A cor dos olhos teus #LivingCH

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A COR DOS OLHOS TEUS #livingCH

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ANDREA LOPES


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A cor dos olhos teus #LivingCH

1ª Edição POD

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ANDREA LOPES


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Coordenação Editorial: Andréa Lopes Editoração: Andréa Lopes Capa Andréa Lopes s/ Arquivo Google

Copyright © 2015 Andrea Lopes Todos os direitos reservados ao autor ISBN-13: 978-1514857984 ISBN-10: 1514857987

A cor dos olhos teus www.acordosolhosteus.com www.facebook.com/acordosolhosteus Instagram: @a_cor_dos_olhos_teus alopes70@uol.com.br

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Nota da autora

Este livro não estava nos meus planos. Alan e Daniele tiveram o seu “Felizes para sempre” na página 221, em A cor dos olhos teus. Aquele gostinho de ‘quero mais’ foi intencional, mas eu não queria estragar o conto de fadas, porque todos sabemos que o dia seguinte é difícil para qualquer casal e com meus personagens não seria diferente. Pensei em escrever uma crônica, com alguma passagem legal, só para que vocês pudessem matar as saudades do Alan ou se divertissem um pouco com a Daniele. A verdade é que senti falta deles também e a crônica virou um conto, que virou um livro. Se em A cor dos olhos teus tivemos uma passagem de tempo de mais de 10 anos, neste livro, que eu chamo simplesmente de #LivingCH, a estória está concentrada em pouco mais de doze meses. O título é assim mesmo: tem hashtag e é em inglês, abreviando Chicago (CH). É uma homenagem aos meus leitores, que se comunicam por meio de hashtags, abreviações, emoticons, mas que adoram ler, amam os livros e me enchem de orgulho.

É para vocês e por vocês. Obrigada por existirem. Boa viagem!!!

P.S. Não se esqueça de deixar sua avaliação na Amazon. É muito importante para nós, autores

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Agradecimentos

Ao meu marido e meus filhos, por compreenderem as horas e horas na frente do computador, e por nunca me deixarem vacilar.

À minha família e meus amigos de longa data (que também são a minha família), pelo apoio e torcida de sempre. Aos meus leitores (sim, eu tenho leitores!), que falam comigo diariamente nas redes sociais, no Whatsapp, por e-mail. Meu coração salta algumas batidas a cada nova conversa. Aos blogueiros e blogueiras literárias, novos amigos que fiz nesta jornada, que fazem tanto pela literatura, que se dedicam de corpo e alma à sua paixão pelos livros. São jovens que me enchem de orgulho e de esperança e contradizem as estatísticas que dizem que o jovem brasileiro não lê. Vocês são guerreiros, vestidos com suas armaduras de papel e letras e têm uma causa nobre para lutar. Aos meus leitores Beta. Além das minhas queridas Bárbara Dierckx, Cristiane Barreiros, Luci Silva, Marcia Donha e Regina de Laurentis, tive o prazer de compartilhar o livro com o Junior Freitas, a Carol Mariotti (blog Leitura Virtual), Bia Gonçalves (blog Teadesk) e Malu Assalini Tate (Instagram @malutate), que representam todos estes novos amigos que A cor dos olhos teus me trouxe.

E principalmente, agradeço a Deus, por permitir que eu viva tudo isso.

Andréa Lopes

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Sobre a autora

ANDRÉA LOPES Mora em São Paulo. É casada, mãe de dois meninos. Publicitária por formação, sempre esteve ligada às palavras, fosse por ter trabalhado durante muitos anos em uma grande editora, fosse por ser uma devoradora de livros. É autora do blog Pausa4fun e do Marketicesmil.com. Seu primeiro romance A Cor dos Olhos Teus, foi publicado em 2014.

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ÍNDICE

Pág. Nota da autora.......................04 Agradecimentos....................05 Sobre a autora.......................06 Prefácio.................................10 Capítulo 1..............................12 Capítulo 2..............................22 Capítulo 3..............................25 Capítulo 4..............................45 Capítulo 5..............................53 Capítulo 6..............................61

Capítulo 7..............................71 Capítulo 8..............................83 Capítulo 9..............................91 Capítulo 10..........................103 Capítulo 11..........................111 Capítulo 12..........................125 Capítulo 13..........................139 Capítulo 14..........................151 Capítulo 15..........................161 Capítulo 16..........................167 Capítulo 17..........................175 Capítulo 18..........................185 Capítulo 19..........................195

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C

Capítulo 20..........................203 Capítulo 21..........................215 Capítulo 22..........................235 Capítulo 23..........................243 Capítulo 24..........................257 Epílogo................................267 Sobre a autora......................271


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“O universo conspira a nosso favor A consequência do destino é o amor, para sempre vou te amar”. Roberta Campos (De janeiro a janeiro)

