DANCITY a arte da desconstrução lisbon school of design
um espaço de culto
contemporâneo André bernardo - turma i - design de interiores
um espaço de culto contemporâneo
por: andré bernardo - turma i - design de interiores
Contextualização Este projecto consiste na remodelação e transformação de uma antiga livraria pré-existente no centro histórico de Lisboa, num espaço comercial em que a temática central será uma modalidade de dança. Como target de mercado, o tipo de clientes que frequentará este espaço serão pessoas sofisticadas, interessadas em cultura e, obviamente, dança. A referência fornecida foi Yves Saint Laurent.
Clientes sofisticados, interessados em cultura e dança.
o Conceito A modalidade de dança escolhida para este projecto foi a contemporânea. Sendo um estilo de dança adequado aos nossos tempos e que representa a cultura contemporânea da arte, no geral, permite a criação de um ambiente moderno e sofisticado onde os amantes da dança se podem reunir, conviver, aprender e experienciar o que está a acontecer de novo, assim como estar próximo das referências do passado. Deste modo, o conceito para o espaço assenta em duas vertentes:
- O “backstage”: Criar um ambiente que represente, mais do que o espectáculo, também tudo aquilo que se passa atrás do palco. - A “desconstrução da forma”: Trazer dinamismo ao espaço, tentando descontruir as formas tradicionais de um ambiente comercial, tornando o espaço mais conceptual e indo buscar muito daquilo que são os movimentos corporais da própria dança contemporânea
Backstage e Desconstrução da forma 2
3
o projecto
layout e estilo espaços natura, cultura & figura O estabelecimento consiste em 3 espaços: Cultura, Figura e Natura. O espaço Natura pressupõe uma zona de refeições e capacidade para 16 lugares sentados, pelo que teve de ser colocado na zona de maior dimensão. O espaço Figura é a loja de artigos de dança contemporânea e, sendo um espaço comercial, foi colocado numa das entradas, de modo a ter uma montra e espaço suficiente para dois provadores.
4
Por fim, o espaço cultura foi colocado na zona central, se modo a ser uma zona comum aos 3 espaços, com acesso à loja, ao restaurante e às duas casas de banho do espaço Natura (Visto terem horários de funcionamento compatíveis). O corredor de acesso atravessa todo o esabelecimento, permitindo que os clientes circulem livremente de uma ponta à outra do edifício, sendo que têm visibilidade para qualquer um dos 3 espaços.
Todo o corredor de acesso aos espaços é uma continuação das ruas de Lisboa, pelo que o seu pavimento é composto por calçada portuguesa. Este é um espaço de circulação, mas também de homenagem aos grandes nomes da dança portugueses e internacionais. Apesar do espaço apresentar um layout simples em planta, o mesmo não reflecte a o dinamismo daquilo que está a acontecer no tecto, onde uma estrutura metálica (ver corte) desenvolve-se em todo o espaço como decoração e iluminação.
O restante pavimento é em microcimento e todas as paredes são em tijolo pintado a branco (para iluminar o espaço, devido à pouca entrada de luz natural) com alguns espelhos (palco e provadores), bem como painéis de alumínio para causar reflexos, abrir e iluminar o espaço. O estilo é predominantemente casual e industrial, com prevalência pelo preto e branco, metais e mobiliário que nos remete ao backstage de hollywood com cadeiras de realizador ou espelhos luminosos de camarins.
conceito, estilo, mobiliário e acabamentos
as escolhas
5
Detalhes técnicos Cor e orçamento fornecimento e montagem
pavimento microcimento pavimento calçada parede tijolo pintado Folding Director Chair
medições e orçamentos Quantidade
Preço unitário
Total
97m2
48€/m2
4656€
Quantidade
Preço unitário
Total
46m2
20€/m2
920€
Quantidade
Preço unitário
Total
171m2
15€/m2
2565€
Quantidade
Preço unitário
Total
30
60€
1800€
Quantidade
Preço unitário
Total
5
850€
4250€
Quantidade
Preço unitário
Total
50
25€
1250€
casual home
round dinner table rimadesio manta
Prato coupe 11’’ noritake
6
0%
50% preto
a ausência de cor Todo o espaço é caracterizado pela ausência de cor, dando preferência ao contraste preto/branco com alguns intermédios de cinza. O objectivo é criar um ambiente Film Noir, sofisticado e casual ao espaço com os brancos a servirem para aumentar e iluminar o espaço (Fundo) e o preto para compor o mesmo (Figura).
fundo a branco para iluminar figura a preto para compor 7
100%
Espaço figura
Uma loja dedicada à dança contemporânea Construir a partir de cima Ao contrário do convencional, o espaço figura (loja) terá os seus alicerces na estrutura metálica do tecto de modo a poder libertar o pavimento. Os artigos estarão expostos em três plataformas que surgem a partir do tecto, bem como o próprio balcão que se encontra suspenso. A lógica da forma invertida é exactamente ir buscar um aspecto fundamental da dança contemporânea: Desconstruir a forma e fugir do convencional.
