acervo LOJA COLABORATIVA
VOL. 01NOV /2020 CDD 720
ANA CAROLINA MENIN
O FUTURO DO VAREJO
PROJETOS DE LOJAS INCRÍVEIS
LOJA COLABORATIVA
Ominichannel no ponto de venda | p. 31
Inspirações para lojas colaborativas | p.61
A primeira loja colaborativa de Marília/SP | p.90
REVISTA TFG - ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE MARÍLIA- UNIMAR ARQUITETURA E URBANISMO
ISSN
REVISTA
2020-000
TFG
CDD-725.25
VOL. 01
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
NDE – NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE Ms. FERNANDO NETTO - Coordenador Dr. IRAJÁ GOUVEIA - Docente Ms. WALNYCE DE OLIVEIRA SACALISE - Docente Ms. SÔNIA C. BOCARDI DE MORAES - Docente Ms. WILTON F. CAMOLESE AUGUSTO - Docente
NÚCLEO INTEGRADO DE PESQUISA E EXTENSÃO – NIPEX DRI Dra. WALKIRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER – Coordenação
CPA - COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO •Dra. ANDRÉIA C. F. BARALDI LABEGALINI - Pesquisa Institucional
COMISSÃO EDITORIAL – REVISTA TFG Ms. FERNANDO NETTO – Coordenador / Arquiteto e Urbanista Ms. WILTON F. CAMOLESE AUGUSTO – Docente / Arquiteto Dra. WALKIRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER - Docente / NIPEX DRI Dra. HELOISA HELOU DOCA – Docente / Letras FERNANDO MARTINS – Marketing Unimar e Jornalista (MTB 76.753)
COORDENAÇÃO - ARQUITETURA E URBANISMO Prof. Ms. FERNANDO NETTO
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA Reitor MÁRCIO MESQUITA SERVA Vice-Reitora REGINA LÚCIA OTTAIANO LOSASSO SERVA Pró-Reitora de Pós-Graduação FERNANDA MESQUITA SERVA Pró-Reitor de Administração MARCO ANTONIO TEIXEIRA Pró-Reitor de Graduação JOSÉ ROBERTO MARQUES DE CASTRO Pró-Reitora de Ação Comunitária FERNANDA MESQUITA SERVA Curso de Arquitetura e Urbanismo FERNANDO NETTO
ANA CAROLINA MENIN
ROBSON RODA
13
abstract
39
14
resumo
42
16
introdução
43
18
Conceito
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45
varejo 4.0
59
sustentabilidade no
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Varejo
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37
81 82 83
acervo
84 86
SSUUM MÁÁRRI IOO
problematização
89 moodboard
justificativa
92 partido arquitetônico
objetivo
97 proposta projetual
evolução histórica
104 memorial justificativo
legislação
105 versatilidade
leitura de projetos
107 diferenciais
implantação e levantamentos zoneamento programa de necessidades organograma fluxograma dimensionamento
110 considerações finais 111
referências
ABSTRACT In view of the historical analysis of consumer behavior and retail volatility, it was possible to capture a macro view on the theme, "Retail Architecture combined with Visual Merchandising", adding complementary knowledge that is crucial to achieve the desired results. The studies carried out went far beyond architecture, incorporating concepts of the new retail, technology, sustainability, new trends for the physical space of stores and the wishes of the current consumer, supporting the proposal for a Collaborative Store for the city of MarĂlia / SP. For the conception of this proposal, studies were also sought on geolocation, current legislation, regional and cultural characteristics that would make the implantation feasible. The research method was based on marketing books, visual merchandising, economics, psychology and architecture, as well as research on scientific works, materials on websites, videos on YouTube, in-person and virtual lectures, in addition to courses and technical visits carried out . Together the information was compiled and mentioned to the most relevant in order to contribute to the understanding of the theme and, consequently, to base the Architectural Project. The results achieved in this research, affirm the importance of the Collaborative Store as a spatial, organizational and social model that grows progressively in the world market and that despite the economic and social crises faced, it contributes to supply the needs of society, being this, the great opportunity of the proposal. It differs from conventional stores because it is a humanitarian institution, through creative economy, incentive to culture, art, diversity, social inclusion, entrepreneurship and consumption in a more conscious way, concerned with sustainability issues combined with technology in the processes ranging from production to exhibition and product offering. Architecture and Visual Merchandising are complementary to create a much more focused space, providing a shopping experience rather than selling itself. Keywords: Retail Architecture. Shopping experience. Collaborative Store.
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RESUMO Em vista a análise histórica do comportamento de consumo e a volatilidade do varejo foi possível captar uma visão macro sobre o tema, “Arquitetura do Varejo aliada ao Visual Merchandising”, agregando conhecimentos complementares determinantes para alcançar os resultados pretendidos. Os estudos realizados foram muito além da arquitetura, incorporaram conceitos do novo varejo, tecnologia, sustentabilidade, as novas tendências para o espaço físico de lojas e os desejos do consumidor atual, fundamentando a proposta de uma Loja Colaborativa para a cidade de Marília/SP. Para a concepção dessa proposta, buscou-se, também, estudos sobre a geolocalização, legislação vigente, características regionais e culturais que viabilizassem a implantação. O método de pesquisa, baseou-se em livros de marketing, visual merchandising, economia, psicologia e arquitetura, bem como, pesquisas em trabalhos científicos, matérias em sites, vídeos no YouTube, palestras presenciais e virtuais, além de cursos e visitas técnicas realizadas. Juntas as informações foram compiladas e mencionadas às de maior relevância a fim de contribuir para a compreensão do tema e consequentemente, embasar o Projeto Arquitetônico. Os resultados alcançados nessa pesquisa, afirmam a importância da Loja Colaborativa como um modelo espacial, organizacional e social que cresce progressivamente no mercado mundial e que apesar das crises econômicas e sociais enfrentadas, contribui para suprir as necessidades da sociedade sendo, este, o grande ensejo da proposta. Difere-se das lojas convencionais pois, é uma instituição humanitária, por meio de economia criativa, incentivo à cultura, arte, diversidade, inclusão social, empreendedorismo e consumo de maneira mais consciente, preocupando-se com questões de sustentabilidade aliada à tecnologia nos processos que vão desde a produção até a exposição e oferta de produtos. A arquitetura e o Visual Merchandising são complementares para a criação de um espaço muito mais voltado, à proporcionar uma experiência de compra do que a venda propriamente dita. Palavras chave: Arquitetura do Varejo. Experiência de Compra. Loja Colaborativa.
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INTRODUÇÃO O tema abordado surgiu da necessidade de conhecer um nicho da arquitetura pouco explorado, a Arquitetura do Varejo que não é novidade, mas, está em constante transformação. A definição de Loja Colaborativa é algo totalmente novo, porém na realidade expressa o resgate de uma prática historicamente existente nas relações comerciais da sociedade, o consumo colaborativo. O interesse pelo tema abriu uma imensa porta para esse novo universo, por meio de visitas e pesquisas sobre a evolução dos espaços físicos e do comportamento de consumo, tornando-se possível identificar a função da Loja Colaborativa que busca, ressignificar a forma de consumir, de maneira mais consciente e funcional. Seu maior propósito é utilizar a tecnologia a favor dos serviços aliada à sustentabilidade.Essa loja do futuro tornou-se real e tangível pois, o mundo globalizado e o avanço da tecnologia têm propiciado vivenciar modelos de negócios inimagináveis, quando pensados há 10 anos. A transformção da era digital e da internet, que evoluiram a curto prazo, transformaram a maneira de pensar o compartilhamento, seja por meio das redes sociais, coworking, aluguel de imóveis por temporada, carros, filmes entre tantas outras ferramentas. Tratando-se do Varejo não foi diferente, a tecnologia não veio para extinguir a loja física, mas sim, para agregar á entrega de serviços, criando experiências de consumo mais significativas.A Loja Colaborativa atua no mercado varejista como um agente social, sustentável e econômico que vai além do comércio, visa o compartilhamento de ideias, bens e serviços, além de contribuir para a criação de uma economia criativa, tornando possível a colocação de novos empreendedores, artesãos, artistas e produtores individuais no mercado, por meio do compartilhamento do espaço físico.No desenvolvimento do trabalho, houve a necessidade de destacar os diversos conceitos acerca do tema que buscaram auxiliar no entendimento desse novo modelo de loja, para além da arquitetura/espaço físico, sua construção social e moral e os impactos na sociedade. As propostas do Novo Varejo, baseadas no perfil do consumidor atual e nas carcterísticas locais, resultaram em uma análise consisa para sua implementação na cidade de Marília/SP. 16| acervo
A crise econômica de 2008 provocou uma mudança em certos grupos de consumidores no que diz respeito às suas escolhas de consumo e decisões de compra. A necessidade de acessar bens de forma mais econômica,
colaborativa
e
sustentável
desencadeou uma popularização do conceito de consumo colaborativo que vem se expandindo pelo mundo. (MACEDO, 2017 apud BOTSMAN; ROGERS, 2011)
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CONCEITO LOJA COLABORATIVA
O conceito de Loja Colaborativa surgiu na Europa na década de 90 (embora o comércio colaborativo já existisse desde a Era Medieval), ganhando adeptos no mundo todo, chegou ao Brasil, nas grandes capitais brasileiras em 2008, diante de uma dura crise. A crise econômica de 2008 provocou uma mudança em certos grupos de consumidores no que diz respeito às suas escolhas de consumo e decisões de compra. A necessidade de acessar bens de forma mais econômica, colaborativa e sustentável desencadeou uma popularização do conceito de consumo colaborativo que vem se expandindo pelo mundo. (MACEDO, 2017 apud BOTSMAN; ROGERS, 2011) O principal intuito dessa tipologia é justamente uma Economia Criativa que, foge, totalmente, das tendências de oferta em massa. Une micro empreendedores, designers, artistas e artesãos de maneira colaborativa, onde, todos usufruem do mesmo espaço físico e compartilham os custos. Além dos custos serem minimizados aos novos empreendedores, a Loja Colaborativa é um espaço para troca de experiências e ideias. Por sua vez, o público dispõe de um leque de opções de produtos no mesmo lugar e utiliza desse espaço tanto para consumo, como para a cultura e o lazer. Sendo assim, a sustentabilidade é um dos conceitos principais da Loja Colaborativa. 18| acervo
“A loja colaborativa é um modelo de negócio fundamentado nos princípios da economia colaborativa”. Portal do SEBRAE
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CONCEITO ECONOMIA CRIATIVA
Segundo o (Portal do SEBRAE) “A loja colaborativa é um modelo de negócio fundamentado nos princípios da economia colaborativa”. A Economia Colaborativa ou Criativa é outro termo bastante citado, pressuposto, o domínio desse conceito é fator determinante para entender essa tipologia do varejo, o autor do livro The Criative Economy, John Howkins, define como: [...]atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos. (HOWKINS, JOHN, 2001, p.5) A Loja Colaborativa sendo a tipologia e a Economia Criativa, sendo o modelo de negócio, a Arquitetura atua no papel de criar um espaço físico que contribua para o sucesso da loja. A Arquitetura Comercial é muito ampla, abrangendo a criação de projetos comerciais de várias vertentes, em especial, a Arquitetura de Varejo (Retail Architecture) é, basicamente, uma especificidade dentro da Arquitetura Comercial que aplica os conceitos estéticos, de equilíbrio, de forma e de composição em projetos de lojas (Store Design).
