Revitalização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes de Batatais

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Revitalização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes de Batatais

Ana Carolina Pires Mendes

Ana Carolina Pires Mendes

2015 1


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Ana Carolina Pires Mendes

Revitalização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes de Batatais

Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para o cumprimentos das exigências para a obtenção do grau Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da professora Rosa Sulaine Farias

Ribeirão Preto 2015

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Ana Carolina Pires Mendes

Revitalização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes de Batatais Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para o cumprimentos das exigências para a obtenção do grau Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da professora Rosa Sulaine Farias

Banca Examinadora: _______________________________________________ Examinador 1

_______________________________________________ Examinador 2

_______________________________________________ Examinador 3

Ribeirão Preto 2015

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Dedico este trabalho aos meus pais.

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Agradeço a Deus, por ter aberto meus caminhos, me dando a oportunidade e perserverança para realizar este sonho. Agradeço aos meus pais, Cida e Wilson, pelo amor, pelo apoio incondicional, pela paciência e por sempre acreditarem. Sem vocês eu não chegaria até aqui. Espero poder retribuir tudo o que fazem por mim. Amo vocês! Agradeço as pessoas que se tornaram anjos na minha vida, sempre me ajudando no que fosse possível. Luzia, Neusa e Marcela, obrigada pela amizade. Agradeço a minha orientadora Rosa Sulaine Farias e a todos os mestres por todo o ensinamento durante o curso. Enfim, imensa gratidão à todos que estiveram ao meu lado durante estes 5 anos e contribuíram de alguma forma para tornar isso possível. Levo todos em meu coração.

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“ A vida é um sopro” Oscar Niemeyer

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resumo Abordando a importância das áreas verdes, tanto à saúde e bem-estar da população, quanto à preservação da fauna e da flora, este trabalho tem como objetivo a elaboração de um projeto de revitalização para o Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes da Estância Turística de Batatais/SP. Busca-se alcançar a valorização dos pontos positivos identificados na área, através de um projeto que proporcione a interação do usuário com o meio ambiente. A proposta traz a discussão do conceito de Ecogênese, com a reconstituição e preservação do ecossistema por meio do plantio de espécies nativas do cerrado paulista. A oferta de espaços e equipamentos que proporcionam a possibilidade da prática de lazer e contemplação busca favorecer o bem-estar físico e mental da população.

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abstract Addressing the importance of green areas , both the population’s health and well-being, as the preservation of fauna and flora , this paper aims to draw up a revitalization project for the Municipal Forest Dr. Alberto Gaspar Gomes of Tourist Resorts Batatais / SP. The aim is to achieve appreciation of the strengths identified in the area, through a project that provides user interaction with the environment . The proposal brings the discussion of the concept of Ecogênese with the restoration and preservation of the ecosystem through the planting of native species of the São Paulo Cerrado . The supply of spaces and equipment that provide the possibility of practicing leisure and contemplation seeks to favor the physical and mental well- being of the population .

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Sumário

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Capítulo 1 - Introdução

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Capítulo 2 - Ecogênese

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Capítulo 3 - Bosque 3.1 O Bosque e o Município 3.2 O Bosque e o Entorno 3.3 O Bosque Hoje

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Capítulo 4 - Referências Projetuais 4.1 Parque do Ingá 4.2 Parque Urbano e Vivencial da Gama

53 54 62

Capítulo 5 - Projeto 5.1 Estudos Preliminares 5.2 Projeto Final

73 74 81

Capítulo 6 - Considerações Finais

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Referências

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Capítulo 1 Introdução

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Com o início do planejamento das cidades, há a preocupação de se criar espaços livres, como continuidade da habitação, contribuindo para a salubridade da mesma. Em uma escala maior, estes espaços são destinados ao lazer da população, garantindo o seu direito de recreação. Segundo Le Corbusier (1933, p.14) os espaços livres devem “acolher as atividades coletivas da juventude, propiciar um espaço favorável às distrações, aos passeios ou aos jogos das horas de lazer”. Além de ser visto como espaço de recreação, deve-se perceber a importância dos espaços livres para o bem-estar da população. A manutenção ou a criação de espaços livres são, portanto uma necessidade e constituem uma questão de saúde pública para a espécie. Esse é um tema que constitui parte integrante dos postulados do urbanismo e ao qual os edis deveriam ser obrigados a dedicar toda a sua atenção. Justa proporção entre volumes edificados e espaços livres, eis a única fórmula que resolve o problema da habitação. (LE CORBUSIER, 1933, p. 15)

De acordo com Lima (1994 apud Loboda e De Angelis, 2005, p.133) “os espaços livres são aqueles que se contrapõem ao espaço construído em áreas urbanas, sendo um conceito mais abrange, incluindo não só áreas verdes, como áreas livres de construção que não possuem vegetação”. Levando em conta esta classificação, chegamos a seguinte definição: Área verde: Onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas que exercem apenas funções estéticas e ecológicas, devem, também, conceituar-se como área verde. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas não devem ser consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas. (LIMA, 1994 apud LOBODA e DE ANGELIS, 2005, p.133)

Dentro do conceito de áreas verdes, há a classificação de suas tipologias de acordo com sua dimensão e distribuição na malha urbana, sendo: Parque urbano: É uma área verde, com função ecológica, estética e de lazer, no entanto com uma extensão maior que as praças e jardins públicos. Praça: É um espaço livre público cuja principal função é o lazer. Pode não ser uma área verde, quando não tem vegetação e encontra-se impermeabilizada. Arborização urbana: Diz respeito aos elementos vegetais de porte arbóreo dentro da cidade. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas fazem parte da arborização urbana, porém não integram o sistema de áreas verdes. (LIMA, 1994 apud LOBODA e DE ANGELIS, 2005, p.133)

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De acordo com Teixeira (2007, apud Maymone, 2009, p. 42) ainda podemos classificar os parques em relação à escala, da seguinte forma: recreação de vizinhança são pequenas áreas, de fácil acesso, que estão localizadas o mais próximo possível da população que devem servir e são destinadas à recreação diária ativa de crianças e passiva de adultos; recreação de bairro são áreas médias, localizadas nas proximidades de um parque de vizinhança e proporcionam recreação diária ativa para jovens e passiva para adultos; e setoriais e metropolitanas são grandes áreas equipadas para a recreação(ativa e passiva) de toda população municipal ou metropolitana e destinam-se ao uso em finais de semana e períodos de férias. Para Andrade (2001, apud BUCCHERI FILHO, 2009, p. 91) “os bosques possuem definição um pouco mais elaborada que alguns outros tipos de espaço livre”, devendo ser classificados como: Bosques de conservação: Áreas de propriedade do Município, destinadas à proteção dos recursos naturais existentes, que possuam área menor que 10ha (dez hectares), e que se destinem à manutenção da qualidade de vida e proteção do interesse comum de todos os habitantes; Bosques de lazer: Áreas de propriedade do Município com área inferior a 10ha (dez hectares), destinadas à proteção de recursos naturais com predominância de uso público ou lazer. (CURITIBA, 2000 apud BUCCHERI FILHO, 2009, p. 75).

Levando em conta os conceitos apresentados, o Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes da Estância Turística de Batatais, objeto de intervenção do presente trabalho, pode ser classificado como Bosque de Lazer, possuindo área de aproximadamente 87.700 m² e atendendo não só os moradores de seu entorno, mas a população em geral. De acordo com Vieira (2004, apud CAPORUSSO e MATIAS, 2008, p.78) “áreas verdes tendem a assumir diferentes papéis na sociedade e suas funções devem estar inter-relacionadas no ambiente urbano, de acordo com o tipo de uso a que se destinam”. Desta forma, suas funções são descritas como: função social que possibilita a prática de lazer pela população; função estética está relacionada à diversificação da paisagem e embelezamento, onde se deve ressaltar a importância da vegetação; função ecológica proporciona melhoria na qualidade do clima, da água, do ar e do solo, preservando a fauna e a flora; função educativa que possibilita o desenvolvimento de atividades educativas e programas de educação ambiental; e função psicológica que proporciona o alívio das tensões diárias, através do lazer e contemplação.

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Levando em conta o desenvolvimento das cidades, seu adensamento, verticalização e cada vez maior escassez de áreas verdes e sua má distribuição, principalmente nas grandes capitais e regiões metropolitanas, sua importância torna-se ainda mais relevante, como afirmam Loboda e De Angelis (2005, p.134) As áreas verdes urbanas são de extrema importância para a qualidade da vida urbana. Elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do Homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol; no plano psicológico, atenua o sentimento de opressão do Homem com relação às grandes edificações; constitui-se em eficaz filtro das partículas sólidas em suspensão no ar, contribui para a formação e o aprimoramento do senso estético, entre tantos outros benefícios.

As áreas verdes também podem ser utilizadas como indicadores da qualidade de vida e saúde da população, através de índices como: Índice de Áreas Verdes (IAV), de Arborização Urbana (IAUrb), de Espaços Livres de Uso Público (IELUP), de Cobertura Vegetal em Área Urbana (ICVAU), de Verde por Habitante (IVH), cada um com sua finalidade específica. Sendo o índice mais utilizado, o Índice de Áreas Verdes (IAV) é descrito por Maymone (2009, p. 173) como “um indicador dependente de fatores demográficos e somente as áreas verdes de uso coletivo atendem plenamente ás demandas sociais e de lazer, funcionando como um dos indicadores da qualidade devida de uma determinada região”. Já Toledo e Santos (2008, apud Caporusso e Matias, 2008, p.79) explicam como “aquele que denota a quantidade de espaços livres de uso público, em Km2 (quilômetro quadrado) ou m2 (metro quadrado) dividido pela quantidade de habitantes de uma cidade”. No Brasil, foi determinado em 1996 pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), durante a assembleia de encerramento do VI Encontro Nacional sobre Arborização Urbana, que o IAV mínimo recomentado é de 15 m²/hab. (GUZZO, 2006, apud Caporusso e Matias, 2008, p.80). No caso do município de Batatais, o IAV é de 14,8 m²/hab., próximo ao considerado satisfatório de acordo com a SBAU. Para garantir que esta distribuição das áreas verdes na malha urbana está adequada e para a preservação de vegetação nativa, existem leis tanto nacionais como o Código Florestal, quanto municipais como Planos Diretores. Como afirma Maymone (2009, p.19):

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As leis ambientais asseguram a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida dos moradores das áreas urbanas e as leis urbanísticas que visam à organização dos espaços urbanos, de acordo com as leis de zoneamento e do uso e ocupação do solo.