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Prefácio

Fico oscilando entre o sonho e a realidade. Entre o pânico e a calma. Talvez fosse o caso de procurar um psiquiatra, pedir uma medicação que me deixe zen. Yoga, talvez? Não. Não é preciso recorrer a extremos. É só um surto. E UM CASAMENTO. O meu casamento. COM UM ILUSTRE DESCONHECIDO, DEVO LEMBRAR. Eu e meu subconsciente (mais conhecido como sub), estamos em total desacordo nos últimos dias. Nossa lua-de-mel parece ter acabado. Durou pouco. E olha que a gente se conhece desde que nasceu. E POR FALAR EM LUA-DE-MEL, QUANTO TEMPO SERÁ QUE A SUA VAI DURAR? — Cala a boca! — Às vezes preciso pôr ordem na zona que é minha cabeça e acabo falando sozinha. Acho que ninguém nem liga mais. Respiro fundo, olho no espelho e o reconhecimento me dá algum conforto: Daniele, 28 anos, inteligente, saudável, grávida e perdidamente apaixonada. Tenho muita sorte que o objeto da minha paixão é o pai deste bebê e, ao que parece, também é louco por mim. PAIXÃO É UMA COISA DESTINADA AOS LOUCOS. SÓ ALGUÉM MUITO DOIDO ACEITA SE CASAR COM UMA PESSOA QUE CONHECEU HÁ POUCOS DIAS. Tecnicamente, dez anos. TECNICAMENTE! VOCÊ CONTINUA A INSISTIR NESSA BESTEIRA TÉCNICA? Antes que eu enlouqueça, relembro a mim mesma que conheci o Alan há dez anos, tivemos alguns dias incríveis juntos e há poucos meses nos reencontramos e passamos outra semana incrível. Dessa semana resultou uma gravidez não planejada e também um pedido de casamento. Nós somos muito apaixonados um pelo outro e nós queremos ficar juntos. É tão simples, por que é que eu não me sinto tranquila?

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TALVEZ PORQUE FORAM DOIS ENCONTROS, NUM INTERVALO DE DEZ ANOS ENTRE CADA UM E NENHUM DELES ACABOU BEM? Nada disso. Se tivessem acabado mal, eu não estaria aqui, com meu lindo vestido de noiva, que tem este tom perolado perfeito. RELAXA. NINGUÉM ESPERA QUE VOCÊ SE CASE COM UM DE VESTIDO BRANQUINHO, NEM MESMO A SUA AVÓ, QUE NÃO SE CANSA DE OLHAR PARA SUA BARRIGA Enfim, estarei indo ao encontro do homem com os olhos mais lindos e intensos que eu já vi. Em alguns minutos serei a Senhora Alan Bennetti... Ops, esqueci que não vou mudar meu sobrenome, enfim, serei a ‘Senhora Daniele Castro”, esposa do Doutor Alan Bennetti. Deus! Estou confusa, mas feliz.


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Capítulo 1

(Daniele)

O Alan me pediu em casamento. Ele planejou tudo: o chalé florido, as músicas, a surpresa. E VOCÊ, AGIU EXATAMENTE COMO NA PRIMEIRA VEZ EM QUE SE ENCONTRARAM: DESMAIOU De certa forma, mas os motivos foram muito diferentes. Na primeira vez desmaiei porque estava praticando uma ‘corrida’, debaixo de um sol escaldante e em jejum total. No último episódio, estava grávida, emocionada demais, fragilizada. CONFESSA: FOI FRESCURA PURA! O fato é que fiquei tão surpresa com a presença dele, depois com o pedido... POUPE-ME DESTA HIPOCRISIA... VOCÊ MAL DEU TEMPO DO HOMEM TE PEDIR EM CASAMENTO E JÁ FOI LOGO DIZENDO SIM... Sabe aquela coisa do tempero e da fome? Dizem que quando a gente está com muita fome, toda comida é deliciosa. Eu estava sofrendo tanto, com uma saudade tão absurda, que eu faria qualquer coisa que ele me pedisse. Até casar. E foi por isso que eu disse SIM, em alto e bom som. Depois disso, tivemos pouco tempo entre matar a tal da saudade (estávamos a quase três meses separados), comunicar aos amigos mais chegados e cuidar dos preparativos. Os preparativos, no caso, ficaram por minha conta porque o Alan precisava voltar para Chicago e cuidar dos pacientes dele, das pesquisas ou seja lá o que um neuro-cirurgião-Nobel-demedicina faz.

