gira revista
Atualidade dos concelhos de Vila Franca de Xira | Arruda dos Vinhos Alenquer | Azambuja | Salvaterra de Magos | Benavente diretor António Dias | revistagira.com | €1 | assinatura anual €24 número 14 | mensal | novembro de 2017
esta terra é gira
ana cristina silva
“Foi um acidente horrível” A escritora vilafranquense foi atropelada no verão e está ainda a recuperar. Foi um acidente que veio enssombrar 2017, ano em que comemora 15 anos de carreira literária. Nem tudo é mau. A autora acaba de receber o prémio Fernando Namora.
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reportagem: O FIM DAS RÁDIOS LOCAIS passeio: PELOS CAMINHOS DO TORRICADO
parabéns a nós A gira completa um ano de existência. Nestas primeiras 12 edições descobrimos histórias novas, desbravámos terreno, conhecemos gente fascinante. Nada disto seria possível sem a ajuda dos nossos anunciantes. A todos eles
muito obrigado!
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gira número 14 novembro 2017
propriedade: António Manuel Domingues Dias NIF: 216 680 611 diretor e editor: António Dias assessoria: Ana Paula Vieira colaboradores: David Fernandes Silva (estórias), Maria Martins (moda), Paula Martins (nutrição), Cláudia Berto Marques (leis), Sónia Teles (farmácia), Guida Alves (psicologia), e Daniel Gonçalves (pets) publicidade: revista gira: 243 761 130 | 968 236 531 Voz Ribatejana Lda. sede do editor: rua doutor Manuel Branco, nº30 2005-388 Vale de Santarém telefone: T: 968 236 531 redação: rua doutor Manuel Branco, 30, Vale de Santarém web: www.revistagira.com mail: revistagira@revistagira.com facebook: /revistagira impressão: soartes/Carregado tiragem: 5.000 exemplares depósito legal: 415958/16 número registo na ERC: 126901
foto de capa © António Dias Para aparecer na capa da gira ou no interior contacte 968 236 531 ou revistagira@revistagira.com. Fotografia, filmagens, reportagens giras. Empresariais ou pessoais. As nossas produções são giras!
© novembro de 2017 Todas as imagens e textos desta publicação são propriedade da revista gira. É interdita a cópia ou a utilização de qualquer conteúdo sem a devida autorização do proprietário. O estatuto editorial da revista gira está disponível no sítio www.revistagira.com
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14 moda As tendências do outono Faz calor mas as noites são frias
18 agenda Miss Alverca regressa Michelle de Pinho explica como te podes inscrever
24 entrevista Ana Cristina Silva Depois de um acidente grave, a escritora vilafranquense prepara um novo livro
30 reportagem Os dias da rádio As sintonias locais vão de mal a pior
34 passeio O mês do torricado A história por detrás deste prato tradicional do Ribatejo
COLUNISTAS SECÇÕES David Fernandes Silva:6 Maria Martins: 15 Paula Martins: 39 Guida Alves: 41 Sónia Teles: 42 Cláudia Berto Marques: 45 Daniel Alves: 46
efemérides: 7 notícias: 8 diretório: 17 editorial: 21 alimentação: 38 saúde: 40 empresas: 44 pets: 46
6 // curiosidades // novembro
Sinais no céu história
David Fernandes Silva*
Não sou astrónomo, nem astrólogo, mas estou certo que os astros e a sua análise exercem sobre muitos um fascínio que depois ligam com a Natureza e a História. Mesmo quando a ciência aponta explicações racionais sobre fenómenos astrofísicos, nada impede que as pessoas, no domínio das suas crenças, fé ou conceitos pessoais e filosóficos, os reconheçam como sinais e retirem deles conclusões. É, por exemplo, nessa medida que se inclui o “milagre do Sol”, de Outubro de 1917, na Cova da Iria, em Fátima, cujos 100 anos passaram há pouco. A história “astronómica” da nossa região está por escrever, mas é importante falar aqui de um grande “sinal no céu” (e não, não falo dos avistamentos de ovnis, no Ribatejo…), cuja estória se liga com a História de Vila Franca de Xira e de Portugal. Falamos do “grande cometa de 1577”, avistado há 440 anos. Reinava, em Portugal, D. Sebastião, um rei que parecia personificar o retomar dos “sonhos de glória portugueses”, mas cujo mau conselho conjugado com uma juventude impetuosa, teve triste fim. Naqueles dias, andava a preparar a jornada de África, ainda a decidir se e como havia de ir numa nova “cruzada” em terras berberes. A 9 de Novembro, D. Sebastião tinha ido a Salvaterra de Magos e vinha de galé pelo Tejo, decidindo ir pernoitar a Vila Franca de Xira, onde por vezes a avó, D. Catarina, se recolhia e a quem bebia muitos conselhos. Ficou na Quinta de Tomé de Sousa, outrora
primeiro governador do Brasil. Antes do jantar, subiu à varanda com D. Afonso de Castelo Branco, para tomar ar viu aquele cometa magnífico, cuja enorme cauda pintava o firmamento. Conta-nos frei Bernardo da Cruz: “[o cometa] era ígneo e caudato, estendido para o meio dia, aonde é África; apareceu por quarenta dias contínuos, (…) sempre à mesma hora, e sempre no mesmo lugar; e recolhendo-se El Rei da varanda, os que assistiam a mesa praticavam sobre a novidade, que sendo sempre temerosa, eles tocados de espírito adulador diziam joviais, jogando do vocábulo: que cometa era o mesmo que acometa; e significava que Sua Alteza acometesse os mouros; e tanto agradou a El Rei o dito por se ajustar aos seus pensamentos que dali para diante repetia muitas vezes estas palavras: diz o cometa que acometa; porém a contrária inteligência foi de todos; porque todos entenderam que o cometa anunciava sucesso trágico” O povo de Xira bem se persignou perante tal sinal, estando o rei por ali, e dizia que o “cometa de Vila Franca” não augurava nada de bom, que “se o céu estava ferido, só havia de trazer morte”. E assim foi, porque o rei “acometeu” à mourama e não mais voltou, deixando para Vila Franca o momento em que um rei tentou ler os sinais no céu, mas que, por ter sido mal interpretado, lançou Portugal num nevoeiro.
*estoriador
o autor escreve conforme a antiga grafia
7
1.nov.1926
25.nov.1967
Cumpre-se os 50 anos sobre uma das maiores tragédias na região de Vila Franca de Xira e Lisboa. Um chuva torrencial motivou uma das maiores cheias de sempre. Só na povoação de Quintas, em Castanheira do Ribatejo, morreram 83 pessoas.
5.nov.1933
O progresso espalhava-se pelo país. É inaugurada, neste dia, a luz elétrica em Alhandra, Alverca e Póvoa de Santa Iria.
7.nov.1892
São aprovadas as denominações “praça Afonso de Albuquerque” (largo da Câmara) e “largo Marquês de Pombal” (largo da Estação) em Vila Franca de Xira, homenageando aquele que foi o vice-rei da Índia e um dos maiores estadistas nacionais.
Foi nesta data que a Póvoa de Santa Iria passou a integrar o concelho de Vila Franca de Xira. Fazia parte de Loures e desanexada deste município por decreto do governo da ditadura militar. É uma das maiores freguesias de Portugal com mais de 41 mil habitantes.
11.nov.1991
A Força Aérea recebe, pela primeira vez, na Ota, em Alenquer, uma incorporação feminina.
1.nov.1755
O famoso terramoto atinge Lisboa e outras localidades, deixando um rasto de destruição que atinge o cais de Povos e destroi diversos edifícios no Ribatejo e Estremadura.
8 // notícias // novembro
Associação promove monta à amazona apresentação
9 A história da monta à amazona, em Portugal, está muito associada às raízes ribatejanas. A região é o berço do cavalo lusitano, animal que ajudou o agricultor da lezíria a cuidar da terra durante décadas a fio. Hoje, a par do toiro, é um símbolo do Ribatejo. E apesar de ambos os temas estarem muito interligados com a figura masculina, a mulher também foi e é parte destas tradições. Só que o vestuário feminino nunca ajudou muito a mulher a cavalgar, daí ter nascido a técnica à amazona, que se manteve como norma até 1930, quando começaram a escarranchar. “É uma modalidade que tem vindo a desaparecer mas que queremos recuperar”, refere Isabel Palha Figueiredo, presidente da Associação das Amazonas de Portugal. A responsável faz parte de uma família com longas tradições em Vila Franca de Xira e é por isso com orgulho que aponta a região como centro do trabalho que irá ser desenvolvido no futuro. “Já tivémos alguns estágios aqui e queremos continuar a vir até cá”. De 3 a 12 de novembro estarão na Golegã. “Vai ser a nossa primeira exibição oficial. Estamos muito nervosas”, segreda. A grande feira internacional do cavalo “será uma montra para promover o nosso conceito e para atrair novas associadas que queiram adquirir conhecimentos sobre e explicar como isto nada tem de bicho de sete cabeças”. O intuito, a médio e longo prazo, “é promover esta disciplina federada e dignificar a antiga tradição” que, lá fora, é bastante reconhecida. O cavalo lusitano é perfeito pela seu graciosidade e temos um historial de rainhas e avós que preservaram as técnicas e que são importantes defender”. No horizonte estão grandes objetivos. “Queremos participar em eventos internacionais, constituir uma equipa de amazonas para as provas que decorrem mundialmente e começar a ganhar prémios”, diz, sorrindo. “É claro que tudo isto vai demorar o seu tempo. Mas estamos muito esperançadas. A recetividade e o interesse tem nos dado imenso ânimo”, afirma. “As escolas estão facilmente preparadas e os cavalos facilmente se adaptam a monta à amazona e temos já quase 40 associadas”, congratula-se. A aposta é sobretudo na formação e aproveitar os materiais, como arreios, que existem em muitas famílias e recuperá-los”. Com um mercado apetecível no horizonte, “a maior parte dos atletas de desportos equestres são mulheres”, a associação acredita que poderá nos próximos anos marcar a diferença e criar um movimento nacional que aproxime as novas e atuais praticantes desta disciplina. A primeira exibição oficial está marcada para 10 de novembro, às 18h, no largo do Arneiro, na Golegã.
poluição
Governo investe na limpeza do Tejo
Até 2020 serão investidos 74 milhões de euros para “reduzir o risco de poluição no rio Tejo”, garante o ministro do Ambiente. Depois da manifestação que reuniu algumas centenas de pessoas em Lisboa contra a poluição no maior rio que atravessa Portugal, João Matos Fernandes garantiu à imprensa que existem fundos para resolver alguns dos problemas mais graves. Um dos objetivos é construir ou requalificar estações de tratamento de águas residuais (ETAR) ao longo da bacia hidrográfica. Grande parte do dinheiro vem do PoSeur, verbas europeias. O titular da pasta assegura que “todos os investimentos estão contratados ou a iniciar obra”.
saúde
Região abrangida por rastreios oncológicos
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) irá promover até 2018 diversos rastreios oncológicos nos centros de saúde da região. O programa irá incidir, sobretudo, sobre o cancro da mama, do colo do útero, do cólon e do reto, que apresentam altas taxas de mortalidade em Portugal.
