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foto julia lego
Modelos no desfile da GIG
Belo Horizonte - 27 de abril de 2012
Desindustrialização
A palavra da vez na indĂşstria da moda brasileira
Leveza leveza pura
Editorial
MWDAILY
Entre o peixe
e o gato “G
ostou do meu desfile? Pode ser sincera!” Essa é a pergunta mais embaraçosa que uma editora de moda SINCERA pode ouvir numa temporada. Principalmente, se ela for transparente e amiga de muitos estilistas, como é o meu caso. Às vezes, quando não me encanto com uma apresentação, fujo do seu criador, faço a egípcia mesmo, só para não ter que olhar nos olhos dele e ser desagradável, pois mentir não está na minha
natureza quase naif. O fashion está mudando, e só jornalista cego não vê. Nossas opiniões são importantes, sim, mas não têm o poder de transformar o mundo, como nos tempos de Regina Guerreiro, a editora mais implacável do nosso país. Ironia ou não, é dos desfiles menos bem sucedidos aos olhos da imprensa que saem muitas coleções campeãs de vendas. Digo tudo isso, para reafirmar o que venho falando sempre, há 10 temporadas de Minas Trend Preview. A receita aqui é fritar o peixe e vigiar o gato, tudo
ao mesmo tempo. Explico: um bom desfile de MW é aquele que não só enche os meus olhos e faz Gloria Kalil sorrir, mas também o que agrada as compradoras (estrelas maiores deste evento, desde sua criação). Vamos equilibrar? Natália d´Ornellas * Jornalista e publicitária, com especialização em varejo de moda pela London School, Natália é editora do caderno Pandora, que circula no jornal O Tempo
InstaMW
line-up Sexta, 27/Abril
09:30h Palestra: Construindo a
Internacionalização: Ferramentas e Técnicas de Sucesso
10h Abertura do Salão de Negócios
11h Desfile Externo: Victor Dzenk
15h Palestra: Mega Trends Primavera Verão 2013 - Universos Feminino, Masculino e Infantil
16:30h Solenidade de parceria ABIT/ Texbrasil com o WGSN.
17h Palestra: Design de Lojas
19h Desfiles: Lucas Magalhães/ Jardin/ Clair
20h Encerramento do Salão de Negócios 21h Desfiles: Plural/ Áurea Prates/ Mary Design
Expediente FIEMG Presidente do Sistema FIEMG: Olavo
Machado Júnior Coordenação Geral: Superintendência de
Desenvolvimento Empresarial Coordenação de Comunicação:
@helo isama rra
Superintendência Integrada de Gestão Corporativa Jornal O Tempo Fundador: Vittorio Medioli Presidente: Laura Medioli Vice-Presidente: Luiz Alberto de Castro Tito Diretor Executivo: Heron Guimarães Editora Geral: Lúcia Castro Chefe de Redação: Michele Borges da Costa Secretário de Redação: Murilo Rocha
@amandamendonca
Redação MwDaily
@jupnoronha
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Publique seu Instagram aqui. E-mail : mwdaily2013@gmail.com
@besidesthebasic
Editora chefe: Natália d´Ornellas Editor de arte: Anderson Carvalho Redatora chefe: Isabela Grecco Redação: Izabela Machado, Jr. Mendes, Pollyana Teixeira Estagiários de redação: Anna Maciel, Gustavo Brito e Luciana Noronha Colaboradores: Heloísa Aline e Mariana Rodrigues Fotografia: Júlia Lego, Vitor Formiga Departamento comercial: Fabiano Guerra – Sempre Editora
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divulgação
Liga Fashion
Com: Anna Maciel, Isabela Grecco, Izabela Machado, Jr. Mendes, Pollyana Teixeira e Gustavo Brito
Flor morena Toda temporada de moda tem sua celebridade dileta, aquela que está sempre na primeira fila, nos lounges, chamando os flashes. Aline Calixto é a vedete desta 10º edição do MW. A cantora, que ama moda, é amiga de estilistas como Victor Dzenk e Barbara Maciel, que dessa vez não se apresenta no line-up.
O prazo termina no fim do dia, mas não custa contar. A Cedro Textil está promovendo o concurso cultural “Você Veste o Brasil”, que premia um estudante com a confecção de sua coleção de conclusão de curso. Para participar, basta criar um look usando jeans lavado e entregar o croqui (junto com a descrição técnica e defesa conceitual da peça), no estande da empresa, aqui no MW. Os trabalhos serão avaliados stylist Rodrigo Cezário.
