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Fontes não cristãs referentes a Jesus. Os críticos da Bíblia alegam ou sugerem que os documentos do NT não são confiáveis, pois foram escritos pelos discípulos de Jesus ou por cristãos posteriores. Eles observam que não há confirmação de Jesus em nenhuma fonte não cristã. Vários fatores minam a validade dessa crítica. A evidência. Há evidências muito convincentes de que o NT é um registro confiável composto por contemporâneos e testemunhas oculares dos eventos. O Novo Testamento detém, mais que qualquer outro documento escrito da história antiga, 0 maior número de manuscritos de antiguidade bem atestada, com cópias bem feitas, escritas por pessoas que cronologicamente se encontravam mais próximas dos eventos registrados. A arqueologia continuamente confirma detalhes de suas obras. Se o registro do NT não é confiável, não temos esperança de nenhum conhecimento confiável dos acontecimentos antigos. A objeção de que os escritos do NT são sectários envolve uma implicação significativa, mas falsa, de que as pessoas que estiveram envolvidas nos fatos ou com as pessoas sobre os quais prestam depoimento não constituem testemunhas confiáveis. Isso é claramente falso. Os sobreviventes do Holocausto estavam próximos dos eventos que descreveram para o mundo. Esse mesmo fato os coloca na melhor posição para saber o que aconteceu. Eles estavam lá, e aconteceu com eles. O mesmo se aplica ao testemunho judicial de alguém que sobreviveu a um ataque. Isso se aplica aos sobreviventes da invasão da Normandia durante a Segunda Guerra Mundial ou à Ofensiva de Tet durante a Guerra do Vietnã. As testemunhas do NT não deveriam ser desqualificadas porque estavam próximas dos eventos que relatam. Relacionado à acusação de que Jesus carece de testemunho de incrédulos está o fato de que há forte evidência favorável a ele, mas falta de evidência fraca. Suponha que quatro pessoas tenham sido testemunhas oculares de um assassinato. Também havia uma testemunha que chegou no local depois do assassinato e apenas viu o corpo da vítima. Outra pessoa ouviu um relato de segunda mão do assassinato. No julgamento, o advogado da defesa argumenta: “A não ser pelas 2
quatro testemunhas oculares, esse é um caso difícil de resolver, e as acusações devem ser retiradas por falta de evidências”. Outras pessoas podem pensar que o advogado estava tentando mudar de assunto com uma pista falsa. A atenção do juiz e o júri estaria sendo desviada da evidência mais forte para a mais fraca, e o raciocínio estaria claramente errado. Já que as testemunhas do NT foram as únicas testemunhas oculares e ofereceram testemunhos contemporâneos de Jesus, é uma falha desviar a atenção para as fontes seculares não-cristãs. No entanto, é educativo mostrar que evidências a favor de Jesus podem ser compiladas fora do NT. As fontes. Algumas fontes excelentes foram colocadas à disposição para dar melhores descrições desse testemunho. Josh McDowell, em Evidência que exige um veredito, dedica um capítulo à evidência não-cristã. F. F. Bruce escreveu uma análise de nível popular da evidência em Merece confiança o Novo Testamento? E em Jesus and Christian origins outside the New Testament [Jesus e as origens cristãs fora do Novo Testamento], que é um estudo mais profundo e completamente documentado. Uma análise recente sobre o assunto é de Garv Flabermas em um capítulo de The historical Jesus [0 Jesus histórico]. Historiadores antigos. Uma quantidade surpreendente de informação sobre Jesus pode ser extraí- da dos historiadores que foram contemporâneos dele ou viveram logo depois. Estes incluem: Tácito. Um romano do século 1 chamado Tácito é considerado um dos historiadores mais precisos do mundo antigo. Ele nos oferece o registro do grande incêndio de Roma, pelo qual alguns culparam o imperador Nero: Mas nem todo o socorro que uma pessoa poderia ter prestado, nem todas as recompensas que um príncipe poderia ter dado, nem todos os sacrifícios que puderam ser feitos aos deuses, permitiram que Nero se visse livre da infâmia da suspeita de ter ordenado o grande incêndio, o incêndio de Roma. De modo que, para acabar com os rumores, acusou falsamente as pessoas comumente chamadas cristãs, que eram odiadas por suas atrocidades, e as puniu com as mais temíveis torturas. Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à morte por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a supertição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a Judéia, onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma.
