TCC arqurbuvv Arte, cultura e vitalidade: centro cultural na cidade de Vila Velha

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A V C C

RTE, CULTURA E ITALIDADE: ENTRO CULTURAL NA IDADE DE VILA VELHA


UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

ANA LUIZA ROUBACH RODRIGUES DE SOUZA

ARTE, CULTURA E VITALIDADE: CENTRO CULTURAL NA CIDADE DE VILA VELHA

VILA VELHA 2021


ANA LUIZA ROUBACH RODRIGUES DE SOUZA

ARTE, CULTURA E VITALIDADE: CENTRO CULTURAL NA CIDADE DE VILA VELHA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Vila Velha como pré-requisito do Programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Me. Clóvis Aquino de Freitas Cunha.

VILA VELHA 2021



“ A F U N Ç Ã O D A A R T E N Ã O É A D E P A S S A R P O R P O R T A S A B E R T A S , M A S A D E A B R I R P O R T A S F E C H A D A S . ”

E R N E R S T

F I S C H E R


RESUMO

ABSTRACT

O presente Trabalho de Conclusão de Curso consiste na elaboração da proposta de um Centro Cultural na cidade de Vila Velha, Espírito Santo. A carência de espaços públicos que ofereçam a possibilidade de vivenciar as mais diversas formas de manifestações culturais somadas a possibilidade do encontro e convívio entre os cidadãos de diferentes faixas etárias é uma realidade na cidade de Vila Velha. Dessa forma, o projeto se desenvolve com objetivo de contribuir para o relacionamento da sociedade contemporânea com as diferentes formas culturais manifestadas na vida moderna. Além disso, procura contribuir para o fomento da cultura e do comércio no estado do Espirito Santo, por meio da implantação de um conjunto gastronômico que incentive essa atividade. A metodologia é composta por duas etapas, sendo a primeira um estudo bibliográfico e análise de dados a respeito do tema em questão, e a segunda, a apresentação do projeto em si a nível de estudo preliminar com representações tridimensionais do mesmo. Sendo assim, como premissas adotadas, procura-se garantir a maior permeabilidade de fluxos dos pedestres, proporcionando uma relação mais harmônica entre o entorno e o novo conjunto arquitetônico proposto, priorizando as áreas públicas voltadas para a cultura e o lazer e permitindo o resgate e estímulo da identidade cultural por parte da população.

This Course Completion Work consists in the elaboration of a proposal for a Cultural Center in the city of Vila Velha, Espírito Santo. The lack of public spaces that offer the possibility of experiencing the most diverse forms of cultural manifestations added to the possibility of meeting and socializing between citizens of different age groups is a reality in the city of Vila Velha. Thus, the project is developed with the objective of contributing to the relationship of contemporary society with the most diverse cultural forms manifested in modern life. In addition, it seeks to contribute to the promotion of culture and commerce in the state of Espirito Santo, through the implementation of a gastronomic complex that encourages this activity. The methodology consists of two stages, the first being a bibliographic study and data analysis on the topic in question, and the second the presentation of the project itself at the level of a preliminary study with three-dimensional representations of it. Thus, as adopted premises, we seek to ensure greater permeability of pedestrian flows, providing a more harmonious relationship between the surroundings and the new proposed architectural set, prioritizing public areas focused on culture and leisure and allowing the rescue and stimulation of cultural identity by the population.

Palavras-chave: Centro Cultura. Arquitetura.

Cultural.

Arte.

Keywords: Cultural Architecture.

Center.

Art.

Culture.


LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Representação de como foi a Biblioteca de Alexandria de acordo com os estudos ......... 8 Figura 02 – Frequência da população em manifestações culturais .............................................. 10 Figura 03 – Pessoas fazendo uso da Praça Superilla de Sant Antoni, localizada na cidade de Barcelona na Espanha ......................................................................................................... 13 Figura 04 – Pessoas fazendo uso do Bryant Park, localizado em nova York ..................................17 Figura 05 – Espaços culturais na cidade de Vila Velha – ES ......................................................20 Figura 06 – Exposição no Museu Vale, localizado em Vila Velha .................................................22

Figura 07 – Centro Cultural El Tranque, localizado no subúrbio de Lo Barnechea .........................24 F i g u r a 0 8 – I m p l a n t a ç ã o d o C e n t r o C u l t u r a l E l T r a n q u e e m L o B a r n e c h e a , n o C h i l e ]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5 Figura 09 – Esquema com acesso principal do Centro Cultural El Tranque ...................................26 Fi g u ra 10 – P ra ç a p ú b lic a in te rn a n o Ce n tro Cu ltu ra l E l T ra n q u e e m L o B a rn e c h e a , n o C h ile. . . . . . . . . .2 7 Figura 11 – Esquema com a interação entre volumes no Centro Cultural El Tranque ......................28 Figura 12 – Esquema volumétrico no Centro Cultural El Tranque ................................................29 Figura 13 – Programa do pavimento térreo no Centro Cultural El Tranque....................................31 Figura 14 - Programa do pavimento superior no Centro Cultural El Tranque .................................32 Figura 15 – Volume superior destinado à atividades de formação no Centro Cultural El Tranque .....33 Fi g u ra 16 – S e to riz a ç ã o p ú b lic o x p riv a d o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 4 Figura 17 – Pilares de sustentação em diversas orientações no Centro Cultural El Tranque ...........35 F i g u r a 1 8 – C o r t e s e s q u e m á t i c o s d o C e n t r o C u l t u r a l E l T r a n q u e. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 6 Figura 19 – Terraço jardim no Centro Cultural El Tranque .........................................................38 Figura 20 – Centro Cultural Porto Seguro, localizado em São Paulo ............................................40 Figura 21 – Implantação do Centro Cultural Porto Seguro ......................................................... 41 Figura 22 – Volume do Centro Cultural Porto Seguro ................................................................42 F i g u r a 2 3 – C o r t e e s q u e m á t i c o d o C e n t r o C u l t u r a l P o r t o S e g u r o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 3 F i g u r a 2 4 – F l e x i b i l i d a d e d o s e s p a ç o s n o C e n t r o C u l t u r a l P o r t o S e g u r o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 4


LISTA DE FIGURAS

Figura 25 – Plasticidade do elemento estrutural no Centro Cultural Porto Seguro.........................4 5 Figura 26 – Localização do bairro Divino Espírito Santo em Vila Velha .......................................50 Figura 27 – Localização da área de estudo em Vila Velha – ES ..................................................52 Figura 28 – Localização da área de estudo no bairro Divino Espírito Santo em Vila Velha – ES.......53 Figura 29 – Locação do terreno em estudo..............................................................................53 F i g u r a 3 0 – C o n d i c i o n a n t e s f í s i c o - a m b i e n t a i s d a á r e a d e e s t u d o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 5 Figura 31 – Setorização térreo e primeiro pavimento ................................................................61

Figura 32 – Planta baixa geral do pavimento térreo com os usos ................................................64 Figura 33 - Planta baixa geral do primeiro pavimento com os usos .............................................65 F i g u r a 3 4 - P l a n t a b a i x a g e r a l d o p a v i m e n t o t é r r e o c o m o s a c e s s o s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 6 F i g u r a 3 5 - P l a n t a b a i x a g e r a l d o p r i m e i r o p a v i m e n t o c o m o s a c e s s o s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 7 Figura 36 - Planta baixa geral do pavimento térreo com os aspectos físicos ................................68 Figura 37 – Recorte planta baixa teatro e café pavimento térreo com os usos e acessos ...............69 Figura 38 – Recorte planta baixa teatro primeiro pavimento com usos e acessos ..........................70 Figura 39 – Recorte planta baixa galerias, serviços e praça, no pavimento térreo com os usos .......71 Figura 40 - Recorte planta baixa galerias, serviços e praça, no pavimento térreo com os usos e acessos .............................................................................................................................72 Figura 41 – Recorte planta baixa do setor das salas de aula no primeiro pavimento com usos e acessos .............................................................................................................................73 F i g u r a 4 2 – R e c o r t e p l a n t a b a i x a g a s t r o b a r n o p a v i m e n t o t é r r e o c o m o s u s o s e a c e s s o s. . . . . . . . . . . . . . . . . 7 4 Figura 43 - Recorte planta baixa gastrobar no primeiro pavimento com os usos e acessos .............75 F i g u r a 4 4 – P l a n t a d e s i t u a ç ã o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 6 Figura 45 – Planta de cobertura ............................................................................................76 F i g u r a 4 6 – C o r t e A A ’. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 7 F i g u r a 4 7 – C o r t e B B ’. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 8


LISTA DE FIGURAS

Figura 48 – Fachada 01 sem brises ........................................................................................ 79 Figura 49 – Fachada 01 com brises........................................................................................ 80 Figura 50 – Fachada 02........................................................................................................ 81 Figura 51 – Vista do restaurante e do pilotis .......................................................................... 82 Figura 52 – Vista do teatro e café......................................................................................... 83 F i g u r a 5 3 – V i s t a d o c a f é , g a s t r o b a r e b l o c o d a s s a l a s d e a u l a a o f u n d o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 4 Figura 54 – Vista do interior do café ..................................................................................... 85

Figura 55 – Vista da varanda do café ..................................................................................... 85 Figura 56 – Vista interior do café ......................................................................................... 86 Figura 57 - Vista interior do café .........................................................................................87 Figura 58 – Vista fachada do teatro....................................................................................... 88 Figura 59 – Vista interior do foyer ........................................................................................ 89 Figura 60 – Vista acesso ao gastrobar ................................................................................... 90 Figura 61 – Vista fachada do gastrobar ..................................................................................91 Figura 62 – Vista bar do rooftop do gastrobar .........................................................................92 Figura 63 – Vista lounges do rooftop do gastrobar................................................................... 93 Figura 64 – Vista rooftop do gastrobar .................................................................................. 94 Figura 65 – Vista da galeria de arte externa........................................................................... 95 Figura 66 – Vista da entrada da galeria interna e acesso ao primeiro pavimento .......................... 96 Figura 67 – Vista do terraço jardim n primeiro pavimento ......................................................... 97 Figura 68 – Vista da entrada do setor de serviços ................................................................... 98 Figura 69 – Vista pilotis com espaço para workshops e oficinas no térreo e bloco superior com fechamento de brises...........................................................................................................99 Figura 70 - Vista pilotis com espaço para workshops e oficinas no térreo e bloco superior com brises articulados ............................................................................................................. 100


LISTA DE FIGURAS

Figura 71 – Vista pilotis e bloco superior com fechamento dos brises .......................................1 . 01 F i g u r a 7 2 - V i s t a p i l o t i s e b l o c o s u p e r i o r c o m b r i s e s a r t i c u l a d o s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 2 Figura 73 – Espaço para workshops e oficinas........................................................................103 Figura 74 – Área de estar e vivência na praça ........................................................................104 Figura 75 - Área de estar e vivência na praça ........................................................................105


LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Parâmetros analisados das referencias projetuais ..................................................48 Tabela 02 – Condicionantes legais da área de estudo ..............................................................56 Tabela 03 – Quadro de áreas ................................................................................................82


SUMÁRIO

01

O B J E T I V O S J U S T I F I C A T I V A S M E T O D O L O G I A

02

R E L A Ç Ã O D O S E R H U M A N O O M A C U L T U R A A C E S S O À C U L T U R A N O R A S I L I M P O R T A N C I A D O S S P A Ç O S P Ú B L I C O S P A R A A O C I E D A D E S P A Ç O S C U L T U R A I S N A I D A D E D E V I L A V E L H A