De acordo com Código Florestal Brasileiro, Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012: Área verde urbana: espaços públicos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais.

Em âmbito municipal, Plano Diretor do Município de Batatais, após sua última revisão datada de 08 de setembro de 2014, os artigos de 129 a 133 descrevem as áreas verdes, classificando-as em praças, parques de proteção e parques de recreação, de acordo com sua área e suas funções. O artigo 134 trata da elaboração de um programa para o Sistema Municipal de Áreas Verdes e de Lazer, com diretrizes voltadas a qualificação das áreas verdes existentes, elaboração de políticas de uso e ocupação para estas áreas e a elaboração do Plano de Arborização das ruas e demais espaços públicos. Embora seja inegável a importância das áreas verdes, tanto para a saúde e bem-estar da população, quanto para a preservação da fauna e da flora, o que se observa na realidade é um total descaso do poder público em relação a esses espaços na cidade. Além dos problemas relacionados a essa falta de interesse da administração pública, há ainda a interferência negativa por parte da população. Infelizmente, nem todas as pessoas estão interessadas em usufruir dos benefícios que as áreas verdes têm a oferecer. A degradação destes espaços é comumente vista, principalmente nas áreas em escala de vizinhança, como praças. Independente da dimensão da cidade, vemos a existência do descaso com o patrimônio, a destruição do mobiliário urbano e a utilização do espaço com finalidades impróprias. Estes fatores, em conjunto com o abandono por parte do poder público, tornam o espaço marginalizado, perigoso e desvalorizado, deixando de ser frequentado pela população e de ter o uso que foi previsto inicialmente. A degradação e abandono do espaço são os principais problemas no caso do Bosque Municipal de Batatais. A área está com problemas em sua infraestrutura devido à falta de

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manutenção. Observa-se a impossibilidade de seu uso efetivo devido os muros quebrados, cercas caindo, falta de iluminação adequada, mobiliário deteriorado ou inexistente, mato alto, lixo, equipamentos de lazer e playground quebrados, falta de manu tenção nos sanitários, falta de adequação em relação à acessibilidade. A situação deplorável do espaço afastou os cidadãos que utilizavam o bosque para a prática de lazer. Atualmente a área é utilizada para atividades ilícitas, o que tornou todo o seu entorno inseguro. Uma maneira de se reverter esta situação é a elaboração de um projeto de intervenção nesta área, considerando a sua importância no cotidiano da população, principalmente dos moradores do entorno. O Bosque Municipal deve ser um espaço público destinado ao lazer, recreação e contemplação, levando em consideração também os benefícios quanto à qualidade ambiental. Segundo Maymone (2009, p. 49): As áreas verdes, mais especificamente os parques urbanos, exercem várias funções e assumem importante papel na vida cotidiana dos cidadãos, por se tratarem de espaços que servem como base para as atividades de lazer e recreação ao ar livre e que fornecem múltiplos usos para a comunidade amenizando os impactos ambientais existentes, estando diretamente relacionado com a qualidade de vida e a preservação do meio ambiente.

A integração dos cidadãos de diferentes faixas etárias com o espaço público, onde a utilização deste espaço seja incorporada aos hábitos da população que, além de usufruir dos benefícios para sua saúde e bem-estar, cria vínculos com o mesmo, auxiliando nos cuidados com a sua conservação. De acordo com Jacob (2001 apud Mayone, 2009, p. 55), para que um parque atinja a vitalidade prevista no momento da concepção de seu projeto, ele necessita de quatro elementos: Complexidade; Centralidade; Insolação; Delimitação espacial. Sobre estes elementos que garantem a vitalidade de um parque, Saboya (2007, apud Maymone, 2009, p. 56) descreve a complexidade como elemento mais importante que se refere à diversidade de usos e riqueza espacial; a centralidade refere-se a um elemento que se difere dos demais por atuar como referência no espaço, polarizando usos; a insolação trata da relação de áreas sombreadas e ensolaradas durante a passagem das estações; e a delimitação espacial é entendida como a relação das áreas verdes e dos edifícios ao redor, sendo planejada e não apenas resíduos deixados pelas configurações dos espaços fechados.

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Para uma área em que esta vitalidade deixou de ser garantida pelos elementos acima citados, tendo como principal motivo a degradação do espaço, busca-se uma forma de intervir neste espaço de modo que não se perca as características existentes, valorizando-as sem, no entanto, impedir a implantação de novos usos ao espaço. Um exemplo de intervenção que pode ser aplicada em áreas verdes é a revitalização. De acordo com Moragas, R. A. R.; Moragas W.M. (p. 11) “o termo revitalização é muito utilizado na arquitetura e urbanismo, como processo de recuperação de áreas degradadas”. Ainda neste sentido, Caltelnou Neto (1992, p. 267) descreve: A revitalização consiste na reestruturação de um conjunto urbanístico ou obra arquitetônica, ou seja, na série de trabalhos que visam revitalizar - dar nova vida – ou reabilitar – dar nova habilidade – a determinada obra que se encontra em deterioração ou mesmo desuso. Para tanto, permite-se reformular componentes – elementos constituintes –, associar novas funções e acrescentar intenções ao projeto, desde que se mantenha total ou parcialmente o caráter original.

Neste tipo de intervenção há a “associação de novos usos, que intensificam e complementam o anterior. Não há o abandono da função original, mas sim sua revitalização” (CASTELNOU NETO, 1992, p.267). Moragas, R. A. R.; Moragas W.M. (p. 12) “o grande destaque presente nas propostas de revitalização está na própria gênese da palavra: devolver a vida, a vitalidade, revitalizar uma área”. Logo, este trabalho se faz relevante quando propõe discutir a intervenção em um espaço verde na cidade de Batatais, tentando identificar os principais problemas relacionados a este tipo de área. O desenvolvimento do projeto proposto pode significar ganho na qualidade de vida da população com a melhoria do espaço e a valorização das áreas verdes, além de uma proposta de desenho urbano que visa contribuir com a revitalização do bosque. Assim, este trabalho tem como objetivo principal a elaboração de um projeto de revitalização para o Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes, situado na Estância Turística de Batatais. A intenção é de que esta área destinada ao bem-estar e lazer da população retome seu uso,

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de maneira renovada e mais adequada as suas necessidades. Tem ainda como objetivos específicos: 1) Valorização das características positivas do espaço; 2) Preservação da fauna e da flora existentes; 3) Utilização do espaço pelas instituições localizadas em seu entorno; 4) Uso efetivo do Bosque pela população do município no geral; 5) Reestabelecimento da segurança no local. O método para o desenvolvimento deste trabalho se deu a partir da coleta e análise de bibliografias que abordaram diretamente o tema, o objeto de estudo e o município de Batatais. Em conjunto, foi realizada a coleta de dados junto ao arquivo histórico e museu municipal, onde se encontram documentos como publicações de jornais, revistas e iconografias desde o período de implantação do objeto até os dias atuais. As atas da câmara, códigos de postura e outras legislações municipais foram cedidas pela Secretaria de Obras e Planejamento e Secretaria do Meio Ambiente. Foi realizada também coleta de dados diversos junto ao IBGE, SEADE, DENATRAN e outros órgãos. A coleta e leitura das leis municipais e federais facilitaram a implantação da proposta do trabalho, uma vez que temos os instrumentos legais para o mesmo. Quanto ao desenvolvimento da proposta, foram realizadas visita “in loco”, com observação sistemática, devido a complexidade e extensão do objeto, onde foi observada, de forma geral, a atual situação do bosque. Para entendimento da situação legal e atual da área, foram realizadas conversas informais com profissionais ligados à gestão municipal, responsáveis pela elaboração de projetos de leis e estudos sobre áreas verdes na cidade. Na etapa de execução da proposta foram utilizados softwares como AutoCAD, CorelDRAW, Photoshop e SketchUp. O material de pesquisa (textos e tabelas) foram desenvolvidos em Microsoft Word, Microsoft Excel e Microsoft PowerPoint. O presente trabalho se dividirá em seis capítulos, dos quais, o primeiro é esta introdução. O segundo capítulo da pesquisa trará a fundamentação teórico-conceitual, no qual se discutirá acerca do conceito de Ecogênese. O terceiro capítulo apresenta a contextualização e análise da área de intervenção. No capítulo quatro são apresentadas as referências projetuais adotadas para o desenvolvimento deste trabalho e, no quinto capítulo, a proposta. Por fim, no sexto capítulo se falará sobre as considerações finais desse projeto/ estudo.

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Capítulo 2 Ecogênese

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A discussão atual no campo do paisagismo brasileiro traz à tona um conceito referente à restauração de ecossistemas degradados dentro da malha urbana. Trata-se da ecogênese, que é descrita como “a reconstituição de ecossistemas parcialmente ou totalmente degradados, valendo-se de uma re-interpretação do ecossistema através do replantio de espécies vegetais autóctones” (Curado, p.2). Segundo Curado (p.2), “a ecogênese procura reconstruir as paisagens que já sofreram profundas modificações em sua estrutura, valendo-se de elementos vegetais autóctones, provenientes de todos os estratos, e recompondo suas associações originais”. A primeira ação no sentido de utilizar espécies nativas para a arborização de praças e parques ocorreu no Rio de Janeiro, em meados do século XIX, pelo paisagista Auguste Marie François Glaziou (1833-1906). Já no século XX, destacaram-se os trabalhos do paisagista Roberto Burle Marx (1914-1994) que utilizava vegetação nativa, muitas vezes desconhecida dos brasileiros, na concepção dos seus projetos. Em a parceria com o botânico Henrique Lahmeyer de Mello Barreto (18921962), Burle Marx desenvolveu importantes projetos paisagísticos de grande relevância como o da Pampulha. O termo ecogênese foi utilizado primeiramente por Luiz Emygdio de Mello Filho (1913-2002) por volta da década de 1940, mas é o arquiteto paisagista Fernando Chacel que popularizou a utilização do termo “pois é ele quem mais utiliza a palavra ecogênese em seu discurso projetual” (Curado, p.2). Como premissa para a revitalização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes, será utilizado a conceito de ecogênese, buscando utilizar vegetação nativa na concepção do projeto.

