gira revista
revista do concelho de Vila Franca de Xira e arredores diretor António Dias | revistagira.com | distribuição gratuita número 10 | mensal | julho de 2017
esta terra é gira
diogo & digo
Gerações unidas jamais serão vencidas Casimiro Diogo, campino do ano, e o neto Diogo Santos. O passado, o presente e o futuro. Porque a tradição ainda é o que era.
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entrevista: ANA SERRA compras: NOVA LOJA NA CIDADE passeio: OS JARDINS DA NOSSA TERRA
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gira
5
8moda há uma nova loja na cidade
número 10 julho 2017
propriedade: António Manuel Domingues Dias NIF: 216 680 611 diretor e editor: António Dias assessoria: Ana Paula Vieira colaboradores: Sónia Teles (farmácia), Cláudia Berto Marques (leis), Guida Alves (psicologia), Maria Martins (moda), David Fernandes Silva (estórias), Alexandra de Jesus (lifestyle), Paula Martins (nutrição), Fátima Serrador (decoração) e João Paulo Canas (desporto) publicidade: revista gira: 243 761 130 | 968 236 531 Voz Ribatejana Lda. sede do editor: rua doutor Manuel Branco, nº30 2005-388 Vale de Santarém telefone: T: 968 236 531 redação: rua doutor. Manuel Branco, 30, Vale de Santarém web: www.revistagira.com mail: revistagira@revistagira.com facebook: /revistagira impressão: soartes/Carregado tiragem: 5.000 exemplares depósito legal: 415958/16 número registo na ERC: 126901
foto de capa © António Dias Para aparecer na capa da gira ou no interior contacte 968 236 531 ou revistagira@revistagira.com. Fotografia, filmagens, reportagens giras. Empresariais ou pessoais. As nossas produções são giras! © junho de 2017 Todas as imagens e textos desta publicação são propriedade da revista gira. É interdita a cópia ou a utilização de qualquer conteúdo sem a devida autorização do proprietário. O estatuto editorial da revista gira está disponível no sítio www.revistagira.com
A Áras é jovem e bonita.
16 agenda Novo museu para descobrir Alenquer recuperou a igreja de Santa Maria da Várzea. Está deslumbrante!
22 entrevista Ana Serra A fotógrafa e vilafranquense de gema desvenda um pouco da sua história de vida
26 reportagem Campinos de hoje Os campinos são uma profissão em vias de extinção
34 passeio A frescura dos nossos jardins Cada freguesia tem pelo menos um. Pequeno ou grande eles dão sombra ao verão
COLUNISTAS SECÇÕES David Fernandes Silva:6 Maria Martins: 9 Alexandra de Jesus: 13 HelenaPereiradeJesus: 31 Paula Martins: 32 Maria da Luz Rosinha: 37 João Conceição: 39 Alexandra Fernandes: 40 Sónia Teles: 41 João Paulo Canas: 42 Guida Alves: 43 Fátima Serrador: 44 Cláudia Berto Marques: 45 Daniel Alves: 46
efemérides: 7 agenda: 14 diretório: 21 editorial: 29 alimentação: 34 saúde: 40 decoração: 44 pets: 46
6 // curiosidades // julho
Identidades... história
David Fernandes Silva*
Reparo, olhando para o calendário, que, se ainda existisse, o Museu Etnográfico de Vila Franca de Xira, na praça de toiros Palha Blanco, faria este mês 45 anos. Apesar da sua vetusta idade, a sua fundadora, Maria Micaela Soares, continua activa, a escrever e a estudar as comunidades migrantes, de campo e de rio que se integraram na comunidade local, as tradições e as memórias etnográficas do povo português e do Ribatejo. Não cabe bem nas efemérides, mas não pode deixar de ser aqui recordado esse facto, não tanto porque as coisas tenham que permanecer cristalizadas ad aeternum, mas porque, apesar daquele conceito museológico ter desaparecido, com o seu fecho se perdeu a memória, a história e a identidade de um povo que, tal como a cidade é uma encruzilhada de caminhos, se constitui como mescla de pessoas e grupos etnológicos. Alguém imagina Vila Franca sem campinos, mesmo que os campinos hoje sejam diferentes de outros tempos? Alguém imagina falar-se da história do Tejo sem referir varinos, murtoseiros ou avieiros? Alguém supõe falar do Ribatejo, sem referir as tradições culturais e etnográficas ligadas com a vida de campo, as ceifeiras, as mondadeiras, por exemplo? Ou será que vamos esquecer que o fandango e o real das canas são danças genuina-
mente nossas? Não se trata de saudosismos bacocos, mas de entendermos que o que fomos é o que somos. De entendermos que, por exemplo, se a tauromaquia nos surge como um traço identitário da cidade, e se se deseja um museu celebrando as tauromaquias locais e a sua história, isso resulta de um conjunto de pessoas, de grupos, de tradições e, desde a origem, da vida de campo, onde coabita, neste caso, o toiro, o cavalo e o campino. Há um ditado vilafranquense que narra “quem não cava, já cavou; quem não pesca, já pescou”. Era a partir desta ideia que se tinha desenvolvido, em 1972, com as condições possíveis, o museu Etnográfico. Só o seu espólio são milhares de documentos históricos, desde memórias a registos, a trajes, a outras peças que urge salvaguardar, reinventar na forma museológica de expor, mostrar e ensinar, para que não venhamos a sofrer de uma “amnésia identitária” e passemos a ser mais um “bairro” de uma área metropolitana. Na trilogia do Tejo, lezíria e vila estão as nossas raízes, a nossa vida. Talvez não fosse mau, nem que fosse num corredor anterior ao “Museu da Tauromaquia” voltar a repegar naquelas memórias e re-revelar novamente aos vilafranquenses de onde vimos.
*estoriador
o autor escreve conforme a antiga grafia
7
15.jul.1932
Em data indeterminada, mas neste mês e ano, Manuel da Barraquinha funda o rancho dos varinos de Vila Franca de Xira. Com muitas interrupções, a sua fundação comemora, este ano, 85 anos.
7.jul.1823
Após a Vilafrancada, o infante D. Miguel denomina, a partir deste dia, Vila Franca de “Vila Franca da Restauração”. De acordo, com a História, a cidade teve esta denominação durante os seis dias, tempo no qual a família real se encontrou no burgo “escondida” dos “infiltrados”. Contudo, a documentação existente, define outro tempo.
16.jul.1932
Foi neste dia que se realizou a primeira Festa do Colete Encarnado. Idealizada por José Van Zeller Pereira Palha, foi criada com o objetivo de reunir receitas que se destinavam a ajudar os bombeiros voluntários locais. A data escolhida foi o dia de Nossa Senhora do Carmo, grande devoção vilafranquense e de quem a mãe de José Palha era devota. Neste mesmo dia, por coincidência, em 1978, falece o fundador do Colete Encarnado, na altura em que se assinalavam os 46 anos sobre a data da fundação da maior festa vilafranquense.
O verão chegou!
poncho: Melé Beach ténis: Ruika
túnica: Be-In calções: Ruga socas: Xuz vestido:
éMe bohèMe
loja online | www.emeboheme.pt
8 // moda // julho
modelo: Maria Martins produção: Maria Martins fotografia: António Dias
9 a moda ĂŠ isto!!!
A identidade das marcas Maria Martins*
vestido: Be-In sandĂĄlias: Ruika
MARCAS ĂŠMe bohèMe moda e acessĂłrios: MaĂŻttè, TendĂŞncias, Nekane, Karamel, Mafalda LeitĂŁo, MelĂŠ Beach, Undress, RĂźga, Tropical Brasil, Ferrache, Beneditas, Bastta, Mr Boho calçado: Ruika, Xuz aromas: Catelbel, Boles d’Olor, Yankee Candle gourmet: In Tube, Kusmi Tea ‘
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CONTACTOS
ALVERCA | Avª Capitão Meleças, 56 LISBOA | Estrada da Luz, 148C Tlf. 918 771 434 Segunda a sexta 10:00 - 19:00 Såbados 10:00 - 17:00 Abertos ao almoço
Antes de mais, precisamos avaliar quais sĂŁo as nossas motivaçþes, se distribuir o que jĂĄ existe no mercado, ou fazer a diferença com algo novo e personalizado (a nossa marca)! A competitividade do mercado exige das marcas um constante trabalho de diferenciação e esta diferenciação ĂŠ responsĂĄvel por manter na mente do consumidor a identificação do seu nome de uma maneira Ăşnica e eficaz. Mostrar a roupa ĂŠ insuficiente. Precisamos de aliados como o marketing e a publicidade para estimular o desejo de a adquirir e com ela produzir emoçþes e experiĂŞncias prazerosas. É importante que as pessoas associem a grife a determinado produto quando vĂŞm o seu logotipo. Um bom exemplo ĂŠ a imagem do crocodilo verde da Lacoste. Quem nĂŁo reconhece este sĂmbolo? Isto ĂŠ sinal que a imagem ĂŠ importante, por isso se deve criar uma marca e a sua prĂłpria identidade visual! E porque dia 23 de julho ĂŠ dia do alfaiate e da modista, podemos afirmar que o design das peças ĂŠ um outro detalhe muito importante para criar uma marca de roupa! Para ter sucesso ĂŠ necessĂĄrio planear muito, espreitar a concorrĂŞncia, apostar em bons tecidos, novos modos de costura, bons cortes, boas cores. No fundo, criar a diferença. É complicado criar algo exclusivo no mercado, onde tudo parece jĂĄ estar inventado, mas nada ĂŠ impossĂvel e o cĂŠu ĂŠ o limite! Boas escolhas. Boas compras. Bom verĂŁo! AtĂŠ jĂĄ đ&#x;˜Š *fashion adviser & personal shopper
10 // moda // julho
Jรก abriu! em Vila Franca de Xira
be pretty be unique summer vibes friends cockctails beach trendy
11
#happiness #arasbyinesoliveira
rua dr. miguel bombarda vila franca de xira arasbyinesoliveira 939 232 100 byinesoliveira
Sol
12 // moda // julho
Atelier
estética e cabeleireiro
hoje vou cuidar de mim
Toda a gente conhece a sorriso da Solange Silva. Veio para Portugal há 14 anos e há mais de 10 que está por Vila Franca de Xira. Tem clientes fiéis, gente que respeita o seu profissionalismo, as suas mãos suaves, as suas palavras doces e o seu jeito de ser. Cada mulher sai com novas forças, mais bela e cheia de autoestima. É a Sol a dar o ar da sua graça. Tens que a conhecer.
