gira #15 dezembro 2017

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gira revista

Atualidade Atualidade dos dos concelhos concelhos de de Vila Vila Franca Franca de de Xira Xira || Arruda Arruda dos dos Vinhos Vinhos Alenquer Alenquer || Azambuja Azambuja || Salvaterra Salvaterra de de Magos Magos || Benavente Benavente diretor diretor António António Dias Dias || revistagira.com revistagira.com || €1 €1 || assinatura assinatura anual anual €24 €24 número número 15 15 || mensal mensal || dezembro dezembro de de 2017 2017

esta terra é gira

comercial local

Vem aí o natal!

A magia chegou. Edição especial cheia de sugestões de compras no comércio local.

edição on line aqui:

entrevista: TIM VIEIRA reportagem: MALDITA SECA passeio: O NOVO E ANTIGO COMÉRCIO LOCAL





gira número 15 dezembro 2017

propriedade: António Manuel Domingues Dias NIF: 216 680 611 diretor e editor: António Dias assessoria: Ana Paula Vieira colaboradores: David Fernandes Silva (estórias), Maria Martins (moda), Paula Martins (nutrição), Cláudia Berto Marques (leis), Sónia Teles (farmácia), Guida Alves (psicologia), e Daniel Gonçalves (pets) publicidade: revista gira: 243 761 130 | 968 236 531 Voz Ribatejana Lda. sede do editor: rua doutor Manuel Branco, 30 2005-388 Vale de Santarém telefone: T: 968 236 531 redação: rua dr. Manuel Branco, 30, Vale de Santarém web: www.revistagira.com mail: revistagira@revistagira.com facebook: /revistagira impressão: soartes/Carregado tiragem: 5.000 exemplares depósito legal: 415958/16 número registo na ERC: 126901

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14 moda Prendas de natal As sugestões de presentes dos nossos lojistas

20 agenda Corrida à volta do Ribatejo João Paulo Félix vai correr durante 72 horas a 14 de dezembro

26 entrevista Tim Vieira O empresário conta como passou verões em Alhandra e o que prevê para o futuro da região e do país

30 reportagem O clima está negro Como as mudanças climáticas estão a afetar as nossas vidas

34 passeio Comércio de rua na moda foto de capa © Ana Paula Vieira Roupas e brinquedos: loja Carissa, na rua Otávio Pato t: 263 270 550 (antiga travessa do Curado) Para aparecer na capa da gira ou no interior contacte 968 236 531 ou revistagira@revistagira.com. Fotografia, filmagens, reportagens giras. Empresariais ou pessoais. As nossas produções são giras!

© dezembro de 2017 Todas as imagens e textos desta publicação são propriedade da revista gira. É interdita a cópia ou a utilização de qualquer conteúdo sem a devida autorização do proprietário. O estatuto editorial da revista gira está disponível no sítio www.revistagira.com

Um passeio por algumas lojas antigas e outras que rejuvenescem

COLUNISTAS SECÇÕES David Fernandes Silva:6 Maria Martins: 15 Cláudia Berto Marques: 25 Carlota de Pina: 33 Paula Martins: 39 Sónia Teles: 42 Guida Alves: 43 Maria da Luz Rosinha: 44 Daniel Alves: 46

efemérides: 7 notícias: 8 diretório: 17 editorial: 21 alimentação: 39 saúde: 42 pets: 46


6 // curiosidades // dezembro

Natal campino história

David Fernandes Silva*

Apesar de sociologicamente hoje o Natal ser encarado como a “festa da família”, a “partilha de presentes” ou meramente um desenfreamento comercial, o Natal é o “nascimento de Cristo”, que é afinal o que a palavra significa. Por isso, se dizia antigamente, quando alguém fazia anos, que “cumpria o seu aniversário natalício”. Mas, porque não quero entrar em questões moralistas da celebração natalina, gostava de vos falar sobre o antigo Natal da lezíria, a partir de uma recolha que fiz há uns anos, junto de duas camponesas. Nos campos alagados da lezíria, a vida era de frugalidade ou até de pobreza extrema, da cama sem lençóis, só de esteira, de um dia de Natal que soava melhor de alimento para “quem tinha criação” e de como se “guardava a galinha melhor para esse dia”, que depois de cozida ainda se multiplicava em canja e mais “um bocadinho a cada um, porque era a desejo”. A noite era sem solenidade, “era tudo normal, não havia cá festas” e na ceia, havia o de sempre: “sopa de feijão, mostardas e massas, um bocadinho de toucinho e de chouriço. Não se fazia fritos, mas fazia-se umas fatias paridas”. Só muito mais tarde se vulgariza o arroz doce (e singelo: “casca de limão, arroz e açúcar. Não havia cá leite nem manteigas”) os filhoses e os fritos. Mais tarde, às vezes, fazia-se também o arroz de castanhas: “coze-se as castanhas, demolha-se para tirar a pele de um

dia para o outro, raspa-se bem e lava-se só um pouco, para não tirar o doce. Põe-se ao lume, um bocadinho de azeite com um pouco sal, põe-se um pau de canela, quando o arroz está quase cozido põe-se açúcar e deixa-se cozer muito bem. Frio ainda é melhor que quente!” E presentes? “Prendas, para nós, era uma fatiazinha no sapatinho e o sapatinho era posto à beira do lume”. No universo do campo, parecia maior a feira de Outubro que o Natal: “vínhamos pouco à vila, só pela feira e pelas cheias”, pois, se o Natal e a Páscoa eram passados no campo, toda a gente vinha a casa, pela feira de Outubro “e estreavam uns vestidinhos de chita, à godés; os sapatos eram uns chinelos com os pompons à frente. Toda a gente estreava uma coisinha fosse o que fosse.” Nestes dias em que os centros comercias se enchem de dourados, em que os presépios modernos já só têm reis (porque trazem presentes) e já não têm os pobres pastores, talvez não fosse mau lembrar que na imagem do nosso “Natal Campino”, está a pobreza e a simplicidade do MeninoDeus que quis nascer pobre e humilde, numa manjedoura, para nos recordar a humildade e que o maior presente é aportar a felicidade ao outro. Passada a memória, o Natal está hoje diferente e a lezíria está como os campos de Belém, serena e silenciosa, à espera que venha o Menino! Um Santo Natal!

*estoriador

o autor escreve conforme a antiga grafia


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24.dez.1891

1.dez.1862

Cumprem-se 155 anos sobre a fundação da Sociedade Euterpe Alhandrense. Uma instituição voltada à cultura e recreio, sendo das poucas centenárias do concelho de Vila Franca de Xira.

14.dez.1997

Foi há 20 anos que, pela primeira, na História da Democracia Local, é eleita uma Presidente de Câmara, Maria da Luz Rosinha (PS). Não sendo a primeira mulher autarca em âmbito autárquicos, foi, no entanto, a primeira a ocupar a cadeira presidencial do Município de Vila Franca de Xira, onde se manteve, durante vários mandatos, marcando indelevelmente a História das Mulheres vilafranquenses. É atualmente Deputada à Assembleia da República .

1.dez.2016

A falcoaria portuguesa passou a ser património cultural imaterial da humanidade. A falcoaria real de Salvaterra de Magos marca a data com a inauguração de um centro de documentação.

Apesar da devoção ser muito mais antiga, é criada em Povos, localidade da freguesia de Vila Franca de Xira, a irmandade do Senhor da Boa Morte. A função desta instituição era promover a devoção ao Senhor Jesus da Boa Morte, cuja festa constitui ainda hoje feriado municipal, com romaria e cuja igreja é uma das poucas da diocese de Lisboa a ter a classificação de santuário.

31.dez.1972

É fundada, em Alhandra, a Juventude Desportiva Alhandrense. Para além do ténis de mesa (onde arrebatou 16 títulos consecutivos, e um individual), o clube marcou também uma época no xadrez, no judo, no tiro ao arco, na pesca desportiva e no futebol de cinco.


8 // notícias // dezembro

“A música pode ser uma terapia” margarida arcanjo


9 Há cada vez mais pessoas interessadas nas terapias alternativas. Em Portugal serão já cerca de dois milhões de utentes regulares e as consultas nos hospitais e centros de saúde triplicaram nos últimos anos. A elevada procura já fez com que os cursos para formar médicos especialistas esgotassem. “É um mercado em crescimento”, congratula-se Margarida Arcanjo, formada em musicoterapia. A vilafranquense lamenta, porém, a falta de reconhecimento por parte do Estado, o que trava a evolução da área. “Como não somos considerados profissionais de musicoterapia, mesmo que trabalhemos como terapeutas, no recibo verde que emitimos, assinamos como animadores sociais ou professores de música”. Uma realidade que contrasta com o sucesso e o apelo dos doentes. “Os benefícios são imensos”, assegura a fadista. A trabalhar em duas instituições de apoio a jovens com deficiências, em Lisboa, e com idosos, na Cáritas de Vila Franca de Xira, Margarida Arcanjo assegura que a musicoterapia pode ser vantajosa em diversos problemas, como “depressão, solidão, autismo, ansiedade, entre outros”. Tudo depende da gravidade e do processo, acautela a terapeuta. “Podem existir melhorias na postura, no comportamento, na interação com os outros ou simplesmente na maneira como a pessoa vê a sua vida”. Contudo, ainda há muito desconhecimento e pouca informação, mesmo entre a população. “Tenho clientes que me tratam como a professora de música. Na realidade, o que faço é terapia. Ajudo as pessoas a ultrapassar dificuldades e nunca com um objetivo de ensinar a tocar um instrumento”, sublinha. Atualmente, é a Associação Portuguesa de Musicoterapia que lidera os processos de certificação dos profissionais do setor, embora o problema do reconhecimento oficial das terapias alternativas seja transversal às diversas disciplinas. A legislação portuguesa já regulamenta sete medicinas alternativas: a tradicional chinesa, a acupuntura, a fitoterapia, a homeopatia, a naturopatia, a osteopatia e a quiropraxia. A musicoterapia “utilizada num contexto clínico, educacional e social” pode ajudar a “tratar ou prevenir problemas de saúde mental e também motores”, defende a cantora. “Com a cadência de uma canção, por exemplo, posso trabalhar os ritmos, a marcha e a mecânica corporal”. As vantagens são muitas e Margarida Arcanjo é uma das profissionais que desbravam um novo terreno de possibilidades. “Eu gosto muito de cantar mas a musicoterapia, para mim, também é uma forma de crescer e aprender com os outros”, confessa. “Todos ouvimos sons desde que nascemos. Uma gargalhada ou uma melodia despoletam sentimentos únicos que, inconscientemente, influenciam a nossa saúde. E a música pode ser um motor de comunicação para alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas surpreendentes”.

ensino

Alunos da região são os melhores em equipa Os estudantes da lezíria do Tejo são dos melhores a trabalhar em conjunto. De acordo com um relatório do Programme for International Student Assessment (PISA), os jovens ribatejanos, a par dos alentejanos, são aqueles que alcançaram a melhor pontuação a nível nacional. Numa escala cujo ponto médio são os 500 valores, o Alentejo litoral e a lezíria do Tejo, conseguiram pontuações médias de 530 e 528 pontos, respetivamente. No extremo oposto, estão as regiões dos Açores, Tâmega e Trás-os-Montes, com resultados médios entre os 446 e 467 pontos. A média nacional é de 498. A análise feita a 125 mil alunos de 52 países mostrou igualmente que, no geral, as raparigas saem-se melhor do que os rapazes no trabalho colaborativo e que os asiáticos continuam no topo do desempenho escolar. O estudo concluiu também que a prática de desporto influencia positivamente a atitude e a resolução de problemas em conjunto. Já em relação ao tempo despendido com os jogos em casa, verificou-se que quem o faz tem desempenhos ligeiramente inferiores aos restantes colegas. No panorama europeu, França, Itália, Luxemburgo são algumas das nações da OCDE que ficam a perder, na comparação com Portugal.