10 // notícias // novembro alenquer
População decide futuro do concelho
Já estão apurados os projetos a votação para os orçamentos participativos de Alenquer. Ao todo foram selecionadas 18 propostas que se encontram a votos durante o mês de novembro. Em dezembro serão conhecidos os vencedores da edição 2017. Cabe aos alenquerenses decidir o futuro de 370 mil euros do orçamento municipal. Cerca de 300 mil para o orçamento participativo geral e 70 mil para o orçamento participativo jovem. No primeiro grupo foram aprovadas nove ideias: a compra de uma ambulância para os bombeiros voluntários da Merceana; a criação de um percurso pedestre que ligue Camarnal a Alenquer; o arranjo dos telheiros do centro escolar do Carregado; melhoramentos da estrada entre Estalagem e Meca; criação de um caminho pedonal entre Casais da Marmeleira e o Carregado; remodelação da EB1 da Pipa para centro de dia; construção de um parque temático em Algares; elaboração de um roteiro verde com História; e reabilitação do campo de jogos 25 de Abril, em Abrigada. Do lado dos jovens, recebeu luz verde a promoção de um acampamento interescolas nacional na serra do Montejunto; a criação de um projeto artístico e educativo "Sensações Inclusivas"; o apoio a vítimas de violência doméstica 'Ama-me, Não me Agridas!'; verbas para melhoria do canil de Alenquer e campanhas pelos direitos dos animais; construção de uma sala de jogos na EB1 de Abrigada; apoio a famílias carenciadas na área do vestuário denominado de Cefashion; aquisição de material para a instalação de uma rádio escolar na EB Visconde de Chanceleiros; promoção de uma festa sunset no quartel dos bombeiros voluntários da Merceana; e edificação de um novo espaço de convívio na escola básica de Pêro de Alenquer. Registo obrigatório em www.alenquerparticipa.pt.
saúde
O poder do médico
A Unidade Coordenadora Funcional (UCF) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria vai realizar a 9 de novembro, a nona edição das Jornadas UCF Lezíria. Este ano, o tema “Nós e Laços” aborda as relações criadas entre profissionais e utentes. Os vários painéis irão abordar questões como a maternidade, os cuidados continuados, a paternidade ou a obstetrícia. Os debates irão decorrer no auditório da Escola Superior de Saúde de Santarém.
desporto
Salvaterra na Bulgária
Uma equipa de atletas de trampolim vai estar presente no campeonato do mundo da modalidade que vai decorrer em Sofia, na Bulgária, entre os dias 7 e 19 de novembro.
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solidariedade
Jovens de Samora ajudam vítimas dos incêndios
Multiplicam-se as iniciativas de apoio às vítimas dos incêndios no centro do país. A Associação de Jovens de Samora Correia conseguiu recolher milhares de objetos, entre vestuário, roupa para a casa, móveis, electrodomésticos, calçado, livros, brinquedos, produtos de higiene e saúde. A iniciativa foi um sucesso e toda a “carga de amor” foi entregue, pessoalmente, junto da Câmara Municipal de Seia, no passado sábado, 28 de outubro. estreia
Fábio Mouzinho Pinto eleito presidente da Assembleia de Freguesia de Vialonga
Fábio Mousinho Pinto é o novo presidente da mesa da assembleia de freguesia de Vialonga. O candidato da coligação MAIS conseguiu o apoio para formar equipa de que fazem parte Joana Narciso, como primeira secretária, e Paulo Nogueira, como segundo secretário. Ao perder a maioria absoluta, a CDU ficou mais dependente de outros partidos. José António Gomes mantém-se como presidente da Junta e terá agora quatro anos para provar que consegue trabalhar com o restos dos eleitos. Ao seu lado irão estar Paulo Antunes, Maria Leonor Alves, João Nisa e António Mateus. Fábio Mousinho Pinto quer aproximar a política dos cidadãos e promete trabalhar em conjunto com os restantes partidos.
plinto
Poeta publica livro 70 anos depois de o escrever
Arquimedes da Silva Santos publicou “Plinto”, manuscrito que foi escrito há 70 anos. A obra esteve esquecida no meio do seu vasto espólio para agora ver a luz do dia. Este foi o momento alto da cerimónia que assinalou o décimo aniversário do edifício do museu do Neorealismo, em Vila Franca de Xira. Na cerimónia que decorreu a 20 de outubro, o escritor nascido na Póvoa de Santa Iria foi homenageado pela autarquia com um filme que recordou o seu percurso de vida pessoal e profissional. Arquimedes da Silva Santos foi pioneiro em Portugal da pedopsiquiatria e poeta fundador do movimento neorealista português. Atualmente com 96 anos é uma das poucas figuras ainda vivas desta corrente artística.
12 // notícias // novembro participação cívica
Arruda dos Vinhos promove orçamento participativo
Arrancam já a 9 de novembro as sessões de esclarecimento do orçamento participativo de Arruda dos Vinhos. É a quarta edição deste programa que pretende aproximar os cidadãos das decisões da autarquia; contribuir para a educação cívica e cidadania ativa; e aumentar a transparência autárquica. O processo decorre em cinco fases: divulgação, recolha de propostas, análise técnica, votação e apresentação pública. As assembleias participativas, onde é possível esclarecer dúvidas e apresentar projetos, serão sempre à quintafeira, às 21h: a 9 de novembro, na Junta de Freguesia das Cardosas; dia 23 de novembro, na Junta de S. Tiagos dos Velhos; dia 30 na Junta de Arranhó; e dia 7 de dezembro na Junta de Arruda dos Vinhos. Por cada assembleia participativa só podem ser apresentadas, no máximo, duas propostas por cidadão ou grupo de cidadãos. Antes disso, é necessária inscrição no sítio da Câmara de Arruda e preenchimento da ficha na Junta, Câmara ou antes do início da assembleia. Existem regras para a participação mas são excluídos os projetos que sejam tecnicamente impossíveis de executar ou que beneficiem empresas ou particulares. Depois de recolhidas, todas as ideias serão alvo de uma análise técnica e a lista final será colocadada a voto em maio de 2018. Os resultados finais serão conhecidos durante o mês de junho.
solidariedade
António Inácio promete vigilância ao PS
“Vamos estar presentes no dia a dia das pessoas e a nossa participação na assembleia de freguesia será a voz ativa na defesa de uma Póvoa mais forte”, garante António José Inácio. O líder da segunda força política mais votada na União das Freguesias da Póvoa de Santa Iria e do Forte da Casa tomou posse no final de outubro e promete de agora em diante manter o cerco à gestão dos socialistas. Durante a campanha, o ex-socialista tinha garantido à revista gira que iria “estar de olho em todos os orçamentos. E conto com todas as forças políticas para fomentar a mudança”. O autarca admitiu, entretanto, estar surpreendido com a vitória do PS que, considera, “fizeram um mau trabalho nos últimos anos”. Diz igualmente grave que tenha existido falta de consenso entre as várias forças política. “Vai ser complicado gerir a Junta nos próximos anos”, assevera. Jorge Ribeiro, que foi reconduzido no cargo, nada teme. “É pena que tenham existido tentativas deliberadas de boicotar o acto eleitoral. Nunca vi nada assim. Lamento como fui insultado e enxovalhado, num ataque pessoal gratuito que é inaceitável e indigno”, criticou. Jorge Ribeiro garantiu que mesmo depois de 12 anos no cargo mantém a mesma determinação para “fazer mais e melhor” pela união de freguesias. “Somos uma terra com mais de 40 mil pessoas mas não queremos que ninguém se sinta excluído”, vincou.
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vila franca de xira
Celeiro entra em obras igualdade
“Devemos fazer aquilo que mais gostamos”
A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos assinalou a 24 de outubro o Dia Municipal para a Igualdade. Para marcar a data, foi organizado um debate sobre as “profissões sem género”. A sessão contou com a participação da cavaleira tauromáquica Ana Batista; do cabeleireiro Luís Brardo; da motorista da Ribatejana Elsa Silva; do professor de dança Edgar Branco; da joalheira Rita Moreira; do educador de infância Rui Pedro Horta; da guarda da GNR Paula Gonçalves. Para a vice-presidente do município este foi "um momento importante de reflexão". De acordo com Helena Nunes, o objetivo da conferência foi “combater os estereótipos de género e promover uma sociedade mais integradora e igualitária, uma vez que continuam a persistir ideias de que existem profissões mais talhadas para homens e para mulheres”. Nesta matéria, Portugal está no fundo da tabela no ranking europeu, estando na 21.ª posição, à frente da República Checa, Grécia, Croácia, Chipre, Luxemburgo, Roménia e Eslováquia. As mulheres portuguesas ganham, em média, menos 22% que os homens. E curiosamente, de acordo com o Eurostat, há dez anos a diferença salarial era menor (cerca 8,5%). Daí a importância da educação nos estabelecimentos de ensino. Na plateia estiveram, aliás, alunos da Escola Profissional e Secundária de Salvaterra de Magos. Helena Neves acredita que os casos trazidos à mesa devem servir de exemplo às novas gerações. "O essencial”, remata, “é que cada um faça aquilo em que acredita, que goste, que nunca desista e que consiga ser feliz na profissão que escolheu".
O Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, vai entrar em obras. O espaço cultural será alvo de uma interveção interior e exterior. Serão reabilitadas as fachadas, preservando o traço original e será instalado ar condicionado. O espaço será também pintado, as cantarias reabilitadas e está prevista a limpeza de paredes interiores, aplicação de herbicida e fungicida na cobertura e serão também feitos trabalhos nas madeiras, vidros e pavimento do espaço. Ao todo a autarquia irá investir 431 mil euros.
largo 5 de outubro
Obras adiadas
Poderá ser adiada a requalificação do largo 5 de outubro, em Vila Franca de Xira. O atual projeto contempla uma passagem área em frente à praça de touros o que desagrada ao presidente da Câmara. Alberto Mesquita quer dialogar com a oposição para encontrar uma melhor solução para o projeto. estas e outras notícias regionais no facebook da gira e em www.revistagira.com
14 // moda // novembro
#emeboheme
MARCAS éMe bohèMe moda e acessórios: Maïttè, Tendências, Nekane, Karamel, ML, Rüga, Ferrache, Beneditas, Bastta, My Koin calçado: Cubanas, Ruika, Xuz aromas: Castelbel, Boles d’Olor, Lothantique, Mathilde M., Yankee Candle, gourmet: In Tube, Kusmi Tea ‘
eMe boheMe
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15 a moda é isto!!!
