Ficha Técnica: Editor: Anime - Projecto de Animação e Formação e Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção 1.ª edição: 2011 Equipa de Investigação: Liliana Dias e Paulo Pires Equipa de Apoio: Patrícia Reis e Isabel Santos Revisão de texto: António Mourão Fotografia: Arquivo Anime.paf Ilustração, grafismo e paginação: Fernando Pinto Copyright© Animepaf Tiragem: 500 exemplares Impressão: Graficonde - Empresa Gráfica Lda. ISBN: 978-989-96098-8-4 Depósito Legal: 336283/11 © Reservados todos os direitos de publicação em Português e da tradução para todas as línguas. Proibida a reprodução ou transcrição de qualquer parte do texto e imagem por qualquer meio, mecânico ou eletrónico, incluindo, fotocópia, sem o consentimento do editor.
Índice
5 PreFÁCIO
8
Contexto histórico/ enquadramento O Voluntariado na Europa - Serviço Voluntario Europeu 6 O Serviço Voluntário Europeu em Portugal 7 estudos empíricos Quadro síntese dos estudos 9
9 10
o Perfil do Voluntário Português Síntese/ Summary 16
18
Motivações dos Voluntários que Realizam o SVE em Portugal Síntese/ Summary 22 O que dizem os jovens voluntários estrangeiros dos projetos desenvolvidos em Portugal Síntese/ Summary 34 Impacto do SVE nas organizações Portuguesas
24 36
Síntese/ Summary 44
46
Análises Comparativas ENTRE ESTUDOS
51
Desafios Futuros
52
Bibliografia
54
RESUMO BIOGRÁFICO DOS INVESTIGADORES
55
AgraDECIMENTOS
Prefácio
Os estudos têm normalmente a virtude de suscitarem a reflexão e apontarem novas rotas, mas também a preciosa capacidade de guardarem o caminho já trilhado e as suas experiências. Este texto contém estas duas dimensões de forma bem conseguida, pois encerra em si o testemunho de voluntários e organizações de juventude responsáveis pela formação, acolhimento e envio de jovens. A Agência Nacional associou-se a esta obra em dois planos: disponibilizando informação, agilizando contactos, assim como contribuindo para a sua publicação, dado o interesse destas para aqueles que já vivenciaram o SVE mas também para quem ainda não experimentou a extraordinária aventura do voluntariado europeu. Neste Estudo olharemos todos para o que foi feito, para o que poderá ser acrescentado no sentido de tornar melhor, mais próximo e mais para todos esta ação de um Programa, que sofrendo alterações de nomenclatura, há mais de vinte anos implementa no nosso país e por toda a Europa linhas de financiamento que em muito têm contribuído para a internacionalização dos jovens e do sector da Juventude. Os Estudos, ao guardarem o caminho trilhado e as experiências, sejam estas mais ou menos tangíveis, mais ou menos mensuráveis, são sempre legados de um património emocional que não tem preço pelo tanto que deram àqueles que o vivenciaram, e pelo tanto que prometem aos que virão. O Serviço Voluntário Europeu tem sido uma evidência da Solidariedade, da Liberdade, de Partilha e de Emancipação dos jovens europeus. Nascendo de um ímpeto de cidadania ativa de quem
diretamente participa nas ações, estando onde é preciso e acrescentando a marca de cada um no seu todo, crescendo com isso, mudando-se e mudando o mundo. Pertencemos a um tempo e a uma circunstância em que nos devemos orgulhar das causas que motivam os jovens a deixarem o seu meio e procurarem a sua realização com a realização de um bem coletivo, cumprindo valores, partilhando-os, cimentando uma civilização em fortes alicerces de humanismo. A solidariedade e a Liberdade são valores inscritos no mais fundo do espírito da Europa, pelo tanto que aprendemos nos períodos em que destes valores mais carenciados estivemos. Ter os jovens na dianteira da sua salvaguarda é uma garantia para o futuro. A todos quantos contribuíram para este estudo, gostaria de prestar, em nome da Agência Nacional, o meu tributo: aos jovens voluntários, às organizações SVE, ao ISU e muito em especial à ANIME pela pro-atividade e pela crença no seio da promoção e melhoria do Serviço Voluntário Europeu. Quando se está num projeto deve estar-se por inteiro, olhando a tudo e a todos, por tudo e todos serem sempre o começo e o fim, a pergunta e a resposta. Este estudo contribuirá certamente para fortalecer o Voluntariado, pois com ele estamos um pouco mais além, pois com ele ficaremos mais desejosos de que não nos falte nunca o golpe de asa que nos abrirá horizontes mais vastos, porém próximos, sempre rentes ao que a nossa sensibilidade e criatividade mandam para chegar ao coração do outro. Pompeu Miguel Martins Director da Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção
Contexto histórico/ enquadramento
O Voluntariado na Europa Serviço Voluntario Europeu Em matéria de voluntariado, cada país tem diferentes noções, definições e tradições. O voluntariado designa todas as formas de atividade voluntária, formal ou informal. Os voluntários agem de sua livre vontade, segundo as suas próprias escolhas e motivações, não procurando obter qualquer ganho financeiro. O voluntariado é uma viagem de solidariedade e um meio dos indivíduos e as associações identificarem necessidades e problemas humanos, sociais ou ambientais e lhes darem resposta. É muitas vezes praticado em apoio de uma organização sem fins lucrativos ou de uma iniciativa de determinada comunidade (1). Num estudo lançado pela Comissão, estimavase que, em 2010, cerca de 100 milhões de europeus exerciam atividades de voluntariado. Subjacente a este valor global está o facto de que a participação das populações em atividades de voluntariado varia consideravelmente de EstadoMembro para Estado-Membro, embora o número de voluntários mais jovens esteja a aumentar em toda a UE. O Serviço Voluntário Europeu refere um modelo específico de projeto de atividades de voluntariado jovem, realizadas a tempo inteiro que são desenvolvidas numa base contínua por um período limitado de tempo, com suporte apropriado e proteção social e legal. As definições usualmente esboçam que o voluntariado é assumido a partir do livre arbítrio de um indivíduo sem a preocupação de ganho financeiro (não remunerado) e serve para benefício dos outros (embora seja reconhecido que o volunta-
riado traz benefícios igualmente para o próprio voluntário). O foco do voluntariado transnacional em muitos países é realizado através da sua participação no Serviço Voluntário Europeu como parte do Programa Juventude em Ação, proporcionando aos jovens a oportunidade de exercerem de forma livre uma atividade de voluntariado, sem fins lucrativos noutro país da EU ou num país terceiro, por um período que varia entre dois a doze meses, quer individualmente, quer em grupo. Os projetos SVE devem ser concebidos e realizados no âmbito de uma parceria entre os voluntários e as organizações que os enviam e acolhem. O Serviço Voluntário Europeu pretende proporcionar aos jovens uma experiência educacional e aprendizagem intercultural, apoiar o desenvolvimento de comunidades locais e encorajar o estabelecimento de parcerias internacionais entre organizações. No âmbito da nova estratégia da EU para a juventude, o voluntariado foi reconhecido como uma das principais áreas políticas que afetam os jovens da Europa (2). A recomendação do Conselho Europeu relativa à mobilidade dos jovens voluntários tem por objetivo intensificar a cooperação entre os organizadores de atividades de voluntariado nos Estados-Membros da UE, convidando as organizações da sociedade civil e os poderes públicos a desenvolver as atividades de voluntariado e a abrir as mesmas a jovens de outros países da EU (3).
1
2
Decisão n.º 37/2010/CE do Conselho, de 27 de novembro de 2009, relativa ao Ano Europeu das Atividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Ativa (2011), JO L 17 de 22.1.2010, pp. 43 – 49.
«Uma Estratégia da UE para a Juventude: Investir e Mobilizar - Um método aberto de coordenação renovado para abordar os desafios e as oportunidades que se colocam à juventude», COM(2009) de 27.4.2009. 3
Recomendação do Conselho sobre a mobilidade dos jovens voluntários na União Europeia (2008/C 319/03 de 13.12.2008).
O Serviço Voluntário Europeu em Portugal As actividades de voluntariado jovem, no contexto europeu, foram introduzidas através do programa Juventude para a Europa em 1995 numa escala bastante reduzida. Entre 1996 e 1997 decorreu a ação piloto do Serviço Voluntário Europeu. Após uma avaliação dos primeiros anos de vigência do SVE, surge em 1998, o programa Serviço Voluntário Europeu. Desde 1997 que Portugal recebe e envia voluntários no âmbito do SVE, sendo que em Maio de 2000 o Serviço Voluntário Europeu passou a estar integrado como acção 2 no Programa Juventude e posteriormente em 2007 integrou o Programa Juventude em Ação no período que decorre até 2013. Ao longo deste percurso e até ao ano de 2010, participaram em projetos no âmbito do Serviço Voluntário Europeu aproximadamente 800 jovens Portugueses de diferentes regiões do Pais que escolheram diferentes destinos em países Europeus. No mesmo período de tempo aproximadamente 1500 jovens estrangeiros escolheram Portugal para desenvolver os seus projetos de voluntariado. A acolher e enviar estes jovens estiveram envolvidas mais de 150 organizações nacionais sem fins lucrativos espalhadas pelas diferentes regiões de Portugal. O ano de 2011 marca o décimo aniversário do Ano Internacional dos Voluntários, é também o Ano Europeu do Voluntariado partilhando ainda a celebração do Ano Internacional da Juventude e a celebração do décimo quinto aniversário do Serviço Voluntário Europeu. Todos estes “encontros” constituíram uma oportunidade única de promover o papel que os jovens voluntários podem desempenhar na promoção do desenvolvimento local, bem como para a compressão destes impactes na sociedade Portuguesa em particular e em todos os
agentes envolvidos no Serviço Voluntário Europeu. É neste quadro que a Anime, Projeto de Animação e Formação, enquanto organização de apoio e orientação no SVE, desenvolvendo há mais de uma década a sua atividade formativa no “On Arrival Training e Mid Term”, em Portugal, assinala com a realização destes estudos valorizando e divulgando os resultados destas experiências por forma a otimizar o seu valor, reforçar o seu impacto e assegurar que deles beneficie o maior número possível de jovens e de organizações envolvidas, iniciando assim um processo de maior compreensão sobre o SVE em Portugal e seus potenciais impactos.
