ANDREA BROWN E S C U L T U R A S
Sombra I, relĂŞvo, madeira e palha indiana, 59 x 105 x 5 cm, 2012 Sombra II, relĂŞvo, madeira e palha indiana, 52 x 101 x 5 cm, 2012 Sombra III, relĂŞvo, madeira e palha indiana, 58 x 102 x 5 cm, 2012
Ponto, barra de apoio, aรงo, 57 x 98 x 8 cm, 2012
Patricia, madeira e palha indiana, 78 x 88 cm, 2012 Rita, madeira e palha indiana, 121 x 41 x 43 cm, 2011 Carla, madeira e palha indiana, 90 x 77 x 43 cm, 2011
Três (tríptico), 60 x 156 x 10 cm, 2011 módulo 1: madeira, tinta acrílica e cerâmica, 60 x 52 x 10 cm módulo 2: madeira e fotografia, 60 x 52 x 2 cm módulo 3: madeira e óleo s/ tela, 60 x 52 x 4 cm
Contos | montagem #2, fotografia, cimento, palha indiana e madeira, 2011
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Contos | MĂłdulos, fotografia, cimento, mĂĄrmore, palha, dimensĂľes variadas, 2011
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Contos | Montagem #1, 2011
LivroarbĂtrio, cartĂŁo encadernado, 26 x 25 cm (fechado) 41,5 x 61 cm (aberto), 2006
PrĂŠdio, madeira e tinta automotiva, 67 x 110 x 61 cm, 2011
Cacto, cer창mica, tinta automotiva e grafite, 23 x 45 cm, 2012
Catheploidemus, poliuretano, cer창mica, tinta automotiva, 63 x 68 cm, 2009
Pinto, madeira,laminado motivo mรกrmore carrara, 45 x 70 x 17 cm, 2009
Olhos Azuis, madeira,laminado motivo mรกrmore carrara e pintura eletrostรกtica, 70 x 70 x 70 cm, 2009
Relêvos Domésticos I, madeira com pintura eletrostática, 137 x 107 x 6,5 cm, 2008 Relêvos Domésticos II, madeira com pintura eletrostática, 84,5 x 84 x 6,5cm, 2008 Relêvos Domésticos III, madeira com pintura eletrostática, 79 x 109 x 6,5 cm, 2008
N贸s dois, madeira e palha indiana, 178 x 80 x 80 cm e 150 x 64 x 50 cm, 2008
AtĂŠ nunca mais por enquanto, madeira e palha da Ăndia, 260 x 120 x 64 cm, 2008
Sem título, mármore, 18 x 11 x 64 cm, 2007
Xícara, argila e grafite, Ø 22 x 13 alt. cm, 2005
O dentro e o fora Dedos que afloram das costas da mão, como um corpo que existisse no interior de outro e tentasse despí-lo como uma roupa que se desejasse trocar, ou uma penca de dedos pendurados em fios, já libertos de seus corpos de origem. Estes são alguns dos trabalhos em cerâmica, que Andréa Brown realizou entre 2001 e 2005, e que já parecia nos dar alguns indícios de questões recorrentes em sua obra posterior. Em 2004, a artista passa a utilizar a forma geométrica básica de uma casa como ponto de partida de uma nova série. Construídas em madeira, suas esculturas espicham-se pelo espaço, criam ângulos com as paredes e chão e, insolitamente, terminam como dedos ou pés. Se o rigor formal de Andréa, a impessoalidade do acabamento de seus trabalhos e o interesse pelo espaço na disposição dessas obras a aproximam de questões caras aos minimalistas, as representações do corpo e as referências à casa a levam numa direção oposta à deles. As superfícies lisas e bem acabadas disfarçam, com distanciamento, a tensão evocada pelas referências orgânica e arquitetônica. Suas “casas”, sem portas ou janelas, reduzem-se à poliedros fechados e enigmáticos, sem entradas ou saídas. Blocos encerrados em seu próprio silêncio onde partes do corpo, no lado de fora deles, recusam o confinamento, insinuandose em direção ao mundo. Em trabalhos como Par, Abrigos, e Vertigem I, é a própria estabilidade da casa/bloco que a artista coloca em causa. Erguidas na parede, inclinadas ou com uma base curva sobre o chão, desafiam a imobilidade arquitetônica habitual ao convocar o movimento latente. Em 2006, Andréa une duas “casas” com uma massa negra e amorfa que parece devorá-las. Esta obra introduz a série Xipófagas e culmina com o trabalho Igreja. Nesta, os poliedros são unidos nas mais diversas posições. Mas, um olhar atento revela que aqui a própria consistência dos blocos é desafiada. As faces ou arestas justapostas recortam-se mutuamente criando a sensação de que um bloco “brota” do outro, como uma bolha que se desprendesse de uma superfície líquida. Esta hipótese afirma-se em Livroarbítrio onde uma “casa” habita no interior de outra. Como em seus primeiros trabalhos, com mãos e dedos, algo liberta-se, solta-se da estrutura original. Em 2007, a artista inicia seus Relêvos Domésticos. Nestes trabalhos de parede, a forma das casas é ainda mais simplificada. Na série, cores intensas e brilhantes trazem para o universo da artista referências ao ambiente urbano e popular. O ponto de vista aéreo insinuado sobre a paisagem a torna plana ao eliminar o horizonte. A paisagem mostra-se sinteticamente através de seus elementos básicos: água, ar e terra. Mais uma vez, o vislumbre de um mundo sem limites opõe-se às fronteiras dos invólucros arquitetônicos. Esta parece ser a questão que evolui ao longo dos trabalhos de Andréa Brown e que aponta para o dilema de qualquer artista: o embate entre o dentro e o fora, o desconforto com o confinamento e o desejo de liberdade. Luiz Ernesto, setembro de 2007.
