VOGUE

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VOGUE

November 2009 INTRODUCTION

5 EDITOR’S LETTER Introdução

HISTORY

8 THE GRAPHIC DESIGN In the base of a visual propaganda 11 PUBLICITY The visual conquer 14 SOCIETY, THE TURN OF THE CENTURY The beggin of Fashion Magazine 16 FIRST EDICTION The man behind VOGUE 19 CONDÉ NAST The sucess of a magazine 24 ILUSTRED COVER The fascination of the viewers 29 FASHION PHOTOGRAPHY Fashion, since the first click 30 COVER’S DESIGN TO THE INSIDE Have a touch with the inside of the magazine 36 ALEX LIBERMAN The succeeder 38 60’S COVERS One step froward 41 THE DOMAIN OF ANNA WINTOUR The new image

STRUCTURE

44 MAGAZINE’S STRUCTURE The structure seen form the inside 48 BIBLIOGRAPHY Nov’09 TEORIA DO DESIGN 3


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Editor’s Letter INTRODUCTION

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este trabalho iremos abordar o design gráfico, como este levou ao nascimento de novas formas de comunicação como revistas e a publicidade. Iremos também falar sobre a revista mais vendida no ramo da moda, a Vogue. Tentamos assim enquadrar o trabalho na sua estrutura e com isto demonstrar como esta, na industria da publicação nasceu e evoluiu de uma simples gazeta sobre a alta sociedade Nova Iorquina até algo muito mais que uma revista,

uma marca. Marca que apioa os novos talentos, e que desde o século XIX se adaptou sempre à sociedade dando o que estas em diferentes alturas pretendiam. Fazendo o que o bom design deve fazer, responder às necessidades das pessoas. Falaremos também como essa revista impulsionou muitas marcas que publicam os seus produtos nas suas páginas que fazem com que quase 50% da revista seja constituida sobre publicidade.

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The Graphic Design IN THE BASE OF A VISUAL PROPAGANDA

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om as suas origens design gráfico tem como essênna pré-história e cia dar ordem às informações, com as primeiras formas às ideias, expressões e pinturas primiti- sentimentos a artefactos que vas em cavernas, documentam a experiência huo Homem encontrou sempre uma mana. forma de comunicar. Ao longo dos O termo "design gráfico" só tempos foi evoluindo até aos nos- apareceu no ínico do século XX, por William Addison sos dias, o que nos Desde o princípio Dwiggins (designer permitiu diferenciar o da história até aos de livros americano), design gráfico da arte. tempos recentes Desde o principio da com a explosão da tendo como conceito uma forma de comuhistória até aos temcomunicação sopos recentes, com excial do século XXI nicar visualmente, ou seja, transmitir plosão da comunicação visual do século XXI, não há uma um conceito ou ideia. É também distinção clara das definições de considerado um meio de estrudesign gráfico, publicidade ou arte, turar e dar forma à comunicação pois à grande partilha de elemen- impressa, resultando ser um tratos, teorias, princípios, práticas e balhado de relacionamento entre linguagens. Sabemos apenas que o imagem e texto. 8 TEORIA DO DESIGN Nov’09


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Publicity THE VISUAL CONQUER

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om a invenção da tipografia no século XV, a publicidade impressa começou a aparecer e tornouse cada vez mais frequente. Esta foi evoluindo com os tempos introduzindo imagens e recorrendose as mais variadas técnicas para atrair a atenção do público. Nesta altura a publicação de publicidade não tinha muita qualidade de imagem, mas com o aparecimento da litografia no ínicio do século XIX a qualidade de imagens aumentou permitindo mais pormenores.