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Loja Zara.
Um Visual Merchandiser está sempre à procura de materiais, imagens e informações para criar cenografias. Para criar algo novo é preciso criatividade e pesquisa. O Visual Merchandiser, em seu processo criativo deve trazer rapidamente soluções diferenciadas, trabalhar com imprevisto e ter muita habilidade na sua prática profissional.[...] uma das principais funções é gerar venda de modo estésico[3] e estético. 21| acervo
(DEMESTRESCO, SYLVIA, 2014, p.10)
CONCEITO VISUAL MERCHANDISING
Aliado à isso, tem-se o visual merchandising, “o Visual Merchandising ou simplesmente VM é, responsável por gerar o encantamento no consumidor e através do Storytelling
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2
envolvê-lo, resultando em uma nova venda” (LIE, 2020).O
portal do SEBRAE define o Visual Merchandising como uma estratégia que trabalha o ambiente do ponto de venda, criando identidade à loja ou marca, assim, personalizando o ambiente por meio do layout e da disposição de produtos com o intuito de impulsionar e influenciar nas decisões de compra dos consumidores. As funções do Visual Merchandising são muitas, conforme explica DEMETRESCO, 2014. Um Visual Merchandiser está sempre à procura de materiais, imagens e informações para criar cenografias. Para criar algo novo é preciso criatividade e pesquisa. O Visual Merchandiser, em seu processo criativo deve trazer rapidamente soluções diferenciadas, trabalhar com imprevisto e ter muita habilidade na sua prática profissional.[...] uma das 3
principais funções é gerar venda de modo estésico e estético.(DEMESTRESCO, SYLVIA, 2014, p.10) Diante de tantos conceitos englobados na proposta de Loja Colaborativa, percebese que, cada um deles é relevante para o sucesso do projeto. O Visual Merchandising atua na Arquitetura de Varejo, evitando que o projeto seja apenas estético, salienta MORGAN, 2017, “[...] o Visual Merchandising ultrapassa o papel de suporte para os produtos e se converte em uma forma artística, desenvolvendo um conceito e provocando reações”. Pode-se concluir que, o Visual Merchandising aliado à Arquitetura Comercial gera uma arquitetura muito mais emocional que qualquer outra, aguça os sentidos, resultando em uma Experiência de Consumo completa. 1
Storytelling é a arte de “contar” histórias através de elementos visuais. Termo muito utilizado pelo Marketing. 2Arquiteta formada pela UEL, Mestra em Comunicação Semiótica pela PUCSP, Visual Merchandiser e docente Merchandising pelo IED São Paulo. 3Deriva do termo estesia, que significa habilidade de entender sentimentos; sensações; sensibilidade.
do curso Retail Design &
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A diferenciação de uma loja para a outra no mercado de varejo altamente competitivo dá-se muitas vezes pela qualidade do espaço físico que, deve ser utilizado como uma ferramenta de posicionamento de marca, reforçando o padrão de qualidade de seus serviços e produtos, sendo altamente assertiva ou não. Segundo MORGAN, 2017, “Uma boa composição é o resultado de três princípios básicos: equilíbrio, unidade e ritmo.” É preciso conhecer o comportamento de consumo e tendências no mercado, para manter o espaço físico condizente com as preferências do público alvo.
Layout e cir
Posicionamento ideal de Iluminação que valoriza o produto.
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Fonte: Livro Visual Merchandising – Vitrinas e Interiores Comercias, p. 179.
rculação
CONCEITO STORE DESIGN
BLESSA, 2003, explica que o layout da loja define o sucesso ou fracasso da mesma. Desenvolver um layout apenas belo é inútil, é preciso facilitar o tráfego, a escolha, e a saída da loja. Um bom Layout conduz o cliente pela loja, quase que, substituindo o vendedor. O autoatendimento tem se tornado cada mais preferível, tanto pelos lojistas (por questões econômicas) quanto pelo cliente, por oferecer mais liberdade na hora da escolha dos produtos e na percepção do ambiente pois, cada um faz sua própria leitura do espaço. O mobiliário e os displays, de uma loja no varejo atual, devem prezar 4 pela funcionalidade. Segundo SALEK, 2020, a maior tendência em Store Design e exposição de produtos lançada na EUROSHOP 2019, foi a utilização de trilhos aéreos, flexibilizando a disposição de expositores, o teto ganha uma nova função. Outro fato relevante para o Store Design é a iluminação, não só dos espaços mas também dos displays que devem ser iluminados, valorizando muito mais o produto. 4 SALEK, CAMILA, diretora da Empresa Vimer São Paulo, especializada em Visual Merchandising.
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A interatividade com o consumidor é algo real e possível. Na EUROSHOP 2020, surgiram diversas novidades no assunto: Telas interativas, projeções, 5 painéis de Led e QR CODES; essas ferramentas, fazem com que o cliente obtenha mais informações sobre o produto, podendo localizar-se dentro da loja, buscar a prateleira ou seção que se encontra determinado produto ou a funcionalidade de solicitar a um vendedor que substituia uma peça no provador. Esses sistemas inovadores, apresentam comparativos entre produtos quando retirados da prateleira e permitem que o cliente sinta as fragrâncias dos perfumes, exalados por sistema automatizado acionado a um toque. Tudo isso gera uma conversa com o consumidor. 5
Quick Response – Resposta Rápida. Trata-se de um código de barra bidimensional que quando scaneado pelo celular , pode direcionar o acesso à um site, contato ou informar sobre um produto ou serviço.
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CONCEITO
Tótem Ralph Lauren
STORE DESIGN
A impressão 3D , também está muito presente no varejo, tem possibilitado a produção de manequins completos com roupas em apenas duas horas,em um futuro próximo, o produto adquirido no ponto de venda poderá ser produzido na hora em impressora 3D, a tendência é que o custo caia gradativamente.
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Fonte: Super Muffato Gourmet Curitiba/PR
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CONCEITO LAYOUT 6
Quando se pensa no Layout de uma loja, podem surgir inúmeros questionamentos que vão de conhecimentos arquitetônicos até estudos psíquicos do consumo pois, tudo que há dentro do espaço físico na Arquitetura do Varejo tem um porque. O layout deve ser atraente, facilitar a circulação, resultar em vendas e satisfazer os desejos do cliente, tudo isso ao mesmo tempo. Uma falha no projeto de interiores de uma loja pode ser crucial para o sucesso da mesma e, muitas vezes, até irreparável, sendo que um dos fatores decisivos nesse processo envolve, justamente, a coordenação de produto. Tratando-se de uma Loja Colaborativa, onde há diversidade de produtos e marcas, dividindo o mesmo espaço físico, torna-se imprescindível uma análise mais concisa, promovendo correlação entre os produtos e criando “nichos invisíveis”. Uma coordenação mal executada ou inexistente gera confusão mental no cliente e a sensação de estar “perdido” dentro da loja. Já, uma coordenação correta, permite que o cliente “passeie” pela loja, permanecendo muito mais tempo nela sem perceber porque essa permanência torna-se agradável. Esse tipo de situação é, comumente, encontrada em supermercados. [...]a disposição dos numerosos corredores de gôndolas de um supermercado é rigorosamente planejada. Embora não pareça motivar o consumidor, essa disposição alcança o objetivo de facilitar o processo de uma compra que poderia ser monótona.[...]Mercadorias básicas, como leite e ovos, nem sempre estão localizadas na parte dianteira de um supermercado, o local mais cômodo para o cliente; esses produtos costumam estar situados no centro ou no fundo do estabelecimento, obrigando o cliente a passar por outros produtos antes. Provavelmente, durante esse percurso, o consumidor acrescentará outras mercadorias à sua compra, que não estavam previstas[...]esses exemplos demonstram o poder e a eficácia de um layout bem planejado. (MORGAN, 6O Layout é a2017, TONY, 122) 28| acervo organizaçãop. dentro do espaço, o projeto com o posicionamento de mobiliário e equipamentos.
Zonas internas do ambiente de compra.
Fonte :Livro Visual Merchandising – Vitrinas e Interiores Comercias, p. 124.(Março de 2020)
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CONCEITO LAYOUT
A Coordenação ou Correlação de Produtos determina o percuso dentro da loja, o percuso dentro do ambiente de consumo é sempre direcionado. De acordo com MORGAN, 2017, o Layout é setorizado em quatro áreas: Platina;Ouro;Prata e Bronze As imagens exemplificam muito bem a relação entre as zonas e a disposição correta dos expositores. Ao entrar em uma loja, depara-se com a 7 Zona Platina onde fica o Hotspot,comumente nessa área, expõe-se os produtos que atraem os consumidores, produtos da vitrine ou em liquidação. Nas Zona Ouro e Prata estão expostos todos os produtos, nos 8 mais variados displays ,além de provadores e áreas de descanso. Na Zona Bronze, última zona de uma loja, localizada aos fundos, deverão estar 9 locados os caixas e o Checkstand.Os expositores situados nas Zonas Ouro e Prata devem estar, preferencialmente, dispostos em 45° para que haja visibilidade de toda a loja, evitando que ele crie uma barreira visual, o que ocorreria se estivessem possicionados a 90°. Os pontos focais localizados nas extremidades fazem com que o cliente se interesse por explorar todos os cantos da loja, esses posicionamentos no Layout são fundamentais para a circulação, criam linhas imaginárias que conduzem o cliente pelo percurso pretendido. Outro ponto importante relatado por MORGAN, 2017, é a altura do ângulo de visão do consumidor. Segundo ele, o ângulo de visão gira em torno de 0,80cm a 1,80m, com mais atenção aos detalhes abaixo, sendo que no ocidente o trajeto do olhar se dá, da esquerda para a direita.