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Além da maternidade que é por si uma mudança radical na vida de qualquer mulher, com o casamento eu também vou me mudar de país. Tomei a decisão sem nem questionar. QUE NOVIDADE... Tenho meu próprio negócio e também dirijo uma ONG com meu amigo de infância, o Rafael, mas nenhuma vida depende do meu trabalho. Com o Alan é diferente. Em dois meses, tive que providenciar minha mudança para um novo país, meu desligamento da agência, da ONG, além de cuidar do casamento. O Alan fez questão da cerimônia e da festa. Apesar de conhecê-lo pouco, sei que ele não é um homem sociável e é claro que quis tudo isso porque eu sou a festeira. Nada mais justo que eu cuidasse de tudo... PRINCIPALMENTE PORQUE NA LISTA DE CONVIDADOS, DO SEU LADO TEM UNS DUZENTOS AMIGOS ÍNTIMOS’ E DO LADO DELE A LISTA NÃO CHEGOU A VINTE PESSOAS. Meus dias estão loucos e confesso que não tenho tempo de pensar no futuro. Eu e o Alan nos falamos quase todos os dias, trocamos mensagens, ligações, fotos. De longe, ele finge que está me ajudando a escolher o arranjo das mesas, as músicas da festa, o cardápio. É PURO FINGIMENTO, MAS É DIVERTIDO. Finalmente consigo concordar com essa voz odiosa na minha cabeça. Quando estou ansiosa demais, agitada demais, fecho meus olhos e imagino que ele está por perto. Só de imaginá-lo meu corpo se aquece e sinto o desejo borbulhando sob minha pele. Os olhos azuis, tão escuros que parecem da cor violeta, os cabelos escuros, cheios, o rosto anguloso, que quase nunca sorri. Alan é misterioso, apaixonado e me rouba toda a razão. Eu me sinto uma massa moldável nas mãos dele. A verdade é que eu anseio pelas mãos dele e ele faz de mim o que quer. Percebo que meu sub também está calado, com os olhos fechados e um sorriso bobo. Somos apaixonados. *** — Dani, você tem certeza disso? Eu não tenho ideia de quantas vezes o Rafa me perguntou isso nos últimos dias. Ele se preocupa, é meu melhor amigo e é natural que esteja estranhando meu comportamento. — Rafa, tudo isso é material. Você me conhece, eu não ligo. O importante é que eu estou “indo de encontro à minha felicidade” — retruquei, rindo da minha própria piada. — Você tá indo rumo ao desconhecido. Se vai encontrar alguma felicidade lá é outra coisa. E está abrindo mão de tudo: sua carreira, seus amigos, sua família. Esse cara vale mesmo tudo isso? Às vezes eu acho que o Rafa e meu sub se conhecem...


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— Que droga, Rafa! De novo isso? Eu não estou abrindo mão de nenhum dos meus amigos, nem de você, nem de ninguém. No máximo da minha carreira, mas eu recomeço alguma coisa por lá. O mundo está ao alcance de um clique. Não é isso que a gente aprendeu a vida toda? Além do mais, ele é o pai do meu filho. Eu vou pagar pra ver. — E eu vou estar sempre por aqui, caso você precise. Abracei meu melhor amigo e um nó na garganta se formou. — Eu vou sentir muito a sua falta — ele sussurrou no meu ouvido. — Eu também — respondi, enquanto as lágrimas saltavam sem controle. Hormônios. ***

— Você faria isso? Eu reclamava que o Rafa fazia a mesma pergunta, mas eu repetia o comportamento dele com minha cunhada e confidente, a Stephanie. — Isso o quê? — Ela devolveu a pergunta, como se não soubesse do que eu estava falando. — Largaria tudo para ficar com um cara que mal conhece? — Suspirei, ansiosa para ouvir uma confirmação (pela enésima vez). — Me deixa ver se entendi a pergunta: você quer saber se eu deixaria de trabalhar doze horas por dia, iria viver em Chicago, com o neurocirurgião mais famoso do mundo, moreno, alto, gostoso e que é loucamente apaixonado por mim? Não, acho que não. — Steph, eu tô falando sério... Ela suspirou e tirou aquele ar de deboche da cara. — Você estava irreconhecível quando voltou da Espanha, depois da briga de vocês. Não acho que você tenha alguma escolha, porque está absolutamente apaixonada e não tem como sair dessa. Vai fundo, Dani. Viva o seu final feliz. Vocês dois merecem isso. Pisquei algumas vezes e lá veio de novo aquele nó na garganta. Só consegui acenar com a cabeça, concordando. — Obrigada! — Respondi enquanto recebia um abraço daqueles que só os amigos sabem dar.

Meu sub também segurou as lágrimas. E assim os dias foram se passando e hoje o Alan chega. Vou conhecer os pais dele e em dois dias... Ah, Deus! As lágrimas continuam a escapar sem razão.

