Caderno - Revitalização do ribeirão Preto no eixo do bairro Vila Virgínia

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ANNA CAROLINE C. DE MIRANDA 2016

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T r a b a l h o f i n a l d e g r a d u a ç ã o a p r e s e n t a d o a C e n t r o U n i v e r s i t á r i o M o u r a L a c e r d a c o m o r e q u i s i t à o b t e n ç ã o d e t í t u l o e m A r q u i t e t u r a e U r b a n i s m o s o o r i e n t a ç ã o d a p r o f e s s o r a D r a . R o s a S u l a i n e F a r i a

C E N T R O U N I V E R S I TÁ R I O M O U R A L A C E R D A ARQUITETURA E URBANISMO

o o b s

RIBEIRÃO PRETO 2016


REVITALIZAÇÃO DO RIBEIRÃO PRETO NO EIXO DO BAIRRO VILA VIRGÍNIA (RIBEIRÃO PRETO – SP) E REQUALIFICAÇÃO DO S E U E N T O R N O E N Q U A N T O E S P A Ç O P Ú B L I C O D E L A Z E R

T r a b a l h o f i n a l d e g r a d u a ç ã o a p r e s e n t a d o a C e n t r o U n i v e r s i t á r i o M o u r a L a c e r d a c o m o r e q u i s i t à o b t e n ç ã o d e t í t u l o e m A r q u i t e t u r a e U r b a n i s m o s o o r i e n t a ç ã o d a p r o f e s s o r a D r a . R o s a S u l a i n e F a r i a

o o b s

B A N C A

E X A M I N A D O R A :

__________________________________________________ Prof.ª Dra. Rosa Sulaine Farias __________________________________________________ Prof.ª M.ª Dra. Marcela Cury Petenusci __________________________________________________ Convidado


A G R A D E C I M E N T O S

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem. Ou que seus planos nunca vão dar certo... Ou que você nunca vai ser alguém!” ( R e n a t o R u s s o )

Dedico algum

este modo,

trabalho me deram

à

todos, forças para

que, de terminá-lo!

Aos meus a m i g o s , que sempre me incentivaram e nortearam nos momentos de devaneios (que foram muitos!). À minha m ã e , que por ser exatamente igual à mim, tem também seus momentos exasperados. À N á d i a , C l é c i a , N a t a l i a e M a r c e l l a , que principalmente nessa última fase, não me deixaram desistir e me ampararam nos dias mais sobrecarregados. À minha o r i e n t a d o r a , Rosa Farias, por ter me auxiliado em todo esse processo e me direcionado ao longo desse último ano. Ao meu querido professor F r a n c i s c o G i m e n e s , que nos deixou esse ano com a certeza de que pessoas incríveis ainda existem. Você não sabe a falta que faz, obrigada por todo o conhecimento e gentileza passados! E por fim ao Arlon, meu n a m o r a d o / a m i g o / p a i / i r m ã o , que sempre esteve ao meu lado para tudo que eu precisei. Por todo o sacrifício que fizemos juntos para que essa etapa fosse concluída e pelo ser humano maravilhoso que ele é! Eu amo você!


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5.1. Conceito, Partido e Diretrizes de Projeto, p.71 5 . 2 . r e s 5 . 3 .

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A escolha do tema do presente trabalho deu-se com base em nossa própria vivência no local definido, a partir de análises do entorno, e em conjunto com um estudo sobre a revitalização do rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coreia do Sul. A partir do projeto de recuperação e revitalização, termo definido como sendo “[...]bastante aplicável aos parques fluviais de uso humano, como uma reabilitação da área[...]” (COSTA, 2011, p. 25), do rio ser apresentado em aula, conseguimos entender como um espaço urbano pode abrigar perfeitamente um elemento natural tão importante para a história, para a vida da sociedade e para a própria paisagem, que ao ser definida por Demattê (2006, p. 5) se caracteriza como sendo: [...]o resultado atual de um longo processo evolutivo. Por exemplo, a formação do relevo de determinada região, seu clima, a vida que ali se instalou e evoluiu, a interferência humana e as interações entre todos esses fatores. Ou como apresenta Macedo (1999, p.11) é a: [...]expressão morfológica das diferentes formas de ocupação e, portanto, de transformação do ambiente em um determinado tempo. [...]é considerada então como um produto e como um sistema. Como um produto porque resulta de um processo social de ocupação e gestão de determinado território. Como um sistema, na medida em que, a partir de qualquer ação sobre ela

impressa, com certeza haverá uma reação correspondente, que equivale ao surgimento de uma alteração morfológica parcial ou total. Dessa forma, percebemos como a paisagem está intimamente ligada às interferências humanas no espaço, e assim podemos afirmar que a questão dos rios poluídos e das enchentes frequentes nas cidades, apenas são reações frente à tais ações antrópicas, e que, consequentemente, a paisagem também se degrada. Faz-se, portanto, necessária a recuperação dessas áreas frágeis, que, segundo Gorski (2010, p. 26), é a “[...] melhoria do atual estado do curso d´água e de seu entorno, tendo como objetivo uma valorização geral das propriedades ecológicas, sociais, econômicas e estéticas” do córrego e de sua redondeza, trabalhando, também, a questão da paisagem.

ribeirinha da necessidade de dispor o lixo corretamente. Além do trabalho de saneamento e de conscientização da população, segundo Wheeler & Beatley, 2004 e Tângari, 2007 apud COSTA, 2011, p. 13: [...]a sociedade tem buscado iniciativas para reverter esse quadro de degradação da vida e planejar as cidades de forma sustentável, incorporando o componente ambiental no planejamento urbano e buscando reverter (restaurar) a situação em muitos casos.

Para estabelecer o processo de recuperação das áreas degradadas, é necessário que uma sequencia de ações definidas pelo Manual de Orientação Técnica do Estado do Rio de Janeiro Para Revitalização de Rios (2001, p. 22), onde se trabalha o projeto urbanístico em conjunto com politicas publicas e projetos de infraestrutura, seja seguida:

Assim sendo, o conceito de ecogênese, apresentado por Fernando Chacel, importante arquiteto-paisagista brasileiro, que propõe, segundo Curado (2006, p. 3), a “[...] reconstituição de ecossistemas parcialmente ou totalmente degradados, valendo-se de uma re-interpretação do ecossistema através do replantio de espécies vegetais autóctones[...]”, é um bom exemplo de indicação de como tal recuperação pode ser concluída de modo à integrar a cidade e a natureza.

[...]a primeira etapa [...]é sanear e tratar os efluentes antes de lançá-los. As inúmeras ‘fontes’ de esgotos devem ser coletadas, tratadas e depois lançadas corretamente nos cursos d’água. [...]A coleta (de lixo) eficiente em zonas urbanas é outra etapa para o saneamento desses cursos d’água. Mesmo com a coleta ainda se observa grande quantidade de material plástico flutuante, indicando claramente que a água superficial tem sido o lugar preferido pela população para se livrar do lixo. Torna-se, portanto, indispensável implementar a coleta e ao mesmo tempo conscientizar a população

Faz-se de grande valia, portanto, o conceito de parque linear apresentado por Bonduki e Ferreira (2006, p. 5 apud Paiva, 2014, p. 9): “[...] uma intervenção urbanística associada à rede hídrica, em fundo de vale, mais especificamente na planície aluvial[...]”, ou como definido pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), através do Programa Soluções para Cidades, no Projeto Técnico: Parques Lineares como medidas de manejo de águas pluviais (sem data de publicação, p. 3) como sendo “[...]obras estruturadoras de programas ambientais em áreas urbanas sendo muito utilizados como instrumento de planejamento e gestão de áreas degradadas, buscando conciliar tanto os aspectos urbanos e ambientais como as exigências da legislação e a realidade existente”, e que nos leva a basear o projeto no “[...]contexto da criação da infraestrutura azul e verde

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no meio urbano’’ (Frischenbruder & Pellegrino, 2006; Tângari, 2007 apud COSTA, 2011, p. 15), que além de minimizar os efeitos da urbanização, associando a revitalização da extensão do curso d’água que não se adequa às condições salubres e qualitativas que espera-se, à criação de um extenso parque fluvial em toda a extensão definida para o projeto, com finalidade de requalificar a área, devolvendo a natureza aos moradores da região e colocando-os em contato direto com ela, visando tanto a solução dos problemas físicos e ecológicos da área, quanto morais da população.

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Sabe-se que cursos d’água sempre foram itens fundamentais na caracterização de assentamentos humanos, pois desde as primeiras civilizações eles eram determinantes no espaço escolhido para suas consolidações. A água, por si só, é elemento vital para sobrevivência do homem e, de princípio, os cursos d’água “supriam diversas necessidades essenciais para a vida cotidiana, como a dessedentação de pessoas e animais, a pesca e a irrigação de alimentos, higiene, disposição e escoamento de resíduos” (COSTA, 2011). Posteriormente, com o nascimento da indústria, os processos de urbanização em ascensão, e como cita Guimarães (2011, p. 32), definindo uma das principais características da ocupação urbana no Brasil: [...] justamente porque muitas cidades cresceram acompanhando os cursos dos rios sem qualquer planejamento, sua paisagem e suas condições de salubridade foram fortemente afetadas, degradadas e relegadas ao esquecimento pelas políticas públicas de planejamento. Nos dias de hoje, vemos que, como definido no Manual de Orientação

Técnica de Revitalização de Rios do Estado do Rio de Janeiro, elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado (2001, p. 21/22) “a urbanização desenfreada vem ocupando áreas naturais de alagamento e atingindo diretamente as funções naturais dos cursos d’água e assim prejudicando as próprias populações”, ocupações essas estimuladas pelo êxodo rural da era industrial, em conjunto com a já citada falta de política de planejamento. Essa tomada de áreas tão frágeis, e o acúmulo de resíduos despejados nos cursos d’água, fazem com que estes se tornem incômodos, pois “[...] deixam de cumprir suas múltiplas funções e usos e passam a ser somente receptor de dejetos”. Garcias e Afonso (2013, p. 19) explicam que: No Brasil, hoje, mais de 86% da população vivem nas cidades. [...] O Brasil não preparou as cidades para receber essa demanda. O resultado foi catastrófico e tem gerado uma série de problemas concentrados, principalmente nas periferias das grandes cidades. O estado de depredação dos rios urbanos é o retrato de tal situação, com suas águas poluídas e fontes de doenças. Atualmente, um dos principais problemas que esses tipos de ocupações em leitos de rios causam são as enchentes. Sabe-se que os cursos d’água tendem a transbordar conforme seu volume aumente, em determinada época do ano e com as chuvas intensas, e isso é natural. Porém, segundo Tucci (apud Garcias E Afonso, 2013, p. 140): [...] o controle de enchentes é realizado com base no conceito de escoamento rápido das águas precipita-

das. Essa forma de ação tem demonstrado, ao longo dos anos, a sua ineficiência pelo fato de causar o aumento das inundações em áreas de jusante, ou seja, a transferência das inundações por meio de canalizações que impedem a infiltração da água e da sua velocidade de escoamento. [...] Portanto o método demonstrou ser insustentável. Entende-se, portanto, que a canalização dos rios não é a solução dos problemas de enchentes urbanas: eles apenas são transferidos para outro ponto, causando os mesmos incômodos de antes, porém em outro lugar. É necessário que os recursos naturais dos quais os cursos d’água dispunham antes para concluírem suas funções primordiais, como ter em seu leito um solo permeável que possibilite que ele transborde sem causar complicações, sejam retomados. Apesar da intensa chuva de informações que recebemos hoje em dia à respeito dos danos que já causamos – e que continuamos causando - ao meio ambiente, e de como este assunto deve ser tratado, não conseguimos enxergar na prática algo significativo sendo feito. Sabe-se que políticas públicas procuram reduzir os impactos negativos que o ser humano lhe causa, porém segundo Garcias e Afonso (2013, p. 131) “o crescimento sem sustentabilidade, aliado à exploração imobiliária além dos limites da sustentabilidade do ambiente onde as cidades são erigidas” passam por cima das regras e até das leis, mostrando-nos como estas são falhas e como a ambição se sobrepõe à até um bem necessário para a vida. Para justificar as intervenções propostas, usamos o conceito que Le