7 Do Inglês, ponto quente. Local onde ficam os produtos que se deseja dar maior visibilidade. 8 Expositor de produtos.(Araras, mesas de valorização, gondolas, colméias, nichos, balcões etc). 9Display, com produtos que localizados em frente aos caixas ou em um percurso proposto até sua chegada.
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Amaro Guide Shop São Paulo/SP
[...] o “omnichannel” significa de forma generalizada um “único canal”, onde podemos relacionar todos os canais que até agora funcionavam separadamente, poupando tempo e tornando o processo de compra cada vez mais simplificado e intuitivo. (SOARES, 2019 apud COELHO, 2015, p.6)
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VAREJO 4.0 O excesso de padronização na identidade visual dos pontos de venda é visível, e tem tornado um problema porque as lojas têm perdido sua personalidade e com isso a “força” de suas marcas. O Novo Varejo requer a capacidade de adaptação, pois, a rotina do varejo não é mais uma regra e será cada vez mais volátil, com isso, os empreendedores devem estar abertos às inovações. O conceito de Varejo 4.0 nada mais é que a evolução do ciclo do Varejo (produção e venda de produtos) aliado à tecnologia. Em uma loja é preciso que haja uma conexão entre o online e o offline, onde o ponto de venda e as plataformas digitais transmitam a mesma mensagem ao público, no Marketing essa estratégia é conhecida por omnichannel.De acordo com (ALMEIDA;SOARES 2019 apud COELHO 2015). [...] o “omnichannel” significa de forma generalizada um “único canal”, onde podemos relacionar todos os canais que até agora funcionavam separadamente, poupando tempo e tornando o processo de compra cada vez mais simplificado e intuitivo. (SOARES, 2019 apud COELHO, 2015, p.6) Segundo uma pesquisa da GLOBAL WEB INDEX, 2019, o Brasil ocupa a segunda posição do ranking dos países que passam mais horas do dia conectados à internet e redes sociais, contudo, o novo varejo deve ser pensado para esse consumidor, o que explica a necessidade de se reinventar, traçar novas rotas e redesenhar estratégias, transformando o PDV (Ponto de Venda) em espaço de entretenimento. Por sua vez, a tecnologia no novo varejo é apresentada como um meio e não como um fim, ela faz parte do processo de construção de uma experiência de compra.
Segundo uma pesquisa da GLOBAL WEB INDEX, 2019, o Brasil ocupa a segunda posição do ranking dos países que passam mais horas do dia conectados à internet e redes sociais, contudo, o novo varejo deve ser pensado para esse consumidor, o que explica a necessidade de se reinventar, traçar novas rotas e redesenhar estratégias, transformando o PDV (Ponto de Venda) em espaço de entretenimento. Por sua vez, a tecnologia no novo varejo é apresentada como um meio e não como um fim, ela faz parte do processo de construção de uma experiência de compra. 32| acervo
Universal Standard
Criamos um espaço onde as compras podem ser especiais, algo íntimo e pessoal, onde o ambiente impulsiona a conexão entre amigos, família e sua comunidade e as compras possam se estender além da tela para ser uma experiência, não apenas uma transação.-Universal Standard, 2020.
10 Uma mistura de elementos diversos, mas que juntos passam uma m 11 Agênero. 12Empresa de Visual Merchandising, localizada em São Paulo com atu 13 Espaços Compartilhados. 14 A Loja Conceito, a mais importante de uma marca com várias lojas 15Uma estratégia de venda, mais agressiva, onde se deseja vender a t 16Soft vem do inglês e significa macio, é uma abordagem de venda ma Grupo de pessoas que formam uma corporação dentro de uma ins
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mensagem visual. Ex: corda, ferradura, bota.
uação no varejo.
s. todo o custo, quase uma venda forçada. ais sofisticada e menos impositiva. stituição, funcionários.
VAREJO 4.0 Segundo SALEK, 2020, não existe mais o conceito de PDV, o ponto de venda passa a ser um ponto de contato, ele está totalmente ligado ao relacionamento da loja com o seu público. Esse espaço carece de personalidade e deve ser utilizado como a voz da marca, comunicando e conectando marcas e consumidores.
Pessoas e aspectos sociais se tornam muito mais relevantes nos próximos tempos, “Pessoas precisam de Pessoas”, a palavra de ordem é EMPATIA. Esses são fatores determinantes para o novo varejo que, visa à entrega de uma experiência verdadeira e significativa, afirma SALEK.Em um movimento de crossover, a entrega de serviços é um dos 10 conceitos mais crescentes dentre as inovações do varejo. Toda a “tecnologia” vista na maior feira de varejo do mundo, a EUROSHOP 2020 em Düsseldorf na Alemanha, está atrelada à entrega de serviços adicionais, que podem ser proporcionados ao consumidor de diversas formas como, atendimento com horário marcado, ajuste de uma peça, personalização, ou até mesmo a reciclagem de produtos do próprio consumidor, ainda pouco existente, mas é uma política recente que busca substituir a antiga política de descontos.Outra novidade do mercado é trazer a loja cada vez mais para a vida dos consumidores. A Loja Universal Standard nos EUA, é uma loja genderless, que atende todos os 11 os clientes podem tamanhos, ela funciona como um grande apartamento, onde reservar um de seus espaços para dar um jantar ou curtir uma festa com amigos.
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A VIMER acredita que a entrega de serviços no varejo é, a tática que responde ao crescente interesse dos consumidores, em relação à socialização nos espaços físicos, sustentabilidade e, consumo individual e consciente. Ainda completa que, na EUROSHOP 2020 explorou-se 13 muito o conceito de SHARED SPACES, espaços de compartilhamento, sejam eles, espaços “instagramáveis”, espaços de convivência com 14 conectividade, dentro de Pop ups, Flagships ou Lojas Colaborativas. Com a ideia de compartilhamento, coletividade e serviços cada vez mais personalizados, esses espaços são a “bola da vez“ do varejo.Conclui-se que, o novo varejo no Brasil é a aposta de reinvenção de antigas 15 práticas do varejo brasileiro, uma fuga do antigo HARD SELL, passando 16 por um momento de SOFT SELL, onde a venda é uma consequência do serviço prestado. O atendimento ao cliente é decisivo e o vendedor passa a ser consultor, como exemplo, a loja CAMPER que contrata profissionais de teatro para serem representantes da marca. Eles estudam o produto profundamente e performam uma operação de 17 storytelling para envolver o consumidor, o staff passa a ser determinante nesse momento do varejo.
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SUSTENT
A sustentabilidade do varejo não se limita apenas ao ciclo de produção e consumo de produtos, mas, também à própria construção dos espaços físicos, cenografias, vitrines, descarte e reaproveitamento de materiais, utilização de materiais autossustentáveis e as práticas que a empresa deseja seguir durante sua vida no mercado. Breve e direto, pode-se trazer esses conceitos para a Loja Colaborativa, separando a sustentabilidade em três pilares básicos: Sustentabilidade Ambiental, Social e Econômica. (ANDRETTA, 2017) A Sustentabilidade Ambiental está relacionada aos recursos naturais: água, energia, vegetação, descarte de resíduos e emissões carbônicas. Existem várias medidas que podem ser tomadas para a preservação do meio ambiente, mesmo no varejo; o reuso de água por meio de cisternas; energia fotovoltaica; grandes aberturas a fim de proporcionar ao espaço ventilação cruzada e iluminação natural, minimizando o uso de ar condicionado; reaproveitamento de materiais para cenografias, etc.
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ABILIDADE NO VAREJO
RENAULT, 2020, afirma que, as tendências acerca da sustentabilidade no varejo destacam 18 para o mindset sustentável que, apareceu em diversos stands, durante a EUROSHOP 2020, porém, a empresa Genesis Mannequins surpreendeu com o lançamento de manequins feitos com fibras naturais, que garantem menor impacto ao meio ambiente. A Sustentabilidade Econômica surge da ideia de torná-la viável economicamente. Segundo TAKANO, 2015, “a sustentabilidade é uma importante estratégia de reposicionamento de imagem de marca”. Um exemplo clássico disso, são os supermercados que, em 2015 tiveram que substituir suas sacolas plásticas por sacolas ecológicas, as “eco bags”, com a intenção de minimizar o impacto ambiental que, já havia ultrapassado os limites. Além da questão sustentável tornou-se viável e até rentável para os supermercados que criaram estampas e campanhas para as sacolas ecológicas. Outro exemplo de incentivo à sustentabilidade são os postos de carregamento de carros elétricos, nos estacionamentos de Shoppings. 18
Modelo de pensamento, padrão de comportamento de um grupo ou indivíduo.
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SUSTENT
Rent Style Loja
Mahatma Gandhi dizia, “Temos que ser a mudança que queremos ver no mundo.” Quando fala-se em Sustentabilidade Social, é justamente isso, a loja precisa ser um exemplo para a sociedade em que está inserida. Uma forma de colocar a sustentabilidade social em prática, no caso da Loja Colaborativa, é realizar curadoria para definir os parceiros e escolher fornecedores que estejam baseados em processos sustentáveis, promover eventos, encontros, workshops e debates de conscientização e principalmente ações sustentáveis como, a coleta de roupas e objetos inutilizados pelos consumidores, dando-lhes novos usos e inutilizar mídias impressas como etiquetas, folders e sacolas, optando pelo uso da tecnologia com totens digitais e QR Codes. SOUZA, 2018, aponta: Os impactos do consumo individual na sociedade são cada vez mais discutidos na literatura. A preocupação com a Responsabilidade Social deixa de estar limitada à esfera empresarial e passa a fazer parte do dia a dia das pessoas. Faz-se necessário, portanto, uma maior compreensão do que envolvem estas preocupações e do comportamento do consumidor socialmente responsável no que diz respeito às suas motivações de compra.(SOUZA, F. LAÍS, 2018, p.1). 19 Do inglês, segunda mão. Trata-se do comércio de peças de usadas. 20 Aluguel de roupas e acessórios.
