Para Sempre Amigos - Part 1 - André Luis S.

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Agradecimento Ao anjo da minha vida, Vitor Augusto e ao homem que me ensinou a amar.


Prólogo

O amor é algo que realmente muda as pessoas! Muitas pessoas tem experiências com o amor. Eu tenho uma! Não posso dizer que é uma experiência ruim, por que não é ruim. Posso dizer que é a experiência que jamais pensei em vive-la ou em experimenta-la. Eu realmente gostei daquela experiência, e não queria deixa-la de lado. Sempre me contaram história assim, de amor e sempre vi filmes assim... Achei estranho, por que meu estilo de amor, era muito diferente. Não raro, não impossível, não respeitado, não assumido! Certa vezes me disseram: Não desanime no meio da estrada, siga em frente, por que os horizontes se tornarão amplos e maravilhosos a medida em que vai seguindo! E pensei nisso, seria uma longa jornada, uma estrada longa. Há paisagens ao longo dessa viagem, a buracos nas estradas, mas sempre há felicidade em quaisquer viagem, em quaisquer jornada. Eu não desanimei!


Capitulo Um Existe algo que eu realmente preciso dizer... Algo que me sufoca a muito tempo, que tira minha insônia toda noite ou algumas delas. Aposto que muitas pessoas passam por isso, afinal, eu sei, o mundo sabe, tudo prova que eu não sou o único. Mas, por que é tão difícil? Por que parece algo parecido com um sacrifício? Seja qual for a resposta... ela não será suficiente ou não vira facilmente! Acredito que, cada um tem suas perguntas, e cada um responde a mesma, de modos diferentes mas, parecida até. De qualquer forma, sei lá. Ah, onde esta minha educação? Perdão, meu nome é Marcos Pellegrine, não sei se já ouviu falar de mim, mas tenho 18 anos, dizem que sou simpático, mas dizem que as pessoas mentem, não sei em que acreditar... Da ultima vez que acreditei com toda fé, foi uma situação inesquecível, sabe. Nunca contei para ninguém, e levo a sério aquele termo de que Todo mundo tem segredos e isso vivia na minha mente, eu estudo na escola Olavo Fontoura, no Jd. Maristela, talvez conheça ou também não sei... afinal, deu a sensação de que não sei de nada, não ultimamente. Minha mãe não mora comigo, ela abandonou a mim e ao meu irmão mais novo, Ethan a uns, sei lá, 18 anos? É claro, Ethan fazia pouco tempo que ela havia o deixado, ela Nosso pai que nos cria, quer dizer, nós cuidamos um do outro, meu pai vive em um bar na Avenida, jogando xadrez e apostando... um azarado de carteirinha. Ás vezes faço um bico ali outro aqui... Mas é as vezes. Falta pouco para acabar a aula, não vejo a hora de chegar em casa e ir ao campo bater uma bolinha, Henrique deve ter saído de aula vaga, aliás, ele sempre sai; possivelmente deve ter quebrado a cara, pois estava jogando charme para um garota da escola, a dificílima Sofia, filhinha de papai... não passa de uma vaca comportada. E usando decote. – Oh cara do 3ºE esta com a Sofia na portaria. Essa história curta que ouvi agora, pela primeira vez, estava se repetindo a cada degrau, Henrique era do 3ºE e dava a cara a tapa de que ele era o tal cara que estava dando uns pega na Sofia, a vaca de decote. Ao chegar do lado de fora, vi um monte de alunos babando e com os olhos arregalado para um casal que se beijava do outro lado da rua... Aquela bolsa jogada no chão era uma Puma e eu reconheceria ela em qualquer lugar do mundo, sabe que é só uma metáfora, né? Sem delongas, era o meu melhor amigo, Henrique, eu o conheço desde os sete ano, quer dizer, não lembro da época e tal, mas diziam que era desde ali... uma coisa que não contei, é que, eu sou gay e aquele é o meu melhor amigo, novidade né! O que realmente deixei de contar e sei lá, pra você não é importante, mas para mim é o fim do mundo, eu sou super afim dele... e ardia de ciúmes. Eu simplesmente não aguentei.


Minha casa fica a poucos minutos dali, eu realmente nem estava me importando com o tempo, nunca contei a ninguém, a nenhum de meus amigos, que eu sou gay, nem para aquele que confio demais, por que? Por medo, eu acho. Eu sempre penso que se dissesse, ele não iria querer ser mais meu amigo... Mas ao vê-lo com a língua enfiada na boca daquela vaca decotada, eu simplesmente fiquei com raiva... Eu não conseguia mais. Nada me prendia naquela vida; outra metáfora; Ethan e Henrique eram meus melhores amigos, eu posso me sustentar sozinho, mas com quem ficaria Ethan? Ele ainda não tinha idade ou não é capaz... mesmo assim, não era o suficiente para me segurar. Em meio a raiva, eu senti meu corpo tremer de leve, pensei que fosse algo de ruim, mas era quase, meu celular, alguém ligava, quem ligava? O canalha! Eu não posso culpa-lo... Mas eu quero. Eu o atendi. – Oi, Marcos? Anda devagar, não consigo te alcançar! – Onde você está? Eu perguntei disfarçando – Uns 10 ou 15 metros atrás de você! Eu me virei, ele riu... Agora vocês sabe por que eu me apaixonei por ele. Ele não era nenhum Zac Efron, mas era quase... Oh My God, ele era lindo. Eu tentei esconder aquela raiva, era difícil, porém as aulas de teatro fazia todo sentido. Ele andava rápido e sua respiração estava ofegante, até parecia que aquela vaca havia sugado seu pulmão ou toda sua energia... Eu apenas sorri. – Mano, não me esperou? – Pensei que já estivesse ido. Eu menti – Você ta louco, um monte de pessoa estava de frente da escola me vendo com a Sofia. Três anos na escola e ninguém nunca pegou ela. Oh, grande vitória... Eu imaginei somente, é claro – Realmente não vi. Por mais que eu tenha feito aula de teatro, mentir era difícil... Omitir era fácil. Nos conhecemos a mais de onze anos, ele iria perceber logo que eu estava pra baixo. – Por que esta triste? Corrigindo, ele percebeu. – Eu não estou triste. Eu menti de novo, muito mal. – Sei que esta, o que houve, é o seu pai? Sua resposta não veio – O que há com você? O que você tem?


Acredite, ele era um cara legal, mas não desistia. – Eu não sei como dizer... mas, eu não tenho nada a perder, então direi. Mano, eu sou gay. A reação dele foi de surpresa, o sorriso que surgiu em seu rosto era realmente falso, a satisfação em seu rosto não enganava ninguém... Era como se eu tivesse dito Estou com uma doença viral! Logo você pegará! Sabe aquelas pessoas que mantém distâncias de mendigo? Era uma situação semelhante! – Cara, c-como assim? Gay? Você curte... homem? Ele ainda tratava a situação como uma bomba atômica preste a explodir. – Bom, eu percebi a um tempo... não contei a ninguém! Até agora. Na medida em que a gente andava, a casa dela chegava, quer dizer, ele chegou. – Cara, torço por você! Ele deu um aperto de mão desconfiado e logo entrou. Logo eu também cheguei em casa. Como de costume eu liguei o PC. Fui logo direto para o meu vicio diário... O Facebook. Havia algumas notificações, mas nenhuma dizia Alguém te convidou para ser feliz, hoje. Ou Seu pai tomou juízo e vai trazer mistura hoje. Nada disso, apenas solicitação de joguinhos chatos, alguém curtiu meu status e aquele mesmo blá blá blá. Meu bate papo estava incompleto, geralmente quando chegava em casa, Henrique já estaria online... mas ele não estava, não daquela vez, foi algo realmente estranho. De repente meu celular vibra, era uma mensagem... o numero era estranho, não o conhecia. Apenas li a a mensagem.

VOCÊ TEM A MIM... E NÃO IRA ME PERDER

É claro que eu sorri, não era lá grande coisa ou o que eu mais esperava tipo Fica comigo? Mas era algo relativamente maravilhoso... É claro, eu sabia sem dúvida quem era. Em seguida o celular vibra de novo... OMG aquilo era sem dúvida algo muito, mas muito legal... Mas legal do que a primeira mensagem... simplesmente sem palavras.


Capitulo Dois Eu ainda tentava engolir aquela mensagem que ele havia me mandado... não a primeira, aquela que ele diz que eu não irei perde-lo... a outra que ele diz: FICA COMIGO? A minha cabeça estava a milhão, me passou vários pensamentos, ele podia estar tirando onde ou poderia ser atraído para um cilada e ser vítima de homofobia causada pelo meu próprio amigo. Sinceramente? Nem eu acreditava que estava pensando naquilo, do meu melhor amigo. Logo retomei a consciência e notei de que não havia dado a resposta e que ele podia ter até desistido quando caiu na real. Eu apenas digitei Como é? Novamente eu não sabia o que dizer. Foi questão de segundo, até ele responder a minha pergunta, porém eu levei um susto quando ouvi meu pai chegar em casa, não medo de ver a mensagem, quer dizer, também, mas por que a pia estava cheia de louça e Ethan não havia almoçado... eu sei, não é minha obrigação, mas era eu para tudo. A cara dele, ao ver aquela pia foi de fechar a cara e uma das mão no ferrão do cinto... eu simplesmente não aguentava mais aquilo, sem querer liguei para Henrique, meu pai começou a gritar. – Marcos? Seu verme, você esta ai. Eu sei que está! Eu suspirava, algo dentro de mim queria dizer O que você quer, seu bêbado idiota? Eu diria, mas não tinha coragem. Sem eu ao menos notar Henrique atendeu a ligação que foi feita por acidente. – E você ainda pergunta por que sua mãe foi embora? Eu deveria ter feito o mesmo... como muitos fazem! Um muleque que nem serve para limpar a casa! Eu olhei para o lado, eu vi Ethan escondido, imaginava o que ele pensava... eu passei pela mesma coisa. Ainda passava. – Ethan? Ele chamava – Você está ai? Não seria impossível ele subir logo a escada, mas como sempre, ele resolveu colocar medo na gente derrubando nossas coisas. – O que você quer? Eu simplesmente gritei – Te dar uma lição, para aprender a falar comigo seu moleque atrevido! Foi por impulso, eu notei apenas quando ele respondeu. Em questão de segundo, ele começou a subir as escadas. Meu medo estava no máximo. Eu tomei uma atitude


