ANUÁrio
2010
Edição Bilíngue Inglês e português
COMERCIO
EXTERIOR E N EG Ó C I OS I N T E R N AC I O N A I S
Distribuição Dirigida
e c ial E d i ção e s p
DA o r u o e d a d a c é d a d raio x l i s a r B o d o ã ç a z i l a n o i internac www.analise.com
Índice
EMPRESAS
100 Itália
123 Irã
Análise das exportadoras e importadoras brasileiras e o ranking das maiores
101 França
124 Áustria
102 Inglaterra
125 Noruega
38 Destaques
103 Nigéria
125 Líbia
42 As maiores empresas da década
104 Índia
125 Turquia
43 Avanço das vendas por controle
107 Chile
Apresentação, 14 O próximo passo no mercado externo Colaboradores
08
Expediente
08
Metodologia
10
Editorial
12
46 Fatia do comércio total 47 Os maiores saldos e déficits
a década no comércio, 18 A década em que o mercado externo se torna estratégico para as empresas brasileiras IAL ESPEC de anos
10MERCIO CO IOR EXTER
108 Espanha 109 Bélgica 110 Rússia
Os 76 principais produtos exportados pelo Brasil em 2009
111 Venezuela
128 Destaques
58 Exportadoras
112 Suíça
132 Os que mais avançaram e os piores desempenhos
63 Importadoras
113 Arábia Saudita
136 Os básicos avançam na pauta
113 Taiwan 114 Canadá
137 Vendas por categoria na década
114 Uruguai
148 Soja
114 Bolívia
149 Petróleo
115 Santa Lúcia
150 Minérios
115 Tailândia
151 Veículos e peças
116 Hong Kong
152 Açúcar
75 Vendas do Brasil por destino
117 Colômbia
153 Ferro e aço
117 Paraguai
153 Aves
78 Os três maiores parceiros
118 Indonésia
154 Papel e celulose
118 Argélia
154 Produtos químicos
118 Malásia
155 Aeronaves
119 Peru
156 Café
119 Cingapura
156 Carne bovina
120 Emir. Árabes Unidos
157 Máquinas e equip.
88 China
121 Portugal
158 Fumo
90 Estados Unidos
121 África do Sul
158 Plásticos
92 Argentina
121 Egito
158 Aparelhos elétricos
94 Alemanha
122 Angola
159 Telefonia
96 Japão
122 Suécia
160 Suco de laranja
98 Holanda
122 Finlândia
160 Alumínio
99 Coreia do Sul
123 Austrália
161 Calçados
PARCEIROS Perfil dos 47 principais parceiros comerciais do Brasil em 2009
74 Avanço dos parceiros comerciais
79 Extremos da balança comercial 82 Os principais clientes brasileiros 87 A fatia dos países em ascensão
COMÉRCIO EXTERIOR
produtos
50 Comércio total
70 Destaques
4
106 México
www.analise.com
TABLE OF CONTENTS
161 Ouro
177 Leite
162 Álcool
177 Bebidas
163 Milho
178 Motos
163 Couro
179 Níquel
164 Carne suína
179 Pedras e joias
164 Madeira
179 Não tecidos
165 Energia elétrica
179 Embarcações
166 Bombas e compres.
179 Sementes
166 Têxteis
180 Chocolate
167 Farmacêuticos
180 Ração
167 Rochas
180 Zinco
167 Móveis
180 Artigos de papelaria
168 Algodão
180 Material de limpeza
168 Pneus
180 Ovos
169 Cobre
180 Bolachas
169 Ferragens
181 Mel
Companies
169 Fertilizantes
181 Trigo
170 Frutas
181 Ceras
Analysis of Brazilian exporters and importers and the rank of the largest
170 Perfumaria
181 Cimento
170 Bovinos vivos
181 Cutelaria
42 Largest companies of the decade
229 Highlights
171 Armas
181 Chá
43 Progress in sales by sector
132 Top performers and worst results
46 Slice of total trade
136 Growth of basic products
47 Largest balances and deficits
137 Sales last decade listed by category
171 Ferramentas 172 Vidros
estados
172 Cerâmica 172 Arroz 173 Eq. de informática
O desempenho dos estados brasileiros no comércio exterior
This icon shows the page where the English version is located 08
Contributors
08
Staff
209 Methodology 208 Editorial
Presentation, 208 Brazil's next step in the international market
Partners Profile of the 47 main trade partners of Brazil in 2009
219 Highlights 74 Evolution of trade partners 75 Brazilian sales by destination 78 The three largest partners
a decade in trade, 212
79 Extremes of the trade balance
The decade in which the foreign market becomes strategic to Brazilian companies
82 Brazil’s main clients
218 Highlights
87 The share of rising countries
products The 76 main products exported by Brazil in 2009
50 Total trade
184 Destaques
58 Exporters 63 Importers
174 Eq. ferroviários
188 Os mais relevantes na década
174 Cacau
189 Retrato das vendas por região
240 Highlights
175 Refrigeradores
192 As cidades que mais exportam
188 Most important of the decade
176 Imagem e som
193 Evolução da carga nos portos
189 Overview of sales by region
173 Castanhas
174 Borracha
176 Equip. médicos 176 Camarão e pescado 177 Balas e doces
6
COMÉRCIO EXTERIOR
States The performance of Brazilian states in international trade
192 Cities that most exported 193 Evolution of cargo at ports www.analise.com
Colaboradores Contributors
COLABORAÇÃO ESPECIALIZADA A produção de Análise Comércio ExterioR E NEGócios internacionais
contou com a colaboração de dezenas de profissionais especializados. Por sua disposição em compartilhar seu conhecimento e nos ajudar a produzir esta edição, deixamos nossos sinceros agradecimentos.
Specialized contribution The production of ANÁLISE INTERNATIONAL TRADE AND BUSINESS received the help of dozens of expert professionals. We extend our most heartfelt thanks to them for their willingness to share their knowledge and to help us produce this edition.
Adriano Pires-fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Alaís Coluchi-relações internacionais da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), Alberto Joaquim Alzueta-presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, Alcides Costa Vaz-diretor do Instituto de Relações Internacionais da UnB, André Sacconato-consultor da Tendências Consultoria, Antonio Corrêa de Lacerda-professor de Economia da PUCSP, Antônio de Pádua Rodrigues-diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Camila Moura-gerente de Comércio Exterior da Amcham, Celso Grisi-coordenador do Programa de Comércio Exterior Brasileiro da FIA USP, Cid Chiodi Filho-geólogo da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), Christian Lohbauer-presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Daniel da Silva Grimaldi-técnico de pesquisa do Ipea, Débora Pinho-relações institucionais da Companhia Energética do Ceará (Coelce), Dinarte Porto-coordenador do Programa de Exportações da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado do Piauí, Fernando Medina-secretárioadjunto do Ministério da Economia de Portugal, Fernando Ribeiro-economista da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), Fernando Tomé-gerente da Câmara de Comércio
8
COMÉRCIO EXTERIOR
Brasil-África do Sul, Francisco Pessoaconsultor da LCA Consultores, Francisco Turra-presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Franco Pallamolla-presidente da Associação Brasileira das Indústrias Médico-Hospitalares e Odontológicas (Abimo), Gilmar Masiero-professor da FEA USP, Ingomar Lochschmidt-cônsul comercial do Consulado Austríaco, José Frederico Álvares-gerente de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Julio Gomes de Almeida-economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Kevin Tang-diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China, Ko Sasaki-diretor executivo da Câmara de Comércio Brasil Japão, Lia Vallscoordenadora do Centro de Estudos de Comércio Exterior da FGV, Lourival Kiçula-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Luiz Eduardo Ribeiro Salles-coordenador do Comitê de Comércio Exterior da Cámara Oficial Española de Comercio en Brasil, Marcelo Vienna-vice-presidente de atacado do Walmart Brasil, Márcio de Oliveira Noronha-coordenador de informações da Infraero, Maria Cristina Terra-professora Ph.D. em Economia-Finanças Internacionais, Economia Política e Comércio Internacional da FGV Rio, Michel Alaby-presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Olavo Henrique Furtado-coordenador de pós-graduação da Trevisan Escola de Negócios, Otávio Cançado-diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Paulo Sérgio Kakinoff-vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), Pedro de Camargo Neto-presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Nadaf-secretário de Indústria e Comércio do Estado de Mato Grosso, Raimundo Lima-presidente da Associação dos Empresários Brasileiros em Angola (Aebran), Simão Davi Silber-coordenador da FEA USP, Thomaz Zanottodiretor da Fiesp, Victor Dutra de Carvalho Heimburger-técnico da Antaq. 0
e
d
i
t
o
r
i
a
l
Conselho editorial Publishing council
Eduardo Oinegue, Silvana Quaglio e Alexandre Secco
Diretora-presidente President-director
Silvana Quaglio
Diretor de conteúdo Editor director
Alexandre Secco
Diretor comercial Advertising director
Alexandre Raciskas Rua Major Quedinho, 111, 16° andar CEP 01050-904, São Paulo-SP Tel. (55 11) 3201-2300 Fax (55 11) 3201-2310 contato@analisecom
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COMÉRCIO
EXTERIOR PUBLISHER Silvana Quaglio EDITOR Alexandre Secco Editor-executivo Executive editor: Gabriel Attuy Editorasassistentes Assistant-editors: Ana Paula Marques, Giselle Godoi e Vivian Stychnicki Reportagem Reporters: Carlos Larios e Paula Quintas Pesquisa Research: Aline Fraga, Diogo Leite, Giulia Listo, Guilherme Meireles, Paulo Andrade, Ricardo Simões e Sumaya Oliveira Tecnologia da informação/Gerência IT/Management: Cristiano Carlos da Silva Tecnologia da informação IT: Henrique Dergado Diagramação Layout: Cesar H. Paciornik, Régis Schwert e Renata Marins Colaboradores Collaborators : Ana Landi, Eduardo Belo, Jacqueline Lopes Sobral, Larissa Martins, Luma Jatobá, Marcela da Silva Revisão Revision: Mary Ferrarini Tradução Translation: Sogl Traduções Circulação/Gerência Circulation/Management: Lígia Donatelli Circulação Circulation: Bruna Abjon, Juliane Almeida e Vívian Fróes
Publicidade/gerentes de negócios Advertising/Business manager: Alessandra Soares e Márcia Pires
ISSN 1808-9240
Tiragem/Copies issued: 35. 000 Auditoria/Auditing:
Impressão/Printing: Gráfica Prol Operação em Bancas: Assessoria: EdiCase www.edicase.com.br - Distribuição Exclusiva em Bancas: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A - Manuseio: FG Press www.fgpress.com.br Distribuição Dirigida: Door to Door www.d2d.com.br. www.analise.com
METODOLOGIA Methodology
Como consultar esta edição English version page 209
Valores e padronização - Os valo-
res estão expressos em milhões de dólares FOB (Free On Board). As exceções estão indicadas. Adotouse o padrão de uma casa decimal após a vírgula na maior parte das tabelas com valores. Abreviações e símbolos - Para
preservar a organização das tabelas, em vários casos foram usados abreviações e símbolos. As mais frequentes são: EXP indicando o valor das exportações, IMP para o valor das importações, mi para milhões, ton para toneladas e RK para ranking. Origem das informações - A prin-
cipal fonte de informações utilizada para a produção do anuário Análise Comércio Exterior E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS foi
a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Além disso, foram extraídos dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização das Nações Unidas (ONU). As tabelas de logística foram baseadas em informações da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e das administrações de todos os aeroportos brasileiros que realizam transporte de carga. Análise da década - Na quinta
edição do anuário Análise Co-
mércio Exterior E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, além dos da-
dos estatísticos referentes ao ano de 2009, cada seção apresenta análises do desempenho do comércio exterior brasileiro durante toda a última década, de 1999 a 2009. Para isso, foram produzidos textos, tabelas e quadros com o intuito de ana-
10
COMÉRCIO EXTERIOR
lisar o desempenho das exportações e importações brasileiras e traçar um panorama desse período, apontando as principais mudanças no comércio exterior brasileiro, desde a economia nacional, volumes, mudanças nos parceiros até o panorama internacional e suas influências. Ao todo, foram produzidos 21 infográficos e tabelas com este cenário. Estrutura da publicação – Esta edi-
ção está dividida em cinco seções principais: 1) Empresas - Apresenta o perfil
das 244 maiores exportadoras, das 248 maiores importadoras e das 418 maiores por comércio total, segundo o ranking elaborado pela Secex, de acordo com o valor que exportaram/importaram em 2009. Os dados referentes à sede, origem de capital e área de atuação foram obtidos com as próprias empresas e fontes especializadas. Nesta seção está incluído o ranking dos 20 principais grupos empresariais importadores e exportadores, tomando por base as empresas listadas entre as 244 maiores exportadoras. 2) Parceiros - Apresenta o perfil dos
47 países com quem o Brasil manteve comércio total acima de 1 bilhão de dólares em 2009 ranqueados por este volume. A fonte utilizada para os números a respeito da participação do Brasil é a Secex. Para os dados relativos aos parceiros comerciais do Brasil adotaram-se as estatísticas produzidas pela ONU, que mantém um amplo banco de dados a respeito. 3) Produtos - Apresenta o perfil
e o desempenho de 76 produtos ranqueados, segundo os valores de exportação de 2009. Nesta edição, a Análise Editorial, mudou a classificação dos produtos em relação
ao último anuário, publicado em 2008. Desta vez, foram analisados todos os 9.706 itens descriminados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Os produtos foram agrupados de acordo com a lógica da cadeia produtiva, considerando o setor, forma de produção e exportações similares. Assim, estes produtos resultaram em 76 grupos que somam as exportações de 2009. Os dados são do MDIC. 4) Estados - Apresenta o perfil e o