13 moda
De chinelito no pé e a ler o meu livro
}
Alexandra de Jesus*
cabeleireiro pedicure manicure depilação massagens simpatia
} Rua Almirante Cândido dos Reis, 128 Vila Franca de Xira
t: 966 566 613
Julho inicia-se com o aguardado prazer chamado Colete Encarnado! Mês oficial das férias. Obrigatório o cheirinho a elas mesmo que não se vá. Mês de percorrer as tasquinhas das festinhas das terras perto de nós. Mês das praias de sonho que este país tem! Tanto mar bom! Tanto sol bom! Tanto paraíso! Mês dos saldos. Caramba, quando era pequenina, os saldos eram só em agosto e a partir do dia 15, quando regressava com os meus pais do Algarve, na viagem para cá já vinha a fazer com a minha irmã o roteiro: se seria primeiro a Cenoura, ou a Migacho, ou os Profirios, uiii.. (ainda não haviam estas lojas que há agora e tanto jeito nos dão... e que parece que existiram sempre...) Tudo muda. Ai saldos! Ânsias de comprar ténis ( sempre tantos para comprar). Assumidamente (quase) vício. Vestidos maravilhosos (descubro mil), sandálias, casacos que fazem/mudam a roupa. Ai vida! O que vale é que as lojas não fogem. Mas sabe tão bem chegar a casa e cortar as etiquetas. Nessa altura, até a digestão para ir ao banho (no Algarve) se fazia. Um sufoco! Calor intenso; amigos com digestões desalinhadas das nossas; cartas que ninguém já queria jogar... eram 3h ou 2h30 para fazer a digestão (dependia dos pais), mas pareciam 7h! Já para não falar das filas de Vila Franca para o Algarve no dia 1! Demorávamos em média 10h! O que dava para conversa para um dia a analisar qual dos nossos amigos tinha demorado mais tempo. E, depois, eram as filas quando lá chegávamos: nos supermercados, para comprar o pão, enfim. Férias diferentes e muito boas. Julho continua a ser e fazer acontecer a apresentação do meu livro "You got a Message" que ilustrei com muito, mas muito, prazer. Desta obra fazem parte duas amigas: Filipa e Ana Rita. A Filipa, minha amiga de pequenina, das melhores pessoas que conheço e a Ana Rita, amiga boa de criança e do prédio da Filipa. A Filipa, em Lisboa, e a Ana Rita, em Trás-osMontes, falam das diferentes vidas ricas e atuais. E eu.. ilustro. Projeto de sonho e mais um marco para mim! A vida é assim: feita de registos bons e maus (os maus feitos sempre para crescer ou para perceber algo). Beijinho meu de havaiana no pé (chinelito mais bem inventado que conheço) com desejo de boa sorte para o verão inteiro! que vai durar cinco meses! Sinto! *artista plástica
14 // moda // julho
modelo: Paula Grilo produção: Guida Alves fotografia: Ana Paula Vieira
Summer time O verão chegou. Yessss!!! É agora que vou ganhar aquela cor, mostrar o corpo, passear levemente por aí, ter tempo para mim. E em cada ocasião, vou estar na moda, elegante, esbelta, com peças que encontro na Mood, a preços tão acessíveis!
Avenida Combatentes da G. Guerra, 17 VILA FRANCA DE XIRA t: 263 031 968 abertos todos os dias até às 20h (sábados até às 18h)
Dias quentes
Julho é Colete, é praia, é calor e é sedução. Prepara-te para as férias. Com a Queen Home vão ser deslumbrantes!
body: Sahoco calça: Colcci sandália: Egídio Alves
body: Lança Perfume calção: Lança Perfume sandália: Friendly Fire
DENNY ROSE
vestido: Colcci sandália: Egídio Alves
interiors modelo: Mónica Silva produção: Mónica Silva Ana Cristina Marçalo fotografia: Ana Paula Vieira
vestido : Lança Perfume sandália: Bamburi
cloths and acessories
R. José António R. Josué Martins romão,Loja 4 Veríssimo da Silva loja 7, ALVERCA malvarosa Encomendas: 219 574 160
966 257 184
216 010 306 936 963 061
16 // agenda // julho
sábado :: 1
festa
COLETE ENCARNADO Diversos locais Vila Franca de Xira T: 263 285 600 11h gratuito 10h30, corrida de campinos no largo 5 de outubro, 12h30, encierrito para jovens,16h homenagem ao Campino, 16h30, desfile de campinos e tertúlias pelas ruas, 18h30, espera de touros, 22h30, noite da sardinha assada com Miguel Araújo, Sangre Ibérico e animais em stock. 2h00 garraiada da sardinha assada na praça de touros de Vila Franca de Xira
música
RIO SPOT Praia dos Pescadores Póvoa de Santa Iria T: 263 285 600 17h às 21h gratuito Sunsets no concelho com muita música. Hoje a animação a cargo de Brasilian Breese Daniela Melo Trio.
ténis
II GALA DO CAD CAD Póvoa de Santa Iria T: 915 457 283 gratuito 21h O Clube Académico Desportivo de ténis organiza na sua sede a festa de aniversário.
desporto
COLHEITA DE SANGUE Centro Comercial Serra Nova Póvoa de Santa Iria T: 916 187 181
8h30 às 12h30 gratuito A associação de dadores benévolos de sangue da Póvoa de Santa Iria organiza mais uma colheita de sangue e registo de dadores de medula óssea.
domingo :: 2
festa
COLETE ENCARNADO Ruas Vila Franca de Xira T: 263 285 600 10h30 gratuito 10:30 espera de touros, 18h00 corrida de touros, 22h00 orquestra da terra e fadistas e ás 00h00, o já famoso fogo de artifício no cais de vila franca de xira encerrando assim em grande festa o Colete Encarnado 2017.
evento
MUSICA NO MUSEU Núcleo Museológico Alverca T: 219 570 305 17h gratuito Rancho folclórico da Casa do Povo de Arcena é o convidado deste domingo.
desporto
VERÃO EM MOVIMENTO Parque Urbano Vialonga T: 263 285 600 9h30 às 12h30 gratuito O projecto Vialonga em Movimento organiza este domingo de desporto para usufruto de todas as idades. Haverá zumba com Mafalda Pinheiro e yoga com Ana Raquel.
convívio
PESCA EMBARCADA Praia dos pescadores Póvoa de Santa Iria T: 969 787 025 Convívio entre pescadores apreciadores da pesca embarcada.
segunda :: 3 cinema
GENDARME EM FÉRIAS Junta de Freguesia Vila Franca de Xira T: 263 200 770 15H gratuito Só mesmo os mais velhos o conhecem, mas Louis de Funés foi um dos atores franceses mais conhecidos. E dos mais engraçados e talentosos. Hoje passa um dos filmes da sua carreira, em que ele interpreta a personagem de guarda republicado.
sexta :: 7
motorizadas
XVIII CONCENTRAÇÃO Moto Clube Alverca T: 963 800 787 18h gratuito Um fim de semana muito animado, bandas, jogos tradicionais, até dia 9 de julho
sábado :: 8
música
RIO SPOT Praia dos Pescadores Póvoa de Santa Iria T: 263 285 600 17h às 21h gratuito Sunsets no concelho com muita música.
Hoje, live show com Nuno Ess.
música
RIO LOUNGE Sociedade Euterpe Alhandrense Alhandra T : 219 500 592 22h gratuito No exterior da Sociedade Euterpe Alhandrense e porque é verão o palco é de Motorcycle Rochers
evento
FLAMENGA UP Parque Urbano da Flamenga Vialonga T: 263 285 600 22h gratuito Para acabar o dia a rir muito, stand up comedy com Pedro Luzindro.
música
musica JAZZ NA QUINTA Palácio Quinta da Piedade Póvoa de Santa Iria T : 219 533 050 17h30 gratuito A quinta enche-se assim de jazz com Sílvia Nazário quarteto
encontro
XVIII CONCENTRAÇÃO MOTOCLUBE Alverca T : 963 800 787 10h gratuito Um fim de semana muito animado, bandas, jogos tradicionais, até dia 9 de Julho
domino :: 9
concerto
MUSICA NO MUSEU
Núcleo Museológico Alverca T : 219 570 305 17h gratuito Grupo coral Ares Novos é o convidado deste domingo.
desporto
PARADO É QUE NÃO Jardim Constantino Palha Vila Franca de Xira T: 263 287 600 10h30 gratuito Aula aberta de Zumba Fitness.
passeio
EMBARQUE NA NATUREZA Barco Varino Cais de Vila Franca de Xira T : 263 285 605 14h €6 Hoje o barco Varino parte do Parque das Nações e passeia ao longo do rio Tejo até Vila Franca de Xira- `É necessária inscrição que pode ser efectuada no posto de Turismo em Vila Franca de Xira
desporto
VERÃO EM MOVIMENTO Parque Urbano Vialonga T: 9h30 às 12h30 gratuito O Projecto Vialonga em Movimento organiza este domingo de desporto para usufruto de todas as idades. Shbam com Cátia Nunes
segunda :: 10
cinema
GENDARME E OS ET’S
Junta de Freguesia Vila Franca de Xira T: 263 200 770 15h gratuito Só mesmo os mais velhos o conhecem, mas Louis de Funés foi um dos atores franceses mais conhecidos. E dos mais engraçados e talentosos. Hoje passa um dos filmes da sua carreira, em que ele interpreta a personagem de guarda republicado.
sábado :: 15
música
CONCERTOS DE VERÃO Paços do Município Vila Franca de Xira T : 263 285 600 21h30 gratuito Há musica no ar no centro de Vila Franca de Xira com Café d´Alma
RIO LOUNGE Sociedade Euterpe Alhandrense Alhandra T : 219 500 592 22h gratuito No exterior da Sociedade Euterpe Alhandrense, porque é verão o palco é de M.I.N.A.S
humor
FLAMENGA UP Parque Urbano da Flamenga Vialonga T: 263 285 600 22h gratuito Para acabar o dia a rir muito , stand up comedy com Jorge Picoto
música
JAZZ NA QUINTA Palácio Quinta da Piedade Póvoa de Santa Iria T : 219 533 050
17h30 gratuito A quinta enche-se assim de jazz com Alma Nuestra
música
CLÁSSICA NA FÁBRICA Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira T : 263 271 200 18h gratuito José Saramago interpreta composições de Brahms e Shostacovich
RIO SPOT Praia dos Pescadores Póvoa de Santa Iria T : 263 285 600 17h às 21h gratuito Sunset no concelho com muita música. Hoje tributo à lusofonia com Bossa&Moma
ar livre
TEATRO NO LARGO Largo João Mantas Alverca do Ribatejo T: 219 570 305 21h gratuito Artifontinhas apresenta "Café Teatro"
caminhada
PASSEIOS COM HISTÓRIA Quinta Municipal do Sobralinho Sobralinho T : 263 280 350 15h gratuito As manifestações da água na quinta do Sobralinho. A inscrição é obrigatória e deve ser efectuada no Museu Municipal de Vila Franca de Xira.