10 // notícias // dezembro política

Mais estacionamento em Alverca

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira vai criar 100 novos lugares de estacionamento em Alverca. O investimento superior a um milhão e meio de euros avança em 2018 e irá beneficiar a zona da estação dos comboios daquela freguesia. Aquele ponto da cidade serve uma parte muito significativa da população, já que, para além dos terminais de transportes, estão também ali localizadas as escolas secundária Gago Coutinho e EB 2,3 Pedro Jacques de Magalhães. Além da criação de novos lugares de parqueamento, o projeto prevê também o embelezamento dos espaços de circulação. As obras só deverão começar no próximo ano e têm um prazo de execução de 270 dias.

gil teixeira

“Queremos diversificar os nossos serviços”

O Centro de Bem Estar Infantil (CBEI) de Vila Franca de Xira vai apostar no apoio domiciliário nos próximos meses. O serviço faz parte de um plano estratégico que o CBEI tem delineado para os próximos anos e que passa pela diversificação da oferta de produtos à comunidade. Gil Teixeira, responsável pela instituição (na foto, ao centro), diz que esta é uma das formas para encontrar fontes de rendimento que “ajudem a ultrapassar as dificuldades financeiras que estas organizações atravessam”. Ainda recentemente, “o CBEI começou a dar apoio ao estudo, em parceria com o ginásio da educação Da Vinci”. Sendo Vila Franca de Xira um dos concelhos que mais cresce em população a nível nacional, é de esperar maior procura por parte de pais que precisam de encontrar atividades para os seus filhos. Numa primeira fase, este tipo de serviços, como o apoio domiciliário ou atividades para crianças com incapacidades, terão um custo já que “o acesso a subsídios do Estado é moroso”. Gil Teixeira espera que, no futuro, “estes serviços sejam de acesso mais abrangente”.

educação

Azambuja apoia estudantes do ensino superior

A Câmara Municipal de Azambuja vai apoiar financeiramente 30 jovens estudantes daquele concelho que queiram seguir estudos no ensino superior. A medida repete-se anualmente e as candidaturas para o próximo ano letivo começam a 4 de dezembro. Serão entregues 30 bolsas (14 de ingresso, 14 de frequência e duas de mestrado) de mil euros cada uma, todas com o patrocínio da Companhia Logística de Combustíveis (CLC), empresa sedeada em Alcoentre. Um dos principais critérios de seleção é que os candidatos provenham de famílias cujo rendimento per capita mensal seja inferior a 500 euros. Outro fator de avaliação é que os alunos tenham obtido, no ano letivo 2016/2017, média final igual ou superior a 15 valores. O programa pretende reconhecer o desempenho dos alunos com melhores resultados, por um lado, e incentivar e apoiar estudantes com menos meios económicos, por outro. As candidaturas devem ser apresentadas na Unidade de Atendimento ao Público do município, no Páteo do Valverde, de 4 e 29 de dezembro.


11 orçamento

Câmara de Salvaterra salva bombeiros

economia

Arruda baixa impostos

A Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos aprovou a redução dos impostos municipais para 2018. O pacote fiscal prevê descidas em todas as taxas que recaem sobre as famílias e as empresas do concelho. O imposto municipal sobre imóveis (IMI), por exemplo, terá uma redução de cerca de 1%, passando a estar fixado nos 0,385%, enquanto que a taxa máxima permitida pela lei é de 0,45%. Com esta decisão, o município irá receber menos 45 mil euros de receitas fiscais. O imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) será reduzido para 4%, menos 1% que a máxima permitida pelo Estado. A derrama para as pequenas e médias empresas será mantida em 1%, estimando-se que sejam “devolvidos” à atividade económica local cerca de 40 mil euros. E, finalmente, a autarquia continua a prescindir da taxa municipal de direitos de passagem, permitindo que as faturas de comunicações neste concelho sejam ligeiramente mais baratas. A autarquia arrudense pretende assim promover a fixação das populações, aumentar a qualidade de vida dos seus munícipes e atrair mais negócios para Arruda dos Vinhos. sociedade

Os bombeiros de Salvaterra de Magos vão receber mais 20% de apoios da Câmara Municipal em 2018. O subsídio rondava, até agora, os 120 mil euros anuais, sendo esta a principal fonte de rendimento da instituição que há vários anos carrega uma pesada dívida. Em 2014, o passivo ultrapassava os 400 mil euros. Em agosto, existiam 15 bombeiros profissionais e três administrativos com salários em atraso. Recorde-se que, apesar de voluntários, as corporações têm sempre assalariados e em épocas de fogos os voluntários também recebem um valor monetário pelo seu serviço. Perante a gravidade da situação, a autarquia reforçou para o próximo ano o apoio concedido à associação humanitária. O valor total de subsídio poderá chegar aos 150 mil euros em 2018.

Vila Franca de Xira recupera bairros socias

Vão ser recuperadas cerca de 160 casas de bairros sociais no concelho de Vila Franca de Xira. As habitações, construídas ao abrigo do programa especial de realojamento (PER), situam-se em Povos, na freguesia de Vila Franca de Xira, e na Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria. Os concursos públicos estão em desenvolvimento pela Câmara Municipal de Vila Franca de

Xira e incidirão sobre partes comuns, interior das habitações e também espaços exteriores. No bairro do PER de Povos, as intervenções irão abranger 84 fogos, num investimento estimado em cerca de 800 mil euros e um prazo de execução de quase 12 meses. No bairro Per da Quinta da Piedade serão reabilitados 82 fogos de forma faseada, num investi-

mento previsto de 1.400 mil euros e um prazo de execução total de um ano. A autarquia irá investir ao todo mais de dois milhões de euros em todo o projeto. Acresce à fatura, cerca de 500 mil euros para garantir habitações provisórias aos cidadãos com casas em obras. Os trabalhos deverão começar em 2018 e prolongarse-ão até 2019.


12 // notícias // dezembro tribunais

reivindicação

Bombeiros de Alverca precisam de mais profissionais

Os bombeiros de Alverca precisam de mais profissionais e pessoal contratado. “Os meios técnicos até são suficientes”, mas a falta de colaboradores afeta as operações, reconhece o comandante da corporação. “Atualmente, existe uma equipa de 95 elementos, entre voluntários e profissionais, para uma população de 40 mil habitantes”, e apesar de haver dias calmos, “por vezes sentimos a falta de mais operacionais no teatro das operações”, queixa-se Alberto Fernandes. Porém, esse problema poderá ser colmatado em 2018. É que o Governo, entretanto, já aprovou mais dinheiro para o combate aos incêndios. São cerca de 20 milhões de euros em dois anos. Metade deste valor será para equipamentos de proteção individual de bombeiros e outros agentes da proteção civil. Serão ainda criados "o cartão social do bombeiro" e novos regimes jurídicos referentes aos estatutos e carreiras dos soldados da paz. problema

PAN apresenta queixa contra poluidores do Tejo

O partido Pessoas Animais Natureza avançou com uma queixa crime junto do Ministério Público contra as empresas poluidoras que operam nas margens junto ao Tejo. “Percebemos a importância económica para a região e para o país das indústrias que estão a operar nas margens do rio, mas, acima de tudo, tem de ver salvaguardado um recurso que é de todos, refere André Silva, líder do partido. A poluição neste curso de água existe há décadas. Contudo, o cenário tem piorado e os ambientalistas acusam as autoridades de compactuarem com os crimes. O Governo assegura que as inspeções aumentaram.

Arruda poderá ter orçamento participativo dividido por freguesias

O orçamento participativo de Arruda dos Vinhos poderá ser no futuro dividido por freguesias. Atualmente, a iniciativa da Câmara Municipal, que dá à população a possibilidade de votar num projeto onde investir até 35 mil euros, apenas permite a escolha de uma proposta em todo o concelho. Há no entanto críticas de que, deste modo, apenas as instituições mais

fortes, que mobilizam mais pessoas, como os bombeiros, acabam por ser quem ganha sempre. O presidente da autarquia admite mudar o formato do concurso no futuro. “Há duas hipóteses: dividir o orçamento por freguesias ou por outras duas propostas mais votadas. Inclino-me mais pela primeira alternativa, mas é um assunto que terá que ser discutido com a

vereação”, admitiu André Rijo. O autarca pondera também proibir a mesma instituição de concorrer no ano seguinte. Recorde-se que a 7 de dezembro, decorre a última assembleia participativa deste ano, na sede da Junta de Freguesia de Arruda dos Vinhos. A votação decorre em maio de 2018 e os resultados serão conhecidos no mês seguinte.


