Ideias Soltas Poemas, textos e hist贸rias...
Autores: Anderson Kubiaki Andreza Casagrande Caroline Souza J茅ssica Perla Marcelo Rutshell Thomas Cobain
Sumário Prefácio ................................................................ ................................................................................................ ............................................................................ ............................................0 ............05
Parte Um (Anderson da Silva Kubiaki) ........................................................... ...........................................................0 ...........................07 Existência..................................................................................................... 09 Faz-me continuar pela estrada.................................................................... 11 Folhas Caroline ............................................................................................ 12 Liberté ......................................................................................................... 13 Delirium ....................................................................................................... 14 Meu sonho .................................................................................................. 15 Boas Mentiras, Quase Verdades ................................................................. 16 Dias de Inverno ........................................................................................... 17 Última Folha ................................................................................................ 18
Parte dois (Thomas Cobain) ................................................................ ............................................................................ ............................................1 ............19 Pelas Ruas.................................................................................................... 21 Cabelos Cor de Fogo.................................................................................... 22 Metamorfose(?) .......................................................................................... 23 Tempo ......................................................................................................... 24 Querer ......................................................................................................... 25 Os Detalhes ................................................................................................. 27 Impassível .................................................................................................... 29 Tri Perdido ................................................................................................... 30
Parte Três (Marcelo Rutshell) ................................................................ ...................................................................... ......................................3 ......31 V .................................................................................................................. 33 Apenas Isso.................................................................................................. 34 Em Resposta à Você .................................................................................... 35 Sobre o Amor .............................................................................................. 37 A Felicidade Não Cabe em um 3X4 ............................................................. 38 A Amizade Chega Em Pares ......................................................................... 40 Não Há Flores No Céu............................................................................41
Parte Quatro (Andreza Casagrande) ................................................................ ................................................................43 ................................43 Gelo Seco.................................................................................................. 44 Concreto.................................................................................................. 45 Eu vôo, tu voas, ele voa, nós voamos, vós voais, eles voam. ................. 46 Presente .................................................................................................. 47 Amor ....................................................................................................... 51
Parte Cinco (Jéssica Perla) ................................................................ ............................................................................... ...............................................54 ...............54 De Um Tal Amor ........................................................................................ 56 Qual é a Verdade? ..................................................................................... 58 Pois De Tudo Fica Um Pouco .................................................................... 60 Das Loucuras ............................................................................................. 61
O Verdadeiro Valor é o mais Simples ....................................................... 62 A Simplicidade de Um Sorriso ................................................................... 64
Parte Seis (Andrew Mielczarski) Mielczarski) ................................................................ ...................................................................... ......................................66 ......66 Aquilo que já sabes sobre o final de ano ................................................... 67 Aquilo que você já sabe sobre Cantigas Infantis ....................................... 68 Aquilo que você já sabe sobre a Importância ............................................ 70 Aquilo que você já sabe sobre o mundo atualmente e política ................. 71 Gente ignorante! ........................................................................................ 73 Mundo efêmero ......................................................................................... 75
Parte Sete (Carol) ................................................................ ............................................................................................ ............................................................77 ............................77 Duas Caras, Duas Vidas ............................................................................... 79 Essa tal de certeza!...................................................................................... 80 Finais Felizes ................................................................................................ 81 E esse tempo, heim? ................................................................................... 82 Expectativa: vilã ou mocinha?..................................................................... 84 O que é? O que é?!..................................................................................... 85 Sentimento X Razão .................................................................................... 86 A Arte de Discordar ..................................................................................... 87
Observações Finais ................................................................ ....................................................................................... .......................................................89 .......................89
Prefácio O que é um grupo? Uma união de pessoas com algum objetivo em comum, certo? Sim, também. Apenas mais uma definição... Mas um grupo é mais do que isso. Principalmente quando esse grupo “conta” uma história. O grupo Escritores de Gaveta surgiu como plano de fundo de uma vontade que muitas pessoas anseiam: A de lançar um livro. Todos os integrantes do Escritores De Gaveta tem algo em comum: Blogueiros, nascidos ou que moram em Guaíba/RS. Alguns já se conheciam da escola, outros se conheceram por algum amigo em comum ou de algum Domingo à beira do Lago Guaíba. Outros se conheceram na internet ou até mesmo através de seus blogs. E outros por fim, antes do grupo, ainda nem se conheciam... A idéia de criar um livro já vinha muito antes na cabeça de alguns de nós, mas como publicar um livro em um país tão deficitário de incentivos culturais? E como fazer tudo isso sozinho e sem ser um autor já conhecido? Depois de amadurecida a idéia e armados os planos, formou-se então a escalação para essa árdua tarefa: Contando primeiramente com o Thomas e o Anderson (De onde se originou a ideia inicial de publicar um livro). Depois conversaram com o Marcelo e a Jéssica, que aceitaram na hora participar. Depois para definir o grupo, juntaram-se o Andrew, a Andreza e a Carol. No fim o Heryk também se somou ao grupo, com todo seu apoio técnico. Foi em uma noite do dia 20 de Julho (Coincidentemente ou não; dia do amigo) depois de muitas combinações via internet, que ocorreu a primeira reunião do nosso grupo (Até então sem nome e ainda com os quatro primeiros integrantes).
Escolheu-se o nome “Escritores de Gaveta” porque nos definimos como um grupo de escritores que geralmente escreviam coisas que eram guardadas em nossas gavetas ou na última folha de nossos cadernos. O blog serviu-nos então (acreditamos que pra todo mundo) como uma válvula de escape e uma forma de dar vazão a toda essa nossa criatividade que até então se encontrava aprisionada em nossas gavetas. Enfim, já com nome definido e o grupo fechado, partimos logo ao livro, que nada mais é do que uma coletânea das nossas melhores postagens dos nossos blogs e também uma pequena publicação de algumas postagens inéditas ainda não publicadas em nossos blogs. O nosso livro chama-se então “Ideias Soltas”, pois a nossa proposta é justamente essa: Soltar pelo mundo de uma forma irreverente, as nossas angústias, dores de cotovelo, as revoltas de um mundo cada vez mais complicado, as felicidades, alegrias e o prazer de um ombro amigo. Ideias essas que até então se encontravam presas em nossas mentes, blogs ou no fundo bagunçado de alguma gaveta. Mas isso tudo é apenas o começo... Nossa verdadeira história está começando agora e dessa vez com você, que nesse momento lê as linhas desse livro... Então que tal seguir em frente e folheá-lo à vontade?
Parte Um Anderson da Silva Kubiaki. “Um cara polido levando uma vida lascada.�
"É menor pecado elogiar um mau livro sem o ler, do que depois de o ter lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume. Não há vida literária plenamente virtuosa." (Carlos Drummond de Andrade)
Existência Sentado no banco da praça um jovem observava atentamente a paisagem ao seu redor. Viu grandes pássaros voando pelo céu até pousarem sobre as arvores, folhas caiam da velha arvore do meio, folhas secas, sem cor e sem vida. Do outro lado no parquinho havia muita vida, crianças brincavam em balanços já enferrujados e desciam escorregando pelos escorregadores azuis, todas as crianças reluziam sorrisos inocentes e puros. Já ao lado do parquinho sentada em um banco largo uma senhora jogava sementes aos pássaros da praça, pobre senhora, aparentemente solidaria e triste, esperava paciente o doce descanso eterno da vida, pois ela merecia já estava velha e fatigada. Atrás da senhora estava sentada uma mulher grávida, uma pessoa jovem prestes a gerar um ser mais novo ainda, que teria que amamentar cuidar e educar com amor e carinho, alguns minutos depois chegou um homem aparentemente jovem também, sentou-se do lado da mulher grávida e a beijou, provavelmente era seu marido a parte paterna que faltava naquela linda cena da vida. Em meio a todas essas figuras da praça o mais peculiar era o palhaço que vendia balões ao lado de um chafariz, usava botas maiores que seus pés e tinha o rosto pintado de uma forma melancólica, como se estivesse chorando e não vendera um balão sequer. O jovem acompanhava todos desde a hora que chegou à praça, estava sentado sozinho num banco onde tinha uma visão privilegiada da praça, o jovem então teve um momento reflexivo, percebeu que estava acompanhando a ordem da natureza e da vida. Todas as figuras que observou na praça faziam parte da ordem natural das coisas. A mulher grávida e seu marido, as crianças do parquinho, a velha que estava jogando sementes aos pássaros, todos faziam parte de uma cadeia geral da vida, o nascimento, a vivencia e a morte. A única figura que não se encaixava nos pensamentos do jovem era o palhaço que vendia balões - Que cargas d’água têm haver um palhaço no ciclo da vida? - Então ele se deu por conta que o palhaço era a própria figura da vida, que ligava todas as outras três figuras da praça, o palhaço pintado com o rosto triste era exatamente como a vida que, às vezes, nos proporciona momentos de felicidades e outros de tristeza, e os
balões que o palhaço vendia eram nossas oportunidades e esperanças que a vida nos oferece. Passado algum tempo o jovem se levanta do banco e caminha até o palhaço que vendia balões, o palhaço sorri para ele com o rosto pintado como gotas de lagrimas, exatamente como a vida quando nos prega peças, o jovem então compra um balão vermelho e sai caminhando tranquilamente pela calçada, pois agora ele sabia que tinha uma grande oportunidade entre seus dedos e acima da sua cabeça.
Faz-me continuar pela estrada Tons púrpuros cobrem o céu anunciando o fim do dia e a chegada da noite. O alivio é um sentimento sublime, deixando a mente vazia apenas observando as sensações e as coisas que se movem. São tantas as coisas que se movem a nuvem que passa voando pelas nossas cabeças, as árvores que passam aos vultos pela janela, as pessoas movimentam-se mesmo estando paradas. Tão perto e tão distante adormecidos pelos embalos da estrada, a vida é uma rua de mão única, tem muitas curvas e quebra-molas por a frente, mas o fim dela todos conhecem. Pessoas se distraem com as casas e pessoas do outro lado da janela, outros se distraem com o som da música, ligados em alguma estação de rádio. Mesmo lotado de pessoas estamos sozinhos, com nossos pensamentos, nossos sonhos que passam – Por favor, feche a janela um pouco – e não voltam mais. Cada dia um dia diferente em linha reta, curvilínea e constante.
Folhas Caroline Lá onde o sol se põe, as folhas caem Por onde passa luz, as águas correm Eu flutuo ao som da canção Meus olhos são de folhas brancas de papel Teus olhos de nuvens de algodão Voando sobre o jardim Você desenha com o seu pincel Castelos templários pra mim
Liberté Vi leurs yeux Et j'ai perdu Écouter à votre voix Quelque chose ici Il est jugé jours Et que monotonie Tout cela pour vide Je suis loin de toi Je comprends, quelque chose a changé Quand j'ai noté Vous a volé Libre, libre… maintenant cet amour!
Delirium O rapaz estava no seu quarto sentado em cima da cama, nas mãos, um violino e o arco. De frente ao espelho ele vê a imagem refletida da moça que estava a apenas três passos dele. Ele sentiu a euforia do momento, seria ela a lembrança mais doce que ele já teve. Ele podia abraçá-la em pensamentos com um único olhar. A moça de altura baixa era flexível sem ser frágil. Sua beleza inconfundível e jovem era comparada com o desabrochamento de lírios, sua pele branquinha era de tamanha maciez, ela transparecia a suavidade em pessoa. Ele sem tirar os olhos da imagem refletida no espelho toca os primeiros acordes do violino, tocando assim uma valsa lenta, a moça então começa a dançar uns passos pra lá, outros passos pra cá. Ela não estava dançando, estava flutuando em cima das nuvens brancas, era um verdadeiro anjo. O rapaz fecha os olhos e começa a imaginar que estava tocando o próprio corpo da moça, seu violino era agora o braço da linda jovem onde ele acariciava com tanto prazer e cuidado. A música acaba o rapaz abre os olhos e na sua insanidade sonhadora, vê que a imagem da moça não estava mais no espelho e nem em lugar nenhum, a moça tinha desaparecido. Ele estava sonhando, seu sonho mais profundo e intenso com a maior vivacidade, não era um sonho, não para o rapaz. Era só a realidade do seu mundo.