desesperada, puxei o guarda roupa com toda força até a entrada do quarto. Corri para perto do Ethan, ele estava com mais medo do que eu. Eu comecei a procurar pelo meu celular, mas nem lembrava onde ele estaria. Logo, ele notou que a porta ou estava fechada ou sei lá o que ele pensou. – Abre a porta! Eu não respondi. Ele insistiu por umas três vezes e começou a bater com força, cada vez mais que ele batia, Ethan suspirava. Aquilo tinha de acabar logo. Não levou muito tempo e levamos um susto ao ver o guarda roupa caindo perto da gente... Eu levantei a cabeça devagar e vi o olhar do meu pai, parecia que havia perdido todo seu dinheiro. Ele se aproximou, seu rosto estava assustador como nos últimos quinze anos. Ele puxou a cinta de sua cintura e no momento em que ergueu a mão para cima, uma voz ecoou do lado de fora do quarto. – Danilo! Se colocar a mão em um dos meus filhos eu juro que te coloco numa prisão. A voz era firme Era a primeira vez que ouvia a voz de minha mãe, tanto ela, quanto eu lamentava por ser tão tarde e em uma ocasião nada gentil; meu pai se virou e riu – Seus filhos? Você os abandonou. Eu tive que sustenta-lo enquanto você estava curtindo sua vida! – Mentira! Novamente eu e meu bocão! Ele se virou pra mim, nervoso, como um cão feroz e correu! – Não faria isso, se fosse você. Disse outra pessoa. Eu conhecia a voz – Henrique? Disse meu pai – Sim, e estou aqui para impedi-lo... Em outras palavras. A policia esta aqui! – Vocês não podem interferir na educação dos meus filhos. Ele berrou Nesse exato momento o delegado entrou no quarto e viu o cenário que meu pai causou. – Senhor Danilo, você vem com a gente. Por favor. Meu pai nunca enfrentou ninguém da lei, quer dizer, havia um caso para que ele nunca cometesse tal levantamento de voz. Nunca vamos saber como foi a experiência, mas a questão é que meu pai deixou o quarto com o delegado e minha suposta mão. Uma sombra surgiu logo depois, eu me levantei amedrontado, logo vi o rosto de Henrique, sua face era de preocupação. Ele não pensou duas vezes e deu passos apressados até chegar a mim e me apertar entre seu forte abraço. – Meu Deus, ele sussurrou baixinho


– Como você sabia? Eu queria saber – Você me ligou e não respondeu. Eu ouvi um pouco e corri pra cá. Parei a viatura e aqui estamos. Você está bem? Ele não pensava em outra coisa Eu olhei para o Ethan, fechei os olhos por um momento, ao abri-lo apenas fiz o que queria fazer. Eu apoiei minhas mãos nos braços de Henrique, ele realmente era forte, em seguida fui me aproximando. Nosso peitoral se encontraram primeiro, antes dos nosso lábios também se colidirem. Eu não conseguia mais pensar em nada, aquilo seria um sim, independente da última mensagem que ele me mandou e que eu não li, mas era um sim. O que vinha depois? Como eu disse, não pensava em mais nada ou quase, a única coisa que eu pensava era Nossa como ele beija bem! Ethan olhava para a gente, mas logo ele percebeu que ficaria ali sem a devida atenção, ele deixou o quarto e foi para onde estava a também suposta sua mãe. Eu fiquei lá em cima, Henrique colocou suas mãos na minha cintura, eu simplesmente me sentia, seguro, sabe. Não pensei se poderia ser uma cilada ou uma gozação, eu apenas curti o momento. Logo paramos de nos beijar, ele olhou para mim, era incrível a maneira em que seus olhos brilhavam, era como se fosse uma estrela minúscula lá dentro, ele sorriu em seguida, eu olhei para fixamente para ele, senti suas mãos deslizando em meu rosto ele sussurrou algo. – Eu esperava isso a muito tempo. Seria uma lógica se eu dissesse eu também, com certeza ele esperava aquilo. – Eu tive medo de que esse momento nunca fosse acontecer. Eu sorri Parecia que nada do que a gente dizia você realmente importante, o momento fala mais alto. Ele começou a afagar meus cabelo, era inacreditável. Eu simplesmente não conseguia descolar minhas mãos de sua cintura, e nem desviar meu olhar, ele era tudo o que eu queria ver. – V-você vai contar para todo mundo? Ele perguntou com um ar meio triste – Ainda não sei. O que você acha? – O que você achar melhor, eu só quero ficar com você! – Você desconfiava de que eu era? – Não. Ele ficou cabisbaixo


Eu consegui finalmente desgrudar uma de minhas mão da cintura dele, e levei até o seu lábio, eu ergui levemente a cabeça dele novamente e disse. – Não importa mais. Eu dei um selinho demorado nele. Se não se importa, eu vou ver como esta o Ethan. – Espera, o que vai acontecer? Onde você vai ficar? – Sinceramente? Não sei. Mas vou dar um jeito. – Você pode passar uns dias lá em casa, eu falo com meus pais. – Obrigado. Aquele dia estava melhorando. Eu quis naquele momento apertar suas mãos e descer de mãos dada, mas o momento não era realmente agradável, ele soltou um sorriso e novamente repito, eu sei por que me apaixonei por ele. Eu deixei o quarto e logo desci as escada, ele veio logo atrás. As coisas do Ethan como brinquedos estavam jogadas no chão, eu vi a viatura da policia do lado de fora, olhei para Henrique, um olhar que dizia muito e disse baixinho Meu herói! Ele não tinha palavras. Abri a porta e fui para fora, meu pai ainda conversava com o delegado, minha mãe estava junto, Ethan a encarava, eu via uma foto da minha mãe, o idiota do meu pai dizia que aquela foto era do mesmo ano em que eu nasci, um mês depois ele lembrava, eu podia dizer que ela era mais linda do que na foto. Henrique ficou do lado de dentro, não sei o que atraiu ele, já que a bagunça que meu pai fez era enorme, mas sim, algo o chamou a atenção... ele viu uma foto, que a gente havia tirado um mês quando formo aos Playcenter, tínhamos uns 15 ou 16 anos, não fazia muito tempo, a foto era do modelo 3x4, ele fechou os olhos... lembrou daquele momento, daquele dia, quem diria. Ele pegou a foto, ele disse a si mesmo Eu estou apaixonado. E colocou a foto no bolso. Pela janela ele podia ver o cenário lá fora, ele simplesmente me olhava, não sei se ele tinha algo a dizer ou se realmente tinha certeza do que disse, de que estava mesmo apaixonado; Henrique era daqueles que não ficava com ninguém por muito tempo e que achava uma bobagem alguém dizer Eu estou apaixonado. De certa forma, ele aceitou a ideia de que era um idiota. Ele queria ser um. Naquela mesma noite, eu fui para a casa de Henrique, os pais dele aceitou numa boa eu passar uns dias ali, claro que não iria me acomodar e eles nem sabia que eu e o filho deles estavam, sabe. Ethan foi para a casa da minha mãe, seria um momento difícil para ele, mas ele quis tentar. Assim que me deitei, Henrique foi para o banho, eu queria ir junto, mas parecia cedo e injusto, eu me deitei na cama que estava do lado da dele, com alguns metros de distância é claro, eu apenas imaginei, pensei, me perguntei... Aonde isso vai dar?


Capitulo Três Era umas seis horas da manhã, quando acordei, eu estava virado para o lado em que a cama de Henrique era minha vista, ele não estava, eu olhei em direção a porta, estava trancada com o trinco e com a chave, era impossível Henrique ter saído e ter fechado. Eu resolvi levantar, alcancei meu celular, e realmente tinha certeza que horas era, 06h05 minutos, o horário normal em que sempre levantava para ir para a escola. Para minha felicidade, no visor tinha outra informação... era a tão esperada sexta-feira. Eu me levantei e deixei o coberto de lado, só havia um lugar onde Henrique podia estar naquele quarto, no banheiro. Eu caminhei cambaleando até a porta, mas a luz estava apagada e não havia ninguém, eu me virei para abrir a janela, em seguida voltei para cama, puxei o coberto e senti meus ossos bater em algo, existia um lugar apenas daquela vez, onde ele podia estar, na minha cama. Era a única explicação para a porta estar fechada. Eu descobri a região da cabeça e o vi dormindo, ele era realmente lindo. O coberto que ele usava era diferente, era outro, eu abaixei um pouco, com certeza estava muito calor para ele estar empacotado, logo notei que ele estava sem camisa. Levei um susto quando ele começou a se mexer, acordava, ele olhou para mim e em meio a preguiça murmurou algo. – Bom Dia. Eu olhei para aquela cara de canalha, e não suportei. – Você não conseguiu ficar longe? – Você sabe que não. Eu já esperava por aquela resposta – Mas eu seus pais? Fiquei preocupado – O quarto deles é o terceiro, e eles nunca vem aqui. É normal eu fechar a porta. – Fiquei preocupado! – Imagino. Ele se despreguiçou. No momento em que sua mão baixava, ela vinha para o meu lado, ele simplesmente me agarrou e me deitou em cima do seu tórax. – Não rolou nada. Ele riu – Você estava dormindo e eu só queria estar ao seu lado. – Ummm. Suspirei. É melhor se arrumar para irmos a escola, hoje é sexta. Ele se levantou – Ah que ótimo! Na medida em que ele levantou, me espantei – Esta só de cueca?


Ele me olhou com um sorriso disfarçado – Sempre durmo de cueca. Ele foi para perto de mim e logo começamos a nos beijar e novamente fiquei preocupado. – E seus pais? – São seis hora, provavelmente já estão na Zona Leste e em São Caetano do Sul. Então não disse mais nada, e voltamos a nos beijar, novamente ele colocou sua mão na minha cintura e eu fiz o mesmo. Ele estava sem camisa, pude sentir seu suor escorrendo e não resisti, deslizei minha mão em seu tórax, agora sabia por que as meninas da escola e da vizinhança amava ele, foi a minha vez de afagar seus cabelo, logo fiquei curioso Que condicionador é esse? Era macio e liso, uma combinação exigente. Voltamos a nos olhar, voltamos a se deitar, ele de cueca e eu com uma calça jeans um pouco folgada. Não sei como dizer, mas tudo aconteceu tão rápido, em um dia eu contei que era gay e no mesmo dia ele meio que enfrentou meu pai e me salvou e a gente se beijou e dormimos junto e no outro voltamos a nos beijar, alguns diriam rápido, eu diria Até que fim esse dia chegou!

Tudo parecia diferente, assim que chegamos na escola, trocamos olhares, naquele momento queríamos dar as mãos um ao outro, mas não sei por qual a gente não fez, olhávamos nossos amigos e tudo era como se fosse totalmente estranho ou a primeira vez, naquele momento eles comentavam algo, de longe ouvi algo Ele pegou a Sofia! Eu me senti pouco a vontade com o comentário... queria eu saber que não era verdade, pois era, no mínimo eu queria ouvir É estranho, eles estão juntos. Foi uma questão de tempo e logo Henrique ouviu o mesmo comentário, ele olhou para mim, não sabia o que dizer, mas mesmo assim disse. – Isso não vai acontecer de novo. Mas eles não sabem sobre a gente. Ele abaixou a cabeça – Tudo bem, só que é estranho! – E engraçado! Ele riu Sinceramente tinha que concorda com o que ele disse, não era uma situação agradável, mas eu pensava por um lado, ele não estava com aquela vaca de decote e sim comigo, assim eu esperava que fosse sua decisão. – O que vai fazer hoje, depois da escola? – Eu não sei.