05 7 9

1 2

E R E E A E

N A N G B F

T N T U E E

R O C U L T U R A L E L Q U E R O C U L T U R A L P O R T O R O L A E S Q U E M Á T I C A D A S R Ê N C I A S P R O J E T U A I S

N Á L I S E D O T E R R E N O S C O L H I D O O N D I C I O N A N T E S F Í S I C O M B I E N T A I S O N D I C I O N A N T E S L E G A I S

P R O G R A M A D E N E C E S S I D A D E S S E T O R I Z A Ç Ã O I M P L A N T A Ç Ã O M A T E R I A L I D A D E Q U A D R O D E Á R E A S P E R S P E C T I V A S

CONSIDERAÇÕES FINAIS 2 4 4 0 4 8

5 0 5 4 5 6

O PROJETO

1 9

REFERÊNCIAS PROJETUAIS C T C S T R

O TERRENO A E C A C

3 4 5

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A C O B A E S E C

03

04

INTRODUÇÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

5 6 6 7 8 8

9 1 3 9 2 3


1

INTRODUÇÃO


2

INTRODUÇÃO

O acesso à cultura é um direito essencial de todo cidadão, estando intimamente atrelado aos processos de formação da identidade de cada um. A vivência cultural pode estabelecer novas configurações de sentido baseadas em valores éticos que agem como transformadores sociais. Na cidade contemporânea tem se tornado cada vez mais necessário a presença de espaços de lazer e cultura de amplo acesso à população. A ausência desses locais auxilia na perda da vitalidade urbana de uma cidade, além de limitar o conhecimento das valiosas formas de experiência cultural que esses ambientes podem proporcionar aos seus moradores. A disseminação cultural proveniente das diferentes formas de manifestações artísticas ocorre cotidianamente na vida de diversos cidadãos. A proposta de reunir essas manifestações em um único local, visa promover o acesso livre e espontâneo da população, somado à busca da integração de diferentes usuários com um propósito em comum, presenciar a cultura. Os centros culturais surgem com a ideia da reunião de produtos, da possibilidade de discutilos, e da prática de criar novos elementos, sejam eles quais for (RAMOS, 2007). A partir de uma análise da cidade de Vila Velha – ES, nota-se uma ausência desses espaços voltados para atividades culturais, de lazer e de encontro. Esse contexto reforça a intenção deste trabalho e a importância desses ambientes para a formação de uma população informada, consciente e sobretudo, com qualidade de vida.


3

OBJETIVOS

OBJETIVOS GERAIS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O presente trabalho possui como objetivo a elaboração do projeto de um centro cultural em nível de estudo preliminar, que reúna diferentes formas de expressões artísticas, somado à possibilidade de encontro e lazer da população.

O presente trabalho possui como objetivo contribuir para o relacionamento da sociedade contemporânea com as mais diversas formas culturais manifestadas na vida moderna. Além disso, almeja uma contribuição para o fomento da cultura no estado do Espirito Santo, em especial na cidade de Vila Velha, consolidando um espaço democrático, que estimule o desenvolvimento humano a partir de experiências culturais diversificadas e de livre acesso.

Além disso, como consequência deste projeto espera-se que ocorra uma valorização de uma importante área da cidade de Vila Velha – ES, uma vez que, no entorno da região é possível observar uma carência de uso e de segurança. Em contrapartida, trata-se de um território que vem demonstrado um forte potencial de crescimento para a cidade, reforçando a escolha desta localidade.

A proposta busca garantir uma maior permeabilidade no fluxo de pedestres e uma relação mais harmônica da edificação com o seu entorno, buscando atender as demandas de lazer e cultura das diversas faixas etárias da comunidade.


4

JUSTIFICATIVAS

O projeto surge com a finalidade de recuperar a importância do encontro entre os cidadãos e das diferentes formas de expressões artísticas da sociedade, tudo isso em um único espaço que os permita desfrutar dessa experiencia. A cultura está diretamente ligada às práticas, costumes e vivências de determinado povo. Sua construção remete à constante interação social dos indivíduos com a produção, difusão, recepção e apropriação de bens simbólicos, principalmente por meio da troca e compartilhamento de informações (RAMOS, 2007). Por conta disso, a diversidade de formas culturais e suas riquezas convidam o outro a pensar na sociedade como um todo e na sua natureza, gerando questionamentos sobre a realidade social em que vivem e suas constantes transformações (COELHO, 1997). Ao trazer essas discussões para mais perto da sociedade, a cultura se torna uma importante ferramenta no processo de desenvolvimento informacional da população.

Dessa forma, entende-se que a cultura sempre esteve presente na vida dos seres humanos, e que suas atividades não se restringem somente às tradicionais formas de manifestação cultural, como a pintura, literatura, cinema, entre outros, mas se expandem à uma vasta rede de significados e comportamentos como a moda, a festa, o consumo e principalmente o estar-junto (COELHO, 1997).

Por conseguinte, a importância de um espaço que reúna tais funções e proporcione aos cidadãos a capacidade de vivenciar as mais diferentes formas de manifestações culturais torna-se o fator propulsor da iniciativa deste projeto. Pensando não somente em um espaço essencialmente cultural, mas que também ofereça um ambiente de encontro, convívio e bem-estar para a cidade. A cidade de Vila Velha – ES, encontra-se atualmente com uma carência de espaços destinados às práticas culturais e de encontro. Nota-se que uma grande quantidade de pessoas interessadas em usufruir desse tipo de local, acabam precisando se deslocar para cidades vizinhas, como é o caso de Vitória. Esse padrão de comportamento tornou-se frequente entre os moradores de Vila Velha, reforçando à necessidade de implantação de um espaço apropriado e que supra essa deficiência na cidade.


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METODOLOGIA

O desenvolvimento deste trabalho consistirá em duas etapas, sendo a primeira delas destinada aos estudos bibliográficos referentes à cultura para a fundamentação teórica, a sua importância para a sociedade e o seu uso e impacto como ferramenta de transformação social. Posteriormente para comprovação dos fatos apresentados, serão analisados dois estudos de caso, sendo um nacional e outro internacional, para a contatação das atuações dos mesmos no meio urbano e a sua relação arquitetônica com a cidade. A segunda etapa será destinada a uma pesquisa documental a respeito da implantação do terreno escolhido para o projeto. Serão analisadas e discutidas suas características, as particularidades do meio em que está inserido, os aspectos ambientais e os instrumentos legais examinados que darão suporte na elaboração do produto final. Após a apresentação dessas informações, será indicado o programa proposto para o centro cultural, juntamente da concepção desenvolvida para o projeto, com seus produtos técnicos à nível de estudo preliminar e suas respectivas imagens tridimensionais como representação descritiva deste estudo.


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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


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A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM A CULTURA

O desenvolvimento da sociedade é marcado pelas mais diversas formas de organização da vida social. No decorrer dos tempos, a vida dos seres humanos foi marcada por uma intensa relação de contato, conflitos, apropriações dos recursos naturais e a transformação dos mesmos, o entendimento da realidade vivida e a capacidade de expressá-la, seja ela qual for (SANTOS, 2009). Dessa forma, com as mais diversas formas de expressão desenvolvidas pelo ser humano, pode-se identificá-las como a cultura proveniente de determinado povo, sendo considerada o fundamento de toda civilização ou sociedade. Por conta disso, quando se discute sobre cultura, é importante ter em mente a sua constante relação com os indivíduos, em toda a sua riqueza e variedade. Afinal, as realidades dos agrupamentos humanos são complexas, e as características que os unem e diferenciam podem ser expressadas por meio de cada cultura (SANTOS, 2009).

Com a evolução do tempo, foram surgindo os primeiros centros culturais, caracterizados pela reunião de produtos, a possibilidade de discutilos e a prática de criação de novos resultados. Esses centros surgiram com o intuito da participação, onde se realizam oficinas de canto, música, dança, arte, literatura, entre as mais diversas formas de manifestação cultural. Formam um ambiente que proporciona momentos de descontração, valorização, prazer e, procuram ao mesmo tempo, conscientizar a população (PINTO, 2012). Dessa forma, os centros culturais adquirem uma importância ainda maior dentro da sociedade. As informações compartilhadas convidam o outro a refletir sobre a natureza de que fazem parte, gerando questionamentos sobre a realidade social em que vivem e trazendo discussões pertinentes sobre diferentes temáticas do meio em que vivem (SANTOS, 2009). Sendo assim, esses espaços culturais funcionam como uma inteligente estratégia de inclusão e disseminação de experiencias e aprendizados para população, principalmente quando priorizado o acesso livre de tais conhecimentos.


8

“[...] as origens desses espaços podem estar bem mais distantes do que parece. Ao buscar essa origem remota, autores como Silva (1995) e Milanesi (1997) apontam para um modelo de complexo cultural existente na Antiguidade Clássica, do qual a Biblioteca de Alexandria seria o mais conhecido. A Biblioteca de Alexandria ou “museion”, constituía um complexo cultural formado por palácios reais que agregavam diversos tipos de documento com o objetivo de preservar o saber existente na Grécia Antiga nos campos da religião, mitologia, astronomia, filosofia, medicina, zoologia, geografia, etc. O espaço funcionava como um local de estudos junto a um local de culto às divindades e armazenava estátuas, obras de arte, instrumentos cirúrgicos e astronômicos. O complexo também dispunha de um anfiteatro, um observatório, salas de trabalho, refeitório, jardim botânico e zoológico. Os centros culturais contemporâneos significariam, assim, uma retomada destes antigos modelos.” (RAMOS, 2007, p.77).

Figura 01 – Representação como foi a Biblioteca Alexandria de acordo com estudos. Fonte: TodaMatéria (2021).

de de os


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O ACESSO À CULTURA NO BRASIL

O Brasil é um país reconhecido culturalmente, por possuir uma diversidade de etnias, descendências, gerações, tradições e linguagens que se divergem e ao mesmo tempo se complementam, resultando em um território de uma grande pluralidade artística. Entretanto, apesar da sua riqueza cultural, o acesso à mesma encontra-se restrito à uma pequena parcela da população. A criação do Ministério da Cultura, em 1985, foi um importante marco para a valorização das manifestações artísticas e para a liberdade de expressão cultural no território nacional. O MiniC, como costumava ser chamado, era responsável pelas letras, artes, folclore, entre outras formas de expressão da cultura e do patrimônio histórico, arqueológico e artístico do Brasil (Dados.gov.br, 2021). No entanto, a criação do órgão não garantiu o acesso livre e igualitário a toda a população brasileira, podendo ser vista até os dias atuais a desigualdade desse alcance.

A distribuição geográfica dos espaços culturais no território nacional é claramente desproporcional regionalmente falando. As regiões metropolitanas concentram a maior parte desses locais, que acabam se tornando restritos somente aos centros urbanos. Dessa forma, nota-se um padrão de usuários frequentadores desses espaços com poder aquisitivo mais elevado, direcionando a concepção dos centros culturais para um caminho de interesses econômicos e, consequentemente privativos.

A disponibilidade do acesso à cultura voltada apenas para um público auxilia no processo de segregação das cidades, colaborando para que a população de baixa renda se limite a possibilidade de frequentar tais ambientes. Com a seleção dos indivíduos de renda média e alta usufruindo desses espaços culturais, o produto ofertado é usualmente voltado para os seus interesses, sendo muitas vezes realizadas manifestações artísticas de temáticas distantes da realidade de muitos cidadãos brasileiros (LACERDA, 2017).Desse modo, parte da população é afastada, por não se sentir pertencente as atividades realizadas nos centros culturais. Esse fato gera resultados controversos quando se diz respeito ao acesso à informação. Os centros culturais são considerados meios fundamentais de disseminação e compartilhamento de aprendizados e conhecimentos. O contato com a informação, sua amplificação, a construção de ideias baseadas na mesma e suas disseminações estão entre as muitas ações que devem ser realizadas dentro de um centro de cultura. Sendo assim, esses ambientes devem atuar não somente como espaço de encontro, experimentação e reflexão, mas, também como equipamento informacional da população (RAMOS, 2007).