Corbusier apresenta em sua proposta de planejamento urbano para relacionar o homem e a natureza, uma vez que “[...]o equilíbrio será procurado entre o homem e seu meio.” (LE CORBUSIER, 2010, p. 48) através de ações definidas por Le Corbusier (2010, p. 49) de: “Recuperar, reencontrar, redescobrir a unidade que gera as obras humanas e da natureza. O homem, produto (talvez supremo) da Natureza e, consequentemente, espelho desta; Natureza, parte do cosmo. A fim de que reine a harmonia, impõe-se introduzir nas empresas do espirito o próprio espirito que reside na obra natural.” Vemos então que a ligação do homem com a natureza, através da recuperação do natural degradado, é fundamental para que exista um bem estar social nos espaços urbanos. Há muito tempo essa necessidade só foi se potencializando, principalmente após a era industrial, onde as cidades se faziam grandes amontoados de concreto e poluição e de onde os espaços abertos, livres e verdes, foram excluídos, bem como os cursos d’água, que foram vistos como locais de despejo de lixo, ação recorrente nos dias de hoje. A cidade de Ribeirão Preto, local da proposta do projeto, localizada no interior do estado de São Paulo, por sua vez, recebeu esse nome por conta do córrego homônimo, o qual foi item relevante para a estruturação de seu município, tendo em vista que suas terras, no início, foram usadas para a atividade pecuária. Já no final século XIX e início do século XX, com a operação industrial,

a condensação da população em seu centro urbano se intensificou, fazendo com que tal perfil de ocupação fosse alcançado. Com base no conhecimento, em Ribeirão Preto fala-se muito sobre criação de parques e núcleos destinados ao lazer e descanso, porém o maior problema detectado nos projetos já concluídos são a falta de gestão e manutenção públicas e os próprios projetos que não são de caráter inclusivo, ou seja, não procuram atender as reais necessidades dos usuários. Analisando os parques existentes na cidade, pode-se constatar que a grande maioria se situa na zona sul, região nobre, e são exatamente esses que possuem maior investimento em manutenção por parte do poder público e privado. Nas periferias e bairros mais carentes, tendo em vista a total falta de equipamentos destinados à atividades de lazer, os parques e praças vêm para suprir tal omissão, instalados sem uma pré análise e não mantidos de forma adequada após sua concepção, muitas vezes tornando-se incômodos para o entorno. A partir disso, podemos entender o eixo escolhido para estudo e intervenção, no bairro Vila Virgínia, localizado no setor oeste da cidade, que se caracteriza por abrigar moradias de uma população carente, e que, a partir de avaliações preliminares, carece de espaços destinados ao ócio, já que este constitui o grupo dos primeiros bairros da cidade, e seu crescimento acelerado e sem planejamento fez com que as áreas de vazão do córrego Ribeirão fossem ocupadas de forma desordenada.

Desse modo, o projeto de parque urbano e de revitalização do córrego no eixo definido para intervenção, por estar situado em um bairro carente, se designa à atender funções de lazer, descanso, comodidade e de bem estar social, não somente à um tipo de público alvo, mas sim de todos os moradores do entorno, bem como de possíveis visitantes, além de integrar a sustentabilidade em sua proposta, trazendo de fato a essência do parque urbano para a cidade de Ribeirão Preto e devolvendo à natureza esse espaço tão mal tratado. O objetivo geral desse trabalho, portanto, é desenvolver um parque linear no entorno do córrego Preto, mais precisamente no eixo do bairro Vila Virgínia, que após análises foi identificado que traria a melhoria da qualidade de vida dos moradores da região, além da otimização da área enquanto espaço público destinado ao lazer. Já os objetivos específicos ficam em torno de 1) estudar um caso em que as consequências de tal intervenção trouxeram impactos positivos para a região (Rio Cheonggyecheon, Seul – Coreia do Sul), abordando tais elementos de intervenção que podem ser aplicados no trabalho a ser realizado, 2) pesquisar medidas que possam ser aplicadas na revitalização do córrego a partir de análises de seu entorno, 3) analisar dados históricos do objeto em questão para entender em que contexto ele se encaixa, verificando sua influência na estruturação do espaço e 4) pontuar do que a região escolhida carece para acrescentar ao projeto, aumentando a integração sociocultural da população. Os métodos de coleta de dados para a concepção do projeto aqui apresentado são de caráter descritivo, retratando toda a extensão do ribeirão Preto ao longo do bairro em questão, explicando como ele se tornou parte integrante

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do meio urbano e de que modo seu entorno foi modificado com o tempo, através de pesquisas iconográficas e documentais. Além disso, a introdução de um parque urbano também precisou ser estudada bibliograficamente, analisando melhores soluções e aplicações para o conceito de paisagem e de ligação do homem com a natureza através dos projetos de referencia. Questionários também foram de importância significativa, uma vez que a intervenção envolve o meio urbano, e a desapropriação de moradias irregulares no leito do córrego.

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A presente pesquisa está embasada em referências de livros que definem os conceitos dos principais elementos utilizados para nortear o assunto tratado, buscando, dessa forma, apresentar a origem do problema e encontrar as soluções esperadas.

[...] aplica-se a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum: serem abertos (ao ar livre); serem acessíveis; serem relacionados com saúde e recreação. São consideradas áreas verdes tanto áreas públicas como particulares. Podem ser jardins, praças, parques, bosques, alamedas, balneários, campings, praças de esporte, playgrounds, playlots [...]. Desde que devidamente tratados, também se incluem os depósitos abandonados de lixo, as áreas de tratamento de esgoto e outros espaços semelhantes.

A cidade, que por sua vez deve ser vista como o maior exemplo de intervenção do homem no espaço, não deve ser tratada apenas como uma máquina, e sim como “[...]um estado de espirito, um corpo de costumes e tradições e dos sentimentos e atitudes organizados, inerentes a esses costumes e transmitidos por essa tradição” (Park, p. 26, apud SERRA, 1936, p.9), onde a natureza, sendo ela natural ou antropologicamente modificada, se torna elemento essencial para que essa cidade possa se constituir e trazer bem estar aos cidadãos, pois ela, segundo Le Corbusier (2010, p. 90):

Tendo em vista a falta de informação das sociedades nas questões ambientais, pois “[...]enquanto algumas praticas [...], como o desmatamento, são facilmente percebidas pela maioria da população, a maior parte das praticas e

[...] intervém de modo essencial na função de habitar (sol, espaço, vegetação). Está presente, também, na função de trabalhar (vegetação e céu). Desempenha papel importante na função de cultivar o corpo e o espirito (locais e paisagens).

atividades são desconhecidas como geradoras de problemas ambientais.” (ANDRADE, 2000, p. 136/137), e isso ocorre em função do sistema capitalista, que procura utilizar-se ao máximo dos recursos disponíveis, não levando em conta as eventuais consequências, associado à falta de interesse das grandes empresas, que se utilizam de tais recursos, em diminuir o grau de degradação, menos áreas

Ainda que “[...]a superfície dos continentes vai sendo utilizada cada vez mais para a sustentação de adaptações destinadas a abrigar pessoas, assim como para abrigar os instrumentos e objetos que elas supõem necessários à sua existência” (SERRA, 1936, p. 5), esses objetos ditos tão importantes, na maior parte dos casos, não são vistos com seu devido valor, como acontece com as áreas verdes que, segundo Demattê (2006), p. 6:

verdes conseguimos manter, sendo elas internas ou externas às áreas urbanas. Dentre as degradações ambientais que o ser humano vêm causando, a poluição dos rios se enquadra como uma das mais assoladoras, pois os cursos d’agua, como já foi dito, tem função primordial na nossa sobrevivência, além de interferirem de forma negativa, nesse caso, na paisagem urbana (Figuras 1 e 2).

Desse modo, concluímos que a paisagem está intimamente ligada com as interferências humanas no espaço, e assim podemos afirmar que a questão dos rios poluídos e das enchentes frequentes nas cidades, apenas são reações frente à tais ações.

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Além dos conceitos discriminados anteriormente para explicar o que é de fato a “paisagem”, à ela também são designados três tipos de qualidade, que são essenciais para quem “[...] se decida ou se predisponha a agir sobre o espaço, de modo a transformá-lo em lugares de ou para a vida humana[...]” (MACEDO, 1999, p. 13), segundo apresenta Macedo (1999, p. 13):

rais em que as sociedades estão fundadas. Baseado na compreensão da natureza, ele se empenha em conservar e criar a maior diversidade, a qual implica uma paisagem capaz de múltiplos usos. Numa palavra, é a conservação criativa, pois pode envolver a modificação deliberada das paisagens existentes.

1.ambiental – que mede as possibilidades de vida e sobrevida de todos os seres vivos e das comunidades na paisagem existente;

Nesse contexto, se faz de extrema conveniência a inserção de parques, que segundo Demattê (2006, p. 68):

2.funcional – que avalia o grau de eficiência do lugar no tocante ao funcionamento da sociedade humana; 3.estetica – que apresenta valores com características puramente sociais, atribuídas pelas comunidades humanas a algum lugar, em um momento do tempo. Esses 3 pontos citados necessitam de um planejamento paisagístico para que sejam alcançados, sendo este definido pela Comissão de Planejamento do Meio Ambiente da União Internacional de Conservação da Natureza (apud DEMATTÊ 2006, p. 3) como: [...]o processo continuo que se empenha em fazer o melhor uso para a humanidade de uma área limitada da superfície terrestre, conservando sua produtividade e beleza. É sua meta reconciliar as necessidades dos usos competitivos da terra e incorporá-los em uma paisagem na qual as civilizações humanas possam prosperar sem a destruição dos recursos naturais e cultu-

[...]são grandes espaços abertos livres, urbanos ou entre cidades, arborizados, podendo conter áreas de vegetação natural e áreas de vegetação plantada. Tem finalidades de recreação, lazer e conservação da natureza, sendo de grande importância para a saúde física e mental das populações urbanas. Do ponto de vista ecológico, contribuem para proteção da flora, da fauna, da agua e do solo, exercendo efeito benéfico sobre o microclima. Para o embelezamento da paisagem em que o parque está inserido, a vegetação tem função “de conferir beleza à composição. Nesse sentido, as arvores e os arbustos definem a forma predominante dos espaços[...]” (DEMATTÊ, 2006, p. 23). Dessa forma, são essenciais o uso de áreas abertas, onde nesse caso entra a inserção do conceito já apresentado de parque linear, com plantação isolada de árvores onde “[...]as espécies de porte alto [...] devem ser as que se destacam pela beleza de suas flores, folhagem, frutos ou forma.” (DEMATTÊ, 2006, p. 70) e o aproveitamento dos recursos naturais, principalmente dos corpos d’agua,

que “geralmente, são de grande interesse paisagístico [...]” (DEMATTÊ, 2006, p. 71). Na fase de projeto, portanto, é essencial que algumas considerações sejam aplicadas para aumentar a qualidade da proposta, como a implantação de equipamentos de apoio (banheiros, vestiários, caminhos de passeio e de caminhada, bancos, bebedouros, entre outros) e de espaços que atraiam a população, como museus, restaurantes e áreas de camping, por exemplo. Por fim, a proteção da área de vazão de cursos d’agua também é crucial na concepção do projeto, principalmente quando se trata de “[...]áreas degradadas, de solo empobrecido[...]” (DEMATTÊ, 2006, p. 81), onde “todas as praticas de proteção do solo protegem também a agua. Evitando a erosão, estaremos evitando o assoreamento dos corpos d’agua[...]” (DEMATTÊ, 2006, p. 82).

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O trecho ao longo do córrego Ribeirão, objeto de intervenção, se localiza entre os bairros Vila Virgínia (O1), República e Jd. Sumaré (S1) conforme mapa 1 e lei municipal 2157/07. O trecho se inicia no balão da avenida Caramuru com a Av. Professor João Fiusa e termina no final da avenida Álvaro de Lima, que é a avenida que segue o curso do rio, antes de se iniciar o trecho da avenida Jerônimo Gonçalves. As principais vias que dão acesso são avenida João Fiusa, vindo da zona sul, avenida Pio XII, vindo da zona oeste, e avenida Jerônimo Gonçalves que faz ligação com a avenida Francisco Junqueira que por sua vez se conecta com a rua Silveira Martins, trazendo o fluxo do setor norte de Ribeirão.

