A PALAVRA E AS PALAVRAS – Pregadores da Sé

Page 1


II


III


IV

INTRODUÇÃO

Este projeto surgiu com intuito de retratar a vida, a religiosidade e a opinião dos pregadores da praça da Sé sobre diversos assuntos da atualidade. As personagens, aqui retratadas, são presença marcante e reconhecida por grande parte dos paulistanos e brasileiros; são pessoas que têm como profissão a pregação. Os relatos foram construídos por meio de imagens e entrevistas e em nenhum momento há qualquer pretensão em apoiar, julgar, promover ou discriminar o trabalho realizado pelos pregadores da praça da Sé ou de qualquer outra instituição religiosa. Os pregadores existem desde o início da civilização religiosa, quando eram cultuados como profetas divinos, em razão do poder de transmissão da palavra de Deus; contudo, atualmente, já não se credita esse mesmo valor a eles. O Brasil, embora seja considerado católico, é um país com grande diversidade de religiões; a última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que houve um aumento significativo na proporção de pessoas que se consideram ateias e evangélicas. E foram esses dados que nos motivaram a observar e estudar esse pe-


V

queno grupo de pregadores localizado em área aberta, pública e tão urbana quanto o centro da cidade de São Paulo. A pregação que ocorre na praça da Sé, coração da cidade de São Paulo e considerada o seu marco zero, além de ser ponto arquitetônico e turístico conhecido em todo o Brasil, ganha destaque principalmente entre os religiosos evangélicos e o pessoal das classes mais baixas, porém, parece sofrer certa discriminação nas classes sociais mais elevadas. Em frente a famosa catedral da praça da Sé, está o palco de atuação dos pregadores que entrevistamos, os quais dividem espaço com turistas, moradores de rua e paulistanos que estão apenas passeando ou indo para o trabalho. É nesse local, por muitos considerado caótico, que os pregadores tentam conseguir a atenção dos transeuntes, falando sobre diversos temas polêmicos e, por vezes, discutindo com as opiniões divergentes. Foi esse cenário em especial que impulsionou o início desta obra, cuja pretensão é retratar esse ativo grupo da sociedade religiosa que consegue ser ao mesmo tempo ignorado, discriminado e reverenciado.


VI


RODRIGO FERNADES

01 L U I Z B E R T O L I N O S I LVA

29 JOSÉ DOMINGUES

55

VII


1

“Ó

ia prá cá! Esses dois pecado, que eu vou falar aqui agora, Deus acabou com duas cidades por causa desses dois pecados. Primeiro! Quando Deus vê o homem idolatrar imagem. Quando Deus vê o homem invocar uma estátua, Deus fica por aqui ó. Você pode ver esses países, essas cidades aonde o homem idolatra imagem é onde tem mais praga, mais miséria, mais seca, mais doença. Pastor! Qual é o outro? O pecado do homossexualidade, óia pra cá! Esses dois pecados, idolatria e homossexualidade, vai fazer Deus acabar com essa terra”. Tr e c h o da p r e ga ç ã o d o pa s to r R o d r i g o Fe r na n d e s.


Nome

Rodrigo Fernandes Idade

30 anos Naturalidade

Goiânia – Goiás Estado Civil

Casado Filhos

1 filho de 8 meses de idade Profissão

Pastor Escolaridade

Ensino médio completo Religião?

“Eu frequento uma religião, mas sigo a bíblia, a palavra de Deus”.

2








9

E N T R E V I S TA

Alguém da sua família te apoia? “Olha, ninguém é contra, eles apoiam, tem muitos católicos e evangélicos, mas ninguém é contra”. Há quanto tempo você está na Sé? “Há 10 anos. Com 20 anos de idade eu já tinha começado a pregar na Praça da Sé”.

“Muita gente é contra, muita gente murmura, não aceita, têm muitos bêbados também na praça da Sé, tem muita miséria aqui. Às vezes, eles se levantam contra, eles zombam, homossexuais que não aceitam a palavra de Deus. Por que na verdade eu prego a palavra e eles são contra a palavra”.

Você prega em outros lugares? “Em praças em Jundiaí, Diadema e várias outras igrejas no sábado e no domingo à noite”. Quais são as dificuldades que você tem em pregar na praça da Sé? “Olha, Muita gente é contra, tem muita gente que murmura, não

aceita, e têm muitos bêbados também na praça da Sé, tem muita miséria nessa praça. Às vezes, eles se levantam contra nós, eles zombam, tem muitos homossexuais que não aceitam a palavra de



11

Deus. Por que na verdade eu prego a palavra aqui na praça e eles são contra a palavra”. Quais são os objetivos que você tem como pregador e qual é o retorno que você espera? “O meu objetivo como pregador é falar aquilo que Jesus falou em Matheus 10-7: ‘Fique por todo mundo e pregai o Evangelho”. Então

“Eu não conhecia a palavra, então comecei a conhecer a palavra e a minha mente começou a se abrir. Então tem a diferença, bíblia é uma coisa, religião é outra”.

meu culto é pregar a palavra, e assim como eu era drogado, viciado e Deus me libertou, eu quero que outras pessoas também se libertem daquilo que não presta, daquilo que o mundo tem feito as pessoas serem escravas”.