O sol brilhava muito forte, já era quase sete da manhã e o portão da escola estava cheio, todo mundo meio feliz e meio triste, afinal era sexta-feira e afinal eles teriam que enfrentar mais cinco horas para chegar em fim a liberdade de dois dias. A resposta do Henrique era meio que uma porta para umas ideias novas. – A gente podia sair, pra longe. Ele riu, na certa ele com certeza imaginou que eu havia lido sua mente, mas ele havia outra ideia. – Somos amigos, a gente podia jogar, comprei jogos novo. Tentador, sempre usei essa palavra para definir que suas ideias era no mínimo sempre inteligente e adequadas. – Ops! Ele murmurou baixinho – O que foi? Perguntei preocupado Eu olhei em seus olhos, estava fixado em algo que via em nossa direção... Quero dizer, alguém ou podemos chamar esse alguém de Vaca de Decote! Era isso o motivo da preocupação de Henrique, ele olhou para mim e disse baixinho. – Como eu disse, isso nunca vai acontecer de novo. Eu não disse nada, até por que Sofia já estava frente a frente com Henrique, com uma calça apertado, bem colocado em seu quadril, uma camisa branca apertada e uma blusinha de couro cor de vinho, tudo apertado, para demostrar seu dote. Eu olhei um pouco para calça, estava meio degastada, aquilo foi reconfortante O que o brechó não faz! Pensei. Ela olhou fixamente para o Henrique. – Oi gato. – Sofia! Disse sem entusiasmo – O que acha de nos encontrarmos hoje, depois da aula? Ele tentou não olhar para mim, afinal eu ouvia tudo e ele imaginava o que eu estava pensando, ele abaixou a cabeça, em seguida suspirou erguendo-se novamente, um sorriso discreto surgiu e a resposta veio logo. – Eu... Não vai da! Eu estou com outra pessoa, e ela é muito especial... gosto muito dela e não quero perde-la! Ele sabia que eu estava ouvindo... Oh Deus, foi lindo! Ficou melhor quando ela fez uma cara de bunda. – Essa pessoa nunca vai te dar o que eu posso!


– Eu sei. Ele abaixou a cabeça e olhou para mim, coisa de segundo – Não querendo te ofender, mas ela faz eu ter tudo do que eu preciso. É impressão minha ou cada vez que ele falava era uma declaração? – Eu sabia que você era idiota! Ela estava nervosa Henrique apenas ficou calado e ergueu a cabeça, Sofia passou por nós e sem dizer nada, aquilo devidamente foi vergonhoso para sua personalidade. Em seguida eu olhei para Henrique, sorri. – Você não pensou duas vezes. – Eu não pensei, deixei o coração falar. Naquele exato momento quis me inclinar em sua direção e calar aquela boca romântica, mas não podíamos, não era daquela forma que devíamos chegar e dizer a todos Olá amigos, eu e Henrique vamos nos beijar e vocês irão saber que somos gay. Eu quis esperar as decisões dele e ele a minha, a gente teria que decidir juntos. Aquela manhã foi realmente agradável, e mantinha a fé de que poderia melhora, primeiro acordo ao lado do cara com quem sonhava estar, depois a gente se agarra e quando estávamos na escola ele dispensa a garota mais linda e desejada da escola e faz declarações românticas, eu me sentia lisonjeado... até demais. Por sorte eu tive aula vaga naquele dia, o que foi a glória, meu professor de matemática havia faltado e tínhamos que entregar um trabalho que ele havia pedido, que no caso não fiz, eu fui para a casa do Henrique, ele me disse que seus pais sempre chegavam tarde do trabalho, por volta das oito da noite, eu queria ter novamente um momento com ele, mas saber que não corria nenhum risco; porém, naquele mesmo dia eu recebi uma ligação, o que eu posso dizer sobre essa ligação? Não sei. – Alo? Filho? Eu fiquei calado na linha, conhecia aquela voz, quer dizer, era nova, mas identifiquei, eu fiquei pálido ao saber de quem era, quem estava ligando. Era minha mãe!


Capitulo Quatro Eu não acreditava no que eu ouvia, a muito tempo eu esperava ouvir a voz da minha mãe, mas a muito tempo aprendi a ignorar ela, da mesma maneira que ela fez comigo, pra falar a verdade, eu não consegui! – Oi, mãe. – Você pode se encontrar comigo? Eu sei onde você esta, eu posso ir ai. – Fique a vontade. – Chego em cinco minutos. Afinal, o que ela queria? Já não bastava ela ter me largado ? Ou alguém me perguntar como ela era e eu dizer que simplesmente não me lembrava? E mesmo assim, não consegui dizer não, na mesma hora enviei uma mensagem para o Henrique e o retorno foi admirável, ele pedia que eu desse uma chance e para eu ouvi-la ou seja, uma missão impossível. Quase.

O tal cinco minutos se passaram e logo minha apertava a campainha, eu desci as escadas e fui atende-la, no momento em que eu a vi, surgiu a imagem dela em minha mente, aquela mesma imagem da foto, eu fiquei sem palavra. – Oi. Disse ela – Olá. Respondi – Entre. Ela entrou, logo notou que fazia muito tempo que ela não entrava naquela casa, até onde eu sabia ela e a mãe do Henrique era grandes amigas. – O que tem para conversar? – Eu sei o que pensa de mim e não o culpo, filho. E não vou me desculpar, por que não adiantaria. Eu quero dizer, que seu pai vai deixar aquela casa e o Ethan vai morar comigo, a casa é sua por direito... – Obrigado. Não tinha o que dizer e nem quis. – Você e o Henrique podem viver lá. Me senti nocauteado, estava grogue! – O que? Eu perguntei ainda tentando me conformar Como ela sabe? A pergunta circulava em minha mente. Me dominava. – Filho, eu vi vocês dois ontem... Fico feliz por você!


Por incrível que pareça, eu abri um sorriso para minha mãe. – O que você acha dele? – Que teve mais sorte do que eu. Brincou ela Como eu disse, tudo estava tão estranho! Eu e minha mãe ficou conversando por uma meia hora, Henrique chegou no meio da conversa, mas já estávamos falando de outra coisa... recuperando o tempo que ela havia recusado, mas disposta a reconquistar. Naquele mesmo dia eu e Henrique ficou jogando vídeo game por um tempo, afinal, os jogos novos que havia comprado era excelente, uma qualidade admirável nele, era que tinha bons gostos. – O que sua mãe disse? Eu não entendi bem a pergunta, até por que ele estava junto. – Em que momento? – Assim que ela chegou. – Podemos... A gente pode ter nossa própria casa. Meu pai vai sair da casa que é minha. A expressão dele foi de dúvida e felicidade, afinal realmente estava cedo demais a gente estava namorando a apenas um dia e meio ou um dia no total, não sei. – Isso é ótimo! Ele abriu um sorriso. E você quer ir pra lá? – Eu não quero passar a vida toda na casa de seus pais. – É minha casa por direito também. – Eu sei. É que a situação é meio vergonhosa para estar aqui. Eu sei que sou bem vindo, mas é... não sei. Vamos decidir juntos. Henrique abriu um sorriso, se inclinou em direção a mim e me deu um beijo, ao voltar para sua posição anterior ele me olhou. – Estou nessa com você! Eu não sabia mais o que dizer, Ele é perfeito? Mas a questão, é que ele estava aceitando bem a situação, melhor do que eu esperava. – O que você acha? Ele me olhou novamente, não sabia o que dizer ou não havia pensado ainda.


– Vamos esperar um pouco, se estabilizar e precisamos organiza-la. Eu soltei um riso, não tinha o que dizer, sem dúvida chegamos a um acordo, afinal ele esta certo, não tínhamos dinheiro para se manter e a casa realmente estava desorganizada e o maior de tudo, ainda estava cedo! – Que calor. Resmungou ele – Verdade. Eu tinha de concordar Logo ele levantou, abriu a janela e tirou a camisa. Estava suando demais, aquilo ainda era algo realmente novo. Eu levantei em seguida e fui para perto dele e o abracei pelas costa. Percebi pelo reflexo transmitido pelo vidro que ele estava feliz. – Não te disse antes, mas sempre gostei de você! Ele não entendeu o por que dizia aquilo. Mas sabia que era importante. – Eu acredito. Não que estou me gabando, é que, somos amigos a muito tempo... Deixa eu calar a boca! Ele brincou – Não passa um dia, que eu não pense em você, os últimos cinco anos foram assim! Ele se virou para mim, e novamente eu vi seus olhos, brilhava feito um diamante jamais visto. Era belo. – Eu descobri a pouco tempo. Um mês. Mas tive medo de perder sua amizade, eu não sabia que você também era. – Tive a mesma sensação. Você já pensou somos feito um para o outro? Ele riu. No momento em que ele riu, ele tirou minha camisa devagar. – Não sei. Mas gosto de pensar que sim. Só depende de algo? – Do que? Eu perguntei – Você é mesmo apaixonado por mim? O momento não era mais adequado, ele conseguiu chegar onde queria, a resposta dele foi um longo beijo, novamente suas mãos apertavam minha cintura, mas deslizava devido ao suor. Eu coloquei minhas mãos em volta de sua cabeça, e caímos em sua cama. Ele olhou para mim. – Vou levar isso como um sim. – Você estava certo, cala a boca. Eu brinquei


Ele riu da brincadeira. Em seguida tudo ficou mais quente, ele desabotoou o botão de minha calça e a tirou, eu não aguentei e fiz o mesmo. Logo estávamos somente de cueca, nunca havia percebido, mas ele usava uma corrente prateada, aquilo o deixava mais sexy, parecíamos duas fontes de suor se amaçando. Logo tudo ficou mais atrevido, desta vez eu dei o ponta pé inicial... estávamos sem cueca. Eu simplesmente o alisava, era irresistível. Ele me olhou, era a primeira vez que víamos um ao outro nu. Eu olhei para o seu bumbum branquelo. – Não tem jeito mesmo, você é branquelo demais. Ele riu junto comigo – Confessa, eu sou lindo vai. – Não é nada... Ele me olhou e eu o olhava – Tem certeza que quer fazer? – Não sei, é a minha primeira vez. – É a minha também. Eu ri – Vamos deixar rolar. Ele disse com um sorriso encantador Naquele exato momento eu deslizei minha mão na região da minha barriga, ele realmente era forte, era durinha. Ele passou a sua mão em minha face e novamente nossos lábios se encontraram. Naquela mesma tarde a gente se enrolou em um lençol e a cada beijo a situação foi ficando mais explicita, eu deslizei minha boca junto a um gelo por toda sua barriga tanquinho e logo começamos a nos beijar novamente. Em seguida, a situação foi se desenrolando e deixamos rolar. Nunca tínhamos discutido quem era passivo e quem era ativo, mas naquele momento não importo. A gente simplesmente trocou beijos e apertos. Ele me pressionava para cima dele, mesmo eu estando deitado por cima, ali percebi a certeza do por que as garotas o amavam. Realmente.