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Uma pesquisa foi realizada em parceria da JLeiva Cultura & Esporte, consultoria especializada no desenvolvimento e implantação de políticas de marketing cultural, esportivo e social de empresas e instituições públicas ou privadas, com a DataFolha, responsável pelo levantamento dos dados pesquisados, com o objetivo de identificar quão atuantes são os hábitos culturais na vida da população brasileira. Os dados foram coletados entre 14 de junho e 27 de julho de 2017, por meio de um questionário de 55 perguntas. O trabalho de campo envolveu uma amostra de 10.630 entrevistas com indivíduos com idade a partir de 12 anos e os resultados da pesquisa podem ser observados na Figura 02 abaixo:.

F R E Q U Ê N C I A

D A

P O P U L A Ç Ã O

E M

M A N I F E S T A Ç Õ E S

C U L T U R A I S

L I V R O S

6 8 %

C I N E M A

6 4 %

S H O W S F E S T A S F E I R A S

D E

4 6 %

P O P U L A R E S

4 2 %

A R T E S A N A T O

4 0 %

B I B L I O T E C A S

3 9 %

D A N Ç A

3 4 %

M U S E U S

3 1 %

T E A T R O

3 1 %

C I R C O S A R A U S

C O N C E R T O S

1 9 % 1 7 %

1 1 %

Figura 02 – Frequência da população em manifestações culturais. Fonte: JLeiva Cultura e Esporte (2017). Adaptado pela autora.


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Com base nos resultados obtidos, observa-se que os livros são a principal atividade cultural realizada pelos brasileiros, com 68% dos votos. Seguido dos livros, encontram-se o cinema, com 64%, e show, com 46%. Ao analisar a pesquisa, é possível constatar uma diminuição de votos para atividades como concertos, saraus, circo, teatro, museus, dança, entre outras manifestações culturais tão importantes para a sociedade. Nota-se que essas atividades encontram-se caindo cada vez mais em desuso, sendo um dos fatores propulsores para essa ocorrência a falta de espaços que ofereçam tais práticas. Além disso, considerando o fato de a pesquisa ter sido realizada apenas em capitais, estima-se que a população das demais regiões tenha ainda menos acesso à essas manifestações culturais.


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A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS PARA A SOCIEDADE

Os espaços públicos de uma cidade compreendem, acima de tudo, um ambiente acessível a todo tipo de classe, gênero e idade, estando disponível tanto para moradores quanto para visitantes, oferecendo uma atmosfera propícia para a troca e interação de forma livre e espontânea (LOBATO, 2009). Como exemplo das trocas e relações existentes nesses espaços, pode-se citar a prática da diversidade como manifestações culturais, de interesses físicos e esportivos. Essas atividades potencializam a transformação social e o respeito aos valores humanos, pois promovem o encontro de pessoas com diferentes comportamentos e costumes, propiciando o encontro de diversas culturas em um ambiente imparcial. Esse fato auxilia na construção dos valores sociais e permite que os mesmos sejam reavaliados segundo os significados e práticas vivenciadas coletivamente. Sendo assim, esses ambientes se tornam cada vez mais importantes no desenvolvimento sustentável de uma cidade, mostrando-se essenciais em seu planejamento para o alcance da relativa melhora na qualidade de vida de seus habitantes (VIA, 2017).


13

O Project for Public Spaces (PPS) é uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova York dedicada a criar e manter locais públicos que constroem comunidades. Essa organização defende o conceito The Power of 10 (O Poder do 10), que consiste no desenvolvimento de pelo menos dez importantes ações auxiliadoras no processo de constituição dos espaços públicos de qualidade. A ideia por trás desse conceito traduz-se em que os lugares prosperam quando os usuários possuem uma série de razões para estarem em determinado ambiente. Com isso, pode-se incluir um lugar para sentar, playgrounds para crianças, apresentações artísticas, show de música, espaços destinados a refeições, locais propícios para os indivíduos se encontrarem, conversarem, entre muitos outros (Project For Public Spaces, 2021). Na página seguinte encontram-se os dez princípios anteriormente citados à serem contemplados.

Figura 03 – Pessoas fazendo uso da Praça Superilla de Sant Antoni, localizada na cidade de Barcelona, na Espanha. Fonte: Archdaily (2021).


14

01 D I V E R S I D A D E

D E

U S O S :

A diversidade de usos como cafés, restaurantes, comércios locais, atividades ao ar livre, geram atividades externas que contribuem para a segurança dos espaços, em que quanto mais cidadãos utilizando as ruas, há uma inibição da criminalidade da região. É importante pensar nesses espaços de forma que abrangem diferentes turnos do dia, evitando a criação de ambientes vazios e inseguros.

02 F A C H A D A S

A T I V A S :

A comunicação do nível térreo da edificação com as calçadas e as vias, funcionando como atrativos para a população, e contribuindo para a segurança do local e para a funcionalidade do desenho urbano.

03 D I M E N S Ã O S O C I A L V I T A L I D A D E U R B A N A :

E

Os espações públicos também funcionam como agregadores sociais na vida das pessoas. Ruas, parques, praças, mobiliários, calçadas, ciclovias acessíveis estimulam a interação entre as pessoas e o ambiente, gerando uma apropriação positiva e contribuindo para o aumento da vitalidade urbana do meio.


15

04 E S C A L A

H U M A N A :

Os ambientes quando vivos e ativos contribuem para a permanência dos indivíduos. Além disso, quando pensados para a escala humana transmitem a sensação de que os cidadãos foram considerados no processo de planejamento de determinado espaço.

05 I L U M I N A Ç Ã O :

A iluminação desses espaços é uma aliada no fomento de seu uso, tanto de dia quanto de noite. Esse fato contribui para a segurança do local e auxilia na liberdade de sua ocupação, podendo ser feita em qualquer horário do dia.

06 F O M E N T O À E C O N O M I A L O C A L :

Além das áreas de lazer e convivência, é importante aproveitar esses espaços para a inserção de comércios locais, promovendo a circulação dessa economia, atendendo as demandas dos usuários desse ambiente.


16

07 I D E N T I D A D E

L O C A L :

Ao planejar um espaço público é preciso levar em conta as dinâmicas sociais e especificidades culturais da área, a fim de construir a identificação das pessoas com o espaço que farão uso.

08 R U A S

C O M P L E T A S :

Ruas planejadas para garantir a circulação segura de todos os usuários – pedestres, ciclistas, motoristas e usuários de transporte coletivo. Calçadas em boas condições, infraestrutura para bicicletas, mobiliário urbano e sinalização para todos os usuários estão entre os elementos que compõem essa definição.

09 Á R E A S

V E R D E S :

A vegetação tem o poder de humanizar as cidades e atrair as pessoas para a realização de diversas atividades ao ar livre. À medida que as cidades se tornam mais densas, o acesso a espaços públicos verdes tornam-se cada vez mais importantes, uma vez que a arborização urbana pode amenizar os níveis de estresse das pessoas e reforçar a sensação de bem-estar nas cidades. Além disso, as árvores, plantas e canteiros são estratégicos para a drenagem urbana e a manutenção da biodiversidade.


17

10 P A R T I C I P A Ç Ã O

S O C I A L :

Os espaços públicos têm usos e significados diferentes em cada meio e comunidade. Sendo assim, é muito importante entender o que cada região necessita para refletir as demandas e desejos da população local.

Figura 04 – Pessoas fazendo uso do Bryant Park, localizado em Nova York. Fonte: Archdaily (2021).


18

É notável que a falta de espaços públicos de qualidade tornou-se uma adversidade na constituição do meio urbano. O lazer tem se tornado uma prática distante da população, que muitas vezes o entende como formas onerosas de desfrutar de determinados entretenimentos. Porém, essa experiencia pode-se resumir em simplesmente fazer algo por si, individual ou coletivamente. O estímulo para tais vivencias, pode vir por meio da concepção de centros culturais, por exemplo, auxiliando no processo de inserção da população e proporcionando para os mesmos novas formas de se vivenciar a cidade em que habitam (PINTO, 2012). O projeto a ser desenvolvido colaborará para a abrangência de nove dos dez aspectos citados à cima, sendo o número dez referente à participação social contemplado de forma intuitiva e não diretamente discutida com a população. Além disso, o projeto estabelece como intuito não somente promover manifestações culturais e artísticas, mas também oferecer à população um convite à se sentir pertencente à cidade, seja por meio da convivência, da possibilidade de integração ou de espaços de permanência e caminhabilidade, agregando vitalidade urbana para a região.


19

ESPAÇOS CULTURAIS NA CIDADE DE VILA VELHA

A cidade de Vila Velha, localizada no litoral do Espírito Santo, pertence à região metropolitana da Grande Vitória, possuindo cerca de 414.586 habitantes de acordo com o último censo demográfico realizado pelo IBGE em 2010. Entretanto, atualmente, estima-se um total de 501.325 habitantes residentes, tornando o município a segunda cidade mais populosa do estado, estando atrás apenas da Serra (IBGE, 2010). Seu índice de desenvolvimento humano é considerado relativamente alto quando comparado à média brasileira, sendo considerado o segundo mais alto do Espírito Santo. Tal fato sinaliza a cidade com uma qualidade de vida aceitável, e evidencia a potencialidade que a mesma possui de evoluir cada vez mais nesse aspecto. No quesito entretenimento, a cidade de Vila Velha apresenta diversas lacunas. Por muito tempo o município foi considerado uma “cidade dormitório”, termo utilizado para designar uma cidade relativamente insuficiente em determinados quesitos como trabalho, estudo e lazer, por exemplo. Essa insuficiência provoca o constante deslocamento de seus habitantes para cidades vizinhas em busca de suprir as necessidades desejadas pela população. Com Vila Velha, especificamente, esse processo se desenvolveu sobretudo com o deslocamento para a capital, Vitória.

A oferta de espaços públicos de maior qualidade, o progresso econômico em ascensão, a presença de universidades de renome, como é o caso da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), somado à presença de agradáveis restaurantes, cafés e espaços voltados para o encontro e interação foram alguns dos fatores que impulsionaram a ocorrência desse fenômeno. Com isso, os habitantes de Vila Velha passaram a desenvolver suas atividades em municípios vizinhos, regressando para a cidade apenas para dormir, fato dado ao nome do termo “cidade dormitório” (PMVV, 2012). Atualmente, observa-se uma melhora com relação à essa questão. Com a valorização de determinadas regiões somada à um interesse de crescimento econômico, a cidade encontra-se caminhando para uma evolução. É perceptível o surgimento de novos empreendimentos, a implantação de sedes de universidades e espaços voltados para a gastronomia. Entretanto, ainda se restringem à números reduzidos, tornando-os insuficientes para abastecer a demanda da população. Com o foco voltado para atividades culturais e com promoção do encontro e convívio, A figura 05 na folha seguinte sinaliza os principais espaços culturais disponíveis na cidade de Vila Velha.