Como era sua vida antes de se tornar um pregador? “Eu nasci em um lar católico, minha avó era benzedeira, minha tia é espírita, minha família era destruída, então eu conheci o Evangelho. Eu estava no fundo do poço, então eu conheci a palavra de Deus. A palavra de Deus mudou minha vida, então eu tento passar isso para os outros também”. Como você virou pregador? “Eu tinha na época 18 anos, eu era do mundo da farra, da perdição das drogas, mexia com drogas, aí Deus me libertou. Eu não conhecia


a palavra, então comecei a conhecer a palavra e a minha mente começou a se abrir. Então tem a diferença, bíblia é uma coisa, religião é outra. Inclusive no mundo tem muitas religiões, mas a palavra é só uma. Eu conheci a palavra, eu estava no vício, estava no mundo da perdição e eu conheci a palavra, Deus me ajudou e me libertou. Foi através de um amigo meu que me convidou para ir à uma igreja Batista e eu fui na igreja em

“Pra mim religião é um engano na Terra, o homem tem que seguir a palavra de Deus. Não importa se a religião é A, B ou C. Eu frequento uma religião, mas a minha religião não vai me fazer ter conhecimento da verdade”.

uma noite, e, naquela noite, eu sai diferente. Eu conheci a palavra ali. Sou casado, tenho um filho de 8 meses, entendeu? Então Deus está me abençoando, todo aquele que crê, Deus abençoa também”. Como o público te recepciona? “Olha, eu prego há 10 anos aqui na Sé e sou muito respeitado. Existem pessoas que me procuram, pessoas que me cumprimentam. Hoje, o culto estava cheio de gente, não só hoje, mas sempre quando eu prego aqui, graças à Deus, o culto está sempre cheio e tem até vídeo na internet”. Você conhece outras religiões? O que acha delas? “Pra mim religião é um engano na Terra, o homem tem que seguir a palavra de Deus. Não importa se a religião é A, B ou C. Eu frequento

12




15

uma religião, mas a minha religião não vai me fazer ter conhecimento da verdade. A verdade só está na palavra de Deus. Jesus mesmo falou ‘A verdade nos libertará’. Quando eu prego, eu não venho trazer a religião aqui. Eu venho trazer a palavra, eu não venho trazer a Assembléia, a Mundial ou a católica. Eu venho trazer a palavra”. Por que você escolheu a Sé para pregar? “Porque a maioria dos pregadores, e as pessoas do Brasil, conhece a praça da Sé. E a praça da Sé é o marco zero. A gente consegue alcançar um público grande, por causa do metrô, tem várias lojas... Então é um movimento maior”. O que você acha dos outros pregadores da Sé? “Olha, eu mesmo sou responsável pelo meu culto, então em todo lugar, em toda religião tem aquilo que presta e o que não presta. Então eu

“Porque a maioria dos pregadores, e as pessoas do Brasil, conhece a praça da Sé. E a praça da Sé é o marco zero. A gente consegue alcançar um público grande”.

me responsabilizo pelo meu culto pelo horário que eu prego”. Qual foi a primeira vez que você pregou? Foi na praça da Sé? “O primeiro lugar que eu preguei,

aqui em São Paulo, foi a praça da Sé. Há 10 anos atrás. Em Goiás, eu já havia pregado, mas nunca em praça, pregava nas igrejas. A primeira praça foi aqui na praça da Sé, depois foram as outras praças”.


TEMAS SOBRE A SOCIEDADE ATUAL O que você pensa sobre... O aborto? “A bíblia é contra, eu também. O único que tem direito de tirar a vida é Deus. Homem nenhum tem direito de tirar a vida do próximo”. As drogas? “A droga mata e é um vício que leva o homem à ruína. Não só as drogas, mas muitas coisas ruins que o mundo oferece levam o homem à ruína. Eu conheci um médico, do Hospital das Clínicas, parou aqui na praça da Sé por causa de bebida. Ficou 5 dias bebendo sem parar. Parou aqui, eu orientei ele e ele voltou. Ele tinha deixado a casa, o carro,

“Agora, como em 1 Coríntios, 6-9, está escrito: ‘nem os afeminados, nem os devassos entrarão no reino dos céus”’.

tudo, e veio parar aqui na praça da Sé, fedendo, todo embriagado. Então não somente as drogas, o vício em geral leva o homem à ruína”. A homossexualidade? “A bíblia diz que Deus fez o homem e dele a mulher. Eu não sou contra a homossexualidade, eu não descrimino a homossexualidade. Mas Deus é contra a prática que ele faz, Deus quer salvar o homossexual. Agora, como em 1 Coríntios, 6-9, está escrito: ‘nem os afeminados, nem os devassos entrarão no reino dos céus’”.