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Essa passagem contém referências aos cristãos, chamados assim por causa de Christus (Cristo em latim), que sofreu a “penalidade extrema” sob Pôncio Pilatos durante 0 reinado de Tibério. A “superstição” que começou na Judéia e chegou a Roma foi muito provavelmente a ressurreição de Jesus. Suetônio. Suetônio foi o secretário principal do imperador Adriano (reinado 117138). Duas referências são importantes: Como os judeus, por instigação de Cherstus, estivessem constantemente provocando distúrbios, ele os expulsou de Roma (Vida de Claúdio, 25.4). Nero infligiu castigo aos cristãos, um grupos de pessoas dadas a uma superstição nova e maléfica (Vida dos Césares, 26.2)
Essas breves referências estabelecem algumas coisas. Havia um homem chamado Chrestus (ou Cristo) que viveu durante o século 1. Alguns judeus causaram tumultos relacionados a esse homem. Suetônio, ao escrever muitos anos mais tarde, não estava na posição de saber se os tumultos eram provocados por Chrestus ou pelos judeus contra seus seguidores. De qualquer forma, Cláudio ficou aborrecido o suficiente para expulsar todos os judeus da cidade (inclusive os companheiros de Paulo, Áqüila e Priscila) em 49. Além disso, os cristãos foram per- seguidos depois do incêndio de Roma, e haviam professado uma nova crença religiosa. Josefo. Flávio Josefo (37/ 38-97) foi um revolucionário judeu que, na época da revolta judaica, passou a ser leal aos romanos para salvar sua vida. Tornou- se um historiador,
trabalhando
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patrocínio
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imperador
Vespasiano.
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Antiguidades dos judeus data do início da década de 90 e contém duas passagens de interesse. A primeira refere-se a “Tiago, irmão de Jesus chamado Cristo” (20.9). Isso confirma os fatos do Novo Testamento de que havia um homem chamado Jesus, que era conhecido como “Cristo” e teve um irmão chamado Tiago. A segunda referência é bem mais explícita e controversa: Por essa época surgiu Jesus, um homem sábio, se é que é correto chamá-lo de homem, pois operava obras maravilhosas [...] tornou a aparecer-lhe vivo ao terceiro dia, tal como os profetas de Deus haviam predito essas e mais dez mil outras coisas a seu respeito (Antiguidades 28.33).
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A genuinidade dessa passagem tem sido questionada por especialistas de todas as crenças porque parece duvidoso que um judeu que viveu e trabalhou fora do contexto cristão tenha dito tais coisas sobre Jesus. Até o apologista e teólogo Orígenes (c. 185- c. 254) disse que Josefo não acreditava que Jesus era o Messias (Contra Celso 1.47). Apesar desses problemas, há razões a favor da genuinidade da maior parte do texto. Primeira, há boa evidência textual para a menção de Jesus e nenhuma evidência textual do contrário. Segunda, o texto está escrito no estilo de Josefo. Terceira, algumas das palavras provavelmente não vieram de um cristão. Quarta, a passagem se encaixa no seu contexto gramatical e historicamente. Quinta, a referência a Jesus em Antiguidades 20 parece pressupor uma menção anterior. Finalmente, uma versão árabe do texto contém elementos básicos sem as partes questionáveis: Nessa época havia um homem sábio chamado Jesus. Seu comportamento era bom, e sabe-se que era uma pessoa de virtudes. Muitos dentre os judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. E aqueles que haviam sido seus discípulos não deixaram de segui-lo. Eles relataram que ele lhes havia aparecido três dias depois da crucificação e que ele estava vivo [...] talvez ele fosse o Messias, sobre o qual os profetas relatavam maravilhas.
