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Teologia e missão: perspectiva paulina da missão urbana em Romanos Norval Oliveira da Silva Uma publicação de Morávios publicações Este eBook é publicado com permissão do autor. Você está autorizado e incentivado a baixar, ler e distribuir este material, desde que não o utilize para fins comerciais nem altere seu conteúdo e arte. Edição e diagramação: moravios publicações
INTRODUÇÃO A carta aos Romanos É consenso geral que a carta de Paulo aos Romanos é um dos escritos mais importantes e mais profundos da religião Cristã. Foi através dela que homens como Agostinho, Lutero, John Wesley e Carl Barth tiveram uma experiência pessoal com Cristo (Bruce, 1979, pp. 5051). Calvino diz que “se porventura conseguirmos uma genuína compreensão dessa epístola, teremos aberto uma amplíssima porta de acesso aos mais profundos tesouros da Escritura”1. Leon Morris diz que Romanos trata de grandes temas, temas que estão bem no
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João CALVINO, Romanos, São Paulo: Edições Paracletos, 1997. p. 26.
coração do cristianismo 2. Assim, essa carta não foi apenas importante para a primeira geração de cristãos, mas se torna relevante também tanto para os crentes de hoje em dia como para os de épocas futuras. O objetivo desse trabalho é analisar, ainda que de forma breve, o tema de missões urbanas no contexto da Carta aos Romanos. Nele, procuraremos enfocar a visão que Paulo tinha da cidade, a sua perspectiva missiológica para a cidade, os problemas envolvidos na pregação do Evangelho no contexto urbano e as soluções apontadas pelo autor. Concluiremos o trabalho com uma abordagem sobre a relevância do tema para os nossos dias de hoje e faremos uma breve aplicação para o nosso contexto brasileiro. 2
Leon MORRIS, The Epistle to The Romans, Erdmans Publishing Company, 1987.
1. O evangelho e a cidade de Roma Não sabemos com certeza como o Evangelho chegou a Roma. Lucas narra em Atos 2:1011 que em Jerusalém no dia de Pentecostes havia judeus de todas as partes do mundo e “visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao judaísmo (NVI, grifo meu). Supõese que foi assim que o Evangelho foi levado à capital do império, pelas mãos de pessoas comuns. Outra possibilidade ainda é de que, após a morte de Estevão, os crentes de Jerusalém que se espalharam por todas as partes tenham chegado também a Roma. A terminologia usada por Paulo para se dirigir aos cristãos de Roma indica que a igreja daquela cidade não era de organização tão recente (F.F. Bruce, 1988).
2. Qual era a visão do autor sobre a cidade? A cidade de Roma foi fundada em 735 A.C. sobre sete colinas e nos tempos do Novo Testamento estava em plena pujança do seu desenvolvimento. Havia na cidade mais de um milhão de habitantes e sua estrutura urbana era de dar inveja às grandes cidades do nosso tempo (J.D. Douglas, 1962, p. 1408). Não há qualquer evidência histórica ou escriturística de que Paulo conhecia Roma ou a tenha visitado antes de escrever a sua carta aos cristãos daquela cidade. Embora cidadão romano por nascimento (Atos 16:37; 21:39; 22:25), ele era de Tarso, na Ásia
Menor e ao que tudo indica, fora educado em Jerusalém, aos pés do rabino Gamaliel. Havia porém em Roma muitos cristãos que Paulo conhecera aqui e ali em suas viagens (F.F. Bruce, 1989, p. 14). No mundo dos dias de Paulo, o nome de Roma muito significava, e não deixa de exercer um forte fascínio também sobre o apóstolo, uma vez que ele expressa o forte desejo de pregar o evangelho também ali (Douglas, 1962, p. 1412). Como bom estrategista missionário, Paulo sabia da importância de Roma como base missionária para novos campos pioneiros e como centro de expansão do cristianismo por todo o império. Esse modelo de centros de expansão como prática missiológica é largamente atestado na tarefa missionária paulina, de acordo com o livro de Atos dos apóstolos. Foi assim que o apóstolo sempre viu o seu ministério: escolher centros estratégicos de expansão regional, passar o tempo necessário lá para a implantação de uma comunidade cristã e seguir em frente para um novo centro. Essa atividade se repetia quantas vezes necessárias até que uma dada região estivesse estrategicamente ocupada pela presença cristã. Tem se discutido muito nos círculos acadêmicos hoje qual era a real intenção de Paulo ao escrever a carta aos Romanos. Por muito tempo se viu nela um propósito teológico. De acordo com os que interpretam dessa maneira, a carta aos Romanos tem como finalidade a apresentação de uma síntese do Evangelho pregado e defendido pelo apóstolo (Walvoord,1983, p. 437). Nas últimas décadas, porém, tem havido uma mudança de foco. Segundo essa nova corrente, a exegese de Romanos tem se afastado de uma interpretação doutrinária, que tomava os
