Estratégias Energéticas

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Colégio Regina Mundi

Trabalho de Geografia: ESTRATÉGIAS ENERGÉTICAS

Maringá-PR 2008


Colégio Regina Mundi Prof.ª Rosana Barbosa Garla Geografia – 1º Ano “D” Alunos:

Alexandre da Silva Santos - 39 Andrey Biff Sarris - 03 Anuar Saleh Hatoum - 04 Brian Masahari Andrade Karigyo - 07 Felipe Bossoni - 43 João Augusto Azevedo Moreira - 17

Trabalho de Geografia ESTRATÉGIAS ENERGÉTICAS

Trabalho apresentado como requisito da disciplina de Geografia, expondo informações relacionadas a Estratégias Energéticas, tais como fontes de energia – renováveis e não renováveis – e suas conseqüências sociais, econômicas e ambientais sob a orientação do Prof.ª Rosana Barbosa Garla e sob as normas regentes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Maringá-PR 2008 2


Sumário 1. Introdução ............................................................................................................04 2. Estratégias Energéticas........................................................................................05 1 A Energia...................................................................................................................05 Energia no Brasil.....................................................................................................05 Consumo Energético Brasileiro...............................................................................06

2 Fontes de Energia .....................................................................................................07 Petróleo...................................................................................................................08 Gás Natural.............................................................................................................13 Carvão Mineral........................................................................................................14 Energia Nuclear.......................................................................................................15 Energia Hídrica........................................................................................................22 Etanol......................................................................................................................29 Energia Eólica.........................................................................................................33 Energia Solar...........................................................................................................35

3 Impactos Ambientais das Fontes Energéticas...........................................................39

3.

Conclusão..........................................................................................................43

4.

Referências Bibliográficas.................................................................................44

3


Introdução Neste,

enfocaremos

as

fontes

de

energia

mais

utilizadas

na

contemporaneidade (petróleo, carvão, gás natural, hidrelétrica, solar, nuclear, etanol, etc.), seus impactos econômicos, sociais e ambientais e opiniões de especialistas sobre estes. Atualmente, os problemas ambientais estão tendo um fator de maior influência, devido ao aquecimento global. Porém, nosso sistema capitalista impede que deixemos de analisar a relação econômica em que estas fontes estão inseridas. Este “pequeno conflito” (economia X meio ambiente), consequentemente gera influência nos problemas sociais. As fontes de pesquisa foram artigos científicos, acadêmicos, livros, jornais e publicações onlines da rede mundial, com um alto grau de confiabilidade e de qualidade. O objetivo deste é demonstrar de uma maneira ampla, verídica e imparcial a geração de energia, seus aspectos positivos e negativos, as novas pesquisas que movem esse “mundo” e a inserção da energia nos meios de produção industrial.

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ESTRATÉGIAS ENERGÉTICAS A ENERGIA Nos primórdios, o homem utilizava apenas a energia dos próprios músculos. Com o decorrer do tempo passou a também usar outras fontes de energia, como a força animal (boi, cavalo), o fogo (queima de madeira), a água (rodas d’água) e o vento (moinhos). A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, o homem passou a utilizar as chamadas fontes de energia modernas, de rendimento muito mais elevado: carvão mineral, petróleo e gás natural, hidroeletricidade, energia nuclear, etc. A primeira usina elétrica do mundo surgiu em Londres, Inglaterra, em 1881. Sua função era fornecer energia para a iluminação. A eletricidade operou profundas transformações nos processos produtivos, com a introdução de motores elétricos nas fábricas, e na vida cotidiana das sociedades industrializadas, na qual foram incorporados dezenas de eletrodomésticos.

Energia no Brasil Pouco mais de 80% da eletricidade consumida no Brasil advém da hidroeletricidade: o país é o segundo maior produtor mundial de energia hídrica, atrás apenas do Canadá. O empenho do governo para diversificar a matriz energética brasileira não alterou a tradicional preferência dos investidores pela hidroeletricidade. Com a explosão da crise de energia, no primeiro semestre de 2001, os projetos em hidroelétricas ganharam ainda mais visibilidade, principalmente diante dos riscos apresentados

na

construção

de

termoelétricas,

como

a

indefinição

do preço do gás cotado em dólar. Entretanto, a geração de energia elétrica através de meios nucleares está de novo em cotação, devido principalmente a um período

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de fragilidade elétrica no início de 2007 e a alta internacional do petróleo. O governo federal irá retomar em abril de 2009 as obras de Angra 3, paradas há 22 anos. Tanto os processos de construção de usinas hidroelétricas, quanto o de usinas nucleares esbarram nas leis ambientais. Iniciar um empreendimento destes níveis significa “comprar” briga com as poderosas ONG’s ambientais, como o Greenpeace e o WWF.

Consumo Energético Brasileiro O setor industrial agregado com o de transportes é responsável por cerca de 70% do consumo energético total brasileiro. O setor industrial é responsável por mais de 45% do consumo de eletricidade do Brasil. Assim, as políticas de estímulo à indústria sempre foram acompanhadas pela ampliação da oferta de energia elétrica. Comandado pela Eletrobrás, criada em 1962, o setor foi fortemente financiado pelo Tesouro Nacional e por empréstimos internacionais, especialmente durante a década de 1970, quando foram construídas grandes hidrelétricas, como Itaipu e Tucuruí. Coerente com os objetivos que levaram à sua criação, a Eletrobrás passou décadas vendendo energia ao setor industrial pela metade do preço praticado no mercado internacional. Produzindo a custos elevados, vendendo a preços subsidiados e arcando com violentas taxas de juros sobre os capitais internacionais tomados de empréstimo, a Eletrobrás chegou aos anos 1990 numa situação financeira caótica e operando em condições precárias. Em 1995, ela e suas quatro subsidiárias de âmbito regional – Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte – foram incluídas no Programa Nacional de Privatização. No ano seguinte, seria criada a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), para fiscalizar as empresas públicas e privadas que operam no setor. Em 2000, 20% da geração e 80% da distribuição de energia já haviam sidos privatizados. Mas o blecaute histórico de março de 1999, que deixou sem eletricidade mais de 75 milhões de pessoas em dez estados do Centro-Sul, evidenciou as conseqüências da falta de investimentos da antiga estatal e, também, as falhas do modelo de privatização aplicado no setor elétrico. 6


O governo Lula interrompeu o programa de privatizações, mantendo a Eletrobrás e suas subsidiárias na condição de empresas estatais. Contudo, elaborou um novo modelo para o setor elétrico destinado a atrair investidores privados para a construção de novas usinas hidrelétricas e de usinas termelétricas, movidas a gás natural. No centro do novo modelo está a garantia de remuneração, a preços mais elevados, da energia gerada pelas novas usinas. Evitando a concorrência com a “energia velha”, produzida em usinas que já amortizaram total ou parcialmente seus custos, esse modelo procura substituir o investimento público pelo investimento privado na ampliação da capacidade de geração e distribuição de eletricidade no país. O setor de transportes, por sua vez, é o principal consumidor de derivados de petróleo. Historicamente, o Brasil apresentou forte dependência externa. Em 1979, ano do segundo choque de petróleo, cerca de 85% do óleo consumido no país era importado. Atualmente, devido aos grandes investimentos realizados pela Petrobras na descoberta e exploração de novas reservas, menos de 15% do petróleo consumido no Brasil é importado. No final da década de 1990, a Petrobras perdeu o monopólio sobre a pesquisa e a lavra do petróleo e do gás natural em território brasileiro. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), criada em 1998, coordena leilões de concessões de áreas de pesquisa e de lavra nas bacias sedimentares brasileiras, abertas à participação de empresas públicas e privadas. O objetivo é aumentar a oferta interna de petróleo, para os transportes, e de gás natural, que será utilizado sobretudo na produção de eletricidade para as indústrias.

FONTES DE ENERGIA As fontes de energia primárias, ou seja, a energia fornecida pela natureza são classificadas em renováveis e não-renováveis. •

Renováveis: São fontes contínuas de energia, contudo, são fontes que não se

esgotam. Exemplos de fontes renováveis são a energia solar, hidráulica, eólica, etc.

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Não-renováveis: São aquelas que se esgotam, devido a sua utilização. Os

minerais energéticos e radioativos compreendem as fontes não-renováveis: carvão mineral, o petróleo, o xisto, o urânio, etc.

