Sumário 1
Introdução ao Pensamento Complexo
2
Ações docentes e o Pensar Complexo
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Aproximações com o Pensamento Complexo
Introdução ao
Pensamento Complexo Pensamento simples
O pensamento simples, não é necessariamente verdadeiro dado o processo de simplificação e a tentativa de se apropriar da realidade. Enquanto isso, o pensamento complexo se suporta na ordem, clareza e exatidão do conhecimento, ou seja, se aproxima da realidade. O pensamento simples nada mais é do que parte de um pensamento, cindido no seu sentido e em sua importância. O grande desa-
fio do pensamento complexo, não é como no pensamento simples a busca pela completude, mas sim poder estabelecer uma articulação entre os mais diversos campos de pesquisas e disciplinas. É preciso eliminar duas ilusões que podem vir a atrapalhar a reflexão: acreditar que a complexidade conduz à simplicidade; confundir os conceitos de complexidade e de completude.
É importante levar em consideração alguns conceitos, como razão, racionalidade e racionalização, onde, a racionalidade é uma troca incessante de ideias entre o conhecimento adquirido e o universo em constante mutação. Em contrapartida, a racionalização é a tentativa de fixar, tornar perene o conhecimento adquirido dentro de um determinado sistema; enquanto a razão trata da busca pela visão coerente das coisas, de modo lógico.
Educação Quando se fala de educação, não se pode perder de vista a díade complexidade e a ação, fatores que podem demonstrar uma descrição da ação como estratégia, o que permite, a partir de uma atitude inicial, prever várias diferentes ações que podem e devem ser alteradas em função de novas informações ou reações. Tais ações são levadas à cabo no sentido de expressar sua forma de percepção do mundo e das coisas que estão ao nosso redor. Depreende-se, portanto, que a complexidade não afasta a clareza, a ordem e o determinismo, mas considera que os mesmos
Inteligência Cega Neste sentido, acerca da análise sobre a inteligência cega, sobre a existência propriamente dito, afirma-se que precisamos, com urgência, uma tomada de consciência radical, com a finalidade de entender a complexidade do real e destruir a inteligência cega, que nada mais é senão resultado da disjunção, redução e a abstração. Portanto, quanto mais se fragmenta o que está sendo referido, mais é visível a percepção do quão distante a formulação se dá a unidade na diversidade, visto que tal questão está subjacente à formação e abstração de conceitos e fatos.
Desenho e intenções complexos Quando se coloca a questão do desenho e a intenção complexos, o esboço e o projeto complexos trazem a realidade da cibernética como uma forma de busca pela constituição do substrato, discussão sobre a teoria dos sistemas e o sistema aberto, que tem como
principal característica a possibilidade de troca constante com o exterior, se equilibrando em um eterno desequilíbrio. Assim, infere-se que existe um vínculo muito estrito entre a desorganização e a organização completa.
Paradigma complexo Ao mencionar o paradigma complexo, cabe à nós mencionarmos que a complexidade faz parte da ciência e da vida cotidiana. É no cotidiano que o indivíduo utiliza suas diversas identidades, que acompanham os diversos papéis sociais, tornando-os um excelente exemplo de intensa complexidade. A complexidade está presente na integração e desintegração do universo. O saber completo é inatingível, e o complexo fará sempre parte do universo. Quando estamos pesquisando, pensando, analisando o complexo, nunca atingiremos a completude, sempre estará presente a dúvida, mais interações e pesquisas, e questões a serem processadas.
são insuficientes na pesquisa do universo. Isso faz com o pensamento complexo torne-se algo que vai além do que é possível observar, sendo uma forma de ir além do palpável.