As tendências de outono/inverno
Maria Martins*
modelo: Maria Martins produção: Maria Martins fotografia: Ana Paula Vieira
Entrámos no outono. Mas, com este calor, quem é que pensa em agasalhos? No entanto, tendências são tendências e é nelas que me vou debruçar. Comecemos pela lingerie que, há muito, se assumiu como uma peça delicada e sensual a exibir. Falo dos slip dress. Podem-se criar looks bastante inspiradores e arrojados combinando os slip dress (de seda ou cetim misturados com rendas e de cores suaves), com casacos compridos e oversized. Outra tendência que nos invadiu e se mantém é o estilo fitness, com peças de ginásio, mas mais sofisticadas. Podem-se misturar com básicos ou peças mais elaboradas. As mais usuais são os casacos de capuz, bombers e calças de ciclismo. Os casacos acolchoados (anoraques ou internacionalmente apelidados de puffers) tornam-se uma peça de agasalho de luxo que, para além de prática, confortável e funcional, pode-se usar todos os dias e até incluir no âmbito profissional. Outro dos hit desta estação são os casacos militares com galões, vivos, aplicações metálicas e insígnias. Este é, igualmente, o ano em que o uso do veludo é inaltecido, quer seja para usar pontual, ou num look total. Uma peça de veludo, com um toque suave e exuberante, aliada a acessórios metálicos, fazem as delícias de um look super fashion. Um must have desta estação são também os casacos, coletes e acessórios de pêlo! Sejam curtos ou compridos, os casacos de pêlo podem-se conjugar com peças de seda, renda ou jeans. Outra aposta forte são peças que nos remetem para uma sensação de aconchego e proteção, como sejam as camisolas ou capas de malha tricotada de diversos estilos, texturas e cores. Combinam muito bem com jeans e botas de cano curto ou botins. E, finalmente, uma nota para as cores da estação. Tome note: azul rosa, vermelho, preto e amarelo. Mais dicas? Aguardem pela gira de dezembro. Até já. *fashion adviser & personal shopper
16 // moda // novembro
vestido: Highly Preppy sapatos: Dona V
Noites frias coração quente
DENNY ROSE
Há quem diga que o inverno só chega lá para janeiro. Os dias ainda são amenos mas as noites são frias. Há que estar preparada para estar fresca nas alturas certas e resguardada quando é preciso. Casacos suaves, mangas compridas, vestidos aconchegantes e tecidos mais grossos para que o outono venha devagarinho. Na Queen Home tem isto tudo. E muito mais! #outono2017 #queenhome #éslinda
casaco: Mangata calça: Colcci sapatos: Dona V mala: Denny Rose
216 010 306 936 963 061
vestido: Lança Perfume sapatos: Dona V
modelo: Mónica Silva produção: Mónica Silva Ana Cristina Marçalo fotografia: Ana Paula Vieira
cloths and acessories
R. José António Veríssimo da Silva loja 7, ALVERCA Encomendas: interiors
R. Josué Martins romão,Loja 4 malvarosa
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novembro // diretório // 17
vestuário
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MOOD Moda feminina com as melhores marcas, como G.Sel, Rinascimento, entre outras. Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, 17 segunda a sexta: 9h às 20h sábados: 9h às 18h 263 031 968
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éMe bohèMe A mulher boémia, elegante, em harmonia com a natureza. Loja com acessórios, calçado, aromas para casa, gourmet. Caso único de elegância. E agora também com loja em Lisboa, na estrada de Benfica Av. Capitão João Almeida Meleças, 56 211 940 464 918 771 434
QUEEN HOME Marcas de qualidade, exclusivas, que transformam qualquer mulher numa rainha. Rua José António Veríssimo da Silva, loja 7 216 010 306
SILHOUETTE Concept Store com vesturário, calçado e acessórios. Destaque para a marca exclusiva de malas Gabs. Rua do Trabalhador, 6 loja 3 219 593 876 segunda a sábado 10h30 às 19:30
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ESTILO FIEL As melhores marcas, exclusivas e com uma história única: Lois, Naf Naf, Mike Davis, Rockport, entre tantas outras. Rua Palha Blanco 133C 263 270 131
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vila franca
RISCOS PITORESCOS Projeto jovem, com classe, onde tudo é possível, desde que a imaginação o permita. Rua Miguel Esguelha, 6 934 402 228
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O CHAFARIZ Restaurante de comida típica portuguesa com gosto a pratos caseiros e ingredientes frescos. Com música ao vivo regularmente. Largo Dr. Jaime Marques Simão, 3 Arcena T: 938 708 980 das 12h às 15h e das 19h às 24h
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QUEEN HOME INTERIORS Novo espaço requintado com as melhores marcas nacionais e serviço personalizado de decoração. Com assinatura de Ana Marçalo. Urbanização da Malvarosa T: 966 257 184 T: 216 010 306 queenhome@sapo.pt
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18 // agenda // novembro michelle de pinho
“Todas as mulheres são bonitas”
A 18 de novembro regressa a Miss Alverca. A competição irá decorrer, pela segunda vez, no auditório da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense. As inscrições estão abertas e há premios para as vencedoras bem como muitas surpresas. Os detalhes pela organizadora.
“Este ano vamos ter imensas surpresas e há mais parceiros que nos vão apoiar. A vencedora, por exemplo, terá direito a um fim de semana de férias num hotel em Portugal. Mas não acho que sejam os prémios o fator de interesse neste evento. Como ex-miss simpatia, no concurso Miss Mundo, em 2000, sei que esta é uma oportunidade para ganhar novas competências que são úteis para o resto da vida. Existe o trabalho em equipa, a organização, a capacidade de enfrentar o público, conhecimentos de maquilhagem, imagem e comunicação que se ganham num espaço muito curto. Por isso, aconselho toda a gente a participar. Temos dois escalões: dos 12 aos 16 anos e dos 18 aos 30 e não temos limites de peso ou altura ou mesmo geográfico. Toda gente pode participar. Queremos que todas as jovens sintam que têm valor e podem concorrer. A inscrição é feita através da página de facebook e depois há duas eliminatórias, a 18 de novembro e a 1 de dezembro, onde serão escolhidas oito candidatas em cada fase. A final será decidida a 10 de dezembro”.
+ info
missalvercasfra2017@gmail.com t: 919 550 849 bilhete para assistir: €3 - €3,5
A gira irá acompanhar este concurso. Poderás seguir tudo na página de facebook e no sítio revistagira.com
19
quarta :: 1
BENAVENTE
concerto
ENCONTRO DE BANDAS Cineteatro de Benavente 263 519 637 16h gratuito Encontro de bandas para celebrar mais um aniversário da Sociedade Filarmónica Benaventense. Participam a banda da Sociedade Filarmónica de Santo Estêvão; Banda Filarmónica da SFUS e Banda da Sociedade Filarmónica Benaventense. Apresentação é de José Santos.
quinta :: 2
ALENQUER
teatro
S. MARTINHO NA BIBLIOTECA Vários 263 733 304 11h gratuito Dramatização da lenda de S. Martinho. Hoje na Biblioteca Municipal da Merceana.
sexta :: 3
VILA FRANCA
conferência
ENCONTRO MITHÓS A LER Fábrica das Palavras 263 271 200 11h gratuito Um primeiro encontro que pretende leituras inclusivas para todas as idades. Com diversos debates a decorrer entre sexta e sábado.
ornitologia
AVIXIRA Pavilhão Multiusos
263 285 600 €1 Com o VII Campeonato Ornitológico de Vila Franca de Xira. Aves de todas as cores e tamanhos numa grande exposição. Até domingo.
música
JAM ÀS SEXTAS Fábrica das Palavras Largo Mário M.Infante, 263 271 200 21h30 gratuito Paulo Brissos convida todos os músicos para uma noite de blus em improviso. AZAMBUJA
gastronomia
FESTA DO TORRICADO Pavilhão GDA 263 418 227 €consumo O torricado é o rei nesta festa com muita animação.
BENAVENTE
gastronomia
FEIRA DE SOPAS E ARROZ DOCE Clube União Artística Benaventense 263 517 196 Esta é a oitava edição da feira das sopas e do arroz doce de Benavente organizado pelo Clube União Artística Benaventense
concerto
BONSOIR PARIS Centro Cultural de Samora Correia 263 659 350 gratuito 21h30 Mila Ferreira canta temas icónicos da musica francesa.
sábado :: 4
VILA FRANCA
ar livre
FEIRA DE ANTIGUIDADES Largo do Município 263 200 770 Organizada pela Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, a feira de antiguidades anima as ruas principais da cidade. O artesanato também está presente
música
NOITE DE FADOS Grupo Desportivo e Cultural da Loja Nova 263 276 165 €6 a €17,5 Uma noite de fados com Margarida Arcanjo, Inês Peres, António Manuel e João Grilo e jantar.
teatro
A GRANDE RESSACA Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense 910 943 742 €10 Uma comédia teatral protagonizada por Carlos Cunha, no papel de Alberto, um empresário de mariscos congelados que perdeu a sua mulher para Ramiro.
QUERO IR PRÁ ILHA Ateneu Artístico Vilafranquense 263 271 418 €10 Estreia nacional do novo espetáculo com Carlos Areia. Participam ainda Patrícia Candoso, Rosa Bela, Paulo Patrício e Ana Ferreira.
dança
FLAMENCO JUVENIL Teatro-Estúdio Ildefonso Valério 926 941 164 € ND A Academia Sevilhanas.com atua em Alverca para mostrar o melhor que os seus alunos conseguem fazer.
jovens
ARRUDA ANIVERSÁRIO AJAV Pavilhão Multiusos de Arruda dos Vinhos 916 852 042 gratuito A Associação de Jovens de Arruda dos Vinhos celebra os seus 20 anos e para comemorar fazem uma grande festa. Animação com Andrea Verdugo, Dupla Mete Cá Sets, Vira Casaca e o DJ DC. BENAVENTE
teatro
OLH'Á FLORBELA Centro Cultural de Samora Correia 263 659 350 21h30 €6 Revista à portuguesa, preparada que promete duas horas de humor e de entusiasmo. Protagoniza a própria Florbela Queirós. É um hino à boa disposição com momentos de fado e de cantigas serão também uma das atrações.
domingo :: 5
ALENQUER
debate
UMA TARDE NA CASA DO ARTISTA Museu João Mário 263 730 255 15h gratuito Pretende-se revisitar a poesia de Fernando Pessoa através do testemunho do músico Paulo Sanches, pai do projeto
segunda :: 6
VILA FRANCA
cinema
TONI WINFRIED Auditório da Junta de
20 // agenda // novembro Freguesia de Vila Franca de Xira 263 200 770 15h gratuito Peter Simonischek representa um senhor que gosta de levar a vida com bom humor, fazendo brincadeiras que proporcionem o riso nas pessoas. A sua forma de ser extrovertida fez com que se afastasse de sua filha, Ines (Sandra Hüller), sempre sisuda e extremamente dedicada ao trabalho. Percebendo o afastamento, Winfried decide visitar a filha na cidade em que ela mora, Budapeste. A iniciativa não dá certo.
terça :: 7
VILA FRANCA
fórum
Neves (licenciada em Escultura com Laboratório de Conservação e Restauro pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa).
conceituado do panorama musical português, apresenta o seu espetáculo “A festa da Vida”.
cinema
VILA FRANCA
BENAVENTE
UMA DIVA FORA DE TOM Cineteatro de Benavente 263 519 637 21h15 gratuito A história de Florence, uma diva fora de tom,com Meryl Streep e Hugh Grant. Realiza Stephen Frears Uma comédia para maiores de 12 anos com a duração de 110m.
quinta:: 9
ARRUDA
PENSAR O ENVELHECIMENTO Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira 263 200 770 21h30 gratuito Um evento organizado pela junta de freguesia de Vila Franca de Xira, que pretende colocar em confronto ideias sobre variados temas. Este mês o tema aborda a terceira idade e tem como oradora Stella Bettencourt
cidadania
VILA FRANCA
sexta :: 10
quarta :: 8 debate
TARDES DE CONVERSA Núcleo Museológico de Alverca do Ribatejo 219 570 305 16h gratuito Os gessos do museu Neorealismo com Ana Sofia
ASSEMBLEIA PARTICIPATIVA Assembleia de Freguesia das Cardosas 263 975 657 21h gratuito O Orçamento Participativo de Arruda dos Vinhos (OPAV) é um processo de participação direta na gestão do município de todos os cidadãos residentes . E esta sessão pretende informar e recolher propostas dos moradores do concelho. BENAVENTE
concerto
CARLOS MENDES Cineteatro de Benavente 263 519 637 21h30 gratuito No âmbito da temporada de música de Benavente Carlos Mendes, artista
sábado :: 11
música
NOITE DE FADOS Grupo Recreativo e Cultural do Bom Retiro 20h30 €8 O grupo Cultural e Recreativo do Bom Retiro organiza uma noite de fados com Margarida Arcanjo, Ricardo Pereira, Inês Peres Rosa e João Grilo. ALENQUER
música
S. MARTINHO NA BIBLIOTECA Biblioteca de Alenquer 263 733 304 15h gratuito Dramatização da lenda de S. Martinho.
domingo :: 12
VILA FRANCA
ar livre
PASSEIO PELA BEIRA RIO E PELOS FORTES Zona Ribeirinha de Alhandra caminhando.pt 9h €5 A caminhada tem início na zona ribeirinha de Alhandra, junto à Sociedade Euterpe Alhandrense. Será percorrido uma boa parte da zona ribeirinha, junto ao rio Tejo. Em seguida, será iniciada uma viragem com destino a excelentes panorâmicas do Tejo, dos Mouchões e
dos férteis campos da Lezíria. A 2º parte do passeio percorrerá ainda alguns caminhos e trilhos de uma parte mais rural do concelho de Vila Franca de Xira, em terras da freguesia de Alhandra, S. João dos Montes e Calhandriz. Do percurso destaque ainda para a Igreja Matriz de S. João dos Montes e para a visita à Quinta Municipal de Subserra. O último troço da caminhada passará pelo Miradouro das Linhas de Torres (antigo reduto da Boavista, ponto inicial da 1ª Linha Defensiva de Torres Vedras.
segunda :: 12
VILA FRANCA
cinema
A CRIANÇA Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira 263 200 770 15h gratuito Sonia (Débora François) é uma jovem de 18 anos, que acabou de dar à luz a um menino. Bruno (Jérémie Renier), o pai, com 20 anos de idade vive de pequenos roubos efectuados por ele e amigos adolescentes. Os dois vêm de maneira bem diferente o significado da chegada desta criança. Os atos de Bruno em relação ao filho colocarão o casal diante de sérios dilemas sobre suas existências.
quinta :: 16
ARRUDA
enoturismo
FESTA DA VINHA E DO VINHO Pavilhão Multiusos 13h às 24h
// 21 gratuito Uma festa que visa destacar tudo o que rodeia a vitivinicultura com muita animação musical pelo meio. Decorre até domingo, 19.
sábado :: 18
VILA FRANCA
encontro
POESIA DITA Quinta da Piedade 219 533 050 16h gratuito O grupo de poesia no palácio pretende celebrar a poetisa Natércia Freire.
moda
MISS ALVERCA SFRA SFRA 910 943 742 21h30 €3 Realiza-se a primeira eliminatória da miss Alverca SFRA onde participam jovens dos 15 aos 30 anos de idade. A mostra engloba o comércio local que patrocina o vestuário das participantes.