Estudos Empíricos
O Perfil do Voluntário Português
A
N = 300 Dimensões Avaliadas: • Experiência de Voluntariado; • Conhecimento do SVE; • Razões para a participação no SVE; • Receios relativamente ao projeto.
Motivações dos Voluntários que realizam o SVE em Portugal N = 351
O que dizem os jovens voluntários estrangeiros dos projetos desenvolvidos em Portugal
C
Dimensões Avaliadas: • Motivações para participar no SVE.
N = 273 Dimensões Avaliadas: • Expetativas; • Integração; • Impacto das atividades; • Condições logísticas.
Impacto do SVE nas Organizações Portuguesas N = 45
Análises Comparativas entre Estudos
D
B
Dimensões Avaliadas:
Dimensões Avaliadas:
E
• Expetativas; • Integração; • impacto das atividades; • Condições logísticas.
• Motivações para ser voluntário no Serviço Voluntário Europeu; • Perceções dos Voluntários e das Organizações de Acolhimento; • Áreas dos projetos SVE em Portugal.
O perfil do voluntário português
A 10
Voluntários enviados 2008 -2010 Género A amostra deste estudo foi composta por 300 voluntários enviados através de organizações portuguesas para realizarem o serviço voluntário europeu, com resposta válida ao questionário aplicado pelo Instituto de Solidariedade Universitária no âmbito da formação de preparação (Pre-departure Training), sendo 61,7% dos participantes do sexo feminino e 38,3% do sexo masculino.
61,7% Procedimentos Estatísticos
38,3%
Os dados obtidos foram inseridos no SPSS – Statistical Package for Social Sciences. Após inserção dos dados de todos os questionários iniciou-se a análise estatística, procedendo-se a uma análise descritiva de cada variável: confirmação de valores e dados omissos; média de respostas; desviopadrão; valores mínimos e máximos. Paralelamente, realizou-se uma análise de frequências no sentido de caracterizar a amostra sob o ponto de vista demográfico. Na análise das perguntas abertas procedeu-se a uma análise de conteúdo e respetiva contabilização da frequência de categorias de resposta.
Habilitações Académicas
País de Acolhimento
Como podemos observar , os países de acolhimento dos projetos de voluntariado foram sobretudo de Outros Continentes (25,3%), da Europa Central (19,7%), e da Europa do Sul (18,0%), sendo os restantes da Europa do Leste (15,7%) e do Norte (8,0%), no entanto não foi possível conjugar (13,3%).
Mestrado ou Pós-graduação
Ensino secundário
8%
5%
8%
19,7%
19% 54% Licenciatura
15,7%
18%
9.º ano ou ensino profissional
25,3% Europa do Norte Europa Central
Os voluntários apresentaram uma idade média de 26,64 anos e na sua grande maioria tinham o grau de licenciado (54%) em termos de habilitações literárias.
Europa do Leste Europa do Sul Outros Continentes
11
Experiência como Voluntário
Conhecimento sobre o SVE 21% Outros: informação a partir de terceiros
3% 49,3% 32,3%
Através de panfletos e cartazes
25,7%
49%
27%
Através de amigos
Através da internet
Têm experiência anterior Atualmente são voluntários Participam em ações de formação
Quando questionados sobre a forma como tomaram conhecimento sobre o serviço voluntário europeu a maioria afirmou que foi através de amigos (49%), da internet (27%), por panfletos e cartazes (3%) e 21% por outros meios não especificados.
Proveniência
Na sua grande maioria os voluntários já tinham tido experiências anteriores de voluntariado (49,30%), mas apenas 25,70% estavam no momento de partida envolvidos num projeto local. Alguns dos voluntários já tinham também participado em ações de formação sobre voluntariado (25,70%).
12
9,3%
3,1%
2,34%
Leiria
Coimbra
Setúbal
10,3% Porto
68,56% Lisboa
Razões para participar no SVE
a b c d e f g
2,59 3,52 3,1 3,45 3,08 3,19 3,19 0,5
1,5
2,5
No momento de preparação da partida os voluntários avaliam igualmente as suas motivações e o peso de determinados aspetos na sua determinação em realizarem um projeto de voluntariado europeu. Como podemos observar a partilha de experiências (3,52), o conhecer outras culturas (3,45), o potencial de aprendizagem (3,19) e reflexão pessoal (3,19), e o facto de integrar-se noutros contextos e comunidades (3.08) revelam-se as motivações mais decisivas para estes voluntários.
3,5
a
Alterar a situação profissional
b
Partilhar experiências
c
Aprender outra língua
d
Conhecer outro país
e
Integrar uma instituição de voluntariado
f
Aprender de forma a poder ser um melhor voluntário
g
Refletir sobre sobre o significado do voluntariado e o seu sentido para mim
Perfil tipo do voluntário Português no SVE
Irrelevante
Alguma influência
Pouca influência
Influência decisiva
No momento de preparação o tempo médio de duração do projeto que os voluntários se candidataram para realizar foi de 8,06 meses.
Maioritariamente do sexo feminino ▯ Entre os 26 e 27 anos de idade ▯ Licenciado ▯ Fica fora em média 8 meses ▯ Escolhe como destino outros continentes ▯ Maioritariamente residentes da Região de Lisboa e Vale do Tejo
13
Outras Motivações Serviço
Socialização e relações interpessoais
Auto-conhecimento
Aprendizagem
4%
17%
3%
10%
27%
4% 14% 21% Interculturalidade Desenvolvimento pessoal Mudança da situação atual
Experiência profissional
O questionário aplicado aos voluntários inclui ainda 2 questões abertas, sendo que a primeira explorou que outras motivações tinham levado os jovens a envolverem-se no SVE. A esta questão responderam 100 voluntários e a respetiva distribuição de respostas está representada em cima. De salientar que as principais motivações centramse na aquisição e actualização de experiências profissionais (#27), no desenvolvimento pessoal (#21) e na aprendizagem de novos conhecimentos ou competências (#17). Algumas motivações prendem-se com a experiência intercultural em si, sendo que apenas 10 voluntários salientaram que o grande objetivo era colocar-se ao serviço dos outros.
14
Principais Receios
A segunda questão aberta do questionário apelava aos principais receios dos voluntários, à qual responderam 288 voluntários. Como podemos observar os voluntários receiam sobretudo as dificuldades de integração social e cultural (#63), de aprendizagem e utilização da língua (#57), de responder ao papel de voluntário e expetativas da organização de acolhimento (#49) e ainda ao facto do projeto não corresponder às suas expetativas pessoais (#38). Com menor expressão surgiram igualmente preocupações com a integração na organização de acolhimento (#38), o isolamento social (#21), e algumas questões logísticas como a saúde e segurança (#9), dificuldades financeiras (#6) e de alojamento (#5). De salientar que alguns voluntários (#8) expressaram os seus receios relativamente ao fim do projeto e respetivo regresso e reintegração em Portugal.
63% Integração Social e Cultural
57% Dificuldades Linguísticas
49% Responder ao papel do voluntário e expetativas da OA*
38% Projeto não corresponde às expetativas pessoais
8% Regresso e fim de projeto
29% Falta de integração na OA*
9% Saúde e Segurança
21%
6%
3%
Dificuldades financeiras
Sem medo
5% Condições de Alojamento
Isolamento Social
*Organização de Acolhimento
15
The Portuguese Volunteer Profile
SĂntese_Summary
Gender
Host Country
Northern Europe
8%
Central Europe
61,7% Educational Level
Southern Europe
18%
Master Degree or PhD
High School
8%
5% Rest of the World
25,3%
19% 9 Grade or Professional Learning
Graduation
Experience as a Volunteer
49,3% 32,3% 25,7%
16
15,7%
38,3%
54%
A
Eastern Europe
19,7%
Knowing about EVS
21% 3% Through brochures & posters
Others: information from other persons
Have previous experience
27%
49%
Actually are volunteers
Through internet
By friends
Participation in training actions
Origins
Others Motivations
9,3%
3,1%
2,34%
Leiria
Coimbra
SetĂşbal
Socialization and interpersonal relations
Learning
Self-knowledge
17%
4%
3%
10% 4% 27%
10,3%
68,56%
Porto
14%
21%
Lisboa Changing current situation
Personal development
Service
Main Fears
Professional experience
Interculturality
Reasons for entering into EVS
63% Social & Cultural Integration
a b c d e f g
57% Language Difficulties
49% Responding to Volunteer’s Role and to the HO* Expectations
38%
Lack of Integration in the HO*
8%
End of Project and Return
9%
21%
3,52 3,1 3,45 3,08 3,19 3,19 0,5
The project do not answer to Personal Expectations
29%
2,59
6%
3%
Finantial Difficulties
Without Fear
5%
Health & Safety
Hosting Conditions
Social Isolation
*Hosting Organization
1,5
2,5
3,5
a
To change the professional situation
b
To share experiences
c
To learn another language
d
To visit another country
e
To integrate one volunteering institution
f
To learn how to be a better volunteer
g
To learn about the meaning of volunteering and how it makes sense to me Irrelevant
Some influence
Little influence
Decisive influence
17
Motivações dos Voluntários que realizam o SVE em Portugal
Voluntários recebidos 2008 -2010 Género A amostra deste estudo foi composta por 351 voluntários que realizaram o serviço voluntário europeu entre 2008 a 2010 em Portugal, e que responderam a um exercício de recolha de expetativas aplicado na formação à chegada, sendo 72,93% dos participantes do sexo feminino e 27,07% do sexo masculino.
