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BRASILEIRO
from Concepções de arte pública e de museu na experiência da Unidade Experimental do Museu de Arte Modern
2. DO EXPERIMENTALISMO ARTÍSTICO BRASILEIRO ÀS AÇÕES PARTICIPATIVAS
Ao entrarmos no terreno das manifestações artísticas neste contexto singular dos anos 1970, escolhemos como método de pesquisa as práticas de arquivo e, elegemos como pano de fundo a história pública para nos auxiliar na compreensão do contexto do governo militar brasileiro e das repercussões deste no panorama cultural, tendo como foco as artes plásticas, as visualidades e as manifestações experimentais brasileiras. Debruçamo-nos, mais atentamente, nas ações participativas Arte no Aterro: um mês de arte pública (1968), nos jardins do Parque do Flamengo, Playgrounds (1969), no vão livre do Museu de Arte São Paulo e a VI JAC - Jovem Arte Contemporânea (1973), NO Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Tais propostas ilustram como a nova noção de arte pública e a reconfiguração do papel do museu contribuíram para uma tentativa de transformação do conceito tradicional de museu que impacta as manifestações artísticas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.Partimos, mais especificamente, da articulação com a ideia de arquivo e da sua operação simultânea no campo da arte.Voltamo-nos também ao arquivo como forma de fazer novas perguntas ao passado (DERRIDA, 2001). Perguntamos assim: Como produzir uma memória neste contexto? De que modo retemos o que é importante? O que fica e por qual motivo? Por qual razão selecionar? O arquivo aqui também se torna um lugar de abstração, onde o paradoxo mudança x conservação é levado em consideração, assim como os agenciamentos que produzem instaurações e esquecimentos. O ponto central é a experiência artística ativada em espaços não tradicionais, em que arquiva-se o efêmero e instituem-se novos modos de arquivo, penso assim. Ao vermos que as tendências das instituições museais em sua história passam por uma ideia evolucionista, violenta e classificatória, buscamos por fluxos alternativos e uma perspectiva síncrona da história, que supere a lógica do arquivo como lugar de silenciamentos e dessubjetivação. Adotamos, aqui, uma noção para além da tradicional e positivista de acervo e arquivo, que esta possa ser executada de modo constelar. Compreendemos as especificidades das experimentações artísticas brasileiras e os documentos destes acontecimentos como espaço de produção de poder, resistências e criação de enunciados (FOUCAULT, 1969), ou mais precisamente, como chaves para leitura da “vida dos homens infames” ( OU ULT, 2003).
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