Complexidade das relações Temos uma peculiaridade com relação à compreender a complexidade das relações que se dão por meio de tessituras, que aqui pode ser apresentada em forma de uma metáfora de uma tapeçaria, demonstrando as várias etapas da compreensão da complexidade: 1- o todo é mais que a soma das partes, pois existe a interação com o contexto e a reação desta interação; 2- em contrapartida, em algumas situações o todo é menor que a soma das partes, isto se dá quando cada uma das partes não consegue atuar em seu pleno potencial; 3- a complexa conclusão que o todo pode ser mais ou menos a soma das partes dentro da organização e papéis que se apresentam.Essas representações apresentadas nesta metáfora, nos fazem enxergar, de forma complexa, a maneira pela qual os diferentes
objetos são vistos e evidenciados, de acordo com sua completude e infinitude, percebendo-se assim, a forma mais complexa e distinta de ser de um objeto ao olhar de indivíduos com posicionamentos, formações e culturas diferentes. Isto posto, é importante salientar a questão que subjaz o cerne da epistemologia da complexidade, tratando da aspiração à totalidade como sendo uma busca intensa da verdade, e que, ao nos depararmos com a impossibilidade da totalidade, já estamos nos confrontando com uma verdade muito importante, porque “a totalidade é simultaneamente verdade e não verdade” (MORIN, 2007, p.97) a complexidade é o desafio e não a resposta. E os seres humanos são incansáveis buscadores de respostas, embora fosse importante ser levado em consideração que são as perguntas que fazem toda a diferença e que suscitam intenções, visões, hipóteses e reflexões. A humanidade traz a característica da multiplicidade, onde todos devem buscar o conhecimento, e, através deste, a evolução. https://youtu.be/SqSn3mMb_lM Pensamento Complexo – Edgar M.
A Complexidade Para falar sobre a Complexidade, tem-se que falar sobre a visão de entrelaçamento dos sistemas e fenômenos, que estão presentes e pulsantes às voltas das relações estabelecidas, quer sejam por meio do olhar educacional, social, antropológico, que seja pela via planetária, ecológica; contudo, tudo isso é movido por uma eterna e incessante busca pelo saber. Tal questão se reflete no debruçar dos investigadores e pesquisadores, que são incansáveis em seus estudos e experimentos. Mas para que falemos de Complexidade, é preciso perceber se a nossa realidade e a sociedade já se descortinam numa malha complexa, interligada, regada de diferentes referências e pontas de todos os lados. Contudo, é preciso entender a urgência do olhar da Complexidade no cotidiano das ações pedagógicas no mundo educativo. Não é preciso se afastar da academia, pelo contrário. Mas o que está sendo premente é
se aproximar das escolas, verdadeiros ambientes educativos e que ainda se encontram afastados do mundo acadêmico, para o qual ouve-se ainda falar que ‘na teoria é uma coisa e na prática é outra’ ou ainda, ‘na academia é fácil, papel aceita tudo, na prática é tudo diferente do que lá se fala’. O mundo acadêmico e o ambiente escolar têm se distanciado a tal ponto que os cursos de formação de professores são desacreditados por uma parcela de alunos e professores, onde as vivências são de certa forma descontextualizadas e fora da realidade. Isto se deve pelo fatio de que a preparação desse professor está sendo feita muito efetivamente no cunho meramente reprodutivo e aqui deve-se colocar que a academicismo tem sua parcela de culpa. Mas por outro lado, os alunos não estão tendo a capacidade de transpor a teoria para enquadrar a prática e a realidade de sua vivência nas suas ações pedagógicas. A Complexidade surge, de acordo com Petraglia (2013, p. 19) de teorias que estão presentes já nos anos de 1940, mas que se farão mais contundentes nos anos de 1960. Tais teorias, segunda a mesma autora, são a teoria da informação, a cibernética e a toeira dos sistemas. Essas teorias, subjazem um turbilhão de pensamentos e percepções, que colocam em questionamento as verdades até então acreditadas como absolutas e inquestionáveis. Uma vez que está havendo uma rápida e constante mudança na sociedade, é mister ter um olhar diferenciado para as respostas às perguntas que se descortinam no mundo contemporâneo. Tais teorias estão presentes na noção da expansão da comunicação e na necessidade de o homem expandir seu olhar do local para o global. Sem dúvida, é um momento inventivo fortuito, onde os investigadores estão ampliando seus olhares sobre as possibilidades de romper as fronteiras do conhecimento fechado, ampliando-o. Cada uma das teorias acima citadas tem as suas particularidades, porém, conjuntamente, acabam por fornecer uma ampliação de significado, visto que cada uma delas concorre para um todo articulado e interligado.
