Fábrica Ribalta - Revitalização da Antiga Subestação e da Tecelagem Jafet

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Fábrica Ribalta André Luis Pavan Tassinari



ANDRÉ LUIS PAVAN TASSINARI

FÁBRICA RIBALTA

‘ Trabalho Final de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio | Uniseb para cumprimento das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da Prof.ª Ana Teresa Cirigliano Villela.

RIBEIRÃO PRETO 2017

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F 0.1 - Fachadas do objeto de intervenção com seus fantasmas (Arquivo pessoal )

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Foto Paรงo Municipal

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Dedicatória nada.

Dedico esse trabalho a toda minha família, a qual sem ela não seria

As minhas avós Elza e Naide (Zenaide) as quais possuo amor incondicional. Meus pais Oswaldo e Valéria, que sempre estão ao meu lado. A minha Irma Fernanda que enumeras vezes me ajudou a acabar maquetes.

Agradecimentos Agradeço a todos que me auxiliariam e tornaram possível a realização desse Trabalho Final de Graduação. A minha Orientadora Ma. Ana Cirigliano Villela, a qual inúmeras vezes me proporcionou idéias para soluções do projeto, ou mesmo virou minha psicóloga para os mais diferentes problemas. Alessandra Baltazzar, que cuida do Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis" em Batatais, me prestando grande assistência na pesquisas em antigos jornais do começo do século passado. Ao Senhor Paulo Simões Santos, o qual retirou do fundo de suas memórias do tempo que era gerente da Tecelagem Jafet informações essenciais para a melhor compreensão da antiga fabrica.

F 0.2 - Detalhe da fachada da antiga Tecelagem Jafet (Arquivo Pessoal)


Agradecimentos O projeto Fábrica Ribalta busca a requalificação do antigo complexo industrial da Tecelagem Jafet e da Subestação de eletricidade da cidade de Batatais, cuja cronologia arquitetônica remonta a diferentes períodos históricos, cujo reconhecimento é hoje fragmentado. Com o objetivo de reinserir esse conjunto patrimonial no cotidiano urbano , o projeto abarca equipamentos voltados para as artes visuais e corporais, permitindo aulas de dança, apresentações de teatro, oficinas de cenografia e figurino, dentre outras. Ao mesmo tempo, cria um espaço cultural para o município que carece de edifícios culturais. Além da destinação cultural deste conjunto, potencializa-se a preservação dessa categoria patrimonial, que , em âmbito nacional, solicita iniciativas mais efetivas.

³ e 4 Vídeo no You Tube: Recuperação histórica audiovisual dos anos 2000 de Batatais, Capítulo II - A Estação Ferroviária e a vinda, de Portugal para Batatais, da Imagem de Nossa Sra. de Fátima, Acessado em 29/04/2017 Link: https://www.youtube.com/watch?v=n4y6cKPmOcU.

F 0.3 - Detalhe da fachada da antiga Tecelagem Jafet (Arquivo Pessoal)

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Estação Ferroviaria

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Ampliação do Conceito de Patrimônio - 18 “Tupi or Not Tupi”? - 19 O Patrimônio Industrial - 20 Prosperidade Paulista - 22 Intervenções em Patrimônio Industrial - 24

Objeto de Intervenção - 40 Cronologia Histórica: Situando o Objeto de Estudo no Tempo - 42 Conhecendo o Entorno - 64 Antiga Subestação - 66

Bibliografia

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Conclusão

O Patrimônio Esquecido

Introdução

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Descobrindo o Objeto de Intervenção

O Patrimônio Esquecido

Projeto de Intervenção

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F 3.4 - Vista laterai que demonstram o mau estado de conservação da estação (Imagens de arquivo pessoal)

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Antiga Tecelagem - 72

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1 Introdução


Por intermédio da linha férrea que chegou a Batatais em 1886, sua economia foi alterada drasticamente devido ao plantio de café que impulsionou o crescimento da cidade. Mais tarde , surgiram as primeiras indústrias, sendo as maiores e mais importantes a fábrica de chapéus e a tecelagem, além da nova subestação de força da cidade. Durante muitos anos essas grandes estruturas foram sinônimas de prosperidade e riqueza, mas ao longo do tempo esses empreendimentos encerraram suas atividades e passaram a ser subutilizados e descaraterizados. Esses belos edifícios , em sua grande maioria , foram subdivididos em vários empreendimentos, tendo suas fachadas e interiores muito alterados. Os objetos de intervenção desse trabalho foram aTecelagem Jafet e a antiga subestação de eletricidade, que ocupam um quarteirão no centro da cidade, próximo ao Hospital, Prefeitura, Câmara e do cartão postal da cidade, o Santuário Bom Jesus da Cana Verde (Igreja Matriz). O valor histórico-arquitetônico e a localização deste conjunto motivaram, portanto, a proposta de intervenção aqui apresentada como trabalho final de graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Estação Ferroviaria

F 1.1 - Portão de entrada da antiga subestação (Arquivo Pessoal)


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2 O PatrimĂ´nio Esquecido


A AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DE PATRIMÔNIO

Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc Arquiteto Frances, pioneiro na preservação e restauração de edificações, defendendo a unidade estilística da arquitetura, tese essa que era rechaçada por críticos, como Ruskin. Tendo realizado importantes restaurações, como: Catedral de Notre-Dame e o Castelo de Carcassone F 2.1 -Viollet-le-Duc (Disponivel em: <https://bonjourparis.com/history/eugene- v i o l l e t - l e - d u c - t h e -visionary-behind-notre-dames-restoration/> Acessado em 04/06/2017)

As formas de como intervir no legado histórico construído mudaram muito ao decorrer dos anos, principalmente no século XX. Desde a ideia de como preservar a matéria original dos edifícios até o levantamento do próprio contexto do patrimônio cultural foram revistos. As principais teorias de preservação se deram por volta da segunda metade do século XVIII. Até esse período, a atuação em obras pré existentes consistia, de maneira geral, em sua adaptação para necessidades práticas e ditadas pelo uso, sem o menor respeito pela edificação¹. Dentre os fatores responsáveis por essa mudança estão o Iluminismo, a Revolução Industrial e as consequências da Revolução Francesa, que causaram a ruptura entre passado e presente. Assumiu-se uma postura de preservação de caráter cultural e científico, devido aos conhecimentos transmitidos pelas obras arquitetônicas, tanto dos conhecimentos das ciências naturais e éticas. "Por não se ter o direito de apagar os traços de gerações passadas e privar as gerações futuras da possibilidade de conhecimento de que os bens são portadores" ². No século XIX, foram formuladas várias teorias sobre a preservação patrimonial, além da criação de alguns órgãos voltados para salvaguarda dos monumentos. Nesse meio surgiu uma figura emblematica; o francês (Eugène Emmanuel) Viollet-le-Duc. Le-Duc defendia a premissa de uma unidade estilística na arquitetura, ainda que essa nunca tivesse existido. Por isso, suas restaurações foram consideradas fantasiosas. Para ele não importava se fosse preciso destruir diferentes fases da obra, desde que, com o uso de modernas técnicas construtivas, fosse garantida a unidade estilística.Isso ocorreu em

vários castelos na Europa, que durante esse período, foram totalmente modificados, como exemplo o Castelo de Carcassonne. No entanto essa linha de restauro foi muito criticada pelo teórico inglês, que encabeçou uma linha de pensamento anti-restauração, John Ruskin. Ruskin via a arquitetura como uma expressão duradoura que se eternizava, carregando um gigantesco valor histórico e cultural. Defendia que as edificações deveriam permanecer intocadas ao longo dos séculos envelhecendo naturalmente, sem interferências do restauro, considerado por ele a pior forma de destruição que um monumento poderia sofrer. Apesar de sua postura romântica, ele não pregava a favor da morte dos monumentos históricos, defendia sim a manutenção periódica da edificação, de modo que se evitasse o estado de ruína e a necessidade do restauro³. Já ao fim do século XIX, afloravam os ideais de Camillo Boito, que propunha uma via intermediária para a restauração. Dava ênfase no valor documental da obra, sem fazer falsos históricos. Se fosse necessário um acréscimo ou uma alteração, ela era feita destacando-se do objeto original, a fim de não se criar uma máscara falsa sobre a obra. Ele é considerado uma terceira via entre o radicalismo das intervenções de JohnRuskin e do idealismo de Viollet-le-Duc. "Restaurar é respeitar plenamente qualquer obra reconhecida como bem a tutela, em suas várias estratificações e em seu transcurso ao longo do tempo, independentemente da maior ou menor apreciação pelo seu valor artístico, algo reiterado na Carta de Veneza de 1964"4

John Ruskin Escritor Inglês, alem de critico de arte, defendendo na arquitetura a preservação do estado natural em ruínas da edificação, não realizando sua reconstituição. Ideais totalmente contrários aos de Viollet-le-Duc. F 2.3 - John Ruskin (Disponivel em: <http://www.ruskinmuseum.com/content/john-ruskin/who-was-john-ruskin.php> Acessado em 04/06/2017)

Castelo de Carcassone Construído no século 13, sendo uma das maiores fortalezas europeias. No século 19 Viollet-le-Duc fez a restauração dessa imponente fortaleza, fazendo uma restauração com uma releitura que distorcia sua arquitetura original, como os telhados cônicos que foram construídos5.

Camillo Boito Arquiteto Italiano que defendia o "restauro filológico", o qual faz uma ponte entre os ideais do movimento estilístico e Anti-restauração. Tendo como uma de suas obras o Palazzo Cavalli-Franchetti F 2.4 - Camillo Boito (Disponivel em:<http://wwww.filmow.com/camillo-boito-a172916/> Acessado em 04/06/2017)

¹ KÜHL, 2011 ² KÜHL, 2011, p 60 ³ OLIVEIRA, 2008 4 KÜHL, 2011, p 64 5 BECATTINI, 2013.

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F 2.2 - Castelo de Carcassonne no sul da França (disponivel em < http://migre.me/wM8nd> Acessado em 08/06/2017)


“TUPI OR NOT TUPI”? ¹

Real Fábrica de Ferro São José de Ipanema Com a vinda da família real para o Brasil, se tornou fundamental a criação de uma fabrica de ferro no país, desengavetando uma idéia desde o período pombalino³. Sendo criada a real fabrica de São João de Ipanema, a qual suas ruínas equivalem apenas 20% da fabrica original. F 2.5 Real Fábrica(Disponivel em:<https://www.tripadvisor.com.br/Locat i o n P h o t o D i r e c t L i n k -g2348917-d3907848-i90121090-Fazenda_I panema-Ipero_State_of_Sao_Paulo.html> Acessado em 04/06/2017)

Em “terras tupiniquins”, a preservação do patrimônio histórico de fato se consolidou a partir da década de 1920, quando se fortalecem os movimentos artísticos de cunho nacionalista, que haviam sido propulsionados pela conferência de Ricardo Severo, em 1914, “A Arte Tradicional no Brasil”. No entanto, as primeiras legislações voltadas à preservação patrimonial surgiriam apenas em 1933, ano que Getúlio Vargas elevou a cidade de Ouro Preto à categoria de Monumento Nacional. Em 1934 foi criada a Inspetoria dos Monumentos Nacionais, e,em 1937 ², fundou-se o SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão nacional voltado à identificação e preservação dos bens nacionais. Na década de 70, o SPHAN, após várias conturbações internas, foi elevado à Instituto, o IPHAN. A postura do IPHAN viria refletir os preceitos da Carta de Veneza de 1964, que ampliou o conceito de patrimônio histórico. No Brasil essa questão não é conssiderada já que não sofreu com os efeitos da guerra Ao longo dos últimos anos, vem sendo intensificados os estudos de novas categorias patrimoniais, que reconheceram não apenas a arquitetura eclética, mas também as edificações industriais, ferroviárias, modernas, e, mais recentemente, a arquitetura popular. No caso do patrimônio industrial brasileiro, que abarca o objeto de estudo desta pesquisa, o primeiro tombamento federal ocorreu no mesmo ano da Carta de Veneza, em 1964, referente aos remanescentes da "Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema" em Iperó - SP. Essas ruínas pertenciam à primeira fábrica de exploração e fabricação de ferro em terras brasileiras, de onde saíram equipamentos agrícolas e armas brancas até o final do século XIX. Mesmo com a existência do IPHAN, o esforço de órgãos estaduais

como o CONDEPHAAT em São Paulo, ainda não são suficientes para a conservação do patrimônio no Brasil, que sofre diretamente os efeitos do capital imobiliário que rege nossas cidades. Existe ainda uma questão relacionada ao "preconceito" do tombamento de bens como um instrumento que fere a propriedade privada ou impede sua venda. Mitos muitas vezes propagados para permitir a demolição dos imóveis em troca de novos empreendimentos mais lucrativos para o mercado. Esses efeitos tiveram como consequências a implosão da Mansão Matarazzo, em São Paulo, que na madrugada de seu tombamento, foi destruída por seus donos. O terreno ficou embargado durante década. Outra atrocidade foi a fábrica da Cervejaria Brahma, que era tombada e por interesses da cidade do Rio de Janeiro e da própria cervejaria, foi "destombada" e totalmente destruída para a ampliação das arquibancadas do sambódromo e a construção de um edifício com gabarito muito mais elevado que seu entorno, para abrigar os escritórios do grupo AmBev.

Mansão Matarazzo Mansão da conhecida família industrial. Residência que no passado era sinônimo de requinte e luxo, mas sofreu devido à especulação imobiliária, sendo demolida por "debaixo dos panos". F 2.6 - Mansão Matarazzo (António Milena)

F 2.7 - Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema em Iperó - SP (Osvaldo Cristo – Acervo Floresta Nacional de Ipanema)

F 2.8 - A fábrica da Brahma funcionando em uma época que a Avenida Marques de Sapucaí era apenas uma avenida qualquer - década de 50 (disponivel em < http://migre.me/wM9bt> Acessado em 08/06/2017)

¹ Frase do poeta modernista brasileiro, Oswald de Andrade, que exaltava o sentimento nacionalista, avesso à importação de modelos culturais estrangeiros, inclusive na própria arquitetura. ² KÜHL, 2011 ³ LOBO, 2012

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O Patirmônio Industrial Patrimônio Industrial é o conjunto de vestígios / ruínas da cultura industrial que possuem valores históricos, tecnológicos, arquitetônico, social, cientifico ou cultural, englobando as diferentes estruturas de um complexo fabril, como maquinários, edifícios, armazéns, estações férreas, centro de produções, edifícios, oficinas, caixas d'água, subestações de energia, dentre outras, enfim todas suas infraestruturas além dos locais próximos desenvolvidos devido as indústrias, como habitações, escolas e locais de entretenimento para os funcionários e suas famílias Novo ¹. Forum e Cadeia O interesse em se preservar o patrimônio industrial é recente. Foi iniciado nos anos 50 na Inglaterra, berço da Revolução Industrial. Os métodos utilizados para investigação visam melhor compreender o passado e o presente industrial². Estudos desta natureza ganham fôlego na década seguinte, em que devido o alargamento de ruas e avenidas, dois importantes marcos industriais foram cruelmente demolidos para o "avanço da modernidade", são eles, a Estação Euston e o Coal Exchange. Mesmo com os protestos que temporariamente levaram à paralisação das obras, para que ao menos parte da estrutura fosse preservada, esse magnífico testemunho da era da arquitetura do ferro foi perdido para sempre3. F 2.10 - Coal Exchange (disponivel em <http://migre.me/wMa0L> Acessado em No Reino Unido, belos esforços foram empreendidos para que se 08/06/2017) definisse e melhor compreendesse o patrimônio decorrente do processo de industrialização, a fim de se determinar o porquê e o quê preservar. "Um industrial, um destaque é a França, que teve como uma das principais monumento industrial é qualquer edifício ou outra estrutura, em especial motivações a demolição de um de seus maiores símbolos da arquitetura do do período da revolução industrial, que, sozinho ou associado a equipaferro, o Halles Centrales .Embora as manifestações da população não mentos, ilustra o início e desenvolvimento de processos industriais e técnitenham contido a demolição do mercado central de Paris, aflorou vários cos, incluindo meios de comunicação" 4 protestos a favor da preservação de outros edifícios industriais, como as Na década de 70, outros países começaram a atuar na preservação Salinas de Chaux e o complexo do Le Creusot.