(Alan) Porra! Não consigo tirar esse sorriso idiota do rosto, eufórico. É como se eu estivesse

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embriagado o tempo todo, isso sem contar a ansiedade. Agora falta pouco. O avião vai pousar e em algumas horas meu batimento cardíaco deve se normalizar. Eu deveria estar nervoso sobre o encontro dos meus pais com ela — porque naturalmente ela vai descobrir que minha falta de habilidades sociais é uma herança de família, mas não estou nem aí. Meus pais praticamente ignoraram meu primeiro casamento e com muito esforço consegui que eles viessem ao segundo, talvez a chegada de um neto possa ter influenciado. Daniele é o pacote completo e terei que me adaptar a isso: amigos, família, filhos. Talvez ao lado dela seja tudo mais fácil. É o que eu espero. — Cara, ainda custo a acreditar. Meu último amigo solteiro, o último dos imorais, vai se enforcar. Jeff, o idiota que convidei para ser meu padrinho, continua a fazer piadinhas infames sobre meu casamento. — Acho que você quis dizer “último dos Samurais”, não ‘imorais, querido... — Charlote, sua esposa, retrucou tentando conter seu marido idiota. Como se isso fosse possível. — Não, eu disse imoral mesmo. Estou falando do cara que comia a assistente gostosa, saía com a residente da cardiologia enquanto escondia a namorada brasileira... — Cala a boca! — Retruquei em tom de advertência. Jeff gargalhou, enquanto levava outra cotovelada da esposa. — Isso é inveja pura, Alan. Estou louca para conhecer a mulher que está te botando na linha. Achei que isso nunca aconteceria... — Só para esclarecer: eu nunca escondi a Daniele. A gente só ficou muito tempo sem se ver. E eu agradeceria se você não fizesse este tipo de piadinhas perto dela, ok! — Traduzindo: você está dominado. Dei de ombros, concordando. Sorte, destino, sonho. É inacreditável, mas a morena do biquíni verde está prestes a passar o resto dos seus dias comigo. Daniele. Fechei os olhos só para poder ver a imagem dela, lembrar o seu cheiro, o jeito como ela se solta quando está nos meus braços. Estes últimos dias foram uma tortura. De uma hora para outra, me vi preso nessa necessidade de estar junto dela, sem nem mesmo me lembrar de como foi possível respirar até hoje. Me importa muito pouco se as pessoas acreditam ou não. Somando-se as horas de aeroporto, de voo, mais a viagem de carro até o chalé, são quase 16 horas viajando. O desejo de vê-la parece ter dobrado o tempo, porque meu corpo pode estar ressentido da viagem, mas é meu peito que está saltando. Ela está mais linda do que nunca (se isso é possível). O short curto, deixando aquelas pernas longas à mostra, uma camisa folgada, dessas que as mulheres usam quando esperam um bebê, os cabelos presos num elástico qualquer. Descalça, sem maquiagem, só um sorriso honesto no rosto. Enquanto ela corre para mim, os pensamentos também dis-


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param desordenadamente. Ela está correndo para mim e não de mim (como de costume), mas ela não deveria correr, não quando está carregando um peso extra, mas eu entendo a pressa. São segundos aterrorizantes, mas a gente se enrosca, se abraça, se beija e tudo passa imediatamente. — Como eu preciso de você — eu tento dizer na confusão de beijos, cheiros, suspiros que nós somos. — Você não faz ideia de como eu senti sua falta — percebo que seu coração dispara, suas mãos estão tremendo, a pele arrepiada (estamos em plena manhã, sob o sol!), os olhos marejados. — Calma, amor. Eu estou aqui, você não deveria ficar tão emocionada — continuei a trilha de beijos, nunca suficientes para abrandar o que eu também estou sentindo (mas eu sou homem, caralho!). — Eu queria te levar para o quarto. Agora — ela sussurrou no meu ouvido, e me fez pensar que esta frase deveria ser dita por mim. Estamos na entrada do chalé, enroscados um no outro, nos beijando e abraçando. Uma pequena plateia nos assiste e eu me lembro que quando cheguei, Daniele deu um grito e veio correndo em direção a mim, o que deve ter chamado a atenção dos outros. Meio sem jeito — porque eu sou homem, caralho! — Segurei o rosto dela entre as mãos e ouvia as piadinhas a alguns metros de nós. Trocamos um olhar infinito e rimos um para o outro. Entendi perfeitamente o desejo dela de me levar para o quarto. Seria impossível, pelo menos nas próximas horas, com tanta gente naquela casa.

Nos afastamos um pouco, ficando apenas de mãos dadas. — Bom dia, família!