16




19

A prostituição? “Prostituição é um vício também. A pessoa que é casada tem que honrar a mulher dele, e vice e versa. A prostituição existe desde o começo do nosso mundo, só que pra entrar no céu existe uma lei, assim como tem uma lei aqui na terra, tem uma lei no céu. Então se a pessoa quer buscar Deus e seguir a sua palavra, tem que largar a prostituição também, ter só uma esposa, assim como a bíblia manda”. O consumismo? “Dinheiro no mundo, não é tudo na vida de uma pessoa. Existem pessoas que têm muito dinheiro e matam. Outros têm depressão, outros ficam trancados no quarto e existem outros que moram em uma favela, em uma casa de pau, e são alegres. Dinheiro muitas vezes traz conforto, mas não traz paz”. Internet e TV? “A internet é um lugar onde você pode estudar, pesquisar... Mas também tem um lado ruim, e o homem escolhe o lado que ele quer seguir. O mesmo acontece com a televisão. Existem programas evangélicos, têm coisas boas para se ver, mas a gente tem sempre que escolher o lado positivo”.











29

“P

rostituição, é só as pessoas se converterem. Agora, prostituição parece assim, eu vejo um negócio assim, quanto mais o país fica civilizado, nós ficamos mais ignorantes. Não é ao contrário meu pensamento? Ou não? Os Estados Unidos é um país do primeiro mundo e tudo que não presta vem de lá. Olha tanto moço com faculdade, com luta, estuda isso e aquilo, cai no mundo das drogas, mata, passa lá com uma metralhadora e mata criança. Só que quanto mais civilizado, mais bruto nós ficamos, essa é a minha visão. Não estou dizendo que são as pessoas, estou dizendo em temas gerais”. Tr e c h o da E n t r e v i s ta d o pa s t o r L u i z B e r t o l i n o da S i lva .


Nome

Luiz Bertolino da Silva Idade

67 anos Naturalidade

Murici, Alagoas Estado civil

Casado Filhos

4 filhos e 6 netos Profissão

Serralheiro Escolaridade

Ensino fundamental incompleto Religião

“Minha religião é cristo”.

30






35

E N T R E V I S TA

Como era a sua vida antes de ser pregador? “Eu vivo no Evangelho desde a idade de 8 anos. Meus pais eram religiosos, muito devotos do Padre Cícero. Toda a minha família era, menos eu”.

“Eu vivo no Evangelho desde a idade de 8 anos. Meus pais eram religiosos, muito devotos do Padre Cícero. Toda a minha família era, menos eu”.

Foi a sua opção de vida desde cedo? “Eu não digo uma opção de vida, mas eu digo que Deus me escolheu para o Evangelho desde cedo”.

Qual é a sua motivação? Como você iniciou a atividade de pregador? “A motivação era um desejo no coração de quando eu via alguém pregando. Aquilo sempre vinha no meu coração, para falar deste perfeito amor de Deus para as pessoas”. Quando você tomou a decisão de pregar? “No ano de 1969”. Há quanto tempo você prega na praça da Sé? “Aqui na Sé estou há mais de 23 anos”.


36


37

Com o mesmo grupo? “Não, aqui o grupo sempre muda, porque às vezes eles vão para o púlpito ou recebem o convite para pregar em alguma igreja. Nós perdemos eles nesse sentido, mas eu permaneço aqui treinando outras pessoas para a pregação”. Vocês pregam em outro lugar? “Nós estamos aqui há 16 anos, parados só aqui na praça da Sé. Passamos por vários outros lugares, mas temos o alvará para ficar aqui. Depois de muita batalha, conseguimos ganhar o alvará da prefei-

“Nós estamos aqui há 16 anos, parados só na Sé. Passamos por vários outros lugares, mas temos o alvará daqui. Conseguimos ganhar o alvará da prefeitura”.

tura, somos único grupo de pregadores que conseguiu”. Com que frequência você prega aqui? “A frequência? Pregamos só aos sábados, mesmo”.

Você é o pregador que tem mais tempo aqui? “Desse grupo eu sou o que mais tem tempo na praça da Sé, sou o mais velho desse grupo”. Você tem outra atividade além de pregar? “Rapaz, sou aposentado, mais ainda trabalho... Eu continuo trabalhando como serralheiro”.


Seus familiares seguem a sua religião? Eles te apoiam? “Ninguém. Todos me apoiam. Criei meus filhos dentro da igreja, mas depois da idade da decisão, já com seus 15, 16 anos, não retornaram mais”. Quais são as maiores dificuldades que você enfrenta em ser pregador? “Desafio, a gente encontra. São mais as pessoas que são religiosas de outras igrejas, não compreendendo o que a bíblia diz, que não interpretam corretamente o que ela diz. Ás vezes, eles têm vontade até de bater no nosso rosto. Eu já fui preso duas vezes aqui, por causa do Evangelho mesmo”. Quais são os objetivos que você tem como pregador e qual é o retorno que você espera? “As intenções como pregador, nenhuma. Agora o resultado que me traz, é felicidade, amor, cantar, trabalhar, caminhar”. Como você decidiu se tornar um pregador? “As pessoas normalmente dizem: ‘Ah, eu vim para o Evangelho, porque eu estava com câncer, porque eu matei, porque eu era drogado’. Eu não. Eu nunca perdi um dia, uma noite em prostíbulo ou com vaidade sexual, tanto que casei e estou com 45 anos de casado, com a mesma mulher, e com 67 anos”.