BENAVENTE
jovens
1ª NOITE JOVEM Centro Cultural de Samora Correia 263 659 350 €3 21h A Associação de Jovens de Samora Correia organiza um espetáculo com atuações de jovens da freguesia que desenvolvem as suas atividades nas coletividades ou a nível individual.
domingo :: 19
VILA FRANCA
ar livre
CRUZEIRO NO TEJO
14h 13€ Embarque num cruzeiro, para ficar a conhecer alguns dos tesouros escondidos do Tejo, das suas margens, dos seus mouchões, numa viagem que seguirá para sul para passar perto dos mouchões.
segunda :: 20
VILA FRANCA
fórum
NUM MUNDO MELHOR Auditório Junta de Freguesia 263 200 770 15h Anton é um médico que divide o seu tempo entre a sua casa numa cidade idílica da Dinamarca, e o seu trabalho num campo de refugiados em África. Nestes dois mundos tão distintos, ele e a sua família enfrentam conflitos que os vão levar a escolhas difíceis entre a vingança e o perdão.
sexta :: 24
VILA FRANCA
música
RIFFEST 2017 Centro Cutural do Bom Sucesso em Alverca 263 285 600 21h gratuito O concurso de bandas jovens regressa a Vila Franca de Xira com uma final imperdível. Os finalistas são os Bala Verde, de Arruda dos Vinhos; os Methballs, de Alverca; Sardinhas com Bigodes, de Lisboa. A banda classificada em primeiro lugar recebe €1,500. O segundo e terceiro lugar recebem prémios no valor de €1.000 e €500, respetivamente.
editorial
O mundo a caminho do fim António Dias*
Estamos no outono que mais parece verão. Nos dias de fecho desta edição de novembro andámos por aqui a transpirar com temperaturas a ultrapassar os 30ºC. Um absurdo e um sinal dos tempos. As alterações climáticas de que toda a gente fala estão, calmamente, a afetar as nossas vidas. Este ano mataram mais de 100 pessoas nos incêndios no centro do país, pela mesma altura em que gelo em excesso, na Antártida, afastou pais e crias pinguins e matou toda uma geração destas aves, cerca de 40 mil. No mesmo continente que tem agora um buraco do tamanho da Irlanda. Na Califórnia, a seca não tem fim e este ano os fogos nas florestas junto ao Pacífico provocaram a morte de uma dezena de pessoas, destruindo 1500 casas. Nos mesmos EUA atingidos por três furacões de dimensões extraordinárias. Bem perto de nós, o Tejo vai morrendo. Este foi um verão pavoroso, com toneladas de peixe e gaivotas a sufocarem nas margens do rio. De Espanha vem cada vez menos água e o curso natural é cada vez mais um cocktail de fertilizantes, químicos e poluição de diversas indústrias. As notícias passam nos telejornais, há malta que vocifera mas poucos aparecem. Em outubro, em Lisboa, um pequeno grupo de manifestantes pregou contra o Ministério do Ambiente. Nem fez mossa. Ninguém quer saber. A sequela de Al Gore, “Uma Verdade Incoveniente”, está prestes a estrear no cinema e com ele vem uma nova fornada de factos, provas de que a mudança está aí. “E que ninguém pense que Marte é a nossa salvação. É aqui que vamos viver”, avisa o ex-vice-presidente dos EUA. Ao olhar para as poucas mudanças sociais, sobretudo em Portugal, pareceme nem da Terra vamos sair. É aqui que iremos morrer e vamos levar o planeta atrás. *jornalista
22 // agenda // novembro
sábado :: 25
VILA FRANCA
formação
HORSE BOY Centro Equestre da Lezíria Grande 263 285 600 9h 340€ Workshop sobre formação em equídeos e terapias associadas aos cavalos. Sofia Valença e Carola Beekman irão ministiatrar vários módulos, para profissinais e não profissionais.
espetáculo
NOITE DE FADO E FLAMENGO Ateneu Artístico Vilafranquense 263 271 418 21h 8€ Noite de dança e música com sons latinos ao rubro para aficonados e não só.
AZAMBUJA
crianças
MIMAR A LER Biblioteca de Azambuja 263 400 485 10h Gratuito Destinado a bebés dos três aos 24 meses. Com teatro de sombras e música para a família. Entre as lenga lengas da tradição folclórica portuguesa habitam as sombras das personagens incorpóreas e ambientes sonoros que veem de outros tempos e espaços para se fazerem ver e escutar em família. ARRUDA
compras
FEIRA MENSAL Jardim Municipal 10h às 17h consumo
Feira mensal onde pequenos produtores e pequenos comerciantes fazem a mostra e venda dos seus produtos.
segunda :: 27
VILA FRANCA
cinema
EU E TU Auditório da Junta de Freguesia 263 200 770 15h gratuito Filme de Bernardo Bertolucci que conta a história de Lorenzo, um jovem tímido de 14 anos que planeia cumprir o seu sonho adolescente de felicidade ao esconder-se na cave abandonada do apartamento onde vive. Para escapar à vigilância dos pais, Lorenzo dizlhes que vai estar fora numa estância de esqui com amigos da escola. Durante uma semana inteira, ele vai finalmente estar livre para evitar todos os conflitos e pressões de ser um adolescente “normal”.
continuam
EXPOSIÇÕES
VILA FRANCA
PARA CRIANÇAS QUE AINDA SOMOS Fábrica das Palavras 263 271 200 gratuito 10h às 18h Exposição de Vasco Gargalo que tem como curadoria de David Santos. Um apanhado das obras mais emblemáticas do autor vilafranquense que tem alcançado
imenso sucesso nos últimos anos, tendo publicado os seus trabalhos de cartoon e ilustração em diversas publicações nacionais e internacionais.
DO TEJO À MONTANHA E DA MONTANHA ÀS LEZÍRIAS Museu Municipal de Vila Franca 263 10h |12h e 14h | 17h Pretende-se apresentar uma visão transversal e diacrónica da ocupação humana no concelho de Vila Franca de Xira, desde a pré-história até ao grande terramoto de 1755. BENAVENTE
RUA DO GRILO Palácio do Infantado Largo da República Samora Correia 263 650 510 10h às 18h gratuito Ainda há quem lhe chame a rua da Associação Comercial de Lisboa. Mas para muitos será sempre a Rua do Grilo. Era a mais emblemática artéria de Samora Correia que depois do terramoto de 1755 foi renomeada. ARRUDA
NOSSA SENHORA DA SALVAÇãO - O POVO E A Fé ESCULPIDA Galeria Municipal Centro Cultural do Morgado 263 974 004
gratuito Patente até 31 de dezembro, na , em Arruda dos Vinhos, inserida num programa de comemorações dos 500 anos do foral.
AZAMBUJA
QUOTIDIANOS: RECORDAR; CONHECER E APRENDER Museu Municipal Sebastião Mateus Arenque 263 400 447 10h às 18h gratuito Exposição sobre objetos, manuscritos e tradições do concelho de Azambuja e que são resultado de um recolha histórica do museu. SALVATERRA
A MODA NO SéCULO XVI Falcoaria Real de Salvaterra de Magos 263 509 522 10h às 18h gratuito Patente até 15 de novembro uma mostra de diversas peças de vestuário de antigamente que mostram o modo como os portugueses se vestiam no trabalho, em festa e em família nos últimos séculos. Com o apoio do Museu do Traje de Lisboa
A lista completa e atualizada em revistagira.com. Vê os nossos roteiros culturais em vídeo no facebook e fica a saber o que podes fazer no fim de semana. Às terças às 20h.
23
Carlos Areias estreia comédia no Ateneu teatro
É já a 4 de novembro que o Ateneu Artístico Vilafranquense apresenta, pela primeira vez a nível nacional, a comédia "Quero Ir Prá Ilha". O musical inspirado na revista à portuguesa presta uma homenagem ao Festival da Canção que, em 2018, passa por Lisboa. E é também a peça que marca os 50 anos de carreira de Carlos Areias. Fazem ainda parte do elenco, Patrícia Candoso, Rosa Bela, Paulo Patrício e Ana Ferreira. A revista gira aproveitou para falar um pouco com o autor.
Como surgiu a ideia de fazer esta comédia ? Queríamos dar continuidade ao nosso trabalho e manter o projeto das ‘Produções Fora de Cena’. "Quero ir pr'a Ilha" vem renovar o nosso reportório teatral substituindo o espetáculo "E Porque não Emigras" que esteve em digressão durante três anos.
Do que trata esta nova peça? É uma comédia musical inspirada na revista à portuguesa e de comemoração dos meus 50 anos dedicados ao palco. Vai ter muita música, gargalhadas, uma homenagem ao festival da canção, danças e cantares tradicionais. Para saber mais apareçam.
Porquê a estreia no Ateneu Artístico Vilafranquense? É uma excelente sala, com todas as condições para receber qualquer espetáculo. Já lá tinhamos apresentado todas as outras nossas produções que temos em cartaz e por isso já tínhamos uma relação de amizade com esta casa. O convite partiu do Ateneu e nós prontamente decidimos aceitar.
Um balanço muito positivo. Tive a felicidade de puder abraçar vários projectos em todas as áreas artísticas deste o teatro, cinema, televisão. Ao longo deste tempo todo, cruzei-me e colaborei com grandes e saudosos atores, os quais admiro. Vejam lá que até fiz cinema para o Brasil! Portanto, este meio século só poderia ser muito positivo.
Quais foram os pontos altos e baixos? Para haver pontos altos tem sempre que haver pontos baixos. E como eu gosto de recordar o melhor da profissão fico-me pelos pontos altos. Atualmente este projeto das Produções Fora de Cena dão me um prazer profissional de poder pegar em algo do zero e escrever, adaptar, encenar e representar.
Qual a sua mensagem para os jovens no início das suas carreiras? Estudem, trabalhem vejam muito teatro. É o mais importante para se iniciarem na área.
A revista tem futuro? Claro que sim! Enquanto houver companhias como a nossa, sim. Temos que manter viva a arte e descentralizar o poder e levar os espetáculos aos Qual o balanço que faz deste 50 anos de vários cantos do país. A revista está viva e recarreira ? comenda-se!
24 // entrevista // novembro
25
“ certa ana cristina silva
O PRÉMIO
veio na altura Ana Cristina Silva acaba de ganhar o prémio Fernando Namora 2017, no valor de 15 mil euros. A escritora vilafranquense está a comemorar 15 anos de carreira literária e por isso este é um reconhecimento que surge numa altura perfeita. "Nem que seja para me dar ânimo depois deste acidente horrível", confessa. A professora universitária foi vítima de um atropelamento aparatoso. Está melhor mas ainda em recuperação, como garantiu ao jornalista António Dias. As fotografias são de há um ano e a conversa recorda um pouco da sua vida e carreira.