Petróleo O petróleo é uma substância oleosa constituída basicamente por uma combinação de carbono (C) e hidrogênio (H). É resultado da deposição de restos orgânicos em ambientes planctônicos. Com o decorrer do tempo, a matéria orgânica já decomposta e coberta por sucessivas camadas de sedimentos, sofre transformações químicas e bioquímicas, dando origem ao petróleo. O petróleo pode ser encontrado em profundidades que variam desde algumas dezenas até milhares de metros. O petróleo é a principal fonte de energia do mundo. Ele alimenta mais de 60% das necessidades energéticas das economias industriais. Apesar do enorme esforço científico e tecnológico desenvolvido nos últimos 30 anos para encontrar fontes alternativas, ainda não foi encontrada fonte de energia, com custos comparáveis ao petróleo, que possa substituí-lo. Há cerca de trinta anos, a possibilidade do esgotamento dos recursos petrolíferos foi percebida como um ameaça real de curto prazo. Estimava-se àquela época que chegaríamos ao início do século XXI com as reservas de petróleo em rápido declínio e, conseqüentemente, com preços estratosféricos. O preço elevado da principal fonte de energia do mundo industrial provocou severa recessão econômica, reduzindo seu consumo. Além disso, induziu a exploração de novas bacias sedimentares em busca de novas fontes de suprimento desse combustível fóssil assim como a busca de tecnologias mais eficientes para o uso da energia e a substituição do petróleo por fontes alternativas. A demanda hoje é de 80 milhões de barris diários e não para de crescer. A demanda suportada antes com facilidade segue em um ritmo crescente a cada dia, portanto a dificuldade de supri-la é maior. O consumo de petróleo está também concentrado em poucos países. Somente os Estados Unidos consomem cerca de

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25% do petróleo produzido no mundo. Os países europeus e o Japão são responsáveis por cerca de 40% adicionais. Felizmente, o Brasil possui significativos recursos petrolíferos que nos permitem amenizar de forma significativa os efeitos das fortes oscilações das condições de suprimento de petróleo no mercado mundial. As principais conseqüências do “petróleo” são as emissões de gases poluentes. O gás carbônico (CO2), principal gás lançado com a queima de combustíveis fósseis, junto com o resto da combustão ficam suspenso na atmosfera, e quando há um lugar onde existe uma grande concentração desses gases, ocorre uma poluição atmosférica que é prejudicial à saúde de pessoas e ao meio ambiente. Outra conseqüência da concentração de partículas de CO2 e outros gases poluentes resultantes da queima de combustíveis fósseis, é o aumento do efeito estufa. Os paises mais industrializados são os que mais poluem EUA, a China e a Rússia. Os Estados Unidos, responsável por 24% da emissão desses gases poluentes não assinou protocolo de Kyoto. O protocolo de Kyoto é um acordo entre representantes de 160 países firmado em 1997 em Kyoto, Japão. Esse tratado estabelece que os países industrializados reduzam a emissão de gases que causam o efeito estufa, entre 2008 e 2012, e no mínimo 5% em relação aos níveis de 1990. Para se notar, a importância do petróleo, podem ser atribuídos a ele os seguintes fatos históricos: • • • • •

A crise do petróleo na década de 1970; A Primeira Guerra do Golfo; Diferentes guerras entre os países árabes, inclusive a Guerra Irã-Iraque; A luta pela independência da Chechênia; Guerra Iraque-Estados Unidos (Invasão do Iraque).

Principais Produtores de Petróleo: Valores de produção em 2006, em milhões de barris por dia:

1.

Arábia Saudita (OPEP)

10,7

2.

Rússia

9,6

3.

Estados Unidos

8,3

4.

Irã (OPEP)

4,1 9


5.

República Popular da China

3,8

6.

México

3,7

7.

Canadá

3,2

8. Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,9 9.

Venezuela (OPEP)

2,8

10.

Noruega

2,7

11.

Kuwait (OPEP)

2,6

12.

Nigéria (OPEP)

2,4

13.

Brasil

2,2

14.

Argélia (OPEP)

2,1

15.

Iraque (OPEP)

2,0

Maiores Exportadores de Petróleo: Ordenados por milhões de barris exportados por dia em 2006:

1.

Arábia Saudita (OPEP)

8,6

2.

Rússia

6,5

3.

Noruega 1

2,5

4.

Irã (OPEP)

2,5

5. Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,5 6.

Venezuela (OPEP)

2,2

7.

Kuwait (OPEP)

2,1

8.

Nigéria (OPEP)

2,1

9.

Argélia (OPEP)

1,8

10.

México 1

1,6

11.

Líbia 1 (OPEP)

1,5

12.

Iraque (OPEP)

1,4

13.

Argélia (OPEP)

1,3

10


14.

Cazaquistão

1,1

15.

Canadá

1,0

1

Países que já ultrapassaram o pico de produção.

Maiores Importadores de Petróleo: Valores de Importação em 2006, em milhões de barris por dia: 1. 2. 3.

Estados Unidos Japão

12,2 5,0

República Popular da China 3,4

4.

Alemanha

2,4

5.

Coréia do Sul

2,1

6.

França

1,8

7.

Índia

1,6

8.

Itália

1,5

9.

Espanha

1,5

10. República da China

0,942

11. Países Baixos

0,936

12.

Singapura

0,787

13.

Tailândia

0,606

14.

Turquia

0,576

15. Bélgica

0,546

Maiores Consumidores de Petróleo: Valores de consumo em 2006, em milhões de barris por dia:

1.

Estados Unidos

20,5

2.

República Popular da China 7,2

11


3.

Japão

5,2

4.

Rússia

3,1

5.

Alemanha

2,6

6.

Índia

2,5

7.

Canadá

2,2

8.

Brasil

2,1

9.

Coréia do Sul

2,1

10.

Arábia Saudita (OPEP)

2,0

11.

México

2,0

12.

França

1,9

13. Reino Unido

1,8

14.

Itália

1,7

15.

Irã (OPEP)

1,6

As 20 Maiores Reservas de Petróleo do Mundo Valores de Reservas em 2007, em bilhões de barris de óleo equivalente:

1.

Arábia Saudita1

264,3

2.

Irã1

137,5

3.

Iraque1

115,0

4.

Kuwait1

101,5

5.

1

Emirados Árabes Unidos 97,8

6.

Venezuela1

80,0

7.

Rússia

79.5

8.

Líbia1

41,5

9.

Cazaquistão

39,8

10.

Nigeria1

36,2

11. USA

29,9

12


12.

Canadá

13. China

17,1 16,3

14.

Qatar1

15,2

15.

México

12,9

16.

Argélia1

12,3

17.

Brasil2

12,2

18.

Angola1

9,0

19.

Noruega

8,5

20.

Azerbaijão

7,0

1

Paises Membros da OPEP

2

O Brasil possui reservas não confirmadas que elevariam o total a 26 bilhões de

barris, levando o país ao 12o lugar no ranking

Gás Natural O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem uma participação superior a 70 % em volume. Pela lei número 9.478/97 (Lei do Petróleo), o gás natural "é a porção do petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas condições originais de reservatório, e que permanece no estado gasoso nas condições atmosféricas de pressão e temperatura". O gás natural é encontrado no subsolo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o resultado da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de quantidades extraordinárias de microorganismos que, em eras préhistóricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Essa matéria orgânica foi soterrada a grandes profundidades e, por isto, sua degradação se deu fora do contato com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes pressões. O consumo de gás natural vem crescendo de maneira acelerada nas últimas décadas. Devido ao aumento da demanda, reservas de gás natural do mundo inteiro estão na mira das transnacionais que operam no setor. 13


As usinas térmicas a gás natural são “limpas” se comparadas às movidas a petróleo ou a carvão. No Brasil, além disso, a disponibilidade de gás boliviano e os elevados investimentos necessários para a construção de novas hidrelétricas de grande porte, reforçaram os projetos de expansão da oferta de eletricidade por meio de usinas à gás natural. O aumento do suprimento de gás natural para o Brasil não se deve apenas à importação de gás boliviano e, em menor escala, argentino. As descobertas de reservas de gás em bacias marítimas, na plataforma continental do Rio de Janeiro, e terrestres, no Amazonas, possibilitaram a expansão da produção nacional. Além disso, em 2003 foi descoberto um campo de grandes dimensões na Bacia de Santos. Estima-se que o novo campo abrigue 419 bilhões de m³ de gás, quase o dobro de toda a reserva nacional comprovada. Um projeto ambicioso de construção de termelétricas movidas a gás natural foi lançado em 2000, no rastro do racionamento de eletricidade forçado por alguns anos de precipitações inferiores às médias históricas. A meta consistia em acrescentar 15.000 MW de capacidade ao sistema elétrico brasileiro, a serem gerados por 56 novas usinas termelétricas. Contudo, os custos relativamente altos do gás boliviano e as incertezas sobre tarifas e níveis de consumo arrefeceram o interesse dos investidores. A geração térmica cresceu, mas muito menos que o previsto. As novas usinas a gás instalaram-se principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, que lidera a geração termelétrica no país. O fracasso conjuntural do programa de termelétricas significa pouco, num horizonte mais amplo. O gás natural da Bacia de Santos, mais barato que o boliviano, e a expansão da malha nacional de gasodutos indicam que a participação da geração térmica na produção elétrica nacional deve experimentar forte crescimento.