Meu Sonho Meu sonho é te ver todos os dias, Ouvir em cada palavra a tua voz. Eu sonhei em te ver assim: Perto de mim, Do frio de proteger E te ver dormir... Meu sonho foi assim... Vivendo pra você, Pegar a tua mão E ao menor sussurro Estar ao teu lado. Não importa a distancia Eu estarei ai... Meu sonho é te livrar do escuro de um mundo real, Contar histórias pra te ver sorrir, Ver a luz da vida se acender... Durante um sonho acordado Embalado pela magia da noite, Eu sonhei assim.
Boas Mentiras, Quase Verdades O acaso e o despacho no vazio da razão O tempo é um compasso Passo a passo para a solidão O que você prefere? Uma boa mentira ou uma verdade não dita? São tantas as suas manias Que eu já nem sei quais são Por que você me olha? Fala tudo e não diz nada O olhar revela tudo É pura enganação Por favor, quando for irônica, levante a mão E nessa arte de enganar Você engana a si mesma.
Dias de Inverno Em tempos de inverno o sol reservava-se para alguns bons momentos. As flores orvalhadas da manhã de inverno eram como se fossem cristais. As manhãs frias inundavam as margens com uma neblina que transformava uma paisagem vulgar numa paisagem misteriosa. Eu sei, eu sei que agora acabou, mas invernos assim deixam saudades. Ficam lembranças, promessas e certezas.
A última folha Um simples desenho rabiscado Ou bilhetinho do seu bem-amado. Algumas frases importantes Ou simples anotaçþes irrelevantes. Usada para fazer os temas Ou para escrever meus poemas.
Parte Dois Thomas Cobain
Estudante de Psicologia da ULBRA de Guaíba/RS. O que não significa necessariamente normalidade. Viciado em música, café, internet e afins... Apaixonado pelas letras e por filosofias baratas. Meio metido a boêmio e a escritor... Algumas pessoas me definiriam como alguém calmo, engraçado, inteligente, interessante e sensível. E outras me definiriam como o total oposto disso. Talvez eu não seja nada disso, talvez eu seja tudo isso ou talvez eu seja apenas um meio termo. No fundo sou apenas eu mesmo.
“Dedicado à minha família e aos meus professores, pela educação que me foi dada e pelo aprendizado adquirido. Aos meus amigos, pelo apoio e confiança. (Em especial ao Heryk, pela capa do livro!) Também agradeço a qualquer pessoa que possa ter me servido de inspiração...”
“Sonho que se sonha só, é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto, é realidade” (Raul Seixas) “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert Einstein) “Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, acorda ... '' (Carl Gustav Jung)
Pelas Ruas... Da minha vida daria pra se fazer um livro. Ou no mínimo várias crônicas... De humor, de drama, de romance... É inacreditável e engraçado o destino. Muitas vezes mais irônico que na literatura. Um simples "Oi" Já derruba toda a nossa defesa... Motivo pra se deprimir a noite inteira... Até quando vou me culpar por erros passados? A vida ensina, nós que não aprendemos. A vida segue, Já passou Não olhe mais para trás... Mas será ainda compreensível isso? Mesmo depois de muito tempo, Ver certas pessoas ainda é muito complicado. Em certos momentos até o silêncio se cala. Tensão, suor frio, palidez, pupilas dilatadas, palpitações, frio na barriga... Daí então, na hora você até pensa: "Ela nem deve ter notado..." Ah, meus amigos... Parvo engano! Ela já te conhece muito bem. E acredite: Ela sempre nota Infelizmente...
Cabelos cor de fogo Foi na praça, bem ali Em frente ao chafariz, que a vi A menina dos cabelos vermelhos Não usava flores no cabelo Ou nada muito “romanesco” Apenas uma mochila e uma camisa xadrez Mal sabe ela o bem que me fez Passou por mim, mal olhou E do meu lado, na escada sentou Distante, indiferente pelos pedestres Nem sei o que pensava Não sei o que esperava Pensei em uma aproximação Adequada à situação... Pessoas tirando fotos Crianças brincando com os pássaros O vento frio do outono Entre olhares disfarçados Depois de minutos em silêncio Enfim aconteceu... Olhou, levantou E abrindo os braços correu A menina dos cabelos Cor de fogo, vermelhos No meio da multidão, desapareceu
Metamorfose (?) Apesar de toda a melancolia Que repousa hoje sobre mim Venho agradecer-te Pois graças a você amadureci Aprendi a pedir desculpas A ser mais compreensivo com os outros, Com o tempo e comigo mesmo... Tornei-me mais sensível Mas de uma maneira menos teatral Nem choro mais como antigamente Troquei as bandas adolescentes Por outras mais inspiradoras... Deixei de ser simpático Com quem nunca mereceu... E aprendi a ser simpático Com quem deveria ter sido sempre. Hoje sou mais introspectivo, Mais racional, mais sincero E ate mesmo mais calado Mas apesar das cicatrizes, Sou uma pessoa melhor E apesar desse jeito mais sereno, Menos inconseqüente Levo a vida sem pressa... Apenas eu e a saudade...
Tempo Às vezes ainda me pego Pensando em você E passo os dias Tentando entender o porquê O meu egoísmo Me fez te perder E agora já é tarde Pra me arrepender Saio com os amigos Trabalho e estudo Me divirto, me ocupo... Mas às vezes me lembro De seu sorriso para mim Que hoje é a riqueza De um outro alguém Logo eu que fazia de tudo Pra te ver sorrir Me sinto hoje triste Ao te ver feliz Vivo na esperança De poder te esperar E que um dia eu possa Te rever e sonhar O tempo é relativo E eu já não vivo Não me importo de esperar Que um dia, enfim Possas sorrir novamente pra mim
Querer Eu quero amar Eu quero me libertar! Quero ser idiota, Agir como um babaca de novo... Sim eu quero... Quero andar sonhando acordado... Pensar nas besteiras que ouvi Quero lembrar e sorrir Aquele sorriso "abobado" De quem está apaixonado Quero caminhar sorrindo pela rua Sem nenhum sentido aparente... E voar, leve como ar... Quero sentir o vento no rosto A luz e o calor do sol Ver as cores nas flores Quero ser hipnotizado Por alguma voz, um olhar Um perfume qualquer Que não me deixe acordar Eu quero que me ame E que me enlouqueça! Eu quero suspirar de novo Te fazer sorrir... Quero brincar, provocar... Aos poucos te conquistar Conversar nas madrugadas Não ver nem a hora passar Quero sonhar com você! Andar de mãos dadas
Quero beijar teu pescoço Sentir meu corpo levitar Quero ficar sentido seu perfume Fechar os olhos, te querer! Não olhar pra mais ninguém Quero sentir-me bem Quero tê-la pra mim Independente de quem... Quero ser seu também... Não amar outra mulher que não você...
Os Detalhes I Naquela tarde Que nos abraçamos Foi como se tivesse Sentido a sua alma... O mundo girou E o tempo parou Para nós dois... Ficamos ali parados, Puro silencio, então... Sentindo sua respiração... Era o inicio de tudo... Inicio de tudo...
II Naquela tarde em que nos beijamos As bocas silenciavam – se Afastando e se aproximando Sem pensar em nada Hesitavam... Mais uma vez o tempo parou... Sentia sua respiração Uma bisa morna, Nos lábios, ofegante... Coração batendo forte E dolorosamente beijaram – se Era o fim de tudo... Fim de tudo... O último beijo...
III E hoje, olhando para trás É difícil imaginar... É difícil acreditar... Que todos esses sentimentos físicos Não significaram nada para alguém... É difícil mentir com o corpo É impossível mentir com a alma O que eu realmente acho é:
"Que mentir pra si mesmo, é sempre a pior mentira..." É... E realmente... Eu ainda não aprendi a perder...
Impassível O chão úmido O céu nublado O vento gelado As sombras As cinzas O silencio O gosto Os sabores As cores O cheiro Os perfumes Os sons As luzes As marcas Meus souvenir’s Meu Livro Empoeirado... O piano O violino As flautas... As fotos... Os cataventos As espumas do mar As folhas... Os galhos secos O limo As pegadas A visão embaçada Desorientado Sem direção Sem coração Sem emoção...
Tri Perdido
Perdido... Olhando a rua pela janela do ônibus Gotas suicidas atiram-se contra o vidro As mesmas gotas de chuva que caem Molhando o asfalto negro Formando pequenas poças no chão Iluminadas pela luz amarelada dos postes Sinal verde, Ônibus segue em frente Passando por lugares que já estive Por pessoas que conheci Histórias que vivi, Lembranças que já esqueci A janela do ônibus Vai embaçando lentamente Mas ainda continuo Viajando em minha mente Tri perdido Nos meus próprios pensamentos
Parte Três Marcelo Rutshell “Geminiano, existencialista.”
"Este capítulo é dedicado à minha mãe, Margarete, aos meus irmãos, Márcia e Antony, aos Astronautas e Cometas, às amizades de década e meia e às que começaram a contar anos recentemente. Àqueles que, direta ou indiretamente, permitiram-me extrair deles próprios os versos que escrevo. À todos estes o meu Muito Obrigado. Não poderia, também, deixar de citar meus sinceros agradecimentos às musas que nunca deitaram em minha cama, aos pais que não criam seus filhos, às mães que não regam as árvores mortas que seus filhos cultivam em gavetas abarrotadas, às pessoas que conheço e às que ainda não conheci. Obrigado por me darem motivos para escrever.” "já não depende mais de mim extrair o que eu preciso de vocês" (Marcelo Rutshell) Por último, mas não menos importante, este capítulo é dedicado à todos que ainda preferem continuar sonhando ao invés de acordar. Obrigado. "eu só acredito nos sonhos e nas pessoas que acreditam neles" (Marcelo Rutshell)
V A loucura passou e agora sou eu que não passo de um insensato insano que procura ludibriar-se na falsa imagem que faço do teu engano. Se beijo tua boca procuro na tua saliva a cura como quem procura enlouquecidamente, livrar-se da loucura. Mas se apaixonar-se têm seu risco e todo risco causa medo, faço deste medo esquecimento e do esquecimento meu passa tempo. Assim passo o meu tempo e com o passar do tempo enlouqueço por não lembrar do que esqueço por que o tempo apagou. Eu calo minha boca (nem sequer uma palavra), as palavras são poucas e não dizem nada igual ou parecido ao que teu beijo falou. Em silêncio percebo que quando me perco em teus beijos me lembro e me esqueço que sou mesmo um louco. Percebo no medo que tenho do tempo e através do teu beijo começo tudo de novo.
Apenas Isso
Sou um poeta desiludido com as palavras. Mas que poeta serei eu se não puder confiá-las: minhas angústias e lamentos tudo o que sinto, o que penso? Sou um poeta e desconfio das palavras por isso escrevo-as, inertes, ao invés de pronunciá-las. Sou um poeta, apenas isso e mais nada.
Em Resposta à Você Em resposta ao pranto o sorriso. Em resposta ao canto o desafino. Em resposta ao errado o certo. Em resposta ao imaginário o concreto. Em resposta ao certo o errado. Em resposta ao esperto o enganado. Em resposta à lembrança esqueci. Em resposta à esperança perdi. Em resposta à vida a morte. Em resposta a quem siga um norte. Em resposta ao problema solução. Em resposta ao teorema demonstração. Em resposta ao vento soprar. Em resposta ao medo enfrentar. Em resposta à sensatez a insanidade. Em resposta ao que se fez se havia vontade? Em resposta ao que quero o que tenho. Em resposta ao que espero o que recebo.
Em resposta ao sorriso a lágrima. Em resposta ao que digo você cala. Em resposta ao que penso começo a escrever. Em resposta à mim mesmo você.
Sobre o Amor Um estranho desertado em local desconhecido como um pássaro novo abandonado em um ninho de espinhos. Como um anjo sem asas, inferno sem fogo ou um dia que acaba para dar lugar a um dia novo. Um pesadelo sem susto, um sonho sem fé. Como podendo ter tudo não saber ainda o que quer. Como um poço sem água ou ir dormir sem ter sono, como sem dizer nenhuma palavra entender o que disse o outro. É como ter um problema e não querê-lo solucionar, sobre o amor escrever um poema, sem ainda saber o q é amar. Saber que é tolo todo aquele que ama, pois por amar sofre mais do que deveria, és, então, este poeta um tolo que transforma suas lágrimas de amor em poesia.
