes tímidos, enquanto que um visual não tão perfeito facilita a aproximação. Em busca deste sorriso “imperfeito”, algumas pessoas têm recorrido ao cirurgião-dentista. O procedimento mais usado é a colocação de uma prótese dentária “torta” sobre os dentes naturais.

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iferentemente dos anos anteriores, em que esteve estagnada, a venda de cremes dentais no Brasil cresceu 2,9% em volume e 1,7% em valor, em 2011. Os dados foram levantados pela consultoria Nielsen e apontam também para uma das principais causas deste aumento: ações promocionais entre empresas concorrentes. O preço médio do produto caiu 1,2%, descontada a inflação. Até outubro de 2011, 17% dos cremes dentais comprados no Brasil faziam parte de algum pacote promocional, como “compre a escova e leve o creme” e outros. Em 2010, quando essas embalagens já começavam a aparecer

mais, este índice era de 14%. Segundo a Nielsen, em 2009 e 2010 o mercado de dentifrícios ficou estagnado, com R$ 1,65 milhão em valor de vendas. Com todas as famílias brasileiras comprando o produto pelo menos uma vez ao ano, o País já é o terceiro maior mercado do mundo em valor para o item, atrás de Estados Unidos e China, conforme a consultoria Euromonitor. Outro movimento recente neste mercado foi o lançamento de cremes dentais com atributos especiais, além do básico, como ação clareadora, prevenção de gengivite, entre outros. Segundo a consultoria Kantar Worldpanel, 90,4% dos usuários do dentifrício

básico mantêm exclusividade ou grande lealdade a ele, mas cresce a experimentação de outros produtos nesta categoria. Reportagem do Jornal Valor Econômico, do dia 11 de janeiro deste ano, abordou este tema e consultou o presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho, sobre a questão. O dirigente alertou que nem sempre o benefício pago compensa, pois depende das necessidades de cada pessoa. “Para alguém de 15 anos é importante privilegiar pastas que evitam a cárie. Quando estiver com 60, essa pasta não tem muita importância, mas sim a que previne problemas na gengiva”, disse ele à publicação.

Famílias gastam mais com saúde do que governo

O

gasto per capita em bens e serviços de saúde da administração pública, que inclui os governos federal, estadual e municipal, foi de R$ 645,27 em 2009, segundo o levantamento Conta-Satélite de Saúde 2007-2009, um detalhamento das contas nacionais divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a despesa das famílias com saúde no mesmo período foi 29,5% maior, cerca de R$ 835,65 por pessoa. Nos anos anteriores, os dois lados gastavam menos com saúde, mas a diferença já era considerável. Em 2008, o gasto per capita com saúde do setor público foi de R$ 566,43, enquanto o gasto privado foi de R$ 758,21. Em 2007, a administração pública destinou R$ 502,36 a cada pessoa, enquanto as famílias gastaram R$ 698,98. De acordo com o IBGE, o aumento dos gastos públicos e privados em saúde está diretamente ligado ao envelhecimento da população. “A população vai ficando mais velha, usa mais serviços de saúde, porque as pessoas vivem mais”, explicou Ricardo Montes Moraes, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto. O levantamento mostrou ainda que as famílias são responsáveis por 56,4% das despesas totais com saúde e o setor público, por 43,6%. A distância era ainda maior em 2007,