ensinos de Paulo como verdades atemporais sem que se perguntasse para quem e para que ele escrevia. Em vez disso, a atenção tem se voltado para o(s) propósito(s) da Carta no contexto do trabalho missionário de Paulo (Klaus Haaker, 2006, p. 5). O texto de Romanos 15:24, quando lido na perspectiva da missiologia paulina, nos dá a dimensão da visão que o apóstolo tinha de Roma: um centro de missões. Vejamos o que ele diz aos romanos: “Planejo fazêlo quando for à Espanha. Espero visitálos de passagem e darlhes a oportunidade de me ajudarem em minha viagem para lá, depois de ter desfrutado um pouco da companhia de vocês”. Portanto, podemos afirmar com convicção que a carta aos Romanos tem motivação missiológica e que o apóstolo vê nos cristãos romanos um potencial de parceria missionária cuja finalidade seria o estabelecimento de novos centros de expansão da fé cristã, desta feita na Ibéria. Timoteo Carriker, comentando o trecho de Romanos 15:24, 28 diz3: A expressão ‘ser encaminhado por vocês’, v. 24, era praticamente um termo técnico nos círculos cristãos missionários, que se referia ao apoio moral e também provavelmente financeiro necessário para a proclamação do evangelho…Paulo então, está pedindo o apoio dos cristãos romanos para a viagem missionária que pretendia fazer até à Espanha.
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Timoteo CARRIKER, A missiologia Apocalíptica da Carta aos Romanos, p. 5.
Corrobora com essa visão mais dois fatores: primeiro, o fato de que o próximo alvo missionário do apóstolo era a Ibéria, região latina. Assim, o apóstolo espera obter a ajuda de irmãos latinos para alcançar outros latinos. Isso explicaria a inclusão de muitos nomes latinos na lista de irmãos mencionados no final da epístola (Carriker, 1998, p. 5). Segundo, como Paulo já afirmara, ele não tinha intenção de se estabelecer em Roma, uma vez que o evangelho já estava presente lá e ele tinha como princípio missionário básico o não construir sobre alicerce alheio (Rom. 15:2021).
3. Quais problemas o autor estava apontando? Para que as intenções missionárias do apóstolo Paulo fossem concretizadas, porém, era necessário esclarecer uma série de questões que diziam respeito ao seu ministério e à natureza do Evangelho que ele pregava. Não devemos imaginar inocentemente que havia consenso quanto ao evangelho pregado pelo apóstolo. Ele mesmo dá a entender tanto em sua carta aos Romanos quanto em outros lugares que havia oposição, especialmente por parte de judeus cristãos que não viam com
bons olhos o seu “liberalismo” em relação aos costumes e práticas gentílicas e a sua veemente defesa da não observância da lei mosaica por parte dos cristãos nãojudeus. Assim, o primeiro problema apontado por ele na carta diz respeito à natureza do homem e à natureza do Evangelho. Convém lembrar nesta altura de que a igreja em Roma era constituída de judeus e gentios, com uma maioria provável destes últimos. Portanto, ao falar sobre a natureza do homem, Paulo passa a demonstrar que perante Deus, nem os judeus nem os gentios estão em vantagem a priori. “Todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus” (3:23). Isso era uma novidade, já que os judeus se consideravam em vantagem histórica no relacionamento com Deus. Porém, no evangelho pregado por Paulo, tanto judeus como gentios se encontram em pecado e passíveis do juízo divino, embora o apóstolo reconheça a prioridade dos judeus de ouvirem o evangelho, prática que ele mesmo utilizou ao viajar de cidade em cidade proclamando as Boas Novas de Cristo. Em anos recentes os estudiosos de Romanos têm focado a sua atenção nas tensões existentes entre os judeus e os gentios nas congregações romanas. Essas tensões surgiram logo após o retorno dos judeus para Roma, depois do exílio decretado pelo imperador Cláudio (Carriker, 1998, p. 1) e giravam em torno do estilo de vida cristão e da aplicação da lei mosaica aos gentios. A conclusão de Paulo de que os gentios não estão debaixo da lei causou espanto e oposição.
