Centro Memorial de Matriz Africana 13 de Agosto Responsável: Iya Vera Soares contato : Rua Monte Verde nº 450, bairro Belém Velho CEP: 91.712-455. Porto Alegre - RS Tel.: (51) 8490 0929 - 9611 1139 Email: verasoares-laja@hotmail.com mds.42@hotmail.com verasoareslaja@hotmail.com
Nossa pesquisa com o Centro Memorial de Matriz Africana 13 de Agosto Durante o período de nossa pesquisa, Iya Vera e Tata Edson ao mesmo tempo em que foram muito atenciosos conosco, se desdobravam por cumprir outro programa urgente de explicar e mobilizar para o Fórum de Entidades de Matriz Africana, que haveria na semana seguinte de 10 a 12/maio, e que culminaria com a Instalação do Comitê Estadual de Povo de Terreiro do RS, no dia 24/05, com objetivos sugerir e elaborar políticas públicas voltadas ao povo de terreiro e populações de ascendência africana. Então a proposta de visita a vários terreiros da região metropolitana, para conseguir diminuir as diferenças de propostas e criar uma coordenação das cidades, cujos representantes devem se reunir no dia 09/05, e preparar-se para esses lançamentos de comitê, da SEPIR estadual, e intervenções no Fórum e Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos e Comunidades Tradicionais. Assim, fomos convidados a acompanhá-los em algumas dessas visitas aos terreiros do entorno de Porto Alegre. A Pesquisa foi realizada entre os dias 26 a 30/abril/2013 Dia 26/04 Conversa com Iya Vera. Dia 27/04 No dia 27 houve uma grande festa para São Jorge, (para alguns, Ogum), em Canoas, na região metropolitana, com presença de muitos representantes e de terreiros, da prefeitura municipal, vereadores e deputados. Presença de enorme contingente de pessoas ao Axé, em um centro esportivo. Muitos discursos e propostas da prefeitura para melhorias destinadas aos bairros e aos terreiros e povo da matriz africana. Dado o congestionamento no transito, chegamos quando evento já tinha começado. No final mãe Vera é chamada para tambem dizer umas palavras de saudação no evento.
Dia 28/04 - Entrevista com Iya Vera, no Parque da Independencia/ POA. Dia 29/04 - Fórum de Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Segurança Alimentar Explicação de Tatá Edson sobre a proposta de representação das comunidades no Fórum de Entidades de Matriz Africana e organização da representação e demandas para intervenção na consolidação do Fórum e do CONSANPOTEMA – Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional de Povos de Matriz Africana, dentro do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar). E no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. Havia em torno de 20 pessoas reunidas nesse Fórum. Formação do Consanpotema – Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional dos povos e comunidades tradicionais de Matriz Africana
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Dia 29/04 –
Visita ao Ilê Axé D´Bokum, do Babalorixá Julinho de Oxalá, em Canoas- Grande POA. Baba Júlio diz que foi criado pela avó até os 13 anos que o incentivava a contar histórias e desenhar. Começou nos assuntos religiosos em casa de umbanda, que veio através sua mãe. Em 1996 completou o assentamento e abriu casa de Batuque Bará em Porto Alegre. Assim, em sua casa há espaços diferenciados, do batuque, da umbanda e de quimbanda. Todavia o que chama atenção nesse babalorixá é a sua contagiante alegria e estimulo para as artes e a leitura. Ainda que sua casa seja pequena, reserva um espaço para a Biblioteca Afro, que inaugurou há alguns anos. E conta que vai sendo construída com esforço próprio na aquisição de livros, nas trocas que faz e na colaboração que solicita aos amigos e simpatizantes para ampliar o acervo. Organiza uma biblioteca fixa e uma itinerante e realiza ali vários eventos culturais e de incentivo à leitura. Além do espaço agradável, criou a apresentação do “Boneco Bastião”, contador de histórias. Acompanha-o uma senhora muito amável e alegre mãe Isaura de Xangô Irokô, que iniciou no Batuque. Visita à casa de pai Gelson. Onde acontecia uma grande festa para Ogum, com muita gente na cerimonia. Dia 30-04
Visita à Casa Africana Reino de Xangô, de pai Zeca de Xangô – em cidade Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre. Além do terreiro, a Casa Africana, é entidade civil mantenedora, que desenvolve diversos trabalhos sociais, contam com duas assistentes sociais, uma psicóloga, advogados para atendimento de seu público naquela cidade. Trabalha com projetos junto ao CONSEA e o MDS, e agrega 40 terreiros na distribuição de cestas básicas, participa de Conselho de Saúde,– Ministério de Desenvolvimento Social, Conselho de Assistência Social. Também tem um projeto aprovado pela SEPIR, com proposta de integração para grupos sociais. Faz parte do Movimento Democrático de Afrodescendentes. Dia 30-4 Visita ao Ile Centro africano de Santo Antonio/ Ile Bará Lanam, Pai Juarez Dittier. Pai Juarez explica que Lanam Adjina é uma qualidade do Bará (Exu), e, ao estranhamento de seu sobrenome diz que a sua mãe biológica foi adotada por um alemão e ele foi registrado com nome. O Ilê é uma ampla construção toda vermelha, e Pai Juarez, conta que tem 45 anos de santo, e mora a 27 anos nessa casa. Trabalha principalmente com crianças carentes e graças ao seu ótimo humor parece se relacionar muito bem com toda a vizinhança. Conta que mesmo com os assédios de igrejas pentecostais do entorno costuma responder com sobriedade e exigir respeito. Além disso, destina parte dos alimentos processados nos atos religiosos aos movimentos de ajuda à população carente, inclusive das igrejas. •
Gravação na praia depoimento de Vera e Tata Edson na Orla Ipanema.