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Além disso, a área tem acesso fácil às saídas/entradas da cidade, uma através da rua Guatapará, que liga à rodovia Bandeirantes (sentido Sertãozinho, Pitangueiras, Jaboticabal), e outra pela avenida Caramuru, que liga à rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, dando acesso à São Paulo.

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O ribeirão Preto integra a bacia do Rio Pardo, nascendo no centro da cidade de Cravinhos, próximo ao cruzamento das ruas Cesário Motta e Dias da Costa, passando pelo distrito de Bonfim Paulista até ingressar na área urbana de Ribeirão Preto. O leito do ribeirão, sem mata ciliar integral, conta com pontos de vazamento de esgoto e assoreamento.

O referido ribeirão é composto por uma microbacia com área de 3.410 (três mil, quatrocentos e dez) hectares e tem como principais afluentes, pela margem direita os córregos: Limeira, que nele deságua na entrada do município de Ribeirão Preto; Retiro Saudoso, o córrego da Avenida Francisco Junqueira; Tanquinho, que sua vazão intercepta o Preto na Via Norte, entre a Rua Xingu e Avenida Thomaz Alberto Whately. Pela margem esquerda, lançam-se nas suas águas, entre outros, os córregos: Tamburi, no Distrito de Bonfim Paulista; Serraria, no interior da mata Santa Tereza; Monte Alegre, nos arredores do Parque Ecológico Maurílio Biagi, próximo à Câmara Municipal; e, por último, logo antes do encontro com o Rio Pardo, o Córrego Macaúbas. Diante da localização e da sua vazão, o ribeirão Preto é o mais importante dos que banham o município de Ribeirão Preto, dando nome à cidade. Citado em diversos documentos históricos, foi em torno deste córrego que a cidade se moldou, quando no início, os desbravadores mineiros e fluminenses aqui pousaram, tomaram posse da terra, desenvolveram a agricultura de subsistência e constituíram suas fazendas, que receberiam as plantações de café. Conta-se que esses fazendeiros, com o intuito de legalizarem suas

propriedades, doaram terras para a Igreja, criando o patrimônio de São Sebastião, cumprindo as exigências da Lei da Terra, o que os permitiu, então, tornarem-se legítimos proprietários. Assim, com a lavratura das escrituras, em 19 de junho de 1856, temos a fundação do Município. Às margens do ribeirão foi estabelecida aAvenidaJerônimoGonçalves , uma das primeiras vias da cidade, onde se desenvolveu fortemente o comércio, com a construção de inúmeros edifícios, comerciais e industriais, como, por exemplo, a estação Ribeirão Preto da Cia. Mogiana, a Companhia Cervejaria Paulista, Mercado Público Municipal e hotéis. Ante à importância dessa Avenida e, para a época, o grande fluxo que ela comportava, não tardou a necessidade de intervenção junto ao ribeirão e suas cercanias. Já em 1880, com a eclosão de uma epidemia de febre amarela, foi realizada obra de saneamento, consistente no alargamento dos leitos, aterramento das margens e saneamento dos pântanos, através de valetas e drenos, para que as aguas ali paradas escoassem aos córregos. Em 1894 houve a mudança de seu leito. Posteriormente, em 1903, foi concluída a edificação de caes, em frente ao aterro da Praça Schmidt, aterrada margem esquerda do córrego e, com intuito de reduzir os casos de febre palustre, a retificação de 4 quilômetros do ribeirão Preto Em 1904 foram efetivadas obras de saneamento e embelezamento, que comportavam a construção de ponte em alvenaria de pedra e arco, no cruzamento da Rua General Osório com a Avenida Jerônimo Gonçalves, substituindo a de

madeira que ali existia. Uma curiosidade sobre a obra, diz respeito à necessidade de suplementação de verbas inicialmente destinadas, considerando a natureza movediça do solo, gerando despesas não calculadas. Além dessas, foram aterradas as margens do córrego da Rua Duque de Caxias até o córrego Retiro e retificações do “Preto” em Bonfim Paulista (na época, Vila Bonfim). Em 1919, foi determinada a completa retificação do ribeirão Preto da cidade até além da Vila Bonfim, a fim de conter a malária. Em razão das diversas enchentes que desde a sua fundação assolam a Cidade, em 1924, foi retificado o ribeirão “Preto” no trecho entre a ponte do extremo da rua Jeronimo Gonçalves até o pontilhão da Estrada de Ferro. No ano de 1927, foi autorizada a canalização do Ribeirão Preto até a junção com Córrego Retiro. Nesse mesmo ano, a cidade foi afligida por uma das mais impactantes enchentes da história, quando as águas do Ribeirão ingressaram em residências e comércios, causando grande prejuízo na Avenida Jeronimo Gonçalves e adjacências. Inúmeras pessoas ficaram sem abrigo, o que levou a aprovação pela Câmara, em caráter de urgência, de verba orçamentária para imediatamente retificar o leito do ribeirão na estrada de Guatapará, próximo à estação de Santa Tereza da Companhia Mogiana. A obra se realizou nos anos seguintes e, na área urbana, foi realizado um aterro de 156m, no Bairro República, compreendendo a Avenida Francisco Junqueira e imediações, para que o leito do ribeirão fosse temporariamente desviado, até completa desobstrução e retificação do leito original.

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A carta ambiental de Ribeirão Preto apresenta os maiores geradores de impactos com relação à questão ambiental aos elementos naturais da cidade. Através dela podemos identificar, na área de intervenção, itens causadores de impacto negativo, como são os casos dos vários postos de gasolina encontrados nos arredores. Os postos em questão não se encontram exatamente nas margens do rio, porém se encontram certamente à menos de 100, e dependendo do caso, até 70 metros do curso d’água, principalmente os que estão voltados para a Av. Caramuru. O impacto que eles trazem é o grande e intenso fluxo de veículos que transitam na área para se valerem de seus serviços. Elementos estruturadores de impacto positivo também podem ser identificados, como é o caso da área próxima ao local de intervenção onde serve de pouso para aves migratórias, o que reforça a questão da implantação de um corredor verde nesse espaço, dando maior qualidade para que a fauna se desenvolva. Além disso, pode-se observar também, que todo o leito do ribeirão é inundável, o que justificava as diversas enchentes que a área já sofreu ao longo dos anos e que ainda está sujeita a sofrer no caso de nenhuma providência adequada ser tomada. A questão da nascente d’água existente na área é apresentada aqui também, trazendo, portanto, a discussão de que é necessário reestrutar ecológicamente esse espaço.

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L E G I S L A Ç Ã O

A área abrangida para o levantamento é definida, segundo a lei municipal 2157/07, que trata sobre o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, como uma AIS-1 (Área Especial de Interesse Social – Tipo 1), sendo constituída de loteamentos residenciais de média e baixa renda. Ela está situada em uma ZUP (zona de urbanização preferencial), que, segundo a mesma lei, se caracteriza por possuir infraestrutura necessária e condições geomorfológicas adequadas para urbanização, podendo, deste modo, ter altas densidades demográficas.

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Em contrapartida, pelo fato da superfície de projeto ser ao longo da área de vazão de um córrego, essa área, seguindo a lei já citada, nomeada .C como ZPM (zona de proteção máxima) envolve todas as áreas de vazão e margens de cursos d’água, e que, segundo o Código Municipal do Meio Ambiente, lei 1616/04, são áreas de preservação permanente e de remanescentes de vegetação natural. Segue-se, portanto, essas informações para a concepção do parque linear.

ÁREA DE INTERVENÇÃO

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L E V A N T A M E N T O U S O D O S O L O

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D E Á R E A

O entorno do espaço de intervenção, como se pôde constatar a partir do levantamento de dados pelo mapa de uso do solo, tem predominância de lotes habitacionais, seguido por lotes de serviços prestados e de instituições. Ainda assim a escala do pedestre, nesse caso, é privilegiada por conter, também, comércios que atendam às necessidades dos moradores sem que esses precisem percorrer longas distâncias. Não foi identificado nenhum tipo de espaço de recreação e/ou lazer próximo, além do parque Maurílio Biagi, que apesar de ser público, é fechado no período noturno e é mais afastado de quem mora, por exemplo, no condomínio D’elboux, localizado bem abaixo no mapa que segue, o que reforça a ideia da necessidade de uma intervenção com esse caráter que atenda à toda essa população, priorizando a escala do pedestre nessa área.

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No entorno imediato ao córrego, pode-se perceber que os lotes também são de predominância residencial, salvo alguns casos de lotes de instituições, como por exemplo, a garagem da empresa de transporte público da cidade, e que as residências que ali se encontram são de famílias de renda baixa, em sua maioria. A paisagem urbana desse entorno, composta por essas mesmas habitações, não pode ser definida como agradável ao observador, uma vez que não houve qualquer planejamento para suas implantações e a estética arquitetônica foi deixada de lado em virtude das condições de se construir que essa população possui.

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3.6.1 MAPA DE SISTEMA CICLO VIÁRIO Ribeirão Preto conta com um plano ciclo viário que abrange toda a cidade e que segue as principais vias, porém na prática não é isso que encontramos. As ciclo vias que saíram do papel e foram de fato projetadas se localizam ao longo de um trecho da Via Norte e da Av. Maurilio Biagi. A primeira se encontra em péssimo estado de conservação, sem segurança e iluminação suficientes no período noturno, sendo ponto de encontro de usuários de drogas, e a segunda, por estar em uma via expressa, só é aberta aos ciclistas aos finais de semana. É preciso compreender que o sistema ciclo viário deve ser separado do fluxo de veículo, através de muretas ou outros, para que o usuário se mantenha protegido, e isso não é o que ocorre na cidade, pois a única divisão que existe entre a avenida e a ciclovia é um desenho no asfalto. Agentes de transito fazem a supervisão do uso, porém não são capazes de evitar possíveis acidentes.

E.

Habitação Comércio Serviço Instituição Sem uso

ESC. GRÁFICA

B.

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O C U P A Ç Ã O ção

O levantamento de ocupação do solo da área construída no terreno em plano

D O da área analisada bidimensional (mapa

foi feito de figura

S O L O a partir fundo) e

dos mapas referentes em plano tridimensional

à proje(gabarito).

O mapa 6, nomeado figura fundo, mostra o quanto cada construção ocupa dentro do lote, auxiliando na identificação de áreas mais e/ ou menos densas. Segundo a lei de parcelamento, uso e ocupação do solo, os lotes residenciais podem dispor de até 70% do terreno para a projeção de suas edificações, porém na área analisada diversos lotes são totalmente, ou quase todo, tomado por elas, desrespeitando o que define a lei. A partir desse mesmo mapa, tiramos a informação de que próximo ao objeto de intervenção a densidade de construções é menor, se colocada em comparação com locais mais afastados, mais dentro dos bairros, porém ainda com uma densidade considerável.

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F.

ESC. GRÁFICA


O gabarito, segundo a lei 2157/07, corresponde à altura de cada edifício em metros lineares, contando do piso térreo até a soleira do elevador do último pavimento, definurbanização controlada e de urbanização preferencial (ZUC e ZUP, respectivamente), onde o gabarito básico poderá ser ultrapassado. Apesar da área de análise do entorno estar situada em uma ZUP, o padrão de altura dos imóveis é baixo, na maior parte dos casos sendo térreo e em alguns pontos, sobrados, não ultrapassando os 10 metros do gabarito básico estipulado.

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O mapa ao lado realça todos os equipamentos próximos à área de intervenção. Podemos observar que a maior parte que ali se encontram são de educação, sendo, do lado direito do mapa, em sua maioria, particulares e do lado esquerdo, públicos (municipais e estaduais), mostrando a nítida divisão dos setores pela renda de seus habitantes.

17.

Há, também, uma quantidade considerável de equipamentos voltados para a saúde, como hospitais e UDBS, porém não foi identificado, mais uma vez, a presença de qualquer equipamento público que seja voltado para o ócio da população, com exceção das poucas praças públicas.

PARQUE MAURÍLIO BIAGI

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CLUBES PRIVADOS PRAÇAS PÚBLICAS CÂMARA MUNICIPAL ÁREA DE INTERVENÇÃO

H.