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TABILIDADE NO VAREJO
A própria ideia de colaboração da loja exprime esse conceito sustentável para empreendedores e consumidores, prevê menor impacto por meio da concentração de micro lojas dentro de uma só. Outra ideia em ascensão, dentro das lojas, 19 é o mercado de Second Hand, com raízes no antigo “brechó”, um termo que costumava soar pejorativo, mas hoje, é muito 20 aceito na forma de desapego, garimpo ou Rent Style. Esse tipo de mercado é um formato sustentável que preza pelo consumo consciente, por meio da troca, aluguel ou venda de roupas usadas, excluindo a produção de novas peças, evitando, dessa forma, o esgotamento dos recursos naturais.
“Temos que ser a mudança que queremos ver no mundo.” Mahatma Gandhi
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Loja Zara
O Varejo e a Construção Civil são os setores mais poluentes do mundo, o descarte inadequado nas produções de grande escala é um problema ambiental generalizado. A informação gera o conhecimento, por isso, com a evolução dos veículos de comunicação, ocorreram mudanças transformadoras no comportamento das pessoas, principalmente, se tratando de consumo. Hoje, o cliente final preocupa-se muito mais com os processos se comparado há trinta anos, além de adquirir um produto, esse cliente deseja viver uma experiência de compra e identificar-se com a marca. Esse processo de identificação, inicia-se antes mesmo da compra, na busca pelo produto que inclui, informações sobre a empresa, sua visão, missão, processo de produção, questões relacionadas à sustentabilidade, tratamento de funcionários, respeito à diversidade, projetos sociais que a mesma esta envolvida, etc. São diversos os questionamentos antes de se adquirir aquele produto ou serviço, a loja é tratada como um elemento vivo, com personalidade e opinião própria. Segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), desde o ano de 2014, o Brasil vive em recesso econômico, mas, quando comparado com os anos de posteriores, tem-se a informação de que, o comércio varejista obteve os piores resultados quando levado em consideração a quantidade de lojas fechadas, demissões e queda nas vendas. Chegando ao número de 108,7 mil lojas formais encerradas no país e 182 mil trabalhadores demitidos, reduzindo o comércio em mais de 200 mil lojas e mais de 360 mil empregos. A Loja Colaborativa, surge em resposta à crise econômica, segundo o (SEBRAE/ABNT 2015), “Dos 5,9 Milhões dos Micro e Pequenos Negócios e Empreendedores Individuais existentes no país, 3,1 atuam no comércio“. Sendo assim, a loja colaborativa pretende atuar, também, como Agente Social e Sustentável, com preocupações acerca do reuso de materiais sejam eles, construtivos ou nas montagens; propagação do consumo consciente por meio da locação e venda de itens novos e usados, além, da coleta de roupas usadas para odevido descarte, reciclagem ou doação, incentivo às pequenas produções Slow 21 Fashion, impulsionando o empreendedorismo e dando visibilidade a artistas locais e micro empreendedores, de maneira geral. Também, será útil, para consolidar marcas 22 por meio de Pop Ups e disseminar o acesso à cultura em Marília e região. 21
Baixa Produção, produções menores, produtos mais artesanais que dispensam grandes indústrias. 22 Loja temporária, para teste de uma marca nova, e-commerce ou para ações publicitárias.
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PROBLEMATIZAÇÃO
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Loja Zara
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JUSTIFICATIVA
A escolha do tema proposto, surge da ausência de profissionais de Arquitetura atuantes e/ou devidamente capacitados para esse nicho do mercado. Certamente, a Arquitetura Comercial e de varejo e o Visual Merchandising vão muito além dos conhecimentos adquiridos na academia de arquitetura, normalmente o nicho é brevemente abordado no curso.Talvez seja por esse motivo que a maioria dos inseridos nesse meio são comumente profissionais que advém de áreas como: Marketing, Moda e Artes Plásticas, possivelmente pelo conteúdo abordado nos cursos, que leva a optar pela atuação no varejo.Piscologia das Cores, Comportamento de Consumo, Venda propriamente dita e o Empreendedorismo. Aprendem noções de economia, modelos e viabilidade de negócios além de cases de sucesso, disciplinas que, infelizmente, não são abordadas na faculdade de arquitetura pela falta de carga horária visto, a quantidade de conteúdos obrigatórios e o grande leque de opções que a profissão proporciona. Por outro lado, apesar da ausência dessas informações dentro do curso, o Arquiteto é um profissional multidisciplinar e muito gabaritado para ocupar esse mercado pouco explorado, tendo em vista as disciplinas que lhe são ensinadas, tais como, Desenho técnico, Softwares de desenho 2D e 3D, Instalações e Estruturas, Gestão de Obras, Design de Interiores, Luminotécnica, História da Arte e Arquitetura, Estética, entre tantas outras, técnicas e práticas, conhecimentos esses, altamente necessários para a Arquitetura do Varejo.
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OBJETIVO A Cidade de Marília é conhecida pelas diversas indústrias alimentícias que comporta, apesar da pouca idade, apenas 90 anos, desenvolveu-se abruptamente em sua economia e expansão. Segundo o (IBGE censo 2019), Marília está localizada no Centro Oeste Paulista, longe dos grandes centros urbanos, São Paulo está à 434 km e Curitiba esta à 503 km. Contudo, com grande potencial logístico, possui três importantes rodovias estaduais e uma rodovia federal que atravessa o país de Norte a Sul. A cidade possui de 238.882 mil habitantes, mas, sua região conta com 26 municípios, totalizando pouco mais de 800.000 mil pessoas que reportam-se à cidade em busca de melhores condições de saúde, ensino, empregos e comércio.Marília, é uma cidade privilegiada por um fenômeno conhecido como Migração Pendular, segundo PERCÍLIA, 2005, trata-se de um deslocamento diário, de um grande número pessoas de municípios distintos, para fins de trabalho e estudo; sobretudo, isso ajuda a compreender sua expansão e reconhecer a necessidade de melhorias em diversas áreas.É inevitável pensar que não há oferta suficiente para a demanda exigida, principamente, tratando-se de cultura e lazer. Grande parte da população é obrigada a descolar-se por longas distâncias para encontrar o que deseja, o que torna-se, muitas vezes, inviável economicamente.Analisar a situação como um todo, faz-se vislumbrar o potencial econômico e social da cidade. Diante desse contexto e em relação à essa realidade, o Objetivo Geral desse trabalho é propor uma Loja Colaborativa e provar a importância e os benefícios que sua implantação deve exercer sobre a qualidade de vida na cidade de Marília/SP. Ademais, democratizar o acesso à arte e à cultura e possibilitar o consumo de produtos e serviços singulares, atualmente intangíveis.
Marília / SP 43| acervo
Curitiba/PR
SĂŁo Paulo/SP
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Desde os primórdios da existência humana observa-se que os seres humanos são seres consumistas e a maneira como consomem deu-se, juntamente, à evolução da espécie. Na Pré-história, o homem alimentava-se de animais e utilizava das peles para se aquecer, as circunstâncias, sempre fizeram e farão parte da evolução humana, do Pré-Histórico ao Futurista, o Homem é movido à desafios. (KIPNIS, 2018).
Segundo COLOMBO;FAVOROTO;CARMO, 2008, na antiguidade (400 a.C.), período conhecido pelos povos gregos, egípcios, persas, mesopotâmios, fenícios e hebreus, antes mesmo da criação do dinheiro, praticava-se uma forma de consumir baseada em escambo. Era a moeda de troca entre pessoas e povos, supria muito bem a necessidade da época, pois, cada região e produtor individual praticava suas próprias atividades econômicas, agrícolas, produções têxteis, pescas, caças, produções de armamento e alimentos de maneira geral. Além disso, cada localidade possuía suas próprias culturas, características e peculiaridades sendo o escambo algo vantajoso que ia além da troca de produtos, era a solução para as produções em excesso, que revertidas em vendas evitava a perda de insumos, daí a raiz do Varejo.
Com a evolução dos processos de produção de agricultura e pecuária no sistema de Feudalismo na Idade Média, conhecida como Período Medieval (476 d.C.), ocorreram também mudanças comerciais.
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Segundo DEMETRESCO, 2014, “as pequenas lojas existentes no período tinham fachada em madeira, e dividiam-se entre loja e ateliê do próprio artesão.” No período entre a Antiguidade e a Idade Média surgiram os primeiros “mercadões” ou feiras, posteriormente na idade moderna também os mercados de “pulgas”. Esses estabelecimentos comerciais eram fechados ou a céu aberto, com lugar fixo ou não, era onde encontrava-se um pouco de tudo, de certa forma, esses tipos de comércio apesar da precariedade foram primícias da Loja Colaborativa atual, antes mesmo desse termo ser criado.
Antigo estabelecimento comercial. 46| acervo
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Grand Baazar, 2008, Istambul Grand Bazaar ,1850 , Istambul
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La Boqueria Mercat, 1910, Barcelona
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La Boqueria Mercat,2013, Barcelona
Seria impossível mencionar o varejo sem citar os Mercados Públicos, alguns exemplos de Mercados ainda existentes são a La Boqueria, a nas Ramblas, a Barcelona e o Antigo Mercado de Constantinopla, atual Mercado Turco, em Istambul. Com o declínio do Feudalismo, muitos antigos servos passaram a produzir e criaram grupos de mercadores e comercializavam seus produtos, nessas feiras. Com a forte influência da igreja julgou-se necessária a criação do dinheiro em espécie para cobranças de juros, empréstimos e impostos que perduraram por todo o Renascimento.
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E V O L U Na Era Moderna (1453), com as grandes navegações, as relações comerciais tomaram maior proporção, iniciou-se o comércio intercontinental em um processo conhecido por Expansão Ultramarina. Instaurou-se um novo formato econômico, o então Mercantilismo, esse comércio foi primordial na ascensão do Capitalismo, surgimento da Burguesia e advento para a Revolução Industrial, que a partir daí mudaria toda a relação do homem com o consumo, até a atualidade. (VOLPI, 2007)
Vitrine Marshall Field`s, 1900, 49 | acervo
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Pouco antes da revolução industrial em 1700, já surgiam às primeiras lojas, chamadas ”General Store”, onde se encontrava uma gama de produtos, tais como, roupas, sapatos, alimentos, produtos agrícolas e afins. Tempos depois, com a mudança no atendimento ao cliente, houve a necessidade de segmentar as atividades, surgiram, então, as “Grocery Store” que eram mercearias especializadas no comércio de alimentos, com grandes balcões que separavam o público do produto. A Revolução Industrial (1760-1840) transformou a vida do Homem em todos os aspectos, principalmente, na economia com o surgindo das fábricas e possibilidade de grandes produções, desta vez, com a tecnologia a favor dos processos de produção, a indústria de moda ganha força. Além disso, com a produção do vidro, em grandes dimensões, foram possíveis a execução de vitrines. Em 1850 foi fundada em Paris a Le Bon Marché, a loja que seria um marco para a Arquitetura Comercial e o Visual Merchandising.
