Belém 06/11/2012Aciyomi Encontro com Mãe Nalva Fomos ao encontro de Mãe Nalva, para conhecer o Ilê (terreiro) e Aciyomi (Associação). Quando o taxista confirmou a localização, de pronto nos avisou que se tratava de um lugar perigoso e violento. No caminho, o que pudemos perceber, foi a grande desigualdade social e a pobreza extrema. O terreiro está localizado no final de uma rua, próximo a um córrego. É visível a falta de saneamento básico. Fomos muito bem recepcionados por Mãe Nalva, que já nos aguardava com muita ansiedade. Ela nos apresentou o espaço da Aciyomi, uma casa recém alugada para acomodar o Ponto de Leitura e os pertences da Associação e realizar as ações, inclusive implantar o Banco Popular. Bem em frente, do outro lado da rua, está localizado o Ilê, que permanece fechado, pois não há atividades no momento. Mãe Nalva nos mostra a Biblioteca da associação, que agora conta também com o kit do Ponto de Leitura: computador, mesa, pufs, prateleiras, livros. Informa ter recebido o material ontem (05-11). Conhecemos alguns amigos e colaboradores da associação e do Ilê: Dona Rosa (moradora vizinha ), Pai Mário e Pai Marcelo. Conversamos com Mãe Nalva sobre a proposta do projeto, tempo de permanência do grupo e ela falou um pouco de sua história. Tivemos pouco tempo de conversa, pois ela já estava com compromisso, mas registramos suas histórias. Segundo ela, o candomblé sofre porque precisa do mato, e os espaços pra buscar folhas, ervas, e fazer os trabalhos sagrados estão distantes e sempre precisa de pedir autorização da polícia, uma burocracia, e a acusação de que os terreiros acabam com as matas. Faz uma critica as igrejas evangélicas, preconceituosas e perseguidoras e inclusive já houve intervenção mais frontal, com xingamentos pelo alto-falante durante os cultos do terreiro, chamada da policia etc. Até final de 60 pra 70 havia muitos terreiros de Mina. Não tinha tanta intolerância, por conta do sincretismo, e as mães eram tidas como benzedeiras, curandeiras (os), parteiras. Sua avó tocava tambor, e tinha sempre uma cesta de ervas para curas. Aguardando o táxi, conversei um pouco com Pai Marcelo, e descobri que ele é uma figura chave na história de Mãe Nalva, pois ele foi filho de santo de Dona Maria, mãe biológica de Nalva, e acompanhou toda a trajetória das duas, na vida religiosa. Vale a pena conversar com ele, amanhã, durante entrevista que marcamos com o grupo da Associação. Planejamento para entrevistas- Cintia e Vilma
www.ancestralidadeafricana.org.br
Vilma e eu, aproveitamos o intervalo de entrevistas para levantar algumas questões a serem abordadas com o grupo nos próximos dias, a partir das informações passadas por Mãe Nalva.
Belém 07/11/2012Aciyomi Conversa com Rita e Mãe Nalva Chegamos à Associação e não havia ninguém. Telefonamos para Rita, Ekédji (equéde) do Ilê e integrante da associação. Ela logo chega e seguimos para o interior da Aciyomi. Somos informados que o restante do grupo não comparecerá: Pai Marcelo teve problemas, Dona Rosa estava cuidando do neto, Mãe Nalva estava em um compromisso Quanto a Pai Mário, chegaria em breve. Rita apresenta proposta de realizar um evento aberto à comunidade no sábado, 10-11, para inaugurar o novo espaço e apresentar o Ponto de Leitura e a proposta do Projeto de Memória aos membros da Associação e frequentadores do Ilê. Sendo sábado o melhor dia para unir todos e todas, da comunidade local e do Ilê, pois é um dia em que estão em casa e já se organizam para realizar as atividades do terreiro. Marcamos de realizar a atividade e gravação de entrevistas na 6ª feira e captar algumas imagens das atividades no Ilê, que forem possíveis de ser apresentadas, no sábado, até as 12h. (quando Cintia e Bruno têm o voo de volta). Pensa-se que é possível a participação de dona Yanarê, avó de santo de Rita, mãe de Santo de Mãe Nalva, no encontro de 6ªfeira; e do Pai Marcelo é uma pessoa frequente na comunidade e faz parte da Associação Aciyomi; Informa que o Ilê se inscreveu em um edital da Petrobras, com o Projeto “Cria de Yawo”. O projeto tem como proposta captar histórias da ancestralidade africana; Chega Mãe Nalva, acompanhada de Pai Mario. Mãe Nalva diz que ainda há intolerância religiosa, e em alguns espaços é cada vez maior. Há relatos de lugares que impedem o uso de fio de contas; Ainda há adeptos que se intimidam e renegam suas raízes por vergonha e medo de repressão; - Há um calendário fixo de encontros, ações e eventos públicos, no terreiro e em outros espaços frequentados por Aciyomi: * Março: - Comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, realizado com um café da manhã e roda de bate-papo com mulheres do terreiro e da comunidade local. - Participação no Encontro pelo Dia Estadual da Umbanda e Comunidade de Terreiro, juntamente com outros terreiros, comemorado no dia 18-03. Dia é oficial, desde o ano de 2000 há uma lei que decreta essa data se refere à primeira vez em que um tambor (na casa da Mãe Doca) foi “tocado” no Pará. Mãe Doca é uma referência e tem uma história de resistência na luta contra a intolerância religiosa: ela foi presa, enfrentou muitas batalhas. Terreiro foi fundado em 1910.