4. Que elementos teológicos/missiológicos podem ser encontrados nesta carta? A Carta aos Romanos é rica em princípios teológicos e missiológicos. Nela, Paulo apresenta a natureza do cristianismo e a sua relação com as culturas e tradições. Como já dito antes, a motivação do autor é missionária, senão missiológica e, portanto, as verdades apresentadas são fundamentais para uma compreensão da natureza do Evangelho e do cristianismo. Vou resumir a seguir as verdades missiológico/teológicas que considero mais relevantes:
4.1 Todo homem é pecador O apóstolo utiliza os três primeiros capítulos da carta para tratar da natureza do homem. Segundo a sua mensagem, o homem é pecador e está destituído de Deus. No capítulo 1, demonstra que os gentios são pecadores e estão perdidos. No capítulo 2 afirma que não só os gentios, mas também os judeus são pecadores. E no capítulo 3, que “todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”. O tema da natureza pecaminosa do homem é fundamental para a teologia paulina. É a partir desse estado pecaminoso do homem que a história da salvação se revela em Jesus Cristo. Como diz Murray “O evangelho como poder para a salvação se torna sem significado à parte do pecado, condenação, miséria e morte. Essa é a razão porque Paulo se propõe a demonstrar que todo o mundo é culpado diante de Deus e está sob a sua ira e julgamento”4 4.2 O Evangelho é o poder de Deus para salvação Outro tema missiológico importante nessa carta é que Deus não deixou o homem, judeu ou gentio, em seu estado de morte espiritual. Ele providenciou um meio para a salvação, Jesus Cristo, através da proclamação do Evangelho. O apóstolo afirma que esse evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (1:16). Missiólogos têm discutido sobre a essencialidade da obra de Cristo para a salvação. Para alguns, Cristo é o meio de salvação 4
John, MURRAY, Epistle to The Romans, p. xxiii.
para os que ouvem e crêem. Porém, para os que morrerem sem oportunidade de ouvir o evangelho, Deus dará um outro jeito de salválos, sem que a fé em Cristo seja usada como critério de julgamento. Embora a expressão ‘poder de Deus’ no verso analisado em Grego não tenha o artigo definido o poder’, isso não quer dizer que devamos traduzir por ‘um poder de Deus’, pois a gramática irá nos indicar que substantivos que precedem o verbo e funcionam como o foco da oração são geralmente usados sem artigo definido (Levinsohn 2000). Portanto, podemos afirmar que, com base nesse verso, o evangelho é o meio de salvação, não um meio de salvação. Assim entendo eu que a teologia paulina não deixa qualquer margem de dúvida quando à essencialidade de Cristo para a salvação tanto de judeus quanto de gentios pois é em Cristo que todos os que crêem são justificados, pela fé, sem a qual ninguém verá a Deus. 4.3 Em Cristo, Judeus e gentios formam um só corpo Um outro elemento fundamental na teologia paulina, expressa em Romanos e em outras cartas, como Efésios, por exemplo, é a inclusão dos gentios nas promessas véterotestamentárias. Esse fator é considerado pelo apóstolo como o grande mistério que Deus havia guardado, mas agora revelado ao seu povo (11:25). No capítulo 4 de Romanos ele demonstra que as promessas de Deus a Abraão ocorreram ainda quando ele era incircunciso e, portanto, Abraão é também pai dos gentios que crêem (4:14), e no capítulo 11, utiliza metáforas para demonstrar o “enxerto” dos gentios na videira que é Cristo. Com isso, o autor chama atenção dos gentios para uma postura de humildade, mostrando a necessidade deles permanecerem na videira para que não ocorra com eles o que ocorreu com alguns galhos originais
(judeus) que foram cortados e lançados fora em função da sua incredulidade (11:18, 22). F.F. Bruce diz que a igreja de Roma poderia se desintegrar rapidamente se os grupos cristãos (judeus e gentios) insistissem em exercer sua liberdade cristã sem se importar com a opinião dos outros.5 Paulo, então apresenta um critério que deve ser seguido por todos para resolver essas questões práticas na igreja: o amor e a tolerância. No verso 13 do capítulo 14 ele insta os cristãos a não julgarem um ao outro. A colocarem o interesse do próximo acima do seu próprio interesse. Nessa matéria ele mesmo foi um grande exemplo pois “se fez de tudo para com todos a fim de ganhar alguns” (1 cor. 9:19). Finalmente, no capítulo 15, o apóstolo conclama a todos para que assumam uma postura de tolerância e amor ao próximo com o fim de promoverem a unidade no Corpo de Cristo ele diz em 15:7 “Portanto, aceitemse uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus”. 4.4 É pela pregação que os eleitos vêm a Cristo Segundo o texto de Romanos, Deus não só escolheu um povo para si, mas também o chamou (do Grego kaleo). Sem sombra de dúvidas o método de Deus para chamar os eleitos é a pregação. É a proclamação do evangelho, as Boas Notícias. “A fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus”. Defensor dessa visão, o apóstolo Paulo, no capítulo 8 de Romanos, ao apresentar e resumir todos os passos da atividade missionária, clama dizendo “Como ouvirão se não há quem pregue?”. Fora 5
F.F. BRUCE, Romanos, Introdução e Comentário, p.197
da proclamação das Boas Novas não há como os eleitos virem a Cristo. O Espírito Santo é quem, pela palavra, convence o mundo do pecado da justiça e do juízo, e os conduz a Cristo.