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CapĂ­tulo 3 Bosque

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3.1 O Bosque e o Município

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3.1.1

Mapa 01 – Localização do município de Batatais Fonte: Acervo Pessoal, 2015

Bosque Municipal Centro de Batatais

Mapa 02 – Localização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais - modificado pela autora, 2015

delimitação

O Bosque Municipal “Dr. Alberto Gaspar Gomes” pertence à Estância Turística de Batatais-SP. O município, localizado a noroeste do estado de São Paulo, a 355 km da capital, conforme indicado no mapa 01, tem acesso através das rodovias SP – 330 – Via Anhanguera, SP – 334 – Rodovia Cândido Portinari e SP – 351 – Rodovia Altino Arantes. Suas coordenadas geográficas são latitude sul de 20,89111º, longitude oeste de 47,585º e altitude de 862 m. O bosque está localizado no bairro Santo Antonio, próximo ao Centro do município, na zona sul, como podemos observar no mapa 02. Segundo o Plano Diretor do município, o Bosque pertence à unidade de planejamento 03, denominada Santo Antonio e à Macrozona de Interesse Especial. É delimitado pela Av. Francisco Faggioni e pelas ruas Conorel Ovídeo e Pedro Boaretto. Seu acesso às cidades da região se dá através da Avenida Moacir Dias de Morais, que faz ligação com a Rodovia Cândido Portinari, sentido Franca – Ribeirão Preto, e a Vicinal Dep. Geraldo Ferraz de Menezes, ligando o Bosque à Rodovia Altino Arantes, sentido Altinópolis. Podemos observar na figura 03 a implantação do Bosque Municipal.

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3.1.2

histórico o município

A região onde se encontra o Município de Batatais foi incialmente ocupada pelos índios caiapós. No século XVI, a descoberta de ouro na região entre os rios Pardo e Sapucaí, chamada de Caminho dos Guaiases, chamou a atenção dos bandeirantes, entre eles Afonso Sardinha. Em 1728, a região que pertenceu à Sesmaria de Batatais foi concedida a Pedro Rocha Pimentel, formando assim o povoado. Em 1815, o povoado foi transformado em freguesia com o nome de Senhor Bom Jesus dos Batatais e em 1820, foi transferido para o município de Franca pelo Padre Bento José Pereira. A vila que se tornou o Município de Batatais foi fundada em 14 de março de 1839. A chegada e instalação dos imigrantes italianos no município no início do século XX contribuiu para a formação da cidade, agregando sua tradição através das características da arquitetura europeia e da gastronomia. O município recebeu o título de Estância Turística em 23 de dezembro de 1994. Através do mapa 03, podemos observar que a expansão do núcleo urbano do município se deu à partir de sua região central.

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Mapa 03 – Evolução Urbana de Batatais


C.H. Getúlio Vargas C.H. Dr. Jorge Nazar C.H. Joaquim Marinheiro II Dist. Ind. Ermelindo Dias de Morais Jd. Santa Lídia Santo Antonio C.H. Francisco Pupim Centro C.H. Jerônimo M. do Carmo C.H. N. Sra. Auxiliadora Jd. Anselmo Testa Ouro Verde Vl. Emílio Penga Pq. Santa Rita C.H. Dep. Geraldo F. de Menezes C.H. Joaquim Marinheiro I C.H. Pref. Salim Jorge Mansur Jd. Jóia Riachuelo Vl. São Francisco Pq. Simara Mapa 04 – Bairros

a ocupação do entorno A área do entorno, definida à 500 m a partir dos limites do Bosque Municipal, é composta por 21 bairros, indicados no mapa 04.

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3.2 O Bosque e o Entorno

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Uso Residencial Uso Comercial Uso Misto

(residencial, comercial e

Uso misto

(residencial e industrial)

prestação de serviços)

Uso Institucional Áreas verdes

3.2.1

Sem uso

Mapa 05 – Uso do Solo

uso do solo

De acordo com levantamentos feitos no entorno do objeto de intervenção, pudemos confeccionar mapas temáticos que auxiliam na análise dos condicionantes para a elaboração do projeto de revitalização do Bosque Municipal. O uso do solo do entorno do bosque é em sua grande maioria residencial, como podemos observar no mapa 05. Apenas algumas avenidas apresentam o uso predominantemente comercial como, por exemplo, a Avenida Moacir Dias de Morais, onde o comércio atende a escala do bairro. O entorno está bem servido de espaços institucionais, sendo eles destinados à educação, saúde, religião e assistência social. A maior área institucional é ocupada pela Secretaria Municipal da Criança, Família e Bem-estar Social (Lar da Infância). As quadras de uso misto, onde existem comércios, residências e prestação de serviços, estão localizadas próximo ao Centro. Há também quadras de uso predominantemente industrial no entorno do Bosque.

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1 pavimento 2 pavimentos 4 pavimentos Figura 01 – C.H. Prefeito Salim Jorge Mansur

5 pavimentos Áreas Verdes

Figura 02 – C. H. Deputado Geraldo Ferraz de Menezes

3.2.2

ocupação do solo

Os edifícios com dois pavimentos são destinados ao comércio e as indústrias. Os Conjuntos Habitacionais Pref. Salim Jorge Mansur (figura 01) e Dep. Geraldo Ferraz de Menezes (figura 02) são os edifícios que possuem os maiores gabaritos identificados na área, com 4 e 5 pavimentos respectivamente. Devido a predominância de baixo gabarito, o entorno não apresenta problemas de má ventilação e sombreamento inadequado, o que não gera impacto negativo na paisagem, favorecendo também a localização visual do Bosque Municipal.

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Mapa 06 – Gabarito


De 2% a 5%

Mapa 07 – Curvas de Nível

De 5% a 10% De 10% a 20%

3.2.3

Mapa 08 – Declividade

topografia

A topografia do Bosque Municipal possui um desnível suave, com 12 metros de desnível em uma extensão de aproximadamente 300m como vemos no mapa 07. A área do Bosque apresenta, em sua maioria, declividade entre 2% e 5%. Também há locais onde a declividade é de 5% a 10%, como podemos observar no mapa 08. Estas condições permitem o fácil escoamento das águas pluviais e contribuem para a distribuição do programa em toda a área do bosque e inexistência de trajetos íngremes.

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Educação Saúde Assistência Social Cultura e Religião Esporte e Lazer

3.2.4

Infraestrutura

Bairro

Segurança Pública e Proteção

Município

equipamentos urbanos

A área do Bosque Municipal abriga vários tipos de equipamentos urbanos que atendem diversas escalas, como mostra o mapa 09. Podemos destacar como principais equipamentos urbanos presentes no entorno imediato os que atendem a escala municipal, sendo eles: 1-Cemitério (figura 03), 2-Velório Municipal (figura 04), 3-Asilo Lar São Vicente de Paulo (figura 05), 4-Sede do Tiro de Guerra e Junta do Serviço Militar (figura 06), 5-ETEC Antonio de Pádua Cardoso (figura 07), 6-Secretaria Municipal da Criança, Família e Bem-estar Social e 7-Centro de Convivência do Idoso (figura 08).

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Vizinhança

Mapa 09 – Equipamentos Urbanos


Figura 03 – Cemitério

Figura 04 – Velório Municipal de Batatais

Figura 05 – Asilo Lar São Vicente de Paulo

Figura 06 – Sede do Tiro de Guerra e Junta do Serviço Militar

35 Figura 07 – ETEC Antonio de Pádua Cardoso

Figura 08 – Centro de Convivência do Idoso


Áreas Verdes e de Lazer

áreas verdes O sistema de áreas verdes de Batatais está dividido em duas categorias, sendo Áreas Verdes e de Lazer e Áreas de Interesse Ambiental. As Áreas Verdes e de Lazer incorporam o Bosque Municipal, com função ecológica, estética e de lazer, as praças com função de lazer e os dispositivos de organização do tráfego, com função apenas estética. O Bosque Municipal está implantado na escala da cidade, sendo destinado a toda à população. As praças são implantadas para atender a escala da vizinha, o que justifica a sua quantidade considerável espalhada pela malha urbana. Observando o mapa 10 que indica as áreas verdes no município, observamos que apenas os bairros mais antigos, pertencentes às Unidades de Planejamento do Castelo, Vila Maria e Riachuelo, localizadas a oeste de Batatais, possuem poucas áreas verdes. Quanto às Áreas de Interesse Ambiental, estas são as Áreas de Preservação Permanente (APPs) dos córregos que passam pelo município, sendo eles: Córrego das Araras, Córrego dos Peixes, Córrego da Prata, Córrego do Desengano e o Ribeirão da Cachoeira.

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Áreas de Preservação Ambiental

Lago Artificial Praça Cônego Joaquim Alves Bosque Municipal de Batatais Parque Náutico Engº Carlos Zamboni

Mapa 10 – Áreas Verdes


Figura 09 - Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes de Batatais

Além do Bosque Municipal (figura 09), podemos destacar como áreas verdes de grande importância para o município, a Praça Cônego Joaquim Alves (Praça Matriz - figura 10), o Lago Artificial (figura 11) e o Parque Náutico Eng.º Carlos Zamboni (figura 12). Quanto ao uso, a Praça Matriz apresenta o maior fluxo de usuários, em diversos dias e horários. O Lago Artificial também é bastante utilizado como lazer pela população, intensificando seu uso aos finais de semana. Já o Parque Náutico possui o uso reduzido em relação às áreas já citadas, tendo maior uso apenas aos finais de semana. Por terem um uso mais ativo do que o uso observado no bosque, estes espaços possuem melhor estado de conservação, devido os cuidados realizados pela Prefeitura Municipal.

Figura 10 – Praça Cônego Joaquim Alves

Figura 11 – Lago Artificial

37 Figura 12 – Parque Náutico Engenheiro Carlos Zamboni


3.2.5

hierarquia viária Via Principal

De acordo com os levantamentos realizados sobre a hierarquia viária física do município (mapa 12) e a hierarquia viária funcional do entorno (mapa 11), constatou-se que o Bosque Municipal possui fácil acesso para os moradores não só do entorno, como de todo o município e da região. No mapa 13 foram demarcadas as principais vias que dão acesso ao Bosque Municipal. A Avenida Francisco Faggioni, via em que se localiza a entrada principal do Bosque, juntamente com a Rua Arthur Lopes de Oliveira, possuem um grande fluxo principalmente nos horários de pico e fazem a ligação dos bairros ao centro. As ruas Coronel Ovídeo e Pedro Boaretto, também tem grande importância para o acesso ao Bosque, pois nestas vias se encontram entradas secundárias. Ambas funcionam como vias locais que fazem ligação entre os bairros do entorno. A ligação dos bairros mais afastados, localizados ao sul do Bosque, é feita através da Vicinal Dep. Geraldo Ferraz de Menezes, que também liga o município à Rodovia Estadual Altino Arantes. A Avenida Moacir Dias de Morais via principal liga a Rodovia Cândido Portinari à Rua Pedro Boaretto.

