Roteiro de Oração na Vida Diária EDIÇÃO 100 - JULHO 2017
Roteiro de Oração na Vida Diária
Nesse mês temos muito o que celebrar. Em primeiro lugar, destacamos a memória da Festa de Santo Inácio de Loyola, que comemoramos em todo 31 de julho. Inácio foi criador dos Exercícios Espirituais e deixou esse legado inesgotável para a Igreja e para toda pessoa que busca uma relação íntima com Deus, de forma especial para a juventude que encontra no exemplo de Inácio e nos Exercícios Espirituais um modo de rezar e construir um Projeto de Vida. Em segundo lugar, queremos lembrar de forma especial que esse é o roteiro de número 100. É importante rememorar que a criação e o desenvolvimento desse Roteiro de Oração foi um trabalho de muitas pessoas que passaram e passam pelo Anchietanum, para colaborar com uma infinidade de jovens que buscam um aprofundamento a partir da oração cotidiana. Ou seja, queremos expressar nossa plena gratidão. E agradecemos sobretudo você que usa e divulga esse roteiro de oração. Que Santo Inácio de Loyola sempre interceda por nós, pela santidade da Igreja e pelas Vocações. Santo Inácio de Loyola, rogai por nós.
Oração preparatória para todos os dias Senhor, que todos os meus pensamentos, ações e afetos sejam puramente ordenados ao seu serviço e louvor.
Escolho um texto bíblico. Defino a duração da oração. Busco um LUGAR tranquilo e agradável que ajude a me concentrar. Encontro uma boa POSIÇÃO corporal.
Faço SILÊNCIO interior e exterior. RESPIRO lentamente, suavemente. Tomo CONSCIÊNCIA de que estou na PRESENÇA de DEUS. Faço com devoção o sinal da cruz.
LEIO o texto devagar, saboreando as palavras que mais me “tocam”. REFLITO por que esta frase, palavra, ideia me chama a atenção. CONVERSO com Deus como um amigo: falo, escuto, peço, louvo, pergunto, silencio, seguindo os sentimentos experimentados na oração.
PEÇO a DEUS Nosso Senhor para que todos os meus desejos, pensamentos e sentimentos estejam voltados unicamente para o seu louvor e serviço. Peço a GRAÇA que verdadeiramente DESEJO receber de DEUS.
Recordo o meu ENCONTRO com DEUS. Anoto o que foi mais importante na oração: o texto mais significativo (palavras, frases e imagens); os pensamentos predominantes; os questionamentos; os sentimentos de consolação ou desolação; se houve apelos e como me senti diante deles.
ORAÇÃO DE SANTO INÁCIO Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade e a minha memória também. O meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo vós me destes com amor. Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo. Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade. Dai-me somente o vosso amor, vossa graça. Isto me basta, nada mais quero pedir.
Ilustrações: Albert Chevallier-Tayler, Carlos Saenz de Tejada e Peter Paul Rubens (Acervo digital da Companhia de Jesus) Textos: Osvaldo Meca, Thaís Augusto e Davi Caixeta | Diagramação: Rodrigo Silva
Aja como se tudo dependesse de vocĂŞ, sabendo bem que, na realidade, tudo depende de Deus. (Santo InĂĄcio de Loyola)
Roteiro de Oração na Vida Diária
PRIMEIRA SEMANA Uma Bala de Canhão
Inácio, soldado jovem e ambicioso, insiste em permanecer em uma batalha anunciadamente perdida. Nesse episódio, teve sua perna ferida por uma bala de canhão. A bala que atravessou sua vida representou um contexto de crise e ruptura existencial muito forte, na medida em que interrompeu seus planos, sonhos, saúde, vaidade. A realidade e os obstáculos interpelaram Inácio, e justamente nessa situação limite, Deus encontrou espaço para se revelar ao jovem. A partir daí, Inácio conheceu a história dos santos e leu as primeiras linhas sobre Jesus. No entanto, essa prática nascente de oração não é propriamente o que transforma a vida de Inácio, mas sim a graça de Deus, que atua realizando um chamado capaz de mudar o sentido e os rumos de sua vida. Atualmente, como jovens, vivemos um contexto de crise social e política, que tende a agravar nossas inquietações e limitações. Diante disso, a história de Santo Inácio nos inspira a reconhecer a ação de Deus, mesmo nos mais complexos contextos. Somos continuamente convidados a ressignificarmos nossos problemas, enchendo o coração de esperança e força, para que junto da ação divina, possamos agir transformando as dificuldades e as imposições em motivações para seguirmos no projeto do Reino.