5. Qual foi a proposta do autor para a solução do(s) problema(s)? A proposta do apóstolo para a resolução do problema judeu/gentio tem uma nuance teológica e outra prática. A teológica é demonstrar que a obra redentora de Cristo aproximou os gentios de Deus e dos judeus fez dos dois povos um só. Paulo demonstra que a Lei mosaica tinha um propósito específico, histórico e temporal, mas era ineficiente para conduzir o homem a uma verdadeira transformação espiritual. Paulo demonstra que Deus aceita os gentios como eles são e que é direito deles exercer a sua liberdade em Cristo. René Padilha diz6: Os apóstolos sabiam muito bem que, para que acontecesse uma aceitação genuína das pessoas ‘assim como elas são’, e não uma aceitação da boca para fora, 6
René PADILHA, Missão Integral , p. 169
teria que haver uma comunhão real, acima de todas as barreiras, no nível da congregação local. Consequentemente eles se esforçaram para criar comunidades nas quais…judeus e gentios…adorariam a Deus juntos e aprenderiam o significado de uma unidade em Cristo ainda que fosse necessário encarar dificuldades que surgiriam das diferenças de bagagem cultural ou de classe social entre os membros. A nuance prática apresentada por Paulo é conclamar os gentios (os fortes) a serem mais tolerantes para com os judeus (os fracos) e não transformarem a sua liberdade em motivo de escândalo. O apóstolo demonstra que, para que haja unidade no Corpo de Cristo, é preciso considerar o próximo e amálo, pois esse era o resumo da Lei. Quanto à situação dos povos ainda não alcançados pelo evangelho, no caso específico em mente a Espanha, de acordo com a teologia de Paulo, o único meio de salvação para eles era através da proclamação do evangelho. O apóstolo então, espera uma compreensão por parte dos romanos e o reconhecimento de que ele devia, de fato, ir à Espanha e cumprir a sua missão de levar as Boas Novas até aos confins da terra. O ser humano está caído e a natureza do evangelho exige ser ofertado e gratuitamente proclamado em todo o mundo: “Como pregarão se não forem enviados?” (10:15). A esse ponto, o argumento do apóstolo deve ser suficiente para convencer os romanos a sustentálo e enviálo à Espanha!
6. Qual a relevância desta carta para a missão urbana hoje? Os problemas apresentados pelo apóstolo Paulo aos Romanos não são muito diferentes dos problemas que nós enfrentamos hoje em nossas igrejas. As questões de relacionamentos na comunidade cristã continuam a ser um dos grandes desafios dos nossos dias. Esses problemas se agravam ainda mais em função das tendências pósmodernas. In Sik Hong dá como características do pósmodernismo o individualismo, a falta de crença em valores absolutos, uma ênfase exagerada no presente em detrimento de perspectivas futuras, o isolacionismo social e
o subjetivismo 7. Todas essas tendências se constituem em desafio a nós pastores na apresentação do evangelho e na condução do povo de Deus nessa peregrinação aqui na terra. É preciso refletir se o evangelho que estamos pregando é o mesmo pregado por Paulo. Será que ele é um evangelho de poder? E mais, poder para a salvação. O que dizer do próprio conceito de salvação. De repente, a salvação foi transformada por certos teólogos em algo menos do que aquilo que o apóstolo Paulo cria e pregava8, isto é, salvação integral aqui e agora, mas também salvação espiritual e escatológica, eterna. O conceito de unidade de judeus e gentios no corpo de Cristo é também de extrema relevância para nós hoje. Embora no Brasil, as dificuldades de relacionamento não sejam propriamente étnicas, elas são de cunho social. A sociedade brasileira é uma sociedade bastante estratificada. Temos igrejas de ricos e igrejas de pobres. Historicamente temos favorecido mais os ricos que os pobres. Quando observamos o ministério terreno de Jesus, porém, vemos que ele deu uma ênfase grande na proclamação do evangelho ao pobre. Segundo Jorge Barro, o pobre, alvo da pregação de Jesus, é apresentado por Lucas como representado em várias categorias humanas, a saber, no paralítico, no cego, no aleijado, etc.9
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In Sik HONG e outros, Ética y Religiosidad en tiempos posmodernos, pp. 717. Veja, por exemplo, a noção de salvação defendida por Ronaldo SatlerrRosa em Cuidado pastora em Tempos de Insegurança, pp.3548, em que o autor defende a idéia de salvação como bemestar social. 8
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Jorge BARRO, De Cidade em Cidade, p. 182.