58,2% a 41,8%, respectivamente, mas continua muito longe da proporção de países como Alemanha, França e Bélgica, onde o setor público responde por mais de 70% dos gastos em saúde. Gastos específicos Segundo os dados mais recentes, de cada R$ 100 gastos pelas famílias com saúde, R$ 38,40 vão para remédios e outros bens, como aparelhos e instrumentos médicos; R$ 52,7 vão para serviços e R$ 8,90 para planos de saúde. No total, em 2009, os brasileiros gastaram R$ 60,2 bilhões em medicamentos e outros bens, R$ 82,8 bilhões no pagamento de serviços e R$ 13,9 bilhões em planos de saúde. A comparação com o ano anterior mostra ainda o aumento expressivo do que as pessoas gastam com

remédios, que passou de R$ 48,8 bilhões em 2008 para R$ 56,1 bilhões em 2009. Os gastos com hospitais ficaram estagnados, enquanto houve grande crescimento dos pagamentos por serviços não hospitalares (consultórios, laboratórios, exames) - de R$ 49,8 bilhões para R$ 57 bilhões. Já o setor público gastou R$ 6,3 bilhões (5%) em medicamentos distribuídos gratuitamente para a população, o que não inclui remédios aplicados em hospitais e postos de saúde. O maior gasto público, de R$ 102,2 bilhões em 2009 (82,7%), foi aplicado em saúde pública, ou seja, serviços de atenção à saúde, vacinação, postos de saúde, vigilância sanitária. Despesas com hospitais públicos e com pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a hospitais privados somaram R$ 14,9 bilhões (12,1%).


JABO - Ano XIX - Número 135 - Janeiro/fevereiro - 2012

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ODONTO S/A

Clínica Móvel Oral-B atenderá atletas brasileiros

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marca Oral-B apresentou, durante o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, que aconteceu em janeiro, sua clínica móvel, que atenderá aproximadamente 1.300 atletas brasileiros por ano. A clínica foi montada na estrutura de um caminhão e conta com dois consultórios odontológicos com infraestrutura completa. A partir de fevereiro, a unidade circulará pelo Brasil, oferecendo tratamento odontológico gratuito para atletas olímpicos, paraolímpicos e militares que participam do Programa Bolsa

Atleta do Ministério do Esporte. O objetivo é dar as condições em saúde bucal necessárias para que possam se dedicar ao treinamento esportivo. Os atendimentos na Clínica Móvel Oral-B serão liderados pela equipe do Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde (Inpes), responsável pela execução e coordenação da iniciativa. O projeto contará ainda com um segundo caminhão do Ministério do Esporte, que terá foco no diagnóstico dos atletas, enquanto a clínica da marca terá foco no tratamento deles.

OdontoPrev obtém conceito máximo em índice da ANS

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OdontoPrev, maior operadora brasileira de planos odontológicos, recebeu nota máxima no Índice de Desenvolvimento em Saúde Suplementar (IDSS) 2011, referente ao ano-base 2010, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regulamenta o setor. O IDSS

avalia o desempenho e a qualificação das operadoras em quatro dimensões: atenção à saúde, econômico-financeira, estrutura e operação, e satisfação dos beneficiários. De acordo com os critérios usados, as notas de avaliação variam em faixas entre 0,0 e 1,0. A OdontoPrev obteve o índice máximo, na faixa

Oral-B e Biológica inauguram espaço para cursos

Em parceria com a marca Oral-B, a Biológica, consultoria especializada em biossegurança em Odontologia e Medicina, inaugurou um espaço para realização de cursos de especialização e aperfeiçoamento para cirurgiões-dentistas, auxiliares em saúde bucal (ASB) e técnicos em saúde bucal (TSB), em dezembro de 2011, na capital paulista. Segundo a cirurgiã-dentista Lusiane Borges, diretora da Biológica, o Espaço Oral-B tem um auditório com 40 lugares e infraestrutura para oferecer os cursos. Além disso, está integrado a uma ampla clínica odontológica e a um segundo auditório, que darão apoio às atividades práticas e laboratoriais desenvolvidas. A iniciativa reforça o trabalho que a Oral-B vem realizando nos últimos anos, focado no desenvolvimento científico da Odontologia e na educação continuada de seus profissionais, inclusive equipe auxiliar.