Lenço Preparado para chorar? Então, senta que lá vem história. Mary Figueiredo, que sempre emociona com seus desfiles, vai falar de amor, logo mais, na passarela do MW. Para isso, jogou-se na bíblia e foi achar um personagem importante: o sábio Rei Salomão. Entre as várias surpresinhas da cena, está a participação do bailarino Rui Moreira, como Salomão.
Oclismo
Truques de styling podem e viram moda. Não leu sobre a criação do baby look, lá nos anos 1980, pela Vogue Francesa (na página 17)? Pois, por aqui, a tendência é o uso repetido de óculos nos desfiles, a que os frequentadores estão dando o nome de “oclismo”. A ideia é usar os solares ou de receituário, ainda que você não precise.
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L de Luana Uma das campeãs da temporada de desfiles do MW, Luana Carvalho é um nome para se decorar. Mineira, de Itabira, a modelo da Ford Models, já se prepara para castings no São Paulo Fashion Week, com promessas de contratos internacionais, em Paris, NY e Milão. Assim que o SPFW acabar, ela faz as malas com destino à felicidade fashion.
breno meyer
Run, baby, run!
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News
Desindustrialização Saiba mais sobre o grande pesadelo da industria da moda Izabella Machado No dicionário, significa “redução ou desaparecimento de empresas do setor industrial; queda da participação da indústria no Produto Interno Bruto”. Na economia têxtil brasileira, em resumo, corresponde à consequência de uma produção nacional com altíssimas cargas tributárias e produção estrangeira a baixíssimos impostos. Contaminado com uma epidemia de artigos têxteis vindos de fora, o país tem números alarmantes, segundo o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep): a importação de têxteis subiu de 1,2 bilhão de reais, registrado em 2005, para 3,9 bilhões, no ano passado. Falando de artigos de vestuário, a roupa nossa do dia a dia, o valor das importações cresceu de 259 milhões de reais para
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1,6 bilhão no mesmo período. Motivos para ligarmos o botão vermelho.
Alerta vermelho Para Aguinaldo Diniz Filho, diretor da CEDRO e presidente da Associação Brasileira da Indústria Textil e de Confecção (ABIT), o consumidor tem papel importante neste processo, ainda que consiga enxergar a desindustrialização. “O brasileiro está sendo ingênuo e será o último a sentir, pois vem sendo abastecido com produtos importados e tem aceitado que os produtos cheguem ao nosso país com incentivos, quando as nossas indústrias passam por um momento complicado“, afirmou. Este cenário fez com que o combate ao processo de desindustrialização fosse eleito como o principal alvo de mobilização dos empresários do setor, uma espécie
de inimigo a ser combatido a qualquer custo. Para isso, é fundamental uma política comercial efetiva, regulamentação e simplificação de normas para contratação e, principalmente, a criação de medidas compensatórias para as empresas nacionais. Confiante, o presidente da ABIT afirmou que “o governo tem melhorado os financiamentos e taxas de impostos para pequenas e médias empresas e existe uma vontade política em admitir a relevância do setor têxtil”.
Barato que sai caro Ao contrário do que acontece com a produção nacional, os produtos importados não sofrem qualquer pesquisa de controle de qualidade e procedência, a famosa importação desleal. Muitas vezes, a falha acompanha o abuso do trabalho escravo/infantil, condições subhu-
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News
fotos Clair de jesus /divulgação
fotos reprodução
manas de exploração , baixas remunerações e cargas horárias massacrantes, temas bastante espinhosos. Além disso, valorizar os produtos importados tira a possibilidade de investimentos e taxas de emprego no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego na indústria já apresentou recuo de 0,7% em relação ao mesmo mês (fevereiro) no ano passado. Ainda segundo Diniz, “se continuar como está, o maior risco do consumidor é o desemprego. Só no setor têxtil e de confecção são mais de 1,5 milhão de trabalhadores e muitas vagas já foram fechadas”. Desta maneira, muitos empresários fogem dos impostos e vão para outros países, onde as taxas são menores e há mais incentivos. Justificando este êxo-
do, Aguinaldo admitiu: “Quem sobreviveu é porque teve capital para investir e qualificou a linha de produtos. Contudo, a maioria das confecções já importa parte da produção, e não são só as pequenas! Tem muita empresa grande que já é parte produtora, parte importadora. Isso é desindustrialização. Mas, para muitos empresários, foi o jeito encontrado”. Qual a saída? “As confecções e o setor têxtil devem se unir. Juntos, devemos mostrar ao governo a importância do nosso setor e tentar impedir que os produtos importados entrem no país, com incentivos, e sequestrem as vagas do trabalhador brasileiro”, enfatizou Aguinaldo. A ordem é: comércio e importação justos, e já!