Carvão Mineral O carvão mineral é um combustível fóssil natural extraído da terra por processos de mineração. É composto primeiramente por átomos de carbono e 14


magnésio sob a forma de betumes. Dos diversos combustíveis produzidos e conservados pela natureza sob a forma fossilizada, acredita-se ser o carvão mineral o mais abundante. A produção mundial de carvão pouco mudou, ainda em torno de 5 bilhões de ton/ano. O carvão não compete com as demais fontes de energia, só para ganhar o título de solução para a crise energética, porém, se de repente todas as fontes de energia faltassem, o carvão sozinho daria para assegurar 150 anos de consumo, isso pelos métodos até então conhecidos. A China e os Estados Unidos são ainda os maiores produtores carboníferos. Os grandes importadores concentram-se predominantemente no leste asiático e na Europa ocidental. As técnicas de exploração de carvão variam muito, principalmente em função da profundidade das reservas. Em algumas bacias, o carvão aflora à superfície e a exploração é realizada a céu aberto. Entretanto, cerca de 75% do carvão extraído no mundo se origina de minas subterrâneas, nas quais são escavadas extensas galerias que acompanham os veios carboníferos. Quanto mais profunda for a mina, maiores são os riscos e os custos envolvidos na extração. A Região Sul abriga os maiores depósitos de carvão mineral do Brasil, cuja formação teve início no ambiente das glaciações dos períodos Carbonífero e Permiamo da Era Paleozóica. As regiões carboníferas de Santa Catarina ainda são tradicionais produtoras de carvão metalúrgico (utilizado na metalurgia), ainda que sofram intensamente os efeitos da concorrência do carvão importado, mais puro e mais barato. Historicamente, o Rio Grande do Sul destacou-se como produtor de carvão para usinas térmicas e como principal produtor termelétrico do país.

Energia Nuclear Na madrugada do dia 16 de julho de 1945, ocorreu o primeiro teste nuclear da história, realizado do deserto de Alamogordo, Novo México (EUA). O segundo, empregado pela primeira vez para fins militares, ocorreu na cidade japonesa de Hiroshima e o terceiro na cidade de Nagasaki, ambos durante a Segunda Guerra Mundial

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Existem duas formas de aproveitar a enrgia nuclear para convertê-la em calor: a fissão nuclear, onde o núcleo atômico se subdivide em duas ou mais partículas, e a fusão nuclear, na qual ao menos dois núcleos atômicos se unem para produzir um novo núcleo. A energia nuclear provém da fissão nuclear de urãnio, do plutônio ou do tório, ou da fusão nuclear do hidrogênio. A energia liberada dos núcleos atômicos, quando os memos são levados por processos artificiais, a condição instáveis. Atualmente, no mundo, estão em operação 440 reatores nucleares voltados para a geração de enrgia em 31 países. Outros 33 estão em construção. Cerca de 17% da geração elétrica mundial é de origem nuclear. Além desses reatores, funcionam mais 284 reatores de pesquisa em 56 países, sem contar um número estimado de 220 reatores de propulsão em navios e submarinos. Alguns países desenvolvidos têm seu abastecimento elétrico com um alto grau de geração nuclear. Entre eles, destacam-se a França, 78% e a Bélgica, 57%. Na área de geração de energia, o Brasil é um dos poucos países do mundo a dominar todo o processo de fabricação de combustível para usinas nucleares. O processo de enriquecimento isotópico do urânio por ultra-centrifugação, peça estratégica dentro do chamado ciclo do combustível nuclear, é totalmente de domínio brasileiro. As reservas brasileiras de urânio já confirmadas são de 300 mil toneladas e estão entre as seis maiores do mundo.

O Reator Nuclear De uma foma simplificada, um reator nuclear é um equipamento onde se processa uma reação de fissão nuclear. Um reator nuclear para gerar energia elétrica é, na verdade, uma central térmica, onde a fonte de calor é o urânio-235. É, portanto, uma central térmica nuclear. A grande vantagem de uma central térmica nuclear é a enorme quantidade de energia que pode ser gerada, ou seja, a potência gerada, para pouco material usado (o urânio). Quantidade de cada elemento para gerar a mesma quantidade de energia: Urânio-235: 10g 16


Petróleo: 700 Kg Carvão: 1.200 Kg Curiosamente, 1 Kg de Urânio-235 acende, durante um ano, 30.000 lâmpadas de 100W.

Urânio-235 O urânio-235 é um elemento químico que possui 92 prótons e 143 nêutrons no núcleo. Sua massa é, portanto, 92 + 143 = 235. Além do urânio-235, existem na natureza, em maior quantidade, átomos com 92 prótons e 146 nêutrons (massa igual a 238). São também átomos do elemento urânio, porque têm 92 prótons, ou seja, número atômico 92. Trata-se do urânio-238, que só tem possibilidade de sofrer fissão por nêutrons de elevada energia cinética (os nêutrons “rápidos”). Já o urânio-235 pode ser fissionado por nêutrons de qualquer energia cinética, preferencialmente os de baixa energia, denominados nêutrons térmicos (“lentos”). A quantidade de urânio-235 na natureza é muito pequena: para cada 1.000 átomos de urânio, 7 são de urânio-235 e 993 são de urânio-238 (a quantidade dos demais isótopos é desprezível). Para ser possível a ocorrência de uma reação de fissão nuclear em cadeia, é necessário haver quantidade suficiente de urânio-235, que é fissionado por nêutrons de qualquer energia, como já foi dito. Nos Reatores Nucleares do tipo PWR, é necessário haver a proporção de 32 átomos de urânio-235 para 968 átomos de urânio-238, em cada grupo de 1.000 átomos de urânio, ou seja, 3,2% de urânio-235. O urânio encontrado na natureza precisa ser tratado industrialmente, com o objetivo de elevar a proporção (ou concentração) de urânio-235 para urânio-238, de 0,7% para 3,2%. O processo físico de retirada de urânio-238 do urânio natural, aumentando, em conseqüência, a concentração de urânio-235, é conhecido como Enriquecimento de Urânio. Se o grau de enriquecimento for muito alto (acima de 90%), isto é, se houver quase só urânio-235, pode ocorrer uma reação em cadeia muito rápida, de difícil controle, mesmo para uma quantidade relativamente pequena de urânio, passando a constituir-se em uma explosão: é a “bomba atômica”.

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História da Energia Nuclear 1896 - Descoberta a radioatividade; 1898 - Descoberta a radiação gama; 1920 - Radioativos na medicina e indústria; 1926 - Uso de radiação para o tratamento de câncer; 1934 - Primeira fissão do urânio com nêutrons; 1939 - Carta de Einstein sobre a possibilidade de os alemães construírem a bomba atômica; 1941 - Início do programa nuclear norte-americano; 1942 - Início da construção de um reator nos Estados Unidos; 1945 - Lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki; 1967 - Brasil assina Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e Caribe; 1972 - Assinado com os Estados Unidos acordo para a construção de Angra 1; 1981 - Autorizado funcionamento provisório de Angra 1; 1984 - Angra 1 entra em operação comercial; 1987 - Brasil inicia produção de urânio enriquecido. Acidente em Goiânia com césio137 1988 - Inaugurado o reator MB/01 concebido e construído no Brasil; 1991 - Brasil e Argentina assinam acordo para uso pacífico da energia nuclear; 1994 - Entra em vigor o Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e Caribe; 2000 - Início de operação de Angra 2; 2004 - Entra em operação a usina de enriquecimento nuclear em Resende (RJ). A procura da tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com o pioneiro nesta área, Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953. Era de se imaginar que o desenvolvimento transcorreria numa velocidade maior, porém ainda são obscuras as reais causas que impediram este deslanche, e o país não passou da instalação de alguns centros de pesquisas na área nuclear. A decisão da implementação de uma usina termonuclear no Brasil aconteceu 18


de fato em 1969, quando foi delegada a Furnas Centrais Elétricas SA a incumbência de construir nossa primeira usina nuclear. Em junho de 1974, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento quando o Governo Federal decidiu ampliar o projeto, autorizando Furnas a construir a segunda usina. Mais tarde, no dia 27 de junho de 1975, com a justificativa de que o Brasil já apontava escassez de energia elétrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidroelétrico já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo de Cooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e obteria toda a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento nesse setor. Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atômicas e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à "Era Nuclear Brasileira". Angra 1 encontra-se em operação desde 1982 e fornece ao sistema elétrico brasileiro uma potência de 657 MW. Angra 2, após longos períodos de paralisação nas obras, inicia sua geração entregando ao sistema elétrico mais 1300 MW, o dobro de Angra 1.

