A PANDEMIA E O TRABALHO REMOTO
Seja na luta contra a imposição generalizada do ensino remoto, seja na luta contra o retorno de atividades presenciais enquanto a pandemia não estiver controlada, precisamos indicar algumas estratégias de resistência. A seguir indicamos algumas questões fundamentais que devem pautar a ação do movimento docente, assim como indicamos algumas políticas importantes para orientar as ações das seções sindicais.
Debater na comunidade acadêmica e reafirmar princípios O ponto de partida para a resistência é (1) a defesa do debate democrático na comunidade acadêmica. É assustador que gestores de instituições que hegemonicamente têm trabalhado com a modalidade presencial de educação tenham decidido, de forma unilateral, pela imposição do ensino remoto sem garantir infraestrutura básica ou realizar um diagnóstico das condições materiais e sociais da realidade enfrentada por estudantes e docentes. Também é preocupante que muitos gestores de IES travistam seus processos com cara e cheiro de democracia, mas sem de fato promovê-la, quando realizam as etapas do “diálogo” com prazos exíguos, somente com algumas frações da comunidade acadêmica e, na maior parte das vezes, deixando de defender suas instituições, que estão em funcionamento, para aderir à narrativa do “não podemos ficar parados” e criar clima favorável à adesão ao ensino remoto. Em alguns casos, houve a realização de diagnósticos sobre a realidade dos estudantes e suas possibilidades de acesso à internet. O pro-
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