Aguinaldo Diniz Filho
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Garimpo
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MW Adora Toda estação tem seus hits e foi atrás deles que a equipe do MWDaily circulou. De olhos nos 261 expositores, escolhemos peças que com certeza vão mudar a história do seu look e esquentar os termômetros. Escolha o seu e boas compras!!! foto divulgação
Bermuda Patogê
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Camiseta Engenharia da Roupa
Camiseta Martha Medeiros
Regata Áurea Prates
Sapato Studio TMLS
Colar Camila Klein
Bolsa Confraria 8
Camiseta Martha Medeiros
Colar Rasa
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News
foto marina sprogis/ divulgação
Amado
mestre Gustavo Lins ensina mineiros como é que se faz Por Isabela Grecco Os confeccionista mineiros ganharam um incentivo e tanto. Um curso de design de moda ministrado pelo estilista Gustavo Lins, radicado na Europa há 20 anos. Parceria entre Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o curso é único no país, pois alia os conceitos da costura francesa com temáticas e enfoques bem brasileiros. Gustavo conversou com o MW Daily sobre a novidade, direto de Paris: “Este trabalho consiste em qualificar a mão de obra no que diz respeito à forma. É voltado para instrutores responsáveis pela formação dos alunos e por consultorias que o Senai fornece à indústria”. Passo a passo O projeto foi estruturado em dois módulos. O primeiro trata da técnica de moulage clássica,
“mostrei como fazer uma base de corpete com dez recortes e, a partir daí, projetei imagens de anatomia sobre o corpo da modelo para que os instrutores tomem consciência da musculatura do corpo e a da roupa” completa. Já o segundo módulo consistiu em estudar a parte dos membros inferiores. Foi feita uma calça legging segunda pele, com a mesma técnica de moulage aplicada no corpete. A partir disso, os alunos estudaram uma calça ajustada com conforto. “Essa formação tem como objetivo dar aos alunos um olhar de acuidade e exigência, no que diz respeito ao traço, ao corte e ao recorte. Além de acabamento, caimento e conforto. Enfim, está sendo um trabalho profundo de construção” finaliza o estilista. A previsão do Senai é de que, em três anos, cerca de três mil jovens carentes estejam aptos a criar camisetas, calças, saias e vestidos, do clássico ao fashion. Ou seja, estarão prontos para fazer roupa com qualidade
foto divulgação
foto divulgação Umas das Bases para a famosa moulage de Gustavo Lins
Um pouco de História Mineiro radicado na Europa há 25 anos, Gustavo Lins é o único brasileiro a integrar a Câmara Sindical da Alta-Costura de Paris. Graduado em arquitetura no Brasil e em Barcelona, formou-se estilista/modelista e trabalhou para grandes nomes, como Hermès, Kenzo e Jean-Paul Gaultier, antes de criar sua grife em 2003. Seu ateliê fica no descolado bairro parisiense do Marais. Além de tudo, Gustavo leciona na prestigiada Escola Nacional Superior de Artes Decorativas, na cátedra de Design do Vestuário.
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foto tip toey joey/ divulgação
Look da coleção de alta-costura do estilista
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foto agĂŞncia fotosite
Desfiles
Orquestra Voadora contagia no desfile da PatogĂŞ
alegria, alegria 11
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Desfiles Patrícia Motta
fotos fotosite/divulgação
Para falar de liberdade, a estilista não poderia ter escolhido lugar melhor : a praça de mesmo nome (Liberdade), um dos pontos turísticos mais famosos de Belo Horizonte. Tendo como a referência a década de 20, Patrícia abusou das franjas de canutilhos, pontuando as peças em couro e seda. Destaque para a família em mosaico de couro.