Aristide Boucicaut foi o criador desse tipo de estabelecimento comercial. Ele desejava criar uma loja que vendesse todo o tipo de mercadoria, atraindo um grande público que pudesse passear livremente por essa “cidade dentro da cidade”.Em 1852, Boucicaut abriu a primeira loja de departamentos: Le Bon Marché, Paris. (MORGAN, TONY, 2017, p. 11)
Chicago. 50 | acervo
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Após esse ponta pé inicial, outras lojas foram surgindo nesse segmento no território americano, e muitas delas continuam ativas : Macy`s; Marshall Field`s; Bloomingdale`s e Wanamaker`s. Harry Gordon Selfridge inaugurou em Londres– 1909 sua loja de departamentos, a Selfridge`s,com referências britânicas e amplas vitrines. Segundo MORGAN, 2017, “não existe informações sobre a primeiras vitrines cenográficas, o que sabe-se é que, o empresário norteamericano foi um precursor na elaboração de cenografias de vitrine e alguns princípios básicos do Visual Merchandising atual”. Ainda afirma que, Gordon foi o primeiro à deixar sua vitrine com as luzes acesas durante a noite no período em que a loja estava fechada, outro ponto interessante, é que a Selfridge`s foi a pioneira em servir bebidas aos clientes, também, foi pioneira em diversas ações de marketing e publicidade no varejo. Para CUNHA, 2018, nesse mesmo ano os Estados Unidos 23 passava por uma valorização do American way of life , quando o consumo estava totalmente ligado ao prazer. Já em 1912, surgiu a primeira loja com autosserviço no EUA. 23
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Estilo de vida americano.
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Le Bon Marché ,século XIX, Paris.
Vitrine Selfridges, 1920, Londres.
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Segundo LEWIS;DARTH, 2019, no final só século XIX, o empreendedor Richard Sears trouxe uma inovação para os serviços do varejo, ele criou a venda de produtos por catálogo com entrega pelo correio, muito parecido com o e-commerce atual. Entre 1950 e 2000, o consumo estava pautado no entretenimento, as pessoas consumiam em locais, também, de lazer, como shoppings, galerias e grandes lojas de departamento. Foi nesse período, em que começaram a surgir eventos dentro desses espaços comerciais, exposições, desfiles de moda, atrações infantis, entre outros. A partir de 2000, o varejo mudou, o consumidor passou a ser a figura central, várias marcas “explodiram“ nesse período e com a alta demanda foram necessárias algumas ações como, redes de descontos, Fast Foods e franquias. A globalização possibilitou o e-commerce e, a partir de então, o controle do mercado está nas mãos do consumidor que detém toda a informação. Não adaptar-se aos desejos do consumidor significa perder para uma concorrência sem fim, onde o cliente sempre vence.
Catálogo de produtos Sears.
Loja de departamentos Sears, 1950,EUA.
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E V O L U Em 1500, com o descobrimento do Brasil pelos portugueses iniciaram-se comércio de trocas com os índios, o escambo. Ofertavam produtos em troca da conquista da terra, da qual dominaram e exploraram por diversos ciclos econômicos, Pau Brasil, Cana de Açúcar, Mineração e Café. (VOLPI, 2007). VAROTTO, 2006, afirma que o comércio brasileiro inicia-se nas vilas litorâneas, antes disso, o Brasil só exportava seus recursos naturais, começando pelo açúcar. Em 1649 a Coroa institui a Companhia Geral do Comércio do Brasil, monopolizando a venda de azeite, vinho, bacalhau e farinha. Por volta de 1750, com a descoberta do ouro em Minas Gerais, iniciaram-se as bandeiras e, com isso, a necessidade da criação de vilas para abrigar os tropeiros que faziam comércio durante o percurso que, ia do sul do país até Minas Gerais. A vinda da família Real portuguesa para o Brasil em 1808, levou a abertura dos portos, causando mudança drástica no país. Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, Recife e Belém, eram os principais portos do território brasileiro, naquele momento, foram por onde chegaram cerca de 15.000 comerciantes, dando início as primeiras lojas de rua nas cidades em formação. As famílias mais abastadas continuavam exportar produtos mais sofisticados como, porcelanas, prataria, cristais, perfumes e roupas. A Europa continuava a influenciar culturalmente, na moda, na língua e entre outros serviços, inclusive na mídia impressa, os jornais, eram europeus. VAROTTO, 2008, explica que, em 1850 foi proibido o tráfico de escravos e o Brasil exportava muito café, a mão de obra das lavouras era por conta dos imigrantes, o capital gerado ia para a construção das cidades, casarões, prédio públicos, estradas de ferro, casas bancárias e casas de exportação. Alguns imigrantes utilizaram seu capital para iniciar na indústria, como exemplo, as famílias notórias da época, Matarazzo, Crespi, Jafet e Klabin. Esse processo de industrialização gerou a evolução urbana das cidades, com grande enfoque na cidade de São Paulo. A grande quantidade de trabalhadores operários fez surgir as vilas operárias e as feiras livres, atendendo a demanda dessa população. Os produtos eram cultivados por imigrantes instalados na região paulista, os excedentes do cultivo eram vendidos em mercados de vila ambulantes e armazéns de secos e molhados.
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feira livre. São Paulo/SP Fonte: acervo estadão
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Loja Mappin,19 Praça Ramos de Azevedo. São Paulo/SP fonte:Forbes.
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Já as primeiras lojas de varejo do Brasil foram Casas Pernambucanas, que no final de década chegava a 200 lojas, Mesbla e Mappin. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passa a admirar o American Way of Life , a população substitui os produtos importados da França pelos produtos norte americanos, é nessa época que empresas americanas instalam-se no país. Em meados de 1940, surge a loja de departamentos Sears, que possuía lanchonete e estacionamento, com a novidade do Self 24 Selection. Já, o primeiro supermercadodo Brasil foi inaugurado em 1953 em São Paulo, em uma loja de 800 m2, o Sirva-se S.A, ele tinha layout e equipamentos parecidos com os supermercados norte americanos, posteriormente vieram, Pão de Açúcar, Makro atacado (1973); Carrefour – França (1975) e Wal – Mart (1995). Segundo VAROTTO, 2008, a princípio, esses mercados e armazéns controlavam as finanças com anotações em cadernetas, somente no ano de 1990 surge o primeiro sistema de controle de caixa e o código de barras que, facilitou a gestão dos supermercados. Várias outras categorias de produtos, chegaram às gôndolas, tais como: Cd’s, perfumaria e hortifrúti, incomuns para a época, antes disso, o velho costume europeu era segmentar as lojas. Em 1966 chega ao Brasil o primeiro Shopping Center, o Iguatemi, na cidade de São Paulo, mas, o comércio de rua ainda era muito forte por isso, o shopping teve dificuldades de se estabelecer. Por sua vez, a Moda, era, basicamente, produzida pelas mulheres em suas próprias casas, para consumo próprio e sob encomendas, comumente, compravam os tecidos nas Casas Pernambucanas e costuravam com máquinas Singer, que podiam ser facilmente encontradas nas 59 lojas espalhadas pelo Brasil. (VAROTTO, 2008) O varejo virtual no Brasil surge no final da década de 90, com a primeira loja virtual a Booket, para comércio de livros, cd’s e vídeo. Depois disso, surge a Lojas Americanas, firme no mercado até hoje e, no final de 2006, surgem o Submarino e a Via Varejo, primeira varejista a utilizar a realidade aumentada no país. De acordo com VAROTTO, 2008, apesar do pouco tempo do varejo brasileiro, a história continua a ser escrita, seja pelo avanço das tecnologias ou pelas mudança do comportamento de consumo, o varejo está em constante mudança. 24 Modalidade de auto serviço, onde o cliente escolhia seus produtos e a venda era finalizada por vendedores especializados no setor do produto.
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LE LA
O projeto da Loja Colaborativa será embasado na legislação vigente de estabelecimentos comerciais, a loja compartilhará o espaço físico com um restaurante e uma cafeteria, sendo necessário a consulta de normas para essa segunda finalidade. Deverão ser consultadas as seguintes normas :·
Código de Obras da Cidade de Marília/SP LEI COMPLEMENTAR Nº 42 DE 28 DE SETEMBRO DE 1992 O Código de Obras da cidade de Marília é o instrumento que permite à Administração Municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço edificado e seu entorno, bem como, garantindo suas normas de segurança e a salubridade das edificações.· Código Sanitário Estadual DECRETO Nº 12.342, DE 27 DE SETEMBRO DE 1978 Esse decreto compete às ações da Vigilância Sanitária (VISA). Deve promover e proteger a saúde da população e ser capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção, da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.· LEI DE ZONEAMENTO E USO DO SOLO 4455 DE 1998. A Lei de Uso e Ocupação do Solo definem as normas gerais para o desenvolvimento da cidade. Nelas se encontram reunidos os princípios e orientações para a utilização e ocupação do espaço urbano, com o objetivo maior de garantir o desenvolvimento da cidade de forma equilibrada e sustentável. ·
DECRETO Nº 63.911, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2018 Institui o Regulamento de Segurança Contra Incêndios das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e dá providências correlatas.A Loja colaborativa apresenta uma função social no meio em que está inserida, promovendo a igualdade, portando, deve estar preparada para atender todo o tipo de consumidor, independente de sua condição física, idade etc.
A Acessibilidade é fundamental, as nomas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), também, nortearão o projeto de Store Design. A ABNT - NBR 9050 de 2015 estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural e, de edificações às condições de acessibilidade.
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EGIS AÇÃO “Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”. ABNT - NBR 9050 de 2015
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LEITURA DE PROJETOS L O J A
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AxonomĂŠtrica do projeto com legenda do autor
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Fonte: https://bit.ly/3g0GvUo
LEITURA DE PROJETOS L O J A
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A Loja Coletiza, está localizada em Curitiba, o projeto é recente, mas o edifício já existia, passou por remodelação. Esse projeto traz muito o conceito que desejo trazer para o projeto da Loja Colaborativa. Ele agrega em seu espaço um bar/ restaurante, em uma área de 750,00m2 , projetado Pelp escritório Solo Arquitetos. O projeto foi escolhido pela versatilidade do mobiliário e ambientes e pela preocupação em criar espaços para alimentação. As informações apresentadas são de Matheus Pereira e imagens de Eduardo Macarios para o site Archdaily. A Coletiza é um universo vivo de conexões de plurais, esse é o conceito deste espaço coletivo e colaborativo formado por um grupo de quatro empreendedores. (Equipe Coletiza, 2020)
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Expositores
Fonte: https://bit.ly/3cKy2m1
Restaurante/Pizzaria.