entre 0,80 e 1,00. Com mais de 5,4 milhões de beneficiários em todo o País, a operadora conta uma rede credenciada com 25 mil cirurgiões-dentistas. “A OdontoPrev busca incessantemente a excelência em seus processos e serviços. Esse resultado demonstra nosso alinhamento com

os objetivos e métricas da ANS, o que para nós é muito importante” afirma Randal Zanetti, fundador e diretor-presidente da empresa. O Índice de Desenvolvimento em Saúde Suplementar faz parte Programa de Qualificação de Operadoras da Saúde Suplementar e foi criado pela ANS para avaliar

o desempenho e a qualidade das operadoras de plano de saúde e odontológicas. Cada uma das dimensões avaliadas possui um peso na pontuação final da operadora, sendo 50% para atenção à saúde, 30% para econômico-financeira, 10% para estrutura e operação e 10% para satisfação do beneficiário.


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SAÚDE BUCAL

HIV e Odontologia: atitude positiva do CD é preponderante para o tratamento Pacientes com HIV podem apresentar saúde bucal grave. Profissionais de saúde, incluindo os cirurgiões-dentistas e obedecendo aos procedimentos de biossegurança, devem atender os portadores do vírus e auxiliar no diagnóstico e tratamento dessa patologia Antonio Jr.

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o início da década de 80, a Aids foi responsável por mudanças significativas no setor da saúde e na população em geral. Como representava uma doença estigmatizante e fatal, que, inicialmente, concentrou-se entre grupos marginalizados da sociedade, resultou em medo equivocado nas pessoas. Provocou ainda uma grande tensão entre os profissionais da saúde, causada por dois fatores: as preocupações legítimas dos trabalhadores quanto ao risco ocupacional ao HIV e pela persistência de preconceitos que contribuíram para aumentar a resistência da equipe de saúde no atendimento à pacientes com HIV/Aids. Hoje, várias medidas de precaução-padrão e de baixo risco da exposição ocupacional ao HIV utilizadas por cirurgiões-dentistas, médicos, enfermeiros e outros, garantem atendimentos mais seguros. Por conta de todas essas medidas, o CD não deve negar atendimento a pessoas sabidamente com HIV/Aids, e sim contribuir com os cuidados a esses pacientes. Nesse sentido, têm sido desenvolvidos em vários países estudos com a finalidade de determinar quais os fatores determinantes da conduta de profissionais de saúde em atender pacientes com a doença.

No Brasil, o Conselho Federal de Odontologia, em seu Código de Ética Odontológica (CEO), orienta os integrantes da classe a seguirem uma conduta moral recomendável e estabelece punições aos infratores. Devido às suas características de transmissibilidade, a doença acabou provocando uma verdadeira revolução na área de saúde. No entanto, vários estudos concluíram que a infecção por HIV é um problema menor para a equipe odontológica do que a infecção pelo vírus da hepatite B. Algumas pesquisas apontam ainda que o HIV tem baixa infectividade, sendo facilmente destruído. Segundo vários autores, desde que medidas universais de precaução sejam aplicadas, o risco de infecção pelo vírus durante o atendimento odontológico é praticamente zero. O profissional que sabe que o paciente está infectado pelo HIV, ou que tem comportamento de risco para a infecção, deve encorajá-lo a ser mais cuidadoso, porém sem excessos. O que deve ocorrer, na verdade, é que os profissionais de saúde considerem todos os pacientes como potencialmente infectados, isso significa que os procedimentos de biossegurança precisam ser adotados como rotina em todo e qualquer atendimento.