País Planeja Depósito Para Lixo Radioativo O presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), Francisco Rondinelli, disse que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério de Ciência e Tecnologia, já está trabalhando em um projeto para construir um depósito definitivo para rejeitos nucleares de baixo e médio risco - uma necessidade do

Brasil

em

20

anos.

O Brasil já implantou o sistema de compactação de rejeitos retirados na limpeza dos filtros dos reatores, com um custo operacional de 5% de toda a usina. "O importante é que temos tempo para administrar com tranqüilidade o espaço que temos hoje (dentro das usinas)", explicando que, com Angra 3 funcionando e pelo menos mais duas usinas, só haverá necessidade de transferir esses rejeitos para um depósito em 2028.

Uma Saída Para a Energia Nuclear – Onde Avança o Braço Privado 19


A participação privada em novas usinas nucleares está no foco do Palácio do Planalto. Depois de 50 anos de monopólio estatal, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), em tramitação na Câmara, permite que a construção e a operação de reatores nucleares sejam abertas a empresas privadas. Se aprovada, a medida deve garantir a injeção de recursos que o Palácio do Planalto tanto precisa para impulsionar um projeto ambicioso: erguer pelo menos mais quatro usinas no país

até

2030.

Por trás deste esforço está a fórmula que o governo encontrou para reduzir o fantasma do apagão energético. Atualmente, as duas usinas nucleares em funcionamento - Angra 1 e 2 - são responsáveis por apenas 3,5% da energia elétrica produzida no país. A conclusão de Angra 3 ainda está em andamento. Mas a idéia é ir mais longe, ampliando a participação para 10%, dando suporte a possíveis falhas no sistema hidrelétrico.

Nações Reabilitam Energia Nuclear O aquecimento global, processo para o qual as termelétricas movidas a combustíveis fósseis têm sido importantes contribuintes, está produzindo um grande paradoxo na matriz energética de muitos países. Devido à necessidade de adequação ao Protocolo de Kyoto, que estipula meta de 10% de fontes renováveis na matriz energética, muitos países estão reabilitando a geração nucleoelétrica, considerada por ambientalistas como uma séria ameaça ao ambiente e às pessoas. No Brasil, a geração nuclear de energia elétrica também passa por um processo de revitalização. Para ampliar a segurança no suprimento de energia no médio prazo e promover a diversificação da matriz elétrica, o governo federal irá retomar, em abril de 2009, as obras da usina nuclear Angra 3, projeto que estava paralisado há 22 anos. Para a decisão de retomar as obras da usina concorreu o fato de o país ter enfrentado, no início de 2007, um período de fragilidade do sistema elétrico, provocado por um período de seca mais duradouro. Outro fato que influenciou a decisão foi a alta internacional do petróleo, que tornou a energia nuclear

mais

competitiva.

A revitalização dos projetos de centrais nucleares é um fenômeno mundial, explica o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Energia Nuclear 20


(ABEN), Edson Kuramoto. Segundo ele, os Estados Unidos está planejando a construção de 50 usinas nucleares. "Há até casos como o da Itália, que havia banido a energia nuclear e que já reviu esse posicionamento", acrescenta o diretor da ABEN. Os técnicos do setor lembram que as usinas nucleares não emitem poluentes, o que as credencia, em relação às térmicas movidas a combustíveis fósseis (carvão, óleo diesel, óleo combustível) a se transformar em complemento para a geração. E mais: o Brasil possui imensas reservas de urânio e domina a tecnologia de enriquecimento

do

mineral

para

a

fabricação

do

combustível

nuclear.

Angra 3 já absorveu, até 2007, investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão e deverá custar outros R$ 7,2 bilhões até o término das obras, segundo informações da Eletronuclear, o braço do Grupo Eletrobrás dedicado à administração do parque nuclear nacional. O início de operações está programado para 2014, quando a usina deverá agregar ao sistema elétrico nacional 1.350 MW de capacidade instalada. O coordenador de Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace, Ricardo Baitelo, contesta os benefícios citados. "As usinas nucleares não emitem poluentes, mas existe uma enorme emissão no ciclo de produção do urânio", diz. O Greenpeace afirma também que não se inclui no custo de geração das usinas nucleares os gastos a serem realizados com o descomissionamento - a desmontagem - das usinas nucleares após o final da vida útil. O custo dos depósitos de rejeitos também não são computados. "Somente o descomissionamento representa um custo de US$ 1 bilhão", diz ele.

Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Atualmente, a energia nuclear corresponde a 3.3% do consumo do país. A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é formada pelo conjunto das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3, sendo o resultado de um longo programa nuclear brasileiro que remonta à década de 1950 com a criação do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) liderado na época principalmente pela figura do Almirante Álvaro Alberto. De 1985, quando entrou em operação comercial a usina de Angra 1, até 2005 a produção acumulada de energia das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 somam

21


100 milhões de megawatts-hora (MWh). Isso equivale à produção anual da usina hidrelétrica Itaipu Binacional. A Central de Angra gerida pela Eletronuclear gera 3000 empregos diretos e 10.000 indiretos no Estado do Rio de Janeiro.

Energia Hídrica Um terço da energia consumida no mundo é hídrica. No Brasil, devido a sua enorme quantidade de rios, a maior parte da energia elétrica disponível é proveniente de grandes usinas hidrelétricas. As hidrelétricas são responsáveis por cerca de 76,6% da capacidade instalada de geração no país, e por 82,8% da eletricidade consumida. A energia primária de uma hidrelétrica é a energia potencial gravitacional da água contida numa represa elevada. Antes de se tornar energia elétrica, a energia primária deve ser convertida em energia cinética de rotação. O dispositivo que realiza essa transformação é a turbina. Um rio não é percorrido pela mesma quantidade de água durante o ano inteiro. Em uma estação chuvosa, é claro, a quantidade de água aumenta. Para aproveitar ao máximo as possibilidades de fornecimento de energia de um rio, devese regularizar-se a sua vazão, a fim de que a usina possa funcionar continuamente com toda a potência instalada. A vazão de água é regularizada pela construção de lagos artificiais. Uma represa construída de material muito resistente - pedra, terra, freqüentemente cimento armado - fecha o vale pelo qual corre o rio. As águas param e formam o lago artificial. Dele pode-se tirar água quando o rio está baixo ou mesmo seco, obtendo-se assim uma vazão constante. O aproveitamento da água para a geração de energia elétrica encontrou no território brasileiro um importante campo para o desenvolvimento e consolidação da engenharia Podem

nacional. ser

encontradas

verdadeiras

"obras

de

arte"

dentre

os

aproximadamente 157 empreendimentos hidrelétricos (com potência superior a 30.000 kW) atualmente em operação no Brasil. Alguns desses evidenciam a

22


capacitação da engenharia civil brasileira, em termos de concepção de projetos, arranjos, desenvolvimento de técnicas de barramento e de sistemas hidráulicos. A

construção de

uma usina hidroelétrica

envolve

muitos aspectos

principalmente os da natureza, ela deve ser construída no encontro de vários rios e o relevo influencia bastante, há necessidade de desníveis para a água adquirir mais velocidade. É construída então uma barragem para que a água seja represada, esta deve ter uma grande altura para a água adquirir mais velocidade durante a queda, girando as turbinas que por sua vez produzirá eletricidade. A água que sai do reservatório é conduzida com muita pressão através de enormes tubos até a casa de força, onde estão instaladas as turbinas e os geradores que produzem eletricidade. A turbina é formada por uma série de pás ligadas a um eixo, que é ligado ao gerador. A pressão da água sobre essas pás produz um movimento giratório do eixo da turbina. O gerador é um equipamento composto por um imã e um fio bobinado. O movimento do eixo da turbina produz um campo eletromagnético dentro do gerador, produzindo a eletricidade. A eletricidade será transportada até nossas casas, mas primeiro ela passa por um transformador que aumenta sua voltagem, facilitando sua movimentação. Quando ela chega às cidades um outro transformador reduz a energia de volta ao nível adequado para os aparelhos que usamos.