domingo :: 16
concerto
MUSICA NO MUSEU
Núcleo Museológico Alverca T : 219 570 305 17h gratuito Folha Verde é o convidado deste domingo.
desporto
PARADO É QUE NÃO Piscina e parque desportivo da Cimpor Alhandra T: 263 287 600 10h30 gratuito Aula aberta de aqua zumba
VERÃO EM MOVIMENTO Parque Urbano Vialonga T: 9h30 às 12h30 gratuito O projecto Vialonga em Movimento organiza este domingo de desporto para usufruto de todas as idades. Krav Maga com Luís António
solidariedade
COLHEITA DE SANGUE Sede dos dadores de sangue da Póvoa Póvoa de Santa Iria T: 916 187 181 8h30 às 12h30 gratuito A associação de dadores benévolos de sangue da Póvoa de Santa Iria organiza mais uma colheita de sangue e registo de dadores de medula óssea, na sede da associação, no bairro da Chepsi.
teatro
A COR DA LIBERDADE Fórum Cultural da Chasa Alverca T: 263 285 600
18 // agenda // julho
Rui Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Alenquer, convida todos a visitarem o novo museu da cidade.
"A igreja de Santa Maria da Várzea estava em ruínas e era imperiosa uma reabilitação do edificado. Um dos objetivos deste executivo seria avançar com as obras dentro do presente mandato. Candidatámonos ao Projeto "Rotas de Séfarad", um projeto de valorização da identidade judaica portuguesa, iniciativa da rede de judiarias de Portugal, do estado português e do governo da Noruega. Gastámos cerca de 500 mil euros na recuperação deste local que guarda memórias de várias épocas, desde o século XIII. Aqui foi batizado, em 1502, Damião de Góis, uma das figuras mais letradas da época dos descobrimentos. Conviveu com as
maiores figuras da época e deixou uma obra vastíssima que, felizmente, foi publicada. Infelizmente, por conviver com Lutero e outros pensadores, foi condenado pela inquisição e aqui foi enterrado em 1574. O avançado estado de degradação da igreja obrigou a trasladar os restos mortais para uma capela na Igreja São Pedro. Pelo meio, parte do espólio foi destruído, outro foi espartilhado por diversas instituições e pessoas. Mas este novo museu manterá viva a sua memória e aqui podemos encontrar, para além do carneiro da sua sepultura, exposição consagrada à sua vida e obra, com particular destaque ao facto de ter sido vítima da inquisição. Além da exposição permanente, iremos ter várias iniciativas ao longo do ano. A 15 de julho inaugura a exposição "O Mundo de Pedro Nunes e de Damião de Góis". A 26 de agosto teremos uma encenação pelas ruas do centro histórico, com atores que irão fazer um percurso pelos pontos mais marcantes da vila, entre outras propostas".
+ info
Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição Calçada Damião de Góis ALENQUER T: 263 730 900 Vê o vídeo desta entrevista na página de facebook da gira
19 €5 18h30 Uma peça de teatro da responsabilidade do grupo de alunos da escola Soeiro Pereira Gomes.
segunda :: 17
cinema
O GENDARME E AS GENDARMETAS Junta de Freguesia Vila Franca de Xira T: 263 200 770 15h gratuito Só mesmo os mais velhos o conhecem, mas Louis de Funés foi um dos atores franceses mais conhecidos. E dos mais engraçados e talentosos. Hoje passa um dos filmes da sua carreira, em que ele interpreta a personagem de guarda republicado.
sábado :: 22
música
CONCERTOS DE VERÃO Paços do Município Vila Franca de Xira T : 263 285 600 21h30 gratuito Há musica no ar no centro de Vila Franca de Xira com Fernando Messias and The Hot Tones
RIO LOUNGE Sociedade Euterpe Alhandrense Alhandra T : 219 500 592 22h gratuito No exterior da Sociedade Euterpe Alhandrense e porque é verão o palco é de Grifo
humor
FLAMENGA UP Parque Urbano da Flamenga
Vialonga T: 263 285 600 22h gratuito Para acabar o dia a rir muito , stand up comedy com Mário Bomba
música
JAZZ NA QUINTA Palácio Quinta da Piedade Póvoa de Santa Iria T : 219 533 050 17h30 gratuito A quinta enche-se assim de jazz com Mingus Project
RIO SPOT Praia dos Pescadores Póvoa de Santa Iria T : 263 285 600 17h às 21h gratuito Sunset no concelho com muita música. Hoje com Confort Song, Sound Suite.
teatro
AMOR DE DOM PERLIMPIMPIM Ateneu Artístico Vilafranquense Vila Franca de Xira T: 926 941 164 €5 21h30 Uma encenação de Jorge Silva do teatro do Aloés, baseado numa obra de Frederico Garcia Lorca sobre amor e traição.
domingo :: 23
dança
ARTES DE CÁ E DE LÁ Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira T: 263 271 200 16h gratuito Atua o rancho típico dos avieiros de Vila Franca de Xira.
concerto
MÚSICA NO
MUSEU Núcleo Museológico Alverca T: 219 570 305 17h gratuito Tertúlia"Os Amigos dos Doze" é o convidado deste domingo.
T: 219 760 641 gratuito 9h às 24h A Sociedade Recreativa da Granja organiza as festas em honra de S. Sebastião. Hoje com garraiada à noite e a banda Nova Onda.
PARADO É QUE NÃO Piscina e parque desportivo da Cimpor Alhandra T: 263 287 600 10h30 gratuito Aula aberta de aqua zumba
sábado :: 29
desporto
VERÃO EM MOVIMENTO Parque Urbano Vialonga T: 263 285 600 9h30 às 12h30 gratuito O Projecto Vialonga em Movimento organiza este domingo de desporto para usufruto de todas as idades. Zumba com Mafalda Pinheiro.
segunda :: 24
cinema
A GENDARME CASA-SE Junta de Freguesia Vila Franca de Xira T: 263 200 770 15h gratuito O ciclo de homenagem a Louis de Funés continua. Hoje passa um dos filmes da sua carreira, em que ele interpreta a personagem de guarda republicado.
sexta :: 28
festas
S. SEBASTIÃO NA GRANJA S.R. da Granja
iniciativa
CONCERTOS DE VERÃO Paços do Município Vila Franca de Xira T : 263 285 600 21h30 gratuito Há musica no ar no centro de Vila Franca de Xira com The Rockets Classic Rock Ensemble
música
RIO LOUNGE Sociedade Euterpe Alhandrense Alhandra T : 219 500 592 22h gratuito No exterior da Sociedade Euterpe Alhandrense e porque é verão o palco é de Kingsize Blues Band
humor
FLAMENGA UP Parque Urbano da Flamenga Vialonga T: 263 285 600 22h gratuito Para acabar o dia a rir muito , stand up comedy com Jorge Picoto
música
JAZZ NA QUINTA Palácio Quinta da Piedade Póvoa de Santa Iria T : 219 533 050 17h30
20 // agenda // julho gratuito A quinta enche-se assim de jazz com "Sabre".
festa
S. SEBASTIÃO NA GRANJA S.R. da Granja T: 219 760 641 gratuito 9h às 24h A Sociedade Recreativa da Granja organiza as festas em honra de S. Sebastião. Hoje com garraida à noite e a bonda Pack 7.
Baixo Alentejo é o convidado deste domingo
caminhada
PASSEIO PELA BEIRA RIO Zona Ribeirinha Alhandra T: 966 589 269 9h €5 Distância a percorrer é de de 14 kms.
festas
música
segunda :: 31
cinema
O GENDARME EM NOVA IORQUE Centro Comercial Serra Nova Póvoa de Santa Iria T: 916 187 181 8h30 às 12h30 gratuito A associação de dadores benévolos de sangue da Póvoa de Santa Iria organiza mais uma colheita de sangue e registo de dadores de medula óssea.
continuam ::
exposição
GALA DE FADO Grémio Artístico Povoense Póvoa de Santa Iria T: 960 337 612 22h €5 Fadistas unidos para angariação de fundos para as vitimas do grande incêndio de Pedrogão Grande.
domingo :: 30
concerto
MÚSICA NO MUSEU Núcleo Museológico Alverca T : 219 570 305 17h gratuito Grupo coral Unidos do
O RIBATEJO NA OBRA DE DELFIM MAIA Museu Municipal de Vila Franca de Xira Vila Franca de Xira T: 263 280 350 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h30 gratuito Exposição evocativa dos 130 da data de nascimento de Delfim Maya, o escultor do movimento. Oficial de cavalaria, reflecte em algumas das suas obras a sua paixão por cavalos e a sua ligação ao Ribatejo.
S. SEBASTIÃO NA GRANJA S.R. da Granja T: 219 760 641 gratuito 9h às 24h A Sociedade Recreativa da Granja organiza as festas em honra de S. Sebastião. Hoje com passeio motard de manhã à noite e, à noite, a banda CTL.
exposição
QUOTIDIANOS NO FEMININO Núcleo Museológico Alverca T: 219 570 305 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h30 gratuito Exibição de objetos de uso das mulheres, recolhidos pelo museu junto da população, e que descrevem como
eram os usos e costumes delas no passado.
exposição
ALEXANDRE CABRAL Museu do Neorealismo Vila Franca de Xira T: 263 285 626 gratuito 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h30 No ano em que se comemora o centenário do nascimento deste grande autor, o município presta homenagem com a exibição de parte do espólio do artista.
exposição
A PARTE SUBMERSA DO ICEBERGUE
Museu do Neorealismo Vila Franca de Xira T: 263 285 626 gratuito 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h30 Exposição dedicada ao poeta e ficcionista Carlos Oliveira, expondo parte do espólio doado pela família. Até 29 de outubro.