www.ancestralidadeafricana.org.br
*Abril: - Feijoada de Ogum *Junho: - Festa junina realizada nas ruas da cidade. Há concurso de quadrilhas juninas, realizado pela Prefeitura; - Festa do Boi Bumbá e homenagem ao Pássaro Junino, são outras festividades no período. *Julho: - Período de realização de atividades internas, iniciações, obrigações. *Setembro: - Festival das Crianças, que acontece no dia 27-09, em quase todas as casas de religiões de matriz africana. São distribuídos, para as crianças, saquinhos com bombons, brinquedos e mesa de caruru para as crianças, além de almoço para toda a comunidade. É comum, neste período, as crianças peregrinarem por diversas casas e acomodar em grandes sacolas, doces e brinquedos. * Outubro - Atividade em prol da Saúde da População Negra; Não participam, enquanto representantes religiosos, do Círio. Também não realizam ações e atividades durante esse período. * Novembro - Dia Nacional da Umbanda, em 15-10. Nesta data, vários terreiros se encontram na Praça da República para a realização de um grande ato público; * Dezembro - Fórum Nacional Uni-AIDS; - 07 e 08-12 Festa em homenagem à Iemanjá na Praia. No primeiro dia há atos religiosos e no segundo dia, feriado, há festas e comemorações não religiosas (participação de adeptos e não adeptos). Durante o segundo dia, a Aciyomi faz ações de prevenção e saúde, como distribuição de preservativos em uma barraca instalada no local. - Há ainda outras ações e atividades pontuais, realizadas pelo terreiro, sem datas fixas, como: Cinema nos terreiros; Ações de Saúde em parceria com o Governo Estadual (visita de prevenção aos terreiros, atividades de prevenção com a comunidade local, distribuição de preservativos à comunidade e entrega de cotas mensais a terreiros parceiros).
Almoçamos e depois demos continuidade a entrevista, que pontuamos a seguir.
www.ancestralidadeafricana.org.br
- Mãe Nalva diz que a Igreja católica pouco participa dos encontros e ações da rede de religiões e saúde e quando participam são apenas ouvintes. - No ano de 2012, os terreiros de Belém receberam orientações de órgãos como a Vigilância Sanitária – de que bombons não poderão ser distribuídos, a partir de 2013, como homenagem às crianças, por risco de intoxicação. Mãe Nalva ainda pensa em uma alternativa de doce a distribuir, já que essa é uma tradição (em seu caso herança familiar, tanto biológica quanto de santo) na cidade. - Todas as festas religiosas, ações e atividades comunitárias, bem como a manutenção da casa onde está instalada a associação, são realizadas sem o apoio financeiro de órgãos públicos ou privados. As despesas são cobertas pela própria comunidade local, amigos apoiadores, doações adquiridas no CEASA e feiras locais, ações para levantar fundos (ex: bazares), etc. - Nova denominação de participantes e núcleos do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiro, que distribuem cestas de alimentos: Comitês Gestores Estaduais da Ação de Distribuição de Alimentos para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana – CGMAF e Articuladores(as) de políticas de cestas de alimentos para comunidades tradicionais de Matriz Africana; - Virgínia Miranda de Fonseca, avó materna, bem como a própria mãe Dona Maria eram adeptas às manifestações religiosas de matriz africana. A avó era afrodescendente (?), filha de Dono de Engenho. Não há relatos de familiares da avó, de que tenham sido escravizados. - Não conheceu o avô materno (falecido), mas teve contato com o segundo marido da avó, Manuel(que era irmão do primeiro marido). Não há informações de familiares que foram escravizados e relação com religiosidade de matriz africana. Eram afrodescendentes. - Dona Irinéia, avó paterna, morreu no parto de Aarão, pai de Mãe Nalva. Conheceu o avô paterno, senhor José e sua segunda esposa. Família de posses, evangélicos, brancos e não aceitaram o casamento dos pais e discriminavam a dona Maria por ser negra. Senhor Aarão era bicheiro, boa estabilidade financeira e tinha amantes; - Avó, Dona Virgínia, nascida em Abaetetuba, teve 2 filhos (um morreu cedo e a segunda é Dona Maria) era parteira, benzedeira, trabalhava com Cura e Pajelança. Morava com a filha Maria, mesmo após esta constituir uma família; - Dona Maria, do orixá Iemanjá, teve seis filhos com Aarão e outros filhos com seu segundo marido, Manoel (esse é negro, abataezeiro-tocador de atabaque, frequentador de Tambor). Após a separação do primeiro casamento, abre uma casa de Tambor e depois de certo tempo que se inicia no candomblé (por necessidade espiritual, feita por Pai Euclides, Casa Fanti Ashanti, no Maranhão). Abre um terreiro em Ananindeua.