26 // entrevista // novembro Tem transmitido, através das redes sociais, o seu sofrimento. Foi um acidente horrível. Fui atropelada numa passadeira próxima do viaduto da auto-estrada do norte, ali perto do parque urbano de Santa Sofia, em Vila Franca de Xira. Sofri um traumatismo craneano e uma fratura na clavícula direita. Estive internada dez dias no hospital mas ainda tenho muitas tonturas. Tudo isto está a afetar-me imenso porque sou uma pessoa muito ativa e ainda por cima o braço direito ficou muito mais magoado. Como tal, estou incapaz de escrever. Há um livro que queria terminar e com tudo isto estou com todos os planos suspensos. Espero, brevemente, se o médico me der autorização, recomeçar a escrever.
“
Quando falámos, há um ano, preparava um livro. Sim, o "Salvação". Com muita pena minha, duvido que seja editado ainda este ano. Tenho que me recuperar primeiro e, depois, ver o que posso fazer.
De que trata? Aborda a história de um escritor que é aconselhado pela esposa, vítima de cancro, de que deve escrever um livro. O texto conta, no fundo, o processo realista de um autor ao construir a sua obra. Escrevo sobre o papel dos médicos na vida dele, da mulher, das questões do amor, da dedicação, entre outros.
Acho as mulheres personagens mais fascinantes, mais ricas e psicologicamente complexas
Houve igualmente um problema com a seguradora que a atormentou. Era uma situação muito injusta e incompreensível. Falamos, precisamente, no dia em que consegui resolver o problema. Acho inadmíssivel ter de ser o doente a fazer a ligação entre a seguradora e a Segurança Social. Mas está tudo resolvido.
O prémio veio numa ótima altura. Sim, veio no timing perfeito. Fiquei muito contente, claro. Já tinha sido nomeada e é sempre importante ser reconhecida pelo meu trabalho. Este tem um significado especial, até para comememorar os 15 anos da minha carreira literária.
Ao olhar para a sua obra, dá a sensação de que previlegia as figuras femininas. Talvez. Não é intencional. Todavia, continuo a achar que as mulheres são personagens mais interessantes que os homens. Elas são psicologicamente mais complexas, mais cativantes e emotivas. No entanto, tudo depende da história. Já publiquei 11 romances e já toquei de tudo um pouco. Já tive como temas centrais, por exemplo, Mouzinho de Albuquerque ou o rei e poeta árabe, nascido em Beja, Al-Mu'tamid, que são figuras fascinantes da nossa História e me atraem imenso. Por isso, tenho sempre a mente aberta. O que gosto mesmo é de fazer uma pesquisa histórica que me possa desvendar detalhes e caraterísticas humanas intempo-
27 rais.
E prefere só temas históricos? Depende. Acho que já se pode olhar para a guerra colonial como algo do passado, apesar de ser considerado contemporâneo. É um exemplo de um tema que abordo num dos meus livros. O que me fascina é o relato factual e humano de cada assunto, olhar para fenómenos que, à partida, podemos achar irracionais e que, depois, repetimos. A discriminação, o fanatismo, a guerra, o amor. Nada que eu tenha inventado. Se ler Shakespere, os temas estão lá todos.
E porque insistimos em repetir os mesmos erros? Tem que ver com ciclos e com a situação política e económica de cada época. Atualmente, estamos a sair de uma crise financeira e social que está a trazer ao de cima a insegurança, o medo e o receio de ficar de fora. Aconteceu o mesmo nos anos de 1930. Só que, hoje em dia, tudo é exacerbado pelas redes sociais e porque deixámos de ter jornalismo. Os meios de comunicação social repetem as notícias veiculadas pelas agências, o que qualquer um consegue fazer. Deixou de existir massa crítica. Compreendo que os espaços de comentadores saem mais baratos e que isso possa encher horários na televisão... mas é o mundo em que vivemos. E tudo isto está minado por grupos capitalistas e isso tem reflexo na formação das opiniões públicas.
Não acha que há, no meio de tudo isto, alguém que diga algo sério? O Pacheco Pereira, a Manuela Ferreira Leite... mas são poucos exemplos. Deixou de haver massa cinzenta. A maioria limita-se a repetir o discurso que os assessores lhes escrevem.
A quem gosta de dar ouvidos? Tenho saudades de José Saramago. Era daquelas figuras que quando falava trazia bom senso e toda a gente ouvia. Falta muito um discurso mais analítico e menos emocional. As redes sociais são um ótimo exemplo de como é fácil, hoje em dia, comunicar sem regras e é o facebook que tem vindo a matar o jornalismo. É daqueles fenómenos que acontecem rotativamente na História da humanidade, quando as pessoas deixam que o fanatismo se apodere das suas opiniões. E é assim que muitos movimentos políticos radicais ganham pujança, como Le Pen, em França; o Brexit, na Inglaterra; ou Trump, nos EUA. Nunca nos devemos esquecer que Hitler surgiu no seio de uma Alemanha muito culta. É por isso que gosto de abordar temas que façam as pessoas pensar e questionar este tipo de episódios que ocorreram no passado. Dá aulas sobre psicologia da linguagem e desenvolve investigação no domínio das aquisições precoces da
28 // reportagem // novembro linguagem escrita, ortografia e produção textual. O que descobriu até agora? Que o que ensinamos às crianças é muito complexo e que as escolas superiores estão pouco preparadas para interligar as várias disciplinas de ensino. Não me interessa discutir métodos de trabalho. As crianças têm de perceber a estrutura da língua para apenderem a ler, que ela tem sons, palavras, sintaxe, morfologia, obedece a regras e essa descoberta levanta vários níveis de dificuldade. Um dos problemas, por exemplo, é perceber que as letras representam os sons das palavras. Por exemplo: a palavra 'pote'. Muitas pessoas diriam que ela tem dois sons: 'po' e 'te'. Falso. Existem três sons: 'pê', 'ó' e 'tê'. Cada som é uma identidade abstrata e vários sons são articulados aos mesmo tempo, o que torna a descoberta da lógica alfabética uma tarefa complexa para muitas crianças.
Concorda com o acordo ortográfico? Ainda escrevo à maneira antiga. Admito que é complicado voltar para trás, porque há já uma geração de jovens que foi ensinada com a nova forma grafia. Mas receio que o país tenha cedido a valores políticos e económicos, relacionados com o Brasil. O inglês, por exemplo, escreve-se de maneira diferente nas diferentes nações onde é falada e nunca alguém tentou uniformizar as regras.
E fará algum sentido existir, pelo menos, uma reforma ortogrática? Deixar cair letras que não se leem, por exemplo? Não sei. É preciso cautela. Na palavra acto, por exemplo, se ficar ato pode ser confundido com o verbo atar. Há letras que têm um significado semântico importante que se deveria manter.
Como foi crescer em Vila Franca de Xira? Tenho poucas recordações de infância a brincar na rua. Era um pouco anti-social, confesso. Andei na primária João de Deus, hoje um infantário; depois estive na preparatória onde está agora o quartel dos bombeiros de Vila Franca; e a secundária foi na Reynaldo dos Santos. Morei no bairro da CASIi, construído pelo padre Vasco Moniz, e passava o tempo todo a ler. Era uma viciada em livros. Lembro-me de ir várias vezes por dia à biblioteca, que ficava no largo do município, buscar todo o tipo de manuscritos. Li "Os Cinco", depois policiais da Agatha Christie, histórias sobre a guerra mundial, entre outros temas. Lembro-me de, na adolescência, passar tardes a fio no café "Colmeia" com as minhas primas mais velhas. Se a conversa era interessante, participava. Caso fosse aborrecida, puxava de um livro e ficava ali distraída com a leitura. Era aquilo a que hoje de chama um nerd [= estudioso]. Havia uma vida de café. As pessoas conviviam mais. Eu jantava e saía sempre um pouco de casa. Hoje é diferente. Não
29 creio que seja pior ou melhor que antigamente. Há que sublinhar que também não tenho uma visão muito precisa do Portugal de antigamente, antes do 25 de Abril. Admito que tenho saudades de uma cidade com mais vida e mais mexida. Agora vejo as pessoas muito ligadas a aparelhos eletrónicos. Os jovens comunicam através da internet, às vezes com pessoas do outro lado do mundo, o que tem o seu lado positivo e fascinante. Contudo, pode ser maléfico. Há que saber temperar.
é muito conotada com a esquerda. Não sou filiada em partidos políticos mas acredito numa sociedade com ideais mais socialistas, sem dúvida. Hoje em dia é difícil perceber quem defende o quê. Devem, por exemplo, existir serviços públicos de educação e saúde universais.
“
por um lado, através da minha escrita, agitando consciências. Neste livro que ganhou o prémio Fernando Namora [A Noite Não É Eterna] abordo o regime repressivo e comunista na Roménia, a ditadura e a violência doméstica. A outro nível, uso o meu trabalho de investigação para procurar um rumo na educação que proporcione maior igualdade entre os miúdos na escola.
Não sou filiada em partidos mas defendo serviços públicos de saúde e educação para todos
O que achou das últimas eleições autárquicas? Fiz parte da lista do Bloco de Esquerda como independente e acho que o Carlos Patrão [eleito para a Câmara Municipal pelo BE] tem ideias muito claras sobre Ambiente e Economia. Mas acho também que, hoje em dia, as políticas locais dependem muito das pessoas que estão à frente dos partidos. É o caso da Manuela Ralha. Pela sua postura como pessoa, tenho uma expetativa elevada no seu trabalho. Quanto à abstenção que desceu, talvez isso se deva ao Pedro Passos Coelho. Os eleitores quiserem certificar-se de que não voltavam a cair no mesmo (risos). Eu tenho duas formas de intervir politicamente:
Qual foi a pior coisa que aconteceu a Portugal neste tempo todo? O Cavaco Silva.
Nem hesitou. É a memória que tenho do passado. De um país que estava na miséria, que entrou na comunidade europeia e recebeu rios de dinheiro para se modernizar e onde muito foi mal gasto, deixando-nos na cauda da Europa. E o grande culpado foi o Cavaco Silva. Porque ele foi eleito primeiro ministro, em dois mandatos, precisamente numa altura em que o país recebia todo este apoio de Bruxelas e não o soube aplicar. Temos, sem dúvida, mais qualidade de vida. Só que podíamos estar melhor. Quando eu tinha 19 anos pensei que ele iria desaparecer ao fim de algum tempo, tão mau que ele era. Mal eu sabia! Bastava que tivessemos tido outro político naquela altura para que o rumo fosse outro. Teria sido melhor? Não sei. Mas teria sido diferente. Pior seria impossível.