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daniel silva desporto

João Pereira é o atleta masculino do ano

A Sociedade Euterpe Alhandrense foi a grande vencedora da oitava gala de mérito desportivo do concelho de Vila Franca de Xira. A coletividade levou para casa três galardões: melhor treinador do ano, para Alda Silva e Cátia Messias, da ginástica acrobática; melhor equipa do ano, para Bruno Tavares e Beatriz Ferreira, a dupla sénior elite da ginástica acrobática; e a atleta revelação do ano, para Inês Salgueiro, do karaté. Paralelamente, a instituição de Alhandra viu serem reconhecidos uma série de outros desportistas que alcançaram excelentes resultados ao longo da época. É que a iniciativa da Câmara Municipal, além dos principais prémios, entrega galardões para as melhores classificações em campeonatos regionais ou distritais, com o prémio "Pedro Alves"; para as melhores classificações em provas nacionais, com o prémio "Carlos Lopes”; e para as melhores classificações em provas internacionais, com o prémio "Baptista Pereira". Os diplomas entregues na sexta-feira, 17 de novembro, reconheceram ainda Maria Lobo, como a atleta feminina do ano. A vilafranquense sagrou-se campeã europeia em 2016 na modalidade de muaythai. E João Pereira, que fez parte do triatlo do Alhandra e está agora no Benfica, voltou a ser considerado o atleta masculino do ano. O espetáculo, que encheu o auditório do Ateneu Artístico Vilafranquense foi animado com música dos Grifo, e dança pelo núcleo coreográfico do conservatório Silva Marques e pela classe vocacional do Ateneu Artístico Vilafranquense. Momento emotivo da noite, foi a consagração de Humberto André com o prémio carreira. O dirigente nascido em Lisboa, mora no Sobralinho há mais de 40 anos e tem um longo percurso dedicado à ginástica acrobática. Chegou a colaborar em associações no Sobralinho e ajudou a fundar a Associação de Ginastas de Lisboa. No discurso da noite, o presidente do município recordou o seu passado de atleta e defendeu o desporto como componente essencial na educação de cada indivíduo. Ao todo, foram distinguidos cerca de 350 atletas do concelho de Vila Franca de Xira.

Jovem de Samora lança novo disco

Daniel Silva acaba de lançar o seu segundo disco de originais. O jovem de Samora Correia é um apaixonado por música e reúne já milhares de fãs na região, atraídos pelo seu estilo romântico e popular. A carreira, relativamente curta, começou em 2013, com um álbum de música mais introspetivo e de caráter muito pessoal. “O ‘Por Ti’ foi um CD dedicado ao pai que faleceu de cancro em 2012. Era ele que me levava aos karaokes e me inscreveu na Sociedade Filarmónica Samorense. Tudo o que sou hoje deve-se a ele”, elogia. Depois de ter dado vários espetáculos, “sobretudo na Suíça”, como congratula-se, Daniel quis “mudar de postura” e apresenta agora um trabalho “com canções mais alegres e divertidas. Quis, no fundo, recomeçar de novo”. Apesar de ter um negócio de família, que lhe assegura a estabilidade financeira, Daniel Silva quer muito seguir uma carreira musical. Estas e outras notícias regionais no facebook da gira e em www.revistagira.com


14 // moda // dezembro

#fall2017 #emeboheme

MARCAS éMe bohèMe moda e acessórios: Maïttè, Tendências, Nekane, Karamel, ML, Rüga, Ferrache, Beneditas, Bastta, My Koin calçado: Cubanas, Ruika, Xuz aromas: Castelbel, Boles d’Olor, Lothantique, Mathilde M., Yankee Candle, gourmet: In Tube, Kusmi Tea ‘

eMe boheMe

CONTACTOS ALVERCA | Avª Capitão Meleças, 56 LISBOA | Estrada da Luz, 148C Tlf. 918 771 434 Segunda a sexta 10:00 - 19:00 Sábados 10:00 - 17:00 Abertos ao almoço


15 a moda ĂŠ isto!!!

Dicas para a passagem de ano

modelo: Maria Martins produção: Maria Martins fotografia: Ana Paula Vieira

loja online | www.emeboheme.pt

Maria Martins*

Esta serĂĄ a Ăşnica oportunidade que terĂĄ para virar costas a mais um ano e dar as boas vindas ao prĂłximo! Para trĂĄs, ficam as alegrias e as tristezas. Ă€ frente espera-nos um novo ano com novas experiĂŞncias... A noite de reveillon ĂŠ um momento que exige um certo requinte e bom gosto na escolha da indumentĂĄria. Quer se passe na casa de amigos ou num local mais in, um vestuĂĄrio bem concebido ĂŠ a regra de ouro para o seu sucesso! Antes de mais, as peças utilizadas para esta noite devem condizer com as tendĂŞncias. Assim, o preto, o vermelho, o prateado e o dourado sĂŁo sempre os tons de eleição. Se for para uma festa mais formal, num espaço chique, opte por um vestido comprido, curto, justo ou mais largo, mas insista num visual arrojado. Uma boa seleção de vestidos vailhe permitir construir um look glamouroso. Para combinar com este conjunto nĂŁo abuse das jĂłias ou dos acessĂłrios! Opte por algo simples e discreto. Para terminar, escolha um sapato preto que fica sempre bem com qualquer peça. Para uma passagem de ano menos formal, mais descontraĂ­da e/ou com amigos especiais, nĂŁo necessita de ir tĂŁo sofisticada. Nesta situação pode usar um top brilhante mais vistoso, atĂŠ com algumas misturas de cores, e uma saia preta ou umas calças da mesma cor. O preto e o vermelho apresentam um cenĂĄrio muito sensual e, quando utilizados com elegância, conferem Ă mulher uma intensa aura de glamour. Atenção aos excessos de acessĂłrios e bijutaria, e tente sempre que o calçado seja da mesma cor que a mala. De dourado, prateado, preto ou vermelho o que importa ĂŠ que a sua passagem de ano seja aquela com que sempre sonhou. Requintadamente bem vestida, espalhando sensualidade, brilho e muita magia! Divirta-se! E atĂŠ para o ano đ&#x;‘? *fashion adviser & personal shopper


16 // moda // dezembro vestido: Denny Rose sapatos: Dona V

DENNY ROSE

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R. José António Veríssimo da Silva loja 7, ALVERCA Encomendas:

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novembro // diretório // 17

vestuário

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éMe bohèMe A mulher boémia, elegante, em harmonia com a natureza. Loja com acessórios, calçado, aromas para casa, gourmet. Caso único de elegância. E agora também com loja em Lisboa, na estrada de Benfica Av. Capitão João Almeida Meleças, 56 211 940 464 918 771 434

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SILHOUETTE Concept Store com vesturário, calçado e acessórios. Destaque para a marca exclusiva de malas Gabs. Rua do Trabalhador, 6 loja 3 219 593 876 segunda a sábado 10h30 às 19:30

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CASALEIRO'S Confeção gourmet, com produtos de primeira qualidade. (antigo Calçada) EN248 Bisau, Cotovios 219 511 864 | 968 458 883 casaleirosrestaurant.pt KOMIKALA Pratos confecionados com gosto caseiro. Centro Comercial da Mina 965 313 700

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O CHAFARIZ Restaurante de comida típica portuguesa com gosto a pratos caseiros e ingredientes frescos. Com música ao vivo regularmente. Largo Dr. Jaime Marques Simão, 3 Arcena T: 938 708 980 das 12h às 15h e das 19h às 24h

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Para fazer parte do nosso diretório contacte: revistagira@revistagira.com ou o telefone 968 236 531


18 // moda // dezembro

NEW SHOP NEW STYLE

Helena Jardim

Já abriu, em Arruda dos Vinhos, uma nova loja de vestuário e acessórios femininos. A It Girl é jovem, moderna e está recheada de marcas exclusivas. Tens que vir cá dar um pulo. // Rua Cândido dos Reis, 117A ARRUDA DOS VINHOS // 964 887 354

Sandra Emílio


VESTUÁRIO: Missyou Yes miss Miss Miss Guendolina Baby Love Companhia Fantástica Silvina Campos Maggie Sweet Guimanos

19

Rua Cândido dos Reis,117A | Arruda dos Vinhos | 964 887 354

CALÇADO: Ruika Mousse and Claude

vestido: Miss Miss sapatos: Ruika

ACESSÓRIOS Edge Witch's Lollipop

macacão: Baby Love

vestido: Miss Miss sapatos: Ruika capa, gorro e jeans: Yes Miss

produção: Helena Jardim Sandra Emílio fotografia: Ana Paula Vieira

vestido: Guendolina sapatos: Ruika

casaco: Yes Miss


20 // agenda // dezembro

sexta :: 1

compras

FEIRA DO LIVRO AO QUILO Casa da Juventude Alverca 14h às 22h 219 575 908 Organização da associação ADN, Acções e Dinâmicas com Nexo com preços de €5,99 o quilo.

celebração

ANIVERSÁRIO DA EUTERPE Sociedade Euterpe Alhandrense Alhandra 9h 219 500 592 A Euterpe Alhandrense assinala o seu 155º aniversário com um desfile da banda, de manhã, pelas ruas da vila até ao cemitério e sessão solene à tarde.

gastronomia

FESTIVAL GASTRONÓMICO SOLIDÁRIO DE INVERNO Centro Social do Porto Alto Samora Correia Rua Padre Cruz 12h às 24h 263 519 600 O festival realiza-se no centro social do Porto Alto e apresenta gastronomia de todo o país. Pratos típicos ribatejanos acompanhados dos vinhos e dos doces da região. Animação diária e as entradas são livres.

aniversário

FESTA RÁDIO ÍRIS Centro Cultural Samora Correia Rua dos Operários Agricolas, 13 21h30

263 659 350 A rádio Íris FM faz 32 anos e comemora-os com uma grande festa com entrega de prémios de mérito e actuações de Nikita, Abel, Tino Costa, Xana Carvalho e muitos mais.

EVOA Vila Franca de Xira 926 458 963 10h às 17h 18€ Workshop de observação de aves para iniciados numa paisagem deslumbrante.

NOITE DE FADOS Centro Cultural do Bom Sucesso Alverca Rua Fonte de São Romão, 1 21h30 2€ 219 576 104 Mais de dez fadistas actuam no Centro Cultural do Bom Sucesso, entre eles, Madalena Pereira, Mário Oliveira, Maria Violante.

