O livro de Ilustraçþes
Andriole
A Arte de ser artista Contato: m.andriole@gmail.com
ntura nha ave i m i e i c i In s s gráfica nas arte e d esmo antes m e era esse qu o saber s segui o , apena o s oda univer ral que t u t a n o s l senhar. impu te ao de e n e s a ç crian e a ess ç ão tinuidad ssionaliza fi ro p à Dar con e levou-m tural. impulso ente na nisto, m l a u g i o destino d o e d o g de m l a que há E é claro o não existe. cas pois o a
Janeiro 1963
o Paulo, ra em Sã tu l ck. u c a tr Woodsto ia con e a d d s a a d rr n fr a eo guit ha e nem os eio a fort tar de 64 e das in m m a m r e e i ão corp mili Nasc rra que n ns exibiam seus o golpe e d u s g o t a ri m g ve rores da nu os isto, os jo to contra os hor Vietnam ouvindo o t o n n a m u q s ia en ca e uma ote onhos d es de lá; ançando em pr Bombas s s s e o n d o p e r o ca. cam k, d a do am bado nessa épo para os s do roc rç ia fo n a g i , s u in a o oe ac a ser nus, com elebravam com inda não havia o iro fator e c a m ri e s havia n o p , h a n o era guerr uer , poi e q a . O so l d c a i a u p d i l q s tó a a u a e person a carreir criar nov liberdad ção da para um a inquietude, e a ti r A forma a p e ndo s primir ado qua cessidade de ex s em realidade. lvi. consider e n e desenvo uma ar id ia s e m r te m o n f u s a e n l a qua peito ra tr meios pa iverso da arte na n formas e u o Esse era
estava em ancestrais s o v o p s o bandas de o d s grandes erso místic a iv d n s u o o sc d i d entre dos A riqueza Pink Floyd nas capas e r s i e a s e g n lu e o G d lin, olas de art pan Led Zeppe el das esc pauta ocu o p Os a s, r. p e a Y o o o v m , o oca inaçã as fizera g a ic t s im tá a n rock da ép ra fa s idades is pa as imagen iam porta ras univers r i e b d A a i. u rd outras. Est q e a v r , or nomes xistiam po sse sentido ssinados p que não e , foram ne a o r, d o u to ou c t a re d b s, so aço e rben, Maro tr o o C d , t s o lle quadrinho i d ru ta etal Moebius, D xibindo tra de arte, e omo o de a Heavy M c d s m e õ ra ç a i d liz rta As e estudava que se imo s da área. ara quem e p t n s a nica. ila t ig s g o s p o o e da téc em a s ã s ç fo a ri e c s Bilal - eram a o d com a aqui com s na área m uníssono e e m chegavam siava por novidade a v a so an mesmice s imagens desenho e omum da e supor, a c s eis. e so d n é se o o Com as nos pap ando rm c n fo a r a r v a a i l, r c ão ie de perimenta uanto a m ma espéc u q n a r e música ex e s o r, d i to v o os ou que o pin rte de uma atordoand ta gráfico, mais do o estanda o d n pressão. a g is e rt Oa ade de ex ie, carr d p r e ip b h li o a ã d ç meo os e ssa gera rvar a orde dos sentid e s o ã re arauto de ss p e r m p a o ri ontra a o que que batalha c róis além d e h s o tr u o Tínhamos progresso.
Led
Yes
Moebius
do ram antes o e c s a n e u taç es q As geraç amentas da compu r que hoje to das fer surgimen s vários softwares ns antes do ge gráfica e m manejo de ima áficas um u gr permitem tinham nas artes l se , a el impossív ase místico, no qu entura para u v q a o a univers verdadeir icos dos papéis, a m u ia d empreen s segredos alquím se de descobrir o aconhecer s e pincéis. Tratav símbolos la tintas, co aço da matéria em m a transfor visuais.