38




41

Como as pessoas reagem à pregação na praça da Sé? Qual é a reação do público? “Tem gente que passa, não liga, outros gritam: ‘Vai trabalhar vagabundo’. Porque nós temos uma diversidade de pregadores aqui na Sé... Se eu fosse uma autoridade, eles não pregariam aqui na Sé”. Por que algumas pessoas não poderiam pregar na praça da Sé? “Porque um homem que vem pregar o Evangelho, e condena as pessoas, condena quem fuma droga, condena uma mulher de uma vida

“Tem gente que passa, não liga, outros gritam: ‘Vai trabalhar vagabundo’. Porque nós temos uma diversidade de pregadores aqui na Sé... Se eu fosse uma autoridade, eles não pregariam aqui na Sé”.

torta, e às vezes já foi torto”. Você conhece outras religiões? “Olha, eu nunca procurei estudar não. Às vezes, a gente lê algum livro que fala de alguma religião, como a budista, como a maçonaria. Às vezes, eu venho,

compro um livro e quando eu percebo que é espírita, que aquilo não está dentro da bíblia, eu deixo em um banco e vou embora”. Qual é a sua opinião sobre outras religiões? “Olha rapaz, eu não tenho nada contra as pessoas de religião, eu tenho contra o ensinamento daquela religião”.





45

TEMAS SOBRE A SOCIEDADE ATUAL O que você pensa sobre... As drogas? “Rapaz, esse tema droga aí, para nós, é o maior dever no sentido bíblico. Deus tem uma solução, mas também as autoridades tem que investir bastante para salvar as pessoas das drogas. No sentido religioso, Deus pode salvar essas pessoas. Deus está pronto para fazer isso, mas talvez a pessoa não está mais no seu natural. Às vezes, ele precisa de uma química, alguma coisa para fazer ele vol-

“Deus não está no médico, porque se Deus estivesse nos médicos eles não faziam as barbaridades que eles fazem.”

tar ao natural. Agora, o que eu quero dizer à respeito disso aí, quando um médico dá um remédio à uma pessoa, que ele cura, Deus é quem curou, porque o homem não cura ninguém. Deus

está na medicina. Deus não está no médico, porque se Deus estivesse nos médicos eles não faziam as barbaridades que eles fazem”. A prostituição? “Olha rapaz, prostituição, é só as pessoas se converterem. Agora, prostituição parece assim, eu vejo um negócio assim, quanto mais o país fica civilizado, nós ficamos mais ignorantes. Não é ao contrário meu pensamento? Ou não? Os Estados Unidos é um país do primeiro mundo e tudo que não presta vem de lá. Olha tanto moço com facul-



47

dade, com luta, estuda isso e aquilo, cai no mundo das drogas, mata, passa lá com uma metralhadora e mata criança. Só que quanto mais civilizado, mais bruto nós ficamos, essa é a minha visão. Não estou dizendo que são as pessoas, estou dizendo em temas gerais”. O aborto? “Descordo plenamente com o aborto. Olha, minha opinião é essa, se uma mulher, uma mãe de família tem 2, 3 filhos, e está grávida, e o

“A bíblia mostra que o homossexual recebe um espírito afeminado. Homossexualidade, lésbica, gay. A ciência dá um nome muito bonito para isso. Mas a bíblia chama de demônio na vida de um homem.”

médico ali constar que ela precisa abortar, eu estou de acordo, porque abortando ela tem 3, 4 filhos pra tomar conta. E se ela morre fica a Deus dará? Então esse ponto a gente precisa analisar com bastante cuidado. Agora abortar simplesmente porque não

quer ter um filho, isso ai é um assassinato em massa. As mulheres que me desculpem, mas é verdade”. A homossexualidade? “A bíblia mostra que o homossexual recebe um espírito afeminado. Homossexualidade, lésbica, gay. A ciência dá um nome muito bonito para isso. Mas a bíblia chama de demônio na vida de um homem. Deus fez o homem, e daquele homem, Ele fez a mulher, para quê? Para que nós déssemos continuidade a nossa geração, para que você não perdesse


