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1. CONCEPÇÕES DE ARTE PÚBLICA E DE MUSEU

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REFERÊNCIAS

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1. CONCEPÇÕES DE ARTE PÚBLICA E DE MUSEU

Adotamos as experiências históricas da arte pública como gênero artístico (PEIXOTO, 2003), buscando compreender a arte pública em sua versão contemporânea e as suas relações com o cotidiano, os aspectos abertos e comunicativos (CHAGAS, 2006) entre o artista, o processo criativo, a obra de arte, o espaço público e o participante. Partimos do breve histórico fundamental sobre a arte pública e das suas correspondências na contemporaneidade, tendo como foco a arte extramuros como elemento de resistência política e caráter educativo. No Brasil, essa interação entre público e obra ganha uma narrativa própria com aspectos especiais, devido às vanguardas e, principalmente, às propostas vivenciais disponibilizadas pelos “ rogramas mbientais” de H lio Oiticica ou as situações escultóricas de Lygia Pape, como no caso do trabalho “O Divisor”. expansão da atuação artística em grandes centros urbanos no Brasil, a partir de meados da década de 1960 e início dos anos 1970, faz emergir a arte extramuros15 termo apresentado por Sylvia Furegatti (2013, p.81) que busca definir os modos de produção de uma arte pública, permanente ou efêmera, que procura integrar educação e arte em distintos espaços públicos do Rio de Janeiro e São Paulo16 . Esta noção de arte pública contemporânea se liga especialmente a discussão sobre a concepção de museu integral, social (SCHEINER, 2012; CHAGAS, 2019) e experimental (BRULON, 2020), momento no qual se entende que os museus podem e devem desempenhar um papel decisivo na educação da comunidade (COSTA; CASTRO; CHIOVATO; SOARES, 2018). A noção de arte pública contemporânea tamb m se liga a discussão sobre museu e a nova museologia, a partir da “Mesa Redonda de Santiago do hile”, em 1972. No encontro hist rico, os participantes percebem que a tomada de consciência pelos museus, da situação atual, e das diferentes soluções que se podem vislumbrar para transformá-lo de sua concepção tradicional, é vincular-se a uma condição essencial para sua integração à vida da sociedade. Tais

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15 Para Sylvia Furegatti (2013), a formação das vertentes artísticas instauradas no espaço aberto e urbano contemporâneo nos conduz à investigação das frestas de passagem geradoras de seus elementos de fundação, já dispostas pelo Modernismo. O encontro recíproco entre o artista e a obra, espectador e ambiente iniciados nesse momento histórico e estético cria uma tríade dinâmica que se revela como chave de compreensão da organização da arte extramuros intensificada pela produção artística, a partir da década de 1960. 16 Segundo Sylvia Furegatti (2013, p.79), os arredores dos museus brasileiros do eixo Rio-São Paulo guardam essa premissa de proximidade das ações artísticas. Será nos arredores dos museus como o MAM Rio e o MAC/USP que se dará o locus que encontra o próximo anel espacializado das intervenções contemporâneas.

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