O aparecimento da fotografia por volta de 1830 pouco impacto teve no mundo da publicidade, embora esta fosse um veículo ideal para uma imagem informativa clara e directa, as técnicas disponíveis eram insuficientes para se poder tirar partido de imagens fotografadas. Deste modo, usando as técnicas de impressão mais primitivas, as fotografias tinham de ser impressas separadamente e colocadas no anúncio após o trabalho tipográfico. Apenas na década de 1880, com a invenção do processo do meio tom e técnicas de off set é que começou a ser economicamente viável incluir fotografias em jornais e revistas. A partir daí, a fotografia em publicidade foi Nov’09 TEORIA DO DESIGN 11


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HISTÓRIA Publicidade cada vez mais utilizada, através dos cartões coleccionáveis que vinham nos cigarros e nos posters anunciando os filmes em exibição. Conquistando assim a partir de 1922 o seu lugar na publicidade. Foi no ínicio dos anos 30 que a possibilidade de haver fotografia a cores começou a ser discutida, apesar de alguns críticos e fotógrafos não acreditarem que uma fotografia com cores naturais e reais alguma vez teria qualidade técnica suficiente, outros acreditavam que a cor era essencial e que ilustradores deviam ser contratados para pintar as fotografias até a tecnologia necessária ser descoberta. Mas foram os anos 50 os anos dourados da publicidade nos EUA, chegando a era de oura à Europa na década seguinte. Esta evolui do uso de ilustrações para a inclusão de fo-

tografias, tendo as mesmas grande destaque, pois começaram a ser parte integral do anúncio, aproximando-se do que vemos nos anúncios das revistas, jornais e cartazes dos dias de hoje. Pode- se assim afirmar que a publicidade é uma forma de design, com o objectivo de informar, persuadir, seduzir e vender. A mais simples maneira de publicitar um produto baseia-se na descrição mais apelativa e simples possível para conseguir a melhor aceitação do consumidor, mas no mundo competitivo em que vivemos, com produtos muito semelhantes, como é que será possível diferenciá-los, levando o consumidor a preferir o produto que queremos vender? Com uma fotografia marcante: sabemos que não há uma segunda oportunidade para criar uma primeira impressão.

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Society, the turn of the century THE BEGGIN OF FASHION MAGAZINE

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primeira revista sobre moda teve o seu aparecimento em França em 1763, nos Estados Unidos apenas apareceu uma publicação deste género em 1792. Por volta de 1880 este sector aumentara bastante, com dezoito revistas de moda feminina à disposição do publico. Este aumento deveu-se à boa economia que se vivênciava, isso fez com que muitas famílias aumentassem o seu poder económico. Graças às suas posses monetárias as mulheres das famílias ficaram com mais tempo nas suas mãos para ler, assim como mais dinheiro para gastar. Estas tinham duas formas de mostrar aos seus maridos como estavam a avançar na sociedade, as suas casas e os seus guarda-roupas, obedecer a todas as tendências e ter um conjunto 14 TEORIA DO DESIGN Nov’09

diferente para cada evento era a única maneira de se ser reconhecido em alta sociedade.Com isto nasceu uma nova mulher, uma mulher consumista que passou a ser o público alvo. Mas a alta sociedade não era o seu único público, para as outras camadas sociais a revista continha desenhos das roupas com medidas para estas poderem fazer as suas roupas em casa. Deste modo os americanos obtiveram mais tempo livre e tornaram-se mais informados recorrendo a revistas para se educarem e ao mesmo tempo como algo que os relaxava. Isto foi possível graças à rápida, para a época, distribuição da revista com alguns privilégios por parte dos correios, esta distribuição assegurava que toda a publicidade incluida na revista Vogue fosse vista por todo o país, o que teve uma grande influência na revista. Fazendo com que esta em 1900 ganha-se 95 milhões de dólares apenas em publiciade, um número que apenas continou a aumentar.


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Primeira Edição O HOMEM POR TRÁS DA VOGUE

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17 Dezembro de 1892 uma gazeta semanal estreou-se em Nova Iorque. O criador desta gazeta, VOGUE, foi Arthur Baldwin Turnure, um membro da aristocracia Nova Iorquina que pretendia uma publicação que representasse os interesses e o estilo da vida da alta sociedade. O seu primeiro número incluía artigos sobre moda feminina e masculina, críticas de livros, peças de teatro, música e arte; para o mesmo foi escrito um artigo sobre etiqueta e como se comportar em encontros sociais, este direccionado para os recentes membros da aristocracia, pessoas que haviam enriquecido mas não tinham qualquer 16 TEORIA DO DESIGN Nov’09