Estação Euston Construído em 1838 de forma monumental, mas na década de 60 devido a ampliações de avenidas, foi demolido um dos cartões postais da cultura férrea5.

Coal Exchange Construído entre 1847 a 1849 para abrigar a bolsa do carvão, uma bela estrutura, com um torreão ligando as duas fachadas principais e uma cúpula de vidro com estrutura metálica na parte central do edifício. Porem apos a segunda guerra mundial, ele foi se deteriorando ate ser demolido em 1962. F 2.12 - Coal Exchange (Disponivel em:<https://www.architecture.com/image-lib r a r y / i m a g e c a c h e / g a l leryitems/1136.1.434.434.FFFFFF.jpeg> Acessado em 04/06/2017)

Halles Centrales Foi um mercado parisiense construído a partir de 1852 todo em estrutura metálica, um centro comercial que abrigava as mais diferentes mercadorias, sendo demolido a partir da década de 70.

¹ KÜHL2011 ² KÜHL, 2011, p 51 3 KÜHL2011 4 Apud Arthur Raistrick, Industrial Archaeology: An Historical Survey, Frogmore, Paladin, 1973, p 2 5 IRVINE, 2009

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F 2.9 - Antiga estação Euston (disponivel em < https://www.tumblr.com/search/euston-arch> Acessado em 08/06/2017)

F 2.11 - Halles Centrales Paris (disponivel em <http://cremeriedeparis.com/premierecremerie/> Acessado em 08/06/2017)

F 2.13 - Halles Centrales (Disponivel em:<http://l7.alamy.com/zooms/0b7fedf5fcf 9 4 a 8 d b b a 1 a f 2 9 3 9 d 7 f496/geography-travel-france-paris-the-mar ket-halls-halles-centrales-built-db4148.jpg> Acessado em 04/06/2017)


Salinas de Chaux Construído entre os anos de 1775 e 1779 em Berçon na França para abrigar uma salina. Curiosamente a implantação de seu complexo de edifícios é semicircular, com um diâmetro de 370 metros, tendo na parte central a casa do diretor, ao lado duas unidades de extração de sal e na periferia depósitos, sendo preservado ate os dias atuais³. F 2.14 - Estação / Museu de D'Orsay em Paris disponivel em <http://encurtador.com.br/dG347> Acessado em 08/06/2017)

Na mesma década, também em Paris, foi iniciadoum dos mais notáveis projetos de intervenção em estações ferroviárias, o Museu D’Orsay. A Estação de D'Orsay foi inaugurada em 1900, em comemoração à Exposição Universal, e permaneceu em funcionamento durante trinta e nove anos, a partir de então sua infraestrutura tornou-se obsoleta. Foi abandonada e desde então funcionou como abrigo para deportados e prisioneiros de guerra e também como garagem. Nos anos 60, sua demolição chegou a ser autorizada para a construção de um hotel moderno. No entanto, a licença para sua construção foi recusada e em 1978 lançou-se um concurso para a transformação da antiga estação em um museu, cuja restauração e inauguração aconteceu em 1986.Essa obra tornou-se referência mundial por apresentar uma dentre as possibilidades de reabilitação do patrimônio industrial e ferroviário. Embora tenham sido implementadas medidas para proteção do patrimônio industrial em todo mundo, essas edificações sempre estão ameaçadas, ora pela sua obsolescência funcional, ora pela especulação imobiliária. “No âmbito especifico do restauro físico, nas “revitalizações”

F 2.15 - Salinas de Chaux (disponivel em <https://cecifontaine.com/tag/doubs/> Acessado em 17/07/2017)

usualmente promovidas nas construções industriais ainda persistem as reconstituições estéticas, de grande apelo turístico, feitas à custa de renovações fantasiosas das fachadas e da substituição indiscriminada dos materiais tradicionais; intervenções que terminam resultando na alteração, por vezes irreversível, das valências históricas que teoricamente se desejariam ver preservadas nessas arquiteturas” ¹. A “reinserção de antigas construções na vida contemporânea por meio de sua readequação a novos usos sempre irá requerer revisões programáticas, que, forçosamente, implicarão em alterações de maior ou menor grau na matéria dos edifícios”². A escala desses edifícios é um dos fatores que costuma dificultar sua recuperação, somado ao seu lento processo de reconhecimento como patrimônio histórico. No entanto, apesar de muito modificadas, tais edificações industriais, refletem a dinâmica dos cotidianos urbanos sobre a arquitetura. Cada uma dessas modificações é entendida como um estrato de tempo, e atesta a contribuição de uma determinada época sobre o objeto arquitetônico.

F 2.16 - Le Creusot (disponivel em <http://encurtador.com.br/adlK6> Acessado em 17/07/2017)

¹ TIRELLO, 2013 ² TIRELLO, 2013 ³ SALINAS, 2014

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PROSPERIDADE PAULISTA

São Paulo Railway Foi a primeira ferrovia do estado de São Paulo, ligando Jundiaí a Santos, sendo seu grande marco vencer a serra do mar. sua principal estação é a da Luz em São Paulo.

Durante quase todo o Império, São Paulo, devido a Serra do Mar, era um povoamento isolado, caracterizado por sua população “caipira”. Até a metade do século XIX, São Paulo não desfrutava de nenhuma novidade em sua arquitetura, enquanto no Rio de Janeiro, o Neoclássico se destacava como linguagem oficial do Imperio¹. Em 1867 com a construção da linha férrea São Paulo Railway e, em 1871,com a Estrada de Ferro Sorocabana, a cidade foi transformada em um "gargalo" por onde passava toda a riqueza que escoava para o porto de Santos. O dinheiro do café começou a jorrar para os paulistas, colocando São Paulo como grande centro político e econômico ². O ecletismo como sinônimo de modernidade em São Paulo a princípio como uma máscara que escondia as antigas edificações de taipa, como muitos casarões e mesmo o Palácio dos Governadores.

Palacio dos Governadores

F 2.20 - Avenida paulista, com belo palacetes e uma notável mancha verde 1902 (Guilherme Gaensly - Acervo Instituto Moreira Salles)

Com o dinheiro provido do café, começaram a ser implantadas as primeiras indústrias em São Paulo, fortalecida com a mão de obra de imigrantes europeus. Enquanto a Paulista abrigava palacetes residenciais, bairros como Mooca, Pari, Barra Funda e Brás se transformaram em grandes bairros industriais, abrigando muitos operários imigrantes com destaque para os italianos. Grandes fábricas, que ocupavam praticamente quarteirões inteiros, davam emprego a muitos imigrantes, cujas casas foram sendo instaladas nas proximidades, muitas vezes em forma de vilas operarias. Essas fábricas seguiam as tipologias industriais inglesas, feitas em tijolos aparentes. Infelizmente muitos desses prédios, após o encerramento das atividades produtivas, foram totalmente abandonados, quando não demolidos, ou preservadas apenas suas cascas.

F 2.17 - Estação da Luz (Disponivel em: <http://caiuby.com.br/?attachment_id=1253> Acessado em 4/6/2017)

O palácio dos governadores na verdade é o antigo colégio Jesuíta, "onde começou São Paulo". Suas estruturas foram reformadas ao longo dos anos, o descaracterizando totalmente. Em 1953 foi demolido para a construção de um cenário, uma nova estrutura tentando imitar o antigo colégio. F 2.22 - Patio do Colégio (Disponivel em:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAewEcAL/patio-colegio> Acessado em 08/6/2017)

Sorocabana Ferrovia que interligava Presidente Epitácio até Santos rompendo o monopólio da São Paulo Railway no porto de Santos, possuindo uma linha bem ramificada. A pérola de suas estações é a Júlio Prestes, onde hoje funciona a Sala São Paulo. F 2.18 - Estação Júlio Prestes (Disponivel em:<http://jadoresaopaulo.blogspot.com.br/2010/10/praca-estacao-julio-prestes-julio.html> acessado em 2/3/2017)

¹ LEMOS, 1987 ² LEMOS, 1987.

F 2.19 - Palacio dos Governadores (disponivel em < http://migre.me/wLCkW> Acessado em 08/06/2017)

Ramos de Azevedo Formado como engenheiro arquiteto na Bélgica. Tornou-se o principal representante do ecletismo no Brasil. O Escritório Técnico Ramos de Azevedo "explodiu sua grife" projetando quase todos as grandes mansões da elite Paulistana, alem de muitos prédios públicos, tornando Ramos de Azevedo, o símbolo do progresso paulista.

Graças à riqueza do café e uma recente economia industrial, os bairros dos “Jardins” e Higienópolis, mais precisamente na recém inaugurada Avenida Paulista, concentraram as moradias dos ricos, surgindo vários palacetes. Suas diferentes formas e tipos, desde neogóticos, neocoloniais eart nouveau, refletiam as infinitas possibilidades experimentadas pelos arquitetos de gosto eclético, como Ramos de Azevedo. Infelizmente muitos deles foram demolidos nas últimas décadas, sobrando pouquíssimos, como a Casa das Rosas F 2.21 -Panorama do bairro do Brás, onde se destacam as casas operarias e as fabricas - 1910 (Acervo Instituto Moreira Salles)

F 2.23 - Ramos de Azevedo(Disponivel em: <http://www.sap.sp.gov.br/common/museu/museu.php?pg=4> acessado em 08/06/2017)


Cervejaria Antarctica Uma das cervejarias mais antigas brasileiras, sendo fundada em 1888. Em 1999 se fundiu a sua concorrente brahma, fundando o maior grupo cervejeiro do pais ambev (subsidiária da AB InBev, maior grupo do setor mundialmente). Infelizmente três antigas fabricas desse grupo tiveram um triste destino, essa da Mooca abandonada, a de Ribeirão Preto - SP que depois de décadas abandonada, será construído um shopping nas suas dependências e a antiga fabrica da Brama no Rio de Janeiro que foi destombada para a ampliação de arquibancadas do sambódromo. F 2.24 - Encarte Cervejaria Antarctica(Disponivel em: <http://cervisiafilia.blogspot.com.br/2012/06/antarctica-paulista-fabrica-de-gelo-e.html> Acessado em 09/06/2017)

Um desses prédios é a antiga Cervejaria Antarctica na Mooca.Parte da edificação, que remonta ao início do século passado como sede da cervejaria Bavária, em 1904 teve seu controle acionário adquirido pela Antarctica, que mudou-se para lá em 1920¹. Um grande complexo por onde passava uma linha férrea interna. Havia dois grandes blocos. O primeiro em estilo industrial inglês, com tijolos aparentes, muitas janelas e uma volumetria dividida como se fossem três galpões de duas águas geminados. O outro,uma grande edificação muito bem ornamentada, na cor creme. Em 1995 a fábrica se mudou para Jaguariúna, abandonando totalmente suas antigas instalações. Mesmo com seu tombamento em 2007, a cada dia seu estado de deterioração é mais crítico².

Porém, o grupo Pão de Açúcar querendo construir uma nova loja do hipermercado Extra alugou o terreno do antigo cotonifício, alegando que iria comprometer-se em preservar as características das estultas da fábrica. Mas o que de fato aconteceu foi bem diferente. Várias edificações foram demolidas, além de praticamente todo o interior do prédio da fiação ter sido destruído para receber o programa do supermercado. "O Cotonifício Crespi era representativo, através dos edifícios que compunham o complexo, de várias fases de transformação da arquitetura industrial e de métodos construtivos (paredes portantes de tijolos, ossaturas metálicas associadas a vedação de tijolos, chegando-se a uma edificação de interesse feita com concreto armado, que datava de uma ampliação dos anos 1940 e foi demolida na recente intervenção)" 4.

Novo Forum e Cadeia

F 2.27 - Cotonifício Crespi - 1935 (disponivel em < http://www.stavale.com/acervo/tecelagem.htm> Acessado em 08/06/2017)

F 2.25 - Fabrica Antarctica - 1924 (disponivel em < http://www.saopauloantiga.com.br/antarctica-paulista/> Acessado em 08/06/2017)

F 2.28 - Cotonifício Crespi - 2016 (disponivel em < http://mapio.net/pic/p-7145473/> Acessado em 08/06/2017)

F 2.26 - Fabrica Antarctica - 2016 (disponivel em < http://www.saopauloantiga.com.br/cervejaria-antartica-tombamento/> Acessado em 08/06/2017)

Outro triste exemplo foi o Cotonifício Crespi, um grande complexo fabril que ocupava um quarteirão inteiro na Mooca, que foi construído em várias etapas desde 1897 a década de 1940³. O principal edifício do conjunto é o da fiação, que tem seis pavimentos, feito em tijolos aparentes e com várias aberturas.

"São Paulo é uma cidade que passou por vultosas transformações, principalmente a partir do último quartel do século XIX, não tendo poupado testemunhos históricos em função do processo acelerado de verticalização, adensamento e expansão; possui porem, muitos vazios urbanos, e algumas construções de pouco valor... . O que São Paulo não tem em demasia são monumentos históricos, elementos de rememoração e sobretudo edifícios de tal qualidade construídos em um passado que, com a velocidade das mudanças na cidade, passou a ser remoto, possuindo poucos sobreviventes seculares (ou mesmo mais recentes)" 5

¹ NASCIMENTO, 2009 ² NASCIMENTO, 2016 ³ KÜHL, 2011 4 KÜHL, 2011, p 2000 5 KÜHL, 2011, p 196

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Intervenções em Patrimônio Industrial Teatro do Engenho

Croqui 2.1 - Interior do teatro (Archdaily)

Nome: Teatro Erotides de Campos - Engenho Central Localização: Piracicaba - SP Área de intervenção: 2.850 m² Arquitetos: Brasil Arquitetura Início da obra: 2009 Ano de inauguração: 2012

Justificativas para essa leitura projetual Este projeto possui algumas características que estão entre as premissas elavancadas para o projeto de intervenção sobre a antiga tecelsgem e CPFL em Batatais. Categoria Patrimonial: trata-se de um patrimônio indsutrial pertencente a um antigo engenho em Piracicaba - SP Programa: Teatro multiuso, com possibilidade de apresentações internas e externas Relação Novo X Antigo : Igualmente como aconteceu no SESC Pompéia, se destaca a relação entre novo e antigo. Os tijolinhos antigos do galpão contrastam muito bem com as intervenções externas, feitas com estrutura e material metalico, pintados de vermelho e internas em concreto aparente.

F 2.29 - boca de Cena externa ( Nélson Kon)

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Industrias Matarazzo

Categoria Patrimonial: Antiga fabrica

Brasil Arquitetura Escritório arquitetônico fundado por Francisco de Paiva Fanucci e Marcelo Carvalho Ferraz, ambos formados pela FAU-USP. O Escritório se destaca em grande projetos contemporâneo ou de intervenção em patrimônios , estando entre seus principais projetos a Praça das ates, Conjunto KKK, dentre muitos outros.

O Teatro ocupa um dos galpões de um antigo engenho na cidade de Piracicaba - SP. O engenho foi construído em 1881 na margem direita do rio Piracicaba pelo Barão Rezende Estevão Ribeiro e Sousa Rezende. Os galpões eram ocupados por moendas, caldeiras e armazéns para o armazenamento de açúcar e álcool. Em 1989, o Engenho foi tombado, pelo CODEPAC (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba). Mais tarde foi desapropriado pela prefeitura, tornando-se um importante espaço de cultura, artística e recreativa. O complexo compreende vários galpões, que se espalham por seus 80 mil metros de áreas verdes. O Galpão era um depósito de tonéis e uma destilaria de álcool. O edifício se destaca pela sua construção em tijolos aparentes, e sua volumetria é dividida em três gomos longitudinais decorrentes de sua cobertura: a parte central é mais elevada (altura de quatro pavimentos) com duas águas e dois volumes laterais baixos (de planta assimétrica). O escritório Brasil Arquitetura foi o responsável pela intervenção. Teve como preceito básico a preservação do legado do antigo engenho, e em paralelo, o funcionamento, de um teatro multi-uso . Permitindo que a arqueologia industrial se mescle de forma perfeita as novas técnicas construtivas, preservando a historia do galpão

F 2.31 - Vista do Rio Piracicaba (Nélson Kon)

F 2.30 - Arquitetos Brasil Arquitetura (disponível em http://anualdesign.com.br/saopaulo/profissionais/brasil-arquitetura/ acessado em 30/05/2017)

F 2.32 - Sala de Espetáculos (Nélson Kon)

Croqui 2.2 -Horizonte do Teatro (Archdaily)

F 2.33 - Frente do Teatro (Nélson Kon)

F 2.34 - Boca de Cena Externa (Nélson Kon)


Programa O programa existente atende a todas às necessidades de um teatro multiuso. Começando pela parte principal, a câmara de espetáculos, a plateia está dividida en dois pavimentos, sendo a superior composto por frisas, balcões e mais seis seções posicionadas de forma lateral. O palco possui uma peculiaridade, como no auditório do Ibirapuera, que é "dupla face", permitindo sua utilização internamente ou em eventos ao ar livre, potencializando seu aproveitamento. Seu backstage é composto por alem de coxias laterais e camarins localizados de ambos os lados, uma sala de ensaios que esta localizada no segundo pavimento, que curiosamente é acessada por uma escada metálica vermelha construída externamente. Na Parte dianteira esquerda nos dois pavimentos, há um restaurante, proporcionando uma área de convívio, ou mesmo um lugar para fazer um lanche enquanto o espetáculo não se inicia, a mesmo jantar ali logo que a peça ou outro evento acabe. Esse restaurante possui uma cozinha completa, que também se divide entre os dois pavimentos, facilitando o serviço aos clientes. O Foyer possui pé direito duplo, permitindo a sensação de amplitude, graças principalmente ao elevado pé direito e a claridade em abundancia das muitas aberturas ali presentes.