Pedido para todos os dias da semana: Senhor, atuai em nossas vidas, restaurando nossa fé.
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 2 de julho de 2017
São Pedro e São Paulo Mt 16,13-19 “Tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus.”
3 de julho de 2017
Jo 20,24-29 “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
4 de julho de 2017
Mt 8,23-27 “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?”
5 de julho de 2017
Mt 9,1-8 “Levanta-te e anda.”
6 de julho de 2017
Gn 22,1-19 “O Senhor providenciará.”
7 de julho de 2017
Mt 9,9-13 “Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores.”
8 de julho de 2017
Mt 9,14-17 “Não se coloca vinho novo em odres velhos.”
Encontrar Deus em todas as coisas e ver que todas as coisas vem do alto. (Santo Inรกcio de Loyola)
Roteiro de Oração na Vida Diária
SEGUNDA SEMANA O caminho de Manresa e o despojamento
Contemplemos as aventuras que Inácio empreende para chegar a Jerusalém, após sentir-se tocado por Deus. O jovem se põe a andar e, ao mesmo tempo, a caminhar por suas veredas interiores. Inácio faz uma parada em Montserrat, na qual se sente chamado a despir-se de sua vaidade e posição social, deixando ali suas vestes nobres e armas. Dirige-se a Manresa, onde adota um modelo de vida austero, mendicante e severamente penitencial, sem medir esforços para sentir-se agradando a Deus. Mesmo assim, vivenciava confusões, como se estivesse apegado a seus pecados e faltas. Certo dia, o jovem põe-se a caminhar e, nas águas do Rio Cardoner, faz uma profunda experiência de Deus, na qual recebe uma revelação que o faz aprofundar-se na fé, e aprender que Deus habita nas coisas mais simples. Manresa foi lugar de aprendizado e amadurecimento na fé, a experiência do amor de Deus libertou Inácio, ali ele se desapegou das amarras sociais que o oprimiam, também libertou-se de si mesmo e da rigidez e exageros que impunha em nome de Deus. Inspirados pela peregrinação de Inácio, somos convidados a meditar sobre o que tem nos aprisionado no cotidiano. Temos consciência de que valemos mais do que as coisas que consumimos? Temos consciência do amor e misericórdia de Deus para conosco?
Pedido para todos os dias da semana: Senhor, amplia nosso entendimento e liberta-nos diante de ti e das coisas do mundo.
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 9 de julho de 2017
14º Domingo do Tempo Comum Mt 11, 25-30 “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
10 de julho de 2017
Mt 9, 18-26 “Se eu conseguir ao menos tocar no manto dele, ficarei curada.”
11 de julho de 2017
Mt 9, 32-38 “Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas.”
12 de julho de 2017
Sl 32(31) “Eu te farei sábio, eu te indicarei o caminho a seguir.”
13 de julho de 2017
Mt 10, 7-15 “De graça recebestes, de graça deveis dar!”
14 de julho de 2017
Mt 10, 16-23 “Não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai.”
15 de julho de 2017
Fl 3, 8-14 “Assim poderei conhecer Cristo.”
Senhor Jesus, ensina-me a ser generoso a te servir como tu o mereces, a dar sem contar, a combater sem medo de feridas, a trabalhar sem procurar repouso, a me dedicar sem esperar outra recompensa que não seja a de saber que faço a tua vontade. (Santo Inåcio de Loyola)
Roteiro de Oração na Vida Diária
TERCEIRA SEMANA Jerusalém e o projeto de Vida
Nesta semana somos convidados e convidadas a contemplarmos as aventuras do jovem peregrino até Jerusalém. Tomado por uma extrema confiança na providência divina, Inácio parte de Manresa em direção ao sonho da Terra Santa, onde acredita que poderá ficar mais próximo de Cristo. Inácio atravessa difíceis caminhos, depara-se com a fome, falta de saúde, o medo. Quando finalmente ele consegue adentrar esse território sagrado, deseja permanecer para sempre. No entanto, mais uma vez a realidade o interpela e obriga a sair do comodismo, determinando que ele partisse dali. Nesse instante, o jovem foi confrontado com seu projeto de vida, percebendo que segmento à Cristo deveria independer da localização, ele buscou novos horizontes onde pudesse prosseguir em sua missão de “ajudar as almas”. A experiência de encontro com Cristo ganha mais sentido quando somos impulsionados a voltarmos para o mundo, para a sociedade e para os outros, com desejo de transformação. Desse modo, somos inspirados a nos apropriarmos de nosso projeto de vida para, descobrindo nossa vocação, nos colocarmos à serviço da construção do Reino. Nós nos sentimos realizando nossa vocação e construindo a missão que nos foi designada? Como temos lidado com os desafios impostos pela realidade? As dificuldades nos paralisam ou nos ajudam a reafirmar nossos projetos de vida e servir aos irmãos?