linhagem. Sendo Turnure um membro da aristocracia e o criador da gazeta VOGUE, esta tinha uma grande vantagem em relação a todas as outras publicações . Devido ao seu estatuto Turnure tinha acesso exclusivo a todas as importantes famílias de alta sociedade, tal como os Vanderbilts e os Astors, assim era possível na VOGUE mostrar o interior das suas habitações , festas e os seus vestidos trazidos da Europa. Os primeiros escritores para esta gazeta tinham como editor Arthur Turnure; como director de arte Harry McVickar e editor chefe Josephine Redding, todos membros da alta sociedades demonstravam regularmente a sua preocupação

com os acontecimentos recentes que afectavam esta classe, nos seus artigos. Como já haviamos referido a Vogue ditava as regras de conduta social e era regularmente lida por aqueles que se consideravam parte da aristocracia e os que desejavam faze-lo. No seu interior a revista demosntrava uma divisão do trabalho, Turnure e McVickar mais alguns amigos, tratavam dos artigos relacionados com desportos e encontros sociais em clubes ou residências, Redding era responsável pelos padrões dos vestidos e tópicos relacionados com a moda.


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herdado a Colier’s Weekly, quando soube que este tinha salvo a empresa, ofereceu-lhe o cargo de gerente de publicidade na sua empresa. Nast aceitou o cargo e voltou para a sua cidade natal, Nova Iorque. Os dois rapidamente transformaram a

Condé Nast THE MAN BEHIND VOGUE

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om o sucesso da VOGUE a demonstrar o estilo de vida da aristocracia, Condé Montrose Nast demonstrou interesse em comprar a publicação, devido à sua experiência a trabalhar na Colier’s Weekly, Nast pretendia tornar a VOGUE na melhor revista de moda e sobre a cultura que a acompanhava. Nascido em Nova Iorque a 26 de Março de 1873, mudou-se para Georgetown onde frequentou a Universidade em Washington, foi aí que travou conhecimento com Robert Colier, filho do editor de Colier’s Weekly. Em 1895 Nast teve o seu primeiro contacto com a industria da publicação ajudando a sua pequena firma familiar. O seu amigo da faculdade, Colier tinha

O seu nome apareceu pela primeira vez a 24 de Junho de 1909, contudo a sua presença na revista foi notada apenas cinco meses depois, quando este lhe aplicou drásticas mudanças. Colier’s Weekly, Colier á frente da parte editorial e Nast na vertente publicitária. Trabalhou juntamente com Colier dez anos, quando começou em 1897, a revista tinha uma circulação de 19.000 cópias e recebia em publicidade 5.600 dolares. Passado uma década a sua circulação aumentara para 560.000 cópias e a publicidade da revista trazia para a firma cerca de um milhão de dolares por ano. Apesar de se ter destacado na publicidade, Nast tomou muitas decisões como editor, foi um dos pioneiros da impressão a cor e das páginas duplas. Por volta de 1904 Nast desenvolveu os seus prórprios projectos à parte da Colier’s Weekley, tornouse vice presidente de uma firma que manufacturava e dístribuia padrões para vestidos feitos em casa. Uma empresa que rapidamente se desenvolveu. Com a sua experiência no campo da publicação e circulação de revistas, mais os seus conhecimentos sobre mulheres e sobre a moda feminina, Condé Nast decidNov’09 TEORIA DO DESIGN 19


HISTÓRIA, Condé Nast

iu em 1905 comprar uma revista, escolhendo a VOGUE. Quando adquiriu a VOGUE, Nast já havia se estabelecido na alta sociedade de Nova Iorque, continunuma publicação mais dedicada ando a VOGUE nas mãos de mema mulheres abandonando as suas bros elevados da sociedade. origens como uma gazeta social. O seu nome apareceu pela Com estas mudanças o número de primeira vez a 24 de Junho de páginas, trinta quando a VOGUE 1909, contudo a sua presença na era semanal, aumentaram para cem revista foi notada apenas cinco meem 1910 por cada número lançado, ses depois, quando este lhe aplicou isto levou a um aumento de depardrásticas mudanças. Apesar de se ter desta- tamentos na revista. Esta começou a ser Condé Nast tinha cado na publicidade, Nast lançada de duas em um claro rumo para tomou muitas decisões duas semanas deixcomo editor, foi um dos a VOGUE, uma reando de ser uma pioneiros da impressão a vista que dava às revista semanal, o cor e das páginas duplas. mulheres conselhos seu preço aumensobre como se vestir, tou devido à utilização de mais os seus escritores forneciam à socores em cada capa, o número de ciedade o que outras mulheres com páginas dedicadas à publicidade gostos parecidos vestiam na altura. aumentaram, e foram publicados Era bastante importante estar a par mais artigos relativos à sociedade e do que se vestia em Londres, onde à moda. VOGUE tornou-se assim as senhoras eram consideradas as 20 TEORIA DO DESIGN Nov’09