20 B R A S

E S P Í R I T O S A N T O

L

9

ESPAÇOS CULTURAIS

5 4 1

2

3 6

1- CECAC – CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA ARTE CAPOEIRA

V I L A V E L H A 7 8

2-

CULT – ESPAÇO CULTURAL, ESCOLA DE TEATRO, CANTO VIOLÃO E GUITARRA

3-

CINECLUB CENTRAL

4-

CASA DA MEMÓRIA DE VILA VELHA

5- MUSEU HOMERO MASSENA 6-

TEATRO MUNICIPAL DE VILA VELHA ELIO DE ALMEIDA

7-

MUSEU VIVO BARRA DO JUCU

8- ATELIÊ GALVÊAS 9-

MUSEU VALE

Figura 05 - Espaços culturais na cidade de Vila Velha – ES. Fonte: Elaborado pela autora, (2021).


21

O número 1 na figura 05 representa o CECAC, Centro Educacional e Cultural da Arte Capoeira. Esse espaço foi criado para a prática esportiva e o desenvolvimento de projetos que visam a inclusão social por meio do esporte (Facebook, 2021). O número 2 é referente ao CULT, espaço cultural que funciona como escola de teatro, canto, violão, guitarra, entre outros. Esse ambiente procura desenvolver um encontro com a arte, seja o indivíduo aluno, artista ou plateia (Facebook, 2021). O número 3 demarca o Cineclube Central, que consiste em um centro de difusão cultural que busca estimular a cultural audiovisual, integrar a rede de distribuição independente de cinema, incitar os públicos, promover debates, integrar linguagens artísticas, e tudo isso com acesso gratuito e de maneira descontraída (Facebook, 2021). O número 4 representa a edificação da Casa da Memória de Vila Velha, localizada no sítio histórico da Prainha. A Casa da Memória foi construída no final do século XIX e é tombada pelo Conselho Estadual de Cultura. No espaço, existe um acervo histórico que resgata a história e memória do município e do Estado, além de permitir a ocorrência de apresentações pequenas de artistas, montagens de vernissages e encontros culturais (Prefeitura De Vila Velha, 2013). O número 5 diz respeito ao Museu Homero Massena, que foi tombado no final da década de 80 e é hoje considerado um dos maiores patrimônios históricos de Vila Velha.

A visitação desse espaço permite que o visitante conheça um pouco mais sobre a vida do pintor e como era sua residência (ALBERNAZ, 2012). O número 6 demarca a localização do Teatro Municipal de Vila Velha Elio de Almeida. Essa edificação é marcada por ser uma construção do estilo arquitetônico modernista brasileiro, dispondo de um grande espaço para a realização de eventos multiculturais, oferecendo até 300 assentos numerados para os visitantes (Mapas.Cultura.Gov.br, 2021).

No bairro Barra do Jucu, encontra-se o Museu Vivo Barra do Jucu, representado pelo número 7, que possui como objetivo inventariar, resgatar e atuar como instrumento de valorização da cultura local e do seu núcleo urbano, contribuindo para o desenvolvimento econômico e turístico da comunidade e região. A comunidade agrega artistas de diversas frentes ativas, incluindo bandas de congo, intérpretes, compositores, músicos, artesãos, artistas plásticos, grupos teatrais, entre outros (Museu Vivo Barra do Jucu, 2021). O número 8 determina a localização do Ateliê Galvêas, também situado no bairro da Barra do Jucu. O artista Kléber Galvêas abriu seu ateliê ao público em 1979, oferecendo uma diversidade de atividades, como artes plásticas, música, teatro, astronomia, literatura, meio ambiente, folclore, pesquisas estéticas, históricas e restauração de obras de arte (Secretaria da Cultura - ES, 2021).


22

O número 9 demarcado na figura 05 corresponde ao Museu Vale, localizado na Antiga Estação Ferroviária Pedro Nolasco, às margens da Baía de Vitória. O museu é gerido pela Fundação Vale, instituição que realiza ações, projetos e programas sociais nas regiões onde a Vale atua. O espaço procura passar a visão de um ambiente vivo, dinâmico e com trabalho educador, contemplando mostras de arte contemporânea e priorizando o intercambio e a reflexão sobre a arte e a cultura (Museu Vale, 2021).

Ao analisar os principais pontos culturais da cidade de Vila Velha, nota-se, em sua maioria, uma singularidade de usos em cada um dos espaços apresentados. As atividades propostas para cada um desses locais, muitas vezes divergem-se e se limitam à um tipo de prática cultural, restringindo a possibilidade de promover uma diversidade de usos e funções em um único ambiente. Da mesma forma, não se anula a importância desses locais para a cidade, que acabam por contribuir para a promoção do encontro dos cidadãos em prol da vivencia cultural que esses espaços oferecem. Sendo assim, a proposta de Centro Cultural desenvolvida neste projeto visa propor um espaço que comtemplará múltiplas atividades em um único local, oferecendo uma diversidade de usos e permitindo que os usuários se sintam livres para escolherem as experiencias que ali almejam vivenciar.

Figura 06 – Exposição no Museu Vale, localizado em Vila Velha. Fonte: Archdaily (2021).


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REFERÊNCIAS PROJETUAIS


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CENTRO CULTURAL EL TRANQUE

O Centro Cultural El Tranque localiza-se no subúrbio de Lo Barnechea, sendo uma das 32 comunas que compõem a cidade de Santiago, capital do Chile. O projeto foi finalizado no ano de 2012 e desenvolvido pelo escritório de arquitetura chileno nomeado BiS Arquitectos e foi proposto como parte do programa estatal de Centros Culturais e Infraestrutura para as comunidades do país, visto que, apesar de possuir mais de 50.000 habitantes, a cidade não possui esse tipo de infraestrutura pública (Archdaily, 2021).

Figura 07 – Centro Cultural Tranque, localizado no subúrbio de Barnechea. Fonte: Archdaily (2021).

El Lo


25

IMPLANTAÇÃO

A C E S S O P R I N C I P A L P R A Ç A A D J A S C E N T E

O centro cultural possui 1.450m² de área construída e está localizado de 3.600m², em uma zona residencial em crescimento, região que até dispunha de poucos estabelecimentos comerciais e equipamentos para A figura 08 representa a implantação desse espaço no meio em que está

em um terreno o ano de 2012 a comunidade. inserido.

Figura 08 – Implantação do Centro Cultural El Tranque em Lo Barnechea, no Chile. Fonte: Archdaily (2021). Adaptado pela autora.


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Foram levadas em consideração uma série de fatores para o desenvolvimento do projeto, como a diversidade de tipologias construtivas existentes na comunidade, mesclando entre arquitetura tradicional e contemporânea, a geografia do entorno formada por vales e montanhas, a diversidade socioeconômica dos usuários e o fato de existir uma praça pública no edifício vizinho. A edificação dispõe de aberturas tanto para a via principal quanto para a praça existente no terreno vizinho, criando a sensação de uma grande área pública que conversa com o seu entorno. O volume suspenso é sustentado por um coletivo de pilares dispostos em orientações variadas, criando uma estética inovadora e moderna (Archdaily, 2021), como pode-se observar na Figura 09.

PRAÇA VIZINHA

ABERTURA PARA VIA

Figura 09 – Esquema com acesso principal do Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021). Adaptado pela autora.

PILARES


27

Com o objetivo de reforçar o caráter público do edifício, onde fosse possível integrar o habitante ao agente cultural em um local onde as diferenças fossem matizadas pela coesão social e a participação dos indivíduos, planejou-se a criação de um espaço vazio no centro do edifício propiciando a convergência e integração. Dessa forma, foi criada uma praça pública "interna" (Figura 10) onde a atividade cultural pudesse ocorrer de forma livre e cotidiana, com algumas pessoas atuando e outras presenciando, tornando os espectadores participantes indiretos das atividades culturais.

Figura 10 – Praça pública interna no Centro Cultural El Tranque em Lo Barnechea, no Chile. Fonte: Archdaily (2021).


28

VOLUME

O centro cultural se estrutura na interação de dois volumes opostos, sendo um deles característico por estar em contato com o solo, transmitindo a sensação de um bloco firme, arraigado na terra. Já o segundo, contempla um volume suspenso, contemporâneo, transmitindo a sensação de convite e acolhimento ao visitante, representado na Figura 11.

TERRAÇO JARDIM ÁREA DE CONVIVÊNCIA

Figura 11 – Esquema com a interação entre volumes no Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021). Adaptado pela autora.


29

VOLUME

Figura 12 – Esquema volumétrico do Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021). Adaptado pela autora.


30

PROGRAMA

A divisão do complexo cultural em dois volumes distintos e complementares tornou-se um fator configurador do programa de necessidades do espaço. Cada volume comporta um programa diferente demonstrado na Figura 13 e 14. Enquanto no bloco térreo estão localizadas as funções mais públicas e difusas, como o auditório, sala de exposições, cafeteria, entre outros, o bloco suspenso abrange as áreas destinadas a atividades de formação (Figura 15), como oficinas de artes musicais, plásticas, cênicas, culinária, entre outros.


31

4

3

3

P A V I M E N T O

8 7

T É R R E O

3 5 3

2

6

7

1 Figura 13: Programa do Cultural El Tranque. Adaptado pela autora.

pavimento térreo no Centro Fonte: Archdaily (2021).

1-

ACESSO

2-

ÁREA DE CONVIVÊNCIA

3-

EXPOSIÇÕES

4-

CAFETERIA

5-

AUDITÓRIO

6-

ESTACIONAMENTO

7-

ESCADA

8-

SANITÁRIOS


32

1

2

P A V I M E N T O

3 4

5

6

7

S U P E R I O R

1-

WORKSHOPS CÊNICAS

2-

SANITÁRIOS

3-

WORKSHOPS PLÁSTICAS

4-

ESCADA

5-

WORKSHOPS CULINÁRIA

6-

WORKSHOPS MUSICAIS

7-

ADMINISTRAÇÃO

8-

ESCADAS

8

Figura 14: Programa do pavimento superior no Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021). Adaptado pela autora.


33

Figura 15 – Volume superior destinado a atividades de formação no Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021).


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SETORIZAÇÃO PÚBLICO x PRIVADO

A edificação se propõe quase que inteiramente como espaço público disponível para o acesso da população. Os espaços privados existentes no local configuram-se como as regiões administrativas e salas destinadas ao armazenamento de itens para manutenção do centro cultural. Essa divisão permite o uso espontâneo dos indivíduos, que se sentem livres e à vontade para desfrutarem desse espaço sem restrições. A setorização do espaço público x privado pode ser observada na Figura 16.

P A V I M E N T O

T É R R E O

P A V I M E N T O

S U P E R I O R

L E G E N D A

PÚBLICO PRIVADO CIRCULAÇÃO VERTICAL CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

Figura 16 – Setorização Adaptado pela autora.

público

x

privado.

Fonte:

Archdaily

(2021).


35

ESTRUTURA

As características estruturais podem ser definidas diferentemente para cada volume. O térreo possui sua estrutura em concreto armado coberto de pedras, enquanto o volume suspenso comporta uma espécie de ponte formada por estruturas metálicas treliçadas com laje póstensionada (Figura 18). Além disso, o pavimento superior é sustentado por pilares com orientações diversificadas que possuem um apelo estético agregado na edificação (Archdaily, 2021), podendo ser observado na Figura 17.

Figura 17 – Pilares de sustentação em diversas orientações no Centro Cultural El Tranque.Fonte: Archdaily (2021).


36

Figura 18 Cortes esquemáticos do Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021).