(Daniele)

Meus medos e inseguranças desapareceram como num passe de mágica. Não existe nada mais certo do que estar com ele. De novo não existe razão, porque é minha pele que grita e sofre quando ele está longe. Uma vez eu disse a ele que, independente da beleza daqueles olhos azuis-violeta, nunca ninguém me olhou ou me quis com tanta intensidade. Alan me respondeu que eu estava enxergando o reflexo dos meus próprios olhos, porque ele sentia o mesmo vindo de mim. Nenhum problema, nenhuma dúvida pode ser grande o suficiente. Alan se transforma quando está rodeado da minha família. É estranha a cena que eu observo agora, vendo-o tão à vontade com meus pais, meu irmão e minha cunhada, no balcão da cozinha, tomando a primeira cerveja antes do meio dia. Tempos atrás, precisamente há dez anos, vi esta mesma cena e a única coisa que eu sabia era o nome dele. Eu já estava apaixonada. SE BEM ME LEMBRO, VOCÊ ERA UMA ADOLESCENTE CHEIA DE TESÃO PE-

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LO BONITÃO DA PRAIA. Meu sub tem necessidade de se manifestar, mesmo quando não preciso. Alan me olha, sorrindo, e eu sei que ele sabe o que eu estou pensando. Mais um ponto para nós. É um sinal de que a gente se conhece, não é? SE VOCÊ QUER SE ENGANAR... As horas seguintes passaram num borrão. O desejo de arrastar o Alan para o quarto continuou a me perseguir, mas não tivemos oportunidade. O entra e sai de gente, os problemas de última hora a resolver, o jantar dessa noite para que as nossas famílias se conheçam. Se eu disser que me sinto tranquila, estaria mentindo. Não conheço os pais do Alan nem por fotos, o que para mim é uma aberração, considerando a família exageradamente afetuosa que eu tenho. A palavra afetuosa é bem bonita para descrever nossa relação maluca, as conversas caóticas e barulhentas, a falta de limites para nos metermos na vida um do outro. Os Castro não se contentam com seu próprio núcleo familiar. Nós temos que incluir no círculo mais íntimo os amigos e agregados. Isso quer dizer que o Rafa (meu namorado de infância), é parte da família. Os pais e irmãos da Stephanie (que nem é parente, porque em tese cunhada não é nada), também fazem parte do núcleo. Somam-se tios avós e primos. A gente também fica íntimo de vizinhos, empregados e por aí vai. O Alan trouxe consigo um casal de amigos, ambos médicos e seus pais (que já estavam no Brasil) chegariam à tarde. Meu pai conhece os pais do Alan. Conhece também a ex-mulher e os pais dela. Ele se transformou no melhor amigo do cara que transou comigo uma noite (na verdade duas!), nas minhas férias de verão e que foi embora logo depois, me deixando devastada. SEU TALENTO PARA DRAMALHÕES MEXICANOS NÃO PARA DE CRESCER. Pode ser que a história não possa ser resumida dessa maneira, mas a parte em que eu fiquei devastada é real. Meu pai e ele continuaram essa amizade ao longo dos anos, como se fosse uma provocação ao meu orgulho ferido. Perguntei ao meu pai sobre eles. Sobre ela (a "ex"). Perguntei como quem não queria nada. Não estava a fim de dar bandeira, não queria que meu pai soubesse o quanto desconheço meu futuro marido. Porém, meu amado pai, destilando toda sua testosterona, foi lacônico. Não me deu uma informação que prestasse. Até parece que minha mãe ia deixar um detalhezinho passar. A esta altura eu saberia qual a cor da calcinha da minha sogra, mas eu nem mesmo sei a cor do cabelo. Eles chegaram. Um casal distinto, sério, clássico. A mãe do Alan é jovem, bonita (daquele tipo bem cuidada). Os cabelos curtos e loiros (impossível aquilo ser uma cor natural e minha mãe disse mais tarde que vai tingir os dela também). Mulher de poucas palavras, sorriso contido, mas me pareceu muito sincera quando me abraçou e me disse que estava feliz com o casamento e com o fato de que finalmente seria avó. Senti meu rosto queimar, como uma adolescente grávida e não como uma adulta irresponsável. O pai, é mais seco, do tipo ‘poucos amigos’, assim como o filho. Se o Alan está nervoso, ele não deixa transparecer nem por um segundo sequer. Ele


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parece orgulhoso e, como a Steph fez questão de dizer mais de uma vez, apaixonado. Mostrou o chalé aos pais (que nem tinham ideia de que era dele) e não pareceu desconfortável em mostrar que toda minha família estava alojada lá, enquanto seus pais estavam em um hotel. Brincou e riu com meus amigos e minha família, sem desgrudar de mim, sem nunca deixar de me tocar, me beijar ou acarinhar minha barriga. Doutor Alan é meu sonho de consumo se realizando. O casal de amigos, Jeff e Charlotte, é muito simpático e se enturmou rapidamente. Não fiquei até o final do jantar. Preciso descansar e sinto muito sono neste período da gravidez. Alguém me convenceu a fazer um charme antes do casamento e dormir em um quarto separado do Alan. Eu já estava totalmente arrependida e ele parecia se divertir com isso.