mais elegantes. O que se passava em Paris chegava sempre a Nova Iorque sobre o traço de grandes ilustradores franceses que iam até ao mínimo detalhe enquanto o texto que as acompanhava partilhava a informação de cada um dos estilos ilustrados. Mesmo tendo uma grande vertente de design de moda, cada número continuava a ser repleto de notícias da alta sociedade, não publicando deste modo qualquer tipo de ficção. Em 1910 a VOGUE estava em concorrência com mais seis revistas de moda feminina, publicações estas que tinham uma circulação muito grande, enquanto a publicação de Condé Nast apenas tinha 30.000 cópias a circular por


HISTÓRIA, Condé Nast mês. Mesmo tendo uma circulação menor, VOGUE tinha mais 44% em publicidade do que qualquer das outras revistas, uma vantagem conseguida com a experiência de Nast. Sendo uma publicação para mulheres apenas sete mulheres em mais de um século é que marcaram a presença em lugares de destaque na VOGUE. A mais importante na era de Nast foi Edna Woolman Chase, trabalhou na VOGUE de 1914 a

Em Setembro de 1916, Condé Nast conseguiu uma das maiores proezas, o lançamento de uma versão inglesa da VOGUE foi lançada. VOGUE foi a primeira revista do mundo que tinha uma edição estrangeira que era produzida e editada no mesmo local que a americana. A VOGUE Inglesa foi, intitulada como brincadeira Brogue, pimeiramente estudada em 1912 com a decisão de distribuir a Vogue ameri

Uma revista focada na moda, que favorecia designers franceses e que empregava ilustradores franceses da escola de Belas- Artes.

1951. Os anos das Guerras Mundiais foram tempos de crescimento e de expansão internacional. Chase uma senhora que não pertencia à aristocracia levava o seu trabalho muito seriamente, acreditava que quem tarabalhava para a Vogue devia parecer Vogue.

VOGUE na Inglaterra ou criar uma edição local, aceitaram o desafio e a primeira edição da VOGUE inglesa foi vendida a 15 de Setembro de 1916. Condé Nast tentou uma segunda edição da revista internacionalmente, uma edição espanhola. Publicada entre 1918 e 1923, esta edição não teve sucesso, tendo a sua base em Havana os artigos traduzidos num espanhol cubano não eram entendidos por todos os leitores de língua espanhola. Não desistindo de mais uma edição internacional, Nast publicou uma VOGUE para a Capital das Artes, Paris. Uma revista focada na moda, que favorecia designers franceses e que empregava ilustradores franceses da escola de Belas- Artes. Uma última internacionalização foi feita com a VOGUE alemã, com a sua primeira edição em Abril de 1928 acabou por desaparecer antes do final de 1929. Apesar dos seus sucessos e não sucessos o que interessava é que em 1930 duas edições em diferentes continentes continuavam a florescer com sucesso.

cana em Londres. Inicialmente as vendas não foram muito boas, aumentando, com uma campanha publicitária, para 4.000 cópias em 1914. Com o desenvolvimento da guerra enviar a revista tornou-se muito perigoso, tendo de se tomar uma decisão, parar de vender a Nov’09 TEORIA DO DESIGN 21


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Ilustraded Cover

THE FASCINATION OF THE VIEWERS

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urante a primeira era da VOGUE, quando era uma simples gazeta, as suas capas não continham qualquer personalidade. Quando Nast comprou a VOGUE tudo mudou: com a consciência de que a capa era o que podia ou não causar um impacto ao comprador nas bancas, ele criou um estilo que daria à revista uma identidade. Isto levou a um desencadeamento de inovações artísticas no que trata à paginação, nas ilustrações e uso de fotografias que aumentou o nível do jornalismo gráfico. Em 1915 Nast procurava os melhores ilustradores franceses, no entanto William Hearst da Harper’s Bazar fazia o mesmo, entrando os 24 TEORIA DO DESIGN Nov’09