BAZAR DE NATAL Casa do Povo de Arcena Alverca 14h às 18h 219 580 816 Mostra de artesanato para compar algumas lembranças de Natal e apoiar comerciantes locais e artesãos da região.

música

ARCA'S 8'S PARTY ARCAS Samora Correia 22h €2 A Associacção Recreativa e Cultural Amigos de Samora organiza uma festa com o mote dos anos 80. Animam a banda IMPAR e o DJ Emanuel. Metade do valor das entradas reverte a favor dos bombeiros voluntários de Samora Correia.

sábado :: 2

compras

ÁRAS MARKET ÁRAS Vila Franca de Xira Rua Miugel Bombarda 10h às 19h A loja de vestuário Áras realiza de novo o seu mercado em conjunto com outras marcas.

natureza

OBSERVAÇÃO DE AVES PARA TÓTÓS

compras

música

CONCERTO DE NATAL Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima Póvoa de Santa Iria 20h30 Um grupo de jovens celebra o natal na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Póvoa de Santa iria.

teatro

PORTA A PORTA Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense Alverca 910 943 742 21h30 Peça de teatro que conta a história de Rute, uma mulher independente com cerca de 40 anos, que resolve comprar um apartamento novo num edifício de prestígio. Uma comédia divertida escrita por Lázaro Matheus e que tem finalmente a sua estreia em Portugal.

música

RE-CENSURADOS, ORLANDO COHEN E BALAVERDE Ateneu Artístico Vi-

lafranquense Vila Franca de Xira 22h 5€ 263 271 418 Concerto organizado pelo canal de TV XTV Podcast e que apresenta Re-Censurados com Orlando Cohen e Bala Verde, bandas locais de música rock.

festa

FESTA DO PEREGRINO Casa do Forcado Vila Franca de Xira 23h A casa dos forcados amadores de Vila Franca de Xira está em festa! Desta vez para comemorar mais um ano de peregrinação a Fátima.

domingo :: 3

compras

BAZAR DE NATAL Casa do Povo de Arcena Alverca 219 580 816 10h Mostra de artesanato para compar algumas lembranças de Natal e apoiar comerciantes locais e artesãos da região.

bombeiros

ALMOÇO SOLIDÁRIO Bombeiros Voluntários da Merceana Alenquer 13h 10€ 263 766 010 Lombo de Porco no forno com batatas e legumes, sobremesas variadas, e bebidas para angariar fundos para a corporação.

música

PALAVRAS EM MOVIMENTO Fábrica das Palavras


// 21 Vila Franca de Xira 15h 263 271 200 O grupo poético Palavra Cantada organiza um homenagem ao escritor Soeiro Pereira Gomes. Apontamento musical pelo grupo coral do Instituto de Emprego e Formação profissional de Lisboa.

teatro

O JARDIM DOS BICHOS DE CRISTAL Sociedade Euterpe Alhandrense Alhandra 219 500 592 16h A Euterpe Alhandrense apresenta peça “O Jardim dos Bichos de Cristal” pelo grupo de teatro “Os Esteiros”.

segunda :: 4

cinema

UM DESENHO DE NATAL Auditório da Junta Vila Franca de Xira 263 200 770 15h gratuito Filme de natal para toda a família numa escolha de Bruno Teixeira.

terça :: 5

debate

EDUCAÇÃO, EMPREGO E VIDA ATIVA Auditório da Junta Vila Franca de Xira 263 200 770 15h gratuito Fórum de discussão em que se vai falar sobre educação, emprego e vida ativa. A educação inclusiva rumo à vida independente.

quarta :: 6

encontro

TARDES DE CONVERSA Núcleo Museológico Alverca 219 570 305 gratuito A carta arqueológica do concelho de Vila Franca de Xira serve de base para o debate que reúne Henrique Mendes (licenciado em História pela Universidade Autónoma de Lisboa) e João Pimenta (mestre em arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).

sexta :: 8

compras

BAZAR SOLIDÁRIO Praceta Ramalho Urtigão Póvoa de Santa iria 1hh às 17h Organização do projecto solidário Bébé Criança Feliz com produtos à venda a partir de €1.

compras

FEIRA DO LIVRO Escolas da freguesia Vialonga 10h às 17h Em conjunto com a Junta de Freguesia de Vialonga, o agrupamento de escolas de Vialonga e o projeto VEM vai realizar-se uma feira do livro.

sábado :: 9

desporto

PROVA VAURIEN Marina de Vila Franca Vila Franca de Xira 10h 263 299 259 É a primeira clássica Vaurien, embarcação monotipo de série internacional para dois tripulantes (o leme e o proa), e que junta algumas

editorial

A vida num baloiço António Dias*

Gosto de fazer balanços mas acho que devemos perder pouco tempo com eles. Curiosamente, o mundo parece funcionar exatamanete ao contrário: analisa-se muito e toda a gente critica quem pensa demasiado sobre os assuntos. Talvez seja a razão de tanto atraso. Eu sou prático mas racional. Reconheço que fazer balanços é um passo importante para podermos seguir em frente. É essencial sabermos admitir os erros, perceber onde falhámos e chegar a conclusões de forma rápida e assertiva. A vida é feita de constantes quedas, por isso elas nunca são evitáveis. Porém, com a aprendizagem minimizam-se as consequências e erguemo-nos mais depressa. Um passo de cada vez, com humildade podemos chegar a um nível mais elevado. Por isso, sim, façamos um balaço a 2017, à nossa vida, a o quer que seja, mas que seja rápido com conclusões exequíveis. E, depois, passemos à ação. Um ano tem 365 dias e apenas um deles deve ser gasto a ponderar os “ses”. O resto do tempo serve para empreender as nossas ideias e, claro, descansar nos premeios. Os chineses costumam dizer que o dia tem as horas exatas para viver bem: oito horas para trabalhar, oito horas para dormir e oito horas para nos divertirmos. O total, perfaz as 24 horas. É simples, certo? Este 2017 foi duro a todos os níveis. Em Portugal e no mundo, este fica como um dos períodos mais tumultuosos a nível nacional e internacional. Desde a política que parece sempre dar para o torto, às questões ambientais e económicas, estes 12 meses registaram peripécias para todos os gostos, partilhadas à velocidade da luz nas redes sociais. A revista gira orgulha-se de dar um singelo contributo para a mudança. Promovendo o comércio local, entrevistando figuras de relevo, focando-nos em temas que interessam e sempre com uma perspetiva positiva. Porque não vale a pena pensar no passado. A vida é feita de futuro. *jornalista


22 // agenda // dezembro dezenas de apaixonados por este desporto. Uma organização da União Desportiva Vilafranquense.

música

CONCERTO SOLIDÁRIO Igreja Matriz Vila Franca de Xira 15h30 O coro Notas Soltas actua neste concerto solidário na igreja matriz de Vila Franca de Xira

desporto

ALHANDRA NIGHT RUN Passeio ribeirinho Alhandra 21h 219 500 005 10€ A “Alhandra Night Run” é uma festa de Atletismo organizada pelo Alhandra Sporting Club, em parceria com a União de Juntas de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, com o apoio do comércio local e da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Há diversas provas para todas as idades.

moda

MISS ALVERCA Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense Alverca 910 943 742 18h30 3€ Começam as eliminatórias para o Miss Alverca SFRA 2017. As jovens concorrentes vão desfilar perante o júri em duas eliminatórias.

música

CEIA FADISTA Casa do Povo de Santo Estevão Benavente 281 963 184 20H30

15€ Uma ceia com António Pinto Bastos e vários outros fadistas. Organização de associação de festas de Santo Estevão.

teatro

REVIST'Ó FADO Ateneu Artístico Vilafranquense Vila Franca de Xira 263 271 418 21h30 10€ Os espetadores vão poder assistir a divertidas rábulas humorísticas, intercaladas com atuações de temas cantados ao vivo por António Pinto Basto e Manuela Bravo. Com Paulo Oliveira, Ana Paula Mota, Luis Viegas e Filipa Giovanni.

música

MARATONA MUSICAL Cine-Teatro Benavente 21h30 263 519 637 2130 3€ Maratona musical com artistas da rádio e da TV, como, Ricardo Stefan, Michel, Vitor Romeu, Jorge Manuel, Xana Carvalho, entre outros. Apresentação de António José Branco.

MÚSICA ANTIGA Igreja Paroquial Carregado 21h30 gratuito 263 852 163 Com obras dos períodos Barroco (J.S. Bach e Händel, etc.) e clássico (Mozart, etc) .

domingo :: 10

desporto

CICLISMO SOLIDÁRIO

EN10 Salvaterra de Magos 263 509 522 9h Evento para angariar fundos para a Loja Social de Salvaterra de Magos. Organização do município com o núcleo de cicloturismo “Os Cansados” de Marinhais. O percurso começa no recinto das festas em Marinhais e passa por diversas estradas da margem sul do Tejo.

segunda :: 11

cinema

UM MILAGRE NATAL Auditório da Junta Vila Franca de Xira 263 200 770 15h gratuito Filme de natal para toda a família numa escolha de Bruno Teixeira.

sábado :: 16

workshop

FORMAÇÃO PARA DIRIGENTES ASSOCIATIVOS Câmara Municipal Arruda dos Vinhos 263 977 000 10h às 21h Ação de formação para ajudar quem trabalha em associações e coletividades a fazer ainda melhor o seu trabalho. Com Rui Faria a focar-se em contabilidade e fiscalidade e Isabel Graça em produção de eventos. Inscrições pelo email desporto@cm-arruda.pt

desporto

ESTÁGIO DE JUDO Grupo Recreativo e Cultural do Bom Retiro Vila Franca de Xira 263 094 685 10h 10€

Estágio com o mestre Aurélio Bernardo, inscrição prévia obrigatória até 10 de dezembro.

arte

SIMPÓSIO AGUARELA Pavilhão Multiusos Arruda dos Vinhos 916 852 042 10h às 17h Gratuito A associação de aguarelas de Portugal organiza o primeiro simpósio de aguarela em Arruda dos Vinhos com palestras de vários pintores.

motociclismo

PAIS NATAIS MOTARD Motoclube de Alverca Alverca 963 800 787 15h Desfile dos pais natais motards e visita a instituições da cidade para entrega de prendas. Jantar e animação nocturna com o DJ Thiagu.

música

MASSACRE METAL FEST União Desportiva Columbófila Ádosloouquense São João dos Montes 219 500 350 21h30 Espetáculo de música da pesada no já icónico pavilhão do UDCA. Com as bandas Spedemon, Toxikull e Negra. Organização da XTV.

domingo :: 17

compras

ARTE NA RUA Centro Comercial Serra Nova Póvoa de Santa Iria 10h às 18h Organização da Associação Momentos Diferentes que reúne diversos artesãos. Ideal para presentes de natal.


Av. Capitão Meleças, 29, ALVERCA

T: 933 520 519

Ju Gaspar

Natal quentinho cheio de cor e carinho mala: Franciel

casaco: Ferrache pêlo: TCO mala: Francinel

Paula Pinheiro Paula Pinheiro

malha: Chiessy calça e casaco: Ferrache fio: Lu.arte

capa: SMF Madalena Amador

casaco: Gusi túnica: Ferrache calças: Fátima Verissímo mala: Franciel

produção: Paula Pinheiro Ju Gaspar fotografia: Ana Paula Vieira

Margarida Silva

outras marcas: Rinascimento Foursoul MDS Companhia das Marias mala: Franciel

casaco: Fátima Verissímo


24 // agenda // dezembro joão paulo félix

“Quero mostrar o que de belo tem o Ribatejo”

O salvaterrense, nascido na Várzea Fresca, vai correr, sem parar, a partir de 14 de dezembro, à volta do Ribatejo. A prova de 320 quilómetros irá durar mais de 72 horas.