— Fica comigo aqui! — Eu estava ofegante, derretida, querendo acabar com meu desespero no corpo dele. Alan me beijava de volta, me provocava de todas as maneiras, mas zombava de mim: — Não fica bem a gente dormir junto, sua família aqui... — Será que eles pensam que a gente nunca fez sexo? — Ah, feiticeira... Enrosquei minhas pernas em volta da cintura dele enquanto suas mãos desabotoavam meu sutiã e sua boca descia pelo meu pescoço, sua língua lambendo meus seios. Acabamos desabando na cama e eu desesperadamente procurava o zíper da calça dele, mas Alan como sempre mais rápido e com suas mãos habilidosas, já tinha seus dedos mágicos em mim. — Dani, você está molhada... isso tudo é meu? Deus! Eu preciso dele, agora. A necessidade me batendo, enquanto eu arranhava seus braços, pedindo mais. Foi quando seus dedos foram substituídos por sua boca e a névoa do desejo derreteu meu cérebro. Alan me manteve acima do céu, enquanto eu agarrava seus cabelos e dizia coisas incoerentes. Em minutos ele me teve onde queria. Sua boca foi subindo pela minha barriga, meus seios meu pescoço e seus lábios inchados encontraram os meus. — Você já parou para pensar que todas as noites serão nossas daqui a alguns dias? — Já — minhas mãos ansiosas tentavam puxá-lo para mais perto, mas ele se afastou. — Nada disso, gatinha. Esse corpinho aqui só depois do casamento. Seus olhos brilhavam e sua boca se retorceu no sorriso mais sexy e sacana que eu jamais vi. Ele estava repetindo minhas palavras de algumas horas atrás, quando eu disse que não dormiríamos juntos até o casamento.

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Ouvi meu sub sussurrar baixinho: FALA QUE ERA BRINCADEIRINHA... Me agarrei ao pescoço dele, beijando sua orelha. — Você quase me enganou... Alan segurou meus braços. — Foda-se. Quem disse que eu sou um homem de palavra? Nós temos essa necessidade, esse desejo insano um pelo outro. Eu nunca me canso dele, ao contrário, eu quero sempre mais. Alan tem um toque selvagem, determinado, um macho alfa dominante, mas de alguma maneira, eu o faço perder o controle. Sempre. *** E meus temores e horrores foram desaparecendo, à medida que as horas passavam e que eu me sentia mais e mais confortável ao lado dele. A hora da cerimônia chegou e com ela, uma gama de emoções incríveis. Não terei nenhuma daquelas histórias engraçadas de casamento para contar. Sem mentira nenhuma: o pôr do sol estava incrível, o horizonte salpicado de tons laranja e azuis, uma brisa leve nos lembrava que a tarde havia caído. As flores, as músicas, o barulho do mar e aqueles olhos azuis, cheio de promessas, me diziam que agora eu era dele e ele era meu. Nada no mundo poderia ser tão perfeito. FALA SÉRIO! SUA TIA JANETE APARECEU DE SALTO ALTO E FINO, NUM CASAMENTO NA PRAIA... SUA PRIMA INÊS ENCHEU A CARA, BRIGOU COM O NAMORADO E ENTROU NO MAR DE VESTIDINHO E TUDO. QUER QUE EU ENUMERE AS GAFES DA SUA FAMÍLIA? Detalhes. Nada demais.

(Alan)

— Eu, Alan, recebo você, Daniele, como minha esposa e prometo te amar, te respeitar, te venerar, como você merece, por todos os dias da minha vida. Porque ao seu lado, eu sou um homem melhor, ao seu lado, minha vida tem luz, longe de você, nada tem sentido. Não sou bom com palavras. Pelo menos nãos com aquelas que descrevem sentimentos. Também não sou bom com pessoas. Eu só queria que ela soubesse que é meu mundo, mas espero que ela entenda. Se meus votos a decepcionaram, ela não demonstrou. Sei o quanto esta noite é importante para Daniele e, mesmo que eu diga que não me importo com rituais, festas e eventos sociais, me diverti muito. Mas finalmente estamos a sós, naquele mesmo quarto de hotel em que ficamos juntos quando nos conhecemos. O amor pode deixar um homem em estado de completa idiotice. Reservei o mesmo quarto, pedi a mesma bebida


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e fiquei esperando pelo reconhecimento, pela emoção. Daniele não se lembrou, não de tudo, pelo menos. Sabia que era o mesmo hotel, mas não se lembrava que era o mesmo quarto. Não é importante de verdade e a decoração do quarto nem é mais a mesma. — Nós fizemos mesmo isso! Nós somos loucos! — Ela me beijou, tirando minha concentração, focada naquela fileira de minúsculos botões. Quem diabos inventa um vestido tão complicado para uma noite dessas... — Você está falando do nosso casamento. Não vejo loucura nenhuma nisso — ainda estou tentando entender como desfazer esta faixa intrincada de tecido. — Doutor Alan, você já parou para pensar que a gente mal se conhece? — Adoro quando ela me chama assim.