desempenho dos 26 estados e do Distrito Federal no comércio exterior, segundo uma série de indicadores relativos ao ano de 2009. Os 26 estados e o Distrito Federal foram ranqueados de acordo com o valor das exportações. A fonte para quase toda a seção foi a Secex, exceto nas tabelas de Aeroportos, com número fornecidos pela Infraero, e na de Portos, com dados fornecidos pela Antaq. Além disso, quatro tabelas da década retratam a evolução das regiões brasileiras, cidades que mais exportam e o volume movimentado nos portos do país. 5) Edição bilíngue - A quinta edi-
ção do anuário Análise Comércio Exterior E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS é uma publicação
bilíngue e conta com versões em inglês para todos os textos, tabelas e quadros. As reportagens, com o intuito de preservar a ordem direta de consulta para os leitores em inglês, foram agrupadas em uma seção localizada na página 207. No início de cada seção, o ícone indica em que página começa a versão em inglês do texto em questão. No caso dos rankings e tabelas, optouse por inserir a tradução ao lado do texto em português. Em razão disso, muitas vezes, foi necessário fazer abreviações, tanto no texto em português quanto no em inglês. 0 www.analise.com
Ho New /REUTERS
Apresentação Presentation
Estádio do Maracanã na celebração de seu 60º aniversário: o mundo volta os olhos para o Brasil, que sediará a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 Maracanã Stadium commemorates its 60th birthday: the world turns its eye to Brazil, host of the FIFA World Cup in 2014 and the Olympic Games in 2016
O PRÓXIMO PASSO
IAL ESPEC de nos
a 10MERCIO
CO IOR EXTER
Na última década, o Brasil consolidou sua efetiva participação no mercado internacional. Agora é hora de pensar no que vem pela frente English version page 208
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COMÉRCIO EXTERIOR
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Apresentação Presentation
A
primeira década do século 21 foi um período de prosperidade para a economia mundial e um marco da expansão da atuação do Brasil e suas companhias no mercado externo. No período, o país tornou-se um dos principais participantes em diversos segmentos – como soja, açúcar e carnes –, ampliou o leque de produtos exportados e diversificou significativamente seus parceiros comerciais. No campo da diplomacia, o país também ganhou relevância. Assumiu uma posição de liderança nas negociações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e foi peça-chave nas discussões da Rodada de Doha no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). A década de ouro da internacionalização do Brasil viu os valores exportados pelo país triplicar entre 1999 e 2009. Considerando o período até 2008, antes de o mundo sentir os efeitos da crise econômica global que afetou o consumo em todos os continentes, as vendas externas quadruplicaram para quase 200 bilhões de dólares anuais. Na década anterior, o avanço havia sido de cerca de 75% entre 1990 e 2000. Os bons resultados obtidos pelo Brasil são fruto de uma combinação de fatores. O crescimento extraordinário do consumo mundial no período foi determinante, ampliando a participação de commodities agrícolas e minerais na pauta das exportações nacionais e sua penetração no mercado mundial. As exportações em valores de soja, minério de ferro e açúcar brasileiros, por exemplo, cresceram mais de quatro vezes na década. Por outro lado, a estabilidade econômica que permitiu às companhias brasileiras mudar sua cultura e passar a atuar no mercado internacional de forma estratégica. Em vez de ocasional, exigiu avanços internos. Desde o início dos anos 1990, quando o processo de abertura econômica deu o pontapé inicial para a entrada efetiva do Brasil no mercado,
as mudanças foram significativas. Nesse período de 20 anos, as empresas brasileiras passaram de exportadoras oportunistas de excedentes de produção a operações estrategicamente focadas no mercado externo. É o caso, por exemplo, dos exportadores brasileiros de suco de laranja, que enviam mais de 90% de sua produção para outros países. Após a abertura e o início do processo de consolidação da economia depois do Plano Real, em 1994, os produtos brasileiros começaram a ganhar terreno em grandes mercados, como o norte-americano e o europeu. Entre o fim dos anos 1990 e o início da década de 2000, os produtores brasileiros sentiram as pressões do surgimento de barreiras comerciais nesses mercados, ao mesmo tempo que sofriam com as sucessivas crises internacionais que impactaram o mercado interno brasileiro.
entre 10% e 14,5%. O salto dado pelo Brasil no mercado externo, o agressivo processo de internacionalização de suas empresas e a escala alcançada em diversos setores exportadores resultaram na entrada efetiva do país na lista dos grandes players mundiais. No entanto, o caminho pela frente ainda é longo. A participação das vendas externas no PIB da China, por exemplo, foi de cerca de 25% no fim da última década, a Alemanha alcançou índice de 31% e a Holanda, um dos grandes traders mundiais, 61%. A participação brasileira no comércio total mundial avançou na década, mas continua pouco acima de 1%. Para continuar crescendo, o país tem grandes desafios pela frente. O déficit na estrutura logística e o sistema tributário arcaico são alguns dos principais problemas internos, já velhos conhecidos dos exportadores. Lá fora, as barreiras e subsídios nos mercados desenvolvidos continuam criando empecilhos à expansão das vendas e conquista de novos clientes. A percepção geral é que o Brasil tem pouco tempo antes que os gargalos internos, efetivamente, comecem a estrangular o crescimento econômico. A década de ouro do comércio exterior brasileiro elevou o país a um novo patamar. A partir de agora, para garantir a continuidade do crescimento sustentado, será necessário enfrentar esses problemas de frente e com agilidade. A edição da década – Esta quinta edição do anuário ANÁLISE COMÉR-
As mudanças econômicas que permitiram às empresas brasileiras olhar para o mercado externo são recentes
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A saída encontrada pelas companhias foi estabelecer operações em outros países para driblar as barreiras e se aproveitar de oportunidades, primeiro nos mercados vizinhos da América Latina e depois na Europa e nos Estados Unidos. O processo de internacionalização das companhias brasileiras avançou a passos largos desde então. Os casos de sucesso são muitos. Entre eles, empresas como JBS-Friboi, Coteminas e AmBev são alguns dos nomes que se tornaram líderes mundiais em seus segmentos. O resultado desse processo foi que o comércio exterior ganhou, e muito, relevância na economia brasileira, passando a ser uma fonte de divisas importante para o país. No decorrer da década de 1990, a participação do montante total de exportações no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro variou de 6% a 9%. Nos dez anos seguintes o patamar mudou, ficando
CIO EXTERIOR E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS traz uma análise detalha-
da da atuação brasileira no mercado mundial na última década. Cada uma das seções a seguir conta com novos infográficos e reportagens que avaliam os dados do comércio exterior brasileiro de 1999 a 2009, além de trazer as tradicionais análises que já faziam parte da publicação. O conteúdo que diz respeito à década está identificado pelo selo que aparece na página anterior e se repete pela edição. 0 gabriel attuy INTERNATIONAL TRADE
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Mick Tsikas/REUTERS
A Década The decade
Navio cargueiro atracado no porto de Melbourne, na Austrália: nos últimos dez anos, o comércio mundial dobrou o seu tamanho impulsionado pelas commodities Cargo ship docked at the Port of Melbourne, Australia: over the past 10 years, world trade has doubled in size due to demand for commodities
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COMÉRCIO EXTERIOR
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A década The decade
O BRASIL ABRIU OS OLHOS PARA O exterior
Após a abertura do mercado e a conquista da estabilidade econômica, o país atravessou a primeira década em que o comércio internacional foi estratégico, e não incidental English version page 212
A
década que se encerra em 2009 começou antes para o comércio exterior brasileiro. A abertura do mercado nacional à real competição com produtos importados, em 1990, e a estabilização econômica conquistada a partir de 1994 pavimentaram o caminho para que o país pudesse, a partir da década de 2000, aumentar sua corrente de comércio e mudar de patamar no cenário global, tornando-se um novo ator no mercado internacional. A seguir, o leitor encontrará uma análise da evolução do Brasil no mercado mundial, alguns dos principais casos empresariais de sucesso, os pontos que mais precisam de atenção e as perspectivas para os próximos dez anos. CONJUNTURA NO BRASIL E EXTERIOR A conjuntura global ajudou
e o ciclo de prosperidade alcançada com a chegada do novo milênio facilitou a inserção brasileira no mercado internacional. O avanço do consumo www.analise.com
mundial e o consequente crescimento econômico tiveram como símbolo o apetite chinês por commodities, de todos os gêneros, capazes de sustentar seu vigoroso crescimento. Nesse momento, os exportadores brasileiros souberam aproveitar suas vantagens competitivas e despontar como os grandes fornecedores de produtos agrícolas, minérios e outros básicos em diversas partes do mundo. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam para um crescimento de 118% no valor total das exportações mundiais de bens e de 114% no das importações, entre 1999 e 2009. Nesse período, o comércio global dobrou de tamanho e, se considerarmos a evolução até 2008, quase triplicou. A expansão foi contida, no fim da década, pela irrupção da crise econômica global que, entre 2008 e 2009, foi a principal causa da retração de 23% na corrente de comércio global no período. O Brasil cresceu mais rápido. Entre 1999 e 2009, as exportações mais que triplicaram, e as importações
aumentaram em 2,6 vezes. Sem considerar os efeitos da crise econômica, o avanço foi de quatro vezes nas vendas externas e de 3,5 nas importações, até 2008. Para chegar a esse ponto, percorreu um caminho tortuoso. Por quase 50 anos, vigorou no país a política de substituição de importações lançada pelo governo de Getúlio Vargas, nos anos 1950. Sob o lema “exportar é o que importa”, a indústria nacional cresceu, encontrou arrimo no vastíssimo mercado interno e sobreviveu sem grandes sacrifícios. Acabou sufocada pelo atraso tecnológico e pela falta de competição. Simplesmente sobreviver em meio a toda aquela instabilidade já era um bom negócio. Com a abertura do mercado às importações, vieram investimentos, unidades de empresas multinacionais e a indústria automotiva, que livrou os brasileiros das “carroças” que circulavam pelas ruas e avenidas. A partir de 1994, foi possível às companhias nacionais que sobreviveram ao choque vislumbrar novos mercados. INTERNATIONAL TRADE
19
Cont. pg. 22
A Década The decade
o que mudou na década English version page 210
1 Acesso ao mercado interno como era A partir da década de 1990, a economia bra-
sileira iniciou um processo de abertura a produtos importados, que passam a representar uma concorrência real com os nacionais. As alíquotas de importação foram sendo reduzidas gradativamente, quebrando o protecionismo que sempre permeou a economia brasileira. As portas para a atual regulação do comércio exterior brasileiro começam a se abrir.
O que Mudou O Brasil entra no jogo do comércio global
e passa a usar as ferramentas (subsídios, taxas) em pé de igualdade com os grandes players mundiais. O país continua se protegendo, como com o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul de 20% para 35%, em confecções e calçados, para enfrentar a concorrência chinesa. Mas torna-se um importante agente nas negociações multilaterais de comércio.
2 Barreiras e embargos como era Com o início das negociações da Rodada
de Doha em 2001, as discussões sobre o acesso aos mercados e os excessos de subsídios agrícolas na relação entre os países desenvolvidos com os em desenvolvimento passaram a existir efetivamente. O Brasil sofre fortes restrições nos seus principais produtos, como no suco de laranja.
O que Mudou As negociações da Rodada de Doha não
geraram avanços até 2009. O Brasil tem dificuldade em se adequar às normas sanitárias de países desenvolvidos e ainda enfrenta barreiras como a que está acabando com o mercado de camarão. O caso mais emblemático foi o embargo de todos os grandes mercados às carnes brasileiras na última metade da década.
3 Cultura exportadora como era Em 2001, o Brasil já possuía em torno de 20
mil empresas que exportavam, mas produziam essencialmente para atender o mercado interno, com exceção de poucas companhias em setores como o de minério de ferro e açúcar. As exportações eram praticamente limitadas aos excedentes de produção.