37

SUSTENTABILIDADE

Visando o conforto térmico de dentro da edificação, o projeto conta com a instalação de brises horizontais nas janelas das fachadas norte e oeste (onda há maior incidência solar). As aberturas no pavimento térreo, além do vão existente no núcleo do edifício, recebem durante o dia todo a circulação de ventos naturais por meio da ventilação cruzada, fazendo com que o edifício seja bem arejado em boa parte dos ambientes. Além disso, o terraço jardim existente (Figura 19) funciona como uma estratégia que auxilia no retardo do escoamento da água pluvial para o meio urbano, melhoria da qualidade do ar, criação de microclima natural, entre muitas outras vantagens (Archdaily, 2021).

Também foram utilizados no projeto o piso intertravado, auxiliando no controle de escoamento urbano e melhoria da qualidade da água por meio da retenção dos poluentes carregados pelas chuvas.


38

Figura 19 – Terraço jardim no Centro Cultural El Tranque. Fonte: Archdaily (2021).


39

ANÁLISES

O projeto do Centro Cultural El Tranque contempla um conjunto de questões importantes a serem abordadas em um planejamento de uma edificação como esta. Por ser uma construção cultural de natureza pública, procura por meio da sua forma e partido, criar uma conexão com o parque público vizinho, gerando uma continuidade espontânea e convidando as pessoas a conhecerem o espaço. Além disso, o programa de necessidades é composto por uma rica variedade de atividades oferecidas ao público, conversando com a proposta de semear o encontro e a interação entre os moradores em sua praça central.

Sua estrutura e materialidade seguem uma linha contemporânea e de apelo estético notável. As estratégias sustentáveis adotadas em sua composição contribuem para o desenvolvimento de uma edificação inteligente e viva, que se preocupa não somente com seus usuários, mas também com o meio ambiente em que está inserido.


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CENTRO CULTURAL PORTO SEGURO

O Centro Cultural Porto Seguro localiza-se no bairro Campos Elíseos, área central da cidade de São Paulo, no Brasil. A edificação conta com uma área de 3.800m², em que seu projeto foi finalizado em 2016 e desenvolvido pelo escritório de arquitetura brasileiro São Paulo Arquitetura (São Paulo Arquitetura, 2021).

Figura 20 – Centro Cultural Seguro, localizado em São Fonte: Archdaily (2021).

Porto Paulo.


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IMPLANTAÇÃO

A região onde se encontra o Centro Cultural Porto Seguro passou por um conturbado processo de desenvolvimento, onde atualmente o bairro conta com diversos casarões abandonados e sofre com um intenso problema social na cidade, recebendo o nome de “cracolândia”, devido ao consumo excessivo de entorpecentes que acontece nas ruas locais. Em contrapartida dessa triste realidade, o equipamento cultural se instaura como catalisador da transformação dessa região na busca de melhorar o cenário urbano local. A edificação foi implantada de forma que oferecesse um convite ao público através de grandes entradas, sem barreiras físicas e com caráter acolhedor (Figura 21). Com isso, as dobras orientam o percurso e aguçam a curiosidade de descobrir um novo espaço na cidade de São Paulo.

Figura 21 Implantação do Centro Cultural Porto Seguro. Fonte: Archdaily (2021).


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VOLUME

O volume da edificação se resume à um monólito puro (Figura 22), pensado para resolver o programa de necessidades do centro cultural. Os volumes são limitados por fachadas trabalhadas plasticamente com componentes que indicam as funções internas. Além disso, a integração entre os espaços permite ao visitante um contato contemplativo com o meio externo. Suas formas assimétricas com diferentes contornos e linhas instigam a descoberta do espaço (São Paulo Arquitetura, 2021).

Figura 22 – Volume do Centro Cultural Porto Seguro. Fonte: Archdaily (2021).


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PROGRAMA

A edificação foi concebida para ser um ambiente de desenvolvimento e apresentação das mais variadas expressões artísticas contemporâneas. O espaço tem como objetivo abrigar exposições, ateliês, cursos, workshops, simpósios, feiras, festas e festivais. Dessa forma, a espacialidade dos ambientes internos foi pensada para promover grande flexibilidade de usos, possibilitando diversas escalas de atividades, como pode ser observado na Figura 23 e 24. O programa se divide em áreas de apoio, formadas pela administração, curadoria, salas de aula e sanitários, e pelos espaços expositivos. O complexo também comporta uma praça pública que integra o Centro Cultural com outros equipamentos como restaurantes e lojas. Dessa forma, a arte pode se estender do limite físico da edificação e proporcionar vivencias alternativas ao ar livre. Figura 23 – Corte esquemático do Centro Porto Seguro. Fonte: Archdaily (2021).

Cultural


44

Figura 24 – Flexibilidade dos espaços no Centro Cultural Porto Seguro. Fonte: Archdaily (2021).


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ESTRUTURA

Para a elaboração do projeto foi adotado como sistema construtivo o concreto armado, pois além de ser uma técnica amplamente difundida e conhecida pela mão de obra local, possuiu sua grande influência na Arquitetura Moderna Brasileira. O uso do concreto foi fundamental para se obter os resultados desejados com a plasticidade e maleabilidade que a edificação necessitava. Dessa forma, os elementos estruturais também funcionam como componentes da obra (Figura 25), além de outros materiais utilizados com o intuito funcional (São Paulo Arquitetura, 2021). Nos espaços onde era necessário iluminação e ventilação natural, foi idealizado um fechamento diferenciado, onde a fachada de vidro é protegida por uma segunda pele de elemento vazado de concreto em conjunto com a madeira, formando uma fachada icônica (Figura 22). Figura 25 – Plasticidade do elemento estrutural no Centro Cultural Porto Seguro. Fonte: Archdaily (2021).


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ANÁLISES

O projeto do Centro Cultural Porto Seguro surge com uma iniciativa muito importante na relação com o meio em que está inserida. A arquitetura proposta vem de encontro com uma série de medidas que visam a revitalização urbana dessa região, além de oferecer para a cidade uma rica experiencia cultural. A imponência da edificação com materiais mais brutos e incorporados na própria estrutura, conversa com a cidade de São Paulo e convida os habitantes a conhecerem esse espaço de atmosfera aparentemente curiosa. As propostas ofertadas pelo programa de necessidades contemplam uma interessante rede de atividades para o público, e como peça chave dessa estruturação está a flexibilidade dos usos. A possibilidade de criação de diferentes espaços de acordo com a demanda do ambiente em determinado dia, permite que os mesmos não se limitem à ambientes fixos e muitas vezes insuficientes para determinada atividade. Além disso, a presença de uma praça externa à edificação possibilita a realização de trocas, encontros e interações entre as pessoas, junto da existência de restaurantes e cafés próximos ao local. Esse conjunto de usos somado ao centro cultural oferece ao bairro e a cidade uma melhora da qualidade de vida de seus habitantes e contribui para a segurança do local, uma vez que o mesmo será constantemente frequentado pela população.


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TABELA ESQUEMÁTICA DAS REFERÊNCIAS PROJETUAIS

A tabela 01 à seguir apresenta uma síntese das principais características projetuais dos estudos de caso citados anteriormente, que serão levadas em conta como orientadoras no auxílio da elaboração do projeto do Centro Cultural. Entre as observações a serem abordadas, procura-se estabelecer uma análise dos precedentes arquitetônicos de cada edificação, sua relação com o entorno em que está inserido e as soluções formais de projeto adotadas com relação ao conforto ambiental e ao programa de necessidades.


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T A B E L A Parâmetros analisados que servirão de referência para a elaboração do projeto / Projeto de referência

E S Q U E M Á T I C A

Inserção no contexto urbano

D A S

Soluções formais

R E F E R Ê N C I A S

Legibilidade do programa de necessidades

P R O J E T U A I S

Materialidade

Conforto ambiental

Centro Cultural El Tranque, Chile

A presença de aberturas tanto para a via principal quanto para a praça ao lado cria uma atmosfera acolhedora e provoca a sensação de uma grande área pública que conversa com o seu entorno.

A criação de dois volumes sobrepostos oferece a possiblidade de transição entre os pilares do volume suspenso, conectando-os com a praça central, e liberando o fluxo dos pedestres.

Divisão das atividades em função dos volumes. O programa focado para a parte mais pública como auditório, café, exposições, localiza-se no térreo, enquanto as atividades de formação e capacitação localizam-se no pavimento superior.

A estrutura da edificação térrea foi consolidada em concreto armado enquanto o volume suspenso é formado por estruturas metálicas treliçadas, trazendo uma estética contemporânea para o espaço.

Utilização de brises horizontais nas janelas das fachadas de maior incidência solar e aberturas voltadas para a praça central em função da ventilação cruzada natural oferecida. A presença do terraço jardim funciona como uma estratégia no retardo do escoamento das águas pluviais e auxilia na criação do microclima natural do local.

Centro Cultural Porto Seguro, São Paulo

Relação harmônica com o entorno utilizando a escala da cidade, porém, dispondo de grandes entradas, sem barreiras físicas para convidar o pedestre a vivenciar o espaço.

A sua forma assimétrica e curiosa, com contornos e linhas transmite a sensação de descoberta do espaço pelos pedestres que circulam nas ruas e auxilia na segurança da relação público x privado do espaço.

O programa é muito diversificado e focado na flexibilidade de atividades que podem ser realizadas. Dessa forma, os ambientes dispõem-se de maneira adaptável conforme o uso necessário em cada situação.

Utilização da estrutura aparente como função estética do edifício, por meio do concreto armado. Também foi bastante utilizado o vidro e a madeira como componentes plásticos da edificação.

Para os espaços necessitados de iluminação e ventilação natural foram idealizados fechamentos diferenciados e aberturas feitas em ângulos improváveis, unindo a questão estética com a permeabilidade da edificação.

Tabela 01 – Parâmetros analisados das referências projetuais. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


49

O TERRENO


50

ANÁLISE DO TERRENO ESCOLHIDO A escolha da área de intervenção se deu a partir da leitura da percepção do local enquanto espaço de crescimento e futuro desenvolvimento, não avaliando somente o lote isoladamente, mas também a sua capacidade como elemento inserido em um espaço de grandes possibilidades.

V I L A V E L H A

DIVINO ESPÍRITO SANTO

Figura 26 – Localização do bairro Divino Espírito Santo em Vila Velha. Fonte: Elaborado pela autora(2021).

Localizado na cidade de Vila Velha – ES, o terreno em análise está situado mais precisamente no bairro Divino Espírito Santo, posicionado geograficamente na região superior do município, e fazendo divisa com os bairros Ilha dos Ayres, Cristóvão Colombo, Soteco, Boa Vista I, Boa Vista II, Vista da Penha, Itapoã e Centro.


51

De acordo com os dados obtidos do Censo Demográfico do ano de 2010, o bairro Divino Espírito Santo possui uma população de aproximadamente 8.031 habitantes, em que cerca de 3.799 são homens e 4.232 são mulheres, sendo considerado o sexto bairro mais populoso do município de Vila Velha (IBGE, 2010). Dois dos principais fatores levados em conta para a seleção da região que receberá o projeto do centro cultural foram a potencialidade econômica e construtiva oferecida pela área em questão, e a sua facilidade de acesso. O bairro dispõe de grandes vazios urbanos que revelam um potencial voltado para futuros investimentos imobiliários, principalmente diante de atrativos como a proximidade com o Centro e com as praias do município. Nota-se a presença cada vez maior de estabelecimentos comerciais em seu entorno, somado à presença do Vila Velha Hospital, construção imponente e de grande influência para a cidade, contribuindo para a intensificação do uso dessa região. Além disso, o terreno está localizado próximo ao Terminal Rodoviário Clementino Barcellos Filho, popularmente conhecido como “Terminal de Vila Velha” (Figura 27), que concentra várias linhas de ônibus urbanos e interurbanos para a região da Grande Vitória, além de estar a somente 200 metros do acesso à Ponte Darcy Castelo Mendonça, popularmente chamada de Terceira Ponte. Essa localização privilegiada garante fácil acesso a qualquer ponto da cidade ou municípios vizinhos, permitindo o fluxo livre dessas regiões para o projeto de centro cultural ali proposto.