38

Via Secundária/Coletora Via Local Ciclovia

Mapa 11 – Hierarquia Viária Funcional


Mapa 12 – Hierarquia Viária Física

Vicinal Dep. Geraldo F. de Menezes Av. Moacir Dias de Morais Av. Francisco FAggioni R. Arthur Lopes de Oliveira R. Coronel Ovídeo R. Pedro Boaretto

Mapa 13 – Principais vias de acesso ao Bosque Municipal de Batatais

39


3.2.6

caracterização socioeconômica caracterização do município

De acordo com dados do Censo 2010, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o município possui área total de 849,526 km², sendo 29,260 km² de zona urbana e 820,266 km² de zona rural. A população residente é de 56.476 habitantes, com densidade demográfica de 66,48 hab/km², está dividida em 27.744 homens e 28.732 mulheres. Em relação à faixa etária, a maioria da população, aproximadamente 16.200 habitantes, tem de 30 a 49 anos, conforme indica o gráfico 01, Em relação às etnias, a população está dividida conforme o gráfico 02, sendo 80% da população caucasiana, 14,8% parda, 5% negra e 0,2% amarela. Quanto ao setor da educação, os dados do IBGE indicam e 50.037 cidadãos alfabetizados. com Segundo dados de 2014 da Prefeitura Municipal, o município possui 15.846 alunos matriculados, sendo 4.382 alunos em instituições municipais, 5.899 em instituições estaduais e 2.521 alunos em instituições privadas. Conforme vemos no gráfico 03, os dados do IBGE de 2010 apontam que há maior quantidade de instituições e alunos no nível fundamental. No ensino superior privado, há 3.044 alunos matriculados nos curso de graduação, pós-graduação e ensino à distância.

40

Gráfico 01 – Pirâmide Etária

Gráfico 02 – Educação Amarela Amarela

Zona Urbana

Parda Parda

Zona Rural

Negra Negra Caucasiano Caucasiana (Branca)

Gráfico 03 – Etnias

Gráfico 04 – Rendimento nominal médio mensal

A economia é baseada no cultivo de cana-de-açúcar e café e nas indústrias do setor metalúrgico. A renda da população batataiense está foi analisada pelo IBGE como valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio, dividindo-se em zona rural com rendimento de 1932,99 reais e zona urbana com 3019,36 reais.

Zona Urbana Zona Rural


Acima de 10 pessoas 08 a 10 Pessoas 05 a 08 pessoas 03 a 05 pessoas

Mais de 85 anos De 60 a 85 anos

11 a 20 anos

11 a 20

De 25 a 40 anos

6 a 10 anos

6 a 10 a

De 18 a 25 anos

1 a 5 anos

De 40 a 60 anos

Gráfico 05 – Quantidade de moradores por domicílio

1 a 5 an

De 12 a 18 anos

Gráfico 07 – Tempo de permanência no bairro

De 6 a 12 anos

01 a 02 pessoas

Mais d

Mais de 20 anos

De 0 a 5 anos

Gráfico 06 – Faixa etária dos moradores da área

caracterização do entorno Foram elaborados questionários com o objetivo de conhecer melhor o entorno do objeto de intervenção, na visão de seus usuários e, abordando questões como sua caracterização socioeconômica, interação com as áreas verdes e de lazer do município, principalmente o bosque e as possíveis intervenções no mesmo. Com as informações obtidas, pretende-se elaborar a proposta de Revitalização do Bosque Municipal que atenda as necessidades da população. A partir do primeiro bloco de questões, foi possível realizar a caracterização socioeconômica do perfil dos moradores do entorno do objeto de intervenção. Procurava-se obter as seguintes informações: • Quantidade de moradores por domicílio; • Faixa etária dos moradores da área; • Tempo de permanência no bairro; • Renda; • Escolaridade.

Com a aplicação de 70 questionários, foram obtidos os seguintes resultados: Conforme podemos observar no gráfico 05, a maior parte dos domicílios é ocupado por 3 a 5 pessoas (66%), seguidos por domicílios ocupados por 1 ou 2 moradores (18%) e 5 a 8 moradores (16%), o que indica que o entorno não possui uma densidade demográfica elevada. Assim como os índices observados no município, o gráfico 06 mostra que a faixa etária predominante da população é de 40 a 60 anos de idade (28%), seguida por 12 a 18 anos (21%) e 25 a 40 anos (21%), 60 a 85 anos (8%), 0 a 5 anos (3%) e 6 a 12 anos (4%). Isso indica que a população do entorno, assim como do município é, em sua maioria adulta, tendo poucas crianças e idosos. Em relação a permanência dos moradores no bairro (gráfico 07), foi constado que a maioria dos entrevistados reside no bairro de 11 a 20 anos (30%), seguidos de 6 a 10 anos (26%), 1 a 5 anos (23%) e mais de 20 anos (21%), indicando que a área apresenta boa qualidade de vida, fazendo com que os moradores não tenham interesse em se mudar.

41


Não há grande diferenciação na renda dos moradores da área levantada, conforme vemos no gráfico 08, com a maioria tendo rendimento de 1 a 3 salários mínimos (49%), de 3 a 6 salários mínimos (31%), , mais de 10 salários mínimos (9%) e de 6 a 10 salários mínimos (7%) e menos de 1 salário mínimo (4%), o que indica igualdade social. Sobre o nível de escolaridade (gráfico 9), foi observada maior variedade de dados obtidos, com 48% que não concluíram ou estão cursando o ensino médio, 16% concluíram o ensino médio, 12% concluíram o ensino fundamental, 11% não concluíram o ensino fundamental, 10% concluíram o ensino superior e 3% não concluíram ou estão cursando o ensino superior. Estes dados indicam que não foi apresentado analfabetismo na área e que não há um índice de evasão escolar alarmante, visto que a maioria dos entrevistados com escolaridade incompleta, está com os cursos em andamento. Com o segundo bloco de questões é possível identificar a relação da população com as áreas verdes e de lazer do município como um todo.

42

Mais de 10 salários mínimos De 6 a 10 salários mínimos De 3 a 6 salários mínimos De 1 a 3 salários mínimos Menos de 1 salário mínimo

Gráfico 08 – Renda

Ensino superior completo Ensino superior incompleto Ensino médio completo Ensino médio incompleto Ensino fundamental completo Ensino fundamental incompleto Sem escolaridade

Gráfico 09 – Escolaridade


Praça bairro Zona Rural Horto Lago Artificial Parque Náutico Bosque Municipal Praça Matriz

Gráfico 10 – Áreas verdes frequentadas

Proximidade da casa Equipamentos Facilidade de acesso Segurança Qualidade dos espaços Infraestrutura adequada Gráfico 11 – Motivação de uso

Mobiliário urbano Paisagismo Segurança Equipamentos Acesso e circulação Áreas de convívio

Gráfico 12 – Melhorias nas áreas verdes

A grande maioria dos moradores (93%) costuma frequentar áreas verdes e de lazer. Como podemos observar através do gráfico 10, a Praça da Matriz é a mais frequentada, recebendo 45% dos moradores. Em segundo lugar, está o Lago Artificial que recebe 25% da população. O Bosque Municipal é o terceiro mais frequentado pelos moradores (145). As outras áreas verdes e de lazer são o Parque Náutico (5%), Horto Municipal (3%), e as praças em escala de bairro (1%). A zona rural do município, que inclui sítios e fazendas foi citada por 7% dos entrevistados como opção de lazer. Os motivos que levam à escolha da área verde e de lazer frequentada são a facilidade de acesso (36%), qualidade dos espaços (22%), proximidade de casa (21%(, infraestrutura adequada (13%), Segurança (5%) e os equipamentos disponíveisn (3%). Segundo a maioria dos entrevistados (33%), as melhorias que poderiam ser realizadas nestas áreas estão relacionadas à segurança. 29% dos moradores também sentem a necessidade de melhorias no paisagismo das áreas verdes, 25% acreditam que não áreas de convívo podem ser melhoradas. Há também melhorias a serem feitas nos acessos e circulação (6%), no mobiliário urbano (4%) e nos equipamentos (3%). Estes dados apresentados pelos gráficos 11 e 12 indicam que há a necessidade de elementos que tragam vitalidade para estas áreas, tornando-as mais atrativas ao público .

43


Com o intuíto de conhecermos melhor a relação da população com o bosque, as questões do terceiro bloco estão diretamente ligadas à área. De acordo com estas questões, foi percebido que o bosque não possui grande quantidade de usuários. Como observamos no gráfico 13, mais da metade dos entrevistados (54%) nunca foram ao bosque. Das pessoas que frequentam o local, 13% vai anualmente, 13% aos finais de semana, 3% mensalmente, 3% semanalmente, 3% duas vezes por semana e 3% diáriamente. A maior razão que leva aos moradores a optarem por não frequentar o bosque é a insegurança. Este motivo foi citado por 38% dos entrevistados. As outras causas do afastamento dos usuários do bosque são a falta de iluminação, apontado por 24% dos moradores, falta de manutenção (22%), falta de equipamentos (13%) e dificuldade de acesso (3%) Segundo os usuários do bosque, há atrativos que os levam a frequentar a área. A vegetação e a paisagem foram mencionadas por 48% dos frequentadores, seguidas pelas áreas de descanso e contemplação, que foram citadas por 28%. A possibilidade de praticar esporte atrai 23% dos usuários. Os equipamentos existentes se mostraram atrativos para apaenas 3% das pessoas.