O que Mudou O número de empresas manteve-se pra-
ticamente o mesmo, já as receitas de exportações triplicaram desde 1999. Exportar torna-se estratégia de negócios, nascem novos mercados para exportação, como o do suco de laranja, que vende 80% do que produz. Multinacionais brasileiras são referências mundiais nos setores em que atuam, como a Vale, a JBS e a Gerdau.
4 Economia global como era A década de 1990 foi marcada por uma su-
cessão de crises, culminando na asiática, em 1997, e na russa, em 1998. A partir dos anos 2000, o crescimento da demanda da Ásia começa a apontar como um novo pulsor do comércio mundial, encabeçado pela China e sua crescente demanda por commodities.
O que Mudou Estímulos no mercado interno e o fortale-
cimento da economia tornaram o Brasil menos vulnerável a crises externas. Na década, a demanda da China impulsionou os preços das commodities beneficiando o Brasil, que acompanhou com oferta crescente.
5 Economia brasileira como era Na década de 1990, o Brasil deu os primeiros
passos no mercado, abriu seus portos, reduziu tarifas e passou por um longo período de seguidas desvalorizações cambiais. O crescimento do PIB foi de 0,3% em 1999. Só a partir de 2003 que o mercado se estabiliza e o regime cambial fica controlado.
26
COMÉRCIO EXTERIOR
O que Mudou Na segunda metade da década, a duradoura estabilidade econômica gera mais renda, expande a oferta de crédito e impulsiona o consumo no mercado interno. Diversos setores registram recordes de vendas, como o automobilístico. O PIB brasileiro cresce, em média, 5% ao ano e, de 2005 a 2010, 30 milhões de pessoas ascenderam à classe média de consumo. www.analise.com
IAL ESPEC de
Confira, no quadro abaixo, as principais mudanças ocorridas em dez segmentos relevantes para o comércio exterior brasileiro na última década
nos
a 10MERCIO
CO IOR EXTER
6 Influência diplomática como era A formação do Mercosul, em 1991, foi o primeiro passo na articulação da política externa brasileira. Em 1995, é estabelecida a Tarifa Externa Comum (TEC), taxa única de importação em compras de outros mercados. O Brasil esteve à frente dos países da América do Sul nas negociações iniciadas em 1994 com os Estados Unidos na formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
O que Mudou Países em desenvolvimento se unem em
uma clara articulação para negociar sobre acessos a mercados e tarifas com os desenvolvidos. Em 2008, o Brasil liderou o grupo das 20 nações em desenvolvimento e esteve à frente nas negociações da Rodada de Doha. O país obtém importantes vitórias na OMC, como no caso do algodão contra os Estados Unidos.
7 Logística e infraestrutura como era Sistema completamente deficiente e extremamente dependente da matriz rodoviária. Portos estatais são lentos e burocráticos. As ferrovias estavam em processo de sucateamento sob administração estatal até que, em 1997, iniciaram o processo de privatização.
O que Mudou Investimentos ainda estão bem abaixo das
necessidades do país. Estradas respondem por 62% da matriz. Uma solução encontrada por grandes empresas foi investir em transporte e logística. A Vale, por exemplo, possui quatro linhas ferroviárias e terminais portuários.
8 Parceiros comerciais como era Sem acordos ou parcerias expressivas, as
relações multilaterais do Brasil com o Mercosul eram as únicas efetivamente expressivas. O comércio exterior brasileiro era concentrado em poucos parceiros em 1999. Aproximadamente 27% do comércio total nacional estava vinculado aos Estados Unidos.
O que Mudou Mercosul e América Latina se transfor-
mam em grandes mercados, com participação crescente no fluxo comercial brasileiro a partir de 2005. Brasil expande outras parcerias, na Ásia e no Oriente Médio. Representatividade dos Estados Unidos cai pela metade em 2009 e a China se torna o principal parceiro comercial.
9 Pauta de exportações como era O país vinha registrando crescimento cons-
tante nas exportações de industrializados havia quase 40 anos, até que o aumento da demanda mundial por commodities, impulsionado pela China, e as altas nos preços desses produtos, mudaram efetivamente a direção da pauta. O Brasil aproveita o cenário internacional e investe nos agrícolas, a partir dos anos 2000.
O que Mudou O país torna-se líder em diversos setores,
como açúcar, soja, minério de ferro, carnes e café. Consegue entrar em novos mercados, como o do algodão. As vendas foram impulsionadas por investimentos na produtividade e pela alta dos preços internacionais. Nos manufaturados, mantém relevância em poucos produtos, com destaque para os aviões da Embraer.
10 Sistema financeiro e investimentos como era Apesar de grandes instituições já atuarem no
país, como o Citibank e o Goldman Sachs, a economia frágil não atraía operações mais complexas. A partir da segunda metade da década de 1990, o governo começa incentivar a vinda de multinacionais ao Brasil. Antes, os investimentos estrangeiros eram limitados às empresas já instaladas no país, que atuavam principalmente com vistas ao mercado interno. www.analise.com
O que Mudou Grandes fusões entre instituições finan-
ceiras, como a dos nacionais Itaú e Unibanco, fortalecem a estrutura bancária do país. As operações de crédito praticamente quadruplicaram entre 2000 e 2008. Mercado de ações consolida-se e o investimento direto estrangeiro supera a marca de 40 bilhões de dólares em 2008, ante uma média de cerca de 20 bilhões de dólares entre 2000 e 2005. INTERNATIONAL TRADE
27
A Década The decade
o brasil na omc
Legenda Positivo
English version page 214
Parcial
Sem conclusão
Negativo Data de início
Estados Unidos
Representações feitas pelo Brasil Assunto
A discussão
Desdobramentos
Resultado
Gasolina
Regulação americana dificultava a importação de gasolina e a concorrência do produto importado com o local. Em junho, foi aberto um painel que, no início de 1996, foi favorável ao Brasil. Os EUA recorreram sem sucesso.
O painel analisou, em conjunto, a representação da Venezuela e a do Brasil.
OMC foi favorável ao Brasil e, em agosto de 1997, os EUA realizaram as medidas recomendadas pelo órgão.
Em outubro de 2000, os EUA implementaram a Emenda Byrd, que distribui os fundos obtidos com direitos antidumping e compensatórios aos produtores locais. O resultado do painel, aberto em 2001, foi contrário aos EUA.
Em 2004, os reclamantes ganharam o direito à retaliação. Apenas Canadá e UE impuseram sansões de 15% sobre diversos produtos.
Os reclamantes obtiveram direito à retaliação, e o Brasil optou por fazer acordo com os EUA.
EUA impunham taxas compensatórias em produtos siderúrgicos - material utilizado na indústria automotiva e de construção civil - importados de empresas brasileiras que receberam subsídios antes de serem privatizadas.
O Brasil entrou como terceiro em representação da UE sobre o mesmo tema.
Os EUA perderam a disputa com a UE e retiraram as taxas, o que também beneficiou o Brasil.
Lei de patentes dos EUA que dificultava o uso de produtos sob direitos americanos por empresas pequenas ou sem fins lucrativos em outros países e limitava o uso e a venda dos produtos fabricados com esses insumos.
Em maio de 2000, os EUA já haviam aberto uma representação contra o Brasil sobre o direito de patentes.
Em acordo, os dois países concordaram em retirar, simultaneamente, as representações.
Imposição americana de medidas antidumping aos silíciosmetal, usados principalmente na fabricação de alumínio para fundição, de resinas e silicones, nas indústrias automobilísticas e aeronáuticas.
Brasil representava os interesses da Companhia Brasileira Carbureto de Cálcio (CBCC), principal exportadora.
No fim de 2003, a CBCC atingiu os objetivos em contato com parceiros e autoridades dos EUA.
Taxa aplicada pelo estado da Flórida a processadores norteamericanos que utilizam produtos cítricos importados. Um painel foi aberto. A medida afetou os produtores brasileiros, maiores exportadores mundiais.
Em maio de 2004, o estado americano reduziu o imposto em mais de 50%. Com isso, foi feito um acordo e cancelado o painel.
Os dois países entraram em acordo e a taxa foi reduzida.
Taxas protecionistas dos EUA sobre as importações de aço e derivados. O painel decidiu que as taxas eram incorretas. Os EUA recorreram, mas acabaram removendo as barreiras.
Painel aberto com UE, Japão, China, Nova Zelândia e Brasil como reclamantes.
OMC foi favorável aos reclamantes, e os EUA retiraram as barreiras.
Subsídios aos produtores de algodão norte-americanos. Painel concluiu que algumas taxas do programa são proibidas, e uma estava prejudicando seriamente o Brasil. Iniciou-se um longo processo de disputas.
Brasil obtém direito à retaliação. EUA propõem acordo em que reduzem subsídios e outras medidas.
Em 2008, o teve direito à cruzada, mas de 2010 ainda acordo.
Créditos subsidiados oferecidos às exportações de produtos agrícolas nos EUA muito maiores que os disponíveis no mercado, nos períodos de 1999 a 2001 e de 2002 e 2004 a 2006.
Em dezembro de 2007, foi aberto um painel com Brasil e Canadá e outros 15 países como terceiros.
Painel foi aberto, mas não chegou a ser composto. Os acordos não foram divulgados.
Investigação americana para aplicar taxas antidumping ao suco de laranja brasileiro do período de 24 de agosto de 2005 a 28 de fevereiro de 2007. O Brasil alegou que os EUA chegaram a conclusões distorcidas.
Os EUA apontam que as empresas brasileiras investigadas praticaram margens de dumping de até 4,81%.
Painel estabelecido em maio de 2010 ainda não foi concluído.
Inconsistências em alguns pontos da aplicação das cotas tarifárias na importação de aves. Foi contestado o sistema de cotas que impõe duas tarifas; uma cobrada sobre a cota e outra maior no que excede.
Em julho de 1997, foi aberto um painel com a Tailândia e os EUA como terceiros.
Painel discordou do preço de referência para a sobretaxa no frango. Em 1998, Brasil e UE acordaram um novo valor.
Benefícios ao café solúvel originados de países considerados em combate às drogas, como a Colômbia, determinados pelo Sistema Geral de Preferências (SGP). O Brasil não se enquadra neste benefício.
Brasil faz outra reclamação sob o mesmo tema em outubro de 2000.
Sem disputa de painel ou acordo mútuo notificado.
04/1995 subsídios
12/2000 Aços
12/2000 Patentes
01/2001 Silíciosmetal
09/2001 Cítricos
03/2002 Aço
05/2002 Algodão
09/2002 Subsídios
07/2007 Suco de laranja
União Europeia
11/2008 Aves
04/1997 Café solúvel
12/1998
30
COMÉRCIO EXTERIOR
www.analise.com
Brasil obretaliação em julho negociava
IAL ESPEC de nos
a 10MERCIO
Na OMC, o Brasil já entrou com 24 representações contra outros mercados, e foi alvo de 14 reclamações
CO IOR EXTER
União Europeia
Representações feitas pelo Brasil Assunto
A discussão
Desdobramentos
Resultado
Café solúvel
Brasil solicitou novamente consultas quanto às medidas aplicadas nas importações de café solúvel, e acrescentou reclamação quanto ao mecanismo de graduação das taxas do Sistemas Geral de Preferências (SGP).
Em acordo bilateral, as tarifas foram reduzidas até o produto brasileiro obter os mesmos benefícios da Colômbia.
Foi feito acordo com benefícios ao café solúvel brasileiro.
Aplicação europeia de taxas antidumping nas importações de tubos de ferro do Brasil. O painel aberto em setembro de 2001 chegou a ser fechado para tentativa de acordo, mas em abril foi reaberto.
A reclamação brasileira representou interesses da Indústria de Fundição Tupy. Chile, Japão e EUA entraram como terceiros no painel.
O painel decidiu pela mudança na taxa, a UE baixou de 35% a 32%, redução não satisfatória pra o Brasil.
O mercado europeu subsidiava a produção de açúcar, estabelecia cotas para importações do produto refinado e excedia a venda de açúcar do tipo C no mercado externo.
O açúcar do tipo C, não comercializado no mercado europeu, beneficia-se dos subsídios dos açúcares dos tipos A e B.
Painel a favor do Brasil, em 2006 a UE baixou subsídios e limitou exportações de excedentes de açúcar.
A União Europeia reclassificou o produto enquadrado como frango cortado congelado para frango salgado, com isso a taxa desse produto subiu de 15,4% para 70%.
Em junho de 2004, foi aberto um painel em que China, Tailândia e EUA entraram como terceiros.
Em maio de 2005, painel foi contra a UE, que em 2006 voltou à antiga classificação.
Medicamentos genéricos importados da Índia pelo Brasil são apreendidos no porto de Roterdã por não serem livres de patente na Holanda, apesar de serem legais nos países de origem e destino.
Em 2008 e 2009, diversas cargas foram apreendidas. Brasil pretende levar a discussão à Organização Mundial de Saúde (OMS).
