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Deste modo, damos ao arquivo uma função central, pois enquanto texto emergem as multiplicidades de recepção de leituras, inclusive as múltiplas leituras deste autor. Usamos o arquivo enquanto dispositivo de memória, política e de invenção na arte.
lgo como “contra o m todo” como em aul eyerabend (1975).
ssim, notícias
de jornais, áudios, entrevistas, documentações pessoais arquivadas em vida, fotografias e seus múltiplos usos versarão como motor crítico de narrativas contemporâneas e reconhecimento de memórias coletivas, nas quais as distintas manifestações investigadas despertam.
2.1 Arte, Arquivo, Memória e História Pública: O Furor de arquivo Nascida na década de 1970, na Inglaterra, a noção de história pública se expandiu também para países como o Canadá, Austrália, Itália, África do Sul e Estados Unidos. Na Europa, a história pública emergiu como prática do uso público da história com fins político-ideol gicos, influenciados pela busca de “justiça social” ( LMEID
E
ROVAI, 2011, p.07). Com este espaço consolidado em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália, a história pública possibilita ir além da divulgação de um conhecimento organizado e sistematizado pela ciência.
hist ria pública “aponta
possibilidades para a construção e a difusão do conhecimento histórico de maneira dialógica (entre acadêmicos e não acadêmicos)”, ultrapassando a simples ideia vigente, na academia, de acesso e publicização do que seria a história (ALMEIDA, 2016, p.47). Segundo Almeida e Rovai (2011, p.08-09), “talvez a principal diferença entre o que a história pública propõe e o que a academia produz seja a ampliação do espaço, do seu público e os usos do conhecimento”.
dota-se a compreensão de que a história pública
como o trabalho fora das Universidades pode se expandir por meio dos arquivos, dos museus, da fotografia, do cinema, da hist ria oral, “sem, no entanto, perder em seriedade e compromisso a produção dos saberes”. No Brasil, a história pública alia-se à história oral. Nesta mesma linha de raciocínio, Ricardo Santhiago (2011, p.97) reflete que: “a hist ria oral
provavelmente o ramo de
conhecimento hist rico que mais e melhor se associou à hist ria pública”, isso devido ao modus operandi da história oral, que se utiliza das entrevistas com lideranças e integrantes de movimentos sociais, possibilitando “mapear, por meio de trajetórias de vida e dos estudos temáticos, as representações e práticas de “sujeitos coletivos”, referentes ao trabalho de base, aos debates partidários, a organização interna e as estrat gias de ação” ( LMEID , 2016, p.47).