44

Anualmente Mensalmente Diariamamente Aos finais de semana Duas vezes por semana Uma vez por semana Nunca Gráfico 13 – Frequência de uso do Bosque Municipal de Batatais Insegurança Falta de manutenção Falta de equipamentos Falta de iluminação Dificuldade de acesso

Gráfico 14 – Motivação de desuso do Bosque Municipal de Batatais Áreas de descanso e contemplação Possibilidade de praticar esportes Equipamentos Vegetação e paisagem

Gráfico 15 – Atrativos do Bosque Municipal de Batatais


Mobiliário urbano Segurança Acesso Equipamentos Paisagismo

Gráfico 16 – Melhorias no Bosque Municipal de Batatais

Contemplação Terceira idade Esporte Lazer Educação

Gráfico 17 – Temática do Bosque Municipal de Batatais Outros Locais para alimentação Playground Academia ao ar livre Quadra poliesportiva Ciclovia Pista para caminhada e cooper

Gráfico 18 – Equipamentos a serem implantados

Observando o gráfico 16, notamos que a segurança é a maior mudança a ser feita no bosque, sendo sugerida por 49% dos moradores. Mudanças tanto nos equipamentos quanto e no paisagismo, são desejadas por 22% dos cidadãos. 5% acredita que devem ser feitas mudanças nos acessos ao bosque e 2% deseja mudanças no mobiliário urbano do local. A respeito do tema mais importante que poderia ser trazido para o bosque, conforme vemos no gráfico 17, 36% dos cidadão optaram por uma área voltada para o lazer, 28% preferem um local para prática de esportes, 16% acham necessário que se tenha um local que priorize a terceira idade, 11% que priorize a educação e 9% esperam um local de contemplação. Sobre quais equipamentos deveriam ser instalados no bosque, 22% optou por academia ao ar livre, 19% locais para alimentação, 18% ciclovia, 17% pista para caminhada e cooper e 10% quadra poliesportiva. Analisando as informações obtidas através deste terceiro bloco, é possível concluir que a populção deseja um local seguro que atenda às suas necessidades de prática de lazer , com equipamentos que proporcionem a possibilidade de praticar esportes, combinados com elementos naturais e espaços voltados à contemplação, e relxamento, favorecendo seu bem-estar físico e mental.

45


3.3 O Bosque Hoje

46


3.3.1 Figura 13 – Notícia sobre a entrega da urbanização do Bosque Municipal de Batatais

Figura 14 – Notícia sobre a entrega da urbanização do Bosque Municipal de Batatais

histórico

O Bosque Municipal foi implantado por volta da década de 1950 pelo então prefeito e ecologista Dr. Alberto Gaspar Gomes, com auxílio de funcionários da prefeitura, ocupando uma área inutilizada do município. É composto por centenas de árvores de espécies nativas da região, entre elas Angico Branco, Ipê Amarelo e Sibipiruna, cuja escolha e plantio eram diretamente supervisionados pelo prefeito. Na década de 1980, na gestão do prefeito Geraldo Marinheiro foram realizadas várias obras no bosque, como urbanização e implantação de equipamentos de esporte e lazer. Em novembro de 1988 o bosque foi entregue ao público, recebendo o nome de “Dr. Alberto Gaspar Gomes”, em homenagem ao seu fundador, como foi noticiado em periódicos da época, como mostrado nas figuras 13 e 14.

47


3.3.2

situação atual

O Bosque Municipal “Dr. Alberto Gaspar Gomes”de Batatais, com área de aproximadamente 97 mil m², foi implantado com o objetivo de preservar espécies nativas e proporcionar a possibilidade da prática de esportes e lazer à toda a população do município. A Prefeitura Municipal é responsável pela manutenção do bosque, juntamente com a Guarda Municipal que faz o seu monitoramento. O horário de funcionamento é das 06h às 17h30. Através de levantamentos realizados no objeto de intervenção, foi possível identificar a sua atual situação e a necessidade de propor uma intervenção que traga vitalidade e atenda a necessidade de lazer da populção, visando também a preservação ambiental. O atual programa do bosque é composto por equipamentos relacionados a prática de esportes e apoio. São eles: • Pista para caminhada e cooper de 2km com estações para exercícios físicos; • Salão com pista de bocha e malha e jogos (figura 16); • Playground (figura 19); • 03 quiosques (figura 20); • Lanchonete desativada utilizada como sede do 383º Grupo de Escoteiros da Alta Mogiana (figura 17); • Espelho d’água (figura 21); • Sanitários (figura 18).

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1 2 3 4 5 6 7 8

-

Entrada Principal Entrada Secundária Salão de Jogos Lanchonete desativada Sanitários Playground Quiosque Espelho D’água

Figura 15 – Implantação Geral do Bosque atual


Figura 16 – Salão de Jogos

Figura 18 – Sanitários

Figura 17 – Sede do 383º Grupo de Escoteiros da Alta Mogiana

Figura 19 – Playground

49 Figura 20 – Quiosque

Figura 21 – Espelho D’água


3.3.3

flora e fauna

Através de levantamentos foi possível identificar as espécies vegetais existentes no Bosque Municipal, que são: Angico Branco, Angico Preto, Bambu Gigante, Balsamo, Barbatimão, Cabriúva, Cafezinho-do-campo, Cana fistula, Cipreste, Eucalipto Saligna, Eucalipto Citriodora, Goiabeira, Ingá-comum, Ipê Amarelo, Ipê Roxo, Jatobá, Jacarandá Paulista, Jacarandá Mimoso, Jambeiro, Jacarezinho, Mangueira, Monjoleiro, Macaúba, Pau-Terra, Pitanga, Pororoca, Quaresmeira, Seringueira, Sibipiruna e Sucupira. Na figura 22 podemos notar claramente a diversidade de espécies, grande parte delas nativas do Cerrado paulista e que serão mantidas Sobre a fauna, podemos citar a variedade de aves encontradas no local, sendo elas: Asa Branca, Anu Branco, Avoante (Pomba Campestre), Beija-Flor de Garganta Verde, Bem-Te-Vi, Cambacica, Cara-Cará, Gavião Carijó, Gorroera, Pardal, Pica-Pau Verde Barrado, Rolinha, Saira Amarelo, Saira Chapéu-Roxo, Tesourão e Vivi. Existem também macacos Sagüi. Estes animas são atraídos a área principalmente pela oferta de alimento.

50

Figura 22 – Diversidade Vegetal


3.3.4

Entradas Maior concentração de uso Maior fluxo de passagem

Figura 23 – Pontos de maior concentração de fluxo e uso

concentração e fluxo

Atualmente, os cidadãos não usufruem de modo efetivo de todas as atividades que o bosque oferece, dando preferência a alguns equipamentos, o que gera um ponto de concentração como podemos ver na figura 23. Esta concentração acontece na área onde se localizam o salão de jogos, sanitários, playground e sede do Grupo de Escoteiros. A causa desta concentração é a proximidade entre estes equipamentos e a existem de uma entrada secundária próxima facilita para que os usuários não circulem pelo bosque como um todo e não utilizem os outros equipamentos como os quiosques e estações de atividas físicas. Outro fator que gera concentração é a má disposição dos caminhos. A existência de uma entrada secundária oposta á entrada principal e um caminho que liga diretamente estas entradas, utilizado pela população como atalho, origina um maior fluxo, conforme visto na figura 24. Portanto, a faixa central do bosque não tem sido utilizada pelos cidadãos.

51


52


Capítulo 4 Referências Projetuais

53


4.1 Parque do Ingรก

54


4.1.2

4.1.1

histórico

O Parque do Ingá, com área de 47,3 ha, está localizado na Zona 01 no município de Maringá, no estado do Paraná. Delimitado pelas avenidas Anchieta, Laguna, São Paulo e Juscelino Kubitscheck de Oliveira. O projeto urbanístico foi elaborado pelo arquiteto Jorge de Macedo Vieira em 1945 com o intuito de manter intactas as reservas e matas nativas previstas no plano urbanístico da Cia. de Terras do Norte do Paraná. Depois de passar por intervenções que destinaram seu uso ao de área verde, a reserva ecológica foi inaugurada em 10 de outubro de 1971. Após constatar a situação do Parque, onde fatores como a vegetação degrada por incêndios e o plantio de espécies exóticas, os processos erosivos decorrentes da urbanização, as más condições do lago que se encontrava açodado e poluído e o sub-dimensionamento e/ou inadequação dos equipamentos construídos, levaram ao lançamento de um concurso, em 1989, para a escolha de um projeto de revitalização para o parque.

proposta

A proposta para a revitalização do Parque do Ingá consiste em aliar a preservação da área, a educação ambiental e as formas de lazer contemporâneo. A partir disso, foram definidos os seguintes objetivos e diretrizes: 1. Respeitar todas as formas de vida; 2. Estabelecer níveis de ocupação ecologicamente compatíveis; 3. Construir o espaço da atividade humana de forma ordenada, dinâmica e lúdica, através de uma intervenção urbanística e arquitetônica precisa, definida por limites de ocupação e percurso; 4. Proteger rigorosamente o patrimônio vegetal; 5. Proteger integralmente a vida do lago; 6. Adequar o zoológico às necessidades dos animais; 7. Instaurar um plano gerencial para o parque de forma a promover sua sustentabilidade através da renda gerada por ações educacionais e culturais e pelo arrendamento das estruturas arquitetônicas propostas. De acordo com estas diretrizes, o parque foi definido como Área Total de Reserva e foi considerado como um sistema ecológico formado por territórios distintos interdependentes. A área foi pensada como um conjunto de relações entre fauna, flora, ambiente natural - composto por solo, água e atmosfera - e ambiente artificial construído formado pelo conjunto das estruturas arquitetônicas e as atividades socioculturais propostas. A proposta busca a qualidade ambiental do sistema e o respeito à dinâmica própria de cada território, suas potencialidades e limites.

55


4.1.3

zoneamento

Enfatizando a vocação do Parque do Ingá como Área de Preservação Ambiental e partindo do plano urbanístico original e das diretrizes propostas para revitalização e reabilitação, levando em conta também a sua riqueza natural e o potencial de uso da área, originou-se um desenho que prevê a integração dos vários habitats e formas de vida e gruas de controle do uso. O zoneamento parte do conceito de Escola Viva, onde o foco é a educação ambiental e cultural inserida no cotidiano do cidadão. Foram propostas zonas e graus de ocupação, delimitados pela própria natureza e pela possibilidade de convivência. O Parque foi dividido em três áreas com usos diferentes, indicados na figura 24, submetidos a regime florestal. São eles: 1. Área de Reserva Permanente - 76,1% da área total do parque = 359.000 m2. Definida por toda a extensão de mata; 2. Área de Reserva Paisagística – 17,9% da área total do parque = 85.000 m2. Definida pela área natural e construída ocupada pelo zoológico (5,3% área total), pela extensão do lago e suas margens (11,6% da área total) e pela área do viveiro (1% da área total); 3. Área de Reserva Turística – 6 % da área total do parque = 28.600 m2. Área onde se localizam os equipamentos de lazer, cultura e esporte e definida por: • eixo oeste-nordeste, interligando em prolongamento as avenidas Tiradentes e Paissandu; • margem sul do lago; • área sinuosa que abraça parte da margem leste do lago; • parte da margem oeste do lago. A faixa perimetral ao parque está incluída, embora não faça parte da porcentagem acima.