Pedido para todos os dias da semana: Senhor, inspirai-nos, segundo vossa vontade, na persistência com relação a nossos projetos de vida e serviço.
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 16 de julho de 2017
15º Domingo do Tempo Comum Mt 13, 1-9 “Quem tem ouvidos, ouça!”
17 de julho de 2017
Memória do Beato Inácio de Azevedo e companheiros Mt 10, 34-42 “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada.”
18 de julho de 2017
Ex 2,1-15 “Quem te estabeleceu nosso chefe e nosso juiz?”
19 de julho de 2017
Sl 104 (103) “Minha alma, bendize o Senhor!”
20 de julho de 2017
Ex 3, 13-20 “Eu Sou aquele que sou.”
21 de julho de 2017
Mt 12, 1-8 “Aqui está quem é maior do que o Templo.”
22 de julho de 2017
Memória de Santa Maria Madalena Jo 20, 11-18 “Eu vi o Senhor!”
Como Inácio e os primeiros companheiros, como tantos irmãos nossos que militaram e militam sob o estandarte da cruz, servindo só ao Senhor e a sua Igreja, queremos também nós contribuir com tudo aquilo que hoje parece impossível: uma humanidade reconciliada na justiça, que vive em paz numa casa comum bem cuidada, onde há lugar para todos, porque todos nos reconhecemos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo e único Pai. (Arturo Sosa, SJ, Padre Geral da Companhia de Jesus)
Roteiro de Oração na Vida Diária
QUARTA SEMANA Os companheiros da missão
Até aqui vivemos as experiências do Inácio peregrino, por vezes solitário, mergulhando no mais profundo de seu ser. No entanto, Inácio e seu espírito acolhedor foi responsável por unir diversos jovens que compartilhavam o ideal de seguir a Cristo e abraçar o projeto do Reino de Deus, os quais mais tarde seriam o corpo fundante da Companhia de Jesus. Em 1529, com 38 anos, vai estudar em Paris e fica alojado junto com dois outros estudantes, 15 anos mais jovens que ele: Pedro Fabro e Francisco Xavier. Durante a vida comum de estudos, também partilhavam dúvidas, impressões, desejos, medos. Com o crescimento dessa amizade, Inácio apresentou para os jovens os Exercícios Espirituais, que os levou a aprofundar a vida de oração e o conhecimento da vontade divina. Que riqueza perceber que não somos Igreja sozinhos. E a Companhia e até mesmo os Exercícios Espirituais também são construídos a partir da relação e interação, do cuidado de construir aproximações e o acompanhamento. Podemos, nessa semana, inspirados por esse exemplo de Inácio, rezar as relações humanas: como vejo e me aproximo de meus irmãos e irmãs? Como sinto a presença de Deus nessas relações? Como é minha prática na minha comunidade? Lembremo-nos também de modo especial das pessoas que fizeram e fazem parte de nossa história, de nossa vida pastoral.
Pedido para todos os dias da semana: Senhor, fazei-nos gratos e gratas por poder compartilhar com companheiros e companheiras o serviço da construção do Reino.
23 de julho de 2017
16º Domingo do Tempo Comum Mt 13, 24-43 “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo.”
24 de julho de 2017
Ex 14, 5-18 “Por que clamas a mim por socorro?”
25 de julho de 2017
Mt 20, 20-28 “Não sabeis o que estais pedindo.”
26 de julho de 2017
Rm 8, 26-27 “Nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor.”
27 de julho de 2017
Jo 1, 35-39 “Vinde e vede.”
28 de julho de 2017
1Jo 4,7-16 “Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco.”
29 de julho de 2017
Memória de Santa Marta Lc 10,38-42 “Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada.”