Contudo, sabemos que essas teorias vistas separadamente, não trazem o sentido de complexidade estudado por Morin. Cada uma delas está interligada a tal ponto que se transformam, de forma natural, em um todo complexo, onde o tempo e o espaço atuam como coadjuvantes e tornam-nas uma teia de relações presentes nas interações estabelecidas. Não é mais possível, a partir da tomada de consciência da visão complexa, que o todo não possa ser visto, que façamos rupturas de conhecimentos, pensamentos, ações. E ainda mais pelo fato de sermos humanos, e que a nossa condição possa vir a permitir que sejamos participantes ativos nos processos relacionais e nas tomadas de decisões.
Referências:
Mia Couto – repensar o Pensamento https://youtu.be/ahb9bEoNZaU Edgar Morin- A complexidade do eu. https://youtu.be/ExOqRgBKDKA
O pensamento complexo é muito mais do que a junção de algumas áreas e ou de algumas teorias em diferentes fontes ou locais. Ele se apresenta como uma mudança de postura, de atitude e demonstra a expertise de quem nele se aprofunda, como um articulador, com vasto conhecimento das questões que envolvem a sociedade, a natureza, o espaço, o pensamento, as atitudes e demais ações que tragam consigo as consequências que podem ser construtivas e destrutivas da espécie animal, humana e planetária.
As ações docentes e o pensar Complexo:
Para iniciar a conversa... Historicamente os processos educativos
dimensionam ações e práticas docentes que se referenciam em um paradigma conservador. Professores e alunos, a organização dos espaços escolares, o currículo, a avaliação significaram momentos sociais que, na atualidade, assumiram outros sentidos e ações humanas. O conhecimento, objeto de estudo da Educação, em significado às práticas pedagógicas e às necessidades dos movimentos sócio-culturais foi fortemente impactado pelos avanços das tecnologias. Avanços esses que colocam em questão o significado de ensinar e aprender. O acesso e o dimensionamento das redes de possibilidades, de interconexões, relacionamentos, mobilidades sociais, geram uma nova forma de ser e estar sociais, requerendo o (re) pensar das ações educativas. Nesse sentido o pensamento que postula Edgar Morin sobre a complexidade traz elementos
basilares para reflexão e ação, os quais denotam vínculo de compreensão sobre a realidade atual. Repensar a formação dos professores, suas ações, a organização e a mediação do conhecimento, referenciam uma ideia ampla, sistêmica, em que as condições, desejos, necessidades, aspirações e demandas socioculturais sejam ressignificadas à luz desse paradigma, o qual, o complexo não significa complicado, mas dimensiona uma nova ação de entendimento e vinculação com a realidade. Para tanto, no cenário da sazonalidade humana, o alastramento das informações, o fácil acesso ao conhecimento, as oportunidades vinculativas em rede, impulsionam uma formação docente que priorize além de fundamentos técnicos operacionais, seja a reflexão sob demanda: significando o sentido e o papel de todos que se envolvem no processo ensino-aprendizagem.
É inerente à ação docente o trabalho na sala
de aula. A inovação nesse espaço requer considerar alguns vieses de possibilidades, tais como: - A pessoalidade dos alunos na relação ensino-aprendizagem: nesse quesito, o pensar da Complexidade amplia o olhar do professor, recolocando o conhecimento como processo significativo da/na ação, gerando novo vínculo de relação professor, aluno e conhecimento, os quais são co-autores e co-parceiros nas buscas pelas possibilidades mais relevantes e de maior significado para todos. Considerar as particularidades e necessidades do aluno rompe com a verticalização na nessa relação trazendo uma maneira diferenciada de comunicação, de ação e de pensamento educativo. - A aula precisa ter um novo design: nesse quesito, o encaminhamento da aula se vincula ao pensar da complexidade pela possibilidade de personalização da prática docente. A mediação surge como elemento possibilitador, bem como o dimensionamento do que seja significativo para se apreender e elaborar saberes. A ruptura nessa dimensão se faz no sentido da
maleabilidade e ampliação de possibilidades das inúmeras buscas pela aprendizagem, e no pensar pela Complexidade, se revelam em intercruzamentos das informações, das redes e das inter-relações humanas. - A avaliação do/em processo: nesse quesito, a avaliação se dimensiona no decorrer do processo, a formalidade meritocrática se dissolve abrindo espaço para revisitar o ensino-aprendizagem. No pensar Complexo, a incerteza e a dúvida penhoram uma avaliação que não incorra de forma arbitrária e temporalizada, demando uma organização que formule, postule, medie e problematize constantemente o conhecimento que é incerto, mutante e infinito. As aproximações feitas nesse texto são iniciadoras das reflexões possíveis mediante ao pensar da Complexidade, como abordagem que compartilha das percepções humanas vivenciadas na atualidade por todos. A prática docente, as ações, a sala de aula, os espaços educativos requerem nesse novo e movimentado tempo presente que educadores possam mediante às tensões do dia a dia revisitarem suas formações, para uma (re) novação com entendimento e intencionalidade educacional.