A lista de atividades é atualizada e está completa em revistagira.com. Vê os nossos roteiros culturais em vídeo no facebook e fica a saber o que podes fazer no fim de semana. Às terças às 20h.
diretório // 21
vestuário
vila franca
MOOD Moda feminina com as melhores marcas, como G.Sel, Rinascimento, entre outras. Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, 17 segunda a sexta: 9h às 20h sábados: 9h às 18h 263 031 968
ÁRAS Nova loja de vestuário feminino, com um toque de modernidade. Avenida Miguel Bombarda Vila Franca de Xira segunda a sexta: 9h às 20h sábados: 9h às 18h 937 012 474
alverca
éMe bohèMe A mulher boémia, elegante, em harmonia com a natureza. Loja com acessórios, calçado, aromas para casa, gourmet. Caso único de elegância. E agora também com loja em Lisboa, na estrada de Benfica Av. Capitão João Almeida Meleças, 56 211 940 464 918 771 434
QUEEN HOME Marcas de qualidade, exclusivas, que transformam qualquer mulher numa rainha. Rua José António Veríssimo da Silva, loja 7 216 010 306
SILHOUETTE Concept Store com vesturário, calçado e acessórios. Destaque para a marca exclusiva de malas Gabs. Rua do Trabalhador, 6 loja 3 219 593 876
segunda a sábado 10h30 às 19:30
castanheira
ESTILO FIEL As melhores marcas, exclusivas e com uma história única: Lois, Naf Naf, Mike Davis, Rockport, entre tantas outras. Rua Palha Blanco 133C 263 270 131
retrosarias
vila franca
RISCOS PITORESCOS Projeto jovem, com classe, onde tudo é possível, desde que a imaginação o permita. Rua Miguel Esguelha, 6 934 402 228
restaurantes
vila franca
150 GRAMAS Comida eclética, com charme e qualidade pelo chef Pedro Teles e a gestão de Ricardo Leal. Rua Serpa Pinto, 92 12h30 às 15h 19h30 às 23h encerra domingo à noite e segunda-feira
CASALEIRO'S Confeção gourmet, com produtos de primeira qualidade. (antigo Calçada) EN248 Bisau, Cotovios 219 511 864 | 968 458 883 casaleirosrestaurant.pt KOMIKALA Pratos confecionados com gosto caseiro. Centro Comercial da Mina 965 313 700
alhandra
PETISCOS NA MESA
Novo espaço com pratos diários diferentes e uma seleção de petiscos suculentos de chorar por mais. Avenida Sousa Martins T: 219 511 191
VILLA RIO Rua Sousa Martins, 114 Nova imagem e nova decoração para um dos espaços mais emblemáticos da região. Agora também com serviço de almoço. de segunda a sexta: 12h às 24h sábado: 12h às 4h domingo: 12h às 20h encerra à segundasfeiras.
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O CHAFARIZ Restaurante de comida típica portuguesa com gosto a pratos caseiros e ingredientes frescos. Com música ao vivo regularmente. Largo Dr. Jaime Marques Simão, 3 Arcena T: 938 708 980 das 12h às 15h e das 19h às 24h
cafés/bares
vila franca de xira BODEGA 150 Bar de tapas, com pratos típicos, bebidas originais e exclusivas. Rua José Dias da Silva, 31 16h às 2h encerra à segunda 263 275 000
NEOREALISMO Localizado no museu do Neorealismo, dispõe sobretudo de produtos saudáveis e biológicos. Rua Alves Redol, 45
alverca
CHÁARA Pratos saudáveis. Atendimento excelente e espaço aco-
lhedor. Praça engenheiro José Vaz Guedes, 41, Malvarosa T: 219 571 012
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QUEEN HOME INTERIORS Novo espaço requintado com as melhores marcas nacionais e serviço personalizado de decoração. Com assinatura de Ana Marçalo. Urbanização da Malvarosa T: 966 257 184
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vila franca de xira CLÍNICA DR. PEDRO MOTA Espaço renovado para melhor cuidar dos seus dentes Praceta Jornal Vida Ribatejana, 7 Vila Franca de Xira T: 918 280 717
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SOHO Av. Combatentes da Grande Guerra, 23 sábados das 22h às 4h
póvoa sta iria
AMAZING KLUB Rua Polígono das Atividades Económicas 23h às 4h encerra de domingo a quarta.
vialonga
STATION Rua general Humberto Delgado, 4 Verdelha do Ruivo
Para fazer parte do nosso diretório contacte: revistagira@revistagira.com ou o telefone 968 236 531
22 // entrevista // julho
“ crescer Ana Serra
VILA FRANCA
TEM TUDO para
Nasceu a 23 de setembro de 1958. É neta de um campino e de uma varina e filha de um dos fotógrafos mais conceituados de Vila Franca de Xira. A mãe foi voluntária no antigo hospital da cidade. "Deixou imensas saudades a todos quantos a conheceram", recorda, com carinho. Tomou conta do estúdio do pai e tornou-se na primeira fotógrafa tauromáquica em Portugal. Depois da morte da progenitora, embrenhouse nas memórias da região em busca da figura materna. Com isso, construiu um espólio documental de fazer inveja a muitos museus. Quer muito que todos gostem da sua terra. Volta e meia expõe os seus trabalhos na loja transformada em galeria e depositório das memórias da sua vida. "Já ninguém compra fotografias e agora o espaço serve como museu da família", esclarece. Tem agora uma exposição sobre a ganadaria Fernando Palha. O António Dias conversou com a Ana Serra e descobriu uma vilafranquense a transbordar de alma ribatejana. As fotografias são da Ana Paula Vieira.
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24 // entrevista // julho Para quem a desconhece, transparece uma certa aura de misteriosidade. Não é propositado. Gosto de ficar na retaguarda, de fazer uma vida simples e resguardada. É claro que adoro estar nos eventos de maior importância, de conhecer as pessoas, de pesquisar sobre as nossas histórias, da minha família e da nossa terra. Porém, sou muito pacata. Gosto de estar no meu canto. Acho que é herança genética. Sou neta de um campino e de uma varina. Ambos os lados transmitiram-me valores de honra e respeito pelas tradições. Mais do que aparecer aqui ou ali, o que me move é a paixão pela minha terra. Ando, por exemplo, a tirar um curso de Teologia na Terceira Ordem do Carmo, em Lisboa, para saciar a minha curiosidade pela religião e pelos meandros que ligam tudo isto à tauromaquia, ao campo, à agricultura, às pessoas. E é algo bem complicado de frequentar este tipo de formações. Estive muitos anos em preparação e lá me deram autorização. Acordo, todos os domingos, às 6h, para apanhar o comboio e ir até à capital. Às vezes penso que devo ser louca. Só que isto nunca me cansa. É um orgulho poder fazer parte deste processo, de conhecer as minhas e nossas raízes. Até porque as irmãs da Ordem do Carmo fazem parte de uma congregação que geriu o hospital de Vila Franca de Xira e até mesmo o edifício que é agora o museu municipal. Como se vê, está tudo interligado. Fascina-me todo este misticismo que me leva a escutar, a aprender e a gostar das tradições.
“
consegui traçar a evolução do campino de 1900 até 1951, aquando da inauguração da ponte Marechal Carmona. Gostaria de avançar com o segundo número, dos anos de 1950 até à atualidade, mas falta-me tempo. Entretanto, a pedido da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, elaborei, num estágio profissional, uma obra sobre a vida do mestre marítimo João Padinha, patrocinado pela Associação de Desenvolvimento Integrado de Alpiarça. É um trabalho muito interessante que está disponível ao público. Também gostaria de regressar à investigação. Estou à espera que abra concurso para me poder candidatar a um cargo dentro da museologia e da antropologia, que é a minha área.
E tudo isto começou com a morte da sua mãe, em 1995. Queria encontrar conforto. Ela tinha tido uma vida muito ativa dentro da comunidade. Foi voluntária no hospital durante muitos anos e muita gente conhecia-a e nutria carinho por ela. Por isso, fui à procura de imagens que me pudessem mostrar algo mais, nem que fosse só um sorriso, um momento, um segundo da vida dela. Senti imenso refúgio nesta pesquisa e, aos poucos, fui encontrando aqui e acolá instantâneos que me foram facultados por gente que eu conhecia, ou que até desconhecia, mas que tinham passado pela vida da minha mãe. Sem querer, abri a caixa de pandora, um baú que se extrapolou para a história da cidade e da região. Tenho, nesta altura, milhares de reproduções fotográficas ali guardadas que gostaria um dia de compilar e organizar. Pelo menos escrever, por trás de cada moldura, o que trata aquela imagem. Porque só
Falta-me tempo para fazer tudo o que quero
O que é interessante é que essa paixão já deu frutos. É verdade. Editei um primeiro volume sobre a história do campino. É sobretudo uma compilação fotográfica da etnografia desta personagem ribatejana. A partir de recortes e imagens antigas,
25 eu sei quem me deu aquilo e que história conta. Quando, um dia, eu falecer, todo este espólio perde-se e terei muita pena que isso aconteça. Infelizmente, falta-me tempo para tudo.
Leva uma vida bem preenchida. Nem imagina. Apesar do estúdio do meu pai estar parado, tudo isto mantém-se como centro do meu trabalho. Faço muitos trabalhos fotográficos a pedido, sou membro de diversas associações, como o Grupo de Artistas e Amigos da Arte (GART), sou coordenadora da romaria a Alcamé, entre muitas outras iniciativas. Nunca páro.
O seu pai também é uma grande referência. Sem dúvida. Foi ele que me incutiu o gosto pela fotografia e pelas histórias das pessoas. Seria uma mulher bem diferente se tivesse tido outro pai. Hoje devo-lhe muito e esta terra também. Mas toda a minha família foi importante, cada um à sua maneira. Os meus avós casaram num tempo em que varinos e campinos não se misturavam. Por isso, os meus pais são de um tempo de transição. Eu já sou filha de uma época em que as fronteiras se esbateram e se tornaram mais abertas.
Tem boas recordações da sua infância? Ui, se tenho! Foram dias muito felizes. Nasci quase à beira rio. Brinquei e tomei banho no cais do Tejo e o meu irmão nasceu numa casa apalaçada que ficava perto da margem. Estava muito com as minhas vizinhas e convivia imenso com toda a gente. Isso ajudou a construir o meu gosto pelas pessoas, pelo respeito aos mais velhos, a compreender a vida de outra forma.