Ao longo do mês de novembro, podes ver a entrevista em vídeo à escritora no sítio da gira na internet e na página de facebook
30 // reportagem // novembro
A A Rádio Rádio Ribatejo Ribatejo terminou. terminou. O O processo processo deu deu entrada entrada na na EnEntidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) em agosto tidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) em agosto e e em em outubro outubro foi foi anunciado, anunciado, publicamente, publicamente, o o terminus de de um um projeto projeto que que marcou marcou uma uma região. região. Agora Agora é é Kapa Kapa Fm. Fm. Foi Foi mais mais uma uma rádio rádio local local que que capitulou. capitulou. O O cenário cenário no no setor setor é é preocupante. A Ribatejo era um dos últimos redutos, a preocupante. A Ribatejo era um dos últimos redutos, a norte norte de de Lisboa, Lisboa, de de uma uma sintonia sintonia independente independente e e livre livre de de pressões pressões ideológicas. ideológicas. Atualmente, Atualmente, muitas muitas são são geridas geridas por por grupos grupos religiosos, religiosos, étnicos étnicos ou ou empresários empresários desligados desligados do do setor que deslocalizam redações e promovem playlists . Há, setor que deslocalizam redações e promovem . Há, no no entanto, entanto, quem quem ainda ainda tenha tenha esperança esperança e e aponte aponte camicaminhos. nhos. Foi Foi com com essas essas pessoas pessoas que que falámos. falámos. Aqueles Aqueles que que têm têm
A RÁDIO
no coração por por António António Dias Dias
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Teresa Silva , do Cartaxo, é uma das maiores vozes da rádio e da locução em Portugal. Vive na Inglaterra onde trabalha a partir de casa
32 // reportagem // novembro “Há um episódio marcante que gosto de contar”, recorda Graça Silva, da rádio Íris FM. “Há uns anos, estava a fazer a emissão da manhã na rádio Voz de Alenquer, onde trabalhei durante 26 anos, e um ouvinte liga-me para dar conta de um acidente que tinha ocorrido na auto-estrada do norte. Um carro acabara de se despistar e estava escondido ao fundo de uma ravina. Liguei para a GNR, bombeiros e INEM para saber mais informações. Ninguém estava a par do sucedido. Durante um bom bocado andei para a frente e para trás com o telefone, coloquei o ouvinte em contacto com as forças de segurança que lá seguiram as indicações e, ao fim de algum tempo, conseguiram descobrir o sinistrado que tinha sofrido um enfarte e estava desmaiado dentro da viatura. Salvámos uma vida. A esposa ficou eternamente agradecida e já me trouxe presentes a agradecer por ter ajudado o marido. Hoje, com programas gravados, sem jornalistas ou animadores que foram substituídos por playlists a gerirem a programação, é impossível fazer este trabalho”, desabafa a locutora. “A rádio local tem magia e faz serviço público imprescindível. Tem que continuar”. Graça Silva, uma das mais conhecidas vozes do éter ribatejano, é um dos poucos exemplos, na região, de alguém que vive da rádio local e tem todo um percurso que lhe permite falar com experiência. Começou em Alenquer e, há quatro anos, passou para a Íris Fm. “A Voz de Alenquer entrou em processo de insolvência e começámos a receber indemnização. Tive a sorte de conseguir um trabalho na antena de Samora Correira onde encontrei uma equipa formidável”, orgulha-se. O cenário de crise afeta praticamente todas as sintonias. A solução tem sido a venda a grupos religiosos com capacidade financeira e a necessidade de passar a sua mensagem. A partir de Arruda dos Vinhos emite a Vida Fm, controlada pela igreja Maná; a rádio Lezíria está associada à Igreja Universal do Reino de Deus e o telefone está sempre desligado; a Ultra FM, antiga rádio Ateneu, faz parte da associação Remar, que tem uma “visão alicerçada no evangelho de Jesus Cristo”; a Voz de Alenquer ficou sob a alçada do jornal Nova Verdade; e a Íris Fm tem parte do capital nas mãos de um empresário chinês. Mantêm-se firmes a Tejo Rádio Jornal, do Cartaxo, e a rádio Marinhais, em Salvaterra de Magos. “Para já, é a única solução”, reconhece Rui Campos, responsável pela Ultra Fm. “Só conseguimos sobreviver associados a ou-
tras empresas que compartilham despesas e custos. Admito que isto possa ser uma solução menos boa e que afasta ouvintes, só que é o único caminho sustentável”. O processo, idêntico em todas as estações, é muito simples: há um computador que reproduz uma lista de músicas, a tal playlist, e um emissor localizado na região. Toda a produção, anúncios, vozes, notícias, quando as há, é elaborada remotamente. No caso da Ultra Fm, a redação fica em Mem Martins. Não há equipas no terreno, nem repórteres, nem programas que aproximem o ouvinte da sintonia. Os custos de uma decisão dessas seriam avultados e, como tal, os cortes têm sido arrasadores. Na região de Vila Franca de Xira e arredores poucas persistem. A Tejo Rádio Jornal, renascida da rádio Cartaxo, tem tentado reinventar-se. “A internet tem sido o nosso caminho. Através do nosso sítio na net produzimos exclusivos e colocamos os programas online para quem quiser ouvir. Conseguimos alcançar mais de 25 mil pessoas diariamente”, assegura Joaquim Palmela que coordenada uma equipa de três funcionários. Também a Íris Fm acompanha eventos, promove debates e persiste num campo onde os restantes já desistiram. “É um cenário que me deixa muito triste”, confessa Teresa Silva. “Temos imenso potencial que é uma parvoíce ninguém pegar nele”, critica. Para a locutora cartaxense, com 32 anos de carreira, “existe um filão de ouro por explorar”. Na sua opinião, “as locais insistem em imitar as nacionais. Ora, isso é um erro. A programação deve estar virada para as populações mais próximas, para as histórias das gentes, das tradições e das culturas de cada zona. É verdade que é um problema de dinheiro. Mas o caminho que está a ser José Gabriel Quaresma defende que o futuro da rádio passa pelas novas tecnologias
33 Graça Silva anima as manhãs da Íris Fm, das 7h às 10h
trilhado só irá afundar ainda mais as emissoras de menor dimensão”. Teresa Silva condena “a falta de visão de negócio” e gostaria de ver “mais união entre todos. É ridículo estar cada um a trabalhar para o seu lado. Devia haver uma associação de rádios, sei lá! Os conteúdos existem e o talento ainda mais. É preciso saber aproveitá-lo”. E dá como exemplos Luís Filipe Barros, verdadeira lenda viva da rádio, que criou a sua própria web station. José Gabriel Quarema, atual pivot da TVI24 e que inicou o seu percurso profissional na rádio Ribatejo aponta o caminho: “a tecnologia permite a criação de projetos estruturados, pensados, com caminho para fazer. É tudo mais fácil. Falta só massa crítica, gente com visão e vontade de acrescentar”, afirma. Teresa Silva, por exemplo, começou na rádio Cartaxo, passou por diversas emissoras locais e chegou a trabalhar na radio SIM, do grupo Renascença. Vive atualmente em Inglaterra, trabalha na área da saúde mental, mas dá formação a locutores e grava conteúdos a partir da sua casa. Ela é a voz que muitas vezes ouvimos nos altifalantes de rua durante as feiras populares, como o Colete Encarnado, a Feira Anual de Vila Franca de Xira, da Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, e da Carris, em Lisboa, Talento, ela tem. Então porque emigrou? “Diversos motivos familiares e também porque em Portugal os salários são muito baixos, mesmo nas antenas nacionais. Não compensa”, resume. Além da formação de novos locutores, produz o seu próprio pod cast, o “5º Andar”, um programa semanal que grava com uma psicóloga onde abordam diversos temas. “Queremos dar conselhos e dicas aos ouvintes. É uma forma de quebrar a solidão de quem está do outro lado”. Na opinião da animadora, “o futuro está no digital. As plataformas são imensas e as possibilidades infinitas. Aqui na Inglaterra, por e-
xemplo, já existem carros com wifi para que as pessoas possam ouvir os seus programas preferidos do smartphone diretamente para as colunas da viatura. Há ferramentas, basta ter critividade”, insiste. Um desses exemplos é Mónica Mendes que trabalhou durante 21 anos na Antena 3, do grupo RTP. Em 2015, depois de uma reformulação da estação pública, saiu e criou o seu próprio projeto de música soul, funk e R&B. Tudo feito a partir da sala de casa. Tem perto de 16 mil seguidores e isso é sinónimo de rentabilidade económica. Francisco Mateus, do blogue ‘radiocritica’, tem assistido a esta mudança há algum tempo. “A saída de profissionais da rádio é algo que, naturalmente, sempre aconteceu, mas nunca a um ritmo tão acelerado.
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PODCAST
teresasilva.com.pt monicamendes.pt radiorockfm.pt
ESTAÇÕES
Ultra FM 88.2 FM Íris Fm 91.4 FM Rádio Lezíria 89.1 FM Tejo Rádio Jornal 102.9 FM Kapa FM 92.2 FM Vida FM 97.1 FM Voz de Alenquer 93.5 FM e 100.6 FM Rádio Marinhais 102.5 FM
O negócio está a tornar-se num território demasiado hostil. A isso se junta a fraca adesão dos jovens, o declínio financeiro, a decapitação de operacionais e o encerramento de estações locais. A morte da rádio já esteve mais longe”, vaticina. Graça Silva, sentada no estúdio da Íris Fm, com um ar fresco, apesar de ter acordado às 5h para entrar às 7h, sorri sempre. Com a sua voz melodiosa atira: “os discos de vinil não foram esquecidos durante muito tempo e foram agora recuperados? E os walkman não estão outra vez na moda? Isto é apenas uma fase. A rádio vai sempre existir”. Ao longo do mês iremos divulgar excertos destas entrevistas no sítio da gira na internet e na página de facebook
34 // passeio // novembro
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A MODA DO torricado
Durante o mês de novembro,Vila Franca de Xira promove um dos pratos mais típicos do Ribatejo. Há casas que mantêm a tradição e outras que a reiventam. Há receitas para todo o gostos e tu vais poder descobrir todas elas. É mais uma edição do “Sabor do Campo à Mesa”.