HISTÓRIA, A Capa Ilustrada

dois em concorrência. Para tal, cinado com o que se passava em Nast desenvolveu uma estratégia Paris, Nast descobriu o talento dos centrada na página mais impor- jovens artistas formados na École tante da revista, a capa. Primeira- Nationale des Beaux-Arts que famente a VOGUE proclamou-se a ziam parte dos variados movimenelegância, para tal, usou na capa, tos Avant-Garde. Nast contratou variadas vezes, a ilustração de um assim alguns deles, Georges Leppavão; seguidamente esta teria de ape e Eduardo Garcia Benito foram ser a melhor revista de jornalismo os que mais se destacaram nas pubde moda onde o nome da revista licações. As capas ilustradas por teria sempre de estar presente para estes artistas não só proclamavam as pessoas rapidamente se aper- a revista como ícone de elegância ceberem do nome, como transmitiam As capas ilustradas por para tal a capa, na as noticias por uma estes artistas não só procmaior parte das vezforma artística inolamavam a revista como es, era desenhado vadora. Em 1910 ícone de elegância como um V; igualmente com a decisão de transmitiam as noticias na capa um desenho publicar a revista por uma forma artística de uma senhora não duas vezes num inovadora. só a usar a última mês, as capas da tendência na moda mas ao mesmo VOGUE foram aquirindo mais tempo a ler a revista VOGUE sen- atenção no seu tratamento. Mais do outra maneira de fazer com que do que uma mera decoração cada as pessoas associassem a VOGUE uma era esperada de lançar a últia algo de alta qualidade e tornar-lo ma tendência na moda. Cada capa um objecto de desejo. era a cores, usando somente ilustPara se manter a revista de maior rações e nunca fotografias, fazendo qualidade, a VOGUE necessitava com que os artistas que trabalhade se posicionar como uma revista vam para as capas fossem limitaAvant-Garde, sendo Paris o centro dos para que os consumidores os artístico do Mundo, esta constante- identificassem, nos seus trabalhos mente dava cobertura a tudo o que o nome da revista devia estar prese passava no pólo artístico. Fas- sente. Nov’09 TEORIA DO DESIGN 25


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HISTÓRIA, A Capa Ilustrada Estavamos então numa era da Ilustração, onde todas as revistas tinham capas de dois tipos de artistas, os artistas plásticos, e os ilustradores especializados em capas de revistas. Entre os artistas plásticos que trabalharam para revistas destacam-se, Picasso, Miró, Chagall, Dalí, Toulouse-Lautrec e Klimt. Acredita-se que estes concordaram em desenhar capas para esta industria porque podiam tornálas atractivas e com isto divulgar o movimento do qual faziam parte, Dalí assim o fez com o surrealismo, e Picasso e Braque com o Cubismo. Independentemente do artista encarregado pela capa, estas ocupavam sempre a folha toda e sem qualquer tipo de cabeçalhos. As pessoas compravam-nas porque a capa expressava alguma emoção ou algum evento especial. Apesar de não terem presente qualquer cabeçalho os artistas transparenciam o conteúdo da revista para a capa, se estava presente uma senhora a olhar para

uma montra, o número era sobre o que comprar para a temporada. Como já haviamos referido vários artistas usavam as capas para divulgarem o movimento a que pertenciam. Quando a Arte Deco surgiu, houve um artista que se destacou, Eduardo Benito, o seu traço característico fundia lihas curvas com formas geométricas, as suas figuras alongadas, modernistas cabeças e caras combinadas com formas arquitectónicas era um estilo que agradava pessoalmente a Condé Nast o que fez com que Benito fizesse mais de Cem capas da VOGUE.