“Irei parar só apenas para beber e comer, ter algumas massagens, tomar um banho e nada mais. Sei que vai ser uma prova muito difícil. Talvez a mais complicada da minha vida. Ainda pior do que percorrer a EN2 desde Chaves até ao Algarve, como fiz em agosto passado. Porque, apesar de terem sido 739 quilómetros, fiz por etapas durante 14 dias. Podia descansar e recuperar. Desta vez será non stop. Mesmo durante a noite. Acho que agora o desafio vai ser mais complexo. Mas estou aqui com vontade de cumprir e sei que o sonho comanda a vida. Desde pequeno que ultrapasso desafios e nunca me queixo. Cresci no campo, durante um tempo em que as crianças trabalhavam desde pequeninas a ajudar os pais na agricultura. À medida que fui crescendo, fui levando comigo estes ensinamentos de dedicação e sacrifício. E é por isso que hoje orgulho-me de tudo o que consegui. Não podemos desistir e a força mental é muito importante. Tão importante quanto a capacidade física. E é nisso que penso. E vou ter várias pessoas ao longo do percurso que me vão dar apoio e isso é um alívo. Por isso, será uma corrida para nunca esquecer e para ajudar a angariar fundos para a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM). E porquê à volta do Ribatejo? Viajo muito por causa do trabalho mas, quando chego aqui, começo logo a sentir o cheiro da lezíria e transformo-me. Esta é a minha paixão, a minha zona de conforto e a prova só podia ser nesta região. Vou começar a corrida em Salvaterra de Magos, passo por Benavente, Vila Franca de Xira, subo em direção a Santarém, Tomar, Abrantes e volto a descer até Salvaterra. Eu sei que vou conseguir. E para o ano vou fazer a EN1, de Lisboa ao Porto”. Vê excertos da entrevista a João Paulo Felix em dezembro no sítio da gira na internet e na página de facebook


25 compras

FEIRA DO LIVRO SOLIDÁRIA Centro Cultural Benavente 966 689 282 10h A receita das vendas conseguidas reverte para os bombeiros voluntários de Benavente.

solidariedade

ALMOÇO DE NATAL DA MITHÓS Restaurante Pollux Tejo Vila Franca de Xira 13h 917 276 630 15€ A Associação Mithós organiza o seu almoço de natal e as inscrições devem ser feitas até 10 de dezembro.

formação

WORKSHOP VEGETARIANO Clube Recreativo Alhandra 219 500 253 15h às 19h Patrícia Ribeiro, do blogue Not Guilty Pleasure, apresenta sugestões sem carne para o natal.

moda

MISS ALVERCA SFRA Alverca 18h30 910 943 742 3€ Mais uma eliminatória da Miss Alverca SFRA 2017. As jovens concorrentes vão desfilar perante o júri e serão escolhidas oito que irão à final.

segunda :: 18

cinema

O NASCIMENTO DE CRISTO Auditório da Junta Vila Franca de Xira 263 200 770 15h

gratuito Filme de natal para toda a família numa escolha de Bruno Teixeira.

quarta :: 20

inauguração

PRESÉPIOS DE NATAL Auditório da Junta Vila Franca de Xira 263 200 770 21h gratuito Abertura da mostra de pRRResépios (em material reciclado, criados em contexto escolar).

domingo :: 31

reveillon

PASSAGEM DE ANO COM BRISSOS E COMPANHIA Ateneu Artístico Vilafranquense Vila Franca de Xira 263 271 418 21h30 Festa de fim de ano em modos revival, com Paulo Brissos, Naftalina e DJ Retro.

continuam

evento anual

VILA PRESÉPIO Alenquer Ruas da cidade 263 730 900 Durante o mês de dezembro, a vila de Alenquer transforma-se num local de animação e recordação. Há o presépio na encosta da colina da vila, insufláveis, um rinque de gelo, concertos, teatro, comboio turísticos e muito mais. Até 23.

A lista completa e atualizada em revistagira.com. Vê os nossos roteiros culturais em vídeo no facebook e fica a saber o que podes fazer no fim de semana. Às terças às 20h.

opinião

Todos temos direitos Cláudia Berto Marques*

E, assim de repente, já estamos no final do ano. Muitos de nós aproveitam esta época para fazer um balanço e há quem elabore toda uma lista de intenções para o ano seguinte. Também já o fiz, mas hoje acredito que, como diz a frase “ o caminho se faz a andar”. Esta ou outra altura são sempre excelentes oportunidades para mudar e melhorar. É esse o desafio que devemos lançar a nós próprios neste Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado, tanto internacional como nacionalmente, a 10 de dezembro. Quase 60 anos volvidos sobre a declaração subscrita neste dia que se pretendia (e pretende) um “ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações”, ainda há muito a fazer, pelas nações e por todos nós. Temos, nomeadamente, o dever de não nos conformarmos e de nos insurgirmos de cada vez que virmos alguém ser discriminado em razão da sua “ raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou de qualquer outra situação”. Temos, também, a obrigação de não compactuar com julgamentos em praça pública ou na comunicação social, não esquecendo que todos se “presumem inocentes até que a sua culpabilidade fique legalmente provada”. Todos temos, em teoria, direito à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. Não nos pode ser negada a liberdade de opinião e expressão, de pensamento, consciência e religião e “ninguém será sujeito à interferências em sua vida privada, em sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação”. A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem apenas 30 artigos e todos devemos ter conhecimento do seu teor integralmente. Por isso convido à sua leitura no site da Unesco. Por fim, termino a sublinhar a segunda parte do artigo 1 da Declaração que nos diz que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos (…) e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. Um santo Natal e feliz 2018. *advogada


26 // entrevista // dezembro


27

Timothy Alexander Vieira aka Tim Vieira nasceu há 42 anos, em Joanesburgo, na África do Sul, onde viveu até aos 24 anos. Um dos avôs comprou uma quinta em Alhandra e, durante a infância e a adolescência, passou quase todos os verões entre as vinhas da região, a nadar na piscina municipal de Vila Franca de Xira e a apontar a pressão de ar aos pardais. O seu espírito empreendedor atravessou toda a sua vida, em negócios tão variados como colchões, telemóveis, propriedades, cerveja artesanal, entre outros. Aterra em Portugal, em plena crise financeira, compra dívida pública portuguesa e decide passar mais tempo por cá.Viu uma oportunidade de ajudar a transformar Portugal para melhor. O programa Shark Tank, na SIC, catapultou-o para a fama e hoje tem milhares de seguidores nas redes sociais onde deixa mensagens de otimismo e motivação. Após uma palestra que deu em Arruda dos Vinhos, foi convidado por André Rijo, presidente daquela autarquia, a presidir ao Conselho Económico e Estratégico de Arruda dos Vinhos (CEEAV). Tim acredita que:

A REGIÃO tudo para

dar certo texto de António Dias fotos de Ana Paula Vieira


28 // entrevista // dezembro Como foi parar ao CEEAV? Tenho uma quinta de família na zona de Alhandra. Foi uma compra de um avô meu. Sempre que vinha cá de férias no verão passava muito tempo por lá. Lembro-me das vinhas, do vinho, da pressão de ar, de apanhar o comboio para ir à piscina municipal de Vila Franca de Xira. Tenho uma ligação muito especial a esta terra. Sinto quase que fui mordido por um mosquito que me deixou cá as saudades. São memórias de infância e de adolescência muito queridas. Entretanto, há uns meses fui dar uma palestra a Arruda dos Vinhos e, nessa altura, o presidente da Câmara Municipal, um jovem cheio de ideias chamado André Rijo, convidou-me a criar uma task force que pensasse a região e delineasse uma estratégia para aquele concelho. Aceitei logo.

Há quem pense que está lá para investir. Investir é fácil. Muitos têm dinheiro e gastam-no mal. O mais importante é ter um plano. Eu acho que Arruda está, de facto, numa trajetória ascendente. Estou muito interessado em trabalhar com as cooperativas, os agricultores, as empresas e ajudar a encontrar soluções. É nisso que me foco: a fazer networking e no brainstorming. Às vezes, basta uma reunião a discutir os problemas para que se encontre um caminho e uma ideia que pode valer muito mais do que dinheiro. É também o que gosto de fazer: falar com as pessoas, contribuir para a mudança. Como olha o futuro desta região? Lisboa está a ficar saturada. Vejo os jovens a não conseguirem manter o estilo de vida fácil na capital, porque há menos espaços, os preços estão altos e, tal como já aconteceu noutras grandes cidades, será nos arredores que a população vai procurar oportunidades. Cascais ou Sintra são limitadas e, por isso, Vila Franca de Xira, Arruda dos Vinhos e outros concelhos a norte de Lisboa vão começar a beneficar. Prevejo bons negócios em imobiliário, com o mercado do arrendamento a crescer. É inevitável e a região tem tudo para dar certo.

Qual o balanço do traTim Vieira na Tim balho desde fevereiro? Garage, em Estamos a pensar a região Cascais. e a desenhar uma estratéUma das gia. Colocámos parte do suas paixões projeto nas mãos de alguns são os alunos do IPAM, uma esautomóveis cola superior de marketing de Lisboa, para que seja pensada a marca, o logótipo, a mensagem, um sítio na internet, etc. É por Portugal nunca teve um plano aí que se deve começar: estratégico. Tem confiado pela base e pela comuni- demasiado na sorte cação. No fundo, é fazer Há quem reclame investimentos. um rebranding da marca para atrair uma imagem mais moderna e atual de Arruda dos Vinhos. Todas as zonas do país precisam de investimenÀs vezes, descuramos estes detalhes, pormenores tos. Mas a sociedade está a mudar e as pessoas básicos, mas que são muito importantes. Arruda acabam por se adaptar. Também em Sintra e está próximo de Lisboa mas beneficia ainda de Cascais pedem mais estradas e comboios. Só que fundos comunitários e isso está a chamar a hoje em dia já se pode trabalhar remotamente, atenção de muitos empresários. Tem qualidade há o carsharing e diversas formas de ultrapassar as limitações. Arruda e Vila Franca beneficiam de de vida, as escolas são muito boas e a comida é tudo isto porque têm o que os outros têm, acessos excelente. Da minha parte, sempre que falo com por exemplo, boa localização, mas preservam gente interessada em investir em Portugal, Aruma maior autênticidade. As pessoas são mais ruda é dos primeiros municípios que me vem à genuínas. Os restaurantes são melhores. cabeça e é para lá que aponto o caminho.