A Felicidade Não Cabe em um 3x4 Hoje choveu o dia todo, foi mais um daqueles dias onde a alegria parece estar muito ocupada com os outros. É... Chove lá fora, o dia inteiro, chove lá fora, já faz tanto tempo, um dia todo, fora, eu já nem lamento. Chove lá fora e também aqui dentro. Dentro: é um lugar tão fácil de entrar. Dentro: é um altar onde você já não está. Vejo aquela nuvem cinza, reconheço nela alguma coisa de mim mesmo, talvez seja a cor ou as lágrimas, não sei, já não me reconheço. É, vai ver seja mesmo a cor, mas realmente não consigo perceber. Talvez assim seja melhor, sei que não vou gostar do que vou ver. Força (...), palavra otimista. Mais ou menos força difere o que é vento e o que é brisa. O que você seria? vento? furacão? brisa? não sei ainda o que sou e, acredite, se você fosse eu, também não saberia.
Mais um quarto de hora se passou sem alterar qualquer coisa que me fizesse notar. Tudo isso é besteira, eu sei, mas não seria se alguém tivesse notado que eu só errei por atenção e que este nunca foi o meu maior pecado. Crucifiquei o santo errado e a cruz apodreceu. Mas, afinal, foi Deus que inventou o homem? ou o homem que inventou Deus? A fé distrai nossas fraquezas e costuma ser traidora, é quase certo a decepção quando se confia de mais em alguma coisa. Hoje tenho um coração aprisionado, pequeno, em um formato 3x4. A felicidade só cresce em corações profundos, que pena, o meu coração sempre foi tão raso. Tudo isso é tão complexo e simples mas ninguém entende sobre o que eu falo. Tudo bem, não se incomode comigo, este é só mais um (inquieto) desabafo. Tinha ainda tanto pra dizer, mas tudo bem deixa pra lá. Asas molhadas sempre se tornam pesadas demais para voar.
A Amizade Chega em Pares Ainda que distante te sinto em lembrança sorrimos no mais absoluto sincronismo. Por que será que têm tanta pressa? vai fazer sol faremos festa. Zombou de mim não sou mais teu amigo e amanhã você quer brincar comigo? Comprei hoje as chaves da nossa casa na árvore com duas balas de troco destas que vêm anéis fiz destes aliança: casamos. Assim. Simples! Amor eterno até amanhã! Enterrar tesouros balas de hortelã. Parei o tempo para impedir que a gente cresça Irá chover (de que importa?!) faremos festa!
Não Há Flores No Céu Têm dias em que a tristeza vem me visitar. Nesses dias ela me parece ser tão íntima... Estar tão à vontade, tão... tão sem pressa de ir embora. Hoje ela entrou e fechou a porta. Somos somente nós dois agora... Ela me trouxe algumas coisas, disse-me que eram apenas alguns presentes. Mas o que me trouxe, na verdade, era o passado... o meu passado. Coisas que eu nem lembrava mais, coisas que eu nem gostaria de lembrar. Não muito confortável pedi à ela que fosse embora, dizendo-lhe que eu precisava ficar um pouco sozinho... Ela disse que entendia mas não podia me deixar sozinho naquelas condições e, mostrando-me uma fotografia, me fez lembrar que “amigos não deixam amigos”. Até parece, como se ela fosse realmente minha amiga. Senti um aperto no peito... precisava de algo, de alguém... A tristeza aproximou-se e, após um abraço, me beijou. Um gosto amargo, salgado. Ela agora chorava, falsamente, claro, um pranto tão falso quanto seu sorriso vinha sendo há muito tempo... A tristeza tinha agora outros nomes, outros rostos... E o salgado de suas lágrimas amarelou em ferrugem o seu sorriso. Senti agora um vazio no peito... E foi minha vez de fazer chover em meu rosto... uma tempestade de sentimentos que sequer lembrava, de lembranças que ainda doíam, de dores que eu não quero nunca mais sentir... mas sei que vou, pois nunca... nunca é muito tempo... e a impressão que tenho é que mesmo muito tempo... nunca vai ser o bastante. ["TOC-TOC"] alguém bateu na porta. Penso comigo mesmo: "quem será?"
Ao me ver chorando a tristeza decidiu que era hora de ir, com um ar de "dever cumprido" no semblante levantou-se e, dirigindo-se à porta de saída, disse-me que “já se ia”. Abriu a porta, era a solidão quem batia. A tristeza saiu... a solidão entrou... E me parecia tão íntima, tão à vontade... tão... tão sem pressa de ir embora. A solidão entrou, fechou a porta e ficou, e aqui está... desde a hora em que eu escrevo até o momento em que você lê. E, acredite, já não somos mais apenas nós dois.
Parte Quatro Andreza Casagrande "Sou a lembranรงa contida na gaveta que tu preferes manter fechada."
Gelo Seco O sol se mostra incolor nessa manhã fria. A cor com a qual o céu foi pintado hoje mostra que a cor cinza chumbo não é tão feia para uma manhã de inverno se for comparada ao estrago que o ar extremamente frio causa naquele pulmão tão frágil, tão alérgico, tão asmático, dentro daquele corpo magro com tão pouca massa muscular. O ar, quando aspirado, invade tão rápida e bruscamente a profundidade daqueles pequenos pulmões, que as superfícies dos tais não são rápidas o bastante para aquecê-los e impedir que o ar gelado congele-os. A fumaça do gelo seco é expirada - É como se a fumaça do cigarro estivesse contida dentro de você. Um cigarro imenso, eu diria, pois o a fumaça que tende a sair é todo aquele ar que precisa entrar, se o seu diafragma estiver relaxando e contraindo conforme tem de ser. Com a caneca de café quente nas mãos e os meus olhos fixos nos meus próprios olhos, diante do espelho eu imploro para que os meus pulmões agüentem para respirar o ar quente que o verão há de trazer.
Concreto Quando deitei lembrei-me de ti. Senti meu interior frio e minhas mãos se fazendo quentes. Acho que foi medo... Em dois segundos eu me vi coberta dos pés a cabeça, quase não respirando, para o escuro não sentir o meu ofegar. Não costumo sentir medo quando deito, mas ontem, depois de ver todas aquelas marcas acentuadas no seu rosto, aqueles ferimentos, as suas mãos entrelaçadas e a sua boca colada com alguma coisa que lembrava cera quente, me fez temer. Eu temi. Temi em te encontrar naquelas condições novamente. Aquele dia, quando olhei em minha volta, notei que todos os rostos choravam. Observei seu peito, mas ele não inflou. Então os meus olhos molharam migrando em direção aquela vela apagada sobre o balcão. Cada passo dado eram cinco querendo recuar, e dez querendo correr pra longe dali. Senti-me impotente: não pude acender a vela. Ela, também, já tinha chegado ao final.
Eu vôo, tu voas, ele voa, nós voamos, vós voais, eles voam. Estou voando... Tu caminhas lentamente misturando minhas palavras em minha mente, fazendo-as virar do avesso. No meio dessa confusão toda, eu não esqueço. Em lentidão eu procuro me reorganizar e voltar ao chão, pois eu não sei se meu coração ainda bate, ou não. Eu pareço sufocar. O ar eu não consigo soltar. Você varre minhas palavras, e elas dançam ao vento como as folhas das arvores no outono. Brinca com os meus olhos, os fazendo te encontrar atrás das árvores. Tu te escondes. -Tolo. Nunca pode se esconder do amor, ele te achara em qualquer lugar. Mesmo que seja apenas dentro de ti somente. Tu brincas não só com meus olhos, mas com as minhas veias que ardem ao te ver. Se eu te dissesse a verdade, talvez tu mentisses. Por não querer te amar, talvez eu te amasse... Se tu resolveste ir, eu te buscaria. Longe da realidade, apenas dentro do sentimento, agora eu estaria. Cá estou eu, procurando respirar em mais um dia de agonia (vazia). Minha respiração voltou. Despertei, olhei pro lado. Existia apenas um vazio, não te encontrei aqui. Mas tu ainda continuas ali, na esquina, dançando, misturando minhas palavras, varrendo-as para longe, sem que eu possa as apanhar. Continua ainda presente em mim. O meu amor é parasita, dentro de mim habita. Procurando por ti, ele grita.
Presente Naquela manhã fria de True ninguém se arriscou a ir à estação. A cidade parecia ter sido evacuada. De longe Lu viu a sombra de algum sobrevivente sobre a nove forte que caia. Vestindo uma parka preta ele corria para o abrigo onde ela esperava seu trem. Sentou a menos de um metro da vazia estação. Ele esfregava as mãos fortemente contra o jeans de sua calça enquanto virava o seu rosto avermelhado pelo mal tempo perguntando: - Está frio, não é? Os fones impedem que Lu escute a pergunta, mas ela a responde com um sorriso. Seu mais novo e único acompanhante olha por todo o lado e insiste: -Parece que ninguém mais se acometeu da loucura d sair da cama tão cedo. A música soava alto e mais nada parecia ganhar dela além do branco da neve e o som explodindo daquela guitarra. Supondo que o comentário dele foi sobre o tempo ela balança a cabeça positivamente sem ao menos cogitar a possibilidade de abaixar o volume. Com as mãos afundadas no bolso daquela calça esporte cor laranja ela olha o horizonte perguntando-se qual seria o destino daquele homem que consegue acordar tão disposto mesmo quando o frio deixa tudo tão tedioso. Ela sente-se nas nuvens enquanto bate os coturnos no piso da estação acompanhando o ritmo do seu solo favorito. O sorriso escancarado, seus olhos fechados. -Você parece bem nova, vai viajar sozinha? Ela não escuta nada, está maravilhada com a qualidade do seu Smartfone novo. BOOM!!! Terminou a bateria... Tédio. Ela não tira os fones. Eles mantêm suas orelhas aquecidas, mas é notório, suas distração está acabada. Virando-se um pouco, uma olhadinha sobre o ombro do recém chegado, e nota que nem sinal do seu transporte. Lu é uma menina despreocupada com o julgo alheio, é também incapaz de manter-se quieta por muito tempo. Se rendendo ela manda uma pergunta bem ao seu estilo: - É casado?
-Eu estou só de passagem, é uma cidade linda. -tem filhos? -Ainda não fiz o passeio de barco, mas ouvi dizer que é fantástico! -ah, você é surdo? -Minha música favorita é Yesterday e costumo ouvi-la no mínimo cinco vezes ao dia. Seguidas, claro! Lu pensa: Ufa, se tem uma música favorita, surdo ele não é. Pensa também na semelhança. Não que ela curta o estilo dele, mas sempre pensou ser a única a programar cinco vezes a mesma faixa. Ela segue: -Para onde está indo? -Eu gosto dessa estação, me faz lembrar o lugar onde morei, talvez na fase mais alegre da minha vida. É ótimo quando se é criança. Ela sente saudade da sua infância não muito distante, mas jamais confessaria isso a um recém conhecido. Ele era intimo demais para que ela se sentisse a vontade. Talvez o cobrador do trem. Ela diminui a distancia entre eles, uns vinte centímetros, e se deparam que o frio diminui notoriamente. -O que tem na mala? Ela se curva um pouco para falar. - Viajar sozinho está sendo uma experiência ótima, não tenho me preocupado com nada e não ter horário me agrada muito. -Quando vai se aposentar? -Eu pretendo pescar todos os fins de tarde e depois subir o morro de um jardim de uma casa que ainda não comprei, sentar na varanda e esperar anoitecer enquanto os peixes ficam prontos. Ela precisa de uma pausa para imaginar o projeto de vida daquele agora estranho ao seu lado. Ela não pode se imaginar sem toda a tecnologia com a qual está acostumada. Muito menos com peixe no jantar, mas é inevitável a mania de projetar o seu futuro ao lado de cada um que se para ao seu lado. Qualquer um que não sejam pais, e o chato do seu irmão. Ela tem tanta vontade e sair de casa que sai da cama cedo. Mesmo quando não há aulas para assistir. É a crise dos seus 16 anos. Ela tenta se estrangular mentalmente por não ter escovado os dentes enquanto reprimi a atração inexplicável que sente por aquele homem no mínimo dez anos mais velho. Ela tenta fugir de seus pensamentos mudando bruscamente de atitude. Levanta-se e anda até o final do corredor. O frio
corta o seu rosto que adquire o tom avermelhado que o rosto dele tinha quando ela o viu chegar. O que estava havendo? Até ontem ela jurava jamais encontraria algo que ela gostasse além dos fios loiros de Kurt Cobain. Voltando a passos largos ela senta-se a dez centímetros dele. Pela primeira vez amando a falta de objetividade daquela conversa. A ansiedade fazendo seu peito inflar indiscretamente. - Quanto tempo você pode ficar? – E sem acreditar no que esta fazendo acrescenta: - eu me formo no próximo semestre. - Quando o meu avô me deu o meu primeiro carro, eu passei oito horas lavando o motor e precisei de outras quatro pra limpar as unhas. Ela ficou em silencio e imagina a cena difícil de tirar a sujeira de uma unha tão curta quanto aquela. Ela encolheu os dedos, envergonhada por não limpar as suas com a freqüência que era preciso. Ele abriu o bolso de sua parka e tirou de lá um pacote de balas. Um minuto depois ela estava entorpecida com o aroma de canela. Ela começou a acreditar que estava sonhando. Ele ofereceu, ela negou. Ela odeia obviedades. Enquanto ele guardava as balas, ela viu dentro do bolso um recorte de jornal. Sua curiosidade a corroia por dentro. Ele se abaixou e arrumou os seus sapatos de maneira que os laços ficassem impecavelmente iguais. Lu não conseguiu se manter, assim que ele havia terminado ela se abaixa e desfaz o laço perfeito dele. -Risos. Ela mexeu na mochila e tirou de lá uma câmera fotográfica. Ele não se mexeu. Ela fotografou. Fez-se silencio. Ela não agüentou e então perguntou: - Você tem horas? – Foi o melhor que a sua falta de concentração lhe permitiu perguntar. Ele ficou em silencio. -De onde vem? Silencio. - Está com fome? Silencio. -Gosta de cigarros? Em tenho algum.