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Fashion Photography FASHION, SINCE THE FIRST CLICK

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ntes de Condé Nast as primeiras fotografias que apareceram na VOGUE eram fotografias da alta sociedade, de sen-horas nos seus vestidos de festa, tiradas nas suas casas. Após a sua chegada, foram retiradas as fotografias com fundos opacos, juntamente com a decisão de substituir as modelos por actrizes que seriam capazes de realizar mais poses. Nov’09 TEORIA DO DESIGN 29


Cover’s Design, to the inside HAVE A TOUCH WITH THE INSIDE OF THE MAGAZINE

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constante preocupação dos editores da VOGUE era manter o que apelava aos consumidores na capa se mantesse também no seu interior. Nast defendia que uma publicação que oferecia o melhor da arte e da elegância tinha de ser um exemplo com as suas páginas. A sua qualidade havia de ser soberba, desde a apresentação dos artigos até ao papel onde estes eram impressos. A fórmula da VOGUE na concepção de Nast era fazer 30 TEORIA DO DESIGN Nov’09

chegar aos consuidores a informação de forma mais clara e eficiente, acreditando assim que que legibilidade era o princípio fundamental em cada decisão editorial. Como ele havia dito aos seus companheiros de trabalho Legibilidade, é a primeira coisa essencial numa boa edição, exige uma escrita clara, uma organização lógica dos artigos, ilustrações, fotografias que cumprem este objectivo juntamente com títulos informativos e subtitulos dispostos no lugar correcto. No ano de 1940 Nast tinha dois directores artistícos, Hayworth Campbell e Mehemed Fehmy Agha, juntamente com dois conselheiros Eduardo Benito, referido a cima como ilustrador, e Edward Steichen. Cada um deles na sua área ajudou a melhorar o design da revista mantendo-o novo e fresco. Campbell que


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HISTÓRIA, Do Design da Capa ao Interior

havia trabalhado como ilustrador para artigos que entravam na revista, foi o responsável pelo layout da revista entre 1909 até 1925, dando à revista páginas com esquemas ordenados e com espaços brancos muito presentes, títulos pequenos eram escritos com o tipo de letra Bodoni ou Cheltenham, estes eram decorados com ilustrações seguidos de densos blocos de texto que descreviam as fotografias com molduras muito pesadas fazendo parecer a revista um album de fotografias

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“Legibilidade, é a primeira coisa essencial numa boa edição, exige uma escrita clara, uma organização lógica dos artigos, ilustrações, fotografias que cumprem este objectivo juntamente com títulos informativos e subtitulos dispostos no lugar correcto.” Condé Nast

onde apenas tinham colocado uns textos. Este design precisava de ser mudado de forma a se adpatar para a segunda década do século e ao que esta representava nas suas capas, deste modo Nast pediu a Benedito, cujas ilustrações inspiradas na Arte Deco presenteavam as capas da Vogue, para produzir um novo design. Antes de Benito sair da Vogue em 1927 introduziu o tipo de letra Gothic, sem serifas, que havia sido desenvolvida na Bauhaus, esta


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HISTÓRIA, Do Design da Capa ao Interior

adaptou-se prefeitamente ao novo estilo modernista que Nast pretendia. Benito mais tarde explicou a razão pela qual havia escolhido esta abordagem mais modernista, deviase à existência da máquina que pela primeira vez permitia a colaboração com as formas geométricas puras e que a estrutura de uma revista devia ser como a arquitectura modernista, simples, clara, pura e legível. Quando Benito deixou a VOGUE, quem o substituiu foi Agha que continuou o seu legado usando as letras sem serifas, sem uso de itálicos, foi ele também o responsável pela continuação da modernização da revista aumentando as fotografias, chegando muitas vezes a ocupar a folha toda. Com o seu profissionalismo podia melhorá-las reduzindo ou aumentando o seu tamanho tornando-as memoráveis somente pelo seu posicionamento, aumentou o tamanho dos títulos de modo a ocupar duas páginas criando spreads.

A primeira capa da Vogue com uma fotografia a cores é datada de 1 de Julho de 1932 do fotografo Steichen, a fotografia começou assim a ganhar um impacto muito maior. Nast continuava sempre a inovar nas capas tentando sempre atrair os leitores contemporâneos, e a fotografia que já se havia instalado na contemporaneadade era a melhor maneira de o fazer, estas conseguiam alcançar o objectivo da Vogue, presentear os leitores com uma fiel pré visulização do tema abordado.