MAPA 8 - MAPA DE EQUIPAMENTOS (ESTUDO: ANNA CAROLINE MIRANDA);

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P A R Q U E S

Os parques urbanos existentes na cidade de Ribeirão Preto, conforme mostra mapa 8, somam um total de 6, porém o Morro do São Bento não é usado para tal finalidade, levando à compreender, portanto, a existência de 5 parques públicos usados pela população, estes localizados na zona de urbanização preferencial (ZUP). Além disso, existe projeto para a implantação de mais 4 parques, porém sem prazo para início.

PARQUE TOM JOBIM

Com a análise, podemos perceber que para a quantidade de habitantes que a cidade de Ribeirão tem, os parques existentes não suprem as necessidades de lazer e recreação de todos, e outro ponto importante constatado é que eles não possuem ligação alguma entre si.

PARQUE DO MORRO DO SÃO BENTO

O parque Maurílio Biagi é o que mais se aproxima da área de intervenção, podendo ser uma conexão com o parque proposto, reforçando a ideia da criação de um cinturão verde-azul dentro da cidade.

PARQUE MAURÍLIO BIAGI PARQUE LUIZ ROBERTO JÁBALI (CURUPIRA)

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U R B A N O S

PARQUE FERNANDO FREITAS MONTEIRO

PARQUE DR. LUIZ CARLOS RAYA

PARQUES URBANOS IMPLANTADOS

I.

PARQUES URBANOS SEMI-IMPANTADOS PARQUES URBANOS NÃO IMPLANTADOS ÁREA CENTRAL URBANA SHOPPINGS: 1 - RIBEIRÃO SHOPPING; 2 - SANTA ÚRSULA; 3 - NOVO SHOPPING ÁREA DE INTERVENÇÃO


Segundo a lei municipal 2157/07, os entornos dos córregos, rios e cursos d’água do município de Ribeirão Preto, que são as conas de proteção máxima (ZPM) são considerados parques lineares, por questões ambientais e de preservação dessas áreas. Porém esses espaços não são trabalhados dessa forma: são na maior parte dos casos, vias com fluxo intenso de veículos ou regiões abandonadas, que acabam se tornando depósitos de lixo, prejudicando e poluindo a paisagem e os rios. São consideradas avenidas parque:Avenida Parque do Córrego do Campo, Avenida Parque do Córrego Vista Alegre, Avenida Parque do Córrego dos Catetos, Avenida Parque do Córrego Monte Alegre, Avenida Parque do Córrego Limeira, Avenida Parque o Córrego Santa Adelaide, Avenida Parque do Córrego São Geraldo, Avenida Parque do Córrego Olhos D’água, Avenida Parque do Córrego Serraria, Avenida Parque do Córrego Tamburi, Avenida Parque do Córrego Bela Vista, Avenida Parque do Córrego Macaúba e Avenida Parque do Córrego Retiro do Ipê.

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Já as vias parque, que é onde o córrego Ribeirão se enquadra, são as seguintes: Córrego dos Catetos, Córrego Laureano, Córrego Seco, Córrego Tom Jobim, Córrego Planalto Verde, Córrego dos Drenos, Córrego Nova Aliança, Córrego do Horto, Córrego das Palmeiras, Córrego do Esgoto, Córrego Ribeirão Preto, Córrego Retiro do Ipê, Córrego América, Córrego Areião, Córrego Santa Tereza.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO


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Os mapas de hierarquia mostram como as vias são caracterizadas. No mapa de hierarquia física, vemos como a via é fisicamente, se ela é uma avenida, uma via coletora (que coleta o fluxo das grandes avenidas e dá acesso aos bairros), ou se ela é uma via local (via que acessa às residência e que, normalmente, não recebe fluxo externo), mostrando, desse modo qual sua largura e qual a sua capacidade de receber veículos. Além das questões das vias, o mapa de hierarquia física mostra também que há projeto de parque linear ao longo do córrego a ser implantado (pontilhado verde ao longo do ribeirão, conforme mapa 11), dando maior credibilidade ao projeto aqui proposto. Além disso, pode-se observar a futura modificação da Avenida Primeiro de Maio, um dos principais acessos ao bairro. A proposta da prefeitura, segundo o mapa, é alargar a via existente, tornando a avenida adequada à real quantidade de veículos que recebe diariamente.

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Já o mapa de hierarquia funcional apresenta a quantidade de fluxo que a via realmente recebe, e assim conseguimos definir se há problemas de circulação na área estudada ou não, pois ao compará-lo ao mapa de hierarquia física, vemos se a via suporta o fluxo que recebe. O mapa também apresenta o projeto de implantação de um anel viário interno na cidade, e que passa, em parte, na área de intervenção. Tendo em vista todo o levantamento realizado, o anel nessa área possivelmente será elevado, por não haver espaço suficiente para ele dentro do bairro sem ter que desapropriar diversas famílias.

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A partir de visitas à área de intervenção, pôde ser observado que algumas vias, como a Rangel Pestana na Vila Virgínia, por exemplo, que no mapa de hierarquia física são caracterizadas como coletoras, recebem um fluxo muito maior em horários de pico, complicando o sistema viário do bairro nesses horários por não terem capacidade para isso. Assim, o projeto do parque a ser implantado pretende reduzir esse fluxo de veículos privados, dando prioridade à transportes coletivos e ao próprio pedestre.


S I S T E M A

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Ribeirão Preto conta com um plano ciclo viário que abrange toda a cidade e que segue as principais vias, porém na prática não é isso que encontramos. As ciclo vias que saíram do papel e foram de fato projetadas se localizam ao longo de um trecho da Via Norte e da Av. Maurilio Biagi. A primeira se encontra em péssimo estado de conservação, sem segurança e iluminação suficientes no período noturno, sendo ponto de encontro de usuários de drogas, e a segunda, por estar em uma via expressa, só é aberta aos ciclistas aos finais de semana. É preciso compreender que o sistema ciclo viário deve ser separado do fluxo de veículo, através de muretas ou outros, para que o usuário se mantenha protegido, e isso não é o que ocorre na cidade, pois a única divisão que existe entre a avenida e a ciclovia é um desenho no asfalto. Agentes de transito fazem a supervisão do uso, porém não são capazes de evitar possíveis acidentes.

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O mapa ao lado mostra os principais acessos dos pedestres dos bairros próximos à área de intervenção, apresentando uma prévia de como a questão do ingresso à área será trabalhada, e quais vias possuem a potencialidade de conectar esses bairros às entradas principais do parque. Essas vias são, geralmente, as avenidas ou vias coletoras, já que são longas e vão de um bairro à outro, fazendo a ligação entre eles e facilitando o acesso do pedestre, por serem contínuas.

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Na área de intervenção as vias que dão acesso direto são Rua Rangel Pestana, Rua Cardeal Arco Verde e Rua Vital Brasil (dando acesso do lado oeste); Avenida Jerônimo Gonçalves (dando acesso do norte), Rua Ana Neri, Avenida Itatiaia e Rua Júlio Prestes (pelo acesso do centro e leste) e pelo sul através da Avenida Dom Bernardo José Bueno Miele, sendo essas interceptadas por vias de acesso indireto de pedestres, como a Avenida Pio XII (continuação da Avenida João Fiusa), Avenida Primeiro de Maio, Avenida Caramuru, Avenida Francisco Junqueira, Avenida Nove de Julho (continuação na Avenida Sta. Luzia), Avenida Monteiro Lobato e Rua Guatapará.

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Para a análise da circulação do transporte público, o site da empresa responsável (RITMO) se fez necessário, e lá foram encontradas todas as linhas que circulam e dão acesso aos bairros próximos. Ao todo, 13 linhas são encarregadas da área, sendo elas: São José/Adão do Carmo 236, Castelo branco 136, D’elboux L106, Vila Virginia L206, Jd. Marchesi L306, Jd. Cen1’tenário L360, Jd. Maria da Graça M406, Pq. Ribeirão M460, Noturno Sudoeste M6, Fazenda Experimental M606, Circular 2 U299, Ribeirão Shopping K105, Jd. Progresso M506. Dentro de Ribeirão, as linhas de ônibus, geralmente, não ligam bairros distantes,elasvãodobairroaocentrodacidade,oquecomplicaodeslocamentodequem mora no setor norte, por exemplo, e precisa se conectar com um bairro na zona sul. Apesar do problema apresentado, os bairros do entorno são bem servidos de transporte público, e os pontos de ônibus também são muito bem distribuídos dentro deles, trazendo um ponto positivo para a implantação do parque nessa região, uma vez que uma das principais preocupações é a questão da acessibilidade sem necessidade de uso de transporte privado, reduzindo o trânsito e colaborando para a escala do pedestre.

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Os corredores de fluxo de pedestre são, normalmente, aquelas vias que possuem grandes quantidades de comércio. Como a área de estudo abrange o centro da cidade, é possível ver que ali o fluxo de pessoas é maior, tendo em vista a predominância comercial de uso do solo. Já nos bairros Vila Virgínia e Jardim Sumaré o fluxo é menor, porém em certos pontos, que dispõem de comércio em escala de vizinhança, há um número considerável de pedestres. Por outro lado, os corredores de ciclistas não foram identificados em grande escala, pois não há condições adequadas de segurança para a circulação de bicicletas nessa região. Alguns pontos são usados por esse tipo de transporte, porém em baixa escala e fazendo apenas a ligação entre ruas, sem que haja necessidade de se sair do bairro.

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As fotografias tiradas no lugar nos mostra quão abandonada a área está. Mostra-nos, também, as condições em que o córrego se encontra e a situação das edificações que ali existem.

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Entulhos de lixos, terrenos abandonados, calçadas sem condições de circulação de pedestres, poluição, falta de segurança e carros que circulam em alta velocidade, pois não há nenhum instrumento para controle de tráfego na Av. Álvaro de Lima, são alguns dos problemas mais gritantes vistos na região. A concepção do parque, portanto, vem como um neutralizador para esses problemas, trazendo bem estar para a população que ali vive e também para quem usa diariamente a área.

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O questionário que se segue foi distribuído entre a população que vive e/ou frequenta o entorno da área de intervenção (60 pessoas ao todo responderam às perguntas), com objetivo de indicar qual a renda e faixa etária predominante, e visando atender às suas reais necessidades, trazendo qualidade à proposta e adequando-a à quem realmente fará uso.

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O rio Cheonggyecheon foi um dos projetos escolhidos como referência para a intervenção proposta por apresentar a revitalização do córrego que se encontrava escondido sob um sistema viário pesado no centro de Seul, na Coreia do Sul. Tendo relação direta com o nascimento da capital sul coreana, característica em comum com o objeto de intervenção em questão, o curso d’água, no início, era relativamente pequeno, o que justifica o nome atribuído à ele naquela época: Gaecheon, que significa “riacho”. Até o início do século XV, o “Gaecheon” pôde se manter em seu estado natural, porém no início do século XX, com a insatisfação dos governantes em terem um rio que cortava exatamente o meio do seu centro urbano mais importante e que apresentava inundações constantes, iniciou-se um processo de retificação desse córrego, implantando pontes que o atravessavam com a justificativa de melhorar a qualidade de vida e bem estar da população que ali já se instalava. Nesse mesmo contexto, o rio foi renomeado, passando a ter o nome que conhecemos hoje e que tem o significado de “água limpa”.

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Esse plano se estendeu até o final da década de 1940, que foi quando o sistema republicano foi implantado na Coreia e que viabilizou, em 1976, a cobertura total do rio com uma extensa via de 6km de extensão por conta de fatores como a grande demanda econômica do país, que causou a necessidade de deslocamentos na cidade, e o entorno desse córrego, que já se fazia moradia de milhares de pessoas, e que contribuiu para sua poluição e degradação.

Por quase 30 anos o córrego ficou escondido da visão da população, sob um sistema viário intenso, com um uso comercial em seu entorno tão intenso quanto, e que se definiu como sendo um grande avanço tecnológico para a época.

Porém, no início dos anos 1990, problemas de estrutura e de segurança foram encontrados na construção da via, o que fez com que reparos e

restrições, como por exemplo deixar a via aberta apenas para circulação de veículos de passageiros, fossem tomadas. Isso levou, nos anos 2000, à uma antiga discussão: tornar o córrego um espaço aberto novamente, demolindo a estrutura viária acima, dando uma área de lazer e recreação para a população, qualificando o meio ambiente novamente e conservando a história do lugar.