56

Área de Reserva Permanente Área de Reserva Paisagística Área de Reserva Turística

Figura 24 – Zoneamento do Parque do Ingá


4.1.4

projeto

Reserva Permanente: Esta área, que é definida pela extensão total da mata, está destinada a fins científico e cultural. Visa o mapeamento, identificando espécies, relações entre água-solo-planta e os recantos paisagísticos mais belos, análise dos dados com a intenção de recuperação do ecossistema, de acordo com o grau de degradação, sendo eles alto ou moderado. São propostas duas trilhas educativas na área de reserva permanente: uma que destaque os aspectos naturais existentes, implantada onde o grau de degradação é moderado e a vegetação deve permanecer intocada, e outra trilha que destaque as diferenças dos graus de degradação e as propostas de recuperação/revitalização ou melhoramento/enriquecimento. Reserva Paisagística: A área de Reserva Paisagística permite a atividade humana de forma controlada, onde o acesso do público é feito através passarelas suspensas, pontes e decks. O programa é composto por: Zoológico – Com 25.000,00 m², o zoológico foi implantado nas margens sul-oeste

do lago, devido à relação entre animais, plantas e água, boa qualidade de insolação norte/leste, possibilidade de aproveitamento de acessos existentes para serviços e infraestrutura; proximidade ao edifício proposto para a administração geral do parque. Na figura 26 podemos observar um dos espaços do Zoológico. A circulação do público é feita através de passarela suspensa (figura 27). O zoológico também conta com praça, lanchonete, sanitários e mirantes. Lago (figura 28) e suas margens – Possui área de 55.000 m² e tem seus limites definidos por mureta de contenção e barragem com controlador de vazão. A vegetação é diversificada, incluindo plantas aquáticas que, juntamente com um aerador e quatro cata-ventos, auxiliam na oxigenação da água. Viveiro – Proposto para apoiar o programa de repovoamento da mata, o viveiro conta com uma área de 5.800,00 m², destinado para produção de mudas de sementes da vegetação do local. Também produz muda de plantas ornamentais, mudas para jardins, vasos e orquidário. Há realização de exposições, venda de mudas e cursos de educação ambiental e jardinagem.

57


58

Figura 25 –Trecho de uma das trilhas do Parque do Ingá

Figura 26 – Zoológico

Figura 27 – Passarela suspensa

Figura 28 – Lago


Reserva Turística: Concentra equipamentos de lazer ativo e contemplativo e atividades culturais, contando com espaços abertos e fechados, caminhos que contrastam elementos naturais e construídos. Esta área está dividida em 4 setores, sendo 3 setores internos com área de 28.000m² e o setor externo com 18.675,00m², conforme a figura 29. São eles:

Figura 29 – Setorização da Reserva Turística

Setor 1 – pórtico de entrada, administração, serviços gerais, tanques de oxigenação e aquário com espécies da região, mirante para o lago; Setor 2 – pórtico de entrada, rua-praça de acesso; Setor 3 – atividades de convívio com playground, coreto, praia, playground de água, anfiteatro, área comercial, gruta, museu ou Casa de Cultura Ambiental com auditório, salas para exposições e cursos. Setor 4 – área perimetral ao parque, aberta ao uso independente com restaurante, estacionamento, pista de passeio, local para ginástica.

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Figura 29 – Entrada Principal – setor 01

Figura 30 –Academia – setor 03

Figura 31 – Gruta – setor 03

Figura 32 – Prática de esportes no lago – setor 03

Figura 33 – Playground – setor 03

Figura 34 – Anfiteatro - setor 03

60


4.2.5

conclusão

Com a análise do Parque do Ingá, foi definida a utilização do conceito de ecogênese, onde se enfatiza a importância da preservação da flora existente e sua recuperação através do plantio de vegetação autóctone, o que também possibilita a preservação da fauna. Procura-se promover o uso da área verde, com o intuito de proporcionar lazer à população sem que a ação humana possa causar danos à vegetação, podendo também integrar ações de educação ambiental.

61


4.2 Parque Urbano e Vivencial da Gama

62


4.2.1

Figura 35 –Implantação Urbana do Parque Urbano e Vivencial da Gama

histórico

O Parque Urbano e Vivencial da Gama foi projetadado para ocupar uma área de 52 mil m² na região central da Gama, em Brasília, fazendo parte do programa “Brasília, Cidade Parque”. O projeto que data de 2012, escolhido através de concurso, foi concebido pelos arquitetos Luciana B. M. Schenk, Leandro Rodolfo Schenck, Mailton Sevilha, Lisandra dos Santos Casagrande e Michel Platini Barbosa.

63


4.2.2

proposta

A proposta do Parque Urbano e Vivencial da Gama tem como objetivo torná-lo um lugar referencial para a população, associando um desempenho ambiental, infraestrutural e social para a cidade. O partido busca relacionar questões da paisagem como as condições de relevo, corpos de água e fitogeografia à contemporaneidade da arquitetura de seus equipamentos. A ideia foi utilizar o afloramento de águas e a suave declividade do terreno como elemento de projeto, gerando uma implantação na qual um susposto eixo de água desse origem a uma ocupação em gradientes. As proximidade deste afloramento é destinada a lugares mais naturalizados e de menor impacto ambiental. Nas bordas, próximas ao urbano já consolidado, a maior presença das arquiteturas, ocupações de maior densidade e uso. Nas regiões intermediárias busca-se gerar zonas de transição que agreguem qualidades das duas partes. O conceito de gradiente também orienta a disposição da vegetação. A escolha das espécies obedece à fitogeografia da área, onde o bioma é do Cerrado, procurando também associar valor estético ao parque. A passagem das estações suscita uma modificação em sua fisionomia, ampliando as percepções, o que favorece a as condições de criação de um espaço livre público que se torne referencial para a população.

64

Figura 36 – Croqui conceptivo


Figura 37 – Florescimento verão

Figura 38 – Florescimento outono

Figura 39 – Florescimento inverno

Figura 40 – Florescimento primavera

65


4.2.3

projeto

O projeto é pensado a partir de um eixo transversal que articula a malha viária circundante no sentido SE - NO, ligando dois lados da cidade do Gama, procurando trazer um deslocamento funcional entre partes. Desenvolve-se um percurso diferenciado e arborizado, uma experiência que visualiza diferentes espacialidades. O programa do parque é composto por espaços destinados para encontros e eventos, como Anfiteatro e apoios, pista de aeromodelismo e praça aspersores d’água. Espaços para atividades, como as quadras e campos e seus apoios como sanitários e lanchonete, playground, equipamentos para atividades físicas, pista de skate e ciclovia. Há edifícios destinados à concivência para idosos e um centro de encontro, educação e cultura. As áreas destinadas à vegetação são divididas em áreas de brejo, reflorestamento mata de alta densidade, campos de Murundus, viveiro de mudas e horta comunitária. O estacionamento que estrategicamente supre as vagas necessárias ao parque e poderá funcionar como apoio a atividades existentes nessa parte da cidade, (como a Feira Permanente do Gama, fora da área do parque, ou às atividades que resultarem de ocupações anteriores, igrejas e loja maçônica).

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Figura 41 – Implantação geral


Figura 42 – Arquiteturas e Estacionamento

Figura 43 – Passeios e estares públicos

67

Figura 44 –Vegetação


Figura 45 – Água

Figura 46 – Lazer esportivo

68

Figura 47 – Circuito de ciclovias


Figura 48 –Eixo transversal

Figura 49 –Anfiteatro

Figura 50 –Estacionamento

Figura 51 – Centro administrativo e cultural

69 Figura 52 – Atividades acessíveis

Figura 53– Campo e quadras esportivas


Figura 54 –Playground

Figura 55 – Pista de skate

Figura 56 –Horta comunitária

Figura 57 – Espelho d’água

Figura 58 – Aspersores d’água

Figura 59 – Detalhe da ciclovia

70


4.2.4

conclusão

Através de leitura do projeto do Parque Urbano e Vivencial da Gama, foi estabelecido que a distribuição das atividades propostas para o Bosque Municipal de Batatais serão implantadas em gradiente, de forma que os espaços com uso mais intensivo fiquem próximos dos acessos e opostos à área de preservação, que deverá ter um uso mais controlado. A escolha dos locais que serão implantadas as diferentes espécies vegetais também seguirá o conceito de gradação e, embora priorize a recuperação da vegetação nativa, levará em conta também estética.

71


72


CapĂ­tulo 5 Projeto

73


5.1 Estudos Preliminares

74


conceito e partido

5.1.1

Figura 60 – Flores de manacá-da-serra

O conceito do projeto para a revitalização do Bosque Municipal “Dr. Alberto Gaspar Gomes” é baseado no manacá-da-serra. Tendo como referência o conceito de Ecogênese, onde busca-se a preservação da fauna e da flora através do plantio de espécies nativas da região, foi escolhida esta espécie por ser nativa do cerrado paulista. A flor do manacá-da-serra (figura 60) será base para a organização espacial do bosque, onde serão propostos cinco setores que correspondem às suas pétalas. A definição dos caminhos presentes no bosque seguirão a sua forma orgânica. Além disso, a variação de cores que vai do branco ao rosa, remete à ocupação em gradiente proposta pas o bosque. O partido adotado para o projeto de revitalização do bosque está relacionado ao programa de necessidades, através de sua setorização, da distribuição espacial das funções que serão organizadas a partir da entrada principal, permitindo que a área destinada à preservação se distância das áreas de uso mais intenso, mantendo seu uso controlado.