Procedimentos Estatísticos
B 18
72,93%
27,07%
Os dados obtidos foram inseridos no SPSS – Statistical Package for Social Sciences. Sendo este instrumento de recolha apenas qualitativo, procedeu-se apenas a uma análise de frequências no sentido de caracterizar a amostra sob o ponto de vista demográfico. Na análise das respostas facilitadas pelos voluntários no exercício procedeu-se a uma análise de conteúdo e respetiva contabilização da frequência de categorias de resposta.
Voluntários recebidos por ano
Proveniência dos Voluntários
13% 38% 28% 53%
23%
34% 8%
2008 2009 2010
Podemos ainda constatar que a percentagem de voluntários recebidos tem crescido significativamente em todos os anos, sendo a diferença de 10% entre o ano de 2008 e o de 2010.
3%
Europa do Norte Europa Central Europa do Leste Europa do Sul Outros Continentes
No que se refere à proveniência dos voluntários que escolheram Portugal como país de acolhimento, podemos salientar que a maior percentagem de voluntários é proveniente da Europa Central seguindo-se a Europa do Leste. A menor percentagem de voluntários é proveniente de regiões fora do continente europeu.
19
Região de acolhimento dos Voluntários
Viana do Castelo
Motivações dos Voluntários Aprender a ser melhor voluntário
2,01%
4,58% Porto 8,60%
Integrar uma instituição voluntária
Braga
Aveiro
2,48% 1,43%
Coimbra Leiria
Viseu
41 17
115
7,45%
9,46%
Conhecer outro país
17
Refletir sobre o significado do voluntariado
Santarém Lisboa
31,52%
2,87%
Alterar a situação profissional
Évora Setúbal Açores
14,33%
Beja
3,72%
4,58%
25
1,15% Partilhar experiências
21 Aprender outra língua
9
Faro
5,16% Madeira
0,57%
No que diz respeito à distribuição de regiões onde se localizaram os projetos de organizações que acolheram estes voluntários entre 2008 e 2010 em Portugal. Podemos observar que a maior parte situam-se nos distritos de Lisboa (31,52%) e Setúbal (14,33%). Os distritos de Bragança, Portalegre e Vila Real não foram representados na nossa amostra como tendo recebido quaisquer voluntários que tenham participado na formação à chegada, no entanto não podemos afirmar que não tenham recebido voluntários SVE durante esse período.
20
O instrumento aplicado aos voluntários incluia uma questão aberta relativamente às motivações principais dos jovens para desenvolverem um projeto SVE em Portugal. Foram recolhidas as respostas de 276 voluntários, tendo-se verificado um total de 674 categorias motivacionais apresentadas. A respectiva distribuição de respostas que está representada é relativa a um conjunto de 7 motivações chave, das 15 motivações salientadas pelos voluntários. De salientar que as motivações chave centram-se na aquisição e atualização de Conhecer outro País (#115), Aprender a ser melhor Voluntário (#41) e na Partilha de experiências (#25). Claramente deste conjunto de expetativas a Aprendizagem de Outra Língua (#9) obteve apenas 9 respostas, num total de 245 respostas.
Outras Motivações dos Voluntários Desenvolvimento pessoal
Aprendizagem
Frequências das Motivações dos Voluntários Partilhar experiências
Alterar a situação profissional Aprendizagem
4%
Auto-conhecimento
Aprender outra língua
118
76
71
51
Experiência profissional
3%
8%
11%
1%
3% 11%
17% Mudança da situação atual
43
6%
Auto-conhecimento
3%
Socialização e relações interpessoais
27
Experiência profissional
25
18
Serviço Interculturalidade
Na análise de conteúdo consideraram-se mais 8 categorias motivacionais que podem ser analisadas em termos da sua distribuição num total de 429 respostas a este conjunto de motivações, a principal foi a necessidade de Mudança da Situação Actual (#118), que a grande maioria dos voluntários relacionava com estados emocionais, académicos e profissionais instafistatórios. Seguidamente, surgiram motivações ligadas ao Desenvolvimento Pessoal (#76) e de Auto-Conhecimento (#71). De salientar que as motivações com maior enfoque na Prestação de serviço (#25) e envolvimento numa Experiência profissional (#18) obtiveram uma menor representação no pool das motivações dos voluntários.
6%
Integrar uma instituição voluntária Conhecer outro país Aprender a ser um voluntário melhor
4%
4%
Serviço
2%
Socialização e relações interpessoais
Refletir sobre o significado do voluntariado
17% Interculturalidade Desenvolvimento pessoal Mudança da situação atual
Podemos validar, de acordo com a ilustração, o peso relativo das motivações partilhadas pelos voluntários durante a ação de formação à chegada. Claramente a motivação de Conhecer e viajar para outro País (#17%) e a Mudança da Situação Actual são duas motivações fortíssimas nos voluntários europeus acolhidos em Portugal durante o período de 2008 a 2010. As motivações mais relacionadas com a experiência do voluntariado, a integração numa instituição voluntária, e a relevância da entrega de um serviço à comunidade não são tão relevantes na tomada de decisão de realizar um SVE em Portugal. De facto, os aspetos referidos por cerca de 11% da nossa amostra relacionam-se com vontades e necessidades de desenvolvimento pessoal e de busca de uma experiência de auto-conhecimento.
21
Motivations of the Volunteers Who did EVS in Portugal
Síntese_Summary
Gender
Provenance Regions of Volunteers
Northern Europe
13%
Central Europe
East of Europe
53%
72,93%
23%
27,07% Southern Europe
8%
Rest of the World
3%
Received Volunteers per Year
Hosting Regions Viana do Castelo
2,01%
Braga 4,58%
38%
Porto
28%
Aveiro
Leiria Lisboa
2009
7,45%
9,46%
Santarém
31,52%
Setúbal
2,87%
14,33%
Açores
22
Évora
1,15% Beja
2010
B
Viseu
2,48% 1,43%
Coimbra
34%
2008
8,60%
3,72%
4,58%
Faro Madeira
0,57%
5,16%
Frequency of Motivations
Volunteers Motivations To learn to be a better volunteer
115
To integrate one volunteering institution
41
17
17
To reflect about the meaning of volunteering
To know and travel to another country
25
To share experiences
21
To change the professional situation
Learning Self-knowledge
4%
1%
Professional experience
3% 8%
11%
3% 11%
17%
9 To share experiences
To learn another language
To change the professional situation
To learn another language
3%
6%
6%
17% 4% 4% Service
Others Motivations
To learn to be a better volunteer
Personal development
118
76
Changing the current situation
Learning
2%
71
Interculturality
27
To integrate one volunteering institution
51
To know and travel to another country
Self-knowledge Socialization & Interpersonal Relations
43
Socialization & Interpersonal Relations
25 18
Professional experience
To reflect about the meaning of volunteering Changing the current situation Interculturality
Personal development
Service
23
O que dizem os jovens voluntários estrangeiros dos projetos desenvolvidos em Portugal
C 24
Avaliação do Projeto EVS 2008-2010 Género A amostra deste estudo foi composta por 273 voluntários que realizaram o projeto SVE em Portugal de 2008 a 2010, com resposta válida ao questionário aplicado na ação de formação de Mid-Term, sendo 70,7% dos participantes do sexo feminino e 29,3% do sexo masculino.
70,7% Procedimentos Estatísticos
29,3%
Os dados obtidos foram inseridos no SPSS – Statistical Package for Social Sciences. Após inserção dos dados de todos os questionários iniciou-se a análise estatística, procedendo-se a uma análise descritiva de cada variável: confirmação de valores e dados omissos; média de respostas; desviopadrão; valores mínimos e máximos. Paralelamente, realizou-se uma análise de frequências no sentido de caracterizar a amostra sob o ponto de vista demográfico. Realizou-se igualmente uma validação do questionário pela determinação da sua consistência interna, tendo-se verificado um resultado muito elevado do Alpha de Chronbach (0,927) o que aponta para uma elevada correlação interitem no instrumento utilizado. Recorreu-se, ainda, a uma análise de componentes principais (i.e. Análise Fatorial) com rotação varimax tendo-se identificado dois fatores principais: o primeiro que englobaria as dimensões expectativas, integração e o impacto das atividades e tarefas, e o segundo que engloba particularmente as condições apenas higiénicas e logísticas relacionadas com o Projeto SVE. De forma a avaliar a significância nas diferenças de médias procedeu-se à aplicação de um Oneway Anova, e posteriormente um teste de Tukey para comparações múltiplas, num intervalo de confiança de 95%.