Seul, desse modo, se tornou uma cidade modelo para questões ambientais, provando que é possível sim recuperar áreas degradadas através de políticas e interesses públicos, visando a melhoria tanto da qualidade de vida, quanto do meio ambiente.

Em 2002 as obras se iniciaram sob orientação do novo prefeito da cidade, que teve sua campanha política baseada na reestruturação desse espaço, em conjunto com urbanistas, arquitetos, paisagistas, engenheiros e consultores. Cerca de 600 mil toneladas de concreto e asfalto foram demolidas, e aproximadamente 75% desse material retirado foi reutilizado na concepção do novo parque urbano, onde foram investidos 380 milhões de dólares.

O projeto do parque linear conta com a construção de 22 pontes ao longo dos seus 5.8km de extensão e 80 metros de largura, além da implantação de caminhos ao longo do rio que separam totalmente o pedestre do automóvel, de todo o projeto paisagístico, da instalação de artes publicas, de um centro comunitário, e de uma reestruturação do sistema de transporte publico da cidade, uma vez que uma importante e intensa via foi retirada, para que não houvesse problemas de deslocamento da sociedade. Após a finalização das obras, a aprovação da população foi positiva, firmando a ideia de que o projeto se fez necessário para a reestruturação ambiental, diminuindo ilhas de calor que existiam na área, e preservando sua história, além de chamar a atenção de todo tipo de gente que por ali passa.

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O segundo projeto analisado como referência não foi implantado, ele surgiu do resultado de uma dissertação de mestrado da Universidade Federal do Mato Grosso,comapropostaderecriarumlugarnaturaldoqualfoisubstituídopelohomem durante o processo de ocupação urbana, trazendo a renaturalização do mesmo. A retificação do córrego ocorreu na década de 60, e entre os anos de 1970 e 1980 a cidade de Cuiabá tornou-se refém da expansão urbana, subjugando a cultura local e imprimindo forte pressão especulativa em seu centro histórico, descaracterizando e destruindo edificações coloniais e desagregando sua paisagem urbana e ambiental, não proporcionando aos seus habitantes uma visão positiva daquela área, assim como no espaço escolhido para intervenção nessa monografia. Hoje a região tem um intenso uso e ocupação do solo, que sequer teve planejamento para se organizar, com um comercio influente para a cidade, e delineada por edifícios simbólicos e emblemáticos do patrimônio arquitetônico, cultural e religioso.

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com paradigmas urbanos e estabelecer uma cidade que siga as leis ambientais em prol da qualidade de vida e bem estar da sua população. Desse modo, dois fatores guiaram o autor à escolher essa área como objeto de estudo: o primeiro é pela potencialidade ambiental que ele possui; e o segundo é pela potencialidade turística.

A implantação do parque tem como objetivo a recuperação do traçado original do córrego que se encontra abaixo da Avenida Tenente Coronel Duarte (um córrego que antes era piscoso e navegável e hoje se encontra com um curso d’agua poluído de esgoto e depreciado pela sociedade), e assim transformar a área ao seu redor em um parque urbano, trazendo uma maior qualidade de vida e bem estar à população e recuperando a qualidade do meio ambiente do entorno, além de trazer à tona toda a cultura local associada ao córrego, visando requalificar a área do centro histórico.

A participação da população no processo de concepção do parque é fundamental, seguindo à risca a Constituição Federal de 1988, que prevê a participação do cidadão em tais questões, afinal um dos principais objetivos de uma intervenção desse porte é propiciar à população melhores condições, portanto é ela quem deve analisar e estar de acordo com o projeto, reforçando ainda mais a utopia da ideia que é imaginar uma saída para todo o caos urbano em

O projeto é visto como utópico devido à intenção do autor de romper

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que vivemos hoje. Além da participação população, a premissa de alterar significativamente o trânsito naquela área também é primordial para a concepção do parque, tendo em vista a degradação pela qual a região passou ao longo das décadas exatamente por conta do intenso fluxo de veículos na avenida. A proposta de projeto segue a Avenida Tenente Coronel Duarte, que é um elemento divisor da cidade, separando o setor leste do oeste da capital, e abrange 9 bairros ao todo, somando uma população beneficiada de pouco menos de 58 mil pessoas. Ele é composto por 3 etapas temporais de ocupação da cidade, onde a primeira é chamada SETOR 1, a qual abrange o centro histórico, a segunda denominada SETOR 2, que é onde existiram as primeiras ocupações comerciais e núcleos de habitação, e a terceira (SETOR 3), que é o eixo que une os dois polos de desenvolvimento urbano da cidade (polo turístico e polo comercial).

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45.

A implantação do parque deve seguir a setorização das áreas, onde a primeira etapa se dá simultaneamente entre os setores 1 e 2, em um prazo de 2 e 5 anos. O setor 3 é trabalhado após a conclusão da primeira etapa, fazendo o elo entre os dois setores já citados, em um período mais demorado (estima-se uma demora de 5 à 10 anos após a conclusão dessa primeira etapa). vos

à

A primeira fase serem alcançados na

propõe etapa de

os seguintes consolidação do

Recompor

o

Recuperar de criar

e um

Restabelecer a fauna e a flora naturais (principio de renaturalização);

Eliminar nel Duarte

Auxiliar na recuperação de todo patrimônio histórico e cultural da área através do fortalecimento do comércio e da criação de novas funções para o espaço (instalação de equipamentos culturais);

Substituir

a

Reduzir duzindo

a

Usar materiais que propiciem sombra e cobertura vegetal intensa, evitando o contato direto do solo com intempéries;

Dar

original

proteger a sistema de

a e

do

quantidade de taxas aplicadas

abundância

à

agradável

de

ser

observada

e

sentida;

Criar espaços destinados ao lazer, voltados para o esporte.

curso

d’água;

nascente do córrego, além coleta de esgoto apropriado;

avenida transformá-la

pavimentação

do

mais

objetisetor 1:

traçado

gem

água,

em

centro vias na

Tenente uma via

por

pisos

Corocoletora;

ecológicos;

pavimentadas, reprópria população;

promovendo

uma

paisa-

46. Na segunda solidação do setor

etapa, que 2, prevê-se

corresponde os seguintes

à

conintentos:

Conectar

Ligar o Parque pal e ao Museu

Recuperar as áreas degradadas por construções sem estrutura adequada e/ou abandonadas através da implantação de equipamentos públicos;

Implantar conjuntos habitacionais para abrigar a população local;

o

córrego

ao

Rio

Cuiabá;

Linear ao antigo Mercado Municido Peixe, pontos históricos da cidade;


Instalar equipamento de saúde (posto de saúde), de segurança (posto policial) e de educação (escola pública) para melhoria da qualidade da população de baixa renda;

Implantação de uma Oficina Cultural visando melhorar a economia através da atualização profissional da sociedade;

Recuperar o ga os

Instituir pletivos

um e

Bairro do conjuntos

porto, região arquitetônicos

que abricoloniais;

programa de alfabetização e de cursos sude preparação para vestibulares gratuitos.

48.

49.

A proposta para a intervenção na segunda fase engloba a consolidação do setor 3, respectivo ponto de conexão entre os setores anteriores, pressupondo fatores como a descanalização total do córrego da Prainha, a conexão tanto dos setores quanto da própria intervenção com os novos edifícios e equipamentos próximos e apropriar a cidade à escala do pedestre, planejando calçadas largas e arborizadas.

47.

O projeto todo pretende trabalhar a questão de praças ao longo do trecho do córrego, usando da inserção de largos diques e caminhos para pedestres, esses aproveitando ao máximo a topografia e o traçado originais, e de vegetação nativa para melhorar a qualidade climática do lugar. Além disso, a recuperação e tratamento das águas do referido curso d’água se faz emergencial, tratando o esgoto que ali é despejado e desconectando os coletores do córrego que são resultado de obras ilegais da década de 1970.

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50.


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O terceiro projeto analisado como referência o Parque Linear do Rio das Pedras configura um projeto desenvolvido pela Prefeitura de Campinas, envolvendo parcerias com universidades, Ministério Público, a sociedade e iniciativas privadas, com a proposta de garantir a recuperação ambiental e a inserção de áreas verdes em contexto a intensa urbanização. O projeto possibilitou a recuperação das matas ciliares e a formação de corredor ecológico formando um parque linear de 10km de extensão, abrangendo 23 bairros, com uma população aproximada de 60.000 habitantes. O projeto abrange a micro bacia drenada por este rio, localizada na região Norte do Município de Campinas, possuindo área total aproximada de 29,75km2. O diagnóstico da microbacia apresentado no PLGU-BG – Plano Local de Gestão Urbana de Barão Geraldo (CAMPINAS, 1996), instituído na Lei Municipal 9.199/96 foi usado para promover a realização do projeto e justificar o seu desenvolvimento. Esse estudo contou com a participação de equipes técnicas da UNICAMP, PUCCAMP e da Prefeitura de Campinas, realizando também diversas audiências públicas e garantindo a participação da comunidade. O diagnóstico em seu processo analítico, apresenta a deposição e o inadequado descarte de resíduos sólidos em terrenos baldios e planícies de inundação, provocando poluição e assoreamento das drenagens, aumentando a intensidade de inundações, problemas que tinham como consequência a interrupção momentânea do tráfego de veículos pelas avenidas principais do Distrito e prejuízos materiais, decorrente das inundações de residências e automóveis. Outros fatores que levavam a essa ocorrência eram bueiros obstruídos

causando restrição à vazão de defluidos da bacia. Haviam 77 edificações implantadas em sua planície de inundação, sujeitos a alagamentos temporários e lançamentos de esgoto sem tratamento. Esses fatores configuraram a degradação ambiental dessa microbacia e que motivaram a idealização de um amplo projeto de recuperação ambiental, denominado Parque Linear do Rio das Pedras.

Foram indicadas diretrizes específicas a implantação de um sistema de parques lineares, equipados com ciclovias, com o traçado desenvolvido ao longo do ribeirão desde a sua nascente e envolva remanescentes de matas nativas existente em seu percurso, conforme a Lei 9.119/96. E em 1998 a secretária Municipal do Meio Ambiente (SMMA) desenvolveu o projeto do Parque Linear do Ribeirão das Pedras com a finalidade de recuperação das matas ciliares, incluindo reservatórios de contenção de cheias e a instalação de uma ciclovia ao longo de todo o corredor verde. Foram definidos 5 trechos e 18 sub-trechos.

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51.

52. 53.


Em 1999 houve a recuperação da nascente. – O trabalho realizado para a recuperação do rio e o seu tratamento de águas são de responsabilidades da Sanasa. O trecho 1 conta com uma área de 400.000,00m² onde foram plantadas 45 mil mudas de plantas e arvores como ipês, jequitibás, ingás, palmeiras, aroeiras, jatobás entre outras espécies nativas. Também incorpora no projeto a implantação de uma lagoa de contenção de água, amenizando as enchentes. Passagens e rampas foram criadas para a fauna. No meio da lagoa, encontra-se uma ilha que atrai espécies de aves migratórias, na lagoa foi realizado um peixamento, com a finalidade de reconstrução do habitat natural e também para servirem de alimentos para as aves migratórias. E por fim, a implantação de uma ciclovia de 2,7km, incentivando o uso da bicicleta como meio de transporte, promovendo a saúde, dinâmica e integração da população e a diminuição da poluição do ar.

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55.

No trecho 2, que abrange a área da fazenda, foi feito ape- 54. nas um reforço no ambiente natural e recuperação das matas ciliares. ceria com o Colégio Rio Branco, os alunos do 3º ano realizaram o plantio de zação DAIA

A partir de 2001 houve um grande avanço na realido projeto, após as aprovações pelo DEPRN, DAEE, e IBAMA e acompanhamento do Ministério Público.

Trecho 3 teve um dos seus primeiros sub-trechos implantados em 1998, com 500m² e o plantio de 3.000 mudas de árvores nativas e a implantação de mais uma faixa da ciclovia e playground. Em outro sub-trecho, em par-

mais 500 mudas de árvores nativas e a produção de mais 300m de ciclovia. O projeto em análise, apresentou 5 aspectos principais: A recuperação das matas ciliares, o envolvimento da comunidade com as atividades de educação ambiental, cuidados com a fauna silvestre, controle das enchentes e saneamento da bacia e a implantação da ciclovia e áreas verdes voltadas ao lazer da população. O total de investimentos no projeto foram de 31 milhões. Dividin-

do-se em 24 milhões destinados a infraestrutura e saneamento – investimento do Poder público e 7 milhões para a recuperação do ambiental natural e reflorestamento – investimento custeado por iniciativas privadas. Ao longo dos 10 anos de andamento do projeto foram plantadas mais de 50 mil mudas de 103 espécies de arvores nativas diferentes, trabalho desenvolvido por uma equipe que tinha como coordenadores 3 agrônomos, permitindo que as áreas que se encontravam em degradação, hoje, encontram-se recuperadas, com vegetação diversificada.