Aproximações com o
Pensamento Complexo Para começar a falar sobre o Pensamento Complexo, peço que observe estas 2 imagens:
Naturalmente algumas ideias nos vem à cabeça quando olhamos estas imagens:
tudo deveria ser explicado com exatidão utilizando a razão, métodos e leis.
Nesta linha de pensamento para que possamos chegarmos à Teoria da Complexidade de Morin, é importante falarmos em transição de um paradigma para outro, isto é, quando os conceitos existentes entram em crise, porque possuem lacunas e falhas, necessitando de uma ruptura, isto é evolução no conhecimento científico.
• ação mecânica; • fragmento; • visão reducionista; • visão unidimensional;
Este pensamento foi estruturado a partir do paradigma da reprodução difundido no século XIX, na busca de desenvolvimento, dividiu as áreas especializando-as criando uma mentalidade reducionista na qual o homem adquiriu uma visão fragmentada, influenciado pelo Positivismo que considerava a ciência como a única forma de comprovar o conhecimento
Fatos e descobertas marcam a ruptura do paradigma newtoniano-cartesiano a começar na finalização do século XIX, momento definido pela transição entre o mundo moderno e o contemporâneo, entre eles teorias, estudos e descobertas de Lamarck (1744-1829), Charles Darwin (1809-1822) com a teoria da evolução Einstein (1879-1955) e a teoria da relatividade, a teoria quântica de Planck 1858-1947), a teoria das estruturas dissipativas de Prigogine (1917 – 2003).
Morin, busca apresentar elementos para transformar o conhecimento da complexidade em pensamento complexo, faz reflexões na busca de um novo paradigma que ultrapasse a racionalidade constituída segundo modelos clássicos do pensamento. Um mal-entendido que deve ser superado é confundir, complexidade com completude, pois aquele tenta dar conta de pensamentos multilantes que desfaz as articulações em pedaços, fragmentos.
estruturado. Na Revolução Cientifica, alguns cientistas com suas visões de mundo legitimaram este pensamento, que pode ser denominado de paradigma newtoniano cartesiano, entre eles destacamos (1473-1543), Kepler (1571- 1630), Bacon (1561-1626) Galileu Galilei (1564-1642), René Descartes (1596-1650), Isaac Newton (16431727), difundido com suas descobertas que
complexidade é “[...] o pensamento capaz de reunir complexus: aquilo que é tecido conjuntamente, de contextualizar, de globalizar e também capaz de reconhecer o singular, o individual, o concreto” (MORIN, LE MOGNÉ, 2000, p. 207).
Reconhece hoje que os avanços da ciência, principalmente com a física quântica, ampliaram a visão dos conceitos clássicos, possibilitou a elaboração de uma nova abordagem científica e cultural, a busca pela interatividade e pensamentos abertos, introduzindo novos conceitos-chaves como mecanismos não lineares, auto-organização, ordem-desordem, caos, interconexão, pluralismo, favorecendo a autonomia, a diversidade no pensamento, a construção do conhecimento contribuindo para uma nova forma de pensar e viver. A complexidade, proposta por Morin (1999), busca o diálogo entre as ciências e as relações entre todos os tipos de pensamento não como um dogma, mas como um desafio a ser enfrentado, pois para ele
Para compreender o Pensamento Complexo, proposto por Morin temos que falar sobre os princípios ou operadores cognitivos apresentados como conceitos, ferramentas ou categorias do pensamento, que podem descortinar caminhos e delinear estratégias de ação de maneira a possibilitar a superação de dicotomias cartesianas, religando teoria e prática, auxiliando a pensar bem.