Capitulo Cinco Aquela tarde realmente foi incrível, provavelmente não tinha sido a primeira vez dele com alguém, mas era a minha. Foi a primeira vez em que decidimos fazer sexo, embora não teve penetração, nenhum de nós estava preparados. Ainda estávamos deitado, ele estava com a cabeça sobre meus braços e com os olhos fechados, minha mente estava longe, os pensamentos que vinha era do futuro, no momento em que pensava naquilo, outro pensamento vinha para me alertar vai com calma! Eu não quis levar em consideração, afinal eu tive paciência, muita. Ele se virou para mim. – E se a gente se assumir, como acha que seria? Eu na verdade não havia pensado naquilo, naquele momento eu pensei. – Saberíamos quem é quem, quem realmente são. Mas, não sei ao certo como seria, seriamos publicamente felizes? Eu brinquei Ele se virou para mim e riu – Sabe, nem sei como isso aconteceu! Eu não sei como gostei de você, foi como uma mágica. – Gosto de pensar que foi a convivência! A gente passou muito tempo juntos e ainda passamos. – Será que eu posso dizer que ‘te amo’? Ele perguntou – Não sei, só se for verdade talvez. – Então eu te amo. Ele sorriu Eu desviei o olhar para o relógio digital que estava próxima a mesa do computador do Henrique, o tempo havia passado. – Eu vou ir para casa da minha mãe. O que você acha? Henrique ficou meio assustado com o que eu disse, afinal eu o peguei desprevenido, a gente havia conversado antes sobre aquilo. – Como assim? Eu pensei que íamos ficar juntos nesse fim de semana. – Eu sei, é que é o único lugar onde podemos agir como somos agora. Ela sabe! – A gente? Não sabia que eu ia também? Ele ainda estava deitado sobre meu braço eu me debrucei até seus lindos lábios.


– Estou te convidando amor! Ele parecia um pouco sério, mas ele sabia que era um ótima e tentadora oportunidade. Ele se levantou em seguida, vestiu a cueca e olhou para mim. – E nossas intimidades? Será que ela vai gostar? Ele perguntava sorridente Eu me levantei em seguida, ele me jogou uma toalha, afinal ele fez alguma coisa com minha cueca que ela desapareceu, eu me enrolei e dei um passo. – Então acho melhor não fazermos muito barulho. Ele riu, eu olhei para aquela boca linda, seu sorriso iluminaria aquele quarto sem o apoio do nosso amigo Sol. Ele se virou e caçou a camisa, o calor estava castigando a todos, Henrique estava suando muito, apesar que aquilo deixava sua pele mais agradável. – Sabe o que eu acho que fiz de bom? Ele se virou, não encontrou a camisa – O que? – Ter insistido para você fazer academia. Ele riu – Olha só que belo corpo eu tenho em minhas mãos. – Eu acho que eu fiz algo melhor. Eu não respondi, ele não esperaria – Estou fazendo você feliz. Eu me perguntei algo Eu estou namorando o Don Juan ou Nicholas Sparks?* Eu não sabia mais o que dizer, ele era simplesmente demais, não era o Henrique que eu conhecia, o Conquistador, o Pegador ou o Fodão da Escola, colocaria minhas mão no fogo de que ele nunca foi daquele jeito com nenhuma garota. – Minha mãe ligou para seus pais. Eles deixaram e vai ser demais. Minha mãe vai vir pegar a gente ás 19h! – Então, é melhor eu ir na farmácia, rápido! Eu não entendi bem. – Camisinha amor. Camisinha. Ele ria Eu sinceramente não era tão exper. Naquilo, ele no caso era sem dúvida um especialista nato, o farmacêutico com certeza considerava ele o melhor freguês! – Ah entendi. Calma Henri, eu vou aprender. Disse em gargalhadas


Ele finalmente encontrou a camisa, só faltava a calça. Na verdade ele havia pegado outra camisa, uma branca de gola v, ele com aquela camisa e cueca o tornava sexy, eu o agarrei por trás, não resisti. Ele gemeu, aquilo foi demais pra ele também. – Você não me deixa mesmo né? Retrucou ele – Não tenho culpa. Você esta me provocando! Daquele jeito nunca conseguiríamos sair as 19h ou naquela semana ainda – Vai logo comprar o que você tem que comprar. – Ta, já volto. – Se puder, compre uma escova de dente nova. Por favor. Ele não disse nada, apenas sorriu. Eu deduzi que aquele era um sim, quem sabe. Não sei descrever aquele dia, ou aquele último dois dias o que eu posso dizer que as coisas que vem acontecendo tem sido ótima, minha vida parecia ter sentido e eu tinha três pessoas para , Ethan era sem dúvida a primeira, Henrique era a segunda e não tinha o que discutir e minha mãe. Duas pessoas havia sofrido na minha mão naqueles dois dias, meu pai, um bêbado folgado e idiota, e Sofia, a vaca de decote. Eu não sei que reviravolta foi aquela, mas eu realmente me sentia feliz, não pela infelicidade dos outros, pela minha felicidade, eu estou com o cara mais romântico que conheço e com quem sempre quis estar, meu irmão estava feliz com minha mãe e eu o amo, e minha mãe finalmente reapareceu, mesmo em que situação ruim, eu tinha de agradecer. Como descrever esse dia? Eu acordei assustado do homem por quem estou apaixonado, eu vi seu sorriso, eu vi ele fazer declarações enquanto dispensava uma doida fácil, falei com minha mãe pela primeira vez e eu transei com o homem que eu estou apaixonado. O calor não foi nada, não atrapalhou em nada, aposto que irá melhorar, iremos para casa da minha mãe, que sabia de nós dois e onde a gente podia agir como um casal. Ainda estava eu, enrolado na toalha, resolvi tomar um banho, sabia que Henrique chegaria antes de eu terminar, até por que havia uma farmácia ali do lado, eu peguei um papel e escrevi algo, sabia que assim que ele chegasse iria encontrar. Fechei a porta do quarto, já que ele havia me dado uma cópia, em seguida entrei no banheiro. O jato de água fria, era simplesmente demais.


Capitulo Seis Como previsto, Henrique chegou antes mesmo de eu tomar banho, do chuveiro ouvi o barulho na maçaneta, eu ainda não havia terminado, ouvi um barulho de uma sacola e em seguida chamei por ele – Henrique? Henrique? Ele não respondia. Eu desliguei o chuveiro por um minuto e me enrolei na toalha, fui até a porta e abri apenas um pouco, pelo que dava para ver ele não estava ali, eu resolvi sair do banheiro então e chequei o quarto, a porta realmente estava aberta, só podia ser ele, afinal quem mais seria? *** A farmácia ficava a uns cinco ou seis minutos da casa dele, como já disse, o farmacêutico sem dúvida já manjava sua cara. Ele estava em um outro corredor, não no mesmo corredor em que ficava os preservativos. Ele olhava outras coisa, em geral, desodorante, creme, tinta de cabelo, o por que? Pode apostar, nem ele sabia o por que. Ele se abaixou e começou a ver as outras coisas, aquilo realmente não parecia ter um objetivo. Faltava pouco para ás 19h, quer dizer, até ele tomar banho e arrumar sua bolsa levaria uma hora ou mais, a última vez que saímos, quando ainda nós era amigos, ele levou uma hora para escolher apenas a roupa que usaria para ir e não para vestir numa ocasião planejada, em fim, era um cara tranquilo e sem pressa. – Henrique? Disse a voz surpresa do Dr. Paulo – Oi, Dr. Paulo. Todos o chamavam de Doutor Paulo, uma vez perguntei ao meu pai o por que a gente chamava ele de doutor, sendo que ele não era um, apenas um farmacêutico, meu pai segurava uma lata de cerveja, ele simplesmente abriu a mão onde estava a latinha e a deixou caiu e gemeu algo parecido com Ahhh e depois se virou e caiu no chão. Nunca tive a resposta exata, mas disseram que ele era chamado de doutor a muito tempo, tipo umas três décadas, disseram que ele realizava a maioria dos partos da região, já que os hospitais era distantes, e que ele tratava algumas crianças que aparecia doente, uma vez ouvi falar, que ele era um médico de verdade, mas só ouvi falar e a fonte não era confiável. Henrique se virou para o Dr. Paulo – O que está procurando? Perguntou Paulo – Na verdade estava vendo algumas coisas e acabei olhando quase a farmácia inteira. Respondeu de um jeito engraçado – Se precisar de ajuda, estarei logo atrás do balcão. – Obrigado, doutor.


Henrique nem sabia o por que estava fazendo aquilo, ele se levantou novamente, e foi para perto do balcão, onde ficava o ele queria, o que era certo é que o Dr. Paulo sem dúvida via aquilo acontecer sempre quando Henrique ia a farmácia, sempre pra comprar os preservativos, o Dr. Uma vez disse que era um momento de decisão, não somente aquela de Eu faço ou não? E sim também de Como farei? Sempre um momento de decisão e pensamento, até parecia sua fortaleza, se aquilo ajudasse devido a uns cinquenta pacotes de camisinha, se ele fosse numa loja Erótica teria pensando antes de entrar e se entrasse teria a melhor das epifania. Eu não posso dizer com toda firmeza, mas Henrique não tinha frescura com camisinha, segundo uma piada que ele fez certo dia, é que a camisinha é somente O saco do pão, o pão é importante, o saco a gente joga fora depois! Fazia um tempo que ele fez essa piada, e sinceramente ainda não entendi, mas ao certo ele sempre via algumas informações que vinha atrás, mas nunca aquela informação que é vista a mil metros de distância, a marca e o sabor ou estilo, no momento em que você pega um, todos podem te ver devido aquilo. Eu não saberei descrever como era aquela que ele separou, mas sei dizer que ele se sentiu meio constrangido com o que veio depois. – Hoje, pelo jeito é uma noite daquelas. Disse o Dr. Paulo Aquilo simplesmente foi uma chamada para chamar um médico para o Dr. Que não é doutor, ou eu acho que não é e provavelmente nunca saberemos, mas aquilo foi estranho, até para o Henrique que já era moeda conhecida ali, perdão, um freguês tarado. – Como uma que nunca tive, Dr. Paulo. Ele comentou também. Em seguida Henrique pagou pelas camisa e ainda tentava entender o por que do comentário do Dr. Ele nunca fez algo daquele tipo, comentar a noite de alguém ou ter um pré conceito de como vai ser. Realmente foi estranho. *** Eu comecei a olhar pelo quarto com um ar até desconfiado, eu havia ouvido o barulho até de uma sacola, mas não havia ninguém no quarto, eu desci e comecei a checar a casa inteira, exceto o quarto dos pais de Henrique e do irmão dele, afinal, ele tinha um irmão, que estava viajando e era mais velho, ambos os quartos eram trancados, olhei no andar de baixo, olhei por cima e até pela janela. Ouvi o barulho da porta da frente, fiquei na janela mas não consegui ver ninguém, apesar que a visão dali não era as melhores, ouvi os passos e o barulho da sacola, eu fui até a porta, próxima a escada, e me aliviei ao ver Henrique. Ele me viu fora do quarto só de toalha, meio desconfiado, ele subiu alguns degraus. – O que houve?