Impactos e Problemas Por muito tempo a energia hídrica foi considerada uma fonte limpa de energia. No entanto, ela acarreta uma série de conseqüências sócio-ambientais em função do alagamento de grandes áreas. Construir uma barragem pode implicar em remover cidades inteiras, desalojar pessoas, capturar animais, acabar com florestas e sítios históricos, que ficarão submersos. As usinas hidrelétricas construídas até hoje no Brasil resultaram em mais de 34.000 km2 de terras inundadas para a formação dos reservatórios, e na expulsão -

23


ou "deslocamento compulsório" - de cerca de 200 mil famílias, todas elas populações ribeirinhas diretamente atingidas. Além disso, a construção de uma barragem é mais cara que algumas energias e muito demorada. Muitas vezes o curso natural do rio é alterado em função das áreas a serem alagadas, causando interferência nos ciclos naturais, reprodução e dispersão de peixes e outros animais aquáticos. Atualmente, o impacto da construção de usinas tem sido cada vez mais fiscalizado por organizações não governamentais, associações de populações desalojadas e pela sociedade como um todo. Como conseqüência, muitos projetos de usinas estão atrasados por falta de licenciamento ambiental. Com o iminente racionamento de energia no Brasil, o governo terá que modificar algumas regras em relação aos empreendimentos hidroelétricos para que não hajam prejuízos maiores à sociedade.

ASPECTOS Positivos

Negativos •

• •

• •

A maior vantagem das usinas hidrelétricas é a transformação limpa do recurso energético natural. Não há resíduos poluentes. Há baixo custo da geração de energia Além da geração de energia elétrica, o aproveitamento hidrelétrico proporciona outros usos tais como irrigação, navegação e amortecimentos de cheias. Crescimento do turismo na região. A água é um recurso renovável.

• •

• •

Impactos às populações indígenas e populações tradicionais, que terão suas terras inundadas. O alagamento gerará destruição da fauna e da flora. Abaixo da barragem, vai passar apenas um fio de água. A parte seca poderá se tornar um deserto. Os peixes são prejudicados principalmente na piracema, pois com a construção das barragens os impedem de subir e desovar. Mudanças no clima local. Aumento da erosão e perda de terras férteis.

A avaliação da hidreletricidade como alternativa de geração no Brasil não deve

ser

entendida

como

uma

restrição

absoluta.

As

informações

aqui

apresentadas, não visam “demonizar” os empreendimentos hidrelétricos, mas sim, apontar as restrições sociais e ambientais que estão presentes e que devem ser efetivamente consideradas para que a expansão da hidreletricidade no país seja conduzida de forma socialmente justa e ambientalmente sustentável.

24


Nesse sentido, algumas possibilidades de exploração dos recursos hídricos para a geração de energia elétrica no país, com menos prejuízos, podem ser apontadas: •

A repotenciação das usinas hidrelétricas com mais de vinte anos de operação

poderia aumentar a capacidade de geração hidrelétrica no país em cerca de 12%. Trata-se de aperfeiçoar o potencial das usinas existentes, e aumentar a eficiência na geração. •

Define-se como Pequena Central Hidrelétrica (PCH), as centrais com potência

instalada total de até 30.000 kW (30 MW) e área inundada máxima de reservatório de 3 km2. Alguns benefícios foram concedidos pelo órgão regulador para incentivar a geração de eletricidade a partir das PCH, como a concessão de um desconto de 50% nas tarifas de transporte da eletricidade gerada por esse tipo de usina. É evidente que uma PCH pode causar menor impacto do que uma grande central hidrelétrica, contudo, dentro das especificidades sócio-ambientais de uma região, pode infligir impactos muito graves e irreversíveis para um bioma determinado e para as populações que nele e dele vivem.

Usina Hidrelétrica de Itaipu A Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional é uma usina hidrelétrica binacional construída pelo Brasil e pelo Paraguai no rio Paraná, no trecho de fronteira entre os dois países. A potência instalada da Usina é de 14.000 MW (megawatts), com 20 unidades geradoras de 700 MW. No ano 2000, a usina atingiu o seu recorde de produção de 93,4 bilhões de quilowatts-hora (kWh), sendo responsável pela geração de 95% da energia elétrica consumida no Paraguai e 24% de toda a demanda do mercado brasileiro. Até o funcionamento em plena capacidade da Hidrelétrica de Três Gargantas na China, a usina de Itaipu é a maior hidrelétrica do mundo em potência instalada. Em capacidade de geração continuará sendo a mais importante, visto que o regime hidrológico do rio Paraná apresenta maior fluxo de água que o Rio Yangtzé. A energia gerada por Itaipu e destinada ao Brasil é transmitida pela empresa Furnas Centrais Elétricas S.A.

25


No município de Manoel Ribas - PR, através de uma subestação rebaixadora (750 kV/550 kV), chamada Ivaiporã, 15% da energia gerada por Itaipu é entregue à Eletrosul Centrais Elétricas S.A. Cabe à Eletrosul, entre outras funções, a transmissão desta energia às concessionárias do sul do Brasil e ao estado do Mato Grosso do Sul. A Usina de Itaipu é resultado de intensas negociações entre os dois países durante a década de 1960. Em 22 de junho de 1966, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães, e do Paraguai, Sapena Pastor, assinaram a "Ata do Iguaçu", uma declaração conjunta que manifestava a disposição para estudar o aproveitamento dos recursos hidráulicos pertencentes em condomínio aos dois países, no trecho do Rio Paraná "desde e inclusive o Salto de Sete Quedas até a foz do Rio Iguaçu". Em 1970, o consórcio formado pelas empresas IECO (dos Estados Unidos da América) e ELC (da Itália) venceu a concorrência internacional para a realização dos estudos de viabilidade e para a elaboração do projeto da obra. O início do trabalho se deu em fevereiro de 1971. Em 26 de abril de 1973, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu, instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná pelos dois países. Em 17 de maio de 1974, foi criada a entidade binacional Itaipu, para gerenciar a construção da usina. O início efetivo das obras ocorreu em janeiro do ano seguinte. Um consórcio de empresas, liderado pela Mendes Júnior, executou o projeto. No dia 14 de outubro de 1978 foi aberto o canal de desvio do rio Paraná, que permitiu secar um trecho do leito original do rio para ali ser construída a barragem principal, em concreto. Esta teria, 7.700m, feita de concreto, enrocamento e terra. Outro marco importante, na área diplomática, foi a assinatura do Acordo Tripartite entre Brasil, Paraguai e Argentina, em 19 de outubro de 1979, para aproveitamento dos recursos hidráulicos no trecho do Rio Paraná desde as Sete Quedas até a foz do Rio da Prata. Este acordo estabeleceu os níveis do rio e as variações permitidas para os diferentes empreendimentos hidrelétricos na bacia comum aos três países. À época, quando os três países eram governados por ditaduras militares, havia o temor que o Brasil em um eventual conflito com a Argentina, abrisse completamente as comportas de Itaipu, inundando a cidade de Buenos Aires.

26


O reservatório da usina começou a ser formado em 12 de outubro de 1982, quando foram concluídas as obras da barragem e as comportas do canal de desvio foram fechadas. Nesse período, as águas subiram 100 metros e chegaram às comportas do vertedouro às 10 horas do dia 27 de outubro, devido às chuvas fortes e enchentes que ocorreram na época. Em 5 de maio de 1984, entrou em operação a primeira unidade geradora de Itaipu. As 20 unidades geradoras foram sendo instaladas ao ritmo de duas a três por ano. A capacidade instalada da usina foi elevada para 14.000 megawatts (MW), com a entrada em operação da última unidade geradora no começo de 2007, completando o projeto original de 20 máquinas. A Itaipu produz uma média de 90 milhões de megawatts-hora (MWh) por ano. Com o aumento da capacidade e em condições favoráveis do rio Paraná (chuvas em níveis normais em toda a bacia) a geração poderá chegar a 100 milhões de MWh. O aumento da capacidade permite que dezoito unidades geradoras permaneçam funcionando o tempo todo, enquanto duas permanecem em manutenção. O espelho d'água da usina alagou diversas propriedades de moradores do extremo oeste do Estado do Paraná. As indenizações foram suficientes para que os agricultores comprassem novas terras no Brasil. Sendo as terras no Paraguai mais baratas, milhares emigraram para esse país, criando o fenômeno social dos brasiguaios - brasileiros e seus familiares que residem em terras paraguaias na fronteira com o Brasil. Nos 170 quilômetros de extensão, entre Foz do Iguaçu e Guaíra, o Reservatório de Itaipu atinge áreas de 16 municípios, dos quais 15 no Paraná e um no Mato Grosso do Sul. Como compensação, Itaipu paga royalties a esses municípios, proporcionalmente à área de terra alagada. Desde 1985, a Itaipu pagou ao Brasil mais de US$ 3,35 bilhões em royalties. o Paraguai, a compensação é repassada integralmente ao Tesouro Nacional. No Brasil, 45% da compensação é repassada aos Estados, 45% aos municípios e 10% para órgãos federais, de acordo com a Lei dos Royalties, em vigor desde 1991. A tabela abaixo informa o valor acumulado da compensação de cada município:

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Município Compensação (em milhões de US$) Foz do Iguaçu 201,3 Santa Teresinha de Itaipu 41,7 São Miguel do Iguaçu 103,1 Itaipulândia 166,8 Medianeira 1,1 Missal 39,9 Santa Helena 263,0 Diamante d'Oeste 5,6 São José das Palmeiras 1,9 Marechal Cândido Rondon 62,7 Mercedes 17,9 Pato Bragado 43,6 Entre Rios do Oeste 30,5 Terra Roxa 1,5 Guaíra 50,8 Mundo Novo (MS) 14,6 A tabela a seguir mostra a geração de energia anual de Itaipu, desde 1984 e seu respectivo número de unidades geradoras instaladas:

Ano 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Produção Anual de Energia Número de GWh unidades instaladas 0–2 277 2–3 6,327 3–6 21,853 6–9 35,807 9–12 38,508 12–15 47,230 15–16 53,090 16–18 57,517 18 52,268 18 59,997 18 69,394 18 77,212 18 81,654 18 89,237 28


1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total 20

18 18 18 18 18 18 18 18 19 20

87,845 90,001 93,428 79,307 82,914 89,151 89,911 87,971 92,690 90,620 1,574,211

A Usina de Itaipu faz parte da lista das Sete maravilhas do Mundo Moderno. Aqui estão algumas de suas cuirosidades: •

A quantidade de concreto utilizada na construção da usina hidrelétrica

de Itaipu daria para construir 210 estádios de futebol do tamanho do Maracanã. O volume de concreto, 12,57 milhões de m³, é 15 vezes maior do que o usado na construção do Eurotúnel. •

O ferro e aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel.

O Brasil teria que queimar 434 mil barris de petróleo por dia para gerar

em usinas termelétricas a potência de Itaipu. •

A barragem principal tem 196 metros de altura, o que é equivalente a

um prédio de 65 andares. •

A sua construção envolveu o trabalho direto de 40 mil pessoas.

Etanol Da cana se fabrica o álcool combustível e produz energia elétrica com a queima do seu bagaço. No Brasil, em menos de 1% das terras agricultáveis, plantam-se 4,5 milhões de hectares de uma matéria-prima que permite a fabricação de energia natural, limpa e renovável. A cana é em si mesma, usina de enorme eficiência: cada tonelada tem um potencial energético equivalente ao de 1,2 barris de petróleo. O Brasil é maior produtor do mundo, na média, 55% da cana brasileira vira álcool. Planta-se cana, no Brasil, no Centro-sul e no Nordeste, o que permite dois períodos de safra. 29


A cana é a força por trás das 307 usinas - que podem ser denominadas com toda propriedade, “centrais energéticas” – existentes no Brasil, 128 das quais em São Paulo. O etanol (álcool combustível) é um produto renovável e limpo que contribui para a redução do efeito estufa e diminui substancialmente a poluição do ar, minimizando os seus impactos na saúde pública. No Brasil, o uso intenso do álcool restringe a emissão de poluentes da crescente frota de veículos, principalmente o monóxido de carbono, óxidos de enxofre, compostos orgânicos tóxicos como o benzeno e compostos de chumbo. A frota brasileira de automóveis cresce 5% ao ano, o que aumenta o consumo em 300 milhões de litros de gasolina por ano. Contudo, a adição de álcool na gasolina reduz o efeito estufa, tirando da atmosfera um milhão de toneladas de gás carbônico por ano. Na busca de autonomia energética, o país desenvolveu o programa nacional do álcool e o pioneiro carro a álcool. Estavam lançadas as raízes de uma capacidade instalada de produção anual de 16 bilhões de litros de álcool, o que equivale a 84 milhões de barris de petróleo/ano. O Brasil retoma com força o plantio de cana-de-açúcar para a produção de etanol como uma segunda versão do Pró-Álcool, agora não mais para abastecer o mercado interno, mas sim para exportação. A produção de álcool e biodiesel vêm acompanhadas de um discurso de que todos estão preocupados em produzir energia limpa, a fim de evitar ou diminuir o aquecimento global. As usinas que agora estão sendo construídas para a produção de álcool e açúcar provocam um enorme impacto social e ambiental na região, causando problemas de infra-estrutura urbana e rural, em razão da migração de centenas de trabalhadores para o corte de cana. As redes de saúde, moradia, abastecimento de água, energia não dão conta de atender às novas demandas. Para não perder a produção, os trabalhadores são obrigados a trabalhar doentes e sem a devida assistência médica. Os médicos são orientados a devolver os trabalhadores doentes, é a escravidão moderna. As equipes de fiscalização móveis do Ministério do Trabalho são poucas e sofrem pressão e ameaças dos “gatos” (atravessador; intermediador da mão de obra), dos capatazes dos usineiros e dos governos, deputados, prefeitos, para não promoverem a fiscalização. Além disso, os gatos são donos também dos ônibus que transportam os trabalhadores para o corte da cana – há um controle total. 30


Entretanto, a tendência é de diminuição do número de trabalhadores nesta atividade devido à aplicação do corte mecanizado com o objetivo de aumentar a produtividade e diminuir a queima da cana. As novas usinas que estão sendo montadas devem cumprir a exigência de garantir 70% do corte mecanizado, mesmo com uma perda em torno de 30% no aproveitamento comparado com o corte manual.

Ameaça a Reforma Agrária A reforma agrária fica ameaçada com a chegada das usinas. A monocultura da cana transforma fazendas improdutivas em produtivas da noite para o dia. Os fazendeiros arrendam as terras que antes era alvos dos sem-terra e transformam os trabalhadores rurais em bóias-frias. Há uma pressão para os assentados arrendarem as suas parcelas e trabalharem no corte da cana. Com isto diminui a produção de leite, grãos e outros alimentos para sua auto-sustentação e para comercialização, impactando diretamente a agricultura familiar e aumentando os custos para os consumidores urbanos. Muitos assentamentos ficam ilhados pelos canaviais. Os pecuaristas tradicionais arrendaram suas terras no Sudeste, CentroOeste, e transferem-se para a região Norte, onde arrendam ou compram novas terras, principalmente na região Amazônica. Isto agrava ainda mais o desmatamento. Merece atenção a quantidade de usina que está prevista para ser construída no Estado de Goiás nos próximos 10 anos: 82 novas usinas, que se somarão às 16 usinas já em funcionamento.

Biodiesel O biodiesel é um combustível derivado de diversos vegetais oleaginosos. O biodiesel, sem dúvida, pode tornar-se o combustível do futuro, já que é renovável e as sobras também podem ser aproveitadas. O problema é se esta tecnologia vai ser usada para gerar renda, preservar o meio ambiente e desenvolver a agricultura familiar ou se, ao contrário, vai ser usada para aumentar a exploração da mão de obra dos camponeses e enriquecer ainda mais o agronegócio.

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O governo federal introduziu o biodiesel na matriz energética regulada pala ANP (Agência Nacional do Petróleo). As distribuidoras gora tem que misturar 2% de biodiesel no óleo diesel, aumentando para 5% até 2013. No Brasil, a demanda por diesel de petróleo é de 40 bilhões de litros por ano. A proposta do PNPB (Programa Nacional de Produção de Biodiesel) é substituir gradativamente o diesel de petróleo, portanto, há uma demanda garantida.

Lula: “Biocombustíveis são muito mais que alternativa de energia limpa” Mais uma vez, os biocombustíveis marcaram presença entre os principais ingredientes de um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – desta vez, na abertura da Assembléia Geral da ONU em Nova York. Conclamando o mundo a buscar urgentemente uma nova matriz energética, Lula defendeu os biocombustíveis como

vitais

para

construí-la.

O presidente destacou a forte redução nas emissões de gases causadores de efeito estufa e as dezenas de milhões de toneladas em emissões de CO2 evitadas nos últimos 30 anos no Brasil com o uso do etanol. E citou as oportunidades para países em desenvolvimento que o etanol e o biodiesel podem representar: autonomia energética com baixos investimentos, geração de empregos e de renda, apoio à agricultura familiar e redução nas importações ao mesmo tempo em que excedentes exportáveis são produzidos. Afirmando que é plenamente possível combinar biocombustíveis, preservação ambiental e produção de alimentos, Lula garantiu que no Brasil, todas as garantias sociais e ambientais serão dadas à produção do etanol e do biodiesel. Segundo o presidente da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) Marcos Sawaya Jank, “A experiência brasileira é a mais longa e bem-sucedida do mundo, e não é por outro motivo que o país recebe dezenas de visitas por mês de todas as partes do mundo. É nítido o ganho de conhecimento que o mundo vem demonstrando a respeito do que temos hoje no Brasil, e isso pesa muito nas decisões que inúmeros países estão tomando ou planejam tomar a respeito da produção e uso de biocombustíveis”.