29 É muito conhecido por nunca parar e ter negócios em diversas áreas. Tem preferência? Gosto de fazer as coisas pelos quais tenho paixão. Talvez durma menos que a maioria das pessoas e perco-me muito nos meus interesses que são diversificados. Tenho é uma boa equipa de gente muito focada à minha volta que me ajudar a ter tudo em ordem. Crio os projetos, tenho as ideias e depois coloco alguém que dorme bem e tem a cabeça no sítio para gerir a empresa. E assim vou mantendo o prazer de conhecer as pessoas, de dar ideias, de contribuir para a mudança e de ser a inspiração. Atendo sempre os telefonemas porque nunca sei se, o que está do outro lado, será o meu próximo negócio de sucesso.

que ia ser horrível e cá estamos. Agora, o turismo, apesar de ser muito importante e de ter ainda muito para dar, acaba por ser um setor limitado. Precisamos de um rumo, de mais indústria, de apostar mais na agricultura, e por aí fora. Não podemos é continuar a tratar um cancro com adesivos. É preciso ir à raíz do problema e não nos fiarmos só na sorte. E no resto do mundo? Sou daquelas pessoas que só olha para aquilo que está 20 quilómetros à volta e concentro-me em fazer a minha vida melhor. Mas as questões globais estão sempre lá. O problema é que não temos líderes em quem se possa confiar. A mentira ficou muito fácil. Cada um diz o que quer e aceitamos tudo sem discutir. Acho que tudo vai melhorar porque pior é impossível. Mas também acredito que o país para crescer precisa de ficar pior. Temos é que saber escolher os nossos representantes. Eu venho de um país onde um homem chamado Nelson Mandela esteve 27 anos na prisão para ter direito a um voto. É necessário passar essa mensagem aos nossos filhos e deixar de ver tanto futebol.

O problema é que não temos líderes de confiança. A mentira ficou demasiado fácil

E como vê Portugal e os portugueses hoje em dia? Com muita esperança. Quando estava em África e empregava portugueses, reparava sempre nas qualidades e num grande curso que só existe cá que é o 'desenrrascanço'. Somos inventivos e, quando estamos lá fora, conseguimos ultrapassar todas as dificuldades . Só que, quando vinha a Portugal, reparava que o espírito era sempre mais derrotista. Contudo, isso está a mudar. Os portugueses estão a perceber que podem ter sucesso e os estrangeiros que estão a vir para cá ajudam a trazer mais ideias. É um brain influx.

Há quem critique a demasiada aposta nos serviços, como o turismo. O problema é que Portugal nunca teve um plano estratégico. Muito honestamente tem confiado demasiado na sorte. Têm acontecido coisas ao mundo, como o Brexit, o Trump, os atentados terroristas e nada tem afetado gravemente o país. Passámos por uma crise que toda a gente achava

Gostava de fazer política? Nunca me convidaram. Gostava de contribuir para uma mentalidade diferente. Não através da política tradicional, mas com uma outra envolvência. Olho para o nosso presidente da República, por exemplo, e vejo a diferença que ele faz, no seu caráter humano e na forma como lida com os cidadãos. Já não há muita gente assim.

Ao longo do mês de dezembro, podes ver excertos da entrevista no sítio da gira na internet e na página de facebook


30 // reportagem // dezembro

Na Frutalmente, na Castanheira do Ribatejo, a cultura do figo sofreu quebras de 50%


31

A SECA

veio para ficar por António Dias

Lá se foi o país com o clima espetacular. Este foi talvez o ano em que Portugal mais sofreu com as alterações climáticas: cerejas mal as vimos, a castanha está caríssima, no Tejo morrem toneladas de peixes, os incêndios vitimaram dezenas de portugueses e a seca severa obrigou a transbordo de água de umas barragens para as outras. Se havia dúvidas do efeito do homem na natureza, 2017 foi a prova que faltava. E o futuro é preocupante. Falámos com diversos responsáveis que nos traçam um panorama da seca na região.


32 // reportagem // dezembro Estão mais de 25ºC em pleno mês de novembro. Ao sol, parece que estamos no verão. Muitos transeuntes vestem t-shirt. Maria da Graça, comerciante de vestuário em Salvaterra de Magos, queixa-se da falta de clientela. “A terra está parada mas este tempo também não ajuda”. O panorama é geral em todo o comércio local que procura escoar as coleções de outono/inverno. “Antigamente tínhamos noção das estações do ano. Agora, o verão prolonga-se até outubro e o frio quando aparece é só lá para janeiro ou fevereiro, depois dos saldos, quando estamos a começar a receber a coleção de primavera/verão. O que é tarde demais”, acresenta. As próprias marcas começaram a adaptar-se a esta nova realidade e em setembro fala-se agora de alta estação. Uma nova gama de

Mário Rodrigues e Sandra Rodrigues, responsáveis da Frutalmente

produtos intermédios, entre o verão e o outono, surgiu no catálogos. A realidade das alterações climáticas parece estar a bater-nos à porta e o cenário é inquietante: os carros continuam a poluir, os aviões aterram e descolam, o consumo de carne aumenta, os recursos da terra são explorados à exaustão. E Portugal tem vivido numa espécie de bolha, acreditamos que os fenómenos extremos só acontecem lá fora. O país até é elogiado por ter um clima ameno! No entanto, de acordo com o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), o país perdeu, em média, desde 1960, por década, 40 milímetros de precipitação. Este foi, de facto, um ano catastrófico em diversos setores. De uma maneira ou de outra, as mu-

danças climáticas tocou a todos: a colheita de cereja mal se refez da quebra de 40% de 2016; a castanha, este ano, ficou mais cara e os produtores falam em calamidade, com quebras na ordem dos 50%; no Tejo falta oxigénio e morrem toneladas de peixes; e os fogos consumiram quase meio milhão de hectares tendo vitimado mais de uma centena de pessoas. E no Ribatejo também há problemas. “Em termos de produção, sentimos mais nas culturas de sequeiro, que precisam de chuva para crescer”, refere Mário Rodrigues, responsável da Frutalmente, organização de 20 produtores, sedeada na Castanheira do Ribatejo, e que produz uva de mesa, damasco e figo. “Na uva, a descida foi de 25%, no figo ultrapassou os 30%. Já nas culturas com rega gota a gota até nem sofre-

António Saraiva, presidente da Companhia das Lezírias

mos muito. Todavia, se a tendência se mantiver, o problema será maior no futuro, porque sem chuva não se repõem os aquíferos”. Na lezíria, o cenário é alarmante. “A falta de água na barragem que alimenta o regadio do arroz no Paúl das Lavouras obrigou ao recurso a furos com custos expressivos. Esta falta de água, caso o inverno não seja capaz de recuperar os níveis de armazenamento habituais, condicionará a realização da cultura de arroz neste local”, avisa António Saraiva, presidente da Companhia das Lezírias. Nas margens do Tejo os pescadores fazem o que podem. António José, avieiro da Póvoa de Santa Iria receia admitir o problema mas acaba por recordar “o tempo em que havia mais peixe. É mais no alto do Tejo que há problemas. Aqui tem chegado algum peixe


33 morto, mas como estamos próximos do mar nem sentimos muito o problema. O pior é a alforreca que está a infestar o Tejo por falta de água doce. E nesta altura já devia haver linguado. Ele só aparece quando chove e até agora mal o vimos”. Perante todo este cenário, o que se pode fazer? “É impossível prevenir a falta de água. Temos é que tentar mitigar os impactos da sua falta”, defende António Saraiva. “Temos renovado gradualmente os sistemas de rega por forma a que o uso da água seja mais eficiente e se consiga fazer mais com menos água”. O responsável pela Companhia das Lezírias admite também “o recurso a culturas menos exigentes” do ponto de vista hídrico. O Governo, entretanto, já lançou uma campanha de poupança da água e algumas autarquias pon-

António José , avieiro da Póvoa de Santa Iria

deram racionar, com corte à noite, por exemplo. A Águas do Ribatejo, confrontada com consumos muito acima dos normais pediu sensibilização à população, empresas e autarquias. “Se todos assumirmos comportamentos responsáveis, os sistemas estão preparados para garantir o abastecimento sem constrangimentos nem suspensões no abastecimento”, refere a empresa em comunicado. Alguns autarcas com quem a revista gira falou admitem que os níveis dos aquíferos descem de ano para ano, devido ao consumo intensivo na agricultura. O país espera pela chuva mas no horizonte só se vislumbra céu limpo. Resta a cada um de nós mudar de estilo de vida. Vê a reportagem e excertos das entrevistas em dezembro no sítio da gira na internet e na página de facebook

opinião

Mais mulheres na política Carlota de Pina*

Cresci, estudei e resido com a minha família em Alverca do Ribatejo. Sou licenciada em gestão, passei por algumas empresas nacionais e internacionais e há cerca de 13 anos que trabalho no mercado imobiliário. Para além do meu percurso profissional, é com muito gosto que sou autarca pelo PSD desde 2013 na União de Freguesias de Alverca e Sobralinho. Este ano fui reeleita e mantenho o cargo de presidente da Assembleia de Freguesia. É um cargo de grande responsabilidade, pois este é o órgão deliberativo e mais importante de uma freguesia onde, entre muitas coisas, se aprova ou não o orçamento anual da freguesia. Fazendo um paralelismo diria que é semelhante à Assembleia da República, mas com menos eleitos. O facto de ser autarca, permite-me estar mais próxima da realidade da minha freguesia e das pessoas, bem como de fazer os possíveis para que esta União de Freguesias se torne um local ainda mais agradável de viver, estudar e trabalhar. Ao longo destes anos tenho dinamizado o órgão autárquico com debates, onde os fregueses possam participar e conhecer outras realidades. Desde comemorar o dia internacional da mulher com debates sobre a mulher na sociedade e na política; como ir à escola secundária Gago Coutinho juntamente com a PSP e debater o tema do bullying com os alunos; entre outras projetos. E já estou a preparar novas ideias para 2018, pois a adesão tem sido bastante positiva. Sou igualmentea coordenadora das Mu-lheres Social Democratas do concelho de Vila Franca de Xira e posso afirmar que, com este movimento, mais mulheres têm tido a coragem de aparecer e dar voz na política. Começa a haver uma maior participação feminina em assuntos antes geridos por homens e, esta visão tem trazido mais valias para a sociedade tornando-a mais rica. É com esta mensagem de esperança que termino este texto, desejandovos um santo Natal e um próspero ano novo. Bem-hajam! *autarca do PSD


34 // passeio // dezembro

Vítor Silva, da casa Napoleão, no restauro de uma das suas peças


35

LOJAS COM história texto de António Dias fotos de Ana Paula Vieira

O comércio local vive, em alguns casos, dias difíceis. Noutros está em pujança. Melhores ou piores, as lojas de rua continuam a ser sinónimo de produtos locais, histórias fascinantes e atendimento personalizado. É onde recorremos à última hora ou quando queremos produtos que se distingam das grandes cadeias de supermercados. Aqui fica um pequeno roteiro por algumas lojas antigas e outras que se reiventam.

