André Bauduin_Portfolio

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AndrĂŠ Bauduin


Apontamentos Sobre a Poética Visual de André Bauduin


Em seus ensaios sobre fotografia, Suzan Sontag escreve que fotografar é atribuir importância. Ela diz que “não há tema algum que não se possa tornar belo"; ademais, não há como anular a tendência inerente a toda fotografia de valorizar o seu tema Pessoas comuns, objetos, lugares, a natureza, coisas triviais, tudo na fotografia ganha outra dimensão. Mas sabemos que nem todos nascem aptos para esse exercício do olhar Observar a vida, olhar ao redor com cuidado, focalizar o detalhe, flagrar o instante decisivo – como se fosse pela primeira vez - é tarefa para escolhidos. Dono de um olhar singular para com os seres e as coisas, André Bauduin vem traçando seu percurso no universo das imagens. Seu olhar vislumbra as coisas para além delas mesmas. Os silêncios, as ausências, as cores invisíveis, as formas, os volumes até mesmo a direção do vento e sua sombra luminosa: tudo isso o olhar de André Bauduin busca capturar Sabemos que fotografia é luz, mas é preciso saber ver através dessa luz algo mais que o óbvio, o certo, o belo. André cria belezas a partir desse pensamento. Acostumado a manusear, analisar e redimensionar imagens em virtude de seu ofício de longa data no campo da publicidade, André Bauduin transita com verdadeira intimidade pelo mundo da fotografia, construindo significados, fazendo escolhas selecionando temas, contando histórias e desafiando o observador a uma leitura atenta. Cuidadoso, ao selecionar imagens, busca nos encantar mediante uma primorosa miríade de detalhes, ora abstratos, ora concretos, ora luminosos, ora sombrios. Detalhes que passam desapercebidos pelo nosso olhar e que ganham força e graça nos recortes escolhidos pelo olhar de André Bauduin. Cada pedra no caminho faz diferença, cada círculo ou reta inscritos no asfalto desgastado, nas paredes sujas, sobre a areia da praia, entre os pisos dos corredores nas floradas pelo chão batido - tudo é signo. Tudo faz sentido, tudo ressoa em sintonias, tudo compõe e o resultado estético é sempre surpreendente A fotografia de André Bauduin não pretende formular teses ou ensaios filosóficos, ela se apresenta sem pretensões e ao mesmo tempo renovando potencialmente os significados sobre os lugares da cidade. Ao compor a imagem final, em muitos casos, André parece nos propor um jogo em forma de composição que, na repetição do quadro, nos remete a um infinito possível. Repete-se para não ter fim, é ela, a repetição, que faz crescer em potência a imagem apresentada que acaba por nos impactar no nível da consciência. Com essas imagens exercitamos o pensar e o pensar é que nos permite compor a vida nossa de cada dia. Pois a vida é assim, composições se fazem e se desfazem e se refazem. As imagens fotográficas de André contêm essa perspectiva espiritual ratificando a representação. Não recebemos a fotografia nela mesma, mas em suas variadas composições, como um devir a partir das relações que se estabelecem quando nosso olhar faz contato com as composições finais de André Bauduin Enfim, o diálogo que ele estabelece entre seu olho e o objeto fotografado nos convida à fruição da imagem com a qual estabelecemos uma relação intensa, pessoal, única e surpreendente. Surpreendente porque são pequenos sinais a nos indicar outras paradas, outros rumos outros conflito - ora íntimos, ora conceituais, ora figurativos, evidentes. Para isso, basta olhar e ver. A poética de André Bauduin chega para nos ensinar a redescobrir o olhar para as coisas, os seres, a natureza, a vida na cidade, certificando-nos, mediante seus elementos, de uma presença real e/ou imaginária. Parece-nos que, para André Bauduin, a fotografia só ganha sentido ao se esgotarem todas as possibilidades das imagens ao nos propor outra realidade, outro sentido, outro reflexo. Eis aí a sua arte Marcia Zoé Ramos, artista plástica, professora de arte e história , produtora e gestora de projetos de arte e cultura