Mesmo sem as partes que são provavelmente interpolações cristãs, esse texto é um testemunho extraordinário da vida, morte e influência de Jesus. Ele diz que Jesus foi conhecido como um homem sábio e virtuoso que tinha discípulos judeus e gentios. Pilatos 0 condenou a ser crucificado. Os discípulos relataram que ele ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. A ideia estava ligada à sua proclamação de ser 0 Messias. Talo. Talo escreveu por volta de 52 d.C. Nenhuma de suas obras sobreviveu, mas algumas citações fragmentadas são preservadas por outros autores. Um desses autores é Júlio Africano, que, por volta de 221, cita Talo numa discussão sobre a escuridão que seguiu a crucificação de Cristo: No mundo inteiro caiu uma escuridão tenebrosa; as rochas foram partidas por um terremoto, e muitos lugares na Judéia e outros distritos foram derrubados. Essa escuridão, Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do Sol — o que me parece ilógico.
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Africano identifica a escuridão que Talo considerou um eclipse solar como a escuridão na crucificação descrita em Lucas 23.44,45. Oficiais do governo. Outras fontes não-cristãs foram os antigos oficiais do governo, cuja profissão os colocava numa posição singular para obter informação oficial não disponível ao público. Plínio, o Jovem. Plínio foi um autor e administrador romano. Numa carta ao imperador Trajano, por volta de 112, Plínio descreve as práticas de adoração dos primeiros cristãos: [Eles tinham] o costume de se reunir antes do amanhecer num certo dia, quando então cantavam responsivamente os versos de um hino a Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros a não cometer maldade alguma, não defraudar, não roubar, não adulterar, nunca mentir, e a não negar a fé quando fossem instados a fazê-lo; depois disso tinham o costume de separar-se e se reunir novamente para compartilhar a comida — comida do tipo comum e inocente (Epístolas 10.96).
Essa passagem confirma várias referências do Novo Testamento. A mais notável é que os primeiros cristãos adoravam Jesus como Deus. Suas práticas também revelam uma ética forte, provavelmente a de Jesus. Também há uma referência à festa do amor e à Santa Ceia. Depois, na mesma carta, Plínio chama 0 ensinamento de Jesus e seus seguidores de “superstição excessiva” e “superstição contagiosa”, que pode referir-se à crença e à proclamação cristã da ressurreição de Jesus. Imperador Trajano. Em resposta à carta de Plínio, o imperador Trajano dá as seguintes instruções para punir os cristãos: Nenhuma busca para encontrar essas pessoas deve ser feita; quando eles forem denunciados e condenados, de- vem ser punidos; mas com a restrição de que, quando a pessoa negar ser um cristão, e provar que não é (ou seja, adorando nossos deuses), ela será perdoada por arrependimento, apesar de ter incorrido em suspeita anteriormente (ibid., 10.97).
Isso esclarece como o antigo governo romano via o cristianismo. Eles deveriam ser punidos por não adorar os deuses romanos, mas a perseguição não era irrestrita.
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Adriano. O historiador cristão Eusébio (c. 265- 339) registra uma carta do imperador Adriano para Míncio Fundano, procônsul asiático. Semelhante à carta de Trajano a Plínio, Adriano dá alguma instrução sobre como lidar com os cristãos: Efetivamente, não me apraz deixar a questão sem investi- gação, não suceda que sejam molestados os inocentes e aos delatores que se dê apoio para exercerem a maldade. Se, pois, os provincianos podem manifestadamente manter essa petição contra os cristãos, pleiteando-a perante 0 tribunal, em- preguem apenas este trâmite, e não petições nem somente gritos. É preferível, se alguém quer incriminar, que tu mesmo tomes conhecimentos da causa.