Com o advento da tecnologia digital, muitos mantiveram os hábitos artesanais na hora de produzir arte, apartando-se dos softwares. No foi este o meu caso, como o de muitos outros, que vimos nesta tecnologia disponível mais um meio de transformar ideias em imagens. Particularmente no senti problemas em unir meus desenhos e pinturas feitas mo com o scanner e softwares – imagino que o leitor já deva ter percebido isto a esta altura, certo? Entretanto, a riqueza de um original feito com tintas e lápis sobre papel oferece maior gama de aço para o designer digital trabalhar, a meu ver. A alquimia da Arte ultrapassou o mundo da matéria.
r num vir a estuda e d e rt o s n, o a s Tive a imen ra e das artes e do desig u os 60, com ontracult templo da c fundada no final dos an s e tre la IAD. Esco nte constituído por mes ais do e n c o o i um corpo d ormou grandes profiss médio f o e doutores qu stano. Na época o ensin nte para li u e a c p x e le designer uma opço r ra e te n a z i l rau e adquiri o g o d n u profissiona g e s se fazer o mpo. Foi quem quises s técnicos ao mesmo te 0, me to 98 conhecimen ei o IAD de 1978 a 1 aço rs u de Comunic o ic n c é meu caso. C T ta Desenhis ente formando em le hoje a dizer simplesm lém de uma iva to a – o que equ ue para mui mento para a q é o t a f o s li a Designer. M ica, recebemos ali um a plena da cn ia formação té conduzíu para a vivênc s o n alma que criação.
im a Cedo eu v entos conhecim s o r ta i e v apro ive com cias que t e experiên indo a v do IADÊ, os amigos çôes na ra st has ilu in m r a c i l pub m 1981. Pinheiros e e d ta ze Ga o me mesmo an o d l a n i f Ao o borador d tornei cola o id t do Par semanário o Voz do Brasil – ta is n u m o C to e. O conta itores da Unidad d e s o te com Z, permanen O V o d dores ra o b la o jc e gos que ro dos arti a l c é m lé a ma ram-me u ilustrei, de brasileira e d a realid noção da uela que rente daq muito dife ndia. mídia difu a grande ca minha pou Apesar de via no a 20 anos, idade, tinh e m modo d desenho u lência. o i v e d s r ato denuncia
Voz
Depois de atuar por oito anos como ilustrador para jornais e revistas – publiquei esporadicamente em revistas da Abril Cultural também, Veja, Capricho, Gourmet, ADM entre outras – migrei para as artes plásticas, ainda trabalhando para a Folha. O caso foi que acabei participando de uma exposição numa galeria de arte que foi organizada pela Folha. A mostra chamou-se Artistas da Folha, na extinta galeria Marc Chagall, em São Paulo. Apresentar desenhos que não acompanhavam textos, ou seja, que eram “a própria obra” me interessou muito, pois gostava também de criar para além do nanquim a bico de pena amarrados na língua do articulista.
É claro que o hábito faz o monge, assim, depois de vincular a criação da imagem a artigos, precisei substituir as ideias dos articulistas com quem fazia dueto, para iniciar a carreira solo. Desta necessidade interna é que nasceu naturalmente o caráter literário de minha obra plástica, pautada por imagens nascidas de estudos de textos diversos, principalmente os do realismo fantástico, da alquimia, do ocultismo e esoterismo, e posteriormente, os da antropologia e filosofia, estes últimos realizados sob a exigência acadêmica nos cursos que fiz na Universidade de São Paulo, onde me formei em Filosofia.
Durante o período que ilustrei para a Folha de Spmuitas vezes aproveitei os serviçoes da”fotomecânica”, que ampliava, fazia negativos, e cópias a traço e em tons de cinza, das ilustrações. Nesta, fiz cópias xerox de uma casca de mexirica - que devorei enquanto lia o artigo - e simulei uma textura de pedra num muro. Aprendi isto com a Mariza Dias Costa, grande ilustradora com quem convivia na redação.
Traรงos na Folha
O período era da transição do governo militar, para o civil, liderado pela coalizão entre os partidos de oposição e pela força da ruas com o movimento das Diretas Já! As disparidades e oportunismos, como sempre, se apresentaram e faziam gato virar lebre.
Ainda hoje, muitas das ilustrações são pertinentes dentro do contexto social, político e econômico mundial. Parece mágica!
F o l h a 1984
Montagem com xerox, cópia a traço e retícula da fotomecânica na FOLHA de SP 1984
Colaborar com a Folha também foi muito importante para meu desenvolvimento como ilustrador. Publiquei de 1983 a 1987 na Folha, sobretudo nos cadernos de economia e política. A diversidade de opiniões de autores sobre os mesmos temas e fatos me causou alguns problemas com algumas ilustrações para a Folha, temas que já havia lido e ilustrado no VOZ, questões acerca de greves de operários, por exemplo, e que na Folha recebiam um “tratamento” bem menos crítico. Daí eu ter que ilustrar duas vezes a mesma matéria, depois de ter minha primeira versão recusada .