— É oficial. É mais fácil operar um cérebro do que abrir esse vestido! — Minha paciência terminou. — Era isso que você queria? — Daniele se virou para mim e, sabe-se lá como, tinha um monte de tecido aos seus pés. Uma lingerie rendada cobria parte do seu corpo, mais redondo e mais gostoso ainda, por causa da gravidez. É assim que acontece. Num minuto estamos conversando, sobre qualquer banalidade e no outro o clima muda completamente, o ar fica pesado e eu só consigo pensar em beijar, morder, lamber, foder. Vejo a mesma fome nos olhos dela e estamos sempre partindo do zero, como se fosse a primeira vez. — Vem cá, mocinha. Quero te ver deitada nessa cama, porque eu tenho uma coisinha ou outra para te mostrar. Daniele está deitada e, se eu quiser que nossa primeira trepada de casados seja um pouco mais lenta, preciso me manter o mais distante possível da boca dela. Começo pelos pés, o que não é nenhum sacrifício. Enquanto beijo seus dedos, faço um caminho silencioso pelas suas pernas, seu joelho e suas coxas, vou mostrando a ela o quanto a conheço. Vou provando que sei mais sobre ela do que ela mesma. Seus gemidos e sussurros são a prova disso. A reação do meu corpo, tenso, duro, latejante, também é a consequência do que ela faz comigo. Seu gosto é único, sua carne é macia e minha boca não se cansa de explorar, sugar, lamber. — Eu vou te foder com a minha boca. Vou te fazer gozar na minha boca... Ela puxa meus cabelos, empurra seus quadris contra minha língua e me pede mais. Eu obedeço. Seu corpo estremece enquanto eu mordo, chupo, me delicio. Sua respiração acelera, meu tesão atinge níveis absurdos e eu sei que ela gozou. Linda, brilhante, deusa. Continuo com minha doce escalada e sou brevemente distraído pela barriga arredondada, que precisa também ganhar um pouco da minha atenção. Minhas mãos, com desejo e vida próprias, estavam se deliciando em seus peitos, meu pedaço de paraíso. Eles estão maiores, sensíveis e eu sei que ela gosta que eu puxe, morda, cheire. Daniele é exigente, ativa, cheia de energia. Ela me provoca, se insinua, se esfrega e sem que eu perceba, já estou dentro dela, sem controle, tentando chegar o mais fundo que eu posso.

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— Gostosa. Você.é.muito.gostosa... Gritando o nome um do outro, perdidos um no outro, gozamos juntos. Se existia alguma dúvida, ela acabou agora.


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Capítulo 2

(Daniele)

Se o paraíso tem um nome, o nome é Bahamas. Nossa lua-de-mel vai ser rápida. Meu marido é um homem ocupado e prático. As Bahamas ficam a meio caminho de casa, da minha nova casa em Chicago, nos Estados Unidos. Eu não me importaria em ficar mais dias aqui. MESMO PORQUE, AO CONTRÁRIO DELE, VOCÊ NÃO TEM NADA O QUE FAZER POR LÁ. Meu sub se manifesta eventualmente, mas tem sido completamente ignorado. O mar tem a cor dos olhos dele e, quando não estou estendida na areia, tomando drinks coloridos (e sem álcool), estou transando com o Alan. Eu sou a deusa grávida do sexo. Nossa química sempre foi fantástica e nunca achei que pudesse ser melhor. Por mais incrível que possa parecer, a gente está se superando. Nunca me senti tão segura ou tão sexy quanto agora. E acho que isso está mexendo com ele também, sei lá. Estamos descobrindo novas posições, novos jeitos, novas...Caraca! Meu lobo é muito mal! Agora posso tirar fotos nossas, postar nas redes sociais e, mesmo que ele nem sempre sorria (porque não gosta de “dividir nossa intimidade”), eu sei agora que nós não devemos absolutamente nada a ninguém. Fico dividida entre aproveitar ao máximo os dias aqui e a ansiedade de começar logo nossa vida de verdade. Sei que ele também se sente assim e está muito preocupado em me agradar. Ainda estou incomodada com meu presente de casamento, mas nenhuma reação seria adequada de fato. — O que é isso? — Perguntei quando ele me entregou o envelope. — Seu presente de casamento.