Vivaz Oscar Niemeyer, Lygia Clarck e Ronaldo Leite serviram de inspiração para a Vivaz fazer o seu verão. A coleção, de forte pegada cinquentista, primou pelos vestidos nos mais variados comprimentos. Maiôs e biquínis deram o tom de novidade ao desfile da marca, cujo DNA é a festa.
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Desfiles
Gig
fotos fotosite/divulgação
Inspirada na poetisa americana Emily Dickinson e em todo o seu universo, a Gig fez desfile impecável. Cores suaves (rosa, verde, off-white) deram o tom das peças elaboradas nas mais variadas tramas de tricô. Imagem para guardar na memória.
UMA Imagine o look pijama saindo do quarto para ganhar as passarelas, num visual confortável e chic. Assim foi o desfile da marca paulistana. Saias e vestidos apareceram em comprimento longo e os macacões foram a peça-chave da coleção. Na cartela de cores, tons suaves de amarelo, verde militar, cinza e marron , além do preto, que, apesar do verão, nunca sai de moda.
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Desfiles
fotos fotosite/divulgação
Patogê Com o bom humor e a alegria de sempre, a marca trouxe para a passarela uma coleção fresca, em que o jeans foi o protagonista. Para esquentar os looks, estampas de elementos ligados ao universo do circo, tema do verão Patogê. A participação da banda Orquestra Voadora elevou os ânimos e foi responsável pelo momento mais divertido do evento até agora.
FABIANA MILAZZO Sob o balanço romântico das músicas de Chico Buarque de Holanda, a estilista apresentou um verão ora dramático, ora sensual. Na cartela de cores, coral, pink, vermelho e um passeio pelo off-white com aspecto metalizado. Rosas, bordados, richilieus e pedrarias figuraram entre um look e outro.
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Desfiles
Alessa Sem a tradicional entrada da estilista ao final, o desfile de Alessa reforçou a identidade da marca. Na passarela estavam as famosas modelagens da carioca que já transformou os caftas e a estamparia digital em sua marca registrada. Entre os prints, destaque para conchas e mariscos. A cartela de cor transitou entre azuis, amarelos, dourados e prateados.
VITOR ZERBINATO Para fazer verão, o estilista mergulhou até o fundo do mar e trouxe o verde, o turquesa, e os azuis, em vários tons. O brilho também deu unidade a uma coleção plena de vestidos de todos os comprimentos. Entre os shapes exercitados estavam a linha A, um dos hits da estação que vem vindo.
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Desfiles E. Store Cada vez mais apurada no caminho do minimalismo, a marca fez apresentação impecável. Inspirado nas coisas simples e essenciais da vida, o estilista Eduardo Amarante exercitou shapes elegantes e apostou no branco, com pontos de laranja, amarelo e bege. Entre as matérias-primas utilizadas estavam a organza, a musseline e o crepe. Para quem gosta de estamparia, as flores aparecem em dose certa: apenas dois looks. fotos fotosite/divulgação
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MinasTrend Preview
Mandamentos do Fashionista * Não cobiçaras a primeira fila conquistada por aquela blogueira que você tanto gonga no www.blogueirashame. com.br * Não matarás as aulas de desenho da faculdade. Cabe a você, da nova geração, fazer croquis mais bonitos para entreter as editoras de moda e facilitar o trabalho das pilotistas.
* Não adulterarás o desenho do diretor de criação da marca em que trabalha para roubar-lhe o posto e assumir a cadeira de chefe.
Fashiolândia
3 perguntas para ... Mary Figueiredo Mary ou Meire? Que confusão é essa que fazem com o seu nome? Bom, a confusão se deu porque o meu nome é inglês, e, como nasci no interior, as pessoas não sabiam pronunciar. Então, acabou ficando Meire.
O que você vai fazer depois de apresentar dois desfiles numa única temporada? Tirar férias? Eu não quero fazer nada, mas o meu fazer nada é cuidar da minha horta e ficar uma semana inteira por conta disto. Depois, vou pensar em viajar, mas ainda não sei pra onde. Só sei que quero um lugar muito calmo e tranquilo, na companhia de um bom livro. Após tanto trabalhar sobre ela: como conceitua a leveza? Leveza para mim é um estado de espírito. É ser delicado com as pessoas, e nos pequenos gestos, como dar bom dia, boa tarde e boa noite. Queria que a leveza também se estendesse as relações interpessoais.