A passagem confirma que cristãos muitas vezes eram acusados de infringir as leis e eram punidos, mas que a moderação era incentivada. Outras fontes judaicas. Além dos autores judeus do Novo Testamento e Josefo, outras testemunhas judaicas referem-se à vida de Jesus. Talmude. As obras talmúdicas mais valiosas com relação ao Jesus histórico são aquelas compiladas entre 70 e 200 durante 0 denominado Período Tanaíta. O texto mais significativo é o tratado da Mishná. Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu e antes disso, durante quarenta dias 0 arauto proclamou que [ele] seria apedrejado “por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo desviar-se. Quem quer que saiba algo em sua defesa venha e interceda por ele”. Mas ninguém veio em sua defesa e eles o penduraram na véspera da Páscoa (Talmude babilônico, Sanhedrin.43a).
Essa passagem confirma a crucificação, a época do evento na véspera da Páscoa e a acusação de feitiçaria e apostasia. Esse texto também nos informa sobre a proclamação que foi enviada antes da morte de Jesus (v. Jo 8.58,59; 10.31-33,39). Outra referência nessa seção menciona cinco discípulos de Jesus. A maioria das outras referências a Jesus e ao cristianismo no Talmude são bem posteriores e de valor histórico questionável. Toldot Yeshu. Uma testemunha bem posterior é Toldot Yeshu, um documento anticristão compilado no século v. Esse documento explica que o corpo de Jesus foi secretamente removido para uma segunda sepultura porque os discípulos pretendiam roubar 0 corpo. Quando os discípulos chegaram à sepultura, 0 corpo de 7
Jesus havia sumido, então eles concluíram que ele havia ressuscitado. Enquanto isso as autoridades judaicas eram informadas sobre o verdadeiro local do corpo de Jesus. Apesar de ser bem posterior, esse documento provavelmente reflete a primeira opinião comum (v. Mt 28.11-15). Outras fontes de entre os gentios. Houve fontes dos gentios sobre a vida de Cristo além das romanas. Elas incluem: Luciano. Luciano de Samosata foi um autor grego do século 11 cujas obras contém críticas sarcásticas ao cristianismo: Os cristãos, como sabes, adoram um homem até hoje — o personagem distinto que introduziu seus rituais insólitos, c foi crucificado por isso [...] Essas criaturas mal orientadas começam com a convicção geral de que são imortais, o que explica o desdém pela morte e a devoção voluntária que são tão comuns entre eles; e ainda foi incutido neles pelo seu legislador original que são todos irmãos, desde 0 momento em que se convertem, e negam os deuses da Grécia, e adoram o sábio crucificado, e vivem segundo suas leis. Tudo isso adotam como fé, e como
resultado
desprezam
todos
os
bens
mundanos,
considerando-os
simplesmente como propriedade comum (Death ofpelegrine, 11-3).
Seguindo Habermas, várias coisas podem ser verificadas a partir desse texto. Jesus era adorado pelos cristãos. Ele introduziu novos ensinamentos e foi crucificado por seus ensinamentos. Seus ensinamentos incluíam a irmandade dos crentes, a importância da conversão e a importância de negar outros deuses. Os cristãos viviam segundo as leis de Jesus. Além disso, os seguidores de Jesus consideravamse imortais e eram caracterizados por seu desprezo pela morte, devoção voluntária e renúncia a bens mate- riais. Apesar de ser um dos críticos mais declarados da igreja, Luciano fornece um dos registros mais informativos de Jesus e do cristianismo primitivo fora do NT. Mara Bar-Serapion. Um sírio, Mara Bar-Serapion, escreveu para seu filho Serapion entre o século I e o início do século II aproximadamente. A carta contém uma aparente referência a Jesus: Que vantagem os atenienses obtiveram em condenar Sócrates à morte? Fome e peste lhes sobreviveram como castigo pelo crime que cometeram. Que vantagem os habitantes de Samos obtiveram ao pôr fogo em Pitágoras? Logo depois sua
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terra ficou coberta de areia. Que vantagem os judeus obtiveram com a execução de seu sábio rei? Foi logo após esse acontecimento que o reino dos judeus foi aniquilado. Com justiça Deus vingou a morte desses três sábios: os atenienses morreram de fome; os habitantes de Samos foram surpreendidos pelo mar; os judeus arruinados e expulsos de sua terra, vivem completamente dispersos. Mas Sócrates não está morto; ele sobrevive aos ensinos de Platão. Pitágoras não está morto; ele sobrevive na estátua de Hera. Nem 0 sábio rei está morto; ele sobrevive nos ensinos que deixou (Manuscrito siríaco, add 14, 658; citado em Habermas, p. 200).