Local do Projeto SVE
Expetativas dos Voluntários
2,7% Braga 8% Porto 10,8%
Bom
Viana do Castelo
Suficiente ou aceitável
Bragança
0,8%
3,21
Viseu
2,59
0,4% Coimbra Leiria
9,1%
14,8%
iniciais
Santarém
Lisboa
24,6%
2,7%
Évora Setúbal
14,4%
1,5%
atuais
Avaliando de forma quantitativa as variáveis presentes no questionário de avaliação do projeto SVE, verifica-se uma diferença estatisticamente significativa entre as expetativas iniciais relativamente ao projeto e as atuais.
Beja
5,3%
Integração dos Voluntários
Faro
5,7%
A grande maioria dos Projectos SVE foi desenvolvida no distrito de Lisboa (24,6%), Leiria (14,8%) e Setúbal (13,9%). Alguns distritos não enviaram nenhum voluntário a uma ação Mid-Term entre 2008 e 2010 como é o caso de Aveiro, Portalegre e os Arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Relativamente à Integração dos voluntários, a média global de respostas relativamente a esta variável foi igual a 2,60, o que implica uma boa integração nas organizações e comunidades de acolhimento. Os aspetos que segundo os voluntários são mais positivos na integração são: a Formação On Arrival (3,21), Integração na Comunidade Local (2,85), Integração na Organização de Acolhimento (2,77), Apoio a Nível Pessoal (2,68). Os aspetos que deverão ser, segundo os voluntários, melhorados na sua integração são especialmente: a Regularidade das Reuniões (2,14), as Reuniões de avaliação (2,28) a Orientação técnica específica (2,33) e o Acompanhamento do Projeto (2,34).
25
Voluntários SVE por ano
Países de Origem
15,8%
40,3% 37% 22,7%
41,9%
16,5%
20,6%
2008 2009
5,1%
2010 Europa do Norte Europa Central Europa do Leste Europa do Sul Outros Continentes
Em termos de distribuição, a amostra distribui-se de forma diferenciada anualmente, tendo 22,7% realizado o seu projeto em 2008, 37,0% em 2009 e 40,3% em 2010. De salientar que o número de voluntários que participaram na ação de Mid-Term tem aumentado de forma consistente sendo de 62 o número total de voluntários em 2008 que participaram na acção de Mid-Term e de 110 em 2010.
26
Como podemos observar, os voluntários foram maioritariamente provenientes de países da Europa Central (41,9%), sendo os restantes por ordem de grandeza da Europa do Sul (20,6%), Europa de Leste (16,5%), Europa do Norte (15,8%) e Outros Continentes (5,1%).
Integração dos Voluntários
a b c d e f g h i j k m n o p
3,21 2,58 2,14 2,28 2,34 2,33 2,68 2,70 2,62 2,56 2,65 2,62 2,65 2,77 2,85 0,5
a b c d e f g h i j k m n o p
1,5
2,5
3,5
Formação On Arrival Apoio e contato da organização de envio
Impacto das Tarefas e Atividades
a b c d e f g h i
2,81 2,42 2,73 3,08 2,68 2,79 2,73 2,72 2,56 0,5
a b c d e f g h i
1,5
2,5
3,5
Oportunidade de contatos na comunidade Projeto e descrição Novas aprendizagens Higiene e segurança Responsabilidade Iniciativa pessoal Número de horas e dias Horários das atividades Atividades/ tarefas
Regularidade das reuniões Reuniões de avaliação Acompanhamento do projeto Orientação técnica específica Apoio a nível pessoal Apoio dos elementos da organização Apoio do tutor Apoio nas tarefas/ atividades Integração nas tarefas/ atividades Conhecimento de outros elementos Conhecimento das regras Integração na organização de acolhimento Integração na comunidade local
No que diz respeito ao impacto das tarefas e atividades desenvolvidas pelos voluntários de uma forma global o seu impacto é considerado bom (2,72), particularmente nas condições de higiene e segurança em que as actividades se realizam (3,08), na Oportunidade de contactos na comunidade (2,81), na promoção da Iniciativa Pessoal (2,79) e de Novas aprendizagens (2,73). Os voluntários consideraram como apenas suficiente o Projeto e sua descrição (2,42), particularmente no que se refere à congruência do projeto face à descrição inicial a que tiveram acesso.
27
Condições Logísticas
a b c d e f
3,42 3,40 3,17 2,45 3,11 2,88 0,5
a b c d e f
Análise Comparativa
1,5
2,5
3,5
Seguro SVE Residência legal Dinheiro de bolso Formação linguística Condições de alimentação Condições de alojamento
Insuficiente
Bom
Suficiente ou aceitável
Excelente ou muito bom
Por fim, relativamente às condições logísticas os voluntários consideraram que os aspetos muito satisfatórios foram as questões relacionadas com o Seguro SVE (3,42) e a Residência Legal (3,40) e como menos satisfatórias a Formação Linguística (2,45) e as Condições de Alojamento (2,88).
28
Em termos comparativos observaram-se algumas diferenças significativas nas percepções dos voluntários do sexo feminino relativamente aos do sexo masculino. Os voluntários do sexo masculino apresentam em média expetativas atuais mais elevadas do que os do sexo feminino. No entanto, os voluntários do sexo feminino revelaram uma melhor perceção da sua integração na organização de acolhimento, do apoio facilitado pelos elementos da organização de acolhimento, da orientação técnica específica recebido e igualmente um maior nível de responsabilidade nas atividades desenvolvidas no âmbito do projeto SVE. Relativamente ao país de origem algumas diferenças significativas também se evidenciaram após a análise comparativa. Os voluntários provenientes da Europa Central apresentaram melhores expetativas atuais do que os da Europa do Norte e de Outros Continentes. No que se refere à integração na comunidade local verificou-se uma melhor perceção da parte dos voluntários da Europa de Leste e Central comparativamente a voluntários de Outros Continentes. A perceção da integração na organização de acolhimento foi significativamente superior para provenientes da Europa Central do que da Europa de Leste ou do Sul, sendo que o conhecimento dos elementos da organização foi mais elevado para os voluntários da Europa central do que do Sul. Os voluntários da Europa Central percecionaram maior integração nas tarefas e atividades que os da Europa de Leste, melhor acompanhamento na realização do seu projeto face aos da Europa do Sul, e ainda maior apoio na realização das tarefas e atividades que os da Europa do Sul, Leste e de Outros Continentes.
Aspetos Insuficientes/ Integração e Apoio
Os voluntários da Europa do Sul avaliaram menos positivamente o apoio pessoal recebido no âmbito do SVE que os da Europa do Norte e Central, e o dinheiro de bolso recebido comparativamente aos da Europa Central. No entanto, apresentam uma maior satisfação relativamente ao horário das atividades que os da Europa do Norte.
Outros problemas (pessoais, identificação, não especificados)
2,16%
Contato da organização de envio
6,93%
Formação desadequada (timming On Arrival, não orientada ao projeto, não técnica)
14,72% 32,47%
7,79% Finalmente os voluntários de Outros Continentes manifestaram-se menos satisfeitos relativamente às oportunidades de contatos na comunidade do que todos os voluntários provenientes da Europa. Não se verificaram diferenças significativas relativamente ao ano em que os voluntários participaram na acção de Mid-Term para nenhuma das variáveis presentes no questionário.
1,73% Condições logísticas (seguro, alojamento) Integração da comunidade
34,20%
Apoio da organização (acolhimento, clarificação de projeto e papéis, ambiente caloroso) Apoio do tutor (falta de acompanhamento, reuniões)
Procedeu-se a uma análise qualitativa das duas primeiras questões abertas, relativamente à Integração e Apoio durante o Projeto, relativamente às quais se obtiveram 231 respostas identificando os aspetos que os voluntários consideraram insuficientes. Como podemos aferir, o principal aspeto deficitário foi o apoio e orientação da organização de acolhimento (34,20%), particularmente na integração e socialização do voluntário, clarificação do seu projeto e papéis a desempenhar e ainda na facilitação de um ambiente caloroso e positivo em que o voluntário se sente valorizado pelos outros elementos da organização. Em segundo lugar seguiu-se o apoio do tutor, considerado insuficiente por cerca de 32,47% dos respondentes.
29
Aspetos Insuficientes/ Tarefas e Atividades Elevado número de horas de trabalho por dia
Ausência de planeamento
10%
Aspetos Insuficientes/ Condições Logísticas
Falta de tempo para vida social e contato com a comunidade Excesso de responsabilidade
6%
10%
Alimentação
11%
6%
3% 1%
Organização de acolhimento
Formação linguística
32%
1%
Agência Nacional
1%
7%
8%
5% 6% 3%
22% 17% Poucas atividades
Tarefas rotineiras Baixa autonomia Falta de preparação para as tarefas
3%
25%
Atividades e tarefas completamente diferentes da descrição Pouca responsabilidade
6% Poucos recursos e meios
Atividades e tarefas adequadas
Seguidamente analisaram-se as respostas à terceira pergunta aberta do questionário que solicitava aos voluntários a evidenciaram os aspetos insuficientes em termos de tarefas e atividades realizadas no seu dia-a-dia. Nesta questão obtiveram-se 126 respostas. A maioria dos voluntários considera que as tarefas e atividades que realizam no dia-a-dia não correspondem à descrição do projeto (25%) e ainda que se revelam relativamente poucas implicando uma atividade do voluntário pouco consistente (17%).