Vê diferenças entre o ontem e o hoje? Algumas, infelizmente. Acho que os jovens estão mais agarrados ao computador, fechados em casa, sem gosto por aprender. Falta-lhes alguma garra e alguns valores. Todavia, a culpa nem é deles. Têm que ser os progenitores a passar-lhe o prazer pelas coisas. Deviam levá-los ao campo, ensinar-lhes sobre o passado, desenvolver mais
atividades no campo e ao ar livre. Tem sido uma luta muito grande fazer os mais novos olhar para a História com interesse. Nada é impossível.
Tem receio que o seu espólio se perca no tempo? Que seja uma luta inglória? Tenho. No entanto, quero acreditar que isto vai mudar. Os meus filhos ajudam-me imenso, mesmo eles tendo empregos e as suas vidas organizadas. Nada será perdido ou deitado fora. Tudo o que guardei, do meu pai, da minha mãe, do estúdio, e por aí fora, será guardado, nem que seja doado à Câmara Municipal. E como vê Vila Franca de Xira hoje? Mais bonita.
Há quem diga que a cidade está a morrer e que o resto do concelho está melhor. Acho que depende do ponto de vista. Cometeram-se erros? Sem dúvida. Mas é um exercício inútil estar a bater na mesma tecla e pensar só nas coisas negativas. Vila Franca de Xira evoluiu imenso e tem tudo para crescer. Temos uma biblioteca que é um ícone da arquitetura; temos museus de fazer inveja a muitos municípios, um comércio com vida; jardins deslumbrantes; um rio de uma riqueza excecional. Tomara muita cidade ter um curso de água como o nosso mesmo ao lado. É preciso aproveitá-lo.
Lá está. Cai-se sempre nos defeitos. É claro que a saída da Marinha foi uma pena. Os marinheiros traziam sangue novo e renovavam a região. A mudança do hospital também foi um golpe profundo no comércio. Eram mais de três mil pessoas que passavam por aqui. É preciso pensar no futuro. A Câmara Municipal já comprou os terrenos da Marinha e está empenhada em modernizar aquela zona; e o edifício do antigo hospital pode bem ser uma unidade de cuidados continuados. Há que olhar em frente e pensar em soluções. E nunca parar.
A entrevista em vídeo da Ana Serra para ver no facebook da gira
26 // reportagem // julho
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“
Casimiro Diogo
TENHO PENA
que esta arte
morra
Poderão ser cada vez menos, mas ainda persistem sobre o clima austero da lezíria ribatejana. E há até quem queira continuar a tradição. Esta é uma história que atravessa gerações e que promete resistir à voracidade do tempo.
28 // reportagem // julho Há orgulho nos gestos de Casimiro Diogo. Do alto dos seus 78 anos de idade, prepara o cavalo com a energia de um adolescente. É claro que os músculos já não respondem da mesma forma, mas o sorriso e a humildade que perpassa em cada meneio conferem à figura um aspeto jovial. Monta a sela, aperta os grilhos, afaga o cavalo, prepara as botas e pega no pampilho com a mesma segurança com que o faz há mais de sete décadas. "Quando se passa uma vida no campo, é muito difícil mudar de hábitos.
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que se estendem no horizonte e que são sua propriedade. É o resultado de muitos anos de trabalho. "O meu avô foi campino, o meu pai também e eu segui o exemplo", começa por recordar. "O elo foi quebrado por mim, que tive duas filhas, embora elas tenham trabalhado no campo. Felizmente, uma delas teve rapazes e ele", diz, apontando para o neto, "quer seguir as minhas pisadas". A tradição, pelos vistos, ainda pode ser o que era. "Eu gosto muito de estar no meio da natureza", explica o Diogo Reis.
As estações mudaram. Antigamente chovia a sério. Dias a fio. E ninguém se importava Casimiro Diogo
Isto torna-se uma rotina e um prazer", congratula-se. Ao seu lado, o neto, de 18 anos, vestido com as mesmas cores da campinagem, segue os comandos. Ainda hesita aqui e ali, algo que o avô corrige com ordens rápidas e diretas. Trabalham em sintonia. "Desde pequeno que o acompanho no campo", conta o jovem. "Adoro a vida na lezíria, dos animais, de estar ao ar livre. Não penso em fazer outra coisa no futuro", esclarece. No seu pedaço de terreno no Porto Alto, localidade da freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, Casimiro Diogo aponta, com orgulho, para os seus hectares
"Gosto de lidar com os toiros, de passar os dias no campo e não me assustam as variações do clima. Até é algo que me agrada", diz, com um sorriso. Com a sua idade, seria previsível que os gostos fossem outros: computadores, televisão, seguir os estudos... "Deixei a escola há alguns anos. Nunca gostei", admite, meio envergonhado. "Prefiro seguir a profissão do meu avô", afirma, com orgulho. "E os meus amigos, como têm as mesmas preferências, nunca se importaram muito. Bem pelo contrário, até acham interessante", assevera. "Vamos às largadas, às corridas de toiros, faço parte do mundo da tauromaquia com prazer".
29 Contudo, este é um cenário cada vez mais raro. As provas de perícia dos campinos têm tendência para desaparecer e, a título de exemplo, esteve iminente o fim das homenagens ao campino nas festas do foral dos toiros e do fandango, em Salvaterra de Magos. Sendo que agora, por vezes, a vaga é
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Deixei os estudos. Nunca gostei. Sempre quis seguir as pisadas do meu avô. Diogo Reis
preenchida com forcados. "Em primeiro lugar, há menos gado para guardar. Em segundo, as propriedades estão vedadas e protegidas. E, em terceiro, todo o trabalho, hoje em dia, é feito com máquinas e tratores. Os proprietários não precisam de tantas éguas e bois para lavrar as terras. Os tempos evoluíram". No entanto, os campinos ainda são necessários. "Há cerca de
editorial
Nunca aprendemos com o passado António Dias*
“Antigamente, o inverno era a sério. Acordávamos com chuva, deitávamo-nos e ainda caíam bátegas do céu. Hoje, nada é assim”. Palavras de Casimiro Diogo, o campino, de 78 anos, que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira homenageia a 1 de julho. Fui conhecê-lo, a propósito de um dos textos da gira deste mês e guardei todas as palavras religiosamente. Gosto muito de ouvir os mais velhos. São eles que têm a autoridade para ensinar: viveram mais vidas que todos os outros. Numa altura em que o país se chocava com os incêndios em Pedrógão Grande, retive as palavras sábias para associá-las à mudança do clima e dos nossos hábitos de vida. Tenho 41 anos e lembro-me de no inverno gear vários dias seguidos. Lembro-me também das cheias e de como Valada do Ribatejo ficava, por vezes, isolada. Era normal. Há uns bons anos que nada disso acontece. O clima está mesmo a mudar e a comunidade científica é unânime: o ser humano tem um papel fundamental nesta transformação. Mas onde está o nosso esforço em resolver o problema? Ok, há uns carros elétricos a circular por aí, umas turbinas eólicas no horizonte, uns sacos de plásticos que deixamos de usar, e que mais? Dá a sensação que não temos medo das consequências. Todos os dias faço um exercício que, reconheço, é inglório: de me massacrar por usar carro próprio de casa para o trabalho, mesmo não tendo alternativa; de pensar na comida que compro, a maioria processada e de origem animal, quando está provado que ela é nociva para a nossa saúde e para o ambiente; de me arrepender de adquirir objetos que, às vezes, nem utilizo; de manter pequenos vícios, como manter a televisão ligada, mesmo quando não olho para ela. O que aconteceu em Pedrógão Grande foi uma tragédia horrível e criminosa. De quem é culpa? Atiramo-la a eito aos governos, aos proprietários, à justiça que nunca condena. Não será nossa culpa? Não fomos todos nós que deixámos plantar eucaliptos? Não somos nós que deixamos que construam fábricas de papel em cima das localidades (Constância)? Não somos nós que queremos empregos, carros, sapatos bonitos, comida doce e saborosa, vícios que nos afogam as mágoas. Somos. És tu capaz de mudar?
*jornalista
30 // reportagem // julho um terço do que há umas décadas", calcula, fazendo contas de cabeça, "mas é necessário sempre quem vigie os animais e os coloque nos terrenos a pastar. Ainda vai demorar alguns anos até que os campinos desapareçam. Mas tenho pena que esta arte venha a ser esquecida". Atualmente, os campinos são sobretudo chamados a cuidar de toiros para os corridas e eventos tau-
folgas, oito horas de trabalho, férias, descontos para a Segurança Social, nem outras regalias", enumera, com seriedade na voz. “Íamos para o campo, sujeitos às intempérides. No verão ainda era agradável. No inverno, olhe", conta, com um encolher de ombros, "agasalhávamo-nos, ficávamos debaixo das árvores, muito raramente tínhamos uma tenda para dormir".
{A FARDA} Ou vara. Para ordenar os animais
pampilho
Símbolo do campino
barrete camisa
Branca e vestida em dias de festa
jaqueta
Ou colete. Sempre vermelha.
Para manter a barriga no sítio
cinta
calção
Até ao nível do joelho
jaleca
Tem a configuração de uma casaca De renda e brancas
meias
Com as respetivas esporas
sapatos
romáquicos e Diogo Reis admite um futuro difícil. "Vai ser complicado arranjar trabalho mas acredito que vou encontrar qualquer coisa", diz, esperançoso. Perspetivas bem diferentes daquelas que Casimiro Diogo encontrou quando tinha oito anos de idade. Começou a trabalhar na Casa Lopes e Lima. "Tinha muito trabalho. Eram seis dias por semana. Não havia cá
Casimiro começou com o pai, na Casa Lopes e Lima, em Benavente. Quando atingiu a maioridade, mudou-se para a Casa Oliveira e Irmãos. Anos depois, trabalhou na Casa Agrícola António José Teixeira e, finalmente, terminou a carreira na Herdade da Portucale, em Santo Estevão. “Cada empresa precisa de menos gente. Recolhem-se os animais com motorizadas ou carros.