Silencio. Você ainda tem aquelas balas? Silencio. -Como chama o seu cachorro? Silencio. - De que cor são as suas meias? -Eu quero você. Soou seco para ela. Atrás das colinas o som dos trilhos servia de anuncio aos dois que imóveis se observavam; Seus olhares confessando tudo que suas bocas não pronunciaram. Fez-se silencio. -Vem. – Ela pega a mão dele e levantando com rapidez começa a andar pela plataforma arrastando-o. – Conheço um lago que não fica muito longe daqui. Tenho certeza que tem muitos peixes lá. Você sabe lidar com madeiras? Eu gosto de casas grandes, te ajudo com o pacote de pregos. Eles vão ser felizes, não para sempre, mas enquanto houver perguntas para serem respondidas.
Amor -eu não disse que não iria. -mas também não falou que ias ir. -sim, não falei, mas isso não implica em não ir. -então porque não falou? -porque eu não quis. -uau, tu nunca queres nada. -eu quero. -o que você quer? -quero poder fazer com que tu entendas que eu quero ir. -porque veste essa armadura toda? -que armadura? -essa, junto dessa pose de "você quem sabe". -mas realmente és tu quem sabe. -olha, eu não sei de nada, porque eu nunca fico sabendo de verdade qual é a tua vontade. -então deixa eu te mostrar? -mostrar o que? -a minha vontade que tu não consegues ver. -eu não quero que tu me mostres nada. -ah é? Mas mesmo assim eu quero te mostrar. -interessante como o teu querer aparece do nada. -o meu querer ta sempre aqui. É uma pena que tu não saibas disso. ... -Tá, não adianta me olhar com essa cara de cachorro molhado. Tu que começaste. -É, fui eu quem começou. -ah, ironia essa hora do dia não é nada agradável. -po, tem hora certa pra ironia também? Não, porque, pra ti as horas são todas medidas e remedidas. -eu meço as horas do meu dia, pra que sobrem horas a mais pra eu te ter nos meus braços por mais tempo. -se você acha que vai me amolecer com essas frases românticas, vai tirando o teu cavalo da chuva. -eu não tenho cavalo. -tira o teu cachorro da chuva. -amor, nós não temos cachorro, lembra? Optamos por ter um apartamento só pra nós.
-tu estás me irritando. -tu ficas ainda mais linda quando irritada. -vou te mostrar quem é linda. -mostra, vai. -ai, cala a boca. -calo sim, mas só com um beijo teu. -vem cá, tu não vai parar? -não paro se não quiser. -eu acho incrível como tu misturas as coisas. -mas eu não estou misturando nada. -porque fica querendo me ganhar com esse teu jeito irresistível? -ah, porque você me ama. -e você não? -não. -mas... -não, eu não me amo, eu te amo. -sem graça. -É, às vezes eu tenho vontade de te jogar pela janela, de tão sem graça que tu és. -porque não joga? -porque além de entrar em cana, eu ficaria sem o amor da minha vida. E tu, porque não deixas de querer saber dos por quê? -por que... porque eu não sei. -eu sei. -tu sabes? -sei. -do que tu sabes? -sei que tu ta querendo um beijo meu. -te mentiram. -vais negar? -claro que vou. -até assim, na orelha? -na orelha já é um começo. -ah é? E aqui, no pescoço? -para com isso. -ahhhhhhhhhhhh -bbbbbbbbb -tu és tão chata, mas eu te amo, sabia? -eu sei.
-hahaha -ta rindo do que? -da tua cara -tenho cara de palhaça? -olha... -não responde. -certo, certo. -vem, me da um beijo logo. -ta querendo um beijo agora? -to sim. -um é muito pouco. -eu sei, mas inicia ai, que eu sigo o baile. -a tua boca tem cheiro de mel. -a sua tem cheiro de creme dental. -hahaha. Eu escovei os dentes antes de entrar no quarto. -a tua voz é doce. -tu já me disseste isso. -deixa... -sabe o que eu mais gosto na gente? -o quê? - o modo como as coisas se ajeitam rapidinho, como as coisas não têm o tamanho que deveriam ter. Digo, nas “brigas”. Até parece que sempre é a primeira semana de namoro. -É porque o amor é maior do que qualquer outra coisa, principalmente se for relacionado a essas "brigas" baratas. -o nosso amor é maior do que qualquer coisa. - é sim. Mas vem logo, não me enrola, me beija logo. - só se eu puder ver os teus olhos se fechando. -é só ficar com os olhos abertos. -não vais ficar brava? -não fico nunca. -nunca é muito, hein. -é muito sim. ... -se um dia tu resolveres que não quer mais morar comigo nesse apartamento, tu leva contigo esses nossos momentos? -se um dia eu resolver que não quero mais morar contigo nesse apartamento, vai ser porque eu quero comprar um melhor pra gente morar. -eu te amo. -eu também...
Parte Cinco Jessica Perla
“Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.” (Caio Caio Fernando Abreu) Abreu)
Dedico estes textos aos meus pais, Luciano Perla e Neiva Perla. Dedico a todos os jovens, que lutem pela cidadania, por causas justas, talvez careta demais, sei também que pode soar piegas, mas que lutem por incentivo a cultura, a conscientização. Pois, de nossa juventude dependerá o futuro. Nós somos os líderes de amanha. E por fim, dedico a todos os meus amigos e mestres professores. Obrigado a todos.
"Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras." (Clarice Lispector) "Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução." (Machado de Assis) “Distraídos venceremos!” (Leminski)
De um tal amor... Ele era um moço requintado, alto, bonito e educado. Um bom partido que arrasava corações de jovens faceiras e dispostas a noivar-se. Ela era doçura de menina. Seus olhos verdes transbordavam carisma. Filha de médico, era educada e muito bonita. Era Porto Alegre, meados da década de 40, á beira de uma praia doce, de ondas serenas, que chamara Guaíba. Um fim de tarde, um pôr-do-sol, um céu de um azul intenso que acabava por resplandecer novas cores, alaranjadas. O sol rompia as nuvens e os pequenos brilhos que cintilavam sobre as águas eram foguinhos acendendo e apagando. Todos os fins de tardinhas, Ele sentava-se lá, com seu fiel amigo cachorro Sultão. Sentia-se feliz, com uma felicidade que chegava-lhe e subitamente fugia. Era uma alegria séria, mas que surpreendia-lhe com uma serena vontade de sorrir. Todas as manhãzinhas frias e ensolaradas, Ela observava a praia de sua janela, ás vezes, garoava, a ponto de enxergar-se quase nada, outras vezes, o sol pintava o céu com sua graça, esquentando a manhãzinha fria. Encantavalhe o nascer do sol, que faiscava sem parar, reluzente sobre as águas. Aquela luz refletia em seus doces olhos verdes, que perdiam-se em sonhos, em uma esperança boa, que não sabia de quê, só sabia que sentia. Da Janela ela pensava em sua vida, observava o rio, sentia-se boba de tanta sensibilidade, não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo. Naquele morro, bem verde, Ele sentara com seu cachorro todos os fins de tardinhas, onde o sol se perdia dentre os morros do outro lado do rio, onde mal enxergava-se a pequena cidade que Ele tanto admirava, pois, lá morava um tio, que sempre o contava sobre canarinhos, sabiás e pássaros encantadores que lá residiam, nas gigantes e antigas árvores, tornando o ambiente com seus cantos uma alegria só. Ao entardecer, Ele e seu cachorro sentavam-se lá e refletiam. Todos os dias Ele olhava ao horizonte onde enxergara Guaíba e dizia: É Sultão, ainda vou morar naquela cidade, onde existem sabiás e onde encontrarei meu amor. Ah! Eu vou. Ele via-se ansioso, pois estava prestes a visitar seu tio, que morava do outro lado do rio.
Manhã fria, cinzenta de outono. Ventava, a ponto de ouvir-se um certo "ssshii" das antigas árvores que balançavam-se. A praia aparentemente abandonada, era sombria. As ondas doces tornavam-se monstruosas e violentas na encosta, quebrando-as em um imenso silêncio "ssssshuaa". Ruas vazias tornavam-se a ficar movimentadas por pessoas curiosas e que recepcionariam os recém chegados de Porto Alegre, pois a barca estava a chegar. O sol surgia dentre as nuvens timidamente. Muitas jovens, bonitas e faceiras, esperavam com ansiedade a vinda de rapazes Porto Alegrenses que chegavam a todo momento de barca. Contanto, apenas uma se destacara para Ele, ela não parecia estar oferecendo-se, tinha um beleza natural, meiga, de cabelos castanhos e doces olhos verdes, tanto, que transbordava carisma. Ele notou que a moça estava acompanhada de seus pais, e por fim, percebeu que era uma respeitável moça de família. Ele sentia-se encantado, seu coração batia em um ritmo acelerado, e sabia, que há muito tempo não sentia-se assim, de pernas bambas, fitando-a com o olhar, mesmo sem querer. Querendo, desejando aproximar-se, saber de sua vida e das coisas que ela gostava. Ela sentia-se bem, distraída, com pensamentos e devaneios concentrados na beleza do rio, e no quentinho do sol, pois, era a formosura em pessoa, além de ser apaixonada pela vida em si. Era moça de princípios, e não se desatinava procurando um bom partido, pois sabia que o amor não se procura, e sim, acontece naturalmente, e quase sempre acontece quando não se espera. Ela sabia que era preciso estar distraída. Além de bonita, era moça muito sabida. A vitrola que antes fazia íón-iniim-ooh-íniin-ooon-íón, agora tocava música. Então os olhares deles encontraram-se em uma sintonia perfeita e recíproca. Aquele tipo de olhar que nem mais de mil palavras podem explicar. A partir deste dia, o destino encaminhou-se de fazer ela encontrar ele e ele encontrar ela. Ele era João Perla e Ela era Jaci Martins, meus avos, uma história de 60 anos de amor. A saudade dele é de saber que viveu feliz ao lado dela até o último instante, e ainda assim, doer.