– Você entrou no quarto e depois sumiu. Disse enquanto caminhávamos de volta para o quarto. Henrique fez uma cara meio que não entendeu bem – Como foi o que você disse? – Você entrou no quarto e saiu. Pensei que havia acontecido alguma coisa. – Eu estou chegando agora! Ele falou assim que a gente chegou próximo da cama. Nem ele e nem eu entendi, só eu e ele tinha a chave, nem seu pai e nem sua mãe tinha. Ele fez uma cara de preocupado. – Tem certeza? – Tenho, eu sai do banho a porta estava aberta, sabia que você chegaria antes de eu terminar. Henrique realmente não conseguia entender, passou pela sua cabeça de que teria sido algo parecido com Você não fechou bem a porta! Ou Você deve estar ouvindo coisas? Você esta delirando! Por algum motivo ele não diria aquilo, talvez por que não fosse verdade, a porta é fechada a chave, quem não sabe fechar uma porta? Seu olhar era desconfiado. Mas em seguida ele olhou para mim. – Sei lá. Você checou a casa? – Sim. Olhei em tudo. Menos no quarto do seus pais e do Gabriel. – Sim, nem tem como. Não deve ter ninguém na casa, além de nós. Aquilo foi reconfortante, quer diz por um momento. Henrique se virou para a porta, e viu algo que realmente poderia explicar a porta aberta, algo não, alguém. – O que faz aqui? Ele perguntou Eu pensei que ele estivesse falando comigo, mas eu me virei em seguida. Eu realmente não acreditava no que eu via, quem eu via. Como eu descreveria ao vê-la? Surpresa, medo e dúvida... Como? Eu me perguntava.


Capitulo Sete Henrique fazia a mesma pergunta, e o pior disso tudo é que logo saberíamos da resposta. Ao ver, fiquei sem chão, sem palavras. Henrique estava com uma cara séria, rígida e até assustadora. – Ainda não respondeu minha pergunta! Como entrou aqui? Ele ficou parado, Henrique o encarava, a sua face era de dar medo, muito. – Vocês são um bando de ingratos. Quantas vezes você entrou na minha casa? Meu pai sem dúvida, já estava bêbado, mas a questão é, como ele entrou na casa de Henrique? Como ele entrou no quarto do Henrique? – Eu não sei como entrou aqui, mas se não sair daqui, eu chamarei a policia. Henrique disse com uma voz firme Eu não conseguia dizer nada, não que eu deveria ter uma posição tipo defender meu namorado secreto ou meu pai bêbado, violento e folgado, mas a questão é que eu estava com dúvidas. Ele entrou na casa do Henrique que era trancada a chave e entrou no quarto dele, onde só eu e ele tinha a chave. Provavelmente ai tinha, ele sem dúvida poderia fazer aquilo mais vezes e pegar a gente em momentos, sabe, nada apropriado. – Chame a policia! Eu disse. Henrique me encarou, de uma forma duvidosa – Tem certeza que quer isso? – Ele não responde, com certeza fará isso mais vezes. Meu pai me encarava, eu peguei o telefone celular e disquei os números – A segunda vez em dois dias! Diz, como entrou! Eu estava sem paciência Meu pai continuou encarando, não havia um motivo ao certo, quero dizer, provavelmente ele não estava ali para dizer Parabéns, fico feliz por chamarem a policia pra mim, é meu sonho! A maneira em que entrou na casa era suspeita. E ele continuou calado. Henrique foi para perto dele, parecia nervoso. – Escuta, eu não vou falar outra vez! O que faz aqui? Como entrou aqui? E o que quer? – Só quis chama-lo de ingratos. E as portas estavam abertas... – Me passa a chave que você usou. E não me obrigue a ser violento. Disse Henrique Meu pai olhou fixamente para o Henrique, se aproximou dele e em questão de segundos meu pai o pegou pela camisa e se inclinou em direção a ele. – Não me ameace. Você não sabe com quem esta lhe dando!


– E você também não. Disse eu Ele largou o Henrique e veio em direção a mim – Você é um cretino... – Puxei você! Eu o interrompi – Seu moleque arrogante! Toma cuidado ou lhe dou um... Ele levantou a mão e já estava mandando em direção a mim, Henrique segurou a mão dele, meu pai se virou irritado, mas Henrique começou a apartar alguns ossos dos dedos, meu pai gemia de dor, mas quase não demostrava, seus olhos estavam aflitos olhando para o Henrique – A chave. Henrique insistiu. Ele novamente não respondeu , Henrique simplesmente movimentou um dos pés e deu uma rasteira em meu pai, como se fosse uma banana caindo ao chão. Deu para ouvir o estralo durante o impacto. – Eu não quer machuca-lo. Henrique se surpreendeu por que eu não falava nada, ele era meu pai, e para o Henrique eu deveria fazer algo... no caso eu não quis fazer nada. Mas ele se surpreendeu quando caminhei até meu pai, agaixei e coloquei a mão num dos bolsos e alcancei uma chave. Olhei para ele. – Tem sorte dele não ter te quebrado todo. Agora saia. Ele se levantou, era de notar que ele estava bêbado, ele saiu sem falar nada. Eu o conheço muito bem, Henrique sairia como o vilão na história contada por ele, mas Henrique não se importava. Nenhum comentário o atingia, tanto positivo quanto negativo. – Me desculpe por... Eu dizia – Você não tem culpa. Haja o que houver, estarei aqui para protege-lo. Eu te amo. Agora eu sei. Estou sendo mimado! Eu pensei. Mas era só devaneio. Eu sabia que aquelas palavras era verdade, eu sentia. Eu olhei nos olhos – Não tanto quanto eu te amo. Ele riu Meu pai havia deixado a casa, Henrique desceu as escadas e trancou a porta, ele não conseguia enganar a ninguém... estava assustado e eu, claro que também estava. Ele subiu em seguida, franziu a testa, estava preocupado, o fato de meu pai ter entrado o deixava com diversas duvidas e até situações que poderiam acontecer. Eu comecei a me arrumar, Henrique entrou no quarto, preocupado. – O que você acha se pedimos para sua mãe deixar a gente ficar lá por um tempo? Era quase que improvável, quer dizer, da minha parte eu diria não.


– Por quê? – Seu pai aqui, não estamos seguro. A gente vende a casa que é sua e vamos morar em outro lugar. Ele estava com uma expressão triste – E-eu... Ele tinha razão, não estávamos seguro – Vou ver. – Eu confesso, eu estou com medo. E acho que estou decidido de que devemos contar a todos que estamos juntos. Que mal isso faria? – Não importa. Se é o que você quer. Mas, você já imaginou como seus pais iriam reagir? – Eu sei que não me orgulharei da decisão deles e nem da reação. Ele ficava mais triste ainda. Não sabia bem o que fazer, cada palavra que eu ou ele soltava ele ficava mais preocupado ou triste. Eu fui para perto dele, eu não consegui acreditar no que vi, seus olhos se encheram de lágrimas. – Eu amo eles. Ele disse – Não sei como vai ser. Eu olhei para ele, não aguentava vê-lo daquele jeito. – Seja qual for sua decisão, ela será nossa decisão. Eu estou com você para o que der e vier. Se você acha que é a hora, então vamos. Se acha que não é a hora, irei te esperar por quanto tempo for necessário. Eu te amo. Eu senti que havia dito algo bom, era a primeira vez que eu via Henrique chorar por alguém com quem ele estava saindo ou namorando. Eu vi uma lágrima descer lentamente, eu passei minha mão em seu rosto, ele olhou para mim, não disse nada. Eu vi que ele ainda estava preocupado. – Seus pais te ama. Eu aposto que sim. – Se eles tiverem uma reação homofóbica? Como vai ser? Eu não tinha uma resposta, não uma resposta certa, ou não tão bem elaborada. – Pense positivo. Mas, se for, eu não sei o que dizer, só não gosto de vê-lo assim. – Por que você me ama? Ele perguntou enquanto seus olhos brilhavam Eu tinha mil jeito de responder aquela pergunta – Bom, eu me sinto ótimo ao seu lado, e você me faz feliz, seja como amigo ou não. E... você é a melhor pessoa que eu conheço! – E por que eu te amo?


Não sei dizer se ele tinha dúvida, ou, se ele estava apenas sendo ele. Não sei. Mas gosto de pensar, que é para deixar as coisas bem claras ou românticas. – Eu não sei. Eu abaixei a cabeça – Eu daria tudo para saber, ter a resposta, mas eu não sei por que você esta apaixonado por mim. Mas seja o que for, deve ser algo bom, afinal você é assim, vê tudo, como um lado bom. Ele olhou para mim, seus olhos estavam normal, ele não disse nada, eu realmente gostaria de ter a resposta, mas eu não sabia, por que ele me amava? Ah meu Deus, que merda eu não sei. Por que eu não sei? – Eu sinceramente não sei ao certo. Mas enquanto tiver esse sentimento, estarei com você. E estou torcendo para que esse sentimento seja eterno. Ele disse enquanto dava um selinho em minha testa. – Viu só por que eu te amo. Você é a melhor pessoa do mundo. Eu também quero que seja eterno. Eu não havia entendido apenas uma coisa! Por que ele perguntou? Essa questão ficou na minha cabeça, talvez fosse paranoia, talvez não. Mas, eu não perguntaria, até por que ele já havia dado uma resposta. Ele não sabe ao certo! E ele quer que seja eterno. Ele não tinha dúvida, com certeza não.