12 11

F 2.36 - Sala de Ensaio (Nélson Kon)

5

5

3 2

1

Planta 2.1 - 2º Pav. ( base: Arco web) F 2.37 - Palco Externo (Nélson Kon)

9 10 7

Croqui 2.3 - Lateral (Archdaily)

26

7

6

6

F 2.38 - Câmara do Teatro (Nélson Kon)

5 1- Restaurante 2- Foyer 3- Banheiros 4- Plateia 5- Cozinha 6- Camarins 7- Coxias 8- Palco 9- Palco Externo 10- Gerador 11- Área Técnica 12- Sala de Ensaios

8

4 3 1 2

F 2.35 - Restaurante (Nélson Kon)

Planta 2.2 - Térrea ( base: Arco web)

F 2. 39 - Foyer (Nélson Kon)


Materialidade na Intervenção A adoção de diferentes materialidades, marca a relação ente o novo e o antigo. Os tijolos do final do século XIX, assentados de forma aparente, convivem muito bem com as intervenções em concreto aparente e metal vermelho. Na parte exterior, se destacam dois elementos da intervenção: o primeiro é uma escada metálica vermelha que foi adicionada à lateral do edifício, proporcionando a ligação das coxias à sala de ensaios, que fica no pavimento a cima. O outro volume é uma imensa caixa vermelha que possui dupla finalidade, a primeira como ampliação do palco, e a segunda, como boca de cena para apresentações voltadas para a área externa. O foyer possui grandes aberturas originais que foram protegidas com vidros. A parte central do telhado em telhas de barro foram trocadas por outas transparentes, a fim de potencializar sua iluminação natural. Nele também fica mais evidente o uso de concreto aparente nas novas paredes e na sustentação da plateia.

Aberturas Envidraçadas F 2.40 - Vista lateral do teatro, com destaque a escada e a boca de cena externa (Nélson Kon)

F 2.43 - Foyer (Nélson Kon)

Intervenção F 2.44 - Foyer (Nélson Kon)

Conclusão Essa leitura projetual , irá auxiliar no TFG, dentre esses ideais se podem citar: O seu programa demonstra de forma simples, mas consistente, as necessidades mínimas de uma casa de espetáculo, como coxias, camarins, sala de ensaios dentre outras. Mostra como transformar um "simples" galpão de tijolos aparente, com um grande vão interno e pé direito elevado, em uma bela sala de espetáculos, com qualquer interferência no edifício em concreto armado ou em metal vermelho, formando um belo conjunto arquitetônico. F 2.41 - Galpão Antes da Revitalização

F 2.42 - Galpão Apos a Revitalização (Nélson Kon)

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SESC Pompéia

Nome: SESC, Unidade Pompéia Localização: R. Clélia, 93 - Barra Funda, São Paulo - SP Área do terreno: 16.573 m² Área construída da fábrica: 12.211 m² Área construída total: 23.571 m² Arquiteta: Lina Bo Bardi Início da obra: 1977 Anos de inauguração: 1982 (galpões) 1986 (blocos esportivos)

Croqui 2.4 - Torres (Archdaily)

Justificativas para essa leitura projetual Este projeto possui algumas características, que se ligam aos ideais desse TFG, dentre essas características estão: Categoria Patrimonial: trata-se de um patrimônio industrial, uma antiga fabrica de tambores, já esse trabalho uma antiga tecelagem Relação Novo X Antigo: Esse projeto da Lina, requalifica todo o patrimônio, preservando todas suas estruturas históricas, as respeitando, deixando visíveis as novas intervenções em relação as antigas estruturas, alem de novas edificações que "casam" muito bem com as já existentes, ideais importantíssimos para um novo projeto nessa área da arquitetura. Programa e Uso: um programa voltado para a população com destaque (nessa leitura) para a área cultural, com um grande galpão de exposições artísticas e de lazer, propiciando o bem estar de uma leitura ou mesmo apreciar uma boa conversa com um publico desde crianças aos idosos, acolhendo a todos, não esquecendo o teatro a qual tudo saiu das pranchetas de Lina Materialidade: o SESC Pompéia possui duas materialidades muito marcantes, os tijolos que ficaram aparentes nos galpões apos tiverem seu reboco retirado e o concreto aparente das novas edificações e alterações. Todas essas características são premissas para o projeto desse TFG.

F 2.45 - “Prainha” a partir do bloco esportivo, os decks permitem uma área agradável, e arejado a fim de acolher as pessoas a um bem estar ao ar livre ( Pedro Kok)

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Categoria Patrimonial: Antiga fabrica

Essa unidade das Indústrias Matarazzo é um exemplo das mudanças da região, na década de 70 ela foi demolida para abrigar o Shopping Matarazzo, sendo o primeiro da região, em 1997 foi a leilão e depois demolido para abrigar em 2008 o Shopping Bourbon ¹ F 2.46 - Shopping Matarazzo (JJ. Leister/Estadão)

Industrias Matarazzo

Contratada pelos diretores do SESC da época, Lina foi presenteada com um belo complexo fabril, a qual o SESC tinha comprado há alguns anos atrás para sediar mais uma nova unidade esportiva e cultural do "Sistema S". Os galpões abrigavam a antiga fábrica de tambores dos Irmãos Mauser (posteriormente, Ibesa-Gelomatic), essa fábrica era vizinha a muitas outras como uma unidade das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM), demonstrando como essa região era um grande polo industrial da época, porem com o passar dos anos, esse polo foi se fragmentando sobrando quase nenhum vestígio, sendo uma das únicas lembranças a fabrica de tambores . A fabrica ocupava boa parte do quarteirão no qual se localizava, sendo dividida em vários galpões com telhados típicos industriais, os galpões eram dispostos em duas linhas, possuindo uma viela central para a circulação geral.

F 2.50 - Vista aérea geral da Fábrica de tambores (Provavelmente na primeira metade do sec. XX) ( Peter Sheier)

Allianz Parque (Palmeiras)

Shopping Bourbon

Lina Bo Bardi Arquiteta e designer de moveis, Achilina di Enrico Bo Bard, ou só Lina, foi uma arquiteta ítalo-brasileira, que com seu marido se mudaram de Roma para o Brasil, sendo naturalizada brasileira em 1951, possuía uma arquitetura voltada para o povo, possuindo traços muito marcantes, tendo como suas obras a casa de vidro (1951) uma belíssima casa em vidro ao meio da vegetação da mata atlântica, no bairro do Morumbi em São Paulo, revitalização do solar do Unhão (1958), um sobrado colonial em Salvador, em 1968 veio sua obra prima, uma imponente construção em meio a Avenida Paulista, de fronte ao parque do Trianon, se trata da nova sede do MASP, uma edificação com o maior vão livre (da época) no mundo, seu ultimo grande projeto foi o SESC Pompéia.

F 2.48 - Interior da fabrica. ( Peter Sheier)

F 2.47 - Lina (disponível em http://alfavino.blogspot.com.br/2015/03/327-obituario-lina-bo-bardi.html acessado em 21/04/2017)

¹ BATISTA

F 2.49 - Fachada da fabrica. (Peter Sheier)

F 2.51 - Vista aérea atual do SESC Pompéia ao centro , comparando essa foto a cima, se percebe as graciosas mudanças do 29 entorno da fabrica. ( Fernando Stankuns)


Relação Novo X Antigo

Programa e uso

Na intervenção, foi feito um belo trabalho entre o que é novo e o que é antigo (original da fabrica), não acontecendo falsos históricos, preservando o legado da antiga fabrica, são evidentes as novas edificações e alterações em relação às antigas estruturas. As alterações em sua maioria são utilizadas concreto aparente ou estruturas em vermelho um contraponto entre as novas estruturas e antigas, alem das paredes dos galpões que tiveram seu reboco retirado deixando suas estruturas originais a vista (como será visto mais adiante), formando um belo conjunto arquitetônico

O programa é bem complexo dividido em dois setores, o setor cultural que abrange a maior parte do complexo e o setor esportivo, voltado exclusivamente para sócios do SESC. O primeiro é o que mais interessa a essa leitura, pois está voltado para toda população. Possui um grande galpão de exposições culturais, que também abriga uma biblioteca e espaço de lazer, propiciando uma grande praça interna. Ainda na parte cultural há mais duas áreas importantes, a primeira é o atelier voltado a diferentes áreas e um teatro para 774 pessoas, que curiosamente a plateia é dividida entre os dois lados do palco, sendo ele transversal, ou seja, não possui fundo. Já o segundo setor do programa é a área esportiva, que esta dividida nas duas torres no fundo do lote, em cada pavimento possui uma estrutura, sendo a primeira a piscina e as superiores quatro quadras poliesportivas, já a outra torre abriga os vestiários, a academia e a mais algumas atividades.

F 2.52 - Uma das intervenções, uma escada para acesso a um galpão (disponível em http://www.postwarconcretepostscript.com/2014/04/01/sesc-pompeia-sao-paulo/ Acessada em 21/04/2017)

F 2.54 - Teatro, com a peculiaridade do palco transversal (divulgação SESC)

F 2.55 - Espaço de estar ( divulgação SESC)

Programa 1- Conjunto esportivo 2- Vestiários, ginastica luta e dança 3- Torre da caixa d’ água 4- Grande Deck (Prainha) 5- Almoxarifado e manutenção 6- Atelies 7- Laboratório 8- Teatro 9- backstage teatro

F 2.53 - Vista interna de um dos galpões onde se nota as intervenções realizadas, como a demarcada ( Pedro Kok)

10- Restaurante 11- Cozinha Industrial 12- Vestiário e refeitório dos funcionários 13- Grande espaço de estar 14- Biblioteca de Lazer 15- Pavilhão de exposições 16- Administração 17- Lanchonete

Planta 2.3 - programa ( base WikiArquitectura)


Materialidade Sobre a materialidade, se destacam dois parâmetros, o primeiro é o tratamento estético empregado nas paredes do galpão e segundo é a esplêndida materialidade empregada nas 3 edificações brutalistas. Os galpões tiveram seus rebocos retirados, deixando de forma sutil toda a sua beleza estrutural a mostra, desde os belíssimos tijolos quase centenários aos pilares e vigas deixando as edificações com uma forma leve e convidativa para abrigar exposições e áreas de convívio, preservando e enaltecendo o legado dessas estruturas. Alem de que todas as alterações realizadas no projeto foram feitas com materialidades e coloração diferentes as estruturas originais, permitindo uma fácil percepção das alterações realizadas, não acontecendo um falso histórico alem de permitir ver as belas idéias saídas das pranchetas de Lina. Já as 3 torres localizadas no fundo do lote, surgem

de forma imponentes, altas e de forma inusitada cada uma com suas peculiaridades, a torre d'água possui uma forma que lembra uma chaminé, com concreto aparente dando a impressão de sobreposições de camadas verticalmente, a torre dos vestiários possui uma forma meio triangular, que curiosamente possui varias janelas vermelhas posicionadas de forma aleatórias sendo interligada com a torre esportiva através de uma passarelas que possui formas assimetrias uma em relação a outra, já a torre esportiva possui vários rasgos com formas bem orgânicas sendo protegido internamente por uma malha vermelha que desliza permitindo sua sobreposição ou não do rasgo. Essa grande perola do projeto possui toda uma forma brutalista, idealizada por concreto aparente com a forma da forma de madeira na concretagem, formando um casamento perfeito entre duas materialidades totalmente distintas entre as torres e os galpões.

(1)

Concreto com marca da forma

F 2.59 - Torre dos vertiarios, onde se vê o uso do concreto aparente (CC BY-NC-SA)

Conclusão

(2)

Tijolos raspados

F 2.56 - Galpões vistos da via central ( divulgação SESC)

(1)F 2.57 (Fernando Pires) (2) F 2.58 (CC BY-SA)

Essa leitura projetual como se nota, nutri e auxília nos preceitos que serão empregados nesse projeto de TFG, dentre esses ideais se podem citar: O brutalismo das torres demonstra uma possibilidade de forma e materialidade para o teatro que será projetado no complexo da antiga tecelagem. Ainda falando de materialidade, retirar o reboco da antiga fabrica de tambores, mostra toda a leveza de suas estruturas, sendo uma alternativa valida para ser feita em Batatais. Alem da relação novo e antigo empregado nesse projeto, é um preceito que deve ser utilizado em qualquer projeto de intervenção em patrimônio. O programa realça um bem estar cultural que é preceito inicial desse trabalho de graduação. 31


3 O PatrimĂ´nio Batataense


Por intermédio do café, a linha férrea avançou interior adentro, levando consigo prosperidade, novidades, sociais, arquitetônicas e o início da industrialização. Começando em Campinas, passando por Ribeirão Preto e finalmente por Batatais. Por todo interior paulista, mais precisamente o "Oeste Paulista", para abrigar a elite cafeeira, começaram a aparecer vários palacetes ecléticos, com as mais variadas formas e estilos.As famílias da região disputavam pela moradia mais bela. Mais tarde se fundindo a essa elite, vieram os industriais, espalhando pelo interior as mais diferentes fábricas, de variados produtos. Batatais era uma simplória cidade do interior paulista. Com um horizonte composto apenas por casas de pau-a-pique, taipa e adobe¹. A maioria das construções eram térreas, com poucos sobrados. Destacavam-se três edificações, as igrejas da matriz e a do Rosário e a cadeia, uma edificação de dois pavimentos, cujo térreo era ocupado por duas celas e a parte superior destinada ao júri e câmara². Ambas as construções não existem mais. O ano de 1886 foi um ano de virada em Batatais, nesse ano iria ser inaugurada a estação ferroviária com a presença do Imperador do Brasil, D. Pedro II. A cidade se preparou para esse ato, fazendo várias melhorias urbanísticas, como a abertura de novas ruas, construção de pontes sobe o Córrego do Capão, implementação de iluminação por querosene, dentre outras. DUTRA, 1993 ² DUTRA, 1993

¹

Batatais

Mapa 3.1 - estado de São Paulo Localizando Batatais (< https://goo.gl/wNh61R> Acessado em 04/06/2017)

F 3.1 - Horizonte da cidade em 1911 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Estação Ferroviaria Ela pertencia à antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, levando progresso e prosperidade para a cidade. Era uma pequena e simples estação, que no ano de 1938 substituída por uma nova, maior mais bem equipada e luxuosa, em estilo art déco. Mas os anos de glórias se foram dando início, a partir da década de 80, ao seu declínio. Sob jurisdição da Fepasa - Ferrovia Paulista S/A, no ano de 1980, o último trem passou pela estação, sendo que em 1982³ foram retirados todos os trilhos desse ramal da linha férrea. Seu leito foi asfaltado para a criação de estradas e 1986 foi dada a cartada final com a total desativação do prédio. Anos depois a estação sofreu um incêndio que destruiu parte do telhado. Em 2005, foi desativada a "Casa da Cultura" que funcionava no Palacete Cônego Joaquim Alves. A estação foi reformada para abrigar todo o programa, sendo criada a "Estação da Cultura", na qual passaram a funcionar a Biblioteca Municipal "Dr. Altino Arantes"; Museu Histórico e Pedagógico "Dr. Washington Luis"; Banda Marcial Municipal "Dr. Washington Luis", dentre outros. Devido à falta de verbas, as condições de conservação da estação não estão das melhores, infelizmente.