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
Aceitar o que é construtivo e faz viver, rejeitar o que destrói e aprisiona, a questão é exatamente o encontro com Deus, mas também o sucesso de uma existência humana; uma coisa não acontece sem a outra. Não há nenhuma necessidade de se afastar de si mesmo para encontrar Deus. É reunindo o que há de melhor em si que o homem consegue esse encontro, com a condição entretanto de se libertar de tudo aquilo que possa a vir alterar sua decisão. (Pierre Emonet)
Roteiro de Oração na Vida Diária
QUINTA SEMANA Os Exercícios Espirituais
Os Exercícios Espirituais, cujo título completo traz seu objetivo, “para vencer a si mesmo e ordenar a própria vida, sem se determinar por nenhuma afeição desordenada”, são o fruto das experiências vividas por Inácio. Lembremo-nos dessas quatro semanas: seus confrontos, suas inconstâncias, oscilações; mas também reflexões, uma peregrinação, tanto interna como externa, um itinerário de oração inspirado na vida dos Santos e Santas e nas Escrituras. Os escritos dos Exercícios Espirituais de Inácio também estão sistematizados em quatro semanas temáticas, que propõe um caminho ao exercitante para o encontro com Deus. Na primeira semana em que somos convidados a olhar para nós mesmos, nossa realidade, por mais difícil que ela seja, mas contanto sempre com a misericórdia de Deus. Na segunda semana, Inácio convida o exercitante a comtemplar a vida de Cristo, tirando proveito para a própria vida, percebendo o jeito do Senhor agir, a maneira como Jesus se relacionou com os demais, a forma como ele enfrentou cada desafio. Nas terceiras e quarta semanas, Inácio propõe um caminho especial com o Senhor, saboreando sua caminhada dolorosa e gloriosa, como forma de unir, cada vez mais, a vida do exercitante ao compromisso de construção do Reino. Nessa quinta semana do Roteiro de Oração, de forma especial pela celebração da festa de Santo Inácio, nos debrucemos sobre nossas experiências de encontro com Deus na vida, lembremo-nos de nossas experiências mais tocantes em nossa caminhada de oração, seja no cotidiano, na oração diária, nos retiros de que temos participado. Quais movimentos surgem em mim? Quais são os meus sentimentos? Meus medos? Minhas entregas? O que Deus me fala?
Pedido para todos os dias da semana: Senhor, colocai-nos sempre no caminho de busca da Verdade, para que possamos, atentos e atentas, ouvir a vontade divina.
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 30 de julho de 2017
17º Domingo do Tempo Comum Mt 13, 44-52 “Compreendestes tudo isso?”
31 de julho de 2017
Festa de Santo Inácio de Loyola Lc 9, 18-26 “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo.”
1o de agosto de 2017
Ex 34, 5-9 “Peço-te, caminha conosco.”
2 de agosto de 2017
Memória de São Pedro Fabro 1Tm 1, 12-17 “Dou graças Àquele que me deu força.”
3 de agosto de 2017
Dt 30, 15-20 “Escolhe, pois, a Vida.”
4 de agosto de 2017
Mt 13, 54-58 “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!”
5 de agosto de 2017
Ef 3, 14-21 “Cristo habite pela fé em vossos corações.”
Roteiro de Oração na Vida Diária
Beato Inácio de Azevedo e companheiros Santo do dia - 17 de julho No dia 17 de julho, fazemos memória aos 40 mártires do Brasil. Esses mártires foram religiosos, membros da Companhia de Jesus. O líder do grupo foi o Padre Inácio de Azevedo, português nascido nos arredores da cidade do Porto, em 1527. Inspirado pelas pregações dos jesuítas sobre os grandes feitos realizados pelos missionários nas terras além do oceano, Inácio de Azevedo, aos 22 anos, decidiu ingressar na Companhia de Jesus. Após o período de formação como padre jesuíta, o superior geral da Companhia de Jesus, Francisco de Borja, em fevereiro de 1566, enviou Inácio ao Brasil. Nesse momento, ele recebeu a função de Visitador do Brasil, devendo conhecer os jesuítas que já estavam nas terras brasileiras e organizar a missão aqui. Ele não tardou em sua viagem e chegou à Bahia em agosto daquele mesmo ano. No Brasil, conheceu as atividades dos jesuítas junto aos índios e também acompanhou a fundação dos colégios em diversos lugares. A visita durou somente 2 anos e, em 1568, Inácio precisou regressar a Lisboa. Após esse tempo no Brasil, o espírito missionário ficou ainda mais ardente no coração desse homem. Ele voltou à Europa com o desejo de organizar uma grande expedição missionária, com jesuítas de diversos países, para levar a Boa Nova a todos que habitavam as terras brasileiras. Inácio de Azevedo percorreu diversos lugares, convidando padres, irmãos e noviços para abraçarem essa missão. Em 1570, estavam reunidos mais de 80 jesuítas, em Val de Rosal, preparando-se para a grande viagem ao Brasil. Em 2 de junho de 1570, as naus que levavam a expedição do Governador do Brasil partiram de Lisboa, com 73 jesuítas mais outras pessoas para povoar a nova terra.