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Energia Eólica Além de amenizar as temperaturas extremas da Terra, o vento pode gerar energia. Essa energia é chamada de eólica. Apenas ventos das camadas atmosféricas mais baixas são acessíveis para a conversão de energia. A força motora primária da brisa do mar é a diferença de temperatura entre a terra e o mar. Quando essa diferença é grande e diurna, podem ser esperadas brisas marinhas relativamente fortes durante as horas da tarde e no começo da noite. As brisas marinhas mais intensas são encontradas naquelas regiões subtropicais secas, ao longo da costa oeste de continentes onde haja um oceano frio. É precisamente nessas regiões que o vento predominante é geralmente fraco e a brisa marinha local é na verdade quase a única fonte de energia eólica por grande parte do ano. As montanhas impedem a passagem dos ventos, mas ao redor ou através de aberturas é um local ideal pra geradores eólicos. Um aerogerador consiste num gerador elétrico movido por uma hélice, que por sua vez é movida pela força do vento. A hélice pode ser vista como um motor a vento, cujo único combustível é o vento. A quantidade de eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende de quatro fatores: da quantidade de vento que passa pela hélice, do diâmetro da hélice, a dimensão do gerador e o rendimento de todo o sistema. As turbinas são, em princípio, instrumentos razoavelmente simples. O gerador é ligado através de um conjunto acionador a um rotor constituído de um cubo e duas ou três pás. O vento aciona o rotor que faz girar o gerador e produz eletricidade. A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações e as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também tem grande influência na distribuição de freqüência de ocorrência de velocidade do vento em um local. Além disso, a quantidade de energia eólica extraível numa região depende das características de desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos sistemas de conversão de energia eólica instalados. Existem, atualmente mais de 20.000 turbinas eólicas em operação no mundo, produzindo mais de 2 bilhões de kWh anualmente. 33


Tipos de Turbinas Eólicas Turbinas eólicas de eixo horizontal: podem ser de uma, duas, três, quatro pás ou multipás. A de uma pá requer um contrapeso para eliminar a vibração. As de duas pás são mais usadas por serem fortes, simples e mais baratas do que as de três pás. As de três pás, no entanto, distribui as tensões melhor quando a máquina gira durante as mudanças de direção do vento. As multipás não são muito usadas, pois são menos eficientes.

Turbinas eólicas do eixo vertical: não são muito usadas, pois o aproveitamento do vento é menor. As mais comuns são três: Savonius, Darrieus e Molinete.

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A potência máxima não ultrapassa 59,3% de eficiência. Este valor é também chamado de limite de BETZ e já foi provado cientificamente.

Energia Eólica no Brasil A ilha de Fernando de Noronha é um dos locais onde não só os aspectos econômicos (alto custo da geração através do diesel) como também os de natureza ecológica contribuem positivamente para a geração de energia a partir do vento. A turbina em funcionamento desde julho de 1992, tem potência nominal de 75Kw, diâmetro do rotor de 17m (3 pás) e uma torre de 23 m de altura. O projeto do sistema híbrido eólico/diesel da ilha de Fernando de Noronha foi desenvolvido pelo Grupo de Energia Eólica da UFPE e Folkecenter (Dinamarca) visando proporcionar uma economia de diesel na ordem de 70.000 litros anuais.

Energia Solar Quase todas as fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar. Além disso, a radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou elétrica. Pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico. O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes, denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo-se, com isso, as necessidades de iluminação e aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitetura e construção. Aproximadamente 30% da radiação entrante se reflete sem mudança na amplitude de onda. Cerca de 47% é absorvida pela atmosfera e pela superfície terrestre, provoca um aumento de temperatura e, em seguida, irradia-se novamente 35


para o espaço. Apenas os 23% restantes penetram no sistema terrestre e passam a ser a força motriz de ventos, correntes, ondas, modela nosso clima e proporciona o ciclo da água. Em última instância, também será re-irradiado ao espaço. A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos da radiação (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. Entre esses, destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se pelo surgimento de uma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, em condições específicas. No segundo, os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de células solares. Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, o primeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido a características climáticas, e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de energia elétrica. Em 2004 a capacidade instalada mundial de energia solar era de 2,6 GW, cerca de 18% da capacidade instalada de Itaipu. O projeto australiano de uma central de 154 MW, capaz de satisfazer o consumo de 45 000 casas é um dos projetos mais ambiciosos do setor. Esta situarse-á em Victoria e prevê-se que entre em funcionamento em 2013, com o primeiro estágio pronto em 2010. A redução de emissão de gases de estufa conseguida por esta fonte de energia limpa será de 400 000 toneladas por ano. Atualmente há vários projetos, em curso ou em operação, para o aproveitamento da energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando ao atendimento de comunidades isoladas da rede de energia elétrica e ao desenvolvimento regional. Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos e instituições brasileiras (MME, Eletrobrás/CEPEL e universidades, entre outros), esses projetos têm tido o suporte de organismos internacionais, articularmente da Agência Alemã de Cooperação Técnica – GTZ e do Laboratório de Energia Renovável dos Estados Unidos (National Renewable Energy Laboratory) – NREL/DOE. A questão é que quanto mais tarde o Brasil investir nesta tecnologia, mais ele se colocará atrás com relação aos países que já investem no que tange à 36


maturidade e domínio tecnológico. “Quanto mais cedo o país investir, mais cedo ele desenvolverá tanto nas áreas econômica e social, através da criação de uma indústria local e da geração de novos postos de trabalho, quanto na energética, através da diversificação da sua matriz.” O Brasil é um país rico em fontes renováveis de energia e reúne condições necessárias e suficientes para estabelecer uma lei de incentivo à geração distribuída, em particular à geração de energia solar fotovoltaica conectada à rede, a exemplo da que foi estabelecida na Alemanha, Espanha e vários outros países.

Vantagens da Energia Solar •

A energia solar não polui durante seu uso. A poluição decorrente da

fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é totalmente controlável utilizando as formas de controles existentes atualmente; •

As centrais necessitam de manutenção mínima;

Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que

seu custo vem decaindo. Isso torna cada vez mais a energia solar uma solução economicamente viável; •

A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso,

pois sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão.

Desvantagens da Energia Solar

Os preços são muito elevados em relação aos outros meios de energia;

Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação

climática (chuvas, neve), além de que durante a noite não existe produção alguma, o que obriga a que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia; •

As formas de armazenamento de energia solar são pouco eficientes, o

que torna necessário o usao de grandes áreas para a captação de energia em

37


quantidades suficientes para que o empreendimento se torne economicamente inviável.

Alemanha: Menos Sol que o Brasil; Mais Energia Solar Que a Gente Que os alemães dão o maior valor ao sol, que costuma aparecer pouco por aqui, a gente já sabia. O que surpreendeu foi descobrir o quanto eles são capazes de fazer com tão pouco. Com uma média anual de 140 dias de sol – exatamente a metade da brasileira -, a Alemanha arrebenta em termos de energia solar. O país já é líder mundial em energia fotovoltaica, que transforma a radiação solar em eletricidade. O setor faturou 5,7 bilhões de euros somente no ano passado. Produzida por particulares ou empresas, a energia fotovoltaica é comprada por distribuidoras e vai direto para a rede elétrica convencional. Já são 450 mil instalações desse tipo no país. Graças a uma lei federal, a energia fotovoltaica na Alemanha virou fonte de lucro para quem a produz.

Curiosidades Energia Solar A energia solar é importante na preservação do meio ambiente, pois tem muitas vantagens sobre as outras formas de obtenção de energia, como: não ser poluente, não influir no efeito estufa, não precisar de turbinas ou geradores para a produção de energia elétrica, mas tem como desvantagem a exigência de altos investimentos para o seu aproveitamento. Para cada metro quadrado de coletor solar instalado evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras férteis, na construção de novas usinas hidrelétricas. Uma parte do milionésimo de energia solar que nosso país recebe durante o ano poderia nos dar 1 suprimento de energia equivalente a: *54% do petróleo nacional *2 vezes a energia obtida com o carvão mineral *4 vezes a energia gerada no mesmo período por uma usina hidrelétrica.

Sutiã Movido a Energia Solar Recarrega Eletrônicos 38


Um sutiã ecológico movido à energia solar, o Photovoltaic-Powered Bra, foi apresentado ontem pela Triumph International em Tóquio. Um receptor de energia solar alimenta um painel eletrônico que exibe mensagens e também pode recarregar a bateria de um telefone celular, por exemplo. O sutiã criado pela fabricante de lingeries também é equipado com pequenas bolsas desenvolvidas para carregar água, reduzindo assim o uso de latas e garrafas de plástico.