Essa passagem confirma quatro ensinamentos específicos do NT: 1) Jesus era considerado um homem sábio e virtuoso; 2) Jesus foi considerado por muitos o rei de Israel; 3) os judeus executaram Jesus; 4) Jesus continuou vivo nos ensinamentos de seus seguidores. Fontes gnósticas. Logo depois da época de Cristo, vários grupos não-cristãos cresceram paralelos à igreja. Um dos mais bem-sucedidos foi o dos gnósticos. O Evangelho da verdade. Esse livro do século II provavelmente foi escrito por Valentino (135-160). Ele confirma que Jesus foi uma personagem histórica em várias passagens: Pois quando 0 viram e ouviram, ele permitiu que 0 provas- sem e cheirassem e tocassem 0 Filho amado. Quando ele apareceu instruindo-os sobre o Pai [...] Pois veio por meio de aparência carnal (30.27-33; 31.4-6). Em outra passagem lemos que: Jesus era paciente em aceitar 0 sofrimento [...] pois ele sabia que essa morte é vida para muitos [...]foi pregado numa árvore; publicou 0 decreto do Pai na cruz [...] Entregou-se à morte através da vida [... ] Depois de libertar-se dos trapos perecíveis, vestiu 0 imperecível, que ninguém jamais poderá lhe arrancar (20.1114,25-34).
Essas citações afirmam que Jesus era o Filho de Deus e 0 Verbo, que se tornou homem e assumiu um corpo carnal. Ensinou seus seguidores sobre o Pai. Jesus sofreu e foi crucificado. Sua morte traz vida para muitos. Jesus foi ressuscitado dos mortos num corpo imperecível.
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O apócrifo de João foi uma obra gnóstica do século II que se inicia com um suposto registro histórico de um encontro entre Arimânio, o Fariseu, e João, filho de Zebedeu, o discípulo. João supostamente disse que Jesus “foi para o lugar de onde veio” (1.5-17). Essa era uma aparente referência à ascensão. Arimânio respondeu que João fora enganado por Jesus. Não há evidência além de o apócrifo de que esse evento tenha ocorrido. O Evangelho de Tomé (c. 140-200) é uma coleção de alguns eventos espúrios e outros reais, além de citações de Jesus. Ele nos diz várias coisas sobre a identidade de Jesus. Jesus se identifica como 0 Ressurreto, 0 Filho do Homem, 0 Filho de seu Pai e 0 Todo do Universo. Como na Bíblia, os discípulos não reconhecem a verdadeira identidade de Jesus. O Evangelho de Tomé refere-se à morte e exaltação de Jesus. É um documento completamente gnóstico e por isso, e também pela data posterior, tem valor histórico limitado. O tratado sobre a ressurreição é uma obra gnóstica do final do século n. Apesar da filosofia gnóstica carregada, 0 Tratado afirma vários ensinamentos: Jesus realmente era divino. Apesar disso, Jesus, o Filho de Deus, assumiu a forma carnal. Jesus morreu, ressuscitou e derrotou a morte para os que crêem nele. O valor dessa obra como fonte histórica também é limitado. Outras fontes perdidas. Além dessas fontes não-cristãs da vida de Cristo, alguns documentos são sugeridos, mas não foram encontrados. Os Atos de Pôncio Pilatos. Apesar de um documento supostamente oficial — Atos de Pôncio Pilatos — não ter sobrevivido, ele é mencionado por Justino Mártir por volta do ano de 150 e por Tertuliano por volta do ano 200. Justino escreve: “Transpassaram as minhas mãos e os meus pés” significa- va os cravos que na cruz transpassaram seus pés e mãos. E depois de crucificá-lo, aqueles que 0 crucificaram lançaram sorte sobre as suas roupas e as repartiram entre si. Que tudo isso aconteceu assim, podeis comprová-lo pelas atas redigidas no tempo de Pôncio Pilatos (1 Apologia, p. 35).