Qual é a verdade? Já parou pra pensar onde estamos? Bom, eu parei, e cheguei à conclusão que bilhões e mais trilhões de seres vivos habitam um planeta, chamado Terra, o que é bem curioso porque mais de 70% é ocupado por água. Ok, informações técnicas, porém, há muitas dúvidas, que intrigam o ser pensante que se diz humano, mas que de humano não tem nada, pois, destrói suas matas, polui suas águas, mata, arrebenta, cria bombas nucleares, investe milhões em armamentos, em tecnologias avançadas para destruição. É um ser ambicioso, que quer dinheiro, quer poder aquisitivo, e para isso explora até mesmo as camadas subterrâneas de seu habitat, como por exemplo, a exploração do pré-sal, sabe o que é isso? É uma camada geológica antiguíssima, que se deu por origem quando os continentes separaram-se. Ok, novamente, dados técnicos, porém, pensamos, com a retirada do petróleo que se encontra acumulado nesta camada, o que vai preenchê-la? O solo precisara se acomodar, mas de que modo? Curioso não? Bem curioso. E bom, na minha opinião, acho que estamos em uma fase de tecnologias bastante avançadas, tanto ao ponto de criarmos uma nova fórmula para combustíveis. Já até existe o bio-combustível, mas parece que eles não estão nem aí. Revolta-me parar pra pensar. Verdades inconvenientes, que já estão cansadas de querer aparecer, desde as épocas medievais que quem pensava e tinha opiniões morria queimado. Quem tem poder, fica mais e mais poderoso, e quem tem miséria cada vez mais fraco e oprimido, quem tem vontade, tenta, tenta e tenta mudar esse cruel mundo, mas o que há de se fazer? Revolução, reformas, como na ditadura? Jovens revolucionários, que saiam as ruas pedindo mudança. A eles um muito obrigado, pois hoje, estamos aqui, descansados, olhando o horário eleitoral que mais faz rir do que incentivar, e ainda sim, precisamos pensar em qual deles ceder o voto democrático, que de certo modo, é uma conquista dos ativos jovens dos anos 60. Pois bem, se questionarmos tudo, o mundo todo será um balaio de dúvidas, incertezas e insatisfações. E a copa de 14 ein?A maioria dos brasileiros acha mais importante do que mudar a situação da educação. A cultura do Brasil é o futebol, mas isso é horripilante, até de pensar. Um dia em um ônibus, ouvi "Brasileiro tem dinheiro pra jogo, mas pra alimentar a família não tem." Revoltante. Nos resta é apelar. Ao Excelentíssimo Presidente da República, que preste atenção aos aposentados que trabalharam anos e anos para uma vida melhor, e que presenciam seu salário diminuir. Olha e muda, faz uma reforma na nossa
educação, pois os jovens de classes mais baixas já nascem com o intuito de que vão crescer sem estudar, que seu futuro é trabalhar por ai, e se não aguentarem, as drogas, eles veem como solução, assim promovendo violência, que talvez mate mais que guerra (...) Tanta coisa, que nem cabe aqui. Mas e ai, estamos sozinhos no universo? (…)
Pois de tudo fica um pouco (…) E mais uma etapa acaba de passar, como diz um tal proverbio, não importa o que, se bem ou mal, tudo passa. E a vida se faz de fases, de momentos intensos, cotidianos ou inesperados. Ás vezes, eu reclamava de tudo. Da rotina, do cansaço, do barulho. Em algumas horas me sentia agradavelmente alegre, outras, me sentia frustrada, querendo ir embora, largar tudo. Em raros momentos, eu sentia uma imensa felicidade, daquelas sabe, de risos descontroláveis, altas gargalhadas reciprocas e sinceras, e é bom saber que todos esses pedacinhos gostosos de passado existiram, e vão viver sempre dentro de mim. Não me dei conta de como todas àquelas horas daqueles dias agitados tinham se tornado importantes pra mim. Eu reclamava, mas no fundo eu realmente gostava muito. Eles tinham me cativado, e é tão doloroso o fim. Nunca imaginamos o fim. Sim. Derramei lágrimas. Lágrimas de felicidade, de mais uma boa fase cumprida, de lições aprendidas, de paciência aprovada, e a certeza de que as crianças são nossas mestras, e de uma enorme saudade que já ameaça apertar. E a cruel certeza que o verdadeiro valor deixamos para reconhecer quando perdemos. E tudo passa, cabe a nós aproveitar o máximo e decidir o que fazer tempo que nos é dado. Vamos colocar um sorriso neste rosto. E como diria Caio Fernando Abreu, amanhã tem sol.
Das loucuras... Dentro da minha gaveta existem gnomos. Aaah, você pode achar um absurdo, mas que os pequeninos existem, existem! Danados. Mas que Danadinhos, eles querem trocar minhas coisas de lugar. Louca? Não meus caros, não tenho retardo nenhum! Quando vou procurar algo, quase sempre pequeno, como um brinco, uma tesoura, um rabicó, nunca acho, ora, ora, eu sei que eles escondem! E depois de muito, muito esforço, minha mãe me diz, foi tu mesma que guardou ai, bem guardadinho viu?! E eu fico matutando aqui, será?! Estou dizendo, eles querem me enlouquecer! Quem? Os malditos homenzinhos de cinco centímetros, que escondem e trocam de lugar minhas coisas, ele está lá! E o que eu faço? Uso o aspirador? Dou-lhe vassouradas? E muito cuidado com eles, eles estão por todos os lugares, mas digo-lhes, que não são más criaturas, muito pelo contrário, são dóceis, dóceis demais! Você com certeza já deve ter sentido a presença de um, pois, os engraçadinhos estão em situações corriqueiras de todo mundo, sabe quando tu abre a bolsa e não acha o celular, e dá aquela agonia, "cadê?! cadê?! mas tava aqui!" e do nada, ele aparece no fundinho. E não é que os danadinhos gostam de uma folia. E já notou os monstros que habitam na escuridão da noite seu armário? Grandes, fofos, engraçados, ridículos e bonitinhos ao mesmo tempo! Acho que todo mundo tem um desses no ropeiro, só que com o dia-a-dia corriqueiro acaba-se a passar desapercebido. Presta atenção, quando tu for dormir, experimenta fechar a porta do teu ropeiro, certamente vai restar uma frestinha, e tu vais empurrar a porta e a frestinha continuará lá. São os monstros, que vivem no teu armário, e a noite te espiam. Se não achares nada demais, a ponto de considerar esta pessoa uma retardada louca, bom, então olhes debaixo da cama, apenas para dar uma conferida. Eu faço isso todos os dias, confesso-lhes. Eu acredito, e por isso, eles os monstros do meu armário existem. E eles são engraçados, fofos, ridículos a ponto de serem bonitinhos e cativantes! Pode rir vai, tudo bem, mas eu sei que você também tem amiguinhos! Sejam eles monstros, livros ou estrelinhas do teto. Dizem que as crianças e os velhos são aqueles que mais sabem lidar com a vida não é?! Pois muito bem, eles sabem lidar muito bem também com a imaginação, seja contando estórias inventadas ou histórias vividas. O importante é acreditar. E sabe o que acontece? O povo não quer mais essa realidade poluída, que sufoca, estressa, irrita e cheira mal, e eu também.
O verdadeiro valor é o mais simples Eu ouvia elas atentamente, tais histórias verídicas, cada qual mais impressionante, triste, daquelas que nos fazem sentir a angústia, a dor o desgosto solitário, por dentro. Jamais poderia imaginar que por trás de meninas tão lindas, de sorrisos alegres, que transbordavam simpatia, houvesse tal superação, tal sufoco, tal dor. Doeu-me. Estávamos lá, na tumultuada biblioteca, em uma sala fechada, vidro fume, estudantes de direito, a discutir sobre o direito da criança e do adolescente, e foi então, que começamos a contar nossas infâncias. Ao fim, alguma coisa deu errado em mim, não sei como explicar, mas era uma vontade imensa de abraçá-las, e mais, de correr pra casa, noitinha fria, abrir a porta e gritar um alto muito obrigada e dar um abraço forte e apertado em meus pais. Pois, á pouco, eu teria saído de casa irritada, motivo? Minha mãe queria arrumar minhas roupas, e eu a repreendera. Motivo bobo? Sim muito bobo, bobo demais. Nós conversamos muito. Histórias de vida. Vidas jovens. Então remexemos na memória, no baú da rica infância. Aquela conversa inteirinha me doía. Doía por dentro. Doía de tanta compreensão. Aquelas minhas amigas, que por meu prematuro ponto de vista, deveriam ser felicíssimas, pois eram na verdade, grandiosas vencedoras, guerreiras, teriam superado momentos difíceis, problemas com pessoas que amavam, em uma das fases mais marcantes da vida, a infância. Impressionou-me todos os instantes daquele diálogo. De todas elas, eu fora a mais calada, não por não ter o que falar e histórias pra contar, foi automático, eu só sabia ouvi-lás. Sentia-me estagnada por tais fatos, minha atenção, minha compreensão estava submersa. Em cada olhar um desconsolo de nostalgia, em cada palavra um desabafo, em cada suspiro uma cumplicidade. Nós continuávamos resistindo, mas às vezes penso que viver não deve ser apenas isso, segurar a barra. Porém, o tempo passara, e lições foram aprendidas com tais experiências. É bom saber que temos com quem contar, e que não estamos sozinhos nesta vida, que não existem problemas exclusivos e intermináveis. De tudo o que vivemos, precisamos absorver lições. Momentos bons, momentos difíceis, passam, passam. Deixa passar. Por fim, posso assim dizer que tenho amigas fortes, lindas e sorridentes. Cada qual com a sua história, cada qual com o seu brilho no olhar, que faz continuar. Eu admiro vocês. De tudo isso eu trago amizade, sorrisos, choros, exemplos de luta e vitória.
Mas pra que esse texto gigante? É pra expôr um pouquinho do meu sentimento, escrever alivia, faz bem. E não, não é egoísmo meus caros, e sim uma extrema vontade de compartilhar uma lição. O valor do hoje, o simples e verdadeiro valor das pessoas que estão em nossa volta. O valor de cada dia. Da possibilidade de mudança! Acordar na manhãzinha ensolarada e agradecer por mais um dia e mais uma oportunidade de melhorar as coisas, de torná-las diferentes e melhores. Coisas simples, tomar café, dar bom dia (...) deixar o dia acontecer agradavelmente. E como diz em latim, o sábio professor Britto, "Sol lucet omnibus"- "O sol nasce para todos". Ou para os que não compreenderem este texto, "Stultorum infinitus est numerus"- O número de idiotas é infinito.
A Simplicidade de um sorriso A criança? A criança tem a fantasia. O adulto não. O adulto é triste e solitário. Toda a criança quer brincar, imaginar, sonhar, gargalhar, correr, cair, descobrir, aprender e encantar. Elas enxergam a verdadeira felicidade em coisas simples. Estes pequeninos, que por vezes nos tiram a paciência são as criaturas mais doces, pois carregam a sinceridade no olhar, a curiosidade de aprender a superar-se, como subir em uma árvore, de preferência aquela mais alta, com galhos mais velhos e perigosos, desafiadores, curvados e esparramados, e que de preferência, contenha alguma fruta bem colorida, para fazer desta, um prêmio de merecimento, assim vista também, como uma prova de coragem, para que seus amigos não duvidem, e também para contar-lhes tudo em detalhes! "aaah, vocês precisavam ver a árvore, galhos enormes! tinha lagartas, e um enorme ninho de passarinhos!" e assim por diante. Agora paramos para pensar. Em uma realidade bem perto, porém, quase escondida, há uma infinidade de crianças doentes, de maneira que seu dia-adia torna-se respectivamente rotineiro, na qual, passam manhãs, tardes e noites deitadas em macas hospitalares a espera de dias melhores, depositando suas esperanças, seus sorrisos, suas lágrimas, em dignos médicos que com muita competência lutam a favor de uma melhora na saúde destes pequeninos. Mas será que isso basta? Tratamentos, exames, conselhos e um "calma anjinho, já, já sairá brincando"? Então, voltamos ao raciocínio inicial, toda criança quer brincar, sonhar, correr... É direito da criança ser feliz. É mais que essencial uma infância enfeitada por sorrisos, imaginação, encantos e magias. Sabe qual é a reação de uma criança quando surpreendentemente do nada, surge daquela monótona porta, que só passara pais, médicos e enfermeiras diariamente. E quando derrepente surgem aqueles barulhinhos anormais, divertidos, esquisitos, e uma criatura engraçadissíma de nariz vermelho e redondo, destrambelhando quase caindo! Sim! Imagine, imagine a cena! Um palhaço gritando BOM DIA BOM DIA BOM DIA! ( Muitas gargalhadas ao fundo, médicos admirados, pais empasmados, e risos, muitos risos, o brilho nos olhares) E o palhaço continua...