F 3.2 - Vista aérea geral da Estação ainda em funcionamento - sem data (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 3.3 - Vista aérea geral da Estação ainda em funcionamento - anos 2000 (4)

Foi fundada em 1872, interligava campinas a região do triângulo mineiro, sendo fundamental para a escoação do café do "oeste Paulista". Curiosamente ela ainda possui um trecho em operação, entre Campinas e Jaguariúna, destinado há passeios turísticos. F 3.5 - Logomarca Mogiana (Disponivel em:<http://longhieng.com.br/41284.htm l ? e n t r y I d=779d002720375d4e3c60b9ffb97d735c> acessado em 09/06/2017)

³ e 4 Vídeo no You Tube: Recuperação histórica audiovisual dos anos 2000 de Batatais, Capítulo II - A Estação Ferroviária e a vinda, de Portugal para Batatais, da Imagem de Nossa Sra. de Fátima, Acessado em 29/04/2017 Link: https://www.youtube.com/watch?v=n4y6cKPmOcU.

F 3.4 - Vista laterai que demonstram o mau estado de conservação da estação (Imagens de arquivo pessoal)

33


A chegada do trem abriu novas possibilidades para a cidade. A economia em Batatais se baseava apenas na criação de gado e cultivo de cana-de-açúcar. Só em 1872 apareceu à primeira fazenda de café, cultura essa que se espalhou pelas outras plantações. Começaram a chegar os imigrantes, austríacos, espanhóis, alemães, mas principalmente os italianos que vieram em busca de novas oportunidades. Vieram para trabalhar nas plantações, mas muitos também permaneceram na cidade, dando início a pequenos comércios, mas principalmente a pequenas fabricas. "Com a ferrovia estava aberta a rápida via de escoamento do café, já plantado em larga escala, e fonte da prosperidade e riqueza que a cidade conhecerá nos próximos anos." ¹ ¹ (DUTRA, 1993, p 55)

*Imagens (Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/06/2017)

F 3.8 - Estação de Batatais

F 3.11 - Antigo Paço Municipal - fim do sec. XIX e inicio do sec. XX

F 3.6 - Praça Conego Joaquim Alves - final do se. XIX

F 3.7 - Palacete Joaquim Barbosa - anos 20/30

F 3.9 - Praça Conego Joaquim Alves - sem data

F 3.10 - Palacete da família Barros - anos 20/30

F 3.12 - Teatro Santa Helena - sem data

F 3.13 - Palacete da família Gaspar Gomes - anos 20/30


A última década do século XIX marcou por um crescimento gigantesco em Batatais, quase dobrando o número de edificações na cidade. Com uma nova clientela abastada surgiram novas residências com novos padrões, ainda que muitas construídas no alinhamento da calçada. Novos materiais, como tijolo, cal, telhas francesas, louças e ferragens inglesas, mármores italianos e diferentes madeiramentos passaram a fazer parte da nova paisagem. Muitas residências foram adaptadas para esconder seu aspecto simples, sendo comuns as reformas de fachadas para ornamenta-las segundo o gosto eclético. "Uma nova cidade começa a surgir logo após a chegada da ferrovia Mogiana e cremos que as viagens possibilitadas por ela tiveram um papel importante na difusão do gosto por uma arquitetura de características classicizantes, que já tomara conta de muitas cidades paulistas" ¹. A primeira década do século XX se caracterizou pela construção de novos equipamentos, como o grupo escolar Dr. Washington Luís, antigo coreto no largo da Matriz e ampliação da cadeia, além da utilização da luz elétrica na cidade. A década de 1920 foi marcada por um grande desenvolvimento econômico da cidade. Vários Palacetes foram aflorando na parte central da cidade, com o total desprezo pelas antigas moradias de adobes e taipas, como se percebe na manchete do jornal "A Tribuna de Batatais. "As nossas condições atuais de progresso exigem a substituição dessas casas velhas, archaicas, por uma architectura que venha valorizar a cidade, dando-lhe um aspecto fino, attrahente, bello e artístico" ². Durante os anos 20 realmente se efetivou a instalação de numerosas fábricas de pequeno porte.Duas grandes se destacaram, as fábricas de chapéu e a de tecidos, ambas construídas em lugares de destaque na cidade³.

8 - Colegio São Jose (Faculdades Clanetianas)

Alto do Cruzeiro

7- Igreja Santa Cruz

6 - Antiga Fabrica de Chapeus

São José

Jardim Primavera

8

7

Castelo 1

6

2

3

¹ DUTRA, 1993, p 98 ² Tribuna de Batataes, 2/12/1928 ³ DUTRA, 1993

Centro Vila Maria

Mapa 3.2 - Bairro Castelo com respectivos imóveis históricos (Arquivo pessoal / Base: Google)

1 - Antiga Estação

54

2 - Palacete Carlos Zamboni

3 - Palacete Dr. Jorge Nazar

4- Palacete da D. Mulata

5 - Palacete D. Ophelia Borges

35


Rômulo Rigoto Arquiteto batataense, filho de imigrante italiano, sendo o responsável pela grande maioria dos palacetes e demais obras ecléticas da cidade, como as já citadas fabricas de chapéus e a tecelagem e o belo paço municipal.

¹ DUTRA, 1993

Mais de uma dezena desse patrimônio se deve a Rômulo Rigotto, exímio engenheiro arquiteta que contribuiu para Batatais ter esse grande patrimônio arquitetônico. Na atualidade, comparando as cidades ao seu redor, Batatais possui um grande patrimônio arquitetônico, sem listar seu patrimônio protomoderno. Seu patrimônio está principalmente dividido entre dois bairros da cidade, o Centro e o bairro do Castelo, com palacetes em sua grande maioria preservados.De certa forma o Batataense tenta preservar sua história, ainda que algumas obras importantes tenham sido demolidas, como o colégio das irmãs na década de 70, e descaracterizadas, como a residência dos Ordine, transformada em loja. Infelizmente em Batatais, ao contrário de seus palacetes, o patrimônio industrial, como no resto do país, não é valorizado. Isso é evidente ao notar o estado de deterioração das estruturas que no começo do século passado traziam o progresso e o desenvolvimento econômico para essa cidade. A cidade já abrigou fábricas dos mais diferentes produtos ao longo dos anos, mas duas sempre se destacaram, por sua importância e também por sua arquitetura: a Fábrica de Chapéus e a Fábrica de Tecidos. Outra edificação que merece destacar é a estação de trem, que durante muitos anos foi a principal ligação da cidade com outras. A estação ferroviária é a que se encontra em melhores condições de preservação.Porém, da estação, somente sobrou à plataforma acoplada ao terminal de embarque e o galpão de carga.Seus trilhos há muito tempo foram retirados devido a uma política de valorização do transporte automobilístico da época.

F 3.14 - Vista aérea mostrando a fabrica (demarcada) e sua vizinhança - sem data (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Fábrica de Chapéus A antiga Fábrica de Chapéus é um dos patrimônios industriais mais deteriorados da cidade. Sua fachada principal não lembra em nada a bela fachada desenhada por Rômulo Rigotto. Seu caráter histórico foi completamente perdido e sua estrutura arquitetônica completamente modificada. A Fábrica de Chapéus "Afonso Vieira", da firma Lima, Ferreira & Cia. Ltda., foi inaugurada em outubro de 1925, ocupando uma grande área da Praça Municipal (atual praça Dr. Fernando Costa), cedida pela prefeitura¹. Ela era dividida em três blocos, dois de fato da fábrica, dispostos em "V" e o terceiro um bloco quadrado disposto na junção dos outros dois, que abrigava a área administrativa. Os blocos possuíam uma arquitetura simples, mas muito marcante e bela, utilizando traços retos e com uma ornamentação racionalista, com destaque os telhados que diferem os blocos fabris do administrativo. Mas os anos se passaram e a envoltória arquitetônica foi totalmente modificada, com a ampliação do bloco administrativo encobrindo os outros, além da inserção de elementos publicitários e supressão das características originais, típicas da arquitetura industrial paulista.

F 3.15 - Antiga placa de propaganda da fabrica de chapéus (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 3.16 - Vista da fachada principal, podendo se notar a bela arquitetura minimalista muito bem empregada nela - sem data (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 3.17 - Comparado a imagem acima, se nota que nos dias atuais, as antigas estruturas que um dia abrigaram uma fabrica, perderam todo o encanto - 2017 (Imagens de arquivo pessoal)


1 - Palacete G. Tambellini

2 - Residência Arthur Scatena

3 - Antigo Banco Arthur Scatena

4 - Paço Municipal (Camara)

5 - Antigo Banco Alves, Nogueira & Cia

6 - Prefeitura

9 - Hospital

8- Antiga Tecelagem Jafet

7- Antiga CPFL (Col. Semeando II)

10 - Antigo hospital e asilo

11- Residência Marcelo Girardi

Foto Paço Municipal

Santa Terezinha

99

Castelo

77 88 4 6 55 6

23

16 16

11

35 35

Vila Maria 37 37

34 34

10 10

38

13 12 12 13 14 14 15 15

12- Colegio Semeando I

11 11

17 17

33 33 18 18 32 32 30 30 27 27 31 28 26 31 29 28 26

20 - Antigo Forum e Cadeia (dentre outros usos)

19 19 24 25 23 23 25 36 36

Centro

13 - Residência Gabriel de Andrafe Junqueira

21- Chalet Dr Manoel A. Furtado

14- Residência Alcides de Souza e Silva

15 - Palacete G. F. de Menezes

22- Palacete Familia Gaspar Gomes

17- Palacete dos Ordine (Montreal)

16 - Antigo Banco da Lavoura

23 - Palacete Cap. João Candido Alves

24- Palacete Familia Barros

25 - Palacete Conego Joaquim Alves (Antiga Casa da Cultura)

18 - Santuario do bom Jesus da Cana Verde (Igreja Matriz)

26 - Palacete Joaquim Barbosa

19- Coreto da Praça Conego Joaquim Alves (Praça da Matriz)

27 - Residencia dos Tondela

20 20

22

21 21

22

Central Park Mapa 3.3 - Bairro Centro, com respectivos imóveis históricos (Arquivo pessoal / Base: Google)

28 - Residência Dra. Candida Alves P.

29- Residência Major António Candido

30 - Residência Augusto Bernadino Marques

31 - Residência Izaac adolpho Ferreira

32 - Residência Dr. José Paulino P. Nazáro

33 - Colegio Objetivo (Remanecente do Colegio das Freiras)

34- Residência Fernando Leite Machado

35 - Antiga Capela (Remanecente do Colegio das Freiras)

36 - Residencia na Av. dos Andradas

37 - Antigo Colégio 38 - Residência José Olympio Dr Washington Luís (Colégio ABE)


4 Industrias Matarazzo

Descobrindo o Objeto de Intervenção


Objeto de intervenção

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O objeto de intervenção é um dos quarteirões históricos do município de Batatais - SP, sendo este delimitado pelas ruas: Dr. Manoel Furtado, Major Antonio Cândido, Prudente de Moraes e Intendente Vigilato . Está localizado próximo ao Santuário do Bom Jesus da Cana Verde (Igreja Matriz), à Prefeitura Municipal, à Câmara Municipal e à Santa Casa de Batatais.

Batatais

Mapa 4.1 - Estado de São Paulo com a localização de Batatais (< https://goo.gl/wNh61R> Acessado em 04/06/2017)

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Mapa 4.3 - Cidade de Batatais (Base Google)

Santa Teresinha

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Mapa 4.2 - Área central da cidade (Base: Google)

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Centro Central Park

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Vila Maria

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R. José Elias Thame

Castelo

R. 7 de Setembro

R. Cel. Joaquim Rosa Mapa 4.4 - Área próxima á intervenção (Base Google)


Subestação

Mapa 4.5 - Área de Intervenção demarcada (Google)

Rua Prudente de Morais

R. Manuel Furtado

R. Prudente de Morães

R. Carlos Gomes

R. Maj. Antônio cândido

sw

al

do

Sc at e

na

R. Dr. Jorge Nazar

R. Cap. Andrade

F 4.1 - Vista das edificações da área de intervenção (arquivo pessoal)

AV .D .O

N

Tecelagem

Rua Major António Cândido

Rua Intendente Vigilato

Rua Dr. Manuel Furtado

Neste quarteirão existem antigas edificações que no passado abrigavam a subestação de eletricidade da cidade e a tecelagem Jafet (uma das primeiras indústrias de Batatais). Possuindo aproximadamente 6.032 m² com a união dos dois imóveis A subestação data de 1926, sendo um edifico de dois pavimentos a qual foi empregada uma ornamentação eclética. Já a tecelagem remota seus primórdios ao ano de 1925, sendo construídos a principio sete pavilhões geminados, sendo erguidas varias outras edificações durante os anos, como será visto na linha cronológica Atualmente, nenhuma dessas estruturas abrigam seus usos originais. A tecelagem funcionou até o começo da década de 70, quando encerrou suas atividades. Posteriormente, teve seu complexo de galpões subdividido, sendo utilizados como depósitos, lojas, entre outras formas. A Companhia de Força desocupou por completo suas antigas instalações em 2006, ficando vago até o início de 2008, quando foi ocupado por um colégio particular. Com a necessidade de readequações para melhor uso das instalações, as antigas edificações foram sendo descaracterizadas (principalmente a tecelagem).

R. 7 de Setembro

R. Cel. Joaquim Rosa


cronologia histórica: situando o objeto de estudo no tempo

1900 Ampliação da Cadeia

1904/1906

Concessão da Eletricidade para a Companhia Paulista de Eletricidade (CPE)

1904

No largo da Cadeia, ao lado da mesma, é construído um pequeno escritório para abrigar a CPE

Concessão de Força e Luz para a Companhia Melhoramentos de Batatais

1912

1919 Desativação da cadeia

Cadeia Escritorio da CPE

F 4.2 - Construções no período de 1900 a 1919 (Acervo pessoal)

42


F 4.3 - A esquerda, escritório da Companhia Paulista de Eletricidade e a direita, a cadeia recem reformada. curiosamente olhando essa imagem na parte central, se da a sensação que uma pessoa esta sendo enforcada, mas ela esta apenas fazendo alguma manutenção no poste de iluminação publica que a poucos anos tinha sido instalado - 1910 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Batatais,no começo do século XX, ainda era uma simples cidade do interior paulista, com modestas casas feitas de taipa, várias ruas sem calçamento e iluminação à base de lampiões de querosene. Poucos anos antes, com a inauguração da estação, a cidade deu inícioà sua modernização, abrindo portas para o café e para os imigrantes. A cadeia pública fazia pouco mais de 10 anos que havia sido inaugurada, mas estava em péssimo estado de conservação e solidez questionável, com visíveis rachaduras, tendo a possibilidade de ruir a qualquer momento¹. Praticamente um ano após sua inauguração, ela já apresentava problemas estruturais, tendo apenas reparos emergenciais. Foi apenas em 1900 que a cadeia sofreu uma grande reforma para aumentar o número de celas e melhor acomodar as instalações do júri e da câmara na parte superior da edificação. Em 1904 foi firmado o contrato com a Companhia Paulista de Eletricidade, sendo inaugurada a iluminação na cidade em 1904. Nesse período foi construído um pequeno escritório ao lado da cadeia para abrigar a sede da companhia². Um escritório bem acanhado, de pequenas proporções, mas curiosamente bem ornamentado, com traços em neoclássico, o que tinha de mais elegante na época, sendo uma das primeiras construções da cidade nesse estilo. No ano de 1907 a Câmara de Batatais decidiu reaver a concessão da eletricidade na cidade, fazendo ela mesma o fornecimento. Em 1912, a concessão da foi transferida para a Companhia Melhoramentos de Batatais³, além de na mesma empresa incorporar os serviços de água e esgoto. Em 19174 foi por intermédio do presidente (governador) do estado e do influente prefeito de São Paulo, respectivamente Altino Arantes e Washington Luiz, foi inaugurado em Batatais um monumental edifício para abrigar o Fórum e a Cadeia da cidade. Este magnífico edifício ornamentado em formato "U", tendo dois pavimentos e porão elevado, características arquitetônicas muito parecidas às grandes escolas espalhadas pelo estado. Curiosamente durante muito tempo ele foi utilizado para abrigar diferentes escolas. Com a inauguração desta edificação, a antiga cadeia foi desativada e pouco tempo depois demolida.