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LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO NO BAIRRO DIVINO ESPÍRITO SANTO - ES

L E G E N D A

INSTITUIÇÃO RELIGIOSA CLUBE ESPORTIVO INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL TERMINAL DE VILA VELHA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE BAIRRO DIVINO ES ÁREA DE ESTUDO LOTES

Figura 27 – Localização da área de estudo em Vila Velha – ES. Fonte: Base cartográfica fornecida pela Prefeitura Municipal de Vila Velha e IJSN. Sirgas 2000 UTM Zona 24s. Projeção Transverse Mercator. Recorte em Vila Velha – ES. Elaborado pela autora. 2021.


53

Figura 28 – Localização da área de estudo no bairro Divino Espírito santo em Vila Velha – ES. Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora (2021).

Figura 29 – Locação do terreno em estudo. Fonte: Estudo de Impacto de Vizinhança Vila Velha Hospital, Prefeitura de Vila Velha, 2016. Adaptado pela autora.


54

CONDICIONANTES FÍSICO-AMBIENTAIS

Com relação as condicionantes físicoambientais oferecidas pelo terreno em estudo, destaca-se o fato de a cidade de Vila Velha possuir um relevo predominantemente plano, sendo a altitude média da sede de 4 metros acima do nível do mar (Topographic-map, 2021). Quanto aos aspectos climáticos, pode-se configurar o clima da região como tropical quente super-úmido, com temperatura média anual de 24,7ºC segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013). Os invernos são considerados secos e amenos, enquanto os verões são chuvosos e com temperaturas elevadas, sendo fevereiro considerado o mês mais quente e julho o mês mais frio do ano (INMET, 2013). O vento predominante na região é o Nordeste, desse modo, a forma natural do terreno disposto com uma fachada nordeste chanfrada permite uma maior penetração da ventilação natural no lote. Além disso, a inexistência de barreiras arquitetônicas nas suas proximidades favorece a recepção desses ventos e a sua distribuição efetiva dentro do terreno, oferecendo uma maior eficiência energética para a edificação proposta e promovendo um ambiente mais agradável e fresco. Com relação aos visuais ofertados pelo espaço, como foi dito anteriormente, a ausência de barreias arquitetônicas no entorno do loteamento auxilia no maior aproveitamento dessas vistas.

É possível observar à nordeste o Convento da Penha, importante marco histórico e ponto turístico da cidade de Vila Velha, e ao fundo o Morro do Moreno, considerado uma Zona de Especial Interesse Ambiental do município. Ao Norte, está localizado o Morro do Jaburuna, também considerado uma importante Zona de Especial de Interesse Ambiental da cidade e um visual que pode ser observado do terreno em estudo. Na Figura 30 é possível observar a sintetização dessas análises das condicionantes físico – ambientais da área de estudo.


55

MAPA DAS CONDICIONANTES FÍSICO AMBIENTAIS

L E G E N D A

ÁREA DE ESTUDO SOL NASCENTE R. ANTÔNIO ESTEVAM MORAES

SOL POENTE VENTOS PREDOMINANTES

CURVAS DE NÍVEL R. HERNANI SOUZA

R. JOSÉ REZENDE FILHO

VISUAIS

VILA VELHA HOSPITAL

Figura 30 – Condicionantes físico-ambientais da área de estudo. Fonte: Base cartográfica fornecida pela Prefeitura Municipal de Vila Velha e IJSN. Sirgas 2000 UTM Zona 24s. Projeção Transverse Mercator. Recorte em Vila Velha – ES. Elaborado pela autora. 2021.


56

CONDICIONANTES LEGAIS

A análise do Plano Diretor do município de Vila Velha permite a constatação da classificação da região escolhida para o terreno do projeto como ZEIE, correspondente às Zonas de Especial Interesse Empresarial. De acordo com o PDM, as ZEI, Zonas de Especial Interesse, são subdivididas em cinco categorias, correspondendo as áreas do território que exigem um tratamento diferenciado para efeito da aplicação dos parâmetros e dos instrumentos da política urbana e para indução do desenvolvimento urbano. Entre as categorias propostas pelo Plano Diretos, a ZEIE referente ao terreno em estudo representa as parcelas do território municipal, podendo ser de domínio público ou privado, destinadas à implantação de atividades econômicas, funcionais ou industriais de grande e médio porte, visando ao fortalecimento econômico do Município nas suas várias especializações (PDMVV, 2017).

Entre os principais objetivos da Zonas de Especial Interesse Empresarial está a promoção de novas oportunidades funcionais e geração de trabalho e renda. A proposta elaborada para a região busca promover a inserção do meio cultural por meio de atividades que promovam as mais diversas formas de manifestações artísticas, ofertando também a possibilidade do encontro e troca através da iniciativa de desenvolvimento de uma praça pública e da presença de estabelecimentos focados no setor alimentício. Esses estabelecimentos, visam não somente fomentar o comércio local e impulsionar a economia da região, mas também funcionam como uma forma de ofertar emprego e renda para os cidadãos dessa área, auxiliando no processo impulsionador dessa ZEIE. A Tabela 02 abaixo representa os parâmetros urbanísticos determinados no Plano Diretor para a construção de edificações no loteamento em análise.

Área total do terreno

Taxa de Ocupação Máxima

Coeficiente de Aproveitament o Mínimo

Taxa de Permeabilidade Mínima

Gabarito Máximo

Afastamento Mínimo Frontal

Afastamento Mínimo Lateral e Fundos

2.827,95 m²

60%

0.2

15%

12

3 metros (até 8 pavs.)

1,5 metros (até 2 pavs.)

Tabela 02 – Condicionantes legais da área de estudo. Fonte: Prefeitura Municipal de Vila Velha. Adaptado pela autora (2021).


57

O PROJETO


58

O PROJETO

A proposta desenvolvida possui como objetivo oferecer para a cidade de Vila Velha um espaço de multifuncionalidades relacionadas as mais diversas formas de manifestação culturais existentes, atrelando seu uso ao incentivo do encontro e da vivência de experiencias por meio de uma ampla praça ao ar livre. O projeto do Centro Cultural possui como implantação um loteamento vazio localizado no bairro Divino Espírito Santo que totaliza uma área de aproximadamente 2.827,95m². Como analisado no capítulo anterior, o entorno da região permite uma conexão favorável com a área em estudo, além de estar posicionado estrategicamente em um local que vem demonstrado significativo crescimento, contribuindo assim para a valorização desse espaço.

A análise relacionada à cidade e ao bairro apontam a carência de espaços públicos de qualidade, bem como de equipamentos que promovam a prática cultural de uma forma diversificada e interativa. Dessa forma, a principal premissa adotada para o projeto é que o espaço seja não somente um ambiente para realizações de práticas culturais, mas também um local que seja usufruído para o lazer e a convivência da população, visando uma integração da sociedade. O partido arquitetônico foi desenvolvido a partir do embasamento teórico e das percepções concluídas a respeito da região. Deste modo, a edificação proposta procura seguir uma linha permeável, tanto relacionada a caminhabilidade dos pedestres, quanto para as próprias soluções projetuais arquitetônicas.


59

PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades do Centro Cultural foi desenvolvido de forma a atender as mais diversas formas de expressões artísticas, aliado à intenção de promover a troca entre os cidadãos e oferecer a possiblidade de desfrutar de estabelecimentos gastronômicos. Visando promover a flexibilidade de usos, foram dispostos cinco espaços multifuncionais destinados à aulas e oficinas, sendo elas de pintura, dança, música, artesanato e teatro. Esses ambientes estão localizados no primeiro pavimento da edificação, de forma a setorizar a ala de aprendizado em uma atmosfera mais intimista. Além disso, no primeiro pavimento está localizada uma sala de apoio educacional, os sanitários disponibilizados para os usuários da edificação e um terraço jardim que dá acesso à esse bloco. No pavimento térreo encontram-se as atividades que concentram uma maior quantidade de pessoas envolvidas, facilitando o acesso das mesmas e gerando uma conexão com a praça ao ar livre, que já concentrará boa parte dos indivíduos.

Esse pavimento será formado por um teatro interno para realização de apresentações, palestras e espetáculos, uma galeria de arte interna e uma externa, destinadas à exposições artísticas variadas, e um espaço aberto, porém coberto, destinado a workshops e oficinas. Nesse pavimento também se encontram os ambientes administrativos e de funcionários, destinados à manutenção das atividades do Centro Cultural, O setor gastronômico é composto por dois estabelecimentos, sendo eles um café e um gastrobar, que também oferece um rooftop em seu terraço. Esse complexo visa atrair a população e atuar como um espaço de integração em conjunto com a praça. Ainda no pavimento térreo, há a presença de uma grande praça externa, onde o uso pode ser determinado pelas pessoas que ali frequentam o espaço, em que a atividade cultural ocorre de forma livre e cotidiana. A praça conta com uma galeria de arte ao ar livre, espaços de estar e permanência e um local disponibilizado para food trucks com mesas e cadeiras.


60

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Dessa forma, sintetizando anteriormente citadas, o necessidades é constituído elementos:

as informações programa de pelos seguintes

05

Espaços flexíveis e multifuncionais para desenvolvimento de aulas de pintura, artesanato, música, teatro e dança.

01

sala de apoio às atividades educacionais.

01

espaço destinado à oficinas e workshops.

01

teatro para realização de palestras e espetáculos.

02

galerias de arte, sendo uma ao ar livre destinadas artísticas.

01

praça externa, onde a atividade cultural ocorresse de forma livre e cotidiana, além de um espaço para food trucks.

01

gastrobar (restaurante e bar).

01

café.

01

Setor de serviço para funcionários, com copa, vestiários, área de descanso e salas administrativas.

apresentações,

interna e uma a exposições


61

SETORIZAÇÃO

A disposição de setores organiza-se focando na exploração dos condicionantes favoráveis do terreno em questão. O teatro posicionado na extremidade do loteamento facilita o acesso das pessoas, principalmente quando forem ao local especificamente para algum concerto ou espetáculo. O café posicionado estrategicamente ao lado do teatro permite um atendimento também de seu público, trazendo uma atmosfera mais intimista e acolhedora aos visitantes.

Figura 31 – Setorização térreo e primeiro pavimento. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

GASTROBAR

CAFÉ

TEATRO

GALERIA INTERNA

WORKSHOPS E OFICINAS

SALAS DE AULA

TERRAÇO JARDIM

SERVIÇOS

CIRCULAÇAO VERTICAL


62

SETORIZAÇÃO

Próximo ao café, encontra-se posicionado o gastrobar, de forma que não fosse bloqueada a visibilidade nordeste, priorizando os aspectos favoráveis do lote. O setor de serviços está locado no pavimento térreo, facilitando o acesso dos funcionários e permitindo um fluxo fluido para todas as direções do terreno. O ambiente proposto para as oficinas e workshops é aberto, porém, coberto, e encontrase abaixo do pilotis do primeiro pavimento, A ideia gira em torno de que a atividade ali proposta seja dividida com quem se interessar, pessoas que estejam passeando e desejam se aproximar, ou também com turmas previamente organizadas. No segundo pavimento o acesso é feito por meio de um terraço jardim que encaminha o indivíduo ao setor das salas de aula. Esse setor foi posicionado de forma à aproveitar os ventos predominantes nordestes e também o sol da manhã que incide sobre a angulação formada, Dessa forma, o edifício trabalha beneficiando os seus usuários e permitindo que os mesmos sintam-se confortáveis ao utilizar o espaço.