36 // passeio // novembro “Esta é, sobretudo, uma receita que ficou da campinagem”, refere David Fernandes. O estoriador e um apaixonado pela História, assegura que os primeiros registos históricos da receita de torricado de bacalhau datam de 1850. Pela mesma altura em que começaram a surgir os campinos. Ambas as tradições surgem interligadas. O guião por trás do filme é impreciso mas o técnico superior na Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira arrisca um resumo. “Tudo terá começado, mais ou menos, com o reinado filipino em Portugal. O país começou a procurar outros apoios políticos a norte da Europa, como a Dinamarca, que nos trouxeram novidades, como o bacalhau. Era um alimento barato e acessível à carteira da maioria dos portugueses. Ao mesmo tempo, começámos a chegar à Terra Nova e a outros mares a colher frutos da nossa exploração marítima. Depois da restauração da independência os hábitos ficaram”. Temos assim um dos principais ingredientes reunido. O resto veio com a necessidade do agricultor. “À medida que o Ribatejo começou a crescer, também começou a surgir a necessidade de existir quem cuidasse das propriedades e dos animais durante longas temporadas. O pão”, que se conserva durante vários dias, “o alho e o bacalhau eram produtos perfeitos para transportar por uma só pessoa que, em pouco tempo, conseguia ter uma refeição pronta”, explica o também cronista aqui na gira. E é assim que nasce o torricado de bacalhau. Com o pão assado sobre a brasa, fatiado de uma forma tosca, esfregado com um dente de alho e coberto com um fio de azeite. Eis um alimento que cheira a Ribatejo. “Se bem que se encontra torricado um pouco por toda a península ibérica”, adverte Francisco Rodrigues Pereira, proprietário do restaurante Cagaréu, em Vila Franca de Xira. “Por toda a costa sul de Espanha há torricado, com o pão torrado e coberto de alho. Há uma localidade ou outra onde lhe põem tomate. Mas a fórmula é muito idêntica”. O torricado de bacalhau está, assim, para os portugueses, como a bruschetta para os italianos. A receita é simples e foi esquecida após o fim da ditadura altura em que caiu quase em desuso. Fascinados que es-
tavam os portugueses com as novas tendências vindas do estrangeiro. Com o advento do turismo, a tradição foi recuperada. E reinventada. Novos restaurantes introduziram o seu toque de diferença que, às vezes, se pode limitar a uns ramos de salsa, espargos ou batatas a murro. O Casaleiro’s e o 150 Gramas, em Vila Franca de Xira (ver moradas na página 38) , são bons exemplos da tentativa de alguns empresários da restauração de rejuvenescer um prato que ostentam com orgulho na sua ementa. O Petiscos da Mesa, em Alhandra, que abriu em março deste ano, coloca-o agora à disposição dos seus clientes. “É um prato que faz sentido no outono e no inverno e por isso aproveitei para renovar o menu e colocar o torricado na lista”, (ver páginas 34 e 35) revela Pedro Toste, proprietário da casa de pasto. O chef optou por barrar o pão caseiro com um creme de alho e cobrir o bacalhau desfiado com um molho de coentros. Francisco Rodrigues Pereira prefere, no entanto, a versão mais original possível. “Acho que é desvirtuar a receita original. “Gosto de sentir o sabor dos alimentos, sem malabarismo nos sentidos”, opina. O empresário ficou de fora da lista de restaurantes que aderiu à campanha do Mês do Torricado, promovida pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, “acho que não acrescenta valor à ementa. Contudo, se tiver os ingredientes, faço um torricado a quem me pedir”, assegura. Mais ou menos tradicional, como petisco ou como prato principal, a ideia da campanha que decorre em novembro é, sobretudo, trazer mais visitantes ao concelho. A autarquia quer promover o melhor da região. A maioria dos estabelecimentos aderentes vai oferecer a receita original, mas há lugar a inovações também. Será possível usufruir de descontos noutras experiências turísticas em parceiros da iniciativa, nomeadamente em alojamento, provas de vinho, aulas de equitação e observação de aves. Ao longo do mês de novembro iremos publicar excertos em vídeo deste passeio no sítio da gira e na página de facebook
Nova carta Novos sabores
Veio o outono e já falta pouco para o inverno. Por isso, mudámos a carta. Introduzimos novos pratos que te vão consolar o estômago nestes dias mais cinzentos. O torricado de bacalhau marca a sua estreia. Além do tradiconal pão caseiro torrado e do bacalhau assado desfiado, todo o prato é coberto com um creme de alho e uma emulsão de coentros. Tens também alheira com grelos salteados, ovo estrelado e broa. E novidade nas sobremesas é a mousse de queijo, sobre base crocante de noz e mel. Mantêm-se as cascas de batata frita com molho aioli, o hamburguer de carne de toiro, entre outros petiscos que já apaixonaram muitos dos nossos clientes. E ao almoço, claro, pratos do dia, diferentes todos os dias. Aparece por cá. É chegar e comer. Como se estivesses na tua casa. A mesa está reservada. Av. Sousa Martins, 107 ALHANDRA 219 511 191
38 // alimentação // novembro
mês do torricado de bacalhau
Restaurantes participantes ALHANDRA
GOLFINHO BRANCO Largo Angélico Marques, 10 Tel: 214 013 630 | encerra ao domingo
GRELHA, A AV Afonso de Albuquerque, 35 A Tel: 219 511 777 | encerra à terça-feira
PETISCOS NA MESA Av. Sousa Martins, 107 Tel: 219 511 191 | encerra domingo ao jantar e segunda-feira
U14 AV Sousa Martins, 101 - R/C Tel: 219 501 492 | encerra à terça-feira
VOLTAR AO CAIS AV Major José Joaquim de Paiva, 55 Tel: 219 512 373 | encerra domingo ao jantar e segundafeira
ALVERCA
MORGADO TABERNA 2017 Tel:219 596 545
SOBREIRO R José Antunes 10 e 12 Tel: 219 581 202 | encerra ao domingo e segunda-feira ao jantar SOL NASCENTE Estrada Nacional 10, 20 Tel: 219 580 221 encerra à segunda-feira
CALHANDRIZ
LAREIRA Lugar da Igreja, 37 | Loureiro Tel: 219 582 769 | encerra à quarta-feira NINHO DE HAMBURGO Rua António Lopes Avelar, Lt
89 Tel: 219 581 821 | encerra à segunda-feira
PÓVOA DE SANTA IRIA
CABANA EN 10, Lote F – Loja Tel: 219 590 581 | encerra à segunda-feira SãO JOãO DOS MONTES
CASALEIRO’S FOOD AND WINE RESTAURANT Casal Bisau - Cotovios Tel: 219 511 864 | encerra sábado e segunda-feira ao almoço
GRANDE ELIAS Estrada das Cardozinhas – Rondulha Tel: 263 271 042 | encerra à quinta-feira
SOBRALINHO
SABORES DO NORTE Vivenda Stª Maria, Qtª da Figueira – EN 10 Tel: 212 480 015 | encerra domingo VIALONGA
AMéRICO R Coronel Lobo da Costa, 287 Morgado Tel: 219 520 980 | encerra sábado e domingo ao jantar (salvo reservas)
CHERNE, O R 1º de Maio, 46 A-B Tel: 219 520 421 | encerra à terça-feira
VILA FRANCA DE XIRA
AQUARIUS Lezíria Parque Hotel – Estrada
Nacional 1 - Povos Tel: 263 276 670 | não encerra
BICA DO CHINELO LG da Bica do Chinelo, 6 Tel: 263 209 249 | não encerra
CABEÇA DE TOIRO R Heróis da Guerra Peninsular 17 Tel: 265 108 067 | encerra domingo CANOA, A AV Pedro Vítor 94 Tel: 263 273 640 | encerra sábado
150 GRAMAS Rua Serpa Pinto nº 92 Tel: 263 095 304 | encerra à segunda-feira
ESPETO REAL R Dr António José de Almeida 50 Tel: 918 437 163 | encerra à segunda-feira
FORNO, O R Dr Miguel Bombarda, 143 Tel: 263 282 106 | encerra à segunda-feira
MINA AL Capitães de Abril 11-13 Tel: 263 272 526 | encerra à terça-feira PREMIUM GRILL Pomar Ribeiro de Baixo, EN 1 – Intermarché Tel: 263 110 813 | Não encerra
REFÚGIO D’EL REI R Alves Redol, 11 Tel: 263 272 308 | encerra domingo
RETIRO, O R Luís de Camões, 14 Tel: 263 274 453 | encerra domingo SÓTãO AV Pedro Vítor, 39-41 Tel: 963 272 030 | encerra quinta-feira
39 conselho
Criatividade à mesa Paula Martins*
Assinala-se a 17 de novembro, o dia mundial da criatividade. A nossa nutricoach aproveita o tema para o aplicar à alimentação. Sim, é possível.
Já lá vai o tempo em que ter que fazer uma aliuma massa simples de pão (ou pizza, com famentação saudável significava fazer dieta, o que rinha integral) e faça uns rolinhos que leva ao obrigava a fazer restrição de comida, o que acarforno temperados com sal fino e orégãos; preretava toda uma série de sofrimentos associapare um húmus (espécie de paté) com grão de bico e delicie-se com este dip. Pode também dos. Já lá vai o tempo em que fazer dieta cortar legumes em palitos conduzia a ter que comer exclu(cenoura, pepino, pimento) sivamente bifes de perú grelhaou cozer (mantendo-os dos e pescada cozida. Já lá vai o firmes) vegetais (brócolos, tempo em que se associava o couve de flor) e comer com o comer bifes grelhados e peixe cohúmus. Pode, ainda, zido a um prato sem cor e sem preparar um mil folhas (a sabor! Nesse tempo, a dieta e a fingir). A receita é simples: alimentação saudável duravam fatie uma beringela no senapenas umas semanas, ou, tido longitudinal e regue quanto muito, até uns meses. com sumo de limão. TemQuem aguentava mais que isso?! pere com um fio de azeite, Hoje em dia, a nutrição é muito sal e pimenta. Grelhe e remais que isso! É importante inserve. Depois, prepare um cutir na população a necessidade recheio com batata doce asde mudar hábitos, tornar as sada aos quadrados no forno refeições mais saudáveis e equique posteriormente esmaga. libradas, conseguindo ainda Salteie espinafres em azeite deixá-las mais apelativas. O aspeto, a e alho. Muito bom também O aspeto, a combinação de safazer um molho com iogurte bores, a diversidade de texturas combinação de grego e queijo creme, temnum só prato, enriquecem uma sabores, a perado com sal e pimenta. refeição de forma a cativar o Depois alterne camadas de gosto de quem recorre a alimen- diversidade de beringela e recheio, resertos menos saudáveis por achar texturas num só vando o molho para cima, uma alimentação saudável aborprato, enriquecem decorando ainda com uma recida. redução de vinagre balE se comer bem também siuma refeição sâmico para dar o efeito do gnificar fazer um almoço ou um tradicional mil folhas. jantar de petiscos (quem não gosta?) em vez do Refeições como estas, quebram qualquer rotina tradicional prato rigorosamente equilibrado e que esteja instalada à sua mesa e promovem a disciplinado. Experimente estas sugestões. Por criatividade, estimulando a preferência pelo que exemplo: prepare um creme fluído de legumes faz bem. Mais dicas em www.nutrisaber.com. que servirá em canecas ou chávenas; prepare
“
*nutricionista
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40 // saúde // novembro
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conselhos úteis para se prevenir contra o cancro
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) irá promover, até 2018, diversos rastreios oncológicos nos centros de saúde da região. O programa irá incidir, sobretudo, sobre o cancro da mama, do colo do útero, do cólon e do reto, que apresentam altas taxas de mortalidade em Portugal. Mas a prevenção começa contigo próprio, ao cuidares da tua saúde.
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ciada a cerca de 20% de todos os sociada a um aumento do risco cancros. Aumenta a propensão de desenvolvimento de cancros para cancro da mama, en- da cabeça e do pescoço. dométrio (útero), cólon, próstata, vesícula biliar, rim, tiroide, ovário, colo do útero e leucemia. A Organização Mundial de Saúde considera um peso saudável aquele que oscila entre Muda de vida. os 18,5 e 25 do índice de massa A não ser que sejas eremita e corporal. vivas completamente afastado Diz não ao álcool da civilização, hoje em dia O cancro do fígado é uma da ninguém está imune à contaprincipais consequências do minação da era moderna. Os consumo excessivo de bebidas doces, os conservantes, os alcoólicas. Mas há estudos que micro-ondas, o álcool, a desreapontam para o cancro da gulação do sono, o tabaco, os cabeça e do pescoço, cancros ares condicionados, os tubos de gastrointestinais (esófago, escape... tudo nos entra pelo or- Não fumes cólon), cancro do pâncreas e ganismo, em maior ou menor O tabagismo é o maior fator de cancro da mama. quantidade. Precisas de contro- risco associado ao cancro. O lar esse fluxo e começa por pe- tabaco está associado a cerca de quenos gestos. Nem que seja 21% de todas as neoplasias, infazer uns passeios pelo meio da cluindo aquelas que aparecem natureza. O ser humano não foi na cavidade oral, esófago, pânfeito para ingerir tanto cocktail creas, fígado, rim, colo do útero, de químicos. cólon e bexiga. Mantém uma alimentação saudável Aqui, neste setor há muito por onde cortar. Alimentos açucarados, gorduras, carnes vermelhas e comidas processadas. Todos os estudos apontam para que Lava bem os dentes este seja uma das maiores Reduz o peso em excesso Sim, é verdade: uma má higiene transformações da sociedade A obesidade parece estar asso- da cavidade oral parece estar as- ocidental que mais contribuiu
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41 para o aumento dos cancros nesta zona do globo. Acreditase que, em 2050, cerca de um quarto da população portuguesa, por exemplo, venha a ter, pelo menos, um tipo de cancro. Tudo porque comemos cada vez pior. O açúcar em excesso aumenta o risco de hipertensão, colesterol, resistência à insulina e diabetes. As bebidas gaseificadas e enlatadas contêm grandes quantidades de açúcar. Prefere cereais integrais, leguminosas, frutas e legumes frescos. Evita as gorduras hidrogenadas, os fritos, os alimentos processados, o excesso de sal e os doces. As carnes processadas estão associadas ao aumento do risco de cancro colorretal. O consumo de 100 gramas de carne vermelha por dia aumenta o risco de desenvolver essa patologia em 17%.
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Usa protetor solar Em Portugal deve ser uma regra diária. E evite as horas de maior exposição solar.