O princípio hologrâmico “[...] que não somente a parte está no todo, mas como o todo está também inscrito nas partes” (MORIN, 2000, p. 210), indicando que pensamento complexo não é simplificação, homogeneização. A inferência deste princípio nos leva a identificar que a cultura de uma sociedade está presente no individuo assim como este contém características desta sociedade.
No princípio circuito retroativo toda causa age sobre efeito e o efeito age sobre a causa, modificando-a a partir de processos autorreguladores, Quando dizemos que os produtos e os efeitos são eles mesmos, produtores e causadores daquilo que os produz, estamos falando do princípio de organização recursiva. O Princípio dialógico associa dois termos ao mesmo tempo complementares e antagônicos, compreender as relações de objetividade/ subjetividade, mudança/permanência, consciente/inconsciente e também de complementaridade em processos distintos como a racionalidade/intuição, razão/emoção, o sentir, o pensar e o agir.
O princípio organizacional permite a ligação entre o conhecimento das partes ao conhecimento do todo e vice-versa, visão de totalidade que permite identifica as interações, auto-organizações e ações simultâneas das partes. A auto-organização explica a relação autonomia/dependência. Quanto mais conhece, mais
A intersubjetividade aponta para a impossibilidade de se ter uma verdade objetiva, absoluta, um conhecimento puro, expressa a compatibilidade entre os sujeitos, indica que a realidade não existe independente deste, assim como a verdade é sempre relativa.
Para ser um bom engenheiro é necessário conhecer muito sobre o conhecimento especifico da área para que se possa ter autonomia e produzir projetos, que só serão perfeitos se o engenheiro sempre ampliar seus conhecimentos. Ordem e desordem, a primeira sua definição não é simples pois comporta vários níveis, no mais profundo significa coerência lógica, racionalidade, portanto surge a possibilidade de prever, antecipar. A desordem pode ser compreendida pelo seu polo objetivo e subjetivo. No polo objetivo a desordem caracteriza-se por agitações, colisões, irregularidades, desvios, desorganizações, desintegrações. Mas a desordem pensada no polo subjetivo é relativa interminabilidade, traduz a incerteza. Se pensamos apenas na ordem, concebemos o mundo de forma apenas determinista, que exclui a realidade do contexto, isola o objeto do meio fazendo a cisão com o sujeito, impede a inovação, criação, incapacitando a evolução. Um mundo aleatório, fundado apenas na desordem, não constrói organização, incapaz de nascer para se renovar. Morin propõem o diálogo entre estes dois conceitos, que aparentemente se excluem, a contradição é menos absurda que manter a cisão entre elas, podendo ser faces do mesmo fenômeno.
A reforma do pensamento se faz necessária para que possamos sair de uma ação reducionista, de pensamentos e ações que separa, para ter novas posturas de comportamentos influenciados não mais por pensamentos obsoletos, fechados e fragmentados, mas por pensamento capaz de respeitar as diferenças reconhecendo a unidade, a diversidade, a sensibilidade, a possibilidade do imaginário, da emoção do indivíduo. Um pensamento multidimensional, global, transnacional e planetário para não isolar o homem de seu meio físico, biológico, cultural, social e afetivo. Pensamento que reconheça os limites, mas também as incertezas e as descontinuidades. Pensamento complexo que rompa com a simplificação, restaurando a racionalidade contra a racionalização.
Referencias MORIN, E. Os Sete Saberes necessários à educação do futuro. Cortez, 2004. _______. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand, 2000 _______. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. RJ: Bertrand Brasil, 2008. MORIN, E.; LE MOGNÉ, J. L. A Inteligência da Complexidade. SP: Petrópolis, 2000. MORAES, M.C. Paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997. _____________. A formação do educador a partir da complexidade e da transdisciplinaridade. In: Revista Diálogo Educacional. Curitiba- Pr: Editora Champagnat , v. 7, n. 22, p.13-38, set./dez. 2007.