a sua geração, porque um homem sem filho é um homem que passou pela Terra sem história nenhuma, morreu sua geração. Deus fez a mulher para isso, uma companheira para trazer essas coisas e, quando um homem parte para o homossexualidade, ele recebe um espírito afeminado, como diz a bíblia, mas ele tem o direito de ir e vir e decidir o que ele quer”. E um homossexual pode entrar para igreja e seguir a bíblia? “Olha, nós podemos deixar ele ali, mas sua maneira de querer ser, nós temos que orientar, ele tem que deixar aquilo lá, porque o homem nasceu homem. Nada contra, nada contra, mas biblicamente, a bíblia chega até a dizer que o afeminado não entra no reino de Deus, então nós temos que doutrinar ele para ele voltar à sua origem, voltar a ser homem, porque isso aí é uma desonra muito grande para um homem”. O consumismo? “Olhando pelo lado espiritual é um problema, mas não é um problema que agrava a sociedade. Só é problema pra ele que consume mesmo”. Internet e TV? “Olha a televisão na realidade, olhando para o lado espiritual, ela é um instrumento de Deus, porque toda a ciência é de Deus. Agora, a televisão hoje está colocando na mente dos nossos filhos, da nossa mulher que assiste, uma mensagem oculta. Eu nunca esqueço, eu falo aqui várias vezes, você vê, por exemplo, nós tivemos uma novela

48




51

há uns anos atrás chamada “Viúva Porcina”. Se eu não me engano, a palavra “porcina” quer dizer “porta aberta para todos os homens,” um negócio assim, se não me falha a memória. Aquela mulher fazia um papel daquela prostituta, tinha um marido e saía com um, saía com outro, e aquilo é uma mensagem oculta que fica lá no subconsciente da pessoa. Você vai ver um determinado desenho, às vezes ele tem uma formação gay e as crianças estão assistindo e estão se influenciando, então é uma mensagem oculta que cai lá no subconsciente daquela criança e vai saber quando aquilo vai brotar. A internet é uma coisa fabulosa, mas se você souber usar. Nossa igreja foi a primeira igreja, com a Embratel®, a ter um pulso pela internet. É informação, é conhecimento, alguma coisa para a criança aprender. Mas você vê, eu não sei qual é a razão de ter que passar uma cerveja que tem uma mulher pelada, qual é a razão? Eu sou um analfabeto, você que vai ler esse livro, eu sou um analfabeto, mas sou um analfabeto que não é bobo. Você vê hoje a novela, a novela passa uns homens afeminados com a vida e o pai que está ali na casa tem que aceitar aquilo. Então ensina uma mensagem que o pai tem que gostar daquilo, aceitar, conviver com aquilo, com aquela promiscuidade. Quando as coisas começam a sair assim do jeito que está, a nação está derrotada. Quando a nação começa a perder a família, é porque a nação está totalmente derrotada, porque o fundamento da nação é a família e se a família está destruída por aquelas coisas então toda nação está destruída”.





55

“A

“A única coisa que ele [pastor] se dedica é agradar quem vai pra dentro da igreja, pra pegar dinheiro. Ô Brasil velho! Os seus governadores não tão vendo a putaria que o Brasil se tornou não? O Brasil tá sendo notícia. É país onde vai levando mau exemplo para fora: é aqui que tem carnaval. É aqui que maconheiro fuma na cara de guarda. É aqui que pastor rouba mesmo sem revólver, só com conversa mole. É aqui mesmo que empresário não paga os funcionários e manda eles irem buscar seus direitos. Vai buscar seus direitos!” Tr e c h o da p r e ga ç ã o d o pa s to r Jo s é D o m i n g u e s.


Nome

José Domingues Idade

61 anos Estado Civil

Casado Profissão

Ex-regulador (metalúrgica) Religião

“Eu frequentava [uma igreja evangélica], mas isso já faz parte da história pra chegar aqui...”

56






61

E N T R E V I S TA

Como foi o seu contato com a igreja evangélica? “Foi uma coisa que aconteceu, eu nem imagino. O que eu queria era ficar livre de problema, ficar famoso, rico, e queria felicidade, até a morte chegar. Só Deus sabe o sentimento dos homens jovens normais. Mas o meu sentimento era o sentimento normal do homem. Então eu comecei a ler a bíblia e, olha o que aconteceu, eu comecei a trabalhar perto de um crente. Eu trabalhava em uma metalúrgica, como ajustador, e comecei a trabalhar perto dele. Na época, minha esposa estava cancerosa e eu também tinha problemas com dívidas”.

“Foi uma coisa que aconteceu, eu nem imagino. O que eu queria era ficar livre de problema, ficar famoso, rico, e queria felicidade, até a morte chegar.”

Quantos anos você tinha na época? Foi há 30 anos atrás, eu estou com 61, então eu tinha 31 anos. Eu comecei a trabalhar perto desse crente. Eu estava muito

angustiado e falei da minha esposa, que estava cancerosa, e ele me disse que se Deus tivesse um plano na minha vida, esses problemas de milagre eram todos de Deus. Então, conforme eu fui lendo a bíblia, foi entrando aquela paz e Deus entrando na minha vida, e comecei a pensar: ‘Esse negócio então é fácil de resolver’.