Mexe-te pá! Mas tem algum jeito ficares sentado o dia todo? Pratica exercício físico. Anda a pé com os amigos. Faz desporto. Qualquer que seja. Nada. Respira fundo.Viaja. Sai à noite. Faz qualquer coisa. Mexe-te!
psicologia
Prevenir o bullying com toda a garra Guida Alves*
A utilização do termo bullying é recente, mas a prática é muito antiga! Sempre se soube que as crianças tanto têm de anjinhos como de diabinhos. Os miúdos conseguem ser cruéis entre si e por vezes muito “mauzinhos”. Entre os mais pequenos, a raça, a condição económica, social, o aspeto físico ou coisas simples como a marca da roupa, o trabalho dos pais, a ideologia política ou crença religiosa podem afetar as relações entre as crianças e originar agressões físicas e psicológicas naqueles que, por qualquer razão ou sem razão, são os alvos. Prevenir nem sempre é fácil, mas ainda mais difícil é detetar as vítimas de bullying. Geralmente as crianças pequenas quando estão em sofrimento tendem a manifestar a sua tristeza, raiva ou frustração de uma forma que nem sempre é entendida à primeira. Recordo na minha prática clínica do caso do Eduardo (nome fictício) com sete anos de idade, uma criança filho de pais divorciados, sem nunca ter acusado complicações emocionais devido à separação dos pais. Era uma criança, que, no contacto inicial, denotava alguma timidez, mas após algum contacto transmitia ser muito vivaça e feliz. Sem queixas de comportamento, nem em casa, nem na escola. Subitamente, a mãe do Eduardo é confrontada com comportamentos mais agressivos do Eduardo que se revelavam mais em casa (ambiente que se sentia suficientemente seguro para poder extravasar a sua ira). Mais tarde, na escola aconteceu um episódio que em nada condizia com o perfil do Eduardo, colocou lápis de cores, partidos por si, na sanita da escola. Aparentemente, nada parecia justificar o seu comportamento! No entanto, veio-se a apurar que havia uns colegas que o atacavam, batiam e gozavam com o Eduardo! Silenciosamente esta criança sofria as agressões, como na maioria dos casos, o que implica um olhar redobrado por parte dos pais, principalmente em crianças mais sossegadas e tímidas. O bullying pode deixar marcas para a vida, quando o mesmo não é detetado e resolvido atempadamente! Afinal, a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros! *psicóloga clínica
42 // saúde // novembro
Respira fundo e conta até dez conselho
Sónia Teles*
Os ritmos de vida são cada vez mais stressantes e isso tem implicações nas nossas vidas e de quem nos rodeia. É um efeito dominó que é preciso parar. O mês de novembro iniuma vida o mais tranquila cia-se com o Dia da Conpossível identificando os sciencialização Para o fatores desencadeantes de stress. Esta palavra, situações de stress na sua stress, faz parte da nossa vida de modo a evitá-las. linguagem diária mas será O exercício físico, a alique sabemos mesmo o que mentação, os passatemquer dizer?! Esta patologia pos, o estreitamento de é uma resposta do organlaços sociais, inclusive ismo a determinados estíatravés da partilha das mulos físicos e emocionais nossas preocupações com como um acontecimento os outros, parecem ter um significativo e que nos efeito positivo. Também é afeta emocionalmente. muito importante saber Por exemplo, o divórcio, o gerir o nosso tempo equidesemprego ou o falecilibrando o tempo dedimento de um ente cado ao trabalho, à querido. Aliás, quase família, ao lazer e ao destodas as exigências da socanso. Quando estas estratégias ciedade atual potenciam falham, há que procurar as situações de stress. Por ajuda profissional. A nível outro lado, o stress , até Suplementos com farmacêutico, podemos certo ponto, pode ser posPanax ginseng, recorrer a algumas subitivo ao impelir à resRodiola rosea, stâncias que podem ajudar olução dos problemas que 5-HTP, Passiflora em situações iniciais. Susurgem. Aquilo que os plementos com panax ginatletas sentem antes da incarnata, seng, rodiola rosea, competição também é Crataegus ou 5-hidroxitriptofano (5uma forma de stress mas Valeriana officinalis HTP), passiflora incarque os leva a ultrapassar podem ser uma nata, crataegus ou os obstáculos. primeira resposta valeriana officinalis Em situações de stress , o corpo reage produzindo podem ser uma primeira em situações de resposta em situações de certas hormonas, alstress. stress. O farmacêutico terando a pressão arterial e o ritmo cardíaco. Como tal, se os níveis também pode ajudar a identificar se a de stress não forem controlados, podem situação é ligeira ou se, pelo contrário, a dar origem a problemas de saúde físicos. situação já é grave o suficiente para procuPara evitar que o stress tenha estas conse- rar ajuda médica. De qualquer das formas quências físicas há que encontrar estraté- aconselhe-se sempre e procure ajuda. Os gias para o controlar. Deve-se tentar levar profissionais existem para isso mesmo.
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*farmacêutica
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44 // empresas // novembro
inovação
Mais pão de fabrico próprio nas lojas Continente
A oferta da padaria das lojas Continente aumentou com a nova gama de pães de fabrico próprio. As receitas são exclusivas. Destaque para o pão rústico livre de aditivos e feito com cereais do Alentejo; o pão shape produzido com farinha de trigo, sementes de linhaça, girassol, sésamo e flocos de aveia e soja; o pão antiox feito de farinha de trigo integral com frutos vermelhos; arandos e groselhas; o pão ancestral elaborado com trigo espelta, sementes de quinoa, trigo sarraceno e painço; o pão quinoa; o pão amaranto; e o pão de alfarroba. De referir que o consumo de pão tem diminuído: de 250 quilos anuais por pessoa, nos anos de 1980, para 100 quilos por individíduo.
economia
Parlamento valoriza Arroz Carolino
O PCP apresentou a 13 de outubro uma resolução que recomenda campanhas de valorização para um maior consumo do arroz carolino português. O objetivo é combater as produções provenientes da Ásia. Apesar de o país não ser autosuficiente, já aconteceu proceder-se à sua exportação. A área geográfica de produção do arroz carolino das lezírias ribatejanas está circunscrita aos concelhos de Azambuja, Benavente, Salvaterra de Magos, Vila Franca de Xira, e Coruche. feira
eleição
Salomé Rafael mantém-se à frente da Nersant
Já tomaram posse os 87 membros dos órgãos sociais da Associação Empresarial da Região de Santarém, NERSANT. Maria Salomé Rafael foi reeleita Presidente para o triénio 2017-2019. Estiveram presentes na cerimónia o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, António Saraiva, presidente da CIP e uma grande parte dos autarcas da região. A presidente, no seu discurso de recondução, desvendou um pouco do que prentede fazer nos próximos anos. "Vamos estender a marca ‘Startup Ribatejo’ a toda a região". A responsável apela também para que se encontrem melhores soluções financeiras e que se reduza a burocracia.
Tecfresh no CNEMA em Santarém
Os frescos são os produtos mais vendidos nas cadeias de retalho em Portugal. Todos os anos registam subidas e, atualmente, representam mais de 32% da quota de mercado. Nesse sentido, o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas de Santarém (CNEMA) organiza, pela primeira vez, uma feira dedicada a este setor da economia. A Tecfresh irá decorrer de 16 a 18 de novembro.
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A “coutada do macho ibérico” e o “contexto de adultério” conselho
Cláudia Berto Marques*
A 25 de novembro assinala-se o Dia Internacional Para a Eliminação da Violência Contra As Mulheres. Depois de conhecido o terrível acórdão do juíz do Porto sobre um caso de agressão grave do marido contra a esposa, fica-se a saber que ainda há um longo caminho a percorrer nesta matéria.
Percebemos, infelizmente, a importância que estas datas de consciencialização ainda têm nos dias de hoje, quando somos confrontados com notícias como a da recente decisão do Tribunal da Relação do Porto, de 11 de outubro de 2017, na qual se desvaloriza a gravidade da conduta agressora de um homem perante a sua ex-esposa, considerando o “contexto de adultério” da mulher como que uma justificação dessa mesma conduta. Lendo o acórdão em causa, vemos que as agressões de que esta mulher foi vítima, lhe causaram “afetação de 10 dias da capacidade de trabalho profissional”, mas o tribunal entendeu que “este caso está longe de ter a gravidade com que, geralmente, se apresentam os exemplos de maus tratos no quadro da violência doméstica” e decidiu manter a pena de prisão, de um ano e três meses de prisão, suspensa na sua execução, aplicada ao ex-marido da lesada, pela prática de um crime de violência doméstica e outro de detenção de arma proibida. Ao ser confrontada com o teor deste acórdão, de imediato me lembrei de um outro, proferido pelo Supremo Tribunal de Justiça, em 1989, no qual se discute o caso de duas turistas que
“
Na nossa comarca não existem julgados da paz decidem pedir boleia à beira de uma estrada no Algarve, tendo a fatídica viagem terminado com a violação de uma delas e a tentativa de violação da outra. Num acórdão que veio a tornar-se famoso pela sua argumentação, o Supremo Tribunal de Justiça, em 1989, decidia ter sido determinante para a ocorrência dos crimes em causa toda a conduta das vítimas, defendendo que: “se é certo que se trata de dois crimes repugnantes que não têm (…)
justificação, a verdade é que (…) as ofendidas muito contribuíram para a sua realização. (…) não podemos esquecer que as duas ofendidas, (…) não hesitaram em vir para a estrada pedir boleia a quem passava, em plena coutada do chamado “macho ibérico”. É impossível que não tenham previsto o risco que corriam; pois aqui, tal como no seu país natal, a atração pelo sexo oposto é um dado indesmentível e, por vezes, não é fácil dominá-la. Ora, ao meterem-se as duas num automóvel juntamente com dois rapazes, fizeram-no, a nosso ver, conscientes do perigo que corriam, até mesmo por estarem numa zona de turismo de fama internacional, onde abundam as turistas estrangeiras habitualmente com comportamento sexual muito mais liberal e descontraído do que a maioria das nativas”. Passados quase 30 anos sobre esta decisão, somos agora forçados a concluir que há, ainda, um longo caminho a percorrer, enquanto sociedade, para ultrapassar certos estigmas e preconceitos sociais que continuam a regular as relações entre homens e mulheres, dentro e fora dos tribunais. Todos temos o dever de contribuir para encurtar esse caminho.
*advogada
46 // animais // novembro
Porquê adotar um animal abandonado Daniel Gonçalves*
Em Portugal são abandonados por ano cerca de 10 mil animais, na sua maioria cães. O número, contudo, está a decrescer. São acolhidos nas várias instituições e entidades camarárias e necessitam de uma família adotante. E porque deve acolher um destes fofuchos? Deixo-lhe aqui dez razões principais, entre as muitas existentes. Adotando um animal está a salvar uma vida. Os animais que vivem em abrigos têm muitas das vezes espaços diminutos, não brincam, não recebem atenção, nem têm companhia constante dos seres humanos. São órfãos de família. Esses animais, na maioria dos casos, quando estão doentes ou têm problemas de comportamento são passíveis de eutanásia, por isso a urgência de resgatar um animal e encontrar uma família. Um animal de raça indefinida é uma boa caixinha de surpresas. Um animal de raça pura tem as suas caraterísticas conhecidas enquanto que estes animais são como um filho, não se sabe a sua história. O conhecimento mútuo permite, assim, uma ligação ainda mais especial. O custo de adotar um animal é menor uma vez que ele está tratado, castrado e com as vacinas necessárias. A sua resistência é maior e não têm predisposição no desenvolvimento de certas doenças de animais de raça. O facto de terem sobrevivido sem cuidados aumenta a sua resistência física. A adoção de um adulto é facilitadora porque ter um cachorro em casa
pode ser uma grande dor de cabeça. Muitas pessoas não tem tempo de o treinar e educar porque exige muita atenção pelo menos nos seis primeiros meses. Quando adota um cão ou gato abandonado, pode escolher a idade e normalmente são os adultos que mais precisam, pois, infelizmente, são os mais difíceis de serem acolhidos. Muitos que estão disponíveis foram abandonados pelos seus antigos donos e, como tal, é muito comum que o animal já seja treinado e tenha algumas regras básicas de comportamento, tais como fazer as necessidades em locais próprios. Adotar um animal de um abrigo e proporcionar-lhe o conforto de uma melhor alimentação, de uma cama quentinha, passeios diários e uma atenção exclusiva é uma recompensa impagável. Estes animais são mais flexíveis adaptam-se a qualquer situação. Frio, calor, mudanças no ambiente, casa nova. Infelizmente, foram acostumados e aprenderam a adaptar-se. Estes animais de raça indefinida são exclusivos e não existe mais nenhum animal igual. Não vai ter nenhum animal igual ao seu no mundo. Todas estas razões são suficientes para e se estiver a pensar ter um animal em casa pensar que pode salvar uma vida e proporcionar a felicidade. A sua pet shop pode aconselhar e ajudar no que precisar.
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