30
Condições de habitação
Privacidade
17% Dinheiro de Bolso
Seguro Residência legal
Relativamente aos aspetos considerados insuficientes nas condições logísticas, as grandes necessidades identificadas são: Formação Linguística (32%), as Condições de Habitação (22%) e ainda o Dinheiro de Bolso (17%).
O que pode a OA fazer para melhorar o SVE? Melhorar a organização das atividades (reuniões com supervisor e equipa)
Nada
Comunicar melhor com os voluntários (expetativas e feedback) Ter atividades para os voluntários conforme a 19% descrição do projeto
9%
19% 0%
15%
Não sei
O que poderei fazer para melhorar o meu projeto? Voluntaria-se para outras atividades Maior envolvimento com a comunidade local Foi tudo positivo
4%
4%
3%
Iniciativas e pró-atividade
27%
Procurar informação e orientação
5%
3% 16%
5% 13%
6% Melhorar as condições de trabalho
6%
Apoiar a integração na comunidade e socialização
9% 14%
8% Preparar melhor os voluntários (formação e acompanhamento) Melhorar as condições de alojamento e alimentação
Melhorar os recursos financeiros
Quando questionados sobre o que a organização de acolhimento poderia fazer para melhorar o seu projecto SVE, de entre 255 respostas, 19% salientaram que a organização deveria procurar propor atividades aos voluntários congruentes com a descrição do projeto, e igualmente 19% que deveria comunicar melhor com os voluntários, particularmente expectativas e dar feedback. Outras propostas de melhoria foram: Melhorar a organização e planeamento das atividades (15%) e preparar melhor os voluntários para poderem desenvolver as atividades, através de formação e acompanhamento (13%).
Procurar alternativas (atividades, projetos, tutor) Maior autoconfiança e coragem
15% Maior investimento pessoal na integração
Maior auto-motivação e determinação
Comunicar mais e melhor com outros na organização
Os voluntários também identificaram aspetos que eles poderiam melhorar, tendo-se registado um total de 293 respostas a esta questão. Podemos observar que 27% considera que como voluntários deveriam ter muita iniciativa e pró-atividade, 16% que deveriam comunicar mais e melhor com outros elementos da organização, 15% que deveriam investir mais tempo e dedicação na integração, e finalmente 14% salientam a importância da auto-motivação e determinação.
31
32
O que aconselharia a outro Voluntário? Aprendizagem da língua de forma intensa (antes ou logo no início)
Ter muita iniciativa pessoal e pró-atividade
18%
Comunicar de forma eficaz com os outros elementos na OA
11%
5%
É uma experiência fantástica!
6%
10%
10% 7%
8%
5%
20%
Estar orientado para o trabalho a desenvolver Procurar envolver-se na comunidade local e no estilo de vida português
Aceitar, adaptar-se e disfrutar das oportunidades reais
Procura outro projeto! Procurar estar informado (e.g. meio, trabalho, cultura, contexto)
Elevada auto-motivação, energia e positividade
Finalmente, na última questão, quando questionados sobre o que aconselhariam a outro voluntário que iria realizar o mesmo projecto SVE, de entre as 282 respostas, 20% aconselhou o voluntário a aceitar, adaptar-se e desfrutar das oportunidades reais que encontra, 18% sugere que o voluntário tenha muita iniciativa e pró-atividade e ainda 11% aconselha à comunicação eficaz com outros elementos da organização de acolhimento.
33
What is said for the Young Foreigner Volunteers about the Developed Projects in Portugal
Síntese_Summary
Gender
Countries of Origin
Northern Europe
15,8%
Central Europe
Easthern Europe
41,9%
70,7%
29,3% Southern Europe
EVS Project Place
20,6%
Viana do Castelo
2,7%
Bragança
8% Porto 10,8% Braga
0,8%
Viseu
Rest of the World
0,4% Coimbra Leiria
5,1%
9,1%
EVS Volunteers per Year
14,8%
40,3%
Santarém Lisboa
24,6%
2,7%
37% Évora
Setúbal
16,5%
14,4%
2008
22,7%
1,5%
2009 2010
Beja
5,3% Faro
5,7% Tasks & Activities Impact Volunteers Expectations Good
C
3,21
2,59
0,5
initial 34
Suficient or acceptable
2,81 2,42 2,73 3,08 2,68 2,79 2,73 2,72 2,56
a b c d e f g h i
current
1,5
2,5
3,5
a Making Contact Opportunities in the Community b Project and Description c New Learning d Hygiene and Safety e Responsability f
Personal Iniciative
g # of Hours per Day h Activities Schedule j
Activities and Tasks
Volunteers Integration
Logistical Conditions a On Arrival Training
a b c d e f g h i j k l m n o
b Support from Sending Organization
3,21 2,58 2,14 2,28 2,34 2,33 2,68 2,70 2,62 2,56 2,65 2,62 2,65 2,77 2,85 0,5
1,5
2,5
c Meeting Frequency d Evaluation Meetings e Project Orientation & Support f
Technical Orientation
g Personal Support h Support from Elements of HO i
Tutor Support
j
Support in Tasks and Activities
l
Other Elements Knowledge
m Rules Knowledge n Accomodation Organization Integration
Contact with HO
Logistical Conditions (insurance, accomodation)
14,72%
2,16% 7,79%
32,47%
1,73%
Inadequate Training (On Arrival Timming, no project orientation, no technical support) Tutor Support (Lack of support and meetings) Hosting Organization Support (accomodation, project roles clarification, good environment)
34,20%
Absence of Planing Lack of Tasks Preparation
10%
10%
6%
Lack of Time for social life and community contact
11% 3%
5%
1%
6%
Low Autonomy
25% 17%
3%
Few Activities
Excess of Responsability Inadequate Tasks & Activities Few Means & Resources
Few Responsability
Food Conditions
1%
Language Course
32%
6%
1%
7%
8%
Legal Residence Hosting Conditions
Excelent or Very Good
What can the Hosting Organization do to improve EVS? Nothing
17% 6%
19%
To improve the work conditions
9%
19% 0%
15%
5%
To support the integration and socialization in the community
13%
6%
6%
8%
To Improve the food and accomodation conditions
Nacional Agency Insurance
Privacy
Better Communication with the Volunteers (expectations and feedback) To have activities agreeing with project description I don’t know To improve Financial Resources Better Preparation of the Volunteers (Trainning and Orientation)
What can I do to improve my Project? Pro-activity and Iniciative
To volunteering to other acitivities Higher Involvement with the Local Community
4% 4%
To search for Information and Orientation
27%
3%
5%
3%
16%
9%
15% 14%
Higher Self-confidence and Courage
More and Better Communication with the Others in the Organization Higher Personal Investment in the Integration Higher Self-motivation and Determination Looking for Alternatives (activities, projects, tutor)
What would I advise to other Volunteer?
Intensive Language Course (before or in the beginning) High Self-motivation, Energy and Positivism
Pocket Money
22%
Hosting Conditions
Suficient
To have Personal Iniciative and Pro-activity
Insuficient Aspects/ Logistical Conditions Hosting Organization
f
3,5
Completly Different Tasks & Activities from the Description
3%
Routine Tasks
e Food Conditions
Good
Everything has been positive
Insuficient Aspects/ Tasks & Activities High number of labour hours per day
2,5
d Language Course
Insuficient
To improve the activities organization
Insuficient Aspects/ Support & Integration
Community Integration
1,5
c Pocket Money
k Integration in Tasks and Activities
3,5
6,93%
b Legal Residence
3,42 3,40 3,17 2,45 3,11 2,88 0,5
o Local Community Integration
Others problems (Personal, ID, non especified)
a Insurance
a b c d e f
Looking for to be involved in the Local Community and in the Portuguese Lifestyle
18% 3%
11% 6%
10%
10%
To communicate efficiently with the others and the HO It’s a Fantastic Experience! Find another Project!
7% 5%
8% 20%
To be oriented for developing work
To be informed (environment, work, culture, context) To accept, to adapt and to enjoy of the real opportunities
35
Impacto do SVE nas Organizações Portuguesas
D 36
Impacto percecionado pelas Organizações de Acolhimento A amostra deste estudo foi composta por 45 organizações de acolhimento portuguesas que receberam voluntários do SVE entre os anos de 2008 e 2010. De salientar que o universo inicial era de 100 organizações sendo que se obteve uma participação de 45% neste estudo online. Foi-lhes solicitado a resposta online a um questionário estruturado nas mesmas dimensões que o instrumento de avaliação do projeto aplicado aos voluntários, mas devidamente adaptado ao avaliador, neste caso o interlocutor válido da organização.
Procedimentos Estatísticos
Os dados obtidos foram inseridos no SPSS – Statistical Package for Social Sciences. Após inserção dos dados de todos os questionários iniciou-se a análise estatística, procedendo-se a uma análise descritiva de cada variável: confirmação de valores e dados omissos; média de respostas; desviopadrão; valores mínimos e máximos. Paralelamente, realizou-se uma análise de frequências no sentido de caracterizar a amostra sob o ponto de vista demográfico. Realizou-se igualmente uma validação do questionário pela determinação da sua consistência interna, tendo-se verificado um resultado muito elevado do Alpha de Chronbach (0,71) o que aponta para uma elevada correlação interitem no instrumento utilizado. Procedeu-se ainda a uma análise qualitativa das duas questões abertas presentes no fim do questionário, e respetiva contabilização da frequência de categorias de resposta.