31 Usam-se cercas móveis e os animais, sem darem por isso, já estão encurralados. No meu tempo, era tudo feito a cavalo, com muita técnica e demorava mais tempo, é verdade. Havia perícia". Cumprindo a tradição, no sábado, 1 de julho, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira homenageia um campino. Indicado pelos seus pares, Casimirio Diogo é a figura deste ano. Quando recebeu a chamada telefónica, achou estranho e ficou indeciso. "Agora estou contente e orgulhoso que reconheçam o meu trabalho e empenho de uma vida". Será ele que vai erguer o pampilho de honra na cerimónia. O evento acontece às 16h, em frente aos paços do concelho. Na manhã desse dia há uma deposição de flores no monumento ao campino, em frente ao Celeiro da Patriarcal, iniciando-se, depois, o desfile até à praça de toiros Palha Blanco. Junto ao espaço, haverá corridas que deverão juntar centenas de pessoas. É uma forma de "mostrar a cultura ribatejana e a perícia dos mestres do gado bravo", refere a autarquia em comunicado. O Colete Encarnado está aí e, ao que parece, a tradição é o que era. Acompanha os diretos, vídeos e notícias do Colete Encarnado no facebook da gira
opinião
“Vila Franca de Xira é hospitaleira”
Helena Pereira de Jesus*
Cresci e vivi no meio do Colete Encarnado, uma vez que vivi, até me casar, mesmo no centro da cidade, ali na rua dos Bombeiros Voluntários, entre o Café Central e o antigo quartel de bombeiros. Os cheiros, a música, o ambiente entrava pela nossa casa durante os três dias da festa. Estava no centro da ação. Em frente à minha porta, a barraquinha do pão com chouriço. Humm... que saudades daquele cheirinho a entrar pela casa. Ao fundo da rua, as sevilhanas, com o seu colorido. A rua era cortada ao trânsito e havia um movimento saudável de pessoas de um lado para o outro a viver a grande festa! Era o Colete Encarnado e, depois, a Feira de Outubro que marcavam a nossa adolescência em Vila Franca de Xira. Eram as possibilidades de sair com amigos até mais tarde e de viver o verdadeiro espírito ribatejano que faz dos vilafranquenses pessoas com garra e sem receio de mudança, com visão de futuro e, ao mesmo tempo, de tradição. Vila Franca de Xira sem Colete Encarnado não é Vila Franca de Xira. Vive-se a festa com grande intensidade, ainda nos dias de hoje. Participam e convivem, em conjunto, pessoas de todas as idades e gerações. Famílias inteiras que se juntam para este evento. As ruas vestem-se de cores. Na Câmara Municipal, apoio e apoiarei sempre o Colete Encarnado e ainda uma melhor divulgação desta festa, para que seja ainda mais abrangente e que dê a conhecer a cidade a cidadãos de outros municípios. Com o Colete Encarnado, mostramos que Vila Franca de Xira sabe receber e é hospitaleira. Vila Franca existe! Apenas necessita de mais dinamização, investimento e uma melhor visão global e integrada. Hoje, preocupo-me muito com a cidade. Sinto-a a desfalecer e isso entristece-me, porque sou de Vila Franca de Xira de corpo e alma. É preciso colocar Vila Franca de Xira no mapa durante todo o ano, não só no Colete! É preciso fazer desta cidade uma cidade apetecível para se viver e frequentar. Roubo ao fado da Amália, uma última palavra para os Campinos, esses grandes heróis do Colete Encarnado:
“Visto de longe o campino, tem tal nobreza a sua figura/ Visto de longe o campino, tem tal nobreza a sua figura/ Que há nele a mesma grandeza que existe numa escultura/ Tem na mão firme o pampilho, se algum novilho se desmalhou/ É varonil quando passa, é a própria raça que alguém modelou/”
*vereadora do PSD
32 // alimentação // julho conselho
As mil e uma formas de beber água Paula Martins*
Mais calor e mais sede é o que acontece nos dias quentes de verão que se vão fazendo chegar. É real a necessidade de nos hidratarmos, tanto mais quanto o calor aumenta, tendo em conta que nesta estação é necessário repor os líquidos que vamos perdendo pela transpiração. Existem diversas formas de hidratação, sendo que há pessoas que apresentam uma grande dificuldade em beber água, necessitando portanto de procurar alternativas que lhes permitam manter-se hidratados e saudáveis. Para quem tem facilidade na ingestão de água, pode optar por bebê-la no seu estado natural ou fresca. Outras sugestões passam pela ingestão de chás, águas aromatizadas, sumos de frutas, gelados ou gelatinas. Pode aproveitar uma boa companhia para servir um chá e, assim, aproveitar para ingerir água em diversas ocasiões do dia. Pode também preparar só para si um chá ou uma infusão mantendo-o num termo e ir bebendo sempre que lhe apeteça. A ideia de bebermos ao longo do dia uma água fresca aromatizada com rodelas de limão ou maçã e um pau de canela, pode ser bastante aliciante. Ou podemos prepará-la com fru-
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tos vermelhos e umas folhas de hortelã, opção igualmente refrescante. Em casa, com frutas a amadurecer na fruteira, a melhor opção é colocá-las no liquidificador e adicionar umas pedras de gelo. É uma ideia viável e deliciosa, podendo também ser usado como base para gelados quando colocados em moldes próprios no congelador. Estas soluções são consideradas alternativas quando falamos de hidratação, uma vez que grande parte da composição da fruta é água. Contudo, não podemos esquecer que este modo de hidratação acarreta consigo o consumo aumentado de calorias, provenientes do açúcar naturalmente presente na fruta. Também com algum valor calórico, temos as gelatinas quase só compostas por água, que podem funcionar como uma ideia brilhante em vez do copo de água, principalmente para aqueles que apresentem dificuldade na ingestão de líquidos e se torne mais fácil em estado sólido. Por isso, escolha como prefere. O que importa é que beba!
Para quem tem dificuldades em ingerir água, há diversas outras formas de se manter hidratado
*nutricoach e criadora do nutrisaber.com
Tens uma mesa reservada para ti
Estás com fome, certo? Então aqui vai a tortura: que tal uns peixinhos da horta com maionese de alho e salsa? Ou preferes umas bolinhas de queijo e presunto? Talvez umas moelinhas de tomatada? Que te parece umas gambas com azeite, alho e alecrim? Já sabemos: um delicioso pica-pau da vazia? E porque não acompanhar isto com cascas de batata frita com molho aioli? Já estás a salivar? Podemos propor uns ovos mexidos com tomate e farinheira. Ou um chevre gratinado com mel e nozes? Ah! Ok, estás a olhar para o hamburguer de carne de toiro, ‘né? É indiferente o que escolheres. O que interessa é que apareças por cá. Todos os dias há um prato diferente e uma carta recheada de petiscos ricos em tradição, simples na confeção e deliciosos no paladar. O espaço é simples até porque aqui não estamos para grandes cerimónias. É chegar e comer. Como estivesses na tua casa. Já te reservámos mesa. Ok? Av. Sousa Martins, 107 ALHANDRA 219 511 191
34 // passeio // julho
parque urbano da Flamenga Vialonga
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os nossos jardins são linndooooss!!! Um casal pratica tai-chi no meio da relva, uma aula de zumba faz vibrar o ar por trás de nós, há cães a correr atrás dos donos, o riso das crianças a ecoar pelas árvores e alguns idosos que ginasticam os membros no ginásio ao ar livre. Poderia ser um cenário retirado de um parque urbano algures no Europa do norte. Não, fica em Vialonga e é apenas um dos exemplos de jardins deslumbrantes que estão à tua disposição e precisas de frequentar com mais regularidade. O parque urbano da Flamenga, em Vialonga, prepara-se para expandir a sua área. O projeto estava traçado no papel mas só agora será concluído. Paralelamente, o jardim doutor Luís César Pereira, na freguesia de Vila Franca de Xira, também irá acolher novas valências. Foram demolidos barracões junto à Quinta da Mina que irão dar lugar a campos desportivos. No futuro, o objetivo da autarquia é criar um eixo de ligação entre Santa Sofia, a Quinta da Mina e o centro da cidade, através de uma alameda arborizada a criar na travessa do Cerrado, em direção ao Tejo.
Ainda há meia dúzia de meses foi inaugurado um novo parque de merendas, junto às piscinas de Alhandra, integrado no caminho ribeirinho que liga a freguesia à sede de concelho. "Sempre foi o objetivo deste executivo de criar mais espaços de lazer à população, para que as pessoas possam sair de casa e ter locais onde conviver", referiu o presidente do município, Alberto Mesquita, durante a apresentação do plano de ciclovias para o concelho. No futuro, a autarquia pretende criar um caminho que se estenda desde a Castanheira do Ribatejo até Loures e, que de-
36 // passeio // julho
jardim José Álvaro Vidal Alverca
palácio do Sobralinho Alverca
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praia dos pescadores Póvoa de Santa Iria
opinião
O Colete está mais vivo que nunca
Maria da Luz Rosinha*
parque de merendas Alhandra parque de merendas da Vala do Carregado Castanheira do Ribatejo
pois, possa fazer ligação com um percurso que se estenda até Lisboa. O edil reconhece que este é um plano "para vários mandatos" mas, defende, "perfeitamente exequível". Todas as freguesias têm um espaço verde. Maior ou menor, cada um guarda as recordações de brincadeiras em família ou momentos românticos. Todos passámos por lá. Na Castanheira do Ribatejo, além do jardim no largo Dona Júlia Palha, há, na Vala do Carregado, um parque sobranceiro ao rio, com parque de merendas e lavatórios. Em Vila Franca de Xira, além do parque em Santa Sofia, man-
Os meses de verão têm, em Vila Franca de Xira, uma particular ligação às tradições locais. É altura das pessoas se reunirem à volta de temas que lhe são caros e em que o apelo à sua terra está muito presente, razão pela qual muitos dos nossos emigrantes, aproveitam este período para voltar à sua terra e reverem os seus parentes e amigos. Falo-vos da festa dos toiros. Decorreu a semana da cultura tauromáquica que, este ano, abriu uma exposição que homenageia, até outubro, no salão da Patriarcal o matador Victor Mendes. O toureiro não nasceu em Vila Franca, mas há muito que Vila Franca o adotou. E Victor Mendes soube retribuir o carinho e amor que esta terra lhe dedica, levando bem longe, pelas arenas de todo o mundo, o nome da nossa região. A esta homenagem juntaram-se diversos colóquios, que permitiram receber um conjunto de figuras gradas do panorama nacional e internacional da tauromaquia. Vila Franca assume-se mais uma vez como o pulsar do coração da afición tauromáquica. E dos salões, a festa passa para as ruas. Onde tem uma das suas expressões máximas, o Colete Encarnado, com tudo o que, ano após ano, se reforça de tradição e envolvimento das suas gentes. Oitenta e cinco anos depois, o Colete Encarnado está mais vivo do que nunca, atrai pessoas de todos os cantos do mundo e de todas as culturas. É a cor, o brilho, a música e uma vivência inigualável que, durante três dias, torna Vila Franca a sala de visitas de Portugal, para onde todos estão convidados e onde todos os que chegam são bem recebidos. Vila Franca com as suas tradições, não é melhor nem é pior é diferente e espera por vós.