Outro aspecto interessante apresentado pelo apóstolo diz respeito à relação teologia/missão. Paulo não se detém em fazer teologia sistemática como um fim em si mesmo. Para ele a teologia serve para fundamentar a sua missão. Como muito bem coloca Carriker, “a teologia, para Paulo, era conseqüência da missão, e não viceversa”10. Por fim, devemos aprender com a postura missionária de Paulo. Fica claro pelo contexto que ele buscava apoio e parceria dos crentes romanos para o seu novo projeto missionário. A sua atitude para convencer os romanos a investirem em seu projeto não foi o uso de apelos românticos e mirabolantes. Foi uma exposição clara e convincente da natureza do homem, este caído e desesperadamente necessitado da obra redentora de Cristo, e a natureza do evangelho, Boa Nova e poder de Deus para a salvação, tanto de judeus como de gentios. Pessoalmente fico fascinado pela exposição de Paulo quanto à natureza do Evangelho. Como missionário transcultural há quase vinte anos, trabalhando com povos indígenas do Brasil, é exatamente essa a motivação que tenho: o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos. Não há outro meio. Esse evangelho precisa ser ofertado gratuitamente a todos os povos da terra para que assim Deus vá chamando e formando um povo para si, povo esse multiétnico, multirracial e multilinguístico. Essa nova criação de Deus deve então caminhar em união, viver em comunhão e fazer proclamação na terra, glorificando ao seu Senhor e aguardando o dia da redenção final. Maranata! 10
Timoteo CARRIKER, A missiologia Apocalíptica da Carta aos Romanos: com ênfase em Rom. 15.1421 e 911, p. 15.
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HONG, In Sik e outros. Ética y Religiosidad en tiempos posmodernos. Buenos Aires: Kairós Ediciones, 2001. LEVINSOHN, Steve. Discurse Features of New Testament Greek. Dallas: SIL, 2000. MORRIS, Leon. The Epistle to The Romans. Grand Rapids: W. Eerdmans Publishing, 1987. Novo Testamento Grego, UBS 4a Edição PADILHA, C. René. Missão Integral. Ensaios sobre o Reino e sobre a Igreja. São Paulo: Fraternidade Teológica Latino americana Brasil, 1992. SATLERROSA, Ronaldo. Cuidado pastoral em Tempos de Insegurança Uma Hermenêutica Contemporânea. São Paulo: ASTE, 2004 SMITH, William S. A Carta aos Romanos. 3a. Edição. PatrocínioMG: CEIBEL, 1979. WALVOORD, John F. & ZUCK, Roy. The Bible Knowledge Commentary. Victor Books, 1983.
O autor
Norval Oliveira da Silva é missionário da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) e da ALEM (Associação Linguística Evangélica Missionária). É mestre em exegese bíblica e linguística pelo Dallas Theological Seminary, nos Estados Unidos.
Morávios
Este é o ministério Morávios, que busca promover a obra missionária motivado pela glória de Jesus Cristo em todas as nações. Esta é uma iniciativa de voluntários que deseja oferecer conteúdo para igrejas, líderes de missões, vocacionados e missionários, através de artigos, reportagens, vídeos e ebooks sobre teologia de missões, história de missões, desafios missionários e vida do missionário. O ministério é inspirado na história do movimento dos irmãos morávios ocorrido na Alemanha do Século XVIII, e mais especificamente em uma história de dois jovens desta comunidade, apresentada no filme “ Primeiros Frutos, a história dos irmãos morávios” , e popularizada por uma mensagem do
pregador Paul Washer e busca promover a Obra Missionária de forma apaixonada, motivado pela Glória de Jesus Cristo em todas as nações. O nosso logotipo é uma estilização de um selo clássico de cristãos primitivos, muito utilizado pelos irmãos morávios, que mostra o Cordeiro como porta bandeiras envolto da inscrição em latim “Vicit Agnus Noster, Eum Sequamur”, “Nosso Cordeiro Venceu, Vamos Seguílo”. Acesse >> http://moravios.org