Justino também afirma que os milagres de Jesus podem ser confirmados nesse documento (ibid., p. 48).
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Flegon. Flegon (n. c. 80) foi escravo liberto do imperador Adriano. Nenhuma das obras de Flegon sobreviveu, mas ele é mencionado várias vezes por autores posteriores. Falou sobre a morte e ressurreição de Cristo em Crônicas, obra que não sobreviveu, dizendo: “Jesus, enquanto vivo, não se preservou, mas ressuscitou depois da morte e exibiu as marcas de seu castigo, e mostrou como suas mãos foram traspassadas pelos cravos” (citado em Orígenes, 4.455; v. Habermas, 210; Anderson, p. 19). Flegon também mencionou “0 eclipse na época de Tibério César, em cujo reino Jesus parece ter sido crucificado, e 0 grande terremoto que aconteceu na época” (Orígenes, p. 14). Júlio Africano confirma as mesmas citações (Júlio Africano, p. 18). Habermas resume, com base nas referências de Flegon, que Jesus previu o futuro, que houve um eclipse na época da crucificação, e que isso ocorreu durante 0 reinado de Tibério. Após sua ressurreição, Jesus apareceu e mostrou suas feridas, principalmente as marcas dos cravos da crucificação (Habermas, P- 211). Resumo. As fontes primárias da vida de Cristo são os quatro evangelhos (v. Novo Testamento, historicidade do). No entanto, há relatos consideráveis de fontes nãocristãs que complementam e confirmam os registros evangélicos. Estes vêm em grande parte de fontes gregas, romanas, judaicas e samaritanas do século I. Em resumo, elas nos informam que Jesus: 1) era de Nazaré; 2) viveu de modo sábio e virtuoso; 3) foi crucificado na Palestina sob Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério César na época da Páscoa, sendo considerado o rei judeu; 4) segundo seus discípulos, ele ressuscitou dos mortos depois de três dias; 5) seus inimigos reconheceram que ele realizou feitos incomuns denominados por outros “feitiçaria”; 6) seu pequeno grupo de discípulos se multiplicou rapidamente, espalhando-se até Roma; 7) seus discípulos negavam o politeísmo, viviam de acordo com princípios morais e adoravam a Cristo como divino. Essa descrição confirma a imagem do Jesus apresentada nos evangelhos do NT. Fontes }. X. D. Anderson, The witness of history. F F. Bruce, Merece confiança 0 Sovo Testamento' _____, Jesus and Christian origins outside the New Testament. 11
Eusebio, História eclesiástica. Flavio Josh , Antiguidades dos judeus. G. Habermas, The historical Jesus, cap. 9. Luciano de Samosata, The works of Lucian of Samosata. J. McDowell, Evidência que exige um veredito, cap, 5 Origenes, Contra Celso. Plínio, o Jovem, Cartas. A. Roberts e J. Donaldson, orgs. The ante-Nicene fathers. Suetônio, Life of Claudius, Life of Nero. Tácito, Anais. Fonte: Enciclopédia da Apologética uma resposta aos críticos da fé cristã; Norman Geisler; 1999; Editora Vida.
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