Tipo de Organizações de Acolhimento
Distribuição por Distritos das Organizações de Acolhimento
20% Braga 11,11%
37,8%
2,2%
Porto 11,11% Aveiro
11,1%
2,2%
Coimbra 11,11% Leiria
15,6% 26,7% 11,1%
2,2%
6,67% Santarém
Lisboa 20%
4,44%
Setúbal 13,33%
Évora
4,44% Beja
6,67%
Associação juvenil
Faro
IPSS
4,44%
CERCI ONGAs
Madeira
4,44%
ONG ONGD Autarquias Outras
Podemos observar que a maioria por ordem decrescente denomina-se Associação Juvenil (37,8%), IPSS (26,7%) ou detêm outra especificação (20%) como por exemplo: Associação de Desenvolvimento Local (#2), Associação Cultural (#2), Associação (#1), Cooperativa de Consumo (#1), Cooperativa de Solidariedade (#1), Cooperativa (#1) e Organização Humanitária (#1).
A sua distribuição pelo País não se revela homogénea, sendo os distritos de Lisboa (20%), Setúbal (13,33%), Porto (11%), Coimbra (11%) e Braga (11%) os que apresentam maior concentração de organizações de acolhimento em Portugal, aliás como já tinha sido evidenciado anteriormente. Em média as organizações representadas neste estudo recebem voluntários desde 2005, sendo o total de voluntários recebidos, por estas organizações, desde o início do Programa SVE de 841.
37
Total de Voluntários que receberam
Expetativas
121
318
129
244
1
2
3
4
A
0
7
27
10
B
0
6
31
7
A
Como é que o voluntário SVE responde às expetativas da organização?
B
Como é que o projeto SVE responde às expetativas do voluntário?
Insuficiente
Bom
Suficiente ou aceitável
Excelente ou muito bom
26 Europa do Norte Europa Central Europa do Leste Europa do Sul Outros Continentes
Como podemos observar, a proveniência dos voluntários não é homogénea revelando-se uma maior frequência de voluntários provenientes da Europa Central (#318) e da Europa do Sul (#244), seguindo-se a Europa de Leste (#129) e a Europa do Norte (#121). O menor número de voluntários recebidos corresponde aos provenientes de Outros Continentes (#26).
38
Avaliando de forma quantitativa as variáveis presentes no questionário de avaliação do SVE às organizações de acolhimento, verifica-se na sua grande maioria que os voluntários SVE correspondem às expetativas da organização (#27) até superando-as por vezes (#10), revelando-se suficiente apenas para 7, a média a esta resposta foi de 3 (Bom). Relativamente ao facto do projeto corresponder às expetativas dos voluntários apenas (#6) organizações responderam que apenas satisfaziam de forma suficiente as mesmas, tendo as restantes considerado que satisfaziam a um nível bom (#31) as expectativas dos voluntários e afirmaram que excediam as mesmas. A média de respostas relativamente a esta questão revelou-se ligeiramente inferior à questão anterior (Média = 2,97).
Integração do Voluntário
14
0
3
10
6
Orientação e Suporte
10
0
8
0
12
4
0
11
2
0
13 2
0
27
28
26
27
30
34
Integração do Voluntário na Organização
Participação nas Atividades e Tarefas do Projeto
Cumprimento as Regras e Procedimentos da Organização
Apoio facilitado pelo Tutor ao Voluntário
Suporte de outros elementos da Organização
Formação e Orientação Técnica dada ao Voluntário
18 3
0
14 3
13
0
6
0
10
7
1
23
27
24
24
Relacionamento com outros elementos da Organização
Disponibilidade para receber suporte por parte da Organização
Reuniões de Avaliação entre o Tutor e o Voluntário
Contato e Apoio pela Organização de Envio
Insuficiente
Suficiente ou aceitável
Relativamente à Integração dos voluntários, a média global de respostas relativamente a esta variável foi igual a 3,20, o que implica uma perceção generalizada de boa integração dos voluntários nas organizações e comunidades de acolhimento. Igualmente o Relacionamento com outros elementos na organização (Média 3,31) e a disponibilidade para receber suporte por parte da organização (Média 3,20) foram considerados muito positivos. De salientar que as médias mais baixas verificaramse para a Participação nas actividades e tarefas do Projecto (Média 3,06) e no Cumprimento das regras e procedimentos da organização (Média 3,09).
Bom
10
6
0
19
Apoio facilitado pela Agência Nacional
Excelente ou muito bom
No que diz respeito à Orientação e Suporte aos voluntários, as organizações consideram a um nível bom o apoio facilitado pelo Tutor (Média 3,18), o Suporte de outros elementos da organização (Média 3,18), bem como a Formação e Orientação técnica (Média 3,0) e as Reuniões de avaliação entre o Tutor e voluntário (Média 3,15). O Apoio facilitado pela Agência Nacional (Média 2,88) é considerado Bom mas a um nível ligeiramente inferior à orientação e suporte facilitados pela organização de acolhimento. A um nível apenas satisfatório as organizações consideram em média o Contato e apoio pela organização de envio (Média = 2,15).
39
Impacto e Envolvimento do Voluntário
7
9
0
1
5 31
3 29
Relevância das atividades e tarefas
Nível de autonomia revelado
7 7
0 28
21
0 0
1
17
24
1
Condições Logísticas
11
Nível de responsabilidade
21
13
3
0
16
8
1
12
0
3
5 25
7 27
7 20
Alojamento
Alimentação
Dinheiro de Bolso
1 7
17
1
0
3
0
26 Tempo dispendido no projeto
16
0 8
Oportunidades de novas aprendizagens
18
O impacto dos Voluntários SVE na Organização
Envolvimento e influência na Comunidade
As organizações percecionam a um nível Bom a Relevância das atividades e tarefas desenvolvidas pelo voluntário (Média 2,88), o seu nível de Autonomia (Média 2,73) e Responsabilidade (Média 2,59) revelados, bem como o tempo dispendido no projecto (Média 2,94) que se revelou em média de 5,66 horas. Percepcionam ainda de forma elevada as Oportunidades de novas aprendizagens (Média 3,45), o Impacto dos voluntários na organização (Média 3,24) e o seu envolvimento na comunidade local (Média 2,82), ainda que o impacto nesta última seja ligeiramente mais reduzido.
40
Legalização da Residência Temporária
Outros
Insuficiente
Bom
Suficiente ou aceitável
Excelente ou muito bom
No que diz respeito às condições logísticas do acolhimento dos voluntários a apreciação média é de nível bom relativamente ao Alojamento (Média 3,15) e Alimentação (Média 3,06) sendo ligeiramente inferior relativamente ao Dinheiro de Bolso (Média 2,79) e ao processo de Legalização da Residência Temporária (2,73). Algumas organizações salientaram outros aspetos que têm levantado algumas dificuldades junto dos voluntários como o acesso a um curso de língua (#2) ou o domínio básico da língua por parte dos voluntários (#1) e ainda o acesso a transportes públicos para deslocações de lazer (#1).
Como melhorar a formação e preparação do Voluntário SVE
Procedeu-se a uma análise qualitativa das duas questões abertas presentes no fim do questionário. A primeira questão explorava o que poderia ser melhorado na preparação e formação dos voluntários SVE, de forma a potenciar a sua integração e impacto na organização, tendo-se obtido um total de 46 respostas. A maioria das organizações salientou que seria importante reforçar a preparação no envio (#13), garantindo uma melhor compreensão do contexto de atuação do projeto, ajustamento de expetativas do voluntário e compreensão dos papéis do voluntário e da organização de acolhimento. Algumas organizações propõem que a formação linguística se inicie antes da chegada (#8) e que a formação do voluntário deva implicar uma profunda reflexão no conceito de voluntariado e respectiva missão (#7).
a b c d e f g h i j k m n
Criar redes de voluntários e promover encontros Depende do voluntário e do parceiro Visita prévia à organização de acolhimento Formações às organizações Promoção de pró-atividade e iniciativa Acompanhamento do voluntário Formação linguística no país de origem Participação obrigatória no On-Arrival e MidTerm Regras, papéis e procedimentos no SVE Melhor preparação no envio Promover a responsabilidade e compromisso Abertura e flexibilidade Maior reflexão sobre o voluntariado
41
42
Obstáculos do Voluntário à Aprendizagem e ao Desenvolvimento a
1
b
1
c
2
d
12
e
19
f g
3 1
h
8
i
8 a b c d e f g h i
Investimento dos elementos da organização Isolamento em meios pequenos Procedimentos e burocracia do YiA Pouca orientação para o trabalho voluntário Conhecimentos básicos da língua Nenhuns Legalização de residência temporária Falta de disponibilidade e abertura intercultural Falta de flexibilidade e capacidade de adaptação
A última questão questionava as organizações sobre quais são os obstáculos do voluntário que prejudicam a experiência de aprendizagem nãoformal e o desenvolvimento no âmbito do projeto SVE, tendo-se verificado para esta questão 55 respostas. Os maiores obstáculos evidenciados pelas organizações de acolhimento revelaram-se os Conhecimentos básicos da língua (#19) e a Pouca orientação do voluntário para o trabalho voluntário (#12), tendo algumas referido que os objetivos e expetativas dos voluntários tendem a ser mais turísticos.