63

IMPLANTAÇÃO

A forma chanfrada do loteamento oferece uma disposição curiosa dos elementos em destaque. As condicionantes físicoambientais foram premissas adotadas para estrategicamente posicionar as arquiteturas em função dos ventos predominantemente nordestes, e a incidência do sol da manhã voltada para as salas de aula. A criação do pilotis traz consigo o entrelaço do pedestre caminhando com o edifício, fazendo-o se sentir pertencente à ele. Mesmo pilotis que gera uma conexão das duas extremidades da praça, interligando-as e proporcionando um caminhar fluido e livre de barreiras. O vazio central abriga uma galeria de arte externa. Suas paredes invisíveis convidam o público a ver de perto as obras e exposições, tornando-as de acesso à todos que desejarem contemplá-las.

O teatro posicionado próximo à extremidade direita do lote permite que seu acesso seja feito de forma prática e ágil. Além disso, facilita o acesso por pessoas que desejam frequentar somente esse espaço dentro do centro cultural, sem precisar percorrer longas caminhadas para chegar ao seu destino. O estacionamento foi proposto em uma rua atualmente abandonada, sem um uso específico. A reparação dessa via sem saída oferecendo vagas em 45º e sua área de manobra, somam para atender os visitantes e frequentadores do local.

A área privada foi posicionada atrás da edificações, criando-se uma via para receber veículos para carga e descarga, e também para receber os funcionários do centro cultural. Essa região é rodeada por cercas vivas, sendo acessada somente por meio dos portões em ambas extremidades do loteamento.


P L A N T A

B A I X A

G E R A L

64

U S O S

Pavimento Térreo

L E G E N D A

11 1

1

GASTROBAR

2

CAFÉ

3

FOYER

4

TEATRO

5

GALERIA INTERNA

6

SERVIÇOS

7

ESTACIONAMENTO SERVIÇO

8

ESTACIONAMENTO PNE/IDOSO

9

WORKSHOPS E OFICINAS

10

GALERIA EXTERNA

11

ESTACIONAMENTO

12

ESPAÇO FOOD TRUCKS

13

ÁREA ESTAR

14

CARGA E DESCARGA

15

ENTRADA SERVIÇO

16

SAÍDA SERVIÇO

17

CASTELO D’ÁGUA

+0,00

13 F2

9 +0,15

2 3 10

12

6 4 8

17

5 7

16

Figura 32 –Planta baixa geral do pavimento térreo com os usos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

14 +0,15

15


65 P L A N T A

B A I X A

G E R A L

-

U S O S

Primeiro Pavimento

L E G E N D A

10

F2

9

8

7

1

TEATRO

2

TERRAÇO JARDIM

3

SALA DE APOIO

4

SANITÁRIOS

5

SALA DE PINTURA

6

SALA DE MÚSICA

7

SALA DE TEATRO

8

SALA DE ARTESANATO

9

SALA DE DANÇA

10

ROOFTOP GASTROBAR

11

CASTELO D`ÁGUA

6

1

5 +3,45

+3,45

11 4

Figura 33 –Planta baixa primeiro pavimento com usos. Elaborado pela autora (2021).

3

geral Fonte:

2

+3,45


P L A N T A

B A I X A

G E R A L

66

A C E S S O S

Pavimento Térreo

L E G E N D A ACESSO ESTACIONAMENTO ACESSO ENTRADA SERVIÇO ACESSO SAÍDA SERVIÇO ACESSO SERVIÇO TEATRO ACESSO TEATRO +0,00

ACESSO CAFÉ

ACESSO GASTROBAR +0,15

ACESSO SERVIÇO GASTROBAR

ACESSO SERVIÇOS

ACESSO GALERIA INTERNA

ACESSO AO PRIMEIRO PAVIMENTO

+0,15

ACESSO ESCADA DE INCÊNDIO ACESSO FUNCIONÁRIOS

SAÍDA DE EMERGÊNCIA Figura 34 –Planta baixa geral do pavimento térreo com os acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


67 P L A N T A

B A I X A

G E R A L

-

A C E S S O S

Primeiro Pavimento

L E G E N D A ACESSO SALAS DE AULA ACESSO SERVIÇO TEATRO ACESSO ESCADA DE INCÊNCIO F2

+3,45

+3,45

Figura 35 –Planta baixa geral pavimento com os acessos. Elaborado pela autora (2021).

primeiro Fonte:

+3,45


P L A N T A

B A I X A

G E R A L

A S P E C T O S

68

F Í S I C O S

Pavimento Térreo

L E G E N D A

PISOS: PISO INTERTRAVADO CONCRETO PISO TÁTIL

VEGETAÇÃO: FORRAÇÃO +0,00

ARBUSTO F2

CERCA VIVA

+0,15

ÁRVORE PEQUENO PORTE ÁRVORE MÉDIO PORTE

+0,15

Figura 36 –Planta baixa geral do pavimento térreo com aspectos físicos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


P L A N T A

B A I X A - T E A T R O

E

69

C A F É

Pavimento Térreo

L E G E N D A

+0,00

+0,30

7

9

FOYER – 30m²

2

SANITÁRIO PNE – 3,15m²

3

TEATRO – 245m²

4

ESCADA – 8,8m²

5

SANITÁRIO – 4m²

6

CAMARIM – 6m²

7

CAFÉ – 45m²

8

COZINHA – 9m²

9

SANITÁRIO – 3,5m²

10

ESTACIONAMENTO PNE – 45m²

11

CARGA E DESCARGA – 15m²

+0,15

1 8

1

+0,30

9

+0,30

3 2

2

+0,15

10 PALCO

+0,70

+0,5

+0,5

+0,30

4 5

5

6

6

ACESSO SERVIÇO TEATRO

11 ACESSO FOYER E TEATRO

+0,15

ACESSO CAFÉ

Figura 37 – Recorte planta baixa teatro e café pavimento térreo com os usos e acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

ACESSO ÁREA DE SERVIÇO CARGA E DESCARGA


70

P L A N T A

B A I X A - T E A T R O

Primeiro Pavimento

L E G E N D A 1

MEZANINO TEATRO – 150m²

2

ÁREA TÉCNICA – 90m²

3

ESCADA – 8,8m²

4

DML – 5,5m²

5

DEPÓSITO – 5,5m²

2

ACESSO ENTRADA E SAÍDA SERVIÇO

1

PALCO +3,45 +3,45

3 4

5

Figura 38 – Recorte planta baixa teatro primeiro pavimento com os usos e acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

5

5


P L A N T A

B A I X A - G A L E R I A S ,

S E R V I Ç O S

E

71

P R A Ç A

Pavimento Térreo

L E G E N D A 1

GALERIA INTENA – 95m²

2

SANITÁRIO – 2,5m²

3

DEPÓSITO – 7m²

4

DEPÓSITO – 1,7m²

5

ESCADA DE INCÊNDIO – 10,5m²

6

DML – 2,3m²

7

ADMINISTRAÇÃO – 18,5m²

8

SANITÁRIO PNE – 5,5m²

9

DESCANSO FUNCIÓNÁRIOS - 17m²

10

COPA – 7,45m²

2

11

VESTIÁRIO – 8m²

3

12

DEPÓSITO – 4,3m²

13

DEPÓSITO – 4,75m²

14

DEÓSITO – 3,65m²

15

SANITÁRIO – 2,7m²

16

GALERIA EXTERNA

21 +0,15

14 13

15

16 12

11 11 1

20

10 9

+0,30

20

8

17 7

18

6 +0,30

+0,15

1 19

5 4 +0,15

Figura 39 – Recort galerias, serviços pavimento térreo com Elaborado pela autora

e

planta baixa e praça, no os usos. Fonte: (2021).


P L A N T A

B A I X A - G A L E R I A S ,

S E R V I Ç O S

E

72

P R A Ç A

Pavimento Térreo

L E G E N D A 17

DESCANSO FUNCIONÁRIOS – 30m²

18

CASTELO D’ÁGUA – 5m²

19

ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS – 80m²

20

FOOD TRUCK

21

WORKSHOPS E OFICINAS – 20m²

21 +0,15

14 13

15

16 12

11

ACESSO SAÍDA DE EMERGÊNCIA

11

10

20

ACESSO GALERIA INTERNA

9

+0,30

20

8

17

7

18

ACESSO PRIMEIRO PAVIMENTO ESCADA

6 +0,30

+0,15

1 19

ACESSO PRIMEIRO PAVIMENTO – ELEVADOR PNE

5

2 3

4 +0,15

ACESSO FUNCIONÁRIOS

ACESSO ESCADA DE INCÊNDIO

ACESSO SERVIÇOS

ACESSO SAÍDA DE SERVIÇO CARGA E DESCARGA Figura 40 – Recorte planta baixa galerias, serviços e praça, no pavimento térreo com os usos e acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


73 P L A N T A

B A I X A - E D U C A C I O N A L

Primeiro Pavimento

L E G E N D A

10

9

8

7

6

1

TERRAÇO JARDIM – 46,5m²

2

SALA DE APOIO– 24m²

3

SANITÁRIO PNE – 3,95m²

4

DEPÓSITO – 3,75m²

5

ESCADA DE INCÊNDIO – 10,5m²

6

SALA DE PINTURA – 29m²

7

SALA DE MÚSICA – 29m²

8

SALA DE TEATRO – 29m²

9

SALA DE ARTESANATO – 29m²

10

SALA DE DANÇA– 29,8m²

11

CASTELO D’ÁGUA – 5m²

+3,45

11 3

5 4

2

1

ACESSO PRIMEIRO PAVIMENTO – ELEVADOR PNE

ACESSO PRIMEIRO PAVIMENTO - ESCADA +3,45

ACESSO SALAS DE AULA

ACESSO SERVIÇO TEATRO Figura 41 – Recorte planta baixa do setor das salas de aula no primeiro pavimento com os usos e acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

ACESSO ESCADA DE INCÊNDIO


74 P L A N T A

B A I X A - G A S T R O B A R

Pavimento Térreo

L E G E N D A +0,15

8 7

+0,35

6

1

VARANDA GASTROBAR – 26m²

2

GASTROBAR– 60m²

3

COZINHA – 19m²

4

SANITÁRIO PNE – 3m²

5

GERÊNCIA – 8,5m²

6

SANITÁRIO FUNCIONÁRIOS – 3,3m²

7

DEPÓSITO – 4,5m²

8

CARGA E DESCARGA – 27m²

3 6 5 4 4 2

ACESSO GASTROBAR +0,35

1

ACESSO SERVIÇO GASTROBAR

ACESSO ROOFTOP +0,15

Figura 42 – Recorte planta baixa gastrobar no pavimento térreo com os usos e acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


75 P L A N T A

B A I X A - G A S T R O B A R

Primeiro Pavimento

L E G E N D A

5

2

1

ESCADA – 5,8m²

2

RESERVATÓRIO– 10,75m²

3

BAR – 13m²

4

ROOFTOP – 70m²

5

LOUNGES – 27m²

1

3

+3,45

4

ACESSO PAVIMENTO TÉRREO

Figura 43 – Recorte planta baixa gastrobar no primeiro pavimento com os usos e acessos. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


Figura 44 – Planta de situação. Elaborado pela autora (2021). A N T Õ N I O

E S T E V A M

D E

M O R A E S

Planta de Fonte: pela autora

LAJE IMPERM. P A E L V E

E R G O C A B A M M A O U R O I D R O S P A Ç

L A D O E M E S T R U T U R A M E T Á L I C A M E N T O P R E T O F O S C O C O M R I P A S D E I R A E C O L Ó G I C A - A C A B A M E N T O F R E I J Ó I M P E R M E A B I L I Z A D O C O M T E M P E R A D O I N C O L O R N O S O S V A Z A D O S

R .