VIDA & CULTURA ALTERNATIVA Neste mesmo período, em 85, trabalhei como programador visual e ilustrador para uma revista muito interessante, a VIDA & CULTURA ALTERNATIVA. Seu Editor era o Mario Inocentinni, de quem fui amigo na época. A revista era integralmente custeada por um médico, Marjan Frommer, e contava coma participação de diversos colaboradores. Os assuntos eram centrados nas novas (hoje antigas) terapias holísticas e na ecologia, de um modo geral. O discurso sobre a problemática do avanço tecnológico impelir a novas formas de degração ambiental também, era aventado por vários ângulos, desde as visões marxistas, fundadas na expropriação da classe trabalhadora dos meios de sobrevivência pelo setor privado, até as mensagens captadas por médiuns e ufólogos acerca do perigo da extinção da vida no planeta. Transitava minha pena com naturalidade em ambos os casos.
OBS: NĂŁo havendo recursos digitais na ĂŠpoca, usei a tesoura e cola mesmo.
A publicação teve fôlego para uns doze números, era mensal, e sua distribuição feita em apenas alguns nichos em SP e alguns outros estados do sul e sudeste. Foi uma forma muito boa para eu mostrar que para além da cultura havia outras alterantivas.
Revista marketing cultural 1998 Outra colaboração que fiz durante um ano, em 1998, foi para a Revista Marketing Cultural,uma publicação destinada a apresentação de projetos culturais. A ilustração não era mais o centro de minhas atividades nessa época, pois já havia migrado para o ofício de artista plástico. Foi um período muito interessante para mim. Vim a conhecer as Leis de Incentivo a Cultura, que mais tarde serviram para financiar dois projetos meus nas artes.
Revista marketing cultural 1998
A Marketing Cultural era mensal, e as alterações nas leis também, por isso, de um modo geral, as ilustrações acabavam girando em torno dessa tônica. De qualquer modo, as ilustrações eram a cor e isso me animava a usar diversos materiais diferentes.
Revista marketing cultural 1998
Outro aspecto que foi muito providencial foi conhecer inúmeros meios de apresentar e captar projetos de arte. Com o passar dos anos, atuei nesse setor, vindo a assumir a função de diretor de projetos numa ONG em SP.
A área da cultura estava em pleno debate nessa época, fato que perdurou por mais alguns anos mas, para além das polêmicas, não veio a alterar o quadro da maioria dos artistas que conhecia. Um ou outro veio a obter algum benefício real para suas atividades. Só depois de uns dez anos é que o setor encontrou um pouco de estabilidade. Por outro lado, a crítica sobre o tipo de produção “artística” que gerava mais interesse, seja da mídia, como dos patrocinadores, foi um dos temas que mais me agradaram.
Revista marketing cultural 1998
Tomar conhecimento do que se produzia pelo país e não que era divulgado pela mass-mídia também foi muito bom, afinal o trabalho do artista sempre se vincula a uma época, e de um modo ou de outro, conhecer expressões de regiões distantes nos dá a noção de nossa dimensão.
Revista marketing cultural 1998
Nesse mesmo ano de 98, morei em São Paulo, numa casa que aluguei, e na qual instalei minha oficina de arte. Ali, além das ilustrações, produzi inúmeras pinturas, aquarelas e objetos em resina de poliester. Frequentei nessa época a oficina de gravuras mais importante de São Paulo, a Glatt & Ymagos. Produzi série de litografias, serigrafias, e algumas gravuras em metal. A ilustração da página seguinte, que eu já ia me esquecendo, foi criada para a Revista Hustler. Publiquei apenas três vezes nela, a convite da editoria. A Hustler acabara de se instalar em SP, de modo que eu vim a ser apenas um tapa buraco.
Os temas da Hustler eram, por assim dizer, um pouco distantes do foco de minha atividade em artes plásticas, embora muito parecidos com muito do que eu já havia ilustrado nos cadernos de economia ou política da Folha ou do VOZ. Mas depois de três publicadas declinei. Acabei voltando para minha chácara em Ibiúna, onde vim a intensificar a produção de objetos feitos com a resina de poliester e fibra de vidro. Nesse ano ainda publiquei uma ilustração para a CAROS AMIGOS.