Em relação a fauna silvestre, o plantio das árvores e reflorestamento ciliar garantiram uma melhoria nas condições da oferta de alimentos, abrigos e deslocamento dos animais que ali se encontram. Sobre as enchentes, destaca-se a lagoa de contenção de águas pluviais, que atua como um “piscinão” reten-

Com o projeto do Parque Linear Rio das Pedras, a cidade de Campinas conquistou a certificação de melhor Prática de Gestão Ambiental Urbana 2010, concedida pelos Ministérios do Meio Ambiente das Cidades.

do a demanda de água e retardando sua vazão de escoamento.

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Como já foi apresentado, a área escolhida se tornou desinteressante para a população local uma vez que a própria cultura do cidadão não inclui os cursos d’água em seu dia-a-dia, além da questão do despejo de lixo e entulhos que são constantes, desvalorizando o espaço e, consequentemente, a região, criando cheiros desagradáveis, proliferando bichos peçonhentos e trazendo doenças, entre outros. Assim sendo, o conceito do projeto a ser implantado consiste em trazer de volta à população a integração com o espaço natural adequado e voltado ao lazer e ócio, propondo uma área flexível e dinâmica, fazendo a associação dos ambientes e não setorizando-os, fazendo com que todos os públicos possam frequentar e usufruir de todos os recintos. O partido, por sua vez, será composto pelo uso de madeira para estruturação dos espaços, relacionando de forma harmônica os ambientes construídos ao espaço natural , além de trabalhar com a escala do pedestre em primeiro plano.

D I R G E R A I S

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I Z E S P R O J E T U A I S

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As diretrizes servem de base para que a concepção do projeto seja organizada e para que essa siga um roteiro de execução do que servirá para suprir necessidades especificas na área. As diretrizes gerais apresentam os pontos à serem trabalhados, enquanto as diretrizes projetuais focam nas atividades que serão necessárias implantar para resolver os problemas listados nas diretrizes gerais.

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Banheiros necessidades

e outros especiais, bem

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integração

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população

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Estacionamentos em pontos estratégicom preferência de transportes coletivos (vans e n i b u s ) ; Ciclovia ligando outros pontos estratégicos da cidade facilitando o acesso; Pontos de ônibus dentro do parque visanincentivo ao uso de transportes públicos coletivos;

Reestruturação da qualidade ambiental Plantio de vegetação nativa, recorrendo ao conceito de ecogênese para que a área se restitua; Implantação de sistema de coleta de esgoto separando-o do curso hídrico em questão; Limpeza e tratamento do córrego Ribeirão, mantendo-o nas possíveis condições de sua originalidade para que, com o tempo, ele possa ser visto como um elemento essencial para o bem estar da sociedade e não como ponto de despejo de resíduos; Áreas de várzea permeáveis levando em consideração as condições naturais do rio e suas possíveis cheias em épocas específicas; Alargamento do córrego em um ponto específico (onde não houveram obras de canalização do mesmo) visando melhor drenagem das águas;

e

Criação de largos calçadões destinados ao pedestre, sendo esses acessíveis à todos os grupos, incluindo idosos e deficientes físicos, que são os que mais sentem dificuldade de locomoção; Rampas e pisos táteis ao longo do parque facilitando o acesso à todos os setores;

Atividades

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Implantação Iluminação

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postos

policiais

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longo

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a parque; adequada

Espaços destinados á atividades físicas ao ar livre; Decks que se aproximam das águas do rio e que fazem uma ponte para atravessar para o outro lado, trazendo os usuários bem próximos ao córrego, contrapondo a ideia deturpada que o rio tem; Áreas voltadas à preservação e reconstituição da mata nativa, sendo espaços destinados também ao lazer contemplativo e para uso de instituições de ensino (aulas práticas fora do ambiente acadêmico, por exemplo); Área de pomar para uso da população e também usada pra fins contemplativos;

Paisagem

urbana

Arborização da área visando melhor qualidade visual em contraposição à grande quantidade de edifícios próximos à área; Implantação de mobiliários e equipamentos de acordo com as necessidades e em equilíbrio visual com a paisagem requerida; Instalação do pomar com intuito de restauração da fauna e flora da área, em conjunto com paisagista e biólogo para melhor escolha das espécies;

L a z e r

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Criação de espaços para esportes, entre eles futebol, vôlei, skate e bicicleta; Instalação de uma área destinada à shows e eventos culturais; Criação de quiosques ao longo do parque; Implantação de um café diretamente ligado ao patrimônio histórico que adentra a área através do projeto vencedor do concurso para restauração da Casa Caramuru, de autoria do escritório SIAA, visando criar um ponto de encontro e de referência para o projeto;


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Com base nos estudos e levantamentos realizados na área de intervenção, pôde-se delimitar as primeiras intenções para implantação do parque. A ideia é trabalhar com a questão da desapropriação de residências e de edifícios comerciais que se encontram muito próximos ao rio, não respeitando o limite mínimo de 30 metros de todo e qualquer curso d’água. Além disso, essas ocupações, em sua grande maioria, se encontram em péssimo estado de conservação, trazendo além da questão ambiental, a questão de segurança para os próprios ocupantes. Assim sendo, essa questão de descopações será regida por uma diretriz de projeto, que prevê a implantação de um conjunto habitacional em um dos terrenos usados como galpões anteriormente e que também serão desocupados, fazendo o remanejamento dessa população sem que essas tenham que se deslocar da região que tanto estão habituadas viver.

A Avenida Álvaro de Lima, que passa ao lado do córrego ligando centro/Vila Virgínia, no princípo, seria retirada por impedir que o solo drenasse a água do rio em caso de vazão, mas após análises de fluxos, foi constatado que a via é uma importante ligação, principalmente em dias da semana (segunda à sexta) e que ela deveria ser mantida, apenas sendo adequada às necessidades do projeto. Dessa forma, a via será rebaixada, criando um viaduto, onde o modal “carro” poderá circular livremente, sem interferir na escala do pedestre e nem na implantação do parque. Ônibus e caminhões não circularão nesse viaduto, pois o acesso dos mesmos será feito através da Avenida Caramuru. A questão dos acessos foi um ponto forte para a concepção das primeiras ideais também, uma vez que as principais vias de acesso ao bairro passam pela área de intervenção e são muito utilizadas pelo transporte público da cidade.

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Q.

R.


Para a efetivação dos mapas de zoneamento, a pesquisa de campo, principalmente ouvindo moradores e entendendo qual a maior falta que eles sentem no bairro, foi essencial, pois possibilitou uma visão ampla das carências do espaço e auxiliando na inserção de equipamentos e programas que realmente serão usados pela população. Os levantamentos de uso e ocupação do solo foram de grande serventia também, pois com eles a sobreposição de atividades que causam incômodos sonoros, por exemplo, não conflita com áreas que precisam de mais tranquilidade, como é o caso de um conjunto de residências, por exemplo.

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- Equipamentos de musculação (academia ao ar livre);

- Estacionamento (prioridade para vans e ônibus – transportes coletivos);

- Pista de caminhada;

- Arborização;

- Pista de corrida;

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO (aproximadamente 12.700m²)

- Ciclovia;

Área destinada à quiosques e restaurantes para alimentação. Abrange:

- Playground infantil, com chão de areia;

- Café;

- Bancos localizados embaixo de pérgolas;

- Pista de skate/patins;

- Área aberta disponível para feiras gourmet (food trucks e feiras de rua, por exemplo);

- Áreas de vegetação natural recomposta através do conceito de ecogênese;

SHOWS E APRESENTAÇÕES (aproximadamente 17.300m²)

- Lanchonete;

A partir dos estudos realizados e dos questionários respondidos por moradores da área, pudemos identificar suas reais necessidades e qual tipo de programa é ideal para tal região: LAZER CONTEMPLATIVO (aproximadamente 31.600m²) Espaço destinado à descanso e contemplação das áreas verdes de preservação. Abrange:

- Espreguiçadeiras dispostas ao longo da área verde, utilizando-se da sombra de árvores; - Espaços abertos disponíveis para piqueniques;

Setor destinado à apresentações teatrais, de dança, shows, saraus, entre outros. Abrange: - Palco;

- Decks de madeira próximo/atravessando o rio;

- Banheiros;

- Pomar;

- Plateia (arquibancada);

- Iluminação;

- Quiosques de bebidas e comidas (associado ao casarão da Caramuru – patrimônio histórico);

- Praças de transição;

- Bebedouros;

LAZER ATIVO (aproximadamente 36.700m²) Espaços destinados à esportes, atividades físicas e playground infantil. Abrange:

tar);

- Espaço de apoio (camarim para armazenamento e organização da equipe que irá se apresen-

- Banheiro; - Iluminação; - Quiosques de petiscos e bebidas;

APOIO (aproximadamente 13.800m²) Equipamentos de apoio para os itens anteriores. Abrange: - Sede administrativa; - Vestiários e banheiros; - Bicicletário;

- Espaços para atividades físicas ao ar livre;

- Iluminação;

- Quadra poliesportiva;

ESTACIONAMENTO (aproximadamente 19.700m²)

- Quadra de areia;

Estacionamento para veículos automotivos. Abrange:

- Quadra de grama sintética;

- Iluminação;

- Guarda-volumes

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Este memorial justificativo tem por objetivo indicar as instalações do parque a ser implantado, bem como justificar a colocação de tais atividades em devidos pontos estratégicos, seguindo o plano de zoneamento e o estudo de massas.

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A área do complexo de quadras poliesportivas será implantado no local disposto para que seja um apoio às quadras pré-existentes no paque Maurílio Biagi, sendo que suas ligações serão feitas por uma ciclofaixa. O complexo também precisou ser implantado ali pois é onde há a menor concentração de setores residenciais, já que a atividade a qual dispõe requer espaços que não precisem ser tranquilos e sem barulho. O complexo contará com banheiros e vestiários. As quadras terão seus pisos cimentados e a estrutura metálica, com as laterias abertas para melhor circulação de ar. Os pisos dos caminhos para acesso ao complexo serão intertravados, e a iluminação toda será feita por postes dispostos ao longo dos caminhos, sendo que a fiação elétrica será subterrânea evitando, assim, poluição visual para o usuário. Os estacionamentos estão posicionados em pontos estratégicos para acesso de veículos particulares e coletivos, além de servir de carga e descarga para áreas que necessitem desse serviço. O piso também será de concreto intertravado e o acesso será livre para os visitantes. Os decks de madeira estão dispostos no parque para servirem de lazer contemplativo e de descanso. Neles serão instalados bebedouros e fontes, além de

contarem com espreguiçadeiras e mesas de jogos em concreto para distração dos usuários. Também serão plantadas árvores com copas grandes para criarem sombras e tornar o espaço ainda mais atraente e tranquilo. O deck possibilitará que o piso permaneça permeável, pois ele será elevado e embaixo a grama drenará a água. As praças de alimentação, que possuem importância significativa no projeto pois uma delas foi posicionada estrategicamente para ser um complemento ao projeto de revitalização do casarão Caramuru, edifício de valor cultural e histórico para a cidade, que conta também com um projeto de extensão do casarão através de um café em um terreno de fundo. Desse modo, essa área gourmet se associará à esse projeto resgatando tal obra arquitetônica e agragando valor cultural ao parque. Além do café do casarão, a intenção é trazer pontos de sorvete, cachorro quente, sucos naturais e até um restaurante para a área. Seu piso será de

creto permeável com gramado em alguns pontos.As mesas para piquinique serão em madeira, bem como os quiosques dispostos ao longo da área. As áreas de apoio do parque, que englobam administração, almoxarifado, guarda-volumes, área de descanso para os funcionários, entre outros, serão edificadas em madeira, reafirmando a ideia de trazer esse material para o cotidiano do usuário, e os pisos serão de concreto intertravado.