Reclamação foi realizada em maio de 2010 e até julho ainda estava em andamento.
A disputa envolvendo a brasileira Embraer e a canadense Bombardier traz acusações mútuas de se aproveitarem dos subsídios dos respectivos governos.
A disputa se prolongou com vitórias para os dois lados, por dez anos. Esta seria a disputa mais longa da OMC.
Em 2007, foi feito um acordo intermediado pela OCDE para acabar com a disputa.
Créditos à exportação e garantias de empréstimo que constituíam subsídios à produção canadense de aviões.
No painel estabelecido em março de 2001, Austrália, UE, Índia e EUA entraram como terceiros.
Painel foi favorável ao Brasil, que obteve direito à retaliação, e optou por fazer um acordo com o Canadá.
O Peru aplicava taxas contra as importações brasileiras para compensar as condições de mercado do produto nacional com o importado. As taxas seriam inconsistentes.
Avaliação concluiu que não havia medidas excessivas.
Não houve abertura de painel nem acordo divulgado.
Medidas protecionistas da Argentina, que entraram em vigor em julho de 1999, na importação de tecidos e mesclas de algodão brasileira.
Argentina protegia o mercado no pico da crise econômica.
Painel foi aberto, mas as medidas argentinas foram retiradas antes de sua composição.
Direito da Argentina em aplicar taxas antidumping às importações de aves do Brasil. Os países fecharam acordos, que não foram cumpridos pelo governo argentino.
O painel parou em 2002, durante as negociações, e foi reaberto em 2003.
Painel deu ganho de causa ao Brasil, e a Argentina retirou as medidas.
Ampliação das medidas antidumping aplicadas a importações de ferro e aço e acessórios importados do Brasil.
O Brasil representou interesses da Indústria de Fundição Tupy.
Não houve abertura de painel nem acordo divulgado.
Brasil solicitou consultas quanto a uma medida provisória mexicana que impôs taxas antidumping em transformadores elétricos importados do Brasil.
Em março de 2001, o México decidiu não impor as taxas sobre as importações do Brasil.
Sem disputa ou necessidade de abertura de painel.
10/2000 Tubos de ferro
12/2000 Açúcar
09/2002 Frango
10/2002 Patentes
Canadá
05/2010 Aviões
03/1997 Aviões
Peru
01/2001 Taxas
Argentina
12/1997 Barreiras
02/2000 Aves
Turquia
11/2001 Ferro e aço
México
10/2000 Aparelho Elétrico
12/2000
www.analise.com
INTERNATIONAL TRADE
31
Cont.
Empresas Companies
fatia do comércio total
O quadro mostra a evolução da participação das cinco empresas de maior destaque em 2009 no comércio total brasileiro em anos selecionados da década
SLICE OF TOTAL TRADE The table shows the evolution of the share of five of the most prominent companies in 2009 in Brazil's total trade during specific years of the decade
Participação no comércio total em % Share in total trade in %
150
Petrobras
8,0
7,8
7,3
9,7
120
11,7
90
Vale 1,5
1,8
2,2
2,9
3,8
Embraer 3,7
3,4
3,3
2,4
3,8
60 30
4,1
2,4
0
Bunge 0,9
1,5
1,7
1,1
1,5
1,5
1,8
1,3
2,9
0,9
2000
2002
COMÉRCIO EXTERIOR
2004
2006
1,7
-30
Volkswagen
46
8,9
2008
-60
www.analise.com
1,0 2009
IAL ESPEC de
os maiores saldos e déficits
O gráfico mostra a evolução do saldo das quatro empresas com o melhor e das quatro com o pior desempenho na balança
nos
a 10MERCIO
CO IOR EXTER
LARGEST BALANCES AND DEFICITS This graph shows the evolution of four companies which had the best and the four companies which had the worst trade balances
Saldo acumulado 99/09
150 US$ bi
120 Vale
US$ 51,2 bi
90
60 Bunge
US$ 22,9 bi Cargill Agrícola
30
US$ 13,2 bi Embraer
US$ 13,9 bi Motorola
0
US$ (-3,6 bi) Petrobras
US$ (-25,3 bi) -30
Basf
US$ (-3,0 bi) Toyota do Brasil
US$ (-2,9 bi)
-60 1999
2000
2001
2002
www.analise.com
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
INTERNATIONAL TRADE
47
maiores EXPORTADORAS Exporter ranking Sede
RK
1 — 50
EXPORTers
EXPORTADORAS
2009 2008
Setor
HQ
Sector
Exportação
Variação
US$ mi
08/09
Exports
Change
Participação Brasil Brazil Share
1
1
Petrobras
RJ
BRA
Petróleo Oil
12.307
(-36%)
8,04%
2
2
Vale
RJ
BRA
Mineração Mining
10.826
(-20%)
7,08%
3
4
Bunge Alimentos
SP
BMU
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
4.344
(-14%)
2,84%
4
3
Embraer
SP
BRA
Indústria aeronáutica Aircraft industry
4.053
(-29%)
2,65%
5
5
ADM do Brasil
SP
USA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
2.770
+7%
1,81%
6
8
Cargill Agrícola
SP
USA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
2.336
+6%
1,53%
7
11
Brasil Foods (BRF)
SC
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
1.896
+3%
1,24%
8
23
Braskem
BA
BRA
Químicos Chemicals
1.893
+55%
1,24% 1,22%
9
6
Sadia
SC
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
1.873
(-23%)
10
25
ArcelorMittal Brasil
MG
LUX
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
1.691
+40%
1,11%
11
13
Fibria Celulose
SP
BRA
Papel e celulose Paper and pulp
1.596
(-4%)
1,04%
12
12
Louis Dreyfus Brasil
SP
FRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
1.537
(-13%)
1,00%
13
10
Volkswagen do Brasil
SP
DEU
Veículos e peças Autos and parts
1.479
(-26%)
0,97%
Samarco Mineração
MG
BRA
Mineração Mining
1.461
(-34%)
0,95%
Amaggi
MT
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
1.405
+42%
0,92%
14
7
15
32
16
9
DaimlerChrysler do Brasil
SP
DEU
Veículos e peças Autos and parts
1.234
(-42%)
0,81%
17
18
Alunorte
PA
BRA
Mineração Mining
1.174
(-13%)
0,77%
18
26
Bertin
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
1.165
(-3%)
0,76%
19
33
Copersucar
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
1.129
+20%
0,74%
20 242
Cia. de Interconexão Energética (CIEN)
RJ
BRA
Energia Energy
1.066
-
0,70%
21
28
Seara Alimentos
SC
BMU
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
986
(-14%)
0,64%
22
14
Cia. Bras. de Metalurgia e Mineração
MG
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
939
(-42%)
0,61%
23
22
Suzano Papel e Celulose
SP
BRA
Papel e celulose Paper and pulp
921
(-27%)
0,60%
24
31
Fiat
MG
ITA
Veículos e peças Autos and parts
871
(-15%)
0,57%
25
21
JBS
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
864
(-32%)
0,56%
26
15
General Motors do Brasil
SP
USA
Veículos e peças Autos and parts
862
(-45%)
0,56%
27
20
Shell Brasil
RJ
NLD-GBR
Petróleo Oil
837
(-37%)
0,55%
28
19
Ford Brasil
SP
USA
Veículos e peças Autos and parts
812
(-39%)
0,53%
29
62
Cosan
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
756
+58%
0,49%
30
53
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
RJ
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
744
+38%
0,49%
31
38
Minerva
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
734
(-2%)
0,48%
32
30
Albras
PA
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
713
(-33%)
0,47%
33
58
Coamo
PR
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
707
+38%
0,46%
34
48
Universal Leaf Tabacos
RS
USA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
692
+17%
0,45%
35
96
Nacional Minérios (Namisa)
MG
BRA
Mineração Mining
677
+122%
0,44%
36
36
Sucocítrico Cutrale
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
676
(-22%)
0,44%
37
83
Multigrain
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
636
+89%
0,42%
38
37
Doux Frangosul
RS
FRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
635
(-22%)
0,42%
39
55
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)
RS
BRA
Petróleo Oil
623
+18%
0,41%
40
47
Renault do Brasil
PR
FRA
Veículos e peças Autos and parts
577
(-5%)
0,38%
41
69
Usiminas
MG
BRA-JPN
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
574
+27%
0,38%
42
50
Alliance One Brasil
RS
USA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
573
+0%
0,37%
43
42
Bianchini
RS
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
572
(-12%)
0,37%
44
16
Gerdau Açominas
MG
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
566
(-62%)
0,37%
45
27
Motorola
SP
USA
Eletroeletrônicos Electronics
557
(-53%)
0,36%
46
29
Petrobras Distribuidora
RJ
BRA
Petróleo Oil
554
(-51%)
0,36%
47
59
Fischer Agroindústria
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
551
+9%
0,36%
48
39
Whirlpool
SP
USA
Eletroeletrônicos Electronics
546
(-23%)
0,36%
49
43
Toyota do Brasil
SP
JPN
Veículos e peças Autos and parts
541
(-17%)
0,35%
50
41
Weg Equipamentos Elétricos
SC
BRA
Máquinas e equipamentos Machinery and equip.
532
(-20%)
0,35%
58
COMÉRCIO EXTERIOR
www.analise.com
Sede
RK
2009 2008
Setor
HQ
Sector
Exportação
Variação
US$ mi
08/09
Exports
Change
Participação Brasil Brazil Share
SP
FRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
498
+64%
0,33%
Caraíba Metais
BA
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
491
(-48%)
0,32%
53
17
Caterpillar Brasil
SP
USA
Veículos e peças Autos and parts
490
(-65%)
0,32%
54
52
Souza Cruz
RJ
GBR
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
490
(-13%)
0,32%
55 191
Flexibras Tubos Flexíveis
ES
FRA
Máquinas e equipamentos Machinery and equip.
469
+315%
0,31%
56
64
Caramuru Alimentos
GO
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
463
(-2%)
0,30%
57
46
Construtora Norberto Odebrecht
SP
BRA
Serviços de construção Construction services
457
(-25%)
0,30%
58
67
Pirelli
SP
ITA
Borracha Rubber
434
(-5%)
0,28%
59
66
Veracel Celulose
SP
BR-FI-SE
Papel e celulose Paper and pulp
428
(-7%)
0,28%
60
87
Marfrig Frigoríficos
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
426
+31%
0,28%
61
91
Continental Tobaccos Alliance (CTA)
RS
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
424
+33%
0,28%
62 243
Nidera Sementes
MG
NLD
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
396
-
0,26%
63
45
Cenibra
MG
JPN
Papel e celulose Paper and pulp
395
(-35%)
0,26%
64
95
Noble Brasil
RJ
HKG
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
395
+29%
0,26%
65
72
Usina de Açúcar Santa Terezinha
PR
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
393
(-6%)
0,26%
66 114
CHS do Brasil
SP
USA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
393
+67%
0,26%
67
90
International Paper do Brasil
SP
USA
Papel e celulose Paper and pulp
393
+23%
0,26%
68
60
Tecsis
SP
BRA
Máquinas e equipamentos Machinery and equip.
368
(-24%)
0,24%
69
77
Usina da Barra
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
367
(-4%)
0,24%
70
93
Copertrading
AL
BRA
Comércio exterior International trade
366
+17%
0,24%
71
75
Cia. Brasileira de Alumínio (CBA)
SP
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
352
(-11%)
0,23%
72 126
Anglo American
SP
ZAF-GBR
Mineração Mining
348
+70%
0,23%
73
68
Nokia do Brasil Tecnologia
AM
FIN
Eletroeletrônicos Electronics
347
(-24%)
0,23%
74
40
Bosch
SP
DEU
Eletroeletrônicos Electronics
336
(-52%)
0,22%
75
24
Scania Latin America
SP
SWE
Veículos e peças Autos and parts
334
(-72%)
0,22%
76
63
Mineração Maracá
GO
BRA-CAN
Mineração Mining
332
(-30%)
0,22%
77
79
Louis Dreyfus Agroindustrial
SP
FRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
322
(-11%)
0,21%
78 101
Anglogold Ashanti Mineração
MG
ZAF
Mineração Mining
322
+9%
0,21%
79 160
Rio Paracatu Mineração
MG
CAN
Mineração Mining
316
+109%
0,21%
80
73
Klabin
SP
BRA
Papel e celulose Paper and pulp
315
(-21%)
0,21%
81
86
Basf
SP
DEU
Químicos Chemicals
310
(-6%)
0,20%
82
65
AGCO do Brasil
RS
USA
Veículos e peças Autos and parts
307
(-35%)
0,20%
83
89
Granol
SP
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
305
(-5%)
0,20%
84 107
Unicafé
ES
BRA
Comércio exterior International trade
285
+5%
0,19%
85
Rhodia
SP
FRA
Químicos Chemicals
281
(-9%)
0,18%
86 129
FMC Technologies do Brasil
SP
USA
Máquinas e equipamentos Machinery and equip.