Fonte: https://bit.ly/2X16cv2
Foi criado um elemento arredondado amarrando todo o espaço criado dentro de um antigo galpão de dimensões (50m de comprimento, 7m de largura), como uma parede de apoio que percorre todos os espaços do edifício. No teto, uma fita que cria identidade visual da Coletiza, mas serve para articular os módulos de exposição de produtos que mudam de acordo com cada loja exposta, alterando de lugar os provadores e mostrando salas de apoio escondidas. 65 | acervo
Provadores
Fonte:https://bit.ly/2X6DwB8
Bar e mezanino
Fonte: https://bit.ly/2ZeCk16
Em suma, considero o projeto interessante, visto que o mesmo foi implantado em um imóvel já existente e de medidas complexas aonde a segmentação dos ambientes conseguiu criar espaços integrados e ao mesmo tempo distintos, dentro de uma mesma área, além da flexibilidade para remodelar a loja a qualquer momento, considero genial. O projeto desse espaço falhou quanto à iluminação e ventilação natural, mas, aprecio a escolha dos materias simples e de fácil manutenção, passando uma imagem “descomplicada”, o que explícita, corretamente, o Lifestyle dos usuários de uma loja colaborativa.
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LEITURA DE PROJETOS L O J A
B E M G L Ô
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Balcão
Expositores aéreos
Fonte: https://bit.ly/2LAqFBI.
Fonte: https://bit.ly/2LAqFB
Corte esquemático da Loja Bemglô.
Fonte : https:
Planta da Loja Bemglô com adaptação do autor
Fonte : https:
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s.
BI.
://bit.ly/2WLJNTX
LEITURA DE PROJETOS L O J A
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Na loja Bemglô foi realizada uma visita técnica em Janeiro de 2020. A loja está localizada na rua Oscar Freire, em São Paulo, iniciou as atividades em 2019. O Projeto de remodelação é da Vão Arquitetos, as informações são do site Archdaily. A loja de apenas 155m2 é composta por materiais bem simples. É apenas uma “portinha” singela, na Rua Oscar Freire, mas, o que chama a atenção de curiosos, ao entrar na loja, é um longo corredor, que na realidade é uma rampa muito sutil que dá acesso ao nível abaixo, aonde encontra-se um salão maior, que conta com caixa, provador e sanitário. Transformar uma garagem semienterrada na primeira loja física do e-commerce multimarcas Bemglô foi o desafio enfrentado por esse projeto. Localizado na Rua Oscar Freire, uma das principais vias comerciais de São Paulo, o local é parte remanescente de um imóvel onde há alguns anos. Outra marca já estava estabelecida. (Equipe Bemglô,2020) Enquanto as lojas vizinhas ocupam um espaço convencional para uma loja, diretamente, conectado à rua por meio de vitrines, a área destinada a Bemglô é constituída por uma rampa estreita, 3,00m de largura por 25,00m de extensão, seguida de um amplo salão que, apesar das dimensões mais generosas, o baixo pédireito de 2,10m e a ausência de aberturas o fazem um ambiente úmido, escuro e enclausurado.A luz natural foi o artifício utilizado para ampliar a sensação espacial, atrair os olhares da rua e convencer as pessoas a adentrarem na loja, para isso, foi utilizado forro de telha ondulada de fibra de vidro sob uma cobertura transparente pré-existente que acompanha a rampa em todo o seu percurso, com luz filtrada e difusa.
://bit.ly/2X78IjE
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Rampa de Acesso à loja
Fonte: https://bit.ly/2WJlplH
Café Catarina.
Fonte: https://bit.ly/3e1vobF
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LEITURA DE PROJETOS L O J A Acesso ao salão inferior
Fonte: https://bit.ly/2AzV0Ow
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Programa mais funcional composto por banheiro, estoque, provador, área de pagamentos e embrulhos foi disposto em um núcleo único, na área do salão. Em formato de L, desdobra-se junto à quina das paredes, de forma a atrapalhar minimamente o espaço livre para a disposição de produtos. O forro de gesso presente no salão foi retirado, suas lajes e vigas descascadas a fim de revelar o sistema construtivo e aumentar o pé-direito. Junto à nova entrada de luz, na demolição da laje, foi projetado um espaço para o parceiro Café Catarina. No alargamento da rampa, sobre o pé-direito mais alto de toda a loja, um jardim qualifica o ambiente visualmente e termicamente. Esse, também, foi utilizado para a exposição de produtos por meio de prateleiras de vidro flutuantes entre as plantas e apoiadas por um sistema de vergalhão dobrado.A Bemglô é uma loja da qual tive a oportunidade de conhecer em janeiro de 2020, uma pequena porta que chama a atenção de quem passa pela Rua Oscar Freire, em meio a tantas boutiques, lá está ela, a Bemglô. A proposta de utilizar a rampa de acesso ao pavimento inferior, como um espaço de exposição de produtos, foi excelente, ainda mais por tratar-se de uma loja com dimensões compactas, há a necessidade de um projeto bem elaborado a fim de garantir um melhor aproveitamento do espaço. Por mais incrível que pareça, a loja não causa nenhum tipo de sensação claustrofóbica, mesmo com sua pouca metragem. O bom projeto possibilitou a incidência de iluminação natural dentro do espaço, o que torna todo o percurso até o piso inferior, muito agradável. A escolha simples dos materiais remete a memória afetiva, o tijolo aparente, a pintura a cal, lajotas, vigas aparentes e telhas translúcidas de polipropileno trazem a “casa” de interior para o meio do caos da cidade. O concreto do piso traz a cidade “á tona” e contrapõem-se aos outros materiais mais “quentes “ proporcionando uma sensação de frescor e mantendo o ambiente mais agradável, porém o espaço conta com pouca ventilação natural, sendo preciso a utilização de ventilação artificial.
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LEITURA DE PROJETOS G A L E R I A
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Planta Coletivo Malha.
Fonte: https://bit.ly/2LK32Xj
Cortes Coletivo Malha.
Fonte:https://bit.ly/2WIEx3q
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LEITURA DE PROJETOS G A L E R I A
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A Galeria Malha, com área de 2.950 m2 , foi construída no ano de 2016 e está localizada em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, o projeto é de Tavares Duayer Arquitetura. As informação são do Site Archdaily e fotografias de Ilana Bessler. A Malha foi criada com a proposta de ser uma plataforma inovadora para o universo da moda. Um meio através do qual seria possível estabelecer conexões entre criadores, empreendedores, produtores, fornecedores e consumidores, empenhados em construir uma nova maneira de operar no mundo da moda; mais colaborativa, local e independente, alinhada às questões que giram em torno do debate sobre sustentabilidade, novas formas de consumo e de se relacionar com o meio ambiente. O espaço físico destinado a receber a Malha, portanto, deveria refletir as questões colocadas.(Equipe MALHA,2017).
O projeto surgiu com o objetivo de dar novo uso a um galpão inutilizado, uma ação sustentável que desejou favorecer o encontro, a troca e a interação entre as pessoas. A ideia era criar um espaço democrático para debates e aprendizado.Para criar um espaço com o prazo mais rápido possível, de maneira sustentável e “limpa” ao meio ambiente, foi utilizada a estratégia de containers como elemento construtivo principal, possibilitando a distribuição do programa de necessidades, por todo o galpão. O local escolhido para abrigar o Coletivo Malha foi um galpão pré-existente, com pé direito de 9 metros, planta livre e telhas translúcidas que permitiam a entrada de luz natural. Localizado em uma região que concentra diversas fábricas da indústria da moda, pareceu o local perfeito para a implantação.
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Ă reas de estar feita com pallets Fonte: https://bit.ly/2zQdREy
Oficina de costura
Fonte: https://bit.ly/2X81J9Z
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LEITURA DE PROJETOS G A L E R I A
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tório em container no Galpão Fonte: https://bit.ly/2z8N8T
Sala de reuniões
Fonte: https://bit.ly/3cJsR5N
Atualmente, diversas atividades ocorrem em seu interior, como, escritórios, estúdio fotográfico, ateliê de costura, showroom, restaurante, copa comunitária, departamento administrativo, incluindo uma sala multiuso, com coworking e auditório. Foram pensados também, “espaços vazios” entre os “blocos” compostos por 42 containers remanufaturados, distribuídos em 2 níveis. Esses espaços foram pensados para que os usuários pudessem apropriar-se, ocupando de maneira que atendessem ao uso desejado. Neles foram colocados pallets, bancos e sofás, criando espaços de estar e conivência com vegetação, dando sensação de área externa aos usuários. O projeto desse galpão, com área muito maior que uma loja, é um espaço colaborativo completo aonde pode-se encontrar uma variedade de atividades. Acredito que a junção desses espaços poderia ter sido feita de maneira menos segmentada, os containers bloqueiam a visibilidade dos usuários, deixando-o com aspecto pouco inclusivo. Poderiam ter sido utilizados os containers de forma que isolasse, apenas, os locais para reuniões, isso deixaria o espaço mais livre.
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MPLANTAÇÃO E LEVANTAMENTOS O
L O C A L
O local escolhido localiza-se na região central da cidade Marília, mais precisamente, na Av. Sampaio Vidal, uma das principais avenidas da cidade Ampla, com leito carroçável de 15m de largura, aonde o fluxo funciona em dois sentidos (Via Expressa e Centro) divididos por um canteiro central arborizado. O lote faz esquina com a Rua Álvares Cabral, uma via comercial e de serviços com apenas 5 quadras, que liga o fluxo da Av. Sampaio Vidal à Av. Tiradentes. O bairro centro nessa localização específica é em sua maioria de uso residencial, no entorno, é possível observar como alguns pontos de comércio e serviços, a maioria com funcionamento em horário comercial. Em frente ao lote, há uma grande praça, aonde se localiza o Museu de Paleontologia, Biblioteca e Teatro Municipal. A escolha desse local baseou-se na criação de um polo cultural e de incentivo a arte, na região central. Acerca da topografia, pode-se destacar que lote em formato quadrado possui área de 1.075,76 m2 e apresenta pouca declividade.