O setor de playground infantil conta com um parquinho de areia e outro de gramado para as crianças. Além disso, possui banheiros próprios, bem como fraldários e bebedouros de água. Será cercado com grade para que as crianças não corram o risco de saírem e correrem para a rua ou ciclovia.

As áres de lazer ativo são destinadas à skatistas e patinadores, onde se localizarão pistas para essas modalidades (que são escassas na região). Os pisos serão de concreto intertravado e as pistas para manobradas de concreto liso, além da instalação de corrimões metálicos para conmpletar o setor de manobras.

A área central é onde o conceito de ecogênese de Fernando Chacel será aplicado: a área se encontra frágil pela má conservação e por suas próprias propriedades naturais, pois ali existem minas de água que estão condenando estruturas de casas que ali se encontram. Portanto essa área será usada para a reestruturação da mata nativa, trazendo de volta espécies da região, para que o ribeirão, assim, possa também ser recuperado e para que ele sofra menos com as atividades degradantes do homem.

O outro lazer ativo, voltado à população idosa e familiar, conta com academias ao ar livre e espaços para piquiniques. Estão posicionadas em locais de fácil acesso. Árvores com grandes copas serão plantadas no espaço, criando um ambiente agradável, e será de piso de con-

O espaço multifuncional foi posicionada em tal lugar pois sua atividade requer espaço livre para barulho, o que foi um ponto forte à se seguir no projeto. Conta com palcos para apresentações musicais e teatrais, além de banheiros próprios, camarins e arquibancada. Poderá ser usado para diversas ativida-

concreto permeável auxiliando a drenagem do solo, formando, assim, uma grande praça seca, e a iluminação também será feita por postes com a fiação subterranea.


des, incluindo feiras livres e feiras gastronômicas, podendo também ser usado para o próprio lazer da população. O piso será de concreto intertravado, contará com banheiros próprios e iluminação por postes com fiação subterrânea. A ciclovia ligará o parque de ponta à ponta, seguindo o plano cicloviário da cidade, e será de concreto permeável vermelho, não possibilitando que se empoce água de chuva e atrapalhe os usuários. Contará com uma iluminação eficiente por toda a sua extensão e com bicicletários posicionados estratégicamente. Por conta da extensão e complexidade que o projeto de um parque desse porte carrega, será feito o detalhamento de projeto em uma área de lazer con-

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Os concregramas são peças feitas de concreto que apresentam orifícios para o desenvolvimento da grama, proporcionando ao projeto, além de um efeito paisagístico, um efeito permeável da área e drenagem do solo. Sua característica construtiva também protege a grama de esmagamento (que podem ocorrer através de automóveis ou pedestres). A pavimentação com esse piso tem característica principal a simplicidade da instalação desse elemento, sem uso de ferramentas diferenciadas ou mão de obra especializada, tendo seu assentamento sob uma camada de areia grossa. Em conjunto com os outros pisos de concreto, além do conjunto garantir um rápido escoamento de água e infiltração no solo, a pavimentação fica harmoniosa.

templativo (deck) que é um dos pontos mais atrativos e diferenciados do parque.

Concreto

M E M O R I A L

Os pavimentos porosos são utilizados no projeto das calçadas, ciclovias e praças. Produzidos em concreto poroso, possuem espaços livres na sua estrutura, considerando não só o revestimento, mas também a suas camadas inferiores de apoio e drenagem, que permitem uma rápida absorção das águas pluviais e drenagem do solo.

Piso

Intertravado

D E S C R I T I V O com

juntas

alargadas

Para as vias de transitação, a pavimentação será composta a partir de pisos intertravado permeáveis de juntas alargadas. Eles contribuem para o escoamento das águas pluviais evitando que a mesma escoe pela superfície do pavimento. Garantindo que 100% da água seja percolada através de sua estrutura infiltre no solo. Essas peças de concreto apresentam juntas alargadas, com espaçadores incorporados para que haja um espaçamento entre os blocos de 6mm à 10mm, proporcionando áreas abertas que vão de 7% a 10%, garantindo uma área suficiente para que toda área da pavimentação seja considerada permeável.

O

* Atua como filtro, impedindo que impurezas e metais pesados atinjam o lençol freático; * Permite melhor aproveitamento de terrenos; * Pode ser usado como zona de transição em barragens, junto aos maciços rochosos.

poroso

conjunto

todo

contribui

para:

* Proteção do sistema de drenagem; * Pode ser usado como via para pedestres, estacionamento, ciclovia, piso de quadras poliesportivas; * Ajuda a diminuir enxurradas e enchentes; * Possibilita a reutilização da água da chuva; * Realimenta o aquífero subterrâneo;

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Pista

de

Skate

A pista de skate compõe uma ampla área de diversão e pratica de esporte, composta por banks, bowl, ladeira para duwnhill e área para Street, com escadas, corrimão e vários obstáculos que atendem as demandas necessárias e suprem todas as vertentes do esporte. Será projetada com concreto permeável e um sistema de drenagem e que captam as aguas pluviais e a transportam por dutos subterrâneos até o rio, canalizando o escoamento da água.

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Decks

de

Madeira

Os decks para uso de lazer contemplativo e de descanso serão compostos em madeira de reflorestamento, usando o material para trazer maior relação dos objetos construídos com a natureza.


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Com o levantamento das espécies da mata remanescentes do local, o projeto realizará a reconstituição da mata nativa com as espécies de arvores de porte grande, compostas por: Jequitibá, Peroba, Jatobá, Jacarandá, Cedro, Faveiro e Monjoleiro. J

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Árvores que podemos encontrar na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica. Conjugam o quadro de espécies ameaçadas pela extinção devido à sua procura e uso na construção civil, por ter sua madeira dura e resistente. Sua altura ultrapassa os 25m com a copa ampla de diâmetro maior que 12m. Quando jovem, é usada no paisagismo como ornamentação, embelezando o valor estético dos jardins.

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Encontradas em grande parte da América do Sul. Crescem em solos argilosos, pobres e em lugares com bastante insolação. Sua altura pode chegar aos 40m, com uma copa bem espessa ultrapassando 12m de diâmetro. Também configura o quadro de espécies em extinção pela extração da madeira, que é valorizada pelo alto grau de resistência, tendo também um valor medicinal atendendo diversas enfermidades e sua resina quando extraída pode ser usada como verniz vegetal, incenso, polimento e impermeabilizante. Seu fruto é comestível e bastante nutritivo.

São árvores nativas da Mata Atlântica, existenteA apenas na região sudeste e em alguns estados vizinhos. Suas folhas possuem tons avermelhados na primavera. Configuram na lista das maiores arvores do Brasil. Sua altura pode chegar a 60m e suas pequenas flores tem um aroma delicado e adocicado.

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Podem ser encontradas desde o sul da Bahia até o estado de São Paulo, compondo a vegetação da Mata Atlântica. Sua madeira é resistente e foi muito utilizada na confecção de moveis, objetos decorativos e instrumentos musicais, conhecida no mundo todo na fabricação dos pianos, sendo uma das madeiras mais valiosas do Brasil, configurando também o quadro de espécies ameaçadas pela extinção devido a sua exploração desenfreada. Sua altura pode chegar aos 25m e o diâmetro da sua copa é maior que 12m.

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Árvore conífera de grande porte. É uma espécie ornamental apreciada pela sua elegância e seu porte, tendo uma copa cônica, com ramos nivelados. Sua altura pode chegar a mais de 40m.

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Encontradas na mata de toda região, essa árvore vai de médio a grande porte, podendo chegar a até 25m de altura com um diâmetro grande da copa. Muito apropriado para o paisagismo urbano por sua beleza, sombreamento e boa adaptação a climas e solos diferentes.


A r b o r i z a ç ã o b e l e z a m e n t o

p a r a

e m e s t é t i c o

P

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A pitangueira é uma árvore de pequeno a médio porte, podendo alcançar até 10m de altura com um diâmetro de copa de 4m. Seu fruto é rico em cálcio. É uma arvore nativa da Mata Atlântica e podendo ser encontrada em lugares com clima subtropical.

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Para projeto

compor a paisagem do conta com arvores frutíferas e

parque lineárvores floríferas.

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A jabuticabeira é uma arvore de pequeno a médio porte, sua altura pode ultrapassar os 15m de altura tendo até 7m de diâmetro de copa. Também é uma árvore nativa da Mata Atlântica. Em seu fruto podemos encontrar ferro, fosforo, vitamina C e boas doses de niacina além de sais minerais.

Arvores frutíferas L

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É uma arvore de pequeno porte, que pode chegar a 3m de altura e 2,5 de diâmetro de copa. O seu fruto é fonte de vitaminas A, B1, B2, B3, além dos sais minerais e rica em vitamina C.

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G

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A goiabeira é uma arvore de pequeno porte, alcançando 6m de altura com uma copa de 4,5m de diâmetro. Seu fruto amadurece no verão. Pode ser encontrada em quase toda a América, com exceção do México e Canadá. Seu fruto é rico em vitamina C, A e do complexo B, além de sais minerais.

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Árvore de médio a grande porte, podendo alcançar alturas de 40m, em alguns casos, dependendo de sua idade podem chegar a ultrapassar os 80m de altura, sua copa pode chegar a um diâmetro de 20m. Foram trazidas ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Seu fruto é consumido no mundo todo, seus componentes são açucares, proteína e quantidades significativas de vitaminas, minerais e antioxidantes.

Á R V O R E S I

F L O R Í F E R A S p

ê

É uma árvore de porte grande, podendo atingir até 30m de altura. É uma espécie hermafrodita, sua frutificação acontece entre setembro e fevereiro e sua floração de julho à setembro. Encontramos essas espécies na mata atlântica, araucária e no cerrado, nos países vizinhos são vistos na Argentina e no Paraguai. São considerados a arvore símbolo do Brasil, sendo apreciado tanto pelo seu valor paisagístico por ter suas flores lindas e cores vivas, atraindo abelhas, borboletas e beija-flor. E também pela utilidade comercial de seu tronco que é resistente e muito usado na configuração de moveis e marcenarias. É considerado uma planta heliófila por se desenvolver em lugares com muita insolação, seu crescimento radicular é profundo e ramificado, permitindo uma potente fixação no solo e eficiência na absorção dos nutrientes. No projeto constituem ipês- amarelo, Ipê-rosa, ipê-roxo e ipê-branco, compondo uma paisagem visual colorida e entusiasmante.


J a c a r a n d á

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C a s s i a

I m p e r i a l

O uso da arvore jacarandá será aproveitada não só na reconstituição da mata nativa, mas também para embelezamento estético por ter flores lindas, num tom roxo que embeleza a paisagem visual e sombreamento. A Cassia Imperial é uma árvore de crescimento rápido e porte pequeno podendo alcançar 5m de altura com uma copa arredondada com diâmetro de 4m. Sua frutificação ocorre entre setembro e novembro e sua floração ocorre entre dezembro e abril. Desenvolve em clima tropical e subtropical, tendo suas flores são amareladas e em cachos.

P a i n e i r a

V e r m e l h a

A paineira vermelha é de origem indiana, no sul da Ásia, podendo atingir até 20 metros de altura. Usada como uma das espécies paisagísticas por ter flores grandes que se destacam na composição da paisagem pela sua forma de taça, cerosas e brilhantes, em uma coloração num tom vermelho claro. Desenvolve-se em regiões com clima tropical úmido.

Pau

Brasil

O pau brasil é a arvore nacional do Brasil, de porte médio pode alcançar de 10m a 15m de altura, com seu tronco reto e a casca num tom cinza escuro. Sua floração é amarela e destaca-se entre o verde brilhante de suas folhas. São encontradas na mata atlântica, porem devido a sua extração desenfreada essa espécie configura entre as espécies ameaçadas de extinção.