TOIN TUIN TOIN TUIN, É! Acaba de chegar o doutor especializado em besteirologia crônica, incentivando sorrisos a fim de gerar uma turbulência em suas células libertadoras de endorfina, (hum? aan?) hahaha, ok ok, explicarei! São aquelas poderosas amiguinhas, as neurotransmissoras de poder analgésico que promovem o relaxamento do corpo, e mais do que isso, produzem sensações de bem estar! Estão achando pouco? Então lá vai! Dar boas risadas faz bem porque também estimula no cérebro, a liberação de serotonina, neste caso outra amiguinha! É um neurotransmissor que ativa as células de defesa do organismo, protegendo órgãos como o coração. E sabe o resultado de um momento como esse? Felicidade. E sabe no que isso ajuda no tratamento? Em tudo! Risadas, gargalhadas, estimulam os sonhos, motivando-as a melhorar, a querer, a desejar melhorar! É comprovado. Se o psicológico não está bem, o corpo tende á adoecer respectivamente. E eu sei que as crianças são sim nossas mestras, e merecem todo o nosso carinho e afeto. Podemos assim dizer, que são pequenos anjos, que carregam um brilho fascinante no olhar, uma esperança que só a criança tem, e que nós, com certeza nos recordamos, daquele tempo bom. E é assim, que nós desejamos muita saúde, que vós desejais muitas alegrias, e que eles desejam muitas risadas. Sinceramente e de coração para muitas infâncias, que sejam enfeitadas de sorrisos sempre.
Parte Seis Andrew Mielczarski “Só falo o que todos sabem, mas insistem em ignorar”
Todos os textos foram retirados na íntegra do blog Dejetos Mentais. Algumas alterações foram feitas para melhor adequar-se ao livro.
Aquilo que já sabes sobre o final de ano Escrito em 11 de dezembro de 2008
Ah, o final do ano, o fim das preocupações com escola! As férias se aproximam, o culto diário ao ócio também, e isso me faz feliz. Mas também é uma época de muita correria, alunos que não fizeram nada durante o ano [eu me encaixo dentre estes, tem apenas mais uma chance de recuperar suas notas baixas e vergonhosas. É o tempo de visitar a escola manhã, tarde e noite, fazendo provas, trabalhos, recuperando períodos, ou só incomodando mesmo. Mas mesmo assim, é uma alegria, amigos se reúnem, comemoram o final do ano, a aprovação ou reprovação dos seus, porém, nada é capaz de desmanchar a alegria do momento. Falando nisso, aguardo ansiosamente um churrasco que nós, refiro-me aos meus colegas da escola, temos em mente pra fazer, logo após todos nós tivermos aprovados. Mas ao mesmo tempo que é alegre, é tão deprimente que de novo nós caminhamos pela rua e vemos as casas atrolhadas de lâmpadas de natal, ou ainda suas árvores e arbustos que se fantasiam de pinheiros de natal. Tudo pra noite em que todos se esbaldam com comida boa, família, vinho e essas coisas de natal. Eu espero o natal por um simples motivo, meu pai fica mais suscetível a acordos e negócios! Tanto que há anos venho acumulando instrumentos e equipamentos de música em geral para mim, para um dia eu finalmente ter meu estúdio. Bom, mas eu ainda acho que o natal não é o pior do fim de ano, mas o pior de tudo mesmo é o Ano Novo. Tudo bem, faz uns 5 anos q eu não passo o ano novo com a minha família, e agradeço muito a isso, porque nesses 5 anos q eu não estive presente, a minha casa virou um antro de pessoas desconhecidas, que nada faziam além de bagunçar, beber e comer. Destes anos, participei só de uma essas junções, que foi um pouco mais calma, porém, ver meu pai dançando funk carioca, não foi lá uma cena muito agradável. Pois bem, essas datas, pra mim, se tornam cada ano menos significativas, pois cada ano se torna mais comercial, e meu quarto nunca acaba organizado. Por isso eu digo, amigos, se forem curtir o ano novo na sua casa com alguns convidados, como antes era na minha casa, certifique-se de que a porta esteja bem trancada, ou se não, encha a cara para não se importam com o que está acontecendo, é o único jeito. Desejo a todos muita carne de ave congelada, espumante barato, parentes chatos te visitando, e além de tudo, muito dinheiro gasto em presentes para todos, afinal, este é o espírito natalino!
Aquilo que você já sabe sobre cantigas infantis Escrito em 25 de setembro de 2008
Bom, venho por meio deste declarar minha profunda preocupação com as cantigas infantis brasileiras. Eu fico abismado com o conteúdo das letras, que seguidas de ritmozinhos bestas fazem as crianças jamais esquecerem de sua melodia grudenta e enjoativa. Eu nunca tinha parado pra prestar atenção nessas letras, até porque tenho mais o que fazer, oras. Mas como a minha mãe trabalha com crianças de segunda série, ela conseguiu um CD com cantigas folclóricas, que contém as respectivas letras. Enquanto eu me divertia lendo essas poesias lindas [ou quase-poesia?!], me deparo com a letra de 'Eu sou Pobre, Pobre' [Eu sou pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré.], e interpreto a história que a música conta, que é a seguinte: Um menino, que é pobre, quer a mão de uma das filhas de uma mulher rica, sendo assim, a sua respectiva herdeira também é rica, imaginam o que acontece? EXATAMENTE! Golpe do baú! E o pior de tudo, quando o rapaz pobre vai pedir a mão de alguma das filhas da senhora em casamento, ela diz: 'Escolhei a qual quiser'. COMO ASSIM?! Quer dizer q eu chego pra uma mãe de quatro filhas e digo que quero me casar, e ela diz pra eu escolher uma das filhas dela!? No mínimo, a mulher é uma casamenteira mal-sucedida. Bom, peculiaridades à parte, o final da música é o seguinte: 'Eu de pobre fiquei rico, de marré, marré, marré. Eu de rica fiquei pobre, de marré deci' Está mais do que provado que o problema do Brasil está na formação moral de nossas crianças, que com cantigas como essa, só pensam em conseguir dinheiro fácil. Isso sem contar a 'Cai cai balão'. Soltar balão é crime, como que as crianças vão agir dentro da lei se música infantis incentivam o crime e a prática de atos ilegais. Além de muitas incentivarem a pratica de violência, como a clássica 'Atirei o pau no gato', o que que o gato te fez!? Garanto que nada, e já tão descendo a lenha no gato, e o que mais me admira é a maldita da Dona Chica, que se admira com o berro do gato, incentivando os moleques a darem mais pauladas no pobre felino indefeso. E também tem uma que tem mensagens subliminares de violência, que é a 'Onde está a Margarida?', esta Margarida, que é a personagem principal dessa música, tenta atirar pedras em todo mundo que está na volta de seu castelo, sem piedade alguma, ela atira várias pedras, ai quando ela não acha mais esta munição primária, ela simplesmente sai de seu castelo como se nada tivesse acontecido, esse
pessoalzinho importante se acha superior só porque estão em um castelo, e acham que podem fazer o que quiserem. Não sei o que o futuro nos reserva, amigo, mas se continuarmos a educar nossas crianças desta maneira, todas sempre farão alguma prática ilegal, ou atiração pedaços de madeira em gatos, atirarão pedras nas suas visitas, irão se casar com alguma moça ou moço rico e dar o golpe do baú, ou até provocar queimadas gigantescas. Pensem nisso, e façam seus filhos ouvirem Vivaldi, Mozart, Bach, Beethoven, assim eles serão pessoas melhores, ou não.
Aquilo que você já sabe sobre a importância Escrito em 7 de Maio de 2010.
Eu acabei tendo uma crise, começou a ficar difícil escrever, a s idéias não vinham, as palavras fugiam, e eu não gostava de nada que escrevia. Acabou que abandonei, mas hoje espero que essa crise tenha passado. Enfim, o que quero vos falar hoje trata-se de um assunto que todos nós passamos, alguns com mais frequência [saudade do trema...], outros nem tanto. Mas quem nunca se pegou falando: 'que vida injusta'? Cada um diz isso por um motivo, alguns pelo mesmo até, mas o que eu quero me focar hoje é aquela clássica de 'quem eu quero, não me quer'. Ah, cá pra nós que todo mundo já passou por isso. Seja aquela paixonite de primeira série, ou até mesmo uma máxima de uma crise adolescente. Não importa, isso é quase tão certo quanto a guampa e o fusca. Mas não é este o ponto que eu quero chegar, onde eu quero chegar é: O quão importante essa pessoa é pra ti? E o quão importante ela realmente é? Acho que não fui suficientemente claro na minha colocação... o que quero dizer é o seguinte: será que pelo fato desta pessoa que queres ser alguém que nunca terá, a tua vontade de tê-la faz tu criares uma ilusão de que esta pessoa é de extrema importância pra ti, e que não irás descansar enquanto não tiver aquela pessoa. Isso realmente gera muita confusão, porque cada um tem a sua cabeça e pensa como bem lhe cabe. Mas realmente acho que o sentimento do 'impossível' acende uma brasa que realça a importância da pessoa. Não estou dizendo que a pessoa em questão não pode ser importante, é lógico que pode. Enfim, eu realmente acho que isto é verdadeiro, talvez porque eu quero que seja pra satisfazer a minha mente, ou porque de fato é. Mas como bom realista que sou, acredito que eu criei este post, falei que acredito e ponho minha mão no fogo por isso, pelo simples fato de que me sinto melhor pensando assim. Sim, eu engano a mim mesmo pra me sentir melhor, e funciona, sabe? Bom, acho que vou me despedindo por aqui, prometo que não demorarei tanto a postar. E como tudo que começa tem que terminar, este post encerra aqui. até mais ver.
Aquilo que você já sabe sobre o mundo atualmente e política Escrito em 9 de agosto de 2010.
Boa noite, minha gente! Hoje tive um daqueles surtos de querer escrever loucamente pelas pautas das folhas pálidas de um caderno qualquer, mas me deparei com o mesmo problema de sempre, que é justamente o não ter assunto do qual escrever. E como esse é sempre o problema, resolvi chegar até a raiz deste maldito problema, que no meu caso é a velocidade com que as informações passam por mim, sem que eu perceba. Me refiro a todos os tipos de informação, tudo fica extremamente efêmero nos dias de hoje, e não digo nem de um dia para o outro, mas em questão de horas uma informação já consegue se tornar obsoleta. Muitas vezes o assunto que está em voga na manhã, pode não estar mais sendo comentado durante a noite, na janta de família. Aliás, o ato de reunir-se na mesa com os familiares para apreciar uma refeição ainda existe? Sinceramente, eu não sei. Enfim, o ponto que eu quero chegar é que essa quantidade exagerada de informações, em curto período de tempo, está extenuando a nossa percepção do real sentido que as mesmas trazem consigo. Há um tempo atrás [antes de inventarem o replay], discutia-se exaustivamente durante dias se aquele lance do jogo de domingo tinha sido falta, ou não. Ou até mesmo se o atacante estava realmente impedido. Claro, esse é um exemplo tosco, mas conseguíamos absorver a informação muito bem. Durante o dia inteiro, somos bombardeados com informações do mundo inteiro, às vezes informações sem relevância alguma para nossas vidas, e acabamos dando uma ênfase errada para esta informação, deixando passar fatos importantes para as nossas vidas de uma forma efetiva. Um belo exemplo são as eleições, muita gente não conhece nem as propostas dos candidatos, ou até pior, não conhecem nem os candidatos, embora já saibam em quem votar. Tudo está virado! As pessoas dão importância demais para coisas mesquinhas do que para o que importa. Sabem o nome de todos os atores da novela, mas não sabem quem cuida da própria cidade onde moram, não sabem pra onde vão os impostos que pagam, ficam revoltados quando veem um escândalo na televisão, mas não se movem dos seus assentos para fazer algo, limitam-se a discutirem e xingarem em rodas de amigos, e acomodamse novamente, para novamente olhar a novela, esquecendo-se do escândalo do dia anterior.
E isso é perfeitamente compreensível, visto que a mente humana é medíocre e só aguenta uma certa quantidade de informação, só temos de decidir o que vamos absorver e o que vamos deixar passar para o esquecimento. Não sou nenhum ativista político, aliás, odeio isso. Mas quero sim um lugar melhor para estar, viver, criar meus filhos e aquela coisa toda. Eu realmente me preocupo com o que temos pela frente, e realmente me irrito com toda essa comodidade que eu vejo estampada nos rostos dos transeuntes que vejo todos os dias passeando no shopping, como se tudo fosse perfeito. Eu sei que eu não vou mudar a tua opinião, nem quero isso. Quero que vejas se o que está a fazer condiz com aquilo que tu julgas certo. Mas eu tenho a consciência tranquila, por fazer exatamente o oposto do que tu fazes. E hoje era isso, outro dia faço um post menos revoltado, porque às vezes é preciso falar o que há muito tempo está preso.