Levei as mãos ao meu colar, um fino cordão de platina, com uma enorme safira no formato de um coração. Um presente lindo que ele me entregou no dia do nosso casamento. Alan entendeu o gesto. — Bom, outro presente então — ele disse meio sem jeito. Abri o envelope e comecei a ler o documento que estava ali, uma escritura. Levei algum tempo para entender. — Uma escritura? É do chalé? Por que é que está no meu nome?

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Ele abriu um sorriso lindo. Meu coração ainda dispara com estes raros momentos. — E você ainda diz que a gente não se conhece. Eu sabia exatamente qual seria a sua reação. — Por que, Alan? — Repeti a pergunta. — Primeiro, porque eu quero. Segundo, porque você está abrindo mão de muita coisa por causa do nosso casamento: seu apartamento, seu trabalho, se distanciando da sua família e dos seus amigos... aquele chalé é muito importante para nós e eu quero que ele seja seu. O peso na minha consciência começou realmente a incomodar.

— Eu não preciso tê-lo no papel ... — Você vai ter que se acostumar a ser mimada, Daniele. Eu tenho vontade de te dar coisas. Eu te amo, só isso. Será que você consegue relaxar um pouco e aceitar? — Uma casa não é bem uma coisa, Alan. — Isso é uma discussão? Você vai mesmo me agradecer assim sempre que eu te der um presente? — Se forem presentes descabidos... Alan soltou o ar dos pulmões e parecia estar frustrado. Eu fui pega de surpresa e eu... sei lá, me sinto um pouco impostora. Sempre trabalhei muito para conquistar cada coisa que eu tenho... NÃO SERIA A HORA DE VOCÊ CONTAR QUE NÃO VENDEU O APARTAMENTO? E QUE VAI TRABALHAR NA AGÊNCIA E NA ONG REMOTAMENTE? — Alan, eu nem sei o que dizer. — Obrigado, talvez? Foi a minha vez de sorrir. Porque é que eu complico tanto as coisas? — Obrigada — me aproximei para um abraço. — Assim é bem melhor... — ele me puxou para mais perto e eu pude sentir sua excitação. Os olhos azuis violeta brilhavam. Era um chamado e meu corpo já estava pronto para atendê-lo e para mostrar o quanto eu estou grata. (***) Chegamos a Chicago numa sexta feira, para que eu pudesse conhecer um pouco da cidade no fim de semana. É minha primeira vez aqui e eu queria absorver e entender tanta coisa em tão pouco tempo, que na verdade não consegui gravar quase nada. Tudo me pareceu bonito, as ruas organizadas e limpas. O aeroporto fica dentro da cidade e o trajeto até o


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apartamento do Alan, isto é, até o nosso apartamento foi surpreendentemente rápido. Eu sempre quis fazer aquelas perguntas práticas, do tipo: como é o seu apartamento? Quantos quartos? Qual andar? Tem fotos? No começo fiquei sem jeito, uma prova da nossa pouca intimidade. Depois, acabei me esquecendo mesmo. Ao longo do trajeto, o Alan foi me contando onde estávamos, os nomes das ruas, dos parques. Essa seria a partir de agora a minha cidade e eu me sinto meio eufórica com tanta novidade. É o início do outono, mas Alan me explicou que ainda pegamos uma temperatura de verão. Nosso apartamento fica em um edifício simpático, de tijolinhos vermelhos, tipicamente vitoriano. Uma rua aconchegante, cheia de árvores, prédios baixos e casas no mesmo estilo. Para deixar tudo mais encantador, estávamos entre o lago Michigan e o Highland Park (o que não me disse muita coisa, porque o tal Lago Michigan é quase um mar, de acordo com o mapa). Com toda certeza, em pouco tempo eu entenderia sobre o que ele falava, por que no momento o que eu queria mesmo era chegar em casa. Descemos do taxi, pegamos as malas e, antes que eu fizesse qualquer coisa, ele pegou minha mão: — Bem-vinda. Essa é a sua nova casa, pelo menos até encontrarmos algum lugar mais adequado. Alan estava ansioso, tanto quanto eu. Provavelmente até mais. Me senti pequena e egoísta. Agarrei seu pescoço:

— É tudo perfeito, Alan. Vai dar certo, eu tenho certeza. Estamos no último andar. As portas do elevador se abriram para um simpático hall, com uma única porta. Os olhos dele brilhavam e mais uma vez, achei que refletiam os meus. Abrimos a porta e ele me pegou no colo, como nos filmes. Me deparei com uma sala ampla, bem iluminada com janelas imensas e uma mulher alta, magra, de cabelos negros presos num coque, vestindo um terninho cinza, muito atraente. PARA QUEM GOSTA DE MULHERES MAIS VELHAS... Meu sub destilou seu veneno. Ela aparentava ter a mesma idade do Alan, talvez um pouco mais velha. — Como vai, Amália? — Meu marido cumprimentou.

CONTINUA...

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