75


setor preservação Baseado no conceito de Ecogênese, este setor tem o intuito de preservação da flora nativa através do plantio de espécies vegetais nativas do cerrado paulista. Terá o acesso controlado de usuários, com caminhos destinados apenas para pedestres. Seu percurso contará com um guia que fornecerá informações a respeito da flora existente e educação ambiental.

setor eventos 5.1.2

zoneamento

A partir dos levantamentos realizados e das diretrizes propostas para a revitalização do Bosque Municipal “Dr. Alberto Gaspar Gomes” de Batatais, foi enfatizada sua vocação para a prática de lazer, recreação e contemplação. O zoneamento propõe zonas com diferentes graus de ocupação, mas que se relacionam entre si. Seus limites são definidos pelos caminhos, geralmente aqueles destinados à um maior fluxo de usuários. No quadro 01 observamos a descrição de cada setor.

programa de necessidades 5.1.3

Com base nos levantamentos realizados tanto no entorno, quanto no objeto de intervenção e com objetivo de oferecer uma área verde de lazer adequada à população, foi proposto o programa de necessidades visto na figura 60

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Com o objetivo de ser um ponto de encontro para a população, este setor contará com anfiteatro e demais equipamentos que possibilitarão o acontecimento de atividades culturais, apresentações e eventos tanto das instituições do entorno, como do município no geral.

setor contemplação Espaço destinado ao lazer contemplativo, onde serão plantadas árvores caducifólias, que fornecerão sombreamento nos meses mais quentes e permitirão insolação nos meses de inverno. Contará com um espelho d’água, que como a vegetação presente, é um importante elemento estético e que proporcionará sensações de tranquilidade e bem-estar.

setor infantil Com a implantação de novo edifício destinado a sede do 383º Grupo Escoteiro Alta Mogiana de Batatais e implantação de brinquedos infantis, este setor procura proporcionar a prática de atividades para as crianças, não só moradoras do entorno e alunas das escolas e creches próximas, mas as crianças de todo o município.

setor convívio Setor que enfatiza o lazer ativo através da implantação de equipamentos e mobiliário que possibilitarão a prática de atividades físicas como, por exemplo, a academia ao ar livre. O salão de jogos já existe e que possui considerável uso, ganhrá um novo edifício.


• Trilha ecológica

• Playgrond; • Sede do 383º Grupo de Escoteiros da Alta Mogiana /BATEA.

• Espelho d’água; • Praça de contemplação;

• Entradas principal e secundária; • Estacionamento; • Anfiteatro; • Lanchonete; • Sanitários.

• Entrada secundária; • Salão de jogos; • Academia ao ar livre; • Praça de convívio; • Bicicletário; • Sanitários.

Figura 61 – Zoneamento

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diretrizes gerais Reconstituição e preservação da flora local com base no conceito de Ecogênese

diretrizes projetuais Plantio de espécies vegetais nativas do cerrado paulista Implantação de postes em alumínio com pintura eletrostá-

Implantação de iluminação

tica, 1 ou 2 pétalas, cada uma com módulo composto por 24 power LEDs de 48W, tendo 4,20x1,54m. - Implantação de novo salão de jogos;

Melhoria de equiopamentos existentes

- Implnatação de novo edifício para sede do Grupo de Escoteiros que será utilizado também pelo Programa Batatais Educação Ambiental e Viveiro Florestal (BATEA). - Lanconete;

Implantação de novos equipamentos

- Sanitários; - Anfiteratro e praça para eventos. - Bancos em concreto branco com seções sólidas retas e curvas, que se adequal aos espaços a serem implantados; - Mesas em concreto para áreas de branco para áreas de

5.1.4

diretrizes

Implantação de mobiliário

alimentação e salão de jogos; - Lixeiras para coleta seletiva em aço e pintura eletrostática, com capacidade de 50l;

As diretrizes gerais que conduziram a elaboração do projeto tem como princípio a interação do usuário com o meio ambiente e a promoção da saúde e bem-estar, oferecendo espaços e equipamentos para tal. As diretrizes projetuais fazem parte das ações focadas no objeto de intervenção e são decorrentes das diretrizes gerais propostas, como apresentado no tabela 01

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- Equipamentos para atividades físicas; - Brinquedos infantis. - Pavimentação dos caminhos, estacionamentos e praças Implantação de pavimentação adequada

será feita em piso intertravado permeável; - Pavimentação da ciclovia com asfalto pigmentado semipermeável.

Melhoria da acessibilidade Melhoria da segurança

Todos os equipamentos e espaços serão adaptados de acordo com a NBR 9050/2015. Monitoramento e controle de acesso.

Tabela 01 – Diretrizes


Fluxo intenso Fluxo moderado Fuxo de acesso

Figura 62 – Intensidade de fluxo

primeiros estudos para implantação

5.1.5

Pedestre Ciclista

Figura 63– Definição de uso

No estudo da proposta 01, pretendia-se que houvesse a interação das atividades propostas através da distribuição espacial das funções, organizadas a partir dos eixos de circulação. Inicialmente, foram mantidos a maioria dos caminhos existentes e, com a utilização de desenhos, ficaram definidos o fluxo de usuários e a localização dos novos edifícios.

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1- Entrada principal 2- Guarita 3- Anfiteatro 4- Lanchonete 5- Praça de alimentação 6- Academia ao ar livre 7- Sanitários 8- Sede do 383º Grupo de Escoteiros da Alta Mogiana /BATEA. 9- Playground 10 - Entrada secundária 11 - Salão de jogos 12 - Quiosque 13 - Espelho d’água

Figura 64 – Plano de massas inicial

80


5.2 Projeto Final

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memorial justificativo 5.2.1

O projeto de revitalização do Bosque Municipal “Dr. Alberto Gaspar Gomes” de Batatais busca trazer vitalidade para esta área verde e de lazer, que ao poucos foi perdendo seu uso devido problemas como falta de segurança e manutenção. Para isso, buscou-se alternativas de modo a aliar a prática de lazer e a preservação, levando em conta a sustentabilidade. Acessos: Atualmente o bosque possui várias entradas, que não serão mantidas. O local terá acesso principal no cruzamento da Av. Francisco Faggioni e Rua Pedro Boaretto. Junto a este acesso, haverá também uma estrada secundária destinada a serviços. Outra entrada secundária, localizada mais a frente na Av. Francisco Faggioni tem por objetivo dar acesso direto à ciclovia. Fechamento: Com o intuíto de oferecer pontos de permeabilidade visual, estabelecento relação com o entorno, mas de modo a garantir a segurança, será proposto três tipos de fechamento. Próximo aos acesso, este fechamento será feito através de muro verde, combinando etapas de alvenaria, impermeabilização e hidráulica. O fechamento entre o bosque e os edi-

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fícios limítrofes será feito em alvenaria convencional. Nas demais áreas, o fechamento será em gradil eletrofundido em malhas quadradas, modelo Estrut , com módulos de 2,40 x 2,05 m, fornecido pela empresa Metalgrade (figura 65). O fechamento atual que separa os equipamento existentes do restante do bosque será removido. Piso: Atualmente o bosque municipal não possui nenhum tipo de piso, sendo todos os seus caminhos de terra, o que prejudica principalmente o acesso de pessoas com deficiências. Para solucionar este problema, buscou-se aliar a questão de acessibilidade e a sustentabilidade. É proposto que todos os passeios, praças, estacionamento e calçada sejam de piso intertravado permeável (figura 66). Apesar de ser segmentado, este tipo de piso proporciona conforto adequado a cadeiras e pessoas com mobilidade reduzida. Será também utilizado piso tátil de alerta e direcional (figura 67). Para a ciclovia, foi proposto o asfalto pigmentado semipermeável (figura 68) , que melhora a aderência dos pneus em caso de chuva e,possuinde drenagem adequada, além de pouca necessidade de manutenção. Vegetação: Será mantida a vegetação existente e implantadas mais espécies vegetais nativas do cerrado paulista, sendo elas: Açoita-cavalo, Ipê Branco, Manacá-da-serra, Manacá-de-cheiro, Paineira-rosa, Dedaleiro, Mulungu e Tarumão.


Figura 65 – Gradil

Figura 66 – Piso intertravado

Figura 67 – Piso tátil

Figura 68 – Concreto pigmentado

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Figura 69 – Proposta para salão de jogos - sem escala

Figura 70 – Proposta para Sede do Grupo de Escoteiros / BATEA - sem escala

84 Figura 71 – Proposta para lanchonete - sem escala

Edificações: Os edifícios existentes serão relocados, de acordo com a sua função e intensidade de uso, seguindo o conceito de gradação, sendo eles: salão de jogos, sede do Grupo de Escoteiros e sanitários. Serão implantados a lanchonete e o anfiteatro. A materialidade dos edifícios está relacionada à sustentabilidade. Em todos eles serão utilizadas estruturas metálicas, de modo a ter uma montagem mais rápida e de baixo impacto. Os fechamentos serão em vidro e concreto. A orientação será de modo a aproveitar a ventilação cruzada e a iluminação natural, utilizando atenuadores solares, de acordo com a necessidade. Serão adotados métodos de redução do consumo de energia como lâmpadas de baixo consumo e painéis solares. Também haverá redução do consumo de água com a captação de água pluviais através das calhas.O sistema proposto se assemelha ao da figura xx. A água captada será utilizada para descargas, limpeza do bosque e irrigação. Estes sistemas serão implantados no edifício da sede do Grupo de Escoteiros / BATEA e no salão de jogos. Salão de Jogos: Como observado através de visitas à área e entrevistas com os usuários, o maior atrativos do bosque é o salão de jogos. Este equipamento será mantido, porém receberá um novo edifício. Nele estarão presentes o campo de bocha, sanitários e salão para prática de jogos de mesa, como podemos ver uma proposta na figura 69.


Sede do Grupo de Escoteiros / BATEA: O edifício onde atualmente é a Sede do 383º Grupo de Escoteiros da Alta Mogiana era utilizado anteriormente como lanchonete. Será proposto um novo edifício para a sede, que deverá abrigar também o Programa Batatais Educação Ambiental e Viveiro Florestal (BATEA). O programa deve edifício deve conter duas salas para aula e palestras, sanitários, copa para os funcionários e administração, conforme prosposto na figura 70. Estas organizações deverão contribuir com a manutenção do bosque e serão responsáveis pelo programa de educação ambiental e passeios nas trilha ecológica. Lanchonete: Deverá ser implantada uma pequena lanchonete, que poderá seguir a proposta na figura 71, que atenderá os frequentadores do bosque. Seu programa deverá contar com cozinha, depósito de lixo, depósito de material de limpeza, dispensa, salão e sanitários. Anfiteatro: Como meio de valorização do bosque, foi proposto um anfiteatro, onde poderá acontecer shows e eventos destinados a toda população. A implantação deste equipamento também tornará possível diversos horários de funcionamento do bosque, inclusive a noite, aumentado o fluxo de pessoas, contribuindo para a segurança.