281
+45%
0,18%
87 125
Usina Coruripe
AL
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
280
+36%
0,18%
88 102
Honda do Brasil
SP
JPN
Veículos e peças Autos and parts
276
(-3%)
0,18%
89 135
Samsung Eletrônica da Amazônia
AM
KOR
Eletroeletrônicos Electronics
273
+45%
0,18%
90
80
Nestlé Brasil
SP
CHE
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
273
(-21%)
0,18%
91
35
Volvo do Brasil
PR
SWE
Veículos e peças Autos and parts
270
(-70%)
0,18%
92 106
Usina Caetê
AL
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
264
(-3%)
0,17%
93
98
Coop. de Cafeicultores em Guaxupé
MG
BRA
Agroindústria e alimentos Agribusiness and food
261
(-14%)
0,17%
94
57
CNH Latin America
MG
ITA
Veículos e peças Autos and parts
252
(-52%)
0,16%
95
61
94
Gerdau
RS
BRA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
251
(-48%)
0,16%
96 113
Stockler
SP
BRA
Comércio exterior International trade
244
+1%
0,16%
97
56
Alcoa
MG
USA
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
244
(-54%)
0,16%
98
76
ArcelorMittal Inox Brasil
MG
LUX
Siderurgia e metalurgia Steel and metallurgy
242
(-37%)
0,16%
99
84
Bridgestone Firestone do Brasil
SP
JPN
Borracha Rubber
237
(-29%)
0,15%
Michelin
SP
FRA
Borracha Rubber
235
(-11%)
0,15%
100 109
www.analise.com
INTERNATIONAL TRADE
59
51 — 100
LDC Bioenergia
34
EXPORTers
97
52
EXPORTADORAS
51
Cont.
Parceiros Partners
os principais clientes brasileiros O gráfico apresenta a participação dos 25 países mais significativos nas exportações brasileiras, organizados por produto
BRAZIL’S MAIN CLIENTS The graph below shows the share of the 25 countries that are most significant in Brazilian exports in order of product
Telefonia Telecom eq.
44
Argentina (ARG)
8 Venezuela (VEN)
Automotivo Automotive
33
Argentina (ARG)
8 México (MEX) 8 Alemanha (DEU)
82
País Country Indica a participação de cada país nas exportações totais do Brasil por produto Indicates the share of each country in the total value of Brazilian exports per product COMÉRCIO EXTERIOR
Suco de laranja Orange juice
Produto Product
Como consultar o gráfico How to read the chart
40
21
Bélgica (BEL)
Holanda (NLD)
www.analise.com
China (chn)
23
Rússia (RUS)
15 Hong Kong (HKG) 8 Irã (IRN) Alumínio Aluminum
39
25
Japão (JPN)
15 Estados Unidos (USA) 11 Suíça (CHE)
China (chn)
13 Estados Unidos (USA) 9 Holanda (NLD)
Café Coffee
20 19
Alemanha (DEU) Estados Unidos (USA)
8 Itália (ITA) 8 Japão (JPN) www.analise.com
50
China (chn)
9 Japão (JPN)
Carne suína Pork
22
Minérios Ores
11 Holanda (NLD)
Papel e celulose Paper and pulp
Soja Soybeans
Carne bovina Beef
Parceiros Partners
46
18
Rússia (RUS)
Hong Kong (HKG)
INTERNATIONAL TRADE
83
CHN
Sheng Li/REUTERS
Parceiros Partners
Visão do Porto Yingkou, na China: as vendas brasileiras para o país asiático, que foi o principal parceiro na década, aumentaram em 30 vezes Yingkou Port in China: Brazilian sales increased thirty times over the past decade and the Asian giant became main trade partner
88
COMÉRCIO EXTERIOR
www.analise.com
Parceiros Partners Ranking
1
Trade balance Brazil—CHN
CHN 08
1º
2º
2º 129º
Comércio bilateral
2º
Exportações Exports
20 36.102
Total trade
Saldo comercial
20
4.280
Brazil’s trade balance
15
Exportações do Brasil para a 3º CHN Brazil's exports to CHN Exportações da CHN para o 2º Brasil CHN's exports to Brazil
1º
25 US$bi
25
US$ mi
09
15
20.191 10
10
15.911 5
Exp. Brasil 09
08
1º
2º
2º
1º
3º
3º
4º
4º
5º
5º
6º
7º
7º
8º
0
7.142 35%
Soja
6.750 33%
Petróleo
1.338
7%
Papel e celulose
1.129
6%
Ferro e aço
1.024
5%
Fumo
368
2%
Aeronaves
349
2%
Plásticos
337
2%
Cobre
280
1%
Couro
255
1%
Oil
Paper and pulp Iron and steel Tobacco Aircraft
Plastics Copper
6º
99
Minérios Soybeans
Leather
Importações Imports
5
CHN
Ores
9º 15º 10º
US$ mi
8º 16º
China chega à posição de maior parceiro do Brasil
Balança comercial Brasil—CHN
China
01
03
05
07
09
Comércio global da CHN Global trade of CHN
US$ mi
Comércio total Total trade
Saldo da balança Trade balance
2.207.222 195.846
Valor das exportações
1.201.534
Variação das exportações
(-16,02%)
Valor das importações
1.005.688
Total exports
Change in exports Total imports
Variação das importações Change in imports
(-11,20%)
Exportação Export
23% Industrializados
Básicos
Exp. CHN 09
2º
2º
4º
3º
Brasil US$ mi
08
1º
1º
4º
5º
5º
3º
6º
7º
7º
8º
8º 14º
77%
Basic products
Industrialized products
Aparelhos elétricos
1.473
9%
Equip. de informática
1.159
7%
Electrical equipment IT equipment
Telefonia
1.145
7%
899
6%
Máquinas e equip.
834
5%
Têxteis
493
3%
Produtos químicos
380
2%
Plásticos
135
1%
Ferro e aço
110
1%
Motos
101
1%
Telecom equipment
Imagem e som
Video and audio equipment Machinery and equipment Textiles
Chemicals Plastics
US$ mi
09
08
1º
1º
Estados Unidos (USA) 221.295 18%
2º
2º
Hong Kong (HKG)
3º
3º
Japão (JPN)
97.911
8%
4º
4º
Coreia do Sul (KOR)
53.680
4%
5º
5º
Alemanha (DEU)
49.920
4%
6º
6º
Holanda (NLD)
36.682
3%
7º
7º
Inglaterra (GBR)
31.277
3%
8º
9º
Cingapura (SGP)
30.066
3%
Índia (IND)
29.667
2%
Brasil (BRA)
14.119
1%
9º 10º 19º 18º
166.217 14%
Importação Import US$ mi
09
08
1º
1º
Japão (JPN)
130.938 13%
2º
2º
Coreia do Sul (KOR)
102.552 10%
3º
3º
Estados Unidos (USA)
77.755
8%
4º
4º
Alemanha (DEU)
55.764
6%
5º
5º
Austrália (AUS)
39.439
4%
6º
6º
Malásia (MYS)
32.331
3%
The importance of each country
7º
8º
Brasil (BRA)
28.281
3%
Brasil...
8º
9º
Tailândia (THA)
24.897
2%
9º
7º
Arábia Saudita (SAU)
23.620
2%
Rússia (RUS)
21.283
2%
9º
10
10º 12º
Iron and steel Motorcycles
Exportações da CHN CHN exports
93% Industrializados
Básicos
Basic products
Industrialized products
A importância de cada país ...como fornecedor da CHN
...as product supplier of CHN
7%
CHN...
...como fornecedora do Brasil
...as product supplier of Brazil
www.analise.com
10º 10º
INTERNATIONAL TRADE
89
CHN
Exportações do Brasil Brazil exports
O avanço da economia chinesa, na década de 2000, produziu reflexos significativos no comércio com o Brasil. Em 2009, a China assumiu a posição de principal parceiro comercial brasileiro desbancando Estados Unidos e Argentina. O Brasil chegou ao sétimo lugar entre os maiores fornecedores da China, ante a 21a posição ocupada em 1999, com exportações totais de 20,2 bilhões de dólares. Entre 1999 e 2009, as exportações brasileiras para a China aumentaram em quase 30 vezes, o maior incremento entre os 47 parceiros analisados nesta edição. As importações cresceram mais de 18 vezes. Na comparação com os parceiros tradicionais, o avanço do comércio com a China é brutal. É importante lembrar, no entanto, que a relação com esses países já mantinha um patamar elevado em 1999. Naquele ano, o Brasil exportou 10,7 bilhões de dólares para os Estados Unidos, ante 676 milhões de dólares para a China. Ao longo dos anos 2000, com o crescimento anual de seu PIB próximo a 10%, a China tornou-se o principal consumidor mundial de commodities. Nesse cenário, o Brasil assumiu a posição de fornecedor, aproveitando sua vocação nas áreas de agroindústria e mineração. Em 2009, minério de ferro, soja e petróleo responderam por 75% das exportações brasileiras ao país. Uma das evidências de que o consumo voraz da China sustentou essa relação foi que, em 2009, as exportações brasileiras para o parceiro continuaram a crescer mesmo sob os efeitos da crise internacional, que reduziu vendas externas totais brasileiras em 22,7%. Com isso, o Brasil alcançou um superávit com a China pela primeira vez, desde 2006. As compras brasileiras cresceram baseadas, principalmente, em produtos manufaturados, como equipamentos eletrônicos, máquinas e produtos siderúrgicos. A competição das importações provenientes da China afetou fortemente alguns setores da indústria brasileira, mais notoriamente os de produtos têxteis, calçados e brinquedos. O Brasil aplicou sanções em diversas ocasiões, a mais recente em março de 2010, quando foi definido o aumento da taxa antidumping sobre calçados importados para 13,85 dólares por par até 2015.