* Não furtarás idéias sem que coloque nelas um pouquinho do seu estilo pessoal e da identidade da sua própria marca. Propriedade intelectual é um bem precioso e agora com a acessibilidade da internet, quem copia e cola, leva processo.
Gloss... ário Nem só de novas palavras para velhas coisas é feito o léxico fashion. Tem também nomes de peças e detalhes que saem do baú direto para a boca do povo, numa espécie de revisita. De olhos e ouvidos atentos aos frequentadores do evento, o MW Daily atualiza o seu vocabulário. Tome nota! Mullets: Nome dado a peças que, geralmente, são curtas na parte da frente e compridas atrás. Controversas, elas lembram o famoso corte de cabelo – também controverso de mesmo nome, uma febre dos polêmicos anos 1980. Quem não se lembra de Chitãozinho e Xororó? Tal e qual! Slippers: O calçado, que promete substituir a boa e velha sapatilha, era muito usado pelas tradicionais famílias inglesas dentro de casa. Dizem as más línguas que os mocassins que conhecemos hoje foram inspirados neles. Abafa!
Peplum: É uma espécie de babado, na altura da cintura, que pode aparecer em blusas ,saias e vestidos. A história começou, na Grécia Antiga, onde as mulheres dobravam suas túnicas para ganhar mais volume no quadril, um sinal de fertilidade. Mas, foi só na década de 1940, que Christian Dior eternizou o detalhe ao lançar o "New Look" e seus desdobramentos.
MW pills Você sabia que a camiseta baby look não foi criação de um estilista e, sim, um truque de styling? Ao contrário do que muitos pensam, a camiseta curtinha e mais ajustada não saiu das pesquisas de um designer de moda , mas de um ensaio da Vogue Paris, nos anos 1990. Coisas de Carine Roitfield! Na ocasião, vestiu Lacostes infantis em modelos adultas para um editorial. Fonte: Livro: Stylist – The interpreters of fashions. Editora Rizzoli, 2007
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Trends
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Green jeans
Já ouviu falar de denim sustentável? O WGSN conta tudo ao MWDaily foto levis/divulgação
Da redação Sustentabilidade é um tema recorrente e a indústria da moda começa, enfim, a fazer a sua parte na construção de um mundo mais verde. Famosa pelo impacto negativo de sua produção, o segmento de jeanswear é um dos que mais tem se preocupado em fabricar sem afetar o planeta em que vivemos. Isso porque o impacto ambiental negativo de um par de calças é absurdo e não está limitado à fibra e à fabricação de tecidos. Ele pode continuar através de todas as áreas da cadeia de suprimentos, da fabricação da peça à lavanderia. Mas a mudança está em curso. Marcas como Nudie Jeans e Denham the Jean Maker, além de usarem aviamentos orgânicos e menos química, têm uma grande consideração com trabalhadores de áreas rurais e produtores de algodão, política que tem a ver também com o comércio justo. Algodão e água Você sabia que 20% da produção de algodão global é utilizada na confecção do denim? Pois, com o avanço das novas tecnologias, a produção da commodity dobrou, embora não tenha aumentado a área de plantio. É para negativar esses impactos que organizações como a Cotton
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Made in Africa estão promovendo o cultivo do algodão em pequenas fazendas de países como Zambia e Malawi. Em 2010, o Greenpeace denunciou que, além da produção de algodão, o processo de tingimento também gasta água e deixa metais tóxicos nos mananciais. Com essa questão cada vez mais em pauta, a Levi’s e a Pepe Jeans, passaram a usar fornecedores que reduziram ou reaproveitam a água usada no processo. E esses são só alguns exemplos.
Vida após o uso Uma vez que os jeans não são mais necessários, existe o problema do descarte. Reutilizar aquela velha calça para fazer outros produtos é uma opção. A Nudie, por exemplo, opera uma política de devolução. Jeans velhos são recolhidos e retornados ao fabricante de tecidos para reutilização. Outra alternativa, para os últimos dias do jeans, pode ser a postagem na pilha de compostagem, criando um produto útil para a horticultura. Assim, uma fibra natural biodegradável, 100% de algodão, irá se decompor em condições adequadas. Com tantas alternativas, não há mais desculpas para o jeans ser classificado como um inimigo da natureza.