¹ AESP, "Oficios Diversos", Secr. da Agric. (1898, p 169 apud DUTRA, 1993, p 173) ² DUTRA, 1993 ³ COMPANHIA Melhoramentos de Batatais. Disponível em: <http://memoriaviva.cpfl.com.br/nossas-origens/são-paulo/cia-melhoramentos-de-batatais .aspx?view=>. Acesso em: 03 mar. 2017. 4 BARBIERI,1997

F 4.4 - Novo Forum e Cadeia – sem data (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.5 - Igreja Matriz com fachada Neo Gotica - por volta de 1910 / 1920 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Altino Arantes Batataense que foi governador do estado de São Paulo, escritor e o primeiro presidente do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), sendo homenageado com seu nome batizando o edifício sede do banco em São Paulo, um dos principais cartões postais da cidade. F 4.6 - (disponivel em: <http://cidadelivredoriopardo.com.br/materia/243/11> Acessado em 4/6/2017)

Washington Luiz foi o último presidente da republica velha, governador do estado de São Paulo, prefeito da cidade de São Paulo. Mas em Batatais ele é lembrado por outro fato, ele foi vereador (1897-1898) e Prefeito (1890-1900) da cidade F 4.7 - (disponivel em: <http://www2.planalto.gov.br/acervo/galeria-de-presidentes/washington-luis-pereira-de-sousa/view> acessado em 2/3/2017)


Novo Forum e Cadeia

Matriz

Cadeia

Colégio nossa Senhora Auxiliadora

CPE (CMB) Igreja do Rosario

Planta 4.1 - Ampliação da cadeia (DUTRA, 1993, p 175)

F 4.10 - Essa foto área demonstra a cidade na sua parte central, onde se nota os "casarões" de taipa e pau-a-pique. Outro fato curioso, das edificações assinaladas apenas uma ainda existe nos dias de hoje, o fórum e cadeia que hoje exerce outro uso, todas as outras: Antiga Matriz Cadeia, Companhia Melhoramentos de Batatais (CMB), Igreja do Rosário e Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, não estão mais presentes. -1915 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

O Cônego Joaquim Alves e a elite batataense estavam descontentes com a Igreja Matriz, uma singela igreja de pau-a-pique colonial, não condizente com as transformações da cidade. Com isso no final do século anterior, foi tomada a decisão de construir uma nova matriz, em estilo neogótico. "As aberturas em arcos ogivais, emolduradas por arquivoltas: a grande rosácea acima da entrada; as pirâmides hexagonais que culminam as torres, e os pequenos pináculos, a assinalar seus ângulos e os do bloco posterior; as arcaduras no friso sobre a porta central, no coroamento da fachada posterior e, principalmente, no arremate da fachada entre os campanários; e por fim, os esguios contrafortes laterais"¹. No entanto durante as obras, começou-se a questionar a ornamentação da igreja. Esse problema adquiriu maiores proporções com a inauguração do altar mor em 1919, que não condizia como estilo neogótico característico do exterior da igreja. ¹DUTRA (1993, p 136)

F 4.8 - Antiga Igreja Matriz - Sec. XIX (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.9 - Antiga Igreja Matriz com fachada NeoGótica - por volta de 1910 / 1920 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)


Cadeia

Matriz

F 4.11 - Panorama da cidade, onde se destacam a Igreja Matriz em reformas e a cadeia - por volta de 1900 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Mapa 4.6 - Batatais 1912 ( Dutra, 1993 p 224)

F 4.12 - Essa fotografia mostra a cadeia, se nota a falta de calçamento ao seu redor, tendo apenas chão batido- por volta de 1900 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.13 - Fachada posterior da matriz já com a nova construção - decada de 20 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.14 - Igreja Matriz com partes em taipa e pates em neogótico - decada de 20 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.15 - Altar da Matriz - 1919 ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)


Novas instalações da companhia de Força e Luz

1920

1925

Compra da Companhia Melhoramentos pela Companhia Francana de Eletricidade

1924

Inauguração da Companhia Tecelagem de Batatais, no terreno onde anteriormente localizava a cadeia

Surgimento da Praça XV de Novembro noantigo largo da cadeia

1928

1926

Mudança no projeto de reforma da igreja matriz

Sete galpões iniciais da Companhia têxtil Cia. de força e luz

Formação da Praça XV de Novembro

F 4.16 - Construções no período de 1920 a 1928 (Acervo pessoal)

46


F 4.17 - O Foco da fotografia, são os sete galpões justapostos da recém inaugurada Tecelagem de Batatais, onde se descaram o curioso telhado germânico empregado, o qual da a impressão que parte dele havia sido serrado. No lado esquerdo esta o novo escritório e subestação de eletricidade da Cia. Franca na de Eletricidade. Nota-se que o gradil que cerca a parte frontal da companhia, ainda não estava construído – sem data (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.18 - Escritório da e subestação da Cia. Franca na de Eletricidade, onde já nota-se o gradio em frente o edifício pronto– 1931 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Na década de 1920, a cidade continuou a receber outras benesses. No ano de 1924, no local onde outrora se localizava a cadeia, a incorporação de Anselmo Tambellini e Artur Scatena construiu sete galpões idênticos de maneira justaposta para abrigar a Companhia Tecelagem de Batatais, dando origem, junto à fábrica de chapéus, às primeiras e mais importantes fabricas do município da época,ambos os projetos do Engenheiro arquiteto Rômulo Rigotto¹ . A Companhia Tecelagem de Batatais abriu suas portas no ano de 1925, tendo seu maquinário para fiação de origem alemã, dentre eles teares, fusos e ferramental para os mais diversos acabamentos. Além dessas duas fábricas várias outras foram inauguradas, como a de vassouras e a de roupas brancas. Praças estavam sendo formadas por todos os lados, como a Praça XV de Novembro (atual Dr. Paulo de Lima Corrêa), onde outrora era o antigo largo da Cadeia. “serão construídos passeios de mosaico em suas quatro faces, ficando o centro todo ajardinado, não iluminada ainda, porque a luz, ahi , será subterrânea e basta dizer isso para compreender-se o quanto é ,moderna e artística”² .A iluminação elétrica feita por postes de ferro possuía fiação subterrânea, um luxo para a época. Luxo esse garantido graças à aquisição da Companhia Melhoramentos de Batatais pela a Companhia Francana de Eletricidade em 1924, que investiu muito nomunicípio ³. Em 1926 ela inaugurou seu mais esplêndido investimento, um imponente edifício de dois pavimentos eclético, sobre o acanhado escritório da Companhia anterior.Essa edificação abrigaria os escritórios da empresa e uma subestação de energia elétrica.

Artur Scatena Fundador do Banco Artur Scatena S. A., importante banco fundado na cidade de batatais, com filiais em diferentes cidades como Altinópolis, Guairá, Cajuru, Guara, Ribeirão Preto, Cravinhos e na capital São Paulo F 4.19 - Artur Scatena(dsiponivel em : “O Jornal” 14/03/1944)

¹ DUTRA, 1993 ² Gazeta de Batataes 21/02/1926 ³ Segundo Gazeta de Batatais 22/04/1926

F 4.20 - Praça XV de Novembro, atual Dr. Paulo de Lima Corrêa - 1928(Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)


A Nota Local “Bem se pode dizer que hoje Batatais é uma das cidades mais bem iluminadas do interior de São Paulo. Esse serviço publico foi radicalmente reformado e de maneira moderníssima e solida. As instalações internas da Companhia Melhoramentos de Batatais, que ocupam belíssimo e bem construído edifício, que se ergue na parte baixa da praça 15 de Novembro, também foram feitos sem a menor poupança de despesas e capricho, por isso que representam um trabalho perfeito, digno da nossa importante cidade. Relata nota que a iluminação publica ainda não esta terminada. Só as ruas por em quanto, mesmo as que atravessam as praças é que passaram pelo notável melhoramento; mas o centro desta ainda não, e isto porque o systema de iluminá-las vae ser differente do daquelle que actualmente existe e sempre existiu. A ligação será terreá, em postes de ferro, baixos, os quase terão uma, duas e três lampadas, na parte superior. Todo o nosso serviço de luz, força, água e esgotos, hoje pertence á Companhia Francana de Electricidade; e é ao seu operoso e esforçado director gerente, Sr. Braulio Junqueira, a quem se deve, de modo especial, todo esse importantíssimo melhoramento, que tornou Batataes, como dissemos logo no principio dessa nota, uma das cidades mais bem iluminadas do nosso Estado” Gazeta de Batataes - 26/04/1926

F 4.21 - Fragmento da primeira folha da Gazeta de Batataes (22/04/1926) (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.22 - aeria de 1929 mostrando curiosamente a igreja matriz com três estilos arquitetônicos destintos, decorrentes da mudança do total do projeto durante as obras (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.23 - A cima se vê o projeto original neoclássico e a direita (F 4.24)o realmente edificado (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

No ano de 1927, onde antes se localizava a Igreja do Rosário, se ergueu o novo Paço Municipal, outra bela obra de Rômulo Rigotto, em formato retangular e composta por dois pavimentos. Embora utilizasse de um repertório clássico, havia alguns detalhes em estilo Art Nouveau. Curiosamente em 1927, depois de várias paralisações, o projeto de ampliação e transformação da Igreja Matriz em uma igreja neogótica parou de vez, por um motivo bem curioso. Segundo o Cônego Joaquim Alves, “... a interrupção dos trabalhos foi exclusivamente devido à falta de esthetica que se estava notando nas obras e não queria dar responsabilidade de seu nome a um templo que estava em desacordo com o progresso de Batataes” ¹ Com isso foi tomada uma medida drástica. Foi feito um novo projeto totalmente diferente que substituía o neogótico pelo neoclássico, a partirdo reaproveitamento das estruturas já edificadas. Foram feitas “máscaras” para adequar a igreja ao novo estilo. Assim, a igreja possuía, ao mesmo tempo, três estilos arquitetônicos distintos:barroco colonial, neogótico e neoclássico. ¹Gazeta de Batataes 21/01/1927


Praça XV de Novembro Paço Municipal

F 4.23 - paço Municipal- decada de 20 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.24 - Vista aeria dos arredores do paço municipal (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.25 - Fabrica de Chapeis - sem data (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Mapa 4.6 - Batatais década de 20 ( Dutra, 1993 entre paginas 290 e 291)


1929

Venda da Companhia Tecelagem de Batatais Para a família Jafet

Quebra da bolsa de valores de Nova York

1933

1934 Grande ampliação da tecelagem

Nas proximidades, é inaugurado o novo prédio da Santa Casa de Batatais

1939

1938

Venda da Companhia Francana para a multinacional americana Amforp

Santa Casa

Ampliação da Tecelagem

F 4.26 - Construções no período de 1929 a 1939 (Acervo pessoal)

50


F 4.27 - Vista área do complexo fabril, onde já se nota as ampliações na parte central da quadra - 1944 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

O dia 29 de Outubro de 1929, foi marcado como um dos dias que mais abalou e mudou drasticamente o rumo da história mundial, na “terça-feira Negra” aconteceu à quebra da bolsa de valores de Nova York. O estado de São Paulo foi duramente abalado por esse fato, sobretudo devido à falência da economia cafeeira. Sacas e sacas de café foram queimadas, além do fechamento da bolsa do café em Santos – SP Em Batatais, não foi diferente, por sua localização em meio ao “oeste” paulista, sua economia baseasse principalmente no café, sendo todo o resto interligado a ele. Com esse cenário a Companhia Francana de Eletricidade foi vendida para a norte americana Amforp (American &Foreing Power)¹ .Mas o mais trágico aconteceu com a Companhia Tecelagem de Batatais, que passava por péssimos momentos tendo sua produção chegando a ser paralisada, quase que provocando sua falência. No ano de 1933, a Companhia Tecelagem de Batatais, foi vendida para os irmãos Jafet², dando origem a Fiação e Tecelagem Gabriel & Rafael Jafet, com grandes investimentos, aperfeiçoando sua infraestrutura de produção e dependências, as quais partindo dos sete galpões iniciais, foram edificadas mais estruturas na parte posterior a eles fazendo com que a tecelagem, ocupe toda a parte central do quarteirão. No dia 01 de maio de 1938, nas proximidades da tecelagem, é inaugurado o novo edifício do hospital Major Antonio Candido (Santa Casa de Batatais) ³. No largo da Matriz (atual praça Cônego Joaquim Alves Ferreira),em 1929, começou a ser construída a nova residência do cônego, que mais tarde daria nome à praça. Trata-se de uma monumental edificação eclética ricamente ornamentada em dois pavimentos, disposta em “L”. Na atualidade, junto da igreja Matriz, são as edificações mais emblemáticas da cidade, uma pena que esse belo palacete esteja hoje abandonado Diante da trágica crise de 1929, por decorrência da falta de recursos para a continuaçãodas obras da igreja Matriz, elas tiveram que ser paralisadas4.

Gabriel Jafet

Raphael Jafet Gabriel e Raphael Jafet, foram empresários paulistanos, pertencendo a uma importante família paulistana que se destacava no ramo têxtil, tendo industrias em São Paulo, Sorocaba, Batatais, dentre outras, sendo sua principal, a Fiação, Tecelagem e estamparia Ypiranga “Jafet A família Jafet, é originaria do Líbano, onde já trabalhavam no ramo dos tecidos, vindo para o Brasil no Ano de 1887. F 4.30 e F 4.31 - Irmãos Jafet (“O Jornal” 01/05/1945)

F 4.28 - Vista área da Santa casa de Batatais – 1938 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.29 - Encarte da Fiação, Tecelagem e Estmaparia Ypiranga “Jafet” em São Paulo, uma das varias que a familía Jafet detinha no estado de São Paulo

¹ Segundo http://memoriaviva.cpfl.com.br/nossas-origens/s%C3%A3op a u l o / cia-melhoramentos-de-batatais.aspx?vi ew=, acessado em 06/04/2017 ² Segundo Gazeta de Batataes 23/02/1933 ³ BARBIERI, 1997 4 Segundo Exposição iconográfica Bicentenário da Freguesia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde (1815 2015)


Inauguração Da Fabrica de Fiação e Tecelagem de Batatais

“Esse importante estabelecimento industrial ora em funcionamento industrial ora em funcionamento e passado por reformas surpriendentes, dada a ampliação que fizeram os novos proprietarios srs Gabriel e Rafael Jafet, teve a 21 do corrente a sua inauguração oficial. Batisado pelo monsenhor Dr. Joaquim Alves Ferreira, serviram de paraninfos os Srs. Cel. Manoel Vitor Nogueira, Artur Scatena, Zulmira Nazar e Sra. do Sr. Salim Caiche, tendo feito uso da palavra diversos oradores. Logo terminadas as cerimonias inaugurais, os componentes da

grande firma, proprietaria da Fabrica de Fiação e Tecelagem de Batatais, fizeram servir champanha e chopa aos seus inumeros convivas. A < Tribuna de Batatais > agradecendo a gentileza dos Srs. Gabriel e Rafael Jafet, faz votos de prosperidade para esse grande empreedimento que hoje tornando em realização eleva, sobremodo, o nome industrial de Batatais.” Tribuna de Batatais - 24/09/1933

F 4.32Fragmento da primeira folha da Gazeta de Batataes (26/04/1926) (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.34- de 1929, em mostra a construçaõ do palacete, sobre a antica casa em estilo colonial que pertencia a seu tio ( ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017

Fragmento da primeira folha da Gazeta de Batataes (26/04/1926) (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.33 - Foto aeria de 1929, mostrando a construção da Igreja Matriz e o Palacete do Conego (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)


Foto Paço Municipal

F 4.36 - Palacete Conego Joaquim Alves visto da praça - sem data ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017) Praça XV de Novembro

Paço Municipal

F 4.38 - Vista aérea da cidade - sem data ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)

F 4.37 - Fachada principal sendo remodelada de neogótico para neoclássico - 1928 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.39 - Jardins da praça da Matriz, aesquerda da foto está o palacete dos Ordini - sem data ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)


1940

Construção de novos Pavilhões protomodernos

Reinicio das obras de construção da Igreja Matriz

1945

1947

Finalização das obras de construção da Igreja Matriz

A Subestação é incorporada pela CPFL

1953

Ampliação da Tecelagem

F 4.40- Construções no período de 1940 a 1953 (Acervo pessoal)

54


Em 1945, novos pavilhões estavam sendo construídos para a ampliação do número de teares e máquinas de fiação ¹. Essa ampliação foi projetada pelo engenheiro Carlos Zamboni, utilizando uma arquitetura diferente daquela até então usada na tecelagem, com traços protomodernos. Destavacam-se as linhas retas, com grandes aberturas em vidro que permitiam mais luminosidade. A cobertura em telhas francesas possui uma forma peculiar, parecendo não se encaixar nessa arquitetura do pavilhão. Trata-se de uma estrutura bem alta, dividida em duas águas, cujas extremidades foram preenchidas por vidraças. Esse primeiro bloco possui uma forma singular em "L", fazendo com que a fábrica chegasse até a Rua Major António Cândido. Pouco tempo depois foram feitos mais dois pavilhões nessa mesma rua, que prolongaram-se até a Rua Dr. Manuel Furtado. Esses dois blocos tinham uma leitura arquitetônica igual ao anterior, com uma diferença em relação aos telhados, que tinham quatro águas e com um lanternim sobre eles, proporcionando uma melhor circulação de ar e claridade. Em um curto espaço de tempo, a tecelagem se expandiu ocupando quase a quadra inteira, dividindo apenas com a subestação de energia. Em 1947, a Amforpque era a controladora da companhia Francana de Eletricidade, decidiu fundi-la a outra companhia do grupo americano, a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).