PRODUTOS Products Ranking
Paulo Whitaker/REUTERS
Soja
1
Soybeans
09
08
1º
4º
1º
4º
2009 Variação Change
Exportações US$ mi Exports US$ mln
Participação 2009
Variação 08/09 34º 23º
(-4%) (-62pp)
Change 08/09
Importações US$ mi 60º 55º Imports US$ mln
1º 3º
5º
–
11,29% +2,2pp
Share 2009
Saldo US$ mi 2º
17.267
Balance US$ mln
Com. total US$ mi Total trade US$ mln
79 (-28%) 17.189
(-4%)
17.346
(-4%)
Itens vendidos Items sold 09
US$ mi
08
1º
1º
2º
2º
3º
3º
4º
4º
Em grãos
11.424 66%
Soybeans
Farelo
4.609 27%
Óleo bruto
1.041
6%
193
1%
Soymeal Raw oil
Óleo refinado Refined oil
Soja
Soybeans
Os clientes The clients US$ mi
09
08
1º
1º
China (CHN)
6.750 39%
2º
2º
Holanda (NLD)
1.953 11%
3º
4º
França (FRA)
1.107
6%
4º
3º
Espanha (ESP)
1.044
6%
5º
5º
Alemanha (DEU)
891
5%
6º
6º
Tailândia (THA)
711
4%
7º
8º
Coreia do Sul (KOR)
558
3%
8º
9º
Inglaterra (GBR)
419
2%
9º
7º
Itália (ITA)
396
2%
Portugal (PRT)
284
2%
10º 11º -
-
Outros
3.155 18%
Others
Exportações de soja em grãos Soybean exports 42000
42,0
37600
37,6
33200 28800 24400
Em milhões de toneladas In millions of tons
33,2
28,8
24,4 Fonte Source: Anec
20000
99
148
01
03
05
07
COMÉRCIO EXTERIOR
09
Plantação de soja em Mato Grosso: grão voltou ao topo do ranking dos mais exportados em 2009 Soybean plantation in Mato Grosso: grain returns to the top of the ranking among most exported products in 2009
Em ano de crise, soja volta a ser o mais exportado Após um período de ajuste do mercado mundial de soja, entre 2005 e 2006, quando os preços da commodity estavam em queda devido à elevada oferta, o produto voltou a se valorizar, impulsionado, em grande parte, pelo consumo da China. Em relação aos outros principais produtos exportados pelo Brasil, os recentes ciclos de alta e baixa da soja no mercado se inverteram. Enquanto 2005 foi um ano de expansão nas vendas de petróleo, minérios e veículos, a commodity agrícola sofria com uma superoferta, resultado de investimentos volumosos nos anos anteriores. A partir de 2007, quando o elevado consumo do mercado brasileiro fez com que as vendas se voltassem para a demanda interna, o setor de soja se recuperou, adequando a oferta à demanda e gerando um reajuste de preços. No contrafluxo, a soja assumiu a liderança entre os produtos mais exportados pelo Brasil. Até a crise econômica global, que afetou o comércio em todo o mundo, teve efeito menos significativo sobre
a commodity. Entre 2008 e 2009, as vendas caíram 4%, muito menos que os índices acima de 20% registrados pelos outros principais segmentos exportadores. O Brasil é líder mundial na exportação de complexo soja – que inclui o grão, farelo e o óleo – e tem na China seu principal cliente. Em 2009, o país asiático comprou 39% das vendas brasileiras, aumentando significativamente sua participação de 28% registrados em 2007. O segundo maior importador é a Holanda, que atua como um concentrador de compras dos países da União Europeia em razão de sua ampla estrutura portuária. As importações brasileiras de soja são irrisórias, o que fez com que o setor gerasse o maior superávit entre os exportados pelo Brasil em 2009, de 17,2 bilhões de dólares. No acumulado da década, a soja foi responsável pelo maior saldo positivo. O valor foi de 101,6 bilhões de dólares, cerca de 20% maior que o segundo melhor saldo, das exportações de minérios. As vendas chegaram a 102 bilhões de dólares, atrás apenas do setor automotivo. www.analise.com
PRODUTOS Products
2
Oil 2009 Variação Change
09
08
2º
Exportações US$ mi 1º
2º
1º
Exports US$ mln
14.937
Participação 2009
(-35%) (-79pp)
Change 08/09
Importações US$ mi 1º Imports US$ mln
10.745 (-50%)
Saldo US$ mi 7º 19º
4.193 +227%
Balance US$ mln
2º
1º
–
9,76% (-1,8pp)
Share 2009
Variação 08/09 103º 27º 3º
A década em que o Brasil foi de cliente a fornecedor
Petróleo
Com. total US$ mi
25.682 (-42%)
Total trade US$ mln
Itens vendidos Items sold 09
US$ mi
08
1º
1º
2º
2º
3º
3º
4º
4º
Óleos brutos
9.351 63%
Combustível de aviação
2.611 17%
Óleos combustíveis
2.007 13%
Crude oil
Aircraft fuel Fuels
Gasolina
969
Gasoline
6%
Os clientes The clients US$ mi
1º
1º
Estados Unidos (USA)
2.548 17%
2º
2º
China (CHN)
1.338
9%
3º
9º
Ant. Holandesas (ANT)
901
6%
4º 26º
Índia (IND)
873
6%
5º
4º
Holanda (NLD)
577
4%
6º
3º
Chile (CHL)
519
3%
7º
8º
Cingapura (SGP)
495
3%
8º
6º
Portugal (PRT)
449
3%
Inglaterra (GBR)
343
2%
Peru (PER)
268
2%
9º 17º 10º 10º -
-
Outros
Oil
08
6.627 44%
Others
Exportações de petróleo Oil exports
200000
200
160040
160
120080 80120 40160
Em milhões de barris In millions of barrels
120
80
40 Fonte Source: ANP
200
99
01
03
05
07
09
Plataforma de petróleo no Rio de Janeiro: Brasil passou de importador a exportador do produto na década Oil platform in Rio de Janeiro: Brazil went from an importer to becoming an exporter in the decade www.analise.com
Petróleo
09
No período da última década, o Brasil passou de um importador líquido de petróleo para a autossuficiência, reverteu seu déficit na balança e vislumbra a possibilidade de explorar uma das maiores reservas mundiais do insumo, caso as previsões do pré-sal se concretizem. A conjuntura nacional aliada à alta sem precedentes dos preços internacionais do Brasil na década fez com que o produto passasse do 20º mais exportado pelo Brasil, em 1999, para a primeira posição em 2008, que, no ano seguinte, foi assumida pela soja. Em volume, o país passou de uma venda abaixo de 10 milhões de barris anuais, no começo da década, para mais de 190 milhões em 2009, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O incremento foi de mais de 28 vezes, gerando um avanço em receita de 31 vezes até 2008, para 22,9 bilhões de dólares. Nesse ano, os preços internacionais atingiram um pico sem precedentes, de 147 dólares por barril. Na comparação
até 2009, quando os preços fecharam por volta de 72 dólares por barril e a crise econômica global reduzia o consumo, houve queda de 35% nas exportações em valor sobre o ano anterior. Mesmo assim, as vendas avançaram 20 vezes em dólar entre 1999 e 2009. É uma característica do setor de petróleo que grandes exportadores também sejam, em certa medida, grandes importadores. Isso porque a qualidade do insumo extraído de diferentes reservas varia, fazendo com que seja necessário adequar o estoque em cada país à necessidade de produção de combustíveis como gasolina e óleo diesel. A qualidade do petróleo brasileiro, principalmente dos campos já em produção, é relativamente baixa, o que sempre obrigou o país a realizar trocas com países como a Arábia Saudita e a Nigéria. Com o aumento da produção, a partir de 2005, o país conseguiu reverter definitivamente seu déficit na balança, chegando a um superávit de 4,2 bilhões de dólares em 2009. Entre 1999 e 2008, as importações brasileiras cresceram em dez vezes, metade do ritmo registrado nas vendas.
Bruno Domingos/REUTERS
Ranking
INTERNATIONAL TRADE
149
EStados States
exportaçÕEs por município exports by city O quadro lista os 226 municípios brasileiros que exportaram mais de 100 milhões de dólares em 2009 e o crescimento de vendas em relação ao ano anterior The table lists the 226 Brazilian cities that exported more than 100 million dollars in 2009 and the change in sales compared to the previous year
RK
2009 2008
Exportações Variação Exports
Change
43
45 Araraquara
SP
796
(-19%)
87 119 Luziânia
GO
363
+28%
08/09
44
18 Piracicaba
SP
750
(-71%)
88
77 Mogi Guaçu
SP
353
(-29%)
US$ mi
1
1 São Paulo
SP
5.913
(-41%)
45
46 Montenegro
RS
745
(-24%)
89
93 Alumínio
SP
352
(-11%)
2
3 Angra dos Reis
RJ 5.542
(-17%)
46
64 Venâncio Aires
RS
744
+10%
90
92 Londrina
PR
351
(-13%)
3
2 S. José dos Campos
SP 4.859
(-30%)
47
58 Matão
SP
676
(-10%)
91
99 Catanduva
SP
351
(-5%)
4
8 Parauapebas
PA 3.840
+0,1%
48
57 Santo André
SP
635
(-18%)
92 171 Paracatu
MG
349 +104%
5
6 Paranaguá
PR
3.712
(-8%)
49
41 Caxias do Sul
RS
632
(-42%)
93 693 Três Lagoas
MS
347 +2.106%
6
7 Santos
SP
3.515
(-10%)
50
50 Mucuri
BA
627
(-31%)
94
91 Belém
PA
344
(-15%)
7
9 Rio de Janeiro
RJ 3.202
(-10%)
51
34 Jaguariúna
SP
625
(-52%)
95
87 Gravataí
RS
337
(-21%)
MG 2.960
(-14%)
52
97 Sapezal
MT
618
+61%
96
96 Pederneiras
SP
334
(-13%)
8 9 10
10 Itabira 4 S. Bern. do Campo
SP 2.934
(-37%)
53
49 Juiz de Fora
MG
613
(-35%)
97
81 Alto Horizonte
GO
332
(-30%)
5 Macaé
RJ
2.673
(-40%)
54
54 Lins
SP
609
(-27%)
98
88 Contagem
MG
311
(-27%)
55
55 Jaraguá do Sul
SC
605
(-27%)
99 100 Guaxupé
MG
307
(-15%)
SP
587
(-20%)
MG
305
(-29%)
11
13 Itajaí
SC 2.626
(-11%)
12
12 Ouro Preto
MG 2.363
(-21%)
56
59 Indaiatuba
100
86 Ipatinga
13
14 Barcarena
PA 2.279
(-22%)
57
23 São Luís
MA
584
(-70%)
101
84 São Carlos
SP
304
(-33%)
14
11 Vitória
ES
2.165
(-32%)
58
30 Ouro Branco
MG
566
(-62%)
102
51 Sete Lagoas
MG
300
(-67%)
15
21 Camaçari
BA 1.851
(-12%)
59
52 Araucária
PR
561
(-36%)
103 131 Primavera do Leste MT
300
+20%
16
16 Guarulhos
SP 1.637
(-40%)
60
48 Dias d'Ávila
BA
544
(-42%)
104 108 Uberlândia
MG
297
(-10%)
17
15 Rio Grande
RS 1.602
(-42%)
61
73 Luís Ed. Magalhães
BA
538
+0,1%
105 113 Guaratinguetá
SP
296
(-1%)
18
47 Serra
ES 1.505
+57%
62
53 Cubatão
SP
531
(-37%)
106 104 Telêmaco Borba
PR
293
(-16%)
19
19 Anchieta
ES 1.461
(-34%)
63
78 Nova Lima
MG
514
+5%
107 133 Sertãozinho
SP
291
+17%
20
68 Itaguaí
RJ
1.383 +125%
64
67 Jundiaí
SP
496
(-23%)
108 182 Guaíra
SP
291
+81%
21
22 Duque de Caxias
RJ
1.367
(-31%)
65
71 Paulínia
SP
493
(-15%)
109 139 Campo Grande
MS
274
+17%
22
37 Porto Alegre
RS 1.351
+10%
66
72 Belo Horizonte
MG
489
(-15%)
110
89 Mauá
SP
273
(-35%)
23
26 Joinville
SC
1.318
(-23%)
67
83 Maceió
AL
484
+6%
111
63 Cajamar
SP
269
(-60%)
24
25 S. José dos Pinhais
PR 1.307
(-26%)
68
60 Sumaré
SP
482
(-33%)
112 107 Cascavel
PR
268
(-21%)
25
33 Varginha
MG 1.250
(-4%)
69
94 Promissão
SP
482
+23%
98 Barretos
SP
251
(-33%)
26
24 Sorocaba
SP 1.250
(-31%)
70
40 Marabá
PA
480
(-56%)
114 111 Jacareí
SP
246
(-22%)
27
32 Canoas
RS 1.230
(-13%)
71
27 São Sebastião
SP
466
(-72%)
115 124 Vila Velha
ES
244
(-9%)
28
31 Triunfo
RS 1.223
(-17%)
72
62 Canaã dos Carajás
PA
464
(-32%)
116
MG
243
(-37%)
29
39 Santa Cruz do Sul
RS
1.181
+7%
MT
446
+59%
117 132 Cotia
SP
243
(-2%)
SP
1.123 +398%
30 1.483 Barra Bonita 31
PR 1.091
20 Curitiba
(-51%)
73 121 Sorriso
113
95 Timóteo
74
70 Blumenau
SC
445
(-25%)
118 126 Ribeirão Preto
SP
239
(-9%)
75
74 Barueri
SP
441
(-16%)
119 136 Fortaleza
CE
237
(-3%)
MT
79 Açailândia
(-51%)
RS 1.066
-
440 +129%
120
MA
236
SP
1.013
(-18%)
77
61 São Caetano do Sul SP
439
(-38%)
121 123 Ananindeua
PA
235
(-15%)
38 Betim
MG
984
(-18%)
78
66 Suzano
SP
438
(-32%)
122 115 Balsas
MA
233
(-20%)
35
29 Araxá
MG
941
(-42%)
79
82 Eunápolis
BA
428
(-7%)
123 102 Americana
SP
232
(-35%)
36
28 Ponta Grossa
PR
938
(-42%)
80 167 Nova Mutum
MT
407
+131%
124 135 Porto Real
RJ
230
(-7%)
37
42 Rondonópolis
MT
924
(-16%)
81
69 Belo Oriente
MG
395
(-35%)
125 114 Vinhedo
SP
229
(-21%)
38
35 Manaus
AM
917
(-27%)
82
65 Pindamonhangaba
SP
393
(-41%)
126
90 Resende
RJ
226
(-45%)
39
56 Maringá
PR
889
+10%
83 101 C. Novo do Parecis
MT
391
+8%
127 137 Ilhéus
BA
226
(-7%)
40
17 S. Fran. do Conde
BA
880
(-67%)
84 106 Lucas do Rio Verde MT
383
+12%
128 105 São Leopoldo
RS
222
(-36%)
41
43 Aracruz
ES
824
(-21%)
85
76 Limeira
SP
379
(-24%)
129 186 Campos de Júlio
MT
217
+43%
42
44 Taubaté
SP
802
(-21%)
86 148 Niterói
RJ
373
+78%
130 165 Montes Claros
MG
216
+22%
32
- Garruchos
33
36 Campinas
34
194
COMÉRCIO EXTERIOR
76 153 Cuiabá
www.analise.com
Estados States
RK
2009 2008
Exportações
Variação
178 172 Foz do Iguaçu
PR
137
(-19%)
US$ mi
08/09
179 202 Mozarlândia
GO
135
(-2%)
Exports
Change
131 158 Araguari
MG
214
+15%
180 235 Itapetininga
SP
135
+22%
132 180 Guarapuava
PR
213
+31%
181 185 S. João da Boa Vista SP
135
(-12%)
133 297 Luís Antônio
SP
197 +149%
182 197 Iturama
MG
134
(-6%)
134 149 Palotina
PR
196
(-6%)
183 178 São Bento do Sul
SC
134
(-18%)
135 142 Colatina
ES
195
(-15%)
184 179 Cach. de Itapemirim ES
132
(-19%)
GO
191
(-60%)
185 215 Ribeirão Pires
SP
131
+5%
137 144 Rolândia
PR
191
(-14%)
186 177 Dois Irmãos
RS
131
(-20%)
138 120 Diadema
SP
191
(-32%)
187 217 Barra do Garças
MT
129
+5%
139 166 Palmeiras de Goiás GO
189
+7%
188 201 Sobral
CE
129
(-7%)
189 140 Maracanaú
CE
129
(-44%)
190 206 José Bonifácio
SP
129
(-5%)
136
80 Itumbiara
MS
187
(-58%)
141 198 Ouvidor
GO
187
+33%
142 296 Pradópolis
SP
184 +132%
191 107 Cascavel
CE
128
(-19%)
143 122 Sapiranga
RS
183
(-34%)
192 286 Sinop
MT
128
+56%
144 143 Araras
SP
182
(-19%)
193 170 Goiânia
GO
127
(-26%)
145 157 Guarujá
SP
180
(-5%)
194 312 Correntina
BA
125
+66%
146 191 Diamantino
MT
178
+23%
195 371 Cruz Alta
RS
123 +108%
147 237 Uberaba
MG
177
+62%
196 205 Salvador
BA
123
(-10%)
148 150 Bebedouro
SP
171
(-15%)
197 155 Xaxim
149 169 Poços de Caldas
MG
170
(-3%)
150 175 Itapevi
SP
168
+1%
151 174 Albertina
MG
167
+0,3%
152 361 Delta
MG
153 112 João Monlevade 154 146 Osasco
140
85 Corumbá
Comércio por região Trade by region
A evolução das regiões brasileiras no comércio total, exportações e importações. The performance of Brazilian regions in total trade, exports and imports. Comércio total Total trade by region 215 215 US$bi
172
172
Sud 129
129
86
86
SC
120
(-37%)
215
119
+38%
43
199 195 Santos Dumont
MG
118
(-17%)