Capitulo Oito O tempo que eu passava com o Henrique era de dar graças a Deus, não que antes era um tédio, é que mudou, a situação mudou. Antes andávamos como melhores amigos e hoje andávamos como namorados, mesmo que em segredo, eu não podia querer mais nada além daquilo ou é assim que a gente sempre imagina, meu pai dizia que tudo o que conseguíamos e a gente dizia que aquilo já estava bom era uma maneira de contar uma verdadeira mentira inocente, a gente sempre quer mais, não é uma questão de ser egoísta ou guloso, sempre somos reféns das situações, ás vezes morremos por ela, ás vezes tentamos salvar alguém dela, vira e meche a gente não sabe mais o que fazer e se entrega totalmente. Seja uma situação boa ou não, mas sempre queremos algo além dela, só não sabemos e se sabemos não queremos dizer. Era a maneira que meu pai havia me ensinado seja com sua cinta na mão ou não, a vida era longa, e tínhamos uma grande jornada pela frente, e eu precisava aprender a viver. A casa da minha mãe não estava tão longe, ficava a apenas 20 minutos de onde estávamos, logo chegaríamos, mesmo aquela sexta-feira o metrô estava vazio, estava eu, Henrique e umas cinco pessoas, estava sobrando assento. Ele havia colocado uma das bolsa entre as pernas, era aquela e mais uma que estava no meu colo. Seus olhos estavam atento em uma coisa que daria para entender que seus pensamentos não estavam ali, a única coisa que conseguia perceber era que ele também parecia preocupado, talvez até cansado... eu não podia culpa-lo por estar longe. Nem um pouco. Era a primeira vez que ia para casa da minha mãe, e sinceramente, era muito estranho, era tipo dormir na casa de um cara que você conheceu a cinco minutos ou dormir na casa de quem não é confiável e mesmo assim era até mais fácil. Eu tinha dois motivos para ir pra lá, e eu posso considera-lo importantes, o primeiro era Ethan, não fazia tanto tempo que eu não o vi, nem uma semana, mas eu queria vê-lo, saber se ele estava bem e é a pessoa que eu mais amo na vida, o segundo, era onde eu e Henrique podíamos ser como somos, mesmo ele estando distante daquele jeito, eu podia imaginar que não era na nossa galáxia, se houver outras, deve ser numa delas. – É estranho. Murmurou ele Eu não sabia do que ele falava. – Do que você esta falando. Ele se virou para mim – Nós dois juntos, é estranho. – Por que? Eu ainda não entendia


– Sempre fomos amigos, irmãos. Jamais imaginava isso, jamais imaginava gostar tanto de você! A vida é estranha, tudo é estranho. – Também acho. A vida é assim, todos nascem, crescem e morrer. Assim como esse circulo da vida, há outros, pelo menos uma vez na vida são vítimas, de algo bom ou não. Até onde vejo, somos vítimas do amor, assim eu imaginava, a vida era longa para uns, curtas para os desafortunados, seja como for a vida, era mais ou menos assim, todos amaram, vão amar, estão amando, ao menos uma vez nessa vida, dizem que ela é curta, e amar é o momento que faz suas memórias serem eternas, serem vivas para que outros as conta e que outros as ouçam e que outras as vivem. Eu senti sua mão tocar no meu ombro, seu leve toque me deixou tão preocupado e tão seguro. Ele abaixou os olhos, eu sabia o que incomodava, mas sabia que havia algo mais e eu suspeitava. – Tudo bem, amor? Eu perguntei – E se um dia você me deixar? – E se um dia isso nunca acontecer? Eu senti que devia dizer aquilo Ele abaixou a cabeça, mesmo que a resposta tenha sido sincera e confesso que linda, ele ainda queria ouvir algo a mais. – Eu não sei! Não tenho planos assim, não pensei nisso. Mas, aposto que não vou te deixar, eu não esperei todo esse tempo para deixar você. Ele novamente me olhou, estava satisfeito com a resposta – E se eu um dia te deixar? Eu não sabia o que dizer. Não havia pensado em nada daquilo, só em algo, quando eu dissesse a ele que eu estava afim dele e pensei em diversas reações dele, Não mano, cê ta louco? Ou Oh mano, eu sou macho. Gosto de mulher! Eu pensava caso ele dissesse algo, e ficaria comigo, mas não apostava que aquilo iria acontecer. – Eu não sei. Eu tenho um mundo, você e Ethan são os dois maiores pilares dele, se você for abatido, meu mundo ira declinar. – Você me conhece muito bem, por que está apostando tanto em mim? Eu tinha que concordar com ele, eu sabia como ele era, seu estilo de levar seus relacionamentos amorosos, mas a pergunta realmente era de matar: Por que eu estava apostado tanto nele, sendo que eu sabia que poderia não da certo? – Não sei. Não sei te responder. Disse enquanto o encarava


Ele não me olhou, eu encostei minha mão em uma de suas pernas – Mas eu estou me arriscando. Estou correndo grandes riscos, apostando tudo, até o que não tenho a oferecer, por uma coisa maior. – O que te faz ter tanta certeza? Ele parecia não acreditar – Você fez coisas que nem eu, nem você acreditaríamos. E o que você já fez... é o resultado de que estou apostando no certo. Tinha alguma coisa errada, claro que tinha, o jeito dele me olhar enquanto digo algo é uma expressão negativa e duvidosa tipo Será? Ele colocou sua mão sobre a minha que estava sobre sua perna, e me olhou. – Eu não tenho dúvida do que sente por mim... mas, é que... parece tudo tão estranho – Ele respirou fundo – Por mais que eu goste de você, parece ser tão difícil. Só havia uma maneira pra faze-lo calar a boca, não que ele estivesse enchendo o saco, claro que não, era que ele estava inseguro, preocupado e falando bobagens. Beija-lo o faria ficar quieto, mas eu não podia, nós não podia, tinha gente por perto. Eu não queria perde-lo. Ele voltou a me encarar, ele simplesmente se declinou em minha direção e tudo que posso dizer foi que aquilo foi estranho... uma palavra para definir o que ele fez Inacreditável. Pra falar a verdade, adoro essa palavra, o tipo de coisa que ele fez ali era algo que eu diria ser impossível ou que eu jamais acreditaria se não fosse eu ali, até por que nem mesmo acontecendo comigo eu estava acreditando, precisaria de um tempo para raciocinar sobre aquilo, Oh Meu Deus! Minha mente gritava, Meu Deus, Meu Deus! Minha meus pensamentos era repetido feito um disco arranhado. Eu não tinha o que dizer, quero dizer nem falar dava, meu coração batia apressadamente, desesperadamente, incrivelmente, inacreditavelmente (novamente). Meu espanto se devia por não esperar por aquilo, por acreditar que não aconteceria nem tão cedo e por ser ele. Acima de tudo por ser ele. Inacreditável. Mas aconteceu.


Capitulo Nove Aquilo foi surpreendente, como disse, jamais esperava por aquela reação e que fosse ele, acima de tudo, por ter sido ele, não é que estou reclamando, o beijo foi ótimo, foi nosso primeiro beijo em publico, a questão era que mais do que eu, ele não queria que aquilo acontecesse... ao menos era assim que eu imaginava. – O que foi isso? Perguntei assim que pude Ele olhou em volta, foi um olhar rápido, as pessoas nos olhava como se fossemos uma coisa nova em sua frente, a reação de espanto e curiosidade. Ele olhou para mim ao perceber que disse algo. – Não gostou? Soltou um sorriso – Não é isso. É que foi em publico e... Eu Dizia – O que tem? Ninguém daqui nos conhece. Fazia sentido, realmente fazia. As pessoas ainda nos olhava, alguns encarava, outros tinha aquele olhar discreto... que não era tão discreto assim – Não tem nada. É que não esperava que fosse você! Fiquei meio sem jeito ao dizer isso. – Você está certo. Também não esperava. É que ninguém aqui nos conhece e por que também não resisti. Ele sussurrava O que ele dizia tinha cada vez mais sentido, principalmente a última coisa que ele disse, me chamariam de convencido por isso, mas seria mentira. Eu quis dizer algo, mas ninguém ali nos conhecia. Então. Ele disse que era irresistível, bom, eu concordo. As pessoas ainda olhava para gente, e aquilo já estava enchendo o saco, parecia que tínhamos feito algo absurdo ou parecido. Eu realmente não concordava com aquilo, de como ás pessoas eram curiosas e de como elas nem sabiam disfarçar. Era chato e cômico. Por sorte faltava pouco para chegar na casa da minha mãe, mesmo assim, parecia uma eternidade ou um minuto equivalia á uma hora. Eu olhei para o Henrique, ele parecia ter ficado sem jeito. – Eu sei que você não resistiu – Eu coloquei minha mão sobre a dele, ele se virou para mim e riu – Eu também não resistiria a mim! Seu sorriso invejava a todos ali – Deixa de ser convencido! – Você também é! Eu não sei como aguentei tanto tempo!


Nem sei o por que disse aquilo, não posso dizer que me arrependo, mas afirmo com toda certeza que aquilo não era para sair. Nenhuma das reações que imagina era a que Henrique tomava, ele me olhava, calmo. Até sua respiração era bela. – Você acabou sonhando alto! O que ele disse parecia ser engraçado, mas o tom com que ele disse, era sério. – Sim, me disseram que quanto mais alto é, maior o tombo. Mas nunca me perguntaram se eu tenho medo de cair! Percebi o que disse depois que disse, tinha uma razão para dizer aquilo, e não sei se era uma razão absurda ou boa, mas era por ter sonhado alto, esperar, consegui ficar com ele, o que eu temia era perde-lo e de fato sim, era um risco que eu tinha que correr! E tinha medo de cair sim, mas se era para ser assim, então que seja. – E você tem medo de cair? Ele perguntou – Eu devia ter medo de chegar aqui em cima. Cair, perder, é um risco. Eu estou correndo esse risco. – Mesmo se você cair, eu estarei aqui, e não vou deixar você se machucar na queda, acima de tudo, somos grandes amigos. Sabe aquele momento em que a pessoa te rejeita? Aquele em que ela diz gosto de você, mas estou em outra. A gente pode ser amigos! Bem, aquilo que Henrique disse não era igual. A verdade é que tudo aquilo era novo, ele estava inseguro, eu estava inseguro, era como andar de bicicleta pela primeira vez, ou saltar de paraquedas, claro, se você não for um aventureiro. Eu sentia que a gente ia caminhar, naquele instante caminhávamos de mãos dada, e a gente ia continuar caminhando juntos, só não sabia por quanto tempo seria de mão dadas. – E você não tem medo de cair? – Por que eu teria? Ele respondeu na simplicidade – Por que seria uma queda e feia! Afirmei – Eu sei! Por isso conto com você, pra estar lá! Ele estava sério O que eu deveria dizer? Eu poderia contar com ele, mas e se ele tivesse que contar comigo? Eu poderia dizer Talvez! Por que não podia prometer ou Não! Dependeria do que ele fez para cair. Mas nunca é como a gente pensa. – Sempre!