R .

J O S É

LOTE 2.827,95

Figura 45 cobertura. Elaborado (2021).

R O O F T O P

H E R N A N I

R E Z E N D E

R O U Z A

F I L H O

R .

76

Fonte:

C O B E R T U R A E M M A D E I R A E C O L Ó G I C A N O A C A B A M E N T O L O U R O F R E I J Ó I M P E R M E A B I L I Z A D O

L A J E I M P E R M .

P L A N T A

D E

S I T U A Ç Ã O

T E R R A Ç O J A R D I M

P L A N T A

D E

Escala 1:200

C O B E R T U R A

T E L H A G A L V A N I Z A D A

i=5%

i=5%

T E L H A G A L V A N I Z A D A

Escala 1:500


77

A arquitetura projetada reflete seu caráter intimista e acolhedor. A escala humana adotada em seu volume auxilia na integração com os pedestres da praça e os convida a ver de perto as atividades ali propostas. O fato de no seu entorno não prevalecer edificações elevadas e monumentais, mantém o centro cultural em destaque, harmonizando com o meio em que se encontra inserido.

S A L A P I N T U R A

S A L A M Ú S I C A

Figura 46 – Corte Fonte: Elaborado autora (2021).

S A L A T E A T R O

S A L A A R T E S A N A T O

S A L A D A N Ç A

+3,45

+0,30

+0,15

G A L E R I A I N T E R N A

C O R T E

A A ’

S A N I T Á R I O P N E

S E R V I Ç O S

+0,15

D E P Ó S I T O

AA’. pela


78

Figura 47 – Corte Fonte: Elaborado autora (2021).

S A L A

T E A T R O

+3,45

V E S T I Á R I O

+0,30

C O R T E

B B ’

D E P Ó S I T O

+0,15

BB’. pela


79

MATERIALIDADE

A materialidade que compõe a edificação se concentra principalmente em torno de quatro revestimentos, sendo eles: o vidro temperado incolor, o mosaico irregular em pedra madeira branca carijó, o concreto aparente e a madeira ecológica louro freijó impermeabilizada. Além disso, toda as esquadrias encontram-se em alumínio no acabamento preto fosco, buscando oferecer uma estética industrial acompanhada do aspecto moderno e contemporâneo.

M A D E I R A E C O L Ó G I C A A C A B A M E N T O L O U R O F R E I J Ó I M P E R M E A B I L I Z A D O

F A C H A D A

Sem Escala

0 1

C O N C R E T O A P A R E N T E

M O S A I C O I R R E G U L A R E M P E D R A M A D E I R A B R A N C A C A R I J Ó

E A A P

S L C R

Q U A E

U A D R I A S E M M Í N I O N O B A M E N T O T O F O S C O

V I D R O T E M P E R A D O I N C O L O R

Figura 48 – Fachada 01 sem brises. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


80

MATERIALIDADE

A posição da edificação quanto aos condicionantes físico-ambientais oferece como sol incidente, o sol da manhã. Dessa forma, para proteger os raios solares durante esse período, foi proposto um conjunto de brises móveis ripados, com funcionamento em trilho embutido, permitindo a sua corrediça nos dois sentidos. O brise em madeira ecológica com elementos vazados permite o bloqueio por parte da luz solar, sem obstruir a passagem dos ventos predominantes, auxiliando na ventilação natural na edificação. B R I S E S E M M A D E I R A E C O L Ó G I C A A C A B A M E N T O L O U R O F R E I J Ó I M P E R M E A B I L I Z A D O C O M S I S T E M A D E T R I L H O E M B U T I D O

Figura 49 – Fachada 01 com brises. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


81

MATERIALIDADE

M A D E I R A E C O L Ó G I C A A C A B A M E N T O L O U R O F R E I J Ó I M P E R M E A B I L I Z A D O

F A C H A D A Sem Escala

0 2

V I D R O T E M P E R A D O I N C O L O R

E A A P

S L C R

Q U A E

U A D R I A S E M M Í N I O N O B A M E N T O T O F O S C O

M O S A I C O I R R E G U L A R E M P E D R A M A D E I R A B R A N C A C A R I J Ó

C O N C R E T O A P A R E N T E

Figura 50 – Fachada 02. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


82

QUADRO DE ÁREAS

Área total do terreno

2.827,95 m²

Área total Pavimento Térreo

790,06 m²

Área total Primeiro Pavimento

765,75 m²

Área total Construída

1.555,81 m²

Taxa de Ocupação

30,81%

Coeficiente de Aproveitamento

0.55

Taxa de Permeabilidade

21,24%

Figura 51 – Vista do restaurante e do pilotis. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Tabela 03 – Quadro de áreas. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


83

PERSPECTIVAS

Figura 52 – Vista do teatro e café. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Arquiteturas projetadas em escala humana, a nível dos observadores e em harmonia com o entorno existente. Ambientes vivos, dinâmicos e atrativos, visando integrar a arte no cotidiano da população.


84

PERSPECTIVAS

Figura 53 – Vista autora (2021).

do

café,

gastrobar

e

bloco

das

salas

de

aula

ao

fundo.

Fonte:

Elaborado

pela


85

PERSPECTIVAS

Figura 54 – Vista do interior Elaborado pela autora (2021).

do

café.

Figura 55 – Vista da varanda do café. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Fonte:


86

PERSPECTIVAS

Figura 56 – Vista interior do café. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


87

PERSPECTIVAS

Figura 57 – Vista interior do café. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


88

PERSPECTIVAS

Figura 58 – Vista fachada do teatro. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O teatro “Canela Verde” apresenta um volume geométrico, com linhas retas e dinâmicas. A cobertura apresenta uma angulação curiosa, com um jogo de ripas em tom amadeirado que conversam com o mosaico de pedras, trazendo uma sensação de conforto para o ambiente.


89

PERSPECTIVAS

Figura 59 – Vista interior do foyer. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


90

PERSPECTIVAS

Figura 60 –Vista acesso ao gastrobar.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


91

PERSPECTIVAS

Figura 61 – Vista fachada do gastrobar. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

As edificações propostas buscam conversar esteticamente entre si, e com o “VILLA” Gastrobar, não seria diferente. O restaurante e bar utiliza da materialidade semelhante a das outras arquiteturas, aderindo a vegetação como uma importante chave do projeto.


92

PERSPECTIVAS

O rooftop do gastrobar adquire um caráter moderno e contemporâneo, sem perder o aconchego proporcionado pela madeira. O ambiente dispõe de um bar com mesas e cadeiras e espaços de estar, tornando o local muito convidativo.

Figura 62 – Vista bar do rooftop do gastrobar. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


93

PERSPECTIVAS

Figura 63 – Vista lounges do rooftop do gastrobar. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


94

PERSPECTIVAS

Figura 64 – Vista rooftop do gastrobar. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


95

PERSPECTIVAS

Figura 65 galeria externa. Elaborado (2021).

A galeria de arte ao ar livre oferece aos pedestres uma experiência inovadora. No vazio central da praça, suas paredes invisíveis convidam o público a ver de perto as obras e exposições, tornando-as de acesso à todos que desejarem contemplá-las.

– Vista da de arte Fonte: pela autora


96

PERSPECTIVAS

A galeria de arte interna localiza-se de fácil acesso do público, em frente à galeria de arte externa. O acesso principal ao primeiro pavimento é feito por meio da escada e do elevador em caso de Pessoas com Necessidades Especiais.

Figura 66 – Vista autora (2021).

da

entrada

da

galeria

interna

e

acesso

ao

primeiro

pavimento.

Fonte:

Elaborado

pela


97

PERSPECTIVAS

Figura 67 – Vista do terraço jardim no primeiro pavimento. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


98

PERSPECTIVAS

Figura 68 – Vista da entrada do setor de serviços. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O acesso à área de serviço localiza-se em um ponto estratégico e prático. Por estar posicionado no pavimento térreo e central da praça, acaba facilitando a transição de funcionários por todo o centro cultural e por toda a extensão do terreno.


99

PERSPECTIVAS A criação do pilotis traz consigo o entrelaço do pedestre caminhando com o edifício, fazendo-o se sentir pertencente à ele. Além disso, o pilotis gera uma conexão das duas extremidades da praça, interligando-as e proporcionando um caminhar fluido e livre de barreiras.

Figura 69 – Vista pilotis com espaço para workshops brises . Fonte: Elaborado pela autora (2021).

e

oficinas

no

térreo

e

bloco

superior

com

fechamento

de


100

PERSPECTIVAS

Figura 70 – Vista pilotis com espaço para workshops articulados. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

e

oficinas

no

térreo

e

bloco

superior

com

brises


101

PERSPECTIVAS

Figura 71 – Vista pilotis e bloco superior com fechamento dos brises. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


102

PERSPECTIVAS

Figura 72 – Vista pilotis e bloco superior com brises articulados. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


103

PERSPECTIVAS O ambiente proposto para as oficinas e workshops é aberto, porém, coberto, e encontra-se abaixo do pilotis do primeiro pavimento, A ideia gira em torno de que a atividade ali proposta seja dividida com quem se interessar, pessoas que estejam passeando e desejam se aproximar, ou também com turmas previamente organizadas. Com mesa e cadeiras removíveis, o espaço também pode ser utilizado com outras propostas quando necessário.

Figura 73 Espaço par workshops oficinas. Fonte: Elaborado pela autor (2021).

– a e

a


104

PERSPECTIVAS

Figura 74 – Área de estar e vivência na praça. Fonte: Elaborado pela autora (2021).


105

PERSPECTIVAS

Figura 75 – Área de estar e vivência na praça. Fonte: Elaborado pela autora (2021).

As áreas de estar e permanência buscam oferecer ao pedestre um respiro da cidade. Com sombreamento, mobiliários adequados e iluminação projetada, esses espaços complementam as atividades oferecidas pelo centro cultural. A integração também faz parte da cultura, e ambientes como esse são agentes dessa transformação.


106

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de acesso à cultura e de espaços públicos de qualidade que incentivem a inclusão social são problemáticas enfrentadas na atualidade pela grande maioria da população da cidade de Vila Velha ES, reforçando a importância de buscar formas de atenuar essa realidade tão presente. Com a realização dos estudos, análises e produtos desenvolvidos neste trabalho, pode-se concluir como os espaços públicos possuem um papel determinante na sociedade urbana. Esses espaços são locais de encontros, relações, convívio e trocas entre os mais diversos grupos que compõem a comunidade, fortificando a ideia de que a qualidade desses ambientes está diretamente relacionada a uma cultura agregadora e compartilhada entre os cidadãos. A proposta de Centro Cultural na cidade de Vila Velha – ES, visa reconectar seus moradores as mais diversas formas de manifestações culturais existentes, afinal a cultura possui uma contribuição fundamental para a formação afetiva, intelectual, artística e pessoal do homem e da sociedade como um todo, além de proporcionar o lazer e estreitar os laços humanos, sendo indispensável a importância do seu acesso para toda a população.


107

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