Ciclovia: Como uma forma de lazer oferecido pelo bosque, a ciclovia incentiva a prática do ciclismo, trazendo benefícios à saúde e estimulando a relação entre os usuários. Academia: Serão implantados equipamentos para prática de exercícios físicos que não exegem demasiado esforço do usuário como as academias convencionais. Pode ser utilizado por pessoas de diferentes faixas etárias. Sendo eles: roda de ombro, abdominal duplo, espaldar, leg press, esqui, simulador de caminhada, simulador de cavalgada e twisth lateral duplo. Playground: Com o objetivo de proporcionar lazer infantil, o playground foi mantido, com os seguintes brinquedos: balanços, escorregas, gangorras, trepa-trepa, girador, escadahorizontal, multiplay e caixa de areia. Espelho D’Água: Porporcionará um ambiente de relaxamento e comtemplação, atuando para o bem- estar Praças: As praças presentes no bosque tem seu modo de uso definido pelo local de sua implantação, seguindo o conceito de gradação. Desta forma, a praça de eventos terá um mairo fluxo de pessoas, a praça de convívio proporcionará a proximidade entre os usuários e a praça de comtemplação será um ambiente de tranquilidade.

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5.2.2

fluxograma

Conforme citado no capítulo 1, para que a vitadade seja atingida no bosque, deve-se buscar a utilização de quatro elementos: complexidade, centralidade, insolação e delimitação espacial. A complexidade é atingida através da variedade de equipamentos oferecidos. A centralidade foi definida pela maior concentração de usuários, sendo a praça de eventos. A insolação é obtida através da alternância de clareias e concentrações arbóreas. Por fim, a delimitação espacial onde os edifícios do entorno e seus usos contribuem para a definição do zoenamento. O fluxograma apresentado na figura 72 tem a intenção de apresentar este conceito.

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Figura 72 – Fluxograma


5.2.3

0

implantação geral

10

25

50

Figura 73 – Implantação Geral

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Piso intertravado impermeável cor terracota Piso intertravado impermeável cor camurça Asfalto pigmentado semipermeável Grama Batatais

Figura 74 – Pavimentação

8

6 7 5 3 2

1

9

4 10 11 12

88 Figura 75 – Distribuição do programa

1 2 3 4 5 6

Estacionamento Praça de Eventos Lanchonete Anfiteatro Playground Sede do 383º Grupo de

7 8 9 10 11 12

Escoteiros da Alta Mogiana /BATEA. Praça de comtemplação Espelho D’água Academia ao ar livre Salão de Jogos Praça de Convívio Bicicletário


Capítulo 6 Considerações Finais

89


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A realização deste projeto tem a intenção trazer vitalidade para uma área verde de grande importância para o município de Batatais. A partir dos levantamentos realizados, constatou-se que para que este objetivo fosse atingido, seria necessário resgatar a relação de identidade da polulação com o Bosque Municipal. Para isso, buscou-se valorizar os aspectos positivos do espaço, mantendo os equipamentos que possuiam um uso efetivo e implantando outros equipamentos que atraiam diferentes tipos de usuários. A preservação e restauração do ecossitema também foi ponto de partida para a elaboração deste projeto, sendo uma de suas diretrizes. A partir disso, espera-se que a população usufrua de todos os benefícios físico-mentais que o Bosque oferece, contribuindo também com sua conservação e preservação da flora e fauna.

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ReferĂŞncias

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bibliografia BUCCHERI FILHO, A. T. O Planejamento dos Espaços de Uso Público, Lives de Edificação e com Vegetação (EUPLEVs) no Município de Curitiba, PR: Planejamento Sistemático ou Planejamento Baseado em um Modelo Oportunista? 2010. 2013f. Tese (Pós-Graduação em Geografia) Universidade Federal do Paraná, Curitiba 2010. CASTELNOU NETO, A.M. A intervenção arquitetônica em obras existentes. Semina: Ci. Exatas/ Tecnol., Londrina, v. 13, n. 4, p.265-268, dez. 1992. CAPORUSSO, D.; MATIAS, L.F., Áreas verdes urbanas: avaliação e proposta conceitual. 2008. 87f .Dissertação (Mestrado em Geografia) Universidade Estadual de São Paulo, Rio Claro, 2008. CURADO, M. M. C., Paisagismo Contemporâneo no Brasil: Fernando Chacel e o Conceito de Ecogênese. LE CORBUSIER. Carta de Atenas. p.14-18, nov. 1933. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=233> Acesso: 12 setembro 2014 LOBODA, C. R., ANGELIS, B. L. D. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Ambiência Guarapuava, PR v.1 n.1 p. 125-139 jan./jun. 2005. Disponível em: <http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo169-publicacao.pdf> Acesso: 12 setembro 2014 MAYMONE, M. A. A., Parques Urbanos - Origens, Conceitos, Projetos, Legislação e Custos de Implantação. Estudo de Caso: Parque das Nações Indígenas de Campo Grande-MS. 2009. 185f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias Ambientais) Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2009. MORAGAS, R. A. R.; MORAGAS, W. M. Revitalização dos Espaços Públiso de Lazer: Exemplo do Parque das Andorinhas – Presidente Prudente – SP – Brasil. Jataí

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imagens Figura 01 – Conjunto Habitacional Prefeito Salim Jorge Mansur Figura 02 – Conjunto Habitacional Deputado Geraldo Ferraz de Menezes Figura 03 – Cemitério Figura 04 – Velório Municipal de Batatais Figura 05 – Asilo Lar São Vicente de Paulo Figura 06 – Sede do Tiro de Guerra e Junta do Serviço Militar Figura 07 – ETEC Antonio de Pádua Cardoso Figura 08 – Centro de Convivência do Idoso Figura 09 – Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes de Batatais Figura 10 – Praça Cônego Joaquim Alves Figura 11 – Parque Náutico Engenheiro Carlos Zamboni Figura 12 – Lago Artificial Figura 13 – Notícia sobre a entrega da urbanização do Bosque Municipal de Batatais Figura 14 – Notícia sobre a entrega da urbanização do Bosque Municipal de Batatais Figura 15 – Implantação Geral do Bosque atual Figura 16 – Salão de Jogos Figura 17 – Sede do 383º Grupo de Escoteiros da Alta Mogiana Figura 18 – Sanitários Figura 19 – Playground Figura 20 – Quiosque Figura 21 – Espelho d’água Figura 22 – Diversidade Vegetal Figura 23 - Pontos de maior concentração de fluxo e uso Figura 24 – Zoneamento do Parque do Ingá Figura 25 – Trecho de uma das trilhas do Parque do Ingá Figura 26 – Zoológico Figura 27 – Passarela suspensa Figura 28 – Lago Figura 29 – Setorização da Reserva Turística

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Figura 30 – Entrada Principal – setor 01 Figura 31 – Academia – setor 03 Figura 32 – Gruta – setor 03 Figura 33 – Prática de esportes no lago – setor 03 Figura 34 – Playground – setor 03 Figura 35 – Anfiteatro – setor 03 Figura 36 – Implantação Urbana do Parque Urbano e Vivencial da Gama Figura 37 – Croqui conceptivo Figura 38 – Florescimento verão Figura 39 – Florescimento outono Figura 40 – Florescimento inverno Figura 41 – Florescimento primavera Figura 42 – Implantação geral Figura 43 – Arquiteturas e Estacionamento Figura 44 – Passeios e estares públicos Figura 45– Vegetação Figura 46 – Água Figura 47 – Lazer esportivo Figura 48 – Circuito de ciclovias Figura 49 – Eixo transversal Figura 50 – Anfiteatro Figura 51 – Estacionamento Figura 52 – Centro administrativo e cultural Figura 53 – Atividades acessíveis Figura 54 – Campo e quadras esportivas Figura 55 – Playground Figura 5 6– Pista de skate Figura 57– Horta comunitária Figura 58 – Espelho d’água

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Figura 59 – Aspersores d’água Figura 59 – Detalhe da ciclovia Figura 60 – Flores de manacá-da-serra Figura 61 – Zoneamento Figura 26 – Intensidade de fluxo Figura 63– Definição de uso Figura 64 – Plano de massas inicial Figura 65 – Gradil Figura 66 – Piso intertravado Figura 67 – Piso tátil Figura 68 – Concreto pigmentado Figura 69 – Proposta para salão de jogos - sem escala Figura 70 – Proposta para Sede do Grupo de Escoteiros / BATEA - sem escala Figura 71 – Proposta para lanchonete - sem escala Figura 72 – Fluxograma Figura 73 – Implantação Geral Figura 74 – Pavimentação Figura 75 – Distribuição do Programa

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mapas Mapa 01 – Localização do município de Batatais Fonte: Acervo pessoal, 2015 Mapa 02 – Localização do Bosque Municipal Dr. Alberto Gaspar Gomes Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais (modificado pela autora), 2015 Mapa 03 – Evolução Urbana de Batatais Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 04 – Bairros Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 05 – Uso do Solo Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 06 – Gabarito Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 07 – Curvas de Nível Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 08 – Declividade Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 09 – Equipamentos Urbanos Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 10 – Áreas Verdes Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 11 – Hierarquia Viária Funcional Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015

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Mapa 12 – Hierarquia Viária Física Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015 Mapa 13 – Principais vias de acesso ao Bosque Municipal de Batatais Fonte: Prefeitura Municipal de Batatais – modificado pela autora, 2015

gráficos Gráfico 01 – Pirâmide Etária Fonte: Censo 2010 - IBGE Gráfico 02 – Educação Fonte: Censo 2010 - IBGE Gráfico 03 – Etnias Fonte: Censo 2000 - IBGE Gráfico 04 – Rendimento nominal médio mensal Fonte: Censo 2010 - IBGE Gráfico 05 – Quantidade de moradores por domicílio Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 06 – Faixa etária dos moradores da área Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 07 – Tempo de permanência no bairro Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 08 – Renda Fonte: Acervo pessoal, 2015

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Gráfico 09 – Escolaridade Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 10 – Áreas verdes frequentadas Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 11 – Motivação de uso Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 12 – Melhorias nas áreas verdes Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 13 – Frequência de uso do Bosque Municipal de Batatais Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 14 – Motivação de desuso do Bosque Municipal de Batatais Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 15 – Atrativos do Bosque Municipal de Batatais Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 16 – Melhorias no Bosque Municipal de Batatais Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 17 – Temática do Bosque Municipal de Batatais Fonte: Acervo pessoal, 2015 Gráfico 18 – Equipamentos a serem implantados Fonte: Acervo pessoal, 2015

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