IMPACTOS AMBIENTAIS DAS FONTES ENERGÉTICAS As fontes de energia renováveis não são isentas de provocar impactos na natureza, os biocombustíveis produzem devastação ambiental no desenvolvimento de culturas que servem de matérias-primas tais como a cana-de-açúcar, eucalipto, mamona entre outros, para o cultivo dessas são necessárias imensas propriedades rurais, denominadas de monoculturas, essa prática retira as coberturas vegetais, sem contar o uso de insumos agrícolas (fertilizantes, inseticidas, herbicidas entre outras). No caso das hidrelétricas os problemas na geração de energia estão na construção das usinas, pois é necessário represar uma grande quantidade de água cobrindo imensas áreas de florestas, dessa forma coloca em risco a fauna e a flora, além da emissão de gases provenientes da decomposição de animais e vegetais contidos no fundo das represas. As energias solar e eólica produzem impactos quase

insignificantes

e

são

pouco

utilizadas

no

Brasil.

Os recursos energéticos classificados como não-renováveis geralmente produzem poluentes superiores aos renováveis. Os impactos podem surgir a partir da emissão de gases dos veículos automotores, vazamentos em oleodutos, vazamentos de navios petroleiros e muitos outros. A queima do petróleo, do carvão e, em menor escala, do gás natural, libera gases de estufa (gases que aumentam a retenção de calor na atmosfera terrestre e supostamente contribuem para a elevação das médias térmicas do planeta. Os 39


principais entre eles são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O)). No caso do carvão, os impactos ambientais começam já nos procedimentos de extração – a exploração das grandes minas carboníferas devasta a cobertura vegetal. O transporte marítimo do petróleo é outra atividade potencialmente impactante, devido aos riscos de vazamento. As grandes usinas hidrelétricas exigem a inundação de vastas áreas, causando alterações profundas nos ecossistemas. Também a fauna aquática dos rios pode ser seriamente afetada pela construção de barragens, que muitas vezes impossibilitam a migração sazonal, necessária para a reprodução de muitas espécies de peixes. Nas regiões onde a pesca é uma atividade econômica importante, o problema se torna ainda maior. A energia nuclear, além do risco de acidentes, gera resíduos com grande poder de contaminação. A água aquecida pelos reatores transfere calor para os rios, mares e depósitos subterrâneos pelos quais circula, causando um tipo especial de poluição térmica capaz de comprometer os ecossistemas. A solução mais correta, segundo alguns ambientalistas, seria a adoção de padrões de consumo compatíveis com a sustentabilidade ambiental dos países ricos. Estes, que possuem níveis de consumo muitas vezes superiores aos dos países pobres.

Relatório "Cortina de Fumaça: Emissões de CO2 e Outros Impactos da Energia Nuclear" - Greenpeace Relatório "Cortina de Fumaça: Emissões de CO2 e outros impactos da energia nuclear", do Greenpeace, desmente a tese de que usinas atômicas são 'limpas' e contribuem no combate ao aquecimento global. As usinas atômicas podem até ser menos poluentes do que usinas a carvão mineral ou óleo combustível, mas Angra 3 por exemplo tem um índice de emissões indiretas de gás carbônico (CO2) cinco vezes mais alto do que a energia solar fotovoltáica (solar)

e

eólica.

Os dados constam do novo relatório do Greenpeace intitulado Cortina de Fumaça: emissões de CO2 e outros impactos da energia nuclear, que foi lançado no Rio de Janeiro durante audiência pública do processo de licenciamento

40


ambiental de Angra 3, realizada no Centro de Convenções Cidade Nova. Ativistas do Greenpeace protestaram no local, com latões amarelos simulando tonéis de lixo nuclear

e

uma

faixa

com

a

mensagem:

"Angra

3

=

lixo

nuclear".

Para calcular as emissões de CO2 de Angra 3, o Greenpeace analisou o ciclo completo da energia nuclear no Brasil, considerando as seguintes etapas: extração de minério de urânio, fabricação de combustível nuclear, transporte de combustível, construção da infra-estrutura da usina, gerenciamento de rejeitos radioativos e descomissionamento

da

usina

ao

fim

de

sua

vida

útil.

De acordo com o estudo, as emissões de CO2 de Angra 3 comprovam a ineficácia da energia nuclear na mitigação das mudanças climáticas e mostram que investir nesta opção energética é um desvio caro e perigoso no combate ao aquecimento global. O documento “Cortina de Fumaça” também detalha os outros impactos ambientais da energia nuclear, especialmente o lixo radioativo, problema que continua sem solução em todo o mundo, e o histórico brasileiro de insegurança nuclear. “Para reduzir sua participação nas mudanças climáticas, o Brasil deveria investir os mais de R$ 7 bilhões necessários para construir Angra 3 no combate aos 75% de emissões nacionais de gases do efeito estufa provenientes do desmatamento e do uso do solo”, afirma Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. “Aliás, R$ 7 bilhões é o valor inicialmente estimado por nove ONGs sociais e ambientais e um grupo de economistas na proposta para zerar o

desmatamento

da

Amazônia

até

2015”.

Do ponto de vista energético, o engenheiro elétrico Ricardo Baitelo, autor do estudo “Cortina de Fumaça”, comenta que o Brasil dispõe de tecnologia e fartos recursos renováveis que inviabilizam a energia nuclear em todos os aspectos. Para o especialista do Greenpeace, ao se considerar custos, subsídios, longos períodos de construção, riscos de acidentes e questões de segurança inerentes à geração nuclear, chega-se à conclusão de que existem alternativas mais baratas, eficientes e seguras para atender à crescente demanda por energia e proporcionar

o

desenvolvimento

econômico

e

social

do

país.

“Com os mais de R$ 7 bilhões previstos para Angra 3, seria possível, por exemplo, construir um parque eólico com o dobro da capacidade da usina nuclear, que é de apenas 1350 MW, sem gerar lixo tóxico e sem o risco de acidentes. O governo Lula poderia ainda buscar inspiração no Programa Nacional de 41


Conservação de Energia Elétrica (Procel), que com apenas 12% do investimento de Angra 3 (ou R$ 850 milhões), economizou 5.124 MW, ou quatro vezes a capacidade da

usina

nuclear”,

explica

Baitelo.

“Passados mais de 30 anos da decisão do governo militar de construir a terceira usina nuclear brasileira, Angra 3 é um projeto marcado pelo atraso, pela ilegalidade, pelos altos riscos e por objetivos militares velados”, afirma Rebeca Lerer, do Greenpeace. Para ela, a situação se agravou com as declarações feitas recentemente pelo ministro da defesa, Nelson Jobim. Ao participar de evento sobre segurança nacional, Jobim deixou transparecer interesses militares por trás da recente retomada do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). “Pode até soar absurdo, mas o uso militar da tecnologia nuclear parece ser uma explicação lógica.

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Conclusão Conclui-se que a discussão sobre as formas energéticas, é devido principalmente aos danos ambientais causados e expostos pelos ambientalistas, e sua “principal” conseqüência: o aquecimento global. Este problema ambiental “explodiu” nos meios de comunicação há pouco tempo e fez ecoar uma frase: “precisamos fazer alguma coisa”. Acordos, como Protocolo de Kyoto, que visa a diminuição das emissões de gases que provocam o efeito estufa, surgiram por todo o planeta, entretanto países como os Estados Unidos, o maior emissor desses gases, se negam a aceitá-los. Neste caso, do Protocolo de Kyoto, o presidente norte-americano George W. Bush, alegou que este, causaria prejuízos à sua economia. Outros, porém, vêem o problema de outra forma. Num discurso do presidente francês, Nicolas Sarkozy, na sede da União Européia, sobre a crise econômica norte-americana, foi pressionado para que o tratado para diminuição da emissão de gases, fosse quebrado ou parcialmente alterado. Ele, com sabedoria, respondeu: “Por pior que seja a crise econômica, ela pode ser reparada. Porém com o agravamento do aquecimento global, nada poderá ser feito”. Conclui-se também que há fontes de energias alternativas, ou seja, que poluem menos e totalmente adaptadas para os dias atuais. Além disso, a instabilidade do preço do petróleo, está levando os governos a investirem em novas formas de energia. O Brasil, por exemplo, saiu na frente com a produção de etanol – biodiesel, e é exemplo mundial nesse ramo. Apenas discutir não basta, precisamos economizar as fontes energéticas e cobrar ações cada vez mais favoráveis ao meioambiente, dos governos municipais, estaduais e federais. O planeta agradece!

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Obs.: Todos os sites foram acessados em Outubro / Novembro de 2008.

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