65

Mas eu estava aqui, vendo a hora da minha esposa morrer, endividado, arrasado, viciado nas drogas... Quando comecei a ler a bíblia, formou-se dentro de mim um sentimento de andar em retidão

“Eu estava aqui, vendo a hora da minha esposa morrer, endividado, arrasado, viciado nas drogas...”

e não prejudicar ninguém para agradar à Deus, pois já estava dentro de mim o que Deus quer ver do homem. Ser uma coisa útil que não prejudica ninguém e favorável para ajudar quem

precisa de ajuda. Entendeu? O fundamento de Deus. Mas eu também não sei se a gente vai se encontrar amanhã. Às vezes chega o meu dia de ir embora aí... Esse é o meu testemunho do que Deus fez comigo pra eu chegar aqui”. Atualmente, você frequenta alguma igreja? “Não, eu frequentava, mas isso já faz parte da história pra chegar aqui, se não eu não poderia estar falando o que estou falando agora. Aí veio esse sentimento de andar em retidão, já sabendo que Deus estava querendo isso. Eu dava risada do crente que trabalhava comigo, porque eu era bagunceiro e dizia que ele não sabia aproveitar a vida, que não fazia nada: ‘Você não sabe viver, você não bebe, não fuma. Vou ensinar você a viver’, eu dizia à ele. E ele ficava quieto, porque ele já sabia coisas que eu não sabia. A coisa começou a apertar mais em cima da minha cabeça e da minha família, e eu falava pro crente que eu já era mais crente que ele e não sei o


que mais... Mas eu sabia lá o que era ser crente de verdade? Eu sabia o que eu achava que sabia. Aí foi apertando e apertando, e aí o que aconteceu? O crente me disse: ‘Quando Deus fizer uma obra na sua vida, você vai ver como é.’ Mas eu não estava sabendo do que ele estava falando, porque pra mim eu já era igual à ele ou até melhor, no meu entendimento, na minha sabedoria. Só sei que nesse dia eu estava desesperado, meu filho doente, eu endividado e minha esposa com câncer, morrendo. Eu entrei no banheiro e comecei a chorar, falei com Deus, comecei a rezar, orar, qualquer coisa, era uma alma em desespero. Mas graças à Deus o pensamento foi pra cima, falei que não aguentava mais e não sei o que mais lá. Aí, por dentro de mim, um segredo, veio uma voz por dentro dizendo: ‘Olha, não adianta você ficar rico, porque, se ficar rico, você não vai ter o descanso na alma que você quer...’, por dentro assim: ‘... E você vai entrar em assembleia e reunião... Não é isso o que você quer. Fiquei admirado quando eu senti essa coisa por dentro falando. Saí do banheiro, isso era num sábado. No domingo, já levantei com um sentimento formado. Não ia mais beber, nem fumar, nem jogar, isso já no domingo de manhã. E eu acordava tarde de domingo, ficava com a cara na televisão até tarde no sábado quando não saía pra gandaia, mas nesse domingo acordei bem cedo com essa decisão e que levo até hoje. Até hoje. Aí voltei pra trabalhar na segunda-feira. O irmão que trabalhava lá percebeu e disse que agora eu precisava ir pra igreja de crente, e eu falei: ‘Por que pra igreja de crente?’. Eu queria ser uma pessoa verdadeira, mas não estava

66


67

pensando em ir pra igreja de crente coisa nenhuma. E ele disse que eu precisava ir pra igreja sim e como eu estava sem entender nada: ‘Então tá certo’, se ele achava que eu precisava ir. Ele disse que conhecia umas irmãs da igreja que, se eu quisesse, podiam me fazer uma visita. Então concordei. Isso foi num feriado de Aparecida do Norte, numa terça-feira. Quando foram lá, as duas crentes me visitar, minha mãe, que era viva nesse tempo, ficou sabendo e foi lá. Minha irmã foi lá e minha esposa também estava lá e eu estava lá. E as duas crentes começaram a falar...”. Sua mãe, sua irmã e sua mulher também eram evangélicas? “Que nada, ninguém era crente não. Mas estavam lá. Aí, elas começaram a falar que Deus ajuda, coisas de Deus. Aí terminou e elas disseram: ‘É assim mesmo, vocês não estão entendendo direito, mas é assim mesmo que Deus faz a obra. Podemos orar por vocês?’, aí uma delas me perguntou se eu queria aceitar Jesus como salvador, que é um costume que depende muito de igreja pra igreja, aí eu no meu sentimento eu disse: ‘Eu já aceitei’. Olha a minha resposta: ‘Eu já aceitei’. Aí elas começaram a orar e começaram a falar com Deus e todos nós começamos a chorar, eu, minha mãe, minha esposa e minha irmã. Só Deus sabe o que é isso, agora a gente entende um pouco, mas naquela época não. E elas disseram que era assim mesmo, que isso costumava a acontecer, que era uma coisa que Deus estava fazendo na nossa alma. Sabe quando você está chorando de deses-