- Mãe Nalva é a única filha e neta que acompanha tanto dona Maria quanto Dona Virgínia nos compromissos religiosos, desde pequena. Aos 12anos tem sua primeira experiência espiritual, embora tenha evitado esse “dom” durante alguns anos, para esconder do 1º marido (com quem casou aos 14 anos) e da sociedade. Teve dois filhos biológicos. Após 16 dias do
www.ancestralidadeafricana.org.br
falecimento de sua mãe, Dona Maria, Mãe Nalva termina o primeiro casamento e inicia sua vida religiosa, pois já estava incumbida de dar continuidade (herança) na tradição da família, (década de 1990). No candomblé é iniciada por Yanarê de Iemanjá, filha de santo de Dewí e neta de santo de Obatundewí Yalorixá do terreiro dos Três Unidos, de Salvador. Por conta da distância, Mãe Nalva não quis ir pro terreiro de sua mãe biológica, em Ananindeua, quando teve que assumir suas responsabilidades da herança, alguns anos após iniciada no candomblé. Recebeu os direitos para se tornar uma Yalorixá e abre seu terreiro, na casa onde mora, no bairro do Terra Firme (final da década de 1990, inicio da década de 2000). Nesse mesmo período Mãe Nalva ingressa no Projeto Atoíre, que é o inicio da Rede de Religiões de Matrizes Africanas, dando inicio ao ativismo em movimentos sociais. Em 2002 (oficialmente em 2004) surge a Aciyomi. - Dentre os filhos de santo, estão duas irmãs biológicas de Mãe Nalva (filhas do segundo casamento de Dona Maria) e seus filhos (3 ou 4) e uma sobrinha, filha de outra irmã (filha do primeiro casamento de Dona Maria) com seus filhos (2). Mãe Nalva informa que o No Pará 600 pessoas morreram de Aids por falta de remédios e de médicos. o Existe um Conselho do Negro - CEDEMPA – defesa do negro. Aciyomi atividades: Coordenação da Rede Nacional de Religiões Afro e Saúde Rede estadual de saúde Comunidades tradicionais Fórum Nacional de Segurança Alimentar – e distribui cestas de alimentos para a comunidade sua e para outros terreiros Oficinas de artesanatos Tem um projeto de telecentro, mas não está montado, embora já tem os equipamentos Atualmente está a montar um banco comunitário – ABAMODÁ- junto ao Banco do Amazonas. Disponibilidade de histórias infantis. Redes Aconselhamento HIV Serie de exames, feito em colaboração com a Saúde Estadual Vacinação Tem cota de preservativos para distribuição.
Ile e Aciyomi: Mãe Nalva morava na mesma casa (do Ile) há mais de 30 anos, e transforma em casa de Macumba, 2002/3- faz a 1ª. Filha de santo, Simoni, que é s/ irmã biológica. Assenta a casa www.ancestralidadeafricana.org.br
Década de 90- os terreiros começam a se meter nos movimentos sociais. Projeto Atoyrê Foi uma das fundadoras da Rede 2002 – começa a Associação não oficial 2004- tem CNPJ OBS: No Pará = Anaiza Virgulino – pesquisadora de terreiros
Marcamos a roda de conversa com o grupo (filhos de santo, integrantes da associação e alguns moradores da comunidade) todo na 6ªfeira, as 16h.