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Q U A D R O

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I M A G E N S

FIG. 1 - RIO TIETÊ, SÃO PAULO - http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/mancha-de-poluicao-no-rio-tiete-diminui-40-km-em-oito-anos-20100922. html

FIG. 2 - RIO CITARUM, INDONÉSIA - http://www.acquasul.com/Rio%20Citarum.htm FIG. 3 - CENTRAL PARK, NOVA IORQUE - https://en.wikipedia.org/wiki/Central_Park#/media/File:Southwest_corner_of_Central_Park,_looking_ east,_NYC.jpg

FIG. 4 - PARQUE IBIRAPUERA, SÃO PAULO - http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/carlos-eduardo-godoy/dicas-de-fotografia/nao-viajou-fotogra-

fe-os-parques-da-sua-cidade--12292.asp

FIG. 5 - HABITAÇÃO E QUADRA LOCALIZADAS NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 6 - HABITAÇÕES LOCALIZADAS NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 7 - TERRENOS VAZIOS LOCALIZADOS NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 8 - HABITAÇÕES LOCZALIZADAS NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 9 - TERRENOS VAZIOS LOCALIZADOS NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 10 - GALPÃO LOCALIZADOS NA RUA IPANEMA - Acervo próprio FIG. 11 - GALPÃO LOCALIZADO NA RUA IPANEMA - Acervo próprio FIG. 12 - TERRENOS VAZIOS LOCALIZADOS NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 13 - IMAGEM AÉREA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO - http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-21.181961&lon=-47.818272&z=17&m=b FIG. 14 - PRÉDIO HABITACIONAL LOCALIZADO NA AVENIDA CARAMURU - Acervo próprio FIG. 15 - PRÉDIO HABITACIONAL SENDO EDIFICADO NA RUA NICOLA SPINELI - Acervo próprio FIG. 16 - GALPÃO LOCALIZADO NA AVENIDA ALVARO DE LIMA - Acervo próprio FIG. 17 - CÂMARA DE VEREADORES DE RIBEIRÃO PRETO - http://www.encontraribeiraopreto.com.br/ribeirao-preto/camara-municipal-de-ribeirao-preto.shtml

FIG. 18 - RODOVIÁRIA DE RIBEIRÃO PRETO - http://www.sempretops.com/viagens/rodoviaria-ribeirao-preto/ FIG. 19 - CLUBE RECREATIVA - http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/1255696-socios-e-clube-recreativa-travam-embate-judicial-

-em-ribeirao-preto.shtml

FIG. 22 - GALPÕES DE DEPÓSITO E TERRENO BALDIO, QUE SEGUNDO MORADORES LOCAIS, SERVE DE DEPÓSITO DE ENTULHO - acervo próprio FIG. 23 - UM DOS PRINCIPAIS ACESSOS AO BAIRRO (RUA PRIMO TRONCO) - acervo próprio FIG. 24 - VIA PAVIMENTADA E CALÇADAS SEM CONDIÇÕES DE USO - acervo próprio FIG. 25 - BARRAGEM DO RIO SEM SEGURANÇA E DESCASO COM O QUAL ELE SE ENCONTRA - acervo próprio FIG. 26 - RUA PRIMO TRONCO - acervo próprio FIG. 27 - MARGEM DO RIBEIRÃO COM LIXO AMONTOADO - Acervo próprio FIG. 28 - IMAGEM DO RIO NO PONTO DA RUA RANGEL PESTANA - Acervo próprio FIG. 29 - CASAS CONSTRUÍDAS NA ENCOSTA DO RIBEIRÃO - Acervo próprio FIG. 30 - RIO CHEONGGYECHEON - http://www.superbac.com.br/a-despoluicao-de-rios-urbanos-e-realmente-possivel/ FIG. 31 - RIO CHEONGGYCHEON NA DÉCADA DE 1940 E APÓS A INTERVENÇÃO - http://tietelimpoproject.blogspot.com.br/2013/10/ exemplo-coreano.html

FIG. 32 - VIA ELEVADA POR CIMA DO CÓRREGO - http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-33692016000100113 FIG. 33 - VIA ELEVADA SOB O CÓRREGO COM INTENSO TRÁFEGO DE VEÍCULOS - http://genoa-arq.blogspot.com.br/2014/09/chon-

gae-park-seul.html

FIG. 34 - VIA EXPRESSA PASSANDO POR CIMA DO CÓRREGO - http://genoa-arq.blogspot.com.br/2014/09/chongae-park-seul.html FIG. 35 - VIA EXPRESSA PASSANDO POR CIMA DO CÓRREGO E PRÉDIOS HABITACIONAIS NA ENCOSTA - http://genoa-arq.

blogspot.com.br/2014/09/chongae-park-seul.html

FIG. 36 - OBRAS PARA RETIRADA DA VIA EXPRESSA E INÍCIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO - http://genoa-arq.blogspot.com. br/2014/09/chongae-park-seul.html

FIG. 37 - PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO PARQUE LINEAR - http://portalarquitetonico.com.br/wp-content/uploads/Cheonggyecheon-5.jpg FIG. 38 - USUÁRIOS DO PARQUE LINEAR: MAIOR FLUXO DEVIDO À REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE PUBLICO - http://sustentabilidade.cnseg.org.br/?p=3921 FIG. 39 - PARQUE NO PERÍODO NOTURNO EM FUNCIONAMENTO E COM QUALIDADE DO ESPAÇO - http://genoa-arq.

FIG. 20 - CICLOVIA EM RIBEIRÃO PRETO (AVENIDA MAURÍLIO BIAGI) - http://bikeribeiraopreto.blogspot.com.br/2015_01_01_archive.

blogspot.com.br/2014/09/chongae-park-seul.html

FIG. 21 - CICLOVIA EM RIBEIRÃO PRETO (AVENIDA MAURÍLIO BIAGI) - http://bikeribeiraopreto.blogspot.com.br/2015_01_01_archive.

br/2015/12/la-recuperacion-del-rio-perdido-de-seul.html

html

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FIG. 40 - PONTE DE TRAVESSIA DE UM LADO PARA OUTRO PARA USO DOS PEDESTRES - http://urban-networks.blogspot.com. FIG. 41 - CROQUI DO PLANO HABITACIONAL E DE RECREAÇÃO DO PARQUE LINEAR DA PRAINHA - SILVA, Geovany J. A.,

2007


FIG. 42 -. - ÁREA DE INTERVENÇÃO NA DÉCADA DE 70 - http://www.agitprop.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.100/114 FIG. 43 - PRAINHA AINDA DESCOBERTA NA DÉCADA DE 70 - http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.100/114 FIG. 44 - ATUAL SITUAÇÃO DA ÁREA - HTTP://WWW.AGITPROP.VITRUVIUS.COM.BR/REVISTAS/READ/ARQUITEXTOS/09.100/114 FIG. 45 - SETOR 1 – EIXO HISTÓRICO E SETORES 2 E 3 – EIXO COMERCIAL E PONTO DE CONEXÃO ENTRE OS EIXOS - HTTP://WWW.VITRUVIUS.COM.BR/REVISTAS/READ/ARQUITEXTOS/09.100/114 FIG. 46 - EXEMPLOS DE COBERTURAS VEGETAIS QUE OFERECEM SOMBRAS E LUGARES MAIS CONFORTÁVEIS - GOUVÊA. 2002: 109. / APUD. SILVA. GEOVANY J. A. 2007 FIG. 47 - SETORES 1, 2 E 3 DEMARCADOS PARA INTERVENÇÃO - Mapa retirado do Google Earth (2007) com adaptações do autor – SILVA, Geovany J. A., 2007

FIG. 48 - CÓRREGO NA DÉCADA DE 40 COM CASARIOS COLONIAIS E IGREJA QUE COMPÕEM O PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA REGIÃO - SIQUEIRA, 2006 / APUD. SILVA, GEOVANY J. A., 2007 FIG. 49 - CROQUI DA INTERVENÇÃO - SILVA, GEOVANY J. A., 2007 FIG. 50 - DESENHO DO PROJETO DO PARQUE LINEAR DA PRAINHA IMPLANTADO NA ÁREA, COM VISTA DA IGREJA DO ROSÁRIO AO CENTRO - SILVA, GEOVANY J. A., 2007 FIG. 51 - ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PARQUE LINEAR RIO DAS PEDRAS NO ANO DE 96 - http://jornal.puc-campinas.edu.

br/tag/extensao/

FIG. 52 - ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PARQUE LINEAR RIO DAS PEDRAS NO ANO DE 96 - http://jornal.puc-campinas.edu.

br/tag/extensao/

FIG. 53 - IMPLANTAÇÃO DO PROJETO E ÁREAS DETALHADAS - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/ FIG. 54 - Área de intervenção trecho 1, 1999/2000 - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/ FIG. 55 - ÁREA DE INTERVENÇÃO TRECHO 3, 1998/2000 - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/ FIG. 56 - COMPARAÇÃO DE ANTES E DEPOIS DO REFLORESTAMENTO - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/ FIG. 57 - COMPARAÇÃO DE ANTES E DEPOIS DO REFLORESTAMENTO - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/ FIG. 58 - IMAGENS DO ENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO NO PROJETO - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/ FIG. 59 - IMAGENS DA CICLOVIA - http://jornal.puc-campinas.edu.br/tag/extensao/

Q U A D R O

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MAPA A - LOCALIZAÇÃO DA ÁREA E PRINCIPAIS ACESSOS - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA B - CARTA AMBIENTAL - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto MAPA C - MACROZONEAMENTO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Sec. de Planejamento e Gestão Pública MAPA D - ÁREAS ESPECIAIS EM RIBEIRÃO PRETO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Sec. de Planejamento e Gestão Pública MAPA E - USO DO SOLO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA F - FIGURA FUNDO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA G - GABARITO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA H - EQUIPAMENTOS - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA I - PARQUE URBANOS - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA J - AVENIDAS E VIAS PARQUE - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto MAPA K - HIERARQUIA VIÁRIA FÍSICA - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto MAPA L - HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto MAPA M - PROJETO DE SISTEMA CICLOVIÁRIO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto MAPA N - MAPA AMPLIADO DE SISTEMA CICLOVIÁRIO NA ÁREA DE INTERVENÇÃO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto MAPA O - PRINCIPAIS ACESSOS DE PEDESTRES - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA P - MAPA SÍNTESE DE INFORMAÇÕES DE LINHAS DE ÔNIBUS E DE FLUXO DE PEDESTRES E CICLISTAS NO ENTORNO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA Q - DESAPROPRIAÇÕES - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA R - MAPA DE ESTUDO DE ACESSOS - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA S - PRIMEIRO ESTUDO DE ZONEAMENTO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA T - SEGUNDO ESTUDO DE ZONEAMENTO - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA U - ESTUDO DE ZONEAMENTO FINAL - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA V - PRIMEIRO PLANO DE MASSAS - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda) MAPA X - SEGUNDO PLANO DE MASSAS - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (estudo: Anna Caroline Miranda)


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BRASIL. Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Indexação: Revitalização de rios: orientações técnicas. Rio de Janeiro, RJ, 2001. COSTA, R. C. Parques fluviais na revitalização de rios e córregos urbanos. 2011. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado) – Programa de pós-graduação em geografia, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2011.

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DEMATTÊ, M. E. S. P. Princípios de paisagismo. 3.ed. Jaboticabal: Funep, 2006.

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O projeto do parque linear procurou inserir novamente a natureza no cotidiano da população, bem como reestruturar o espaço natural que hoje está degradado, recuperando a flora nativa e o curso d’água tão importante para a cidade. Conclui-se, portanto, que o espaço público de lazer é de fato um ambiente importante para o bem estar da população e que o parque linear traz sim benefícios tanto para os usuários quanto para o próprio meio que se encontra tão degradado.

GARCIAS, Carlos M. e AFONSO, Jorge A. C. - Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA) Volume 1 Numero 1 de 2013 (em comemoração ao dia mundial da água) acesso em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/gesta/issue/current/showToc. GORSKI, M. ra e conciliação.

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GUIMARÃES, E. A. Parques lineares como agenciadores de paisagem: realidades e possibilidades do rio Tubarão no contexto urbano de Tubarão, SC. 2011. Trabalho de conclusão de curso (pós-graduação) – Programa de pós-graduação em urbanismo, história e arquitetura da cidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011. LE CORBUSIER. Planejamento urbano / Le Corbusier; dução Lúcio Gomes Machado]. São Paulo: Perspectiva,

[tra2010.

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http://portalarquitetonico.com.br/uma-imp r e s s i o n a n t e - r e n o v a c a o - u r b a n a - e m - s e u l / http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/234/restauracao-do-cheonggyecheon-seul-coreia-do-sul-296126-1.aspx http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.100/114


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