69

pero, mas naquele dia era uma coisa agradável, já era uma coisa que nós nunca tínhamos sentido. Aí elas perguntaram pra minha irmã se ela queria também aceitar Jesus e minha irmã disse que naquele dia não, e elas perguntaram pra minha mãe que concordou. Minha irmã olhou pra ela e disse: ‘Agora que a senhora aceitou Jesus, a senhora é crente’. E minha mãe disse: ‘Eu, crente? Ela perguntou quem queria aceitar Jesus, agora crente eu não quero ser não’. Só sei que com essa história minha mãe desejou viver vida justa e honesta também, sair fora das coisas erradas que ela andava fazendo e dos vícios. E eu fiquei nessa polêmica, eu queria andar certo para agradar à Deus, para ter vida eterna, mas não queria ser crente, não queria ir para igreja de crente. Mas como o crente do meu trabalho disse que eu precisava ir, então peguei minha esposa e fomos procurar uma igreja. Primeiro fomos para uma igreja bem ralé, pobre, e eu bem orgulhoso pensei: ‘Aqui não vou ficar não, é pobre demais’. Então saímos dessa igreja e fomos para uma igreja bem grande, bonita, e falei: ‘Nessa aqui vou ficar!’, com o coração orgulhoso, querendo coisa bonita. Você nem imagina como eu sofri dentro dessa igreja, para aprender que lá dentro tem coisa boa e tem coisa ruim também. Nós vamos todos na fantasia pensando que é brincadeira e o negócio é sério, dentro e fora. Encurtando um pouco a conversa, isso é o testemunho do começo. Eu ia na igreja e minha esposa também. Minha esposa queria se batizar para ser curada do câncer e eu já queria me batizar porque eu estava com o sentimento de an-



71

dar na verdade, na vida justa, como realmente Deus estava fazendo eu entender, que eu precisava sair fora das coisas erradas para ter vida eterna. Minha esposa estava numa polêmica, ela queria ser curada e ter vida eterna, mas sem querer entrar no que Deus queria. Então ficou essa diferença na alma entre eu e minha esposa. Eu me lembro que nós íamos no culto e eu sempre tinha esperança da vida eterna e também que Deus fizesse um milagre com minha esposa do câncer que ela tinha no útero. Num determinado dia de culto, eu fui nessa igreja que eu costumava ir e veio um irmão do Chile, uma família que Deus trouxe aqui pro Brasil e só Deus sabe o porquê. Nessa noite, ele ia trazer a mensagem do Evangelho nesse culto e lá estávamos nós. Antes de ir para esse culto, minha esposa, desesperada, foi na firma que eu trabalhava se lamentando do sofrimento que ela estava passando, não só da enfermidade, mas um problema familiar também com um contraste que estava havendo. Eu disse: ‘Não adianta você vir atrás de mim, porque o problema aqui é só com Deus, o negócio é a gente se esforçar para agradecer à Deus e orar, que é o que Deus pede e Ele é quem sabe resolver problema. Não adianta, você vai pra igreja e quando eu sair do serviço eu também vou’. E era o dia desse culto. Quando chegamos lá na igreja de noite, no dia desse culto, veio essa família de irmãos do Chile, o nome dele era Mario Perez, o nome do irmão que vinha anunciar a palavra nessa noite na igreja. Nós fomos pro culto e eu estava lá de um lado e minha esposa do outro, e ele começou a anunciar a palavra: ‘Olhem, existem pessoas que querem coi-


sas grandes, coisas pequenas e, aqui na Terra, para a pessoa alcançar alguma coisa de grande valor ela tem que pagar um preço’, a palavra que começou a vir: ‘E se é coisa menor, normalmente vai pagar menos, mas se é coisa de grande valor vai ter que pagar um preço pra alcançar uma coisa de grande valor. Na parte das coisas do nosso Deus, não pense vocês que vão alcançar as coisas profundas de Deus brincando...’. E começou a vir exortação à respeito de honestidade, santidade e sair fora de coisa errada. Nós temos que tomar posição na frente de Deus, se na verdade queremos alcançar as coisas de Deus. Do contrário, sinto muito, pode alcançar de muita gente, mas de Deus não. Deus não é uma coisa leviana, que se leva com falsidade nem com esperteza humana. Então, foi vindo essa palavra e no meu coração eu fui sentindo assim: ‘Meu Deus, se ainda não estou me procedendo corretamente como eu preciso, eu preciso da salvação, mas eu gostaria que você fizesse um milagre na vida da minha esposa’. Porque eu gostava dela e não queria que ela morresse, pelo menos naquele momento. Todo mundo tem que morrer, mas eu entrei em desespero. Eu comecei a aclamar à Deus e eu disse: ‘Olha, meu Deus, se por ventura eu não estou te agradando ainda, eu vou me esforçar pra ser fiel nas coisas que eu não sou ainda... Eu vou orar mais e eu vou...’, sei lá, um desejo da alma de querer a vida eterna e querer o milagre. Eu não sabia o que estava acontecendo e a mensagem continuava vindo assim e a mensagem fez eu ficar confiante que, se eu não estava agradando à Deus ainda, quem sabe eu ia agradar pra alcançar o