Belém, 08/11/2012Aciyomi Conversa com Pai Marcelo, em Aciyomi Chegamos a associação e Pai Marcelo já estava a nossa espera. Logo apresentamos a proposta de nosso encontro, as questões que vamos abordar durante a conversa... Preparamos os equipamentos e demos inicio a entrevista. - Pai Marcelo diz que começou a frequentar e se envolver espiritualmente com a Mina, Pajelança e Cura há 30 anos (desde 13-05-1982), numa festa em homenagem ao Preto Velho, na casa de Dona Maria, mãe biológica da Mãe Nalva, na travessa do Curuzu. Diz que nesse período, Dona Maria já tinha a casa por volta de 20 anos. - Dona Maria se iniciou no candomblé com Pai Euclides, do Maranhão, na década de 1980, porém continuou tocando na casa da Travessa do Curuzu e trabalhando com Mina, Pajelança e Cura. Quando recebeu um espaço em Ananindeua, na Grande Belém, presenteado por uma filha de santo às suas entidades (década de 1990), Dona Maria construiu um terreiro, num espaço maior onde caberia todos os seguidores e filhos. Não se desfez da casa na Travessa do Curuzu e após sua morte, os pertences religiosos foram distibuídos aos filhos (a pedido de padrinhos de santo de Dona Maria), algumas filhas biológicas foram morar nesta casa, porém abandonaram o terreiro em Ananindeua. Pai Marcelo afirma que o local foi invadido e hoje é ocupado por estranhos, como moradia. - Pai Marcelo teve seu primeiro contato com a religiosidade, por intermédio de sua avó materna. Desde pequeno acompanhava a avó nas atividades religiosas, mas se limitava no envolvimento, pois tinha medo. - Sua herança espiritual vem de Dona Maria, e de sua avó materna, Dona Lurdes (mãe de santo de Adelaide, sua tia, é irmã biológica do Pai Marcelo). - Mora em uma vila na Travessa do Curuzu, onde também é o seu terreiro, no bairro de Fátima. Descreve o bairro como violento e perigoso antigamente, porém hoje aponta melhorias. - Em dias de Tambor (festas), hoje em dia chega a ter cerca de 200 pessoas que passam pela casa. No geral a vizinhança respeita, principalmente pelo fato de desenvolver algumas ações com a comunidade, durante o ano. Os vizinhos que mais reclamam são os católicos, e mesmo hoje sendo em número menor de ocorrências, quando o fazem chamam a polícia. Embora já
www.ancestralidadeafricana.org.br
tenha recebido militares, devido a essas reclamações, nunca teve que fechar a casa e nunca foi tratado de forma violenta. - O sincretismo com a religião católica é bem forte e tem uma proximidade com a Mina Nagô de Belém (referente forma que trabalha com religiosidade em sua casa - Pai Marcelo). - Terreiro de Mina Nagô Jaguarema é o nome da casa de pai Marcelo, que mesmo com o direito e liberdade de exercer sua religiosidade, ainda é filiado e sempre leva consigo a carteirinha da Federação. - As Federações de Religiões de Matriz Africana em Belém: Federação do Cruz recolhia verba para autorizar os festejos nas Casas, porém não dava nenhum respaldo aos associados; A Federação Cel. Itaci, realizava o festejo para homenagear Iemanjá, e é (ou era) presidida por Paulo Ronaldo, um radialista local; A Federação “URCABEP” passa a legalizar as casas em Belém. - Pai Marcelo diz que hoje em dia, muitos benefícios foram concedidos aos religiosos de matriz africana: há direito de acesso em espaços públicos, com as vestes, por exemplo em cemitérios; os religiosos tem uma maior preocupação com os despachos, que não são mais feitos nas ruas, e essa reeducação contempla a busca de preservar a natureza. - Antigamente havia muita submissão, as pessoas tinham vergonha em se assumir negras e de religiões afro. Mas hoje há um maior conhecimento quanto aos direitos, as pessoas assumem seus cabelos, fazem e participam de manifestações públicas (religiosas e afro), falam sobre e assumem sua religiosidade (afro). - Por conta do desmatamento e do crescimento desenfreado na cidade, hoje é muito mais difícil o acesso às folhas e ervas (utilizadas nos cultos, benzimento, banhos...). O que antes era encontrado nas ruas, nas matas, hoje tem que ser comprado (em casas especializadas, feiras livres... mas não são frescas, geralmente secas) ou tem que ir muito longe para conseguir. Em Igarapé (era um lugar próximo, onde os afro religiosos acessavam para realizar suas atividades espirituais), Ananindeua, também há o mesmo problema; - A Rede de Religiões Afro começou muito tímida e com a participação de poucas casas. Mãe Nalva foi pioneira e tem papel importante na rede. Como resultado, ela conseguiu para a rede: cestas de alimentos (distribuídas para famílias carentes nas comunidades onde há as casas ligadas à rede), espaços de diálogo no governo federal, ações (diversas) na área de saúde, parceria com governo estadual, comitês organizadores, cursos de capacitação (arte, saúde, cultura). - Em parceria com Aciyomi, Pai Marcelo começa a realizar ações na comunidade onde está sua “Casa”, o que estreita o laço e garante maior acesso à esses direitos.