+ info

Antiguidades Napoleão R. Gomes Freire, 22/24 T: 263 284 676 VILA FRANCA DE XIRA


36 // passeio // dezembro Isaac Chaparro manuseia a tesoura com afinco. Olha com atenção para os pormenores, sorri com o cliente que vê no espelho a cadência do ritmo do corte, troca algumas palavras. Ao entrarmos na Chapa 12, a nova barbearia de Vila Franca de Xira, a atmosfera é de café: há um balcão com uma máquina expresso, algumas pessoas repousam num pequeno sofá e outro cliente, na cadeira ao lado, que fala animadamente com o outro colega de profissão. Este é o novo comércio de rua, adaptado aos novos tempos, onde se alia a tradição com o profissionalismo, a modernidade e o vintage. “Quisemos ser diferentes e criar um ambiente de confraternização”, começa por contar o responsável do estabelecimento co-mercial. “Mais do que um cabeleireiro, queríamos que este fosse um espaço onde os nossos clientes e amigos pudessem cá vir tomar um café ou passar um bocado de tempo”. Talvez já tenhas reparado: o setor da estética masculina está em franca ascenção, com barbearias que nascem como cogumelos e produtos no mercado para satisfazer todas as novas tendências. “Os homens cuidam cada vez mais da sua imagem e a barba passou a estar na moda”, admite Nelson Barros, companheiro de negócio de Isaac Chaparro. “No passado, até era proibido ter barba no trabalho e agora já é normal”. Este é um bom exemplo do novo comércio tradicional reinventado e com um olhar no futuro. Há, claro, muitos exemplos de negócios que param no tempo mas que permanecem como marcas do tempo nas cidades e que, apesar das dificuldades, conseguem sobreviver. É o caso da drogaria Torrão e Morais, na rua Serpa Pinto, em Vila Franca de Xira. “É certo que tudo caiu imenso desde a saída da escola da Armada, do hospital e do encerramento do Vila Franca Centro. No entanto, todos os dias temos clientes”, garante Joaquim Morais, um dos dois sócios da loja. Num espaço de poucos metros quadrados, há parafusos, produtos de limpeza, puxadores, varões de cortinados, vassouras, tintas, papel higiénico “e sabão azul e branco”, diz, sorridente,

apontando para uma barra em cima do balcão. “Não há dia que não se venda um destes. O do supermercado é diferente e o nosso é produzido numa fábrica com mais de 100 anos”, elogia. Ao lado, uma cliente que ouve a conversa atira: “a minha filha, que anda na Faculdade de Belas Artes, adora cá vir. Só aqui encontra os produtos de que precisa”. Joaquim sorri. “É por estes clientes que mantenho a porta aberta”. Outros negócios, considerados em extinção, precisam apenas de mão de obra, como é o caso das alfaiatarias. “Todas a semanas recebo pedidos para encomendas. O problema é que não tenho

Comércio local em crescendo

Compras dos portugueses no mercado grossista, em milhões de euros. O mercado tradicional vale 8% do setor. 5.000

1º semestre 2016

fonte: Nielsen

1º semestre 2017

funcionários para cumprir com os trabalhos”, lamenta Francisco Palha, dono da alfaiataria com o seu nome de família. “Durante mais de 43 anos tive aqui quatro costureiras só a fazer calças, fatos, samarras e sobretudos. Por fora, colaboravam outras duas senhoras. Só que elas foramse reformando e, sozinho, não consigo dar resposta a tudo o que me pedem”, suspira. O alfaiate prepara-se, por isso, para encerrar a loja nos próximos meses. “É eu despachar todos os artigos que tenho aqui e depois fecho portas”, revela. Este espaço contém um enorme pedaço da história da cidade. Foi aqui que muita gente se vestiu e comprou os fatos que levou para o tra-


Joaquim Morais gostaria que a sua filha, Ana Morais, ficasse com o seu negรณcio

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Drogaria Morais e Torrรฃo Rua Serpa Pinto 67 T: 263 272 677 VILA FRANCA DE XIRA


38 // alimentação // dezembro

Francisco Palha passou pelas melhores alfaiatarias de Lisboa mas foi em Vila Franca de Xira que ficou

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Alfaiataria Palha R. Dr. Jacinto Nunes, 1 T: 263 273 949 VILA FRANCA DE XIRA


39 balho, festas, corridas de toiros e casamentos. “Fiz muitos clientes da Moita, da Golegã, de Setúbal, do Samouco. E sinto que agora até há um ressurgimento da arte”, assegura. Tal como as barbearias, as cassetes, os vinis, o que é antigo está na moda. “Há muita gente que procura este tipo de serviços, porque um fato pronto a vestir é completamente diferente de algo feito à medida. É como vestir uma segunda pele. E há cada vez mais pessoas interessadas na qualidade”, corrobora, indicando os detalhes do seu fato.

Consumo a crescer Os dados parecem corroborar a realidade do comércio de rua. Os portugueses estão a gastar mais na sua fatura mensal do supermercado. O mercado de grande consumo cresceu 3,9% (ver caixa na página 36), no primeiro semestre deste ano, e em todas as categorias de produtos. Foram pagos quase quatro mil milhões de euros em compras. E é no comércio tradicional que o consumo mais cresce: 6,5% face ao primeiro semestre de 2016. Um efeito do renascer dos centros das cidades e, também, do aumento da procura por parte dos turistas. Em Vila Franca de Xira, o Maioral reabriu portas com sucesso; há um novo espaço de kebab no centro histórico; e a Áras, na Miguel Bombarda, já marca as tendências no vestuário feminino. Em Alverca, a éMe bohèMe tem um novo espaço em Lisboa; a Silhouette preparar-se para abrir uma nova superfície na Malvarosa; e a Queen Home expandiu o negócio para o mobiliário e decoração de interiores. No Forte da Casa, abriu uma nova barbearia, na rua da República; e em Arruda dos Vinhos há duas novas lojas de roupa (ver páginas 18 e 19); entre outros exemplos. Tudo consequência do renascer dos centros das cidades e, também, do aumento da procura por parte dos turistas. Estudos demonstram que as famílias, por causa dos novos ritmos de vida, preferem ir mais vezes às compras ao longo do mês e o comércio tradicional está a ganhar com

Vantagens do chá alimentação

Paula Martins*

Assinala-se a 15 de dezembro o dia internacional do chá. É a bebida mais consumida no mundo, só ultrapassada pela água simples. Esta bebida originária da China, parece (segundo as lendas) ter surgido de uma forma ocasional quando algumas folhas de um arbusto caíram sobre a água quente que alguém ia beber. Em sentido lato, referimo-nos a chá quando falamos não só da planta, mas também da infusão de certas folhas, raízes ou produtos naturais. Contudo, num sentido mais restrito, o chá é uma bebida feita da infusão das folhas da planta Camellia Sinensis, sendo que temos então o chá preto, chá branco, chá verde e chá vermelho, que variam entre si conforme o estado de maturação e o processo de fermentação das folhas. À semelhança do café, o chá possui a teína, substância com efeitos semelhantes à cafeína, embora uma chávena de chá tenha menos teína que uma chávena de café terá de cafeína. Esta substância, em doses moderadas (em adultos saudáveis), pode ter um efeito estimulante e até aumentar a capacidade de concentração. O consumo regular pode trazer bastantes benefícios para a saúde, sendo que cada um deles pode apresentar propriedades diferentes. No entanto, algumas caraterísticas são comuns a todos, tal como a presença de flavonoides (mais no chá preto) ou de catequinas (mais no chá verde) que são poderosos antioxidantes, com uma função protetora do organismo contra a ação dos radicais livres, prevenindo assim o envelhecimento precoce das células. Também lhe são atribuídas propriedades benéficas relacionadas com o aparelho digestivo, aparelho respiratório e sistema circulatório. Já quando falamos em infusões, podemos destacar a tília com propriedades relaxantes e calmantes; a cavalinha com efeitos diuréticos; a camomila que regulariza o aparelho gastrointestinal e acalma; o eucalipto com efeitos no aparelho respiratório; a valeriana que é poderosa no tratamento das insónias. E desde que não coloquemos açúcar ou mel, o valor calórico é zero. E é uma excelente forma de hidratação! Por isso, escolha o seu preferido e desfrute do ritual de beber um chá!

*nutricionista


40 // saúde // dezembro

A não perder

O palácio do Infantado, em Samora Correia, tem em exposição a “Rua do Grilo”. Uma reunião de dezenas de objetos recolhidos junto dos lojistas da atual rua da Associação Comercial de Lisboa, antiga rua do Grilo, que recorda o movimento e as memórias de um tempo em que aquela artéria pulava de vida e comércio.

+ info

Largo da República 263 650 510 Segunda a Sexta 10h às 18h Sábado 10h às 13h

+ info

Casa Sónia R. Luís de Camões, 50A T: 263 275 670 VILA FRANCA DE XIRA

Alice Lambuça gostaria de ver mais atividades em Vila Franca para atrair mais visitantes


41

+ info

Chapa 12 Rua António Maria Eugénio D'Almeida Nº17 T: 924 126 485 VILA FRANCA DE XIRA

isso. Há, também, cada vez mais famílias monoparentais, solteiros, população mais idosa com dificuldade em deslocar-se e o crescimento do turismo local contribuem, igualmente, para que haja maior procura do comércio tradicional. Um canal, aliás, em que as grandes cadeias de distribuição apostam, com a abertura das pequenas lojas de bairro, como os espaços Amanhecer e Meu Super. “Vila Franca de Xira precisa de mais empreendedorismo. É preciso arriscar e a população também precisa de apoiar os negócios da terra”, apela Isaac Chaparro. “Não basta cruzar os braços e ficar à espera que algo aconteça”, avisa o barbeiro. A realidade é que é também na convivência do novo com o antigo que está o charme do comércio de rua. Bem no centro de Vila Franca, a casa Napoleão guarda milhares de peças antigas, velharias com mais ou menos valor, que ainda interessam a algum público. Com 84 anos, Vítor Silva mantém um discurso leve e divertido. “Temos que viver e sorrir”, diz,

Nelson Barros, à esquerda, e Isaac Chaparro , proprietários de uma nova barbearia em Vila Franca

sorrindo. “Vila Franca morreu muito nos últimos anos. Cabe às novas gerações mexerem com isto”, alerta. Alice Lambuça, proprietária da Casa Sónia, tem pena que o seu espaço venha a fechar no futuro. “Os meus filhos não gostam disto e a loja acaba por ser um passatempo para mim que ainda sei costurar”, refere. Num pequeno espaço na rua Luís de Camões, em Vila Franca de Xira, cabem memórias de uma vida, com objetos alusivos à campinagem e aos forcados. “Comecei por vender t-shirts mas à medida que o tempo foi passando, fui me adaptando ao mercado. Aproveitei o meu jeito pela costura e daí vieram as roupas para os forcados. Há menos campinos, mas tenho procura por parte dos ranchos folclóricos. O que é preciso é sabermo-nos reiventar”.