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Alex Liberman THE SUCCEEDER

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om a morte de Condé Nast, o seu legado foi deixado a Alex Liberman, e desde o ínicio que este tinha um cargo elevado (no departamento de design). Mais tarde foi promovido a cargo de director artístico, e uma das mudanças realizadas por ele, foi a utilização da fonte Franklin Gothic; os títulos, subtitulos e os textos passaram a aparecer mais polidas e limpas. O plano de Liberman para mudar a imagem da revista necessitava de novos fotógrafos e o primeiro a juntar-se a esta nova imagem foi Erwin Blumenfeld, um perito em manipulação fotográfica tornando-se assim num fotógrafo gráfico. 36 TEORIA DO DESIGN Nov’09


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60’s Covers ONE STEP FORWARD

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s capas dos anos 60 trasmitiram as mudanças que ocorriam na sociedade e na moda. Estas não projectavam a mulher ideal mas deixavam transparecer a sexualidade das mulheres, somente com um close up da cara das modelos, tornando a maquilhagem e os arranjos dos cabelos essênciais para a fotografia.

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The Domain of Anna Wintour THE NEW IMAGE

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uando Wintour foi nomeada editora chefe, em 1988, modernizou a revista mantendo a longa tradição de jornalismo mas continuando a abordar temas como captar tudo o que a VOGUE é, uma a cultura, arte, desporto e design. revista que celebra a moda. Os novos fotógrafos de calibre Wintour defende que falar de todas as colecções dos grandes designers que davam uma nova abordagem é importante, assim como apoiar os à fotografia eram Annie Leibonovos talentos, e devido à sua ini- vitz, Steven Meisel, Arthur Elgort ciativa, muitos designers, modelos e Patrick Demachelier, cada um e fotografos foram reconhecidos com perspectivas dierentes, trouxeram aos leitores da tornando a VOGUE VOGUE originaliem muito mais que Desta forma condade, sofisticação e uma simples revisseguiram captar tudo ta. o que a VOGUE é, uma educacional. A mudança de Na altura em que revista que celebra a Wintour para a retrabalhou com Alex moda. vista exigia um Liberman, o seu plano era usar modelos mais no- novo director de Design. O esvas e mais energéticas a posar para colhido foi Charles Churchward, diferentes fotógrafos, que levaram pois a sua filosofia do design da a fotografia para um ramo difer- revista é baseado em simples reente. Esta nova abordagem notou- gras, não podendo ser um design se primeiramente nas capas das re- muito marcante, pois a indústria vistas (convencida de que os close da moda está em constante muups de faces das modelos eram dança. Antes de criar uma sessão excessivos e muito estilizados), fotográfica, Churchward olhava foram substituidas por fotografias para as fotografias, depois criava de corpo inteiro onde, se podia um espaço para estas (método que visualizar o que a modelo estava aprendeu com Liberman). Também a vestir. Desta forma conseguiram como Liberman, ele mexia com as

fotografias, colocando-as as locais diferentes, aumentando-as, diminuindo-as... até estarem no seu melhor estado. Como qualquer designer, Churchward tem tipografias base que vai alterando de vez em quando, mas nunca exageradamente para não haver grande discrepâncias e ainda existir um sentido de familiaridade das pessoas para com a revista. Com este sucesso no departamento de Design, a revista ainda não sofreu nenhuma mudança drástica, pois o formato utilizado já resulta à bastantes anos. Nov’09 TEORIA DO DESIGN 41


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Magazine’s Struture THE STRUCTURE SEEN FORM THE INSIDE

e

Ao criar uma revista, o maior interesse é que esta atráia o maior número de pessoas. Para tal é necessário recorrer a teorias de marketing, (que demostram as maiores preocupações do público alvo) e abordar as necessidades e motivações do consumidor (particularmente em relação à faixa etária, género, ocupação profissional, economia actual, classe social, religião e etnicidade. Apenas após isto tudo é que se cria o grafismo. A estrutura de uma publicação como a VOGUE é algo pré-definido pela revista pioneira, (neste caso a Americana) e é algo que todas as suas filiais espalhadas pelo mundo e suplementos seguem, seja no esquema geral da revista ou no esquema de página. Nas últimas décadas, a sua estrutura veio a estabilizar com mínimas mudanças, criando o seu próprio estilo e tendo sempre presente a publicidade. Esta tornou-se cada vez mais essêncial, em cada edição, porque apesar de ser a maior fonte de rendimento da VOGUE, é também uma grande parte gráfica, tanto artística com informativa, que a torna a revista mais apelativa ao público alvo, chegando a ser de 40 a 60% de parte integrande da VOGUE. Numa análise mais detalhada da sua estrutura verificámos que a revista tem de 200 a 300 páginas e que,