O CD e o tratamento Os portadores de HIV/Aids podem apresentar uma situação de saúde bucal grave, onde coexistem, com grande prevalência, problemas como cárie e doença periodontal, além de outras doenças bucais associados à infecção pelo vírus que requerem pronto tratamento e contínuo monitoramento. Por conta disso, é fundamental a presença de um CD na equipe que cuida de um paciente com esse perfil pelo importante papel no diagnóstico e tratamento das manifestações bucais da infecção pelo HIV. Deste modo, suas atitudes e/ou posturas profissionais podem influenciar o comportamento dos outros componentes da equipe de saúde. E estes fatores, consequentemente, refletem-se na qualidade do atendimento aos pacientes com HIV/Aids. Uma parte importante do tratamento dos portadores de HIV e pacientes de Aids é o estabelecimento de um relacionamento de confiança. Com uma boa história médica e odontológica junto ao paciente, discutindo as questões relacionadas à doença, o profissional estará demonstrando preocupação e cuidado com a saúde integral do doente. Como desde o início da epidemia ela vem sendo associada a temas considerados “tabus” na sociedade, como morte e sexualidade ou uso de drogas injetáveis, é preciso ganhar a confiança do paciente para que o tratamento ocorra com mais confiança. O melhor é ser direto e objetivo. Os pacientes apreciam quando o profissional é claro e direto, falando sem rodeios e não fazendo nenhum julgamento da sua condição sorológica ou comportamental. O estabelecimento de uma comunicação aberta e sincera facilita o tratamento. Exames O exame extrabucal tem o objetivo de detectar qualquer anomalia facial, exame de pele, lábios, palpação de cadeias linfáticas, músculos mastigatórios e testes nefrológicos. Já o intrabucal serve para detectar áreas anormais ou patológicas. Essa verificação dos tecidos moles deve ser completa e sistemática, de tal forma que todas as paredes da boca sejam examinadas. Esse exame deve incluir a mucosa labial, a jugal, os palatos duro e mole, a língua, o assoalho da boca e a orofaringe. Qualquer anotação no prontuário deve ser feita pelo auxiliar para evitar a contaminação do documento. Todos os achados devem ser anotados e analisados. Todas as vezes em que lesões dos tecidos moles forem detectadas, elas deverão ser avaliadas com prioridade, a menos que haja algum problema odontológico de emergência necessitando atenção imediata. Pode-se utilizar técnicas diagnósticas básicas como coloração pelo azul

de toluidina, citologia exfoliativa, biópsia, cultura, testes laboratoriais e radiografias. Com as informações obtidas, o cirurgião-dentista deverá desenvolver um diagnóstico e um plano de tratamento. O paciente deverá, sempre, receber a informação sobre os problemas bucais e as indicações

de tratamento e as decisões deverão ser feitas de comum acordo entre o paciente e a equipe de saúde. Após a resolução de lesões e condições dos tecidos moles, o tratamento odontológico de rotina poderá ser iniciado. Seguindo tais procedimentos, o tratamento será menos desgastante para o paciente.

Recomendações para o CD l Reforçar sempre que a informação é confidencial. Explique o motivo das perguntas, da importância das mesmas para o diagnóstico e futuro tratamento; l Não iniciar a anamnese com perguntas relacionadas à sexualidade ou ao uso de drogas. Estas perguntas podem ser abordadas quando o profissional sentir (ou julgar) que a relação de confiança com o seu paciente está fortalecida; l Lembrar ao paciente que a informação correta permite um tratamento adequado das doenças bucais e interfere nas condições sistêmicas. Exemplificar como doenças e medicamentos podem afetar a saúde bucal;

Não julgar o seu paciente pela aparência, pois esta não indica sorologia para o HIV/Aids. Tal atitude apenas fomenta a discriminação;

l

l Respeitar a singularidade do paciente, ouvi-lo e falar com ele utilizando uma linguagem acessível, compatível com o seu nível cultural.

Tratamento odontológico de rotina Como portador da doença, o paciente deve sempre visitar o consultório odontológico. Alguns cuidados também podem ser tomados pelo CD. Antes do tratamento do paciente: Perguntar como está se sentindo Revisar a história médica l Protestar contra procedimentos invasivos quando houver uma queixa não esclarecida l Fazer todas as anotações necessárias e planejar o procedimento antecipadamente evitando qualquer manipulação do prontuário até o final do tratamento l l




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