Ele novamente se declinou em minha direção, e me deu um selinho. Provavelmente aquele assunto tinha acabado. Chegamos na estação, a última que vinha antes da nossa, as portas se abriram e um homem careca e com uma aparência de trinta anos passou pela gente e antes de passar pela porta sussurrou algo – Viados! Aquilo foi realmente um absurdo e sabia disso, ficamos ali sentado, afinal estávamos na nossa e briga era o que queríamos evitar, quer dizer eu, queria evitar. Henrique se levantou e deixou o trem, logo me levantei e corri atrás dele, gritava, mas era tarde, Henrique havia cutucado o homem careca, eu estava próximo o bastante para ouvir o que ele disse ao homem careca. – Do que você chamou a gente agora pouco? O homem havia se virada, sua aparência era assustadora, mas não intimidou o Henrique, eu segui andando, meus gritos chamando pelo seu nome era aflito! – De viados! Por que a bichinha não gostou? – Acho que deve ter mais respeito com as pessoas! Henrique parecia não me ouvir, eu cheguei perto e coloquei minha mão no braço dele e disse algo baixinho. – Ei, deixa quieto, vamos embora! – É melhor você ir embora, o pau que vou te dá, não é o que você curte! Disse o careca assustador As pessoas em voltas pararam e ficaram olhando, algumas seguiram andando mais ainda olhando com o pescoço virado, ouvi o som do bip do trem, a porta ia se fechar em segundos e nossas coisas ainda estava lá. Henrique se virou e caminhamos de volta para o trem, antes de chegar na porta, Henrique foi surpreendido por um empurrão, aquilo foi a gota d’água. Logo ele se levantou e olhou para aquele cara. A porta ia se fechar, entrei apressadamente e peguei nossas coisas e corri para fora, aquilo seria longo! Não havia nenhum segurança por perto! A camisa de Henrique estava suja, seu rosto estava manchado e machucado, com um pequeno arranhão, seu cabelo estava bagunçado e ele suava! O cara careca riu. – Vocês são pior que ratos, insultam a sociedade! E vem falar de respeito pra mim? Não era eu que estava beijando outro sujeito na frente das pessoas! – É mesmo? Não resolveremos isso numa discussão! Henrique partiu para cima do cara, com um golpe que acertou a região da bochecha, próximo ao nariz, o homem se desequilibrou pra trás! Antes mesmo dela se recuperar do primeiro soco, foi surpreendido por outro. O homem parecia ter ficado com raiva.


Ele se jogou para cima do Henrique, o homem parecia ser pesado, acho que uns vinte ou trinta aquilo a mais que o Henrique. No momento em que vi aquele cara jogado em cima do Henrique, levantando o braço para soca-lo, cheguei perto. E segurei a mão dele, cheguei na região dos dedo! E apertei cada um deles! O homem tentava disfarçar a dor que sentia e não gritar! – Acho melhor você ir! O homem olhou pra mim com uma cara feroz, parecia até um lobo com raiva ou um cachorro sem pelo! Ele ainda estava em cima do Henrique e provavelmente estava o machucando com seu peso! Henrique olhou para o cara, e no momento em que soltei a mão do careca ele me acertou com um soco! Ele se levantou, Henrique estava imóvel, não era atoa. O velho começou a chuta-lo na região da cocha, da barriga, Henrique se defendia com os braço, mas o cara era bruto. Eu peguei uma das bolsa e virei com força na nuca do homem! Ele caiu do lado do Henrique, que em seguida se levantou. Se ajoelhou na frente do homem. O que ele fez foi brutal! Ele socava o homem com força e com sequência, não somente no rosto. Onde conseguia acertar. Vi que a orelha do homem sangrava, peguei o Henrique pelo braço! E o tirei de perto do homem! E começamos a caminhar. Em segundos estávamos a uns dez metro de distância e quando se viramos pra trás, o homem estava de pé, pegando algo de sua bolsa, logo ele apontou o que pegou para gente! Era uma arma! Uma calibre 38. Ele estava sangrando! As pessoas ficaram assustada. Eu e Henrique começos a correr! O homem deu um disparo... por sorte ele errou. A gente estava próximo de uma das saída! Era só virar e pegar um taxi e seguir em frente. O homem disparou pela segunda vez, atrás dele vinha uns seguranças! O homem disparou pela última vez! O último tiro! O tiro bateu na barra de ferro, quando a gente ia passar! Por mais sorte ainda, não nos acertou! Os seguranças estava perto dele, mas o homem estava com raiva! Correu em direção a saída por onde passamos! Quando se aproximou da virada foi surpreendido por dois policiais, que já estava com as armas apontada! – Largue a arma! Gritou um dos policiais O homem não tinha outra chance! Aquilo foi assustador! Apavorante!


Capitulo Dez Não sei o que houve com aquele cara, afinal, já estávamos Guaianazes e longe de onde nós três estávamos, o que sei, é que porte de arma da cadeia, certo, quando é ilegal, mesmo se ele tiver uma autorização, ele disparou contra o público e a policia ia saber disso, de certa forma, eu lamento por ele. O motorista do taxi onde estávamos era espetacular, ele havia perguntado se queríamos ir a um hospital, que ele não iria cobrar, porém recusamos a essa sugestão. Embora, Henrique estava machucado, os chutes parecia tê-lo machucado muito! Eu o deitei sobre meus braços, não estava ligando se ele havia se sujado ou estava sangrando! Em breve chegaríamos logo na casa de minha mãe! Uma coisa é certa, Henrique foi um tolo. Primeiro por que ele não devia ter levado aquilo a sério, segundo por que ele achou que haveria diplomacia com homofóbicos! Ele errou, mas aquilo não importava, ele foi um herói! Mesmo que a gente quase saiu dali morto ou numa ambulância, era admiradora a coragem dele, mesmo assim, eu fiquei com medo! Medo de que aquilo fosse além! Não seria apenas uma queda, seria outra coisa, seja o que for, eu nunca tive tanto medo na minha vida. Medo de perdelo, de vez! Não levou muito tempo, e logo havíamos chegado, eu conhecia Guaianazes, havia ido algumas vezes ali, até mesmo com Henrique, quando ainda éramos apenas amigos! A rua onde a gente estava que eu não conhecia, perguntei ao taxista, ele me disse que ali era o Jd. São Paulo! Nunca havia ouvido falar de um Jd. São Paulo em Guaianazes! Logo paguei a viagem! Henrique estava meio que dormindo ainda, provavelmente o sono e a dor, deixava aquilo insuportável pra ele. Eu peguei meu celular e digitei o numero que era de minha mãe, mas nem precisei, havia uma praça do nosso lado, e abaixo alguns ônibus pequeno. Com certeza ali era uma das avenidas principais, do outro lado da praça tinha uma senhora, ao lado de um carro! Era sem dúvida minha mãe! Henrique estava, sei lá, 50% vivo e 50% morto, não literalmente, eu não o faria andar mais. Peguei o telefone e liguei pra minha mãe. Logo a senhora do outro lado atendeu o celular, era ela. Disse que Henrique não aguentava andar, ele então desligou o telefone e entrou no carro e deu a volta, parando na calçada do outro lado, era o bastante. Ela encarava a aparência de Henrique, assustada. Logo atravessamos a rua, ele entrou no carro, eu dei a volta e sentei no banco da frente. – Tudo bem? Minha mãe perguntou – Mais ou menos!


– O que foi que houve, ele esta bêbado? – Quem dera se fosse isso. Minha mãe deu partida em seguida – O que aconteceu? – Um cara mexeu com a gente e Henrique brigou com ele! – Você não acha melhor leva-lo no médico, ele não parece estar bem. – Não será necessário. Ele só precisa descansar um pouco. – Meu Deus, não estamos longe de casa. – Como está o Ethan? Minha outra preocupação Minha mãe pareceu feliz por eu ter perguntado. E por responder! – Ele parece está gostando! Estou vendo uma escola pra ele. – Que bom, ele está feliz, eu estou feliz! Estou com saudades. Muito! – Imagino! Ele está com muita saudades de vocês também! Quando disse que você viria, ele deu pulos de alegria. – Ele é um menino ótimo, mãe! – Sim. Ele ficou feliz, quando disse que iria te chamar pra morar conosco! Eu nem precisava pensar! Nem um pouco. Não, pelo amor de Deus, Não! Eu pensei! Aquilo seria improvável, nem sei por que ela pensou aquilo, sabendo qual seria minha resposta. Henrique abriu os olhou ao ouvir aquilo. – Não sei se estou preparado. Além do mais, tem o Henrique, ele tem a família dele! – Eu sabia que diria isso. Por isso não dei esperanças ao Ethan! Henrique finalmente acordou, tentou disfarçar que estava despreguiçando, mas eu notei que era apenas um disfarce! – Oi amor. Ele olhou para mim – Oi querido. Onde estamos? – No carro da minha mãe! Já estamos chegando. – Oi, senhora! Ele não lembrava o nome – Oi. Disse a minha mãe – O que você acha da gente vir morar pra cá? Ou na casa da minha mãe?


– Não sei. Parece ser uma boa ideia, mas ainda está cedo pra ver isso. Henrique se aconchegou, sentiu a dor na perna. Parecia ter passado um pouco. Seu rosto estava irreconhecível. Quer dizer, ele não faria aquilo sem dúvida. – Sim, tem que ver essas coisas com calma. Mas eu irei vir visitar o Ethan todo final de semana! – Eu sei querido. A casa aqui também é sua! – Sim. Promete que não irei entrar nenhuma briga de novo. Henrique riu, ele achou aquilo engraçado! – Acho que sou eu quem tem que prometer isso. – Apenas toma cuidado! As pessoas do mundo são muita loucas! – Minha mãe de parou de falar, até que lembrou de um fato que te contaram a pouco, de um tiroteio na estação Corinthians-Itaquera – Espera! A briga que vocês, foi em Itaquera? Henrique olhou pra mim, eu não ia mentir! – Você ouviu uns boatos? – Sim! Meu Deus, é mais grave do que parece! Vocês foram a policia? Por isso a gente não contou toda a verdade pra ela, eu pouco conhecia minha mãe, mas eu conhecia mais ou menos as pessoas. Essa seria a reação de muitas. – A policia já o pegou! Minha respirou fundo, virou uma, estamos próximo a um campo de futebol junto a uma praça, ela desceu virou uma outra rua e foi desacelerando. Tinha certeza que chegamos. Tive certeza absoluta, quando olhei para o alto da casa, e vi Ethan! Ele realmente parecia feliz. Eu ia abrir a porta do carro, quando minha mãe parou. – Se ele perguntar o que houve o Henrique, diz que ele caiu. Ele sabe do que houve em Itaquera, e irá suspeitar. – Claro, mãe. Logo entramos na casa, era simplesmente bela. Henrique estava com uma aparência mais tranquila e suave. Gato. Ethan estava com um sorriso de canto a canto, até parecia que nos víamos a anos. Assim que abrimos a porta, senti como se um urso tivesse pulado em mim, por sorte não cai, seus braços parecia ter força de onde não tinha, ouvi até um pequeno estralo e olhei para baixo. Ele estava muito feliz, virei para