*deputada do PS
38 // passeio // julho
parque urbano Dr. LuĂs CĂŠsar Pereira Vila Franca de Xira
jardim Constantino Palha Vila Franca de Xira
39 tém-se vivo o histórico Constantino Palha que liga com o cais do Tejo e o caminho até Alhandra. Em Alverca, o jardim José Álvaro Vidal é um dos principais locais de lazer da cidade. Há patos, um bar envidraçado com vista 180º e piscinas anexadas. Na Póvoa de Santa Iria, um antigo palácio recuperado, onde funciona a biblioteca pública, acolhe um mini zoo, hortas comunitárias, zonas verdes e um programa de iniciativas que atrai milhares de pessoas todos os meses. Em Vialonga, o parque da Flamenga é já o ex-líbris da localidade e no Forte da Casa há mesmo um núcleo museológico que atrai dezenas de visitantes interessados nas Linhas de Torres. Ah! E nunca te esqueças que, do outro lado do rio, há uma enorme lezíria, com um espaço de observação de aves mesmo ali no meio. Neste verão, só fica em casa quem quer.
opinião
Deliberações? A ver vamos… João Conceição*
Vila Franca de Xira tem, em julho, um conjunto de decisões que podem ser determinantes no futuro do concelho. Falo de uma série de resoluções que têm de ser, ou que já foram tomadas nos órgãos autárquicos, Câmara e Assembleia Municipal. Depois de um processo de grande mediatismo nos jornais locais, a aquisição das antigas instalações da Marinha passou com os votos favoráveis do PS e da CNR, coligação formada pelo PSD e outros partidos. Sem qualquer dúvida ou incerteza, os eleitos destas duas forças políticas nos órgãos autárquicos deram o seu aval para a aquisição daquele espaço, ao preço que o vendedor pediu, sem qualquer negociação ou avaliação independente. Foram ao mesmo tempo apresentados uns projetos para a reabilitação urbana daquela área e de planeamento financeiro para a sua implementação. Neste momento, aguarda-se a decisão do Tribunal de Contas, e é aqui que tudo se pode decidir! Quem não teve dúvidas e aprovou, PS e PSD, e quem teve muitas dúvidas e votou contra, CDU, neste momento aguarda a decisão e o seu desfecho para o futuro da nossa cidade e para as responsabilidades financeiras que estão em causa face ao caderno de encargos. O que Vila Franca de Xira necessita é de revitalização do centro da cidade, de criação de emprego na freguesia, de serviços com dimensão e interesse em investir no centro da cidade. Precisa de vida e de pessoas no centro da cidade. Este, e o processo de leilão do centro comercial Vila Franca Centro, tornam o futuro uma enorme incerteza para quem for eleito. Enquanto autarca da CDU, eleito no executivo na freguesia de Vila Franca de Xira, desejo que haja uma melhor e mais fundamentada discussão sobre cada um dos processos. Que haja tempo para refletir e relacionar. É tempo das deliberações? A ver vamos… *autarca da CDU
40 // saúde // julho
Limpeza ou higiene oral. Eis a questão conselho
Alexandra Fernandes*
Há cada vez mais formas de branquear os dentes. Produtos de todo o tipo que até se compram no supermercado. Nem todos são eficazes e alguns até são prejudiciais. A higienista oral da clínica Dr. Pedro Mota deixa alguns conselhos que deve seguir.
Ter um sorriso branco é o sonho de toda a gente. Porém, ainda persistem mitos e receios em torno do tratamento dentário mais adequado: faz mal à saúde, pode estragar o esmalte, é caro e, até, pode provocar dor. Nada mais falso. É importante, contudo, estar atento à publicidade falsa e aos produtos sem qualidade e nunca adquira algo sem consultar um médico dentista. Na clínica Dr. Pedro Mota, vai encontrar uma imagem renovada e feita à sua medida, mas com a dedicação e simpatia de sempre. Aqui, planeamos o seu sorriso, ouvimos o seu desejo e realizamos o seu sonho.
OK. Já se sentou na cadeira e já descomprimiu? Vamos trabalhar!
Ter dentes saudáveis necessita, sempre, de uma avaliação inicial. A consulta de higiene oral tem a duração de uma hora, em que primeiramente é feito um
“
Antes do branqueamento deve sempre fazer uma avalição do estado da sua boca
detalhado diagnóstico de todas as situações existentes em boca, como por exemplo, problemas dentários e gengivais, sempre com o auxílio de raio-x. Em seguida, é
fornecido um plano do que poderá melhorar na sua higiene oral diária. Passamos à destartarização, ao jato de bicarbonato para remoção de manchas, ao polimento dentário e, por fim, a aplicação tópica de flúor. Cada paciente é tratado de forma individual, porque poderá existir a necessidade de fazer outros tratamentos, como selantes de fissuras (método preventivo de cáries), alisamentos radiculares (para as gengivas) e manutenção e vigilância de tratamentos que tenha realizado, tais como implantes, coroas, pontes, próteses, restaurações, entre outras.
E para mais gira(o) parecer, combine o seu bronze com um sorriso luminoso!
Para isso, o branqueamento dentário é, de facto, o mais adequado. É um tratamento muito procurado no verão. Antes de o realizar é necessário fazer uma consulta de higiene oral para as-
41 conselho
Os olhos também se protegem Sónia Teles*
segurar o bom estado dos dentes e das gengivas para que o resultado final seja o mais satisfatório. O branqueamento dentário danifica os dentes? Não. É um tratamento para fazer pontualmente com os produtos certos e certificados, e se seguir todas as recomendações dadas. Não provoca consequências na estrutura dos dentes, nem das restaurações. Poderá sentir alguma sensibilidade dentária durante o tratamento, mas é passageira e termina quando o concluir. Como vê, nada tem a temer. E eu estou cá para ajudar e esclarecer todas as dúvidas. Marque uma consulta hoje. E, nunca se esqueça, mantenha uma visita regular ao médico dentista, pelo menos de seis em seis meses.
+ info
Clínica Dr. Pedro Mota Praceta Jornal Vida Ribatejana, 7 VILA FRANCA DE XIRA T: 263 271 845
* higienista oral
Com os dias quentes aumentam as atividades ao ar livre. Muitos portugueses encontram-se já de férias mas é também altura de usufruir de festas populares como o “nosso” Colete Encarnado. Sendo assim temos que redobrar os cuidados com a exposição solar. Já vimos, em edições anteriores, os cuidados a ter com a pele. Desta vez vamos direcionar a nossa atenção para os olhos. A maioria de nós sente algum tipo de desconforto ocular perante a radiação solar mais intensa, o que nos leva a utilizar óculos escuros. Essa necessidade empírica é justificada por inúmeros estudos que comprovam que as pessoas mais expostas ao sol estão sujeitas a mais problemas oculares. De entre os vários tipos de radiação que constituem a luz solar, aquela que nos deve preocupar mais é a radiação UV já que é a principal responsável pelos problemas visuais. Sendo assim, ao escolhermos o nosso modelo de óculos escuros, a nossa preocupação não deve ser meramente estética. Não adianta que as lentes sejam muito escuras já que o que é importante é que as lentes filtrem 99 a 100 por cento dos raios UVA e UVB. Não é só a ação aguda do sol sobre os olhos que devemos acautelar mas também a ação cumulativa de longos períodos de exposição ao sol. Daí que as pessoas que passem muitas horas ao sol, por razões profissionais, desportivas ou de recreativas, devem ter um cuidado extremo com a sua visão. Consoante as condições de utilização a que se destinam assim se deve fazer a escolha. Nos óculos escuros utiliza-se a nomenclatura standard europeia em que se consideram que os níveis de proteção vão de zero a quatro. O nível zero destina-se a utilização citadina e o nível quatro serve condições extremas, como na montanha, na neve ou no mar. Este último tipo de lentes são muito escuras por isso não são adequadas para conduzir. Assim quando vamos comprar um novo modelo de óculos escuros devemos procurar se têm a indicação de UV100%, cat 3 ou 4 ou 400 nm. Com qualquer uma destas indicações, as lentes são seguras. *farmacêutica
42 // saúde // julho desporto
Portugal é o país mais sedentário da Europa João Paulo Canas*
Apesar de termos uma selecção de futebol recheada de craques capazes de bater o pé a qualquer equipa europeia, somos o povo que tem os piores índices de prática de exercício físico. De acordo com o estudo “European Social Survey”, apenas 13,1 por cento dos homens e 11,5 por cento das mulheres praticam algum desporto regularmente. No topo da lista de países estão a Finlândia, a Noruega, a Suécia e a Irlanda. A atividade física é algo de deve fazer parte da nossa vida de uma forma natural. É sobretudo uma necessidade do nosso organismo e permite manter um bom funcionamento dos nossos órgãos vitais. O nosso sistema musculosquelético também beneficia e muito de uma atividade regular. Para analisarmos e compreendermos este tema temos de viajar um pouco no tempo e perceber que a esmagadora maioria das pessoas que realizou o seu percurso escolar antes do 25 de Abril não teve oportunidade de ter uma educação eclética e multilateral, como as pessoas que já nasceram depois do fim da ditadura. Nessa altura, nem todas as crianças e jovens tiveram a oportunidade de frequentar a escola e o grau de escolarização da população, de um modo geral,
“
era muito baixa. A prática de exercício também se desenvolve na escola e, efetivamente, Portugal tem esta forte limitação, visto que a massificação do ensino só ocorreu, timidamente, em 1973 e desenvolveu-se, de facto, já depois de abril de 1974. Altura a partir da qual evoluiu também a educação física. A juntar a isto, persistem, entre os portugueses, demasiados hábitos e fatores de risco que complicam o cenário. Por exemplo, cerca de 42 por cento dos homens fumam mais do que 20 cigarros por dia. Paradoxalmente, as mulheres apresentam o mais baixo valor dos 21 países estudados, cerca 15 por cento. Isto apesar de serem sobejamente conhecidos os riscos que o consumo tabágico acarreta. Porém, temos ainda elevados consumos no género masculino. Neste caso, a componente do exercício físico pode ser também determinante por forma a diminuir, e até mesmo a erradicar, o consumo de tabaco. Na Fiquemforma, já tivemos alunos que nos procuraram para os ajudarmos a abandonar o vício e que conseguiram chegar a bom porto. Uma das adaptações fisiológicas ao esforço físico é o aumento da capacidade pulmonar para receber oxigénio, o que leva a um aumento da condição física do praticante. E
Persistem entre os portugueses, demasiados hábitos e fatores de risco que complicam a saúde
43 há também vantagens emocionais e psicológicas. Portugal apresenta igualmente a maior percentagem de homens que consomem álcool mais do que uma vez por semana (47,5 por cento). Nas mulheres o valor baixa para os (15,3 por cento). Estes números falam por si e explicam os números elevados em patologias cardiovasculares apresentados no sexo masculino. Hoje é sabido que o exercício físico regular e adequado às necessidades e capacidades de cada indivíduo pode contribuir para índices de saúde e qualidade de vida muito positivos. Mas é importante manter tudo isto com uma alimentação equilibrada. Coma fruta e vegetais, pelo menos uma vez por semana. Portugal está bem posicionado nesta área mas não deve descansar por causa disso. A Fiquemforma alerta para que o consumo destes dois grupos de alimentos, mesmo em pessoas saudáveis, deve ser diária, com várias porções por dia, segundo as necessidades energéticas de cada indivíduo, segundo o género, idade e atividade quotidiana. Aconselhe-se junto do seu instrutor. Nunca parta para um plano sem os conselhos de quem percebe.