80| acervo
ZONEAMENTO
Dos usos pertinentes ao projeto da Loja Colaborativa tem-se: · C2 – Comércio de Transição Compatível, não com o uso residencial, onde se encaixam, supermercados, restaurantes e bares.· C3 - Lojas ou Escritórios de até dois pavimentos.Quanto às vagas de estacionamento nesses usos, deverá ser colocado em 50% da área construída, caso a construção ultrapasse 100 m2, ou duas vagas por loja e, ainda, sendo obrigatório acima de 250 m2 de construção, um pátio para carga e descarga. As vagas de carros nos estabelecimentos comerciais podem estar locadas no recuo frontal do lote de 5 m, respeitando a delimitação do passeio.
81 | acervo
PROGRAMA DE NECESSIDADES O Programa de Necessidades da Loja Colaborativa baseia-se na concepção de um espaço voltado para estar e consumo, um espaço convidativo para troca de experiências e compartilhamento possibilitando um maior tempo de permanência dos consumidores que o habitual. A versatilidade dos ambientes em relação aos possíveis usos, permite ao mesmo tempo diversos tipos de atividades, transformando a loja em um grande espaço de entretenimento. Para o conforto dos consumidores foram pensados espaços de alimentação, estar, compras, estudo e contemplação. De acordo com as normas municipais de Zoneamento, na área em ZEC 3, tem-se as seguintes obrigatoriedades: A edificação deverá estar locada à no mínimo 5 m de recuo do passeio, não sendo obrigatório recuos de fundo e laterais; a taxa de ocupação pertinente ao uso em C3 define como 80% da área e o Coeficiente de Aproveitamento 3. Diante dessas informações chegasse às seguintes conclusões: A área do lote sendo de 1.075,56 m2, sua área edificante permite uma construção de até 3.226,62 m2, distribuídos em até dois pavimentos porém, a projeção horizontal dessa edificação não pode ultrapassar a 860,45 m2 onde, estacionamento e varandas até 2m não entram nesse cálculo de ocupação. O Pré-Dimensionamento foi feito a partir de consulta ao Código de Obras, ABNT, NBR e Normas de Combate à Incêndio.
82| acervo
ORGANOGRAMA
ACESSO AL PRINCIP
MDA O
AS R P M O C
SSE CA
MDA RTSINI OÃÇA
ESTAR
OS SERVIÇ LUM OSUIT
ACESSO O IÇ V SER
AÇÃO T N E M I AL
OC M P R A S
A V . S A M P A I O V I D A L
Hierarquia entre os ambientes dispostos sobre o terreno com acessos e suas relações.
RAL B A C S E R A V L RUA Á
83| acervo
FLUXOGRAMA
Organização dos ambientes da loja com a circulação e setorização.Apresenta setas para indicar esses movimentos.
ACESSO PRINCIPAL
ACESSO SERVIÇO
COMPRAS
MULTIUSO
ALIMENTAÇÃO
ESTAR
SERVIÇOS
ADMINISTRAÇÃO ACESSO ADM
84| acervo
TÉRREO
SETOR
AMBIENTE
QTD.
ROOFTOP
m2
m2
SETOR
AMBIENTE
QTD.
1
214,06
214,06
Labspace
3
9,00
27,00
Provadores
4
1,35
5,40
Vitrine
1
48,56
48,56
m2
UNITÁRIO TOTAL
UNITÁRIO TOTAL
Loja
m2
Cozinha
Despensa
Lavanderia
ETNARUATSER
SARPMOC
Lavabo
1
75,20
75,20
1
8,79
8,79
1
3,80
3,80
1
4,11
4,11
1
14,50
14,50
1
130,66
130,66
1
131,65
131,65
Sanitário M/F/PNE
Sanitário M/F /PNE
1
14,50
fraldário
14,50
fraldário Salão
ÉFAC
Balcão
1
32,00
32,00
Deck
1
28,83
28,83
Área ao ar livre
TOTAL Sala
1
2,79
2,79
Sala de Marketing
1
2,76
2,76
Sala de Reuniões
1
3,75
3,75
367,06
Adrministração
OÃÇARTSINIMDA
MEZANINO
SETOR
AMBIENTE
QTD.
m2
m2
UNITÁRIO TOTAL Depósito
Lavabo
1
1
5,48
1,70
2,47
5,48
2,47
de Limpeza
Lavanderia
1
2,58
coworking
1
30,00
30,00
co-studying
1
19,00
19,00
2
10,00
20,00
1
14,50
14,50
1,70
OSUITLUM
Depósito Material
1
Meeting Room
2,58
Sanitário M/F /PNE fraldário
SOÇIVRES
Copa
1
9,50
9,50
TOTAL Pátio
Sanitário
1
3,40
3,40
2
4,70
9,40
com vestiário
TOTAL
19 | acervo
414,18
83,50
I
DIMENSIONAMENTO SETOR
COMPRAS ALIMENTAÇÃO
Informações adicionais
ÁREA (m2)
255,35
137,38
MULTIUSO
83,51
ESTAR
115,91
SERVIÇOS
78,33
22 Vagas Carro 14 Vagas Moto 02 Vagas PCD 02 Vagas IDOSO
ADMINISTRAÇÃO
38,64
07 Vagas Bicicleta Praça 47,81 m2
TOTAL
593,21
Marquises 110,72 m2 Área Ténica 48,32 m2 Jardim Frontal 133,33 m2 Carga e Descarga 100 m2 Área para Food Trucks 167,38 m2
ÁREA POR PAVIMENTO
Telhado Verde (Horta) 208,62 m2 Projeção da Edificação 533,34 m2
1.095,00 m2
SUBSOLO
491,57 m2
TÉRREO
162,60 m2
MEZANINO
416,74 m2
ROOFTOP
86 | acervo
acervo Ajuntamento, aglomeração, variedade de bens que compõem um patrimônio.Grande quantidade de algo, abundância. É uma palavra proveniente do termo latino acervus (coleção).
87| acervo
MOODBOARD E S C O L H A S
Materiais
88 | acervo
89 | acervo
O PROJETO A C E R V O
90| acervo
Loja vista da esquina da Av. Sampaio Vidal x Rua Alvares Cabral.
Loja acervo fachada frontal. 91| acervo
PARTIDO ARQUITETÔNICO
O lote escolhido localiza-se em uma esquina de grande fluxo e requer maior atenção à fachada, com duas faces de relevância, que deverão atrair os olhares na Avenida Sampaio Vidal e Rua Álvares Cabral. O projeto seguirá o mesmo estilo modernista dos edifícios da região, utilizando linhas retas e geometrização com marquises triangulares, em contraste com o entorno mais formal trazendo uma linguagem mais contemporânea. A fachada fará uso de poucos materiais, predominando o vidro, para melhor visualização da vitrine, concreto e as marquises revestidas com ACM amadeirado freijó. Os Jardins estarão presentes nos recuos do lote criando uma praça na parte frontal do terreno que poderá ser utilizada para eventos, da mesma forma, estará presente em jardineiras suspensas na fachada que abraçam o edifício, o muro externo será um espaço destinado à arte muralista de artistas convidados.
Estudo de volumetria.
92| acervo
Piso térreo da edificação, corners espelhados e Labspace.
jardim interno e área de estardo piso térreo.
93 | acervo
PARTIDOARQUITETÔNICO
O partido arquitetônico adotado buscou obedecer ao conceito da loja colaborativa baseado em funcionalidade, sustentabilidade e coletividade. A área de compras é a linha de frente da edificação, integrada aos outros setores e para total liberdade de apropriação do espaço por parte dos usuários, estão dispostos sofás e puffs móveis. O piso monolítico, do tipo terrazo palladiana, é composto por cacos de mármore e montado in loco, traz ao projeto um ar contemporaneidade e sofisticação, além da fácil manutenção. Alguns locais de maior permanência foram trabalhados com piso em madeira de alta resistência, proporcionando maior aconchego aos usuários; igualmente a iluminação artificial composta por pontos focais, dando destaque aos produtos. Já, nas áreas de estar, arandelas com luzes quentes, criando um ambiente mais confortável. Os provadores e áreas de trabalho receberão luz fria. O interior da loja conta com mobiliário versátil, módulos espelhados e trilhos aéreos que, permitirão a montagem de araras e expositores suspensos o que, facilita modificações de layout de acordo com o tipo de produto em exposição. Além disso, o amplo espaço destinado às compras poderá comportar apresentações, mostras, instalações e exposições itinerantes.
94| acervo
Vista do restaurante e espelho dàgua .
Área externa Rooftop.
95 | acervo
PARTIDO ARQUITETÔNICO No piso superior, o Rooftop possui um espelho d’água com fundo envidraçado para proporcionar luz solar, para o jardim interno no piso térreo, trazendo maior leveza ao edifício em concreto armado. Foi necessária a verticalização do edifício que conta com subsolo, piso térreo com mezanino e piso superior, seguindo o programa de necessidades, organograma e fluxograma. O piso térreo comporta um setor de alimentação (café), administração, serviços e compras. No mezanino, espaço multiuso, com espaço Meeting Room, Coworking e Co studying e no andar superior o “Rooftop” com restaurante e ampla área a céu aberto para contemplação, além disso, pensando na eficiência energética e sustentabilidade, a cobertura conta com uma horta, e árvores frutíferas para uso do restaurante e aberto à visitação, funcionando como um mirante. No subsolo, estacionamento para bicicletas, patinetes, motos e carros com carregador para carros híbridos. Prezando pela sustentabilidade, grande diferencial do projeto, os materiais propostos foram pensados na baixa manutenção, viabilizando a implementação deste, na cidade de Marília/SP. Foi previsto o reaproveitamento de águas pluviais com uso de cisterna, a eficiência energética por meio da utilização de placas fotovoltaicas e uma preocupação especial com o descarte, separação de lixo entre itens recicláveis, orgânicos (compostagem) e para itens para doação.
Mezanino, espaço multiuso.
96 | acervo
PROPOSTA PROJETUAL mudas Substrato
Argila expandid
Lona de alta traçã
___________
___________
acesso carga e descarga
Ralo drenante leva água cisterna.