Carlos Zambini Foi um engenheiro italiano que fez fama em Batatais, idealizando projetos de importância, como a Igreja Matriz (com Latini), Centro de Cultura Física de Batatais, Grupo Castelo, dentre outros. F 4.43 - Zamboni ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)

¹ Segundo "O Jornal" 01/05/1945 ‘

F 4.41 - Construção dos novos Pavilhões - 1945 (O Jornal - 01/05/1945)

“De então para cá, a Fiação e Tecelagem de Batatais progrediu sempre. Cerca de quatrocentos operários tiram dali o sustento de suas familias. E pelas manhas e pelas tardes, as ruas se enchem de moças e rapazes, de proletarios humildes, que buscam o descanso de seus lares ou o trabalho nos amplos salões rumoroso. Cheios de máquinas trepidantes, daquele grande e moderno estabelecimento”.

“Novos Pavilhoes estão sendo cosntruidos para a instalação de mais teares e máquinas de fiação. Os tecidos batataenses, produzidos em larga escala, são exportados para a Argentina, Bolívia, Chile, América do Norte e do Centro, Uruguai e África do Sul. Levam a etiqueta com o nome de nossa terra, que assim se torna conhecida em muitos paísis do mundo.” F 4.42 - O Jornal - 01/05/1945

F 4.44 - Construção da Igreja Matriz- sem data (Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)


A década de quarenta marcou o reinício das construções da matriz (mais precisamente em 1940). Mas foi em 1953¹ que o imponente projeto de Julio Latini, executado e modificado por Zamboni, ficou pronto Uma monumental igreja, com traços renascentistas italiano, (Uma bela homenagem a grande tradição italiana em Batatais) surgiu no coração da cidade, com sua alta cúpula central, a qual seu tambor estão vitrais representando os doze apóstolos. Disposta em cruz grega, com uma bela volumetria composta de várias sobreposições de volumes, com meias cúpulas laterais, a cúpula central, os campanários, torre do relógio e justaposição de telhados. Se destacando sua ornamentação com belas pilastras jônicas e sua frente principal com um magnífico frontão, em que sua parte inferior há um arco pleno onde se aloja um grande mosaico. Seu interior é mais discreto, sem várias paredes pintadas, mas com alguns curingas, seus ricos vitrais, que são da tão refinada Casa Conrado² ,e do maior acervo sacro de Portinari do mundo, composto pelo painel do altar, outros belos painéis de grandes proporções e das quatorze telas da via cruzes.

Casa Conrado A mais renomada casa vitrais brasileira, utilizando vidros alemães, confeccionou magníficos vitrais, no mercadão de São Paulo, FAAP, Estação Julio Prestes (Sala São Paulo), Bolsa do Café em Santos, dentre muitos outros. F 4.47 - Vitral da Igreja Matriz de Batatais (disponivel em: Exposição Iconográfica - Bicentenario da Freguesia do Bom Jesus da Cana Verde 1815 2015)

Candido Portinari Grande pintor de projeção internacional, com um traçado único e impactante. Tendo varias obras espalhadas pelo mundo, como o belo mural guerra e paz que fica na sede da ONU.

F 4.45 - Vista do interior da igreja, onde se pode ver ao fundo o altar, onde esta um mural de Portinari. (obs.: os dois afrescos triangulares abaixo do tambor da cúpula, não são de Portinari) - Sem data (< http://farm4.staticflickr.com/3679/9296893746_38f42e9af2_b.jpg > acessado em 06/06/2017) F 4.46 - Ao lado, folha de jornal com uma matéria sobre a tecelagem - 1945 (O Jornal)

F 4.48 -Portinari (disponivel em: < http://quadrosdecorativos.net/obras-de-candido-portinari/ > acessado em 06/06/2017)

¹ Segundo Exposição Iconográfica Bicentenario da Freguesia do Bom Jesus da Cana Verde (1815 - 2015) ² DUTRA, 1993 e MELO, 1996


Foto Paço Municipal

IF 4.49 - magem aérea que demonstra o levantamento das paredes da Matriz - sem data (Exposição Iconográfica - Bicentenario da Freguesia do Bom Jesus da Cana Verde 1815 - 2015)

F 4.51 - Igreja Matriz atualmente -2017 (Arquivo Pessoal)

F 4.50 - Funcionários trabalhando na construção da Matriz - sem data (Exposição Iconográfica - Bicentenario da Freguesia do Bom Jesus da Cana Verde 1815 - 2015)

F 4.52 - A grande cúpula central já esta pronta, tendo até seus vitrais assentadas, a parte inferior ainda esta em tijolo aparente, tendo ainda os campanários incompletos - sem data ( Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)


1954 Construção do Bloco de dois pavimentos

Construção do Fórum na praça em Frente a subestação

1955 / 1959

1971 Desativação da tecelagem

Demolição do Colégio Nossa Senhora auxiliadora

1980

1974 / 1975

Bloco de dois pavimentos

Fórum

F 4.53- Construções no período de 1954 a 1980 (Acervo pessoal)

58


Provavelmente no ano de 1954 ¹, um dos sete pavilhões pioneiros foi demolido para, em seu lugar, ser edificado um novo bloco de dois pavimentos que abrigaria o setor administrativo e a recepção. Esse setor que iria ocupá-lo, antes se localizava na parte superior de um grande pavilhão construído pouco tempo após os irmãos Jafet comprarem a fábrica, sendo depois da nova construção, convertido em uma nova seção F 4.43 - Zamboni ( Acervo Digital de da fábrica. Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017) Pouco tempo depois, foram feitas as últimas ampliações da fábrica, em uma área aberta localizada atrás do até então novo bloco administrativo. Com essa construção, foi preenchido quase que totalmente o terreno da tecelagem. Provavelmente entre os anos 1955 a 59, na praça (Dr. Paulo de Lima Corrêa) em frente à subestação, foi edificado o novo fórum, uma edificação retangular de dois pavimentos mais sobre salto no alicerce, com uma arquitetura idêntica a muitos fóruns construídos na época, como o antigo de São Sebastião-SP. Com traços protomodernos mas ainda de tradições ecléticas em alguns poucos detalhes. Em 1978² esse prédio seria convertido em prefeitura. Em 1971, devido a uma grande restrição de credito na ditadura militar, todas as plantas têxteis da família Jafet, espalhadas por Sorocaba, Registro, Miguelópolis, São Paulo e Batatais forma fechadas, sendo demitidos mais de 5 mil empregados, só em Batatais foram 867 funcionários³, provocando um grande baque na economia da cidade. Com a desativação da tecelagem, começou a subutilização de suas dependências, divididas nos mais diversos usos, situação que persiste nos dias atuais, sem o menor apreço por sua arquitetura, a descaracterizando profundamente. ¹ Segundo a entrevista com o senhor Paulo Simões Santos (Ex gerente da Tecelagem) ² Segundo "O Jornal" 05/08/1978 ³ Segundo a entrevista com o senhor Paulo Simões Santos (Ex gerente da Tecelagem)

F 4.54 - Vista de toda a fachada da tecelagem na rua Prudente de Moraes, onde se percebem três conjuntos distintos, em primeiro plano o edifício administrativo de dois pavimentos, seguindo pelos pavilhões idênticos, com telhados germânicos (reparando que nenhum possui porta para a rua como atualmente) e ao fundo o bloco protomodrno. - sem data (Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)

F 4.55 - Fachada principal do fórum, ao fundo se vê o bloco administrativo da tecelagem. - sem data (Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)

F 4.56 - Fachada principal do fórum, ao fundo se vê o bloco administrativo da tecelagem. - sem data (Pagina, de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado Construção daColégio Igreja Matrizdata Auxiliadora (Acervo Digital Ex Alunas do Nossa sem Senhora 06/06/2017) em 04/04/2017)


Em torno de 1974/75 aconteceu em Batatais à maior tragédia arquitetônica de sua história. O Colégio Nossa Senhora auxiliadora, mais conhecido como colégio das irmãs, uma tradicional escola de meninas foi demolida para o loteamento de seu gigantesco terreno. De todos os vários edifícios que compunham o complexo como: salão nobre, clausura, refeitório, capela e prédio principal, apenas dois sobraram, a clausura e a capela, mas totalmente modificados para abrigar respectivamente uma loja de moveis e eletro e o deposito dela. Nos dias atuais ocupam eles um colégio e a capela esta fechada, em mau estado de conservação.

Casa Conrado

F 4.57 - Capela - sem data (Pagina, Ex Alunas do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora 06/06/2017) F 4.57 - Demolição do Colégio - década de 70 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.58 - Alguns resquícios do colégio, Pedestal em mármore, onde apoiava algum santo, a divisória em mármore trabalhado do altar e uma cuba portuguesa - 2017 (Acervo pessoal)

F 4.58 - Demolição do Colégio - década de 70 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

Grande pintor de projeção internacional, com um traçado único e impactante. Tendo varias obras espalhadas pelo mundo, como o belo mural guerra e paz que fica na sede da ONU. (Imagem: < http://quadrosdecorativos.net/obras-de-candido-portinari/ > acessado em 06/06/2017)


Foto Paço Municipal

F 4.59 - Salão Nobre ¹

F 4.62 - Entrada Principal ²

F 4.60 - Capela ²

F 4.61 - Vista lateral ²

F 4.63 - Pátio de entrada ¹

F 4.66 - Entrada - 1917 ²

F 4.64 - Pátio Interno ¹

F 4.65 - capela atualmente - 2017 ³

¹ Pagina, Ex Alunas do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora 06/06/2017 ² Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017 ³ Acervo Pessoal


198? Saída da subestação, mas escritório permanece

CPFL desocupa o Prédio

2006

Novos anexos

F 4.67- Construções no período de 198? a 2017 (Acervo pessoal)

62

2008 Um colégio ocupa o prédio

Construção de anexos

201?

2017


F 4.69 Prédio em uso pela CPFL– 1992 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.68 - primeiros anos do colégio, com cores claras - 2010 (Acervo Digital de Batatais - Eternizando nossa História, Acessado em 04/04/2017)

No final da década de 80, precisando ser modernizada, a subestação se muda para outro lugar, propiciando uma melhor infra-estrutura¹. O escritório e a parte de atendimento ao público ainda permaneceram no prédio ainda por muito tempo, sendo transferido apenas em 2006 para o mesmo local onde havia sido transferida a subestação. O edifício ficou vago por um curto período, sendo já em fevereiro de 2008 ocupado por um colégio, a princípio fazendo pequenas adequações para suas necessidades, como reformas em banheiros, implantação de divisórias para dividir os grandes ambientes existente, a instalação de uma plataforma de emergência e uma escada externa de incêndio, além de uso de cores claras. Com o passar dos anos, ele sofreu reformas mais drásticas, como a mudança de alguns pisos, uso de tintas bem escuras (tom de verde) e o surgimento de mais dois blocos, o primeiro paralelo a ele, dando frente à rua Dr. Manuel Furtado, em dois pavimentos e o segundo que interliga todos, usando um bloco sobre pilotis. ¹ Segundo a entrevista com Marcos Biagi (Ex-funcionário da CPFL) ‘

F 4.69 - Novos Anexos - 2017 (Acervo Pessoal)

Construção daeIgreja semtecelagem data (Acervo dePessoal) Batatais - Eternizando nossa História, Acessado F 4.70 - Colégio parte Matrizda antiga - 2017Digital (Acervo em 04/04/2017)


Conhecendo O Entorno Uso do solo / gabarito / figura fundo Hospital

Fórum

Perspectiva com gabarito e uso de cada edificação (arquivo pessoal)

Comercial Residencial Institucional Prestação de Serviços Industrial Objeto de Intervenção

R. José Elias Thame

R. Dr. Jorge Nazar

na Sc at e

N

m ui .J oa q AV .C el ro

R. Prudente de Morães

R. Carlos Gomes

o sw al d do

R. Maj. Antônio cândido

s

R. Manuel Furtado

Al ve

Sc at e do al AV .D .O

sw AV .D .O

R. Ma lD eo

R. Cap. Andrade

Mapa 4.7 - 3D de uso do solo e gabarito (arquivo pessoal)

Câmara

R. Int. Vigilato

Clube ABR Operaria Correios

Clube 14 de Março Prefeitura

na

Batatais, como um todo, possui um gabarito de um ou dois pavimentos, sendo raro mais que isso. As edificações que fogem a essa regra são: a Igreja Matriz, o antigo edifico que abrigou fórum e cadeia, os dois prédios da cidade e alguns poucos outros. Nas proximidades da área de intervenção se destacam edificações baixas, não fugindo da média do município, possuindo poucas exceções, como o edifício aurora, os galpões centrais da antiga tecelagem, os dois clubes recreativos (14 de Março e ABR Operaria) e um edifício de três pavimentos que é subutilizado, localizado na esquina das ruas Marechal Deodoro com Doutro Oswaldo Scatena. . Batatais, como a grande maioria das pequenas cidades não teve seu centro histórico esquecido e abandonado, sendo uma das áreas mais valorizadas da cidade. Possuindo vários comércios, prestações de serviços, institucionais e principalmente casas, não sendo denegrido e abandonado pela população. Como o objeto de intervenção está localizado no centro da cidade, consequentemente possui essas características. Como se nota, as edificações próximas possuem usos bem variados, destacando-se três áreas de predominância, nas proximidades do hospital e do fórum, destacando-se a prestação de serviços (presença de muitas advocacias, consultórios médicos e laboratoriais). Outro destaque é na Rua Coronel Joaquim Rosa (mais conhecida como "Rua do Centro") onde está localizado boa parte do comércio Batataense, a região entre as ruas Antonio Candido e Carlos Gomes, que possuem presença maciça de casas. Além da existência de vários institucionais nas redondezas devido a existência de três escolas, o hospital e vários prédios públicos.

R. 7 de Setembro

R. Cel. Joaquim Rosa

64

R 4.71 e r 4.72 - Edifício Aurora Residencia na esquiona das duas 7 de Setembro com Capitão Andrade (Fotos de

Mapa 4.8 - figura fundo como uso de cada edificação (arquivo pessoal)


Vias

Equipamentos

Por serem vias antigas, são ruas estreitas, muitas vezes tendo problemas para acomodar seu fluxo. Um exemplo éa Rua Coronel Joaquim Alves, extremamente movimentada, porém, estreita. Outras ruas que possuem dimensões compatíveis com seu fluxo eram no passado mão dupla, mas atualmente são de apenas mão única, como é o caso da rua prudente de morais. Uma peculiaridade na Rua do Hospital, (Rua Manuel furtado) uma rua arterial importante para a cidade, ela sempre foi de mão dupla, mas antigamente possuía um largo canteiro central, destruído para o alargamento da via. A avenida Dr. Oswaldo Scatena em continuação com a Avenida 14 de Março , forma um dos dois principais eixos de ligação da cidade, desembocando no lago artificial, a qual o outro eixo também se interliga. As ruas laterais as praças onde estão a prefeitura e câmara, são vias locais, estreitas e de calçamento em paralelepípedo, mas atendem á demanda de uso.