43
EVS Impact on the Portuguese Organizations
Síntese_Summary
Hosting Organization Type
Total of Volunteers they received
20%
Northern Europe
2,2% 11,1%
Central Europe
129
15,6% 26,7%
11,1%
Southern Europe
244
2,2%
Youth Association
NGO
IPSS
NGDO
CERCI
Autarchy
ENGOs
Others
Rest of the World
26
Expectations Distribution by Districts of the Hosting Organizations
Braga Porto
Leiria
11,11% 11,11%
2,22%
Coimbra
11,11%
6,67%
Santarém
Lisboa 20%
2,7%
Évora Setúbal
13,33%
4,44%
Madeira
4,44%
1
2
3
4
A
0
7
27 10
B
0
6
31
A
How does EVS Volunteers respond to the organizations expectations ?
B
How do EVS Projects respond to the volunteers expectations ?
7
Volunteer Integration 14 0
10 3
10
0
0
Beja
27
6 28
8 26
Faro
Integration of the volunteer in the HO
Participation in activities and tasks of the project
Compliance with the rules and procedings of the HO
6,67% 4,44%
18 44
Easthern Europe
318
Aveiro
D
121
37,8%
0 3 23
Relationship with the elements of the HO
14
0 3 27
Avaiability of the volunteer to receive support
Support & Orientation 12
11
0 4 27
Tutor support to the volunteer
13
5
0 2 30
5
0
1
18
6 24
7 24
Evaluation meetings between the volunteer and tutor
Contact and support given by the Sending Organization
0 6
3
0 7 31
4 34
Support from other Training and technical members of the orientation to Hosting Organization the volunteer
10
0
Impact and Involvement of the Volunteer 1 9 29
Relevance of activities Reveled and tasks performed Autonomy level by the volunteers of thevolunteers
0
21
19
Support given by the National Agency during the project
13
21
0
New learning opportunities for the volunteers
7
1
17
24
1
7
28
Responsability level of the volunteers
0 3 26
16
The impact of EVS volunteers in the organization
0
0 8
Amount of time used to develop the EVS project
18
Their involvement and impact in the local community
Logistical Conditions 11
1 5
8 25
0
12 7
7 27
Accomodation Conditions
Food Conditions
3
20
Pocket Money
17
1 7
3
0 0
16 1
Legal Residence
Others
Insuficient
Good
Suficient
Excelent or Very Good
How to improve the Training and Preparation of EVS Volunteer
Volunteers Obstacles facing Learning and Development
a b c d e f g h i j m n o
a b c d e f g h i
1 2 1 1 2 1 1 8 2
1 1 2 12 19 3 1 8 8
4 13 2 7 a b c d e f g h i j l m n
To create volunteer network and to promote meetings Dependsof the volunteer and partner Brief visit to hosting organization Organizations trainings To promote pro-activity and iniciative Volunteer orientation Language training in the origin country Compulsory membership in the On Arrival and Mid Term trainings Rules, proceedments and roles in the EVS Sending better preparation To promote responsability and commitment Openness and flexibility Higher reflexion about volunteering
a b c d e f g h i
Organization elements investment Isolation in small villages YiA proceedments and bureaucracy Few orientation for volunteering work Basic knowledgement language None Legal residence Lack of avaibility and intercultural openness Lack of flexibility and adaptation capacity
45
Análises Comparativas entre Estudos
As Motivações para ser voluntário ...
Dimensões
Voluntários Portugueses enviados
Voluntários Estrangeiros recebidos
Género
F (61,70%)
F (72,93%)
M (38,30%)
M (27,07%)
Europa do Sul (18%)
Europa do Sul (8%)
Europa do Leste (19,7%)
Europa do Leste (53%)
Europa Central (15,7%)
Europa Central (23%)
Europa do Norte (8%)
Europa do Norte (13%)
Outros Continentes (25,3%)
Outros Continentes (3%)
Lisboa (68,56%)
Lisboa (31,52%)
Porto (10,03%)
Porto (8,60%)
Setúbal (2,34%)
Setúbal (14,33%)
Leiria (9,03%)
Leiria (9,46%)
Coimbra (3,01%)
Coimbra (7,45%)
1.º Conhecer outro país
1.º Partilhar experiências
2.º Aprender a ser melhor voluntário
2.º Conhecer outro país
3.º Partilhar experiências
3.º Aprender a ser melhor voluntário e reflectir sobre o significado do voluntariado
1.º Experiência profissional (17%)
1.º Mudança da situação atual (17%)
2.º Desenvolvimento pessoal (11%)
2.º Desenvolvimento pessoal (11%)
3.º Aprendizagem (11%)
3.º Autoconhecimento (11%)
Autoconhecimento
Aprender outra língua (1%)
Mudança da situação atual
Integrar uma instituição voluntária (3%)
Socialização e relações interpessoais
Experiência profissional3%)
Países (acolhimento e proveniência)
Distritos (envio e acolhimento mais representativos)
Hierarquia de Motivações Chave (SVE)
Hierarquia de Motivações Influentes
Motivações Menos Influentes
E 46
... no Serviço Voluntário Europeu
Procurando estabelecer uma comparação entre as motivações dos voluntários portugueses enviados e os voluntários europeus recebidos é possível verificar na tabela anterior a demonstração dos principais pontos de convergência e divergência. Quanto às diferenças nas dimensões avaliadas nas duas populações, verifica-se que a população de voluntários recebidos apresenta uma maior desigualdade de género, tendo relativamente maior percentagem de voluntárias que voluntários.
A dimensão do país permite concluir que existe um certo desencontro entre as escolhas para realizar um projeto SVE. Assim os voluntários portugueses elegem preferencialmente outros continentes (25,3%), sendo em segundo lugar a Europa Central ou do Sul. No entanto, os voluntários que elegem Portugal como destino são predominantemente da Europa Central (53%) e do Leste (13%). De uma forma geral os distritos que mais enviam voluntários são igualmente os que mais recebem salvo algumas discrepâncias, como é o caso de Lisboa e Porto que enviam mais voluntários do que recebem. Contrariamente Coimbra e Setúbal recebe mais voluntários do que envia, e Leiria distingue-se como o distrito que apresenta um maior equilíbrio entre o envio e a receção.
Do ponto de vista motivacional os voluntários não parecem divergir muito na hierarquia das principais motivações analisadas, no entanto já apresentam diferenças relativas nas secundárias. Salienta-se que os voluntários portugueses buscam
sobretudo uma primeira experiência profissional que envolva aprendizagem e desenvolvimento pessoal, enquanto os voluntários europeus que realizam o seu projeto SVE em Portugal buscam essencialmente uma mudança da situação atual (particularmente relacionada com estados emocionais, académicos ou profissionais insatisfatórios), desenvolvimento pessoal e auto-conhecimento. A influência decisiva da motivação de procura de experiência profissional poderá estar relacionada com uma maior dificuldade em integrar o mercado de trabalho que os jovens portugueses enfrentam. De facto as motivações de socialização e relações interpessoais, e de autoconhecimento não parecem ser tão influentes na tomada de decisão como para os voluntários SVE recebidos. No que se refere aos jovens SVE recebidos parecem procurar sobretudo mudar radicalmente o contexto social onde estão integrados, muitas vezes do ponto de vista académico e profissional, colocando-se numa experiência de auto-conhecimento, desenvolvimento pessoal e exploração. De referir ainda que os voluntários SVE recebidos não salientaram como muito influente a motivação de aprendizagem da Língua, o que poderá implicar menor investimento na aprendizagem ativa da Língua Portuguesa. De uma forma global as motivações dos voluntários estão mais conectadas com necessidades individuais, sejam de integração no contexto profissional para os voluntários portugueses, seja de experiência de autoconhecimento e desenvolvimento para os voluntários recebidos, do que com a perspetiva de serviço e voluntariado.
47
Estabelecendo Comparações
Procurando estabelecer uma comparação entre a percepção dos voluntários SVE acolhidos em Portugal e as organizações de acolhimento, ainda que nenhuma dessas diferenças se revelem significativas, atendendo à grande diferença em termos de dimensão de amostra, apresenta-se de seguida uma tabela que procura ilustrar os principais pontos de convergência e divergência. De uma forma global para quase todas as dimensões avaliadas a perceção média das organizações de acolhimento é ligeiramente superior à dos voluntários, excetuando no que se refere: às expetativas iniciais, apoio facilitado pela organização de envio, na alimentação do voluntário e respetivo dinheiro de bolso. A percepção de ambas as partes é congruente, apresentando um resultado médio idêntico, relativamente ao nível de autonomia e iniciativa evidenciado pelo voluntário e às oportunidades que o voluntário tem de se envolver com a comunidade local.