+ info
www.fiquemforma.com geral@fiquemforma.com T: 965 897 055
*personal trainer
psicologia
Cada vez mais socialmente sós Guida Alves*
As redes sociais revolucionaram os nossos hábitos, já muito se escreveu e falou sobre o tema. A informação circula rapidamente e de uma forma ilustrada, como nunca aconteceu. Mantemos a ligação à distância com ex-colegas de trabalho ou de escola com muita facilidade. Conseguimos acompanhar os seus posts, vídeos e fotos, vamos sabendo os acontecimentos mais ou menos marcantes que entendem publicar. A imagem virtual mantem-nos mais próximos daqueles que amamos e que, por várias circunstâncias, estão longe. As redes sociais e o mundo virtual ajudam a confortar os corações mais angustiados com a separação física. Porém, estaremos nós realmente mais sociais, menos isolados? Estará a mudar o conceito do ser social? Um estudo recente do Instituto Superior Técnico revela que os jovens entre os 15 e os 18 anos de idade enviam, em média, 75 SMS por dia, mas alguns chegam às 200 mensagens escritas diariamente. Um número que quase duplicou nos últimos 10 anos! É comum observarmos em espaços públicos o uso constante do telemóvel. Facilmente se vêem famílias que, enquanto esperam pela refeição, o foco da atenção centra-se no uso do aparelho. Assiste-se a uma reduzida troca de palavras, num momento que seria de convívio. Outro exemplo que se verifica são grupos de jovens, cada um adsorvido com o seu smartphone sem se aperceberem do que se passa em seu redor. Recordo-me também do relato sobre um concerto da Adele que parou o espectáculo, porque existia alguém no público que filmava integralmente a sua actuação sem usufruir do momento. Preocupamo-nos cada vez mais em gravar para publicar nas redes sociais, sem aproveitarmos do momento que estamos a viver. Podemos estar a correr o risco de vivermos com o intuito de mostrar aos outros o que estamos a viver ou a fazer. Não estaremos nós a esquecer de sentir, de descontrairmo-nos sem “preocupações virtuais”? Não estaremos demasiadamente preocupados com a opinião do mundo virtual? Estaremos nós mais acompanhados ou cada vez mais sós ? *psicóloga clínica
44 // decoração // julho
6 dicas para piquenicar com estilo Fátima Serrador*
Está cada vez mais na moda piquenicar. Um hábito que até era comum no passado mas que caiu em desuso, muito por preconceito. "Só os pobres levam farnel de casa para comer em casa", dizia-se. Mas com os novos parques em Lisboa e maior afluência e influência turística, as atitudes estão a mudar. É ver famílias inteiras em Belém ou no novo jardim da Ribeira das Naus, em Lisboa, de manta estendida e alegres da vida. Só que, hoje em dia, a quantidade de utensílios é tal que é preciso uma lista para que nada falte. Eu ajudo:
1
Prepare tudo de acordo com o ambiente. Na
praia, a toalha tem que ser grande o suficiente para afastar a areia. No campo ela tem que ser mais grossa para absorver a humidade da relva e da terra. Uma boa solução é levar uma capa impermeável. Se tiver espaço no carro, leve umas almofadas que dão jeito para as pernas e o rabo não ficarem cansados. Tenha uma caixa apropriada. Existem milhares de formas e estilos. É preferível do que espalhar objetos por sacos e mochilas. Há-de sempre se esquecer de algo.
2
3
Faça uma lista: pratos; guardana-
45 palavras de direito
A arte da viagem ou a arte de viajar Ana Paula Vieira*
pos; utensílios de plástico que, se possível, deve evitar; um saca rolhas; copos; saco para o lixo. Está tudo? Volte a verificar. Prepara-se para o clima. Vento, orvalho, alguns chuviscos até. Leve guarda sol para todos, ou guarda chuva, ou casacos caso o regresso a casa seja tardio.
4
Leve entretenimento. Na maioria das vezes esquecemo-nos destes pormenores. Um jogo de tabuleiro, cartas, frisbees, bolas, raquetes... qualquer coisa que evite de olhar para o telemóvel que, escusado será dizer, deve desligar ou colocar no silêncio. É tempo de conviver!
5
Vá com estilo e ajude o ambiente. Uma boa forma de ajudar o ambiente é evitar utilizar objetos descartáveis. Opte por levar peças vintage. Aqueles pratos metálicos? Sim, são lindos e conferem uma atmosfera eclética ao seu piquenique. E há talheres de madeira, por exemplo.
6
decoradora de interiores*
Já pensou que viajar faz bem a tudo? Começa o verão, a disponibilidade é maior e apetece meter os pés ao caminho, e, por vezes, não precisa de o fazer fisicamente Não pense que “viajar” é só sinónimo de apanhar um avião e ir para destinos paradisíacos, mas sim também de peregrinar, jornadear, transitar, visitar, divagar, percorrer, passar, atravessar, andar. Pode encontrar inúmeros exemplos verbais. Paul Theroux , um famoso escritor de livros de viagens, diz-nos que “uma intensa experiência de viagem nem sempre é uma experiência prolongada. D.H.Lawrence passou dez dias com a mulher na Sardenha e escreveu um volumoso livro sobre isso. Kipling esteve uma hora em Rangun e nunca foi a Mandalai, tema do seu famoso poema. E Marco Polo andou vinte seis anos na China”. Alain de Botton, outro escritor que se debruça sobre o tema, explica-nos, através da filosofia, como podemos aprender a ser mais felizes nas nossas viagens. Conheça melhor a sua cidade, a sua rua, a sua biblioteca. Quando verificar que existe muito mais do que praia, países exóticos e parar de pensar que no “estrangeiro” é que é bom, vai “viajar” muito mais e muito mais feliz. Marcel Proust refere uma frase que sempre me acompanha: “a verdadeira viagem do descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ver com novos olhos”. Descubram muito e melhor cá em “casa”. Bibliografia de verão (obrigatório ler): “A Arte de Viajar” e “Como Proust pode Mudar a Sua Vida”, de Alain de Botton; e “A Arte da Viagem”, de Paul Theroux . Boas viagens!
*social media manager
46 // animais // julho
Cuidado com a leishmaniose Daniel Gonçalves*
Em 2016 mais de 200 mil cães tinham contraído a leishmaniose. A doença tem sido alvo de diversas campanhas publicitárias e surgiram no mercado diversos produtos para prevenir esta patologia. Antes de mais, o que é a leishmaniose? É uma doença parasitária grave causada por um parasita microscópico, a Leishmania. É transmitida pela picada de um inseto que está mais ativo nos meses quentes e que vive em tocas, junto do lixo, matas e zonas com águas estagnadas. É possível também a transmissão de mãe para filho. E cuidado que se pode transmitir ao ser humano através do mesmo mosquito. Em Portugal é, no entanto, rara e acontece, sobretudo, a doentes com o sistema imunitário debilitado, como por exemplo VIH positivos. Para os canídeos o cenário é pior. Portugal continental é endémico e o Ribatejo uma das zonas mais afetadas. Os sinais clínicos são, sobretudo, feridas de difícil cicatrização, perda de pelo, sobretudo em volta dos olhos e bordo das orelhas, crescimento exagerado das unhas e aumento da espessura da pele em determinadas zonas, tornando-se seca e escamosa. O prognóstico é mais grave na versão visceral que provoca maior mortalidade. Pode ser controlada, no entanto, o melhor será prevenir. Pode começar, por exemplo, evitar que os seus animais pernoitem na rua. Como consequência, evite passear o cão no final do dia ou em noites mais amenas, períodos que coincidem com o de maior atividade do inseto. Uti-
lize coleiras ou pipetas impregnadas com permetrinas que reduzem o risco de infeção. Existem marcas e tempos de eficácia variáveis. Normalmente estes produtos fazem proteção múltipla, associando a repelência de insetos ao controle de pulgas e carraças. Sendo a escolha variada, o melhor será aconselhar-se com um profissional, sobre qual a melhor opção para o caso específico do seu cão. Há também a hipótese de vacinar o animal. O produto surgiu no mercado português em maio de 2011. Consiste numa primovacinaçao, a partir dos seis meses de idade, com três doses vacinais administradas com três a cinco semanas de intervalo. Antes da administração da primeira dose, o seu pet deve ser testado, para confirmar que não padece já da doença. Outra alternativa, é a administração oral de um imunoestimulador. A escolha do produto deverá ter em conta a relação risco/beneficio, assim como os custos de cada opção. Caso toda a prevenção falhar, não desespere. Com acompanhamento, cuidados adequados e empenho tutorial responsável, pode disfrutar de uma vida longa e com qualidade, não diferente da de qualquer outro cão saudável.
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Rua do Tejo, 18, loja A (junto aos bombeiros) PÓVOA DE SANTA IRIA
T: 219 561 814
especialista em animais*
Bem vindo! Está a ver o logótipo ao lado? Já o viu
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