A maioria dos equipamentos da cidade encontra-se na parte central. Por exemplo, todos os voltados à administração da cidade, como a prefeitura e a câmara municipal (ambos nas proximidades do objeto de intervenção), as maioria das escolas, equipamentos de saúde, assistência social, clubes e o principal equipamento da cidade, o Santuário do bom Jesus da Cana Verde (Igreja Matriz). Como o objeto de intervenção esta no centro da cidade, boa parte desses equipamentos estão nas suas imediações. Na área da saúde, ficam nas redondezas: o Hospital (Santa Casa) e mais um posto de saúde, localizado na quadra posterior ao hospital. Há três equipamentos educacionais, escolas todas particulares, duas apenas para ensino infantil e a ultima para o ensino fundamental e médio, sendo essa ocupando a antiga subestação de força. Dos quatro clubes da cidade, dois estão na área (o 14 de Março e o ABR Operaria), tendo destaque seus salões, os quais são frequentemente utilizados. O clube ABR Operária possui outra área fora da cidade, conhecida como clube de campo, fornecendo outras estruturas. Também possui um equipamento de assistência social, o Asilo dos Pobres de Batatais.

R. José Elias Thame

Mapa 4.9 Equipamentos e características das vias (Base: Google)

s

R. Manuel Furtado R 4.73 - Hospital (Fotos de arquivo pessoal)

ro

R. Prudente de Morães

R. 7 de Setembro

R. Carlos Gomes

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R. Maj. Antônio cândido

AV .C el .J oa qu im

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Sc at e o ld sw a AV .D .O

R. Ma lD eo

R. Cap. Andrade

R. Dr. Jorge Nazar

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R. Int. Vigilato

N

R. Cel. Joaquim Rosa R 4.74 - Clube ABR Operária (Fotos de arquivo

Vias Locais Educação

Lazer / esporte

Saúde

Administração publica

Vias Coletoras Assistência social

Vias Arteriais

65


Antiga Subestação

F 4.75 ( arquivo pessoal)

Mapa 4.10 Implantação da antiga subestação em relação ao terreno (Base: Google)

F 4.76 - 1931 (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.77 - (arquivo pessoal)

Rua Dr. Manuel Furtado

Subestação

Tecelagem

Rua Prudente de Morais

Rua Major António Cândido

Eletricidade. Desde sua inauguração há mais de 90 anos atrás, o prédio sofreu algumas modificações, como a instalação de uma escada em formato "L", em substituição à antiga escada de ferro em caracol que ficava no canto direito. Há indícios de que havia uma segunda escada na outra extremidade do edifício, pois existe um vão na laje de iguais dimensões e com o mesmo acabamento de piso. Além disso, foi modificado quase todo o piso do pavimento térreo por um modelo “Paviflex” e outro cerâmico imitando madeira. O remanescente do piso original foi pintado. Desde 2008, um colégio particular ocupa o imóvel, o que interferiu ainda mais sobre a arquitetura do prédio. Foram utilizadas divisórias nos pisos que antes tinham planta livre e a pintura agora obedece às cores da logomarca da escola, descaracterizando-o totalmente.

Rua Intendente Vigilato

Em 1926, foi inaugurado o edifício da subestação de eletricidade e escritório da Companhia Francana de Eletricidade. Uma bela edificação em dois pavimentos, sendo a parte inferior destinada ao escritório, atendimento e outras funções burocráticas, e a parte superior ocupada pela subestação. A edificação possui uma forma retangular com dimensões aproximadas de 20,10 X 9,66 metros. Tem uma fachada simétrica, com três volumes que se destacam, nas laterais e na parte central. As caixilharias são em ferro com vidro, sendo que as janelas das duas fechadas laterais são mais largas que as da frente (1,06 X 2,30 contra 1,55 X 2,30 metros) Embora se trate de uma subestação elétrica, era uma edificação que atestava a modernização da cidade de Batatais, e por isso, sua ornamentação seguia o vocabulário eclético. Sobre cada janela, há uma almofada retangular com tema floral. Na janela e na porta de entrada centrais a mesma almofada é utilizada, mas com uma complementação, além da porta ter dimensões ligeiramente maiores. Atualmente parte dessa ornamentação está escondida sob um letreiro. A platibanda de cada um dos volumes é coroada com medalhões em forma triangular e motivos florais. Ainda na fachada se destacam seis pilastras que demarcam os volumes. A fachada posterior é o inverso das outras três, pois não possui nenhuma ornamentação, o que mostra a importância que se dava na arquitetura eclética para as fachadas visíveis da rua. Verdadeiros cenários urbanos se formavam. Na atualidade não estão mais presentes os "bicos" de entrada e saída de corrente elétrica da subestação do segundo pavimento. Dentre a ornamentação em ferro se destacam os belos gradis que cercam o jardim frontal, conduzindo o visitante à porta de entrada, sobre a qual se estampa a logomarca da Companhia Francana de


Detalhe superior de um dos volumes sobrepostos laterais, que se diferenciam do central, pelas pilastras de formas retas e a almofada da janela que possui ornamentação igual às outras.

Detalhe superior do volume sobreposto central, a qual possui pilastras o delimitando, com uma forma arredondada, diferente das laterais que possuem forma quadrada. Percebe-se a almofada central com um complemento de cada lado em relação às outras, alem do medalhão central, também em tema floral.

O detalhe mostra a bela ornamentação em ferro da porta principal, acima dela se nota (mesmo que encoberta pela placa) a almofada maior e mais ornamentada que as outras Detalhe da almofada com tema floral que se localiza acima da janela

Detalhe da ornamentação do gradil de ferro, que cerca todo o jardim do edifício. Detalhe da logomarca da Cia. Francana defrontal Eletricidade

Detalhe da caixilharia em metal com duas folhas de abrir, com aberturas preenchidas com vidro F 4.78 detalhamento da fachada principal( arquivo pessoal)

na ornamentação da porta principal do edifício

67


Provável Planta Original térrea

almoxarifado Ao fundo dessa sala, esta uma plataforma elevatória, que se preciso da acesso ao segundo pavimento, por sua posição totalmente espelhada ao outro lado, se da a impressão que nesse lugar havia uma escada caracol em ferro gêmea a do lado direito do edifício.

Gerente

Copa

WC

Atendimento

N

Esc. (1:100)

Os sanitários foram completamente modificados, sendo trocado os pisos, revestimento das paredes. Provavelmente até sua forma foi alterada.

Planta 4.2 - detalhamento da planta térrea da antiga subestação ( arquivo pessoal)

Essa sala teve seu piso original pintado em uma tonalidade de marrom, com o menor equilíbrio com as paredes em verde.

WC

cantina Sala de Aula

Diretoria

WC

Hall Sobreposição de informações na cantina, sendo o principal problema o tom de verde utilizado.

Sala de Aula

Na recepção, os pisos originais, desde os tempos de CPFL já haviam sido trocados por paviflex, mas na atualidade há um piso frio imitando madeira. Duas paredes desse ambiente são de divisórias e foram envelopadas.

Recepção / Secretaria

Sala de Aula

Esc. (1:100)

Planta Atual térrea

Uma das salas de aula.


Provável Planta Original 1º Andar

Subestação A diferença de pisos e a ornamentação do piso original, desmascaram onde estava a escada de ferro em caracol original.

As volumetrias negativas nas paredes demonstram onde ficavam os "bicos" que traziam e levavam energia da subestação.

N A inexistência do piso de contorno em volta da escada denuncia que essa escada não é original aos tempos de construção do edifico.

Esc. (1:100)

Planta 4.3 - detalhamento da planta 1º andar da antiga subestação ( arquivo pessoal)

Na parte superior do edifício, foram preservados os pisos originais. Sala de Aula Hall

Sala de Aula

Sala de Aula

Sala de Aula

Como o 1º andar era um grande salão para se adequar ao colégio, foram utilizadas divisórias. Esc. (1:100) Os dois modelos de pilares utilizados no prédio.

(Fotos de arquivo pessoal)

Planta Atual 1º Andar

69


O terreno de esquina de aproximadamente 1.305 m2, hoje abriga quatro blocos. O principal,referente à antiga companhia de força, atualmente abriga a escola, e os outros foram construídos depois. Dentre esses, o menor deles é térreo e tem apenas duas salas;o segundo tem dois pavimentos, em cujo térreo funcionam estabelecimentos comerciais e no piso superior, salas de aula; o mais recente é um bloco sobre pilotis, que também abriga salas de aula.

Comercio

Comercio

Comercio

Sala de Aula

Comercio

Sala de Aula

Sala de Aula

Sala de Aula

WC

Sala de Aula

DP

WC

Sala de Aula

Sala dos Professores

F 4.79 - Bloco construído no inicio desse ano, utilizando apenas o segundo pavimento, permitindo que a parte inferior seja usado como pátio.

coordenação

Sala de Aula WC

WC can

Sala de Aula Diretoria Hall F 4.80 - Bloco em tijolo aparente, construído pela CPFL para abrigar marcadores de força. Sala de Aula

recepção / Secretaria

WC

Sala de Aula

Planta 4.4 - atual das edificações que abrigam na atualidade uma escola

Sala de Aula

Sala de Aula

Sala de Aula

Sala de Aula

Jardim

N

F 4.81 - Visão Lateral.

Esc. (1:200)

(Fotos de arquivo pessoal)

70

Planta térrea

Planta 1º Andar


Pisos (Bloco Principal)

F 4.82 - Original

F 4.84Imitando Madeira

(Fotos de arquivo pessoal)

F 4.83 - Paviflex

F 4.85 Original Pintado

F 4.86 - Esquina da rua Dr. Manuel Furtado com a rua Intendente Vigilato, o’’nde se vê toda a parte traseira e lateral do conjunto.

F 4.87 - ( arquivo pessoal)


Antiga Tecelagem O começo da tecelagem remonta ao ano de 1925, com a construção de sete pavilhões idênticos de maneira justaposta, fora fundada a Companhia Tecelagem de Batatais. Em 1933 a tecelagem foi comprada pelos irmãos Jafet, empresarios paulistanos atuantes no ramo, a renomeando de Fiação e Tecelagem Gabriel & Rafael Jafet. A tecelagem sofreu varias ampliações até 1971, ano de seu encerramento. Com a desativação da tecelagem, seu grande complexo de galpões foi subdividido em diferentes comércios e outros usos, sendo necessárias grandes modificações internas e externas para melhor adequar-se ao novo uso, provocando uma grande descaracterização de sua bela arquitetura fabril. A antiga tecelagem ocupa um terreno de aproximadamente 4.726 m², divididos em diferentes estruturas com variadas datas construtivas

F 4.89 -Vista lateral - 196? (Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luis”)

F 4.90 - Vista lateral -2017( arquivo pessoal) Mapa 4.11 Implantação da antiga Tecelagem em relação ao terreno (Base: Google)

Rua Intendente Vigilato

Rua Dr. Manuel Furtado

Subestação

Tecelagem

Rua Major António Cândido

N

Rua Prudente de Morais F 4.88 - Vista de uma das esquinas dos galpões(Foto de arquivo pessoal) (Fotos de arquivo pessoal)

(Google)


Rua Intendente Vigilato

Rua Dr. Manuel Furtado

2

? 3

4

1 Rua Prudente de Morais

Rua Major António Cândido

fases construtivas

1 - Os sete primeiros pavilhões são idênticos , datados de 1925, têm como destaque marcante: sua cobertura e um telhado em estilo

germânico com telhas francesas. Possuindo um óculo na parte superior central e originalmente três aberturas de 1,2 X 2,0 m em ferro. Sua ornamentação é singela, apenas com uma almofada circular com alguns traços na vertical para baixo, marcando a divisão de cada pavilhão, além de cercadua no óculo e na verga das aberturas.

2-

Os pavilhões da Rua Manuel Furtado, são uma "copia" dos primeiros, com exceção ao numero de óculos de um para três e o número de aberturas de três para duas. Além disso, eles não possuem a almofada na divisão de cada pavilhão.

Mapa 4.12 diferentes fases construtivas

4 - As edificações mais novas, do bloco de dois pavimentos, projetado para abrigar o setor administrativo e outras construções (edificadas na parte posterior), se destacam pelo uso de uma arquitetura de transição entre o protomoderno e o modernismo.

(Base: Google / Fotos: Arquivo Pessoal)

3

- Na Rua Major Antônio Candido possuem três pavilhões protomodernos, destacando-se por grandes aberturas, com largos frisos em suas vergas e contra vergas. Além do uso de lanternim em suas coberturas,o que permitia uma melhor circulação de ar.

73


Provável Planta Original

N Rua Dr. Manuel Furtado

Urdideiras

Gerador Batedores e Abertura de Algodão

Carpintaria

Deposito de Rolos

Passadeiras

WC

Patio WC

Sala do Pano

Oficina Mecânica

Caldeira

Teares

Massoroqueiras

Liços WC

Rua Major Antônio Candido

Preparação de Rocas

Caldaria

Mestre Geral

Almoxarifado CPFL

Deposito de Algodão e Plumas

WC

Filatórios

Engomadeira

Escritórios Refeitório

Teares Tecelagem

WC

WC

Rua Prudente de Morais

N

74

Planta 4.5- a plnata da tecelagem com seus uosos originais (arquivo pessoal)

1 0

3 2

5 4

20 M 10

(Segundo entrevista ao ex-gerente da tecelagem, Paulo Simões Santos.)


Planta Atual

Con. Loja

Confecção de roupas de banho

Bar

Con. Exame médico e psicotécnico

Estacionamento

Centro Tecnológico Agropecuário

Bar

Vazio

Vazio Pet Shopping

Deposito de Moveis

N

Planta 4.6- a plnata da tecelagem com seus uosos atuais (arquivo pessoal)

1 0

3 2

5 4

20

M

10

75


B A

F 4.91 - Abertura e estruturas do telhado e grandes aberturas nas paredes (A)

Em dois blocos (os quais tive acesso)atualmente funcionam um estacionamento. Torna-se evidente o elevado pé-direito e o método construtivo do telhado em madeiramento com telhas francesas. Um dos pavilhões, na realidade, é subdividido em mais dois usos: um depósito de moveis na esquina das ruas Prudente de Morais com Antonio Candido, o outro um bar. São utilizadas paredes de alvenaria em sua divisão, curiosamente, não chegando até o teto. No bar foi construída uma laje, formando um cubo internamente ao galpão. No telhado nota-se que foi instalada mais uma tesoura, talvez devido a alguma instabilidade na estrutura por falta de manutenção.

F 4.94 - Pé-direito elevado (B)

(Fotos de arquivo pessoal)

F 4.92 - Abertura e estruturas do telhado (A)

F 4.93 - Pé-direito elevado e tesoura possivelmente colocada posteriormente (A)

F 4.95 - Estruturas do telhado e lanternim (B)

F 4.95 Abertura no telhado (A)

F 4.96 Pé-direito elevado (B)


F 4.97 - Diferentes vistas da antiga tecelagem, ficando evidentes as alteraçþes que ocorreram nas fachadas para se readequarem aos novos usos. Fotos de arquivo pessoal (Fotos de arquivo pessoal)

77


Projeto de Intervenção Rua Intendente Vigilato

Rua Dr. Manuel Furtado

(Fotos de arquivo pessoal)

Rua Major António Cândido

5


O projeto propõe a intervenção nesse importante patrimônio da cidade, requalificando suas estruturas. Por meio de um objeto cultural, que ao mesmo tempo em que retiram das cinzas essas belas construções, proporcionam lazer, diversão e cultura para a população.