8
No espaço figura, a lógica de construção encontra-se invertida
É também importante salientar novamente a interligação com os espaços envolventes: O corredor que é um espaço de circulação mas que se encontra dentro do conceito e a ligação ao espaço Cultura.
O backstage Os provadores estão colocados numa zona mais resguardada de olhares, entre a loja e o espaço cultura (Que se encontra encerrado durante parte do horário de funcionamento da loja), podendo ser usados como zona de muda de roupa para quem vá, também, usufruir do espaço (Como, por exemplo, um artista que vá fazer uma performance).
A interligação dos provadores com o espaço Cultura é fundamental para o conceito e dinâmica do negócio Também se encontram junto ao balcão de modo ao operador da loja ter controlo sobre quem acede ao mesmo. Quanto à decoração, os dois provadores são idênticos e constituídos por um espelho iluminado com lâmpadas Flos IC que ocupa a totalidade do pé direito, uma pequena poltrona e cortinas em veludo, de modo a simular o ambiente de backstage. O objectivo é que o cliente, ao entrar e experimentar os artigos da loja, se sinta como um artista a preparar-se para a sua próxima performance.
o provador é inspirado no conceito de “backstage”com o objectivo de fazer o cliente sentir que, ao experimentar o artigo, está também a preparar-se para o próximo espectáculo. 9
Espaço natura
o complementar de um espaço: para além de cultu um local para se estar O espaço refeições, apesar de ser o que possuí maior dimensão, é na verdade, também o espaço mais simples em termos de conceito pois serve, maioritariamente, como apoio e complemento ao espaço Cultura e Figura. Caracteriza-se por ser um espaço de refeições rápidas e até uma espécie de local para um “coffee break” temático entre os eventos que poderão estar a decorrer no espaço cultura ou para quem decididiu ir à loja.
10
Todo o tema e conceito deste espaço é comum aos restantes dois: Backstage e comtemporâneo, sendo que o corredor emoldurado faz parte, activamente, da decoração. O facto da calçada continuar ao longo do corredor e da parede oposta ser de alumínio reflectivo, dá uma ilusão de que a zona de refeições é quase uma esplanada. Existem duas casas de banho neste espaço, uma com dimensões para pessoas de mobilidade reduzida e ambas complementam também o espaço Cultura.
ura, também servimos refeições
O Facto da zona de refeições ser complementar à zona cultura, permite aos espectadores poderem ter um local de espera antes dos eventos/performances, bem como um local temático para poderem fazer uma refeição rápida caso venham comprar algum artigo de dança no espaço FIGURA. 11
Espaço cultura
um local de exposição e partilha uma experiência Dos três espaços, o espaço cultura é, sem sombra de dúvidas, aquele que teve de ser melhor pensado por vários factores: - A sua pequena dimensão; - O facto de estar no centro do edifício; - A baixa luminosidade; - Ter a capacidade para 12 pessoas; Face a todas estas condicionantes, soluções originais tornaram-se necessárias. Um dos objectivos para o mesmo é que pudesse ser um espaço dinâmico, com possibildiade de se retirar as cadeiras para abrir espaço. Deste modo, optou-se por colocar cadeiras de director (Mais uma vez, remetendo ao conceito de backstage). Contudo, também era necessário que o espaço fosse inclusivo e que promovesse a participação das pessoas no espectáculo. Para criar esse dinamismo, colocou-se o palco no centro do espaço, com vista para o corredor comum, apenas delimidado por um conjunto de barras luminosas. Deste modo, a própria circulação das pessoas na parte de trás do palco (backstage) é importante para o próprio espectáculo, pois cria um jogo de luz, sombra e movimento que, apesar de involuntário, faz com que as pessoas façam parte do espectáculo involuntáriamente. Podemos dizer que, neste palco, apesar das condicionantes e da reduzida dimensão, nenhum espectáculo será igual, pois o numero de pessoas a circular, tornará o mesmo sempre imprevisível.
12
A circulação das pessoas no corredor, nas traseiras do palco, irá criar jogos de luz e sombra que fará com que os clientes sejam parte do espectáculo. Para colmatar a pequena dimensão, foram colocados espelhos nas paredes laterais do palco, para criar a ilusão de óptica de que existe mais espaço. Esta escolha, também permite maximizar a luz emitida pela clarabóia que se encontra no tecto, bem como criar um túnel de espelhos que, mais uma vez, pode ser usado para como parte do espectáculo. É de salientar ainda que a estrutura metálica no tecto, também poderá ser usada para, eventualmente, os artistas poderem pendurar-se nas mesmas durante a performance, oferecendo assim a possibilidade de tornar o espaço mais vertical.
A ilusão de óptica é parte fundamental do conceito.
Quem vive no mundo do espectáculo, sabe que o sucesso não depende apenas do protagonista, mas sim de toda a equipa por trás da cortina.
O sucesso do espectáculo vai depender muito também daquilo que se passar atrás deste palco ousado e dinâmico onde tudo pode acontecer. O frequentador deste espaço é parte fundamental do espectáculo. Asuasimplespresença é importante para o dinamismo, imprevisibilidade e desenrolar do mesmo.
13