72




75

que eu queria, mas sabendo que o que Deus estava exigindo era qualidade, não outras coisas, isso eu já sabia. Enquanto isso, minha esposa estava do outro lado e eu não sabia, mas o corpo dela começou a esquentar e deu vontade dela ir no banheiro. Depois ela contou o que estava acontecendo, já era a parte do milagre. A parte da santidade até hoje eu ainda estou indo pra lá, mas não vou dizer que ainda já está tudo completo, porque é um processo e talvez demore. O processo para a pessoa ficar na retidão não é um passe de mágica, depende de processo, e é só Deus sabe trabalhar para o homem se endireitar. Às vezes, a gente até quer, mas sozinho não consegue não, tem que passar por processo. Aí, deu vontade da minha esposa ir no banheiro e, na parte secreta lá, ela começou a derramar sangue, e foi curada do câncer naquela noite. Você nem imagina como eu fiquei. Eu já gostava de falar, quando eu senti que eu não queria nem fumar, nem beber, nem jogar naquele domingo, que eu acordei já dava vontade de falar. Quando eu fui nessa igreja grande que eu achei bonitona, por causa do meu orgulho de querer coisa grande, sofri por causa disso. Se eu tivesse ido na pequena, eu acredito que eu iria encontrar mais pessoas honestas e verdadeiras, mas na grande eu passei prova que tinham pessoas verdadeiras, mas quanta falsidade e eu não sabia. ‘Olha então, fica na grande pra você ver, pra você aprender, que está cheio de falsidade em todo lugar’. E aí eu só sei que quando eu cheguei nessa igreja grande, aí a pessoa falou assim: ‘Você quer aceitar Jesus?’, isso na grande, e eu disse: ‘Eu já aceitei”. Aí deu vontade de falar na hora o que eu estou falando para vocês aqui agora”.


Você já tinha essa opinião sobre pregar para as pessoas? Já estava dentro de mim, o negócio já tinha se formado. Aí deu vontade de falar o testemunho, mas uma senhora falou assim: ‘Não, não, não, não fala nada não. Depois quando você se batizar, você vai dar testemunho’. Esse já era um impulso, que eu já era formado pra falar, baseado no que eu vivi, no que Deus fez eu viver. Aí foi assim, minha esposa foi curada e eu trabalhava na metalúrgica. Quando ela foi curada do câncer, minha vida mudou e eu recebi mais um segredo que quem sabe depois eu falo. Lá de cima. Aí não deu mais pra ficar quieto não. Eu trabalhava, mas não dava, eu tinha que falar o que é que agora eu estava vivendo para os meus colegas de serviço. Não foi de admirar pro crente que já era crente, mas para os outros e para o meu chefe ficou difícil. Eu não conseguia ficar quieto. Eu trabalhava um pouco e eu tinha que falar um pouco. Uma coisa clareou o entendimento lá que... Tomara que vocês já estejam entendendo alguma coisa. É uma coisa lá, quem nasce de novo sabe o que é. Eu tinha que falar, e conforme eu falava no trabalho, alguns colegas ouviam, outros me chamavam de doido. Eu lembro que o meu encarregado ficava me olhando enquanto eu andava de bancada em bancada conversando. Até que uma vez ele chegou e disse assim: ‘Olha rapaz, não adianta falar com esse povo não, que esse povo é incrédulo e eles não vão acreditar’. O encarregado devia me falar para eu ir trabalhar que eu estava ali ganhando para trabalhar, mas não foi essa a palavra. Ele falou como se ele já estivesse entendendo alguma coisa, quem não estava entendendo

76


77

era eu. Foi quando eu tive um sonho que esse encarregado chegava com os meus documentos e me mandava embora da firma. Passaram-se poucos dias e veio a dispensa da firma que eu trabalhava. Mas eu vou parar por aqui, porque agora eu comecei a buscar à Deus para Deus me arrumar um novo emprego. Por um lado, agora, sabendo o segredo, para falar a respeito da vida eterna, e, por outro lado, em dificuldade com o emprego. Eu comecei a buscar à Deus para Deus ver qual era o novo emprego que Ele iria me dar, para eu ganhar o pão de cada dia e sustentar a minha família. Vou parar por aqui, porque o emprego chegou e não era nada do que eu pensava.







Agradecimentos

Fabio Oliveira JanicĂŠia Pereira Daniel Justi Thiago Fogolin Prof. Elcio Sartori


Capa: André E. Stefanini Projeto gráfico: André E. Stefanini Diagramação: Rodrigo Simões Fotografia: André E. Stefanini, Fabio Oliveira e Rodrigo Simões


Em frente a famosa catedral da praça da Sé, está o palco de atuação dos pregadores que dividem espaço com turistas, moradores de rua e paulistanos que estão apenas passeando ou indo para o trabalho. É nesse local, por muitos considerado caótico, que os pregadores tentam conseguir a atenção dos transeuntes, falando sobre diversos temas polêmicos e, por vezes, discutindo com as opiniões divergentes. Foi esse cenário em especial que impulsionou o início desta obra, cuja pretensão é retratar esse ativo grupo da sociedade religiosa, que consegue ser ao mesmo tempo ignorado, discriminado e reverenciado.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.