Programa O programa escolhido buscou a melhor integração da população com essas belas estruturas. O programa consiste: • Salas multiuso para aulas de atuação e dança • Teatro de duas bocas de cena para 431 pessoas (na parte interna), com foyer e todas as outras estruturas necessárias. • Atelier de cenografia • Atelier de figurinos • Atelier de artesanato • Restaurante. • Café • Loja de suvenires e livraria • Vestiários

Diretrizes Projetuais • Aproveitamento ao Maximo das estruturas pré-existentes; • Criação de um teatro com boca de cena dupla (palco reversível); • Possibilidade da criação de uma praça no interior do quarteirão, permitindo integração entre as ruas; • Criação de ambientes que permitam integração cultural da população; O conceito utilizado foi de fazer intervenções pontuais, não agredindo as estruturas, descartar o que a descaracterizava, como inúmeros anexos que não possuem algum caráter de interesse e não provocar falsos históricos, ficando evidente qualquer modificação. Todas as novas estruturas foram feitas em aço corten ou mesmo em concreto com a marca das formas, um bom exemplo de um fato que ocorreu foi à reconstituição da ornamentação em algumas vergas das caixilharias, que ao invés de copiar o material original, foi criado uma replica em aço corten. Até mesmo as aberturas foram preservadas, em sua maioria quando se precisavam criar novos pontos de passagens, foram feitos a partir de aberturas da caixilharia já existente. As edificações da tecelagem foram descascadas deixando evidente suas fazes construtivas, sendo praticamente uma aula de história para a população.

• • • • • •

O programa é extenso sendo dividido em setores, sendo eles: Antiga subestação de forças Seis galpões gêmeos Galpões protomodernos Galpão central Teatro Grande praça de eventos

Abaixo

Grande Praça

Teatro Galpão Central

Subestação Galpões Gêmeos

Galpões Protomodernos





1

implantaçao Copiar 1 1 : 325

Mapa 5.1 - Setorização do Projeto (Arquivo Pessoal) F 5.1 - Fachada do Projeto (Arquivo Pessoal)

79


Subestação

9.04

4.37

Sala Multiuso 6.00

Portas criada sobre antigas janelas

-1.85

Sala Multiuso 4.37

1

8.33

10.97

Subestação -Inferior

planta 5.2 Subestação - Inferior Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal)

1 : 200 F 5.2 - Hall de entrada das salas multiuso (Arquivo Pessoal) 5.99

2.06

Hall 4.17

Sala Multiuso

Sala Multiuso

Sala Multiuso

9.04

7.16

Subestação - Supeior

planta 5.3 Subestação - Supeior Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal)

2

1 : 200 





A antiga subestação possui dois pavimentos, os quais tiveram seu interior divido por planos de vidro a prova de som abrigando cinco salas multiuso, três no segundo pavimento e duas no primeiro, sendo utilizadas para aulas de dança ou atuação.

Subestação

80

Nº 2 1 1 1 1 1

Ambiente Sala Multiuso Sala Multiuso Sala Multiuso Sala Multiuso Hall Superior Hall Inferior

Área 32,24 m² 29,85 m² 26,55 m² 36,73 m² 33,79 m² 110,32 m² Total

F 5.3- Sala Multiuso (Arquivo Pessoal)

Total 64,48 m² 29,85 m² 26,55 m² 36,73 m² 33,79 m² 110,32 m² 301,72 m²

Devido o estado do piso original, foi substituido por madeira


11.28

12.67

6.14

Armazenamento -2.40 Figurinos 3.37

2.50

3.41

-2.40

Arm.

3.42

11.28

-2.19

7.69

Artesanato

Arm. -1.71

-2.08

29.07

-1.70

F 5.4 - Cenografia (Arquivo Pessoal)

Galpões Protomodernos Plataformas

Galpões Protomodernos Nº 1 1 1 1 1 1 3 1

Ambiente Restaurante Cenografia Artesanato Figurinismo Mantimentos Armazenamento A Armazenamento B Armazenamento C

Área 180,80 m² 552,99 m² 142,92 m² 113,51 m² 113,51 m² 26,59 m² 11,82 m² 25,39 m² Total

Total 180,80 m² 552,99m² 142,92 m² 113,51 m² 113,51 m² 26,59 m² 35,46 m² 51,79 m² 1217,57 m²

-0.72

Cenografia

14.68

Os três galpões protomodernos abrigam: o restaurante, cenografia, ateliers de artesanato e figurino. O maior galpão em "L" está o restaurante e a cenografia, sendo colocado um plano de vidro para separação desses ambientes. Parte de seu piso foi rebaixado além da criação de um fosso com plataformas que permitem a criação de cenários de diferentes proporções. Os outros dois galpões localizam os ateliês de figurino e artesanato, mantendo paralelamente áreas de armazenamento de matérias, podendo ser utilizadas da forma que convenha, entre os três ateliês.

Restaurante

1

14.55

planta 5.4 Galpões Protomodernos Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal)

Protomoderno

12.36

19.00





81 81


Galpão Central

3.18

1.70

1.50

3.50

3.31

6.86

3.23

Recepção Estar . Func.

1.50

3.83

1.50 3.83

F 5.4 Pátio (Arquivo Pessoal)

5.03

Reuniões

4.17

ADM

1.40

Pessoal) Galpão central superior

F 5.5 - Galpão Central (Arquivo Pessoal)

ADM

3.33

planta 5.5 Galpão Central - Supeior Esc:. 1:200 (Arquivo

1

1 : 200

O galpão central foi transformado em um grande pátio para convívio, além de servir como elo de integração do complexo. Originalmente ele possui um segundo pavimento que outrora serviu de escritórios da tecelagem para se dar amplitude no pátio. Parte dessa laje será demolida, transformando um pé direito duplo. A parte que será preservada irá obrigar o setor administrativo do complexo.





Escada de Emergecnia 12.55

Galpão Central

Nº Ambiente 1 Recepção 1 Estar funcionários 1 Sala de Reuniões 1 Almoxarifado 1 Sala ADM 1 1 Sala ADM 2 1 Sala ADM 1 1 Arquivo 1 Circulação 2 PNE 2 Vestiário func

-1.71

Pátio

35.78

Galpão central

planta 5.6 Galpão Central - Supeior Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal)

2 82

1 : 200 F 5.6- Praça (Arquivo Pessoal)

Área Total 56,82 m² 56,82 m² 17,71 m² 17,71 m² 24,78 m² 24,78 m² 7,59 m² 7,59 m² 15,87 m² 15,87m² 12,73 m² 26,59 m² 6,63 m² 6,63 m² 5,28m² 5,28 m² 12,71 m² 12,71 m² 2,55 m² 5,1m² 4,7 m² 9,4 m² Total 188,48 m²


2.59 3.03

3.08

3.41

1.67

4.19

O bloco do teatro é formado por um grande galpão de pé direito elevado mais seis outros menores. No maior foi erguido o teatro com capacidade para 431 pessoas, sendo nove para PNE e quatro de obesos. Uma das diretrizes desse projeto era a criação de um palco de boca dupla. Com esse intuito, na parte posterior do palco foi criada uma grande abertura preenchida por uma porta basculante para fora, formando outro palco na área externa quando essa esta aberta. Nesse bloco foi criada a maior intervenção do projeto, com a necessidade da criação de uma caixa cênica. Foi erguido um grande bloco de estrutura metálica com concreto com marca de forma. Nos galpões menores ao lado, foi criado também com estrutura metálica um mecanizo para abrigar os camarins e outras necessidades do teatro.

Cam. 0.36

1.30

3.30

Camarim

Galpão Teatro

Nº Ambiente Área Total 1 Foyer 149,47 m² 149,47 m² 2 Sanitários 29,29 m² 58,58 m² 1 Platéia 370 m² 370 m² 1 Palco 148,55 m² 148,55 m² 1 Coxias 135,6 m² 135,6² 1 Armazenamento de Cenários 46,41 m² 46,41 m² 3 Camarim VIP 14,85 m² 44,55 m² 2 Camarim 29,11 m² 58,22 m² 1 Guarda roupa 32,24 m² 32,24 m² 2 Sala de Projeção 36,08 m² 36,08 m² Total 1079,7 m²

2.71

Varanda

planta 5.7 Galpão Teatro- Supeior Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal)





planta 5.8 Galpão Teatro- Inferior Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal) 7.01

7.54

8.59

3.03

-2.50

-2.75

Armazenar cenarios

3.41

Cam. 3.09

-0.80

Coxias / Palco Foyer

-2.50

-1.50

6.70

(Fotos de arquivo pessoal) Esquina da rua Dr. Manuel Furtado com a rua Intendente Vigilato, onde se vê toda a parte traseira e lateral do conjunto.

22.31

10.41

F 5.5 Fachada do Bloco do Teatro (Arquivo Pessoal)

83


Galpões Gêmeos

Galpões gêmeos, vários usos foram dados para esses galpões, da esquerda para a direita. O primeiro será utilizado como loja de suvenir e livraria, com venda de produtos relacionada à arte teatral. O segundo e terceiro são sanitários e vestiários para os frequentadores do complexo. O quarto é um café. Já os dois últimos serão utilizados como uma cozinha industrial e outras estruturas relacionadas a ela, sendo essa cozinha compartilhada entre o café e o restaurante

Galpões Gêmeos

Nº Ambiente 1 Livraria e L. Suvenir 2 Vestiário: 1 Salão Café 1 Cozinha 1 Mantimentos 1 Prataria 1 Lixo 1 Carga e descarga 1 Adega 2 Câmara Fria

Área 115,31 m² 115,31 m² 115,31 m² 113,51 m² 10,11 m² 10,11m² 10,80 m² 51,79 m² 7,04 m² 17,05 m² total

Total 115,31 m² 230,62 m² 115,31 m² 113,51 m² 10,11 m² 10,11m² 10,80 m² 51,79 m² 7,04 m² 34,10 m² 698,7 m²

F 5.6 Grande Praça (Arquivo Pessoal)

5.16

3.31

Camar a Fria

3.92

14.01

14.01

-0.71

Camar a Fria

13.02

Café

Adega

Cozinha

-0.72 7.73

Souvenirs e Livraria

Carga e Descarga

8.23

84

1

Galpoes gemeos

8.23

planta 5.9 Galpão Teatro- Inferior Esc:. 1:200 (Arquivo Pessoal)

1 : 200

Mantimen tos

-0.70

-0.72

8.23

8.23





2.53

Prataria

2.53

Lixo 2.70

6.70

A grande praça é a "cereja do bolo", dividida em diferentes níveis, podendo acolher exposições ou mesmo shows, possuindo duas áreas de destaque. A primeira é o palco formado na parte traseira do teatro e o outro é o aproveitamento da Empena cega da antiga subestação para a projeção de imagens, filmes etc.


Plantas Cortes e Elevações

46.1%

35%

19.9%

46.1%

25.4%

46.1%

Telha Francesa

Telha Francesa

Telha Metalica

Telha Francesa

35%

Telha Francesa 45%

45%

40%

53.38%

35%

45%

Abaixo

46.1%

25.4%

46.1%

50%

46.1%

46.1%

50%

50%

46.1%

25.4%

25.4%

40%

Rua Dr. Manoel Furtado

Telha Francesa

35% 35%

45%

35%

35%

45%

Telha Metalica

Telha Francesa 60%

47.5%

60%

47.5%

47.5%

45%

Telha Francesa

45%

34.65%

Vidro Temperado

Telha Francesa

Telha Francesa

45%

34.65%

34.65%

34.65%

34.65%

Telha Francesa 60%

Telha Francesa 60%

60%

60%

60%

60%

60%

60%

60%

60%

N

19.9%

34.65%

34.65%

34.65%

34.65%

45%

60%

34.65%

60%

60%

60%

47.5%

Telha Francesa

Rua Major Antônio Cândido

45%

Telha Francesa

45%

45%

Telha Francesa

35%

Rua Intendente Vigilato

7%

7%

Telha Francesa 45%

Rua Prudente de Morães





1

implantaçao Copiar 1 1 : 325


1

E

2

D

3

95

92

1

C 92

0.36

J

J

N

H

I

H

0.36

0.35

3.30

G 2

B 93

2.71

D

3.31

A Hall B Sala MulƟuso C Recepção D Estar Funcionários E Sala de Reuniões F AdministraƟvo G Sala de Comando Teatro H Camarins I Guarda Roupa J Camarins VIPs

C F

E

4 B

A 2.06

1

A

F

F

B 2.06

B

93

2

0 ( 7 5 2 6

1 1

1º Andar 250 1 : 250


1

E

95

2

D

3

W

-2.50

Y

-2.75

-2.40

5.47%

-1.50 -0.80

-3.80

-2.50

8%

8%

U

-2.04

-1.71

Q -1.70

4.5 8

%

4

8.16%

C -1.85

93

N -0.72

-1.85

B

-0.73

-0.70

-0.70

-0.72

6.02%

A

A

M

-0.71

2 D

E

F

G

H

-0.72

3.96%

1

N

-0.72

93 4

Rua Major Antônio Cândido

% 8.73

7.96%

4.95%

T

B

-1.71

7.79%

5%

7.9%

-2.08

7.84%

2

-2.08

-2.08

-1.71

T T

R 7.76%

-2.59

-2.40

-2.19

7.86%

Rua Intendente Vigilato

-2.40

V

N

T

S

7.88%

7% 7.4

X

92

-2.79

-2.74

-3.39 -2.99

1

C

92

8.09%

Rua Dr. Manoel Furtado

I

Rua Prudente de Morães

1

J

K

L

O

A Hall B Sala MulƟuso C Sala MulƟuso D Livraria e loja de suvenires E VesƟário Masculino F VesƟário Feminino G Café H Cozinha I ManƟmentos J Prataria K Descarga de Lixo L Carga e descarga M Adega N Câmara Fria O Restaurante P CenograĮa Q CenograĮa Baixa R Artesanato S Atelier de Figurinos T Armazenamento U Foyer V Palco W Coxias X Camarim VIP Y Guarda cenario

P

0 ( 7 5 2 6

1

Térreo 250 1 : 250


Diferentes fases construtivas

Sistema de fechamento de baixo para cima, ficando camuflado sobre o solo

1

Reconstituição realizada em aço corten

Elevação 1 150 1 : 150

Sistema artificial de iluminação noturna de baixo para cima

2

Elevação 3 150 1 : 150


Elevação 2 150

1

1 : 150

2

Elevação 4 150 1 : 150

93


94 2.15

-2.80

2 Corte D 150

1 : 150 -2.08

-1.70 -0.70

2.16

-2.40

8.84

2.25

-1.70

1.52

1

1.00

3.00

1.52

4.91

2.15

-0.71

-3.70

Corte C 150

1 : 150 8.22

0.60

2.15

4.97

4.96

1.42

2.25

1.88

9.82

3.72 3.86

4.84


-1.70

2 1 : 150 -2.09

Corte B 150 -2.08 3.37

4.85

-0.76

-1.50

-2.09

-3.95 5.07

5.82

0.74

0.52

3.30 14.02

1.75

7.05

0.98

2.58

0.75

1 : 150 0.41

-0.71

13.92

-0.72

-2.50 1.52

-0.72

Corte A 150

Portão Basculante

2.15 5.02

3.67

3.11

0.56

0.65

2.00

1.98

2.25

3.50

0.64

0.89

0.21

4.16

2.89

1.53

3.70

0.90

-0.70

8.09

2.50

2.57

0.80 1.05

2.70 0.60 0.95

0.13

1.46

3.30

2.40

-1.85

4.59

1.25

1

3.99

3.56

2.05 3.02

0.15

0.61

4.82

0.98 0.71


1 2.20

-2.50 -0.71 -0.70 4.16

2.01

3.87

3.01

4.87

2.50

0.35 1.52

0.45

2.29

0.13

0.05

2.28

3.04

3.21

3.30

-2.61

Corte E 150

1 : 150

97

0.13

0.97

3.44

1.99


Conclusão

Esse Trabalho de Finalização de Curso me proporcionou adquirir muito conhecimento sobre a historia da minha cidade e suas principais construções, a euforia de tentar investigar quando e como aconteceu tal fato. Mostrou-me como gosto dessa área de patrimônio, sendo uma pena, cada vez mais estão sendo dilapidados esses belos bens que contam o nosso passado, tornando-se raros projetos como esse de preservação do patrimônio, não importando se é industrial ou mesmo um palacete eclético. Esse projeto se mostra uma possibilidade de melhor reaproveitamento dessas estruturas. as preservando e criando um equipamento para a população.

98

F 5.7 perspectivas do projeto (Arquivo Pessoal)


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F 5.8 Caixa de água (Arquivo Pessoal)

99



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