200 181 Manhuaçu
MG
118
(-27%)
165 +169%
201 641 Pontal
SP
117 +549%
MG
164
(-46%)
202 130 Querência
MT
115
SP
162
(-24%)
203 356 Jacobina
BA
112
+79%
155 127 Novo Hamburgo
RS
161
(-38%)
204 168 Rio Claro
SP
112
(-36%)
156 125 Campo Bom
RS
161
(-40%)
205 163 Itatiaia
RJ
111
(-38%)
157 438 Clementina
SP
160 +259%
206 391 São Desidério
BA
111 +106%
158 248 Barreiras
BA
156
+49%
207 152 Porto Velho
RO
111
(-43%)
159 109 Almeirim
PA
156
(-51%)
208 193 Itapiranga
SC
110
(-24%)
160 141 Franca
SP
151
(-35%)
209 110 Divinópolis
MG
110
(-65%)
161 161 Seara
SC
151
(-17%)
210 159 C. Limpo Paulista
SP
109
(-41%)
75 S. Francisco do Sul SC
150
(-70%)
211 216 Itajubá
MG
109
(-13%)
BA
149
(-9%)
212 209 Itu
SP
108
(-19%)
164 203 Amparo
SP
149
+8%
213 151 Pirapora
MG
108
(-45%)
165 189 Pitangueiras
SP
149
+1%
214 329 Campo Verde
MT
108
+53%
166 118 Mogi das Cruzes
SP
148
(-48%)
215 223 Portão
RS
108
(-9%)
Sul
172
0
129
99
01
03
05
07
09
Sud
Exportações Exports by region
129 US$bi
86 86
215 43
SOM
43
172 0
129
167 162 Hortolândia
SP
147
(-18%)
216 362 Pirassununga
SP
107
+75%
168 173 Rio do Sul
SC
147
(-13%)
217 224 Cornélio Procópio PR
107
(-10%)
169 134 Pres. Prudente
SP
145
(-42%)
218 194 Carlos Barbosa
RS
106
(-26%)
170 319 Ipojuca
PE
143
+95%
219 207 Caçador
SC
106
(-21%)
86
171 245 S. Seb. do Paraíso
MG
143
+35%
220 243 Cosmópolis
SP
105
(-2%)
86
172 373 Rio Verde
GO
141
+141%
221 240 Salto
SP
104
(-4%)
173 154 Guaíba
RS
141
(-26%)
222 298 Vera Cruz
RS
103
+31%
43
174 218 Machado
MG
140
+14%
223 421 Ituiutaba
MG
102
+115%
43
175 156 Andradina
SP
139
(-27%)
224 213 Monte Mor
SP
102
(-20%)
176 147 Bauru
SP
139
(-34%)
225 222 Cafelândia
PR
101
(-17%)
177 225 Pedra B. do Amapari AP
138
+18%
226 160 Recife
PE
100
(-46%)
www.analise.com
SOM
43
(-54%)
163 176 Candeias
Sul
and North
Sul South
198 273 São Joaquim da Barra SP
162
SOM
Sudeste Southeast Nordeste, Centro-Oeste e Norte Northeast, Mid West
Sul 99
01
03
05
07
09
Sud
Importações Imports by region
129 US$bi
0
99
01
03
INTERNATIONAL TRADE
05
07
09
195
ENGLISH VERSION
YEARBOOK
2010
bilingual edition english and portuguese
BRAZIL INTERNATIONAL
TRADE
ITION SPEC IAL ED
olden decAde g e h t f o y A -r n An X nAtionAlizAtio r e t in n iA il z A for Br www.analise.com
Editorial (Refers to page 12) EDITORIAL Editorial
UMA VISÃO DA DÉCADA English version page 208
O
anuário ANÁLISE COMÉRCIO EXceiro maior produtor de frutas, mas ainda TERIOR E NEGÓCIOS INTERNAnão figura entre os dez maiores exportaCIONAIS vem, desde 2005, apresendores. Ou seja, neste item o país conquistando um retrato detalhado do setor, com tou excelência e aumento de oferta, mas o base em um levantamento amplo dos núsegmento ainda está mais voltado para o meros de cada ano. Acreditamos, porém, abastecimento do mercado interno. que os dados relativos a 2009 produziriam Os produtos que mais avançaram foram uma imagem distorcida do papel do Brasil ouro, trigo e bovinos vivos. O ouro tem no comércio mundial. Afinal, como outros razões episódicas para o seu fortalecimenouro da da década de raio x da do Brasil países, o Brasil sentiu o impacto da crise to. Tornou-se uma das commodities da vez internacionalização econômica mundial e sofreu uma forte repor ser visto como reserva de valor. Em tração. Entendemos, no entanto, que o ano tempos de crise, a opção cai muito bem de 2009 fala mais sobre a força do Brapara grandes investidores. Na outra ponsil do que sobre suas fraquezas. Quando ta, há produtos que praticamente sumiram passou o pior, o país se levantou e seguiu da pauta comercial do país. O cacau, por em frente. Passou por seu maior teste de exemplo, em razão da praga vassoura-deestresse e provou-se que o processo de inbruxa, deixou de ser um item importante ternacionalização da economia brasileira entre os exportados. Em compensação o INTERNATIONAL não tem volta. segmento mantém as margens exportadas Nesta edição, a publicação apresenta a partir da agregação de valor ao produto. mais do que o retrato de um ano. ApresenEm vez da fruta, a exportação passou a ser ta um filme inteiro sobre a década de ouro de manteiga, pasta e pó de cacau. dec decAde Ay of the golden lizAtion X-rAy X-rA An X-r internAtionA da internacionalização do Brasil. O resulOutro dado importante diz respeito for BrAziliAn tado, que pode ser conferido nas próximas ao movimento de internacionalização de páginas, mostra um balanço extremamente empresas. Estudo da Fundação Dom Cafavorável, com resultados robustos e uma bral indica existirem quase 900 empresas mudança qualitativa da participação brasileira nos ne- brasileiras transnacionais. As 20 principais investiram gócios internacionais. até o início de 2008, 56 bilhões de dólares no exterior. Os dados mostram que os movimentos feitos pelas Mantendo o ritmo de investimentos na produção em empresas brasileiras na primeira década do século 21 outros países, as empresas brasileiras promoveram uma colocaram o país efetivamente no mapa do comércio inversão que nunca havia ocorrido. No fim dos anos internacional. As exportações deixaram de ser medidas 2000, os investimentos diretos brasileiros no exterior emergenciais ou fatos incidentais para se tornarem par- superaram os de empresas estrangeiras no Brasil. Ou te da estratégia de atuação e de crescimento dos negó- seja, os empresários brasileiros estão aproveitando o cios dessas companhias. bom momento para ir às compras e fortalecer suas baA edição mantém as tabelas e os rankings tradicio- ses produtivas. nais, com os dados referentes ao ano anterior concluído Como todas as publicações da Análise Editorial, este - no caso, 2009. E traz, em cada um dos seus capítulos, anuário foi totalmente financiado com publicidade. novos dados e gráficos com a análise da década corres- Gostaríamos de agradecer, neste espaço, o apoio e a pondente ao tema tratado. Na lista dos produtos mais confiança que as empresas anunciantes depositam no exportados surgem itens que há dez anos simplesmen- nosso trabalho. A disposição desses parceiros de finante não existiam. O algodão é um caso emblemático. ciar um projeto com esta dimensão, numa área tão espeOs produtores investiram e, com o ganho de produ- cífica, demonstra que o Brasil vem evoluindo em várias tividade, as vendas cresceram a ponto de dobrar ano frentes, inclusive na produção de conteúdo analítico a ano, durante boa parte da década. Tanto que, entre que contribui para a transparência dos movimentos da 2002 e 2008, os produtores brasileiros incomodaram economia do país. Esperamos que as informações que os concorrentes internacionais e travaram um embate agora chegam às suas mãos lhe sejam úteis. na OMC para barrar as medidas de proteção que os Obrigada e boa leitura. Estados Unidos instituíram para preservar seu mercado. A produção de frutas também cresceu de maneira significativa no período. Atualmente, o Brasil é o ter-
COMERCIO
EXTERIOR
BRAZIL
TRADE
SILVANA QUAGLIO
12
COMÉRCIO EXTERIOR
www.analise.com
Outlook of the decade Since 2005, the ANÁLISE INTERNATIONAL TRADE AND BUSINESS yearbook has provided an overview of the sector, based on a wide variety of yearly statistics. This time, however, we believe that the 2009 figures have produced a distorted image of Brazil’s role in world trade. After all, likewise to other countries, Brazil also suffered from the global economic crisis and
208
had serious setbacks. We feel, however, that the year of 2009 portrayed more Brazil’s strengths than its weaknesses. When the worst was over, the country was able to pick itself up and move ahead. It faced its greatest challenge and proved once and for all that the internationalization process of the Brazilian economy is here to stay. In this edition, the publication offers more than just an overview of the year. It presents a fulllength description of the golden decade of Brazil’s internationalization. The outcome, which can be seen in the next pages, shows an extremely favorable balance, with robust results and a qualitative change in Brazil’s share in global trade. The data shows that the steps taken by Brazilian companies during the first decade of the 21st century have placed the country on the international trade map. Exports are no longer seen simply as emergency measures or incidental facts and have become a part of the business and growth strategy of many companies. This edition includes the usual tables and rankings with data from the previous yearend, in this case, 2009, and also offers, in each chapter, new data and
COMÉRCIO EXTERIOR
graphs which analyze the decade in relation to each particular subject. The most exported products list now includes items which ten years ago simply did not even appear on the list. Cotton is a perfect example. Due to investments made by the producers and increased productivity, sales grew to the point of doubling year over year throughout most of the decade. So much so, that between 2002 and 2008, Brazilian producers began to move into the markets of global competitors and a battle at the WTO was waged to ban the protectionist measures put in place by the United States to preserve their market. Fruit production also grew significantly in the period. Currently, Brazil is the third largest fruit producer but has not yet found its place among the top ten exporters. In other words, Brazil, in this particular area, has improved the quality of its produce and increased its offer, however the sector is still aimed at supplying the domestic market. The products with the most promising results were gold, wheat and live bovines. Gold has episodic surges which cause gains on the market. It has become one of the preferred commodities since it is considered a reserve asset. In times of crisis, this suits the needs of large investors. In contrast, there are products that have practically disappeared from the country’s trade agenda. Cocoa, for example, due to the “witches’ broom” disease, is no longer an important export. In order to compensate for this shortfall, the sector keeps up its export margins by adding value to the product. Instead of exporting the fruit, the country now exports the cocoa butter, paste and powder. Another key statistic showcases the internationalization of the companies. A study of the Dom Cabral Foundation shows that currently there are around 900 Brazilian transnational companies. By 2008, the 20 largest companies invested US$ 56 billion abroad. By keeping up the pace of investments for production in other countries, the Brazilian companies created a turnaround that had never occurred before. At the end of the 2000s, Brazilian investments overseas surpassed those of foreign companies in Brazil. That is, Brazilian entrepreneurs are taking advantage of the favorable moment to up their purchases and strengthen their productive bases. As with all Análise Edito-
rial publications, this yearbook was fully financed by advertising. We would like to thank the support and trust that the advertisers have placed in our work. The willingness of these partners to finance a project of this size, in such a specific area, proves that Brazil has evolved in many fronts, including the production of analytical content that contributes to the transparency of the country’s economy. We hope that the information that lies in your hands will be useful to you. Thank you and we hope you enjoy reading it. Presentation (Refers to page 14)
ApresentAção Presentation
Estádio do Maracanã na celebração de seu 60º aniversário: o mundo volta os olhos para o Brasil, que sediará a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 Maracanã Stadium commemorates its 60th birthday: the world turns its eye to Brazil, host of the FIFA World Cup in 2014 and the Olympic Games in 2016
O PRÓXIMO PASSO
IAL ESPEC de anos
10MERCIO CO R EXTERIO
O Brasil atravessou sua primeira década na posição de um dos principais players mundiais nas commodities. Agora, é hora de pensar no que vem pela frente English version page 208
14
COMÉRCIO EXTERIOR
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THE NEXT STEP Over the past 10 years, Brazil earned its place as a major player in the worldwide commodities market. But the time to look to the future is now The first decade of the 21st century was a prosperous period for the world economy and a milestone for Brazil’s business activities and its companies in the foreign market. During the period, the country became a major player in several segments, such as soybeans, sugar and meats, and expanded its array of exported products, as well as significantly diversified its trade partners. In the field of diplomacy, the country also gained prominence. It took on a leading position in negotiations between developed and developing countries and was a key component in the Doha Round discussions under the scope of the World Trade Organization (WTO). During the golden decade of the country’s internationalization, Brazil saw its export values triple from 1999 to 2009. Con-
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ENGLISH VERSION