SĂŠrie

Sinais Limite


Do Azul Para o Azul, polĂ­ptico, 1,00 x 1,70 m


Sobre Linhas, polĂ­ptico, 1,00 x 1,50 m


Azulvermelholaranja, 1,00 x 1,70 m


O Pequeno Narciso, polĂ­ptico, 1,00 x 2,00 m




Yin Yang, dĂ­ptico, 1,00 x 2,00 m


Arrumei o Meu Pedaço Pra Chamar Sua Atenção, 1,00 x 1,50 m


Morse, polĂ­ptico, 1,00 x 1,00 m


Para Escher, polĂ­ptico, 1,00 x 1,70 m



Você Não Sai do Meu GPS, políptico, 0,90 x 1,50 m


Foi Numa Rotat贸ria Que Te Perdi, pol铆ptico, 0,90 x 1,50 m


Kwara Sol, polĂ­ptico, 1,00 x 2,00 m



Ganha P達o


SĂŠrie

Homens de Areia



Deve Ser Legal Ser Neg達o no Senegal


ร Nesse Vai e Vem Que a Gente se Dรก Bem


Viva a Palhoรงa


Vendo Sonhos


Pipa, Carretel e Rabiola


De Toda Forma

Flan de Mรกcula, 1,00 x 1,50 m




Rabiscos, 1,00 x 1,50 m


Deslizes, 1,00 x 1,50 m




Da Inf창ncia, 1,00 x 1,50 m


Céu, 1,00 x 1,50 m



Cicatrizes, trĂ­ptico, 1,50 x 3,00 m



ViolĂŞncia, 1,00 x 1,50 m



Entardecer, 1,00 x 1,50 m



Carnรก, 1,00 x 1,50 m


Acqua, 1,00 x 1,50 m



Geometria do Caos, 1,00 x 1,50 m


Dama, 1,00 x 1,00 m


Azul e Negro, dĂ­ptico, 0,70 x 1,40 m



Esperando o Amor, 1,00 x 1,50 m


Série

O Chão Que Eu Piso

Ontem,


,1.00 x 1,00 m


Passa Aqui, 0,70 x 0,70 m


Cones e Cravos, 1,00 x 1,00 m


Passa Aqui, dĂ­ptico, 0,70 x 1,40 m




Mar Adentro, dĂ­ptico, 0,70 x 1,40 m


Nox_1, 0,60 x 0,90 m


Ramificações, políptico, 1,80 x 1,20 m


Anagrama, polĂ­ptico, 1,00 x 1,00 m


Chove Chuva, trĂ­ptico, 0,70 x 2,10 m



The Cook Man, polĂ­ptico, 0,75 x 1,50 m


Solid達o a Dois, 0,70 x 0,70 m


433B, 0,70 x 0,70 m



Atuando há mais de 20 anos no mercado publicitário e de web, o carioca André Bauduin complementou sua formação de designer e diretor de arte com cursos de arte, desenho, fotografia e cinema no Parque Lage e em diversas instituições Exposições Em dezembro de 2012, foi selecionado para integrar, em maio de 2013, o 1º Salão de Outono da América Latina, em São Paulo, na Aliança Francesa Ao longo de 2012, participou da Mostra de Fotografia Contemporânea 2012, em Belo Horizonte. Da Exposição Coletiva Municipal, em Petrópolis, no Rio além de apresentar sua individual Passa Aqui, em outubro, no Ateliê Oriente a convite de Renan Cepeda, sob a curadoria de Susana Guardado Em novembro, expôs, juntamente com Lucia Chamma no Espaço Cultural da Livraria do Café, no Shopping da Gávea Em 2009, surgiu o convite para fotografar um acervo de plantas raras que resultou em uma exposição individual Cores do Sol, em 2010, também no Rio Em 2006, participou do Casa Cor, no Rio de Janeiro, quando desenvolveu e expôs a série de fotoilustrações PORTRAITS

Exposição Individual "Passa Aqui" 15.09 a 27.09.2012 Ateliê Oriente Curadoria Susana Guardado


Agradecimentos Márcia Zoé Ramos Susana Guardado E principalmente a Deus e minha família

Contatos www.andrebauduin.com.br | andrebauduin@globo.com



www.andrebauduin.com.br


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