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na primeira metade, a percentagem de publicidade é extremamente elevada. Os artigos são constituidos na sua maioria em peças de opinião ou de interesse social e estes são indicados no ínicio da publicação, num índice simples e esquemático seguido de uma carta, sucinta e clara do director. Na última metade da VOGUE, premomina mais conteúdo escrito, com entrevistas na àrea do cinema, saúde, doméstica, viagens, moda, celebridades e ambiente. Após todos os artigos, estrevistas e sessões fotográficas estarem decididos, parte-se para a realização do grafismo. Os designers, estão encarregues de produzir várias experiencias e ideias de como os temas devem abordados, sem modificar drásticamente a estrutura base. Apelam à sensibilidade do leitor, as cores são alteradas, o corpo e tipo de letra são modificados e as imagens recolocadas, numa tentativa de construção nova e fresca que atrairá tanto antigos como novos clientes. Estes designers tratam de tudo o que resulta no produto final; desde a capa e esquema de página até ao peso e ao tipo de papel onde é impressa. A capa é a primeira impressão que o consumidor tem, logo quando mais apelativa, mais se destaca nas banca e mais vende, tendo desde logo algo único que incon-


a

ANÁLISE ESTRUTURA DA REVISTA

porque este influencía o consumidor na compra, ser mais prático como igualmene leve. No interior da revista é capaz de existir folhas de maior gramura, estas são pagas pelas empresas de publicidade para um destaque dos seus produtos. A VOGUE sendo uma publicação que contém muita scientemente faça com que o leitor a escolha. Na sua cor, não pode sofrer qualquer alteração para manter o construção o mais importante é criar um nível de leit- realismo que a caracteriza. A sua cor deve ser branca ura automático para uma concordância entre os títu- e com papel de qualidade as até se obter o melhor tipo los em destaque, leitura rápida e fácil, é para facili- de papel para a sua publicação, foram experimenados tar esta leitura que o letring contribui, harmonizado diferentes estilos. O primeiro utilzado foi o papel fabcom uma fotografia/ilustração de fundo que exibe ao ricado com características próprias para a impressão consumidores uma pré-visualizão do conteúdo da re- off-set, como elevada resistência na sua superfície e vista. Tudo isto faz com que a capa consiga, ou não, resistência. Nas primeiras décadas de impressão da revista foram feitas em off-set, dado captar a atenção. Após a capa, os ao ser custo e resistência. Nos dias designers realizam os esquemas de Estes designers tratam de hoje o utilizado é o papel couché página, estas todas diferentes, cada de tudo o que resulta no L2, um papel especial, que recebe uma única o seu grafismo mas resproduto final; desde a capa sobre a sua superfície uma ou mais peitando sempre a estrutura base. e esquema de página até camadas de revestimento de tintas A tipografia é outra preocupaao peso e ao tipo de papel a base de pigmentos inorgânicos, ção dos designers. Esta é a arte e o onde é impressa oferecendo ao papel um melhor processo de criação na composição acabamento superficial e consede um texto, física ou digitalmente que tem como objectivo dar uma ordem estrutural quentemente numa melhor qualidade de impressão. e formal à comunicação impressa. Os tipos de letra Para a capa é utilizado um papel idêntico ao L2, o pautilizados na revista pretendem captar a atenção do pel couché L1 que contém um revestimento brilhante em apenas um lado. público até este ficar curioso, Em muitos artigos dos números mais recentes da revista, são utilizados até três tipos de letras diferentes no mesmo artigo, jogando com o tamanho e com o desenho e finalizações gráficas como serifas ou remates. Criando deste modo alterações gráficas ao longo da revista que subtilmente que apelam o leitor. O papel escolhido para a edição de uma revista varia normalmente entre os cinquenta a trezentas e cinquenta gramas, sendo um factor importante

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VOGUE BIBLIOGRAFY

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Vogue: The Illustrated History of the World’s Most Famous Fashion Magazine. New York : Rizzoli Publications, cop. 2006

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