Quadro de Datas comemorativas e Festas que realiza e ou participa (em outros espaços) de sua religiosidade Mina Nago: Janeiro - Dia 20 São Sebastião, Oxossi no sincretismo religioso* Fevereiro - Dia 02 Nossa Senhora das Candeias, os mais antigos (religiosos afro) homenageiam Yemanjá - Dia 11 São Lázaro, Obaluaê no sincretismo religioso*. Não há festa pública.
www.ancestralidadeafricana.org.br
Março - Dia 19 São Lázaro, Oxalá no sincretismo religioso*. Abril - Dia 23 São Jorge, Ogum no sincretismo religioso* Junho - Circuito das Quadrilhas tem relação com os terreiros. No concurso todas as quadrilhas tem que ter uma dança da Umbanda. - Dia 13 Santo Antônio são preparados e distribuídos banhos atrativos-banhos de casamento - Dia 24 São João são preparados e distribuídos o banho cheiroso - Dia 29 São Pedro, Xangô no sincretismo religioso* Setembro - Dia 27 Cosme e Damião- também comemorado o dia dos Anciões. Depois da Festa em homenagem às crianças pela manhã, Pai Marcelo faz almoço e homenageia os mais velhos. Dezembro - Dia 04 Santa Bárbara, Iansã no sincretismo religioso* - Dia 08 Yemanjá. Festa realizada na Praia pela Federação, porém os religiosos mais velhos fazem homenagem à Oxum, nesta mesma data e em fevereiro homenageiam Yemanjá * Dependendo da região, nação, casa e religião de matriz africana, a divindade homenageada pode ser diferente e também pode haver mais de uma homenageada no mesmo dia. Marcamos com Pai Marcelo uma entrevista em sua “Casa” para captação de imagens in loco.
Belém, 09/11/2012 Terreiro de Mina Nagô Jaguarema. Entrevista com Pai Marcelo Desigualdade social ainda mais evidente nesse bairro. A Travessa do Curuzu, altura do Terreiro de Pai Marcelo, fica no “perímetro” (termo usado em Belém para identificar área de localização) de uma avenida movimentada (não me lembro o nome), com boa infraestrutura e imóveis (comerciais e residências), que podemos identificar como de classe média. Chegando na Travessa do Curuzu, embora asfaltada é característica de uma rua de periferia, com poucos recursos e mínima infraestrutura. Percebemos que nela há várias vilas, e em uma delas (Vila Kátia?), é onde reside e fica o terreiro de Pai Marcelo. São três mundos diferentes: a
www.ancestralidadeafricana.org.br
primeira avenida, a travessa do Curuzu e a Vila Kátia. A vila é estreita: não há espaço para transitar veículos, e pedestres entram e saem apenas um por vez, ao menos na entrada. Logo que entramos, uma senhora perguntou onde iriamos e ao responder, nos deu as instruções de como chegar. Um amontoado de casas, algumas de alvenaria e outras bem mais humildes (barracos). Chegamos à casa de Pai Marcelo, que nos aguardava acompanhado de outras pessoas, que logo se retiraram com nossa presença. Casa de construção simples, dividida entre moradia (há outras famílias que vivem no mesmo local) e seu Terreiro. Organizamos e planejamos a gravação da entrevista. Captamos imagens externas e seguimos, no interior do imóvel, com a entrevista. A partir do que Pai Marcelo levantou no encontro de ontem, pedimos para que ele retomasse alguns pontos: Relação dele com a religião, as atividades da Rede.
9-12-12- Roda de conversa com mãe Nalva e os filhos de santo e simpatizantes do Ile e de Aciyomi. Uma roda de depoimentos, onde cada um manifestou a sua relação com a religião, e sua participação nas atividades do Ile e de Aciyomi. Foi gravado e filmado.
www.ancestralidadeafricana.org.br