sidering the period up to 2008, before the world was hit by the global economic crisis that affected consumption in all continents, foreign sales quadrupled to almost US$ 200 billion a year. In the previous decade, the progress was around 75% between 1990 and 2000. The good results obtained by Brazil are the result of a combination of factors. The extraordinary growth of worldwide consumption during the period was a decisive factor towards expanding the share of agricultural and mineral commodities in the national export agenda and their penetration in the world market. Brazilian exports in value of soybeans, iron ore and sugar, for example, more than quadrupled in the decade. On the other hand, the economic stability, which enabled the Brazilian companies to change their culture and allowed them to operate in the international market with a more strategic approach, instead of only occasionally, has required internal improvements. The changes have been significant since the beginning of the 1990s, when the economic opening process was kicked off for the effective introduction of Brazil into the market. During this 20-year period, Brazilian companies changed from opportunistic exporters of production surpluses to operations strategically aimed at the foreign market. This is the case, for example, of Brazilian orange exporters, which ship more than 90% of their production to other countries. After the opening and startup of the economy’s consolidation process after the Real Plan in 1994, Brazilian products began to gain ground in major markets, such as the North American and European markets. Between the end of the 1990s and the beginning of the 2000s, Brazilian products had to face the pressure of trade barriers in these markets, while also suffering from successive international crises that affected Brazil’s local market. The solution found by the companies was to setup operations in other countries in order to bypass the barriers and take advantage of opportunities, first in neighboring markets in Latin America and after in Europe and in the United States. The internationalization process of Brazilian companies has progressed at a rapid pace since then. There are many success stories. Companies such as JBS-Friboi, Coteminas
and AmBev are a few of the names that have become world leaders in their segments. The result of this process was that international trade gained more prominence in the Brazilian economy and has become an important source of proceeds to the country. During the 1990s, the share of total exports in the Brazilian GDP varied between 6% and 9%. In ten years, the figures have changed and now stand between 10% and 14.5%. Brazil’s jump into the foreign market, the aggressive internationalization process of its companies and the scale reached in several exporting sectors have led to country’s debut into the list of major global players. However, the country still has a long way to go. The share of foreign sales in China’s GDP, for example, was around 25% in the past decade, Germany reached an index of 31% and Holland, one of the world’s largest traders, 61%. Brazil’s share in total global trade progressed in the decade, but continues a little over 1%. In order to continue growing, the country has to overcome huge challenges. The deficit in the logistics structure and the archaic taxation system are a few of the main local problems, which are well known to the exporters. The barriers and subsidies abroad in developed markets continue to hinder sales and make it difficult to gain new clients. The general perception is that Brazil does not have much time before internal bottlenecks begin to strangle the economic growth. The golden decade of Brazil’s international trade has elevated the country to a new level. From now on, it is necessary to face these problems head on and with speed to ensure that the growth will continue. The issue of the decade - The
5th issue of the ANÁLISE INTERNATIONAL TRADE AND BUSINESS yearbook offers a detailed analysis of Brazil’s activities in world markets over the past 10 years. Each section that follows offers new graphs and includes reports which analyze international trade data between 1999 and 2009, as well as the usual analyses which made up past yearbooks. The content that refers to the decade is identified by a seal that appears on the previous page and is repeated throughout the edition.
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Methodology (Refers to page 10) METODOLOGIA Methodology
Como Consultar esta edição English version page 209
Valores e padronização - Os valores estão expressos em milhões de dólares FOB (Free On Board). As exceções estão indicadas. Adotouse o padrão de uma casa decimal após a vírgula na maior parte das tabelas com valores. Abreviações e símbolos - Para preservar a organização das tabelas, em vários casos foram usados abreviações e símbolos. As mais frequentes são: EXP indicando o valor das exportações, IMP para o valor das importações, mi para milhões, ton para toneladas e RK para ranking. Origem das informações - A prin-
cipal fonte de informações utilizada para a produção do anuário Análise COmérCiO exteriOr e neGÓCiOs internACiOnAis foi
a secretaria de Comércio exterior (secex) do ministério do Desenvolvimento, indústria e Comércio exterior (mDiC). Além disso, foram extraídos dados da Organização mundial do Comércio (OmC) e da Organização das nações Unidas (OnU). As tabelas de logística foram baseadas em informações da empresa Brasileira de infra-estrutura Aeroportuária (infraero), da Agência nacional de transportes Aquaviários (Antaq) e das administrações de todos os aeroportos brasileiros que realizam transporte de carga.
Análise da década - na quinta
edição do anuário Análise COmérCiO exteriOr e neGÓCiOs internACiOnAis, além dos da-
dos estatísticos referentes ao ano de 2009, cada seção apresenta análises do desempenho do comércio exterior brasileiro durante toda a última década, de 1999 a 2009. Para isso, foram produzidos textos, tabelas e quadros com o intuito de ana-
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lisar o desempenho das exportações e importações brasileiras e traçar um panorama desse período, apontando as principais mudanças no comércio exterior brasileiro, desde a economia nacional, volumes, mudanças nos parceiros até o panorama internacional e suas influências. Ao todo, foram produzidos 21 infográficos e tabelas com este cenário. Estrutura da publicação – esta edição está dividida em cinco seções principais: 1) Empresas - Apresenta o perfil das 244 maiores exportadoras, das 248 maiores importadoras e das 418 maiores por comércio total, segundo o ranking elaborado pela secex, de acordo com o valor que exportaram/importaram em 2009. Os dados referentes à sede, origem de capital e área de atuação foram obtidos com as próprias empresas e fontes especializadas. nesta seção está incluído o ranking dos 20 principais grupos empresariais importadores e exportadores, tomando por base as empresas listadas entre as 244 maiores exportadoras. 2) Parceiros - Apresenta o perfil dos 47 países com quem o Brasil manteve comércio total acima de 1 bilhão de dólares em 2009 ranqueados por este volume. A fonte utilizada para os números a respeito da participação do Brasil é a secex. Para os dados relativos aos parceiros comerciais do Brasil adotaram-se as estatísticas produzidas pela OnU, que mantém um amplo banco de dados a respeito. 3) Produtos - Apresenta o perfil e o desempenho de 76 produtos ranqueados, segundo os valores de exportação de 2009. nesta edição, a Análise editorial, mudou a classificação dos produtos em relação
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ao último anuário, publicado em 2008. Desta vez, foram analisados todos os 9.706 itens descriminados na nomenclatura Comum do mercosul (nCm). Os produtos foram agrupados de acordo com a lógica da cadeia produtiva, considerando o setor, forma de produção e exportações similares. Assim, estes produtos resultaram em 76 grupos que somam as exportações de 2009. Os dados são do mDiC. 4) Estados - Apresenta o perfil e o
desempenho dos 26 estados e do Distrito Federal no comércio exterior, segundo uma série de indicadores relativos ao ano de 2009. Os 26 estados e o Distrito Federal foram ranqueados de acordo com o valor das exportações. A fonte para quase toda a seção foi a secex, exceto nas tabelas de Aeroportos, com número fornecidos pela infraero, e na de Portos, com dados fornecidos pela Antaq. Além disso, quatro tabelas da década retratam a evolução das regiões brasileiras, cidades que mais exportam e o volume movimentado nos portos do país.
5) Edição bilíngue - A quinta edi-
ção do anuário Análise COmérCiO exteriOr e neGÓCiOs internACiOnAis é uma publicação
bilíngue e conta com versões em inglês para todos os textos, tabelas e quadros. As reportagens, com o intuito de preservar a ordem direta de consulta para os leitores em inglês, foram agrupadas em uma seção localizada na página 207. no início de cada seção, o ícone indica em que página começa a versão em inglês do texto em questão. no caso dos rankings e tabelas, optouse por inserir a tradução ao lado do texto em português. em razão disso, muitas vezes, foi necessário fazer abreviações, tanto no texto em português quanto no em inglês. 0 www.analise.com
How to consult this edition Values and standardization - The
referring data and values are in millions of dollars FOB (Free on Board). Exceptions are specified. We used the standard of placing the decimal point after the comma in most of the tables with numbers. Abbreviations and symbols - In order to maintain the order of the tables, abbreviations and symbols were often used. The most used were the following: EXP refers to export value, IMP refers to import value, mi refers to millions, ton refers to tons and RK refers to ranking. Source of information - The main source of information used to produce the Análise International Trade yearbook was the International Trade Department (known for short in Portuguese as Secex) of the Development, Industry and International Trade Ministry (MDIC for short). In addition, data was collected from the World Trade Organization (WTO) and the United Nations Organization (UNO). The logistics tables were based on information from the Brazilian Airport Infrastructure Company (Infraero), the National Water Transport Agency (Antaq) and the management offices of all Brazilian airports that transport cargo. Analysis of the decade - For the fifth edition of the Analise International Trade yearbook, in addition to the statistics referring to the year of 2009, articles, tables and charts were produced with the purpose of outlining the panorama and analyzing the performance of Brazil’s exports and exports from 1999 to 2009.
In all, 21 information charts and tables of the past decade were produced and can be seen in each of the sections that comprise this publication. Structure of the publication This edition is divided into five main sections: 1) Companies - This section is sub-
divided into groups, exporters,
importers and by total trade. It offers the profile of the 244 largest exporters and the 248 largest importers according to the ranking drawn up by Secex. The companies were ranked in accordance with the value exported/ imported in 2009. The data referring to the head office, origin of capital and business area was obtained from the companies themselves and specialized sources. This section includes the ranking of the 20 main corporate groups that import and export, based on the companies that are listed as the 244 largest exporters. This section also includes four tables that analyze the performance of the main Brazilian companies of different sectors of the economy during the period from 1999 to 2009. 2) Partners - Shows the ranking and profile of the 47 countries that have trade relations with Brazil (total of exports and imports) above US$ 1 billion in 2009, according to data from the International Trade Department. The source used for the numbers referring to the share of Brazil was Secex and for the data relating to Brazil’s trade partners, the statistics used were from the United Nations Organization (UNO), which has a vast databank in this area. This section also includes a table referring to the partners by world region, in addition to six tables, organized by decade, that list the progress of some of the main countries that trade with Brazil, the largest clients and suppliers and the destination of Brazilian sales. 3) Products - The products analyzed represent 76 groups of items that total the most important exports of 2009. The rating of the 185 items by product category follow the criteria established by Análise Editorial based on data from MDIC. The main rating used was the Common Mercosur Nomenclature (NCM) which groups products into productive chains, organized into 96 chapters. With the purpose of presenting a detailed outlook of the goods exported by Brazil and in order not to exclude any sector, this edition includes all the Cont. categories of products exported pg. 212 by the country.
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