Ao longo do mês de dezembro, iremos publicar excertos em vídeo destas entrevistas no sítio da gira e na página de facebook


42 // saúde // dezembro

As alergias ocorrem todo o ano conselho

Sónia Teles*

Ao contrário do que podes imaginar, as alergias podem aparecer em qualquer altura do ano. Apesar de na primavera elas serem muito frequentes, no inverno o cenário pode ser igualmente dramático. Os conselhos da farmacêutica da Farmácia Moderna, em Vila Franca de Xira.

Este mês voltamos a um tema de que já falámos antes: as alergias. Embora possa parecer estranho abordar este assunto no inverno, a verdade é que a alergia não se circunscreve à primavera, existindo pessoas que padecem deste mal durante todo o ano. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o dia 3 de dezembro para lembrar o sofrimento a que os portadores de alergias crónicas estão sujeitos. Os sintomas de alergia crónica são similares aos da alergia aguda/sazonal mas têm uma duração muito mais prolongada. Estas patologias podem ser altamente incapacitantes e limitadoras da vida diária dos doentes interferindo com o tempo de descanso e comprometendo o rendimento das atividades quotidianas. As doenças alérgicas crónicas apresentam, na Europa, uma elevada prevalência na infância. A dermatite atópica, embora possa ter outras origens, também está associada a reações alérgicas. A asma apresenta também uma prevalência considerável nos menores de idade. Este é um exemplo de patologia alérgica que assume um carácter crónico. Como é óbvio,

quando a sintomatologia é muito grave e duradoura, é necessário recorrer ao médico para um tratamento eficaz. Claro que mesmo as situações crónicas se podem prevenir. Em primeiro lugar afastando o agente alérgeno, se possível, manter um ambiente limpo e arejado e, no caso da dermatite atópica, há vantagem na utilização de cremes emolientes. Outra forma de alergia não sazonal é a alergia alimentar que surge por ingestão de certos alimentos como o leite de vaca, o ovo, o amendoim ou o marisco. Este tipo de doença pode-se apresentar na forma de urticária com manchas avermelhadas, pápulas (lesões cutâneas ligeiramente elevadas), comichão, sensação de queimadura podendo chegar à fase de angioedema. Se os sintomas se prolongarem por mais de seis semanas é considerada urticária crónica. Não sendo, habitualmente, uma doença grave pode ter um impacto psicológico negativo. Quando os sintomas se prolongam, deve-se sempre procurar o médico ou informe-se junto do seu farmacêutico. E, já agora, um Natal muito feliz com poucos alergenos.

As doenças alérgicas crónicas apresentam, na Europa, uma elevada prevalência na infância

*farmacêutica


43 psicologia

5 perguntas sobre as

alergias 1 O ar condicionado faz mal aos alérgicos? Falso.

2 As grávidas não podem usar remédios para asma ou rinite? Falso.

3 Uma crise alérgica pode levar à morte? Verdade.

4 Os produtos de limpeza podem causar alergia? Verdade

5 Os antialérgicos dão sono? Falso. Só os anti-histamínicos e os medicamentos mais antigos.

O terrorismo explicado aos miúdos Guida Alves*

O terrorismo não tem cara, não avisa quando chega e é egoísta. Estar numa esplanada, num concerto do nosso grupo favorito, viajar de avião ou de comboio ou estar num parque de diversões pode ser um golpe de sorte. Quando há um ato de terrorismo e escapamos ao sorteio da mais pura maldade humana, podemo-nos sentir bafejados por uma imensa sorte. Como explicar a uma criança que aquilo que devia ser um dia de divertimento pode causar danos irreversíveis? Como explicar às crianças que sem sabermos como nem porquê, o senhor que se sentou ao nosso lado noutro dia no café, bastante simpático, nos quer matar, a nós e a uns quantos mais que estiverem por perto, quando a sua ira e o seu desejo de vingança em nome de um Deus nos faz explodir? Um Deus, diga-se, que se presume bom e não mau. Como pode uma religião que deveria ser o conforto do espírito e o alimento da alma ser usada para destruir outras almas muitas delas inocentes? Perguntas que nem nós adultos podemos responder, a não ser condenar estes atos de fanatismo, doença ou seja lá o que for. Como em tudo o que há de menos bom na vida, o importante é explicar às crianças de uma forma muito simples ou romanceada que os maus fazem maldades, que são naturalmente más e que nós adultos estamos cá para impedir que aconteçam. O importante é que as crianças sintam em segurança e tranquilidade. Como todas as histórias de maus e bons, onde os bons vencem. Com o crescimento das crianças, esta lógica de bons e maus vaise perdendo e é necessário fazer entender aquilo que acontece o mais perto da realidade possível. Devemos dar espaço para conversar sobre o assunto e, acima de tudo, deixar que as crianças e jovens possam partilhar as suas ideias sobre o tema. Não adianta negar a existência do terrorismo. E o medo não será certamente a melhor forma de o combater. *psicóloga clínica


44 // empresas // dezembro

“A floresta e a agricultura não podem ser dizimadas” opinião

Maria da Luz Rosinha*

Caras e caros amigos. Estamonos a aproximar do fim do ano e como sempre acontece nestes momentos, entendemos ser hora de fazer balanço do que deixou marcas negativas ou positivas ao longo dos doze meses que decorreram sobre o desígnio de 2017. Considero que houve um acontecimento que marca incontornavelmente a vida de todos os portugueses, embora nem todos da mesma maneira. Foi o caso dos incêndios que flagelaram o nosso país, particularmente em dois momentos, sendo que o último foi no ainda recente mês de outubro. Este foi um ano de circunstâncias climatéricas anormais, que também nos devem fazer refletir sobre os nossos comportamentos ambientais, e que trouxe consigo a destruição de muitas vidas e bens, pelo fogo. O terror que as populações viveram, a impotência para fazer face a um inimigo, muitas vezes chegado, pela força da insanidade mental de alguns, colocou-nos a todos os que unicamente fomos espetadores de uma tragédia, que ficará na memória de muitos até ao fim da sua vida, perante perguntas para as quais urge encontrar resposta. O tempo não pára e dentro de escassos sete meses, estaremos de novo no verão e não é possível que tal aconteça de novo. Qual a resposta de cada um de nós em todo este processo do agravamento das condições climáticas? Como vamos tentar melhorar a qualidade ambiental? Até que ponto nos sentimos individualmente responsáveis? Por mais encontros a nível mundial que se façam, a verdade é que continuamos a dar conta de verdadeiros atropelos, até por parte de grandes potên-

cias, com a sua arrogância e indiferença, ignorando a importância do ambiente. Enquanto isso, o ar que respiramos agrava-se e discutem-se as atitudes que temos ou não, para preservação do ecossistema. Tudo isto aumenta, a médio prazo, a urgência de salvaguardar a espécie humana e a sua sobrevivência. Somos obrigados por isso a ter uma nova atitude, de maior responsabilidade, porque também é da nossa vida e do nosso país que falamos. Tomam-se decisões a nível do governo, legisla-se, os comentadores não se cansam de produzir opinião, mas a conclusão é sempre a mesma: o que aconteceu este verão em Portugal não se pode repetir. As pessoas não podem morrer e as casas, a floresta e a agricultura não podem ser de novo dizimadas. Por isso para 2018, um grande propósito deve ser que nada disto tenha sido em vão, que a floresta volte a crescer, que o verde volte aos campos hoje negros, que as casas se reconstruam, que as pessoas se acalmem no seu sofrimento, já que não é possível devolver a vida aos que a perderam. Que nos sirva de lição a todos, para que possamos ter um mundo melhor para viver e que os senhores que gerem este mundo, tomem consciência de que é preciso agir. Mas não posso terminar assim, porque também houve muita coisa boa. O emprego aumentou, a dívida soberana e o défice diminuíram, os rendimentos estão a ser recuperados e tudo isso ajuda a melhorar a vida das pessoas. Este 2018 deve ser um ano de grande aposta para mais Portugal, melhor Portugal. Os portugueses assim o exigem. Um abraço para todas e todos.

O que aconteceu este verão em Portugal não se pode repetir

*deputada do PS


Só faltas cá tu

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46 // animais // dezembro

Os animais também merecem presentes Daniel Gonçalves*

Os nossos animais domésticos também merecem o seu presente de Natal. Os bem comportados e os mal comportados. Nesta altura do ano esquecemos todos os sapatos roídos, os rolos de papel higiénico estragados, as necessidades físicas feitas em sítios impróprios. Lembramo-nos do que verdadeiramente importa. A alegria que um animal doméstico pode oferecer todos os dias a toda a hora. A felicidade em estado puro que nos faz (aos humanos) esquecer as maiores tristezas. Existem no mercado variadas hipóteses para que na noite tão especial de dia 24 de dezembro o nosso pet também tenha a sua prenda. Uma das inúmeras sugestões são as guloseimas para cães e gatos. Todos sabemos que eles adoram comer e na sua pet shop encontra as adequadas para o sistema digestivo especial do seu animal. Ossos com sabores são também uma opção muito apreciada. Os brinquedos

dos mais simples, como bolas, aos mais sofisticados, como as coleiras com laser para o seu gato perseguir e divertir-se. Os animais mais vaidosos também têm o seu perfume adequado, com aromas semelhantes aos dos seus donos mas que são especiais para utilização animal e depois do banho é um complemento relaxante para ambos. E as aves? Sim as aves brincam e muito! Existem brinquedos pacificantes para aves de bico curvo, brinquedos para pequenas aves, como os piriquitos, e quanto mais diversificados melhor. Elas agradecem porque desenvolvem a sua agilidade e estimulam a própria mente. Os roedores também têm uma panóplia de artigos direcionados para o seu bem estar e conforto desde barras de guloseimas, casinhas de madeira, bolas individuais para os hamsters, por exemplo, e muitas outras propostas. O que se pretende é que o seu animal fique o mais feliz possível e com todas as possibilidades que existem à sua disposição, o difícil é escolher. Peça como sempre concelhos na sua pet shop. Feliz Natal com a sua família animal.

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