Gente ignorante! Queria falar de pessoas ignorantes, por quê? Simples, porque elas me irritam mais que tudo. Primeiramente, vamos definir uma pessoa ignorante. Usando-se do significado da palavra, é uma pessoa que ignora algo, neste caso que me refiro, ignora o respeito e a consideração para com os outros. Eu não gosto de falar de futebol, mas se torna impossível não falar disto hoje, tanto que foi este motivo que estou postando. Os fatos são os mesmos de sempre, um clube conquista um título, as pessoas do clube rival ficam bravas, até ai tudo bem. O que me irrita são as pessoas que usam antolhos e só conseguem pensar em si mesmo, ou seu clube de futebol, sua banda, seu grupo de amigos, enfim, tudo o que ele julga certo, e o resto é errado e não deve ser relevado. Vamos cair na real, não é. Vivemos em sociedade, e antes de qualquer coisa, somos seres humanos, o que já nos deixa duas premissas básicas para vivermos pacificamente: Reconhecimento e Respeito. O reconhecimento, unto com o respeito nos permite eliminar os antolhos que usamos. Como? Simples. A partir do momento que consegue enxergar outra pessoa, clube, banda e etc. não mais com desdém, mas sim com respeito e sem preconceitos, consegues reconhecer o valor do mesmo. Um exemplo prático dos antolhos que as pessoas usam, foi a quantidade incalculável de gremistas que ficaram bravos, irritados, xingando os colorados pela festa que faziam. Por favor né! Se o Grêmio tivesse ganho a libertadores no dia de hoje, tenho certeza absoluta que a festa se não igual, maior que a do inter no dia de hoje, devido ao fato de que a torcida do Grêmio é mais numerosa, e muito mais participativa do que a torcida do Internacional, isso é fato. Usei como exemplo o dia de hoje por ser uma data mais próxima, não que isso seja privilégio de gremistas, enfim. Mas o que eu quero dizer é que isso que eu estou falando, não se trata de futebol ou preferências clubísticas, estou falando de VIDA, entende? As pessoas tomam pra si essa mesma ideologia que utilizam pra discutir futebol, para o seu dia a dia. Fazendo assim com que julguem o que as
pessoas fazem, condenando-as pelos seus atos, quando não conseguem enxergar que fazem as mesmas coisas que está julgando errada. Digo isso com certeza pois já percebi que faço isso. Mas ao contrário de muitos, eu tento melhorar o meu jeito, tentando não mais insistir em erros bestas e mesquinhos. Se você condena torcedores por estarem comemorando, pense nas vezes que saiu de casa, trajando o manto que carrega o escudo do seu time, pra gritar junto com mais centenas, quiçá milhares de pessoas compartilhando da mesma alegria. Se você julga uma banda que está começando, lembre-se de quando tu ainda ficava sentado na tua cama, tentando tirar músicas que hoje considera ridículas, as horas que perdeu ensaiando em vão com uma banda que nunca se formou. Se você julga uma pessoa porque ela fez uma pergunta besta, pense nas vezes que voltaste pra casa com uma dúvida que te corroeu por muito tempo, quando cometeu um erro por não saber o que fazer, e não querer se rebaixar ao nível de perguntar como se fazia. Mas principalmente, cresça, evolua. Crescer não significa só assumir responsabilidades, pagar contas, casar, ter filhos. Crescer significa evoluir como pessoa, não simplesmente ter um bom emprego, ganhar bem. Significa ter respeito, saber reconhecer o próximo como alguém que pode ser uma boa pessoa, não simplesmente julgá-la pelos erros cometidos, ou até mesmo os erros não cometidos, mas que para o teu julgamento foram inaceitáveis. Tenho certeza que quem tem que ler este post, não vai ler. Mas quem ler, espero que entenda o que quero dizer, e dissemine esta ideia, para que um dia possamos reconhecer aquela pessoa que está do nosso lado como alguém digno de respeito e admiração.
Mundo efêmero. Hoje tive um daqueles surtos de querer escrever loucamente pelas pautas das folhas pálidas de um caderno qualquer, mas me deparei com o mesmo problema de sempre, que é justamente o não ter assunto do qual escrever. E como esse é sempre o problema, resolvi chegar até a raiz deste maldito problema, que no meu caso é a velocidade com que as informações passam por mim, sem que eu perceba. Me refiro a todos os tipos de informação, tudo fica extremamente efêmero nos dias de hoje, e não digo nem de um dia para o outro, mas em questão de horas uma informação já consegue se tornar obsoleta. Muitas vezes o assunto que está em voga na manhã, pode não estar mais sendo comentado durante a noite, na janta de família. Aliás, o ato de reunir-se na mesa com os familiares para apreciar uma refeição ainda existe? Sinceramente, eu não sei. Enfim, o ponto que eu quero chegar é que essa quantidade exagerada de informações, em curto período de tempo, está extenuando a nossa percepção do real sentido que as mesmas trazem consigo. Há um tempo atrás [antes de inventarem o replay], discutia-se exaustivamente durante dias se aquele lance do jogo de domingo tinha sido falta, ou não. Ou até mesmo se o atacante estava realmente impedido. Claro, esse é um exemplo tosco, mas conseguíamos absorver a informação muito bem. Durante o dia inteiro, somos bombardeados com informações do mundo inteiro, as vezes informações sem relevância alguma para nossas vidas, e acabamos dando uma ênfase errada para esta informação, deixando passar fatos importantes para as nossas vidas de uma forma efetiva. Um belo exemplo são as eleições, muita gente não conhece nem as propostas dos candidatos, ou até pior, não conhecem nem os candidatos, embora já saibam em quem votar. Tudo está virado! As pessoas dão importância demais para coisas mesquinhas do que para o que importa. Sabem o nome de todos atores da novela, mas não sabem quem cuida da própria cidade onde moram, não sabem pra onde vão os impostos que pagam, ficam revoltados quando veem
um escândalo na televisão, mas não se movem dos seus assentos para fazer algo, limitam-se a discutirem e xingarem em rodas de amigos, e acomodamse novamente, para novamente olhar a novela, esquecendo-se do escândalo do dia anterior. E isso é perfeitamente compreensível, visto que a mente humana é medíocre e só aguenta uma certa quantidade de informação, só temos de decidir o que vamos absorver e o que vamos deixar passar para o esquecimento. Não sou nenhum ativista político, aliás, odeio isso. Mas quero sim um lugar melhor para estar, viver, criar meus filhos e aquela coisa toda. Eu realmente me preocupo com o que temos pela frente, e realmente me irrito com toda essa comodidade que eu vejo estampada nos rostos dos transeuntes que vejo todos os dias passeando no shopping, como se tudo fosse perfeito.
Eu sei que eu não vou mudar a tua opinião, nem quero isso. Quero que vejas se o que está a fazer condiz com aquilo que tu julgas certo. Mas eu tenho a consciência tranquila, por fazer exatamente o oposto do que tu fazes. E hoje era isso, outro dia faço um post menos revoltado, porque as vezes é preciso falar o que há muito está preso.
Parte Sete Caroline Caroline Souza “Gaúcha, amante das palavras, fascinada pela arte de escrever! Sem mais delongas, o clichê sempre é valido: definir-se é limitar-se.”
“Prisioneira do corpo, a alma vive em guerra com o carcereiro” (Carlos Drummond de Andrade) “ Nossa loucura é a mais sensata das emoções; tudo o que fazemos deixamos como exemplo para os que sonham um dia serem como nós: loucos... mas felizes!” (Mário Quintana) “Tenho saudade de tudo que ainda não vi” (Renato Russo)
Duas Caras, duas vidas... Então, Venho eu por meio deste falar sobre uma coisa que a muito tempo vem me incomodando! Porque é que as pessoas têm duas vidas?! Uma que faz parte da sua ‘’realidade’’ e outra que faz parte do mundo virtual?! Se tem uma coisa que me irrita, são pessoas que te amam pelo MSN/Orkut e te odeiam quando estão na sua frente! Aquelas pessoas que te chamam de amor quando sua janela sobe na tela do computador, pior, aquelas pessoas que te chamam de amor, de gata, e logo depois perguntam: - Da onde a gente se conhece mesmo? Hoje mesmo passei por isso e só não mandei a pessoa em questão passear por que eu (diferente da pessoa) tenho educação tanto pessoalmente quando virtualmente. O amor virou ‘Bom dia’ graças à internet! E isso me traz a pergunta: Será mesmo que a internet veio para ajudar? Claro que eu não vou ser hipócrita aqui e dizer que a internet foi a pior coisa já inventada e que ninguém precisa dela. Mentira. Mentira pura e refinada! Mas acredito, que algumas coisas perderam sua beleza natural com o uso dessa modernidade toda! Não se vê mais namorados conversando no banco da praça... Eles marcam de se encontrar no MSN! Não se tem mais conversas longas e duradouras sobre algum assunto de fato interessante, qualquer futilidade (ou não) é resolvida pelo Orkut! Já vi pessoas falando e tomando atitudes que mudariam sua vida, pelo twitter! Eu queria poder conhecer uma pessoa e saber que ela esta sendo verdadeira independente de onde ela esteja. Não sei se isso é uma coisa minha, (e se for isso já peço desculpa por alugar seus olhos) ou se as pessoas têm realmente esse defeito horrendo. Onde foi parar a beleza das conversas, do olho no olho e na sinceridade? Onde se escondeu o obsoleto? Talvez ele tenha twitter, vou procurar por lá... Enfim, para qualquer pessoa que tenha vidas paralelas, fica o recado: Seja você, independente do seu jeito, seu gênio, seus olhos, seu peito ou sua bunda! E se ser você mesmo não for o bastante, então, por favor... Crie uma vida própria!
Essa tal de certeza!
Ah essa certeza... Quem nunca achou que a tinha, então, por favor, atire a primeira pedra! Não? Nenhuma Pedra? Claro que não! Nós humanos, temos esse ‘’habito’’ de brincar de Deus e achar que sabemos tudo. Planejamos e planejamos sem pensar no amanhã. Planejamos porque é isso que ainda traz algum sentido pra vida! Planejamos porque até mesmo os sonhos foram esquecidos, ou abafados pela realidade! Bom, eu tenho uma novidade: Papai Noel não existe, o coelho da páscoa não bota ovos e certeza sobre a vida ninguém tem! É claro que algumas pessoas têm um sexto sentido aguçado e tudo mais, mas se nos não podemos nem ao menos planejar um único dia sem que alguma coisa dê errado, como ter certeza sobre uma vida inteira? Tenho pensado muito sobre a naturalidade das coisas! Sobre a espontaneidade! Tudo bem, eu confesso... Ando meio decepcionada com essa tal de certeza. (ou com a falta dela) Mas eu tenho um motivo plausível. Eu sempre acabo perdendo coisas importantes pra mim por confiar na certeza. Claro que nesse caso, especificamente, talvez a culpa seja por acreditar na certeza alheia, mas no final tudo acaba na mesma resposta! Talvez a certeza não seja o real problema... Talvez as pessoas simplesmente não tenham mais palavra ou então não se preocupem mais com os sentimentos alheios. Já notou que podemos planejar uma vida inteira baseado na certeza alheia? Na certeza que alguém tenta lhe passar? Bom, pela primeira vez na história eu não sei mais o que escrever... Mas tudo bem, talvez um dia eu saiba... Talvez um dia tenha certeza! Por enquanto, Eu só tenho certeza de não ter certeza sobre nada!
Finais Felizes ‘’ E então, eles se casaram e viveram felizes para sempre! ‘’ Seria perfeito se logo depois não viesse uma única palavra que acaba com tudo: FIM Certa vez, conversando com um amigo, eu me peguei perguntando porque não existem finais felizes de verdade e o que ele me disse, eu nunca mais esqueci... -Não existem finais felizes, porque nunca algo que acaba pode ser feliz Carol! Guilherme Walcher filosofo? É possível... Mas essa não é a questão, e a pergunta que não quer calar é: Porque as pessoas passam toda uma vida procurando por um final feliz? Não que eu acredite em amores eternos e blá, blá, blá, mas tecnicamente essa é a ordem das coisas não é?! Tudo nasce, cresce se reproduz e morre! O que nos traz de volta a minha duvida cruel pessoas bonitas... A regra básica pode ser válida com a natureza e com boa parte dos humanos, mas no tal do amor, qual formula é usada? Digo formula no sentido figurado da coisa, não acho que seria bem aceito uma equação matemática com resultados exatos, até porque meu coração não tem de exato nem os batimentos! Mas pelo menos alguma mínima certeza de quanto tempo temos até subir os créditos e aparecer em letras enormes na tela: The End! Eu sei, eu sei... A vida não é um filme, mas se pararmos MESMO pra pensar, às vezes vivemos coisas que nem mesmo o “Spielberg” sonha nos seus delírios mais impossíveis. Vai dizer que não?! Enfim, deixo a dica: Não procure por finais felizes, apenas seja feliz e isso deve bastar pra sempre!
