Mídia cavalo de lata editora praná

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| meio ambiente

Fotos: Estúdio Prána / Divulgação

Cavalo de Lata Veículo elétrico traz benefícios ao meio ambiente e aumenta a produção do profissional de coleta e reciclagem de lixo em cidade do RS Texto: Simone Kühl

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ansado de ver cavalos puxando carroças e sofrendo maus tratos, Jason Duani Vargas, de Santa Cruz do Sul (RS), decidiu investir seu tempo e recursos para achar uma ferramenta que além de tirar o cavalo deste trabalho, ajudasse os catadores a melhorarem suas condições de trabalho. Visando mudar este cenário, o engenheiro de Produção, que trabalha com projetos de máquinas, desenvolveu o “Cavalo de Lata”, veículo leve, de baixo custo, que não polui e tem manutenção simples acionada por motor elétrico. O protótipo Desenvolvido por Jason, o protótipo vem sendo testado há mais de um ano. “Nesse meio tempo, começamos com bicicletas com motores elétricos e capacidade de carregar carga e evoluímos até chegar nesse modelo final”. O veículo agora utiliza peças de carros junto com a ação de motor elétrico e baterias para a sua movimentação. Possui sinaleiras, faróis, luz de ré, luz de freio e cintos de segurança. O projeto ainda pode sofrer alterações para atender necessidades especiais e pode conter itens adicionais, como limpador de para-brisa. Em relação às peças para a montagem do veículo, Jason conta que no início as procurava em ferro velho ou desmanche que serviam apenas para testes, mas que depois de testadas,

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passou a utilizar peças novas. “Não há possibilidade de se vender um carrinho novo com peças usadas ou de desmanche, mesmo estando em bom estado. Esse processo serviu apenas para reduzir custos de investimentos em testes e averiguar possibilidades”, destaca. Como grande diferencial, ele salienta o custo por km rodado. “Em piso plano, ele gasta em torno de R$ 0,02, em subidas em torno R$ 0,06 e nas descidas ele consegue recarregar as baterias. Numa média ponderada para se andar 1.000 km se gastaria em torno de R$ 50,00”. Totalmente elétrico, o veículo acelera e freia nos pedais respectivos. Ao dirigir e, em suas funções, se assemelha a um carro. E, para recarregar, funciona como um celular, na rede elétrica caseira. Valorização do profissional Jason explica que o catador ganha por kg coletado e seu trabalho é imprescindível para o meio ambiente. “O volume gerado é impressionante e as ações para que não sejam somente aterrados quase não existem”. E este veículo desenvolvido vem para facilitar o trabalho deste profissional. O Cavalo de Lata é capaz de carregar um grande peso com segurança, agilidade e baixo custo de manutenção e consumo.

“Ninguém se preocupa com o lixo e tudo relacionado a ele é quase sempre desvalorizado. De repente quando se tornar um problema sério e sem solução, vão abrir os olhos e valorizar a necessidade de a sociedade separar o lixo e ajudar essa classe trabalhadora”, adverte. Novas parcerias Jason também conta que apresentou ideias para as cooperativas venderem a mídia lateral para aumentar os lucros. “Como exemplo: em eventos, vendemos cada lateral a R$ 500,00 como mídia, em um ano poderia pagar no mínimo a metade do veículo e dependendo do valor pode render ainda mais”. Quando iniciou o projeto, ele também buscou a Cooperativa de Catadores de Santa Cruz do Sul – COOMCAT para parcerias, onde os profissionais testavam os modelos e diziam o que funcionava e estava bom. “Essa cooperativa é ligada ao movimento nacional de catadores. Fora essas cooperativas, muitas outras entidades nos procuram, como prefeituras, empresas, profissionais autônomos e latifundiários”, informa. Preservação do ambiente Entre os benefícios que o veículo irá gerar, Jason destaca o aumento da produção e renda dos catadores, retiro dos cavalos de tração, possibilidade de crescimento de renda extra em mídias no carrinho, além da ferramenta auxiliar a recuperação no meio ambiente. “É importante também frisar que o cavalo não come somente grama em qualquer lugar, existe gasto em alimentação e veterinária, que essa camada social não consegue atingir nem mesmo para sua família, quanto mais manter um cavalo em bom estado”, avisa. Além disto, cavalos soltos em estradas ou ruas causam acidentes de

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Meio ambiente |

Reparação Automotiva | Outubro 2013

e exige conhecimento do condutor. Mas, como velocidade é reduzida e a potência é baixa, tentamos enquadrar na necessidade de uma ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotores), categoria menor que a de carro ou moto. Mesmo assim, é importante treinar o condutor sobre as leis de trânsito”.

trânsito e podem disseminar doenças. “Numa época em que a tecnologia já nos fez ir à lua, é incabível aceitar que usem animais de maneira usurpadora como que tem sido feita. Os animais estão sob tutela do estado, cada município tem o dever de manter a integridade desses animais, mas o que se vê é deplorável, na maioria dos casos”, ressalta o engenheiro. Atendimento à legislação Em relação às legislações para carros elétricos no país, Jason afirma que, mesmo sem existir, está procurando encaminhar o veículo para que entre nas exigências dos departamentos de trânsito. “O veículo deve possuir numeração de chassi e placa, pois andará no meio do trânsito

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Além das expectativas Jason revela que o projeto ganhou um alcance inimaginável, ele tem recebido diversos convites de mídias para falar sobre o protótipo. “Já fomos convidados pelo evento da AbraLatas para palestrar e expor o carrinho nas capitais de Belo Horizonte, Fortaleza e Curitiba, e agora estamos agendando outras cidades que já nos convidaram, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Passo Fundo, entre tantas outras”. Fora isso, o próprio pessoal do Movimento Nacional dos Catadores ligados à nossa cidade sempre está atento ao andamento do projeto. “Nossa meta é até o fim do ano estar apto a venda, o valor está ligado ao imposto, à configuração pretendida pelo cliente e importação de parte elétrica, que é o coração do veículo, mas no modelo mínimo em torno de R$ 20.000,00”, completa.

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Ficha Técnica Com base no modelo destinado a recicladores para substituição da carroça com cavalo, as características pré-estabelecidas para o projeto são: Chassi de aço carbono Tamanho geral: 3300 x 1200 x 1750 mm (C, L, A), podendo sofrer alteração de projeto Tamanho compartimento de carga: 1700 x 1100 x 1400 mm (C, L, A) Velocidade máxima: até 25 km\h Peso do veículo: 360 kg estimados Capacidade de carga: previsão em torno de 500 kg Motor elétrico tipo brushless DC Potência 5 kW, tensão 48V Baterias tracionárias de tensão 12 volts e 150A Autonomia em torno de 60 km (podendo sofrer alteração mediante necessidade) Tempo de recarga: em torno de 5h Freio nas 4 rodas, sendo a tambor nas traseiras e a disco nas dianteiras Suspensão com feixe de molas na traseira e independente na dianteira Banco duplo na dianteira com cinto de segurança modelo 3 pontos Iluminação completa com faróis, sinaleiras e luz de ré de LED Pretende-se também adotar GPS nos veículos Obs.: O projeto pode sofrer alterações no caso de alguma cooperativa ou empresa precisar de uma necessidade específica.

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