Dimensões Avaliadas
1
2
3
4
Expetativas Iniciais
Voluntário SVE 1
2
3
3,00
4 3,21
Expetativas e Realidade Expetativas do projeto de voluntariado
Coerência da descrição do projeto com a realidade
2,97
2,59
3,24
2,42
Integração Na organização de acolhimento
3,20
2,77
Nas atividades e tarefas
3,06
2,65
Conhecimento e cumprimento das regras de funcionamento
3,09
2,65
Relacionamento com outros elementos da organização Oportunidade de envolvimento com a comunidade local
48
Organização de Acolhimento
3,31
2,82
2,62
2,81
Dimensões Avaliadas
Organização de Acolhimento 1
2
3
4
Voluntário SVE 1
2
3
Apoio
1
2
3
Nível de autonomia e inciativa do voluntário
2,73
2,79
2,70
Grau de responsabilidade do voluntário
2,59
2,68
3,18
3,00
2,33
Tempo dispendido no projeto pelo voluntário Novas aprendizagens
3,24
2,42
4
3,24
3,45
2,73
3,15
2,88
3,15
2,88
Condições Logísticas Alojamento
2,42 Alimentação
Dinheiro de bolso
Insuficiente Suficiente ou Aceitável Bom Excelente ou Muito Bom
4
2,62
Outros elementos da organização
1 2 3 4
3
2,56
3,18
Organização de envio
2
2,88
Tutor
Reuniões de avaliação e acompanhamento com o tutor
1
Voluntário SVE
Relevância Tarefas e Atividades
2,56
Formação e orientação técnica específica
4
Organização de Acolhimento
Impacto 3,20
Recebido pelo voluntário
Dimensões Avaliadas
Regularização de residência legal
3,06
3,11
2,79
3,17
3,38
2,73
49
50
Áreas dos Projetos SVE em Portugal A análise às áreas de projeto em que os voluntários se enquadram decorreu da apreciação da descrição por eles efetuada aquando da apresentação dos projectos no On Arrival Traning. Da amostra estudada (N=273), entre o ano de 2008 a 2010 verifica-se que a distribuição dos voluntários pelas diferentes áreas de projetos corresponde na sua grande maioria apenas a duas áreas, Social com 50% e Cultura e Arte com 34%, seguem-se as áreas de Saúde e Ambiente respetivamente com 7% e com apenas 2% a área dos Grupos Minoritários. A análise para a caraterização das áreas aos projetos apresentados pelas organizações de acolhimento teve por base a descrição dos mesmos na base de dados das organizações acreditadas para participarem no programa.
Constatamos que existem três áreas principais de intervenção nos projetos de acolhimento em Portugal, Social com 38%, Cultura e Arte com 30% e Ambiente com 22%. Seguem-se Grupos Minoritários com 6% e Saúde com 4%. Se compararmos no respetivo período com a oferta de projetos por parte das Organizações de Acolhimento podemos aferir que Portugal demonstra apetência para o desenvolvimento de projetos em três áreas e que a área social é aquela que tem maior número de voluntários envolvidos. Os projectos ligados ao ambiente sendo a terceira área mais importante no que respeita aos projetos apresentados, acolhe um número menor de voluntários por projeto, revelado e demonstrado pelos 7% de voluntários acolhidos nessa área.
Voluntários por área de projeto
34% 50% 2% 7%
7%
30%
Ofertas de projeto por áreas
38%
4% 22%
6%
social (crianças, adultos, idosos, cuidados especiais, dificuldades de aprendizagem, deficiência física) saúde (drogas/ álcool, prevenção HIV, assistência e cuidados) conservação (vida selvagem, ambiente, renovação, jardinagem, agricultura) grupos minotários (refugiados, sem abrigo, juventude revoltada) artes/ cultura (artes/ decorativas, teatro, media, festivais)
51
Desafios Futuros
Conclusões
Pela análise dos perfis de voluntários Portugueses enviados podemos concluir que ainda existe um grande potencial de envio que não está a ser devidamente explorado pelas organizações de envio Portuguesas. A maior parte das organizações de envio situam-se nos grandes centros urbanos, relevando-se importante nos próximos anos envolver um maior número de organizações de envio de outras regiões do País, continente e ilhas. O mesmo acontece com as organizações de acolhimento que tendem a concentrar-se fundamentalmente nos grandes centros urbanos. Ainda que a escolha dos voluntários europeus na sua maioria do centro da Europa, poderá de facto recair sobretudo por estas zonas geográficas, poderá ser interessante conseguir deslocalizar o acolhimento dos voluntários para áreas menos populadas do país, de forma a distribuir o impacto da medida por todo o território nacional. Por outro lado, em termos de impacto na organização e na comunidade, ao serem promovidos projetos bem desenhados e geridos em meios não urbanos, poderá traduzir-se numa experiência muito mais rica tanto para o voluntário como para a comunidade local. É de salientar que Portugal envia mais voluntários masculinos do que recebe, o que apela para um maior equilíbrio relativamente ao género nos jovens voluntários portugueses. Será importante continuar a reforçar o recrutamento de voluntários do sexo masculino, garantindo um ajustamento do programa a diferentes perfis, motivações e interesses dos jovens, enfatizando a diversidade na população de participantes. Por outro lado as escolhas dos voluntários portugueses centram-se de uma forma intensa em
52
países de outros continentes, particularmente os PALOPS, o que poderá estar relacionado com um maior enfoque das campanhas de voluntariado para esses destinos, em detrimento da informação disponível e divulgada sobre voluntariado noutros países europeus. Em termos das motivações dos voluntários seria importante que as informações disponibilizadas pelos atores do SVE (i.e., organizações de envio, agência nacional, organizações de acolhimento e de coordenação) confluíssem para um aumento de impacto de motivações, mais relacionadas com o voluntariado em si, na decisão de realizar um projeto. A informação divulgada à população alvo deverá apelar para voluntariado enquanto conceito, prática, aprendizagem, reforçando o foco na atitude de serviço à comunidade e na perspetiva de interculturalidade e dimensão europeia. Ambas as populações buscavam sobretudo motivações individuais, de procura de primeira experiência profissional no caso dos voluntários Portugueses e de mudança da situação atual seja académica ou profissional para os voluntários europeus. Assim, ainda que se denotem diferentes as motivações dominantes dos voluntários Portugueses enviados e os voluntários europeus recebidos, foi evidente a menor frequência de motivações mais intrinsecamente relacionadas com a atividade de voluntariado em si, central no âmbito da Ação SVE do Programa Juventude em Ação.
Língua Portuguesa na sua avaliação de projeto. Tendo as próprias organizações de acolhimento referido a pouca pró-atividade e iniciativa na aprendizagem da língua, ferramenta fundamental na integração e desenvolvimento do projeto. No que diz respeito à avaliação do projeto de voluntariado, verifica-se de forma consistente um maior grau de satisfação das organizações de acolhimento comparativamente ao dos voluntários recebidos. Será importante reforçar as competências das organizações em integrarem, apoiarem e desenvolverem os voluntários, atendendo às lacunas muitas vezes expressas pelos mesmos relativamente ao apoio recebido pelo Tutor, e na orientação técnica e formação específica para desenvolverem as atividades. Tendo-se verificado que alguns voluntários sentiram as suas expectativas claramente defraudadas, particularmente no confronto entre a descrição do Projeto e a realidade encontrada, será importante desenvolver-se um mecanismo de avaliação dos projetos pela consolidação das apreciações dos voluntários por organização/projeto. Igualmente as organizações de acolhimento deveriam receber visitas de validação prévia e contínua dos pressupostos e condições previamente descritas no portefólio de projetos SVE em Portugal.
De referir ainda que os voluntários europeus recebidos estão sensivelmente menos motivados para a aprendizagem de uma nova Língua, o que poderá estar relacionado com o grau de insatisfação revelado pelos voluntários em termos do ensino da
53
Resumo biográfico dos investigadores
Paulo Pires Licenciado em Psicologia pelo I.S.E.I.T. - Instituto Piaget Almada, com Pós-Graduação em Gestão de Empresas – Especialização em Recursos Humanos pela FCEE da Universidade Católica Portuguesa e Psicologia Social e das Organizações pelo I.S.E.I.T. É consultor em programas e políticas de juventude e investigador social, com alguns trabalhos já publicados. Tem na sua génese de formação académica a Animación Sociocultural Y Tiempo Libre pela EAC de Madrid. Acompanha desde 1998 em Portugal o Serviço Voluntário Europeu através da gestão e formação On Arrival e Mid Term Training. É membro e fundador de várias organizações associativas ligadas à formação e animação cultural entre as quais se destaca a Anime – Projecto de Animação e Formação onde coordenou o projeto PIPA, reconhecido em 2009, por sua excelência o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva como sendo um projeto exemplo de boas práticas de inclusão pela arte.
Liliana Dias Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa , Mestre em Gestão de Recursos Humanos pela Escola de Gestão do ISCTE e Pós-Graduada em Gestão da Criatividade e do Design para a Inovação Empresarial pelo IADE. Detém uma experiência profissional de 8 anos em consultoria de gestão de recursos humanos, particularmente na área de formação e desenvolvimento de recursos humanos, no setor empresarial e não lucrativo. Colabora desde 2005 com a ANIME na formação a voluntários SVE, particularmente na conceção, desenvolvimento e avaliação das ações desenvolvidas.
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Agradecimentos
Aos voluntários que ao longo destes anos temos tido o privilégio de acompanhar através das formações On Arrival e Mid Term.
À Agência Nacional que possibilitou que todo este trabalho chegue até cada um de vós!
Ao Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária que gentilmente cedeu a informação recolhida, aquando da formação ‘Departure Training’ dos Voluntários Portugueses que participaram no SVE.
A todas as Organizações de Acolhimento que ao longo destes 14 anos têm recebido voluntários e em especial às que participaram neste estudo, a todos elas o nosso Muito Obrigado!
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