Os missionários passavam pelas ilhas Canárias, quando a nau enfrentou uma calmaria. Nesse momento, surgiu uma frota de piratas franceses, liderados pelo temido Jacques Sória. Os invasores tomaram o navio português com a ordem de matar todos os missionários. O primeiro a ser atingido foi o Padre Inácio de Azevedo, que apareceu com um quadro de Nossa Senhora nas mãos e levou um golpe na cabeça. Em seguida, mataram os demais jesuítas, exceto um que foi substituído pelo sobrinho do capitão. Quando a notícia dessa tragédia chegou à Bahia, foram celebradas solenidades em honras aos mártires, dando-lhes o título de Padroeiros do Brasil. As celebrações continuaram pelos anos seguintes. Em 1854, o Papa Pio IX confirmou a memória ao Beato Inácio de Azevedo e seus 39 companheiros.
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Santo Inácio de Loyola
São Pedro Fabro
Santo do dia - 31 de julho
Santo do dia - 2 de agosto
Inácio de Loyola nasceu em 1491, na Espanha, numa família da nobreza basca. Aos 26 anos, os seus sonhos de grandes conquistas caíram por terra, ferido de morte por uma bala de canhão que o deixou manco para o resto da vida. Durante a sua longa convalescença, entreteve-se com os livros que lhe conseguiram arranjar: vida de Jesus e dos santos. Tocado por esses relatos, experimentou uma alegria profunda e duradoura ao imaginar-se seguindo os passos de Cristo, na radicalidade de uma vida entregue a Deus. Sem outro projeto que o de imitar os santos, Inácio partiu para os arredores de Barcelona, fixando-se na pequena Manresa. Permaneceu aí retirado durante longos meses, num clima de austeridade, penitência e profunda oração. Durante esse tempo, sentiu-se conduzido por Deus, aproximando-se d’Ele, falando-Lhe como a um amigo. Nos movimentos do seu coração encontrou respostas às suas inquietações e ajuda para discernir a vontade de Deus. Depois de uma viagem à Terra Santa, motivada pelo desejo de proximidade com Jesus, Inácio deu-se conta de que necessitava estudar para ajudar melhor aqueles que o procuravam, sem deixar de manter o seu estilo de vida simples. Na Espanha e depois em Paris, o peregrino preparou-se para o sacerdócio, ao mesmo tempo em que reuniu à sua volta amigos e companheiros com o desejo de imitar a vida de Cristo. Em 1539, esse grupo de amigos no Senhor decidiu constituir-se como corpo, a Companhia de Jesus, oferecendo-se ao Papa para as missões. A inspiração de Inácio de Loyola permaneceu viva, muito além da sua morte, em 1556, até os nossos dias, através da Companhia de Jesus e de todos os que partilham do desejo de Inácio de amar a Deus em todas as coisas, e todas as coisas em Deus.
Pedro Fabro era francês, natural da Saboia, onde passou a adolescência apascentando os rebanhos de seu pai. Ajudado por um tio sacerdote, veio a ser também estudante da Sorbone em Paris, onde conheceu Inácio de Loyola e os primeiros companheiros. A amizade entre Pedro e Inácio começou com a ajuda que Pedro dava a Inácio com relação aos estudos e, por outro lado, pelas orientações a respeito dos Exercícios Espirituais que Inácio ofereceu a Pedro. Ordenado sacerdote e tendo feito os Exercícios Espirituais, Pedro celebrou a missa em Montmartre, em que os seis primeiros jesuítas, ainda não sacerdotes, fizeram seus primeiros votos de pobreza, castidade e de ir à Terra Santa, para lá gastarem suas vidas na ajuda das almas. Mais tarde, Pedro Fabro foi enviado em missões importantes à Alemanha, onde conquistou Pedro Canísio. Também foi missionário nas regiões da França, Portugal e Espanha. Chamado pelo Papa para participar do Concílio de Trento, morreu em Roma, em 1546. Foi beatificado por Pio IX em 1872. Foi canonizado pelo Papa Francisco em 17 de dezembro de 2013.