Sem tĂtulo, cimento e argila, 34 x 24 x 23 cm, 2005
NSLO, madeira e cobre, Ă˜ 3,40 cm, 2003
Sem tĂtulo, madeira e argila, 120 x 130 cm, 235 x 60 cm, 2005
Xif贸pagas I, madeira, 36 x 50 x 24 cm, 2006 Xif贸pagas II, madeira, 55 x 55 x 25 cm, 2006 Xif贸pagas III, madeira, 58 x 55 x 24 cm, 2006
Sobre o nomadismo
Nem às custas de casas conseguiremos saciar nosso nomadismo. Mesmo enclausurados dentro delas, empoleirados em prédios altos e sólidos, pressentimos o movimento que flui de nós para as paredes espessas fazendo-as vibrar delicadamente e embaçando as vidraças que nos permitem abrir as comportas de nosso olhar, deixando que nos espalhemos pela cidade. A casa é o palco restrito dos nossos passos. Nela, além de andarmos trocando acenos e esbarrões nos corredores, respiramos: a pedra pequena do movimento. Andamos, respiramos e sonhamos. E ao sonhar transportamo-nos de um lugar para outro. Porque a casa, e dentro dela a nossa cama, é a câmara dentro da qual navegamos noite adentro. Variando entre a casa e o pé, fazendo com que o orgânico se transmute em geometria e viceversa, as esculturas de Andréa Brown aludem a esse incontrolável sentido de movimento que carregamos e que está em tudo que fazemos. Por isso é que mesmo a mais estável das formas inventadas pelo homem, o cubo que a criança transforma em casa ao desenhá-lo com a face superior em vértice – uma concessão a água da chuva -, no caso de uma suas esculturas possui a face inferior curvada, sujeito a oscilações graças ao centro de gravidade cambiante. As casas de Andréa Brown não cabem em si: expandem-se para o mundo, convergem em pontas de cobre criando zonas de tensão cheias de energia; escorrem para o alto das paredes, sob a forma de pés que não cedem ao apelo do chão, que desejam as alturas. Se a casa nasce do desejo de estabilidade, ela não poderá ocultar a instabilidade daqueles que, desenraizados, possuem pés. Colocada sobre a linha do horizonte a casa corresponde à esperança de controle sobre as coisas, abrigo que nos impede de dissolver na vastidão da terra. Mas não adianta. Sob ela, abaixo do chão, como nos adverte uma outra escultura, o pé. Não apenas a lembrança da nossa substância telúrica mas também a alusão ao fato de que o próprio planeta, com tudo que há dentro dele, e como o próprio universo, está girando, excêntrica e perpetuamente girando. Agnaldo Farias, 2005 (texto de apresentação da exposição “Sobre o Nomadismo”, realizada em 2006, na Galeria IBEU, RJ)
Desejo, madeira, 34 x 64 x 52 cm, 2008
Abrigo, madeira, 65 x 45 x 40 cm e 85 x 60 x 60 cm, 2005 Exposição individual "Sobre o nomadismo", Galeria IBEU, Rio de Janeiro, RJ
ANDRÉA BROWN
Rio de Janeiro, Brasil Formação Residência - École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (Paris, França), 2009 Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV RJ
2014 2006
2014
Individuais Figurações assimétricas (Fancy Flights) | Saltfineart Gallery - CA, USA Sobre o Nomadismo | Galeria de Arte IBEU - RJ
Principais Coletivas RIO | Saltfineart Gallery - CA, USA 11° Salão Elke Hering | Museu de Arte de Blumenau - SC COMO REFAZER O MUNDO | Galeria Luiz Fernando Landeiro - BA
2013
MAIS PINTURA | Centro Cultural Justiça Federal - RJ ABERTURA | Galeria Orlando Lemos - MG MIRANTE | Gallery MUV - RJ ENTRE | Jaime Portas VilaSeca Galeria - RJ
2012
O CORTIÇO | Espaço Cultural CERPERJ, RJ LUGAR COMUM | SESC Quitandinha, Petrópolis, RJ
2011
36° SARP - Salão de Arte de Ribeirao Preto Nacional Contemporâneo | Ribeirão Preto, SP SERRA/SERRA | Sesc Petrópolis, RJ GIGANTES POR SU PROPIA NATURALEZA | IVAM Institut Valencià d'Art Modern, Spain
2010
DIÁLOGOS | Galeria de Arte Ibeu, RJ
2009
HOLD UP | Galerie de L´Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts, Paris, França NANO STOCKOLM | Studion 44, Stockolm, Suécia
2008
ENTRE-IMAGENS | Galeria Largo das Artes, RJ 1º Salão de Arte Plásticas de Petrópolis | Petrópolis, RJ
2007
A ÚLTIMA CASA E A ÙLTIMA PAISAGEM | Galeria Matias Brotas, Vitória, ES PAIXÃO | Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, RJ O QUE É NORMAL?| Espaço cultural Contemporânea - ECCO, Brasília
2006
30 ANOS ESTA NOITE | Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ
2004
NOVÍSSIMOS | Galeria de Arte IBEU, RJ Prêmiações 2010 | Anuário Embú das Artes | 27° Salão de Artes Plásticas Prêmio Escultura 2004 | Novíssimos, Galeria de Arte IBEU (RJ)
andrbrown@gmail.com