AV. SAMPAIO VIDAL
22
36
Muito, além da e o telhado verde 90 % a mais calo sistemas conven contribuindo par conforto ambien
35
33 32
38
37
32
21
0,00
acesso adm
___________
acesso loja
32
34
___________
+12,15
___________
acesso subsolo
___________
23 +8,65
34
34
34
RUA ÁLVARES CABRAL
___________
___________
0 1
5
10
Implantação e cobertura 97 | acervo
Esquema ventilação mecânica, através de dutos, para os banheiros que também receberão iluminação artificial.
prever rasgo alvenaria laje
grelha
duto exaustão
forro gesso vento kit
da
___________
26
AV. SAMPAIO VIDAL
estética, absorve or que ncionais, ra o ntal.
31
___________
ão
aà
25
+0,20 14
5
13
11
12 6
7
20
8
9
4
3
22
16
15
19
10
18
3
3
24
17 21
28
___________
___________
+0,20
23
0,00
29
31
1
___________
28
___________
2
30
1
27 29
1
RUA ÁLVARES CABRAL
egenda
Fraldário Circulação 10 9
Copa 12 Pátio 13 Lavanderia 14 DML 15 Sala Reniões 16 Sala ADM 17 Sala Marketing 18 Depósito 19 Hall ADM 20Lavabo 11
21 Elevador
Panorâmico 22Elevador Serviço 23 Escada
___________
___________
1 Jardim 2 Loja 3 Labspace 4 Café 5 Deck 6 SanitárioF 7 Sanitário M 8 Sanitário PNE
Térreo
31 Arte
Muralista
Horta Área técnica 34 Jardineira
32
0 1
5
10
Coworking 42 Costudying 41
Cozinha Despensa 24 Praça Hall Serviço 45 25 Carga e Descarga 35 Placas Fotovoltaicas 46 Higienização 26 Área para Foodtrucks 36 Telha Metálica 47 Salão 27 Provadores 37 Reservatório de Água 48 Bar 28 Estar 38 Exaustor Cozinha 49 Adega 29 Vitrine 39Carregador carro elétrico 50 Área descoberta 30 Rampa acesso subsolo 40 Meeting Room 51 Espelho dàgua 33
43
44
PROPOSTA PROJETUAL
___________
___________
AV. SAMPAIO VIDAL
39
21
___________ MOTOS
___________
-3,20
23
IDOSO IDOSO
___________
0 1
___________ 30
37 37
___________
VAGAS MOTO
___________
BICICLETÁRIO
RUA ÁLVARES CABRAL 0 1
5
10
subsolo 99| acervo
0 1
1
Espelho dĂ gua fundo vidro 9 mm 47
50
laje 0,30 m 2,50
+8,70
2,50
+8,65
Marquise jardineira 0,30 m
Telha metĂĄlica i= 20% +4,35
13
2,10
2
2,10
+0,20
29
2,50
1212
9 -3,20
5
Corte Aa
10
Camadas telhado verde 0,30m Laje 0,15 m +12,15
48
49
3,00
Laje 0,30 m +8,70
2,10
2,10
32
+0,20
3
3
3
-3,20
5
10
Corte Bb
2,10 2,10
Laje 0,20 m 0,00
2,10
+4,35
4,00
4,00
Laje 0,15 m
3,00
1
0,15 m laje + 0,30m telhadoverde
+12,15
30
100| acervo
PROPOSTA PROJETUAL
___________
___________
AV. SAMPAIO VIDAL
34
41
40 6
7
8
42
40
9
41
+4,35
28
21
___________
___________ 23
0 1
___________
___________ 29
34
RUA ÁLVARES CABRAL ___________
___________
0 1
5
10
Mezanino 0 101 | acervo
3,00
Telha metálica i=20%
32
+8,70
47
50
+8,65
27
8,40
3,oo
4,00
+0,20
3,oo
4,00
+4,35
1,20 1,20
1,60
2,50
3,00
+12,15
0,00
cobogó 3,oo
-3,20
30
1
5
Corte Cc
10
+8,65
Marquise jardineira 0,30m
2,50
1,60
1,50
50
Marquise jardineira 0,30m
1,20
projeção laje superior
Rampa
1
-3,20
5
10
2
0,00
3,00
+0,20
2,80
cobogó
Corte Dd
102| acervo
___________
___________
AV. SAMPAIO VIDAL
13
22
34 28
6
7
43
8
46
20
9
44
49
___________
45
21
___________
48 47
23
34 51
___________
50
___________
34
34 34
Espe vidro lamin de PV enga aรงo a estru arma
RUA ร LVARES CABRAL
___________
___________
0 1
Roodftop 103 | acervo
5
10
elho d`água fundo em o,temperado e nado com películas VC polivinílico, astado por perfil de anodizado, fixo em utura de concreto ado.
MEMORIAL JUSTIFICATIVO O edifício proposto para a loja colaborativa, localiza-se na esquina da Avenida Sampaio Vidal com a Rua Alvares Cabral, duas vias de grande fluxo de veículos e pessoas, no centro da cidade de Marília. O entorno é composto por edifícios públicos, comerciais e de serviços. O lote compreende uma área de 1.075,76 m2, na sua frente, está localizado o Museu de Paleontologia e o Teatro Municipal com uma ampla praça, logo mais, na continuidade da avenida, temse a Prefeitura Municipal adjunto à Câmara Municipal, em edifício modernista sobre pilotis. A escolha desse lote, se deu pela ampla visibilidade, localizado em área alta da cidade e circundada por edifícios relevantes ,afirmando a criação de um complexo cultural na região central. O desenvolvimento do programa de necessidades baseou-se na vivência cotidiana da região e na dinâmica da cidade, que sente à ausência de espaços que incentivam e promovem a cultura na cidade e região. Para atender o maior número de pessoas do entorno e possibilitar maior tempo de permanência, foi pensado dois tipos de ambientes para alimentação, um café para servir refeições mais rápidas, aberto durante o dia, atraindo trabalhadores e pessoas que circulam no entorno, e um restaurante no rooftop aberto no período noturno, movimentando a vida noturna da cidade. A deficiência relacionada ao estacionamento de carros no local, gerou a necessidade de propor um estacionamento amplo que atendesse, loja, café, espaço múltiplo e restaurante, localizado no subsolo, permitindo conforto aos usuários. O espaço múltiplo, foi pensando para aqueles que necessitam de um lugar agradável para estudo, trabalho e reuniões, localizado no mezanino, em uma área mais reservada, com sanitários próprios garantindo maior privacidade aos usuários. A concepção da planta, baseou-se em evidenciar o consumo (venda de produtos) com amplas vitrines, os ambientes internos são integrados e versáteis para flexibilização de usos quando necessário, mostras, desfiles, exposições e etc. A área de compras como sendo a mais importante, é onde ocorre o primeiro contato ao espaço interno, o acesso do usuário, que, depois é direcionado aos outros ambientes, induzindo o consumo no local. O grande destaque dar-se-á pela fachada, com grandes panos de vidro em uma arquitetura contemporânea remetendo a volumetria de casa, com uma porta residencial comum, proporcionado uma experiencia mais intimista, a sensação de aconchego e acolhimento ao cliente. 104 | acervo
Mobiliário pensado através do princípio da funcionalidade, Permite a personalização de acordo com a marca e o tipo de produto, sem que se perca a unidade visual.
BOX 1,00x1,85x0,60 m versão long
BOX 0,80x1,00x0,60m versão short
105| acervo
VERSATILIDADE Os displays são produzidos em MDF revestidas em espelho, dando leveza à composição,Todos são moveis e energizados, Possibilitando os diferentes tipos de uso e iluminação, valorizando ainda mais os produtos.
CORNER 2x2x0,95m um módulo, diversas composições!
106| acervo
1
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
5
HORTA ORGÂNICA
9
REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA
107 | acervo
2
PET FRIENDLY
6
CARREGAMENTO PARA CARRO ELÉTRICO
10
SEPARAÇÃO DE LIXO E COMPOSTAGEM
DIFERENCIAIS 3
APOIO AO MICRO EMPREENDEDOR
7
TECNOLOGIA
11
DIVERSIDADE
4
ACESSIBILIDADE
8
ROOFTOP
12
RECICLAGEM E DOAÇÃO
108| acervo
109 | acervo
CONSIDERAÇÕES FINAIS O Varejo viveu um momento delicado nesse ano de 2020, com o fechamento das lojas físicas pela pandemia mundial do COVID-19,com isso, torna-se muito mais complexo falar sobre a Arquitetura do Varejo, diante de um quadro tão caótico vivenciado, em que, volta-se à pirâmide de Maslow onde, o consumo está pautado nos produtos essenciais para subsistência, como prioridade para alimentos e medicamentos. Segundo o Professor Leandro Karnal, em entrevista à CNN (Cable News Network), a pandemia veio para acelerar processos já iniciados. Trazendo essa afirmação para o varejo, pode-se afirmar que as crises, sejam elas, econômicas, sociais, políticas ou de saúde, como esta, tiram pessoas da zona de conforto, quebram paradigmas e até mesmo certa resistência de algumas empresas com o online. A negação não resistiu às necessidades do momento, muitas lojas que estavam adiando, há tempos, a expansão de seus negócios para o e-commerce, tiveram que rapidamente reinventar-se afim de, manterem-se no mercado. Ao mesmo tempo, que cresce a loja online não se extingue a loja física que, torna-se um ponto de coleta e estoque; outrossim, é visível a necessidade do ponto de venda para as relações sociais e as experiências de consumo, apostas estas de um Novo Varejo apresentadas nesse trabalho, muito antes do início do isolamento social, e que agora começam a fazer sentido. Fundamentadas na tecnologia, funcionalidade e novas possibilidades, o novo varejo passa a ser o varejo pós-pandemia, o chamado Novo Normal, onde, mais do que nunca a loja física precisará ser atrativa. Com a crise, o fechamento de lojas e as demissões inevitáveis, tanto funcionários como empresários precisarão recolocar-se no mercado e criarem suas estratégias para gerar renda. A partir disso entra-se no eixo central desse trabalho, a coletividade, a ajuda mútua e a colaboração. “Duas cabeças pensam melhor que uma” como diria um velho ditado, nos momentos de crise um espaço colaborativo funciona como facilitador, gerando oportunidades de melhor qualidade de vida à uma sociedade. No desenvolvimento desse projeto, buscou-se pensá-lo como um todo, para além de seu espaço físico, pensar nas pessoas para quem ele foi projeto, clientes e parceiros, n seu funcionamento, nas práticas que pregará, o conceito e a concepcao de um novo posicionamento de opinião a cerca da sustentabilidade e tecnologia que o futuro do varejo nos reserva . 110| acervo
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