E esse tempo, heim? E quem é vivo sempre aparece! Assim sendo, cá estou eu pra repetir o que MUITA gente tem dito: - E esse tempo heim?! Um frio, depois um calor... Desde sempre que falar de tempo não é nada criativo nem muito instrutivo, mas o tempo do qual eu vim aqui falar hoje importa (e muito) na vida de qualquer um! O tempo do qual eu vim falar, é aquilo que a vida é! O tempo que todos nós passamos a vida inteira esperando, e que quando chega nos damos conta de quanto tempo passou até que o dito tempo chegasse! Pra variar eu vim falar de mim, do meu tempo que passou enquanto eu esperava-o e deixava-o passar... Quando eu tinha seis anos, queria ter dez! Porque com dez anos eu seria grande! Com dez anos as meninas da escola já usavam maquiagem e falavam sobre os meninos bonitinhos e sobre qualquer outra futilidade (que pra mim, naquela época, era a coisa mais legal do mundo). Meus dez anos chegaram e passaram e se eu bem me lembro, brinquei de Barbie com as minhas amigas enquanto as outras meninas usam suas lindas maquiagens e falavam sobre os lindos meninos! Durante muito tempo eu me perguntei por que eu e as minhas amigas éramos tão diferentes e brincávamos enquanto as outras se achavam extremamente adultas pelos corredores da escola. Logo depois dos meus dez anos, vieram os doze, os treze e nesse tempo eu larguei minhas Barbies que sempre me entenderam, entulhando meu guarda-roupa! Quando meus quatorze chegaram, eu só pensava em chegar no ensino médio! Porque lá no ensino médio, tudo seria diferente! Lá sim, tinha gente grande de verdade! Não me lembro de ter encontrado ninguém realmente grande no 1º ano do ensino médio. Me lembro de garotos que achavam que eram alguém jogando bolas de papel na cabeça das garotas e me lembro de garotas falando sem parar de quanto àqueles mesmos garotos eram insuportáveis mesmo sendo lindos, deuses e pedaços de mau caminho! Quando meus quinze anos chegaram, eu pensei: - Agora sim, ninguém me segura mais. Eu tenho quinze anos! O número mágico! Não preciso realmente dizer que esse pensamentos não durou uma semana, quando na primeira festa ‘imperdível’ que eu queria ir, meu pai disse que eu não tinha idade pra isso!
O numero mágico de quinze passou e passaram também os dezesseis e os dezessete até que os dezoito eram O número! Com dezoito eu seria de maior e ninguém, repito, NINGUEM iria me dizer o que fazer ou o que deixar de fazer! Meu tempo havia finalmente chegado! Hoje, eu tenho dezoito anos e duas semanas e me dou conta de que meu tempo passou, e passou muito rápido, enquanto eu (que achava que sabia tudo) esperava por ele! Com dezoito anos, eu olho pra algumas garotas com doze, que brincam de boneca e garotas que acham que são alguém por andarem de salto alto e mais maquiadas do que a Madona! Com dezoito anos eu dou valor pro meu tempo. Dou risada quando ‘perco’ dez minutos do meu tempo vendo meu cachorro brincar com um cobertor pelo pátio! Me divirto quando ‘perco horas’ ouvindo minha irmã mais nova (que ainda está na fase dos dez anos) falando sobre um dia na escola ou uma garota chata que ‘se acha’ na escola! ‘Perco’ meu final de semana inteiro e ‘perco’ festas e mais festas, pra ficar em casa, com meu namorado, vendo um filme ou simplesmente deixando esse tempo passar! E o que eu tenho a dizer, é que todos nos perdemos muito tempo na vida e isso não tem jeito, já que nossa vida gira em torno do relógio! Mas todos temos a escolha, de perder tempo esperando por ele, ou perder tempo vivendo-o!! Perca mais tempo com um cachorro, uma criança! Perca mais tempo ouvindo o que alguém tem pra te dizer e perca muito mais tempo com quem você ama! Perca tempo abraçando alguém e perca tempo fazendo cócegas! Perca tempo dizendo – Eu te amo! Ter dez anos, doze, quinze ou dezoito é o que menos importa pro tempo... Ele se importa em passar e só depende de você pará-lo ou deixá-lo ir!
Expectativa: vilã ou mocinha? Quem nunca se pegou naquele clima de expectativa?! Seja por um motivo qualquer, uma ligação, um filme, um show ou aqueles mais tensos, como a espera por alguém, por uma resposta de emprego, pelo resultado do vestibular. Aháááá, claro que você já passou por isso e se não passou, bem, então corra porque seu ônibus espacial já deve estar partindo. A expectativa nada mais é do que uma via de duas mãos em que a gente mesmo é quem decide o trafego. Pode ser a melhor sensação de todas, aguça a curiosidade, a excitação e aumenta o batimento cardíaco. Porem, como nem tudo é tão bom quanto chocolate (perolas da minha irmã) a tal expectativa também pode causar irritação, desapontamento e possíveis ações mal pensadas. E nessa hora eu me pergunto: porque cargas d’água ainda se cria e cultiva a tal expectativa? A expectativa nada mais é do que a esperança de ontem, mais tecnológica e com alguns aperfeiçoamentos, mas no fundo é a mais pura esperança. E a esperança meus amigos é o fim do fim da carreira, é a ultima alternativa de algo que em 95% dos casos, já não tem mais solução. Ela é de fato a ultima que morre, a não ser nos casos mais peculiares como o meu, que mato ela da maneira mais cruel possível que é pra ver se nunca mais volta. Enfim, deixando de lado a minha maldade explicita e voltando ao assunto, Como se faz pra não criar expectativas?! Não quero parecer pessimista, mas quase sempre a minha acaba em desapontamento e ações mal pensadas então, minha solução é tentar esquecer a tal da expectativa, porque todos nós viveríamos muito melhor sem esperar por algo que talvez nunca venha!
O que é? O que é? Aquela coisa que faz o coração quase explodir, a mão suar frio, o corpo todo tremer como se fosse ter uma convulsão, entre outras reações exageradas e incompreensivas! Se você respondeu É O AMOR [...] Sinto muito, resposta errada! Amor não faz nada disso, muito pelo contrario. O amor se prova o mais calmo e neutro dos sentimentos! Claro que a essa altura você deve estar se perguntando: Mas Carol, quem disse que tu sabe o quê é o amor?! E eu digo caros leitores, eu não sei!! E é por isso que posso afirmar categoricamente que nenhuma das reações acima são pré-requisitos para o amor. Gente, eu já suei muito frio, já tremi muito e meu coração já passou por vários ataques de quase convulsão E sobreviveu (diga-se de passagem) Claro que eu não sou tão insensível a ponto de mentir descaradamente aqui e dizer que nunca falei um –Eu te amo- jurando que fosse a coisa mais verdadeira que eu já disse e senti. Mas o tempo passa e a gente percebe que tudo era... Paixão? Desejo? Medo de ficar sozinha? Pode ser qualquer uma das opções ou nenhuma delas... O fato é que querendo ou não a gente acaba confundindo esse tal de amor! E eu fico aqui me perguntando quando é que eu vou parar de confundir e realmente vou sentir esse sentimento tão ‘’forte’’?! Mas ao mesmo tempo eu penso que talvez e muito provavelmente isso não faça falta nenhuma por enquanto! Sabe aquela coisa de: Eu me basto sim, muito obrigada! É mais ou menos por ai caros leitores, mais ou menos por ai... Mas enfim, Já aliviei meu pobre coração anti-social que pensa que se basta sozinho e que provavelmente vai descobrir que estava errado quando a próxima convulsão chegar ! E fica ai a dica gente bonita: Tremam muito, suem muito, e coloquem seu coração a prova. Porque seja lá o nome que essas reações tenham, elas sempre te dão um bom motivo pra acordar feliz por bons tempos.
Sentimento X Razão Eis ai um assunto que da muito o quê pensar. Primeiro de tudo, antes de começar com os meus devaneios, eu tenho uma pessoa em especial pra citar, uma não, duas! O primeiro é mais do que simplesmente uma citação, é também um agradecimento pelo tempo gasto me ouvindo, pela conversa cheia de entrelinhas e por apesar de não ter um Grande ‘convívio’ eu agora posso encher a boca pra chamar de amigo! Jean, muito, muito obrigada. Segunda citação não é pra um amigo, é pra um irmão! Heryk, palavras são só palavras. Nossos atos mostram de verdade quem somos. Eu te amo em palavra, em pensamento e em atos (menos do que tu merece, eu sei), mas a sinceridade é explicita e eu sei que tu enxerga através de mim. Enfim, Passado a parte sentimental vamos ao assunto que interessa: A Briga do ano! De um lado: Sentimento, pesando uma grande parte de mim, uma parte dominante e desafiadora... Do outro lado: O peso pesado da razão, lutando com unhas e dentes pra ganhar! Façam suas apostas logo... E...? FIGHT Agora vem a famosa perguntinha da Carol: -Quem ganhou Carol? Eis a questão caros leitores, eis a questão... Essa luta de pesos pesados acontecendo aqui, dentro de mim e eu não consigo nem ao menos decidir quem ganha! Por um lado, eu deveria seguir a razão sem olhar pra traz e por outro o sentimento é tão forte, mas tão forte... O pior de tudo é ver os dois se matando aqui dentro e perceber que isso também me machuca! No fim me resta o quê? Sentenciar o empate e prorrogar a briga... Quem sabe assim os dois não entram num acordo amigável e vivem unidos? ‘ Sonhar não é impossível ♪ Mas eu fico por aqui, com o coração mais leve (ou não) e esperando o próximo round ! FIGHT!
A arte de discordar! Tem coisa mais bonita nesse mundo do que uma boa conversa? Um entendendo o outro e concordando completamente com o que ele fala? É claro que tem! Não tem nada melhor do que discordar! Aguça sua insistência, porque quase sempre te faz querer fazer com que o outro pense como você. Melhora sua percepção, porque você também tenta ver as coisas como o outro lhe mostra, e gera uma grande função! Pessoalmente, sou uma grande fã da discordância. É extremamente raro você me ouvir dizendo: - Concordo plenamente com isso!- ou então – Também acho! Claro que eu também não sou nenhuma revoltada que tem somente a sua percepção e não aceita idéias alheias, mas discordar é uma arte que me atrai! Meu melhor amigo, até hoje, não conseguiu ter uma conversa comigo em que concordássemos completamente, acredito que seja por esse motivo que ele é meu melhor amigo! Concordar é normal, é simples e é branco! É ser boazinha, simplesinha e calminha. Discordar é interessante, excitante e é vermelho! É querer mudar o mundo, ter sua própria opinião e confiar nela. Hoje em dia, o que mais vemos são pessoas ‘brancas’, pessoas que não te dizem nada a mais, nada a menos do que um: – Também acho! Não julgo essas pessoas, muito pelo contrario, penso que se elas concordam com alguma coisa tem mais é que dizer isso mesmo e ser feliz pra sempre! Mas se tem pessoas que me deixam eufórica, são pessoas ‘vermelhas’. Pessoas que são surpreendentes e quando menos se espera te dizem – Não, eu não acho isso!
Pessoas que te fazem ficar revoltada, pessoas que discutem e pessoas que conseguem te tirar a razão! Não estou aqui dizendo que todos deveriam discutir e tentar mudar na marra a opinião alheia, mas que tem um gostinho amargo (e gostoso) em discordar isso tem! É como uma torta de limão. Você sabe que vai ser amarga, mas não deixa de comer porque que o doce vem logo atrás! Então a minha dica é: Falem! Discordem e comam muita torta de limão. Pode não ser a coisa mais doce do mundo, mas que acaba com a mesmice, ah, isso acaba!
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