2003
Desenvolvi muitos tipos de trabalhos diferentes em design gráfico desde 2003. Utilizaram minhas obras em pintura e desenhos em capas de livros também, sem que eu trabalhasse diretamente na produção gráfica.
Com isso, se multiplicaram as formas de atuar no setor, ora como artista grรกfico, ora ilustrador, ora pintor ou gravador, cedendo o uso das imagens de obras.
Digigrafia Aqui uma imagem criada para o encarte de um CD do músico Sydnei Carvalho
Uma dos áreas que vim a me especializar em artes foi a gravura. Escrevi alguns artigos que acabaram se tornando referência bibliográfica para quem estuda essa matéria em faculdades. Dentre eles, escrevi sobre a digigrafia, que não é senão a arte digital, utilizada no mercado editorial, mas que era pouco difundida nas artes plásticas.
A versatilidade que o suporte digital oferece, sobretudo para quem já possui larga experiência com meios tradicionais de ilustrar me facilitou muito o ofício da criação. Somado a estas facilidades técnicas e da rápida execução de imagens, eu já possuia um acervo de obras minhasl com milhares de imagens diferentes, resultantes dos muitos anos de criação. Assim, desde esculturas e, é claro, os desenhos e gravuras, estas imagens vieram muitas vezes a servir de bases para a criação de novas peças de design gráfico: cartazes, folders, logos, capas de CD, banners entre outras.
Aqui um exemplo feito para o ETAPA VESTIBULARES. Em 2007 criei uma série de painéis, impressos em grande formatos, para ambientes nos quais há grande circulação de alunos. A ideia era criar estímulos aos estudantes quanto às diversas áreas do saber. Neste painel, BIOLÓGICAS,vemos trechos de gravuras que editei na técnica do linóleo, sobrepostas e fundidas com diversas imagens digitais.
Painel FĂsica, no qual, vemos igualmente, uma gravura, e um trecho de uma obra minha - Atenas - em Ăłleo sobre tela, realizada muitos anos antes de o computador vir a ser uma ferramenta de trabalho grĂĄfico para mim.
2009
Aqui, mais um painel impresso em grandes formatos criado para a LIVRARIA DA ESQUINA. A imagem foi criada a partir de duas obras originais criadas em 1992 e 1999, um óleo e um acrílico sobre tela, que me serviram para a manipulação digital.
Alguns trabalhos. Cartaz, dvd, apostila e folder.
A ilustração infantil me fascina, mesmo porque, sou pai de quatro crianças, e o desenho está definitivamente ligado às atividades que elas sempre quiseram fazer com o pai. Por isto, tão natural quanto dar a mamadeira, foi o ato de desenhar para as crianças se divertirem. Nasceram dessas brincadeiras, algumas figuras que acabei levando mais a sério - brincar é coisa séria! Destas, destaco aqui algumas que estão na lista dos projetos de livro que venho desenvolvendo.
Ilustração para livro infantil: Qual é a sua Galera? Projeto autoral, imagens criadas a partir de monotipias. Texto meu.
2010
Projeto autoral infantil
Meu contato com as culturas indígenas deu origem a uma série muito grande de obras em artes plásticas, e também a textos, dos quais, fiz uma adaptação para o universo infantil.
Projeto autoral infantil
Yvyauarú A história do menino Pajé
Yvyauarú A história do menino Pajé
Projeto autoral infantil
O PRESENTE DO PÁSSARO PRÍNCIPE
O ofício da pintura, da escultura e gravura tornaram-se muito intensos a partir de minha saída de SP. Assim, a ilustração, no sentido de uma profissão central com a qual eu havia expressado, ideias e técnicas em veículos públicos, passou para um segundo plano. No entanto, evidentemente, a ilustração nunca deixou de estar presente em minha atividades, vindo apenas a se transformar em desenhos, em litografias ou parte de pinturas em telas e aquarelas. Nesse meio tempo surgiram muitos projetos diferentes nos quais apliquei um pouco de cada conhecimento que adquiri ao longo do meu caminho. Os desafios sempre são muitos e por isto mesmo iniciei este meu depoimento como a narrativa de uma aventura a da arte de ser artista. Desejo sinceramente que seu tempo aqui comigo, seja posteriormente para você, a fonte de alguma intuição e inspiração, assim como foi para mim a realização deste caderno. Paz e sorte!
Paul Valery “ A obra de arte não me dá prazer, mas sim conhecimento”
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