trás, onde estava o Henrique, ele tinha um sorriso fechado, significativo – Não vai ficar com ciúmes – Sussurrei Ele me olhou – Ele tá te apertando demais! – Brincou Olhei de novo para baixo, ele não conseguia me largar e eu também não o conseguia larga-lo – Vocês vão ficar ai pra sempre! Henrique sussurrou de novo, eu me virei e apenas soltei um sorriso, naquele momento estava valendo mais do que mil palavras! Por incrível que pareça ele conseguiu me soltar em seguida. Ele me olhava com seu pescoço erguido – Como você tá? Eu estava ansioso para saber Enquanto ele respondia a gente entrava para dentro da casa, ele contava sobre um novo amigo, ele falava tão depressa que acho que entendi Gustavo, podia estar certo, mas eu não ia atrapalhar sua ansiedade. Enquanto ele falava observava a estrutura da casa, lembrava aquelas casas de filmes americanos, na hora pensei que estivesse lá. Henrique era mais discreto, ele só queria se limpar, afinal, eu não ficaria com ele daquele jeito. Ethan parecia estar feliz, mais do que eu imaginava! Sua ansiedade para contar aquelas novidades era de deixar qualquer um louco. Eu coloquei a bolsa no chão e me agachei para perto dele – Que tal você contar tudo isso daqui a pouco? Tô muito curioso. E com saudades! E fedendo! Eu ri, ele riu, Henrique riu, minha mãe riu, todos nós rimos – Eu não queria te falar mais você tá mesmo! Ele disse com uma risada – Por isso parou de me abraçar? – Sim! Claro. Eu apenas ri, e eu apenas o amava, demais! Ele se virou e olhou para Henrique – Como você esta aguentando? Henrique apenas riu, se aproximou de Ethan e o abraçou! Os dois se davam muito bem, principalmente quando se tratava de vídeo game! Certa vez Henrique e eu pegamos pra fazer um trabalho de escola em dupla, a gente começou fazendo na casa dele e nos últimos dias fizemos na minha casa, Ethan estava jogando Assassins Creed III e logo Henrique entrou no ritmo, o que aconteceu? Não entregamos o trabalho, tiramos zero e ouvimos um monte de uma professora gorda recém separada; Henrique retornou a olhar para Ethan – Eu não tenho outro jeito, tenho que aguentar! A criança riu


Henrique e eu subimos para tomar banho e se arrumar, ficar limpo, Ethan e minha mãe foram ajudar na cozinha.

Capitulo Onze Eu podia concluir que minha mãe tinha um bom gosto para preparar as coisas, ela havia preparado um quarto especial, com lençóis simplesmente espetacular, o edredom era de qualidade, a decoração daquele quarto era invejável e diria ser impossível ter preparado por uma mulher que não conviveu com os filhos. O banheiro ficava dentro do quarto, como na casa do Henrique. Por questão de respeito evitamos de tomar banho juntos, afinal, era a primeira vez que a gente ia ali, e no mínimo devíamos respeitar. Ao entrar no banheiro, era de se notar que Henrique estava totalmente acabado, seus olhos pareciam cansados, e seu corpo estava dolorido, era visível, já que ele não conseguia disfarçar. A única parte que posso descrever que foi desnuda, foi no momento em que Henrique deixou o chuveiro, enrolado apenas em uma toalha, que aliás era de primeira qualidade. Depois do banho ele parecia mais relaxado, ele seguiu em direção a bolsa que estava na cama, na única cama, e retirou uma camisa que ele havia ganhado de seus pais no natal anterior. Uma polo, preta, com uma cruz, parecida com o símbolo na bandeira da Inglaterra, só que roxo. Ela parecia não servir mais nele, estava batendo na ponta da barriga e estava tão colada, que dava para notar seu físico corporal, admirável. Em seguida ele vestiu uma calça, devido ao calor, ele preferiu uma calça folgada, quer dizer, claro que seria melhor um short, ou uma bermuda xadrez, eu iria querer assim, mas Henrique é o Henrique. Assim que tomei banho, optei por uma camisa suave, o calor na zona leste era um castigo para quem não conhecia ou não ia frequentemente pra lá. Uma loucura. A bermuda xadrez, foi escolhida por mim. Já havia passado umas meia hora. Henrique estava parado diante a janela, eu perguntaria o que estaria vendo e sei que ele diria nada, eu nunca vi ninguém olhar atentamente para o nada. Embora o calor castigava e Henrique parecia doente com aquelas roupas, eu tinha que admitir, que apaixonei pelo garoto mais bonito da escola, do bairro, e que estava fazendo o meu mundo mais bonito. Eu se aproximei dele, eu não podia ler mente, mas não era difícil adivinhar, que o ocorrido daquele mesmo dia, na estação, fazia com que ele estivesse ainda mais preocupado e eu não podia dizer nada, não sei se posso considerar um argumento, mas, era a vida, e tudo tem risco. A vida era o risco. Eu não sabia o que dizer, então me aproximei dele, e o abracei, vire-me em direção aos seus lábios, um lindo beijo lhe dei. – Vamos descer. Apenas o convidei, para o que ele já havia sido convidado.


– Claro, meu anjo. Disse ele, tão distante daquela dimensão. Em outro mundo. Em seguida, deixamos o quarto, descemos para a sala, iriamos seguir para cozinha, onde teria uma mesa bem feita para gente, ouvi dizer que alguém iria participar daquele almoço organizado pela minha mãe, não sei bem qual era o objetivo daquele almoço, eu mantinha o pensamento de ser algo para nos reaproximar, reconciliar, provavelmente seria isso, mas ela não havia dado pistas. Ao chegarmos na cozinha, realmente eu estava certo, minha mãe não havia economizado, olhei para seus olhos, estava feliz, seu sorriso era de canto a canto, Ethan estava do lado, com um avental branco, quer dizer, meio branco, meio sujo, em geral. Henrique deu uma respirada de alivio. Na mesa tinha um arroz com ervilha e milho, um feijão que tinha a cara de ser o melhor do mundo, havia um recipiente coberto, fiquei curioso, muito curioso. Uma coisa que eu posso dizer sobre o Henrique, é que ele era educado e respeitar o lugar onde ia, até mesmo em hotéis, pousadas e em sua própria casa. Ele respeitava. Mesmo cansado, exausto, ele ainda mantinha seu hábito, que eu gosto de pensar, que é uma ótima qualidade. – Se quiserem se servir, fiquem a vontade. Henrique pegou um preto, em seguida eu peguei o meu, como de costume eu coloquei o arroz primeiro e depois o feijão, Henrique foi ao contrário, posso dizer que apenas estava curioso para saber o que tinha no recipiente coberto. Quando se aproximei e coloquei minha mão esquerda no pano para tira-lo, minha mãe disse algo por cima – Aproveitei e preparei um prato que você adora; lasanha! E meu dia estava mudando!

Não tinha como não perceber, tudo estava estranho. Henrique, Ethan, aquela casa, aquele momento, aquele dia... Minha mãe era normal, mas não ‘Tudo Estranho’ de maneira ruim, de maneira Uau! Caramba, o que estamos fazendo? Por que era inacreditável, ainda era, estar ali e ser você mesmo, é algo totalmente diferente quando você passa toda sua vida sendo alguém metade você e metade do que você deve ser ou que alguém queria que você seja assim. Naqueles últimos dias, percebi que minha vida havia mudado, de novo, só que dessa vez, eu escolhi mudar! Tenho poucas palavras para descrever aquele almoço, ótimo, incrível, maravilhoso, engraçado e explorador! Ótimo, por que todos agiu como realmente era, Íncrivel, por que estava minha mãe e os dois homens da minha vida ao meu lado, Ethan e Henrique, Maravilhoso, por que era algo que jamais pensei que fosse acontecer, ainda mais com minha mãe na mesa e Engraçado, por que Ethan continuou a brincar com Henrique, e Explorador, por que descobri mais da minha mãe e vice versa. Para


descrever como eu me sentia: amado! Amado, por que, ou como, como nunca fui amado antes! Não por três pessoas maravilhosas! Todos já havia se retirado, afinal, já passava das 20h, Henrique estava deitado na cama, com as pernas nem um pouco esticada e sim dobradas, seu rosto estava escondido por trás de um livro, não consegui ver bem que obra era aquela, mas de longe, a capa era de chamar a atenção! Jurava que seria Dan Brown, Tracy Hickman, Suzanne Collins ou Markus Zusak, afinal ele amava obras daqueles autores, em especial Tracy e Suzanne, sua atenção estava presa para aquele livro, do qual eu estava pouco preocupado para saber qual era! Eu estava de olho na tela do Notebook, numa mesa, do outro lado do quarto, que também não era imenso. Estava distraído, quando ouvi a voz do meu amor, me chamar. – Marcos? Eu me virei devagar, o livro já estava do seu lado fechado e eu sabia, era um Tracy Hickman, ele havia esticado as pernas e me olhava com uma cara de cachorrinho pidão! – Oi amor. Abri um sorriso vagabundo – Eu realmente estive pensando. – Pensou sobre o que? Não esperei ele terminar – Estar aqui na casa da sua mãe, e agi normalmente. Me fez pensar, sobre aquela questão de morar junto... Posso dizer, que aquela era uma decisão adulta e madura, querer morar sozinho, só nós era algo maravilhoso e tal, mas havia desafios, um desses desafios, é contar o que omitimos... O que somos! Não que nós seja algum tipo de praga, doença ou um tipo de criminoso! Afinal, no Brasil ser gay é aceito por muitas pessoas e não é visto por uma cultura como doença ou crime como é na India! Mas, ele havia pensado sobre aquilo, e se foi por algo que disse a ele, estava na hora de me desculpar. Eu não queria pressionar! Isso me faria perde-lo! – Se foi sobre o que falei, não precisa pensar nisso agora. Você tem seus pais, seus amigos, uma reputação. Se acha melhor pensar nisso depois... Eu fui interrompido Eu fui interrompido, pode-se dizer pelo Henrique, mas não como uma ação física! Eu não sei dizer como, mas o que ele disse, realmente era de surpreender... e novamente eu não esperava, não vindo dele. – Mora comigo! Contamos para todos. Mas vamos morar juntos! Eu fiquei com uma reação. Apenas uma!


Sem Palavras!

Continue em Para Sempre Amigos – A Vida Continua! Em Breve!


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